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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Educação Especial Inclusiva
Adriana Tomikawa Queiroz Mirandola
A LEGISLAÇÃO E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA
LINS – SP2010
ADRIANA TOMIKAWA QUEIROZ MIRANDOLA
A LEGISLAÇÃO E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Monografia apresentada à BancaExaminadora do Centro UniversitárioCatólico Salesiano Auxilium, comorequisito parcial para obtenção dotítulo de especialista em EducaçãoEspecial Inclusiva sob a orientaçãodos Professores M.Sc. Paulo SérgioFernandes e M.SC. Heloísa HelenaRovery da Silva.
LINS – SP2010
ADRIANA TOMIKAWA QUEIROZ MIRANDOLA
A LEGISLAÇÃO E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de especialista em Educação Especial Inclusiva.
Aprovado em:____/____/____
Banca Examinadora:
Prof. Orientador M.Sc. Paulo Sérgio Fernandes
Mestre em Letras pela UNESP de Assis - SP
_______________________________________________________________
Profª M.Sc. Heloísa Helena Rovery da Silva
Mestre em Administração pela CNEC/FACECA – MG
_______________________________________________________________
Lins – SP2010
Dedico primeiramente a Deus por me dar forças para poder viver esse
momento de aprendizado.
Ao meu esposo Marcos e aos meus filhos Igor e Ingrid, que me
apoiaram nos momentos mais difíceis.
A minha família, minha mãe Sisuko, minha irmã Tatiane, minha afilhada
Letícia, minha sobrinha Carolina e a minha avó D. Filinha, que não mediu
esforços para que eu pudesse realizar esse sonho.
As minhas parceiras de grupo pela dedicação, paciência e compreensão
em todos os momentos dessa caminhada.
Aos meus amigos e amigas os quais tive a honra e o privilégio de
conhecer nesse curso e que passaram a fazer parte da minha vida.
Adriana
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida e por ter me ajudado
a realizar mais este sonho, iluminando meus passos e me guiando no caminho
da fé.
A Secretaria Municipal de Educação por ter fornecido a oportunidade da
realização dessa especialização.
Aos professores orientadores Paulo Sérgio Fernandes e Heloísa Helena
Rovery da Silva, que com seus conhecimentos me ajudaram, apoiaram e
acreditaram no meu trabalho.
As minha amigas Téia, Sibely, Kátia, Lúcia Helena, Ana Vilma, Daiane,
Denise, Helena, Shirlei, Elza Rita, Marcela, Aparecida, que contribuíram com
seus conhecimentos e acreditaram em meu propósito.
RESUMO
Este trabalho teve por objetivo pesquisar o atendimento das criançascom deficiências na rede regular de ensino do município de Lins. Para isto foirealizada uma entrevista com a Diretora de Ensino, Supervisora de Ensino,Diretora de escola e Professora da Rede Educação Municipal de Educação deLins. Para a compreensão da realidade atual da Educação Especial domunicípio é importante analisar a nova perspectiva da diversidade no âmbito daeducação inclusiva, esclarecer a grande diferença entre os paradigmas daintegração e da inclusão que permearam a história da Educação EspecialBrasileira, entender o modelo Médico, com sua ênfase em terapia e investir naatividade acadêmica numa proposta de Educação Especial segregada doensino regular. Desde a década de 90 o paradigma da Educação Inclusivasuscita diversos questionamentos sobre o modelo tradicional de EducaçãoEspecial, bem como novos desafios para a construção de uma escola dequalidade para todos. Conclui-se que a análise dos dados da pesquisa trouxe àtona a realidade da educação inclusiva em Lins, que a partir das PolíticasPúblicas Municipal, a construção de um sistema educacional inclusivo vemsendo repensado e organizado, implicando uma mudança estrutural dasescolas para que todos os alunos tenham suas especificidades atendidasatravés de ações como: parcerias com outras Secretarias Municipais para oAtendimento Educacional Especializado, contemplação de 10 salas derecursos para oferta do Atendimento Educacional Especializado pelo MEC,Reformas de 8 escolas para acessibilidade, oferta de ônibus adaptado paradeficientes, oferta de Formação Continuada na área de Educação Especial aosespecialistas e professores.
Palavras-chave: História da Educação Especial. Políticas Públicas. EducaçãoInclusiva.
ABSTRACT
This study aimed to research the treatment of children with disabilities inthe regular education of the city of Lins. For this it was done an interview withthe Director of Education, Supervisor of Education, Director of School andTeacher Education Network of Education Department of Lins. To understand thecurrent reality of Special Education of the city, it is important to consider the newperspective of diversity in the context of inclusive education, to clarify theessential difference between the paradigms of integration and inclusion thatpermeated the history of education in Brazil, understand the medical model,with emphasis on therapy and invest in their academic activities in a proposalfor special education segregated from regular education. Since the 90's theparadigm of inclusive education raises several questions about the traditionalmodel of special education, just as new challenges for the construction of aschool for everyone. We conclude that the analysis of research data hashighlighted the reality of inclusive education in which Lins, from the MunicipalPublic Policy, the building of an inclusive education system has beenredesigned and organized, involving a structural change of schools so that allstudents have their specific met by actions like: partnerships with otherMunicipal Departments for specialized educational services, the contemplationof 10 resource rooms to offer specialized educational from MEC, Reforms of 8schools for accessibility, provision of bus wheelchair, supply of ContinuingEducation in Special Education specialists and teachers.
Keywords: History of Special Education. Public Policy. Inclusive Education.
LISTA DE SIGLAS
AEE – Atendimento Educacional Especializado
ANEE – Alunos com Necessidades Especiais
CENESP – Centro Nacional de Educação Especialistas
CNE/CEB – Conselho Nacional da Educação/Câmara da Educação Básica
CORDE – Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de
Deficiências
DPI – Disable Peoples International
FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
MEC – Mistério da Educação e Cultura
ONU – Organização da Nações Unidas
PDE – Programa de Desenvolvimento da Educação
PNE – Plano Nacional de Educação
PNUD – Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas
REI – Regular Education Iniciative
UNESCO – Organização Educacional Científica e Cultural das Nações Unidas
UNICEF – Fundo da Nações Unidas para a Infância
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................
CAPÍTULO I – ASPECTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO
INCLUSIVA ....................................................................................................
CAPÍTULO II – A EDUCAÇÃO INCLUSIVA E SUA DIVERSIDAD E............
2 Integração X Inclusão................................................................................
2.1 O Paradigma da Diversidade..................................................................
CAPÍTULO III – POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO INCLU SIVA......
3 Ações Governamentais para uma Educação Inclusiva...............................
3.1 Entrevista com Especialistas da área da Educação Municipal................
CONCLUSÃO ................................................................................................
REFERÊNCIAS.............................................................................................
APÊNDICES..................................................................................................
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INTRODUÇÃO
A educação inclusiva tem sido um tema profundamente discutido em
todo o mundo. O movimento mundial pela educação inclusiva é uma ação
política, cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de
todos os alunos de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum
tipo de descriminação. Muitos países inscreveram nos seus objetivos a nível da
educação, a promoção da inclusão. Organismos internacionais nomeadamente
as Nações Unidas e a UNESCO, tem produzido declarações que indicam que a
educação inclusiva é não só uma possibilidade, mas um direito dos alunos. De
acordo com Stobäus e Mosquera (2006, p.42), “apesar de inúmeros países
possuírem distintos sistemas educativos, distintas definições culturais e sociais
e distintas definições de necessidades educativas especiais (NEE), a maioria
deles está de acordo que a educação inclusiva é um modelo do futuro.”
O conceito de sociedade inclusiva já vem sendo gradativamenteimplantado em várias partes do mundo, como conseqüência naturaldo processo de implementação dos princípios de inclusão naeducação, no mercado de trabalho, no lazer, recreação, esportes,turismo, cultura, religião, artes, família. (SASSAKI, 1997, p. 167).
A educação inclusiva consiste na idéia de uma escola que não seleciona
crianças em função de suas diferenças individuais, sejam elas orgânicas,
sociais ou culturais. A sua implementação sugere uma nova postura da escola
regular, valorizando a diversidade para que ocorra a inclusão social de forma
efetiva.
É um processo pela qual a sociedade se adapta para poder incluir,em seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidadesespeciais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seuspapéis na sociedade. A inclusão social constitui, então, um processobilateral no qual as pessoas, ainda excluídas, e a sociedade busca,em parceria, equacionar problemas, decidir soluções e efetivarequiparação de oportunidades para todos. (SASSAKI, 1997, p. 41).
A perspectiva da integração de crianças com necessidades educativas
especiais no ensino regular não é nova, “o conceito Necessidades Educativas
Especiais começou a ser utilizado no final dos anos 60, mas não foi capaz de
modificar a concepção de exclusão e segregação da classe dominante”,
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segundo Coll, Palácios e Marchesi (1995 apud STOBAUS; MOSQUERA, 2006,
p.19)
Nos últimos cem anos, verificou-se um processo dolorosamentelento de integração e participação das crianças com deficiências. AEducação Especial passa, neste final de século XX e inicio de XXI,por grandes reformulações, crises e mudanças. (STOBAUS;MOSQUERA, p. 21, 2006).
Nesse período inicia-se o interesse em defesa da educação inclusiva,
provocando a revisão no sistema educacional de ensino através de reuniões
internacionais para a implementação de ações onde a educação chegue a
todos os alunos em contextos regulares e não segregados.
Dentre essas reuniões, destaca-se a Convenção dos Direitos da Criança
realizada em Nova York em 1989; a Conferência Mundial de Educação para
Todos, que aconteceu em Jomtiem (Tailândia) em 1990; a Conferência Mundial
sobre Necessidade Educativas Especiais, desenvolvida em Salamanca
(Espanha), 1994; e, a mais recente no ano de 2000, acontecia em Dakar
(Senegal), com título de Fórum Consultivo Internacional para a Educação para
Todos.
Contanto, a educação especial envolve um amplo processo de
mudanças para a implantação de políticas públicas adequadas que visam a
implementação de sistemas educacionais inclusivos, revertendo as propostas
convencionais de criar programas especiais para atender, de forma segregada,
alunos com necessidades especiais e inserindo os gestores públicos e os
profissionais da educação na elaboração de políticas para todos, que
contemplem a diversidade humana.
Ao reconhecer que as dificuldades enfrentadas nos sistemas de ensino
evidenciam a necessidade de confrontar as práticas discriminatórias e criar
alternativas para superá-las, a educação inclusiva assume espaço
contemporâneo e do papel da escola na superação da lógica da exclusão. A
partir dos referenciais para a construção de sistemas educacionais inclusivos, a
organização de escolas e classes especiais passa a ser repensada, implicando
uma mudança estrutural da escola para que todos os alunos tenham suas
especificidades atendidas. (MEC/SEESP, 2008).
Diante do exposto surge o seguinte questionamento:
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A legislação e as políticas públicas municipais atendem de forma
adequada às Necessidades Educativas Especiais da Educação e sua
diversidade?
Em resposta a tal questionamento levantou-se a hipótese de que as
dificuldades da inclusão escolar de pessoas com necessidades especiais
podem estar diretamente relacionadas pela falta de apoio de políticas publicas
e aplicação adequada da legislação vigente.
Os métodos utilizados para o desenvolvimento da pesquisa foram:
Método de estudo de caso, método de observação sistemática, método
histórico e método de entrevista.
O trabalho fica assim estruturado:
O capítulo I aborda o aspecto histórico da educação inclusiva e sua
evolução no cenário atual. O capítulo II discorre o aspecto da relação entre a
integração e inclusão e sua diversidade. O capítulo III reflete as ações
governamentais para uma educação inclusiva.
Portanto, a pesquisa pretende demonstrar que as práticas educativas
inclusivas realizadas na Rede Municipal de Ensino de Lins estão e/ou não
estão contemplando as diretrizes para que haja um atendimento das
necessidades educativas especiais de forma efetiva.
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CAPÍTULO I
ASPECTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
A segregação de pessoas com deficiência é um aspecto histórico da
humanidade que acontece desde os primórdios até os dias de hoje.
Antigamente em Esparta, na antiga Grécia, as crianças deficientes eram
abandonadas nas montanhas e em Roma eram atiradas nos rios e ao longo do
Idade Moderna, nos países europeus, os ditos deficientes eram associados à
imagem do diabo e aos atos de feitiçaria, eram então perseguidos e mortos
(STOBAUS; MOSQUERA, 2006).
A partir do século XVI, inicia o atendimento à pessoa com necessidades
especiais, quando essas deficiências passam a serem entendidas que não são
questões espirituais e sim objeto da medicina. Principia-se estudos e pesquisas
com indivíduos deficientes. Entre os primeiros estudos sobre tratamento de
pessoas com deficiências estão Jean Itard (1775-1838), na França,
considerado o pai da Educação Especial que investiu grande parte de sua vida
na recuperação de um menino com deficiência mental profunda; Philippe Pinel,
em 1800 que escreve os primeiros tratados sobre atrasados mentais; Esquirol
entre 1780 e 1820, que estabeleceu a diferenciação entre idiotia e demência;
os de Seguin, de 1840 até 1870, que elaborou métodos para a educação de
crianças com atraso mental, que denominou método fisiológico.
Desde essa época até nossos dias fica arraigado o modelo médico da
deficiência que segundo Sassaki (1997, p. 29) “a pessoa deficiente é que
precisa ser curada, tratada, reabilitada, habilitada etc. Afim de ser adequada à
sociedade como ela é, sem maiores modificações.”
Surgem assim as instituições que foram se especializando para atender
pessoas por tipo de deficiência, conhecido como período de segregações
institucionais, segundo Sassaki, (1997).
No século XX, no mundo ocidental começa a educação escolar para o
deficiente mental leve e moderado e a desinstitucionalização, através da
criação de programas escolares para deficiente mental, sendo denominados
Alunos com Necessidades Educacionais Especiais (ANEE), à época chamados
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de excepcionais, de acordo com Stobaus e Mosquera (2006).
No Brasil, em 1961, com a homologação da Lei de Diretrizes e Bases
4024/61, de acordo com o artigo 89 - “Toda iniciativa considerada eficiente
pelos conselhos estatuais de educação, e relativa à educação de excepcionais,
receberá dos poderes públicos tratamento especial mediante bolsas de
estudos, empréstimos e subvenções.” , fica evidente o descompromisso do
governo em relação a Educação Especial.
Na verdade foi uma forma de segregação, pois o atendimento de alunos
com necessidades educativas especiais ficava sob a responsabilidade de
outras instituições particulares subvencionadas pelo governo. O governo
transferia sua responsabilidade, no que se refere à educação dos deficientes
para as Organizações Não Governamentais, visto que foi crescente o número
de instituições filantrópicas criadas nesse período histórico. Criam-se também
nas escolas as classes especiais, fase de categorização e classificação de
deficientes mentais, resultado da aplicação da escala métrica de inteligência , o
teste de QI, criada por Binet e Simon (em 1905). Embora tenha sido em 1973
que criou-se o Centro Nacional de Educação Especial (CENESP), ligado ao
Ministério da Educação e Cultura, que introduziu a Educação Especial no
planejamento das políticas públicas. Nesse período, não se efetiva uma política
pública de acesso universal à educação, permanecendo a concepção de
políticas especiais para tratar da educação de alunos com deficiência.
Em, 1971, a Lei de Diretrizes e Bases para os ensinos de 1º e 2º Graus
faz referência à educação especial apenas no artigo 9º - “Os alunos que
apresentarem deficiências físicas ou mentais, os que encontrarem um atraso
considerável quanto à idade regular de matrícula e os superdotados deverão
receber tratamento especial, de acordo com as normas fixadas pelos
competentes do Conselho de Educação.”, deixando claro que os Conselhos
Estaduais de Educação, garantiriam aos deficientes o recebimento de
tratamento especial nas escolas.
Em meados dos anos 70, o Ministério da Educação e Cultura propôs o
Projeto Prioritário de Reformulação de Currículos para a Educação Especial
para cada área de deficiência e superdotação, na qual a oferta do atendimento
ao excepcional poderia ocorrer em escolas regulares, clínicas ou centros de
reabilitação.
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Essa década representou-se a institucionalização da Educação Especial
em nosso país, com a preocupação do sistema educacional público em garantir
o acesso à escola aos portadores de deficiências, baseada numa Pedagogia e
Psicologia da Aprendizagem no enfoque comportamental. A metodologia de
pesquisa privilegiada era da análise aplicada do comportamento, com ênfase
nos estudos de natureza experimental e semi-experimental, com controle de
variáveis e observação direta do comportamento. Esse foi o momento dos
“métodos e técnicas” e das especificidades da Educação Especial. Porém
apesar dos avanços, este modelo não representou a garantia de ingresso de
alunos com deficiência no sistema de ensino (GLAT; FERNANDES, 2005).
A Educação Especial funcionava como um serviço paralelo, com
métodos ainda de forte ênfase clínica e currículos próprios.
As classes especiais nas décadas de 70 e 80 serviam mais como
espaços de segregação para aqueles que não se enquadravam no sistema
regular de ensino, do que uma possibilidade para o ingresso na rede pública de
alunos com deficiências, cuja maioria ainda continuava em instituições
privadas.
Acompanhando a tendência mundial da luta contra a marginalização das
minorias, começou a consolidar em nosso país, no início da década de 80, a
filosofia da Integração e Normalização.
A ideia de integração surgiu para derrubar a prática da exclusãosocial a que foram submetidas as pessoas deficientes por váriosséculos. […] O princípio da Normalização tinha como pressupostobásico a ideia de que toda pessoa portadora de deficiência mental,tem direito de experienciar um estilo ou padrão de vida que seriacomum ou normal à sua própria cultura. (SASSAKI, 1997, p.30-31)
Em outras palavras, a normalização significa criar ambientes parecidos
com aqueles vivenciados pela população geral dentro das instituições nas
quais as pessoas com deficiências são atendidas.
O modelo segregado de Educação Especial passou a ser questionada a
partir de uma organização não governamental sem fins lucrativos, criada por
pessoas portadoras de deficiência, a Disabled Peoples Internacional (DPI) que
aprovou a sua Declaração de Princípios em 1981 que define equiparação de
oportunidades (apud SASSAKI, 1997, p. 39):
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O processo mediante o qual os sistemas gerais da sociedade, taiscomo o meio físico, a habitação e o transporte, os serviços sociais ede saúde, as oportunidades de educação e trabalho, e a vida culturalsocial, incluídas as instalações esportivas e de recreação, são feitosacessíveis para todos. Isto inclui a remoção de barreiras queimpedem a plena participação das pessoas deficientes em todasestas áreas, permitindo-lhes assim alcançar uma qualidade de vidaigual à de outras pessoas (SASSAKI, 1997, p.39)
Desde então, vários documentos internacionais e nacionais têm
enfatizado esse conceito, dando início à conscientização da sociedade sobre a
necessidade de sua modificação para atender as necessidades de todas as
pessoas.
Em 1988, com artigo 208 inciso III da Constituição Federal que diz: “
atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino.” instituía no âmbito das políticas
públicas educacionais, a Integração, que visa preparar alunos oriundos das
classes e escolas especiais para serem integrados em classes regulares
recebendo, na medida de suas necessidades, atendimento paralelo em salas
de recursos ou outras modalidades especializadas. O deficiente pode se
integrar na sociedade, assim se tornou a matriz política, filosófica e científica da
Educação Especial (GLAT; FERNANDES, 2005).
Este modelo até hoje prevalece em nossos sistemas escolares, pois a
transição da integração para a inclusão é um processo em construção que vem
sendo discutido desde a década dos anos 80.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96, no artigo 59,
preconiza que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos currículo,
métodos, recursos e organização específicos para atender às suas
necessidades; assegura a terminalidade específica àqueles que não atingiram
o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas
deficiências; e assegura a aceleração de estudos do programa escolar.
Num contexto internacional, em meados dos anos 80 inicia-se um
movimento Regular Education Iniciative (REI) nos Estados Unidos, cujo
objetivo era a inclusão na escola comum das crianças com alguma deficiência
e delineavam a necessidade de unificar a educação especial e regular num
único sistema educativo, criticando a ineficácia da educação especial. A
proposta do REI é clara: todos os alunos, sem exceção, devem estar
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escolarizados nas classes de ensino regular, e receber uma educação eficaz
nessas classes. (SÁNCHEZ, 2005)
Também em outras partes do mundo, o movimento de integração escolar
é discutido com ênfase e numa nova perspectiva de inclusão.
A insatisfação pela trajetória da integração, questionamento quanto ao
tratamento dado aos alunos com necessidade educacionais especiais, a
avaliação num modelo médico da deficiência considerando as dificuldades de
aprendizagem como conseqüência do déficit do aluno, levaram alguns autores
à pesquisas e a conscientização de uma mudança de paradigma, destacando-
se entre eles Fulcher (1989) e Slee (1991) na Austrália; Barton (1988), Booth
(1988) e Tomlinson (1982) no Reino Unido; Ballard (1990) na Nova Zelândia;
Carrier (1983) em Nova Guiné; e Biklen (1989), Heshusius (1989) na América
do Norte. Na Espanha, ainda que um pouco mais tarde, cabe destacar os
trabalhos de Arnaiz (1996, 1997), García Pastor (1993) & Ortiz (1996).
(SÁNCHEZ, 2005).
A UNICEF e a UNESCO assumem um trabalho importante em prol de
que a educação chegue a todas as crianças em idade escolar. Isso pode ser
comprovado na série de ações e reuniões internacionais que tem sido
convocada para chamar atenção do mundo a este respeito.
O Programa de Ação Mundial para Pessoas com Deficiência tem por
finalidade servir como fonte permanente de consulta a todos os países
interessados na luta pela defesa dos direitos de cidadania das pessoas
portadoras de deficiência e foi aprovada na Assembléia Geral das Nações
Unidas em dezembro de 1982. Este programa inspira propostas para a
execução de medidas no âmbito nacional e internacional referentes as normas
de prevenção, reabilitação e equiparação de oportunidades.
As Normas se fundamentaram, historicamente, na experiência adquirida
no decorrer da chamada Década das Nações Unidas para as Pessoas
Portadoras de Deficiência (1983-1992) ficando-se entendidas: a Deficiência
como perda ou anomalia de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou
anatômica; a Incapacidade é toda restrição ou ausências para realizar uma
atividade de forma ou dentro dos parâmetros considerados normais para um
ser humano; Invalidez é uma situação desvantajosa para um determinado
indivíduo, em consequência de uma deficiência ou uma incapacidade que limita
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ou impede o desempenho de uma função normal; a Prevenção Primária é
adoção de medidas que impeçam a produção de deterioração física, sensorial,
intelectual ou psiquiátrica e a Prevenção Secundária é impedir que uma
deterioração já instalada produza uma deficiência ou limitação funcional
permanente; a Reabilitação deve proporcionar aos deficientes condições de
alcance de manutenção com um ótimo nível de funcionamento nos planos
físico, intelectual, sensorial, psíquico ou social, de forma que possam contar
com os meios apropriados para modificar suas vidas, visando tornarem-se,
cada vez mais independentes; e Igualdade de Oportunidades traduz a idéia da
equiparação de oportunidades como um processo através do qual os diversos
sistemas sociais são postos à disposição de todos, especialmente das pessoas
portadoras de deficiência. (PROGRAMA DE AÇÃO MUNDIAL PARA PESSOA
COM DEFICIÊNCIA, 2010)
A caminho de uma sociedade mais justa acontece Convenção dos
Direitos da Criança realizada em Nova York, adotada em Assembléia Geral nas
Nações Unidas em 20 de novembro de 1989 e ratificada por Portugal em 21 de
setembro de 1990, coloca em um dos seus artigos que a criança deficiente tem
direitos a cuidados especiais, educação e formação adequados que lhe
permitam ter uma vida plena e decente, em condições de dignidade, e atingir o
maior grau de autonomia e integração social possível, conforme o artigo 23 ,
item 1 “Os Estados Partes reconhecem à criança mental e fisicamente
deficiente o direito a uma vida plena e decente em condições que garantam a
sua dignidade, favoreçam a sua autonomia e facilitem a sua participação ativa
na vida da comunidade.” (CONVENÇÃO DOS DIREITOS DA CRIANÇA, 1990,
p.16)
Constatando as inúmeras dificuldades relacionadas à garantia do direito
à educação, foi aprovada na Conferência Mundial sobre Educação para Todos:
Satisfação das Necessidades Básicas de Aprendizagem, realizada em Jomtien,
na Tailândia, em Março de 1990, a Declaração Mundial sobre Educação para
Todos, tendo como objetivo principal a Educação para Todos. Esse documento
resultou em dez artigos, destacando-se no artigo 3, os itens 4 e 5 que fala em
universalizar o acesso à educação e promover a eqüidade:
4 Um compromisso efetivo para superar as disparidades
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educacionais deve ser assumido. Os grupos excluídos –
os pobres: os meninos e meninas de rua ou
trabalhadores; as populações das periferias urbanos e
das zonas rurais os nômades e os trabalhadores
migrantes; os povos indígenas; as minorias étnicas,
raciais e linguísticas: os refugiados; os deslocados pela
guerra e os povos submetidos a um regime de ocupação
– não devem sofrer qualquer tipo de discriminação no
acesso às oportunidades educacionais. 5. As
necessidades básicas de aprendizagem das pessoas
portadoras de deficiências requerem atenção especial. É
preciso tomar medidas que garantam a igualdade de
acesso à educação aos portadores de todo e qualquer
tipo de deficiência, como parte integrante do sistema
educativo. (DECLARAÇÃO MUNDIAL SOBRE
EDUCAÇÃO PARA TODOS, 2009)
O ano de 1994 foi marco histórico por ser a que de maneira mais
decisiva e explicitamente contribuiu para impulsionar a Educação Inclusiva em
todo mundo, participando noventa e dois governos e vinte e cinco organizações
internacionais, que reconheceram a necessidade e urgência de que o ensino
chegasse a todas crianças, jovens e adultos com necessidades educativas
especiais no âmbito da escola regular, foi a Conferência Mundial sobre
Necessidades Educativas Especiais, realizada em Salamanca, estabelecendo
um plano de ação: a Declaração de Salamanca sobre princípios, políticas e
práticas na área das necessidades educativas especiais que proclama:
Cada criança tem direito fundamental à educação e dever
ter a oportunidade de conseguir e manter o nível aceitável
de aprendizagem; Cada criança tem características,
interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem
que lhe são próprias;
Os sistemas de educação devem ser planeados e os
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programas educativos implementados tendo em vista a
vasta diversidade destas características e necessidades;
As crianças e jovens com necessidades educativas
especiais devem ter acesso às escolas regulares, que a
elas se devem adequar através duma pedagogia centrada
na criança, capaz de ir ao encontro destas necessidades;
As escolas regulares, seguindo esta recomendação
inclusiva, constituem os meios mais capazes para
combater as atitudes discriminatórias, criando
comunidades abertas e solidárias, construindo uma
sociedade inclusiva e atingindo uma educação para todos:
além disso, proporcionam um educação adequada à
maioria das crianças e promovem a eficiência, numa
ótima relação custo-qualidade, de todo sistema educativo
(DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994)
Ainda a Declaração apela aos governos incitando-os a desenvolver
sistemas educativos inclusivos com políticas orçamentárias; desenvolver
projetos de intercâmbios com países que têm experiências de escolas
inclusivas; planear, supervisionar e avaliar pessoas com necessidades
educativas especiais de modo descentralizado e participativo; facilitar a
participação de pais, comunidades e organizações de pessoas com deficiência
nas tomadas de decisões sobre os serviços na área de necessidades
educativas especiais e garantir que os programas de formação de professores
incluam as respostas às necessidades educativas especiais (DECLARAÇÃO
DE SALAMANCA,1994)
E finalmente a declaração termina fazendo uma apelação a comunidade
internacional, especialmente aos patrocinadores da Conferência Mundial de
Educação para Todos, à Organização das Nações Unidas para Educação,
Ciência e a Cultura (UNESCO), ao Fundo das Nações Unidas para a infância
(UNICEF), ao Programas de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD) e
ao Banco Mundial que sancionem na perspectiva da escolaridade inclusiva e
apóiem o desenvolvimento da educação com alunos com necessidades
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especiais, como parte integrante de todos os programas educativos.
(DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994)
A declaração por parte da Organização da Nações Unidas, ao longo de
de todos os anos tem mantido a posição dos mais desfavorecidos. Isto tem
contribuído notavelmente para o reconhecimento dos direitos humanos e dos
princípios da igualdade e eqüidade. Uma das posições mais notáveis foi eleger
o ano de 1996 com Ano Internacional contra a Exclusão, decisão tomada na
Conferência dos Direitos da Criança no século XXI (SÁNCHEZ, 2005).
Os aspectos desses movimentos tem como pano de fundo, a
perspectiva de um mundo inclusivo, onde todos têm direito à participação na
sociedade, em busca do nível mais alta da democracia: regras aceitas pela
maioria, com pleno respeito às minorias.
No Brasil, cerca de 10% da população possui algum tipo deficiência, de
acordo com (MEC/SEED, 1999, p. 29), tornando-se imprescindível e imperioso
que o sistema educacional brasileiro organize-se e se estruture de forma que
essa pessoas tenham acesso e a permanência na escola.
Por esse motivo, a legislação deve permitir a base para a construção de
uma sociedade mais justa, solidária, sem discriminação, de forma a torna-se
evidente a necessidade da sua aplicação, o que na realidade brasileira já são
garantidas através da Constituição Brasileira de 1988 em seu Artigo 208, inciso
III “ atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino.”, reiterado no Artigo 54, inciso III
do Estatuto da Criança e do Adolescente da Lei 8069/90. O que ainda falta é a
mudança de conceitos por parte da sociedade que estão arraigados no modelo
da integração social, onde as pessoas com deficiências é que devem estar
preparadas para serem inseridas nos ambientes sociais.
Mas esse paradigma da integração para a inclusão já está ocorrendo
gradativamente, conforme percebe-se na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional número 9394/96, que diz em seu artigo 59 que os sistemas
de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais o seguinte:
I currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e
organização específicos, para atender às suas
necessidades;
22
II terminalidade específica para aqueles que não puderam
atingir o nível exigido para a conclusão do ensino
fundamental, em virtude de suas deficiências, e a
aceleração para concluir em menor tempo o programa
escolar para superdotados;
III professores com especialização adequada em nível
médio ou superior, para atendimento especializado, bem
como professores do ensino regular capacitados para a
integração desses educandos nas classes comuns;
IV educação para o trabalho, visando a sua efetiva
integração na vida em sociedade, inclusive condições
adequadas para os que não revelarem capacidade de
inserção no trabalho competitivo, mediante articulação de
inserção no trabalho competitivo, mediante articulação
com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que
apresentam uma habilidade superior nas áreas artísticas,
intelectual ou psicomotora;
V acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais
suplementares disponíveis para o respectivo nível do
ensino regular (LDB 9394/96, 2007, p.30)
Por isso, o papel da Educação Especial vem cada vez mais assumindo
as exigências de uma sociedade em processo de renovação e o acesso às
informações, aos conhecimentos e aos meios necessários para a formação da
plena cidadania, sem nenhum tipo de discriminação, de acordo com Stobaus e
Mosquera (2006).
A Convenção da Guatemala, promulgada no Brasil pelo Decreto nº 3.956
de 08 de outubro de 2001, Convenção Interamericana para a Eliminação de
Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de
Deficiência, tem como objetivo prevenir e eliminar todas as formas de
discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência e propiciar sua
plena integração à sociedade, conforme o artigo II, além de afirmar que as
pessoas com deficiência têm os mesmos direitos humanos e liberdades
fundamentais que as demais pessoas, repercutindo-se dessa forma na
23
educação, pois exige-se uma reinterpretação da educação especial,
compreendida no contexto da diferenciação, adotado para promover a
eliminação das barreiras que impedem o acesso à escolarização.
Na perspectiva da educação inclusiva, a Resolução CNE/CP nº 1/2002,
que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para Formação de
Professores da Educação Básica, define que as instituições de ensino superior
devem prever, em sua organização curricular, formação docente voltada para a
atenção à diversidade e que contemple conhecimentos sobre as
especificidades dos alunos com necessidades educacionais especiais.
No decorrer dos aspectos históricos da educação inclusiva, percebeu-se
que desde o surgimento do movimento da inclusão, tem-se levantado
diferentes discussões acerca se a inclusão supõe uma ruptura a respeito dos
pressupostos da integração escolar, ou se entre ambos pode-se estabelecer
um laço contínuo. Não resta dúvida de que a inclusão funde suas raízes no
movimento da integração escolar e no REI, não obstante, ainda que exista um
continuum entre eles, a educação inclusiva apresenta tendência alternativas
que ampliam e fazem avançar a atenção à diversidade do aluno, dada as fortes
críticas relacionadas com o processo integrador (SÁNCHEZ, 2005).
Assim como a normalização produz uma luta contra os pressuposto da
educação especial mais tradicional, a inclusão estabelece uma forte crítica ao
modelo deficitário implícito nas práticas de integração escolar, mas que na
realidade estas práticas de integração, ainda estão presentes no contexto
escolar.
24
CAPÍTULO II
A EDUCAÇÃO INCLUSIVA E SUA DIVERSIDADE
2 INTEGRAÇÃO X INCLUSÃO
Para que se possa ser sujeitos ativos na construção de uma sociedade
que seja realmente para Todos, independente de sua cor, idade, gênero, tipo
de necessidade especial e qualquer outro atributo, é imprescindível
dominarmos os conceitos inclusivistas, conceitos estes que surgiram
lentamente ao longo das décadas de 80 e 90 por todos aqueles que
participaram, em todos os setores sociais, do dia-a-dia de pessoas com
necessidades especiais, segundo Sassaki (1997).
Os termos integração e inclusão representam crenças totalmente
distintas, embora encerrem a mesma idéia de inserção de pessoas excluídas
por qualquer motivo. O que muda é a forma de se fazer isso. Porém, muitas
leis usam apenas o vocábulo integração sempre que querem indicar essa
inserção, isso não chega a ser um problema, pois o que interessa são os
direitos ali garantidos que, na maioria das vezes indicam ações consentâneas
com a inclusão, segundo Fávero (2004)
Apresenta-se a seguir alguns conceitos dos termos de integração social
e inclusão social:
A integração social consiste no esforço de inserir na sociedade pessoas
com deficiências que alcançarem um nível de competência compatível com os
padrões sociais vigentes, e ocorre de três formas, segundo Sassaki (1997):
1 Pela inserção pura e simples daquelas pessoas com deficiência queconseguiram ou conseguem, por méritos pessoais ou profissionaispróprios, utilizar os espaços físicos e sociais, bem como seusprogramas e serviços, sem nenhuma modificação por parte dasociedade, ou seja, da escola comum, da empresa comum, do clubecomum etc. 2 Pela inserção daqueles portadores de deficiência quenecessitavam ou necessitam alguma adaptação específica no espaçofísico comum ou no procedimento da atividade comum a fim depoderem, só então, estudar, ter lazer, enfim, conviver com pessoas
25
não-deficientes. 3 Pela inserção de pessoas com deficiência emambientes separados dentro dos sistemas gerais. Por exemplo:escola especial junto à comunidade; classe especial numa escolacomum; setor separado dentro de uma empresa comum; horárioexclusivo para pessoas deficientes num clube comum etc. Esta formade integração, mesmo com todos méritos, não deixa de sersegregativa (SASSAKI, 1997, p.34-35)
Segundo Fávero (2004), na Integração social a sociedade admite a
existência das desigualdades sociais e, para reduzi-la, permite a incorporação
das pessoas excluídas que consigam adaptar-se à sociedade, por méritos
exclusivamente delas.
Esse tipo de integração social exige pouca modificação por parte da
sociedade, pois os excluídos deverão:
Moldar-se aos requisitos dos serviços especiais separados (classeespecial, escola especial etc); acompanhar os procedimentostradicionais (de trabalho, convivência social etc); contornar osobstáculos existentes no meio físico (espaço urbano, edifícios,transportes etc); lidar com atitudes discriminatórias da sociedade,resultantes de estereótipos, preconceitos e estigmas; e desempenharpapéis sociais individuais (aluno, trabalhador, usuário, pai, mãe,consumidor etc) com autonomia mas não necessariamente comindependência (SASSAKI, 1997, p. 35)
O conceito de integração escolar fomenta-se práticas de exclusão,
porque geralmente era a pessoa com deficiência que estava obrigada a
integrar-se na comunidade escolar e de forma ativa. A responsabilidade é
colocada sobre o que é diferente; a ênfase recai sobre o aluno com
deficiência, já que este deve integrar-se à cultura dominante, segundo Cobertt
(apud SÁNCHEZ, 2005).
Enquanto que Inclusão social significa deixar de excluir, pressupõe que
todos fazem parte de uma mesma comunidade, e não de grupos distintos e
exige que o Poder Público e a sociedade em geral, ofereçam condições à
todos, segundo Fávero (2004), a esta mudança da sociedade para envolver
grupos que estariam excluídos por falta de condições adequadas é que se
chama inclusão.
De acordo com Sassaki (1997, p.41) “Conceitua-se a inclusão social
como o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus
sistemas gerais, pessoas com necessidades especiais.” É importante entender
26
que a sociedade deve ser modificada a partir do entendimento de que ela é que
precisa ser capaz de atender às pessoas com qualquer tipo de necessidades.
O termo inclusão parece não oferecer dúvidas, literalmente significa
ação ou resultado de incluir, de envolver, de abranger, de fechar, de encerrar,
de introduzir, dentro de alguma coisa, significado, de acordo com Stobaus e
Mosquera (2006).
É através da inclusão que se abre possibilidades para o
aperfeiçoamento da Educação Escolar e para o benefício de todos os alunos,
com ou sem deficiência, quebrando barreiras atitudinais:
Ensinar é marcar um encontro com o outro e a inclusão escolarprovoca, basicamente, uma mudança de atitude diante do outro, esseque não é mais um indivíduo qualquer, com o qual topamossimplesmente na nossa existência e/ou convivemos um certo tempode nossas vidas. Mas é alguém essencial para a nossa constituiçãocom pessoa e como profissional, que nos mostra os nossos limites enos faz ir além. (STOBAUS; MOSQUERA, 2006, p. 28)
A filosofia da inclusão defende uma educação eficaz para todos,
sustentada em que as escolas, enquanto comunidades educativas, devem
satisfazer as necessidades de todos os alunos, enfatizando a necessidade de
avançar até outras formas de atuação, em contraposições às práticas que têm
caracterizado a integração escolar. Também deve-se ser entendida como uma
tentativa a mais de atender as dificuldades de aprendizagem de qualquer aluno
e como meio de assegurar que os alunos excluídos tenham os mesmos direitos
que os outros colegas escolarizados em escolas regulares (SÁNCHEZ, 2005).
A inclusão é uma mudança de paradigma quando defende que não
basta que o aluno com necessidades educativas educacionais estejam
integrados à escolas regulares, mas que eles possam participar plenamente da
vida social e escolar. É por isso que as escolas devem estar preparadas para
recebê-los.
A inclusão causa uma mudança de perspectiva educacional, pois não se
limita a ajudar somente os alunos que apresentam dificuldades na escola, mas
apóia a todos: professores, alunos, pessoal administrativo, para que obtenham
sucesso na corrente educativa geral, segundo Montoan (apud SASSAKI, 1997,
p. 114)
Dentre essas mudanças, a escola também deverá estar preparada na:
27
Sensibilização e treinamento dos recursos humanos da escola (todosfuncionários de todos os níveis); reorganização dos recursosmateriais e físicos da escola; prepara a comunidade para incluir nelao futuro trabalhador; sensibilização das empresas, entidades e órgãosda comunidade, através de palestras, exposições, visitas e outroseventos; sensibilização de pais de alunos (deficientes e não-deficientes) para um papel mais ativo em prol de uma escola inclusivae de uma sociedade inclusiva (SASSAKI, 1997, p. 117)
2.1 O Paradigma da Diversidade
A questão da diversidade tem ocupado muitos e produtivos espaços de
reflexão entre educadores das mais diferentes áreas de atuação.
Movimentos pela presença de pessoas com necessidades educacionais
especiais nas turmas da educação comum, reúnem-se sob a denominação de
educação inclusiva de modo atender a todos os alunos sem discriminações de
qualquer natureza.
Nesse sentido, assumir a inclusão como política social e educativa
pressupõe tratar questões relacionadas a diversidade social, a diferença, longe
de preconceitos culturais.
Nos decorrentes movimentos à favor da inclusão de Todas as pessoas
na sociedade vem acontecendo desde os anos 80, tornando-se mais
significativo e apoiado legalmente em meados dos anos 90, e ainda no século
XXI discuti-se medidas de adequações dos sistemas escolares às
necessidades dos alunos, que servem como barreiras em seis dimensões de
acessibilidade, conforme Sassaki (2005):
a) Acessibilidade arquitetônica, sem barreiras ambientais físicas em
todos os recintos internos e externos da escola e/ou demais ambientes
da sociedade e nos transportes.
De acordo com a Lei 10.098/00, art. 4º, devem ter prioridade as obras
que tragam maior eficiência nas modificações; para isso deve fazer um
planejamento, com previsão orçamentária específica para obras a curto prazo,
médio e longo prazos, pois o objetivo é que todas as via públicas, os parques e
os demais espaços de uso público existentes, assim como as respectivas
instalações de serviços e mobiliários urbanos, sejam adaptados (FÁVERO,
28
2004)
b) Acessibilidade comunicacional são recursos variados que facilitam a
comunicação e/ou aprendizagem das pessoas deficientes como
comunicação interpessoal, escrita e tecnologia assistiva.
Um meio de comunicação utilizada é a Libras - Língua Brasileira de
Sinais, utilizada por pessoas surdas. Essa língua, bem como outros recursos a
ela associados, foi reconhecida pela Lei nº 10.436 de 24 de Abril de 2002,
como meio legal de comunicação e expressão, que diz em seu artigo 1º “Libras
é uma forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de
natureza visual-motora, com estrutura própria, constitui um sistema lingüístico
de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas
do Brasil”, conforme Fávero (2004), mais tarde, essa a Lei 10.436/02 é
regulamentada pelo Decreto nº 5.626, de 22/12/2005, que diz no artigo 14 “As
instituições federais de ensino devem garantir, obrigatoriamente, às pessoas
surdas acesso à comunicação, à informação e à educação nos processos
seletivos, nas atividades e nos conteúdos curriculares desenvolvidos em todos
os níveis, etapas e modalidades de educação, desde a educação infantil até à
superior.”
Outro meio de comunicação é o Braille, definido como um sistema de
leitura tátil e escrita para pessoa cega, que consta da combinação de seis
pontos em relevo, dispostos em duas colunas de três pontos. O espaço
ocupado pelos seis pontos forma o que se convencionou chamar de Cela
Braille. As diferentes combinações desses seis pontos permite a formação de
sessenta e três símbolos em Braille formando uma escrita eminentemente
prática para os cegos. Em 1962, oficializa as convenções Braille para uso na
escrita e leitura dos cegos e o código de contrações e abreviaturas braille, de
acordo com a Lei 4.169 de 04 de Dezembro.
Em Fevereiro do ano de 1999, através da Portaria/Mec nº 319 fica
instituída no Ministério da Educação, vinculada à Secretaria de Educação
Especial/SEESP e presidida pelo titular desta, a Comissão Brasileira do Braille,
de caráter permanente, que conforme o artigo 3º tem por competência:
I Elaborar e propor a política nacional para uso, ensino e
29
difusão do Sistema Braille em todas as suas modalidades
de aplicação, compreendendo especialmente a língua
portuguesa, a matemática e outras ciências exatas, a
música e a informática; II Propor normas e
regulamentações concernentes ao uso, ensino e
produção do Sistema Braille no Brasil visando a
unificação das aplicações do Sistema Braille ,
especialmente nas línguas portuguesa e espanhola;
III Acompanhar e avaliar a aplicação de normas,
regulamentações e acordos internacionais, convenções e
quaisquer atos normativos referentes ao Sistema Braille.
Considerando uma política de diretrizes e normas para o uso, o ensino,
a produção e a difusão do Sistema Braille em todas as suas modalidades de
aplicação, compreendendo especialmente a Língua Portuguesa é aprovado no
projeto da Grafia Braille para a Língua Portuguesa e recomenda seu uso em
todo o território nacional, conforme Portaria nº 2.678 de 24 de setembro de
2002, com vigência à partir de 01 de Janeiro de 2003.
A Tecnologia Assistiva é toda e qualquer ferramenta, recursos ou
processo utilizado com finalidade de proporcionar uma maior independência e
autonomia à pessoa com deficiência. Existe um número incontável de
possibilidades de recursos simples como uma colher adaptada, ou um lápis
com uma empunhadura mais grossa para facilitar a preensão, a substituição
da mesa por pranchas de madeira fixada na cadeira de rodas, até os mais
sofisticados como programas especiais de computadores.
A tecnologia, o computador e a internet, podem ser utilizados como
Tecnologia Assistiva quando, por exemplo, o computador servir de ajuda
técnica para facilitar a realização de determinada tarefa.
As diferentes maneiras de utilização do computador como Tecnologia
Assistiva, pode ser utilizada de quatro maneiras , a tecnologia como sistemas
auxiliares ou prótese para a comunicação; as tecnologias utilizadas para
controle do ambiente; as tecnologias como ferramenta ou ambientes de
aprendizagem e as tecnologias como meio de inserção no mundo do trabalho
30
profissional (GALVÃO; DAMASCENO, 2006).
c) Acessibilidade metodológica propõe o rompimento das fronteiras entre
o saber e a realidade; multiplicidade e integração dos saberes e das
redes de conhecimento que daí se formam; é a transversalidade das
áreas curriculares e a autonomia intelectual do aluno, que é autor do
conhecimento e imprime valor ao que constrói individual e coletivamente
nas salas de aulas (STOBAUS; MOSQUERA, 2006)
As adaptações curriculares, as aulas baseadas nas inteligências
múltiplas, o uso de todos os estilos de aprendizagem, a participação do todo de
cada aluno, o novo conceito avaliação de aprendizagem, o novo conceito de
educação, o novo conceito de logística didática são elementos fundamentais
que devem ser valorizados para reverter o processo educacional excludente.
A prática pedagógica deve organizar as intenções e as atividades , de
modo que cada aluno seja confrontado constantemente com situações
didáticas mais fecundas para ele:
[...] o sentido de uma atividade ou de uma situação varia de umacriança para outra, segundo sua personalidade, suas aspirações,seus interesses, seu capital cultural, sua relação com o jogo e com otrabalho. Assim, é preciso diferenciar as atividades globais ou ospapéis individuais no contexto das mesmas para que cada umencontre nelas um sentido e a oportunidade de aprendizagenstambém significativas, segundo Perrenoud (apud FREITAS, 2006, p.39)
É importante ressaltar a metodologia social, pois para melhorar o
impacto positivo de um currículo, é benéfico para a escola, para as políticas
públicas e para as práticas da sala de aula, considerar todas as necessidades
de todos os membros da comunidade da escola, dos alunos, dos professores,
da equipe funcionários, dos administradores e dos membros da família. O foco
no respeito mútuo e na compreensão entre todos os membros da comunidade
é importante nas atividades de tomada de decisões, em projetos selecionados,
em procedimentos usados para compartilhar as realizações e desafios. O
trabalho em equipe e cooperação com outros membros da comunidade não só
são ferramentas positivas de aprendizagem, mas são cada vez mais peças
importantes como objetivo educacional (SÁ, 2006).
31
Outra barreira é o modo de avaliação que contribui expressivamente
para minimizar ou dramatizar as desigualdades de aprendizagem. Na
concepção inclusiva, a avalia-se a aprendizagem pelo percurso do aluno no
decorrer do tempo de um ciclo de formação e desenvolvimento e leva-se em
consideração o que ele é capaz de fazer para ultrapassar suas dificuldades,
construir conhecimentos, tratar informações e se organizar na vida escolar,
segundo Stabous e Mosquera (2006)
d) Acessibilidade instrumental são as adaptações nos lápis, canetas,
transferidores, réguas, teclados de computadores, materiais
pedagógicos, e também adaptações nas atividades da vida diária para
facilitar a hora de fazer higiene pessoal, vestir, comer, andar, tomar
banho. Nas praticas de lazer, esporte e recreação serão utilizados
dispositivos que atendam às limitações sensoriais, físicas e mentais.
e) Acessibilidade programática é a utilização de ações políticas que
evitem barreiras que estão embutidas nas leis, decretos, portarias,
resoluções, medidas provisórias, em regulamentos e em normas de um
modo geral.
f) Acessibilidade atitudinal é a eliminação de barreiras na esfera social,
em que as relações humanas centram-se nas restrições dos indivíduos
e não em suas habilidades. A quebra de preconceitos, estigmas,
estereótipos e discriminações é realizado através de programas e
práticas de sensibilização e de conscientização das pessoas em geral e
da convivência na diversidade humana.
Além dessas barreiras é importante entender a relação entre diferença e
preconceito.
A palavra diferença significa qualidade de diferente, falta de semelhança,
desconformidade, e a palavra preconceito significa uma opinião formada sem
reflexão, um conceito antecipado, uma superstição, de acordo com o dicionário
Aurélio. Como se pode notar , trata-se de dois conceitos que opera em
registros diversos: a diferença é o modo de um corpo que, por comparação,
explicita uma não conformidade, enquanto preconceito é o resultado de um
raciocínio, da formação de idéias, um entendimento.
Em relação à deficiência pode-se verificar que o preconceito, na maioria
das vezes está baseada em atitudes comiserativas, resultante do
32
desconhecimento, este considerado matéria-prima para a perpetuação das
atitudes preconceituosas e das leituras estereotipadas da deficiência, além do
estigma que refere-se a situação do indivíduo que está inabilitado para a
aceitação social plena, e conseqüentemente, promove uma generalização e
desumanização do portador de algum tipo de diferença significativa e os
estereótipos são definidos como: processo de rotulação que são construídos à
partir da limitação caracterizada pela ausência sensorial, motora ou mental,
dando origem a verdadeira caricaturas que se cristalizam no imaginário
popular.
A compreensão desses conceitos são importantes para eliminação das
diferentes formas de discriminações existentes numa sociedade, e
paralelamente o entender que vivemos num mundo da diversidade e através de
trocas de experiências com a diferença é que ampliará um universo de novos
saberes.
A diversidade representa valiosa contribuição para melhoria das
respostas da sociedade de modo geral, pois é assim que se constituirá uma
sociedade inclusiva.
Dentre várias formas de diversidades apontadas, de acordo com
Carvalho (2005) , pode-se ressaltar:
A diversidade de argumentos que justificam a educação infantil de
qualidade: sociológicos, inspirados nas necessidades das famílias que passam
muitas horas fora de casa sem ter com quem deixar as crianças; econômicas,
pois estudo têm demonstrado que os egressos da educação infantil são mais
bem sucedidos no ensino fundamental, diminuindo-se os custos pelo fracasso
escolar, neste nível; igualdade de direitos das crianças pequenas de serem
atendidas em suas necessidades de cuidados e de educação de boa
qualidade;
A diversidade de responsabilidades, o que coloca a sociedade civil, com
suas empresas, sociedades de classes, Organizações Não-Governamentais, o
Estado e a família como parceiros na expansão de oportunidades de acesso,
ingresso e permanência, de qualquer criança, no atendimento educacional de
boa qualidade;
A diversidade de ofertas de educação infantil, entre elas creches, pré-
escolas, classes hospitalares, apoio aos alunos com necessidades
33
educacionais especiais, a seus pais e professores para que possam estar nas
classes comuns, no bojo da concepção de educação inclusiva;
A diversidade de ações de caráter intersetorial, integrando ações de
saúde, assistência, habitação, cultura, esportes e lazer, articuladas pela
educação. Tais ações devem ser rotineiras nos sistemas de ensino;
A diversidade de especialistas, estudiosos e pesquisadores de diversas
áreas ligadas às ciências humanas e à tecnologia que contribuem para criar e
disseminar conhecimentos que tornem as ações pedagógicas a cada dia mais
significativa para o pleno e harmonioso desenvolvimento infantil;
A diversidade de integrantes das equipes que trabalham em educação
infantil e séries iniciais devem ser valorizadas porque nas relações que
estabelecem entre seus próprios membros, experimentam a riqueza do
convívio na diversidade aprendendo e levando os alunos a conviverem
construtivamente, com as diferenças existentes entre os seres humanos;
A diversidade de conhecimentos requeridos aos profissionais que
trabalham na educação de crianças pequenas: filosofia, metodologia de
pesquisa, ciências biológicas, naturais, sociais, psicológicas, psico e
sociolingüística, história da educação, antropologia, tecnologia a serviço do
ensino-aprendizagem, ética, política e estética.
A diversidade de práticas pedagógicas, no qual já foi comentado
anteriormente, é a relação de materiais de que se utilizam os educadores, seja
em relação aos interesses dos alunos ou em cumprimento ao currículo
adotado, seja ao espaço onde ocorrem.
Para reconhecer e assumir a diversidade, há que se redimensionar o
olhar, desalojando o instituído. Olhar a diferença no sentido de perceber que
ela rotula, marca, discrimina, é tão importante quanto olhar para além da
diferença, não permitindo que ela se coloque como poderosa força de
exclusão. Que sejam parte de um grupo de pessoas preocupadas em combater
a lógica da cultura do preconceito, que desejam a ruptura dos processos de
reprodução ideológica, a desconstrução das verdades instituídas e o desafio de
lutar por uma sociedade e uma escola melhor para todos.
34
CAPÍTULO 3
POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
3 AÇÕES GOVERNAMENTAIS PARA UMA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
A educação inclusiva deve estar fundamentada no princípio da
diversidade e educação de qualidade para todos. Deve ser compreendida
como modalidade que perpassa todos os níveis e etapas de ensino, definida
como proposta pedagógica que assegura recursos, serviços especializados e
atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos,
possibilitando cada vez mais a inclusão desse atendimento no ensino regular.
Defender uma educação eficaz para todos, sustentada em que as
escolas, enquanto comunidades educativas, devem satisfazer as necessidades
de todos os alunos, sejam quais forem as suas características pessoais,
psicológicas ou sociais, conforme está nos Princípios Fundamentais da
Constituição Federativa do Brasil, em seu artigo 3º, inciso IV “promover o bem
estar de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação.” é garantia de uma uma sociedade inclusiva.
Sabe-se que não é tarefa simples a inclusão social, pois isso significa a
ruptura de paradigma de um longo período histórico, onde a inserção da
pessoa com deficiência na sociedade só era possível se ela estivesse de
alguma forma capacitada a superar as barreiras físicas, programáticas e
atitudinais, reflexo do modelo médico da deficiência, de acordo com Sassaki
(1997).
Porém a inclusão social vem se fortalecendo desde os anos 80, e um
novo entendimento entre integração social e inclusão social vem fomentado o
surgimento e a defesa da chamada educação inclusiva, que coloca juízo de
valor, por um lado, o pensamento existente sobre necessidades educacionais
especiais, e, por outro lado, estabelece crítica às práticas da educação em
geral.
A escola historicamente se caracterizou pela visão da educação que
delimita a escolarização como privilégio de um grupo, uma exclusão que foi
35
legitimada nas políticas e práticas educacionais reprodutoras da ordem social.
As política públicas tem procurado promover ações para tratar a
Educação Especial de forma que Todos os alunos tenham direitos garantidos.
O Programa Mundial de Ação Relativo às Pessoas com Deficiência, adotado
em 03/12/82 pela Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas
(ONU), através da resolução 37/82 e publicado em 1983 nas seis línguas
oficiais da ONU, diz que:
Equiparação de oportunidades significa o processo através do qual ossistemas gerais da sociedade – tais como o ambiente físico e cultural,a habitação e os transportes, os serviços sociais e de saúde, asoportunidades educacionais e de trabalho, a vida cultural e social,incluindo as instalações esportivas e recreativas – são feitosacessíveis para todos (UNITED NATIONS, apud SASSAKI, 1997, p.40)
Após dez anos, a ONU adotou o documento Normas sobre a
Equiparação de Oportunidades para Pessoas com Deficiência, em 20/12/1993
traz a seguinte definição:
O termo equiparação de oportunidades significa o processo atravésdo qual os diversos sistemas da sociedade e do ambiente, tais comoserviços, atividades, informações e documentações, são tornadosdisponíveis para todos, particularmente para pessoas com deficiência(NAÇÕES UNIDAS, apud SASSAKI, 1997, p.40)
Em 1999, o Decreto nº 3.298, que regulamenta a Lei nº 7.583/89, ao
dispor sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de
Deficiência, define a educação especial como uma modalidade transversal a
todos níveis e modalidades de ensino, enfatizando a atuação complementar da
educação especial ao ensino regular.
Acompanhando o processo de mudança, as Diretrizes Nacionais para a
Educação Especial na Educação Básica, Resolução CNE/CEB nº 2/2001, no
artigo 2º, determina que:
Art. 2º- Os sistemas de ensino devem matricular todos os
alunos, cabendo às escolas organizarem-se para o
atendimento ao educandos com necessidades
educacionais especiais, assegurando as condições
36
necessárias para uma educação de qualidade para todos.
(RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 2 DE 11 DE SETEMBRO DE
2001)
Ao mesmo tempo essa Resolução admite a possibilidade de substituir o
ensino regular, não potencializando a adoção de uma política de educação
inclusiva na rede pública de ensino, prevista no seu artigo 9º, § 2º:
art. 9º- As escolas podem criar, extraordinariamente,
classes especiais, cuja organização, fundamenta-se no
Capítulo II da LDBEN, nas diretrizes curriculares
nacionais para a Educação Básica, bem como nos
referenciais e parâmetros curriculares nacionais, para
atendimento, em caráter transitório, a alunos que
apresentem dificuldades acentuadas de aprendizagem ou
condições de comunicação e sinalização diferenciadas
dos demais alunos e demandem ajudas e apoios intensos
e contínuos. […]
§2º A partir do desenvolvimento apresentado pelo aluno e
das condições para o atendimento inclusivo, a equipe
pedagógica da escola e a família devem decidir
conjuntamente, com base em avaliação pedagógica,
quanto ao seu retorno à classe comum. (RESOLUÇÃO
CNE/CEB Nº 2 DE 11 DE SETEMBRO DE 2001)
As Diretrizes acima citada, deixa evidente que o processo de inclusão
ainda tem muito que ser repensado para que a educação inclusiva ocorra de
forma efetiva.
O Plano Nacional de Educação – PNE Lei nº 10.172 de 09 de janeiro de
2001, estabelece objetivos e metas para que os sistema de ensino favoreçam o
atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos,
considerando que existe um déficit referente à oferta de matrículas para alunos
com deficiências nas classes comuns de ensino regular, à formação docente, à
acessibilidade física e ao atendimento educacional especializado
37
(MEC/SEESP, 2008), além de mencionar a importância de uma política
explícita e vigorosa de acesso à educação, de responsabilidade da União, dos
Estados e Distrito Federal e Municípios, pois é uma condição para que às
pessoas especiais sejam assegurados seus direitos à educação.
Tal política abrange: o âmbito social, do reconhecimento de crianças,
jovens e adultos especiais como cidadãos e de seus direitos de estarem
integrados na sociedade o mais plenamente possível; e o âmbito educacional,
tanto nos aspectos administrativos (adequação do espaço escolar, de seus
equipamentos e materiais pedagógicos), quanto na qualificação dos
professores e demais profissionais envolvidos.
Em 05 de junho de 2007, foi elaborado pelo Grupo de Trabalho nomeado
pela Portaria Ministerial nº 555 e prorrogado pela Portaria nº 948 de 09 de
outubro de 2007, o Documento chamado de Política Nacional de Educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, que acompanha os avanços
dos conhecimento e das lutas sociais, visando construir políticas públicas
promotoras de uma educação de qualidade para todos os alunos, passando a
orientar os sistemas educacionais para a organização dos serviços e recursos
da Educação Especial de forma complementar ao ensino regular, como oferta
obrigatória e de responsabilidade dos sistemas de ensino.
Na perspectiva da educação inclusiva, a educação especial passa a
integrar a proposta pedagógica da escola regular, promovendo o atendimento
às necessidades educacionais especiais de alunos com deficiência, transtornos
globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. Nestes casos e
outros, que implicam em transtornos funcionais específicos, a educação
especial atua de forma articulada com o ensino comum, orientando para o
atendimento às necessidades educacionais especiais desses alunos. Essa
Política resgata o sentido da Educação Especial expresso na Constituição
Federal de 1988, que interpreta esta modalidade não substitutiva da
escolarização comum e define a oferta do atendimento educacional
especializado – AEE em todas as etapas, níveis e modalidades,
preferencialmente no atendimento à rede pública de ensino.
No sentido de implementar a Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva, foi aprovado o Decreto Presidencial de nº
6.571/2008, cujo objetivo principal é o compromisso da União na prestação de
38
apoio técnico e financeiro aos sistemas públicos de ensino dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, de acordo com Parecer 13/2009 do
CNE/CEB de 03/06/2009.
O Decreto nº 6.571/2008, que dispõe sobre o atendimento educacional
especializado, regulamenta o parágrafo único do art. 60 da Lei 9.394/96, e
acrescenta dispositivo ao Decreto nº 6.253, de 13 de novembro de 2007,
estabelece:
Art. 1º – A União prestará apoio técnico e financeiro aos
sistemas públicos de ensino dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, na forma deste Decreto, com a
finalidade de ampliar a oferta do atendimento educacional
especializado aos alunos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e alta habilidades ou
superdotação, matriculados na rede pública de ensino
regular.
§ 1º Considera-se atendimento educacional especializado
o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e
pedagógico organizados institucionalmente, prestado de
forma complementar à formação dos alunos no ensino
regular.
§ 2º O atendimento educacional especializado deve
integrar a proposta pedagógica da escola, envolver a
participação da família e ser realizado em articulação com
as demais políticas públicas.
Considerando que as pessoas se modificam continuamente,
transformando o contexto no qual se inserem. Esse dinamismo exige uma
atuação pedagógica voltada para alterar a situação de exclusão, reforçando a
importância dos ambientes heterogêneos para a promoção da aprendizagem
de todos os alunos.
A educação especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos
os níveis, etapas e modalidades, e o atendimento educacional especializado
disponibilizará os recursos e serviços e orientará quanto a sua utilização no
39
processo de ensino e aprendizagem nas turmas comuns do ensino regular.
De acordo com as Diretrizes Operacionais para o atendimento
educacional especializado na Educação Básica, modalidade Educação
Especial do Projeto de Resolução do MEC/CNE/CEB, artigo 4º é considerado
público-alvo do AEE:
I – Alunos com deficiência: aquele que têm impedimentos
de longo prazo de natureza física, mental ou sensorial.
II – Alunos com transtornos globais do desenvolvimento:
aqueles que apresentam um quadro de alterações no
desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas
relações sociais, na comunicação ou estereotipias
motoras. Incluem-se nessa definição alunos com autismo
clássico, síndrome de Aspeger, síndrome de Rett,
transtorno desintegrativo da infância (psicose) e
transtornos invasivos sem outra especificação.
III – Alunos com altas habilidades/superdotação: aquele
que apresentam um potencial elevado e grande
envolvimento com as áreas do conhecimento humano,
isoladas ou combinadas: intelectual, liderança,
psicomotora, artes e criatividade.
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva encontra-se em perfeita sintonia com o documento da Organização
das Nações Unidas – ONU que adotou a Convenção sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência, constituindo a educação inclusiva em um paradigma
educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga
igualdade e diferença como valores indissociáveis.
A Convenção traz as diretrizes gerais sobre cada um dos direitos ,
cabendo ao Brasil transformá-las em políticas e ações, tais como as
preconizadas na Política de Educação Especial Inclusiva: fazer com que todas
as etapas e modalidades da educação básica, o atendimento educacional
especializado seja organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos,
constituindo oferta obrigatória dos sistemas de ensino a ser realizado no
40
período inverso da classe regular, na própria escola ou centro de atendimento
especializado.
A formação dos docentes, os recursos de tecnologia assistiva e demais
meios e modos de apoio como elementos de base para a inclusão dos alunos
com necessidades educacionais especiais no sistema regular de ensino são
ações prioritárias para a educação especial inclusiva, tanto no Programa de
Desenvolvimento da Educação – PDE, como na Agência Social de Inclusão
das Pessoas com Deficiência.
Além disso, é preciso ter claro o conceito de inclusão que fundamenta o
projeto político pedagógico de cada sistema educacional, levando em conta um
projeto que não discrimina, que não segrega e que se organiza para receber
cada aluno assumindo o compromisso da gestão pública (GRIBOSKI, 2008)
O Brasil tem sido reconhecido mundialmente nas últimas décadas por
seu marco legal, deverá alcançar um novo patamar, onde surgem as mudanças
de caráter prático na vida das pessoas com deficiência, fruto de políticas
sólidas, planejamento e orçamento, dimensionado para assegurar as ações
consideradas prioridades de governo. É um processo de contínuo de
transformação da sociedade, deixando de ver a deficiência como um castigo, e
alvo de assistencialismo, para olhá-la como um fenômeno social, sai do
preconceito para o respeito às diferenças. (MAIOR; MIRANDA, 2008)
A construção de uma cultura social respeitadora dos Direitos Humanos
pode formar a base social que garanta o êxito que as políticas de inclusão
necessitam na direção de não serem vistas como um compromisso a mais no
universo escolar.
No Brasil, tais políticas procuram potencializar a relação da educação
especial com a educação formal buscando estruturar o acesso e a
permanência no sistema bem como possibilitar o desenvolvimento cultural e
profissional de cada um.
A Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de
Deficiência - CORDE, instância da Secretaria Especial dos Direitos Humanos
da Presidência da República, criada pela Lei 7.853/89, que tem com
responsabilidade coordenar as ações superiores governamentais no que se
refere às pessoas com deficiência, ao se debruçar sobre a Política de
Educação Especial Inclusiva, o faz considerando o espectro interministerial.
41
Ressalta o papel de cada órgão de governo, não por meio de atuação restrita,
mas como uma parceria de todos os setores governamentais e dos
movimentos sociais organizados, para a garantia do acesso e da permanência
com sucesso dos alunos da escola regular.
Pensar uma escola capaz de atender a todos com qualidade e respeito
às diferenças é um desafio a ser superado pela sociedade brasileira. Construir
uma cultura de valorização da diversidade exige de quem ocupa espaços de
tomada de decisão e compromisso. Coragem de enfrentar verdades
cristalizadas e grupos politicamente, edificados sobre o processo de
segregação escolar e social da pessoa com deficiência. Compromisso com a
implementação dos documentos internacionais ratificados pelo Brasil, relativos
aos direito à educação inclusiva e, por fim, contribuir, efetivamente, para uma
profunda transformação social. São atitudes construídas historicamente que
levará a construção de um mundo cada vez melhor.
3.1 Entrevista Com Especialistas da Área da Educação Municipal
Foram realizadas entrevistas com diferentes especialistas da educação,
sendo: Diretora da Divisão de Ensino, Supervisora de Ensino, Diretora de
Escola e Professora de Escola da Rede Municipal de Ensino de Lins, para que
este trabalho pudesse ser realizado.
De acordo com a entrevista com a Diretora da Divisão de Ensino que
tem como formação acadêmica a graduação em Bacharel em Direito e
Habilitação Plena em Pedagogia, evidenciou-se a clareza do conhecimento das
leis vigentes que dão respaldo para a garantia da inclusão escolar em todos os
aspectos sociais, econômicos, físicos e políticos, exemplificando primeiramente
a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) e a de Salamanca (1994),
a Convenção de Guatemala (1999), Constituição Federativa do Brasil (1988),
desde os artigos iniciais até o capítulo que trata da educação, especialmente o
artigo 208 e seus incisos, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(1996) e o Estatudo da Criança e do Adolescente (1990), além da Portaria
Ministerial nº 555 de 05/06/2007, prorrogada pela portaria nº 948 de
09/10/2007, que instituíram a Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva; o Decreto nº 6.571 de 17/09/2008, que
42
dispõe sobre o Atendimento Educacional Especializado; o Parecer do Conselho
Nacional de Educação CNE/CEB nº 13/09 que trata das diretrizes operacionais
para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica,
modalidade Educação Especial e o Decreto nº 6.949 de 25 de agosto de 2009,
que promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência, além de toda a legislação que trata da acessibilidade e a Lei nº
11.494 de 20 de junho de 2007 e suas atualizações, que dispõem sobre o
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB.
Relatou-se a política de inclusão da Rede Municipal de Ensino desde a
Educação Infantil modalidade creche e pré-escola até o Ensino Fundamental,
através de parceria com o Unisalesiano, especificamente com a Coordenação
do Curso de Terapia Ocupacional, para o funcionamento do Centro de
Atendimento Educacional, que pretende oferecer o atendimento com
especialistas nas diferentes áreas de educação especial aos alunos com
deficiência e com dificuldades de aprendizagem.
Para a promoção de um Educação Inclusiva, de acordo com a Diretora
da Divisão de Ensino, desde 2003 são realizados encontros de Edicação
Especial que abordam temas inerentes à otimização do atendimento aos
alunos com deficiência, ministrado pela Psicóloga da Rede Municipal de
Ensino. Em 2006, a prefeitura firmou parceria com Unisalesiano e o Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, para a realização do
Curso de Educação Especial de 80 horas, oferecidos aos professores e
especialistas da rede municipal.
No ano de 2007, a Secretaria Municipal de Educação ofereceu aos
professores e especialista da rede municipal, o curso de Educação Inclusiva,
ministrado pela Profª Metre Maria Aparecida Ouvinhas Gavioli, tendo como,
dentre outros, o estudo das abordagens, dos textos e de depoimentos da
Exma. Srª. Drª Eugênia Augusta Gonzaga Fávero, Procuradora de Justiça, que
se empenha na efetivação das políticas inclusivas nas redes de ensino. Dando
continuidade ao curso, em 2008, toda primeira segunda-feira de cada mês, os
Diretores de Escola, Coordenadores Pedagógicos, Supervisores de Ensino, a
Equipe de Formação Continuada de demais especialistas da educação da
Rede Municipal de Ensino participaram do Curso Gestão Inclusiva: Escola para
43
Todos, Pela Cultura da Diversidade, ministrado pela Profª Ana Cristina Costa
Piletti.
Também em 2007, a Prefeitura de Lins, por meio da Secretaria Municipal
de Educação firmou parceria com Unisalesiano, para que os professores e
especialistas que participaram do curso de Educação Inclusiva no ano de 2007,
realizem o Curso de Pós-Graduação em Educação Inclusiva, com ônus de 2/3
(dois terços) do valor das mensalidades custeado pela Prefeitura. E neste
mesmo ano, a Secretaria Municipal de Educação promoveu, quinzenalmente,
toda sexta-feira noturna e sábado diurno, a capacitação de professores e
especilista, bem como supervisão de casos, com profissionais da Escola
Terapêutica “Lugar de Vida”, organização não-governamental vinculada a USP,
especialista em crianças autistas e com transtornos psiquiátricos.
A Secretaria Municipal de Educação viabilizou a formação do Grupo de
Estudos e Planejamento em Inclusão de Lins – GEPIL, formado por
representantes dos profissionais da área da educação de cada uma das 17
unidades escolares integrantes da rede municipal, que por meio de reuniões
mensais, assistidos pela Profª Metre Maria Aparecida Ouvinhas Gavioli e Profª
Ana Cristina Pilleti, discutem os assuntos inerente à inclusão, apresentam
sugestões e mostras de seus trabalhos, inclusive com a edição de informativos
das ações praticadas em cada escola.
Além das escolas da rede municipal, integram o Sistema Municipal de
Ensino, 08 escolas de Educação Infantil/modalidade creche filantrópicas e 09
Escolas de Educação Infantil Privada que são supervisionada pela Comissão
Técnica da Secretaria Municipal de Educação, que recebem formação
continuada oferecidas às escolas municipais.
O Ministério da Educação contemplou a Secretaria Municipal de
Educação com10 salas de recursos para a oferta do Atendimento Educacional
Especialista, sendo que os materiais e equipamentos para a composição das
salas está sendo enviado gradualmente. E a frota de ônibus escolares da
Secretaria Municipal de Educação recebeu um ônibus adaptado para alunos
com deficiência, além do acompanhamento de um monitor.
Firmou-se com FNDE e a Prefeitura de Lins, por meio desta Secretaria,
um convênio com o Governo Federal, para adequação das estruturas físicas
das Unidades Escolares, o que permitirá acessibilidade em todos níveis.
44
Finalmente, diante das experiências realizadas pela Rede Municipal,
consideradas exitosas na área pelo Ministério da Educação, o nosso passou a
integrar como município-pólo de sua área de abrangência, o “Programa
Educação Inclusiva: direito à diversidade” mantido pela Secretaria de Educação
Espcial do MEC, por meio qual realizará a formação de gestores e educadores
para a transformação dos sistemas educacionais em sistemas educacionais
inclusivos.
As escolas da Rede Municipal de Ensino, todas sob a responsabilidade
de Diretores de Escola, possuem autonomia para a decisão nas ações que
envolvam uma prática inclusiva. Entretanto, a Secretaria Municipal de
Educação orienta que as ações e decisões sejam feitas coletivamente, o que
fortalecerá em equipe, um dos pilares da gestão democrática.
A entrevistada Supervisora de Ensino da rede municipal é graduada em
Pedagogia e Letras, segundo seu relato a Educação Inclusiva é uma educação
que promove o ser humano e o acolhe nas escolas de educação formal,
independente de suas diferenças ou limitações físicas, intelectuais, emocionais
ou psicológicas e para a promoção de uma educação inclusiva a Secretaria
Municipal da Educação realiza capacitação dos professores, especialista e
demais funcionários da rede municipal como por exemplo o curso com
especialista do “Lugar de Vida” com enfoque no autismo, cursos desde 2007
com a Profª Metre Maria Aparecida Ouvinhas Gavioli e criação do GEPIL que
envolve todas as escolas da Rede Municipal. Além de investimentos gradativos
em acessibilidades nas Unidades Escolares e aquisição de ônibus adaptados
para deficientes e professores auxiliares nas salas de aulas com alunos com
deficiências. Porém ainda, a dificuldade está na insegurança de professores e
funcionários que não se setem preparados para dar um atendimento
especializado, por falta de formação específica de cada tipo de deficiência.
Conforme a entrevista com a Diretora de Escola, com formação
acadêmica em Pedagogia diz que a Educação Inclusiva deve garantir o acesso
de todas as formas aos indivíduos com necessidades especiais educacionais e
atualmente possui dois alunos com deficiência: um deficiente físico e um
deficiente visual e percebe que as dificuldades encontradas em sua Unidade
Escolar em relação a inclusão escolar está na ansiedade, insegurança dos
funcionários acharem que não estão preparados. E para superação dessa
45
dificuldade é realizadas nas reuniões da equipe escolar a sensiblização de
inclusão desde seus pares até a inclusão de alunos com necessidades
especiais, além das capacitações e formações continuadas promovidas pela
Secretaria Municipal de Educação.
A professora da Rede Municipal de Ensino entrevistada é graduada em
Terapia Ocupacional e Pedagogia, segundo seu relato a Educação Inclusiva é
a adoção de toda e qualquer diversidade e diferença, pois todos temos alguma
necessidade especial. Diante dessa perspectiva, ao receber um aluno com
deficiência ocorre um sentimento de ansiedade por saber a seriedade do
assunto e pelo compromisso que reque um desdobramento maior, além das
dificuldades em encontrar as adaptações das atividades e o acesso às famílias,
apesar das formações continuadas abordarem os temas sobre inclusão escolar
permitindo maior esclarecimento sobre o assunto. Atualmente é inevitável
pensar na educação sem inclusão e para que ocorra a inclusão de alunos com
necessidades educativas especiais seja realmente efetivada, na opinião da
professora, seria necessário a contratação de professores auxiliares para todas
as salas de aulas nas séries iniciais do Ensino Fundamental e números de
alunos reduzidos por salas,
46
CONCLUSÃO
Após a realização do estudo de caso, concluiu-se que a legislação e a
política pública municipal da cidade de Lins atendem de forma adequada às
necessidades educativas especiais da educação e sua diversidade, permitindo
uma educação inclusiva através de ações políticas que visam a eliminação de
barreiras atitudinais, pedagógicas, físicas e nas comunicações fortalecendo o
movimento de transformações nas escolas.
Antigamente os sistemas de ensino estavam imersos em um modelo
médico de avaliação, seguiam considerando as dificuldades de aprendizagem
como conseqüência do déficit do aluno, sem questionar os fracassos das
escolas.
No final dos anos 80 e princípios dos 90 surgem o interesse em
reconhecer que as dificuldades que experimentam alguns alunos nos sistema
de ensino são o resultado de determinadas formas de organizar as escolas e
as formas delineadas por elas, além do conceito de necessidades educacionais
especiais e a mudança de paradigma.
Atualmente a perspectiva da educação inclusiva na escola traça um
modelo curricular que inspira sobre como reformar as escolas, as práticas
educativas e a formação de professores, com o fim de proporcionar uma
educação de qualidade ajustada nas características de todos os alunos.
Nesse contexto, verifica-se através deste estudo que o Município de
Lins, através da Secretaria de Municipal de Educação promove ações rumo à
educação inclusiva, através do Governo Federal que contemplou o município
com dez salas de recursos para a oferta do Atendimento Educacional
Especializado para o ano de 2010, além de parceria com o Unisalesiano e o
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, para capacitação
no Curso de Educação Especial de professores e especialistas da rede
municipal, também a compra de ônibus e mobiliários adaptados, reformas de
acessibilidades nas escolas e formação continuada a todos funcionários.
Vive-se um momento de transformação na qualidade da educação,
implicando na mudança estrutural da escola para que todos os alunos tenham
suas especificidades atendidas.
47
REFERÊNCIAS
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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: Lei 8.069/90/CoordenaçãoAndré Arruda . Rio de Janeiro: Roma Victor, 2007.
FÁVERO, E. A . G. Direitos das Pessoas com Deficiência : garantia deigualdade na diversidade. Rio de Janeiro: WVA, 2004.
FREITAS, S. N.Uma Escola para Todos: reflexões sobre a prática educativa.
48
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GRIBOSKI, C.M. Opinião. Inclusão Revista da Educação Especial .Secretaria da Educação Especial. Brasília, v.4, n.1, p. 57, jan/jun. 2008.
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MEC/SEESP- Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva daEducação Inclusiva: Marcos históricos e normativos. Inclusão Revista daEducação Especial . Secretaria da Educação Especial. Brasília, v. 4, p. 7-17,janeiro/junho 2008.
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STOBAÜS, C. D; MOSQUERA, J. J. M. (Orgs.) Educação Especial: emdireção à educação inclusiva . 3. ed. Porto Alegre: Edipucrs, 2006.
50
APÊNDICE A - Roteiro de Observação Sistemática
I – IDENTIFICAÇÃO
Local de Pesquisa:
Localização:
Atividade Principal:
II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS
1 Recursos Humanos
2 Recursos Materiais
3 Recursos Físicos
4 Estrutura Administrativa: leis e políticas públicas
51
APÊNDICE B – Roteiro de Estudo de Caso
1 INTRODUÇÃO
Demonstrar através das leis e das políticas públicas adotadas pelo
município, apresentando os objetivos relacionados ao estudo de caso,
descrevendo os métodos e técnicas utilizadas na pesquisa caracterizando os
principais aspectos trabalhados na educação inclusiva.
2 RELATO DO TRABALHO REALIZADO REFERENTE AO ASSUNTO
ESTUDADO
a) descrição das leis e políticas públicas utilizadas na educação
inclusiva.
b) Serão realizadas entrevistas com a Diretora de Ensino Municipal,
Supervisora de Ensino Municipal e professora da rede Municipal de
Ensino.
3 DISCUSSÃO
Confrontar as leis e as políticas públicas com a prática vivenciada em
estudo.
4 PARECER FINAL SOBRE O CASO E SUGESTÕES SOBRE
MANUTENÇÃO OU MODIFICAÇÕES DE PROCEDIMENTOS
52
APÊNDICE C - Aspectos Históricos da Educação Inclusiva
I – IDENTIFICAÇÃO
Localização:
Atividade Principal:
Data de fundação:
Direção:
II – ASPECTOS HISTÓRICOS DO LOCAL DE PESQUISA/TEMA
1 Primeiras Estruturas Organizacionais
2 Evolução das Atividades
3 Evolução das Instalações
4 Evolução da Legislação
53
APÊNDICE D – Roteiro de Entrevista para a Diretora de Ensino Municipal
I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Formação acadêmica
Experiências anteriores
Experiências atuais
Residência: Cidade: Estado:
II – PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1 – Quais as leis que você conhece que dão respaldos para a garantia da
inclusão escolar em todos os aspectos sociais, físicos e econômicos?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
2 – Quais ações a Secretaria da Educação Municipal promove para que a
educação inclusiva disseminem na Rede Municipal de Ensino?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
3 – Existe formação continuada para os professores e demais funcionários da
educação, a qual possam torná-los capazes de conceber e ministrar uma
educação inclusiva?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
4- As escolas da rede municipal de ensino possuem autonomia de decidir
ações, instituindo prioridades no que diz respeito à inclusão ?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
54
...............................................................................................................................
4.1- Como?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
5– Existem parcerias com outras Secretarias visando o atendimento
educacional especial para os alunos com deficiências?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
5.1- Quais?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
55
APÊNDICE E – Roteiro de Entrevista para a Supervisora de Ensino Municipal
I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Formação acadêmica
Experiências anteriores
Experiências atuais
Residência: Cidade: Estado:
II – PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1 – O que significa Educação Especial Inclusiva?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
2 – Quais ações são realizadas pela Secretaria Municipal de Educação para
promoção de uma educação inclusiva?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
3 – Existe formação continuada envolvendo todos os funcionários da educação,
desde serventes serviços gerais até os especialistas da educação?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
3.1 – Quais?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
4– Quais as dificuldades encontradas pelas escolas no processo de inclusão
de alunos com deficiências você tem percebido no decorrer desses últimos
56
anos?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
5 – E o que a Secretaria Municipal de Educação tem feito para sanar tais
problemas?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
57
APÊNDICE F – Roteiro de Entrevista com a Diretora de Escola Municipal
I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Formação acadêmica
Experiências anteriores
Experiências atuais
Residência: Cidade: Estado:
II – PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1 – O que significa Educação Especial Inclusiva?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
2 – Quantos alunos com deficiências você tem em sua escola?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
3 – Quais as dificuldades você percebe que ocorre diante a equipe escolar com
a nova perspectiva da Educação para Todos, incluindo a educação inclusiva?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
4 – Quais ações são tomadas para que se torne uma Escola Inclusiva?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
58
5 – Como gestor, o que você acha que ainda precisa investir para que a
educação inclusiva seja mais efetiva em nosso município?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
59
APÊNDICE G – Roteiro de Entrevista com a Professora da Rede Municipal
I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Formação acadêmica
Experiências anteriores
Experiências atuais
Residência: Cidade: Estado:
II – PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1- O que é Educação Especial Inclusiva?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
2 – Qual é o sentimento em receber um aluno com deficiência em sua sala de
aula?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
3 – Quais as dificuldades que você encontrou ao incluir um aluno com
deficiência em sua sala de aula?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
4 – A formação continuada que você recebe aborda temas sobre inclusão
escolar?
60
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
5 – No que formação continuada tem lhe contribuído para a uma educação
inclusiva?
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6 – O que você acha que ainda precisa ser feito para que a inclusão de alunos
com necessidades educativas especiais seja verdadeiramente efetiva?
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