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MAGAZINE TECNOLOGIA DE PRECISÃO MUDA ROTINA NO CAMPO Equipamentos de última geração inserem práticas modernas na agricultura, aumentam a produtividade e reduzem despesas com insumos ISABEL DA CUNHA: PRESIDENTE DA ABAPA DEFENDE A VERTICALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO DO ALGODÃO OUZA EDITORA EDIÇÃO 01 OESTE DA BAHIA JUN/2011 R$ 9,99

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A revista do agronegócio do Oeste baiano

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MAGAZINE

TECNOLOGIADE PRECISÃOMUDA ROTINA NO CAMPOEquipamentos de última geração inserem práticas modernas na agricultura, aumentam a produtividade e reduzem despesas com insumos

ISABEL DA CUNHA: PRESIDENTE DA ABAPA DEFENDE A VERTICALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO DO ALGODÃO

O U Z AE D I T O R A

EDIÇÃO 01OESTE DA BAHIAJUN/2011 R$ 9,99

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2 MAGAZINE JUN/2011

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JUN/2011 MAGAZINE 3

Não fique para trásanuncie na revista de maior circulação do Oeste da bahia

A REVISTA CERTA PRA VOCÊ QUE ESTÁ SEMPRE NA FRENTE!

(77) 9131.2243 / 8823.8618 / 9906.4554 / 9123.3307

C.FÉLIX

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4 MAGAZINE JUN/2011

Editor/Diretor de redação: Cícero Félix (DRT-PB 2725/99)(77) 9131.2243 e 9906.4554 [email protected]

Editor de fotografi a e redação: Jorge Barbosa (77) 9150.9636

Comercial: Ramis Dourado (77) 9984.0121 Gutemberg Dourado (77) 9905.5365 (Luís Eduardo Magalhães) Anne Stella (77) 9123.3307 (Barreiras)

Revisão: Rônei Rocha

Foto da Capa: Divulgação

Impressão: Coronário Editora e Gráfi ca

Tiragem: 2 mil exemplares

MAGAZINE

Ouza Editora Ltda.Av. Clériston Andrade, 1.111 - Sala 16Centro - Barreiras (BA

UM NOVO PRODUTO

É sempre desafi ador lançar um novo produto no mercado. Não importa que produto seja. Certamente outros já estão nas prateleiras, são conhecidos por uma parcela de pessoas e consumidos por um punhado que, afi nal de contas, não tem muita escolha sobre o que consumir. De qualquer forma, seu novo produto vai competir com eles. E competir, enfrentar a concorrência, é um desafi o. E o desafi o é o principal combustível da Ouza Editora, porque acreditamos que renovar, ousar, repaginar, estar atento à velocidade do desenvolvimento tecnológico nos fortalecem como profi ssionais e estabelecem nossos diferenciais qualitativos em relação aos outros produtos.

Depois de lançar a Revista A, produto editorial de informação e variedade com maior circulação na região, publicamos agora a Agro Magazine, revista bimestral que se propõe a discutir as variáveis da agricultura do Oeste baiano, as inovações tecnológicas, a biociência e demais assuntos que compõem o universo dessa atividade econômica que mais cresce no país.

Este número inaugura um projeto que está em formação e que virá a se consolidar a cada edição. Seu arrojado projeto gráfi co/editorial não teria sido impresso se não tivesse do outro lado o parceiro, que acreditou na proposta e comprou a ideia. E produto é, sobretudo, ideia. E essa nova ideia veio para fi car. Boa leitura!

Cícero Félix, diretor de redação

EDITORIAL 6 Coluna Helmuth Kieckhöfer

8 Estilo Azimute

10 Entrevista Isabel da Cunha

15 Evento Um show para todos

17 Colheita Safra do Oeste supera média nacional

19 Café Sobre preço e cai produção

25 Peixe Piscicultura, um negócio promissor

26 Segurança Sociedade civil se une

28 Educação FAAF: referência educacional e reconhecimento do MEC

30 Gastronomia: Os sabores do Saint Louis

20TECNOLOGIA DE PRECISÃONovos equipamentos mudam rotina no campo

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Jorge da Silva Júnior é engenheiro agrônomo, mestre em fitotecnia eespecialista MIP e receituário agronômico e professor da FASB

PARABÓLICApor JORGE DA S. JÚNIOR

JUN/2011 MAGAZINE 5

Nematóides em lavouras do Oeste exigem precaução

Os nematóides fi toparasitas promovem a destruição do sistema radicular das plantas, o que induz a forma-ção de nodulações ou lesões necróticas nas raízes, e impedem as plantas de absorverem água e nutrientes. Segundo alguns autores esses nematóides parasitas de plantas já causaram consideráveis reduções à pro-dutividade agrícola, já que acarretam perdas da ordem de US$ 100 bilhões. Existem resultados que, mostram que, em média, Rotylenchus reniformis e Pratylenchus brachyurus causam cerca de 20% a 30% de redução de produtividade, em variedades suscetíveis. M. incógnita pode ocasionar perdas maiores, ao redor de 40%. Em casos de variedades muito suscetíveis em níveis popu-lacionais muito altos, as perdas provocadas por nema-tóides podem chegar a até mais 50% da produtividade. Esses dados são confi rmados pela MSc. Sandra Eliza Guimarães, pesquisadora e microbiologista agrícola doutoranda da Universidade Federal de Lavras, como a região Oeste da Bahia destaca-se na produção agrícola nacional por ser o segundo maior produtor de algodão, e possuir uma das maiores áreas produtoras de soja no Brasil. Portanto, cada vez mais se faz necessários trabalhos de pesquisa na região, para que se conheça a real população destes vermes de solo, e seu grau de risco afi m de que práticas adequadas de manejo pos-sam se adotadas, de modo a evitar maiores prejuízos às culturas. O Professor DSc. Jaime Maia dos Santos, nematologista da UNESP/FCAV Jaboticabal, ressalta que existem diversas estratégias que podem ser utilizadas na diagnose dos fi tonematóides que ocorrem em nos-sa região, que podem facilmente ser aplicadas pelos próprios produtores ou sua equipe técnica com o intuito de evitar o crescimento da população e inviabilização do cultivo nas áreas infectadas, com o plantio de cultu-ras susceptíveis a determinadas raças e verifi cação de suas raízes, sendo observados alguns nódulos caracte-rísticos de fi tonematóides sedentários procede-se com o não cultivo deste material, e em casos particulares proceder com amostragens e envio do material para análise e manejar sempre o solo de modo a não alimen-tar o parasita com a cultura específi ca. Como outras estratégias de manejo que serão abordadas por esse pesquisador na Bahia Farm Show, com sua palestra que ocorrerá no dia 3 de junho, que terá como tema o manejo dos principais fi tonematóides que ocorrem nas principais culturas da Região Oeste da Bahia.

Estímulo aos produtores coma Safra Oeste Bahia 2010/11

Segundo os últimos levantamentos da AIBA a Bahia se consolida em primeiro lugar no Brasil em produtivida-de de soja e milho. Vejamos os números no país:

1º Bahia > 3.360 kg (56 sacas) - 3º levantamento da safra (13/05/2011)2º Paraná e Brasília >3.310 kg e 3.300 kg (55 sc, respectivamente)3º Mato Grosso > 3.190 (53 sc)4º Goiás e Piauí > 3.100 kg e 3.118 kg (52 sc, respectivamente)5º Tocantins > 3.052 kg (51 sc)No 8º levantamento feito pela CONAB de maio/2011,

ainda vem posicionando a Bahia com 53 sacas de soja, sendo que foram levantados dados no campo somente em abril. Esses dados demonstram o empenho dos pro-dutores da nossa região e do seu time de funcionários para que se conseguisse este excelente resultado. É o cerrado baiano produzindo mais e melhor.

A sofisticação e prazerconferido pelos charutos baianos

A cultura fumageira ao longo da história construiu uma economia responsável por geração de renda e de milhares de empregos, o que foi primordial no desenvol-vimento de algumas cidades baianas como: Cachoeira, Castro Alves, Cruz das Almas, Maragogipe, Muritiba, São Gonçalo dos Campos, São Félix, Sapeaçu, dentre outras da região do Recôncavo. Especialmente na região da “Mata Fina” - expressão que foi cunhada pela indústria baiana do fumo para enaltecer a localização da região econômica do recôncavo sul, onde, em face às espe-cificidades edafo-climáticas, se produz o melhor fumo para charutos do Brasil. O reflexo de sua qualidade, reco-nhecida internacionalmente, permitiu uma verdadeira cultura do fumo, cujas conseqüências se estendem até os dias atuais, moldando costumes, comportamentos, relações econômicas, sociais e políticas . Diante disso, o mercado barreirense dispõe recentemente de diversos tipos de charutos de arte e fabricação tradicional baiana. São charutos premium feitos a mão e minuciosamente selecionados de blends dos melhores fumos da Bahia, os quais conferem identidade, aroma e sabor único. Estão disponíveis de composição de folhas inteiras e de pedaços de folha, nos tipos: Torpedo, Churchil, Rosbus-to, Belicoso, Corona, Petit Corona, dentre outros.

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PRODUÇÃO E CONSUMO

6 MAGAZINE JUN/2011

Frango, avicultura emprega mais de 4,5 milhões de pessoas e responde por quase 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. A importância social da avicultura no Brasil se verifi ca também pela presença maciça no interior do país e em muitas cidades a produção de frangos é a princi-pal atividade econômica.

Em 2009, a produção brasileira atingiu a marca histórica de 10,9 milhões de toneladas, garantindo ao Brasil uma posição entre os três maiores produtores mundiais de carne de frango, com Estados Unidos e China. Desse total, cerca de 65% permanecem no mercado interno, o que comprova a força dessa indústria para o país. O consumo per capita de carne de aves no Brasil está em aproximadamente 39 kg por ano. Nas exportações, o Brasil mantém, desde 2004, a posição de maior exportador mundial, tendo terminado 2009 com a marca de 3,63 milhões de toneladas embarcadas para mais de 150 países. Com esse desempenho, a carne de frango brasileira aumentou ainda mais sua presença na mesa dos consumidores no Brasil e no mundo.

A sanidade é um dos grandes atributos do frango brasileiro. No Brasil, o uso de hormônios é proibido na produção de aves e, além disso, toda a produção é submetida a um rigoroso con-trole de resíduos de medicamentos, o qual está dentro do Plano de Controle de Resíduos e Con-taminantes (PNRC) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Também se destaca o fato de o Brasil não ter registrado um único caso de Infl uenza Aviária de alta patogenicidade, graças aos rígidos controles estabelecidos pelo Plano Nacional de Infl uenza Aviária, também do Ministério da Agricultura, e do esforço contínuo e incessante das empresas do setor para garantir a segurança dos plantéis (UBABEF).

Um recente estudo mostrou que a produ-ção de carne de aves é a que menos consome energia, água, emite menos gases de efeito estufa e tem menor impacto sobre o solo, comparado com a produção de bovinos e suínos. Além dis-so, um relatório do Departamento de Assuntos Ambientais, Alimentos e Rurais (DEFRA) do governo britânico divulgado em 2008, mostrou que a avicultura brasileira consome 25% menos energia e tem emissões de gases de efeito estufa 17% menores do que a avicultura no Reino Unido.

As aves são animais vertebrados e estudos paleontológicos afi rmam que estes se desenvol-veram a partir dos répteis, provavelmente de um grupo de sáurios, os dinossauros. A origem das aves ainda é um tema polêmico e a maioria dos pesquisadores acredita que as aves evoluíram dos dinossauros predatórios de duas pernas. Esta teoria é sustentada por diversas descobertas de fósseis nos últimos 150 anos. A primeira ave fos-silizada conhecida foi o Archaeopteryx que data do período Jurássico. A descoberta do Archae-opteryx, em particular, convenceu muita gente

Helmuth Kieckhöfer é médico veterinário e doutor pela Universidade de Hannover (Alemanha) e professor do curso de Agronomia (FAAHF)

um alimento saudávele sem hormônios

A

por HELMUTH KIECKHÖFER

O ‘OVO VEIO ANTESDA GALINHA’.NÃO EXISTE FICÇÃO CIENTÍFICA OU HORMÔNIOS NA EVOLUÇÃO DO FRANGO DE GRANJA QUE CHEGAATÉ A NOSSA MESA

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de que os dinossauros são a origem das aves modernas e por isso muitos pesquisadores arriscam em dizer que o “ovo veio antes da galinha”, ou seja, os dinossauros já colocavam ovos antes de surgir a galinha.

Não existe fi cção científi ca ou hormônios na evolução do frango de granja que chega até a nossa mesa. De leigos a médicos, não é raro encontrar quem cite o “frango cheio de hormônio” como um potencial perigo à saúde. Alguns consumidores tem a crença de que o frango é o resultado da adição de hormônios de crescimento que deixam os animais “bombados”, com muito peito e coxa.

Este progresso está baseado fundamentalmente em uma intensa atividade de pesquisa nas áreas de genética, nutrição, sanidade e no entendimento das relações destes conhecimen-tos através da ambiência e do manejo da produção destes animais. São resultados de anos de estudos que se iniciaram na década de 50, obtidos de seguidos cruzamentos entre fêmeas e machos de raças e linhagens diferentes. A partir dos dados de desempenho observados nestas pesquisas, os cientistas já podiam prever que os frangos, a cada ano, precisariam um dia a menos para atingir o mesmo peso obtido no ano anterior. Esta estimativa vem se confi rman-do e os frangos de corte produzidos pela indústria avícola, embora da mesma espécie dos frangos de fundo de quintal, vem sendo geneticamente desenvolvidas ao longo dos anos exatamente para ser mais precoces e produzir carcaças de melhor qualidade.

O melhor exemplo vem das aves natalinas como o Chester, vendido desde o início dos anos 80. Foi desenvolvido a partir do cruzamento de diferentes linhagens de aves da espécie

Gallus gallus, de origem escocesa. Nas coxas e no peito estão concentrados 70% de sua carne, que também tem baixo teor de gordura, resultado da dieta dessas aves, baseada em milho e soja. Já o Bruster vem do cruzamento de aves de uma linha-gem chamada Ross. O mapa genético do Bruster, assim como o do Chester, é mantido em sigilo para que outras empresas não produzam as mesmas aves. Todas as aves como o Chester, o Bruster e o Fiesta recebem alimentação exclusivamente vege-tal (milho e farelo de soja). O manejo dessas aves é diferencia-do, pois enquanto um frango normal é abatido por volta de 42 a 44 dias de vida, pesando cerca de 2 kg, um Bruster fi ca até 60 dias na granja, atingindo 3,6 kg. Já o Chester vive por 62 dias e alcança 4,3 kg, em média. Estas aves são frangos como qualquer outro, apenas com um maior desenvolvimento de carcaça, principalmente com peito e coxas rechonchudos, mas com pouca gordura, conforme já mencionado.

Muita ciência se esconde no caminho do frango caipira da roça até chegar ao frango assado da padaria. As raças moder-nas de galinhas perderam o instinto maternal, transformadas em verdadeiras máquinas de postura de ovos. Suas antepas-sadas, encontradas nos sítios do interior, namoram galos, constroem os seus ninhos com palha e gravetos, chocam e criam seus pintinhos. As aves melhoradas geneticamente não possuem mais esta rotina. São fertilizadas através de insemi-nação artifi cial e botam ovos que vão para a incubadora com temperatura e umidade controlada por um período de 21 dias. Os pintinhos que nascem na incubadora são transferidos com apenas um dia de vida até os galpões de engorda, onde fi cam até o período de abate.

Confundir hormônio com nutrientes, vitaminas, minerais, aminoácidos, que a aves recebem na sua alimentação no seu dia a dia, tem sido muito comum. Os promotores de cres-cimento são enzimas, proteínas, vitaminas e os chamados probióticos que aumentam a absorção de nutrientes, fazendo o organismo das aves aproveitarem ao máximo o alimento. Deste modo, a produtividade do frango de corte deu um salto em 40 anos, transformando-se numa proteína de baixo preço e fácil acesso a todas as camadas sociais da população. De acordo com as demandas de mercado, os frangos de corte são produzidos para alcançarem um peso médio de 2,5 kg em 42 dias, com uma conversão de 1,8 kg de alimento por kg de ganho de peso. As poedeiras por sua vez devem produzir 320 ovos com conversão alimentar de 1,4 kg de ração por dúzia de ovos produzidos.

A carne de frango é considerada um alimento saudável, pobre em gorduras, desde que seja consumido sem pele. Essa carne apresenta rico teor de proteínas de boa qualidade e o seu consumo é recomendado em todas as idades e podem ser consumidas, sem pele, por alguém que tenha riscos cardio-vasculares, pois contem uma baixa taxa de colesterol. Além disso, trata-se de proteínas de boa qualidade porque são ricas em aminoácidos indispensáveis ao nosso organismo e de fácil digestão.

Saboreie com prazer a sua ave assada, cozida ou grelhada, pois não existe nada de errado com ela.

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8 MAGAZINE JUN/2011

ESTILO

Camisas VR MenswearCalças Levi’sCintos Levi’s

Calçados Democrata

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AZIMUTE ______Essa tendência resgata o contemporâneo existente atualizando os elementos do homem do agronegócio. Utilize camisas jeans (um verdadeiro ícone) ou xadrez, polos tinturadas, calças jeans com lavagem esbranquiçada, aposte nos acessórios de lona.

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Loja AzimuteModelo Edy Vieira

Looks/Produção Sivaldo ReisFotos Jorge Barbosa

Colaboração Ramis DouradoLocação Maxum Case

Agradecimentos Rodrigo Martins

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ENTREVISTA

Isabel da Cunha

Presidente Associação Baiana dos Produtores de Algodão

JORGE BARBOSA

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VERTICALIZAÇÃOPELO CRESCIMENTO

por JORGE BARBOSA

A senhora pode fazer um histórico da safra do algodão dos últimos dez anos e traçar um panorama do atual cenário?

A cultura do algodão aqui no Oeste da Bahia começou com a coragem e empreende-dorismo de alguns produtores. Gradativamen-te tivemos um aumento de área cultivada. Em questão de área ainda não somos a cultura mais forte da região Oeste, mas em volu-mes de valores que gira em torno da cultura algodoeira, chegamos a movimentar mais do que a soja. Passamos agora por um momento muito positivo e acredito que a tendência é de melhorar sempre mais, de maneira gradativa. Hoje a cadeia do algodão vive um grande momento não só no Oeste da Bahia, mas em nível mundial. Tivemos um ano climatica-mente favorável, onde a previsão para todo o Estado é uma colheita de mais de 600 mil toneladas de algodão em pluma, o que repre-senta um número bem melhor em compara-ção ao ano passado. Houve um aumento na área cultivada e também teremos um aumento

na produtividade, uma vez que os produtores também investiram bastante esse ano. Estima-se uma produção de 270 a 280 arrobas por hectare somente na região Oeste.

O agronegócio vive um momento muito favorável, estimulado pelo alto preço das commodities. Como o produtor deve se comportar? Deve investir mais, fazer reservas?

A alta vem exatamente em um bom momento, principalmente porque o preço estava defasado, com o dólar em baixa estava difícil fechar o custo de produção com o mercado, visto que existem custos em reais. É um bom momento para compensar os baixos preços praticados anteriormente. O produtor continua investindo para conti-nuar aumentando a produção, gerando empregos e garantindo uma boa safra a cada ano.

O algodão é o que mais emprega na região. A senhora sabe precisar quantos são os empregos diretos e indiretos?

Hoje somos o setor que mais emprega na região, temos a estima-tiva de que o algodão emprega aproximadamente 30 mil pessoas em empregos diretos e indiretos. Se você analisar bem, a região evoluiu muito depois que o algodão chegou a se consolidar aqui no Oeste. Não é algo que traz um retorno apenas para o produtor, mas acredito que toda a sociedade acaba se beneficiando com isso.

o comando da Associação Baiana dos Produtores de Algodão desde outubro do ano passado, Isabel da Cunha re-presenta um perfil simpático e feminino do agronegócio do Oeste baiano, mas nem um pouco frágil. Seu domínio do assunto apenas fortalece a entidade que é uma das mais importantes da região. Nascida em Tapera (RS), Isabel tem sua origem numa tradicional família produtora de grãos, que no ano de 1981 se instalou na Bahia, onde 18 anos depois passou a produzir algodão. Com uma agenda ocupada, Isabel consegue ainda ser acessível e aliar a vida de empresária com as atividades comuns de uma mulher que é mãe de três filhos e dona de casa. Ela cuida da parte administrativa das fazendas do grupo Ilmo da Cunha. Isabel acredita que seu começo no agronegócio foi coisa do destino e da sua vocação natural. “Temos que ser insistentes e dedicados em tudo aquilo que nos propomos a fazer”, explica ela.

Com um sorriso no rosto, a presidente da Abapa recebeu a revista Agro Magazine em seu escritório, e falou sobre a produção de algodão do Oeste, os desafios e perspectivas da cultura na região, a importância de dar apoio ao pequeno produtor e também da necessidade de buscar formas para promover a verticalização da cadeia do algodão na região, gerando riquezas e empregos não só para Luís Eduardo Magalhães, mas para toda a região Oeste.

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O desenvolvimento tecnológico está cada vez mais presente no campo. Isso também acaba reduzindo o número de trabalhadores nas fazendas, devido à mecanização das lavouras. Como aliar o uso da tecnologia para otimizar a produção sem que isso reduza a mão de obra nas lavouras?

Com os avanços tecnológicos existe uma grande demanda em se encontrar mão de obra qualifi cada e isso mostra para os produtores que existe a necessi-dade de se investir em qualifi cação. Então podemos dizer que não existe uma redução e sim a exigência de profi ssionais com habilidade para o manuseio dessa nova tecnologia.

Existe uma escassez de mão de obra qualifi cada?Existe sim. Hoje, temos difi culdades em encontrar

profi ssionais qualifi cados para exercer algumas fun-ções. Pensando nisso a Abapa tem buscado parcerias para desenvolver cursos de capacitação profi ssional que benefi ciam o setor produtivo como um todo.

Por que há tanta polêmica em torno do Código Florestal?

A defi nição do Código Florestal é um anseio do produtor para poder fi nalmente se regularizar junto aos órgãos ambientais. Há uma imagem distorcida de que o agricultor é um devastador da natureza. Há alguns anos a expansão agrícola era incentivada pelo próprio governo sem grandes exigências, mas a maioria dos produtores tinha a consciência, e tem ainda, de que há um espaço para ser defi nido como reserva, para preservação, seguindo todas as regras ambientais. Não existe essa coisa de chegar, derrubar até a beira do rio, passar a plantadeira e ocupar tudo. Isso não é assim. Desde criança, lembro que meu pai sempre falava que tínhamos de deixar a parte para a reserva, e sempre foi assim. A maioria dos produtores trabalha na regularidade. A difi culdade é você con-seguir dos órgãos competentes o acompanhamento das demandas dos produtores, que encaminham suas documentações, mas não recebem as respostas necessárias em tempo hábil, o período de implanta-

ção de lavoura não espera. Temos casos aqui no Oeste de produtores que encaminharam a solicitação de desmate e não conseguiram receber respos-ta. Sabemos que os órgãos responsáveis têm suas demandas e prioridades e isso não é culpa nem dos produtores nem dos órgãos públicos, mas sim uma defi ciência do sistema.

Então você acredita que o produtor da região Oeste tem a consciên-cia de trabalhar em conformidade com as leis que regulam o meio ambiente?

A grande maioria tem a consciência de que deve trabalhar e viver em conformidade com as leis ambientais. Temos a consciência de que não devemos destruir a natureza, pois dependemos dela para a sobrevivência e sustentabilidade do setor.

Que ações a Abapa tem realizado para fomentar o desenvolvimento da produção algodoeira da região?

Assim que a Abapa se instituiu foi buscar junto ao governo do estado um incentivo importante, o Proalba (Programa de Incentivo à Cultura de Algodão). Além disso, também promovemos cursos de capacitação e palestras, pois a Abapa busca atender aos anseios dos produtores associados. Também investimos em marketing nacional e internacional sempre divulgando o algodão baiano. Recentemente tivemos uma missão na China com o objetivo de divulgar o algodão brasileiro, e a Bahia apresentou-se como segundo maior produtor da cultura. Na atualidade estamos lutando pela verticalização da cadeia do algodão, buscando a implantação de indústrias e fi ações, que irão gerar emprego e renda para a população de toda região.

Como estimular o pequeno produtor?A Abapa busca promover capacitação, assistência técnica e auxílio no

manejo do solo em parceria com a EBDA. A Abapa tem um projeto muito in-teressante também na região Sudoeste, em que o pequeno produtor está re-cebendo o apoio da associação no sentido de ter um técnico disponível para auxiliar os pequenos produtores no monitoramento e manejo do bicudo. Também apoiamos tecnicamente os pequenos produtores da região de Angi-cal. Lá eles cultivam o algodão colorido, que tem um mercado específi co.

É possível dizer em percentual quanto a produção do algodão do Oeste representa da produção total do Brasil?

Somos atualmente o segundo Estado que mais produz algodão no Brasil, fi cando atrás apenas do estado do Mato Grosso. Podemos estimar que somos responsáveis por mais de 30% da produção nacional de algodão, o que mostra o nosso potencial e a importância econômica da Bahia para todo o país nesse segmento.

O Bahia Farm Show tem crescido a cada ano. A senhora acha que o Oeste está despertando mais atenção da agroindústria mundial?

Os grandes investidores, inclusive no âmbito internacional, estão vol-tando a atenção para o Oeste da Bahia. Recentemente recebemos a visita de um grupo chinês, que tem a intenção de instalar aqui uma unidade esmagadora. O Banco Mundial também esteve presente na região avalian-do possíveis investimentos em logística. Enfi m, o Oeste é uma região com potencialidade de desenvolvimento, possuímos o menor índice de inadim-plência no setor do agronegócio no Brasil, o que também favorece a vinda de novos investidores. Temos todas as condições favoráveis para aceitar vários tipos de investidores, em qualquer área agrícola.

ENTREVISTA

Estamos trabalhando para atrair e implantar indústrias de fi ação aqui no Oeste, com o objetivo de verticalizar a cadeia produtiva do algodão gerando emprego e renda para toda a região”

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O SHOWÉ PARA TODOS

por CÍCERO FÉLIX e JORGE BARBOSA

CONSIDERADO UM DOS MAIORES EVENTOS DE AGRONEGÓCIO DO BRASIL, BAHIA FARM SHOW FAZ EVENTO VOLTADO PARA OS MÉDIOS, GRANDES E PEQUENOS PRODUTORES

O Bahia Farm Show chega a sua 4ª edição se consolidando como uma das principais feiras de agro-negócio do país. Com um cresci-

mento de 20% ao ano, o evento já é con-siderado o quarto maior do Brasil, sendo o segundo em maquinário. São 50 horas de negócios em cinco dias. E se engana quem acredita que a feira é interessante apenas para os médios e grandes produtores. Há espaço também para os pequenos, que in-tegram importante parcela dos visitantes que percorrem os 100 mil metros quadra-dos de puro atrativo rural.

“Existe um preconceito de que agricultura empresarial, maquinário é ape-nas para grandes produtores. Na verdade nós temos expositores com equipa-mentos que atendem tanto ao grande, médio ou pequeno produtor”, explica Alex Rasia, diretor executivo da AIBA e coordenador do Bahia Farm Show. “Temos um dia dedicado à agricultura familiar com palestras especifi cas para

EVENTO

esse segmento, o que não signifi ca que os outros temas não carecem de atenção. Na verdade é um espaço para todos os agricultores, tem stand para todos os tipos de negócios”.

A consolidação veio justamente porque a feira atinge seu principal objetivo: criar um ambiente de negócios propício para colocar frente a frente vende-dor, comprador e agente fi nanceiro. “Hoje estamos competindo em termos de porte, pela quarta posi-ção no Brasil. Nós temos três grandes feiras, Ribei-rão Preto (a maior feira da América Latina), uma no Rio Grande do Sul, uma em Cascavel, a nossa e a do Rio Verde no Goiás. Agora em termos de parque com ocupação de área de exposição com máqui-nas, ela é a segunda maior, fi cando atrás apenas da Agrishow”, comenta Rasia, ao avaliar o crescimento do evento.

Apesar de ser a quarta edição levando a marca Bahia Farm Show, a feira existe há mais tempo. Ela começou em 2004, través de uma parceria com a Dimac, empresa detentora da marca Agrishow de Ribeirão Preto e que produzia as feiras regionais, en-tre elas a de Luis Eduardo Magalhães. Segundo Alex Rasia, essa parceria chegou ao fi m em 2007, por uma decisão estratégica da Dimac. “Como era um evento que vinha numa ascendente, que estava dan-do certo, nós resolvemos criar uma marca própria e a AIBA assumiu em defi nitivo a realização”, lembra.

Nos 10 hectares da área destinada ao evento, há três pistas para teste drives, restaurantes, stands e um pavilhão com 56 expositores de pequeno porte. “Em termos de infraestrutura do parque, teremos um restaurante de mil metros quadrados, melho-rias no sistema de tratamento de esgoto do parque e uma praça central pavimentada. Em termos de exposição teremos uma área maior, todos os fabri-cantes de veículos estarão na feira, como também os fabricantes da linha rodoviária. Conseguimos entrar defi nitivamente no banqueting das empresas, muitas grandes empresas como Pirelli, Petrobras e outras de diversos seguimentos estão vindo para o Bahia Farm Show devido a esse trabalho de consoli-dação da feira”, destacou o coordenador do evento.

Na programação, está prevista uma reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Milho, do Ministério da Agricultura, e também um fórum do Canal Rural do grupo RBS, com uma hora de trans-missão em rede nacional tratando do Código Flores-tal. “Essa discussão na área ambiental será muito importante”, avalia Rasia, ao comentar que esse assunto está em pauta em todo o país e não pode-ria fi car de fora de um evento dessa magnitude. “E a gente tem algumas ações de âmbito estadual que devem acontecer relacionados ao nosso Plano de Adequação Ambiental Oeste Sustentável, que tem questões que estão sendo trabalhadas a mais de um ano”, acrescentou.

Alex Rasia, diretor da Aiba: “é um espaço para todos os agricultores, tem stand para todos os tipos de negócios”

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SAFRA:OESTE SUPERA MÉDIA NACIONAL

por JORGE BARBOSA

PRODUTORES DA BAHIA JÁ COMEMORAM O AUMENTODA SAFRA E O FAVORÁVEL PREÇO DAS COMMODITIES,APESAR DO ALGODÃO E MILHO AINDA ESTAREM EM COLHEITA

A região Oeste da Bahia superou as expectativas e bateu mais um recor-de com a safra 2010/2011, fi cando com uma produção acima da mé-

dia nacional. A colheita da soja e do milho atingiu números surpreendentes, acima das estimativas iniciais feita pelo Sindicato dos Produtores Rurais da Região Oeste. De acordo com o presidente da entidade, Vanir Antônio Cölln, alguns produtores venderam a safra antecipada, em dólar, e com a des-valorização da moeda tiveram perdas nos lucros. Mas mesmo assim estão satisfeitos. A alta do preço das commodities também agradou os produtores.

A soja já foi completamente colhida e ago-ra os produtores já se preparam para a pró-xima safra. O milho já atingiu cerca de 60% da colheita, enquanto que o algodão teve a colheita iniciada em maio. A produção do Oeste baiano, em toneladas, é de 3,24 mi-lhões para soja, 1,33 milhão para milho e de 1,46 milhão para algodão em caroço, de acordo com a estimativa do Sindicato dos Produtores Rurais, que tem sede em Luís Eduardo Magalhães, representa sete muni-cípios e cerca 1,6 mil produtores rurais.

Os números das três culturas da região já superaram a safra 2009/2010. “Tivemos uma produção excelente de soja e milho. Nós vamos superar todos os recordes que tínhamos aqui no Oeste da Bahia e até mes-mo em nível de Brasil”, comemora Cölln,

COLHEITA

ao comentar os resultados da produção. “De maneira geral, o Brasil nunca colheu tão bem soja e milho como colheu esse ano e o Oeste não é uma exceção em termos de qualidade”.

A alta dos preços também foi comemorada. “A soja e o milho chegaram a um preço muito bom, o que não se esperava há cerca de oito meses”, explica Cölln. “No entanto, temos que ressaltar que alguns produtores venderam o produto em dólar e até em reais em junho do ano passado a um preço baixo”, lembrou. Segundo ele, a saca de grãos foi vendida an-tecipadamente por cerca de U$ 18,00, o atin-gindo cerca de R$ 30,00, mas depois o valor subiu e chegou a atingir cerca de R$ 43,00. “Sem falar que o dólar baixou, aumentando mais ainda o prejuízo desses produtores”.

Dessa maneira, cerca de 30% da produção da região terminou sendo vendida por um valor inferior ao praticado pelo mercado. Mas em compensação, o restante da produção ter-minou sendo comercializada quando o preço estava em alta. Muitos produtores ainda esto-caram o produto e estão aguardando uma alta do mercado para fechar a venda.

Para os especialistas, alguns fatores infl uen-ciam diretamente no aumento da produção, en-tre eles a política governamental de incentivo à produção, com o crescimento do preço mínimo em 92%, no período de 2003 a 2010, no Nordes-te, a implantação de alta tecnologia de sementes com elevado potencial produtivo, além do uso racional de adubação. Na região Oeste, segundo o presidente do Sindicato, houve também um aumento da área cultivada, o que também favo-receu o aumento da produção.

E as previsões já para a próxima safra tam-bém são otimistas. “Tudo indica que a próxima safra vai ser boa também em termo de preço, acredito que esses valores vão se manter sem grandes mudanças”, prevê Vanir Cölln.

OS NÚMEROS DA SAFRA DO OESTE BAIANO, EM TONELADAS

3,2milhõesSOJA

1,3milhãoMILHO

1,5milhãoALGODÃO

A estimativa é do Sindicato dos Produtores Rurais da Região Oeste. É importante lembrar que o milho e o algodão ainda não foram totalmente colhidos.

Nós vamos superar todos os recordes que tínhamos aqui no Oeste da Bahia e até mesmo em nível de Brasil”, garantiu Vanir Cölln, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais

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BAIXANA PRODUÇÃO

ALTANOS PREÇOS E

por JORGE BARBOSA

PREÇO DO CAFÉ TEM AUMENTO DE MAIS DE 100% MAS PRODUTIVIDADE POR HECTARE CAI, SE COMPARADA COM A COLHEITA DE 2010

A produção do café na região Oeste deste ano será de 493.578 sacas, o que representa cerca de 43 sacas por hectare. A estimativa foi passa-da pela Associação dos Cafeicultores do Oeste

da Bahia (Abacafé). Conforme a entidade, a colheita iniciou em maio e atinge o pico em junho, chegando a ter todas as etapas concluídas em agosto. Houve uma pequena redução na produção desta safra, em compa-ração com 2010, que foi de 45 sacas por hectare. Por outro lado, o alto preço do produto no mercado interno e externo, que chegou a somar um aumento de mais de 100%, está fazendo a felicidade dos 36 cafeicultores da região.

De acordo com a Abacafé, a redução na produção pode ser explicada pela renovação dos cafeeiros em al-gumas áreas. “Porque o café quanto mais novo, mais produz”, explica Ivanir Maia, diretor executivo da asso-ciação. “Estamos aí com várias áreas beirando a oitava safra. Então é preciso passar por um processo de reno-vação, porque o café só produz em ramos novos. Então quando se chega por volta da oitava safra, normalmente se faz uma intervenção, de uma poda drástica ou uma poda leve, e nesses momentos a produtividade cai. Mas no ano seguinte a produção volta ao estágio normal”.

O diretor da Abacafé explicou que o normal para a região Oeste é uma produtividade de 50 sacas por hec-tare. Isso acontece quando se adota todas as medidas padrão de fertilidade e manejo fi to sanitário. Essa ca-racterística torna o Oeste como uma das regiões com as maiores médias de produtividade do mundo. Para se ter um ideia, na região Sudeste, que é onde está a maior concentração de produtores e áreas cultivadas do

CAFÉ

Brasil, a média é de 23 sacas por hectare.Somente a região Oeste representa cerca de um quarto da produ-

ção de café da Bahia. Mas é a região de menor densidade demográ-fi ca de cafeicultores do Estado, ou seja, concentra poucos produtores em grandes áreas, diferentemente do café do planalto da Bahia, onde há muitos produtores em pequenas áreas cultivadas. No Oeste, são 14.729 hectares destinados ao café, mas a produção na atual safra ocupa uma área é de 11.498 hectares.

PREÇO EM ALTAEm comparação ao ano passado, mesmo com a variação de preços

por períodos isolados, o valor da saca do café aumentou em mais de 100%. “No ano passado fi camos em patamares de aproximadamente R$ 220,00, enquanto que esse ano o café está atingindo cerca de R$ 500,00 a saca”, informa Ivanir Maia. “Assim como as outras culturas, onde todas as commodities estão valorizadas, o café literalmente do-brou de preço. Isso aconteceu porque o mundo passou por frustrações de safras em quase todos os países produtores, enquanto que por ou-tro lado o consumo está aumentando. Sem falar que os estoques estão baixando e praticamente esse ano zerou”.

O principal fator que pode explicar a alta do preço do café é o consumo mundial, que cresce cerca de 2,5% ao ano, mas a produção não acompa-nha isso. Dessa maneira, mais da metade da produção da região é expor-tada de forma direta ou indireta, com destino principal para o mercado americano, europeu e, por último, o mercado japonês. A outra metade segue para o mercado interno, principalmente na região Nordeste, para as indústrias locais.

O Oeste baiano produz apenas o café arábica, que é o principal pro-duto do Brasil. Conforme explica a Abacafé, o café do cerrado baiano possui boa fragrância e aroma levemente frutado e fl oral, com excelen-te doçura e acidez. “Isso é uma classifi cação internacional, que é o que diferencia o café de uma região para outra. Então de modo geral, os cafés da região central do Brasil têm essa característica mais aromática. Não tão encorpado, mas com ótimo aroma e de um sabor marcante”, detalha Maia.

Ano passado, a saca do café custava aproximadamente R$ 220. Este ano chegou a R$ 550, explicou Ivanir Maia, diretor da Abacafé

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20 MAGAZINE JUN/2011

CAPA

EQUIPAMENTOS TECNOLÓGICOS DE ÚLTIMA GERAÇÃO ALTERAM A

ATIVIDADE NO CAMPO, OTIMIZAM A PRODUÇÃO RURAL, REDUZEM

OS GASTOS E CONTRIBUEM DE FORMA REVOLUCIONÁRIA PARA

AUMENTO DA PRODUÇÃO NO OESTE BAIANO

Consultor e gerente de peças da Maxum, Rodrigo Martins (D),explicando in loco o funcionamento da base RTK

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JUN/2011 MAGAZINE 21

por JORGE BARBOSA

A revolução tecnológica, pela qual o mundo pas-sa na atualidade, defi nitivamente chegou ao campo. Equipamentos de última geração estão alterando completamente a agricultura, inse-

rindo modernas e práticas modifi cações que geram re-sultados instantâneos, como aumento da produtividade e redução drástica das despesas com insumos agrícolas. As novas tecnologias voltadas para a produção rural, que também já não são novidades no Oeste baiano, de-senham um caminho sem volta, na qual o produtor não tem mais como evitar.

Nessa linha de agricultura de precisão, existe uma larga lista de equipamentos tecnológicos que estão al-terando o cenário agrícola. A Agro Magazine foi à loja Maxum, em Luís Eduardo Magalhães, revendedora au-torizada da Case IH, que é referência em alta tecnologia, performance e produtividade em mecanização agrícola, e selecionou alguns importantes acessórios que estão transformando o jeito de plantar e cultivar e ouviu a opinião de quem mais entende do assunto: o produtor.

Um desses equipamentos é o revolucionário Piloto Au-tomático AFS Guide, que tem como base três sinais de GPS, entre eles o preciso RTK (Real Time Kinematic). Ins-talado em máquinas como tratores, pulverizadores, co-lheitadeiras e outras, o piloto recebe o sinal de localiza-ção via satélite, com o suporte de uma antena instalada na propriedade, que faz a correção do trajeto. A partir daí é possível organizar de forma precisa o trajeto que a máquina vai fazer na área que será plantada ou colhida. O sistema é usado para otimizar todas as etapas da pro-dução, como preparo de solo, corretivos, pulverização, plantio e colheita.

O RTK é o sinal agrícola mais preciso disponível no mercado, com precisão de 2,5 cm em um raio de 15 qui-lômetros. Em outras palavras, o operador da máquina, ao realizar qualquer uma das etapas do cultivo da ter-ra usando o sistema, basta acionar o piloto automático que ele passa a controlar sozinho a direção da máquina com precisão, sem perder espaço e trabalhando a terra por completo. O operador não precisa segurar o volante,

fi cando apenas atendo à qualidade das opera-ções. O RTK é um sinal corrigido por uma base, instalada na fazenda, que envia sinais através de ondas de rádio, gerando um alinhamento perfeito no plantio, no cultivo e na colheita.

Como resultado o produtor ganha, além de uma área maior cultivada, economia nos gas-tos com combustível e outros insumos, como os fertilizantes e calcário. Dados coletados por produtores locais mostram que somente com combustível a economia é de dois litros por hectare. Para uma lavoura de 10 mil hectares, por exemplo, a redução dos gastos numa úni-ca aplicação já compensa o investimento. “É um avanço tecnológico que está nos dando um suporte importante, tanto no preparo da terra e na colheita, como na economia do combus-tível”, explica Sandro Altair Dal Forno, gerente de uma grande propriedade agrícola no Oeste baiano que está utilizando o sistema.

Para Sandro, que trabalha gerenciando todos os ciclos da produção há mais de 23 anos, os re-sultados positivos são muitos. “O sistema é im-portante também porque gera conforto ao opera-dor da máquina, seja de trator ou colheitadeira, pois ele vai ter mais tempo para cuidar da má-quina e da operação que está desenvolvendo”, comenta o gerente, ao analisar o equipamento depois de um dia de trabalho. “Com esse supor-te do piloto automático, o operador da máquina vai desenvolver sua atividade com uma precisão incrível, coisa que manualmente não é possível”.

Para o gerente de fazenda Sandro Altair, o avanço tecnológico otimiza as atividades do campo e

representa economia para os produtores. Acima, o técnico

da Maxum Adriano Pereira explica o funcionamento do

monitor do Piloto Automático

O piloto automático AFS Guide faz as correções de trajeto via satélite com precisão de até 2,5 cm em um raio de 15 Km. Através deste equipamento, é possível obter uma economia com combustível de até 2 litros por hectare.

FOTOS: JORGE BARBOSA

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Outro importante equipamento selecionado pela Agro Magazine juntamente com a Maxum é o Mo-nitor de Produtividade AFS. Trata-se de um equipa-mento opcional em todos os modelos de colheita-deira de grãos da Axial Flow, também da Case IH. Ele faz um diagnóstico e uma gestão da lavoura, disponibilizando, em tempo real, dados e informa-ções de todos os processos da produção agrícola, otimizando a produtividade, reduzindo despesas e tempo, além de melhorar a qualidade da safra.

O Monitor de Produtividade AFS faz o monito-ramento instantâneo da produtividade por talhão e da umidade dos grãos, o que antes levava tem-po e gastos adicionais, possibilitando ao produtor uma melhor gestão da área no instante da colheita. Além disso, todas as informações coletadas nas fa-ses da produção, como preparo da terra, pulveriza-

CAPA

Controle da produtividade

ção, plantio e colheita, fi cam armazenadas em mapas, garantindo um diagnósti-co completo que vai auxiliar o produtor e otimizar as próximas safras.

“O mapeamento da área é uma das grandes vantagens dessa tecnologia, pois nos ajuda muito na adubação do solo”, analisa Carlos Roberto Salomão, gerente de mecanização da Fazenda Mizote, na região de Roda Velha, em São Desidério, uma das maiores produtoras de grãos da região Oeste. “O monitor facilitou nosso trabalho em 90%, pois ele nos passa informações sobre as áreas que produzem melhor, de acordo com a análise de umidade, e também nos informa sobre aque-las que estão menos produtivas. Dessa forma, podemos corrigir as defi ciências e garantir uma produtividade de qualidade”.

A satisfação de Roberto é tanta que ele não imagina mais trabalhando sem o auxílio do monitor de produtividade. “Como trabalhamos com adubação de precisão, o monitor nos dá informações precisas e instantâneas sobre a produ-tividade, informações estas que antes levávamos muito tempo para obtê-las”, salientou.

O gerente da Fazenda Mizote, Carlos Roberto Salomão, conta que o Monitor de Produtividade facilitou em 90% o trabalho, pois o equipamento mapeia as áreas mais e menos produtivas

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O produtor Douglas Alexsandre Radoll, pro-prietário da Fazenda Radoll, na região da Bela Vista, em Luís Eduardo Magalhães, utiliza equi-pamentos Case IH desde 1998. Ela comenta que há anos acompanha a evolução da tecnologia no campo e compreende perfeitamente a utilidade de equipamentos como esses. Para ele, a maior satisfação está no aumento da produtividade. “Além de obter uma importante economia com os gastos, principalmente de fertilizantes, conse-guimos aumentar a produtividade de forma signi-fi cativa”, explica.

Douglas utiliza em suas máquinas Case IH toda a linha AFS (Advanced Farming Systems), como o Piloto Automático, o Monitor de Produtividade e a Barra de Luz EZ-Guide. Essa última ferramen-ta é a sua favorita. Ela também orienta a máqui-na na sua trajetória previamente planejada. Com indicadores luminosos e um mapa no monitor, a Barra de Luz apresenta os desvios à esquerda ou à direita, passando a informação para o operador corrigir a direção evitando falhas e sobreposições. Ela também trabalha com orientação GPS, em parceria com o EZ-Steer e é utilizado em todas as etapas da produção: preparo do solo, plantio, pulverização e colheita.

Para Radoll, a maior importância desses equipa-mentos é que eles fornecem um mapa da colheita. “Sem o mapa de colheita gerado pelo monitor AFS, você não consegue visualizar o que está produzin-do detalhadamente em cada talhão e acaba fi cando no ‘achômetro’, sem ter certeza se está corrigindo realmente a área que merece mais atenção durante o preparo do solo”, destaca, afi rmando que o mapa passa as informações detalhadas e precisas sobre todos os pontos defi cientes na área a ser plantada. “Antes tínhamos que coletar amostras e levar para o laboratório para fazer análises. Isso levava tempo e nem sempre os resultados eram precisos. Hoje, tenho tudo isso de forma instantânea”.

De fácil instalação, a Barra Luz promove um maior rendimento e e uma redução do número de manobras em todas as etapas, resultando em uma importante economia de combustível. “Não consigo imaginar mais a agricultura sem essa tecnologia. Uma vez nesse caminho, não pode mais voltar pra trás. É avançar sempre, aperfeiço-ar, buscar maior produtividade e ser competitivo no mercado”, analisa Douglas Radoll, que cultiva milho e soja, com o auxílio dos equipamentos da Case IH, e vem acompanhando a evolução do sua produção em perfeita harmonia com evolução tecnológica que chegou ao campo.

Mapeamentoe orientação

Bordadura

Pivot

Linha A

Forma livre

Curva idêntica

Bordadura múltipla

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Usuário dos equipamentos da Case IH desde 1998, o produtor Douglas Radoll destaca a Barra de Luz EZ-Guide, também da linha Advanced Farming Systems. Com essa tecnologia, ele pode traçar a trajetória da máquina previamente, conforme os modelos ao lado

A empresa Maxum é a representante da Case IH em Luís Eduardo Magalhães e região. Fundada há mais de 12 anos, possui uma grande estrutura e profissionais qualificados. A empresa oferece equipamentos agrícolas dos mais variados, como tratores, plantadeiras, colheitadeiras de grãos, de algodão, de café, além de pulverizadores. Possui assistência técnica especializada.Na linha de peças, a Case IH oferece uma gama de produtos que geram mais precisão e rentabilidade para o produtor, otimizando a produção do plantio à colheita.

SOBRE A CASE IH

1892

1988

1905

1998

1923

2006

1975

2010

Av. Luis Eduardo Magalhães, 2241 - Luís Eduardo Magalhães/BA - Tel.: (77) 3628.9200 www.maxum.com.br

GERAÇÕESO trator é um dos principais equipamentos agrícolas, sendo a primeira máquina a ser utilizada no campo auxiliando o produtor rural. Veja a evolução dos tratores através do tempo:

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24 MAGAZINE JUN/2011

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PISCICULTURA,UM NEGÓCIO PROMISSOR

por JACKELINE BISPO

FAVORECIDO PELAS CONDIÇÕES GEOGRÁFICAS E AMBIENTAIS, SÃO DESIDÉRIO CAMINHA PARA SE TORNAR UMA REFERÊNCIA NA PRODUÇÃO DE PEIXES NA REGIÃO

Conhecido pelo seu potencial agrícola e turístico, São Desidério agora dá os primeiros passos para se consolidar como produtor de peixes. As condições geográfi cas aliadas ao incremento tecnológico podem alavancar a piscicultura regional, explicou o técnico agrícola Fran-

cisco José dos Santos. “A produção de peixe aqui ainda tem um baixo nível tecnológico, mas gera cerca de 10 toneladas por hectare/ano. Ou seja, esse número pode dobrar facilmente com novos investimentos”, disse.

O desenvolvimento da piscicultura em São Desidério é favorecido por vá-rios fatores, entre eles o vasto recurso hídrico e a luminosidade de aproxima-damente três mil horas de sol por ano. O rico banco de proteínas de grãos (soja, milho e algodão) produzidos na região e o domínio técnico de algumas instituições que dão suporte ao criador também fazem da região um promis-sor pólo piscicultor.

A lâmina d’água de tanques escavados no município está entre 15 a 20 hec-tares, distribuídos em áreas de um a dois mil metros quadrados por tanque. A maioria destes produtores está inserida no perímetro do Projeto de Irrigação São Desidério/Barreiras-Sul. O fornecimento dos alevinos aos produtores é fei-to por meio das estações de piscicultura da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba – Codevasf, e da Bahia Pesca – um órgão ligado a Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca, localizado em São Felix do Coribe.

Para Francisco, a produção existente é sufi ciente para se pensar na criação de Unidades de Benefi ciamento de Pescado (UBP), que agregam valor ao produto e garantem a distribuição

PEIXE

no mercado de consumo. Por enquanto, muitos produto-res comercializam o peixe por meio de encomendas. É o que faz Hélio Cavalcante de Souza que há 10 anos trabalha com piscicultura. “Sempre vendemos o produto no muni-cípio, mas já começamos a entregar também em outros lugares, como Guanambi”.

Hélio explica que apesar do suporte dos farelos de soja e milho que utiliza, sua principal difi culdade está relaciona-da ao preço da ração que alimenta os animais. “A criação exige cuidados especiais, um deles é a alimentação que vem de São Paulo e tem custo elevado”. A ração também é fornecida pelos estados de Santa Catarina e Paraná.

O elevado preço da ração é decorrente da compra in-dividual, pois os produtores ainda não estão organizados em cooperativas. Para ajudar os piscicultores, a Secretaria Municipal de Agricultura e Desenvolvimento Econômico, prevê a criação do Propeixe, um projeto de lei que visa fomentar a prática da piscicultura no município.

Outros cuidados também devem ser levados em con-sideração, pois a quantidade e qualidade do produto de-pendem do manejo adequado dos viveiros. Para isso os criadores contam com as técnicas de biometria, um estudo completo e constante da área, com pesagem dos peixes, análise da oxigenação da água nos tanques, nível de tur-bidez e o rodízio correto da água. “O segredo da criação de peixes em cativeiro envolve uma série de cuidados, principalmente com a qualidade da água e alimentação, pois devemos simular de forma artifi cial para os peixes, o mais próximo das condições naturais”, completa o técnico Francisco, que tem participado de cursos de especialização na área de piscicultura.

Tambaqui, tilápia, pacu, curimatã e o piau, são as espé-cies mais comuns nos viveiros de São Desidério, mas ou-tros animais despertam o interesse dos criadores. É o caso do produtor Paulo Braga que atualmente está investindo também na criação do pirarucu e do surubim. “Não são peixes da nossa bacia hidrográfi ca, mas o pirarucu se adap-tou facilmente à região e o surubim está em fase de teste, as duas espécies tem uma boa aceitação no mercado”. Com a criação nos 35 tanques, em datas especiais como a Se-mana Santa, Paulo abastece mercados de Barreiras, Luís

Eduardo Magalhães, Barra, Xique-Xique, Pilão Arcado e Brasília. O quilo do peixe pode ser comprado por R$ 9 no varevo e R$ 7 no atacado, dependendo da espécie.

O aumento do consumo de peixe e a busca por uma alimentação saudável incluíram esta carne no

cardápio diário das pessoas. A nutricionista Christiani Barbosa de Jesus orienta que o peixe deve ser consumi-

do no mínimo duas vezes por semana. “Ele apresenta um misto de nutrientes essenciais que ajudam no combate e na prevenção de várias doenças, a exemplo do ômega 3, não produzido pelo organismo humano, por isso obtido por meio de alimentos”.

As espécies mais comuns encontradas nos viveiros de São Desidério são tambaqui, tilápia, pacu, curimatã e o piauFO

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UNIDOSPELASEGURANÇA

SEGURANÇA

por JORGE BARBOSA

SOCIEDADE CIVIL CRIA CONSELHO COMUNITÁRIO DE SEGURANÇA E DÁ EXEMPLO DE CIDADANIA E LIÇÕES DE RESPONSABILIDADE SOCIAL

Redução dos índices de criminalidade e contribuição econômica e logística para melhorias da segurança pública. Essas são algumas das conquistas do Conselho

Comunitário de Apoio à Segurança Pública de Luís Eduardo Magalhães (Conseg LEM), criado há dois anos. Formado por 43 entidades representativas da sociedade civil, incluindo produtores rurais e em-presários ligados ao agronegócio, o conselho alterou completamente o quadro de segurança no município e foi classifi cado como modelo pela Secretaria de Se-gurança Pública da Bahia.

“Não somos apenas um grupo de pessoas que se reúne para apontar problemas e cobrar soluções: so-mos também fi nanciadores da segurança pública do nosso município, com um posicionamento apartidá-rio”. Essa frase de Julio Mattos, presidente do Con-seg, explica bem as atribuições do grupo, que realiza reuniões quinzenais e investe cerca de R$ 14 mil ao mês diretamente na segurança pública local.

A iniciativa é uma prova de que a boa vontade e a participação popular pode alterar positivamente o meio, deixando de ser apenas dependente das ações do poder público para passar à condição de colabo-rador.

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JUN/2011 MAGAZINE 27

AÇÕESDesde que foi criado, o conselho alugou, equipou e caracterizou

dois veículos modelo Uno, seguindo o padrão de uma viatura da Polícia Militar. Ainda caracterizou viaturas da PM e recuperou outras duas, modelo Meriva. Todas as despesas com essas ações foram cus-teadas pelo Conselho, que também fi nancia a manutenção das mo-tocicletas usadas pelos policiais e a internet da 5ª Companhia da PM.

Para a Polícia Civil também foram destinados vários investimentos. O Conseg construiu o pátio fechado da delegacia para abrigar os veí-culos apreendidos; locou um veículo para uso em tempo integral dos agentes e disponibilizou outro para emergências; forneceu apoio fi nan-ceiro para transferência de presos, viagens do delegado e outras ações. Além de tudo, a entidade mantém uma campanha de valorização das polícias para a sociedade. O Conselho também começou a realizar reu-niões itinerantes, nos bairros, para ouvir os moradores, colhendo suas propostas e fazendo os encaminhamentos necessários.

RECONHECIMENTODe acordo com o presidente Julio Mattos, todas as

ações desenvolvidas pelo Conselho foram reconheci-das ofi cialmente pelo secretário de Segurança Pública do Estado, Maurício Telles Barbosa, que visitou Luís Eduardo Magalhães na primeira semana de maio. “O secretário fi cou surpreso com a quantidade de ações sociais que desenvolvemos e disse que nunca tinha visto isso em nenhum lugar do Estado, afi rmando que o Conseg LEM é um exemplo”, destacou.

Na audiência com o secretário, o Conseg apresen-tou algumas reivindicações, como a transformação do da 5ª Companhia em um Batalhão. Se o pedido for atendido, a cidade passará a ter mais policiais e uma estrutura mais adequada. O que não falta é disposição da Conseg para realização de tal proje-to. “Entendemos que nossa participação, ou seja, a participação de todas as entidades e pessoas que formam o conselho são de fundamental importância para as melhorias”, frisou Mattos.

O Conseg solicitou também a instalação de câme-ras de monitoramento e a criação de postos policiais nos bairros. Em parceria com a prefeitura, a direção do conselho também propôs a construção da Cadeia Pública Municipal de Luís Eduardo Magalhães. Outra proposta foi a formalização de um convênio para a construção do módulo administrativo da Polícia Ci-vil, que hoje funciona em um local precário. Nesse caso, o conselho novamente se comprometeu em contribuir fi nanceiramente com a obra.

“Tanto a Polícia Civil como a Militar necessitam de equipamentos adequados urgentes. Estamos refor-mando o alojamento dos soldados da 5ª Cia”, des-tacou Mattos, afi rmando que tudo isso só está sendo possível devido a atuação direta e comprometida das instituições e pessoas que formam o conselho. “Es-tamos comprometidos com a segurança pública de Luís Eduardo Magalhães e vamos continuar fazendo a nossa parte pelo bem do município e de toda a po-pulação”.

Cidade polo da agroindústria e com apenas 11 anos de existência, a cidade de Luís Eduardo Magalhães está servindo de exemplo para os demais municípios baianos, através de ações como essas da sociedade civil organizada.

Estamos comprometidos com a segurança pública de Luís Eduardo Magalhães e vamos continuar fazendo a nossa parte pelo bem do município e de toda a população”JULIO MATOS,Presidente do Conselho Comunitário de Apoio à Segurança Pública do LEM

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Entre as ações do Conseg, a aquisição e caracterização de veículos seguindo padrão da Polícia Militar

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COMPETÊNCIAE RECONHECIMENTO

por JORGE BARBOSA

FAAHF INVESTE EM EQUIPAMENTOS E ESTRUTURA, TORNA-SE REFERÊNCIA EDUCACIONAL, RECEBE ALTO RECONHECIMENTO DO MEC E PRESENTEIA A SOCIEDADE COM AÇÕES SOCIAIS

Edifi cada no sonho de uma educação moderna e humanizada, a Faculdade Ar-naldo Horácio Ferreira (FAAHF) é mais que uma instituição de ensino superior: é uma conquista da cidade de Luís Eduardo Magalhães. Fundada há cinco anos, a instituição se tornou referência para toda a região e agora passa a se

destacar pelos vários projetos de pesquisa e extensão, com foco principalmente voltado o social.

Como resultado de uma política educacional séria, com base nos pilares sólidos da dig-nidade, ética e do respeito ao próximo, os cursos da FAAHF receberem notas excelentes do Ministério da Educação e Cultura (MEC). Administração, Agronomia, Ciências Contábeis, Direito e Letras obtiveram nota 4 (muito boa), que signifi ca uma classifi cação alta, já que a nota máxima é 5. Os cursos de Engenharia da Produção e Pedagogia ainda estão em processo de reconhecimento.

“A FAAHF está sendo construída com paixão e competência e, com ela, o progresso do Estado e do país, fazendo da realidade regional e de suas características uma convic-ção acadêmica”, explica a diretora Maria Angelina, ao comentar que a Faculdade não representa apenas uma instituição de ensino, mas um conjunto de valores que busca, antes de tudo, formar cidadãos. “Fazemos educação por paixão e queremos deixar uma marca de qualidade na educação brasileira, baseada em valores que resultem em novos comportamentos e posturas”.

EDUCAÇÃO

Ambientes internos e externos agradáveis para melhor comodidade de alunos, docentes e visitantes

FOTOS: DIVULGAÇÃO

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A unidade oferece ainda os cursos de pós-graduação em Es-tudos Linguísticos e Literários, Gestão Metodológica do Ensino e Psicopedagogia, em parceria com a Fundação Getúlio Var-gas (FGV). Os cursos de MBA são os mais variados e também buscam atender as necessidades da região, como o curso de Gestão de Estratégia do Agronegócio. Mas também se destacam os cursos de Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria; Lo-gística; Gestão de Pessoas; e Gestão Empresarial com Ênfase em Estratégia e Logística. Todos iniciados em 2011.

EXTENSÃO SOCIALIndo além, a Faculdade tem aprofundado seu contato com a co-

munidade, com o foco na responsabilidade social. Isso está sendo feito através de projetos específi cos de cada curso. Destaque para o Núcleo de Prática Jurídica (NPJ), voltado para atender as pes-soas de baixa renda, e o Balcão de Justiça e Cidadania, realizado

pelo curso de Direito em parceria com Tribunal de Justiça da Bahia. Trata-se de uma iniciativa que oferece assistência gra-tuita à sociedade na mediação de confl itos familiares, princi-palmente na área cível. Somente em 2010, foram realizados 493 atendimentos para cerca de 560 pessoas. O curso pro-move ainda o projeto Direito na Escola, com palestras sobre direitos humanos e cidadania nas escolas públicas.

O curso de Agronomia também conta com o Laborató-rio de análise da ferrugem da soja, cadastrado na Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), além de desenvolver o projeto Indutores de Resistência na Cultura do Algodão, fi nanciado pelo Fundo para o Desenvolvimento do Agronegócio do Algodão (Fundeagro).

Já o curso de Engenharia da Produção desenvolveu um aquecedor solar com material reciclável, além de manter o projeto de reaproveitamento de óleo de fritura para fabrica-ção de materiais de limpeza, como sabão, e biodiesel. Estes projetos já foram executados em caráter experimental e a pretensão é expandir para a comunidade, conforme explica a direção da FAAHF. “Intensifi camos cada vez mais nossa dedicação e compromisso com a qualidade. Assim, a FAAHF cresce inovando a cada dia, com a credibilidade de sempre”, comenta Maria Angelina.

Dentre os projetos pedagógicos está prevista a criação de um curso de alfabetização e letramento; um laboratório de ensino, voltado para as práticas artísticas; e uma brinquedo-teca. Além da continuidade dos trabalhos de produção cul-tural e literária, está programada a implantação de um curso de gramática e conversação em inglês e outro de francês ins-trumental.

Já o colégio da FAAHF, o CEMAC (Centro Educacional Maria Cardoso Ferreira), que funciona no mesmo espaço, promove eventos que priorizam a integração da escola com as famílias dos alunos, mantendo seu calendário de proje-tos interdisciplinares voltados para as expressões artísticas, literárias e científi cas, bem como, a ênfase na orientação vo-cacional. O CEMAC é conveniado com a Rede Salesiana de Escolas, e prima pelo conhecimento baseado nos valores hu-manos, na formação de cidadãos éticos, morais e cristãos.

A FAAHF, assim como a própria cidade de Luís Eduardo Magalhães, (nome histórico “Mimoso do Oeste”) tem sua história entrelaçada com a história de vida do pecuarista e empresário Arnaldo Horácio Ferreira, proprietário de uma imensidão de terras onde antes se formou a comunidade de Mimoso. O lugar cresceu, prosperou e passou há condição de cidade há 11 anos. O município que hoje mais cresce no Brasil teve seu primeiro desenvolvimento nos braços de Arnaldo Ferreira, que desbravou o cerrado e vislumbrou um futuro de muito trabalho e muitas conquistas. Para

SAIBA MAIS

concretizar seus sonhos, Arnaldo Horácio Ferreira teve o importante apoio de sua esposa, Dona Maria Cardoso Ferreira. Seu Arnaldo faleceu em 04 de outubro de 2002, mas deixou como legado uma vida marcada pelo trabalho, persistência e muita dedicação. Por tudo que representa para o município, sua esposa decidiu consolidar ainda mais seus projetos visionários e como homenagem e prova de amor implantou em 2006 a FAAHF. A Faculdade leva não apenas o nome do seu patrono, mas sua credibilidade e seus princípios.

A Faculdade Arnaldo Horácio Ferreira dispõe de biblioteca ampla, modernos laboratórios, auditório e vários outros equipamentos imprescindíveis para uma formação de qualidade

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30 MAGAZINE JUN/2011

GASTRONOMIA

Aberto diariamente para o café, almoço e jantar, o restaurante

Saint Louis se tornou uma das opções mais deliciosas e

refinadas da gastronomia da região. Com uma culinária rica e

diversificada, a cozinha agrada os paladares mais exigentes

e conta com experientes profissionais do setor, a exemplo

do chef Sidnei Andrade, que há 11 anos se dedica à arte de

criar, preparar pratos e fortalecer sabores nos principais hotéis

de Brasília. No cardápio, saladas, massas, aves, carnes,

peixes e frutos do mar que podem ser combinados a vinhos

nacionais e importados, além de aperitivos, licores e outros

acompanhamentos. Aos sábados, o restaurante oferece uma

tradicional feijoada e caipirinha em dobro - ou seja: pedindo a

primeira, a segunda é grátis. O cardápio ainda oferece pizzas

e lanches. No entanto, apesar de alguns pratos tradicionais, o

restaurante do Saint Louis dispõe de outros mais sofisticados,

adotados após várias pesquisas com os clientes. São eles

o “Galeto ao curry”, “Filé mignon à moda do chef”, “Filé ao

molho poivre vert”, “Surubim ao molho de tangerina” e a já

famosa “Costela suína ao molho barbecue” (ao lado), que

é acompanhada de arroz com castanha de caju e abacaxi

flambado. Uma delícia de encher os olhos e atiçar o apetite. É

importante lembrar que o restaurante não é de uso exclusivo

dos hóspedes do hotel, é aberto ao público em geral.

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HOTEL REFERÊNCIA NO OESTE BAIANO CONQUISTA O PALADAR DA REGIÃO COM UM REQUINTADO RESTAURANTE QUE ALIA PRATOS TRADICIONAIS BRASILEIROS A COZINHA INTERNACIONAL

HOTEL SAINT LOUIS - Rua JK, 1000, Jardim Paraíso - Luís Eduardo Magalhães (BA)Tel.: (77) 3628.7777 // www.hotelsaintlouis.com.br

Em um prédio de sete andares, o Saint Louis possui a capacidade de receber até 304

hóspedes. São 76 flats e suítes luxuosas, além de internet wireless, uma sala de eventos,

três salas de reuniões, dois elevadores panorâmicos e um amplo e estruturado auditório.

Tudo isso com uma equipe composta por 46 profissionais qualificados.

Temos orgulho de ser o maior hotel da região Oeste, com a melhor estrutura e com

capacidade de oferecer serviços diversos, sempre seguindo as mais importantes

exigências do segmento de hotelaria. Prezamos, em primeiro lugar,

pela satisfação do nosso hóspede ou dos nossos clientes que buscam os demais

serviços, como o nosso restaurante

DIEGO LAUCK MARIANO, gerente do Saint Louis

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32 MAGAZINE JUN/2011

INFORME PUBLICITÁRIO

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34 MAGAZINE JUN/2011

AGROAGENDASuperagro Minas 2011

Evento iniciou no dia 25 de maio e será encerrado no próximo 05 de junho. Acontece no complexo Parque de Exposições da

Gameleira (Expominas), em Belo Horizonte (MG). A Superagro também engloba a tradicional Exposição Agropecuária, a 15ª Feira e Festival Internacional da Cachaça (Expocachaça); Feira de Negócios, Serviços e Produtos Pet e Veterinários (Expovet); Feira da Agricultura Familiar e Ciclo de Palestras. As novidades desta edição são a Feira da Pesca, Aquicultura, Náutica e Turismo; o Concurso Estadual do Queijo Minas Artesanal e o 16° Encontro Nacional de Educação Sanitária e Comunicação.

Pequenas frutasA sexta edição do Seminário Brasileiro sobre Pequenas Frutas acontece nos dias 14 e 15 de julho, na cidade de Vacaria, no Rio Grande do Sul. Este é um dos principais eventos nacionais de atualização técnica sobre o cultivo das chamadas pequenas frutas, frutas vermelhas ou berries, como são conhecidas em inglês. O evento, que teve sua primeira edição em 2003, já se consolidou como espaço de encontro de produtores e técnicos para troca de informações sobre a produção de morango, amora-preta, framboesa, mirtilo e physalis com qualidade, bem como para o debate de aspectos relativos à comercialização.

ExpoagroConsiderado o maior evento do agronegócio do Centro-Oeste, a Exposição Internacional, Agropecuária, Industrial e Comercial de Mato Grosso (Expoagro), será realizada no período de 07 a 17 de julho. O evento está na 47ª edição e a expectativa é

de que sejam fechados negócios na ordem de R$ 50 milhões. A exposição acontece no Parque de Exposições “Senador Jonas Pinheiro”, no bairro do Porto, em Cuiabá.

Papaya e bananaA Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri) do Governo da Bahia vai realizar, de 31 de outubro a 4 de novembro, o 5º Simpósio do Papaya Brasileiro. O evento acontecerá em Porto Seguro e deverá reunir produtores e pesquisadores da cultura do mamão de todo o país. Além do mamão, o Estado também é líder na produção de banana. Por esse motivo, a Bahia também vai realizar o Simpósio ProMusa, evento internacional de bananicultura. Está marcado para acontecer de 10 a 14 de novembro, em Salvador.

AlgodãoSerá realizado de 19 a 22 de setembro o 8º Congresso Brasileiro do Algodão & Cotton Expo 2011. Promovido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e com a realização da Associação Paulista dos Produtores de Algodão (APPA), o evento acontece na cidade de São Paulo, na Expo Center Norte, e deverá reunir produtores de todo o Brasil.

29ª ExpobarreirasDe 03 a 10 de julho, Barreiras será palco mais uma vez da Expobarreiras. A 29ª edição do evento está sendo organizada pela Associação dos Criadores de Gado do Oeste Baiano (Acrioeste). Serão cinco leilões em destaque, com animais de alto nível e a confirmação da presença de importantes pecuaristas do cenário nacional, oportunidade tanto para aqueles que querem vender, quanto para aqueles quer pretendem adquirir animais de raça. A Expobarreiras acontece anualmente, conta com as seguintes linhas de produtos e serviços: máquinas e equipamentos agrícolas, bovinos, caprinos, ovinos, rodeios, parque de diversões, shows com cantores e bandas do cenário nacional e outros produtos da agricultura, pecuária, indústria e comércio da região. Com cerca de 200 expositores. Com investimentos em infraestrutura e atrações a EXPOBARREIRAS se consolida como a maior feira de agronegócios da região.

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