acompanhamento e conduta das hepatites virais b e c dra. paula gama infectologista prefeitura da...
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Acompanhamento e conduta das Hepatites Virais B e C
Dra. Paula GamaInfectologistaPrefeitura da Cidade do Rio De JaneiroSecretaria Municipal de Saúde e Defesa CivilGerência de Programas Hepatites ViraisTel (21) 3971-1665Mail: [email protected]
O que acontece com o usuário depois que é referenciado?
Confirmação diagnóstica Avaliação inicial e estadiamento Acompanhamento Tratamento
Hepatite B
Confirmação Diagnóstica
Fase Aguda Fase Crônica
HBsAg +Anti-HBC IgM +Elevação de transaminases
HBsAg + por mais de 6 meses
Confirmação Diagnóstica
Interpretação dos Marcadores de Hepatite B
Fase HBsAg Anti-HBs
HBeAg Anti-HBe
Anti-HBc
HBV DNA (cp/mL)
ALT
Imunotolerante(jovem, transmissão vertical)
+ - + - + > 107 Normal
Portador inativo + - +/- -/+ + Negativo-104
Normal
Hepatite B crônica ativa (HbeAg +)
+ - + - + > 105 Elevada
Hepatite B crônica ativa (HbeAg -), mutacão pré-core
+ - - + + 104 Elevada(Persistente
ou intermitent
e)
Hepatite B aguda + - + - IgM + Positiva Elevada
Infecção resolvida - + - + + Negativo Normal
Imunizado - + - - - Negativo Normal
Testagem dos parceiros
Após a confirmação diagnóstica: investigação de outros casos na família.
Avaliação inicial e estadiamento
A avaliação inicial do paciente portador de Hepatite B tem por objetivo estabelecer o diagnóstico e a fase da infecção pelo HBV, a gravidade da infecção e a indicação de monitoramento e tratamento.
Avaliação inicial e estadiamento
Anamnese completa incluindo história de exposição a sangue ou elementos derivados, uso de drogas injetáveis, exposição sexual, exposição ocupacional, história familiar de Hepatite B, cirrose ou neoplasia hepática, uso de medicações e tratamento prévio de Hepatite B. Também é importante o conhecimento dos hábitos do paciente, tais como: uso de drogas recreativas, etilismo, tabagismo e atividade sexual. Em pacientes coinfectados com HIV é importante o relato da terapia antirretroviral, pois determinados medicamentos podem induzir a resistência do HBV e afetar o tratamento.
Avaliação inicial e estadiamento
Exame Físico completo. Sinais de alguns distúrbios podem afetar a decisão do tratamento, tais como, insuficiência cardíaca ou renal, doença tireoidiana ou hepatopatia grave. Há também que se observar a presença de manifestações extra-hepáticas da Hepatite B, como por exemplo, rash, artrite e neuropatia.
Avaliação inicial e estadiamento
Exames Laboratoriais/Imagem na Avaliação Inicial do Paciente com Hepatite B
Marcadores sorologicos: HbsAg, anti-HbsAg, HbeAg, anti-Hbe, anti-HBC total ou anti-HBc IgM se suspeita de Hepatite B aguda;
HBV DNA; Bioquímica: aminotransferases, fosfatase alcalina,
bilirrubina total e frações, albumina, ureia e creatinina; Hemograma completo; TAP; Alfafetoproteina; Anti-HCV; Anti-HIV; Ultrassonografia abdominal.
Avaliação inicial e estadiamento
A determinação do HBV DNA e das aminotransferases é importante para a indicação do tratamento;
O hepatograma pode indicar hepatopatia grave; A ultrassonografia pode identificar sinais de doença avançada,
tais como, alterações na dimensão hepática, esplenomegalia, ascite, hipertensão portal e nódulos ou lesões hepáticas;
A determinação do genótipo do HBV pode ser útil ao trazer informações de caráter epidemiológico, história natural e resposta ao tratamento e risco de hepatocarcinoma. Porém, até o momento este exame não é necessário na prática clínica e está limitado a pacientes em pesquisa clínica;
O papel da biópsia na avaliação do paciente com Hepatite B é controverso. De acordo com a recomendação do Ministério da Saúde, este exame é opcional e deve ser indicado em pacientes acima de 40 anos com hepatite B crônica sem evidência de cirrose, independentemente das aminotransferases.
Tratamento e Acompanhamento
Orientações gerais: Todos os portadores de hepatite B crônica devem ser orientados quanto à restrição de bebidas alcoolicas e uso consistente de preservativos. Medicamentos com potencial hepatotóxico devem ser usados com cautela. A vacina para Hepatite A deve ser oferecida, assim como a vacina para Hepatite B aos familiares e parceiros sexuais.
Tratamento e Acompanhamento
Indicação de Tratamento1. Hepatite B Crônica Ativa com HbeAg negativo
(mutação pré-core) sem evidência de cirrose com HBV DNA ≥ 104 cp/mL (≥ 2.000 UI/mL);
2. Hepatite B Crônica Ativa com HBeAg positivo sem evidência de cirrose com elevação de transaminases (ALT ≥2x o LSN);
3. Cirrose.
Tratamento e Acompanhamento
Tratamento Farmacológico da Hepatite B
Análogos de Nucleosídeo/Nucleotídeo
Imunoterápico
LamivudinaAdefovirTenofovirEntecavir
Interferon convencional
Tratamento e Acompanhamento
Acompanhamento dos pacientes sem indicação terapêutica: enzimas hepáticas, HBV-DNA.
Acompanhamento dos pacientes em tratamento:1. Resposta Virológica2. Resposta Imunológica3. Controle de toxicidade
Todos os pacientes devem ser rastreados periodicamente para hepatocarcinoma com USG abdominal e dosagem de alfafetoproteína.
Hepatite C
Confirmação Diagnóstica: Hepatite C
Interpretação diagnóstica dos exames para Hepatite C
Anti - HCV HCV - RNA Interpretação
Positivo Positivo Infecção aguda ou crônica dependendo das manifestações clínicas e biópsia hepática
Positivo Negativo Provável resolução da infecção. Repetir o exame HCV RNA em 6 meses pois pode se tratar de um período de baixa viremia.
Negativo Positivo Infecção aguda na fase precoce ou infecção crônica em pacientes imunodeprimidos. Repetir exame em 4 a 6 meses.
Negativo Negativo Ausência de infecção. Se a suspeite se mantiver, repetir exame em 4 a 6 meses.
Avaliação inicial e estadiamento
A avaliação inicial do paciente portador de Hepatite C tem por objetivo estabelecer o diagnóstico, diferenciar infecção aguda da crônica, avaliar o grau de acometimento hepático e a indicação de monitoramento e tratamento.
Avaliação inicial e estadiamento
Anamnese completa incluindo história de exposição a sangue ou elementos derivados, uso de drogas injetáveis, exposição sexual, exposição ocupacional, história familiar de Hepatite C, cirrose ou neoplasia hepática, uso de medicações e tratamento prévio de Hepatite C. Também é importante o conhecimento dos hábitos do paciente, tais como: uso de drogas recreativas, etilismo, tabagismo e atividade sexual.
Exame Físico completo. Sinais de alguns distúrbios podem afetar a decisão do tratamento, tais como, insuficiência cardíaca ou renal, doença tireoidiana ou hepatopatia grave. Há também que se observar a presença de manifestações extra-hepáticas da Hepatite C, como por exemplo, púrpuras, artralgia, fadiga, ressecamento de mucosas, febre, etc.
Avaliação inicial e estadiamento
Exames Laboratoriais/Imagem na Avaliação Inicial do Paciente com Hepatite C
Anti-HCV; HCV RNA; Determinação do genótipo; Bioquímica: aminotransferases, fosfatase alcalina, bilirrubina total
e frações, albumina, glicemia em jejum, ureia e creatinina; Hemograma completo; TAP; TSH; Alfafetoproteina; Anti-HIV; Marcadores de Hepatite B; Ultrassonografia abdominal; Biópsia hepática.
Avaliação inicial e estadiamento
A determinação da bioquímica é importante para a investigação de hepatopatia avançada ou cirrose, nefropatia ou diabetes. A glicemia não controlada é reconhecidamente um fator independente de não resposta ao tratamento.
A identificação dos genótipos é clinicamente importante e os protocolos de tratamento preconizam a necessidade da informação do genótipo para delinear a duração e o tipo de medicação a ser utilizada. Para pacientes virgens de tratamento, as infecções pelos genótipos 1, 4 e 5 devem ser tratadas por 12 meses e as infecções pelos genótipos 2 e 3 por 6 meses.
Avaliação inicial e estadiamento
A ultrassonografia pode identificar sinais de doença avançada, tais como, alterações na dimensão hepática, esplenomegalia, ascite, hipertensão portal e nódulos ou lesões hepáticas.
A biópsia hepática ainda é considerada o padrão ouro para estadiamento da fibrose do fígado nas hepatopatias crônicas, porém ela está contra-indicada em pacientes com evidências clínicas de cirrose hepática.
Tratamento e acompanhamento
Orientações gerais: Todos os portadores de hepatite C crônica devem ser orientados quanto à restrição de bebidas alcoólicas, prevenção da obesidade e prevenção da coinfecção com HIV ou Hepatite B. Medicamentos com potencial hepatotóxico devem ser usados com cautela. A vacina para Hepatite A e B deve ser oferecida.
Tratamento e acompanhamento
Indicação de Tratamento:
1. Hepatite C Aguda;2. Hepatite C Crônica: A terapia para hepatite C é
recomendada para adultos com hepatite crônica C que possuem RNA-HCV no soro, elevações persistentes das aminotransferases, evidência histológica de doença hepática progressiva e nenhuma co-morbidade séria ou contra-indicações ao tratamento. Pacientes com cirrose compensada e hemofilia podem receber o tratamento sem a realização da biópsia.
Tratamento e acompanhamento
Tratamento Farmacológico da Hepatite C
Genótipo 1 Genótipo 2 e 3
Ribavirina +Interferon peguilado48 semanas
Ribavirina +Interferon convencional24 semanas
Tratamento e acompanhamento
Contra-indicação ao tratamento com interferon:
a) tratamento prévio com interferon peguilado (associado ou não à ribavirina);
b) consumo abusivo de álcool nos últimos 6 meses;c) hepatopatia descompensada (devem ser encaminhados ao
transplante);d) cardiopatia grave;e) doença da tireóide descompensada;f) neoplasias;g) diabete melito tipo 1 de difícil controle ou descompensada;h) convulsões não controladas;i) imunodeficiências primárias;j) homens e mulheres sem adequado controle contraceptivo;k) gravidez (beta-HCG positivo) e amamentação;l) história de transplante de órgão sólido.
Tratamento e acompanhamento
Acompanhamento dos pacientes sem indicação terapêutica: enzimas hepáticas e biópsia hepática.
Acompanhamento dos pacientes em tratamento:1. Resposta Virológica2. Controle de toxicidade
Todos os pacientes devem ser rastreados periodicamente para hepatocarcinoma com USG abdominal e dosagem de alfafetoproteína.