afrfb reg dto proc tributario teo exe edvaldo nilo aula 02

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CURSO ON-LINE – DIREITO E PROCESSO TRIBUTÁRIO PROFESSOR: EDVALDO NILO 1 www.pontodosconcursos.com.br Aula 2 – O Estado e o poder de tributar. Limitações Constitucionais do Poder de Tributar. Imunidades tributárias. Princípios Constitucionais Tributários - (aula atualizada até 03/09/2010). Olá, amigos (as). Como estamos no estudo do direito tributário? Registramos que as questões colocadas em vermelha são respondidas bem antes da questão. O nosso sumário de hoje é o seguinte: 1. Introdução; 2. Conceito de imunidade tributária; 2.1 Distinções entre imunidade, isenção, incidência, não-incidência e alíquota zero; 2.2 Classificações; 2.3 Imunidades genéricas e fundamento constitucional: 2.3.1 Imunidade recíproca; 2.3.2 Imunidade dos templos de qualquer culto; 2.3.3 Imunidade dos partidos políticos, entidades sindicais dos trabalhadores, instituições de educação e de assistência social; 2.3.4 Imunidade dos livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão; 2.3.5 Imunidades tópicas ou específicas; 3. Princípios constitucionais tributários: 3.1 Princípios vinculados especialmente à segurança jurídica: 3.1.1 Princípio da legalidade: 3.1.1.1 Princípio da tipicidade; 3.1.1.2 Mitigações, exceções ou atenuações a legalidade; 3.1.1.3 Jurisprudência do STF; 3.1.2 Princípio da irretroatividade; 3.1.3 Princípio da não- surpresa tributária: 3.1.3.1 Anterioridade genérica ou anual; 3.1.3.2 Anterioridade nonagesimal; 3.1.3.3 Medida provisória; 3.1.3.4 Anualidade tributária; 3.1.3.5 Jurisprudência do STF; 3.1.4 Princípio da transparência fiscal; 3.2 Princípios vinculados especialmente à justiça tributária: 3.2.1 Princípio da igualdade: 3.2.1.1 Privilégios odiosos; 3.2.1.2 Princípio do non olet; 3.2.1.3 Jurisprudência do STF; 3.2.2 Princípio da capacidade contributiva: 3.2.2.1 Princípio da personalização dos impostos; 3.2.2.2 Mínimo vital; 3.2.2.3 Aplicação as espécies tributárias; 3.2.2.4 Jurisprudência do STF; 3.2.3 Princípio do não-confisco: 3.2.3.1 Perspectiva dinâmica e perspectiva estática; 3.2.3.2 Imposto proibitivo; 3.2.3.3 Jurisprudência do STF; 3.3 Princípios vinculados especialmente a forma federativa de Estado: 3.3.1 Princípio da liberdade de tráfego; 3.3.2 Princípio da

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    Aula 2 O Estado e o poder de tributar. Limitaes Constitucionais do Poder de Tributar. Imunidades tributrias.

    Princpios Constitucionais Tributrios - (aula atualizada at 03/09/2010).

    Ol, amigos (as). Como estamos no estudo do direito tributrio? Registramos que as questes colocadas em vermelha so respondidas

    bem antes da questo. O nosso sumrio de hoje o seguinte:

    1. Introduo; 2. Conceito de imunidade tributria; 2.1 Distines entre imunidade, iseno, incidncia, no-incidncia e alquota zero; 2.2 Classificaes; 2.3 Imunidades genricas e fundamento constitucional: 2.3.1 Imunidade recproca; 2.3.2 Imunidade dos templos de qualquer culto; 2.3.3 Imunidade dos partidos polticos, entidades sindicais dos trabalhadores, instituies de educao e de assistncia social; 2.3.4 Imunidade dos livros, jornais, peridicos e o papel destinado a sua impresso; 2.3.5 Imunidades tpicas ou especficas; 3. Princpios constitucionais tributrios: 3.1 Princpios vinculados especialmente segurana jurdica: 3.1.1 Princpio da legalidade: 3.1.1.1 Princpio da tipicidade; 3.1.1.2 Mitigaes, excees ou atenuaes a legalidade; 3.1.1.3 Jurisprudncia do STF; 3.1.2 Princpio da irretroatividade; 3.1.3 Princpio da no-surpresa tributria: 3.1.3.1 Anterioridade genrica ou anual; 3.1.3.2 Anterioridade nonagesimal; 3.1.3.3 Medida provisria; 3.1.3.4 Anualidade tributria; 3.1.3.5 Jurisprudncia do STF; 3.1.4 Princpio da transparncia fiscal; 3.2 Princpios vinculados especialmente justia tributria: 3.2.1 Princpio da igualdade: 3.2.1.1 Privilgios odiosos; 3.2.1.2 Princpio do non olet; 3.2.1.3 Jurisprudncia do STF; 3.2.2 Princpio da capacidade contributiva: 3.2.2.1 Princpio da personalizao dos impostos; 3.2.2.2 Mnimo vital; 3.2.2.3 Aplicao as espcies tributrias; 3.2.2.4 Jurisprudncia do STF; 3.2.3 Princpio do no-confisco: 3.2.3.1 Perspectiva dinmica e perspectiva esttica; 3.2.3.2 Imposto proibitivo; 3.2.3.3 Jurisprudncia do STF; 3.3 Princpios vinculados especialmente a forma federativa de Estado: 3.3.1 Princpio da liberdade de trfego; 3.3.2 Princpio da

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    uniformidade geogrfica: 3.3.2.1 A vedao da tributao diferenciada da rendas das obrigaes de dvida pblica e da remunerao dos agentes pblicos; 3.3.2.2 A vedao das isenes heternomas; 3.3.3 Princpio da no-discriminao em razo da procedncia ou destino; 3.3.4 Princpio da territorialidade; 3.4 Princpios caractersticos a determinados tributos: 3.4.1 Princpio da generalidade e da universalidade; 3.4.2 Princpio da progressividade; 3.4.3 Princpio da seletividade; 3.4.4 Princpio da no-cumulatividade.

    Ento, vamos l.

    1. INTRODUO

    A CF/88 possui um captulo denominado de Sistema Tributrio Nacional (art. 145 a 162) que estabelece uma seo especfica sob o titulo Limitaes ao Poder de Tributar (arts. 150 a 152).

    Dentro da seo Limitaes ao Poder de Tributar ou limitaes

    constitucionais ao poder de tributar, como prefere a doutrina predominante, encontramos as chamadas imunidades tributrias como balizas importantes e tambm diversos princpios constitucionais tributrios. 2. CONCEITO DE IMUNIDADE TRIBUTRIA

    A imunidade tributria uma hiptese constitucional de intributabilidade ou de no-incidncia constitucionalmente qualificada. (CESPE/Procurador/PE/2009) A criao de imunidade tributria matria tpica de lei ordinria. errada, pois a imunidade tributria matria constitucional.

    Nesse rumo, destaca-se o aspecto formal e material da imunidade tributria.

    A respeito do aspecto formal, entende-se que a imunidade a

    impossibilidade jurdica da tributao, em razo da ausncia de competncia tributria dos entes federativos. Sob o aspecto material ou substancial, compreende-se que a imunidade o direito pblico subjetivo de no ser tributado, segundo o especificado expressamente ou implicitamente nas normas constitucionais.

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    Destacamos que a imunidade tributria no exclui a atribuio, por lei, s entidades nele referidas, da condio de responsveis pelos tributos que lhes caiba reter na fonte, e no as dispensa da prtica de atos, previstos em lei, assecuratrios do cumprimento de obrigaes tributrias por terceiros, de acordo com o 1, do art. 9, do CTN, que ainda tem validade jurdica.

    Isto , a imunidade tributria no dispensa a pessoa alcanada por ela de ser responsvel tributrio (arts. 128 a 138 do CTN), bem como do cumprimento das obrigaes tributrias acessrias. Importante: Imunidade. (...) Inaplicabilidade s hipteses de responsabilidade ou substituio tributria. (...) Recurso extraordinrio interposto de acrdo que considerou vlida a responsabilizao tributria do Servio Social da Indstria (SESI) pelo recolhimento de ICMS devido em operao de circulao de mercadoria, sob o regime de diferimento. A responsabilidade ou a substituio tributria no alteram as premissas centrais da tributao, cuja regra-matriz continua a incidir sobre a operao realizada pelo contribuinte. Portanto, a imunidade tributria no afeta, to-somente por si, a relao de responsabilidade tributria ou de substituio e no exonera o responsvel tributrio ou o substituto. (RE 202.987, DJE de 25-9-09) 2.1 DISTINES ENTRE IMUNIDADE, ISENO, INCIDNCIA, NO-INCIDNCIA E ALQUOTA ZERO

    Consideramos relevantes as distines entre imunidade, iseno, incidncia, no-incidncia e alquota zero

    A imunidade uma delimitao negativa de competncia tributria,

    ou seja, no h competncia tributria. Como a competncia tributria a aptido para determinado ente criar o tributo, a imunidade traduz um elemento de incompetncia tributria, sendo considerada uma zona na qual no poder haver tributao e consequentemente incidncia tributria.

    A imunidade tem sede na CF/88, materializando uma dispensa

    constitucional de pagamento de tributo. Sendo assim, h dispositivos constitucionais que transmitem o teor de falsas isenes, representando ntidas imunidades, existindo equvoco por parte do legislador constitucional. Por exemplo, o art. 195, 7, da CF/88, que dispe: So isentas de contribuies para a seguridade social s entidades beneficentes de assistncia social que atendam s exigncias estabelecidas em lei. Esta uma imunidade subjetiva, segundo entendimento do STF.

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    (CESPE/ Procurador/ Vitria/2007) A vedao que impede o Distrito Federal de cobrar o IPVA sobre os veculos da Unio licenciados em seu territrio constitui uma iseno tributria. uma imunidade tributria. Portanto, errada.

    A iseno a dispensa legal de pagamento de um tributo devido, isto , a autoridade no pode cobrar o tributo, eis que, mesmo acontecendo incidncia tributria (ocorre o fato gerador), est impedido de realizar o lanamento tributrio.

    Portanto, a iseno est dentro do campo da incidncia e decorre do

    exerccio da competncia tributria, sendo veiculada em norma infraconstitucional e acontece o fato gerador (obrigao tributria), porm no h constituio do crdito tributrio. (CESPE/Consultor/ES/2010) A iseno a espcie mais usual de renncia de receita e define-se como a dispensa legal, pelo Estado, do dbito tributrio devido. correta.

    A incidncia a situao ocorrida no mundo dos fatos que prevista

    como hiptese de incidncia do tributo. o momento da concretizao do fato gerador tributrio, com o nascimento da obrigao tributria.

    A no-incidncia o acontecimento no mundo dos fatos que no

    corresponde descrio legal tributria. Assim, na no-incidncia faltam elementos para enquadrar determinado fato na hiptese de incidncia (fato gerador in abstrato), ou seja, a no previso do fato na hiptese de incidncia. Com efeito, no h obrigao tributria e, por conseguinte, no h crdito tributrio.

    Decerto, a no-incidncia pode decorrer da falta de competncia ou

    do no exerccio da competncia em toda a sua amplitude (caracterstica da facultatividade do exerccio da competncia tributria).

    A alquota zero, da mesma forma que a iseno, encontra-se no

    campo da incidncia tributria. Contudo, o tributo no recolhido porque a lei dispensou o seu pagamento, mas sim porque o valor do tributo inexistente (aspecto quantitativo).

    Isto , a multiplicao da base de clculo por zero igual a zero (BC

    x AL = 0). Ento, o valor do tributo a ser pago nulo.

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    Imunidade Iseno No-incidncia

    Alquota zero

    Quanto lei criadora

    Constituio Em regra, lei ordinria.

    Falta de previso.

    Em regra, lei ordinria.

    Quanto ao exerccio da competncia tributria.

    No h. Existe. No h. Existe.

    Quanto obrigao tributria

    No h. Existe. No h. Existe.

    Quanto ao crdito tributrio

    No h. No h. No h. Em regra, no h, salvo dispositivo de lei em contrrio.

    Importante: Conforme disposto no inciso II do 3 do art.153 da CF, observa-se o princpio da no cumulatividade compensando-se o que for devido em cada operao com o montante cobrado nas anteriores, ante o que no se pode cogitar de direito a crdito quando o insumo entra na indstria considerada a alquota zero. (RE 353.657, DJE de 7-3-2008; RE 488.357-ED, DJE de 11-9-2009; RE 370.682, DJ de 19-12-2007); Com o advento do art. 11 da Lei 9.779/99 que o regime jurdico do IPI se completou, apenas a partir do incio de sua vigncia se tendo o direito ao crdito tributrio decorrente da aquisio de insumos ou matrias-primas tributadas e utilizadas na industrializao de produtos isentos ou submetidos alquota zero (RE 475.551, DJE de 13-11-2009; RE 460.785, DJE de 11-9-2009).

    1. (24 Concurso para Procurador da Repblica/MPF e tambm ESAF/AFRFB/2010) Diversos fatos podem resultar na desonerao tributria. Assinale, entre as que se seguem, a forma de desonerao tributria pela qual no nascem nem a obrigao tributria, nem o respectivo crdito por fora do no-exerccio da competncia a que tem direito o poder tributante. a) Imunidade. b) No-incidncia. c) Iseno. d) Alquota zero. e) Remisso.

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    Letra (A). Na imunidade tributria o ente federativo no tem o direito de tributar. Logo, incorreta.

    Letra (B). Na no-incidncia no nasce a obrigao e nem o crdito

    tributrio por fora do no-exerccio da competncia a que tem direito o ente federativo. Logo, correta.

    Letra (C). Na iseno nasce a obrigao tributria. Contudo, o

    crdito tributrio excludo. Logo, incorreta. Letra (D). Na alquota zero h obrigao tributria. Entretanto, o

    tributo no recolhido porque o valor do tributo inexistente (aspecto quantitativo). Isto , a multiplicao da base de clculo por zero igual a zero (BC x AL = 0). Ento, o valor do tributo a ser pago nulo. Logo, incorreta.

    Letra (E). Na remisso h obrigao e crdito tributrio, que

    extinto por fora do perdo legal da dvida. Logo, incorreta. 2.2 CLASSIFICAES

    As imunidades tributrias podem ser classificadas nas seguintes categorias: (i) subjetivas ou pessoais, objetivas ou reais e mistas (subjetiva e objetiva); (ii) ontolgicas e polticas; (iii) gerais ou genricas e tpicas ou especiais; (iv) condicionadas ou incondicionadas; (v) explcitas ou implcitas.

    Subjetivas, objetivas e mistas: considera-se a forma de previso da norma imunizante. A imunidade subjetiva ou pessoal aquela que leva em considerao o sujeito, isto , concedida pela norma constitucional em razo da qualidade da pessoa. Por exemplo, a imunidade das entidades sindicais dos trabalhadores (art. 150, VI, c). A imunidade objetiva ou real concedida em virtude da qualidade da coisa, do objeto ou da mercadoria, ou seja, refere-se a matria tributvel. Por exemplo, a imunidade dos livros, jornais, peridicos e o papel destinado a sua impresso (art. 150, VI, d). Por sua vez, a imunidade mista (subjetiva e objetiva) envolve aspectos pessoais e reais. Como exemplo, a imunidade concernente ao ITR no que se refere s pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietrio que no possua outro imvel.

    (22 Concurso para Procurador da Repblica/MPF) Conforme entendimento do STF, o pargrafo 7, do art. 195, da Lei Magna, constitui:

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    a) Iseno sob condio resolutiva; b) Imunidade subjetiva; c) Iseno sob condio suspensiva; d) Imunidade objetiva. A resposta a letra b, pois tal imunidade leva em conta as entidades de assistncia social (aspecto pessoal).

    Ontolgicas e polticas: considera-se o aspecto da imunidade tributria ser ou no ser conseqncia direta ou necessria de princpio constitucional fundamental. A imunidade ontolgica conseqncia necessria do princpio da igualdade, sendo seu exemplo clssico a imunidade recproca disposta no art. 150, VI, a, da CF/88. caracterstica bsica da imunidade ontolgica a qualidade de ser clausula ptrea, isto , proposta de emenda constitucional tendente abolir tal imunidade no deve ser objeto de deliberao pelo Poder Legislativo. J a imunidade poltica deve ser reconhecida expressamente pelo texto constitucional, eis que no decorre necessariamente de princpio constitucional fundamental, podendo, portanto, ser alterado pelo exerccio do poder constituinte derivado. Por exemplo, a imunidade referente aos impostos incidentes sobre operaes de transferncia de imveis desapropriados para fins de reforma agrria (art. 184, 5).

    (CESPE/Juiz Federal/TRF1/2010) A limitao de exigncia tributria sobre o patrimnio, renda ou servios uns dos outros (Unio, estados, DF e municpios) passvel de modificao constitucional, uma vez que se trata de princpio de garantia subjetiva, e a restrio de imutabilidade tributria refere-se s garantias objetivas. errada.

    Gerais e tpicas: considera-se o alcance das normas constitucionais

    imunizantes. A imunidade geral dirigida a todos os entes federativos e alcanam os impostos de forma genrica, estando prevista no art. 150, VI, da CF/88. A imunidade tpica ou especfica se dirige a um nico tributo, podendo ser, por exemplo, um imposto ou uma taxa, tais como o IPI que no pode incidir sobre a exportao de produtos industrializados (art. 153, 3, III, da CF/88) e a taxa que no pode incidir na obteno de certides em reparties pblicas, para a defesa de direitos e esclarecimentos de situaes de interesse pessoal (art. 5, XXXIV, b, da CF/88).

    Condicionadas e incondicionadas: considera-se a existncia ou no de autorizao na norma constitucional imunizante para que as normas infraconstitucionais fixem requisitos para a concesso da imunidade. Neste sentido, a imunidade condicionada aquela que

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    depende da observncia de requisitos legais para a sua implementao. Por exemplo, a imunidade estabelecida para as instituies de educao e de assistncia social, sem fins lucrativos, que devem atender os requisitos da lei, de acordo com o art. 150, VI, c, da CF/88. Por outro lado, a imunidade incondicionada independe de qualquer condio estabelecida pela legislao infraconstitucional para operar sua eficcia plena e aplicabilidade imediata. Por exemplo, a imunidade recproca (CF, art. 150, VI, a).

    Explcitas e implcitas: Por fim, dividem-se as normas constitucionais imunizantes em explcitas ou implcitas, de acordo com o texto expresso ou no da norma constitucional. A imunidade explcita est expressamente ou literalmente prevista no texto constitucional, tal como as dispostas nas alneas a a d, do inc. VI, do art. 150. A imunidade implcita decorre da interpretao sistemtica do prprio texto constitucional, tal como a imunidade que garante o mnimo existencial, que so as condies mnimas para a sobrevivncia digna do ser humano.

    Imunidades tributrias

    (i) subjetivas, objetivas e mistas; (ii) ontolgicas e polticas;

    (iii) gerais e tpicas; (iv) condicionadas e incondicionadas;

    (v) explcitas e implcitas. 2. (ESAF/SEFAZ/SP/2009) As imunidades tributrias so classificadas em: a) ontolgicas e polticas. b) proporcionais e progressivas. c) diretas e indiretas. d) cumulativas e no cumulativas. e) vinculadas e no vinculadas.

    A resposta a letra a. Outras questes importantes que podemos responder:

    3. (Procurador Federal/CESPE/UNB) Acerca da imunidade jurdico-tributria, correto afirmar que (1) ( ) opera na demarcao constitucional das competncias tributrias. (2) ( ) constitui direito pblico subjetivo de no ser tributado. (3) ( ) abrange to somente impostos.

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    (4) ( ) seu gozo no pode depender do atendimento de requisitos estabelecidos em norma infraconstitucional. (5) ( ) pode ser outorgada tendo em vista pressupostos de natureza pessoal e/ou material.

    A questo V, V, E, E e V. A imunidade tributria opera na demarcao constitucional das

    competncias tributrias, uma vez que inexiste competncia tributria dos entes federativos (V).

    A imunidade tributria constitui direito pblico subjetivo de no ser

    tributado, de acordo com o seu aspecto material ou substancial (V). A imunidade tributria no abrange to somente impostos, podendo

    abranger outros tributos, como a taxa (art. 5, XXXIV, a e b, da CF/88) ou a contribuio para financiamento da seguridade social (art. 195, 7, da CF/88).

    O gozo da imunidade pode depender do atendimento de requisitos

    estabelecidos em norma infraconstitucional. So as imunidades condicionadas aos requisitos das normas infraconstitucionais. Por exemplo, a imunidade prevista no art. 150, VI, c, da CF/88.

    A imunidade pode ser outorgada tendo em vista pressupostos de

    natureza pessoal e/ou material (V). Conforme estudamos no corpo da aula, so as imunidades classificadas como subjetiva ou pessoal, objetiva ou real (material) e mista (subjetiva e objetiva).

    4. (ESAF/TRF/2005/Adaptada) Em relao s imunidades, avalie as afirmaes abaixo e, em seguida, marque a opo correta. I. A diferena bsica entre imunidade e iseno est em que a primeira atua no plano da definio da competncia, e a segunda no plano do exerccio da competncia. II. As imunidades podem ser definidas em funo de condies pessoais de quem venha a vincular-se s situaes materiais que ensejariam a tributao. III. As imunidades podem ser definidas em funo do objeto suscetvel de ser tributado. IV. A Constituio, ao definir a competncia, excepciona determinadas situaes que, no fosse a imunidade, estariam

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    dentro do campo da competncia, mas por fora da norma de imunidade, permanecem fora do alcance do poder de tributar. a) Todos os itens esto corretos. b) H apenas um item correto. c) H dois itens corretos. d) H trs itens corretos. e) Todos os itens esto errados.

    A questo letra a. Todos os itens esto corretos. 2.3 IMUNIDADES GENRICAS E FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL

    As imunidades genricas so previstas no art. 150, VI, da CF/88, a saber: Sem prejuzo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios: instituir impostos sobre: a) patrimnio, renda ou servios, uns dos outros; b) templos de qualquer culto; c) patrimnio, renda ou servios dos partidos polticos, inclusive suas fundaes, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituies de educao e de assistncia social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; d) livros, jornais, peridicos e o papel destinado a sua impresso. (CESPE/Juiz Federal/TRF1/2010) A imunidade constitucional de livros no se estende COFINS. correta. 2.3.1 IMUNIDADE RECPROCA

    A imunidade recproca, tambm denominada de imunidade intergovernamental, refere-se proibio da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios de instituir impostos sobre patrimnio, renda ou servios, uns dos outros, bem como extensiva s autarquias e s fundaes institudas e mantidas pelo Poder Pblico, no que se refere ao patrimnio, renda e aos servios, vinculados a suas finalidades essenciais ou s delas decorrentes. Importante: A imunidade tributria gozada pela OAB da espcie recproca, na medida em que desempenha atividade prpria de Estado. A imunidade tributria recproca alcana apenas as finalidades essenciais da entidade protegida. O reconhecimento da imunidade tributria s operaes financeiras no impede a autoridade fiscal de examinar a correo do procedimento adotado pela entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a autoridade fiscal tem o poder-dever de

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    constituir o crdito tributrio e de tomar as demais medidas legais cabveis. Natureza plenamente vinculada do lanamento tributrio, que no admite excesso de carga (RE 259.976-AgR, DJE de 30-4-2010); A circunstncia de a Caixa de Assistncia dos Advogados integrar a estrutura maior da OAB no implica na extenso da imunidade, dada a dissociao entre as atividades inerentes atuao da OAB e as atividades providas em benefcio individual dos associados. (RE 233.843, DJE de 18-12-2009).

    Assim, entende-se que a imunidade recproca subjetiva, porque diz respeito a determinadas pessoas jurdicas, sendo aplicvel aos impostos. Deste modo, no deve ser invocada na hiptese de contribuies previdencirias (ADI 2.024) e no alcana as taxas (RE 364.202).

    A imunidade recproca ontolgica, sendo consequncia necessria do princpio da isonomia das pessoas polticas e suas concretizaes lgicas, como o princpio federativo do Estado brasileiro, a autonomia dos Municpios e a capacidade contributiva. Portanto, clausula ptrea e garantia fundamental da Federao, conforme entendimento do STF (ADI 939). (CESPE/Direito/TCE/AC/2009) O princpio da imunidade recproca decorrncia lgica do princpio federativo e visa assegurar a autonomia dos entes polticos. correta.

    A imunidade recproca incondicionada, porque no necessita de normas infraconstitucionais para sua plena eficcia, que decorrncia imediata do texto constitucional.

    A CF/88 estabelece expressamente que a imunidade recproca apenas

    incide sobre os impostos incidentes sobre servio, patrimnio ou renda. Portanto, de acordo com o sentido literal do texto, a imunidade recproca no alcana os impostos sobre circulao de riquezas e produo (IPI e ICMS). Importante: A jurisprudncia do Supremo firmou-se no sentido de que a imunidade de que trata o art. 150, VI, a, da CF, somente se aplica a imposto incidente sobre servio, patrimnio ou renda do prprio Municpio (AI 671.412-AgR, DJE de 25-4-2008; AI 574.042-AgR, DJE de 29-10-2009; AI 634.050-AgR, DJE de 14-8-2009). (23 Concurso para Procurador da Repblica/MPF) Em matria de imunidade recproca, segundo a CF, correto afirmar que: a) A imunidade recproca a que protege as pessoas jurdicas de direito

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    pblico umas das outras, no que concerne incidncia de qualquer espcie de tributo; b) A imunidade recproca extensiva s autarquias e s fundaes institudas e mantidas pelo poder pblico, no que se refere ao patrimnio, renda e aos servios vinculados a qualquer finalidade; c) A imunidade recproca compreende todos os tributos que incidem sobre o patrimnio, a renda ou os servios, uns dos outros; d) A imunidade recproca no compreende os impostos incidentes sobre a produo e a circulao de riquezas (IPI e ICMS). A resposta a letra d.

    Assim, o STF afirma que a imunidade de que trata o artigo 150, VI, a, da CF/88, somente se aplica a imposto incidente sobre servio, patrimnio ou renda do prprio Municpio, sendo que este no contribuinte de direito do ICMS, descabendo confundi-lo com a figura do contribuinte de fato e a imunidade recproca no beneficia o contribuinte de fato (AI 671.412-AgR).

    Neste sentido, entende-se que imunidade ou a iseno tributria do

    comprador no se estende ao produtor, contribuinte do IPI, conforme a smula 591 do STF.

    O STF tambm j assentou que quando o fornecedor da iluminao

    pblica no o Municpio, mas sim determinada sociedade de economia mista (contribuinte de direito), que paga o ICMS ao Estado e o inclui no preo do servio disponibilizado ao usurio, no h que se falar em imunidade tributria recproca, pressupondo esta a instituio de imposto incidente sobre servio, patrimnio ou renda do prprio Municpio (ADI 457-MC).

    (CESPE/MP/SE/2010) A imunidade recproca, ou seja, entre os entes federados, no est limitada a certos tipos de impostos. errada.

    Por outro lado, o STF j reconhece a imunidade tributria recproca

    ao Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria - INCRA (CF, art. 150, VI, a, e 2), relativamente ao no recolhimento de ICMS por eventual explorao de unidade agroindustrial. No caso, o INCRA era contribuinte de direito, entendendo-se que a atividade exercida pela mencionada autarquia federal no se enquadra dentre aquelas sujeitas ao regime tributrio prprio das empresas privadas, considerando que a ocasional explorao dessa unidade est no mbito de sua destinao social em setor relevante para a vida nacional. Observou tambm o STF que a imunidade tributria disposta no 2, do art. 150, da CF/88, s deixa de

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    operar quando a natureza jurdica da entidade estatal de explorao de atividade econmica (RE-242827).

    Importante: Em relao ao IOF, apesar de ser classificado pelo CTN como imposto sobre a produo e a circulao, o entendimento do STF no sentido da plena eficcia da imunidade recproca nas operaes financeiras realizadas pelos Municpios, Estados ou Distrito Federal (RE 196.415-PR). O STF tambm j decidiu mais de uma vez que a imunidade alcana os ganhos resultantes de operaes financeiras (AI 172.890-AgR, ACO 502). (CESPE/Juiz Federal/TRF1/2010) Pode incidir IOF sobre aplicaes financeiras realizadas por autarquia estadual, uma vez que as rendas derivadas so relativas a atividades eminentemente privadas. errada.

    Noutro ponto, a imunidade recproca no se aplica ao patrimnio, renda e aos servios, relacionados com explorao de atividades econmicas regidas pelas normas aplicveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestao ou pagamento de preos ou tarifas pelo usurio, nem exonera o promitente comprador da obrigao de pagar imposto relativamente ao bem imvel, segundo o 3, do art. 150, da CF/88. Importante: A imunidade tributria prevista no art. 150, VI, a da Constituio aplica-se s operaes de importao de bens realizadas por municpios, quando o ente pblico for o importador do bem (identidade entre o contribuinte de direito e o contribuinte de fato). Compete ao ente tributante provar que as operaes de importao desoneradas esto influindo negativamente no mercado, a ponto de violar o art. 170 da Constituio. Impossibilidade de presumir risco livre-iniciativa e concorrncia. (AI 518.325-AgR, DJE de 30-4-2010). (CESPE/Advogado-BRB/2010) A imunidade tributria recproca extensiva ao patrimnio, renda e aos servios de autarquias, fundaes e empresas pblicas vinculadas entidade estatal respectiva. As empresas pblicas relacionados com explorao de atividades econmicas e regidas exclusivamente pelas normas aplicveis a empreendimentos privados no so abrangidas pela imunidade tributria recproca. Portanto, errado.

    No mesmo sentido, a CF/88 fixa que a empresa pblica, a sociedade de economia mista e suas subsidirias que explorem atividade econmica de produo ou comercializao de bens ou de prestao de servios devem

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    se submeter ao regime jurdico prprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigaes tributrias, bem como preceitua que as empresas pblicas e as sociedades de economia mista no podero gozar de privilgios fiscais no extensivos s do setor privado (art. 173, 1, II c/c 2).

    Destarte, em princpio, a imunidade tributria recproca no alcanaria as empresas pblicas e sociedades de economia mista, exceto quanto s atividades tipicamente estatais.

    Assim, o STF afirma que a imunidade recproca alcana a empresa

    pblica prestadora de servio pblico e a sociedade de economia mista prestadora de servio pblico, pois estas no se confundem com empresas pblicas que exercem atividade econmica em sentido estrito. Importante: irrelevante para definio da aplicabilidade da imunidade tributria recproca a circunstncia de a atividade desempenhada estar ou no sujeita a monoplio estatal. O alcance da salvaguarda constitucional pressupe o exame (i) da caracterizao econmica da atividade (lucrativa ou no), (ii) do risco concorrncia e livre-iniciativa e (iii) de riscos ao pacto federativo pela presso poltica ou econmica. Deste modo, a imunidade tributria recproca no se aplica Petrobrs (RE 285.716-AgR, DJE de 26-3-2010); aplicvel a imunidade tributria recproca s autarquias e empresas pblicas que prestem inequvoco servio pblico, desde que, entre outros requisitos constitucionais e legais no distribuam lucros ou resultados direta ou indiretamente a particulares, ou tenham por objetivo principal conceder acrscimo patrimonial ao poder pblico (ausncia de capacidade contributiva) e no desempenhem atividade econmica, de modo a conferir vantagem no extensvel s empresas privadas. O Servio Autnomo de gua e Esgoto imune tributao por impostos. A cobrana de tarifas, isoladamente considerada, no altera a concluso (RE 399.307-AgR, DJE de 30-4-2010). (CESPE/Direito/TCE/AC/2009) A imunidade tributria recproca alcana a Unio, os estados, os municpios e o Distrito Federal e extensiva s A sociedades de economia mista, no que se refere a impostos, taxas e contribuies de melhoria. B autarquias e s fundaes institudas pelo poder pblico, no que se refere ao patrimnio, renda e aos servios, vinculados a suas finalidades essenciais ou s delas decorrentes. C empresas pblicas, no que se refere aos impostos to-somente, ainda que as empresas beneficiadas atuem no mercado em regime de concorrncia.

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    D organizaes no-governamentais que atuem em parceria com o poder pblico, conquanto que no se tenha previso de remunerao de diretores. E sociedades de filantropia, reconhecidas por ato do presidente da Repblica, exclusivamente no que se refere ao imposto incidente sobre a renda. A resposta a letra b.

    Neste contexto, o STF compreendeu que a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroporturia (INFRAERO) est abrangida pela imunidade tributria recproca, uma vez que empresa pblica federal que tem por atividade-fim prestar servios de infra-estrutura aeroporturia, mediante outorga da Unio, a quem constitucionalmente deferido, em regime de monoplio, tal encargo, de acordo com o art. 21, XII, c (RE 363.412-AgR).

    Do mesmo modo, em relao a Empresa Brasileira de Correios e

    Telgrafos (ECT), reputando-se plausvel a extenso da imunidade recproca propriedade de veculos automotores destinados prestao de servios postais (ACO 765-AgR), bem como se estendeu a aplicao da imunidade recproca Companhia de guas e Esgotos de Rondnia (CAERD), sociedade de economia mista estadual prestadora de servio pblico (AC 1550-2). (CESPE/Delegado de Polcia/RN/2009) A imunidade tributria recproca prevista na CF no se estende s empresas pblicas, ainda que atuem em regime de monoplio, pois tal benesse no extensvel ao setor privado. errada.

    Nessa senda, o STF tambm entende que a imunidade recproca

    abrange bens pblicos sob uso de concessionrias de servio pblico, afirmando que imveis que compem o acervo patrimonial do Porto de Santos, integrantes do domnio da Unio so imunes a tributao do IPTU pela municipalidade, independentemente de encontrarem-se tais bens ocupados pela empresa dos servios porturios (RE 253.394; RE 597.563-AgR).

    Ressaltamos tambm outra deciso em que o STF firmou o

    posicionamento de que os imveis situados no porto, rea de domnio pblico da Unio, e que se encontram sob custdia da companhia, em razo de delegao prevista na Lei de Concesses Porturias, no podem sofrer incidncia do IPTU, por tratar-se de bem e servio de competncia atribuda ao poder pblico (artigos 21, XII, f e 150, VI, CF). Entretanto,

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    inexiste imunidade no que se refere s taxas, uma vez que o preceito constitucional s faz aluso expressa a imposto (AI 458.856-AgR).

    Destacamos, por sua vez, que o STF compreende como

    constitucional os Municpios institurem ISS sobre os servios de registros pblicos, cartorrios e notariais, entendendo-se tratar-se, no caso, de atividade estatal delegada, tal como a explorao de servios pblicos essenciais, mas que, enquanto exercida em carter privado, com intuito de lucrativo, seria servio sobre o qual incidiria o ISS (Informativo 494).

    Por fim, realamos a interpretao da parte final do 3, do art. 150,

    da CF/88, dispondo que a imunidade no exonera o promitente comprador da obrigao de pagar imposto relativamente ao bem imvel, ou seja, a imunidade do ente pblico referente ao pagamento de imposto incidente sobre bem imvel no ocorre no caso do imvel objeto de promessa de venda a particular ou a terceiro no acobertado pela imunidade tributria. Da a smula 583 do STF, dispondo que o promitente comprador de imvel residencial transcrito em nome de autarquia contribuinte do IPTU. (CESPE/Juiz Federal/TRF1/2010) Considerando que um estado da Federao possua dois imveis, um para abrigar um gerador de energia e outro que a residncia oficial do governador, assinale a opo correta. A O imvel que abriga o gerador de energia estar imune ao pagamento de imposto, caso sirva para propiciar luz residncia oficial do governador. B A residncia oficial ser imune ao pagamento de imposto somente se estiver situada em rea residencial e urbana. C Se no for finalidade essencial do estado fornecer moradia para o governador, pode ser cobrado IPTU do imvel residencial. D Haver imunidade recproca do imvel que abriga o gerador, caso este seja utilizado para abastecer parte da cidade e seja cobrado tributo para isso. E Se a residncia oficial for vendida, o comprador estar imune ao pagamento do imposto de transferncia de sua propriedade. A resposta correta a letra a.

    6. (FTE/PA/2002/ESAF) A no-incidncia de impostos sobre as autarquias e as fundaes pblicas, no que se refere ao patrimnio, renda e aos servios vinculados s suas finalidades essenciais ou delas decorrentes, resulta de: a) remisso. b) anistia. c) iseno.

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    d) imunidade. e) moratria. 7. (ESAF/SEFAZ/CE/2007) A norma que impede que a Unio, os estados, o Distrito Federal e os municpios tributem, reciprocamente, seus patrimnios, rendas ou servios, denomina-se a) imunidade. b) iseno. c) norma geral anti-elisiva. d) anistia. e) no-incidncia.

    A sexta questo letra d e a stima letra a. 8. (AFTN/96/ESAF) Quanto s imunidades tributrias, procedente afirmar que: a) so reguladas exclusivamente mediante lei ordinria federal. b) no se aplicam s taxas e contribuies sociais. c) podem ser institudas por intermdio de lei complementar. d) so extensivas aos partidos polticos, no que se refere ao patrimnio, renda e aos servios vinculados ou no s suas atividades essenciais. e) so normas constitucionais que colaboram no desenho das competncias impositivas.

    A questo letra e. As imunidades so normas constitucionais que colaboram no

    desenho das competncias impositivas, uma vez que impedem a incidncia tributria.

    A letra a incorreta, uma vez que as imunidades tributrias so

    institudas pela CF/88 e podem ser reguladas pela lei complementar, que cabe regular as limitaes constitucionais ao poder de tributar (imunidades tributrias e princpios constitucionais tributrios), segundo o art. 146, II, da CF/88.

    A letra b incorreta, pois as imunidades tributrias se aplicam as

    taxas e contribuies sociais, conforme observaremos no item 2 desta aula. A letra c incorreta, eis que as imunidades tributrias so

    institudas pelo texto constitucional

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    A letra d incorreta, uma vez que a imunidade tributria

    concernente aos impostos extensiva aos partidos polticos, no que se refere ao patrimnio, renda e aos servios vinculados s suas atividades essenciais, conforme 4 do art. 150 da CF/88.

    9. (AFTN/94/ESAF) Sobre as imunidades tributrias, podemos afirmar que a) no se aplicam s taxas e aos impostos sobre o comrcio exterior. b) podem ser institudas por intermdio de lei complementar. c) so extensivas s autarquias e s fundaes institudas e mantidas pelo Poder Pblico, no que se refere ao patrimnio, renda e aos servios, vinculados ou no a suas finalidades essenciais. d) impossibilitam sejam previstos fatos geradores da obrigao tributria para os casos por ela abrangidos. e) so hipteses de no-incidncia legalmente qualificada.

    A questo a letra d. As imunidades tributrias impossibilitam que sejam previstos fatos

    geradores da obrigao tributria para os casos por ela abrangidos, eis que falta competncia tributria para os entes federativos no caso.

    A letra a incorreta, uma vez que as imunidades tributrias se

    aplicam s taxas e aos impostos sobre o comrcio exterior (II e IE). A letra b incorreta, eis que as imunidades tributrias s podem

    ser institudas pelo texto constitucional. A letra c incorreta, uma vez que a imunidade tributria

    concernente aos impostos extensiva s autarquias e s fundaes institudas e mantidas pelo Poder Pblico, no que se refere ao patrimnio, renda e aos servios, vinculados a suas finalidades essenciais ou s delas decorrentes, de acordo com o 2 do art. 150 da CF/88.

    A letra e incorreta, pois a imunidade tributria hiptese de

    no-incidncia constitucionalmente qualificada. 10. (TRF/2002.2/ESAF) Assinale a opo correta.

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    a) As empresas pblicas, as sociedades de economia mista e suas subsidirias gozaro dos privilgios tributrios estabelecidos em lei complementar. b) As empresas pblicas, as sociedades de economia mista e suas subsidirias gozaro dos privilgios fiscais estabelecidos em lei complementar. c) As empresas pblicas, as sociedades de economia mista e suas subsidirias gozaro dos privilgios tributrios estabelecidos em lei, desde que extensivos s do setor privado. d) As autarquias federais, municipais e estaduais gozam de imunidade quanto aos tributos dos outros entes polticos em decorrncia da imunidade recproca. e) O regime jurdico tributrio das empresas pblicas e das sociedades de economia mista que explorem atividade econmica de produo ou de comercializao de bens estabelecido em norma complementar da legislao tributria.

    a letra c. A questo cobra o art. 173, 2, da CF/88, dispondo que as

    empresas pblicas e as sociedades de economia mista no podero gozar de privilgios fiscais no extensivos s do setor privado. Portanto, se as empresas do setor privado gozam de privilgios fiscais, as empresas pblicas e as sociedades de economia mista tambm podero gozar dos mesmos privilgios, obedecendo-se o princpio da isonomia.

    E tambm cobra o art. 173, 1, II, afirmando que a lei estabelecer

    o estatuto jurdico da empresa pblica, da sociedade de economia mista e de suas subsidirias que explorem atividade econmica de produo ou comercializao de bens ou de prestao de servios, dispondo sobre a sujeio ao regime jurdico prprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigaes civis, comerciais, trabalhistas e tributrios.

    11. (CESPE/UNB/Juiz Federal/2008) A Unio, almejando facilitar o escoamento da produo nacional de biocombustvel para o exterior, construiu estrutura porturia em imvel integrante de seu domnio econmico, situado em determinado municpio brasileiro. Para se viabilizarem as atividades do porto, os servios porturios foram delegados pessoa jurdica de direito privado que se utiliza do acervo patrimonial porturio pertencente Unio. Nessa situao, o referido municpio no

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    pode cobrar IPTU da empresa delegatria, a qual, todavia, contribuinte de taxa de limpeza urbana.

    A questo verdadeira, cobrando a jurisprudncia do STF sobre o tema, a saber:

    Imveis situados no porto, rea de domnio pblico da Unio, e que se encontram sob custdia da companhia, em razo de delegao prevista na Lei de Concesses Porturias. No-incidncia do IPTU, por tratar-se de bem e servio de competncia atribuda ao poder pblico. Taxas. Imunidade. Inexistncia, uma vez que o preceito constitucional s faz aluso expressa a imposto, no comportando a vedao a cobrana de taxas. Agravo regimental a que se nega provimento. (AI 458.856-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 5-10-04, DJ de 20-4-07) 12. (CESPE/Analista/INSS/2008) A fundao pblica mantenedora da Universidade de Braslia tem imunidade tributria em relao a taxa de limpeza pblica instituda pelo Distrito Federal.

    A questo falsa, uma vez que a imunidade tributria recproca no alcana as taxas, mas apenas os impostos.

    13. (FCC/Procurador de Contas/TCE/MG/2007) A imunidade recproca (A) refere-se a todos os tributos. (B) abrange os impostos sobre o patrimnio, renda, servio, circulao de mercadorias, produtos industrializados e operaes financeiras. (C) refere-se a todos os entes polticos e entidades da Administrao indireta, inclusive empresas pblicas e sociedades de economia mista. (D) aplica-se tambm ao patrimnio, renda e aos servios relacionados com explorao de atividades econmicas regidas pelas normas aplicveis a empreendimentos privados. (E) refere-se Unio, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municpios, s autarquias e s fundaes institudas e mantidas pelo Poder Pblico.

    a letra e.

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    A letra a incorreta, uma vez que abrange apenas os impostos. A letra b incorreta, pois segundo dico explcita alcana

    apenas impostos sobre patrimnio, renda ou servios, uns dos outros. As letras c e d so incorretas, eis que a imunidade recproca

    no alcana as empresas pblicas e sociedades de economia mista relacionadas com explorao de atividades econmicas regidas pelas normas aplicveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestao ou pagamento de preos ou tarifas pelo usurio, de acordo com o 3 do art. 150 da CF/88.

    14. (FCC/Auditor Fiscal Municipal/So Paulo/2007) A Constituio Federal estabelece que vedado Unio, aos Estados e aos Municpios instituir (A) tributos sobre o patrimnio, a renda ou os servios, uns dos outros. (B) impostos sobre o patrimnio, a renda ou os servios, uns dos outros. (C) tributos sobre o patrimnio, a renda, os servios e a produo, uns dos outros. (D) impostos sobre o patrimnio, a renda, os servios e a produo, uns dos outros. (E) impostos e taxas sobre o patrimnio, a renda, os servios e a produo, uns dos outros.

    a letra b, segundo art. 150, VI, a, da CF/88. 2.3.2 IMUNIDADE DOS TEMPLOS DE QUALQUER CULTO

    Igualmente denominada de imunidade religiosa, est prevista no art. 150, VI, b e 4, da CF/88, alcanando os impostos sobre o patrimnio, a renda e os servios, relacionados com as finalidades essenciais das entidades religiosas.

    A imunidade dos templos de qualquer culto tem fundamento na

    preservao da liberdade religiosa, eis que o texto constitucional garante a inviolabilidade da liberdade de conscincia e de crena, sendo assegurado o livre exerccio dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteo aos locais de culto e as suas liturgias, de acordo com o art. 5, VI.

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    Neste contexto, o Brasil um Estado laico, pois no h uma religio oficial e a imunidade deve abranger qualquer culto religioso, atingindo, portanto, todas as religies.

    Importante: a imunidade tributria religiosa probe o IPTU sobre imveis de propriedade dos templos que se encontram alugados, eis que deve abranger no somente os prdios destinados ao culto, mas, tambm, o patrimnio, a renda e os servios relacionados com as finalidades essenciais das entidades religiosas (RE 325.822).

    O STF tambm entende que os cemitrios que consubstanciam

    extenses de entidades de cunho religioso esto abrangidos pela imunidade religiosa, como a impossibilidade da incidncia de IPTU em relao a eles (RE 578.562).

    15. (FGV/Advogado/2008/Senado Federal) Em determinado municpio houve a cobrana de IPTU sobre rea que a Sociedade da Igreja de So Jorge utiliza como cemitrio. Essa cobrana: (A) legal, pois a norma imunizante inscrita no artigo 150, VI, b, refere-se to-somente aos templos de qualquer natureza. (B) constitucional, pois a imunidade do artigo 150, VI, b, s compreende os templos e a casa do celebrantes. (C) inconstitucional, por ferir o disposto no artigo 150, VI, b, que protege a liberdade de expresso religiosa. (D) vlida, se ficar provado que h recursos arrecadados com a explorao do cemitrio. (E) ineficaz, em face da iseno de que os templos gozam, bem como todas as atividades relacionadas liberdade religiosa. 16. (CESPE/Delegado/RN/2009) Os cemitrios que consubstanciam extenses de entidades de cunho religioso no esto abrangidos pela imunidade tributria prevista na CF, uma vez que as normas que tratam de renncia fiscal devem ser interpretadas restritivamente.

    A primeira letra c e a segunda falsa, de acordo com o

    entendimento do STF, a saber: Cemitrio. Extenso de entidade de cunho religioso. Os cemitrios que consubstanciam extenses de entidades de cunho religioso esto abrangidos pela garantia contemplada no artigo 150 da Constituio do Brasil. Impossibilidade da incidncia de IPTU em relao a eles. A imunidade aos tributos de que gozam

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    os templos de qualquer culto projetada a partir da interpretao da totalidade que o texto da Constituio , sobretudo do disposto nos artigos 5, VI, 19, I e 150, VI, b. As reas da incidncia e da imunidade tributria so antpodas. (RE 578.562, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 21-5-08, DJE de 12-9-08)

    2.3.3 IMUNIDADE DOS PARTIDOS POLTICOS, ENTIDADES SINDICAIS DOS TRABALHADORES, INSTITUIES DE EDUCAO E DE ASSISTNCIA SOCIAL

    O texto constitucional estabelece a proibio de se criar impostos sobre patrimnio, renda ou servios dos partidos polticos, inclusive suas fundaes, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituies de educao e de assistncia social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei, bem como dispe que tal vedao compreende somente o patrimnio, a renda e os servios, relacionados com as finalidades essenciais destas entidades, segundo o art. 150, VI, c e 4.

    (ESAF/MPE/GO/2007) Os partidos polticos so entidades imunes, benefcio que no se estende s suas fundaes. errada.

    Neste contexto, salientamos que o enunciado sem fins lucrativos diz respeito s instituies de educao e de assistncia social, estabelecendo o STF que a CF/88 remete lei ordinria a fixao de normas sobre a constituio e o funcionamento da entidade educacional ou assistencial imune, mas no os lindes da imunidade, que, quando susceptveis de disciplina infraconstitucional, ficou reservado lei complementar, de acordo com o art. 146, II (ADI 1.802-MC).

    Deste modo, para ser considerada entidade sem fins lucrativos se

    deve atender o art. 14 do CTN, estabelecendo os requisitos de: (i) no distribuir qualquer parcela de seu patrimnio ou de suas rendas, a qualquer ttulo; (ii) aplicar integralmente, no Pas, os seus recursos na manuteno dos seus objetivos institucionais; (iii) manterem escriturao de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar a sua exatido.

    Portanto, na falta de cumprimento destes requisitos, a autoridade

    competente pode suspender a aplicao do benefcio da imunidade tributria.

    A respeito da abrangncia desta imunidade, destacamos desde j que

    ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imvel

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    pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, desde que o valor dos aluguis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades (Smula 724 do STF), bem como que a imunidade tributria conferida a instituies de assistncia social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, apenas alcana as entidades fechadas de previdncia social privada se no houver contribuio dos beneficirios (Smula 730 do STF).

    Com base na smula 724, o STF assentou a imunidade de instituio de educao sem finalidade lucrativa (SENAC) relativamente ao ITBI referente aquisio por ela de imvel locado a terceiro, destinando-se os aluguis a ser aplicados em suas finalidades institucionais (RE 235.737).

    Por sua vez, o STF entende que a utilizao do imvel para atividade

    de lazer e recreao no configura desvio de finalidade com relao aos objetivos da fundao caracterizada como entidade de assistncia social. Portanto, no agride o texto constitucional deciso que afasta o desvio de finalidade para o fim de assegurar a imunidade tributria com base no reconhecimento de que a atividade de recreao e lazer est no alcance dos objetivos de especfica fundao (RE 236.174).

    Da mesma forma, o fato de os imveis estarem sendo utilizados

    como escritrio e residncia de membros das instituies de educao e assistncia social, sem fins lucrativos, no afasta a imunidade prevista no artigo 150, inciso VI, alnea c, 4 da Constituio Federal (RE 221.395).

    (ESAF/MPE/GO/2007) A imunidade de entidade educacional sem fins lucrativos no extensiva aos aluguis de apartamento de sua propriedade revertidos s suas finalidades institucionais. errada.

    Noutro ponto, a imunidade em favor das instituies de assistncia social, abrange o II e o IPI, que incidem sobre bens a serem utilizados na prestao de seus servios especficos (RE 243.807).

    Nesse rumo, o STF tem entendido que a imunidade das entidades de

    assistncia social abrange o ICMS incidente sobre a importao de mercadorias utilizadas na prestao de servios especficos (AI 669.257-AgR) e o ICMS incidente as aquisies de produtos no mercado interno, desde que os bens adquiridos integrem o patrimnio dessas entidades beneficentes (AI 535.922-AgR).

    Tal entendimento fundamentado na premissa de que no h que invocar, para o fim de ser restringida a aplicao da imunidade, critrios

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    de classificao dos impostos adotados por normas infraconstitucionais, mesmo porque no adequado distinguir entre bens e patrimnio, dado que este se constitui do conjunto daqueles. O que cumpre perquirir, portanto, se o bem adquirido, no mercado interno ou externo, integra o patrimnio da entidade abrangida pela imunidade (RE 203.755; RE 540.725-AgR). (CESPE/Delegado de Polcia/RN/2009) A aquisio de mercadorias no mercado interno por pessoa jurdica que possui imunidade tributria deve-se sujeitar tributao pelo ICMS, ainda que os bens adquiridos passem a integrar o patrimnio da adquirente. errada.

    Importante: a jurisprudncia mais atual do STF compreende que a imunidade discutida neste item no se restringe aos impostos classificados no CTN como impostos sobre o patrimnio e a renda (ITR, IPTU, ITBI, IR e ISS), abrangendo do mesmo modo o ICMS, o IPI e o IOF, que so classificados pelo CTN como impostos sobre a produo e a circulao.

    Decerto, o STF tem reconhecido a imunidade de instituio de

    ensino e de entidade de assistncia social, sem fins lucrativos, referente ao IOF sobre operaes bancrias (RE 249.980-AgR, RE 241.090).

    Com feito, eventual renda obtida pela instituio de assistncia social

    mediante cobrana de estacionamento de veculos em rea interna da entidade, destinada ao custeio das atividades desta, tambm est abrangida pela imunidade (RE 144.900), bem como a renda obtida na prestao de servios de diverso pblica, mediante a venda de ingressos de cinema ao pblico em geral, e aproveitada em suas finalidades assistenciais (AI 155.822-AgR).

    17. (AFRF/2005/ESAF) No tocante s imunidades tributrias conferidas s instituies de assistncia social sem fins lucrativos, s uma afirmao no pode ser feita: a) subordinada, entre outros, ao requisito de que apliquem integralmente no Pas os seus recursos na manuteno de seus objetivos institucionais, ou de outros que com estes guardem semelhana. b) Somente alcanam as entidades fechadas de previdncia social privada se no houver contribuio dos beneficirios. c) No excluem a atribuio, por lei, s instituies de assistncia social, da condio de responsveis pelos tributos que lhes caiba reter na fonte. d) No dispensa tais entidades do cumprimento de obrigaes tributrias acessrias, como a de manterem escriturao de suas

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    receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatido. e) Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imvel pertencente a tais instituies, desde que o valor dos aluguis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.

    letra a, porque o CTN dispe aplicarem integralmente, no

    Pas, os seus recursos na manuteno dos seus objetivos institucionais (art. 14, II) e no tem qualquer referncia a parte final do que est expresso nesta letra (ou de outros que com estes guardem semelhana).

    A letra b correta, de acordo com smula 730 do STF. As letras c e d so corretas, segundo art. 9, 1, c/c art. 14, III,

    do CTN. A letra e correta, de acordo com smula 724 do STF.

    18. (ATN/Recife/2003/ESAF) vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios instituir impostos sobre patrimnio, renda ou servios das instituies de educao e de assistncia social, sem fins lucrativos. No entanto, de acordo com o Cdigo Tributrio Nacional, tal imunidade tributria subordinada observncia, pelas referidas instituies, do seguinte requisito, entre outros: a) aplicarem integralmente, no Brasil ou em suas controladas no exterior, os seus recursos na manuteno dos seus objetivos institucionais. b) no distriburem qualquer parcela de seu patrimnio ou de suas rendas, a qualquer ttulo. c) no caso de instituies de educao, oferecerem gratuitamente pelo menos 50% das vagas de seus cursos regulares a alunos carentes. d) no remunerarem seus empregados com salrios superiores aos pagos por empresas pblicas, em se tratando de cargos de iguais atribuies. e) no distriburem qualquer parcela de seu patrimnio ou de suas rendas, a ttulo de lucro ou participao no seu resultado.

    letra b. O art. 14 do CTN estabelece os seguintes requisitos: (i) no

    distribuir qualquer parcela de seu patrimnio ou de suas rendas, a qualquer

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    ttulo; (ii) aplicar integralmente, no Pas, os seus recursos na manuteno dos seus objetivos institucionais e (iii) manterem escriturao de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar a sua exatido.

    19. (AFTE RN/2004/ESAF) Avalie o acerto das afirmaes adiante e marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque a resposta correta. ( ) A imunidade tributria conferida pela Constituio Federal a instituies de assistncia social sem fins lucrativos somente alcana as entidades fechadas de previdncia social privada se no houver contribuio dos beneficirios. ( ) permitido Unio exigir imposto sobre a renda auferida por Municpios que provenha de aluguel de imveis a eles pertencentes. ( ) O imvel pertencente a entidade sindical de trabalhadores, ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU), desde que o valor dos aluguis seja aplicado nas atividades essenciais de tal entidade. a) V, V, V. b) V, V, F. c) V, F, V. d) F, F, V. e) F, V, F.

    letra c (V, F, V). A imunidade tributria conferida pela Constituio Federal a

    instituies de assistncia social sem fins lucrativos somente alcana as entidades fechadas de previdncia social privada se no houver contribuio dos beneficirios, segundo a smula 730 do STF.

    No permitido Unio exigir IR auferida por Municpios que

    provenha de aluguel de imveis a eles pertencentes, eis que esta renda est abrangida pela imunidade recproca disposta no art. 150, VI, a, da CF/88.

    O imvel pertencente a entidade sindical de trabalhadores, ainda

    quando alugado a terceiros, permanece imune ao imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU), desde que o valor dos aluguis seja aplicado nas atividades essenciais de tal entidade, de acordo com a smula 724 do STF.

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    20. (ESAF/SEFAZ/SP/2009) A imunidade sobre o patrimnio, renda ou servios instituda em favor das instituies de assistncia social no alcana o ICMS incidente sobre os bens por elas fabricados, posto repercutir economicamente no consumidor e no atingir o patrimnio, nem desfalcar as rendas, nem reduzir a eficcia dos servios dessas entidades.

    falsa, de acordo com a jurisprudncia mais atual do STF, a saber:

    ICMS. Imunidade. (...). Aquisio de mercadorias e servios no mercado interno. Entidade beneficente. A imunidade tributria prevista no art. 150, VI, c, da Constituio, compreende as aquisies de produtos no mercado interno, desde que os bens adquiridos integrem o patrimnio dessas entidades beneficentes. (AI 535.922-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, DJE de 14-11-08) Tributrio. ICMS. Imunidade. Operaes de importao de mercadoria realizada por entidade de assistncia social. (...) A jurisprudncia da Corte no sentido de que a imunidade prevista no art. 150, VI, c, da Constituio Federal abrange o ICMS incidente sobre a importao de mercadorias utilizadas na prestao de seus servios especficos. (AI 669.257-AgR, Rel. Min Ricardo Lewandowski, DJE de 17-4-09). ICMS. Imunidade tributria. Instituio de educao sem fins lucrativos. CF, art. 150, VI, c. No h invocar, para o fim de ser restringida a aplicao da imunidade, critrios de classificao dos impostos adotados por normas infraconstitucionais, mesmo porque no adequado distinguir entre bens e patrimnio, dado que este se constitui do conjunto daqueles. O que cumpre perquirir, portanto, se o bem adquirido, no mercado interno ou externo, integra o patrimnio da entidade abrangida pela imunidade. (RE 540.725-AgR, Rel. Min. Eros Grau, DJE de 13-3-09).

    2.3.4 IMUNIDADE DOS LIVROS, JORNAIS, PERIDICOS E O PAPEL DESTINADO A SUA IMPRESSO

    Tambm chamada de imunidade cultural, est prevista no art. 150, VI, d, visando concretizar diversas normas jurdicas constitucionais, tais como a livre manifestao de pensamento (art. 5, IV), da atividade

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    artstica, intelectual, cientfica e da comunicao (art. 5, IX) e o acesso informao (art. 5, XIV).

    Segundo a smula 657 do STF, a imunidade cultural abrange os

    filmes e papis fotogrficos necessrios publicao de jornais e peridicos. (CESPE/Auditor/Ipojuca/2009) O ICMS incide sobre os livros e o papel destinado a sua impresso. errada.

    Nessa senda, o STF entende como imunes os filmes destinados produo de capas de livros, denominados de filme Bopp (AI 597.746-AgR); o chamado papel fotogrfico filmes no impressionados (RE 203.859); o papel, papel fotogrfico e papel para artes grficas consumidos no processo produtivo do jornal (RE 276.842-ED); os materiais relacionados somente com papel, tais como papel fotogrfico, papel telefoto, filmes fotogrficos, sensibilizados, no impressionados, para imagens monocromticas, papel fotogrfico para fotocomposio por laser (RE 178.863).

    Assim sendo, o STF assenta a impossibilidade de a imunidade

    cultural ser estendida a outros insumos no compreendidos no significado do enunciado papel destinado sua impresso (RE 324.600-AgR). (CESPE/Juiz Federal/TRF1/2010) A imunidade tributria sobre livros, jornais e peridicos abrange a aquisio de mquinas e aparelhos destinados sua impresso. errada.

    Destarte, no tem imunidade a tinta utilizada para a impresso dos

    livros, jornais e peridicos ou os servios de composio grfica necessrios confeco dos livros, jornais e peridicos (RE 230.782).

    Do mesmo modo, o STF tem compreendido que a imunidade

    tributria cultural s vale para livros impressos e no para livros eletrnicos (CD-ROM), conforme RE n 416.579/RJ, RE n 282.387/RJ e AI n 530.958/GO.

    Importante: O STF j afirmou que apenas os materiais relacionados com o papel - assim, papel fotogrfico, inclusive para fotocomposio por laser, filmes fotogrficos, sensibilizados, no impressionados, para imagens monocromticas e papel para telefoto - esto abrangidos pela imunidade tributria (RE n 229.703/SP, AI n 307.932/SP-AgR, RE n 324.600/SP-AgR).

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    (CESPE/Procurador/PB/2008) A imunidade referente a impostos sobre livros, jornais e peridicos de papel no alcana publicaes veiculadas em meios digitais, tais como DVD, CD e fitas de vdeo. correta. Importante: Em julgamento realizado em 14/06/2010, a Segunda Turma do STF deferiu medida cautelar para outorgar efeito suspensivo a RE em que se discute a exigibilidade, ou no, do estorno de crditos de ICMS relativos a operaes que antecedem a prtica de atos imunes fornecimento de material para produo de papel destinado impresso de livros, jornais, peridicos (CF, art. 150, VI, d) (...) Consignou-se que, embora a jurisprudncia do STF tenha revelado tendncia restritiva ao interpretar o alcance da mencionada norma, a situao versada nos autos diferiria dos precedentes, sustentando-se, por conseguinte, a possibilidade de interpretao extensiva do postulado da imunidade tributria na hiptese prevista no art. 150, VI, d, da CF (...) Registrou-se que tal perspectiva fundar-se-ia no entendimento de que a efetiva e plena realizao do instituto da imunidade tributria somente se completaria com a manuteno dos crditos, pois a impossibilidade de utilizao dos crditos resultantes das operaes de compra de insumos vinculados produo de papel com a consequente exigncia fiscal de estorno dos crditos referentes a matrias-primas e a outros insumos utilizados na fabricao de papel destinado impresso de livros, jornais e peridicos frustraria, indevidamente, por completo, a concretizao da tutela constitucional propiciada por essa limitao ao poder de tributar do Estado (AC 2.559-REF-MC, Informativo 591).

    Por sua vez, o STF compreende que o poder constituinte originrio no fez qualquer ressalva quanto ao valor artstico ou didtico, relevncia das informaes divulgadas ou qualidade cultural de uma publicao. Decerto, no cabe ao aplicador da norma constitucional afastar a imunidade cultural instituda para proteger direito to importante ao exerccio da democracia, por fora de um juzo subjetivo acerca da qualidade cultural ou do valor pedaggico de uma publicao (RE 221.239). (ESAF/Procurador de Contas/GO/2007) A imunidade tributria incidente sobre livros s extensvel ao papel nele utilizado se a obra tiver fins didtico-educacionais. errada.

    Neste sentido, a imunidade alcana o lbum de figurinhas; listas

    telefnicas (RE 114.790); as chamadas apostilas para estudo, considerando-as manuais tcnicos didticos (RE 183.403).

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    (CESPE/Direito/TCE/AC/2009) As normas relativas imunidade tributria devem ser interpretadas restritivamente, razo pela qual os lbuns de figurinhas e os respectivos cromos adesivos no esto alcanados pela imunidade prevista na CF para os livros, jornais, peridicos e o papel destinado sua impresso. errada.

    Entretanto, o produto tem que ser algo considerado livro, jornal ou

    peridico, o que no inclui, por exemplo, cadernos e blocos de papel para anotaes, livros contbeis, calendrios, agendas de anotaes e os encartes exclusivos de propaganda distribudos com jornais e peridicos (RE 213.094).

    Noutro ponto, ressalta-se que esta imunidade objetiva, pois se

    relaciona aos livros, jornais, peridicos e o papel destinado a sua impresso, portanto no se estende s editoras, autores, empresas jornalsticas ou de publicidade, que permanecem sujeitas tributao pelas receitas e pelos lucros auferidos (RE 206.774).

    Com efeito, no so alcanados pela imunidade cultural os impostos

    incidentes sobre os rendimentos das atividades da livraria, da banca de jornal ou dos empresrios deste ramo. (CESPE/Promotor/SE/2010) As editoras que tm como nica atividade a produo de livros e jornais esto imunes ao imposto incidente sobre a renda. errada.

    21. (CESPE/Analista/INSS/2008) A imunidade tributria concedida a jornais no alcana a tinta utilizada para a impresso. 22. (CESPE/TCE/GO/2007/adaptada) A CF veda a instituio de impostos sobre jornais, mas a imunidade no abrange tinta especial utilizada para a confeco dos mesmos.

    So verdadeiras, de acordo com a jurisprudncia dominante no STF.

    23. (ESAF/Procurador do TCE/GO/2007) Entre as afirmativas abaixo, relativas imunidade e isenes tributrias, assinale a correta. a) Os partidos polticos so entidades imunes, benefcio que no se estende s suas fundaes.

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    b) A imunidade de entidade educacional sem fins lucrativos no extensiva aos aluguis de apartamento de sua propriedade revertidos s suas finalidades institucionais. c) A imunidade tributria incidente sobre livros s extensvel ao papel nele utilizado se a obra tiver fins didtico-educacionais. d) A iseno por prazo certo e em funo de determinadas condies atendidas pelo sujeito passivo gera direito adquirido. e) A empresa pblica Caixa Econmica Federal, que exerce atividade econmica, abrangida pela imunidade tributria recproca, no se sujeitando ao pagamento de imposto sobre propriedade de veculos automotores incidentes sobre seus carros.

    A questo letra d. A iseno por prazo certo e em funo de determinadas condies

    atendidas pelo sujeito passivo gera direito adquirido. Lembre novamente que de acordo com o art. 178 do CTN, as

    isenes podem revogadas a qualquer tempo, salvo as isenes condicionais (onerosas) e por prazo certo.

    Assim, conforme o entendimento sumulado 544 do STF: Iseno

    tributria concedida sob condio onerosa no pode ser livremente suprimida.

    Com base nesta smula do STF, a jurisprudncia predominante

    adota o seguinte posicionamento a respeito da interpretao do art. 178 do CTN: (i) A iseno pode ser revogada; (ii) Caso seja revogada e se trate se iseno incondicional, no h que se observar o princpio da anterioridade, conforme entendimento predominante no STF, estabelecendo que revogada a iseno, o tributo torna-se imediatamente exigvel. Em caso assim, no h que se observar o princpio da anterioridade, dado que o tributo j existente.; (iii) Caso seja iseno por prazo certo e condicional, no h que se falar em revogao, porque se trata de iseno irrevogvel, havendo direito adquirido.

    A letra a incorreta, pois os partidos polticos so entidades

    imunes, benefcio que se estende s suas fundaes, conforme art. 150, VI, c, da CF/88.

    A letra b incorreta, pois a imunidade de entidade educacional

    sem fins lucrativos extensiva aos aluguis de apartamento de sua

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    propriedade revertidos s suas finalidades institucionais, de acordo com smula 724 do STF.

    A letra c incorreta, segundo jurisprudncia do STF:

    lbum de figurinhas. Admissibilidade. O Constituinte, ao instituir esta benesse, no fez ressalvas quanto ao valor artstico ou didtico, relevncia das informaes divulgadas ou qualidade cultural de uma publicao. No cabe ao aplicador da norma constitucional em tela afastar este benefcio fiscal institudo para proteger direito to importante ao exerccio da democracia, por fora de um juzo subjetivo acerca da qualidade cultural ou do valor pedaggico de uma publicao destinada ao pblico infanto-juvenil. (RE 221.239, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ de 6-8-04). No mesmo sentido: RE 179.893, Rel. Min. Menezes Direito, DJE de 30-5-08.

    A letra e incorreta, pois a empresa pblica Caixa Econmica Federal exerce atividade econmica, no estando abrangida pela imunidade tributria recproca, sujeitando-se ao pagamento de imposto sobre propriedade de veculos automotores incidentes sobre seus carros, conforme 3, do art. 150, da CF/88.

    24. (AFRF/2003 ESAF) Entidade fechada de previdncia privada, que s confere benefcios aos seus filiados desde que eles recolham as contribuies pactuadas, goza de imunidade tributria? Segundo entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, filmes fotogrficos destinados composio de livros, jornais e peridicos esto abrangidos por imunidade tributria? A Constituio Federal veda a instituio de contribuio social para a seguridade social sobre o lucro auferido por pessoas jurdicas, que decorra de comercializao de livros, jornais, peridicos e papel destinado a sua impresso? a) No, sim, no. b) No, no, sim. c) No, no, no. d) Sim, sim, no. e) Sim, no, sim.

    A questo a letra a (No, sim, no).

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    Entidade fechada de previdncia privada, que s confere benefcios aos seus filiados desde que eles recolham as contribuies pactuadas, no goza de imunidade tributria, segundo a smula 730 do STF.

    Segundo entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal,

    filmes fotogrficos destinados composio de livros, jornais e peridicos esto abrangidos por imunidade tributria, de acordo com a smula 657 do STF.

    A Constituio Federal no veda a instituio de contribuio

    social para a seguridade social sobre o lucro auferido por pessoas jurdicas, que decorra de comercializao de livros, jornais, peridicos e papel destinado a sua impresso. Lembre que esta imunidade cultural objetiva ou real.

    25. (FCC/Defensoria Pblica/So Paulo/2009) A respeito das limitaes do poder de tributar, assinale a opo INCORRETA. (A) A imunidade prevista sobre a tributao do patrimnio, renda ou servios das instituies de assistncia social inclui as rendas recebidas dos imveis alugados, quando aplicadas em suas finalidades essenciais. (B) A concesso da imunidade sobre livros, jornais e peridicos independe da prova do valor cultural ou pedaggico da publicao. (C) Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios vedado instituir impostos sobre o patrimnio, renda ou servios, uns dos outros, inclusive nas hipteses em que o patrimnio, a renda ou os servios estejam relacionados com exploraes de atividades econmicas regidas pelas normas aplicveis a empreendimentos privados. (D) vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios estabelecer diferena tributria entre bens e servios, de qualquer natureza, em razo de sua procedncia ou destino. (E) Segundo entendimento consolidado no Supremo Tribunal Federal, a imunidade tributria recproca se estende Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos, ECT, por se tratar de empresa pblica prestadora de servio pblico de prestao obrigatria e exclusiva do Estado.

    A questo letra c. A letra c incorreta, eis que Unio, aos Estados, ao Distrito

    Federal e aos Municpios no vedado instituir impostos sobre o

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    patrimnio, renda ou servios, uns dos outros, sendo vedado nas hipteses em que o patrimnio, a renda ou os servios estejam relacionados com exploraes de atividades econmicas regidas pelas normas aplicveis a empreendimentos privados, segundo art. 150, 3, da CF.

    A letra a correta, segundo a smula 724 do STF. A letra b correta, de acordo com a jurisprudncia do STF j

    citada no corpo da aula e na questo 22. A letra d correta, segundo art. 152 da CF/88, que ser estudado

    na prxima aula. A letra e correta, porque segundo entendimento consolidado no

    Supremo Tribunal Federal, a imunidade tributria recproca se estende Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos, ECT, por se tratar de empresa pblica prestadora de servio pblico de prestao obrigatria e exclusiva do Estado. 2.3.5 IMUNIDADES TPICAS OU ESPECFICAS

    So as imunidades espalhadas ou esparsas pelo texto constitucional.

    Imunidades tpicas ou especficas (i) So a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: (a) o direito de petio aos Poderes Pblicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; (b) a obteno de certides em reparties pblicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situaes de interesse pessoal (art. 5, XXXIV); (ii) Ao popular, salvo comprovada m-f, isento (diga-se tecnicamente imune) de custas judiciais, que uma taxa de servio pblico (art. 5, LXXIII); (iii) So gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei, o registro civil de nascimento e a certido de bito (art. 5, LXXVI); (iv) So gratuitas as aes de habeas-corpus e habeas-data, e, na forma da lei, os atos necessrios ao exerccio da cidadania (art. 5, LXXVII); (v) As contribuies sociais e de interveno no domnio econmico no incidiro sobre as receitas decorrentes de exportao (art. 149, 2, I); (vi) O IPI no incidir sobre produtos industrializados destinados ao exterior (art. 153, 3, III); (vii) O ITR no incidir sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietrio que no possua outro imvel (art. 153,

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    3, II); (viii) O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente incidncia do IOF (art. 153, 5), isto , no pode incidir qualquer outro tributo; (ix) O ICMS no incidir: (a) sobre operaes que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre servios prestados a destinatrios no exterior; (b) sobre operaes que destinem a outros Estados petrleo, inclusive lubrificantes, combustveis lquidos e gasosos dele derivados, e energia eltrica; (c) nas prestaes de servio de comunicao nas modalidades de radiodifuso sonora e de sons e imagens de recepo livre e gratuita (art. 155, 2, X); (x) exceo do II, IE e ICMS nenhum outro imposto poder incidir sobre operaes relativas a energia eltrica, servios de telecomunicaes, derivados de petrleo, combustveis e minerais do Pas (art. 155, 3), isto , a imunidade se refere apenas aos impostos (exceto II, IE e ICMS), podendo incidir, por exemplo, contribuies tributrias. Anota-se a smula 659 do STF, dispondo que legtima a cobrana da COFINS, do PIS e do FINSOCIAL sobre as operaes relativas a energia eltrica, servios de telecomunicaes, derivados de petrleo, combustveis e minerais do pas; (xi) O ITBI no incidir (a) sobre transmisso de bens ou direitos incorporados ao patrimnio de pessoa jurdica em realizao de capital; (b) sobre a transmisso de bens ou direitos decorrente de fuso, incorporao, ciso ou extino de pessoa jurdica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos; (c) locao de bens imveis; (d) arrendamento mercantil (art. 156, 2, I); (xii) So isentas (diga-se tecnicamente imune) de impostos federais, estaduais e municipais as operaes de transferncia de imveis desapropriados para fins de reforma agrria (art. 184, 5); (xiii) A contribuio previdenciria no incide sobre aposentadoria e penso concedidas pelo regime geral de previdncia social (art. 195, II); (xiv) So isentas (diga-se tecnicamente imune) de contribuio para a seguridade social as entidades beneficentes de assistncia social que atendam s exigncias estabelecidas em lei (art. 195, 7); (xv) A celebrao do casamento gratuita, portanto, imune a taxas (art. 226, 1).

    26. (FCC/Assessor Jurdico/TCE/PI/2009) Sobre imunidade tributria correto afirmar, EXCETO (A) s alcana impostos federais. (B) vem prevista na Constituio Federal. (C) equivale a incompetncia tributria.

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    (D) no pode ser instituda por lei. (E) difere da iseno, que pressupe competncia do ente para sua concesso.

    A questo letra a, pois, alm dos impostos, a imunidade alcana

    outros tributos. 27. (AFTN/set/94 ESAF) A Constituio da Repblica prev que sobre a energia eltrica podem incidir somente a) dois impostos. b) trs impostos. c) os impostos de importao e de exportao. d) imposto nico sobre energia eltrica. e) impostos estaduais e municipais.

    A questo letra b, porque exceo do II, IE e ICMS nenhum

    outro imposto poder incidir sobre operaes relativas a energia eltrica, servios de telecomunicaes, derivados de petrleo, combustveis e minerais do Pas, de acordo com o art. 155, 3, da CF/88.

    28. (AFTN/94/ESAF) Quando atendam os requisitos estabelecidos na lei, no podem ser cobrados impostos que incidam sobre a renda, servios e patrimnio, bem como a contribuio para a seguridade social, das seguintes espcies de entidades: a) partidos polticos. b) instituies beneficentes de educao. c) fundaes dos partidos polticos. d) instituies beneficentes de assistncia social. e) entidades sindicais dos trabalhadores.

    A questo letra d, segundo o art. 150, VI, c c/c 7, do art.

    195 da CF/88. 3. PRINCPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTRIOS

    A norma jurdica o gnero do qual se diversificam, como espcies, as regras e os princpios jurdicos. Dentre os ltimos esto compreendidos os princpios constitucionais tributrios dispostos explicitamente ou implicitamente no texto constitucional, principalmente na seo denominada de limitaes do poder de tributar (arts. 150 a 152).

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    3.1 PRINCPIOS VINCULADOS ESPECIALMENTE SEGURANA JURDICA

    A segurana jurdica exige, na maior medida do possvel, a compreensibilidade, previsibilidade e conhecimento antecipado das normas vigentes pelo sujeito passivo da relao tributria. Decerto, decorre do Estado de Direito previsto constitucionalmente no art. 1 da CF/88 e, na seara tributria, consagrada, especialmente, pelos princpios da legalidade (art. 150, I), irretroatividade (art. 150, III, a), no-surpresa (art. 150, III, b e c) e transparncia fiscal (art. 150, 5 e 6). 3.1.1 PRINCPIO DA LEGALIDADE

    O texto constitucional estabelece explicitamente no art. 150, I, que os tributos devem ser criados ou aumentados por lei prvia, buscando excluir o arbtrio do poder estatal. a denominada legalidade tributria, que obriga o surgimento da obrigao tributria por lei formal (obrigao ex lege). Em regra, os tributos so institudos por lei ordinria. Todavia, existem tributos que, se forem criados, devem ser por meio de lei complementar.

    Lei complementar Imposto sobre grandes fortunas;

    Emprstimos compulsrios Impostos residuais da Unio

    Contribuies sociais novas ou residuais 3.1.1.1 PRINCPIO DA TIPICIDADE

    Significa que no basta o tributo ser criado ou aumento por lei formal, devendo tambm ocorrer a adequao da conduta do sujeito passivo norma tributria. a subsuno do fato real norma abstrata.

    A tipicidade ordena que o legislador estabelea em lei todos os

    aspectos da regra matriz de incidncia tributria. Assim sendo, em funo da obedincia a tipicidade, os aspectos material (situao geradora da incidncia), espacial (local de incidncia), temporal (momento de incidncia), pessoal (sujeito ativo e passivo) e quantitativo (base de clculo e alquota) devem est previstos em lei. (ESAF/Analista/SUSEP/2010) A lei deve esgotar, como preceito geral e abstrato, os dados necessrios identificao do fato gerador da obrigao tributria e quantificao do tributo, sem que restem autoridade poderes

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    para, discricionariamente, se A ir ou no pagar tributo, em face de determinada situao. correta.

    A tipicidade complementar ao princpio da legalidade, Segundo parte da doutrina, a tipicidade est expressa igualmente no art. 150, I, da CF/88. Assim, afirma-se que a legalidade tributria faz referncia ao veculo da norma (lei formal) e a tipicidade ao contedo da lei, que a prpria norma tributria em todos os seus aspectos.

    Neste sentido, o art. 97 do CTN concretiza a tipicidade tributria. De

    acordo com a interpretao deste dispositivo luz do texto constitucional, apenas lei pode estabelecer:

    A instituio de tributos, ou a sua extino; A majorao de tributos, ou sua reduo, ressalvado o disposto no

    texto constitucional; A definio do fato gerador da obrigao tributria principal e do

    seu sujeito passivo; A fixao da base de clculo do tributo e de sua alquota, ressalvado

    o disposto no texto constitucional; A cominao de penalidades para as aes ou omisses contrrias a

    seus dispositivos, ou para outras infraes nela definidas; As hipteses de excluso, suspenso e extino de crditos

    tributrios, ou de dispensa ou reduo de penalidades, ressalvado o disposto no texto constitucional.

    De mais a mais, ressaltamos o entendimento do STF no sentido de

    que a coisa julgada em matria fiscal fica delimitada relao jurdico-material em que debatida, no podendo, portanto, ser invocada em exerccios posteriores, de acordo com a Smula 239 (AI 189.787-AgR, DJ de 4-4-1997). (CESPE/Delegado de Polcia/RN/2009) A deciso judicial que declara indevida a cobrana do imposto em determinado exerccio faz coisa julgada em relao aos posteriores, em respeito aos princpios da separao dos poderes e da autoridade da coisa julgada. errada. 3.1.1.2 MITIGAES, EXCEES OU ATENUAES A LEGALIDADE

    Por sua vez, esclarece-se que existem tributos que podero ter suas

    alquotas majoradas ou reduzidas por ato do Poder Executivo federal, por meio de decreto, atendidas as condies e os limites estabelecidos em lei, a

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    saber: imposto de importao (II); imposto de exportao (IE); imposto sobre produtos industrializados (IPI); impostos sobre operaes de crdito, cmbio e seguro, ou relativas a ttulos ou valores mobilirios (IOF). o que dispe o art. 153, 1, da CF. (CESPE/Consultor/ES/2010) Em respeito ao princpio da legalidade, no permitido ao chefe do Poder Executivo elevar a alquota do imposto de importao, mesmo dentro de limites autorizados por lei. errada.

    Quanto a Contribuio de interveno no domnio econmico

    (CIDE) sobre combustveis (art. 177, 4, I alnea b, da CF) e o ICMS Combustveis e Lubrificantes (art. 155, 4, IV, da CF), as alquotas podero somente ser reduzidas e restabelecidas, ou seja, o Poder Executivo reduz a alquota e, uma vez reduzida, pode restabelec-la, tendo, como teto, a alquota, prevista anteriormente em lei. (CESPE/Juiz Federal/TRF1/2010) Inexistindo legislao especfica impondo condies e limites, lcito ao Poder Executivo alterar as alquotas da contribuio de interveno no domnio econmico (CIDE). errada.

    No caso do ICMS Combustveis e Lubrificantes, a exceo se

    refere incidncia monofsica do imposto, e as alquotas so definidas nacionalmente por convnios dos Executivos Estaduais, ou seja, por ato de deliberao do Poder Executivo dos Estados e do Distrito Federal. (CESPE/Procurador/PB/2008) Nos termos e limites fixados em lei complementar federal, o Poder Executivo estadual, mediante decreto, pode reduzir, com o objetivo de regular a demanda, as alquotas de ICMS de determinados produtos, dada a natureza extra-fiscal desse tributo. errada, pois no pode ser mediante decreto.

    Outra ressalva se refere aos benefcios fiscais do ICMS (iseno,

    reduo de base de clculo, concesso de crdito presumido, anistia ou remisso) por meio de convnio interestadual do CONFAZ (art. 150, 6, da CF).

    O fundamento da mitigao a legalidade tributria est no fato de

    que esses tributos tm carter extrafiscal, ou seja, so tributos reguladores da poltica econmica, monetria e fiscal do Pas. Como exemplo, o Presidente da Repblica quer intervir no comrcio exterior, incentivando as exportaes e, por conseguinte, diminui a alquota do imposto de exportao (II) ou quer desestimular a produo de determinado produto

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    industrial e aumenta a alquota do IPI.

    Ressaltamos que no foram recepcionados pela CF/88 os arts. 21, 26 e 65 do CTN, no que estabelecem sobre a competncia do Poder Executivo de alterar as bases de clculo do imposto sobre importao (II), do imposto sobre exportao (IE) e dos impostos sobre operaes de crdito, cmbio e seguro, ou relativas a ttulos ou valores imobilirios (IOF), a fim de ajust-los aos objetivos da poltica cambial e do comrcio exterior. Este o entendimento na doutrina e jurisprudncia predominante.

    Por exemplo, afirma o STJ que a instituio ou a fixao da base

    de clculo de tributo, a que se refere o art. 97 do Cdigo Tributrio, que explicita o princpio constitucional da legalidade agasalhado no art. 150, I, da Constituio, se faz mediante a edio de lei (AGREsp 465740/MG).

    Por sua vez, segundo compreende parte da doutrina, atenuao ou

    exceo legalidade tributria a possibilidade de instituio ou majorao de tributo por medida provisria. Nesse rumo, a partir da Emenda Constitucional (EC) n. 32/01, expressa na CF a possibilidade das medidas provisrias atuarem como veculos introdutores de normas tributrias (art. 62, 2), sendo proibido na hiptese da CF exigir lei complementar. (21 Concurso para Procurador da Repblica/MPF) Considerado o princpio da legalidade estrita em matria tributria, certo afirmar que a criao de novos tributos ou a majorao dos existentes: a) Pode ocorrer mediante edio de medida provisria; b) Somente pode ocorrer mediante lei em sentido formal; c) Pode ocorrer mediante edio de medida provisria somente se se tratar de taxa que tenha base de clculo prpria de impostos; d) Somente pode ocorrer mediante lei em sentido formal, de iniciativa do chefe do poder executivo do ente poltico respectivo, a que a Constituio, atribui o poder de tributar. A resposta letra a.

    Poder Executivo Federal (alterar a alquota) II IE IPI IOF

    CIDE Combustveis

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    Poder Executivo estadual e distrital (alquotas definidas nacionalmente por convnio)

    ICMS Combustveis e Lubrificantes

    Poder Executivo estadual e distrital (benefcios fiscais definidos nacionalmente por convnio)

    ICMS

    1. (ESAF/APO/Unio/2010) A extrafiscalidade caracterstica que possuem alguns tributos de permitirem, alm da pura e simples forma de ingresso de receitas nos cofres pblicos, tambm d