ações integradas na atenção básica
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Faacutebia Pottes Alves
SAUacuteDE DO HOMEMaccedilotildees integradas na Atenccedilatildeo Baacutesica
Recife2016
Faacutebia Pottes Alves
SAUacuteDE DO HOMEM accedilotildees integradas na Atenccedilatildeo Baacutesica
Alves Faacutebia Pottes
Sauacutede do homem accedilotildees integradas na atenccedilatildeo baacutesica Faacutebia Pottes Alves ndash Recife Ed Universitaacuteria da UFPE 2016
53 p
Inclui Ilustraccedilotildees
ISBN 978-85-415-0813-1
1 Atenccedilatildeo Primaacuteria a Sauacutede ndash Sauacutede do homem 2 Promoccedilatildeo da sauacutede 3 Poliacuteticas Planejamento e Administraccedilatildeo em Sauacutede 4 Sauacutede do Homem I Tiacutetulo
610
A474s
GOVERNO FEDERALPresidente da RepuacuteblicaDilma Vana Rousseff
Ministro da SauacutedeMarcelo Castro
Secretaacuterio de Gestatildeo do Trabalho e da Educaccedilatildeo na SauacutedeHeider Aureacutelio Pinto
Diretor do Departamento de Gestatildeo da Educaccedilatildeo na Sauacutede (DEGES)Alexandre Medeiros de Figueiredo
Secretaacuterio Executivo da Universidade Aberta do Sistema Uacutenico de Sauacutede (UNA-SUS) Francisco Eduardo de Campos
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCOReitorAniacutesio Brasileiro de Freitas Dourado
Vice-ReitorFlorisbela Campos
GRUPO SABER TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS E SOCIAIS UNA-SUS UFPECoordenadora GeralProfordf Cristine Martins Gomes de Gusmatildeo
Coordenadora TeacutecnicaJosiane Lemos Machiavelli
Coordenadora de EADProfordf Sandra de Albuquerque Siebra
Equipe de Ciecircncia da InformaccedilatildeoProfordf Vildeane da Rocha BorbaJacilene Adriana da Silva Correia
Equipe de DesignAmariacutelis Aacutegata da Silva Cleyton Nicollas de Oliveira Guimaratildees Silvacircnia Cosmo
Assessoria ndash Educaccedilatildeo em SauacutedeLuiz Miguel Picelli SanchesPatriacutecia Pereira da Silva
Secretaria AcadecircmicaFabiana de Barros LimaGeisa Ferreira da SilvaIsabella Maria Lorecircto da Silva
Revisor linguiacutesticoEmanuel Cordeiro da Silva
CONTATOUniversidade Federal de PernambucoCentro de Convenccedilotildees da UFPE Espaccedilo Saber Sala 04Avenida dos Reitores sn Cidade Universitaacuteria Recife - PE CEP 50741-000httpsabertecnologiascombr
copy UNA-SUS UFPEEacute PErmitidA A rEProdUccedilatildeo PArciAl oU totAl dEStA PUblicAccedilatildeo dESdE qUE citAdA A FoNtE
Lista de iLustraccedilotildees e quadros
Tabela 01 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa de internaccedilatildeo (por 10 mil habitantes) por causas externas - Brasil 2010 15
Tabela 02 ndash Taxa de incidecircncia anual de neoplasias malignas por 100000 habitantes por locali-zaccedilatildeo segundo Regiatildeo e UF sexo masculino Brasil 2010 e 2011 17
Tabela 03 ndash Frequecircncia de consumo de bebida alcooacutelica em homens e mulheres com idade a partir de 18 anos 18
Graacutefico 02 ndash Porcentagem () das principais causas de internaccedilatildeo em homens por faixa etaacuteria Brasil 2010 19
Graacutefico 03 ndash Internaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio 2007 20
Graacutefico 04 ndash Percentual de internaccedilotildees hospitalares pelo aparelho circulatoacuterio na populaccedilatildeo masculina dos 25ndash59 anos 2007 21
Graacutefico 05 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo Brasil 2000 2005 e 2010 22
Graacutefico 06 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo e o ano do oacutebito por faixa etaacuteria Brasil 2000 e 2010 23
Quadro 01 ndash Quatro principais causas especiacuteficas de mortalidade entre 20 e 59 anos (nesta ordem) homens 2010 23
Tabela 04 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa bruta de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externas segundo sexo faixa etaacuteria e regiotildees geograacuteficas Brasil 2009 24
Graacutefico 07 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Paraiacuteba para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011 25
Graacutefico 08 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Pernambuco para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011 26
Graacutefico 09 ndash Mortalidade proporcional () por capiacutetulos da CID no sexo masculino Brasil 2000 e 2010 27
Quadro 02 ndash Indicadores para a anaacutelise do perfil da populaccedilatildeo masculina 37
sumaacuterio
APrESENtAccedilatildeo 5
1 SAuacutedE do homEm E mAScUliNidAdES 6
11 Gecircnero masculinidade e promoccedilatildeo da sauacutede 6
12 Vulnerabilidades masculinas 9
2 cArActErizAccedilatildeo SociodEmograacuteFicA E dE SAuacutedE dA PoPUlAccedilatildeo mAScUliNA No brASil Em PErNAmbUco E NA PArAiacutebA 11
21 caracteriacutesticas sociodemoGraacuteficas da populaccedilatildeo masculina12
22 principais indicadores de morbimortalidade 13
221 morbidade 14
222 mortalidade 22
3 ProgrAmAS PoliacuteticAS E PActoS dE SAuacutedE PArA o homEm No brASil 29
31 pacto pela sauacutede 29
32 poliacutetica nacional de atenccedilatildeo inteGral agrave sauacutede do Homem (pnaisH) 30
33 poliacutetica nacional de Humanizaccedilatildeo (pnH) 32
34 poliacutetica de promoccedilatildeo da sauacutede 34
4 A orgANizAccedilatildeo dA EStrAtEacutegiA SAuacutedE dA FAmiacuteliA No PlANEjAmENto dE AccedilotildeES E AvAliAccedilatildeo dE riScoS agrave SAuacutedE do homEm 35
41 conHecendo a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea de abranGecircncia 36
42 inserccedilatildeo da atenccedilatildeo e cuidado ao Homem no processo de trabalHo da equipe de sauacutede da famiacutelia 38
43 accedilotildees da equipe de sauacutede da famiacutelia Voltadas para a sauacutede do Homem 39
rEFErecircNciAS 43
Caro(a) aluno(a)
Esta primeira parte da disciplina Sauacutede do Adulto II na qual eacute abordada a Sauacutede do Homem surge como um diferencial na formaccedilatildeo dos profissionais da Estra-teacutegia de Sauacutede da Famiacutelia visto que este eacute um tema relativamente novo dentro da agenda de prioridades do Ministeacuterio da Sauacutede
A Atenccedilatildeo Baacutesica deve ser a porta de entrada preferencial e o principal contato dos usuaacuterios com os serviccedilos de sauacutede Poreacutem o que vemos eacute que a demanda dos homens por atendimento eacute inferior agrave das mulheres Logo a inclusatildeo destes em accedilotildees de preservaccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede tem se tornado cada vez mais desafiadora e requer qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria para que natildeo se restrinja agrave recuperaccedilatildeo da sauacutede Deve-se garantir sobretudo a prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos evitaacuteveis
Para tanto constituem objetivos da disciplina Sauacutede do Adulto II no que se refere agrave sauacutede do homem
raquo refletir sobre as caracteriacutesticas masculinas que dificultam o acesso do homem ao serviccedilo de sauacutede
raquo identificar os indicadores de morbimortalidade nacionais e estaduais em sauacutede do homem
raquo conhecer os pactos poliacuteticas e programas voltados agrave sauacutede do homem no Brasil
raquo reorientar os membros da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia no planejamento de accedilotildees e avaliaccedilatildeo de riscos relativos agrave sauacutede do homem
raquo orientar as accedilotildees da cliacutenica e do cuidado relacionados aos principais agravos da sauacutede do homem
Bons estudos
apresentaccedilatildeo
1 sauacutede do homem e mascuLinidades
Homens e sauacutede parece que essas duas palavras juntas natildeo combinam mas se engana quem pensa assim Mesmo com todas as dificuldades que envolvem a relaccedilatildeo sauacutede e populaccedilatildeo masculina o Brasil estaacute atento e agindo para que essa relaccedilatildeo possa seguir outro caminho que eacute o da prevenccedilatildeo das doenccedilas e agravos e da promoccedilatildeo agrave sauacutede
No entanto natildeo eacute uma tarefa faacutecil perceber os homens quando o assunto eacute sauacutede pois eles tecircm se mostrado ainda pouco ativos no cuidado com ela e quando procuram ajuda agraves vezes esbarram em obstaacuteculos como a falta de um olhar adequado dos(as) profissionais da sauacutede e de serviccedilos que acolham as demandas masculinas (CZERESNIA 2003)
Compreender a sauacutede enquanto praacuteticas de cuidado e bem-estar e natildeo somente doenccedila eacute um desafio para os homens e cabe a noacutes profissionais da sauacutede ajudaacute- los nesse processo
11 Gecircnero masculinidade e promoccedilatildeo da sauacutede
A temaacutetica relacionada agrave sauacutede masculina foi por muito tempo pouco abor-dada e discutida em contraposiccedilatildeo agrave sauacutede da mulher objeto de poliacuteticas puacuteblicas e de variadas investigaccedilotildees (BRAZ 2005)
Haacute muito tempo as mulheres foram acostumadas a expor seus corpos para um(a) meacutedico(a) principalmente em funccedilatildeo da ginecologia Isso fez com que o olhar medicalizado sobre o corpo feminino tivesse maior naturalizaccedilatildeo passando a ser mais aceito o fato de a mulher se cuidar sendo esse fato inclusive associado agrave ideia de fragilizaccedilatildeo da mulher (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)
Aleacutem disso o movimento feminista favoreceu o protagonismo social e poliacutetico da mulher nas accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede permitindo grande avanccedilo nas ques-totildees referentes agrave sauacutede feminina No entanto essa evoluccedilatildeo natildeo foi acompanhada pelo grupo masculino em virtude das concepccedilotildees do que seria um comportamento ideal do ser macho (GOMES NASCIMENTO 2006)
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No caso dos homens os estudos foram ampliados a partir da deacutecada de 1980 A abordagem nessa eacutepoca era voltada sobretudo para a sexualidade e sauacutede reprodutiva masculina (BRITO SANTOS 2010) Por outro ladonos anos 1990 os estudos comeccedilaram a se estruturar a partir da perspectiva de gecircnero discutindo dentre outros aspectos a singularidade do ser saudaacutevel e do ser doente buscando o entendimento de que era necessaacuteria uma visatildeo da sauacutede do homem mais inte-gralizada (GOMES NASCIMENTO 2006) Como prova disso no iniacutecio dos anos 2000 a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (OMS) lanccedilou publicaccedilotildees focalizadas na sauacutede masculina A primeira publicaccedilatildeo defendia a importacircncia da abordagem da sauacutede para homens jovens como forma de socializaccedilatildeo e adoccedilatildeo de estilo de vida mais saudaacutevel E em 2001 propocircs accedilotildees voltadas agrave sauacutede dos homens com idades mais avanccediladas fase na qual se encontram mais vulneraacuteveis e mais expostos aos riscos que degradam a sauacutede Aleacutem disso nessas publicaccedilotildees eacute defendida a pertinecircncia de abordagens pautadas no caraacuteter relacional de gecircnero para que seja possiacutevel promover mais igualdade entre mulheres e homens nas sociedades (GOMES 2011)
Paralelamente emergem centenas de estudos sobre gecircnero De laacute para caacute a questatildeo gecircnero vem migrando dos espaccedilos de luta poliacutetica para a academia e desta para diversos contextos poliacuteticos e sociais incluindo a sauacutede (VILLELA 2005 CAMURCcedilA GOUVEIA 2004) Mas afinal qual eacute a diferenccedila entre sexo e gecircnero
O sexo eacute uma determinaccedilatildeo bioloacutegica baseada nas diferenccedilas fiacutesicas do corpo de machos e fecircmeas quer sejam da espeacutecie humana ou de qualquer espeacutecie animal diferenccedilas essas que natildeo mudam soacute se desenvolvem no decorrer da vida (CAMURCcedilA GOUVEIA 2004 LIMA 1999)
O gecircnero eacute um dos mais importantes princiacutepios organizadores da nossa socie-dade eacute a forma de descrever as construccedilotildees sociais que determinam aos meninos e agraves meninas formas de ser homem e ser mulher ou seja satildeo os papeacuteis sociais que lhes satildeo atribuiacutedos (GARCIA 1998)
Trata-se de uma construccedilatildeo histoacuterica estabelecida pelos seres humanos e que varia de acordo com a eacutepoca os lugares seus costumes e cultura leis religiatildeo classe social etnia e idade (CAMURCcedilA GOUVEIA 2004 GIFFIN 2005)
Cada sociedade elabora o seu modelo masculino e feminino a ser imitado por homens e mulheres respectivamente Essas Identidades satildeo mutuamente exclu-sivas
Essas diferenccedilas que vatildeo sendo estabelecidas atribuem fragilidade e passivi-dade agrave mulher e virilidade e poder ao homem reforccedilando a dominaccedilatildeo do mascu-lino sobre o feminino em que o poder atua de variadas maneiras produzindo formas de viver e de cuidados com a sauacutede que tambeacutem satildeo diversas
As relaccedilotildees de gecircnero sempre levaram a uma distribuiccedilatildeo desigual do poder da autoridade e dos direitos masculinos e femininos Estes inicialmente eram considerados fenocircmenos naturais (CAMURCcedilA GOUVEIA 2004) No entanto podemos perceber que o homem mesmo estando no domiacutenio das relaccedilotildees de poder estabelecidas em nossa sociedade tambeacutem eacute submetido aos constrangi-
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mentos sociais que impotildeem padrotildees de comportamentos (SOUZA2005 KONH et al c2012) Esses padrotildees acentuam a dificuldade do homem em lidar com o proacuteprio corpo e com suas emoccedilotildees bem como com as situaccedilotildees de adoecimento
Desde muito cedo no nuacutecleo familiar ldquoaprendemosrdquo a ser o que somos convi-vendo com as relaccedilotildees de poder dos mais velhos sobre os mais novos do homem sobre a mulher do rico sobre o pobre Desde pequenos os meninos aprendem a demonstrar forccedila seguranccedila a serem competitivos e natildeo ter medos a suportar sem chorar suas dores fiacutesicas e emocionais A dor eacute antes de tudo assunto de mulheres devendo o homem desprezaacute-la sob pena de se ver desvirilizado e de ser rebaixado ao niacutevel da condiccedilatildeo feminina (KONH et al c2012)
Ao homem se associa a imagem do provedor e protetor da autoridade agres-sividade da forccedila e virilidade da autonomia do domiacutenio do mundo externo dos espaccedilos puacuteblicos Por outro lado agrave mulher atribui-se a fragilidade submissatildeo o carinho o cuidado dos filhos dos doentes e da casa o espaccedilo privado (VILLELA 2005)
Por meio desse modelo os homens manifestam sua masculinidade e rejeitam comportamentos tidos como femininos Muitas vezes natildeo demonstram o que pensam e sentem medo de demonstrar sua fragilidade (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)
As masculinidades devem ser entendidas como configuraccedilotildees de praacuteticas em torno da posiccedilatildeo dos homens nas relaccedilotildees de gecircnero isto eacute das experiecircncias concretas do cotidiano de muitos homens e natildeo apenas os comportamentos que a sociedade espera Ou seja natildeo eacute uma qualidade essencial ou estaacutetica Haacute uma diversidade de tipos de masculinidades que correspondem a diferentes inserccedilotildees dos homens na estrutura social poliacutetica econocircmica cultural e a trajetoacuterias e estaacute-gios diferentes do seu ciclo vital Citando algumas dessas inserccedilotildees tem-se a paternidade a adolescecircncia o envelhecimento a emergecircncia de outras categorias sexuais o desemprego a globalizaccedilatildeo a participaccedilatildeo das mulheres no mercado de trabalho e na poliacutetica etc Aleacutem da masculinidade hegemocircnica identificam-se portanto outras masculinidades marginais subordinadas (BRAZ 2005)
No entanto essa hegemonia masculina natildeo deve ser compreendida como uma condiccedilatildeo bioloacutegica proacutepria dos homens mas sim a partir de valores culturais construiacutedos ao longo dos anos aos quais os indiviacuteduos estatildeo inseridos (GOMES 2003)
Esse padratildeo de masculinidade faz com que muitas vezes os homens por medo vergonha e preconceitos sejam impedidos de assumir que necessitam de cuidados Isso se reflete na aacuterea da sauacutede puacuteblica quando se nota a ausecircncia de accedilotildees preventivas e de promoccedilatildeo da sauacutede para os homens revelando a iniqui-dade presente nos serviccedilos de sauacutede de baixa complexidade (BRITO SANTOS 2010)
Assim eacute comum associarmos homens masculinidades e risco sendo que o risco natildeo eacute algo evitado pelos homens mas deve ser superado a cada dia por eles (GOMES et al 2008)
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Braz (2005) destaca que natildeo cabe de forma alguma vitimizar os homens mas vislumbraacute-los tambeacutem sob a perspectiva da fragilidade de seres que tecircm vulnera-bilidades especiacuteficas do gecircnero Eacute preciso perceber que a definiccedilatildeo normativa de masculinidade vista como dominante natildeo eacute a uacutenica versatildeo
Eacute preciso ultrapassar as barreiras sociais que impedem o reconhecimento dos homens como seres que necessitam de cuidados Isso pode ocorrer a partir de accedilotildees educativas que sejam capazes de contribuir com o estabelecimento de maior conscientizaccedilatildeo desse grupo quanto agrave adoccedilatildeo de haacutebitos mais saudaacuteveis Nesse sentido para que tais medidas sejam eficazes elas devem focar os reais problemas e dificuldades do puacuteblico ao qual se destinam pois se sabe que a educaccedilatildeo em sauacutede requer a participaccedilatildeo dos sujeitos no intuito de estabelecer trocas de saberes populares e cientiacuteficos os quais satildeo de suma relevacircncia quando se desejam realizar mudanccedilas na vida das pessoas (BRUM et al 2010)
Portanto estrateacutegias de prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos e promoccedilatildeo de sauacutede devem considerar as diferenccedilas de gecircnero a fim de que esses objetivos sejam alcanccedilados e os resultados frutifiquem no sentido de formar uma nova geraccedilatildeo de homens mais cuidadosos consigo mesmos
12 Vulnerabilidades masculinas
Na atualidade a atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem vem sendo colocada na pauta dos debates e efetivada em poliacuteticas principalmente porque constituem uma popu-laccedilatildeo em riscocom vulnerabilidades e carecircncias assistenciais do processo sauacutede- doenccedila-cuidado
Haacute uma seacuterie polimorfa de danos agrave sauacutede que colocam o homem como foco de atenccedilatildeo como revelam os indicadores de morbidade e mortalidade e dos efeitos deleteacuterios de alguns agravos seja por causas externas como acidentes de tracircnsito ou por violecircncias bem como por doenccedilas (infectocontagiosas crocircnicas degenera-tivas as doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis ceacuterebro e cardiovasculares relacio-nadas ao trabalho o cacircncer de proacutestata entre outras) (XIMENES NETO et al 2013 )
Considera-se que os modelos de masculinidade e a maneira como ocorre a socializaccedilatildeo masculina podem fragilizar ou mesmo afastar os homens das preo-cupaccedilotildees com o autocuidado e com a busca pelos serviccedilos de sauacutede (GOMES et al 2008) Dentre as questotildees mais frequentemente consideradas estatildeo os valores da cultura masculina que envolvem tendecircncias agrave exposiccedilatildeo a riscos associaccedilatildeo da masculinidade agrave invulnerabilidade e tambeacutem a proacutepria educaccedilatildeo familiar a qual orienta o homem para um papel social de provedor e protetor Essa cultura tende a gerar modelos masculinos pouco aderentes agraves praacuteticas de autocuidado e pode estimular o comportamento agressivo violento e de descuido com ele mesmo (GOMES NASCIMENTO 2006 SILVA et al 2012)
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Dados do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) revelam que o uso do aacutelcool possui uma maior prevalecircncia na populaccedilatildeo masculina assim como a maioria dos depen-dentes satildeo homens fazendo com que sofram mais de doenccedilas provocadas pelo uso excessivo de bebida alcooacutelica e drogas iliacutecitas Em relaccedilatildeo ao tabagismo os homens usam cigarros com maior frequecircncia do que as mulheres o que predispotildee a doenccedilas cardiovasculares cacircnceres doenccedilas pulmonares da cavidade bucal entre outras Outras patologias que acometem com frequecircncia esse grupo popu-lacional satildeo os tumores e as doenccedilas do aparelho digestivo circulatoacuterio e respira-toacuterio (BRASIL 2008a XIMENES NETO et al 2013 )
Quanto agraves causas da mortalidade masculina observa-se que a maioria dos oacutebitos se deve agraves causas externas como os acidentes por meio de transporte os homiciacutedios os suiciacutedios e as agressotildees No entanto a diferenccedila de mortalidade entre os dois sexos se manteacutem independente da causa morte De acordo com dados do IBGE (2012) a esperanccedila de vida ao nascer eacute maior nas mulheres sendo de 783 anos no sexo feminino e de 706 anos nos homens Ou seja as mulheres vivem 8 anos e 3 meses a mais que os homens
Os homens nascem mais mas tambeacutem morrem mais caracterizando uma maior vulnerabilidade masculina Haacute uma sobre mortalidade masculina em todas as geraccedilotildees mas a maior diferenccedila se situa especialmente nos mais jovens em torno dos 20 anos e apoacutes os 60 quando os homens adoecem e morrem mais Em 2010 a chance de um homem falecer aos 22 anos de idade era 45 maior que a de uma mulher A elevaccedilatildeo da curva que a descreve estaacute estreitamente associada agraves mortes por causas externas em particular as violentas que incidem com maior intensidade sobre a populaccedilatildeo masculina jovem e adulta jovem (IBGE 2011)
O senso comum considera o masculino como o sexo forte Na verdade deve ser visto como o sexo fraco pelo menos em vaacuterios aspectos de suas vulnerabili-dades fiacutesicas e psiacutequicas (BRAZ 2005) Portanto eacute necessaacuterio sensibilizar todos para a necessidade de se ter outro olhar em relaccedilatildeo agraves vulnerabilidades dessa parcela da populaccedilatildeo
2 caracterizaccedilatildeo sociodemograacutefica e de sauacutede da popuLaccedilatildeo mascuLina no BrasiL em pernamBuco e na paraiacuteBa
Como vocecirc jaacute sabe o Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) eacute um oacutergatildeo da Secretaria Executiva do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)que tem a responsabilidade de coletar processar e disseminar informaccedilotildees sobre sauacutede No DATASUS podem ser encontrados indicadores de sauacutede informaccedilotildees relativas agrave assistecircncia agrave sauacutede rede assistencial epidemiologia e morbidade estatiacutesticas vitais demograacuteficas e socioeconocircmicas sobre sauacutede suplementar inqueacuteritos e pesquisas
Saiba
Para conhecer melhor os dados disponibilizados explore o site DATASUS por meio do link lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphpgt
Diante de tantas informaccedilotildees disponiacuteveis quais seriam as necessaacuterias para conhecer a situaccedilatildeo de sauacutede do homem Como localizaacute-las
Vaacuterios satildeo os bancos de dados disponiacuteveis relativos agrave sauacutede da populaccedilatildeo brasileira como um todocomo - Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade (SIM)- Sistema de Informaccedilotildees do Programa Nacional de Imunizaccedilotildees (SIPNI)- Censo 2010 (IBGE)- Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN)- Instituto Nacional do Cacircncer (INCA)- Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) - Sistema de Informaccedilatildeo Ambulatorial (SAI)- Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH)
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21 caracteriacutesticas sociodemoGraacuteficas da populaccedilatildeo masculina
A Poliacutetica de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem (PNAISH) estabeleceu um recorte estrateacutegico da populaccedilatildeo masculina que compreende a faixa etaacuteria de 20 aos 59 A delimitaccedilatildeo dessa faixa etaacuteria eacute uma estrateacutegia metodoloacutegica haja vista que existem outras poliacuteticas que asseguram os direitos da sauacutede dos outros segmentos etaacuterios como a sauacutede da crianccedila dos adolescentes e dos idosos Esses grupos foram ou seratildeo estudados em outras disciplinas do curso Portanto nesta disciplina abordaremos a faixa etaacuteria trabalhada na PNAISH
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) 2013 o total da populaccedilatildeo residente no Brasil eacute de 201467000 pessoas das quais 490 eram do sexo masculino Por outro lado a popu-laccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos eacute de 54242000 o que corresponde a 56 da populaccedilatildeo masculina
O estado da Paraiacuteba apresentou por meio de dados da PNAD 2013 uma popu-laccedilatildeo de 4992000 pessoas A populaccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos eacute de 978841 pessoas Apresenta tambeacutem uma razatildeo de sexo de 939 homens para cada 100 mulheres Em Pernambuco a populaccedilatildeo total segundo a PNAD 2013 era de 10777000 pessoas sendo a popu-laccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos de 2311943 e a razatildeo de sexo de 927 homens para cada 100 mulheres
ParaiacutebaPernambuco
5644
Homens entre20 a 59 anosOutras idades
Tanto na Paraiacuteba quanto em Pernambuco aproximadamente 26 da populaccedilatildeo na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos satildeo homens
13
Esse grupo etaacuterio corresponde a 413 da populaccedilatildeo masculina ou a 20 do total da populaccedilatildeo do Brasil Representa uma grande parcela da forccedila produtiva do paiacutes aleacutem de exercer um significativo papel sociocultural e poliacutetico (BRASIL 2008a)
Dentre os indicadores sociodemograacuteficos necessaacuterios para se realizar um diag-noacutestico da situaccedilatildeo que caracteriza a populaccedilatildeo masculina listamos no quadro a seguir aqueles que consideramos mais relevantes
Quadro 01 ndash Indicadores demograacuteficos e socioeconocircmicos para a anaacutelise da populaccedilatildeo masculina
Indicadores demograacuteficos Indicadores socioeconocircmicosPopulaccedilatildeo total Taxa de analfabetismo
Razatildeo por sexo Escolaridade da populaccedilatildeo de 15 anos ou mais
Taxa de crescimento da populaccedilatildeo Produto Interno Bruto (PIB) per capita
Mortalidade proporcional por idade Razatildeo de renda
Taxa bruta de mortalidade Proporccedilatildeo de pobres
Esperanccedila de vida ao nascer Taxa de desemprego
Esperanccedila de vida aos 60 anos de idade
Fonte (Brasil c2008)
22 principais indicadores de morbimortalidade
Entre as principais enfermidades e agravos que acometem os homens aproxi-madamente 75 delas estatildeo concentrados em cinco grandes aacutereas especializadas cardiologia urologia sauacutede mental gastroenterologia e pneumologia aleacutem das causas externas que representam um grande problema e com forte impacto na mortalidade e morbidade da populaccedilatildeo masculina (BRASIL 2008a)
Saiba
SitesPara mais informaccedilotildees sobre os indicadores sociodemograacuteficos acesse
Cadernos de Informaccedilotildees de Sauacutede- Paraiacutebahttptabnetdatasusgovbrtabdatacadernospbhtm (BRASIL[20--a])
Cadernos de Informaccedilotildees de Sauacutede- Pernambucohttptabnetdatasusgovbrtabdatacadernospehtm (BRASIL[20--b])
Indicadores e Dados Baacutesicos - Brasil ndash 2011- IDB-2011httptabnetdatasusgovbrcgiidb2011matrizhtmdemog (BRASIL c2008)
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Na proacutexima fase desta disciplina vocecirc teraacute a oportunidade de estudar sobre algumas dessas enfermidades e agravos como hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes mellitus doenccedilas pulmonares (Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica ndash DPOC asma e pneumonias comunitaacuterias) doenccedilas osteoarticulares aleacutem das doenccedilas transmissiacuteveis (tuberculose hepatites virais e aids) e tabagismo Aqui abordaremos outras importantes causas de morbimortalidade no homem causas externas alguns tumores sobretudo o da proacutestata e o alcoolismo
221 morbidade
Atenccedilatildeo
Do ponto de vista de anaacutelise da morbidade eacute preciso comentar que os dados a seguir se referem aos casos mais graves que necessitaram de internaccedilatildeo
causas externas
Aleacutem do sofrimento fiacutesico psiacutequico e social determinado pelos acidentes e as violecircncias que caracterizam as causas externas haacute de se considerar o enorme impacto econocircmico mensurado pelos seus gastos hospitalares inclusive em dias de permanecircncia em unidades de terapia intensiva (BRASIL 2012a)
Em 2010 foram realizadas 928893 internaccedilotildees hospitalares por causas externas nos serviccedilos financiados pelo SUS caracterizado da seguinte forma
raquo os homens representavam 705 das internaccedilotildees por essas causas
raquo a taxa de internaccedilatildeo hospitalar foi 485 por 10 mil habitantes sendo 69610 mil homens
raquo o risco de internaccedilatildeo entre os homens foi 25 vezes maior que o estimado entre as mulheres
raquo no periacuteodo de 2000 a 2010 a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por causas externas apresentou aumento progressivo (77 em 2000 para 104 em 2010)
Na tabela a seguir pode-se observar que em 2010 os acidentes por transporte terrestre responderam por 157 das hospitalizaccedilotildees com risco e 76 internaccedilotildees por 10 mil habitantes Estimou-se maior risco de internaccedilatildeo entre os homens (122 internaccedilotildees por 10 mil homens) em comparaccedilatildeo com as mulheres (32 internaccedilotildees por 10 mil mulheres) (BRASIL 2012a)
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Tabela 01 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa de internaccedilatildeo (por 10 mil habitantes) por causas externas - Brasil 2010
CaracteriacutesticasSexo
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria
0 a 9 anos 57308 88 344 32342 118 202 89650 97 275
10 a 14 anos 41832 64 499 13120 48 162 54952 59 333
15 a 19 anos 58005 86 681 15359 56 186 73364 79 437
20 a 39 anos 274566 419 862 68964 252 213 343530 370 534
40 a 59 anos 153889 235 769 63445 232 290 217334 234 519
60 a mais 69342 106 801 80721 295 750 150063 162 772
Acidentes 537420 821 571 224348 819 230 761768 820 398
Acidente de transporte terrestre
114383 175 122 31652 116 32 146035 157 76
Pedestres 27612 42 29 11649 43 12 39261 42 21
Motociclistas 58508 89 62 11444 42 12 69952 75 37
Ocupantes de veiacuteculos 11690 18 12 4353 16 04 16043 17 08
Quedas 241892 369 257 121601 444 125 363493 397 190
Quedas no mesmo niacutevel 81112 124 86 47378 173 49 128490 138 67
Quedas de um mesmo niacutevel a outro
41623 64 44 17542 64 18 59165 64 31
Quedas natildeo especificadas 119157 182 127 56681 207 58 175838 189 92
Demais acidentes 181145 277 193 71095 260 73 252240 272 132
Violecircncias 43444 66 46 11940 44 12 55384 60 29
Lesotildees autoprovocadas 5173 08 06 3561 13 04 8734 09 05
Agressotildees e intervenccedilotildees legais
38271 58 41 8379 31 09 46650 50 24
Armas de fogo 10835 17 12 1069 04 01 11904 13 06
Peacuterfuro-cortante 9953 15 11 1860 07 02 11813 13 06
Eventos de intenccedilatildeo indeterminada
31252 48 33 13462 49 14 44714 48 23
Demais causas externas 86270 132 92 36141 132 37 122411 132 64
Total 654942 1000 696 273951 1000 281 928893 1000 485
Fonte (BRASIL 2011a p212)
Conforme apresentado no graacutefico a seguir as causas externas satildeo responsaacute-veis por 118 dos gastos com todas as hospitalizaccedilotildees financiadas pelo SUS no Brasil As capitais da Paraiacuteba e Pernambuco tiveram respectivamente 92 e 83 dos gastos com causas externas (BRASIL 2011a)
16
Graacutefico 01 ndash Proporccedilatildeo dos gastos do SUS com internaccedilotildees por causas externas nas capitais e Distrito Federal
Satildeo Luiacutes
Vitoacuteria
Maceioacute
Manaus
Recife
Porto Alegre
Joatildeo Pessoa
Rio de Janeiro
Terresina
Cuiabaacute
Salvador
Fortaleza
Brasiacutelia
Natal
Brasil
Aracaju
Boa Vista
Curitiba
Goiacircnia
Satildeo Paulo
Belo Horizonte
Florianoacutepolis
Macapaacute
Beleacutem
Rio Branco
Porto Velho
Campo Grande
Palmas
FONTE (BRASIL 2011a p 214)
tumores
Os tumores que incidem com maior frequecircncia na faixa etaacuteria dos 25 aos 59 anos satildeo oriundos dos aparelhos digestivo respiratoacuterio e urinaacuterio Cerca de 432 de todos os tumores assinalados na CID 10 Capiacutetulo II tecircm origem no aparelho digestivo (BRASIL 2008a)
O cacircncer da proacutestata eacute uma neoplasia que geralmente apresenta evoluccedilatildeo muito lenta de modo que a mortalidade pode ser evitada quando o processo eacute diagnosticado e tratado com precocidade Uma estimativa realizada pelo Instituto Nacional do Cacircncer (INCA) para o aparecimento de novos casos de cacircnceres no ano de 2008 aponta o cacircncer de proacutestata como sendo o mais frequente sendo superado apenas pelo cacircncer de pele natildeo melanoma (VIEIRA et al 2008)
17
Ao se falar de neoplasias malignas do aparelho urinaacuterio natildeo se pode deixar de mencionar o cacircncer de pecircnis Trata-se de um tumor raro relacionado com as baixas condiccedilotildees socioeconocircmicas e a maacute higiene iacutentima No Brasil esse cacircncer representa cerca de 2 de todas as neoplasias que atingem o homem sendo mais frequente nas regiotildees Norte e Nordeste existindo estados como eacute o caso do Maranhatildeo em que sua incidecircncia supera ateacute a do cacircncer de proacutestata (BARROS MELO 2009)
Dados do INCA referentes aos tumores malignos na populaccedilatildeo masculina dos estados da Paraiacuteba e Pernambuco apontam que o cacircncer de proacutestata eacute o que apre-senta maior incidecircncia conforme mostra a tabela a seguir
Tabela 02 ndash Taxa de incidecircncia anual de neoplasias malignas por 100000 habitantes por localizaccedilatildeo segundo Regiatildeo e UF sexo masculino Brasil 2010 e 2011
Regiatildeo e UF
Pulmatildeo
traqueia e
brocircnquios
Esocircfago Estocircmago
Coacutelon junccedilatildeo
retossigmoacuteide
reto e acircnus
Proacutestata
Laacutebio e
cavidade
oral
Melanoma
maligno da
pele
Outras
neoplasias
malignas da
pele
Paraiacuteba 730 438 1046 462 4369 843 102 7368
Pernambuco 1250 471 1065 653 5783 867 132 6060
Fonte (INCA c2013 adaptado)
alcoolismo
Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) apontam que cerca de 2 bilhotildees de pessoas consomem bebidas alcooacutelicas no mundo O uso abusivo do aacutelcool eacute responsaacutevel por 32 de todas as mortes e por 4 de todos os anos perdidos de vida uacutetil Na Ameacuterica Latina cerca de 16 dos anos de vida uacutetil perdidos estatildeo relacionados ao uso abusivo dessa substacircncia Esse iacutendice eacute quatro vezes maior que a meacutedia mundial e torna o problema da prevenccedilatildeo e do tratamento dos trans-tornos associados ao consumo de aacutelcool um grande problema de sauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
Estudos revelam que o uso do aacutelcool estaacute sendo iniciado cada vez mais preco-cemente por homens e mulheres Portanto torna-se fundamental avaliar os deter-minantes sociais de vulnerabilidade do homem em relaccedilatildeo aos problemas com o aacutelcool para a construccedilatildeo de accedilotildees efetivas de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede mental desse segmento inclusive para jovens e adolescentes (LARANJEIRA et al 2007 SENA et al 2011)
Segundo o Centro Brasileiro de Informaccedilotildees sobre Drogas Psicotroacutepicas (CEBRID) o consumo de aacutelcool e outras drogas estaacute associado a transtornos graves e afetam pelo menos 12 da populaccedilatildeo acima de 12 anos sendo o impacto do aacutelcool dez vezes maior que o do conjunto das drogas iliacutecitas (UNIFESP 2006 BRASIL 2008a)
18
Laranjeira et al (2007) realizaram uma pesquisa intitulada ldquoPrimeiro Levan-tamento Nacional sobre Padratildeo de Consumo de Aacutelcool na Populaccedilatildeo Brasileirardquo cujos resultados apontaram que 52 dos brasileiros acima de 18 anos bebem pelo menos uma vez ao ano e destes 65 satildeo homens A prevalecircncia de depen-dentes de aacutelcool eacute maior para o sexo masculino em que 195 dos homens satildeo dependentes do aacutelcool enquanto 69 das mulheres apresentam dependecircncia Segundo esses dados para cada seis pessoas do sexo masculino que faz uso de aacutelcool uma fica dependente Destaca-se ainda que do conjunto dos homens adultos 11 bebem todos os dias e 28 consomem bebida alcooacutelica de 1 a 4 vezes por semana conforme apresentado na tabela a seguir
Tabela 03 ndash Frequecircncia de consumo de bebida alcooacutelica em homens e mulheres com idade a partir de 18 anos
Frequecircncia de ConsumoA partir de 18 anos
Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstinentes (nunca bebeu ou menos de 1 vez por ano) 35 59 48
Raramente (menos de 1 vez por mecircs) 8 12 10
Ocasional (de 1 a 3 vezes por mecircs) 19 16 17
Frequente ( de 1 a 4 vezes por semana) 28 11 19
Muito frequente (todos os dias) 11 2 6
Quantidade usual Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Ateacute 2 doses 38 63 48
De 3 a 4 doses 25 19 22
de 5 a 11 doses 27 14 22
Bebe mais de 12 doses por ocasiatildeo 11 3 7
Intensidade do beber Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstecircmio 35 59 48
Bebedor natildeo frequente 12 16 14
Bebedor menos frequente 16 13 15
Bebedor frequente 22 9 15
Bebedor frequente pesado 14 3 9
Dependecircncia (criteacuterios de CID-10) Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
14 4 9
Fonte (BRASIL 2008a p14)
outras causas de morbidade
No periacuteodo de 2000 a 2010 observou-se que a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por doenccedilas cardiovasculares manteve-se constante e as hospitalizaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio apresentaram reduccedilatildeo no mesmo periacuteodo (BRASIL 2012a)
No graacutefico apresentado a seguir podem-se observar quanto agrave morbidade as sete causas que respondem pela internaccedilatildeo da maioria dos homens em ordem decrescente de ocorrecircncia
19
raquo As lesotildees os envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas satildeo a primeira causa de internaccedilatildeo para homens entre 20 e 49 anos de idade e a terceira para aqueles entre 50 e 59 anos
raquo As doenccedilas do aparelho digestivo satildeo a segunda causa para todas as faixas etaacuterias
raquo Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias satildeo a terceira causa para homens de 20 a 29 anos transtornos mentais e comportamentais entre 30 e 39 anos e doenccedilas do aparelho circulatoacuterio entre 40 e 49 anos
raquo Para os homens de 50 a 59 anos a principal causa de internaccedilatildeo satildeo as doenccedilas do aparelho circulatoacuterio (SCHWARZ et al 2012)
Graacutefico 02 ndash Porcentagem () das principais causas de internaccedilatildeo em homens por faixa etaacuteria Brasil 2010
Faixa etaacuteria em anos
35
30
25
20
15
10
5
0
I Algumas doenccedilas infecciosas e parasitaacuteriasII Neoplasias (tumores)V Transtornos mentais e comportamentais IX Doenccedilas do aparelho circulatoacuterioX Doenccedilas do aparelho respiratoacuterioXI Doenccedilas do aparelho digestivoXIX Lesotildees envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas
Fonte (SCHWARZ et al 2012 adaptado)
As principais causas de internaccedilotildees por enfermidades do aparelho respiratoacuterio estatildeo assinaladas no graacutefico a seguir
20
Graacutefico 03 ndash Internaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio 2007
Outras 57CID XI 15CID IX 13CID II 6CID X 9 (165369)
Pneumonia 43 (70535)Outras 29 (48489)DPOC 12 (20948)Asma 11 (18457)Tuberculose 5 (6940)
Fonte (BRASIL 2008a p26 adaptado)
Em relaccedilatildeo agraves doenccedilas do aparelho respiratoacuterio as que apresentaram maior incidecircncia foram as pneumonias (43) adoenccedila pulmonar obstrutiva crocircnica (12) e a tuberculose que mesmo apresentando o menor percentual de casos de internaccedilatildeo (5) destaca-se pela importacircncia do ponto de vista dasauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
21
Graacutefico 04 ndash Percentual de internaccedilotildees hospitalares pelo aparelho circulatoacuterio na populaccedilatildeo masculina dos 25ndash59 anos 2007
Outras 277CID V 165CID XIX151CID XI 134CIN IX 120 CIN X 80 CIN I 73
Coronariopatias 405 (59717)Outras 396 (58355)Hipertensatildeo 187 (27569)Febre reumaacutetica miocardiopatias 12 (1713)
Fonte (BRASIL 2008a p27 adaptado)
Entre os fatores de morbidade natildeo se pode deixar de mencionar as disfun-ccedilotildees sexuais notadamente a disfunccedilatildeo ereacutetil que acomete cerca da metade dos homens depois dos cinquenta anos (BRASIL 2008a p27)
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto acesse
MOURA E C MALTA D C Consumo de bebidas alcooacutelicas na populaccedilatildeo adulta brasileira ca-racteriacutesticas sociodemograacuteficas e tendecircncia RevBrasEpidemiol 2011 14(1) Supl 61- 70 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfrbepidv14s1a07v14s1pdfgt Acesso em 27092013
LARANJEIRA R et al I Levantamento nacional sobre os padrotildees de consumo de aacutelcool na popu-laccedilatildeo brasileira Brasiacutelia Secretaria Nacional Antidrogas 2007 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesrelatorio_padroes_consumo_alcoolpdfgt Acesso em 27 set 2013
22
222 mortalidade
Em relaccedilatildeo agrave mortalidade ao longo de toda a uacuteltima deacutecada foi observada maior proporccedilatildeo de oacutebitos entre homens que entre mulheres na faixa etaacuteria adulta especialmente jovens adultos (de 15 a 39 anos de idade) Diversos estudos mostram que as causas externas de mortalidade (acidentes e violecircncias) satildeo extre-mamente importantes entre os adultos especialmente para homens jovens No sexo masculino elas representaram 64 dos oacutebitos de 20 a 39 anos enquanto que no sexo feminino o percentual foi de 23 Mesmo observando uma reduccedilatildeo no diferencial entre homens e mulheres no periacuteodo entre 2000 e 2010 os homens ainda morrem mais que as mulheres conforme apresenta o graacutefico a seguir (BRASIL 2011b BRASIL 2011c LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005 MARANHAtildeO et al 2011)
Graacutefico 05 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo Brasil 2000 2005 e 2010
2000 2005 2010
584 58 573
415 42 427
0
10
20
30
40
50
60
70
Masculino
Feminino
Fonte (BRASIL 2012a p112 adaptado)
O proacuteximo graacutefico apresenta as curvas de mortalidade proporcional para homens e mulheres que tecircm padrotildees diferentes entre os anos principalmente para os grupos de adultos e idosos indicando um padratildeo de mortalidade mais tardia entre as mulheres Na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos houve um maior percen-tual de oacutebitos dos homens (381 em 2000 e 374 em 2010) quando comparado ao das mulheres (25 em 2000 e 232 em 2010) (BRASIL 2012a)
23
Graacutefico 06 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo e o ano do oacutebito por faixa etaacuteria Brasil 2000 e 2010
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1a 9 19 36 381
30 374 20 18 250
lt1 a 85 399241 11 13 232
ge 60 anos 479 547 620 703
Feminino 2000Masculino 2010Masculino 2000
Feminino 2010
10 a 19 20 a 59
11
Fonte (BRASIL 2012a p113)
Quadro 01 ndash Quatro principais causas especiacuteficas de mortalidade entre 20 e 59 anos (nesta ordem)homens 2010
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste Eventos Int Indeterminada Suiciacutedio
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste D HIV Cirosse e D Fiacutegado
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Acidentes de transporte terreste D Cerebrovasculares
Fonte (BRASIL 2012a adaptado)
24
Dados de 2012 mostram que no Brasil as causas externas representam a primeira causa mais frequente de morte na populaccedilatildeo masculina entre 20 a 59 anos configurando-se como um grande desafio aos gestores puacuteblicos e profissio-nais sobretudo os da sauacutede pois se deve ultrapassar a dimensatildeo da assistecircncia e reabilitaccedilatildeo das viacutetimas ocupando-se tambeacutem da promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e vigilacircncia epidemioloacutegica de acidentes e violecircncias (BRASIL 2012a)
Os homens no Brasil apresentam um risco de morte por causas externas 51 vezes maior que as mulheres Quanto agrave idade vale destacar as altas taxas de mortalidade por causas externas observadas a partir dos 19 anos de idade em especial entre os adultos jovens de 20 a 39 anos de idade e os idosos com 60 e mais anos de idade O risco de morte por causas externas foi de 100 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os adultos jovens e de 1104 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os idosos (BRASIL 2012a)
A anaacutelise do risco de morte por causas externas segundo regiotildees geograacute-ficas demonstrou uma distribuiccedilatildeo menos desigual que nas anaacutelises anteriores segundo atributos de idade e sexo sendo que taxas de mortalidade apenas ligei-ramente superiores foram encontradas nas regiotildees Centro-Oeste (853 por oacutebitos por 100 mil habitantes) Nordeste (755 oacutebitos por 100 mil habitantes) e Sul (746 oacutebitos por 100 mil habitantes) (BRASIL 2012a)
Tabela 04 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa bruta de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externas segundo sexo faixa etaacuteria e regiotildees geograacuteficas Brasil 2009
CaracteriacutesticasSexo a
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria b
0 a 9 anos 2517 22 151 1594 68 100 4111 30 126
10 a 14 anos 1740 15 208 733 31 90 2473 18 150
15 a 19 anos 11780 102 1384 1629 70 197 13409 97 799
20 a 39 anos 57656 500 1810 6105 282 204 64261 463 1000
40 a 59 anos 26305 228 1315 1586 196 210 30891 223 738
60 a mais 13342 116 1541 8109 346 753 21451 155 1104
Ignorado 1904 17 - 179 08 - 2083 15 -
Regiatildeo
Norte 9317 81 1199 1508 64 199 10825 78 705
Nordeste 34639 301 1317 5807 248 213 40446 292 755
Sudeste 44360 385 1125 10405 444 251 54765 395 677
Sul 17023 148 1246 3652 156 260 20675 149 746
Centro-Oeste 9826 85 1428 2023 86 288 11849 85 853
Total 115244 1000 1225 23435 1000 241 138679 1000 724
a) Excluiacutedos 137 registros com sexo ignorado
b) Excluiacutedos 119 registros com regiatildeo de residecircncia ignorada
Fonte (BRASIL 2011b p234 adaptado)
25
Embora natildeo exista grande diferenccedila nos coeficientes de mortalidade por neoplasias malignas eacute preciso destacar que entre os homens predominam os cacircnceres de pulmatildeo vindo a seguir os de proacutestata e o de estocircmago A anaacutelise de seacuteries histoacutericas de mortalidade no Brasil mostra claramente a importacircncia cres-cente do cacircncer de proacutestata que jaacute suplanta a neoplasia maligna de estocircmago haacute alguns anos (LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005)
No estado da Paraiacuteba o que se percebe eacute que em relaccedilatildeo agrave mortalidade por cacircnceres na populaccedilatildeo masculina o tumor da proacutestata jaacute se destaca como o de maior prevalecircncia aleacutem de ter tendecircncia crescente em relaccedilatildeo aos periacuteodos 2002 ndash2006 e 2007ndash2011
Graacutefico 07 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Paraiacuteba para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
2002-2006 2007-2011
158
109
96
62
52
52
5
49
38
31
31
3
24
1
207
191
104
10
36
5
36
49
46
46
37
37
32
23
1
20
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Por outro lado no estado de Pernambuco o cacircncer de proacutestata tambeacutem apre-senta maior prevalecircncia em relaccedilatildeo aos outros tumores mas mesmo apresen-tando tendecircncia a aumento no periacuteodo avaliado natildeo foi tatildeo significativo quanto no estado da Paraiacuteba Outro ponto de destaque eacute a tendecircncia agrave diminuiccedilatildeo nos tumores de traqueia brocircnquios pulmotildees fiacutegado e vias biliares
26
Graacutefico 08 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Pernambuco para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
179
91
128
184
183
92
122
184
3
46
39
65
43
44
33
35
36
32
14
35
5
34
61
46
38
34
37
41
3
14
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
2002-2006 2007-2011
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Dentre as doenccedilas do aparelho digestivo podem-se destacar as doenccedilas do fiacutegado que em 2005 foram responsaacuteveis por 70 das causas de morte de homens de 25ndash59 anos Destas 46 devem-se agrave doenccedila por consumo de aacutelcool 36 agrave fibrose e cirrose e 18 a outras doenccedilas do fiacutegado (BRASIL 2008a)
Por outro lado em relaccedilatildeo agrave mortalidade proporcional de acordo com os capiacute-tulos da CIDndash10 entre homens apresenta uma tendecircncia de reduccedilatildeo da proporccedilatildeo de oacutebitos por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio e tendecircncia de aumento nas seguintes causas neoplasias doenccedilas endoacutecrinas e causas externas (BRASIL 2012a)
27
Graacutefico 09 ndash Mortalidade proporcional () por capiacutetulos da CID no sexo masculino Brasil 2000 e 2010
IX II XX X IV OUTRAS
294 135 18 105 47 238
285 16 187 104 53 211
0
5
10
15
20
25
30
35
2000
2010
Fonte (BRASIL 2012a p121 adaptado)
Saiba
SitesPara realizar uma anaacutelise mais detalhada do perfil de mortalidade masculina consulte o material Mortalidade do adulto no Brasil taxas de mortalidade segundo o sexo as causas e as Regiotildees 2010 disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrportalsaudearquivospdf2013Fev21sau-debrasil2011_parte1_cap7pdfgt Acesso em 25 set 2013
Leia tambeacutem o Perfil da situaccedilatildeo de sauacutede do homem no Brasil (2012) disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Perfil-da-Situa----o-de-Sa--de-do-Homem-no--Brasilpdfgt Acesso em 26 ago 2015
Nos artigos a seguir os autores fazem uma discussatildeo ampliada sobre as principais causas de morbimortalidade masculina
LAURENTI R JORGE M H P de M GOTLIEB S L D Perfil epidemioloacutegico da morbimortalidade masculina Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 10 n 1 p 35-46 janmar 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfcscv10n1a04v10n1pdfgt Acesso em 30 set 2013
LUIZAGA C T de M GOTLIEB S L D Mortalidade masculina em trecircs capitais brasileiras 1979 a 2007 RevBrasEpidemiolv 16 n 1 p 87-99 2013 Disponiacutevel emlthttpwwwscielobrpdfrbe-pidv16n11415-790X-rbepid-16-01-0087pdfgt Acesso em 25 set 2013
IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) A qualidade da informaccedilatildeo sobre a mortalidade no Brasil recente e avaliaccedilatildeo do impacto das causas violentas no nuacutemero de anos de vida perdi-dos In IBGE Indicadores Sociodemograacuteficos e de Sauacutede no Brasil n 25 Rio de Janeiro IBGE 2009 Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoindic_sociosaude2009indicsaudepdfgt Acesso em 25092013
VIEIRA S O cacircncer e a sauacutede do homem um panorama completo dos tumores que acometem a populaccedilatildeo masculina Revista Oncoamp ndash Oncologia para todas as especialidadesSatildeo Paulo a 2 n 11 p 12-18 maiojun 2012 Disponiacutevel emlthttprevistaoncocombrwp-contentuploa-ds201205ONCO_11pdfgt Acesso em 25 set 2013
28
Para vocecirc ter acesso a dados sobre morbimortalidade da populaccedilatildeo masculina dos estados de Paraiacuteba e Pernambuco acesse os links abaixo
TABNET ndash OacuteBITOSPARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttptabnetsaudepbgovbrdeftohtmexetabdotabnetsimpbdefgt Acesso em 25 set 2013
ATLAS DE MORTALIDADE POR CAcircNCER ndash INCA (Instituto Nacional de Cacircncer) Disponiacutevel em lthttpmortalidadeincagovbrMortalidadeprepararModelo04actiongt Acesso em 25 set 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttppor-talweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO ndash Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PERNAMBUCO Disponiacutevel em lthttpportalweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
Nos links para acesso ao Pacto pela Sauacutede apoacutes abrir a paacutegina do SISPACTO clique em relatoacute-rios que aparece no lado esquerdo da tela Em seguida clique em relatoacuterios estaduais e localize o estado que vocecirc desejar consultar
3 programas poLiacuteticas e pactos de sauacutede para o homem no BrasiL
A seguir descreveremos os principais programas poliacuteticas e pactos que tecircm relaccedilatildeo com a sauacutede do homem no Brasil Recomendamos que vocecirc consulte os links complementares para saber mais sobre cada um deles
31 pacto pela sauacutede
Aprovado por unanimidade pelo Conselho Nacional de Sauacutede (CNS) e publi-cado na Portaria GMMS nordm 399 de 22 de fevereiro de 2006 o Pacto pela Sauacutede eacute um conjunto de reformas institucionais do SUS pactuado entre as trecircs esferas de gestatildeo (Uniatildeo Estados e Municiacutepios) com o objetivo depromover a melhoria dos serviccedilos ofertados agrave populaccedilatildeo e a garantia de acesso a todos Tambeacutem redefine as responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da popu-laccedilatildeo e na busca da equidade social Sua adesatildeo se constituiem um processo de cooperaccedilatildeo permanente entre os gestores e negociaccedilatildeo local regional estadual e federal
O pacto pela sauacutede se divide em 3 eixos
1 Pacto em defesa do SUS defesa dos princiacutepios do SUS qualificaccedilatildeo do SUS como poliacutetica puacuteblica
2 Pacto pela gestatildeo do SUS processo continuado de pactuaccedilatildeo intergestores ndash responsabilidades sanitaacuterias e diretrizes de gestatildeo
3 Pacto pela vida compromisso entre os gestores do SUS em torno das respon-sabilidades nacionais estaduais regionais e municipais com definiccedilotildees de metas e accedilotildees
Por meio da Portaria nordm 325GM de 21 de fevereiro de 2008 o Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu novas prioridades objetivos metas e indicadores de monito-ramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede para o ano de 2008 no qual foi inserido
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como uma das prioridades a Sauacutede do Homem cuja meta era a de promover a sauacutede integral do homem com a elaboraccedilatildeo publicaccedilatildeo e implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede do Homem
32 poliacutetica nacional de atenccedilatildeo inteGral agrave sauacutede do Homem (pnaisH)
Foi instituiacuteda por meio da Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Destaca- se por ser um programa pioneiro dentre os paiacuteses da Ameacuterica Latina lanccedilado apoacutes 20 anos de implantaccedilatildeo do SUS no Brasil Visa abranger a faixa etaacuteria de 20 a 59 anos melhorando a assistecircncia oferecida aos homens por meio de accedilotildees de informaccedilatildeo proteccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede assim como tratamento e recuperaccedilatildeo de agravos aleacutem de uma mudanccedila cultural no que diz respeito ao comportamento masculino nessa aacuterea (BRASIL 2008a)
A PNAISH estaacute alinhada com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash porta de entrada preferencial ao Sistema Uacutenico de Sauacutede ndash primando pela humanizaccedilatildeo da atenccedilatildeo e em consonacircncia com os princiacutepios do SUS fortalecendo accedilotildees e serviccedilos em redes e cuidados da sauacutede Ela norteia as accedilotildees de atenccedilatildeo integral
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto recomendamos que vocecirc veja os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Pacto pela SauacutedeSISPACTO - Aplicativo do Pacto pela Sauacutede Brasiacutelia Ministeacute-rio da Sauacutede [2011c] Disponiacutevel emlthttpportalweb04saudegovbrsispactogt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 399GM de 22 de fevereiro de 2006 Divulga o pacto pela sauacutede 2006 - Consolidaccedilatildeo do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a Disponiacutevel em lthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2006GMGM-399htmgt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 325 de 21 de fevereiro de 2008 Estabelece prioridades objetivos e metas do Pacto pela Vida para 2008 os indicadores de monitoramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede e as orientaccedilotildees prazos e diretrizes para a sua pactuaccedilatildeoBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacute-de 2008b Disponiacutevel emlthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2008GMGM-325htmgt Acesso em 27set 2013
MACHADO R R et al Entendendo o pacto pela sauacutede na gestatildeo do SUS e refletindo sua implementaccedilatildeo Rev Eletrocircnica de Enfermagem v 11 n 1 p 181-187 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfenufgbrfen_revis-tav11n1pdfv11n1a23pdfgt Acesso em 27set2013
31
agrave sauacutede do homem visando estimular o autocuidado e sobretudo o reconhe-cimento de que a sauacutede eacute um direito social baacutesico e de cidadania de todos os homens brasileiros (BRASIL 2008a)
Tem como objetivo principal
Promover a melhoria das condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo masculina do Brasil contri-buindo de modo efetivo para a reduccedilatildeo da morbidade e mortalidade dessa popu-laccedilatildeo atraveacutes do enfrentamento racional dos fatores de risco e mediante a facilitaccedilatildeo ao acesso agraves accedilotildees e aos serviccedilos de assistecircncia integral agrave sauacutede (BRASIL 2008a)
Aleacutem disso a PNAISH propotildee uma reorientaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede com foco na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) de modo que essa poliacutetica seja integrada e executada juntamente com as demais poliacuteticas programas estrateacutegias e accedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2008a)
Para refletir
Vocecirc jaacute teve oportunidade de discutir a PNAISH com os demais membros da equipe de sauacutedeQuais satildeo as accedilotildees desenvolvidas na sua unidade de sauacutede para os homens Como eacute a adesatildeo da popula-ccedilatildeo a essas accedilotildees Quais satildeo suas principais dificuldades
Saiba
Conheccedila o estudo que avaliou a implantaccedilatildeo da PNAISH em municiacutepios brasileiros Nele foram avaliados como estatildeo sendo desenvolvidas as accedilotildees de fortalecimento desta poliacutetica Estaacute disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Fortalecimento-da--PNAISHpdfgt Acesso em 01 fev 2015
SitesPara vocecirc conhecer mais sobre a PNAISH acesse os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Institui no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacute-de do Homem Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2009prt1944_27_08_2009htmlgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave sauacutede Departamento de Accedilotildees Progra- maacuteticas e Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem Plano de Accedilatildeo Nacional 2009-2011 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009b Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_saude_homem_2009-2011pdfgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteti-cas Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2008a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_homempdfgt Acesso em 20 set 2013
CARRARA S RUSSO J A FARO L A poliacutetica de atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem no Brasil os pa-radoxos da medicalizaccedilatildeo do corpo masculinoPhysisRevista de Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 19 n 3 p659-678 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfphysisv19n3a06v19n3pdfgt Acesso em 27set 2013
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LEAL A F FIGUEIREDO W S NOGUEIRA-DA-SILVA G S O percurso da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede dos Homens (PNAISH) desde a sua formulaccedilatildeo ateacute sua implementaccedilatildeo nos serviccedilos puacuteblicos locais de atenccedilatildeo agrave sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletivav 17 n 10 p2607-2616 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfcscv17n1010pdfgt Acesso em 27 set 2013
33 poliacutetica nacional de Humanizaccedilatildeo (pnH)A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) foi criada em 2004 como fortaleci-
mento da rede assistencial do SUS e com o objetivo de oferecer uma sauacutede digna para todos com profissionais comprometidos com a eacutetica e com a defesa da vida
Para a PNH humanizar eacute ofertar atendimento de qualidade articulando os avanccedilos tecnoloacutegicos com o acolhimento com a melhoria dos ambientes de cuidado e das condiccedilotildees de trabalho dos profissionais
Como poliacutetica a Humanizaccedilatildeo deve portanto traduzir princiacutepios e modos de operar no conjunto das relaccedilotildees entre profissionais e usuaacuterios A humanizaccedilatildeo supotildee troca de saberes (incluindo os dos pacientes e familiares) diaacutelogo entre os profissionais e modos de trabalhar em equipe Como estrateacutegia de interferecircncia no processo de produccedilatildeo de sauacutedeconsidera-se que sujeitos sociais quando mobi-lizados satildeo capazes de transformar realidades transformando-se a si proacuteprios nesse mesmo processo
princiacutepios norteadores da poliacutetica de Humanizaccedilatildeo
1 Valorizaccedilatildeo da dimensatildeo subjetiva e social em todas as praacuteticas de atenccedilatildeo e gestatildeo fortalecendoestimulando processos integradores e promotores de compromissosresponsabilizaccedilatildeo
2 Estiacutemulo a processos comprometidos com a produccedilatildeo de sauacutede e com a produccedilatildeo de sujeitos
3 Fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional estimulando a trans-disciplinaridade e a grupalidade
4 Atuaccedilatildeo em rede com alta conectividade de modo cooperativo e solidaacuterio em conformidade com as diretrizes do SUS
5 Utilizaccedilatildeo da informaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo da educaccedilatildeo permanente e dos espaccedilos da gestatildeo na construccedilatildeo de autonomia e protagonismo de sujeitos e coletivos
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diretrizes especiacuteficas na atenccedilatildeo baacutesica
1 Elaborar projetos de sauacutede individuais e coletivos para usuaacuterios e sua rede social considerando as poliacuteticas intersetoriais e as necessidades de sauacutede
2 Incentivar praacuteticas promocionais de sauacutede
3 Estabelecer formas de acolhimento e inclusatildeo do usuaacuterio que promovam a otimizaccedilatildeo dos serviccedilos o fim das filas a hierarquizaccedilatildeo de riscos e o acesso aos demais niacuteveis do sistema
4 Comprometer-se com o trabalho em equipe de modo a aumentar o grau de corresponsabilidade e com a rede de apoio profissional visando agrave maior eficaacutecia na atenccedilatildeo em sauacutede
E o acolhimento como pode ser entendido Trata-se de uma praacutetica nas accedilotildees de atenccedilatildeo e gestatildeo nas unidades de sauacutede que favorece a construccedilatildeo de uma relaccedilatildeo de confianccedila e compromisso dos usuaacuterios com as equipes e os serviccedilos contribuindo para a promoccedilatildeo da cultura de solidariedade e para a legitimaccedilatildeo do SUS Com o acolhimento passa a existir a possibilidade de avanccedilos na alianccedila entre usuaacuterios trabalhadores e gestores da sauacutede em defesa do SUS como uma poliacutetica puacuteblica essencial da e para a populaccedilatildeo brasileira (GENIOLE et al 2011)
Para refletir
Como profissional de sauacutede suas atitudes contemplam as dimensotildees abordadas na Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo E qual o envolvimento que vocecirc visualiza desta Poliacutetica com a Sauacutede do Homem Vocecirc acredita que a falta de acolhimento pode dificultar o acesso dos homens agraves unidades de sauacutede
Saiba
SitesPara conhecer mais sobre a Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo acesse os links lthttpportalsau-degovbrportalarquivospdfdoc_basepdfgt (BRASIL 2004) e lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumanizasus_gestores_trabalhadores_sus_4edpdfgt (BRASIL 2008c)
A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo possui um caderno especiacutefico para a Atenccedilatildeo Baacutesica Para conhececirc-lo acesse o link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumaniza_sus_atencao_basicapdfgt (BRASIL 2009c)
E para entender mais sobre acolhimento acesse a cartilha denominada Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede disponiacutevel no link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhi-mento_praticas_producao_saudepdfgt (BRASIL 2010a)pdfgt Acesso em 27set 2013
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34 poliacutetica de promoccedilatildeo da sauacutede
Entre as prioridades do Pacto em Defesa da Vida encontra-se a publicaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede que ratifica o compromisso do Minis-teacuterio da Sauacutede na ampliaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede nos serviccedilos e na gestatildeo do SUS Trata-se de uma poliacutetica transversal integrada e intersetorial que dialoga com as diversas aacutereas do setor sanitaacuterio os outros setores do Governo os setores privados e natildeogovernamentais e a sociedade compondo redes de compromisso e corresponsabilidade quanto agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo de forma que todos sejam partiacutecipes no cuidado com a sauacutede (BRASIL 2006b)
A Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede foi revisada no ano de 2015 visando se adequar aos novos desafios e compromissos no contexto da sauacutede nacional
Ela destaca a necessidade de articulaccedilatildeo com outras poliacuteticas puacuteblicas para fortalececirc-la com o imperativo da participaccedilatildeo social e dos movimentos popu-lares em virtude da impossibilidade de que o setor sanitaacuterio responda sozinho ao enfrentamento dos determinantes e condicionantes da sauacutede Para tal toma como referecircncia alguns temas transversais para a formulaccedilatildeo de agendas de promoccedilatildeo da sauacutede e para a adoccedilatildeo de estrateacutegias e temas prioritaacuterios operando em conso-nacircncia com os princiacutepios e os valores do SUS como
raquo Determinantes Sociais da Sauacutede (DSS)
raquo equidade e respeito agrave diversidade
raquo produccedilatildeo de sauacutede e cuidado
raquo vida no trabalho
raquo cultura da paz e direitos humanos entre outras (BRASIL 2015)
O objetivo principal dessa poliacutetica eacute promover a equidade e a melhoria das condiccedilotildees e dos modos de viver ampliando a potencialidade da sauacutede individual e coletiva e reduzindo vulnerabilidades e riscos agrave sauacutede decorrentes dos determi-nantes sociais econocircmicos poliacuteticos culturais e ambientais (BRASIL 2015)
Saiba
SitesPara conhecer melhor a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede vocecirc pode ver o linklthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_promocao_saude_3edpdfgtAcesso em 28 out 2013 (BRASIL 2010b)
Para ter acesso agrave Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede revisada e identificar todas as atuali-zaccedilotildees da versatildeo de 2015 acesse lthttppromocaodasaudesaudegovbrpromocaodasaudearquivospnps-2015_finalpdfgt Acesso em 01 fev 2015
4 a organizaccedilatildeo da estrateacutegia sauacutede da famiacuteLia no pLanejamento de accedilotildees e avaLiaccedilatildeo de riscos agrave sauacutede do homem
Uma das diretrizes da PNAISH eacute a reorganizaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede por meio de uma proposta inclusiva na qual os homens considerem os serviccedilos de sauacutede sobretudo as unidades baacutesicas de sauacutede ou unidades de sauacutede da famiacutelia tambeacutem como espaccedilos masculinos e por sua vez esses serviccedilos reconheccedilam os homens como sujeitos que necessitem de cuidados (SILVA et al 2012)
A compreensatildeo das barreiras institucionais eacute importante para a proposiccedilatildeo estrateacutegica de medidas que venham a promover o acesso dos homens aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria que deve ser a porta de entrada preferencial ao sistema de sauacutede a fim de resguardar a promoccedilatildeo e a prevenccedilatildeo como eixos fundamentais de intervenccedilatildeo (SILVA et al 2012)
Nesse contexto estudos vecircm relacionando a masculinidade tradicional como o principal obstaacuteculo para o acesso dessa parcela populacional aos serviccedilos de sauacutede sobretudo agravequeles que estatildeo voltados agrave promoccedilatildeo da sauacutede A busca por esse tipo de serviccedilo pode ser considerado sinocircnimo de fraqueza realidade que vai de encontro com os preceitos da hegemonia masculina na qual os homens satildeo educados para natildeo demonstrar qualquer traccedilo de fragilidade Some-se a isso o fato de as unidades baacutesicas e de sauacutede da famiacutelia por serem compostas por muitos profissionais do sexo feminino e serem frequentadas sobretudo por mulheres provocam uma sensaccedilatildeo de natildeo pertencimento a tais espaccedilos (FIGUEIREDO 2005 BRAZ 2005 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 BRITO SANTOS 2010 SILVA et al 2012)
Os estudos apontam ainda outros motivos pela baixa demanda masculina na Atenccedilatildeo Baacutesica como a organizaccedilatildeo dos serviccedilos a demora em conseguir atendimento meacutedico o horaacuterio de funcionamento incompatiacutevel com a jornada de trabalho daqueles inseridos no mercado formal a ausecircncia de programas especiacute-ficos para atender aos homens o deacuteficit no processo de abordagem e de cuidarcuidado da populaccedilatildeo masculina por parte dos profissionais a ausecircncia de acolhi-mento ou o acolhimento pouco atrativo a fraacutegil qualificaccedilatildeo profissional para lidar com o segmento masculino
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O certo eacute que muitos agravos que acometem a populaccedilatildeo masculina poderiam ser evitados caso fossem realizadas com regularidade as medidas de prevenccedilatildeo primaacuteria A resistecircncia masculina agrave atenccedilatildeo primaacuteria aumenta natildeo somente a sobrecarga financeira da sociedade mas tambeacutem o sofrimento fiacutesico e emocional do paciente e de sua famiacutelia na luta pela conservaccedilatildeo da sauacutede e da qualidade de vida dessas pessoas (BRASIL 2008a)
O fortalecimento e a qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria garantem a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo aos agravos evitaacuteveis dado o reconhecimento de que os homens adentram o sistema de sauacutede por meio da atenccedilatildeo especializada agravando a morbidade pelo retardamento na atenccedilatildeo e maior custo parao SUS (BRASIL 2008a)
Assim ao serem elaboradas estrateacutegias voltadas agrave conscientizaccedilatildeo do grupo masculino sobre a adoccedilatildeo de haacutebitos mais saudaacuteveis o primeiro passo a ser dado eacute a sensibilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede que atuam na atenccedilatildeo baacutesica para que compreendam os padrotildees culturalmente arraigados na populaccedilatildeo acerca do que eacute ser homem as principais barreiras possam ser superadas e essa populaccedilatildeo possa efetivamente ser acolhida (BRITO SANTOS 2010 )
41 conHecendo a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea de abranGecircncia
Vocecirc jaacute sabe a importacircncia de os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica conhecerem bem as caracteriacutesticas da sua populaccedilatildeo adscrita Sem essa informaccedilatildeo fica difiacutecil se planejar o trabalho a ser desenvolvido
Como aqui estamos discutindo a sauacutede do homem enfatizamos a necessidade de que seja realizado um levantamento sobre o perfil de morbimortalidade dessa populaccedilatildeo antes mesmo das accedilotildees de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo agrave sauacutede serem pensadas
Como a populaccedilatildeo masculina eacute caracterizada pela faixa etaacuteria de 20 a 59 anos uma sugestatildeo eacute que se definam por grupos etaacuteriosas causas de adoecimento e morte mais prevalentes e a partir disso sejam estruturadas as accedilotildees de sauacutede
Uma sugestatildeo eacute vocecirc utilizar as informaccedilotildees contidas no quadro a seguir para construir o perfil da sua populaccedilatildeo masculina
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Quadro 02 ndash Indicadores para a anaacutelise do perfil da populaccedilatildeo masculina
Cadastro do nuacutemero de indiviacuteduos masculinos entre 20 e 59 anos
Homens diabeacuteticos cadastrados
Homens diabeacuteticos acompanhados
Homens hipertensos cadastrados
Homens hipertensos acompanhados
Homens com tuberculose cadastrados
Homens com tuberculose acompanhados
Homens com hanseniacutease cadastrados
Homens com hanseniacutease acompanhados
Hospitalizaccedilotildees ocorridas no mecircsPor abuso de aacutelcoolPor complicaccedilotildees do DiabetesPor outras causas
Internaccedilotildees em hospital psiquiaacutetrico
Oacutebitos ocorridos no mecircs
Fonte (UFSC 2013 adaptado)
Saiba
SitesConsulte os links a seguir para saber mais sobre o assunto
Novo sistema de informaccedilatildeo do SUS o E-SUS Atenccedilatildeo Baacutesica lthttpdabsaudegovbrportal-dabesusphpgt Acesso em 1out 2013 (PORTAL 2012)
Portal da atenccedilatildeo baacutesica e seus sistemas de informaccedilatildeo lthttpdabsaudegovbrportaldabsis-temasphpgt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL [20--d])
DATASUS Informaccedilotildees de Sauacutede (TABNET) lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphp area=0203gt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL c2008)
38
42 inserccedilatildeo da atenccedilatildeo e cuidado ao Homem no processo de trabalHo da equipe de sauacutede da famiacutelia
Para alcanccedilar a efetividade desejada na atenccedilatildeo baacutesica consideram-se neces-saacuterios o planejamento e a implementaccedilatildeo de accedilotildees de sauacutede em cada contexto Esses exigem conhecimentos detalhados sobre as condiccedilotildees de vida das pessoas que ali residem sobre as especificidades do processo de organizaccedilatildeo das accedilotildees realizadas na assistecircncia agrave sauacutede e gestatildeo do trabalho das equipes e dos profissio-nais envolvidos Assim pode-se delinear o que eacute necessaacuterio e o que eacute possiacutevel se realizarem um determinado local (KRUG et al 2010)
O processo de trabalho na Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia eacute caracterizado pela interdisciplinaridade e pelo trabalho em equipe Haacute uma soma dos diversos saberes e das praacuteticas das categorias profissionais por meio de uma abordagem integral e resolutiva (BRASIL 2012b)
O trabalho em equipe eacute tido como proposta estrateacutegica para enfrentar o intenso processo de especializaccedilatildeo na aacuterea da sauacutede Esse processo caracteriza-se pelo aprofundamento vertical do conhecimento e da intervenccedilatildeo em aspectos individu-alizados das necessidades de sauacutede (PAVONI MEDEIROS 2009)
Sendo assim o ideal eacute mobilizar toda a equipe para que juntos possam efeti-vamente planejar as accedilotildees que seratildeo desenvolvidas para a populaccedilatildeo masculina Para ajudar nesse processo relembramos algumas caracteriacutesticas do processo de trabalho das equipes de atenccedilatildeo baacutesica
I Definiccedilatildeo do territoacuterio de atuaccedilatildeo e da populaccedilatildeo sob a responsabilidade das unidades baacutesicas de sauacutede e das equipes
II Programaccedilatildeo e implementaccedilatildeo das atividades de atenccedilatildeo agrave sauacutede de acordo com as necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo com a priorizaccedilatildeo de inter-venccedilotildees cliacutenicas e sanitaacuterias nos problemas de sauacutede segundo criteacuterios de frequecircncia risco vulnerabilidade
III Desenvolvimento de accedilotildees que priorizem os grupos de risco e os fatores de risco cliacutenico-comportamentais alimentares eou ambientais com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a persistecircncia de doenccedilas e danos evitaacuteveis
IV Realizaccedilatildeo do acolhimento com escuta qualificada classificaccedilatildeo de risco avaliaccedilatildeo de necessidade de sauacutede e anaacutelise de vulnerabilidade tendo em vista a responsabilidade da assistecircncia resolutiva agrave demanda espontacircnea e o primeiro atendimento agraves urgecircncias
V Prover atenccedilatildeo integral contiacutenua e organizada agrave populaccedilatildeo adscrita
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VI Desenvolvimento de accedilotildees educativas que possam interferir no processo de sauacutede-doenccedila da populaccedilatildeo no desenvolvimento de autonomia individual e coletiva e na busca por qualidade de vida pelos usuaacuterios
VII Desenvolvimento de accedilotildees intersetoriais integrando projetos e redes de apoio social voltados para o desenvolvimento de uma atenccedilatildeo integral
VIII Realizaccedilatildeo de atenccedilatildeo domiciliar destinada a usuaacuterios que possuam problemas de sauacutede controladoscompensados e com dificuldade ou impos-sibilidade fiacutesica de locomoccedilatildeo ateacute uma unidade de sauacutede que necessitam de cuidados com menor frequecircncia e menor necessidade de recursos de sauacutede e do cuidado compartilhado com as equipes de atenccedilatildeo domiciliar nos demais casos
Fonte (BRASIL 2012b grifo nosso)
Como jaacute vimos vaacuterios estudos apontam que os homens padecem mais de condiccedilotildees severas e crocircnicas de sauacutede em comparaccedilatildeo agraves mulheres e igualmente morrem mais do que as mulheres pelas mesmas causas de morte Mesmo com o aumento dos iacutendices de morbimortalidade eles natildeo costumam procurar as unidades baacutesicas de sauacutede para orientaccedilatildeo ou prevenccedilatildeo de alguma patologia e quando buscam esses serviccedilos jaacute estatildeo com alguma doenccedila instalada portanto o desafio das equipes de sauacutede da famiacutelia eacute inverter esse padratildeo e encontrar formas de estimular a populaccedilatildeo masculina para accedilotildees de prevenccedilatildeo e cuidados agrave sauacutede (SILVA etal 2012 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 FIGUEIREDO 2005 SCHRAIBER et al 2010)
Eacute mais do que chegada a hora de se distanciar do modelo biomeacutedico pres-critivo que natildeo enfatiza a prevenccedilatildeo mas que ainda predomina nos serviccedilos de sauacutede e estaacute arraigado na cultura masculina Deve-se ter um olhar integral no aten-dimento a essa populaccedilatildeo no qual se priorizam as necessidades que vatildeo aleacutem daquilo que a cliacutenica pode detectar (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)Tambeacutem eacute necessaacuterio que os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica verdadeiramente entendamo papel de cada um para que efetivamente a PNAISH possa ser implan-tada nas unidades de sauacutede
A equipe da atenccedilatildeo baacutesica eacute de fundamental importacircncia no processo de estiacute-mulo agrave populaccedilatildeo masculina pela procurados serviccedilos de sauacutede Diversos esforccedilos devem ser investidos para trazer essa populaccedilatildeo para participar de atividades de
43 accedilotildees da equipe de sauacutede da famiacutelia Voltadas para a sauacutede do Homem
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prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Para tal vale acionar familiares na captaccedilatildeo dessa populaccedilatildeo A mulher que geralmente eacute quem procura a unidade sendo essa esposa matildee ou irmatilde eacute um canal interessante para se discutir a importacircncia de trazer seus familiares do sexo masculino para consultas de rotina (BRASIL 2008a) E como fazer isso
Na seccedilatildeo 41 deste livro vocecirc recebeu orientaccedilotildees sobre como conhecer a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea Agora eacute hora de reunir a equipe de sauacutede e planejar as accedilotildees visando agrave melhoria dos indicadores e agrave qualidade de vida dessa populaccedilatildeo A seguir sugerimos alguns exemplos de accedilotildees que podem ser desen-volvidas por vocecirc e sua equipe
raquo Analisar a situaccedilatildeo de sauacutede da populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea adscrita observando as principais causas de morbidade internaccedilatildeo e mortalidade
raquo Estabelecer accedilotildees levando em consideraccedilatildeo os fatores socioeconocircmicos de morbimortalidade eculturais locais que determinam ou condicionam o modo de vida dos indiviacuteduos respeitando tambeacutem as diferenccedilas de idade jaacute que esse grupo populacional envolve homens na faixa etaacuteria de 20 e 59 anos
raquo Realizar a busca ativa de homens para a realizaccedilatildeo de ao menos uma consultaano
raquo Informar a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea a respeito da importacircncia da promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos aos homens
raquo Facilitar o acesso com oferta de atendimento em horaacuterios alternativos adequados agrave populaccedilatildeo masculina
raquo Promover o acolhimento realizando atendimento humanizado
raquo Realizar accedilotildees visando principalmente agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao estiacutemulo ao autocuidado e agrave adesatildeo de homens aos serviccedilos de sauacutede Satildeo exemplos de accedilotildees orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da populaccedilatildeo masculina quanto agraves medidas disponiacuteveis para detecccedilatildeo precoce do cacircncer de proacutestata em pacientes sinto-maacuteticos e com disfunccedilatildeo ereacutetil entre outros agravos do aparelho geniturinaacuterio
raquo Incorporar os homens nas accedilotildees e atividades educativas voltadas para o plane-jamento familiar
raquo Estimular a participaccedilatildeo paterna no preacute-natal parto puerpeacuterio e no cresci-mento e desenvolvimento da crianccedila
raquo Ofertar exames previstos para homens que participam do preacute-natal masculino
raquo Realizar accedilotildees educativas para a prevenccedilatildeo de violecircncias e acidentes e uso de aacutelcool e outras drogas
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Vocecirc sabia
O Ministeacuterio da Sauacutede vem apoiando estrateacutegias que estimulem e facilitem o acesso dos homens agraves unidades baacutesicas de sauacutede Como alternativa desde 2010 propocircs durante o I Seminaacuterio Inter-nacional de Sauacutede do Homem das Ameacutericas a implantaccedilatildeo do preacute-natal masculino como comple-mento agrave PNAISH na Atenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede
O objetivo eacute fazer com que os profissionais de sauacutede incentivem o homem a acompanhar as con-sultas do preacute-natal durante os nove meses de gestaccedilatildeo da parceira e aproveitem esse momento para realizar exames preventivos e assim promover o acesso dos homens aos serviccedilos de sauacutede
O princiacutepio baacutesico eacute estimular a participaccedilatildeo e inclusatildeo do homem nas accedilotildees de planejamento de sua vida sexual e reprodutiva focando inclusive na paternidade responsaacutevel ou seja o homem precisa se cuidar para cuidar da famiacutelia A proposta tem relaccedilatildeo com o fortalecimento do viacutenculo homem-mulher e pai-filho(a) podendo este ter reflexo sobre a reduccedilatildeo da violecircncia domeacutestica (SANTOS FERREIRA 2013)
Na Paraiacuteba desde o ano de 2009 foi instituiacuteda a Semana Estadual da Sauacutede do Homem (Lei Ndeg 8772 de 15 de abril de 2009) Desde essa eacutepoca vaacuterios eventos aconteceram com o objetivo de implantar e implementar a PNAISH no Estado
A primeira semana foi intitulada ldquoAlerta Homemrdquo por meio da qual se definiu um conjunto de accedilotildees que foram efetivadas pela Secretaria de Estado da Sauacutede em parceria com outras instacircncias go-vernamentais e natildeo governamentais inclusive com a Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) por intermeacutedio do Laboratoacuterio de Estudos e Pesquisas Masculinidades e Sauacutede vinculado ao Progra-ma de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Enfermagem que participou dessa semana com accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede
Saiba
Sites
Para vocecirc conhecer mais sobre essa experiecircncia veja o link a seguir
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raquo Responsabilizar a cada semana um profissional pelo desenvolvimento de alguma atividade especiacutefica ao homem
raquo Divulgar as accedilotildees propostas para os homens por meio dos agentes comunitaacute-rios de sauacutede e da populaccedilatildeo feminina que frequenta a unidade de sauacutede
raquo Comemorar o Dia Internacional do Homem (tambeacutem conhecido como Novembro Azul) Vale planejar com a equipe accedilotildees de prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos e promoccedilatildeo da sauacutede voltadas agrave populaccedilatildeo masculina
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Em Pernambuco tambeacutem foi instituiacuteda a Semana Estadual de Sauacutede do Homem por meio da Lei Nordm 14158 de 17 de setembro de 2010 que determina a comemoraccedilatildeo e realizaccedilatildeo de accedilotildees voltadas a essa populaccedilatildeo na segunda semana de agosto Saiba mais consultando o link lthttplegisalepepegovbrarquivoTextoaspxtiponorma=1ampnumero=14158ampcomplemento=0ampano=2010amptipo=gt Acesso em 1 out 2013
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Execuccedilatildeo
Financiamento
Universidade Aberta do SUS
Recife2016
Faacutebia Pottes Alves
SAUacuteDE DO HOMEM accedilotildees integradas na Atenccedilatildeo Baacutesica
Alves Faacutebia Pottes
Sauacutede do homem accedilotildees integradas na atenccedilatildeo baacutesica Faacutebia Pottes Alves ndash Recife Ed Universitaacuteria da UFPE 2016
53 p
Inclui Ilustraccedilotildees
ISBN 978-85-415-0813-1
1 Atenccedilatildeo Primaacuteria a Sauacutede ndash Sauacutede do homem 2 Promoccedilatildeo da sauacutede 3 Poliacuteticas Planejamento e Administraccedilatildeo em Sauacutede 4 Sauacutede do Homem I Tiacutetulo
610
A474s
GOVERNO FEDERALPresidente da RepuacuteblicaDilma Vana Rousseff
Ministro da SauacutedeMarcelo Castro
Secretaacuterio de Gestatildeo do Trabalho e da Educaccedilatildeo na SauacutedeHeider Aureacutelio Pinto
Diretor do Departamento de Gestatildeo da Educaccedilatildeo na Sauacutede (DEGES)Alexandre Medeiros de Figueiredo
Secretaacuterio Executivo da Universidade Aberta do Sistema Uacutenico de Sauacutede (UNA-SUS) Francisco Eduardo de Campos
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCOReitorAniacutesio Brasileiro de Freitas Dourado
Vice-ReitorFlorisbela Campos
GRUPO SABER TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS E SOCIAIS UNA-SUS UFPECoordenadora GeralProfordf Cristine Martins Gomes de Gusmatildeo
Coordenadora TeacutecnicaJosiane Lemos Machiavelli
Coordenadora de EADProfordf Sandra de Albuquerque Siebra
Equipe de Ciecircncia da InformaccedilatildeoProfordf Vildeane da Rocha BorbaJacilene Adriana da Silva Correia
Equipe de DesignAmariacutelis Aacutegata da Silva Cleyton Nicollas de Oliveira Guimaratildees Silvacircnia Cosmo
Assessoria ndash Educaccedilatildeo em SauacutedeLuiz Miguel Picelli SanchesPatriacutecia Pereira da Silva
Secretaria AcadecircmicaFabiana de Barros LimaGeisa Ferreira da SilvaIsabella Maria Lorecircto da Silva
Revisor linguiacutesticoEmanuel Cordeiro da Silva
CONTATOUniversidade Federal de PernambucoCentro de Convenccedilotildees da UFPE Espaccedilo Saber Sala 04Avenida dos Reitores sn Cidade Universitaacuteria Recife - PE CEP 50741-000httpsabertecnologiascombr
copy UNA-SUS UFPEEacute PErmitidA A rEProdUccedilatildeo PArciAl oU totAl dEStA PUblicAccedilatildeo dESdE qUE citAdA A FoNtE
Lista de iLustraccedilotildees e quadros
Tabela 01 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa de internaccedilatildeo (por 10 mil habitantes) por causas externas - Brasil 2010 15
Tabela 02 ndash Taxa de incidecircncia anual de neoplasias malignas por 100000 habitantes por locali-zaccedilatildeo segundo Regiatildeo e UF sexo masculino Brasil 2010 e 2011 17
Tabela 03 ndash Frequecircncia de consumo de bebida alcooacutelica em homens e mulheres com idade a partir de 18 anos 18
Graacutefico 02 ndash Porcentagem () das principais causas de internaccedilatildeo em homens por faixa etaacuteria Brasil 2010 19
Graacutefico 03 ndash Internaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio 2007 20
Graacutefico 04 ndash Percentual de internaccedilotildees hospitalares pelo aparelho circulatoacuterio na populaccedilatildeo masculina dos 25ndash59 anos 2007 21
Graacutefico 05 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo Brasil 2000 2005 e 2010 22
Graacutefico 06 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo e o ano do oacutebito por faixa etaacuteria Brasil 2000 e 2010 23
Quadro 01 ndash Quatro principais causas especiacuteficas de mortalidade entre 20 e 59 anos (nesta ordem) homens 2010 23
Tabela 04 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa bruta de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externas segundo sexo faixa etaacuteria e regiotildees geograacuteficas Brasil 2009 24
Graacutefico 07 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Paraiacuteba para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011 25
Graacutefico 08 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Pernambuco para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011 26
Graacutefico 09 ndash Mortalidade proporcional () por capiacutetulos da CID no sexo masculino Brasil 2000 e 2010 27
Quadro 02 ndash Indicadores para a anaacutelise do perfil da populaccedilatildeo masculina 37
sumaacuterio
APrESENtAccedilatildeo 5
1 SAuacutedE do homEm E mAScUliNidAdES 6
11 Gecircnero masculinidade e promoccedilatildeo da sauacutede 6
12 Vulnerabilidades masculinas 9
2 cArActErizAccedilatildeo SociodEmograacuteFicA E dE SAuacutedE dA PoPUlAccedilatildeo mAScUliNA No brASil Em PErNAmbUco E NA PArAiacutebA 11
21 caracteriacutesticas sociodemoGraacuteficas da populaccedilatildeo masculina12
22 principais indicadores de morbimortalidade 13
221 morbidade 14
222 mortalidade 22
3 ProgrAmAS PoliacuteticAS E PActoS dE SAuacutedE PArA o homEm No brASil 29
31 pacto pela sauacutede 29
32 poliacutetica nacional de atenccedilatildeo inteGral agrave sauacutede do Homem (pnaisH) 30
33 poliacutetica nacional de Humanizaccedilatildeo (pnH) 32
34 poliacutetica de promoccedilatildeo da sauacutede 34
4 A orgANizAccedilatildeo dA EStrAtEacutegiA SAuacutedE dA FAmiacuteliA No PlANEjAmENto dE AccedilotildeES E AvAliAccedilatildeo dE riScoS agrave SAuacutedE do homEm 35
41 conHecendo a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea de abranGecircncia 36
42 inserccedilatildeo da atenccedilatildeo e cuidado ao Homem no processo de trabalHo da equipe de sauacutede da famiacutelia 38
43 accedilotildees da equipe de sauacutede da famiacutelia Voltadas para a sauacutede do Homem 39
rEFErecircNciAS 43
Caro(a) aluno(a)
Esta primeira parte da disciplina Sauacutede do Adulto II na qual eacute abordada a Sauacutede do Homem surge como um diferencial na formaccedilatildeo dos profissionais da Estra-teacutegia de Sauacutede da Famiacutelia visto que este eacute um tema relativamente novo dentro da agenda de prioridades do Ministeacuterio da Sauacutede
A Atenccedilatildeo Baacutesica deve ser a porta de entrada preferencial e o principal contato dos usuaacuterios com os serviccedilos de sauacutede Poreacutem o que vemos eacute que a demanda dos homens por atendimento eacute inferior agrave das mulheres Logo a inclusatildeo destes em accedilotildees de preservaccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede tem se tornado cada vez mais desafiadora e requer qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria para que natildeo se restrinja agrave recuperaccedilatildeo da sauacutede Deve-se garantir sobretudo a prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos evitaacuteveis
Para tanto constituem objetivos da disciplina Sauacutede do Adulto II no que se refere agrave sauacutede do homem
raquo refletir sobre as caracteriacutesticas masculinas que dificultam o acesso do homem ao serviccedilo de sauacutede
raquo identificar os indicadores de morbimortalidade nacionais e estaduais em sauacutede do homem
raquo conhecer os pactos poliacuteticas e programas voltados agrave sauacutede do homem no Brasil
raquo reorientar os membros da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia no planejamento de accedilotildees e avaliaccedilatildeo de riscos relativos agrave sauacutede do homem
raquo orientar as accedilotildees da cliacutenica e do cuidado relacionados aos principais agravos da sauacutede do homem
Bons estudos
apresentaccedilatildeo
1 sauacutede do homem e mascuLinidades
Homens e sauacutede parece que essas duas palavras juntas natildeo combinam mas se engana quem pensa assim Mesmo com todas as dificuldades que envolvem a relaccedilatildeo sauacutede e populaccedilatildeo masculina o Brasil estaacute atento e agindo para que essa relaccedilatildeo possa seguir outro caminho que eacute o da prevenccedilatildeo das doenccedilas e agravos e da promoccedilatildeo agrave sauacutede
No entanto natildeo eacute uma tarefa faacutecil perceber os homens quando o assunto eacute sauacutede pois eles tecircm se mostrado ainda pouco ativos no cuidado com ela e quando procuram ajuda agraves vezes esbarram em obstaacuteculos como a falta de um olhar adequado dos(as) profissionais da sauacutede e de serviccedilos que acolham as demandas masculinas (CZERESNIA 2003)
Compreender a sauacutede enquanto praacuteticas de cuidado e bem-estar e natildeo somente doenccedila eacute um desafio para os homens e cabe a noacutes profissionais da sauacutede ajudaacute- los nesse processo
11 Gecircnero masculinidade e promoccedilatildeo da sauacutede
A temaacutetica relacionada agrave sauacutede masculina foi por muito tempo pouco abor-dada e discutida em contraposiccedilatildeo agrave sauacutede da mulher objeto de poliacuteticas puacuteblicas e de variadas investigaccedilotildees (BRAZ 2005)
Haacute muito tempo as mulheres foram acostumadas a expor seus corpos para um(a) meacutedico(a) principalmente em funccedilatildeo da ginecologia Isso fez com que o olhar medicalizado sobre o corpo feminino tivesse maior naturalizaccedilatildeo passando a ser mais aceito o fato de a mulher se cuidar sendo esse fato inclusive associado agrave ideia de fragilizaccedilatildeo da mulher (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)
Aleacutem disso o movimento feminista favoreceu o protagonismo social e poliacutetico da mulher nas accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede permitindo grande avanccedilo nas ques-totildees referentes agrave sauacutede feminina No entanto essa evoluccedilatildeo natildeo foi acompanhada pelo grupo masculino em virtude das concepccedilotildees do que seria um comportamento ideal do ser macho (GOMES NASCIMENTO 2006)
7
No caso dos homens os estudos foram ampliados a partir da deacutecada de 1980 A abordagem nessa eacutepoca era voltada sobretudo para a sexualidade e sauacutede reprodutiva masculina (BRITO SANTOS 2010) Por outro ladonos anos 1990 os estudos comeccedilaram a se estruturar a partir da perspectiva de gecircnero discutindo dentre outros aspectos a singularidade do ser saudaacutevel e do ser doente buscando o entendimento de que era necessaacuteria uma visatildeo da sauacutede do homem mais inte-gralizada (GOMES NASCIMENTO 2006) Como prova disso no iniacutecio dos anos 2000 a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (OMS) lanccedilou publicaccedilotildees focalizadas na sauacutede masculina A primeira publicaccedilatildeo defendia a importacircncia da abordagem da sauacutede para homens jovens como forma de socializaccedilatildeo e adoccedilatildeo de estilo de vida mais saudaacutevel E em 2001 propocircs accedilotildees voltadas agrave sauacutede dos homens com idades mais avanccediladas fase na qual se encontram mais vulneraacuteveis e mais expostos aos riscos que degradam a sauacutede Aleacutem disso nessas publicaccedilotildees eacute defendida a pertinecircncia de abordagens pautadas no caraacuteter relacional de gecircnero para que seja possiacutevel promover mais igualdade entre mulheres e homens nas sociedades (GOMES 2011)
Paralelamente emergem centenas de estudos sobre gecircnero De laacute para caacute a questatildeo gecircnero vem migrando dos espaccedilos de luta poliacutetica para a academia e desta para diversos contextos poliacuteticos e sociais incluindo a sauacutede (VILLELA 2005 CAMURCcedilA GOUVEIA 2004) Mas afinal qual eacute a diferenccedila entre sexo e gecircnero
O sexo eacute uma determinaccedilatildeo bioloacutegica baseada nas diferenccedilas fiacutesicas do corpo de machos e fecircmeas quer sejam da espeacutecie humana ou de qualquer espeacutecie animal diferenccedilas essas que natildeo mudam soacute se desenvolvem no decorrer da vida (CAMURCcedilA GOUVEIA 2004 LIMA 1999)
O gecircnero eacute um dos mais importantes princiacutepios organizadores da nossa socie-dade eacute a forma de descrever as construccedilotildees sociais que determinam aos meninos e agraves meninas formas de ser homem e ser mulher ou seja satildeo os papeacuteis sociais que lhes satildeo atribuiacutedos (GARCIA 1998)
Trata-se de uma construccedilatildeo histoacuterica estabelecida pelos seres humanos e que varia de acordo com a eacutepoca os lugares seus costumes e cultura leis religiatildeo classe social etnia e idade (CAMURCcedilA GOUVEIA 2004 GIFFIN 2005)
Cada sociedade elabora o seu modelo masculino e feminino a ser imitado por homens e mulheres respectivamente Essas Identidades satildeo mutuamente exclu-sivas
Essas diferenccedilas que vatildeo sendo estabelecidas atribuem fragilidade e passivi-dade agrave mulher e virilidade e poder ao homem reforccedilando a dominaccedilatildeo do mascu-lino sobre o feminino em que o poder atua de variadas maneiras produzindo formas de viver e de cuidados com a sauacutede que tambeacutem satildeo diversas
As relaccedilotildees de gecircnero sempre levaram a uma distribuiccedilatildeo desigual do poder da autoridade e dos direitos masculinos e femininos Estes inicialmente eram considerados fenocircmenos naturais (CAMURCcedilA GOUVEIA 2004) No entanto podemos perceber que o homem mesmo estando no domiacutenio das relaccedilotildees de poder estabelecidas em nossa sociedade tambeacutem eacute submetido aos constrangi-
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mentos sociais que impotildeem padrotildees de comportamentos (SOUZA2005 KONH et al c2012) Esses padrotildees acentuam a dificuldade do homem em lidar com o proacuteprio corpo e com suas emoccedilotildees bem como com as situaccedilotildees de adoecimento
Desde muito cedo no nuacutecleo familiar ldquoaprendemosrdquo a ser o que somos convi-vendo com as relaccedilotildees de poder dos mais velhos sobre os mais novos do homem sobre a mulher do rico sobre o pobre Desde pequenos os meninos aprendem a demonstrar forccedila seguranccedila a serem competitivos e natildeo ter medos a suportar sem chorar suas dores fiacutesicas e emocionais A dor eacute antes de tudo assunto de mulheres devendo o homem desprezaacute-la sob pena de se ver desvirilizado e de ser rebaixado ao niacutevel da condiccedilatildeo feminina (KONH et al c2012)
Ao homem se associa a imagem do provedor e protetor da autoridade agres-sividade da forccedila e virilidade da autonomia do domiacutenio do mundo externo dos espaccedilos puacuteblicos Por outro lado agrave mulher atribui-se a fragilidade submissatildeo o carinho o cuidado dos filhos dos doentes e da casa o espaccedilo privado (VILLELA 2005)
Por meio desse modelo os homens manifestam sua masculinidade e rejeitam comportamentos tidos como femininos Muitas vezes natildeo demonstram o que pensam e sentem medo de demonstrar sua fragilidade (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)
As masculinidades devem ser entendidas como configuraccedilotildees de praacuteticas em torno da posiccedilatildeo dos homens nas relaccedilotildees de gecircnero isto eacute das experiecircncias concretas do cotidiano de muitos homens e natildeo apenas os comportamentos que a sociedade espera Ou seja natildeo eacute uma qualidade essencial ou estaacutetica Haacute uma diversidade de tipos de masculinidades que correspondem a diferentes inserccedilotildees dos homens na estrutura social poliacutetica econocircmica cultural e a trajetoacuterias e estaacute-gios diferentes do seu ciclo vital Citando algumas dessas inserccedilotildees tem-se a paternidade a adolescecircncia o envelhecimento a emergecircncia de outras categorias sexuais o desemprego a globalizaccedilatildeo a participaccedilatildeo das mulheres no mercado de trabalho e na poliacutetica etc Aleacutem da masculinidade hegemocircnica identificam-se portanto outras masculinidades marginais subordinadas (BRAZ 2005)
No entanto essa hegemonia masculina natildeo deve ser compreendida como uma condiccedilatildeo bioloacutegica proacutepria dos homens mas sim a partir de valores culturais construiacutedos ao longo dos anos aos quais os indiviacuteduos estatildeo inseridos (GOMES 2003)
Esse padratildeo de masculinidade faz com que muitas vezes os homens por medo vergonha e preconceitos sejam impedidos de assumir que necessitam de cuidados Isso se reflete na aacuterea da sauacutede puacuteblica quando se nota a ausecircncia de accedilotildees preventivas e de promoccedilatildeo da sauacutede para os homens revelando a iniqui-dade presente nos serviccedilos de sauacutede de baixa complexidade (BRITO SANTOS 2010)
Assim eacute comum associarmos homens masculinidades e risco sendo que o risco natildeo eacute algo evitado pelos homens mas deve ser superado a cada dia por eles (GOMES et al 2008)
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Braz (2005) destaca que natildeo cabe de forma alguma vitimizar os homens mas vislumbraacute-los tambeacutem sob a perspectiva da fragilidade de seres que tecircm vulnera-bilidades especiacuteficas do gecircnero Eacute preciso perceber que a definiccedilatildeo normativa de masculinidade vista como dominante natildeo eacute a uacutenica versatildeo
Eacute preciso ultrapassar as barreiras sociais que impedem o reconhecimento dos homens como seres que necessitam de cuidados Isso pode ocorrer a partir de accedilotildees educativas que sejam capazes de contribuir com o estabelecimento de maior conscientizaccedilatildeo desse grupo quanto agrave adoccedilatildeo de haacutebitos mais saudaacuteveis Nesse sentido para que tais medidas sejam eficazes elas devem focar os reais problemas e dificuldades do puacuteblico ao qual se destinam pois se sabe que a educaccedilatildeo em sauacutede requer a participaccedilatildeo dos sujeitos no intuito de estabelecer trocas de saberes populares e cientiacuteficos os quais satildeo de suma relevacircncia quando se desejam realizar mudanccedilas na vida das pessoas (BRUM et al 2010)
Portanto estrateacutegias de prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos e promoccedilatildeo de sauacutede devem considerar as diferenccedilas de gecircnero a fim de que esses objetivos sejam alcanccedilados e os resultados frutifiquem no sentido de formar uma nova geraccedilatildeo de homens mais cuidadosos consigo mesmos
12 Vulnerabilidades masculinas
Na atualidade a atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem vem sendo colocada na pauta dos debates e efetivada em poliacuteticas principalmente porque constituem uma popu-laccedilatildeo em riscocom vulnerabilidades e carecircncias assistenciais do processo sauacutede- doenccedila-cuidado
Haacute uma seacuterie polimorfa de danos agrave sauacutede que colocam o homem como foco de atenccedilatildeo como revelam os indicadores de morbidade e mortalidade e dos efeitos deleteacuterios de alguns agravos seja por causas externas como acidentes de tracircnsito ou por violecircncias bem como por doenccedilas (infectocontagiosas crocircnicas degenera-tivas as doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis ceacuterebro e cardiovasculares relacio-nadas ao trabalho o cacircncer de proacutestata entre outras) (XIMENES NETO et al 2013 )
Considera-se que os modelos de masculinidade e a maneira como ocorre a socializaccedilatildeo masculina podem fragilizar ou mesmo afastar os homens das preo-cupaccedilotildees com o autocuidado e com a busca pelos serviccedilos de sauacutede (GOMES et al 2008) Dentre as questotildees mais frequentemente consideradas estatildeo os valores da cultura masculina que envolvem tendecircncias agrave exposiccedilatildeo a riscos associaccedilatildeo da masculinidade agrave invulnerabilidade e tambeacutem a proacutepria educaccedilatildeo familiar a qual orienta o homem para um papel social de provedor e protetor Essa cultura tende a gerar modelos masculinos pouco aderentes agraves praacuteticas de autocuidado e pode estimular o comportamento agressivo violento e de descuido com ele mesmo (GOMES NASCIMENTO 2006 SILVA et al 2012)
10
Dados do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) revelam que o uso do aacutelcool possui uma maior prevalecircncia na populaccedilatildeo masculina assim como a maioria dos depen-dentes satildeo homens fazendo com que sofram mais de doenccedilas provocadas pelo uso excessivo de bebida alcooacutelica e drogas iliacutecitas Em relaccedilatildeo ao tabagismo os homens usam cigarros com maior frequecircncia do que as mulheres o que predispotildee a doenccedilas cardiovasculares cacircnceres doenccedilas pulmonares da cavidade bucal entre outras Outras patologias que acometem com frequecircncia esse grupo popu-lacional satildeo os tumores e as doenccedilas do aparelho digestivo circulatoacuterio e respira-toacuterio (BRASIL 2008a XIMENES NETO et al 2013 )
Quanto agraves causas da mortalidade masculina observa-se que a maioria dos oacutebitos se deve agraves causas externas como os acidentes por meio de transporte os homiciacutedios os suiciacutedios e as agressotildees No entanto a diferenccedila de mortalidade entre os dois sexos se manteacutem independente da causa morte De acordo com dados do IBGE (2012) a esperanccedila de vida ao nascer eacute maior nas mulheres sendo de 783 anos no sexo feminino e de 706 anos nos homens Ou seja as mulheres vivem 8 anos e 3 meses a mais que os homens
Os homens nascem mais mas tambeacutem morrem mais caracterizando uma maior vulnerabilidade masculina Haacute uma sobre mortalidade masculina em todas as geraccedilotildees mas a maior diferenccedila se situa especialmente nos mais jovens em torno dos 20 anos e apoacutes os 60 quando os homens adoecem e morrem mais Em 2010 a chance de um homem falecer aos 22 anos de idade era 45 maior que a de uma mulher A elevaccedilatildeo da curva que a descreve estaacute estreitamente associada agraves mortes por causas externas em particular as violentas que incidem com maior intensidade sobre a populaccedilatildeo masculina jovem e adulta jovem (IBGE 2011)
O senso comum considera o masculino como o sexo forte Na verdade deve ser visto como o sexo fraco pelo menos em vaacuterios aspectos de suas vulnerabili-dades fiacutesicas e psiacutequicas (BRAZ 2005) Portanto eacute necessaacuterio sensibilizar todos para a necessidade de se ter outro olhar em relaccedilatildeo agraves vulnerabilidades dessa parcela da populaccedilatildeo
2 caracterizaccedilatildeo sociodemograacutefica e de sauacutede da popuLaccedilatildeo mascuLina no BrasiL em pernamBuco e na paraiacuteBa
Como vocecirc jaacute sabe o Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) eacute um oacutergatildeo da Secretaria Executiva do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)que tem a responsabilidade de coletar processar e disseminar informaccedilotildees sobre sauacutede No DATASUS podem ser encontrados indicadores de sauacutede informaccedilotildees relativas agrave assistecircncia agrave sauacutede rede assistencial epidemiologia e morbidade estatiacutesticas vitais demograacuteficas e socioeconocircmicas sobre sauacutede suplementar inqueacuteritos e pesquisas
Saiba
Para conhecer melhor os dados disponibilizados explore o site DATASUS por meio do link lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphpgt
Diante de tantas informaccedilotildees disponiacuteveis quais seriam as necessaacuterias para conhecer a situaccedilatildeo de sauacutede do homem Como localizaacute-las
Vaacuterios satildeo os bancos de dados disponiacuteveis relativos agrave sauacutede da populaccedilatildeo brasileira como um todocomo - Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade (SIM)- Sistema de Informaccedilotildees do Programa Nacional de Imunizaccedilotildees (SIPNI)- Censo 2010 (IBGE)- Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN)- Instituto Nacional do Cacircncer (INCA)- Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) - Sistema de Informaccedilatildeo Ambulatorial (SAI)- Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH)
12
21 caracteriacutesticas sociodemoGraacuteficas da populaccedilatildeo masculina
A Poliacutetica de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem (PNAISH) estabeleceu um recorte estrateacutegico da populaccedilatildeo masculina que compreende a faixa etaacuteria de 20 aos 59 A delimitaccedilatildeo dessa faixa etaacuteria eacute uma estrateacutegia metodoloacutegica haja vista que existem outras poliacuteticas que asseguram os direitos da sauacutede dos outros segmentos etaacuterios como a sauacutede da crianccedila dos adolescentes e dos idosos Esses grupos foram ou seratildeo estudados em outras disciplinas do curso Portanto nesta disciplina abordaremos a faixa etaacuteria trabalhada na PNAISH
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) 2013 o total da populaccedilatildeo residente no Brasil eacute de 201467000 pessoas das quais 490 eram do sexo masculino Por outro lado a popu-laccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos eacute de 54242000 o que corresponde a 56 da populaccedilatildeo masculina
O estado da Paraiacuteba apresentou por meio de dados da PNAD 2013 uma popu-laccedilatildeo de 4992000 pessoas A populaccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos eacute de 978841 pessoas Apresenta tambeacutem uma razatildeo de sexo de 939 homens para cada 100 mulheres Em Pernambuco a populaccedilatildeo total segundo a PNAD 2013 era de 10777000 pessoas sendo a popu-laccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos de 2311943 e a razatildeo de sexo de 927 homens para cada 100 mulheres
ParaiacutebaPernambuco
5644
Homens entre20 a 59 anosOutras idades
Tanto na Paraiacuteba quanto em Pernambuco aproximadamente 26 da populaccedilatildeo na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos satildeo homens
13
Esse grupo etaacuterio corresponde a 413 da populaccedilatildeo masculina ou a 20 do total da populaccedilatildeo do Brasil Representa uma grande parcela da forccedila produtiva do paiacutes aleacutem de exercer um significativo papel sociocultural e poliacutetico (BRASIL 2008a)
Dentre os indicadores sociodemograacuteficos necessaacuterios para se realizar um diag-noacutestico da situaccedilatildeo que caracteriza a populaccedilatildeo masculina listamos no quadro a seguir aqueles que consideramos mais relevantes
Quadro 01 ndash Indicadores demograacuteficos e socioeconocircmicos para a anaacutelise da populaccedilatildeo masculina
Indicadores demograacuteficos Indicadores socioeconocircmicosPopulaccedilatildeo total Taxa de analfabetismo
Razatildeo por sexo Escolaridade da populaccedilatildeo de 15 anos ou mais
Taxa de crescimento da populaccedilatildeo Produto Interno Bruto (PIB) per capita
Mortalidade proporcional por idade Razatildeo de renda
Taxa bruta de mortalidade Proporccedilatildeo de pobres
Esperanccedila de vida ao nascer Taxa de desemprego
Esperanccedila de vida aos 60 anos de idade
Fonte (Brasil c2008)
22 principais indicadores de morbimortalidade
Entre as principais enfermidades e agravos que acometem os homens aproxi-madamente 75 delas estatildeo concentrados em cinco grandes aacutereas especializadas cardiologia urologia sauacutede mental gastroenterologia e pneumologia aleacutem das causas externas que representam um grande problema e com forte impacto na mortalidade e morbidade da populaccedilatildeo masculina (BRASIL 2008a)
Saiba
SitesPara mais informaccedilotildees sobre os indicadores sociodemograacuteficos acesse
Cadernos de Informaccedilotildees de Sauacutede- Paraiacutebahttptabnetdatasusgovbrtabdatacadernospbhtm (BRASIL[20--a])
Cadernos de Informaccedilotildees de Sauacutede- Pernambucohttptabnetdatasusgovbrtabdatacadernospehtm (BRASIL[20--b])
Indicadores e Dados Baacutesicos - Brasil ndash 2011- IDB-2011httptabnetdatasusgovbrcgiidb2011matrizhtmdemog (BRASIL c2008)
14
Na proacutexima fase desta disciplina vocecirc teraacute a oportunidade de estudar sobre algumas dessas enfermidades e agravos como hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes mellitus doenccedilas pulmonares (Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica ndash DPOC asma e pneumonias comunitaacuterias) doenccedilas osteoarticulares aleacutem das doenccedilas transmissiacuteveis (tuberculose hepatites virais e aids) e tabagismo Aqui abordaremos outras importantes causas de morbimortalidade no homem causas externas alguns tumores sobretudo o da proacutestata e o alcoolismo
221 morbidade
Atenccedilatildeo
Do ponto de vista de anaacutelise da morbidade eacute preciso comentar que os dados a seguir se referem aos casos mais graves que necessitaram de internaccedilatildeo
causas externas
Aleacutem do sofrimento fiacutesico psiacutequico e social determinado pelos acidentes e as violecircncias que caracterizam as causas externas haacute de se considerar o enorme impacto econocircmico mensurado pelos seus gastos hospitalares inclusive em dias de permanecircncia em unidades de terapia intensiva (BRASIL 2012a)
Em 2010 foram realizadas 928893 internaccedilotildees hospitalares por causas externas nos serviccedilos financiados pelo SUS caracterizado da seguinte forma
raquo os homens representavam 705 das internaccedilotildees por essas causas
raquo a taxa de internaccedilatildeo hospitalar foi 485 por 10 mil habitantes sendo 69610 mil homens
raquo o risco de internaccedilatildeo entre os homens foi 25 vezes maior que o estimado entre as mulheres
raquo no periacuteodo de 2000 a 2010 a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por causas externas apresentou aumento progressivo (77 em 2000 para 104 em 2010)
Na tabela a seguir pode-se observar que em 2010 os acidentes por transporte terrestre responderam por 157 das hospitalizaccedilotildees com risco e 76 internaccedilotildees por 10 mil habitantes Estimou-se maior risco de internaccedilatildeo entre os homens (122 internaccedilotildees por 10 mil homens) em comparaccedilatildeo com as mulheres (32 internaccedilotildees por 10 mil mulheres) (BRASIL 2012a)
15
Tabela 01 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa de internaccedilatildeo (por 10 mil habitantes) por causas externas - Brasil 2010
CaracteriacutesticasSexo
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria
0 a 9 anos 57308 88 344 32342 118 202 89650 97 275
10 a 14 anos 41832 64 499 13120 48 162 54952 59 333
15 a 19 anos 58005 86 681 15359 56 186 73364 79 437
20 a 39 anos 274566 419 862 68964 252 213 343530 370 534
40 a 59 anos 153889 235 769 63445 232 290 217334 234 519
60 a mais 69342 106 801 80721 295 750 150063 162 772
Acidentes 537420 821 571 224348 819 230 761768 820 398
Acidente de transporte terrestre
114383 175 122 31652 116 32 146035 157 76
Pedestres 27612 42 29 11649 43 12 39261 42 21
Motociclistas 58508 89 62 11444 42 12 69952 75 37
Ocupantes de veiacuteculos 11690 18 12 4353 16 04 16043 17 08
Quedas 241892 369 257 121601 444 125 363493 397 190
Quedas no mesmo niacutevel 81112 124 86 47378 173 49 128490 138 67
Quedas de um mesmo niacutevel a outro
41623 64 44 17542 64 18 59165 64 31
Quedas natildeo especificadas 119157 182 127 56681 207 58 175838 189 92
Demais acidentes 181145 277 193 71095 260 73 252240 272 132
Violecircncias 43444 66 46 11940 44 12 55384 60 29
Lesotildees autoprovocadas 5173 08 06 3561 13 04 8734 09 05
Agressotildees e intervenccedilotildees legais
38271 58 41 8379 31 09 46650 50 24
Armas de fogo 10835 17 12 1069 04 01 11904 13 06
Peacuterfuro-cortante 9953 15 11 1860 07 02 11813 13 06
Eventos de intenccedilatildeo indeterminada
31252 48 33 13462 49 14 44714 48 23
Demais causas externas 86270 132 92 36141 132 37 122411 132 64
Total 654942 1000 696 273951 1000 281 928893 1000 485
Fonte (BRASIL 2011a p212)
Conforme apresentado no graacutefico a seguir as causas externas satildeo responsaacute-veis por 118 dos gastos com todas as hospitalizaccedilotildees financiadas pelo SUS no Brasil As capitais da Paraiacuteba e Pernambuco tiveram respectivamente 92 e 83 dos gastos com causas externas (BRASIL 2011a)
16
Graacutefico 01 ndash Proporccedilatildeo dos gastos do SUS com internaccedilotildees por causas externas nas capitais e Distrito Federal
Satildeo Luiacutes
Vitoacuteria
Maceioacute
Manaus
Recife
Porto Alegre
Joatildeo Pessoa
Rio de Janeiro
Terresina
Cuiabaacute
Salvador
Fortaleza
Brasiacutelia
Natal
Brasil
Aracaju
Boa Vista
Curitiba
Goiacircnia
Satildeo Paulo
Belo Horizonte
Florianoacutepolis
Macapaacute
Beleacutem
Rio Branco
Porto Velho
Campo Grande
Palmas
FONTE (BRASIL 2011a p 214)
tumores
Os tumores que incidem com maior frequecircncia na faixa etaacuteria dos 25 aos 59 anos satildeo oriundos dos aparelhos digestivo respiratoacuterio e urinaacuterio Cerca de 432 de todos os tumores assinalados na CID 10 Capiacutetulo II tecircm origem no aparelho digestivo (BRASIL 2008a)
O cacircncer da proacutestata eacute uma neoplasia que geralmente apresenta evoluccedilatildeo muito lenta de modo que a mortalidade pode ser evitada quando o processo eacute diagnosticado e tratado com precocidade Uma estimativa realizada pelo Instituto Nacional do Cacircncer (INCA) para o aparecimento de novos casos de cacircnceres no ano de 2008 aponta o cacircncer de proacutestata como sendo o mais frequente sendo superado apenas pelo cacircncer de pele natildeo melanoma (VIEIRA et al 2008)
17
Ao se falar de neoplasias malignas do aparelho urinaacuterio natildeo se pode deixar de mencionar o cacircncer de pecircnis Trata-se de um tumor raro relacionado com as baixas condiccedilotildees socioeconocircmicas e a maacute higiene iacutentima No Brasil esse cacircncer representa cerca de 2 de todas as neoplasias que atingem o homem sendo mais frequente nas regiotildees Norte e Nordeste existindo estados como eacute o caso do Maranhatildeo em que sua incidecircncia supera ateacute a do cacircncer de proacutestata (BARROS MELO 2009)
Dados do INCA referentes aos tumores malignos na populaccedilatildeo masculina dos estados da Paraiacuteba e Pernambuco apontam que o cacircncer de proacutestata eacute o que apre-senta maior incidecircncia conforme mostra a tabela a seguir
Tabela 02 ndash Taxa de incidecircncia anual de neoplasias malignas por 100000 habitantes por localizaccedilatildeo segundo Regiatildeo e UF sexo masculino Brasil 2010 e 2011
Regiatildeo e UF
Pulmatildeo
traqueia e
brocircnquios
Esocircfago Estocircmago
Coacutelon junccedilatildeo
retossigmoacuteide
reto e acircnus
Proacutestata
Laacutebio e
cavidade
oral
Melanoma
maligno da
pele
Outras
neoplasias
malignas da
pele
Paraiacuteba 730 438 1046 462 4369 843 102 7368
Pernambuco 1250 471 1065 653 5783 867 132 6060
Fonte (INCA c2013 adaptado)
alcoolismo
Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) apontam que cerca de 2 bilhotildees de pessoas consomem bebidas alcooacutelicas no mundo O uso abusivo do aacutelcool eacute responsaacutevel por 32 de todas as mortes e por 4 de todos os anos perdidos de vida uacutetil Na Ameacuterica Latina cerca de 16 dos anos de vida uacutetil perdidos estatildeo relacionados ao uso abusivo dessa substacircncia Esse iacutendice eacute quatro vezes maior que a meacutedia mundial e torna o problema da prevenccedilatildeo e do tratamento dos trans-tornos associados ao consumo de aacutelcool um grande problema de sauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
Estudos revelam que o uso do aacutelcool estaacute sendo iniciado cada vez mais preco-cemente por homens e mulheres Portanto torna-se fundamental avaliar os deter-minantes sociais de vulnerabilidade do homem em relaccedilatildeo aos problemas com o aacutelcool para a construccedilatildeo de accedilotildees efetivas de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede mental desse segmento inclusive para jovens e adolescentes (LARANJEIRA et al 2007 SENA et al 2011)
Segundo o Centro Brasileiro de Informaccedilotildees sobre Drogas Psicotroacutepicas (CEBRID) o consumo de aacutelcool e outras drogas estaacute associado a transtornos graves e afetam pelo menos 12 da populaccedilatildeo acima de 12 anos sendo o impacto do aacutelcool dez vezes maior que o do conjunto das drogas iliacutecitas (UNIFESP 2006 BRASIL 2008a)
18
Laranjeira et al (2007) realizaram uma pesquisa intitulada ldquoPrimeiro Levan-tamento Nacional sobre Padratildeo de Consumo de Aacutelcool na Populaccedilatildeo Brasileirardquo cujos resultados apontaram que 52 dos brasileiros acima de 18 anos bebem pelo menos uma vez ao ano e destes 65 satildeo homens A prevalecircncia de depen-dentes de aacutelcool eacute maior para o sexo masculino em que 195 dos homens satildeo dependentes do aacutelcool enquanto 69 das mulheres apresentam dependecircncia Segundo esses dados para cada seis pessoas do sexo masculino que faz uso de aacutelcool uma fica dependente Destaca-se ainda que do conjunto dos homens adultos 11 bebem todos os dias e 28 consomem bebida alcooacutelica de 1 a 4 vezes por semana conforme apresentado na tabela a seguir
Tabela 03 ndash Frequecircncia de consumo de bebida alcooacutelica em homens e mulheres com idade a partir de 18 anos
Frequecircncia de ConsumoA partir de 18 anos
Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstinentes (nunca bebeu ou menos de 1 vez por ano) 35 59 48
Raramente (menos de 1 vez por mecircs) 8 12 10
Ocasional (de 1 a 3 vezes por mecircs) 19 16 17
Frequente ( de 1 a 4 vezes por semana) 28 11 19
Muito frequente (todos os dias) 11 2 6
Quantidade usual Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Ateacute 2 doses 38 63 48
De 3 a 4 doses 25 19 22
de 5 a 11 doses 27 14 22
Bebe mais de 12 doses por ocasiatildeo 11 3 7
Intensidade do beber Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstecircmio 35 59 48
Bebedor natildeo frequente 12 16 14
Bebedor menos frequente 16 13 15
Bebedor frequente 22 9 15
Bebedor frequente pesado 14 3 9
Dependecircncia (criteacuterios de CID-10) Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
14 4 9
Fonte (BRASIL 2008a p14)
outras causas de morbidade
No periacuteodo de 2000 a 2010 observou-se que a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por doenccedilas cardiovasculares manteve-se constante e as hospitalizaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio apresentaram reduccedilatildeo no mesmo periacuteodo (BRASIL 2012a)
No graacutefico apresentado a seguir podem-se observar quanto agrave morbidade as sete causas que respondem pela internaccedilatildeo da maioria dos homens em ordem decrescente de ocorrecircncia
19
raquo As lesotildees os envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas satildeo a primeira causa de internaccedilatildeo para homens entre 20 e 49 anos de idade e a terceira para aqueles entre 50 e 59 anos
raquo As doenccedilas do aparelho digestivo satildeo a segunda causa para todas as faixas etaacuterias
raquo Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias satildeo a terceira causa para homens de 20 a 29 anos transtornos mentais e comportamentais entre 30 e 39 anos e doenccedilas do aparelho circulatoacuterio entre 40 e 49 anos
raquo Para os homens de 50 a 59 anos a principal causa de internaccedilatildeo satildeo as doenccedilas do aparelho circulatoacuterio (SCHWARZ et al 2012)
Graacutefico 02 ndash Porcentagem () das principais causas de internaccedilatildeo em homens por faixa etaacuteria Brasil 2010
Faixa etaacuteria em anos
35
30
25
20
15
10
5
0
I Algumas doenccedilas infecciosas e parasitaacuteriasII Neoplasias (tumores)V Transtornos mentais e comportamentais IX Doenccedilas do aparelho circulatoacuterioX Doenccedilas do aparelho respiratoacuterioXI Doenccedilas do aparelho digestivoXIX Lesotildees envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas
Fonte (SCHWARZ et al 2012 adaptado)
As principais causas de internaccedilotildees por enfermidades do aparelho respiratoacuterio estatildeo assinaladas no graacutefico a seguir
20
Graacutefico 03 ndash Internaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio 2007
Outras 57CID XI 15CID IX 13CID II 6CID X 9 (165369)
Pneumonia 43 (70535)Outras 29 (48489)DPOC 12 (20948)Asma 11 (18457)Tuberculose 5 (6940)
Fonte (BRASIL 2008a p26 adaptado)
Em relaccedilatildeo agraves doenccedilas do aparelho respiratoacuterio as que apresentaram maior incidecircncia foram as pneumonias (43) adoenccedila pulmonar obstrutiva crocircnica (12) e a tuberculose que mesmo apresentando o menor percentual de casos de internaccedilatildeo (5) destaca-se pela importacircncia do ponto de vista dasauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
21
Graacutefico 04 ndash Percentual de internaccedilotildees hospitalares pelo aparelho circulatoacuterio na populaccedilatildeo masculina dos 25ndash59 anos 2007
Outras 277CID V 165CID XIX151CID XI 134CIN IX 120 CIN X 80 CIN I 73
Coronariopatias 405 (59717)Outras 396 (58355)Hipertensatildeo 187 (27569)Febre reumaacutetica miocardiopatias 12 (1713)
Fonte (BRASIL 2008a p27 adaptado)
Entre os fatores de morbidade natildeo se pode deixar de mencionar as disfun-ccedilotildees sexuais notadamente a disfunccedilatildeo ereacutetil que acomete cerca da metade dos homens depois dos cinquenta anos (BRASIL 2008a p27)
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto acesse
MOURA E C MALTA D C Consumo de bebidas alcooacutelicas na populaccedilatildeo adulta brasileira ca-racteriacutesticas sociodemograacuteficas e tendecircncia RevBrasEpidemiol 2011 14(1) Supl 61- 70 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfrbepidv14s1a07v14s1pdfgt Acesso em 27092013
LARANJEIRA R et al I Levantamento nacional sobre os padrotildees de consumo de aacutelcool na popu-laccedilatildeo brasileira Brasiacutelia Secretaria Nacional Antidrogas 2007 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesrelatorio_padroes_consumo_alcoolpdfgt Acesso em 27 set 2013
22
222 mortalidade
Em relaccedilatildeo agrave mortalidade ao longo de toda a uacuteltima deacutecada foi observada maior proporccedilatildeo de oacutebitos entre homens que entre mulheres na faixa etaacuteria adulta especialmente jovens adultos (de 15 a 39 anos de idade) Diversos estudos mostram que as causas externas de mortalidade (acidentes e violecircncias) satildeo extre-mamente importantes entre os adultos especialmente para homens jovens No sexo masculino elas representaram 64 dos oacutebitos de 20 a 39 anos enquanto que no sexo feminino o percentual foi de 23 Mesmo observando uma reduccedilatildeo no diferencial entre homens e mulheres no periacuteodo entre 2000 e 2010 os homens ainda morrem mais que as mulheres conforme apresenta o graacutefico a seguir (BRASIL 2011b BRASIL 2011c LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005 MARANHAtildeO et al 2011)
Graacutefico 05 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo Brasil 2000 2005 e 2010
2000 2005 2010
584 58 573
415 42 427
0
10
20
30
40
50
60
70
Masculino
Feminino
Fonte (BRASIL 2012a p112 adaptado)
O proacuteximo graacutefico apresenta as curvas de mortalidade proporcional para homens e mulheres que tecircm padrotildees diferentes entre os anos principalmente para os grupos de adultos e idosos indicando um padratildeo de mortalidade mais tardia entre as mulheres Na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos houve um maior percen-tual de oacutebitos dos homens (381 em 2000 e 374 em 2010) quando comparado ao das mulheres (25 em 2000 e 232 em 2010) (BRASIL 2012a)
23
Graacutefico 06 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo e o ano do oacutebito por faixa etaacuteria Brasil 2000 e 2010
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1a 9 19 36 381
30 374 20 18 250
lt1 a 85 399241 11 13 232
ge 60 anos 479 547 620 703
Feminino 2000Masculino 2010Masculino 2000
Feminino 2010
10 a 19 20 a 59
11
Fonte (BRASIL 2012a p113)
Quadro 01 ndash Quatro principais causas especiacuteficas de mortalidade entre 20 e 59 anos (nesta ordem)homens 2010
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste Eventos Int Indeterminada Suiciacutedio
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste D HIV Cirosse e D Fiacutegado
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Acidentes de transporte terreste D Cerebrovasculares
Fonte (BRASIL 2012a adaptado)
24
Dados de 2012 mostram que no Brasil as causas externas representam a primeira causa mais frequente de morte na populaccedilatildeo masculina entre 20 a 59 anos configurando-se como um grande desafio aos gestores puacuteblicos e profissio-nais sobretudo os da sauacutede pois se deve ultrapassar a dimensatildeo da assistecircncia e reabilitaccedilatildeo das viacutetimas ocupando-se tambeacutem da promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e vigilacircncia epidemioloacutegica de acidentes e violecircncias (BRASIL 2012a)
Os homens no Brasil apresentam um risco de morte por causas externas 51 vezes maior que as mulheres Quanto agrave idade vale destacar as altas taxas de mortalidade por causas externas observadas a partir dos 19 anos de idade em especial entre os adultos jovens de 20 a 39 anos de idade e os idosos com 60 e mais anos de idade O risco de morte por causas externas foi de 100 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os adultos jovens e de 1104 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os idosos (BRASIL 2012a)
A anaacutelise do risco de morte por causas externas segundo regiotildees geograacute-ficas demonstrou uma distribuiccedilatildeo menos desigual que nas anaacutelises anteriores segundo atributos de idade e sexo sendo que taxas de mortalidade apenas ligei-ramente superiores foram encontradas nas regiotildees Centro-Oeste (853 por oacutebitos por 100 mil habitantes) Nordeste (755 oacutebitos por 100 mil habitantes) e Sul (746 oacutebitos por 100 mil habitantes) (BRASIL 2012a)
Tabela 04 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa bruta de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externas segundo sexo faixa etaacuteria e regiotildees geograacuteficas Brasil 2009
CaracteriacutesticasSexo a
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria b
0 a 9 anos 2517 22 151 1594 68 100 4111 30 126
10 a 14 anos 1740 15 208 733 31 90 2473 18 150
15 a 19 anos 11780 102 1384 1629 70 197 13409 97 799
20 a 39 anos 57656 500 1810 6105 282 204 64261 463 1000
40 a 59 anos 26305 228 1315 1586 196 210 30891 223 738
60 a mais 13342 116 1541 8109 346 753 21451 155 1104
Ignorado 1904 17 - 179 08 - 2083 15 -
Regiatildeo
Norte 9317 81 1199 1508 64 199 10825 78 705
Nordeste 34639 301 1317 5807 248 213 40446 292 755
Sudeste 44360 385 1125 10405 444 251 54765 395 677
Sul 17023 148 1246 3652 156 260 20675 149 746
Centro-Oeste 9826 85 1428 2023 86 288 11849 85 853
Total 115244 1000 1225 23435 1000 241 138679 1000 724
a) Excluiacutedos 137 registros com sexo ignorado
b) Excluiacutedos 119 registros com regiatildeo de residecircncia ignorada
Fonte (BRASIL 2011b p234 adaptado)
25
Embora natildeo exista grande diferenccedila nos coeficientes de mortalidade por neoplasias malignas eacute preciso destacar que entre os homens predominam os cacircnceres de pulmatildeo vindo a seguir os de proacutestata e o de estocircmago A anaacutelise de seacuteries histoacutericas de mortalidade no Brasil mostra claramente a importacircncia cres-cente do cacircncer de proacutestata que jaacute suplanta a neoplasia maligna de estocircmago haacute alguns anos (LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005)
No estado da Paraiacuteba o que se percebe eacute que em relaccedilatildeo agrave mortalidade por cacircnceres na populaccedilatildeo masculina o tumor da proacutestata jaacute se destaca como o de maior prevalecircncia aleacutem de ter tendecircncia crescente em relaccedilatildeo aos periacuteodos 2002 ndash2006 e 2007ndash2011
Graacutefico 07 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Paraiacuteba para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
2002-2006 2007-2011
158
109
96
62
52
52
5
49
38
31
31
3
24
1
207
191
104
10
36
5
36
49
46
46
37
37
32
23
1
20
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Por outro lado no estado de Pernambuco o cacircncer de proacutestata tambeacutem apre-senta maior prevalecircncia em relaccedilatildeo aos outros tumores mas mesmo apresen-tando tendecircncia a aumento no periacuteodo avaliado natildeo foi tatildeo significativo quanto no estado da Paraiacuteba Outro ponto de destaque eacute a tendecircncia agrave diminuiccedilatildeo nos tumores de traqueia brocircnquios pulmotildees fiacutegado e vias biliares
26
Graacutefico 08 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Pernambuco para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
179
91
128
184
183
92
122
184
3
46
39
65
43
44
33
35
36
32
14
35
5
34
61
46
38
34
37
41
3
14
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
2002-2006 2007-2011
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Dentre as doenccedilas do aparelho digestivo podem-se destacar as doenccedilas do fiacutegado que em 2005 foram responsaacuteveis por 70 das causas de morte de homens de 25ndash59 anos Destas 46 devem-se agrave doenccedila por consumo de aacutelcool 36 agrave fibrose e cirrose e 18 a outras doenccedilas do fiacutegado (BRASIL 2008a)
Por outro lado em relaccedilatildeo agrave mortalidade proporcional de acordo com os capiacute-tulos da CIDndash10 entre homens apresenta uma tendecircncia de reduccedilatildeo da proporccedilatildeo de oacutebitos por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio e tendecircncia de aumento nas seguintes causas neoplasias doenccedilas endoacutecrinas e causas externas (BRASIL 2012a)
27
Graacutefico 09 ndash Mortalidade proporcional () por capiacutetulos da CID no sexo masculino Brasil 2000 e 2010
IX II XX X IV OUTRAS
294 135 18 105 47 238
285 16 187 104 53 211
0
5
10
15
20
25
30
35
2000
2010
Fonte (BRASIL 2012a p121 adaptado)
Saiba
SitesPara realizar uma anaacutelise mais detalhada do perfil de mortalidade masculina consulte o material Mortalidade do adulto no Brasil taxas de mortalidade segundo o sexo as causas e as Regiotildees 2010 disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrportalsaudearquivospdf2013Fev21sau-debrasil2011_parte1_cap7pdfgt Acesso em 25 set 2013
Leia tambeacutem o Perfil da situaccedilatildeo de sauacutede do homem no Brasil (2012) disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Perfil-da-Situa----o-de-Sa--de-do-Homem-no--Brasilpdfgt Acesso em 26 ago 2015
Nos artigos a seguir os autores fazem uma discussatildeo ampliada sobre as principais causas de morbimortalidade masculina
LAURENTI R JORGE M H P de M GOTLIEB S L D Perfil epidemioloacutegico da morbimortalidade masculina Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 10 n 1 p 35-46 janmar 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfcscv10n1a04v10n1pdfgt Acesso em 30 set 2013
LUIZAGA C T de M GOTLIEB S L D Mortalidade masculina em trecircs capitais brasileiras 1979 a 2007 RevBrasEpidemiolv 16 n 1 p 87-99 2013 Disponiacutevel emlthttpwwwscielobrpdfrbe-pidv16n11415-790X-rbepid-16-01-0087pdfgt Acesso em 25 set 2013
IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) A qualidade da informaccedilatildeo sobre a mortalidade no Brasil recente e avaliaccedilatildeo do impacto das causas violentas no nuacutemero de anos de vida perdi-dos In IBGE Indicadores Sociodemograacuteficos e de Sauacutede no Brasil n 25 Rio de Janeiro IBGE 2009 Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoindic_sociosaude2009indicsaudepdfgt Acesso em 25092013
VIEIRA S O cacircncer e a sauacutede do homem um panorama completo dos tumores que acometem a populaccedilatildeo masculina Revista Oncoamp ndash Oncologia para todas as especialidadesSatildeo Paulo a 2 n 11 p 12-18 maiojun 2012 Disponiacutevel emlthttprevistaoncocombrwp-contentuploa-ds201205ONCO_11pdfgt Acesso em 25 set 2013
28
Para vocecirc ter acesso a dados sobre morbimortalidade da populaccedilatildeo masculina dos estados de Paraiacuteba e Pernambuco acesse os links abaixo
TABNET ndash OacuteBITOSPARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttptabnetsaudepbgovbrdeftohtmexetabdotabnetsimpbdefgt Acesso em 25 set 2013
ATLAS DE MORTALIDADE POR CAcircNCER ndash INCA (Instituto Nacional de Cacircncer) Disponiacutevel em lthttpmortalidadeincagovbrMortalidadeprepararModelo04actiongt Acesso em 25 set 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttppor-talweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO ndash Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PERNAMBUCO Disponiacutevel em lthttpportalweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
Nos links para acesso ao Pacto pela Sauacutede apoacutes abrir a paacutegina do SISPACTO clique em relatoacute-rios que aparece no lado esquerdo da tela Em seguida clique em relatoacuterios estaduais e localize o estado que vocecirc desejar consultar
3 programas poLiacuteticas e pactos de sauacutede para o homem no BrasiL
A seguir descreveremos os principais programas poliacuteticas e pactos que tecircm relaccedilatildeo com a sauacutede do homem no Brasil Recomendamos que vocecirc consulte os links complementares para saber mais sobre cada um deles
31 pacto pela sauacutede
Aprovado por unanimidade pelo Conselho Nacional de Sauacutede (CNS) e publi-cado na Portaria GMMS nordm 399 de 22 de fevereiro de 2006 o Pacto pela Sauacutede eacute um conjunto de reformas institucionais do SUS pactuado entre as trecircs esferas de gestatildeo (Uniatildeo Estados e Municiacutepios) com o objetivo depromover a melhoria dos serviccedilos ofertados agrave populaccedilatildeo e a garantia de acesso a todos Tambeacutem redefine as responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da popu-laccedilatildeo e na busca da equidade social Sua adesatildeo se constituiem um processo de cooperaccedilatildeo permanente entre os gestores e negociaccedilatildeo local regional estadual e federal
O pacto pela sauacutede se divide em 3 eixos
1 Pacto em defesa do SUS defesa dos princiacutepios do SUS qualificaccedilatildeo do SUS como poliacutetica puacuteblica
2 Pacto pela gestatildeo do SUS processo continuado de pactuaccedilatildeo intergestores ndash responsabilidades sanitaacuterias e diretrizes de gestatildeo
3 Pacto pela vida compromisso entre os gestores do SUS em torno das respon-sabilidades nacionais estaduais regionais e municipais com definiccedilotildees de metas e accedilotildees
Por meio da Portaria nordm 325GM de 21 de fevereiro de 2008 o Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu novas prioridades objetivos metas e indicadores de monito-ramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede para o ano de 2008 no qual foi inserido
30
como uma das prioridades a Sauacutede do Homem cuja meta era a de promover a sauacutede integral do homem com a elaboraccedilatildeo publicaccedilatildeo e implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede do Homem
32 poliacutetica nacional de atenccedilatildeo inteGral agrave sauacutede do Homem (pnaisH)
Foi instituiacuteda por meio da Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Destaca- se por ser um programa pioneiro dentre os paiacuteses da Ameacuterica Latina lanccedilado apoacutes 20 anos de implantaccedilatildeo do SUS no Brasil Visa abranger a faixa etaacuteria de 20 a 59 anos melhorando a assistecircncia oferecida aos homens por meio de accedilotildees de informaccedilatildeo proteccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede assim como tratamento e recuperaccedilatildeo de agravos aleacutem de uma mudanccedila cultural no que diz respeito ao comportamento masculino nessa aacuterea (BRASIL 2008a)
A PNAISH estaacute alinhada com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash porta de entrada preferencial ao Sistema Uacutenico de Sauacutede ndash primando pela humanizaccedilatildeo da atenccedilatildeo e em consonacircncia com os princiacutepios do SUS fortalecendo accedilotildees e serviccedilos em redes e cuidados da sauacutede Ela norteia as accedilotildees de atenccedilatildeo integral
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto recomendamos que vocecirc veja os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Pacto pela SauacutedeSISPACTO - Aplicativo do Pacto pela Sauacutede Brasiacutelia Ministeacute-rio da Sauacutede [2011c] Disponiacutevel emlthttpportalweb04saudegovbrsispactogt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 399GM de 22 de fevereiro de 2006 Divulga o pacto pela sauacutede 2006 - Consolidaccedilatildeo do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a Disponiacutevel em lthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2006GMGM-399htmgt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 325 de 21 de fevereiro de 2008 Estabelece prioridades objetivos e metas do Pacto pela Vida para 2008 os indicadores de monitoramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede e as orientaccedilotildees prazos e diretrizes para a sua pactuaccedilatildeoBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacute-de 2008b Disponiacutevel emlthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2008GMGM-325htmgt Acesso em 27set 2013
MACHADO R R et al Entendendo o pacto pela sauacutede na gestatildeo do SUS e refletindo sua implementaccedilatildeo Rev Eletrocircnica de Enfermagem v 11 n 1 p 181-187 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfenufgbrfen_revis-tav11n1pdfv11n1a23pdfgt Acesso em 27set2013
31
agrave sauacutede do homem visando estimular o autocuidado e sobretudo o reconhe-cimento de que a sauacutede eacute um direito social baacutesico e de cidadania de todos os homens brasileiros (BRASIL 2008a)
Tem como objetivo principal
Promover a melhoria das condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo masculina do Brasil contri-buindo de modo efetivo para a reduccedilatildeo da morbidade e mortalidade dessa popu-laccedilatildeo atraveacutes do enfrentamento racional dos fatores de risco e mediante a facilitaccedilatildeo ao acesso agraves accedilotildees e aos serviccedilos de assistecircncia integral agrave sauacutede (BRASIL 2008a)
Aleacutem disso a PNAISH propotildee uma reorientaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede com foco na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) de modo que essa poliacutetica seja integrada e executada juntamente com as demais poliacuteticas programas estrateacutegias e accedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2008a)
Para refletir
Vocecirc jaacute teve oportunidade de discutir a PNAISH com os demais membros da equipe de sauacutedeQuais satildeo as accedilotildees desenvolvidas na sua unidade de sauacutede para os homens Como eacute a adesatildeo da popula-ccedilatildeo a essas accedilotildees Quais satildeo suas principais dificuldades
Saiba
Conheccedila o estudo que avaliou a implantaccedilatildeo da PNAISH em municiacutepios brasileiros Nele foram avaliados como estatildeo sendo desenvolvidas as accedilotildees de fortalecimento desta poliacutetica Estaacute disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Fortalecimento-da--PNAISHpdfgt Acesso em 01 fev 2015
SitesPara vocecirc conhecer mais sobre a PNAISH acesse os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Institui no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacute-de do Homem Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2009prt1944_27_08_2009htmlgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave sauacutede Departamento de Accedilotildees Progra- maacuteticas e Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem Plano de Accedilatildeo Nacional 2009-2011 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009b Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_saude_homem_2009-2011pdfgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteti-cas Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2008a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_homempdfgt Acesso em 20 set 2013
CARRARA S RUSSO J A FARO L A poliacutetica de atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem no Brasil os pa-radoxos da medicalizaccedilatildeo do corpo masculinoPhysisRevista de Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 19 n 3 p659-678 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfphysisv19n3a06v19n3pdfgt Acesso em 27set 2013
32
LEAL A F FIGUEIREDO W S NOGUEIRA-DA-SILVA G S O percurso da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede dos Homens (PNAISH) desde a sua formulaccedilatildeo ateacute sua implementaccedilatildeo nos serviccedilos puacuteblicos locais de atenccedilatildeo agrave sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletivav 17 n 10 p2607-2616 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfcscv17n1010pdfgt Acesso em 27 set 2013
33 poliacutetica nacional de Humanizaccedilatildeo (pnH)A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) foi criada em 2004 como fortaleci-
mento da rede assistencial do SUS e com o objetivo de oferecer uma sauacutede digna para todos com profissionais comprometidos com a eacutetica e com a defesa da vida
Para a PNH humanizar eacute ofertar atendimento de qualidade articulando os avanccedilos tecnoloacutegicos com o acolhimento com a melhoria dos ambientes de cuidado e das condiccedilotildees de trabalho dos profissionais
Como poliacutetica a Humanizaccedilatildeo deve portanto traduzir princiacutepios e modos de operar no conjunto das relaccedilotildees entre profissionais e usuaacuterios A humanizaccedilatildeo supotildee troca de saberes (incluindo os dos pacientes e familiares) diaacutelogo entre os profissionais e modos de trabalhar em equipe Como estrateacutegia de interferecircncia no processo de produccedilatildeo de sauacutedeconsidera-se que sujeitos sociais quando mobi-lizados satildeo capazes de transformar realidades transformando-se a si proacuteprios nesse mesmo processo
princiacutepios norteadores da poliacutetica de Humanizaccedilatildeo
1 Valorizaccedilatildeo da dimensatildeo subjetiva e social em todas as praacuteticas de atenccedilatildeo e gestatildeo fortalecendoestimulando processos integradores e promotores de compromissosresponsabilizaccedilatildeo
2 Estiacutemulo a processos comprometidos com a produccedilatildeo de sauacutede e com a produccedilatildeo de sujeitos
3 Fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional estimulando a trans-disciplinaridade e a grupalidade
4 Atuaccedilatildeo em rede com alta conectividade de modo cooperativo e solidaacuterio em conformidade com as diretrizes do SUS
5 Utilizaccedilatildeo da informaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo da educaccedilatildeo permanente e dos espaccedilos da gestatildeo na construccedilatildeo de autonomia e protagonismo de sujeitos e coletivos
33
diretrizes especiacuteficas na atenccedilatildeo baacutesica
1 Elaborar projetos de sauacutede individuais e coletivos para usuaacuterios e sua rede social considerando as poliacuteticas intersetoriais e as necessidades de sauacutede
2 Incentivar praacuteticas promocionais de sauacutede
3 Estabelecer formas de acolhimento e inclusatildeo do usuaacuterio que promovam a otimizaccedilatildeo dos serviccedilos o fim das filas a hierarquizaccedilatildeo de riscos e o acesso aos demais niacuteveis do sistema
4 Comprometer-se com o trabalho em equipe de modo a aumentar o grau de corresponsabilidade e com a rede de apoio profissional visando agrave maior eficaacutecia na atenccedilatildeo em sauacutede
E o acolhimento como pode ser entendido Trata-se de uma praacutetica nas accedilotildees de atenccedilatildeo e gestatildeo nas unidades de sauacutede que favorece a construccedilatildeo de uma relaccedilatildeo de confianccedila e compromisso dos usuaacuterios com as equipes e os serviccedilos contribuindo para a promoccedilatildeo da cultura de solidariedade e para a legitimaccedilatildeo do SUS Com o acolhimento passa a existir a possibilidade de avanccedilos na alianccedila entre usuaacuterios trabalhadores e gestores da sauacutede em defesa do SUS como uma poliacutetica puacuteblica essencial da e para a populaccedilatildeo brasileira (GENIOLE et al 2011)
Para refletir
Como profissional de sauacutede suas atitudes contemplam as dimensotildees abordadas na Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo E qual o envolvimento que vocecirc visualiza desta Poliacutetica com a Sauacutede do Homem Vocecirc acredita que a falta de acolhimento pode dificultar o acesso dos homens agraves unidades de sauacutede
Saiba
SitesPara conhecer mais sobre a Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo acesse os links lthttpportalsau-degovbrportalarquivospdfdoc_basepdfgt (BRASIL 2004) e lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumanizasus_gestores_trabalhadores_sus_4edpdfgt (BRASIL 2008c)
A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo possui um caderno especiacutefico para a Atenccedilatildeo Baacutesica Para conhececirc-lo acesse o link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumaniza_sus_atencao_basicapdfgt (BRASIL 2009c)
E para entender mais sobre acolhimento acesse a cartilha denominada Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede disponiacutevel no link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhi-mento_praticas_producao_saudepdfgt (BRASIL 2010a)pdfgt Acesso em 27set 2013
34
34 poliacutetica de promoccedilatildeo da sauacutede
Entre as prioridades do Pacto em Defesa da Vida encontra-se a publicaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede que ratifica o compromisso do Minis-teacuterio da Sauacutede na ampliaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede nos serviccedilos e na gestatildeo do SUS Trata-se de uma poliacutetica transversal integrada e intersetorial que dialoga com as diversas aacutereas do setor sanitaacuterio os outros setores do Governo os setores privados e natildeogovernamentais e a sociedade compondo redes de compromisso e corresponsabilidade quanto agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo de forma que todos sejam partiacutecipes no cuidado com a sauacutede (BRASIL 2006b)
A Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede foi revisada no ano de 2015 visando se adequar aos novos desafios e compromissos no contexto da sauacutede nacional
Ela destaca a necessidade de articulaccedilatildeo com outras poliacuteticas puacuteblicas para fortalececirc-la com o imperativo da participaccedilatildeo social e dos movimentos popu-lares em virtude da impossibilidade de que o setor sanitaacuterio responda sozinho ao enfrentamento dos determinantes e condicionantes da sauacutede Para tal toma como referecircncia alguns temas transversais para a formulaccedilatildeo de agendas de promoccedilatildeo da sauacutede e para a adoccedilatildeo de estrateacutegias e temas prioritaacuterios operando em conso-nacircncia com os princiacutepios e os valores do SUS como
raquo Determinantes Sociais da Sauacutede (DSS)
raquo equidade e respeito agrave diversidade
raquo produccedilatildeo de sauacutede e cuidado
raquo vida no trabalho
raquo cultura da paz e direitos humanos entre outras (BRASIL 2015)
O objetivo principal dessa poliacutetica eacute promover a equidade e a melhoria das condiccedilotildees e dos modos de viver ampliando a potencialidade da sauacutede individual e coletiva e reduzindo vulnerabilidades e riscos agrave sauacutede decorrentes dos determi-nantes sociais econocircmicos poliacuteticos culturais e ambientais (BRASIL 2015)
Saiba
SitesPara conhecer melhor a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede vocecirc pode ver o linklthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_promocao_saude_3edpdfgtAcesso em 28 out 2013 (BRASIL 2010b)
Para ter acesso agrave Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede revisada e identificar todas as atuali-zaccedilotildees da versatildeo de 2015 acesse lthttppromocaodasaudesaudegovbrpromocaodasaudearquivospnps-2015_finalpdfgt Acesso em 01 fev 2015
4 a organizaccedilatildeo da estrateacutegia sauacutede da famiacuteLia no pLanejamento de accedilotildees e avaLiaccedilatildeo de riscos agrave sauacutede do homem
Uma das diretrizes da PNAISH eacute a reorganizaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede por meio de uma proposta inclusiva na qual os homens considerem os serviccedilos de sauacutede sobretudo as unidades baacutesicas de sauacutede ou unidades de sauacutede da famiacutelia tambeacutem como espaccedilos masculinos e por sua vez esses serviccedilos reconheccedilam os homens como sujeitos que necessitem de cuidados (SILVA et al 2012)
A compreensatildeo das barreiras institucionais eacute importante para a proposiccedilatildeo estrateacutegica de medidas que venham a promover o acesso dos homens aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria que deve ser a porta de entrada preferencial ao sistema de sauacutede a fim de resguardar a promoccedilatildeo e a prevenccedilatildeo como eixos fundamentais de intervenccedilatildeo (SILVA et al 2012)
Nesse contexto estudos vecircm relacionando a masculinidade tradicional como o principal obstaacuteculo para o acesso dessa parcela populacional aos serviccedilos de sauacutede sobretudo agravequeles que estatildeo voltados agrave promoccedilatildeo da sauacutede A busca por esse tipo de serviccedilo pode ser considerado sinocircnimo de fraqueza realidade que vai de encontro com os preceitos da hegemonia masculina na qual os homens satildeo educados para natildeo demonstrar qualquer traccedilo de fragilidade Some-se a isso o fato de as unidades baacutesicas e de sauacutede da famiacutelia por serem compostas por muitos profissionais do sexo feminino e serem frequentadas sobretudo por mulheres provocam uma sensaccedilatildeo de natildeo pertencimento a tais espaccedilos (FIGUEIREDO 2005 BRAZ 2005 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 BRITO SANTOS 2010 SILVA et al 2012)
Os estudos apontam ainda outros motivos pela baixa demanda masculina na Atenccedilatildeo Baacutesica como a organizaccedilatildeo dos serviccedilos a demora em conseguir atendimento meacutedico o horaacuterio de funcionamento incompatiacutevel com a jornada de trabalho daqueles inseridos no mercado formal a ausecircncia de programas especiacute-ficos para atender aos homens o deacuteficit no processo de abordagem e de cuidarcuidado da populaccedilatildeo masculina por parte dos profissionais a ausecircncia de acolhi-mento ou o acolhimento pouco atrativo a fraacutegil qualificaccedilatildeo profissional para lidar com o segmento masculino
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O certo eacute que muitos agravos que acometem a populaccedilatildeo masculina poderiam ser evitados caso fossem realizadas com regularidade as medidas de prevenccedilatildeo primaacuteria A resistecircncia masculina agrave atenccedilatildeo primaacuteria aumenta natildeo somente a sobrecarga financeira da sociedade mas tambeacutem o sofrimento fiacutesico e emocional do paciente e de sua famiacutelia na luta pela conservaccedilatildeo da sauacutede e da qualidade de vida dessas pessoas (BRASIL 2008a)
O fortalecimento e a qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria garantem a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo aos agravos evitaacuteveis dado o reconhecimento de que os homens adentram o sistema de sauacutede por meio da atenccedilatildeo especializada agravando a morbidade pelo retardamento na atenccedilatildeo e maior custo parao SUS (BRASIL 2008a)
Assim ao serem elaboradas estrateacutegias voltadas agrave conscientizaccedilatildeo do grupo masculino sobre a adoccedilatildeo de haacutebitos mais saudaacuteveis o primeiro passo a ser dado eacute a sensibilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede que atuam na atenccedilatildeo baacutesica para que compreendam os padrotildees culturalmente arraigados na populaccedilatildeo acerca do que eacute ser homem as principais barreiras possam ser superadas e essa populaccedilatildeo possa efetivamente ser acolhida (BRITO SANTOS 2010 )
41 conHecendo a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea de abranGecircncia
Vocecirc jaacute sabe a importacircncia de os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica conhecerem bem as caracteriacutesticas da sua populaccedilatildeo adscrita Sem essa informaccedilatildeo fica difiacutecil se planejar o trabalho a ser desenvolvido
Como aqui estamos discutindo a sauacutede do homem enfatizamos a necessidade de que seja realizado um levantamento sobre o perfil de morbimortalidade dessa populaccedilatildeo antes mesmo das accedilotildees de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo agrave sauacutede serem pensadas
Como a populaccedilatildeo masculina eacute caracterizada pela faixa etaacuteria de 20 a 59 anos uma sugestatildeo eacute que se definam por grupos etaacuteriosas causas de adoecimento e morte mais prevalentes e a partir disso sejam estruturadas as accedilotildees de sauacutede
Uma sugestatildeo eacute vocecirc utilizar as informaccedilotildees contidas no quadro a seguir para construir o perfil da sua populaccedilatildeo masculina
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Quadro 02 ndash Indicadores para a anaacutelise do perfil da populaccedilatildeo masculina
Cadastro do nuacutemero de indiviacuteduos masculinos entre 20 e 59 anos
Homens diabeacuteticos cadastrados
Homens diabeacuteticos acompanhados
Homens hipertensos cadastrados
Homens hipertensos acompanhados
Homens com tuberculose cadastrados
Homens com tuberculose acompanhados
Homens com hanseniacutease cadastrados
Homens com hanseniacutease acompanhados
Hospitalizaccedilotildees ocorridas no mecircsPor abuso de aacutelcoolPor complicaccedilotildees do DiabetesPor outras causas
Internaccedilotildees em hospital psiquiaacutetrico
Oacutebitos ocorridos no mecircs
Fonte (UFSC 2013 adaptado)
Saiba
SitesConsulte os links a seguir para saber mais sobre o assunto
Novo sistema de informaccedilatildeo do SUS o E-SUS Atenccedilatildeo Baacutesica lthttpdabsaudegovbrportal-dabesusphpgt Acesso em 1out 2013 (PORTAL 2012)
Portal da atenccedilatildeo baacutesica e seus sistemas de informaccedilatildeo lthttpdabsaudegovbrportaldabsis-temasphpgt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL [20--d])
DATASUS Informaccedilotildees de Sauacutede (TABNET) lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphp area=0203gt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL c2008)
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42 inserccedilatildeo da atenccedilatildeo e cuidado ao Homem no processo de trabalHo da equipe de sauacutede da famiacutelia
Para alcanccedilar a efetividade desejada na atenccedilatildeo baacutesica consideram-se neces-saacuterios o planejamento e a implementaccedilatildeo de accedilotildees de sauacutede em cada contexto Esses exigem conhecimentos detalhados sobre as condiccedilotildees de vida das pessoas que ali residem sobre as especificidades do processo de organizaccedilatildeo das accedilotildees realizadas na assistecircncia agrave sauacutede e gestatildeo do trabalho das equipes e dos profissio-nais envolvidos Assim pode-se delinear o que eacute necessaacuterio e o que eacute possiacutevel se realizarem um determinado local (KRUG et al 2010)
O processo de trabalho na Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia eacute caracterizado pela interdisciplinaridade e pelo trabalho em equipe Haacute uma soma dos diversos saberes e das praacuteticas das categorias profissionais por meio de uma abordagem integral e resolutiva (BRASIL 2012b)
O trabalho em equipe eacute tido como proposta estrateacutegica para enfrentar o intenso processo de especializaccedilatildeo na aacuterea da sauacutede Esse processo caracteriza-se pelo aprofundamento vertical do conhecimento e da intervenccedilatildeo em aspectos individu-alizados das necessidades de sauacutede (PAVONI MEDEIROS 2009)
Sendo assim o ideal eacute mobilizar toda a equipe para que juntos possam efeti-vamente planejar as accedilotildees que seratildeo desenvolvidas para a populaccedilatildeo masculina Para ajudar nesse processo relembramos algumas caracteriacutesticas do processo de trabalho das equipes de atenccedilatildeo baacutesica
I Definiccedilatildeo do territoacuterio de atuaccedilatildeo e da populaccedilatildeo sob a responsabilidade das unidades baacutesicas de sauacutede e das equipes
II Programaccedilatildeo e implementaccedilatildeo das atividades de atenccedilatildeo agrave sauacutede de acordo com as necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo com a priorizaccedilatildeo de inter-venccedilotildees cliacutenicas e sanitaacuterias nos problemas de sauacutede segundo criteacuterios de frequecircncia risco vulnerabilidade
III Desenvolvimento de accedilotildees que priorizem os grupos de risco e os fatores de risco cliacutenico-comportamentais alimentares eou ambientais com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a persistecircncia de doenccedilas e danos evitaacuteveis
IV Realizaccedilatildeo do acolhimento com escuta qualificada classificaccedilatildeo de risco avaliaccedilatildeo de necessidade de sauacutede e anaacutelise de vulnerabilidade tendo em vista a responsabilidade da assistecircncia resolutiva agrave demanda espontacircnea e o primeiro atendimento agraves urgecircncias
V Prover atenccedilatildeo integral contiacutenua e organizada agrave populaccedilatildeo adscrita
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VI Desenvolvimento de accedilotildees educativas que possam interferir no processo de sauacutede-doenccedila da populaccedilatildeo no desenvolvimento de autonomia individual e coletiva e na busca por qualidade de vida pelos usuaacuterios
VII Desenvolvimento de accedilotildees intersetoriais integrando projetos e redes de apoio social voltados para o desenvolvimento de uma atenccedilatildeo integral
VIII Realizaccedilatildeo de atenccedilatildeo domiciliar destinada a usuaacuterios que possuam problemas de sauacutede controladoscompensados e com dificuldade ou impos-sibilidade fiacutesica de locomoccedilatildeo ateacute uma unidade de sauacutede que necessitam de cuidados com menor frequecircncia e menor necessidade de recursos de sauacutede e do cuidado compartilhado com as equipes de atenccedilatildeo domiciliar nos demais casos
Fonte (BRASIL 2012b grifo nosso)
Como jaacute vimos vaacuterios estudos apontam que os homens padecem mais de condiccedilotildees severas e crocircnicas de sauacutede em comparaccedilatildeo agraves mulheres e igualmente morrem mais do que as mulheres pelas mesmas causas de morte Mesmo com o aumento dos iacutendices de morbimortalidade eles natildeo costumam procurar as unidades baacutesicas de sauacutede para orientaccedilatildeo ou prevenccedilatildeo de alguma patologia e quando buscam esses serviccedilos jaacute estatildeo com alguma doenccedila instalada portanto o desafio das equipes de sauacutede da famiacutelia eacute inverter esse padratildeo e encontrar formas de estimular a populaccedilatildeo masculina para accedilotildees de prevenccedilatildeo e cuidados agrave sauacutede (SILVA etal 2012 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 FIGUEIREDO 2005 SCHRAIBER et al 2010)
Eacute mais do que chegada a hora de se distanciar do modelo biomeacutedico pres-critivo que natildeo enfatiza a prevenccedilatildeo mas que ainda predomina nos serviccedilos de sauacutede e estaacute arraigado na cultura masculina Deve-se ter um olhar integral no aten-dimento a essa populaccedilatildeo no qual se priorizam as necessidades que vatildeo aleacutem daquilo que a cliacutenica pode detectar (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)Tambeacutem eacute necessaacuterio que os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica verdadeiramente entendamo papel de cada um para que efetivamente a PNAISH possa ser implan-tada nas unidades de sauacutede
A equipe da atenccedilatildeo baacutesica eacute de fundamental importacircncia no processo de estiacute-mulo agrave populaccedilatildeo masculina pela procurados serviccedilos de sauacutede Diversos esforccedilos devem ser investidos para trazer essa populaccedilatildeo para participar de atividades de
43 accedilotildees da equipe de sauacutede da famiacutelia Voltadas para a sauacutede do Homem
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prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Para tal vale acionar familiares na captaccedilatildeo dessa populaccedilatildeo A mulher que geralmente eacute quem procura a unidade sendo essa esposa matildee ou irmatilde eacute um canal interessante para se discutir a importacircncia de trazer seus familiares do sexo masculino para consultas de rotina (BRASIL 2008a) E como fazer isso
Na seccedilatildeo 41 deste livro vocecirc recebeu orientaccedilotildees sobre como conhecer a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea Agora eacute hora de reunir a equipe de sauacutede e planejar as accedilotildees visando agrave melhoria dos indicadores e agrave qualidade de vida dessa populaccedilatildeo A seguir sugerimos alguns exemplos de accedilotildees que podem ser desen-volvidas por vocecirc e sua equipe
raquo Analisar a situaccedilatildeo de sauacutede da populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea adscrita observando as principais causas de morbidade internaccedilatildeo e mortalidade
raquo Estabelecer accedilotildees levando em consideraccedilatildeo os fatores socioeconocircmicos de morbimortalidade eculturais locais que determinam ou condicionam o modo de vida dos indiviacuteduos respeitando tambeacutem as diferenccedilas de idade jaacute que esse grupo populacional envolve homens na faixa etaacuteria de 20 e 59 anos
raquo Realizar a busca ativa de homens para a realizaccedilatildeo de ao menos uma consultaano
raquo Informar a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea a respeito da importacircncia da promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos aos homens
raquo Facilitar o acesso com oferta de atendimento em horaacuterios alternativos adequados agrave populaccedilatildeo masculina
raquo Promover o acolhimento realizando atendimento humanizado
raquo Realizar accedilotildees visando principalmente agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao estiacutemulo ao autocuidado e agrave adesatildeo de homens aos serviccedilos de sauacutede Satildeo exemplos de accedilotildees orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da populaccedilatildeo masculina quanto agraves medidas disponiacuteveis para detecccedilatildeo precoce do cacircncer de proacutestata em pacientes sinto-maacuteticos e com disfunccedilatildeo ereacutetil entre outros agravos do aparelho geniturinaacuterio
raquo Incorporar os homens nas accedilotildees e atividades educativas voltadas para o plane-jamento familiar
raquo Estimular a participaccedilatildeo paterna no preacute-natal parto puerpeacuterio e no cresci-mento e desenvolvimento da crianccedila
raquo Ofertar exames previstos para homens que participam do preacute-natal masculino
raquo Realizar accedilotildees educativas para a prevenccedilatildeo de violecircncias e acidentes e uso de aacutelcool e outras drogas
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Vocecirc sabia
O Ministeacuterio da Sauacutede vem apoiando estrateacutegias que estimulem e facilitem o acesso dos homens agraves unidades baacutesicas de sauacutede Como alternativa desde 2010 propocircs durante o I Seminaacuterio Inter-nacional de Sauacutede do Homem das Ameacutericas a implantaccedilatildeo do preacute-natal masculino como comple-mento agrave PNAISH na Atenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede
O objetivo eacute fazer com que os profissionais de sauacutede incentivem o homem a acompanhar as con-sultas do preacute-natal durante os nove meses de gestaccedilatildeo da parceira e aproveitem esse momento para realizar exames preventivos e assim promover o acesso dos homens aos serviccedilos de sauacutede
O princiacutepio baacutesico eacute estimular a participaccedilatildeo e inclusatildeo do homem nas accedilotildees de planejamento de sua vida sexual e reprodutiva focando inclusive na paternidade responsaacutevel ou seja o homem precisa se cuidar para cuidar da famiacutelia A proposta tem relaccedilatildeo com o fortalecimento do viacutenculo homem-mulher e pai-filho(a) podendo este ter reflexo sobre a reduccedilatildeo da violecircncia domeacutestica (SANTOS FERREIRA 2013)
Na Paraiacuteba desde o ano de 2009 foi instituiacuteda a Semana Estadual da Sauacutede do Homem (Lei Ndeg 8772 de 15 de abril de 2009) Desde essa eacutepoca vaacuterios eventos aconteceram com o objetivo de implantar e implementar a PNAISH no Estado
A primeira semana foi intitulada ldquoAlerta Homemrdquo por meio da qual se definiu um conjunto de accedilotildees que foram efetivadas pela Secretaria de Estado da Sauacutede em parceria com outras instacircncias go-vernamentais e natildeo governamentais inclusive com a Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) por intermeacutedio do Laboratoacuterio de Estudos e Pesquisas Masculinidades e Sauacutede vinculado ao Progra-ma de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Enfermagem que participou dessa semana com accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede
Saiba
Sites
Para vocecirc conhecer mais sobre essa experiecircncia veja o link a seguir
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raquo Responsabilizar a cada semana um profissional pelo desenvolvimento de alguma atividade especiacutefica ao homem
raquo Divulgar as accedilotildees propostas para os homens por meio dos agentes comunitaacute-rios de sauacutede e da populaccedilatildeo feminina que frequenta a unidade de sauacutede
raquo Comemorar o Dia Internacional do Homem (tambeacutem conhecido como Novembro Azul) Vale planejar com a equipe accedilotildees de prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos e promoccedilatildeo da sauacutede voltadas agrave populaccedilatildeo masculina
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Em Pernambuco tambeacutem foi instituiacuteda a Semana Estadual de Sauacutede do Homem por meio da Lei Nordm 14158 de 17 de setembro de 2010 que determina a comemoraccedilatildeo e realizaccedilatildeo de accedilotildees voltadas a essa populaccedilatildeo na segunda semana de agosto Saiba mais consultando o link lthttplegisalepepegovbrarquivoTextoaspxtiponorma=1ampnumero=14158ampcomplemento=0ampano=2010amptipo=gt Acesso em 1 out 2013
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Execuccedilatildeo
Financiamento
Universidade Aberta do SUS
Alves Faacutebia Pottes
Sauacutede do homem accedilotildees integradas na atenccedilatildeo baacutesica Faacutebia Pottes Alves ndash Recife Ed Universitaacuteria da UFPE 2016
53 p
Inclui Ilustraccedilotildees
ISBN 978-85-415-0813-1
1 Atenccedilatildeo Primaacuteria a Sauacutede ndash Sauacutede do homem 2 Promoccedilatildeo da sauacutede 3 Poliacuteticas Planejamento e Administraccedilatildeo em Sauacutede 4 Sauacutede do Homem I Tiacutetulo
610
A474s
GOVERNO FEDERALPresidente da RepuacuteblicaDilma Vana Rousseff
Ministro da SauacutedeMarcelo Castro
Secretaacuterio de Gestatildeo do Trabalho e da Educaccedilatildeo na SauacutedeHeider Aureacutelio Pinto
Diretor do Departamento de Gestatildeo da Educaccedilatildeo na Sauacutede (DEGES)Alexandre Medeiros de Figueiredo
Secretaacuterio Executivo da Universidade Aberta do Sistema Uacutenico de Sauacutede (UNA-SUS) Francisco Eduardo de Campos
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCOReitorAniacutesio Brasileiro de Freitas Dourado
Vice-ReitorFlorisbela Campos
GRUPO SABER TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS E SOCIAIS UNA-SUS UFPECoordenadora GeralProfordf Cristine Martins Gomes de Gusmatildeo
Coordenadora TeacutecnicaJosiane Lemos Machiavelli
Coordenadora de EADProfordf Sandra de Albuquerque Siebra
Equipe de Ciecircncia da InformaccedilatildeoProfordf Vildeane da Rocha BorbaJacilene Adriana da Silva Correia
Equipe de DesignAmariacutelis Aacutegata da Silva Cleyton Nicollas de Oliveira Guimaratildees Silvacircnia Cosmo
Assessoria ndash Educaccedilatildeo em SauacutedeLuiz Miguel Picelli SanchesPatriacutecia Pereira da Silva
Secretaria AcadecircmicaFabiana de Barros LimaGeisa Ferreira da SilvaIsabella Maria Lorecircto da Silva
Revisor linguiacutesticoEmanuel Cordeiro da Silva
CONTATOUniversidade Federal de PernambucoCentro de Convenccedilotildees da UFPE Espaccedilo Saber Sala 04Avenida dos Reitores sn Cidade Universitaacuteria Recife - PE CEP 50741-000httpsabertecnologiascombr
copy UNA-SUS UFPEEacute PErmitidA A rEProdUccedilatildeo PArciAl oU totAl dEStA PUblicAccedilatildeo dESdE qUE citAdA A FoNtE
Lista de iLustraccedilotildees e quadros
Tabela 01 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa de internaccedilatildeo (por 10 mil habitantes) por causas externas - Brasil 2010 15
Tabela 02 ndash Taxa de incidecircncia anual de neoplasias malignas por 100000 habitantes por locali-zaccedilatildeo segundo Regiatildeo e UF sexo masculino Brasil 2010 e 2011 17
Tabela 03 ndash Frequecircncia de consumo de bebida alcooacutelica em homens e mulheres com idade a partir de 18 anos 18
Graacutefico 02 ndash Porcentagem () das principais causas de internaccedilatildeo em homens por faixa etaacuteria Brasil 2010 19
Graacutefico 03 ndash Internaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio 2007 20
Graacutefico 04 ndash Percentual de internaccedilotildees hospitalares pelo aparelho circulatoacuterio na populaccedilatildeo masculina dos 25ndash59 anos 2007 21
Graacutefico 05 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo Brasil 2000 2005 e 2010 22
Graacutefico 06 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo e o ano do oacutebito por faixa etaacuteria Brasil 2000 e 2010 23
Quadro 01 ndash Quatro principais causas especiacuteficas de mortalidade entre 20 e 59 anos (nesta ordem) homens 2010 23
Tabela 04 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa bruta de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externas segundo sexo faixa etaacuteria e regiotildees geograacuteficas Brasil 2009 24
Graacutefico 07 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Paraiacuteba para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011 25
Graacutefico 08 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Pernambuco para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011 26
Graacutefico 09 ndash Mortalidade proporcional () por capiacutetulos da CID no sexo masculino Brasil 2000 e 2010 27
Quadro 02 ndash Indicadores para a anaacutelise do perfil da populaccedilatildeo masculina 37
sumaacuterio
APrESENtAccedilatildeo 5
1 SAuacutedE do homEm E mAScUliNidAdES 6
11 Gecircnero masculinidade e promoccedilatildeo da sauacutede 6
12 Vulnerabilidades masculinas 9
2 cArActErizAccedilatildeo SociodEmograacuteFicA E dE SAuacutedE dA PoPUlAccedilatildeo mAScUliNA No brASil Em PErNAmbUco E NA PArAiacutebA 11
21 caracteriacutesticas sociodemoGraacuteficas da populaccedilatildeo masculina12
22 principais indicadores de morbimortalidade 13
221 morbidade 14
222 mortalidade 22
3 ProgrAmAS PoliacuteticAS E PActoS dE SAuacutedE PArA o homEm No brASil 29
31 pacto pela sauacutede 29
32 poliacutetica nacional de atenccedilatildeo inteGral agrave sauacutede do Homem (pnaisH) 30
33 poliacutetica nacional de Humanizaccedilatildeo (pnH) 32
34 poliacutetica de promoccedilatildeo da sauacutede 34
4 A orgANizAccedilatildeo dA EStrAtEacutegiA SAuacutedE dA FAmiacuteliA No PlANEjAmENto dE AccedilotildeES E AvAliAccedilatildeo dE riScoS agrave SAuacutedE do homEm 35
41 conHecendo a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea de abranGecircncia 36
42 inserccedilatildeo da atenccedilatildeo e cuidado ao Homem no processo de trabalHo da equipe de sauacutede da famiacutelia 38
43 accedilotildees da equipe de sauacutede da famiacutelia Voltadas para a sauacutede do Homem 39
rEFErecircNciAS 43
Caro(a) aluno(a)
Esta primeira parte da disciplina Sauacutede do Adulto II na qual eacute abordada a Sauacutede do Homem surge como um diferencial na formaccedilatildeo dos profissionais da Estra-teacutegia de Sauacutede da Famiacutelia visto que este eacute um tema relativamente novo dentro da agenda de prioridades do Ministeacuterio da Sauacutede
A Atenccedilatildeo Baacutesica deve ser a porta de entrada preferencial e o principal contato dos usuaacuterios com os serviccedilos de sauacutede Poreacutem o que vemos eacute que a demanda dos homens por atendimento eacute inferior agrave das mulheres Logo a inclusatildeo destes em accedilotildees de preservaccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede tem se tornado cada vez mais desafiadora e requer qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria para que natildeo se restrinja agrave recuperaccedilatildeo da sauacutede Deve-se garantir sobretudo a prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos evitaacuteveis
Para tanto constituem objetivos da disciplina Sauacutede do Adulto II no que se refere agrave sauacutede do homem
raquo refletir sobre as caracteriacutesticas masculinas que dificultam o acesso do homem ao serviccedilo de sauacutede
raquo identificar os indicadores de morbimortalidade nacionais e estaduais em sauacutede do homem
raquo conhecer os pactos poliacuteticas e programas voltados agrave sauacutede do homem no Brasil
raquo reorientar os membros da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia no planejamento de accedilotildees e avaliaccedilatildeo de riscos relativos agrave sauacutede do homem
raquo orientar as accedilotildees da cliacutenica e do cuidado relacionados aos principais agravos da sauacutede do homem
Bons estudos
apresentaccedilatildeo
1 sauacutede do homem e mascuLinidades
Homens e sauacutede parece que essas duas palavras juntas natildeo combinam mas se engana quem pensa assim Mesmo com todas as dificuldades que envolvem a relaccedilatildeo sauacutede e populaccedilatildeo masculina o Brasil estaacute atento e agindo para que essa relaccedilatildeo possa seguir outro caminho que eacute o da prevenccedilatildeo das doenccedilas e agravos e da promoccedilatildeo agrave sauacutede
No entanto natildeo eacute uma tarefa faacutecil perceber os homens quando o assunto eacute sauacutede pois eles tecircm se mostrado ainda pouco ativos no cuidado com ela e quando procuram ajuda agraves vezes esbarram em obstaacuteculos como a falta de um olhar adequado dos(as) profissionais da sauacutede e de serviccedilos que acolham as demandas masculinas (CZERESNIA 2003)
Compreender a sauacutede enquanto praacuteticas de cuidado e bem-estar e natildeo somente doenccedila eacute um desafio para os homens e cabe a noacutes profissionais da sauacutede ajudaacute- los nesse processo
11 Gecircnero masculinidade e promoccedilatildeo da sauacutede
A temaacutetica relacionada agrave sauacutede masculina foi por muito tempo pouco abor-dada e discutida em contraposiccedilatildeo agrave sauacutede da mulher objeto de poliacuteticas puacuteblicas e de variadas investigaccedilotildees (BRAZ 2005)
Haacute muito tempo as mulheres foram acostumadas a expor seus corpos para um(a) meacutedico(a) principalmente em funccedilatildeo da ginecologia Isso fez com que o olhar medicalizado sobre o corpo feminino tivesse maior naturalizaccedilatildeo passando a ser mais aceito o fato de a mulher se cuidar sendo esse fato inclusive associado agrave ideia de fragilizaccedilatildeo da mulher (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)
Aleacutem disso o movimento feminista favoreceu o protagonismo social e poliacutetico da mulher nas accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede permitindo grande avanccedilo nas ques-totildees referentes agrave sauacutede feminina No entanto essa evoluccedilatildeo natildeo foi acompanhada pelo grupo masculino em virtude das concepccedilotildees do que seria um comportamento ideal do ser macho (GOMES NASCIMENTO 2006)
7
No caso dos homens os estudos foram ampliados a partir da deacutecada de 1980 A abordagem nessa eacutepoca era voltada sobretudo para a sexualidade e sauacutede reprodutiva masculina (BRITO SANTOS 2010) Por outro ladonos anos 1990 os estudos comeccedilaram a se estruturar a partir da perspectiva de gecircnero discutindo dentre outros aspectos a singularidade do ser saudaacutevel e do ser doente buscando o entendimento de que era necessaacuteria uma visatildeo da sauacutede do homem mais inte-gralizada (GOMES NASCIMENTO 2006) Como prova disso no iniacutecio dos anos 2000 a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (OMS) lanccedilou publicaccedilotildees focalizadas na sauacutede masculina A primeira publicaccedilatildeo defendia a importacircncia da abordagem da sauacutede para homens jovens como forma de socializaccedilatildeo e adoccedilatildeo de estilo de vida mais saudaacutevel E em 2001 propocircs accedilotildees voltadas agrave sauacutede dos homens com idades mais avanccediladas fase na qual se encontram mais vulneraacuteveis e mais expostos aos riscos que degradam a sauacutede Aleacutem disso nessas publicaccedilotildees eacute defendida a pertinecircncia de abordagens pautadas no caraacuteter relacional de gecircnero para que seja possiacutevel promover mais igualdade entre mulheres e homens nas sociedades (GOMES 2011)
Paralelamente emergem centenas de estudos sobre gecircnero De laacute para caacute a questatildeo gecircnero vem migrando dos espaccedilos de luta poliacutetica para a academia e desta para diversos contextos poliacuteticos e sociais incluindo a sauacutede (VILLELA 2005 CAMURCcedilA GOUVEIA 2004) Mas afinal qual eacute a diferenccedila entre sexo e gecircnero
O sexo eacute uma determinaccedilatildeo bioloacutegica baseada nas diferenccedilas fiacutesicas do corpo de machos e fecircmeas quer sejam da espeacutecie humana ou de qualquer espeacutecie animal diferenccedilas essas que natildeo mudam soacute se desenvolvem no decorrer da vida (CAMURCcedilA GOUVEIA 2004 LIMA 1999)
O gecircnero eacute um dos mais importantes princiacutepios organizadores da nossa socie-dade eacute a forma de descrever as construccedilotildees sociais que determinam aos meninos e agraves meninas formas de ser homem e ser mulher ou seja satildeo os papeacuteis sociais que lhes satildeo atribuiacutedos (GARCIA 1998)
Trata-se de uma construccedilatildeo histoacuterica estabelecida pelos seres humanos e que varia de acordo com a eacutepoca os lugares seus costumes e cultura leis religiatildeo classe social etnia e idade (CAMURCcedilA GOUVEIA 2004 GIFFIN 2005)
Cada sociedade elabora o seu modelo masculino e feminino a ser imitado por homens e mulheres respectivamente Essas Identidades satildeo mutuamente exclu-sivas
Essas diferenccedilas que vatildeo sendo estabelecidas atribuem fragilidade e passivi-dade agrave mulher e virilidade e poder ao homem reforccedilando a dominaccedilatildeo do mascu-lino sobre o feminino em que o poder atua de variadas maneiras produzindo formas de viver e de cuidados com a sauacutede que tambeacutem satildeo diversas
As relaccedilotildees de gecircnero sempre levaram a uma distribuiccedilatildeo desigual do poder da autoridade e dos direitos masculinos e femininos Estes inicialmente eram considerados fenocircmenos naturais (CAMURCcedilA GOUVEIA 2004) No entanto podemos perceber que o homem mesmo estando no domiacutenio das relaccedilotildees de poder estabelecidas em nossa sociedade tambeacutem eacute submetido aos constrangi-
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mentos sociais que impotildeem padrotildees de comportamentos (SOUZA2005 KONH et al c2012) Esses padrotildees acentuam a dificuldade do homem em lidar com o proacuteprio corpo e com suas emoccedilotildees bem como com as situaccedilotildees de adoecimento
Desde muito cedo no nuacutecleo familiar ldquoaprendemosrdquo a ser o que somos convi-vendo com as relaccedilotildees de poder dos mais velhos sobre os mais novos do homem sobre a mulher do rico sobre o pobre Desde pequenos os meninos aprendem a demonstrar forccedila seguranccedila a serem competitivos e natildeo ter medos a suportar sem chorar suas dores fiacutesicas e emocionais A dor eacute antes de tudo assunto de mulheres devendo o homem desprezaacute-la sob pena de se ver desvirilizado e de ser rebaixado ao niacutevel da condiccedilatildeo feminina (KONH et al c2012)
Ao homem se associa a imagem do provedor e protetor da autoridade agres-sividade da forccedila e virilidade da autonomia do domiacutenio do mundo externo dos espaccedilos puacuteblicos Por outro lado agrave mulher atribui-se a fragilidade submissatildeo o carinho o cuidado dos filhos dos doentes e da casa o espaccedilo privado (VILLELA 2005)
Por meio desse modelo os homens manifestam sua masculinidade e rejeitam comportamentos tidos como femininos Muitas vezes natildeo demonstram o que pensam e sentem medo de demonstrar sua fragilidade (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)
As masculinidades devem ser entendidas como configuraccedilotildees de praacuteticas em torno da posiccedilatildeo dos homens nas relaccedilotildees de gecircnero isto eacute das experiecircncias concretas do cotidiano de muitos homens e natildeo apenas os comportamentos que a sociedade espera Ou seja natildeo eacute uma qualidade essencial ou estaacutetica Haacute uma diversidade de tipos de masculinidades que correspondem a diferentes inserccedilotildees dos homens na estrutura social poliacutetica econocircmica cultural e a trajetoacuterias e estaacute-gios diferentes do seu ciclo vital Citando algumas dessas inserccedilotildees tem-se a paternidade a adolescecircncia o envelhecimento a emergecircncia de outras categorias sexuais o desemprego a globalizaccedilatildeo a participaccedilatildeo das mulheres no mercado de trabalho e na poliacutetica etc Aleacutem da masculinidade hegemocircnica identificam-se portanto outras masculinidades marginais subordinadas (BRAZ 2005)
No entanto essa hegemonia masculina natildeo deve ser compreendida como uma condiccedilatildeo bioloacutegica proacutepria dos homens mas sim a partir de valores culturais construiacutedos ao longo dos anos aos quais os indiviacuteduos estatildeo inseridos (GOMES 2003)
Esse padratildeo de masculinidade faz com que muitas vezes os homens por medo vergonha e preconceitos sejam impedidos de assumir que necessitam de cuidados Isso se reflete na aacuterea da sauacutede puacuteblica quando se nota a ausecircncia de accedilotildees preventivas e de promoccedilatildeo da sauacutede para os homens revelando a iniqui-dade presente nos serviccedilos de sauacutede de baixa complexidade (BRITO SANTOS 2010)
Assim eacute comum associarmos homens masculinidades e risco sendo que o risco natildeo eacute algo evitado pelos homens mas deve ser superado a cada dia por eles (GOMES et al 2008)
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Braz (2005) destaca que natildeo cabe de forma alguma vitimizar os homens mas vislumbraacute-los tambeacutem sob a perspectiva da fragilidade de seres que tecircm vulnera-bilidades especiacuteficas do gecircnero Eacute preciso perceber que a definiccedilatildeo normativa de masculinidade vista como dominante natildeo eacute a uacutenica versatildeo
Eacute preciso ultrapassar as barreiras sociais que impedem o reconhecimento dos homens como seres que necessitam de cuidados Isso pode ocorrer a partir de accedilotildees educativas que sejam capazes de contribuir com o estabelecimento de maior conscientizaccedilatildeo desse grupo quanto agrave adoccedilatildeo de haacutebitos mais saudaacuteveis Nesse sentido para que tais medidas sejam eficazes elas devem focar os reais problemas e dificuldades do puacuteblico ao qual se destinam pois se sabe que a educaccedilatildeo em sauacutede requer a participaccedilatildeo dos sujeitos no intuito de estabelecer trocas de saberes populares e cientiacuteficos os quais satildeo de suma relevacircncia quando se desejam realizar mudanccedilas na vida das pessoas (BRUM et al 2010)
Portanto estrateacutegias de prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos e promoccedilatildeo de sauacutede devem considerar as diferenccedilas de gecircnero a fim de que esses objetivos sejam alcanccedilados e os resultados frutifiquem no sentido de formar uma nova geraccedilatildeo de homens mais cuidadosos consigo mesmos
12 Vulnerabilidades masculinas
Na atualidade a atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem vem sendo colocada na pauta dos debates e efetivada em poliacuteticas principalmente porque constituem uma popu-laccedilatildeo em riscocom vulnerabilidades e carecircncias assistenciais do processo sauacutede- doenccedila-cuidado
Haacute uma seacuterie polimorfa de danos agrave sauacutede que colocam o homem como foco de atenccedilatildeo como revelam os indicadores de morbidade e mortalidade e dos efeitos deleteacuterios de alguns agravos seja por causas externas como acidentes de tracircnsito ou por violecircncias bem como por doenccedilas (infectocontagiosas crocircnicas degenera-tivas as doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis ceacuterebro e cardiovasculares relacio-nadas ao trabalho o cacircncer de proacutestata entre outras) (XIMENES NETO et al 2013 )
Considera-se que os modelos de masculinidade e a maneira como ocorre a socializaccedilatildeo masculina podem fragilizar ou mesmo afastar os homens das preo-cupaccedilotildees com o autocuidado e com a busca pelos serviccedilos de sauacutede (GOMES et al 2008) Dentre as questotildees mais frequentemente consideradas estatildeo os valores da cultura masculina que envolvem tendecircncias agrave exposiccedilatildeo a riscos associaccedilatildeo da masculinidade agrave invulnerabilidade e tambeacutem a proacutepria educaccedilatildeo familiar a qual orienta o homem para um papel social de provedor e protetor Essa cultura tende a gerar modelos masculinos pouco aderentes agraves praacuteticas de autocuidado e pode estimular o comportamento agressivo violento e de descuido com ele mesmo (GOMES NASCIMENTO 2006 SILVA et al 2012)
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Dados do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) revelam que o uso do aacutelcool possui uma maior prevalecircncia na populaccedilatildeo masculina assim como a maioria dos depen-dentes satildeo homens fazendo com que sofram mais de doenccedilas provocadas pelo uso excessivo de bebida alcooacutelica e drogas iliacutecitas Em relaccedilatildeo ao tabagismo os homens usam cigarros com maior frequecircncia do que as mulheres o que predispotildee a doenccedilas cardiovasculares cacircnceres doenccedilas pulmonares da cavidade bucal entre outras Outras patologias que acometem com frequecircncia esse grupo popu-lacional satildeo os tumores e as doenccedilas do aparelho digestivo circulatoacuterio e respira-toacuterio (BRASIL 2008a XIMENES NETO et al 2013 )
Quanto agraves causas da mortalidade masculina observa-se que a maioria dos oacutebitos se deve agraves causas externas como os acidentes por meio de transporte os homiciacutedios os suiciacutedios e as agressotildees No entanto a diferenccedila de mortalidade entre os dois sexos se manteacutem independente da causa morte De acordo com dados do IBGE (2012) a esperanccedila de vida ao nascer eacute maior nas mulheres sendo de 783 anos no sexo feminino e de 706 anos nos homens Ou seja as mulheres vivem 8 anos e 3 meses a mais que os homens
Os homens nascem mais mas tambeacutem morrem mais caracterizando uma maior vulnerabilidade masculina Haacute uma sobre mortalidade masculina em todas as geraccedilotildees mas a maior diferenccedila se situa especialmente nos mais jovens em torno dos 20 anos e apoacutes os 60 quando os homens adoecem e morrem mais Em 2010 a chance de um homem falecer aos 22 anos de idade era 45 maior que a de uma mulher A elevaccedilatildeo da curva que a descreve estaacute estreitamente associada agraves mortes por causas externas em particular as violentas que incidem com maior intensidade sobre a populaccedilatildeo masculina jovem e adulta jovem (IBGE 2011)
O senso comum considera o masculino como o sexo forte Na verdade deve ser visto como o sexo fraco pelo menos em vaacuterios aspectos de suas vulnerabili-dades fiacutesicas e psiacutequicas (BRAZ 2005) Portanto eacute necessaacuterio sensibilizar todos para a necessidade de se ter outro olhar em relaccedilatildeo agraves vulnerabilidades dessa parcela da populaccedilatildeo
2 caracterizaccedilatildeo sociodemograacutefica e de sauacutede da popuLaccedilatildeo mascuLina no BrasiL em pernamBuco e na paraiacuteBa
Como vocecirc jaacute sabe o Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) eacute um oacutergatildeo da Secretaria Executiva do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)que tem a responsabilidade de coletar processar e disseminar informaccedilotildees sobre sauacutede No DATASUS podem ser encontrados indicadores de sauacutede informaccedilotildees relativas agrave assistecircncia agrave sauacutede rede assistencial epidemiologia e morbidade estatiacutesticas vitais demograacuteficas e socioeconocircmicas sobre sauacutede suplementar inqueacuteritos e pesquisas
Saiba
Para conhecer melhor os dados disponibilizados explore o site DATASUS por meio do link lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphpgt
Diante de tantas informaccedilotildees disponiacuteveis quais seriam as necessaacuterias para conhecer a situaccedilatildeo de sauacutede do homem Como localizaacute-las
Vaacuterios satildeo os bancos de dados disponiacuteveis relativos agrave sauacutede da populaccedilatildeo brasileira como um todocomo - Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade (SIM)- Sistema de Informaccedilotildees do Programa Nacional de Imunizaccedilotildees (SIPNI)- Censo 2010 (IBGE)- Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN)- Instituto Nacional do Cacircncer (INCA)- Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) - Sistema de Informaccedilatildeo Ambulatorial (SAI)- Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH)
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21 caracteriacutesticas sociodemoGraacuteficas da populaccedilatildeo masculina
A Poliacutetica de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem (PNAISH) estabeleceu um recorte estrateacutegico da populaccedilatildeo masculina que compreende a faixa etaacuteria de 20 aos 59 A delimitaccedilatildeo dessa faixa etaacuteria eacute uma estrateacutegia metodoloacutegica haja vista que existem outras poliacuteticas que asseguram os direitos da sauacutede dos outros segmentos etaacuterios como a sauacutede da crianccedila dos adolescentes e dos idosos Esses grupos foram ou seratildeo estudados em outras disciplinas do curso Portanto nesta disciplina abordaremos a faixa etaacuteria trabalhada na PNAISH
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) 2013 o total da populaccedilatildeo residente no Brasil eacute de 201467000 pessoas das quais 490 eram do sexo masculino Por outro lado a popu-laccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos eacute de 54242000 o que corresponde a 56 da populaccedilatildeo masculina
O estado da Paraiacuteba apresentou por meio de dados da PNAD 2013 uma popu-laccedilatildeo de 4992000 pessoas A populaccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos eacute de 978841 pessoas Apresenta tambeacutem uma razatildeo de sexo de 939 homens para cada 100 mulheres Em Pernambuco a populaccedilatildeo total segundo a PNAD 2013 era de 10777000 pessoas sendo a popu-laccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos de 2311943 e a razatildeo de sexo de 927 homens para cada 100 mulheres
ParaiacutebaPernambuco
5644
Homens entre20 a 59 anosOutras idades
Tanto na Paraiacuteba quanto em Pernambuco aproximadamente 26 da populaccedilatildeo na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos satildeo homens
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Esse grupo etaacuterio corresponde a 413 da populaccedilatildeo masculina ou a 20 do total da populaccedilatildeo do Brasil Representa uma grande parcela da forccedila produtiva do paiacutes aleacutem de exercer um significativo papel sociocultural e poliacutetico (BRASIL 2008a)
Dentre os indicadores sociodemograacuteficos necessaacuterios para se realizar um diag-noacutestico da situaccedilatildeo que caracteriza a populaccedilatildeo masculina listamos no quadro a seguir aqueles que consideramos mais relevantes
Quadro 01 ndash Indicadores demograacuteficos e socioeconocircmicos para a anaacutelise da populaccedilatildeo masculina
Indicadores demograacuteficos Indicadores socioeconocircmicosPopulaccedilatildeo total Taxa de analfabetismo
Razatildeo por sexo Escolaridade da populaccedilatildeo de 15 anos ou mais
Taxa de crescimento da populaccedilatildeo Produto Interno Bruto (PIB) per capita
Mortalidade proporcional por idade Razatildeo de renda
Taxa bruta de mortalidade Proporccedilatildeo de pobres
Esperanccedila de vida ao nascer Taxa de desemprego
Esperanccedila de vida aos 60 anos de idade
Fonte (Brasil c2008)
22 principais indicadores de morbimortalidade
Entre as principais enfermidades e agravos que acometem os homens aproxi-madamente 75 delas estatildeo concentrados em cinco grandes aacutereas especializadas cardiologia urologia sauacutede mental gastroenterologia e pneumologia aleacutem das causas externas que representam um grande problema e com forte impacto na mortalidade e morbidade da populaccedilatildeo masculina (BRASIL 2008a)
Saiba
SitesPara mais informaccedilotildees sobre os indicadores sociodemograacuteficos acesse
Cadernos de Informaccedilotildees de Sauacutede- Paraiacutebahttptabnetdatasusgovbrtabdatacadernospbhtm (BRASIL[20--a])
Cadernos de Informaccedilotildees de Sauacutede- Pernambucohttptabnetdatasusgovbrtabdatacadernospehtm (BRASIL[20--b])
Indicadores e Dados Baacutesicos - Brasil ndash 2011- IDB-2011httptabnetdatasusgovbrcgiidb2011matrizhtmdemog (BRASIL c2008)
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Na proacutexima fase desta disciplina vocecirc teraacute a oportunidade de estudar sobre algumas dessas enfermidades e agravos como hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes mellitus doenccedilas pulmonares (Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica ndash DPOC asma e pneumonias comunitaacuterias) doenccedilas osteoarticulares aleacutem das doenccedilas transmissiacuteveis (tuberculose hepatites virais e aids) e tabagismo Aqui abordaremos outras importantes causas de morbimortalidade no homem causas externas alguns tumores sobretudo o da proacutestata e o alcoolismo
221 morbidade
Atenccedilatildeo
Do ponto de vista de anaacutelise da morbidade eacute preciso comentar que os dados a seguir se referem aos casos mais graves que necessitaram de internaccedilatildeo
causas externas
Aleacutem do sofrimento fiacutesico psiacutequico e social determinado pelos acidentes e as violecircncias que caracterizam as causas externas haacute de se considerar o enorme impacto econocircmico mensurado pelos seus gastos hospitalares inclusive em dias de permanecircncia em unidades de terapia intensiva (BRASIL 2012a)
Em 2010 foram realizadas 928893 internaccedilotildees hospitalares por causas externas nos serviccedilos financiados pelo SUS caracterizado da seguinte forma
raquo os homens representavam 705 das internaccedilotildees por essas causas
raquo a taxa de internaccedilatildeo hospitalar foi 485 por 10 mil habitantes sendo 69610 mil homens
raquo o risco de internaccedilatildeo entre os homens foi 25 vezes maior que o estimado entre as mulheres
raquo no periacuteodo de 2000 a 2010 a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por causas externas apresentou aumento progressivo (77 em 2000 para 104 em 2010)
Na tabela a seguir pode-se observar que em 2010 os acidentes por transporte terrestre responderam por 157 das hospitalizaccedilotildees com risco e 76 internaccedilotildees por 10 mil habitantes Estimou-se maior risco de internaccedilatildeo entre os homens (122 internaccedilotildees por 10 mil homens) em comparaccedilatildeo com as mulheres (32 internaccedilotildees por 10 mil mulheres) (BRASIL 2012a)
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Tabela 01 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa de internaccedilatildeo (por 10 mil habitantes) por causas externas - Brasil 2010
CaracteriacutesticasSexo
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria
0 a 9 anos 57308 88 344 32342 118 202 89650 97 275
10 a 14 anos 41832 64 499 13120 48 162 54952 59 333
15 a 19 anos 58005 86 681 15359 56 186 73364 79 437
20 a 39 anos 274566 419 862 68964 252 213 343530 370 534
40 a 59 anos 153889 235 769 63445 232 290 217334 234 519
60 a mais 69342 106 801 80721 295 750 150063 162 772
Acidentes 537420 821 571 224348 819 230 761768 820 398
Acidente de transporte terrestre
114383 175 122 31652 116 32 146035 157 76
Pedestres 27612 42 29 11649 43 12 39261 42 21
Motociclistas 58508 89 62 11444 42 12 69952 75 37
Ocupantes de veiacuteculos 11690 18 12 4353 16 04 16043 17 08
Quedas 241892 369 257 121601 444 125 363493 397 190
Quedas no mesmo niacutevel 81112 124 86 47378 173 49 128490 138 67
Quedas de um mesmo niacutevel a outro
41623 64 44 17542 64 18 59165 64 31
Quedas natildeo especificadas 119157 182 127 56681 207 58 175838 189 92
Demais acidentes 181145 277 193 71095 260 73 252240 272 132
Violecircncias 43444 66 46 11940 44 12 55384 60 29
Lesotildees autoprovocadas 5173 08 06 3561 13 04 8734 09 05
Agressotildees e intervenccedilotildees legais
38271 58 41 8379 31 09 46650 50 24
Armas de fogo 10835 17 12 1069 04 01 11904 13 06
Peacuterfuro-cortante 9953 15 11 1860 07 02 11813 13 06
Eventos de intenccedilatildeo indeterminada
31252 48 33 13462 49 14 44714 48 23
Demais causas externas 86270 132 92 36141 132 37 122411 132 64
Total 654942 1000 696 273951 1000 281 928893 1000 485
Fonte (BRASIL 2011a p212)
Conforme apresentado no graacutefico a seguir as causas externas satildeo responsaacute-veis por 118 dos gastos com todas as hospitalizaccedilotildees financiadas pelo SUS no Brasil As capitais da Paraiacuteba e Pernambuco tiveram respectivamente 92 e 83 dos gastos com causas externas (BRASIL 2011a)
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Graacutefico 01 ndash Proporccedilatildeo dos gastos do SUS com internaccedilotildees por causas externas nas capitais e Distrito Federal
Satildeo Luiacutes
Vitoacuteria
Maceioacute
Manaus
Recife
Porto Alegre
Joatildeo Pessoa
Rio de Janeiro
Terresina
Cuiabaacute
Salvador
Fortaleza
Brasiacutelia
Natal
Brasil
Aracaju
Boa Vista
Curitiba
Goiacircnia
Satildeo Paulo
Belo Horizonte
Florianoacutepolis
Macapaacute
Beleacutem
Rio Branco
Porto Velho
Campo Grande
Palmas
FONTE (BRASIL 2011a p 214)
tumores
Os tumores que incidem com maior frequecircncia na faixa etaacuteria dos 25 aos 59 anos satildeo oriundos dos aparelhos digestivo respiratoacuterio e urinaacuterio Cerca de 432 de todos os tumores assinalados na CID 10 Capiacutetulo II tecircm origem no aparelho digestivo (BRASIL 2008a)
O cacircncer da proacutestata eacute uma neoplasia que geralmente apresenta evoluccedilatildeo muito lenta de modo que a mortalidade pode ser evitada quando o processo eacute diagnosticado e tratado com precocidade Uma estimativa realizada pelo Instituto Nacional do Cacircncer (INCA) para o aparecimento de novos casos de cacircnceres no ano de 2008 aponta o cacircncer de proacutestata como sendo o mais frequente sendo superado apenas pelo cacircncer de pele natildeo melanoma (VIEIRA et al 2008)
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Ao se falar de neoplasias malignas do aparelho urinaacuterio natildeo se pode deixar de mencionar o cacircncer de pecircnis Trata-se de um tumor raro relacionado com as baixas condiccedilotildees socioeconocircmicas e a maacute higiene iacutentima No Brasil esse cacircncer representa cerca de 2 de todas as neoplasias que atingem o homem sendo mais frequente nas regiotildees Norte e Nordeste existindo estados como eacute o caso do Maranhatildeo em que sua incidecircncia supera ateacute a do cacircncer de proacutestata (BARROS MELO 2009)
Dados do INCA referentes aos tumores malignos na populaccedilatildeo masculina dos estados da Paraiacuteba e Pernambuco apontam que o cacircncer de proacutestata eacute o que apre-senta maior incidecircncia conforme mostra a tabela a seguir
Tabela 02 ndash Taxa de incidecircncia anual de neoplasias malignas por 100000 habitantes por localizaccedilatildeo segundo Regiatildeo e UF sexo masculino Brasil 2010 e 2011
Regiatildeo e UF
Pulmatildeo
traqueia e
brocircnquios
Esocircfago Estocircmago
Coacutelon junccedilatildeo
retossigmoacuteide
reto e acircnus
Proacutestata
Laacutebio e
cavidade
oral
Melanoma
maligno da
pele
Outras
neoplasias
malignas da
pele
Paraiacuteba 730 438 1046 462 4369 843 102 7368
Pernambuco 1250 471 1065 653 5783 867 132 6060
Fonte (INCA c2013 adaptado)
alcoolismo
Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) apontam que cerca de 2 bilhotildees de pessoas consomem bebidas alcooacutelicas no mundo O uso abusivo do aacutelcool eacute responsaacutevel por 32 de todas as mortes e por 4 de todos os anos perdidos de vida uacutetil Na Ameacuterica Latina cerca de 16 dos anos de vida uacutetil perdidos estatildeo relacionados ao uso abusivo dessa substacircncia Esse iacutendice eacute quatro vezes maior que a meacutedia mundial e torna o problema da prevenccedilatildeo e do tratamento dos trans-tornos associados ao consumo de aacutelcool um grande problema de sauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
Estudos revelam que o uso do aacutelcool estaacute sendo iniciado cada vez mais preco-cemente por homens e mulheres Portanto torna-se fundamental avaliar os deter-minantes sociais de vulnerabilidade do homem em relaccedilatildeo aos problemas com o aacutelcool para a construccedilatildeo de accedilotildees efetivas de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede mental desse segmento inclusive para jovens e adolescentes (LARANJEIRA et al 2007 SENA et al 2011)
Segundo o Centro Brasileiro de Informaccedilotildees sobre Drogas Psicotroacutepicas (CEBRID) o consumo de aacutelcool e outras drogas estaacute associado a transtornos graves e afetam pelo menos 12 da populaccedilatildeo acima de 12 anos sendo o impacto do aacutelcool dez vezes maior que o do conjunto das drogas iliacutecitas (UNIFESP 2006 BRASIL 2008a)
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Laranjeira et al (2007) realizaram uma pesquisa intitulada ldquoPrimeiro Levan-tamento Nacional sobre Padratildeo de Consumo de Aacutelcool na Populaccedilatildeo Brasileirardquo cujos resultados apontaram que 52 dos brasileiros acima de 18 anos bebem pelo menos uma vez ao ano e destes 65 satildeo homens A prevalecircncia de depen-dentes de aacutelcool eacute maior para o sexo masculino em que 195 dos homens satildeo dependentes do aacutelcool enquanto 69 das mulheres apresentam dependecircncia Segundo esses dados para cada seis pessoas do sexo masculino que faz uso de aacutelcool uma fica dependente Destaca-se ainda que do conjunto dos homens adultos 11 bebem todos os dias e 28 consomem bebida alcooacutelica de 1 a 4 vezes por semana conforme apresentado na tabela a seguir
Tabela 03 ndash Frequecircncia de consumo de bebida alcooacutelica em homens e mulheres com idade a partir de 18 anos
Frequecircncia de ConsumoA partir de 18 anos
Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstinentes (nunca bebeu ou menos de 1 vez por ano) 35 59 48
Raramente (menos de 1 vez por mecircs) 8 12 10
Ocasional (de 1 a 3 vezes por mecircs) 19 16 17
Frequente ( de 1 a 4 vezes por semana) 28 11 19
Muito frequente (todos os dias) 11 2 6
Quantidade usual Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Ateacute 2 doses 38 63 48
De 3 a 4 doses 25 19 22
de 5 a 11 doses 27 14 22
Bebe mais de 12 doses por ocasiatildeo 11 3 7
Intensidade do beber Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstecircmio 35 59 48
Bebedor natildeo frequente 12 16 14
Bebedor menos frequente 16 13 15
Bebedor frequente 22 9 15
Bebedor frequente pesado 14 3 9
Dependecircncia (criteacuterios de CID-10) Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
14 4 9
Fonte (BRASIL 2008a p14)
outras causas de morbidade
No periacuteodo de 2000 a 2010 observou-se que a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por doenccedilas cardiovasculares manteve-se constante e as hospitalizaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio apresentaram reduccedilatildeo no mesmo periacuteodo (BRASIL 2012a)
No graacutefico apresentado a seguir podem-se observar quanto agrave morbidade as sete causas que respondem pela internaccedilatildeo da maioria dos homens em ordem decrescente de ocorrecircncia
19
raquo As lesotildees os envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas satildeo a primeira causa de internaccedilatildeo para homens entre 20 e 49 anos de idade e a terceira para aqueles entre 50 e 59 anos
raquo As doenccedilas do aparelho digestivo satildeo a segunda causa para todas as faixas etaacuterias
raquo Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias satildeo a terceira causa para homens de 20 a 29 anos transtornos mentais e comportamentais entre 30 e 39 anos e doenccedilas do aparelho circulatoacuterio entre 40 e 49 anos
raquo Para os homens de 50 a 59 anos a principal causa de internaccedilatildeo satildeo as doenccedilas do aparelho circulatoacuterio (SCHWARZ et al 2012)
Graacutefico 02 ndash Porcentagem () das principais causas de internaccedilatildeo em homens por faixa etaacuteria Brasil 2010
Faixa etaacuteria em anos
35
30
25
20
15
10
5
0
I Algumas doenccedilas infecciosas e parasitaacuteriasII Neoplasias (tumores)V Transtornos mentais e comportamentais IX Doenccedilas do aparelho circulatoacuterioX Doenccedilas do aparelho respiratoacuterioXI Doenccedilas do aparelho digestivoXIX Lesotildees envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas
Fonte (SCHWARZ et al 2012 adaptado)
As principais causas de internaccedilotildees por enfermidades do aparelho respiratoacuterio estatildeo assinaladas no graacutefico a seguir
20
Graacutefico 03 ndash Internaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio 2007
Outras 57CID XI 15CID IX 13CID II 6CID X 9 (165369)
Pneumonia 43 (70535)Outras 29 (48489)DPOC 12 (20948)Asma 11 (18457)Tuberculose 5 (6940)
Fonte (BRASIL 2008a p26 adaptado)
Em relaccedilatildeo agraves doenccedilas do aparelho respiratoacuterio as que apresentaram maior incidecircncia foram as pneumonias (43) adoenccedila pulmonar obstrutiva crocircnica (12) e a tuberculose que mesmo apresentando o menor percentual de casos de internaccedilatildeo (5) destaca-se pela importacircncia do ponto de vista dasauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
21
Graacutefico 04 ndash Percentual de internaccedilotildees hospitalares pelo aparelho circulatoacuterio na populaccedilatildeo masculina dos 25ndash59 anos 2007
Outras 277CID V 165CID XIX151CID XI 134CIN IX 120 CIN X 80 CIN I 73
Coronariopatias 405 (59717)Outras 396 (58355)Hipertensatildeo 187 (27569)Febre reumaacutetica miocardiopatias 12 (1713)
Fonte (BRASIL 2008a p27 adaptado)
Entre os fatores de morbidade natildeo se pode deixar de mencionar as disfun-ccedilotildees sexuais notadamente a disfunccedilatildeo ereacutetil que acomete cerca da metade dos homens depois dos cinquenta anos (BRASIL 2008a p27)
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto acesse
MOURA E C MALTA D C Consumo de bebidas alcooacutelicas na populaccedilatildeo adulta brasileira ca-racteriacutesticas sociodemograacuteficas e tendecircncia RevBrasEpidemiol 2011 14(1) Supl 61- 70 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfrbepidv14s1a07v14s1pdfgt Acesso em 27092013
LARANJEIRA R et al I Levantamento nacional sobre os padrotildees de consumo de aacutelcool na popu-laccedilatildeo brasileira Brasiacutelia Secretaria Nacional Antidrogas 2007 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesrelatorio_padroes_consumo_alcoolpdfgt Acesso em 27 set 2013
22
222 mortalidade
Em relaccedilatildeo agrave mortalidade ao longo de toda a uacuteltima deacutecada foi observada maior proporccedilatildeo de oacutebitos entre homens que entre mulheres na faixa etaacuteria adulta especialmente jovens adultos (de 15 a 39 anos de idade) Diversos estudos mostram que as causas externas de mortalidade (acidentes e violecircncias) satildeo extre-mamente importantes entre os adultos especialmente para homens jovens No sexo masculino elas representaram 64 dos oacutebitos de 20 a 39 anos enquanto que no sexo feminino o percentual foi de 23 Mesmo observando uma reduccedilatildeo no diferencial entre homens e mulheres no periacuteodo entre 2000 e 2010 os homens ainda morrem mais que as mulheres conforme apresenta o graacutefico a seguir (BRASIL 2011b BRASIL 2011c LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005 MARANHAtildeO et al 2011)
Graacutefico 05 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo Brasil 2000 2005 e 2010
2000 2005 2010
584 58 573
415 42 427
0
10
20
30
40
50
60
70
Masculino
Feminino
Fonte (BRASIL 2012a p112 adaptado)
O proacuteximo graacutefico apresenta as curvas de mortalidade proporcional para homens e mulheres que tecircm padrotildees diferentes entre os anos principalmente para os grupos de adultos e idosos indicando um padratildeo de mortalidade mais tardia entre as mulheres Na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos houve um maior percen-tual de oacutebitos dos homens (381 em 2000 e 374 em 2010) quando comparado ao das mulheres (25 em 2000 e 232 em 2010) (BRASIL 2012a)
23
Graacutefico 06 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo e o ano do oacutebito por faixa etaacuteria Brasil 2000 e 2010
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1a 9 19 36 381
30 374 20 18 250
lt1 a 85 399241 11 13 232
ge 60 anos 479 547 620 703
Feminino 2000Masculino 2010Masculino 2000
Feminino 2010
10 a 19 20 a 59
11
Fonte (BRASIL 2012a p113)
Quadro 01 ndash Quatro principais causas especiacuteficas de mortalidade entre 20 e 59 anos (nesta ordem)homens 2010
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste Eventos Int Indeterminada Suiciacutedio
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste D HIV Cirosse e D Fiacutegado
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Acidentes de transporte terreste D Cerebrovasculares
Fonte (BRASIL 2012a adaptado)
24
Dados de 2012 mostram que no Brasil as causas externas representam a primeira causa mais frequente de morte na populaccedilatildeo masculina entre 20 a 59 anos configurando-se como um grande desafio aos gestores puacuteblicos e profissio-nais sobretudo os da sauacutede pois se deve ultrapassar a dimensatildeo da assistecircncia e reabilitaccedilatildeo das viacutetimas ocupando-se tambeacutem da promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e vigilacircncia epidemioloacutegica de acidentes e violecircncias (BRASIL 2012a)
Os homens no Brasil apresentam um risco de morte por causas externas 51 vezes maior que as mulheres Quanto agrave idade vale destacar as altas taxas de mortalidade por causas externas observadas a partir dos 19 anos de idade em especial entre os adultos jovens de 20 a 39 anos de idade e os idosos com 60 e mais anos de idade O risco de morte por causas externas foi de 100 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os adultos jovens e de 1104 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os idosos (BRASIL 2012a)
A anaacutelise do risco de morte por causas externas segundo regiotildees geograacute-ficas demonstrou uma distribuiccedilatildeo menos desigual que nas anaacutelises anteriores segundo atributos de idade e sexo sendo que taxas de mortalidade apenas ligei-ramente superiores foram encontradas nas regiotildees Centro-Oeste (853 por oacutebitos por 100 mil habitantes) Nordeste (755 oacutebitos por 100 mil habitantes) e Sul (746 oacutebitos por 100 mil habitantes) (BRASIL 2012a)
Tabela 04 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa bruta de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externas segundo sexo faixa etaacuteria e regiotildees geograacuteficas Brasil 2009
CaracteriacutesticasSexo a
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria b
0 a 9 anos 2517 22 151 1594 68 100 4111 30 126
10 a 14 anos 1740 15 208 733 31 90 2473 18 150
15 a 19 anos 11780 102 1384 1629 70 197 13409 97 799
20 a 39 anos 57656 500 1810 6105 282 204 64261 463 1000
40 a 59 anos 26305 228 1315 1586 196 210 30891 223 738
60 a mais 13342 116 1541 8109 346 753 21451 155 1104
Ignorado 1904 17 - 179 08 - 2083 15 -
Regiatildeo
Norte 9317 81 1199 1508 64 199 10825 78 705
Nordeste 34639 301 1317 5807 248 213 40446 292 755
Sudeste 44360 385 1125 10405 444 251 54765 395 677
Sul 17023 148 1246 3652 156 260 20675 149 746
Centro-Oeste 9826 85 1428 2023 86 288 11849 85 853
Total 115244 1000 1225 23435 1000 241 138679 1000 724
a) Excluiacutedos 137 registros com sexo ignorado
b) Excluiacutedos 119 registros com regiatildeo de residecircncia ignorada
Fonte (BRASIL 2011b p234 adaptado)
25
Embora natildeo exista grande diferenccedila nos coeficientes de mortalidade por neoplasias malignas eacute preciso destacar que entre os homens predominam os cacircnceres de pulmatildeo vindo a seguir os de proacutestata e o de estocircmago A anaacutelise de seacuteries histoacutericas de mortalidade no Brasil mostra claramente a importacircncia cres-cente do cacircncer de proacutestata que jaacute suplanta a neoplasia maligna de estocircmago haacute alguns anos (LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005)
No estado da Paraiacuteba o que se percebe eacute que em relaccedilatildeo agrave mortalidade por cacircnceres na populaccedilatildeo masculina o tumor da proacutestata jaacute se destaca como o de maior prevalecircncia aleacutem de ter tendecircncia crescente em relaccedilatildeo aos periacuteodos 2002 ndash2006 e 2007ndash2011
Graacutefico 07 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Paraiacuteba para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
2002-2006 2007-2011
158
109
96
62
52
52
5
49
38
31
31
3
24
1
207
191
104
10
36
5
36
49
46
46
37
37
32
23
1
20
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Por outro lado no estado de Pernambuco o cacircncer de proacutestata tambeacutem apre-senta maior prevalecircncia em relaccedilatildeo aos outros tumores mas mesmo apresen-tando tendecircncia a aumento no periacuteodo avaliado natildeo foi tatildeo significativo quanto no estado da Paraiacuteba Outro ponto de destaque eacute a tendecircncia agrave diminuiccedilatildeo nos tumores de traqueia brocircnquios pulmotildees fiacutegado e vias biliares
26
Graacutefico 08 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Pernambuco para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
179
91
128
184
183
92
122
184
3
46
39
65
43
44
33
35
36
32
14
35
5
34
61
46
38
34
37
41
3
14
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
2002-2006 2007-2011
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Dentre as doenccedilas do aparelho digestivo podem-se destacar as doenccedilas do fiacutegado que em 2005 foram responsaacuteveis por 70 das causas de morte de homens de 25ndash59 anos Destas 46 devem-se agrave doenccedila por consumo de aacutelcool 36 agrave fibrose e cirrose e 18 a outras doenccedilas do fiacutegado (BRASIL 2008a)
Por outro lado em relaccedilatildeo agrave mortalidade proporcional de acordo com os capiacute-tulos da CIDndash10 entre homens apresenta uma tendecircncia de reduccedilatildeo da proporccedilatildeo de oacutebitos por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio e tendecircncia de aumento nas seguintes causas neoplasias doenccedilas endoacutecrinas e causas externas (BRASIL 2012a)
27
Graacutefico 09 ndash Mortalidade proporcional () por capiacutetulos da CID no sexo masculino Brasil 2000 e 2010
IX II XX X IV OUTRAS
294 135 18 105 47 238
285 16 187 104 53 211
0
5
10
15
20
25
30
35
2000
2010
Fonte (BRASIL 2012a p121 adaptado)
Saiba
SitesPara realizar uma anaacutelise mais detalhada do perfil de mortalidade masculina consulte o material Mortalidade do adulto no Brasil taxas de mortalidade segundo o sexo as causas e as Regiotildees 2010 disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrportalsaudearquivospdf2013Fev21sau-debrasil2011_parte1_cap7pdfgt Acesso em 25 set 2013
Leia tambeacutem o Perfil da situaccedilatildeo de sauacutede do homem no Brasil (2012) disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Perfil-da-Situa----o-de-Sa--de-do-Homem-no--Brasilpdfgt Acesso em 26 ago 2015
Nos artigos a seguir os autores fazem uma discussatildeo ampliada sobre as principais causas de morbimortalidade masculina
LAURENTI R JORGE M H P de M GOTLIEB S L D Perfil epidemioloacutegico da morbimortalidade masculina Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 10 n 1 p 35-46 janmar 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfcscv10n1a04v10n1pdfgt Acesso em 30 set 2013
LUIZAGA C T de M GOTLIEB S L D Mortalidade masculina em trecircs capitais brasileiras 1979 a 2007 RevBrasEpidemiolv 16 n 1 p 87-99 2013 Disponiacutevel emlthttpwwwscielobrpdfrbe-pidv16n11415-790X-rbepid-16-01-0087pdfgt Acesso em 25 set 2013
IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) A qualidade da informaccedilatildeo sobre a mortalidade no Brasil recente e avaliaccedilatildeo do impacto das causas violentas no nuacutemero de anos de vida perdi-dos In IBGE Indicadores Sociodemograacuteficos e de Sauacutede no Brasil n 25 Rio de Janeiro IBGE 2009 Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoindic_sociosaude2009indicsaudepdfgt Acesso em 25092013
VIEIRA S O cacircncer e a sauacutede do homem um panorama completo dos tumores que acometem a populaccedilatildeo masculina Revista Oncoamp ndash Oncologia para todas as especialidadesSatildeo Paulo a 2 n 11 p 12-18 maiojun 2012 Disponiacutevel emlthttprevistaoncocombrwp-contentuploa-ds201205ONCO_11pdfgt Acesso em 25 set 2013
28
Para vocecirc ter acesso a dados sobre morbimortalidade da populaccedilatildeo masculina dos estados de Paraiacuteba e Pernambuco acesse os links abaixo
TABNET ndash OacuteBITOSPARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttptabnetsaudepbgovbrdeftohtmexetabdotabnetsimpbdefgt Acesso em 25 set 2013
ATLAS DE MORTALIDADE POR CAcircNCER ndash INCA (Instituto Nacional de Cacircncer) Disponiacutevel em lthttpmortalidadeincagovbrMortalidadeprepararModelo04actiongt Acesso em 25 set 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttppor-talweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO ndash Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PERNAMBUCO Disponiacutevel em lthttpportalweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
Nos links para acesso ao Pacto pela Sauacutede apoacutes abrir a paacutegina do SISPACTO clique em relatoacute-rios que aparece no lado esquerdo da tela Em seguida clique em relatoacuterios estaduais e localize o estado que vocecirc desejar consultar
3 programas poLiacuteticas e pactos de sauacutede para o homem no BrasiL
A seguir descreveremos os principais programas poliacuteticas e pactos que tecircm relaccedilatildeo com a sauacutede do homem no Brasil Recomendamos que vocecirc consulte os links complementares para saber mais sobre cada um deles
31 pacto pela sauacutede
Aprovado por unanimidade pelo Conselho Nacional de Sauacutede (CNS) e publi-cado na Portaria GMMS nordm 399 de 22 de fevereiro de 2006 o Pacto pela Sauacutede eacute um conjunto de reformas institucionais do SUS pactuado entre as trecircs esferas de gestatildeo (Uniatildeo Estados e Municiacutepios) com o objetivo depromover a melhoria dos serviccedilos ofertados agrave populaccedilatildeo e a garantia de acesso a todos Tambeacutem redefine as responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da popu-laccedilatildeo e na busca da equidade social Sua adesatildeo se constituiem um processo de cooperaccedilatildeo permanente entre os gestores e negociaccedilatildeo local regional estadual e federal
O pacto pela sauacutede se divide em 3 eixos
1 Pacto em defesa do SUS defesa dos princiacutepios do SUS qualificaccedilatildeo do SUS como poliacutetica puacuteblica
2 Pacto pela gestatildeo do SUS processo continuado de pactuaccedilatildeo intergestores ndash responsabilidades sanitaacuterias e diretrizes de gestatildeo
3 Pacto pela vida compromisso entre os gestores do SUS em torno das respon-sabilidades nacionais estaduais regionais e municipais com definiccedilotildees de metas e accedilotildees
Por meio da Portaria nordm 325GM de 21 de fevereiro de 2008 o Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu novas prioridades objetivos metas e indicadores de monito-ramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede para o ano de 2008 no qual foi inserido
30
como uma das prioridades a Sauacutede do Homem cuja meta era a de promover a sauacutede integral do homem com a elaboraccedilatildeo publicaccedilatildeo e implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede do Homem
32 poliacutetica nacional de atenccedilatildeo inteGral agrave sauacutede do Homem (pnaisH)
Foi instituiacuteda por meio da Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Destaca- se por ser um programa pioneiro dentre os paiacuteses da Ameacuterica Latina lanccedilado apoacutes 20 anos de implantaccedilatildeo do SUS no Brasil Visa abranger a faixa etaacuteria de 20 a 59 anos melhorando a assistecircncia oferecida aos homens por meio de accedilotildees de informaccedilatildeo proteccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede assim como tratamento e recuperaccedilatildeo de agravos aleacutem de uma mudanccedila cultural no que diz respeito ao comportamento masculino nessa aacuterea (BRASIL 2008a)
A PNAISH estaacute alinhada com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash porta de entrada preferencial ao Sistema Uacutenico de Sauacutede ndash primando pela humanizaccedilatildeo da atenccedilatildeo e em consonacircncia com os princiacutepios do SUS fortalecendo accedilotildees e serviccedilos em redes e cuidados da sauacutede Ela norteia as accedilotildees de atenccedilatildeo integral
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto recomendamos que vocecirc veja os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Pacto pela SauacutedeSISPACTO - Aplicativo do Pacto pela Sauacutede Brasiacutelia Ministeacute-rio da Sauacutede [2011c] Disponiacutevel emlthttpportalweb04saudegovbrsispactogt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 399GM de 22 de fevereiro de 2006 Divulga o pacto pela sauacutede 2006 - Consolidaccedilatildeo do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a Disponiacutevel em lthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2006GMGM-399htmgt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 325 de 21 de fevereiro de 2008 Estabelece prioridades objetivos e metas do Pacto pela Vida para 2008 os indicadores de monitoramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede e as orientaccedilotildees prazos e diretrizes para a sua pactuaccedilatildeoBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacute-de 2008b Disponiacutevel emlthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2008GMGM-325htmgt Acesso em 27set 2013
MACHADO R R et al Entendendo o pacto pela sauacutede na gestatildeo do SUS e refletindo sua implementaccedilatildeo Rev Eletrocircnica de Enfermagem v 11 n 1 p 181-187 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfenufgbrfen_revis-tav11n1pdfv11n1a23pdfgt Acesso em 27set2013
31
agrave sauacutede do homem visando estimular o autocuidado e sobretudo o reconhe-cimento de que a sauacutede eacute um direito social baacutesico e de cidadania de todos os homens brasileiros (BRASIL 2008a)
Tem como objetivo principal
Promover a melhoria das condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo masculina do Brasil contri-buindo de modo efetivo para a reduccedilatildeo da morbidade e mortalidade dessa popu-laccedilatildeo atraveacutes do enfrentamento racional dos fatores de risco e mediante a facilitaccedilatildeo ao acesso agraves accedilotildees e aos serviccedilos de assistecircncia integral agrave sauacutede (BRASIL 2008a)
Aleacutem disso a PNAISH propotildee uma reorientaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede com foco na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) de modo que essa poliacutetica seja integrada e executada juntamente com as demais poliacuteticas programas estrateacutegias e accedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2008a)
Para refletir
Vocecirc jaacute teve oportunidade de discutir a PNAISH com os demais membros da equipe de sauacutedeQuais satildeo as accedilotildees desenvolvidas na sua unidade de sauacutede para os homens Como eacute a adesatildeo da popula-ccedilatildeo a essas accedilotildees Quais satildeo suas principais dificuldades
Saiba
Conheccedila o estudo que avaliou a implantaccedilatildeo da PNAISH em municiacutepios brasileiros Nele foram avaliados como estatildeo sendo desenvolvidas as accedilotildees de fortalecimento desta poliacutetica Estaacute disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Fortalecimento-da--PNAISHpdfgt Acesso em 01 fev 2015
SitesPara vocecirc conhecer mais sobre a PNAISH acesse os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Institui no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacute-de do Homem Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2009prt1944_27_08_2009htmlgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave sauacutede Departamento de Accedilotildees Progra- maacuteticas e Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem Plano de Accedilatildeo Nacional 2009-2011 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009b Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_saude_homem_2009-2011pdfgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteti-cas Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2008a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_homempdfgt Acesso em 20 set 2013
CARRARA S RUSSO J A FARO L A poliacutetica de atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem no Brasil os pa-radoxos da medicalizaccedilatildeo do corpo masculinoPhysisRevista de Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 19 n 3 p659-678 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfphysisv19n3a06v19n3pdfgt Acesso em 27set 2013
32
LEAL A F FIGUEIREDO W S NOGUEIRA-DA-SILVA G S O percurso da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede dos Homens (PNAISH) desde a sua formulaccedilatildeo ateacute sua implementaccedilatildeo nos serviccedilos puacuteblicos locais de atenccedilatildeo agrave sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletivav 17 n 10 p2607-2616 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfcscv17n1010pdfgt Acesso em 27 set 2013
33 poliacutetica nacional de Humanizaccedilatildeo (pnH)A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) foi criada em 2004 como fortaleci-
mento da rede assistencial do SUS e com o objetivo de oferecer uma sauacutede digna para todos com profissionais comprometidos com a eacutetica e com a defesa da vida
Para a PNH humanizar eacute ofertar atendimento de qualidade articulando os avanccedilos tecnoloacutegicos com o acolhimento com a melhoria dos ambientes de cuidado e das condiccedilotildees de trabalho dos profissionais
Como poliacutetica a Humanizaccedilatildeo deve portanto traduzir princiacutepios e modos de operar no conjunto das relaccedilotildees entre profissionais e usuaacuterios A humanizaccedilatildeo supotildee troca de saberes (incluindo os dos pacientes e familiares) diaacutelogo entre os profissionais e modos de trabalhar em equipe Como estrateacutegia de interferecircncia no processo de produccedilatildeo de sauacutedeconsidera-se que sujeitos sociais quando mobi-lizados satildeo capazes de transformar realidades transformando-se a si proacuteprios nesse mesmo processo
princiacutepios norteadores da poliacutetica de Humanizaccedilatildeo
1 Valorizaccedilatildeo da dimensatildeo subjetiva e social em todas as praacuteticas de atenccedilatildeo e gestatildeo fortalecendoestimulando processos integradores e promotores de compromissosresponsabilizaccedilatildeo
2 Estiacutemulo a processos comprometidos com a produccedilatildeo de sauacutede e com a produccedilatildeo de sujeitos
3 Fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional estimulando a trans-disciplinaridade e a grupalidade
4 Atuaccedilatildeo em rede com alta conectividade de modo cooperativo e solidaacuterio em conformidade com as diretrizes do SUS
5 Utilizaccedilatildeo da informaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo da educaccedilatildeo permanente e dos espaccedilos da gestatildeo na construccedilatildeo de autonomia e protagonismo de sujeitos e coletivos
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diretrizes especiacuteficas na atenccedilatildeo baacutesica
1 Elaborar projetos de sauacutede individuais e coletivos para usuaacuterios e sua rede social considerando as poliacuteticas intersetoriais e as necessidades de sauacutede
2 Incentivar praacuteticas promocionais de sauacutede
3 Estabelecer formas de acolhimento e inclusatildeo do usuaacuterio que promovam a otimizaccedilatildeo dos serviccedilos o fim das filas a hierarquizaccedilatildeo de riscos e o acesso aos demais niacuteveis do sistema
4 Comprometer-se com o trabalho em equipe de modo a aumentar o grau de corresponsabilidade e com a rede de apoio profissional visando agrave maior eficaacutecia na atenccedilatildeo em sauacutede
E o acolhimento como pode ser entendido Trata-se de uma praacutetica nas accedilotildees de atenccedilatildeo e gestatildeo nas unidades de sauacutede que favorece a construccedilatildeo de uma relaccedilatildeo de confianccedila e compromisso dos usuaacuterios com as equipes e os serviccedilos contribuindo para a promoccedilatildeo da cultura de solidariedade e para a legitimaccedilatildeo do SUS Com o acolhimento passa a existir a possibilidade de avanccedilos na alianccedila entre usuaacuterios trabalhadores e gestores da sauacutede em defesa do SUS como uma poliacutetica puacuteblica essencial da e para a populaccedilatildeo brasileira (GENIOLE et al 2011)
Para refletir
Como profissional de sauacutede suas atitudes contemplam as dimensotildees abordadas na Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo E qual o envolvimento que vocecirc visualiza desta Poliacutetica com a Sauacutede do Homem Vocecirc acredita que a falta de acolhimento pode dificultar o acesso dos homens agraves unidades de sauacutede
Saiba
SitesPara conhecer mais sobre a Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo acesse os links lthttpportalsau-degovbrportalarquivospdfdoc_basepdfgt (BRASIL 2004) e lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumanizasus_gestores_trabalhadores_sus_4edpdfgt (BRASIL 2008c)
A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo possui um caderno especiacutefico para a Atenccedilatildeo Baacutesica Para conhececirc-lo acesse o link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumaniza_sus_atencao_basicapdfgt (BRASIL 2009c)
E para entender mais sobre acolhimento acesse a cartilha denominada Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede disponiacutevel no link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhi-mento_praticas_producao_saudepdfgt (BRASIL 2010a)pdfgt Acesso em 27set 2013
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34 poliacutetica de promoccedilatildeo da sauacutede
Entre as prioridades do Pacto em Defesa da Vida encontra-se a publicaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede que ratifica o compromisso do Minis-teacuterio da Sauacutede na ampliaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede nos serviccedilos e na gestatildeo do SUS Trata-se de uma poliacutetica transversal integrada e intersetorial que dialoga com as diversas aacutereas do setor sanitaacuterio os outros setores do Governo os setores privados e natildeogovernamentais e a sociedade compondo redes de compromisso e corresponsabilidade quanto agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo de forma que todos sejam partiacutecipes no cuidado com a sauacutede (BRASIL 2006b)
A Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede foi revisada no ano de 2015 visando se adequar aos novos desafios e compromissos no contexto da sauacutede nacional
Ela destaca a necessidade de articulaccedilatildeo com outras poliacuteticas puacuteblicas para fortalececirc-la com o imperativo da participaccedilatildeo social e dos movimentos popu-lares em virtude da impossibilidade de que o setor sanitaacuterio responda sozinho ao enfrentamento dos determinantes e condicionantes da sauacutede Para tal toma como referecircncia alguns temas transversais para a formulaccedilatildeo de agendas de promoccedilatildeo da sauacutede e para a adoccedilatildeo de estrateacutegias e temas prioritaacuterios operando em conso-nacircncia com os princiacutepios e os valores do SUS como
raquo Determinantes Sociais da Sauacutede (DSS)
raquo equidade e respeito agrave diversidade
raquo produccedilatildeo de sauacutede e cuidado
raquo vida no trabalho
raquo cultura da paz e direitos humanos entre outras (BRASIL 2015)
O objetivo principal dessa poliacutetica eacute promover a equidade e a melhoria das condiccedilotildees e dos modos de viver ampliando a potencialidade da sauacutede individual e coletiva e reduzindo vulnerabilidades e riscos agrave sauacutede decorrentes dos determi-nantes sociais econocircmicos poliacuteticos culturais e ambientais (BRASIL 2015)
Saiba
SitesPara conhecer melhor a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede vocecirc pode ver o linklthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_promocao_saude_3edpdfgtAcesso em 28 out 2013 (BRASIL 2010b)
Para ter acesso agrave Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede revisada e identificar todas as atuali-zaccedilotildees da versatildeo de 2015 acesse lthttppromocaodasaudesaudegovbrpromocaodasaudearquivospnps-2015_finalpdfgt Acesso em 01 fev 2015
4 a organizaccedilatildeo da estrateacutegia sauacutede da famiacuteLia no pLanejamento de accedilotildees e avaLiaccedilatildeo de riscos agrave sauacutede do homem
Uma das diretrizes da PNAISH eacute a reorganizaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede por meio de uma proposta inclusiva na qual os homens considerem os serviccedilos de sauacutede sobretudo as unidades baacutesicas de sauacutede ou unidades de sauacutede da famiacutelia tambeacutem como espaccedilos masculinos e por sua vez esses serviccedilos reconheccedilam os homens como sujeitos que necessitem de cuidados (SILVA et al 2012)
A compreensatildeo das barreiras institucionais eacute importante para a proposiccedilatildeo estrateacutegica de medidas que venham a promover o acesso dos homens aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria que deve ser a porta de entrada preferencial ao sistema de sauacutede a fim de resguardar a promoccedilatildeo e a prevenccedilatildeo como eixos fundamentais de intervenccedilatildeo (SILVA et al 2012)
Nesse contexto estudos vecircm relacionando a masculinidade tradicional como o principal obstaacuteculo para o acesso dessa parcela populacional aos serviccedilos de sauacutede sobretudo agravequeles que estatildeo voltados agrave promoccedilatildeo da sauacutede A busca por esse tipo de serviccedilo pode ser considerado sinocircnimo de fraqueza realidade que vai de encontro com os preceitos da hegemonia masculina na qual os homens satildeo educados para natildeo demonstrar qualquer traccedilo de fragilidade Some-se a isso o fato de as unidades baacutesicas e de sauacutede da famiacutelia por serem compostas por muitos profissionais do sexo feminino e serem frequentadas sobretudo por mulheres provocam uma sensaccedilatildeo de natildeo pertencimento a tais espaccedilos (FIGUEIREDO 2005 BRAZ 2005 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 BRITO SANTOS 2010 SILVA et al 2012)
Os estudos apontam ainda outros motivos pela baixa demanda masculina na Atenccedilatildeo Baacutesica como a organizaccedilatildeo dos serviccedilos a demora em conseguir atendimento meacutedico o horaacuterio de funcionamento incompatiacutevel com a jornada de trabalho daqueles inseridos no mercado formal a ausecircncia de programas especiacute-ficos para atender aos homens o deacuteficit no processo de abordagem e de cuidarcuidado da populaccedilatildeo masculina por parte dos profissionais a ausecircncia de acolhi-mento ou o acolhimento pouco atrativo a fraacutegil qualificaccedilatildeo profissional para lidar com o segmento masculino
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O certo eacute que muitos agravos que acometem a populaccedilatildeo masculina poderiam ser evitados caso fossem realizadas com regularidade as medidas de prevenccedilatildeo primaacuteria A resistecircncia masculina agrave atenccedilatildeo primaacuteria aumenta natildeo somente a sobrecarga financeira da sociedade mas tambeacutem o sofrimento fiacutesico e emocional do paciente e de sua famiacutelia na luta pela conservaccedilatildeo da sauacutede e da qualidade de vida dessas pessoas (BRASIL 2008a)
O fortalecimento e a qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria garantem a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo aos agravos evitaacuteveis dado o reconhecimento de que os homens adentram o sistema de sauacutede por meio da atenccedilatildeo especializada agravando a morbidade pelo retardamento na atenccedilatildeo e maior custo parao SUS (BRASIL 2008a)
Assim ao serem elaboradas estrateacutegias voltadas agrave conscientizaccedilatildeo do grupo masculino sobre a adoccedilatildeo de haacutebitos mais saudaacuteveis o primeiro passo a ser dado eacute a sensibilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede que atuam na atenccedilatildeo baacutesica para que compreendam os padrotildees culturalmente arraigados na populaccedilatildeo acerca do que eacute ser homem as principais barreiras possam ser superadas e essa populaccedilatildeo possa efetivamente ser acolhida (BRITO SANTOS 2010 )
41 conHecendo a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea de abranGecircncia
Vocecirc jaacute sabe a importacircncia de os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica conhecerem bem as caracteriacutesticas da sua populaccedilatildeo adscrita Sem essa informaccedilatildeo fica difiacutecil se planejar o trabalho a ser desenvolvido
Como aqui estamos discutindo a sauacutede do homem enfatizamos a necessidade de que seja realizado um levantamento sobre o perfil de morbimortalidade dessa populaccedilatildeo antes mesmo das accedilotildees de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo agrave sauacutede serem pensadas
Como a populaccedilatildeo masculina eacute caracterizada pela faixa etaacuteria de 20 a 59 anos uma sugestatildeo eacute que se definam por grupos etaacuteriosas causas de adoecimento e morte mais prevalentes e a partir disso sejam estruturadas as accedilotildees de sauacutede
Uma sugestatildeo eacute vocecirc utilizar as informaccedilotildees contidas no quadro a seguir para construir o perfil da sua populaccedilatildeo masculina
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Quadro 02 ndash Indicadores para a anaacutelise do perfil da populaccedilatildeo masculina
Cadastro do nuacutemero de indiviacuteduos masculinos entre 20 e 59 anos
Homens diabeacuteticos cadastrados
Homens diabeacuteticos acompanhados
Homens hipertensos cadastrados
Homens hipertensos acompanhados
Homens com tuberculose cadastrados
Homens com tuberculose acompanhados
Homens com hanseniacutease cadastrados
Homens com hanseniacutease acompanhados
Hospitalizaccedilotildees ocorridas no mecircsPor abuso de aacutelcoolPor complicaccedilotildees do DiabetesPor outras causas
Internaccedilotildees em hospital psiquiaacutetrico
Oacutebitos ocorridos no mecircs
Fonte (UFSC 2013 adaptado)
Saiba
SitesConsulte os links a seguir para saber mais sobre o assunto
Novo sistema de informaccedilatildeo do SUS o E-SUS Atenccedilatildeo Baacutesica lthttpdabsaudegovbrportal-dabesusphpgt Acesso em 1out 2013 (PORTAL 2012)
Portal da atenccedilatildeo baacutesica e seus sistemas de informaccedilatildeo lthttpdabsaudegovbrportaldabsis-temasphpgt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL [20--d])
DATASUS Informaccedilotildees de Sauacutede (TABNET) lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphp area=0203gt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL c2008)
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42 inserccedilatildeo da atenccedilatildeo e cuidado ao Homem no processo de trabalHo da equipe de sauacutede da famiacutelia
Para alcanccedilar a efetividade desejada na atenccedilatildeo baacutesica consideram-se neces-saacuterios o planejamento e a implementaccedilatildeo de accedilotildees de sauacutede em cada contexto Esses exigem conhecimentos detalhados sobre as condiccedilotildees de vida das pessoas que ali residem sobre as especificidades do processo de organizaccedilatildeo das accedilotildees realizadas na assistecircncia agrave sauacutede e gestatildeo do trabalho das equipes e dos profissio-nais envolvidos Assim pode-se delinear o que eacute necessaacuterio e o que eacute possiacutevel se realizarem um determinado local (KRUG et al 2010)
O processo de trabalho na Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia eacute caracterizado pela interdisciplinaridade e pelo trabalho em equipe Haacute uma soma dos diversos saberes e das praacuteticas das categorias profissionais por meio de uma abordagem integral e resolutiva (BRASIL 2012b)
O trabalho em equipe eacute tido como proposta estrateacutegica para enfrentar o intenso processo de especializaccedilatildeo na aacuterea da sauacutede Esse processo caracteriza-se pelo aprofundamento vertical do conhecimento e da intervenccedilatildeo em aspectos individu-alizados das necessidades de sauacutede (PAVONI MEDEIROS 2009)
Sendo assim o ideal eacute mobilizar toda a equipe para que juntos possam efeti-vamente planejar as accedilotildees que seratildeo desenvolvidas para a populaccedilatildeo masculina Para ajudar nesse processo relembramos algumas caracteriacutesticas do processo de trabalho das equipes de atenccedilatildeo baacutesica
I Definiccedilatildeo do territoacuterio de atuaccedilatildeo e da populaccedilatildeo sob a responsabilidade das unidades baacutesicas de sauacutede e das equipes
II Programaccedilatildeo e implementaccedilatildeo das atividades de atenccedilatildeo agrave sauacutede de acordo com as necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo com a priorizaccedilatildeo de inter-venccedilotildees cliacutenicas e sanitaacuterias nos problemas de sauacutede segundo criteacuterios de frequecircncia risco vulnerabilidade
III Desenvolvimento de accedilotildees que priorizem os grupos de risco e os fatores de risco cliacutenico-comportamentais alimentares eou ambientais com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a persistecircncia de doenccedilas e danos evitaacuteveis
IV Realizaccedilatildeo do acolhimento com escuta qualificada classificaccedilatildeo de risco avaliaccedilatildeo de necessidade de sauacutede e anaacutelise de vulnerabilidade tendo em vista a responsabilidade da assistecircncia resolutiva agrave demanda espontacircnea e o primeiro atendimento agraves urgecircncias
V Prover atenccedilatildeo integral contiacutenua e organizada agrave populaccedilatildeo adscrita
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VI Desenvolvimento de accedilotildees educativas que possam interferir no processo de sauacutede-doenccedila da populaccedilatildeo no desenvolvimento de autonomia individual e coletiva e na busca por qualidade de vida pelos usuaacuterios
VII Desenvolvimento de accedilotildees intersetoriais integrando projetos e redes de apoio social voltados para o desenvolvimento de uma atenccedilatildeo integral
VIII Realizaccedilatildeo de atenccedilatildeo domiciliar destinada a usuaacuterios que possuam problemas de sauacutede controladoscompensados e com dificuldade ou impos-sibilidade fiacutesica de locomoccedilatildeo ateacute uma unidade de sauacutede que necessitam de cuidados com menor frequecircncia e menor necessidade de recursos de sauacutede e do cuidado compartilhado com as equipes de atenccedilatildeo domiciliar nos demais casos
Fonte (BRASIL 2012b grifo nosso)
Como jaacute vimos vaacuterios estudos apontam que os homens padecem mais de condiccedilotildees severas e crocircnicas de sauacutede em comparaccedilatildeo agraves mulheres e igualmente morrem mais do que as mulheres pelas mesmas causas de morte Mesmo com o aumento dos iacutendices de morbimortalidade eles natildeo costumam procurar as unidades baacutesicas de sauacutede para orientaccedilatildeo ou prevenccedilatildeo de alguma patologia e quando buscam esses serviccedilos jaacute estatildeo com alguma doenccedila instalada portanto o desafio das equipes de sauacutede da famiacutelia eacute inverter esse padratildeo e encontrar formas de estimular a populaccedilatildeo masculina para accedilotildees de prevenccedilatildeo e cuidados agrave sauacutede (SILVA etal 2012 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 FIGUEIREDO 2005 SCHRAIBER et al 2010)
Eacute mais do que chegada a hora de se distanciar do modelo biomeacutedico pres-critivo que natildeo enfatiza a prevenccedilatildeo mas que ainda predomina nos serviccedilos de sauacutede e estaacute arraigado na cultura masculina Deve-se ter um olhar integral no aten-dimento a essa populaccedilatildeo no qual se priorizam as necessidades que vatildeo aleacutem daquilo que a cliacutenica pode detectar (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)Tambeacutem eacute necessaacuterio que os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica verdadeiramente entendamo papel de cada um para que efetivamente a PNAISH possa ser implan-tada nas unidades de sauacutede
A equipe da atenccedilatildeo baacutesica eacute de fundamental importacircncia no processo de estiacute-mulo agrave populaccedilatildeo masculina pela procurados serviccedilos de sauacutede Diversos esforccedilos devem ser investidos para trazer essa populaccedilatildeo para participar de atividades de
43 accedilotildees da equipe de sauacutede da famiacutelia Voltadas para a sauacutede do Homem
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prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Para tal vale acionar familiares na captaccedilatildeo dessa populaccedilatildeo A mulher que geralmente eacute quem procura a unidade sendo essa esposa matildee ou irmatilde eacute um canal interessante para se discutir a importacircncia de trazer seus familiares do sexo masculino para consultas de rotina (BRASIL 2008a) E como fazer isso
Na seccedilatildeo 41 deste livro vocecirc recebeu orientaccedilotildees sobre como conhecer a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea Agora eacute hora de reunir a equipe de sauacutede e planejar as accedilotildees visando agrave melhoria dos indicadores e agrave qualidade de vida dessa populaccedilatildeo A seguir sugerimos alguns exemplos de accedilotildees que podem ser desen-volvidas por vocecirc e sua equipe
raquo Analisar a situaccedilatildeo de sauacutede da populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea adscrita observando as principais causas de morbidade internaccedilatildeo e mortalidade
raquo Estabelecer accedilotildees levando em consideraccedilatildeo os fatores socioeconocircmicos de morbimortalidade eculturais locais que determinam ou condicionam o modo de vida dos indiviacuteduos respeitando tambeacutem as diferenccedilas de idade jaacute que esse grupo populacional envolve homens na faixa etaacuteria de 20 e 59 anos
raquo Realizar a busca ativa de homens para a realizaccedilatildeo de ao menos uma consultaano
raquo Informar a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea a respeito da importacircncia da promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos aos homens
raquo Facilitar o acesso com oferta de atendimento em horaacuterios alternativos adequados agrave populaccedilatildeo masculina
raquo Promover o acolhimento realizando atendimento humanizado
raquo Realizar accedilotildees visando principalmente agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao estiacutemulo ao autocuidado e agrave adesatildeo de homens aos serviccedilos de sauacutede Satildeo exemplos de accedilotildees orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da populaccedilatildeo masculina quanto agraves medidas disponiacuteveis para detecccedilatildeo precoce do cacircncer de proacutestata em pacientes sinto-maacuteticos e com disfunccedilatildeo ereacutetil entre outros agravos do aparelho geniturinaacuterio
raquo Incorporar os homens nas accedilotildees e atividades educativas voltadas para o plane-jamento familiar
raquo Estimular a participaccedilatildeo paterna no preacute-natal parto puerpeacuterio e no cresci-mento e desenvolvimento da crianccedila
raquo Ofertar exames previstos para homens que participam do preacute-natal masculino
raquo Realizar accedilotildees educativas para a prevenccedilatildeo de violecircncias e acidentes e uso de aacutelcool e outras drogas
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Vocecirc sabia
O Ministeacuterio da Sauacutede vem apoiando estrateacutegias que estimulem e facilitem o acesso dos homens agraves unidades baacutesicas de sauacutede Como alternativa desde 2010 propocircs durante o I Seminaacuterio Inter-nacional de Sauacutede do Homem das Ameacutericas a implantaccedilatildeo do preacute-natal masculino como comple-mento agrave PNAISH na Atenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede
O objetivo eacute fazer com que os profissionais de sauacutede incentivem o homem a acompanhar as con-sultas do preacute-natal durante os nove meses de gestaccedilatildeo da parceira e aproveitem esse momento para realizar exames preventivos e assim promover o acesso dos homens aos serviccedilos de sauacutede
O princiacutepio baacutesico eacute estimular a participaccedilatildeo e inclusatildeo do homem nas accedilotildees de planejamento de sua vida sexual e reprodutiva focando inclusive na paternidade responsaacutevel ou seja o homem precisa se cuidar para cuidar da famiacutelia A proposta tem relaccedilatildeo com o fortalecimento do viacutenculo homem-mulher e pai-filho(a) podendo este ter reflexo sobre a reduccedilatildeo da violecircncia domeacutestica (SANTOS FERREIRA 2013)
Na Paraiacuteba desde o ano de 2009 foi instituiacuteda a Semana Estadual da Sauacutede do Homem (Lei Ndeg 8772 de 15 de abril de 2009) Desde essa eacutepoca vaacuterios eventos aconteceram com o objetivo de implantar e implementar a PNAISH no Estado
A primeira semana foi intitulada ldquoAlerta Homemrdquo por meio da qual se definiu um conjunto de accedilotildees que foram efetivadas pela Secretaria de Estado da Sauacutede em parceria com outras instacircncias go-vernamentais e natildeo governamentais inclusive com a Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) por intermeacutedio do Laboratoacuterio de Estudos e Pesquisas Masculinidades e Sauacutede vinculado ao Progra-ma de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Enfermagem que participou dessa semana com accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede
Saiba
Sites
Para vocecirc conhecer mais sobre essa experiecircncia veja o link a seguir
FONTES W D de et al Atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem interlocuccedilatildeo entre ensino e serviccedilo Acta Paul Enfermv 24 n 3 p430-433 2011Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfapev24n320pdfgt Acesso em 1 out 2013
raquo Responsabilizar a cada semana um profissional pelo desenvolvimento de alguma atividade especiacutefica ao homem
raquo Divulgar as accedilotildees propostas para os homens por meio dos agentes comunitaacute-rios de sauacutede e da populaccedilatildeo feminina que frequenta a unidade de sauacutede
raquo Comemorar o Dia Internacional do Homem (tambeacutem conhecido como Novembro Azul) Vale planejar com a equipe accedilotildees de prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos e promoccedilatildeo da sauacutede voltadas agrave populaccedilatildeo masculina
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Em Pernambuco tambeacutem foi instituiacuteda a Semana Estadual de Sauacutede do Homem por meio da Lei Nordm 14158 de 17 de setembro de 2010 que determina a comemoraccedilatildeo e realizaccedilatildeo de accedilotildees voltadas a essa populaccedilatildeo na segunda semana de agosto Saiba mais consultando o link lthttplegisalepepegovbrarquivoTextoaspxtiponorma=1ampnumero=14158ampcomplemento=0ampano=2010amptipo=gt Acesso em 1 out 2013
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referecircncias
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Execuccedilatildeo
Financiamento
Universidade Aberta do SUS
Lista de iLustraccedilotildees e quadros
Tabela 01 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa de internaccedilatildeo (por 10 mil habitantes) por causas externas - Brasil 2010 15
Tabela 02 ndash Taxa de incidecircncia anual de neoplasias malignas por 100000 habitantes por locali-zaccedilatildeo segundo Regiatildeo e UF sexo masculino Brasil 2010 e 2011 17
Tabela 03 ndash Frequecircncia de consumo de bebida alcooacutelica em homens e mulheres com idade a partir de 18 anos 18
Graacutefico 02 ndash Porcentagem () das principais causas de internaccedilatildeo em homens por faixa etaacuteria Brasil 2010 19
Graacutefico 03 ndash Internaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio 2007 20
Graacutefico 04 ndash Percentual de internaccedilotildees hospitalares pelo aparelho circulatoacuterio na populaccedilatildeo masculina dos 25ndash59 anos 2007 21
Graacutefico 05 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo Brasil 2000 2005 e 2010 22
Graacutefico 06 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo e o ano do oacutebito por faixa etaacuteria Brasil 2000 e 2010 23
Quadro 01 ndash Quatro principais causas especiacuteficas de mortalidade entre 20 e 59 anos (nesta ordem) homens 2010 23
Tabela 04 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa bruta de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externas segundo sexo faixa etaacuteria e regiotildees geograacuteficas Brasil 2009 24
Graacutefico 07 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Paraiacuteba para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011 25
Graacutefico 08 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Pernambuco para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011 26
Graacutefico 09 ndash Mortalidade proporcional () por capiacutetulos da CID no sexo masculino Brasil 2000 e 2010 27
Quadro 02 ndash Indicadores para a anaacutelise do perfil da populaccedilatildeo masculina 37
sumaacuterio
APrESENtAccedilatildeo 5
1 SAuacutedE do homEm E mAScUliNidAdES 6
11 Gecircnero masculinidade e promoccedilatildeo da sauacutede 6
12 Vulnerabilidades masculinas 9
2 cArActErizAccedilatildeo SociodEmograacuteFicA E dE SAuacutedE dA PoPUlAccedilatildeo mAScUliNA No brASil Em PErNAmbUco E NA PArAiacutebA 11
21 caracteriacutesticas sociodemoGraacuteficas da populaccedilatildeo masculina12
22 principais indicadores de morbimortalidade 13
221 morbidade 14
222 mortalidade 22
3 ProgrAmAS PoliacuteticAS E PActoS dE SAuacutedE PArA o homEm No brASil 29
31 pacto pela sauacutede 29
32 poliacutetica nacional de atenccedilatildeo inteGral agrave sauacutede do Homem (pnaisH) 30
33 poliacutetica nacional de Humanizaccedilatildeo (pnH) 32
34 poliacutetica de promoccedilatildeo da sauacutede 34
4 A orgANizAccedilatildeo dA EStrAtEacutegiA SAuacutedE dA FAmiacuteliA No PlANEjAmENto dE AccedilotildeES E AvAliAccedilatildeo dE riScoS agrave SAuacutedE do homEm 35
41 conHecendo a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea de abranGecircncia 36
42 inserccedilatildeo da atenccedilatildeo e cuidado ao Homem no processo de trabalHo da equipe de sauacutede da famiacutelia 38
43 accedilotildees da equipe de sauacutede da famiacutelia Voltadas para a sauacutede do Homem 39
rEFErecircNciAS 43
Caro(a) aluno(a)
Esta primeira parte da disciplina Sauacutede do Adulto II na qual eacute abordada a Sauacutede do Homem surge como um diferencial na formaccedilatildeo dos profissionais da Estra-teacutegia de Sauacutede da Famiacutelia visto que este eacute um tema relativamente novo dentro da agenda de prioridades do Ministeacuterio da Sauacutede
A Atenccedilatildeo Baacutesica deve ser a porta de entrada preferencial e o principal contato dos usuaacuterios com os serviccedilos de sauacutede Poreacutem o que vemos eacute que a demanda dos homens por atendimento eacute inferior agrave das mulheres Logo a inclusatildeo destes em accedilotildees de preservaccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede tem se tornado cada vez mais desafiadora e requer qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria para que natildeo se restrinja agrave recuperaccedilatildeo da sauacutede Deve-se garantir sobretudo a prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos evitaacuteveis
Para tanto constituem objetivos da disciplina Sauacutede do Adulto II no que se refere agrave sauacutede do homem
raquo refletir sobre as caracteriacutesticas masculinas que dificultam o acesso do homem ao serviccedilo de sauacutede
raquo identificar os indicadores de morbimortalidade nacionais e estaduais em sauacutede do homem
raquo conhecer os pactos poliacuteticas e programas voltados agrave sauacutede do homem no Brasil
raquo reorientar os membros da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia no planejamento de accedilotildees e avaliaccedilatildeo de riscos relativos agrave sauacutede do homem
raquo orientar as accedilotildees da cliacutenica e do cuidado relacionados aos principais agravos da sauacutede do homem
Bons estudos
apresentaccedilatildeo
1 sauacutede do homem e mascuLinidades
Homens e sauacutede parece que essas duas palavras juntas natildeo combinam mas se engana quem pensa assim Mesmo com todas as dificuldades que envolvem a relaccedilatildeo sauacutede e populaccedilatildeo masculina o Brasil estaacute atento e agindo para que essa relaccedilatildeo possa seguir outro caminho que eacute o da prevenccedilatildeo das doenccedilas e agravos e da promoccedilatildeo agrave sauacutede
No entanto natildeo eacute uma tarefa faacutecil perceber os homens quando o assunto eacute sauacutede pois eles tecircm se mostrado ainda pouco ativos no cuidado com ela e quando procuram ajuda agraves vezes esbarram em obstaacuteculos como a falta de um olhar adequado dos(as) profissionais da sauacutede e de serviccedilos que acolham as demandas masculinas (CZERESNIA 2003)
Compreender a sauacutede enquanto praacuteticas de cuidado e bem-estar e natildeo somente doenccedila eacute um desafio para os homens e cabe a noacutes profissionais da sauacutede ajudaacute- los nesse processo
11 Gecircnero masculinidade e promoccedilatildeo da sauacutede
A temaacutetica relacionada agrave sauacutede masculina foi por muito tempo pouco abor-dada e discutida em contraposiccedilatildeo agrave sauacutede da mulher objeto de poliacuteticas puacuteblicas e de variadas investigaccedilotildees (BRAZ 2005)
Haacute muito tempo as mulheres foram acostumadas a expor seus corpos para um(a) meacutedico(a) principalmente em funccedilatildeo da ginecologia Isso fez com que o olhar medicalizado sobre o corpo feminino tivesse maior naturalizaccedilatildeo passando a ser mais aceito o fato de a mulher se cuidar sendo esse fato inclusive associado agrave ideia de fragilizaccedilatildeo da mulher (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)
Aleacutem disso o movimento feminista favoreceu o protagonismo social e poliacutetico da mulher nas accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede permitindo grande avanccedilo nas ques-totildees referentes agrave sauacutede feminina No entanto essa evoluccedilatildeo natildeo foi acompanhada pelo grupo masculino em virtude das concepccedilotildees do que seria um comportamento ideal do ser macho (GOMES NASCIMENTO 2006)
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No caso dos homens os estudos foram ampliados a partir da deacutecada de 1980 A abordagem nessa eacutepoca era voltada sobretudo para a sexualidade e sauacutede reprodutiva masculina (BRITO SANTOS 2010) Por outro ladonos anos 1990 os estudos comeccedilaram a se estruturar a partir da perspectiva de gecircnero discutindo dentre outros aspectos a singularidade do ser saudaacutevel e do ser doente buscando o entendimento de que era necessaacuteria uma visatildeo da sauacutede do homem mais inte-gralizada (GOMES NASCIMENTO 2006) Como prova disso no iniacutecio dos anos 2000 a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (OMS) lanccedilou publicaccedilotildees focalizadas na sauacutede masculina A primeira publicaccedilatildeo defendia a importacircncia da abordagem da sauacutede para homens jovens como forma de socializaccedilatildeo e adoccedilatildeo de estilo de vida mais saudaacutevel E em 2001 propocircs accedilotildees voltadas agrave sauacutede dos homens com idades mais avanccediladas fase na qual se encontram mais vulneraacuteveis e mais expostos aos riscos que degradam a sauacutede Aleacutem disso nessas publicaccedilotildees eacute defendida a pertinecircncia de abordagens pautadas no caraacuteter relacional de gecircnero para que seja possiacutevel promover mais igualdade entre mulheres e homens nas sociedades (GOMES 2011)
Paralelamente emergem centenas de estudos sobre gecircnero De laacute para caacute a questatildeo gecircnero vem migrando dos espaccedilos de luta poliacutetica para a academia e desta para diversos contextos poliacuteticos e sociais incluindo a sauacutede (VILLELA 2005 CAMURCcedilA GOUVEIA 2004) Mas afinal qual eacute a diferenccedila entre sexo e gecircnero
O sexo eacute uma determinaccedilatildeo bioloacutegica baseada nas diferenccedilas fiacutesicas do corpo de machos e fecircmeas quer sejam da espeacutecie humana ou de qualquer espeacutecie animal diferenccedilas essas que natildeo mudam soacute se desenvolvem no decorrer da vida (CAMURCcedilA GOUVEIA 2004 LIMA 1999)
O gecircnero eacute um dos mais importantes princiacutepios organizadores da nossa socie-dade eacute a forma de descrever as construccedilotildees sociais que determinam aos meninos e agraves meninas formas de ser homem e ser mulher ou seja satildeo os papeacuteis sociais que lhes satildeo atribuiacutedos (GARCIA 1998)
Trata-se de uma construccedilatildeo histoacuterica estabelecida pelos seres humanos e que varia de acordo com a eacutepoca os lugares seus costumes e cultura leis religiatildeo classe social etnia e idade (CAMURCcedilA GOUVEIA 2004 GIFFIN 2005)
Cada sociedade elabora o seu modelo masculino e feminino a ser imitado por homens e mulheres respectivamente Essas Identidades satildeo mutuamente exclu-sivas
Essas diferenccedilas que vatildeo sendo estabelecidas atribuem fragilidade e passivi-dade agrave mulher e virilidade e poder ao homem reforccedilando a dominaccedilatildeo do mascu-lino sobre o feminino em que o poder atua de variadas maneiras produzindo formas de viver e de cuidados com a sauacutede que tambeacutem satildeo diversas
As relaccedilotildees de gecircnero sempre levaram a uma distribuiccedilatildeo desigual do poder da autoridade e dos direitos masculinos e femininos Estes inicialmente eram considerados fenocircmenos naturais (CAMURCcedilA GOUVEIA 2004) No entanto podemos perceber que o homem mesmo estando no domiacutenio das relaccedilotildees de poder estabelecidas em nossa sociedade tambeacutem eacute submetido aos constrangi-
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mentos sociais que impotildeem padrotildees de comportamentos (SOUZA2005 KONH et al c2012) Esses padrotildees acentuam a dificuldade do homem em lidar com o proacuteprio corpo e com suas emoccedilotildees bem como com as situaccedilotildees de adoecimento
Desde muito cedo no nuacutecleo familiar ldquoaprendemosrdquo a ser o que somos convi-vendo com as relaccedilotildees de poder dos mais velhos sobre os mais novos do homem sobre a mulher do rico sobre o pobre Desde pequenos os meninos aprendem a demonstrar forccedila seguranccedila a serem competitivos e natildeo ter medos a suportar sem chorar suas dores fiacutesicas e emocionais A dor eacute antes de tudo assunto de mulheres devendo o homem desprezaacute-la sob pena de se ver desvirilizado e de ser rebaixado ao niacutevel da condiccedilatildeo feminina (KONH et al c2012)
Ao homem se associa a imagem do provedor e protetor da autoridade agres-sividade da forccedila e virilidade da autonomia do domiacutenio do mundo externo dos espaccedilos puacuteblicos Por outro lado agrave mulher atribui-se a fragilidade submissatildeo o carinho o cuidado dos filhos dos doentes e da casa o espaccedilo privado (VILLELA 2005)
Por meio desse modelo os homens manifestam sua masculinidade e rejeitam comportamentos tidos como femininos Muitas vezes natildeo demonstram o que pensam e sentem medo de demonstrar sua fragilidade (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)
As masculinidades devem ser entendidas como configuraccedilotildees de praacuteticas em torno da posiccedilatildeo dos homens nas relaccedilotildees de gecircnero isto eacute das experiecircncias concretas do cotidiano de muitos homens e natildeo apenas os comportamentos que a sociedade espera Ou seja natildeo eacute uma qualidade essencial ou estaacutetica Haacute uma diversidade de tipos de masculinidades que correspondem a diferentes inserccedilotildees dos homens na estrutura social poliacutetica econocircmica cultural e a trajetoacuterias e estaacute-gios diferentes do seu ciclo vital Citando algumas dessas inserccedilotildees tem-se a paternidade a adolescecircncia o envelhecimento a emergecircncia de outras categorias sexuais o desemprego a globalizaccedilatildeo a participaccedilatildeo das mulheres no mercado de trabalho e na poliacutetica etc Aleacutem da masculinidade hegemocircnica identificam-se portanto outras masculinidades marginais subordinadas (BRAZ 2005)
No entanto essa hegemonia masculina natildeo deve ser compreendida como uma condiccedilatildeo bioloacutegica proacutepria dos homens mas sim a partir de valores culturais construiacutedos ao longo dos anos aos quais os indiviacuteduos estatildeo inseridos (GOMES 2003)
Esse padratildeo de masculinidade faz com que muitas vezes os homens por medo vergonha e preconceitos sejam impedidos de assumir que necessitam de cuidados Isso se reflete na aacuterea da sauacutede puacuteblica quando se nota a ausecircncia de accedilotildees preventivas e de promoccedilatildeo da sauacutede para os homens revelando a iniqui-dade presente nos serviccedilos de sauacutede de baixa complexidade (BRITO SANTOS 2010)
Assim eacute comum associarmos homens masculinidades e risco sendo que o risco natildeo eacute algo evitado pelos homens mas deve ser superado a cada dia por eles (GOMES et al 2008)
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Braz (2005) destaca que natildeo cabe de forma alguma vitimizar os homens mas vislumbraacute-los tambeacutem sob a perspectiva da fragilidade de seres que tecircm vulnera-bilidades especiacuteficas do gecircnero Eacute preciso perceber que a definiccedilatildeo normativa de masculinidade vista como dominante natildeo eacute a uacutenica versatildeo
Eacute preciso ultrapassar as barreiras sociais que impedem o reconhecimento dos homens como seres que necessitam de cuidados Isso pode ocorrer a partir de accedilotildees educativas que sejam capazes de contribuir com o estabelecimento de maior conscientizaccedilatildeo desse grupo quanto agrave adoccedilatildeo de haacutebitos mais saudaacuteveis Nesse sentido para que tais medidas sejam eficazes elas devem focar os reais problemas e dificuldades do puacuteblico ao qual se destinam pois se sabe que a educaccedilatildeo em sauacutede requer a participaccedilatildeo dos sujeitos no intuito de estabelecer trocas de saberes populares e cientiacuteficos os quais satildeo de suma relevacircncia quando se desejam realizar mudanccedilas na vida das pessoas (BRUM et al 2010)
Portanto estrateacutegias de prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos e promoccedilatildeo de sauacutede devem considerar as diferenccedilas de gecircnero a fim de que esses objetivos sejam alcanccedilados e os resultados frutifiquem no sentido de formar uma nova geraccedilatildeo de homens mais cuidadosos consigo mesmos
12 Vulnerabilidades masculinas
Na atualidade a atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem vem sendo colocada na pauta dos debates e efetivada em poliacuteticas principalmente porque constituem uma popu-laccedilatildeo em riscocom vulnerabilidades e carecircncias assistenciais do processo sauacutede- doenccedila-cuidado
Haacute uma seacuterie polimorfa de danos agrave sauacutede que colocam o homem como foco de atenccedilatildeo como revelam os indicadores de morbidade e mortalidade e dos efeitos deleteacuterios de alguns agravos seja por causas externas como acidentes de tracircnsito ou por violecircncias bem como por doenccedilas (infectocontagiosas crocircnicas degenera-tivas as doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis ceacuterebro e cardiovasculares relacio-nadas ao trabalho o cacircncer de proacutestata entre outras) (XIMENES NETO et al 2013 )
Considera-se que os modelos de masculinidade e a maneira como ocorre a socializaccedilatildeo masculina podem fragilizar ou mesmo afastar os homens das preo-cupaccedilotildees com o autocuidado e com a busca pelos serviccedilos de sauacutede (GOMES et al 2008) Dentre as questotildees mais frequentemente consideradas estatildeo os valores da cultura masculina que envolvem tendecircncias agrave exposiccedilatildeo a riscos associaccedilatildeo da masculinidade agrave invulnerabilidade e tambeacutem a proacutepria educaccedilatildeo familiar a qual orienta o homem para um papel social de provedor e protetor Essa cultura tende a gerar modelos masculinos pouco aderentes agraves praacuteticas de autocuidado e pode estimular o comportamento agressivo violento e de descuido com ele mesmo (GOMES NASCIMENTO 2006 SILVA et al 2012)
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Dados do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) revelam que o uso do aacutelcool possui uma maior prevalecircncia na populaccedilatildeo masculina assim como a maioria dos depen-dentes satildeo homens fazendo com que sofram mais de doenccedilas provocadas pelo uso excessivo de bebida alcooacutelica e drogas iliacutecitas Em relaccedilatildeo ao tabagismo os homens usam cigarros com maior frequecircncia do que as mulheres o que predispotildee a doenccedilas cardiovasculares cacircnceres doenccedilas pulmonares da cavidade bucal entre outras Outras patologias que acometem com frequecircncia esse grupo popu-lacional satildeo os tumores e as doenccedilas do aparelho digestivo circulatoacuterio e respira-toacuterio (BRASIL 2008a XIMENES NETO et al 2013 )
Quanto agraves causas da mortalidade masculina observa-se que a maioria dos oacutebitos se deve agraves causas externas como os acidentes por meio de transporte os homiciacutedios os suiciacutedios e as agressotildees No entanto a diferenccedila de mortalidade entre os dois sexos se manteacutem independente da causa morte De acordo com dados do IBGE (2012) a esperanccedila de vida ao nascer eacute maior nas mulheres sendo de 783 anos no sexo feminino e de 706 anos nos homens Ou seja as mulheres vivem 8 anos e 3 meses a mais que os homens
Os homens nascem mais mas tambeacutem morrem mais caracterizando uma maior vulnerabilidade masculina Haacute uma sobre mortalidade masculina em todas as geraccedilotildees mas a maior diferenccedila se situa especialmente nos mais jovens em torno dos 20 anos e apoacutes os 60 quando os homens adoecem e morrem mais Em 2010 a chance de um homem falecer aos 22 anos de idade era 45 maior que a de uma mulher A elevaccedilatildeo da curva que a descreve estaacute estreitamente associada agraves mortes por causas externas em particular as violentas que incidem com maior intensidade sobre a populaccedilatildeo masculina jovem e adulta jovem (IBGE 2011)
O senso comum considera o masculino como o sexo forte Na verdade deve ser visto como o sexo fraco pelo menos em vaacuterios aspectos de suas vulnerabili-dades fiacutesicas e psiacutequicas (BRAZ 2005) Portanto eacute necessaacuterio sensibilizar todos para a necessidade de se ter outro olhar em relaccedilatildeo agraves vulnerabilidades dessa parcela da populaccedilatildeo
2 caracterizaccedilatildeo sociodemograacutefica e de sauacutede da popuLaccedilatildeo mascuLina no BrasiL em pernamBuco e na paraiacuteBa
Como vocecirc jaacute sabe o Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) eacute um oacutergatildeo da Secretaria Executiva do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)que tem a responsabilidade de coletar processar e disseminar informaccedilotildees sobre sauacutede No DATASUS podem ser encontrados indicadores de sauacutede informaccedilotildees relativas agrave assistecircncia agrave sauacutede rede assistencial epidemiologia e morbidade estatiacutesticas vitais demograacuteficas e socioeconocircmicas sobre sauacutede suplementar inqueacuteritos e pesquisas
Saiba
Para conhecer melhor os dados disponibilizados explore o site DATASUS por meio do link lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphpgt
Diante de tantas informaccedilotildees disponiacuteveis quais seriam as necessaacuterias para conhecer a situaccedilatildeo de sauacutede do homem Como localizaacute-las
Vaacuterios satildeo os bancos de dados disponiacuteveis relativos agrave sauacutede da populaccedilatildeo brasileira como um todocomo - Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade (SIM)- Sistema de Informaccedilotildees do Programa Nacional de Imunizaccedilotildees (SIPNI)- Censo 2010 (IBGE)- Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN)- Instituto Nacional do Cacircncer (INCA)- Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) - Sistema de Informaccedilatildeo Ambulatorial (SAI)- Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH)
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21 caracteriacutesticas sociodemoGraacuteficas da populaccedilatildeo masculina
A Poliacutetica de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem (PNAISH) estabeleceu um recorte estrateacutegico da populaccedilatildeo masculina que compreende a faixa etaacuteria de 20 aos 59 A delimitaccedilatildeo dessa faixa etaacuteria eacute uma estrateacutegia metodoloacutegica haja vista que existem outras poliacuteticas que asseguram os direitos da sauacutede dos outros segmentos etaacuterios como a sauacutede da crianccedila dos adolescentes e dos idosos Esses grupos foram ou seratildeo estudados em outras disciplinas do curso Portanto nesta disciplina abordaremos a faixa etaacuteria trabalhada na PNAISH
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) 2013 o total da populaccedilatildeo residente no Brasil eacute de 201467000 pessoas das quais 490 eram do sexo masculino Por outro lado a popu-laccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos eacute de 54242000 o que corresponde a 56 da populaccedilatildeo masculina
O estado da Paraiacuteba apresentou por meio de dados da PNAD 2013 uma popu-laccedilatildeo de 4992000 pessoas A populaccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos eacute de 978841 pessoas Apresenta tambeacutem uma razatildeo de sexo de 939 homens para cada 100 mulheres Em Pernambuco a populaccedilatildeo total segundo a PNAD 2013 era de 10777000 pessoas sendo a popu-laccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos de 2311943 e a razatildeo de sexo de 927 homens para cada 100 mulheres
ParaiacutebaPernambuco
5644
Homens entre20 a 59 anosOutras idades
Tanto na Paraiacuteba quanto em Pernambuco aproximadamente 26 da populaccedilatildeo na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos satildeo homens
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Esse grupo etaacuterio corresponde a 413 da populaccedilatildeo masculina ou a 20 do total da populaccedilatildeo do Brasil Representa uma grande parcela da forccedila produtiva do paiacutes aleacutem de exercer um significativo papel sociocultural e poliacutetico (BRASIL 2008a)
Dentre os indicadores sociodemograacuteficos necessaacuterios para se realizar um diag-noacutestico da situaccedilatildeo que caracteriza a populaccedilatildeo masculina listamos no quadro a seguir aqueles que consideramos mais relevantes
Quadro 01 ndash Indicadores demograacuteficos e socioeconocircmicos para a anaacutelise da populaccedilatildeo masculina
Indicadores demograacuteficos Indicadores socioeconocircmicosPopulaccedilatildeo total Taxa de analfabetismo
Razatildeo por sexo Escolaridade da populaccedilatildeo de 15 anos ou mais
Taxa de crescimento da populaccedilatildeo Produto Interno Bruto (PIB) per capita
Mortalidade proporcional por idade Razatildeo de renda
Taxa bruta de mortalidade Proporccedilatildeo de pobres
Esperanccedila de vida ao nascer Taxa de desemprego
Esperanccedila de vida aos 60 anos de idade
Fonte (Brasil c2008)
22 principais indicadores de morbimortalidade
Entre as principais enfermidades e agravos que acometem os homens aproxi-madamente 75 delas estatildeo concentrados em cinco grandes aacutereas especializadas cardiologia urologia sauacutede mental gastroenterologia e pneumologia aleacutem das causas externas que representam um grande problema e com forte impacto na mortalidade e morbidade da populaccedilatildeo masculina (BRASIL 2008a)
Saiba
SitesPara mais informaccedilotildees sobre os indicadores sociodemograacuteficos acesse
Cadernos de Informaccedilotildees de Sauacutede- Paraiacutebahttptabnetdatasusgovbrtabdatacadernospbhtm (BRASIL[20--a])
Cadernos de Informaccedilotildees de Sauacutede- Pernambucohttptabnetdatasusgovbrtabdatacadernospehtm (BRASIL[20--b])
Indicadores e Dados Baacutesicos - Brasil ndash 2011- IDB-2011httptabnetdatasusgovbrcgiidb2011matrizhtmdemog (BRASIL c2008)
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Na proacutexima fase desta disciplina vocecirc teraacute a oportunidade de estudar sobre algumas dessas enfermidades e agravos como hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes mellitus doenccedilas pulmonares (Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica ndash DPOC asma e pneumonias comunitaacuterias) doenccedilas osteoarticulares aleacutem das doenccedilas transmissiacuteveis (tuberculose hepatites virais e aids) e tabagismo Aqui abordaremos outras importantes causas de morbimortalidade no homem causas externas alguns tumores sobretudo o da proacutestata e o alcoolismo
221 morbidade
Atenccedilatildeo
Do ponto de vista de anaacutelise da morbidade eacute preciso comentar que os dados a seguir se referem aos casos mais graves que necessitaram de internaccedilatildeo
causas externas
Aleacutem do sofrimento fiacutesico psiacutequico e social determinado pelos acidentes e as violecircncias que caracterizam as causas externas haacute de se considerar o enorme impacto econocircmico mensurado pelos seus gastos hospitalares inclusive em dias de permanecircncia em unidades de terapia intensiva (BRASIL 2012a)
Em 2010 foram realizadas 928893 internaccedilotildees hospitalares por causas externas nos serviccedilos financiados pelo SUS caracterizado da seguinte forma
raquo os homens representavam 705 das internaccedilotildees por essas causas
raquo a taxa de internaccedilatildeo hospitalar foi 485 por 10 mil habitantes sendo 69610 mil homens
raquo o risco de internaccedilatildeo entre os homens foi 25 vezes maior que o estimado entre as mulheres
raquo no periacuteodo de 2000 a 2010 a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por causas externas apresentou aumento progressivo (77 em 2000 para 104 em 2010)
Na tabela a seguir pode-se observar que em 2010 os acidentes por transporte terrestre responderam por 157 das hospitalizaccedilotildees com risco e 76 internaccedilotildees por 10 mil habitantes Estimou-se maior risco de internaccedilatildeo entre os homens (122 internaccedilotildees por 10 mil homens) em comparaccedilatildeo com as mulheres (32 internaccedilotildees por 10 mil mulheres) (BRASIL 2012a)
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Tabela 01 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa de internaccedilatildeo (por 10 mil habitantes) por causas externas - Brasil 2010
CaracteriacutesticasSexo
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria
0 a 9 anos 57308 88 344 32342 118 202 89650 97 275
10 a 14 anos 41832 64 499 13120 48 162 54952 59 333
15 a 19 anos 58005 86 681 15359 56 186 73364 79 437
20 a 39 anos 274566 419 862 68964 252 213 343530 370 534
40 a 59 anos 153889 235 769 63445 232 290 217334 234 519
60 a mais 69342 106 801 80721 295 750 150063 162 772
Acidentes 537420 821 571 224348 819 230 761768 820 398
Acidente de transporte terrestre
114383 175 122 31652 116 32 146035 157 76
Pedestres 27612 42 29 11649 43 12 39261 42 21
Motociclistas 58508 89 62 11444 42 12 69952 75 37
Ocupantes de veiacuteculos 11690 18 12 4353 16 04 16043 17 08
Quedas 241892 369 257 121601 444 125 363493 397 190
Quedas no mesmo niacutevel 81112 124 86 47378 173 49 128490 138 67
Quedas de um mesmo niacutevel a outro
41623 64 44 17542 64 18 59165 64 31
Quedas natildeo especificadas 119157 182 127 56681 207 58 175838 189 92
Demais acidentes 181145 277 193 71095 260 73 252240 272 132
Violecircncias 43444 66 46 11940 44 12 55384 60 29
Lesotildees autoprovocadas 5173 08 06 3561 13 04 8734 09 05
Agressotildees e intervenccedilotildees legais
38271 58 41 8379 31 09 46650 50 24
Armas de fogo 10835 17 12 1069 04 01 11904 13 06
Peacuterfuro-cortante 9953 15 11 1860 07 02 11813 13 06
Eventos de intenccedilatildeo indeterminada
31252 48 33 13462 49 14 44714 48 23
Demais causas externas 86270 132 92 36141 132 37 122411 132 64
Total 654942 1000 696 273951 1000 281 928893 1000 485
Fonte (BRASIL 2011a p212)
Conforme apresentado no graacutefico a seguir as causas externas satildeo responsaacute-veis por 118 dos gastos com todas as hospitalizaccedilotildees financiadas pelo SUS no Brasil As capitais da Paraiacuteba e Pernambuco tiveram respectivamente 92 e 83 dos gastos com causas externas (BRASIL 2011a)
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Graacutefico 01 ndash Proporccedilatildeo dos gastos do SUS com internaccedilotildees por causas externas nas capitais e Distrito Federal
Satildeo Luiacutes
Vitoacuteria
Maceioacute
Manaus
Recife
Porto Alegre
Joatildeo Pessoa
Rio de Janeiro
Terresina
Cuiabaacute
Salvador
Fortaleza
Brasiacutelia
Natal
Brasil
Aracaju
Boa Vista
Curitiba
Goiacircnia
Satildeo Paulo
Belo Horizonte
Florianoacutepolis
Macapaacute
Beleacutem
Rio Branco
Porto Velho
Campo Grande
Palmas
FONTE (BRASIL 2011a p 214)
tumores
Os tumores que incidem com maior frequecircncia na faixa etaacuteria dos 25 aos 59 anos satildeo oriundos dos aparelhos digestivo respiratoacuterio e urinaacuterio Cerca de 432 de todos os tumores assinalados na CID 10 Capiacutetulo II tecircm origem no aparelho digestivo (BRASIL 2008a)
O cacircncer da proacutestata eacute uma neoplasia que geralmente apresenta evoluccedilatildeo muito lenta de modo que a mortalidade pode ser evitada quando o processo eacute diagnosticado e tratado com precocidade Uma estimativa realizada pelo Instituto Nacional do Cacircncer (INCA) para o aparecimento de novos casos de cacircnceres no ano de 2008 aponta o cacircncer de proacutestata como sendo o mais frequente sendo superado apenas pelo cacircncer de pele natildeo melanoma (VIEIRA et al 2008)
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Ao se falar de neoplasias malignas do aparelho urinaacuterio natildeo se pode deixar de mencionar o cacircncer de pecircnis Trata-se de um tumor raro relacionado com as baixas condiccedilotildees socioeconocircmicas e a maacute higiene iacutentima No Brasil esse cacircncer representa cerca de 2 de todas as neoplasias que atingem o homem sendo mais frequente nas regiotildees Norte e Nordeste existindo estados como eacute o caso do Maranhatildeo em que sua incidecircncia supera ateacute a do cacircncer de proacutestata (BARROS MELO 2009)
Dados do INCA referentes aos tumores malignos na populaccedilatildeo masculina dos estados da Paraiacuteba e Pernambuco apontam que o cacircncer de proacutestata eacute o que apre-senta maior incidecircncia conforme mostra a tabela a seguir
Tabela 02 ndash Taxa de incidecircncia anual de neoplasias malignas por 100000 habitantes por localizaccedilatildeo segundo Regiatildeo e UF sexo masculino Brasil 2010 e 2011
Regiatildeo e UF
Pulmatildeo
traqueia e
brocircnquios
Esocircfago Estocircmago
Coacutelon junccedilatildeo
retossigmoacuteide
reto e acircnus
Proacutestata
Laacutebio e
cavidade
oral
Melanoma
maligno da
pele
Outras
neoplasias
malignas da
pele
Paraiacuteba 730 438 1046 462 4369 843 102 7368
Pernambuco 1250 471 1065 653 5783 867 132 6060
Fonte (INCA c2013 adaptado)
alcoolismo
Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) apontam que cerca de 2 bilhotildees de pessoas consomem bebidas alcooacutelicas no mundo O uso abusivo do aacutelcool eacute responsaacutevel por 32 de todas as mortes e por 4 de todos os anos perdidos de vida uacutetil Na Ameacuterica Latina cerca de 16 dos anos de vida uacutetil perdidos estatildeo relacionados ao uso abusivo dessa substacircncia Esse iacutendice eacute quatro vezes maior que a meacutedia mundial e torna o problema da prevenccedilatildeo e do tratamento dos trans-tornos associados ao consumo de aacutelcool um grande problema de sauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
Estudos revelam que o uso do aacutelcool estaacute sendo iniciado cada vez mais preco-cemente por homens e mulheres Portanto torna-se fundamental avaliar os deter-minantes sociais de vulnerabilidade do homem em relaccedilatildeo aos problemas com o aacutelcool para a construccedilatildeo de accedilotildees efetivas de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede mental desse segmento inclusive para jovens e adolescentes (LARANJEIRA et al 2007 SENA et al 2011)
Segundo o Centro Brasileiro de Informaccedilotildees sobre Drogas Psicotroacutepicas (CEBRID) o consumo de aacutelcool e outras drogas estaacute associado a transtornos graves e afetam pelo menos 12 da populaccedilatildeo acima de 12 anos sendo o impacto do aacutelcool dez vezes maior que o do conjunto das drogas iliacutecitas (UNIFESP 2006 BRASIL 2008a)
18
Laranjeira et al (2007) realizaram uma pesquisa intitulada ldquoPrimeiro Levan-tamento Nacional sobre Padratildeo de Consumo de Aacutelcool na Populaccedilatildeo Brasileirardquo cujos resultados apontaram que 52 dos brasileiros acima de 18 anos bebem pelo menos uma vez ao ano e destes 65 satildeo homens A prevalecircncia de depen-dentes de aacutelcool eacute maior para o sexo masculino em que 195 dos homens satildeo dependentes do aacutelcool enquanto 69 das mulheres apresentam dependecircncia Segundo esses dados para cada seis pessoas do sexo masculino que faz uso de aacutelcool uma fica dependente Destaca-se ainda que do conjunto dos homens adultos 11 bebem todos os dias e 28 consomem bebida alcooacutelica de 1 a 4 vezes por semana conforme apresentado na tabela a seguir
Tabela 03 ndash Frequecircncia de consumo de bebida alcooacutelica em homens e mulheres com idade a partir de 18 anos
Frequecircncia de ConsumoA partir de 18 anos
Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstinentes (nunca bebeu ou menos de 1 vez por ano) 35 59 48
Raramente (menos de 1 vez por mecircs) 8 12 10
Ocasional (de 1 a 3 vezes por mecircs) 19 16 17
Frequente ( de 1 a 4 vezes por semana) 28 11 19
Muito frequente (todos os dias) 11 2 6
Quantidade usual Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Ateacute 2 doses 38 63 48
De 3 a 4 doses 25 19 22
de 5 a 11 doses 27 14 22
Bebe mais de 12 doses por ocasiatildeo 11 3 7
Intensidade do beber Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstecircmio 35 59 48
Bebedor natildeo frequente 12 16 14
Bebedor menos frequente 16 13 15
Bebedor frequente 22 9 15
Bebedor frequente pesado 14 3 9
Dependecircncia (criteacuterios de CID-10) Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
14 4 9
Fonte (BRASIL 2008a p14)
outras causas de morbidade
No periacuteodo de 2000 a 2010 observou-se que a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por doenccedilas cardiovasculares manteve-se constante e as hospitalizaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio apresentaram reduccedilatildeo no mesmo periacuteodo (BRASIL 2012a)
No graacutefico apresentado a seguir podem-se observar quanto agrave morbidade as sete causas que respondem pela internaccedilatildeo da maioria dos homens em ordem decrescente de ocorrecircncia
19
raquo As lesotildees os envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas satildeo a primeira causa de internaccedilatildeo para homens entre 20 e 49 anos de idade e a terceira para aqueles entre 50 e 59 anos
raquo As doenccedilas do aparelho digestivo satildeo a segunda causa para todas as faixas etaacuterias
raquo Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias satildeo a terceira causa para homens de 20 a 29 anos transtornos mentais e comportamentais entre 30 e 39 anos e doenccedilas do aparelho circulatoacuterio entre 40 e 49 anos
raquo Para os homens de 50 a 59 anos a principal causa de internaccedilatildeo satildeo as doenccedilas do aparelho circulatoacuterio (SCHWARZ et al 2012)
Graacutefico 02 ndash Porcentagem () das principais causas de internaccedilatildeo em homens por faixa etaacuteria Brasil 2010
Faixa etaacuteria em anos
35
30
25
20
15
10
5
0
I Algumas doenccedilas infecciosas e parasitaacuteriasII Neoplasias (tumores)V Transtornos mentais e comportamentais IX Doenccedilas do aparelho circulatoacuterioX Doenccedilas do aparelho respiratoacuterioXI Doenccedilas do aparelho digestivoXIX Lesotildees envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas
Fonte (SCHWARZ et al 2012 adaptado)
As principais causas de internaccedilotildees por enfermidades do aparelho respiratoacuterio estatildeo assinaladas no graacutefico a seguir
20
Graacutefico 03 ndash Internaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio 2007
Outras 57CID XI 15CID IX 13CID II 6CID X 9 (165369)
Pneumonia 43 (70535)Outras 29 (48489)DPOC 12 (20948)Asma 11 (18457)Tuberculose 5 (6940)
Fonte (BRASIL 2008a p26 adaptado)
Em relaccedilatildeo agraves doenccedilas do aparelho respiratoacuterio as que apresentaram maior incidecircncia foram as pneumonias (43) adoenccedila pulmonar obstrutiva crocircnica (12) e a tuberculose que mesmo apresentando o menor percentual de casos de internaccedilatildeo (5) destaca-se pela importacircncia do ponto de vista dasauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
21
Graacutefico 04 ndash Percentual de internaccedilotildees hospitalares pelo aparelho circulatoacuterio na populaccedilatildeo masculina dos 25ndash59 anos 2007
Outras 277CID V 165CID XIX151CID XI 134CIN IX 120 CIN X 80 CIN I 73
Coronariopatias 405 (59717)Outras 396 (58355)Hipertensatildeo 187 (27569)Febre reumaacutetica miocardiopatias 12 (1713)
Fonte (BRASIL 2008a p27 adaptado)
Entre os fatores de morbidade natildeo se pode deixar de mencionar as disfun-ccedilotildees sexuais notadamente a disfunccedilatildeo ereacutetil que acomete cerca da metade dos homens depois dos cinquenta anos (BRASIL 2008a p27)
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto acesse
MOURA E C MALTA D C Consumo de bebidas alcooacutelicas na populaccedilatildeo adulta brasileira ca-racteriacutesticas sociodemograacuteficas e tendecircncia RevBrasEpidemiol 2011 14(1) Supl 61- 70 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfrbepidv14s1a07v14s1pdfgt Acesso em 27092013
LARANJEIRA R et al I Levantamento nacional sobre os padrotildees de consumo de aacutelcool na popu-laccedilatildeo brasileira Brasiacutelia Secretaria Nacional Antidrogas 2007 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesrelatorio_padroes_consumo_alcoolpdfgt Acesso em 27 set 2013
22
222 mortalidade
Em relaccedilatildeo agrave mortalidade ao longo de toda a uacuteltima deacutecada foi observada maior proporccedilatildeo de oacutebitos entre homens que entre mulheres na faixa etaacuteria adulta especialmente jovens adultos (de 15 a 39 anos de idade) Diversos estudos mostram que as causas externas de mortalidade (acidentes e violecircncias) satildeo extre-mamente importantes entre os adultos especialmente para homens jovens No sexo masculino elas representaram 64 dos oacutebitos de 20 a 39 anos enquanto que no sexo feminino o percentual foi de 23 Mesmo observando uma reduccedilatildeo no diferencial entre homens e mulheres no periacuteodo entre 2000 e 2010 os homens ainda morrem mais que as mulheres conforme apresenta o graacutefico a seguir (BRASIL 2011b BRASIL 2011c LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005 MARANHAtildeO et al 2011)
Graacutefico 05 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo Brasil 2000 2005 e 2010
2000 2005 2010
584 58 573
415 42 427
0
10
20
30
40
50
60
70
Masculino
Feminino
Fonte (BRASIL 2012a p112 adaptado)
O proacuteximo graacutefico apresenta as curvas de mortalidade proporcional para homens e mulheres que tecircm padrotildees diferentes entre os anos principalmente para os grupos de adultos e idosos indicando um padratildeo de mortalidade mais tardia entre as mulheres Na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos houve um maior percen-tual de oacutebitos dos homens (381 em 2000 e 374 em 2010) quando comparado ao das mulheres (25 em 2000 e 232 em 2010) (BRASIL 2012a)
23
Graacutefico 06 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo e o ano do oacutebito por faixa etaacuteria Brasil 2000 e 2010
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1a 9 19 36 381
30 374 20 18 250
lt1 a 85 399241 11 13 232
ge 60 anos 479 547 620 703
Feminino 2000Masculino 2010Masculino 2000
Feminino 2010
10 a 19 20 a 59
11
Fonte (BRASIL 2012a p113)
Quadro 01 ndash Quatro principais causas especiacuteficas de mortalidade entre 20 e 59 anos (nesta ordem)homens 2010
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste Eventos Int Indeterminada Suiciacutedio
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste D HIV Cirosse e D Fiacutegado
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Acidentes de transporte terreste D Cerebrovasculares
Fonte (BRASIL 2012a adaptado)
24
Dados de 2012 mostram que no Brasil as causas externas representam a primeira causa mais frequente de morte na populaccedilatildeo masculina entre 20 a 59 anos configurando-se como um grande desafio aos gestores puacuteblicos e profissio-nais sobretudo os da sauacutede pois se deve ultrapassar a dimensatildeo da assistecircncia e reabilitaccedilatildeo das viacutetimas ocupando-se tambeacutem da promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e vigilacircncia epidemioloacutegica de acidentes e violecircncias (BRASIL 2012a)
Os homens no Brasil apresentam um risco de morte por causas externas 51 vezes maior que as mulheres Quanto agrave idade vale destacar as altas taxas de mortalidade por causas externas observadas a partir dos 19 anos de idade em especial entre os adultos jovens de 20 a 39 anos de idade e os idosos com 60 e mais anos de idade O risco de morte por causas externas foi de 100 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os adultos jovens e de 1104 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os idosos (BRASIL 2012a)
A anaacutelise do risco de morte por causas externas segundo regiotildees geograacute-ficas demonstrou uma distribuiccedilatildeo menos desigual que nas anaacutelises anteriores segundo atributos de idade e sexo sendo que taxas de mortalidade apenas ligei-ramente superiores foram encontradas nas regiotildees Centro-Oeste (853 por oacutebitos por 100 mil habitantes) Nordeste (755 oacutebitos por 100 mil habitantes) e Sul (746 oacutebitos por 100 mil habitantes) (BRASIL 2012a)
Tabela 04 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa bruta de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externas segundo sexo faixa etaacuteria e regiotildees geograacuteficas Brasil 2009
CaracteriacutesticasSexo a
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria b
0 a 9 anos 2517 22 151 1594 68 100 4111 30 126
10 a 14 anos 1740 15 208 733 31 90 2473 18 150
15 a 19 anos 11780 102 1384 1629 70 197 13409 97 799
20 a 39 anos 57656 500 1810 6105 282 204 64261 463 1000
40 a 59 anos 26305 228 1315 1586 196 210 30891 223 738
60 a mais 13342 116 1541 8109 346 753 21451 155 1104
Ignorado 1904 17 - 179 08 - 2083 15 -
Regiatildeo
Norte 9317 81 1199 1508 64 199 10825 78 705
Nordeste 34639 301 1317 5807 248 213 40446 292 755
Sudeste 44360 385 1125 10405 444 251 54765 395 677
Sul 17023 148 1246 3652 156 260 20675 149 746
Centro-Oeste 9826 85 1428 2023 86 288 11849 85 853
Total 115244 1000 1225 23435 1000 241 138679 1000 724
a) Excluiacutedos 137 registros com sexo ignorado
b) Excluiacutedos 119 registros com regiatildeo de residecircncia ignorada
Fonte (BRASIL 2011b p234 adaptado)
25
Embora natildeo exista grande diferenccedila nos coeficientes de mortalidade por neoplasias malignas eacute preciso destacar que entre os homens predominam os cacircnceres de pulmatildeo vindo a seguir os de proacutestata e o de estocircmago A anaacutelise de seacuteries histoacutericas de mortalidade no Brasil mostra claramente a importacircncia cres-cente do cacircncer de proacutestata que jaacute suplanta a neoplasia maligna de estocircmago haacute alguns anos (LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005)
No estado da Paraiacuteba o que se percebe eacute que em relaccedilatildeo agrave mortalidade por cacircnceres na populaccedilatildeo masculina o tumor da proacutestata jaacute se destaca como o de maior prevalecircncia aleacutem de ter tendecircncia crescente em relaccedilatildeo aos periacuteodos 2002 ndash2006 e 2007ndash2011
Graacutefico 07 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Paraiacuteba para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
2002-2006 2007-2011
158
109
96
62
52
52
5
49
38
31
31
3
24
1
207
191
104
10
36
5
36
49
46
46
37
37
32
23
1
20
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Por outro lado no estado de Pernambuco o cacircncer de proacutestata tambeacutem apre-senta maior prevalecircncia em relaccedilatildeo aos outros tumores mas mesmo apresen-tando tendecircncia a aumento no periacuteodo avaliado natildeo foi tatildeo significativo quanto no estado da Paraiacuteba Outro ponto de destaque eacute a tendecircncia agrave diminuiccedilatildeo nos tumores de traqueia brocircnquios pulmotildees fiacutegado e vias biliares
26
Graacutefico 08 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Pernambuco para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
179
91
128
184
183
92
122
184
3
46
39
65
43
44
33
35
36
32
14
35
5
34
61
46
38
34
37
41
3
14
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
2002-2006 2007-2011
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Dentre as doenccedilas do aparelho digestivo podem-se destacar as doenccedilas do fiacutegado que em 2005 foram responsaacuteveis por 70 das causas de morte de homens de 25ndash59 anos Destas 46 devem-se agrave doenccedila por consumo de aacutelcool 36 agrave fibrose e cirrose e 18 a outras doenccedilas do fiacutegado (BRASIL 2008a)
Por outro lado em relaccedilatildeo agrave mortalidade proporcional de acordo com os capiacute-tulos da CIDndash10 entre homens apresenta uma tendecircncia de reduccedilatildeo da proporccedilatildeo de oacutebitos por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio e tendecircncia de aumento nas seguintes causas neoplasias doenccedilas endoacutecrinas e causas externas (BRASIL 2012a)
27
Graacutefico 09 ndash Mortalidade proporcional () por capiacutetulos da CID no sexo masculino Brasil 2000 e 2010
IX II XX X IV OUTRAS
294 135 18 105 47 238
285 16 187 104 53 211
0
5
10
15
20
25
30
35
2000
2010
Fonte (BRASIL 2012a p121 adaptado)
Saiba
SitesPara realizar uma anaacutelise mais detalhada do perfil de mortalidade masculina consulte o material Mortalidade do adulto no Brasil taxas de mortalidade segundo o sexo as causas e as Regiotildees 2010 disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrportalsaudearquivospdf2013Fev21sau-debrasil2011_parte1_cap7pdfgt Acesso em 25 set 2013
Leia tambeacutem o Perfil da situaccedilatildeo de sauacutede do homem no Brasil (2012) disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Perfil-da-Situa----o-de-Sa--de-do-Homem-no--Brasilpdfgt Acesso em 26 ago 2015
Nos artigos a seguir os autores fazem uma discussatildeo ampliada sobre as principais causas de morbimortalidade masculina
LAURENTI R JORGE M H P de M GOTLIEB S L D Perfil epidemioloacutegico da morbimortalidade masculina Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 10 n 1 p 35-46 janmar 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfcscv10n1a04v10n1pdfgt Acesso em 30 set 2013
LUIZAGA C T de M GOTLIEB S L D Mortalidade masculina em trecircs capitais brasileiras 1979 a 2007 RevBrasEpidemiolv 16 n 1 p 87-99 2013 Disponiacutevel emlthttpwwwscielobrpdfrbe-pidv16n11415-790X-rbepid-16-01-0087pdfgt Acesso em 25 set 2013
IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) A qualidade da informaccedilatildeo sobre a mortalidade no Brasil recente e avaliaccedilatildeo do impacto das causas violentas no nuacutemero de anos de vida perdi-dos In IBGE Indicadores Sociodemograacuteficos e de Sauacutede no Brasil n 25 Rio de Janeiro IBGE 2009 Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoindic_sociosaude2009indicsaudepdfgt Acesso em 25092013
VIEIRA S O cacircncer e a sauacutede do homem um panorama completo dos tumores que acometem a populaccedilatildeo masculina Revista Oncoamp ndash Oncologia para todas as especialidadesSatildeo Paulo a 2 n 11 p 12-18 maiojun 2012 Disponiacutevel emlthttprevistaoncocombrwp-contentuploa-ds201205ONCO_11pdfgt Acesso em 25 set 2013
28
Para vocecirc ter acesso a dados sobre morbimortalidade da populaccedilatildeo masculina dos estados de Paraiacuteba e Pernambuco acesse os links abaixo
TABNET ndash OacuteBITOSPARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttptabnetsaudepbgovbrdeftohtmexetabdotabnetsimpbdefgt Acesso em 25 set 2013
ATLAS DE MORTALIDADE POR CAcircNCER ndash INCA (Instituto Nacional de Cacircncer) Disponiacutevel em lthttpmortalidadeincagovbrMortalidadeprepararModelo04actiongt Acesso em 25 set 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttppor-talweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO ndash Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PERNAMBUCO Disponiacutevel em lthttpportalweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
Nos links para acesso ao Pacto pela Sauacutede apoacutes abrir a paacutegina do SISPACTO clique em relatoacute-rios que aparece no lado esquerdo da tela Em seguida clique em relatoacuterios estaduais e localize o estado que vocecirc desejar consultar
3 programas poLiacuteticas e pactos de sauacutede para o homem no BrasiL
A seguir descreveremos os principais programas poliacuteticas e pactos que tecircm relaccedilatildeo com a sauacutede do homem no Brasil Recomendamos que vocecirc consulte os links complementares para saber mais sobre cada um deles
31 pacto pela sauacutede
Aprovado por unanimidade pelo Conselho Nacional de Sauacutede (CNS) e publi-cado na Portaria GMMS nordm 399 de 22 de fevereiro de 2006 o Pacto pela Sauacutede eacute um conjunto de reformas institucionais do SUS pactuado entre as trecircs esferas de gestatildeo (Uniatildeo Estados e Municiacutepios) com o objetivo depromover a melhoria dos serviccedilos ofertados agrave populaccedilatildeo e a garantia de acesso a todos Tambeacutem redefine as responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da popu-laccedilatildeo e na busca da equidade social Sua adesatildeo se constituiem um processo de cooperaccedilatildeo permanente entre os gestores e negociaccedilatildeo local regional estadual e federal
O pacto pela sauacutede se divide em 3 eixos
1 Pacto em defesa do SUS defesa dos princiacutepios do SUS qualificaccedilatildeo do SUS como poliacutetica puacuteblica
2 Pacto pela gestatildeo do SUS processo continuado de pactuaccedilatildeo intergestores ndash responsabilidades sanitaacuterias e diretrizes de gestatildeo
3 Pacto pela vida compromisso entre os gestores do SUS em torno das respon-sabilidades nacionais estaduais regionais e municipais com definiccedilotildees de metas e accedilotildees
Por meio da Portaria nordm 325GM de 21 de fevereiro de 2008 o Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu novas prioridades objetivos metas e indicadores de monito-ramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede para o ano de 2008 no qual foi inserido
30
como uma das prioridades a Sauacutede do Homem cuja meta era a de promover a sauacutede integral do homem com a elaboraccedilatildeo publicaccedilatildeo e implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede do Homem
32 poliacutetica nacional de atenccedilatildeo inteGral agrave sauacutede do Homem (pnaisH)
Foi instituiacuteda por meio da Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Destaca- se por ser um programa pioneiro dentre os paiacuteses da Ameacuterica Latina lanccedilado apoacutes 20 anos de implantaccedilatildeo do SUS no Brasil Visa abranger a faixa etaacuteria de 20 a 59 anos melhorando a assistecircncia oferecida aos homens por meio de accedilotildees de informaccedilatildeo proteccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede assim como tratamento e recuperaccedilatildeo de agravos aleacutem de uma mudanccedila cultural no que diz respeito ao comportamento masculino nessa aacuterea (BRASIL 2008a)
A PNAISH estaacute alinhada com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash porta de entrada preferencial ao Sistema Uacutenico de Sauacutede ndash primando pela humanizaccedilatildeo da atenccedilatildeo e em consonacircncia com os princiacutepios do SUS fortalecendo accedilotildees e serviccedilos em redes e cuidados da sauacutede Ela norteia as accedilotildees de atenccedilatildeo integral
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto recomendamos que vocecirc veja os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Pacto pela SauacutedeSISPACTO - Aplicativo do Pacto pela Sauacutede Brasiacutelia Ministeacute-rio da Sauacutede [2011c] Disponiacutevel emlthttpportalweb04saudegovbrsispactogt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 399GM de 22 de fevereiro de 2006 Divulga o pacto pela sauacutede 2006 - Consolidaccedilatildeo do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a Disponiacutevel em lthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2006GMGM-399htmgt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 325 de 21 de fevereiro de 2008 Estabelece prioridades objetivos e metas do Pacto pela Vida para 2008 os indicadores de monitoramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede e as orientaccedilotildees prazos e diretrizes para a sua pactuaccedilatildeoBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacute-de 2008b Disponiacutevel emlthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2008GMGM-325htmgt Acesso em 27set 2013
MACHADO R R et al Entendendo o pacto pela sauacutede na gestatildeo do SUS e refletindo sua implementaccedilatildeo Rev Eletrocircnica de Enfermagem v 11 n 1 p 181-187 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfenufgbrfen_revis-tav11n1pdfv11n1a23pdfgt Acesso em 27set2013
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agrave sauacutede do homem visando estimular o autocuidado e sobretudo o reconhe-cimento de que a sauacutede eacute um direito social baacutesico e de cidadania de todos os homens brasileiros (BRASIL 2008a)
Tem como objetivo principal
Promover a melhoria das condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo masculina do Brasil contri-buindo de modo efetivo para a reduccedilatildeo da morbidade e mortalidade dessa popu-laccedilatildeo atraveacutes do enfrentamento racional dos fatores de risco e mediante a facilitaccedilatildeo ao acesso agraves accedilotildees e aos serviccedilos de assistecircncia integral agrave sauacutede (BRASIL 2008a)
Aleacutem disso a PNAISH propotildee uma reorientaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede com foco na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) de modo que essa poliacutetica seja integrada e executada juntamente com as demais poliacuteticas programas estrateacutegias e accedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2008a)
Para refletir
Vocecirc jaacute teve oportunidade de discutir a PNAISH com os demais membros da equipe de sauacutedeQuais satildeo as accedilotildees desenvolvidas na sua unidade de sauacutede para os homens Como eacute a adesatildeo da popula-ccedilatildeo a essas accedilotildees Quais satildeo suas principais dificuldades
Saiba
Conheccedila o estudo que avaliou a implantaccedilatildeo da PNAISH em municiacutepios brasileiros Nele foram avaliados como estatildeo sendo desenvolvidas as accedilotildees de fortalecimento desta poliacutetica Estaacute disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Fortalecimento-da--PNAISHpdfgt Acesso em 01 fev 2015
SitesPara vocecirc conhecer mais sobre a PNAISH acesse os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Institui no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacute-de do Homem Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2009prt1944_27_08_2009htmlgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave sauacutede Departamento de Accedilotildees Progra- maacuteticas e Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem Plano de Accedilatildeo Nacional 2009-2011 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009b Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_saude_homem_2009-2011pdfgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteti-cas Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2008a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_homempdfgt Acesso em 20 set 2013
CARRARA S RUSSO J A FARO L A poliacutetica de atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem no Brasil os pa-radoxos da medicalizaccedilatildeo do corpo masculinoPhysisRevista de Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 19 n 3 p659-678 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfphysisv19n3a06v19n3pdfgt Acesso em 27set 2013
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LEAL A F FIGUEIREDO W S NOGUEIRA-DA-SILVA G S O percurso da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede dos Homens (PNAISH) desde a sua formulaccedilatildeo ateacute sua implementaccedilatildeo nos serviccedilos puacuteblicos locais de atenccedilatildeo agrave sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletivav 17 n 10 p2607-2616 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfcscv17n1010pdfgt Acesso em 27 set 2013
33 poliacutetica nacional de Humanizaccedilatildeo (pnH)A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) foi criada em 2004 como fortaleci-
mento da rede assistencial do SUS e com o objetivo de oferecer uma sauacutede digna para todos com profissionais comprometidos com a eacutetica e com a defesa da vida
Para a PNH humanizar eacute ofertar atendimento de qualidade articulando os avanccedilos tecnoloacutegicos com o acolhimento com a melhoria dos ambientes de cuidado e das condiccedilotildees de trabalho dos profissionais
Como poliacutetica a Humanizaccedilatildeo deve portanto traduzir princiacutepios e modos de operar no conjunto das relaccedilotildees entre profissionais e usuaacuterios A humanizaccedilatildeo supotildee troca de saberes (incluindo os dos pacientes e familiares) diaacutelogo entre os profissionais e modos de trabalhar em equipe Como estrateacutegia de interferecircncia no processo de produccedilatildeo de sauacutedeconsidera-se que sujeitos sociais quando mobi-lizados satildeo capazes de transformar realidades transformando-se a si proacuteprios nesse mesmo processo
princiacutepios norteadores da poliacutetica de Humanizaccedilatildeo
1 Valorizaccedilatildeo da dimensatildeo subjetiva e social em todas as praacuteticas de atenccedilatildeo e gestatildeo fortalecendoestimulando processos integradores e promotores de compromissosresponsabilizaccedilatildeo
2 Estiacutemulo a processos comprometidos com a produccedilatildeo de sauacutede e com a produccedilatildeo de sujeitos
3 Fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional estimulando a trans-disciplinaridade e a grupalidade
4 Atuaccedilatildeo em rede com alta conectividade de modo cooperativo e solidaacuterio em conformidade com as diretrizes do SUS
5 Utilizaccedilatildeo da informaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo da educaccedilatildeo permanente e dos espaccedilos da gestatildeo na construccedilatildeo de autonomia e protagonismo de sujeitos e coletivos
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diretrizes especiacuteficas na atenccedilatildeo baacutesica
1 Elaborar projetos de sauacutede individuais e coletivos para usuaacuterios e sua rede social considerando as poliacuteticas intersetoriais e as necessidades de sauacutede
2 Incentivar praacuteticas promocionais de sauacutede
3 Estabelecer formas de acolhimento e inclusatildeo do usuaacuterio que promovam a otimizaccedilatildeo dos serviccedilos o fim das filas a hierarquizaccedilatildeo de riscos e o acesso aos demais niacuteveis do sistema
4 Comprometer-se com o trabalho em equipe de modo a aumentar o grau de corresponsabilidade e com a rede de apoio profissional visando agrave maior eficaacutecia na atenccedilatildeo em sauacutede
E o acolhimento como pode ser entendido Trata-se de uma praacutetica nas accedilotildees de atenccedilatildeo e gestatildeo nas unidades de sauacutede que favorece a construccedilatildeo de uma relaccedilatildeo de confianccedila e compromisso dos usuaacuterios com as equipes e os serviccedilos contribuindo para a promoccedilatildeo da cultura de solidariedade e para a legitimaccedilatildeo do SUS Com o acolhimento passa a existir a possibilidade de avanccedilos na alianccedila entre usuaacuterios trabalhadores e gestores da sauacutede em defesa do SUS como uma poliacutetica puacuteblica essencial da e para a populaccedilatildeo brasileira (GENIOLE et al 2011)
Para refletir
Como profissional de sauacutede suas atitudes contemplam as dimensotildees abordadas na Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo E qual o envolvimento que vocecirc visualiza desta Poliacutetica com a Sauacutede do Homem Vocecirc acredita que a falta de acolhimento pode dificultar o acesso dos homens agraves unidades de sauacutede
Saiba
SitesPara conhecer mais sobre a Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo acesse os links lthttpportalsau-degovbrportalarquivospdfdoc_basepdfgt (BRASIL 2004) e lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumanizasus_gestores_trabalhadores_sus_4edpdfgt (BRASIL 2008c)
A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo possui um caderno especiacutefico para a Atenccedilatildeo Baacutesica Para conhececirc-lo acesse o link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumaniza_sus_atencao_basicapdfgt (BRASIL 2009c)
E para entender mais sobre acolhimento acesse a cartilha denominada Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede disponiacutevel no link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhi-mento_praticas_producao_saudepdfgt (BRASIL 2010a)pdfgt Acesso em 27set 2013
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34 poliacutetica de promoccedilatildeo da sauacutede
Entre as prioridades do Pacto em Defesa da Vida encontra-se a publicaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede que ratifica o compromisso do Minis-teacuterio da Sauacutede na ampliaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede nos serviccedilos e na gestatildeo do SUS Trata-se de uma poliacutetica transversal integrada e intersetorial que dialoga com as diversas aacutereas do setor sanitaacuterio os outros setores do Governo os setores privados e natildeogovernamentais e a sociedade compondo redes de compromisso e corresponsabilidade quanto agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo de forma que todos sejam partiacutecipes no cuidado com a sauacutede (BRASIL 2006b)
A Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede foi revisada no ano de 2015 visando se adequar aos novos desafios e compromissos no contexto da sauacutede nacional
Ela destaca a necessidade de articulaccedilatildeo com outras poliacuteticas puacuteblicas para fortalececirc-la com o imperativo da participaccedilatildeo social e dos movimentos popu-lares em virtude da impossibilidade de que o setor sanitaacuterio responda sozinho ao enfrentamento dos determinantes e condicionantes da sauacutede Para tal toma como referecircncia alguns temas transversais para a formulaccedilatildeo de agendas de promoccedilatildeo da sauacutede e para a adoccedilatildeo de estrateacutegias e temas prioritaacuterios operando em conso-nacircncia com os princiacutepios e os valores do SUS como
raquo Determinantes Sociais da Sauacutede (DSS)
raquo equidade e respeito agrave diversidade
raquo produccedilatildeo de sauacutede e cuidado
raquo vida no trabalho
raquo cultura da paz e direitos humanos entre outras (BRASIL 2015)
O objetivo principal dessa poliacutetica eacute promover a equidade e a melhoria das condiccedilotildees e dos modos de viver ampliando a potencialidade da sauacutede individual e coletiva e reduzindo vulnerabilidades e riscos agrave sauacutede decorrentes dos determi-nantes sociais econocircmicos poliacuteticos culturais e ambientais (BRASIL 2015)
Saiba
SitesPara conhecer melhor a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede vocecirc pode ver o linklthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_promocao_saude_3edpdfgtAcesso em 28 out 2013 (BRASIL 2010b)
Para ter acesso agrave Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede revisada e identificar todas as atuali-zaccedilotildees da versatildeo de 2015 acesse lthttppromocaodasaudesaudegovbrpromocaodasaudearquivospnps-2015_finalpdfgt Acesso em 01 fev 2015
4 a organizaccedilatildeo da estrateacutegia sauacutede da famiacuteLia no pLanejamento de accedilotildees e avaLiaccedilatildeo de riscos agrave sauacutede do homem
Uma das diretrizes da PNAISH eacute a reorganizaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede por meio de uma proposta inclusiva na qual os homens considerem os serviccedilos de sauacutede sobretudo as unidades baacutesicas de sauacutede ou unidades de sauacutede da famiacutelia tambeacutem como espaccedilos masculinos e por sua vez esses serviccedilos reconheccedilam os homens como sujeitos que necessitem de cuidados (SILVA et al 2012)
A compreensatildeo das barreiras institucionais eacute importante para a proposiccedilatildeo estrateacutegica de medidas que venham a promover o acesso dos homens aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria que deve ser a porta de entrada preferencial ao sistema de sauacutede a fim de resguardar a promoccedilatildeo e a prevenccedilatildeo como eixos fundamentais de intervenccedilatildeo (SILVA et al 2012)
Nesse contexto estudos vecircm relacionando a masculinidade tradicional como o principal obstaacuteculo para o acesso dessa parcela populacional aos serviccedilos de sauacutede sobretudo agravequeles que estatildeo voltados agrave promoccedilatildeo da sauacutede A busca por esse tipo de serviccedilo pode ser considerado sinocircnimo de fraqueza realidade que vai de encontro com os preceitos da hegemonia masculina na qual os homens satildeo educados para natildeo demonstrar qualquer traccedilo de fragilidade Some-se a isso o fato de as unidades baacutesicas e de sauacutede da famiacutelia por serem compostas por muitos profissionais do sexo feminino e serem frequentadas sobretudo por mulheres provocam uma sensaccedilatildeo de natildeo pertencimento a tais espaccedilos (FIGUEIREDO 2005 BRAZ 2005 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 BRITO SANTOS 2010 SILVA et al 2012)
Os estudos apontam ainda outros motivos pela baixa demanda masculina na Atenccedilatildeo Baacutesica como a organizaccedilatildeo dos serviccedilos a demora em conseguir atendimento meacutedico o horaacuterio de funcionamento incompatiacutevel com a jornada de trabalho daqueles inseridos no mercado formal a ausecircncia de programas especiacute-ficos para atender aos homens o deacuteficit no processo de abordagem e de cuidarcuidado da populaccedilatildeo masculina por parte dos profissionais a ausecircncia de acolhi-mento ou o acolhimento pouco atrativo a fraacutegil qualificaccedilatildeo profissional para lidar com o segmento masculino
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O certo eacute que muitos agravos que acometem a populaccedilatildeo masculina poderiam ser evitados caso fossem realizadas com regularidade as medidas de prevenccedilatildeo primaacuteria A resistecircncia masculina agrave atenccedilatildeo primaacuteria aumenta natildeo somente a sobrecarga financeira da sociedade mas tambeacutem o sofrimento fiacutesico e emocional do paciente e de sua famiacutelia na luta pela conservaccedilatildeo da sauacutede e da qualidade de vida dessas pessoas (BRASIL 2008a)
O fortalecimento e a qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria garantem a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo aos agravos evitaacuteveis dado o reconhecimento de que os homens adentram o sistema de sauacutede por meio da atenccedilatildeo especializada agravando a morbidade pelo retardamento na atenccedilatildeo e maior custo parao SUS (BRASIL 2008a)
Assim ao serem elaboradas estrateacutegias voltadas agrave conscientizaccedilatildeo do grupo masculino sobre a adoccedilatildeo de haacutebitos mais saudaacuteveis o primeiro passo a ser dado eacute a sensibilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede que atuam na atenccedilatildeo baacutesica para que compreendam os padrotildees culturalmente arraigados na populaccedilatildeo acerca do que eacute ser homem as principais barreiras possam ser superadas e essa populaccedilatildeo possa efetivamente ser acolhida (BRITO SANTOS 2010 )
41 conHecendo a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea de abranGecircncia
Vocecirc jaacute sabe a importacircncia de os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica conhecerem bem as caracteriacutesticas da sua populaccedilatildeo adscrita Sem essa informaccedilatildeo fica difiacutecil se planejar o trabalho a ser desenvolvido
Como aqui estamos discutindo a sauacutede do homem enfatizamos a necessidade de que seja realizado um levantamento sobre o perfil de morbimortalidade dessa populaccedilatildeo antes mesmo das accedilotildees de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo agrave sauacutede serem pensadas
Como a populaccedilatildeo masculina eacute caracterizada pela faixa etaacuteria de 20 a 59 anos uma sugestatildeo eacute que se definam por grupos etaacuteriosas causas de adoecimento e morte mais prevalentes e a partir disso sejam estruturadas as accedilotildees de sauacutede
Uma sugestatildeo eacute vocecirc utilizar as informaccedilotildees contidas no quadro a seguir para construir o perfil da sua populaccedilatildeo masculina
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Quadro 02 ndash Indicadores para a anaacutelise do perfil da populaccedilatildeo masculina
Cadastro do nuacutemero de indiviacuteduos masculinos entre 20 e 59 anos
Homens diabeacuteticos cadastrados
Homens diabeacuteticos acompanhados
Homens hipertensos cadastrados
Homens hipertensos acompanhados
Homens com tuberculose cadastrados
Homens com tuberculose acompanhados
Homens com hanseniacutease cadastrados
Homens com hanseniacutease acompanhados
Hospitalizaccedilotildees ocorridas no mecircsPor abuso de aacutelcoolPor complicaccedilotildees do DiabetesPor outras causas
Internaccedilotildees em hospital psiquiaacutetrico
Oacutebitos ocorridos no mecircs
Fonte (UFSC 2013 adaptado)
Saiba
SitesConsulte os links a seguir para saber mais sobre o assunto
Novo sistema de informaccedilatildeo do SUS o E-SUS Atenccedilatildeo Baacutesica lthttpdabsaudegovbrportal-dabesusphpgt Acesso em 1out 2013 (PORTAL 2012)
Portal da atenccedilatildeo baacutesica e seus sistemas de informaccedilatildeo lthttpdabsaudegovbrportaldabsis-temasphpgt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL [20--d])
DATASUS Informaccedilotildees de Sauacutede (TABNET) lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphp area=0203gt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL c2008)
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42 inserccedilatildeo da atenccedilatildeo e cuidado ao Homem no processo de trabalHo da equipe de sauacutede da famiacutelia
Para alcanccedilar a efetividade desejada na atenccedilatildeo baacutesica consideram-se neces-saacuterios o planejamento e a implementaccedilatildeo de accedilotildees de sauacutede em cada contexto Esses exigem conhecimentos detalhados sobre as condiccedilotildees de vida das pessoas que ali residem sobre as especificidades do processo de organizaccedilatildeo das accedilotildees realizadas na assistecircncia agrave sauacutede e gestatildeo do trabalho das equipes e dos profissio-nais envolvidos Assim pode-se delinear o que eacute necessaacuterio e o que eacute possiacutevel se realizarem um determinado local (KRUG et al 2010)
O processo de trabalho na Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia eacute caracterizado pela interdisciplinaridade e pelo trabalho em equipe Haacute uma soma dos diversos saberes e das praacuteticas das categorias profissionais por meio de uma abordagem integral e resolutiva (BRASIL 2012b)
O trabalho em equipe eacute tido como proposta estrateacutegica para enfrentar o intenso processo de especializaccedilatildeo na aacuterea da sauacutede Esse processo caracteriza-se pelo aprofundamento vertical do conhecimento e da intervenccedilatildeo em aspectos individu-alizados das necessidades de sauacutede (PAVONI MEDEIROS 2009)
Sendo assim o ideal eacute mobilizar toda a equipe para que juntos possam efeti-vamente planejar as accedilotildees que seratildeo desenvolvidas para a populaccedilatildeo masculina Para ajudar nesse processo relembramos algumas caracteriacutesticas do processo de trabalho das equipes de atenccedilatildeo baacutesica
I Definiccedilatildeo do territoacuterio de atuaccedilatildeo e da populaccedilatildeo sob a responsabilidade das unidades baacutesicas de sauacutede e das equipes
II Programaccedilatildeo e implementaccedilatildeo das atividades de atenccedilatildeo agrave sauacutede de acordo com as necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo com a priorizaccedilatildeo de inter-venccedilotildees cliacutenicas e sanitaacuterias nos problemas de sauacutede segundo criteacuterios de frequecircncia risco vulnerabilidade
III Desenvolvimento de accedilotildees que priorizem os grupos de risco e os fatores de risco cliacutenico-comportamentais alimentares eou ambientais com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a persistecircncia de doenccedilas e danos evitaacuteveis
IV Realizaccedilatildeo do acolhimento com escuta qualificada classificaccedilatildeo de risco avaliaccedilatildeo de necessidade de sauacutede e anaacutelise de vulnerabilidade tendo em vista a responsabilidade da assistecircncia resolutiva agrave demanda espontacircnea e o primeiro atendimento agraves urgecircncias
V Prover atenccedilatildeo integral contiacutenua e organizada agrave populaccedilatildeo adscrita
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VI Desenvolvimento de accedilotildees educativas que possam interferir no processo de sauacutede-doenccedila da populaccedilatildeo no desenvolvimento de autonomia individual e coletiva e na busca por qualidade de vida pelos usuaacuterios
VII Desenvolvimento de accedilotildees intersetoriais integrando projetos e redes de apoio social voltados para o desenvolvimento de uma atenccedilatildeo integral
VIII Realizaccedilatildeo de atenccedilatildeo domiciliar destinada a usuaacuterios que possuam problemas de sauacutede controladoscompensados e com dificuldade ou impos-sibilidade fiacutesica de locomoccedilatildeo ateacute uma unidade de sauacutede que necessitam de cuidados com menor frequecircncia e menor necessidade de recursos de sauacutede e do cuidado compartilhado com as equipes de atenccedilatildeo domiciliar nos demais casos
Fonte (BRASIL 2012b grifo nosso)
Como jaacute vimos vaacuterios estudos apontam que os homens padecem mais de condiccedilotildees severas e crocircnicas de sauacutede em comparaccedilatildeo agraves mulheres e igualmente morrem mais do que as mulheres pelas mesmas causas de morte Mesmo com o aumento dos iacutendices de morbimortalidade eles natildeo costumam procurar as unidades baacutesicas de sauacutede para orientaccedilatildeo ou prevenccedilatildeo de alguma patologia e quando buscam esses serviccedilos jaacute estatildeo com alguma doenccedila instalada portanto o desafio das equipes de sauacutede da famiacutelia eacute inverter esse padratildeo e encontrar formas de estimular a populaccedilatildeo masculina para accedilotildees de prevenccedilatildeo e cuidados agrave sauacutede (SILVA etal 2012 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 FIGUEIREDO 2005 SCHRAIBER et al 2010)
Eacute mais do que chegada a hora de se distanciar do modelo biomeacutedico pres-critivo que natildeo enfatiza a prevenccedilatildeo mas que ainda predomina nos serviccedilos de sauacutede e estaacute arraigado na cultura masculina Deve-se ter um olhar integral no aten-dimento a essa populaccedilatildeo no qual se priorizam as necessidades que vatildeo aleacutem daquilo que a cliacutenica pode detectar (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)Tambeacutem eacute necessaacuterio que os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica verdadeiramente entendamo papel de cada um para que efetivamente a PNAISH possa ser implan-tada nas unidades de sauacutede
A equipe da atenccedilatildeo baacutesica eacute de fundamental importacircncia no processo de estiacute-mulo agrave populaccedilatildeo masculina pela procurados serviccedilos de sauacutede Diversos esforccedilos devem ser investidos para trazer essa populaccedilatildeo para participar de atividades de
43 accedilotildees da equipe de sauacutede da famiacutelia Voltadas para a sauacutede do Homem
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prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Para tal vale acionar familiares na captaccedilatildeo dessa populaccedilatildeo A mulher que geralmente eacute quem procura a unidade sendo essa esposa matildee ou irmatilde eacute um canal interessante para se discutir a importacircncia de trazer seus familiares do sexo masculino para consultas de rotina (BRASIL 2008a) E como fazer isso
Na seccedilatildeo 41 deste livro vocecirc recebeu orientaccedilotildees sobre como conhecer a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea Agora eacute hora de reunir a equipe de sauacutede e planejar as accedilotildees visando agrave melhoria dos indicadores e agrave qualidade de vida dessa populaccedilatildeo A seguir sugerimos alguns exemplos de accedilotildees que podem ser desen-volvidas por vocecirc e sua equipe
raquo Analisar a situaccedilatildeo de sauacutede da populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea adscrita observando as principais causas de morbidade internaccedilatildeo e mortalidade
raquo Estabelecer accedilotildees levando em consideraccedilatildeo os fatores socioeconocircmicos de morbimortalidade eculturais locais que determinam ou condicionam o modo de vida dos indiviacuteduos respeitando tambeacutem as diferenccedilas de idade jaacute que esse grupo populacional envolve homens na faixa etaacuteria de 20 e 59 anos
raquo Realizar a busca ativa de homens para a realizaccedilatildeo de ao menos uma consultaano
raquo Informar a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea a respeito da importacircncia da promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos aos homens
raquo Facilitar o acesso com oferta de atendimento em horaacuterios alternativos adequados agrave populaccedilatildeo masculina
raquo Promover o acolhimento realizando atendimento humanizado
raquo Realizar accedilotildees visando principalmente agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao estiacutemulo ao autocuidado e agrave adesatildeo de homens aos serviccedilos de sauacutede Satildeo exemplos de accedilotildees orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da populaccedilatildeo masculina quanto agraves medidas disponiacuteveis para detecccedilatildeo precoce do cacircncer de proacutestata em pacientes sinto-maacuteticos e com disfunccedilatildeo ereacutetil entre outros agravos do aparelho geniturinaacuterio
raquo Incorporar os homens nas accedilotildees e atividades educativas voltadas para o plane-jamento familiar
raquo Estimular a participaccedilatildeo paterna no preacute-natal parto puerpeacuterio e no cresci-mento e desenvolvimento da crianccedila
raquo Ofertar exames previstos para homens que participam do preacute-natal masculino
raquo Realizar accedilotildees educativas para a prevenccedilatildeo de violecircncias e acidentes e uso de aacutelcool e outras drogas
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Vocecirc sabia
O Ministeacuterio da Sauacutede vem apoiando estrateacutegias que estimulem e facilitem o acesso dos homens agraves unidades baacutesicas de sauacutede Como alternativa desde 2010 propocircs durante o I Seminaacuterio Inter-nacional de Sauacutede do Homem das Ameacutericas a implantaccedilatildeo do preacute-natal masculino como comple-mento agrave PNAISH na Atenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede
O objetivo eacute fazer com que os profissionais de sauacutede incentivem o homem a acompanhar as con-sultas do preacute-natal durante os nove meses de gestaccedilatildeo da parceira e aproveitem esse momento para realizar exames preventivos e assim promover o acesso dos homens aos serviccedilos de sauacutede
O princiacutepio baacutesico eacute estimular a participaccedilatildeo e inclusatildeo do homem nas accedilotildees de planejamento de sua vida sexual e reprodutiva focando inclusive na paternidade responsaacutevel ou seja o homem precisa se cuidar para cuidar da famiacutelia A proposta tem relaccedilatildeo com o fortalecimento do viacutenculo homem-mulher e pai-filho(a) podendo este ter reflexo sobre a reduccedilatildeo da violecircncia domeacutestica (SANTOS FERREIRA 2013)
Na Paraiacuteba desde o ano de 2009 foi instituiacuteda a Semana Estadual da Sauacutede do Homem (Lei Ndeg 8772 de 15 de abril de 2009) Desde essa eacutepoca vaacuterios eventos aconteceram com o objetivo de implantar e implementar a PNAISH no Estado
A primeira semana foi intitulada ldquoAlerta Homemrdquo por meio da qual se definiu um conjunto de accedilotildees que foram efetivadas pela Secretaria de Estado da Sauacutede em parceria com outras instacircncias go-vernamentais e natildeo governamentais inclusive com a Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) por intermeacutedio do Laboratoacuterio de Estudos e Pesquisas Masculinidades e Sauacutede vinculado ao Progra-ma de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Enfermagem que participou dessa semana com accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede
Saiba
Sites
Para vocecirc conhecer mais sobre essa experiecircncia veja o link a seguir
FONTES W D de et al Atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem interlocuccedilatildeo entre ensino e serviccedilo Acta Paul Enfermv 24 n 3 p430-433 2011Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfapev24n320pdfgt Acesso em 1 out 2013
raquo Responsabilizar a cada semana um profissional pelo desenvolvimento de alguma atividade especiacutefica ao homem
raquo Divulgar as accedilotildees propostas para os homens por meio dos agentes comunitaacute-rios de sauacutede e da populaccedilatildeo feminina que frequenta a unidade de sauacutede
raquo Comemorar o Dia Internacional do Homem (tambeacutem conhecido como Novembro Azul) Vale planejar com a equipe accedilotildees de prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos e promoccedilatildeo da sauacutede voltadas agrave populaccedilatildeo masculina
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2 cArActErizAccedilatildeo SociodEmograacuteFicA E dE SAuacutedE dA PoPUlAccedilatildeo mAScUliNA No brASil Em PErNAmbUco E NA PArAiacutebA 11
21 caracteriacutesticas sociodemoGraacuteficas da populaccedilatildeo masculina12
22 principais indicadores de morbimortalidade 13
221 morbidade 14
222 mortalidade 22
3 ProgrAmAS PoliacuteticAS E PActoS dE SAuacutedE PArA o homEm No brASil 29
31 pacto pela sauacutede 29
32 poliacutetica nacional de atenccedilatildeo inteGral agrave sauacutede do Homem (pnaisH) 30
33 poliacutetica nacional de Humanizaccedilatildeo (pnH) 32
34 poliacutetica de promoccedilatildeo da sauacutede 34
4 A orgANizAccedilatildeo dA EStrAtEacutegiA SAuacutedE dA FAmiacuteliA No PlANEjAmENto dE AccedilotildeES E AvAliAccedilatildeo dE riScoS agrave SAuacutedE do homEm 35
41 conHecendo a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea de abranGecircncia 36
42 inserccedilatildeo da atenccedilatildeo e cuidado ao Homem no processo de trabalHo da equipe de sauacutede da famiacutelia 38
43 accedilotildees da equipe de sauacutede da famiacutelia Voltadas para a sauacutede do Homem 39
rEFErecircNciAS 43
Caro(a) aluno(a)
Esta primeira parte da disciplina Sauacutede do Adulto II na qual eacute abordada a Sauacutede do Homem surge como um diferencial na formaccedilatildeo dos profissionais da Estra-teacutegia de Sauacutede da Famiacutelia visto que este eacute um tema relativamente novo dentro da agenda de prioridades do Ministeacuterio da Sauacutede
A Atenccedilatildeo Baacutesica deve ser a porta de entrada preferencial e o principal contato dos usuaacuterios com os serviccedilos de sauacutede Poreacutem o que vemos eacute que a demanda dos homens por atendimento eacute inferior agrave das mulheres Logo a inclusatildeo destes em accedilotildees de preservaccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede tem se tornado cada vez mais desafiadora e requer qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria para que natildeo se restrinja agrave recuperaccedilatildeo da sauacutede Deve-se garantir sobretudo a prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos evitaacuteveis
Para tanto constituem objetivos da disciplina Sauacutede do Adulto II no que se refere agrave sauacutede do homem
raquo refletir sobre as caracteriacutesticas masculinas que dificultam o acesso do homem ao serviccedilo de sauacutede
raquo identificar os indicadores de morbimortalidade nacionais e estaduais em sauacutede do homem
raquo conhecer os pactos poliacuteticas e programas voltados agrave sauacutede do homem no Brasil
raquo reorientar os membros da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia no planejamento de accedilotildees e avaliaccedilatildeo de riscos relativos agrave sauacutede do homem
raquo orientar as accedilotildees da cliacutenica e do cuidado relacionados aos principais agravos da sauacutede do homem
Bons estudos
apresentaccedilatildeo
1 sauacutede do homem e mascuLinidades
Homens e sauacutede parece que essas duas palavras juntas natildeo combinam mas se engana quem pensa assim Mesmo com todas as dificuldades que envolvem a relaccedilatildeo sauacutede e populaccedilatildeo masculina o Brasil estaacute atento e agindo para que essa relaccedilatildeo possa seguir outro caminho que eacute o da prevenccedilatildeo das doenccedilas e agravos e da promoccedilatildeo agrave sauacutede
No entanto natildeo eacute uma tarefa faacutecil perceber os homens quando o assunto eacute sauacutede pois eles tecircm se mostrado ainda pouco ativos no cuidado com ela e quando procuram ajuda agraves vezes esbarram em obstaacuteculos como a falta de um olhar adequado dos(as) profissionais da sauacutede e de serviccedilos que acolham as demandas masculinas (CZERESNIA 2003)
Compreender a sauacutede enquanto praacuteticas de cuidado e bem-estar e natildeo somente doenccedila eacute um desafio para os homens e cabe a noacutes profissionais da sauacutede ajudaacute- los nesse processo
11 Gecircnero masculinidade e promoccedilatildeo da sauacutede
A temaacutetica relacionada agrave sauacutede masculina foi por muito tempo pouco abor-dada e discutida em contraposiccedilatildeo agrave sauacutede da mulher objeto de poliacuteticas puacuteblicas e de variadas investigaccedilotildees (BRAZ 2005)
Haacute muito tempo as mulheres foram acostumadas a expor seus corpos para um(a) meacutedico(a) principalmente em funccedilatildeo da ginecologia Isso fez com que o olhar medicalizado sobre o corpo feminino tivesse maior naturalizaccedilatildeo passando a ser mais aceito o fato de a mulher se cuidar sendo esse fato inclusive associado agrave ideia de fragilizaccedilatildeo da mulher (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)
Aleacutem disso o movimento feminista favoreceu o protagonismo social e poliacutetico da mulher nas accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede permitindo grande avanccedilo nas ques-totildees referentes agrave sauacutede feminina No entanto essa evoluccedilatildeo natildeo foi acompanhada pelo grupo masculino em virtude das concepccedilotildees do que seria um comportamento ideal do ser macho (GOMES NASCIMENTO 2006)
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No caso dos homens os estudos foram ampliados a partir da deacutecada de 1980 A abordagem nessa eacutepoca era voltada sobretudo para a sexualidade e sauacutede reprodutiva masculina (BRITO SANTOS 2010) Por outro ladonos anos 1990 os estudos comeccedilaram a se estruturar a partir da perspectiva de gecircnero discutindo dentre outros aspectos a singularidade do ser saudaacutevel e do ser doente buscando o entendimento de que era necessaacuteria uma visatildeo da sauacutede do homem mais inte-gralizada (GOMES NASCIMENTO 2006) Como prova disso no iniacutecio dos anos 2000 a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (OMS) lanccedilou publicaccedilotildees focalizadas na sauacutede masculina A primeira publicaccedilatildeo defendia a importacircncia da abordagem da sauacutede para homens jovens como forma de socializaccedilatildeo e adoccedilatildeo de estilo de vida mais saudaacutevel E em 2001 propocircs accedilotildees voltadas agrave sauacutede dos homens com idades mais avanccediladas fase na qual se encontram mais vulneraacuteveis e mais expostos aos riscos que degradam a sauacutede Aleacutem disso nessas publicaccedilotildees eacute defendida a pertinecircncia de abordagens pautadas no caraacuteter relacional de gecircnero para que seja possiacutevel promover mais igualdade entre mulheres e homens nas sociedades (GOMES 2011)
Paralelamente emergem centenas de estudos sobre gecircnero De laacute para caacute a questatildeo gecircnero vem migrando dos espaccedilos de luta poliacutetica para a academia e desta para diversos contextos poliacuteticos e sociais incluindo a sauacutede (VILLELA 2005 CAMURCcedilA GOUVEIA 2004) Mas afinal qual eacute a diferenccedila entre sexo e gecircnero
O sexo eacute uma determinaccedilatildeo bioloacutegica baseada nas diferenccedilas fiacutesicas do corpo de machos e fecircmeas quer sejam da espeacutecie humana ou de qualquer espeacutecie animal diferenccedilas essas que natildeo mudam soacute se desenvolvem no decorrer da vida (CAMURCcedilA GOUVEIA 2004 LIMA 1999)
O gecircnero eacute um dos mais importantes princiacutepios organizadores da nossa socie-dade eacute a forma de descrever as construccedilotildees sociais que determinam aos meninos e agraves meninas formas de ser homem e ser mulher ou seja satildeo os papeacuteis sociais que lhes satildeo atribuiacutedos (GARCIA 1998)
Trata-se de uma construccedilatildeo histoacuterica estabelecida pelos seres humanos e que varia de acordo com a eacutepoca os lugares seus costumes e cultura leis religiatildeo classe social etnia e idade (CAMURCcedilA GOUVEIA 2004 GIFFIN 2005)
Cada sociedade elabora o seu modelo masculino e feminino a ser imitado por homens e mulheres respectivamente Essas Identidades satildeo mutuamente exclu-sivas
Essas diferenccedilas que vatildeo sendo estabelecidas atribuem fragilidade e passivi-dade agrave mulher e virilidade e poder ao homem reforccedilando a dominaccedilatildeo do mascu-lino sobre o feminino em que o poder atua de variadas maneiras produzindo formas de viver e de cuidados com a sauacutede que tambeacutem satildeo diversas
As relaccedilotildees de gecircnero sempre levaram a uma distribuiccedilatildeo desigual do poder da autoridade e dos direitos masculinos e femininos Estes inicialmente eram considerados fenocircmenos naturais (CAMURCcedilA GOUVEIA 2004) No entanto podemos perceber que o homem mesmo estando no domiacutenio das relaccedilotildees de poder estabelecidas em nossa sociedade tambeacutem eacute submetido aos constrangi-
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mentos sociais que impotildeem padrotildees de comportamentos (SOUZA2005 KONH et al c2012) Esses padrotildees acentuam a dificuldade do homem em lidar com o proacuteprio corpo e com suas emoccedilotildees bem como com as situaccedilotildees de adoecimento
Desde muito cedo no nuacutecleo familiar ldquoaprendemosrdquo a ser o que somos convi-vendo com as relaccedilotildees de poder dos mais velhos sobre os mais novos do homem sobre a mulher do rico sobre o pobre Desde pequenos os meninos aprendem a demonstrar forccedila seguranccedila a serem competitivos e natildeo ter medos a suportar sem chorar suas dores fiacutesicas e emocionais A dor eacute antes de tudo assunto de mulheres devendo o homem desprezaacute-la sob pena de se ver desvirilizado e de ser rebaixado ao niacutevel da condiccedilatildeo feminina (KONH et al c2012)
Ao homem se associa a imagem do provedor e protetor da autoridade agres-sividade da forccedila e virilidade da autonomia do domiacutenio do mundo externo dos espaccedilos puacuteblicos Por outro lado agrave mulher atribui-se a fragilidade submissatildeo o carinho o cuidado dos filhos dos doentes e da casa o espaccedilo privado (VILLELA 2005)
Por meio desse modelo os homens manifestam sua masculinidade e rejeitam comportamentos tidos como femininos Muitas vezes natildeo demonstram o que pensam e sentem medo de demonstrar sua fragilidade (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)
As masculinidades devem ser entendidas como configuraccedilotildees de praacuteticas em torno da posiccedilatildeo dos homens nas relaccedilotildees de gecircnero isto eacute das experiecircncias concretas do cotidiano de muitos homens e natildeo apenas os comportamentos que a sociedade espera Ou seja natildeo eacute uma qualidade essencial ou estaacutetica Haacute uma diversidade de tipos de masculinidades que correspondem a diferentes inserccedilotildees dos homens na estrutura social poliacutetica econocircmica cultural e a trajetoacuterias e estaacute-gios diferentes do seu ciclo vital Citando algumas dessas inserccedilotildees tem-se a paternidade a adolescecircncia o envelhecimento a emergecircncia de outras categorias sexuais o desemprego a globalizaccedilatildeo a participaccedilatildeo das mulheres no mercado de trabalho e na poliacutetica etc Aleacutem da masculinidade hegemocircnica identificam-se portanto outras masculinidades marginais subordinadas (BRAZ 2005)
No entanto essa hegemonia masculina natildeo deve ser compreendida como uma condiccedilatildeo bioloacutegica proacutepria dos homens mas sim a partir de valores culturais construiacutedos ao longo dos anos aos quais os indiviacuteduos estatildeo inseridos (GOMES 2003)
Esse padratildeo de masculinidade faz com que muitas vezes os homens por medo vergonha e preconceitos sejam impedidos de assumir que necessitam de cuidados Isso se reflete na aacuterea da sauacutede puacuteblica quando se nota a ausecircncia de accedilotildees preventivas e de promoccedilatildeo da sauacutede para os homens revelando a iniqui-dade presente nos serviccedilos de sauacutede de baixa complexidade (BRITO SANTOS 2010)
Assim eacute comum associarmos homens masculinidades e risco sendo que o risco natildeo eacute algo evitado pelos homens mas deve ser superado a cada dia por eles (GOMES et al 2008)
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Braz (2005) destaca que natildeo cabe de forma alguma vitimizar os homens mas vislumbraacute-los tambeacutem sob a perspectiva da fragilidade de seres que tecircm vulnera-bilidades especiacuteficas do gecircnero Eacute preciso perceber que a definiccedilatildeo normativa de masculinidade vista como dominante natildeo eacute a uacutenica versatildeo
Eacute preciso ultrapassar as barreiras sociais que impedem o reconhecimento dos homens como seres que necessitam de cuidados Isso pode ocorrer a partir de accedilotildees educativas que sejam capazes de contribuir com o estabelecimento de maior conscientizaccedilatildeo desse grupo quanto agrave adoccedilatildeo de haacutebitos mais saudaacuteveis Nesse sentido para que tais medidas sejam eficazes elas devem focar os reais problemas e dificuldades do puacuteblico ao qual se destinam pois se sabe que a educaccedilatildeo em sauacutede requer a participaccedilatildeo dos sujeitos no intuito de estabelecer trocas de saberes populares e cientiacuteficos os quais satildeo de suma relevacircncia quando se desejam realizar mudanccedilas na vida das pessoas (BRUM et al 2010)
Portanto estrateacutegias de prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos e promoccedilatildeo de sauacutede devem considerar as diferenccedilas de gecircnero a fim de que esses objetivos sejam alcanccedilados e os resultados frutifiquem no sentido de formar uma nova geraccedilatildeo de homens mais cuidadosos consigo mesmos
12 Vulnerabilidades masculinas
Na atualidade a atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem vem sendo colocada na pauta dos debates e efetivada em poliacuteticas principalmente porque constituem uma popu-laccedilatildeo em riscocom vulnerabilidades e carecircncias assistenciais do processo sauacutede- doenccedila-cuidado
Haacute uma seacuterie polimorfa de danos agrave sauacutede que colocam o homem como foco de atenccedilatildeo como revelam os indicadores de morbidade e mortalidade e dos efeitos deleteacuterios de alguns agravos seja por causas externas como acidentes de tracircnsito ou por violecircncias bem como por doenccedilas (infectocontagiosas crocircnicas degenera-tivas as doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis ceacuterebro e cardiovasculares relacio-nadas ao trabalho o cacircncer de proacutestata entre outras) (XIMENES NETO et al 2013 )
Considera-se que os modelos de masculinidade e a maneira como ocorre a socializaccedilatildeo masculina podem fragilizar ou mesmo afastar os homens das preo-cupaccedilotildees com o autocuidado e com a busca pelos serviccedilos de sauacutede (GOMES et al 2008) Dentre as questotildees mais frequentemente consideradas estatildeo os valores da cultura masculina que envolvem tendecircncias agrave exposiccedilatildeo a riscos associaccedilatildeo da masculinidade agrave invulnerabilidade e tambeacutem a proacutepria educaccedilatildeo familiar a qual orienta o homem para um papel social de provedor e protetor Essa cultura tende a gerar modelos masculinos pouco aderentes agraves praacuteticas de autocuidado e pode estimular o comportamento agressivo violento e de descuido com ele mesmo (GOMES NASCIMENTO 2006 SILVA et al 2012)
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Dados do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) revelam que o uso do aacutelcool possui uma maior prevalecircncia na populaccedilatildeo masculina assim como a maioria dos depen-dentes satildeo homens fazendo com que sofram mais de doenccedilas provocadas pelo uso excessivo de bebida alcooacutelica e drogas iliacutecitas Em relaccedilatildeo ao tabagismo os homens usam cigarros com maior frequecircncia do que as mulheres o que predispotildee a doenccedilas cardiovasculares cacircnceres doenccedilas pulmonares da cavidade bucal entre outras Outras patologias que acometem com frequecircncia esse grupo popu-lacional satildeo os tumores e as doenccedilas do aparelho digestivo circulatoacuterio e respira-toacuterio (BRASIL 2008a XIMENES NETO et al 2013 )
Quanto agraves causas da mortalidade masculina observa-se que a maioria dos oacutebitos se deve agraves causas externas como os acidentes por meio de transporte os homiciacutedios os suiciacutedios e as agressotildees No entanto a diferenccedila de mortalidade entre os dois sexos se manteacutem independente da causa morte De acordo com dados do IBGE (2012) a esperanccedila de vida ao nascer eacute maior nas mulheres sendo de 783 anos no sexo feminino e de 706 anos nos homens Ou seja as mulheres vivem 8 anos e 3 meses a mais que os homens
Os homens nascem mais mas tambeacutem morrem mais caracterizando uma maior vulnerabilidade masculina Haacute uma sobre mortalidade masculina em todas as geraccedilotildees mas a maior diferenccedila se situa especialmente nos mais jovens em torno dos 20 anos e apoacutes os 60 quando os homens adoecem e morrem mais Em 2010 a chance de um homem falecer aos 22 anos de idade era 45 maior que a de uma mulher A elevaccedilatildeo da curva que a descreve estaacute estreitamente associada agraves mortes por causas externas em particular as violentas que incidem com maior intensidade sobre a populaccedilatildeo masculina jovem e adulta jovem (IBGE 2011)
O senso comum considera o masculino como o sexo forte Na verdade deve ser visto como o sexo fraco pelo menos em vaacuterios aspectos de suas vulnerabili-dades fiacutesicas e psiacutequicas (BRAZ 2005) Portanto eacute necessaacuterio sensibilizar todos para a necessidade de se ter outro olhar em relaccedilatildeo agraves vulnerabilidades dessa parcela da populaccedilatildeo
2 caracterizaccedilatildeo sociodemograacutefica e de sauacutede da popuLaccedilatildeo mascuLina no BrasiL em pernamBuco e na paraiacuteBa
Como vocecirc jaacute sabe o Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) eacute um oacutergatildeo da Secretaria Executiva do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)que tem a responsabilidade de coletar processar e disseminar informaccedilotildees sobre sauacutede No DATASUS podem ser encontrados indicadores de sauacutede informaccedilotildees relativas agrave assistecircncia agrave sauacutede rede assistencial epidemiologia e morbidade estatiacutesticas vitais demograacuteficas e socioeconocircmicas sobre sauacutede suplementar inqueacuteritos e pesquisas
Saiba
Para conhecer melhor os dados disponibilizados explore o site DATASUS por meio do link lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphpgt
Diante de tantas informaccedilotildees disponiacuteveis quais seriam as necessaacuterias para conhecer a situaccedilatildeo de sauacutede do homem Como localizaacute-las
Vaacuterios satildeo os bancos de dados disponiacuteveis relativos agrave sauacutede da populaccedilatildeo brasileira como um todocomo - Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade (SIM)- Sistema de Informaccedilotildees do Programa Nacional de Imunizaccedilotildees (SIPNI)- Censo 2010 (IBGE)- Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN)- Instituto Nacional do Cacircncer (INCA)- Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) - Sistema de Informaccedilatildeo Ambulatorial (SAI)- Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH)
12
21 caracteriacutesticas sociodemoGraacuteficas da populaccedilatildeo masculina
A Poliacutetica de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem (PNAISH) estabeleceu um recorte estrateacutegico da populaccedilatildeo masculina que compreende a faixa etaacuteria de 20 aos 59 A delimitaccedilatildeo dessa faixa etaacuteria eacute uma estrateacutegia metodoloacutegica haja vista que existem outras poliacuteticas que asseguram os direitos da sauacutede dos outros segmentos etaacuterios como a sauacutede da crianccedila dos adolescentes e dos idosos Esses grupos foram ou seratildeo estudados em outras disciplinas do curso Portanto nesta disciplina abordaremos a faixa etaacuteria trabalhada na PNAISH
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) 2013 o total da populaccedilatildeo residente no Brasil eacute de 201467000 pessoas das quais 490 eram do sexo masculino Por outro lado a popu-laccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos eacute de 54242000 o que corresponde a 56 da populaccedilatildeo masculina
O estado da Paraiacuteba apresentou por meio de dados da PNAD 2013 uma popu-laccedilatildeo de 4992000 pessoas A populaccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos eacute de 978841 pessoas Apresenta tambeacutem uma razatildeo de sexo de 939 homens para cada 100 mulheres Em Pernambuco a populaccedilatildeo total segundo a PNAD 2013 era de 10777000 pessoas sendo a popu-laccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos de 2311943 e a razatildeo de sexo de 927 homens para cada 100 mulheres
ParaiacutebaPernambuco
5644
Homens entre20 a 59 anosOutras idades
Tanto na Paraiacuteba quanto em Pernambuco aproximadamente 26 da populaccedilatildeo na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos satildeo homens
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Esse grupo etaacuterio corresponde a 413 da populaccedilatildeo masculina ou a 20 do total da populaccedilatildeo do Brasil Representa uma grande parcela da forccedila produtiva do paiacutes aleacutem de exercer um significativo papel sociocultural e poliacutetico (BRASIL 2008a)
Dentre os indicadores sociodemograacuteficos necessaacuterios para se realizar um diag-noacutestico da situaccedilatildeo que caracteriza a populaccedilatildeo masculina listamos no quadro a seguir aqueles que consideramos mais relevantes
Quadro 01 ndash Indicadores demograacuteficos e socioeconocircmicos para a anaacutelise da populaccedilatildeo masculina
Indicadores demograacuteficos Indicadores socioeconocircmicosPopulaccedilatildeo total Taxa de analfabetismo
Razatildeo por sexo Escolaridade da populaccedilatildeo de 15 anos ou mais
Taxa de crescimento da populaccedilatildeo Produto Interno Bruto (PIB) per capita
Mortalidade proporcional por idade Razatildeo de renda
Taxa bruta de mortalidade Proporccedilatildeo de pobres
Esperanccedila de vida ao nascer Taxa de desemprego
Esperanccedila de vida aos 60 anos de idade
Fonte (Brasil c2008)
22 principais indicadores de morbimortalidade
Entre as principais enfermidades e agravos que acometem os homens aproxi-madamente 75 delas estatildeo concentrados em cinco grandes aacutereas especializadas cardiologia urologia sauacutede mental gastroenterologia e pneumologia aleacutem das causas externas que representam um grande problema e com forte impacto na mortalidade e morbidade da populaccedilatildeo masculina (BRASIL 2008a)
Saiba
SitesPara mais informaccedilotildees sobre os indicadores sociodemograacuteficos acesse
Cadernos de Informaccedilotildees de Sauacutede- Paraiacutebahttptabnetdatasusgovbrtabdatacadernospbhtm (BRASIL[20--a])
Cadernos de Informaccedilotildees de Sauacutede- Pernambucohttptabnetdatasusgovbrtabdatacadernospehtm (BRASIL[20--b])
Indicadores e Dados Baacutesicos - Brasil ndash 2011- IDB-2011httptabnetdatasusgovbrcgiidb2011matrizhtmdemog (BRASIL c2008)
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Na proacutexima fase desta disciplina vocecirc teraacute a oportunidade de estudar sobre algumas dessas enfermidades e agravos como hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes mellitus doenccedilas pulmonares (Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica ndash DPOC asma e pneumonias comunitaacuterias) doenccedilas osteoarticulares aleacutem das doenccedilas transmissiacuteveis (tuberculose hepatites virais e aids) e tabagismo Aqui abordaremos outras importantes causas de morbimortalidade no homem causas externas alguns tumores sobretudo o da proacutestata e o alcoolismo
221 morbidade
Atenccedilatildeo
Do ponto de vista de anaacutelise da morbidade eacute preciso comentar que os dados a seguir se referem aos casos mais graves que necessitaram de internaccedilatildeo
causas externas
Aleacutem do sofrimento fiacutesico psiacutequico e social determinado pelos acidentes e as violecircncias que caracterizam as causas externas haacute de se considerar o enorme impacto econocircmico mensurado pelos seus gastos hospitalares inclusive em dias de permanecircncia em unidades de terapia intensiva (BRASIL 2012a)
Em 2010 foram realizadas 928893 internaccedilotildees hospitalares por causas externas nos serviccedilos financiados pelo SUS caracterizado da seguinte forma
raquo os homens representavam 705 das internaccedilotildees por essas causas
raquo a taxa de internaccedilatildeo hospitalar foi 485 por 10 mil habitantes sendo 69610 mil homens
raquo o risco de internaccedilatildeo entre os homens foi 25 vezes maior que o estimado entre as mulheres
raquo no periacuteodo de 2000 a 2010 a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por causas externas apresentou aumento progressivo (77 em 2000 para 104 em 2010)
Na tabela a seguir pode-se observar que em 2010 os acidentes por transporte terrestre responderam por 157 das hospitalizaccedilotildees com risco e 76 internaccedilotildees por 10 mil habitantes Estimou-se maior risco de internaccedilatildeo entre os homens (122 internaccedilotildees por 10 mil homens) em comparaccedilatildeo com as mulheres (32 internaccedilotildees por 10 mil mulheres) (BRASIL 2012a)
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Tabela 01 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa de internaccedilatildeo (por 10 mil habitantes) por causas externas - Brasil 2010
CaracteriacutesticasSexo
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria
0 a 9 anos 57308 88 344 32342 118 202 89650 97 275
10 a 14 anos 41832 64 499 13120 48 162 54952 59 333
15 a 19 anos 58005 86 681 15359 56 186 73364 79 437
20 a 39 anos 274566 419 862 68964 252 213 343530 370 534
40 a 59 anos 153889 235 769 63445 232 290 217334 234 519
60 a mais 69342 106 801 80721 295 750 150063 162 772
Acidentes 537420 821 571 224348 819 230 761768 820 398
Acidente de transporte terrestre
114383 175 122 31652 116 32 146035 157 76
Pedestres 27612 42 29 11649 43 12 39261 42 21
Motociclistas 58508 89 62 11444 42 12 69952 75 37
Ocupantes de veiacuteculos 11690 18 12 4353 16 04 16043 17 08
Quedas 241892 369 257 121601 444 125 363493 397 190
Quedas no mesmo niacutevel 81112 124 86 47378 173 49 128490 138 67
Quedas de um mesmo niacutevel a outro
41623 64 44 17542 64 18 59165 64 31
Quedas natildeo especificadas 119157 182 127 56681 207 58 175838 189 92
Demais acidentes 181145 277 193 71095 260 73 252240 272 132
Violecircncias 43444 66 46 11940 44 12 55384 60 29
Lesotildees autoprovocadas 5173 08 06 3561 13 04 8734 09 05
Agressotildees e intervenccedilotildees legais
38271 58 41 8379 31 09 46650 50 24
Armas de fogo 10835 17 12 1069 04 01 11904 13 06
Peacuterfuro-cortante 9953 15 11 1860 07 02 11813 13 06
Eventos de intenccedilatildeo indeterminada
31252 48 33 13462 49 14 44714 48 23
Demais causas externas 86270 132 92 36141 132 37 122411 132 64
Total 654942 1000 696 273951 1000 281 928893 1000 485
Fonte (BRASIL 2011a p212)
Conforme apresentado no graacutefico a seguir as causas externas satildeo responsaacute-veis por 118 dos gastos com todas as hospitalizaccedilotildees financiadas pelo SUS no Brasil As capitais da Paraiacuteba e Pernambuco tiveram respectivamente 92 e 83 dos gastos com causas externas (BRASIL 2011a)
16
Graacutefico 01 ndash Proporccedilatildeo dos gastos do SUS com internaccedilotildees por causas externas nas capitais e Distrito Federal
Satildeo Luiacutes
Vitoacuteria
Maceioacute
Manaus
Recife
Porto Alegre
Joatildeo Pessoa
Rio de Janeiro
Terresina
Cuiabaacute
Salvador
Fortaleza
Brasiacutelia
Natal
Brasil
Aracaju
Boa Vista
Curitiba
Goiacircnia
Satildeo Paulo
Belo Horizonte
Florianoacutepolis
Macapaacute
Beleacutem
Rio Branco
Porto Velho
Campo Grande
Palmas
FONTE (BRASIL 2011a p 214)
tumores
Os tumores que incidem com maior frequecircncia na faixa etaacuteria dos 25 aos 59 anos satildeo oriundos dos aparelhos digestivo respiratoacuterio e urinaacuterio Cerca de 432 de todos os tumores assinalados na CID 10 Capiacutetulo II tecircm origem no aparelho digestivo (BRASIL 2008a)
O cacircncer da proacutestata eacute uma neoplasia que geralmente apresenta evoluccedilatildeo muito lenta de modo que a mortalidade pode ser evitada quando o processo eacute diagnosticado e tratado com precocidade Uma estimativa realizada pelo Instituto Nacional do Cacircncer (INCA) para o aparecimento de novos casos de cacircnceres no ano de 2008 aponta o cacircncer de proacutestata como sendo o mais frequente sendo superado apenas pelo cacircncer de pele natildeo melanoma (VIEIRA et al 2008)
17
Ao se falar de neoplasias malignas do aparelho urinaacuterio natildeo se pode deixar de mencionar o cacircncer de pecircnis Trata-se de um tumor raro relacionado com as baixas condiccedilotildees socioeconocircmicas e a maacute higiene iacutentima No Brasil esse cacircncer representa cerca de 2 de todas as neoplasias que atingem o homem sendo mais frequente nas regiotildees Norte e Nordeste existindo estados como eacute o caso do Maranhatildeo em que sua incidecircncia supera ateacute a do cacircncer de proacutestata (BARROS MELO 2009)
Dados do INCA referentes aos tumores malignos na populaccedilatildeo masculina dos estados da Paraiacuteba e Pernambuco apontam que o cacircncer de proacutestata eacute o que apre-senta maior incidecircncia conforme mostra a tabela a seguir
Tabela 02 ndash Taxa de incidecircncia anual de neoplasias malignas por 100000 habitantes por localizaccedilatildeo segundo Regiatildeo e UF sexo masculino Brasil 2010 e 2011
Regiatildeo e UF
Pulmatildeo
traqueia e
brocircnquios
Esocircfago Estocircmago
Coacutelon junccedilatildeo
retossigmoacuteide
reto e acircnus
Proacutestata
Laacutebio e
cavidade
oral
Melanoma
maligno da
pele
Outras
neoplasias
malignas da
pele
Paraiacuteba 730 438 1046 462 4369 843 102 7368
Pernambuco 1250 471 1065 653 5783 867 132 6060
Fonte (INCA c2013 adaptado)
alcoolismo
Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) apontam que cerca de 2 bilhotildees de pessoas consomem bebidas alcooacutelicas no mundo O uso abusivo do aacutelcool eacute responsaacutevel por 32 de todas as mortes e por 4 de todos os anos perdidos de vida uacutetil Na Ameacuterica Latina cerca de 16 dos anos de vida uacutetil perdidos estatildeo relacionados ao uso abusivo dessa substacircncia Esse iacutendice eacute quatro vezes maior que a meacutedia mundial e torna o problema da prevenccedilatildeo e do tratamento dos trans-tornos associados ao consumo de aacutelcool um grande problema de sauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
Estudos revelam que o uso do aacutelcool estaacute sendo iniciado cada vez mais preco-cemente por homens e mulheres Portanto torna-se fundamental avaliar os deter-minantes sociais de vulnerabilidade do homem em relaccedilatildeo aos problemas com o aacutelcool para a construccedilatildeo de accedilotildees efetivas de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede mental desse segmento inclusive para jovens e adolescentes (LARANJEIRA et al 2007 SENA et al 2011)
Segundo o Centro Brasileiro de Informaccedilotildees sobre Drogas Psicotroacutepicas (CEBRID) o consumo de aacutelcool e outras drogas estaacute associado a transtornos graves e afetam pelo menos 12 da populaccedilatildeo acima de 12 anos sendo o impacto do aacutelcool dez vezes maior que o do conjunto das drogas iliacutecitas (UNIFESP 2006 BRASIL 2008a)
18
Laranjeira et al (2007) realizaram uma pesquisa intitulada ldquoPrimeiro Levan-tamento Nacional sobre Padratildeo de Consumo de Aacutelcool na Populaccedilatildeo Brasileirardquo cujos resultados apontaram que 52 dos brasileiros acima de 18 anos bebem pelo menos uma vez ao ano e destes 65 satildeo homens A prevalecircncia de depen-dentes de aacutelcool eacute maior para o sexo masculino em que 195 dos homens satildeo dependentes do aacutelcool enquanto 69 das mulheres apresentam dependecircncia Segundo esses dados para cada seis pessoas do sexo masculino que faz uso de aacutelcool uma fica dependente Destaca-se ainda que do conjunto dos homens adultos 11 bebem todos os dias e 28 consomem bebida alcooacutelica de 1 a 4 vezes por semana conforme apresentado na tabela a seguir
Tabela 03 ndash Frequecircncia de consumo de bebida alcooacutelica em homens e mulheres com idade a partir de 18 anos
Frequecircncia de ConsumoA partir de 18 anos
Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstinentes (nunca bebeu ou menos de 1 vez por ano) 35 59 48
Raramente (menos de 1 vez por mecircs) 8 12 10
Ocasional (de 1 a 3 vezes por mecircs) 19 16 17
Frequente ( de 1 a 4 vezes por semana) 28 11 19
Muito frequente (todos os dias) 11 2 6
Quantidade usual Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Ateacute 2 doses 38 63 48
De 3 a 4 doses 25 19 22
de 5 a 11 doses 27 14 22
Bebe mais de 12 doses por ocasiatildeo 11 3 7
Intensidade do beber Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstecircmio 35 59 48
Bebedor natildeo frequente 12 16 14
Bebedor menos frequente 16 13 15
Bebedor frequente 22 9 15
Bebedor frequente pesado 14 3 9
Dependecircncia (criteacuterios de CID-10) Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
14 4 9
Fonte (BRASIL 2008a p14)
outras causas de morbidade
No periacuteodo de 2000 a 2010 observou-se que a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por doenccedilas cardiovasculares manteve-se constante e as hospitalizaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio apresentaram reduccedilatildeo no mesmo periacuteodo (BRASIL 2012a)
No graacutefico apresentado a seguir podem-se observar quanto agrave morbidade as sete causas que respondem pela internaccedilatildeo da maioria dos homens em ordem decrescente de ocorrecircncia
19
raquo As lesotildees os envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas satildeo a primeira causa de internaccedilatildeo para homens entre 20 e 49 anos de idade e a terceira para aqueles entre 50 e 59 anos
raquo As doenccedilas do aparelho digestivo satildeo a segunda causa para todas as faixas etaacuterias
raquo Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias satildeo a terceira causa para homens de 20 a 29 anos transtornos mentais e comportamentais entre 30 e 39 anos e doenccedilas do aparelho circulatoacuterio entre 40 e 49 anos
raquo Para os homens de 50 a 59 anos a principal causa de internaccedilatildeo satildeo as doenccedilas do aparelho circulatoacuterio (SCHWARZ et al 2012)
Graacutefico 02 ndash Porcentagem () das principais causas de internaccedilatildeo em homens por faixa etaacuteria Brasil 2010
Faixa etaacuteria em anos
35
30
25
20
15
10
5
0
I Algumas doenccedilas infecciosas e parasitaacuteriasII Neoplasias (tumores)V Transtornos mentais e comportamentais IX Doenccedilas do aparelho circulatoacuterioX Doenccedilas do aparelho respiratoacuterioXI Doenccedilas do aparelho digestivoXIX Lesotildees envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas
Fonte (SCHWARZ et al 2012 adaptado)
As principais causas de internaccedilotildees por enfermidades do aparelho respiratoacuterio estatildeo assinaladas no graacutefico a seguir
20
Graacutefico 03 ndash Internaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio 2007
Outras 57CID XI 15CID IX 13CID II 6CID X 9 (165369)
Pneumonia 43 (70535)Outras 29 (48489)DPOC 12 (20948)Asma 11 (18457)Tuberculose 5 (6940)
Fonte (BRASIL 2008a p26 adaptado)
Em relaccedilatildeo agraves doenccedilas do aparelho respiratoacuterio as que apresentaram maior incidecircncia foram as pneumonias (43) adoenccedila pulmonar obstrutiva crocircnica (12) e a tuberculose que mesmo apresentando o menor percentual de casos de internaccedilatildeo (5) destaca-se pela importacircncia do ponto de vista dasauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
21
Graacutefico 04 ndash Percentual de internaccedilotildees hospitalares pelo aparelho circulatoacuterio na populaccedilatildeo masculina dos 25ndash59 anos 2007
Outras 277CID V 165CID XIX151CID XI 134CIN IX 120 CIN X 80 CIN I 73
Coronariopatias 405 (59717)Outras 396 (58355)Hipertensatildeo 187 (27569)Febre reumaacutetica miocardiopatias 12 (1713)
Fonte (BRASIL 2008a p27 adaptado)
Entre os fatores de morbidade natildeo se pode deixar de mencionar as disfun-ccedilotildees sexuais notadamente a disfunccedilatildeo ereacutetil que acomete cerca da metade dos homens depois dos cinquenta anos (BRASIL 2008a p27)
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto acesse
MOURA E C MALTA D C Consumo de bebidas alcooacutelicas na populaccedilatildeo adulta brasileira ca-racteriacutesticas sociodemograacuteficas e tendecircncia RevBrasEpidemiol 2011 14(1) Supl 61- 70 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfrbepidv14s1a07v14s1pdfgt Acesso em 27092013
LARANJEIRA R et al I Levantamento nacional sobre os padrotildees de consumo de aacutelcool na popu-laccedilatildeo brasileira Brasiacutelia Secretaria Nacional Antidrogas 2007 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesrelatorio_padroes_consumo_alcoolpdfgt Acesso em 27 set 2013
22
222 mortalidade
Em relaccedilatildeo agrave mortalidade ao longo de toda a uacuteltima deacutecada foi observada maior proporccedilatildeo de oacutebitos entre homens que entre mulheres na faixa etaacuteria adulta especialmente jovens adultos (de 15 a 39 anos de idade) Diversos estudos mostram que as causas externas de mortalidade (acidentes e violecircncias) satildeo extre-mamente importantes entre os adultos especialmente para homens jovens No sexo masculino elas representaram 64 dos oacutebitos de 20 a 39 anos enquanto que no sexo feminino o percentual foi de 23 Mesmo observando uma reduccedilatildeo no diferencial entre homens e mulheres no periacuteodo entre 2000 e 2010 os homens ainda morrem mais que as mulheres conforme apresenta o graacutefico a seguir (BRASIL 2011b BRASIL 2011c LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005 MARANHAtildeO et al 2011)
Graacutefico 05 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo Brasil 2000 2005 e 2010
2000 2005 2010
584 58 573
415 42 427
0
10
20
30
40
50
60
70
Masculino
Feminino
Fonte (BRASIL 2012a p112 adaptado)
O proacuteximo graacutefico apresenta as curvas de mortalidade proporcional para homens e mulheres que tecircm padrotildees diferentes entre os anos principalmente para os grupos de adultos e idosos indicando um padratildeo de mortalidade mais tardia entre as mulheres Na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos houve um maior percen-tual de oacutebitos dos homens (381 em 2000 e 374 em 2010) quando comparado ao das mulheres (25 em 2000 e 232 em 2010) (BRASIL 2012a)
23
Graacutefico 06 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo e o ano do oacutebito por faixa etaacuteria Brasil 2000 e 2010
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1a 9 19 36 381
30 374 20 18 250
lt1 a 85 399241 11 13 232
ge 60 anos 479 547 620 703
Feminino 2000Masculino 2010Masculino 2000
Feminino 2010
10 a 19 20 a 59
11
Fonte (BRASIL 2012a p113)
Quadro 01 ndash Quatro principais causas especiacuteficas de mortalidade entre 20 e 59 anos (nesta ordem)homens 2010
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste Eventos Int Indeterminada Suiciacutedio
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste D HIV Cirosse e D Fiacutegado
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Acidentes de transporte terreste D Cerebrovasculares
Fonte (BRASIL 2012a adaptado)
24
Dados de 2012 mostram que no Brasil as causas externas representam a primeira causa mais frequente de morte na populaccedilatildeo masculina entre 20 a 59 anos configurando-se como um grande desafio aos gestores puacuteblicos e profissio-nais sobretudo os da sauacutede pois se deve ultrapassar a dimensatildeo da assistecircncia e reabilitaccedilatildeo das viacutetimas ocupando-se tambeacutem da promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e vigilacircncia epidemioloacutegica de acidentes e violecircncias (BRASIL 2012a)
Os homens no Brasil apresentam um risco de morte por causas externas 51 vezes maior que as mulheres Quanto agrave idade vale destacar as altas taxas de mortalidade por causas externas observadas a partir dos 19 anos de idade em especial entre os adultos jovens de 20 a 39 anos de idade e os idosos com 60 e mais anos de idade O risco de morte por causas externas foi de 100 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os adultos jovens e de 1104 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os idosos (BRASIL 2012a)
A anaacutelise do risco de morte por causas externas segundo regiotildees geograacute-ficas demonstrou uma distribuiccedilatildeo menos desigual que nas anaacutelises anteriores segundo atributos de idade e sexo sendo que taxas de mortalidade apenas ligei-ramente superiores foram encontradas nas regiotildees Centro-Oeste (853 por oacutebitos por 100 mil habitantes) Nordeste (755 oacutebitos por 100 mil habitantes) e Sul (746 oacutebitos por 100 mil habitantes) (BRASIL 2012a)
Tabela 04 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa bruta de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externas segundo sexo faixa etaacuteria e regiotildees geograacuteficas Brasil 2009
CaracteriacutesticasSexo a
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria b
0 a 9 anos 2517 22 151 1594 68 100 4111 30 126
10 a 14 anos 1740 15 208 733 31 90 2473 18 150
15 a 19 anos 11780 102 1384 1629 70 197 13409 97 799
20 a 39 anos 57656 500 1810 6105 282 204 64261 463 1000
40 a 59 anos 26305 228 1315 1586 196 210 30891 223 738
60 a mais 13342 116 1541 8109 346 753 21451 155 1104
Ignorado 1904 17 - 179 08 - 2083 15 -
Regiatildeo
Norte 9317 81 1199 1508 64 199 10825 78 705
Nordeste 34639 301 1317 5807 248 213 40446 292 755
Sudeste 44360 385 1125 10405 444 251 54765 395 677
Sul 17023 148 1246 3652 156 260 20675 149 746
Centro-Oeste 9826 85 1428 2023 86 288 11849 85 853
Total 115244 1000 1225 23435 1000 241 138679 1000 724
a) Excluiacutedos 137 registros com sexo ignorado
b) Excluiacutedos 119 registros com regiatildeo de residecircncia ignorada
Fonte (BRASIL 2011b p234 adaptado)
25
Embora natildeo exista grande diferenccedila nos coeficientes de mortalidade por neoplasias malignas eacute preciso destacar que entre os homens predominam os cacircnceres de pulmatildeo vindo a seguir os de proacutestata e o de estocircmago A anaacutelise de seacuteries histoacutericas de mortalidade no Brasil mostra claramente a importacircncia cres-cente do cacircncer de proacutestata que jaacute suplanta a neoplasia maligna de estocircmago haacute alguns anos (LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005)
No estado da Paraiacuteba o que se percebe eacute que em relaccedilatildeo agrave mortalidade por cacircnceres na populaccedilatildeo masculina o tumor da proacutestata jaacute se destaca como o de maior prevalecircncia aleacutem de ter tendecircncia crescente em relaccedilatildeo aos periacuteodos 2002 ndash2006 e 2007ndash2011
Graacutefico 07 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Paraiacuteba para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
2002-2006 2007-2011
158
109
96
62
52
52
5
49
38
31
31
3
24
1
207
191
104
10
36
5
36
49
46
46
37
37
32
23
1
20
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Por outro lado no estado de Pernambuco o cacircncer de proacutestata tambeacutem apre-senta maior prevalecircncia em relaccedilatildeo aos outros tumores mas mesmo apresen-tando tendecircncia a aumento no periacuteodo avaliado natildeo foi tatildeo significativo quanto no estado da Paraiacuteba Outro ponto de destaque eacute a tendecircncia agrave diminuiccedilatildeo nos tumores de traqueia brocircnquios pulmotildees fiacutegado e vias biliares
26
Graacutefico 08 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Pernambuco para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
179
91
128
184
183
92
122
184
3
46
39
65
43
44
33
35
36
32
14
35
5
34
61
46
38
34
37
41
3
14
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
2002-2006 2007-2011
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Dentre as doenccedilas do aparelho digestivo podem-se destacar as doenccedilas do fiacutegado que em 2005 foram responsaacuteveis por 70 das causas de morte de homens de 25ndash59 anos Destas 46 devem-se agrave doenccedila por consumo de aacutelcool 36 agrave fibrose e cirrose e 18 a outras doenccedilas do fiacutegado (BRASIL 2008a)
Por outro lado em relaccedilatildeo agrave mortalidade proporcional de acordo com os capiacute-tulos da CIDndash10 entre homens apresenta uma tendecircncia de reduccedilatildeo da proporccedilatildeo de oacutebitos por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio e tendecircncia de aumento nas seguintes causas neoplasias doenccedilas endoacutecrinas e causas externas (BRASIL 2012a)
27
Graacutefico 09 ndash Mortalidade proporcional () por capiacutetulos da CID no sexo masculino Brasil 2000 e 2010
IX II XX X IV OUTRAS
294 135 18 105 47 238
285 16 187 104 53 211
0
5
10
15
20
25
30
35
2000
2010
Fonte (BRASIL 2012a p121 adaptado)
Saiba
SitesPara realizar uma anaacutelise mais detalhada do perfil de mortalidade masculina consulte o material Mortalidade do adulto no Brasil taxas de mortalidade segundo o sexo as causas e as Regiotildees 2010 disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrportalsaudearquivospdf2013Fev21sau-debrasil2011_parte1_cap7pdfgt Acesso em 25 set 2013
Leia tambeacutem o Perfil da situaccedilatildeo de sauacutede do homem no Brasil (2012) disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Perfil-da-Situa----o-de-Sa--de-do-Homem-no--Brasilpdfgt Acesso em 26 ago 2015
Nos artigos a seguir os autores fazem uma discussatildeo ampliada sobre as principais causas de morbimortalidade masculina
LAURENTI R JORGE M H P de M GOTLIEB S L D Perfil epidemioloacutegico da morbimortalidade masculina Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 10 n 1 p 35-46 janmar 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfcscv10n1a04v10n1pdfgt Acesso em 30 set 2013
LUIZAGA C T de M GOTLIEB S L D Mortalidade masculina em trecircs capitais brasileiras 1979 a 2007 RevBrasEpidemiolv 16 n 1 p 87-99 2013 Disponiacutevel emlthttpwwwscielobrpdfrbe-pidv16n11415-790X-rbepid-16-01-0087pdfgt Acesso em 25 set 2013
IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) A qualidade da informaccedilatildeo sobre a mortalidade no Brasil recente e avaliaccedilatildeo do impacto das causas violentas no nuacutemero de anos de vida perdi-dos In IBGE Indicadores Sociodemograacuteficos e de Sauacutede no Brasil n 25 Rio de Janeiro IBGE 2009 Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoindic_sociosaude2009indicsaudepdfgt Acesso em 25092013
VIEIRA S O cacircncer e a sauacutede do homem um panorama completo dos tumores que acometem a populaccedilatildeo masculina Revista Oncoamp ndash Oncologia para todas as especialidadesSatildeo Paulo a 2 n 11 p 12-18 maiojun 2012 Disponiacutevel emlthttprevistaoncocombrwp-contentuploa-ds201205ONCO_11pdfgt Acesso em 25 set 2013
28
Para vocecirc ter acesso a dados sobre morbimortalidade da populaccedilatildeo masculina dos estados de Paraiacuteba e Pernambuco acesse os links abaixo
TABNET ndash OacuteBITOSPARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttptabnetsaudepbgovbrdeftohtmexetabdotabnetsimpbdefgt Acesso em 25 set 2013
ATLAS DE MORTALIDADE POR CAcircNCER ndash INCA (Instituto Nacional de Cacircncer) Disponiacutevel em lthttpmortalidadeincagovbrMortalidadeprepararModelo04actiongt Acesso em 25 set 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttppor-talweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO ndash Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PERNAMBUCO Disponiacutevel em lthttpportalweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
Nos links para acesso ao Pacto pela Sauacutede apoacutes abrir a paacutegina do SISPACTO clique em relatoacute-rios que aparece no lado esquerdo da tela Em seguida clique em relatoacuterios estaduais e localize o estado que vocecirc desejar consultar
3 programas poLiacuteticas e pactos de sauacutede para o homem no BrasiL
A seguir descreveremos os principais programas poliacuteticas e pactos que tecircm relaccedilatildeo com a sauacutede do homem no Brasil Recomendamos que vocecirc consulte os links complementares para saber mais sobre cada um deles
31 pacto pela sauacutede
Aprovado por unanimidade pelo Conselho Nacional de Sauacutede (CNS) e publi-cado na Portaria GMMS nordm 399 de 22 de fevereiro de 2006 o Pacto pela Sauacutede eacute um conjunto de reformas institucionais do SUS pactuado entre as trecircs esferas de gestatildeo (Uniatildeo Estados e Municiacutepios) com o objetivo depromover a melhoria dos serviccedilos ofertados agrave populaccedilatildeo e a garantia de acesso a todos Tambeacutem redefine as responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da popu-laccedilatildeo e na busca da equidade social Sua adesatildeo se constituiem um processo de cooperaccedilatildeo permanente entre os gestores e negociaccedilatildeo local regional estadual e federal
O pacto pela sauacutede se divide em 3 eixos
1 Pacto em defesa do SUS defesa dos princiacutepios do SUS qualificaccedilatildeo do SUS como poliacutetica puacuteblica
2 Pacto pela gestatildeo do SUS processo continuado de pactuaccedilatildeo intergestores ndash responsabilidades sanitaacuterias e diretrizes de gestatildeo
3 Pacto pela vida compromisso entre os gestores do SUS em torno das respon-sabilidades nacionais estaduais regionais e municipais com definiccedilotildees de metas e accedilotildees
Por meio da Portaria nordm 325GM de 21 de fevereiro de 2008 o Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu novas prioridades objetivos metas e indicadores de monito-ramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede para o ano de 2008 no qual foi inserido
30
como uma das prioridades a Sauacutede do Homem cuja meta era a de promover a sauacutede integral do homem com a elaboraccedilatildeo publicaccedilatildeo e implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede do Homem
32 poliacutetica nacional de atenccedilatildeo inteGral agrave sauacutede do Homem (pnaisH)
Foi instituiacuteda por meio da Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Destaca- se por ser um programa pioneiro dentre os paiacuteses da Ameacuterica Latina lanccedilado apoacutes 20 anos de implantaccedilatildeo do SUS no Brasil Visa abranger a faixa etaacuteria de 20 a 59 anos melhorando a assistecircncia oferecida aos homens por meio de accedilotildees de informaccedilatildeo proteccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede assim como tratamento e recuperaccedilatildeo de agravos aleacutem de uma mudanccedila cultural no que diz respeito ao comportamento masculino nessa aacuterea (BRASIL 2008a)
A PNAISH estaacute alinhada com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash porta de entrada preferencial ao Sistema Uacutenico de Sauacutede ndash primando pela humanizaccedilatildeo da atenccedilatildeo e em consonacircncia com os princiacutepios do SUS fortalecendo accedilotildees e serviccedilos em redes e cuidados da sauacutede Ela norteia as accedilotildees de atenccedilatildeo integral
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto recomendamos que vocecirc veja os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Pacto pela SauacutedeSISPACTO - Aplicativo do Pacto pela Sauacutede Brasiacutelia Ministeacute-rio da Sauacutede [2011c] Disponiacutevel emlthttpportalweb04saudegovbrsispactogt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 399GM de 22 de fevereiro de 2006 Divulga o pacto pela sauacutede 2006 - Consolidaccedilatildeo do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a Disponiacutevel em lthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2006GMGM-399htmgt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 325 de 21 de fevereiro de 2008 Estabelece prioridades objetivos e metas do Pacto pela Vida para 2008 os indicadores de monitoramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede e as orientaccedilotildees prazos e diretrizes para a sua pactuaccedilatildeoBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacute-de 2008b Disponiacutevel emlthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2008GMGM-325htmgt Acesso em 27set 2013
MACHADO R R et al Entendendo o pacto pela sauacutede na gestatildeo do SUS e refletindo sua implementaccedilatildeo Rev Eletrocircnica de Enfermagem v 11 n 1 p 181-187 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfenufgbrfen_revis-tav11n1pdfv11n1a23pdfgt Acesso em 27set2013
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agrave sauacutede do homem visando estimular o autocuidado e sobretudo o reconhe-cimento de que a sauacutede eacute um direito social baacutesico e de cidadania de todos os homens brasileiros (BRASIL 2008a)
Tem como objetivo principal
Promover a melhoria das condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo masculina do Brasil contri-buindo de modo efetivo para a reduccedilatildeo da morbidade e mortalidade dessa popu-laccedilatildeo atraveacutes do enfrentamento racional dos fatores de risco e mediante a facilitaccedilatildeo ao acesso agraves accedilotildees e aos serviccedilos de assistecircncia integral agrave sauacutede (BRASIL 2008a)
Aleacutem disso a PNAISH propotildee uma reorientaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede com foco na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) de modo que essa poliacutetica seja integrada e executada juntamente com as demais poliacuteticas programas estrateacutegias e accedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2008a)
Para refletir
Vocecirc jaacute teve oportunidade de discutir a PNAISH com os demais membros da equipe de sauacutedeQuais satildeo as accedilotildees desenvolvidas na sua unidade de sauacutede para os homens Como eacute a adesatildeo da popula-ccedilatildeo a essas accedilotildees Quais satildeo suas principais dificuldades
Saiba
Conheccedila o estudo que avaliou a implantaccedilatildeo da PNAISH em municiacutepios brasileiros Nele foram avaliados como estatildeo sendo desenvolvidas as accedilotildees de fortalecimento desta poliacutetica Estaacute disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Fortalecimento-da--PNAISHpdfgt Acesso em 01 fev 2015
SitesPara vocecirc conhecer mais sobre a PNAISH acesse os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Institui no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacute-de do Homem Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2009prt1944_27_08_2009htmlgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave sauacutede Departamento de Accedilotildees Progra- maacuteticas e Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem Plano de Accedilatildeo Nacional 2009-2011 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009b Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_saude_homem_2009-2011pdfgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteti-cas Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2008a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_homempdfgt Acesso em 20 set 2013
CARRARA S RUSSO J A FARO L A poliacutetica de atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem no Brasil os pa-radoxos da medicalizaccedilatildeo do corpo masculinoPhysisRevista de Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 19 n 3 p659-678 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfphysisv19n3a06v19n3pdfgt Acesso em 27set 2013
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LEAL A F FIGUEIREDO W S NOGUEIRA-DA-SILVA G S O percurso da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede dos Homens (PNAISH) desde a sua formulaccedilatildeo ateacute sua implementaccedilatildeo nos serviccedilos puacuteblicos locais de atenccedilatildeo agrave sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletivav 17 n 10 p2607-2616 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfcscv17n1010pdfgt Acesso em 27 set 2013
33 poliacutetica nacional de Humanizaccedilatildeo (pnH)A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) foi criada em 2004 como fortaleci-
mento da rede assistencial do SUS e com o objetivo de oferecer uma sauacutede digna para todos com profissionais comprometidos com a eacutetica e com a defesa da vida
Para a PNH humanizar eacute ofertar atendimento de qualidade articulando os avanccedilos tecnoloacutegicos com o acolhimento com a melhoria dos ambientes de cuidado e das condiccedilotildees de trabalho dos profissionais
Como poliacutetica a Humanizaccedilatildeo deve portanto traduzir princiacutepios e modos de operar no conjunto das relaccedilotildees entre profissionais e usuaacuterios A humanizaccedilatildeo supotildee troca de saberes (incluindo os dos pacientes e familiares) diaacutelogo entre os profissionais e modos de trabalhar em equipe Como estrateacutegia de interferecircncia no processo de produccedilatildeo de sauacutedeconsidera-se que sujeitos sociais quando mobi-lizados satildeo capazes de transformar realidades transformando-se a si proacuteprios nesse mesmo processo
princiacutepios norteadores da poliacutetica de Humanizaccedilatildeo
1 Valorizaccedilatildeo da dimensatildeo subjetiva e social em todas as praacuteticas de atenccedilatildeo e gestatildeo fortalecendoestimulando processos integradores e promotores de compromissosresponsabilizaccedilatildeo
2 Estiacutemulo a processos comprometidos com a produccedilatildeo de sauacutede e com a produccedilatildeo de sujeitos
3 Fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional estimulando a trans-disciplinaridade e a grupalidade
4 Atuaccedilatildeo em rede com alta conectividade de modo cooperativo e solidaacuterio em conformidade com as diretrizes do SUS
5 Utilizaccedilatildeo da informaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo da educaccedilatildeo permanente e dos espaccedilos da gestatildeo na construccedilatildeo de autonomia e protagonismo de sujeitos e coletivos
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diretrizes especiacuteficas na atenccedilatildeo baacutesica
1 Elaborar projetos de sauacutede individuais e coletivos para usuaacuterios e sua rede social considerando as poliacuteticas intersetoriais e as necessidades de sauacutede
2 Incentivar praacuteticas promocionais de sauacutede
3 Estabelecer formas de acolhimento e inclusatildeo do usuaacuterio que promovam a otimizaccedilatildeo dos serviccedilos o fim das filas a hierarquizaccedilatildeo de riscos e o acesso aos demais niacuteveis do sistema
4 Comprometer-se com o trabalho em equipe de modo a aumentar o grau de corresponsabilidade e com a rede de apoio profissional visando agrave maior eficaacutecia na atenccedilatildeo em sauacutede
E o acolhimento como pode ser entendido Trata-se de uma praacutetica nas accedilotildees de atenccedilatildeo e gestatildeo nas unidades de sauacutede que favorece a construccedilatildeo de uma relaccedilatildeo de confianccedila e compromisso dos usuaacuterios com as equipes e os serviccedilos contribuindo para a promoccedilatildeo da cultura de solidariedade e para a legitimaccedilatildeo do SUS Com o acolhimento passa a existir a possibilidade de avanccedilos na alianccedila entre usuaacuterios trabalhadores e gestores da sauacutede em defesa do SUS como uma poliacutetica puacuteblica essencial da e para a populaccedilatildeo brasileira (GENIOLE et al 2011)
Para refletir
Como profissional de sauacutede suas atitudes contemplam as dimensotildees abordadas na Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo E qual o envolvimento que vocecirc visualiza desta Poliacutetica com a Sauacutede do Homem Vocecirc acredita que a falta de acolhimento pode dificultar o acesso dos homens agraves unidades de sauacutede
Saiba
SitesPara conhecer mais sobre a Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo acesse os links lthttpportalsau-degovbrportalarquivospdfdoc_basepdfgt (BRASIL 2004) e lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumanizasus_gestores_trabalhadores_sus_4edpdfgt (BRASIL 2008c)
A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo possui um caderno especiacutefico para a Atenccedilatildeo Baacutesica Para conhececirc-lo acesse o link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumaniza_sus_atencao_basicapdfgt (BRASIL 2009c)
E para entender mais sobre acolhimento acesse a cartilha denominada Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede disponiacutevel no link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhi-mento_praticas_producao_saudepdfgt (BRASIL 2010a)pdfgt Acesso em 27set 2013
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34 poliacutetica de promoccedilatildeo da sauacutede
Entre as prioridades do Pacto em Defesa da Vida encontra-se a publicaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede que ratifica o compromisso do Minis-teacuterio da Sauacutede na ampliaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede nos serviccedilos e na gestatildeo do SUS Trata-se de uma poliacutetica transversal integrada e intersetorial que dialoga com as diversas aacutereas do setor sanitaacuterio os outros setores do Governo os setores privados e natildeogovernamentais e a sociedade compondo redes de compromisso e corresponsabilidade quanto agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo de forma que todos sejam partiacutecipes no cuidado com a sauacutede (BRASIL 2006b)
A Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede foi revisada no ano de 2015 visando se adequar aos novos desafios e compromissos no contexto da sauacutede nacional
Ela destaca a necessidade de articulaccedilatildeo com outras poliacuteticas puacuteblicas para fortalececirc-la com o imperativo da participaccedilatildeo social e dos movimentos popu-lares em virtude da impossibilidade de que o setor sanitaacuterio responda sozinho ao enfrentamento dos determinantes e condicionantes da sauacutede Para tal toma como referecircncia alguns temas transversais para a formulaccedilatildeo de agendas de promoccedilatildeo da sauacutede e para a adoccedilatildeo de estrateacutegias e temas prioritaacuterios operando em conso-nacircncia com os princiacutepios e os valores do SUS como
raquo Determinantes Sociais da Sauacutede (DSS)
raquo equidade e respeito agrave diversidade
raquo produccedilatildeo de sauacutede e cuidado
raquo vida no trabalho
raquo cultura da paz e direitos humanos entre outras (BRASIL 2015)
O objetivo principal dessa poliacutetica eacute promover a equidade e a melhoria das condiccedilotildees e dos modos de viver ampliando a potencialidade da sauacutede individual e coletiva e reduzindo vulnerabilidades e riscos agrave sauacutede decorrentes dos determi-nantes sociais econocircmicos poliacuteticos culturais e ambientais (BRASIL 2015)
Saiba
SitesPara conhecer melhor a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede vocecirc pode ver o linklthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_promocao_saude_3edpdfgtAcesso em 28 out 2013 (BRASIL 2010b)
Para ter acesso agrave Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede revisada e identificar todas as atuali-zaccedilotildees da versatildeo de 2015 acesse lthttppromocaodasaudesaudegovbrpromocaodasaudearquivospnps-2015_finalpdfgt Acesso em 01 fev 2015
4 a organizaccedilatildeo da estrateacutegia sauacutede da famiacuteLia no pLanejamento de accedilotildees e avaLiaccedilatildeo de riscos agrave sauacutede do homem
Uma das diretrizes da PNAISH eacute a reorganizaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede por meio de uma proposta inclusiva na qual os homens considerem os serviccedilos de sauacutede sobretudo as unidades baacutesicas de sauacutede ou unidades de sauacutede da famiacutelia tambeacutem como espaccedilos masculinos e por sua vez esses serviccedilos reconheccedilam os homens como sujeitos que necessitem de cuidados (SILVA et al 2012)
A compreensatildeo das barreiras institucionais eacute importante para a proposiccedilatildeo estrateacutegica de medidas que venham a promover o acesso dos homens aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria que deve ser a porta de entrada preferencial ao sistema de sauacutede a fim de resguardar a promoccedilatildeo e a prevenccedilatildeo como eixos fundamentais de intervenccedilatildeo (SILVA et al 2012)
Nesse contexto estudos vecircm relacionando a masculinidade tradicional como o principal obstaacuteculo para o acesso dessa parcela populacional aos serviccedilos de sauacutede sobretudo agravequeles que estatildeo voltados agrave promoccedilatildeo da sauacutede A busca por esse tipo de serviccedilo pode ser considerado sinocircnimo de fraqueza realidade que vai de encontro com os preceitos da hegemonia masculina na qual os homens satildeo educados para natildeo demonstrar qualquer traccedilo de fragilidade Some-se a isso o fato de as unidades baacutesicas e de sauacutede da famiacutelia por serem compostas por muitos profissionais do sexo feminino e serem frequentadas sobretudo por mulheres provocam uma sensaccedilatildeo de natildeo pertencimento a tais espaccedilos (FIGUEIREDO 2005 BRAZ 2005 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 BRITO SANTOS 2010 SILVA et al 2012)
Os estudos apontam ainda outros motivos pela baixa demanda masculina na Atenccedilatildeo Baacutesica como a organizaccedilatildeo dos serviccedilos a demora em conseguir atendimento meacutedico o horaacuterio de funcionamento incompatiacutevel com a jornada de trabalho daqueles inseridos no mercado formal a ausecircncia de programas especiacute-ficos para atender aos homens o deacuteficit no processo de abordagem e de cuidarcuidado da populaccedilatildeo masculina por parte dos profissionais a ausecircncia de acolhi-mento ou o acolhimento pouco atrativo a fraacutegil qualificaccedilatildeo profissional para lidar com o segmento masculino
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O certo eacute que muitos agravos que acometem a populaccedilatildeo masculina poderiam ser evitados caso fossem realizadas com regularidade as medidas de prevenccedilatildeo primaacuteria A resistecircncia masculina agrave atenccedilatildeo primaacuteria aumenta natildeo somente a sobrecarga financeira da sociedade mas tambeacutem o sofrimento fiacutesico e emocional do paciente e de sua famiacutelia na luta pela conservaccedilatildeo da sauacutede e da qualidade de vida dessas pessoas (BRASIL 2008a)
O fortalecimento e a qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria garantem a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo aos agravos evitaacuteveis dado o reconhecimento de que os homens adentram o sistema de sauacutede por meio da atenccedilatildeo especializada agravando a morbidade pelo retardamento na atenccedilatildeo e maior custo parao SUS (BRASIL 2008a)
Assim ao serem elaboradas estrateacutegias voltadas agrave conscientizaccedilatildeo do grupo masculino sobre a adoccedilatildeo de haacutebitos mais saudaacuteveis o primeiro passo a ser dado eacute a sensibilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede que atuam na atenccedilatildeo baacutesica para que compreendam os padrotildees culturalmente arraigados na populaccedilatildeo acerca do que eacute ser homem as principais barreiras possam ser superadas e essa populaccedilatildeo possa efetivamente ser acolhida (BRITO SANTOS 2010 )
41 conHecendo a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea de abranGecircncia
Vocecirc jaacute sabe a importacircncia de os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica conhecerem bem as caracteriacutesticas da sua populaccedilatildeo adscrita Sem essa informaccedilatildeo fica difiacutecil se planejar o trabalho a ser desenvolvido
Como aqui estamos discutindo a sauacutede do homem enfatizamos a necessidade de que seja realizado um levantamento sobre o perfil de morbimortalidade dessa populaccedilatildeo antes mesmo das accedilotildees de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo agrave sauacutede serem pensadas
Como a populaccedilatildeo masculina eacute caracterizada pela faixa etaacuteria de 20 a 59 anos uma sugestatildeo eacute que se definam por grupos etaacuteriosas causas de adoecimento e morte mais prevalentes e a partir disso sejam estruturadas as accedilotildees de sauacutede
Uma sugestatildeo eacute vocecirc utilizar as informaccedilotildees contidas no quadro a seguir para construir o perfil da sua populaccedilatildeo masculina
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Quadro 02 ndash Indicadores para a anaacutelise do perfil da populaccedilatildeo masculina
Cadastro do nuacutemero de indiviacuteduos masculinos entre 20 e 59 anos
Homens diabeacuteticos cadastrados
Homens diabeacuteticos acompanhados
Homens hipertensos cadastrados
Homens hipertensos acompanhados
Homens com tuberculose cadastrados
Homens com tuberculose acompanhados
Homens com hanseniacutease cadastrados
Homens com hanseniacutease acompanhados
Hospitalizaccedilotildees ocorridas no mecircsPor abuso de aacutelcoolPor complicaccedilotildees do DiabetesPor outras causas
Internaccedilotildees em hospital psiquiaacutetrico
Oacutebitos ocorridos no mecircs
Fonte (UFSC 2013 adaptado)
Saiba
SitesConsulte os links a seguir para saber mais sobre o assunto
Novo sistema de informaccedilatildeo do SUS o E-SUS Atenccedilatildeo Baacutesica lthttpdabsaudegovbrportal-dabesusphpgt Acesso em 1out 2013 (PORTAL 2012)
Portal da atenccedilatildeo baacutesica e seus sistemas de informaccedilatildeo lthttpdabsaudegovbrportaldabsis-temasphpgt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL [20--d])
DATASUS Informaccedilotildees de Sauacutede (TABNET) lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphp area=0203gt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL c2008)
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42 inserccedilatildeo da atenccedilatildeo e cuidado ao Homem no processo de trabalHo da equipe de sauacutede da famiacutelia
Para alcanccedilar a efetividade desejada na atenccedilatildeo baacutesica consideram-se neces-saacuterios o planejamento e a implementaccedilatildeo de accedilotildees de sauacutede em cada contexto Esses exigem conhecimentos detalhados sobre as condiccedilotildees de vida das pessoas que ali residem sobre as especificidades do processo de organizaccedilatildeo das accedilotildees realizadas na assistecircncia agrave sauacutede e gestatildeo do trabalho das equipes e dos profissio-nais envolvidos Assim pode-se delinear o que eacute necessaacuterio e o que eacute possiacutevel se realizarem um determinado local (KRUG et al 2010)
O processo de trabalho na Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia eacute caracterizado pela interdisciplinaridade e pelo trabalho em equipe Haacute uma soma dos diversos saberes e das praacuteticas das categorias profissionais por meio de uma abordagem integral e resolutiva (BRASIL 2012b)
O trabalho em equipe eacute tido como proposta estrateacutegica para enfrentar o intenso processo de especializaccedilatildeo na aacuterea da sauacutede Esse processo caracteriza-se pelo aprofundamento vertical do conhecimento e da intervenccedilatildeo em aspectos individu-alizados das necessidades de sauacutede (PAVONI MEDEIROS 2009)
Sendo assim o ideal eacute mobilizar toda a equipe para que juntos possam efeti-vamente planejar as accedilotildees que seratildeo desenvolvidas para a populaccedilatildeo masculina Para ajudar nesse processo relembramos algumas caracteriacutesticas do processo de trabalho das equipes de atenccedilatildeo baacutesica
I Definiccedilatildeo do territoacuterio de atuaccedilatildeo e da populaccedilatildeo sob a responsabilidade das unidades baacutesicas de sauacutede e das equipes
II Programaccedilatildeo e implementaccedilatildeo das atividades de atenccedilatildeo agrave sauacutede de acordo com as necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo com a priorizaccedilatildeo de inter-venccedilotildees cliacutenicas e sanitaacuterias nos problemas de sauacutede segundo criteacuterios de frequecircncia risco vulnerabilidade
III Desenvolvimento de accedilotildees que priorizem os grupos de risco e os fatores de risco cliacutenico-comportamentais alimentares eou ambientais com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a persistecircncia de doenccedilas e danos evitaacuteveis
IV Realizaccedilatildeo do acolhimento com escuta qualificada classificaccedilatildeo de risco avaliaccedilatildeo de necessidade de sauacutede e anaacutelise de vulnerabilidade tendo em vista a responsabilidade da assistecircncia resolutiva agrave demanda espontacircnea e o primeiro atendimento agraves urgecircncias
V Prover atenccedilatildeo integral contiacutenua e organizada agrave populaccedilatildeo adscrita
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VI Desenvolvimento de accedilotildees educativas que possam interferir no processo de sauacutede-doenccedila da populaccedilatildeo no desenvolvimento de autonomia individual e coletiva e na busca por qualidade de vida pelos usuaacuterios
VII Desenvolvimento de accedilotildees intersetoriais integrando projetos e redes de apoio social voltados para o desenvolvimento de uma atenccedilatildeo integral
VIII Realizaccedilatildeo de atenccedilatildeo domiciliar destinada a usuaacuterios que possuam problemas de sauacutede controladoscompensados e com dificuldade ou impos-sibilidade fiacutesica de locomoccedilatildeo ateacute uma unidade de sauacutede que necessitam de cuidados com menor frequecircncia e menor necessidade de recursos de sauacutede e do cuidado compartilhado com as equipes de atenccedilatildeo domiciliar nos demais casos
Fonte (BRASIL 2012b grifo nosso)
Como jaacute vimos vaacuterios estudos apontam que os homens padecem mais de condiccedilotildees severas e crocircnicas de sauacutede em comparaccedilatildeo agraves mulheres e igualmente morrem mais do que as mulheres pelas mesmas causas de morte Mesmo com o aumento dos iacutendices de morbimortalidade eles natildeo costumam procurar as unidades baacutesicas de sauacutede para orientaccedilatildeo ou prevenccedilatildeo de alguma patologia e quando buscam esses serviccedilos jaacute estatildeo com alguma doenccedila instalada portanto o desafio das equipes de sauacutede da famiacutelia eacute inverter esse padratildeo e encontrar formas de estimular a populaccedilatildeo masculina para accedilotildees de prevenccedilatildeo e cuidados agrave sauacutede (SILVA etal 2012 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 FIGUEIREDO 2005 SCHRAIBER et al 2010)
Eacute mais do que chegada a hora de se distanciar do modelo biomeacutedico pres-critivo que natildeo enfatiza a prevenccedilatildeo mas que ainda predomina nos serviccedilos de sauacutede e estaacute arraigado na cultura masculina Deve-se ter um olhar integral no aten-dimento a essa populaccedilatildeo no qual se priorizam as necessidades que vatildeo aleacutem daquilo que a cliacutenica pode detectar (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)Tambeacutem eacute necessaacuterio que os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica verdadeiramente entendamo papel de cada um para que efetivamente a PNAISH possa ser implan-tada nas unidades de sauacutede
A equipe da atenccedilatildeo baacutesica eacute de fundamental importacircncia no processo de estiacute-mulo agrave populaccedilatildeo masculina pela procurados serviccedilos de sauacutede Diversos esforccedilos devem ser investidos para trazer essa populaccedilatildeo para participar de atividades de
43 accedilotildees da equipe de sauacutede da famiacutelia Voltadas para a sauacutede do Homem
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prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Para tal vale acionar familiares na captaccedilatildeo dessa populaccedilatildeo A mulher que geralmente eacute quem procura a unidade sendo essa esposa matildee ou irmatilde eacute um canal interessante para se discutir a importacircncia de trazer seus familiares do sexo masculino para consultas de rotina (BRASIL 2008a) E como fazer isso
Na seccedilatildeo 41 deste livro vocecirc recebeu orientaccedilotildees sobre como conhecer a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea Agora eacute hora de reunir a equipe de sauacutede e planejar as accedilotildees visando agrave melhoria dos indicadores e agrave qualidade de vida dessa populaccedilatildeo A seguir sugerimos alguns exemplos de accedilotildees que podem ser desen-volvidas por vocecirc e sua equipe
raquo Analisar a situaccedilatildeo de sauacutede da populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea adscrita observando as principais causas de morbidade internaccedilatildeo e mortalidade
raquo Estabelecer accedilotildees levando em consideraccedilatildeo os fatores socioeconocircmicos de morbimortalidade eculturais locais que determinam ou condicionam o modo de vida dos indiviacuteduos respeitando tambeacutem as diferenccedilas de idade jaacute que esse grupo populacional envolve homens na faixa etaacuteria de 20 e 59 anos
raquo Realizar a busca ativa de homens para a realizaccedilatildeo de ao menos uma consultaano
raquo Informar a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea a respeito da importacircncia da promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos aos homens
raquo Facilitar o acesso com oferta de atendimento em horaacuterios alternativos adequados agrave populaccedilatildeo masculina
raquo Promover o acolhimento realizando atendimento humanizado
raquo Realizar accedilotildees visando principalmente agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao estiacutemulo ao autocuidado e agrave adesatildeo de homens aos serviccedilos de sauacutede Satildeo exemplos de accedilotildees orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da populaccedilatildeo masculina quanto agraves medidas disponiacuteveis para detecccedilatildeo precoce do cacircncer de proacutestata em pacientes sinto-maacuteticos e com disfunccedilatildeo ereacutetil entre outros agravos do aparelho geniturinaacuterio
raquo Incorporar os homens nas accedilotildees e atividades educativas voltadas para o plane-jamento familiar
raquo Estimular a participaccedilatildeo paterna no preacute-natal parto puerpeacuterio e no cresci-mento e desenvolvimento da crianccedila
raquo Ofertar exames previstos para homens que participam do preacute-natal masculino
raquo Realizar accedilotildees educativas para a prevenccedilatildeo de violecircncias e acidentes e uso de aacutelcool e outras drogas
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Vocecirc sabia
O Ministeacuterio da Sauacutede vem apoiando estrateacutegias que estimulem e facilitem o acesso dos homens agraves unidades baacutesicas de sauacutede Como alternativa desde 2010 propocircs durante o I Seminaacuterio Inter-nacional de Sauacutede do Homem das Ameacutericas a implantaccedilatildeo do preacute-natal masculino como comple-mento agrave PNAISH na Atenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede
O objetivo eacute fazer com que os profissionais de sauacutede incentivem o homem a acompanhar as con-sultas do preacute-natal durante os nove meses de gestaccedilatildeo da parceira e aproveitem esse momento para realizar exames preventivos e assim promover o acesso dos homens aos serviccedilos de sauacutede
O princiacutepio baacutesico eacute estimular a participaccedilatildeo e inclusatildeo do homem nas accedilotildees de planejamento de sua vida sexual e reprodutiva focando inclusive na paternidade responsaacutevel ou seja o homem precisa se cuidar para cuidar da famiacutelia A proposta tem relaccedilatildeo com o fortalecimento do viacutenculo homem-mulher e pai-filho(a) podendo este ter reflexo sobre a reduccedilatildeo da violecircncia domeacutestica (SANTOS FERREIRA 2013)
Na Paraiacuteba desde o ano de 2009 foi instituiacuteda a Semana Estadual da Sauacutede do Homem (Lei Ndeg 8772 de 15 de abril de 2009) Desde essa eacutepoca vaacuterios eventos aconteceram com o objetivo de implantar e implementar a PNAISH no Estado
A primeira semana foi intitulada ldquoAlerta Homemrdquo por meio da qual se definiu um conjunto de accedilotildees que foram efetivadas pela Secretaria de Estado da Sauacutede em parceria com outras instacircncias go-vernamentais e natildeo governamentais inclusive com a Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) por intermeacutedio do Laboratoacuterio de Estudos e Pesquisas Masculinidades e Sauacutede vinculado ao Progra-ma de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Enfermagem que participou dessa semana com accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede
Saiba
Sites
Para vocecirc conhecer mais sobre essa experiecircncia veja o link a seguir
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raquo Responsabilizar a cada semana um profissional pelo desenvolvimento de alguma atividade especiacutefica ao homem
raquo Divulgar as accedilotildees propostas para os homens por meio dos agentes comunitaacute-rios de sauacutede e da populaccedilatildeo feminina que frequenta a unidade de sauacutede
raquo Comemorar o Dia Internacional do Homem (tambeacutem conhecido como Novembro Azul) Vale planejar com a equipe accedilotildees de prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos e promoccedilatildeo da sauacutede voltadas agrave populaccedilatildeo masculina
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Em Pernambuco tambeacutem foi instituiacuteda a Semana Estadual de Sauacutede do Homem por meio da Lei Nordm 14158 de 17 de setembro de 2010 que determina a comemoraccedilatildeo e realizaccedilatildeo de accedilotildees voltadas a essa populaccedilatildeo na segunda semana de agosto Saiba mais consultando o link lthttplegisalepepegovbrarquivoTextoaspxtiponorma=1ampnumero=14158ampcomplemento=0ampano=2010amptipo=gt Acesso em 1 out 2013
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VIEIRA L J E de S et al Prevenccedilatildeo do cacircncer de proacutestata na oacutetica do usuaacuterio portador de hipertensatildeo e diabetes Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 13 n 1 p 145-152 janfev 2008 Disponiacutevel em lthttpdxdoiorg101590 S1413-81232008000100019gt Acesso em 20 set 2013
VIEIRA S O cacircncer e a sauacutede do homem um panorama completo dos tumores que acometem a populaccedilatildeo masculina Revista Oncoamp ndash Oncologia para todas as especialidades Satildeo Paulo a 2 n 11 p 12-18 maiojun 2012 Disponiacutevel em lthttprevistaoncocombrwp-contentuploads201205ONCO_11pdfgt Acesso em 25 set 2013
VILLELA W Gecircnero sauacutede dos homens e masculinidades Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 10 n 1 p 29-32 janmar 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfcscv10n1a03fv10n1pdfgt Acesso em 20 set 2013
XIMENES NETO F R G X et alTrabalho do enfermeiro na atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem no territoacuterio da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia Revista Eletrocircnica Gestatildeo amp Sauacutede v 4 n 1 p1741ndash1756 2013
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Execuccedilatildeo
Financiamento
Universidade Aberta do SUS
Caro(a) aluno(a)
Esta primeira parte da disciplina Sauacutede do Adulto II na qual eacute abordada a Sauacutede do Homem surge como um diferencial na formaccedilatildeo dos profissionais da Estra-teacutegia de Sauacutede da Famiacutelia visto que este eacute um tema relativamente novo dentro da agenda de prioridades do Ministeacuterio da Sauacutede
A Atenccedilatildeo Baacutesica deve ser a porta de entrada preferencial e o principal contato dos usuaacuterios com os serviccedilos de sauacutede Poreacutem o que vemos eacute que a demanda dos homens por atendimento eacute inferior agrave das mulheres Logo a inclusatildeo destes em accedilotildees de preservaccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede tem se tornado cada vez mais desafiadora e requer qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria para que natildeo se restrinja agrave recuperaccedilatildeo da sauacutede Deve-se garantir sobretudo a prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos evitaacuteveis
Para tanto constituem objetivos da disciplina Sauacutede do Adulto II no que se refere agrave sauacutede do homem
raquo refletir sobre as caracteriacutesticas masculinas que dificultam o acesso do homem ao serviccedilo de sauacutede
raquo identificar os indicadores de morbimortalidade nacionais e estaduais em sauacutede do homem
raquo conhecer os pactos poliacuteticas e programas voltados agrave sauacutede do homem no Brasil
raquo reorientar os membros da Equipe de Sauacutede da Famiacutelia no planejamento de accedilotildees e avaliaccedilatildeo de riscos relativos agrave sauacutede do homem
raquo orientar as accedilotildees da cliacutenica e do cuidado relacionados aos principais agravos da sauacutede do homem
Bons estudos
apresentaccedilatildeo
1 sauacutede do homem e mascuLinidades
Homens e sauacutede parece que essas duas palavras juntas natildeo combinam mas se engana quem pensa assim Mesmo com todas as dificuldades que envolvem a relaccedilatildeo sauacutede e populaccedilatildeo masculina o Brasil estaacute atento e agindo para que essa relaccedilatildeo possa seguir outro caminho que eacute o da prevenccedilatildeo das doenccedilas e agravos e da promoccedilatildeo agrave sauacutede
No entanto natildeo eacute uma tarefa faacutecil perceber os homens quando o assunto eacute sauacutede pois eles tecircm se mostrado ainda pouco ativos no cuidado com ela e quando procuram ajuda agraves vezes esbarram em obstaacuteculos como a falta de um olhar adequado dos(as) profissionais da sauacutede e de serviccedilos que acolham as demandas masculinas (CZERESNIA 2003)
Compreender a sauacutede enquanto praacuteticas de cuidado e bem-estar e natildeo somente doenccedila eacute um desafio para os homens e cabe a noacutes profissionais da sauacutede ajudaacute- los nesse processo
11 Gecircnero masculinidade e promoccedilatildeo da sauacutede
A temaacutetica relacionada agrave sauacutede masculina foi por muito tempo pouco abor-dada e discutida em contraposiccedilatildeo agrave sauacutede da mulher objeto de poliacuteticas puacuteblicas e de variadas investigaccedilotildees (BRAZ 2005)
Haacute muito tempo as mulheres foram acostumadas a expor seus corpos para um(a) meacutedico(a) principalmente em funccedilatildeo da ginecologia Isso fez com que o olhar medicalizado sobre o corpo feminino tivesse maior naturalizaccedilatildeo passando a ser mais aceito o fato de a mulher se cuidar sendo esse fato inclusive associado agrave ideia de fragilizaccedilatildeo da mulher (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)
Aleacutem disso o movimento feminista favoreceu o protagonismo social e poliacutetico da mulher nas accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede permitindo grande avanccedilo nas ques-totildees referentes agrave sauacutede feminina No entanto essa evoluccedilatildeo natildeo foi acompanhada pelo grupo masculino em virtude das concepccedilotildees do que seria um comportamento ideal do ser macho (GOMES NASCIMENTO 2006)
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No caso dos homens os estudos foram ampliados a partir da deacutecada de 1980 A abordagem nessa eacutepoca era voltada sobretudo para a sexualidade e sauacutede reprodutiva masculina (BRITO SANTOS 2010) Por outro ladonos anos 1990 os estudos comeccedilaram a se estruturar a partir da perspectiva de gecircnero discutindo dentre outros aspectos a singularidade do ser saudaacutevel e do ser doente buscando o entendimento de que era necessaacuteria uma visatildeo da sauacutede do homem mais inte-gralizada (GOMES NASCIMENTO 2006) Como prova disso no iniacutecio dos anos 2000 a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (OMS) lanccedilou publicaccedilotildees focalizadas na sauacutede masculina A primeira publicaccedilatildeo defendia a importacircncia da abordagem da sauacutede para homens jovens como forma de socializaccedilatildeo e adoccedilatildeo de estilo de vida mais saudaacutevel E em 2001 propocircs accedilotildees voltadas agrave sauacutede dos homens com idades mais avanccediladas fase na qual se encontram mais vulneraacuteveis e mais expostos aos riscos que degradam a sauacutede Aleacutem disso nessas publicaccedilotildees eacute defendida a pertinecircncia de abordagens pautadas no caraacuteter relacional de gecircnero para que seja possiacutevel promover mais igualdade entre mulheres e homens nas sociedades (GOMES 2011)
Paralelamente emergem centenas de estudos sobre gecircnero De laacute para caacute a questatildeo gecircnero vem migrando dos espaccedilos de luta poliacutetica para a academia e desta para diversos contextos poliacuteticos e sociais incluindo a sauacutede (VILLELA 2005 CAMURCcedilA GOUVEIA 2004) Mas afinal qual eacute a diferenccedila entre sexo e gecircnero
O sexo eacute uma determinaccedilatildeo bioloacutegica baseada nas diferenccedilas fiacutesicas do corpo de machos e fecircmeas quer sejam da espeacutecie humana ou de qualquer espeacutecie animal diferenccedilas essas que natildeo mudam soacute se desenvolvem no decorrer da vida (CAMURCcedilA GOUVEIA 2004 LIMA 1999)
O gecircnero eacute um dos mais importantes princiacutepios organizadores da nossa socie-dade eacute a forma de descrever as construccedilotildees sociais que determinam aos meninos e agraves meninas formas de ser homem e ser mulher ou seja satildeo os papeacuteis sociais que lhes satildeo atribuiacutedos (GARCIA 1998)
Trata-se de uma construccedilatildeo histoacuterica estabelecida pelos seres humanos e que varia de acordo com a eacutepoca os lugares seus costumes e cultura leis religiatildeo classe social etnia e idade (CAMURCcedilA GOUVEIA 2004 GIFFIN 2005)
Cada sociedade elabora o seu modelo masculino e feminino a ser imitado por homens e mulheres respectivamente Essas Identidades satildeo mutuamente exclu-sivas
Essas diferenccedilas que vatildeo sendo estabelecidas atribuem fragilidade e passivi-dade agrave mulher e virilidade e poder ao homem reforccedilando a dominaccedilatildeo do mascu-lino sobre o feminino em que o poder atua de variadas maneiras produzindo formas de viver e de cuidados com a sauacutede que tambeacutem satildeo diversas
As relaccedilotildees de gecircnero sempre levaram a uma distribuiccedilatildeo desigual do poder da autoridade e dos direitos masculinos e femininos Estes inicialmente eram considerados fenocircmenos naturais (CAMURCcedilA GOUVEIA 2004) No entanto podemos perceber que o homem mesmo estando no domiacutenio das relaccedilotildees de poder estabelecidas em nossa sociedade tambeacutem eacute submetido aos constrangi-
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mentos sociais que impotildeem padrotildees de comportamentos (SOUZA2005 KONH et al c2012) Esses padrotildees acentuam a dificuldade do homem em lidar com o proacuteprio corpo e com suas emoccedilotildees bem como com as situaccedilotildees de adoecimento
Desde muito cedo no nuacutecleo familiar ldquoaprendemosrdquo a ser o que somos convi-vendo com as relaccedilotildees de poder dos mais velhos sobre os mais novos do homem sobre a mulher do rico sobre o pobre Desde pequenos os meninos aprendem a demonstrar forccedila seguranccedila a serem competitivos e natildeo ter medos a suportar sem chorar suas dores fiacutesicas e emocionais A dor eacute antes de tudo assunto de mulheres devendo o homem desprezaacute-la sob pena de se ver desvirilizado e de ser rebaixado ao niacutevel da condiccedilatildeo feminina (KONH et al c2012)
Ao homem se associa a imagem do provedor e protetor da autoridade agres-sividade da forccedila e virilidade da autonomia do domiacutenio do mundo externo dos espaccedilos puacuteblicos Por outro lado agrave mulher atribui-se a fragilidade submissatildeo o carinho o cuidado dos filhos dos doentes e da casa o espaccedilo privado (VILLELA 2005)
Por meio desse modelo os homens manifestam sua masculinidade e rejeitam comportamentos tidos como femininos Muitas vezes natildeo demonstram o que pensam e sentem medo de demonstrar sua fragilidade (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)
As masculinidades devem ser entendidas como configuraccedilotildees de praacuteticas em torno da posiccedilatildeo dos homens nas relaccedilotildees de gecircnero isto eacute das experiecircncias concretas do cotidiano de muitos homens e natildeo apenas os comportamentos que a sociedade espera Ou seja natildeo eacute uma qualidade essencial ou estaacutetica Haacute uma diversidade de tipos de masculinidades que correspondem a diferentes inserccedilotildees dos homens na estrutura social poliacutetica econocircmica cultural e a trajetoacuterias e estaacute-gios diferentes do seu ciclo vital Citando algumas dessas inserccedilotildees tem-se a paternidade a adolescecircncia o envelhecimento a emergecircncia de outras categorias sexuais o desemprego a globalizaccedilatildeo a participaccedilatildeo das mulheres no mercado de trabalho e na poliacutetica etc Aleacutem da masculinidade hegemocircnica identificam-se portanto outras masculinidades marginais subordinadas (BRAZ 2005)
No entanto essa hegemonia masculina natildeo deve ser compreendida como uma condiccedilatildeo bioloacutegica proacutepria dos homens mas sim a partir de valores culturais construiacutedos ao longo dos anos aos quais os indiviacuteduos estatildeo inseridos (GOMES 2003)
Esse padratildeo de masculinidade faz com que muitas vezes os homens por medo vergonha e preconceitos sejam impedidos de assumir que necessitam de cuidados Isso se reflete na aacuterea da sauacutede puacuteblica quando se nota a ausecircncia de accedilotildees preventivas e de promoccedilatildeo da sauacutede para os homens revelando a iniqui-dade presente nos serviccedilos de sauacutede de baixa complexidade (BRITO SANTOS 2010)
Assim eacute comum associarmos homens masculinidades e risco sendo que o risco natildeo eacute algo evitado pelos homens mas deve ser superado a cada dia por eles (GOMES et al 2008)
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Braz (2005) destaca que natildeo cabe de forma alguma vitimizar os homens mas vislumbraacute-los tambeacutem sob a perspectiva da fragilidade de seres que tecircm vulnera-bilidades especiacuteficas do gecircnero Eacute preciso perceber que a definiccedilatildeo normativa de masculinidade vista como dominante natildeo eacute a uacutenica versatildeo
Eacute preciso ultrapassar as barreiras sociais que impedem o reconhecimento dos homens como seres que necessitam de cuidados Isso pode ocorrer a partir de accedilotildees educativas que sejam capazes de contribuir com o estabelecimento de maior conscientizaccedilatildeo desse grupo quanto agrave adoccedilatildeo de haacutebitos mais saudaacuteveis Nesse sentido para que tais medidas sejam eficazes elas devem focar os reais problemas e dificuldades do puacuteblico ao qual se destinam pois se sabe que a educaccedilatildeo em sauacutede requer a participaccedilatildeo dos sujeitos no intuito de estabelecer trocas de saberes populares e cientiacuteficos os quais satildeo de suma relevacircncia quando se desejam realizar mudanccedilas na vida das pessoas (BRUM et al 2010)
Portanto estrateacutegias de prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos e promoccedilatildeo de sauacutede devem considerar as diferenccedilas de gecircnero a fim de que esses objetivos sejam alcanccedilados e os resultados frutifiquem no sentido de formar uma nova geraccedilatildeo de homens mais cuidadosos consigo mesmos
12 Vulnerabilidades masculinas
Na atualidade a atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem vem sendo colocada na pauta dos debates e efetivada em poliacuteticas principalmente porque constituem uma popu-laccedilatildeo em riscocom vulnerabilidades e carecircncias assistenciais do processo sauacutede- doenccedila-cuidado
Haacute uma seacuterie polimorfa de danos agrave sauacutede que colocam o homem como foco de atenccedilatildeo como revelam os indicadores de morbidade e mortalidade e dos efeitos deleteacuterios de alguns agravos seja por causas externas como acidentes de tracircnsito ou por violecircncias bem como por doenccedilas (infectocontagiosas crocircnicas degenera-tivas as doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis ceacuterebro e cardiovasculares relacio-nadas ao trabalho o cacircncer de proacutestata entre outras) (XIMENES NETO et al 2013 )
Considera-se que os modelos de masculinidade e a maneira como ocorre a socializaccedilatildeo masculina podem fragilizar ou mesmo afastar os homens das preo-cupaccedilotildees com o autocuidado e com a busca pelos serviccedilos de sauacutede (GOMES et al 2008) Dentre as questotildees mais frequentemente consideradas estatildeo os valores da cultura masculina que envolvem tendecircncias agrave exposiccedilatildeo a riscos associaccedilatildeo da masculinidade agrave invulnerabilidade e tambeacutem a proacutepria educaccedilatildeo familiar a qual orienta o homem para um papel social de provedor e protetor Essa cultura tende a gerar modelos masculinos pouco aderentes agraves praacuteticas de autocuidado e pode estimular o comportamento agressivo violento e de descuido com ele mesmo (GOMES NASCIMENTO 2006 SILVA et al 2012)
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Dados do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) revelam que o uso do aacutelcool possui uma maior prevalecircncia na populaccedilatildeo masculina assim como a maioria dos depen-dentes satildeo homens fazendo com que sofram mais de doenccedilas provocadas pelo uso excessivo de bebida alcooacutelica e drogas iliacutecitas Em relaccedilatildeo ao tabagismo os homens usam cigarros com maior frequecircncia do que as mulheres o que predispotildee a doenccedilas cardiovasculares cacircnceres doenccedilas pulmonares da cavidade bucal entre outras Outras patologias que acometem com frequecircncia esse grupo popu-lacional satildeo os tumores e as doenccedilas do aparelho digestivo circulatoacuterio e respira-toacuterio (BRASIL 2008a XIMENES NETO et al 2013 )
Quanto agraves causas da mortalidade masculina observa-se que a maioria dos oacutebitos se deve agraves causas externas como os acidentes por meio de transporte os homiciacutedios os suiciacutedios e as agressotildees No entanto a diferenccedila de mortalidade entre os dois sexos se manteacutem independente da causa morte De acordo com dados do IBGE (2012) a esperanccedila de vida ao nascer eacute maior nas mulheres sendo de 783 anos no sexo feminino e de 706 anos nos homens Ou seja as mulheres vivem 8 anos e 3 meses a mais que os homens
Os homens nascem mais mas tambeacutem morrem mais caracterizando uma maior vulnerabilidade masculina Haacute uma sobre mortalidade masculina em todas as geraccedilotildees mas a maior diferenccedila se situa especialmente nos mais jovens em torno dos 20 anos e apoacutes os 60 quando os homens adoecem e morrem mais Em 2010 a chance de um homem falecer aos 22 anos de idade era 45 maior que a de uma mulher A elevaccedilatildeo da curva que a descreve estaacute estreitamente associada agraves mortes por causas externas em particular as violentas que incidem com maior intensidade sobre a populaccedilatildeo masculina jovem e adulta jovem (IBGE 2011)
O senso comum considera o masculino como o sexo forte Na verdade deve ser visto como o sexo fraco pelo menos em vaacuterios aspectos de suas vulnerabili-dades fiacutesicas e psiacutequicas (BRAZ 2005) Portanto eacute necessaacuterio sensibilizar todos para a necessidade de se ter outro olhar em relaccedilatildeo agraves vulnerabilidades dessa parcela da populaccedilatildeo
2 caracterizaccedilatildeo sociodemograacutefica e de sauacutede da popuLaccedilatildeo mascuLina no BrasiL em pernamBuco e na paraiacuteBa
Como vocecirc jaacute sabe o Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) eacute um oacutergatildeo da Secretaria Executiva do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)que tem a responsabilidade de coletar processar e disseminar informaccedilotildees sobre sauacutede No DATASUS podem ser encontrados indicadores de sauacutede informaccedilotildees relativas agrave assistecircncia agrave sauacutede rede assistencial epidemiologia e morbidade estatiacutesticas vitais demograacuteficas e socioeconocircmicas sobre sauacutede suplementar inqueacuteritos e pesquisas
Saiba
Para conhecer melhor os dados disponibilizados explore o site DATASUS por meio do link lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphpgt
Diante de tantas informaccedilotildees disponiacuteveis quais seriam as necessaacuterias para conhecer a situaccedilatildeo de sauacutede do homem Como localizaacute-las
Vaacuterios satildeo os bancos de dados disponiacuteveis relativos agrave sauacutede da populaccedilatildeo brasileira como um todocomo - Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade (SIM)- Sistema de Informaccedilotildees do Programa Nacional de Imunizaccedilotildees (SIPNI)- Censo 2010 (IBGE)- Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN)- Instituto Nacional do Cacircncer (INCA)- Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) - Sistema de Informaccedilatildeo Ambulatorial (SAI)- Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH)
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21 caracteriacutesticas sociodemoGraacuteficas da populaccedilatildeo masculina
A Poliacutetica de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem (PNAISH) estabeleceu um recorte estrateacutegico da populaccedilatildeo masculina que compreende a faixa etaacuteria de 20 aos 59 A delimitaccedilatildeo dessa faixa etaacuteria eacute uma estrateacutegia metodoloacutegica haja vista que existem outras poliacuteticas que asseguram os direitos da sauacutede dos outros segmentos etaacuterios como a sauacutede da crianccedila dos adolescentes e dos idosos Esses grupos foram ou seratildeo estudados em outras disciplinas do curso Portanto nesta disciplina abordaremos a faixa etaacuteria trabalhada na PNAISH
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) 2013 o total da populaccedilatildeo residente no Brasil eacute de 201467000 pessoas das quais 490 eram do sexo masculino Por outro lado a popu-laccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos eacute de 54242000 o que corresponde a 56 da populaccedilatildeo masculina
O estado da Paraiacuteba apresentou por meio de dados da PNAD 2013 uma popu-laccedilatildeo de 4992000 pessoas A populaccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos eacute de 978841 pessoas Apresenta tambeacutem uma razatildeo de sexo de 939 homens para cada 100 mulheres Em Pernambuco a populaccedilatildeo total segundo a PNAD 2013 era de 10777000 pessoas sendo a popu-laccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos de 2311943 e a razatildeo de sexo de 927 homens para cada 100 mulheres
ParaiacutebaPernambuco
5644
Homens entre20 a 59 anosOutras idades
Tanto na Paraiacuteba quanto em Pernambuco aproximadamente 26 da populaccedilatildeo na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos satildeo homens
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Esse grupo etaacuterio corresponde a 413 da populaccedilatildeo masculina ou a 20 do total da populaccedilatildeo do Brasil Representa uma grande parcela da forccedila produtiva do paiacutes aleacutem de exercer um significativo papel sociocultural e poliacutetico (BRASIL 2008a)
Dentre os indicadores sociodemograacuteficos necessaacuterios para se realizar um diag-noacutestico da situaccedilatildeo que caracteriza a populaccedilatildeo masculina listamos no quadro a seguir aqueles que consideramos mais relevantes
Quadro 01 ndash Indicadores demograacuteficos e socioeconocircmicos para a anaacutelise da populaccedilatildeo masculina
Indicadores demograacuteficos Indicadores socioeconocircmicosPopulaccedilatildeo total Taxa de analfabetismo
Razatildeo por sexo Escolaridade da populaccedilatildeo de 15 anos ou mais
Taxa de crescimento da populaccedilatildeo Produto Interno Bruto (PIB) per capita
Mortalidade proporcional por idade Razatildeo de renda
Taxa bruta de mortalidade Proporccedilatildeo de pobres
Esperanccedila de vida ao nascer Taxa de desemprego
Esperanccedila de vida aos 60 anos de idade
Fonte (Brasil c2008)
22 principais indicadores de morbimortalidade
Entre as principais enfermidades e agravos que acometem os homens aproxi-madamente 75 delas estatildeo concentrados em cinco grandes aacutereas especializadas cardiologia urologia sauacutede mental gastroenterologia e pneumologia aleacutem das causas externas que representam um grande problema e com forte impacto na mortalidade e morbidade da populaccedilatildeo masculina (BRASIL 2008a)
Saiba
SitesPara mais informaccedilotildees sobre os indicadores sociodemograacuteficos acesse
Cadernos de Informaccedilotildees de Sauacutede- Paraiacutebahttptabnetdatasusgovbrtabdatacadernospbhtm (BRASIL[20--a])
Cadernos de Informaccedilotildees de Sauacutede- Pernambucohttptabnetdatasusgovbrtabdatacadernospehtm (BRASIL[20--b])
Indicadores e Dados Baacutesicos - Brasil ndash 2011- IDB-2011httptabnetdatasusgovbrcgiidb2011matrizhtmdemog (BRASIL c2008)
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Na proacutexima fase desta disciplina vocecirc teraacute a oportunidade de estudar sobre algumas dessas enfermidades e agravos como hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes mellitus doenccedilas pulmonares (Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica ndash DPOC asma e pneumonias comunitaacuterias) doenccedilas osteoarticulares aleacutem das doenccedilas transmissiacuteveis (tuberculose hepatites virais e aids) e tabagismo Aqui abordaremos outras importantes causas de morbimortalidade no homem causas externas alguns tumores sobretudo o da proacutestata e o alcoolismo
221 morbidade
Atenccedilatildeo
Do ponto de vista de anaacutelise da morbidade eacute preciso comentar que os dados a seguir se referem aos casos mais graves que necessitaram de internaccedilatildeo
causas externas
Aleacutem do sofrimento fiacutesico psiacutequico e social determinado pelos acidentes e as violecircncias que caracterizam as causas externas haacute de se considerar o enorme impacto econocircmico mensurado pelos seus gastos hospitalares inclusive em dias de permanecircncia em unidades de terapia intensiva (BRASIL 2012a)
Em 2010 foram realizadas 928893 internaccedilotildees hospitalares por causas externas nos serviccedilos financiados pelo SUS caracterizado da seguinte forma
raquo os homens representavam 705 das internaccedilotildees por essas causas
raquo a taxa de internaccedilatildeo hospitalar foi 485 por 10 mil habitantes sendo 69610 mil homens
raquo o risco de internaccedilatildeo entre os homens foi 25 vezes maior que o estimado entre as mulheres
raquo no periacuteodo de 2000 a 2010 a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por causas externas apresentou aumento progressivo (77 em 2000 para 104 em 2010)
Na tabela a seguir pode-se observar que em 2010 os acidentes por transporte terrestre responderam por 157 das hospitalizaccedilotildees com risco e 76 internaccedilotildees por 10 mil habitantes Estimou-se maior risco de internaccedilatildeo entre os homens (122 internaccedilotildees por 10 mil homens) em comparaccedilatildeo com as mulheres (32 internaccedilotildees por 10 mil mulheres) (BRASIL 2012a)
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Tabela 01 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa de internaccedilatildeo (por 10 mil habitantes) por causas externas - Brasil 2010
CaracteriacutesticasSexo
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria
0 a 9 anos 57308 88 344 32342 118 202 89650 97 275
10 a 14 anos 41832 64 499 13120 48 162 54952 59 333
15 a 19 anos 58005 86 681 15359 56 186 73364 79 437
20 a 39 anos 274566 419 862 68964 252 213 343530 370 534
40 a 59 anos 153889 235 769 63445 232 290 217334 234 519
60 a mais 69342 106 801 80721 295 750 150063 162 772
Acidentes 537420 821 571 224348 819 230 761768 820 398
Acidente de transporte terrestre
114383 175 122 31652 116 32 146035 157 76
Pedestres 27612 42 29 11649 43 12 39261 42 21
Motociclistas 58508 89 62 11444 42 12 69952 75 37
Ocupantes de veiacuteculos 11690 18 12 4353 16 04 16043 17 08
Quedas 241892 369 257 121601 444 125 363493 397 190
Quedas no mesmo niacutevel 81112 124 86 47378 173 49 128490 138 67
Quedas de um mesmo niacutevel a outro
41623 64 44 17542 64 18 59165 64 31
Quedas natildeo especificadas 119157 182 127 56681 207 58 175838 189 92
Demais acidentes 181145 277 193 71095 260 73 252240 272 132
Violecircncias 43444 66 46 11940 44 12 55384 60 29
Lesotildees autoprovocadas 5173 08 06 3561 13 04 8734 09 05
Agressotildees e intervenccedilotildees legais
38271 58 41 8379 31 09 46650 50 24
Armas de fogo 10835 17 12 1069 04 01 11904 13 06
Peacuterfuro-cortante 9953 15 11 1860 07 02 11813 13 06
Eventos de intenccedilatildeo indeterminada
31252 48 33 13462 49 14 44714 48 23
Demais causas externas 86270 132 92 36141 132 37 122411 132 64
Total 654942 1000 696 273951 1000 281 928893 1000 485
Fonte (BRASIL 2011a p212)
Conforme apresentado no graacutefico a seguir as causas externas satildeo responsaacute-veis por 118 dos gastos com todas as hospitalizaccedilotildees financiadas pelo SUS no Brasil As capitais da Paraiacuteba e Pernambuco tiveram respectivamente 92 e 83 dos gastos com causas externas (BRASIL 2011a)
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Graacutefico 01 ndash Proporccedilatildeo dos gastos do SUS com internaccedilotildees por causas externas nas capitais e Distrito Federal
Satildeo Luiacutes
Vitoacuteria
Maceioacute
Manaus
Recife
Porto Alegre
Joatildeo Pessoa
Rio de Janeiro
Terresina
Cuiabaacute
Salvador
Fortaleza
Brasiacutelia
Natal
Brasil
Aracaju
Boa Vista
Curitiba
Goiacircnia
Satildeo Paulo
Belo Horizonte
Florianoacutepolis
Macapaacute
Beleacutem
Rio Branco
Porto Velho
Campo Grande
Palmas
FONTE (BRASIL 2011a p 214)
tumores
Os tumores que incidem com maior frequecircncia na faixa etaacuteria dos 25 aos 59 anos satildeo oriundos dos aparelhos digestivo respiratoacuterio e urinaacuterio Cerca de 432 de todos os tumores assinalados na CID 10 Capiacutetulo II tecircm origem no aparelho digestivo (BRASIL 2008a)
O cacircncer da proacutestata eacute uma neoplasia que geralmente apresenta evoluccedilatildeo muito lenta de modo que a mortalidade pode ser evitada quando o processo eacute diagnosticado e tratado com precocidade Uma estimativa realizada pelo Instituto Nacional do Cacircncer (INCA) para o aparecimento de novos casos de cacircnceres no ano de 2008 aponta o cacircncer de proacutestata como sendo o mais frequente sendo superado apenas pelo cacircncer de pele natildeo melanoma (VIEIRA et al 2008)
17
Ao se falar de neoplasias malignas do aparelho urinaacuterio natildeo se pode deixar de mencionar o cacircncer de pecircnis Trata-se de um tumor raro relacionado com as baixas condiccedilotildees socioeconocircmicas e a maacute higiene iacutentima No Brasil esse cacircncer representa cerca de 2 de todas as neoplasias que atingem o homem sendo mais frequente nas regiotildees Norte e Nordeste existindo estados como eacute o caso do Maranhatildeo em que sua incidecircncia supera ateacute a do cacircncer de proacutestata (BARROS MELO 2009)
Dados do INCA referentes aos tumores malignos na populaccedilatildeo masculina dos estados da Paraiacuteba e Pernambuco apontam que o cacircncer de proacutestata eacute o que apre-senta maior incidecircncia conforme mostra a tabela a seguir
Tabela 02 ndash Taxa de incidecircncia anual de neoplasias malignas por 100000 habitantes por localizaccedilatildeo segundo Regiatildeo e UF sexo masculino Brasil 2010 e 2011
Regiatildeo e UF
Pulmatildeo
traqueia e
brocircnquios
Esocircfago Estocircmago
Coacutelon junccedilatildeo
retossigmoacuteide
reto e acircnus
Proacutestata
Laacutebio e
cavidade
oral
Melanoma
maligno da
pele
Outras
neoplasias
malignas da
pele
Paraiacuteba 730 438 1046 462 4369 843 102 7368
Pernambuco 1250 471 1065 653 5783 867 132 6060
Fonte (INCA c2013 adaptado)
alcoolismo
Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) apontam que cerca de 2 bilhotildees de pessoas consomem bebidas alcooacutelicas no mundo O uso abusivo do aacutelcool eacute responsaacutevel por 32 de todas as mortes e por 4 de todos os anos perdidos de vida uacutetil Na Ameacuterica Latina cerca de 16 dos anos de vida uacutetil perdidos estatildeo relacionados ao uso abusivo dessa substacircncia Esse iacutendice eacute quatro vezes maior que a meacutedia mundial e torna o problema da prevenccedilatildeo e do tratamento dos trans-tornos associados ao consumo de aacutelcool um grande problema de sauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
Estudos revelam que o uso do aacutelcool estaacute sendo iniciado cada vez mais preco-cemente por homens e mulheres Portanto torna-se fundamental avaliar os deter-minantes sociais de vulnerabilidade do homem em relaccedilatildeo aos problemas com o aacutelcool para a construccedilatildeo de accedilotildees efetivas de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede mental desse segmento inclusive para jovens e adolescentes (LARANJEIRA et al 2007 SENA et al 2011)
Segundo o Centro Brasileiro de Informaccedilotildees sobre Drogas Psicotroacutepicas (CEBRID) o consumo de aacutelcool e outras drogas estaacute associado a transtornos graves e afetam pelo menos 12 da populaccedilatildeo acima de 12 anos sendo o impacto do aacutelcool dez vezes maior que o do conjunto das drogas iliacutecitas (UNIFESP 2006 BRASIL 2008a)
18
Laranjeira et al (2007) realizaram uma pesquisa intitulada ldquoPrimeiro Levan-tamento Nacional sobre Padratildeo de Consumo de Aacutelcool na Populaccedilatildeo Brasileirardquo cujos resultados apontaram que 52 dos brasileiros acima de 18 anos bebem pelo menos uma vez ao ano e destes 65 satildeo homens A prevalecircncia de depen-dentes de aacutelcool eacute maior para o sexo masculino em que 195 dos homens satildeo dependentes do aacutelcool enquanto 69 das mulheres apresentam dependecircncia Segundo esses dados para cada seis pessoas do sexo masculino que faz uso de aacutelcool uma fica dependente Destaca-se ainda que do conjunto dos homens adultos 11 bebem todos os dias e 28 consomem bebida alcooacutelica de 1 a 4 vezes por semana conforme apresentado na tabela a seguir
Tabela 03 ndash Frequecircncia de consumo de bebida alcooacutelica em homens e mulheres com idade a partir de 18 anos
Frequecircncia de ConsumoA partir de 18 anos
Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstinentes (nunca bebeu ou menos de 1 vez por ano) 35 59 48
Raramente (menos de 1 vez por mecircs) 8 12 10
Ocasional (de 1 a 3 vezes por mecircs) 19 16 17
Frequente ( de 1 a 4 vezes por semana) 28 11 19
Muito frequente (todos os dias) 11 2 6
Quantidade usual Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Ateacute 2 doses 38 63 48
De 3 a 4 doses 25 19 22
de 5 a 11 doses 27 14 22
Bebe mais de 12 doses por ocasiatildeo 11 3 7
Intensidade do beber Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstecircmio 35 59 48
Bebedor natildeo frequente 12 16 14
Bebedor menos frequente 16 13 15
Bebedor frequente 22 9 15
Bebedor frequente pesado 14 3 9
Dependecircncia (criteacuterios de CID-10) Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
14 4 9
Fonte (BRASIL 2008a p14)
outras causas de morbidade
No periacuteodo de 2000 a 2010 observou-se que a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por doenccedilas cardiovasculares manteve-se constante e as hospitalizaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio apresentaram reduccedilatildeo no mesmo periacuteodo (BRASIL 2012a)
No graacutefico apresentado a seguir podem-se observar quanto agrave morbidade as sete causas que respondem pela internaccedilatildeo da maioria dos homens em ordem decrescente de ocorrecircncia
19
raquo As lesotildees os envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas satildeo a primeira causa de internaccedilatildeo para homens entre 20 e 49 anos de idade e a terceira para aqueles entre 50 e 59 anos
raquo As doenccedilas do aparelho digestivo satildeo a segunda causa para todas as faixas etaacuterias
raquo Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias satildeo a terceira causa para homens de 20 a 29 anos transtornos mentais e comportamentais entre 30 e 39 anos e doenccedilas do aparelho circulatoacuterio entre 40 e 49 anos
raquo Para os homens de 50 a 59 anos a principal causa de internaccedilatildeo satildeo as doenccedilas do aparelho circulatoacuterio (SCHWARZ et al 2012)
Graacutefico 02 ndash Porcentagem () das principais causas de internaccedilatildeo em homens por faixa etaacuteria Brasil 2010
Faixa etaacuteria em anos
35
30
25
20
15
10
5
0
I Algumas doenccedilas infecciosas e parasitaacuteriasII Neoplasias (tumores)V Transtornos mentais e comportamentais IX Doenccedilas do aparelho circulatoacuterioX Doenccedilas do aparelho respiratoacuterioXI Doenccedilas do aparelho digestivoXIX Lesotildees envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas
Fonte (SCHWARZ et al 2012 adaptado)
As principais causas de internaccedilotildees por enfermidades do aparelho respiratoacuterio estatildeo assinaladas no graacutefico a seguir
20
Graacutefico 03 ndash Internaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio 2007
Outras 57CID XI 15CID IX 13CID II 6CID X 9 (165369)
Pneumonia 43 (70535)Outras 29 (48489)DPOC 12 (20948)Asma 11 (18457)Tuberculose 5 (6940)
Fonte (BRASIL 2008a p26 adaptado)
Em relaccedilatildeo agraves doenccedilas do aparelho respiratoacuterio as que apresentaram maior incidecircncia foram as pneumonias (43) adoenccedila pulmonar obstrutiva crocircnica (12) e a tuberculose que mesmo apresentando o menor percentual de casos de internaccedilatildeo (5) destaca-se pela importacircncia do ponto de vista dasauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
21
Graacutefico 04 ndash Percentual de internaccedilotildees hospitalares pelo aparelho circulatoacuterio na populaccedilatildeo masculina dos 25ndash59 anos 2007
Outras 277CID V 165CID XIX151CID XI 134CIN IX 120 CIN X 80 CIN I 73
Coronariopatias 405 (59717)Outras 396 (58355)Hipertensatildeo 187 (27569)Febre reumaacutetica miocardiopatias 12 (1713)
Fonte (BRASIL 2008a p27 adaptado)
Entre os fatores de morbidade natildeo se pode deixar de mencionar as disfun-ccedilotildees sexuais notadamente a disfunccedilatildeo ereacutetil que acomete cerca da metade dos homens depois dos cinquenta anos (BRASIL 2008a p27)
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto acesse
MOURA E C MALTA D C Consumo de bebidas alcooacutelicas na populaccedilatildeo adulta brasileira ca-racteriacutesticas sociodemograacuteficas e tendecircncia RevBrasEpidemiol 2011 14(1) Supl 61- 70 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfrbepidv14s1a07v14s1pdfgt Acesso em 27092013
LARANJEIRA R et al I Levantamento nacional sobre os padrotildees de consumo de aacutelcool na popu-laccedilatildeo brasileira Brasiacutelia Secretaria Nacional Antidrogas 2007 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesrelatorio_padroes_consumo_alcoolpdfgt Acesso em 27 set 2013
22
222 mortalidade
Em relaccedilatildeo agrave mortalidade ao longo de toda a uacuteltima deacutecada foi observada maior proporccedilatildeo de oacutebitos entre homens que entre mulheres na faixa etaacuteria adulta especialmente jovens adultos (de 15 a 39 anos de idade) Diversos estudos mostram que as causas externas de mortalidade (acidentes e violecircncias) satildeo extre-mamente importantes entre os adultos especialmente para homens jovens No sexo masculino elas representaram 64 dos oacutebitos de 20 a 39 anos enquanto que no sexo feminino o percentual foi de 23 Mesmo observando uma reduccedilatildeo no diferencial entre homens e mulheres no periacuteodo entre 2000 e 2010 os homens ainda morrem mais que as mulheres conforme apresenta o graacutefico a seguir (BRASIL 2011b BRASIL 2011c LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005 MARANHAtildeO et al 2011)
Graacutefico 05 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo Brasil 2000 2005 e 2010
2000 2005 2010
584 58 573
415 42 427
0
10
20
30
40
50
60
70
Masculino
Feminino
Fonte (BRASIL 2012a p112 adaptado)
O proacuteximo graacutefico apresenta as curvas de mortalidade proporcional para homens e mulheres que tecircm padrotildees diferentes entre os anos principalmente para os grupos de adultos e idosos indicando um padratildeo de mortalidade mais tardia entre as mulheres Na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos houve um maior percen-tual de oacutebitos dos homens (381 em 2000 e 374 em 2010) quando comparado ao das mulheres (25 em 2000 e 232 em 2010) (BRASIL 2012a)
23
Graacutefico 06 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo e o ano do oacutebito por faixa etaacuteria Brasil 2000 e 2010
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1a 9 19 36 381
30 374 20 18 250
lt1 a 85 399241 11 13 232
ge 60 anos 479 547 620 703
Feminino 2000Masculino 2010Masculino 2000
Feminino 2010
10 a 19 20 a 59
11
Fonte (BRASIL 2012a p113)
Quadro 01 ndash Quatro principais causas especiacuteficas de mortalidade entre 20 e 59 anos (nesta ordem)homens 2010
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste Eventos Int Indeterminada Suiciacutedio
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste D HIV Cirosse e D Fiacutegado
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Acidentes de transporte terreste D Cerebrovasculares
Fonte (BRASIL 2012a adaptado)
24
Dados de 2012 mostram que no Brasil as causas externas representam a primeira causa mais frequente de morte na populaccedilatildeo masculina entre 20 a 59 anos configurando-se como um grande desafio aos gestores puacuteblicos e profissio-nais sobretudo os da sauacutede pois se deve ultrapassar a dimensatildeo da assistecircncia e reabilitaccedilatildeo das viacutetimas ocupando-se tambeacutem da promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e vigilacircncia epidemioloacutegica de acidentes e violecircncias (BRASIL 2012a)
Os homens no Brasil apresentam um risco de morte por causas externas 51 vezes maior que as mulheres Quanto agrave idade vale destacar as altas taxas de mortalidade por causas externas observadas a partir dos 19 anos de idade em especial entre os adultos jovens de 20 a 39 anos de idade e os idosos com 60 e mais anos de idade O risco de morte por causas externas foi de 100 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os adultos jovens e de 1104 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os idosos (BRASIL 2012a)
A anaacutelise do risco de morte por causas externas segundo regiotildees geograacute-ficas demonstrou uma distribuiccedilatildeo menos desigual que nas anaacutelises anteriores segundo atributos de idade e sexo sendo que taxas de mortalidade apenas ligei-ramente superiores foram encontradas nas regiotildees Centro-Oeste (853 por oacutebitos por 100 mil habitantes) Nordeste (755 oacutebitos por 100 mil habitantes) e Sul (746 oacutebitos por 100 mil habitantes) (BRASIL 2012a)
Tabela 04 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa bruta de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externas segundo sexo faixa etaacuteria e regiotildees geograacuteficas Brasil 2009
CaracteriacutesticasSexo a
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria b
0 a 9 anos 2517 22 151 1594 68 100 4111 30 126
10 a 14 anos 1740 15 208 733 31 90 2473 18 150
15 a 19 anos 11780 102 1384 1629 70 197 13409 97 799
20 a 39 anos 57656 500 1810 6105 282 204 64261 463 1000
40 a 59 anos 26305 228 1315 1586 196 210 30891 223 738
60 a mais 13342 116 1541 8109 346 753 21451 155 1104
Ignorado 1904 17 - 179 08 - 2083 15 -
Regiatildeo
Norte 9317 81 1199 1508 64 199 10825 78 705
Nordeste 34639 301 1317 5807 248 213 40446 292 755
Sudeste 44360 385 1125 10405 444 251 54765 395 677
Sul 17023 148 1246 3652 156 260 20675 149 746
Centro-Oeste 9826 85 1428 2023 86 288 11849 85 853
Total 115244 1000 1225 23435 1000 241 138679 1000 724
a) Excluiacutedos 137 registros com sexo ignorado
b) Excluiacutedos 119 registros com regiatildeo de residecircncia ignorada
Fonte (BRASIL 2011b p234 adaptado)
25
Embora natildeo exista grande diferenccedila nos coeficientes de mortalidade por neoplasias malignas eacute preciso destacar que entre os homens predominam os cacircnceres de pulmatildeo vindo a seguir os de proacutestata e o de estocircmago A anaacutelise de seacuteries histoacutericas de mortalidade no Brasil mostra claramente a importacircncia cres-cente do cacircncer de proacutestata que jaacute suplanta a neoplasia maligna de estocircmago haacute alguns anos (LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005)
No estado da Paraiacuteba o que se percebe eacute que em relaccedilatildeo agrave mortalidade por cacircnceres na populaccedilatildeo masculina o tumor da proacutestata jaacute se destaca como o de maior prevalecircncia aleacutem de ter tendecircncia crescente em relaccedilatildeo aos periacuteodos 2002 ndash2006 e 2007ndash2011
Graacutefico 07 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Paraiacuteba para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
2002-2006 2007-2011
158
109
96
62
52
52
5
49
38
31
31
3
24
1
207
191
104
10
36
5
36
49
46
46
37
37
32
23
1
20
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Por outro lado no estado de Pernambuco o cacircncer de proacutestata tambeacutem apre-senta maior prevalecircncia em relaccedilatildeo aos outros tumores mas mesmo apresen-tando tendecircncia a aumento no periacuteodo avaliado natildeo foi tatildeo significativo quanto no estado da Paraiacuteba Outro ponto de destaque eacute a tendecircncia agrave diminuiccedilatildeo nos tumores de traqueia brocircnquios pulmotildees fiacutegado e vias biliares
26
Graacutefico 08 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Pernambuco para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
179
91
128
184
183
92
122
184
3
46
39
65
43
44
33
35
36
32
14
35
5
34
61
46
38
34
37
41
3
14
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
2002-2006 2007-2011
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Dentre as doenccedilas do aparelho digestivo podem-se destacar as doenccedilas do fiacutegado que em 2005 foram responsaacuteveis por 70 das causas de morte de homens de 25ndash59 anos Destas 46 devem-se agrave doenccedila por consumo de aacutelcool 36 agrave fibrose e cirrose e 18 a outras doenccedilas do fiacutegado (BRASIL 2008a)
Por outro lado em relaccedilatildeo agrave mortalidade proporcional de acordo com os capiacute-tulos da CIDndash10 entre homens apresenta uma tendecircncia de reduccedilatildeo da proporccedilatildeo de oacutebitos por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio e tendecircncia de aumento nas seguintes causas neoplasias doenccedilas endoacutecrinas e causas externas (BRASIL 2012a)
27
Graacutefico 09 ndash Mortalidade proporcional () por capiacutetulos da CID no sexo masculino Brasil 2000 e 2010
IX II XX X IV OUTRAS
294 135 18 105 47 238
285 16 187 104 53 211
0
5
10
15
20
25
30
35
2000
2010
Fonte (BRASIL 2012a p121 adaptado)
Saiba
SitesPara realizar uma anaacutelise mais detalhada do perfil de mortalidade masculina consulte o material Mortalidade do adulto no Brasil taxas de mortalidade segundo o sexo as causas e as Regiotildees 2010 disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrportalsaudearquivospdf2013Fev21sau-debrasil2011_parte1_cap7pdfgt Acesso em 25 set 2013
Leia tambeacutem o Perfil da situaccedilatildeo de sauacutede do homem no Brasil (2012) disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Perfil-da-Situa----o-de-Sa--de-do-Homem-no--Brasilpdfgt Acesso em 26 ago 2015
Nos artigos a seguir os autores fazem uma discussatildeo ampliada sobre as principais causas de morbimortalidade masculina
LAURENTI R JORGE M H P de M GOTLIEB S L D Perfil epidemioloacutegico da morbimortalidade masculina Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 10 n 1 p 35-46 janmar 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfcscv10n1a04v10n1pdfgt Acesso em 30 set 2013
LUIZAGA C T de M GOTLIEB S L D Mortalidade masculina em trecircs capitais brasileiras 1979 a 2007 RevBrasEpidemiolv 16 n 1 p 87-99 2013 Disponiacutevel emlthttpwwwscielobrpdfrbe-pidv16n11415-790X-rbepid-16-01-0087pdfgt Acesso em 25 set 2013
IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) A qualidade da informaccedilatildeo sobre a mortalidade no Brasil recente e avaliaccedilatildeo do impacto das causas violentas no nuacutemero de anos de vida perdi-dos In IBGE Indicadores Sociodemograacuteficos e de Sauacutede no Brasil n 25 Rio de Janeiro IBGE 2009 Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoindic_sociosaude2009indicsaudepdfgt Acesso em 25092013
VIEIRA S O cacircncer e a sauacutede do homem um panorama completo dos tumores que acometem a populaccedilatildeo masculina Revista Oncoamp ndash Oncologia para todas as especialidadesSatildeo Paulo a 2 n 11 p 12-18 maiojun 2012 Disponiacutevel emlthttprevistaoncocombrwp-contentuploa-ds201205ONCO_11pdfgt Acesso em 25 set 2013
28
Para vocecirc ter acesso a dados sobre morbimortalidade da populaccedilatildeo masculina dos estados de Paraiacuteba e Pernambuco acesse os links abaixo
TABNET ndash OacuteBITOSPARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttptabnetsaudepbgovbrdeftohtmexetabdotabnetsimpbdefgt Acesso em 25 set 2013
ATLAS DE MORTALIDADE POR CAcircNCER ndash INCA (Instituto Nacional de Cacircncer) Disponiacutevel em lthttpmortalidadeincagovbrMortalidadeprepararModelo04actiongt Acesso em 25 set 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttppor-talweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO ndash Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PERNAMBUCO Disponiacutevel em lthttpportalweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
Nos links para acesso ao Pacto pela Sauacutede apoacutes abrir a paacutegina do SISPACTO clique em relatoacute-rios que aparece no lado esquerdo da tela Em seguida clique em relatoacuterios estaduais e localize o estado que vocecirc desejar consultar
3 programas poLiacuteticas e pactos de sauacutede para o homem no BrasiL
A seguir descreveremos os principais programas poliacuteticas e pactos que tecircm relaccedilatildeo com a sauacutede do homem no Brasil Recomendamos que vocecirc consulte os links complementares para saber mais sobre cada um deles
31 pacto pela sauacutede
Aprovado por unanimidade pelo Conselho Nacional de Sauacutede (CNS) e publi-cado na Portaria GMMS nordm 399 de 22 de fevereiro de 2006 o Pacto pela Sauacutede eacute um conjunto de reformas institucionais do SUS pactuado entre as trecircs esferas de gestatildeo (Uniatildeo Estados e Municiacutepios) com o objetivo depromover a melhoria dos serviccedilos ofertados agrave populaccedilatildeo e a garantia de acesso a todos Tambeacutem redefine as responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da popu-laccedilatildeo e na busca da equidade social Sua adesatildeo se constituiem um processo de cooperaccedilatildeo permanente entre os gestores e negociaccedilatildeo local regional estadual e federal
O pacto pela sauacutede se divide em 3 eixos
1 Pacto em defesa do SUS defesa dos princiacutepios do SUS qualificaccedilatildeo do SUS como poliacutetica puacuteblica
2 Pacto pela gestatildeo do SUS processo continuado de pactuaccedilatildeo intergestores ndash responsabilidades sanitaacuterias e diretrizes de gestatildeo
3 Pacto pela vida compromisso entre os gestores do SUS em torno das respon-sabilidades nacionais estaduais regionais e municipais com definiccedilotildees de metas e accedilotildees
Por meio da Portaria nordm 325GM de 21 de fevereiro de 2008 o Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu novas prioridades objetivos metas e indicadores de monito-ramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede para o ano de 2008 no qual foi inserido
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como uma das prioridades a Sauacutede do Homem cuja meta era a de promover a sauacutede integral do homem com a elaboraccedilatildeo publicaccedilatildeo e implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede do Homem
32 poliacutetica nacional de atenccedilatildeo inteGral agrave sauacutede do Homem (pnaisH)
Foi instituiacuteda por meio da Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Destaca- se por ser um programa pioneiro dentre os paiacuteses da Ameacuterica Latina lanccedilado apoacutes 20 anos de implantaccedilatildeo do SUS no Brasil Visa abranger a faixa etaacuteria de 20 a 59 anos melhorando a assistecircncia oferecida aos homens por meio de accedilotildees de informaccedilatildeo proteccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede assim como tratamento e recuperaccedilatildeo de agravos aleacutem de uma mudanccedila cultural no que diz respeito ao comportamento masculino nessa aacuterea (BRASIL 2008a)
A PNAISH estaacute alinhada com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash porta de entrada preferencial ao Sistema Uacutenico de Sauacutede ndash primando pela humanizaccedilatildeo da atenccedilatildeo e em consonacircncia com os princiacutepios do SUS fortalecendo accedilotildees e serviccedilos em redes e cuidados da sauacutede Ela norteia as accedilotildees de atenccedilatildeo integral
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto recomendamos que vocecirc veja os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Pacto pela SauacutedeSISPACTO - Aplicativo do Pacto pela Sauacutede Brasiacutelia Ministeacute-rio da Sauacutede [2011c] Disponiacutevel emlthttpportalweb04saudegovbrsispactogt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 399GM de 22 de fevereiro de 2006 Divulga o pacto pela sauacutede 2006 - Consolidaccedilatildeo do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a Disponiacutevel em lthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2006GMGM-399htmgt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 325 de 21 de fevereiro de 2008 Estabelece prioridades objetivos e metas do Pacto pela Vida para 2008 os indicadores de monitoramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede e as orientaccedilotildees prazos e diretrizes para a sua pactuaccedilatildeoBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacute-de 2008b Disponiacutevel emlthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2008GMGM-325htmgt Acesso em 27set 2013
MACHADO R R et al Entendendo o pacto pela sauacutede na gestatildeo do SUS e refletindo sua implementaccedilatildeo Rev Eletrocircnica de Enfermagem v 11 n 1 p 181-187 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfenufgbrfen_revis-tav11n1pdfv11n1a23pdfgt Acesso em 27set2013
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agrave sauacutede do homem visando estimular o autocuidado e sobretudo o reconhe-cimento de que a sauacutede eacute um direito social baacutesico e de cidadania de todos os homens brasileiros (BRASIL 2008a)
Tem como objetivo principal
Promover a melhoria das condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo masculina do Brasil contri-buindo de modo efetivo para a reduccedilatildeo da morbidade e mortalidade dessa popu-laccedilatildeo atraveacutes do enfrentamento racional dos fatores de risco e mediante a facilitaccedilatildeo ao acesso agraves accedilotildees e aos serviccedilos de assistecircncia integral agrave sauacutede (BRASIL 2008a)
Aleacutem disso a PNAISH propotildee uma reorientaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede com foco na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) de modo que essa poliacutetica seja integrada e executada juntamente com as demais poliacuteticas programas estrateacutegias e accedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2008a)
Para refletir
Vocecirc jaacute teve oportunidade de discutir a PNAISH com os demais membros da equipe de sauacutedeQuais satildeo as accedilotildees desenvolvidas na sua unidade de sauacutede para os homens Como eacute a adesatildeo da popula-ccedilatildeo a essas accedilotildees Quais satildeo suas principais dificuldades
Saiba
Conheccedila o estudo que avaliou a implantaccedilatildeo da PNAISH em municiacutepios brasileiros Nele foram avaliados como estatildeo sendo desenvolvidas as accedilotildees de fortalecimento desta poliacutetica Estaacute disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Fortalecimento-da--PNAISHpdfgt Acesso em 01 fev 2015
SitesPara vocecirc conhecer mais sobre a PNAISH acesse os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Institui no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacute-de do Homem Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2009prt1944_27_08_2009htmlgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave sauacutede Departamento de Accedilotildees Progra- maacuteticas e Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem Plano de Accedilatildeo Nacional 2009-2011 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009b Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_saude_homem_2009-2011pdfgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteti-cas Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2008a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_homempdfgt Acesso em 20 set 2013
CARRARA S RUSSO J A FARO L A poliacutetica de atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem no Brasil os pa-radoxos da medicalizaccedilatildeo do corpo masculinoPhysisRevista de Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 19 n 3 p659-678 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfphysisv19n3a06v19n3pdfgt Acesso em 27set 2013
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LEAL A F FIGUEIREDO W S NOGUEIRA-DA-SILVA G S O percurso da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede dos Homens (PNAISH) desde a sua formulaccedilatildeo ateacute sua implementaccedilatildeo nos serviccedilos puacuteblicos locais de atenccedilatildeo agrave sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletivav 17 n 10 p2607-2616 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfcscv17n1010pdfgt Acesso em 27 set 2013
33 poliacutetica nacional de Humanizaccedilatildeo (pnH)A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) foi criada em 2004 como fortaleci-
mento da rede assistencial do SUS e com o objetivo de oferecer uma sauacutede digna para todos com profissionais comprometidos com a eacutetica e com a defesa da vida
Para a PNH humanizar eacute ofertar atendimento de qualidade articulando os avanccedilos tecnoloacutegicos com o acolhimento com a melhoria dos ambientes de cuidado e das condiccedilotildees de trabalho dos profissionais
Como poliacutetica a Humanizaccedilatildeo deve portanto traduzir princiacutepios e modos de operar no conjunto das relaccedilotildees entre profissionais e usuaacuterios A humanizaccedilatildeo supotildee troca de saberes (incluindo os dos pacientes e familiares) diaacutelogo entre os profissionais e modos de trabalhar em equipe Como estrateacutegia de interferecircncia no processo de produccedilatildeo de sauacutedeconsidera-se que sujeitos sociais quando mobi-lizados satildeo capazes de transformar realidades transformando-se a si proacuteprios nesse mesmo processo
princiacutepios norteadores da poliacutetica de Humanizaccedilatildeo
1 Valorizaccedilatildeo da dimensatildeo subjetiva e social em todas as praacuteticas de atenccedilatildeo e gestatildeo fortalecendoestimulando processos integradores e promotores de compromissosresponsabilizaccedilatildeo
2 Estiacutemulo a processos comprometidos com a produccedilatildeo de sauacutede e com a produccedilatildeo de sujeitos
3 Fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional estimulando a trans-disciplinaridade e a grupalidade
4 Atuaccedilatildeo em rede com alta conectividade de modo cooperativo e solidaacuterio em conformidade com as diretrizes do SUS
5 Utilizaccedilatildeo da informaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo da educaccedilatildeo permanente e dos espaccedilos da gestatildeo na construccedilatildeo de autonomia e protagonismo de sujeitos e coletivos
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diretrizes especiacuteficas na atenccedilatildeo baacutesica
1 Elaborar projetos de sauacutede individuais e coletivos para usuaacuterios e sua rede social considerando as poliacuteticas intersetoriais e as necessidades de sauacutede
2 Incentivar praacuteticas promocionais de sauacutede
3 Estabelecer formas de acolhimento e inclusatildeo do usuaacuterio que promovam a otimizaccedilatildeo dos serviccedilos o fim das filas a hierarquizaccedilatildeo de riscos e o acesso aos demais niacuteveis do sistema
4 Comprometer-se com o trabalho em equipe de modo a aumentar o grau de corresponsabilidade e com a rede de apoio profissional visando agrave maior eficaacutecia na atenccedilatildeo em sauacutede
E o acolhimento como pode ser entendido Trata-se de uma praacutetica nas accedilotildees de atenccedilatildeo e gestatildeo nas unidades de sauacutede que favorece a construccedilatildeo de uma relaccedilatildeo de confianccedila e compromisso dos usuaacuterios com as equipes e os serviccedilos contribuindo para a promoccedilatildeo da cultura de solidariedade e para a legitimaccedilatildeo do SUS Com o acolhimento passa a existir a possibilidade de avanccedilos na alianccedila entre usuaacuterios trabalhadores e gestores da sauacutede em defesa do SUS como uma poliacutetica puacuteblica essencial da e para a populaccedilatildeo brasileira (GENIOLE et al 2011)
Para refletir
Como profissional de sauacutede suas atitudes contemplam as dimensotildees abordadas na Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo E qual o envolvimento que vocecirc visualiza desta Poliacutetica com a Sauacutede do Homem Vocecirc acredita que a falta de acolhimento pode dificultar o acesso dos homens agraves unidades de sauacutede
Saiba
SitesPara conhecer mais sobre a Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo acesse os links lthttpportalsau-degovbrportalarquivospdfdoc_basepdfgt (BRASIL 2004) e lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumanizasus_gestores_trabalhadores_sus_4edpdfgt (BRASIL 2008c)
A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo possui um caderno especiacutefico para a Atenccedilatildeo Baacutesica Para conhececirc-lo acesse o link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumaniza_sus_atencao_basicapdfgt (BRASIL 2009c)
E para entender mais sobre acolhimento acesse a cartilha denominada Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede disponiacutevel no link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhi-mento_praticas_producao_saudepdfgt (BRASIL 2010a)pdfgt Acesso em 27set 2013
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34 poliacutetica de promoccedilatildeo da sauacutede
Entre as prioridades do Pacto em Defesa da Vida encontra-se a publicaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede que ratifica o compromisso do Minis-teacuterio da Sauacutede na ampliaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede nos serviccedilos e na gestatildeo do SUS Trata-se de uma poliacutetica transversal integrada e intersetorial que dialoga com as diversas aacutereas do setor sanitaacuterio os outros setores do Governo os setores privados e natildeogovernamentais e a sociedade compondo redes de compromisso e corresponsabilidade quanto agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo de forma que todos sejam partiacutecipes no cuidado com a sauacutede (BRASIL 2006b)
A Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede foi revisada no ano de 2015 visando se adequar aos novos desafios e compromissos no contexto da sauacutede nacional
Ela destaca a necessidade de articulaccedilatildeo com outras poliacuteticas puacuteblicas para fortalececirc-la com o imperativo da participaccedilatildeo social e dos movimentos popu-lares em virtude da impossibilidade de que o setor sanitaacuterio responda sozinho ao enfrentamento dos determinantes e condicionantes da sauacutede Para tal toma como referecircncia alguns temas transversais para a formulaccedilatildeo de agendas de promoccedilatildeo da sauacutede e para a adoccedilatildeo de estrateacutegias e temas prioritaacuterios operando em conso-nacircncia com os princiacutepios e os valores do SUS como
raquo Determinantes Sociais da Sauacutede (DSS)
raquo equidade e respeito agrave diversidade
raquo produccedilatildeo de sauacutede e cuidado
raquo vida no trabalho
raquo cultura da paz e direitos humanos entre outras (BRASIL 2015)
O objetivo principal dessa poliacutetica eacute promover a equidade e a melhoria das condiccedilotildees e dos modos de viver ampliando a potencialidade da sauacutede individual e coletiva e reduzindo vulnerabilidades e riscos agrave sauacutede decorrentes dos determi-nantes sociais econocircmicos poliacuteticos culturais e ambientais (BRASIL 2015)
Saiba
SitesPara conhecer melhor a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede vocecirc pode ver o linklthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_promocao_saude_3edpdfgtAcesso em 28 out 2013 (BRASIL 2010b)
Para ter acesso agrave Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede revisada e identificar todas as atuali-zaccedilotildees da versatildeo de 2015 acesse lthttppromocaodasaudesaudegovbrpromocaodasaudearquivospnps-2015_finalpdfgt Acesso em 01 fev 2015
4 a organizaccedilatildeo da estrateacutegia sauacutede da famiacuteLia no pLanejamento de accedilotildees e avaLiaccedilatildeo de riscos agrave sauacutede do homem
Uma das diretrizes da PNAISH eacute a reorganizaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede por meio de uma proposta inclusiva na qual os homens considerem os serviccedilos de sauacutede sobretudo as unidades baacutesicas de sauacutede ou unidades de sauacutede da famiacutelia tambeacutem como espaccedilos masculinos e por sua vez esses serviccedilos reconheccedilam os homens como sujeitos que necessitem de cuidados (SILVA et al 2012)
A compreensatildeo das barreiras institucionais eacute importante para a proposiccedilatildeo estrateacutegica de medidas que venham a promover o acesso dos homens aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria que deve ser a porta de entrada preferencial ao sistema de sauacutede a fim de resguardar a promoccedilatildeo e a prevenccedilatildeo como eixos fundamentais de intervenccedilatildeo (SILVA et al 2012)
Nesse contexto estudos vecircm relacionando a masculinidade tradicional como o principal obstaacuteculo para o acesso dessa parcela populacional aos serviccedilos de sauacutede sobretudo agravequeles que estatildeo voltados agrave promoccedilatildeo da sauacutede A busca por esse tipo de serviccedilo pode ser considerado sinocircnimo de fraqueza realidade que vai de encontro com os preceitos da hegemonia masculina na qual os homens satildeo educados para natildeo demonstrar qualquer traccedilo de fragilidade Some-se a isso o fato de as unidades baacutesicas e de sauacutede da famiacutelia por serem compostas por muitos profissionais do sexo feminino e serem frequentadas sobretudo por mulheres provocam uma sensaccedilatildeo de natildeo pertencimento a tais espaccedilos (FIGUEIREDO 2005 BRAZ 2005 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 BRITO SANTOS 2010 SILVA et al 2012)
Os estudos apontam ainda outros motivos pela baixa demanda masculina na Atenccedilatildeo Baacutesica como a organizaccedilatildeo dos serviccedilos a demora em conseguir atendimento meacutedico o horaacuterio de funcionamento incompatiacutevel com a jornada de trabalho daqueles inseridos no mercado formal a ausecircncia de programas especiacute-ficos para atender aos homens o deacuteficit no processo de abordagem e de cuidarcuidado da populaccedilatildeo masculina por parte dos profissionais a ausecircncia de acolhi-mento ou o acolhimento pouco atrativo a fraacutegil qualificaccedilatildeo profissional para lidar com o segmento masculino
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O certo eacute que muitos agravos que acometem a populaccedilatildeo masculina poderiam ser evitados caso fossem realizadas com regularidade as medidas de prevenccedilatildeo primaacuteria A resistecircncia masculina agrave atenccedilatildeo primaacuteria aumenta natildeo somente a sobrecarga financeira da sociedade mas tambeacutem o sofrimento fiacutesico e emocional do paciente e de sua famiacutelia na luta pela conservaccedilatildeo da sauacutede e da qualidade de vida dessas pessoas (BRASIL 2008a)
O fortalecimento e a qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria garantem a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo aos agravos evitaacuteveis dado o reconhecimento de que os homens adentram o sistema de sauacutede por meio da atenccedilatildeo especializada agravando a morbidade pelo retardamento na atenccedilatildeo e maior custo parao SUS (BRASIL 2008a)
Assim ao serem elaboradas estrateacutegias voltadas agrave conscientizaccedilatildeo do grupo masculino sobre a adoccedilatildeo de haacutebitos mais saudaacuteveis o primeiro passo a ser dado eacute a sensibilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede que atuam na atenccedilatildeo baacutesica para que compreendam os padrotildees culturalmente arraigados na populaccedilatildeo acerca do que eacute ser homem as principais barreiras possam ser superadas e essa populaccedilatildeo possa efetivamente ser acolhida (BRITO SANTOS 2010 )
41 conHecendo a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea de abranGecircncia
Vocecirc jaacute sabe a importacircncia de os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica conhecerem bem as caracteriacutesticas da sua populaccedilatildeo adscrita Sem essa informaccedilatildeo fica difiacutecil se planejar o trabalho a ser desenvolvido
Como aqui estamos discutindo a sauacutede do homem enfatizamos a necessidade de que seja realizado um levantamento sobre o perfil de morbimortalidade dessa populaccedilatildeo antes mesmo das accedilotildees de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo agrave sauacutede serem pensadas
Como a populaccedilatildeo masculina eacute caracterizada pela faixa etaacuteria de 20 a 59 anos uma sugestatildeo eacute que se definam por grupos etaacuteriosas causas de adoecimento e morte mais prevalentes e a partir disso sejam estruturadas as accedilotildees de sauacutede
Uma sugestatildeo eacute vocecirc utilizar as informaccedilotildees contidas no quadro a seguir para construir o perfil da sua populaccedilatildeo masculina
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Quadro 02 ndash Indicadores para a anaacutelise do perfil da populaccedilatildeo masculina
Cadastro do nuacutemero de indiviacuteduos masculinos entre 20 e 59 anos
Homens diabeacuteticos cadastrados
Homens diabeacuteticos acompanhados
Homens hipertensos cadastrados
Homens hipertensos acompanhados
Homens com tuberculose cadastrados
Homens com tuberculose acompanhados
Homens com hanseniacutease cadastrados
Homens com hanseniacutease acompanhados
Hospitalizaccedilotildees ocorridas no mecircsPor abuso de aacutelcoolPor complicaccedilotildees do DiabetesPor outras causas
Internaccedilotildees em hospital psiquiaacutetrico
Oacutebitos ocorridos no mecircs
Fonte (UFSC 2013 adaptado)
Saiba
SitesConsulte os links a seguir para saber mais sobre o assunto
Novo sistema de informaccedilatildeo do SUS o E-SUS Atenccedilatildeo Baacutesica lthttpdabsaudegovbrportal-dabesusphpgt Acesso em 1out 2013 (PORTAL 2012)
Portal da atenccedilatildeo baacutesica e seus sistemas de informaccedilatildeo lthttpdabsaudegovbrportaldabsis-temasphpgt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL [20--d])
DATASUS Informaccedilotildees de Sauacutede (TABNET) lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphp area=0203gt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL c2008)
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42 inserccedilatildeo da atenccedilatildeo e cuidado ao Homem no processo de trabalHo da equipe de sauacutede da famiacutelia
Para alcanccedilar a efetividade desejada na atenccedilatildeo baacutesica consideram-se neces-saacuterios o planejamento e a implementaccedilatildeo de accedilotildees de sauacutede em cada contexto Esses exigem conhecimentos detalhados sobre as condiccedilotildees de vida das pessoas que ali residem sobre as especificidades do processo de organizaccedilatildeo das accedilotildees realizadas na assistecircncia agrave sauacutede e gestatildeo do trabalho das equipes e dos profissio-nais envolvidos Assim pode-se delinear o que eacute necessaacuterio e o que eacute possiacutevel se realizarem um determinado local (KRUG et al 2010)
O processo de trabalho na Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia eacute caracterizado pela interdisciplinaridade e pelo trabalho em equipe Haacute uma soma dos diversos saberes e das praacuteticas das categorias profissionais por meio de uma abordagem integral e resolutiva (BRASIL 2012b)
O trabalho em equipe eacute tido como proposta estrateacutegica para enfrentar o intenso processo de especializaccedilatildeo na aacuterea da sauacutede Esse processo caracteriza-se pelo aprofundamento vertical do conhecimento e da intervenccedilatildeo em aspectos individu-alizados das necessidades de sauacutede (PAVONI MEDEIROS 2009)
Sendo assim o ideal eacute mobilizar toda a equipe para que juntos possam efeti-vamente planejar as accedilotildees que seratildeo desenvolvidas para a populaccedilatildeo masculina Para ajudar nesse processo relembramos algumas caracteriacutesticas do processo de trabalho das equipes de atenccedilatildeo baacutesica
I Definiccedilatildeo do territoacuterio de atuaccedilatildeo e da populaccedilatildeo sob a responsabilidade das unidades baacutesicas de sauacutede e das equipes
II Programaccedilatildeo e implementaccedilatildeo das atividades de atenccedilatildeo agrave sauacutede de acordo com as necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo com a priorizaccedilatildeo de inter-venccedilotildees cliacutenicas e sanitaacuterias nos problemas de sauacutede segundo criteacuterios de frequecircncia risco vulnerabilidade
III Desenvolvimento de accedilotildees que priorizem os grupos de risco e os fatores de risco cliacutenico-comportamentais alimentares eou ambientais com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a persistecircncia de doenccedilas e danos evitaacuteveis
IV Realizaccedilatildeo do acolhimento com escuta qualificada classificaccedilatildeo de risco avaliaccedilatildeo de necessidade de sauacutede e anaacutelise de vulnerabilidade tendo em vista a responsabilidade da assistecircncia resolutiva agrave demanda espontacircnea e o primeiro atendimento agraves urgecircncias
V Prover atenccedilatildeo integral contiacutenua e organizada agrave populaccedilatildeo adscrita
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VI Desenvolvimento de accedilotildees educativas que possam interferir no processo de sauacutede-doenccedila da populaccedilatildeo no desenvolvimento de autonomia individual e coletiva e na busca por qualidade de vida pelos usuaacuterios
VII Desenvolvimento de accedilotildees intersetoriais integrando projetos e redes de apoio social voltados para o desenvolvimento de uma atenccedilatildeo integral
VIII Realizaccedilatildeo de atenccedilatildeo domiciliar destinada a usuaacuterios que possuam problemas de sauacutede controladoscompensados e com dificuldade ou impos-sibilidade fiacutesica de locomoccedilatildeo ateacute uma unidade de sauacutede que necessitam de cuidados com menor frequecircncia e menor necessidade de recursos de sauacutede e do cuidado compartilhado com as equipes de atenccedilatildeo domiciliar nos demais casos
Fonte (BRASIL 2012b grifo nosso)
Como jaacute vimos vaacuterios estudos apontam que os homens padecem mais de condiccedilotildees severas e crocircnicas de sauacutede em comparaccedilatildeo agraves mulheres e igualmente morrem mais do que as mulheres pelas mesmas causas de morte Mesmo com o aumento dos iacutendices de morbimortalidade eles natildeo costumam procurar as unidades baacutesicas de sauacutede para orientaccedilatildeo ou prevenccedilatildeo de alguma patologia e quando buscam esses serviccedilos jaacute estatildeo com alguma doenccedila instalada portanto o desafio das equipes de sauacutede da famiacutelia eacute inverter esse padratildeo e encontrar formas de estimular a populaccedilatildeo masculina para accedilotildees de prevenccedilatildeo e cuidados agrave sauacutede (SILVA etal 2012 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 FIGUEIREDO 2005 SCHRAIBER et al 2010)
Eacute mais do que chegada a hora de se distanciar do modelo biomeacutedico pres-critivo que natildeo enfatiza a prevenccedilatildeo mas que ainda predomina nos serviccedilos de sauacutede e estaacute arraigado na cultura masculina Deve-se ter um olhar integral no aten-dimento a essa populaccedilatildeo no qual se priorizam as necessidades que vatildeo aleacutem daquilo que a cliacutenica pode detectar (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)Tambeacutem eacute necessaacuterio que os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica verdadeiramente entendamo papel de cada um para que efetivamente a PNAISH possa ser implan-tada nas unidades de sauacutede
A equipe da atenccedilatildeo baacutesica eacute de fundamental importacircncia no processo de estiacute-mulo agrave populaccedilatildeo masculina pela procurados serviccedilos de sauacutede Diversos esforccedilos devem ser investidos para trazer essa populaccedilatildeo para participar de atividades de
43 accedilotildees da equipe de sauacutede da famiacutelia Voltadas para a sauacutede do Homem
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prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Para tal vale acionar familiares na captaccedilatildeo dessa populaccedilatildeo A mulher que geralmente eacute quem procura a unidade sendo essa esposa matildee ou irmatilde eacute um canal interessante para se discutir a importacircncia de trazer seus familiares do sexo masculino para consultas de rotina (BRASIL 2008a) E como fazer isso
Na seccedilatildeo 41 deste livro vocecirc recebeu orientaccedilotildees sobre como conhecer a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea Agora eacute hora de reunir a equipe de sauacutede e planejar as accedilotildees visando agrave melhoria dos indicadores e agrave qualidade de vida dessa populaccedilatildeo A seguir sugerimos alguns exemplos de accedilotildees que podem ser desen-volvidas por vocecirc e sua equipe
raquo Analisar a situaccedilatildeo de sauacutede da populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea adscrita observando as principais causas de morbidade internaccedilatildeo e mortalidade
raquo Estabelecer accedilotildees levando em consideraccedilatildeo os fatores socioeconocircmicos de morbimortalidade eculturais locais que determinam ou condicionam o modo de vida dos indiviacuteduos respeitando tambeacutem as diferenccedilas de idade jaacute que esse grupo populacional envolve homens na faixa etaacuteria de 20 e 59 anos
raquo Realizar a busca ativa de homens para a realizaccedilatildeo de ao menos uma consultaano
raquo Informar a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea a respeito da importacircncia da promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos aos homens
raquo Facilitar o acesso com oferta de atendimento em horaacuterios alternativos adequados agrave populaccedilatildeo masculina
raquo Promover o acolhimento realizando atendimento humanizado
raquo Realizar accedilotildees visando principalmente agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao estiacutemulo ao autocuidado e agrave adesatildeo de homens aos serviccedilos de sauacutede Satildeo exemplos de accedilotildees orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da populaccedilatildeo masculina quanto agraves medidas disponiacuteveis para detecccedilatildeo precoce do cacircncer de proacutestata em pacientes sinto-maacuteticos e com disfunccedilatildeo ereacutetil entre outros agravos do aparelho geniturinaacuterio
raquo Incorporar os homens nas accedilotildees e atividades educativas voltadas para o plane-jamento familiar
raquo Estimular a participaccedilatildeo paterna no preacute-natal parto puerpeacuterio e no cresci-mento e desenvolvimento da crianccedila
raquo Ofertar exames previstos para homens que participam do preacute-natal masculino
raquo Realizar accedilotildees educativas para a prevenccedilatildeo de violecircncias e acidentes e uso de aacutelcool e outras drogas
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Vocecirc sabia
O Ministeacuterio da Sauacutede vem apoiando estrateacutegias que estimulem e facilitem o acesso dos homens agraves unidades baacutesicas de sauacutede Como alternativa desde 2010 propocircs durante o I Seminaacuterio Inter-nacional de Sauacutede do Homem das Ameacutericas a implantaccedilatildeo do preacute-natal masculino como comple-mento agrave PNAISH na Atenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede
O objetivo eacute fazer com que os profissionais de sauacutede incentivem o homem a acompanhar as con-sultas do preacute-natal durante os nove meses de gestaccedilatildeo da parceira e aproveitem esse momento para realizar exames preventivos e assim promover o acesso dos homens aos serviccedilos de sauacutede
O princiacutepio baacutesico eacute estimular a participaccedilatildeo e inclusatildeo do homem nas accedilotildees de planejamento de sua vida sexual e reprodutiva focando inclusive na paternidade responsaacutevel ou seja o homem precisa se cuidar para cuidar da famiacutelia A proposta tem relaccedilatildeo com o fortalecimento do viacutenculo homem-mulher e pai-filho(a) podendo este ter reflexo sobre a reduccedilatildeo da violecircncia domeacutestica (SANTOS FERREIRA 2013)
Na Paraiacuteba desde o ano de 2009 foi instituiacuteda a Semana Estadual da Sauacutede do Homem (Lei Ndeg 8772 de 15 de abril de 2009) Desde essa eacutepoca vaacuterios eventos aconteceram com o objetivo de implantar e implementar a PNAISH no Estado
A primeira semana foi intitulada ldquoAlerta Homemrdquo por meio da qual se definiu um conjunto de accedilotildees que foram efetivadas pela Secretaria de Estado da Sauacutede em parceria com outras instacircncias go-vernamentais e natildeo governamentais inclusive com a Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) por intermeacutedio do Laboratoacuterio de Estudos e Pesquisas Masculinidades e Sauacutede vinculado ao Progra-ma de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Enfermagem que participou dessa semana com accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede
Saiba
Sites
Para vocecirc conhecer mais sobre essa experiecircncia veja o link a seguir
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raquo Responsabilizar a cada semana um profissional pelo desenvolvimento de alguma atividade especiacutefica ao homem
raquo Divulgar as accedilotildees propostas para os homens por meio dos agentes comunitaacute-rios de sauacutede e da populaccedilatildeo feminina que frequenta a unidade de sauacutede
raquo Comemorar o Dia Internacional do Homem (tambeacutem conhecido como Novembro Azul) Vale planejar com a equipe accedilotildees de prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos e promoccedilatildeo da sauacutede voltadas agrave populaccedilatildeo masculina
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Em Pernambuco tambeacutem foi instituiacuteda a Semana Estadual de Sauacutede do Homem por meio da Lei Nordm 14158 de 17 de setembro de 2010 que determina a comemoraccedilatildeo e realizaccedilatildeo de accedilotildees voltadas a essa populaccedilatildeo na segunda semana de agosto Saiba mais consultando o link lthttplegisalepepegovbrarquivoTextoaspxtiponorma=1ampnumero=14158ampcomplemento=0ampano=2010amptipo=gt Acesso em 1 out 2013
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UNIFESP (Universidade Federal de Satildeo Paulo) Departamento de Medicina Preventiva CEBRID (Centro Brasileiro de Informaccedilotildees sobre Drogas Psicotroacutepicas) II Levantamento domiciliar sobre o uso de drogas psicotroacutepicas
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no Brasil estudo envolvendo as 108 maiores cidades do paiacutes 2005 Satildeo Paulo CEBRID UNIFESP 2006 Disponiacutevel em lthttprevistaoncocombrwp-contentuploads201205ONCO_11pdfgt Acesso em 30 set 2013
VIEIRA L J E de S et al Prevenccedilatildeo do cacircncer de proacutestata na oacutetica do usuaacuterio portador de hipertensatildeo e diabetes Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 13 n 1 p 145-152 janfev 2008 Disponiacutevel em lthttpdxdoiorg101590 S1413-81232008000100019gt Acesso em 20 set 2013
VIEIRA S O cacircncer e a sauacutede do homem um panorama completo dos tumores que acometem a populaccedilatildeo masculina Revista Oncoamp ndash Oncologia para todas as especialidades Satildeo Paulo a 2 n 11 p 12-18 maiojun 2012 Disponiacutevel em lthttprevistaoncocombrwp-contentuploads201205ONCO_11pdfgt Acesso em 25 set 2013
VILLELA W Gecircnero sauacutede dos homens e masculinidades Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 10 n 1 p 29-32 janmar 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfcscv10n1a03fv10n1pdfgt Acesso em 20 set 2013
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Execuccedilatildeo
Financiamento
Universidade Aberta do SUS
1 sauacutede do homem e mascuLinidades
Homens e sauacutede parece que essas duas palavras juntas natildeo combinam mas se engana quem pensa assim Mesmo com todas as dificuldades que envolvem a relaccedilatildeo sauacutede e populaccedilatildeo masculina o Brasil estaacute atento e agindo para que essa relaccedilatildeo possa seguir outro caminho que eacute o da prevenccedilatildeo das doenccedilas e agravos e da promoccedilatildeo agrave sauacutede
No entanto natildeo eacute uma tarefa faacutecil perceber os homens quando o assunto eacute sauacutede pois eles tecircm se mostrado ainda pouco ativos no cuidado com ela e quando procuram ajuda agraves vezes esbarram em obstaacuteculos como a falta de um olhar adequado dos(as) profissionais da sauacutede e de serviccedilos que acolham as demandas masculinas (CZERESNIA 2003)
Compreender a sauacutede enquanto praacuteticas de cuidado e bem-estar e natildeo somente doenccedila eacute um desafio para os homens e cabe a noacutes profissionais da sauacutede ajudaacute- los nesse processo
11 Gecircnero masculinidade e promoccedilatildeo da sauacutede
A temaacutetica relacionada agrave sauacutede masculina foi por muito tempo pouco abor-dada e discutida em contraposiccedilatildeo agrave sauacutede da mulher objeto de poliacuteticas puacuteblicas e de variadas investigaccedilotildees (BRAZ 2005)
Haacute muito tempo as mulheres foram acostumadas a expor seus corpos para um(a) meacutedico(a) principalmente em funccedilatildeo da ginecologia Isso fez com que o olhar medicalizado sobre o corpo feminino tivesse maior naturalizaccedilatildeo passando a ser mais aceito o fato de a mulher se cuidar sendo esse fato inclusive associado agrave ideia de fragilizaccedilatildeo da mulher (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)
Aleacutem disso o movimento feminista favoreceu o protagonismo social e poliacutetico da mulher nas accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede permitindo grande avanccedilo nas ques-totildees referentes agrave sauacutede feminina No entanto essa evoluccedilatildeo natildeo foi acompanhada pelo grupo masculino em virtude das concepccedilotildees do que seria um comportamento ideal do ser macho (GOMES NASCIMENTO 2006)
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No caso dos homens os estudos foram ampliados a partir da deacutecada de 1980 A abordagem nessa eacutepoca era voltada sobretudo para a sexualidade e sauacutede reprodutiva masculina (BRITO SANTOS 2010) Por outro ladonos anos 1990 os estudos comeccedilaram a se estruturar a partir da perspectiva de gecircnero discutindo dentre outros aspectos a singularidade do ser saudaacutevel e do ser doente buscando o entendimento de que era necessaacuteria uma visatildeo da sauacutede do homem mais inte-gralizada (GOMES NASCIMENTO 2006) Como prova disso no iniacutecio dos anos 2000 a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (OMS) lanccedilou publicaccedilotildees focalizadas na sauacutede masculina A primeira publicaccedilatildeo defendia a importacircncia da abordagem da sauacutede para homens jovens como forma de socializaccedilatildeo e adoccedilatildeo de estilo de vida mais saudaacutevel E em 2001 propocircs accedilotildees voltadas agrave sauacutede dos homens com idades mais avanccediladas fase na qual se encontram mais vulneraacuteveis e mais expostos aos riscos que degradam a sauacutede Aleacutem disso nessas publicaccedilotildees eacute defendida a pertinecircncia de abordagens pautadas no caraacuteter relacional de gecircnero para que seja possiacutevel promover mais igualdade entre mulheres e homens nas sociedades (GOMES 2011)
Paralelamente emergem centenas de estudos sobre gecircnero De laacute para caacute a questatildeo gecircnero vem migrando dos espaccedilos de luta poliacutetica para a academia e desta para diversos contextos poliacuteticos e sociais incluindo a sauacutede (VILLELA 2005 CAMURCcedilA GOUVEIA 2004) Mas afinal qual eacute a diferenccedila entre sexo e gecircnero
O sexo eacute uma determinaccedilatildeo bioloacutegica baseada nas diferenccedilas fiacutesicas do corpo de machos e fecircmeas quer sejam da espeacutecie humana ou de qualquer espeacutecie animal diferenccedilas essas que natildeo mudam soacute se desenvolvem no decorrer da vida (CAMURCcedilA GOUVEIA 2004 LIMA 1999)
O gecircnero eacute um dos mais importantes princiacutepios organizadores da nossa socie-dade eacute a forma de descrever as construccedilotildees sociais que determinam aos meninos e agraves meninas formas de ser homem e ser mulher ou seja satildeo os papeacuteis sociais que lhes satildeo atribuiacutedos (GARCIA 1998)
Trata-se de uma construccedilatildeo histoacuterica estabelecida pelos seres humanos e que varia de acordo com a eacutepoca os lugares seus costumes e cultura leis religiatildeo classe social etnia e idade (CAMURCcedilA GOUVEIA 2004 GIFFIN 2005)
Cada sociedade elabora o seu modelo masculino e feminino a ser imitado por homens e mulheres respectivamente Essas Identidades satildeo mutuamente exclu-sivas
Essas diferenccedilas que vatildeo sendo estabelecidas atribuem fragilidade e passivi-dade agrave mulher e virilidade e poder ao homem reforccedilando a dominaccedilatildeo do mascu-lino sobre o feminino em que o poder atua de variadas maneiras produzindo formas de viver e de cuidados com a sauacutede que tambeacutem satildeo diversas
As relaccedilotildees de gecircnero sempre levaram a uma distribuiccedilatildeo desigual do poder da autoridade e dos direitos masculinos e femininos Estes inicialmente eram considerados fenocircmenos naturais (CAMURCcedilA GOUVEIA 2004) No entanto podemos perceber que o homem mesmo estando no domiacutenio das relaccedilotildees de poder estabelecidas em nossa sociedade tambeacutem eacute submetido aos constrangi-
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mentos sociais que impotildeem padrotildees de comportamentos (SOUZA2005 KONH et al c2012) Esses padrotildees acentuam a dificuldade do homem em lidar com o proacuteprio corpo e com suas emoccedilotildees bem como com as situaccedilotildees de adoecimento
Desde muito cedo no nuacutecleo familiar ldquoaprendemosrdquo a ser o que somos convi-vendo com as relaccedilotildees de poder dos mais velhos sobre os mais novos do homem sobre a mulher do rico sobre o pobre Desde pequenos os meninos aprendem a demonstrar forccedila seguranccedila a serem competitivos e natildeo ter medos a suportar sem chorar suas dores fiacutesicas e emocionais A dor eacute antes de tudo assunto de mulheres devendo o homem desprezaacute-la sob pena de se ver desvirilizado e de ser rebaixado ao niacutevel da condiccedilatildeo feminina (KONH et al c2012)
Ao homem se associa a imagem do provedor e protetor da autoridade agres-sividade da forccedila e virilidade da autonomia do domiacutenio do mundo externo dos espaccedilos puacuteblicos Por outro lado agrave mulher atribui-se a fragilidade submissatildeo o carinho o cuidado dos filhos dos doentes e da casa o espaccedilo privado (VILLELA 2005)
Por meio desse modelo os homens manifestam sua masculinidade e rejeitam comportamentos tidos como femininos Muitas vezes natildeo demonstram o que pensam e sentem medo de demonstrar sua fragilidade (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)
As masculinidades devem ser entendidas como configuraccedilotildees de praacuteticas em torno da posiccedilatildeo dos homens nas relaccedilotildees de gecircnero isto eacute das experiecircncias concretas do cotidiano de muitos homens e natildeo apenas os comportamentos que a sociedade espera Ou seja natildeo eacute uma qualidade essencial ou estaacutetica Haacute uma diversidade de tipos de masculinidades que correspondem a diferentes inserccedilotildees dos homens na estrutura social poliacutetica econocircmica cultural e a trajetoacuterias e estaacute-gios diferentes do seu ciclo vital Citando algumas dessas inserccedilotildees tem-se a paternidade a adolescecircncia o envelhecimento a emergecircncia de outras categorias sexuais o desemprego a globalizaccedilatildeo a participaccedilatildeo das mulheres no mercado de trabalho e na poliacutetica etc Aleacutem da masculinidade hegemocircnica identificam-se portanto outras masculinidades marginais subordinadas (BRAZ 2005)
No entanto essa hegemonia masculina natildeo deve ser compreendida como uma condiccedilatildeo bioloacutegica proacutepria dos homens mas sim a partir de valores culturais construiacutedos ao longo dos anos aos quais os indiviacuteduos estatildeo inseridos (GOMES 2003)
Esse padratildeo de masculinidade faz com que muitas vezes os homens por medo vergonha e preconceitos sejam impedidos de assumir que necessitam de cuidados Isso se reflete na aacuterea da sauacutede puacuteblica quando se nota a ausecircncia de accedilotildees preventivas e de promoccedilatildeo da sauacutede para os homens revelando a iniqui-dade presente nos serviccedilos de sauacutede de baixa complexidade (BRITO SANTOS 2010)
Assim eacute comum associarmos homens masculinidades e risco sendo que o risco natildeo eacute algo evitado pelos homens mas deve ser superado a cada dia por eles (GOMES et al 2008)
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Braz (2005) destaca que natildeo cabe de forma alguma vitimizar os homens mas vislumbraacute-los tambeacutem sob a perspectiva da fragilidade de seres que tecircm vulnera-bilidades especiacuteficas do gecircnero Eacute preciso perceber que a definiccedilatildeo normativa de masculinidade vista como dominante natildeo eacute a uacutenica versatildeo
Eacute preciso ultrapassar as barreiras sociais que impedem o reconhecimento dos homens como seres que necessitam de cuidados Isso pode ocorrer a partir de accedilotildees educativas que sejam capazes de contribuir com o estabelecimento de maior conscientizaccedilatildeo desse grupo quanto agrave adoccedilatildeo de haacutebitos mais saudaacuteveis Nesse sentido para que tais medidas sejam eficazes elas devem focar os reais problemas e dificuldades do puacuteblico ao qual se destinam pois se sabe que a educaccedilatildeo em sauacutede requer a participaccedilatildeo dos sujeitos no intuito de estabelecer trocas de saberes populares e cientiacuteficos os quais satildeo de suma relevacircncia quando se desejam realizar mudanccedilas na vida das pessoas (BRUM et al 2010)
Portanto estrateacutegias de prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos e promoccedilatildeo de sauacutede devem considerar as diferenccedilas de gecircnero a fim de que esses objetivos sejam alcanccedilados e os resultados frutifiquem no sentido de formar uma nova geraccedilatildeo de homens mais cuidadosos consigo mesmos
12 Vulnerabilidades masculinas
Na atualidade a atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem vem sendo colocada na pauta dos debates e efetivada em poliacuteticas principalmente porque constituem uma popu-laccedilatildeo em riscocom vulnerabilidades e carecircncias assistenciais do processo sauacutede- doenccedila-cuidado
Haacute uma seacuterie polimorfa de danos agrave sauacutede que colocam o homem como foco de atenccedilatildeo como revelam os indicadores de morbidade e mortalidade e dos efeitos deleteacuterios de alguns agravos seja por causas externas como acidentes de tracircnsito ou por violecircncias bem como por doenccedilas (infectocontagiosas crocircnicas degenera-tivas as doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis ceacuterebro e cardiovasculares relacio-nadas ao trabalho o cacircncer de proacutestata entre outras) (XIMENES NETO et al 2013 )
Considera-se que os modelos de masculinidade e a maneira como ocorre a socializaccedilatildeo masculina podem fragilizar ou mesmo afastar os homens das preo-cupaccedilotildees com o autocuidado e com a busca pelos serviccedilos de sauacutede (GOMES et al 2008) Dentre as questotildees mais frequentemente consideradas estatildeo os valores da cultura masculina que envolvem tendecircncias agrave exposiccedilatildeo a riscos associaccedilatildeo da masculinidade agrave invulnerabilidade e tambeacutem a proacutepria educaccedilatildeo familiar a qual orienta o homem para um papel social de provedor e protetor Essa cultura tende a gerar modelos masculinos pouco aderentes agraves praacuteticas de autocuidado e pode estimular o comportamento agressivo violento e de descuido com ele mesmo (GOMES NASCIMENTO 2006 SILVA et al 2012)
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Dados do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) revelam que o uso do aacutelcool possui uma maior prevalecircncia na populaccedilatildeo masculina assim como a maioria dos depen-dentes satildeo homens fazendo com que sofram mais de doenccedilas provocadas pelo uso excessivo de bebida alcooacutelica e drogas iliacutecitas Em relaccedilatildeo ao tabagismo os homens usam cigarros com maior frequecircncia do que as mulheres o que predispotildee a doenccedilas cardiovasculares cacircnceres doenccedilas pulmonares da cavidade bucal entre outras Outras patologias que acometem com frequecircncia esse grupo popu-lacional satildeo os tumores e as doenccedilas do aparelho digestivo circulatoacuterio e respira-toacuterio (BRASIL 2008a XIMENES NETO et al 2013 )
Quanto agraves causas da mortalidade masculina observa-se que a maioria dos oacutebitos se deve agraves causas externas como os acidentes por meio de transporte os homiciacutedios os suiciacutedios e as agressotildees No entanto a diferenccedila de mortalidade entre os dois sexos se manteacutem independente da causa morte De acordo com dados do IBGE (2012) a esperanccedila de vida ao nascer eacute maior nas mulheres sendo de 783 anos no sexo feminino e de 706 anos nos homens Ou seja as mulheres vivem 8 anos e 3 meses a mais que os homens
Os homens nascem mais mas tambeacutem morrem mais caracterizando uma maior vulnerabilidade masculina Haacute uma sobre mortalidade masculina em todas as geraccedilotildees mas a maior diferenccedila se situa especialmente nos mais jovens em torno dos 20 anos e apoacutes os 60 quando os homens adoecem e morrem mais Em 2010 a chance de um homem falecer aos 22 anos de idade era 45 maior que a de uma mulher A elevaccedilatildeo da curva que a descreve estaacute estreitamente associada agraves mortes por causas externas em particular as violentas que incidem com maior intensidade sobre a populaccedilatildeo masculina jovem e adulta jovem (IBGE 2011)
O senso comum considera o masculino como o sexo forte Na verdade deve ser visto como o sexo fraco pelo menos em vaacuterios aspectos de suas vulnerabili-dades fiacutesicas e psiacutequicas (BRAZ 2005) Portanto eacute necessaacuterio sensibilizar todos para a necessidade de se ter outro olhar em relaccedilatildeo agraves vulnerabilidades dessa parcela da populaccedilatildeo
2 caracterizaccedilatildeo sociodemograacutefica e de sauacutede da popuLaccedilatildeo mascuLina no BrasiL em pernamBuco e na paraiacuteBa
Como vocecirc jaacute sabe o Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) eacute um oacutergatildeo da Secretaria Executiva do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)que tem a responsabilidade de coletar processar e disseminar informaccedilotildees sobre sauacutede No DATASUS podem ser encontrados indicadores de sauacutede informaccedilotildees relativas agrave assistecircncia agrave sauacutede rede assistencial epidemiologia e morbidade estatiacutesticas vitais demograacuteficas e socioeconocircmicas sobre sauacutede suplementar inqueacuteritos e pesquisas
Saiba
Para conhecer melhor os dados disponibilizados explore o site DATASUS por meio do link lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphpgt
Diante de tantas informaccedilotildees disponiacuteveis quais seriam as necessaacuterias para conhecer a situaccedilatildeo de sauacutede do homem Como localizaacute-las
Vaacuterios satildeo os bancos de dados disponiacuteveis relativos agrave sauacutede da populaccedilatildeo brasileira como um todocomo - Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade (SIM)- Sistema de Informaccedilotildees do Programa Nacional de Imunizaccedilotildees (SIPNI)- Censo 2010 (IBGE)- Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN)- Instituto Nacional do Cacircncer (INCA)- Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) - Sistema de Informaccedilatildeo Ambulatorial (SAI)- Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH)
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21 caracteriacutesticas sociodemoGraacuteficas da populaccedilatildeo masculina
A Poliacutetica de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem (PNAISH) estabeleceu um recorte estrateacutegico da populaccedilatildeo masculina que compreende a faixa etaacuteria de 20 aos 59 A delimitaccedilatildeo dessa faixa etaacuteria eacute uma estrateacutegia metodoloacutegica haja vista que existem outras poliacuteticas que asseguram os direitos da sauacutede dos outros segmentos etaacuterios como a sauacutede da crianccedila dos adolescentes e dos idosos Esses grupos foram ou seratildeo estudados em outras disciplinas do curso Portanto nesta disciplina abordaremos a faixa etaacuteria trabalhada na PNAISH
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) 2013 o total da populaccedilatildeo residente no Brasil eacute de 201467000 pessoas das quais 490 eram do sexo masculino Por outro lado a popu-laccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos eacute de 54242000 o que corresponde a 56 da populaccedilatildeo masculina
O estado da Paraiacuteba apresentou por meio de dados da PNAD 2013 uma popu-laccedilatildeo de 4992000 pessoas A populaccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos eacute de 978841 pessoas Apresenta tambeacutem uma razatildeo de sexo de 939 homens para cada 100 mulheres Em Pernambuco a populaccedilatildeo total segundo a PNAD 2013 era de 10777000 pessoas sendo a popu-laccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos de 2311943 e a razatildeo de sexo de 927 homens para cada 100 mulheres
ParaiacutebaPernambuco
5644
Homens entre20 a 59 anosOutras idades
Tanto na Paraiacuteba quanto em Pernambuco aproximadamente 26 da populaccedilatildeo na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos satildeo homens
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Esse grupo etaacuterio corresponde a 413 da populaccedilatildeo masculina ou a 20 do total da populaccedilatildeo do Brasil Representa uma grande parcela da forccedila produtiva do paiacutes aleacutem de exercer um significativo papel sociocultural e poliacutetico (BRASIL 2008a)
Dentre os indicadores sociodemograacuteficos necessaacuterios para se realizar um diag-noacutestico da situaccedilatildeo que caracteriza a populaccedilatildeo masculina listamos no quadro a seguir aqueles que consideramos mais relevantes
Quadro 01 ndash Indicadores demograacuteficos e socioeconocircmicos para a anaacutelise da populaccedilatildeo masculina
Indicadores demograacuteficos Indicadores socioeconocircmicosPopulaccedilatildeo total Taxa de analfabetismo
Razatildeo por sexo Escolaridade da populaccedilatildeo de 15 anos ou mais
Taxa de crescimento da populaccedilatildeo Produto Interno Bruto (PIB) per capita
Mortalidade proporcional por idade Razatildeo de renda
Taxa bruta de mortalidade Proporccedilatildeo de pobres
Esperanccedila de vida ao nascer Taxa de desemprego
Esperanccedila de vida aos 60 anos de idade
Fonte (Brasil c2008)
22 principais indicadores de morbimortalidade
Entre as principais enfermidades e agravos que acometem os homens aproxi-madamente 75 delas estatildeo concentrados em cinco grandes aacutereas especializadas cardiologia urologia sauacutede mental gastroenterologia e pneumologia aleacutem das causas externas que representam um grande problema e com forte impacto na mortalidade e morbidade da populaccedilatildeo masculina (BRASIL 2008a)
Saiba
SitesPara mais informaccedilotildees sobre os indicadores sociodemograacuteficos acesse
Cadernos de Informaccedilotildees de Sauacutede- Paraiacutebahttptabnetdatasusgovbrtabdatacadernospbhtm (BRASIL[20--a])
Cadernos de Informaccedilotildees de Sauacutede- Pernambucohttptabnetdatasusgovbrtabdatacadernospehtm (BRASIL[20--b])
Indicadores e Dados Baacutesicos - Brasil ndash 2011- IDB-2011httptabnetdatasusgovbrcgiidb2011matrizhtmdemog (BRASIL c2008)
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Na proacutexima fase desta disciplina vocecirc teraacute a oportunidade de estudar sobre algumas dessas enfermidades e agravos como hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes mellitus doenccedilas pulmonares (Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica ndash DPOC asma e pneumonias comunitaacuterias) doenccedilas osteoarticulares aleacutem das doenccedilas transmissiacuteveis (tuberculose hepatites virais e aids) e tabagismo Aqui abordaremos outras importantes causas de morbimortalidade no homem causas externas alguns tumores sobretudo o da proacutestata e o alcoolismo
221 morbidade
Atenccedilatildeo
Do ponto de vista de anaacutelise da morbidade eacute preciso comentar que os dados a seguir se referem aos casos mais graves que necessitaram de internaccedilatildeo
causas externas
Aleacutem do sofrimento fiacutesico psiacutequico e social determinado pelos acidentes e as violecircncias que caracterizam as causas externas haacute de se considerar o enorme impacto econocircmico mensurado pelos seus gastos hospitalares inclusive em dias de permanecircncia em unidades de terapia intensiva (BRASIL 2012a)
Em 2010 foram realizadas 928893 internaccedilotildees hospitalares por causas externas nos serviccedilos financiados pelo SUS caracterizado da seguinte forma
raquo os homens representavam 705 das internaccedilotildees por essas causas
raquo a taxa de internaccedilatildeo hospitalar foi 485 por 10 mil habitantes sendo 69610 mil homens
raquo o risco de internaccedilatildeo entre os homens foi 25 vezes maior que o estimado entre as mulheres
raquo no periacuteodo de 2000 a 2010 a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por causas externas apresentou aumento progressivo (77 em 2000 para 104 em 2010)
Na tabela a seguir pode-se observar que em 2010 os acidentes por transporte terrestre responderam por 157 das hospitalizaccedilotildees com risco e 76 internaccedilotildees por 10 mil habitantes Estimou-se maior risco de internaccedilatildeo entre os homens (122 internaccedilotildees por 10 mil homens) em comparaccedilatildeo com as mulheres (32 internaccedilotildees por 10 mil mulheres) (BRASIL 2012a)
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Tabela 01 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa de internaccedilatildeo (por 10 mil habitantes) por causas externas - Brasil 2010
CaracteriacutesticasSexo
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria
0 a 9 anos 57308 88 344 32342 118 202 89650 97 275
10 a 14 anos 41832 64 499 13120 48 162 54952 59 333
15 a 19 anos 58005 86 681 15359 56 186 73364 79 437
20 a 39 anos 274566 419 862 68964 252 213 343530 370 534
40 a 59 anos 153889 235 769 63445 232 290 217334 234 519
60 a mais 69342 106 801 80721 295 750 150063 162 772
Acidentes 537420 821 571 224348 819 230 761768 820 398
Acidente de transporte terrestre
114383 175 122 31652 116 32 146035 157 76
Pedestres 27612 42 29 11649 43 12 39261 42 21
Motociclistas 58508 89 62 11444 42 12 69952 75 37
Ocupantes de veiacuteculos 11690 18 12 4353 16 04 16043 17 08
Quedas 241892 369 257 121601 444 125 363493 397 190
Quedas no mesmo niacutevel 81112 124 86 47378 173 49 128490 138 67
Quedas de um mesmo niacutevel a outro
41623 64 44 17542 64 18 59165 64 31
Quedas natildeo especificadas 119157 182 127 56681 207 58 175838 189 92
Demais acidentes 181145 277 193 71095 260 73 252240 272 132
Violecircncias 43444 66 46 11940 44 12 55384 60 29
Lesotildees autoprovocadas 5173 08 06 3561 13 04 8734 09 05
Agressotildees e intervenccedilotildees legais
38271 58 41 8379 31 09 46650 50 24
Armas de fogo 10835 17 12 1069 04 01 11904 13 06
Peacuterfuro-cortante 9953 15 11 1860 07 02 11813 13 06
Eventos de intenccedilatildeo indeterminada
31252 48 33 13462 49 14 44714 48 23
Demais causas externas 86270 132 92 36141 132 37 122411 132 64
Total 654942 1000 696 273951 1000 281 928893 1000 485
Fonte (BRASIL 2011a p212)
Conforme apresentado no graacutefico a seguir as causas externas satildeo responsaacute-veis por 118 dos gastos com todas as hospitalizaccedilotildees financiadas pelo SUS no Brasil As capitais da Paraiacuteba e Pernambuco tiveram respectivamente 92 e 83 dos gastos com causas externas (BRASIL 2011a)
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Graacutefico 01 ndash Proporccedilatildeo dos gastos do SUS com internaccedilotildees por causas externas nas capitais e Distrito Federal
Satildeo Luiacutes
Vitoacuteria
Maceioacute
Manaus
Recife
Porto Alegre
Joatildeo Pessoa
Rio de Janeiro
Terresina
Cuiabaacute
Salvador
Fortaleza
Brasiacutelia
Natal
Brasil
Aracaju
Boa Vista
Curitiba
Goiacircnia
Satildeo Paulo
Belo Horizonte
Florianoacutepolis
Macapaacute
Beleacutem
Rio Branco
Porto Velho
Campo Grande
Palmas
FONTE (BRASIL 2011a p 214)
tumores
Os tumores que incidem com maior frequecircncia na faixa etaacuteria dos 25 aos 59 anos satildeo oriundos dos aparelhos digestivo respiratoacuterio e urinaacuterio Cerca de 432 de todos os tumores assinalados na CID 10 Capiacutetulo II tecircm origem no aparelho digestivo (BRASIL 2008a)
O cacircncer da proacutestata eacute uma neoplasia que geralmente apresenta evoluccedilatildeo muito lenta de modo que a mortalidade pode ser evitada quando o processo eacute diagnosticado e tratado com precocidade Uma estimativa realizada pelo Instituto Nacional do Cacircncer (INCA) para o aparecimento de novos casos de cacircnceres no ano de 2008 aponta o cacircncer de proacutestata como sendo o mais frequente sendo superado apenas pelo cacircncer de pele natildeo melanoma (VIEIRA et al 2008)
17
Ao se falar de neoplasias malignas do aparelho urinaacuterio natildeo se pode deixar de mencionar o cacircncer de pecircnis Trata-se de um tumor raro relacionado com as baixas condiccedilotildees socioeconocircmicas e a maacute higiene iacutentima No Brasil esse cacircncer representa cerca de 2 de todas as neoplasias que atingem o homem sendo mais frequente nas regiotildees Norte e Nordeste existindo estados como eacute o caso do Maranhatildeo em que sua incidecircncia supera ateacute a do cacircncer de proacutestata (BARROS MELO 2009)
Dados do INCA referentes aos tumores malignos na populaccedilatildeo masculina dos estados da Paraiacuteba e Pernambuco apontam que o cacircncer de proacutestata eacute o que apre-senta maior incidecircncia conforme mostra a tabela a seguir
Tabela 02 ndash Taxa de incidecircncia anual de neoplasias malignas por 100000 habitantes por localizaccedilatildeo segundo Regiatildeo e UF sexo masculino Brasil 2010 e 2011
Regiatildeo e UF
Pulmatildeo
traqueia e
brocircnquios
Esocircfago Estocircmago
Coacutelon junccedilatildeo
retossigmoacuteide
reto e acircnus
Proacutestata
Laacutebio e
cavidade
oral
Melanoma
maligno da
pele
Outras
neoplasias
malignas da
pele
Paraiacuteba 730 438 1046 462 4369 843 102 7368
Pernambuco 1250 471 1065 653 5783 867 132 6060
Fonte (INCA c2013 adaptado)
alcoolismo
Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) apontam que cerca de 2 bilhotildees de pessoas consomem bebidas alcooacutelicas no mundo O uso abusivo do aacutelcool eacute responsaacutevel por 32 de todas as mortes e por 4 de todos os anos perdidos de vida uacutetil Na Ameacuterica Latina cerca de 16 dos anos de vida uacutetil perdidos estatildeo relacionados ao uso abusivo dessa substacircncia Esse iacutendice eacute quatro vezes maior que a meacutedia mundial e torna o problema da prevenccedilatildeo e do tratamento dos trans-tornos associados ao consumo de aacutelcool um grande problema de sauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
Estudos revelam que o uso do aacutelcool estaacute sendo iniciado cada vez mais preco-cemente por homens e mulheres Portanto torna-se fundamental avaliar os deter-minantes sociais de vulnerabilidade do homem em relaccedilatildeo aos problemas com o aacutelcool para a construccedilatildeo de accedilotildees efetivas de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede mental desse segmento inclusive para jovens e adolescentes (LARANJEIRA et al 2007 SENA et al 2011)
Segundo o Centro Brasileiro de Informaccedilotildees sobre Drogas Psicotroacutepicas (CEBRID) o consumo de aacutelcool e outras drogas estaacute associado a transtornos graves e afetam pelo menos 12 da populaccedilatildeo acima de 12 anos sendo o impacto do aacutelcool dez vezes maior que o do conjunto das drogas iliacutecitas (UNIFESP 2006 BRASIL 2008a)
18
Laranjeira et al (2007) realizaram uma pesquisa intitulada ldquoPrimeiro Levan-tamento Nacional sobre Padratildeo de Consumo de Aacutelcool na Populaccedilatildeo Brasileirardquo cujos resultados apontaram que 52 dos brasileiros acima de 18 anos bebem pelo menos uma vez ao ano e destes 65 satildeo homens A prevalecircncia de depen-dentes de aacutelcool eacute maior para o sexo masculino em que 195 dos homens satildeo dependentes do aacutelcool enquanto 69 das mulheres apresentam dependecircncia Segundo esses dados para cada seis pessoas do sexo masculino que faz uso de aacutelcool uma fica dependente Destaca-se ainda que do conjunto dos homens adultos 11 bebem todos os dias e 28 consomem bebida alcooacutelica de 1 a 4 vezes por semana conforme apresentado na tabela a seguir
Tabela 03 ndash Frequecircncia de consumo de bebida alcooacutelica em homens e mulheres com idade a partir de 18 anos
Frequecircncia de ConsumoA partir de 18 anos
Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstinentes (nunca bebeu ou menos de 1 vez por ano) 35 59 48
Raramente (menos de 1 vez por mecircs) 8 12 10
Ocasional (de 1 a 3 vezes por mecircs) 19 16 17
Frequente ( de 1 a 4 vezes por semana) 28 11 19
Muito frequente (todos os dias) 11 2 6
Quantidade usual Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Ateacute 2 doses 38 63 48
De 3 a 4 doses 25 19 22
de 5 a 11 doses 27 14 22
Bebe mais de 12 doses por ocasiatildeo 11 3 7
Intensidade do beber Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstecircmio 35 59 48
Bebedor natildeo frequente 12 16 14
Bebedor menos frequente 16 13 15
Bebedor frequente 22 9 15
Bebedor frequente pesado 14 3 9
Dependecircncia (criteacuterios de CID-10) Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
14 4 9
Fonte (BRASIL 2008a p14)
outras causas de morbidade
No periacuteodo de 2000 a 2010 observou-se que a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por doenccedilas cardiovasculares manteve-se constante e as hospitalizaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio apresentaram reduccedilatildeo no mesmo periacuteodo (BRASIL 2012a)
No graacutefico apresentado a seguir podem-se observar quanto agrave morbidade as sete causas que respondem pela internaccedilatildeo da maioria dos homens em ordem decrescente de ocorrecircncia
19
raquo As lesotildees os envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas satildeo a primeira causa de internaccedilatildeo para homens entre 20 e 49 anos de idade e a terceira para aqueles entre 50 e 59 anos
raquo As doenccedilas do aparelho digestivo satildeo a segunda causa para todas as faixas etaacuterias
raquo Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias satildeo a terceira causa para homens de 20 a 29 anos transtornos mentais e comportamentais entre 30 e 39 anos e doenccedilas do aparelho circulatoacuterio entre 40 e 49 anos
raquo Para os homens de 50 a 59 anos a principal causa de internaccedilatildeo satildeo as doenccedilas do aparelho circulatoacuterio (SCHWARZ et al 2012)
Graacutefico 02 ndash Porcentagem () das principais causas de internaccedilatildeo em homens por faixa etaacuteria Brasil 2010
Faixa etaacuteria em anos
35
30
25
20
15
10
5
0
I Algumas doenccedilas infecciosas e parasitaacuteriasII Neoplasias (tumores)V Transtornos mentais e comportamentais IX Doenccedilas do aparelho circulatoacuterioX Doenccedilas do aparelho respiratoacuterioXI Doenccedilas do aparelho digestivoXIX Lesotildees envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas
Fonte (SCHWARZ et al 2012 adaptado)
As principais causas de internaccedilotildees por enfermidades do aparelho respiratoacuterio estatildeo assinaladas no graacutefico a seguir
20
Graacutefico 03 ndash Internaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio 2007
Outras 57CID XI 15CID IX 13CID II 6CID X 9 (165369)
Pneumonia 43 (70535)Outras 29 (48489)DPOC 12 (20948)Asma 11 (18457)Tuberculose 5 (6940)
Fonte (BRASIL 2008a p26 adaptado)
Em relaccedilatildeo agraves doenccedilas do aparelho respiratoacuterio as que apresentaram maior incidecircncia foram as pneumonias (43) adoenccedila pulmonar obstrutiva crocircnica (12) e a tuberculose que mesmo apresentando o menor percentual de casos de internaccedilatildeo (5) destaca-se pela importacircncia do ponto de vista dasauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
21
Graacutefico 04 ndash Percentual de internaccedilotildees hospitalares pelo aparelho circulatoacuterio na populaccedilatildeo masculina dos 25ndash59 anos 2007
Outras 277CID V 165CID XIX151CID XI 134CIN IX 120 CIN X 80 CIN I 73
Coronariopatias 405 (59717)Outras 396 (58355)Hipertensatildeo 187 (27569)Febre reumaacutetica miocardiopatias 12 (1713)
Fonte (BRASIL 2008a p27 adaptado)
Entre os fatores de morbidade natildeo se pode deixar de mencionar as disfun-ccedilotildees sexuais notadamente a disfunccedilatildeo ereacutetil que acomete cerca da metade dos homens depois dos cinquenta anos (BRASIL 2008a p27)
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto acesse
MOURA E C MALTA D C Consumo de bebidas alcooacutelicas na populaccedilatildeo adulta brasileira ca-racteriacutesticas sociodemograacuteficas e tendecircncia RevBrasEpidemiol 2011 14(1) Supl 61- 70 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfrbepidv14s1a07v14s1pdfgt Acesso em 27092013
LARANJEIRA R et al I Levantamento nacional sobre os padrotildees de consumo de aacutelcool na popu-laccedilatildeo brasileira Brasiacutelia Secretaria Nacional Antidrogas 2007 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesrelatorio_padroes_consumo_alcoolpdfgt Acesso em 27 set 2013
22
222 mortalidade
Em relaccedilatildeo agrave mortalidade ao longo de toda a uacuteltima deacutecada foi observada maior proporccedilatildeo de oacutebitos entre homens que entre mulheres na faixa etaacuteria adulta especialmente jovens adultos (de 15 a 39 anos de idade) Diversos estudos mostram que as causas externas de mortalidade (acidentes e violecircncias) satildeo extre-mamente importantes entre os adultos especialmente para homens jovens No sexo masculino elas representaram 64 dos oacutebitos de 20 a 39 anos enquanto que no sexo feminino o percentual foi de 23 Mesmo observando uma reduccedilatildeo no diferencial entre homens e mulheres no periacuteodo entre 2000 e 2010 os homens ainda morrem mais que as mulheres conforme apresenta o graacutefico a seguir (BRASIL 2011b BRASIL 2011c LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005 MARANHAtildeO et al 2011)
Graacutefico 05 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo Brasil 2000 2005 e 2010
2000 2005 2010
584 58 573
415 42 427
0
10
20
30
40
50
60
70
Masculino
Feminino
Fonte (BRASIL 2012a p112 adaptado)
O proacuteximo graacutefico apresenta as curvas de mortalidade proporcional para homens e mulheres que tecircm padrotildees diferentes entre os anos principalmente para os grupos de adultos e idosos indicando um padratildeo de mortalidade mais tardia entre as mulheres Na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos houve um maior percen-tual de oacutebitos dos homens (381 em 2000 e 374 em 2010) quando comparado ao das mulheres (25 em 2000 e 232 em 2010) (BRASIL 2012a)
23
Graacutefico 06 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo e o ano do oacutebito por faixa etaacuteria Brasil 2000 e 2010
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1a 9 19 36 381
30 374 20 18 250
lt1 a 85 399241 11 13 232
ge 60 anos 479 547 620 703
Feminino 2000Masculino 2010Masculino 2000
Feminino 2010
10 a 19 20 a 59
11
Fonte (BRASIL 2012a p113)
Quadro 01 ndash Quatro principais causas especiacuteficas de mortalidade entre 20 e 59 anos (nesta ordem)homens 2010
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste Eventos Int Indeterminada Suiciacutedio
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste D HIV Cirosse e D Fiacutegado
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Acidentes de transporte terreste D Cerebrovasculares
Fonte (BRASIL 2012a adaptado)
24
Dados de 2012 mostram que no Brasil as causas externas representam a primeira causa mais frequente de morte na populaccedilatildeo masculina entre 20 a 59 anos configurando-se como um grande desafio aos gestores puacuteblicos e profissio-nais sobretudo os da sauacutede pois se deve ultrapassar a dimensatildeo da assistecircncia e reabilitaccedilatildeo das viacutetimas ocupando-se tambeacutem da promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e vigilacircncia epidemioloacutegica de acidentes e violecircncias (BRASIL 2012a)
Os homens no Brasil apresentam um risco de morte por causas externas 51 vezes maior que as mulheres Quanto agrave idade vale destacar as altas taxas de mortalidade por causas externas observadas a partir dos 19 anos de idade em especial entre os adultos jovens de 20 a 39 anos de idade e os idosos com 60 e mais anos de idade O risco de morte por causas externas foi de 100 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os adultos jovens e de 1104 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os idosos (BRASIL 2012a)
A anaacutelise do risco de morte por causas externas segundo regiotildees geograacute-ficas demonstrou uma distribuiccedilatildeo menos desigual que nas anaacutelises anteriores segundo atributos de idade e sexo sendo que taxas de mortalidade apenas ligei-ramente superiores foram encontradas nas regiotildees Centro-Oeste (853 por oacutebitos por 100 mil habitantes) Nordeste (755 oacutebitos por 100 mil habitantes) e Sul (746 oacutebitos por 100 mil habitantes) (BRASIL 2012a)
Tabela 04 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa bruta de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externas segundo sexo faixa etaacuteria e regiotildees geograacuteficas Brasil 2009
CaracteriacutesticasSexo a
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria b
0 a 9 anos 2517 22 151 1594 68 100 4111 30 126
10 a 14 anos 1740 15 208 733 31 90 2473 18 150
15 a 19 anos 11780 102 1384 1629 70 197 13409 97 799
20 a 39 anos 57656 500 1810 6105 282 204 64261 463 1000
40 a 59 anos 26305 228 1315 1586 196 210 30891 223 738
60 a mais 13342 116 1541 8109 346 753 21451 155 1104
Ignorado 1904 17 - 179 08 - 2083 15 -
Regiatildeo
Norte 9317 81 1199 1508 64 199 10825 78 705
Nordeste 34639 301 1317 5807 248 213 40446 292 755
Sudeste 44360 385 1125 10405 444 251 54765 395 677
Sul 17023 148 1246 3652 156 260 20675 149 746
Centro-Oeste 9826 85 1428 2023 86 288 11849 85 853
Total 115244 1000 1225 23435 1000 241 138679 1000 724
a) Excluiacutedos 137 registros com sexo ignorado
b) Excluiacutedos 119 registros com regiatildeo de residecircncia ignorada
Fonte (BRASIL 2011b p234 adaptado)
25
Embora natildeo exista grande diferenccedila nos coeficientes de mortalidade por neoplasias malignas eacute preciso destacar que entre os homens predominam os cacircnceres de pulmatildeo vindo a seguir os de proacutestata e o de estocircmago A anaacutelise de seacuteries histoacutericas de mortalidade no Brasil mostra claramente a importacircncia cres-cente do cacircncer de proacutestata que jaacute suplanta a neoplasia maligna de estocircmago haacute alguns anos (LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005)
No estado da Paraiacuteba o que se percebe eacute que em relaccedilatildeo agrave mortalidade por cacircnceres na populaccedilatildeo masculina o tumor da proacutestata jaacute se destaca como o de maior prevalecircncia aleacutem de ter tendecircncia crescente em relaccedilatildeo aos periacuteodos 2002 ndash2006 e 2007ndash2011
Graacutefico 07 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Paraiacuteba para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
2002-2006 2007-2011
158
109
96
62
52
52
5
49
38
31
31
3
24
1
207
191
104
10
36
5
36
49
46
46
37
37
32
23
1
20
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Por outro lado no estado de Pernambuco o cacircncer de proacutestata tambeacutem apre-senta maior prevalecircncia em relaccedilatildeo aos outros tumores mas mesmo apresen-tando tendecircncia a aumento no periacuteodo avaliado natildeo foi tatildeo significativo quanto no estado da Paraiacuteba Outro ponto de destaque eacute a tendecircncia agrave diminuiccedilatildeo nos tumores de traqueia brocircnquios pulmotildees fiacutegado e vias biliares
26
Graacutefico 08 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Pernambuco para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
179
91
128
184
183
92
122
184
3
46
39
65
43
44
33
35
36
32
14
35
5
34
61
46
38
34
37
41
3
14
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
2002-2006 2007-2011
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Dentre as doenccedilas do aparelho digestivo podem-se destacar as doenccedilas do fiacutegado que em 2005 foram responsaacuteveis por 70 das causas de morte de homens de 25ndash59 anos Destas 46 devem-se agrave doenccedila por consumo de aacutelcool 36 agrave fibrose e cirrose e 18 a outras doenccedilas do fiacutegado (BRASIL 2008a)
Por outro lado em relaccedilatildeo agrave mortalidade proporcional de acordo com os capiacute-tulos da CIDndash10 entre homens apresenta uma tendecircncia de reduccedilatildeo da proporccedilatildeo de oacutebitos por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio e tendecircncia de aumento nas seguintes causas neoplasias doenccedilas endoacutecrinas e causas externas (BRASIL 2012a)
27
Graacutefico 09 ndash Mortalidade proporcional () por capiacutetulos da CID no sexo masculino Brasil 2000 e 2010
IX II XX X IV OUTRAS
294 135 18 105 47 238
285 16 187 104 53 211
0
5
10
15
20
25
30
35
2000
2010
Fonte (BRASIL 2012a p121 adaptado)
Saiba
SitesPara realizar uma anaacutelise mais detalhada do perfil de mortalidade masculina consulte o material Mortalidade do adulto no Brasil taxas de mortalidade segundo o sexo as causas e as Regiotildees 2010 disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrportalsaudearquivospdf2013Fev21sau-debrasil2011_parte1_cap7pdfgt Acesso em 25 set 2013
Leia tambeacutem o Perfil da situaccedilatildeo de sauacutede do homem no Brasil (2012) disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Perfil-da-Situa----o-de-Sa--de-do-Homem-no--Brasilpdfgt Acesso em 26 ago 2015
Nos artigos a seguir os autores fazem uma discussatildeo ampliada sobre as principais causas de morbimortalidade masculina
LAURENTI R JORGE M H P de M GOTLIEB S L D Perfil epidemioloacutegico da morbimortalidade masculina Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 10 n 1 p 35-46 janmar 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfcscv10n1a04v10n1pdfgt Acesso em 30 set 2013
LUIZAGA C T de M GOTLIEB S L D Mortalidade masculina em trecircs capitais brasileiras 1979 a 2007 RevBrasEpidemiolv 16 n 1 p 87-99 2013 Disponiacutevel emlthttpwwwscielobrpdfrbe-pidv16n11415-790X-rbepid-16-01-0087pdfgt Acesso em 25 set 2013
IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) A qualidade da informaccedilatildeo sobre a mortalidade no Brasil recente e avaliaccedilatildeo do impacto das causas violentas no nuacutemero de anos de vida perdi-dos In IBGE Indicadores Sociodemograacuteficos e de Sauacutede no Brasil n 25 Rio de Janeiro IBGE 2009 Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoindic_sociosaude2009indicsaudepdfgt Acesso em 25092013
VIEIRA S O cacircncer e a sauacutede do homem um panorama completo dos tumores que acometem a populaccedilatildeo masculina Revista Oncoamp ndash Oncologia para todas as especialidadesSatildeo Paulo a 2 n 11 p 12-18 maiojun 2012 Disponiacutevel emlthttprevistaoncocombrwp-contentuploa-ds201205ONCO_11pdfgt Acesso em 25 set 2013
28
Para vocecirc ter acesso a dados sobre morbimortalidade da populaccedilatildeo masculina dos estados de Paraiacuteba e Pernambuco acesse os links abaixo
TABNET ndash OacuteBITOSPARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttptabnetsaudepbgovbrdeftohtmexetabdotabnetsimpbdefgt Acesso em 25 set 2013
ATLAS DE MORTALIDADE POR CAcircNCER ndash INCA (Instituto Nacional de Cacircncer) Disponiacutevel em lthttpmortalidadeincagovbrMortalidadeprepararModelo04actiongt Acesso em 25 set 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttppor-talweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO ndash Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PERNAMBUCO Disponiacutevel em lthttpportalweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
Nos links para acesso ao Pacto pela Sauacutede apoacutes abrir a paacutegina do SISPACTO clique em relatoacute-rios que aparece no lado esquerdo da tela Em seguida clique em relatoacuterios estaduais e localize o estado que vocecirc desejar consultar
3 programas poLiacuteticas e pactos de sauacutede para o homem no BrasiL
A seguir descreveremos os principais programas poliacuteticas e pactos que tecircm relaccedilatildeo com a sauacutede do homem no Brasil Recomendamos que vocecirc consulte os links complementares para saber mais sobre cada um deles
31 pacto pela sauacutede
Aprovado por unanimidade pelo Conselho Nacional de Sauacutede (CNS) e publi-cado na Portaria GMMS nordm 399 de 22 de fevereiro de 2006 o Pacto pela Sauacutede eacute um conjunto de reformas institucionais do SUS pactuado entre as trecircs esferas de gestatildeo (Uniatildeo Estados e Municiacutepios) com o objetivo depromover a melhoria dos serviccedilos ofertados agrave populaccedilatildeo e a garantia de acesso a todos Tambeacutem redefine as responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da popu-laccedilatildeo e na busca da equidade social Sua adesatildeo se constituiem um processo de cooperaccedilatildeo permanente entre os gestores e negociaccedilatildeo local regional estadual e federal
O pacto pela sauacutede se divide em 3 eixos
1 Pacto em defesa do SUS defesa dos princiacutepios do SUS qualificaccedilatildeo do SUS como poliacutetica puacuteblica
2 Pacto pela gestatildeo do SUS processo continuado de pactuaccedilatildeo intergestores ndash responsabilidades sanitaacuterias e diretrizes de gestatildeo
3 Pacto pela vida compromisso entre os gestores do SUS em torno das respon-sabilidades nacionais estaduais regionais e municipais com definiccedilotildees de metas e accedilotildees
Por meio da Portaria nordm 325GM de 21 de fevereiro de 2008 o Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu novas prioridades objetivos metas e indicadores de monito-ramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede para o ano de 2008 no qual foi inserido
30
como uma das prioridades a Sauacutede do Homem cuja meta era a de promover a sauacutede integral do homem com a elaboraccedilatildeo publicaccedilatildeo e implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede do Homem
32 poliacutetica nacional de atenccedilatildeo inteGral agrave sauacutede do Homem (pnaisH)
Foi instituiacuteda por meio da Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Destaca- se por ser um programa pioneiro dentre os paiacuteses da Ameacuterica Latina lanccedilado apoacutes 20 anos de implantaccedilatildeo do SUS no Brasil Visa abranger a faixa etaacuteria de 20 a 59 anos melhorando a assistecircncia oferecida aos homens por meio de accedilotildees de informaccedilatildeo proteccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede assim como tratamento e recuperaccedilatildeo de agravos aleacutem de uma mudanccedila cultural no que diz respeito ao comportamento masculino nessa aacuterea (BRASIL 2008a)
A PNAISH estaacute alinhada com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash porta de entrada preferencial ao Sistema Uacutenico de Sauacutede ndash primando pela humanizaccedilatildeo da atenccedilatildeo e em consonacircncia com os princiacutepios do SUS fortalecendo accedilotildees e serviccedilos em redes e cuidados da sauacutede Ela norteia as accedilotildees de atenccedilatildeo integral
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto recomendamos que vocecirc veja os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Pacto pela SauacutedeSISPACTO - Aplicativo do Pacto pela Sauacutede Brasiacutelia Ministeacute-rio da Sauacutede [2011c] Disponiacutevel emlthttpportalweb04saudegovbrsispactogt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 399GM de 22 de fevereiro de 2006 Divulga o pacto pela sauacutede 2006 - Consolidaccedilatildeo do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a Disponiacutevel em lthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2006GMGM-399htmgt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 325 de 21 de fevereiro de 2008 Estabelece prioridades objetivos e metas do Pacto pela Vida para 2008 os indicadores de monitoramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede e as orientaccedilotildees prazos e diretrizes para a sua pactuaccedilatildeoBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacute-de 2008b Disponiacutevel emlthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2008GMGM-325htmgt Acesso em 27set 2013
MACHADO R R et al Entendendo o pacto pela sauacutede na gestatildeo do SUS e refletindo sua implementaccedilatildeo Rev Eletrocircnica de Enfermagem v 11 n 1 p 181-187 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfenufgbrfen_revis-tav11n1pdfv11n1a23pdfgt Acesso em 27set2013
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agrave sauacutede do homem visando estimular o autocuidado e sobretudo o reconhe-cimento de que a sauacutede eacute um direito social baacutesico e de cidadania de todos os homens brasileiros (BRASIL 2008a)
Tem como objetivo principal
Promover a melhoria das condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo masculina do Brasil contri-buindo de modo efetivo para a reduccedilatildeo da morbidade e mortalidade dessa popu-laccedilatildeo atraveacutes do enfrentamento racional dos fatores de risco e mediante a facilitaccedilatildeo ao acesso agraves accedilotildees e aos serviccedilos de assistecircncia integral agrave sauacutede (BRASIL 2008a)
Aleacutem disso a PNAISH propotildee uma reorientaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede com foco na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) de modo que essa poliacutetica seja integrada e executada juntamente com as demais poliacuteticas programas estrateacutegias e accedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2008a)
Para refletir
Vocecirc jaacute teve oportunidade de discutir a PNAISH com os demais membros da equipe de sauacutedeQuais satildeo as accedilotildees desenvolvidas na sua unidade de sauacutede para os homens Como eacute a adesatildeo da popula-ccedilatildeo a essas accedilotildees Quais satildeo suas principais dificuldades
Saiba
Conheccedila o estudo que avaliou a implantaccedilatildeo da PNAISH em municiacutepios brasileiros Nele foram avaliados como estatildeo sendo desenvolvidas as accedilotildees de fortalecimento desta poliacutetica Estaacute disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Fortalecimento-da--PNAISHpdfgt Acesso em 01 fev 2015
SitesPara vocecirc conhecer mais sobre a PNAISH acesse os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Institui no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacute-de do Homem Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2009prt1944_27_08_2009htmlgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave sauacutede Departamento de Accedilotildees Progra- maacuteticas e Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem Plano de Accedilatildeo Nacional 2009-2011 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009b Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_saude_homem_2009-2011pdfgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteti-cas Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2008a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_homempdfgt Acesso em 20 set 2013
CARRARA S RUSSO J A FARO L A poliacutetica de atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem no Brasil os pa-radoxos da medicalizaccedilatildeo do corpo masculinoPhysisRevista de Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 19 n 3 p659-678 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfphysisv19n3a06v19n3pdfgt Acesso em 27set 2013
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LEAL A F FIGUEIREDO W S NOGUEIRA-DA-SILVA G S O percurso da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede dos Homens (PNAISH) desde a sua formulaccedilatildeo ateacute sua implementaccedilatildeo nos serviccedilos puacuteblicos locais de atenccedilatildeo agrave sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletivav 17 n 10 p2607-2616 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfcscv17n1010pdfgt Acesso em 27 set 2013
33 poliacutetica nacional de Humanizaccedilatildeo (pnH)A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) foi criada em 2004 como fortaleci-
mento da rede assistencial do SUS e com o objetivo de oferecer uma sauacutede digna para todos com profissionais comprometidos com a eacutetica e com a defesa da vida
Para a PNH humanizar eacute ofertar atendimento de qualidade articulando os avanccedilos tecnoloacutegicos com o acolhimento com a melhoria dos ambientes de cuidado e das condiccedilotildees de trabalho dos profissionais
Como poliacutetica a Humanizaccedilatildeo deve portanto traduzir princiacutepios e modos de operar no conjunto das relaccedilotildees entre profissionais e usuaacuterios A humanizaccedilatildeo supotildee troca de saberes (incluindo os dos pacientes e familiares) diaacutelogo entre os profissionais e modos de trabalhar em equipe Como estrateacutegia de interferecircncia no processo de produccedilatildeo de sauacutedeconsidera-se que sujeitos sociais quando mobi-lizados satildeo capazes de transformar realidades transformando-se a si proacuteprios nesse mesmo processo
princiacutepios norteadores da poliacutetica de Humanizaccedilatildeo
1 Valorizaccedilatildeo da dimensatildeo subjetiva e social em todas as praacuteticas de atenccedilatildeo e gestatildeo fortalecendoestimulando processos integradores e promotores de compromissosresponsabilizaccedilatildeo
2 Estiacutemulo a processos comprometidos com a produccedilatildeo de sauacutede e com a produccedilatildeo de sujeitos
3 Fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional estimulando a trans-disciplinaridade e a grupalidade
4 Atuaccedilatildeo em rede com alta conectividade de modo cooperativo e solidaacuterio em conformidade com as diretrizes do SUS
5 Utilizaccedilatildeo da informaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo da educaccedilatildeo permanente e dos espaccedilos da gestatildeo na construccedilatildeo de autonomia e protagonismo de sujeitos e coletivos
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diretrizes especiacuteficas na atenccedilatildeo baacutesica
1 Elaborar projetos de sauacutede individuais e coletivos para usuaacuterios e sua rede social considerando as poliacuteticas intersetoriais e as necessidades de sauacutede
2 Incentivar praacuteticas promocionais de sauacutede
3 Estabelecer formas de acolhimento e inclusatildeo do usuaacuterio que promovam a otimizaccedilatildeo dos serviccedilos o fim das filas a hierarquizaccedilatildeo de riscos e o acesso aos demais niacuteveis do sistema
4 Comprometer-se com o trabalho em equipe de modo a aumentar o grau de corresponsabilidade e com a rede de apoio profissional visando agrave maior eficaacutecia na atenccedilatildeo em sauacutede
E o acolhimento como pode ser entendido Trata-se de uma praacutetica nas accedilotildees de atenccedilatildeo e gestatildeo nas unidades de sauacutede que favorece a construccedilatildeo de uma relaccedilatildeo de confianccedila e compromisso dos usuaacuterios com as equipes e os serviccedilos contribuindo para a promoccedilatildeo da cultura de solidariedade e para a legitimaccedilatildeo do SUS Com o acolhimento passa a existir a possibilidade de avanccedilos na alianccedila entre usuaacuterios trabalhadores e gestores da sauacutede em defesa do SUS como uma poliacutetica puacuteblica essencial da e para a populaccedilatildeo brasileira (GENIOLE et al 2011)
Para refletir
Como profissional de sauacutede suas atitudes contemplam as dimensotildees abordadas na Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo E qual o envolvimento que vocecirc visualiza desta Poliacutetica com a Sauacutede do Homem Vocecirc acredita que a falta de acolhimento pode dificultar o acesso dos homens agraves unidades de sauacutede
Saiba
SitesPara conhecer mais sobre a Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo acesse os links lthttpportalsau-degovbrportalarquivospdfdoc_basepdfgt (BRASIL 2004) e lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumanizasus_gestores_trabalhadores_sus_4edpdfgt (BRASIL 2008c)
A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo possui um caderno especiacutefico para a Atenccedilatildeo Baacutesica Para conhececirc-lo acesse o link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumaniza_sus_atencao_basicapdfgt (BRASIL 2009c)
E para entender mais sobre acolhimento acesse a cartilha denominada Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede disponiacutevel no link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhi-mento_praticas_producao_saudepdfgt (BRASIL 2010a)pdfgt Acesso em 27set 2013
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34 poliacutetica de promoccedilatildeo da sauacutede
Entre as prioridades do Pacto em Defesa da Vida encontra-se a publicaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede que ratifica o compromisso do Minis-teacuterio da Sauacutede na ampliaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede nos serviccedilos e na gestatildeo do SUS Trata-se de uma poliacutetica transversal integrada e intersetorial que dialoga com as diversas aacutereas do setor sanitaacuterio os outros setores do Governo os setores privados e natildeogovernamentais e a sociedade compondo redes de compromisso e corresponsabilidade quanto agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo de forma que todos sejam partiacutecipes no cuidado com a sauacutede (BRASIL 2006b)
A Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede foi revisada no ano de 2015 visando se adequar aos novos desafios e compromissos no contexto da sauacutede nacional
Ela destaca a necessidade de articulaccedilatildeo com outras poliacuteticas puacuteblicas para fortalececirc-la com o imperativo da participaccedilatildeo social e dos movimentos popu-lares em virtude da impossibilidade de que o setor sanitaacuterio responda sozinho ao enfrentamento dos determinantes e condicionantes da sauacutede Para tal toma como referecircncia alguns temas transversais para a formulaccedilatildeo de agendas de promoccedilatildeo da sauacutede e para a adoccedilatildeo de estrateacutegias e temas prioritaacuterios operando em conso-nacircncia com os princiacutepios e os valores do SUS como
raquo Determinantes Sociais da Sauacutede (DSS)
raquo equidade e respeito agrave diversidade
raquo produccedilatildeo de sauacutede e cuidado
raquo vida no trabalho
raquo cultura da paz e direitos humanos entre outras (BRASIL 2015)
O objetivo principal dessa poliacutetica eacute promover a equidade e a melhoria das condiccedilotildees e dos modos de viver ampliando a potencialidade da sauacutede individual e coletiva e reduzindo vulnerabilidades e riscos agrave sauacutede decorrentes dos determi-nantes sociais econocircmicos poliacuteticos culturais e ambientais (BRASIL 2015)
Saiba
SitesPara conhecer melhor a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede vocecirc pode ver o linklthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_promocao_saude_3edpdfgtAcesso em 28 out 2013 (BRASIL 2010b)
Para ter acesso agrave Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede revisada e identificar todas as atuali-zaccedilotildees da versatildeo de 2015 acesse lthttppromocaodasaudesaudegovbrpromocaodasaudearquivospnps-2015_finalpdfgt Acesso em 01 fev 2015
4 a organizaccedilatildeo da estrateacutegia sauacutede da famiacuteLia no pLanejamento de accedilotildees e avaLiaccedilatildeo de riscos agrave sauacutede do homem
Uma das diretrizes da PNAISH eacute a reorganizaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede por meio de uma proposta inclusiva na qual os homens considerem os serviccedilos de sauacutede sobretudo as unidades baacutesicas de sauacutede ou unidades de sauacutede da famiacutelia tambeacutem como espaccedilos masculinos e por sua vez esses serviccedilos reconheccedilam os homens como sujeitos que necessitem de cuidados (SILVA et al 2012)
A compreensatildeo das barreiras institucionais eacute importante para a proposiccedilatildeo estrateacutegica de medidas que venham a promover o acesso dos homens aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria que deve ser a porta de entrada preferencial ao sistema de sauacutede a fim de resguardar a promoccedilatildeo e a prevenccedilatildeo como eixos fundamentais de intervenccedilatildeo (SILVA et al 2012)
Nesse contexto estudos vecircm relacionando a masculinidade tradicional como o principal obstaacuteculo para o acesso dessa parcela populacional aos serviccedilos de sauacutede sobretudo agravequeles que estatildeo voltados agrave promoccedilatildeo da sauacutede A busca por esse tipo de serviccedilo pode ser considerado sinocircnimo de fraqueza realidade que vai de encontro com os preceitos da hegemonia masculina na qual os homens satildeo educados para natildeo demonstrar qualquer traccedilo de fragilidade Some-se a isso o fato de as unidades baacutesicas e de sauacutede da famiacutelia por serem compostas por muitos profissionais do sexo feminino e serem frequentadas sobretudo por mulheres provocam uma sensaccedilatildeo de natildeo pertencimento a tais espaccedilos (FIGUEIREDO 2005 BRAZ 2005 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 BRITO SANTOS 2010 SILVA et al 2012)
Os estudos apontam ainda outros motivos pela baixa demanda masculina na Atenccedilatildeo Baacutesica como a organizaccedilatildeo dos serviccedilos a demora em conseguir atendimento meacutedico o horaacuterio de funcionamento incompatiacutevel com a jornada de trabalho daqueles inseridos no mercado formal a ausecircncia de programas especiacute-ficos para atender aos homens o deacuteficit no processo de abordagem e de cuidarcuidado da populaccedilatildeo masculina por parte dos profissionais a ausecircncia de acolhi-mento ou o acolhimento pouco atrativo a fraacutegil qualificaccedilatildeo profissional para lidar com o segmento masculino
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O certo eacute que muitos agravos que acometem a populaccedilatildeo masculina poderiam ser evitados caso fossem realizadas com regularidade as medidas de prevenccedilatildeo primaacuteria A resistecircncia masculina agrave atenccedilatildeo primaacuteria aumenta natildeo somente a sobrecarga financeira da sociedade mas tambeacutem o sofrimento fiacutesico e emocional do paciente e de sua famiacutelia na luta pela conservaccedilatildeo da sauacutede e da qualidade de vida dessas pessoas (BRASIL 2008a)
O fortalecimento e a qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria garantem a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo aos agravos evitaacuteveis dado o reconhecimento de que os homens adentram o sistema de sauacutede por meio da atenccedilatildeo especializada agravando a morbidade pelo retardamento na atenccedilatildeo e maior custo parao SUS (BRASIL 2008a)
Assim ao serem elaboradas estrateacutegias voltadas agrave conscientizaccedilatildeo do grupo masculino sobre a adoccedilatildeo de haacutebitos mais saudaacuteveis o primeiro passo a ser dado eacute a sensibilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede que atuam na atenccedilatildeo baacutesica para que compreendam os padrotildees culturalmente arraigados na populaccedilatildeo acerca do que eacute ser homem as principais barreiras possam ser superadas e essa populaccedilatildeo possa efetivamente ser acolhida (BRITO SANTOS 2010 )
41 conHecendo a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea de abranGecircncia
Vocecirc jaacute sabe a importacircncia de os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica conhecerem bem as caracteriacutesticas da sua populaccedilatildeo adscrita Sem essa informaccedilatildeo fica difiacutecil se planejar o trabalho a ser desenvolvido
Como aqui estamos discutindo a sauacutede do homem enfatizamos a necessidade de que seja realizado um levantamento sobre o perfil de morbimortalidade dessa populaccedilatildeo antes mesmo das accedilotildees de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo agrave sauacutede serem pensadas
Como a populaccedilatildeo masculina eacute caracterizada pela faixa etaacuteria de 20 a 59 anos uma sugestatildeo eacute que se definam por grupos etaacuteriosas causas de adoecimento e morte mais prevalentes e a partir disso sejam estruturadas as accedilotildees de sauacutede
Uma sugestatildeo eacute vocecirc utilizar as informaccedilotildees contidas no quadro a seguir para construir o perfil da sua populaccedilatildeo masculina
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Quadro 02 ndash Indicadores para a anaacutelise do perfil da populaccedilatildeo masculina
Cadastro do nuacutemero de indiviacuteduos masculinos entre 20 e 59 anos
Homens diabeacuteticos cadastrados
Homens diabeacuteticos acompanhados
Homens hipertensos cadastrados
Homens hipertensos acompanhados
Homens com tuberculose cadastrados
Homens com tuberculose acompanhados
Homens com hanseniacutease cadastrados
Homens com hanseniacutease acompanhados
Hospitalizaccedilotildees ocorridas no mecircsPor abuso de aacutelcoolPor complicaccedilotildees do DiabetesPor outras causas
Internaccedilotildees em hospital psiquiaacutetrico
Oacutebitos ocorridos no mecircs
Fonte (UFSC 2013 adaptado)
Saiba
SitesConsulte os links a seguir para saber mais sobre o assunto
Novo sistema de informaccedilatildeo do SUS o E-SUS Atenccedilatildeo Baacutesica lthttpdabsaudegovbrportal-dabesusphpgt Acesso em 1out 2013 (PORTAL 2012)
Portal da atenccedilatildeo baacutesica e seus sistemas de informaccedilatildeo lthttpdabsaudegovbrportaldabsis-temasphpgt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL [20--d])
DATASUS Informaccedilotildees de Sauacutede (TABNET) lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphp area=0203gt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL c2008)
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42 inserccedilatildeo da atenccedilatildeo e cuidado ao Homem no processo de trabalHo da equipe de sauacutede da famiacutelia
Para alcanccedilar a efetividade desejada na atenccedilatildeo baacutesica consideram-se neces-saacuterios o planejamento e a implementaccedilatildeo de accedilotildees de sauacutede em cada contexto Esses exigem conhecimentos detalhados sobre as condiccedilotildees de vida das pessoas que ali residem sobre as especificidades do processo de organizaccedilatildeo das accedilotildees realizadas na assistecircncia agrave sauacutede e gestatildeo do trabalho das equipes e dos profissio-nais envolvidos Assim pode-se delinear o que eacute necessaacuterio e o que eacute possiacutevel se realizarem um determinado local (KRUG et al 2010)
O processo de trabalho na Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia eacute caracterizado pela interdisciplinaridade e pelo trabalho em equipe Haacute uma soma dos diversos saberes e das praacuteticas das categorias profissionais por meio de uma abordagem integral e resolutiva (BRASIL 2012b)
O trabalho em equipe eacute tido como proposta estrateacutegica para enfrentar o intenso processo de especializaccedilatildeo na aacuterea da sauacutede Esse processo caracteriza-se pelo aprofundamento vertical do conhecimento e da intervenccedilatildeo em aspectos individu-alizados das necessidades de sauacutede (PAVONI MEDEIROS 2009)
Sendo assim o ideal eacute mobilizar toda a equipe para que juntos possam efeti-vamente planejar as accedilotildees que seratildeo desenvolvidas para a populaccedilatildeo masculina Para ajudar nesse processo relembramos algumas caracteriacutesticas do processo de trabalho das equipes de atenccedilatildeo baacutesica
I Definiccedilatildeo do territoacuterio de atuaccedilatildeo e da populaccedilatildeo sob a responsabilidade das unidades baacutesicas de sauacutede e das equipes
II Programaccedilatildeo e implementaccedilatildeo das atividades de atenccedilatildeo agrave sauacutede de acordo com as necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo com a priorizaccedilatildeo de inter-venccedilotildees cliacutenicas e sanitaacuterias nos problemas de sauacutede segundo criteacuterios de frequecircncia risco vulnerabilidade
III Desenvolvimento de accedilotildees que priorizem os grupos de risco e os fatores de risco cliacutenico-comportamentais alimentares eou ambientais com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a persistecircncia de doenccedilas e danos evitaacuteveis
IV Realizaccedilatildeo do acolhimento com escuta qualificada classificaccedilatildeo de risco avaliaccedilatildeo de necessidade de sauacutede e anaacutelise de vulnerabilidade tendo em vista a responsabilidade da assistecircncia resolutiva agrave demanda espontacircnea e o primeiro atendimento agraves urgecircncias
V Prover atenccedilatildeo integral contiacutenua e organizada agrave populaccedilatildeo adscrita
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VI Desenvolvimento de accedilotildees educativas que possam interferir no processo de sauacutede-doenccedila da populaccedilatildeo no desenvolvimento de autonomia individual e coletiva e na busca por qualidade de vida pelos usuaacuterios
VII Desenvolvimento de accedilotildees intersetoriais integrando projetos e redes de apoio social voltados para o desenvolvimento de uma atenccedilatildeo integral
VIII Realizaccedilatildeo de atenccedilatildeo domiciliar destinada a usuaacuterios que possuam problemas de sauacutede controladoscompensados e com dificuldade ou impos-sibilidade fiacutesica de locomoccedilatildeo ateacute uma unidade de sauacutede que necessitam de cuidados com menor frequecircncia e menor necessidade de recursos de sauacutede e do cuidado compartilhado com as equipes de atenccedilatildeo domiciliar nos demais casos
Fonte (BRASIL 2012b grifo nosso)
Como jaacute vimos vaacuterios estudos apontam que os homens padecem mais de condiccedilotildees severas e crocircnicas de sauacutede em comparaccedilatildeo agraves mulheres e igualmente morrem mais do que as mulheres pelas mesmas causas de morte Mesmo com o aumento dos iacutendices de morbimortalidade eles natildeo costumam procurar as unidades baacutesicas de sauacutede para orientaccedilatildeo ou prevenccedilatildeo de alguma patologia e quando buscam esses serviccedilos jaacute estatildeo com alguma doenccedila instalada portanto o desafio das equipes de sauacutede da famiacutelia eacute inverter esse padratildeo e encontrar formas de estimular a populaccedilatildeo masculina para accedilotildees de prevenccedilatildeo e cuidados agrave sauacutede (SILVA etal 2012 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 FIGUEIREDO 2005 SCHRAIBER et al 2010)
Eacute mais do que chegada a hora de se distanciar do modelo biomeacutedico pres-critivo que natildeo enfatiza a prevenccedilatildeo mas que ainda predomina nos serviccedilos de sauacutede e estaacute arraigado na cultura masculina Deve-se ter um olhar integral no aten-dimento a essa populaccedilatildeo no qual se priorizam as necessidades que vatildeo aleacutem daquilo que a cliacutenica pode detectar (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)Tambeacutem eacute necessaacuterio que os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica verdadeiramente entendamo papel de cada um para que efetivamente a PNAISH possa ser implan-tada nas unidades de sauacutede
A equipe da atenccedilatildeo baacutesica eacute de fundamental importacircncia no processo de estiacute-mulo agrave populaccedilatildeo masculina pela procurados serviccedilos de sauacutede Diversos esforccedilos devem ser investidos para trazer essa populaccedilatildeo para participar de atividades de
43 accedilotildees da equipe de sauacutede da famiacutelia Voltadas para a sauacutede do Homem
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prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Para tal vale acionar familiares na captaccedilatildeo dessa populaccedilatildeo A mulher que geralmente eacute quem procura a unidade sendo essa esposa matildee ou irmatilde eacute um canal interessante para se discutir a importacircncia de trazer seus familiares do sexo masculino para consultas de rotina (BRASIL 2008a) E como fazer isso
Na seccedilatildeo 41 deste livro vocecirc recebeu orientaccedilotildees sobre como conhecer a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea Agora eacute hora de reunir a equipe de sauacutede e planejar as accedilotildees visando agrave melhoria dos indicadores e agrave qualidade de vida dessa populaccedilatildeo A seguir sugerimos alguns exemplos de accedilotildees que podem ser desen-volvidas por vocecirc e sua equipe
raquo Analisar a situaccedilatildeo de sauacutede da populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea adscrita observando as principais causas de morbidade internaccedilatildeo e mortalidade
raquo Estabelecer accedilotildees levando em consideraccedilatildeo os fatores socioeconocircmicos de morbimortalidade eculturais locais que determinam ou condicionam o modo de vida dos indiviacuteduos respeitando tambeacutem as diferenccedilas de idade jaacute que esse grupo populacional envolve homens na faixa etaacuteria de 20 e 59 anos
raquo Realizar a busca ativa de homens para a realizaccedilatildeo de ao menos uma consultaano
raquo Informar a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea a respeito da importacircncia da promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos aos homens
raquo Facilitar o acesso com oferta de atendimento em horaacuterios alternativos adequados agrave populaccedilatildeo masculina
raquo Promover o acolhimento realizando atendimento humanizado
raquo Realizar accedilotildees visando principalmente agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao estiacutemulo ao autocuidado e agrave adesatildeo de homens aos serviccedilos de sauacutede Satildeo exemplos de accedilotildees orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da populaccedilatildeo masculina quanto agraves medidas disponiacuteveis para detecccedilatildeo precoce do cacircncer de proacutestata em pacientes sinto-maacuteticos e com disfunccedilatildeo ereacutetil entre outros agravos do aparelho geniturinaacuterio
raquo Incorporar os homens nas accedilotildees e atividades educativas voltadas para o plane-jamento familiar
raquo Estimular a participaccedilatildeo paterna no preacute-natal parto puerpeacuterio e no cresci-mento e desenvolvimento da crianccedila
raquo Ofertar exames previstos para homens que participam do preacute-natal masculino
raquo Realizar accedilotildees educativas para a prevenccedilatildeo de violecircncias e acidentes e uso de aacutelcool e outras drogas
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Vocecirc sabia
O Ministeacuterio da Sauacutede vem apoiando estrateacutegias que estimulem e facilitem o acesso dos homens agraves unidades baacutesicas de sauacutede Como alternativa desde 2010 propocircs durante o I Seminaacuterio Inter-nacional de Sauacutede do Homem das Ameacutericas a implantaccedilatildeo do preacute-natal masculino como comple-mento agrave PNAISH na Atenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede
O objetivo eacute fazer com que os profissionais de sauacutede incentivem o homem a acompanhar as con-sultas do preacute-natal durante os nove meses de gestaccedilatildeo da parceira e aproveitem esse momento para realizar exames preventivos e assim promover o acesso dos homens aos serviccedilos de sauacutede
O princiacutepio baacutesico eacute estimular a participaccedilatildeo e inclusatildeo do homem nas accedilotildees de planejamento de sua vida sexual e reprodutiva focando inclusive na paternidade responsaacutevel ou seja o homem precisa se cuidar para cuidar da famiacutelia A proposta tem relaccedilatildeo com o fortalecimento do viacutenculo homem-mulher e pai-filho(a) podendo este ter reflexo sobre a reduccedilatildeo da violecircncia domeacutestica (SANTOS FERREIRA 2013)
Na Paraiacuteba desde o ano de 2009 foi instituiacuteda a Semana Estadual da Sauacutede do Homem (Lei Ndeg 8772 de 15 de abril de 2009) Desde essa eacutepoca vaacuterios eventos aconteceram com o objetivo de implantar e implementar a PNAISH no Estado
A primeira semana foi intitulada ldquoAlerta Homemrdquo por meio da qual se definiu um conjunto de accedilotildees que foram efetivadas pela Secretaria de Estado da Sauacutede em parceria com outras instacircncias go-vernamentais e natildeo governamentais inclusive com a Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) por intermeacutedio do Laboratoacuterio de Estudos e Pesquisas Masculinidades e Sauacutede vinculado ao Progra-ma de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Enfermagem que participou dessa semana com accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede
Saiba
Sites
Para vocecirc conhecer mais sobre essa experiecircncia veja o link a seguir
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raquo Responsabilizar a cada semana um profissional pelo desenvolvimento de alguma atividade especiacutefica ao homem
raquo Divulgar as accedilotildees propostas para os homens por meio dos agentes comunitaacute-rios de sauacutede e da populaccedilatildeo feminina que frequenta a unidade de sauacutede
raquo Comemorar o Dia Internacional do Homem (tambeacutem conhecido como Novembro Azul) Vale planejar com a equipe accedilotildees de prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos e promoccedilatildeo da sauacutede voltadas agrave populaccedilatildeo masculina
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Em Pernambuco tambeacutem foi instituiacuteda a Semana Estadual de Sauacutede do Homem por meio da Lei Nordm 14158 de 17 de setembro de 2010 que determina a comemoraccedilatildeo e realizaccedilatildeo de accedilotildees voltadas a essa populaccedilatildeo na segunda semana de agosto Saiba mais consultando o link lthttplegisalepepegovbrarquivoTextoaspxtiponorma=1ampnumero=14158ampcomplemento=0ampano=2010amptipo=gt Acesso em 1 out 2013
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VIEIRA L J E de S et al Prevenccedilatildeo do cacircncer de proacutestata na oacutetica do usuaacuterio portador de hipertensatildeo e diabetes Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 13 n 1 p 145-152 janfev 2008 Disponiacutevel em lthttpdxdoiorg101590 S1413-81232008000100019gt Acesso em 20 set 2013
VIEIRA S O cacircncer e a sauacutede do homem um panorama completo dos tumores que acometem a populaccedilatildeo masculina Revista Oncoamp ndash Oncologia para todas as especialidades Satildeo Paulo a 2 n 11 p 12-18 maiojun 2012 Disponiacutevel em lthttprevistaoncocombrwp-contentuploads201205ONCO_11pdfgt Acesso em 25 set 2013
VILLELA W Gecircnero sauacutede dos homens e masculinidades Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 10 n 1 p 29-32 janmar 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfcscv10n1a03fv10n1pdfgt Acesso em 20 set 2013
XIMENES NETO F R G X et alTrabalho do enfermeiro na atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem no territoacuterio da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia Revista Eletrocircnica Gestatildeo amp Sauacutede v 4 n 1 p1741ndash1756 2013
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Execuccedilatildeo
Financiamento
Universidade Aberta do SUS
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No caso dos homens os estudos foram ampliados a partir da deacutecada de 1980 A abordagem nessa eacutepoca era voltada sobretudo para a sexualidade e sauacutede reprodutiva masculina (BRITO SANTOS 2010) Por outro ladonos anos 1990 os estudos comeccedilaram a se estruturar a partir da perspectiva de gecircnero discutindo dentre outros aspectos a singularidade do ser saudaacutevel e do ser doente buscando o entendimento de que era necessaacuteria uma visatildeo da sauacutede do homem mais inte-gralizada (GOMES NASCIMENTO 2006) Como prova disso no iniacutecio dos anos 2000 a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (OMS) lanccedilou publicaccedilotildees focalizadas na sauacutede masculina A primeira publicaccedilatildeo defendia a importacircncia da abordagem da sauacutede para homens jovens como forma de socializaccedilatildeo e adoccedilatildeo de estilo de vida mais saudaacutevel E em 2001 propocircs accedilotildees voltadas agrave sauacutede dos homens com idades mais avanccediladas fase na qual se encontram mais vulneraacuteveis e mais expostos aos riscos que degradam a sauacutede Aleacutem disso nessas publicaccedilotildees eacute defendida a pertinecircncia de abordagens pautadas no caraacuteter relacional de gecircnero para que seja possiacutevel promover mais igualdade entre mulheres e homens nas sociedades (GOMES 2011)
Paralelamente emergem centenas de estudos sobre gecircnero De laacute para caacute a questatildeo gecircnero vem migrando dos espaccedilos de luta poliacutetica para a academia e desta para diversos contextos poliacuteticos e sociais incluindo a sauacutede (VILLELA 2005 CAMURCcedilA GOUVEIA 2004) Mas afinal qual eacute a diferenccedila entre sexo e gecircnero
O sexo eacute uma determinaccedilatildeo bioloacutegica baseada nas diferenccedilas fiacutesicas do corpo de machos e fecircmeas quer sejam da espeacutecie humana ou de qualquer espeacutecie animal diferenccedilas essas que natildeo mudam soacute se desenvolvem no decorrer da vida (CAMURCcedilA GOUVEIA 2004 LIMA 1999)
O gecircnero eacute um dos mais importantes princiacutepios organizadores da nossa socie-dade eacute a forma de descrever as construccedilotildees sociais que determinam aos meninos e agraves meninas formas de ser homem e ser mulher ou seja satildeo os papeacuteis sociais que lhes satildeo atribuiacutedos (GARCIA 1998)
Trata-se de uma construccedilatildeo histoacuterica estabelecida pelos seres humanos e que varia de acordo com a eacutepoca os lugares seus costumes e cultura leis religiatildeo classe social etnia e idade (CAMURCcedilA GOUVEIA 2004 GIFFIN 2005)
Cada sociedade elabora o seu modelo masculino e feminino a ser imitado por homens e mulheres respectivamente Essas Identidades satildeo mutuamente exclu-sivas
Essas diferenccedilas que vatildeo sendo estabelecidas atribuem fragilidade e passivi-dade agrave mulher e virilidade e poder ao homem reforccedilando a dominaccedilatildeo do mascu-lino sobre o feminino em que o poder atua de variadas maneiras produzindo formas de viver e de cuidados com a sauacutede que tambeacutem satildeo diversas
As relaccedilotildees de gecircnero sempre levaram a uma distribuiccedilatildeo desigual do poder da autoridade e dos direitos masculinos e femininos Estes inicialmente eram considerados fenocircmenos naturais (CAMURCcedilA GOUVEIA 2004) No entanto podemos perceber que o homem mesmo estando no domiacutenio das relaccedilotildees de poder estabelecidas em nossa sociedade tambeacutem eacute submetido aos constrangi-
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mentos sociais que impotildeem padrotildees de comportamentos (SOUZA2005 KONH et al c2012) Esses padrotildees acentuam a dificuldade do homem em lidar com o proacuteprio corpo e com suas emoccedilotildees bem como com as situaccedilotildees de adoecimento
Desde muito cedo no nuacutecleo familiar ldquoaprendemosrdquo a ser o que somos convi-vendo com as relaccedilotildees de poder dos mais velhos sobre os mais novos do homem sobre a mulher do rico sobre o pobre Desde pequenos os meninos aprendem a demonstrar forccedila seguranccedila a serem competitivos e natildeo ter medos a suportar sem chorar suas dores fiacutesicas e emocionais A dor eacute antes de tudo assunto de mulheres devendo o homem desprezaacute-la sob pena de se ver desvirilizado e de ser rebaixado ao niacutevel da condiccedilatildeo feminina (KONH et al c2012)
Ao homem se associa a imagem do provedor e protetor da autoridade agres-sividade da forccedila e virilidade da autonomia do domiacutenio do mundo externo dos espaccedilos puacuteblicos Por outro lado agrave mulher atribui-se a fragilidade submissatildeo o carinho o cuidado dos filhos dos doentes e da casa o espaccedilo privado (VILLELA 2005)
Por meio desse modelo os homens manifestam sua masculinidade e rejeitam comportamentos tidos como femininos Muitas vezes natildeo demonstram o que pensam e sentem medo de demonstrar sua fragilidade (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)
As masculinidades devem ser entendidas como configuraccedilotildees de praacuteticas em torno da posiccedilatildeo dos homens nas relaccedilotildees de gecircnero isto eacute das experiecircncias concretas do cotidiano de muitos homens e natildeo apenas os comportamentos que a sociedade espera Ou seja natildeo eacute uma qualidade essencial ou estaacutetica Haacute uma diversidade de tipos de masculinidades que correspondem a diferentes inserccedilotildees dos homens na estrutura social poliacutetica econocircmica cultural e a trajetoacuterias e estaacute-gios diferentes do seu ciclo vital Citando algumas dessas inserccedilotildees tem-se a paternidade a adolescecircncia o envelhecimento a emergecircncia de outras categorias sexuais o desemprego a globalizaccedilatildeo a participaccedilatildeo das mulheres no mercado de trabalho e na poliacutetica etc Aleacutem da masculinidade hegemocircnica identificam-se portanto outras masculinidades marginais subordinadas (BRAZ 2005)
No entanto essa hegemonia masculina natildeo deve ser compreendida como uma condiccedilatildeo bioloacutegica proacutepria dos homens mas sim a partir de valores culturais construiacutedos ao longo dos anos aos quais os indiviacuteduos estatildeo inseridos (GOMES 2003)
Esse padratildeo de masculinidade faz com que muitas vezes os homens por medo vergonha e preconceitos sejam impedidos de assumir que necessitam de cuidados Isso se reflete na aacuterea da sauacutede puacuteblica quando se nota a ausecircncia de accedilotildees preventivas e de promoccedilatildeo da sauacutede para os homens revelando a iniqui-dade presente nos serviccedilos de sauacutede de baixa complexidade (BRITO SANTOS 2010)
Assim eacute comum associarmos homens masculinidades e risco sendo que o risco natildeo eacute algo evitado pelos homens mas deve ser superado a cada dia por eles (GOMES et al 2008)
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Braz (2005) destaca que natildeo cabe de forma alguma vitimizar os homens mas vislumbraacute-los tambeacutem sob a perspectiva da fragilidade de seres que tecircm vulnera-bilidades especiacuteficas do gecircnero Eacute preciso perceber que a definiccedilatildeo normativa de masculinidade vista como dominante natildeo eacute a uacutenica versatildeo
Eacute preciso ultrapassar as barreiras sociais que impedem o reconhecimento dos homens como seres que necessitam de cuidados Isso pode ocorrer a partir de accedilotildees educativas que sejam capazes de contribuir com o estabelecimento de maior conscientizaccedilatildeo desse grupo quanto agrave adoccedilatildeo de haacutebitos mais saudaacuteveis Nesse sentido para que tais medidas sejam eficazes elas devem focar os reais problemas e dificuldades do puacuteblico ao qual se destinam pois se sabe que a educaccedilatildeo em sauacutede requer a participaccedilatildeo dos sujeitos no intuito de estabelecer trocas de saberes populares e cientiacuteficos os quais satildeo de suma relevacircncia quando se desejam realizar mudanccedilas na vida das pessoas (BRUM et al 2010)
Portanto estrateacutegias de prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos e promoccedilatildeo de sauacutede devem considerar as diferenccedilas de gecircnero a fim de que esses objetivos sejam alcanccedilados e os resultados frutifiquem no sentido de formar uma nova geraccedilatildeo de homens mais cuidadosos consigo mesmos
12 Vulnerabilidades masculinas
Na atualidade a atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem vem sendo colocada na pauta dos debates e efetivada em poliacuteticas principalmente porque constituem uma popu-laccedilatildeo em riscocom vulnerabilidades e carecircncias assistenciais do processo sauacutede- doenccedila-cuidado
Haacute uma seacuterie polimorfa de danos agrave sauacutede que colocam o homem como foco de atenccedilatildeo como revelam os indicadores de morbidade e mortalidade e dos efeitos deleteacuterios de alguns agravos seja por causas externas como acidentes de tracircnsito ou por violecircncias bem como por doenccedilas (infectocontagiosas crocircnicas degenera-tivas as doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis ceacuterebro e cardiovasculares relacio-nadas ao trabalho o cacircncer de proacutestata entre outras) (XIMENES NETO et al 2013 )
Considera-se que os modelos de masculinidade e a maneira como ocorre a socializaccedilatildeo masculina podem fragilizar ou mesmo afastar os homens das preo-cupaccedilotildees com o autocuidado e com a busca pelos serviccedilos de sauacutede (GOMES et al 2008) Dentre as questotildees mais frequentemente consideradas estatildeo os valores da cultura masculina que envolvem tendecircncias agrave exposiccedilatildeo a riscos associaccedilatildeo da masculinidade agrave invulnerabilidade e tambeacutem a proacutepria educaccedilatildeo familiar a qual orienta o homem para um papel social de provedor e protetor Essa cultura tende a gerar modelos masculinos pouco aderentes agraves praacuteticas de autocuidado e pode estimular o comportamento agressivo violento e de descuido com ele mesmo (GOMES NASCIMENTO 2006 SILVA et al 2012)
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Dados do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) revelam que o uso do aacutelcool possui uma maior prevalecircncia na populaccedilatildeo masculina assim como a maioria dos depen-dentes satildeo homens fazendo com que sofram mais de doenccedilas provocadas pelo uso excessivo de bebida alcooacutelica e drogas iliacutecitas Em relaccedilatildeo ao tabagismo os homens usam cigarros com maior frequecircncia do que as mulheres o que predispotildee a doenccedilas cardiovasculares cacircnceres doenccedilas pulmonares da cavidade bucal entre outras Outras patologias que acometem com frequecircncia esse grupo popu-lacional satildeo os tumores e as doenccedilas do aparelho digestivo circulatoacuterio e respira-toacuterio (BRASIL 2008a XIMENES NETO et al 2013 )
Quanto agraves causas da mortalidade masculina observa-se que a maioria dos oacutebitos se deve agraves causas externas como os acidentes por meio de transporte os homiciacutedios os suiciacutedios e as agressotildees No entanto a diferenccedila de mortalidade entre os dois sexos se manteacutem independente da causa morte De acordo com dados do IBGE (2012) a esperanccedila de vida ao nascer eacute maior nas mulheres sendo de 783 anos no sexo feminino e de 706 anos nos homens Ou seja as mulheres vivem 8 anos e 3 meses a mais que os homens
Os homens nascem mais mas tambeacutem morrem mais caracterizando uma maior vulnerabilidade masculina Haacute uma sobre mortalidade masculina em todas as geraccedilotildees mas a maior diferenccedila se situa especialmente nos mais jovens em torno dos 20 anos e apoacutes os 60 quando os homens adoecem e morrem mais Em 2010 a chance de um homem falecer aos 22 anos de idade era 45 maior que a de uma mulher A elevaccedilatildeo da curva que a descreve estaacute estreitamente associada agraves mortes por causas externas em particular as violentas que incidem com maior intensidade sobre a populaccedilatildeo masculina jovem e adulta jovem (IBGE 2011)
O senso comum considera o masculino como o sexo forte Na verdade deve ser visto como o sexo fraco pelo menos em vaacuterios aspectos de suas vulnerabili-dades fiacutesicas e psiacutequicas (BRAZ 2005) Portanto eacute necessaacuterio sensibilizar todos para a necessidade de se ter outro olhar em relaccedilatildeo agraves vulnerabilidades dessa parcela da populaccedilatildeo
2 caracterizaccedilatildeo sociodemograacutefica e de sauacutede da popuLaccedilatildeo mascuLina no BrasiL em pernamBuco e na paraiacuteBa
Como vocecirc jaacute sabe o Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) eacute um oacutergatildeo da Secretaria Executiva do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)que tem a responsabilidade de coletar processar e disseminar informaccedilotildees sobre sauacutede No DATASUS podem ser encontrados indicadores de sauacutede informaccedilotildees relativas agrave assistecircncia agrave sauacutede rede assistencial epidemiologia e morbidade estatiacutesticas vitais demograacuteficas e socioeconocircmicas sobre sauacutede suplementar inqueacuteritos e pesquisas
Saiba
Para conhecer melhor os dados disponibilizados explore o site DATASUS por meio do link lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphpgt
Diante de tantas informaccedilotildees disponiacuteveis quais seriam as necessaacuterias para conhecer a situaccedilatildeo de sauacutede do homem Como localizaacute-las
Vaacuterios satildeo os bancos de dados disponiacuteveis relativos agrave sauacutede da populaccedilatildeo brasileira como um todocomo - Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade (SIM)- Sistema de Informaccedilotildees do Programa Nacional de Imunizaccedilotildees (SIPNI)- Censo 2010 (IBGE)- Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN)- Instituto Nacional do Cacircncer (INCA)- Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) - Sistema de Informaccedilatildeo Ambulatorial (SAI)- Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH)
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21 caracteriacutesticas sociodemoGraacuteficas da populaccedilatildeo masculina
A Poliacutetica de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem (PNAISH) estabeleceu um recorte estrateacutegico da populaccedilatildeo masculina que compreende a faixa etaacuteria de 20 aos 59 A delimitaccedilatildeo dessa faixa etaacuteria eacute uma estrateacutegia metodoloacutegica haja vista que existem outras poliacuteticas que asseguram os direitos da sauacutede dos outros segmentos etaacuterios como a sauacutede da crianccedila dos adolescentes e dos idosos Esses grupos foram ou seratildeo estudados em outras disciplinas do curso Portanto nesta disciplina abordaremos a faixa etaacuteria trabalhada na PNAISH
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) 2013 o total da populaccedilatildeo residente no Brasil eacute de 201467000 pessoas das quais 490 eram do sexo masculino Por outro lado a popu-laccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos eacute de 54242000 o que corresponde a 56 da populaccedilatildeo masculina
O estado da Paraiacuteba apresentou por meio de dados da PNAD 2013 uma popu-laccedilatildeo de 4992000 pessoas A populaccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos eacute de 978841 pessoas Apresenta tambeacutem uma razatildeo de sexo de 939 homens para cada 100 mulheres Em Pernambuco a populaccedilatildeo total segundo a PNAD 2013 era de 10777000 pessoas sendo a popu-laccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos de 2311943 e a razatildeo de sexo de 927 homens para cada 100 mulheres
ParaiacutebaPernambuco
5644
Homens entre20 a 59 anosOutras idades
Tanto na Paraiacuteba quanto em Pernambuco aproximadamente 26 da populaccedilatildeo na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos satildeo homens
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Esse grupo etaacuterio corresponde a 413 da populaccedilatildeo masculina ou a 20 do total da populaccedilatildeo do Brasil Representa uma grande parcela da forccedila produtiva do paiacutes aleacutem de exercer um significativo papel sociocultural e poliacutetico (BRASIL 2008a)
Dentre os indicadores sociodemograacuteficos necessaacuterios para se realizar um diag-noacutestico da situaccedilatildeo que caracteriza a populaccedilatildeo masculina listamos no quadro a seguir aqueles que consideramos mais relevantes
Quadro 01 ndash Indicadores demograacuteficos e socioeconocircmicos para a anaacutelise da populaccedilatildeo masculina
Indicadores demograacuteficos Indicadores socioeconocircmicosPopulaccedilatildeo total Taxa de analfabetismo
Razatildeo por sexo Escolaridade da populaccedilatildeo de 15 anos ou mais
Taxa de crescimento da populaccedilatildeo Produto Interno Bruto (PIB) per capita
Mortalidade proporcional por idade Razatildeo de renda
Taxa bruta de mortalidade Proporccedilatildeo de pobres
Esperanccedila de vida ao nascer Taxa de desemprego
Esperanccedila de vida aos 60 anos de idade
Fonte (Brasil c2008)
22 principais indicadores de morbimortalidade
Entre as principais enfermidades e agravos que acometem os homens aproxi-madamente 75 delas estatildeo concentrados em cinco grandes aacutereas especializadas cardiologia urologia sauacutede mental gastroenterologia e pneumologia aleacutem das causas externas que representam um grande problema e com forte impacto na mortalidade e morbidade da populaccedilatildeo masculina (BRASIL 2008a)
Saiba
SitesPara mais informaccedilotildees sobre os indicadores sociodemograacuteficos acesse
Cadernos de Informaccedilotildees de Sauacutede- Paraiacutebahttptabnetdatasusgovbrtabdatacadernospbhtm (BRASIL[20--a])
Cadernos de Informaccedilotildees de Sauacutede- Pernambucohttptabnetdatasusgovbrtabdatacadernospehtm (BRASIL[20--b])
Indicadores e Dados Baacutesicos - Brasil ndash 2011- IDB-2011httptabnetdatasusgovbrcgiidb2011matrizhtmdemog (BRASIL c2008)
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Na proacutexima fase desta disciplina vocecirc teraacute a oportunidade de estudar sobre algumas dessas enfermidades e agravos como hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes mellitus doenccedilas pulmonares (Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica ndash DPOC asma e pneumonias comunitaacuterias) doenccedilas osteoarticulares aleacutem das doenccedilas transmissiacuteveis (tuberculose hepatites virais e aids) e tabagismo Aqui abordaremos outras importantes causas de morbimortalidade no homem causas externas alguns tumores sobretudo o da proacutestata e o alcoolismo
221 morbidade
Atenccedilatildeo
Do ponto de vista de anaacutelise da morbidade eacute preciso comentar que os dados a seguir se referem aos casos mais graves que necessitaram de internaccedilatildeo
causas externas
Aleacutem do sofrimento fiacutesico psiacutequico e social determinado pelos acidentes e as violecircncias que caracterizam as causas externas haacute de se considerar o enorme impacto econocircmico mensurado pelos seus gastos hospitalares inclusive em dias de permanecircncia em unidades de terapia intensiva (BRASIL 2012a)
Em 2010 foram realizadas 928893 internaccedilotildees hospitalares por causas externas nos serviccedilos financiados pelo SUS caracterizado da seguinte forma
raquo os homens representavam 705 das internaccedilotildees por essas causas
raquo a taxa de internaccedilatildeo hospitalar foi 485 por 10 mil habitantes sendo 69610 mil homens
raquo o risco de internaccedilatildeo entre os homens foi 25 vezes maior que o estimado entre as mulheres
raquo no periacuteodo de 2000 a 2010 a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por causas externas apresentou aumento progressivo (77 em 2000 para 104 em 2010)
Na tabela a seguir pode-se observar que em 2010 os acidentes por transporte terrestre responderam por 157 das hospitalizaccedilotildees com risco e 76 internaccedilotildees por 10 mil habitantes Estimou-se maior risco de internaccedilatildeo entre os homens (122 internaccedilotildees por 10 mil homens) em comparaccedilatildeo com as mulheres (32 internaccedilotildees por 10 mil mulheres) (BRASIL 2012a)
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Tabela 01 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa de internaccedilatildeo (por 10 mil habitantes) por causas externas - Brasil 2010
CaracteriacutesticasSexo
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria
0 a 9 anos 57308 88 344 32342 118 202 89650 97 275
10 a 14 anos 41832 64 499 13120 48 162 54952 59 333
15 a 19 anos 58005 86 681 15359 56 186 73364 79 437
20 a 39 anos 274566 419 862 68964 252 213 343530 370 534
40 a 59 anos 153889 235 769 63445 232 290 217334 234 519
60 a mais 69342 106 801 80721 295 750 150063 162 772
Acidentes 537420 821 571 224348 819 230 761768 820 398
Acidente de transporte terrestre
114383 175 122 31652 116 32 146035 157 76
Pedestres 27612 42 29 11649 43 12 39261 42 21
Motociclistas 58508 89 62 11444 42 12 69952 75 37
Ocupantes de veiacuteculos 11690 18 12 4353 16 04 16043 17 08
Quedas 241892 369 257 121601 444 125 363493 397 190
Quedas no mesmo niacutevel 81112 124 86 47378 173 49 128490 138 67
Quedas de um mesmo niacutevel a outro
41623 64 44 17542 64 18 59165 64 31
Quedas natildeo especificadas 119157 182 127 56681 207 58 175838 189 92
Demais acidentes 181145 277 193 71095 260 73 252240 272 132
Violecircncias 43444 66 46 11940 44 12 55384 60 29
Lesotildees autoprovocadas 5173 08 06 3561 13 04 8734 09 05
Agressotildees e intervenccedilotildees legais
38271 58 41 8379 31 09 46650 50 24
Armas de fogo 10835 17 12 1069 04 01 11904 13 06
Peacuterfuro-cortante 9953 15 11 1860 07 02 11813 13 06
Eventos de intenccedilatildeo indeterminada
31252 48 33 13462 49 14 44714 48 23
Demais causas externas 86270 132 92 36141 132 37 122411 132 64
Total 654942 1000 696 273951 1000 281 928893 1000 485
Fonte (BRASIL 2011a p212)
Conforme apresentado no graacutefico a seguir as causas externas satildeo responsaacute-veis por 118 dos gastos com todas as hospitalizaccedilotildees financiadas pelo SUS no Brasil As capitais da Paraiacuteba e Pernambuco tiveram respectivamente 92 e 83 dos gastos com causas externas (BRASIL 2011a)
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Graacutefico 01 ndash Proporccedilatildeo dos gastos do SUS com internaccedilotildees por causas externas nas capitais e Distrito Federal
Satildeo Luiacutes
Vitoacuteria
Maceioacute
Manaus
Recife
Porto Alegre
Joatildeo Pessoa
Rio de Janeiro
Terresina
Cuiabaacute
Salvador
Fortaleza
Brasiacutelia
Natal
Brasil
Aracaju
Boa Vista
Curitiba
Goiacircnia
Satildeo Paulo
Belo Horizonte
Florianoacutepolis
Macapaacute
Beleacutem
Rio Branco
Porto Velho
Campo Grande
Palmas
FONTE (BRASIL 2011a p 214)
tumores
Os tumores que incidem com maior frequecircncia na faixa etaacuteria dos 25 aos 59 anos satildeo oriundos dos aparelhos digestivo respiratoacuterio e urinaacuterio Cerca de 432 de todos os tumores assinalados na CID 10 Capiacutetulo II tecircm origem no aparelho digestivo (BRASIL 2008a)
O cacircncer da proacutestata eacute uma neoplasia que geralmente apresenta evoluccedilatildeo muito lenta de modo que a mortalidade pode ser evitada quando o processo eacute diagnosticado e tratado com precocidade Uma estimativa realizada pelo Instituto Nacional do Cacircncer (INCA) para o aparecimento de novos casos de cacircnceres no ano de 2008 aponta o cacircncer de proacutestata como sendo o mais frequente sendo superado apenas pelo cacircncer de pele natildeo melanoma (VIEIRA et al 2008)
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Ao se falar de neoplasias malignas do aparelho urinaacuterio natildeo se pode deixar de mencionar o cacircncer de pecircnis Trata-se de um tumor raro relacionado com as baixas condiccedilotildees socioeconocircmicas e a maacute higiene iacutentima No Brasil esse cacircncer representa cerca de 2 de todas as neoplasias que atingem o homem sendo mais frequente nas regiotildees Norte e Nordeste existindo estados como eacute o caso do Maranhatildeo em que sua incidecircncia supera ateacute a do cacircncer de proacutestata (BARROS MELO 2009)
Dados do INCA referentes aos tumores malignos na populaccedilatildeo masculina dos estados da Paraiacuteba e Pernambuco apontam que o cacircncer de proacutestata eacute o que apre-senta maior incidecircncia conforme mostra a tabela a seguir
Tabela 02 ndash Taxa de incidecircncia anual de neoplasias malignas por 100000 habitantes por localizaccedilatildeo segundo Regiatildeo e UF sexo masculino Brasil 2010 e 2011
Regiatildeo e UF
Pulmatildeo
traqueia e
brocircnquios
Esocircfago Estocircmago
Coacutelon junccedilatildeo
retossigmoacuteide
reto e acircnus
Proacutestata
Laacutebio e
cavidade
oral
Melanoma
maligno da
pele
Outras
neoplasias
malignas da
pele
Paraiacuteba 730 438 1046 462 4369 843 102 7368
Pernambuco 1250 471 1065 653 5783 867 132 6060
Fonte (INCA c2013 adaptado)
alcoolismo
Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) apontam que cerca de 2 bilhotildees de pessoas consomem bebidas alcooacutelicas no mundo O uso abusivo do aacutelcool eacute responsaacutevel por 32 de todas as mortes e por 4 de todos os anos perdidos de vida uacutetil Na Ameacuterica Latina cerca de 16 dos anos de vida uacutetil perdidos estatildeo relacionados ao uso abusivo dessa substacircncia Esse iacutendice eacute quatro vezes maior que a meacutedia mundial e torna o problema da prevenccedilatildeo e do tratamento dos trans-tornos associados ao consumo de aacutelcool um grande problema de sauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
Estudos revelam que o uso do aacutelcool estaacute sendo iniciado cada vez mais preco-cemente por homens e mulheres Portanto torna-se fundamental avaliar os deter-minantes sociais de vulnerabilidade do homem em relaccedilatildeo aos problemas com o aacutelcool para a construccedilatildeo de accedilotildees efetivas de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede mental desse segmento inclusive para jovens e adolescentes (LARANJEIRA et al 2007 SENA et al 2011)
Segundo o Centro Brasileiro de Informaccedilotildees sobre Drogas Psicotroacutepicas (CEBRID) o consumo de aacutelcool e outras drogas estaacute associado a transtornos graves e afetam pelo menos 12 da populaccedilatildeo acima de 12 anos sendo o impacto do aacutelcool dez vezes maior que o do conjunto das drogas iliacutecitas (UNIFESP 2006 BRASIL 2008a)
18
Laranjeira et al (2007) realizaram uma pesquisa intitulada ldquoPrimeiro Levan-tamento Nacional sobre Padratildeo de Consumo de Aacutelcool na Populaccedilatildeo Brasileirardquo cujos resultados apontaram que 52 dos brasileiros acima de 18 anos bebem pelo menos uma vez ao ano e destes 65 satildeo homens A prevalecircncia de depen-dentes de aacutelcool eacute maior para o sexo masculino em que 195 dos homens satildeo dependentes do aacutelcool enquanto 69 das mulheres apresentam dependecircncia Segundo esses dados para cada seis pessoas do sexo masculino que faz uso de aacutelcool uma fica dependente Destaca-se ainda que do conjunto dos homens adultos 11 bebem todos os dias e 28 consomem bebida alcooacutelica de 1 a 4 vezes por semana conforme apresentado na tabela a seguir
Tabela 03 ndash Frequecircncia de consumo de bebida alcooacutelica em homens e mulheres com idade a partir de 18 anos
Frequecircncia de ConsumoA partir de 18 anos
Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstinentes (nunca bebeu ou menos de 1 vez por ano) 35 59 48
Raramente (menos de 1 vez por mecircs) 8 12 10
Ocasional (de 1 a 3 vezes por mecircs) 19 16 17
Frequente ( de 1 a 4 vezes por semana) 28 11 19
Muito frequente (todos os dias) 11 2 6
Quantidade usual Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Ateacute 2 doses 38 63 48
De 3 a 4 doses 25 19 22
de 5 a 11 doses 27 14 22
Bebe mais de 12 doses por ocasiatildeo 11 3 7
Intensidade do beber Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstecircmio 35 59 48
Bebedor natildeo frequente 12 16 14
Bebedor menos frequente 16 13 15
Bebedor frequente 22 9 15
Bebedor frequente pesado 14 3 9
Dependecircncia (criteacuterios de CID-10) Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
14 4 9
Fonte (BRASIL 2008a p14)
outras causas de morbidade
No periacuteodo de 2000 a 2010 observou-se que a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por doenccedilas cardiovasculares manteve-se constante e as hospitalizaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio apresentaram reduccedilatildeo no mesmo periacuteodo (BRASIL 2012a)
No graacutefico apresentado a seguir podem-se observar quanto agrave morbidade as sete causas que respondem pela internaccedilatildeo da maioria dos homens em ordem decrescente de ocorrecircncia
19
raquo As lesotildees os envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas satildeo a primeira causa de internaccedilatildeo para homens entre 20 e 49 anos de idade e a terceira para aqueles entre 50 e 59 anos
raquo As doenccedilas do aparelho digestivo satildeo a segunda causa para todas as faixas etaacuterias
raquo Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias satildeo a terceira causa para homens de 20 a 29 anos transtornos mentais e comportamentais entre 30 e 39 anos e doenccedilas do aparelho circulatoacuterio entre 40 e 49 anos
raquo Para os homens de 50 a 59 anos a principal causa de internaccedilatildeo satildeo as doenccedilas do aparelho circulatoacuterio (SCHWARZ et al 2012)
Graacutefico 02 ndash Porcentagem () das principais causas de internaccedilatildeo em homens por faixa etaacuteria Brasil 2010
Faixa etaacuteria em anos
35
30
25
20
15
10
5
0
I Algumas doenccedilas infecciosas e parasitaacuteriasII Neoplasias (tumores)V Transtornos mentais e comportamentais IX Doenccedilas do aparelho circulatoacuterioX Doenccedilas do aparelho respiratoacuterioXI Doenccedilas do aparelho digestivoXIX Lesotildees envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas
Fonte (SCHWARZ et al 2012 adaptado)
As principais causas de internaccedilotildees por enfermidades do aparelho respiratoacuterio estatildeo assinaladas no graacutefico a seguir
20
Graacutefico 03 ndash Internaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio 2007
Outras 57CID XI 15CID IX 13CID II 6CID X 9 (165369)
Pneumonia 43 (70535)Outras 29 (48489)DPOC 12 (20948)Asma 11 (18457)Tuberculose 5 (6940)
Fonte (BRASIL 2008a p26 adaptado)
Em relaccedilatildeo agraves doenccedilas do aparelho respiratoacuterio as que apresentaram maior incidecircncia foram as pneumonias (43) adoenccedila pulmonar obstrutiva crocircnica (12) e a tuberculose que mesmo apresentando o menor percentual de casos de internaccedilatildeo (5) destaca-se pela importacircncia do ponto de vista dasauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
21
Graacutefico 04 ndash Percentual de internaccedilotildees hospitalares pelo aparelho circulatoacuterio na populaccedilatildeo masculina dos 25ndash59 anos 2007
Outras 277CID V 165CID XIX151CID XI 134CIN IX 120 CIN X 80 CIN I 73
Coronariopatias 405 (59717)Outras 396 (58355)Hipertensatildeo 187 (27569)Febre reumaacutetica miocardiopatias 12 (1713)
Fonte (BRASIL 2008a p27 adaptado)
Entre os fatores de morbidade natildeo se pode deixar de mencionar as disfun-ccedilotildees sexuais notadamente a disfunccedilatildeo ereacutetil que acomete cerca da metade dos homens depois dos cinquenta anos (BRASIL 2008a p27)
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto acesse
MOURA E C MALTA D C Consumo de bebidas alcooacutelicas na populaccedilatildeo adulta brasileira ca-racteriacutesticas sociodemograacuteficas e tendecircncia RevBrasEpidemiol 2011 14(1) Supl 61- 70 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfrbepidv14s1a07v14s1pdfgt Acesso em 27092013
LARANJEIRA R et al I Levantamento nacional sobre os padrotildees de consumo de aacutelcool na popu-laccedilatildeo brasileira Brasiacutelia Secretaria Nacional Antidrogas 2007 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesrelatorio_padroes_consumo_alcoolpdfgt Acesso em 27 set 2013
22
222 mortalidade
Em relaccedilatildeo agrave mortalidade ao longo de toda a uacuteltima deacutecada foi observada maior proporccedilatildeo de oacutebitos entre homens que entre mulheres na faixa etaacuteria adulta especialmente jovens adultos (de 15 a 39 anos de idade) Diversos estudos mostram que as causas externas de mortalidade (acidentes e violecircncias) satildeo extre-mamente importantes entre os adultos especialmente para homens jovens No sexo masculino elas representaram 64 dos oacutebitos de 20 a 39 anos enquanto que no sexo feminino o percentual foi de 23 Mesmo observando uma reduccedilatildeo no diferencial entre homens e mulheres no periacuteodo entre 2000 e 2010 os homens ainda morrem mais que as mulheres conforme apresenta o graacutefico a seguir (BRASIL 2011b BRASIL 2011c LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005 MARANHAtildeO et al 2011)
Graacutefico 05 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo Brasil 2000 2005 e 2010
2000 2005 2010
584 58 573
415 42 427
0
10
20
30
40
50
60
70
Masculino
Feminino
Fonte (BRASIL 2012a p112 adaptado)
O proacuteximo graacutefico apresenta as curvas de mortalidade proporcional para homens e mulheres que tecircm padrotildees diferentes entre os anos principalmente para os grupos de adultos e idosos indicando um padratildeo de mortalidade mais tardia entre as mulheres Na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos houve um maior percen-tual de oacutebitos dos homens (381 em 2000 e 374 em 2010) quando comparado ao das mulheres (25 em 2000 e 232 em 2010) (BRASIL 2012a)
23
Graacutefico 06 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo e o ano do oacutebito por faixa etaacuteria Brasil 2000 e 2010
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1a 9 19 36 381
30 374 20 18 250
lt1 a 85 399241 11 13 232
ge 60 anos 479 547 620 703
Feminino 2000Masculino 2010Masculino 2000
Feminino 2010
10 a 19 20 a 59
11
Fonte (BRASIL 2012a p113)
Quadro 01 ndash Quatro principais causas especiacuteficas de mortalidade entre 20 e 59 anos (nesta ordem)homens 2010
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste Eventos Int Indeterminada Suiciacutedio
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste D HIV Cirosse e D Fiacutegado
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Acidentes de transporte terreste D Cerebrovasculares
Fonte (BRASIL 2012a adaptado)
24
Dados de 2012 mostram que no Brasil as causas externas representam a primeira causa mais frequente de morte na populaccedilatildeo masculina entre 20 a 59 anos configurando-se como um grande desafio aos gestores puacuteblicos e profissio-nais sobretudo os da sauacutede pois se deve ultrapassar a dimensatildeo da assistecircncia e reabilitaccedilatildeo das viacutetimas ocupando-se tambeacutem da promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e vigilacircncia epidemioloacutegica de acidentes e violecircncias (BRASIL 2012a)
Os homens no Brasil apresentam um risco de morte por causas externas 51 vezes maior que as mulheres Quanto agrave idade vale destacar as altas taxas de mortalidade por causas externas observadas a partir dos 19 anos de idade em especial entre os adultos jovens de 20 a 39 anos de idade e os idosos com 60 e mais anos de idade O risco de morte por causas externas foi de 100 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os adultos jovens e de 1104 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os idosos (BRASIL 2012a)
A anaacutelise do risco de morte por causas externas segundo regiotildees geograacute-ficas demonstrou uma distribuiccedilatildeo menos desigual que nas anaacutelises anteriores segundo atributos de idade e sexo sendo que taxas de mortalidade apenas ligei-ramente superiores foram encontradas nas regiotildees Centro-Oeste (853 por oacutebitos por 100 mil habitantes) Nordeste (755 oacutebitos por 100 mil habitantes) e Sul (746 oacutebitos por 100 mil habitantes) (BRASIL 2012a)
Tabela 04 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa bruta de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externas segundo sexo faixa etaacuteria e regiotildees geograacuteficas Brasil 2009
CaracteriacutesticasSexo a
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria b
0 a 9 anos 2517 22 151 1594 68 100 4111 30 126
10 a 14 anos 1740 15 208 733 31 90 2473 18 150
15 a 19 anos 11780 102 1384 1629 70 197 13409 97 799
20 a 39 anos 57656 500 1810 6105 282 204 64261 463 1000
40 a 59 anos 26305 228 1315 1586 196 210 30891 223 738
60 a mais 13342 116 1541 8109 346 753 21451 155 1104
Ignorado 1904 17 - 179 08 - 2083 15 -
Regiatildeo
Norte 9317 81 1199 1508 64 199 10825 78 705
Nordeste 34639 301 1317 5807 248 213 40446 292 755
Sudeste 44360 385 1125 10405 444 251 54765 395 677
Sul 17023 148 1246 3652 156 260 20675 149 746
Centro-Oeste 9826 85 1428 2023 86 288 11849 85 853
Total 115244 1000 1225 23435 1000 241 138679 1000 724
a) Excluiacutedos 137 registros com sexo ignorado
b) Excluiacutedos 119 registros com regiatildeo de residecircncia ignorada
Fonte (BRASIL 2011b p234 adaptado)
25
Embora natildeo exista grande diferenccedila nos coeficientes de mortalidade por neoplasias malignas eacute preciso destacar que entre os homens predominam os cacircnceres de pulmatildeo vindo a seguir os de proacutestata e o de estocircmago A anaacutelise de seacuteries histoacutericas de mortalidade no Brasil mostra claramente a importacircncia cres-cente do cacircncer de proacutestata que jaacute suplanta a neoplasia maligna de estocircmago haacute alguns anos (LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005)
No estado da Paraiacuteba o que se percebe eacute que em relaccedilatildeo agrave mortalidade por cacircnceres na populaccedilatildeo masculina o tumor da proacutestata jaacute se destaca como o de maior prevalecircncia aleacutem de ter tendecircncia crescente em relaccedilatildeo aos periacuteodos 2002 ndash2006 e 2007ndash2011
Graacutefico 07 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Paraiacuteba para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
2002-2006 2007-2011
158
109
96
62
52
52
5
49
38
31
31
3
24
1
207
191
104
10
36
5
36
49
46
46
37
37
32
23
1
20
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Por outro lado no estado de Pernambuco o cacircncer de proacutestata tambeacutem apre-senta maior prevalecircncia em relaccedilatildeo aos outros tumores mas mesmo apresen-tando tendecircncia a aumento no periacuteodo avaliado natildeo foi tatildeo significativo quanto no estado da Paraiacuteba Outro ponto de destaque eacute a tendecircncia agrave diminuiccedilatildeo nos tumores de traqueia brocircnquios pulmotildees fiacutegado e vias biliares
26
Graacutefico 08 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Pernambuco para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
179
91
128
184
183
92
122
184
3
46
39
65
43
44
33
35
36
32
14
35
5
34
61
46
38
34
37
41
3
14
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
2002-2006 2007-2011
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Dentre as doenccedilas do aparelho digestivo podem-se destacar as doenccedilas do fiacutegado que em 2005 foram responsaacuteveis por 70 das causas de morte de homens de 25ndash59 anos Destas 46 devem-se agrave doenccedila por consumo de aacutelcool 36 agrave fibrose e cirrose e 18 a outras doenccedilas do fiacutegado (BRASIL 2008a)
Por outro lado em relaccedilatildeo agrave mortalidade proporcional de acordo com os capiacute-tulos da CIDndash10 entre homens apresenta uma tendecircncia de reduccedilatildeo da proporccedilatildeo de oacutebitos por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio e tendecircncia de aumento nas seguintes causas neoplasias doenccedilas endoacutecrinas e causas externas (BRASIL 2012a)
27
Graacutefico 09 ndash Mortalidade proporcional () por capiacutetulos da CID no sexo masculino Brasil 2000 e 2010
IX II XX X IV OUTRAS
294 135 18 105 47 238
285 16 187 104 53 211
0
5
10
15
20
25
30
35
2000
2010
Fonte (BRASIL 2012a p121 adaptado)
Saiba
SitesPara realizar uma anaacutelise mais detalhada do perfil de mortalidade masculina consulte o material Mortalidade do adulto no Brasil taxas de mortalidade segundo o sexo as causas e as Regiotildees 2010 disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrportalsaudearquivospdf2013Fev21sau-debrasil2011_parte1_cap7pdfgt Acesso em 25 set 2013
Leia tambeacutem o Perfil da situaccedilatildeo de sauacutede do homem no Brasil (2012) disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Perfil-da-Situa----o-de-Sa--de-do-Homem-no--Brasilpdfgt Acesso em 26 ago 2015
Nos artigos a seguir os autores fazem uma discussatildeo ampliada sobre as principais causas de morbimortalidade masculina
LAURENTI R JORGE M H P de M GOTLIEB S L D Perfil epidemioloacutegico da morbimortalidade masculina Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 10 n 1 p 35-46 janmar 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfcscv10n1a04v10n1pdfgt Acesso em 30 set 2013
LUIZAGA C T de M GOTLIEB S L D Mortalidade masculina em trecircs capitais brasileiras 1979 a 2007 RevBrasEpidemiolv 16 n 1 p 87-99 2013 Disponiacutevel emlthttpwwwscielobrpdfrbe-pidv16n11415-790X-rbepid-16-01-0087pdfgt Acesso em 25 set 2013
IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) A qualidade da informaccedilatildeo sobre a mortalidade no Brasil recente e avaliaccedilatildeo do impacto das causas violentas no nuacutemero de anos de vida perdi-dos In IBGE Indicadores Sociodemograacuteficos e de Sauacutede no Brasil n 25 Rio de Janeiro IBGE 2009 Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoindic_sociosaude2009indicsaudepdfgt Acesso em 25092013
VIEIRA S O cacircncer e a sauacutede do homem um panorama completo dos tumores que acometem a populaccedilatildeo masculina Revista Oncoamp ndash Oncologia para todas as especialidadesSatildeo Paulo a 2 n 11 p 12-18 maiojun 2012 Disponiacutevel emlthttprevistaoncocombrwp-contentuploa-ds201205ONCO_11pdfgt Acesso em 25 set 2013
28
Para vocecirc ter acesso a dados sobre morbimortalidade da populaccedilatildeo masculina dos estados de Paraiacuteba e Pernambuco acesse os links abaixo
TABNET ndash OacuteBITOSPARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttptabnetsaudepbgovbrdeftohtmexetabdotabnetsimpbdefgt Acesso em 25 set 2013
ATLAS DE MORTALIDADE POR CAcircNCER ndash INCA (Instituto Nacional de Cacircncer) Disponiacutevel em lthttpmortalidadeincagovbrMortalidadeprepararModelo04actiongt Acesso em 25 set 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttppor-talweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO ndash Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PERNAMBUCO Disponiacutevel em lthttpportalweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
Nos links para acesso ao Pacto pela Sauacutede apoacutes abrir a paacutegina do SISPACTO clique em relatoacute-rios que aparece no lado esquerdo da tela Em seguida clique em relatoacuterios estaduais e localize o estado que vocecirc desejar consultar
3 programas poLiacuteticas e pactos de sauacutede para o homem no BrasiL
A seguir descreveremos os principais programas poliacuteticas e pactos que tecircm relaccedilatildeo com a sauacutede do homem no Brasil Recomendamos que vocecirc consulte os links complementares para saber mais sobre cada um deles
31 pacto pela sauacutede
Aprovado por unanimidade pelo Conselho Nacional de Sauacutede (CNS) e publi-cado na Portaria GMMS nordm 399 de 22 de fevereiro de 2006 o Pacto pela Sauacutede eacute um conjunto de reformas institucionais do SUS pactuado entre as trecircs esferas de gestatildeo (Uniatildeo Estados e Municiacutepios) com o objetivo depromover a melhoria dos serviccedilos ofertados agrave populaccedilatildeo e a garantia de acesso a todos Tambeacutem redefine as responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da popu-laccedilatildeo e na busca da equidade social Sua adesatildeo se constituiem um processo de cooperaccedilatildeo permanente entre os gestores e negociaccedilatildeo local regional estadual e federal
O pacto pela sauacutede se divide em 3 eixos
1 Pacto em defesa do SUS defesa dos princiacutepios do SUS qualificaccedilatildeo do SUS como poliacutetica puacuteblica
2 Pacto pela gestatildeo do SUS processo continuado de pactuaccedilatildeo intergestores ndash responsabilidades sanitaacuterias e diretrizes de gestatildeo
3 Pacto pela vida compromisso entre os gestores do SUS em torno das respon-sabilidades nacionais estaduais regionais e municipais com definiccedilotildees de metas e accedilotildees
Por meio da Portaria nordm 325GM de 21 de fevereiro de 2008 o Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu novas prioridades objetivos metas e indicadores de monito-ramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede para o ano de 2008 no qual foi inserido
30
como uma das prioridades a Sauacutede do Homem cuja meta era a de promover a sauacutede integral do homem com a elaboraccedilatildeo publicaccedilatildeo e implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede do Homem
32 poliacutetica nacional de atenccedilatildeo inteGral agrave sauacutede do Homem (pnaisH)
Foi instituiacuteda por meio da Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Destaca- se por ser um programa pioneiro dentre os paiacuteses da Ameacuterica Latina lanccedilado apoacutes 20 anos de implantaccedilatildeo do SUS no Brasil Visa abranger a faixa etaacuteria de 20 a 59 anos melhorando a assistecircncia oferecida aos homens por meio de accedilotildees de informaccedilatildeo proteccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede assim como tratamento e recuperaccedilatildeo de agravos aleacutem de uma mudanccedila cultural no que diz respeito ao comportamento masculino nessa aacuterea (BRASIL 2008a)
A PNAISH estaacute alinhada com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash porta de entrada preferencial ao Sistema Uacutenico de Sauacutede ndash primando pela humanizaccedilatildeo da atenccedilatildeo e em consonacircncia com os princiacutepios do SUS fortalecendo accedilotildees e serviccedilos em redes e cuidados da sauacutede Ela norteia as accedilotildees de atenccedilatildeo integral
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto recomendamos que vocecirc veja os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Pacto pela SauacutedeSISPACTO - Aplicativo do Pacto pela Sauacutede Brasiacutelia Ministeacute-rio da Sauacutede [2011c] Disponiacutevel emlthttpportalweb04saudegovbrsispactogt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 399GM de 22 de fevereiro de 2006 Divulga o pacto pela sauacutede 2006 - Consolidaccedilatildeo do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a Disponiacutevel em lthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2006GMGM-399htmgt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 325 de 21 de fevereiro de 2008 Estabelece prioridades objetivos e metas do Pacto pela Vida para 2008 os indicadores de monitoramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede e as orientaccedilotildees prazos e diretrizes para a sua pactuaccedilatildeoBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacute-de 2008b Disponiacutevel emlthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2008GMGM-325htmgt Acesso em 27set 2013
MACHADO R R et al Entendendo o pacto pela sauacutede na gestatildeo do SUS e refletindo sua implementaccedilatildeo Rev Eletrocircnica de Enfermagem v 11 n 1 p 181-187 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfenufgbrfen_revis-tav11n1pdfv11n1a23pdfgt Acesso em 27set2013
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agrave sauacutede do homem visando estimular o autocuidado e sobretudo o reconhe-cimento de que a sauacutede eacute um direito social baacutesico e de cidadania de todos os homens brasileiros (BRASIL 2008a)
Tem como objetivo principal
Promover a melhoria das condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo masculina do Brasil contri-buindo de modo efetivo para a reduccedilatildeo da morbidade e mortalidade dessa popu-laccedilatildeo atraveacutes do enfrentamento racional dos fatores de risco e mediante a facilitaccedilatildeo ao acesso agraves accedilotildees e aos serviccedilos de assistecircncia integral agrave sauacutede (BRASIL 2008a)
Aleacutem disso a PNAISH propotildee uma reorientaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede com foco na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) de modo que essa poliacutetica seja integrada e executada juntamente com as demais poliacuteticas programas estrateacutegias e accedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2008a)
Para refletir
Vocecirc jaacute teve oportunidade de discutir a PNAISH com os demais membros da equipe de sauacutedeQuais satildeo as accedilotildees desenvolvidas na sua unidade de sauacutede para os homens Como eacute a adesatildeo da popula-ccedilatildeo a essas accedilotildees Quais satildeo suas principais dificuldades
Saiba
Conheccedila o estudo que avaliou a implantaccedilatildeo da PNAISH em municiacutepios brasileiros Nele foram avaliados como estatildeo sendo desenvolvidas as accedilotildees de fortalecimento desta poliacutetica Estaacute disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Fortalecimento-da--PNAISHpdfgt Acesso em 01 fev 2015
SitesPara vocecirc conhecer mais sobre a PNAISH acesse os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Institui no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacute-de do Homem Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2009prt1944_27_08_2009htmlgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave sauacutede Departamento de Accedilotildees Progra- maacuteticas e Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem Plano de Accedilatildeo Nacional 2009-2011 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009b Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_saude_homem_2009-2011pdfgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteti-cas Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2008a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_homempdfgt Acesso em 20 set 2013
CARRARA S RUSSO J A FARO L A poliacutetica de atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem no Brasil os pa-radoxos da medicalizaccedilatildeo do corpo masculinoPhysisRevista de Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 19 n 3 p659-678 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfphysisv19n3a06v19n3pdfgt Acesso em 27set 2013
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LEAL A F FIGUEIREDO W S NOGUEIRA-DA-SILVA G S O percurso da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede dos Homens (PNAISH) desde a sua formulaccedilatildeo ateacute sua implementaccedilatildeo nos serviccedilos puacuteblicos locais de atenccedilatildeo agrave sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletivav 17 n 10 p2607-2616 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfcscv17n1010pdfgt Acesso em 27 set 2013
33 poliacutetica nacional de Humanizaccedilatildeo (pnH)A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) foi criada em 2004 como fortaleci-
mento da rede assistencial do SUS e com o objetivo de oferecer uma sauacutede digna para todos com profissionais comprometidos com a eacutetica e com a defesa da vida
Para a PNH humanizar eacute ofertar atendimento de qualidade articulando os avanccedilos tecnoloacutegicos com o acolhimento com a melhoria dos ambientes de cuidado e das condiccedilotildees de trabalho dos profissionais
Como poliacutetica a Humanizaccedilatildeo deve portanto traduzir princiacutepios e modos de operar no conjunto das relaccedilotildees entre profissionais e usuaacuterios A humanizaccedilatildeo supotildee troca de saberes (incluindo os dos pacientes e familiares) diaacutelogo entre os profissionais e modos de trabalhar em equipe Como estrateacutegia de interferecircncia no processo de produccedilatildeo de sauacutedeconsidera-se que sujeitos sociais quando mobi-lizados satildeo capazes de transformar realidades transformando-se a si proacuteprios nesse mesmo processo
princiacutepios norteadores da poliacutetica de Humanizaccedilatildeo
1 Valorizaccedilatildeo da dimensatildeo subjetiva e social em todas as praacuteticas de atenccedilatildeo e gestatildeo fortalecendoestimulando processos integradores e promotores de compromissosresponsabilizaccedilatildeo
2 Estiacutemulo a processos comprometidos com a produccedilatildeo de sauacutede e com a produccedilatildeo de sujeitos
3 Fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional estimulando a trans-disciplinaridade e a grupalidade
4 Atuaccedilatildeo em rede com alta conectividade de modo cooperativo e solidaacuterio em conformidade com as diretrizes do SUS
5 Utilizaccedilatildeo da informaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo da educaccedilatildeo permanente e dos espaccedilos da gestatildeo na construccedilatildeo de autonomia e protagonismo de sujeitos e coletivos
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diretrizes especiacuteficas na atenccedilatildeo baacutesica
1 Elaborar projetos de sauacutede individuais e coletivos para usuaacuterios e sua rede social considerando as poliacuteticas intersetoriais e as necessidades de sauacutede
2 Incentivar praacuteticas promocionais de sauacutede
3 Estabelecer formas de acolhimento e inclusatildeo do usuaacuterio que promovam a otimizaccedilatildeo dos serviccedilos o fim das filas a hierarquizaccedilatildeo de riscos e o acesso aos demais niacuteveis do sistema
4 Comprometer-se com o trabalho em equipe de modo a aumentar o grau de corresponsabilidade e com a rede de apoio profissional visando agrave maior eficaacutecia na atenccedilatildeo em sauacutede
E o acolhimento como pode ser entendido Trata-se de uma praacutetica nas accedilotildees de atenccedilatildeo e gestatildeo nas unidades de sauacutede que favorece a construccedilatildeo de uma relaccedilatildeo de confianccedila e compromisso dos usuaacuterios com as equipes e os serviccedilos contribuindo para a promoccedilatildeo da cultura de solidariedade e para a legitimaccedilatildeo do SUS Com o acolhimento passa a existir a possibilidade de avanccedilos na alianccedila entre usuaacuterios trabalhadores e gestores da sauacutede em defesa do SUS como uma poliacutetica puacuteblica essencial da e para a populaccedilatildeo brasileira (GENIOLE et al 2011)
Para refletir
Como profissional de sauacutede suas atitudes contemplam as dimensotildees abordadas na Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo E qual o envolvimento que vocecirc visualiza desta Poliacutetica com a Sauacutede do Homem Vocecirc acredita que a falta de acolhimento pode dificultar o acesso dos homens agraves unidades de sauacutede
Saiba
SitesPara conhecer mais sobre a Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo acesse os links lthttpportalsau-degovbrportalarquivospdfdoc_basepdfgt (BRASIL 2004) e lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumanizasus_gestores_trabalhadores_sus_4edpdfgt (BRASIL 2008c)
A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo possui um caderno especiacutefico para a Atenccedilatildeo Baacutesica Para conhececirc-lo acesse o link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumaniza_sus_atencao_basicapdfgt (BRASIL 2009c)
E para entender mais sobre acolhimento acesse a cartilha denominada Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede disponiacutevel no link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhi-mento_praticas_producao_saudepdfgt (BRASIL 2010a)pdfgt Acesso em 27set 2013
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34 poliacutetica de promoccedilatildeo da sauacutede
Entre as prioridades do Pacto em Defesa da Vida encontra-se a publicaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede que ratifica o compromisso do Minis-teacuterio da Sauacutede na ampliaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede nos serviccedilos e na gestatildeo do SUS Trata-se de uma poliacutetica transversal integrada e intersetorial que dialoga com as diversas aacutereas do setor sanitaacuterio os outros setores do Governo os setores privados e natildeogovernamentais e a sociedade compondo redes de compromisso e corresponsabilidade quanto agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo de forma que todos sejam partiacutecipes no cuidado com a sauacutede (BRASIL 2006b)
A Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede foi revisada no ano de 2015 visando se adequar aos novos desafios e compromissos no contexto da sauacutede nacional
Ela destaca a necessidade de articulaccedilatildeo com outras poliacuteticas puacuteblicas para fortalececirc-la com o imperativo da participaccedilatildeo social e dos movimentos popu-lares em virtude da impossibilidade de que o setor sanitaacuterio responda sozinho ao enfrentamento dos determinantes e condicionantes da sauacutede Para tal toma como referecircncia alguns temas transversais para a formulaccedilatildeo de agendas de promoccedilatildeo da sauacutede e para a adoccedilatildeo de estrateacutegias e temas prioritaacuterios operando em conso-nacircncia com os princiacutepios e os valores do SUS como
raquo Determinantes Sociais da Sauacutede (DSS)
raquo equidade e respeito agrave diversidade
raquo produccedilatildeo de sauacutede e cuidado
raquo vida no trabalho
raquo cultura da paz e direitos humanos entre outras (BRASIL 2015)
O objetivo principal dessa poliacutetica eacute promover a equidade e a melhoria das condiccedilotildees e dos modos de viver ampliando a potencialidade da sauacutede individual e coletiva e reduzindo vulnerabilidades e riscos agrave sauacutede decorrentes dos determi-nantes sociais econocircmicos poliacuteticos culturais e ambientais (BRASIL 2015)
Saiba
SitesPara conhecer melhor a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede vocecirc pode ver o linklthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_promocao_saude_3edpdfgtAcesso em 28 out 2013 (BRASIL 2010b)
Para ter acesso agrave Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede revisada e identificar todas as atuali-zaccedilotildees da versatildeo de 2015 acesse lthttppromocaodasaudesaudegovbrpromocaodasaudearquivospnps-2015_finalpdfgt Acesso em 01 fev 2015
4 a organizaccedilatildeo da estrateacutegia sauacutede da famiacuteLia no pLanejamento de accedilotildees e avaLiaccedilatildeo de riscos agrave sauacutede do homem
Uma das diretrizes da PNAISH eacute a reorganizaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede por meio de uma proposta inclusiva na qual os homens considerem os serviccedilos de sauacutede sobretudo as unidades baacutesicas de sauacutede ou unidades de sauacutede da famiacutelia tambeacutem como espaccedilos masculinos e por sua vez esses serviccedilos reconheccedilam os homens como sujeitos que necessitem de cuidados (SILVA et al 2012)
A compreensatildeo das barreiras institucionais eacute importante para a proposiccedilatildeo estrateacutegica de medidas que venham a promover o acesso dos homens aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria que deve ser a porta de entrada preferencial ao sistema de sauacutede a fim de resguardar a promoccedilatildeo e a prevenccedilatildeo como eixos fundamentais de intervenccedilatildeo (SILVA et al 2012)
Nesse contexto estudos vecircm relacionando a masculinidade tradicional como o principal obstaacuteculo para o acesso dessa parcela populacional aos serviccedilos de sauacutede sobretudo agravequeles que estatildeo voltados agrave promoccedilatildeo da sauacutede A busca por esse tipo de serviccedilo pode ser considerado sinocircnimo de fraqueza realidade que vai de encontro com os preceitos da hegemonia masculina na qual os homens satildeo educados para natildeo demonstrar qualquer traccedilo de fragilidade Some-se a isso o fato de as unidades baacutesicas e de sauacutede da famiacutelia por serem compostas por muitos profissionais do sexo feminino e serem frequentadas sobretudo por mulheres provocam uma sensaccedilatildeo de natildeo pertencimento a tais espaccedilos (FIGUEIREDO 2005 BRAZ 2005 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 BRITO SANTOS 2010 SILVA et al 2012)
Os estudos apontam ainda outros motivos pela baixa demanda masculina na Atenccedilatildeo Baacutesica como a organizaccedilatildeo dos serviccedilos a demora em conseguir atendimento meacutedico o horaacuterio de funcionamento incompatiacutevel com a jornada de trabalho daqueles inseridos no mercado formal a ausecircncia de programas especiacute-ficos para atender aos homens o deacuteficit no processo de abordagem e de cuidarcuidado da populaccedilatildeo masculina por parte dos profissionais a ausecircncia de acolhi-mento ou o acolhimento pouco atrativo a fraacutegil qualificaccedilatildeo profissional para lidar com o segmento masculino
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O certo eacute que muitos agravos que acometem a populaccedilatildeo masculina poderiam ser evitados caso fossem realizadas com regularidade as medidas de prevenccedilatildeo primaacuteria A resistecircncia masculina agrave atenccedilatildeo primaacuteria aumenta natildeo somente a sobrecarga financeira da sociedade mas tambeacutem o sofrimento fiacutesico e emocional do paciente e de sua famiacutelia na luta pela conservaccedilatildeo da sauacutede e da qualidade de vida dessas pessoas (BRASIL 2008a)
O fortalecimento e a qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria garantem a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo aos agravos evitaacuteveis dado o reconhecimento de que os homens adentram o sistema de sauacutede por meio da atenccedilatildeo especializada agravando a morbidade pelo retardamento na atenccedilatildeo e maior custo parao SUS (BRASIL 2008a)
Assim ao serem elaboradas estrateacutegias voltadas agrave conscientizaccedilatildeo do grupo masculino sobre a adoccedilatildeo de haacutebitos mais saudaacuteveis o primeiro passo a ser dado eacute a sensibilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede que atuam na atenccedilatildeo baacutesica para que compreendam os padrotildees culturalmente arraigados na populaccedilatildeo acerca do que eacute ser homem as principais barreiras possam ser superadas e essa populaccedilatildeo possa efetivamente ser acolhida (BRITO SANTOS 2010 )
41 conHecendo a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea de abranGecircncia
Vocecirc jaacute sabe a importacircncia de os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica conhecerem bem as caracteriacutesticas da sua populaccedilatildeo adscrita Sem essa informaccedilatildeo fica difiacutecil se planejar o trabalho a ser desenvolvido
Como aqui estamos discutindo a sauacutede do homem enfatizamos a necessidade de que seja realizado um levantamento sobre o perfil de morbimortalidade dessa populaccedilatildeo antes mesmo das accedilotildees de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo agrave sauacutede serem pensadas
Como a populaccedilatildeo masculina eacute caracterizada pela faixa etaacuteria de 20 a 59 anos uma sugestatildeo eacute que se definam por grupos etaacuteriosas causas de adoecimento e morte mais prevalentes e a partir disso sejam estruturadas as accedilotildees de sauacutede
Uma sugestatildeo eacute vocecirc utilizar as informaccedilotildees contidas no quadro a seguir para construir o perfil da sua populaccedilatildeo masculina
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Quadro 02 ndash Indicadores para a anaacutelise do perfil da populaccedilatildeo masculina
Cadastro do nuacutemero de indiviacuteduos masculinos entre 20 e 59 anos
Homens diabeacuteticos cadastrados
Homens diabeacuteticos acompanhados
Homens hipertensos cadastrados
Homens hipertensos acompanhados
Homens com tuberculose cadastrados
Homens com tuberculose acompanhados
Homens com hanseniacutease cadastrados
Homens com hanseniacutease acompanhados
Hospitalizaccedilotildees ocorridas no mecircsPor abuso de aacutelcoolPor complicaccedilotildees do DiabetesPor outras causas
Internaccedilotildees em hospital psiquiaacutetrico
Oacutebitos ocorridos no mecircs
Fonte (UFSC 2013 adaptado)
Saiba
SitesConsulte os links a seguir para saber mais sobre o assunto
Novo sistema de informaccedilatildeo do SUS o E-SUS Atenccedilatildeo Baacutesica lthttpdabsaudegovbrportal-dabesusphpgt Acesso em 1out 2013 (PORTAL 2012)
Portal da atenccedilatildeo baacutesica e seus sistemas de informaccedilatildeo lthttpdabsaudegovbrportaldabsis-temasphpgt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL [20--d])
DATASUS Informaccedilotildees de Sauacutede (TABNET) lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphp area=0203gt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL c2008)
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42 inserccedilatildeo da atenccedilatildeo e cuidado ao Homem no processo de trabalHo da equipe de sauacutede da famiacutelia
Para alcanccedilar a efetividade desejada na atenccedilatildeo baacutesica consideram-se neces-saacuterios o planejamento e a implementaccedilatildeo de accedilotildees de sauacutede em cada contexto Esses exigem conhecimentos detalhados sobre as condiccedilotildees de vida das pessoas que ali residem sobre as especificidades do processo de organizaccedilatildeo das accedilotildees realizadas na assistecircncia agrave sauacutede e gestatildeo do trabalho das equipes e dos profissio-nais envolvidos Assim pode-se delinear o que eacute necessaacuterio e o que eacute possiacutevel se realizarem um determinado local (KRUG et al 2010)
O processo de trabalho na Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia eacute caracterizado pela interdisciplinaridade e pelo trabalho em equipe Haacute uma soma dos diversos saberes e das praacuteticas das categorias profissionais por meio de uma abordagem integral e resolutiva (BRASIL 2012b)
O trabalho em equipe eacute tido como proposta estrateacutegica para enfrentar o intenso processo de especializaccedilatildeo na aacuterea da sauacutede Esse processo caracteriza-se pelo aprofundamento vertical do conhecimento e da intervenccedilatildeo em aspectos individu-alizados das necessidades de sauacutede (PAVONI MEDEIROS 2009)
Sendo assim o ideal eacute mobilizar toda a equipe para que juntos possam efeti-vamente planejar as accedilotildees que seratildeo desenvolvidas para a populaccedilatildeo masculina Para ajudar nesse processo relembramos algumas caracteriacutesticas do processo de trabalho das equipes de atenccedilatildeo baacutesica
I Definiccedilatildeo do territoacuterio de atuaccedilatildeo e da populaccedilatildeo sob a responsabilidade das unidades baacutesicas de sauacutede e das equipes
II Programaccedilatildeo e implementaccedilatildeo das atividades de atenccedilatildeo agrave sauacutede de acordo com as necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo com a priorizaccedilatildeo de inter-venccedilotildees cliacutenicas e sanitaacuterias nos problemas de sauacutede segundo criteacuterios de frequecircncia risco vulnerabilidade
III Desenvolvimento de accedilotildees que priorizem os grupos de risco e os fatores de risco cliacutenico-comportamentais alimentares eou ambientais com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a persistecircncia de doenccedilas e danos evitaacuteveis
IV Realizaccedilatildeo do acolhimento com escuta qualificada classificaccedilatildeo de risco avaliaccedilatildeo de necessidade de sauacutede e anaacutelise de vulnerabilidade tendo em vista a responsabilidade da assistecircncia resolutiva agrave demanda espontacircnea e o primeiro atendimento agraves urgecircncias
V Prover atenccedilatildeo integral contiacutenua e organizada agrave populaccedilatildeo adscrita
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VI Desenvolvimento de accedilotildees educativas que possam interferir no processo de sauacutede-doenccedila da populaccedilatildeo no desenvolvimento de autonomia individual e coletiva e na busca por qualidade de vida pelos usuaacuterios
VII Desenvolvimento de accedilotildees intersetoriais integrando projetos e redes de apoio social voltados para o desenvolvimento de uma atenccedilatildeo integral
VIII Realizaccedilatildeo de atenccedilatildeo domiciliar destinada a usuaacuterios que possuam problemas de sauacutede controladoscompensados e com dificuldade ou impos-sibilidade fiacutesica de locomoccedilatildeo ateacute uma unidade de sauacutede que necessitam de cuidados com menor frequecircncia e menor necessidade de recursos de sauacutede e do cuidado compartilhado com as equipes de atenccedilatildeo domiciliar nos demais casos
Fonte (BRASIL 2012b grifo nosso)
Como jaacute vimos vaacuterios estudos apontam que os homens padecem mais de condiccedilotildees severas e crocircnicas de sauacutede em comparaccedilatildeo agraves mulheres e igualmente morrem mais do que as mulheres pelas mesmas causas de morte Mesmo com o aumento dos iacutendices de morbimortalidade eles natildeo costumam procurar as unidades baacutesicas de sauacutede para orientaccedilatildeo ou prevenccedilatildeo de alguma patologia e quando buscam esses serviccedilos jaacute estatildeo com alguma doenccedila instalada portanto o desafio das equipes de sauacutede da famiacutelia eacute inverter esse padratildeo e encontrar formas de estimular a populaccedilatildeo masculina para accedilotildees de prevenccedilatildeo e cuidados agrave sauacutede (SILVA etal 2012 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 FIGUEIREDO 2005 SCHRAIBER et al 2010)
Eacute mais do que chegada a hora de se distanciar do modelo biomeacutedico pres-critivo que natildeo enfatiza a prevenccedilatildeo mas que ainda predomina nos serviccedilos de sauacutede e estaacute arraigado na cultura masculina Deve-se ter um olhar integral no aten-dimento a essa populaccedilatildeo no qual se priorizam as necessidades que vatildeo aleacutem daquilo que a cliacutenica pode detectar (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)Tambeacutem eacute necessaacuterio que os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica verdadeiramente entendamo papel de cada um para que efetivamente a PNAISH possa ser implan-tada nas unidades de sauacutede
A equipe da atenccedilatildeo baacutesica eacute de fundamental importacircncia no processo de estiacute-mulo agrave populaccedilatildeo masculina pela procurados serviccedilos de sauacutede Diversos esforccedilos devem ser investidos para trazer essa populaccedilatildeo para participar de atividades de
43 accedilotildees da equipe de sauacutede da famiacutelia Voltadas para a sauacutede do Homem
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prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Para tal vale acionar familiares na captaccedilatildeo dessa populaccedilatildeo A mulher que geralmente eacute quem procura a unidade sendo essa esposa matildee ou irmatilde eacute um canal interessante para se discutir a importacircncia de trazer seus familiares do sexo masculino para consultas de rotina (BRASIL 2008a) E como fazer isso
Na seccedilatildeo 41 deste livro vocecirc recebeu orientaccedilotildees sobre como conhecer a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea Agora eacute hora de reunir a equipe de sauacutede e planejar as accedilotildees visando agrave melhoria dos indicadores e agrave qualidade de vida dessa populaccedilatildeo A seguir sugerimos alguns exemplos de accedilotildees que podem ser desen-volvidas por vocecirc e sua equipe
raquo Analisar a situaccedilatildeo de sauacutede da populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea adscrita observando as principais causas de morbidade internaccedilatildeo e mortalidade
raquo Estabelecer accedilotildees levando em consideraccedilatildeo os fatores socioeconocircmicos de morbimortalidade eculturais locais que determinam ou condicionam o modo de vida dos indiviacuteduos respeitando tambeacutem as diferenccedilas de idade jaacute que esse grupo populacional envolve homens na faixa etaacuteria de 20 e 59 anos
raquo Realizar a busca ativa de homens para a realizaccedilatildeo de ao menos uma consultaano
raquo Informar a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea a respeito da importacircncia da promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos aos homens
raquo Facilitar o acesso com oferta de atendimento em horaacuterios alternativos adequados agrave populaccedilatildeo masculina
raquo Promover o acolhimento realizando atendimento humanizado
raquo Realizar accedilotildees visando principalmente agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao estiacutemulo ao autocuidado e agrave adesatildeo de homens aos serviccedilos de sauacutede Satildeo exemplos de accedilotildees orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da populaccedilatildeo masculina quanto agraves medidas disponiacuteveis para detecccedilatildeo precoce do cacircncer de proacutestata em pacientes sinto-maacuteticos e com disfunccedilatildeo ereacutetil entre outros agravos do aparelho geniturinaacuterio
raquo Incorporar os homens nas accedilotildees e atividades educativas voltadas para o plane-jamento familiar
raquo Estimular a participaccedilatildeo paterna no preacute-natal parto puerpeacuterio e no cresci-mento e desenvolvimento da crianccedila
raquo Ofertar exames previstos para homens que participam do preacute-natal masculino
raquo Realizar accedilotildees educativas para a prevenccedilatildeo de violecircncias e acidentes e uso de aacutelcool e outras drogas
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Vocecirc sabia
O Ministeacuterio da Sauacutede vem apoiando estrateacutegias que estimulem e facilitem o acesso dos homens agraves unidades baacutesicas de sauacutede Como alternativa desde 2010 propocircs durante o I Seminaacuterio Inter-nacional de Sauacutede do Homem das Ameacutericas a implantaccedilatildeo do preacute-natal masculino como comple-mento agrave PNAISH na Atenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede
O objetivo eacute fazer com que os profissionais de sauacutede incentivem o homem a acompanhar as con-sultas do preacute-natal durante os nove meses de gestaccedilatildeo da parceira e aproveitem esse momento para realizar exames preventivos e assim promover o acesso dos homens aos serviccedilos de sauacutede
O princiacutepio baacutesico eacute estimular a participaccedilatildeo e inclusatildeo do homem nas accedilotildees de planejamento de sua vida sexual e reprodutiva focando inclusive na paternidade responsaacutevel ou seja o homem precisa se cuidar para cuidar da famiacutelia A proposta tem relaccedilatildeo com o fortalecimento do viacutenculo homem-mulher e pai-filho(a) podendo este ter reflexo sobre a reduccedilatildeo da violecircncia domeacutestica (SANTOS FERREIRA 2013)
Na Paraiacuteba desde o ano de 2009 foi instituiacuteda a Semana Estadual da Sauacutede do Homem (Lei Ndeg 8772 de 15 de abril de 2009) Desde essa eacutepoca vaacuterios eventos aconteceram com o objetivo de implantar e implementar a PNAISH no Estado
A primeira semana foi intitulada ldquoAlerta Homemrdquo por meio da qual se definiu um conjunto de accedilotildees que foram efetivadas pela Secretaria de Estado da Sauacutede em parceria com outras instacircncias go-vernamentais e natildeo governamentais inclusive com a Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) por intermeacutedio do Laboratoacuterio de Estudos e Pesquisas Masculinidades e Sauacutede vinculado ao Progra-ma de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Enfermagem que participou dessa semana com accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede
Saiba
Sites
Para vocecirc conhecer mais sobre essa experiecircncia veja o link a seguir
FONTES W D de et al Atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem interlocuccedilatildeo entre ensino e serviccedilo Acta Paul Enfermv 24 n 3 p430-433 2011Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfapev24n320pdfgt Acesso em 1 out 2013
raquo Responsabilizar a cada semana um profissional pelo desenvolvimento de alguma atividade especiacutefica ao homem
raquo Divulgar as accedilotildees propostas para os homens por meio dos agentes comunitaacute-rios de sauacutede e da populaccedilatildeo feminina que frequenta a unidade de sauacutede
raquo Comemorar o Dia Internacional do Homem (tambeacutem conhecido como Novembro Azul) Vale planejar com a equipe accedilotildees de prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos e promoccedilatildeo da sauacutede voltadas agrave populaccedilatildeo masculina
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mentos sociais que impotildeem padrotildees de comportamentos (SOUZA2005 KONH et al c2012) Esses padrotildees acentuam a dificuldade do homem em lidar com o proacuteprio corpo e com suas emoccedilotildees bem como com as situaccedilotildees de adoecimento
Desde muito cedo no nuacutecleo familiar ldquoaprendemosrdquo a ser o que somos convi-vendo com as relaccedilotildees de poder dos mais velhos sobre os mais novos do homem sobre a mulher do rico sobre o pobre Desde pequenos os meninos aprendem a demonstrar forccedila seguranccedila a serem competitivos e natildeo ter medos a suportar sem chorar suas dores fiacutesicas e emocionais A dor eacute antes de tudo assunto de mulheres devendo o homem desprezaacute-la sob pena de se ver desvirilizado e de ser rebaixado ao niacutevel da condiccedilatildeo feminina (KONH et al c2012)
Ao homem se associa a imagem do provedor e protetor da autoridade agres-sividade da forccedila e virilidade da autonomia do domiacutenio do mundo externo dos espaccedilos puacuteblicos Por outro lado agrave mulher atribui-se a fragilidade submissatildeo o carinho o cuidado dos filhos dos doentes e da casa o espaccedilo privado (VILLELA 2005)
Por meio desse modelo os homens manifestam sua masculinidade e rejeitam comportamentos tidos como femininos Muitas vezes natildeo demonstram o que pensam e sentem medo de demonstrar sua fragilidade (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)
As masculinidades devem ser entendidas como configuraccedilotildees de praacuteticas em torno da posiccedilatildeo dos homens nas relaccedilotildees de gecircnero isto eacute das experiecircncias concretas do cotidiano de muitos homens e natildeo apenas os comportamentos que a sociedade espera Ou seja natildeo eacute uma qualidade essencial ou estaacutetica Haacute uma diversidade de tipos de masculinidades que correspondem a diferentes inserccedilotildees dos homens na estrutura social poliacutetica econocircmica cultural e a trajetoacuterias e estaacute-gios diferentes do seu ciclo vital Citando algumas dessas inserccedilotildees tem-se a paternidade a adolescecircncia o envelhecimento a emergecircncia de outras categorias sexuais o desemprego a globalizaccedilatildeo a participaccedilatildeo das mulheres no mercado de trabalho e na poliacutetica etc Aleacutem da masculinidade hegemocircnica identificam-se portanto outras masculinidades marginais subordinadas (BRAZ 2005)
No entanto essa hegemonia masculina natildeo deve ser compreendida como uma condiccedilatildeo bioloacutegica proacutepria dos homens mas sim a partir de valores culturais construiacutedos ao longo dos anos aos quais os indiviacuteduos estatildeo inseridos (GOMES 2003)
Esse padratildeo de masculinidade faz com que muitas vezes os homens por medo vergonha e preconceitos sejam impedidos de assumir que necessitam de cuidados Isso se reflete na aacuterea da sauacutede puacuteblica quando se nota a ausecircncia de accedilotildees preventivas e de promoccedilatildeo da sauacutede para os homens revelando a iniqui-dade presente nos serviccedilos de sauacutede de baixa complexidade (BRITO SANTOS 2010)
Assim eacute comum associarmos homens masculinidades e risco sendo que o risco natildeo eacute algo evitado pelos homens mas deve ser superado a cada dia por eles (GOMES et al 2008)
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Braz (2005) destaca que natildeo cabe de forma alguma vitimizar os homens mas vislumbraacute-los tambeacutem sob a perspectiva da fragilidade de seres que tecircm vulnera-bilidades especiacuteficas do gecircnero Eacute preciso perceber que a definiccedilatildeo normativa de masculinidade vista como dominante natildeo eacute a uacutenica versatildeo
Eacute preciso ultrapassar as barreiras sociais que impedem o reconhecimento dos homens como seres que necessitam de cuidados Isso pode ocorrer a partir de accedilotildees educativas que sejam capazes de contribuir com o estabelecimento de maior conscientizaccedilatildeo desse grupo quanto agrave adoccedilatildeo de haacutebitos mais saudaacuteveis Nesse sentido para que tais medidas sejam eficazes elas devem focar os reais problemas e dificuldades do puacuteblico ao qual se destinam pois se sabe que a educaccedilatildeo em sauacutede requer a participaccedilatildeo dos sujeitos no intuito de estabelecer trocas de saberes populares e cientiacuteficos os quais satildeo de suma relevacircncia quando se desejam realizar mudanccedilas na vida das pessoas (BRUM et al 2010)
Portanto estrateacutegias de prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos e promoccedilatildeo de sauacutede devem considerar as diferenccedilas de gecircnero a fim de que esses objetivos sejam alcanccedilados e os resultados frutifiquem no sentido de formar uma nova geraccedilatildeo de homens mais cuidadosos consigo mesmos
12 Vulnerabilidades masculinas
Na atualidade a atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem vem sendo colocada na pauta dos debates e efetivada em poliacuteticas principalmente porque constituem uma popu-laccedilatildeo em riscocom vulnerabilidades e carecircncias assistenciais do processo sauacutede- doenccedila-cuidado
Haacute uma seacuterie polimorfa de danos agrave sauacutede que colocam o homem como foco de atenccedilatildeo como revelam os indicadores de morbidade e mortalidade e dos efeitos deleteacuterios de alguns agravos seja por causas externas como acidentes de tracircnsito ou por violecircncias bem como por doenccedilas (infectocontagiosas crocircnicas degenera-tivas as doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis ceacuterebro e cardiovasculares relacio-nadas ao trabalho o cacircncer de proacutestata entre outras) (XIMENES NETO et al 2013 )
Considera-se que os modelos de masculinidade e a maneira como ocorre a socializaccedilatildeo masculina podem fragilizar ou mesmo afastar os homens das preo-cupaccedilotildees com o autocuidado e com a busca pelos serviccedilos de sauacutede (GOMES et al 2008) Dentre as questotildees mais frequentemente consideradas estatildeo os valores da cultura masculina que envolvem tendecircncias agrave exposiccedilatildeo a riscos associaccedilatildeo da masculinidade agrave invulnerabilidade e tambeacutem a proacutepria educaccedilatildeo familiar a qual orienta o homem para um papel social de provedor e protetor Essa cultura tende a gerar modelos masculinos pouco aderentes agraves praacuteticas de autocuidado e pode estimular o comportamento agressivo violento e de descuido com ele mesmo (GOMES NASCIMENTO 2006 SILVA et al 2012)
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Dados do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) revelam que o uso do aacutelcool possui uma maior prevalecircncia na populaccedilatildeo masculina assim como a maioria dos depen-dentes satildeo homens fazendo com que sofram mais de doenccedilas provocadas pelo uso excessivo de bebida alcooacutelica e drogas iliacutecitas Em relaccedilatildeo ao tabagismo os homens usam cigarros com maior frequecircncia do que as mulheres o que predispotildee a doenccedilas cardiovasculares cacircnceres doenccedilas pulmonares da cavidade bucal entre outras Outras patologias que acometem com frequecircncia esse grupo popu-lacional satildeo os tumores e as doenccedilas do aparelho digestivo circulatoacuterio e respira-toacuterio (BRASIL 2008a XIMENES NETO et al 2013 )
Quanto agraves causas da mortalidade masculina observa-se que a maioria dos oacutebitos se deve agraves causas externas como os acidentes por meio de transporte os homiciacutedios os suiciacutedios e as agressotildees No entanto a diferenccedila de mortalidade entre os dois sexos se manteacutem independente da causa morte De acordo com dados do IBGE (2012) a esperanccedila de vida ao nascer eacute maior nas mulheres sendo de 783 anos no sexo feminino e de 706 anos nos homens Ou seja as mulheres vivem 8 anos e 3 meses a mais que os homens
Os homens nascem mais mas tambeacutem morrem mais caracterizando uma maior vulnerabilidade masculina Haacute uma sobre mortalidade masculina em todas as geraccedilotildees mas a maior diferenccedila se situa especialmente nos mais jovens em torno dos 20 anos e apoacutes os 60 quando os homens adoecem e morrem mais Em 2010 a chance de um homem falecer aos 22 anos de idade era 45 maior que a de uma mulher A elevaccedilatildeo da curva que a descreve estaacute estreitamente associada agraves mortes por causas externas em particular as violentas que incidem com maior intensidade sobre a populaccedilatildeo masculina jovem e adulta jovem (IBGE 2011)
O senso comum considera o masculino como o sexo forte Na verdade deve ser visto como o sexo fraco pelo menos em vaacuterios aspectos de suas vulnerabili-dades fiacutesicas e psiacutequicas (BRAZ 2005) Portanto eacute necessaacuterio sensibilizar todos para a necessidade de se ter outro olhar em relaccedilatildeo agraves vulnerabilidades dessa parcela da populaccedilatildeo
2 caracterizaccedilatildeo sociodemograacutefica e de sauacutede da popuLaccedilatildeo mascuLina no BrasiL em pernamBuco e na paraiacuteBa
Como vocecirc jaacute sabe o Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) eacute um oacutergatildeo da Secretaria Executiva do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)que tem a responsabilidade de coletar processar e disseminar informaccedilotildees sobre sauacutede No DATASUS podem ser encontrados indicadores de sauacutede informaccedilotildees relativas agrave assistecircncia agrave sauacutede rede assistencial epidemiologia e morbidade estatiacutesticas vitais demograacuteficas e socioeconocircmicas sobre sauacutede suplementar inqueacuteritos e pesquisas
Saiba
Para conhecer melhor os dados disponibilizados explore o site DATASUS por meio do link lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphpgt
Diante de tantas informaccedilotildees disponiacuteveis quais seriam as necessaacuterias para conhecer a situaccedilatildeo de sauacutede do homem Como localizaacute-las
Vaacuterios satildeo os bancos de dados disponiacuteveis relativos agrave sauacutede da populaccedilatildeo brasileira como um todocomo - Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade (SIM)- Sistema de Informaccedilotildees do Programa Nacional de Imunizaccedilotildees (SIPNI)- Censo 2010 (IBGE)- Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN)- Instituto Nacional do Cacircncer (INCA)- Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) - Sistema de Informaccedilatildeo Ambulatorial (SAI)- Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH)
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21 caracteriacutesticas sociodemoGraacuteficas da populaccedilatildeo masculina
A Poliacutetica de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem (PNAISH) estabeleceu um recorte estrateacutegico da populaccedilatildeo masculina que compreende a faixa etaacuteria de 20 aos 59 A delimitaccedilatildeo dessa faixa etaacuteria eacute uma estrateacutegia metodoloacutegica haja vista que existem outras poliacuteticas que asseguram os direitos da sauacutede dos outros segmentos etaacuterios como a sauacutede da crianccedila dos adolescentes e dos idosos Esses grupos foram ou seratildeo estudados em outras disciplinas do curso Portanto nesta disciplina abordaremos a faixa etaacuteria trabalhada na PNAISH
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) 2013 o total da populaccedilatildeo residente no Brasil eacute de 201467000 pessoas das quais 490 eram do sexo masculino Por outro lado a popu-laccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos eacute de 54242000 o que corresponde a 56 da populaccedilatildeo masculina
O estado da Paraiacuteba apresentou por meio de dados da PNAD 2013 uma popu-laccedilatildeo de 4992000 pessoas A populaccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos eacute de 978841 pessoas Apresenta tambeacutem uma razatildeo de sexo de 939 homens para cada 100 mulheres Em Pernambuco a populaccedilatildeo total segundo a PNAD 2013 era de 10777000 pessoas sendo a popu-laccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos de 2311943 e a razatildeo de sexo de 927 homens para cada 100 mulheres
ParaiacutebaPernambuco
5644
Homens entre20 a 59 anosOutras idades
Tanto na Paraiacuteba quanto em Pernambuco aproximadamente 26 da populaccedilatildeo na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos satildeo homens
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Esse grupo etaacuterio corresponde a 413 da populaccedilatildeo masculina ou a 20 do total da populaccedilatildeo do Brasil Representa uma grande parcela da forccedila produtiva do paiacutes aleacutem de exercer um significativo papel sociocultural e poliacutetico (BRASIL 2008a)
Dentre os indicadores sociodemograacuteficos necessaacuterios para se realizar um diag-noacutestico da situaccedilatildeo que caracteriza a populaccedilatildeo masculina listamos no quadro a seguir aqueles que consideramos mais relevantes
Quadro 01 ndash Indicadores demograacuteficos e socioeconocircmicos para a anaacutelise da populaccedilatildeo masculina
Indicadores demograacuteficos Indicadores socioeconocircmicosPopulaccedilatildeo total Taxa de analfabetismo
Razatildeo por sexo Escolaridade da populaccedilatildeo de 15 anos ou mais
Taxa de crescimento da populaccedilatildeo Produto Interno Bruto (PIB) per capita
Mortalidade proporcional por idade Razatildeo de renda
Taxa bruta de mortalidade Proporccedilatildeo de pobres
Esperanccedila de vida ao nascer Taxa de desemprego
Esperanccedila de vida aos 60 anos de idade
Fonte (Brasil c2008)
22 principais indicadores de morbimortalidade
Entre as principais enfermidades e agravos que acometem os homens aproxi-madamente 75 delas estatildeo concentrados em cinco grandes aacutereas especializadas cardiologia urologia sauacutede mental gastroenterologia e pneumologia aleacutem das causas externas que representam um grande problema e com forte impacto na mortalidade e morbidade da populaccedilatildeo masculina (BRASIL 2008a)
Saiba
SitesPara mais informaccedilotildees sobre os indicadores sociodemograacuteficos acesse
Cadernos de Informaccedilotildees de Sauacutede- Paraiacutebahttptabnetdatasusgovbrtabdatacadernospbhtm (BRASIL[20--a])
Cadernos de Informaccedilotildees de Sauacutede- Pernambucohttptabnetdatasusgovbrtabdatacadernospehtm (BRASIL[20--b])
Indicadores e Dados Baacutesicos - Brasil ndash 2011- IDB-2011httptabnetdatasusgovbrcgiidb2011matrizhtmdemog (BRASIL c2008)
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Na proacutexima fase desta disciplina vocecirc teraacute a oportunidade de estudar sobre algumas dessas enfermidades e agravos como hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes mellitus doenccedilas pulmonares (Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica ndash DPOC asma e pneumonias comunitaacuterias) doenccedilas osteoarticulares aleacutem das doenccedilas transmissiacuteveis (tuberculose hepatites virais e aids) e tabagismo Aqui abordaremos outras importantes causas de morbimortalidade no homem causas externas alguns tumores sobretudo o da proacutestata e o alcoolismo
221 morbidade
Atenccedilatildeo
Do ponto de vista de anaacutelise da morbidade eacute preciso comentar que os dados a seguir se referem aos casos mais graves que necessitaram de internaccedilatildeo
causas externas
Aleacutem do sofrimento fiacutesico psiacutequico e social determinado pelos acidentes e as violecircncias que caracterizam as causas externas haacute de se considerar o enorme impacto econocircmico mensurado pelos seus gastos hospitalares inclusive em dias de permanecircncia em unidades de terapia intensiva (BRASIL 2012a)
Em 2010 foram realizadas 928893 internaccedilotildees hospitalares por causas externas nos serviccedilos financiados pelo SUS caracterizado da seguinte forma
raquo os homens representavam 705 das internaccedilotildees por essas causas
raquo a taxa de internaccedilatildeo hospitalar foi 485 por 10 mil habitantes sendo 69610 mil homens
raquo o risco de internaccedilatildeo entre os homens foi 25 vezes maior que o estimado entre as mulheres
raquo no periacuteodo de 2000 a 2010 a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por causas externas apresentou aumento progressivo (77 em 2000 para 104 em 2010)
Na tabela a seguir pode-se observar que em 2010 os acidentes por transporte terrestre responderam por 157 das hospitalizaccedilotildees com risco e 76 internaccedilotildees por 10 mil habitantes Estimou-se maior risco de internaccedilatildeo entre os homens (122 internaccedilotildees por 10 mil homens) em comparaccedilatildeo com as mulheres (32 internaccedilotildees por 10 mil mulheres) (BRASIL 2012a)
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Tabela 01 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa de internaccedilatildeo (por 10 mil habitantes) por causas externas - Brasil 2010
CaracteriacutesticasSexo
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria
0 a 9 anos 57308 88 344 32342 118 202 89650 97 275
10 a 14 anos 41832 64 499 13120 48 162 54952 59 333
15 a 19 anos 58005 86 681 15359 56 186 73364 79 437
20 a 39 anos 274566 419 862 68964 252 213 343530 370 534
40 a 59 anos 153889 235 769 63445 232 290 217334 234 519
60 a mais 69342 106 801 80721 295 750 150063 162 772
Acidentes 537420 821 571 224348 819 230 761768 820 398
Acidente de transporte terrestre
114383 175 122 31652 116 32 146035 157 76
Pedestres 27612 42 29 11649 43 12 39261 42 21
Motociclistas 58508 89 62 11444 42 12 69952 75 37
Ocupantes de veiacuteculos 11690 18 12 4353 16 04 16043 17 08
Quedas 241892 369 257 121601 444 125 363493 397 190
Quedas no mesmo niacutevel 81112 124 86 47378 173 49 128490 138 67
Quedas de um mesmo niacutevel a outro
41623 64 44 17542 64 18 59165 64 31
Quedas natildeo especificadas 119157 182 127 56681 207 58 175838 189 92
Demais acidentes 181145 277 193 71095 260 73 252240 272 132
Violecircncias 43444 66 46 11940 44 12 55384 60 29
Lesotildees autoprovocadas 5173 08 06 3561 13 04 8734 09 05
Agressotildees e intervenccedilotildees legais
38271 58 41 8379 31 09 46650 50 24
Armas de fogo 10835 17 12 1069 04 01 11904 13 06
Peacuterfuro-cortante 9953 15 11 1860 07 02 11813 13 06
Eventos de intenccedilatildeo indeterminada
31252 48 33 13462 49 14 44714 48 23
Demais causas externas 86270 132 92 36141 132 37 122411 132 64
Total 654942 1000 696 273951 1000 281 928893 1000 485
Fonte (BRASIL 2011a p212)
Conforme apresentado no graacutefico a seguir as causas externas satildeo responsaacute-veis por 118 dos gastos com todas as hospitalizaccedilotildees financiadas pelo SUS no Brasil As capitais da Paraiacuteba e Pernambuco tiveram respectivamente 92 e 83 dos gastos com causas externas (BRASIL 2011a)
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Graacutefico 01 ndash Proporccedilatildeo dos gastos do SUS com internaccedilotildees por causas externas nas capitais e Distrito Federal
Satildeo Luiacutes
Vitoacuteria
Maceioacute
Manaus
Recife
Porto Alegre
Joatildeo Pessoa
Rio de Janeiro
Terresina
Cuiabaacute
Salvador
Fortaleza
Brasiacutelia
Natal
Brasil
Aracaju
Boa Vista
Curitiba
Goiacircnia
Satildeo Paulo
Belo Horizonte
Florianoacutepolis
Macapaacute
Beleacutem
Rio Branco
Porto Velho
Campo Grande
Palmas
FONTE (BRASIL 2011a p 214)
tumores
Os tumores que incidem com maior frequecircncia na faixa etaacuteria dos 25 aos 59 anos satildeo oriundos dos aparelhos digestivo respiratoacuterio e urinaacuterio Cerca de 432 de todos os tumores assinalados na CID 10 Capiacutetulo II tecircm origem no aparelho digestivo (BRASIL 2008a)
O cacircncer da proacutestata eacute uma neoplasia que geralmente apresenta evoluccedilatildeo muito lenta de modo que a mortalidade pode ser evitada quando o processo eacute diagnosticado e tratado com precocidade Uma estimativa realizada pelo Instituto Nacional do Cacircncer (INCA) para o aparecimento de novos casos de cacircnceres no ano de 2008 aponta o cacircncer de proacutestata como sendo o mais frequente sendo superado apenas pelo cacircncer de pele natildeo melanoma (VIEIRA et al 2008)
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Ao se falar de neoplasias malignas do aparelho urinaacuterio natildeo se pode deixar de mencionar o cacircncer de pecircnis Trata-se de um tumor raro relacionado com as baixas condiccedilotildees socioeconocircmicas e a maacute higiene iacutentima No Brasil esse cacircncer representa cerca de 2 de todas as neoplasias que atingem o homem sendo mais frequente nas regiotildees Norte e Nordeste existindo estados como eacute o caso do Maranhatildeo em que sua incidecircncia supera ateacute a do cacircncer de proacutestata (BARROS MELO 2009)
Dados do INCA referentes aos tumores malignos na populaccedilatildeo masculina dos estados da Paraiacuteba e Pernambuco apontam que o cacircncer de proacutestata eacute o que apre-senta maior incidecircncia conforme mostra a tabela a seguir
Tabela 02 ndash Taxa de incidecircncia anual de neoplasias malignas por 100000 habitantes por localizaccedilatildeo segundo Regiatildeo e UF sexo masculino Brasil 2010 e 2011
Regiatildeo e UF
Pulmatildeo
traqueia e
brocircnquios
Esocircfago Estocircmago
Coacutelon junccedilatildeo
retossigmoacuteide
reto e acircnus
Proacutestata
Laacutebio e
cavidade
oral
Melanoma
maligno da
pele
Outras
neoplasias
malignas da
pele
Paraiacuteba 730 438 1046 462 4369 843 102 7368
Pernambuco 1250 471 1065 653 5783 867 132 6060
Fonte (INCA c2013 adaptado)
alcoolismo
Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) apontam que cerca de 2 bilhotildees de pessoas consomem bebidas alcooacutelicas no mundo O uso abusivo do aacutelcool eacute responsaacutevel por 32 de todas as mortes e por 4 de todos os anos perdidos de vida uacutetil Na Ameacuterica Latina cerca de 16 dos anos de vida uacutetil perdidos estatildeo relacionados ao uso abusivo dessa substacircncia Esse iacutendice eacute quatro vezes maior que a meacutedia mundial e torna o problema da prevenccedilatildeo e do tratamento dos trans-tornos associados ao consumo de aacutelcool um grande problema de sauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
Estudos revelam que o uso do aacutelcool estaacute sendo iniciado cada vez mais preco-cemente por homens e mulheres Portanto torna-se fundamental avaliar os deter-minantes sociais de vulnerabilidade do homem em relaccedilatildeo aos problemas com o aacutelcool para a construccedilatildeo de accedilotildees efetivas de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede mental desse segmento inclusive para jovens e adolescentes (LARANJEIRA et al 2007 SENA et al 2011)
Segundo o Centro Brasileiro de Informaccedilotildees sobre Drogas Psicotroacutepicas (CEBRID) o consumo de aacutelcool e outras drogas estaacute associado a transtornos graves e afetam pelo menos 12 da populaccedilatildeo acima de 12 anos sendo o impacto do aacutelcool dez vezes maior que o do conjunto das drogas iliacutecitas (UNIFESP 2006 BRASIL 2008a)
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Laranjeira et al (2007) realizaram uma pesquisa intitulada ldquoPrimeiro Levan-tamento Nacional sobre Padratildeo de Consumo de Aacutelcool na Populaccedilatildeo Brasileirardquo cujos resultados apontaram que 52 dos brasileiros acima de 18 anos bebem pelo menos uma vez ao ano e destes 65 satildeo homens A prevalecircncia de depen-dentes de aacutelcool eacute maior para o sexo masculino em que 195 dos homens satildeo dependentes do aacutelcool enquanto 69 das mulheres apresentam dependecircncia Segundo esses dados para cada seis pessoas do sexo masculino que faz uso de aacutelcool uma fica dependente Destaca-se ainda que do conjunto dos homens adultos 11 bebem todos os dias e 28 consomem bebida alcooacutelica de 1 a 4 vezes por semana conforme apresentado na tabela a seguir
Tabela 03 ndash Frequecircncia de consumo de bebida alcooacutelica em homens e mulheres com idade a partir de 18 anos
Frequecircncia de ConsumoA partir de 18 anos
Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstinentes (nunca bebeu ou menos de 1 vez por ano) 35 59 48
Raramente (menos de 1 vez por mecircs) 8 12 10
Ocasional (de 1 a 3 vezes por mecircs) 19 16 17
Frequente ( de 1 a 4 vezes por semana) 28 11 19
Muito frequente (todos os dias) 11 2 6
Quantidade usual Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Ateacute 2 doses 38 63 48
De 3 a 4 doses 25 19 22
de 5 a 11 doses 27 14 22
Bebe mais de 12 doses por ocasiatildeo 11 3 7
Intensidade do beber Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstecircmio 35 59 48
Bebedor natildeo frequente 12 16 14
Bebedor menos frequente 16 13 15
Bebedor frequente 22 9 15
Bebedor frequente pesado 14 3 9
Dependecircncia (criteacuterios de CID-10) Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
14 4 9
Fonte (BRASIL 2008a p14)
outras causas de morbidade
No periacuteodo de 2000 a 2010 observou-se que a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por doenccedilas cardiovasculares manteve-se constante e as hospitalizaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio apresentaram reduccedilatildeo no mesmo periacuteodo (BRASIL 2012a)
No graacutefico apresentado a seguir podem-se observar quanto agrave morbidade as sete causas que respondem pela internaccedilatildeo da maioria dos homens em ordem decrescente de ocorrecircncia
19
raquo As lesotildees os envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas satildeo a primeira causa de internaccedilatildeo para homens entre 20 e 49 anos de idade e a terceira para aqueles entre 50 e 59 anos
raquo As doenccedilas do aparelho digestivo satildeo a segunda causa para todas as faixas etaacuterias
raquo Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias satildeo a terceira causa para homens de 20 a 29 anos transtornos mentais e comportamentais entre 30 e 39 anos e doenccedilas do aparelho circulatoacuterio entre 40 e 49 anos
raquo Para os homens de 50 a 59 anos a principal causa de internaccedilatildeo satildeo as doenccedilas do aparelho circulatoacuterio (SCHWARZ et al 2012)
Graacutefico 02 ndash Porcentagem () das principais causas de internaccedilatildeo em homens por faixa etaacuteria Brasil 2010
Faixa etaacuteria em anos
35
30
25
20
15
10
5
0
I Algumas doenccedilas infecciosas e parasitaacuteriasII Neoplasias (tumores)V Transtornos mentais e comportamentais IX Doenccedilas do aparelho circulatoacuterioX Doenccedilas do aparelho respiratoacuterioXI Doenccedilas do aparelho digestivoXIX Lesotildees envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas
Fonte (SCHWARZ et al 2012 adaptado)
As principais causas de internaccedilotildees por enfermidades do aparelho respiratoacuterio estatildeo assinaladas no graacutefico a seguir
20
Graacutefico 03 ndash Internaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio 2007
Outras 57CID XI 15CID IX 13CID II 6CID X 9 (165369)
Pneumonia 43 (70535)Outras 29 (48489)DPOC 12 (20948)Asma 11 (18457)Tuberculose 5 (6940)
Fonte (BRASIL 2008a p26 adaptado)
Em relaccedilatildeo agraves doenccedilas do aparelho respiratoacuterio as que apresentaram maior incidecircncia foram as pneumonias (43) adoenccedila pulmonar obstrutiva crocircnica (12) e a tuberculose que mesmo apresentando o menor percentual de casos de internaccedilatildeo (5) destaca-se pela importacircncia do ponto de vista dasauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
21
Graacutefico 04 ndash Percentual de internaccedilotildees hospitalares pelo aparelho circulatoacuterio na populaccedilatildeo masculina dos 25ndash59 anos 2007
Outras 277CID V 165CID XIX151CID XI 134CIN IX 120 CIN X 80 CIN I 73
Coronariopatias 405 (59717)Outras 396 (58355)Hipertensatildeo 187 (27569)Febre reumaacutetica miocardiopatias 12 (1713)
Fonte (BRASIL 2008a p27 adaptado)
Entre os fatores de morbidade natildeo se pode deixar de mencionar as disfun-ccedilotildees sexuais notadamente a disfunccedilatildeo ereacutetil que acomete cerca da metade dos homens depois dos cinquenta anos (BRASIL 2008a p27)
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto acesse
MOURA E C MALTA D C Consumo de bebidas alcooacutelicas na populaccedilatildeo adulta brasileira ca-racteriacutesticas sociodemograacuteficas e tendecircncia RevBrasEpidemiol 2011 14(1) Supl 61- 70 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfrbepidv14s1a07v14s1pdfgt Acesso em 27092013
LARANJEIRA R et al I Levantamento nacional sobre os padrotildees de consumo de aacutelcool na popu-laccedilatildeo brasileira Brasiacutelia Secretaria Nacional Antidrogas 2007 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesrelatorio_padroes_consumo_alcoolpdfgt Acesso em 27 set 2013
22
222 mortalidade
Em relaccedilatildeo agrave mortalidade ao longo de toda a uacuteltima deacutecada foi observada maior proporccedilatildeo de oacutebitos entre homens que entre mulheres na faixa etaacuteria adulta especialmente jovens adultos (de 15 a 39 anos de idade) Diversos estudos mostram que as causas externas de mortalidade (acidentes e violecircncias) satildeo extre-mamente importantes entre os adultos especialmente para homens jovens No sexo masculino elas representaram 64 dos oacutebitos de 20 a 39 anos enquanto que no sexo feminino o percentual foi de 23 Mesmo observando uma reduccedilatildeo no diferencial entre homens e mulheres no periacuteodo entre 2000 e 2010 os homens ainda morrem mais que as mulheres conforme apresenta o graacutefico a seguir (BRASIL 2011b BRASIL 2011c LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005 MARANHAtildeO et al 2011)
Graacutefico 05 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo Brasil 2000 2005 e 2010
2000 2005 2010
584 58 573
415 42 427
0
10
20
30
40
50
60
70
Masculino
Feminino
Fonte (BRASIL 2012a p112 adaptado)
O proacuteximo graacutefico apresenta as curvas de mortalidade proporcional para homens e mulheres que tecircm padrotildees diferentes entre os anos principalmente para os grupos de adultos e idosos indicando um padratildeo de mortalidade mais tardia entre as mulheres Na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos houve um maior percen-tual de oacutebitos dos homens (381 em 2000 e 374 em 2010) quando comparado ao das mulheres (25 em 2000 e 232 em 2010) (BRASIL 2012a)
23
Graacutefico 06 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo e o ano do oacutebito por faixa etaacuteria Brasil 2000 e 2010
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1a 9 19 36 381
30 374 20 18 250
lt1 a 85 399241 11 13 232
ge 60 anos 479 547 620 703
Feminino 2000Masculino 2010Masculino 2000
Feminino 2010
10 a 19 20 a 59
11
Fonte (BRASIL 2012a p113)
Quadro 01 ndash Quatro principais causas especiacuteficas de mortalidade entre 20 e 59 anos (nesta ordem)homens 2010
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste Eventos Int Indeterminada Suiciacutedio
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste D HIV Cirosse e D Fiacutegado
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Acidentes de transporte terreste D Cerebrovasculares
Fonte (BRASIL 2012a adaptado)
24
Dados de 2012 mostram que no Brasil as causas externas representam a primeira causa mais frequente de morte na populaccedilatildeo masculina entre 20 a 59 anos configurando-se como um grande desafio aos gestores puacuteblicos e profissio-nais sobretudo os da sauacutede pois se deve ultrapassar a dimensatildeo da assistecircncia e reabilitaccedilatildeo das viacutetimas ocupando-se tambeacutem da promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e vigilacircncia epidemioloacutegica de acidentes e violecircncias (BRASIL 2012a)
Os homens no Brasil apresentam um risco de morte por causas externas 51 vezes maior que as mulheres Quanto agrave idade vale destacar as altas taxas de mortalidade por causas externas observadas a partir dos 19 anos de idade em especial entre os adultos jovens de 20 a 39 anos de idade e os idosos com 60 e mais anos de idade O risco de morte por causas externas foi de 100 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os adultos jovens e de 1104 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os idosos (BRASIL 2012a)
A anaacutelise do risco de morte por causas externas segundo regiotildees geograacute-ficas demonstrou uma distribuiccedilatildeo menos desigual que nas anaacutelises anteriores segundo atributos de idade e sexo sendo que taxas de mortalidade apenas ligei-ramente superiores foram encontradas nas regiotildees Centro-Oeste (853 por oacutebitos por 100 mil habitantes) Nordeste (755 oacutebitos por 100 mil habitantes) e Sul (746 oacutebitos por 100 mil habitantes) (BRASIL 2012a)
Tabela 04 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa bruta de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externas segundo sexo faixa etaacuteria e regiotildees geograacuteficas Brasil 2009
CaracteriacutesticasSexo a
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria b
0 a 9 anos 2517 22 151 1594 68 100 4111 30 126
10 a 14 anos 1740 15 208 733 31 90 2473 18 150
15 a 19 anos 11780 102 1384 1629 70 197 13409 97 799
20 a 39 anos 57656 500 1810 6105 282 204 64261 463 1000
40 a 59 anos 26305 228 1315 1586 196 210 30891 223 738
60 a mais 13342 116 1541 8109 346 753 21451 155 1104
Ignorado 1904 17 - 179 08 - 2083 15 -
Regiatildeo
Norte 9317 81 1199 1508 64 199 10825 78 705
Nordeste 34639 301 1317 5807 248 213 40446 292 755
Sudeste 44360 385 1125 10405 444 251 54765 395 677
Sul 17023 148 1246 3652 156 260 20675 149 746
Centro-Oeste 9826 85 1428 2023 86 288 11849 85 853
Total 115244 1000 1225 23435 1000 241 138679 1000 724
a) Excluiacutedos 137 registros com sexo ignorado
b) Excluiacutedos 119 registros com regiatildeo de residecircncia ignorada
Fonte (BRASIL 2011b p234 adaptado)
25
Embora natildeo exista grande diferenccedila nos coeficientes de mortalidade por neoplasias malignas eacute preciso destacar que entre os homens predominam os cacircnceres de pulmatildeo vindo a seguir os de proacutestata e o de estocircmago A anaacutelise de seacuteries histoacutericas de mortalidade no Brasil mostra claramente a importacircncia cres-cente do cacircncer de proacutestata que jaacute suplanta a neoplasia maligna de estocircmago haacute alguns anos (LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005)
No estado da Paraiacuteba o que se percebe eacute que em relaccedilatildeo agrave mortalidade por cacircnceres na populaccedilatildeo masculina o tumor da proacutestata jaacute se destaca como o de maior prevalecircncia aleacutem de ter tendecircncia crescente em relaccedilatildeo aos periacuteodos 2002 ndash2006 e 2007ndash2011
Graacutefico 07 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Paraiacuteba para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
2002-2006 2007-2011
158
109
96
62
52
52
5
49
38
31
31
3
24
1
207
191
104
10
36
5
36
49
46
46
37
37
32
23
1
20
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Por outro lado no estado de Pernambuco o cacircncer de proacutestata tambeacutem apre-senta maior prevalecircncia em relaccedilatildeo aos outros tumores mas mesmo apresen-tando tendecircncia a aumento no periacuteodo avaliado natildeo foi tatildeo significativo quanto no estado da Paraiacuteba Outro ponto de destaque eacute a tendecircncia agrave diminuiccedilatildeo nos tumores de traqueia brocircnquios pulmotildees fiacutegado e vias biliares
26
Graacutefico 08 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Pernambuco para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
179
91
128
184
183
92
122
184
3
46
39
65
43
44
33
35
36
32
14
35
5
34
61
46
38
34
37
41
3
14
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
2002-2006 2007-2011
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Dentre as doenccedilas do aparelho digestivo podem-se destacar as doenccedilas do fiacutegado que em 2005 foram responsaacuteveis por 70 das causas de morte de homens de 25ndash59 anos Destas 46 devem-se agrave doenccedila por consumo de aacutelcool 36 agrave fibrose e cirrose e 18 a outras doenccedilas do fiacutegado (BRASIL 2008a)
Por outro lado em relaccedilatildeo agrave mortalidade proporcional de acordo com os capiacute-tulos da CIDndash10 entre homens apresenta uma tendecircncia de reduccedilatildeo da proporccedilatildeo de oacutebitos por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio e tendecircncia de aumento nas seguintes causas neoplasias doenccedilas endoacutecrinas e causas externas (BRASIL 2012a)
27
Graacutefico 09 ndash Mortalidade proporcional () por capiacutetulos da CID no sexo masculino Brasil 2000 e 2010
IX II XX X IV OUTRAS
294 135 18 105 47 238
285 16 187 104 53 211
0
5
10
15
20
25
30
35
2000
2010
Fonte (BRASIL 2012a p121 adaptado)
Saiba
SitesPara realizar uma anaacutelise mais detalhada do perfil de mortalidade masculina consulte o material Mortalidade do adulto no Brasil taxas de mortalidade segundo o sexo as causas e as Regiotildees 2010 disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrportalsaudearquivospdf2013Fev21sau-debrasil2011_parte1_cap7pdfgt Acesso em 25 set 2013
Leia tambeacutem o Perfil da situaccedilatildeo de sauacutede do homem no Brasil (2012) disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Perfil-da-Situa----o-de-Sa--de-do-Homem-no--Brasilpdfgt Acesso em 26 ago 2015
Nos artigos a seguir os autores fazem uma discussatildeo ampliada sobre as principais causas de morbimortalidade masculina
LAURENTI R JORGE M H P de M GOTLIEB S L D Perfil epidemioloacutegico da morbimortalidade masculina Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 10 n 1 p 35-46 janmar 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfcscv10n1a04v10n1pdfgt Acesso em 30 set 2013
LUIZAGA C T de M GOTLIEB S L D Mortalidade masculina em trecircs capitais brasileiras 1979 a 2007 RevBrasEpidemiolv 16 n 1 p 87-99 2013 Disponiacutevel emlthttpwwwscielobrpdfrbe-pidv16n11415-790X-rbepid-16-01-0087pdfgt Acesso em 25 set 2013
IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) A qualidade da informaccedilatildeo sobre a mortalidade no Brasil recente e avaliaccedilatildeo do impacto das causas violentas no nuacutemero de anos de vida perdi-dos In IBGE Indicadores Sociodemograacuteficos e de Sauacutede no Brasil n 25 Rio de Janeiro IBGE 2009 Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoindic_sociosaude2009indicsaudepdfgt Acesso em 25092013
VIEIRA S O cacircncer e a sauacutede do homem um panorama completo dos tumores que acometem a populaccedilatildeo masculina Revista Oncoamp ndash Oncologia para todas as especialidadesSatildeo Paulo a 2 n 11 p 12-18 maiojun 2012 Disponiacutevel emlthttprevistaoncocombrwp-contentuploa-ds201205ONCO_11pdfgt Acesso em 25 set 2013
28
Para vocecirc ter acesso a dados sobre morbimortalidade da populaccedilatildeo masculina dos estados de Paraiacuteba e Pernambuco acesse os links abaixo
TABNET ndash OacuteBITOSPARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttptabnetsaudepbgovbrdeftohtmexetabdotabnetsimpbdefgt Acesso em 25 set 2013
ATLAS DE MORTALIDADE POR CAcircNCER ndash INCA (Instituto Nacional de Cacircncer) Disponiacutevel em lthttpmortalidadeincagovbrMortalidadeprepararModelo04actiongt Acesso em 25 set 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttppor-talweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO ndash Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PERNAMBUCO Disponiacutevel em lthttpportalweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
Nos links para acesso ao Pacto pela Sauacutede apoacutes abrir a paacutegina do SISPACTO clique em relatoacute-rios que aparece no lado esquerdo da tela Em seguida clique em relatoacuterios estaduais e localize o estado que vocecirc desejar consultar
3 programas poLiacuteticas e pactos de sauacutede para o homem no BrasiL
A seguir descreveremos os principais programas poliacuteticas e pactos que tecircm relaccedilatildeo com a sauacutede do homem no Brasil Recomendamos que vocecirc consulte os links complementares para saber mais sobre cada um deles
31 pacto pela sauacutede
Aprovado por unanimidade pelo Conselho Nacional de Sauacutede (CNS) e publi-cado na Portaria GMMS nordm 399 de 22 de fevereiro de 2006 o Pacto pela Sauacutede eacute um conjunto de reformas institucionais do SUS pactuado entre as trecircs esferas de gestatildeo (Uniatildeo Estados e Municiacutepios) com o objetivo depromover a melhoria dos serviccedilos ofertados agrave populaccedilatildeo e a garantia de acesso a todos Tambeacutem redefine as responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da popu-laccedilatildeo e na busca da equidade social Sua adesatildeo se constituiem um processo de cooperaccedilatildeo permanente entre os gestores e negociaccedilatildeo local regional estadual e federal
O pacto pela sauacutede se divide em 3 eixos
1 Pacto em defesa do SUS defesa dos princiacutepios do SUS qualificaccedilatildeo do SUS como poliacutetica puacuteblica
2 Pacto pela gestatildeo do SUS processo continuado de pactuaccedilatildeo intergestores ndash responsabilidades sanitaacuterias e diretrizes de gestatildeo
3 Pacto pela vida compromisso entre os gestores do SUS em torno das respon-sabilidades nacionais estaduais regionais e municipais com definiccedilotildees de metas e accedilotildees
Por meio da Portaria nordm 325GM de 21 de fevereiro de 2008 o Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu novas prioridades objetivos metas e indicadores de monito-ramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede para o ano de 2008 no qual foi inserido
30
como uma das prioridades a Sauacutede do Homem cuja meta era a de promover a sauacutede integral do homem com a elaboraccedilatildeo publicaccedilatildeo e implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede do Homem
32 poliacutetica nacional de atenccedilatildeo inteGral agrave sauacutede do Homem (pnaisH)
Foi instituiacuteda por meio da Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Destaca- se por ser um programa pioneiro dentre os paiacuteses da Ameacuterica Latina lanccedilado apoacutes 20 anos de implantaccedilatildeo do SUS no Brasil Visa abranger a faixa etaacuteria de 20 a 59 anos melhorando a assistecircncia oferecida aos homens por meio de accedilotildees de informaccedilatildeo proteccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede assim como tratamento e recuperaccedilatildeo de agravos aleacutem de uma mudanccedila cultural no que diz respeito ao comportamento masculino nessa aacuterea (BRASIL 2008a)
A PNAISH estaacute alinhada com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash porta de entrada preferencial ao Sistema Uacutenico de Sauacutede ndash primando pela humanizaccedilatildeo da atenccedilatildeo e em consonacircncia com os princiacutepios do SUS fortalecendo accedilotildees e serviccedilos em redes e cuidados da sauacutede Ela norteia as accedilotildees de atenccedilatildeo integral
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto recomendamos que vocecirc veja os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Pacto pela SauacutedeSISPACTO - Aplicativo do Pacto pela Sauacutede Brasiacutelia Ministeacute-rio da Sauacutede [2011c] Disponiacutevel emlthttpportalweb04saudegovbrsispactogt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 399GM de 22 de fevereiro de 2006 Divulga o pacto pela sauacutede 2006 - Consolidaccedilatildeo do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a Disponiacutevel em lthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2006GMGM-399htmgt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 325 de 21 de fevereiro de 2008 Estabelece prioridades objetivos e metas do Pacto pela Vida para 2008 os indicadores de monitoramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede e as orientaccedilotildees prazos e diretrizes para a sua pactuaccedilatildeoBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacute-de 2008b Disponiacutevel emlthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2008GMGM-325htmgt Acesso em 27set 2013
MACHADO R R et al Entendendo o pacto pela sauacutede na gestatildeo do SUS e refletindo sua implementaccedilatildeo Rev Eletrocircnica de Enfermagem v 11 n 1 p 181-187 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfenufgbrfen_revis-tav11n1pdfv11n1a23pdfgt Acesso em 27set2013
31
agrave sauacutede do homem visando estimular o autocuidado e sobretudo o reconhe-cimento de que a sauacutede eacute um direito social baacutesico e de cidadania de todos os homens brasileiros (BRASIL 2008a)
Tem como objetivo principal
Promover a melhoria das condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo masculina do Brasil contri-buindo de modo efetivo para a reduccedilatildeo da morbidade e mortalidade dessa popu-laccedilatildeo atraveacutes do enfrentamento racional dos fatores de risco e mediante a facilitaccedilatildeo ao acesso agraves accedilotildees e aos serviccedilos de assistecircncia integral agrave sauacutede (BRASIL 2008a)
Aleacutem disso a PNAISH propotildee uma reorientaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede com foco na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) de modo que essa poliacutetica seja integrada e executada juntamente com as demais poliacuteticas programas estrateacutegias e accedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2008a)
Para refletir
Vocecirc jaacute teve oportunidade de discutir a PNAISH com os demais membros da equipe de sauacutedeQuais satildeo as accedilotildees desenvolvidas na sua unidade de sauacutede para os homens Como eacute a adesatildeo da popula-ccedilatildeo a essas accedilotildees Quais satildeo suas principais dificuldades
Saiba
Conheccedila o estudo que avaliou a implantaccedilatildeo da PNAISH em municiacutepios brasileiros Nele foram avaliados como estatildeo sendo desenvolvidas as accedilotildees de fortalecimento desta poliacutetica Estaacute disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Fortalecimento-da--PNAISHpdfgt Acesso em 01 fev 2015
SitesPara vocecirc conhecer mais sobre a PNAISH acesse os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Institui no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacute-de do Homem Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2009prt1944_27_08_2009htmlgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave sauacutede Departamento de Accedilotildees Progra- maacuteticas e Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem Plano de Accedilatildeo Nacional 2009-2011 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009b Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_saude_homem_2009-2011pdfgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteti-cas Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2008a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_homempdfgt Acesso em 20 set 2013
CARRARA S RUSSO J A FARO L A poliacutetica de atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem no Brasil os pa-radoxos da medicalizaccedilatildeo do corpo masculinoPhysisRevista de Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 19 n 3 p659-678 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfphysisv19n3a06v19n3pdfgt Acesso em 27set 2013
32
LEAL A F FIGUEIREDO W S NOGUEIRA-DA-SILVA G S O percurso da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede dos Homens (PNAISH) desde a sua formulaccedilatildeo ateacute sua implementaccedilatildeo nos serviccedilos puacuteblicos locais de atenccedilatildeo agrave sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletivav 17 n 10 p2607-2616 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfcscv17n1010pdfgt Acesso em 27 set 2013
33 poliacutetica nacional de Humanizaccedilatildeo (pnH)A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) foi criada em 2004 como fortaleci-
mento da rede assistencial do SUS e com o objetivo de oferecer uma sauacutede digna para todos com profissionais comprometidos com a eacutetica e com a defesa da vida
Para a PNH humanizar eacute ofertar atendimento de qualidade articulando os avanccedilos tecnoloacutegicos com o acolhimento com a melhoria dos ambientes de cuidado e das condiccedilotildees de trabalho dos profissionais
Como poliacutetica a Humanizaccedilatildeo deve portanto traduzir princiacutepios e modos de operar no conjunto das relaccedilotildees entre profissionais e usuaacuterios A humanizaccedilatildeo supotildee troca de saberes (incluindo os dos pacientes e familiares) diaacutelogo entre os profissionais e modos de trabalhar em equipe Como estrateacutegia de interferecircncia no processo de produccedilatildeo de sauacutedeconsidera-se que sujeitos sociais quando mobi-lizados satildeo capazes de transformar realidades transformando-se a si proacuteprios nesse mesmo processo
princiacutepios norteadores da poliacutetica de Humanizaccedilatildeo
1 Valorizaccedilatildeo da dimensatildeo subjetiva e social em todas as praacuteticas de atenccedilatildeo e gestatildeo fortalecendoestimulando processos integradores e promotores de compromissosresponsabilizaccedilatildeo
2 Estiacutemulo a processos comprometidos com a produccedilatildeo de sauacutede e com a produccedilatildeo de sujeitos
3 Fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional estimulando a trans-disciplinaridade e a grupalidade
4 Atuaccedilatildeo em rede com alta conectividade de modo cooperativo e solidaacuterio em conformidade com as diretrizes do SUS
5 Utilizaccedilatildeo da informaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo da educaccedilatildeo permanente e dos espaccedilos da gestatildeo na construccedilatildeo de autonomia e protagonismo de sujeitos e coletivos
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diretrizes especiacuteficas na atenccedilatildeo baacutesica
1 Elaborar projetos de sauacutede individuais e coletivos para usuaacuterios e sua rede social considerando as poliacuteticas intersetoriais e as necessidades de sauacutede
2 Incentivar praacuteticas promocionais de sauacutede
3 Estabelecer formas de acolhimento e inclusatildeo do usuaacuterio que promovam a otimizaccedilatildeo dos serviccedilos o fim das filas a hierarquizaccedilatildeo de riscos e o acesso aos demais niacuteveis do sistema
4 Comprometer-se com o trabalho em equipe de modo a aumentar o grau de corresponsabilidade e com a rede de apoio profissional visando agrave maior eficaacutecia na atenccedilatildeo em sauacutede
E o acolhimento como pode ser entendido Trata-se de uma praacutetica nas accedilotildees de atenccedilatildeo e gestatildeo nas unidades de sauacutede que favorece a construccedilatildeo de uma relaccedilatildeo de confianccedila e compromisso dos usuaacuterios com as equipes e os serviccedilos contribuindo para a promoccedilatildeo da cultura de solidariedade e para a legitimaccedilatildeo do SUS Com o acolhimento passa a existir a possibilidade de avanccedilos na alianccedila entre usuaacuterios trabalhadores e gestores da sauacutede em defesa do SUS como uma poliacutetica puacuteblica essencial da e para a populaccedilatildeo brasileira (GENIOLE et al 2011)
Para refletir
Como profissional de sauacutede suas atitudes contemplam as dimensotildees abordadas na Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo E qual o envolvimento que vocecirc visualiza desta Poliacutetica com a Sauacutede do Homem Vocecirc acredita que a falta de acolhimento pode dificultar o acesso dos homens agraves unidades de sauacutede
Saiba
SitesPara conhecer mais sobre a Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo acesse os links lthttpportalsau-degovbrportalarquivospdfdoc_basepdfgt (BRASIL 2004) e lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumanizasus_gestores_trabalhadores_sus_4edpdfgt (BRASIL 2008c)
A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo possui um caderno especiacutefico para a Atenccedilatildeo Baacutesica Para conhececirc-lo acesse o link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumaniza_sus_atencao_basicapdfgt (BRASIL 2009c)
E para entender mais sobre acolhimento acesse a cartilha denominada Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede disponiacutevel no link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhi-mento_praticas_producao_saudepdfgt (BRASIL 2010a)pdfgt Acesso em 27set 2013
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34 poliacutetica de promoccedilatildeo da sauacutede
Entre as prioridades do Pacto em Defesa da Vida encontra-se a publicaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede que ratifica o compromisso do Minis-teacuterio da Sauacutede na ampliaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede nos serviccedilos e na gestatildeo do SUS Trata-se de uma poliacutetica transversal integrada e intersetorial que dialoga com as diversas aacutereas do setor sanitaacuterio os outros setores do Governo os setores privados e natildeogovernamentais e a sociedade compondo redes de compromisso e corresponsabilidade quanto agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo de forma que todos sejam partiacutecipes no cuidado com a sauacutede (BRASIL 2006b)
A Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede foi revisada no ano de 2015 visando se adequar aos novos desafios e compromissos no contexto da sauacutede nacional
Ela destaca a necessidade de articulaccedilatildeo com outras poliacuteticas puacuteblicas para fortalececirc-la com o imperativo da participaccedilatildeo social e dos movimentos popu-lares em virtude da impossibilidade de que o setor sanitaacuterio responda sozinho ao enfrentamento dos determinantes e condicionantes da sauacutede Para tal toma como referecircncia alguns temas transversais para a formulaccedilatildeo de agendas de promoccedilatildeo da sauacutede e para a adoccedilatildeo de estrateacutegias e temas prioritaacuterios operando em conso-nacircncia com os princiacutepios e os valores do SUS como
raquo Determinantes Sociais da Sauacutede (DSS)
raquo equidade e respeito agrave diversidade
raquo produccedilatildeo de sauacutede e cuidado
raquo vida no trabalho
raquo cultura da paz e direitos humanos entre outras (BRASIL 2015)
O objetivo principal dessa poliacutetica eacute promover a equidade e a melhoria das condiccedilotildees e dos modos de viver ampliando a potencialidade da sauacutede individual e coletiva e reduzindo vulnerabilidades e riscos agrave sauacutede decorrentes dos determi-nantes sociais econocircmicos poliacuteticos culturais e ambientais (BRASIL 2015)
Saiba
SitesPara conhecer melhor a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede vocecirc pode ver o linklthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_promocao_saude_3edpdfgtAcesso em 28 out 2013 (BRASIL 2010b)
Para ter acesso agrave Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede revisada e identificar todas as atuali-zaccedilotildees da versatildeo de 2015 acesse lthttppromocaodasaudesaudegovbrpromocaodasaudearquivospnps-2015_finalpdfgt Acesso em 01 fev 2015
4 a organizaccedilatildeo da estrateacutegia sauacutede da famiacuteLia no pLanejamento de accedilotildees e avaLiaccedilatildeo de riscos agrave sauacutede do homem
Uma das diretrizes da PNAISH eacute a reorganizaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede por meio de uma proposta inclusiva na qual os homens considerem os serviccedilos de sauacutede sobretudo as unidades baacutesicas de sauacutede ou unidades de sauacutede da famiacutelia tambeacutem como espaccedilos masculinos e por sua vez esses serviccedilos reconheccedilam os homens como sujeitos que necessitem de cuidados (SILVA et al 2012)
A compreensatildeo das barreiras institucionais eacute importante para a proposiccedilatildeo estrateacutegica de medidas que venham a promover o acesso dos homens aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria que deve ser a porta de entrada preferencial ao sistema de sauacutede a fim de resguardar a promoccedilatildeo e a prevenccedilatildeo como eixos fundamentais de intervenccedilatildeo (SILVA et al 2012)
Nesse contexto estudos vecircm relacionando a masculinidade tradicional como o principal obstaacuteculo para o acesso dessa parcela populacional aos serviccedilos de sauacutede sobretudo agravequeles que estatildeo voltados agrave promoccedilatildeo da sauacutede A busca por esse tipo de serviccedilo pode ser considerado sinocircnimo de fraqueza realidade que vai de encontro com os preceitos da hegemonia masculina na qual os homens satildeo educados para natildeo demonstrar qualquer traccedilo de fragilidade Some-se a isso o fato de as unidades baacutesicas e de sauacutede da famiacutelia por serem compostas por muitos profissionais do sexo feminino e serem frequentadas sobretudo por mulheres provocam uma sensaccedilatildeo de natildeo pertencimento a tais espaccedilos (FIGUEIREDO 2005 BRAZ 2005 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 BRITO SANTOS 2010 SILVA et al 2012)
Os estudos apontam ainda outros motivos pela baixa demanda masculina na Atenccedilatildeo Baacutesica como a organizaccedilatildeo dos serviccedilos a demora em conseguir atendimento meacutedico o horaacuterio de funcionamento incompatiacutevel com a jornada de trabalho daqueles inseridos no mercado formal a ausecircncia de programas especiacute-ficos para atender aos homens o deacuteficit no processo de abordagem e de cuidarcuidado da populaccedilatildeo masculina por parte dos profissionais a ausecircncia de acolhi-mento ou o acolhimento pouco atrativo a fraacutegil qualificaccedilatildeo profissional para lidar com o segmento masculino
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O certo eacute que muitos agravos que acometem a populaccedilatildeo masculina poderiam ser evitados caso fossem realizadas com regularidade as medidas de prevenccedilatildeo primaacuteria A resistecircncia masculina agrave atenccedilatildeo primaacuteria aumenta natildeo somente a sobrecarga financeira da sociedade mas tambeacutem o sofrimento fiacutesico e emocional do paciente e de sua famiacutelia na luta pela conservaccedilatildeo da sauacutede e da qualidade de vida dessas pessoas (BRASIL 2008a)
O fortalecimento e a qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria garantem a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo aos agravos evitaacuteveis dado o reconhecimento de que os homens adentram o sistema de sauacutede por meio da atenccedilatildeo especializada agravando a morbidade pelo retardamento na atenccedilatildeo e maior custo parao SUS (BRASIL 2008a)
Assim ao serem elaboradas estrateacutegias voltadas agrave conscientizaccedilatildeo do grupo masculino sobre a adoccedilatildeo de haacutebitos mais saudaacuteveis o primeiro passo a ser dado eacute a sensibilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede que atuam na atenccedilatildeo baacutesica para que compreendam os padrotildees culturalmente arraigados na populaccedilatildeo acerca do que eacute ser homem as principais barreiras possam ser superadas e essa populaccedilatildeo possa efetivamente ser acolhida (BRITO SANTOS 2010 )
41 conHecendo a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea de abranGecircncia
Vocecirc jaacute sabe a importacircncia de os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica conhecerem bem as caracteriacutesticas da sua populaccedilatildeo adscrita Sem essa informaccedilatildeo fica difiacutecil se planejar o trabalho a ser desenvolvido
Como aqui estamos discutindo a sauacutede do homem enfatizamos a necessidade de que seja realizado um levantamento sobre o perfil de morbimortalidade dessa populaccedilatildeo antes mesmo das accedilotildees de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo agrave sauacutede serem pensadas
Como a populaccedilatildeo masculina eacute caracterizada pela faixa etaacuteria de 20 a 59 anos uma sugestatildeo eacute que se definam por grupos etaacuteriosas causas de adoecimento e morte mais prevalentes e a partir disso sejam estruturadas as accedilotildees de sauacutede
Uma sugestatildeo eacute vocecirc utilizar as informaccedilotildees contidas no quadro a seguir para construir o perfil da sua populaccedilatildeo masculina
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Quadro 02 ndash Indicadores para a anaacutelise do perfil da populaccedilatildeo masculina
Cadastro do nuacutemero de indiviacuteduos masculinos entre 20 e 59 anos
Homens diabeacuteticos cadastrados
Homens diabeacuteticos acompanhados
Homens hipertensos cadastrados
Homens hipertensos acompanhados
Homens com tuberculose cadastrados
Homens com tuberculose acompanhados
Homens com hanseniacutease cadastrados
Homens com hanseniacutease acompanhados
Hospitalizaccedilotildees ocorridas no mecircsPor abuso de aacutelcoolPor complicaccedilotildees do DiabetesPor outras causas
Internaccedilotildees em hospital psiquiaacutetrico
Oacutebitos ocorridos no mecircs
Fonte (UFSC 2013 adaptado)
Saiba
SitesConsulte os links a seguir para saber mais sobre o assunto
Novo sistema de informaccedilatildeo do SUS o E-SUS Atenccedilatildeo Baacutesica lthttpdabsaudegovbrportal-dabesusphpgt Acesso em 1out 2013 (PORTAL 2012)
Portal da atenccedilatildeo baacutesica e seus sistemas de informaccedilatildeo lthttpdabsaudegovbrportaldabsis-temasphpgt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL [20--d])
DATASUS Informaccedilotildees de Sauacutede (TABNET) lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphp area=0203gt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL c2008)
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42 inserccedilatildeo da atenccedilatildeo e cuidado ao Homem no processo de trabalHo da equipe de sauacutede da famiacutelia
Para alcanccedilar a efetividade desejada na atenccedilatildeo baacutesica consideram-se neces-saacuterios o planejamento e a implementaccedilatildeo de accedilotildees de sauacutede em cada contexto Esses exigem conhecimentos detalhados sobre as condiccedilotildees de vida das pessoas que ali residem sobre as especificidades do processo de organizaccedilatildeo das accedilotildees realizadas na assistecircncia agrave sauacutede e gestatildeo do trabalho das equipes e dos profissio-nais envolvidos Assim pode-se delinear o que eacute necessaacuterio e o que eacute possiacutevel se realizarem um determinado local (KRUG et al 2010)
O processo de trabalho na Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia eacute caracterizado pela interdisciplinaridade e pelo trabalho em equipe Haacute uma soma dos diversos saberes e das praacuteticas das categorias profissionais por meio de uma abordagem integral e resolutiva (BRASIL 2012b)
O trabalho em equipe eacute tido como proposta estrateacutegica para enfrentar o intenso processo de especializaccedilatildeo na aacuterea da sauacutede Esse processo caracteriza-se pelo aprofundamento vertical do conhecimento e da intervenccedilatildeo em aspectos individu-alizados das necessidades de sauacutede (PAVONI MEDEIROS 2009)
Sendo assim o ideal eacute mobilizar toda a equipe para que juntos possam efeti-vamente planejar as accedilotildees que seratildeo desenvolvidas para a populaccedilatildeo masculina Para ajudar nesse processo relembramos algumas caracteriacutesticas do processo de trabalho das equipes de atenccedilatildeo baacutesica
I Definiccedilatildeo do territoacuterio de atuaccedilatildeo e da populaccedilatildeo sob a responsabilidade das unidades baacutesicas de sauacutede e das equipes
II Programaccedilatildeo e implementaccedilatildeo das atividades de atenccedilatildeo agrave sauacutede de acordo com as necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo com a priorizaccedilatildeo de inter-venccedilotildees cliacutenicas e sanitaacuterias nos problemas de sauacutede segundo criteacuterios de frequecircncia risco vulnerabilidade
III Desenvolvimento de accedilotildees que priorizem os grupos de risco e os fatores de risco cliacutenico-comportamentais alimentares eou ambientais com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a persistecircncia de doenccedilas e danos evitaacuteveis
IV Realizaccedilatildeo do acolhimento com escuta qualificada classificaccedilatildeo de risco avaliaccedilatildeo de necessidade de sauacutede e anaacutelise de vulnerabilidade tendo em vista a responsabilidade da assistecircncia resolutiva agrave demanda espontacircnea e o primeiro atendimento agraves urgecircncias
V Prover atenccedilatildeo integral contiacutenua e organizada agrave populaccedilatildeo adscrita
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VI Desenvolvimento de accedilotildees educativas que possam interferir no processo de sauacutede-doenccedila da populaccedilatildeo no desenvolvimento de autonomia individual e coletiva e na busca por qualidade de vida pelos usuaacuterios
VII Desenvolvimento de accedilotildees intersetoriais integrando projetos e redes de apoio social voltados para o desenvolvimento de uma atenccedilatildeo integral
VIII Realizaccedilatildeo de atenccedilatildeo domiciliar destinada a usuaacuterios que possuam problemas de sauacutede controladoscompensados e com dificuldade ou impos-sibilidade fiacutesica de locomoccedilatildeo ateacute uma unidade de sauacutede que necessitam de cuidados com menor frequecircncia e menor necessidade de recursos de sauacutede e do cuidado compartilhado com as equipes de atenccedilatildeo domiciliar nos demais casos
Fonte (BRASIL 2012b grifo nosso)
Como jaacute vimos vaacuterios estudos apontam que os homens padecem mais de condiccedilotildees severas e crocircnicas de sauacutede em comparaccedilatildeo agraves mulheres e igualmente morrem mais do que as mulheres pelas mesmas causas de morte Mesmo com o aumento dos iacutendices de morbimortalidade eles natildeo costumam procurar as unidades baacutesicas de sauacutede para orientaccedilatildeo ou prevenccedilatildeo de alguma patologia e quando buscam esses serviccedilos jaacute estatildeo com alguma doenccedila instalada portanto o desafio das equipes de sauacutede da famiacutelia eacute inverter esse padratildeo e encontrar formas de estimular a populaccedilatildeo masculina para accedilotildees de prevenccedilatildeo e cuidados agrave sauacutede (SILVA etal 2012 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 FIGUEIREDO 2005 SCHRAIBER et al 2010)
Eacute mais do que chegada a hora de se distanciar do modelo biomeacutedico pres-critivo que natildeo enfatiza a prevenccedilatildeo mas que ainda predomina nos serviccedilos de sauacutede e estaacute arraigado na cultura masculina Deve-se ter um olhar integral no aten-dimento a essa populaccedilatildeo no qual se priorizam as necessidades que vatildeo aleacutem daquilo que a cliacutenica pode detectar (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)Tambeacutem eacute necessaacuterio que os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica verdadeiramente entendamo papel de cada um para que efetivamente a PNAISH possa ser implan-tada nas unidades de sauacutede
A equipe da atenccedilatildeo baacutesica eacute de fundamental importacircncia no processo de estiacute-mulo agrave populaccedilatildeo masculina pela procurados serviccedilos de sauacutede Diversos esforccedilos devem ser investidos para trazer essa populaccedilatildeo para participar de atividades de
43 accedilotildees da equipe de sauacutede da famiacutelia Voltadas para a sauacutede do Homem
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prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Para tal vale acionar familiares na captaccedilatildeo dessa populaccedilatildeo A mulher que geralmente eacute quem procura a unidade sendo essa esposa matildee ou irmatilde eacute um canal interessante para se discutir a importacircncia de trazer seus familiares do sexo masculino para consultas de rotina (BRASIL 2008a) E como fazer isso
Na seccedilatildeo 41 deste livro vocecirc recebeu orientaccedilotildees sobre como conhecer a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea Agora eacute hora de reunir a equipe de sauacutede e planejar as accedilotildees visando agrave melhoria dos indicadores e agrave qualidade de vida dessa populaccedilatildeo A seguir sugerimos alguns exemplos de accedilotildees que podem ser desen-volvidas por vocecirc e sua equipe
raquo Analisar a situaccedilatildeo de sauacutede da populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea adscrita observando as principais causas de morbidade internaccedilatildeo e mortalidade
raquo Estabelecer accedilotildees levando em consideraccedilatildeo os fatores socioeconocircmicos de morbimortalidade eculturais locais que determinam ou condicionam o modo de vida dos indiviacuteduos respeitando tambeacutem as diferenccedilas de idade jaacute que esse grupo populacional envolve homens na faixa etaacuteria de 20 e 59 anos
raquo Realizar a busca ativa de homens para a realizaccedilatildeo de ao menos uma consultaano
raquo Informar a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea a respeito da importacircncia da promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos aos homens
raquo Facilitar o acesso com oferta de atendimento em horaacuterios alternativos adequados agrave populaccedilatildeo masculina
raquo Promover o acolhimento realizando atendimento humanizado
raquo Realizar accedilotildees visando principalmente agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao estiacutemulo ao autocuidado e agrave adesatildeo de homens aos serviccedilos de sauacutede Satildeo exemplos de accedilotildees orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da populaccedilatildeo masculina quanto agraves medidas disponiacuteveis para detecccedilatildeo precoce do cacircncer de proacutestata em pacientes sinto-maacuteticos e com disfunccedilatildeo ereacutetil entre outros agravos do aparelho geniturinaacuterio
raquo Incorporar os homens nas accedilotildees e atividades educativas voltadas para o plane-jamento familiar
raquo Estimular a participaccedilatildeo paterna no preacute-natal parto puerpeacuterio e no cresci-mento e desenvolvimento da crianccedila
raquo Ofertar exames previstos para homens que participam do preacute-natal masculino
raquo Realizar accedilotildees educativas para a prevenccedilatildeo de violecircncias e acidentes e uso de aacutelcool e outras drogas
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Vocecirc sabia
O Ministeacuterio da Sauacutede vem apoiando estrateacutegias que estimulem e facilitem o acesso dos homens agraves unidades baacutesicas de sauacutede Como alternativa desde 2010 propocircs durante o I Seminaacuterio Inter-nacional de Sauacutede do Homem das Ameacutericas a implantaccedilatildeo do preacute-natal masculino como comple-mento agrave PNAISH na Atenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede
O objetivo eacute fazer com que os profissionais de sauacutede incentivem o homem a acompanhar as con-sultas do preacute-natal durante os nove meses de gestaccedilatildeo da parceira e aproveitem esse momento para realizar exames preventivos e assim promover o acesso dos homens aos serviccedilos de sauacutede
O princiacutepio baacutesico eacute estimular a participaccedilatildeo e inclusatildeo do homem nas accedilotildees de planejamento de sua vida sexual e reprodutiva focando inclusive na paternidade responsaacutevel ou seja o homem precisa se cuidar para cuidar da famiacutelia A proposta tem relaccedilatildeo com o fortalecimento do viacutenculo homem-mulher e pai-filho(a) podendo este ter reflexo sobre a reduccedilatildeo da violecircncia domeacutestica (SANTOS FERREIRA 2013)
Na Paraiacuteba desde o ano de 2009 foi instituiacuteda a Semana Estadual da Sauacutede do Homem (Lei Ndeg 8772 de 15 de abril de 2009) Desde essa eacutepoca vaacuterios eventos aconteceram com o objetivo de implantar e implementar a PNAISH no Estado
A primeira semana foi intitulada ldquoAlerta Homemrdquo por meio da qual se definiu um conjunto de accedilotildees que foram efetivadas pela Secretaria de Estado da Sauacutede em parceria com outras instacircncias go-vernamentais e natildeo governamentais inclusive com a Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) por intermeacutedio do Laboratoacuterio de Estudos e Pesquisas Masculinidades e Sauacutede vinculado ao Progra-ma de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Enfermagem que participou dessa semana com accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede
Saiba
Sites
Para vocecirc conhecer mais sobre essa experiecircncia veja o link a seguir
FONTES W D de et al Atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem interlocuccedilatildeo entre ensino e serviccedilo Acta Paul Enfermv 24 n 3 p430-433 2011Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfapev24n320pdfgt Acesso em 1 out 2013
raquo Responsabilizar a cada semana um profissional pelo desenvolvimento de alguma atividade especiacutefica ao homem
raquo Divulgar as accedilotildees propostas para os homens por meio dos agentes comunitaacute-rios de sauacutede e da populaccedilatildeo feminina que frequenta a unidade de sauacutede
raquo Comemorar o Dia Internacional do Homem (tambeacutem conhecido como Novembro Azul) Vale planejar com a equipe accedilotildees de prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos e promoccedilatildeo da sauacutede voltadas agrave populaccedilatildeo masculina
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Em Pernambuco tambeacutem foi instituiacuteda a Semana Estadual de Sauacutede do Homem por meio da Lei Nordm 14158 de 17 de setembro de 2010 que determina a comemoraccedilatildeo e realizaccedilatildeo de accedilotildees voltadas a essa populaccedilatildeo na segunda semana de agosto Saiba mais consultando o link lthttplegisalepepegovbrarquivoTextoaspxtiponorma=1ampnumero=14158ampcomplemento=0ampano=2010amptipo=gt Acesso em 1 out 2013
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referecircncias
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Execuccedilatildeo
Financiamento
Universidade Aberta do SUS
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Braz (2005) destaca que natildeo cabe de forma alguma vitimizar os homens mas vislumbraacute-los tambeacutem sob a perspectiva da fragilidade de seres que tecircm vulnera-bilidades especiacuteficas do gecircnero Eacute preciso perceber que a definiccedilatildeo normativa de masculinidade vista como dominante natildeo eacute a uacutenica versatildeo
Eacute preciso ultrapassar as barreiras sociais que impedem o reconhecimento dos homens como seres que necessitam de cuidados Isso pode ocorrer a partir de accedilotildees educativas que sejam capazes de contribuir com o estabelecimento de maior conscientizaccedilatildeo desse grupo quanto agrave adoccedilatildeo de haacutebitos mais saudaacuteveis Nesse sentido para que tais medidas sejam eficazes elas devem focar os reais problemas e dificuldades do puacuteblico ao qual se destinam pois se sabe que a educaccedilatildeo em sauacutede requer a participaccedilatildeo dos sujeitos no intuito de estabelecer trocas de saberes populares e cientiacuteficos os quais satildeo de suma relevacircncia quando se desejam realizar mudanccedilas na vida das pessoas (BRUM et al 2010)
Portanto estrateacutegias de prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos e promoccedilatildeo de sauacutede devem considerar as diferenccedilas de gecircnero a fim de que esses objetivos sejam alcanccedilados e os resultados frutifiquem no sentido de formar uma nova geraccedilatildeo de homens mais cuidadosos consigo mesmos
12 Vulnerabilidades masculinas
Na atualidade a atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem vem sendo colocada na pauta dos debates e efetivada em poliacuteticas principalmente porque constituem uma popu-laccedilatildeo em riscocom vulnerabilidades e carecircncias assistenciais do processo sauacutede- doenccedila-cuidado
Haacute uma seacuterie polimorfa de danos agrave sauacutede que colocam o homem como foco de atenccedilatildeo como revelam os indicadores de morbidade e mortalidade e dos efeitos deleteacuterios de alguns agravos seja por causas externas como acidentes de tracircnsito ou por violecircncias bem como por doenccedilas (infectocontagiosas crocircnicas degenera-tivas as doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis ceacuterebro e cardiovasculares relacio-nadas ao trabalho o cacircncer de proacutestata entre outras) (XIMENES NETO et al 2013 )
Considera-se que os modelos de masculinidade e a maneira como ocorre a socializaccedilatildeo masculina podem fragilizar ou mesmo afastar os homens das preo-cupaccedilotildees com o autocuidado e com a busca pelos serviccedilos de sauacutede (GOMES et al 2008) Dentre as questotildees mais frequentemente consideradas estatildeo os valores da cultura masculina que envolvem tendecircncias agrave exposiccedilatildeo a riscos associaccedilatildeo da masculinidade agrave invulnerabilidade e tambeacutem a proacutepria educaccedilatildeo familiar a qual orienta o homem para um papel social de provedor e protetor Essa cultura tende a gerar modelos masculinos pouco aderentes agraves praacuteticas de autocuidado e pode estimular o comportamento agressivo violento e de descuido com ele mesmo (GOMES NASCIMENTO 2006 SILVA et al 2012)
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Dados do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) revelam que o uso do aacutelcool possui uma maior prevalecircncia na populaccedilatildeo masculina assim como a maioria dos depen-dentes satildeo homens fazendo com que sofram mais de doenccedilas provocadas pelo uso excessivo de bebida alcooacutelica e drogas iliacutecitas Em relaccedilatildeo ao tabagismo os homens usam cigarros com maior frequecircncia do que as mulheres o que predispotildee a doenccedilas cardiovasculares cacircnceres doenccedilas pulmonares da cavidade bucal entre outras Outras patologias que acometem com frequecircncia esse grupo popu-lacional satildeo os tumores e as doenccedilas do aparelho digestivo circulatoacuterio e respira-toacuterio (BRASIL 2008a XIMENES NETO et al 2013 )
Quanto agraves causas da mortalidade masculina observa-se que a maioria dos oacutebitos se deve agraves causas externas como os acidentes por meio de transporte os homiciacutedios os suiciacutedios e as agressotildees No entanto a diferenccedila de mortalidade entre os dois sexos se manteacutem independente da causa morte De acordo com dados do IBGE (2012) a esperanccedila de vida ao nascer eacute maior nas mulheres sendo de 783 anos no sexo feminino e de 706 anos nos homens Ou seja as mulheres vivem 8 anos e 3 meses a mais que os homens
Os homens nascem mais mas tambeacutem morrem mais caracterizando uma maior vulnerabilidade masculina Haacute uma sobre mortalidade masculina em todas as geraccedilotildees mas a maior diferenccedila se situa especialmente nos mais jovens em torno dos 20 anos e apoacutes os 60 quando os homens adoecem e morrem mais Em 2010 a chance de um homem falecer aos 22 anos de idade era 45 maior que a de uma mulher A elevaccedilatildeo da curva que a descreve estaacute estreitamente associada agraves mortes por causas externas em particular as violentas que incidem com maior intensidade sobre a populaccedilatildeo masculina jovem e adulta jovem (IBGE 2011)
O senso comum considera o masculino como o sexo forte Na verdade deve ser visto como o sexo fraco pelo menos em vaacuterios aspectos de suas vulnerabili-dades fiacutesicas e psiacutequicas (BRAZ 2005) Portanto eacute necessaacuterio sensibilizar todos para a necessidade de se ter outro olhar em relaccedilatildeo agraves vulnerabilidades dessa parcela da populaccedilatildeo
2 caracterizaccedilatildeo sociodemograacutefica e de sauacutede da popuLaccedilatildeo mascuLina no BrasiL em pernamBuco e na paraiacuteBa
Como vocecirc jaacute sabe o Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) eacute um oacutergatildeo da Secretaria Executiva do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)que tem a responsabilidade de coletar processar e disseminar informaccedilotildees sobre sauacutede No DATASUS podem ser encontrados indicadores de sauacutede informaccedilotildees relativas agrave assistecircncia agrave sauacutede rede assistencial epidemiologia e morbidade estatiacutesticas vitais demograacuteficas e socioeconocircmicas sobre sauacutede suplementar inqueacuteritos e pesquisas
Saiba
Para conhecer melhor os dados disponibilizados explore o site DATASUS por meio do link lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphpgt
Diante de tantas informaccedilotildees disponiacuteveis quais seriam as necessaacuterias para conhecer a situaccedilatildeo de sauacutede do homem Como localizaacute-las
Vaacuterios satildeo os bancos de dados disponiacuteveis relativos agrave sauacutede da populaccedilatildeo brasileira como um todocomo - Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade (SIM)- Sistema de Informaccedilotildees do Programa Nacional de Imunizaccedilotildees (SIPNI)- Censo 2010 (IBGE)- Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN)- Instituto Nacional do Cacircncer (INCA)- Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) - Sistema de Informaccedilatildeo Ambulatorial (SAI)- Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH)
12
21 caracteriacutesticas sociodemoGraacuteficas da populaccedilatildeo masculina
A Poliacutetica de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem (PNAISH) estabeleceu um recorte estrateacutegico da populaccedilatildeo masculina que compreende a faixa etaacuteria de 20 aos 59 A delimitaccedilatildeo dessa faixa etaacuteria eacute uma estrateacutegia metodoloacutegica haja vista que existem outras poliacuteticas que asseguram os direitos da sauacutede dos outros segmentos etaacuterios como a sauacutede da crianccedila dos adolescentes e dos idosos Esses grupos foram ou seratildeo estudados em outras disciplinas do curso Portanto nesta disciplina abordaremos a faixa etaacuteria trabalhada na PNAISH
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) 2013 o total da populaccedilatildeo residente no Brasil eacute de 201467000 pessoas das quais 490 eram do sexo masculino Por outro lado a popu-laccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos eacute de 54242000 o que corresponde a 56 da populaccedilatildeo masculina
O estado da Paraiacuteba apresentou por meio de dados da PNAD 2013 uma popu-laccedilatildeo de 4992000 pessoas A populaccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos eacute de 978841 pessoas Apresenta tambeacutem uma razatildeo de sexo de 939 homens para cada 100 mulheres Em Pernambuco a populaccedilatildeo total segundo a PNAD 2013 era de 10777000 pessoas sendo a popu-laccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos de 2311943 e a razatildeo de sexo de 927 homens para cada 100 mulheres
ParaiacutebaPernambuco
5644
Homens entre20 a 59 anosOutras idades
Tanto na Paraiacuteba quanto em Pernambuco aproximadamente 26 da populaccedilatildeo na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos satildeo homens
13
Esse grupo etaacuterio corresponde a 413 da populaccedilatildeo masculina ou a 20 do total da populaccedilatildeo do Brasil Representa uma grande parcela da forccedila produtiva do paiacutes aleacutem de exercer um significativo papel sociocultural e poliacutetico (BRASIL 2008a)
Dentre os indicadores sociodemograacuteficos necessaacuterios para se realizar um diag-noacutestico da situaccedilatildeo que caracteriza a populaccedilatildeo masculina listamos no quadro a seguir aqueles que consideramos mais relevantes
Quadro 01 ndash Indicadores demograacuteficos e socioeconocircmicos para a anaacutelise da populaccedilatildeo masculina
Indicadores demograacuteficos Indicadores socioeconocircmicosPopulaccedilatildeo total Taxa de analfabetismo
Razatildeo por sexo Escolaridade da populaccedilatildeo de 15 anos ou mais
Taxa de crescimento da populaccedilatildeo Produto Interno Bruto (PIB) per capita
Mortalidade proporcional por idade Razatildeo de renda
Taxa bruta de mortalidade Proporccedilatildeo de pobres
Esperanccedila de vida ao nascer Taxa de desemprego
Esperanccedila de vida aos 60 anos de idade
Fonte (Brasil c2008)
22 principais indicadores de morbimortalidade
Entre as principais enfermidades e agravos que acometem os homens aproxi-madamente 75 delas estatildeo concentrados em cinco grandes aacutereas especializadas cardiologia urologia sauacutede mental gastroenterologia e pneumologia aleacutem das causas externas que representam um grande problema e com forte impacto na mortalidade e morbidade da populaccedilatildeo masculina (BRASIL 2008a)
Saiba
SitesPara mais informaccedilotildees sobre os indicadores sociodemograacuteficos acesse
Cadernos de Informaccedilotildees de Sauacutede- Paraiacutebahttptabnetdatasusgovbrtabdatacadernospbhtm (BRASIL[20--a])
Cadernos de Informaccedilotildees de Sauacutede- Pernambucohttptabnetdatasusgovbrtabdatacadernospehtm (BRASIL[20--b])
Indicadores e Dados Baacutesicos - Brasil ndash 2011- IDB-2011httptabnetdatasusgovbrcgiidb2011matrizhtmdemog (BRASIL c2008)
14
Na proacutexima fase desta disciplina vocecirc teraacute a oportunidade de estudar sobre algumas dessas enfermidades e agravos como hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes mellitus doenccedilas pulmonares (Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica ndash DPOC asma e pneumonias comunitaacuterias) doenccedilas osteoarticulares aleacutem das doenccedilas transmissiacuteveis (tuberculose hepatites virais e aids) e tabagismo Aqui abordaremos outras importantes causas de morbimortalidade no homem causas externas alguns tumores sobretudo o da proacutestata e o alcoolismo
221 morbidade
Atenccedilatildeo
Do ponto de vista de anaacutelise da morbidade eacute preciso comentar que os dados a seguir se referem aos casos mais graves que necessitaram de internaccedilatildeo
causas externas
Aleacutem do sofrimento fiacutesico psiacutequico e social determinado pelos acidentes e as violecircncias que caracterizam as causas externas haacute de se considerar o enorme impacto econocircmico mensurado pelos seus gastos hospitalares inclusive em dias de permanecircncia em unidades de terapia intensiva (BRASIL 2012a)
Em 2010 foram realizadas 928893 internaccedilotildees hospitalares por causas externas nos serviccedilos financiados pelo SUS caracterizado da seguinte forma
raquo os homens representavam 705 das internaccedilotildees por essas causas
raquo a taxa de internaccedilatildeo hospitalar foi 485 por 10 mil habitantes sendo 69610 mil homens
raquo o risco de internaccedilatildeo entre os homens foi 25 vezes maior que o estimado entre as mulheres
raquo no periacuteodo de 2000 a 2010 a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por causas externas apresentou aumento progressivo (77 em 2000 para 104 em 2010)
Na tabela a seguir pode-se observar que em 2010 os acidentes por transporte terrestre responderam por 157 das hospitalizaccedilotildees com risco e 76 internaccedilotildees por 10 mil habitantes Estimou-se maior risco de internaccedilatildeo entre os homens (122 internaccedilotildees por 10 mil homens) em comparaccedilatildeo com as mulheres (32 internaccedilotildees por 10 mil mulheres) (BRASIL 2012a)
15
Tabela 01 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa de internaccedilatildeo (por 10 mil habitantes) por causas externas - Brasil 2010
CaracteriacutesticasSexo
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria
0 a 9 anos 57308 88 344 32342 118 202 89650 97 275
10 a 14 anos 41832 64 499 13120 48 162 54952 59 333
15 a 19 anos 58005 86 681 15359 56 186 73364 79 437
20 a 39 anos 274566 419 862 68964 252 213 343530 370 534
40 a 59 anos 153889 235 769 63445 232 290 217334 234 519
60 a mais 69342 106 801 80721 295 750 150063 162 772
Acidentes 537420 821 571 224348 819 230 761768 820 398
Acidente de transporte terrestre
114383 175 122 31652 116 32 146035 157 76
Pedestres 27612 42 29 11649 43 12 39261 42 21
Motociclistas 58508 89 62 11444 42 12 69952 75 37
Ocupantes de veiacuteculos 11690 18 12 4353 16 04 16043 17 08
Quedas 241892 369 257 121601 444 125 363493 397 190
Quedas no mesmo niacutevel 81112 124 86 47378 173 49 128490 138 67
Quedas de um mesmo niacutevel a outro
41623 64 44 17542 64 18 59165 64 31
Quedas natildeo especificadas 119157 182 127 56681 207 58 175838 189 92
Demais acidentes 181145 277 193 71095 260 73 252240 272 132
Violecircncias 43444 66 46 11940 44 12 55384 60 29
Lesotildees autoprovocadas 5173 08 06 3561 13 04 8734 09 05
Agressotildees e intervenccedilotildees legais
38271 58 41 8379 31 09 46650 50 24
Armas de fogo 10835 17 12 1069 04 01 11904 13 06
Peacuterfuro-cortante 9953 15 11 1860 07 02 11813 13 06
Eventos de intenccedilatildeo indeterminada
31252 48 33 13462 49 14 44714 48 23
Demais causas externas 86270 132 92 36141 132 37 122411 132 64
Total 654942 1000 696 273951 1000 281 928893 1000 485
Fonte (BRASIL 2011a p212)
Conforme apresentado no graacutefico a seguir as causas externas satildeo responsaacute-veis por 118 dos gastos com todas as hospitalizaccedilotildees financiadas pelo SUS no Brasil As capitais da Paraiacuteba e Pernambuco tiveram respectivamente 92 e 83 dos gastos com causas externas (BRASIL 2011a)
16
Graacutefico 01 ndash Proporccedilatildeo dos gastos do SUS com internaccedilotildees por causas externas nas capitais e Distrito Federal
Satildeo Luiacutes
Vitoacuteria
Maceioacute
Manaus
Recife
Porto Alegre
Joatildeo Pessoa
Rio de Janeiro
Terresina
Cuiabaacute
Salvador
Fortaleza
Brasiacutelia
Natal
Brasil
Aracaju
Boa Vista
Curitiba
Goiacircnia
Satildeo Paulo
Belo Horizonte
Florianoacutepolis
Macapaacute
Beleacutem
Rio Branco
Porto Velho
Campo Grande
Palmas
FONTE (BRASIL 2011a p 214)
tumores
Os tumores que incidem com maior frequecircncia na faixa etaacuteria dos 25 aos 59 anos satildeo oriundos dos aparelhos digestivo respiratoacuterio e urinaacuterio Cerca de 432 de todos os tumores assinalados na CID 10 Capiacutetulo II tecircm origem no aparelho digestivo (BRASIL 2008a)
O cacircncer da proacutestata eacute uma neoplasia que geralmente apresenta evoluccedilatildeo muito lenta de modo que a mortalidade pode ser evitada quando o processo eacute diagnosticado e tratado com precocidade Uma estimativa realizada pelo Instituto Nacional do Cacircncer (INCA) para o aparecimento de novos casos de cacircnceres no ano de 2008 aponta o cacircncer de proacutestata como sendo o mais frequente sendo superado apenas pelo cacircncer de pele natildeo melanoma (VIEIRA et al 2008)
17
Ao se falar de neoplasias malignas do aparelho urinaacuterio natildeo se pode deixar de mencionar o cacircncer de pecircnis Trata-se de um tumor raro relacionado com as baixas condiccedilotildees socioeconocircmicas e a maacute higiene iacutentima No Brasil esse cacircncer representa cerca de 2 de todas as neoplasias que atingem o homem sendo mais frequente nas regiotildees Norte e Nordeste existindo estados como eacute o caso do Maranhatildeo em que sua incidecircncia supera ateacute a do cacircncer de proacutestata (BARROS MELO 2009)
Dados do INCA referentes aos tumores malignos na populaccedilatildeo masculina dos estados da Paraiacuteba e Pernambuco apontam que o cacircncer de proacutestata eacute o que apre-senta maior incidecircncia conforme mostra a tabela a seguir
Tabela 02 ndash Taxa de incidecircncia anual de neoplasias malignas por 100000 habitantes por localizaccedilatildeo segundo Regiatildeo e UF sexo masculino Brasil 2010 e 2011
Regiatildeo e UF
Pulmatildeo
traqueia e
brocircnquios
Esocircfago Estocircmago
Coacutelon junccedilatildeo
retossigmoacuteide
reto e acircnus
Proacutestata
Laacutebio e
cavidade
oral
Melanoma
maligno da
pele
Outras
neoplasias
malignas da
pele
Paraiacuteba 730 438 1046 462 4369 843 102 7368
Pernambuco 1250 471 1065 653 5783 867 132 6060
Fonte (INCA c2013 adaptado)
alcoolismo
Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) apontam que cerca de 2 bilhotildees de pessoas consomem bebidas alcooacutelicas no mundo O uso abusivo do aacutelcool eacute responsaacutevel por 32 de todas as mortes e por 4 de todos os anos perdidos de vida uacutetil Na Ameacuterica Latina cerca de 16 dos anos de vida uacutetil perdidos estatildeo relacionados ao uso abusivo dessa substacircncia Esse iacutendice eacute quatro vezes maior que a meacutedia mundial e torna o problema da prevenccedilatildeo e do tratamento dos trans-tornos associados ao consumo de aacutelcool um grande problema de sauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
Estudos revelam que o uso do aacutelcool estaacute sendo iniciado cada vez mais preco-cemente por homens e mulheres Portanto torna-se fundamental avaliar os deter-minantes sociais de vulnerabilidade do homem em relaccedilatildeo aos problemas com o aacutelcool para a construccedilatildeo de accedilotildees efetivas de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede mental desse segmento inclusive para jovens e adolescentes (LARANJEIRA et al 2007 SENA et al 2011)
Segundo o Centro Brasileiro de Informaccedilotildees sobre Drogas Psicotroacutepicas (CEBRID) o consumo de aacutelcool e outras drogas estaacute associado a transtornos graves e afetam pelo menos 12 da populaccedilatildeo acima de 12 anos sendo o impacto do aacutelcool dez vezes maior que o do conjunto das drogas iliacutecitas (UNIFESP 2006 BRASIL 2008a)
18
Laranjeira et al (2007) realizaram uma pesquisa intitulada ldquoPrimeiro Levan-tamento Nacional sobre Padratildeo de Consumo de Aacutelcool na Populaccedilatildeo Brasileirardquo cujos resultados apontaram que 52 dos brasileiros acima de 18 anos bebem pelo menos uma vez ao ano e destes 65 satildeo homens A prevalecircncia de depen-dentes de aacutelcool eacute maior para o sexo masculino em que 195 dos homens satildeo dependentes do aacutelcool enquanto 69 das mulheres apresentam dependecircncia Segundo esses dados para cada seis pessoas do sexo masculino que faz uso de aacutelcool uma fica dependente Destaca-se ainda que do conjunto dos homens adultos 11 bebem todos os dias e 28 consomem bebida alcooacutelica de 1 a 4 vezes por semana conforme apresentado na tabela a seguir
Tabela 03 ndash Frequecircncia de consumo de bebida alcooacutelica em homens e mulheres com idade a partir de 18 anos
Frequecircncia de ConsumoA partir de 18 anos
Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstinentes (nunca bebeu ou menos de 1 vez por ano) 35 59 48
Raramente (menos de 1 vez por mecircs) 8 12 10
Ocasional (de 1 a 3 vezes por mecircs) 19 16 17
Frequente ( de 1 a 4 vezes por semana) 28 11 19
Muito frequente (todos os dias) 11 2 6
Quantidade usual Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Ateacute 2 doses 38 63 48
De 3 a 4 doses 25 19 22
de 5 a 11 doses 27 14 22
Bebe mais de 12 doses por ocasiatildeo 11 3 7
Intensidade do beber Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstecircmio 35 59 48
Bebedor natildeo frequente 12 16 14
Bebedor menos frequente 16 13 15
Bebedor frequente 22 9 15
Bebedor frequente pesado 14 3 9
Dependecircncia (criteacuterios de CID-10) Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
14 4 9
Fonte (BRASIL 2008a p14)
outras causas de morbidade
No periacuteodo de 2000 a 2010 observou-se que a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por doenccedilas cardiovasculares manteve-se constante e as hospitalizaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio apresentaram reduccedilatildeo no mesmo periacuteodo (BRASIL 2012a)
No graacutefico apresentado a seguir podem-se observar quanto agrave morbidade as sete causas que respondem pela internaccedilatildeo da maioria dos homens em ordem decrescente de ocorrecircncia
19
raquo As lesotildees os envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas satildeo a primeira causa de internaccedilatildeo para homens entre 20 e 49 anos de idade e a terceira para aqueles entre 50 e 59 anos
raquo As doenccedilas do aparelho digestivo satildeo a segunda causa para todas as faixas etaacuterias
raquo Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias satildeo a terceira causa para homens de 20 a 29 anos transtornos mentais e comportamentais entre 30 e 39 anos e doenccedilas do aparelho circulatoacuterio entre 40 e 49 anos
raquo Para os homens de 50 a 59 anos a principal causa de internaccedilatildeo satildeo as doenccedilas do aparelho circulatoacuterio (SCHWARZ et al 2012)
Graacutefico 02 ndash Porcentagem () das principais causas de internaccedilatildeo em homens por faixa etaacuteria Brasil 2010
Faixa etaacuteria em anos
35
30
25
20
15
10
5
0
I Algumas doenccedilas infecciosas e parasitaacuteriasII Neoplasias (tumores)V Transtornos mentais e comportamentais IX Doenccedilas do aparelho circulatoacuterioX Doenccedilas do aparelho respiratoacuterioXI Doenccedilas do aparelho digestivoXIX Lesotildees envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas
Fonte (SCHWARZ et al 2012 adaptado)
As principais causas de internaccedilotildees por enfermidades do aparelho respiratoacuterio estatildeo assinaladas no graacutefico a seguir
20
Graacutefico 03 ndash Internaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio 2007
Outras 57CID XI 15CID IX 13CID II 6CID X 9 (165369)
Pneumonia 43 (70535)Outras 29 (48489)DPOC 12 (20948)Asma 11 (18457)Tuberculose 5 (6940)
Fonte (BRASIL 2008a p26 adaptado)
Em relaccedilatildeo agraves doenccedilas do aparelho respiratoacuterio as que apresentaram maior incidecircncia foram as pneumonias (43) adoenccedila pulmonar obstrutiva crocircnica (12) e a tuberculose que mesmo apresentando o menor percentual de casos de internaccedilatildeo (5) destaca-se pela importacircncia do ponto de vista dasauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
21
Graacutefico 04 ndash Percentual de internaccedilotildees hospitalares pelo aparelho circulatoacuterio na populaccedilatildeo masculina dos 25ndash59 anos 2007
Outras 277CID V 165CID XIX151CID XI 134CIN IX 120 CIN X 80 CIN I 73
Coronariopatias 405 (59717)Outras 396 (58355)Hipertensatildeo 187 (27569)Febre reumaacutetica miocardiopatias 12 (1713)
Fonte (BRASIL 2008a p27 adaptado)
Entre os fatores de morbidade natildeo se pode deixar de mencionar as disfun-ccedilotildees sexuais notadamente a disfunccedilatildeo ereacutetil que acomete cerca da metade dos homens depois dos cinquenta anos (BRASIL 2008a p27)
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto acesse
MOURA E C MALTA D C Consumo de bebidas alcooacutelicas na populaccedilatildeo adulta brasileira ca-racteriacutesticas sociodemograacuteficas e tendecircncia RevBrasEpidemiol 2011 14(1) Supl 61- 70 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfrbepidv14s1a07v14s1pdfgt Acesso em 27092013
LARANJEIRA R et al I Levantamento nacional sobre os padrotildees de consumo de aacutelcool na popu-laccedilatildeo brasileira Brasiacutelia Secretaria Nacional Antidrogas 2007 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesrelatorio_padroes_consumo_alcoolpdfgt Acesso em 27 set 2013
22
222 mortalidade
Em relaccedilatildeo agrave mortalidade ao longo de toda a uacuteltima deacutecada foi observada maior proporccedilatildeo de oacutebitos entre homens que entre mulheres na faixa etaacuteria adulta especialmente jovens adultos (de 15 a 39 anos de idade) Diversos estudos mostram que as causas externas de mortalidade (acidentes e violecircncias) satildeo extre-mamente importantes entre os adultos especialmente para homens jovens No sexo masculino elas representaram 64 dos oacutebitos de 20 a 39 anos enquanto que no sexo feminino o percentual foi de 23 Mesmo observando uma reduccedilatildeo no diferencial entre homens e mulheres no periacuteodo entre 2000 e 2010 os homens ainda morrem mais que as mulheres conforme apresenta o graacutefico a seguir (BRASIL 2011b BRASIL 2011c LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005 MARANHAtildeO et al 2011)
Graacutefico 05 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo Brasil 2000 2005 e 2010
2000 2005 2010
584 58 573
415 42 427
0
10
20
30
40
50
60
70
Masculino
Feminino
Fonte (BRASIL 2012a p112 adaptado)
O proacuteximo graacutefico apresenta as curvas de mortalidade proporcional para homens e mulheres que tecircm padrotildees diferentes entre os anos principalmente para os grupos de adultos e idosos indicando um padratildeo de mortalidade mais tardia entre as mulheres Na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos houve um maior percen-tual de oacutebitos dos homens (381 em 2000 e 374 em 2010) quando comparado ao das mulheres (25 em 2000 e 232 em 2010) (BRASIL 2012a)
23
Graacutefico 06 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo e o ano do oacutebito por faixa etaacuteria Brasil 2000 e 2010
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1a 9 19 36 381
30 374 20 18 250
lt1 a 85 399241 11 13 232
ge 60 anos 479 547 620 703
Feminino 2000Masculino 2010Masculino 2000
Feminino 2010
10 a 19 20 a 59
11
Fonte (BRASIL 2012a p113)
Quadro 01 ndash Quatro principais causas especiacuteficas de mortalidade entre 20 e 59 anos (nesta ordem)homens 2010
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste Eventos Int Indeterminada Suiciacutedio
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste D HIV Cirosse e D Fiacutegado
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Acidentes de transporte terreste D Cerebrovasculares
Fonte (BRASIL 2012a adaptado)
24
Dados de 2012 mostram que no Brasil as causas externas representam a primeira causa mais frequente de morte na populaccedilatildeo masculina entre 20 a 59 anos configurando-se como um grande desafio aos gestores puacuteblicos e profissio-nais sobretudo os da sauacutede pois se deve ultrapassar a dimensatildeo da assistecircncia e reabilitaccedilatildeo das viacutetimas ocupando-se tambeacutem da promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e vigilacircncia epidemioloacutegica de acidentes e violecircncias (BRASIL 2012a)
Os homens no Brasil apresentam um risco de morte por causas externas 51 vezes maior que as mulheres Quanto agrave idade vale destacar as altas taxas de mortalidade por causas externas observadas a partir dos 19 anos de idade em especial entre os adultos jovens de 20 a 39 anos de idade e os idosos com 60 e mais anos de idade O risco de morte por causas externas foi de 100 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os adultos jovens e de 1104 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os idosos (BRASIL 2012a)
A anaacutelise do risco de morte por causas externas segundo regiotildees geograacute-ficas demonstrou uma distribuiccedilatildeo menos desigual que nas anaacutelises anteriores segundo atributos de idade e sexo sendo que taxas de mortalidade apenas ligei-ramente superiores foram encontradas nas regiotildees Centro-Oeste (853 por oacutebitos por 100 mil habitantes) Nordeste (755 oacutebitos por 100 mil habitantes) e Sul (746 oacutebitos por 100 mil habitantes) (BRASIL 2012a)
Tabela 04 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa bruta de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externas segundo sexo faixa etaacuteria e regiotildees geograacuteficas Brasil 2009
CaracteriacutesticasSexo a
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria b
0 a 9 anos 2517 22 151 1594 68 100 4111 30 126
10 a 14 anos 1740 15 208 733 31 90 2473 18 150
15 a 19 anos 11780 102 1384 1629 70 197 13409 97 799
20 a 39 anos 57656 500 1810 6105 282 204 64261 463 1000
40 a 59 anos 26305 228 1315 1586 196 210 30891 223 738
60 a mais 13342 116 1541 8109 346 753 21451 155 1104
Ignorado 1904 17 - 179 08 - 2083 15 -
Regiatildeo
Norte 9317 81 1199 1508 64 199 10825 78 705
Nordeste 34639 301 1317 5807 248 213 40446 292 755
Sudeste 44360 385 1125 10405 444 251 54765 395 677
Sul 17023 148 1246 3652 156 260 20675 149 746
Centro-Oeste 9826 85 1428 2023 86 288 11849 85 853
Total 115244 1000 1225 23435 1000 241 138679 1000 724
a) Excluiacutedos 137 registros com sexo ignorado
b) Excluiacutedos 119 registros com regiatildeo de residecircncia ignorada
Fonte (BRASIL 2011b p234 adaptado)
25
Embora natildeo exista grande diferenccedila nos coeficientes de mortalidade por neoplasias malignas eacute preciso destacar que entre os homens predominam os cacircnceres de pulmatildeo vindo a seguir os de proacutestata e o de estocircmago A anaacutelise de seacuteries histoacutericas de mortalidade no Brasil mostra claramente a importacircncia cres-cente do cacircncer de proacutestata que jaacute suplanta a neoplasia maligna de estocircmago haacute alguns anos (LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005)
No estado da Paraiacuteba o que se percebe eacute que em relaccedilatildeo agrave mortalidade por cacircnceres na populaccedilatildeo masculina o tumor da proacutestata jaacute se destaca como o de maior prevalecircncia aleacutem de ter tendecircncia crescente em relaccedilatildeo aos periacuteodos 2002 ndash2006 e 2007ndash2011
Graacutefico 07 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Paraiacuteba para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
2002-2006 2007-2011
158
109
96
62
52
52
5
49
38
31
31
3
24
1
207
191
104
10
36
5
36
49
46
46
37
37
32
23
1
20
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Por outro lado no estado de Pernambuco o cacircncer de proacutestata tambeacutem apre-senta maior prevalecircncia em relaccedilatildeo aos outros tumores mas mesmo apresen-tando tendecircncia a aumento no periacuteodo avaliado natildeo foi tatildeo significativo quanto no estado da Paraiacuteba Outro ponto de destaque eacute a tendecircncia agrave diminuiccedilatildeo nos tumores de traqueia brocircnquios pulmotildees fiacutegado e vias biliares
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Graacutefico 08 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Pernambuco para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
179
91
128
184
183
92
122
184
3
46
39
65
43
44
33
35
36
32
14
35
5
34
61
46
38
34
37
41
3
14
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
2002-2006 2007-2011
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Dentre as doenccedilas do aparelho digestivo podem-se destacar as doenccedilas do fiacutegado que em 2005 foram responsaacuteveis por 70 das causas de morte de homens de 25ndash59 anos Destas 46 devem-se agrave doenccedila por consumo de aacutelcool 36 agrave fibrose e cirrose e 18 a outras doenccedilas do fiacutegado (BRASIL 2008a)
Por outro lado em relaccedilatildeo agrave mortalidade proporcional de acordo com os capiacute-tulos da CIDndash10 entre homens apresenta uma tendecircncia de reduccedilatildeo da proporccedilatildeo de oacutebitos por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio e tendecircncia de aumento nas seguintes causas neoplasias doenccedilas endoacutecrinas e causas externas (BRASIL 2012a)
27
Graacutefico 09 ndash Mortalidade proporcional () por capiacutetulos da CID no sexo masculino Brasil 2000 e 2010
IX II XX X IV OUTRAS
294 135 18 105 47 238
285 16 187 104 53 211
0
5
10
15
20
25
30
35
2000
2010
Fonte (BRASIL 2012a p121 adaptado)
Saiba
SitesPara realizar uma anaacutelise mais detalhada do perfil de mortalidade masculina consulte o material Mortalidade do adulto no Brasil taxas de mortalidade segundo o sexo as causas e as Regiotildees 2010 disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrportalsaudearquivospdf2013Fev21sau-debrasil2011_parte1_cap7pdfgt Acesso em 25 set 2013
Leia tambeacutem o Perfil da situaccedilatildeo de sauacutede do homem no Brasil (2012) disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Perfil-da-Situa----o-de-Sa--de-do-Homem-no--Brasilpdfgt Acesso em 26 ago 2015
Nos artigos a seguir os autores fazem uma discussatildeo ampliada sobre as principais causas de morbimortalidade masculina
LAURENTI R JORGE M H P de M GOTLIEB S L D Perfil epidemioloacutegico da morbimortalidade masculina Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 10 n 1 p 35-46 janmar 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfcscv10n1a04v10n1pdfgt Acesso em 30 set 2013
LUIZAGA C T de M GOTLIEB S L D Mortalidade masculina em trecircs capitais brasileiras 1979 a 2007 RevBrasEpidemiolv 16 n 1 p 87-99 2013 Disponiacutevel emlthttpwwwscielobrpdfrbe-pidv16n11415-790X-rbepid-16-01-0087pdfgt Acesso em 25 set 2013
IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) A qualidade da informaccedilatildeo sobre a mortalidade no Brasil recente e avaliaccedilatildeo do impacto das causas violentas no nuacutemero de anos de vida perdi-dos In IBGE Indicadores Sociodemograacuteficos e de Sauacutede no Brasil n 25 Rio de Janeiro IBGE 2009 Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoindic_sociosaude2009indicsaudepdfgt Acesso em 25092013
VIEIRA S O cacircncer e a sauacutede do homem um panorama completo dos tumores que acometem a populaccedilatildeo masculina Revista Oncoamp ndash Oncologia para todas as especialidadesSatildeo Paulo a 2 n 11 p 12-18 maiojun 2012 Disponiacutevel emlthttprevistaoncocombrwp-contentuploa-ds201205ONCO_11pdfgt Acesso em 25 set 2013
28
Para vocecirc ter acesso a dados sobre morbimortalidade da populaccedilatildeo masculina dos estados de Paraiacuteba e Pernambuco acesse os links abaixo
TABNET ndash OacuteBITOSPARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttptabnetsaudepbgovbrdeftohtmexetabdotabnetsimpbdefgt Acesso em 25 set 2013
ATLAS DE MORTALIDADE POR CAcircNCER ndash INCA (Instituto Nacional de Cacircncer) Disponiacutevel em lthttpmortalidadeincagovbrMortalidadeprepararModelo04actiongt Acesso em 25 set 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttppor-talweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO ndash Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PERNAMBUCO Disponiacutevel em lthttpportalweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
Nos links para acesso ao Pacto pela Sauacutede apoacutes abrir a paacutegina do SISPACTO clique em relatoacute-rios que aparece no lado esquerdo da tela Em seguida clique em relatoacuterios estaduais e localize o estado que vocecirc desejar consultar
3 programas poLiacuteticas e pactos de sauacutede para o homem no BrasiL
A seguir descreveremos os principais programas poliacuteticas e pactos que tecircm relaccedilatildeo com a sauacutede do homem no Brasil Recomendamos que vocecirc consulte os links complementares para saber mais sobre cada um deles
31 pacto pela sauacutede
Aprovado por unanimidade pelo Conselho Nacional de Sauacutede (CNS) e publi-cado na Portaria GMMS nordm 399 de 22 de fevereiro de 2006 o Pacto pela Sauacutede eacute um conjunto de reformas institucionais do SUS pactuado entre as trecircs esferas de gestatildeo (Uniatildeo Estados e Municiacutepios) com o objetivo depromover a melhoria dos serviccedilos ofertados agrave populaccedilatildeo e a garantia de acesso a todos Tambeacutem redefine as responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da popu-laccedilatildeo e na busca da equidade social Sua adesatildeo se constituiem um processo de cooperaccedilatildeo permanente entre os gestores e negociaccedilatildeo local regional estadual e federal
O pacto pela sauacutede se divide em 3 eixos
1 Pacto em defesa do SUS defesa dos princiacutepios do SUS qualificaccedilatildeo do SUS como poliacutetica puacuteblica
2 Pacto pela gestatildeo do SUS processo continuado de pactuaccedilatildeo intergestores ndash responsabilidades sanitaacuterias e diretrizes de gestatildeo
3 Pacto pela vida compromisso entre os gestores do SUS em torno das respon-sabilidades nacionais estaduais regionais e municipais com definiccedilotildees de metas e accedilotildees
Por meio da Portaria nordm 325GM de 21 de fevereiro de 2008 o Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu novas prioridades objetivos metas e indicadores de monito-ramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede para o ano de 2008 no qual foi inserido
30
como uma das prioridades a Sauacutede do Homem cuja meta era a de promover a sauacutede integral do homem com a elaboraccedilatildeo publicaccedilatildeo e implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede do Homem
32 poliacutetica nacional de atenccedilatildeo inteGral agrave sauacutede do Homem (pnaisH)
Foi instituiacuteda por meio da Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Destaca- se por ser um programa pioneiro dentre os paiacuteses da Ameacuterica Latina lanccedilado apoacutes 20 anos de implantaccedilatildeo do SUS no Brasil Visa abranger a faixa etaacuteria de 20 a 59 anos melhorando a assistecircncia oferecida aos homens por meio de accedilotildees de informaccedilatildeo proteccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede assim como tratamento e recuperaccedilatildeo de agravos aleacutem de uma mudanccedila cultural no que diz respeito ao comportamento masculino nessa aacuterea (BRASIL 2008a)
A PNAISH estaacute alinhada com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash porta de entrada preferencial ao Sistema Uacutenico de Sauacutede ndash primando pela humanizaccedilatildeo da atenccedilatildeo e em consonacircncia com os princiacutepios do SUS fortalecendo accedilotildees e serviccedilos em redes e cuidados da sauacutede Ela norteia as accedilotildees de atenccedilatildeo integral
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto recomendamos que vocecirc veja os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Pacto pela SauacutedeSISPACTO - Aplicativo do Pacto pela Sauacutede Brasiacutelia Ministeacute-rio da Sauacutede [2011c] Disponiacutevel emlthttpportalweb04saudegovbrsispactogt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 399GM de 22 de fevereiro de 2006 Divulga o pacto pela sauacutede 2006 - Consolidaccedilatildeo do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a Disponiacutevel em lthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2006GMGM-399htmgt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 325 de 21 de fevereiro de 2008 Estabelece prioridades objetivos e metas do Pacto pela Vida para 2008 os indicadores de monitoramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede e as orientaccedilotildees prazos e diretrizes para a sua pactuaccedilatildeoBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacute-de 2008b Disponiacutevel emlthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2008GMGM-325htmgt Acesso em 27set 2013
MACHADO R R et al Entendendo o pacto pela sauacutede na gestatildeo do SUS e refletindo sua implementaccedilatildeo Rev Eletrocircnica de Enfermagem v 11 n 1 p 181-187 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfenufgbrfen_revis-tav11n1pdfv11n1a23pdfgt Acesso em 27set2013
31
agrave sauacutede do homem visando estimular o autocuidado e sobretudo o reconhe-cimento de que a sauacutede eacute um direito social baacutesico e de cidadania de todos os homens brasileiros (BRASIL 2008a)
Tem como objetivo principal
Promover a melhoria das condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo masculina do Brasil contri-buindo de modo efetivo para a reduccedilatildeo da morbidade e mortalidade dessa popu-laccedilatildeo atraveacutes do enfrentamento racional dos fatores de risco e mediante a facilitaccedilatildeo ao acesso agraves accedilotildees e aos serviccedilos de assistecircncia integral agrave sauacutede (BRASIL 2008a)
Aleacutem disso a PNAISH propotildee uma reorientaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede com foco na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) de modo que essa poliacutetica seja integrada e executada juntamente com as demais poliacuteticas programas estrateacutegias e accedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2008a)
Para refletir
Vocecirc jaacute teve oportunidade de discutir a PNAISH com os demais membros da equipe de sauacutedeQuais satildeo as accedilotildees desenvolvidas na sua unidade de sauacutede para os homens Como eacute a adesatildeo da popula-ccedilatildeo a essas accedilotildees Quais satildeo suas principais dificuldades
Saiba
Conheccedila o estudo que avaliou a implantaccedilatildeo da PNAISH em municiacutepios brasileiros Nele foram avaliados como estatildeo sendo desenvolvidas as accedilotildees de fortalecimento desta poliacutetica Estaacute disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Fortalecimento-da--PNAISHpdfgt Acesso em 01 fev 2015
SitesPara vocecirc conhecer mais sobre a PNAISH acesse os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Institui no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacute-de do Homem Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2009prt1944_27_08_2009htmlgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave sauacutede Departamento de Accedilotildees Progra- maacuteticas e Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem Plano de Accedilatildeo Nacional 2009-2011 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009b Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_saude_homem_2009-2011pdfgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteti-cas Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2008a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_homempdfgt Acesso em 20 set 2013
CARRARA S RUSSO J A FARO L A poliacutetica de atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem no Brasil os pa-radoxos da medicalizaccedilatildeo do corpo masculinoPhysisRevista de Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 19 n 3 p659-678 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfphysisv19n3a06v19n3pdfgt Acesso em 27set 2013
32
LEAL A F FIGUEIREDO W S NOGUEIRA-DA-SILVA G S O percurso da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede dos Homens (PNAISH) desde a sua formulaccedilatildeo ateacute sua implementaccedilatildeo nos serviccedilos puacuteblicos locais de atenccedilatildeo agrave sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletivav 17 n 10 p2607-2616 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfcscv17n1010pdfgt Acesso em 27 set 2013
33 poliacutetica nacional de Humanizaccedilatildeo (pnH)A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) foi criada em 2004 como fortaleci-
mento da rede assistencial do SUS e com o objetivo de oferecer uma sauacutede digna para todos com profissionais comprometidos com a eacutetica e com a defesa da vida
Para a PNH humanizar eacute ofertar atendimento de qualidade articulando os avanccedilos tecnoloacutegicos com o acolhimento com a melhoria dos ambientes de cuidado e das condiccedilotildees de trabalho dos profissionais
Como poliacutetica a Humanizaccedilatildeo deve portanto traduzir princiacutepios e modos de operar no conjunto das relaccedilotildees entre profissionais e usuaacuterios A humanizaccedilatildeo supotildee troca de saberes (incluindo os dos pacientes e familiares) diaacutelogo entre os profissionais e modos de trabalhar em equipe Como estrateacutegia de interferecircncia no processo de produccedilatildeo de sauacutedeconsidera-se que sujeitos sociais quando mobi-lizados satildeo capazes de transformar realidades transformando-se a si proacuteprios nesse mesmo processo
princiacutepios norteadores da poliacutetica de Humanizaccedilatildeo
1 Valorizaccedilatildeo da dimensatildeo subjetiva e social em todas as praacuteticas de atenccedilatildeo e gestatildeo fortalecendoestimulando processos integradores e promotores de compromissosresponsabilizaccedilatildeo
2 Estiacutemulo a processos comprometidos com a produccedilatildeo de sauacutede e com a produccedilatildeo de sujeitos
3 Fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional estimulando a trans-disciplinaridade e a grupalidade
4 Atuaccedilatildeo em rede com alta conectividade de modo cooperativo e solidaacuterio em conformidade com as diretrizes do SUS
5 Utilizaccedilatildeo da informaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo da educaccedilatildeo permanente e dos espaccedilos da gestatildeo na construccedilatildeo de autonomia e protagonismo de sujeitos e coletivos
33
diretrizes especiacuteficas na atenccedilatildeo baacutesica
1 Elaborar projetos de sauacutede individuais e coletivos para usuaacuterios e sua rede social considerando as poliacuteticas intersetoriais e as necessidades de sauacutede
2 Incentivar praacuteticas promocionais de sauacutede
3 Estabelecer formas de acolhimento e inclusatildeo do usuaacuterio que promovam a otimizaccedilatildeo dos serviccedilos o fim das filas a hierarquizaccedilatildeo de riscos e o acesso aos demais niacuteveis do sistema
4 Comprometer-se com o trabalho em equipe de modo a aumentar o grau de corresponsabilidade e com a rede de apoio profissional visando agrave maior eficaacutecia na atenccedilatildeo em sauacutede
E o acolhimento como pode ser entendido Trata-se de uma praacutetica nas accedilotildees de atenccedilatildeo e gestatildeo nas unidades de sauacutede que favorece a construccedilatildeo de uma relaccedilatildeo de confianccedila e compromisso dos usuaacuterios com as equipes e os serviccedilos contribuindo para a promoccedilatildeo da cultura de solidariedade e para a legitimaccedilatildeo do SUS Com o acolhimento passa a existir a possibilidade de avanccedilos na alianccedila entre usuaacuterios trabalhadores e gestores da sauacutede em defesa do SUS como uma poliacutetica puacuteblica essencial da e para a populaccedilatildeo brasileira (GENIOLE et al 2011)
Para refletir
Como profissional de sauacutede suas atitudes contemplam as dimensotildees abordadas na Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo E qual o envolvimento que vocecirc visualiza desta Poliacutetica com a Sauacutede do Homem Vocecirc acredita que a falta de acolhimento pode dificultar o acesso dos homens agraves unidades de sauacutede
Saiba
SitesPara conhecer mais sobre a Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo acesse os links lthttpportalsau-degovbrportalarquivospdfdoc_basepdfgt (BRASIL 2004) e lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumanizasus_gestores_trabalhadores_sus_4edpdfgt (BRASIL 2008c)
A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo possui um caderno especiacutefico para a Atenccedilatildeo Baacutesica Para conhececirc-lo acesse o link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumaniza_sus_atencao_basicapdfgt (BRASIL 2009c)
E para entender mais sobre acolhimento acesse a cartilha denominada Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede disponiacutevel no link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhi-mento_praticas_producao_saudepdfgt (BRASIL 2010a)pdfgt Acesso em 27set 2013
34
34 poliacutetica de promoccedilatildeo da sauacutede
Entre as prioridades do Pacto em Defesa da Vida encontra-se a publicaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede que ratifica o compromisso do Minis-teacuterio da Sauacutede na ampliaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede nos serviccedilos e na gestatildeo do SUS Trata-se de uma poliacutetica transversal integrada e intersetorial que dialoga com as diversas aacutereas do setor sanitaacuterio os outros setores do Governo os setores privados e natildeogovernamentais e a sociedade compondo redes de compromisso e corresponsabilidade quanto agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo de forma que todos sejam partiacutecipes no cuidado com a sauacutede (BRASIL 2006b)
A Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede foi revisada no ano de 2015 visando se adequar aos novos desafios e compromissos no contexto da sauacutede nacional
Ela destaca a necessidade de articulaccedilatildeo com outras poliacuteticas puacuteblicas para fortalececirc-la com o imperativo da participaccedilatildeo social e dos movimentos popu-lares em virtude da impossibilidade de que o setor sanitaacuterio responda sozinho ao enfrentamento dos determinantes e condicionantes da sauacutede Para tal toma como referecircncia alguns temas transversais para a formulaccedilatildeo de agendas de promoccedilatildeo da sauacutede e para a adoccedilatildeo de estrateacutegias e temas prioritaacuterios operando em conso-nacircncia com os princiacutepios e os valores do SUS como
raquo Determinantes Sociais da Sauacutede (DSS)
raquo equidade e respeito agrave diversidade
raquo produccedilatildeo de sauacutede e cuidado
raquo vida no trabalho
raquo cultura da paz e direitos humanos entre outras (BRASIL 2015)
O objetivo principal dessa poliacutetica eacute promover a equidade e a melhoria das condiccedilotildees e dos modos de viver ampliando a potencialidade da sauacutede individual e coletiva e reduzindo vulnerabilidades e riscos agrave sauacutede decorrentes dos determi-nantes sociais econocircmicos poliacuteticos culturais e ambientais (BRASIL 2015)
Saiba
SitesPara conhecer melhor a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede vocecirc pode ver o linklthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_promocao_saude_3edpdfgtAcesso em 28 out 2013 (BRASIL 2010b)
Para ter acesso agrave Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede revisada e identificar todas as atuali-zaccedilotildees da versatildeo de 2015 acesse lthttppromocaodasaudesaudegovbrpromocaodasaudearquivospnps-2015_finalpdfgt Acesso em 01 fev 2015
4 a organizaccedilatildeo da estrateacutegia sauacutede da famiacuteLia no pLanejamento de accedilotildees e avaLiaccedilatildeo de riscos agrave sauacutede do homem
Uma das diretrizes da PNAISH eacute a reorganizaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede por meio de uma proposta inclusiva na qual os homens considerem os serviccedilos de sauacutede sobretudo as unidades baacutesicas de sauacutede ou unidades de sauacutede da famiacutelia tambeacutem como espaccedilos masculinos e por sua vez esses serviccedilos reconheccedilam os homens como sujeitos que necessitem de cuidados (SILVA et al 2012)
A compreensatildeo das barreiras institucionais eacute importante para a proposiccedilatildeo estrateacutegica de medidas que venham a promover o acesso dos homens aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria que deve ser a porta de entrada preferencial ao sistema de sauacutede a fim de resguardar a promoccedilatildeo e a prevenccedilatildeo como eixos fundamentais de intervenccedilatildeo (SILVA et al 2012)
Nesse contexto estudos vecircm relacionando a masculinidade tradicional como o principal obstaacuteculo para o acesso dessa parcela populacional aos serviccedilos de sauacutede sobretudo agravequeles que estatildeo voltados agrave promoccedilatildeo da sauacutede A busca por esse tipo de serviccedilo pode ser considerado sinocircnimo de fraqueza realidade que vai de encontro com os preceitos da hegemonia masculina na qual os homens satildeo educados para natildeo demonstrar qualquer traccedilo de fragilidade Some-se a isso o fato de as unidades baacutesicas e de sauacutede da famiacutelia por serem compostas por muitos profissionais do sexo feminino e serem frequentadas sobretudo por mulheres provocam uma sensaccedilatildeo de natildeo pertencimento a tais espaccedilos (FIGUEIREDO 2005 BRAZ 2005 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 BRITO SANTOS 2010 SILVA et al 2012)
Os estudos apontam ainda outros motivos pela baixa demanda masculina na Atenccedilatildeo Baacutesica como a organizaccedilatildeo dos serviccedilos a demora em conseguir atendimento meacutedico o horaacuterio de funcionamento incompatiacutevel com a jornada de trabalho daqueles inseridos no mercado formal a ausecircncia de programas especiacute-ficos para atender aos homens o deacuteficit no processo de abordagem e de cuidarcuidado da populaccedilatildeo masculina por parte dos profissionais a ausecircncia de acolhi-mento ou o acolhimento pouco atrativo a fraacutegil qualificaccedilatildeo profissional para lidar com o segmento masculino
36
O certo eacute que muitos agravos que acometem a populaccedilatildeo masculina poderiam ser evitados caso fossem realizadas com regularidade as medidas de prevenccedilatildeo primaacuteria A resistecircncia masculina agrave atenccedilatildeo primaacuteria aumenta natildeo somente a sobrecarga financeira da sociedade mas tambeacutem o sofrimento fiacutesico e emocional do paciente e de sua famiacutelia na luta pela conservaccedilatildeo da sauacutede e da qualidade de vida dessas pessoas (BRASIL 2008a)
O fortalecimento e a qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria garantem a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo aos agravos evitaacuteveis dado o reconhecimento de que os homens adentram o sistema de sauacutede por meio da atenccedilatildeo especializada agravando a morbidade pelo retardamento na atenccedilatildeo e maior custo parao SUS (BRASIL 2008a)
Assim ao serem elaboradas estrateacutegias voltadas agrave conscientizaccedilatildeo do grupo masculino sobre a adoccedilatildeo de haacutebitos mais saudaacuteveis o primeiro passo a ser dado eacute a sensibilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede que atuam na atenccedilatildeo baacutesica para que compreendam os padrotildees culturalmente arraigados na populaccedilatildeo acerca do que eacute ser homem as principais barreiras possam ser superadas e essa populaccedilatildeo possa efetivamente ser acolhida (BRITO SANTOS 2010 )
41 conHecendo a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea de abranGecircncia
Vocecirc jaacute sabe a importacircncia de os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica conhecerem bem as caracteriacutesticas da sua populaccedilatildeo adscrita Sem essa informaccedilatildeo fica difiacutecil se planejar o trabalho a ser desenvolvido
Como aqui estamos discutindo a sauacutede do homem enfatizamos a necessidade de que seja realizado um levantamento sobre o perfil de morbimortalidade dessa populaccedilatildeo antes mesmo das accedilotildees de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo agrave sauacutede serem pensadas
Como a populaccedilatildeo masculina eacute caracterizada pela faixa etaacuteria de 20 a 59 anos uma sugestatildeo eacute que se definam por grupos etaacuteriosas causas de adoecimento e morte mais prevalentes e a partir disso sejam estruturadas as accedilotildees de sauacutede
Uma sugestatildeo eacute vocecirc utilizar as informaccedilotildees contidas no quadro a seguir para construir o perfil da sua populaccedilatildeo masculina
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Quadro 02 ndash Indicadores para a anaacutelise do perfil da populaccedilatildeo masculina
Cadastro do nuacutemero de indiviacuteduos masculinos entre 20 e 59 anos
Homens diabeacuteticos cadastrados
Homens diabeacuteticos acompanhados
Homens hipertensos cadastrados
Homens hipertensos acompanhados
Homens com tuberculose cadastrados
Homens com tuberculose acompanhados
Homens com hanseniacutease cadastrados
Homens com hanseniacutease acompanhados
Hospitalizaccedilotildees ocorridas no mecircsPor abuso de aacutelcoolPor complicaccedilotildees do DiabetesPor outras causas
Internaccedilotildees em hospital psiquiaacutetrico
Oacutebitos ocorridos no mecircs
Fonte (UFSC 2013 adaptado)
Saiba
SitesConsulte os links a seguir para saber mais sobre o assunto
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42 inserccedilatildeo da atenccedilatildeo e cuidado ao Homem no processo de trabalHo da equipe de sauacutede da famiacutelia
Para alcanccedilar a efetividade desejada na atenccedilatildeo baacutesica consideram-se neces-saacuterios o planejamento e a implementaccedilatildeo de accedilotildees de sauacutede em cada contexto Esses exigem conhecimentos detalhados sobre as condiccedilotildees de vida das pessoas que ali residem sobre as especificidades do processo de organizaccedilatildeo das accedilotildees realizadas na assistecircncia agrave sauacutede e gestatildeo do trabalho das equipes e dos profissio-nais envolvidos Assim pode-se delinear o que eacute necessaacuterio e o que eacute possiacutevel se realizarem um determinado local (KRUG et al 2010)
O processo de trabalho na Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia eacute caracterizado pela interdisciplinaridade e pelo trabalho em equipe Haacute uma soma dos diversos saberes e das praacuteticas das categorias profissionais por meio de uma abordagem integral e resolutiva (BRASIL 2012b)
O trabalho em equipe eacute tido como proposta estrateacutegica para enfrentar o intenso processo de especializaccedilatildeo na aacuterea da sauacutede Esse processo caracteriza-se pelo aprofundamento vertical do conhecimento e da intervenccedilatildeo em aspectos individu-alizados das necessidades de sauacutede (PAVONI MEDEIROS 2009)
Sendo assim o ideal eacute mobilizar toda a equipe para que juntos possam efeti-vamente planejar as accedilotildees que seratildeo desenvolvidas para a populaccedilatildeo masculina Para ajudar nesse processo relembramos algumas caracteriacutesticas do processo de trabalho das equipes de atenccedilatildeo baacutesica
I Definiccedilatildeo do territoacuterio de atuaccedilatildeo e da populaccedilatildeo sob a responsabilidade das unidades baacutesicas de sauacutede e das equipes
II Programaccedilatildeo e implementaccedilatildeo das atividades de atenccedilatildeo agrave sauacutede de acordo com as necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo com a priorizaccedilatildeo de inter-venccedilotildees cliacutenicas e sanitaacuterias nos problemas de sauacutede segundo criteacuterios de frequecircncia risco vulnerabilidade
III Desenvolvimento de accedilotildees que priorizem os grupos de risco e os fatores de risco cliacutenico-comportamentais alimentares eou ambientais com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a persistecircncia de doenccedilas e danos evitaacuteveis
IV Realizaccedilatildeo do acolhimento com escuta qualificada classificaccedilatildeo de risco avaliaccedilatildeo de necessidade de sauacutede e anaacutelise de vulnerabilidade tendo em vista a responsabilidade da assistecircncia resolutiva agrave demanda espontacircnea e o primeiro atendimento agraves urgecircncias
V Prover atenccedilatildeo integral contiacutenua e organizada agrave populaccedilatildeo adscrita
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VI Desenvolvimento de accedilotildees educativas que possam interferir no processo de sauacutede-doenccedila da populaccedilatildeo no desenvolvimento de autonomia individual e coletiva e na busca por qualidade de vida pelos usuaacuterios
VII Desenvolvimento de accedilotildees intersetoriais integrando projetos e redes de apoio social voltados para o desenvolvimento de uma atenccedilatildeo integral
VIII Realizaccedilatildeo de atenccedilatildeo domiciliar destinada a usuaacuterios que possuam problemas de sauacutede controladoscompensados e com dificuldade ou impos-sibilidade fiacutesica de locomoccedilatildeo ateacute uma unidade de sauacutede que necessitam de cuidados com menor frequecircncia e menor necessidade de recursos de sauacutede e do cuidado compartilhado com as equipes de atenccedilatildeo domiciliar nos demais casos
Fonte (BRASIL 2012b grifo nosso)
Como jaacute vimos vaacuterios estudos apontam que os homens padecem mais de condiccedilotildees severas e crocircnicas de sauacutede em comparaccedilatildeo agraves mulheres e igualmente morrem mais do que as mulheres pelas mesmas causas de morte Mesmo com o aumento dos iacutendices de morbimortalidade eles natildeo costumam procurar as unidades baacutesicas de sauacutede para orientaccedilatildeo ou prevenccedilatildeo de alguma patologia e quando buscam esses serviccedilos jaacute estatildeo com alguma doenccedila instalada portanto o desafio das equipes de sauacutede da famiacutelia eacute inverter esse padratildeo e encontrar formas de estimular a populaccedilatildeo masculina para accedilotildees de prevenccedilatildeo e cuidados agrave sauacutede (SILVA etal 2012 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 FIGUEIREDO 2005 SCHRAIBER et al 2010)
Eacute mais do que chegada a hora de se distanciar do modelo biomeacutedico pres-critivo que natildeo enfatiza a prevenccedilatildeo mas que ainda predomina nos serviccedilos de sauacutede e estaacute arraigado na cultura masculina Deve-se ter um olhar integral no aten-dimento a essa populaccedilatildeo no qual se priorizam as necessidades que vatildeo aleacutem daquilo que a cliacutenica pode detectar (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)Tambeacutem eacute necessaacuterio que os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica verdadeiramente entendamo papel de cada um para que efetivamente a PNAISH possa ser implan-tada nas unidades de sauacutede
A equipe da atenccedilatildeo baacutesica eacute de fundamental importacircncia no processo de estiacute-mulo agrave populaccedilatildeo masculina pela procurados serviccedilos de sauacutede Diversos esforccedilos devem ser investidos para trazer essa populaccedilatildeo para participar de atividades de
43 accedilotildees da equipe de sauacutede da famiacutelia Voltadas para a sauacutede do Homem
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prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Para tal vale acionar familiares na captaccedilatildeo dessa populaccedilatildeo A mulher que geralmente eacute quem procura a unidade sendo essa esposa matildee ou irmatilde eacute um canal interessante para se discutir a importacircncia de trazer seus familiares do sexo masculino para consultas de rotina (BRASIL 2008a) E como fazer isso
Na seccedilatildeo 41 deste livro vocecirc recebeu orientaccedilotildees sobre como conhecer a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea Agora eacute hora de reunir a equipe de sauacutede e planejar as accedilotildees visando agrave melhoria dos indicadores e agrave qualidade de vida dessa populaccedilatildeo A seguir sugerimos alguns exemplos de accedilotildees que podem ser desen-volvidas por vocecirc e sua equipe
raquo Analisar a situaccedilatildeo de sauacutede da populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea adscrita observando as principais causas de morbidade internaccedilatildeo e mortalidade
raquo Estabelecer accedilotildees levando em consideraccedilatildeo os fatores socioeconocircmicos de morbimortalidade eculturais locais que determinam ou condicionam o modo de vida dos indiviacuteduos respeitando tambeacutem as diferenccedilas de idade jaacute que esse grupo populacional envolve homens na faixa etaacuteria de 20 e 59 anos
raquo Realizar a busca ativa de homens para a realizaccedilatildeo de ao menos uma consultaano
raquo Informar a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea a respeito da importacircncia da promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos aos homens
raquo Facilitar o acesso com oferta de atendimento em horaacuterios alternativos adequados agrave populaccedilatildeo masculina
raquo Promover o acolhimento realizando atendimento humanizado
raquo Realizar accedilotildees visando principalmente agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao estiacutemulo ao autocuidado e agrave adesatildeo de homens aos serviccedilos de sauacutede Satildeo exemplos de accedilotildees orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da populaccedilatildeo masculina quanto agraves medidas disponiacuteveis para detecccedilatildeo precoce do cacircncer de proacutestata em pacientes sinto-maacuteticos e com disfunccedilatildeo ereacutetil entre outros agravos do aparelho geniturinaacuterio
raquo Incorporar os homens nas accedilotildees e atividades educativas voltadas para o plane-jamento familiar
raquo Estimular a participaccedilatildeo paterna no preacute-natal parto puerpeacuterio e no cresci-mento e desenvolvimento da crianccedila
raquo Ofertar exames previstos para homens que participam do preacute-natal masculino
raquo Realizar accedilotildees educativas para a prevenccedilatildeo de violecircncias e acidentes e uso de aacutelcool e outras drogas
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Vocecirc sabia
O Ministeacuterio da Sauacutede vem apoiando estrateacutegias que estimulem e facilitem o acesso dos homens agraves unidades baacutesicas de sauacutede Como alternativa desde 2010 propocircs durante o I Seminaacuterio Inter-nacional de Sauacutede do Homem das Ameacutericas a implantaccedilatildeo do preacute-natal masculino como comple-mento agrave PNAISH na Atenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede
O objetivo eacute fazer com que os profissionais de sauacutede incentivem o homem a acompanhar as con-sultas do preacute-natal durante os nove meses de gestaccedilatildeo da parceira e aproveitem esse momento para realizar exames preventivos e assim promover o acesso dos homens aos serviccedilos de sauacutede
O princiacutepio baacutesico eacute estimular a participaccedilatildeo e inclusatildeo do homem nas accedilotildees de planejamento de sua vida sexual e reprodutiva focando inclusive na paternidade responsaacutevel ou seja o homem precisa se cuidar para cuidar da famiacutelia A proposta tem relaccedilatildeo com o fortalecimento do viacutenculo homem-mulher e pai-filho(a) podendo este ter reflexo sobre a reduccedilatildeo da violecircncia domeacutestica (SANTOS FERREIRA 2013)
Na Paraiacuteba desde o ano de 2009 foi instituiacuteda a Semana Estadual da Sauacutede do Homem (Lei Ndeg 8772 de 15 de abril de 2009) Desde essa eacutepoca vaacuterios eventos aconteceram com o objetivo de implantar e implementar a PNAISH no Estado
A primeira semana foi intitulada ldquoAlerta Homemrdquo por meio da qual se definiu um conjunto de accedilotildees que foram efetivadas pela Secretaria de Estado da Sauacutede em parceria com outras instacircncias go-vernamentais e natildeo governamentais inclusive com a Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) por intermeacutedio do Laboratoacuterio de Estudos e Pesquisas Masculinidades e Sauacutede vinculado ao Progra-ma de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Enfermagem que participou dessa semana com accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede
Saiba
Sites
Para vocecirc conhecer mais sobre essa experiecircncia veja o link a seguir
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raquo Responsabilizar a cada semana um profissional pelo desenvolvimento de alguma atividade especiacutefica ao homem
raquo Divulgar as accedilotildees propostas para os homens por meio dos agentes comunitaacute-rios de sauacutede e da populaccedilatildeo feminina que frequenta a unidade de sauacutede
raquo Comemorar o Dia Internacional do Homem (tambeacutem conhecido como Novembro Azul) Vale planejar com a equipe accedilotildees de prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos e promoccedilatildeo da sauacutede voltadas agrave populaccedilatildeo masculina
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Em Pernambuco tambeacutem foi instituiacuteda a Semana Estadual de Sauacutede do Homem por meio da Lei Nordm 14158 de 17 de setembro de 2010 que determina a comemoraccedilatildeo e realizaccedilatildeo de accedilotildees voltadas a essa populaccedilatildeo na segunda semana de agosto Saiba mais consultando o link lthttplegisalepepegovbrarquivoTextoaspxtiponorma=1ampnumero=14158ampcomplemento=0ampano=2010amptipo=gt Acesso em 1 out 2013
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Execuccedilatildeo
Financiamento
Universidade Aberta do SUS
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Dados do Ministeacuterio da Sauacutede (MS) revelam que o uso do aacutelcool possui uma maior prevalecircncia na populaccedilatildeo masculina assim como a maioria dos depen-dentes satildeo homens fazendo com que sofram mais de doenccedilas provocadas pelo uso excessivo de bebida alcooacutelica e drogas iliacutecitas Em relaccedilatildeo ao tabagismo os homens usam cigarros com maior frequecircncia do que as mulheres o que predispotildee a doenccedilas cardiovasculares cacircnceres doenccedilas pulmonares da cavidade bucal entre outras Outras patologias que acometem com frequecircncia esse grupo popu-lacional satildeo os tumores e as doenccedilas do aparelho digestivo circulatoacuterio e respira-toacuterio (BRASIL 2008a XIMENES NETO et al 2013 )
Quanto agraves causas da mortalidade masculina observa-se que a maioria dos oacutebitos se deve agraves causas externas como os acidentes por meio de transporte os homiciacutedios os suiciacutedios e as agressotildees No entanto a diferenccedila de mortalidade entre os dois sexos se manteacutem independente da causa morte De acordo com dados do IBGE (2012) a esperanccedila de vida ao nascer eacute maior nas mulheres sendo de 783 anos no sexo feminino e de 706 anos nos homens Ou seja as mulheres vivem 8 anos e 3 meses a mais que os homens
Os homens nascem mais mas tambeacutem morrem mais caracterizando uma maior vulnerabilidade masculina Haacute uma sobre mortalidade masculina em todas as geraccedilotildees mas a maior diferenccedila se situa especialmente nos mais jovens em torno dos 20 anos e apoacutes os 60 quando os homens adoecem e morrem mais Em 2010 a chance de um homem falecer aos 22 anos de idade era 45 maior que a de uma mulher A elevaccedilatildeo da curva que a descreve estaacute estreitamente associada agraves mortes por causas externas em particular as violentas que incidem com maior intensidade sobre a populaccedilatildeo masculina jovem e adulta jovem (IBGE 2011)
O senso comum considera o masculino como o sexo forte Na verdade deve ser visto como o sexo fraco pelo menos em vaacuterios aspectos de suas vulnerabili-dades fiacutesicas e psiacutequicas (BRAZ 2005) Portanto eacute necessaacuterio sensibilizar todos para a necessidade de se ter outro olhar em relaccedilatildeo agraves vulnerabilidades dessa parcela da populaccedilatildeo
2 caracterizaccedilatildeo sociodemograacutefica e de sauacutede da popuLaccedilatildeo mascuLina no BrasiL em pernamBuco e na paraiacuteBa
Como vocecirc jaacute sabe o Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) eacute um oacutergatildeo da Secretaria Executiva do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)que tem a responsabilidade de coletar processar e disseminar informaccedilotildees sobre sauacutede No DATASUS podem ser encontrados indicadores de sauacutede informaccedilotildees relativas agrave assistecircncia agrave sauacutede rede assistencial epidemiologia e morbidade estatiacutesticas vitais demograacuteficas e socioeconocircmicas sobre sauacutede suplementar inqueacuteritos e pesquisas
Saiba
Para conhecer melhor os dados disponibilizados explore o site DATASUS por meio do link lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphpgt
Diante de tantas informaccedilotildees disponiacuteveis quais seriam as necessaacuterias para conhecer a situaccedilatildeo de sauacutede do homem Como localizaacute-las
Vaacuterios satildeo os bancos de dados disponiacuteveis relativos agrave sauacutede da populaccedilatildeo brasileira como um todocomo - Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade (SIM)- Sistema de Informaccedilotildees do Programa Nacional de Imunizaccedilotildees (SIPNI)- Censo 2010 (IBGE)- Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN)- Instituto Nacional do Cacircncer (INCA)- Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) - Sistema de Informaccedilatildeo Ambulatorial (SAI)- Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH)
12
21 caracteriacutesticas sociodemoGraacuteficas da populaccedilatildeo masculina
A Poliacutetica de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem (PNAISH) estabeleceu um recorte estrateacutegico da populaccedilatildeo masculina que compreende a faixa etaacuteria de 20 aos 59 A delimitaccedilatildeo dessa faixa etaacuteria eacute uma estrateacutegia metodoloacutegica haja vista que existem outras poliacuteticas que asseguram os direitos da sauacutede dos outros segmentos etaacuterios como a sauacutede da crianccedila dos adolescentes e dos idosos Esses grupos foram ou seratildeo estudados em outras disciplinas do curso Portanto nesta disciplina abordaremos a faixa etaacuteria trabalhada na PNAISH
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) 2013 o total da populaccedilatildeo residente no Brasil eacute de 201467000 pessoas das quais 490 eram do sexo masculino Por outro lado a popu-laccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos eacute de 54242000 o que corresponde a 56 da populaccedilatildeo masculina
O estado da Paraiacuteba apresentou por meio de dados da PNAD 2013 uma popu-laccedilatildeo de 4992000 pessoas A populaccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos eacute de 978841 pessoas Apresenta tambeacutem uma razatildeo de sexo de 939 homens para cada 100 mulheres Em Pernambuco a populaccedilatildeo total segundo a PNAD 2013 era de 10777000 pessoas sendo a popu-laccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos de 2311943 e a razatildeo de sexo de 927 homens para cada 100 mulheres
ParaiacutebaPernambuco
5644
Homens entre20 a 59 anosOutras idades
Tanto na Paraiacuteba quanto em Pernambuco aproximadamente 26 da populaccedilatildeo na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos satildeo homens
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Esse grupo etaacuterio corresponde a 413 da populaccedilatildeo masculina ou a 20 do total da populaccedilatildeo do Brasil Representa uma grande parcela da forccedila produtiva do paiacutes aleacutem de exercer um significativo papel sociocultural e poliacutetico (BRASIL 2008a)
Dentre os indicadores sociodemograacuteficos necessaacuterios para se realizar um diag-noacutestico da situaccedilatildeo que caracteriza a populaccedilatildeo masculina listamos no quadro a seguir aqueles que consideramos mais relevantes
Quadro 01 ndash Indicadores demograacuteficos e socioeconocircmicos para a anaacutelise da populaccedilatildeo masculina
Indicadores demograacuteficos Indicadores socioeconocircmicosPopulaccedilatildeo total Taxa de analfabetismo
Razatildeo por sexo Escolaridade da populaccedilatildeo de 15 anos ou mais
Taxa de crescimento da populaccedilatildeo Produto Interno Bruto (PIB) per capita
Mortalidade proporcional por idade Razatildeo de renda
Taxa bruta de mortalidade Proporccedilatildeo de pobres
Esperanccedila de vida ao nascer Taxa de desemprego
Esperanccedila de vida aos 60 anos de idade
Fonte (Brasil c2008)
22 principais indicadores de morbimortalidade
Entre as principais enfermidades e agravos que acometem os homens aproxi-madamente 75 delas estatildeo concentrados em cinco grandes aacutereas especializadas cardiologia urologia sauacutede mental gastroenterologia e pneumologia aleacutem das causas externas que representam um grande problema e com forte impacto na mortalidade e morbidade da populaccedilatildeo masculina (BRASIL 2008a)
Saiba
SitesPara mais informaccedilotildees sobre os indicadores sociodemograacuteficos acesse
Cadernos de Informaccedilotildees de Sauacutede- Paraiacutebahttptabnetdatasusgovbrtabdatacadernospbhtm (BRASIL[20--a])
Cadernos de Informaccedilotildees de Sauacutede- Pernambucohttptabnetdatasusgovbrtabdatacadernospehtm (BRASIL[20--b])
Indicadores e Dados Baacutesicos - Brasil ndash 2011- IDB-2011httptabnetdatasusgovbrcgiidb2011matrizhtmdemog (BRASIL c2008)
14
Na proacutexima fase desta disciplina vocecirc teraacute a oportunidade de estudar sobre algumas dessas enfermidades e agravos como hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes mellitus doenccedilas pulmonares (Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica ndash DPOC asma e pneumonias comunitaacuterias) doenccedilas osteoarticulares aleacutem das doenccedilas transmissiacuteveis (tuberculose hepatites virais e aids) e tabagismo Aqui abordaremos outras importantes causas de morbimortalidade no homem causas externas alguns tumores sobretudo o da proacutestata e o alcoolismo
221 morbidade
Atenccedilatildeo
Do ponto de vista de anaacutelise da morbidade eacute preciso comentar que os dados a seguir se referem aos casos mais graves que necessitaram de internaccedilatildeo
causas externas
Aleacutem do sofrimento fiacutesico psiacutequico e social determinado pelos acidentes e as violecircncias que caracterizam as causas externas haacute de se considerar o enorme impacto econocircmico mensurado pelos seus gastos hospitalares inclusive em dias de permanecircncia em unidades de terapia intensiva (BRASIL 2012a)
Em 2010 foram realizadas 928893 internaccedilotildees hospitalares por causas externas nos serviccedilos financiados pelo SUS caracterizado da seguinte forma
raquo os homens representavam 705 das internaccedilotildees por essas causas
raquo a taxa de internaccedilatildeo hospitalar foi 485 por 10 mil habitantes sendo 69610 mil homens
raquo o risco de internaccedilatildeo entre os homens foi 25 vezes maior que o estimado entre as mulheres
raquo no periacuteodo de 2000 a 2010 a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por causas externas apresentou aumento progressivo (77 em 2000 para 104 em 2010)
Na tabela a seguir pode-se observar que em 2010 os acidentes por transporte terrestre responderam por 157 das hospitalizaccedilotildees com risco e 76 internaccedilotildees por 10 mil habitantes Estimou-se maior risco de internaccedilatildeo entre os homens (122 internaccedilotildees por 10 mil homens) em comparaccedilatildeo com as mulheres (32 internaccedilotildees por 10 mil mulheres) (BRASIL 2012a)
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Tabela 01 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa de internaccedilatildeo (por 10 mil habitantes) por causas externas - Brasil 2010
CaracteriacutesticasSexo
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria
0 a 9 anos 57308 88 344 32342 118 202 89650 97 275
10 a 14 anos 41832 64 499 13120 48 162 54952 59 333
15 a 19 anos 58005 86 681 15359 56 186 73364 79 437
20 a 39 anos 274566 419 862 68964 252 213 343530 370 534
40 a 59 anos 153889 235 769 63445 232 290 217334 234 519
60 a mais 69342 106 801 80721 295 750 150063 162 772
Acidentes 537420 821 571 224348 819 230 761768 820 398
Acidente de transporte terrestre
114383 175 122 31652 116 32 146035 157 76
Pedestres 27612 42 29 11649 43 12 39261 42 21
Motociclistas 58508 89 62 11444 42 12 69952 75 37
Ocupantes de veiacuteculos 11690 18 12 4353 16 04 16043 17 08
Quedas 241892 369 257 121601 444 125 363493 397 190
Quedas no mesmo niacutevel 81112 124 86 47378 173 49 128490 138 67
Quedas de um mesmo niacutevel a outro
41623 64 44 17542 64 18 59165 64 31
Quedas natildeo especificadas 119157 182 127 56681 207 58 175838 189 92
Demais acidentes 181145 277 193 71095 260 73 252240 272 132
Violecircncias 43444 66 46 11940 44 12 55384 60 29
Lesotildees autoprovocadas 5173 08 06 3561 13 04 8734 09 05
Agressotildees e intervenccedilotildees legais
38271 58 41 8379 31 09 46650 50 24
Armas de fogo 10835 17 12 1069 04 01 11904 13 06
Peacuterfuro-cortante 9953 15 11 1860 07 02 11813 13 06
Eventos de intenccedilatildeo indeterminada
31252 48 33 13462 49 14 44714 48 23
Demais causas externas 86270 132 92 36141 132 37 122411 132 64
Total 654942 1000 696 273951 1000 281 928893 1000 485
Fonte (BRASIL 2011a p212)
Conforme apresentado no graacutefico a seguir as causas externas satildeo responsaacute-veis por 118 dos gastos com todas as hospitalizaccedilotildees financiadas pelo SUS no Brasil As capitais da Paraiacuteba e Pernambuco tiveram respectivamente 92 e 83 dos gastos com causas externas (BRASIL 2011a)
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Graacutefico 01 ndash Proporccedilatildeo dos gastos do SUS com internaccedilotildees por causas externas nas capitais e Distrito Federal
Satildeo Luiacutes
Vitoacuteria
Maceioacute
Manaus
Recife
Porto Alegre
Joatildeo Pessoa
Rio de Janeiro
Terresina
Cuiabaacute
Salvador
Fortaleza
Brasiacutelia
Natal
Brasil
Aracaju
Boa Vista
Curitiba
Goiacircnia
Satildeo Paulo
Belo Horizonte
Florianoacutepolis
Macapaacute
Beleacutem
Rio Branco
Porto Velho
Campo Grande
Palmas
FONTE (BRASIL 2011a p 214)
tumores
Os tumores que incidem com maior frequecircncia na faixa etaacuteria dos 25 aos 59 anos satildeo oriundos dos aparelhos digestivo respiratoacuterio e urinaacuterio Cerca de 432 de todos os tumores assinalados na CID 10 Capiacutetulo II tecircm origem no aparelho digestivo (BRASIL 2008a)
O cacircncer da proacutestata eacute uma neoplasia que geralmente apresenta evoluccedilatildeo muito lenta de modo que a mortalidade pode ser evitada quando o processo eacute diagnosticado e tratado com precocidade Uma estimativa realizada pelo Instituto Nacional do Cacircncer (INCA) para o aparecimento de novos casos de cacircnceres no ano de 2008 aponta o cacircncer de proacutestata como sendo o mais frequente sendo superado apenas pelo cacircncer de pele natildeo melanoma (VIEIRA et al 2008)
17
Ao se falar de neoplasias malignas do aparelho urinaacuterio natildeo se pode deixar de mencionar o cacircncer de pecircnis Trata-se de um tumor raro relacionado com as baixas condiccedilotildees socioeconocircmicas e a maacute higiene iacutentima No Brasil esse cacircncer representa cerca de 2 de todas as neoplasias que atingem o homem sendo mais frequente nas regiotildees Norte e Nordeste existindo estados como eacute o caso do Maranhatildeo em que sua incidecircncia supera ateacute a do cacircncer de proacutestata (BARROS MELO 2009)
Dados do INCA referentes aos tumores malignos na populaccedilatildeo masculina dos estados da Paraiacuteba e Pernambuco apontam que o cacircncer de proacutestata eacute o que apre-senta maior incidecircncia conforme mostra a tabela a seguir
Tabela 02 ndash Taxa de incidecircncia anual de neoplasias malignas por 100000 habitantes por localizaccedilatildeo segundo Regiatildeo e UF sexo masculino Brasil 2010 e 2011
Regiatildeo e UF
Pulmatildeo
traqueia e
brocircnquios
Esocircfago Estocircmago
Coacutelon junccedilatildeo
retossigmoacuteide
reto e acircnus
Proacutestata
Laacutebio e
cavidade
oral
Melanoma
maligno da
pele
Outras
neoplasias
malignas da
pele
Paraiacuteba 730 438 1046 462 4369 843 102 7368
Pernambuco 1250 471 1065 653 5783 867 132 6060
Fonte (INCA c2013 adaptado)
alcoolismo
Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) apontam que cerca de 2 bilhotildees de pessoas consomem bebidas alcooacutelicas no mundo O uso abusivo do aacutelcool eacute responsaacutevel por 32 de todas as mortes e por 4 de todos os anos perdidos de vida uacutetil Na Ameacuterica Latina cerca de 16 dos anos de vida uacutetil perdidos estatildeo relacionados ao uso abusivo dessa substacircncia Esse iacutendice eacute quatro vezes maior que a meacutedia mundial e torna o problema da prevenccedilatildeo e do tratamento dos trans-tornos associados ao consumo de aacutelcool um grande problema de sauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
Estudos revelam que o uso do aacutelcool estaacute sendo iniciado cada vez mais preco-cemente por homens e mulheres Portanto torna-se fundamental avaliar os deter-minantes sociais de vulnerabilidade do homem em relaccedilatildeo aos problemas com o aacutelcool para a construccedilatildeo de accedilotildees efetivas de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede mental desse segmento inclusive para jovens e adolescentes (LARANJEIRA et al 2007 SENA et al 2011)
Segundo o Centro Brasileiro de Informaccedilotildees sobre Drogas Psicotroacutepicas (CEBRID) o consumo de aacutelcool e outras drogas estaacute associado a transtornos graves e afetam pelo menos 12 da populaccedilatildeo acima de 12 anos sendo o impacto do aacutelcool dez vezes maior que o do conjunto das drogas iliacutecitas (UNIFESP 2006 BRASIL 2008a)
18
Laranjeira et al (2007) realizaram uma pesquisa intitulada ldquoPrimeiro Levan-tamento Nacional sobre Padratildeo de Consumo de Aacutelcool na Populaccedilatildeo Brasileirardquo cujos resultados apontaram que 52 dos brasileiros acima de 18 anos bebem pelo menos uma vez ao ano e destes 65 satildeo homens A prevalecircncia de depen-dentes de aacutelcool eacute maior para o sexo masculino em que 195 dos homens satildeo dependentes do aacutelcool enquanto 69 das mulheres apresentam dependecircncia Segundo esses dados para cada seis pessoas do sexo masculino que faz uso de aacutelcool uma fica dependente Destaca-se ainda que do conjunto dos homens adultos 11 bebem todos os dias e 28 consomem bebida alcooacutelica de 1 a 4 vezes por semana conforme apresentado na tabela a seguir
Tabela 03 ndash Frequecircncia de consumo de bebida alcooacutelica em homens e mulheres com idade a partir de 18 anos
Frequecircncia de ConsumoA partir de 18 anos
Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstinentes (nunca bebeu ou menos de 1 vez por ano) 35 59 48
Raramente (menos de 1 vez por mecircs) 8 12 10
Ocasional (de 1 a 3 vezes por mecircs) 19 16 17
Frequente ( de 1 a 4 vezes por semana) 28 11 19
Muito frequente (todos os dias) 11 2 6
Quantidade usual Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Ateacute 2 doses 38 63 48
De 3 a 4 doses 25 19 22
de 5 a 11 doses 27 14 22
Bebe mais de 12 doses por ocasiatildeo 11 3 7
Intensidade do beber Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstecircmio 35 59 48
Bebedor natildeo frequente 12 16 14
Bebedor menos frequente 16 13 15
Bebedor frequente 22 9 15
Bebedor frequente pesado 14 3 9
Dependecircncia (criteacuterios de CID-10) Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
14 4 9
Fonte (BRASIL 2008a p14)
outras causas de morbidade
No periacuteodo de 2000 a 2010 observou-se que a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por doenccedilas cardiovasculares manteve-se constante e as hospitalizaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio apresentaram reduccedilatildeo no mesmo periacuteodo (BRASIL 2012a)
No graacutefico apresentado a seguir podem-se observar quanto agrave morbidade as sete causas que respondem pela internaccedilatildeo da maioria dos homens em ordem decrescente de ocorrecircncia
19
raquo As lesotildees os envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas satildeo a primeira causa de internaccedilatildeo para homens entre 20 e 49 anos de idade e a terceira para aqueles entre 50 e 59 anos
raquo As doenccedilas do aparelho digestivo satildeo a segunda causa para todas as faixas etaacuterias
raquo Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias satildeo a terceira causa para homens de 20 a 29 anos transtornos mentais e comportamentais entre 30 e 39 anos e doenccedilas do aparelho circulatoacuterio entre 40 e 49 anos
raquo Para os homens de 50 a 59 anos a principal causa de internaccedilatildeo satildeo as doenccedilas do aparelho circulatoacuterio (SCHWARZ et al 2012)
Graacutefico 02 ndash Porcentagem () das principais causas de internaccedilatildeo em homens por faixa etaacuteria Brasil 2010
Faixa etaacuteria em anos
35
30
25
20
15
10
5
0
I Algumas doenccedilas infecciosas e parasitaacuteriasII Neoplasias (tumores)V Transtornos mentais e comportamentais IX Doenccedilas do aparelho circulatoacuterioX Doenccedilas do aparelho respiratoacuterioXI Doenccedilas do aparelho digestivoXIX Lesotildees envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas
Fonte (SCHWARZ et al 2012 adaptado)
As principais causas de internaccedilotildees por enfermidades do aparelho respiratoacuterio estatildeo assinaladas no graacutefico a seguir
20
Graacutefico 03 ndash Internaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio 2007
Outras 57CID XI 15CID IX 13CID II 6CID X 9 (165369)
Pneumonia 43 (70535)Outras 29 (48489)DPOC 12 (20948)Asma 11 (18457)Tuberculose 5 (6940)
Fonte (BRASIL 2008a p26 adaptado)
Em relaccedilatildeo agraves doenccedilas do aparelho respiratoacuterio as que apresentaram maior incidecircncia foram as pneumonias (43) adoenccedila pulmonar obstrutiva crocircnica (12) e a tuberculose que mesmo apresentando o menor percentual de casos de internaccedilatildeo (5) destaca-se pela importacircncia do ponto de vista dasauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
21
Graacutefico 04 ndash Percentual de internaccedilotildees hospitalares pelo aparelho circulatoacuterio na populaccedilatildeo masculina dos 25ndash59 anos 2007
Outras 277CID V 165CID XIX151CID XI 134CIN IX 120 CIN X 80 CIN I 73
Coronariopatias 405 (59717)Outras 396 (58355)Hipertensatildeo 187 (27569)Febre reumaacutetica miocardiopatias 12 (1713)
Fonte (BRASIL 2008a p27 adaptado)
Entre os fatores de morbidade natildeo se pode deixar de mencionar as disfun-ccedilotildees sexuais notadamente a disfunccedilatildeo ereacutetil que acomete cerca da metade dos homens depois dos cinquenta anos (BRASIL 2008a p27)
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto acesse
MOURA E C MALTA D C Consumo de bebidas alcooacutelicas na populaccedilatildeo adulta brasileira ca-racteriacutesticas sociodemograacuteficas e tendecircncia RevBrasEpidemiol 2011 14(1) Supl 61- 70 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfrbepidv14s1a07v14s1pdfgt Acesso em 27092013
LARANJEIRA R et al I Levantamento nacional sobre os padrotildees de consumo de aacutelcool na popu-laccedilatildeo brasileira Brasiacutelia Secretaria Nacional Antidrogas 2007 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesrelatorio_padroes_consumo_alcoolpdfgt Acesso em 27 set 2013
22
222 mortalidade
Em relaccedilatildeo agrave mortalidade ao longo de toda a uacuteltima deacutecada foi observada maior proporccedilatildeo de oacutebitos entre homens que entre mulheres na faixa etaacuteria adulta especialmente jovens adultos (de 15 a 39 anos de idade) Diversos estudos mostram que as causas externas de mortalidade (acidentes e violecircncias) satildeo extre-mamente importantes entre os adultos especialmente para homens jovens No sexo masculino elas representaram 64 dos oacutebitos de 20 a 39 anos enquanto que no sexo feminino o percentual foi de 23 Mesmo observando uma reduccedilatildeo no diferencial entre homens e mulheres no periacuteodo entre 2000 e 2010 os homens ainda morrem mais que as mulheres conforme apresenta o graacutefico a seguir (BRASIL 2011b BRASIL 2011c LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005 MARANHAtildeO et al 2011)
Graacutefico 05 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo Brasil 2000 2005 e 2010
2000 2005 2010
584 58 573
415 42 427
0
10
20
30
40
50
60
70
Masculino
Feminino
Fonte (BRASIL 2012a p112 adaptado)
O proacuteximo graacutefico apresenta as curvas de mortalidade proporcional para homens e mulheres que tecircm padrotildees diferentes entre os anos principalmente para os grupos de adultos e idosos indicando um padratildeo de mortalidade mais tardia entre as mulheres Na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos houve um maior percen-tual de oacutebitos dos homens (381 em 2000 e 374 em 2010) quando comparado ao das mulheres (25 em 2000 e 232 em 2010) (BRASIL 2012a)
23
Graacutefico 06 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo e o ano do oacutebito por faixa etaacuteria Brasil 2000 e 2010
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1a 9 19 36 381
30 374 20 18 250
lt1 a 85 399241 11 13 232
ge 60 anos 479 547 620 703
Feminino 2000Masculino 2010Masculino 2000
Feminino 2010
10 a 19 20 a 59
11
Fonte (BRASIL 2012a p113)
Quadro 01 ndash Quatro principais causas especiacuteficas de mortalidade entre 20 e 59 anos (nesta ordem)homens 2010
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste Eventos Int Indeterminada Suiciacutedio
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste D HIV Cirosse e D Fiacutegado
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Acidentes de transporte terreste D Cerebrovasculares
Fonte (BRASIL 2012a adaptado)
24
Dados de 2012 mostram que no Brasil as causas externas representam a primeira causa mais frequente de morte na populaccedilatildeo masculina entre 20 a 59 anos configurando-se como um grande desafio aos gestores puacuteblicos e profissio-nais sobretudo os da sauacutede pois se deve ultrapassar a dimensatildeo da assistecircncia e reabilitaccedilatildeo das viacutetimas ocupando-se tambeacutem da promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e vigilacircncia epidemioloacutegica de acidentes e violecircncias (BRASIL 2012a)
Os homens no Brasil apresentam um risco de morte por causas externas 51 vezes maior que as mulheres Quanto agrave idade vale destacar as altas taxas de mortalidade por causas externas observadas a partir dos 19 anos de idade em especial entre os adultos jovens de 20 a 39 anos de idade e os idosos com 60 e mais anos de idade O risco de morte por causas externas foi de 100 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os adultos jovens e de 1104 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os idosos (BRASIL 2012a)
A anaacutelise do risco de morte por causas externas segundo regiotildees geograacute-ficas demonstrou uma distribuiccedilatildeo menos desigual que nas anaacutelises anteriores segundo atributos de idade e sexo sendo que taxas de mortalidade apenas ligei-ramente superiores foram encontradas nas regiotildees Centro-Oeste (853 por oacutebitos por 100 mil habitantes) Nordeste (755 oacutebitos por 100 mil habitantes) e Sul (746 oacutebitos por 100 mil habitantes) (BRASIL 2012a)
Tabela 04 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa bruta de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externas segundo sexo faixa etaacuteria e regiotildees geograacuteficas Brasil 2009
CaracteriacutesticasSexo a
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria b
0 a 9 anos 2517 22 151 1594 68 100 4111 30 126
10 a 14 anos 1740 15 208 733 31 90 2473 18 150
15 a 19 anos 11780 102 1384 1629 70 197 13409 97 799
20 a 39 anos 57656 500 1810 6105 282 204 64261 463 1000
40 a 59 anos 26305 228 1315 1586 196 210 30891 223 738
60 a mais 13342 116 1541 8109 346 753 21451 155 1104
Ignorado 1904 17 - 179 08 - 2083 15 -
Regiatildeo
Norte 9317 81 1199 1508 64 199 10825 78 705
Nordeste 34639 301 1317 5807 248 213 40446 292 755
Sudeste 44360 385 1125 10405 444 251 54765 395 677
Sul 17023 148 1246 3652 156 260 20675 149 746
Centro-Oeste 9826 85 1428 2023 86 288 11849 85 853
Total 115244 1000 1225 23435 1000 241 138679 1000 724
a) Excluiacutedos 137 registros com sexo ignorado
b) Excluiacutedos 119 registros com regiatildeo de residecircncia ignorada
Fonte (BRASIL 2011b p234 adaptado)
25
Embora natildeo exista grande diferenccedila nos coeficientes de mortalidade por neoplasias malignas eacute preciso destacar que entre os homens predominam os cacircnceres de pulmatildeo vindo a seguir os de proacutestata e o de estocircmago A anaacutelise de seacuteries histoacutericas de mortalidade no Brasil mostra claramente a importacircncia cres-cente do cacircncer de proacutestata que jaacute suplanta a neoplasia maligna de estocircmago haacute alguns anos (LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005)
No estado da Paraiacuteba o que se percebe eacute que em relaccedilatildeo agrave mortalidade por cacircnceres na populaccedilatildeo masculina o tumor da proacutestata jaacute se destaca como o de maior prevalecircncia aleacutem de ter tendecircncia crescente em relaccedilatildeo aos periacuteodos 2002 ndash2006 e 2007ndash2011
Graacutefico 07 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Paraiacuteba para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
2002-2006 2007-2011
158
109
96
62
52
52
5
49
38
31
31
3
24
1
207
191
104
10
36
5
36
49
46
46
37
37
32
23
1
20
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Por outro lado no estado de Pernambuco o cacircncer de proacutestata tambeacutem apre-senta maior prevalecircncia em relaccedilatildeo aos outros tumores mas mesmo apresen-tando tendecircncia a aumento no periacuteodo avaliado natildeo foi tatildeo significativo quanto no estado da Paraiacuteba Outro ponto de destaque eacute a tendecircncia agrave diminuiccedilatildeo nos tumores de traqueia brocircnquios pulmotildees fiacutegado e vias biliares
26
Graacutefico 08 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Pernambuco para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
179
91
128
184
183
92
122
184
3
46
39
65
43
44
33
35
36
32
14
35
5
34
61
46
38
34
37
41
3
14
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
2002-2006 2007-2011
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Dentre as doenccedilas do aparelho digestivo podem-se destacar as doenccedilas do fiacutegado que em 2005 foram responsaacuteveis por 70 das causas de morte de homens de 25ndash59 anos Destas 46 devem-se agrave doenccedila por consumo de aacutelcool 36 agrave fibrose e cirrose e 18 a outras doenccedilas do fiacutegado (BRASIL 2008a)
Por outro lado em relaccedilatildeo agrave mortalidade proporcional de acordo com os capiacute-tulos da CIDndash10 entre homens apresenta uma tendecircncia de reduccedilatildeo da proporccedilatildeo de oacutebitos por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio e tendecircncia de aumento nas seguintes causas neoplasias doenccedilas endoacutecrinas e causas externas (BRASIL 2012a)
27
Graacutefico 09 ndash Mortalidade proporcional () por capiacutetulos da CID no sexo masculino Brasil 2000 e 2010
IX II XX X IV OUTRAS
294 135 18 105 47 238
285 16 187 104 53 211
0
5
10
15
20
25
30
35
2000
2010
Fonte (BRASIL 2012a p121 adaptado)
Saiba
SitesPara realizar uma anaacutelise mais detalhada do perfil de mortalidade masculina consulte o material Mortalidade do adulto no Brasil taxas de mortalidade segundo o sexo as causas e as Regiotildees 2010 disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrportalsaudearquivospdf2013Fev21sau-debrasil2011_parte1_cap7pdfgt Acesso em 25 set 2013
Leia tambeacutem o Perfil da situaccedilatildeo de sauacutede do homem no Brasil (2012) disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Perfil-da-Situa----o-de-Sa--de-do-Homem-no--Brasilpdfgt Acesso em 26 ago 2015
Nos artigos a seguir os autores fazem uma discussatildeo ampliada sobre as principais causas de morbimortalidade masculina
LAURENTI R JORGE M H P de M GOTLIEB S L D Perfil epidemioloacutegico da morbimortalidade masculina Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 10 n 1 p 35-46 janmar 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfcscv10n1a04v10n1pdfgt Acesso em 30 set 2013
LUIZAGA C T de M GOTLIEB S L D Mortalidade masculina em trecircs capitais brasileiras 1979 a 2007 RevBrasEpidemiolv 16 n 1 p 87-99 2013 Disponiacutevel emlthttpwwwscielobrpdfrbe-pidv16n11415-790X-rbepid-16-01-0087pdfgt Acesso em 25 set 2013
IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) A qualidade da informaccedilatildeo sobre a mortalidade no Brasil recente e avaliaccedilatildeo do impacto das causas violentas no nuacutemero de anos de vida perdi-dos In IBGE Indicadores Sociodemograacuteficos e de Sauacutede no Brasil n 25 Rio de Janeiro IBGE 2009 Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoindic_sociosaude2009indicsaudepdfgt Acesso em 25092013
VIEIRA S O cacircncer e a sauacutede do homem um panorama completo dos tumores que acometem a populaccedilatildeo masculina Revista Oncoamp ndash Oncologia para todas as especialidadesSatildeo Paulo a 2 n 11 p 12-18 maiojun 2012 Disponiacutevel emlthttprevistaoncocombrwp-contentuploa-ds201205ONCO_11pdfgt Acesso em 25 set 2013
28
Para vocecirc ter acesso a dados sobre morbimortalidade da populaccedilatildeo masculina dos estados de Paraiacuteba e Pernambuco acesse os links abaixo
TABNET ndash OacuteBITOSPARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttptabnetsaudepbgovbrdeftohtmexetabdotabnetsimpbdefgt Acesso em 25 set 2013
ATLAS DE MORTALIDADE POR CAcircNCER ndash INCA (Instituto Nacional de Cacircncer) Disponiacutevel em lthttpmortalidadeincagovbrMortalidadeprepararModelo04actiongt Acesso em 25 set 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttppor-talweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO ndash Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PERNAMBUCO Disponiacutevel em lthttpportalweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
Nos links para acesso ao Pacto pela Sauacutede apoacutes abrir a paacutegina do SISPACTO clique em relatoacute-rios que aparece no lado esquerdo da tela Em seguida clique em relatoacuterios estaduais e localize o estado que vocecirc desejar consultar
3 programas poLiacuteticas e pactos de sauacutede para o homem no BrasiL
A seguir descreveremos os principais programas poliacuteticas e pactos que tecircm relaccedilatildeo com a sauacutede do homem no Brasil Recomendamos que vocecirc consulte os links complementares para saber mais sobre cada um deles
31 pacto pela sauacutede
Aprovado por unanimidade pelo Conselho Nacional de Sauacutede (CNS) e publi-cado na Portaria GMMS nordm 399 de 22 de fevereiro de 2006 o Pacto pela Sauacutede eacute um conjunto de reformas institucionais do SUS pactuado entre as trecircs esferas de gestatildeo (Uniatildeo Estados e Municiacutepios) com o objetivo depromover a melhoria dos serviccedilos ofertados agrave populaccedilatildeo e a garantia de acesso a todos Tambeacutem redefine as responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da popu-laccedilatildeo e na busca da equidade social Sua adesatildeo se constituiem um processo de cooperaccedilatildeo permanente entre os gestores e negociaccedilatildeo local regional estadual e federal
O pacto pela sauacutede se divide em 3 eixos
1 Pacto em defesa do SUS defesa dos princiacutepios do SUS qualificaccedilatildeo do SUS como poliacutetica puacuteblica
2 Pacto pela gestatildeo do SUS processo continuado de pactuaccedilatildeo intergestores ndash responsabilidades sanitaacuterias e diretrizes de gestatildeo
3 Pacto pela vida compromisso entre os gestores do SUS em torno das respon-sabilidades nacionais estaduais regionais e municipais com definiccedilotildees de metas e accedilotildees
Por meio da Portaria nordm 325GM de 21 de fevereiro de 2008 o Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu novas prioridades objetivos metas e indicadores de monito-ramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede para o ano de 2008 no qual foi inserido
30
como uma das prioridades a Sauacutede do Homem cuja meta era a de promover a sauacutede integral do homem com a elaboraccedilatildeo publicaccedilatildeo e implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede do Homem
32 poliacutetica nacional de atenccedilatildeo inteGral agrave sauacutede do Homem (pnaisH)
Foi instituiacuteda por meio da Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Destaca- se por ser um programa pioneiro dentre os paiacuteses da Ameacuterica Latina lanccedilado apoacutes 20 anos de implantaccedilatildeo do SUS no Brasil Visa abranger a faixa etaacuteria de 20 a 59 anos melhorando a assistecircncia oferecida aos homens por meio de accedilotildees de informaccedilatildeo proteccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede assim como tratamento e recuperaccedilatildeo de agravos aleacutem de uma mudanccedila cultural no que diz respeito ao comportamento masculino nessa aacuterea (BRASIL 2008a)
A PNAISH estaacute alinhada com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash porta de entrada preferencial ao Sistema Uacutenico de Sauacutede ndash primando pela humanizaccedilatildeo da atenccedilatildeo e em consonacircncia com os princiacutepios do SUS fortalecendo accedilotildees e serviccedilos em redes e cuidados da sauacutede Ela norteia as accedilotildees de atenccedilatildeo integral
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto recomendamos que vocecirc veja os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Pacto pela SauacutedeSISPACTO - Aplicativo do Pacto pela Sauacutede Brasiacutelia Ministeacute-rio da Sauacutede [2011c] Disponiacutevel emlthttpportalweb04saudegovbrsispactogt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 399GM de 22 de fevereiro de 2006 Divulga o pacto pela sauacutede 2006 - Consolidaccedilatildeo do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a Disponiacutevel em lthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2006GMGM-399htmgt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 325 de 21 de fevereiro de 2008 Estabelece prioridades objetivos e metas do Pacto pela Vida para 2008 os indicadores de monitoramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede e as orientaccedilotildees prazos e diretrizes para a sua pactuaccedilatildeoBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacute-de 2008b Disponiacutevel emlthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2008GMGM-325htmgt Acesso em 27set 2013
MACHADO R R et al Entendendo o pacto pela sauacutede na gestatildeo do SUS e refletindo sua implementaccedilatildeo Rev Eletrocircnica de Enfermagem v 11 n 1 p 181-187 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfenufgbrfen_revis-tav11n1pdfv11n1a23pdfgt Acesso em 27set2013
31
agrave sauacutede do homem visando estimular o autocuidado e sobretudo o reconhe-cimento de que a sauacutede eacute um direito social baacutesico e de cidadania de todos os homens brasileiros (BRASIL 2008a)
Tem como objetivo principal
Promover a melhoria das condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo masculina do Brasil contri-buindo de modo efetivo para a reduccedilatildeo da morbidade e mortalidade dessa popu-laccedilatildeo atraveacutes do enfrentamento racional dos fatores de risco e mediante a facilitaccedilatildeo ao acesso agraves accedilotildees e aos serviccedilos de assistecircncia integral agrave sauacutede (BRASIL 2008a)
Aleacutem disso a PNAISH propotildee uma reorientaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede com foco na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) de modo que essa poliacutetica seja integrada e executada juntamente com as demais poliacuteticas programas estrateacutegias e accedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2008a)
Para refletir
Vocecirc jaacute teve oportunidade de discutir a PNAISH com os demais membros da equipe de sauacutedeQuais satildeo as accedilotildees desenvolvidas na sua unidade de sauacutede para os homens Como eacute a adesatildeo da popula-ccedilatildeo a essas accedilotildees Quais satildeo suas principais dificuldades
Saiba
Conheccedila o estudo que avaliou a implantaccedilatildeo da PNAISH em municiacutepios brasileiros Nele foram avaliados como estatildeo sendo desenvolvidas as accedilotildees de fortalecimento desta poliacutetica Estaacute disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Fortalecimento-da--PNAISHpdfgt Acesso em 01 fev 2015
SitesPara vocecirc conhecer mais sobre a PNAISH acesse os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Institui no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacute-de do Homem Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2009prt1944_27_08_2009htmlgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave sauacutede Departamento de Accedilotildees Progra- maacuteticas e Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem Plano de Accedilatildeo Nacional 2009-2011 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009b Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_saude_homem_2009-2011pdfgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteti-cas Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2008a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_homempdfgt Acesso em 20 set 2013
CARRARA S RUSSO J A FARO L A poliacutetica de atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem no Brasil os pa-radoxos da medicalizaccedilatildeo do corpo masculinoPhysisRevista de Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 19 n 3 p659-678 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfphysisv19n3a06v19n3pdfgt Acesso em 27set 2013
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LEAL A F FIGUEIREDO W S NOGUEIRA-DA-SILVA G S O percurso da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede dos Homens (PNAISH) desde a sua formulaccedilatildeo ateacute sua implementaccedilatildeo nos serviccedilos puacuteblicos locais de atenccedilatildeo agrave sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletivav 17 n 10 p2607-2616 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfcscv17n1010pdfgt Acesso em 27 set 2013
33 poliacutetica nacional de Humanizaccedilatildeo (pnH)A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) foi criada em 2004 como fortaleci-
mento da rede assistencial do SUS e com o objetivo de oferecer uma sauacutede digna para todos com profissionais comprometidos com a eacutetica e com a defesa da vida
Para a PNH humanizar eacute ofertar atendimento de qualidade articulando os avanccedilos tecnoloacutegicos com o acolhimento com a melhoria dos ambientes de cuidado e das condiccedilotildees de trabalho dos profissionais
Como poliacutetica a Humanizaccedilatildeo deve portanto traduzir princiacutepios e modos de operar no conjunto das relaccedilotildees entre profissionais e usuaacuterios A humanizaccedilatildeo supotildee troca de saberes (incluindo os dos pacientes e familiares) diaacutelogo entre os profissionais e modos de trabalhar em equipe Como estrateacutegia de interferecircncia no processo de produccedilatildeo de sauacutedeconsidera-se que sujeitos sociais quando mobi-lizados satildeo capazes de transformar realidades transformando-se a si proacuteprios nesse mesmo processo
princiacutepios norteadores da poliacutetica de Humanizaccedilatildeo
1 Valorizaccedilatildeo da dimensatildeo subjetiva e social em todas as praacuteticas de atenccedilatildeo e gestatildeo fortalecendoestimulando processos integradores e promotores de compromissosresponsabilizaccedilatildeo
2 Estiacutemulo a processos comprometidos com a produccedilatildeo de sauacutede e com a produccedilatildeo de sujeitos
3 Fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional estimulando a trans-disciplinaridade e a grupalidade
4 Atuaccedilatildeo em rede com alta conectividade de modo cooperativo e solidaacuterio em conformidade com as diretrizes do SUS
5 Utilizaccedilatildeo da informaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo da educaccedilatildeo permanente e dos espaccedilos da gestatildeo na construccedilatildeo de autonomia e protagonismo de sujeitos e coletivos
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diretrizes especiacuteficas na atenccedilatildeo baacutesica
1 Elaborar projetos de sauacutede individuais e coletivos para usuaacuterios e sua rede social considerando as poliacuteticas intersetoriais e as necessidades de sauacutede
2 Incentivar praacuteticas promocionais de sauacutede
3 Estabelecer formas de acolhimento e inclusatildeo do usuaacuterio que promovam a otimizaccedilatildeo dos serviccedilos o fim das filas a hierarquizaccedilatildeo de riscos e o acesso aos demais niacuteveis do sistema
4 Comprometer-se com o trabalho em equipe de modo a aumentar o grau de corresponsabilidade e com a rede de apoio profissional visando agrave maior eficaacutecia na atenccedilatildeo em sauacutede
E o acolhimento como pode ser entendido Trata-se de uma praacutetica nas accedilotildees de atenccedilatildeo e gestatildeo nas unidades de sauacutede que favorece a construccedilatildeo de uma relaccedilatildeo de confianccedila e compromisso dos usuaacuterios com as equipes e os serviccedilos contribuindo para a promoccedilatildeo da cultura de solidariedade e para a legitimaccedilatildeo do SUS Com o acolhimento passa a existir a possibilidade de avanccedilos na alianccedila entre usuaacuterios trabalhadores e gestores da sauacutede em defesa do SUS como uma poliacutetica puacuteblica essencial da e para a populaccedilatildeo brasileira (GENIOLE et al 2011)
Para refletir
Como profissional de sauacutede suas atitudes contemplam as dimensotildees abordadas na Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo E qual o envolvimento que vocecirc visualiza desta Poliacutetica com a Sauacutede do Homem Vocecirc acredita que a falta de acolhimento pode dificultar o acesso dos homens agraves unidades de sauacutede
Saiba
SitesPara conhecer mais sobre a Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo acesse os links lthttpportalsau-degovbrportalarquivospdfdoc_basepdfgt (BRASIL 2004) e lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumanizasus_gestores_trabalhadores_sus_4edpdfgt (BRASIL 2008c)
A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo possui um caderno especiacutefico para a Atenccedilatildeo Baacutesica Para conhececirc-lo acesse o link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumaniza_sus_atencao_basicapdfgt (BRASIL 2009c)
E para entender mais sobre acolhimento acesse a cartilha denominada Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede disponiacutevel no link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhi-mento_praticas_producao_saudepdfgt (BRASIL 2010a)pdfgt Acesso em 27set 2013
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34 poliacutetica de promoccedilatildeo da sauacutede
Entre as prioridades do Pacto em Defesa da Vida encontra-se a publicaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede que ratifica o compromisso do Minis-teacuterio da Sauacutede na ampliaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede nos serviccedilos e na gestatildeo do SUS Trata-se de uma poliacutetica transversal integrada e intersetorial que dialoga com as diversas aacutereas do setor sanitaacuterio os outros setores do Governo os setores privados e natildeogovernamentais e a sociedade compondo redes de compromisso e corresponsabilidade quanto agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo de forma que todos sejam partiacutecipes no cuidado com a sauacutede (BRASIL 2006b)
A Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede foi revisada no ano de 2015 visando se adequar aos novos desafios e compromissos no contexto da sauacutede nacional
Ela destaca a necessidade de articulaccedilatildeo com outras poliacuteticas puacuteblicas para fortalececirc-la com o imperativo da participaccedilatildeo social e dos movimentos popu-lares em virtude da impossibilidade de que o setor sanitaacuterio responda sozinho ao enfrentamento dos determinantes e condicionantes da sauacutede Para tal toma como referecircncia alguns temas transversais para a formulaccedilatildeo de agendas de promoccedilatildeo da sauacutede e para a adoccedilatildeo de estrateacutegias e temas prioritaacuterios operando em conso-nacircncia com os princiacutepios e os valores do SUS como
raquo Determinantes Sociais da Sauacutede (DSS)
raquo equidade e respeito agrave diversidade
raquo produccedilatildeo de sauacutede e cuidado
raquo vida no trabalho
raquo cultura da paz e direitos humanos entre outras (BRASIL 2015)
O objetivo principal dessa poliacutetica eacute promover a equidade e a melhoria das condiccedilotildees e dos modos de viver ampliando a potencialidade da sauacutede individual e coletiva e reduzindo vulnerabilidades e riscos agrave sauacutede decorrentes dos determi-nantes sociais econocircmicos poliacuteticos culturais e ambientais (BRASIL 2015)
Saiba
SitesPara conhecer melhor a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede vocecirc pode ver o linklthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_promocao_saude_3edpdfgtAcesso em 28 out 2013 (BRASIL 2010b)
Para ter acesso agrave Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede revisada e identificar todas as atuali-zaccedilotildees da versatildeo de 2015 acesse lthttppromocaodasaudesaudegovbrpromocaodasaudearquivospnps-2015_finalpdfgt Acesso em 01 fev 2015
4 a organizaccedilatildeo da estrateacutegia sauacutede da famiacuteLia no pLanejamento de accedilotildees e avaLiaccedilatildeo de riscos agrave sauacutede do homem
Uma das diretrizes da PNAISH eacute a reorganizaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede por meio de uma proposta inclusiva na qual os homens considerem os serviccedilos de sauacutede sobretudo as unidades baacutesicas de sauacutede ou unidades de sauacutede da famiacutelia tambeacutem como espaccedilos masculinos e por sua vez esses serviccedilos reconheccedilam os homens como sujeitos que necessitem de cuidados (SILVA et al 2012)
A compreensatildeo das barreiras institucionais eacute importante para a proposiccedilatildeo estrateacutegica de medidas que venham a promover o acesso dos homens aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria que deve ser a porta de entrada preferencial ao sistema de sauacutede a fim de resguardar a promoccedilatildeo e a prevenccedilatildeo como eixos fundamentais de intervenccedilatildeo (SILVA et al 2012)
Nesse contexto estudos vecircm relacionando a masculinidade tradicional como o principal obstaacuteculo para o acesso dessa parcela populacional aos serviccedilos de sauacutede sobretudo agravequeles que estatildeo voltados agrave promoccedilatildeo da sauacutede A busca por esse tipo de serviccedilo pode ser considerado sinocircnimo de fraqueza realidade que vai de encontro com os preceitos da hegemonia masculina na qual os homens satildeo educados para natildeo demonstrar qualquer traccedilo de fragilidade Some-se a isso o fato de as unidades baacutesicas e de sauacutede da famiacutelia por serem compostas por muitos profissionais do sexo feminino e serem frequentadas sobretudo por mulheres provocam uma sensaccedilatildeo de natildeo pertencimento a tais espaccedilos (FIGUEIREDO 2005 BRAZ 2005 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 BRITO SANTOS 2010 SILVA et al 2012)
Os estudos apontam ainda outros motivos pela baixa demanda masculina na Atenccedilatildeo Baacutesica como a organizaccedilatildeo dos serviccedilos a demora em conseguir atendimento meacutedico o horaacuterio de funcionamento incompatiacutevel com a jornada de trabalho daqueles inseridos no mercado formal a ausecircncia de programas especiacute-ficos para atender aos homens o deacuteficit no processo de abordagem e de cuidarcuidado da populaccedilatildeo masculina por parte dos profissionais a ausecircncia de acolhi-mento ou o acolhimento pouco atrativo a fraacutegil qualificaccedilatildeo profissional para lidar com o segmento masculino
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O certo eacute que muitos agravos que acometem a populaccedilatildeo masculina poderiam ser evitados caso fossem realizadas com regularidade as medidas de prevenccedilatildeo primaacuteria A resistecircncia masculina agrave atenccedilatildeo primaacuteria aumenta natildeo somente a sobrecarga financeira da sociedade mas tambeacutem o sofrimento fiacutesico e emocional do paciente e de sua famiacutelia na luta pela conservaccedilatildeo da sauacutede e da qualidade de vida dessas pessoas (BRASIL 2008a)
O fortalecimento e a qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria garantem a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo aos agravos evitaacuteveis dado o reconhecimento de que os homens adentram o sistema de sauacutede por meio da atenccedilatildeo especializada agravando a morbidade pelo retardamento na atenccedilatildeo e maior custo parao SUS (BRASIL 2008a)
Assim ao serem elaboradas estrateacutegias voltadas agrave conscientizaccedilatildeo do grupo masculino sobre a adoccedilatildeo de haacutebitos mais saudaacuteveis o primeiro passo a ser dado eacute a sensibilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede que atuam na atenccedilatildeo baacutesica para que compreendam os padrotildees culturalmente arraigados na populaccedilatildeo acerca do que eacute ser homem as principais barreiras possam ser superadas e essa populaccedilatildeo possa efetivamente ser acolhida (BRITO SANTOS 2010 )
41 conHecendo a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea de abranGecircncia
Vocecirc jaacute sabe a importacircncia de os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica conhecerem bem as caracteriacutesticas da sua populaccedilatildeo adscrita Sem essa informaccedilatildeo fica difiacutecil se planejar o trabalho a ser desenvolvido
Como aqui estamos discutindo a sauacutede do homem enfatizamos a necessidade de que seja realizado um levantamento sobre o perfil de morbimortalidade dessa populaccedilatildeo antes mesmo das accedilotildees de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo agrave sauacutede serem pensadas
Como a populaccedilatildeo masculina eacute caracterizada pela faixa etaacuteria de 20 a 59 anos uma sugestatildeo eacute que se definam por grupos etaacuteriosas causas de adoecimento e morte mais prevalentes e a partir disso sejam estruturadas as accedilotildees de sauacutede
Uma sugestatildeo eacute vocecirc utilizar as informaccedilotildees contidas no quadro a seguir para construir o perfil da sua populaccedilatildeo masculina
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Quadro 02 ndash Indicadores para a anaacutelise do perfil da populaccedilatildeo masculina
Cadastro do nuacutemero de indiviacuteduos masculinos entre 20 e 59 anos
Homens diabeacuteticos cadastrados
Homens diabeacuteticos acompanhados
Homens hipertensos cadastrados
Homens hipertensos acompanhados
Homens com tuberculose cadastrados
Homens com tuberculose acompanhados
Homens com hanseniacutease cadastrados
Homens com hanseniacutease acompanhados
Hospitalizaccedilotildees ocorridas no mecircsPor abuso de aacutelcoolPor complicaccedilotildees do DiabetesPor outras causas
Internaccedilotildees em hospital psiquiaacutetrico
Oacutebitos ocorridos no mecircs
Fonte (UFSC 2013 adaptado)
Saiba
SitesConsulte os links a seguir para saber mais sobre o assunto
Novo sistema de informaccedilatildeo do SUS o E-SUS Atenccedilatildeo Baacutesica lthttpdabsaudegovbrportal-dabesusphpgt Acesso em 1out 2013 (PORTAL 2012)
Portal da atenccedilatildeo baacutesica e seus sistemas de informaccedilatildeo lthttpdabsaudegovbrportaldabsis-temasphpgt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL [20--d])
DATASUS Informaccedilotildees de Sauacutede (TABNET) lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphp area=0203gt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL c2008)
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42 inserccedilatildeo da atenccedilatildeo e cuidado ao Homem no processo de trabalHo da equipe de sauacutede da famiacutelia
Para alcanccedilar a efetividade desejada na atenccedilatildeo baacutesica consideram-se neces-saacuterios o planejamento e a implementaccedilatildeo de accedilotildees de sauacutede em cada contexto Esses exigem conhecimentos detalhados sobre as condiccedilotildees de vida das pessoas que ali residem sobre as especificidades do processo de organizaccedilatildeo das accedilotildees realizadas na assistecircncia agrave sauacutede e gestatildeo do trabalho das equipes e dos profissio-nais envolvidos Assim pode-se delinear o que eacute necessaacuterio e o que eacute possiacutevel se realizarem um determinado local (KRUG et al 2010)
O processo de trabalho na Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia eacute caracterizado pela interdisciplinaridade e pelo trabalho em equipe Haacute uma soma dos diversos saberes e das praacuteticas das categorias profissionais por meio de uma abordagem integral e resolutiva (BRASIL 2012b)
O trabalho em equipe eacute tido como proposta estrateacutegica para enfrentar o intenso processo de especializaccedilatildeo na aacuterea da sauacutede Esse processo caracteriza-se pelo aprofundamento vertical do conhecimento e da intervenccedilatildeo em aspectos individu-alizados das necessidades de sauacutede (PAVONI MEDEIROS 2009)
Sendo assim o ideal eacute mobilizar toda a equipe para que juntos possam efeti-vamente planejar as accedilotildees que seratildeo desenvolvidas para a populaccedilatildeo masculina Para ajudar nesse processo relembramos algumas caracteriacutesticas do processo de trabalho das equipes de atenccedilatildeo baacutesica
I Definiccedilatildeo do territoacuterio de atuaccedilatildeo e da populaccedilatildeo sob a responsabilidade das unidades baacutesicas de sauacutede e das equipes
II Programaccedilatildeo e implementaccedilatildeo das atividades de atenccedilatildeo agrave sauacutede de acordo com as necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo com a priorizaccedilatildeo de inter-venccedilotildees cliacutenicas e sanitaacuterias nos problemas de sauacutede segundo criteacuterios de frequecircncia risco vulnerabilidade
III Desenvolvimento de accedilotildees que priorizem os grupos de risco e os fatores de risco cliacutenico-comportamentais alimentares eou ambientais com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a persistecircncia de doenccedilas e danos evitaacuteveis
IV Realizaccedilatildeo do acolhimento com escuta qualificada classificaccedilatildeo de risco avaliaccedilatildeo de necessidade de sauacutede e anaacutelise de vulnerabilidade tendo em vista a responsabilidade da assistecircncia resolutiva agrave demanda espontacircnea e o primeiro atendimento agraves urgecircncias
V Prover atenccedilatildeo integral contiacutenua e organizada agrave populaccedilatildeo adscrita
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VI Desenvolvimento de accedilotildees educativas que possam interferir no processo de sauacutede-doenccedila da populaccedilatildeo no desenvolvimento de autonomia individual e coletiva e na busca por qualidade de vida pelos usuaacuterios
VII Desenvolvimento de accedilotildees intersetoriais integrando projetos e redes de apoio social voltados para o desenvolvimento de uma atenccedilatildeo integral
VIII Realizaccedilatildeo de atenccedilatildeo domiciliar destinada a usuaacuterios que possuam problemas de sauacutede controladoscompensados e com dificuldade ou impos-sibilidade fiacutesica de locomoccedilatildeo ateacute uma unidade de sauacutede que necessitam de cuidados com menor frequecircncia e menor necessidade de recursos de sauacutede e do cuidado compartilhado com as equipes de atenccedilatildeo domiciliar nos demais casos
Fonte (BRASIL 2012b grifo nosso)
Como jaacute vimos vaacuterios estudos apontam que os homens padecem mais de condiccedilotildees severas e crocircnicas de sauacutede em comparaccedilatildeo agraves mulheres e igualmente morrem mais do que as mulheres pelas mesmas causas de morte Mesmo com o aumento dos iacutendices de morbimortalidade eles natildeo costumam procurar as unidades baacutesicas de sauacutede para orientaccedilatildeo ou prevenccedilatildeo de alguma patologia e quando buscam esses serviccedilos jaacute estatildeo com alguma doenccedila instalada portanto o desafio das equipes de sauacutede da famiacutelia eacute inverter esse padratildeo e encontrar formas de estimular a populaccedilatildeo masculina para accedilotildees de prevenccedilatildeo e cuidados agrave sauacutede (SILVA etal 2012 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 FIGUEIREDO 2005 SCHRAIBER et al 2010)
Eacute mais do que chegada a hora de se distanciar do modelo biomeacutedico pres-critivo que natildeo enfatiza a prevenccedilatildeo mas que ainda predomina nos serviccedilos de sauacutede e estaacute arraigado na cultura masculina Deve-se ter um olhar integral no aten-dimento a essa populaccedilatildeo no qual se priorizam as necessidades que vatildeo aleacutem daquilo que a cliacutenica pode detectar (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)Tambeacutem eacute necessaacuterio que os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica verdadeiramente entendamo papel de cada um para que efetivamente a PNAISH possa ser implan-tada nas unidades de sauacutede
A equipe da atenccedilatildeo baacutesica eacute de fundamental importacircncia no processo de estiacute-mulo agrave populaccedilatildeo masculina pela procurados serviccedilos de sauacutede Diversos esforccedilos devem ser investidos para trazer essa populaccedilatildeo para participar de atividades de
43 accedilotildees da equipe de sauacutede da famiacutelia Voltadas para a sauacutede do Homem
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prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Para tal vale acionar familiares na captaccedilatildeo dessa populaccedilatildeo A mulher que geralmente eacute quem procura a unidade sendo essa esposa matildee ou irmatilde eacute um canal interessante para se discutir a importacircncia de trazer seus familiares do sexo masculino para consultas de rotina (BRASIL 2008a) E como fazer isso
Na seccedilatildeo 41 deste livro vocecirc recebeu orientaccedilotildees sobre como conhecer a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea Agora eacute hora de reunir a equipe de sauacutede e planejar as accedilotildees visando agrave melhoria dos indicadores e agrave qualidade de vida dessa populaccedilatildeo A seguir sugerimos alguns exemplos de accedilotildees que podem ser desen-volvidas por vocecirc e sua equipe
raquo Analisar a situaccedilatildeo de sauacutede da populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea adscrita observando as principais causas de morbidade internaccedilatildeo e mortalidade
raquo Estabelecer accedilotildees levando em consideraccedilatildeo os fatores socioeconocircmicos de morbimortalidade eculturais locais que determinam ou condicionam o modo de vida dos indiviacuteduos respeitando tambeacutem as diferenccedilas de idade jaacute que esse grupo populacional envolve homens na faixa etaacuteria de 20 e 59 anos
raquo Realizar a busca ativa de homens para a realizaccedilatildeo de ao menos uma consultaano
raquo Informar a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea a respeito da importacircncia da promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos aos homens
raquo Facilitar o acesso com oferta de atendimento em horaacuterios alternativos adequados agrave populaccedilatildeo masculina
raquo Promover o acolhimento realizando atendimento humanizado
raquo Realizar accedilotildees visando principalmente agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao estiacutemulo ao autocuidado e agrave adesatildeo de homens aos serviccedilos de sauacutede Satildeo exemplos de accedilotildees orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da populaccedilatildeo masculina quanto agraves medidas disponiacuteveis para detecccedilatildeo precoce do cacircncer de proacutestata em pacientes sinto-maacuteticos e com disfunccedilatildeo ereacutetil entre outros agravos do aparelho geniturinaacuterio
raquo Incorporar os homens nas accedilotildees e atividades educativas voltadas para o plane-jamento familiar
raquo Estimular a participaccedilatildeo paterna no preacute-natal parto puerpeacuterio e no cresci-mento e desenvolvimento da crianccedila
raquo Ofertar exames previstos para homens que participam do preacute-natal masculino
raquo Realizar accedilotildees educativas para a prevenccedilatildeo de violecircncias e acidentes e uso de aacutelcool e outras drogas
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Vocecirc sabia
O Ministeacuterio da Sauacutede vem apoiando estrateacutegias que estimulem e facilitem o acesso dos homens agraves unidades baacutesicas de sauacutede Como alternativa desde 2010 propocircs durante o I Seminaacuterio Inter-nacional de Sauacutede do Homem das Ameacutericas a implantaccedilatildeo do preacute-natal masculino como comple-mento agrave PNAISH na Atenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede
O objetivo eacute fazer com que os profissionais de sauacutede incentivem o homem a acompanhar as con-sultas do preacute-natal durante os nove meses de gestaccedilatildeo da parceira e aproveitem esse momento para realizar exames preventivos e assim promover o acesso dos homens aos serviccedilos de sauacutede
O princiacutepio baacutesico eacute estimular a participaccedilatildeo e inclusatildeo do homem nas accedilotildees de planejamento de sua vida sexual e reprodutiva focando inclusive na paternidade responsaacutevel ou seja o homem precisa se cuidar para cuidar da famiacutelia A proposta tem relaccedilatildeo com o fortalecimento do viacutenculo homem-mulher e pai-filho(a) podendo este ter reflexo sobre a reduccedilatildeo da violecircncia domeacutestica (SANTOS FERREIRA 2013)
Na Paraiacuteba desde o ano de 2009 foi instituiacuteda a Semana Estadual da Sauacutede do Homem (Lei Ndeg 8772 de 15 de abril de 2009) Desde essa eacutepoca vaacuterios eventos aconteceram com o objetivo de implantar e implementar a PNAISH no Estado
A primeira semana foi intitulada ldquoAlerta Homemrdquo por meio da qual se definiu um conjunto de accedilotildees que foram efetivadas pela Secretaria de Estado da Sauacutede em parceria com outras instacircncias go-vernamentais e natildeo governamentais inclusive com a Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) por intermeacutedio do Laboratoacuterio de Estudos e Pesquisas Masculinidades e Sauacutede vinculado ao Progra-ma de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Enfermagem que participou dessa semana com accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede
Saiba
Sites
Para vocecirc conhecer mais sobre essa experiecircncia veja o link a seguir
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raquo Responsabilizar a cada semana um profissional pelo desenvolvimento de alguma atividade especiacutefica ao homem
raquo Divulgar as accedilotildees propostas para os homens por meio dos agentes comunitaacute-rios de sauacutede e da populaccedilatildeo feminina que frequenta a unidade de sauacutede
raquo Comemorar o Dia Internacional do Homem (tambeacutem conhecido como Novembro Azul) Vale planejar com a equipe accedilotildees de prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos e promoccedilatildeo da sauacutede voltadas agrave populaccedilatildeo masculina
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Em Pernambuco tambeacutem foi instituiacuteda a Semana Estadual de Sauacutede do Homem por meio da Lei Nordm 14158 de 17 de setembro de 2010 que determina a comemoraccedilatildeo e realizaccedilatildeo de accedilotildees voltadas a essa populaccedilatildeo na segunda semana de agosto Saiba mais consultando o link lthttplegisalepepegovbrarquivoTextoaspxtiponorma=1ampnumero=14158ampcomplemento=0ampano=2010amptipo=gt Acesso em 1 out 2013
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VIEIRA L J E de S et al Prevenccedilatildeo do cacircncer de proacutestata na oacutetica do usuaacuterio portador de hipertensatildeo e diabetes Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 13 n 1 p 145-152 janfev 2008 Disponiacutevel em lthttpdxdoiorg101590 S1413-81232008000100019gt Acesso em 20 set 2013
VIEIRA S O cacircncer e a sauacutede do homem um panorama completo dos tumores que acometem a populaccedilatildeo masculina Revista Oncoamp ndash Oncologia para todas as especialidades Satildeo Paulo a 2 n 11 p 12-18 maiojun 2012 Disponiacutevel em lthttprevistaoncocombrwp-contentuploads201205ONCO_11pdfgt Acesso em 25 set 2013
VILLELA W Gecircnero sauacutede dos homens e masculinidades Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 10 n 1 p 29-32 janmar 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfcscv10n1a03fv10n1pdfgt Acesso em 20 set 2013
XIMENES NETO F R G X et alTrabalho do enfermeiro na atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem no territoacuterio da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia Revista Eletrocircnica Gestatildeo amp Sauacutede v 4 n 1 p1741ndash1756 2013
54
Execuccedilatildeo
Financiamento
Universidade Aberta do SUS
2 caracterizaccedilatildeo sociodemograacutefica e de sauacutede da popuLaccedilatildeo mascuLina no BrasiL em pernamBuco e na paraiacuteBa
Como vocecirc jaacute sabe o Departamento de Informaacutetica do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) eacute um oacutergatildeo da Secretaria Executiva do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)que tem a responsabilidade de coletar processar e disseminar informaccedilotildees sobre sauacutede No DATASUS podem ser encontrados indicadores de sauacutede informaccedilotildees relativas agrave assistecircncia agrave sauacutede rede assistencial epidemiologia e morbidade estatiacutesticas vitais demograacuteficas e socioeconocircmicas sobre sauacutede suplementar inqueacuteritos e pesquisas
Saiba
Para conhecer melhor os dados disponibilizados explore o site DATASUS por meio do link lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphpgt
Diante de tantas informaccedilotildees disponiacuteveis quais seriam as necessaacuterias para conhecer a situaccedilatildeo de sauacutede do homem Como localizaacute-las
Vaacuterios satildeo os bancos de dados disponiacuteveis relativos agrave sauacutede da populaccedilatildeo brasileira como um todocomo - Sistema de Informaccedilotildees sobre Mortalidade (SIM)- Sistema de Informaccedilotildees do Programa Nacional de Imunizaccedilotildees (SIPNI)- Censo 2010 (IBGE)- Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN)- Instituto Nacional do Cacircncer (INCA)- Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) - Sistema de Informaccedilatildeo Ambulatorial (SAI)- Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH)
12
21 caracteriacutesticas sociodemoGraacuteficas da populaccedilatildeo masculina
A Poliacutetica de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem (PNAISH) estabeleceu um recorte estrateacutegico da populaccedilatildeo masculina que compreende a faixa etaacuteria de 20 aos 59 A delimitaccedilatildeo dessa faixa etaacuteria eacute uma estrateacutegia metodoloacutegica haja vista que existem outras poliacuteticas que asseguram os direitos da sauacutede dos outros segmentos etaacuterios como a sauacutede da crianccedila dos adolescentes e dos idosos Esses grupos foram ou seratildeo estudados em outras disciplinas do curso Portanto nesta disciplina abordaremos a faixa etaacuteria trabalhada na PNAISH
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) 2013 o total da populaccedilatildeo residente no Brasil eacute de 201467000 pessoas das quais 490 eram do sexo masculino Por outro lado a popu-laccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos eacute de 54242000 o que corresponde a 56 da populaccedilatildeo masculina
O estado da Paraiacuteba apresentou por meio de dados da PNAD 2013 uma popu-laccedilatildeo de 4992000 pessoas A populaccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos eacute de 978841 pessoas Apresenta tambeacutem uma razatildeo de sexo de 939 homens para cada 100 mulheres Em Pernambuco a populaccedilatildeo total segundo a PNAD 2013 era de 10777000 pessoas sendo a popu-laccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos de 2311943 e a razatildeo de sexo de 927 homens para cada 100 mulheres
ParaiacutebaPernambuco
5644
Homens entre20 a 59 anosOutras idades
Tanto na Paraiacuteba quanto em Pernambuco aproximadamente 26 da populaccedilatildeo na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos satildeo homens
13
Esse grupo etaacuterio corresponde a 413 da populaccedilatildeo masculina ou a 20 do total da populaccedilatildeo do Brasil Representa uma grande parcela da forccedila produtiva do paiacutes aleacutem de exercer um significativo papel sociocultural e poliacutetico (BRASIL 2008a)
Dentre os indicadores sociodemograacuteficos necessaacuterios para se realizar um diag-noacutestico da situaccedilatildeo que caracteriza a populaccedilatildeo masculina listamos no quadro a seguir aqueles que consideramos mais relevantes
Quadro 01 ndash Indicadores demograacuteficos e socioeconocircmicos para a anaacutelise da populaccedilatildeo masculina
Indicadores demograacuteficos Indicadores socioeconocircmicosPopulaccedilatildeo total Taxa de analfabetismo
Razatildeo por sexo Escolaridade da populaccedilatildeo de 15 anos ou mais
Taxa de crescimento da populaccedilatildeo Produto Interno Bruto (PIB) per capita
Mortalidade proporcional por idade Razatildeo de renda
Taxa bruta de mortalidade Proporccedilatildeo de pobres
Esperanccedila de vida ao nascer Taxa de desemprego
Esperanccedila de vida aos 60 anos de idade
Fonte (Brasil c2008)
22 principais indicadores de morbimortalidade
Entre as principais enfermidades e agravos que acometem os homens aproxi-madamente 75 delas estatildeo concentrados em cinco grandes aacutereas especializadas cardiologia urologia sauacutede mental gastroenterologia e pneumologia aleacutem das causas externas que representam um grande problema e com forte impacto na mortalidade e morbidade da populaccedilatildeo masculina (BRASIL 2008a)
Saiba
SitesPara mais informaccedilotildees sobre os indicadores sociodemograacuteficos acesse
Cadernos de Informaccedilotildees de Sauacutede- Paraiacutebahttptabnetdatasusgovbrtabdatacadernospbhtm (BRASIL[20--a])
Cadernos de Informaccedilotildees de Sauacutede- Pernambucohttptabnetdatasusgovbrtabdatacadernospehtm (BRASIL[20--b])
Indicadores e Dados Baacutesicos - Brasil ndash 2011- IDB-2011httptabnetdatasusgovbrcgiidb2011matrizhtmdemog (BRASIL c2008)
14
Na proacutexima fase desta disciplina vocecirc teraacute a oportunidade de estudar sobre algumas dessas enfermidades e agravos como hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes mellitus doenccedilas pulmonares (Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica ndash DPOC asma e pneumonias comunitaacuterias) doenccedilas osteoarticulares aleacutem das doenccedilas transmissiacuteveis (tuberculose hepatites virais e aids) e tabagismo Aqui abordaremos outras importantes causas de morbimortalidade no homem causas externas alguns tumores sobretudo o da proacutestata e o alcoolismo
221 morbidade
Atenccedilatildeo
Do ponto de vista de anaacutelise da morbidade eacute preciso comentar que os dados a seguir se referem aos casos mais graves que necessitaram de internaccedilatildeo
causas externas
Aleacutem do sofrimento fiacutesico psiacutequico e social determinado pelos acidentes e as violecircncias que caracterizam as causas externas haacute de se considerar o enorme impacto econocircmico mensurado pelos seus gastos hospitalares inclusive em dias de permanecircncia em unidades de terapia intensiva (BRASIL 2012a)
Em 2010 foram realizadas 928893 internaccedilotildees hospitalares por causas externas nos serviccedilos financiados pelo SUS caracterizado da seguinte forma
raquo os homens representavam 705 das internaccedilotildees por essas causas
raquo a taxa de internaccedilatildeo hospitalar foi 485 por 10 mil habitantes sendo 69610 mil homens
raquo o risco de internaccedilatildeo entre os homens foi 25 vezes maior que o estimado entre as mulheres
raquo no periacuteodo de 2000 a 2010 a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por causas externas apresentou aumento progressivo (77 em 2000 para 104 em 2010)
Na tabela a seguir pode-se observar que em 2010 os acidentes por transporte terrestre responderam por 157 das hospitalizaccedilotildees com risco e 76 internaccedilotildees por 10 mil habitantes Estimou-se maior risco de internaccedilatildeo entre os homens (122 internaccedilotildees por 10 mil homens) em comparaccedilatildeo com as mulheres (32 internaccedilotildees por 10 mil mulheres) (BRASIL 2012a)
15
Tabela 01 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa de internaccedilatildeo (por 10 mil habitantes) por causas externas - Brasil 2010
CaracteriacutesticasSexo
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria
0 a 9 anos 57308 88 344 32342 118 202 89650 97 275
10 a 14 anos 41832 64 499 13120 48 162 54952 59 333
15 a 19 anos 58005 86 681 15359 56 186 73364 79 437
20 a 39 anos 274566 419 862 68964 252 213 343530 370 534
40 a 59 anos 153889 235 769 63445 232 290 217334 234 519
60 a mais 69342 106 801 80721 295 750 150063 162 772
Acidentes 537420 821 571 224348 819 230 761768 820 398
Acidente de transporte terrestre
114383 175 122 31652 116 32 146035 157 76
Pedestres 27612 42 29 11649 43 12 39261 42 21
Motociclistas 58508 89 62 11444 42 12 69952 75 37
Ocupantes de veiacuteculos 11690 18 12 4353 16 04 16043 17 08
Quedas 241892 369 257 121601 444 125 363493 397 190
Quedas no mesmo niacutevel 81112 124 86 47378 173 49 128490 138 67
Quedas de um mesmo niacutevel a outro
41623 64 44 17542 64 18 59165 64 31
Quedas natildeo especificadas 119157 182 127 56681 207 58 175838 189 92
Demais acidentes 181145 277 193 71095 260 73 252240 272 132
Violecircncias 43444 66 46 11940 44 12 55384 60 29
Lesotildees autoprovocadas 5173 08 06 3561 13 04 8734 09 05
Agressotildees e intervenccedilotildees legais
38271 58 41 8379 31 09 46650 50 24
Armas de fogo 10835 17 12 1069 04 01 11904 13 06
Peacuterfuro-cortante 9953 15 11 1860 07 02 11813 13 06
Eventos de intenccedilatildeo indeterminada
31252 48 33 13462 49 14 44714 48 23
Demais causas externas 86270 132 92 36141 132 37 122411 132 64
Total 654942 1000 696 273951 1000 281 928893 1000 485
Fonte (BRASIL 2011a p212)
Conforme apresentado no graacutefico a seguir as causas externas satildeo responsaacute-veis por 118 dos gastos com todas as hospitalizaccedilotildees financiadas pelo SUS no Brasil As capitais da Paraiacuteba e Pernambuco tiveram respectivamente 92 e 83 dos gastos com causas externas (BRASIL 2011a)
16
Graacutefico 01 ndash Proporccedilatildeo dos gastos do SUS com internaccedilotildees por causas externas nas capitais e Distrito Federal
Satildeo Luiacutes
Vitoacuteria
Maceioacute
Manaus
Recife
Porto Alegre
Joatildeo Pessoa
Rio de Janeiro
Terresina
Cuiabaacute
Salvador
Fortaleza
Brasiacutelia
Natal
Brasil
Aracaju
Boa Vista
Curitiba
Goiacircnia
Satildeo Paulo
Belo Horizonte
Florianoacutepolis
Macapaacute
Beleacutem
Rio Branco
Porto Velho
Campo Grande
Palmas
FONTE (BRASIL 2011a p 214)
tumores
Os tumores que incidem com maior frequecircncia na faixa etaacuteria dos 25 aos 59 anos satildeo oriundos dos aparelhos digestivo respiratoacuterio e urinaacuterio Cerca de 432 de todos os tumores assinalados na CID 10 Capiacutetulo II tecircm origem no aparelho digestivo (BRASIL 2008a)
O cacircncer da proacutestata eacute uma neoplasia que geralmente apresenta evoluccedilatildeo muito lenta de modo que a mortalidade pode ser evitada quando o processo eacute diagnosticado e tratado com precocidade Uma estimativa realizada pelo Instituto Nacional do Cacircncer (INCA) para o aparecimento de novos casos de cacircnceres no ano de 2008 aponta o cacircncer de proacutestata como sendo o mais frequente sendo superado apenas pelo cacircncer de pele natildeo melanoma (VIEIRA et al 2008)
17
Ao se falar de neoplasias malignas do aparelho urinaacuterio natildeo se pode deixar de mencionar o cacircncer de pecircnis Trata-se de um tumor raro relacionado com as baixas condiccedilotildees socioeconocircmicas e a maacute higiene iacutentima No Brasil esse cacircncer representa cerca de 2 de todas as neoplasias que atingem o homem sendo mais frequente nas regiotildees Norte e Nordeste existindo estados como eacute o caso do Maranhatildeo em que sua incidecircncia supera ateacute a do cacircncer de proacutestata (BARROS MELO 2009)
Dados do INCA referentes aos tumores malignos na populaccedilatildeo masculina dos estados da Paraiacuteba e Pernambuco apontam que o cacircncer de proacutestata eacute o que apre-senta maior incidecircncia conforme mostra a tabela a seguir
Tabela 02 ndash Taxa de incidecircncia anual de neoplasias malignas por 100000 habitantes por localizaccedilatildeo segundo Regiatildeo e UF sexo masculino Brasil 2010 e 2011
Regiatildeo e UF
Pulmatildeo
traqueia e
brocircnquios
Esocircfago Estocircmago
Coacutelon junccedilatildeo
retossigmoacuteide
reto e acircnus
Proacutestata
Laacutebio e
cavidade
oral
Melanoma
maligno da
pele
Outras
neoplasias
malignas da
pele
Paraiacuteba 730 438 1046 462 4369 843 102 7368
Pernambuco 1250 471 1065 653 5783 867 132 6060
Fonte (INCA c2013 adaptado)
alcoolismo
Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) apontam que cerca de 2 bilhotildees de pessoas consomem bebidas alcooacutelicas no mundo O uso abusivo do aacutelcool eacute responsaacutevel por 32 de todas as mortes e por 4 de todos os anos perdidos de vida uacutetil Na Ameacuterica Latina cerca de 16 dos anos de vida uacutetil perdidos estatildeo relacionados ao uso abusivo dessa substacircncia Esse iacutendice eacute quatro vezes maior que a meacutedia mundial e torna o problema da prevenccedilatildeo e do tratamento dos trans-tornos associados ao consumo de aacutelcool um grande problema de sauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
Estudos revelam que o uso do aacutelcool estaacute sendo iniciado cada vez mais preco-cemente por homens e mulheres Portanto torna-se fundamental avaliar os deter-minantes sociais de vulnerabilidade do homem em relaccedilatildeo aos problemas com o aacutelcool para a construccedilatildeo de accedilotildees efetivas de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede mental desse segmento inclusive para jovens e adolescentes (LARANJEIRA et al 2007 SENA et al 2011)
Segundo o Centro Brasileiro de Informaccedilotildees sobre Drogas Psicotroacutepicas (CEBRID) o consumo de aacutelcool e outras drogas estaacute associado a transtornos graves e afetam pelo menos 12 da populaccedilatildeo acima de 12 anos sendo o impacto do aacutelcool dez vezes maior que o do conjunto das drogas iliacutecitas (UNIFESP 2006 BRASIL 2008a)
18
Laranjeira et al (2007) realizaram uma pesquisa intitulada ldquoPrimeiro Levan-tamento Nacional sobre Padratildeo de Consumo de Aacutelcool na Populaccedilatildeo Brasileirardquo cujos resultados apontaram que 52 dos brasileiros acima de 18 anos bebem pelo menos uma vez ao ano e destes 65 satildeo homens A prevalecircncia de depen-dentes de aacutelcool eacute maior para o sexo masculino em que 195 dos homens satildeo dependentes do aacutelcool enquanto 69 das mulheres apresentam dependecircncia Segundo esses dados para cada seis pessoas do sexo masculino que faz uso de aacutelcool uma fica dependente Destaca-se ainda que do conjunto dos homens adultos 11 bebem todos os dias e 28 consomem bebida alcooacutelica de 1 a 4 vezes por semana conforme apresentado na tabela a seguir
Tabela 03 ndash Frequecircncia de consumo de bebida alcooacutelica em homens e mulheres com idade a partir de 18 anos
Frequecircncia de ConsumoA partir de 18 anos
Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstinentes (nunca bebeu ou menos de 1 vez por ano) 35 59 48
Raramente (menos de 1 vez por mecircs) 8 12 10
Ocasional (de 1 a 3 vezes por mecircs) 19 16 17
Frequente ( de 1 a 4 vezes por semana) 28 11 19
Muito frequente (todos os dias) 11 2 6
Quantidade usual Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Ateacute 2 doses 38 63 48
De 3 a 4 doses 25 19 22
de 5 a 11 doses 27 14 22
Bebe mais de 12 doses por ocasiatildeo 11 3 7
Intensidade do beber Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstecircmio 35 59 48
Bebedor natildeo frequente 12 16 14
Bebedor menos frequente 16 13 15
Bebedor frequente 22 9 15
Bebedor frequente pesado 14 3 9
Dependecircncia (criteacuterios de CID-10) Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
14 4 9
Fonte (BRASIL 2008a p14)
outras causas de morbidade
No periacuteodo de 2000 a 2010 observou-se que a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por doenccedilas cardiovasculares manteve-se constante e as hospitalizaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio apresentaram reduccedilatildeo no mesmo periacuteodo (BRASIL 2012a)
No graacutefico apresentado a seguir podem-se observar quanto agrave morbidade as sete causas que respondem pela internaccedilatildeo da maioria dos homens em ordem decrescente de ocorrecircncia
19
raquo As lesotildees os envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas satildeo a primeira causa de internaccedilatildeo para homens entre 20 e 49 anos de idade e a terceira para aqueles entre 50 e 59 anos
raquo As doenccedilas do aparelho digestivo satildeo a segunda causa para todas as faixas etaacuterias
raquo Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias satildeo a terceira causa para homens de 20 a 29 anos transtornos mentais e comportamentais entre 30 e 39 anos e doenccedilas do aparelho circulatoacuterio entre 40 e 49 anos
raquo Para os homens de 50 a 59 anos a principal causa de internaccedilatildeo satildeo as doenccedilas do aparelho circulatoacuterio (SCHWARZ et al 2012)
Graacutefico 02 ndash Porcentagem () das principais causas de internaccedilatildeo em homens por faixa etaacuteria Brasil 2010
Faixa etaacuteria em anos
35
30
25
20
15
10
5
0
I Algumas doenccedilas infecciosas e parasitaacuteriasII Neoplasias (tumores)V Transtornos mentais e comportamentais IX Doenccedilas do aparelho circulatoacuterioX Doenccedilas do aparelho respiratoacuterioXI Doenccedilas do aparelho digestivoXIX Lesotildees envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas
Fonte (SCHWARZ et al 2012 adaptado)
As principais causas de internaccedilotildees por enfermidades do aparelho respiratoacuterio estatildeo assinaladas no graacutefico a seguir
20
Graacutefico 03 ndash Internaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio 2007
Outras 57CID XI 15CID IX 13CID II 6CID X 9 (165369)
Pneumonia 43 (70535)Outras 29 (48489)DPOC 12 (20948)Asma 11 (18457)Tuberculose 5 (6940)
Fonte (BRASIL 2008a p26 adaptado)
Em relaccedilatildeo agraves doenccedilas do aparelho respiratoacuterio as que apresentaram maior incidecircncia foram as pneumonias (43) adoenccedila pulmonar obstrutiva crocircnica (12) e a tuberculose que mesmo apresentando o menor percentual de casos de internaccedilatildeo (5) destaca-se pela importacircncia do ponto de vista dasauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
21
Graacutefico 04 ndash Percentual de internaccedilotildees hospitalares pelo aparelho circulatoacuterio na populaccedilatildeo masculina dos 25ndash59 anos 2007
Outras 277CID V 165CID XIX151CID XI 134CIN IX 120 CIN X 80 CIN I 73
Coronariopatias 405 (59717)Outras 396 (58355)Hipertensatildeo 187 (27569)Febre reumaacutetica miocardiopatias 12 (1713)
Fonte (BRASIL 2008a p27 adaptado)
Entre os fatores de morbidade natildeo se pode deixar de mencionar as disfun-ccedilotildees sexuais notadamente a disfunccedilatildeo ereacutetil que acomete cerca da metade dos homens depois dos cinquenta anos (BRASIL 2008a p27)
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto acesse
MOURA E C MALTA D C Consumo de bebidas alcooacutelicas na populaccedilatildeo adulta brasileira ca-racteriacutesticas sociodemograacuteficas e tendecircncia RevBrasEpidemiol 2011 14(1) Supl 61- 70 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfrbepidv14s1a07v14s1pdfgt Acesso em 27092013
LARANJEIRA R et al I Levantamento nacional sobre os padrotildees de consumo de aacutelcool na popu-laccedilatildeo brasileira Brasiacutelia Secretaria Nacional Antidrogas 2007 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesrelatorio_padroes_consumo_alcoolpdfgt Acesso em 27 set 2013
22
222 mortalidade
Em relaccedilatildeo agrave mortalidade ao longo de toda a uacuteltima deacutecada foi observada maior proporccedilatildeo de oacutebitos entre homens que entre mulheres na faixa etaacuteria adulta especialmente jovens adultos (de 15 a 39 anos de idade) Diversos estudos mostram que as causas externas de mortalidade (acidentes e violecircncias) satildeo extre-mamente importantes entre os adultos especialmente para homens jovens No sexo masculino elas representaram 64 dos oacutebitos de 20 a 39 anos enquanto que no sexo feminino o percentual foi de 23 Mesmo observando uma reduccedilatildeo no diferencial entre homens e mulheres no periacuteodo entre 2000 e 2010 os homens ainda morrem mais que as mulheres conforme apresenta o graacutefico a seguir (BRASIL 2011b BRASIL 2011c LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005 MARANHAtildeO et al 2011)
Graacutefico 05 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo Brasil 2000 2005 e 2010
2000 2005 2010
584 58 573
415 42 427
0
10
20
30
40
50
60
70
Masculino
Feminino
Fonte (BRASIL 2012a p112 adaptado)
O proacuteximo graacutefico apresenta as curvas de mortalidade proporcional para homens e mulheres que tecircm padrotildees diferentes entre os anos principalmente para os grupos de adultos e idosos indicando um padratildeo de mortalidade mais tardia entre as mulheres Na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos houve um maior percen-tual de oacutebitos dos homens (381 em 2000 e 374 em 2010) quando comparado ao das mulheres (25 em 2000 e 232 em 2010) (BRASIL 2012a)
23
Graacutefico 06 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo e o ano do oacutebito por faixa etaacuteria Brasil 2000 e 2010
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1a 9 19 36 381
30 374 20 18 250
lt1 a 85 399241 11 13 232
ge 60 anos 479 547 620 703
Feminino 2000Masculino 2010Masculino 2000
Feminino 2010
10 a 19 20 a 59
11
Fonte (BRASIL 2012a p113)
Quadro 01 ndash Quatro principais causas especiacuteficas de mortalidade entre 20 e 59 anos (nesta ordem)homens 2010
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste Eventos Int Indeterminada Suiciacutedio
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste D HIV Cirosse e D Fiacutegado
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Acidentes de transporte terreste D Cerebrovasculares
Fonte (BRASIL 2012a adaptado)
24
Dados de 2012 mostram que no Brasil as causas externas representam a primeira causa mais frequente de morte na populaccedilatildeo masculina entre 20 a 59 anos configurando-se como um grande desafio aos gestores puacuteblicos e profissio-nais sobretudo os da sauacutede pois se deve ultrapassar a dimensatildeo da assistecircncia e reabilitaccedilatildeo das viacutetimas ocupando-se tambeacutem da promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e vigilacircncia epidemioloacutegica de acidentes e violecircncias (BRASIL 2012a)
Os homens no Brasil apresentam um risco de morte por causas externas 51 vezes maior que as mulheres Quanto agrave idade vale destacar as altas taxas de mortalidade por causas externas observadas a partir dos 19 anos de idade em especial entre os adultos jovens de 20 a 39 anos de idade e os idosos com 60 e mais anos de idade O risco de morte por causas externas foi de 100 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os adultos jovens e de 1104 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os idosos (BRASIL 2012a)
A anaacutelise do risco de morte por causas externas segundo regiotildees geograacute-ficas demonstrou uma distribuiccedilatildeo menos desigual que nas anaacutelises anteriores segundo atributos de idade e sexo sendo que taxas de mortalidade apenas ligei-ramente superiores foram encontradas nas regiotildees Centro-Oeste (853 por oacutebitos por 100 mil habitantes) Nordeste (755 oacutebitos por 100 mil habitantes) e Sul (746 oacutebitos por 100 mil habitantes) (BRASIL 2012a)
Tabela 04 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa bruta de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externas segundo sexo faixa etaacuteria e regiotildees geograacuteficas Brasil 2009
CaracteriacutesticasSexo a
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria b
0 a 9 anos 2517 22 151 1594 68 100 4111 30 126
10 a 14 anos 1740 15 208 733 31 90 2473 18 150
15 a 19 anos 11780 102 1384 1629 70 197 13409 97 799
20 a 39 anos 57656 500 1810 6105 282 204 64261 463 1000
40 a 59 anos 26305 228 1315 1586 196 210 30891 223 738
60 a mais 13342 116 1541 8109 346 753 21451 155 1104
Ignorado 1904 17 - 179 08 - 2083 15 -
Regiatildeo
Norte 9317 81 1199 1508 64 199 10825 78 705
Nordeste 34639 301 1317 5807 248 213 40446 292 755
Sudeste 44360 385 1125 10405 444 251 54765 395 677
Sul 17023 148 1246 3652 156 260 20675 149 746
Centro-Oeste 9826 85 1428 2023 86 288 11849 85 853
Total 115244 1000 1225 23435 1000 241 138679 1000 724
a) Excluiacutedos 137 registros com sexo ignorado
b) Excluiacutedos 119 registros com regiatildeo de residecircncia ignorada
Fonte (BRASIL 2011b p234 adaptado)
25
Embora natildeo exista grande diferenccedila nos coeficientes de mortalidade por neoplasias malignas eacute preciso destacar que entre os homens predominam os cacircnceres de pulmatildeo vindo a seguir os de proacutestata e o de estocircmago A anaacutelise de seacuteries histoacutericas de mortalidade no Brasil mostra claramente a importacircncia cres-cente do cacircncer de proacutestata que jaacute suplanta a neoplasia maligna de estocircmago haacute alguns anos (LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005)
No estado da Paraiacuteba o que se percebe eacute que em relaccedilatildeo agrave mortalidade por cacircnceres na populaccedilatildeo masculina o tumor da proacutestata jaacute se destaca como o de maior prevalecircncia aleacutem de ter tendecircncia crescente em relaccedilatildeo aos periacuteodos 2002 ndash2006 e 2007ndash2011
Graacutefico 07 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Paraiacuteba para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
2002-2006 2007-2011
158
109
96
62
52
52
5
49
38
31
31
3
24
1
207
191
104
10
36
5
36
49
46
46
37
37
32
23
1
20
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Por outro lado no estado de Pernambuco o cacircncer de proacutestata tambeacutem apre-senta maior prevalecircncia em relaccedilatildeo aos outros tumores mas mesmo apresen-tando tendecircncia a aumento no periacuteodo avaliado natildeo foi tatildeo significativo quanto no estado da Paraiacuteba Outro ponto de destaque eacute a tendecircncia agrave diminuiccedilatildeo nos tumores de traqueia brocircnquios pulmotildees fiacutegado e vias biliares
26
Graacutefico 08 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Pernambuco para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
179
91
128
184
183
92
122
184
3
46
39
65
43
44
33
35
36
32
14
35
5
34
61
46
38
34
37
41
3
14
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
2002-2006 2007-2011
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Dentre as doenccedilas do aparelho digestivo podem-se destacar as doenccedilas do fiacutegado que em 2005 foram responsaacuteveis por 70 das causas de morte de homens de 25ndash59 anos Destas 46 devem-se agrave doenccedila por consumo de aacutelcool 36 agrave fibrose e cirrose e 18 a outras doenccedilas do fiacutegado (BRASIL 2008a)
Por outro lado em relaccedilatildeo agrave mortalidade proporcional de acordo com os capiacute-tulos da CIDndash10 entre homens apresenta uma tendecircncia de reduccedilatildeo da proporccedilatildeo de oacutebitos por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio e tendecircncia de aumento nas seguintes causas neoplasias doenccedilas endoacutecrinas e causas externas (BRASIL 2012a)
27
Graacutefico 09 ndash Mortalidade proporcional () por capiacutetulos da CID no sexo masculino Brasil 2000 e 2010
IX II XX X IV OUTRAS
294 135 18 105 47 238
285 16 187 104 53 211
0
5
10
15
20
25
30
35
2000
2010
Fonte (BRASIL 2012a p121 adaptado)
Saiba
SitesPara realizar uma anaacutelise mais detalhada do perfil de mortalidade masculina consulte o material Mortalidade do adulto no Brasil taxas de mortalidade segundo o sexo as causas e as Regiotildees 2010 disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrportalsaudearquivospdf2013Fev21sau-debrasil2011_parte1_cap7pdfgt Acesso em 25 set 2013
Leia tambeacutem o Perfil da situaccedilatildeo de sauacutede do homem no Brasil (2012) disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Perfil-da-Situa----o-de-Sa--de-do-Homem-no--Brasilpdfgt Acesso em 26 ago 2015
Nos artigos a seguir os autores fazem uma discussatildeo ampliada sobre as principais causas de morbimortalidade masculina
LAURENTI R JORGE M H P de M GOTLIEB S L D Perfil epidemioloacutegico da morbimortalidade masculina Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 10 n 1 p 35-46 janmar 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfcscv10n1a04v10n1pdfgt Acesso em 30 set 2013
LUIZAGA C T de M GOTLIEB S L D Mortalidade masculina em trecircs capitais brasileiras 1979 a 2007 RevBrasEpidemiolv 16 n 1 p 87-99 2013 Disponiacutevel emlthttpwwwscielobrpdfrbe-pidv16n11415-790X-rbepid-16-01-0087pdfgt Acesso em 25 set 2013
IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) A qualidade da informaccedilatildeo sobre a mortalidade no Brasil recente e avaliaccedilatildeo do impacto das causas violentas no nuacutemero de anos de vida perdi-dos In IBGE Indicadores Sociodemograacuteficos e de Sauacutede no Brasil n 25 Rio de Janeiro IBGE 2009 Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoindic_sociosaude2009indicsaudepdfgt Acesso em 25092013
VIEIRA S O cacircncer e a sauacutede do homem um panorama completo dos tumores que acometem a populaccedilatildeo masculina Revista Oncoamp ndash Oncologia para todas as especialidadesSatildeo Paulo a 2 n 11 p 12-18 maiojun 2012 Disponiacutevel emlthttprevistaoncocombrwp-contentuploa-ds201205ONCO_11pdfgt Acesso em 25 set 2013
28
Para vocecirc ter acesso a dados sobre morbimortalidade da populaccedilatildeo masculina dos estados de Paraiacuteba e Pernambuco acesse os links abaixo
TABNET ndash OacuteBITOSPARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttptabnetsaudepbgovbrdeftohtmexetabdotabnetsimpbdefgt Acesso em 25 set 2013
ATLAS DE MORTALIDADE POR CAcircNCER ndash INCA (Instituto Nacional de Cacircncer) Disponiacutevel em lthttpmortalidadeincagovbrMortalidadeprepararModelo04actiongt Acesso em 25 set 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttppor-talweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO ndash Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PERNAMBUCO Disponiacutevel em lthttpportalweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
Nos links para acesso ao Pacto pela Sauacutede apoacutes abrir a paacutegina do SISPACTO clique em relatoacute-rios que aparece no lado esquerdo da tela Em seguida clique em relatoacuterios estaduais e localize o estado que vocecirc desejar consultar
3 programas poLiacuteticas e pactos de sauacutede para o homem no BrasiL
A seguir descreveremos os principais programas poliacuteticas e pactos que tecircm relaccedilatildeo com a sauacutede do homem no Brasil Recomendamos que vocecirc consulte os links complementares para saber mais sobre cada um deles
31 pacto pela sauacutede
Aprovado por unanimidade pelo Conselho Nacional de Sauacutede (CNS) e publi-cado na Portaria GMMS nordm 399 de 22 de fevereiro de 2006 o Pacto pela Sauacutede eacute um conjunto de reformas institucionais do SUS pactuado entre as trecircs esferas de gestatildeo (Uniatildeo Estados e Municiacutepios) com o objetivo depromover a melhoria dos serviccedilos ofertados agrave populaccedilatildeo e a garantia de acesso a todos Tambeacutem redefine as responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da popu-laccedilatildeo e na busca da equidade social Sua adesatildeo se constituiem um processo de cooperaccedilatildeo permanente entre os gestores e negociaccedilatildeo local regional estadual e federal
O pacto pela sauacutede se divide em 3 eixos
1 Pacto em defesa do SUS defesa dos princiacutepios do SUS qualificaccedilatildeo do SUS como poliacutetica puacuteblica
2 Pacto pela gestatildeo do SUS processo continuado de pactuaccedilatildeo intergestores ndash responsabilidades sanitaacuterias e diretrizes de gestatildeo
3 Pacto pela vida compromisso entre os gestores do SUS em torno das respon-sabilidades nacionais estaduais regionais e municipais com definiccedilotildees de metas e accedilotildees
Por meio da Portaria nordm 325GM de 21 de fevereiro de 2008 o Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu novas prioridades objetivos metas e indicadores de monito-ramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede para o ano de 2008 no qual foi inserido
30
como uma das prioridades a Sauacutede do Homem cuja meta era a de promover a sauacutede integral do homem com a elaboraccedilatildeo publicaccedilatildeo e implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede do Homem
32 poliacutetica nacional de atenccedilatildeo inteGral agrave sauacutede do Homem (pnaisH)
Foi instituiacuteda por meio da Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Destaca- se por ser um programa pioneiro dentre os paiacuteses da Ameacuterica Latina lanccedilado apoacutes 20 anos de implantaccedilatildeo do SUS no Brasil Visa abranger a faixa etaacuteria de 20 a 59 anos melhorando a assistecircncia oferecida aos homens por meio de accedilotildees de informaccedilatildeo proteccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede assim como tratamento e recuperaccedilatildeo de agravos aleacutem de uma mudanccedila cultural no que diz respeito ao comportamento masculino nessa aacuterea (BRASIL 2008a)
A PNAISH estaacute alinhada com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash porta de entrada preferencial ao Sistema Uacutenico de Sauacutede ndash primando pela humanizaccedilatildeo da atenccedilatildeo e em consonacircncia com os princiacutepios do SUS fortalecendo accedilotildees e serviccedilos em redes e cuidados da sauacutede Ela norteia as accedilotildees de atenccedilatildeo integral
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto recomendamos que vocecirc veja os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Pacto pela SauacutedeSISPACTO - Aplicativo do Pacto pela Sauacutede Brasiacutelia Ministeacute-rio da Sauacutede [2011c] Disponiacutevel emlthttpportalweb04saudegovbrsispactogt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 399GM de 22 de fevereiro de 2006 Divulga o pacto pela sauacutede 2006 - Consolidaccedilatildeo do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a Disponiacutevel em lthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2006GMGM-399htmgt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 325 de 21 de fevereiro de 2008 Estabelece prioridades objetivos e metas do Pacto pela Vida para 2008 os indicadores de monitoramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede e as orientaccedilotildees prazos e diretrizes para a sua pactuaccedilatildeoBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacute-de 2008b Disponiacutevel emlthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2008GMGM-325htmgt Acesso em 27set 2013
MACHADO R R et al Entendendo o pacto pela sauacutede na gestatildeo do SUS e refletindo sua implementaccedilatildeo Rev Eletrocircnica de Enfermagem v 11 n 1 p 181-187 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfenufgbrfen_revis-tav11n1pdfv11n1a23pdfgt Acesso em 27set2013
31
agrave sauacutede do homem visando estimular o autocuidado e sobretudo o reconhe-cimento de que a sauacutede eacute um direito social baacutesico e de cidadania de todos os homens brasileiros (BRASIL 2008a)
Tem como objetivo principal
Promover a melhoria das condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo masculina do Brasil contri-buindo de modo efetivo para a reduccedilatildeo da morbidade e mortalidade dessa popu-laccedilatildeo atraveacutes do enfrentamento racional dos fatores de risco e mediante a facilitaccedilatildeo ao acesso agraves accedilotildees e aos serviccedilos de assistecircncia integral agrave sauacutede (BRASIL 2008a)
Aleacutem disso a PNAISH propotildee uma reorientaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede com foco na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) de modo que essa poliacutetica seja integrada e executada juntamente com as demais poliacuteticas programas estrateacutegias e accedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2008a)
Para refletir
Vocecirc jaacute teve oportunidade de discutir a PNAISH com os demais membros da equipe de sauacutedeQuais satildeo as accedilotildees desenvolvidas na sua unidade de sauacutede para os homens Como eacute a adesatildeo da popula-ccedilatildeo a essas accedilotildees Quais satildeo suas principais dificuldades
Saiba
Conheccedila o estudo que avaliou a implantaccedilatildeo da PNAISH em municiacutepios brasileiros Nele foram avaliados como estatildeo sendo desenvolvidas as accedilotildees de fortalecimento desta poliacutetica Estaacute disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Fortalecimento-da--PNAISHpdfgt Acesso em 01 fev 2015
SitesPara vocecirc conhecer mais sobre a PNAISH acesse os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Institui no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacute-de do Homem Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2009prt1944_27_08_2009htmlgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave sauacutede Departamento de Accedilotildees Progra- maacuteticas e Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem Plano de Accedilatildeo Nacional 2009-2011 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009b Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_saude_homem_2009-2011pdfgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteti-cas Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2008a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_homempdfgt Acesso em 20 set 2013
CARRARA S RUSSO J A FARO L A poliacutetica de atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem no Brasil os pa-radoxos da medicalizaccedilatildeo do corpo masculinoPhysisRevista de Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 19 n 3 p659-678 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfphysisv19n3a06v19n3pdfgt Acesso em 27set 2013
32
LEAL A F FIGUEIREDO W S NOGUEIRA-DA-SILVA G S O percurso da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede dos Homens (PNAISH) desde a sua formulaccedilatildeo ateacute sua implementaccedilatildeo nos serviccedilos puacuteblicos locais de atenccedilatildeo agrave sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletivav 17 n 10 p2607-2616 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfcscv17n1010pdfgt Acesso em 27 set 2013
33 poliacutetica nacional de Humanizaccedilatildeo (pnH)A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) foi criada em 2004 como fortaleci-
mento da rede assistencial do SUS e com o objetivo de oferecer uma sauacutede digna para todos com profissionais comprometidos com a eacutetica e com a defesa da vida
Para a PNH humanizar eacute ofertar atendimento de qualidade articulando os avanccedilos tecnoloacutegicos com o acolhimento com a melhoria dos ambientes de cuidado e das condiccedilotildees de trabalho dos profissionais
Como poliacutetica a Humanizaccedilatildeo deve portanto traduzir princiacutepios e modos de operar no conjunto das relaccedilotildees entre profissionais e usuaacuterios A humanizaccedilatildeo supotildee troca de saberes (incluindo os dos pacientes e familiares) diaacutelogo entre os profissionais e modos de trabalhar em equipe Como estrateacutegia de interferecircncia no processo de produccedilatildeo de sauacutedeconsidera-se que sujeitos sociais quando mobi-lizados satildeo capazes de transformar realidades transformando-se a si proacuteprios nesse mesmo processo
princiacutepios norteadores da poliacutetica de Humanizaccedilatildeo
1 Valorizaccedilatildeo da dimensatildeo subjetiva e social em todas as praacuteticas de atenccedilatildeo e gestatildeo fortalecendoestimulando processos integradores e promotores de compromissosresponsabilizaccedilatildeo
2 Estiacutemulo a processos comprometidos com a produccedilatildeo de sauacutede e com a produccedilatildeo de sujeitos
3 Fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional estimulando a trans-disciplinaridade e a grupalidade
4 Atuaccedilatildeo em rede com alta conectividade de modo cooperativo e solidaacuterio em conformidade com as diretrizes do SUS
5 Utilizaccedilatildeo da informaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo da educaccedilatildeo permanente e dos espaccedilos da gestatildeo na construccedilatildeo de autonomia e protagonismo de sujeitos e coletivos
33
diretrizes especiacuteficas na atenccedilatildeo baacutesica
1 Elaborar projetos de sauacutede individuais e coletivos para usuaacuterios e sua rede social considerando as poliacuteticas intersetoriais e as necessidades de sauacutede
2 Incentivar praacuteticas promocionais de sauacutede
3 Estabelecer formas de acolhimento e inclusatildeo do usuaacuterio que promovam a otimizaccedilatildeo dos serviccedilos o fim das filas a hierarquizaccedilatildeo de riscos e o acesso aos demais niacuteveis do sistema
4 Comprometer-se com o trabalho em equipe de modo a aumentar o grau de corresponsabilidade e com a rede de apoio profissional visando agrave maior eficaacutecia na atenccedilatildeo em sauacutede
E o acolhimento como pode ser entendido Trata-se de uma praacutetica nas accedilotildees de atenccedilatildeo e gestatildeo nas unidades de sauacutede que favorece a construccedilatildeo de uma relaccedilatildeo de confianccedila e compromisso dos usuaacuterios com as equipes e os serviccedilos contribuindo para a promoccedilatildeo da cultura de solidariedade e para a legitimaccedilatildeo do SUS Com o acolhimento passa a existir a possibilidade de avanccedilos na alianccedila entre usuaacuterios trabalhadores e gestores da sauacutede em defesa do SUS como uma poliacutetica puacuteblica essencial da e para a populaccedilatildeo brasileira (GENIOLE et al 2011)
Para refletir
Como profissional de sauacutede suas atitudes contemplam as dimensotildees abordadas na Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo E qual o envolvimento que vocecirc visualiza desta Poliacutetica com a Sauacutede do Homem Vocecirc acredita que a falta de acolhimento pode dificultar o acesso dos homens agraves unidades de sauacutede
Saiba
SitesPara conhecer mais sobre a Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo acesse os links lthttpportalsau-degovbrportalarquivospdfdoc_basepdfgt (BRASIL 2004) e lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumanizasus_gestores_trabalhadores_sus_4edpdfgt (BRASIL 2008c)
A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo possui um caderno especiacutefico para a Atenccedilatildeo Baacutesica Para conhececirc-lo acesse o link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumaniza_sus_atencao_basicapdfgt (BRASIL 2009c)
E para entender mais sobre acolhimento acesse a cartilha denominada Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede disponiacutevel no link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhi-mento_praticas_producao_saudepdfgt (BRASIL 2010a)pdfgt Acesso em 27set 2013
34
34 poliacutetica de promoccedilatildeo da sauacutede
Entre as prioridades do Pacto em Defesa da Vida encontra-se a publicaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede que ratifica o compromisso do Minis-teacuterio da Sauacutede na ampliaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede nos serviccedilos e na gestatildeo do SUS Trata-se de uma poliacutetica transversal integrada e intersetorial que dialoga com as diversas aacutereas do setor sanitaacuterio os outros setores do Governo os setores privados e natildeogovernamentais e a sociedade compondo redes de compromisso e corresponsabilidade quanto agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo de forma que todos sejam partiacutecipes no cuidado com a sauacutede (BRASIL 2006b)
A Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede foi revisada no ano de 2015 visando se adequar aos novos desafios e compromissos no contexto da sauacutede nacional
Ela destaca a necessidade de articulaccedilatildeo com outras poliacuteticas puacuteblicas para fortalececirc-la com o imperativo da participaccedilatildeo social e dos movimentos popu-lares em virtude da impossibilidade de que o setor sanitaacuterio responda sozinho ao enfrentamento dos determinantes e condicionantes da sauacutede Para tal toma como referecircncia alguns temas transversais para a formulaccedilatildeo de agendas de promoccedilatildeo da sauacutede e para a adoccedilatildeo de estrateacutegias e temas prioritaacuterios operando em conso-nacircncia com os princiacutepios e os valores do SUS como
raquo Determinantes Sociais da Sauacutede (DSS)
raquo equidade e respeito agrave diversidade
raquo produccedilatildeo de sauacutede e cuidado
raquo vida no trabalho
raquo cultura da paz e direitos humanos entre outras (BRASIL 2015)
O objetivo principal dessa poliacutetica eacute promover a equidade e a melhoria das condiccedilotildees e dos modos de viver ampliando a potencialidade da sauacutede individual e coletiva e reduzindo vulnerabilidades e riscos agrave sauacutede decorrentes dos determi-nantes sociais econocircmicos poliacuteticos culturais e ambientais (BRASIL 2015)
Saiba
SitesPara conhecer melhor a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede vocecirc pode ver o linklthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_promocao_saude_3edpdfgtAcesso em 28 out 2013 (BRASIL 2010b)
Para ter acesso agrave Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede revisada e identificar todas as atuali-zaccedilotildees da versatildeo de 2015 acesse lthttppromocaodasaudesaudegovbrpromocaodasaudearquivospnps-2015_finalpdfgt Acesso em 01 fev 2015
4 a organizaccedilatildeo da estrateacutegia sauacutede da famiacuteLia no pLanejamento de accedilotildees e avaLiaccedilatildeo de riscos agrave sauacutede do homem
Uma das diretrizes da PNAISH eacute a reorganizaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede por meio de uma proposta inclusiva na qual os homens considerem os serviccedilos de sauacutede sobretudo as unidades baacutesicas de sauacutede ou unidades de sauacutede da famiacutelia tambeacutem como espaccedilos masculinos e por sua vez esses serviccedilos reconheccedilam os homens como sujeitos que necessitem de cuidados (SILVA et al 2012)
A compreensatildeo das barreiras institucionais eacute importante para a proposiccedilatildeo estrateacutegica de medidas que venham a promover o acesso dos homens aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria que deve ser a porta de entrada preferencial ao sistema de sauacutede a fim de resguardar a promoccedilatildeo e a prevenccedilatildeo como eixos fundamentais de intervenccedilatildeo (SILVA et al 2012)
Nesse contexto estudos vecircm relacionando a masculinidade tradicional como o principal obstaacuteculo para o acesso dessa parcela populacional aos serviccedilos de sauacutede sobretudo agravequeles que estatildeo voltados agrave promoccedilatildeo da sauacutede A busca por esse tipo de serviccedilo pode ser considerado sinocircnimo de fraqueza realidade que vai de encontro com os preceitos da hegemonia masculina na qual os homens satildeo educados para natildeo demonstrar qualquer traccedilo de fragilidade Some-se a isso o fato de as unidades baacutesicas e de sauacutede da famiacutelia por serem compostas por muitos profissionais do sexo feminino e serem frequentadas sobretudo por mulheres provocam uma sensaccedilatildeo de natildeo pertencimento a tais espaccedilos (FIGUEIREDO 2005 BRAZ 2005 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 BRITO SANTOS 2010 SILVA et al 2012)
Os estudos apontam ainda outros motivos pela baixa demanda masculina na Atenccedilatildeo Baacutesica como a organizaccedilatildeo dos serviccedilos a demora em conseguir atendimento meacutedico o horaacuterio de funcionamento incompatiacutevel com a jornada de trabalho daqueles inseridos no mercado formal a ausecircncia de programas especiacute-ficos para atender aos homens o deacuteficit no processo de abordagem e de cuidarcuidado da populaccedilatildeo masculina por parte dos profissionais a ausecircncia de acolhi-mento ou o acolhimento pouco atrativo a fraacutegil qualificaccedilatildeo profissional para lidar com o segmento masculino
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O certo eacute que muitos agravos que acometem a populaccedilatildeo masculina poderiam ser evitados caso fossem realizadas com regularidade as medidas de prevenccedilatildeo primaacuteria A resistecircncia masculina agrave atenccedilatildeo primaacuteria aumenta natildeo somente a sobrecarga financeira da sociedade mas tambeacutem o sofrimento fiacutesico e emocional do paciente e de sua famiacutelia na luta pela conservaccedilatildeo da sauacutede e da qualidade de vida dessas pessoas (BRASIL 2008a)
O fortalecimento e a qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria garantem a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo aos agravos evitaacuteveis dado o reconhecimento de que os homens adentram o sistema de sauacutede por meio da atenccedilatildeo especializada agravando a morbidade pelo retardamento na atenccedilatildeo e maior custo parao SUS (BRASIL 2008a)
Assim ao serem elaboradas estrateacutegias voltadas agrave conscientizaccedilatildeo do grupo masculino sobre a adoccedilatildeo de haacutebitos mais saudaacuteveis o primeiro passo a ser dado eacute a sensibilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede que atuam na atenccedilatildeo baacutesica para que compreendam os padrotildees culturalmente arraigados na populaccedilatildeo acerca do que eacute ser homem as principais barreiras possam ser superadas e essa populaccedilatildeo possa efetivamente ser acolhida (BRITO SANTOS 2010 )
41 conHecendo a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea de abranGecircncia
Vocecirc jaacute sabe a importacircncia de os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica conhecerem bem as caracteriacutesticas da sua populaccedilatildeo adscrita Sem essa informaccedilatildeo fica difiacutecil se planejar o trabalho a ser desenvolvido
Como aqui estamos discutindo a sauacutede do homem enfatizamos a necessidade de que seja realizado um levantamento sobre o perfil de morbimortalidade dessa populaccedilatildeo antes mesmo das accedilotildees de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo agrave sauacutede serem pensadas
Como a populaccedilatildeo masculina eacute caracterizada pela faixa etaacuteria de 20 a 59 anos uma sugestatildeo eacute que se definam por grupos etaacuteriosas causas de adoecimento e morte mais prevalentes e a partir disso sejam estruturadas as accedilotildees de sauacutede
Uma sugestatildeo eacute vocecirc utilizar as informaccedilotildees contidas no quadro a seguir para construir o perfil da sua populaccedilatildeo masculina
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Quadro 02 ndash Indicadores para a anaacutelise do perfil da populaccedilatildeo masculina
Cadastro do nuacutemero de indiviacuteduos masculinos entre 20 e 59 anos
Homens diabeacuteticos cadastrados
Homens diabeacuteticos acompanhados
Homens hipertensos cadastrados
Homens hipertensos acompanhados
Homens com tuberculose cadastrados
Homens com tuberculose acompanhados
Homens com hanseniacutease cadastrados
Homens com hanseniacutease acompanhados
Hospitalizaccedilotildees ocorridas no mecircsPor abuso de aacutelcoolPor complicaccedilotildees do DiabetesPor outras causas
Internaccedilotildees em hospital psiquiaacutetrico
Oacutebitos ocorridos no mecircs
Fonte (UFSC 2013 adaptado)
Saiba
SitesConsulte os links a seguir para saber mais sobre o assunto
Novo sistema de informaccedilatildeo do SUS o E-SUS Atenccedilatildeo Baacutesica lthttpdabsaudegovbrportal-dabesusphpgt Acesso em 1out 2013 (PORTAL 2012)
Portal da atenccedilatildeo baacutesica e seus sistemas de informaccedilatildeo lthttpdabsaudegovbrportaldabsis-temasphpgt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL [20--d])
DATASUS Informaccedilotildees de Sauacutede (TABNET) lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphp area=0203gt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL c2008)
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42 inserccedilatildeo da atenccedilatildeo e cuidado ao Homem no processo de trabalHo da equipe de sauacutede da famiacutelia
Para alcanccedilar a efetividade desejada na atenccedilatildeo baacutesica consideram-se neces-saacuterios o planejamento e a implementaccedilatildeo de accedilotildees de sauacutede em cada contexto Esses exigem conhecimentos detalhados sobre as condiccedilotildees de vida das pessoas que ali residem sobre as especificidades do processo de organizaccedilatildeo das accedilotildees realizadas na assistecircncia agrave sauacutede e gestatildeo do trabalho das equipes e dos profissio-nais envolvidos Assim pode-se delinear o que eacute necessaacuterio e o que eacute possiacutevel se realizarem um determinado local (KRUG et al 2010)
O processo de trabalho na Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia eacute caracterizado pela interdisciplinaridade e pelo trabalho em equipe Haacute uma soma dos diversos saberes e das praacuteticas das categorias profissionais por meio de uma abordagem integral e resolutiva (BRASIL 2012b)
O trabalho em equipe eacute tido como proposta estrateacutegica para enfrentar o intenso processo de especializaccedilatildeo na aacuterea da sauacutede Esse processo caracteriza-se pelo aprofundamento vertical do conhecimento e da intervenccedilatildeo em aspectos individu-alizados das necessidades de sauacutede (PAVONI MEDEIROS 2009)
Sendo assim o ideal eacute mobilizar toda a equipe para que juntos possam efeti-vamente planejar as accedilotildees que seratildeo desenvolvidas para a populaccedilatildeo masculina Para ajudar nesse processo relembramos algumas caracteriacutesticas do processo de trabalho das equipes de atenccedilatildeo baacutesica
I Definiccedilatildeo do territoacuterio de atuaccedilatildeo e da populaccedilatildeo sob a responsabilidade das unidades baacutesicas de sauacutede e das equipes
II Programaccedilatildeo e implementaccedilatildeo das atividades de atenccedilatildeo agrave sauacutede de acordo com as necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo com a priorizaccedilatildeo de inter-venccedilotildees cliacutenicas e sanitaacuterias nos problemas de sauacutede segundo criteacuterios de frequecircncia risco vulnerabilidade
III Desenvolvimento de accedilotildees que priorizem os grupos de risco e os fatores de risco cliacutenico-comportamentais alimentares eou ambientais com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a persistecircncia de doenccedilas e danos evitaacuteveis
IV Realizaccedilatildeo do acolhimento com escuta qualificada classificaccedilatildeo de risco avaliaccedilatildeo de necessidade de sauacutede e anaacutelise de vulnerabilidade tendo em vista a responsabilidade da assistecircncia resolutiva agrave demanda espontacircnea e o primeiro atendimento agraves urgecircncias
V Prover atenccedilatildeo integral contiacutenua e organizada agrave populaccedilatildeo adscrita
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VI Desenvolvimento de accedilotildees educativas que possam interferir no processo de sauacutede-doenccedila da populaccedilatildeo no desenvolvimento de autonomia individual e coletiva e na busca por qualidade de vida pelos usuaacuterios
VII Desenvolvimento de accedilotildees intersetoriais integrando projetos e redes de apoio social voltados para o desenvolvimento de uma atenccedilatildeo integral
VIII Realizaccedilatildeo de atenccedilatildeo domiciliar destinada a usuaacuterios que possuam problemas de sauacutede controladoscompensados e com dificuldade ou impos-sibilidade fiacutesica de locomoccedilatildeo ateacute uma unidade de sauacutede que necessitam de cuidados com menor frequecircncia e menor necessidade de recursos de sauacutede e do cuidado compartilhado com as equipes de atenccedilatildeo domiciliar nos demais casos
Fonte (BRASIL 2012b grifo nosso)
Como jaacute vimos vaacuterios estudos apontam que os homens padecem mais de condiccedilotildees severas e crocircnicas de sauacutede em comparaccedilatildeo agraves mulheres e igualmente morrem mais do que as mulheres pelas mesmas causas de morte Mesmo com o aumento dos iacutendices de morbimortalidade eles natildeo costumam procurar as unidades baacutesicas de sauacutede para orientaccedilatildeo ou prevenccedilatildeo de alguma patologia e quando buscam esses serviccedilos jaacute estatildeo com alguma doenccedila instalada portanto o desafio das equipes de sauacutede da famiacutelia eacute inverter esse padratildeo e encontrar formas de estimular a populaccedilatildeo masculina para accedilotildees de prevenccedilatildeo e cuidados agrave sauacutede (SILVA etal 2012 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 FIGUEIREDO 2005 SCHRAIBER et al 2010)
Eacute mais do que chegada a hora de se distanciar do modelo biomeacutedico pres-critivo que natildeo enfatiza a prevenccedilatildeo mas que ainda predomina nos serviccedilos de sauacutede e estaacute arraigado na cultura masculina Deve-se ter um olhar integral no aten-dimento a essa populaccedilatildeo no qual se priorizam as necessidades que vatildeo aleacutem daquilo que a cliacutenica pode detectar (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)Tambeacutem eacute necessaacuterio que os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica verdadeiramente entendamo papel de cada um para que efetivamente a PNAISH possa ser implan-tada nas unidades de sauacutede
A equipe da atenccedilatildeo baacutesica eacute de fundamental importacircncia no processo de estiacute-mulo agrave populaccedilatildeo masculina pela procurados serviccedilos de sauacutede Diversos esforccedilos devem ser investidos para trazer essa populaccedilatildeo para participar de atividades de
43 accedilotildees da equipe de sauacutede da famiacutelia Voltadas para a sauacutede do Homem
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prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Para tal vale acionar familiares na captaccedilatildeo dessa populaccedilatildeo A mulher que geralmente eacute quem procura a unidade sendo essa esposa matildee ou irmatilde eacute um canal interessante para se discutir a importacircncia de trazer seus familiares do sexo masculino para consultas de rotina (BRASIL 2008a) E como fazer isso
Na seccedilatildeo 41 deste livro vocecirc recebeu orientaccedilotildees sobre como conhecer a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea Agora eacute hora de reunir a equipe de sauacutede e planejar as accedilotildees visando agrave melhoria dos indicadores e agrave qualidade de vida dessa populaccedilatildeo A seguir sugerimos alguns exemplos de accedilotildees que podem ser desen-volvidas por vocecirc e sua equipe
raquo Analisar a situaccedilatildeo de sauacutede da populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea adscrita observando as principais causas de morbidade internaccedilatildeo e mortalidade
raquo Estabelecer accedilotildees levando em consideraccedilatildeo os fatores socioeconocircmicos de morbimortalidade eculturais locais que determinam ou condicionam o modo de vida dos indiviacuteduos respeitando tambeacutem as diferenccedilas de idade jaacute que esse grupo populacional envolve homens na faixa etaacuteria de 20 e 59 anos
raquo Realizar a busca ativa de homens para a realizaccedilatildeo de ao menos uma consultaano
raquo Informar a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea a respeito da importacircncia da promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos aos homens
raquo Facilitar o acesso com oferta de atendimento em horaacuterios alternativos adequados agrave populaccedilatildeo masculina
raquo Promover o acolhimento realizando atendimento humanizado
raquo Realizar accedilotildees visando principalmente agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao estiacutemulo ao autocuidado e agrave adesatildeo de homens aos serviccedilos de sauacutede Satildeo exemplos de accedilotildees orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da populaccedilatildeo masculina quanto agraves medidas disponiacuteveis para detecccedilatildeo precoce do cacircncer de proacutestata em pacientes sinto-maacuteticos e com disfunccedilatildeo ereacutetil entre outros agravos do aparelho geniturinaacuterio
raquo Incorporar os homens nas accedilotildees e atividades educativas voltadas para o plane-jamento familiar
raquo Estimular a participaccedilatildeo paterna no preacute-natal parto puerpeacuterio e no cresci-mento e desenvolvimento da crianccedila
raquo Ofertar exames previstos para homens que participam do preacute-natal masculino
raquo Realizar accedilotildees educativas para a prevenccedilatildeo de violecircncias e acidentes e uso de aacutelcool e outras drogas
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Vocecirc sabia
O Ministeacuterio da Sauacutede vem apoiando estrateacutegias que estimulem e facilitem o acesso dos homens agraves unidades baacutesicas de sauacutede Como alternativa desde 2010 propocircs durante o I Seminaacuterio Inter-nacional de Sauacutede do Homem das Ameacutericas a implantaccedilatildeo do preacute-natal masculino como comple-mento agrave PNAISH na Atenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede
O objetivo eacute fazer com que os profissionais de sauacutede incentivem o homem a acompanhar as con-sultas do preacute-natal durante os nove meses de gestaccedilatildeo da parceira e aproveitem esse momento para realizar exames preventivos e assim promover o acesso dos homens aos serviccedilos de sauacutede
O princiacutepio baacutesico eacute estimular a participaccedilatildeo e inclusatildeo do homem nas accedilotildees de planejamento de sua vida sexual e reprodutiva focando inclusive na paternidade responsaacutevel ou seja o homem precisa se cuidar para cuidar da famiacutelia A proposta tem relaccedilatildeo com o fortalecimento do viacutenculo homem-mulher e pai-filho(a) podendo este ter reflexo sobre a reduccedilatildeo da violecircncia domeacutestica (SANTOS FERREIRA 2013)
Na Paraiacuteba desde o ano de 2009 foi instituiacuteda a Semana Estadual da Sauacutede do Homem (Lei Ndeg 8772 de 15 de abril de 2009) Desde essa eacutepoca vaacuterios eventos aconteceram com o objetivo de implantar e implementar a PNAISH no Estado
A primeira semana foi intitulada ldquoAlerta Homemrdquo por meio da qual se definiu um conjunto de accedilotildees que foram efetivadas pela Secretaria de Estado da Sauacutede em parceria com outras instacircncias go-vernamentais e natildeo governamentais inclusive com a Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) por intermeacutedio do Laboratoacuterio de Estudos e Pesquisas Masculinidades e Sauacutede vinculado ao Progra-ma de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Enfermagem que participou dessa semana com accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede
Saiba
Sites
Para vocecirc conhecer mais sobre essa experiecircncia veja o link a seguir
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raquo Responsabilizar a cada semana um profissional pelo desenvolvimento de alguma atividade especiacutefica ao homem
raquo Divulgar as accedilotildees propostas para os homens por meio dos agentes comunitaacute-rios de sauacutede e da populaccedilatildeo feminina que frequenta a unidade de sauacutede
raquo Comemorar o Dia Internacional do Homem (tambeacutem conhecido como Novembro Azul) Vale planejar com a equipe accedilotildees de prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos e promoccedilatildeo da sauacutede voltadas agrave populaccedilatildeo masculina
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Em Pernambuco tambeacutem foi instituiacuteda a Semana Estadual de Sauacutede do Homem por meio da Lei Nordm 14158 de 17 de setembro de 2010 que determina a comemoraccedilatildeo e realizaccedilatildeo de accedilotildees voltadas a essa populaccedilatildeo na segunda semana de agosto Saiba mais consultando o link lthttplegisalepepegovbrarquivoTextoaspxtiponorma=1ampnumero=14158ampcomplemento=0ampano=2010amptipo=gt Acesso em 1 out 2013
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referecircncias
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Execuccedilatildeo
Financiamento
Universidade Aberta do SUS
12
21 caracteriacutesticas sociodemoGraacuteficas da populaccedilatildeo masculina
A Poliacutetica de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem (PNAISH) estabeleceu um recorte estrateacutegico da populaccedilatildeo masculina que compreende a faixa etaacuteria de 20 aos 59 A delimitaccedilatildeo dessa faixa etaacuteria eacute uma estrateacutegia metodoloacutegica haja vista que existem outras poliacuteticas que asseguram os direitos da sauacutede dos outros segmentos etaacuterios como a sauacutede da crianccedila dos adolescentes e dos idosos Esses grupos foram ou seratildeo estudados em outras disciplinas do curso Portanto nesta disciplina abordaremos a faixa etaacuteria trabalhada na PNAISH
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) 2013 o total da populaccedilatildeo residente no Brasil eacute de 201467000 pessoas das quais 490 eram do sexo masculino Por outro lado a popu-laccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos eacute de 54242000 o que corresponde a 56 da populaccedilatildeo masculina
O estado da Paraiacuteba apresentou por meio de dados da PNAD 2013 uma popu-laccedilatildeo de 4992000 pessoas A populaccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos eacute de 978841 pessoas Apresenta tambeacutem uma razatildeo de sexo de 939 homens para cada 100 mulheres Em Pernambuco a populaccedilatildeo total segundo a PNAD 2013 era de 10777000 pessoas sendo a popu-laccedilatildeo masculina na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos de 2311943 e a razatildeo de sexo de 927 homens para cada 100 mulheres
ParaiacutebaPernambuco
5644
Homens entre20 a 59 anosOutras idades
Tanto na Paraiacuteba quanto em Pernambuco aproximadamente 26 da populaccedilatildeo na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos satildeo homens
13
Esse grupo etaacuterio corresponde a 413 da populaccedilatildeo masculina ou a 20 do total da populaccedilatildeo do Brasil Representa uma grande parcela da forccedila produtiva do paiacutes aleacutem de exercer um significativo papel sociocultural e poliacutetico (BRASIL 2008a)
Dentre os indicadores sociodemograacuteficos necessaacuterios para se realizar um diag-noacutestico da situaccedilatildeo que caracteriza a populaccedilatildeo masculina listamos no quadro a seguir aqueles que consideramos mais relevantes
Quadro 01 ndash Indicadores demograacuteficos e socioeconocircmicos para a anaacutelise da populaccedilatildeo masculina
Indicadores demograacuteficos Indicadores socioeconocircmicosPopulaccedilatildeo total Taxa de analfabetismo
Razatildeo por sexo Escolaridade da populaccedilatildeo de 15 anos ou mais
Taxa de crescimento da populaccedilatildeo Produto Interno Bruto (PIB) per capita
Mortalidade proporcional por idade Razatildeo de renda
Taxa bruta de mortalidade Proporccedilatildeo de pobres
Esperanccedila de vida ao nascer Taxa de desemprego
Esperanccedila de vida aos 60 anos de idade
Fonte (Brasil c2008)
22 principais indicadores de morbimortalidade
Entre as principais enfermidades e agravos que acometem os homens aproxi-madamente 75 delas estatildeo concentrados em cinco grandes aacutereas especializadas cardiologia urologia sauacutede mental gastroenterologia e pneumologia aleacutem das causas externas que representam um grande problema e com forte impacto na mortalidade e morbidade da populaccedilatildeo masculina (BRASIL 2008a)
Saiba
SitesPara mais informaccedilotildees sobre os indicadores sociodemograacuteficos acesse
Cadernos de Informaccedilotildees de Sauacutede- Paraiacutebahttptabnetdatasusgovbrtabdatacadernospbhtm (BRASIL[20--a])
Cadernos de Informaccedilotildees de Sauacutede- Pernambucohttptabnetdatasusgovbrtabdatacadernospehtm (BRASIL[20--b])
Indicadores e Dados Baacutesicos - Brasil ndash 2011- IDB-2011httptabnetdatasusgovbrcgiidb2011matrizhtmdemog (BRASIL c2008)
14
Na proacutexima fase desta disciplina vocecirc teraacute a oportunidade de estudar sobre algumas dessas enfermidades e agravos como hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes mellitus doenccedilas pulmonares (Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica ndash DPOC asma e pneumonias comunitaacuterias) doenccedilas osteoarticulares aleacutem das doenccedilas transmissiacuteveis (tuberculose hepatites virais e aids) e tabagismo Aqui abordaremos outras importantes causas de morbimortalidade no homem causas externas alguns tumores sobretudo o da proacutestata e o alcoolismo
221 morbidade
Atenccedilatildeo
Do ponto de vista de anaacutelise da morbidade eacute preciso comentar que os dados a seguir se referem aos casos mais graves que necessitaram de internaccedilatildeo
causas externas
Aleacutem do sofrimento fiacutesico psiacutequico e social determinado pelos acidentes e as violecircncias que caracterizam as causas externas haacute de se considerar o enorme impacto econocircmico mensurado pelos seus gastos hospitalares inclusive em dias de permanecircncia em unidades de terapia intensiva (BRASIL 2012a)
Em 2010 foram realizadas 928893 internaccedilotildees hospitalares por causas externas nos serviccedilos financiados pelo SUS caracterizado da seguinte forma
raquo os homens representavam 705 das internaccedilotildees por essas causas
raquo a taxa de internaccedilatildeo hospitalar foi 485 por 10 mil habitantes sendo 69610 mil homens
raquo o risco de internaccedilatildeo entre os homens foi 25 vezes maior que o estimado entre as mulheres
raquo no periacuteodo de 2000 a 2010 a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por causas externas apresentou aumento progressivo (77 em 2000 para 104 em 2010)
Na tabela a seguir pode-se observar que em 2010 os acidentes por transporte terrestre responderam por 157 das hospitalizaccedilotildees com risco e 76 internaccedilotildees por 10 mil habitantes Estimou-se maior risco de internaccedilatildeo entre os homens (122 internaccedilotildees por 10 mil homens) em comparaccedilatildeo com as mulheres (32 internaccedilotildees por 10 mil mulheres) (BRASIL 2012a)
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Tabela 01 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa de internaccedilatildeo (por 10 mil habitantes) por causas externas - Brasil 2010
CaracteriacutesticasSexo
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria
0 a 9 anos 57308 88 344 32342 118 202 89650 97 275
10 a 14 anos 41832 64 499 13120 48 162 54952 59 333
15 a 19 anos 58005 86 681 15359 56 186 73364 79 437
20 a 39 anos 274566 419 862 68964 252 213 343530 370 534
40 a 59 anos 153889 235 769 63445 232 290 217334 234 519
60 a mais 69342 106 801 80721 295 750 150063 162 772
Acidentes 537420 821 571 224348 819 230 761768 820 398
Acidente de transporte terrestre
114383 175 122 31652 116 32 146035 157 76
Pedestres 27612 42 29 11649 43 12 39261 42 21
Motociclistas 58508 89 62 11444 42 12 69952 75 37
Ocupantes de veiacuteculos 11690 18 12 4353 16 04 16043 17 08
Quedas 241892 369 257 121601 444 125 363493 397 190
Quedas no mesmo niacutevel 81112 124 86 47378 173 49 128490 138 67
Quedas de um mesmo niacutevel a outro
41623 64 44 17542 64 18 59165 64 31
Quedas natildeo especificadas 119157 182 127 56681 207 58 175838 189 92
Demais acidentes 181145 277 193 71095 260 73 252240 272 132
Violecircncias 43444 66 46 11940 44 12 55384 60 29
Lesotildees autoprovocadas 5173 08 06 3561 13 04 8734 09 05
Agressotildees e intervenccedilotildees legais
38271 58 41 8379 31 09 46650 50 24
Armas de fogo 10835 17 12 1069 04 01 11904 13 06
Peacuterfuro-cortante 9953 15 11 1860 07 02 11813 13 06
Eventos de intenccedilatildeo indeterminada
31252 48 33 13462 49 14 44714 48 23
Demais causas externas 86270 132 92 36141 132 37 122411 132 64
Total 654942 1000 696 273951 1000 281 928893 1000 485
Fonte (BRASIL 2011a p212)
Conforme apresentado no graacutefico a seguir as causas externas satildeo responsaacute-veis por 118 dos gastos com todas as hospitalizaccedilotildees financiadas pelo SUS no Brasil As capitais da Paraiacuteba e Pernambuco tiveram respectivamente 92 e 83 dos gastos com causas externas (BRASIL 2011a)
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Graacutefico 01 ndash Proporccedilatildeo dos gastos do SUS com internaccedilotildees por causas externas nas capitais e Distrito Federal
Satildeo Luiacutes
Vitoacuteria
Maceioacute
Manaus
Recife
Porto Alegre
Joatildeo Pessoa
Rio de Janeiro
Terresina
Cuiabaacute
Salvador
Fortaleza
Brasiacutelia
Natal
Brasil
Aracaju
Boa Vista
Curitiba
Goiacircnia
Satildeo Paulo
Belo Horizonte
Florianoacutepolis
Macapaacute
Beleacutem
Rio Branco
Porto Velho
Campo Grande
Palmas
FONTE (BRASIL 2011a p 214)
tumores
Os tumores que incidem com maior frequecircncia na faixa etaacuteria dos 25 aos 59 anos satildeo oriundos dos aparelhos digestivo respiratoacuterio e urinaacuterio Cerca de 432 de todos os tumores assinalados na CID 10 Capiacutetulo II tecircm origem no aparelho digestivo (BRASIL 2008a)
O cacircncer da proacutestata eacute uma neoplasia que geralmente apresenta evoluccedilatildeo muito lenta de modo que a mortalidade pode ser evitada quando o processo eacute diagnosticado e tratado com precocidade Uma estimativa realizada pelo Instituto Nacional do Cacircncer (INCA) para o aparecimento de novos casos de cacircnceres no ano de 2008 aponta o cacircncer de proacutestata como sendo o mais frequente sendo superado apenas pelo cacircncer de pele natildeo melanoma (VIEIRA et al 2008)
17
Ao se falar de neoplasias malignas do aparelho urinaacuterio natildeo se pode deixar de mencionar o cacircncer de pecircnis Trata-se de um tumor raro relacionado com as baixas condiccedilotildees socioeconocircmicas e a maacute higiene iacutentima No Brasil esse cacircncer representa cerca de 2 de todas as neoplasias que atingem o homem sendo mais frequente nas regiotildees Norte e Nordeste existindo estados como eacute o caso do Maranhatildeo em que sua incidecircncia supera ateacute a do cacircncer de proacutestata (BARROS MELO 2009)
Dados do INCA referentes aos tumores malignos na populaccedilatildeo masculina dos estados da Paraiacuteba e Pernambuco apontam que o cacircncer de proacutestata eacute o que apre-senta maior incidecircncia conforme mostra a tabela a seguir
Tabela 02 ndash Taxa de incidecircncia anual de neoplasias malignas por 100000 habitantes por localizaccedilatildeo segundo Regiatildeo e UF sexo masculino Brasil 2010 e 2011
Regiatildeo e UF
Pulmatildeo
traqueia e
brocircnquios
Esocircfago Estocircmago
Coacutelon junccedilatildeo
retossigmoacuteide
reto e acircnus
Proacutestata
Laacutebio e
cavidade
oral
Melanoma
maligno da
pele
Outras
neoplasias
malignas da
pele
Paraiacuteba 730 438 1046 462 4369 843 102 7368
Pernambuco 1250 471 1065 653 5783 867 132 6060
Fonte (INCA c2013 adaptado)
alcoolismo
Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) apontam que cerca de 2 bilhotildees de pessoas consomem bebidas alcooacutelicas no mundo O uso abusivo do aacutelcool eacute responsaacutevel por 32 de todas as mortes e por 4 de todos os anos perdidos de vida uacutetil Na Ameacuterica Latina cerca de 16 dos anos de vida uacutetil perdidos estatildeo relacionados ao uso abusivo dessa substacircncia Esse iacutendice eacute quatro vezes maior que a meacutedia mundial e torna o problema da prevenccedilatildeo e do tratamento dos trans-tornos associados ao consumo de aacutelcool um grande problema de sauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
Estudos revelam que o uso do aacutelcool estaacute sendo iniciado cada vez mais preco-cemente por homens e mulheres Portanto torna-se fundamental avaliar os deter-minantes sociais de vulnerabilidade do homem em relaccedilatildeo aos problemas com o aacutelcool para a construccedilatildeo de accedilotildees efetivas de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede mental desse segmento inclusive para jovens e adolescentes (LARANJEIRA et al 2007 SENA et al 2011)
Segundo o Centro Brasileiro de Informaccedilotildees sobre Drogas Psicotroacutepicas (CEBRID) o consumo de aacutelcool e outras drogas estaacute associado a transtornos graves e afetam pelo menos 12 da populaccedilatildeo acima de 12 anos sendo o impacto do aacutelcool dez vezes maior que o do conjunto das drogas iliacutecitas (UNIFESP 2006 BRASIL 2008a)
18
Laranjeira et al (2007) realizaram uma pesquisa intitulada ldquoPrimeiro Levan-tamento Nacional sobre Padratildeo de Consumo de Aacutelcool na Populaccedilatildeo Brasileirardquo cujos resultados apontaram que 52 dos brasileiros acima de 18 anos bebem pelo menos uma vez ao ano e destes 65 satildeo homens A prevalecircncia de depen-dentes de aacutelcool eacute maior para o sexo masculino em que 195 dos homens satildeo dependentes do aacutelcool enquanto 69 das mulheres apresentam dependecircncia Segundo esses dados para cada seis pessoas do sexo masculino que faz uso de aacutelcool uma fica dependente Destaca-se ainda que do conjunto dos homens adultos 11 bebem todos os dias e 28 consomem bebida alcooacutelica de 1 a 4 vezes por semana conforme apresentado na tabela a seguir
Tabela 03 ndash Frequecircncia de consumo de bebida alcooacutelica em homens e mulheres com idade a partir de 18 anos
Frequecircncia de ConsumoA partir de 18 anos
Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstinentes (nunca bebeu ou menos de 1 vez por ano) 35 59 48
Raramente (menos de 1 vez por mecircs) 8 12 10
Ocasional (de 1 a 3 vezes por mecircs) 19 16 17
Frequente ( de 1 a 4 vezes por semana) 28 11 19
Muito frequente (todos os dias) 11 2 6
Quantidade usual Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Ateacute 2 doses 38 63 48
De 3 a 4 doses 25 19 22
de 5 a 11 doses 27 14 22
Bebe mais de 12 doses por ocasiatildeo 11 3 7
Intensidade do beber Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstecircmio 35 59 48
Bebedor natildeo frequente 12 16 14
Bebedor menos frequente 16 13 15
Bebedor frequente 22 9 15
Bebedor frequente pesado 14 3 9
Dependecircncia (criteacuterios de CID-10) Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
14 4 9
Fonte (BRASIL 2008a p14)
outras causas de morbidade
No periacuteodo de 2000 a 2010 observou-se que a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por doenccedilas cardiovasculares manteve-se constante e as hospitalizaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio apresentaram reduccedilatildeo no mesmo periacuteodo (BRASIL 2012a)
No graacutefico apresentado a seguir podem-se observar quanto agrave morbidade as sete causas que respondem pela internaccedilatildeo da maioria dos homens em ordem decrescente de ocorrecircncia
19
raquo As lesotildees os envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas satildeo a primeira causa de internaccedilatildeo para homens entre 20 e 49 anos de idade e a terceira para aqueles entre 50 e 59 anos
raquo As doenccedilas do aparelho digestivo satildeo a segunda causa para todas as faixas etaacuterias
raquo Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias satildeo a terceira causa para homens de 20 a 29 anos transtornos mentais e comportamentais entre 30 e 39 anos e doenccedilas do aparelho circulatoacuterio entre 40 e 49 anos
raquo Para os homens de 50 a 59 anos a principal causa de internaccedilatildeo satildeo as doenccedilas do aparelho circulatoacuterio (SCHWARZ et al 2012)
Graacutefico 02 ndash Porcentagem () das principais causas de internaccedilatildeo em homens por faixa etaacuteria Brasil 2010
Faixa etaacuteria em anos
35
30
25
20
15
10
5
0
I Algumas doenccedilas infecciosas e parasitaacuteriasII Neoplasias (tumores)V Transtornos mentais e comportamentais IX Doenccedilas do aparelho circulatoacuterioX Doenccedilas do aparelho respiratoacuterioXI Doenccedilas do aparelho digestivoXIX Lesotildees envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas
Fonte (SCHWARZ et al 2012 adaptado)
As principais causas de internaccedilotildees por enfermidades do aparelho respiratoacuterio estatildeo assinaladas no graacutefico a seguir
20
Graacutefico 03 ndash Internaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio 2007
Outras 57CID XI 15CID IX 13CID II 6CID X 9 (165369)
Pneumonia 43 (70535)Outras 29 (48489)DPOC 12 (20948)Asma 11 (18457)Tuberculose 5 (6940)
Fonte (BRASIL 2008a p26 adaptado)
Em relaccedilatildeo agraves doenccedilas do aparelho respiratoacuterio as que apresentaram maior incidecircncia foram as pneumonias (43) adoenccedila pulmonar obstrutiva crocircnica (12) e a tuberculose que mesmo apresentando o menor percentual de casos de internaccedilatildeo (5) destaca-se pela importacircncia do ponto de vista dasauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
21
Graacutefico 04 ndash Percentual de internaccedilotildees hospitalares pelo aparelho circulatoacuterio na populaccedilatildeo masculina dos 25ndash59 anos 2007
Outras 277CID V 165CID XIX151CID XI 134CIN IX 120 CIN X 80 CIN I 73
Coronariopatias 405 (59717)Outras 396 (58355)Hipertensatildeo 187 (27569)Febre reumaacutetica miocardiopatias 12 (1713)
Fonte (BRASIL 2008a p27 adaptado)
Entre os fatores de morbidade natildeo se pode deixar de mencionar as disfun-ccedilotildees sexuais notadamente a disfunccedilatildeo ereacutetil que acomete cerca da metade dos homens depois dos cinquenta anos (BRASIL 2008a p27)
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto acesse
MOURA E C MALTA D C Consumo de bebidas alcooacutelicas na populaccedilatildeo adulta brasileira ca-racteriacutesticas sociodemograacuteficas e tendecircncia RevBrasEpidemiol 2011 14(1) Supl 61- 70 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfrbepidv14s1a07v14s1pdfgt Acesso em 27092013
LARANJEIRA R et al I Levantamento nacional sobre os padrotildees de consumo de aacutelcool na popu-laccedilatildeo brasileira Brasiacutelia Secretaria Nacional Antidrogas 2007 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesrelatorio_padroes_consumo_alcoolpdfgt Acesso em 27 set 2013
22
222 mortalidade
Em relaccedilatildeo agrave mortalidade ao longo de toda a uacuteltima deacutecada foi observada maior proporccedilatildeo de oacutebitos entre homens que entre mulheres na faixa etaacuteria adulta especialmente jovens adultos (de 15 a 39 anos de idade) Diversos estudos mostram que as causas externas de mortalidade (acidentes e violecircncias) satildeo extre-mamente importantes entre os adultos especialmente para homens jovens No sexo masculino elas representaram 64 dos oacutebitos de 20 a 39 anos enquanto que no sexo feminino o percentual foi de 23 Mesmo observando uma reduccedilatildeo no diferencial entre homens e mulheres no periacuteodo entre 2000 e 2010 os homens ainda morrem mais que as mulheres conforme apresenta o graacutefico a seguir (BRASIL 2011b BRASIL 2011c LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005 MARANHAtildeO et al 2011)
Graacutefico 05 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo Brasil 2000 2005 e 2010
2000 2005 2010
584 58 573
415 42 427
0
10
20
30
40
50
60
70
Masculino
Feminino
Fonte (BRASIL 2012a p112 adaptado)
O proacuteximo graacutefico apresenta as curvas de mortalidade proporcional para homens e mulheres que tecircm padrotildees diferentes entre os anos principalmente para os grupos de adultos e idosos indicando um padratildeo de mortalidade mais tardia entre as mulheres Na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos houve um maior percen-tual de oacutebitos dos homens (381 em 2000 e 374 em 2010) quando comparado ao das mulheres (25 em 2000 e 232 em 2010) (BRASIL 2012a)
23
Graacutefico 06 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo e o ano do oacutebito por faixa etaacuteria Brasil 2000 e 2010
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1a 9 19 36 381
30 374 20 18 250
lt1 a 85 399241 11 13 232
ge 60 anos 479 547 620 703
Feminino 2000Masculino 2010Masculino 2000
Feminino 2010
10 a 19 20 a 59
11
Fonte (BRASIL 2012a p113)
Quadro 01 ndash Quatro principais causas especiacuteficas de mortalidade entre 20 e 59 anos (nesta ordem)homens 2010
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste Eventos Int Indeterminada Suiciacutedio
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste D HIV Cirosse e D Fiacutegado
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Acidentes de transporte terreste D Cerebrovasculares
Fonte (BRASIL 2012a adaptado)
24
Dados de 2012 mostram que no Brasil as causas externas representam a primeira causa mais frequente de morte na populaccedilatildeo masculina entre 20 a 59 anos configurando-se como um grande desafio aos gestores puacuteblicos e profissio-nais sobretudo os da sauacutede pois se deve ultrapassar a dimensatildeo da assistecircncia e reabilitaccedilatildeo das viacutetimas ocupando-se tambeacutem da promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e vigilacircncia epidemioloacutegica de acidentes e violecircncias (BRASIL 2012a)
Os homens no Brasil apresentam um risco de morte por causas externas 51 vezes maior que as mulheres Quanto agrave idade vale destacar as altas taxas de mortalidade por causas externas observadas a partir dos 19 anos de idade em especial entre os adultos jovens de 20 a 39 anos de idade e os idosos com 60 e mais anos de idade O risco de morte por causas externas foi de 100 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os adultos jovens e de 1104 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os idosos (BRASIL 2012a)
A anaacutelise do risco de morte por causas externas segundo regiotildees geograacute-ficas demonstrou uma distribuiccedilatildeo menos desigual que nas anaacutelises anteriores segundo atributos de idade e sexo sendo que taxas de mortalidade apenas ligei-ramente superiores foram encontradas nas regiotildees Centro-Oeste (853 por oacutebitos por 100 mil habitantes) Nordeste (755 oacutebitos por 100 mil habitantes) e Sul (746 oacutebitos por 100 mil habitantes) (BRASIL 2012a)
Tabela 04 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa bruta de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externas segundo sexo faixa etaacuteria e regiotildees geograacuteficas Brasil 2009
CaracteriacutesticasSexo a
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria b
0 a 9 anos 2517 22 151 1594 68 100 4111 30 126
10 a 14 anos 1740 15 208 733 31 90 2473 18 150
15 a 19 anos 11780 102 1384 1629 70 197 13409 97 799
20 a 39 anos 57656 500 1810 6105 282 204 64261 463 1000
40 a 59 anos 26305 228 1315 1586 196 210 30891 223 738
60 a mais 13342 116 1541 8109 346 753 21451 155 1104
Ignorado 1904 17 - 179 08 - 2083 15 -
Regiatildeo
Norte 9317 81 1199 1508 64 199 10825 78 705
Nordeste 34639 301 1317 5807 248 213 40446 292 755
Sudeste 44360 385 1125 10405 444 251 54765 395 677
Sul 17023 148 1246 3652 156 260 20675 149 746
Centro-Oeste 9826 85 1428 2023 86 288 11849 85 853
Total 115244 1000 1225 23435 1000 241 138679 1000 724
a) Excluiacutedos 137 registros com sexo ignorado
b) Excluiacutedos 119 registros com regiatildeo de residecircncia ignorada
Fonte (BRASIL 2011b p234 adaptado)
25
Embora natildeo exista grande diferenccedila nos coeficientes de mortalidade por neoplasias malignas eacute preciso destacar que entre os homens predominam os cacircnceres de pulmatildeo vindo a seguir os de proacutestata e o de estocircmago A anaacutelise de seacuteries histoacutericas de mortalidade no Brasil mostra claramente a importacircncia cres-cente do cacircncer de proacutestata que jaacute suplanta a neoplasia maligna de estocircmago haacute alguns anos (LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005)
No estado da Paraiacuteba o que se percebe eacute que em relaccedilatildeo agrave mortalidade por cacircnceres na populaccedilatildeo masculina o tumor da proacutestata jaacute se destaca como o de maior prevalecircncia aleacutem de ter tendecircncia crescente em relaccedilatildeo aos periacuteodos 2002 ndash2006 e 2007ndash2011
Graacutefico 07 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Paraiacuteba para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
2002-2006 2007-2011
158
109
96
62
52
52
5
49
38
31
31
3
24
1
207
191
104
10
36
5
36
49
46
46
37
37
32
23
1
20
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Por outro lado no estado de Pernambuco o cacircncer de proacutestata tambeacutem apre-senta maior prevalecircncia em relaccedilatildeo aos outros tumores mas mesmo apresen-tando tendecircncia a aumento no periacuteodo avaliado natildeo foi tatildeo significativo quanto no estado da Paraiacuteba Outro ponto de destaque eacute a tendecircncia agrave diminuiccedilatildeo nos tumores de traqueia brocircnquios pulmotildees fiacutegado e vias biliares
26
Graacutefico 08 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Pernambuco para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
179
91
128
184
183
92
122
184
3
46
39
65
43
44
33
35
36
32
14
35
5
34
61
46
38
34
37
41
3
14
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
2002-2006 2007-2011
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Dentre as doenccedilas do aparelho digestivo podem-se destacar as doenccedilas do fiacutegado que em 2005 foram responsaacuteveis por 70 das causas de morte de homens de 25ndash59 anos Destas 46 devem-se agrave doenccedila por consumo de aacutelcool 36 agrave fibrose e cirrose e 18 a outras doenccedilas do fiacutegado (BRASIL 2008a)
Por outro lado em relaccedilatildeo agrave mortalidade proporcional de acordo com os capiacute-tulos da CIDndash10 entre homens apresenta uma tendecircncia de reduccedilatildeo da proporccedilatildeo de oacutebitos por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio e tendecircncia de aumento nas seguintes causas neoplasias doenccedilas endoacutecrinas e causas externas (BRASIL 2012a)
27
Graacutefico 09 ndash Mortalidade proporcional () por capiacutetulos da CID no sexo masculino Brasil 2000 e 2010
IX II XX X IV OUTRAS
294 135 18 105 47 238
285 16 187 104 53 211
0
5
10
15
20
25
30
35
2000
2010
Fonte (BRASIL 2012a p121 adaptado)
Saiba
SitesPara realizar uma anaacutelise mais detalhada do perfil de mortalidade masculina consulte o material Mortalidade do adulto no Brasil taxas de mortalidade segundo o sexo as causas e as Regiotildees 2010 disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrportalsaudearquivospdf2013Fev21sau-debrasil2011_parte1_cap7pdfgt Acesso em 25 set 2013
Leia tambeacutem o Perfil da situaccedilatildeo de sauacutede do homem no Brasil (2012) disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Perfil-da-Situa----o-de-Sa--de-do-Homem-no--Brasilpdfgt Acesso em 26 ago 2015
Nos artigos a seguir os autores fazem uma discussatildeo ampliada sobre as principais causas de morbimortalidade masculina
LAURENTI R JORGE M H P de M GOTLIEB S L D Perfil epidemioloacutegico da morbimortalidade masculina Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 10 n 1 p 35-46 janmar 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfcscv10n1a04v10n1pdfgt Acesso em 30 set 2013
LUIZAGA C T de M GOTLIEB S L D Mortalidade masculina em trecircs capitais brasileiras 1979 a 2007 RevBrasEpidemiolv 16 n 1 p 87-99 2013 Disponiacutevel emlthttpwwwscielobrpdfrbe-pidv16n11415-790X-rbepid-16-01-0087pdfgt Acesso em 25 set 2013
IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) A qualidade da informaccedilatildeo sobre a mortalidade no Brasil recente e avaliaccedilatildeo do impacto das causas violentas no nuacutemero de anos de vida perdi-dos In IBGE Indicadores Sociodemograacuteficos e de Sauacutede no Brasil n 25 Rio de Janeiro IBGE 2009 Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoindic_sociosaude2009indicsaudepdfgt Acesso em 25092013
VIEIRA S O cacircncer e a sauacutede do homem um panorama completo dos tumores que acometem a populaccedilatildeo masculina Revista Oncoamp ndash Oncologia para todas as especialidadesSatildeo Paulo a 2 n 11 p 12-18 maiojun 2012 Disponiacutevel emlthttprevistaoncocombrwp-contentuploa-ds201205ONCO_11pdfgt Acesso em 25 set 2013
28
Para vocecirc ter acesso a dados sobre morbimortalidade da populaccedilatildeo masculina dos estados de Paraiacuteba e Pernambuco acesse os links abaixo
TABNET ndash OacuteBITOSPARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttptabnetsaudepbgovbrdeftohtmexetabdotabnetsimpbdefgt Acesso em 25 set 2013
ATLAS DE MORTALIDADE POR CAcircNCER ndash INCA (Instituto Nacional de Cacircncer) Disponiacutevel em lthttpmortalidadeincagovbrMortalidadeprepararModelo04actiongt Acesso em 25 set 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttppor-talweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO ndash Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PERNAMBUCO Disponiacutevel em lthttpportalweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
Nos links para acesso ao Pacto pela Sauacutede apoacutes abrir a paacutegina do SISPACTO clique em relatoacute-rios que aparece no lado esquerdo da tela Em seguida clique em relatoacuterios estaduais e localize o estado que vocecirc desejar consultar
3 programas poLiacuteticas e pactos de sauacutede para o homem no BrasiL
A seguir descreveremos os principais programas poliacuteticas e pactos que tecircm relaccedilatildeo com a sauacutede do homem no Brasil Recomendamos que vocecirc consulte os links complementares para saber mais sobre cada um deles
31 pacto pela sauacutede
Aprovado por unanimidade pelo Conselho Nacional de Sauacutede (CNS) e publi-cado na Portaria GMMS nordm 399 de 22 de fevereiro de 2006 o Pacto pela Sauacutede eacute um conjunto de reformas institucionais do SUS pactuado entre as trecircs esferas de gestatildeo (Uniatildeo Estados e Municiacutepios) com o objetivo depromover a melhoria dos serviccedilos ofertados agrave populaccedilatildeo e a garantia de acesso a todos Tambeacutem redefine as responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da popu-laccedilatildeo e na busca da equidade social Sua adesatildeo se constituiem um processo de cooperaccedilatildeo permanente entre os gestores e negociaccedilatildeo local regional estadual e federal
O pacto pela sauacutede se divide em 3 eixos
1 Pacto em defesa do SUS defesa dos princiacutepios do SUS qualificaccedilatildeo do SUS como poliacutetica puacuteblica
2 Pacto pela gestatildeo do SUS processo continuado de pactuaccedilatildeo intergestores ndash responsabilidades sanitaacuterias e diretrizes de gestatildeo
3 Pacto pela vida compromisso entre os gestores do SUS em torno das respon-sabilidades nacionais estaduais regionais e municipais com definiccedilotildees de metas e accedilotildees
Por meio da Portaria nordm 325GM de 21 de fevereiro de 2008 o Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu novas prioridades objetivos metas e indicadores de monito-ramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede para o ano de 2008 no qual foi inserido
30
como uma das prioridades a Sauacutede do Homem cuja meta era a de promover a sauacutede integral do homem com a elaboraccedilatildeo publicaccedilatildeo e implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede do Homem
32 poliacutetica nacional de atenccedilatildeo inteGral agrave sauacutede do Homem (pnaisH)
Foi instituiacuteda por meio da Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Destaca- se por ser um programa pioneiro dentre os paiacuteses da Ameacuterica Latina lanccedilado apoacutes 20 anos de implantaccedilatildeo do SUS no Brasil Visa abranger a faixa etaacuteria de 20 a 59 anos melhorando a assistecircncia oferecida aos homens por meio de accedilotildees de informaccedilatildeo proteccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede assim como tratamento e recuperaccedilatildeo de agravos aleacutem de uma mudanccedila cultural no que diz respeito ao comportamento masculino nessa aacuterea (BRASIL 2008a)
A PNAISH estaacute alinhada com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash porta de entrada preferencial ao Sistema Uacutenico de Sauacutede ndash primando pela humanizaccedilatildeo da atenccedilatildeo e em consonacircncia com os princiacutepios do SUS fortalecendo accedilotildees e serviccedilos em redes e cuidados da sauacutede Ela norteia as accedilotildees de atenccedilatildeo integral
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto recomendamos que vocecirc veja os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Pacto pela SauacutedeSISPACTO - Aplicativo do Pacto pela Sauacutede Brasiacutelia Ministeacute-rio da Sauacutede [2011c] Disponiacutevel emlthttpportalweb04saudegovbrsispactogt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 399GM de 22 de fevereiro de 2006 Divulga o pacto pela sauacutede 2006 - Consolidaccedilatildeo do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a Disponiacutevel em lthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2006GMGM-399htmgt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 325 de 21 de fevereiro de 2008 Estabelece prioridades objetivos e metas do Pacto pela Vida para 2008 os indicadores de monitoramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede e as orientaccedilotildees prazos e diretrizes para a sua pactuaccedilatildeoBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacute-de 2008b Disponiacutevel emlthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2008GMGM-325htmgt Acesso em 27set 2013
MACHADO R R et al Entendendo o pacto pela sauacutede na gestatildeo do SUS e refletindo sua implementaccedilatildeo Rev Eletrocircnica de Enfermagem v 11 n 1 p 181-187 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfenufgbrfen_revis-tav11n1pdfv11n1a23pdfgt Acesso em 27set2013
31
agrave sauacutede do homem visando estimular o autocuidado e sobretudo o reconhe-cimento de que a sauacutede eacute um direito social baacutesico e de cidadania de todos os homens brasileiros (BRASIL 2008a)
Tem como objetivo principal
Promover a melhoria das condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo masculina do Brasil contri-buindo de modo efetivo para a reduccedilatildeo da morbidade e mortalidade dessa popu-laccedilatildeo atraveacutes do enfrentamento racional dos fatores de risco e mediante a facilitaccedilatildeo ao acesso agraves accedilotildees e aos serviccedilos de assistecircncia integral agrave sauacutede (BRASIL 2008a)
Aleacutem disso a PNAISH propotildee uma reorientaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede com foco na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) de modo que essa poliacutetica seja integrada e executada juntamente com as demais poliacuteticas programas estrateacutegias e accedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2008a)
Para refletir
Vocecirc jaacute teve oportunidade de discutir a PNAISH com os demais membros da equipe de sauacutedeQuais satildeo as accedilotildees desenvolvidas na sua unidade de sauacutede para os homens Como eacute a adesatildeo da popula-ccedilatildeo a essas accedilotildees Quais satildeo suas principais dificuldades
Saiba
Conheccedila o estudo que avaliou a implantaccedilatildeo da PNAISH em municiacutepios brasileiros Nele foram avaliados como estatildeo sendo desenvolvidas as accedilotildees de fortalecimento desta poliacutetica Estaacute disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Fortalecimento-da--PNAISHpdfgt Acesso em 01 fev 2015
SitesPara vocecirc conhecer mais sobre a PNAISH acesse os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Institui no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacute-de do Homem Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2009prt1944_27_08_2009htmlgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave sauacutede Departamento de Accedilotildees Progra- maacuteticas e Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem Plano de Accedilatildeo Nacional 2009-2011 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009b Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_saude_homem_2009-2011pdfgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteti-cas Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2008a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_homempdfgt Acesso em 20 set 2013
CARRARA S RUSSO J A FARO L A poliacutetica de atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem no Brasil os pa-radoxos da medicalizaccedilatildeo do corpo masculinoPhysisRevista de Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 19 n 3 p659-678 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfphysisv19n3a06v19n3pdfgt Acesso em 27set 2013
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LEAL A F FIGUEIREDO W S NOGUEIRA-DA-SILVA G S O percurso da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede dos Homens (PNAISH) desde a sua formulaccedilatildeo ateacute sua implementaccedilatildeo nos serviccedilos puacuteblicos locais de atenccedilatildeo agrave sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletivav 17 n 10 p2607-2616 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfcscv17n1010pdfgt Acesso em 27 set 2013
33 poliacutetica nacional de Humanizaccedilatildeo (pnH)A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) foi criada em 2004 como fortaleci-
mento da rede assistencial do SUS e com o objetivo de oferecer uma sauacutede digna para todos com profissionais comprometidos com a eacutetica e com a defesa da vida
Para a PNH humanizar eacute ofertar atendimento de qualidade articulando os avanccedilos tecnoloacutegicos com o acolhimento com a melhoria dos ambientes de cuidado e das condiccedilotildees de trabalho dos profissionais
Como poliacutetica a Humanizaccedilatildeo deve portanto traduzir princiacutepios e modos de operar no conjunto das relaccedilotildees entre profissionais e usuaacuterios A humanizaccedilatildeo supotildee troca de saberes (incluindo os dos pacientes e familiares) diaacutelogo entre os profissionais e modos de trabalhar em equipe Como estrateacutegia de interferecircncia no processo de produccedilatildeo de sauacutedeconsidera-se que sujeitos sociais quando mobi-lizados satildeo capazes de transformar realidades transformando-se a si proacuteprios nesse mesmo processo
princiacutepios norteadores da poliacutetica de Humanizaccedilatildeo
1 Valorizaccedilatildeo da dimensatildeo subjetiva e social em todas as praacuteticas de atenccedilatildeo e gestatildeo fortalecendoestimulando processos integradores e promotores de compromissosresponsabilizaccedilatildeo
2 Estiacutemulo a processos comprometidos com a produccedilatildeo de sauacutede e com a produccedilatildeo de sujeitos
3 Fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional estimulando a trans-disciplinaridade e a grupalidade
4 Atuaccedilatildeo em rede com alta conectividade de modo cooperativo e solidaacuterio em conformidade com as diretrizes do SUS
5 Utilizaccedilatildeo da informaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo da educaccedilatildeo permanente e dos espaccedilos da gestatildeo na construccedilatildeo de autonomia e protagonismo de sujeitos e coletivos
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diretrizes especiacuteficas na atenccedilatildeo baacutesica
1 Elaborar projetos de sauacutede individuais e coletivos para usuaacuterios e sua rede social considerando as poliacuteticas intersetoriais e as necessidades de sauacutede
2 Incentivar praacuteticas promocionais de sauacutede
3 Estabelecer formas de acolhimento e inclusatildeo do usuaacuterio que promovam a otimizaccedilatildeo dos serviccedilos o fim das filas a hierarquizaccedilatildeo de riscos e o acesso aos demais niacuteveis do sistema
4 Comprometer-se com o trabalho em equipe de modo a aumentar o grau de corresponsabilidade e com a rede de apoio profissional visando agrave maior eficaacutecia na atenccedilatildeo em sauacutede
E o acolhimento como pode ser entendido Trata-se de uma praacutetica nas accedilotildees de atenccedilatildeo e gestatildeo nas unidades de sauacutede que favorece a construccedilatildeo de uma relaccedilatildeo de confianccedila e compromisso dos usuaacuterios com as equipes e os serviccedilos contribuindo para a promoccedilatildeo da cultura de solidariedade e para a legitimaccedilatildeo do SUS Com o acolhimento passa a existir a possibilidade de avanccedilos na alianccedila entre usuaacuterios trabalhadores e gestores da sauacutede em defesa do SUS como uma poliacutetica puacuteblica essencial da e para a populaccedilatildeo brasileira (GENIOLE et al 2011)
Para refletir
Como profissional de sauacutede suas atitudes contemplam as dimensotildees abordadas na Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo E qual o envolvimento que vocecirc visualiza desta Poliacutetica com a Sauacutede do Homem Vocecirc acredita que a falta de acolhimento pode dificultar o acesso dos homens agraves unidades de sauacutede
Saiba
SitesPara conhecer mais sobre a Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo acesse os links lthttpportalsau-degovbrportalarquivospdfdoc_basepdfgt (BRASIL 2004) e lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumanizasus_gestores_trabalhadores_sus_4edpdfgt (BRASIL 2008c)
A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo possui um caderno especiacutefico para a Atenccedilatildeo Baacutesica Para conhececirc-lo acesse o link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumaniza_sus_atencao_basicapdfgt (BRASIL 2009c)
E para entender mais sobre acolhimento acesse a cartilha denominada Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede disponiacutevel no link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhi-mento_praticas_producao_saudepdfgt (BRASIL 2010a)pdfgt Acesso em 27set 2013
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34 poliacutetica de promoccedilatildeo da sauacutede
Entre as prioridades do Pacto em Defesa da Vida encontra-se a publicaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede que ratifica o compromisso do Minis-teacuterio da Sauacutede na ampliaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede nos serviccedilos e na gestatildeo do SUS Trata-se de uma poliacutetica transversal integrada e intersetorial que dialoga com as diversas aacutereas do setor sanitaacuterio os outros setores do Governo os setores privados e natildeogovernamentais e a sociedade compondo redes de compromisso e corresponsabilidade quanto agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo de forma que todos sejam partiacutecipes no cuidado com a sauacutede (BRASIL 2006b)
A Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede foi revisada no ano de 2015 visando se adequar aos novos desafios e compromissos no contexto da sauacutede nacional
Ela destaca a necessidade de articulaccedilatildeo com outras poliacuteticas puacuteblicas para fortalececirc-la com o imperativo da participaccedilatildeo social e dos movimentos popu-lares em virtude da impossibilidade de que o setor sanitaacuterio responda sozinho ao enfrentamento dos determinantes e condicionantes da sauacutede Para tal toma como referecircncia alguns temas transversais para a formulaccedilatildeo de agendas de promoccedilatildeo da sauacutede e para a adoccedilatildeo de estrateacutegias e temas prioritaacuterios operando em conso-nacircncia com os princiacutepios e os valores do SUS como
raquo Determinantes Sociais da Sauacutede (DSS)
raquo equidade e respeito agrave diversidade
raquo produccedilatildeo de sauacutede e cuidado
raquo vida no trabalho
raquo cultura da paz e direitos humanos entre outras (BRASIL 2015)
O objetivo principal dessa poliacutetica eacute promover a equidade e a melhoria das condiccedilotildees e dos modos de viver ampliando a potencialidade da sauacutede individual e coletiva e reduzindo vulnerabilidades e riscos agrave sauacutede decorrentes dos determi-nantes sociais econocircmicos poliacuteticos culturais e ambientais (BRASIL 2015)
Saiba
SitesPara conhecer melhor a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede vocecirc pode ver o linklthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_promocao_saude_3edpdfgtAcesso em 28 out 2013 (BRASIL 2010b)
Para ter acesso agrave Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede revisada e identificar todas as atuali-zaccedilotildees da versatildeo de 2015 acesse lthttppromocaodasaudesaudegovbrpromocaodasaudearquivospnps-2015_finalpdfgt Acesso em 01 fev 2015
4 a organizaccedilatildeo da estrateacutegia sauacutede da famiacuteLia no pLanejamento de accedilotildees e avaLiaccedilatildeo de riscos agrave sauacutede do homem
Uma das diretrizes da PNAISH eacute a reorganizaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede por meio de uma proposta inclusiva na qual os homens considerem os serviccedilos de sauacutede sobretudo as unidades baacutesicas de sauacutede ou unidades de sauacutede da famiacutelia tambeacutem como espaccedilos masculinos e por sua vez esses serviccedilos reconheccedilam os homens como sujeitos que necessitem de cuidados (SILVA et al 2012)
A compreensatildeo das barreiras institucionais eacute importante para a proposiccedilatildeo estrateacutegica de medidas que venham a promover o acesso dos homens aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria que deve ser a porta de entrada preferencial ao sistema de sauacutede a fim de resguardar a promoccedilatildeo e a prevenccedilatildeo como eixos fundamentais de intervenccedilatildeo (SILVA et al 2012)
Nesse contexto estudos vecircm relacionando a masculinidade tradicional como o principal obstaacuteculo para o acesso dessa parcela populacional aos serviccedilos de sauacutede sobretudo agravequeles que estatildeo voltados agrave promoccedilatildeo da sauacutede A busca por esse tipo de serviccedilo pode ser considerado sinocircnimo de fraqueza realidade que vai de encontro com os preceitos da hegemonia masculina na qual os homens satildeo educados para natildeo demonstrar qualquer traccedilo de fragilidade Some-se a isso o fato de as unidades baacutesicas e de sauacutede da famiacutelia por serem compostas por muitos profissionais do sexo feminino e serem frequentadas sobretudo por mulheres provocam uma sensaccedilatildeo de natildeo pertencimento a tais espaccedilos (FIGUEIREDO 2005 BRAZ 2005 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 BRITO SANTOS 2010 SILVA et al 2012)
Os estudos apontam ainda outros motivos pela baixa demanda masculina na Atenccedilatildeo Baacutesica como a organizaccedilatildeo dos serviccedilos a demora em conseguir atendimento meacutedico o horaacuterio de funcionamento incompatiacutevel com a jornada de trabalho daqueles inseridos no mercado formal a ausecircncia de programas especiacute-ficos para atender aos homens o deacuteficit no processo de abordagem e de cuidarcuidado da populaccedilatildeo masculina por parte dos profissionais a ausecircncia de acolhi-mento ou o acolhimento pouco atrativo a fraacutegil qualificaccedilatildeo profissional para lidar com o segmento masculino
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O certo eacute que muitos agravos que acometem a populaccedilatildeo masculina poderiam ser evitados caso fossem realizadas com regularidade as medidas de prevenccedilatildeo primaacuteria A resistecircncia masculina agrave atenccedilatildeo primaacuteria aumenta natildeo somente a sobrecarga financeira da sociedade mas tambeacutem o sofrimento fiacutesico e emocional do paciente e de sua famiacutelia na luta pela conservaccedilatildeo da sauacutede e da qualidade de vida dessas pessoas (BRASIL 2008a)
O fortalecimento e a qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria garantem a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo aos agravos evitaacuteveis dado o reconhecimento de que os homens adentram o sistema de sauacutede por meio da atenccedilatildeo especializada agravando a morbidade pelo retardamento na atenccedilatildeo e maior custo parao SUS (BRASIL 2008a)
Assim ao serem elaboradas estrateacutegias voltadas agrave conscientizaccedilatildeo do grupo masculino sobre a adoccedilatildeo de haacutebitos mais saudaacuteveis o primeiro passo a ser dado eacute a sensibilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede que atuam na atenccedilatildeo baacutesica para que compreendam os padrotildees culturalmente arraigados na populaccedilatildeo acerca do que eacute ser homem as principais barreiras possam ser superadas e essa populaccedilatildeo possa efetivamente ser acolhida (BRITO SANTOS 2010 )
41 conHecendo a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea de abranGecircncia
Vocecirc jaacute sabe a importacircncia de os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica conhecerem bem as caracteriacutesticas da sua populaccedilatildeo adscrita Sem essa informaccedilatildeo fica difiacutecil se planejar o trabalho a ser desenvolvido
Como aqui estamos discutindo a sauacutede do homem enfatizamos a necessidade de que seja realizado um levantamento sobre o perfil de morbimortalidade dessa populaccedilatildeo antes mesmo das accedilotildees de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo agrave sauacutede serem pensadas
Como a populaccedilatildeo masculina eacute caracterizada pela faixa etaacuteria de 20 a 59 anos uma sugestatildeo eacute que se definam por grupos etaacuteriosas causas de adoecimento e morte mais prevalentes e a partir disso sejam estruturadas as accedilotildees de sauacutede
Uma sugestatildeo eacute vocecirc utilizar as informaccedilotildees contidas no quadro a seguir para construir o perfil da sua populaccedilatildeo masculina
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Quadro 02 ndash Indicadores para a anaacutelise do perfil da populaccedilatildeo masculina
Cadastro do nuacutemero de indiviacuteduos masculinos entre 20 e 59 anos
Homens diabeacuteticos cadastrados
Homens diabeacuteticos acompanhados
Homens hipertensos cadastrados
Homens hipertensos acompanhados
Homens com tuberculose cadastrados
Homens com tuberculose acompanhados
Homens com hanseniacutease cadastrados
Homens com hanseniacutease acompanhados
Hospitalizaccedilotildees ocorridas no mecircsPor abuso de aacutelcoolPor complicaccedilotildees do DiabetesPor outras causas
Internaccedilotildees em hospital psiquiaacutetrico
Oacutebitos ocorridos no mecircs
Fonte (UFSC 2013 adaptado)
Saiba
SitesConsulte os links a seguir para saber mais sobre o assunto
Novo sistema de informaccedilatildeo do SUS o E-SUS Atenccedilatildeo Baacutesica lthttpdabsaudegovbrportal-dabesusphpgt Acesso em 1out 2013 (PORTAL 2012)
Portal da atenccedilatildeo baacutesica e seus sistemas de informaccedilatildeo lthttpdabsaudegovbrportaldabsis-temasphpgt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL [20--d])
DATASUS Informaccedilotildees de Sauacutede (TABNET) lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphp area=0203gt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL c2008)
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42 inserccedilatildeo da atenccedilatildeo e cuidado ao Homem no processo de trabalHo da equipe de sauacutede da famiacutelia
Para alcanccedilar a efetividade desejada na atenccedilatildeo baacutesica consideram-se neces-saacuterios o planejamento e a implementaccedilatildeo de accedilotildees de sauacutede em cada contexto Esses exigem conhecimentos detalhados sobre as condiccedilotildees de vida das pessoas que ali residem sobre as especificidades do processo de organizaccedilatildeo das accedilotildees realizadas na assistecircncia agrave sauacutede e gestatildeo do trabalho das equipes e dos profissio-nais envolvidos Assim pode-se delinear o que eacute necessaacuterio e o que eacute possiacutevel se realizarem um determinado local (KRUG et al 2010)
O processo de trabalho na Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia eacute caracterizado pela interdisciplinaridade e pelo trabalho em equipe Haacute uma soma dos diversos saberes e das praacuteticas das categorias profissionais por meio de uma abordagem integral e resolutiva (BRASIL 2012b)
O trabalho em equipe eacute tido como proposta estrateacutegica para enfrentar o intenso processo de especializaccedilatildeo na aacuterea da sauacutede Esse processo caracteriza-se pelo aprofundamento vertical do conhecimento e da intervenccedilatildeo em aspectos individu-alizados das necessidades de sauacutede (PAVONI MEDEIROS 2009)
Sendo assim o ideal eacute mobilizar toda a equipe para que juntos possam efeti-vamente planejar as accedilotildees que seratildeo desenvolvidas para a populaccedilatildeo masculina Para ajudar nesse processo relembramos algumas caracteriacutesticas do processo de trabalho das equipes de atenccedilatildeo baacutesica
I Definiccedilatildeo do territoacuterio de atuaccedilatildeo e da populaccedilatildeo sob a responsabilidade das unidades baacutesicas de sauacutede e das equipes
II Programaccedilatildeo e implementaccedilatildeo das atividades de atenccedilatildeo agrave sauacutede de acordo com as necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo com a priorizaccedilatildeo de inter-venccedilotildees cliacutenicas e sanitaacuterias nos problemas de sauacutede segundo criteacuterios de frequecircncia risco vulnerabilidade
III Desenvolvimento de accedilotildees que priorizem os grupos de risco e os fatores de risco cliacutenico-comportamentais alimentares eou ambientais com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a persistecircncia de doenccedilas e danos evitaacuteveis
IV Realizaccedilatildeo do acolhimento com escuta qualificada classificaccedilatildeo de risco avaliaccedilatildeo de necessidade de sauacutede e anaacutelise de vulnerabilidade tendo em vista a responsabilidade da assistecircncia resolutiva agrave demanda espontacircnea e o primeiro atendimento agraves urgecircncias
V Prover atenccedilatildeo integral contiacutenua e organizada agrave populaccedilatildeo adscrita
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VI Desenvolvimento de accedilotildees educativas que possam interferir no processo de sauacutede-doenccedila da populaccedilatildeo no desenvolvimento de autonomia individual e coletiva e na busca por qualidade de vida pelos usuaacuterios
VII Desenvolvimento de accedilotildees intersetoriais integrando projetos e redes de apoio social voltados para o desenvolvimento de uma atenccedilatildeo integral
VIII Realizaccedilatildeo de atenccedilatildeo domiciliar destinada a usuaacuterios que possuam problemas de sauacutede controladoscompensados e com dificuldade ou impos-sibilidade fiacutesica de locomoccedilatildeo ateacute uma unidade de sauacutede que necessitam de cuidados com menor frequecircncia e menor necessidade de recursos de sauacutede e do cuidado compartilhado com as equipes de atenccedilatildeo domiciliar nos demais casos
Fonte (BRASIL 2012b grifo nosso)
Como jaacute vimos vaacuterios estudos apontam que os homens padecem mais de condiccedilotildees severas e crocircnicas de sauacutede em comparaccedilatildeo agraves mulheres e igualmente morrem mais do que as mulheres pelas mesmas causas de morte Mesmo com o aumento dos iacutendices de morbimortalidade eles natildeo costumam procurar as unidades baacutesicas de sauacutede para orientaccedilatildeo ou prevenccedilatildeo de alguma patologia e quando buscam esses serviccedilos jaacute estatildeo com alguma doenccedila instalada portanto o desafio das equipes de sauacutede da famiacutelia eacute inverter esse padratildeo e encontrar formas de estimular a populaccedilatildeo masculina para accedilotildees de prevenccedilatildeo e cuidados agrave sauacutede (SILVA etal 2012 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 FIGUEIREDO 2005 SCHRAIBER et al 2010)
Eacute mais do que chegada a hora de se distanciar do modelo biomeacutedico pres-critivo que natildeo enfatiza a prevenccedilatildeo mas que ainda predomina nos serviccedilos de sauacutede e estaacute arraigado na cultura masculina Deve-se ter um olhar integral no aten-dimento a essa populaccedilatildeo no qual se priorizam as necessidades que vatildeo aleacutem daquilo que a cliacutenica pode detectar (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)Tambeacutem eacute necessaacuterio que os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica verdadeiramente entendamo papel de cada um para que efetivamente a PNAISH possa ser implan-tada nas unidades de sauacutede
A equipe da atenccedilatildeo baacutesica eacute de fundamental importacircncia no processo de estiacute-mulo agrave populaccedilatildeo masculina pela procurados serviccedilos de sauacutede Diversos esforccedilos devem ser investidos para trazer essa populaccedilatildeo para participar de atividades de
43 accedilotildees da equipe de sauacutede da famiacutelia Voltadas para a sauacutede do Homem
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prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Para tal vale acionar familiares na captaccedilatildeo dessa populaccedilatildeo A mulher que geralmente eacute quem procura a unidade sendo essa esposa matildee ou irmatilde eacute um canal interessante para se discutir a importacircncia de trazer seus familiares do sexo masculino para consultas de rotina (BRASIL 2008a) E como fazer isso
Na seccedilatildeo 41 deste livro vocecirc recebeu orientaccedilotildees sobre como conhecer a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea Agora eacute hora de reunir a equipe de sauacutede e planejar as accedilotildees visando agrave melhoria dos indicadores e agrave qualidade de vida dessa populaccedilatildeo A seguir sugerimos alguns exemplos de accedilotildees que podem ser desen-volvidas por vocecirc e sua equipe
raquo Analisar a situaccedilatildeo de sauacutede da populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea adscrita observando as principais causas de morbidade internaccedilatildeo e mortalidade
raquo Estabelecer accedilotildees levando em consideraccedilatildeo os fatores socioeconocircmicos de morbimortalidade eculturais locais que determinam ou condicionam o modo de vida dos indiviacuteduos respeitando tambeacutem as diferenccedilas de idade jaacute que esse grupo populacional envolve homens na faixa etaacuteria de 20 e 59 anos
raquo Realizar a busca ativa de homens para a realizaccedilatildeo de ao menos uma consultaano
raquo Informar a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea a respeito da importacircncia da promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos aos homens
raquo Facilitar o acesso com oferta de atendimento em horaacuterios alternativos adequados agrave populaccedilatildeo masculina
raquo Promover o acolhimento realizando atendimento humanizado
raquo Realizar accedilotildees visando principalmente agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao estiacutemulo ao autocuidado e agrave adesatildeo de homens aos serviccedilos de sauacutede Satildeo exemplos de accedilotildees orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da populaccedilatildeo masculina quanto agraves medidas disponiacuteveis para detecccedilatildeo precoce do cacircncer de proacutestata em pacientes sinto-maacuteticos e com disfunccedilatildeo ereacutetil entre outros agravos do aparelho geniturinaacuterio
raquo Incorporar os homens nas accedilotildees e atividades educativas voltadas para o plane-jamento familiar
raquo Estimular a participaccedilatildeo paterna no preacute-natal parto puerpeacuterio e no cresci-mento e desenvolvimento da crianccedila
raquo Ofertar exames previstos para homens que participam do preacute-natal masculino
raquo Realizar accedilotildees educativas para a prevenccedilatildeo de violecircncias e acidentes e uso de aacutelcool e outras drogas
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Vocecirc sabia
O Ministeacuterio da Sauacutede vem apoiando estrateacutegias que estimulem e facilitem o acesso dos homens agraves unidades baacutesicas de sauacutede Como alternativa desde 2010 propocircs durante o I Seminaacuterio Inter-nacional de Sauacutede do Homem das Ameacutericas a implantaccedilatildeo do preacute-natal masculino como comple-mento agrave PNAISH na Atenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede
O objetivo eacute fazer com que os profissionais de sauacutede incentivem o homem a acompanhar as con-sultas do preacute-natal durante os nove meses de gestaccedilatildeo da parceira e aproveitem esse momento para realizar exames preventivos e assim promover o acesso dos homens aos serviccedilos de sauacutede
O princiacutepio baacutesico eacute estimular a participaccedilatildeo e inclusatildeo do homem nas accedilotildees de planejamento de sua vida sexual e reprodutiva focando inclusive na paternidade responsaacutevel ou seja o homem precisa se cuidar para cuidar da famiacutelia A proposta tem relaccedilatildeo com o fortalecimento do viacutenculo homem-mulher e pai-filho(a) podendo este ter reflexo sobre a reduccedilatildeo da violecircncia domeacutestica (SANTOS FERREIRA 2013)
Na Paraiacuteba desde o ano de 2009 foi instituiacuteda a Semana Estadual da Sauacutede do Homem (Lei Ndeg 8772 de 15 de abril de 2009) Desde essa eacutepoca vaacuterios eventos aconteceram com o objetivo de implantar e implementar a PNAISH no Estado
A primeira semana foi intitulada ldquoAlerta Homemrdquo por meio da qual se definiu um conjunto de accedilotildees que foram efetivadas pela Secretaria de Estado da Sauacutede em parceria com outras instacircncias go-vernamentais e natildeo governamentais inclusive com a Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) por intermeacutedio do Laboratoacuterio de Estudos e Pesquisas Masculinidades e Sauacutede vinculado ao Progra-ma de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Enfermagem que participou dessa semana com accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede
Saiba
Sites
Para vocecirc conhecer mais sobre essa experiecircncia veja o link a seguir
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raquo Responsabilizar a cada semana um profissional pelo desenvolvimento de alguma atividade especiacutefica ao homem
raquo Divulgar as accedilotildees propostas para os homens por meio dos agentes comunitaacute-rios de sauacutede e da populaccedilatildeo feminina que frequenta a unidade de sauacutede
raquo Comemorar o Dia Internacional do Homem (tambeacutem conhecido como Novembro Azul) Vale planejar com a equipe accedilotildees de prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos e promoccedilatildeo da sauacutede voltadas agrave populaccedilatildeo masculina
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Em Pernambuco tambeacutem foi instituiacuteda a Semana Estadual de Sauacutede do Homem por meio da Lei Nordm 14158 de 17 de setembro de 2010 que determina a comemoraccedilatildeo e realizaccedilatildeo de accedilotildees voltadas a essa populaccedilatildeo na segunda semana de agosto Saiba mais consultando o link lthttplegisalepepegovbrarquivoTextoaspxtiponorma=1ampnumero=14158ampcomplemento=0ampano=2010amptipo=gt Acesso em 1 out 2013
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VIEIRA L J E de S et al Prevenccedilatildeo do cacircncer de proacutestata na oacutetica do usuaacuterio portador de hipertensatildeo e diabetes Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 13 n 1 p 145-152 janfev 2008 Disponiacutevel em lthttpdxdoiorg101590 S1413-81232008000100019gt Acesso em 20 set 2013
VIEIRA S O cacircncer e a sauacutede do homem um panorama completo dos tumores que acometem a populaccedilatildeo masculina Revista Oncoamp ndash Oncologia para todas as especialidades Satildeo Paulo a 2 n 11 p 12-18 maiojun 2012 Disponiacutevel em lthttprevistaoncocombrwp-contentuploads201205ONCO_11pdfgt Acesso em 25 set 2013
VILLELA W Gecircnero sauacutede dos homens e masculinidades Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 10 n 1 p 29-32 janmar 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfcscv10n1a03fv10n1pdfgt Acesso em 20 set 2013
XIMENES NETO F R G X et alTrabalho do enfermeiro na atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem no territoacuterio da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia Revista Eletrocircnica Gestatildeo amp Sauacutede v 4 n 1 p1741ndash1756 2013
54
Execuccedilatildeo
Financiamento
Universidade Aberta do SUS
13
Esse grupo etaacuterio corresponde a 413 da populaccedilatildeo masculina ou a 20 do total da populaccedilatildeo do Brasil Representa uma grande parcela da forccedila produtiva do paiacutes aleacutem de exercer um significativo papel sociocultural e poliacutetico (BRASIL 2008a)
Dentre os indicadores sociodemograacuteficos necessaacuterios para se realizar um diag-noacutestico da situaccedilatildeo que caracteriza a populaccedilatildeo masculina listamos no quadro a seguir aqueles que consideramos mais relevantes
Quadro 01 ndash Indicadores demograacuteficos e socioeconocircmicos para a anaacutelise da populaccedilatildeo masculina
Indicadores demograacuteficos Indicadores socioeconocircmicosPopulaccedilatildeo total Taxa de analfabetismo
Razatildeo por sexo Escolaridade da populaccedilatildeo de 15 anos ou mais
Taxa de crescimento da populaccedilatildeo Produto Interno Bruto (PIB) per capita
Mortalidade proporcional por idade Razatildeo de renda
Taxa bruta de mortalidade Proporccedilatildeo de pobres
Esperanccedila de vida ao nascer Taxa de desemprego
Esperanccedila de vida aos 60 anos de idade
Fonte (Brasil c2008)
22 principais indicadores de morbimortalidade
Entre as principais enfermidades e agravos que acometem os homens aproxi-madamente 75 delas estatildeo concentrados em cinco grandes aacutereas especializadas cardiologia urologia sauacutede mental gastroenterologia e pneumologia aleacutem das causas externas que representam um grande problema e com forte impacto na mortalidade e morbidade da populaccedilatildeo masculina (BRASIL 2008a)
Saiba
SitesPara mais informaccedilotildees sobre os indicadores sociodemograacuteficos acesse
Cadernos de Informaccedilotildees de Sauacutede- Paraiacutebahttptabnetdatasusgovbrtabdatacadernospbhtm (BRASIL[20--a])
Cadernos de Informaccedilotildees de Sauacutede- Pernambucohttptabnetdatasusgovbrtabdatacadernospehtm (BRASIL[20--b])
Indicadores e Dados Baacutesicos - Brasil ndash 2011- IDB-2011httptabnetdatasusgovbrcgiidb2011matrizhtmdemog (BRASIL c2008)
14
Na proacutexima fase desta disciplina vocecirc teraacute a oportunidade de estudar sobre algumas dessas enfermidades e agravos como hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes mellitus doenccedilas pulmonares (Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica ndash DPOC asma e pneumonias comunitaacuterias) doenccedilas osteoarticulares aleacutem das doenccedilas transmissiacuteveis (tuberculose hepatites virais e aids) e tabagismo Aqui abordaremos outras importantes causas de morbimortalidade no homem causas externas alguns tumores sobretudo o da proacutestata e o alcoolismo
221 morbidade
Atenccedilatildeo
Do ponto de vista de anaacutelise da morbidade eacute preciso comentar que os dados a seguir se referem aos casos mais graves que necessitaram de internaccedilatildeo
causas externas
Aleacutem do sofrimento fiacutesico psiacutequico e social determinado pelos acidentes e as violecircncias que caracterizam as causas externas haacute de se considerar o enorme impacto econocircmico mensurado pelos seus gastos hospitalares inclusive em dias de permanecircncia em unidades de terapia intensiva (BRASIL 2012a)
Em 2010 foram realizadas 928893 internaccedilotildees hospitalares por causas externas nos serviccedilos financiados pelo SUS caracterizado da seguinte forma
raquo os homens representavam 705 das internaccedilotildees por essas causas
raquo a taxa de internaccedilatildeo hospitalar foi 485 por 10 mil habitantes sendo 69610 mil homens
raquo o risco de internaccedilatildeo entre os homens foi 25 vezes maior que o estimado entre as mulheres
raquo no periacuteodo de 2000 a 2010 a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por causas externas apresentou aumento progressivo (77 em 2000 para 104 em 2010)
Na tabela a seguir pode-se observar que em 2010 os acidentes por transporte terrestre responderam por 157 das hospitalizaccedilotildees com risco e 76 internaccedilotildees por 10 mil habitantes Estimou-se maior risco de internaccedilatildeo entre os homens (122 internaccedilotildees por 10 mil homens) em comparaccedilatildeo com as mulheres (32 internaccedilotildees por 10 mil mulheres) (BRASIL 2012a)
15
Tabela 01 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa de internaccedilatildeo (por 10 mil habitantes) por causas externas - Brasil 2010
CaracteriacutesticasSexo
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria
0 a 9 anos 57308 88 344 32342 118 202 89650 97 275
10 a 14 anos 41832 64 499 13120 48 162 54952 59 333
15 a 19 anos 58005 86 681 15359 56 186 73364 79 437
20 a 39 anos 274566 419 862 68964 252 213 343530 370 534
40 a 59 anos 153889 235 769 63445 232 290 217334 234 519
60 a mais 69342 106 801 80721 295 750 150063 162 772
Acidentes 537420 821 571 224348 819 230 761768 820 398
Acidente de transporte terrestre
114383 175 122 31652 116 32 146035 157 76
Pedestres 27612 42 29 11649 43 12 39261 42 21
Motociclistas 58508 89 62 11444 42 12 69952 75 37
Ocupantes de veiacuteculos 11690 18 12 4353 16 04 16043 17 08
Quedas 241892 369 257 121601 444 125 363493 397 190
Quedas no mesmo niacutevel 81112 124 86 47378 173 49 128490 138 67
Quedas de um mesmo niacutevel a outro
41623 64 44 17542 64 18 59165 64 31
Quedas natildeo especificadas 119157 182 127 56681 207 58 175838 189 92
Demais acidentes 181145 277 193 71095 260 73 252240 272 132
Violecircncias 43444 66 46 11940 44 12 55384 60 29
Lesotildees autoprovocadas 5173 08 06 3561 13 04 8734 09 05
Agressotildees e intervenccedilotildees legais
38271 58 41 8379 31 09 46650 50 24
Armas de fogo 10835 17 12 1069 04 01 11904 13 06
Peacuterfuro-cortante 9953 15 11 1860 07 02 11813 13 06
Eventos de intenccedilatildeo indeterminada
31252 48 33 13462 49 14 44714 48 23
Demais causas externas 86270 132 92 36141 132 37 122411 132 64
Total 654942 1000 696 273951 1000 281 928893 1000 485
Fonte (BRASIL 2011a p212)
Conforme apresentado no graacutefico a seguir as causas externas satildeo responsaacute-veis por 118 dos gastos com todas as hospitalizaccedilotildees financiadas pelo SUS no Brasil As capitais da Paraiacuteba e Pernambuco tiveram respectivamente 92 e 83 dos gastos com causas externas (BRASIL 2011a)
16
Graacutefico 01 ndash Proporccedilatildeo dos gastos do SUS com internaccedilotildees por causas externas nas capitais e Distrito Federal
Satildeo Luiacutes
Vitoacuteria
Maceioacute
Manaus
Recife
Porto Alegre
Joatildeo Pessoa
Rio de Janeiro
Terresina
Cuiabaacute
Salvador
Fortaleza
Brasiacutelia
Natal
Brasil
Aracaju
Boa Vista
Curitiba
Goiacircnia
Satildeo Paulo
Belo Horizonte
Florianoacutepolis
Macapaacute
Beleacutem
Rio Branco
Porto Velho
Campo Grande
Palmas
FONTE (BRASIL 2011a p 214)
tumores
Os tumores que incidem com maior frequecircncia na faixa etaacuteria dos 25 aos 59 anos satildeo oriundos dos aparelhos digestivo respiratoacuterio e urinaacuterio Cerca de 432 de todos os tumores assinalados na CID 10 Capiacutetulo II tecircm origem no aparelho digestivo (BRASIL 2008a)
O cacircncer da proacutestata eacute uma neoplasia que geralmente apresenta evoluccedilatildeo muito lenta de modo que a mortalidade pode ser evitada quando o processo eacute diagnosticado e tratado com precocidade Uma estimativa realizada pelo Instituto Nacional do Cacircncer (INCA) para o aparecimento de novos casos de cacircnceres no ano de 2008 aponta o cacircncer de proacutestata como sendo o mais frequente sendo superado apenas pelo cacircncer de pele natildeo melanoma (VIEIRA et al 2008)
17
Ao se falar de neoplasias malignas do aparelho urinaacuterio natildeo se pode deixar de mencionar o cacircncer de pecircnis Trata-se de um tumor raro relacionado com as baixas condiccedilotildees socioeconocircmicas e a maacute higiene iacutentima No Brasil esse cacircncer representa cerca de 2 de todas as neoplasias que atingem o homem sendo mais frequente nas regiotildees Norte e Nordeste existindo estados como eacute o caso do Maranhatildeo em que sua incidecircncia supera ateacute a do cacircncer de proacutestata (BARROS MELO 2009)
Dados do INCA referentes aos tumores malignos na populaccedilatildeo masculina dos estados da Paraiacuteba e Pernambuco apontam que o cacircncer de proacutestata eacute o que apre-senta maior incidecircncia conforme mostra a tabela a seguir
Tabela 02 ndash Taxa de incidecircncia anual de neoplasias malignas por 100000 habitantes por localizaccedilatildeo segundo Regiatildeo e UF sexo masculino Brasil 2010 e 2011
Regiatildeo e UF
Pulmatildeo
traqueia e
brocircnquios
Esocircfago Estocircmago
Coacutelon junccedilatildeo
retossigmoacuteide
reto e acircnus
Proacutestata
Laacutebio e
cavidade
oral
Melanoma
maligno da
pele
Outras
neoplasias
malignas da
pele
Paraiacuteba 730 438 1046 462 4369 843 102 7368
Pernambuco 1250 471 1065 653 5783 867 132 6060
Fonte (INCA c2013 adaptado)
alcoolismo
Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) apontam que cerca de 2 bilhotildees de pessoas consomem bebidas alcooacutelicas no mundo O uso abusivo do aacutelcool eacute responsaacutevel por 32 de todas as mortes e por 4 de todos os anos perdidos de vida uacutetil Na Ameacuterica Latina cerca de 16 dos anos de vida uacutetil perdidos estatildeo relacionados ao uso abusivo dessa substacircncia Esse iacutendice eacute quatro vezes maior que a meacutedia mundial e torna o problema da prevenccedilatildeo e do tratamento dos trans-tornos associados ao consumo de aacutelcool um grande problema de sauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
Estudos revelam que o uso do aacutelcool estaacute sendo iniciado cada vez mais preco-cemente por homens e mulheres Portanto torna-se fundamental avaliar os deter-minantes sociais de vulnerabilidade do homem em relaccedilatildeo aos problemas com o aacutelcool para a construccedilatildeo de accedilotildees efetivas de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede mental desse segmento inclusive para jovens e adolescentes (LARANJEIRA et al 2007 SENA et al 2011)
Segundo o Centro Brasileiro de Informaccedilotildees sobre Drogas Psicotroacutepicas (CEBRID) o consumo de aacutelcool e outras drogas estaacute associado a transtornos graves e afetam pelo menos 12 da populaccedilatildeo acima de 12 anos sendo o impacto do aacutelcool dez vezes maior que o do conjunto das drogas iliacutecitas (UNIFESP 2006 BRASIL 2008a)
18
Laranjeira et al (2007) realizaram uma pesquisa intitulada ldquoPrimeiro Levan-tamento Nacional sobre Padratildeo de Consumo de Aacutelcool na Populaccedilatildeo Brasileirardquo cujos resultados apontaram que 52 dos brasileiros acima de 18 anos bebem pelo menos uma vez ao ano e destes 65 satildeo homens A prevalecircncia de depen-dentes de aacutelcool eacute maior para o sexo masculino em que 195 dos homens satildeo dependentes do aacutelcool enquanto 69 das mulheres apresentam dependecircncia Segundo esses dados para cada seis pessoas do sexo masculino que faz uso de aacutelcool uma fica dependente Destaca-se ainda que do conjunto dos homens adultos 11 bebem todos os dias e 28 consomem bebida alcooacutelica de 1 a 4 vezes por semana conforme apresentado na tabela a seguir
Tabela 03 ndash Frequecircncia de consumo de bebida alcooacutelica em homens e mulheres com idade a partir de 18 anos
Frequecircncia de ConsumoA partir de 18 anos
Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstinentes (nunca bebeu ou menos de 1 vez por ano) 35 59 48
Raramente (menos de 1 vez por mecircs) 8 12 10
Ocasional (de 1 a 3 vezes por mecircs) 19 16 17
Frequente ( de 1 a 4 vezes por semana) 28 11 19
Muito frequente (todos os dias) 11 2 6
Quantidade usual Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Ateacute 2 doses 38 63 48
De 3 a 4 doses 25 19 22
de 5 a 11 doses 27 14 22
Bebe mais de 12 doses por ocasiatildeo 11 3 7
Intensidade do beber Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstecircmio 35 59 48
Bebedor natildeo frequente 12 16 14
Bebedor menos frequente 16 13 15
Bebedor frequente 22 9 15
Bebedor frequente pesado 14 3 9
Dependecircncia (criteacuterios de CID-10) Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
14 4 9
Fonte (BRASIL 2008a p14)
outras causas de morbidade
No periacuteodo de 2000 a 2010 observou-se que a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por doenccedilas cardiovasculares manteve-se constante e as hospitalizaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio apresentaram reduccedilatildeo no mesmo periacuteodo (BRASIL 2012a)
No graacutefico apresentado a seguir podem-se observar quanto agrave morbidade as sete causas que respondem pela internaccedilatildeo da maioria dos homens em ordem decrescente de ocorrecircncia
19
raquo As lesotildees os envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas satildeo a primeira causa de internaccedilatildeo para homens entre 20 e 49 anos de idade e a terceira para aqueles entre 50 e 59 anos
raquo As doenccedilas do aparelho digestivo satildeo a segunda causa para todas as faixas etaacuterias
raquo Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias satildeo a terceira causa para homens de 20 a 29 anos transtornos mentais e comportamentais entre 30 e 39 anos e doenccedilas do aparelho circulatoacuterio entre 40 e 49 anos
raquo Para os homens de 50 a 59 anos a principal causa de internaccedilatildeo satildeo as doenccedilas do aparelho circulatoacuterio (SCHWARZ et al 2012)
Graacutefico 02 ndash Porcentagem () das principais causas de internaccedilatildeo em homens por faixa etaacuteria Brasil 2010
Faixa etaacuteria em anos
35
30
25
20
15
10
5
0
I Algumas doenccedilas infecciosas e parasitaacuteriasII Neoplasias (tumores)V Transtornos mentais e comportamentais IX Doenccedilas do aparelho circulatoacuterioX Doenccedilas do aparelho respiratoacuterioXI Doenccedilas do aparelho digestivoXIX Lesotildees envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas
Fonte (SCHWARZ et al 2012 adaptado)
As principais causas de internaccedilotildees por enfermidades do aparelho respiratoacuterio estatildeo assinaladas no graacutefico a seguir
20
Graacutefico 03 ndash Internaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio 2007
Outras 57CID XI 15CID IX 13CID II 6CID X 9 (165369)
Pneumonia 43 (70535)Outras 29 (48489)DPOC 12 (20948)Asma 11 (18457)Tuberculose 5 (6940)
Fonte (BRASIL 2008a p26 adaptado)
Em relaccedilatildeo agraves doenccedilas do aparelho respiratoacuterio as que apresentaram maior incidecircncia foram as pneumonias (43) adoenccedila pulmonar obstrutiva crocircnica (12) e a tuberculose que mesmo apresentando o menor percentual de casos de internaccedilatildeo (5) destaca-se pela importacircncia do ponto de vista dasauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
21
Graacutefico 04 ndash Percentual de internaccedilotildees hospitalares pelo aparelho circulatoacuterio na populaccedilatildeo masculina dos 25ndash59 anos 2007
Outras 277CID V 165CID XIX151CID XI 134CIN IX 120 CIN X 80 CIN I 73
Coronariopatias 405 (59717)Outras 396 (58355)Hipertensatildeo 187 (27569)Febre reumaacutetica miocardiopatias 12 (1713)
Fonte (BRASIL 2008a p27 adaptado)
Entre os fatores de morbidade natildeo se pode deixar de mencionar as disfun-ccedilotildees sexuais notadamente a disfunccedilatildeo ereacutetil que acomete cerca da metade dos homens depois dos cinquenta anos (BRASIL 2008a p27)
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto acesse
MOURA E C MALTA D C Consumo de bebidas alcooacutelicas na populaccedilatildeo adulta brasileira ca-racteriacutesticas sociodemograacuteficas e tendecircncia RevBrasEpidemiol 2011 14(1) Supl 61- 70 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfrbepidv14s1a07v14s1pdfgt Acesso em 27092013
LARANJEIRA R et al I Levantamento nacional sobre os padrotildees de consumo de aacutelcool na popu-laccedilatildeo brasileira Brasiacutelia Secretaria Nacional Antidrogas 2007 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesrelatorio_padroes_consumo_alcoolpdfgt Acesso em 27 set 2013
22
222 mortalidade
Em relaccedilatildeo agrave mortalidade ao longo de toda a uacuteltima deacutecada foi observada maior proporccedilatildeo de oacutebitos entre homens que entre mulheres na faixa etaacuteria adulta especialmente jovens adultos (de 15 a 39 anos de idade) Diversos estudos mostram que as causas externas de mortalidade (acidentes e violecircncias) satildeo extre-mamente importantes entre os adultos especialmente para homens jovens No sexo masculino elas representaram 64 dos oacutebitos de 20 a 39 anos enquanto que no sexo feminino o percentual foi de 23 Mesmo observando uma reduccedilatildeo no diferencial entre homens e mulheres no periacuteodo entre 2000 e 2010 os homens ainda morrem mais que as mulheres conforme apresenta o graacutefico a seguir (BRASIL 2011b BRASIL 2011c LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005 MARANHAtildeO et al 2011)
Graacutefico 05 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo Brasil 2000 2005 e 2010
2000 2005 2010
584 58 573
415 42 427
0
10
20
30
40
50
60
70
Masculino
Feminino
Fonte (BRASIL 2012a p112 adaptado)
O proacuteximo graacutefico apresenta as curvas de mortalidade proporcional para homens e mulheres que tecircm padrotildees diferentes entre os anos principalmente para os grupos de adultos e idosos indicando um padratildeo de mortalidade mais tardia entre as mulheres Na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos houve um maior percen-tual de oacutebitos dos homens (381 em 2000 e 374 em 2010) quando comparado ao das mulheres (25 em 2000 e 232 em 2010) (BRASIL 2012a)
23
Graacutefico 06 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo e o ano do oacutebito por faixa etaacuteria Brasil 2000 e 2010
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1a 9 19 36 381
30 374 20 18 250
lt1 a 85 399241 11 13 232
ge 60 anos 479 547 620 703
Feminino 2000Masculino 2010Masculino 2000
Feminino 2010
10 a 19 20 a 59
11
Fonte (BRASIL 2012a p113)
Quadro 01 ndash Quatro principais causas especiacuteficas de mortalidade entre 20 e 59 anos (nesta ordem)homens 2010
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste Eventos Int Indeterminada Suiciacutedio
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste D HIV Cirosse e D Fiacutegado
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Acidentes de transporte terreste D Cerebrovasculares
Fonte (BRASIL 2012a adaptado)
24
Dados de 2012 mostram que no Brasil as causas externas representam a primeira causa mais frequente de morte na populaccedilatildeo masculina entre 20 a 59 anos configurando-se como um grande desafio aos gestores puacuteblicos e profissio-nais sobretudo os da sauacutede pois se deve ultrapassar a dimensatildeo da assistecircncia e reabilitaccedilatildeo das viacutetimas ocupando-se tambeacutem da promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e vigilacircncia epidemioloacutegica de acidentes e violecircncias (BRASIL 2012a)
Os homens no Brasil apresentam um risco de morte por causas externas 51 vezes maior que as mulheres Quanto agrave idade vale destacar as altas taxas de mortalidade por causas externas observadas a partir dos 19 anos de idade em especial entre os adultos jovens de 20 a 39 anos de idade e os idosos com 60 e mais anos de idade O risco de morte por causas externas foi de 100 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os adultos jovens e de 1104 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os idosos (BRASIL 2012a)
A anaacutelise do risco de morte por causas externas segundo regiotildees geograacute-ficas demonstrou uma distribuiccedilatildeo menos desigual que nas anaacutelises anteriores segundo atributos de idade e sexo sendo que taxas de mortalidade apenas ligei-ramente superiores foram encontradas nas regiotildees Centro-Oeste (853 por oacutebitos por 100 mil habitantes) Nordeste (755 oacutebitos por 100 mil habitantes) e Sul (746 oacutebitos por 100 mil habitantes) (BRASIL 2012a)
Tabela 04 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa bruta de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externas segundo sexo faixa etaacuteria e regiotildees geograacuteficas Brasil 2009
CaracteriacutesticasSexo a
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria b
0 a 9 anos 2517 22 151 1594 68 100 4111 30 126
10 a 14 anos 1740 15 208 733 31 90 2473 18 150
15 a 19 anos 11780 102 1384 1629 70 197 13409 97 799
20 a 39 anos 57656 500 1810 6105 282 204 64261 463 1000
40 a 59 anos 26305 228 1315 1586 196 210 30891 223 738
60 a mais 13342 116 1541 8109 346 753 21451 155 1104
Ignorado 1904 17 - 179 08 - 2083 15 -
Regiatildeo
Norte 9317 81 1199 1508 64 199 10825 78 705
Nordeste 34639 301 1317 5807 248 213 40446 292 755
Sudeste 44360 385 1125 10405 444 251 54765 395 677
Sul 17023 148 1246 3652 156 260 20675 149 746
Centro-Oeste 9826 85 1428 2023 86 288 11849 85 853
Total 115244 1000 1225 23435 1000 241 138679 1000 724
a) Excluiacutedos 137 registros com sexo ignorado
b) Excluiacutedos 119 registros com regiatildeo de residecircncia ignorada
Fonte (BRASIL 2011b p234 adaptado)
25
Embora natildeo exista grande diferenccedila nos coeficientes de mortalidade por neoplasias malignas eacute preciso destacar que entre os homens predominam os cacircnceres de pulmatildeo vindo a seguir os de proacutestata e o de estocircmago A anaacutelise de seacuteries histoacutericas de mortalidade no Brasil mostra claramente a importacircncia cres-cente do cacircncer de proacutestata que jaacute suplanta a neoplasia maligna de estocircmago haacute alguns anos (LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005)
No estado da Paraiacuteba o que se percebe eacute que em relaccedilatildeo agrave mortalidade por cacircnceres na populaccedilatildeo masculina o tumor da proacutestata jaacute se destaca como o de maior prevalecircncia aleacutem de ter tendecircncia crescente em relaccedilatildeo aos periacuteodos 2002 ndash2006 e 2007ndash2011
Graacutefico 07 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Paraiacuteba para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
2002-2006 2007-2011
158
109
96
62
52
52
5
49
38
31
31
3
24
1
207
191
104
10
36
5
36
49
46
46
37
37
32
23
1
20
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Por outro lado no estado de Pernambuco o cacircncer de proacutestata tambeacutem apre-senta maior prevalecircncia em relaccedilatildeo aos outros tumores mas mesmo apresen-tando tendecircncia a aumento no periacuteodo avaliado natildeo foi tatildeo significativo quanto no estado da Paraiacuteba Outro ponto de destaque eacute a tendecircncia agrave diminuiccedilatildeo nos tumores de traqueia brocircnquios pulmotildees fiacutegado e vias biliares
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Graacutefico 08 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Pernambuco para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
179
91
128
184
183
92
122
184
3
46
39
65
43
44
33
35
36
32
14
35
5
34
61
46
38
34
37
41
3
14
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
2002-2006 2007-2011
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Dentre as doenccedilas do aparelho digestivo podem-se destacar as doenccedilas do fiacutegado que em 2005 foram responsaacuteveis por 70 das causas de morte de homens de 25ndash59 anos Destas 46 devem-se agrave doenccedila por consumo de aacutelcool 36 agrave fibrose e cirrose e 18 a outras doenccedilas do fiacutegado (BRASIL 2008a)
Por outro lado em relaccedilatildeo agrave mortalidade proporcional de acordo com os capiacute-tulos da CIDndash10 entre homens apresenta uma tendecircncia de reduccedilatildeo da proporccedilatildeo de oacutebitos por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio e tendecircncia de aumento nas seguintes causas neoplasias doenccedilas endoacutecrinas e causas externas (BRASIL 2012a)
27
Graacutefico 09 ndash Mortalidade proporcional () por capiacutetulos da CID no sexo masculino Brasil 2000 e 2010
IX II XX X IV OUTRAS
294 135 18 105 47 238
285 16 187 104 53 211
0
5
10
15
20
25
30
35
2000
2010
Fonte (BRASIL 2012a p121 adaptado)
Saiba
SitesPara realizar uma anaacutelise mais detalhada do perfil de mortalidade masculina consulte o material Mortalidade do adulto no Brasil taxas de mortalidade segundo o sexo as causas e as Regiotildees 2010 disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrportalsaudearquivospdf2013Fev21sau-debrasil2011_parte1_cap7pdfgt Acesso em 25 set 2013
Leia tambeacutem o Perfil da situaccedilatildeo de sauacutede do homem no Brasil (2012) disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Perfil-da-Situa----o-de-Sa--de-do-Homem-no--Brasilpdfgt Acesso em 26 ago 2015
Nos artigos a seguir os autores fazem uma discussatildeo ampliada sobre as principais causas de morbimortalidade masculina
LAURENTI R JORGE M H P de M GOTLIEB S L D Perfil epidemioloacutegico da morbimortalidade masculina Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 10 n 1 p 35-46 janmar 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfcscv10n1a04v10n1pdfgt Acesso em 30 set 2013
LUIZAGA C T de M GOTLIEB S L D Mortalidade masculina em trecircs capitais brasileiras 1979 a 2007 RevBrasEpidemiolv 16 n 1 p 87-99 2013 Disponiacutevel emlthttpwwwscielobrpdfrbe-pidv16n11415-790X-rbepid-16-01-0087pdfgt Acesso em 25 set 2013
IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) A qualidade da informaccedilatildeo sobre a mortalidade no Brasil recente e avaliaccedilatildeo do impacto das causas violentas no nuacutemero de anos de vida perdi-dos In IBGE Indicadores Sociodemograacuteficos e de Sauacutede no Brasil n 25 Rio de Janeiro IBGE 2009 Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoindic_sociosaude2009indicsaudepdfgt Acesso em 25092013
VIEIRA S O cacircncer e a sauacutede do homem um panorama completo dos tumores que acometem a populaccedilatildeo masculina Revista Oncoamp ndash Oncologia para todas as especialidadesSatildeo Paulo a 2 n 11 p 12-18 maiojun 2012 Disponiacutevel emlthttprevistaoncocombrwp-contentuploa-ds201205ONCO_11pdfgt Acesso em 25 set 2013
28
Para vocecirc ter acesso a dados sobre morbimortalidade da populaccedilatildeo masculina dos estados de Paraiacuteba e Pernambuco acesse os links abaixo
TABNET ndash OacuteBITOSPARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttptabnetsaudepbgovbrdeftohtmexetabdotabnetsimpbdefgt Acesso em 25 set 2013
ATLAS DE MORTALIDADE POR CAcircNCER ndash INCA (Instituto Nacional de Cacircncer) Disponiacutevel em lthttpmortalidadeincagovbrMortalidadeprepararModelo04actiongt Acesso em 25 set 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttppor-talweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO ndash Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PERNAMBUCO Disponiacutevel em lthttpportalweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
Nos links para acesso ao Pacto pela Sauacutede apoacutes abrir a paacutegina do SISPACTO clique em relatoacute-rios que aparece no lado esquerdo da tela Em seguida clique em relatoacuterios estaduais e localize o estado que vocecirc desejar consultar
3 programas poLiacuteticas e pactos de sauacutede para o homem no BrasiL
A seguir descreveremos os principais programas poliacuteticas e pactos que tecircm relaccedilatildeo com a sauacutede do homem no Brasil Recomendamos que vocecirc consulte os links complementares para saber mais sobre cada um deles
31 pacto pela sauacutede
Aprovado por unanimidade pelo Conselho Nacional de Sauacutede (CNS) e publi-cado na Portaria GMMS nordm 399 de 22 de fevereiro de 2006 o Pacto pela Sauacutede eacute um conjunto de reformas institucionais do SUS pactuado entre as trecircs esferas de gestatildeo (Uniatildeo Estados e Municiacutepios) com o objetivo depromover a melhoria dos serviccedilos ofertados agrave populaccedilatildeo e a garantia de acesso a todos Tambeacutem redefine as responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da popu-laccedilatildeo e na busca da equidade social Sua adesatildeo se constituiem um processo de cooperaccedilatildeo permanente entre os gestores e negociaccedilatildeo local regional estadual e federal
O pacto pela sauacutede se divide em 3 eixos
1 Pacto em defesa do SUS defesa dos princiacutepios do SUS qualificaccedilatildeo do SUS como poliacutetica puacuteblica
2 Pacto pela gestatildeo do SUS processo continuado de pactuaccedilatildeo intergestores ndash responsabilidades sanitaacuterias e diretrizes de gestatildeo
3 Pacto pela vida compromisso entre os gestores do SUS em torno das respon-sabilidades nacionais estaduais regionais e municipais com definiccedilotildees de metas e accedilotildees
Por meio da Portaria nordm 325GM de 21 de fevereiro de 2008 o Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu novas prioridades objetivos metas e indicadores de monito-ramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede para o ano de 2008 no qual foi inserido
30
como uma das prioridades a Sauacutede do Homem cuja meta era a de promover a sauacutede integral do homem com a elaboraccedilatildeo publicaccedilatildeo e implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede do Homem
32 poliacutetica nacional de atenccedilatildeo inteGral agrave sauacutede do Homem (pnaisH)
Foi instituiacuteda por meio da Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Destaca- se por ser um programa pioneiro dentre os paiacuteses da Ameacuterica Latina lanccedilado apoacutes 20 anos de implantaccedilatildeo do SUS no Brasil Visa abranger a faixa etaacuteria de 20 a 59 anos melhorando a assistecircncia oferecida aos homens por meio de accedilotildees de informaccedilatildeo proteccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede assim como tratamento e recuperaccedilatildeo de agravos aleacutem de uma mudanccedila cultural no que diz respeito ao comportamento masculino nessa aacuterea (BRASIL 2008a)
A PNAISH estaacute alinhada com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash porta de entrada preferencial ao Sistema Uacutenico de Sauacutede ndash primando pela humanizaccedilatildeo da atenccedilatildeo e em consonacircncia com os princiacutepios do SUS fortalecendo accedilotildees e serviccedilos em redes e cuidados da sauacutede Ela norteia as accedilotildees de atenccedilatildeo integral
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto recomendamos que vocecirc veja os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Pacto pela SauacutedeSISPACTO - Aplicativo do Pacto pela Sauacutede Brasiacutelia Ministeacute-rio da Sauacutede [2011c] Disponiacutevel emlthttpportalweb04saudegovbrsispactogt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 399GM de 22 de fevereiro de 2006 Divulga o pacto pela sauacutede 2006 - Consolidaccedilatildeo do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a Disponiacutevel em lthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2006GMGM-399htmgt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 325 de 21 de fevereiro de 2008 Estabelece prioridades objetivos e metas do Pacto pela Vida para 2008 os indicadores de monitoramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede e as orientaccedilotildees prazos e diretrizes para a sua pactuaccedilatildeoBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacute-de 2008b Disponiacutevel emlthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2008GMGM-325htmgt Acesso em 27set 2013
MACHADO R R et al Entendendo o pacto pela sauacutede na gestatildeo do SUS e refletindo sua implementaccedilatildeo Rev Eletrocircnica de Enfermagem v 11 n 1 p 181-187 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfenufgbrfen_revis-tav11n1pdfv11n1a23pdfgt Acesso em 27set2013
31
agrave sauacutede do homem visando estimular o autocuidado e sobretudo o reconhe-cimento de que a sauacutede eacute um direito social baacutesico e de cidadania de todos os homens brasileiros (BRASIL 2008a)
Tem como objetivo principal
Promover a melhoria das condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo masculina do Brasil contri-buindo de modo efetivo para a reduccedilatildeo da morbidade e mortalidade dessa popu-laccedilatildeo atraveacutes do enfrentamento racional dos fatores de risco e mediante a facilitaccedilatildeo ao acesso agraves accedilotildees e aos serviccedilos de assistecircncia integral agrave sauacutede (BRASIL 2008a)
Aleacutem disso a PNAISH propotildee uma reorientaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede com foco na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) de modo que essa poliacutetica seja integrada e executada juntamente com as demais poliacuteticas programas estrateacutegias e accedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2008a)
Para refletir
Vocecirc jaacute teve oportunidade de discutir a PNAISH com os demais membros da equipe de sauacutedeQuais satildeo as accedilotildees desenvolvidas na sua unidade de sauacutede para os homens Como eacute a adesatildeo da popula-ccedilatildeo a essas accedilotildees Quais satildeo suas principais dificuldades
Saiba
Conheccedila o estudo que avaliou a implantaccedilatildeo da PNAISH em municiacutepios brasileiros Nele foram avaliados como estatildeo sendo desenvolvidas as accedilotildees de fortalecimento desta poliacutetica Estaacute disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Fortalecimento-da--PNAISHpdfgt Acesso em 01 fev 2015
SitesPara vocecirc conhecer mais sobre a PNAISH acesse os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Institui no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacute-de do Homem Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2009prt1944_27_08_2009htmlgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave sauacutede Departamento de Accedilotildees Progra- maacuteticas e Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem Plano de Accedilatildeo Nacional 2009-2011 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009b Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_saude_homem_2009-2011pdfgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteti-cas Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2008a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_homempdfgt Acesso em 20 set 2013
CARRARA S RUSSO J A FARO L A poliacutetica de atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem no Brasil os pa-radoxos da medicalizaccedilatildeo do corpo masculinoPhysisRevista de Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 19 n 3 p659-678 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfphysisv19n3a06v19n3pdfgt Acesso em 27set 2013
32
LEAL A F FIGUEIREDO W S NOGUEIRA-DA-SILVA G S O percurso da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede dos Homens (PNAISH) desde a sua formulaccedilatildeo ateacute sua implementaccedilatildeo nos serviccedilos puacuteblicos locais de atenccedilatildeo agrave sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletivav 17 n 10 p2607-2616 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfcscv17n1010pdfgt Acesso em 27 set 2013
33 poliacutetica nacional de Humanizaccedilatildeo (pnH)A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) foi criada em 2004 como fortaleci-
mento da rede assistencial do SUS e com o objetivo de oferecer uma sauacutede digna para todos com profissionais comprometidos com a eacutetica e com a defesa da vida
Para a PNH humanizar eacute ofertar atendimento de qualidade articulando os avanccedilos tecnoloacutegicos com o acolhimento com a melhoria dos ambientes de cuidado e das condiccedilotildees de trabalho dos profissionais
Como poliacutetica a Humanizaccedilatildeo deve portanto traduzir princiacutepios e modos de operar no conjunto das relaccedilotildees entre profissionais e usuaacuterios A humanizaccedilatildeo supotildee troca de saberes (incluindo os dos pacientes e familiares) diaacutelogo entre os profissionais e modos de trabalhar em equipe Como estrateacutegia de interferecircncia no processo de produccedilatildeo de sauacutedeconsidera-se que sujeitos sociais quando mobi-lizados satildeo capazes de transformar realidades transformando-se a si proacuteprios nesse mesmo processo
princiacutepios norteadores da poliacutetica de Humanizaccedilatildeo
1 Valorizaccedilatildeo da dimensatildeo subjetiva e social em todas as praacuteticas de atenccedilatildeo e gestatildeo fortalecendoestimulando processos integradores e promotores de compromissosresponsabilizaccedilatildeo
2 Estiacutemulo a processos comprometidos com a produccedilatildeo de sauacutede e com a produccedilatildeo de sujeitos
3 Fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional estimulando a trans-disciplinaridade e a grupalidade
4 Atuaccedilatildeo em rede com alta conectividade de modo cooperativo e solidaacuterio em conformidade com as diretrizes do SUS
5 Utilizaccedilatildeo da informaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo da educaccedilatildeo permanente e dos espaccedilos da gestatildeo na construccedilatildeo de autonomia e protagonismo de sujeitos e coletivos
33
diretrizes especiacuteficas na atenccedilatildeo baacutesica
1 Elaborar projetos de sauacutede individuais e coletivos para usuaacuterios e sua rede social considerando as poliacuteticas intersetoriais e as necessidades de sauacutede
2 Incentivar praacuteticas promocionais de sauacutede
3 Estabelecer formas de acolhimento e inclusatildeo do usuaacuterio que promovam a otimizaccedilatildeo dos serviccedilos o fim das filas a hierarquizaccedilatildeo de riscos e o acesso aos demais niacuteveis do sistema
4 Comprometer-se com o trabalho em equipe de modo a aumentar o grau de corresponsabilidade e com a rede de apoio profissional visando agrave maior eficaacutecia na atenccedilatildeo em sauacutede
E o acolhimento como pode ser entendido Trata-se de uma praacutetica nas accedilotildees de atenccedilatildeo e gestatildeo nas unidades de sauacutede que favorece a construccedilatildeo de uma relaccedilatildeo de confianccedila e compromisso dos usuaacuterios com as equipes e os serviccedilos contribuindo para a promoccedilatildeo da cultura de solidariedade e para a legitimaccedilatildeo do SUS Com o acolhimento passa a existir a possibilidade de avanccedilos na alianccedila entre usuaacuterios trabalhadores e gestores da sauacutede em defesa do SUS como uma poliacutetica puacuteblica essencial da e para a populaccedilatildeo brasileira (GENIOLE et al 2011)
Para refletir
Como profissional de sauacutede suas atitudes contemplam as dimensotildees abordadas na Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo E qual o envolvimento que vocecirc visualiza desta Poliacutetica com a Sauacutede do Homem Vocecirc acredita que a falta de acolhimento pode dificultar o acesso dos homens agraves unidades de sauacutede
Saiba
SitesPara conhecer mais sobre a Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo acesse os links lthttpportalsau-degovbrportalarquivospdfdoc_basepdfgt (BRASIL 2004) e lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumanizasus_gestores_trabalhadores_sus_4edpdfgt (BRASIL 2008c)
A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo possui um caderno especiacutefico para a Atenccedilatildeo Baacutesica Para conhececirc-lo acesse o link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumaniza_sus_atencao_basicapdfgt (BRASIL 2009c)
E para entender mais sobre acolhimento acesse a cartilha denominada Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede disponiacutevel no link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhi-mento_praticas_producao_saudepdfgt (BRASIL 2010a)pdfgt Acesso em 27set 2013
34
34 poliacutetica de promoccedilatildeo da sauacutede
Entre as prioridades do Pacto em Defesa da Vida encontra-se a publicaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede que ratifica o compromisso do Minis-teacuterio da Sauacutede na ampliaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede nos serviccedilos e na gestatildeo do SUS Trata-se de uma poliacutetica transversal integrada e intersetorial que dialoga com as diversas aacutereas do setor sanitaacuterio os outros setores do Governo os setores privados e natildeogovernamentais e a sociedade compondo redes de compromisso e corresponsabilidade quanto agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo de forma que todos sejam partiacutecipes no cuidado com a sauacutede (BRASIL 2006b)
A Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede foi revisada no ano de 2015 visando se adequar aos novos desafios e compromissos no contexto da sauacutede nacional
Ela destaca a necessidade de articulaccedilatildeo com outras poliacuteticas puacuteblicas para fortalececirc-la com o imperativo da participaccedilatildeo social e dos movimentos popu-lares em virtude da impossibilidade de que o setor sanitaacuterio responda sozinho ao enfrentamento dos determinantes e condicionantes da sauacutede Para tal toma como referecircncia alguns temas transversais para a formulaccedilatildeo de agendas de promoccedilatildeo da sauacutede e para a adoccedilatildeo de estrateacutegias e temas prioritaacuterios operando em conso-nacircncia com os princiacutepios e os valores do SUS como
raquo Determinantes Sociais da Sauacutede (DSS)
raquo equidade e respeito agrave diversidade
raquo produccedilatildeo de sauacutede e cuidado
raquo vida no trabalho
raquo cultura da paz e direitos humanos entre outras (BRASIL 2015)
O objetivo principal dessa poliacutetica eacute promover a equidade e a melhoria das condiccedilotildees e dos modos de viver ampliando a potencialidade da sauacutede individual e coletiva e reduzindo vulnerabilidades e riscos agrave sauacutede decorrentes dos determi-nantes sociais econocircmicos poliacuteticos culturais e ambientais (BRASIL 2015)
Saiba
SitesPara conhecer melhor a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede vocecirc pode ver o linklthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_promocao_saude_3edpdfgtAcesso em 28 out 2013 (BRASIL 2010b)
Para ter acesso agrave Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede revisada e identificar todas as atuali-zaccedilotildees da versatildeo de 2015 acesse lthttppromocaodasaudesaudegovbrpromocaodasaudearquivospnps-2015_finalpdfgt Acesso em 01 fev 2015
4 a organizaccedilatildeo da estrateacutegia sauacutede da famiacuteLia no pLanejamento de accedilotildees e avaLiaccedilatildeo de riscos agrave sauacutede do homem
Uma das diretrizes da PNAISH eacute a reorganizaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede por meio de uma proposta inclusiva na qual os homens considerem os serviccedilos de sauacutede sobretudo as unidades baacutesicas de sauacutede ou unidades de sauacutede da famiacutelia tambeacutem como espaccedilos masculinos e por sua vez esses serviccedilos reconheccedilam os homens como sujeitos que necessitem de cuidados (SILVA et al 2012)
A compreensatildeo das barreiras institucionais eacute importante para a proposiccedilatildeo estrateacutegica de medidas que venham a promover o acesso dos homens aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria que deve ser a porta de entrada preferencial ao sistema de sauacutede a fim de resguardar a promoccedilatildeo e a prevenccedilatildeo como eixos fundamentais de intervenccedilatildeo (SILVA et al 2012)
Nesse contexto estudos vecircm relacionando a masculinidade tradicional como o principal obstaacuteculo para o acesso dessa parcela populacional aos serviccedilos de sauacutede sobretudo agravequeles que estatildeo voltados agrave promoccedilatildeo da sauacutede A busca por esse tipo de serviccedilo pode ser considerado sinocircnimo de fraqueza realidade que vai de encontro com os preceitos da hegemonia masculina na qual os homens satildeo educados para natildeo demonstrar qualquer traccedilo de fragilidade Some-se a isso o fato de as unidades baacutesicas e de sauacutede da famiacutelia por serem compostas por muitos profissionais do sexo feminino e serem frequentadas sobretudo por mulheres provocam uma sensaccedilatildeo de natildeo pertencimento a tais espaccedilos (FIGUEIREDO 2005 BRAZ 2005 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 BRITO SANTOS 2010 SILVA et al 2012)
Os estudos apontam ainda outros motivos pela baixa demanda masculina na Atenccedilatildeo Baacutesica como a organizaccedilatildeo dos serviccedilos a demora em conseguir atendimento meacutedico o horaacuterio de funcionamento incompatiacutevel com a jornada de trabalho daqueles inseridos no mercado formal a ausecircncia de programas especiacute-ficos para atender aos homens o deacuteficit no processo de abordagem e de cuidarcuidado da populaccedilatildeo masculina por parte dos profissionais a ausecircncia de acolhi-mento ou o acolhimento pouco atrativo a fraacutegil qualificaccedilatildeo profissional para lidar com o segmento masculino
36
O certo eacute que muitos agravos que acometem a populaccedilatildeo masculina poderiam ser evitados caso fossem realizadas com regularidade as medidas de prevenccedilatildeo primaacuteria A resistecircncia masculina agrave atenccedilatildeo primaacuteria aumenta natildeo somente a sobrecarga financeira da sociedade mas tambeacutem o sofrimento fiacutesico e emocional do paciente e de sua famiacutelia na luta pela conservaccedilatildeo da sauacutede e da qualidade de vida dessas pessoas (BRASIL 2008a)
O fortalecimento e a qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria garantem a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo aos agravos evitaacuteveis dado o reconhecimento de que os homens adentram o sistema de sauacutede por meio da atenccedilatildeo especializada agravando a morbidade pelo retardamento na atenccedilatildeo e maior custo parao SUS (BRASIL 2008a)
Assim ao serem elaboradas estrateacutegias voltadas agrave conscientizaccedilatildeo do grupo masculino sobre a adoccedilatildeo de haacutebitos mais saudaacuteveis o primeiro passo a ser dado eacute a sensibilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede que atuam na atenccedilatildeo baacutesica para que compreendam os padrotildees culturalmente arraigados na populaccedilatildeo acerca do que eacute ser homem as principais barreiras possam ser superadas e essa populaccedilatildeo possa efetivamente ser acolhida (BRITO SANTOS 2010 )
41 conHecendo a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea de abranGecircncia
Vocecirc jaacute sabe a importacircncia de os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica conhecerem bem as caracteriacutesticas da sua populaccedilatildeo adscrita Sem essa informaccedilatildeo fica difiacutecil se planejar o trabalho a ser desenvolvido
Como aqui estamos discutindo a sauacutede do homem enfatizamos a necessidade de que seja realizado um levantamento sobre o perfil de morbimortalidade dessa populaccedilatildeo antes mesmo das accedilotildees de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo agrave sauacutede serem pensadas
Como a populaccedilatildeo masculina eacute caracterizada pela faixa etaacuteria de 20 a 59 anos uma sugestatildeo eacute que se definam por grupos etaacuteriosas causas de adoecimento e morte mais prevalentes e a partir disso sejam estruturadas as accedilotildees de sauacutede
Uma sugestatildeo eacute vocecirc utilizar as informaccedilotildees contidas no quadro a seguir para construir o perfil da sua populaccedilatildeo masculina
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Quadro 02 ndash Indicadores para a anaacutelise do perfil da populaccedilatildeo masculina
Cadastro do nuacutemero de indiviacuteduos masculinos entre 20 e 59 anos
Homens diabeacuteticos cadastrados
Homens diabeacuteticos acompanhados
Homens hipertensos cadastrados
Homens hipertensos acompanhados
Homens com tuberculose cadastrados
Homens com tuberculose acompanhados
Homens com hanseniacutease cadastrados
Homens com hanseniacutease acompanhados
Hospitalizaccedilotildees ocorridas no mecircsPor abuso de aacutelcoolPor complicaccedilotildees do DiabetesPor outras causas
Internaccedilotildees em hospital psiquiaacutetrico
Oacutebitos ocorridos no mecircs
Fonte (UFSC 2013 adaptado)
Saiba
SitesConsulte os links a seguir para saber mais sobre o assunto
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42 inserccedilatildeo da atenccedilatildeo e cuidado ao Homem no processo de trabalHo da equipe de sauacutede da famiacutelia
Para alcanccedilar a efetividade desejada na atenccedilatildeo baacutesica consideram-se neces-saacuterios o planejamento e a implementaccedilatildeo de accedilotildees de sauacutede em cada contexto Esses exigem conhecimentos detalhados sobre as condiccedilotildees de vida das pessoas que ali residem sobre as especificidades do processo de organizaccedilatildeo das accedilotildees realizadas na assistecircncia agrave sauacutede e gestatildeo do trabalho das equipes e dos profissio-nais envolvidos Assim pode-se delinear o que eacute necessaacuterio e o que eacute possiacutevel se realizarem um determinado local (KRUG et al 2010)
O processo de trabalho na Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia eacute caracterizado pela interdisciplinaridade e pelo trabalho em equipe Haacute uma soma dos diversos saberes e das praacuteticas das categorias profissionais por meio de uma abordagem integral e resolutiva (BRASIL 2012b)
O trabalho em equipe eacute tido como proposta estrateacutegica para enfrentar o intenso processo de especializaccedilatildeo na aacuterea da sauacutede Esse processo caracteriza-se pelo aprofundamento vertical do conhecimento e da intervenccedilatildeo em aspectos individu-alizados das necessidades de sauacutede (PAVONI MEDEIROS 2009)
Sendo assim o ideal eacute mobilizar toda a equipe para que juntos possam efeti-vamente planejar as accedilotildees que seratildeo desenvolvidas para a populaccedilatildeo masculina Para ajudar nesse processo relembramos algumas caracteriacutesticas do processo de trabalho das equipes de atenccedilatildeo baacutesica
I Definiccedilatildeo do territoacuterio de atuaccedilatildeo e da populaccedilatildeo sob a responsabilidade das unidades baacutesicas de sauacutede e das equipes
II Programaccedilatildeo e implementaccedilatildeo das atividades de atenccedilatildeo agrave sauacutede de acordo com as necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo com a priorizaccedilatildeo de inter-venccedilotildees cliacutenicas e sanitaacuterias nos problemas de sauacutede segundo criteacuterios de frequecircncia risco vulnerabilidade
III Desenvolvimento de accedilotildees que priorizem os grupos de risco e os fatores de risco cliacutenico-comportamentais alimentares eou ambientais com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a persistecircncia de doenccedilas e danos evitaacuteveis
IV Realizaccedilatildeo do acolhimento com escuta qualificada classificaccedilatildeo de risco avaliaccedilatildeo de necessidade de sauacutede e anaacutelise de vulnerabilidade tendo em vista a responsabilidade da assistecircncia resolutiva agrave demanda espontacircnea e o primeiro atendimento agraves urgecircncias
V Prover atenccedilatildeo integral contiacutenua e organizada agrave populaccedilatildeo adscrita
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VI Desenvolvimento de accedilotildees educativas que possam interferir no processo de sauacutede-doenccedila da populaccedilatildeo no desenvolvimento de autonomia individual e coletiva e na busca por qualidade de vida pelos usuaacuterios
VII Desenvolvimento de accedilotildees intersetoriais integrando projetos e redes de apoio social voltados para o desenvolvimento de uma atenccedilatildeo integral
VIII Realizaccedilatildeo de atenccedilatildeo domiciliar destinada a usuaacuterios que possuam problemas de sauacutede controladoscompensados e com dificuldade ou impos-sibilidade fiacutesica de locomoccedilatildeo ateacute uma unidade de sauacutede que necessitam de cuidados com menor frequecircncia e menor necessidade de recursos de sauacutede e do cuidado compartilhado com as equipes de atenccedilatildeo domiciliar nos demais casos
Fonte (BRASIL 2012b grifo nosso)
Como jaacute vimos vaacuterios estudos apontam que os homens padecem mais de condiccedilotildees severas e crocircnicas de sauacutede em comparaccedilatildeo agraves mulheres e igualmente morrem mais do que as mulheres pelas mesmas causas de morte Mesmo com o aumento dos iacutendices de morbimortalidade eles natildeo costumam procurar as unidades baacutesicas de sauacutede para orientaccedilatildeo ou prevenccedilatildeo de alguma patologia e quando buscam esses serviccedilos jaacute estatildeo com alguma doenccedila instalada portanto o desafio das equipes de sauacutede da famiacutelia eacute inverter esse padratildeo e encontrar formas de estimular a populaccedilatildeo masculina para accedilotildees de prevenccedilatildeo e cuidados agrave sauacutede (SILVA etal 2012 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 FIGUEIREDO 2005 SCHRAIBER et al 2010)
Eacute mais do que chegada a hora de se distanciar do modelo biomeacutedico pres-critivo que natildeo enfatiza a prevenccedilatildeo mas que ainda predomina nos serviccedilos de sauacutede e estaacute arraigado na cultura masculina Deve-se ter um olhar integral no aten-dimento a essa populaccedilatildeo no qual se priorizam as necessidades que vatildeo aleacutem daquilo que a cliacutenica pode detectar (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)Tambeacutem eacute necessaacuterio que os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica verdadeiramente entendamo papel de cada um para que efetivamente a PNAISH possa ser implan-tada nas unidades de sauacutede
A equipe da atenccedilatildeo baacutesica eacute de fundamental importacircncia no processo de estiacute-mulo agrave populaccedilatildeo masculina pela procurados serviccedilos de sauacutede Diversos esforccedilos devem ser investidos para trazer essa populaccedilatildeo para participar de atividades de
43 accedilotildees da equipe de sauacutede da famiacutelia Voltadas para a sauacutede do Homem
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prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Para tal vale acionar familiares na captaccedilatildeo dessa populaccedilatildeo A mulher que geralmente eacute quem procura a unidade sendo essa esposa matildee ou irmatilde eacute um canal interessante para se discutir a importacircncia de trazer seus familiares do sexo masculino para consultas de rotina (BRASIL 2008a) E como fazer isso
Na seccedilatildeo 41 deste livro vocecirc recebeu orientaccedilotildees sobre como conhecer a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea Agora eacute hora de reunir a equipe de sauacutede e planejar as accedilotildees visando agrave melhoria dos indicadores e agrave qualidade de vida dessa populaccedilatildeo A seguir sugerimos alguns exemplos de accedilotildees que podem ser desen-volvidas por vocecirc e sua equipe
raquo Analisar a situaccedilatildeo de sauacutede da populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea adscrita observando as principais causas de morbidade internaccedilatildeo e mortalidade
raquo Estabelecer accedilotildees levando em consideraccedilatildeo os fatores socioeconocircmicos de morbimortalidade eculturais locais que determinam ou condicionam o modo de vida dos indiviacuteduos respeitando tambeacutem as diferenccedilas de idade jaacute que esse grupo populacional envolve homens na faixa etaacuteria de 20 e 59 anos
raquo Realizar a busca ativa de homens para a realizaccedilatildeo de ao menos uma consultaano
raquo Informar a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea a respeito da importacircncia da promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos aos homens
raquo Facilitar o acesso com oferta de atendimento em horaacuterios alternativos adequados agrave populaccedilatildeo masculina
raquo Promover o acolhimento realizando atendimento humanizado
raquo Realizar accedilotildees visando principalmente agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao estiacutemulo ao autocuidado e agrave adesatildeo de homens aos serviccedilos de sauacutede Satildeo exemplos de accedilotildees orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da populaccedilatildeo masculina quanto agraves medidas disponiacuteveis para detecccedilatildeo precoce do cacircncer de proacutestata em pacientes sinto-maacuteticos e com disfunccedilatildeo ereacutetil entre outros agravos do aparelho geniturinaacuterio
raquo Incorporar os homens nas accedilotildees e atividades educativas voltadas para o plane-jamento familiar
raquo Estimular a participaccedilatildeo paterna no preacute-natal parto puerpeacuterio e no cresci-mento e desenvolvimento da crianccedila
raquo Ofertar exames previstos para homens que participam do preacute-natal masculino
raquo Realizar accedilotildees educativas para a prevenccedilatildeo de violecircncias e acidentes e uso de aacutelcool e outras drogas
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Vocecirc sabia
O Ministeacuterio da Sauacutede vem apoiando estrateacutegias que estimulem e facilitem o acesso dos homens agraves unidades baacutesicas de sauacutede Como alternativa desde 2010 propocircs durante o I Seminaacuterio Inter-nacional de Sauacutede do Homem das Ameacutericas a implantaccedilatildeo do preacute-natal masculino como comple-mento agrave PNAISH na Atenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede
O objetivo eacute fazer com que os profissionais de sauacutede incentivem o homem a acompanhar as con-sultas do preacute-natal durante os nove meses de gestaccedilatildeo da parceira e aproveitem esse momento para realizar exames preventivos e assim promover o acesso dos homens aos serviccedilos de sauacutede
O princiacutepio baacutesico eacute estimular a participaccedilatildeo e inclusatildeo do homem nas accedilotildees de planejamento de sua vida sexual e reprodutiva focando inclusive na paternidade responsaacutevel ou seja o homem precisa se cuidar para cuidar da famiacutelia A proposta tem relaccedilatildeo com o fortalecimento do viacutenculo homem-mulher e pai-filho(a) podendo este ter reflexo sobre a reduccedilatildeo da violecircncia domeacutestica (SANTOS FERREIRA 2013)
Na Paraiacuteba desde o ano de 2009 foi instituiacuteda a Semana Estadual da Sauacutede do Homem (Lei Ndeg 8772 de 15 de abril de 2009) Desde essa eacutepoca vaacuterios eventos aconteceram com o objetivo de implantar e implementar a PNAISH no Estado
A primeira semana foi intitulada ldquoAlerta Homemrdquo por meio da qual se definiu um conjunto de accedilotildees que foram efetivadas pela Secretaria de Estado da Sauacutede em parceria com outras instacircncias go-vernamentais e natildeo governamentais inclusive com a Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) por intermeacutedio do Laboratoacuterio de Estudos e Pesquisas Masculinidades e Sauacutede vinculado ao Progra-ma de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Enfermagem que participou dessa semana com accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede
Saiba
Sites
Para vocecirc conhecer mais sobre essa experiecircncia veja o link a seguir
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raquo Responsabilizar a cada semana um profissional pelo desenvolvimento de alguma atividade especiacutefica ao homem
raquo Divulgar as accedilotildees propostas para os homens por meio dos agentes comunitaacute-rios de sauacutede e da populaccedilatildeo feminina que frequenta a unidade de sauacutede
raquo Comemorar o Dia Internacional do Homem (tambeacutem conhecido como Novembro Azul) Vale planejar com a equipe accedilotildees de prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos e promoccedilatildeo da sauacutede voltadas agrave populaccedilatildeo masculina
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Em Pernambuco tambeacutem foi instituiacuteda a Semana Estadual de Sauacutede do Homem por meio da Lei Nordm 14158 de 17 de setembro de 2010 que determina a comemoraccedilatildeo e realizaccedilatildeo de accedilotildees voltadas a essa populaccedilatildeo na segunda semana de agosto Saiba mais consultando o link lthttplegisalepepegovbrarquivoTextoaspxtiponorma=1ampnumero=14158ampcomplemento=0ampano=2010amptipo=gt Acesso em 1 out 2013
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Execuccedilatildeo
Financiamento
Universidade Aberta do SUS
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Na proacutexima fase desta disciplina vocecirc teraacute a oportunidade de estudar sobre algumas dessas enfermidades e agravos como hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes mellitus doenccedilas pulmonares (Doenccedila Pulmonar Obstrutiva Crocircnica ndash DPOC asma e pneumonias comunitaacuterias) doenccedilas osteoarticulares aleacutem das doenccedilas transmissiacuteveis (tuberculose hepatites virais e aids) e tabagismo Aqui abordaremos outras importantes causas de morbimortalidade no homem causas externas alguns tumores sobretudo o da proacutestata e o alcoolismo
221 morbidade
Atenccedilatildeo
Do ponto de vista de anaacutelise da morbidade eacute preciso comentar que os dados a seguir se referem aos casos mais graves que necessitaram de internaccedilatildeo
causas externas
Aleacutem do sofrimento fiacutesico psiacutequico e social determinado pelos acidentes e as violecircncias que caracterizam as causas externas haacute de se considerar o enorme impacto econocircmico mensurado pelos seus gastos hospitalares inclusive em dias de permanecircncia em unidades de terapia intensiva (BRASIL 2012a)
Em 2010 foram realizadas 928893 internaccedilotildees hospitalares por causas externas nos serviccedilos financiados pelo SUS caracterizado da seguinte forma
raquo os homens representavam 705 das internaccedilotildees por essas causas
raquo a taxa de internaccedilatildeo hospitalar foi 485 por 10 mil habitantes sendo 69610 mil homens
raquo o risco de internaccedilatildeo entre os homens foi 25 vezes maior que o estimado entre as mulheres
raquo no periacuteodo de 2000 a 2010 a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por causas externas apresentou aumento progressivo (77 em 2000 para 104 em 2010)
Na tabela a seguir pode-se observar que em 2010 os acidentes por transporte terrestre responderam por 157 das hospitalizaccedilotildees com risco e 76 internaccedilotildees por 10 mil habitantes Estimou-se maior risco de internaccedilatildeo entre os homens (122 internaccedilotildees por 10 mil homens) em comparaccedilatildeo com as mulheres (32 internaccedilotildees por 10 mil mulheres) (BRASIL 2012a)
15
Tabela 01 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa de internaccedilatildeo (por 10 mil habitantes) por causas externas - Brasil 2010
CaracteriacutesticasSexo
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria
0 a 9 anos 57308 88 344 32342 118 202 89650 97 275
10 a 14 anos 41832 64 499 13120 48 162 54952 59 333
15 a 19 anos 58005 86 681 15359 56 186 73364 79 437
20 a 39 anos 274566 419 862 68964 252 213 343530 370 534
40 a 59 anos 153889 235 769 63445 232 290 217334 234 519
60 a mais 69342 106 801 80721 295 750 150063 162 772
Acidentes 537420 821 571 224348 819 230 761768 820 398
Acidente de transporte terrestre
114383 175 122 31652 116 32 146035 157 76
Pedestres 27612 42 29 11649 43 12 39261 42 21
Motociclistas 58508 89 62 11444 42 12 69952 75 37
Ocupantes de veiacuteculos 11690 18 12 4353 16 04 16043 17 08
Quedas 241892 369 257 121601 444 125 363493 397 190
Quedas no mesmo niacutevel 81112 124 86 47378 173 49 128490 138 67
Quedas de um mesmo niacutevel a outro
41623 64 44 17542 64 18 59165 64 31
Quedas natildeo especificadas 119157 182 127 56681 207 58 175838 189 92
Demais acidentes 181145 277 193 71095 260 73 252240 272 132
Violecircncias 43444 66 46 11940 44 12 55384 60 29
Lesotildees autoprovocadas 5173 08 06 3561 13 04 8734 09 05
Agressotildees e intervenccedilotildees legais
38271 58 41 8379 31 09 46650 50 24
Armas de fogo 10835 17 12 1069 04 01 11904 13 06
Peacuterfuro-cortante 9953 15 11 1860 07 02 11813 13 06
Eventos de intenccedilatildeo indeterminada
31252 48 33 13462 49 14 44714 48 23
Demais causas externas 86270 132 92 36141 132 37 122411 132 64
Total 654942 1000 696 273951 1000 281 928893 1000 485
Fonte (BRASIL 2011a p212)
Conforme apresentado no graacutefico a seguir as causas externas satildeo responsaacute-veis por 118 dos gastos com todas as hospitalizaccedilotildees financiadas pelo SUS no Brasil As capitais da Paraiacuteba e Pernambuco tiveram respectivamente 92 e 83 dos gastos com causas externas (BRASIL 2011a)
16
Graacutefico 01 ndash Proporccedilatildeo dos gastos do SUS com internaccedilotildees por causas externas nas capitais e Distrito Federal
Satildeo Luiacutes
Vitoacuteria
Maceioacute
Manaus
Recife
Porto Alegre
Joatildeo Pessoa
Rio de Janeiro
Terresina
Cuiabaacute
Salvador
Fortaleza
Brasiacutelia
Natal
Brasil
Aracaju
Boa Vista
Curitiba
Goiacircnia
Satildeo Paulo
Belo Horizonte
Florianoacutepolis
Macapaacute
Beleacutem
Rio Branco
Porto Velho
Campo Grande
Palmas
FONTE (BRASIL 2011a p 214)
tumores
Os tumores que incidem com maior frequecircncia na faixa etaacuteria dos 25 aos 59 anos satildeo oriundos dos aparelhos digestivo respiratoacuterio e urinaacuterio Cerca de 432 de todos os tumores assinalados na CID 10 Capiacutetulo II tecircm origem no aparelho digestivo (BRASIL 2008a)
O cacircncer da proacutestata eacute uma neoplasia que geralmente apresenta evoluccedilatildeo muito lenta de modo que a mortalidade pode ser evitada quando o processo eacute diagnosticado e tratado com precocidade Uma estimativa realizada pelo Instituto Nacional do Cacircncer (INCA) para o aparecimento de novos casos de cacircnceres no ano de 2008 aponta o cacircncer de proacutestata como sendo o mais frequente sendo superado apenas pelo cacircncer de pele natildeo melanoma (VIEIRA et al 2008)
17
Ao se falar de neoplasias malignas do aparelho urinaacuterio natildeo se pode deixar de mencionar o cacircncer de pecircnis Trata-se de um tumor raro relacionado com as baixas condiccedilotildees socioeconocircmicas e a maacute higiene iacutentima No Brasil esse cacircncer representa cerca de 2 de todas as neoplasias que atingem o homem sendo mais frequente nas regiotildees Norte e Nordeste existindo estados como eacute o caso do Maranhatildeo em que sua incidecircncia supera ateacute a do cacircncer de proacutestata (BARROS MELO 2009)
Dados do INCA referentes aos tumores malignos na populaccedilatildeo masculina dos estados da Paraiacuteba e Pernambuco apontam que o cacircncer de proacutestata eacute o que apre-senta maior incidecircncia conforme mostra a tabela a seguir
Tabela 02 ndash Taxa de incidecircncia anual de neoplasias malignas por 100000 habitantes por localizaccedilatildeo segundo Regiatildeo e UF sexo masculino Brasil 2010 e 2011
Regiatildeo e UF
Pulmatildeo
traqueia e
brocircnquios
Esocircfago Estocircmago
Coacutelon junccedilatildeo
retossigmoacuteide
reto e acircnus
Proacutestata
Laacutebio e
cavidade
oral
Melanoma
maligno da
pele
Outras
neoplasias
malignas da
pele
Paraiacuteba 730 438 1046 462 4369 843 102 7368
Pernambuco 1250 471 1065 653 5783 867 132 6060
Fonte (INCA c2013 adaptado)
alcoolismo
Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) apontam que cerca de 2 bilhotildees de pessoas consomem bebidas alcooacutelicas no mundo O uso abusivo do aacutelcool eacute responsaacutevel por 32 de todas as mortes e por 4 de todos os anos perdidos de vida uacutetil Na Ameacuterica Latina cerca de 16 dos anos de vida uacutetil perdidos estatildeo relacionados ao uso abusivo dessa substacircncia Esse iacutendice eacute quatro vezes maior que a meacutedia mundial e torna o problema da prevenccedilatildeo e do tratamento dos trans-tornos associados ao consumo de aacutelcool um grande problema de sauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
Estudos revelam que o uso do aacutelcool estaacute sendo iniciado cada vez mais preco-cemente por homens e mulheres Portanto torna-se fundamental avaliar os deter-minantes sociais de vulnerabilidade do homem em relaccedilatildeo aos problemas com o aacutelcool para a construccedilatildeo de accedilotildees efetivas de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede mental desse segmento inclusive para jovens e adolescentes (LARANJEIRA et al 2007 SENA et al 2011)
Segundo o Centro Brasileiro de Informaccedilotildees sobre Drogas Psicotroacutepicas (CEBRID) o consumo de aacutelcool e outras drogas estaacute associado a transtornos graves e afetam pelo menos 12 da populaccedilatildeo acima de 12 anos sendo o impacto do aacutelcool dez vezes maior que o do conjunto das drogas iliacutecitas (UNIFESP 2006 BRASIL 2008a)
18
Laranjeira et al (2007) realizaram uma pesquisa intitulada ldquoPrimeiro Levan-tamento Nacional sobre Padratildeo de Consumo de Aacutelcool na Populaccedilatildeo Brasileirardquo cujos resultados apontaram que 52 dos brasileiros acima de 18 anos bebem pelo menos uma vez ao ano e destes 65 satildeo homens A prevalecircncia de depen-dentes de aacutelcool eacute maior para o sexo masculino em que 195 dos homens satildeo dependentes do aacutelcool enquanto 69 das mulheres apresentam dependecircncia Segundo esses dados para cada seis pessoas do sexo masculino que faz uso de aacutelcool uma fica dependente Destaca-se ainda que do conjunto dos homens adultos 11 bebem todos os dias e 28 consomem bebida alcooacutelica de 1 a 4 vezes por semana conforme apresentado na tabela a seguir
Tabela 03 ndash Frequecircncia de consumo de bebida alcooacutelica em homens e mulheres com idade a partir de 18 anos
Frequecircncia de ConsumoA partir de 18 anos
Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstinentes (nunca bebeu ou menos de 1 vez por ano) 35 59 48
Raramente (menos de 1 vez por mecircs) 8 12 10
Ocasional (de 1 a 3 vezes por mecircs) 19 16 17
Frequente ( de 1 a 4 vezes por semana) 28 11 19
Muito frequente (todos os dias) 11 2 6
Quantidade usual Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Ateacute 2 doses 38 63 48
De 3 a 4 doses 25 19 22
de 5 a 11 doses 27 14 22
Bebe mais de 12 doses por ocasiatildeo 11 3 7
Intensidade do beber Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstecircmio 35 59 48
Bebedor natildeo frequente 12 16 14
Bebedor menos frequente 16 13 15
Bebedor frequente 22 9 15
Bebedor frequente pesado 14 3 9
Dependecircncia (criteacuterios de CID-10) Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
14 4 9
Fonte (BRASIL 2008a p14)
outras causas de morbidade
No periacuteodo de 2000 a 2010 observou-se que a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por doenccedilas cardiovasculares manteve-se constante e as hospitalizaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio apresentaram reduccedilatildeo no mesmo periacuteodo (BRASIL 2012a)
No graacutefico apresentado a seguir podem-se observar quanto agrave morbidade as sete causas que respondem pela internaccedilatildeo da maioria dos homens em ordem decrescente de ocorrecircncia
19
raquo As lesotildees os envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas satildeo a primeira causa de internaccedilatildeo para homens entre 20 e 49 anos de idade e a terceira para aqueles entre 50 e 59 anos
raquo As doenccedilas do aparelho digestivo satildeo a segunda causa para todas as faixas etaacuterias
raquo Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias satildeo a terceira causa para homens de 20 a 29 anos transtornos mentais e comportamentais entre 30 e 39 anos e doenccedilas do aparelho circulatoacuterio entre 40 e 49 anos
raquo Para os homens de 50 a 59 anos a principal causa de internaccedilatildeo satildeo as doenccedilas do aparelho circulatoacuterio (SCHWARZ et al 2012)
Graacutefico 02 ndash Porcentagem () das principais causas de internaccedilatildeo em homens por faixa etaacuteria Brasil 2010
Faixa etaacuteria em anos
35
30
25
20
15
10
5
0
I Algumas doenccedilas infecciosas e parasitaacuteriasII Neoplasias (tumores)V Transtornos mentais e comportamentais IX Doenccedilas do aparelho circulatoacuterioX Doenccedilas do aparelho respiratoacuterioXI Doenccedilas do aparelho digestivoXIX Lesotildees envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas
Fonte (SCHWARZ et al 2012 adaptado)
As principais causas de internaccedilotildees por enfermidades do aparelho respiratoacuterio estatildeo assinaladas no graacutefico a seguir
20
Graacutefico 03 ndash Internaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio 2007
Outras 57CID XI 15CID IX 13CID II 6CID X 9 (165369)
Pneumonia 43 (70535)Outras 29 (48489)DPOC 12 (20948)Asma 11 (18457)Tuberculose 5 (6940)
Fonte (BRASIL 2008a p26 adaptado)
Em relaccedilatildeo agraves doenccedilas do aparelho respiratoacuterio as que apresentaram maior incidecircncia foram as pneumonias (43) adoenccedila pulmonar obstrutiva crocircnica (12) e a tuberculose que mesmo apresentando o menor percentual de casos de internaccedilatildeo (5) destaca-se pela importacircncia do ponto de vista dasauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
21
Graacutefico 04 ndash Percentual de internaccedilotildees hospitalares pelo aparelho circulatoacuterio na populaccedilatildeo masculina dos 25ndash59 anos 2007
Outras 277CID V 165CID XIX151CID XI 134CIN IX 120 CIN X 80 CIN I 73
Coronariopatias 405 (59717)Outras 396 (58355)Hipertensatildeo 187 (27569)Febre reumaacutetica miocardiopatias 12 (1713)
Fonte (BRASIL 2008a p27 adaptado)
Entre os fatores de morbidade natildeo se pode deixar de mencionar as disfun-ccedilotildees sexuais notadamente a disfunccedilatildeo ereacutetil que acomete cerca da metade dos homens depois dos cinquenta anos (BRASIL 2008a p27)
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto acesse
MOURA E C MALTA D C Consumo de bebidas alcooacutelicas na populaccedilatildeo adulta brasileira ca-racteriacutesticas sociodemograacuteficas e tendecircncia RevBrasEpidemiol 2011 14(1) Supl 61- 70 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfrbepidv14s1a07v14s1pdfgt Acesso em 27092013
LARANJEIRA R et al I Levantamento nacional sobre os padrotildees de consumo de aacutelcool na popu-laccedilatildeo brasileira Brasiacutelia Secretaria Nacional Antidrogas 2007 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesrelatorio_padroes_consumo_alcoolpdfgt Acesso em 27 set 2013
22
222 mortalidade
Em relaccedilatildeo agrave mortalidade ao longo de toda a uacuteltima deacutecada foi observada maior proporccedilatildeo de oacutebitos entre homens que entre mulheres na faixa etaacuteria adulta especialmente jovens adultos (de 15 a 39 anos de idade) Diversos estudos mostram que as causas externas de mortalidade (acidentes e violecircncias) satildeo extre-mamente importantes entre os adultos especialmente para homens jovens No sexo masculino elas representaram 64 dos oacutebitos de 20 a 39 anos enquanto que no sexo feminino o percentual foi de 23 Mesmo observando uma reduccedilatildeo no diferencial entre homens e mulheres no periacuteodo entre 2000 e 2010 os homens ainda morrem mais que as mulheres conforme apresenta o graacutefico a seguir (BRASIL 2011b BRASIL 2011c LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005 MARANHAtildeO et al 2011)
Graacutefico 05 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo Brasil 2000 2005 e 2010
2000 2005 2010
584 58 573
415 42 427
0
10
20
30
40
50
60
70
Masculino
Feminino
Fonte (BRASIL 2012a p112 adaptado)
O proacuteximo graacutefico apresenta as curvas de mortalidade proporcional para homens e mulheres que tecircm padrotildees diferentes entre os anos principalmente para os grupos de adultos e idosos indicando um padratildeo de mortalidade mais tardia entre as mulheres Na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos houve um maior percen-tual de oacutebitos dos homens (381 em 2000 e 374 em 2010) quando comparado ao das mulheres (25 em 2000 e 232 em 2010) (BRASIL 2012a)
23
Graacutefico 06 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo e o ano do oacutebito por faixa etaacuteria Brasil 2000 e 2010
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1a 9 19 36 381
30 374 20 18 250
lt1 a 85 399241 11 13 232
ge 60 anos 479 547 620 703
Feminino 2000Masculino 2010Masculino 2000
Feminino 2010
10 a 19 20 a 59
11
Fonte (BRASIL 2012a p113)
Quadro 01 ndash Quatro principais causas especiacuteficas de mortalidade entre 20 e 59 anos (nesta ordem)homens 2010
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste Eventos Int Indeterminada Suiciacutedio
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste D HIV Cirosse e D Fiacutegado
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Acidentes de transporte terreste D Cerebrovasculares
Fonte (BRASIL 2012a adaptado)
24
Dados de 2012 mostram que no Brasil as causas externas representam a primeira causa mais frequente de morte na populaccedilatildeo masculina entre 20 a 59 anos configurando-se como um grande desafio aos gestores puacuteblicos e profissio-nais sobretudo os da sauacutede pois se deve ultrapassar a dimensatildeo da assistecircncia e reabilitaccedilatildeo das viacutetimas ocupando-se tambeacutem da promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e vigilacircncia epidemioloacutegica de acidentes e violecircncias (BRASIL 2012a)
Os homens no Brasil apresentam um risco de morte por causas externas 51 vezes maior que as mulheres Quanto agrave idade vale destacar as altas taxas de mortalidade por causas externas observadas a partir dos 19 anos de idade em especial entre os adultos jovens de 20 a 39 anos de idade e os idosos com 60 e mais anos de idade O risco de morte por causas externas foi de 100 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os adultos jovens e de 1104 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os idosos (BRASIL 2012a)
A anaacutelise do risco de morte por causas externas segundo regiotildees geograacute-ficas demonstrou uma distribuiccedilatildeo menos desigual que nas anaacutelises anteriores segundo atributos de idade e sexo sendo que taxas de mortalidade apenas ligei-ramente superiores foram encontradas nas regiotildees Centro-Oeste (853 por oacutebitos por 100 mil habitantes) Nordeste (755 oacutebitos por 100 mil habitantes) e Sul (746 oacutebitos por 100 mil habitantes) (BRASIL 2012a)
Tabela 04 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa bruta de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externas segundo sexo faixa etaacuteria e regiotildees geograacuteficas Brasil 2009
CaracteriacutesticasSexo a
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria b
0 a 9 anos 2517 22 151 1594 68 100 4111 30 126
10 a 14 anos 1740 15 208 733 31 90 2473 18 150
15 a 19 anos 11780 102 1384 1629 70 197 13409 97 799
20 a 39 anos 57656 500 1810 6105 282 204 64261 463 1000
40 a 59 anos 26305 228 1315 1586 196 210 30891 223 738
60 a mais 13342 116 1541 8109 346 753 21451 155 1104
Ignorado 1904 17 - 179 08 - 2083 15 -
Regiatildeo
Norte 9317 81 1199 1508 64 199 10825 78 705
Nordeste 34639 301 1317 5807 248 213 40446 292 755
Sudeste 44360 385 1125 10405 444 251 54765 395 677
Sul 17023 148 1246 3652 156 260 20675 149 746
Centro-Oeste 9826 85 1428 2023 86 288 11849 85 853
Total 115244 1000 1225 23435 1000 241 138679 1000 724
a) Excluiacutedos 137 registros com sexo ignorado
b) Excluiacutedos 119 registros com regiatildeo de residecircncia ignorada
Fonte (BRASIL 2011b p234 adaptado)
25
Embora natildeo exista grande diferenccedila nos coeficientes de mortalidade por neoplasias malignas eacute preciso destacar que entre os homens predominam os cacircnceres de pulmatildeo vindo a seguir os de proacutestata e o de estocircmago A anaacutelise de seacuteries histoacutericas de mortalidade no Brasil mostra claramente a importacircncia cres-cente do cacircncer de proacutestata que jaacute suplanta a neoplasia maligna de estocircmago haacute alguns anos (LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005)
No estado da Paraiacuteba o que se percebe eacute que em relaccedilatildeo agrave mortalidade por cacircnceres na populaccedilatildeo masculina o tumor da proacutestata jaacute se destaca como o de maior prevalecircncia aleacutem de ter tendecircncia crescente em relaccedilatildeo aos periacuteodos 2002 ndash2006 e 2007ndash2011
Graacutefico 07 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Paraiacuteba para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
2002-2006 2007-2011
158
109
96
62
52
52
5
49
38
31
31
3
24
1
207
191
104
10
36
5
36
49
46
46
37
37
32
23
1
20
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Por outro lado no estado de Pernambuco o cacircncer de proacutestata tambeacutem apre-senta maior prevalecircncia em relaccedilatildeo aos outros tumores mas mesmo apresen-tando tendecircncia a aumento no periacuteodo avaliado natildeo foi tatildeo significativo quanto no estado da Paraiacuteba Outro ponto de destaque eacute a tendecircncia agrave diminuiccedilatildeo nos tumores de traqueia brocircnquios pulmotildees fiacutegado e vias biliares
26
Graacutefico 08 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Pernambuco para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
179
91
128
184
183
92
122
184
3
46
39
65
43
44
33
35
36
32
14
35
5
34
61
46
38
34
37
41
3
14
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
2002-2006 2007-2011
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Dentre as doenccedilas do aparelho digestivo podem-se destacar as doenccedilas do fiacutegado que em 2005 foram responsaacuteveis por 70 das causas de morte de homens de 25ndash59 anos Destas 46 devem-se agrave doenccedila por consumo de aacutelcool 36 agrave fibrose e cirrose e 18 a outras doenccedilas do fiacutegado (BRASIL 2008a)
Por outro lado em relaccedilatildeo agrave mortalidade proporcional de acordo com os capiacute-tulos da CIDndash10 entre homens apresenta uma tendecircncia de reduccedilatildeo da proporccedilatildeo de oacutebitos por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio e tendecircncia de aumento nas seguintes causas neoplasias doenccedilas endoacutecrinas e causas externas (BRASIL 2012a)
27
Graacutefico 09 ndash Mortalidade proporcional () por capiacutetulos da CID no sexo masculino Brasil 2000 e 2010
IX II XX X IV OUTRAS
294 135 18 105 47 238
285 16 187 104 53 211
0
5
10
15
20
25
30
35
2000
2010
Fonte (BRASIL 2012a p121 adaptado)
Saiba
SitesPara realizar uma anaacutelise mais detalhada do perfil de mortalidade masculina consulte o material Mortalidade do adulto no Brasil taxas de mortalidade segundo o sexo as causas e as Regiotildees 2010 disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrportalsaudearquivospdf2013Fev21sau-debrasil2011_parte1_cap7pdfgt Acesso em 25 set 2013
Leia tambeacutem o Perfil da situaccedilatildeo de sauacutede do homem no Brasil (2012) disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Perfil-da-Situa----o-de-Sa--de-do-Homem-no--Brasilpdfgt Acesso em 26 ago 2015
Nos artigos a seguir os autores fazem uma discussatildeo ampliada sobre as principais causas de morbimortalidade masculina
LAURENTI R JORGE M H P de M GOTLIEB S L D Perfil epidemioloacutegico da morbimortalidade masculina Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 10 n 1 p 35-46 janmar 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfcscv10n1a04v10n1pdfgt Acesso em 30 set 2013
LUIZAGA C T de M GOTLIEB S L D Mortalidade masculina em trecircs capitais brasileiras 1979 a 2007 RevBrasEpidemiolv 16 n 1 p 87-99 2013 Disponiacutevel emlthttpwwwscielobrpdfrbe-pidv16n11415-790X-rbepid-16-01-0087pdfgt Acesso em 25 set 2013
IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) A qualidade da informaccedilatildeo sobre a mortalidade no Brasil recente e avaliaccedilatildeo do impacto das causas violentas no nuacutemero de anos de vida perdi-dos In IBGE Indicadores Sociodemograacuteficos e de Sauacutede no Brasil n 25 Rio de Janeiro IBGE 2009 Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoindic_sociosaude2009indicsaudepdfgt Acesso em 25092013
VIEIRA S O cacircncer e a sauacutede do homem um panorama completo dos tumores que acometem a populaccedilatildeo masculina Revista Oncoamp ndash Oncologia para todas as especialidadesSatildeo Paulo a 2 n 11 p 12-18 maiojun 2012 Disponiacutevel emlthttprevistaoncocombrwp-contentuploa-ds201205ONCO_11pdfgt Acesso em 25 set 2013
28
Para vocecirc ter acesso a dados sobre morbimortalidade da populaccedilatildeo masculina dos estados de Paraiacuteba e Pernambuco acesse os links abaixo
TABNET ndash OacuteBITOSPARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttptabnetsaudepbgovbrdeftohtmexetabdotabnetsimpbdefgt Acesso em 25 set 2013
ATLAS DE MORTALIDADE POR CAcircNCER ndash INCA (Instituto Nacional de Cacircncer) Disponiacutevel em lthttpmortalidadeincagovbrMortalidadeprepararModelo04actiongt Acesso em 25 set 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttppor-talweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO ndash Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PERNAMBUCO Disponiacutevel em lthttpportalweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
Nos links para acesso ao Pacto pela Sauacutede apoacutes abrir a paacutegina do SISPACTO clique em relatoacute-rios que aparece no lado esquerdo da tela Em seguida clique em relatoacuterios estaduais e localize o estado que vocecirc desejar consultar
3 programas poLiacuteticas e pactos de sauacutede para o homem no BrasiL
A seguir descreveremos os principais programas poliacuteticas e pactos que tecircm relaccedilatildeo com a sauacutede do homem no Brasil Recomendamos que vocecirc consulte os links complementares para saber mais sobre cada um deles
31 pacto pela sauacutede
Aprovado por unanimidade pelo Conselho Nacional de Sauacutede (CNS) e publi-cado na Portaria GMMS nordm 399 de 22 de fevereiro de 2006 o Pacto pela Sauacutede eacute um conjunto de reformas institucionais do SUS pactuado entre as trecircs esferas de gestatildeo (Uniatildeo Estados e Municiacutepios) com o objetivo depromover a melhoria dos serviccedilos ofertados agrave populaccedilatildeo e a garantia de acesso a todos Tambeacutem redefine as responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da popu-laccedilatildeo e na busca da equidade social Sua adesatildeo se constituiem um processo de cooperaccedilatildeo permanente entre os gestores e negociaccedilatildeo local regional estadual e federal
O pacto pela sauacutede se divide em 3 eixos
1 Pacto em defesa do SUS defesa dos princiacutepios do SUS qualificaccedilatildeo do SUS como poliacutetica puacuteblica
2 Pacto pela gestatildeo do SUS processo continuado de pactuaccedilatildeo intergestores ndash responsabilidades sanitaacuterias e diretrizes de gestatildeo
3 Pacto pela vida compromisso entre os gestores do SUS em torno das respon-sabilidades nacionais estaduais regionais e municipais com definiccedilotildees de metas e accedilotildees
Por meio da Portaria nordm 325GM de 21 de fevereiro de 2008 o Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu novas prioridades objetivos metas e indicadores de monito-ramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede para o ano de 2008 no qual foi inserido
30
como uma das prioridades a Sauacutede do Homem cuja meta era a de promover a sauacutede integral do homem com a elaboraccedilatildeo publicaccedilatildeo e implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede do Homem
32 poliacutetica nacional de atenccedilatildeo inteGral agrave sauacutede do Homem (pnaisH)
Foi instituiacuteda por meio da Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Destaca- se por ser um programa pioneiro dentre os paiacuteses da Ameacuterica Latina lanccedilado apoacutes 20 anos de implantaccedilatildeo do SUS no Brasil Visa abranger a faixa etaacuteria de 20 a 59 anos melhorando a assistecircncia oferecida aos homens por meio de accedilotildees de informaccedilatildeo proteccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede assim como tratamento e recuperaccedilatildeo de agravos aleacutem de uma mudanccedila cultural no que diz respeito ao comportamento masculino nessa aacuterea (BRASIL 2008a)
A PNAISH estaacute alinhada com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash porta de entrada preferencial ao Sistema Uacutenico de Sauacutede ndash primando pela humanizaccedilatildeo da atenccedilatildeo e em consonacircncia com os princiacutepios do SUS fortalecendo accedilotildees e serviccedilos em redes e cuidados da sauacutede Ela norteia as accedilotildees de atenccedilatildeo integral
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto recomendamos que vocecirc veja os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Pacto pela SauacutedeSISPACTO - Aplicativo do Pacto pela Sauacutede Brasiacutelia Ministeacute-rio da Sauacutede [2011c] Disponiacutevel emlthttpportalweb04saudegovbrsispactogt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 399GM de 22 de fevereiro de 2006 Divulga o pacto pela sauacutede 2006 - Consolidaccedilatildeo do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a Disponiacutevel em lthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2006GMGM-399htmgt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 325 de 21 de fevereiro de 2008 Estabelece prioridades objetivos e metas do Pacto pela Vida para 2008 os indicadores de monitoramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede e as orientaccedilotildees prazos e diretrizes para a sua pactuaccedilatildeoBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacute-de 2008b Disponiacutevel emlthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2008GMGM-325htmgt Acesso em 27set 2013
MACHADO R R et al Entendendo o pacto pela sauacutede na gestatildeo do SUS e refletindo sua implementaccedilatildeo Rev Eletrocircnica de Enfermagem v 11 n 1 p 181-187 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfenufgbrfen_revis-tav11n1pdfv11n1a23pdfgt Acesso em 27set2013
31
agrave sauacutede do homem visando estimular o autocuidado e sobretudo o reconhe-cimento de que a sauacutede eacute um direito social baacutesico e de cidadania de todos os homens brasileiros (BRASIL 2008a)
Tem como objetivo principal
Promover a melhoria das condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo masculina do Brasil contri-buindo de modo efetivo para a reduccedilatildeo da morbidade e mortalidade dessa popu-laccedilatildeo atraveacutes do enfrentamento racional dos fatores de risco e mediante a facilitaccedilatildeo ao acesso agraves accedilotildees e aos serviccedilos de assistecircncia integral agrave sauacutede (BRASIL 2008a)
Aleacutem disso a PNAISH propotildee uma reorientaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede com foco na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) de modo que essa poliacutetica seja integrada e executada juntamente com as demais poliacuteticas programas estrateacutegias e accedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2008a)
Para refletir
Vocecirc jaacute teve oportunidade de discutir a PNAISH com os demais membros da equipe de sauacutedeQuais satildeo as accedilotildees desenvolvidas na sua unidade de sauacutede para os homens Como eacute a adesatildeo da popula-ccedilatildeo a essas accedilotildees Quais satildeo suas principais dificuldades
Saiba
Conheccedila o estudo que avaliou a implantaccedilatildeo da PNAISH em municiacutepios brasileiros Nele foram avaliados como estatildeo sendo desenvolvidas as accedilotildees de fortalecimento desta poliacutetica Estaacute disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Fortalecimento-da--PNAISHpdfgt Acesso em 01 fev 2015
SitesPara vocecirc conhecer mais sobre a PNAISH acesse os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Institui no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacute-de do Homem Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2009prt1944_27_08_2009htmlgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave sauacutede Departamento de Accedilotildees Progra- maacuteticas e Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem Plano de Accedilatildeo Nacional 2009-2011 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009b Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_saude_homem_2009-2011pdfgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteti-cas Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2008a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_homempdfgt Acesso em 20 set 2013
CARRARA S RUSSO J A FARO L A poliacutetica de atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem no Brasil os pa-radoxos da medicalizaccedilatildeo do corpo masculinoPhysisRevista de Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 19 n 3 p659-678 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfphysisv19n3a06v19n3pdfgt Acesso em 27set 2013
32
LEAL A F FIGUEIREDO W S NOGUEIRA-DA-SILVA G S O percurso da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede dos Homens (PNAISH) desde a sua formulaccedilatildeo ateacute sua implementaccedilatildeo nos serviccedilos puacuteblicos locais de atenccedilatildeo agrave sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletivav 17 n 10 p2607-2616 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfcscv17n1010pdfgt Acesso em 27 set 2013
33 poliacutetica nacional de Humanizaccedilatildeo (pnH)A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) foi criada em 2004 como fortaleci-
mento da rede assistencial do SUS e com o objetivo de oferecer uma sauacutede digna para todos com profissionais comprometidos com a eacutetica e com a defesa da vida
Para a PNH humanizar eacute ofertar atendimento de qualidade articulando os avanccedilos tecnoloacutegicos com o acolhimento com a melhoria dos ambientes de cuidado e das condiccedilotildees de trabalho dos profissionais
Como poliacutetica a Humanizaccedilatildeo deve portanto traduzir princiacutepios e modos de operar no conjunto das relaccedilotildees entre profissionais e usuaacuterios A humanizaccedilatildeo supotildee troca de saberes (incluindo os dos pacientes e familiares) diaacutelogo entre os profissionais e modos de trabalhar em equipe Como estrateacutegia de interferecircncia no processo de produccedilatildeo de sauacutedeconsidera-se que sujeitos sociais quando mobi-lizados satildeo capazes de transformar realidades transformando-se a si proacuteprios nesse mesmo processo
princiacutepios norteadores da poliacutetica de Humanizaccedilatildeo
1 Valorizaccedilatildeo da dimensatildeo subjetiva e social em todas as praacuteticas de atenccedilatildeo e gestatildeo fortalecendoestimulando processos integradores e promotores de compromissosresponsabilizaccedilatildeo
2 Estiacutemulo a processos comprometidos com a produccedilatildeo de sauacutede e com a produccedilatildeo de sujeitos
3 Fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional estimulando a trans-disciplinaridade e a grupalidade
4 Atuaccedilatildeo em rede com alta conectividade de modo cooperativo e solidaacuterio em conformidade com as diretrizes do SUS
5 Utilizaccedilatildeo da informaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo da educaccedilatildeo permanente e dos espaccedilos da gestatildeo na construccedilatildeo de autonomia e protagonismo de sujeitos e coletivos
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diretrizes especiacuteficas na atenccedilatildeo baacutesica
1 Elaborar projetos de sauacutede individuais e coletivos para usuaacuterios e sua rede social considerando as poliacuteticas intersetoriais e as necessidades de sauacutede
2 Incentivar praacuteticas promocionais de sauacutede
3 Estabelecer formas de acolhimento e inclusatildeo do usuaacuterio que promovam a otimizaccedilatildeo dos serviccedilos o fim das filas a hierarquizaccedilatildeo de riscos e o acesso aos demais niacuteveis do sistema
4 Comprometer-se com o trabalho em equipe de modo a aumentar o grau de corresponsabilidade e com a rede de apoio profissional visando agrave maior eficaacutecia na atenccedilatildeo em sauacutede
E o acolhimento como pode ser entendido Trata-se de uma praacutetica nas accedilotildees de atenccedilatildeo e gestatildeo nas unidades de sauacutede que favorece a construccedilatildeo de uma relaccedilatildeo de confianccedila e compromisso dos usuaacuterios com as equipes e os serviccedilos contribuindo para a promoccedilatildeo da cultura de solidariedade e para a legitimaccedilatildeo do SUS Com o acolhimento passa a existir a possibilidade de avanccedilos na alianccedila entre usuaacuterios trabalhadores e gestores da sauacutede em defesa do SUS como uma poliacutetica puacuteblica essencial da e para a populaccedilatildeo brasileira (GENIOLE et al 2011)
Para refletir
Como profissional de sauacutede suas atitudes contemplam as dimensotildees abordadas na Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo E qual o envolvimento que vocecirc visualiza desta Poliacutetica com a Sauacutede do Homem Vocecirc acredita que a falta de acolhimento pode dificultar o acesso dos homens agraves unidades de sauacutede
Saiba
SitesPara conhecer mais sobre a Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo acesse os links lthttpportalsau-degovbrportalarquivospdfdoc_basepdfgt (BRASIL 2004) e lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumanizasus_gestores_trabalhadores_sus_4edpdfgt (BRASIL 2008c)
A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo possui um caderno especiacutefico para a Atenccedilatildeo Baacutesica Para conhececirc-lo acesse o link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumaniza_sus_atencao_basicapdfgt (BRASIL 2009c)
E para entender mais sobre acolhimento acesse a cartilha denominada Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede disponiacutevel no link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhi-mento_praticas_producao_saudepdfgt (BRASIL 2010a)pdfgt Acesso em 27set 2013
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34 poliacutetica de promoccedilatildeo da sauacutede
Entre as prioridades do Pacto em Defesa da Vida encontra-se a publicaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede que ratifica o compromisso do Minis-teacuterio da Sauacutede na ampliaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede nos serviccedilos e na gestatildeo do SUS Trata-se de uma poliacutetica transversal integrada e intersetorial que dialoga com as diversas aacutereas do setor sanitaacuterio os outros setores do Governo os setores privados e natildeogovernamentais e a sociedade compondo redes de compromisso e corresponsabilidade quanto agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo de forma que todos sejam partiacutecipes no cuidado com a sauacutede (BRASIL 2006b)
A Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede foi revisada no ano de 2015 visando se adequar aos novos desafios e compromissos no contexto da sauacutede nacional
Ela destaca a necessidade de articulaccedilatildeo com outras poliacuteticas puacuteblicas para fortalececirc-la com o imperativo da participaccedilatildeo social e dos movimentos popu-lares em virtude da impossibilidade de que o setor sanitaacuterio responda sozinho ao enfrentamento dos determinantes e condicionantes da sauacutede Para tal toma como referecircncia alguns temas transversais para a formulaccedilatildeo de agendas de promoccedilatildeo da sauacutede e para a adoccedilatildeo de estrateacutegias e temas prioritaacuterios operando em conso-nacircncia com os princiacutepios e os valores do SUS como
raquo Determinantes Sociais da Sauacutede (DSS)
raquo equidade e respeito agrave diversidade
raquo produccedilatildeo de sauacutede e cuidado
raquo vida no trabalho
raquo cultura da paz e direitos humanos entre outras (BRASIL 2015)
O objetivo principal dessa poliacutetica eacute promover a equidade e a melhoria das condiccedilotildees e dos modos de viver ampliando a potencialidade da sauacutede individual e coletiva e reduzindo vulnerabilidades e riscos agrave sauacutede decorrentes dos determi-nantes sociais econocircmicos poliacuteticos culturais e ambientais (BRASIL 2015)
Saiba
SitesPara conhecer melhor a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede vocecirc pode ver o linklthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_promocao_saude_3edpdfgtAcesso em 28 out 2013 (BRASIL 2010b)
Para ter acesso agrave Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede revisada e identificar todas as atuali-zaccedilotildees da versatildeo de 2015 acesse lthttppromocaodasaudesaudegovbrpromocaodasaudearquivospnps-2015_finalpdfgt Acesso em 01 fev 2015
4 a organizaccedilatildeo da estrateacutegia sauacutede da famiacuteLia no pLanejamento de accedilotildees e avaLiaccedilatildeo de riscos agrave sauacutede do homem
Uma das diretrizes da PNAISH eacute a reorganizaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede por meio de uma proposta inclusiva na qual os homens considerem os serviccedilos de sauacutede sobretudo as unidades baacutesicas de sauacutede ou unidades de sauacutede da famiacutelia tambeacutem como espaccedilos masculinos e por sua vez esses serviccedilos reconheccedilam os homens como sujeitos que necessitem de cuidados (SILVA et al 2012)
A compreensatildeo das barreiras institucionais eacute importante para a proposiccedilatildeo estrateacutegica de medidas que venham a promover o acesso dos homens aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria que deve ser a porta de entrada preferencial ao sistema de sauacutede a fim de resguardar a promoccedilatildeo e a prevenccedilatildeo como eixos fundamentais de intervenccedilatildeo (SILVA et al 2012)
Nesse contexto estudos vecircm relacionando a masculinidade tradicional como o principal obstaacuteculo para o acesso dessa parcela populacional aos serviccedilos de sauacutede sobretudo agravequeles que estatildeo voltados agrave promoccedilatildeo da sauacutede A busca por esse tipo de serviccedilo pode ser considerado sinocircnimo de fraqueza realidade que vai de encontro com os preceitos da hegemonia masculina na qual os homens satildeo educados para natildeo demonstrar qualquer traccedilo de fragilidade Some-se a isso o fato de as unidades baacutesicas e de sauacutede da famiacutelia por serem compostas por muitos profissionais do sexo feminino e serem frequentadas sobretudo por mulheres provocam uma sensaccedilatildeo de natildeo pertencimento a tais espaccedilos (FIGUEIREDO 2005 BRAZ 2005 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 BRITO SANTOS 2010 SILVA et al 2012)
Os estudos apontam ainda outros motivos pela baixa demanda masculina na Atenccedilatildeo Baacutesica como a organizaccedilatildeo dos serviccedilos a demora em conseguir atendimento meacutedico o horaacuterio de funcionamento incompatiacutevel com a jornada de trabalho daqueles inseridos no mercado formal a ausecircncia de programas especiacute-ficos para atender aos homens o deacuteficit no processo de abordagem e de cuidarcuidado da populaccedilatildeo masculina por parte dos profissionais a ausecircncia de acolhi-mento ou o acolhimento pouco atrativo a fraacutegil qualificaccedilatildeo profissional para lidar com o segmento masculino
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O certo eacute que muitos agravos que acometem a populaccedilatildeo masculina poderiam ser evitados caso fossem realizadas com regularidade as medidas de prevenccedilatildeo primaacuteria A resistecircncia masculina agrave atenccedilatildeo primaacuteria aumenta natildeo somente a sobrecarga financeira da sociedade mas tambeacutem o sofrimento fiacutesico e emocional do paciente e de sua famiacutelia na luta pela conservaccedilatildeo da sauacutede e da qualidade de vida dessas pessoas (BRASIL 2008a)
O fortalecimento e a qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria garantem a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo aos agravos evitaacuteveis dado o reconhecimento de que os homens adentram o sistema de sauacutede por meio da atenccedilatildeo especializada agravando a morbidade pelo retardamento na atenccedilatildeo e maior custo parao SUS (BRASIL 2008a)
Assim ao serem elaboradas estrateacutegias voltadas agrave conscientizaccedilatildeo do grupo masculino sobre a adoccedilatildeo de haacutebitos mais saudaacuteveis o primeiro passo a ser dado eacute a sensibilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede que atuam na atenccedilatildeo baacutesica para que compreendam os padrotildees culturalmente arraigados na populaccedilatildeo acerca do que eacute ser homem as principais barreiras possam ser superadas e essa populaccedilatildeo possa efetivamente ser acolhida (BRITO SANTOS 2010 )
41 conHecendo a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea de abranGecircncia
Vocecirc jaacute sabe a importacircncia de os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica conhecerem bem as caracteriacutesticas da sua populaccedilatildeo adscrita Sem essa informaccedilatildeo fica difiacutecil se planejar o trabalho a ser desenvolvido
Como aqui estamos discutindo a sauacutede do homem enfatizamos a necessidade de que seja realizado um levantamento sobre o perfil de morbimortalidade dessa populaccedilatildeo antes mesmo das accedilotildees de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo agrave sauacutede serem pensadas
Como a populaccedilatildeo masculina eacute caracterizada pela faixa etaacuteria de 20 a 59 anos uma sugestatildeo eacute que se definam por grupos etaacuteriosas causas de adoecimento e morte mais prevalentes e a partir disso sejam estruturadas as accedilotildees de sauacutede
Uma sugestatildeo eacute vocecirc utilizar as informaccedilotildees contidas no quadro a seguir para construir o perfil da sua populaccedilatildeo masculina
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Quadro 02 ndash Indicadores para a anaacutelise do perfil da populaccedilatildeo masculina
Cadastro do nuacutemero de indiviacuteduos masculinos entre 20 e 59 anos
Homens diabeacuteticos cadastrados
Homens diabeacuteticos acompanhados
Homens hipertensos cadastrados
Homens hipertensos acompanhados
Homens com tuberculose cadastrados
Homens com tuberculose acompanhados
Homens com hanseniacutease cadastrados
Homens com hanseniacutease acompanhados
Hospitalizaccedilotildees ocorridas no mecircsPor abuso de aacutelcoolPor complicaccedilotildees do DiabetesPor outras causas
Internaccedilotildees em hospital psiquiaacutetrico
Oacutebitos ocorridos no mecircs
Fonte (UFSC 2013 adaptado)
Saiba
SitesConsulte os links a seguir para saber mais sobre o assunto
Novo sistema de informaccedilatildeo do SUS o E-SUS Atenccedilatildeo Baacutesica lthttpdabsaudegovbrportal-dabesusphpgt Acesso em 1out 2013 (PORTAL 2012)
Portal da atenccedilatildeo baacutesica e seus sistemas de informaccedilatildeo lthttpdabsaudegovbrportaldabsis-temasphpgt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL [20--d])
DATASUS Informaccedilotildees de Sauacutede (TABNET) lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphp area=0203gt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL c2008)
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42 inserccedilatildeo da atenccedilatildeo e cuidado ao Homem no processo de trabalHo da equipe de sauacutede da famiacutelia
Para alcanccedilar a efetividade desejada na atenccedilatildeo baacutesica consideram-se neces-saacuterios o planejamento e a implementaccedilatildeo de accedilotildees de sauacutede em cada contexto Esses exigem conhecimentos detalhados sobre as condiccedilotildees de vida das pessoas que ali residem sobre as especificidades do processo de organizaccedilatildeo das accedilotildees realizadas na assistecircncia agrave sauacutede e gestatildeo do trabalho das equipes e dos profissio-nais envolvidos Assim pode-se delinear o que eacute necessaacuterio e o que eacute possiacutevel se realizarem um determinado local (KRUG et al 2010)
O processo de trabalho na Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia eacute caracterizado pela interdisciplinaridade e pelo trabalho em equipe Haacute uma soma dos diversos saberes e das praacuteticas das categorias profissionais por meio de uma abordagem integral e resolutiva (BRASIL 2012b)
O trabalho em equipe eacute tido como proposta estrateacutegica para enfrentar o intenso processo de especializaccedilatildeo na aacuterea da sauacutede Esse processo caracteriza-se pelo aprofundamento vertical do conhecimento e da intervenccedilatildeo em aspectos individu-alizados das necessidades de sauacutede (PAVONI MEDEIROS 2009)
Sendo assim o ideal eacute mobilizar toda a equipe para que juntos possam efeti-vamente planejar as accedilotildees que seratildeo desenvolvidas para a populaccedilatildeo masculina Para ajudar nesse processo relembramos algumas caracteriacutesticas do processo de trabalho das equipes de atenccedilatildeo baacutesica
I Definiccedilatildeo do territoacuterio de atuaccedilatildeo e da populaccedilatildeo sob a responsabilidade das unidades baacutesicas de sauacutede e das equipes
II Programaccedilatildeo e implementaccedilatildeo das atividades de atenccedilatildeo agrave sauacutede de acordo com as necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo com a priorizaccedilatildeo de inter-venccedilotildees cliacutenicas e sanitaacuterias nos problemas de sauacutede segundo criteacuterios de frequecircncia risco vulnerabilidade
III Desenvolvimento de accedilotildees que priorizem os grupos de risco e os fatores de risco cliacutenico-comportamentais alimentares eou ambientais com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a persistecircncia de doenccedilas e danos evitaacuteveis
IV Realizaccedilatildeo do acolhimento com escuta qualificada classificaccedilatildeo de risco avaliaccedilatildeo de necessidade de sauacutede e anaacutelise de vulnerabilidade tendo em vista a responsabilidade da assistecircncia resolutiva agrave demanda espontacircnea e o primeiro atendimento agraves urgecircncias
V Prover atenccedilatildeo integral contiacutenua e organizada agrave populaccedilatildeo adscrita
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VI Desenvolvimento de accedilotildees educativas que possam interferir no processo de sauacutede-doenccedila da populaccedilatildeo no desenvolvimento de autonomia individual e coletiva e na busca por qualidade de vida pelos usuaacuterios
VII Desenvolvimento de accedilotildees intersetoriais integrando projetos e redes de apoio social voltados para o desenvolvimento de uma atenccedilatildeo integral
VIII Realizaccedilatildeo de atenccedilatildeo domiciliar destinada a usuaacuterios que possuam problemas de sauacutede controladoscompensados e com dificuldade ou impos-sibilidade fiacutesica de locomoccedilatildeo ateacute uma unidade de sauacutede que necessitam de cuidados com menor frequecircncia e menor necessidade de recursos de sauacutede e do cuidado compartilhado com as equipes de atenccedilatildeo domiciliar nos demais casos
Fonte (BRASIL 2012b grifo nosso)
Como jaacute vimos vaacuterios estudos apontam que os homens padecem mais de condiccedilotildees severas e crocircnicas de sauacutede em comparaccedilatildeo agraves mulheres e igualmente morrem mais do que as mulheres pelas mesmas causas de morte Mesmo com o aumento dos iacutendices de morbimortalidade eles natildeo costumam procurar as unidades baacutesicas de sauacutede para orientaccedilatildeo ou prevenccedilatildeo de alguma patologia e quando buscam esses serviccedilos jaacute estatildeo com alguma doenccedila instalada portanto o desafio das equipes de sauacutede da famiacutelia eacute inverter esse padratildeo e encontrar formas de estimular a populaccedilatildeo masculina para accedilotildees de prevenccedilatildeo e cuidados agrave sauacutede (SILVA etal 2012 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 FIGUEIREDO 2005 SCHRAIBER et al 2010)
Eacute mais do que chegada a hora de se distanciar do modelo biomeacutedico pres-critivo que natildeo enfatiza a prevenccedilatildeo mas que ainda predomina nos serviccedilos de sauacutede e estaacute arraigado na cultura masculina Deve-se ter um olhar integral no aten-dimento a essa populaccedilatildeo no qual se priorizam as necessidades que vatildeo aleacutem daquilo que a cliacutenica pode detectar (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)Tambeacutem eacute necessaacuterio que os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica verdadeiramente entendamo papel de cada um para que efetivamente a PNAISH possa ser implan-tada nas unidades de sauacutede
A equipe da atenccedilatildeo baacutesica eacute de fundamental importacircncia no processo de estiacute-mulo agrave populaccedilatildeo masculina pela procurados serviccedilos de sauacutede Diversos esforccedilos devem ser investidos para trazer essa populaccedilatildeo para participar de atividades de
43 accedilotildees da equipe de sauacutede da famiacutelia Voltadas para a sauacutede do Homem
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prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Para tal vale acionar familiares na captaccedilatildeo dessa populaccedilatildeo A mulher que geralmente eacute quem procura a unidade sendo essa esposa matildee ou irmatilde eacute um canal interessante para se discutir a importacircncia de trazer seus familiares do sexo masculino para consultas de rotina (BRASIL 2008a) E como fazer isso
Na seccedilatildeo 41 deste livro vocecirc recebeu orientaccedilotildees sobre como conhecer a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea Agora eacute hora de reunir a equipe de sauacutede e planejar as accedilotildees visando agrave melhoria dos indicadores e agrave qualidade de vida dessa populaccedilatildeo A seguir sugerimos alguns exemplos de accedilotildees que podem ser desen-volvidas por vocecirc e sua equipe
raquo Analisar a situaccedilatildeo de sauacutede da populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea adscrita observando as principais causas de morbidade internaccedilatildeo e mortalidade
raquo Estabelecer accedilotildees levando em consideraccedilatildeo os fatores socioeconocircmicos de morbimortalidade eculturais locais que determinam ou condicionam o modo de vida dos indiviacuteduos respeitando tambeacutem as diferenccedilas de idade jaacute que esse grupo populacional envolve homens na faixa etaacuteria de 20 e 59 anos
raquo Realizar a busca ativa de homens para a realizaccedilatildeo de ao menos uma consultaano
raquo Informar a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea a respeito da importacircncia da promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos aos homens
raquo Facilitar o acesso com oferta de atendimento em horaacuterios alternativos adequados agrave populaccedilatildeo masculina
raquo Promover o acolhimento realizando atendimento humanizado
raquo Realizar accedilotildees visando principalmente agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao estiacutemulo ao autocuidado e agrave adesatildeo de homens aos serviccedilos de sauacutede Satildeo exemplos de accedilotildees orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da populaccedilatildeo masculina quanto agraves medidas disponiacuteveis para detecccedilatildeo precoce do cacircncer de proacutestata em pacientes sinto-maacuteticos e com disfunccedilatildeo ereacutetil entre outros agravos do aparelho geniturinaacuterio
raquo Incorporar os homens nas accedilotildees e atividades educativas voltadas para o plane-jamento familiar
raquo Estimular a participaccedilatildeo paterna no preacute-natal parto puerpeacuterio e no cresci-mento e desenvolvimento da crianccedila
raquo Ofertar exames previstos para homens que participam do preacute-natal masculino
raquo Realizar accedilotildees educativas para a prevenccedilatildeo de violecircncias e acidentes e uso de aacutelcool e outras drogas
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Vocecirc sabia
O Ministeacuterio da Sauacutede vem apoiando estrateacutegias que estimulem e facilitem o acesso dos homens agraves unidades baacutesicas de sauacutede Como alternativa desde 2010 propocircs durante o I Seminaacuterio Inter-nacional de Sauacutede do Homem das Ameacutericas a implantaccedilatildeo do preacute-natal masculino como comple-mento agrave PNAISH na Atenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede
O objetivo eacute fazer com que os profissionais de sauacutede incentivem o homem a acompanhar as con-sultas do preacute-natal durante os nove meses de gestaccedilatildeo da parceira e aproveitem esse momento para realizar exames preventivos e assim promover o acesso dos homens aos serviccedilos de sauacutede
O princiacutepio baacutesico eacute estimular a participaccedilatildeo e inclusatildeo do homem nas accedilotildees de planejamento de sua vida sexual e reprodutiva focando inclusive na paternidade responsaacutevel ou seja o homem precisa se cuidar para cuidar da famiacutelia A proposta tem relaccedilatildeo com o fortalecimento do viacutenculo homem-mulher e pai-filho(a) podendo este ter reflexo sobre a reduccedilatildeo da violecircncia domeacutestica (SANTOS FERREIRA 2013)
Na Paraiacuteba desde o ano de 2009 foi instituiacuteda a Semana Estadual da Sauacutede do Homem (Lei Ndeg 8772 de 15 de abril de 2009) Desde essa eacutepoca vaacuterios eventos aconteceram com o objetivo de implantar e implementar a PNAISH no Estado
A primeira semana foi intitulada ldquoAlerta Homemrdquo por meio da qual se definiu um conjunto de accedilotildees que foram efetivadas pela Secretaria de Estado da Sauacutede em parceria com outras instacircncias go-vernamentais e natildeo governamentais inclusive com a Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) por intermeacutedio do Laboratoacuterio de Estudos e Pesquisas Masculinidades e Sauacutede vinculado ao Progra-ma de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Enfermagem que participou dessa semana com accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede
Saiba
Sites
Para vocecirc conhecer mais sobre essa experiecircncia veja o link a seguir
FONTES W D de et al Atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem interlocuccedilatildeo entre ensino e serviccedilo Acta Paul Enfermv 24 n 3 p430-433 2011Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfapev24n320pdfgt Acesso em 1 out 2013
raquo Responsabilizar a cada semana um profissional pelo desenvolvimento de alguma atividade especiacutefica ao homem
raquo Divulgar as accedilotildees propostas para os homens por meio dos agentes comunitaacute-rios de sauacutede e da populaccedilatildeo feminina que frequenta a unidade de sauacutede
raquo Comemorar o Dia Internacional do Homem (tambeacutem conhecido como Novembro Azul) Vale planejar com a equipe accedilotildees de prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos e promoccedilatildeo da sauacutede voltadas agrave populaccedilatildeo masculina
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Em Pernambuco tambeacutem foi instituiacuteda a Semana Estadual de Sauacutede do Homem por meio da Lei Nordm 14158 de 17 de setembro de 2010 que determina a comemoraccedilatildeo e realizaccedilatildeo de accedilotildees voltadas a essa populaccedilatildeo na segunda semana de agosto Saiba mais consultando o link lthttplegisalepepegovbrarquivoTextoaspxtiponorma=1ampnumero=14158ampcomplemento=0ampano=2010amptipo=gt Acesso em 1 out 2013
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referecircncias
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Execuccedilatildeo
Financiamento
Universidade Aberta do SUS
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Tabela 01 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa de internaccedilatildeo (por 10 mil habitantes) por causas externas - Brasil 2010
CaracteriacutesticasSexo
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria
0 a 9 anos 57308 88 344 32342 118 202 89650 97 275
10 a 14 anos 41832 64 499 13120 48 162 54952 59 333
15 a 19 anos 58005 86 681 15359 56 186 73364 79 437
20 a 39 anos 274566 419 862 68964 252 213 343530 370 534
40 a 59 anos 153889 235 769 63445 232 290 217334 234 519
60 a mais 69342 106 801 80721 295 750 150063 162 772
Acidentes 537420 821 571 224348 819 230 761768 820 398
Acidente de transporte terrestre
114383 175 122 31652 116 32 146035 157 76
Pedestres 27612 42 29 11649 43 12 39261 42 21
Motociclistas 58508 89 62 11444 42 12 69952 75 37
Ocupantes de veiacuteculos 11690 18 12 4353 16 04 16043 17 08
Quedas 241892 369 257 121601 444 125 363493 397 190
Quedas no mesmo niacutevel 81112 124 86 47378 173 49 128490 138 67
Quedas de um mesmo niacutevel a outro
41623 64 44 17542 64 18 59165 64 31
Quedas natildeo especificadas 119157 182 127 56681 207 58 175838 189 92
Demais acidentes 181145 277 193 71095 260 73 252240 272 132
Violecircncias 43444 66 46 11940 44 12 55384 60 29
Lesotildees autoprovocadas 5173 08 06 3561 13 04 8734 09 05
Agressotildees e intervenccedilotildees legais
38271 58 41 8379 31 09 46650 50 24
Armas de fogo 10835 17 12 1069 04 01 11904 13 06
Peacuterfuro-cortante 9953 15 11 1860 07 02 11813 13 06
Eventos de intenccedilatildeo indeterminada
31252 48 33 13462 49 14 44714 48 23
Demais causas externas 86270 132 92 36141 132 37 122411 132 64
Total 654942 1000 696 273951 1000 281 928893 1000 485
Fonte (BRASIL 2011a p212)
Conforme apresentado no graacutefico a seguir as causas externas satildeo responsaacute-veis por 118 dos gastos com todas as hospitalizaccedilotildees financiadas pelo SUS no Brasil As capitais da Paraiacuteba e Pernambuco tiveram respectivamente 92 e 83 dos gastos com causas externas (BRASIL 2011a)
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Graacutefico 01 ndash Proporccedilatildeo dos gastos do SUS com internaccedilotildees por causas externas nas capitais e Distrito Federal
Satildeo Luiacutes
Vitoacuteria
Maceioacute
Manaus
Recife
Porto Alegre
Joatildeo Pessoa
Rio de Janeiro
Terresina
Cuiabaacute
Salvador
Fortaleza
Brasiacutelia
Natal
Brasil
Aracaju
Boa Vista
Curitiba
Goiacircnia
Satildeo Paulo
Belo Horizonte
Florianoacutepolis
Macapaacute
Beleacutem
Rio Branco
Porto Velho
Campo Grande
Palmas
FONTE (BRASIL 2011a p 214)
tumores
Os tumores que incidem com maior frequecircncia na faixa etaacuteria dos 25 aos 59 anos satildeo oriundos dos aparelhos digestivo respiratoacuterio e urinaacuterio Cerca de 432 de todos os tumores assinalados na CID 10 Capiacutetulo II tecircm origem no aparelho digestivo (BRASIL 2008a)
O cacircncer da proacutestata eacute uma neoplasia que geralmente apresenta evoluccedilatildeo muito lenta de modo que a mortalidade pode ser evitada quando o processo eacute diagnosticado e tratado com precocidade Uma estimativa realizada pelo Instituto Nacional do Cacircncer (INCA) para o aparecimento de novos casos de cacircnceres no ano de 2008 aponta o cacircncer de proacutestata como sendo o mais frequente sendo superado apenas pelo cacircncer de pele natildeo melanoma (VIEIRA et al 2008)
17
Ao se falar de neoplasias malignas do aparelho urinaacuterio natildeo se pode deixar de mencionar o cacircncer de pecircnis Trata-se de um tumor raro relacionado com as baixas condiccedilotildees socioeconocircmicas e a maacute higiene iacutentima No Brasil esse cacircncer representa cerca de 2 de todas as neoplasias que atingem o homem sendo mais frequente nas regiotildees Norte e Nordeste existindo estados como eacute o caso do Maranhatildeo em que sua incidecircncia supera ateacute a do cacircncer de proacutestata (BARROS MELO 2009)
Dados do INCA referentes aos tumores malignos na populaccedilatildeo masculina dos estados da Paraiacuteba e Pernambuco apontam que o cacircncer de proacutestata eacute o que apre-senta maior incidecircncia conforme mostra a tabela a seguir
Tabela 02 ndash Taxa de incidecircncia anual de neoplasias malignas por 100000 habitantes por localizaccedilatildeo segundo Regiatildeo e UF sexo masculino Brasil 2010 e 2011
Regiatildeo e UF
Pulmatildeo
traqueia e
brocircnquios
Esocircfago Estocircmago
Coacutelon junccedilatildeo
retossigmoacuteide
reto e acircnus
Proacutestata
Laacutebio e
cavidade
oral
Melanoma
maligno da
pele
Outras
neoplasias
malignas da
pele
Paraiacuteba 730 438 1046 462 4369 843 102 7368
Pernambuco 1250 471 1065 653 5783 867 132 6060
Fonte (INCA c2013 adaptado)
alcoolismo
Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) apontam que cerca de 2 bilhotildees de pessoas consomem bebidas alcooacutelicas no mundo O uso abusivo do aacutelcool eacute responsaacutevel por 32 de todas as mortes e por 4 de todos os anos perdidos de vida uacutetil Na Ameacuterica Latina cerca de 16 dos anos de vida uacutetil perdidos estatildeo relacionados ao uso abusivo dessa substacircncia Esse iacutendice eacute quatro vezes maior que a meacutedia mundial e torna o problema da prevenccedilatildeo e do tratamento dos trans-tornos associados ao consumo de aacutelcool um grande problema de sauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
Estudos revelam que o uso do aacutelcool estaacute sendo iniciado cada vez mais preco-cemente por homens e mulheres Portanto torna-se fundamental avaliar os deter-minantes sociais de vulnerabilidade do homem em relaccedilatildeo aos problemas com o aacutelcool para a construccedilatildeo de accedilotildees efetivas de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede mental desse segmento inclusive para jovens e adolescentes (LARANJEIRA et al 2007 SENA et al 2011)
Segundo o Centro Brasileiro de Informaccedilotildees sobre Drogas Psicotroacutepicas (CEBRID) o consumo de aacutelcool e outras drogas estaacute associado a transtornos graves e afetam pelo menos 12 da populaccedilatildeo acima de 12 anos sendo o impacto do aacutelcool dez vezes maior que o do conjunto das drogas iliacutecitas (UNIFESP 2006 BRASIL 2008a)
18
Laranjeira et al (2007) realizaram uma pesquisa intitulada ldquoPrimeiro Levan-tamento Nacional sobre Padratildeo de Consumo de Aacutelcool na Populaccedilatildeo Brasileirardquo cujos resultados apontaram que 52 dos brasileiros acima de 18 anos bebem pelo menos uma vez ao ano e destes 65 satildeo homens A prevalecircncia de depen-dentes de aacutelcool eacute maior para o sexo masculino em que 195 dos homens satildeo dependentes do aacutelcool enquanto 69 das mulheres apresentam dependecircncia Segundo esses dados para cada seis pessoas do sexo masculino que faz uso de aacutelcool uma fica dependente Destaca-se ainda que do conjunto dos homens adultos 11 bebem todos os dias e 28 consomem bebida alcooacutelica de 1 a 4 vezes por semana conforme apresentado na tabela a seguir
Tabela 03 ndash Frequecircncia de consumo de bebida alcooacutelica em homens e mulheres com idade a partir de 18 anos
Frequecircncia de ConsumoA partir de 18 anos
Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstinentes (nunca bebeu ou menos de 1 vez por ano) 35 59 48
Raramente (menos de 1 vez por mecircs) 8 12 10
Ocasional (de 1 a 3 vezes por mecircs) 19 16 17
Frequente ( de 1 a 4 vezes por semana) 28 11 19
Muito frequente (todos os dias) 11 2 6
Quantidade usual Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Ateacute 2 doses 38 63 48
De 3 a 4 doses 25 19 22
de 5 a 11 doses 27 14 22
Bebe mais de 12 doses por ocasiatildeo 11 3 7
Intensidade do beber Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstecircmio 35 59 48
Bebedor natildeo frequente 12 16 14
Bebedor menos frequente 16 13 15
Bebedor frequente 22 9 15
Bebedor frequente pesado 14 3 9
Dependecircncia (criteacuterios de CID-10) Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
14 4 9
Fonte (BRASIL 2008a p14)
outras causas de morbidade
No periacuteodo de 2000 a 2010 observou-se que a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por doenccedilas cardiovasculares manteve-se constante e as hospitalizaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio apresentaram reduccedilatildeo no mesmo periacuteodo (BRASIL 2012a)
No graacutefico apresentado a seguir podem-se observar quanto agrave morbidade as sete causas que respondem pela internaccedilatildeo da maioria dos homens em ordem decrescente de ocorrecircncia
19
raquo As lesotildees os envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas satildeo a primeira causa de internaccedilatildeo para homens entre 20 e 49 anos de idade e a terceira para aqueles entre 50 e 59 anos
raquo As doenccedilas do aparelho digestivo satildeo a segunda causa para todas as faixas etaacuterias
raquo Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias satildeo a terceira causa para homens de 20 a 29 anos transtornos mentais e comportamentais entre 30 e 39 anos e doenccedilas do aparelho circulatoacuterio entre 40 e 49 anos
raquo Para os homens de 50 a 59 anos a principal causa de internaccedilatildeo satildeo as doenccedilas do aparelho circulatoacuterio (SCHWARZ et al 2012)
Graacutefico 02 ndash Porcentagem () das principais causas de internaccedilatildeo em homens por faixa etaacuteria Brasil 2010
Faixa etaacuteria em anos
35
30
25
20
15
10
5
0
I Algumas doenccedilas infecciosas e parasitaacuteriasII Neoplasias (tumores)V Transtornos mentais e comportamentais IX Doenccedilas do aparelho circulatoacuterioX Doenccedilas do aparelho respiratoacuterioXI Doenccedilas do aparelho digestivoXIX Lesotildees envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas
Fonte (SCHWARZ et al 2012 adaptado)
As principais causas de internaccedilotildees por enfermidades do aparelho respiratoacuterio estatildeo assinaladas no graacutefico a seguir
20
Graacutefico 03 ndash Internaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio 2007
Outras 57CID XI 15CID IX 13CID II 6CID X 9 (165369)
Pneumonia 43 (70535)Outras 29 (48489)DPOC 12 (20948)Asma 11 (18457)Tuberculose 5 (6940)
Fonte (BRASIL 2008a p26 adaptado)
Em relaccedilatildeo agraves doenccedilas do aparelho respiratoacuterio as que apresentaram maior incidecircncia foram as pneumonias (43) adoenccedila pulmonar obstrutiva crocircnica (12) e a tuberculose que mesmo apresentando o menor percentual de casos de internaccedilatildeo (5) destaca-se pela importacircncia do ponto de vista dasauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
21
Graacutefico 04 ndash Percentual de internaccedilotildees hospitalares pelo aparelho circulatoacuterio na populaccedilatildeo masculina dos 25ndash59 anos 2007
Outras 277CID V 165CID XIX151CID XI 134CIN IX 120 CIN X 80 CIN I 73
Coronariopatias 405 (59717)Outras 396 (58355)Hipertensatildeo 187 (27569)Febre reumaacutetica miocardiopatias 12 (1713)
Fonte (BRASIL 2008a p27 adaptado)
Entre os fatores de morbidade natildeo se pode deixar de mencionar as disfun-ccedilotildees sexuais notadamente a disfunccedilatildeo ereacutetil que acomete cerca da metade dos homens depois dos cinquenta anos (BRASIL 2008a p27)
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto acesse
MOURA E C MALTA D C Consumo de bebidas alcooacutelicas na populaccedilatildeo adulta brasileira ca-racteriacutesticas sociodemograacuteficas e tendecircncia RevBrasEpidemiol 2011 14(1) Supl 61- 70 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfrbepidv14s1a07v14s1pdfgt Acesso em 27092013
LARANJEIRA R et al I Levantamento nacional sobre os padrotildees de consumo de aacutelcool na popu-laccedilatildeo brasileira Brasiacutelia Secretaria Nacional Antidrogas 2007 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesrelatorio_padroes_consumo_alcoolpdfgt Acesso em 27 set 2013
22
222 mortalidade
Em relaccedilatildeo agrave mortalidade ao longo de toda a uacuteltima deacutecada foi observada maior proporccedilatildeo de oacutebitos entre homens que entre mulheres na faixa etaacuteria adulta especialmente jovens adultos (de 15 a 39 anos de idade) Diversos estudos mostram que as causas externas de mortalidade (acidentes e violecircncias) satildeo extre-mamente importantes entre os adultos especialmente para homens jovens No sexo masculino elas representaram 64 dos oacutebitos de 20 a 39 anos enquanto que no sexo feminino o percentual foi de 23 Mesmo observando uma reduccedilatildeo no diferencial entre homens e mulheres no periacuteodo entre 2000 e 2010 os homens ainda morrem mais que as mulheres conforme apresenta o graacutefico a seguir (BRASIL 2011b BRASIL 2011c LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005 MARANHAtildeO et al 2011)
Graacutefico 05 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo Brasil 2000 2005 e 2010
2000 2005 2010
584 58 573
415 42 427
0
10
20
30
40
50
60
70
Masculino
Feminino
Fonte (BRASIL 2012a p112 adaptado)
O proacuteximo graacutefico apresenta as curvas de mortalidade proporcional para homens e mulheres que tecircm padrotildees diferentes entre os anos principalmente para os grupos de adultos e idosos indicando um padratildeo de mortalidade mais tardia entre as mulheres Na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos houve um maior percen-tual de oacutebitos dos homens (381 em 2000 e 374 em 2010) quando comparado ao das mulheres (25 em 2000 e 232 em 2010) (BRASIL 2012a)
23
Graacutefico 06 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo e o ano do oacutebito por faixa etaacuteria Brasil 2000 e 2010
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1a 9 19 36 381
30 374 20 18 250
lt1 a 85 399241 11 13 232
ge 60 anos 479 547 620 703
Feminino 2000Masculino 2010Masculino 2000
Feminino 2010
10 a 19 20 a 59
11
Fonte (BRASIL 2012a p113)
Quadro 01 ndash Quatro principais causas especiacuteficas de mortalidade entre 20 e 59 anos (nesta ordem)homens 2010
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste Eventos Int Indeterminada Suiciacutedio
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste D HIV Cirosse e D Fiacutegado
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Acidentes de transporte terreste D Cerebrovasculares
Fonte (BRASIL 2012a adaptado)
24
Dados de 2012 mostram que no Brasil as causas externas representam a primeira causa mais frequente de morte na populaccedilatildeo masculina entre 20 a 59 anos configurando-se como um grande desafio aos gestores puacuteblicos e profissio-nais sobretudo os da sauacutede pois se deve ultrapassar a dimensatildeo da assistecircncia e reabilitaccedilatildeo das viacutetimas ocupando-se tambeacutem da promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e vigilacircncia epidemioloacutegica de acidentes e violecircncias (BRASIL 2012a)
Os homens no Brasil apresentam um risco de morte por causas externas 51 vezes maior que as mulheres Quanto agrave idade vale destacar as altas taxas de mortalidade por causas externas observadas a partir dos 19 anos de idade em especial entre os adultos jovens de 20 a 39 anos de idade e os idosos com 60 e mais anos de idade O risco de morte por causas externas foi de 100 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os adultos jovens e de 1104 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os idosos (BRASIL 2012a)
A anaacutelise do risco de morte por causas externas segundo regiotildees geograacute-ficas demonstrou uma distribuiccedilatildeo menos desigual que nas anaacutelises anteriores segundo atributos de idade e sexo sendo que taxas de mortalidade apenas ligei-ramente superiores foram encontradas nas regiotildees Centro-Oeste (853 por oacutebitos por 100 mil habitantes) Nordeste (755 oacutebitos por 100 mil habitantes) e Sul (746 oacutebitos por 100 mil habitantes) (BRASIL 2012a)
Tabela 04 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa bruta de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externas segundo sexo faixa etaacuteria e regiotildees geograacuteficas Brasil 2009
CaracteriacutesticasSexo a
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria b
0 a 9 anos 2517 22 151 1594 68 100 4111 30 126
10 a 14 anos 1740 15 208 733 31 90 2473 18 150
15 a 19 anos 11780 102 1384 1629 70 197 13409 97 799
20 a 39 anos 57656 500 1810 6105 282 204 64261 463 1000
40 a 59 anos 26305 228 1315 1586 196 210 30891 223 738
60 a mais 13342 116 1541 8109 346 753 21451 155 1104
Ignorado 1904 17 - 179 08 - 2083 15 -
Regiatildeo
Norte 9317 81 1199 1508 64 199 10825 78 705
Nordeste 34639 301 1317 5807 248 213 40446 292 755
Sudeste 44360 385 1125 10405 444 251 54765 395 677
Sul 17023 148 1246 3652 156 260 20675 149 746
Centro-Oeste 9826 85 1428 2023 86 288 11849 85 853
Total 115244 1000 1225 23435 1000 241 138679 1000 724
a) Excluiacutedos 137 registros com sexo ignorado
b) Excluiacutedos 119 registros com regiatildeo de residecircncia ignorada
Fonte (BRASIL 2011b p234 adaptado)
25
Embora natildeo exista grande diferenccedila nos coeficientes de mortalidade por neoplasias malignas eacute preciso destacar que entre os homens predominam os cacircnceres de pulmatildeo vindo a seguir os de proacutestata e o de estocircmago A anaacutelise de seacuteries histoacutericas de mortalidade no Brasil mostra claramente a importacircncia cres-cente do cacircncer de proacutestata que jaacute suplanta a neoplasia maligna de estocircmago haacute alguns anos (LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005)
No estado da Paraiacuteba o que se percebe eacute que em relaccedilatildeo agrave mortalidade por cacircnceres na populaccedilatildeo masculina o tumor da proacutestata jaacute se destaca como o de maior prevalecircncia aleacutem de ter tendecircncia crescente em relaccedilatildeo aos periacuteodos 2002 ndash2006 e 2007ndash2011
Graacutefico 07 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Paraiacuteba para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
2002-2006 2007-2011
158
109
96
62
52
52
5
49
38
31
31
3
24
1
207
191
104
10
36
5
36
49
46
46
37
37
32
23
1
20
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Por outro lado no estado de Pernambuco o cacircncer de proacutestata tambeacutem apre-senta maior prevalecircncia em relaccedilatildeo aos outros tumores mas mesmo apresen-tando tendecircncia a aumento no periacuteodo avaliado natildeo foi tatildeo significativo quanto no estado da Paraiacuteba Outro ponto de destaque eacute a tendecircncia agrave diminuiccedilatildeo nos tumores de traqueia brocircnquios pulmotildees fiacutegado e vias biliares
26
Graacutefico 08 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Pernambuco para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
179
91
128
184
183
92
122
184
3
46
39
65
43
44
33
35
36
32
14
35
5
34
61
46
38
34
37
41
3
14
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
2002-2006 2007-2011
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Dentre as doenccedilas do aparelho digestivo podem-se destacar as doenccedilas do fiacutegado que em 2005 foram responsaacuteveis por 70 das causas de morte de homens de 25ndash59 anos Destas 46 devem-se agrave doenccedila por consumo de aacutelcool 36 agrave fibrose e cirrose e 18 a outras doenccedilas do fiacutegado (BRASIL 2008a)
Por outro lado em relaccedilatildeo agrave mortalidade proporcional de acordo com os capiacute-tulos da CIDndash10 entre homens apresenta uma tendecircncia de reduccedilatildeo da proporccedilatildeo de oacutebitos por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio e tendecircncia de aumento nas seguintes causas neoplasias doenccedilas endoacutecrinas e causas externas (BRASIL 2012a)
27
Graacutefico 09 ndash Mortalidade proporcional () por capiacutetulos da CID no sexo masculino Brasil 2000 e 2010
IX II XX X IV OUTRAS
294 135 18 105 47 238
285 16 187 104 53 211
0
5
10
15
20
25
30
35
2000
2010
Fonte (BRASIL 2012a p121 adaptado)
Saiba
SitesPara realizar uma anaacutelise mais detalhada do perfil de mortalidade masculina consulte o material Mortalidade do adulto no Brasil taxas de mortalidade segundo o sexo as causas e as Regiotildees 2010 disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrportalsaudearquivospdf2013Fev21sau-debrasil2011_parte1_cap7pdfgt Acesso em 25 set 2013
Leia tambeacutem o Perfil da situaccedilatildeo de sauacutede do homem no Brasil (2012) disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Perfil-da-Situa----o-de-Sa--de-do-Homem-no--Brasilpdfgt Acesso em 26 ago 2015
Nos artigos a seguir os autores fazem uma discussatildeo ampliada sobre as principais causas de morbimortalidade masculina
LAURENTI R JORGE M H P de M GOTLIEB S L D Perfil epidemioloacutegico da morbimortalidade masculina Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 10 n 1 p 35-46 janmar 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfcscv10n1a04v10n1pdfgt Acesso em 30 set 2013
LUIZAGA C T de M GOTLIEB S L D Mortalidade masculina em trecircs capitais brasileiras 1979 a 2007 RevBrasEpidemiolv 16 n 1 p 87-99 2013 Disponiacutevel emlthttpwwwscielobrpdfrbe-pidv16n11415-790X-rbepid-16-01-0087pdfgt Acesso em 25 set 2013
IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) A qualidade da informaccedilatildeo sobre a mortalidade no Brasil recente e avaliaccedilatildeo do impacto das causas violentas no nuacutemero de anos de vida perdi-dos In IBGE Indicadores Sociodemograacuteficos e de Sauacutede no Brasil n 25 Rio de Janeiro IBGE 2009 Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoindic_sociosaude2009indicsaudepdfgt Acesso em 25092013
VIEIRA S O cacircncer e a sauacutede do homem um panorama completo dos tumores que acometem a populaccedilatildeo masculina Revista Oncoamp ndash Oncologia para todas as especialidadesSatildeo Paulo a 2 n 11 p 12-18 maiojun 2012 Disponiacutevel emlthttprevistaoncocombrwp-contentuploa-ds201205ONCO_11pdfgt Acesso em 25 set 2013
28
Para vocecirc ter acesso a dados sobre morbimortalidade da populaccedilatildeo masculina dos estados de Paraiacuteba e Pernambuco acesse os links abaixo
TABNET ndash OacuteBITOSPARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttptabnetsaudepbgovbrdeftohtmexetabdotabnetsimpbdefgt Acesso em 25 set 2013
ATLAS DE MORTALIDADE POR CAcircNCER ndash INCA (Instituto Nacional de Cacircncer) Disponiacutevel em lthttpmortalidadeincagovbrMortalidadeprepararModelo04actiongt Acesso em 25 set 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttppor-talweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO ndash Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PERNAMBUCO Disponiacutevel em lthttpportalweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
Nos links para acesso ao Pacto pela Sauacutede apoacutes abrir a paacutegina do SISPACTO clique em relatoacute-rios que aparece no lado esquerdo da tela Em seguida clique em relatoacuterios estaduais e localize o estado que vocecirc desejar consultar
3 programas poLiacuteticas e pactos de sauacutede para o homem no BrasiL
A seguir descreveremos os principais programas poliacuteticas e pactos que tecircm relaccedilatildeo com a sauacutede do homem no Brasil Recomendamos que vocecirc consulte os links complementares para saber mais sobre cada um deles
31 pacto pela sauacutede
Aprovado por unanimidade pelo Conselho Nacional de Sauacutede (CNS) e publi-cado na Portaria GMMS nordm 399 de 22 de fevereiro de 2006 o Pacto pela Sauacutede eacute um conjunto de reformas institucionais do SUS pactuado entre as trecircs esferas de gestatildeo (Uniatildeo Estados e Municiacutepios) com o objetivo depromover a melhoria dos serviccedilos ofertados agrave populaccedilatildeo e a garantia de acesso a todos Tambeacutem redefine as responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da popu-laccedilatildeo e na busca da equidade social Sua adesatildeo se constituiem um processo de cooperaccedilatildeo permanente entre os gestores e negociaccedilatildeo local regional estadual e federal
O pacto pela sauacutede se divide em 3 eixos
1 Pacto em defesa do SUS defesa dos princiacutepios do SUS qualificaccedilatildeo do SUS como poliacutetica puacuteblica
2 Pacto pela gestatildeo do SUS processo continuado de pactuaccedilatildeo intergestores ndash responsabilidades sanitaacuterias e diretrizes de gestatildeo
3 Pacto pela vida compromisso entre os gestores do SUS em torno das respon-sabilidades nacionais estaduais regionais e municipais com definiccedilotildees de metas e accedilotildees
Por meio da Portaria nordm 325GM de 21 de fevereiro de 2008 o Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu novas prioridades objetivos metas e indicadores de monito-ramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede para o ano de 2008 no qual foi inserido
30
como uma das prioridades a Sauacutede do Homem cuja meta era a de promover a sauacutede integral do homem com a elaboraccedilatildeo publicaccedilatildeo e implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede do Homem
32 poliacutetica nacional de atenccedilatildeo inteGral agrave sauacutede do Homem (pnaisH)
Foi instituiacuteda por meio da Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Destaca- se por ser um programa pioneiro dentre os paiacuteses da Ameacuterica Latina lanccedilado apoacutes 20 anos de implantaccedilatildeo do SUS no Brasil Visa abranger a faixa etaacuteria de 20 a 59 anos melhorando a assistecircncia oferecida aos homens por meio de accedilotildees de informaccedilatildeo proteccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede assim como tratamento e recuperaccedilatildeo de agravos aleacutem de uma mudanccedila cultural no que diz respeito ao comportamento masculino nessa aacuterea (BRASIL 2008a)
A PNAISH estaacute alinhada com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash porta de entrada preferencial ao Sistema Uacutenico de Sauacutede ndash primando pela humanizaccedilatildeo da atenccedilatildeo e em consonacircncia com os princiacutepios do SUS fortalecendo accedilotildees e serviccedilos em redes e cuidados da sauacutede Ela norteia as accedilotildees de atenccedilatildeo integral
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto recomendamos que vocecirc veja os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Pacto pela SauacutedeSISPACTO - Aplicativo do Pacto pela Sauacutede Brasiacutelia Ministeacute-rio da Sauacutede [2011c] Disponiacutevel emlthttpportalweb04saudegovbrsispactogt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 399GM de 22 de fevereiro de 2006 Divulga o pacto pela sauacutede 2006 - Consolidaccedilatildeo do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a Disponiacutevel em lthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2006GMGM-399htmgt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 325 de 21 de fevereiro de 2008 Estabelece prioridades objetivos e metas do Pacto pela Vida para 2008 os indicadores de monitoramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede e as orientaccedilotildees prazos e diretrizes para a sua pactuaccedilatildeoBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacute-de 2008b Disponiacutevel emlthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2008GMGM-325htmgt Acesso em 27set 2013
MACHADO R R et al Entendendo o pacto pela sauacutede na gestatildeo do SUS e refletindo sua implementaccedilatildeo Rev Eletrocircnica de Enfermagem v 11 n 1 p 181-187 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfenufgbrfen_revis-tav11n1pdfv11n1a23pdfgt Acesso em 27set2013
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agrave sauacutede do homem visando estimular o autocuidado e sobretudo o reconhe-cimento de que a sauacutede eacute um direito social baacutesico e de cidadania de todos os homens brasileiros (BRASIL 2008a)
Tem como objetivo principal
Promover a melhoria das condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo masculina do Brasil contri-buindo de modo efetivo para a reduccedilatildeo da morbidade e mortalidade dessa popu-laccedilatildeo atraveacutes do enfrentamento racional dos fatores de risco e mediante a facilitaccedilatildeo ao acesso agraves accedilotildees e aos serviccedilos de assistecircncia integral agrave sauacutede (BRASIL 2008a)
Aleacutem disso a PNAISH propotildee uma reorientaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede com foco na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) de modo que essa poliacutetica seja integrada e executada juntamente com as demais poliacuteticas programas estrateacutegias e accedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2008a)
Para refletir
Vocecirc jaacute teve oportunidade de discutir a PNAISH com os demais membros da equipe de sauacutedeQuais satildeo as accedilotildees desenvolvidas na sua unidade de sauacutede para os homens Como eacute a adesatildeo da popula-ccedilatildeo a essas accedilotildees Quais satildeo suas principais dificuldades
Saiba
Conheccedila o estudo que avaliou a implantaccedilatildeo da PNAISH em municiacutepios brasileiros Nele foram avaliados como estatildeo sendo desenvolvidas as accedilotildees de fortalecimento desta poliacutetica Estaacute disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Fortalecimento-da--PNAISHpdfgt Acesso em 01 fev 2015
SitesPara vocecirc conhecer mais sobre a PNAISH acesse os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Institui no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacute-de do Homem Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2009prt1944_27_08_2009htmlgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave sauacutede Departamento de Accedilotildees Progra- maacuteticas e Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem Plano de Accedilatildeo Nacional 2009-2011 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009b Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_saude_homem_2009-2011pdfgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteti-cas Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2008a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_homempdfgt Acesso em 20 set 2013
CARRARA S RUSSO J A FARO L A poliacutetica de atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem no Brasil os pa-radoxos da medicalizaccedilatildeo do corpo masculinoPhysisRevista de Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 19 n 3 p659-678 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfphysisv19n3a06v19n3pdfgt Acesso em 27set 2013
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LEAL A F FIGUEIREDO W S NOGUEIRA-DA-SILVA G S O percurso da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede dos Homens (PNAISH) desde a sua formulaccedilatildeo ateacute sua implementaccedilatildeo nos serviccedilos puacuteblicos locais de atenccedilatildeo agrave sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletivav 17 n 10 p2607-2616 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfcscv17n1010pdfgt Acesso em 27 set 2013
33 poliacutetica nacional de Humanizaccedilatildeo (pnH)A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) foi criada em 2004 como fortaleci-
mento da rede assistencial do SUS e com o objetivo de oferecer uma sauacutede digna para todos com profissionais comprometidos com a eacutetica e com a defesa da vida
Para a PNH humanizar eacute ofertar atendimento de qualidade articulando os avanccedilos tecnoloacutegicos com o acolhimento com a melhoria dos ambientes de cuidado e das condiccedilotildees de trabalho dos profissionais
Como poliacutetica a Humanizaccedilatildeo deve portanto traduzir princiacutepios e modos de operar no conjunto das relaccedilotildees entre profissionais e usuaacuterios A humanizaccedilatildeo supotildee troca de saberes (incluindo os dos pacientes e familiares) diaacutelogo entre os profissionais e modos de trabalhar em equipe Como estrateacutegia de interferecircncia no processo de produccedilatildeo de sauacutedeconsidera-se que sujeitos sociais quando mobi-lizados satildeo capazes de transformar realidades transformando-se a si proacuteprios nesse mesmo processo
princiacutepios norteadores da poliacutetica de Humanizaccedilatildeo
1 Valorizaccedilatildeo da dimensatildeo subjetiva e social em todas as praacuteticas de atenccedilatildeo e gestatildeo fortalecendoestimulando processos integradores e promotores de compromissosresponsabilizaccedilatildeo
2 Estiacutemulo a processos comprometidos com a produccedilatildeo de sauacutede e com a produccedilatildeo de sujeitos
3 Fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional estimulando a trans-disciplinaridade e a grupalidade
4 Atuaccedilatildeo em rede com alta conectividade de modo cooperativo e solidaacuterio em conformidade com as diretrizes do SUS
5 Utilizaccedilatildeo da informaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo da educaccedilatildeo permanente e dos espaccedilos da gestatildeo na construccedilatildeo de autonomia e protagonismo de sujeitos e coletivos
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diretrizes especiacuteficas na atenccedilatildeo baacutesica
1 Elaborar projetos de sauacutede individuais e coletivos para usuaacuterios e sua rede social considerando as poliacuteticas intersetoriais e as necessidades de sauacutede
2 Incentivar praacuteticas promocionais de sauacutede
3 Estabelecer formas de acolhimento e inclusatildeo do usuaacuterio que promovam a otimizaccedilatildeo dos serviccedilos o fim das filas a hierarquizaccedilatildeo de riscos e o acesso aos demais niacuteveis do sistema
4 Comprometer-se com o trabalho em equipe de modo a aumentar o grau de corresponsabilidade e com a rede de apoio profissional visando agrave maior eficaacutecia na atenccedilatildeo em sauacutede
E o acolhimento como pode ser entendido Trata-se de uma praacutetica nas accedilotildees de atenccedilatildeo e gestatildeo nas unidades de sauacutede que favorece a construccedilatildeo de uma relaccedilatildeo de confianccedila e compromisso dos usuaacuterios com as equipes e os serviccedilos contribuindo para a promoccedilatildeo da cultura de solidariedade e para a legitimaccedilatildeo do SUS Com o acolhimento passa a existir a possibilidade de avanccedilos na alianccedila entre usuaacuterios trabalhadores e gestores da sauacutede em defesa do SUS como uma poliacutetica puacuteblica essencial da e para a populaccedilatildeo brasileira (GENIOLE et al 2011)
Para refletir
Como profissional de sauacutede suas atitudes contemplam as dimensotildees abordadas na Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo E qual o envolvimento que vocecirc visualiza desta Poliacutetica com a Sauacutede do Homem Vocecirc acredita que a falta de acolhimento pode dificultar o acesso dos homens agraves unidades de sauacutede
Saiba
SitesPara conhecer mais sobre a Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo acesse os links lthttpportalsau-degovbrportalarquivospdfdoc_basepdfgt (BRASIL 2004) e lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumanizasus_gestores_trabalhadores_sus_4edpdfgt (BRASIL 2008c)
A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo possui um caderno especiacutefico para a Atenccedilatildeo Baacutesica Para conhececirc-lo acesse o link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumaniza_sus_atencao_basicapdfgt (BRASIL 2009c)
E para entender mais sobre acolhimento acesse a cartilha denominada Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede disponiacutevel no link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhi-mento_praticas_producao_saudepdfgt (BRASIL 2010a)pdfgt Acesso em 27set 2013
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34 poliacutetica de promoccedilatildeo da sauacutede
Entre as prioridades do Pacto em Defesa da Vida encontra-se a publicaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede que ratifica o compromisso do Minis-teacuterio da Sauacutede na ampliaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede nos serviccedilos e na gestatildeo do SUS Trata-se de uma poliacutetica transversal integrada e intersetorial que dialoga com as diversas aacutereas do setor sanitaacuterio os outros setores do Governo os setores privados e natildeogovernamentais e a sociedade compondo redes de compromisso e corresponsabilidade quanto agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo de forma que todos sejam partiacutecipes no cuidado com a sauacutede (BRASIL 2006b)
A Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede foi revisada no ano de 2015 visando se adequar aos novos desafios e compromissos no contexto da sauacutede nacional
Ela destaca a necessidade de articulaccedilatildeo com outras poliacuteticas puacuteblicas para fortalececirc-la com o imperativo da participaccedilatildeo social e dos movimentos popu-lares em virtude da impossibilidade de que o setor sanitaacuterio responda sozinho ao enfrentamento dos determinantes e condicionantes da sauacutede Para tal toma como referecircncia alguns temas transversais para a formulaccedilatildeo de agendas de promoccedilatildeo da sauacutede e para a adoccedilatildeo de estrateacutegias e temas prioritaacuterios operando em conso-nacircncia com os princiacutepios e os valores do SUS como
raquo Determinantes Sociais da Sauacutede (DSS)
raquo equidade e respeito agrave diversidade
raquo produccedilatildeo de sauacutede e cuidado
raquo vida no trabalho
raquo cultura da paz e direitos humanos entre outras (BRASIL 2015)
O objetivo principal dessa poliacutetica eacute promover a equidade e a melhoria das condiccedilotildees e dos modos de viver ampliando a potencialidade da sauacutede individual e coletiva e reduzindo vulnerabilidades e riscos agrave sauacutede decorrentes dos determi-nantes sociais econocircmicos poliacuteticos culturais e ambientais (BRASIL 2015)
Saiba
SitesPara conhecer melhor a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede vocecirc pode ver o linklthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_promocao_saude_3edpdfgtAcesso em 28 out 2013 (BRASIL 2010b)
Para ter acesso agrave Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede revisada e identificar todas as atuali-zaccedilotildees da versatildeo de 2015 acesse lthttppromocaodasaudesaudegovbrpromocaodasaudearquivospnps-2015_finalpdfgt Acesso em 01 fev 2015
4 a organizaccedilatildeo da estrateacutegia sauacutede da famiacuteLia no pLanejamento de accedilotildees e avaLiaccedilatildeo de riscos agrave sauacutede do homem
Uma das diretrizes da PNAISH eacute a reorganizaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede por meio de uma proposta inclusiva na qual os homens considerem os serviccedilos de sauacutede sobretudo as unidades baacutesicas de sauacutede ou unidades de sauacutede da famiacutelia tambeacutem como espaccedilos masculinos e por sua vez esses serviccedilos reconheccedilam os homens como sujeitos que necessitem de cuidados (SILVA et al 2012)
A compreensatildeo das barreiras institucionais eacute importante para a proposiccedilatildeo estrateacutegica de medidas que venham a promover o acesso dos homens aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria que deve ser a porta de entrada preferencial ao sistema de sauacutede a fim de resguardar a promoccedilatildeo e a prevenccedilatildeo como eixos fundamentais de intervenccedilatildeo (SILVA et al 2012)
Nesse contexto estudos vecircm relacionando a masculinidade tradicional como o principal obstaacuteculo para o acesso dessa parcela populacional aos serviccedilos de sauacutede sobretudo agravequeles que estatildeo voltados agrave promoccedilatildeo da sauacutede A busca por esse tipo de serviccedilo pode ser considerado sinocircnimo de fraqueza realidade que vai de encontro com os preceitos da hegemonia masculina na qual os homens satildeo educados para natildeo demonstrar qualquer traccedilo de fragilidade Some-se a isso o fato de as unidades baacutesicas e de sauacutede da famiacutelia por serem compostas por muitos profissionais do sexo feminino e serem frequentadas sobretudo por mulheres provocam uma sensaccedilatildeo de natildeo pertencimento a tais espaccedilos (FIGUEIREDO 2005 BRAZ 2005 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 BRITO SANTOS 2010 SILVA et al 2012)
Os estudos apontam ainda outros motivos pela baixa demanda masculina na Atenccedilatildeo Baacutesica como a organizaccedilatildeo dos serviccedilos a demora em conseguir atendimento meacutedico o horaacuterio de funcionamento incompatiacutevel com a jornada de trabalho daqueles inseridos no mercado formal a ausecircncia de programas especiacute-ficos para atender aos homens o deacuteficit no processo de abordagem e de cuidarcuidado da populaccedilatildeo masculina por parte dos profissionais a ausecircncia de acolhi-mento ou o acolhimento pouco atrativo a fraacutegil qualificaccedilatildeo profissional para lidar com o segmento masculino
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O certo eacute que muitos agravos que acometem a populaccedilatildeo masculina poderiam ser evitados caso fossem realizadas com regularidade as medidas de prevenccedilatildeo primaacuteria A resistecircncia masculina agrave atenccedilatildeo primaacuteria aumenta natildeo somente a sobrecarga financeira da sociedade mas tambeacutem o sofrimento fiacutesico e emocional do paciente e de sua famiacutelia na luta pela conservaccedilatildeo da sauacutede e da qualidade de vida dessas pessoas (BRASIL 2008a)
O fortalecimento e a qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria garantem a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo aos agravos evitaacuteveis dado o reconhecimento de que os homens adentram o sistema de sauacutede por meio da atenccedilatildeo especializada agravando a morbidade pelo retardamento na atenccedilatildeo e maior custo parao SUS (BRASIL 2008a)
Assim ao serem elaboradas estrateacutegias voltadas agrave conscientizaccedilatildeo do grupo masculino sobre a adoccedilatildeo de haacutebitos mais saudaacuteveis o primeiro passo a ser dado eacute a sensibilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede que atuam na atenccedilatildeo baacutesica para que compreendam os padrotildees culturalmente arraigados na populaccedilatildeo acerca do que eacute ser homem as principais barreiras possam ser superadas e essa populaccedilatildeo possa efetivamente ser acolhida (BRITO SANTOS 2010 )
41 conHecendo a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea de abranGecircncia
Vocecirc jaacute sabe a importacircncia de os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica conhecerem bem as caracteriacutesticas da sua populaccedilatildeo adscrita Sem essa informaccedilatildeo fica difiacutecil se planejar o trabalho a ser desenvolvido
Como aqui estamos discutindo a sauacutede do homem enfatizamos a necessidade de que seja realizado um levantamento sobre o perfil de morbimortalidade dessa populaccedilatildeo antes mesmo das accedilotildees de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo agrave sauacutede serem pensadas
Como a populaccedilatildeo masculina eacute caracterizada pela faixa etaacuteria de 20 a 59 anos uma sugestatildeo eacute que se definam por grupos etaacuteriosas causas de adoecimento e morte mais prevalentes e a partir disso sejam estruturadas as accedilotildees de sauacutede
Uma sugestatildeo eacute vocecirc utilizar as informaccedilotildees contidas no quadro a seguir para construir o perfil da sua populaccedilatildeo masculina
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Quadro 02 ndash Indicadores para a anaacutelise do perfil da populaccedilatildeo masculina
Cadastro do nuacutemero de indiviacuteduos masculinos entre 20 e 59 anos
Homens diabeacuteticos cadastrados
Homens diabeacuteticos acompanhados
Homens hipertensos cadastrados
Homens hipertensos acompanhados
Homens com tuberculose cadastrados
Homens com tuberculose acompanhados
Homens com hanseniacutease cadastrados
Homens com hanseniacutease acompanhados
Hospitalizaccedilotildees ocorridas no mecircsPor abuso de aacutelcoolPor complicaccedilotildees do DiabetesPor outras causas
Internaccedilotildees em hospital psiquiaacutetrico
Oacutebitos ocorridos no mecircs
Fonte (UFSC 2013 adaptado)
Saiba
SitesConsulte os links a seguir para saber mais sobre o assunto
Novo sistema de informaccedilatildeo do SUS o E-SUS Atenccedilatildeo Baacutesica lthttpdabsaudegovbrportal-dabesusphpgt Acesso em 1out 2013 (PORTAL 2012)
Portal da atenccedilatildeo baacutesica e seus sistemas de informaccedilatildeo lthttpdabsaudegovbrportaldabsis-temasphpgt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL [20--d])
DATASUS Informaccedilotildees de Sauacutede (TABNET) lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphp area=0203gt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL c2008)
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42 inserccedilatildeo da atenccedilatildeo e cuidado ao Homem no processo de trabalHo da equipe de sauacutede da famiacutelia
Para alcanccedilar a efetividade desejada na atenccedilatildeo baacutesica consideram-se neces-saacuterios o planejamento e a implementaccedilatildeo de accedilotildees de sauacutede em cada contexto Esses exigem conhecimentos detalhados sobre as condiccedilotildees de vida das pessoas que ali residem sobre as especificidades do processo de organizaccedilatildeo das accedilotildees realizadas na assistecircncia agrave sauacutede e gestatildeo do trabalho das equipes e dos profissio-nais envolvidos Assim pode-se delinear o que eacute necessaacuterio e o que eacute possiacutevel se realizarem um determinado local (KRUG et al 2010)
O processo de trabalho na Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia eacute caracterizado pela interdisciplinaridade e pelo trabalho em equipe Haacute uma soma dos diversos saberes e das praacuteticas das categorias profissionais por meio de uma abordagem integral e resolutiva (BRASIL 2012b)
O trabalho em equipe eacute tido como proposta estrateacutegica para enfrentar o intenso processo de especializaccedilatildeo na aacuterea da sauacutede Esse processo caracteriza-se pelo aprofundamento vertical do conhecimento e da intervenccedilatildeo em aspectos individu-alizados das necessidades de sauacutede (PAVONI MEDEIROS 2009)
Sendo assim o ideal eacute mobilizar toda a equipe para que juntos possam efeti-vamente planejar as accedilotildees que seratildeo desenvolvidas para a populaccedilatildeo masculina Para ajudar nesse processo relembramos algumas caracteriacutesticas do processo de trabalho das equipes de atenccedilatildeo baacutesica
I Definiccedilatildeo do territoacuterio de atuaccedilatildeo e da populaccedilatildeo sob a responsabilidade das unidades baacutesicas de sauacutede e das equipes
II Programaccedilatildeo e implementaccedilatildeo das atividades de atenccedilatildeo agrave sauacutede de acordo com as necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo com a priorizaccedilatildeo de inter-venccedilotildees cliacutenicas e sanitaacuterias nos problemas de sauacutede segundo criteacuterios de frequecircncia risco vulnerabilidade
III Desenvolvimento de accedilotildees que priorizem os grupos de risco e os fatores de risco cliacutenico-comportamentais alimentares eou ambientais com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a persistecircncia de doenccedilas e danos evitaacuteveis
IV Realizaccedilatildeo do acolhimento com escuta qualificada classificaccedilatildeo de risco avaliaccedilatildeo de necessidade de sauacutede e anaacutelise de vulnerabilidade tendo em vista a responsabilidade da assistecircncia resolutiva agrave demanda espontacircnea e o primeiro atendimento agraves urgecircncias
V Prover atenccedilatildeo integral contiacutenua e organizada agrave populaccedilatildeo adscrita
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VI Desenvolvimento de accedilotildees educativas que possam interferir no processo de sauacutede-doenccedila da populaccedilatildeo no desenvolvimento de autonomia individual e coletiva e na busca por qualidade de vida pelos usuaacuterios
VII Desenvolvimento de accedilotildees intersetoriais integrando projetos e redes de apoio social voltados para o desenvolvimento de uma atenccedilatildeo integral
VIII Realizaccedilatildeo de atenccedilatildeo domiciliar destinada a usuaacuterios que possuam problemas de sauacutede controladoscompensados e com dificuldade ou impos-sibilidade fiacutesica de locomoccedilatildeo ateacute uma unidade de sauacutede que necessitam de cuidados com menor frequecircncia e menor necessidade de recursos de sauacutede e do cuidado compartilhado com as equipes de atenccedilatildeo domiciliar nos demais casos
Fonte (BRASIL 2012b grifo nosso)
Como jaacute vimos vaacuterios estudos apontam que os homens padecem mais de condiccedilotildees severas e crocircnicas de sauacutede em comparaccedilatildeo agraves mulheres e igualmente morrem mais do que as mulheres pelas mesmas causas de morte Mesmo com o aumento dos iacutendices de morbimortalidade eles natildeo costumam procurar as unidades baacutesicas de sauacutede para orientaccedilatildeo ou prevenccedilatildeo de alguma patologia e quando buscam esses serviccedilos jaacute estatildeo com alguma doenccedila instalada portanto o desafio das equipes de sauacutede da famiacutelia eacute inverter esse padratildeo e encontrar formas de estimular a populaccedilatildeo masculina para accedilotildees de prevenccedilatildeo e cuidados agrave sauacutede (SILVA etal 2012 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 FIGUEIREDO 2005 SCHRAIBER et al 2010)
Eacute mais do que chegada a hora de se distanciar do modelo biomeacutedico pres-critivo que natildeo enfatiza a prevenccedilatildeo mas que ainda predomina nos serviccedilos de sauacutede e estaacute arraigado na cultura masculina Deve-se ter um olhar integral no aten-dimento a essa populaccedilatildeo no qual se priorizam as necessidades que vatildeo aleacutem daquilo que a cliacutenica pode detectar (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)Tambeacutem eacute necessaacuterio que os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica verdadeiramente entendamo papel de cada um para que efetivamente a PNAISH possa ser implan-tada nas unidades de sauacutede
A equipe da atenccedilatildeo baacutesica eacute de fundamental importacircncia no processo de estiacute-mulo agrave populaccedilatildeo masculina pela procurados serviccedilos de sauacutede Diversos esforccedilos devem ser investidos para trazer essa populaccedilatildeo para participar de atividades de
43 accedilotildees da equipe de sauacutede da famiacutelia Voltadas para a sauacutede do Homem
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prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Para tal vale acionar familiares na captaccedilatildeo dessa populaccedilatildeo A mulher que geralmente eacute quem procura a unidade sendo essa esposa matildee ou irmatilde eacute um canal interessante para se discutir a importacircncia de trazer seus familiares do sexo masculino para consultas de rotina (BRASIL 2008a) E como fazer isso
Na seccedilatildeo 41 deste livro vocecirc recebeu orientaccedilotildees sobre como conhecer a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea Agora eacute hora de reunir a equipe de sauacutede e planejar as accedilotildees visando agrave melhoria dos indicadores e agrave qualidade de vida dessa populaccedilatildeo A seguir sugerimos alguns exemplos de accedilotildees que podem ser desen-volvidas por vocecirc e sua equipe
raquo Analisar a situaccedilatildeo de sauacutede da populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea adscrita observando as principais causas de morbidade internaccedilatildeo e mortalidade
raquo Estabelecer accedilotildees levando em consideraccedilatildeo os fatores socioeconocircmicos de morbimortalidade eculturais locais que determinam ou condicionam o modo de vida dos indiviacuteduos respeitando tambeacutem as diferenccedilas de idade jaacute que esse grupo populacional envolve homens na faixa etaacuteria de 20 e 59 anos
raquo Realizar a busca ativa de homens para a realizaccedilatildeo de ao menos uma consultaano
raquo Informar a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea a respeito da importacircncia da promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos aos homens
raquo Facilitar o acesso com oferta de atendimento em horaacuterios alternativos adequados agrave populaccedilatildeo masculina
raquo Promover o acolhimento realizando atendimento humanizado
raquo Realizar accedilotildees visando principalmente agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao estiacutemulo ao autocuidado e agrave adesatildeo de homens aos serviccedilos de sauacutede Satildeo exemplos de accedilotildees orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da populaccedilatildeo masculina quanto agraves medidas disponiacuteveis para detecccedilatildeo precoce do cacircncer de proacutestata em pacientes sinto-maacuteticos e com disfunccedilatildeo ereacutetil entre outros agravos do aparelho geniturinaacuterio
raquo Incorporar os homens nas accedilotildees e atividades educativas voltadas para o plane-jamento familiar
raquo Estimular a participaccedilatildeo paterna no preacute-natal parto puerpeacuterio e no cresci-mento e desenvolvimento da crianccedila
raquo Ofertar exames previstos para homens que participam do preacute-natal masculino
raquo Realizar accedilotildees educativas para a prevenccedilatildeo de violecircncias e acidentes e uso de aacutelcool e outras drogas
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Vocecirc sabia
O Ministeacuterio da Sauacutede vem apoiando estrateacutegias que estimulem e facilitem o acesso dos homens agraves unidades baacutesicas de sauacutede Como alternativa desde 2010 propocircs durante o I Seminaacuterio Inter-nacional de Sauacutede do Homem das Ameacutericas a implantaccedilatildeo do preacute-natal masculino como comple-mento agrave PNAISH na Atenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede
O objetivo eacute fazer com que os profissionais de sauacutede incentivem o homem a acompanhar as con-sultas do preacute-natal durante os nove meses de gestaccedilatildeo da parceira e aproveitem esse momento para realizar exames preventivos e assim promover o acesso dos homens aos serviccedilos de sauacutede
O princiacutepio baacutesico eacute estimular a participaccedilatildeo e inclusatildeo do homem nas accedilotildees de planejamento de sua vida sexual e reprodutiva focando inclusive na paternidade responsaacutevel ou seja o homem precisa se cuidar para cuidar da famiacutelia A proposta tem relaccedilatildeo com o fortalecimento do viacutenculo homem-mulher e pai-filho(a) podendo este ter reflexo sobre a reduccedilatildeo da violecircncia domeacutestica (SANTOS FERREIRA 2013)
Na Paraiacuteba desde o ano de 2009 foi instituiacuteda a Semana Estadual da Sauacutede do Homem (Lei Ndeg 8772 de 15 de abril de 2009) Desde essa eacutepoca vaacuterios eventos aconteceram com o objetivo de implantar e implementar a PNAISH no Estado
A primeira semana foi intitulada ldquoAlerta Homemrdquo por meio da qual se definiu um conjunto de accedilotildees que foram efetivadas pela Secretaria de Estado da Sauacutede em parceria com outras instacircncias go-vernamentais e natildeo governamentais inclusive com a Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) por intermeacutedio do Laboratoacuterio de Estudos e Pesquisas Masculinidades e Sauacutede vinculado ao Progra-ma de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Enfermagem que participou dessa semana com accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede
Saiba
Sites
Para vocecirc conhecer mais sobre essa experiecircncia veja o link a seguir
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raquo Responsabilizar a cada semana um profissional pelo desenvolvimento de alguma atividade especiacutefica ao homem
raquo Divulgar as accedilotildees propostas para os homens por meio dos agentes comunitaacute-rios de sauacutede e da populaccedilatildeo feminina que frequenta a unidade de sauacutede
raquo Comemorar o Dia Internacional do Homem (tambeacutem conhecido como Novembro Azul) Vale planejar com a equipe accedilotildees de prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos e promoccedilatildeo da sauacutede voltadas agrave populaccedilatildeo masculina
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Em Pernambuco tambeacutem foi instituiacuteda a Semana Estadual de Sauacutede do Homem por meio da Lei Nordm 14158 de 17 de setembro de 2010 que determina a comemoraccedilatildeo e realizaccedilatildeo de accedilotildees voltadas a essa populaccedilatildeo na segunda semana de agosto Saiba mais consultando o link lthttplegisalepepegovbrarquivoTextoaspxtiponorma=1ampnumero=14158ampcomplemento=0ampano=2010amptipo=gt Acesso em 1 out 2013
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VIEIRA L J E de S et al Prevenccedilatildeo do cacircncer de proacutestata na oacutetica do usuaacuterio portador de hipertensatildeo e diabetes Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 13 n 1 p 145-152 janfev 2008 Disponiacutevel em lthttpdxdoiorg101590 S1413-81232008000100019gt Acesso em 20 set 2013
VIEIRA S O cacircncer e a sauacutede do homem um panorama completo dos tumores que acometem a populaccedilatildeo masculina Revista Oncoamp ndash Oncologia para todas as especialidades Satildeo Paulo a 2 n 11 p 12-18 maiojun 2012 Disponiacutevel em lthttprevistaoncocombrwp-contentuploads201205ONCO_11pdfgt Acesso em 25 set 2013
VILLELA W Gecircnero sauacutede dos homens e masculinidades Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 10 n 1 p 29-32 janmar 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfcscv10n1a03fv10n1pdfgt Acesso em 20 set 2013
XIMENES NETO F R G X et alTrabalho do enfermeiro na atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem no territoacuterio da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia Revista Eletrocircnica Gestatildeo amp Sauacutede v 4 n 1 p1741ndash1756 2013
54
Execuccedilatildeo
Financiamento
Universidade Aberta do SUS
16
Graacutefico 01 ndash Proporccedilatildeo dos gastos do SUS com internaccedilotildees por causas externas nas capitais e Distrito Federal
Satildeo Luiacutes
Vitoacuteria
Maceioacute
Manaus
Recife
Porto Alegre
Joatildeo Pessoa
Rio de Janeiro
Terresina
Cuiabaacute
Salvador
Fortaleza
Brasiacutelia
Natal
Brasil
Aracaju
Boa Vista
Curitiba
Goiacircnia
Satildeo Paulo
Belo Horizonte
Florianoacutepolis
Macapaacute
Beleacutem
Rio Branco
Porto Velho
Campo Grande
Palmas
FONTE (BRASIL 2011a p 214)
tumores
Os tumores que incidem com maior frequecircncia na faixa etaacuteria dos 25 aos 59 anos satildeo oriundos dos aparelhos digestivo respiratoacuterio e urinaacuterio Cerca de 432 de todos os tumores assinalados na CID 10 Capiacutetulo II tecircm origem no aparelho digestivo (BRASIL 2008a)
O cacircncer da proacutestata eacute uma neoplasia que geralmente apresenta evoluccedilatildeo muito lenta de modo que a mortalidade pode ser evitada quando o processo eacute diagnosticado e tratado com precocidade Uma estimativa realizada pelo Instituto Nacional do Cacircncer (INCA) para o aparecimento de novos casos de cacircnceres no ano de 2008 aponta o cacircncer de proacutestata como sendo o mais frequente sendo superado apenas pelo cacircncer de pele natildeo melanoma (VIEIRA et al 2008)
17
Ao se falar de neoplasias malignas do aparelho urinaacuterio natildeo se pode deixar de mencionar o cacircncer de pecircnis Trata-se de um tumor raro relacionado com as baixas condiccedilotildees socioeconocircmicas e a maacute higiene iacutentima No Brasil esse cacircncer representa cerca de 2 de todas as neoplasias que atingem o homem sendo mais frequente nas regiotildees Norte e Nordeste existindo estados como eacute o caso do Maranhatildeo em que sua incidecircncia supera ateacute a do cacircncer de proacutestata (BARROS MELO 2009)
Dados do INCA referentes aos tumores malignos na populaccedilatildeo masculina dos estados da Paraiacuteba e Pernambuco apontam que o cacircncer de proacutestata eacute o que apre-senta maior incidecircncia conforme mostra a tabela a seguir
Tabela 02 ndash Taxa de incidecircncia anual de neoplasias malignas por 100000 habitantes por localizaccedilatildeo segundo Regiatildeo e UF sexo masculino Brasil 2010 e 2011
Regiatildeo e UF
Pulmatildeo
traqueia e
brocircnquios
Esocircfago Estocircmago
Coacutelon junccedilatildeo
retossigmoacuteide
reto e acircnus
Proacutestata
Laacutebio e
cavidade
oral
Melanoma
maligno da
pele
Outras
neoplasias
malignas da
pele
Paraiacuteba 730 438 1046 462 4369 843 102 7368
Pernambuco 1250 471 1065 653 5783 867 132 6060
Fonte (INCA c2013 adaptado)
alcoolismo
Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) apontam que cerca de 2 bilhotildees de pessoas consomem bebidas alcooacutelicas no mundo O uso abusivo do aacutelcool eacute responsaacutevel por 32 de todas as mortes e por 4 de todos os anos perdidos de vida uacutetil Na Ameacuterica Latina cerca de 16 dos anos de vida uacutetil perdidos estatildeo relacionados ao uso abusivo dessa substacircncia Esse iacutendice eacute quatro vezes maior que a meacutedia mundial e torna o problema da prevenccedilatildeo e do tratamento dos trans-tornos associados ao consumo de aacutelcool um grande problema de sauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
Estudos revelam que o uso do aacutelcool estaacute sendo iniciado cada vez mais preco-cemente por homens e mulheres Portanto torna-se fundamental avaliar os deter-minantes sociais de vulnerabilidade do homem em relaccedilatildeo aos problemas com o aacutelcool para a construccedilatildeo de accedilotildees efetivas de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede mental desse segmento inclusive para jovens e adolescentes (LARANJEIRA et al 2007 SENA et al 2011)
Segundo o Centro Brasileiro de Informaccedilotildees sobre Drogas Psicotroacutepicas (CEBRID) o consumo de aacutelcool e outras drogas estaacute associado a transtornos graves e afetam pelo menos 12 da populaccedilatildeo acima de 12 anos sendo o impacto do aacutelcool dez vezes maior que o do conjunto das drogas iliacutecitas (UNIFESP 2006 BRASIL 2008a)
18
Laranjeira et al (2007) realizaram uma pesquisa intitulada ldquoPrimeiro Levan-tamento Nacional sobre Padratildeo de Consumo de Aacutelcool na Populaccedilatildeo Brasileirardquo cujos resultados apontaram que 52 dos brasileiros acima de 18 anos bebem pelo menos uma vez ao ano e destes 65 satildeo homens A prevalecircncia de depen-dentes de aacutelcool eacute maior para o sexo masculino em que 195 dos homens satildeo dependentes do aacutelcool enquanto 69 das mulheres apresentam dependecircncia Segundo esses dados para cada seis pessoas do sexo masculino que faz uso de aacutelcool uma fica dependente Destaca-se ainda que do conjunto dos homens adultos 11 bebem todos os dias e 28 consomem bebida alcooacutelica de 1 a 4 vezes por semana conforme apresentado na tabela a seguir
Tabela 03 ndash Frequecircncia de consumo de bebida alcooacutelica em homens e mulheres com idade a partir de 18 anos
Frequecircncia de ConsumoA partir de 18 anos
Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstinentes (nunca bebeu ou menos de 1 vez por ano) 35 59 48
Raramente (menos de 1 vez por mecircs) 8 12 10
Ocasional (de 1 a 3 vezes por mecircs) 19 16 17
Frequente ( de 1 a 4 vezes por semana) 28 11 19
Muito frequente (todos os dias) 11 2 6
Quantidade usual Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Ateacute 2 doses 38 63 48
De 3 a 4 doses 25 19 22
de 5 a 11 doses 27 14 22
Bebe mais de 12 doses por ocasiatildeo 11 3 7
Intensidade do beber Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstecircmio 35 59 48
Bebedor natildeo frequente 12 16 14
Bebedor menos frequente 16 13 15
Bebedor frequente 22 9 15
Bebedor frequente pesado 14 3 9
Dependecircncia (criteacuterios de CID-10) Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
14 4 9
Fonte (BRASIL 2008a p14)
outras causas de morbidade
No periacuteodo de 2000 a 2010 observou-se que a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por doenccedilas cardiovasculares manteve-se constante e as hospitalizaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio apresentaram reduccedilatildeo no mesmo periacuteodo (BRASIL 2012a)
No graacutefico apresentado a seguir podem-se observar quanto agrave morbidade as sete causas que respondem pela internaccedilatildeo da maioria dos homens em ordem decrescente de ocorrecircncia
19
raquo As lesotildees os envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas satildeo a primeira causa de internaccedilatildeo para homens entre 20 e 49 anos de idade e a terceira para aqueles entre 50 e 59 anos
raquo As doenccedilas do aparelho digestivo satildeo a segunda causa para todas as faixas etaacuterias
raquo Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias satildeo a terceira causa para homens de 20 a 29 anos transtornos mentais e comportamentais entre 30 e 39 anos e doenccedilas do aparelho circulatoacuterio entre 40 e 49 anos
raquo Para os homens de 50 a 59 anos a principal causa de internaccedilatildeo satildeo as doenccedilas do aparelho circulatoacuterio (SCHWARZ et al 2012)
Graacutefico 02 ndash Porcentagem () das principais causas de internaccedilatildeo em homens por faixa etaacuteria Brasil 2010
Faixa etaacuteria em anos
35
30
25
20
15
10
5
0
I Algumas doenccedilas infecciosas e parasitaacuteriasII Neoplasias (tumores)V Transtornos mentais e comportamentais IX Doenccedilas do aparelho circulatoacuterioX Doenccedilas do aparelho respiratoacuterioXI Doenccedilas do aparelho digestivoXIX Lesotildees envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas
Fonte (SCHWARZ et al 2012 adaptado)
As principais causas de internaccedilotildees por enfermidades do aparelho respiratoacuterio estatildeo assinaladas no graacutefico a seguir
20
Graacutefico 03 ndash Internaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio 2007
Outras 57CID XI 15CID IX 13CID II 6CID X 9 (165369)
Pneumonia 43 (70535)Outras 29 (48489)DPOC 12 (20948)Asma 11 (18457)Tuberculose 5 (6940)
Fonte (BRASIL 2008a p26 adaptado)
Em relaccedilatildeo agraves doenccedilas do aparelho respiratoacuterio as que apresentaram maior incidecircncia foram as pneumonias (43) adoenccedila pulmonar obstrutiva crocircnica (12) e a tuberculose que mesmo apresentando o menor percentual de casos de internaccedilatildeo (5) destaca-se pela importacircncia do ponto de vista dasauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
21
Graacutefico 04 ndash Percentual de internaccedilotildees hospitalares pelo aparelho circulatoacuterio na populaccedilatildeo masculina dos 25ndash59 anos 2007
Outras 277CID V 165CID XIX151CID XI 134CIN IX 120 CIN X 80 CIN I 73
Coronariopatias 405 (59717)Outras 396 (58355)Hipertensatildeo 187 (27569)Febre reumaacutetica miocardiopatias 12 (1713)
Fonte (BRASIL 2008a p27 adaptado)
Entre os fatores de morbidade natildeo se pode deixar de mencionar as disfun-ccedilotildees sexuais notadamente a disfunccedilatildeo ereacutetil que acomete cerca da metade dos homens depois dos cinquenta anos (BRASIL 2008a p27)
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto acesse
MOURA E C MALTA D C Consumo de bebidas alcooacutelicas na populaccedilatildeo adulta brasileira ca-racteriacutesticas sociodemograacuteficas e tendecircncia RevBrasEpidemiol 2011 14(1) Supl 61- 70 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfrbepidv14s1a07v14s1pdfgt Acesso em 27092013
LARANJEIRA R et al I Levantamento nacional sobre os padrotildees de consumo de aacutelcool na popu-laccedilatildeo brasileira Brasiacutelia Secretaria Nacional Antidrogas 2007 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesrelatorio_padroes_consumo_alcoolpdfgt Acesso em 27 set 2013
22
222 mortalidade
Em relaccedilatildeo agrave mortalidade ao longo de toda a uacuteltima deacutecada foi observada maior proporccedilatildeo de oacutebitos entre homens que entre mulheres na faixa etaacuteria adulta especialmente jovens adultos (de 15 a 39 anos de idade) Diversos estudos mostram que as causas externas de mortalidade (acidentes e violecircncias) satildeo extre-mamente importantes entre os adultos especialmente para homens jovens No sexo masculino elas representaram 64 dos oacutebitos de 20 a 39 anos enquanto que no sexo feminino o percentual foi de 23 Mesmo observando uma reduccedilatildeo no diferencial entre homens e mulheres no periacuteodo entre 2000 e 2010 os homens ainda morrem mais que as mulheres conforme apresenta o graacutefico a seguir (BRASIL 2011b BRASIL 2011c LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005 MARANHAtildeO et al 2011)
Graacutefico 05 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo Brasil 2000 2005 e 2010
2000 2005 2010
584 58 573
415 42 427
0
10
20
30
40
50
60
70
Masculino
Feminino
Fonte (BRASIL 2012a p112 adaptado)
O proacuteximo graacutefico apresenta as curvas de mortalidade proporcional para homens e mulheres que tecircm padrotildees diferentes entre os anos principalmente para os grupos de adultos e idosos indicando um padratildeo de mortalidade mais tardia entre as mulheres Na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos houve um maior percen-tual de oacutebitos dos homens (381 em 2000 e 374 em 2010) quando comparado ao das mulheres (25 em 2000 e 232 em 2010) (BRASIL 2012a)
23
Graacutefico 06 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo e o ano do oacutebito por faixa etaacuteria Brasil 2000 e 2010
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1a 9 19 36 381
30 374 20 18 250
lt1 a 85 399241 11 13 232
ge 60 anos 479 547 620 703
Feminino 2000Masculino 2010Masculino 2000
Feminino 2010
10 a 19 20 a 59
11
Fonte (BRASIL 2012a p113)
Quadro 01 ndash Quatro principais causas especiacuteficas de mortalidade entre 20 e 59 anos (nesta ordem)homens 2010
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste Eventos Int Indeterminada Suiciacutedio
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste D HIV Cirosse e D Fiacutegado
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Acidentes de transporte terreste D Cerebrovasculares
Fonte (BRASIL 2012a adaptado)
24
Dados de 2012 mostram que no Brasil as causas externas representam a primeira causa mais frequente de morte na populaccedilatildeo masculina entre 20 a 59 anos configurando-se como um grande desafio aos gestores puacuteblicos e profissio-nais sobretudo os da sauacutede pois se deve ultrapassar a dimensatildeo da assistecircncia e reabilitaccedilatildeo das viacutetimas ocupando-se tambeacutem da promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e vigilacircncia epidemioloacutegica de acidentes e violecircncias (BRASIL 2012a)
Os homens no Brasil apresentam um risco de morte por causas externas 51 vezes maior que as mulheres Quanto agrave idade vale destacar as altas taxas de mortalidade por causas externas observadas a partir dos 19 anos de idade em especial entre os adultos jovens de 20 a 39 anos de idade e os idosos com 60 e mais anos de idade O risco de morte por causas externas foi de 100 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os adultos jovens e de 1104 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os idosos (BRASIL 2012a)
A anaacutelise do risco de morte por causas externas segundo regiotildees geograacute-ficas demonstrou uma distribuiccedilatildeo menos desigual que nas anaacutelises anteriores segundo atributos de idade e sexo sendo que taxas de mortalidade apenas ligei-ramente superiores foram encontradas nas regiotildees Centro-Oeste (853 por oacutebitos por 100 mil habitantes) Nordeste (755 oacutebitos por 100 mil habitantes) e Sul (746 oacutebitos por 100 mil habitantes) (BRASIL 2012a)
Tabela 04 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa bruta de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externas segundo sexo faixa etaacuteria e regiotildees geograacuteficas Brasil 2009
CaracteriacutesticasSexo a
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria b
0 a 9 anos 2517 22 151 1594 68 100 4111 30 126
10 a 14 anos 1740 15 208 733 31 90 2473 18 150
15 a 19 anos 11780 102 1384 1629 70 197 13409 97 799
20 a 39 anos 57656 500 1810 6105 282 204 64261 463 1000
40 a 59 anos 26305 228 1315 1586 196 210 30891 223 738
60 a mais 13342 116 1541 8109 346 753 21451 155 1104
Ignorado 1904 17 - 179 08 - 2083 15 -
Regiatildeo
Norte 9317 81 1199 1508 64 199 10825 78 705
Nordeste 34639 301 1317 5807 248 213 40446 292 755
Sudeste 44360 385 1125 10405 444 251 54765 395 677
Sul 17023 148 1246 3652 156 260 20675 149 746
Centro-Oeste 9826 85 1428 2023 86 288 11849 85 853
Total 115244 1000 1225 23435 1000 241 138679 1000 724
a) Excluiacutedos 137 registros com sexo ignorado
b) Excluiacutedos 119 registros com regiatildeo de residecircncia ignorada
Fonte (BRASIL 2011b p234 adaptado)
25
Embora natildeo exista grande diferenccedila nos coeficientes de mortalidade por neoplasias malignas eacute preciso destacar que entre os homens predominam os cacircnceres de pulmatildeo vindo a seguir os de proacutestata e o de estocircmago A anaacutelise de seacuteries histoacutericas de mortalidade no Brasil mostra claramente a importacircncia cres-cente do cacircncer de proacutestata que jaacute suplanta a neoplasia maligna de estocircmago haacute alguns anos (LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005)
No estado da Paraiacuteba o que se percebe eacute que em relaccedilatildeo agrave mortalidade por cacircnceres na populaccedilatildeo masculina o tumor da proacutestata jaacute se destaca como o de maior prevalecircncia aleacutem de ter tendecircncia crescente em relaccedilatildeo aos periacuteodos 2002 ndash2006 e 2007ndash2011
Graacutefico 07 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Paraiacuteba para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
2002-2006 2007-2011
158
109
96
62
52
52
5
49
38
31
31
3
24
1
207
191
104
10
36
5
36
49
46
46
37
37
32
23
1
20
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Por outro lado no estado de Pernambuco o cacircncer de proacutestata tambeacutem apre-senta maior prevalecircncia em relaccedilatildeo aos outros tumores mas mesmo apresen-tando tendecircncia a aumento no periacuteodo avaliado natildeo foi tatildeo significativo quanto no estado da Paraiacuteba Outro ponto de destaque eacute a tendecircncia agrave diminuiccedilatildeo nos tumores de traqueia brocircnquios pulmotildees fiacutegado e vias biliares
26
Graacutefico 08 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Pernambuco para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
179
91
128
184
183
92
122
184
3
46
39
65
43
44
33
35
36
32
14
35
5
34
61
46
38
34
37
41
3
14
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
2002-2006 2007-2011
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Dentre as doenccedilas do aparelho digestivo podem-se destacar as doenccedilas do fiacutegado que em 2005 foram responsaacuteveis por 70 das causas de morte de homens de 25ndash59 anos Destas 46 devem-se agrave doenccedila por consumo de aacutelcool 36 agrave fibrose e cirrose e 18 a outras doenccedilas do fiacutegado (BRASIL 2008a)
Por outro lado em relaccedilatildeo agrave mortalidade proporcional de acordo com os capiacute-tulos da CIDndash10 entre homens apresenta uma tendecircncia de reduccedilatildeo da proporccedilatildeo de oacutebitos por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio e tendecircncia de aumento nas seguintes causas neoplasias doenccedilas endoacutecrinas e causas externas (BRASIL 2012a)
27
Graacutefico 09 ndash Mortalidade proporcional () por capiacutetulos da CID no sexo masculino Brasil 2000 e 2010
IX II XX X IV OUTRAS
294 135 18 105 47 238
285 16 187 104 53 211
0
5
10
15
20
25
30
35
2000
2010
Fonte (BRASIL 2012a p121 adaptado)
Saiba
SitesPara realizar uma anaacutelise mais detalhada do perfil de mortalidade masculina consulte o material Mortalidade do adulto no Brasil taxas de mortalidade segundo o sexo as causas e as Regiotildees 2010 disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrportalsaudearquivospdf2013Fev21sau-debrasil2011_parte1_cap7pdfgt Acesso em 25 set 2013
Leia tambeacutem o Perfil da situaccedilatildeo de sauacutede do homem no Brasil (2012) disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Perfil-da-Situa----o-de-Sa--de-do-Homem-no--Brasilpdfgt Acesso em 26 ago 2015
Nos artigos a seguir os autores fazem uma discussatildeo ampliada sobre as principais causas de morbimortalidade masculina
LAURENTI R JORGE M H P de M GOTLIEB S L D Perfil epidemioloacutegico da morbimortalidade masculina Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 10 n 1 p 35-46 janmar 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfcscv10n1a04v10n1pdfgt Acesso em 30 set 2013
LUIZAGA C T de M GOTLIEB S L D Mortalidade masculina em trecircs capitais brasileiras 1979 a 2007 RevBrasEpidemiolv 16 n 1 p 87-99 2013 Disponiacutevel emlthttpwwwscielobrpdfrbe-pidv16n11415-790X-rbepid-16-01-0087pdfgt Acesso em 25 set 2013
IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) A qualidade da informaccedilatildeo sobre a mortalidade no Brasil recente e avaliaccedilatildeo do impacto das causas violentas no nuacutemero de anos de vida perdi-dos In IBGE Indicadores Sociodemograacuteficos e de Sauacutede no Brasil n 25 Rio de Janeiro IBGE 2009 Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoindic_sociosaude2009indicsaudepdfgt Acesso em 25092013
VIEIRA S O cacircncer e a sauacutede do homem um panorama completo dos tumores que acometem a populaccedilatildeo masculina Revista Oncoamp ndash Oncologia para todas as especialidadesSatildeo Paulo a 2 n 11 p 12-18 maiojun 2012 Disponiacutevel emlthttprevistaoncocombrwp-contentuploa-ds201205ONCO_11pdfgt Acesso em 25 set 2013
28
Para vocecirc ter acesso a dados sobre morbimortalidade da populaccedilatildeo masculina dos estados de Paraiacuteba e Pernambuco acesse os links abaixo
TABNET ndash OacuteBITOSPARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttptabnetsaudepbgovbrdeftohtmexetabdotabnetsimpbdefgt Acesso em 25 set 2013
ATLAS DE MORTALIDADE POR CAcircNCER ndash INCA (Instituto Nacional de Cacircncer) Disponiacutevel em lthttpmortalidadeincagovbrMortalidadeprepararModelo04actiongt Acesso em 25 set 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttppor-talweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO ndash Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PERNAMBUCO Disponiacutevel em lthttpportalweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
Nos links para acesso ao Pacto pela Sauacutede apoacutes abrir a paacutegina do SISPACTO clique em relatoacute-rios que aparece no lado esquerdo da tela Em seguida clique em relatoacuterios estaduais e localize o estado que vocecirc desejar consultar
3 programas poLiacuteticas e pactos de sauacutede para o homem no BrasiL
A seguir descreveremos os principais programas poliacuteticas e pactos que tecircm relaccedilatildeo com a sauacutede do homem no Brasil Recomendamos que vocecirc consulte os links complementares para saber mais sobre cada um deles
31 pacto pela sauacutede
Aprovado por unanimidade pelo Conselho Nacional de Sauacutede (CNS) e publi-cado na Portaria GMMS nordm 399 de 22 de fevereiro de 2006 o Pacto pela Sauacutede eacute um conjunto de reformas institucionais do SUS pactuado entre as trecircs esferas de gestatildeo (Uniatildeo Estados e Municiacutepios) com o objetivo depromover a melhoria dos serviccedilos ofertados agrave populaccedilatildeo e a garantia de acesso a todos Tambeacutem redefine as responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da popu-laccedilatildeo e na busca da equidade social Sua adesatildeo se constituiem um processo de cooperaccedilatildeo permanente entre os gestores e negociaccedilatildeo local regional estadual e federal
O pacto pela sauacutede se divide em 3 eixos
1 Pacto em defesa do SUS defesa dos princiacutepios do SUS qualificaccedilatildeo do SUS como poliacutetica puacuteblica
2 Pacto pela gestatildeo do SUS processo continuado de pactuaccedilatildeo intergestores ndash responsabilidades sanitaacuterias e diretrizes de gestatildeo
3 Pacto pela vida compromisso entre os gestores do SUS em torno das respon-sabilidades nacionais estaduais regionais e municipais com definiccedilotildees de metas e accedilotildees
Por meio da Portaria nordm 325GM de 21 de fevereiro de 2008 o Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu novas prioridades objetivos metas e indicadores de monito-ramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede para o ano de 2008 no qual foi inserido
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como uma das prioridades a Sauacutede do Homem cuja meta era a de promover a sauacutede integral do homem com a elaboraccedilatildeo publicaccedilatildeo e implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede do Homem
32 poliacutetica nacional de atenccedilatildeo inteGral agrave sauacutede do Homem (pnaisH)
Foi instituiacuteda por meio da Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Destaca- se por ser um programa pioneiro dentre os paiacuteses da Ameacuterica Latina lanccedilado apoacutes 20 anos de implantaccedilatildeo do SUS no Brasil Visa abranger a faixa etaacuteria de 20 a 59 anos melhorando a assistecircncia oferecida aos homens por meio de accedilotildees de informaccedilatildeo proteccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede assim como tratamento e recuperaccedilatildeo de agravos aleacutem de uma mudanccedila cultural no que diz respeito ao comportamento masculino nessa aacuterea (BRASIL 2008a)
A PNAISH estaacute alinhada com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash porta de entrada preferencial ao Sistema Uacutenico de Sauacutede ndash primando pela humanizaccedilatildeo da atenccedilatildeo e em consonacircncia com os princiacutepios do SUS fortalecendo accedilotildees e serviccedilos em redes e cuidados da sauacutede Ela norteia as accedilotildees de atenccedilatildeo integral
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto recomendamos que vocecirc veja os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Pacto pela SauacutedeSISPACTO - Aplicativo do Pacto pela Sauacutede Brasiacutelia Ministeacute-rio da Sauacutede [2011c] Disponiacutevel emlthttpportalweb04saudegovbrsispactogt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 399GM de 22 de fevereiro de 2006 Divulga o pacto pela sauacutede 2006 - Consolidaccedilatildeo do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a Disponiacutevel em lthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2006GMGM-399htmgt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 325 de 21 de fevereiro de 2008 Estabelece prioridades objetivos e metas do Pacto pela Vida para 2008 os indicadores de monitoramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede e as orientaccedilotildees prazos e diretrizes para a sua pactuaccedilatildeoBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacute-de 2008b Disponiacutevel emlthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2008GMGM-325htmgt Acesso em 27set 2013
MACHADO R R et al Entendendo o pacto pela sauacutede na gestatildeo do SUS e refletindo sua implementaccedilatildeo Rev Eletrocircnica de Enfermagem v 11 n 1 p 181-187 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfenufgbrfen_revis-tav11n1pdfv11n1a23pdfgt Acesso em 27set2013
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agrave sauacutede do homem visando estimular o autocuidado e sobretudo o reconhe-cimento de que a sauacutede eacute um direito social baacutesico e de cidadania de todos os homens brasileiros (BRASIL 2008a)
Tem como objetivo principal
Promover a melhoria das condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo masculina do Brasil contri-buindo de modo efetivo para a reduccedilatildeo da morbidade e mortalidade dessa popu-laccedilatildeo atraveacutes do enfrentamento racional dos fatores de risco e mediante a facilitaccedilatildeo ao acesso agraves accedilotildees e aos serviccedilos de assistecircncia integral agrave sauacutede (BRASIL 2008a)
Aleacutem disso a PNAISH propotildee uma reorientaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede com foco na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) de modo que essa poliacutetica seja integrada e executada juntamente com as demais poliacuteticas programas estrateacutegias e accedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2008a)
Para refletir
Vocecirc jaacute teve oportunidade de discutir a PNAISH com os demais membros da equipe de sauacutedeQuais satildeo as accedilotildees desenvolvidas na sua unidade de sauacutede para os homens Como eacute a adesatildeo da popula-ccedilatildeo a essas accedilotildees Quais satildeo suas principais dificuldades
Saiba
Conheccedila o estudo que avaliou a implantaccedilatildeo da PNAISH em municiacutepios brasileiros Nele foram avaliados como estatildeo sendo desenvolvidas as accedilotildees de fortalecimento desta poliacutetica Estaacute disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Fortalecimento-da--PNAISHpdfgt Acesso em 01 fev 2015
SitesPara vocecirc conhecer mais sobre a PNAISH acesse os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Institui no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacute-de do Homem Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2009prt1944_27_08_2009htmlgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave sauacutede Departamento de Accedilotildees Progra- maacuteticas e Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem Plano de Accedilatildeo Nacional 2009-2011 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009b Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_saude_homem_2009-2011pdfgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteti-cas Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2008a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_homempdfgt Acesso em 20 set 2013
CARRARA S RUSSO J A FARO L A poliacutetica de atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem no Brasil os pa-radoxos da medicalizaccedilatildeo do corpo masculinoPhysisRevista de Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 19 n 3 p659-678 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfphysisv19n3a06v19n3pdfgt Acesso em 27set 2013
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LEAL A F FIGUEIREDO W S NOGUEIRA-DA-SILVA G S O percurso da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede dos Homens (PNAISH) desde a sua formulaccedilatildeo ateacute sua implementaccedilatildeo nos serviccedilos puacuteblicos locais de atenccedilatildeo agrave sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletivav 17 n 10 p2607-2616 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfcscv17n1010pdfgt Acesso em 27 set 2013
33 poliacutetica nacional de Humanizaccedilatildeo (pnH)A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) foi criada em 2004 como fortaleci-
mento da rede assistencial do SUS e com o objetivo de oferecer uma sauacutede digna para todos com profissionais comprometidos com a eacutetica e com a defesa da vida
Para a PNH humanizar eacute ofertar atendimento de qualidade articulando os avanccedilos tecnoloacutegicos com o acolhimento com a melhoria dos ambientes de cuidado e das condiccedilotildees de trabalho dos profissionais
Como poliacutetica a Humanizaccedilatildeo deve portanto traduzir princiacutepios e modos de operar no conjunto das relaccedilotildees entre profissionais e usuaacuterios A humanizaccedilatildeo supotildee troca de saberes (incluindo os dos pacientes e familiares) diaacutelogo entre os profissionais e modos de trabalhar em equipe Como estrateacutegia de interferecircncia no processo de produccedilatildeo de sauacutedeconsidera-se que sujeitos sociais quando mobi-lizados satildeo capazes de transformar realidades transformando-se a si proacuteprios nesse mesmo processo
princiacutepios norteadores da poliacutetica de Humanizaccedilatildeo
1 Valorizaccedilatildeo da dimensatildeo subjetiva e social em todas as praacuteticas de atenccedilatildeo e gestatildeo fortalecendoestimulando processos integradores e promotores de compromissosresponsabilizaccedilatildeo
2 Estiacutemulo a processos comprometidos com a produccedilatildeo de sauacutede e com a produccedilatildeo de sujeitos
3 Fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional estimulando a trans-disciplinaridade e a grupalidade
4 Atuaccedilatildeo em rede com alta conectividade de modo cooperativo e solidaacuterio em conformidade com as diretrizes do SUS
5 Utilizaccedilatildeo da informaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo da educaccedilatildeo permanente e dos espaccedilos da gestatildeo na construccedilatildeo de autonomia e protagonismo de sujeitos e coletivos
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diretrizes especiacuteficas na atenccedilatildeo baacutesica
1 Elaborar projetos de sauacutede individuais e coletivos para usuaacuterios e sua rede social considerando as poliacuteticas intersetoriais e as necessidades de sauacutede
2 Incentivar praacuteticas promocionais de sauacutede
3 Estabelecer formas de acolhimento e inclusatildeo do usuaacuterio que promovam a otimizaccedilatildeo dos serviccedilos o fim das filas a hierarquizaccedilatildeo de riscos e o acesso aos demais niacuteveis do sistema
4 Comprometer-se com o trabalho em equipe de modo a aumentar o grau de corresponsabilidade e com a rede de apoio profissional visando agrave maior eficaacutecia na atenccedilatildeo em sauacutede
E o acolhimento como pode ser entendido Trata-se de uma praacutetica nas accedilotildees de atenccedilatildeo e gestatildeo nas unidades de sauacutede que favorece a construccedilatildeo de uma relaccedilatildeo de confianccedila e compromisso dos usuaacuterios com as equipes e os serviccedilos contribuindo para a promoccedilatildeo da cultura de solidariedade e para a legitimaccedilatildeo do SUS Com o acolhimento passa a existir a possibilidade de avanccedilos na alianccedila entre usuaacuterios trabalhadores e gestores da sauacutede em defesa do SUS como uma poliacutetica puacuteblica essencial da e para a populaccedilatildeo brasileira (GENIOLE et al 2011)
Para refletir
Como profissional de sauacutede suas atitudes contemplam as dimensotildees abordadas na Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo E qual o envolvimento que vocecirc visualiza desta Poliacutetica com a Sauacutede do Homem Vocecirc acredita que a falta de acolhimento pode dificultar o acesso dos homens agraves unidades de sauacutede
Saiba
SitesPara conhecer mais sobre a Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo acesse os links lthttpportalsau-degovbrportalarquivospdfdoc_basepdfgt (BRASIL 2004) e lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumanizasus_gestores_trabalhadores_sus_4edpdfgt (BRASIL 2008c)
A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo possui um caderno especiacutefico para a Atenccedilatildeo Baacutesica Para conhececirc-lo acesse o link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumaniza_sus_atencao_basicapdfgt (BRASIL 2009c)
E para entender mais sobre acolhimento acesse a cartilha denominada Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede disponiacutevel no link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhi-mento_praticas_producao_saudepdfgt (BRASIL 2010a)pdfgt Acesso em 27set 2013
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34 poliacutetica de promoccedilatildeo da sauacutede
Entre as prioridades do Pacto em Defesa da Vida encontra-se a publicaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede que ratifica o compromisso do Minis-teacuterio da Sauacutede na ampliaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede nos serviccedilos e na gestatildeo do SUS Trata-se de uma poliacutetica transversal integrada e intersetorial que dialoga com as diversas aacutereas do setor sanitaacuterio os outros setores do Governo os setores privados e natildeogovernamentais e a sociedade compondo redes de compromisso e corresponsabilidade quanto agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo de forma que todos sejam partiacutecipes no cuidado com a sauacutede (BRASIL 2006b)
A Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede foi revisada no ano de 2015 visando se adequar aos novos desafios e compromissos no contexto da sauacutede nacional
Ela destaca a necessidade de articulaccedilatildeo com outras poliacuteticas puacuteblicas para fortalececirc-la com o imperativo da participaccedilatildeo social e dos movimentos popu-lares em virtude da impossibilidade de que o setor sanitaacuterio responda sozinho ao enfrentamento dos determinantes e condicionantes da sauacutede Para tal toma como referecircncia alguns temas transversais para a formulaccedilatildeo de agendas de promoccedilatildeo da sauacutede e para a adoccedilatildeo de estrateacutegias e temas prioritaacuterios operando em conso-nacircncia com os princiacutepios e os valores do SUS como
raquo Determinantes Sociais da Sauacutede (DSS)
raquo equidade e respeito agrave diversidade
raquo produccedilatildeo de sauacutede e cuidado
raquo vida no trabalho
raquo cultura da paz e direitos humanos entre outras (BRASIL 2015)
O objetivo principal dessa poliacutetica eacute promover a equidade e a melhoria das condiccedilotildees e dos modos de viver ampliando a potencialidade da sauacutede individual e coletiva e reduzindo vulnerabilidades e riscos agrave sauacutede decorrentes dos determi-nantes sociais econocircmicos poliacuteticos culturais e ambientais (BRASIL 2015)
Saiba
SitesPara conhecer melhor a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede vocecirc pode ver o linklthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_promocao_saude_3edpdfgtAcesso em 28 out 2013 (BRASIL 2010b)
Para ter acesso agrave Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede revisada e identificar todas as atuali-zaccedilotildees da versatildeo de 2015 acesse lthttppromocaodasaudesaudegovbrpromocaodasaudearquivospnps-2015_finalpdfgt Acesso em 01 fev 2015
4 a organizaccedilatildeo da estrateacutegia sauacutede da famiacuteLia no pLanejamento de accedilotildees e avaLiaccedilatildeo de riscos agrave sauacutede do homem
Uma das diretrizes da PNAISH eacute a reorganizaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede por meio de uma proposta inclusiva na qual os homens considerem os serviccedilos de sauacutede sobretudo as unidades baacutesicas de sauacutede ou unidades de sauacutede da famiacutelia tambeacutem como espaccedilos masculinos e por sua vez esses serviccedilos reconheccedilam os homens como sujeitos que necessitem de cuidados (SILVA et al 2012)
A compreensatildeo das barreiras institucionais eacute importante para a proposiccedilatildeo estrateacutegica de medidas que venham a promover o acesso dos homens aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria que deve ser a porta de entrada preferencial ao sistema de sauacutede a fim de resguardar a promoccedilatildeo e a prevenccedilatildeo como eixos fundamentais de intervenccedilatildeo (SILVA et al 2012)
Nesse contexto estudos vecircm relacionando a masculinidade tradicional como o principal obstaacuteculo para o acesso dessa parcela populacional aos serviccedilos de sauacutede sobretudo agravequeles que estatildeo voltados agrave promoccedilatildeo da sauacutede A busca por esse tipo de serviccedilo pode ser considerado sinocircnimo de fraqueza realidade que vai de encontro com os preceitos da hegemonia masculina na qual os homens satildeo educados para natildeo demonstrar qualquer traccedilo de fragilidade Some-se a isso o fato de as unidades baacutesicas e de sauacutede da famiacutelia por serem compostas por muitos profissionais do sexo feminino e serem frequentadas sobretudo por mulheres provocam uma sensaccedilatildeo de natildeo pertencimento a tais espaccedilos (FIGUEIREDO 2005 BRAZ 2005 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 BRITO SANTOS 2010 SILVA et al 2012)
Os estudos apontam ainda outros motivos pela baixa demanda masculina na Atenccedilatildeo Baacutesica como a organizaccedilatildeo dos serviccedilos a demora em conseguir atendimento meacutedico o horaacuterio de funcionamento incompatiacutevel com a jornada de trabalho daqueles inseridos no mercado formal a ausecircncia de programas especiacute-ficos para atender aos homens o deacuteficit no processo de abordagem e de cuidarcuidado da populaccedilatildeo masculina por parte dos profissionais a ausecircncia de acolhi-mento ou o acolhimento pouco atrativo a fraacutegil qualificaccedilatildeo profissional para lidar com o segmento masculino
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O certo eacute que muitos agravos que acometem a populaccedilatildeo masculina poderiam ser evitados caso fossem realizadas com regularidade as medidas de prevenccedilatildeo primaacuteria A resistecircncia masculina agrave atenccedilatildeo primaacuteria aumenta natildeo somente a sobrecarga financeira da sociedade mas tambeacutem o sofrimento fiacutesico e emocional do paciente e de sua famiacutelia na luta pela conservaccedilatildeo da sauacutede e da qualidade de vida dessas pessoas (BRASIL 2008a)
O fortalecimento e a qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria garantem a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo aos agravos evitaacuteveis dado o reconhecimento de que os homens adentram o sistema de sauacutede por meio da atenccedilatildeo especializada agravando a morbidade pelo retardamento na atenccedilatildeo e maior custo parao SUS (BRASIL 2008a)
Assim ao serem elaboradas estrateacutegias voltadas agrave conscientizaccedilatildeo do grupo masculino sobre a adoccedilatildeo de haacutebitos mais saudaacuteveis o primeiro passo a ser dado eacute a sensibilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede que atuam na atenccedilatildeo baacutesica para que compreendam os padrotildees culturalmente arraigados na populaccedilatildeo acerca do que eacute ser homem as principais barreiras possam ser superadas e essa populaccedilatildeo possa efetivamente ser acolhida (BRITO SANTOS 2010 )
41 conHecendo a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea de abranGecircncia
Vocecirc jaacute sabe a importacircncia de os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica conhecerem bem as caracteriacutesticas da sua populaccedilatildeo adscrita Sem essa informaccedilatildeo fica difiacutecil se planejar o trabalho a ser desenvolvido
Como aqui estamos discutindo a sauacutede do homem enfatizamos a necessidade de que seja realizado um levantamento sobre o perfil de morbimortalidade dessa populaccedilatildeo antes mesmo das accedilotildees de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo agrave sauacutede serem pensadas
Como a populaccedilatildeo masculina eacute caracterizada pela faixa etaacuteria de 20 a 59 anos uma sugestatildeo eacute que se definam por grupos etaacuteriosas causas de adoecimento e morte mais prevalentes e a partir disso sejam estruturadas as accedilotildees de sauacutede
Uma sugestatildeo eacute vocecirc utilizar as informaccedilotildees contidas no quadro a seguir para construir o perfil da sua populaccedilatildeo masculina
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Quadro 02 ndash Indicadores para a anaacutelise do perfil da populaccedilatildeo masculina
Cadastro do nuacutemero de indiviacuteduos masculinos entre 20 e 59 anos
Homens diabeacuteticos cadastrados
Homens diabeacuteticos acompanhados
Homens hipertensos cadastrados
Homens hipertensos acompanhados
Homens com tuberculose cadastrados
Homens com tuberculose acompanhados
Homens com hanseniacutease cadastrados
Homens com hanseniacutease acompanhados
Hospitalizaccedilotildees ocorridas no mecircsPor abuso de aacutelcoolPor complicaccedilotildees do DiabetesPor outras causas
Internaccedilotildees em hospital psiquiaacutetrico
Oacutebitos ocorridos no mecircs
Fonte (UFSC 2013 adaptado)
Saiba
SitesConsulte os links a seguir para saber mais sobre o assunto
Novo sistema de informaccedilatildeo do SUS o E-SUS Atenccedilatildeo Baacutesica lthttpdabsaudegovbrportal-dabesusphpgt Acesso em 1out 2013 (PORTAL 2012)
Portal da atenccedilatildeo baacutesica e seus sistemas de informaccedilatildeo lthttpdabsaudegovbrportaldabsis-temasphpgt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL [20--d])
DATASUS Informaccedilotildees de Sauacutede (TABNET) lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphp area=0203gt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL c2008)
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42 inserccedilatildeo da atenccedilatildeo e cuidado ao Homem no processo de trabalHo da equipe de sauacutede da famiacutelia
Para alcanccedilar a efetividade desejada na atenccedilatildeo baacutesica consideram-se neces-saacuterios o planejamento e a implementaccedilatildeo de accedilotildees de sauacutede em cada contexto Esses exigem conhecimentos detalhados sobre as condiccedilotildees de vida das pessoas que ali residem sobre as especificidades do processo de organizaccedilatildeo das accedilotildees realizadas na assistecircncia agrave sauacutede e gestatildeo do trabalho das equipes e dos profissio-nais envolvidos Assim pode-se delinear o que eacute necessaacuterio e o que eacute possiacutevel se realizarem um determinado local (KRUG et al 2010)
O processo de trabalho na Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia eacute caracterizado pela interdisciplinaridade e pelo trabalho em equipe Haacute uma soma dos diversos saberes e das praacuteticas das categorias profissionais por meio de uma abordagem integral e resolutiva (BRASIL 2012b)
O trabalho em equipe eacute tido como proposta estrateacutegica para enfrentar o intenso processo de especializaccedilatildeo na aacuterea da sauacutede Esse processo caracteriza-se pelo aprofundamento vertical do conhecimento e da intervenccedilatildeo em aspectos individu-alizados das necessidades de sauacutede (PAVONI MEDEIROS 2009)
Sendo assim o ideal eacute mobilizar toda a equipe para que juntos possam efeti-vamente planejar as accedilotildees que seratildeo desenvolvidas para a populaccedilatildeo masculina Para ajudar nesse processo relembramos algumas caracteriacutesticas do processo de trabalho das equipes de atenccedilatildeo baacutesica
I Definiccedilatildeo do territoacuterio de atuaccedilatildeo e da populaccedilatildeo sob a responsabilidade das unidades baacutesicas de sauacutede e das equipes
II Programaccedilatildeo e implementaccedilatildeo das atividades de atenccedilatildeo agrave sauacutede de acordo com as necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo com a priorizaccedilatildeo de inter-venccedilotildees cliacutenicas e sanitaacuterias nos problemas de sauacutede segundo criteacuterios de frequecircncia risco vulnerabilidade
III Desenvolvimento de accedilotildees que priorizem os grupos de risco e os fatores de risco cliacutenico-comportamentais alimentares eou ambientais com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a persistecircncia de doenccedilas e danos evitaacuteveis
IV Realizaccedilatildeo do acolhimento com escuta qualificada classificaccedilatildeo de risco avaliaccedilatildeo de necessidade de sauacutede e anaacutelise de vulnerabilidade tendo em vista a responsabilidade da assistecircncia resolutiva agrave demanda espontacircnea e o primeiro atendimento agraves urgecircncias
V Prover atenccedilatildeo integral contiacutenua e organizada agrave populaccedilatildeo adscrita
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VI Desenvolvimento de accedilotildees educativas que possam interferir no processo de sauacutede-doenccedila da populaccedilatildeo no desenvolvimento de autonomia individual e coletiva e na busca por qualidade de vida pelos usuaacuterios
VII Desenvolvimento de accedilotildees intersetoriais integrando projetos e redes de apoio social voltados para o desenvolvimento de uma atenccedilatildeo integral
VIII Realizaccedilatildeo de atenccedilatildeo domiciliar destinada a usuaacuterios que possuam problemas de sauacutede controladoscompensados e com dificuldade ou impos-sibilidade fiacutesica de locomoccedilatildeo ateacute uma unidade de sauacutede que necessitam de cuidados com menor frequecircncia e menor necessidade de recursos de sauacutede e do cuidado compartilhado com as equipes de atenccedilatildeo domiciliar nos demais casos
Fonte (BRASIL 2012b grifo nosso)
Como jaacute vimos vaacuterios estudos apontam que os homens padecem mais de condiccedilotildees severas e crocircnicas de sauacutede em comparaccedilatildeo agraves mulheres e igualmente morrem mais do que as mulheres pelas mesmas causas de morte Mesmo com o aumento dos iacutendices de morbimortalidade eles natildeo costumam procurar as unidades baacutesicas de sauacutede para orientaccedilatildeo ou prevenccedilatildeo de alguma patologia e quando buscam esses serviccedilos jaacute estatildeo com alguma doenccedila instalada portanto o desafio das equipes de sauacutede da famiacutelia eacute inverter esse padratildeo e encontrar formas de estimular a populaccedilatildeo masculina para accedilotildees de prevenccedilatildeo e cuidados agrave sauacutede (SILVA etal 2012 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 FIGUEIREDO 2005 SCHRAIBER et al 2010)
Eacute mais do que chegada a hora de se distanciar do modelo biomeacutedico pres-critivo que natildeo enfatiza a prevenccedilatildeo mas que ainda predomina nos serviccedilos de sauacutede e estaacute arraigado na cultura masculina Deve-se ter um olhar integral no aten-dimento a essa populaccedilatildeo no qual se priorizam as necessidades que vatildeo aleacutem daquilo que a cliacutenica pode detectar (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)Tambeacutem eacute necessaacuterio que os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica verdadeiramente entendamo papel de cada um para que efetivamente a PNAISH possa ser implan-tada nas unidades de sauacutede
A equipe da atenccedilatildeo baacutesica eacute de fundamental importacircncia no processo de estiacute-mulo agrave populaccedilatildeo masculina pela procurados serviccedilos de sauacutede Diversos esforccedilos devem ser investidos para trazer essa populaccedilatildeo para participar de atividades de
43 accedilotildees da equipe de sauacutede da famiacutelia Voltadas para a sauacutede do Homem
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prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Para tal vale acionar familiares na captaccedilatildeo dessa populaccedilatildeo A mulher que geralmente eacute quem procura a unidade sendo essa esposa matildee ou irmatilde eacute um canal interessante para se discutir a importacircncia de trazer seus familiares do sexo masculino para consultas de rotina (BRASIL 2008a) E como fazer isso
Na seccedilatildeo 41 deste livro vocecirc recebeu orientaccedilotildees sobre como conhecer a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea Agora eacute hora de reunir a equipe de sauacutede e planejar as accedilotildees visando agrave melhoria dos indicadores e agrave qualidade de vida dessa populaccedilatildeo A seguir sugerimos alguns exemplos de accedilotildees que podem ser desen-volvidas por vocecirc e sua equipe
raquo Analisar a situaccedilatildeo de sauacutede da populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea adscrita observando as principais causas de morbidade internaccedilatildeo e mortalidade
raquo Estabelecer accedilotildees levando em consideraccedilatildeo os fatores socioeconocircmicos de morbimortalidade eculturais locais que determinam ou condicionam o modo de vida dos indiviacuteduos respeitando tambeacutem as diferenccedilas de idade jaacute que esse grupo populacional envolve homens na faixa etaacuteria de 20 e 59 anos
raquo Realizar a busca ativa de homens para a realizaccedilatildeo de ao menos uma consultaano
raquo Informar a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea a respeito da importacircncia da promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos aos homens
raquo Facilitar o acesso com oferta de atendimento em horaacuterios alternativos adequados agrave populaccedilatildeo masculina
raquo Promover o acolhimento realizando atendimento humanizado
raquo Realizar accedilotildees visando principalmente agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao estiacutemulo ao autocuidado e agrave adesatildeo de homens aos serviccedilos de sauacutede Satildeo exemplos de accedilotildees orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da populaccedilatildeo masculina quanto agraves medidas disponiacuteveis para detecccedilatildeo precoce do cacircncer de proacutestata em pacientes sinto-maacuteticos e com disfunccedilatildeo ereacutetil entre outros agravos do aparelho geniturinaacuterio
raquo Incorporar os homens nas accedilotildees e atividades educativas voltadas para o plane-jamento familiar
raquo Estimular a participaccedilatildeo paterna no preacute-natal parto puerpeacuterio e no cresci-mento e desenvolvimento da crianccedila
raquo Ofertar exames previstos para homens que participam do preacute-natal masculino
raquo Realizar accedilotildees educativas para a prevenccedilatildeo de violecircncias e acidentes e uso de aacutelcool e outras drogas
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Vocecirc sabia
O Ministeacuterio da Sauacutede vem apoiando estrateacutegias que estimulem e facilitem o acesso dos homens agraves unidades baacutesicas de sauacutede Como alternativa desde 2010 propocircs durante o I Seminaacuterio Inter-nacional de Sauacutede do Homem das Ameacutericas a implantaccedilatildeo do preacute-natal masculino como comple-mento agrave PNAISH na Atenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede
O objetivo eacute fazer com que os profissionais de sauacutede incentivem o homem a acompanhar as con-sultas do preacute-natal durante os nove meses de gestaccedilatildeo da parceira e aproveitem esse momento para realizar exames preventivos e assim promover o acesso dos homens aos serviccedilos de sauacutede
O princiacutepio baacutesico eacute estimular a participaccedilatildeo e inclusatildeo do homem nas accedilotildees de planejamento de sua vida sexual e reprodutiva focando inclusive na paternidade responsaacutevel ou seja o homem precisa se cuidar para cuidar da famiacutelia A proposta tem relaccedilatildeo com o fortalecimento do viacutenculo homem-mulher e pai-filho(a) podendo este ter reflexo sobre a reduccedilatildeo da violecircncia domeacutestica (SANTOS FERREIRA 2013)
Na Paraiacuteba desde o ano de 2009 foi instituiacuteda a Semana Estadual da Sauacutede do Homem (Lei Ndeg 8772 de 15 de abril de 2009) Desde essa eacutepoca vaacuterios eventos aconteceram com o objetivo de implantar e implementar a PNAISH no Estado
A primeira semana foi intitulada ldquoAlerta Homemrdquo por meio da qual se definiu um conjunto de accedilotildees que foram efetivadas pela Secretaria de Estado da Sauacutede em parceria com outras instacircncias go-vernamentais e natildeo governamentais inclusive com a Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) por intermeacutedio do Laboratoacuterio de Estudos e Pesquisas Masculinidades e Sauacutede vinculado ao Progra-ma de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Enfermagem que participou dessa semana com accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede
Saiba
Sites
Para vocecirc conhecer mais sobre essa experiecircncia veja o link a seguir
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raquo Responsabilizar a cada semana um profissional pelo desenvolvimento de alguma atividade especiacutefica ao homem
raquo Divulgar as accedilotildees propostas para os homens por meio dos agentes comunitaacute-rios de sauacutede e da populaccedilatildeo feminina que frequenta a unidade de sauacutede
raquo Comemorar o Dia Internacional do Homem (tambeacutem conhecido como Novembro Azul) Vale planejar com a equipe accedilotildees de prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos e promoccedilatildeo da sauacutede voltadas agrave populaccedilatildeo masculina
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Em Pernambuco tambeacutem foi instituiacuteda a Semana Estadual de Sauacutede do Homem por meio da Lei Nordm 14158 de 17 de setembro de 2010 que determina a comemoraccedilatildeo e realizaccedilatildeo de accedilotildees voltadas a essa populaccedilatildeo na segunda semana de agosto Saiba mais consultando o link lthttplegisalepepegovbrarquivoTextoaspxtiponorma=1ampnumero=14158ampcomplemento=0ampano=2010amptipo=gt Acesso em 1 out 2013
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53
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54
Execuccedilatildeo
Financiamento
Universidade Aberta do SUS
17
Ao se falar de neoplasias malignas do aparelho urinaacuterio natildeo se pode deixar de mencionar o cacircncer de pecircnis Trata-se de um tumor raro relacionado com as baixas condiccedilotildees socioeconocircmicas e a maacute higiene iacutentima No Brasil esse cacircncer representa cerca de 2 de todas as neoplasias que atingem o homem sendo mais frequente nas regiotildees Norte e Nordeste existindo estados como eacute o caso do Maranhatildeo em que sua incidecircncia supera ateacute a do cacircncer de proacutestata (BARROS MELO 2009)
Dados do INCA referentes aos tumores malignos na populaccedilatildeo masculina dos estados da Paraiacuteba e Pernambuco apontam que o cacircncer de proacutestata eacute o que apre-senta maior incidecircncia conforme mostra a tabela a seguir
Tabela 02 ndash Taxa de incidecircncia anual de neoplasias malignas por 100000 habitantes por localizaccedilatildeo segundo Regiatildeo e UF sexo masculino Brasil 2010 e 2011
Regiatildeo e UF
Pulmatildeo
traqueia e
brocircnquios
Esocircfago Estocircmago
Coacutelon junccedilatildeo
retossigmoacuteide
reto e acircnus
Proacutestata
Laacutebio e
cavidade
oral
Melanoma
maligno da
pele
Outras
neoplasias
malignas da
pele
Paraiacuteba 730 438 1046 462 4369 843 102 7368
Pernambuco 1250 471 1065 653 5783 867 132 6060
Fonte (INCA c2013 adaptado)
alcoolismo
Dados da Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) apontam que cerca de 2 bilhotildees de pessoas consomem bebidas alcooacutelicas no mundo O uso abusivo do aacutelcool eacute responsaacutevel por 32 de todas as mortes e por 4 de todos os anos perdidos de vida uacutetil Na Ameacuterica Latina cerca de 16 dos anos de vida uacutetil perdidos estatildeo relacionados ao uso abusivo dessa substacircncia Esse iacutendice eacute quatro vezes maior que a meacutedia mundial e torna o problema da prevenccedilatildeo e do tratamento dos trans-tornos associados ao consumo de aacutelcool um grande problema de sauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
Estudos revelam que o uso do aacutelcool estaacute sendo iniciado cada vez mais preco-cemente por homens e mulheres Portanto torna-se fundamental avaliar os deter-minantes sociais de vulnerabilidade do homem em relaccedilatildeo aos problemas com o aacutelcool para a construccedilatildeo de accedilotildees efetivas de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede mental desse segmento inclusive para jovens e adolescentes (LARANJEIRA et al 2007 SENA et al 2011)
Segundo o Centro Brasileiro de Informaccedilotildees sobre Drogas Psicotroacutepicas (CEBRID) o consumo de aacutelcool e outras drogas estaacute associado a transtornos graves e afetam pelo menos 12 da populaccedilatildeo acima de 12 anos sendo o impacto do aacutelcool dez vezes maior que o do conjunto das drogas iliacutecitas (UNIFESP 2006 BRASIL 2008a)
18
Laranjeira et al (2007) realizaram uma pesquisa intitulada ldquoPrimeiro Levan-tamento Nacional sobre Padratildeo de Consumo de Aacutelcool na Populaccedilatildeo Brasileirardquo cujos resultados apontaram que 52 dos brasileiros acima de 18 anos bebem pelo menos uma vez ao ano e destes 65 satildeo homens A prevalecircncia de depen-dentes de aacutelcool eacute maior para o sexo masculino em que 195 dos homens satildeo dependentes do aacutelcool enquanto 69 das mulheres apresentam dependecircncia Segundo esses dados para cada seis pessoas do sexo masculino que faz uso de aacutelcool uma fica dependente Destaca-se ainda que do conjunto dos homens adultos 11 bebem todos os dias e 28 consomem bebida alcooacutelica de 1 a 4 vezes por semana conforme apresentado na tabela a seguir
Tabela 03 ndash Frequecircncia de consumo de bebida alcooacutelica em homens e mulheres com idade a partir de 18 anos
Frequecircncia de ConsumoA partir de 18 anos
Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstinentes (nunca bebeu ou menos de 1 vez por ano) 35 59 48
Raramente (menos de 1 vez por mecircs) 8 12 10
Ocasional (de 1 a 3 vezes por mecircs) 19 16 17
Frequente ( de 1 a 4 vezes por semana) 28 11 19
Muito frequente (todos os dias) 11 2 6
Quantidade usual Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Ateacute 2 doses 38 63 48
De 3 a 4 doses 25 19 22
de 5 a 11 doses 27 14 22
Bebe mais de 12 doses por ocasiatildeo 11 3 7
Intensidade do beber Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstecircmio 35 59 48
Bebedor natildeo frequente 12 16 14
Bebedor menos frequente 16 13 15
Bebedor frequente 22 9 15
Bebedor frequente pesado 14 3 9
Dependecircncia (criteacuterios de CID-10) Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
14 4 9
Fonte (BRASIL 2008a p14)
outras causas de morbidade
No periacuteodo de 2000 a 2010 observou-se que a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por doenccedilas cardiovasculares manteve-se constante e as hospitalizaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio apresentaram reduccedilatildeo no mesmo periacuteodo (BRASIL 2012a)
No graacutefico apresentado a seguir podem-se observar quanto agrave morbidade as sete causas que respondem pela internaccedilatildeo da maioria dos homens em ordem decrescente de ocorrecircncia
19
raquo As lesotildees os envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas satildeo a primeira causa de internaccedilatildeo para homens entre 20 e 49 anos de idade e a terceira para aqueles entre 50 e 59 anos
raquo As doenccedilas do aparelho digestivo satildeo a segunda causa para todas as faixas etaacuterias
raquo Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias satildeo a terceira causa para homens de 20 a 29 anos transtornos mentais e comportamentais entre 30 e 39 anos e doenccedilas do aparelho circulatoacuterio entre 40 e 49 anos
raquo Para os homens de 50 a 59 anos a principal causa de internaccedilatildeo satildeo as doenccedilas do aparelho circulatoacuterio (SCHWARZ et al 2012)
Graacutefico 02 ndash Porcentagem () das principais causas de internaccedilatildeo em homens por faixa etaacuteria Brasil 2010
Faixa etaacuteria em anos
35
30
25
20
15
10
5
0
I Algumas doenccedilas infecciosas e parasitaacuteriasII Neoplasias (tumores)V Transtornos mentais e comportamentais IX Doenccedilas do aparelho circulatoacuterioX Doenccedilas do aparelho respiratoacuterioXI Doenccedilas do aparelho digestivoXIX Lesotildees envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas
Fonte (SCHWARZ et al 2012 adaptado)
As principais causas de internaccedilotildees por enfermidades do aparelho respiratoacuterio estatildeo assinaladas no graacutefico a seguir
20
Graacutefico 03 ndash Internaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio 2007
Outras 57CID XI 15CID IX 13CID II 6CID X 9 (165369)
Pneumonia 43 (70535)Outras 29 (48489)DPOC 12 (20948)Asma 11 (18457)Tuberculose 5 (6940)
Fonte (BRASIL 2008a p26 adaptado)
Em relaccedilatildeo agraves doenccedilas do aparelho respiratoacuterio as que apresentaram maior incidecircncia foram as pneumonias (43) adoenccedila pulmonar obstrutiva crocircnica (12) e a tuberculose que mesmo apresentando o menor percentual de casos de internaccedilatildeo (5) destaca-se pela importacircncia do ponto de vista dasauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
21
Graacutefico 04 ndash Percentual de internaccedilotildees hospitalares pelo aparelho circulatoacuterio na populaccedilatildeo masculina dos 25ndash59 anos 2007
Outras 277CID V 165CID XIX151CID XI 134CIN IX 120 CIN X 80 CIN I 73
Coronariopatias 405 (59717)Outras 396 (58355)Hipertensatildeo 187 (27569)Febre reumaacutetica miocardiopatias 12 (1713)
Fonte (BRASIL 2008a p27 adaptado)
Entre os fatores de morbidade natildeo se pode deixar de mencionar as disfun-ccedilotildees sexuais notadamente a disfunccedilatildeo ereacutetil que acomete cerca da metade dos homens depois dos cinquenta anos (BRASIL 2008a p27)
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto acesse
MOURA E C MALTA D C Consumo de bebidas alcooacutelicas na populaccedilatildeo adulta brasileira ca-racteriacutesticas sociodemograacuteficas e tendecircncia RevBrasEpidemiol 2011 14(1) Supl 61- 70 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfrbepidv14s1a07v14s1pdfgt Acesso em 27092013
LARANJEIRA R et al I Levantamento nacional sobre os padrotildees de consumo de aacutelcool na popu-laccedilatildeo brasileira Brasiacutelia Secretaria Nacional Antidrogas 2007 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesrelatorio_padroes_consumo_alcoolpdfgt Acesso em 27 set 2013
22
222 mortalidade
Em relaccedilatildeo agrave mortalidade ao longo de toda a uacuteltima deacutecada foi observada maior proporccedilatildeo de oacutebitos entre homens que entre mulheres na faixa etaacuteria adulta especialmente jovens adultos (de 15 a 39 anos de idade) Diversos estudos mostram que as causas externas de mortalidade (acidentes e violecircncias) satildeo extre-mamente importantes entre os adultos especialmente para homens jovens No sexo masculino elas representaram 64 dos oacutebitos de 20 a 39 anos enquanto que no sexo feminino o percentual foi de 23 Mesmo observando uma reduccedilatildeo no diferencial entre homens e mulheres no periacuteodo entre 2000 e 2010 os homens ainda morrem mais que as mulheres conforme apresenta o graacutefico a seguir (BRASIL 2011b BRASIL 2011c LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005 MARANHAtildeO et al 2011)
Graacutefico 05 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo Brasil 2000 2005 e 2010
2000 2005 2010
584 58 573
415 42 427
0
10
20
30
40
50
60
70
Masculino
Feminino
Fonte (BRASIL 2012a p112 adaptado)
O proacuteximo graacutefico apresenta as curvas de mortalidade proporcional para homens e mulheres que tecircm padrotildees diferentes entre os anos principalmente para os grupos de adultos e idosos indicando um padratildeo de mortalidade mais tardia entre as mulheres Na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos houve um maior percen-tual de oacutebitos dos homens (381 em 2000 e 374 em 2010) quando comparado ao das mulheres (25 em 2000 e 232 em 2010) (BRASIL 2012a)
23
Graacutefico 06 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo e o ano do oacutebito por faixa etaacuteria Brasil 2000 e 2010
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1a 9 19 36 381
30 374 20 18 250
lt1 a 85 399241 11 13 232
ge 60 anos 479 547 620 703
Feminino 2000Masculino 2010Masculino 2000
Feminino 2010
10 a 19 20 a 59
11
Fonte (BRASIL 2012a p113)
Quadro 01 ndash Quatro principais causas especiacuteficas de mortalidade entre 20 e 59 anos (nesta ordem)homens 2010
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste Eventos Int Indeterminada Suiciacutedio
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste D HIV Cirosse e D Fiacutegado
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Acidentes de transporte terreste D Cerebrovasculares
Fonte (BRASIL 2012a adaptado)
24
Dados de 2012 mostram que no Brasil as causas externas representam a primeira causa mais frequente de morte na populaccedilatildeo masculina entre 20 a 59 anos configurando-se como um grande desafio aos gestores puacuteblicos e profissio-nais sobretudo os da sauacutede pois se deve ultrapassar a dimensatildeo da assistecircncia e reabilitaccedilatildeo das viacutetimas ocupando-se tambeacutem da promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e vigilacircncia epidemioloacutegica de acidentes e violecircncias (BRASIL 2012a)
Os homens no Brasil apresentam um risco de morte por causas externas 51 vezes maior que as mulheres Quanto agrave idade vale destacar as altas taxas de mortalidade por causas externas observadas a partir dos 19 anos de idade em especial entre os adultos jovens de 20 a 39 anos de idade e os idosos com 60 e mais anos de idade O risco de morte por causas externas foi de 100 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os adultos jovens e de 1104 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os idosos (BRASIL 2012a)
A anaacutelise do risco de morte por causas externas segundo regiotildees geograacute-ficas demonstrou uma distribuiccedilatildeo menos desigual que nas anaacutelises anteriores segundo atributos de idade e sexo sendo que taxas de mortalidade apenas ligei-ramente superiores foram encontradas nas regiotildees Centro-Oeste (853 por oacutebitos por 100 mil habitantes) Nordeste (755 oacutebitos por 100 mil habitantes) e Sul (746 oacutebitos por 100 mil habitantes) (BRASIL 2012a)
Tabela 04 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa bruta de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externas segundo sexo faixa etaacuteria e regiotildees geograacuteficas Brasil 2009
CaracteriacutesticasSexo a
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria b
0 a 9 anos 2517 22 151 1594 68 100 4111 30 126
10 a 14 anos 1740 15 208 733 31 90 2473 18 150
15 a 19 anos 11780 102 1384 1629 70 197 13409 97 799
20 a 39 anos 57656 500 1810 6105 282 204 64261 463 1000
40 a 59 anos 26305 228 1315 1586 196 210 30891 223 738
60 a mais 13342 116 1541 8109 346 753 21451 155 1104
Ignorado 1904 17 - 179 08 - 2083 15 -
Regiatildeo
Norte 9317 81 1199 1508 64 199 10825 78 705
Nordeste 34639 301 1317 5807 248 213 40446 292 755
Sudeste 44360 385 1125 10405 444 251 54765 395 677
Sul 17023 148 1246 3652 156 260 20675 149 746
Centro-Oeste 9826 85 1428 2023 86 288 11849 85 853
Total 115244 1000 1225 23435 1000 241 138679 1000 724
a) Excluiacutedos 137 registros com sexo ignorado
b) Excluiacutedos 119 registros com regiatildeo de residecircncia ignorada
Fonte (BRASIL 2011b p234 adaptado)
25
Embora natildeo exista grande diferenccedila nos coeficientes de mortalidade por neoplasias malignas eacute preciso destacar que entre os homens predominam os cacircnceres de pulmatildeo vindo a seguir os de proacutestata e o de estocircmago A anaacutelise de seacuteries histoacutericas de mortalidade no Brasil mostra claramente a importacircncia cres-cente do cacircncer de proacutestata que jaacute suplanta a neoplasia maligna de estocircmago haacute alguns anos (LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005)
No estado da Paraiacuteba o que se percebe eacute que em relaccedilatildeo agrave mortalidade por cacircnceres na populaccedilatildeo masculina o tumor da proacutestata jaacute se destaca como o de maior prevalecircncia aleacutem de ter tendecircncia crescente em relaccedilatildeo aos periacuteodos 2002 ndash2006 e 2007ndash2011
Graacutefico 07 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Paraiacuteba para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
2002-2006 2007-2011
158
109
96
62
52
52
5
49
38
31
31
3
24
1
207
191
104
10
36
5
36
49
46
46
37
37
32
23
1
20
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Por outro lado no estado de Pernambuco o cacircncer de proacutestata tambeacutem apre-senta maior prevalecircncia em relaccedilatildeo aos outros tumores mas mesmo apresen-tando tendecircncia a aumento no periacuteodo avaliado natildeo foi tatildeo significativo quanto no estado da Paraiacuteba Outro ponto de destaque eacute a tendecircncia agrave diminuiccedilatildeo nos tumores de traqueia brocircnquios pulmotildees fiacutegado e vias biliares
26
Graacutefico 08 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Pernambuco para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
179
91
128
184
183
92
122
184
3
46
39
65
43
44
33
35
36
32
14
35
5
34
61
46
38
34
37
41
3
14
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
2002-2006 2007-2011
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Dentre as doenccedilas do aparelho digestivo podem-se destacar as doenccedilas do fiacutegado que em 2005 foram responsaacuteveis por 70 das causas de morte de homens de 25ndash59 anos Destas 46 devem-se agrave doenccedila por consumo de aacutelcool 36 agrave fibrose e cirrose e 18 a outras doenccedilas do fiacutegado (BRASIL 2008a)
Por outro lado em relaccedilatildeo agrave mortalidade proporcional de acordo com os capiacute-tulos da CIDndash10 entre homens apresenta uma tendecircncia de reduccedilatildeo da proporccedilatildeo de oacutebitos por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio e tendecircncia de aumento nas seguintes causas neoplasias doenccedilas endoacutecrinas e causas externas (BRASIL 2012a)
27
Graacutefico 09 ndash Mortalidade proporcional () por capiacutetulos da CID no sexo masculino Brasil 2000 e 2010
IX II XX X IV OUTRAS
294 135 18 105 47 238
285 16 187 104 53 211
0
5
10
15
20
25
30
35
2000
2010
Fonte (BRASIL 2012a p121 adaptado)
Saiba
SitesPara realizar uma anaacutelise mais detalhada do perfil de mortalidade masculina consulte o material Mortalidade do adulto no Brasil taxas de mortalidade segundo o sexo as causas e as Regiotildees 2010 disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrportalsaudearquivospdf2013Fev21sau-debrasil2011_parte1_cap7pdfgt Acesso em 25 set 2013
Leia tambeacutem o Perfil da situaccedilatildeo de sauacutede do homem no Brasil (2012) disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Perfil-da-Situa----o-de-Sa--de-do-Homem-no--Brasilpdfgt Acesso em 26 ago 2015
Nos artigos a seguir os autores fazem uma discussatildeo ampliada sobre as principais causas de morbimortalidade masculina
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LUIZAGA C T de M GOTLIEB S L D Mortalidade masculina em trecircs capitais brasileiras 1979 a 2007 RevBrasEpidemiolv 16 n 1 p 87-99 2013 Disponiacutevel emlthttpwwwscielobrpdfrbe-pidv16n11415-790X-rbepid-16-01-0087pdfgt Acesso em 25 set 2013
IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) A qualidade da informaccedilatildeo sobre a mortalidade no Brasil recente e avaliaccedilatildeo do impacto das causas violentas no nuacutemero de anos de vida perdi-dos In IBGE Indicadores Sociodemograacuteficos e de Sauacutede no Brasil n 25 Rio de Janeiro IBGE 2009 Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoindic_sociosaude2009indicsaudepdfgt Acesso em 25092013
VIEIRA S O cacircncer e a sauacutede do homem um panorama completo dos tumores que acometem a populaccedilatildeo masculina Revista Oncoamp ndash Oncologia para todas as especialidadesSatildeo Paulo a 2 n 11 p 12-18 maiojun 2012 Disponiacutevel emlthttprevistaoncocombrwp-contentuploa-ds201205ONCO_11pdfgt Acesso em 25 set 2013
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Para vocecirc ter acesso a dados sobre morbimortalidade da populaccedilatildeo masculina dos estados de Paraiacuteba e Pernambuco acesse os links abaixo
TABNET ndash OacuteBITOSPARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttptabnetsaudepbgovbrdeftohtmexetabdotabnetsimpbdefgt Acesso em 25 set 2013
ATLAS DE MORTALIDADE POR CAcircNCER ndash INCA (Instituto Nacional de Cacircncer) Disponiacutevel em lthttpmortalidadeincagovbrMortalidadeprepararModelo04actiongt Acesso em 25 set 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttppor-talweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO ndash Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PERNAMBUCO Disponiacutevel em lthttpportalweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
Nos links para acesso ao Pacto pela Sauacutede apoacutes abrir a paacutegina do SISPACTO clique em relatoacute-rios que aparece no lado esquerdo da tela Em seguida clique em relatoacuterios estaduais e localize o estado que vocecirc desejar consultar
3 programas poLiacuteticas e pactos de sauacutede para o homem no BrasiL
A seguir descreveremos os principais programas poliacuteticas e pactos que tecircm relaccedilatildeo com a sauacutede do homem no Brasil Recomendamos que vocecirc consulte os links complementares para saber mais sobre cada um deles
31 pacto pela sauacutede
Aprovado por unanimidade pelo Conselho Nacional de Sauacutede (CNS) e publi-cado na Portaria GMMS nordm 399 de 22 de fevereiro de 2006 o Pacto pela Sauacutede eacute um conjunto de reformas institucionais do SUS pactuado entre as trecircs esferas de gestatildeo (Uniatildeo Estados e Municiacutepios) com o objetivo depromover a melhoria dos serviccedilos ofertados agrave populaccedilatildeo e a garantia de acesso a todos Tambeacutem redefine as responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da popu-laccedilatildeo e na busca da equidade social Sua adesatildeo se constituiem um processo de cooperaccedilatildeo permanente entre os gestores e negociaccedilatildeo local regional estadual e federal
O pacto pela sauacutede se divide em 3 eixos
1 Pacto em defesa do SUS defesa dos princiacutepios do SUS qualificaccedilatildeo do SUS como poliacutetica puacuteblica
2 Pacto pela gestatildeo do SUS processo continuado de pactuaccedilatildeo intergestores ndash responsabilidades sanitaacuterias e diretrizes de gestatildeo
3 Pacto pela vida compromisso entre os gestores do SUS em torno das respon-sabilidades nacionais estaduais regionais e municipais com definiccedilotildees de metas e accedilotildees
Por meio da Portaria nordm 325GM de 21 de fevereiro de 2008 o Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu novas prioridades objetivos metas e indicadores de monito-ramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede para o ano de 2008 no qual foi inserido
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como uma das prioridades a Sauacutede do Homem cuja meta era a de promover a sauacutede integral do homem com a elaboraccedilatildeo publicaccedilatildeo e implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede do Homem
32 poliacutetica nacional de atenccedilatildeo inteGral agrave sauacutede do Homem (pnaisH)
Foi instituiacuteda por meio da Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Destaca- se por ser um programa pioneiro dentre os paiacuteses da Ameacuterica Latina lanccedilado apoacutes 20 anos de implantaccedilatildeo do SUS no Brasil Visa abranger a faixa etaacuteria de 20 a 59 anos melhorando a assistecircncia oferecida aos homens por meio de accedilotildees de informaccedilatildeo proteccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede assim como tratamento e recuperaccedilatildeo de agravos aleacutem de uma mudanccedila cultural no que diz respeito ao comportamento masculino nessa aacuterea (BRASIL 2008a)
A PNAISH estaacute alinhada com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash porta de entrada preferencial ao Sistema Uacutenico de Sauacutede ndash primando pela humanizaccedilatildeo da atenccedilatildeo e em consonacircncia com os princiacutepios do SUS fortalecendo accedilotildees e serviccedilos em redes e cuidados da sauacutede Ela norteia as accedilotildees de atenccedilatildeo integral
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto recomendamos que vocecirc veja os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Pacto pela SauacutedeSISPACTO - Aplicativo do Pacto pela Sauacutede Brasiacutelia Ministeacute-rio da Sauacutede [2011c] Disponiacutevel emlthttpportalweb04saudegovbrsispactogt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 399GM de 22 de fevereiro de 2006 Divulga o pacto pela sauacutede 2006 - Consolidaccedilatildeo do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a Disponiacutevel em lthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2006GMGM-399htmgt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 325 de 21 de fevereiro de 2008 Estabelece prioridades objetivos e metas do Pacto pela Vida para 2008 os indicadores de monitoramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede e as orientaccedilotildees prazos e diretrizes para a sua pactuaccedilatildeoBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacute-de 2008b Disponiacutevel emlthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2008GMGM-325htmgt Acesso em 27set 2013
MACHADO R R et al Entendendo o pacto pela sauacutede na gestatildeo do SUS e refletindo sua implementaccedilatildeo Rev Eletrocircnica de Enfermagem v 11 n 1 p 181-187 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfenufgbrfen_revis-tav11n1pdfv11n1a23pdfgt Acesso em 27set2013
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agrave sauacutede do homem visando estimular o autocuidado e sobretudo o reconhe-cimento de que a sauacutede eacute um direito social baacutesico e de cidadania de todos os homens brasileiros (BRASIL 2008a)
Tem como objetivo principal
Promover a melhoria das condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo masculina do Brasil contri-buindo de modo efetivo para a reduccedilatildeo da morbidade e mortalidade dessa popu-laccedilatildeo atraveacutes do enfrentamento racional dos fatores de risco e mediante a facilitaccedilatildeo ao acesso agraves accedilotildees e aos serviccedilos de assistecircncia integral agrave sauacutede (BRASIL 2008a)
Aleacutem disso a PNAISH propotildee uma reorientaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede com foco na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) de modo que essa poliacutetica seja integrada e executada juntamente com as demais poliacuteticas programas estrateacutegias e accedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2008a)
Para refletir
Vocecirc jaacute teve oportunidade de discutir a PNAISH com os demais membros da equipe de sauacutedeQuais satildeo as accedilotildees desenvolvidas na sua unidade de sauacutede para os homens Como eacute a adesatildeo da popula-ccedilatildeo a essas accedilotildees Quais satildeo suas principais dificuldades
Saiba
Conheccedila o estudo que avaliou a implantaccedilatildeo da PNAISH em municiacutepios brasileiros Nele foram avaliados como estatildeo sendo desenvolvidas as accedilotildees de fortalecimento desta poliacutetica Estaacute disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Fortalecimento-da--PNAISHpdfgt Acesso em 01 fev 2015
SitesPara vocecirc conhecer mais sobre a PNAISH acesse os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Institui no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacute-de do Homem Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2009prt1944_27_08_2009htmlgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave sauacutede Departamento de Accedilotildees Progra- maacuteticas e Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem Plano de Accedilatildeo Nacional 2009-2011 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009b Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_saude_homem_2009-2011pdfgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteti-cas Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2008a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_homempdfgt Acesso em 20 set 2013
CARRARA S RUSSO J A FARO L A poliacutetica de atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem no Brasil os pa-radoxos da medicalizaccedilatildeo do corpo masculinoPhysisRevista de Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 19 n 3 p659-678 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfphysisv19n3a06v19n3pdfgt Acesso em 27set 2013
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LEAL A F FIGUEIREDO W S NOGUEIRA-DA-SILVA G S O percurso da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede dos Homens (PNAISH) desde a sua formulaccedilatildeo ateacute sua implementaccedilatildeo nos serviccedilos puacuteblicos locais de atenccedilatildeo agrave sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletivav 17 n 10 p2607-2616 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfcscv17n1010pdfgt Acesso em 27 set 2013
33 poliacutetica nacional de Humanizaccedilatildeo (pnH)A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) foi criada em 2004 como fortaleci-
mento da rede assistencial do SUS e com o objetivo de oferecer uma sauacutede digna para todos com profissionais comprometidos com a eacutetica e com a defesa da vida
Para a PNH humanizar eacute ofertar atendimento de qualidade articulando os avanccedilos tecnoloacutegicos com o acolhimento com a melhoria dos ambientes de cuidado e das condiccedilotildees de trabalho dos profissionais
Como poliacutetica a Humanizaccedilatildeo deve portanto traduzir princiacutepios e modos de operar no conjunto das relaccedilotildees entre profissionais e usuaacuterios A humanizaccedilatildeo supotildee troca de saberes (incluindo os dos pacientes e familiares) diaacutelogo entre os profissionais e modos de trabalhar em equipe Como estrateacutegia de interferecircncia no processo de produccedilatildeo de sauacutedeconsidera-se que sujeitos sociais quando mobi-lizados satildeo capazes de transformar realidades transformando-se a si proacuteprios nesse mesmo processo
princiacutepios norteadores da poliacutetica de Humanizaccedilatildeo
1 Valorizaccedilatildeo da dimensatildeo subjetiva e social em todas as praacuteticas de atenccedilatildeo e gestatildeo fortalecendoestimulando processos integradores e promotores de compromissosresponsabilizaccedilatildeo
2 Estiacutemulo a processos comprometidos com a produccedilatildeo de sauacutede e com a produccedilatildeo de sujeitos
3 Fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional estimulando a trans-disciplinaridade e a grupalidade
4 Atuaccedilatildeo em rede com alta conectividade de modo cooperativo e solidaacuterio em conformidade com as diretrizes do SUS
5 Utilizaccedilatildeo da informaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo da educaccedilatildeo permanente e dos espaccedilos da gestatildeo na construccedilatildeo de autonomia e protagonismo de sujeitos e coletivos
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diretrizes especiacuteficas na atenccedilatildeo baacutesica
1 Elaborar projetos de sauacutede individuais e coletivos para usuaacuterios e sua rede social considerando as poliacuteticas intersetoriais e as necessidades de sauacutede
2 Incentivar praacuteticas promocionais de sauacutede
3 Estabelecer formas de acolhimento e inclusatildeo do usuaacuterio que promovam a otimizaccedilatildeo dos serviccedilos o fim das filas a hierarquizaccedilatildeo de riscos e o acesso aos demais niacuteveis do sistema
4 Comprometer-se com o trabalho em equipe de modo a aumentar o grau de corresponsabilidade e com a rede de apoio profissional visando agrave maior eficaacutecia na atenccedilatildeo em sauacutede
E o acolhimento como pode ser entendido Trata-se de uma praacutetica nas accedilotildees de atenccedilatildeo e gestatildeo nas unidades de sauacutede que favorece a construccedilatildeo de uma relaccedilatildeo de confianccedila e compromisso dos usuaacuterios com as equipes e os serviccedilos contribuindo para a promoccedilatildeo da cultura de solidariedade e para a legitimaccedilatildeo do SUS Com o acolhimento passa a existir a possibilidade de avanccedilos na alianccedila entre usuaacuterios trabalhadores e gestores da sauacutede em defesa do SUS como uma poliacutetica puacuteblica essencial da e para a populaccedilatildeo brasileira (GENIOLE et al 2011)
Para refletir
Como profissional de sauacutede suas atitudes contemplam as dimensotildees abordadas na Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo E qual o envolvimento que vocecirc visualiza desta Poliacutetica com a Sauacutede do Homem Vocecirc acredita que a falta de acolhimento pode dificultar o acesso dos homens agraves unidades de sauacutede
Saiba
SitesPara conhecer mais sobre a Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo acesse os links lthttpportalsau-degovbrportalarquivospdfdoc_basepdfgt (BRASIL 2004) e lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumanizasus_gestores_trabalhadores_sus_4edpdfgt (BRASIL 2008c)
A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo possui um caderno especiacutefico para a Atenccedilatildeo Baacutesica Para conhececirc-lo acesse o link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumaniza_sus_atencao_basicapdfgt (BRASIL 2009c)
E para entender mais sobre acolhimento acesse a cartilha denominada Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede disponiacutevel no link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhi-mento_praticas_producao_saudepdfgt (BRASIL 2010a)pdfgt Acesso em 27set 2013
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34 poliacutetica de promoccedilatildeo da sauacutede
Entre as prioridades do Pacto em Defesa da Vida encontra-se a publicaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede que ratifica o compromisso do Minis-teacuterio da Sauacutede na ampliaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede nos serviccedilos e na gestatildeo do SUS Trata-se de uma poliacutetica transversal integrada e intersetorial que dialoga com as diversas aacutereas do setor sanitaacuterio os outros setores do Governo os setores privados e natildeogovernamentais e a sociedade compondo redes de compromisso e corresponsabilidade quanto agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo de forma que todos sejam partiacutecipes no cuidado com a sauacutede (BRASIL 2006b)
A Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede foi revisada no ano de 2015 visando se adequar aos novos desafios e compromissos no contexto da sauacutede nacional
Ela destaca a necessidade de articulaccedilatildeo com outras poliacuteticas puacuteblicas para fortalececirc-la com o imperativo da participaccedilatildeo social e dos movimentos popu-lares em virtude da impossibilidade de que o setor sanitaacuterio responda sozinho ao enfrentamento dos determinantes e condicionantes da sauacutede Para tal toma como referecircncia alguns temas transversais para a formulaccedilatildeo de agendas de promoccedilatildeo da sauacutede e para a adoccedilatildeo de estrateacutegias e temas prioritaacuterios operando em conso-nacircncia com os princiacutepios e os valores do SUS como
raquo Determinantes Sociais da Sauacutede (DSS)
raquo equidade e respeito agrave diversidade
raquo produccedilatildeo de sauacutede e cuidado
raquo vida no trabalho
raquo cultura da paz e direitos humanos entre outras (BRASIL 2015)
O objetivo principal dessa poliacutetica eacute promover a equidade e a melhoria das condiccedilotildees e dos modos de viver ampliando a potencialidade da sauacutede individual e coletiva e reduzindo vulnerabilidades e riscos agrave sauacutede decorrentes dos determi-nantes sociais econocircmicos poliacuteticos culturais e ambientais (BRASIL 2015)
Saiba
SitesPara conhecer melhor a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede vocecirc pode ver o linklthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_promocao_saude_3edpdfgtAcesso em 28 out 2013 (BRASIL 2010b)
Para ter acesso agrave Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede revisada e identificar todas as atuali-zaccedilotildees da versatildeo de 2015 acesse lthttppromocaodasaudesaudegovbrpromocaodasaudearquivospnps-2015_finalpdfgt Acesso em 01 fev 2015
4 a organizaccedilatildeo da estrateacutegia sauacutede da famiacuteLia no pLanejamento de accedilotildees e avaLiaccedilatildeo de riscos agrave sauacutede do homem
Uma das diretrizes da PNAISH eacute a reorganizaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede por meio de uma proposta inclusiva na qual os homens considerem os serviccedilos de sauacutede sobretudo as unidades baacutesicas de sauacutede ou unidades de sauacutede da famiacutelia tambeacutem como espaccedilos masculinos e por sua vez esses serviccedilos reconheccedilam os homens como sujeitos que necessitem de cuidados (SILVA et al 2012)
A compreensatildeo das barreiras institucionais eacute importante para a proposiccedilatildeo estrateacutegica de medidas que venham a promover o acesso dos homens aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria que deve ser a porta de entrada preferencial ao sistema de sauacutede a fim de resguardar a promoccedilatildeo e a prevenccedilatildeo como eixos fundamentais de intervenccedilatildeo (SILVA et al 2012)
Nesse contexto estudos vecircm relacionando a masculinidade tradicional como o principal obstaacuteculo para o acesso dessa parcela populacional aos serviccedilos de sauacutede sobretudo agravequeles que estatildeo voltados agrave promoccedilatildeo da sauacutede A busca por esse tipo de serviccedilo pode ser considerado sinocircnimo de fraqueza realidade que vai de encontro com os preceitos da hegemonia masculina na qual os homens satildeo educados para natildeo demonstrar qualquer traccedilo de fragilidade Some-se a isso o fato de as unidades baacutesicas e de sauacutede da famiacutelia por serem compostas por muitos profissionais do sexo feminino e serem frequentadas sobretudo por mulheres provocam uma sensaccedilatildeo de natildeo pertencimento a tais espaccedilos (FIGUEIREDO 2005 BRAZ 2005 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 BRITO SANTOS 2010 SILVA et al 2012)
Os estudos apontam ainda outros motivos pela baixa demanda masculina na Atenccedilatildeo Baacutesica como a organizaccedilatildeo dos serviccedilos a demora em conseguir atendimento meacutedico o horaacuterio de funcionamento incompatiacutevel com a jornada de trabalho daqueles inseridos no mercado formal a ausecircncia de programas especiacute-ficos para atender aos homens o deacuteficit no processo de abordagem e de cuidarcuidado da populaccedilatildeo masculina por parte dos profissionais a ausecircncia de acolhi-mento ou o acolhimento pouco atrativo a fraacutegil qualificaccedilatildeo profissional para lidar com o segmento masculino
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O certo eacute que muitos agravos que acometem a populaccedilatildeo masculina poderiam ser evitados caso fossem realizadas com regularidade as medidas de prevenccedilatildeo primaacuteria A resistecircncia masculina agrave atenccedilatildeo primaacuteria aumenta natildeo somente a sobrecarga financeira da sociedade mas tambeacutem o sofrimento fiacutesico e emocional do paciente e de sua famiacutelia na luta pela conservaccedilatildeo da sauacutede e da qualidade de vida dessas pessoas (BRASIL 2008a)
O fortalecimento e a qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria garantem a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo aos agravos evitaacuteveis dado o reconhecimento de que os homens adentram o sistema de sauacutede por meio da atenccedilatildeo especializada agravando a morbidade pelo retardamento na atenccedilatildeo e maior custo parao SUS (BRASIL 2008a)
Assim ao serem elaboradas estrateacutegias voltadas agrave conscientizaccedilatildeo do grupo masculino sobre a adoccedilatildeo de haacutebitos mais saudaacuteveis o primeiro passo a ser dado eacute a sensibilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede que atuam na atenccedilatildeo baacutesica para que compreendam os padrotildees culturalmente arraigados na populaccedilatildeo acerca do que eacute ser homem as principais barreiras possam ser superadas e essa populaccedilatildeo possa efetivamente ser acolhida (BRITO SANTOS 2010 )
41 conHecendo a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea de abranGecircncia
Vocecirc jaacute sabe a importacircncia de os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica conhecerem bem as caracteriacutesticas da sua populaccedilatildeo adscrita Sem essa informaccedilatildeo fica difiacutecil se planejar o trabalho a ser desenvolvido
Como aqui estamos discutindo a sauacutede do homem enfatizamos a necessidade de que seja realizado um levantamento sobre o perfil de morbimortalidade dessa populaccedilatildeo antes mesmo das accedilotildees de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo agrave sauacutede serem pensadas
Como a populaccedilatildeo masculina eacute caracterizada pela faixa etaacuteria de 20 a 59 anos uma sugestatildeo eacute que se definam por grupos etaacuteriosas causas de adoecimento e morte mais prevalentes e a partir disso sejam estruturadas as accedilotildees de sauacutede
Uma sugestatildeo eacute vocecirc utilizar as informaccedilotildees contidas no quadro a seguir para construir o perfil da sua populaccedilatildeo masculina
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Quadro 02 ndash Indicadores para a anaacutelise do perfil da populaccedilatildeo masculina
Cadastro do nuacutemero de indiviacuteduos masculinos entre 20 e 59 anos
Homens diabeacuteticos cadastrados
Homens diabeacuteticos acompanhados
Homens hipertensos cadastrados
Homens hipertensos acompanhados
Homens com tuberculose cadastrados
Homens com tuberculose acompanhados
Homens com hanseniacutease cadastrados
Homens com hanseniacutease acompanhados
Hospitalizaccedilotildees ocorridas no mecircsPor abuso de aacutelcoolPor complicaccedilotildees do DiabetesPor outras causas
Internaccedilotildees em hospital psiquiaacutetrico
Oacutebitos ocorridos no mecircs
Fonte (UFSC 2013 adaptado)
Saiba
SitesConsulte os links a seguir para saber mais sobre o assunto
Novo sistema de informaccedilatildeo do SUS o E-SUS Atenccedilatildeo Baacutesica lthttpdabsaudegovbrportal-dabesusphpgt Acesso em 1out 2013 (PORTAL 2012)
Portal da atenccedilatildeo baacutesica e seus sistemas de informaccedilatildeo lthttpdabsaudegovbrportaldabsis-temasphpgt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL [20--d])
DATASUS Informaccedilotildees de Sauacutede (TABNET) lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphp area=0203gt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL c2008)
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42 inserccedilatildeo da atenccedilatildeo e cuidado ao Homem no processo de trabalHo da equipe de sauacutede da famiacutelia
Para alcanccedilar a efetividade desejada na atenccedilatildeo baacutesica consideram-se neces-saacuterios o planejamento e a implementaccedilatildeo de accedilotildees de sauacutede em cada contexto Esses exigem conhecimentos detalhados sobre as condiccedilotildees de vida das pessoas que ali residem sobre as especificidades do processo de organizaccedilatildeo das accedilotildees realizadas na assistecircncia agrave sauacutede e gestatildeo do trabalho das equipes e dos profissio-nais envolvidos Assim pode-se delinear o que eacute necessaacuterio e o que eacute possiacutevel se realizarem um determinado local (KRUG et al 2010)
O processo de trabalho na Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia eacute caracterizado pela interdisciplinaridade e pelo trabalho em equipe Haacute uma soma dos diversos saberes e das praacuteticas das categorias profissionais por meio de uma abordagem integral e resolutiva (BRASIL 2012b)
O trabalho em equipe eacute tido como proposta estrateacutegica para enfrentar o intenso processo de especializaccedilatildeo na aacuterea da sauacutede Esse processo caracteriza-se pelo aprofundamento vertical do conhecimento e da intervenccedilatildeo em aspectos individu-alizados das necessidades de sauacutede (PAVONI MEDEIROS 2009)
Sendo assim o ideal eacute mobilizar toda a equipe para que juntos possam efeti-vamente planejar as accedilotildees que seratildeo desenvolvidas para a populaccedilatildeo masculina Para ajudar nesse processo relembramos algumas caracteriacutesticas do processo de trabalho das equipes de atenccedilatildeo baacutesica
I Definiccedilatildeo do territoacuterio de atuaccedilatildeo e da populaccedilatildeo sob a responsabilidade das unidades baacutesicas de sauacutede e das equipes
II Programaccedilatildeo e implementaccedilatildeo das atividades de atenccedilatildeo agrave sauacutede de acordo com as necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo com a priorizaccedilatildeo de inter-venccedilotildees cliacutenicas e sanitaacuterias nos problemas de sauacutede segundo criteacuterios de frequecircncia risco vulnerabilidade
III Desenvolvimento de accedilotildees que priorizem os grupos de risco e os fatores de risco cliacutenico-comportamentais alimentares eou ambientais com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a persistecircncia de doenccedilas e danos evitaacuteveis
IV Realizaccedilatildeo do acolhimento com escuta qualificada classificaccedilatildeo de risco avaliaccedilatildeo de necessidade de sauacutede e anaacutelise de vulnerabilidade tendo em vista a responsabilidade da assistecircncia resolutiva agrave demanda espontacircnea e o primeiro atendimento agraves urgecircncias
V Prover atenccedilatildeo integral contiacutenua e organizada agrave populaccedilatildeo adscrita
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VI Desenvolvimento de accedilotildees educativas que possam interferir no processo de sauacutede-doenccedila da populaccedilatildeo no desenvolvimento de autonomia individual e coletiva e na busca por qualidade de vida pelos usuaacuterios
VII Desenvolvimento de accedilotildees intersetoriais integrando projetos e redes de apoio social voltados para o desenvolvimento de uma atenccedilatildeo integral
VIII Realizaccedilatildeo de atenccedilatildeo domiciliar destinada a usuaacuterios que possuam problemas de sauacutede controladoscompensados e com dificuldade ou impos-sibilidade fiacutesica de locomoccedilatildeo ateacute uma unidade de sauacutede que necessitam de cuidados com menor frequecircncia e menor necessidade de recursos de sauacutede e do cuidado compartilhado com as equipes de atenccedilatildeo domiciliar nos demais casos
Fonte (BRASIL 2012b grifo nosso)
Como jaacute vimos vaacuterios estudos apontam que os homens padecem mais de condiccedilotildees severas e crocircnicas de sauacutede em comparaccedilatildeo agraves mulheres e igualmente morrem mais do que as mulheres pelas mesmas causas de morte Mesmo com o aumento dos iacutendices de morbimortalidade eles natildeo costumam procurar as unidades baacutesicas de sauacutede para orientaccedilatildeo ou prevenccedilatildeo de alguma patologia e quando buscam esses serviccedilos jaacute estatildeo com alguma doenccedila instalada portanto o desafio das equipes de sauacutede da famiacutelia eacute inverter esse padratildeo e encontrar formas de estimular a populaccedilatildeo masculina para accedilotildees de prevenccedilatildeo e cuidados agrave sauacutede (SILVA etal 2012 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 FIGUEIREDO 2005 SCHRAIBER et al 2010)
Eacute mais do que chegada a hora de se distanciar do modelo biomeacutedico pres-critivo que natildeo enfatiza a prevenccedilatildeo mas que ainda predomina nos serviccedilos de sauacutede e estaacute arraigado na cultura masculina Deve-se ter um olhar integral no aten-dimento a essa populaccedilatildeo no qual se priorizam as necessidades que vatildeo aleacutem daquilo que a cliacutenica pode detectar (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)Tambeacutem eacute necessaacuterio que os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica verdadeiramente entendamo papel de cada um para que efetivamente a PNAISH possa ser implan-tada nas unidades de sauacutede
A equipe da atenccedilatildeo baacutesica eacute de fundamental importacircncia no processo de estiacute-mulo agrave populaccedilatildeo masculina pela procurados serviccedilos de sauacutede Diversos esforccedilos devem ser investidos para trazer essa populaccedilatildeo para participar de atividades de
43 accedilotildees da equipe de sauacutede da famiacutelia Voltadas para a sauacutede do Homem
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prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Para tal vale acionar familiares na captaccedilatildeo dessa populaccedilatildeo A mulher que geralmente eacute quem procura a unidade sendo essa esposa matildee ou irmatilde eacute um canal interessante para se discutir a importacircncia de trazer seus familiares do sexo masculino para consultas de rotina (BRASIL 2008a) E como fazer isso
Na seccedilatildeo 41 deste livro vocecirc recebeu orientaccedilotildees sobre como conhecer a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea Agora eacute hora de reunir a equipe de sauacutede e planejar as accedilotildees visando agrave melhoria dos indicadores e agrave qualidade de vida dessa populaccedilatildeo A seguir sugerimos alguns exemplos de accedilotildees que podem ser desen-volvidas por vocecirc e sua equipe
raquo Analisar a situaccedilatildeo de sauacutede da populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea adscrita observando as principais causas de morbidade internaccedilatildeo e mortalidade
raquo Estabelecer accedilotildees levando em consideraccedilatildeo os fatores socioeconocircmicos de morbimortalidade eculturais locais que determinam ou condicionam o modo de vida dos indiviacuteduos respeitando tambeacutem as diferenccedilas de idade jaacute que esse grupo populacional envolve homens na faixa etaacuteria de 20 e 59 anos
raquo Realizar a busca ativa de homens para a realizaccedilatildeo de ao menos uma consultaano
raquo Informar a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea a respeito da importacircncia da promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos aos homens
raquo Facilitar o acesso com oferta de atendimento em horaacuterios alternativos adequados agrave populaccedilatildeo masculina
raquo Promover o acolhimento realizando atendimento humanizado
raquo Realizar accedilotildees visando principalmente agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao estiacutemulo ao autocuidado e agrave adesatildeo de homens aos serviccedilos de sauacutede Satildeo exemplos de accedilotildees orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da populaccedilatildeo masculina quanto agraves medidas disponiacuteveis para detecccedilatildeo precoce do cacircncer de proacutestata em pacientes sinto-maacuteticos e com disfunccedilatildeo ereacutetil entre outros agravos do aparelho geniturinaacuterio
raquo Incorporar os homens nas accedilotildees e atividades educativas voltadas para o plane-jamento familiar
raquo Estimular a participaccedilatildeo paterna no preacute-natal parto puerpeacuterio e no cresci-mento e desenvolvimento da crianccedila
raquo Ofertar exames previstos para homens que participam do preacute-natal masculino
raquo Realizar accedilotildees educativas para a prevenccedilatildeo de violecircncias e acidentes e uso de aacutelcool e outras drogas
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Vocecirc sabia
O Ministeacuterio da Sauacutede vem apoiando estrateacutegias que estimulem e facilitem o acesso dos homens agraves unidades baacutesicas de sauacutede Como alternativa desde 2010 propocircs durante o I Seminaacuterio Inter-nacional de Sauacutede do Homem das Ameacutericas a implantaccedilatildeo do preacute-natal masculino como comple-mento agrave PNAISH na Atenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede
O objetivo eacute fazer com que os profissionais de sauacutede incentivem o homem a acompanhar as con-sultas do preacute-natal durante os nove meses de gestaccedilatildeo da parceira e aproveitem esse momento para realizar exames preventivos e assim promover o acesso dos homens aos serviccedilos de sauacutede
O princiacutepio baacutesico eacute estimular a participaccedilatildeo e inclusatildeo do homem nas accedilotildees de planejamento de sua vida sexual e reprodutiva focando inclusive na paternidade responsaacutevel ou seja o homem precisa se cuidar para cuidar da famiacutelia A proposta tem relaccedilatildeo com o fortalecimento do viacutenculo homem-mulher e pai-filho(a) podendo este ter reflexo sobre a reduccedilatildeo da violecircncia domeacutestica (SANTOS FERREIRA 2013)
Na Paraiacuteba desde o ano de 2009 foi instituiacuteda a Semana Estadual da Sauacutede do Homem (Lei Ndeg 8772 de 15 de abril de 2009) Desde essa eacutepoca vaacuterios eventos aconteceram com o objetivo de implantar e implementar a PNAISH no Estado
A primeira semana foi intitulada ldquoAlerta Homemrdquo por meio da qual se definiu um conjunto de accedilotildees que foram efetivadas pela Secretaria de Estado da Sauacutede em parceria com outras instacircncias go-vernamentais e natildeo governamentais inclusive com a Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) por intermeacutedio do Laboratoacuterio de Estudos e Pesquisas Masculinidades e Sauacutede vinculado ao Progra-ma de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Enfermagem que participou dessa semana com accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede
Saiba
Sites
Para vocecirc conhecer mais sobre essa experiecircncia veja o link a seguir
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raquo Responsabilizar a cada semana um profissional pelo desenvolvimento de alguma atividade especiacutefica ao homem
raquo Divulgar as accedilotildees propostas para os homens por meio dos agentes comunitaacute-rios de sauacutede e da populaccedilatildeo feminina que frequenta a unidade de sauacutede
raquo Comemorar o Dia Internacional do Homem (tambeacutem conhecido como Novembro Azul) Vale planejar com a equipe accedilotildees de prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos e promoccedilatildeo da sauacutede voltadas agrave populaccedilatildeo masculina
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Em Pernambuco tambeacutem foi instituiacuteda a Semana Estadual de Sauacutede do Homem por meio da Lei Nordm 14158 de 17 de setembro de 2010 que determina a comemoraccedilatildeo e realizaccedilatildeo de accedilotildees voltadas a essa populaccedilatildeo na segunda semana de agosto Saiba mais consultando o link lthttplegisalepepegovbrarquivoTextoaspxtiponorma=1ampnumero=14158ampcomplemento=0ampano=2010amptipo=gt Acesso em 1 out 2013
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54
Execuccedilatildeo
Financiamento
Universidade Aberta do SUS
18
Laranjeira et al (2007) realizaram uma pesquisa intitulada ldquoPrimeiro Levan-tamento Nacional sobre Padratildeo de Consumo de Aacutelcool na Populaccedilatildeo Brasileirardquo cujos resultados apontaram que 52 dos brasileiros acima de 18 anos bebem pelo menos uma vez ao ano e destes 65 satildeo homens A prevalecircncia de depen-dentes de aacutelcool eacute maior para o sexo masculino em que 195 dos homens satildeo dependentes do aacutelcool enquanto 69 das mulheres apresentam dependecircncia Segundo esses dados para cada seis pessoas do sexo masculino que faz uso de aacutelcool uma fica dependente Destaca-se ainda que do conjunto dos homens adultos 11 bebem todos os dias e 28 consomem bebida alcooacutelica de 1 a 4 vezes por semana conforme apresentado na tabela a seguir
Tabela 03 ndash Frequecircncia de consumo de bebida alcooacutelica em homens e mulheres com idade a partir de 18 anos
Frequecircncia de ConsumoA partir de 18 anos
Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstinentes (nunca bebeu ou menos de 1 vez por ano) 35 59 48
Raramente (menos de 1 vez por mecircs) 8 12 10
Ocasional (de 1 a 3 vezes por mecircs) 19 16 17
Frequente ( de 1 a 4 vezes por semana) 28 11 19
Muito frequente (todos os dias) 11 2 6
Quantidade usual Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Ateacute 2 doses 38 63 48
De 3 a 4 doses 25 19 22
de 5 a 11 doses 27 14 22
Bebe mais de 12 doses por ocasiatildeo 11 3 7
Intensidade do beber Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
Abstecircmio 35 59 48
Bebedor natildeo frequente 12 16 14
Bebedor menos frequente 16 13 15
Bebedor frequente 22 9 15
Bebedor frequente pesado 14 3 9
Dependecircncia (criteacuterios de CID-10) Homens Mulheres Meacutedia Brasileira
14 4 9
Fonte (BRASIL 2008a p14)
outras causas de morbidade
No periacuteodo de 2000 a 2010 observou-se que a proporccedilatildeo de internaccedilotildees por doenccedilas cardiovasculares manteve-se constante e as hospitalizaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio apresentaram reduccedilatildeo no mesmo periacuteodo (BRASIL 2012a)
No graacutefico apresentado a seguir podem-se observar quanto agrave morbidade as sete causas que respondem pela internaccedilatildeo da maioria dos homens em ordem decrescente de ocorrecircncia
19
raquo As lesotildees os envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas satildeo a primeira causa de internaccedilatildeo para homens entre 20 e 49 anos de idade e a terceira para aqueles entre 50 e 59 anos
raquo As doenccedilas do aparelho digestivo satildeo a segunda causa para todas as faixas etaacuterias
raquo Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias satildeo a terceira causa para homens de 20 a 29 anos transtornos mentais e comportamentais entre 30 e 39 anos e doenccedilas do aparelho circulatoacuterio entre 40 e 49 anos
raquo Para os homens de 50 a 59 anos a principal causa de internaccedilatildeo satildeo as doenccedilas do aparelho circulatoacuterio (SCHWARZ et al 2012)
Graacutefico 02 ndash Porcentagem () das principais causas de internaccedilatildeo em homens por faixa etaacuteria Brasil 2010
Faixa etaacuteria em anos
35
30
25
20
15
10
5
0
I Algumas doenccedilas infecciosas e parasitaacuteriasII Neoplasias (tumores)V Transtornos mentais e comportamentais IX Doenccedilas do aparelho circulatoacuterioX Doenccedilas do aparelho respiratoacuterioXI Doenccedilas do aparelho digestivoXIX Lesotildees envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas
Fonte (SCHWARZ et al 2012 adaptado)
As principais causas de internaccedilotildees por enfermidades do aparelho respiratoacuterio estatildeo assinaladas no graacutefico a seguir
20
Graacutefico 03 ndash Internaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio 2007
Outras 57CID XI 15CID IX 13CID II 6CID X 9 (165369)
Pneumonia 43 (70535)Outras 29 (48489)DPOC 12 (20948)Asma 11 (18457)Tuberculose 5 (6940)
Fonte (BRASIL 2008a p26 adaptado)
Em relaccedilatildeo agraves doenccedilas do aparelho respiratoacuterio as que apresentaram maior incidecircncia foram as pneumonias (43) adoenccedila pulmonar obstrutiva crocircnica (12) e a tuberculose que mesmo apresentando o menor percentual de casos de internaccedilatildeo (5) destaca-se pela importacircncia do ponto de vista dasauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
21
Graacutefico 04 ndash Percentual de internaccedilotildees hospitalares pelo aparelho circulatoacuterio na populaccedilatildeo masculina dos 25ndash59 anos 2007
Outras 277CID V 165CID XIX151CID XI 134CIN IX 120 CIN X 80 CIN I 73
Coronariopatias 405 (59717)Outras 396 (58355)Hipertensatildeo 187 (27569)Febre reumaacutetica miocardiopatias 12 (1713)
Fonte (BRASIL 2008a p27 adaptado)
Entre os fatores de morbidade natildeo se pode deixar de mencionar as disfun-ccedilotildees sexuais notadamente a disfunccedilatildeo ereacutetil que acomete cerca da metade dos homens depois dos cinquenta anos (BRASIL 2008a p27)
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto acesse
MOURA E C MALTA D C Consumo de bebidas alcooacutelicas na populaccedilatildeo adulta brasileira ca-racteriacutesticas sociodemograacuteficas e tendecircncia RevBrasEpidemiol 2011 14(1) Supl 61- 70 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfrbepidv14s1a07v14s1pdfgt Acesso em 27092013
LARANJEIRA R et al I Levantamento nacional sobre os padrotildees de consumo de aacutelcool na popu-laccedilatildeo brasileira Brasiacutelia Secretaria Nacional Antidrogas 2007 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesrelatorio_padroes_consumo_alcoolpdfgt Acesso em 27 set 2013
22
222 mortalidade
Em relaccedilatildeo agrave mortalidade ao longo de toda a uacuteltima deacutecada foi observada maior proporccedilatildeo de oacutebitos entre homens que entre mulheres na faixa etaacuteria adulta especialmente jovens adultos (de 15 a 39 anos de idade) Diversos estudos mostram que as causas externas de mortalidade (acidentes e violecircncias) satildeo extre-mamente importantes entre os adultos especialmente para homens jovens No sexo masculino elas representaram 64 dos oacutebitos de 20 a 39 anos enquanto que no sexo feminino o percentual foi de 23 Mesmo observando uma reduccedilatildeo no diferencial entre homens e mulheres no periacuteodo entre 2000 e 2010 os homens ainda morrem mais que as mulheres conforme apresenta o graacutefico a seguir (BRASIL 2011b BRASIL 2011c LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005 MARANHAtildeO et al 2011)
Graacutefico 05 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo Brasil 2000 2005 e 2010
2000 2005 2010
584 58 573
415 42 427
0
10
20
30
40
50
60
70
Masculino
Feminino
Fonte (BRASIL 2012a p112 adaptado)
O proacuteximo graacutefico apresenta as curvas de mortalidade proporcional para homens e mulheres que tecircm padrotildees diferentes entre os anos principalmente para os grupos de adultos e idosos indicando um padratildeo de mortalidade mais tardia entre as mulheres Na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos houve um maior percen-tual de oacutebitos dos homens (381 em 2000 e 374 em 2010) quando comparado ao das mulheres (25 em 2000 e 232 em 2010) (BRASIL 2012a)
23
Graacutefico 06 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo e o ano do oacutebito por faixa etaacuteria Brasil 2000 e 2010
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1a 9 19 36 381
30 374 20 18 250
lt1 a 85 399241 11 13 232
ge 60 anos 479 547 620 703
Feminino 2000Masculino 2010Masculino 2000
Feminino 2010
10 a 19 20 a 59
11
Fonte (BRASIL 2012a p113)
Quadro 01 ndash Quatro principais causas especiacuteficas de mortalidade entre 20 e 59 anos (nesta ordem)homens 2010
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste Eventos Int Indeterminada Suiciacutedio
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste D HIV Cirosse e D Fiacutegado
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Acidentes de transporte terreste D Cerebrovasculares
Fonte (BRASIL 2012a adaptado)
24
Dados de 2012 mostram que no Brasil as causas externas representam a primeira causa mais frequente de morte na populaccedilatildeo masculina entre 20 a 59 anos configurando-se como um grande desafio aos gestores puacuteblicos e profissio-nais sobretudo os da sauacutede pois se deve ultrapassar a dimensatildeo da assistecircncia e reabilitaccedilatildeo das viacutetimas ocupando-se tambeacutem da promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e vigilacircncia epidemioloacutegica de acidentes e violecircncias (BRASIL 2012a)
Os homens no Brasil apresentam um risco de morte por causas externas 51 vezes maior que as mulheres Quanto agrave idade vale destacar as altas taxas de mortalidade por causas externas observadas a partir dos 19 anos de idade em especial entre os adultos jovens de 20 a 39 anos de idade e os idosos com 60 e mais anos de idade O risco de morte por causas externas foi de 100 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os adultos jovens e de 1104 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os idosos (BRASIL 2012a)
A anaacutelise do risco de morte por causas externas segundo regiotildees geograacute-ficas demonstrou uma distribuiccedilatildeo menos desigual que nas anaacutelises anteriores segundo atributos de idade e sexo sendo que taxas de mortalidade apenas ligei-ramente superiores foram encontradas nas regiotildees Centro-Oeste (853 por oacutebitos por 100 mil habitantes) Nordeste (755 oacutebitos por 100 mil habitantes) e Sul (746 oacutebitos por 100 mil habitantes) (BRASIL 2012a)
Tabela 04 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa bruta de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externas segundo sexo faixa etaacuteria e regiotildees geograacuteficas Brasil 2009
CaracteriacutesticasSexo a
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria b
0 a 9 anos 2517 22 151 1594 68 100 4111 30 126
10 a 14 anos 1740 15 208 733 31 90 2473 18 150
15 a 19 anos 11780 102 1384 1629 70 197 13409 97 799
20 a 39 anos 57656 500 1810 6105 282 204 64261 463 1000
40 a 59 anos 26305 228 1315 1586 196 210 30891 223 738
60 a mais 13342 116 1541 8109 346 753 21451 155 1104
Ignorado 1904 17 - 179 08 - 2083 15 -
Regiatildeo
Norte 9317 81 1199 1508 64 199 10825 78 705
Nordeste 34639 301 1317 5807 248 213 40446 292 755
Sudeste 44360 385 1125 10405 444 251 54765 395 677
Sul 17023 148 1246 3652 156 260 20675 149 746
Centro-Oeste 9826 85 1428 2023 86 288 11849 85 853
Total 115244 1000 1225 23435 1000 241 138679 1000 724
a) Excluiacutedos 137 registros com sexo ignorado
b) Excluiacutedos 119 registros com regiatildeo de residecircncia ignorada
Fonte (BRASIL 2011b p234 adaptado)
25
Embora natildeo exista grande diferenccedila nos coeficientes de mortalidade por neoplasias malignas eacute preciso destacar que entre os homens predominam os cacircnceres de pulmatildeo vindo a seguir os de proacutestata e o de estocircmago A anaacutelise de seacuteries histoacutericas de mortalidade no Brasil mostra claramente a importacircncia cres-cente do cacircncer de proacutestata que jaacute suplanta a neoplasia maligna de estocircmago haacute alguns anos (LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005)
No estado da Paraiacuteba o que se percebe eacute que em relaccedilatildeo agrave mortalidade por cacircnceres na populaccedilatildeo masculina o tumor da proacutestata jaacute se destaca como o de maior prevalecircncia aleacutem de ter tendecircncia crescente em relaccedilatildeo aos periacuteodos 2002 ndash2006 e 2007ndash2011
Graacutefico 07 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Paraiacuteba para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
2002-2006 2007-2011
158
109
96
62
52
52
5
49
38
31
31
3
24
1
207
191
104
10
36
5
36
49
46
46
37
37
32
23
1
20
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Por outro lado no estado de Pernambuco o cacircncer de proacutestata tambeacutem apre-senta maior prevalecircncia em relaccedilatildeo aos outros tumores mas mesmo apresen-tando tendecircncia a aumento no periacuteodo avaliado natildeo foi tatildeo significativo quanto no estado da Paraiacuteba Outro ponto de destaque eacute a tendecircncia agrave diminuiccedilatildeo nos tumores de traqueia brocircnquios pulmotildees fiacutegado e vias biliares
26
Graacutefico 08 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Pernambuco para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
179
91
128
184
183
92
122
184
3
46
39
65
43
44
33
35
36
32
14
35
5
34
61
46
38
34
37
41
3
14
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
2002-2006 2007-2011
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Dentre as doenccedilas do aparelho digestivo podem-se destacar as doenccedilas do fiacutegado que em 2005 foram responsaacuteveis por 70 das causas de morte de homens de 25ndash59 anos Destas 46 devem-se agrave doenccedila por consumo de aacutelcool 36 agrave fibrose e cirrose e 18 a outras doenccedilas do fiacutegado (BRASIL 2008a)
Por outro lado em relaccedilatildeo agrave mortalidade proporcional de acordo com os capiacute-tulos da CIDndash10 entre homens apresenta uma tendecircncia de reduccedilatildeo da proporccedilatildeo de oacutebitos por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio e tendecircncia de aumento nas seguintes causas neoplasias doenccedilas endoacutecrinas e causas externas (BRASIL 2012a)
27
Graacutefico 09 ndash Mortalidade proporcional () por capiacutetulos da CID no sexo masculino Brasil 2000 e 2010
IX II XX X IV OUTRAS
294 135 18 105 47 238
285 16 187 104 53 211
0
5
10
15
20
25
30
35
2000
2010
Fonte (BRASIL 2012a p121 adaptado)
Saiba
SitesPara realizar uma anaacutelise mais detalhada do perfil de mortalidade masculina consulte o material Mortalidade do adulto no Brasil taxas de mortalidade segundo o sexo as causas e as Regiotildees 2010 disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrportalsaudearquivospdf2013Fev21sau-debrasil2011_parte1_cap7pdfgt Acesso em 25 set 2013
Leia tambeacutem o Perfil da situaccedilatildeo de sauacutede do homem no Brasil (2012) disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Perfil-da-Situa----o-de-Sa--de-do-Homem-no--Brasilpdfgt Acesso em 26 ago 2015
Nos artigos a seguir os autores fazem uma discussatildeo ampliada sobre as principais causas de morbimortalidade masculina
LAURENTI R JORGE M H P de M GOTLIEB S L D Perfil epidemioloacutegico da morbimortalidade masculina Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 10 n 1 p 35-46 janmar 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfcscv10n1a04v10n1pdfgt Acesso em 30 set 2013
LUIZAGA C T de M GOTLIEB S L D Mortalidade masculina em trecircs capitais brasileiras 1979 a 2007 RevBrasEpidemiolv 16 n 1 p 87-99 2013 Disponiacutevel emlthttpwwwscielobrpdfrbe-pidv16n11415-790X-rbepid-16-01-0087pdfgt Acesso em 25 set 2013
IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) A qualidade da informaccedilatildeo sobre a mortalidade no Brasil recente e avaliaccedilatildeo do impacto das causas violentas no nuacutemero de anos de vida perdi-dos In IBGE Indicadores Sociodemograacuteficos e de Sauacutede no Brasil n 25 Rio de Janeiro IBGE 2009 Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoindic_sociosaude2009indicsaudepdfgt Acesso em 25092013
VIEIRA S O cacircncer e a sauacutede do homem um panorama completo dos tumores que acometem a populaccedilatildeo masculina Revista Oncoamp ndash Oncologia para todas as especialidadesSatildeo Paulo a 2 n 11 p 12-18 maiojun 2012 Disponiacutevel emlthttprevistaoncocombrwp-contentuploa-ds201205ONCO_11pdfgt Acesso em 25 set 2013
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Para vocecirc ter acesso a dados sobre morbimortalidade da populaccedilatildeo masculina dos estados de Paraiacuteba e Pernambuco acesse os links abaixo
TABNET ndash OacuteBITOSPARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttptabnetsaudepbgovbrdeftohtmexetabdotabnetsimpbdefgt Acesso em 25 set 2013
ATLAS DE MORTALIDADE POR CAcircNCER ndash INCA (Instituto Nacional de Cacircncer) Disponiacutevel em lthttpmortalidadeincagovbrMortalidadeprepararModelo04actiongt Acesso em 25 set 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttppor-talweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO ndash Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PERNAMBUCO Disponiacutevel em lthttpportalweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
Nos links para acesso ao Pacto pela Sauacutede apoacutes abrir a paacutegina do SISPACTO clique em relatoacute-rios que aparece no lado esquerdo da tela Em seguida clique em relatoacuterios estaduais e localize o estado que vocecirc desejar consultar
3 programas poLiacuteticas e pactos de sauacutede para o homem no BrasiL
A seguir descreveremos os principais programas poliacuteticas e pactos que tecircm relaccedilatildeo com a sauacutede do homem no Brasil Recomendamos que vocecirc consulte os links complementares para saber mais sobre cada um deles
31 pacto pela sauacutede
Aprovado por unanimidade pelo Conselho Nacional de Sauacutede (CNS) e publi-cado na Portaria GMMS nordm 399 de 22 de fevereiro de 2006 o Pacto pela Sauacutede eacute um conjunto de reformas institucionais do SUS pactuado entre as trecircs esferas de gestatildeo (Uniatildeo Estados e Municiacutepios) com o objetivo depromover a melhoria dos serviccedilos ofertados agrave populaccedilatildeo e a garantia de acesso a todos Tambeacutem redefine as responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da popu-laccedilatildeo e na busca da equidade social Sua adesatildeo se constituiem um processo de cooperaccedilatildeo permanente entre os gestores e negociaccedilatildeo local regional estadual e federal
O pacto pela sauacutede se divide em 3 eixos
1 Pacto em defesa do SUS defesa dos princiacutepios do SUS qualificaccedilatildeo do SUS como poliacutetica puacuteblica
2 Pacto pela gestatildeo do SUS processo continuado de pactuaccedilatildeo intergestores ndash responsabilidades sanitaacuterias e diretrizes de gestatildeo
3 Pacto pela vida compromisso entre os gestores do SUS em torno das respon-sabilidades nacionais estaduais regionais e municipais com definiccedilotildees de metas e accedilotildees
Por meio da Portaria nordm 325GM de 21 de fevereiro de 2008 o Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu novas prioridades objetivos metas e indicadores de monito-ramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede para o ano de 2008 no qual foi inserido
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como uma das prioridades a Sauacutede do Homem cuja meta era a de promover a sauacutede integral do homem com a elaboraccedilatildeo publicaccedilatildeo e implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede do Homem
32 poliacutetica nacional de atenccedilatildeo inteGral agrave sauacutede do Homem (pnaisH)
Foi instituiacuteda por meio da Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Destaca- se por ser um programa pioneiro dentre os paiacuteses da Ameacuterica Latina lanccedilado apoacutes 20 anos de implantaccedilatildeo do SUS no Brasil Visa abranger a faixa etaacuteria de 20 a 59 anos melhorando a assistecircncia oferecida aos homens por meio de accedilotildees de informaccedilatildeo proteccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede assim como tratamento e recuperaccedilatildeo de agravos aleacutem de uma mudanccedila cultural no que diz respeito ao comportamento masculino nessa aacuterea (BRASIL 2008a)
A PNAISH estaacute alinhada com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash porta de entrada preferencial ao Sistema Uacutenico de Sauacutede ndash primando pela humanizaccedilatildeo da atenccedilatildeo e em consonacircncia com os princiacutepios do SUS fortalecendo accedilotildees e serviccedilos em redes e cuidados da sauacutede Ela norteia as accedilotildees de atenccedilatildeo integral
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto recomendamos que vocecirc veja os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Pacto pela SauacutedeSISPACTO - Aplicativo do Pacto pela Sauacutede Brasiacutelia Ministeacute-rio da Sauacutede [2011c] Disponiacutevel emlthttpportalweb04saudegovbrsispactogt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 399GM de 22 de fevereiro de 2006 Divulga o pacto pela sauacutede 2006 - Consolidaccedilatildeo do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a Disponiacutevel em lthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2006GMGM-399htmgt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 325 de 21 de fevereiro de 2008 Estabelece prioridades objetivos e metas do Pacto pela Vida para 2008 os indicadores de monitoramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede e as orientaccedilotildees prazos e diretrizes para a sua pactuaccedilatildeoBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacute-de 2008b Disponiacutevel emlthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2008GMGM-325htmgt Acesso em 27set 2013
MACHADO R R et al Entendendo o pacto pela sauacutede na gestatildeo do SUS e refletindo sua implementaccedilatildeo Rev Eletrocircnica de Enfermagem v 11 n 1 p 181-187 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfenufgbrfen_revis-tav11n1pdfv11n1a23pdfgt Acesso em 27set2013
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agrave sauacutede do homem visando estimular o autocuidado e sobretudo o reconhe-cimento de que a sauacutede eacute um direito social baacutesico e de cidadania de todos os homens brasileiros (BRASIL 2008a)
Tem como objetivo principal
Promover a melhoria das condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo masculina do Brasil contri-buindo de modo efetivo para a reduccedilatildeo da morbidade e mortalidade dessa popu-laccedilatildeo atraveacutes do enfrentamento racional dos fatores de risco e mediante a facilitaccedilatildeo ao acesso agraves accedilotildees e aos serviccedilos de assistecircncia integral agrave sauacutede (BRASIL 2008a)
Aleacutem disso a PNAISH propotildee uma reorientaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede com foco na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) de modo que essa poliacutetica seja integrada e executada juntamente com as demais poliacuteticas programas estrateacutegias e accedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2008a)
Para refletir
Vocecirc jaacute teve oportunidade de discutir a PNAISH com os demais membros da equipe de sauacutedeQuais satildeo as accedilotildees desenvolvidas na sua unidade de sauacutede para os homens Como eacute a adesatildeo da popula-ccedilatildeo a essas accedilotildees Quais satildeo suas principais dificuldades
Saiba
Conheccedila o estudo que avaliou a implantaccedilatildeo da PNAISH em municiacutepios brasileiros Nele foram avaliados como estatildeo sendo desenvolvidas as accedilotildees de fortalecimento desta poliacutetica Estaacute disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Fortalecimento-da--PNAISHpdfgt Acesso em 01 fev 2015
SitesPara vocecirc conhecer mais sobre a PNAISH acesse os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Institui no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacute-de do Homem Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2009prt1944_27_08_2009htmlgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave sauacutede Departamento de Accedilotildees Progra- maacuteticas e Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem Plano de Accedilatildeo Nacional 2009-2011 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009b Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_saude_homem_2009-2011pdfgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteti-cas Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2008a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_homempdfgt Acesso em 20 set 2013
CARRARA S RUSSO J A FARO L A poliacutetica de atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem no Brasil os pa-radoxos da medicalizaccedilatildeo do corpo masculinoPhysisRevista de Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 19 n 3 p659-678 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfphysisv19n3a06v19n3pdfgt Acesso em 27set 2013
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LEAL A F FIGUEIREDO W S NOGUEIRA-DA-SILVA G S O percurso da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede dos Homens (PNAISH) desde a sua formulaccedilatildeo ateacute sua implementaccedilatildeo nos serviccedilos puacuteblicos locais de atenccedilatildeo agrave sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletivav 17 n 10 p2607-2616 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfcscv17n1010pdfgt Acesso em 27 set 2013
33 poliacutetica nacional de Humanizaccedilatildeo (pnH)A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) foi criada em 2004 como fortaleci-
mento da rede assistencial do SUS e com o objetivo de oferecer uma sauacutede digna para todos com profissionais comprometidos com a eacutetica e com a defesa da vida
Para a PNH humanizar eacute ofertar atendimento de qualidade articulando os avanccedilos tecnoloacutegicos com o acolhimento com a melhoria dos ambientes de cuidado e das condiccedilotildees de trabalho dos profissionais
Como poliacutetica a Humanizaccedilatildeo deve portanto traduzir princiacutepios e modos de operar no conjunto das relaccedilotildees entre profissionais e usuaacuterios A humanizaccedilatildeo supotildee troca de saberes (incluindo os dos pacientes e familiares) diaacutelogo entre os profissionais e modos de trabalhar em equipe Como estrateacutegia de interferecircncia no processo de produccedilatildeo de sauacutedeconsidera-se que sujeitos sociais quando mobi-lizados satildeo capazes de transformar realidades transformando-se a si proacuteprios nesse mesmo processo
princiacutepios norteadores da poliacutetica de Humanizaccedilatildeo
1 Valorizaccedilatildeo da dimensatildeo subjetiva e social em todas as praacuteticas de atenccedilatildeo e gestatildeo fortalecendoestimulando processos integradores e promotores de compromissosresponsabilizaccedilatildeo
2 Estiacutemulo a processos comprometidos com a produccedilatildeo de sauacutede e com a produccedilatildeo de sujeitos
3 Fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional estimulando a trans-disciplinaridade e a grupalidade
4 Atuaccedilatildeo em rede com alta conectividade de modo cooperativo e solidaacuterio em conformidade com as diretrizes do SUS
5 Utilizaccedilatildeo da informaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo da educaccedilatildeo permanente e dos espaccedilos da gestatildeo na construccedilatildeo de autonomia e protagonismo de sujeitos e coletivos
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diretrizes especiacuteficas na atenccedilatildeo baacutesica
1 Elaborar projetos de sauacutede individuais e coletivos para usuaacuterios e sua rede social considerando as poliacuteticas intersetoriais e as necessidades de sauacutede
2 Incentivar praacuteticas promocionais de sauacutede
3 Estabelecer formas de acolhimento e inclusatildeo do usuaacuterio que promovam a otimizaccedilatildeo dos serviccedilos o fim das filas a hierarquizaccedilatildeo de riscos e o acesso aos demais niacuteveis do sistema
4 Comprometer-se com o trabalho em equipe de modo a aumentar o grau de corresponsabilidade e com a rede de apoio profissional visando agrave maior eficaacutecia na atenccedilatildeo em sauacutede
E o acolhimento como pode ser entendido Trata-se de uma praacutetica nas accedilotildees de atenccedilatildeo e gestatildeo nas unidades de sauacutede que favorece a construccedilatildeo de uma relaccedilatildeo de confianccedila e compromisso dos usuaacuterios com as equipes e os serviccedilos contribuindo para a promoccedilatildeo da cultura de solidariedade e para a legitimaccedilatildeo do SUS Com o acolhimento passa a existir a possibilidade de avanccedilos na alianccedila entre usuaacuterios trabalhadores e gestores da sauacutede em defesa do SUS como uma poliacutetica puacuteblica essencial da e para a populaccedilatildeo brasileira (GENIOLE et al 2011)
Para refletir
Como profissional de sauacutede suas atitudes contemplam as dimensotildees abordadas na Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo E qual o envolvimento que vocecirc visualiza desta Poliacutetica com a Sauacutede do Homem Vocecirc acredita que a falta de acolhimento pode dificultar o acesso dos homens agraves unidades de sauacutede
Saiba
SitesPara conhecer mais sobre a Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo acesse os links lthttpportalsau-degovbrportalarquivospdfdoc_basepdfgt (BRASIL 2004) e lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumanizasus_gestores_trabalhadores_sus_4edpdfgt (BRASIL 2008c)
A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo possui um caderno especiacutefico para a Atenccedilatildeo Baacutesica Para conhececirc-lo acesse o link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumaniza_sus_atencao_basicapdfgt (BRASIL 2009c)
E para entender mais sobre acolhimento acesse a cartilha denominada Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede disponiacutevel no link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhi-mento_praticas_producao_saudepdfgt (BRASIL 2010a)pdfgt Acesso em 27set 2013
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34 poliacutetica de promoccedilatildeo da sauacutede
Entre as prioridades do Pacto em Defesa da Vida encontra-se a publicaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede que ratifica o compromisso do Minis-teacuterio da Sauacutede na ampliaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede nos serviccedilos e na gestatildeo do SUS Trata-se de uma poliacutetica transversal integrada e intersetorial que dialoga com as diversas aacutereas do setor sanitaacuterio os outros setores do Governo os setores privados e natildeogovernamentais e a sociedade compondo redes de compromisso e corresponsabilidade quanto agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo de forma que todos sejam partiacutecipes no cuidado com a sauacutede (BRASIL 2006b)
A Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede foi revisada no ano de 2015 visando se adequar aos novos desafios e compromissos no contexto da sauacutede nacional
Ela destaca a necessidade de articulaccedilatildeo com outras poliacuteticas puacuteblicas para fortalececirc-la com o imperativo da participaccedilatildeo social e dos movimentos popu-lares em virtude da impossibilidade de que o setor sanitaacuterio responda sozinho ao enfrentamento dos determinantes e condicionantes da sauacutede Para tal toma como referecircncia alguns temas transversais para a formulaccedilatildeo de agendas de promoccedilatildeo da sauacutede e para a adoccedilatildeo de estrateacutegias e temas prioritaacuterios operando em conso-nacircncia com os princiacutepios e os valores do SUS como
raquo Determinantes Sociais da Sauacutede (DSS)
raquo equidade e respeito agrave diversidade
raquo produccedilatildeo de sauacutede e cuidado
raquo vida no trabalho
raquo cultura da paz e direitos humanos entre outras (BRASIL 2015)
O objetivo principal dessa poliacutetica eacute promover a equidade e a melhoria das condiccedilotildees e dos modos de viver ampliando a potencialidade da sauacutede individual e coletiva e reduzindo vulnerabilidades e riscos agrave sauacutede decorrentes dos determi-nantes sociais econocircmicos poliacuteticos culturais e ambientais (BRASIL 2015)
Saiba
SitesPara conhecer melhor a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede vocecirc pode ver o linklthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_promocao_saude_3edpdfgtAcesso em 28 out 2013 (BRASIL 2010b)
Para ter acesso agrave Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede revisada e identificar todas as atuali-zaccedilotildees da versatildeo de 2015 acesse lthttppromocaodasaudesaudegovbrpromocaodasaudearquivospnps-2015_finalpdfgt Acesso em 01 fev 2015
4 a organizaccedilatildeo da estrateacutegia sauacutede da famiacuteLia no pLanejamento de accedilotildees e avaLiaccedilatildeo de riscos agrave sauacutede do homem
Uma das diretrizes da PNAISH eacute a reorganizaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede por meio de uma proposta inclusiva na qual os homens considerem os serviccedilos de sauacutede sobretudo as unidades baacutesicas de sauacutede ou unidades de sauacutede da famiacutelia tambeacutem como espaccedilos masculinos e por sua vez esses serviccedilos reconheccedilam os homens como sujeitos que necessitem de cuidados (SILVA et al 2012)
A compreensatildeo das barreiras institucionais eacute importante para a proposiccedilatildeo estrateacutegica de medidas que venham a promover o acesso dos homens aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria que deve ser a porta de entrada preferencial ao sistema de sauacutede a fim de resguardar a promoccedilatildeo e a prevenccedilatildeo como eixos fundamentais de intervenccedilatildeo (SILVA et al 2012)
Nesse contexto estudos vecircm relacionando a masculinidade tradicional como o principal obstaacuteculo para o acesso dessa parcela populacional aos serviccedilos de sauacutede sobretudo agravequeles que estatildeo voltados agrave promoccedilatildeo da sauacutede A busca por esse tipo de serviccedilo pode ser considerado sinocircnimo de fraqueza realidade que vai de encontro com os preceitos da hegemonia masculina na qual os homens satildeo educados para natildeo demonstrar qualquer traccedilo de fragilidade Some-se a isso o fato de as unidades baacutesicas e de sauacutede da famiacutelia por serem compostas por muitos profissionais do sexo feminino e serem frequentadas sobretudo por mulheres provocam uma sensaccedilatildeo de natildeo pertencimento a tais espaccedilos (FIGUEIREDO 2005 BRAZ 2005 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 BRITO SANTOS 2010 SILVA et al 2012)
Os estudos apontam ainda outros motivos pela baixa demanda masculina na Atenccedilatildeo Baacutesica como a organizaccedilatildeo dos serviccedilos a demora em conseguir atendimento meacutedico o horaacuterio de funcionamento incompatiacutevel com a jornada de trabalho daqueles inseridos no mercado formal a ausecircncia de programas especiacute-ficos para atender aos homens o deacuteficit no processo de abordagem e de cuidarcuidado da populaccedilatildeo masculina por parte dos profissionais a ausecircncia de acolhi-mento ou o acolhimento pouco atrativo a fraacutegil qualificaccedilatildeo profissional para lidar com o segmento masculino
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O certo eacute que muitos agravos que acometem a populaccedilatildeo masculina poderiam ser evitados caso fossem realizadas com regularidade as medidas de prevenccedilatildeo primaacuteria A resistecircncia masculina agrave atenccedilatildeo primaacuteria aumenta natildeo somente a sobrecarga financeira da sociedade mas tambeacutem o sofrimento fiacutesico e emocional do paciente e de sua famiacutelia na luta pela conservaccedilatildeo da sauacutede e da qualidade de vida dessas pessoas (BRASIL 2008a)
O fortalecimento e a qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria garantem a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo aos agravos evitaacuteveis dado o reconhecimento de que os homens adentram o sistema de sauacutede por meio da atenccedilatildeo especializada agravando a morbidade pelo retardamento na atenccedilatildeo e maior custo parao SUS (BRASIL 2008a)
Assim ao serem elaboradas estrateacutegias voltadas agrave conscientizaccedilatildeo do grupo masculino sobre a adoccedilatildeo de haacutebitos mais saudaacuteveis o primeiro passo a ser dado eacute a sensibilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede que atuam na atenccedilatildeo baacutesica para que compreendam os padrotildees culturalmente arraigados na populaccedilatildeo acerca do que eacute ser homem as principais barreiras possam ser superadas e essa populaccedilatildeo possa efetivamente ser acolhida (BRITO SANTOS 2010 )
41 conHecendo a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea de abranGecircncia
Vocecirc jaacute sabe a importacircncia de os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica conhecerem bem as caracteriacutesticas da sua populaccedilatildeo adscrita Sem essa informaccedilatildeo fica difiacutecil se planejar o trabalho a ser desenvolvido
Como aqui estamos discutindo a sauacutede do homem enfatizamos a necessidade de que seja realizado um levantamento sobre o perfil de morbimortalidade dessa populaccedilatildeo antes mesmo das accedilotildees de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo agrave sauacutede serem pensadas
Como a populaccedilatildeo masculina eacute caracterizada pela faixa etaacuteria de 20 a 59 anos uma sugestatildeo eacute que se definam por grupos etaacuteriosas causas de adoecimento e morte mais prevalentes e a partir disso sejam estruturadas as accedilotildees de sauacutede
Uma sugestatildeo eacute vocecirc utilizar as informaccedilotildees contidas no quadro a seguir para construir o perfil da sua populaccedilatildeo masculina
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Quadro 02 ndash Indicadores para a anaacutelise do perfil da populaccedilatildeo masculina
Cadastro do nuacutemero de indiviacuteduos masculinos entre 20 e 59 anos
Homens diabeacuteticos cadastrados
Homens diabeacuteticos acompanhados
Homens hipertensos cadastrados
Homens hipertensos acompanhados
Homens com tuberculose cadastrados
Homens com tuberculose acompanhados
Homens com hanseniacutease cadastrados
Homens com hanseniacutease acompanhados
Hospitalizaccedilotildees ocorridas no mecircsPor abuso de aacutelcoolPor complicaccedilotildees do DiabetesPor outras causas
Internaccedilotildees em hospital psiquiaacutetrico
Oacutebitos ocorridos no mecircs
Fonte (UFSC 2013 adaptado)
Saiba
SitesConsulte os links a seguir para saber mais sobre o assunto
Novo sistema de informaccedilatildeo do SUS o E-SUS Atenccedilatildeo Baacutesica lthttpdabsaudegovbrportal-dabesusphpgt Acesso em 1out 2013 (PORTAL 2012)
Portal da atenccedilatildeo baacutesica e seus sistemas de informaccedilatildeo lthttpdabsaudegovbrportaldabsis-temasphpgt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL [20--d])
DATASUS Informaccedilotildees de Sauacutede (TABNET) lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphp area=0203gt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL c2008)
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42 inserccedilatildeo da atenccedilatildeo e cuidado ao Homem no processo de trabalHo da equipe de sauacutede da famiacutelia
Para alcanccedilar a efetividade desejada na atenccedilatildeo baacutesica consideram-se neces-saacuterios o planejamento e a implementaccedilatildeo de accedilotildees de sauacutede em cada contexto Esses exigem conhecimentos detalhados sobre as condiccedilotildees de vida das pessoas que ali residem sobre as especificidades do processo de organizaccedilatildeo das accedilotildees realizadas na assistecircncia agrave sauacutede e gestatildeo do trabalho das equipes e dos profissio-nais envolvidos Assim pode-se delinear o que eacute necessaacuterio e o que eacute possiacutevel se realizarem um determinado local (KRUG et al 2010)
O processo de trabalho na Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia eacute caracterizado pela interdisciplinaridade e pelo trabalho em equipe Haacute uma soma dos diversos saberes e das praacuteticas das categorias profissionais por meio de uma abordagem integral e resolutiva (BRASIL 2012b)
O trabalho em equipe eacute tido como proposta estrateacutegica para enfrentar o intenso processo de especializaccedilatildeo na aacuterea da sauacutede Esse processo caracteriza-se pelo aprofundamento vertical do conhecimento e da intervenccedilatildeo em aspectos individu-alizados das necessidades de sauacutede (PAVONI MEDEIROS 2009)
Sendo assim o ideal eacute mobilizar toda a equipe para que juntos possam efeti-vamente planejar as accedilotildees que seratildeo desenvolvidas para a populaccedilatildeo masculina Para ajudar nesse processo relembramos algumas caracteriacutesticas do processo de trabalho das equipes de atenccedilatildeo baacutesica
I Definiccedilatildeo do territoacuterio de atuaccedilatildeo e da populaccedilatildeo sob a responsabilidade das unidades baacutesicas de sauacutede e das equipes
II Programaccedilatildeo e implementaccedilatildeo das atividades de atenccedilatildeo agrave sauacutede de acordo com as necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo com a priorizaccedilatildeo de inter-venccedilotildees cliacutenicas e sanitaacuterias nos problemas de sauacutede segundo criteacuterios de frequecircncia risco vulnerabilidade
III Desenvolvimento de accedilotildees que priorizem os grupos de risco e os fatores de risco cliacutenico-comportamentais alimentares eou ambientais com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a persistecircncia de doenccedilas e danos evitaacuteveis
IV Realizaccedilatildeo do acolhimento com escuta qualificada classificaccedilatildeo de risco avaliaccedilatildeo de necessidade de sauacutede e anaacutelise de vulnerabilidade tendo em vista a responsabilidade da assistecircncia resolutiva agrave demanda espontacircnea e o primeiro atendimento agraves urgecircncias
V Prover atenccedilatildeo integral contiacutenua e organizada agrave populaccedilatildeo adscrita
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VI Desenvolvimento de accedilotildees educativas que possam interferir no processo de sauacutede-doenccedila da populaccedilatildeo no desenvolvimento de autonomia individual e coletiva e na busca por qualidade de vida pelos usuaacuterios
VII Desenvolvimento de accedilotildees intersetoriais integrando projetos e redes de apoio social voltados para o desenvolvimento de uma atenccedilatildeo integral
VIII Realizaccedilatildeo de atenccedilatildeo domiciliar destinada a usuaacuterios que possuam problemas de sauacutede controladoscompensados e com dificuldade ou impos-sibilidade fiacutesica de locomoccedilatildeo ateacute uma unidade de sauacutede que necessitam de cuidados com menor frequecircncia e menor necessidade de recursos de sauacutede e do cuidado compartilhado com as equipes de atenccedilatildeo domiciliar nos demais casos
Fonte (BRASIL 2012b grifo nosso)
Como jaacute vimos vaacuterios estudos apontam que os homens padecem mais de condiccedilotildees severas e crocircnicas de sauacutede em comparaccedilatildeo agraves mulheres e igualmente morrem mais do que as mulheres pelas mesmas causas de morte Mesmo com o aumento dos iacutendices de morbimortalidade eles natildeo costumam procurar as unidades baacutesicas de sauacutede para orientaccedilatildeo ou prevenccedilatildeo de alguma patologia e quando buscam esses serviccedilos jaacute estatildeo com alguma doenccedila instalada portanto o desafio das equipes de sauacutede da famiacutelia eacute inverter esse padratildeo e encontrar formas de estimular a populaccedilatildeo masculina para accedilotildees de prevenccedilatildeo e cuidados agrave sauacutede (SILVA etal 2012 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 FIGUEIREDO 2005 SCHRAIBER et al 2010)
Eacute mais do que chegada a hora de se distanciar do modelo biomeacutedico pres-critivo que natildeo enfatiza a prevenccedilatildeo mas que ainda predomina nos serviccedilos de sauacutede e estaacute arraigado na cultura masculina Deve-se ter um olhar integral no aten-dimento a essa populaccedilatildeo no qual se priorizam as necessidades que vatildeo aleacutem daquilo que a cliacutenica pode detectar (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)Tambeacutem eacute necessaacuterio que os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica verdadeiramente entendamo papel de cada um para que efetivamente a PNAISH possa ser implan-tada nas unidades de sauacutede
A equipe da atenccedilatildeo baacutesica eacute de fundamental importacircncia no processo de estiacute-mulo agrave populaccedilatildeo masculina pela procurados serviccedilos de sauacutede Diversos esforccedilos devem ser investidos para trazer essa populaccedilatildeo para participar de atividades de
43 accedilotildees da equipe de sauacutede da famiacutelia Voltadas para a sauacutede do Homem
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prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Para tal vale acionar familiares na captaccedilatildeo dessa populaccedilatildeo A mulher que geralmente eacute quem procura a unidade sendo essa esposa matildee ou irmatilde eacute um canal interessante para se discutir a importacircncia de trazer seus familiares do sexo masculino para consultas de rotina (BRASIL 2008a) E como fazer isso
Na seccedilatildeo 41 deste livro vocecirc recebeu orientaccedilotildees sobre como conhecer a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea Agora eacute hora de reunir a equipe de sauacutede e planejar as accedilotildees visando agrave melhoria dos indicadores e agrave qualidade de vida dessa populaccedilatildeo A seguir sugerimos alguns exemplos de accedilotildees que podem ser desen-volvidas por vocecirc e sua equipe
raquo Analisar a situaccedilatildeo de sauacutede da populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea adscrita observando as principais causas de morbidade internaccedilatildeo e mortalidade
raquo Estabelecer accedilotildees levando em consideraccedilatildeo os fatores socioeconocircmicos de morbimortalidade eculturais locais que determinam ou condicionam o modo de vida dos indiviacuteduos respeitando tambeacutem as diferenccedilas de idade jaacute que esse grupo populacional envolve homens na faixa etaacuteria de 20 e 59 anos
raquo Realizar a busca ativa de homens para a realizaccedilatildeo de ao menos uma consultaano
raquo Informar a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea a respeito da importacircncia da promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos aos homens
raquo Facilitar o acesso com oferta de atendimento em horaacuterios alternativos adequados agrave populaccedilatildeo masculina
raquo Promover o acolhimento realizando atendimento humanizado
raquo Realizar accedilotildees visando principalmente agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao estiacutemulo ao autocuidado e agrave adesatildeo de homens aos serviccedilos de sauacutede Satildeo exemplos de accedilotildees orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da populaccedilatildeo masculina quanto agraves medidas disponiacuteveis para detecccedilatildeo precoce do cacircncer de proacutestata em pacientes sinto-maacuteticos e com disfunccedilatildeo ereacutetil entre outros agravos do aparelho geniturinaacuterio
raquo Incorporar os homens nas accedilotildees e atividades educativas voltadas para o plane-jamento familiar
raquo Estimular a participaccedilatildeo paterna no preacute-natal parto puerpeacuterio e no cresci-mento e desenvolvimento da crianccedila
raquo Ofertar exames previstos para homens que participam do preacute-natal masculino
raquo Realizar accedilotildees educativas para a prevenccedilatildeo de violecircncias e acidentes e uso de aacutelcool e outras drogas
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Vocecirc sabia
O Ministeacuterio da Sauacutede vem apoiando estrateacutegias que estimulem e facilitem o acesso dos homens agraves unidades baacutesicas de sauacutede Como alternativa desde 2010 propocircs durante o I Seminaacuterio Inter-nacional de Sauacutede do Homem das Ameacutericas a implantaccedilatildeo do preacute-natal masculino como comple-mento agrave PNAISH na Atenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede
O objetivo eacute fazer com que os profissionais de sauacutede incentivem o homem a acompanhar as con-sultas do preacute-natal durante os nove meses de gestaccedilatildeo da parceira e aproveitem esse momento para realizar exames preventivos e assim promover o acesso dos homens aos serviccedilos de sauacutede
O princiacutepio baacutesico eacute estimular a participaccedilatildeo e inclusatildeo do homem nas accedilotildees de planejamento de sua vida sexual e reprodutiva focando inclusive na paternidade responsaacutevel ou seja o homem precisa se cuidar para cuidar da famiacutelia A proposta tem relaccedilatildeo com o fortalecimento do viacutenculo homem-mulher e pai-filho(a) podendo este ter reflexo sobre a reduccedilatildeo da violecircncia domeacutestica (SANTOS FERREIRA 2013)
Na Paraiacuteba desde o ano de 2009 foi instituiacuteda a Semana Estadual da Sauacutede do Homem (Lei Ndeg 8772 de 15 de abril de 2009) Desde essa eacutepoca vaacuterios eventos aconteceram com o objetivo de implantar e implementar a PNAISH no Estado
A primeira semana foi intitulada ldquoAlerta Homemrdquo por meio da qual se definiu um conjunto de accedilotildees que foram efetivadas pela Secretaria de Estado da Sauacutede em parceria com outras instacircncias go-vernamentais e natildeo governamentais inclusive com a Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) por intermeacutedio do Laboratoacuterio de Estudos e Pesquisas Masculinidades e Sauacutede vinculado ao Progra-ma de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Enfermagem que participou dessa semana com accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede
Saiba
Sites
Para vocecirc conhecer mais sobre essa experiecircncia veja o link a seguir
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raquo Responsabilizar a cada semana um profissional pelo desenvolvimento de alguma atividade especiacutefica ao homem
raquo Divulgar as accedilotildees propostas para os homens por meio dos agentes comunitaacute-rios de sauacutede e da populaccedilatildeo feminina que frequenta a unidade de sauacutede
raquo Comemorar o Dia Internacional do Homem (tambeacutem conhecido como Novembro Azul) Vale planejar com a equipe accedilotildees de prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos e promoccedilatildeo da sauacutede voltadas agrave populaccedilatildeo masculina
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Em Pernambuco tambeacutem foi instituiacuteda a Semana Estadual de Sauacutede do Homem por meio da Lei Nordm 14158 de 17 de setembro de 2010 que determina a comemoraccedilatildeo e realizaccedilatildeo de accedilotildees voltadas a essa populaccedilatildeo na segunda semana de agosto Saiba mais consultando o link lthttplegisalepepegovbrarquivoTextoaspxtiponorma=1ampnumero=14158ampcomplemento=0ampano=2010amptipo=gt Acesso em 1 out 2013
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VILLELA W Gecircnero sauacutede dos homens e masculinidades Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 10 n 1 p 29-32 janmar 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfcscv10n1a03fv10n1pdfgt Acesso em 20 set 2013
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54
Execuccedilatildeo
Financiamento
Universidade Aberta do SUS
19
raquo As lesotildees os envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas satildeo a primeira causa de internaccedilatildeo para homens entre 20 e 49 anos de idade e a terceira para aqueles entre 50 e 59 anos
raquo As doenccedilas do aparelho digestivo satildeo a segunda causa para todas as faixas etaacuterias
raquo Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias satildeo a terceira causa para homens de 20 a 29 anos transtornos mentais e comportamentais entre 30 e 39 anos e doenccedilas do aparelho circulatoacuterio entre 40 e 49 anos
raquo Para os homens de 50 a 59 anos a principal causa de internaccedilatildeo satildeo as doenccedilas do aparelho circulatoacuterio (SCHWARZ et al 2012)
Graacutefico 02 ndash Porcentagem () das principais causas de internaccedilatildeo em homens por faixa etaacuteria Brasil 2010
Faixa etaacuteria em anos
35
30
25
20
15
10
5
0
I Algumas doenccedilas infecciosas e parasitaacuteriasII Neoplasias (tumores)V Transtornos mentais e comportamentais IX Doenccedilas do aparelho circulatoacuterioX Doenccedilas do aparelho respiratoacuterioXI Doenccedilas do aparelho digestivoXIX Lesotildees envenenamentos e algumas outras consequecircncias de causas externas
Fonte (SCHWARZ et al 2012 adaptado)
As principais causas de internaccedilotildees por enfermidades do aparelho respiratoacuterio estatildeo assinaladas no graacutefico a seguir
20
Graacutefico 03 ndash Internaccedilotildees por doenccedilas do aparelho respiratoacuterio 2007
Outras 57CID XI 15CID IX 13CID II 6CID X 9 (165369)
Pneumonia 43 (70535)Outras 29 (48489)DPOC 12 (20948)Asma 11 (18457)Tuberculose 5 (6940)
Fonte (BRASIL 2008a p26 adaptado)
Em relaccedilatildeo agraves doenccedilas do aparelho respiratoacuterio as que apresentaram maior incidecircncia foram as pneumonias (43) adoenccedila pulmonar obstrutiva crocircnica (12) e a tuberculose que mesmo apresentando o menor percentual de casos de internaccedilatildeo (5) destaca-se pela importacircncia do ponto de vista dasauacutede puacuteblica (BRASIL 2008a)
21
Graacutefico 04 ndash Percentual de internaccedilotildees hospitalares pelo aparelho circulatoacuterio na populaccedilatildeo masculina dos 25ndash59 anos 2007
Outras 277CID V 165CID XIX151CID XI 134CIN IX 120 CIN X 80 CIN I 73
Coronariopatias 405 (59717)Outras 396 (58355)Hipertensatildeo 187 (27569)Febre reumaacutetica miocardiopatias 12 (1713)
Fonte (BRASIL 2008a p27 adaptado)
Entre os fatores de morbidade natildeo se pode deixar de mencionar as disfun-ccedilotildees sexuais notadamente a disfunccedilatildeo ereacutetil que acomete cerca da metade dos homens depois dos cinquenta anos (BRASIL 2008a p27)
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto acesse
MOURA E C MALTA D C Consumo de bebidas alcooacutelicas na populaccedilatildeo adulta brasileira ca-racteriacutesticas sociodemograacuteficas e tendecircncia RevBrasEpidemiol 2011 14(1) Supl 61- 70 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfrbepidv14s1a07v14s1pdfgt Acesso em 27092013
LARANJEIRA R et al I Levantamento nacional sobre os padrotildees de consumo de aacutelcool na popu-laccedilatildeo brasileira Brasiacutelia Secretaria Nacional Antidrogas 2007 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesrelatorio_padroes_consumo_alcoolpdfgt Acesso em 27 set 2013
22
222 mortalidade
Em relaccedilatildeo agrave mortalidade ao longo de toda a uacuteltima deacutecada foi observada maior proporccedilatildeo de oacutebitos entre homens que entre mulheres na faixa etaacuteria adulta especialmente jovens adultos (de 15 a 39 anos de idade) Diversos estudos mostram que as causas externas de mortalidade (acidentes e violecircncias) satildeo extre-mamente importantes entre os adultos especialmente para homens jovens No sexo masculino elas representaram 64 dos oacutebitos de 20 a 39 anos enquanto que no sexo feminino o percentual foi de 23 Mesmo observando uma reduccedilatildeo no diferencial entre homens e mulheres no periacuteodo entre 2000 e 2010 os homens ainda morrem mais que as mulheres conforme apresenta o graacutefico a seguir (BRASIL 2011b BRASIL 2011c LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005 MARANHAtildeO et al 2011)
Graacutefico 05 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo Brasil 2000 2005 e 2010
2000 2005 2010
584 58 573
415 42 427
0
10
20
30
40
50
60
70
Masculino
Feminino
Fonte (BRASIL 2012a p112 adaptado)
O proacuteximo graacutefico apresenta as curvas de mortalidade proporcional para homens e mulheres que tecircm padrotildees diferentes entre os anos principalmente para os grupos de adultos e idosos indicando um padratildeo de mortalidade mais tardia entre as mulheres Na faixa etaacuteria de 20 a 59 anos houve um maior percen-tual de oacutebitos dos homens (381 em 2000 e 374 em 2010) quando comparado ao das mulheres (25 em 2000 e 232 em 2010) (BRASIL 2012a)
23
Graacutefico 06 ndash Mortalidade proporcional () segundo o sexo e o ano do oacutebito por faixa etaacuteria Brasil 2000 e 2010
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1a 9 19 36 381
30 374 20 18 250
lt1 a 85 399241 11 13 232
ge 60 anos 479 547 620 703
Feminino 2000Masculino 2010Masculino 2000
Feminino 2010
10 a 19 20 a 59
11
Fonte (BRASIL 2012a p113)
Quadro 01 ndash Quatro principais causas especiacuteficas de mortalidade entre 20 e 59 anos (nesta ordem)homens 2010
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste Eventos Int Indeterminada Suiciacutedio
Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste D HIV Cirosse e D Fiacutegado
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Homiciacutedios Acidentes de transporte terreste
D Isquecircmica do coraccedilatildeo Cirrose e D Fiacutegado Acidentes de transporte terreste D Cerebrovasculares
Fonte (BRASIL 2012a adaptado)
24
Dados de 2012 mostram que no Brasil as causas externas representam a primeira causa mais frequente de morte na populaccedilatildeo masculina entre 20 a 59 anos configurando-se como um grande desafio aos gestores puacuteblicos e profissio-nais sobretudo os da sauacutede pois se deve ultrapassar a dimensatildeo da assistecircncia e reabilitaccedilatildeo das viacutetimas ocupando-se tambeacutem da promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e vigilacircncia epidemioloacutegica de acidentes e violecircncias (BRASIL 2012a)
Os homens no Brasil apresentam um risco de morte por causas externas 51 vezes maior que as mulheres Quanto agrave idade vale destacar as altas taxas de mortalidade por causas externas observadas a partir dos 19 anos de idade em especial entre os adultos jovens de 20 a 39 anos de idade e os idosos com 60 e mais anos de idade O risco de morte por causas externas foi de 100 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os adultos jovens e de 1104 oacutebitos por 100 mil habitantes entre os idosos (BRASIL 2012a)
A anaacutelise do risco de morte por causas externas segundo regiotildees geograacute-ficas demonstrou uma distribuiccedilatildeo menos desigual que nas anaacutelises anteriores segundo atributos de idade e sexo sendo que taxas de mortalidade apenas ligei-ramente superiores foram encontradas nas regiotildees Centro-Oeste (853 por oacutebitos por 100 mil habitantes) Nordeste (755 oacutebitos por 100 mil habitantes) e Sul (746 oacutebitos por 100 mil habitantes) (BRASIL 2012a)
Tabela 04 ndash Nuacutemero (N) proporccedilatildeo () e taxa bruta de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externas segundo sexo faixa etaacuteria e regiotildees geograacuteficas Brasil 2009
CaracteriacutesticasSexo a
TotalMasculino Feminino
N Taxa N Taxa N Taxa
Faixa etaacuteria b
0 a 9 anos 2517 22 151 1594 68 100 4111 30 126
10 a 14 anos 1740 15 208 733 31 90 2473 18 150
15 a 19 anos 11780 102 1384 1629 70 197 13409 97 799
20 a 39 anos 57656 500 1810 6105 282 204 64261 463 1000
40 a 59 anos 26305 228 1315 1586 196 210 30891 223 738
60 a mais 13342 116 1541 8109 346 753 21451 155 1104
Ignorado 1904 17 - 179 08 - 2083 15 -
Regiatildeo
Norte 9317 81 1199 1508 64 199 10825 78 705
Nordeste 34639 301 1317 5807 248 213 40446 292 755
Sudeste 44360 385 1125 10405 444 251 54765 395 677
Sul 17023 148 1246 3652 156 260 20675 149 746
Centro-Oeste 9826 85 1428 2023 86 288 11849 85 853
Total 115244 1000 1225 23435 1000 241 138679 1000 724
a) Excluiacutedos 137 registros com sexo ignorado
b) Excluiacutedos 119 registros com regiatildeo de residecircncia ignorada
Fonte (BRASIL 2011b p234 adaptado)
25
Embora natildeo exista grande diferenccedila nos coeficientes de mortalidade por neoplasias malignas eacute preciso destacar que entre os homens predominam os cacircnceres de pulmatildeo vindo a seguir os de proacutestata e o de estocircmago A anaacutelise de seacuteries histoacutericas de mortalidade no Brasil mostra claramente a importacircncia cres-cente do cacircncer de proacutestata que jaacute suplanta a neoplasia maligna de estocircmago haacute alguns anos (LAURENTI JORGE GOTLIEB 2005)
No estado da Paraiacuteba o que se percebe eacute que em relaccedilatildeo agrave mortalidade por cacircnceres na populaccedilatildeo masculina o tumor da proacutestata jaacute se destaca como o de maior prevalecircncia aleacutem de ter tendecircncia crescente em relaccedilatildeo aos periacuteodos 2002 ndash2006 e 2007ndash2011
Graacutefico 07 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Paraiacuteba para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
2002-2006 2007-2011
158
109
96
62
52
52
5
49
38
31
31
3
24
1
207
191
104
10
36
5
36
49
46
46
37
37
32
23
1
20
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Por outro lado no estado de Pernambuco o cacircncer de proacutestata tambeacutem apre-senta maior prevalecircncia em relaccedilatildeo aos outros tumores mas mesmo apresen-tando tendecircncia a aumento no periacuteodo avaliado natildeo foi tatildeo significativo quanto no estado da Paraiacuteba Outro ponto de destaque eacute a tendecircncia agrave diminuiccedilatildeo nos tumores de traqueia brocircnquios pulmotildees fiacutegado e vias biliares
26
Graacutefico 08 ndash Distribuiccedilatildeo proporcional do total de mortes por cacircncer segundo localizaccedilatildeo primaacuteria do tumor em homens Pernambuco para os periacuteodos entre 2002-2006 e 2007-2011
179
91
128
184
183
92
122
184
3
46
39
65
43
44
33
35
36
32
14
35
5
34
61
46
38
34
37
41
3
14
Proacutestata
Estocircmago
Traqueia brocircnquios e pulmotildees
Neoplasia maligna sem
Esoacutefago
Leucemias
Fiacutegado e vias biliares intrahepaacuteticas
Cavidade oral
Enceacutefalo
Laringe
Pacircncreas
Coacutelon e reto
Tecido linfaacutetico
Veacutesicula biliar
Outras localizaccedilotildees
2002-2006 2007-2011
Fonte (INCA c1996-2013 adaptado)
Dentre as doenccedilas do aparelho digestivo podem-se destacar as doenccedilas do fiacutegado que em 2005 foram responsaacuteveis por 70 das causas de morte de homens de 25ndash59 anos Destas 46 devem-se agrave doenccedila por consumo de aacutelcool 36 agrave fibrose e cirrose e 18 a outras doenccedilas do fiacutegado (BRASIL 2008a)
Por outro lado em relaccedilatildeo agrave mortalidade proporcional de acordo com os capiacute-tulos da CIDndash10 entre homens apresenta uma tendecircncia de reduccedilatildeo da proporccedilatildeo de oacutebitos por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio e tendecircncia de aumento nas seguintes causas neoplasias doenccedilas endoacutecrinas e causas externas (BRASIL 2012a)
27
Graacutefico 09 ndash Mortalidade proporcional () por capiacutetulos da CID no sexo masculino Brasil 2000 e 2010
IX II XX X IV OUTRAS
294 135 18 105 47 238
285 16 187 104 53 211
0
5
10
15
20
25
30
35
2000
2010
Fonte (BRASIL 2012a p121 adaptado)
Saiba
SitesPara realizar uma anaacutelise mais detalhada do perfil de mortalidade masculina consulte o material Mortalidade do adulto no Brasil taxas de mortalidade segundo o sexo as causas e as Regiotildees 2010 disponiacutevel em lthttpportalsaudesaudegovbrportalsaudearquivospdf2013Fev21sau-debrasil2011_parte1_cap7pdfgt Acesso em 25 set 2013
Leia tambeacutem o Perfil da situaccedilatildeo de sauacutede do homem no Brasil (2012) disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Perfil-da-Situa----o-de-Sa--de-do-Homem-no--Brasilpdfgt Acesso em 26 ago 2015
Nos artigos a seguir os autores fazem uma discussatildeo ampliada sobre as principais causas de morbimortalidade masculina
LAURENTI R JORGE M H P de M GOTLIEB S L D Perfil epidemioloacutegico da morbimortalidade masculina Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 10 n 1 p 35-46 janmar 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfcscv10n1a04v10n1pdfgt Acesso em 30 set 2013
LUIZAGA C T de M GOTLIEB S L D Mortalidade masculina em trecircs capitais brasileiras 1979 a 2007 RevBrasEpidemiolv 16 n 1 p 87-99 2013 Disponiacutevel emlthttpwwwscielobrpdfrbe-pidv16n11415-790X-rbepid-16-01-0087pdfgt Acesso em 25 set 2013
IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) A qualidade da informaccedilatildeo sobre a mortalidade no Brasil recente e avaliaccedilatildeo do impacto das causas violentas no nuacutemero de anos de vida perdi-dos In IBGE Indicadores Sociodemograacuteficos e de Sauacutede no Brasil n 25 Rio de Janeiro IBGE 2009 Disponiacutevel emlthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoindic_sociosaude2009indicsaudepdfgt Acesso em 25092013
VIEIRA S O cacircncer e a sauacutede do homem um panorama completo dos tumores que acometem a populaccedilatildeo masculina Revista Oncoamp ndash Oncologia para todas as especialidadesSatildeo Paulo a 2 n 11 p 12-18 maiojun 2012 Disponiacutevel emlthttprevistaoncocombrwp-contentuploa-ds201205ONCO_11pdfgt Acesso em 25 set 2013
28
Para vocecirc ter acesso a dados sobre morbimortalidade da populaccedilatildeo masculina dos estados de Paraiacuteba e Pernambuco acesse os links abaixo
TABNET ndash OacuteBITOSPARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttptabnetsaudepbgovbrdeftohtmexetabdotabnetsimpbdefgt Acesso em 25 set 2013
ATLAS DE MORTALIDADE POR CAcircNCER ndash INCA (Instituto Nacional de Cacircncer) Disponiacutevel em lthttpmortalidadeincagovbrMortalidadeprepararModelo04actiongt Acesso em 25 set 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PARAIacuteBA Disponiacutevel em lthttppor-talweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
PACTO PELA SAUacuteDESISPACTO ndash Cadastro e metas para indicadores de monitoramento e avalia-ccedilatildeo do pacto pela sauacutede prioridades e objetivos Estado PERNAMBUCO Disponiacutevel em lthttpportalweb04saudegovbrsispactomenuaspgt Acesso em 31 out 2013
Nos links para acesso ao Pacto pela Sauacutede apoacutes abrir a paacutegina do SISPACTO clique em relatoacute-rios que aparece no lado esquerdo da tela Em seguida clique em relatoacuterios estaduais e localize o estado que vocecirc desejar consultar
3 programas poLiacuteticas e pactos de sauacutede para o homem no BrasiL
A seguir descreveremos os principais programas poliacuteticas e pactos que tecircm relaccedilatildeo com a sauacutede do homem no Brasil Recomendamos que vocecirc consulte os links complementares para saber mais sobre cada um deles
31 pacto pela sauacutede
Aprovado por unanimidade pelo Conselho Nacional de Sauacutede (CNS) e publi-cado na Portaria GMMS nordm 399 de 22 de fevereiro de 2006 o Pacto pela Sauacutede eacute um conjunto de reformas institucionais do SUS pactuado entre as trecircs esferas de gestatildeo (Uniatildeo Estados e Municiacutepios) com o objetivo depromover a melhoria dos serviccedilos ofertados agrave populaccedilatildeo e a garantia de acesso a todos Tambeacutem redefine as responsabilidades de cada gestor em funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da popu-laccedilatildeo e na busca da equidade social Sua adesatildeo se constituiem um processo de cooperaccedilatildeo permanente entre os gestores e negociaccedilatildeo local regional estadual e federal
O pacto pela sauacutede se divide em 3 eixos
1 Pacto em defesa do SUS defesa dos princiacutepios do SUS qualificaccedilatildeo do SUS como poliacutetica puacuteblica
2 Pacto pela gestatildeo do SUS processo continuado de pactuaccedilatildeo intergestores ndash responsabilidades sanitaacuterias e diretrizes de gestatildeo
3 Pacto pela vida compromisso entre os gestores do SUS em torno das respon-sabilidades nacionais estaduais regionais e municipais com definiccedilotildees de metas e accedilotildees
Por meio da Portaria nordm 325GM de 21 de fevereiro de 2008 o Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu novas prioridades objetivos metas e indicadores de monito-ramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede para o ano de 2008 no qual foi inserido
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como uma das prioridades a Sauacutede do Homem cuja meta era a de promover a sauacutede integral do homem com a elaboraccedilatildeo publicaccedilatildeo e implantaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Sauacutede do Homem
32 poliacutetica nacional de atenccedilatildeo inteGral agrave sauacutede do Homem (pnaisH)
Foi instituiacuteda por meio da Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Destaca- se por ser um programa pioneiro dentre os paiacuteses da Ameacuterica Latina lanccedilado apoacutes 20 anos de implantaccedilatildeo do SUS no Brasil Visa abranger a faixa etaacuteria de 20 a 59 anos melhorando a assistecircncia oferecida aos homens por meio de accedilotildees de informaccedilatildeo proteccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede assim como tratamento e recuperaccedilatildeo de agravos aleacutem de uma mudanccedila cultural no que diz respeito ao comportamento masculino nessa aacuterea (BRASIL 2008a)
A PNAISH estaacute alinhada com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash porta de entrada preferencial ao Sistema Uacutenico de Sauacutede ndash primando pela humanizaccedilatildeo da atenccedilatildeo e em consonacircncia com os princiacutepios do SUS fortalecendo accedilotildees e serviccedilos em redes e cuidados da sauacutede Ela norteia as accedilotildees de atenccedilatildeo integral
Saiba
SitesPara saber mais sobre o assunto recomendamos que vocecirc veja os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Pacto pela SauacutedeSISPACTO - Aplicativo do Pacto pela Sauacutede Brasiacutelia Ministeacute-rio da Sauacutede [2011c] Disponiacutevel emlthttpportalweb04saudegovbrsispactogt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 399GM de 22 de fevereiro de 2006 Divulga o pacto pela sauacutede 2006 - Consolidaccedilatildeo do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006a Disponiacutevel em lthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2006GMGM-399htmgt Acesso em 26set2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 325 de 21 de fevereiro de 2008 Estabelece prioridades objetivos e metas do Pacto pela Vida para 2008 os indicadores de monitoramento e avaliaccedilatildeo do Pacto pela Sauacutede e as orientaccedilotildees prazos e diretrizes para a sua pactuaccedilatildeoBrasiacutelia Ministeacuterio da Sauacute-de 2008b Disponiacutevel emlthttpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPort2008GMGM-325htmgt Acesso em 27set 2013
MACHADO R R et al Entendendo o pacto pela sauacutede na gestatildeo do SUS e refletindo sua implementaccedilatildeo Rev Eletrocircnica de Enfermagem v 11 n 1 p 181-187 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfenufgbrfen_revis-tav11n1pdfv11n1a23pdfgt Acesso em 27set2013
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agrave sauacutede do homem visando estimular o autocuidado e sobretudo o reconhe-cimento de que a sauacutede eacute um direito social baacutesico e de cidadania de todos os homens brasileiros (BRASIL 2008a)
Tem como objetivo principal
Promover a melhoria das condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo masculina do Brasil contri-buindo de modo efetivo para a reduccedilatildeo da morbidade e mortalidade dessa popu-laccedilatildeo atraveacutes do enfrentamento racional dos fatores de risco e mediante a facilitaccedilatildeo ao acesso agraves accedilotildees e aos serviccedilos de assistecircncia integral agrave sauacutede (BRASIL 2008a)
Aleacutem disso a PNAISH propotildee uma reorientaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede com foco na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) de modo que essa poliacutetica seja integrada e executada juntamente com as demais poliacuteticas programas estrateacutegias e accedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2008a)
Para refletir
Vocecirc jaacute teve oportunidade de discutir a PNAISH com os demais membros da equipe de sauacutedeQuais satildeo as accedilotildees desenvolvidas na sua unidade de sauacutede para os homens Como eacute a adesatildeo da popula-ccedilatildeo a essas accedilotildees Quais satildeo suas principais dificuldades
Saiba
Conheccedila o estudo que avaliou a implantaccedilatildeo da PNAISH em municiacutepios brasileiros Nele foram avaliados como estatildeo sendo desenvolvidas as accedilotildees de fortalecimento desta poliacutetica Estaacute disponiacutevel em lthttpusaudegovbrimagespdf2014maio21CNSH-DOC-Fortalecimento-da--PNAISHpdfgt Acesso em 01 fev 2015
SitesPara vocecirc conhecer mais sobre a PNAISH acesse os links a seguir
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Gabinete do Ministeacuterio Portaria nordm 1944 de 27 de agosto de 2009 Institui no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacute-de do Homem Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2009prt1944_27_08_2009htmlgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave sauacutede Departamento de Accedilotildees Progra- maacuteticas e Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem Plano de Accedilatildeo Nacional 2009-2011 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009b Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_saude_homem_2009-2011pdfgt Acesso em 27 set 2013
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteti-cas Estrateacutegicas Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem princiacutepios e diretrizes Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2008a Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_atencao_homempdfgt Acesso em 20 set 2013
CARRARA S RUSSO J A FARO L A poliacutetica de atenccedilatildeo agrave sauacutede do homem no Brasil os pa-radoxos da medicalizaccedilatildeo do corpo masculinoPhysisRevista de Sauacutede Coletiva Rio de Janeiro v 19 n 3 p659-678 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfphysisv19n3a06v19n3pdfgt Acesso em 27set 2013
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LEAL A F FIGUEIREDO W S NOGUEIRA-DA-SILVA G S O percurso da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede dos Homens (PNAISH) desde a sua formulaccedilatildeo ateacute sua implementaccedilatildeo nos serviccedilos puacuteblicos locais de atenccedilatildeo agrave sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletivav 17 n 10 p2607-2616 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwscielosporgpdfcscv17n1010pdfgt Acesso em 27 set 2013
33 poliacutetica nacional de Humanizaccedilatildeo (pnH)A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) foi criada em 2004 como fortaleci-
mento da rede assistencial do SUS e com o objetivo de oferecer uma sauacutede digna para todos com profissionais comprometidos com a eacutetica e com a defesa da vida
Para a PNH humanizar eacute ofertar atendimento de qualidade articulando os avanccedilos tecnoloacutegicos com o acolhimento com a melhoria dos ambientes de cuidado e das condiccedilotildees de trabalho dos profissionais
Como poliacutetica a Humanizaccedilatildeo deve portanto traduzir princiacutepios e modos de operar no conjunto das relaccedilotildees entre profissionais e usuaacuterios A humanizaccedilatildeo supotildee troca de saberes (incluindo os dos pacientes e familiares) diaacutelogo entre os profissionais e modos de trabalhar em equipe Como estrateacutegia de interferecircncia no processo de produccedilatildeo de sauacutedeconsidera-se que sujeitos sociais quando mobi-lizados satildeo capazes de transformar realidades transformando-se a si proacuteprios nesse mesmo processo
princiacutepios norteadores da poliacutetica de Humanizaccedilatildeo
1 Valorizaccedilatildeo da dimensatildeo subjetiva e social em todas as praacuteticas de atenccedilatildeo e gestatildeo fortalecendoestimulando processos integradores e promotores de compromissosresponsabilizaccedilatildeo
2 Estiacutemulo a processos comprometidos com a produccedilatildeo de sauacutede e com a produccedilatildeo de sujeitos
3 Fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional estimulando a trans-disciplinaridade e a grupalidade
4 Atuaccedilatildeo em rede com alta conectividade de modo cooperativo e solidaacuterio em conformidade com as diretrizes do SUS
5 Utilizaccedilatildeo da informaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo da educaccedilatildeo permanente e dos espaccedilos da gestatildeo na construccedilatildeo de autonomia e protagonismo de sujeitos e coletivos
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diretrizes especiacuteficas na atenccedilatildeo baacutesica
1 Elaborar projetos de sauacutede individuais e coletivos para usuaacuterios e sua rede social considerando as poliacuteticas intersetoriais e as necessidades de sauacutede
2 Incentivar praacuteticas promocionais de sauacutede
3 Estabelecer formas de acolhimento e inclusatildeo do usuaacuterio que promovam a otimizaccedilatildeo dos serviccedilos o fim das filas a hierarquizaccedilatildeo de riscos e o acesso aos demais niacuteveis do sistema
4 Comprometer-se com o trabalho em equipe de modo a aumentar o grau de corresponsabilidade e com a rede de apoio profissional visando agrave maior eficaacutecia na atenccedilatildeo em sauacutede
E o acolhimento como pode ser entendido Trata-se de uma praacutetica nas accedilotildees de atenccedilatildeo e gestatildeo nas unidades de sauacutede que favorece a construccedilatildeo de uma relaccedilatildeo de confianccedila e compromisso dos usuaacuterios com as equipes e os serviccedilos contribuindo para a promoccedilatildeo da cultura de solidariedade e para a legitimaccedilatildeo do SUS Com o acolhimento passa a existir a possibilidade de avanccedilos na alianccedila entre usuaacuterios trabalhadores e gestores da sauacutede em defesa do SUS como uma poliacutetica puacuteblica essencial da e para a populaccedilatildeo brasileira (GENIOLE et al 2011)
Para refletir
Como profissional de sauacutede suas atitudes contemplam as dimensotildees abordadas na Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo E qual o envolvimento que vocecirc visualiza desta Poliacutetica com a Sauacutede do Homem Vocecirc acredita que a falta de acolhimento pode dificultar o acesso dos homens agraves unidades de sauacutede
Saiba
SitesPara conhecer mais sobre a Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo acesse os links lthttpportalsau-degovbrportalarquivospdfdoc_basepdfgt (BRASIL 2004) e lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumanizasus_gestores_trabalhadores_sus_4edpdfgt (BRASIL 2008c)
A Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo possui um caderno especiacutefico para a Atenccedilatildeo Baacutesica Para conhececirc-lo acesse o link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoeshumaniza_sus_atencao_basicapdfgt (BRASIL 2009c)
E para entender mais sobre acolhimento acesse a cartilha denominada Acolhimento nas praacuteticas de produccedilatildeo de sauacutede disponiacutevel no link lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesacolhi-mento_praticas_producao_saudepdfgt (BRASIL 2010a)pdfgt Acesso em 27set 2013
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34 poliacutetica de promoccedilatildeo da sauacutede
Entre as prioridades do Pacto em Defesa da Vida encontra-se a publicaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede que ratifica o compromisso do Minis-teacuterio da Sauacutede na ampliaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo das accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede nos serviccedilos e na gestatildeo do SUS Trata-se de uma poliacutetica transversal integrada e intersetorial que dialoga com as diversas aacutereas do setor sanitaacuterio os outros setores do Governo os setores privados e natildeogovernamentais e a sociedade compondo redes de compromisso e corresponsabilidade quanto agrave qualidade de vida da populaccedilatildeo de forma que todos sejam partiacutecipes no cuidado com a sauacutede (BRASIL 2006b)
A Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede foi revisada no ano de 2015 visando se adequar aos novos desafios e compromissos no contexto da sauacutede nacional
Ela destaca a necessidade de articulaccedilatildeo com outras poliacuteticas puacuteblicas para fortalececirc-la com o imperativo da participaccedilatildeo social e dos movimentos popu-lares em virtude da impossibilidade de que o setor sanitaacuterio responda sozinho ao enfrentamento dos determinantes e condicionantes da sauacutede Para tal toma como referecircncia alguns temas transversais para a formulaccedilatildeo de agendas de promoccedilatildeo da sauacutede e para a adoccedilatildeo de estrateacutegias e temas prioritaacuterios operando em conso-nacircncia com os princiacutepios e os valores do SUS como
raquo Determinantes Sociais da Sauacutede (DSS)
raquo equidade e respeito agrave diversidade
raquo produccedilatildeo de sauacutede e cuidado
raquo vida no trabalho
raquo cultura da paz e direitos humanos entre outras (BRASIL 2015)
O objetivo principal dessa poliacutetica eacute promover a equidade e a melhoria das condiccedilotildees e dos modos de viver ampliando a potencialidade da sauacutede individual e coletiva e reduzindo vulnerabilidades e riscos agrave sauacutede decorrentes dos determi-nantes sociais econocircmicos poliacuteticos culturais e ambientais (BRASIL 2015)
Saiba
SitesPara conhecer melhor a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede vocecirc pode ver o linklthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoespolitica_nacional_promocao_saude_3edpdfgtAcesso em 28 out 2013 (BRASIL 2010b)
Para ter acesso agrave Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede revisada e identificar todas as atuali-zaccedilotildees da versatildeo de 2015 acesse lthttppromocaodasaudesaudegovbrpromocaodasaudearquivospnps-2015_finalpdfgt Acesso em 01 fev 2015
4 a organizaccedilatildeo da estrateacutegia sauacutede da famiacuteLia no pLanejamento de accedilotildees e avaLiaccedilatildeo de riscos agrave sauacutede do homem
Uma das diretrizes da PNAISH eacute a reorganizaccedilatildeo das accedilotildees de sauacutede por meio de uma proposta inclusiva na qual os homens considerem os serviccedilos de sauacutede sobretudo as unidades baacutesicas de sauacutede ou unidades de sauacutede da famiacutelia tambeacutem como espaccedilos masculinos e por sua vez esses serviccedilos reconheccedilam os homens como sujeitos que necessitem de cuidados (SILVA et al 2012)
A compreensatildeo das barreiras institucionais eacute importante para a proposiccedilatildeo estrateacutegica de medidas que venham a promover o acesso dos homens aos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria que deve ser a porta de entrada preferencial ao sistema de sauacutede a fim de resguardar a promoccedilatildeo e a prevenccedilatildeo como eixos fundamentais de intervenccedilatildeo (SILVA et al 2012)
Nesse contexto estudos vecircm relacionando a masculinidade tradicional como o principal obstaacuteculo para o acesso dessa parcela populacional aos serviccedilos de sauacutede sobretudo agravequeles que estatildeo voltados agrave promoccedilatildeo da sauacutede A busca por esse tipo de serviccedilo pode ser considerado sinocircnimo de fraqueza realidade que vai de encontro com os preceitos da hegemonia masculina na qual os homens satildeo educados para natildeo demonstrar qualquer traccedilo de fragilidade Some-se a isso o fato de as unidades baacutesicas e de sauacutede da famiacutelia por serem compostas por muitos profissionais do sexo feminino e serem frequentadas sobretudo por mulheres provocam uma sensaccedilatildeo de natildeo pertencimento a tais espaccedilos (FIGUEIREDO 2005 BRAZ 2005 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 BRITO SANTOS 2010 SILVA et al 2012)
Os estudos apontam ainda outros motivos pela baixa demanda masculina na Atenccedilatildeo Baacutesica como a organizaccedilatildeo dos serviccedilos a demora em conseguir atendimento meacutedico o horaacuterio de funcionamento incompatiacutevel com a jornada de trabalho daqueles inseridos no mercado formal a ausecircncia de programas especiacute-ficos para atender aos homens o deacuteficit no processo de abordagem e de cuidarcuidado da populaccedilatildeo masculina por parte dos profissionais a ausecircncia de acolhi-mento ou o acolhimento pouco atrativo a fraacutegil qualificaccedilatildeo profissional para lidar com o segmento masculino
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O certo eacute que muitos agravos que acometem a populaccedilatildeo masculina poderiam ser evitados caso fossem realizadas com regularidade as medidas de prevenccedilatildeo primaacuteria A resistecircncia masculina agrave atenccedilatildeo primaacuteria aumenta natildeo somente a sobrecarga financeira da sociedade mas tambeacutem o sofrimento fiacutesico e emocional do paciente e de sua famiacutelia na luta pela conservaccedilatildeo da sauacutede e da qualidade de vida dessas pessoas (BRASIL 2008a)
O fortalecimento e a qualificaccedilatildeo da atenccedilatildeo primaacuteria garantem a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo aos agravos evitaacuteveis dado o reconhecimento de que os homens adentram o sistema de sauacutede por meio da atenccedilatildeo especializada agravando a morbidade pelo retardamento na atenccedilatildeo e maior custo parao SUS (BRASIL 2008a)
Assim ao serem elaboradas estrateacutegias voltadas agrave conscientizaccedilatildeo do grupo masculino sobre a adoccedilatildeo de haacutebitos mais saudaacuteveis o primeiro passo a ser dado eacute a sensibilizaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede que atuam na atenccedilatildeo baacutesica para que compreendam os padrotildees culturalmente arraigados na populaccedilatildeo acerca do que eacute ser homem as principais barreiras possam ser superadas e essa populaccedilatildeo possa efetivamente ser acolhida (BRITO SANTOS 2010 )
41 conHecendo a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea de abranGecircncia
Vocecirc jaacute sabe a importacircncia de os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica conhecerem bem as caracteriacutesticas da sua populaccedilatildeo adscrita Sem essa informaccedilatildeo fica difiacutecil se planejar o trabalho a ser desenvolvido
Como aqui estamos discutindo a sauacutede do homem enfatizamos a necessidade de que seja realizado um levantamento sobre o perfil de morbimortalidade dessa populaccedilatildeo antes mesmo das accedilotildees de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo agrave sauacutede serem pensadas
Como a populaccedilatildeo masculina eacute caracterizada pela faixa etaacuteria de 20 a 59 anos uma sugestatildeo eacute que se definam por grupos etaacuteriosas causas de adoecimento e morte mais prevalentes e a partir disso sejam estruturadas as accedilotildees de sauacutede
Uma sugestatildeo eacute vocecirc utilizar as informaccedilotildees contidas no quadro a seguir para construir o perfil da sua populaccedilatildeo masculina
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Quadro 02 ndash Indicadores para a anaacutelise do perfil da populaccedilatildeo masculina
Cadastro do nuacutemero de indiviacuteduos masculinos entre 20 e 59 anos
Homens diabeacuteticos cadastrados
Homens diabeacuteticos acompanhados
Homens hipertensos cadastrados
Homens hipertensos acompanhados
Homens com tuberculose cadastrados
Homens com tuberculose acompanhados
Homens com hanseniacutease cadastrados
Homens com hanseniacutease acompanhados
Hospitalizaccedilotildees ocorridas no mecircsPor abuso de aacutelcoolPor complicaccedilotildees do DiabetesPor outras causas
Internaccedilotildees em hospital psiquiaacutetrico
Oacutebitos ocorridos no mecircs
Fonte (UFSC 2013 adaptado)
Saiba
SitesConsulte os links a seguir para saber mais sobre o assunto
Novo sistema de informaccedilatildeo do SUS o E-SUS Atenccedilatildeo Baacutesica lthttpdabsaudegovbrportal-dabesusphpgt Acesso em 1out 2013 (PORTAL 2012)
Portal da atenccedilatildeo baacutesica e seus sistemas de informaccedilatildeo lthttpdabsaudegovbrportaldabsis-temasphpgt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL [20--d])
DATASUS Informaccedilotildees de Sauacutede (TABNET) lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphp area=0203gt Acesso em 01 de out de 2013 (BRASIL c2008)
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42 inserccedilatildeo da atenccedilatildeo e cuidado ao Homem no processo de trabalHo da equipe de sauacutede da famiacutelia
Para alcanccedilar a efetividade desejada na atenccedilatildeo baacutesica consideram-se neces-saacuterios o planejamento e a implementaccedilatildeo de accedilotildees de sauacutede em cada contexto Esses exigem conhecimentos detalhados sobre as condiccedilotildees de vida das pessoas que ali residem sobre as especificidades do processo de organizaccedilatildeo das accedilotildees realizadas na assistecircncia agrave sauacutede e gestatildeo do trabalho das equipes e dos profissio-nais envolvidos Assim pode-se delinear o que eacute necessaacuterio e o que eacute possiacutevel se realizarem um determinado local (KRUG et al 2010)
O processo de trabalho na Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia eacute caracterizado pela interdisciplinaridade e pelo trabalho em equipe Haacute uma soma dos diversos saberes e das praacuteticas das categorias profissionais por meio de uma abordagem integral e resolutiva (BRASIL 2012b)
O trabalho em equipe eacute tido como proposta estrateacutegica para enfrentar o intenso processo de especializaccedilatildeo na aacuterea da sauacutede Esse processo caracteriza-se pelo aprofundamento vertical do conhecimento e da intervenccedilatildeo em aspectos individu-alizados das necessidades de sauacutede (PAVONI MEDEIROS 2009)
Sendo assim o ideal eacute mobilizar toda a equipe para que juntos possam efeti-vamente planejar as accedilotildees que seratildeo desenvolvidas para a populaccedilatildeo masculina Para ajudar nesse processo relembramos algumas caracteriacutesticas do processo de trabalho das equipes de atenccedilatildeo baacutesica
I Definiccedilatildeo do territoacuterio de atuaccedilatildeo e da populaccedilatildeo sob a responsabilidade das unidades baacutesicas de sauacutede e das equipes
II Programaccedilatildeo e implementaccedilatildeo das atividades de atenccedilatildeo agrave sauacutede de acordo com as necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo com a priorizaccedilatildeo de inter-venccedilotildees cliacutenicas e sanitaacuterias nos problemas de sauacutede segundo criteacuterios de frequecircncia risco vulnerabilidade
III Desenvolvimento de accedilotildees que priorizem os grupos de risco e os fatores de risco cliacutenico-comportamentais alimentares eou ambientais com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a persistecircncia de doenccedilas e danos evitaacuteveis
IV Realizaccedilatildeo do acolhimento com escuta qualificada classificaccedilatildeo de risco avaliaccedilatildeo de necessidade de sauacutede e anaacutelise de vulnerabilidade tendo em vista a responsabilidade da assistecircncia resolutiva agrave demanda espontacircnea e o primeiro atendimento agraves urgecircncias
V Prover atenccedilatildeo integral contiacutenua e organizada agrave populaccedilatildeo adscrita
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VI Desenvolvimento de accedilotildees educativas que possam interferir no processo de sauacutede-doenccedila da populaccedilatildeo no desenvolvimento de autonomia individual e coletiva e na busca por qualidade de vida pelos usuaacuterios
VII Desenvolvimento de accedilotildees intersetoriais integrando projetos e redes de apoio social voltados para o desenvolvimento de uma atenccedilatildeo integral
VIII Realizaccedilatildeo de atenccedilatildeo domiciliar destinada a usuaacuterios que possuam problemas de sauacutede controladoscompensados e com dificuldade ou impos-sibilidade fiacutesica de locomoccedilatildeo ateacute uma unidade de sauacutede que necessitam de cuidados com menor frequecircncia e menor necessidade de recursos de sauacutede e do cuidado compartilhado com as equipes de atenccedilatildeo domiciliar nos demais casos
Fonte (BRASIL 2012b grifo nosso)
Como jaacute vimos vaacuterios estudos apontam que os homens padecem mais de condiccedilotildees severas e crocircnicas de sauacutede em comparaccedilatildeo agraves mulheres e igualmente morrem mais do que as mulheres pelas mesmas causas de morte Mesmo com o aumento dos iacutendices de morbimortalidade eles natildeo costumam procurar as unidades baacutesicas de sauacutede para orientaccedilatildeo ou prevenccedilatildeo de alguma patologia e quando buscam esses serviccedilos jaacute estatildeo com alguma doenccedila instalada portanto o desafio das equipes de sauacutede da famiacutelia eacute inverter esse padratildeo e encontrar formas de estimular a populaccedilatildeo masculina para accedilotildees de prevenccedilatildeo e cuidados agrave sauacutede (SILVA etal 2012 GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007 FIGUEIREDO 2005 SCHRAIBER et al 2010)
Eacute mais do que chegada a hora de se distanciar do modelo biomeacutedico pres-critivo que natildeo enfatiza a prevenccedilatildeo mas que ainda predomina nos serviccedilos de sauacutede e estaacute arraigado na cultura masculina Deve-se ter um olhar integral no aten-dimento a essa populaccedilatildeo no qual se priorizam as necessidades que vatildeo aleacutem daquilo que a cliacutenica pode detectar (GOMES NASCIMENTO ARAUacuteJO 2007)Tambeacutem eacute necessaacuterio que os profissionais da atenccedilatildeo baacutesica verdadeiramente entendamo papel de cada um para que efetivamente a PNAISH possa ser implan-tada nas unidades de sauacutede
A equipe da atenccedilatildeo baacutesica eacute de fundamental importacircncia no processo de estiacute-mulo agrave populaccedilatildeo masculina pela procurados serviccedilos de sauacutede Diversos esforccedilos devem ser investidos para trazer essa populaccedilatildeo para participar de atividades de
43 accedilotildees da equipe de sauacutede da famiacutelia Voltadas para a sauacutede do Homem
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prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede Para tal vale acionar familiares na captaccedilatildeo dessa populaccedilatildeo A mulher que geralmente eacute quem procura a unidade sendo essa esposa matildee ou irmatilde eacute um canal interessante para se discutir a importacircncia de trazer seus familiares do sexo masculino para consultas de rotina (BRASIL 2008a) E como fazer isso
Na seccedilatildeo 41 deste livro vocecirc recebeu orientaccedilotildees sobre como conhecer a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea Agora eacute hora de reunir a equipe de sauacutede e planejar as accedilotildees visando agrave melhoria dos indicadores e agrave qualidade de vida dessa populaccedilatildeo A seguir sugerimos alguns exemplos de accedilotildees que podem ser desen-volvidas por vocecirc e sua equipe
raquo Analisar a situaccedilatildeo de sauacutede da populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea adscrita observando as principais causas de morbidade internaccedilatildeo e mortalidade
raquo Estabelecer accedilotildees levando em consideraccedilatildeo os fatores socioeconocircmicos de morbimortalidade eculturais locais que determinam ou condicionam o modo de vida dos indiviacuteduos respeitando tambeacutem as diferenccedilas de idade jaacute que esse grupo populacional envolve homens na faixa etaacuteria de 20 e 59 anos
raquo Realizar a busca ativa de homens para a realizaccedilatildeo de ao menos uma consultaano
raquo Informar a populaccedilatildeo masculina da sua aacuterea a respeito da importacircncia da promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos aos homens
raquo Facilitar o acesso com oferta de atendimento em horaacuterios alternativos adequados agrave populaccedilatildeo masculina
raquo Promover o acolhimento realizando atendimento humanizado
raquo Realizar accedilotildees visando principalmente agrave promoccedilatildeo da sauacutede ao estiacutemulo ao autocuidado e agrave adesatildeo de homens aos serviccedilos de sauacutede Satildeo exemplos de accedilotildees orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da populaccedilatildeo masculina quanto agraves medidas disponiacuteveis para detecccedilatildeo precoce do cacircncer de proacutestata em pacientes sinto-maacuteticos e com disfunccedilatildeo ereacutetil entre outros agravos do aparelho geniturinaacuterio
raquo Incorporar os homens nas accedilotildees e atividades educativas voltadas para o plane-jamento familiar
raquo Estimular a participaccedilatildeo paterna no preacute-natal parto puerpeacuterio e no cresci-mento e desenvolvimento da crianccedila
raquo Ofertar exames previstos para homens que participam do preacute-natal masculino
raquo Realizar accedilotildees educativas para a prevenccedilatildeo de violecircncias e acidentes e uso de aacutelcool e outras drogas
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Vocecirc sabia
O Ministeacuterio da Sauacutede vem apoiando estrateacutegias que estimulem e facilitem o acesso dos homens agraves unidades baacutesicas de sauacutede Como alternativa desde 2010 propocircs durante o I Seminaacuterio Inter-nacional de Sauacutede do Homem das Ameacutericas a implantaccedilatildeo do preacute-natal masculino como comple-mento agrave PNAISH na Atenccedilatildeo Baacutesica agrave Sauacutede
O objetivo eacute fazer com que os profissionais de sauacutede incentivem o homem a acompanhar as con-sultas do preacute-natal durante os nove meses de gestaccedilatildeo da parceira e aproveitem esse momento para realizar exames preventivos e assim promover o acesso dos homens aos serviccedilos de sauacutede
O princiacutepio baacutesico eacute estimular a participaccedilatildeo e inclusatildeo do homem nas accedilotildees de planejamento de sua vida sexual e reprodutiva focando inclusive na paternidade responsaacutevel ou seja o homem precisa se cuidar para cuidar da famiacutelia A proposta tem relaccedilatildeo com o fortalecimento do viacutenculo homem-mulher e pai-filho(a) podendo este ter reflexo sobre a reduccedilatildeo da violecircncia domeacutestica (SANTOS FERREIRA 2013)
Na Paraiacuteba desde o ano de 2009 foi instituiacuteda a Semana Estadual da Sauacutede do Homem (Lei Ndeg 8772 de 15 de abril de 2009) Desde essa eacutepoca vaacuterios eventos aconteceram com o objetivo de implantar e implementar a PNAISH no Estado
A primeira semana foi intitulada ldquoAlerta Homemrdquo por meio da qual se definiu um conjunto de accedilotildees que foram efetivadas pela Secretaria de Estado da Sauacutede em parceria com outras instacircncias go-vernamentais e natildeo governamentais inclusive com a Universidade Federal da Paraiacuteba (UFPB) por intermeacutedio do Laboratoacuterio de Estudos e Pesquisas Masculinidades e Sauacutede vinculado ao Progra-ma de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Enfermagem que participou dessa semana com accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede
Saiba
Sites
Para vocecirc conhecer mais sobre essa experiecircncia veja o link a seguir
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raquo Responsabilizar a cada semana um profissional pelo desenvolvimento de alguma atividade especiacutefica ao homem
raquo Divulgar as accedilotildees propostas para os homens por meio dos agentes comunitaacute-rios de sauacutede e da populaccedilatildeo feminina que frequenta a unidade de sauacutede
raquo Comemorar o Dia Internacional do Homem (tambeacutem conhecido como Novembro Azul) Vale planejar com a equipe accedilotildees de prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos e promoccedilatildeo da sauacutede voltadas agrave populaccedilatildeo masculina
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Em Pernambuco tambeacutem foi instituiacuteda a Semana Estadual de Sauacutede do Homem por meio da Lei Nordm 14158 de 17 de setembro de 2010 que determina a comemoraccedilatildeo e realizaccedilatildeo de accedilotildees voltadas a essa populaccedilatildeo na segunda semana de agosto Saiba mais consultando o link lthttplegisalepepegovbrarquivoTextoaspxtiponorma=1ampnumero=14158ampcomplemento=0ampano=2010amptipo=gt Acesso em 1 out 2013
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Execuccedilatildeo
Financiamento
Universidade Aberta do SUS