ahmtem19801123 -...

70
~I a ~I a u ................ .... .. . .... ............ ÉX;" . .......... . .......... ... ... TEMpo ýj 0 EMODELOU 0 NOS:50 FPA15 CR fv BLIC J.Å0 T0 DAS rr.,ETIERlo r:E VEN DA f>UBLICIV.ADE PJA0 SE ,A 5 E SPAlý_0. AGroRýA ENTENDE COMO UM Allut-JCIAR NA 1EMPO I:NVas-riMýN'r0 PAR.A EMPR,,E5A5.1 I -STA ^o ALCAMCE OISTER QRANDE5 Luc9o5 DE TOP05 E LA F- A QALAN TiA D,4 P ISTRIBUICÅ0 Pos RODUT05 FELD fOV Gb le, .4 PRODU C-ÅO PORTANT A /-J F- -5 -r,^ A0 5 EMPRE ssim E «SE p, vi cc> Do P F- V 5 M ANU N C IA R- ERV-IR MELI+OK P0 vé> :5 SEUS SE RV IC CO) Pov E 05 SEUS F>pWD UT0Xý>L i C-ANP0 AN-rACENS DA 5 UA UTJ LIZA LF- u r--.) r;;ý n,, t,-- F,,? ni F.I n.. ----------- - Sl ootec C do1 Hist, de 5.I¢ç DIRECTOR Mia Couto. CHEFE DA REDACÇÃO Albino Magaia. REDACÇAO Sol de Carvalho, Calane da Silva, Alves Gomes, Areosa Pena, Orlando Mendes. Arlindo Lopes, Luís David, Ofélía Tembe, Bartolomeu Tomé, António Marmelo, Fátima Albuquèrque, Filipe MataFOTOGRAFIA Kok Nam, Danilo Guimarães, Naíta Ussene, Alberto

Upload: others

Post on 18-Nov-2020

4 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

~I a

~I au. . . . . . . . . . . . . . . ..... .. . ................ÉX;".. . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . . . .

TEMpo ýj 0EMODELOU 0 NOS:50 FPA15CR fv BLIC J.Å0T0 DAS rr.,ETIERlo r:E VEN DA f>UBLICIV.ADE PJA0 SE,A 5 E SPAlý_0. AGroRýA ENTENDE COMO UMAllut-JCIAR NA 1EMPO I:NVas-riMýN'r0 PAR.A EMPR,,E5A5.1 I-STA ^o ALCAMCE OISTER QRANDE5 Luc9o5DE TOP05 E LA F- A QALAN TiA D,4P ISTRIBUICÅ0 Pos RODUT05 FELD fOVGb le,.4 PRODU C-ÅO PORTANT A /-JF- -5 -r,^ A0 5 EMPRE ssim E«SE p, vi cc> Do P F- V 5 M ANU N C IA R- ERV-IR MELI+OKP0 vé> :5 SEUS SE RV IC CO) PovE 05 SEUS F>pWD UT0Xý>L i C-ANP0 AN-rACENS DA 5 UA UTJ LIZALF- ur--.) r;;ý n,, t,-- F,,? ni F.I n..----------- -

Sl ootec C do1Hist, de 5.I¢çDIRECTORMia Couto.CHEFE DA REDACÇÃOAlbino Magaia.REDACÇAOSol de Carvalho, Calane da Silva, Alves Gomes, Areosa Pena, Orlando Mendes.Arlindo Lopes, Luís David, Ofélía Tembe, Bartolomeu Tomé, AntónioMarmelo, Fátima Albuquèrque, Filipe MataFOTOGRAFIAKok Nam, Danilo Guimarães, Naíta Ussene, Alberto

Page 2: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

Muianga, Domingos Elias. MAQUETIZAÇÃOEugénio Aldasse.SECRETARIA DA REDACÇAO1 Velemina Malen.dzele, Aiate Ada'no. José Mâposse.COLABORADORESJoão Craveirinha (Desenho), Frederico Lopes (Desenho), Miguel Magalhães(Desenho), Jorge Mano (Desenho), Domingos Lydia (Desenho), Armindo Afonso(Fotografia), Yussuf Adam (Internacional),Felisberto Tinga (Internacional).REVISÃOGuilherme Morbey, Getúlio Tembe.ARQUIVOManuela Braga, Narcésia Massango, Belmira Langa.CORRESPONDENTES INTERNACIONAIS:Augusta Conchigla (Angola), Jane Bergeroi (Namí-, bia e Africa do Sul), HarryBoyte (Estados Unidos),Tony Avirgan (Tanzania), Beatriz Bíssio (Brasil).COLABORAÇÃO EDITORIALTercer Mundo, Guardian (N.Y.).AGÊfNCIAS:Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti.ADMINISTRADORMário Sevene.CHEFE DAS OFICINASJorge Manhique.Endereço Postal: Av. Ahmed Sekou Touré. 1078C. P. 2917 - Telefones: 26191/2/3Telex n., 6-486 TEMPO MOREPÚBLICA POPULAR DE MOÇAMBIQUEPreço: Moçambique 15,OOMT - Angola 40 Kwanzas Portugal 50$00ASSINATURAS:Província do Maputo. Gaza e Inhambane: 1 Ano (52 números) 940,OOMT; 6meses (26 números) 470,OOMT; 3 meses (13 números) 235,OOMT. Outrasprovíncias, por via aérea: 1 Ano (52 números) 1 1.70,OOMT; 6 mees (26números) 585,O0MT; 3 meses (13 números) 295,OOMT. O pedido de assinaturadeve ser acompanhado da importância respectiva.EDIÇÃO N.- 528 23 DE NOVEMBRO 1980CAPA:Projecção do distrito de ChiútaTempo nacionalConferência de Maputo: Rumo àlibertação económica - Cahora Bassa: Vários consórcios interessados naconstrução da Centro-Norte Unango: A mais bela das cidadesno Niassa ... ... .... ... ... .... 5General Giap em Moçambique: Cooperar para construir o socialismo ....................... . 12

Page 3: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

Distrito: Aqui fermenta a nação ... 14Tempo, internacionalZimbabwc: Os incidentes de Bulawayo - Uganda na crise eleitoral - Café serátema de encontro emLuanda ....................... 26União Soviética: Crónica da primeira zona libertada da humanidade .... .. .... .......... ... .....30Anti-semitismo não, anti-sionismosim (2) ... ...................35A estratégia total d;t Botha: Reforma ou contra-insurgéncia? ...... 39Tempo cultural32." Feira do Livro de Francoforte-sobre-o-Meno ................ 50Poesia: Com pedras se faz lume ... 58Cinema: «Apocalypse Now»: Que arroz é este? ... ... ... ... ... ... 60

TemponacionalA SEMANAPRESIDENTE SAMORA MACHEL NA UNIÃO SOVIÉTICAO SIGNIFICADODE UMA VISITAO Presidente Samora Machel encontra-se uma vez mais de visita à UniãoSoviética. A última visita presidencial à URSS foi realixbda há quatro anosquando o nosso País iniciava o difícil caminho da reconstrução nacional.O encontro do dirigente máximo moçambicano com o Presidente L. Brejnev, em1976, dava expressão a uma nova etapär na coopração com a URSS. Até então atarefa central era a libertação do país, a conquista da Independência. Na ajudamilitar, no fornecimento de Frmas, na formação de quadros no apoio diplomãtico-a URSS prestou um apoio exemplar. A luta militar era a frente: principal docombate libertador, aquela em que era necessário c9ntrar apoio solidário dospaíses amigos, dos nossos aliados naturais. Com a proc!4mação da Independênciao centro de gravidade dos nossos esforços deslocou-se para a frente da produção.Da mesma forma a cooperação com os países amigos passou a gravitar em tornodas questões económicas, das preocupações decorrentes da construção de umaeconomia sólida e próspera,. A nossa economia cresceu, as nossas conquistasconsolidaram-se. E a cooperação com os países socialistas reforçou-se, sobretudono domínio'da economia. Em 1977 um Tratado de Cooperação vigorando porvinte anos foi assinado entre a UfRSS i a RPM. A nossa opção dedesenvolvimento Conduziu-nos a que hoje nos possamos re!aeonar com os paísessocialistas não apenas como aliados naturais mas "como membros da mesmacomunidade socialista.A década que, se avizinha impõe-nos as tarefas pesadas e conduz-nos a uma etapaqualitativamente nova no nosso desenvolvimento. A cooperação solidária.emutuamente vantajosa deve acompanhar este salto qualitativo no progresso donosso País. O reforço da cooperação multiforme com a URSS e todos os países

Page 4: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

socialistas trará uma contribuição decisiva para a eliminação do nosso principalinimigo: o sub~desenvoIvimento.O Presidente Samora Machel acaba de efectuar uma visita oficial à UniãoSoviética à frente :de uma importante delegação Partidário-Governamental.Segundo informações chegadas à nossa Redacção antes do fecho da presenteedição; logo no segundo dia da sua estada em Moscovo foi assinado um acordo decooperação entre o Partido FRELIMO e o Partido Comunista da União Soviética.No mesmo dia o Chefe de Estado moçambicano foi condecorado com umamedalha da Ordem de Amizade dos Povos.Momentos após a chegada do Presidente Samora Machei a Moscovo onde foirecebido pelo Seeretário-Geral do Partido Comunista daUnião Soviética. Leonid BrejnevEntretanto segundo notícias chegadas da União Soviética quer dos enviados dainformação moçambicana quer das agências informativas soviéticas a delegaçãomoçambicana chefiada pelo Presidente Samora Machel tem sido alvo deconstantes manifestações de amizade e solidariedade.«Os cidadãos soviét;cos receberam o Camarada Samora Machel como seu amigoe cor.religionário que representa os operários e camponeses do novoMoçambique, todos quantos forjam presentemente, na frente pacífica, a suavitória,e a mais importante, que é a construção do socialismo em Moçambique» escreveuno primeiro dia da visita a agência Novosti.A opção do Partido FRELIMO pelo marxismo-leninismo na sua luta pelaindependência e construção de uma sociedade nova em Moçambique, foi tambémtónic, dos comentários na imprensa e rádio daquele primeiro Pais socialista domundo.O internacionalismo do Povo moçambicano, claramente provado pelo apoio esolidariedade dados à luta do Zimbabwe contra o colonialismo,TEMPO - 23-11'-80

foi outro dos pontos bastante referenciados pela informação. soviética.«O heróico povo da pátria 4e Eduardo Mondlane d eu uma contribuiçãoexcepcionalmente valiosa para a luta pela libertação do Zimbabwe. Nem osconstantes actos de agressão do regime de Smith, nem a pressão económica epolítica, nem os actos de sabotagem conseguiram quebrar a vontade e adeterminação dos trabalhadores e camponeses moçambicanos de ajudar os seusirmãos do Zimbabwe a adquirirem a sua independência» escreveu Riabtsov,articulista da agência NovostilORDEM DE AMIZADE DOS POVOS ATRIBUIDA A SAMQRA MACHELEm reconhecimento da revolução moçambicana e, par. ticularmente do PresidenteSamora Machel na sua-luta pela consolidação da fraternidade entre os povos, oChefe de Estado moçambicano foi dis-Uma delegação da Comissão Militar que governa o Uganda, chefiada por PauloMuwanga, esteve em Moçambique na passada quarta-feira, t e n d o mantidoconversações c o m uma delegação moçambicana, chefiada pelo Presidente do

Page 5: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

Partido FRELIMO e Presidente da República Popular de Moçambique, SamoraMoisés Machel._No encontro, o Presidente da Comissão Militar ugandesa falou se6re a situaçãoeconá-tinguido com a medhalha «Ordem de Amizade dos Povos», entregue pelo seuhomólogo, Leonid Brejnev.«Nesta condecoração está crisializada o heroismo dos operários, camponeses,soldados e marinheiros que em 1917 guiados pelo grande Lenine, transformaramPetrogrado-' no primeiro farol da liberdade dos trabalhadores do mundo inteiro.Nesta condecoração brilha a vontade de paz e amizade de que é portadora amensagem comunista que se concretiza pela primeira vez no Decreto da Paz. Nelaestá sintetizado o sangue dos milhões de soviéticos que tombaram para que, sobreas cinzas do nazismo derrotado, pudessem nascer e florescer novas zonaslibertadas da humanidade» disse na altura, o Pre.sidete Samora Machel.Sobre a União Soviética, chamamos a atenção dos nossos leitores para umacrónica do nosso director Mia Couto, que esteve recentemente na UniãoSoviética. 'lmica, política e militar que o seu país enfrenta agora. Disse que, de acordo com aposição da Comissão que dirige, após a realização das eleições que terão lugar emDezembro próximo, será' possível fazer convergir esforços entre diversasformações políticas para a tarefa da reconstrução nacional. Sobre o Uganda, cha..'mamos a atenção dos nossos leitores para um trabalho mais desenvolvido queinserimos na secção «Tempo Internacionalv».[]MAIS AUTOCARROS PARA OS TPU DE MAPUTO E BEIRASetenta autocarros da marca «lkarus» do tipo convencional (não articuladosychegarão aoTEMPO - 23-11-80nosso país na primeira quinzena de Dezembro para reforçar a frota da ermpresaTrens-portes Públicos Urbanos. De acordo com informações veiculadas pelo jornal«Notícias», 50 destas unidades estão destinadas aos TPU de Maputo e as restantes20 para a mesma empresa da Beira.Dois médicos moçambicanos partiram no passado dia 14 comdestino a Portugalonde vão aperfeiçoar e actualizar os seus conhecimentos dentro da especialidadeque já exercem e, ao mesmo tempo, familiarizar-se com métodos de ensino vistoserem também professores na Faculdade de Medicina. São eles a dr. LiseteCanotilho e o dr. Joaquim Cardoso que irão especializar-se respectivamente emOftalmologia e Cirurgia Urológica. Entretanto, espera-se que dentro em breve umcirurgião se desloque também àquele País para se especializar em cirurgiatoráxica.A ida destes médicos para especialização surge no âmbito dos acordos decocoperação entre Moçambique e a Fundação Gulbenkian com o apoio do«Em relação à primeira visita que efectuámos, a diferença entre aquilo que vimose o que vemos agora é muito grande. Notamos uma sensível melhoria nostrabalhos da fronteira, no queP se refere ao relacionamento com as pessoas, trato e

Page 6: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

desembaraço das bagagens» - disse o Ministro da Segurança, Major-General,Jacinto Veloso, numa recente visita efectuada ao posto fronteiriço de RessanoGarcia, por onde transitam mineiros mo-Os autocarros têm capacida. de para transportar 110 pass geiros Oda um e a suaaquisição, incloiindo o material sobressalente, representa um investimento decerca de 150 mil contos em divisas olMinistério da Educação e Acção Social de Portugal, que concedeu bolsas deestudo que são utilizadas consoante as necessidades da RPM.Segundo foi informado à TEM P O, dentro da mesma orientação, para formaçãoespecífica alguns médicos que completaram a sua prática rural estãopresentemente no Hospital Central de Maputo a especializar-se em Ortopedia,Medicina Interna, Oftalmologia, Anesteseologia, Cirurgia e Anatomia Patológica.'Recorde-se que o Presidente Samora Machei no seu discurso ao pessoal da Saúde,no dia 4 de Dezembro do ano passado, referiu a necessidade da especialização.Esta acção, insere-se portanto, na implementação dessa orientação.çambicanos de e para a Africa do Sul.Depois de enaltecer os es. forços feitos pelas diversas estruturas envolvidas nostrabalhos de transformação das condições de recepção dos moçambicanostrabalhadores na África do Sul, dissè que é necessário coordenar-se o trabalhoentre todos os sectores envolvidos, por forma a que se possam superar outrosproblemas que ainda subsistam. oESPECIALIZAÇÃO DE MÉDICOS NO ESTRANGEIROE NARPMMOÇAMBIQUE E UGANDA EM CONVERSAÇÕESRessano Garcia: MELHORIA NA RECEPÇÃO D2 MINEIROS

PRESIDENTE SAMORA MACHEL RECEBEU COMISSARIO DA ONUPARA A NAMIBIAMÉTODO UNIFORME DE CONTABILIDADE NAS EMPRESAS ESTATAISAGRICOLASA necessidade de criação de um sistema uniforme de contabilidade, para ummaior contrôle nas empresas estatais agrícolas, esteve na base do primeiroseminário nacional do sector, recentemente realizado na capital da Província deManica e Chimoio.No encontro, outros aspectos levantados pelos participantes foram a melhoria doprocesso de planificação e promoção, através de um permanente trabalho deconsciencialização dos trabalhadores.o]SECRETARIO DO DTIP VISITOU FEIRA DE NAMPULAO Presidente da República, dos paíse Samora Moisés Machel, rece- das conv beuno passado Domingo, em te havidaMaputo, Marti Ahtisaari, Co- uma dek missário das Nações Unidas Unidas epara a Namíbia. Aquele diplo- -africanas mata, veio a Maputo mandatado car aMa pelo Secretário-Geral da ONU, em Dar-E com o objectivo de dar contaLuanda e ao Chefe de Estado moçambi- mesmo c cano, como dirigente de umBPD ORGANIZA-SE PARA ACOMPANHAR

Page 7: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

PLANO ESTATAL CENTRAL DO PRÓXIMO ANOs da Linha da Frente, ersaçÕes recentemens em Pretória ent;e gação das Naçõesas autoridades sulAntes de se desloputo, Ahtisaari esteve :s-Salaam, Gaberone.Salisbúria. com o ibjectivo.O Secretário do Comité Central para o Trabalho Ideológico do Partido. JorgeRebelo, que se encontrava na Provncia de Nampula, visitou a feira agro-industrialrecentemente realizada naquela cidade. Depois de apreciar as exposições dosvários pavilhões, aquele dirigente exortou os expositores a melhorarem cada vezmaisos níveis de produção e de organização.Jorge Rebelo, por outro lado, elogiou na ocasião, a direcção da feira pela formacomo pôde organizar aquele certame. Na sua deslocação fez-se acompanhar pelogovernador da Província e por membros do Partido e governo em Nampula. ,CHUVAS PQDERAO ATENUAR OS EFEITOS- DA SECA- Serviços Meteorológicosprevêem chuvanesta última quinzenade NovembroRealizou-se durante a semana passada, em Maputo, uma reunião alargada doBanco Popular de Desenvolvimento, para o estudo de mecanismos deacompanhamento e contrôle do cumprimento do Piano Estatal Central para opróximo ano.A concessão de crédito, captação de poupanças e a defi-nição de outras tarefas prio. ritárias a desenvolver no limiar desta década, foramoutros dos assuntos discutidos naquele encontro. Participaram na reunião,directores e chefes de departamentos do Banco, gerentes das filiais em todo o Paíse alguns funcionários do Banco de Moçambique.Os Serviços Meteorológicus de Moçambique prevêem que durante esta últimaquinzena de Novembro se verifiquem aguaceiros dispersos a norte do Zambeze echuvas a pul do mesmo rio.O princípio deste ciclo de chuvas, segundo informações dos mesmos serviços,representará uma acentuada melho-ria das condições climáticas, particularmente na região a sul do rio Zambeze, ondese pensa que vastas áreas atingidas pela seca nas províncias de Tete, Sofala,.Inhambane, Gaza e Maputo poderão ver criadas algumas condições que permitama médio prazo atenuar os efeitos daquela calamidade natural. 11TEMPO - 23-11 -80

TemponacionalACTUAUDADEConferência de Maputo:Rumo à ibertao econmicaA análise dos mecanismos para acelerar o desenvolvimento regional e o processode libertação económica da zona, subordinada desde a época colonial aosinteresses da Africa do Sul, é o objectivo da Segunda Conferência para a

Page 8: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

Coordenação do Desenvolvimento na Africa Austral, denominada Conferência deMaputo, que vai realizar-se nos próximos dias 27 e 28 nacapital do nosso País.Na Conferência de Maputo participam delegações de alto nível de nove paísesindependentes desta zona do continente, nomeadamente, Angola, Botswana,Lesotho, Malawi, M o ç a m b i q u e, Suazilândia, Tanzania, Zâmbia eZimbabwe, e, ainda, de numerosos outros países dos cinco continentes, deAgências especializadas das Nações Unidas, da Organização de Unidade.Africana, da Comunidade Económica Europeia, da Organizaçãodos Países Produtores de Petróleo, do Conselho de Ajuda Mútua Económica e daComunidade Britânica.A importância desta Conferência centra-se no facto de íer por finalidadeestabelecer os mecanismos adequados para garantir a libertação económica dospaíses da Africa A u s t r a l, cuja dependência, em maior ou menor grau,relativamente à Africa do Sul, prejudicou oprocesso de -desenvolvimento e le-Beira: um porto importante que, tal como os de Maputo e Nacala emMoçambique, ter4 de garantir o grande volume de exportações dos países do«interland,, da Africa AustralOs paises independentes da Africa Austral precisam de se libertar da dependênciaeconómiea em relação à Africa do Sul. A conferência de Maputo é um dos passosmais Importante para se atingir esse ob jectivovou ao estabelecimento de economias fragmentadas.Os referidos mecanismos, centram-se nos sistemas de transportes e comunicações,na produção de alimentos, no aproveitamento integral das potencialidadesagrícolas e dos recursos humanos 'e energéticos dos países da zona, e no combateàs diversas epizootias.A Conferência de Maputo visa também estabelecer relações de cooperação entreuma região potencialmente rica e regiões altamente desenvolvidas, mas comcarência de matérias-primas e de 'recursõs indispensáveis à manutenção dessedesenvolvimento. Trata-se, por conseguinte, de encorltràr uma colaboraçãoefectiva com vista ao de-1

Estação dos Caminhos de Ferro de Dar.EsSalaani. A Tanzania. que está a fazeruni enorme esforço de construção ao nível das vias e meios de comunicação, é umdos paísesque estarão presentes em MaputoA Cimeira de Lusaka, iniciada em 1 de Abril do corrente ano, viria a reunir osdirigentes máximos dos referidos oito países da África Austral, o então Primeiro-Ministro designado do Zimbabwe, Robert Mugabe, e o Presidente daOrganização, do Povo do Sudoeste ANfricano (SWAPO), Sam Nujoma. ACimeira adoptou uma declaração denomida «A Africa Austral rumo àindependência económica» e estabeleceu um p r o g r a m a de acção.Posteriormente, em 11 de Setembro, teve lugar em Salisbúria, capital do'Zimbabwe, uma r e u n i ã o ministerial com o objectivo de preparar aConferência de Maputo.

Page 9: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

DUnia linha de montagem de veículos na Zãmbia. Este país também tem a suaeconomia em certo grau dependente da África do Sul e luta por isso para alibertação económicaao lado dos outros países da África Austral nas mesmas condiçõessenvolvimento da África Austral, sem prejudicar os legítimos interesses das partesenvolvidas.Esta Conferência faz. parte dos esforços que têm vindo a ser desenvolvidos no s en t i d o de uma efectiva coordenação do desenvolvimento económico dos paísesda Africa Austral e que tiveram início em Maio de 1979, com a reunião dosMinistros dos Negócios Estrangeiros dos Países da L i n h a da Frente, realizadaem Gaberone, capital do Botswana. Decorridos dois meses, viria a realizar-se emArusba, na Tanzania, a Primeira6Conferência para a Coordenação do Desenvolvimento na Africa Austral, em quepara além dos Países da Linha da Frente participaram convidados da comunidadeinternacional e organismos especializados da ONU e da OUA.Na ocasião, foi decidido convidar três o u t r o s países da região Lesotho, Malawie Suazilândia - e ainda os movimentos de libertação da Namíbia e do Zimbabwe,que na altura ainda não era independente, e promover em princípio de 1980 umareunião cimeira em Lusaka, capital da Zâmbia.Aumento de produçäo e os necessãrios Investimentos aumentarãoconsequentemen. te a troca de mercadorias entre os países desta zona e tambémcom o exterior. Na imagem, um guindaste carregando sacosde cimentos no porto de MaputoTEMPO- 23-11-80

Vários ConsorciosInteressadosna construçãoda central. norteUm número elevado de grandes grupos de empresas estão interessados emconstruir a, Central Norte de Cahora Bassa, que irá permitir duplicar a actualprodução de energia eléctrica da maior barragem de Africa. Para o efeito aquelesconsórcios, europeus e asiáticos, responderam já ao concurso internacional depréqualificação aberto pelo Governo donosso País.Entretanto, foram concluídos com cerca de ummês de avanço em relação ao previsto os trabalhos de topografia da primeira fasedo projecto de electrificação do Centro-Norte do País.A construção da Central Norte de Cahora Bassa é um empreendimento queenvolve recursos finanTEMPO- 23-11-80ceiros extremamente elevados e necessita de uma avançada tecnologia em váriosdomínios. Por es-tes motivos, empresas especializadas em diversos campos reúnem-se emconsórcios com o objectivo de poderem concorrer à execução do conjunto do

Page 10: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

projecto. Daí o facto de o número elevado de consórcios que se apresentaram já àfase de pré-qualificação do projecto ter sido considerado como «altamenteapreciável» por um porta-voz da Electricidade de Moçambique. Esta pré-qualificação visa, fundamentalmente, permitir- que o Governo de Moçambiquepossa fazer uma pré-selecção dos consórcios que garantam a necessáriacapacidade técnica e financeira para concorrerem é execução do projecto,segundo as normas a estabelecer em caderno de encargos. Só depois de avaliadasas propostas dos consórcios admitidos ao concurso será tomada a decisão sobre aqual deles será entregue a construção da Central-Norte, prevendo-se que aadjudicação da obra possa ter lugar em meados de 1982.Esta obra será bastante semelhante à existente (Central Sul) e a sua concretizaçãoirá permitir que seja, praticamente, duplicada a capacidade actualmente existen-

te em potência instalada e em produção. Embora uma definição mais clara sobre apotência da Central Norte só venha a ser conhecida por volta de Maio/Junho dopróximo ano, pode desde já adiantar-se que ela se deverá situar entre os 1 700 e 2000 Megawatts (MW).Por outro lado, está previsto que algumas alterações a introduzir na construção daCentral Norte, em relação à Central Sul, venham a reduzir os custos, muito'embora esta diminuição não se deva vir a sentir em termos práticos, devido àinflação registada nos últimos ano a nível internacional.A entrada em funcionamento da Central Norte inclui-se, assim, nos grandesprojectos da D é c a d a e apresenta-se como uma exigência do desenvolvimentoglobal do País, cuja importância foi salientada no decorrer da Reunião Alargadado Conselho de Ministros, realizada em 4 de Agosto do ano passado.Entretanto, prosseguem os trabalhos da rede de electrificação do Cent¶M-Nortedo País, como referimos a seguir, que irá funcionar em princípio a partir dacentral existente, prevendo-se que, futuramente, seja feita a sua ligação à CentralNorte.Encontram-se praticamente concluídos os trabalhos de topografia da primeira faseda rede de electrificação do Centro-Norte do Pais, que compreende a ligação entreCahora Bassa e Mocuba com uma linha a 220 quilo-watts (KW). O levantamentotopográfico foi feito pela empresa Societá anónima de ElectrificaziOn, Milão(S.A.E.), pçrtencente ao consórcio italiano-francês S.A.E./CGEE ALSTHOM,com quem foi firmado o contrato para a execução desta primeira fase do projecto.Os trabalhos foram iniciados em Nicuadala, avançando mais brigadas em direcçãoa Mo-Turbinas da Central Sul, aquando da sua eonstrução. A Central Norte. serábastante semelhante à Já existentee Nampula a Angoche, Monapo, Nacala, Ocua, Montepuez.e Pemba.A ligação a 220 KV entre Cahora Bassa e Nampla foi dividida em duas fases,sendo a primeira até Mocuba, que se encontra presentemente em execução.Co.mo referimos, os trabalhos de topografia desta primeira fase do projectoencontram-se praticamente concluídos, havendo a referir o facto de ter sidoregistado um avanço de cerca de um mês em relação ao programa estabelecido.

Page 11: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

Paralelamente ao levantamento topográfico, decorreu também o trabalho demontagem dos estaleiros da obra, na Beira, Songo, Moatize, Caia e Quelimane,que incluem armazéns para equipamento e para todo o material a ser utilizado noprojecto, oficinas de reparação de viaturas, etc. Outros cinco estaleiros,considerados secundários, ficam situados em diferentes pontos por onde seráinstalada a linha.Os trabalhos de desmatação de uma faixa com 50 metros de largura, em toda aextensão desta priTEMPO - 23-11-80cuba e outras em, direcção a Cahora Bassa.Na sua totalidade, a rede de electrificação do Centro-Norte do País terá umaextensão de 2 000 quilómetros, sendo 1 000 quilómetros de linha a 220 quilowatts e 1000 a 110 quilo-watts (Ver T E M P O N.- 500).A linha de 220 quilo-watts ligará Cahora Bassa a Nampula, passando por Tete,Caia, Nicuadala, Quelimane, Mocuba e Alto-Molócuè. As linhas de 110 quilo-watts serão construídas a partir da de 220 KW, ligando Caia a Luabo e Marromeu;Alto-Molócuè a Guruè e Cuamba;Electrificação do. Centro-Norte (1. fase)Concluídos os trabalhos de topografia um mês antes do previsto

QUELIMANE SEM A capital da Província da Zambázia deixou já de ser umacidade ,às escuras», com a entrada em funcionamento - embora ainda em regimeexperimental - da nova Central Eléc. trica.Ainda de acordo com informações chegadas à nossa Redacção no momento emque a presente edição se encontrava praticamente fechada, a nova CentralEléctrica de Quelimane, cujo investimento ronda os 125 milhões de meticais, vaipermitir alimentar, além das zonas urbanas, a estação de captação de água doUcuári, Nicuadala', a Sococo, a fábrica de cerâmica, eo, -podendo todas asinstalações públicas e particulares operar sem quaisquer limitações de consumo deagora em diante.Contamos em prõxia edição dar mais pormenores sobre a resolução desteproblema que, desde há cerca de dez anos, vinha afectando todas as actividades dacapital da ZambéíZia.Aspecto da Central Transformadora, instalada no Songo TEMPO- 23-11-80ýÕES DE ELECTRICIDADEVista aérea da cidade de Queli»anemneira fase do.projecto, tiveram já início no Songo e vão prosseguir: até Mocuba.Simultaneamente,, foram iniciados os preparativos para a construção dasubestação de Caia.O início da abertura das fundações para a montagem das torres metálicas estavaprevisto para o princípio da presente semana. Trata-se da fase de construçãopropriamente dita, que irá exigir a movimentação de grandes qifantidades demateriais diversos, nomeadamente cimento, ferro e pedra. O fornecimento destesmateriais na altura exacta, é condição fundamental para o cumprimento dosprazos definidos para cada unia das eítpas desta primeira fase do projecto, peloque a linha férrea que liga a Beira a Moatize se apresenta e o m o um eixo degrande importância na garantia do transp6rte dos mesmos.

Page 12: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

A montagem das torres metáli,cas, cujas fundações e bases metálicas jácomeçaram a chegar ao porto da Beira, tem o início previsto para Fevereiro dopróximo ano. Dois meses mais tarde, deve principýar o trabalho de lançanento doscondutores.A par destes trabalhos, relativos à. montagem da linha de 220 KW,9

o consultor desta primeira fase do projecto - a SWED POWER, da Suécia -procede à topografia da parte de 110 KW do sistema. Neste momento, encontra-sejá concluído o troço Caia-Luabo-Marromeu o de Alto-Molócuè-G u r u é-Cuamba está quase terminado e o de Nampula a Angoche já foi iniciado.Este projecto, que irá permitir odesenvolvimento de importantes pólos agrícolas, industriais e mineiros, envolvena presente fase cerca de 200 trabalhadores por parte da Electricidade deMoçambique, recrutados em Tete, Sofala, Zâmbézia e Maputo, e 50 estrangeiros,ligados ao consórcio construtor e ao engenheiro consultor.Luís David E]Unango:A mais bela das cidadesnasce no NiassaAquando da visita do Presidente Samora Machelao- Niassa uma das orientações que foram traçadas foi a construção de umacidade na localidade de Unango.Essa tarefa ficou sob responsabilidade dos reeducandos, amnistiados durante essavisita. Semanas depois, numa reunião realizada em Pemba com representantes doAparelho de Estado, o Presidente Samora Machel determinou que todo o apoiofosse dado ao Unango e a toda a Província do Niassa, tendo traçado orientaçõesclaras sobre a forma como se deviarealizar esse apoio.Um ano volvido sobre esse acontecimento é natural perguntar-se como vão ostrabalhos de edificação dessa cidade. Como têm desempenhado a sua tarefa oshomens e jovens sob quem pesa a parte humana da execução do projecto.A presença das famílias dos ex-reeducandos junto ao local onde se edificaUnango é, na verdade, um forte estímulo na construção de uma vida nova paraaquelas centenas de moçambicanos que no Niassa criam as bases necessárias paraum desenvolvimento acelerado. Por isso uma das prioridades foi a construção decasas para casados - colectivamente edificadas- e que neste momento são em número de 114. As mulheres e filhos dos ex-reeducandos foram encaminhados para o Unango, oriundos do norte e sul do paíse sem-' pre dentro de um princípio de voluntariedade. São 53 as famílias num totalde 150 pessoas.Quanto aos solteiros, foram edi-ficados três dormitórios para eles. Quer as casas de casados, quer os dormitórios,são construções provisórias.Numa mensagem dirigida ao Presidente Samora Machel, no dia 22 de Outubropassado (dia em que se celebrou o primeiro aniversário da amnistia) os residentes

Page 13: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

do Unango manifestam o desejo de que a construção definitiva da cidade, «nosopé do monte do mesmo nome, com a sua beleza e paisagem extraordinárias»,sejá iniciada em 1981. Assim, pedem que os trabalhos preparatórios sejamacelerados.Na verdade estes homens e jovens jáfderam provas da sua mobilização para aexecução da obra. Auxílio valíoso tem-lhes sido dado pelos Brigadistas da OJMque se revezam no apoio ao lançamento das bases que 1iermitirão o avanço naedificação de Unango que se espera venha a ser a «mais linda cidade» daProvíncia do Niassa. Aos Brigadistas, diz a mensagem do Unango, «queremossaudar a sua atitude e dizer-lhes que estamos aprendendo mutuamente em prol dodesenvolvimento global do país.No âmbito da criação de infra-estruturas, foi construído um posto médico paraprimeiro socorros e pequenos curativos;' foram edifi-Quer para construção de casas provisórias para os ex-reeducandos e suas famíliasrecém.-chegadas como para as casas definitivas, os jovens'estão a dar um valiosocontributo TEMPO- 23-11-80

JovensBrigadistas daOrganizaçãoda JuventudeMoçambicana.em trabalhosde campo paraa construção dafutura cidadede Unangocados dois pavilhões, um para a criação de patos e outro para a criação decoelhos; foram esguidas instalações sonoras para a escuta colectiva, uma casapara a montagem de uma 'moagem assim como casa para responsáveis. Mas hámais: no respeitante à agricultura foram lavrados 200 hectares para a -criação deuma cooperativa, 250 hectares para a produção familiar e 3 hectares paraprndução hortícola.«Fazendo" uma retrospectiva das actividades desenvolvidas - diz a mensagematrás referida - podemos afirmar que a princípio encarámos com inúmerasdificuldades relativamente às orientações deixadas pelo Dirigente máximo danossa Revolução, porque alguns de nós não soubemos assumir e compreender taisorientações».«Contudo - prossegue o texto da mensagem - na base da iniciativa criadora local,pelo estudo colectivo e pelo apoio constante das estruturas Centrais e Provinciais,TEMPO- 23-11-80essas dificuldades foram sendo superadas gradual e qualitativamente nos aspectospolíticos, social e organizacional.»O PROJECTO

Page 14: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

A Província do Niassa ganhou fama como província das dificuldades: não háestradas, não há pontes, não há hospitais, não há escolas, não há casas.Reconstruir e desenvolver esta província é um desafio à capacidade criadora dasestruturas nacionais e provinciais. Esse desafio foi aceite.A cidade de Lichinga, a capital, é p e que n a. O desenvolvimento económico daProvíncia obrigará à construção de mais cidades a par da ampliação das jáexistentes. Surgem vilas, cidades de amanhã: M'sawíze, Mavago, Unango.O projecto do Unango é aquele que mais tem movimentado todas as estruturas.De entre as orientações traçadas pelo Presidente* Samora Machel podemos destacar, para além, evidentemente, da edificaçãofísica da própria cidade:- Transformação do h o m e m com a liquidação da preguiça e do parasitismo;Criação de uma agricultura diversificada como forma de melhorar a dieta'alimentar;-Criação de cooperativas agrícolas;-,Criação de pequenas espécies; - C r i a ç á o de infra-estruturas sociais;-Criação de uma zona .verde;-Criação de rer'adios.A notória capacidade de resposta dada pelos ex-reeducandos provémprincipalmente, de que o trabalho já era uma norma, disciplinar no seu dia a d$Rnos campos onde passaram pelo processo de reeducação. Na verdade foram elesmesmos que edificaram esses campos de onde viriam a ser amnistiados. Procurou-se, durante o perío-, do que lá estiveram, que o trabalho fosse para eles um valor,uma form de reconquistar a personalidade. E o resultado é, como se disse atrás, amobilização agora existente para as tarefas concretas que foram dadas no sentidode se modernizar o Niassa com a criação de- infra-estruturas económicas e sociaisque promoverão o desenvolvimento daquele imenso território.Recordamos aqui algumas das palavras do Presidente S a m o r a Machel emPemba, após a visita ao Unango, em 1979. Usando da palavra na presença derepresentantes de estruturas centrais do Aparelho de Estado disse a dado passo:«Para libertar Moçambique, no Niassa participaram combatentes de todo o Paísmuitos dos quais aí caíram. Em cada zona que pisamos reconhecemos um lugaronde caiu um camarada nosso.Para valorizarmos os sacrifícios desses companheiros n o s s o s, os momentos,duros e difíceis vividos durante a guerra, só desencadeando uma acção, JÁ.Não podemos permitir que Niassa continue a ser o «desconhecido Niassa» dosportugueses. Vamos fazer um compêndio do conhecimento do bem conhecidQNiassa, para nós e para as gerações futuras.» ol

TemponacionalEM FOCGeneral Giap em Moçambique Cooperar para construir o socialismo.~-Foi em atmosfera de festa, emoção e calor revolucionário que o general doExército VO Nguyen Giap, membro dO Bureau Político do Partido Comunista doVietname e Vice-Primeiro-Ministro do governo da RSV foi recebido em Maputo,

Page 15: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

onde chegou no passado dia 15, chefiando uma delegação partidário-governamental, que efectuou uma visita de cinco dias a Moçambique.A sua chegada à capital moçamibicana, o dirigente vietnanita teve unia calorosarecepçãopor parte dos dirigentes e do Povo niocambicanoO general Vo Nguyen Giap, herõi doV letnamneO general Giap, como é carinhosamente conhecido pelos revolucionários de todoo mundo, é uma, figura, transformada em símbolo dos valores mais elevados decoragem, tenacidade e determinação do Povo vietnamita, de Ho Chi Minh e deoutros seus dirigentes revolucionários, pela sua contribuição heróica na luta pelaliberdade no seu país.Evocando esta participação histórica, o Presidente Samora Machel disse, duranteos encontros que teve com a delegação, que a luta do Povo do Vietname tinhasido uma «fonte de inspiração para todos os povos do mundo».Tais exemplos de coragem e determinação tornaram-se conhecidos e apreciadospor todos os povos e movimentos revolucionários depois de, sob a direcção doPartido Comunista do Vietname, os vietnamitas terem vencido comTEMPO- 23-11-80

enorme sucesso o colonialismo francês e os agressores americanos, em doismomentos inesquecíveis da sua história.A batalha de Dien Bien Phu, a 7 de Maio de 1954, é um marco e um símbolo davitória de um povo pequeno e pobre, mas organizado e determinado. Foi a derrotados colonialistas franceses nequele país do sudeste asiático.«Dien Bien Phu - escreveuGiap - ensinou-nos que uma nação fraca, um exército popular que se levanta,unido e decidido na luta pela independência e pela paz é capaz de vencer todas asforças de agressão, quaisquer que sejam... »O Povo moçambicano conheceu e beneficiou das experiências do Povo vietnamitano tempo da luta armada de libertação nacional. Técnicas da guerrilha vietnamitaajudaram os guerrilheiros da Frente de Libertação de Moçambique a desenvolvero combate contra os colonialistas portugueses. Mas não foi só neste campo queMoçambique beneficiou. No banquete oferecido à presente delegação no Palácioda Presidência, o Presidente Samora Machel disse que a luta do Povo doVietname tinha sido uma «fonte de inspiração do ponto de vista político, cultural,económico, ideológico e social».No passado, ambos os povosO general Giap e Marcelino dos Santos, Secretário do Comité Central para aPolítica Eco. nómica do Partido FRELIMO chefiaram as delegações partidário-governamentais doVietname e de Moçambique ás conversações realizadas em Maputoviveram «um espírito optimista, um espírito de vitória, a esperança do futuro:derrotar o imperialismo»,- sublinhou o dirigente da Revolução moçambicana.«Era como se fosse um sonho»,

Page 16: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

diria por sua vez Vo Nguyen Giap, recordando o encontro anterior entre os doisdirigentes que se realizou em Hanoi, em 1971. O general caracterizou esse sonhocomo sendo «acabar com a vida de escravos, viver uma vida humana, com acabeça erguida; ter a independência nacional, real eo reencontroentre doisdirigentesrevolucionários,Samora. Machele Giapcompleta uma vida nova, uma economia nova, a felicidade, o homem novo». NoVietname,acrescentou, isso significava uma independência completa, a expulsão dosfranceses, a derrota dos americanos e quaisquer outros agressores viessem dondeviessem. Um Vietname -completamente indèpendente e socialista.Hoje, esse «sonho de mil anos de História» em grande parte já se realizou com alibertação do Vietname em 30 de Abril de 1975. Nove anos depois, neste encontroem Maputo, capital de' Moçambique independente Samora Machel e o generalGiap puderam falar em «cooperar para construir o socialismo».Uma declaração do general, na altura da sua chegada à RPM, sublinhava opropósito de realizar conversações interpartidáriogovernamentais a fim de«reforçar a compreensão:e o apoio mútuo en,tre companheiros de armas e alargaras relações de amizade e de cooperação em todos os domínios entre os doispartidos, governos e países para o bem dos povos na sua luta pela paz,independência nacional e socialismo».Aproveitando as experiências do passado comum e prosseguindo os contactosiniciais anteriormente na cidade de Io Chi Minh (1977) e Maputo (1978) ambas asdelegações exprimiram a convicção de que a presente etapa seria coroada deêxito. oTEMPO - 23-11-80

TemponacionalRE.MRAGEMTEMPO- 23-11-80

DISTRITO.Quando falamos de desenvolvimento do pais normalmente os nossos olhos epensamento viram-se para a construção das grandes fábricas, barragens, escolas ehospitais, para a abertura de minas e de estradas, de portos e caminhos de ferroligando todos os cantos do país. Esses meios e instrumentos são alavancaspoderosas para o desenvolvimento seguro e harmonioso da nação que estamos aconstruir.Todavia, não raro, esquecemo-nos de olhar incisiva e atentamente para essa basesocial e económica, para esse espaço humano e geográfico que nos mapas apareceapenas como área limitada por uma linha tracejada, mas que é efectivamente a

Page 17: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

zona onde se consubstancia a nossa realidade, onde o nosso desenvolvimento seforja, se consolida e se planeia. Trata-se do Distrito, cuja problemática politica,social e económica vamos abordar.TEMPO- 23-11-80

Quadro do distrito não pode serinferioraqualquer outro quadroAinda muito recentemente o Chefe de Estado Moçambicano em reunião comtodos os' administradores de distrito do país chamou a atenção para a realidadedos nossos distritos tendo traçado importantes decisões a respeito e amplamentedivulgadas na ocasião, por todos os nossos órgãos de informação. É a partir dasquestões ali levantadas que iremos viajar política, económica e socialmente poralguns dos nossos distritos. Contactámos várias pessoas que trabalham e vivemnos distritos, fizemos uma mesa-redonda com vários administradores distritais dasvárias Províncias do país. Ouvindo-os pudemos reflectir, iremos analisar etambém sensibilizar.«0 distrito assume uma importância decisiva na direcção da base económica esocial necessária ao desenvolvimento 1 o c a 1. Assume uma importânciafundamental na transformação dasrelações de produção e na criação a partir dabase das condições políticas e ideológicas da construção do socialismo no nossopaís». Esta afirmação do Chefe de Estado pressupõe de imediato econsequentemente a necessidade do reforço dos órgãos de Estado no distrito. Orana referida reunião com os administradoresficou determinado esse, reforço e situou-se-lhe como uma tarefa do Partido e dosÓrgãos de Estado em todos os escalões, uma tarefa que deve ser realizada comouma das prioridades na presente década.Porém, para levar a cabo esta decisão necessário se torna formar quadros. Oesforço a nível Central, provincial e distrital será intensificado nesse campo comvista à preparação política, técnico-científica e administrativa. Esta foi tambémuma decisão resultante da referida reunião.A escassez de quadros ao nível distrital foi uma das questões muito abordadastanto pelos administradores por nós contactados como por dois professores doCentro de Comunicação e Técnicas Básicas da Universidade Eduardo Mondíaneque estiveram recentemente, durante quase um ano, num distrito ao Norte do país.Todavia; as questões levantadas ultrapassavam o problema aparentementesimplista de formação e dotação de quadros aos distritos.QUE QUADROSPARA O DISTRITO?Num distrito encontra-se tudo o que encontramos no ,país. AoAdministradores de Distrito, respectivamente da esquerda para a direita: deLichinga no Niassa, do Ile, na Zambézia, de Chiúta, em Tete.-de Cahora Bassatambém em-Tete, de Matutuíne, em Maputo e dó distrito da Moamba também emMaputo. Da longa conversa mantida na Redacção da TEMPO surgiram os pontosimportantes sintetizados neste texto sobre a problemãtica do distrito

Page 18: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

TEMPO - 23-11 -80

-IM'sawíze do Niassa Oriental. Aqui, tal como noutras localidades dos diversosdistritos é necessãrío o quadro político e tecnicamente bem formado, para odesenvolvimento do paísfazer-se o retrato de um distrito encontramos normalmente as mesmasdificuldades, as mesmas situações que vemos em toda a nação. E aqui facilmentese deduz que o distrito não é autónomo, ele faz parte integrante da nação, é umacélula viva do território nacional.Há que repensar a formação e a própria distribuição de quadros para o distrito.Parafraseando um d o s n o s s o s entrevistados: «o quadro do distrito não éum quadro da Província simplificado».Sendo em si tão complexo como a nação, o distrito como célula económica deveráfornecer à nação a informação das necessidades e realidade para que a nação voltea planificar para o distrito. Por conseguinte não é suficiente falar apenas de faltade quadros, mas é necessário estudar o quadro do distrito.--Não se pode imaginar por exemplo que a Universidade faz quadros em cincoanos para a nação e vão três para a Província e um para o distrito. Se mais nãoTEMPO - 23-11 -80Eleição de deputados para a Assembleia do Povo. As A.P. e outras estruturas doEstado nos distritos terão de ser dinâmicas e operativas para se avançardecisivaniente na luta contra o subdesenvolvimentofosse mesmo sàn falar da comple- mente importante de que' os quaxidade dastarefas do distrito e da dros do distrito trabalham muito complexidade darealidade do dis- mais perto da população. Isto levatrito e da perfeita identidadedos -nos a concluir que o perfil ideoproblemas do distrito e os proble- lógico, acapacidade do quadro do mas da nação, hã o facto extrema- distrito não podeser à partida in17

¶4,Fabrico artesanal de óleo de amendoim em Mavago. Uma haste pesada gira àvolta do pilão onde 0 amendoim já pilado se transform& em óleo. Aintercomunicação distrital permite também a troca de experiências entre umas eoutras localidadesferior a qualquer Outro quadroafirmou João Azevedo director-adjunto do Cêitro de Estudos de ComtvnicaçáodaUEM.Estu ineçessidade d: quadros capazes para os distritos foi tambem abordada pelamaioria dos administradóres durante um encontro efectuado na Redacção da «TEMPO».Por outro lado repensando ainda esta questão de formação de quadros ,paia odistrito há ainda duas questões a levantar.. A primeira é que o distrito tambémdeve formar, e é. um local onde se forjam na púática os quadros com grançe oupequena formação teórica ou técnica que vêm da Província ou da Nação; a

Page 19: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

segunda é que não se pode encarar - como alguns responsáveis e trabalhadoresainda encaram e interpretam - o distrito como utm sítio onde oquadro vai porpunição, quando é transferido da Província ou d Nação. Ma. isto tudo tamém.,depende,, do tipo de formação e de compor-tamento, polítiCo-social do próprio quadro transferido. Há quadros que vão paraos distritos apenas no intuito de, exercer especificamente o seu mister técnicoprofissional- à espera que os dois anos ou o período que lhe dá direito ao pedido de tratsferência passe o mais rapidamente possível - sem quererem mergulhar nas raízesda realidade nacional, sem seintegrarem na lógica e na dinâmica do distrito, ondeestá, eondição essencial para que o seu traäbalho sectorial se integre com'outrossectores para que uma visão global se desenvolva.Quando o quadro se integra de facto na dinâmica política social e económica dodistrito no seu todo, então ocorre o que se pode chamar de formaçãocomplementar do quadro. A formação académica e a própria formação política eideológica complementares da formação académica têm ali um largo campo,,eaplicaçáo prática e pode-se -dizer neste, caso que o distrito forma >eýý forja oquadro.OS ORGAOS DO PODERNO DISTRITOE A INTERCOMUNICAÇAOE no distrito, nas suas localidades, onde encontramos a cooperativa, de produçãoe consumo, a nachamba estatal, a fábrica, a aldeia comunal, as escola s e postosde saúde. Consequentemente, o distrito é uma divisão territorial de extremaimportância para a organização do nosso povo. 0 refor:ço do Aparelho de Estadoa e nste nível, que como vimos vai ser efectuado, deve ser extraordinariamentedinâmico e operativo.Os órgãos de Estado como a Assembleia Distrital e de Localidade, devem emprincípio ser fundamentais e essenciais para a organizaçãoe execução das grandeslinhas, de desenvolvimento traçadas pelo Partido FRELIMO para odesenvolvimento da Nação.Todavia, vários problemas ainda se colocam para o aumerno, 4?' e fic i,ê n c ia,operaoiõnalidade-na texecução das tarefas que cabem aTEÉPO- 2'3-11ý-'80

estes órgãos do poder de Estado em geral e aos deputados em particular.Do ponto de vista prático existe o facto de muitos deputados a nível de distritoviverem em localidades situadas a grande distância das respectivas sedes.- Outro problema que nós encontramos é o funcionamento de órgãos como aAssembleia de Distrito e Conselhos Executivos. Há deputados da Assembleia quemoram a 40 a 60 quilómetros da sede e deslocam-se a pé ou de bicicleta. Apopulação também para v i r tratar de problemas na nossa sede que é emLichinga tem de se deslocar e percorrer essa distância a pé. Para minimizarmoseste problema já propusemos a transferência da sede de Lichinga para uma daslocalidades do distrito

Page 20: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

indicou o administrador Jaime Ibrahimo Guambe, administrador do distrito deLichinga.Mas a dificuldade de comVnicação entre os próprios Orgãos de Poder é umproblema real e que contribui para a demora da exe-cução de determinadas tarefas. falta de vias de comunicação, ser já nos referirmo-nos aos meio dificulta o exercício do poder.Trata-se aqui também de un p r o b 1 e m a dialéctico, conform afirmou odirector-adjunto d Centro de Comunicação da UEMV Da mesma maneira quecircu Iam as informações dentro d próprio distrito, este ignora tam bém noconcreto as formas de liga ção entre esses seus problemas os problemas do país.Como os próprios meios de co municação, rádio, jornais ou revis ta não chegamefectivamente maior parte dos distritos, e muito menos às respectivas localidadesnão se dá a circulacão das informa ções, melhor, das realizações e ex periênciasretratadas ou divulga das nesses órgãos para todos o pontos. Quando essainformaçã de um determinado dado político social ou económico de interesse«cai» no distrito, ou chega bastante generalizada ou çstá mesmo banalizada.Acontece também que se o pro cesso de participação da populacãoAbrir pwiedas, para :sern.,ti. a etrt;i-kç1Uo d(- veicídi,< n diu Sfoç<opiecossãrio para a coUiii nftc8Oo in IreritA, q~ e ; gora 'é, iIM~ re4ijzida.,d14Ui1zj jpi<A4fisê, d : a3'tas à .mão Vnp c. popuiçã organizadIa das váriasloeldes-nsF %Itrit9sTEMPO- 23-11-80Ans,Falta* deo comunicaçao--interdistritaldificultaàtarefas-,dos orgãos- do podersono funcionamento da Assembleia c_ excelente em alguns distritos, noutros eleainda não e satisfatório.(...) A população não é informa,da de uma forma dinâmica do resultado da Assembleia. AAssembleia, ou melhor,as Comissões de Trabalho da Assembleia não, mobilizam o povo. Estou-me areferir ao distrito de Mavago, no Niassa Oriental. Digamos, portanlo que aAssembleia não está estruturalmente li g a d a ao povo ainda de umna formasatisfatria - acrescentou João Paulo, director-adjunto do C e n t r o de TécnicasBásicas para o Aproveitamento dos Recursos Naturais da UEM a-propósito da suaexperiência em Mavago.ASPECTO PEDAGÓGICO DAS

Page 21: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

ASSEMBLEIAS DISTRITAISSe em determinados distritos háainda certas dificuldades no exer-ício do poder e execução de tareas, noutros,segundo a opinião dos responsáveis, a população já os ultrapassou. Por exemplo,o administrador de Chiúta, antigas zonas libértädas da Província de Tete, Si-1~~9]

mão Kanane Chachoar, afirmou, durante o encontro na nossa Redacção, que se«adquiriram mais-experiências este ano no próprio trabalho e actividades da Assembleia do POvo,que funciona normalmente-, pois a população de Chiúta é uma população comuma moral política bastante elevada. Trata-se de populações das zonas libertadase experimentada 'na resolução de problemas. Isto também porque durante a LutaArmada faziam vários trabalhos eA produção de tijolos e a técnica de is ;azer e cozer também poderá ter, com aimplementação da comunicação interdistrital. um papel Importante nodesenvolvimento de um novo tipo de construção em áreas onde se utiliza; porexemplo, apenas o caniçoUma experiência em MavagoComunicaçãoe transferênciade tecnologia,Conhecer a solidez politica dum distrito, conhecer os seus problemas básicos, asgrandes preocupações de como organizar ali a produção socialista, o circuito decomunicações e também a aplicação. de técnicas básicas para o aproveitamentodos recursos naturais é um trabalho que está a ser desenvolvido pelo Centro deEstudos de Comunicação da Universidade Eduardo Mondlane.João Azevedo e' João Paulo 'pre~cisamenteDirectdor-adjunto do Centro de Estulo deComunicação da U.E.M. e Director-adjunto do TBARN, da mesma Universidade estiveram desde Abril último nodistrito de Mavago, até muito recentemente. Sobre a sua experiência referimo-nosvárias vezes no texto principal deste trabalho sobre o 'distrito. Particularmentequeríamos destacar através dos seus próprios depoimentos algo sobre acomunicação e a transferência de tecnologia» e os problemas relacionados com aproduçãocolectiva num distrito.'JOÃO PAULO - Fazer circula'r entre as aldeiasnuma primeira fase informações e retratos de outras aldeias desse mesmo distritoseria acabar com uma lacuna. Mesmo onde existe uma relativa facilidade decomunicação entre as aldeias, são muito poucãs as pessoas que viajam, ou mesmono çcaso de serem muitas a viaja rf-ýo, para tratar de questões pessoais e assimýas infJiaiões aparecem deformadas. São infortmações 1 pessoais ue n- pssaratravés de uma S nrgaiza 'a ss â. irc. i necessário orga-nizarmos um trabalho nosso, que aliás iniciámos com o responsável do TrabalhoIdeológico do Partido em Mavago. Interessámo-lo por esta questão activando o

Page 22: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

exercício das suas tarefas e propondo para o ano que vem a execução de umboletim escrito. Pensamos que isto permitirá a criação desse circuito detransmissão de informações.TRANSFERiNCIA DE TECNOLOGIA E TÉCNICAS BÁSICASJOÃO, AZEVEDO - O problema que aqui parece importante em relação aoobjectivo e trocas de experiências, entendidas como trocas de experiências umacirculação em profundidade dialéctica e em profundida. de de acontecimentos, oudo modo como podem ou foram resolvidos os problemas concretos idênticosàqueles que são sentidos pela população, destas localidades de um distrito, comoMavago por exèmplo é um objectivo que também implica tecnologia. Não é umobjectivo que simplesmente viaja pelas ideias. Exactamente aqui, o problematambém se põe: é um objectivo que para ser atingido também necessitará dequadros tal como a agricultura e outros serviços.João Azevedo e João Paulo, respectivímente director-adtndto do Centro deEstudos de Comunicação da UEM e director-adjunto do TBARN, dialogando comos caniponeses no distrito de Mavago20 TEMPO-23-11-8020rEMPO - 23-!1180

resolviam várias questões contando com as próprias forças».Ainda sobre a ligação Assembleia/Povo e voltado à questão do capítulo anterior,João Paulo conta que em Mavago, por exemplo, uma sessão de prestação decontas é encarada ainda como uma simples formalidade. Pega-se num asp ectoparticular e faz-se passar pela totalidade.- Parece-nos ser extremamente elucidativo que os responsáveis das Comissões deTrabalho na presta-ção de contas digam isto assim e nada mais: «o serviço que me foi dado», ou «oserviço que foi dado a nós os cinco nós cumprimos», ou ainda «nós nãocumprimos o serviço que nos foi dado. E assim que ainda é encarada a suafunção, ou melhor, a prestação de contas». As assembleias são estruturas do poderrelativamente novas. Subsistem em alguns casos problemas de ligação entreassembleias de diierentes escalões, entre, por exemplo, assembleia Provincial eas-sembleia d i s t ri t a 1. «São dois escalões diferentes, mas falta unta ligação detroca de experiências e mesmo uma ligação que funcione pedagogicamente parauma Assembleia que está a nascer, que ainda não encontrou o seu próprio ritmode funcionamento» - afirmou João Paulo.AS OBRAS QUE MOBILIZAM ECRIAM DESENVOLVIMENTOMuito embora existam em Mavago e noutros distritos do país di-Na imagem unia oleira do Sul do Sav't onde este tipo de produção está bastantedesenvolvido. Levou-se uni niestre oleiro de roda para o distrito de Mavago, ondeha uma grande falta de utensílios doniésticos uíilitáríos, conto, vasilháme, pratos e

Page 23: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

bilhas. As suas llções foram uni suceSso. TranS m¤tiu conhecimentos e ajudou aresolverumn grave prolleía,TEMPO - Vamos interrompê-lo para lhe solicitar um exemplo concreto do 'queaconteceu em Mavago a esse respeito de transferência de tecnologia.J.A. , Por exemplo: o método que ilustra os nossos dois objectivos, isto é, aintrodução e desenvolvimento de técnicas básicas segundo os métodos oue aquidissemos de troca de experiências na resolução de problemas concretos quevivemos e estamos a viver neste momento, é a introdução da olaria. Introduzir aolaria de roda no distrito de Mavago. A oaQria de roda é bastante comum naProvíncia do Maputo, princtpalmente nos distritos de Maputo e Magude. Levarportanto um oleiro, um operário especializado, um artesão moçambicano no Suldo país, mestre no seu ofício, e levá-lo em resposta à questão posta por nósapresentada e anunciada às estruturas desse distrito de.Mavago é interessante eimportante focar. Havia uma falta de pratos, de N¿asi[hame, falta de tijelas, derecipientes para a vida do ,çia-a-dia. Portanto, o transporte fisico dese oleirosubstitui com larga vantagem um filme, sobre olaria, sub stitui um artigo sobreolaria,substitui qualquer discurso sobre a maneira como se resolve esse problema.- O oleiro exemplificou o seu trabalho. Esse trabalho foi entre as tarefas por nósprogramadas de estudo, aquele que até hoje teve maior sucesso. Quer dizei: aprogressão do trabalho do oleiro foi permanentemente acompanhado pelapopulação. Mas o problema põe-se quando se trata de socializar, essa experiência.Isto é. que não basta também levar o conhecimento, não basta exemplificar amaneira de resolver os problemas concretos do povo contando com as própriasforças, mas é necessäí-io estabelecer-se uma ligação entre esse conhecimento,entre essa capacidade e uma forma de organização, que é também uma formaeconómica. Aqui esse exemplo do oleiro serve de facto para as duas coisas. E parailustrar um pouco o nosso trabalho vamos também citar a nível de distrito eparticularmefnte de um 'distrito como o de Mavago, que relativamente poucaspessoas, a olaria corresponde efectivamente à possibilídade de resolver umproblema. Uma olaria coJm um ou dois oleiros pode a mdio prazoTE~ú.23-11-8021

ficuldades de comunicação e ligação entre si, isso não quer dizer que aspopulações estejam passivas. Pelo contrário.Centenas de quilómetros de estradas foram abertas pela população para fazerchegar até às suas localidades o camião que transporta os bens de consumo nãoproduzidos no distrito e que leva os excedentes de produção se os houver.Tanto no distrito de Mavago como no de Chiúta, já aqui várias vezes citado, comode CahoraBassa, em Tete, Moamba'e Matutuíne na Província do Maputo, ou no distrito doIle, na Zambézia, cujos administradores foram por nós contactados, a populaçãonão se tem poupado a esforços para resolver os seus problemas.

Page 24: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

Em Chiúta, por exemplo, a população precisava de sal e tinha na altura excedentede milho para fazer a troca Mas não havia vias de comunicação para que oscamiões das estruturas provinciais do Comércio Interno chegassem até lá.A população organizada construiu picadas. O sal chegou e o camião levou omilho. As trocas de produtos intensificaram-se e a população ainda maismobilizada pelos resultados obtidos, construiu armazéns para os produtos de trocaque chegavam em maior quantidade. Actualmente a mesma população está apassar por um mau período de produção devida à seca. Contudo, segundo afirmouo administrador daquele distrito, é possível fazer chegar a água do Zambezedesenvolver-se bastante e satisfazer largamente as necessidades em recipientes nazona. Não é necessário fazer uma fábrica».A PRODUÇAO COLECTIVA E SUA PROBLEMATICAUm dos aspectos muito em foco quando se fala de distritos é a produçãocolectiva, normalmente cooperativas de produção, machambas estatais e mesmomachambas colectivas. As vezes há confusão da definição e objectivos de cadauma. Em Mavago a produção colectiva está a passar por um período deproblemas, pois durante a Luta Armada a população via claramente os, objectivosporque produzia colectivamente, e hoje com uma população que já não é apenasoriunda das zonas libertadas, pois.ali há muitos regressados da Tanzania eMalawi, a visão já não é tão clara.J.A. - Sim penso que é isso. O objectivo da produção colectiva era um e agora épreciso haver o produto dessa produção colectiva para o camponês poder ter namente claramente que a produção colectiva vale a pena. É preciso que a produçãocolectiva se imponha como mais rentável e para isso há questões, como, porexemplo, o contrôle das presenças, dos lucros obtidos, da melhoria na-tecnologia,de complementarização da produção colectiva e produção familiar queUm pormenor do fabrico de óleo de aniendoini. A população conhece a técnicabásica de e x t r a c ¢ ã o de óleo para a sua alinientaçãoparecendo questões pequenas, questões apenas técnicas, no seu conjunto, podemabrir caminho ou impedir o desenvolvimento da produção colectiva,.--E depois há uma outra questão que pode parecer uma questão formal mas não é.O que é uma machamba colectiva? uma machamba colectiva é uma machamba,aberta onde a população vem produzir voluntariamente enquadrada pelas suasestruturas e o resultado dessaprodução, normalmente - pelo menos na localidadedo distrito de Mavago onde trabalhávamos é assim - dèstina-se à melhoria davida da população da aldeia. O que é uma cooperativa? Uma cooperativa é umaempresa caracterizada pela associação de produtores conscientes com o objectivode desenvolver a produção e assim melhorar a nossa vida. Não é uma questãoformal. Isto é uma coisa extremamente importante porque muitas vezes nós temosessa experiência - parece que a cooperativa é um mero simples salto qualitativoentre a machamba colectiva para uma coisa mais estável. Não é! Há profundasdiferenças entre a forma de produção socialista da cooperativa e uma machambacolectiva como acto político exclusivamente. Na realidade do pais seja ao nívelrural como urbano creio que as machambas colectivas tiveram como objectivoproduzir riqueza. Muitas vezes destinaram-se de uma mapeira exemplar como no

Page 25: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

caso de Chilolo a financiar uma cooperativa de consumo. Portanto para essesobiectivos é evidente que as machambas colectivas cumpriram a sua tarefa.J.A. - Aqora parece-me que os problemas de desenvolvimento tal coma eles sãovistos à luz das orientações do Partido e do Estado em Moçambique exiqem umaluta económica séria, uma luta económica que produza uma riqueza sianificativa eonde não haverá de certo diferencas entre os interesses dos aldeõe's e os interessesdo Partido e do Estado pornue eles são os mesmos. De rp,,to a forma cooperativaé requlamentada por lei na RPM. onde está considerada a percentanem do produtoda actividade e a parte desse produto que deve ser reservado para a cooperativa, aparte que é reservada vara oiitros fins e aquela aue é ditrihiiída peos produtores. Éf ndamental nue o oprodtor seia consciente. Assim Ple nírer a produção colectiva,ele visa aumentar a produtividade.- 22TEMPO- 23-11-80TEMPO'- 23-11-80.,22

A população mobiliza-se " à, medida da ..solução dosseus problemaslInfantárlo Josina Machel, no Niassa Oriental. para as necessidades. Mas o futuronão está pequeno para aspor gravidade tanto para abastecimento como para a irrigação.População organizada trabalha estacas 'para a construção de casas. A medida quevaivendo os seus problemas resolvidos mais mobilizada fica a populaçãotos está relacionada muitas vezes Mas aqui observaSe ainda umcom a resposta visível dos proble- problema: os deputados das Assemmasenfrentados. bleias interpretam as tarefas quePor conseguinte ç, regressando recebem como tare fas estritamente pessoais,que eles mesmos devem fazer todos& aquelas coisas que lhes foram indicadas.Têm um conceito muito' lato de responsabilização individual Não rýtrom,um vede mobilizarem: certas estruturas ou população para cumprirem umadeterminada tare fa, pensani q e terão de a fazer sozminos e, fracassam,evideniemente. Finalizahdo queremos salientar que os problemas do Distrito nãosão apenas estes. Como dissemos, eles são tão grandes e cqmplexos como os danação. Ao levantarmos nesta edição alguns aspectos rtantes da realidadepolítica, social e económica do distrito de amQs apenas contribir par)o e Irçoqesta nova visão que to, nos deAlguns pensam ser uma obra desmesurada vimqster desta célulaviva a parlonge e wqalquer aia d i r e m o s que é lã til- di qual seprojecta e se forja necessidadesUe grande nação moçambic a o mais uma vez ao problema da As- seudesenvolvimento presentesembleia de Distrito ou de Lnenli-Se a 1popul.ação vênte e vaice- 'dde a- pópuláo se 1 UIife.cn(Atamente vencer, mais este proleI o . trg Ilq 'da Asseimbleia do .

Page 26: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

m a, mis mobilizada ficará. A mo- Povo, desde que esta não apresenbiliZãça iapopuôaoaos d istri- te resultados do seu trabalho. ]TEMPO - 23-11-80 23

TempoACiO El FoToFACTOS E FOTOSUma criança de 6 anos foi atropelada na Avenida Eduardo Mondlane, emMaputo, na passada sexta-feira, quando saía da escola de regresso a casa. Não é aprimeira criança que morre acidentada nas mesmas circunstâncias eNeste troço de estrada da Av. 24 de Julho, em Maputo, sempre que chove bocadosde passeio são arrastados pela água. Tanto assim que neste lugar ele deixou deexistir. Entrétanto, recentemente, os Serviços Meteorológicos anunciaram aprevisão de chuvas intensas para esta segunda quinzena de Novembro... Polegadaa polegada, esta estrada será e xâo carcomida pelas águas. Por que não preveniragora e poupar dinheiro? Este é um pequeno detalhe de iTIuitas situaçõesanáloga,.por isso mesmo é mais um casoque merece a nossa reflexão.Temos vindo a educar as nossas crianças em casa e nas escolas sobre os sinais eos cuidados a ter com o trânsito? Os motoristas abrandam a velocidade quan-do vêm o sinal da escola próxima? A saída das escolas continuam a faltar ocontrôle de trânsito que podia muito bem ser feito pelos próplios alunosorganizados sob a vigilância de um policia de trânsito.Devido a esta situação de aumento contínuo de acidentes de viação de todo ogénero o Partido FRELIMO desencadeou uma campanha contra acidentes deviação. Como resposta imediata a esta preocupação do Partido realizou-serecentemente um seminário nacional das Escolas de Condução no qual seestudaram as causas mais profundas dos acidentes e a forma de os eliminar.

4IO artesão é uma figura conhecida e grata aos olhos de todos os cidadãos, !nrincipalmente aos das zonas suburbanas das nossas cidades onde inúmeros destesartífices nas suas oficinas caseiras prestam e executam variadíssimos serviços dereparação e produção de utensílios tão necessários à vida do dia-a-dia. Na imagemum latoeiro concentrado no seu trabalho numa oficina caseira de um bairrosuburbano da capital do país.Em resultado da substituição de um velho muro por um outro novo formou-séeste entulho de pedra e areia no passeio de uma das artérias da capital. De vez emquando vem o vento e espalha areia pela avenida fora. Pacientemente, todas asmanhãs, o varredor varre a areia da rua. Há meses que este entulho de pedra eareia ali permanece, como bem o demonstram a erva e arbus- J tos já crescidos enitidamente vi- 1 síveis na imagem. A quem compete remover o lixo amontoadoJ . nos passeios da cidade? Naturalmente não é apenas ao Conselho Executivo.O Grapo Desportivo de Maputo promoveu no passado dia 15 de Novembro umfestival em homenagem aos seus actuais e antigos atletas da modalidade de

Page 27: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

basquetebol. O festival decorreu com grande animação tendo sido preenchido porcompetições desportivas e um convívio, no final do qual foram distribuídosprémios.Saliente-se que durante a, presente época o G.D.M. sagrou-se campeão provincialda modalidade nas categorias de juniores e femininos, e vice-campeão emseniores femininos e masculinos.

ACTUALDADEZimbabwe. Os incidentes de BulawayoEntumbane.Durante um comício que alguns ministros e vice-ministros ligados à ZANUorientavam no «White City Stadium» naquela cidade para militantes,da ZAN U,elementõs ligados ao partido de Joshufa Nkomo iniciaram o apedrejamentô:idaspessoas ali presentes. Nestes incidentes, íýuin pessoa foi mortaliment atingidai.Mais tarde, no bairro de Entumbane onde vivem mais de três 'mil guerrilheiros daZANU e ZAPU' (FP), uma verdadeira batalha teve lugar tendo nela sidoutilizados rockets, obuses. giranadas, metralhadoräs, etc.*e acordo cdn afirmações que nos foram .fçtas por pessoas ali presentes, bemcomo por fontes oficiais mbabweanIas,foram os guerrilheios ,a ZAPU quemtomout a mn aiva do ataque. Aparentemente, o comandante das ZIPRA omo .afirmações do seu Presidente, Joshua Nkomo, como um aval ã' aesta iniciativa.Nkmo havia afirnado dias ates que em, caso de necessidad2 a acção convenientaqn .Dado que np baii- eý rtur r banelof .gOtrQýRfheVý srcm 1cr cundàV9W2 6ptaâc-ivífrontação armda écabou por atingir essencialmente essas pessoas. Em resultadodisto as "vitimas são na sua maioria civis, cbnfirmändo-se que na sua mhaioriaeram responsáveis ou militantes da ZANU do Presidente Mugabe, os quais não-foram mortos em fogo cruza do, mas assassinados com armas de fogo ou à baioiéta.Bulawayo, a seguna cidade zimbabweana ficou praticame.ite paralisada duranteos primeiros três dias da passada semana, tendo o' Primeir-Ministro deciido quenesse período se observaria o recolher obrigatório e o reforço das forças de*defesa e segurança na área. Falando à nação sobre estes acontecimentos, RobertMugabe afirmou no dia 10O que estava preparado a utilizar a força. aérea parapôr termo à confrontação. «Se alguns indivíduos ou grupos de indivíduos '- disseentão -, pensam que têm o mnpólio de' arruinar a paz, então dev estar preparadospara uma forte acção "epulsiva».tar que no resto do país manteve uma atmosfera de completa calma. Em Salisbúriae outros centros urbanos as pessoas seguiram os acontecimentos, mas a vidamanteve-se normal o que impressionou visitantes e observadores presentes nopaís.De acordo com diferentes opiniões que nos foram prestadas, estes acontecimentosresultam «essencialmente do aumento da popularidade da ZANU na zona detradicional influência política, do Partido do sr. Nkomo». Com efeito, o inúmerode militantes e de manifestações favoráveis ao Partiç,que venceu as eleições este

Page 28: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

ano no Zimbabwe na zona Ndebele tçlR vindo a aumentar signifjativarnente,ésperando-se mesmo que nas eleições para os governos locais (ConselhosExecutivos), a ZANU venha a obter importantes vitórias naquela área. NO reto dopaís e nas eleições que já tiveram lugar, espera-se que a ZANU vença a quasetotalidade dos lugares a preencher para os governos locais.E de notar que Edison Zvobgo, Ministro da Habitação e Governos Locais,responsável por estas eleições :antunciou ro passado dia 14 que as eleições nazona de ,alisbúria e Bulawayo estavam adiac las para uma data a, anunciar.Seqg.u ,.G ele,,, est medida deye-sq~ paoac ntecimnto de*rn m ,,,ffves4,Gome sTEMPO - 23.11-80Considerados como os acontecimentos mais violentoS que tiveram lugar depoisda proclamação da Independência do Zimbabwe, a confrontação que opôsguerrilheiros da ZAPU aos da ZANU em Bulawayo ceifou 58 vidas. Aconfrontação decorreu durante os dias 9 e 10 no bairro ocidental de. Bulawayo denome

Ugandana crise eleitoralAs eleições ugandesas, previstas para o próximomês de Dezembro estão sob a ameaça de um novo adiamento. Sensivelmente atrês semanas da sua realização, permanecem muitas dúvidas sobre a suaefectivação, devido às divergências entre os vários partidos concorrentes relativasàs disposições eleitorais.Milton Obote, d i r i g e n te do CongressoPopularNa passada semana, o antigo, Presidente ugandês e dirigente do PartidoCongresso Popular, Milton Obote considerou a possibilidade do seu Partidoapresentar os seus candidatos unilateralmente, se os outros partidos mantivessema sua ideia de boicote. Ele disse; contudo, não acreditar que estes partidos possamlevar o boicote às suas últimas consequências.Três dos cluatro partidos concorrentes manifestaram a sua oposição às disposiçõeseleitorais, que estabe lecem urnas separadas para cada um dos agrupamentos. Elesdeclararam, com efeito, que tal processo poderia conduzir a fraudes, sublinhandoque ele fora instituído no tempo de Milton Obote para falsear as eleicões.O Movimento Patriótico Ugandês liderado por Yoweri Musseveni e o PartidoConservador haviam manifestado a sua intenção de organizar uma coligação paraas próximas eleições no país.O Movimento Patriótico acusarä, igualmente, a comissão Militar de manipular osórgãos do Estado a favor dO Partido de Obote, indicando que o planõ; eleitoralelaborado pela COmissão inão corresponde à vontade de todos os agrupamentospltil ticos do país.Persiste, por outÉd tido, um climade descontentamento por parte dos concorrentes que contestam o número departicipantes nos distritos eleitorais. O Partido Conservador e o Partido

Page 29: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

Democrático opuseram-se à redução do número de deputados a serem eleitos, de140 para 126.Há indicações de que três dos quatro partidos, nomeadamente o MovimentoPatriótico, oPartido Conservador e o Partido Democrático possam boicotar aseleições.Observadores são unânimes em considerar que a actual situação rio Uganda édesfavorável à realização de eleições. Eles afirmam que só a resolução dasdivergências entre a Comissão Militar e os partidos intervenientes pode permitir asua efectivação.AS, DISCREPANCIAS POUTICASOs partidos que entrarão nas eleições ugandesas apresentam-se com as maisvariadas linhas de conduta política. Entre eles encontram-se alguns movimentosde tendências burguesas nacionalistas e outros de tendências progressistas.O Movimento Patriótico ugandês, liderado por Musseveni, advoga uma linha dedesenvolvimento económico baseado no encorajamento da burguesia local, comocontrapartida para a exploração monopolista estrangeira./ P " " I¿~VMPALA .,#r /Este movimento pronuncia-se a favor da eliminação do tribalismo, que estáprofundamente enraizado neste país e tem uma linguagem favorável a unidadenacional. Ele -é fortemente apoiado pelos jovens.O Congresso Popular, de Milton Obote, é o Partido que se pronuncia a favor dofortalecimento da unidade africana, tendo o seu dirigente desempenhado um papelimportante na criação da extinta Comunidade da Africa Ocidental.É um Partido que tem a tradição histórica de luta nacionalista, tendo desenvolvidoacções a favor da unidade nacional e recuperação económica no país.Todavia, este tem sido o Partido que menos campanha tem realizado ultimamente,mantendo certa ambiguidade em relação à sua posição.O Partido Conservador, como o seu próprio nome sugere, é o mais retrógrado dopaís. Deseja o regresso à Constituição da independência, pretendendo a formaçãode uma federação de quatro reinos dentro de um sistema monárquico. .O Partido Democrático, que conduziu o Uganda num período próximo àindependência, tem fortes tendências pró-ocidentais. Ele é essencialmenteformado por elementos dãÀ " esquerda:Museveni: «úósencorajanosa classe médiaafricana.. »Ao lado: Amntunia amecaça- continuaTEMPO,- 23-11-80.êuLUI I

burguesia local intimamente ligac aos interesses das multinacion britânicas'.

Page 30: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

A INSEGURANÇA NO PAISO clima de insegurança no p, exerce, sern dúvida, uma influên, negativa sobre arealização das el ções. Com as regiões do nordeste estado de tensão permanenteem tude da multiplicação dos actos vandalismo praticados pelos antiý soldados deAmim, Uganda vê seus recursos desviados para fJ militares.A situação de guerra acarreta autoridades de Kampala probleni-económicos cada vez maiores. Mus! veni reconheceu, no passado mês Agosto,que para, que as eleiçc tivessem um carácter verdadeiram, te democrático eraabsolutamei necessário que os seus preparatiK administrativos obedecessem a epas o que pressupõe gastos financ ros consideráveis.Ele referia-se, com efeito, ao reg to dos votantes, às urnas, aos bo tins de voto, àdemarcação dos c culos eleitorais que deveriam ter gar em condições de absolutacaI e tranquilidade.O facto da Comissão Militar 1 despendido esforços especiais ter canalizadorecursos para si ter a guerra imposta pelos ban, dos, faz pressupor que o piaiinicial de preparação das eleiçõ tenha sido alienado.A ameaça militar externa é, ta bém, um factor que nos faz pena que as eleiçõesugandesas poss ser adiadas, novamente.A Comissão Militar acusou o C verno da Arábia Saudita, onde Arr e sua esposaforam vistos há .mesE de ter financiadoa agressão no n deste do país. Não se põede lado hipótese de uma agressão dirigi do exterior por Amin com objecti dederrubar o regime ugandês.A mesma comissão denunciou q os ataques daqueles bandos erý feitos a partir doZaire e do Sude. países que sempre deram o seu apc a Amin.Os últimos acontecimentos na cai tal, assassinatos e assaltos, são igu mentemotivo para ýseý duvidar d possibilidadesda, realização das re ridas eleições. . :-Jovito NunesCafé será temade encontro em LuandaOs paises produtores do café, membros da Organização Interafricana do Café(OIAC) reunir-se-ão este mês, em Luanda, na sua 20.1 Sessão. Neste encontro, osprodutores africanos do café deverão discutir medidas concretas a serem tomadascom vista à estabilização dos preços do café no mercado internacional, à luz dorecente acordo firmado, em Londres, na 34.11 Assembleia da OIC(Organização Internacional do Café).Is- Será igualmente tema deste endi- contro o balanço das actividades nodesenvolvidas desde a última reunião es da organização, que agrupa 22 paises.Ela deverá traçar as linhas de m- acção para estreitamento da coope;ar raçãoentre si e com outras organizaIm ções regionais e internacionais.A 20.3 sessão da OIAC deverá elai0 borar ainda um plano de medidas para nincontrapor as manobras das potências s, capitalistas, que procuram sistematior-camente boicotar os esforços dos a produtores com vista à. estabilização da dospreços deste produto no mercado vo. internacional.ue O CAFÉ NO MERCADO MUNDIALio, A semelhança de todos outros pro>0o dutos provenientes dos países em

Page 31: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

'vias de desenvolvimento, o café tem pi- sofrido desvalorizações constantes. ai-As sucessivas, quebras dos seus preas ços no mercado mundial têm causado fe.sérios problemas às economias dosprodutores, onde em muitos casos, constitui uma das . cis~fonte 0 de receita-.............Este ano, a queda foi particularmente acentuada pelo aparecimento de um forteexcedente no mercado, registando-se um forte desequilíbrio entre a procura eoferta.Entre outras, uma das causas que concorreu para este deseqdilíbrio foi a ausênciade um sistema de quotas que tivesse um efeito regulador. Os aumentos ou quebrasnos preços dependiam unicamente da oferta dos produtores mais influentes.Quando o Brasil, maior produtor mundial do café, registou na sua produção umabaixa, os preços no mercado internacional aumentaram consideravelmente.As discrepâncias entre os produtores têm exercido, por outro lado, um efeitonegativo na estabilização dos preços. Não existe, até agora, uma acção conjunta eunânime de todos os produtores,,uma vez que as condições de comercializaçãodos países latioýamericanos são istintas da dos paisé afrícanos.-'íi ý,ú1tiimos tempos, a PANCAFÈ, ijodrôsp monopólio dos países pro1 EMPO -23-11-801 28

dutores da América Latina, exercia uma verdadeira influência sobre os preços nomercado e- sustentava-os unilateralmente, como contrapartida à política dosconsumidores.Criada com o objectivo de assegurar um sistema de comercialização quebeneficiasseos produtores latino-americanos, a PANCAFÉ revelou-se, na verdade,incapaz, nos últimos tempos, de conter a constante descida dos preços do café. Osprodutores africanos sujeitavam-se, desta forma, aos preços do mercado,unilateralrente acordados entre a PANCAFÉ e os consumidores. O grupo dosprodutores latino-americanos detém 60 por cento das exportações mundiais docafé, integrando os países mais ricos, nomeadamente o Brasil e a Colômbia.ACORDO DE LONDRESO acordo 'sobra café recentemente estabelecido, em Londres, abriu novasperspectivas para a estabilização dos preços. Os 18 dias de discussão acesa entreos produtores e os consumidores no quadro da Organização Internacional permitiugarantir a aplicação de um sistema de contrôle de importações mais coerente edinâmico.Os produtores asseguraram que, no caso das quotas aprovadas se revelaremexcessivas, serã0'aplicados aos consumidores três cortes, doisdos quais poderão coincidir no mesmo trimestre.Os Estados Unidos, um dos países que se revelava mais hostil às propostas dosprodutores, acabaram por ceder em relação aos preços inicialmente propostos,embora não tenham chegado a atingir os níveis dos países europeus e muitomenos dos produtores.No encontro de Londres, os americanos foram igualmente forçados acondescender no volume de quota anual inicialmente preconizada.

Page 32: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

A distribuição de quotas entre os vários países produtores, que foi objecto deintensas discussões, fornece, agora, um quadro geral aceitável, não obstante ofacto de não assegurar a resolução do problema de cada um dos países, emparticular. O Equador, Papua-Guiné e Costa do M a r f i m consideram as suasquotas demasiado pequenas,Os países produtores em' geral, consideram estas medidas como essenciais para aestabilização dos preços do café no mercado internacional e para a protecção dovalor do café exportado. Na última sessão do Conselho do OIC, os produtoresindicam ser necessária a adopção de medidas económicas no âmbito internacionalque assegurassem uma igualdade entre os produtores.Com efeito, nesta sessão foi declarada a cessação das actividades daAngola é uni dos maiores produtores de café em Africa. Na imagem dois jovenstrabalhadores ana.-,a s ensacam café ýwabado de colher. Depois segue-se arvn4puctiV s;ecagemnsociedade PANCAFÉ, que detinha o monopólio no mercado internacional.Com o novo acordo, prevê-se que o café seja exportado a uma média de 155dólares (4 960,00MT) por Libra/Peso (460 gramas). Observadores considerameste acordo um passo importante em direcção à esta-, bilização dos preços docafé.A OIAC E OS PRODUTORES AFRICANOSOs países africanos- produtores do café ocupam cerca de 30 por cento dasexportações mundiais do café O café africano é o, que tem menos cotação nomercado. Trata-se, com efeito, de uma variedade destinada essencialmente ao caféinstantâneo.Em contrapartida, o café latino-americano é o mais cotado e ocupa cerca de 60por cento das, exportações mundiais.Este facto determinou condiçõet de comercialização absolutamente distintasentre as duas partes, , um diversidade de situações que fez com que Os africanoscriassem a sua própria organização;.a Organização Inter' africana do Café.Esta organização- foi criada em Dezembro de 1960, agrupando o Burundi,Camarões, Centro-Africano, Congo, Benim, Etiópia, Gabão, Costa do Marfim,Nigéria, Ruanda, Serra Leoa, Tanzania, Togo, Uganda e Zaire.ýO seu principal :objectivo era estaý belecer as linhas de cooperação entre si e comoutras organizações do café na tentativa de encontrar uma justa valorização dopreço do café no mercado internacional. Porém, ela actua sob duas límitantes: asua cotação no mercado é baixa e pouca influércia tem no -curso dos preços.O seu quadro de produção é, por razões de., vária ordem, muito limitado, ,sendosuperado pelos países latino'americanos quer na qualidade como na quantidade.Os países da' OIAC têm procurado uma grande. aproximação com os produtoreslatino-a.mericanos, mas nunca atingiram a coesão necessária na sua acção.A ý,20.ý sessão desta organização, que terá lugar na capital da República Popularde Angola, deverá determinar os mei práticos para assegurar a, aplibaço :dacordos Ade Lon¶dre~s e~ as- acções com vista acontenção dos preços. - -Jovito N~íee2[J;

Page 33: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

...... ..eMvoscovo, cidade de encanto. A catedral de S. Basílio naPraça VermelhaCronicaTEI~APó - 2~11 -~O

>Çomo qualquer o ut r o país a União Soviética é formada por pessoasheterogéneas, com os s e u s conflitos, com os seus projectos diversos. Asociedade soviética nasce e desenvolve-se da diversidade de culturas, do mosaicodas diferentes etnias e nacionalidades.Os soviéticos s ã o, regra geral, expansivos e joviais. Eles discutem qualquerpequena c o i s a de uma forma apaixonada e calorosa. Para a propagandaburguesa, porém, os soviéticos não pensam. Por receio ou ýýpor incapacidade ossoviéticos teriam perdido a fàculdade humana por excelência: o pensamentocriador. Neste país de 240 milhões de habitantes ,os únicos seres pensantes são oschamados dissidentes. Só esta ínfima minoria teve o «arrojo» de pensar, de criar.Todos os outros são seres desprovidos, de sentir e de raciocínio. À imagemgrosseira de um comunismo comedor de criancinhas seguiú-se o mito de umasociedade que procede a uma sistemática lavagem dos cérebros.E, no entanto, tudo aqui contradiz esta. imagem produzida pelos meios decomunicação burgueses. Os soviéticos são o povo que mais lê, que mais participaem actividades culturais e desportivas. A criação artística, a inovação eexperimentação cientificas são extremamente acarinhadas. Este desenvol-luile! a Ulnoa. unia inagen as conversaçoes entre os airigenies niaxinios os CloisEstadosImagem com 43 anos. Viadimir llitch Lcnine, dirige seao, eomlatentes doExército Vermelho

Em Moçambique os dirigentes soviéticosencontraram sempre o calor e amizade de uni povo educado nos princípios dointernacionalismovimento das capacidades integrais do ser humano não cria uma massa homogéneae despersonalizada, como fazem crer os ideólogos do capitalismo.OS NOSSOS AVOS NÃO ACREDITARIAM«Os nossos avós seriam incapazes de reconhecer a terra o n d e nasceram ecresceram» diz-me o soviético idoso que trabalha como 1funcionário' no meu h ot e ]. Ele quer-me.contar tudo quanto a sua 'idade permitiu assistir, sem usar nuncaa linguagem fria das estatísticas. Fala apressadamente como se lhe faltasse tempo,como se fosse mais b r e v e ainda a presença «deste jornalista da terra de SamoraMachel» (é assim que ele me chama).Na verdade, as seis décadas de vida d e s t a Revoluçã alterarammuitas regiões, saltar da Idade Média para o século XX. E isso representou não sóum e s f o r ç o enorme como pesados sacrifícios.Era necessário alfabetizar- milhões de pessoas, criar a indústria pesada, fazerchegar a electricidade aos pontos m a i s longínquos. O caminho não foi linear e oprogresso não se logrou de uma só vez. Nem sempre a transformação das

Page 34: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

mentalidades correspondeu, harmoniosamente, à transformação rápida da basematerial. Uma luta de classes aguda, a guerra mundial (que custou aos soviéticos20 milhões de vidas) recortaram a linha de evolução deste país. Tratava-se, alémdisso, de um primeiro empreendimento na construção do socialismo. Emnenhum lado, erapossível r e c o 1 h e r experiências. Mas foram as próprias dificuldades queforjaram a torça e a solidez desse empreendimento.proundamente a sociedad e a vida. Num Paí5 quase tão extenso co- ASCONQUISTAS, mo o cóntinente africano a forca O N SFACOQSorganizada dos homens lvres ..zeram morrer a miséria e o sue- Ofinis do pr ente ,ano persenvolvimento. Foi necessário, em tem examinar os resultados32nio ,r e d; n5ný8-rEmpo_- u.,ii-8o

décimo plano quinquenal. 0 potencial da econornia e da defesa cresceram, nosffitimos cinco anos de forma sensivel. 0 centro da actividade ecónómica é o bem-estar e-a elevaQåo do nivel de vida do povo.Na åltima sesýsåo do Comité Central do Partido Cofflunista da Uniåo Soviética bpresidente Leonid Brejnev sumarizou as grandes con quistas económicas e sociaisdeste 4ý p e r i o d o. Contudo, o dirigentemåximo do PCUS sublinhou as dificuldades principýis a vencýr e eriticouseveramente as deficién cias que atrasam o ritmo de creselinento.Existern dificuldades objectivas:os cinco dItimos anos n5o foram padicularmente favoråveis p a r a a, a-riculturaEm 1975 re-istou~se na URSS a maior seca dog dItimos 100 anos. Por outro lado,o potenCial bioquimico das zonas agricolas da URSS é duas vezes inferior, porexemplo, ao dos Estados Unidos 'da Arnérica. A URSS obiém dos cereais emregioes sujeitas a secas sistemåticas. 0 crescimento da inddstria quimica para aproduýåo de adubos, nestas cireunståncias, desempenha um papel fundamental.Apenas recenternente se iniciou o gigantesco traballio de fazer despertar asgrandes, r iquezas da Sibéria, o que exige pesados33

Vak-nada do Palácio do Krendin, onde no passado dia 17, foi ofCrecid' u-a r,-'pi, .solene à delegação presidçncial da RPMinvestimentos e a construção de 1 i n h a s férreas extensas (a linha férreadesignada por BAM terá a extensão de 3145 quilómetros; a extensão da costamoçambicana éde 2795 quilómetros).Nos domínios da siderurgia e daindústria de produção de lacticínios e de carne existem, igualmente, dificuldades.A produção de cereais forrageiros parai alimentação do gado não é aindasuficiente, sendo necessário recorrer à impor%tação.

Page 35: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

Nem todas estas dificuldades sedevem a razões naturais. A origem de algumas deficiências localizam.se emerrados métodos de trabalho que subsistem em alguns sectores. Leonid Brejnev,na sessão do CC já citada, afirmou: «Defeiý tos de trabalho atrasam o nosso ritmode crescimento. Temos que reconhecer francamente que não soubemos aindafazer corresponder ao nível actual de exigências os mecanismos de gestão eplanificação,'os métodos de administração e a disciplina de ,execuçã,d» ,E mais adia t e,ý, írtickndU aãxidústria ligeira oPresidentâBreineviúião ¿i «A q.aiid~ume ~*r~i«de-,bas~Cxa ~4aoniagcwdèkuOs ministros responsáveis pelo sector da construção c i v i 1 foram severamentecriticados p o r «um grave atraso na construção de residências relativamente àconstrução de obras industriais».ESPERANÇA REALIZADAEnunciei, primeiro, os pontos fracos do cumprimento do plano. Pretendi,sobretudo, indicar que os soviéticos estão conscientes de que nem tudo estárealizado. O PCUS, c 9, o partido marxista-leninista, apot com franqueza os nósde estraigulamento do cr escimento oeomico. E, contudo, sã grandes as el4gçõesalcançadas no quinquénio de 1976 a 1980: o produto nacionaldo país sofreu .umacréscimo eç 9 por cento; a produção industrial cresceu 10,8 por cento, aprodução agrícola 7 por cento e os rendimentos reais per capita também 7 porcento. A economia da m a ,2econtradição. E. as actuais exigências do crescimento não são compatíveis com apermanência das deficiências que o PCUS a p o n.t a. O maior inimigo: a baixa dequalidade e de eficácia no t r a b a 1 h o. Sinal dê fraqueza? Ou antes epicentro deuma contradição que será motor para quese alcancem novas conquistas para oPoúo soviético?Viver não constitui um encargo pesado, neste grandioso PaíK. Viver não significasobreviver, Para ninguém. Todos os cidadãos sabem que estão asseguradas assuas condições de educaçao e assistência sanitária; de emprego e de amparo nainválidez e na velhice. Asrelações humanas perderam, o carácter de concorrênciadesenfreada que- possuiam no passado anterior à Revolução.A juventude s a b e valorizar o esforço que representou a conquis, ta dosocialismo avançado. A sçie- dade soviética acarinha ess' piassado glorioso' emq.e derrübaram os inimigos da Revolução, em, qui se expulsaram os intervecionistas., Todos sabem que uma outra :.-,4 d' desenvolvimento não lhes trariá afelicidade que hoje experimentäm. E as dificuldades iniciais f o r a m imensas. Omeu interlocutor no I o t e 1, recorda-se dos primeiros tempos e compara o tempoda juventude com os dias actuais.Na realidade, só em 1926 sê co í seguiu restabelecer o ní l de .produção atingidoem 1913 (ano de maior desenvòlvimenti haRússi a pré-revolúcionária). A gYiI+äa civil, a Guerra Muindial, opproblemas da construção de uma nova economiatrouxeram terríveis dificuldades aparentemente irsuperáveis e que, for am,'dttfiiúvarn ie vencidas.Não é possível medir tudo ,quárÍ3 to sessenta e três anos de socialismo deram aohomem Como expl-tf car, então, a emoção , ,: m,' JI o velho p or t e i r o do

Page 36: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

HUotehpr etende falar do seu grande país? E quando me pede para falar tar4 bémdo meu país ele escuta-me com atenção. Depois despedindoý-se de mim ele conserva a sua mão àspera apertada à minha e diz: «Samb: ue. Empt kgee s Mloçambique.È - muito -longe, eu sei.mIltoj tom .j.sg VI' o ýU 3

APONTAMENTOApartir do séculoi.. da nossa Era, osjudeus perseguidos e oprimidos na própria Terra-Palestina pelos, Romanos, turcose outros invasores principiaram a fugir. Servindo-se das rotas-terrestres quecontorna- n ã o vam a Ásia Menor e das embarcações que cruzavam o MarMediterrâneo eles a pouco io n ime pouco abndonaram a terra dos seus A n t iantepassados para se fixarem principal- m A nt im sioni rm1..mente, naEuropa Central, e depois, em segundo lugar, no resto da Europa e da d N e._i12Afica do Norte. simL JEra a fase que na História do Povojudaico ficou- conhecida por «Diaspora». Texto de AreosaPenaPor eZassete séculos e mantiveram os judeus afastados :da Palestina.Pelos séculos 11 e II da nossa Era, começou a grande diáspora judaica, ou a suadispersão, a partir da Palestina, por toda a Europa, Ásia Menor, e Arica do Norte.A diáspora dos judeus deveu-se ao facto de a Palestina estar ocupada porestrangeiros. A diáspora 1 e v ou, em poucos séculos, a que se constituíssem, nosburgos de alguma importância da época, pequenos núcleos de judeus que viviamem colónias viradas para si próprias e cujos contactos com os gentios selimitavam aos diálogos comerciais.Um milénio depois, pelo século XIII e XIV, todos os judeus que se aglomeravamno mundo exterior à Palestina e que eram descendentes tinham sentido uma certahostili- dassua sinagogas, nos bairros que dos que haviam emigrado desta, dadee desaprovação das suas e r a m apenas seus, em todas qstotalizavam já alguns milhões e características de vida, é contudo 'Ias e cidades.quropeias, bairros eram uma força sempre presente a partir dos princípios donossa es ue se chamavm, na altura em qualquer uma das cidades'da milénioque começam a sofrer as judiarias. Baixa Idade Média. grandesperseguições e a serem Nas judiarias,, nasciam, viviamassassinados pelas turbas enfureci- e , mrriýam De J u d iiaarri paNASCE .0 ANTI-SEMITISMO, das. ju!iia ý,tÉtvm denegócios,'~' Nos prieiros sculos ddêSegÜ.ý amcs ne,'(rr',>ie anteriormeiWý pn es moo,6-n do Milénio, os judeusviv í an* WosN.biskýi h éotoleras é c u lo IV a.n.e. osJ~ueuý J& sociedades, õrganizads em redorvam casamentos de judeus comTEMPO_ 23'14O-#

Page 37: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

assinantes de pacto com o Diabo, sugadores do dinheiro dos cristãos (o que nãoera totalmente mentira) e assassinos de Jesus da Nazaré, o «Filho de Deus».Assim se criou o mito através dos séculos do judeu - ser humano capaz de todasas perfídeas e imoralidades, traiçoeiro e íntrinsecamente mau.PERSEGUIÇÕES MEDIEVAISNão nos podemos admirar que, pela mão do clero da Idade Média, a gente cristãdos burgos, volta e meia, entrasse nas judiarias e massacrasse homens e mulheres,velhos e crianças e as saqueasse, cometendo todas as violências que,anteriormente, os padres e os frades lhes diziam que eram característicashebraicas.Embora alguns dos criminosos,Judiaria na Europa Central, pintada naIdade Médiapessoas de outra religião), se resolviam querelas tendo como juizes os rabis, seenviavam, s e gu n d o consta, as primeiras cartas de crédito.Apesar de terem de comum as Leis de Moisés e toda o Antigo Testamento, averdade é que as d u a s religiões, judaica e cristã, eram inconciliáveis: o deusuno, vingativo e todo-poderoso J e o v á não admitia comparações com esse deustríplice e incompreensível que é a Santissima Trindade. Uma salsalhada r e 1 i g io s a que teólogos judaicos e cristãos não s a b i a m resolver e que alimentava ahostilidade crescente entre os fiéis das duas religiões.Contudo e dentro de um plano mais prático, havia algo de concreto que enfureciaos cristãos. Os judeus. praticavam a usura, emprestando dinheiro a judeus eprincipalmente a cristãos a juros opressivos. Para os cristãos a usura era-lhesvedada pela sua religião, mas aos judeus a mesma era permitida pela leitalmúicak.E a usura era o principal n~egócio dos j u d eus. Empretvam dinheiro anegociantes aflitos, a reis que se armavam para, a guer-ra e - espantosamente - aos próprios conventos para as suas obra.3.A cobrança destes empréstimos e dos respectivos juros era, não raro, feita deforma humilhante, sob autorização dos monarcas a quem convinha darem-se bemcom os banqueiros judeus. A cobrança chegou a ser feita pelos judeus, no interiordas igrejas cristãs, o que, é fácil de depreender, constituia um insulto à Igrejaromana.Foi, pelos séculos XII, XIII e XIV que membros do baixo clero, padres e frades,sensuais, comilões e bêbados, começaram nos aglomerados populacionais, avociferar contra os judeus e a açular as multidões cristãs obscurantistas, invejosasdas riquezas dos judeus e temerosas das feitiçarias que se acreditava elespraticarem.0 baixo clero fazia sempre as mesmas acusações contra os judeus: eram ladrões,envenenadores dos p o ç o s, fomentadores da peste (negra ou bubónica),violadores de donzelas c r i s t ã s, carniceiros de crianiças cristãs a quemcrucificavam e bebiam o sangue, sodomistas, açoitadores com chicotes dasimagens de Cristo, aparentados eEstado aetual de uma Judiaria dos SéculosXIV e XV l

Page 38: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

ww ~TEM PO:- - 2«3-I 4 0

tivessem pago os seus atentados aos judeus com a pena de morte, por resoluçãodos senhores feudais que 'não queriam ver os seus banqueiros maltratados e ausura mais ca r a por desagrado e retaliação destes, não se conseguia dormir umanoite, sem temor, nas judiarias da Europa. NaEuropa, apesar do seu dinheiro, ojudeu vivia oprimido e aterrorizado por morte violenta, às mãos cristãs.Na Africa, o judeu (como também o cristão) era tolerado pela m ai o r i amaometana e nunca se ouviu falar de massacres dirigidos por maometanos aosjudeus (ou* aos cristãos). Uns e outros estavam autorizados a fazer os seusnegócios e a sua vida, sem serem incomodados, desde que não se intrometessemna política dos estados árabes em que viviam.MEDIDASANTLIUDAICASAs pressões do povo cristão, da Igreja e as grandes dividas insolúveis aos judeuslevaram os governantes cristãos da Europa a ceder e a criar uma série de leisraciais, que visava oprimir o povo judaico: os judeus foram proibidos de visitarlares cristãos e as mulheres cristãs de visitar as judiarias; os judeus não se podiamsentar em tavernas onde se sentassem cristãos nem, quando em viagem, dormirem hospedarias para cristãos; não podiam ter ao seu serviço criados, ou escravoscristãos; não podiam ter relações sexuais com pessoas da outra etnia.As penalidades para estas infracções iam desde pesadas multas até à morte.Depois, a Igreja Católica criou a Inquisição e os Tribunais de Santo Ofício e,durante os séculos XV, XVI e XVII, os judeus conheceram perseguições «legais»atrozes. Os próprios cristãos f o r a m vítimas daqueles órgãos de terror, quefizeram dezenas de milhar de vítimas pola tortura e pela fogueira. Os inquisidores- farejavam por todo o lado crimes lesa-deus, e a t o d o s acusavam de«praticarem i u d i a r i a >, actos concernentes segundo diziam à religião judaica.De foma ridícula, mas maldosa, comiam galinhã& cen p , r dermiam c o m a 4íbça' virada emEnforcamento de Judeus no Século XVdeterminada direcção, pois - afir- em que viviam e arriscarem-se a mavam eles -só os judeus é que ser mortos. 'procediam desse modo. Em Espanha ePortugal, ondeNo fundo, tratava-se apenas de reis cristianíissimos viviam subordi~ caça ao seudinheiro. , nados ao poder dos p a p a s, osFatalmente, a opressão máxima judeus foram tratados ferozmente: devia recairsobre os judeus: bapti- mesmo aqueles que se baptizaram zar-se ou seremexpulsos do país (cristãos-novos) foram maltratados;TEMPO --23ý-r1 4o1

os outros eram multados, baptizados à força sob baldes e cântaros de água bentaque, :apressadamente, os padres iam atirando sob as cabeças dos neófitos,indignados mas contidos pelas armas. E, depois desta cegarrega de baptismosfabricados em série, o tribunal religioso caía ferozmente sob aquele que erasuspeito de ser ao seu antigo Deus.

Page 39: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

Nos outros países da Europa não se registou um tão -grande afã prosélito.Baptizaram-se os judeus que se quiseram baptizar, continuaram a seguir a religiãode Moisés os que quiseram continuar e"nada se alterou, pois os massacresepisódicos às judiarias eclodiam, de tempos a tempos, como as epidemias:fazendo muitas vítimas.TEMPOSMAIS CALMOSComo às grandes tempestades sucede o bom tempo, também às manifestaçõesferozes de fanatismo sucede a tolerância religiosa e racial.Assim sucedeu em Portugal e em Espanha a partir do século XVIII.A Revolução Francesa de 1789-veio a reconhecer aos judeus a sua liberdade política e religiosa e igualdade nacidadaniaSe, iaEüiropa-Ocidental, os judeus ficaramp finalmente tranquilos por doisséculos, na EuropaCentral e na Europa. Oriental, os massacres e as perseguições cíclicas dos judeusprosseguiram. O nome destes assaltos aos bairros judeus mudou, contudo,tornando-se em «progrom» ao «ghetto». Ghettos estes que eram cada vez maiores,mais populosos e com uma vida c u 1 t u r a 1, artesanal, comercial e bancáriacrescente.Os judeus praticando sempre a usura - negócio que aprendiam e herdavam depais para filhos tornaram-se nos maiores banqueiros da Europa e, neste século,eram g r a n d es capitalistas não só na Europa como nos EUA e no resto domundo.Talvez tivéssemos deixado ficar a impressão errada de que os, judeus eramsempre banqueiros ou muito ricos. £ verdade que a percentagem, entre eles, degente com muito dinheiro era m u i t o mais elevada que entre os'cristãos (devidoao seu espírito de poupança pouco dado ao gasto em supérfluos, como t a m b é mdevido a serem excepcionalmente empreendedores em tudo o que fosse negócio),mas também havia artesãos humildes, pobres sapateiros e alfaiates, gentes de r e cu r s o s diminutos, Por outro lado, entre a sua populhção e ao longo de to4os osséJ ulos, surgiram homens de ciência: médicos, matemáticos, químicos e físicos.Julgamento e enforcamento de um1 .11A, partir de meados do século p a s s a d o, deixou de haver «progroms» naEuropa, com excepção da Rússia dos czares, onde os judeus continuaram a sermartirizados.Mas os judeus iam conhecer o mais terror da sua história, a partir de 1933,durante doze anos em que o fascismo matou em toda a Europa mais de seismilhões de judeus pelos métodos mais cesumanos e bárbaros.No próximo número, falaremos mais pormenorizadamente d e s t e aspecto, dorecrudescimento do anti-semitismo, das suas manifestações modernas, e da outraface da moeda, o sionismo imperialista e o auxílio que recebe principalmente dosEUA.1 - (A abrir o mapa da Palestina no ano 1000 a.n.e.)

Page 40: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

2 -O novo Israel (área marcada a traços em diagonal) com os seus vizinhosárabes de se lançar na grande agressão expansionista de19673 - Jerusalém, c i d a d e sagrada de Judeus e Cristãos. Em 1966, parte pertencia àJordânia. Depois da Guerra dos 6 Dias, em 1967, Israel assenhoreou-se de toda acidade4 -. Jovens j u d e u s ortodoxos,estudantes do Talmude efuturos rabis (sacerdotes)5 - Em 1930, o «ghetto» de Varsóvia era um bairro populoso, cheio de bulício,onde -judeus polacos viviam, comerciavam, entravam e saíam sem problemas.Depois de 1939, os nazis mataram quase todos os seus 400 mil habitantes earrasaram o«ghetto»6 Sinagoga de Maputo, meioescondida no primeiro troçoda Avenida Tomás r'qúdTaAreasa Pena oTEMPO - 23-11.80

* * ,ANAILISEEstratégia de Botha:Reforma ou contra- ínsurge nciaPor Robert I. Davies e Ruth FirstPod:eo 'sistema do apartheid da' Africa do Sul efectuar mudanças internasfundamentais e reformas paiticas, agora, ou no futuro? Esta é a questãofundamental que,está a ser,encarada dentroò do país e internacionalmente.'Umn soldado sul-africanoconduzindo uma criança brutainiente,E s es, Yer~Caboí r),O regime e a sua máquina de propaganda anunciam constantemente algumasnovas «reformas»: uma remodelação ministerial, um novo sistema constitucional;a concessão de certos direitos limitados aos sindicatos africanos; concessões àclasse média africana, etc...As mudanças são parte do que o Primeiro-Ministro Botha chamou a sua«estratégia total». Botha, que substituíu John Vorster em 1978, fez, na altura, oque pareceu ser uma série notável de novos discursos. A Africa do Sul, ele disse,tem de se «adaptar ou morrer». Daí a necessidade de uma estratégia total: nafrente política e militar, mas também nas frentes económica, ideológica epsicológica.INTERPRETAÇOESOCIDENTAIS DESTASMUDANÇAS

Page 41: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

As alegações de reforma que a Africa do Sul faz não são de supreender: todas asestratégias de e o n t r a-insurgência desenvolvidas por governos opressivosinclIem algumas tentativas para ganhar os corações e as mentes do povo.N imprensa e outrs meios de co icação social do Ocidente ç_Lt alteraçõestên3m vindo a ser amplamntel intepretaas c o in o, ntativa de B para abrir i oa umami efectiva immeni taçãoum,- programdeass int . As altera 'I

Unia das vitimasda sangrenta -irepressão- fascista,aquando das manifestações dos estudantesno Soweto,em 1976ministeriais são consideradas como passíveis de reforçar a posição dos elementos«verligte» (esclarecidos) no seio do Partido Nacionalista à custa dos elementos«verkramptes», dando assim a B3otha, enquanto líder dos «verligte,», maisdisponibilidade para prosseguir as suas medidas de «transformação esclarecida».E evidente que este tipo de interpretação se baseia no pressuposto de que o regimede Botha está disposto a,"pôr termo ao sistema do apartheid. Não serásurpreendente encontrar este ponto de vista mesmo em círculos maisconservadores ou reaccionr-ios. Ee corresponde, afinal, exactamente à imagemque o regime do Partido Nacionalista, dirigido por Botha, tem vindo a procurarcriar para si prÀprio. O que é mais d i gn o de' (1 e' - embora perfeitamenteteompreensível nas actuais condições de agudização da luta de massas - é ter-seessa mesma tese básica transformado na «sabedoria conveicional» da imprensaliberal ou seja, da imprensa leal a, e da propriedade de importantes inveslidoresestrangeiros e do capital nonopolista doméstico. Pode hãver algum-as dúvidas,expressas em, círculos rais liberais, sobre o aicance da mudança .ou sobre seEotha será verdadeiramente capaz de levar o processo até à sua ,,conclusãológica», face à oposição de elementos «verkrampte» no seio- 1do seu próprio Partido. Contudo, regista-se un acordo comum, tanto entreconservadores como libetais, de que foi iniciado pelo regime um processo de,reformas genuínas, mesmo que atrasadas e le»tas..Mas o que se passa na realidade? Estará o regime de Botha verdadeiramenteenvolvido no que possa seriamente ser considerado como um processo de reformado apartheid? Que amplitude possuem as divergências verificadas no GabineteMinisterial entre os «verligtes» liderados por Botha, e os «verkramptes>»liderados por Treurniclit»? E qual é, face ao que des-crevemos atrás, o significadoreal da recente reorganização das estruturas governamentais?AS TlANSFORMAÇOESt NAO REFOR1MA-A primeira análise a fazer sobre * as ilterações actualm»ente a srerí.í praticadaspelo regime de Botha é de que elas são fundamentalmente uma tentativa de

Page 42: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

ajustar os mecanismxos do Estado,« do apartheid. Isto com o fim de o tornar maisefectivo sob as condições actuais de agudização de luta de massas como forma depreservar o poder político e eçonómico do bloco branco dirigente e dominante.Todas as transforiações que já se verificaramh e todas as transformações pla-neadas para o futuro têm corno objectivo, não à concessão do poder às massasoprimidas mas, pelo contrário, a preservação do poder político e económico doactual bloco dominante. Por outras palavras, o p r o c e s s o de reestruturação emcurso actualmente na África do Sul não pode de forma alguma ser encarado comoum processo de desmantelamento dos mecanismos do apartheid. Ele é outrossim,uma tentativa dos dirigentes do Estado do apartheid para afinar esses mecanismosa fim de que os mesmos possam funcionar mais eficientemente a seu favor.O CONTEXTO: AGUDIZACÃODA LUTA DE MASSASO contexto fundamental em que têm que ser compreendidos todos os actuaisajustamentos feitos pelos dirigentes-do apartheid é a agudização da luta de massasdo período iniciado em Junho de 1976. 0 bloco no poder enfrenta actualmente umdesafio concertado das massas populares em diversas frentes. A luta armadadirigida pelo ANC conseguiu diversas vitórias recentes, sendo a mais assinalávela do ataque ao complexo Sasol de extracção de petróleo a partir de carvão, emJunho de 1980. Na frente industrial, os trabalhadores de cor engajaram-se e têmvindo a participar em diversas greves im.portantes em larga escala, tais co-TEMPO- 23-11-80

mo, a greve na fábrica de automóveis Volkswagem e a greve desencadeada emAgosto pelo trabalhadores municipais de Joanesburgo. Ao mesmo tempo tem-seregistado a continuação do boicote às escolas praticado pelos estudantes de côr etem havido muitas outras formas menos divulgadas de intensificação daresistência .das massas.Ao agir na defesa dos seus interesses, face a esta intensificação da luta de massas,o bloco no poder tinha fundamentalmente duas opções:1) -Responder apenas com arepressão directa, ou2) - Combinar um incrementoda repressão com uma campanha de persuasão destinada a dividir as massas o p ri m i d a s e conseguir o apoio de, ou pelo menosneutralizar, camadas-chavedessas mesmas massas.Fundamentalmente, foi a segunda destas duas opções que o regime de Bothaescolheu. Tal está claramente expresso no s 1 og a n «total strategy» (estratégiatotal)que o regime divisou para revelar a sua intenção de mobilizar recursoseconómicos, p o 1 í t i c o s e psicológicos (ideológicos), bem assim c o momilitares, em resposta ao que classifica de «assalto total» dirigido contra si. Tal éa opção apoiada pelos mais altos dirigentes militares, bem treinados nas técnicas«anti-insurrecionais», e, aos quais Botha está particularmente ligado. É, também aopção apoiada pelos investidores estrangeiros e pelo capital monopolista

Page 43: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

doméstico como o prova por exemplo, o facto de, Harry Oppenheimer, daANGLO-A ME RI C,A,N CORPORATION, estar actualmente a colaborarestreitamente com o regime de Botha em diversos projectos que visam conseguirapoio da população de cor para o «sistema de livre iniciativa».Se a segunda opção é aquela que está a ser accionada pelo regime de Botha e pelocapital internacional, qual o significado das divisões no Partido Nacionalista?Os «verligtes» liderados por Botha e os «verkramptes» liderados por Treurnicht,que foi despromovido na mudança governament¿al,e qual o significado das recentes alterações governamentais, à luz do que acimafoi afirmado?Em primeiro lugar, as diferenças entre Botha e Treurnicht são fundamentalmentesobre meios e não ýobre fins; sobre quais os melhores meios que nas actuaiscir,cunstâncias defenderão as estruturas e instituições básicas do sistema doapartheid. Como já, deve estar claro nesta altura, o regim( de Botha não estáenvolvido na implementação de um programa para eliminar o apartheid, masantes no desenvolvimento de uma «estratégia total» destinada a defender oessencial daquele sistema. Contudo, enquanto Botha, nas melhores tradições da'estratégia anti-insurrecional, está disposto a fazer algumas adaptações emdeterminados aspectos secundários do sistema, na esperança de conseguir algumapoio de camadas das massas Treurnicht duvida da eficácia de tais medidas. Talcomo dizia um comentador do «Financial Mail» de Joanesburgo de 23/5/80 «asdiferenças entre Botha e Treurnicht resumem-se afinal a isto: o primeiro procuraum arranjo com (determi-A &4s1rt1ieý( de~,«*ni.i~jfi~9s~ ~, LK4P;ó~ - 2W i-8

A segregação racial na Africa do Sul: casas de banho para negros (a csqeIurda)paã brain n s '(a direita)nadas pessoas de cor) - mas apenas nos termos ditados pelos brancos. O segundodesconfia de tal arranjo - considera-o débil.Se a disputa no interior do bloco branco no poder é sobre meios, e não objectivos,qual o significado das recentes modificações?PRIMEIRO A MUDANÇAGOVERNAMENTALÉ verdade que Treurnicht, o dirigente do grupo verkrampte sofreu umadespromoção, mas muito mais significativa, e sem precendentes na históriapolítica da Africa do Sul é a entrada no governo de Magnus Malan, o antigo chefeda Força de Defesa. e agora Ministro.da Defesa; Isto -reflecte a importância cadavez maior dos militares - que têm uma posição beligerante, especialmente contraAngola - na definição da opções políticas.Na mesma altura da mudança governamental, o governo anxunciou os seus planospara a reestruturação do sistema constitucional. O sistema' de Westeminster estáno fim, foi afirmado. Vai existir um Consellho Presidencial de elementosescolhidos não só erire õsbricéos mas, 'tiabém, entre as comunidades dosmestiços e dos asiát oé um Conselho de representantes de muitos dos grupospopuloêi6kúas ao contráãrju?,do parlament co pJoletamente branco. Mas os

Page 44: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

membros do conselho serão nomeados; não .há elementos eleitorais. A noieaçãodemembros para o conselho presidencial signífic , de facto, mais )dev ra,:xecutiv. gov,ê? ramais uma vez de um governoMlft autoritário. Apesar da ideiaorigi-nal'se ',ue o' Con.selho Presidencial iria trubalhar em conjuntocom um conýe1110nlegro {a[fricurxo)-seprad0çie_,ú, um único leader ne" gro foi encontrado parãaceitar um conselho negro, nem mesmo o mais fantoche dosdirigent:s dosbantustroes. &ssi. A * regimè vai ter que encoitraT ,uma fórmula para tentarai Eý.1v .a gunsí,negros neste exercício de co-oplação.1 FQj ;lum Joiznaistu s1ul-aýfricano quQ coQmows e1ate p1 ano conçtitui.111:«F, in acreditxrel que em 1 980, trL , meses após o desmlmp1anentp du umgoverno de m.inoia-;' anç a n o Zimlýabwe, quatro anos apó~s a, Reelip~ê deSE',l-, ,qentv'e um- boicote das' a~ps.pjW tdp, ýp paísorganizadotivos nomeados.08- r ~C£ -- OWI*., rTEMPO- 23-11-80

Então, quais têm sido as mudanças dirigidas para ganhar. os corações e as mentesdo povo?Para além das mudanças governamentais e do plano constitucional já discutido, os'ajustamentos da maquinaria do apartheid foram realizados nas seguintes áreas:O abrandamento de determinados regulamentos relativos à reserv e empregos afim de permitir uma maior utilização da mão-de-obra negra em determinadosempregos especializados;A concessão de determinados direitos de legalização e registo a sindicatos dosnegros a fim de que estes participem emiprocessos formais, de negociação com osempresários;Uma tentativa de criar uma «classe média de cor» colaboracionista e de apoio,removendo determna'das f o r m a s de discritinação e opressão qu~e afectamwaqueleas que os estrategasdpi aparthei classifcaram de «negros úteis»;DYeve ser, ulnhado no i4íki que nenhuma destas, ssimples refomas no sentidodeque, ão. relaameto de, meas oresi vas. No entanto, cada uma d4els éuma foirmaslectiva feita com um cálcunlo especial de tentair ganhar ou neutralizar certossectores.Tudo isto ressalta claramente de uma análise das alterações introduzidas nas leisdo passe e de trabalho na sequência dos Relatórios das Comissões Wiehahn eRiekert. Na esfera sindical foi pela primeira vez concedido o direito a sindicatoscom membros negros de serem formalmente reconhecidos nas negociações comos empresários. No entanto, este direito foi cuidadosamente ligado a umaestratégia que visa «domesticar» os sindicatos dos trabalhadores de cor eesmorecer a militância dos operários. Os sindicatos podem agora conseguir umreconhecimento formal, mas só se forem registados pelo Estado. 0 registo só éconcedido se os sindicatos possuirem regulamentos e métodos e organizaçãointerna «aprovados» que limitam na prática o papel dos trabalhadores de base. Damesma maneira, na esfera das leis do passe, as modificações" feitas ne sequência

Page 45: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

do relatório da comissão, Riekert visavam claramente intensiflcar as divisõesentre -diversas categorias denTEMPO - 23-11 -80residentes nas zonas urbanas. Serão levantadas diversas restrições sobre amovimentação de uma zona urbana para outra; .mas ao mesmo tempo estão a sercada vez mais apertados os contrôles sobre a entrada de toOos os outrosnegrosnas cidades, A intenção, neste caso, é claramente tentar «acomodar» aclasse média de cor e uma minoria de operários de cor mais especializados,mantendo ao mesmo tempo mais firmemente todas as outras categorias deoperários negros numa base controlada de trabalho migratório. A mesma intençãorecuperadora e divisionista é também evidente em diversas outras operações quejá foram efectuadas. Os abrandamentos nos regulamentos do assim c h a m a d o«petty apart eid» (pequeno apartheid) verificaram-se todos numa base selectiva ecom o objectivo claro de cra unia classe média de dbox colaboraciçlnst e, deapoio aoEsts reforma selecivas co objectivo de co-optar um certo extracto não queremdizer qued forma alguma o Estado tenha remo forma' de responcder às lut~asclas massas. Ito foi evidente no decu so da recente greve desencadeada pelostrabalhadores municipais 'de Joanesburgo. Apesar de toda a retórica pós-Wiehahnsobre «um novo arranjo sindical» e de «clima de negociação», a resposta doEstado foi recorrer ao seu método tradicional de despedir os grevistas e deportá-los à força para uma zona de reserva de mão-de-obra. Este incidente torna claroque quaisquer modificações efectuadas nos regulamentos do apartheid e/ou naimagem do regime são, num estilo tipicamente anti-insurreciorial, umcomplemento e não um substituto de acções de força desencadeadas pelo aparelhorepressivo.A MINORIA BRANCA NAO ABDICA DO SEU PODEREm segundo lugar, é importante salientar que por muitas medidas «atractivas» queo regime possa fazer relativamente a uma classe mviédia decor,unca abdicarátdomonopólio do poder- político dèti(-]t pelltual ' bír a n codoni: nalíte,,y -n q i ,," !: fO actual bloco branco no poder, e em particular as suas fracções (agricultores,pequena burguesia e aristocracia operária brancas) representadas directamentepelo Partido Nacionalista, perderiam demasiado em termos de interesses de classevitais em qualquer arranjo político que minasse o seu actual monopólio do poderpolítico. Assim, e como sempre, a reivindicação fundamental das massas dir eitospolíticos para todos nointerior de um Estado unitário tem sido repetidamenterejeitada enquanto não negociável"e exterior ao âmbito do actual processo' dereestruturação.Isto quer dizer que nenhuma reivindicação das massas que poderia introduzir uram ud a n ç a real vai ser contemplda pelo sistema do poder do apartheid.E certo que reformas, r4esno limitada o selegne perante ump erto is dintor é,especialmente, verdade, noonte.to e ura vezmis dea nero das melhoies trdçõsd geranti-insurrecional, o processo de

Page 46: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

reestruturação a partir de cima estáa ser pontuado por um contr le e repressãointensificados.Isto é evidente ras mudanças conducenites a um góri-no «mais militarizado eautoritário, nos contínuos ciclos de assassínios, de julgamentos políticos, deprisões. E, por seu lado, isto evoca a resposta das massas: uma crescentemilitância dos trabalhadores que está a a t i n g i'r momentosuetnu ntica, atingiu, eneeihttma semaria passa sem que uma confrontação tenha lugar entre as massas eo estado do apartheid., * Este artigo escrito por doigmembros do Centro de Estudos Africanos é baseado 'na Análi e CEA-CEDIMON.' 3/119BO-10-24 qcue)iod~e ser àêaduderc1 CEA,,11 CR 41%,6 W4ptíto43

IMAGENSAø<0 Presidente, do åotswara. Quett Masire, teve encontros no fim do passado més deOýtubro,' com o Primeiro-Ministro britånico Margaret Thatcher, por ocasiåo davIsita que ' efectuou å Grå-Bretanha. Um das questóes clue foram. abordådas noencontro é a cooperaQao entre os dois pafses,,nomeadarnente å 'ajuda que a Gýa-Breta-. nha deverå conceder 'a este *Pals, que tern urna forte dependkicia daAfrica do Sul.TÉMPO',-ý- 23',I'Itó

/Guiné-Bissau BERNARDINO VIEIRA ASSUME O PODERUm tanque iraquiano vigia a região estratégica que separa Abadan deKhorramshahr. Este tem sido o ponto quente dos combates entre as forçasbeligerantes. Entretanto, a comunidade internacional continua a manifestar a suaséria preocupação em relação ao conflito, tendo o ministro dos NegóciosEstrangeiros cubano, Isidoro Malmierca, se deslocado a Bagdad, na qualidade derepresentante do Presidente em exerc[cio do Movimento dos Não-Alinhados, paratratar da questão.Um golpe de Estado derrubou, na passada sexta-feira, o Governo do PresidenteLuís Cabral, na Guiné-Bissau. O golpe foi dirigido pelo Major João BernardinoVieira, então chefe do Governo que assumiu a Presidência de um «Conselho daRevoluçãon., criado pelos golpistas.Tudo leva a crer que o golpe de Estado visa impedir a concretização do projectode unificação da Guiné-Bissau com Cabo Verde. Em Lisboa, um comunicado dachamada União Patriótica Anticolonialista saúda no golpe a sua orientaçãovisando a não unificação com Cabo Verde.A República de Cabo Verde condenou, dois dias depois, o golpe. Numcomunicado distribuído na cidade da Praia, o Conselho de Ministro cabo-verdianocondenou o golpe, afirmando que reserva-se o direito de rever as posiçõesassumidas até então nas relações entre os dois Éstados.. .A Guiné-Conakry foi o primeiro país a reconhecer o novo governo, poucas horasdepois do golpe.

Page 47: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

O jornal «Le Monde» interrogava-se sobro e papel desempenhado pela Guiné-Conakry, no golpe insinuando a sua ligação com um velho projecto anexionistede Conakry, que pretenderia a integra ão das duas Guinés num único país.Não há, contudo, quaisquer indicações sobre se as novas autoridades se manteríãofiéis aos principios d DPA e nota qr os ý omu 1ncados que distibuiirpan nãofezem moiçýý a: Partido.TENPO - 23-11-80

Beira:AMENDOIM TORRADOVENDE-SEDE QUALQUER MANEIRAVenha por meio desta cartafazer uma observação sobre um aspecto que acho preocupante, :em várias partesda cidade da Beira. Fico mesmo estupefacto, sem compreender qual será ou temsido a causa desta situação.Trata-se da venda de amendoim torrado em quaisquer par-tes da cidade da Beira, duma forma que acho desorganizada, porque já se vendena Baixa, nos Bares, nas ruas, sem a mínima organização e higiene.Agora eu pergunto: - será que esses vendedores não podem organizar-se demelhor forma, para melhor proveito de todos?Eu acho que este tipo de bazares improvisados, que se fazem sem o mínimo deorganização e higiene, deveriam evitar-se, porque tenho visto uma situaçãobastante alarmente de algumas senhoras e crianças que vendemesse p r o d u t o alimentício na baixa, nas ruas, assim como noütras partes destacidade passam por muitas deficiências, só porque trazem umas bacias cheias deamendoim torrado à cabeça. Às vezes a população assiste à luta entre crianças,porque uma quer comer amendoim sem o pagar: Isto é o resultado da vendadesorganizada do amendoim torrado.Fernando Domingos DauceProvíncia de Sofala Beiraporque têm sede. E, ali formam uma bicha para melhor abastecimento de água.Enquanto estão na bicha, da água, o comboio apita e ali saem a correr, cada qual aquerer entrar primeiro, e ali outros, caem, o comboio acelera, e acidentes surgem.Todas as carruagens dos comboios de passageiros tem tanques de água e torneirascom os dizeres em cima «Água potável».Agora, eu pergunto aos caros leitores, por que é que não há á g u a nas carruagensde passageiros? Peço um esclarecimento, e se for possível poder-nos-iam ajudaros funionâriosý da Empresa Caminhos de, Ferro de Moçambique-Sul, deitaremágua nos tanques das carruagens dos comboios de passageiros.Arão F. MalulequeTCho4W - - i-p-po~GazaFALTA DE AGUA NAS CARRUAGENS DE PASSAGEIROS. Porque é que não há água ção, de Lionde-Limpopo, pornas carruagens doscomboios de que quando chegam ali todos os passageiros? Eu, pessoalmente

Page 48: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

passageiros, estes, descem a fim assisti a dois aci&entes na Esta- de iremabastecer-se de água,T.K 1~~b«

Cartas dos Leitores.rBAPOSBÊNNO BARCO «BARADA»Pois- nesta minha viagem, utilizei como meio de transporte o barco que tem onome de «BARADA»,. q u e transporta passageiros daBeira à localidade de NovaS6ifala no Éúzl e vice-ver-.sa.,Portanto, quando cheguei ao cais onde este b ar c o costuma estar r i que aliestavam muitas pessoas à espera dos trabalhadores deste m e s m o barco parapodermos embarcar.Mas foi depois de duas horasde atraso do horário combinado que ,leslapareceram; pois não ,apareceram todosduma só vez, era, só um por.cada horae, assim, os p,ýs4gio continíuavm ali ,aespera deles., Aquilo parecia um filme, poisquandp e 1 e s apareciam, todos esta bem embriagados, uns por verem ospassageiros tentavaih' f 'n g i r que não estavam bêbados,' m as como a bebidaestavas §em todo corpo, eles não aguentavam., O. cobrador~ nem aguentavavender os bilhetes porestar totaiereíe 'embriagado.'alando do mesmo barco estedeixava entrar água na parte de trás, visto que. o mesmo tem tabuas já estragadasnesse lado e assim os trabalhadores deste barco são obrigados a tirar a ág ia queentra. por esta parteçJra jvi4gem.a ,Çrsleitores, peço apoio sepor,aca-so estou errado.Por fim, apelo aos responsádestebarco para normalizá-jp e4ambém aosamigostrabalhadores, deste 'barco para não bbeberem durante as horas de serviço, vistoque é muito pèrigoso e um barco desgovernado pode-ýýafuídar, como se fosse umsaco de pedras..,a-osta, ehangonga..Nova-Sofala BuziTEMPO-3-1~8-UM, TRACTOR NOVO QUE APODRECEJá lá vão cerca de dois meses ou' mais, que um camião (velho) que se envolveranum embate e um tractor do tipo lagartas (novinho em folha) e que vii nh atransportado p e 1 o camião, se encontram ambos abandonados; ou seja,esquecidos na Estrada Nacional N.' 1. (Não' sei precisar a' distância) mas é aalgumas 'dezenas de quilómetros da capital do país, ali mesmo entre o Bairro

Page 49: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

Comunal Agostinho Neto e Ricatia. Se não estou ýem erro ambos os veículospertencem à D.N.E. (Direcção N~aciona~l de -Est'radas).Se bem que se julgue que o camião sofreu um embate de tal for'ma, que se tornaquase irrecuperável, já o tractor saíra ileso do acidente, e quer-me até parecer quepara descer do camião após o desastre, não precisou de nenhuma ajuda; isto é«contou com -as ;suas própripsforças».Ora; atéaqui nemnmião.aeem o tractoi; foram removidos do local. Estão à esperaOet ? S.erá tie Dara aida,í'íao se--diígiu,.i y mí ri~~ s durantf!i'" ,i espera d4. c o-m' .wDepis d a comid&zqu:ýiitõ almoçava, aparecu-me em redor do prato umas; moscas, e arroz cheio,deÁgordura. Existe dentro desse lestau- rante, um cheiro estranho porfalta de limpeza, está cheio de '; teias de aranha, as p a r e d e s encontram-sesujas. Perguntei ao responsável daquele Restaü-47coincidência ali é que era o destino daquelas duas máquinas! Ou se está aexperimentar até que ponto. os «amigos do alheio» são bons?!..Uma coisa é certa; tanto o camião como o tractor, custaram bons, meticais'aoPaís. O camião ...vá que não vá, mas sobre o tractor, algo há a dizer. «É no*vO etem uma utilização inegável. Como interpretar isto? Não sirá esta uma das maisdescaradas formas de como a negligência se pode manif estar? Quem é quedeverá responder por este estado' de coisas?Saliente-se aqui que o referi'do tractor é do tipo «Lagartas». Imagine-se o seucusto. Não se vá pegar no facto de se atravessar tantas dificuldades no País', parasq dizer que ainda não se removeram as' duas máquinas do local por- essa r azáo,Desleixo, talvez, sim! Como podemos concluir, alggém está «matando doisçoelhos numa só c a j a d a d a». ,Quem yaýsalvar a vida àquele4 ractorzité» novo?Mateus SimbineAltto-Maé - Maputo

JOVEM PRIVADA DEESCOLHERO SEU NOIVO!Peço imensas desculpas aos meus estimados leitores por este forçoso atrevimentoem vos tirar o vosso rico tempo na leitura deste parecer que torno público pelaforça do respeito à Emancipação da Mulher Moçambicana. Ela é de todosconhecida em doces palavras.Por falta de produtos de primeira, necessidade no mercado, se fazem as jovensinfelizes. Tendo-me deslocado para a Ilha de Moçambique no mês de Agosto,presenciei um facto incrível. Existia uma moça, cujo futuro sonhora em belosmoldes e convincentes de realizar. O seu matrimónio com quem deliberadamenteescolhesse para isso. Volta e meia, tantas cabéças, tantas sentenças existiam parao malogro desta boa intenção.

Page 50: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

Um moço, cujo modo de vida desconhecia, teve o atrevimento de ganhar oprestígio de digna mulher à troca de produtos. Pois, os meus olhos viram comacerto, esta mulher verter prantos pelo insiucesso da emancipação da mulher.Mas, para que tal facto fosse verídico, actuou-se por meio de intermediárias (ascha. rás) para convencer a pobrezinha, em casar com aquele patrão que arranjavap r o d u t o s desta arte, açambarcados, como seu modo de viver.Vencida foi a jovèm, mas não convencida. O casamento realizou-se! (no mês deJunho).Dois meses mais tarde, por privação do seu direito em escolher o seu noivo, tentaabando-nar a casa deste, a fim de recasar com um moço da sua preferência, onde de novoaparece a intermediária (chará) em língua macua «ANZINAHÉ», a esbofetear arapariga em plena via pública e com èssãs palmadas que era aplicada a moçaafirmava:- Eu fui obrigada a casar com este homem, porque se não casasse com ele seriaexpulsa da casa.Caindo-lhe lágrimas por todo o rosto, a infeliz, continuava:- Vou para casa deste homem, não por minha vontade, mas sim, por insistência.Eu não gosto deste moço! Afirmou a moça.Agora pergunto:Desta forma a mulher vai. viver feliz?Porque é privada de escolher o seu noivo?Esta maneira, não é a forma de contribuição para a existência de mulheressolteiras?Em contrapartida, aparecem jovens recém-casadas que entram em fuga ou sedivorciam com os seus esposos. Todavia, a não verificação contínua de casosdesta natureza, a OMM deve e' deverá desempenhar uma ampla tarefa desensibilização das (charás), a fim de eliminar aquelas sequelas tradicionais, quepor momentos encontram-se na lata de lixo..Para a mulher viver feliz no seu casamento não é «ANZINAHÉ» que deve obrigara casar com fulano, ela deve ter a iniciativa de escolher o seu noivo...Aly Jamal A.Av. Josina Machel 743MaputoCONSERVA «MAGUMBA» É BOAMAS TEM ESCAMASA questão que venho expor é sobre a conservação do p e i x e «MAGUMBA»;Nesta conserva, quero focar casos p o s i t i v o s. Em primeiro ponto, sal, tomate,óleo vegetal, quantidade de peixe na embalagem, estão completamente correctos.Agora o que eu verifiquei de anormal, é a questão do aspecto que os peixesapresentam, em particular sèbre as «ESCAMAS». A minha opinião era de que, naaltura em que são descabeçados os peixes, também poderia haver um pouco deesforço escamando-os.Foi precisamente em 22-10-80 que tive oportunidade de comer este tipo de peixe.Na mesma altura em que estive a consumir o tal tipo de peixe, tinha que- realizaroutra tarefa que foi de «ESCAMA-LO» pondo de lado do prato em que estive a

Page 51: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

servir, tarefa que talvez seja di responsabilidade integral do produtor. Sou deopinião ainda, que c a s o a Empresa Conservadora «SULPESCA EE» escamasseos peixes seria melhor, auxiliando assim o consumidor de escamar o peixe naaltura em que não é a própria.lý possível que não exista uma máquina própria para escamar este tipo de peixe,mas no entanto, não deixarei de sugerir esta opinião.lenriques Manuel Venhane)Elemento das FPLMTEMPO - 23-11-80

(ÃAFALTA DE HIGIENENO BAR DO CAMPO/ANGOCHEFoi precisamente no dia 11 de Julho de 1980 que me dirigi para o referido bar,onde encontrei o respectivo empregado de balcão.Eu, quando lá cheguei, mandei sair um almoço e sendo muito curioso, dirigi-me àcozinha, para aquele lugar onde, o cozinheiro estava sentado. Comecei logo asentir-me enjoado por ver como é que ele estava e como a sua camisa estava sujae o corpo todo inchado.Dirigi-me novamente para o empregado do balcão e perguntei-lhe quem eraaquele senhor que estava sentado na cozinha. O empregado pela sua respostpdisse: é o próprio cozinheiro dc bar.E o mesmo perguntou-me se eu vinha almoçar ou se tratava de outras coisas. Pormim a minha resposta foi a seguinte: eu vinha almoçar, mas não posso almoçarcom um a 1 m o ç o mal preparado. Com cozinheiro doen-te, cabelo assim despenteado e camisa cheia de sujidade...O empregado por sua vez disse-me: senhor, não tem nada a haver com este bar.Se o senhor quer acabar com a doença, porque 'não compra medicamentos paraoferecer aos doentes? Ou porque não faz um hospital para fazer tratamentos aesses doentes?Eu, por mim, vejo que o companheiro está muito ultrapassado no nosso programae peço ao público daquele Bairro para melhor esclarecer este nósso empregadopara ver se recupera. E, t.a m b é m, peço aos leitores, para me explicarem os m eu s erros, ou se foi muito mau esclarecer os erros que existem neste bar.José Jacinto RufinoFábrica de Caju C. Postal, 94AngochePEDIDOS --?IDE CORRESIONDÉNCIASÒu jovem moçambícano de 23 anos de idade. Desejo corresponder-me comjovens de ambos os sexos de idades compreendidas entre os 15 e os 25 anos deidade, para troca de experiências, fotos, postais, selos, dos seguintes países:Angola, Tanzania. Guiné.Bissau. Cabo Verde e Moçambique.Adelino Incuela AbadreCx. Postal n. 179 - -Chokwè Gaza - MaputoSou jovem moçambicano de 13 anos de idade. Desejo corresponder.me comjovens da minha idade de ambos os sexos de todos os países de língua portuguesa.Pretendo troca de selos, postais, poesias e ideias diversas.

Page 52: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

IssufO João Talbo MahonedC. Postal n.- 153 - Telef n.- 25Luabo - ZambéziaR.P. MoçambiqueANDRIETA MANUELA VIOLErA,-Jovem moçambicana de 17 anos, desejacorrespon. der-se com jovens dos seguintes países: Zimbabwe, Angola, Portugal,R.D.A,, URSS e com jovens moçambicanos, de ambos os sexos com idadescompreendidas entre os 17 e 25 anos para troca de fotografias, postais e livros.Andrieta Manuela Violeta Avenida Patrice Lumumba n.o 377 R/C MaputoSou um jovem de 25 anos de idade. Ne. cessito corresponder.me com jovensmoçambicanos e moçambicanas, angolanos, cabo-verdianos, cubanos, brasileiros,portugue. ses, espanhóis e zimbabweanos de ambos os sexos com idadescompreendidas entre os 19 e os 25 anos, para troca de ideias, postais, livros, fotose selos se possível.Arnaldo Biquinala Castigo SeteAntigos Combatentes das F.P.L.M.Caixa Postal n.- 46 Distrito de CAIAProvíncia de SofalaEscreva para: Revista «TEMPO» Cartas dos Leitores Av. Ahmed Sekou Touré,1078-A e B C.P. 2917 MAPUTOTEMPO- 16-11-80

TempoculturalACTUAUDADE32.' Feira de FrancoforteAfrica:. um continente na via da sua identidadecinco continentes.Livro é veículo de cultura. A vasta mostra do livro proporcionada pela Feira deFrancoforte impli-' caria portanto em primeiro lugar, servir o homem e asociedade para o seu acesso ao conhecimento transmitido através do livro. E nessecampo entra, como índice ao nível da Feira, a frequência dos seus'visitantes. E setal frequência se verificou importante -na 32. edição tornou-se flagrante que opúblico, cpm excepção de estudiosos, peritos e curiosos de longa data, passeava,percorrendo os olhos pelos livros expostos, sem que houvesse da parte de editorese livreiros a preocupação de assistir as pessoas com a mínima informação. Umabarreira fria se estabelecia entre expositores e visitantes. A maioria dos indivíduosque visitavam a Feira, procurava catálogos, pósteres, emblemas, em recordação dasua visita. E dado que a Feira funcionava como exposição, não se permitindo avenda de livros, o conhecimento do livro exibido falhou no objectivo cultural emrelação ao público.No entanto, o espectador atento50e que não se tornasse apático pela indiferença que lhe votavam os expositores eperante a imensidade de títulos à vista, pódia ter uma óptica do outro mundovivido na Feira. E esse mundo consubstanciava o negócio livreiro. Começou a

Page 53: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

notar-se logo no primeiro dia mas tacitamente ainda em raros e rápidos contactosque, à medida que o tempo decorria, se intensificavam e ganhavam sequênciaininter-rupta. Conversações preliminares que podiam conduzir à firmação de contratos dereprodução, tradução, adaptação de livros com maior venda já comprovávelestatisticamente ou com potencial assegurado no mercado livreiro pelacelebridade dos autores. O leitor é factor' considerado sensível como consumidorque dá o peso do comércio que pode ou não, zque deve ou não, que pareceoportuno ou não, desenvolver bilateralmente envolvendo editores e livreiros. E acompetição, com os intervenientes fleugmáticos, corteses e argutos no diálogo,acelera-se e se valeu a pena ou não ter ido à Feira ou voltar a ela, poderia saber-setomando o pulso aos resultados das negociações. A verdade porém é que, dequalquer modo, cada um precisa de manter-se, com- uma posição estável, naPeter Weidhaas, Di. rector da Feira do Livro de Francforte.sobre-o.MenoTEMPO- 23-11-80A Feira Internacional do Livro de Francoforte-sobre-o-Meno é promovidoanualmente pela Associação dos Editores e Livreiros de Alemanha Federal.Realizou-se este ano de 8 a 13 de Outubro. Esta Feira é considerada a maior Feirado Livro do Mundo e, na verdade, ali acorrem anualmente numerosos dos maisconhecidos e influentes editores dos

O stand do nosso pais sendo visitado pelo grande poeta nicaraguano ErnestoCardenal, à esquerda, a quem durante a Feira foi entregue o Prémio da Paz 1980(Foto de Lutz Klelnhans)luta geral pelos direitos - e as presenças em geral vão-se repetindo.A noção de cultura fica subnergida, O fornecimento de conhecimentos avalia-seem moeda circulante.OS, PAISES REPRESENTADOSNa Feira do Livro de Francoforte-sobre-o-Meno- estiveram representados 93países, tendo-se feito representar pela primeira vez os seguintes países: AltoVolta, Angola, Benim, Botswana, Curaçao, Lesotho, Malawi, Mauricias, Níger eZimbabwe.Setenta e três países exibiram os seus livros em stands nacionais. Os outrosexpositores, individuais, apresentaram-se numa das seguintes categorias: literaturae não-ficção, religião, livros infantis e juvenis, ciência e técnica, arte, mapas eglobos geográficos e guias de viagem, livros escolares, editores estrangeiros estands especiais.TEMPO- 23-11-80Na totalidade participaram,5 216 expositores,A edição da Feira de 1976 foi dedicada à América Latina e a deste ano à ÁfricaNegra, sob o tema central «África - um continente na via da sua identidade»,sendo-lhe destinado um vasto pavilhão exclusivo.Foram estes, os países africanos que apresentaram stands de representaçãonacional: Alto Volta, Angola, Benim, Botswana, Camarões, Congo, Costa doMarfim, Etiópia, Ghana, Guiné-Conacry, Lesotho, Libéria, Madagáscar, Mali,

Page 54: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

Maurícia, Mauritãnia, Moçambique, Niger, Nigéria, Quénia, Senegal, Serra Leoa,Sudão, Tanzania, Togo, Uganda, Zaire, Zâmbia, Zimbabwe.Estiveram ainda representados com stands próprios, o Congresso NacionalAfricano (ANC) da Africa do Sul e a Swapo, da Namíbia.O nosso pais, pela terceira vez, fez-se representar p e 1o Instituto Nacional doLivro e do Disco, atra-. vés do seu d i r e c t o r-adjunto,Machado da Graça, encontrando-se também presentes os escritores JoséCraveirinha e Orlando Mendes. Por Angola participou o Instituto Nacional doLivro e do Disco (INALD), com o seu director B o a v e n t u r a Cardoso,também escritor, Carlos Pimentel, director da Empresa Nacional do Disco e dePublicações (ENDIPU) e igualmente escritor e Gabriela Nunes, chefe. do sectorde literatura infantil do INALD. Esteve ainda presente na Feira do Livro, com arepresentação angolana, o escritor Arlindo Barbeitos.OS LIVROS IMPRESSOSE EDITADOS EM AfricaAlém dos stands representativos de países, o Pavilhão de Á f ri c a incluía d u a simportantes exposições, denominadas respectivaiente: Impresso e editado emAfrica, de livros disponíveis de 200 editoras africanas, e Africana, de obraspublicadas sobre o nosso continente.

'No catálogo relativo a Impresso e editado em Africa, dizia sobre esta exposição,o director da Feira do Livro, Peter Weidhaan «... é uma demonstração política,económica e cultural que prova que a cultura livresca existe em Africa. Elamanifesta-se, em t o d o s os domínios, por u m a quantidade, uma riqueza e umav a rie d a d e imensas: da tecnologia ao romance policial, passando pelasmatemáticas, a sociologia, o romance, o conto e a poesia. Em múltiplos aspectos,ela é diferente segundo as necessidades culturais, nacionais ou individuais» (...)«... deve lembrar-se que a literatura africana é sobretudo oral. Ainda hoje ela viveessencialmente nesta unidade constituída pelo canto, a música, a dança e anarrativa. Ê somente assim que pode compreender-se Francis Bebey, músico,violista, homem de cinema, poeta e romancista dosCamarões, q u a n d o admite ser a palavra escrita assassina da palavra. Issoexplica também o facto de que uma exposição de livros africanos só possarepresentar uma parte das literaturas africanas. Por outro lado, é preciso relembrarque o mercado do livro africano é em grande parte um mercado de livrospedagógicos. Depois do acesso dos estados africanos à independência, o sistemade educação africano, que tinha sido destruído pelas potências coloniaiseuropeias, teve que fazer um enorme esforço para se restabelecer. Assimactualmente, cerca de 80 por cento dos livros publicados em África p o d e m serconsiderados como livros escolares e como fazendo parte da literatura pedagógicano sentido lato.O sector do livro em Africa é, ainda nos nossos dias, submetido a influências n ãoafricanas que o deformam. Isto aparece claramen-te no domínio dos problemas linguísticos, nas estatísticas de importação eexportação relativas ao sector do livro, na dependência das tecnologias, dosconhecimentos :e da formação ocidentais, assim como do capital e do

Page 55: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

aprovisionamento em papel, na aplicação das disposições relativas a direitos deautor e sobretudo na actividade das multinacionais do livro' mesmo que entretantoestas tenham «africanizado» as suas sucursais em Africa.NOVA ORDEMINTERNACIONALNA INFORMAÇAOConsiderando estes factores desfavoráveis que do exterior actuam em África, aexposição Impresso e editado em A f r i c a demonstra de maneira impressionanteos esforços coroados de êxito, feitos porEntrega de premiosinternacionaisDurante a realização da Feira Internacional do Livro em Francoforte-sobre.o-Meno foram entregues alguns prémios internacionais -atribuídos a personalidadesde relevo.PREMIO NOMA PARA A EDIÇÃO EM AFRICAEste novo prémio literário, atribuído pela primeira vez em 1980, no valor, de 3000dólares, é aberto a escritores'e estudiosos cujas obras tenham sido publicadas emAfrica. Foi instituido por Shoichi Noma, presidente da editora mais importante doJapão, a Kodansha Limited, e fundador do Centro de Promoção do Livro na Asiasediada em Tóquio. Um dos objecti. vos do Prémio é encorajar a publicação deobras de*scritores africanos e de universitários em Africa.Sholchi Noma,-que Instituiuo Prémio Noma para a edi.ção em ÁfricaMariama Bâ, novelista senegale.sa, que durantea Feira do Livrorecebeu o Prémeio Noma 'peloseu livro de estrelaA escolha anual do premiado está confiada ao Comité Directivo do Prémio Noma,composto por oito membros assistidos por mais de vinte individualidadescompreendendo universitários africanos e peritos literários e representantes dacomunidade internacional do livro, presidido pelo prof. Eldred Jones, director doColégio Fourahbay da Universidade da Serra Leoa. A administração do Prémiocompete à revista -The African Book Publishing Record. ,Ao Prémio Noma desteano concorreram 122 obras de escritores e estudiosos africanos de 17 países,participando nas três categorias de livros que a competição comporta: de estudoou académicos, infantis e literatura criativa. Os géneros mais represen.tadosforam: novelística, drama, crítica literária, literatura para crianças, história epolítica. Outros assuntos versados: de futebol e folclore a oftalmologia, seguros eeducação sanitária. Do total de livros apresentados a concurso, 82 eram em Inglês,21 em francês e 19 em línguas afr!canas.TEMPO - 23-11-80

Page 56: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

Africa para atingir a nova ordem internacional da i n f o r m a ç ã o. Joseph Ki-Zerbo, do Alto Volta, historiador e perito em ciências sociais, exprimiu-se assim:«Para se desenvolverem, os p a í s e s do Terceiro Mundo devem ter apossibilidade de se representarem a si próprio. A capacidade de comunicar é umadas características fundamentais do homem. Um país mudo nunca é um paíssoberano».Por seu lado, o tanzaniano Said Mzee, responsável pelos assuntos africanos da Fe'i r a, tratando no m e s m o catálogo, de «Espansão notável dos editoresnacionais africanos», c on s i d e r a enigmática a indústria da edição africana,visto que as, barreiras linguísticas que dividem o continente em anglófonos,francófonos e lusófonos são um obstáculo- a toda a interacção duma certaimportância. E escreve: «Consagrada antes do mais, aodesenvolvimento do livro em Africa, o tema central deste ano Oferece umaocasião única para se ter uma vista de conjunto da indústria do livro africano, parase celebrar o importante trabalho conseguido, e propor remédios para alguns dosseus males.»,Eis os principais objectivos propostos pela organização para Impresso e editadoem Africa: dar u ma panorâmica do desenvolvimento da produção literária nabase do m a t e r i a 1 publicado em Africa nos últimos 10 anos; apresentar e s s ematerial à indústria internacional do livro, em particular à própria comunidadeafricana do livro.Said Mzee continua a certa altura: «Além de documentar as contribuições àedição africana moderna - multinacionais, nacionais, cristãs a exposição mostraquese estão estabelecendo ligações editoriais em Africa, particularmente entre asregiões francófonas e lusófonas. Nota-sé sobretudo um número crescente detítulos originais franceses e ingleses que apacerem nas editoras tais como oInstituto do Livro e do Disco de Angola e o seu homólogo de Moçambique (1). Amaioria d e s t as traduções representam o que há de melhor na 1 i t e r a t u r aafricana moderna (...) isto é talvez sinal de que se começa a reconhecer o valorpotencial da literatura africana em tanto que força unificadora. 2 muito lamentávelque poucas traduções de obras africanas escritas em francês e em português t e n ha m aparecido na África anglófona».(1) Há que desfazer um equívoco: quanto a Moçambique, os títulos aludidos(excepto, até ao presente, R a p a z da Mina, de Peter Abrahams, em coediçãocom Edi-Wllly Brandt, pre.sldente do PartidoSocial-Democrata da1RFA, que recebeu o Prémio Internacio.nal Shango para asRelações HumanasOs resultados do primeiro Prêmio Nome foram anunciados em Oxford, Inglaterra,no fim de Maio do corrente ano, tendo sido atribuído à escritora senegalesaMariama Bâ, pela novela Uma tão longa carta (sua estreia literária), editada porLes Nouvélles Editions Afrícaines, de Dacar, em 1979. O júli teve especialmente

Page 57: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

em conta o significado social do ponte de vista de uma mulher muçulmana numasociedade em transição.O Prémio Noma foi entregue a Marama Bã durante.uma cerimónia no dia dainauguração oficial da Feira do Livro de Francoforte, 7 de Outubro.O Comité Directivo do Prémio Noma distingiu também outras sete obras:- Com uma menção especial, o livro The Ozidi Saga, do poeta nigeriano JohnPepper Clark;- Com menções honrosas: Ife Music Editions, editado por Akin Euba, daUniversidade nigeriana de Ife; The Ewes of west Africa, sobre tradição oral, porCharlos M.k. Namattah (Ghana); The Walking Calabash, de literatura paracrianças, por Mercy Oweisu-Nimoh (Ghana); Vieilles chansons~des paysd'imerina, por Jean Joseph Rabéarivelo (Madagáscar); Hantsi Leka Gidankowa,por Bashari Farouk Routbak (Nigéria) Water Supply Ethiopia: an introduction toenvironmental health practice, por Gabre-Emanuel Teka (Etiópia).PRÉMIO DA PAZ 1980A Ernesto Cardenal, poeta nicaraguano do renome internacional, militante daFrente Sandinista de Libertação da -Nicarágua e actualmente Ministro da Culturadaquele pais latino-americano, foi atribuído o Prémio da Paz 1980, instituído pelaAssociação dos Livreiros da R.F.A.A entrega do Prêmio teve lugar durante a 32.4 Feira do Livro de Francoforte,numa cerimónia especial realizada na histórica igrejã de S. Paulo, sendo o elogiodo laureado proferido pelo professor de Teologia Católica Baptist Metz.Ernesto Cardenal esteve, depois em Belgrado participando na Conferência daUNESCO e naquela cidade visitou a Feira Internacional do Livro.PRÉMIO INTERNACIONAL SHANGOAinda no decurso da Feira do Livro de Francoforte foi entregue a Willy Brandt,Presidente do Partido Social-Democrata da República Federal Alemã, o PrémioInternacional Shango para as Relações Humanas.TEMPO - 23-11-80

Protestocontra apartheide nazismoEm 8 de Outubro, «primeiro dia de funcionamento da Feira do Livro deFrancoforte, alguns editores e escritores africanos fizeram circular um protestoque sujeitaram à assinatura de todos os: restantes editores e esçritores africanospresentes do Pavilhão de África. Eis o seu texto:ç,«O Autores e Editores Africanos que participaram no Symposium sobre aliteratura organizado por ocasião da 32.° Feira de Frankfurt, verificaram apresença'da África do Sul racista nesta Feira do Livro.Esta presença é um insulto à Personalidade e à Dignidade Africanas.Os Autores Africanos não estabelecerão qualquer compromisso com o apartheid.A Feira do Livro não deveria comprometer-se, a fim de provar que ela está deacordo com a prática das Organizações Internacionais que exigem -o isolamentoda África do Sul.

Page 58: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

Tendo esta Feira, sob o signo da Africa Negra na procura da sua Identidade e deabertura proclamado aqui mesmo em Frankfurt, sido colocada no mesmo plano daÁfrica do Sul racista, os editores e autores africanos desolidarizam-se da 32.6Feira do Livro de Frankfurt, retiram-se e partem aos seus destinos».A última parte do protesto envolvia o abandono imediato da Feira por escritores eeditores africanos se a respectiva Organização não expulsasse a África do Suldeterminando o encerramento do respectivo «stand, oficial. Este ponto foi objectode discussão entre vários escritores e editores africanos, tanto mais que os -autores da iniciativa do protesto, esclareciam que se tratava apenas de umaameaça -que, a não ter resposta positiva da Organização da Feira, não seriamaterializada na prática. Tal atitude pareceu pouco correcta e as delegaçõesmoçambicana e angolana assinaram o protesto não se comprometendo, comaquela última parte que acabou por ser retirada.Na tarde do mesmo dia, os editores e autores africanos, dirigiram-se do Pavilhãode África ao Pavilhão onde se encontrava o stand da África do Sul, emmanifestação de desagrado pela presença daquele país de regime racista. AíVários editores e escritores africanos' usaram da palavra para condenarem osistema do apartheid e a presença da África do Sul'na Feira, explicando osorganizadores que o protesto, quanto à presença actual, iera' simbólico, e que sepretendia exigir que esse país não volte a participar nas edições futuras da Feiraenquanto nele se mantiver o presente regime.Em sequência do protesto, decidiram os escritores e editores africanos boicotar aFeira por um dia, suspendendo todo o trabalho nos seus ,,stands» no dia seguinte,9 de Outubro. Esta decisão foi unanimemente posta em prática. O dia foi porémaproveitado por escritores é editores para apresentação no palco instalado noPavilhão de África, de números de música liqeira africana, declamação de poemase discursos políticos. As mani-Aspecto da marcha de .manifestação de protesto de escritores e editores africanoscontra a presença da África do Sul racista na Feira do Livro '(Foto de JaimePacheco)

festações artísticas foram, de resto, constantes ali nos outros dias da Feira.O magazine Borsenblatt, órgão dos livreiros alemães (RFA), no seu número 4 doserviço noticioso dedicado à Feira do Livro, escrevia a-propósito do protesto:.«Conseguiu o protesto alguma coisa? Muitos editores no Hall 7 (Pavilhão deÃfrica) enquanto lamentando talvez um dia perdido de negócios, concordaramcom que, se mais não conseguiu,. pelo menos ýchamou a atenção para a suaobjecção e mostrou um senso de solidariedade entre os editores africanos. Outrosdisseram que o sucesso do boicote só será atingido se a Africa do Sul for banidada participação na Feira nos próximos anos,-..O protesto foi feito.e a Direcção da Feira terá que tomar entretanto uma decisãoformal para a próxima edição do certame, e parece não restarem dúvidas de quetal decisão será muito seriamente ponderada.CONTRA O NEONAZISMOTambém num dos primeiros dias de funcionamento da Feira do Livro, alguns dosmais importantes editores da RFA ali representados, fizeram circular o seguinte

Page 59: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

protesto, com o pedido de assinatura por todos os editores e escritores presentesna Feira, e' que foi subscrito pelos membros da nossa delegação: DEPOIS DEBOLONHA, MUNICH E -PARISEDITORES E AUTORES CONTRA O TERRORAlguns editores utilizam a Feira do Livro com o sen-tido de anunciarem livros que glorificam a guerra e a violência, que minimizam ohorror dos 'crimes fascistas e que na mesma via anti-humanista espalham ideiasracistas.É bem sabido que muitas vezes há apenas um pequeno passo entre a palavraescrita e o crime político. Em face dos acontecimentos sangrentos, - de Bolonha,Munich e Paris, sentimos que a presença de editores neonazis, como K. W.Schutz, Munin e Druffel, é um acontecimento abominável.Estamos também profundamente chocados com a presença da África do Sul naFeira do Livro.A associação dos livreiros alemães aprovou quase por unanimidade dos seusmembros, na sua reunião central anual em Darsmatadt, em 1979, que ««se iedlisseuma regulametta;ão legal que proiba a distribuição e produção de literaturaneonazi e também de livros que glorifiquem a 9uerr,,n.De acordo com esta declaração e a lei internacional, nós - editores e escritores daRepública Federal Alemã e de todo o mundo - pedem a exclusão de todas aseditoras neonazis da Feira do Livro.«Humanidade, Paz e Entendimento Internacional não podem ser simplespalavras».Assinaram como promotores deste protesto: Prof. Dr. Walter Fabian, pelosEditores PahI-Rugensteín, de Colónia; Prof. Dr. Wieífried Frhr, pelos EditoresHoder. berg, de Frankfurt; von Bredow, pelos Editores Weltkreis, de Dartmund;Prof. Dr. Reinhard Kuhul, Prof. Dr. Wolfgang Abendroth, Dr. Lisa Abendroth,pelos Editores Zwingman, de Geisenkirchau.ções 70 de Portugal, na sua colecção «Vozes de Africa»), são livros importadospelo INLD que neles não tem 'qualquer responsabilidade editorial.A exposição Impresso e editado em Africa e s t a v a dividida em 7 secçõesprincipais: A - Ciências sociais, ciências humanas, com as- seguintes subsecções:história, arqueologia; política; ciências sociais; antropologia, etnologia; estudos delínguas, linguística; d i r e i t o, administração; pedagogia, sistema de educação,filosofia, psicologia; religião, textos religiosos.B - Literatura, artes, com as subsecções: literatura; literatura secundária; teatro,drama, a r t e s plásticas, música, cinema, dança.C - Ciências naturais, ciências técnicas, com: biologia, geografia, geologia,quífiica, física, matemática; agricultura, silvicultura, pesca, ecologia; medicina,farmácia, higiene; tecnologia, arquitectura, urbanismo, comunicações.D - Economia, indústria, comérTEMPO - 23-11-80cio. E - Bibliografias, obras de referência. F - Livros para crianças e jovens. G -Livros escolares.AS EDITORAS E OS TITULOSE LIVROS SOBRE AFRICA

Page 60: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

Participaram nesta exposição 29 países africanos, com 217 editoras, apresentandoum total de cerca de 2000 títulos: A n g o 1 a, Botswana, Cabo Verde, Camarões,C o n g o, Costa do Marfim, Etiópia, GabENo, Gãmbia, G h a n a, Guiné-Conakry, Lesotho, Madagáscar, Malawi, Mali, Moçambique, Níger, Nigéria,Quénia, Ruanda, Senegal, Serra Leoa, Sudão, Tanzania, Togo, Uganda, Zâmbia,Zimbabwe.Moçambique a p a r e c e u com 6 editoras, o que deriva de o catálogo terconsiderado como editoras além do INLD, o Comissariado Político das FPLM, oDepartamento do Trabalho Ideológico do Partiqo, Notícias, Notícias da Beira,Tempográfica.A Nigéria foi o país que contribuiu com maior número de edito-ras e de títulos. A literatura foi a secção mais representada, com 350 títulos.Incluindo-se os livros escolares, a literatura exibiu um terço da totalidade dostítulos.Dizia o director 'da F e i r a do Livro, Peter Weidhaas, no prefácio ao catálogo daexposição Africana:«Os li vros de autores não africanos sobre África, de obras quer científicas querliterárias, contiveram sempre uma dupla mensagem. Superficialmente, estes livrosapenas dão informações sobre Africa. Mas, aprofundando, vê-se que nos falamsobre a identidade do escritor n o africano, o espírito do século de que faz parte, acultura que o formou.(..) As diferentes identidades dos autores não africanos que apareceram nodecurso da história lioderiam ser definidas brevemente da segýuinte maneira: oracionalista com a suà identidade fragmentada, depois nos s é c u o s seguintes orepresentante da raça dos senhores e o democrata do apiôs-guerra aber-

A manifestação de protesto junto ao stand da fric do Sul (Foto de Jaime Pacheco)to ao mundo em tanto que «pai bem-vindo», cooperante e conselheiro técnico.Depois de alguns anos, parece formar-se no mundo ocidental uma nova imagemde África e de todas as projecções relacionadas. Como no século das luzes,Africa'é para numerosos autores o écran sobre o qual se projectam os seus desejosnão realizados; face às taxas crescentes de divórcios e à procura de novas formasde vida, a imagem da grande família africana aparece como modelo; a unidadeque existe em África entre o homem e a natureza oferece-se como alternativa aosconflitos ecológicos dos países industrializados; e, enfim, certos autores, em vezde procurarem uma solução para os problemas da violência nos seus própriospaíses, preferem ocupar-se com os movimentos de libertação africana.Contudo, o que distingue estes novos livros sobre Africa dos do século d a s luzes,baseia-se numa completamente diferente ordem da informação internacional. Se osistema internacional de informação existente mostra bem um desequilíbrioestrutural com desvantagem para África - apenas indicarei a este respeito o canalde sentido único das informações de norte a sul, os problemas de direitos de autor,as mulinacionais, as transferências de tecnologia - p e 1 o menos agora o autor e oleitor que se interessam por África têm a possibilidade de encontrar o b r a safricanas autênticas mesmo fora de África. África apresenta-se já ela própria com

Page 61: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

sucesso através da imprensa africana, e nos livros e no cinema está também nobom cami-nho. Assim se desenha cada vez mais a possibilidade de reduzir a distância quesepara a realidade africana das projecções não pfricanas; estas últimas podemagora ser verificadas e corrigidas».A repartição por secções e subsecções da exposição Africana não diferiuessencialmente da da exposição Impresso e editado em Africa.Participaram em Africana 24 países com 540 editores e metade dos títulosapresentados respeitava a questões de ciências humanas e de sociologia.Cerca de um terço das publicações expostas, foram consagradas a domínioscriativos em que a literatura neo-africana tem um lugar importante. Um terceirogrupo era o das ciências naturais e das tecnologias, constituindo apenas 1/8 dototal. Aproximadamente 5 por cento -das obras expostas referiam-se a problemaseconómicos e questões de política de desenvolvimento.Muitos dos livros expostos em Africana eram p u b 1 i c a d o s por Institutos epor editoras científicas. Expunham-se numerosos estudos sobre história africanaaté à época colonial e contemporânea. Destacavam-se também obras sobre asformas de sociedade, as culturas e as línguas dos povos africanos.Não deixou, de ser ainda evidente a exploração do exotismo africano em livrosluxuosos de grande difusão.A dominância em literatura incidiu s o b r e livros de provérbios, adivinhas,canções, narrativas épicas, c o n t o s, colhidos da tradição oral, traduzidos delínguas nacionais. A grande maioria dos roman-ces expostos foi escrita nas línguas europeias oficiais dos respectivos países.PAISES EUROPEUSE A FEIRAA Grã-Bretanha, com 900 títulos, a RFA e a França, com mais de 500 títuloscada, apresentaram em conjunto cerca de dois terços de todas as obras expostas.Portugal expôs cerca de 5 por cento da totalidade.A produção britânica destina-se ao mercado interno e também, sobretudo a delivros escolares, ao mercado africano. Tem lugar destacado a literatura neo-africana, originais de escritores que escrevem em inglês e traduções de obras deescritores em língua francesa e portuguesa.Igualmente a produção francesa é marcada pelas relações existentes depois dotempo colonial entre a antiga metrópole e os países africanos, com grande partedestinada a exportação.As editoras portuguesas presentes, particularmente E d i ç õ e s 70, com literatura,e Sá da Costa, com estudos sobre problemas contemporâneos, destacavam-seentre as representações de países que foram potências colonizadoras, pelapreferência dada a temas literários e m í n i m a atenção a questões dedesenvolvimento económico.Os Estados Unidos apresentaram sobretudo obras s o b r e ciências humanas eainda, em muito menor escala, s o b r e religião, história, questões, literárias eetnológicas, política, com muito pouco destaque para estudos sobre problemasTEMPO- 23-11-80

Page 62: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

Informaçõese curiosidadesSegundo Borsenblatt, jornal profissional dos livreiros oeste-alemães, no n.o 1 doseu serviço internacional de notícias da Feira do Livro, tinha sido primeiramenteanunciado que a Feira duraria este ano mais meio dia. E o jornal pergunta: e queaconteceu à ideia? - conti. nuando: A alteração foi sugerida por um grupo delivreiros alemães que queriam ter um dia inteiro de «somente negócios» na Feira eo meio dia extra seria para compensar isso.Esclarecemos nós que a Feira de Francoforte só abria ao público na parte da tarde.O jornal prossegue dizendo que um vasto inquérito mostrou que o ponto de vistados livreiros alemães não era apoiado pela maioria dos negociantes, e que umclamor de protestos levou ao cancelamento do meio-dia extra. «Permanececontudo entre editores não alemães, um forte sector da opinião de que a Feiradevia estar fechada ao público durante um ou possivelmente dois dias. Não seriapossível fechar aýFeíra para negócios durante dois dias no início da Feira, abrindoa Feira ao público no sábado e domingo todo o dia?,Esta curiosa disputa aponta para o carácter fúfidamental da movimentação denegócios da ,Feira, em que o público surge como elemento finalmenteconsumidor nas livrarias.Durante a Feira funcionou um jardim de infância, gratuito, destinado aos filhos,com idades entre 4 e 14 anos, de expositores e visitantes que residiam longe dorecinto.Noticiou ainda aquele jornal no mesmo número:A convite do governo federal alemão, Zhao Huixiane Shen Rengan, membros do Grupo de Estudo de Direitos de Autor da Associaçãodos Editores Chinesa, actualmente em visita a Francoforte, informam-se junto dosseus colegas da Associação dos Livreiros Alemães sobre o sistema alemão dedireitos de autor. Com efeito, a China não possui ainda direitos de autor e nãoaderiu à Convenção de Genebra. Depois de uma visita de informação de trêssemanas à úrã-Bretanha e da visita a Francoforte, esta delegação projectadeslocar-se também, por quatro dias, a Munich, para uma troca de pontos de vistasobre a questão com o Instituto Max-Planck.Esta visita de estudo tem por fim a introdução do sistema de direitos de autor naChina Popular-informação desmentida aquando da última Feira do Livro e hojeoficialmente confirmada.Que os franceses, desde há muito interlocutores privilegiados da China, ,nãodesesperem: a delegação chlnesa dará talvez um salto: a Paris.Dentro do recinto da Feira, no espaço fronteiro aos díversos pavilhões, desde háanos que se instalam numerosos stands Improvisados constituindo o que se chamamini-Feira. São jovens alemães que ali vendem livros e outras publicações dapredilecção de pelo menos certa juventude considerada por muitos alienada masque talvez na realidade possua alguns vários conceitos de contestação social...A 33.0 Feira do Livro de Francoforte-sobrè-o-Meno terá lugar de 14 a 19 deOutubro de 1981.de política de desenvolvimento económico.

Page 63: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

Quanto aos países socialistas da Europa, a URSS, a RDA, a Checoslováquia e aHungria salientaram-se pela apresentação de traduções de obras da literatura neo-afri-cana, dando a URSS e a Checoslováquia especial atenção. aos livros sobre omundo animal africano, em traduções. A Polónia exibiu principalmente livros deciências naturais que na exposição dos outros Daíses socialistas citados estavamDurante a Feira do Livro, no Pavilhão de Africa, todas as tardes se realizavamsessões culturais em que, além da declamação de poemas, se apresentavamconjuntos musicais improvisados, formados por escritores e editores africanos.Francis Bebey, poeta, romancista, homem de cinema, compositor e violistacamaronês, presentemente exilado em Paris onde actua em orquestras deconcertos, foi um dos mais dinâmicos participantes nessas tardes culturaisf r a c a m e n t e representados. Os livros s o v i.é t i c o s sobre Africa tinham acaracterística de preços de venda muito baixos.Na exposição Africana também estiveram largamente representados organismos.internacionais, como a ONU, a UNESCO, a FAO, a OMS, a OIT, o BancoMundial. Duas i m p o r t a n t e s Feiras do Livro se realizam anualmente emAfrica: a de Ife na Nigéria e a de Bamako no Mali.Vários editores e -escritores africanos com quem contactámos na Feira deFrancforte, concordaram no interesse de se organizar periodicamente no nossocontinente uma Feira do Livro africano.Será que o nosso INLD, a partir da experiência ( f e 1i z ) na última edição daFACIM, poderia dinamizar esta iniciativa?Orlando MendesTEMPO - 23-11-80

Tempo culturalPOESIACom pedras se fazlumeDos nossos poetas aqui re-apresentamos. Luís Carlos Patraquim, acaba de seestrear em livro - Monção - a ser lançado em breve; Heliodoro Baptista, compoesia dispersa por jornais e revistas, tem um original entregue para publicação.Dois valores com estilos muito seus e diferentes, que juntamos por direito delespróprio, confirmando o avanço da poesia moçambicana para uma vasta galeriaonde a importância temática e a qualidade formal definem arte literária.O título, nosso, pretende cantar, não justificar, a aproximação coerente dos doispoetas na mesma página.A vergonha(Ao Carneiro Gonçalves)Com o pasmo embargado na respiração das roupas detemos ali os olhos para ondemergulham legiões de naves pois a inocência cá de baixo ainda há poucosubvertia o avanço deste Julho de Africa.A Históriatemo-Ia de passagem pela página dos jornais de fronte toda a itálico e a 8 colunasaprovadas pelo sorriso do sr. director.

Page 64: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

Para depois a euforia ática de ardinas levíssimos ao lerem-nos conjuntamente àluz exilada dos astros E mesmo que um deles vacile ao nível das alparcatas osmortos não se incomodarãocom a nossa excessiva acidez pelo vermelho da censura,De cúpula a cúpula as casas hão-de ver-nos escoltados entre o café e a baçaestátua dos heróis decorados diariamente nesta praça mais antiga que a vergonha.A memória é que nos salva: ela é o recanto mais extinto e menos volúvel daintangibilidade de quem sabe mas vai assistindo.Mas pela certa nos injungimos já na orla crestada do vómito adiado de madrugadapara madrugada: poderemos ademais vir a ser homens no futuro?Heliodoro Baptista 1972(Inédito)TEMPO - 23-11-80

A invocaçãoe venha agora o grão incomensurável onde impendem as formas antes de fixaremnome as coieas o grão livre que revolteia na cintura das noites abertas quando asúltimas palavras se amam na polpa do silêncio rente aos soluços do teu corpo e osono o refaze -ele visita os poemas que se incendeiam largas mãos antigas na cabala do tempoa casa debruçada sobre a pedra sementeira da cidade o grão hermético massimples que gesta o riso inexplicável das'crianças e escombre lâmpada nababugem da fala o grão alquímico de todos os astros invisível a pulsar no sopro dadistânciae os pulmões são a rede do teu sonho irrigado e.ele é um potro frenético dentrodas cabeças imóveis a pensarem a fome das metáforas que as mulheres inscrevemna apoteose das coxas e depois fica a metamorfose desse grito a crescer ,por todaa eternidade,. quando os meridianos da alegria traçam a nervura /elementale o limbo é a rotação do mito no estuário dos dias adágio ao ritmo das timbilascircunavegando os périplos desde a memória já futuro o grão inadiável' dadivosoque o rictus do medo não esvai antes desafia e vem na censura de instante ainstante unir as ilhas no Setestrelo da tua respiração e meus dedos escandem aoscardumes a voz táctil do que nos cercaeste livro quase barco uma sílaba madura às vagas /de iodo na tua boca aestridência de sulco sobre os veios secretos da terra venha agora o grãoincomensurável' difícil em seu canto que nos espreita como um deus /reclusodentro de nós urgente como as espigas suspensas nos teus olhos como ummi4tério habitado porque és o começo na sazonada morte das tardes de fogo atéamanhãLuís Carlos Patraqum 1978(Inédito)TEMPO - 23-11-80P

Tempo cultural

Page 65: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

Que género de primeira necessidade chegou ao «Apocalypse Now»«<África»? Bichar às seis horas da manhã foi, até agora,privilégio para o estômago. Mas ais que, sem mais publiu cidade do quequalquer outro produto, um filme desafiaQ ue arroz e este? ( a norma. Melhor, instiga a outra fome. Dádireito a confusão e a açambarcamento apenas por um punhado de imagens.Que arroz é este à venda na banca do imaginário?«Apocalypse Now» é acontecimento. Três semanas de exibição em Maputo e acidade não fala doutra coisa.Há dias, ao ver na pequena sala do «Estúdio» uma banalidade qualquer,comparada com este filme,* senti-me confundido. Senti-me assim um quase «Joe» que assistia auma fita sobre uma miúda que em pequenina tinha trabalhado-num circo mas, depois, o pai morreu e ela roubava a casa dos ricos penduradanum fio, até que foi apanhada e teve que ceder à chantagem duns malandrosenvolvidos em tráfico de drogas, e a miúda começou a gostar do seu «partenaire»,que depois foi assassinado, e vingou-se, e ficou com muito' dinheiro, e o filmeacabou.O engraçado é que, no hall do cinema, já no intervalo, ninguém falava destebarrete. O assunto era o «Apocalypse" e a sua transcendência. Alguém afirmava,talvez recordando os Phantons e o deslumbrante ataque dos helicópteros ao somda «Cavalgada das Valquírias» de Wagner, que uma 3.â guerUma cena do filme«Apocalypse Now»TEMPO - 23-11-80

O realizador do filme. Franeis Coppolara mundial era impossível. «Com aquele armamento e o oytro que a América nemchegou a utilizar no Vietname? Sabes o que é uma bomba atómica, pá?»É isso. Este filme é a apoteose do espectáculo. A impressão de realidade e osonho.O DEUS DA GUERRANa hierarquia dos deuses da mitologia grega, Ares - o deus da guerra - ocupavauma posição de pouco prestígio. Embora filho de Zeus era, no geral detestadopelos mortais e, quando ferido, comportava-se mesmo como,*um cobarde. Mas para os guerreiros do império romano. Ares (ou Marte) era odeus magnífico e a maior ambição do combatente era morrer «no campo da famade Marte».Que tem isto a ver com o filme? Com esses soldados que nem quQriam estar naguerra e fumavam passa e tomavam ácido? Esse miúdo, o «Clean», a dançar aosom dos Rolling Stones e, depois, ficar maluco com aqueles gajos-amare[os dasampana e a metralhá-los. E o outro pírulas do surf, com um chapéu como o dogeneral Custer, sem medo nenhum das bombas, ali, na carga ligeira doshelicópteros, e a dizer que o napalm cheirava a vitória. Ou o L. Johnson,maravilhado e em «trip», a olhar para as luzes e as explosões da ponte, para lá daqual estava o reino escondido desse estranho coronel Kurtz.

Page 66: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

Digamos que é a um Ares do século XX que o realizador Francis Coppola querchegar. Para isso inspira-se em «Heart of Darkness» desse extraordinário escritorde viagens que foi Joseph Conrad, e põe o capitão Willard no itinerário simbólico,rio acima, a estudar o Kurtz e a estudar-se a ele próprio, em demanda da moradadesse deus, sujeito às arremetidas dos cíclopes e às tentações das sereias do «Play-Boy».Willard é um «killer», um anti-heról, como convém. Mas é, também, uma espéciede Teseu, incumbido pelo Estado-Maior de penetrar no labirinto e matar ominotauro. Um labirinto que é o reino de Kurtz no Cambodja, exótico como sóos- cenaristas~de HolIywood sabem fazer; um labirinto onde Coppola inventa umdeus para explicar a guerra.Este Coronel Kurtz que sonha com uma guerra sem mentira onde não haveria«pensos para os que ferimos, onde o horror foss» um amigo, onde os soldados nãotivessem espírito crítico». A guerra restituída à sua pureza primitiva, como nassociedades arcaicas, onde era proibido qualquer forma de auxílio aos prisioneiros.A «moral» do realizador está em transformar Kurtz num Clausewitz falhado.Clausewitz dizia que a guerra era «um acto de violência e nenhum limite deve serimposto à manifestação dessa violência». Kurtz, ao contrário, pede para Willard omatar depois de ter ultrapassado os limites.UM CASO DE CONSCIÊNCIASegundo um título de Jean Latérguy cada «viet» a abater custava um milhão dedólares aos Estados Unidos. A viagem, de Saigão qo Cambodja, do capitãoWillard, custou 30 milhões de dólares. Para cinema é uma superprodução. Mas,mesmo assim, «Apocalypse Now» tem um déficit para com a guerra. Mais do que30 «viets» mata o significado político e cultural da própria resistência vietnamita.Coppola, autor do «O Padrinho», tem, óbviamente, outra opinião. Durante 4 anosalimenta a expectativa em Hollywood a ponto de terem mudadoo título do filmepara «Apocalypse when?». Em 1979 rompe o círculo do silêncio, vai a Cannescom uma versão não definitiva, ganha a Palma d'Ouro com este «caso deconsciência,, :americano e declara: este filne não é sobre a guerra do Vietname.Filme político? Sem dúvida. Ele próprio o afirmou e temos que lhe dar razão. Aoriginalidade de Coppola está em fazer a «sua» guerra participar do vasto campode proibições que anunciam o sagrado. A guerra é o interdito e a transgressão quefascinam. O realizador vai visualizá-la com todos os recursos de Hollywood e arelação do espectador com este conflito passa pelo deslumbramento de umaespécie de «encontro do 3.° grau». A sua pretensão de explicá-la é bem maiscanhestra, mesmo se esquecermos o pormenor dela escamotear por completo aagressão americana ao Vietname. Aqui, um teórico como Clausewitz seria bemmais objectivo. Para o realizador trata-se de falar do bem e do mal. Este o seucharme especulativo e escolástico.Que a América ainda não é capaz de pensar a guerra do Vietname? Ela que erigiuo primado dos factos à categoria de culto. Que este filme é Narciso a contemplar oseu poder? Dele pode-se repetir a frase que Coppola citou, atribuída ao GeneralPatton: «Meu Deus, o que é que nós fizemos? Olhem como ferimos a França,reparem como ela sangra. Não é magnífico?»Luís Carlos Patraquim O

Page 67: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

TEMPO - 23-11-80p

-pssNrTempoCutiosidadesMicrofone é uma espécie de uni ouvido artificial que recebe os sons e os transmitepor meio da corrente eléctrica até um altifalante que repete, o que o microfone«ouviu», Um microfone possui uma espécie de membrana de t í mpa no quetransmite as vibrações a um conjunto sensível, localizado no altifalante que podeser grafite moída, bobina de um electroíman ou lâmina de quartzo.Os primeiros coleccionadores de selos foram chamados «selomaníacos». Maistarde viu-se que esta inclinação não era somente mania, mas um bomdivertimento que instrui.Os selos do coreio apareceram em Inglaterra em 1814 e em França, em 1849.De uma forma geral, os selos evocam os grandes homens, locais famosos,monumentos, datas históricas, fauna, flora, etc...O homem artificial nasceu em Los Angeles. É um homem de matéria plástica, deestrutura normal, com uma falsa circulação sanguínea, um ritmo respiratório, umtubo digestivo e um esqueleto cujos ossos podem sofrer fracturas. Este «homem»encontra-se ligado a um quadro de comando que permite provocar-lhe desmaios,vómitos, taquicardia, alta ou baixa tensão arterial, febres, etc...Os estudantes de medicina quando começam com os seUs estudos ainda não sãocapazes de examinar e de cuidar bem dos doentes.Este homem artificial serve-lhes de cobaia de treino.62primeira...que um europeu viu milho foiem 1492 quando dois marinheiros. espanhóis 1 e v aram umaý maçaroca ao barcoque acabava de descobrir a América e disseram ao seu capitão, CristóvãoColombo, que era um cereal «bom para se .comer» que os índios chamavam«maiz»,.Oque um barco a vapor, com rodas de pás, navegou, foi em 1707, construído por De n n i s Papýis, alemáo. Teve uma vida de poucas horas, depois de navegar numpequeno trecho do Rio Fulga. Os barqueiros, que usavam remos, destruíram obarco. por o mesmo constituir, segundo pensavam uma ameaça para o seu ganha-pão.oo primeiro exército permanente da História, segundo rezam, os livros daAntiguidade, foi fundado em 1093 a.n.e., por Saul, rei de Israel. Era composto portropas regulares, divididas em grupos tácticos comandadas por chefes.q u e foi descrita a evolução de uma doença, hoje chamada poliomielite (paralisiainfantil), e os sintomas da mesma foi, em 1789, pelo médico inglês MichaelUnderwood.neotA HORA DO ALMOÇO

Page 68: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

No momento do almoço, o chefe da família recebe uma má notícia. Informa aosfilhos:- Filhos, o vosso avô faleceu.Então o mais novo pergunta:- Papá, podemos chorar já ou depois da refeição?PROVADOO p a i queixava-se ao professor da má nota que este deu ao filho.O mestre ouve paciehtemente os seus protestos e, no fim, diz:- Mas é que o exercício do seu filho era igual, palavra por palavra, ao docompanheiroao lado.- Perfeitamente-replica o pai.- E quem lhe diz que não foi o outro que copiou do meufilho?Apenas isto: o exercício constava de dez perguntas. Nas nove primeiras, asrespostas eram iguais. Mas na décima pergunta o outro escreveu; «Não sei» e oseu filho escreveu: «Eu também não».Colaboração de: PeneNO SUPERMECADO DO- SR. LEITÃOUm cliente dirige-se ao empregado do balcão:CLIENTE -- O Leitão está bom?EMPREGADO - Sim, está. Foi bem assado no forno e... é saboroso!Colahoraão de L. Ernesto NampulaTEMPO - 23-11-80

gå DA 0 ~A0&A VISITA AO PSIQUIATRA HUMOR DEERNEST* * * *Ir I( ii ~7i</~/( (1<1v' ø"' '. B' y~,'/ '//(, ,,.r,~(-~ 1/,'- (fq/~ Igd~.1'.<~g ~ ? 4 ~f/ ør/4Iftk~~fj ~j~)f* -. .***"-.~ ff'If /<~. ,f~i1i ~..~

Page 69: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

(1' ,,( , i .£e~~T7* 63

JOGO DE PALAVRAS PALAVRASCRUZAIeSPreencher nos tracejados os nomes sugeridos pelas seguintes frasesPROBLEMA N.. 66e palavras:1 2 r7 5 0 9 5 10 1112-o---- 2ýD 3D-- - 5p - - - - o7o7p 8L - - - 10 Í,¶H- ~ - ' -A 1 1R 12HORIZONTAIS. 1 -Sacudir as pernas. 1-Vanguarda do Povo angolano. 2 -Rio que 2 - Nome de homem; sem validade. 3 -,limita Moçambique, 'ao Norte. 3 - Uma das cores daEntorpecente; casa; preposição. 4 - Anti.Bandeira Nacional da RepúblicaPopular de Moçambi- gas forças repressivas do governo coloníi;parte do leite. 5 - Protecção; empresa es-. que.. 4 - Rio que faz fronteira ao sul deAngola. 5 tatal do comércio grossista. 6 - Estrago;Nome do continente em que se situa Moçambique. 6 nome demulher. 7 - Ovar; triturar. 8Nomeé do Partido que liderou 'a luta de libertação' da Rezas;permaneces. 9 - Animais aquáticos;da Ginée Cbo Vrde 7 Que exrcenesse local, 10 - Pedra do altar; tempo doRepública daGiéeCb ed.7 -Qe xreverbo «nadar» (invertido). 11- Símboloo poder popular. 8 - Vanguarda do Povode S. Tomé químico dosício; cloreto de sódio; jornae Príncipe. 9 - Organizar. 10 - Vanguarda doPovo da. 12 - Confusão; animal parecido com omoçambicano. 1 1 - Ciência que estuda as adaptaçÉes sapo; trêsvogais diferentes.do ser vivo ao meio-ambiente. 12 Um dos paises doVERTICAIS: 1 - Um dos princpios dacentro da África. Radisciplina do «hindusmo; Comité OlímpicoInternacional (sigla). 2 - Uma língua in. ternacional. 3 = Caminha; Iíncio; plana,4 4 - Aliméênto universal; local, onde se faz a criação e reprodução de aves. 5'-Unda vogal e uma consoante; capital do Ghana; andava. 6 - Carta de jogam. 7- Distritode Niassa; atmosfera. 8 - Prometer; urm a localidade de Zavaia. 9 - Símboloquímico do aluminio; troncos. 10 - Letra grega; Administração do Parque

Page 70: ahmtem19801123 - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1980… · Agência de Informação de Moçambique (AIM), Prensa Latina, ANOP, Novosti

Imobiliário do Es.. tado (sigla); altera. 11 - Ligado. 12 - Do.. mina; peninsula doMédio Oriente.SOLUÇÃODO PROBLEMA N. 65HORIZONTAIS: 1 - EM; DR. 2 - Piam;* Dus. 3 - Sorte o ma. 4 - Aurora;ecoas ra. 5 - Ama soterrar ata. 6 - Ala; n doas; imo 7 - Regalia; im avanças umMolar; lã; amuar. 9 - Gola; orla. 10Anel; usar. 11 - Sorri; mu; Damnao. 12.....?~"Campíso; UT; moderno. 13 - Adí; vagido.' azo. 14 - Ota; mameluco; are. 15 -Estirr ça; rabula. 16 - Autor; aderi. 17 - Área ralo. 18 -As; só.VERTICAIS: 1 - Ar; cá. 2 - Além; Sa do. 3 - mago; omite. 4 - Sua; aí; RP asa.5 - Por; alargaria; tua. 6 - Elros; ironia; mitra. 7 - Matrona; 1ê; ovações. 8- Meato, aí; amara. 9 - Edil; muge. 10- Roma; útil. 11 - Doera; ou; durar, 12 Descasa; r; mocadas. 13 - Rumor; valado;obelo. 14 - Sia; camarada; uro. 15 - Ora; nu; me; ali. 16 - Atiça; arara. 17 - Amar;onze. 18 - Os; só.TEMPO- 23-11 -

CONCURSOLITERÁRIOTempoAssociando-se à iniciativa da Revista Temoem promover um concurso literário, a Direcção Nacional de Culturae o Centro de Informação e Turismooferecem os seguintes prêmios:o Duas valiosas peçasde escultura.Um fim-de-semana na Ponta com despesas de deslocação pagas.Um fim-de-semana na Namaacha com despesas de deslocação e estada pagas.Envieos seus trabalhos até ao fim do mês de Novembro 1do Ouro, e estada

A,U VI COM ETAL- MOM ETAL/NAM ETALInstalagdes fabris na Machava e na Matola C.P 1401 Maputo Rep Pop W.r19miU%Telef. 752124/8 Telegr: COMETALTelex: 6-535 DNIME-MO6-459 CABMC-MO