acompanhamentoeanimaodapessoaidosa manual 111019100527 phpapp02

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    Acompanhamento e Animao da Pessoa IdosaCEF Geriatria Escola Secundria de Mirandela

    Acompanhamento eAnimao da Pessoa

    Idosa

    VELHICE CICLO VITAL

    Margarida Borges Pires Pgina

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    Acompanhamento e Animao da Pessoa IdosaCEF Geriatria Escola Secundria de Mirandela

    !odo o ser "i"o nasce# "i"e# reprodu$%se e morre# ou se&a# o ciclo de"ida comea com a conceo e termina com a morte'( aumento da esperana m)dia de "ida gerou um crescimentoacentuado da populao idosa# o *ue criou pro+lemas# de"ido , -alta

    de preparao da sociedade para esta realidade' Como se pode"eri.car# por e/emplo# ao n0"el dos sectores social e da sa1de'Para melhor compreendermos esta realidade ) importante perce+eras di"ersas etapas de desen"ol"imento do ser humano# *ue secaracteri$am por tare-as +iopsicossociais 2so a*uelas *ue a pessoade"e cumprir para garantir o seu desen"ol"imento e conse*uentea&ustamento psicol3gico e social4'( ciclo "ital ) o con&unto das -ases da "ida onde ) suposto reali$ar%seuma s)rie de transi5es e de superar uma s)rie de pro"as e de crises'Este ciclo desen"ol"e%se atra")s do contacto com outros sereshumanos e atra")s da educao# uma criana passa de um modogradual por di-erentes idades e estatutos# como ser capa$ econsciente nas -ormas de uma cultura# at) en-rentar a morte como aconcluso de sua e/ist6ncia pessoal'(s indi"0duos passam por di-erentes etapas do ciclo de "ida7 ain-8ncia# a &u"entude# a maturidade# a "elhice' A idade "ai%semodi.cando ao longo do tempo e ) essa modi.cao# concreti$adaem ciclos de "ida# *ue determina estatutos e -un5es di-erentes paraos indi"0duos'

    A um ciclo -amiliar segue%se outro' 9m ciclo ) o .m da &ornada deuma gerao# a *ue se segue outra gerao'( -acto de *ue as pessoas "i"em mais tempo -a$ com *ue os idososse tornem um n1cleo da populao rele"ante'A -am0lia atual entrecru$a gera5es'E/emplo7:etos 2;'< gerao4Filhos 2='< gerao4Pais 2>'< gerao4

    A"3s 2'< gerao4

    Formao do casalFam0lia com .lhos pe*uenosFam0lia com .lhos na escolaFam0lia com .lhos adolescentesFam0lia com .lhos adultos

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    1.1 Velhice e tarefas do desenolimento psicol!"ico

    As tare-as so +sicas em cada se*u6ncia do ciclo de "ida' ? umae/pectati"a social de *ue as pessoas em cada se*u6ncia cumpramcom 6/ito as suas tare-as' :a 1ltima parte do ciclo tam+)m a pessoa

    idosa tem tare-as de desen"ol"imento a cumprir# de modo a ser -eli$e a ter *ualidade na sua "ida'

    In-8ncia7!are-a +sica7 @ominar a escrita e a leitura % Ser"ir de instrumentopara a sua independ6ncia# para uma comunicao mais ampla ee-eti"a# *ue posteriormente -acilitaro as escolhas de -ormao epro.ssionali$ao# entre outras possi+ilidades'

    Adolesc6ncia7!are-a +sica7 Formao pessoal# emancipao % elacionam%se com

    a -ase anterior e prolongam%se para o per0odo seguinte' Permite aautonomia e independ6ncia'

    Adulto7!are-a +sica7 esponsa+ilidades c0"icas e sociaisEsta+elecer e manter um padro econ3mico de "idaA&udar os .lhos a serem -uturos adultos respons"eis e -eli$es@esen"ol"er ati"idades de la$erelacionamento com o marido ou mulherAceitar e a&ustar%se ,s mudanas -0sicas da meia%idade e a&ustar%seaos pais idosos'

    Delhice7!are-a +sica7 A&ustar%se ao decr)scimo da -ora e sa1deA&ustar%se , re-ormaA&ustar%se , morte do marido ou da mulherEsta+elecer .liao a um grupo de pessoas idosasManter o+riga5es sociais e c0"icas assim como in"estir no e/erc0cio-0sico satis-at3rios para "i"er +em a "elhice'

    Cumprir todas as tare-as ) importante# como ) importante tam+)m*ue os idosos contem com o apoio da -am0lia# da sociedade e dospro.ssionais *ue acuam na rea' @essa -orma# ele poder ter uma"elhice +em sucedida e usu-ruir do pra$er de ser e de "i"er#contri+uindo para o +em de todos

    1.# Teorias so$re o enelhecimento psicossocial

    !eoria da continuidade7A.rma *ue o en"elhecimento ) uma parte integral e -uncional do ciclode "ida'

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    ( indi"0duo idoso tem todas as possi+ilidades de manter todos osseus h+itos de "ida# pre-er6ncias# e/peri6ncias e compromissosconstru0dos durante a "ida'

    !eoria da ati"idade7E/iste um consenso so+re a relao entre as ati"idades sociais e asatis-ao "i"ida'A "elhice de"e ser +em planeada e sucedida pressupondo adesco+erta de no"os pap)is de modo a manter a autoestima parao+ter maior satis-ao na "ida'!udo isto le"a a hip3tese de *ue a sociedade de"e conser"ar a sa1de"alori$ando o a"anar da idade'

    !eoria da desinsero7( en"elhecimento ) acompanhado por um desmem+rar entre oindi"0duo e a sociedade' uando a desinsero ) geral# o indi"0duomodi.ca o seu sistema de "alores' A perda do papel *ue desempenhana sociedade# a perda de rela5es pessoais e sociais aca+am portornar%se situa5es rotineiras e normais'Deri.ca%se *ue a diminuio da satis-ao da "ida ) proporcional ,diminuio das ati"idades dirias'

    Fala%se do en"elhecimento como se tratando de um estadotendencialmente classi.cado de terceira idadeH ou ainda *uarta

    idadeH' :o entanto# o en"elhecimento no ) um estado#mas sim um processo de degradao progressi"a edi-erencial' Ele a-eta todos os seres "i"os e o seu termonatural ) a morte do organismo' # assim# imposs0"eldatar o seu comeo# por*ue de acordo com o n0"el no*ual ele se situa 2+iol3gico# psicol3gico ou sociol3gico4#a sua "elocidade e gra"idade "ariam de indi"0duo paraindi"0duo'

    1.% Teorias psicossociais de Eric Eric&son' (. Pec& e )*hler

    Eric Erickson (1950, 1982)EricJson prop5e uma conceo de desen"ol"imento em oito estdiospsicossociais# perspeti"ados por sua "e$ em oito idades *ue decorremdesde o nascimento at) , morte# pertencendo as *uatro primeiras aoper0odo de +e+) e de in-8ncia# e as tr6s 1ltimas aos anos adultos e ,"elhice'EricJson d especial import8ncia ao per0odo da adolesc6ncia# de"ido

    ao -acto ser a transio entre a in-8ncia e a idade adulta# em *ue se"eri.cam acontecimentos rele"antes para a personalidade adulta'

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    :a !eoria Psicossocial do @esen"ol"imento# este desen"ol"imentoe"olui em oito estdios' (s primeiros *uatro estdios decorrem noper0odo de +e+) e da in-8ncia# e os 1ltimos tr6s durante a idadeadulta e a "elhice'Cada estdio contri+ui para a -ormao da personalidade total# sendo

    por isso todos importantes mesmo depois de se os atra"essar'( n1cleo de cada estdio ) uma crise'A -ormao da identidade inicia%se nos primeiros *uatro estdios'EricJson perspeti"a"a o desen"ol"imento tendo em conta aspetos decunho +iol3gico# indi"idual e social'A teoria psicossocial em anlise en-ati$a"a o conceito de identidade#a *ual se -orma no KL estdio# e o de crise *ue sem possuir umsentido dramtico est presente em todas as idades# sendo a -ormacomo ) resol"ida determinante para resol"er na "ida -utura osconitos'

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    ' Con.ana N @escon.ana 2at) um ano de idade47 @urante oprimeiro ano de "ida a criana ) su+stancialmente dependente daspessoas *ue cuidam dela# re*uerendo cuidado *uanto , alimentao#higiene# locomoo# aprendi$ado de pala"ras e seus signi.cados# +emcomo estimulao para perce+er *ue e/iste um mundo emmo"imento ao seu redor' ( amadurecimento ocorrer de -ormae*uili+rada se a criana sentir *ue tem segurana e a-eto# ad*uirindocon.ana nas pessoas e no mundo'>' Autonomia N Dergonha e @1"ida 2segundo e terceiro ano47 :esteper0odo a criana passa a ter controlo de suas necessidades.siol3gicas e responder por sua higiene pessoal# o *ue d a elagrande autonomia# con.ana e li+erdade para tentar no"as coisassem medo de errar' Se# no entanto# -or criticada ou ridiculari$adadesen"ol"er "ergonha e d1"ida *uanto a sua capacidade de ser

    autOnoma# pro"ocando uma "olta ao estgio anterior# ou se&a# adepend6ncia'=' Iniciati"a N Culpa 2*uarto e *uinto ano47 @urante este per0odo acriana passa a perce+er as di-erenas se/uais# os pap)isdesempenhados por mulheres e homens na sua cultura entendendode -orma di-erente o mundo *ue a cerca' Se a sua curiosidadese/ualH e intelectual# natural# -or reprimida e castigada poderdesen"ol"er sentimento de culpa e diminuir sua iniciati"a de e/plorarno"as situa5es ou de +uscar no"os conhecimentos';' Construti"idade N In-erioridade 2dos aos anos47 :este per0odoa criana est sendo al-a+eti$ada e -re*uentando a escola# o *ue

    propicia o con"0"io com pessoas *ue no so seus -amiliares# o *uee/igir maior socia+ili$ao# tra+alho em con&unto# cooperati"idade# eoutras ha+ilidades necessrias' Caso tenha di.culdades o pr3priogrupo ir critic%la# passando a "i"er a in-erioridade em "e$ daconstruti"idade'K' Identidade N Con-uso de Pap)is 2dos > aos Q anos47 ( *uintoestdio ganha contornos di-erentes de"ido , crise psicossocial *uenele acontece# ou se&a# Identidade Dersus Con-uso' :este conte/to otermo crise no possui uma aceo dramtica# por tratar%se de a algopontual e locali$ado com p3los positi"os e negati"os'

    ' Intimidade N Isolamento 2&o"em adulto47 :esse momento ointeresse# al)m de pro.ssional# gra"ita em torno da construo de

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    rela5es pro-undas e duradouras# podendo "i"enciar momentos degrande intimidade e entrega a-eti"a' Caso ocorra uma deceo atend6ncia ser o isolamento temporrio ou duradouro'R' Produti"idade N Estagnao 2meia idade47 Pode aparecer umadedicao , sociedade , sua "olta e reali$ao de "aliosas

    contri+ui5es# ou grande preocupao com o con-orto -0sico ematerial'Q' Integridade N @esesperana 2"elhice47 Se o en"elhecimento ocorrecom sentimento de produti"idade e "alori$ao do *ue -oi "i"ido# semarrependimentos e lamenta5es so+re oportunidades perdidas ouerros cometidos ha"er integridade e ganhos# do contrrio# umsentimento de tempo perdido e a impossi+ilidade de comear de no"otrar triste$a e desesperana'

    Robert Peck (1955)

    E/pande a teoria de EricJson# e descre"e tr6s a&ustes psicol3gicosimportantes para a -ase .nal da "ida7' @e.ni5es mais amplas do eu contra uma preocupao com pap)isde tra+alho So a*ueles *ue de.niram suas "idas pelo tra+alho#direcionando seu tempo , con*uista de m)ritos pro.ssionaispessoais>' Superioridade do corpo contra preocupao com o corpo A*uelespara *uem o +em%estar -0sico ) primordial , e/ist6ncia -eli$ poder.car mergulhadas no desespero ao en-rentarem a diminuioprogressi"a da sa1de# com a chegada da terceira idade# e osurgimento das dores e limita5es -0sicas' PecJ a.rma *ue ao longo

    da "ida# as pessoas precisam culti"ar -aculdades mentais e sociais*ue cresam com a idade=' Superioridade do eu contra uma preocupao com o eu Pro"a"elmente o mais duro e mais importante a&uste para o idosose&a a preocupao com a morte pr3/ima' ( reconhecimento dosigni.cado duradouro de tudo *ue .$eram a&udar a superar apreocupao com o eu# e continuarem a contri+uir para o +em%estarpr3prio e dos outros'

    Buhler (1935)Esta+eleceu uma di-erena entre as "idas +aseadas apenas naDitalidade e Mentalidade'Atra")s da sua teoria constata%se# portanto# *ue as pessoas sedesen"ol"em tam+)m ap3s a &u"entude'

    9ma pessoa permanece &o"em na medida em *ue ainda ) capa$ deaprender# ad*uirir no"os h+itos e tolerar contradi5es'H 2Marie "onE+ner%Escher+ach4

    1.+ ,o -oem ad*lto meia/idade

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    ( &o"em adulto "ai desen"ol"er o seu euH e a maneira como "6 ooutro' Este desen"ol"imento permite uma separao psicol3gica dospais da in-8ncia e uma relati"a autossu.ci6ncia no mundo adulto' Dai-acilitar a relao de reciprocidade com os pais'Deri.ca%se o desen"ol"imento de ami$ades adultas# mais di-0ceis deserem mantidas# di-erentes da*uelas da adolesc6ncia' Ami$ades compessoas de di-erentes idades e de di-erentes estatutos sociais'@esen"ol"e%se a capacidade para a intimidade emocional e se/ual'A*ui temos presente a crise & -alada por EricJson 2intimidade "s'isolamento4' ( &o"em adulto poder criar intimidade com outros' A"ertente negati"a ) o isolamento de *uem no consegue partilhara-etos com intimidade nas rela5es pri"ilegiadas' As "irtudes +sicas

    desta crise so o amor e a .liao' neste idade *ue se tornam pai ou me em termos +iol3gicos epsicol3gicos# isto ) engra"idar at) pode ser -cil di-0cil ) ser pai oume4' nesta idade *ue se -orma uma identidade pro.ssional adulta#encontrando um lugar grati.cante no mundo do tra+alho'@e"er%se% desen"ol"er -ormas adultas de +rincar# isto )# manter%seem contacto com a criana de cada um de n3sH' :o se de"ees*uecer *ue o +rincar ) a +ase do in"entar# do criar# do desco+rir#essenciais na ati"idade art0stica e cient0.ca'!oma%se consci6ncia da limitao do tempo e da morte pessoal# de

    -orma integrada'

    1.0 A meia/idade e as tarefas eol*tias

    Aceitao do corpo *ue en"elhece Aceitao da limitao do tempo e da morte pessoal Manuteno da intimidade ea"aliao dos relacionamentos elacionamentos com os .lhos7 dei/ar ir# atingir igualdade# integrar

    no"os mem+ros elao com seus pais7 in"erso de pap)is# morte e indi"iduao E/erc0cio do poder e posio7 tra+alho e papel de instrutor

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    :o"os signi.cati"os# ha+ilidades e o+&eti"os dos &ogos na meia%idade Preparao para a "elhice'

    1. Aspetos estr*t*rais e f*ncionais da meia/idade

    Principais desenolimentos2 As mulheres entram na menopausa

    (corre certa deteriorao da sa1de -0sica e decl0nio daresist6ncia e per0cia

    Sa+edoria e capacidade de resoluo de pro+lemas prticos soacentuadas capacidade de resol"er no"os pro+lemas declina

    Senso de identidade continua a desen"ol"er%se

    @upla responsa+ilidade de cuidar dos .lhos e pais idosos podecausar stress

    Partida dos .lhos tipicamente dei/a o ninho "a$io Para alguns# sucesso na carreira e ganhos atingem o m/imo

    para outros ocorre um esgotamento pro.ssional Busca do sentido da "ida assume import8ncia -undamental

    Para alguns# pode ocorrer a crise de meia%idade'

    Alguns aspetos "is0"eis7 ugas

    Ca+elos +rancos

    eduo da agilidade eduo da -ora -0sica

    Falta de .rme$a nas mos e pernas Perda de sensi+ilidade no tato

    @iminuio da capacidade de audio

    @iminuio da capacidade de "iso

    Altera5es no ol-ato e paladar

    Do$ torna%se mais .na A art)ria coronria com o passar dos anos tende a estreitar#

    tornando%se em parte +lo*ueada' A inade*uada circulaosangu0nea no c)re+ro produ$ s)rios dist1r+ios da personalidadeem pessoas idosas'

    Mudanas no sistema ner"oso'

    eduo da e.ci6ncia respirat3ria

    Com o en"elhecimento o tempo de reao torna%se mais lento eo idoso so-re algumas perdas de mem3ria'

    En"elhecimento psicol3gico7

    :o processo do en"elhecimento as mudanas +iol3gicas#

    causam grande impacto no psi*uismo do indi"0duo#

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    Fatores ligados , idade2as mudanas +iol3gicas

    *ue ocorrem ao longodos anos4

    Fatores ligados , hist3ria2mudanas sociais#

    econ3micas e pol0ticas*ue alteram as

    condi5es concretas de"ida das pessoas4

    Fatores ligados aoacontecimento de "ida2"ariam de pessoa parapessoa relati"amente ,sua ocorr6ncia ou no# ,

    sua -orma e aomomento em *ue

    ocorrem 2e/' di"3rcio#re-orma# doenas'''4

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    modi.cando%lhe a sua autoimagem e determinando o seua&ustamento no meio en"ol"ente'

    ( amor e respeito pelo mundo do indi"0duo so -atores "itaispara a preser"ao da identidade psicol3gica' Estes

    elementos so su.cientes para o controlo das necessidadesemocionais da pessoa idosa# no entanto nem sempre estodispon0"eis# originando assim um pro+lema' @este modo )importante preser"ar um con&unto de "alores na "ida doidoso para *ue ele sai+a ultrapassar os seus pro+lemas'

    P(OCE33O ,E E4VELHECI5E4TO

    Podemos# ainda salientar *ue o en"elhecimento se concreti$amediante tr6s -ormas'

    ( normal aus6ncia de patologia +iol3gica e mental s)ria

    ( patol3gico a-etado por doenaT patologia gra"e

    En"elhecimento 3timoT +em%sucedido so+ condi5es-a"or"eis e prop0cias ao desen"ol"imento psicol3gico'

    VELHICE A3PECTO3 3OCIAI3

    1.6 A elhice e a sociedade

    Velhice e envelhecimento !onceitos e "n#lise

    Margarida Borges Pires Pgina U

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    $itos %" velhice (in&cio %" velhice e "'ti%es %" velhicene*"tivi%"%es %" velhice isol"mento e soli%+o n" velhice)

    - velhice ho.e em %i" %i/cilmente se 'o%e com'"r"r com um ent"r%ecertr"nuilo

    'er4eit"mente 'oss&vel ho.e em %i" 'erm"necer n" terceir" i%"%e e "in%" est"r4&sic" e ment"lmente "tivo

    ( conceito de "elhice remete%nos# em primeira anlise# para a noode idade indiciando *ue a "elhice se constitui num grupo de idadehomog)neo' A idade no ) um -ator *ue pode# por si s3# medir astrans-orma5es dependentes do en"elhecimento' Acrescenta *ue as

    altera5es surgidas com a idade dependem tam+)m do estilo de "ida*ue cada um te"e ao longo do seu percurso'As ra$5es apontadas pela (rgani$ao Mundial de Sa1de *ue-undamentam *ue a idade dos K anos e mais ser"e para de.nir aspessoas como idosas# "o no sentido de *ue com o a"ano da idade#aumentam os riscos do su&eito# associando%os ,s modi.ca5es -0sicas#ps0*uicas e sociais inuenciadas por -atores intr0nsecos e e/tr0nsecosao su&eito'Identi.camos os "ariados sentidos *ue o conceito idade podeassumir7% Idade cronol3gica como sendo a *ue se re-ere ao tempo *ue decorreentre o nascimento e o momento presente' ( signi.cado a*uiatri+u0do d%nos indica5es so+re o per0odo hist3rico "i"ido pelapessoa se# contudo# -ornecer indica5es pr)"ias so+re o estado dee"oluo da mesma% Idade &ur0dica *ue corresponde , necessidade social de esta+elecernormas de conduta e determinar *ual a idade em *ue o su&eitoad*uire determinados direitos e de"eres perante a sociedade% Idade -0sica e +iol3gica *ue tem em conta o ritmo a *ue cada

    indi"0duo en"elhece% Idade psicoa-ecti"a *ue reete a personalidade e as emo5es de umsu&eito# no tendo esta limites em -uno da idade cronol3gica% Idade social# relacionada , sucesso de pap)is *ue a sociedadeatri+ui a uma pessoa e *ue corresponde ,s suas condi5essocioecon3micas'Associando os -undamentos destas de.ni5es constatamos *ue todaselas incluem# na sua de.nio# a inu6ncia *ue a interao do su&eitotem com os padr5es de "ida *ue o rodeia e sociali$a' ( -ator idade

    no ser"e para esclarecer *uem ) "elho e *uem o no )'

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    Algumas e/press5es usadas no dom0nio comum da sociedadeocidental mostram a di.culdade em romper com os preconceitos7!enho rugas# estou a .car "elhoHV no tenho -ora para nada'H

    (s anos "o passando'H:o -a$em nada e esto a tirar o lugar aos mais no"os'H( tra+alho no anda# esto todos "elhos'HA &u"entude# de ho&e# no sa+e nada' :o nosso tempo ) *ue eraH

    @e uma maneira geral# a sociedade "6 a "elhice como uma -ase dedecl0nio intelectual 2a mem3ria est -racaH# uma -ase na *ual adem6ncia se instala 2estado de con-uso# es*uecimento e mudanasna personalidade irre"ers0"el4' uma -ase na *ual h uma mudanade estatuto a re-orma' Isto signi.ca mais tempo li"re ou a adoo deno"os pap)is e uma no"a realidade -0sica# econ3mica e social'As mudanas corporais caracter0sticas da "elhice so7

    Apar6ncia -0sicaT cor do ca+elo cin$entaT +ranca Wrgos dos sentidos 2d).ce auditi"o so+retudo no homem#

    diminuio da capacidade de -ocali$ao dos o+&etos e outros4 M1sculos# osso e mo+ilidade 2diminuio do peso e tonicidade

    muscular# diminuio da altura# aparecimento de osteoporose# etc'4 Wrgos internos 2diminuio da capacidade de -uncionamento do

    corao pela perda da tonicidade muscular e ainda modi.cao do

    sistema imunitrio# dado o decl0nio na produo de anticorpos4'@i"ersos pro+lemas cogniti"os aparecem na "elhice e podero noser ree/o da idade# mas de -atores# tais como7 depresso#inati"idade# e-eitos secundrios de medicao# isolamento social#po+re$a# -alta de moti"ao# -alta de cuidados pessoais':o passado eram os mais "elhos *ue desempenha"am o papel de-ormadores na transmisso de e/peri6ncias e conhecimento'

    Estas e/press5es so+re a "elhice representam um -en3meno recente#

    associado ,s trans-orma5es econ3micas e sociais pro"ocadas pelae"oluo Industrial com in0cio no s)c' NDIII'As pessoas mais "elhas transmitiam a sa+edoria# a e/peri6nciainerente aos modos de produo 2ensina"am um o-0cio aos maisno"os4'Ap3s a e"oluo Industrial# com o aumento da longe"idade#associado ao desen"ol"imento cient0.co e tecnol3gico# os idosostornou%se um peso# um o+stculo e um encargo' Com a a&uda damedicina# atualmente a terceira idade ) uma parte consider"el da

    populao'

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    A partir da*ui a -uno social da -am0lia perdeu import8ncia dandolugar ao aparecimento de um grupo de idade os mais "elhos recondu$indo%o para um estatuto de inutilidade'A "elhice torna%se "is0"el e de e/presso p1+lica' Coloca%se# assim# a

    *uesto de sa+er como e *uem assume a responsa+ilidade destegrupo etrio# passando a ser encarado como um -en3meno socialpass0"el de resposta sociais'

    A longe"idade de"e%se , melhoria da *ualidade das condi5esecon3micas e sociais e ao aumento dos n0"eis gerais de higiene esa1de'Per7odo Lon"eidade at*al Lon"eidade f*t*ra,a inf8ncia

    p*$erdade

    U >U Anos % =U Anos

    9oens ad*ltos >U ;U Anos =U U AnosIdade mad*ra ;U U Anos U UU AnosIdoso A partir dos K anos UU >U Anos

    1.: 5itos da elhice

    o6es

    Estere3tipo % (s estere3tipos so crenas

    socialmente compartilhadas a respeito dosmem+ros de uma categoria social# *ue sere-erem a suposi5es so+re ahomogeneidade grupal e aos padr5escomuns de comportamento dos indi"0duos*ue pertencem a um mesmo grupo social'Sustentam%se em teorias impl0citas so+re os-atores *ue determinam os padr5es deconduta dos indi"0duos# cu&a e/presso maise"idente encontra%se na aplicao de&ulgamentos categ3ricos# *ue usualmente se -undamentam emsuposi5es so+re a e/ist6ncia de ess6ncias ou traos psicol3gicosintercam+i"eis entre os mem+ros de uma mesma categoria social'

    Estigma social % ) uma -orte desapro"ao de caracter0sticas oucrenas pessoais *ue "o contra normas culturais' Estigmas sociais-re*uentemente le"am , marginali$ao'

    Drios mitos at) ho&e cercam a condio da "elhice' @entre eles7

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    $ito %" 7enili%"%e % Sup5e *ue a "elhice e a en-ermidadeandam &untas' A maioria da populao anci ) considerada comuma sa1de incapacitada# associando "elhice com senilidade oudeteriorao mental' A "elhice precisa ser "ista como parte do

    ciclo "ital e *ue o en"elhecimento comea logo ap3s onascimento' As limita5es no so en-ermidades'

    $ito %o sol"mento 7oci"lH % Acredita ser a e/cluso# o repouso#a solido# o melhor para a "ida do idoso' E/iste a*ui umacon-uso *ue mistura o -ato de um idoso no poder maisreali$ar tare-as produti"as e remuneradas como se esta -osse a1nica -orma de interao social *ue se pode produ$ir'

    $ito %" nutili%"%eH % :asce de uma sociedade capitalista ondeas pessoas "alem pelo *ue elas produ$em e pelo *ue elas

    conseguem possuir em -uno disto' um mito totalmente+aseado na produo material e na gan8ncia' $ito %" Pouc" !ri"tivi%"%e e %" !"'"ci%"%e P"r" -'ren%erH %

    A.rma *ue as pessoas em idade a"anada no t6m maiscapacidade' certo *ue os idosos contam com maior lentido eno possuem mais tanta ateno# mem3ria e agilidade' Por)mso capa$es de aprender muito# o *ue se necessita ) criaroutras -ormas de ensino *ue se "oltem para as necessidades eha+ilidades ancis' :o se pode *uerer de um ancio *ueaprenda como uma criana ou um &o"em'

    $ito %" -sse:u"li%"%eH % nasceu de ta+us culturais e deatitudes de muitos pro.ssionais' As pessoas "elhas so &ulgadascomo carentes de dese&os se/uais e# no caso de mani-estaremeste dese&o# so tidas como anormais' Se &ulga *ue ase/ualidade e as rela5es se/uais este&am reser"adas para os&o"ens e geralmente se/ualidade ) con-undida com genitlia# eno "ista como uma dimenso do ser humano *ue estpresente sempre'

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    9m conceito mais recente *ue de.ne a "elhice como uma -ase doprocesso e"oluti"o# "em su+stituindo na maioria das sociedades oantigo signi.cado do en"elhecer# conceito *ue tra$ia toda uma cargade negati"idade' A "elhice no se constitu0a o+&eto de preocupao

    social# antes# os idosos eram tratados com atitudes .lantr3picas e+ene"olentes com o intento de ocultar os "alores negati"os *ue asociedade *ue se moderni$a"a lhe impunha' Considera"a%se o idosocomo algu)m *ue e/istiu no passado# *ue reali$ou o seu percursopsicossocial e espera o momento -at0dico para sair da cena do mundo'Atualmente# a "elhice passa a ser o+&eto de cuidado e atenoespeciais# *ue eram certamente ine/istentes nos 1ltimos dois s)culos'A mudana *ue se o+ser"a nas rela5es *ue a sociedade esta+elececom a "elhice# no se "eri.ca apenas pela mudana de "alores# maspelo aumento da esperana de "ida de"ido ao progresso da medicina*ue com todo o seu aparato tecnol3gico en-renta as doenas cr3nicas-a"orecendo a longe"idade e contri+uindo dessa -orma como um dos-atores para o aumento signi.cati"o da populao idosa#principalmente nos pa0ses &o"ens'( aumento da -ai/a populacional considerada idosa tem e/igido dassociedades e do poder p1+lico um no"o e sens0"el olhar so+ a -ormade in"estimento em pol0ticas sociais *ue contemplem o idoso em suasnecessidades +io psicossociais'A sociedade e o estado no podem mais ignorar o idoso# *ue se

    tornou ator na cena pol0tica e social# rede.nindo imagensestereotipadas nas *uais a "elhice aparece associada , solido#doena# "iu"e$ e morte# en-ati$ando essa -ase de "ida como umacondio des-a"or"el# muitas "e$es indese&ada'9ma iniciati"a *ue a*ui# como em outros pa0ses se "em -omentandoso as 9ni"ersidades A+ertas da !erceira Idade# institui5es p1+licas e

    pri"adas *ue t6m tra$ido paradentro de seus espaos um n1merocada "e$ maior de idosos *ue

    procuram retomar o seu lugar nasociedade# participando comosu&eitos de sa+er e no apenascomo o+&etos de estudo'Drios so os preconceitos# mitos eideias err3neas so+re o en"elhecer

    *ue somados ,s mudanas# perdas e incerte$as *ue acompanhamesta etapa da "ida# trans-ormam%se em "erdadeiros XFantasmas doEn"elhecerX' Isso di.culta a relao das pessoas com essa no"a

    imagem# le"ando%as a re&eitar o en"elhecimento como um Xprocessodin8mico# gradual# natural e ine"it"el'

    Margarida Borges Pires Pgina K

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    (utro preconceito *ue di.culta ao idoso lidar com o processo deen"elhecimento ) a associao de "elhice , en-ermidade' :essesentido# ) importante lem+rar *ue o en"elhecimento ) um processoindi"idual# 1nico# inuenciado pela hist3ria +iopsicossocial do

    indi"0duo'Mas so poucas as en-ermidades pr3prias do en"elhecer# a pessoa*ue en"elhece adoece como *ual*uer outro' ( *ue se recomenda )uma maior ateno , sua sa1de -0sica e ps0*uica e o est0mulo aoautocuidado uma "e$ *ue as suas de-esas esto diminu0das#ocorrendo maior e/posio ,s doenas'A ideia de en-ermidade incorporada ao imaginrio da pessoa *ueen"elhece# le"a%a a perce+er%se doente e incapa$# a resignar%se comeste estado# negando%se a aceitar os limites naturais e resistindoassim a desco+rir -ormas mais saud"eis de con"i"er com eles'

    :a medida em *ue se o-erece ao idoso e , sociedade em geralin-orma5es so+re o processo natural do en"elhecimento ealternati"as para um en"elhecer ati"o# esse imaginrio "ai%semodi.cando' Essa ) uma tare-a *ue de"e desa.ar toda essapopulao de idosos *ue ingressa nesse no"o s)culo'Baseada nas modi.ca5es intelectuais *ue podem ocorrer com oen"elhecimento principalmente em relao , mem3ria# tem%se a -alsaideia de *ue h uma completa deteriorao das -un5es cogniti"as#perdendo assim# o idoso a sua capacidade de aprendi$agem' Este

    preconceito tem suas ra0$es tam+)m numa "iso ainda ho&edeturpada da educao *ue se destina aos &o"ens com o o+&eti"o deos preparar para competir no mercado de tra+alho# isto )# paraprodu$ir' Por isso# parece to estranho a .gura do idoso ocupando umlugar nas salas de aula# nas o.cinas# disputando "agas nasuni"ersidades e at) mesmo no mercado de tra+alho' certo# con-orme mostram os estudos so+re este aspeto doen"elhecimento# *ue a capacidade de aprender na idade maisa"anada no ) a mesma *ue na &u"entude# por)m mais uma "e$ )preciso retomar o conceito de Xdi-erenteX ao *ual nos re-erimos antespara aceitar a ideia de *ue os idosos continuam a aprender de outra-orma# com outro ritmo# com outros interesses'( preconceito em relao , se/ualidade ) um dos *ue mais pesamso+re a pessoa *ue en"elhece' @ois -atores *ue inuenciam estascrenas7

    a di.culdade em distinguir se/ualidade e genitalidade *ue a se/ualidade ) pr3pria para a &u"entude'

    9ma das -ormas de reconhecimento do corpo relaciona%se com asprimeiras e/peri6ncias de contato do +e+) com a me o *ue

    inuencia na aceitao da imagem corporal e na perceo do corpocomo -onte de pra$er' Ao en"elhecer a imagem desse corpo

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    dececiona na medida em *ue sup5e uma desiluso no outro' Istopro"oca um trauma *ue ) agra"ado ainda mais pela cultura de"alori$ao da est)tica e da imagem -0sica como se "6 atualmente'@a0 a import8ncia de resgatar outros Xc3digos perceti"os e sensoriaisX

    como o c3digo ttil e do contato com o pr3prio corpo e o dosemelhante' A imagem corporal des-a"or"el de si inuencia aati"idade se/ual e como nos mostra Simone de Beau"oir#;m" outr" b"rreir" < " 'ress+o %" o'ini+o - 'esso" i%os" %obr"=se"o i%e"l convencion"l ue lhe < 'ro'osto >eme o esc?n%"lo, ousim'lesmente o ri%&culo >orn"=se escr"v" %@ o ue v+o %iAernterioriA" "s obri*"6es %e %ecnci" e %e c"sti%"%e im'ost"s 'el"socie%"%e 7eus 'rC'rios %ese.os " enver*onh"m, e el" os ne*" (Be"uvoir# U# p'==4X'Sa+emos *ue as modi.ca5es .siol3gicas *ue ocorrem com o

    en"elhecimento contri+uem para a diminuio das respostas aosest0mulos como a ereo do p)nis# a lu+ri.cao da "agina e outras'( dese&o# a capacidade de e/citar%se e alcanar o orgasmo mant6m%se# por toda a "ida numa pessoa saud"el# org8nica epsicologicamente'A mulher *ue sempre -oi "0tima dos mitos e ideias err3neas so+re amenstruao# a gra"ide$ e o parto e cu&a educao r0gida a impediude "i"er o pra$er# "6 %se nessa -ase da "ida# impedida# pela -am0lia epela sociedade# de e/ercer o direito , sua se/ualidade' !orna%se

    asse/uada' Em+ora se sai+a *ue Xbiolo*ic"mente " se:u"li%"%e %"mulher < menos "tin*i%" 'el" velhice %o ue " %o homem 2Beau"oir#U# p';>K4# para elas# chegar , menopausa signi.ca no s3 pararde reprodu$ir# mas# a+dicar de toda possi+ilidade de pra$er'uanto ao homem# a *uem -oi dado todo o direito ao se/o#en"elhecer signi.ca diminuir o seu poder e isto torna%se mais penosopara ele do *ue para a mulher' Para am+os# so+ pena de serem "istoscomo anormais# dese&o# pra$er# ati"idade se/ual# esto proi+idosnegando a se/ualidade como uma -uno humana *ue est presente

    em todas as -ases do desen"ol"imento com caracter0sticas di-erentesem cada uma delas'A aceitao das mudanas e a +usca de in-orma5es so+re oen"elhecimento a&udam a diminuir a inu6ncia negati"a dospreconceitos so+re a se/ualidade uma "e$ *ue estes t6m mais poderde inter-er6ncia do *ue as modi.ca5es decorrentes da idade'Para muitas pessoas o -ato de o idoso e"ocar as suas lem+ranas )sinal de *ue as suas -un5es intelectuais esto a entrar emdeteriorao'X-reminiscnci" 'ermite recor%"r 'ens"n%oou rel"t"n%o 4"tos, "tos

    ou vivnci"s %o '"ss"%o um" "tivi%"%e 's&uic" univers"l,necess#ri" n" velhice 'orue 4"vorece " inte*r"6+o %o '"ss"%o "o

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    'resente, re4or6"n%o " i%enti%"%e Pro'ici" e:ercit"r " memCri",resi*ni/c"r " vi%" e ".u%" " m"nter " memCri" coletiv" Portanto#recor%"r < um 'rocesso vit"l, norm"l e s"u%#vel %o envelhecer %iAVi*uer"

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    Mito

    Y Imagem negati"a da "elhice'Y Fre*uenteme nte associada ,

    doena# morte#improduti"idade# d epend6ncia#

    decad6ncia e solido'Y Criana para +rincar# adulto

    para tra+alhar e o "elho paradescansar' X:o ) para asenhora -a$er nada# tem *uedescansar'''X

    Y A mem 3ria e a intelig6nciadiminuem com a idade'X@emente'''X

    Y ( "elho no aprende# )desatento# no presta ateno anada' XCaduco'''X

    Y Delho asse/uado# perde ointeresse e a capacidade

    se/ual' XDelho dep ra"ado T"elha assan hada'''X

    Y Delho no tem -uturo' V deu o*ue tinha *ue dar' XIsso no )mais para m im'''X

    Y Delho "olta a ser criana'XAgora ela ) *ue ) a m inha.lha' o meu + e+)'''X

    Y ( "elho s3 de"e con"i"er com"elho'

    Y ( "elho "i"e do passado' X:omeu tempo'''X X:o ) do meutempo'''X

    Fato

    Y A "elhice ) um a etapa "italpeculiar' E/istem "elhos ati"os#sadios# participantes'

    Y @oena# inati"idade e morte

    pode oco rrer em *ual*uer -ai/aetria'Y!odas as idades# to da s as

    -un5es' Pro&eto de "ida n o s3para descansar# nem p ara "i"ers3 por coisas -1teis' ( "elhopode +rincar# tra+alhar edescansar'

    Y :o diminuemnecessariamente# masmodi.cam%se' :ecessidade dee/ercitar a mem 3riacontinuamente' Produointelectual# art0stica#

    em presarial# social# religiosa#pessoas com mais de K anos'Y Apreendem e prestam ateno

    ao *ue lhes interessa# ao *uecorresponde ,s suasnecessidades# aos seus an seios'E/istem "elhos *ue ocntinuam aprodu$ir a n0"el econ3m ico#social# cultutal e a rt0stico'

    Y Bela5es se/uais mantidas'(corre reduo da -re*u6ncia#-alta de interesse# de parceiros'

    Y As pessoas de"em preparar%separa en"elhecer# -a$er planos e

    pro&etos' ( pro&eto da "idapressup5e criati"idade#autonomia# educaopermanente'

    Y ( "elho ) uma pessoas *ueen"elheceu# com a sua hist3riade "ida# o seu passado# tem umpresente# e ) ne cessrioconstruir um -uturo sem anularas outras etapas da "ida' Ama ioria das pessoas "eem a"elhice# desconsiderando todauma hist3ria de "ida'

    Y Zaos de ami$ade -a$em +em

    ao corpo e alma' ( ser humano) um ser social' Grupos daterceira idade# grupos da igre&a#centros de con"i"6ncia soimportantes' Mas no de"eocorrer s3 entre idosos# e/iste anecessidade do entrelaam entode gera5es'

    Y Muitas "e$es o presente e o-uturo no so promissores'Como com petir com a atecnologia e o mun doglo+ali$ado[ :o e ntanto )poss0"el a pessoa idosa m anter%se a tuali$ada# ada ptar%se a

    di-erentes situa5es'

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    A *ualidade de "ida dos idosos so-re os e-eitos de numerosos -atores#entre eles o preconceito dos pro.ssionais# -amiliares e dos pr3priosidosos em relao , "elhice' ?# assim# a necessidade de tra+alharesses mitos desde a in-8ncia# atra")s dos meios de comunicao

    social# nas escolas# nas -am0lias' -undamental estimular a5es *ue promo"am educaogerontol3gica continuada# "isando com+ater a maior -orma de"iol6ncia7 o Preconceito contra a Delhice' S3 assim ser poss0"elconstruir uma sociedade li"re de discriminao# neglig6ncia# maustratos# e/plorao e opresso'H 2Machado \ ueiro$# >UU>4

    1.; (epresenta

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    -s'etos sociolC*icos :as sociedades primiti"as os idosos eram"enerados# -onte de sa+edoria e e/peri6ncia# ho&e hou"e in"erso de"alores# os idosos so marginali$ados e perdem sua "alori$aosocial' A sociedade "em assistindo mudanas em relao , imagem

    do idoso' Em parte# de"ido ao aumento da e/pectati"a de "ida e ospro+lemas decorrentes do despreparo *uanto a *ue atitudes de"emser tomadas tanto no *ue di$ respeito a aspetos sociais de ateno asa1de como a um sistema pre"idencirio *ue os apoie' Atitudespreconceituosas t6m -eito da terceira idade um -ardo aos *ue apossuem' ( ideal no ) simplesmente prolongar a "ida como aci6ncia tem -eito# mas *ue ha&a condi5es -a"or"eis a uma "idadigna onde no ha&a omisso *uanto ,s condi5es do idoso' A"erdade ) *ue a "elhice no ) um pro+lema social# mas a -orma com*ue a sociedade tem lidado com ela tem tra$ido pro+lemas sociais' Apossi+ilidade de a5es multidimensionais# tendo em "ista ascaracter0sticas da "elhice e das suas determinantes +iopsicossociaisassustam%nos# principalmente a partir do momento da nossaconscienti$ao de *ue tam+)m passaremos por esse processo *uenos coloca a uma pe*uena dist8ncia da morte# respons"el por nos+anir de uma sociedade *ue pensamos depender de n3s# mas *uenos transcende' A morte +iol3gica signi.ca o .m do organismohumano# mas o ser social s3 dei/a de e/istir a partir do momento em*ue uma s)rie de cerim3nias de despedida ) reali$ada e a sociedade

    rea.rma a sua continuidade sem ele' E/iste grande di-erena entreconceitos pensados como sin3nimos' En"elhecimento# idoso e "elhicedistinguem%se *uanto aos seus aspetos' ( en"elhecimento ) oprocesso *ue ocorre durante o curso da "ida# onde h modi.ca5es+iol3gicas# psicol3gicas e sociais' ( ser humano modi.ca%sesomaticamente do nascimento at) a morte' ( idoso geralmente )especi.cado pelo tempo cronol3gico# mas e/istem *uest5es -0sicas#-uncionais# mentais e de sa1de *ue podem inuenciar' ( idoso ) oresultado do processo de desen"ol"imento# do seu curso de "ida' Fa$

    parte de uma consci6ncia coleti"a' A "elhice ) a 1ltima -ase doprocesso de en"elhecimento' um conceito a+strato# sendoimposs0"el delimit%la em tempo ou em caracter0sticas'

    Cada pessoa teme mais um certo aspeto da morte' A.rma%se *ue sede"e considerar a morte so+ duas conce5es7

    ' A morte do outro7 o medo do a+andono# en"ol"endo aconsci6ncia da aus6ncia e da separao'

    >' A pr3pria morte' A consci6ncia da pr3pria .nitude# a -antasia de

    como ser o .m e *uando ocorrer'

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    Ao pensar a sua morte# cada pessoa pode relacion%la a um dosseguintes aspetos7

    a4 Medo de morrer7 uanto , pr3pria morte# surge o medo doso-rimento e da indignidade pessoal' Em relao , morte dooutro ) di-0cil "er o seu so-rimento e desintegrao# o *ueorigina sentimentos de impot6ncia por no se poder -a$er nada'

    +4 Medo do *ue "em ap3s a morte7 @iante da pr3pria morte e/istea ameaa do desconhecido# o medo de no ser e o medo +sicoda pr3pria e/tino' Em relao ao outro# a e/tino e"oca a"ulnera+ilidade pela sensao de a+andono'

    ( *ue parece mais temido na morte depende da )poca de "ida decada um e das circunst8ncias do momento como# por e/emplo7 o

    perigo eminente de"ido a situa5es e/ternas de guerras# crimes#"iol6ncia pertur+a5es internas *ue ameaam o su&eito# como medose -o+ias# ou mesmo a morte de algu)m'

    Para alguns a morte amedronta# pois ) "ista como .m ou como perdada consci6ncia id6ntica ao adormecer# desmaiar ou perder o controlo'( medo da morte pode conter tam+)m o medo da solido# daseparao de *uem se ama# o medo do desconhecido# o medo do&ulgamento pelos atos terrenos# o medo *ue possa ocorrer aosdependentes# o medo da interrupo dos planos e -racasso em

    reali$ar os o+&eti"os mais importantes da pessoa' So tantos osmedos# *ue algum sem d1"ida -a$ parte da nossa "ida'

    (s -atores *ue mais inuenciam# no sentido de conter o medo damorte# so7 a maturidade psicol3gica do indi"0duo# a sua capacidadede en-rentamento# a orientao e o en"ol"imento religiosos *ue possater e a sua pr3pria idade'

    esumo7

    Momento trgico 2"iu"e$# re-orma# etc'4

    utura a n0"el pessoal# -amiliar e social

    @i.culdade em adaptar%se

    Espera emocional negati"a 2desiluso com a "ida# ins3nias#depresso4Alterao do grupo de amigos

    A "elhice tra$ consigo a perspeti"a de morte' Mesmo com oaumento da esperana de "ida ) sempre um per0odo .nito' Esta

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    .nitude passa a ser mais consciente com a chegada da "elhice' Aperda de amigos# -amiliares e de pessoas de re-er6ncia socialre-ora esta carater0stica'

    uando e/iste uma doena gra"e# ou outra condio de sa1de#incluindo aspetos -0sicos# mentais e sociais *ue gera so-rimento# amorte passa a ser no s3 uma pro+a+ilidade mas tam+)m umaalternati"a'

    1.1= Pro$lemas sociais da elhice1.11 A pessoa idosa no >nal do s?c. @@

    ( en"elhecimento tornou%se uma *uesto social e urgente':as 1ltimas d)cadas# os a"anos da medicina e a melhoria da*ualidade de "ida contri+u0ram para o aumento da e/pectati"a de"ida da populao' Esta situao modi.cou a pir8mide etria# *ue seestreitou na +ase 2in-8ncia e adolesc6ncia4# e se alargou no topo2"elhice4# pelo aumento da e/pectati"a de "ida e a diminuio damortalidade in-antil'

    Contudo# a modernidade ) parado/al7 ao mesmo tempo *ue ae/pectati"a de "ida aumenta# os idosos "i"em num mundo estranhopara eles' Al)m de preparar os idosos para essa no"a con.guraosocial# a sociedade de"e%se reestruturar e reeducar%se para rece+6%los'A representao da pessoa idosa so-reu modi.ca5es atra")s da

    hist3ria de"ido ,s mudanas sociais *ue rei"indica"am pol0ticassociais para a "elhice e a criao de no"as categorias adaptadas ,

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    condio moral e )ticaH do "elho' :o s)c' NIN# na Frana# a "elhicecaracteri$a"a as pessoas *ue no podiam assegurar o -uturo.nanceiro# sendo designadas de acordo com a sua posio social7"elhoH ou "elhoteH para os despossu0dos *ue no podiam "ender o

    seu tra+alho e idososH para a*ueles com prest0gio e posses'?o&e# a representao da "elhice ) marcada pela insero doindi"0duo de mais idade na produo# estando "inculada , in"alide$ e, incapacidade de produ$ir' ( termo "elhoH# na maioria das "e$es#est carregado de conota5es negati"as# sendo empregado parare-orar a e/cluso social da*ueles *ue no produ$em mais dentrodos moldes das sociedades capitalistas'A partir dos anos U# mudanas em Frana tornaram os "oc+ulos"elhoH e "elhoteH pe&orati"os# sendo suprimidos dos te/tos o.ciais esu+stitu0dos pelo termo idosoH# trans-ormando a representao das

    pessoas mais en"elhecidas'Surge# ento# um no"o "oc+ulo para designar o grupo7 a terceiraidadeH# etapa interposta entre a re-orma e a "elhice' Entretanto# acolocao de todos os idosos so+ o r3tulo de terceira idade tem criadono"os recortes como o "elho &o"emH e o &o"em "elhoH' A terceiraidade torna%se categoria classi.cat3ria de uma classe heterog)nea#mascarando a realidade social'Assim# constatando%se o prolongamento da "ida sem a melhoria dassuas condi5es# torna%se o idoso um estor"o social -ace , economia

    capitalista'As categorias de idade so constru5es hist3rico%sociais' A terceiraidadeH# por e/'# ) uma criao das sociedades ocidentaiscontempor8neas# implicando na criao de uma no"a etapa de "ida#acompanhada de agentes# institui5es e mercados especiali$ados'(s recortes de idade tra$em a associao de prticas sociais'Esta+elecem direitos e de"eres# de.nem di-erenas entre gera5es#distri+uem poder e pri"il)gios# o *ue pode ser perce+ido na idadepara entrada e sa0da do mercado de tra+alho# para "otar# para casar#para morrer 2socialmente4# para estudar# etc'

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    A idade geracional# por e/'# esta+elece%se culturalmente#independentemente da estrutura +iol3gica e dos estdios dematuridade' A ideia de gera5es sup5e pessoas *ue "i"enciaram asmesmas )pocas# e a mudana de gerao implica mudanas de

    comportamento# na produo de uma mem3ria coleti"a e construode uma tradio' (s idosos ati"os# atra")s das suas prticas sociais#contri+uem para essa mudana de comportamento e criao de umamem3ria coleti"a# a ser"io da resist6ncia , "elhice e ao estigma do"elhoH improduti"o e dependente':uma cultura estruturada no modo produti"o# a sa0da do mercado detra+alho modi.ca radicalmente a "ida das pessoas# diminuindo%seo+riga5es tra+alhistas e -amiliares# seguindo%se mais rpido emdireo , "elhice social' Com a criao da re-orma# o ciclo de "ida )modi.cado em tr6s etapas7 a in-8ncia e adolesc6ncia 2tempo de-ormao4# a idade adulta 2tempo de produo4 e a "elhice 2tempo derepouso4'A re-orma pode ser rece+ida de di-erentes -ormas pelos idosos7 uns

    aceitam%na como recompensa pelosanos em *ue tra+alharam# outrosrece+em%na de -orma negati"a#associando%a ao a-astamento social e ,perda do papel produti"o# tornando%seum sintoma social do en"elhecimento'

    :a sociedade atual# prega%se orespeito aos mais "elhos en*uanto se

    e/ige deles um lugar para os &o"ens na produo# pois a "alori$aodo pro.ssional ) proporcional , sua &u"entude e capacidade deproduo'A-astando%se do processo produti"o# o idoso torna%seresponsa+ilidade do Estado *ue lhe paga a re-orma':o"as estrat)gias para a transio para a re-orma precisam de sercriadas com o o+&eti"o de preparar as pessoas para a mudana# de-orma a se programarem para alcanar no"os pro&etos de "ida ap3s are-orma'A "elhice# na sociedade industrial capitalista# tem .cado , margemdos interesses produti"os' ( idoso tem sido re&eitado# e somentea*ueles com prest0gio social e de classes -a"orecidas podem es*ui"ar%se da marginalidade social atra")s dos seus +ens acumulados' Seridoso neste conte/to ) lutar para continuar a ser homem# paraso+re"i"er# sendo impedido de lem+rar e ao mesmo tempo so-rendoas ad"ersidades de um ser *ue gradualmente se desagrega'A sociedade industrial atri+ui , "elhice a manuteno de pap)is

    sociais do passado# relacionados , -ora produti"a# e *ue nocorrespondem mais ao idoso' :esta sociedade# os idosos no podem

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    errar' @eles esperamos in.nita toler8ncia# perdo# ou uma a+negaoser"il para a -am0lia' Momentos de c3lera# de es*uecimento# de-ra*ue$a so duramente co+rados aos idosos e podem ser o in0cio doseu +animento do grupo -amiliar'

    :a "elhice# a di.culdade de reali$ar tare-as .ca e"idente7 asdist8ncias mais longas# as escadas mais di-0ceis de su+ir# as ruas maisperigosas para atra"essar' ( mundo torna%se uma ameaa e -alhasso condenadas# tornando o idoso inseguro# com medo da solido eda marginali$ao social'A relao dos -amiliares com o idoso tam+)m se modi.cou'epresentado como -rgil# ) poupado de discuss5es e decis5es-amiliares' @esta -orma# )%lhe negado a possi+ilidade de conitoatra")s da a+dicao do dilogo' Isto contri+ui para *ue ele reclamedo a+andono dos .lhos e sinta%se +anido e re&eitado'

    Conscienti$ar%se de *ue en"elhecer ) um processo natural nosigni.ca aceitar a "elhice' Poucos so os idosos *ue conser"am a&o"ialidade do esp0rito# a alegria de estar "i"o# a esperana no -uturo#sem re"oltar%se com a no"a situao'(s "alores &u"enis ho&e di-undidos t6m -eito com *ue o idoso se sintain1til e indese&ado# tornando%se depressi"o# ansioso# introspeti"o eree/i"o# pensando no tempo *ue -alta "i"er' A "elhice torna%se ru0na#uma "e$ *ue no se conser"a os padr5es de &u"entude eternamente'!udo isto le"a , criao de estere3tipos *ue caracteri$am o

    en"elhecimento7 ser improduti"o# incapa$ de aprender# doente#e/igindo cuidados# in-erior ao &o"em' Isto cria um a+ismo e umconito de gera5es entre &o"ens e idosos'

    ( homem tende a a+andonar o espao do tra+alho para o espaodom)stico# a mulher tende a se adaptar melhor , "elhice# pois no sea-asta tanto da es-era pri"ada do lar' Elas tendem a conce+er a"elhice com tran*uilidade# li+erdade e -elicidade# sem a autoridadecomum dos maridos# e sem preocupao com o espao p1+lico' Paraeles# a "elhice tende a tradu$ir%se pela deso+rigao do tra+alho#

    possi+ilidade de des-rute e la$er'?omens tendem a a"aliar a sua idade pela produo no tra+alho e asmudanas na sa1de# en*uanto as mulheres a a"aliam de acordo comas mudanas no n1cleo -amiliar 2sa0da dos .lhos# chegada dos netos#etc'4':a "elhice ) preciso sa+er reetir so+re o "i"ido# assumindo no"asposturas# como o resgate de "alores e modos de "i"er ainda noassumidos o rompimento de rotinas# a retomada de planos de "idaincompletos o resgate de dese&os pessoais o retorno ,s emo5es e

    sentimentos e a reconstruo da identidade pessoal e social com+ase em no"os interesses e moti"a5es' A "ida ) um &ogo de ganhos

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    e perdasH e o pro+lema da "elhice tem sido no sa+er tirar pro"eitodesse &ogo# pois ao interpretar a "ida# em compreender o outro# emser sens0"el e em perce+er o *ue ) essencial# em desco+rirha+ilidades# e em dedicar%se ao outro' En"elhecer no ) seguir um

    caminho & traado mas# pelo contrrio# constru0%lopermanentemente'Em -uno das suas representa5es sociais so+re a "elhice# idososassumem prticas sociais *ue "alori$am ou no a si mesmos' Parauns# ser idoso ) comear a adoecer# no "er +em# es*uecer tudo#deprimir%se# sentir%se in-erior e perder o entusiasmo pela "ida' Paraoutros# ) tempo de no"as e/peri6ncias e con*uistas# de con"0"io comamigos# "iagens# a&uda aos outros e desen"ol"imento de capacidades'

    1.1# 5*danas de atit*des do idoso frente a elhice

    ?o&e# interesses em como "i"er o m/imo poss0"el# morrerdignamente# encontrar au/0lio no en"elhecimento# participar dedecis5es da comunidade e -am0lia# e prolongar o respeito eautoridade# so comuns e o+ser"ados entre os idosos' Estesinteresses con.guram uma no"a postura em relao aoen"elhecimento atra")s da participao em causas *ue deemsigni.cado , "ida'A d)cada de U o-ereceu um no"o tipo de poder aos idosos' Pore/emplo# os no"os "alores so+re a sa1de# *ualidade de "ida elonge"idade' A "elhice tornou%se um in"estimento' Idosos com +oasituao econ3mica t6m mais tempo li"re para des-rutar a "ida#passando a encarar a "elhice positi"amente' (s idosos so li+ertadosdas o+riga5es -amiliares e ocupacionais# e# por outro lado# t6moportunidades para des-rute pr3prio# oportunidade deautoconstruo# de +usca de independ6ncia e melhoria da *ualidadede "ida'A imagem do a"O contador de hist3rias ) cada "e$ menos aparente'?o&e# um homem de KU ou U anos no ) idoso# pensamento comumd)cadas atrs' A capacidade de ao# autonomia nos cuidadosconsigo mesmo# participao social e disposio para no"os pro&etos

    esto a modi.car "alores# e os idosos so "alori$ados pelascapacidades de ao e &o"ialidade' A pala"ra de ordem ) a pre"enodo en"elhecimento na &u"entude'9m no"o estilo de "ida surge entre os idosos' Eles preocupam%se coma dieta# o "esturio# a apar6ncia corporal e a atuali$ao com o *ueacontece no mundo' ?o&e est a surgir um no"o idoso' Atra")s deuma postura mais ati"a# o idoso redireciona a "ida e a procurano"idades *ue proporcionam satis-ao e o "alori$am socialmente'( grande desa.o da "elhice ) aceitar%se a si mesmo# despo&ando%sede estere3tipos sociais impostos# no temendo o aparecimento dosprimeiros .os de ca+elos +rancos# pois a "elhice ) inerente ,

    e/ist6ncia' @e"emos "i"er a nossa temporalidade# no nossu+metendo a uma cronologia medida arti.cialmente atra")s dos

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    r3tulos' ( homem ) um ser ine"ita"elmente direcionado para morrer#o *ue o -a$ atuar na sociedade de maneira en"ol"ente# at) atingir a"elhice# *uando a li+erdade do dei/ar est plenamente desen"ol"ida'

    1.1% Enelhecimento atio

    o6+o a capacidade das pessoas *ue a"anam em idade teremuma "ida produti"a na sociedade e na economia *ue *uer di$er *uepossam determinar a -orma como reparam o tempo entre asati"idades de aprendi$agem# o tra+alho# o la$er e os cuidados aoutros'Assenta na possi+ilidade de os indi"0duos poderem optar por manter

    uma ati"idade remunerada ou no'( pro&eto de uma "ida adultaprolongada re"ela%se um desa.opessoal *uem sou eu# onde estou#para onde "ou' E/ige es-oro# )e/presso de li+erdade e deautonomia# est associado ao conceitode progresso# tenta controlar o -uturo#altera a perceo do tempo e permiteencarar a realidade como relacional'Foram identi.cados comportamentos

    *ue classi.caram como mais -a"or"eis# *uer , reconstruo doslaos sociais# *uer dos pap)is e dos estatutos# com e-eitos positi"osno en"elhecimento e na pre"eno dos riscos7 riscos sociais

    2isolamento e solido4 riscos am+ientais 2+arreiras# ha+itaodesade*uada4 riscos de sa1de 2incapacidades e depend6ncias4'Agrupam%se em dois grandes grupos7 Internos 2autoestima#capacidade de relao com os outros# satis-ao pessoal4 e e/ternos2rendimentos# redes de insero# acesso , tecnologia# acesso aoscuidados de sa1de# a ser"ios de pro/imidade4'( en"elhecimento ati"o tem representado uma estrat)gia dego"ernao dos sistemas de segurana social# de -orma a retardareTou a e"itar as sa0das precoces do mercado de tra+alho'Em relao , e"oluo dos pensionistas de "elhice# no casoportugu6s# no hori$onte U%>U>U# as estimati"as apontam para um

    aumento de cerca de U] deste grupo# ao mesmo tempo *ue ospensionistas de so+re"i"6ncia apontam UU]'

    As m1ltiplas *uest5es a en-rentar# decorrentes das mudanas naestrutura das popula5es com alongamento da "ida adulta so7emprego# .nanciamento das re-ormas# modos de "ida# rela5essociais# solidariedades e cooperao entre gera5es# ha+itat#co+ertura dos riscos de sa1de# entre outras'Melhorar os n0"eis de sa1de# de escolari$aoT *uali.cao e deacesso a oportunidades de desen"ol"imento pessoal ao longo da "ida

    so -atores essenciais de sustenta+ilidade de sociedades comaumentos da longe"idade sem paralelo na hist3ria'

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    Implementar uma pol0tica de en"elhecimento o+riga a um es-orodecidido no sentido da eliminao das -ormas de segregao pelaidade'Pol0ticas de emprego# de -ormao ao longo da "ida# de rendimentos#de in-ormao# de acesso a cuidados de sa1de 2pre"enti"os# curati"os

    e de rea+ilitao4 e de acesso a ser"ios sociais entendem%se comoestrat)gias de promoo da *ualidade de "ida de todos os cidadosde todas as idades'

    En"elhecer de uma -orma ati"a de"e ser entendido como um direito eum de"er *ue a todos congrega7 indi"0duos pelo incenti"o ,cidadania# coleti"o pela assuno de pol0ticas integradoras# dediscriminao positi"a 2anti e/cluso4# de garantia de direito ,autodeterminao e , participao na "ida das comunidades e dasociedade# e +em assim , o-erta de cuidados ade*uados ,

    preser"ao da autonomia' !odas as pessoas idosas# mesmo emsituao de depend6ncia# de"em poder en"elhecer permanecendoati"as' necessrio preca"ermo%nos contra o risco de pri"ilegiar aspessoas idosas mais &o"ens em detrimento das pessoas muito idosase de ter +em presente *ue a relao entre ati"idade e sa1de2nomeadamente a estimulao mental4 mant)m%se "lida para asmuito idosas'

    ( in"estimento na pre"eno da doena# dasincapacidades e da perda de compet6nciasconstituem ei/os de maior import8ncia'Acessi+ilidades# adaptao ao ha+itat#

    comunicao# ser"ios de pro/imidade# soei/os estrat)gicos orientados para a*ualidade de "ida de todos e

    conse*uentemente do en"elhecimento de todos de -orma ati"a# comdignidade e segurana' As condi5es ha+itacionais no de"emsa+otar a situao de sa1de e a autonomia das pessoas idosas' dese&"el *ue a ha+itao para as pessoas idosas o+edea acaracter0sticas e normas espec0.cas# designadamente em termos depro&eto# sistemas de a*uecimento# segurana e con-orto# e ainda ,scaracter0sticas locais# tais como ser"ios de pro/imidade e outras-acilidades num am+iente social e natural agrad"el# conducente ,interao de todas as pessoas de todas as idades'(s cuidados e os transportes t6m impactos signi.cati"os nacapacidade das pessoas idosas "i"erem de -orma independente'A *ualidade de "ida de todas as pessoas depende# para al)m de-atores econ3micos# de -atores sociais e espaciais das nossas aldeias#"ilas e cidades' 2(:9# ?a+itat II# 4

    A *ualidade da inter"eno social pode medir%se pela li+ertao doso-rimento e do isolamento# pela dinami$aoT integrao em redesde socia+ilidade# pela promoo de pro&etos de "alori$ao das

    capacidades dos indi"0duos e do seu desen"ol"imento pessoal e pelou/o das trocas interpessoais e intergeracionais'

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    A inter"eno social numa estrat)gia de en"elhecimento ati"oorienta%se para o +ene-0cio de todos ao contri+uir para oreconhecimento do "alor social dos *ue en"elhecem e para umamaior "isi+ilidade das trocas e da partilha do patrim3nio econ3mico#socia e cultural entre gera5es'

    -l*uns conceitos im'ort"ntes

    A*tonomia ) a ha+ilidade de controlar# lidar e tomar decis5espessoais so+re como se de"e "i"er diariamente# de acordo com assuas pr3prias regras e pre-er6ncias'Independncia )# em geral# entendida como a ha+ilidade dee/ecutar -un5es relacionadas , "ida diria isto )# a capacidade de"i"er independentemente na comunidade com alguma ou nenhumaa&uda de outros'

    B*alidade de ida ) a perceo *ue o indi"0duo tem da suaposio na "ida dentro do conte/to da sua cultura e do sistema de"alores de onde "i"e# e em relao aos seus o+&eti"os# e/petati"as#padr5es e preocupa5es' um conceito muito amplo *ue incorporade uma maneira comple/a a sa1de -0sica de uma pessoa# o seuestado psicol3gico# o seu n0"el de depend6ncia# as suas rela5essociais# as suas crenas e a sua relao com caracter0sticasproeminentes no am+ienteH 2(MS# ;4' ^ medida *ue um indi"0duoen"elhece# a sua *ualidade de "ida ) -ortemente determinada pelasua ha+ilidade de manter autonomia e independ6ncia'

    Epetatia de ida sa*dDel) uma e/presso geralmente usadacomo sin3nimo de e/petati"a de "ida sem incapacidades -0sicasH' (tempo de "ida *ue as pessoas podem esperar de cuidados especiais )e/tremamente importante para uma populao em processo deen"elhecimento'

    Os fatores determinantes do enelhecimento atio2

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    Fatores determinantes trans"ersais7 a cultura e o g)neroA cultura modela a nossa -orma de en"elhecer# pois inuencia todosos outros -atores determinantes do en"elhecimento ati"o'(s "alores culturais e as tradi5es determinam muito como umasociedade encara as pessoas idosas e o processo de en"elhecimento#elas t6m menor pro+a+ilidade de o-erecer ser"ios de pre"eno#deteo precoce e tratamento apropriado':os pa0ses asiticos# a regra cultural ) a "alori$ao de -am0lias

    ampliadas e a "ida em con&unto em lares com "rias gera5es damesma -am0lia'(s -atores culturais tam+)m inuenciam na +usca decomportamentos mais saud"eis'As pol0ticas e os programas precisam de respeitar culturas e tradi5ese# ao mesmo tempo# desmisti.car estere3tipos ultrapassados ein-orma5es err3neas'( g)nero ) uma lenteH atra")s do *ual se considera a ade*uao de"rias op5es pol0ticas e o e-eito destas so+re o +em%estar doshomens e das mulheres'( papel tradicional das mulheres como respons"eis pelos cuidados

    com a -am0lia pode condu$ir ao aumento da po+re$a e de pro+lemasde sa1de *uando .cam mais "elhas' Por outro lado# homens &o"ens eadultos esto mais su&eitos a les5es incapacitantes ou morte de"ido ,"iol6ncia# riscos ocupacionais e ao suic0dio' !am+)m assumemcomportamentos de maior risco 2+e+er# -umar4'

    Fatores comportamentais determinantesA adoo de estilos de "ida saud"eis e a participao ati"a nocuidado da pr3pria sa1de so importantes em todos os estdios da"ida'

    9m dos mitos do en"elhecimento ) *ue ) tarde demais para se adotaresses estilos nos 1ltimos anos de "ida' Pelo contrrio# o en"ol"imento

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    em ati"idades -0sicas ade*uadas# alimentao saud"el# a a+stin6nciado -umo e do lcool# e -a$er uso de medicamentos corretamentepodem pre"enir doenas e o decl0nio -uncional# aumentar alonge"idade e a *ualidade de "ida do indi"0duo'

    Fatores determinantes relacionados a aspetos pessoaisA +iologia e a gen)tica t6m uma grande inu6ncia so+re o processode en"elhecimento'A ra$o principal dos idosos .carem doentes com mais -re*u6ncia *ueos &o"ens ) *ue de"ido , "ida mais longa# -oram e/postos por maistempo a -atores e/ternos# comportamentais e am+ientais *ue causamdoenas do *ue os indi"0duos mais no"os'(s -atores psicol3gicos# *ue incluem a intelig6ncia e a capacidadecogniti"a# so ind0cios -ortes de en"elhecimento ati"o e longe"idade'@urante o processo de en"elhecimento normal# algumas capacidades

    cogniti"as diminuem# naturalmente# com a idade' Entretanto# essasperdas podem ser compensadas por ganhos em sa+edoria#conhecimento e e/peri6ncia'?omens e mulheres *ue se preparam para a "elhice e se adaptam amudanas -a$em um melhor a&uste na sua "ida depois dos U anos'A maioria das pessoas .ca +em%humorada , medida *ue en"elhece e#em geral# os idosos no di-erem muito dos &o"ens no *ue se re-ere ,capacidade de solucionar pro+lemas'

    Fatores determinantes relacionados ao am+iente -0sico@e"e%se dar uma particular ateno aos idosos *ue moram em reas

    rurais 2cerca de U] no mundo todo4# onde os tipos de doena podemser di-erentes em -uno das condi5es de am+iente da -alta deser"io de a&uda dispon0"el' A ur+ani$ao e a migrao dos &o"ensem +usca de emprego podem dei/ar o idoso isolado em reas ruraiscom poucos meios de se manter# e pouco ou nenhum acesso aser"ios sociais e de sa1de'Ser"ios de transporte p1+lico acess0"eis e +aratos so necessriosem reas rurais e ur+anas' Isso ) especialmente importante para osidosos com pro+lemas de mo+ilidade'(s perigos no am+iente -0sico podem causar les5es incapacitantes e

    dolorosas nos idosos# e as mais -re*uentes so decorrentes de*uedas# inc6ndios e +atidas nos autom3"eis'(s padr5es de construo de"em le"ar em conta as necessidades desa1de e segurana das pessoas idosas# como os o+stculos nasresid6ncias *ue aumentam o risco de *uedas precisam ser corrigidosou remo"idos'

    Fatores determinantes relacionados ao am+iente socialApoio social# oportunidades de educao e aprendi$agempermanente# pa$ e proteo contra a "iol6ncia e maus tratos so-atores essenciais do am+iente social *ue estimulam a sa1de#

    participao e segurana# , medida *ue as pessoas en"elhecem'

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    Fatores econ3micos determinantesendaProteo social

    !ra+alhoEm todo o mundo# se mais pessoas pudessem ter# o *uanto antes emsua "ida# oportunidades de tra+alho digno 2com remuneraoade*uada# em am+ientes apropriados# e protegidos contra riscos4#iriam chegar , "elhice ainda capa$es de participar da -orca detra+alho' Assim# toda a sociedade se +ene.ciaria' Em todas as partesdo mundo# h um aumento do reconhecimento da necessidade de seapoiar a contri+uio ati"a e produti"a *ue idosos podem dar e -a$emno tra+alho -ormal# in-ormal# nas ati"idades no%remuneradas emcasa e em ocupa5es "oluntrias':os pa0ses desen"ol"idos# o ganho potencial do incenti"o para aspessoas mais "elhas tra+alharem mais tempo no est sendo +em

    entendido' Mas *uando o 0ndice de desemprego est alto# h-re*uentemente uma tend6ncia a redu$ir o n1mero de tra+alhadoresmais "elhos como meio de se criar empregos para os &o"ens'Contudo# a e/peri6ncia mostrou *ue a aposentadoria antecipadausada para dar espao a no"os empregos para os desempregadosno -oi uma soluo e.ca$':os pa0ses menos desen"ol"idos# os idosos tendem a se mantereconomicamente ati"os na "elhice pela necessidade' :o entanto#industriali$ao# adoo de no"as tecnologias e mo+ilidade domercado de tra+alho esto ameaando muito do tra+alho tradicionaldos idosos# especialmente nas reas rurais' (s pro&etos de

    desen"ol"imento precisam garantir *ue idosos se&am *uali.cados

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    para es*uemas de cr)dito e plena participao nas oportunidades degerao de renda'!anto nos pa0ses em desen"ol"imento *uanto nos desen"ol"idos# osidosos algumas "e$es responsa+ili$am%se pela administrao do lar epelo cuidado com crianas# de -orma *ue os adultos &o"ens possam

    tra+alhar -ora de casa'Em todos os pa0ses# os idosos *uali.cados e e/perientes atuam como"oluntrios em escolas# comunidades# institui5es religiosas# neg3ciose organi$a5es pol0ticas e de sa1de' ( tra+alho "oluntrio +ene.ciaos idosos ao aumentar os contatos sociais e o +em%estar psicol3gicoe# ao mesmo tempo# o-erece uma rele"ante contri+uio para ascomunidades e na5es'

    1.1+ ,esa>os de *ma pop*lao em processo deenelhecimento

    (s desa.os de uma populao em processo de en"elhecimento soglo+ais# nacionais e locais' Superar esses desa.os re*uer umplaneamento ino"ador e re-ormas pol0ticas su+stanciais tanto empa0ses desen"ol"idos como em pa0ses em transio'

    'L @esa.o7 A carga dupla de doenas^ medida *ue as na5es se industriali$am# mudanas nos padr5es de"ida e tra+alho so ine"ita"elmente acompanhadas por umatrans-ormao nos padr5es das doenas' Essas trans-orma5esapresentam maior impacto nos pa0ses em desen"ol"imento' Aindalutando contra doenas in-eciosas# desnutrio e complica5es

    puerperais# esses pa0ses en-rentam um rpido crescimento dasdoenas no transmiss0"eis' Esta carga dupla de doenasH redu$ osrecursos & escassos ao seu limite'Esta mudana no padro de doenas transmiss0"eis para as notransmiss0"eis est ocorrendo rapidamente na maioria dos pa0sesdesen"ol"idos# onde as doenas cr3nicas# como cardiopatias# cancro edepresso esto cada "e$ mais se tornando as principais causas demorte e in"alide$' Esta tend6ncia ir crescer nas pr3/imas d)cadas'

    >'[email protected] ( maior risco de de.ci6ncia:os pa0ses desen"ol"idos e em desen"ol"imento# as doenas cr3nicasso causas importantes e dispendiosas de de.ci6ncia e pior *ualidadede "ida' A independ6ncia de pessoas mais "elhas ) ameaada*uando de.ci6ncias -0sicas ou mentais di.cultam a e/ecuo deati"idades *uotidianas'Com o passar dos anos# os portadores de de.ci6ncias tendem aencontrar mais o+stculos relacionados ao processo deen"elhecimento'@i"ersas pessoas desen"ol"em alguma de.ci6ncia mais tarde# *ue serelaciona ao desgaste do processo de en"elhecimento 2por e/emplo#artrite4 ou ao in0cio de uma doena cr3nica# *ue poderia ter sido

    e"itada 2e/7 cancro de pulmo# dia+ete e doena "ascular peri-)rica4#ou uma doena degenerati"a 2e/7 dem6ncia4'

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    A pro+a+ilidade de so-rer s)rias de.ci6ncias cogniti"as e -0sicasaumenta dramaticamente em pessoas de idade muito a"anada'Entretanto# as doenas associadas ao processo de en"elhecimento eo in0cio de doenas cr3nicas podem ser pre"enidas ou adiadas'Algumas mudanas na comunidade so importantes# tanto na

    pre"eno de de.ci6ncias como na reduo das restri5es *uepessoas com incapacidade geralmente en-rentam' (+ser"ou%se umprogresso impressionante no tratamento a longo pra$o de doenascr3nicas como hipertenso e artrite# incluindo no"as t)cnicas paradiagn3stico e tratamento precoces' (s estudos recentes en-ati$aram*ue o aumento do uso de acess3rios desde simples acess3riospessoais# como +engala# andarilho e corrimo# at) tecnologiasdese&adas por toda a populao como tele-ones podem redu$ir adepend6ncia entre portadores de de.ci6ncia'(utras de.ci6ncias relacionadas , idade incluem perda de "iso e

    audio' As mais -re*uentes causas de cegueira e de.ci6ncia "isualrelacionadas , idade incluem catarata 2*uase KU] de todos os tiposde cegueira4# glaucoma# degenerao macular e retinopatia dia+)tica'A perda auditi"a le"a a uma das de.ci6ncias mais di-undidas#especialmente entre pessoas idosas' Essa perda pode causardi.culdades de comunicao# o *ue por sua "e$ pode le"ar ,-rustrao# +ai/a autoestima# recluso e isolamento social'Como as popula5es do mundo todo "i"em por mais tempo# h umanecessidade premente de pol0ticas e programas *ue a&udem apre"enir e redu$ir a carga de de.ci6ncias na "elhice tanto em pa0sesdesen"ol"idos como na*ueles em desen"ol"imento'

    =L @esa.o7 Pro"iso de cuidado para popula5es em processo deen"elhecimento^ medida *ue as popula5es en"elhecem# um dos maiores desa.osda pol0tica de sa1de ) alcanar um e*uil0+rio entre o apoio aoautocuidadoH 2pessoas *ue cuidam de si mesmas4# apoio in-ormal2cuidado por -amiliares e amigos4 e cuidado -ormal 2ser"io social ede sa1de4' (s cuidados -ormais incluem cuidados de sa1de primrios2prestados principalmente na comunidade4 e cuidados institucionais2em hospitais ou casas de repousos4'9ma +oa parte dos cuidados *ue os indi"0duos necessitam pode serproporcionada por eles mesmos ou pelos cuidadores in-ormais# e amaioria dos pa0ses aplica seus recursos .nanceiros de uma -ormain"ersa# ou se&a# a maior parcela das despesas ) utili$ada comcuidados institucionais'Em todo o mundo# os -amiliares# amigos e "i$inhos 2a maioriacomposta por mulheres4 do mais apoio e assist6ncia para os mais"elhos *ue necessitam de cuidados' Alguns legisladores temem *uese propiciarem mais cuidado -ormal# as -am0lias se en"ol"am menos#mas alguns estudos demonstraram *ue no ) +em assim' uando hpro"iso de cuidados -ormais ade*uados# a assist6ncia in-ormal

    permanece como o principal aliado'

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    A maioria das pessoas idosas *ue necessitam de cuidados pre-ere seratendida na sua pr3pria casa' Como a proporo de idosos aumentaem todos os pa0ses# "i"er em casa at) uma idade mais a"anada ecom a a&uda de -amiliares ir se tornar cada "e$ mais comum'As in-orma5es e instru5es so+re o en"elhecimento ati"o precisam

    ser incorporados ao curr0culo e aos programas de treinamento paratodos os tra+alhadores das reas sociais# de sa1de# de recreao#planeamento ur+ano e ar*uitetura'

    ;'L @esa.o7 A -emini$ao do en"elhecimentoAs mulheres "i"em mais do *ue os homens em *uase todos oslugares' Este -ato reete%se na maior ta/a de mulheres por homensem grupos etrios mais "elhos'As mulheres t6m a "antagem da longe"idade# mas so "0timas mais-re*uentes da "iol6ncia dom)stica e de discriminao no acesso ,

    educao# salrio# alimentao# tra+alho signi.cati"o# assist6ncia ,sa1de# heranas# medidas de seguro social e poder pol0tico' Essasdes"antagens cumulati"as signi.cam *ue as mulheres# mais *ue oshomens# tendem a ser mais po+res e a apresentar mais de.ci6nciaem idades mais a"anadas'Por causa de sua posio de cidads de segunda%classe# a sa1de dasmulheres mais idosas ) geralmente negligenciada ou ignorada' Al)mdisto# muitas mulheres possuem pouca ou nenhuma renda de"ido aosanos de tra+alho no remunerado' ( cuidado -amiliar )-re*uentemente suprido em detrimento da segurana econOmica e da+oa sa1de na idade mais a"anada'

    K'L @esa.o7 tica e ini*uidadesAlguns a"anos cient0.cos e a medicina moderna suscitaram "rias*uest5es )ticas'Em todas as culturas# os consumidores precisam estar +emin-ormados so+re as -alsas declara5es de produtos antien"elhecimento e os programas *ue so ine.ca$es ou mesmopre&udiciais'As sociedades *ue "alori$am a &ustia social de"em lutar paraassegurar *ue todas as pol0ticas e prticas se&am mantidas e paragarantir os direitos de todas as pessoas# independente da idade'A idade a"anada -re*uentemente e/acer+a outras desigualdadespr)%e/istentes associadas , raa# etnia ou ao g6nero'Para as pessoas idosas e po+res# as conse*u6ncias dessase/peri6ncias anteriores so agra"adas atra")s de outras e/clus5es deser"ios de sa1de# es*uemas de cr)dito# ati"idades geradoras derenda e processos decis3rios' As desigualdades *uanto , ateno ,sa1de ocorrem *uando por5es de popula5es pe*uenas ecomparati"amente pr3speras e em processo de en"elhecimento#especialmente em pa0ses desen"ol"idos# consomem um montantedesproporcional dos recursos p1+licos para seus cuidados'

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    'L @esa.o7 A economia de uma populao em processo deen"elhecimento:ota%se um aumento de custos resultantes da e/ploso doen"elhecimento nos "rios pa0ses'

    R'L @esa.o7 A criao de um no"o paradigma 2modelo4A terceira idade -oi tradicionalmente associada , aposentadoria#doena e depend6ncia' Mas estas ideias no so a realidade# poismuitos idosos ainda se encontram no ati"o' o momento de termos um no"o paradigma# *ue perce+a os idososcomo participantes ati"os de uma sociedade com integrao deidade# contri+uintes ati"os# e +ene.cirios do desen"ol"imento'econhece a import8ncia das rela5es e do apoio entre -amiliares edi-erentes gera5es'e*uer programas *ue apoiem o aprendi$ado em todas as idades e

    permitam ,s pessoas entrar e sair do mercado de tra+alho paraassumir o papel de cuidadores em di-erentes momentos'Essa a+ordagem apoia a solidariedade entre as gera5es e -ornecemaior segurana para crianas# pais e pessoas idosas'Educar os &o"ens so+re o en"elhecimento e cuidar da manutenodos direitos das pessoas mais "elhas iro a&udar a redu$ir e eliminar adiscriminao e o a+uso'

    1.10 3er elho ho-e' no meio r*ral e no meio *r$anoEm primeiro lugar# de"emos distinguir o idoso rural do idoso ur+ano'Em segundo lugar# de"emos olhar o idoso no conte/to da -am0lia#

    incluindo .lhos e netos'Finalmente# de"ero ser analisadas as rela5es sociais comple/as -orada -am0lia'Assim# o idoso# no meio rural# era uma .gura pri"ilegiada no seio dacomunidade' ^ sua .gura esta"a ligada toda a hist3ria -amiliar epatrimonial -ossem ricas ou po+res# as -am0lias mantinham no seuseio o idoso' ( seu patrim3nio constitu0a como *ue uma garantia deassist6ncia "elhice' Em+ora a di"iso do patrim3nio resultasse deum sistema de desigualdades no seio das comunidades# a "erdade )*ue idoso# atra")s do seu patrim3nio# esta"a presente na -am0lia egeria os seus +ens at) ao dia em *ue morria' :a -am0lia# o idoso erauma ponte de ligao ou relacionamento com a gerao seguinte'Este modelo rural comeou a ser alterado h dois s)culos atra")s daindustriali$ao e conse*uente crescimento das sociedades ur+anas#e a maior parte dos idosos de ho&e & -ogem ao per.l anterior een*uadram%se no per.l do *ue chamamos de idoso ur+ano' ( idosour+ano de-ronta%se com "rios pro+lemas resultantes de "i"er nacidade moderna# o maior dos *uais ) a solido'A solido ) mais do *ue o resultado do a+andono a *ue alguns .lhos"otam os pais' A -uga dos &o"ens para as peri-erias na procura deuma melhor *ualidade de "ida e de sucesso material a todo o custo#

    retira%lhes tempo para outras ocupa5es# nomeadamente para ocon"0"io com a -am0lia' ( idoso ) o elo mais -raco da -am0lia# e por

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    isso o primeiro a ser posto no .m da cadeia de rela5es -amiliares'A isto h *ue &untar o en"elhecimento da populao ur+ana' (en"elhecimento da populao ur+ana ) um -en3meno relati"amenterecente e muito intenso# *ue resulta da ida das no"as gera5es para+airros no"os' :a cidade .cam os idosos'

    Esta situao de"er ser mudada7 a soluo est na alterao da.sionomia das cidades# e na mudana de atitude perante os idosos'(s cidados# nas suas respostas sociais# t6m de aceitar *ue asociedade tem um de"er de gratido a cumprir com a*ueles *ueprotagoni$aram o 6/odo rural da d)cada de U e *ue .$eram cresceras cidades' :o caso dos centros hist3ricos# a soluo est na suareno"ao ur+ana# de modo a *ue os &o"ens se ./em l'

    1.1 (espostas instit*cionais1.16 Pensar noas respostas

    Cada "e$ mais# torna%se -undamental manter a pessoa idosa no seumeio social tendo em "ista o seu +em%estar -0sico# ps0*uico eemocional' @esta -orma# *uestiona%se cada "e$ mais ainstitucionali$ao da pessoa idosa como resposta social pre"alente#"eri.cando%se uma tend6ncia para a atuao con&unta dos "riosorganismos institucionais# *uer a n0"el nacional como a n0"el local no

    sentido de criar respostas alternati"as , institucionali$ao do idoso'Criaram%se nos 1ltimos anos respostas tais como7 os ser"ios deapoio domicilirio# centros de dia e de con"0"io# e at) mesmo osser"ios de acolhimento domicilirio' A n0"el nacional# as respostassociais institucionais e/istentes podem caracteri$ar%se segundo doistipos7 o acolhimento permanente *ue englo+a os e*uipamentos decolocao institucional de idosos# tais como7 os lares# as resid6ncias e-am0lias de acolhimento o acolhimento temporrio# de carcter noinstitucional# re1ne os ser"ios de apoio e acompanhamento local dosidosos# tais como7 os ser"ios de apoio domicilirio'Cada "e$ mais# as institui5es tentam o-erecer ser"ios *uepromo"am um envelhecimento bem-sucedido# *ue potenciem aconser"ao do empenhamento social e do bem=est"r sub.etivo#conceitos estes di-undidos pelos especialistas nesta mat)ria':os 1ltimos anos t6m "indo a reali$ar%se "rios estudos no sentido dese sa+er *uais os -atores *ue mais contri+uem para a melhoria da*ualidade e di"ersidade das respostas sociais *ue permitam umamaior satis-ao das necessidades da pessoa idosa# *uer este&a ouno institucionali$ada' 9m dos estudos mais am+iciosos nestedom0nio -oi condu$ido por Cameron 2RK4 *ue re-ere *ue ossentimentos de -elicidade# de triste$a# e de bem=est"r sub.etivono

    se degradam com a idade e *ue os idosos no t6m uma satis-ao de"i"er in-erior , dos &o"ens' A "aria+ilidade entre os indi"0duos

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    parecem# pelo contrrio# aumentar com o en"elhecimento# nestesentido -ala%se cada "e$ mais de "elhices e no de "elhice# noe/istindo assim a "elhice# mas antes dando 6n-ase , e/ist6ncia daheterogeneidade com *ue cada idoso "i"e o seu pr3prio processo deen"elhecimento# sendo este# altamente inuenciado pelo suporte

    social de *ue disp5e# permitindo ao mesmo tempo a manuteno dasua participao social# tanto *uanto poss0"el'@esde as in"estiga5es de @urJheim 2QR4# *ue o isolamento e aaus6ncia das rela5es com os outros so -atores de predio doscomportamentos suicidas# *ue -oram tam+)m ao encontro dosestudos -eitos com idosos' :este sentido# os e*uipamentos sociaist6m de +asear todas as suas resposta -a$endo com *ue as pessoasperce+am o seu potencial# promo"endo o seu +em%estar -0sico# sociale mental ao longo do curso da sua "ida# o *ue inclui uma participaoati"a dos seniores nos mais "ariados dom0nios da sociedade#

    inter"indo nas *uest5es econ3micas# espirituais# culturais# c0"icas eat) mesmo ao n0"el da participao das pol0ticas sociais'@onald 2R4 -ormulou algumas classes gerais *ue podem ser"ir dere-er6ncia ,s respostas sociais# tais como7 ( +em%estar -0sico# em *ue se destacam os aspetos materiais#

    sa1de# higiene e segurana As rela5es interpessoais# *ue pode incluir a -am0lia# amigos e

    participao na comunidade ( desen"ol"imento pessoal# *ue representa as oportunidades

    de desen"ol"imento intelectual# e autoe/presso As ati"idades recreati"as *ue podem su+di"idir%se em tr6s

    partes7 Sociali$ao# entretenimento# passi"o ou ati"o As ati"idades de carcter espiritual# em *ue esto en"ol"idas# a

    ati"idade sim+3lica# religiosa e o autoconhecimento'Muitos estudos "6m re-erir *ue a *ualidade de "ida# ou -alta destanos idosos# depende em grande medida do -acto dos idosospossu0rem autonomia para e/ecutar as ati"idades do dia%a%dia#manter uma relao -amiliar ou com pessoas signi.cati"as para si# terrecursos econ3micos su.cientes e desen"ol"erTparticipar emati"idades l1dicas e recreati"as continuamente'Segundo Vaco+ 2>UU>4# as respostas sociais tendem a e"oluir# sendo

    *ue os estudos apontam para7 ( aumento da procura deste tipo de ser"ios# ha"endo umele"ado n0"el de procura e/pressa no satis-eita 2lista deespera4 nas "al6ncias para idosos

    ue os atuais centros de con"0"io podero e"oluir para aschamadas uni"ersidades de terceira idade# tornando%se assimmais din8micos# e com uma maior adeso por parte dos idosos#sendo mais ati"os

    Para *ue os Centros de @ia -uncionem todos os dias da semana2.ns de semana e -)rias4 e em horrio mais alargado

    ue os ser"ios de apoio domicilirio tendero a aumentar#

    assim como os ser"ios tendero a -uncionar todos os dias#mesmo no horrio noturno

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    ue os lares tendero a diminuir# tornando%se cada "e$ maisespeciali$ados em grandes dependentes e idosos comdem6ncias

    ue iro surgir mais resid6ncias# "ers5es mais redu$idas 2at) >Kutentes4 e melhorados os lares

    ue o tra+alho com idosos ir ser cada "e$ mais especiali$ado ee/igente

    Para *ue e/ista um aumento +astante signi.cati"o deati"idades de animao para s)nior'

    !endo em conta os estudos reali$ados nesta rea *ue "ieramcontri+uir para encarar de -orma di-erente o processo doen"elhecimento# +em como# as pro+lemticas *ue se colocam# anecessidade de uma -ormao espec0.ca e cont0nua dos recursoshumanos destas institui5es e e*uipamentos sociais# *uer ao n0"eldas che.as# *uer ao n0"el dos seus cola+oradores# tornam%se

    -undamentais' Essa -ormao de"e ser espec0.ca e cont0nua# uma "e$*ue# numa sociedade em constante mudana "o surgindo no"asrealidades e no"as pro+lemticas *ue este tipo de ser"ios de"erdar resposta' Assim# ) necessrio *ue as institui5es e e*uipamentossociais tenham um esp0rito de a+ertura su.ciente -ace ao e/terior# nosentido de estarem em pleno contacto com o meio# sendo capa$esdas necessrias adapta5es# *uer ao n0"el das pol0ticas sociais# *uerao n0"el das respostas *ue e-eti"amente prestam' Assim# e s3 assim#este tipo de ser"ios e e*uipamentos sociais podero colocar outente# o cliente no centro de toda a sua atuao# sendo este oprinc0pio primordial de toda e *ual*uer resposta social# de acordo com

    as no"as orienta5es'

    Em+ora os apoios sociais e .nanceiros dirigidos aos idosos secontinuem a re"elar insu.cientes no nosso pa0s# parece%nos rele"antesalientar algumas -ormas de e*uipamentos dispon0"eis#nomeadamente7 Zares de Idosos e*uipamentos coleti"os de alo&amento

    permanente ou temporrio# destinados a -ornecer respostas aidosos *ue se encontrem em risco# com perda de independ6nciaeTou autonomia'

    A insu.ci6ncia de lares de idosos estatais tem dado origem auma "erdadeira proli-erao de lares pri"ados 2*ue "isamessencialmente .ns lucrati"os4# *ue muitas "e$es -uncionamclandestinamente e sem as condi5es *ue con.ram aos idososo m0nimo de dignidade'

    Zares para Cidados @ependentes constituem respostasresidenciais a idosos# *ue apresentam um maior grau dedepend6ncia 2acamados4'

    Centros de @ia constituem um tipo de apoio dado atra")s daprestao de um con&unto de ser"ios dirigidos a idosos dacomunidade# cu&o o+&eti"o -undamental ) desen"ol"er

    ati"idades *ue proporcionem a manuteno dos idosos no seumeio socio-amiliar'

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