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28.° anno
Aiil^nalnrat em Llnboa
1 mei.... 300 réis. AnnuDcios, linha 20 réis.
3mezes.. 900 » Annuncios mundanos, linha
Avulso... 10 » 40 réis.
Communicados e outros artigos, contractam-se
na administração.
FUNDADOR: PEDRO CORREIA DA SILVA
TELEPHONE N.# 117
Segunda feira 3 de abril de 1809
Editor responsável—José Victorino Cardoso
Typographia e impressão, Empreza Editora, T. da Queimada, 35
Aulgnatnras na» provinda*
3 meies, pagamento adiantado 1£150
A correspondência sobre a administração, ao di-
rector da Empreza Editora, travessa da Queimada,
35, !.• andar.
Numero 9:358
José Baptista
E' um actor modesto e bastan-
te estudioso. Por estas qualida
des que o caracterisam tem gran-
feado as geraes sympathies que
oje gos •.
Nas peças que constituem j& o
seu vasto repertório tem sabido
elevar-8e ao logar que occupa,
pela vontade, por um cuidado es-
tudo dos personagens coj? desem
penho lhe tem sido confiado e que
elle pelo seu trabalho conscien-
cioso tem merecido unanimes ap-
plausos.
Desde 1885 que, attrahido pa
ra a carreira dramatica, começou
por fazer parte de alguns grupos
de amadores, sob a direcção do
actor Marques, já fallecido, ou
sob a do sr. Alfredo Soller.
Em 1891, abandonando a vida
commercial que até então tinha
seguido, dedicou se exclusiva-
mente á carreira theatral, faien
do a sua estreia no antigo thea-
tro Chalet do .Rato com o drama
•Os Filhos da Noite». Collaborou
com uma «troupe» de actores do
theatro de D. Maria n'ama serie
de representações que em 1893
deram em algumas provindas do
reino, sendo em seguida escriptu
rado para o Gymnasio, ende se
conseivcu até á presente epochs,
que passou para o theatro do
Principe Rea), onde está actual-
mente.
Impossível é darmos a relação
das muitas peças em que t£m col-
laborado. Em todos os generos,
desde a comedia até á magicB,
tem dado exhuberantes provas do
seu valor.
Eis em largos traços a biogra
phia d'eate estimado actor que
hoje realisa a eua festa artisti*a
com o drama «Os Piratas da Sa-
vana».
O «Diário lllustrado» publican
do hoje o seu retrato, acompa-
nha-o na sua festa, desejando lhe
vastos applausos e novos trium
pbos.
Indicações theatraes
Tlieatro de| D» Maria —
D.zia se hontem á noite em D
Maria que a recita extraordina-
ri8, a pedido d'uma personagem
muito illu8tre da nossa sociedade
com a eomedia de Marcellino Mes
uita, «Peraltas e Secias», se ef-
ectua na próxima quarta feira 5
do corrente.
A sociedade emprezaria, que
pez todo o seu empenho na reali
sação d'eate espectáculo, não pre-
judica com a recita extraordina
ria a brilhante carreira que está
fasendo a nova comedia de Sousa
Monteiro. Amanhã repete-se o
«Cavelleiro Fa!staff».
Os camarotes dc 1." ordem e os
logares principaes no theatro de
D. Maria estão^tomados pelas pri-
meiras famílias de Lisboa.
A recita extraordinária é pro-
texto para uma encantadora re-
união da alta sociedade portu
gueza.
Tlieatro da Trindade—
E' ámanhã, terça feira, que n'este
theatro se representa, pela ulti
l
ma ve«, a revista «Tim Tim por
Tim-Tim».
Alfredo de Carvalho representa
n'esta única noite os seus antigos
papeis.
Theatro da Avenida —
Com a festejada magica de gran
de successo, em 3 actos e 19 qua-
dros, a «Pera de Satana*», faz
hoje a sua festa artiitica n'este
theatro o estimado actor e ensaia-
dor Joaquim Costa.
N'um dos intervallos será dan-
ç da uma «jota» pelas formosas
bailarinas Zambelli, Izabel Palo-
pe, Emilia Palope e Josepha Lo
pes.
Coll*eo do* Recreio*.
—Muito applaudida hontem nos
seus espectáculos da tarde e noi-
te a companhia hespanhola.
Hoje é o primeiro espectáculo
da moda com a «première» das
bonitas sarzuelas «Indiana» e
«Mantóa de.Manilla», e a repeti-
ção do «Chateau Margaux».
0 "Casamento cm Fanliões,.
Hontem venderam-se todos os
bilhetes na Trindade e todos os
camarotes. A enchente foi com-
pleta, e a operetta conquistou
mais um triumpho.
O publico applaudiu com a
maior expansão todos os artistas,
e com phrenesi os novos fadi
nhos, o coro das bruxas do «Mac-
beth», e a eantiga da «Mana Lau-
reana, tem bonita chita.»
Hoje, já se vê, repete-se «Um
casamento em Fanhões», a peça
que navega em maré de roBas,
com a graciosa Rosa Paes á fren
te.
CORRESPONDENCE
Bondade e dedicação.
Publica se.
—Americano. — Boas fts
festas.
— MyoNOf!*• — Boa viagem.
—Oinotna.—Como o pseu-
donymo é femenino, lá vão os bei
jos.
— Romântica. — Regis
trado.
—Melancliollco. — Tenha
paciência, mas não póie ser.
—D. J. M. F. C. C.—Redu-
zindo, publicar se ha.
— Vidal.—Quando poder ser.
Chronica religiosa
Na Sé, missa do Coro, por mu
Sica, ás 11 horas.
—Na Conceição Velha, festa ao
Senhor Jesus da Humildade, por
musica, ás 11 1(2. E' orador o rev.
dr. Farinha.
—Na ermida do Valle de Santo
Antonio, missa da exposição do
Lau8perenne, por musica, áa 11
horae; ás 7, terço de Bemditos.
—Nos Fieis de Deus, devoção
do mez das Almas, ás 6 1(2
Na estação de Alhandra descar-
rilaram hontem de manhã 3 wa-
gons de um comboio de mercado-
rias.
Felizmente nada ha a lamen
lar.
Penteados
(de senhoras, nos domicílios)
Maria Bo*arlo
Rua do Teixeira, n.° 35 3.®
Com prati-
ca nos hoa-
pitaes bomoeopathicos. Consulto
rio especial de medicina homceo
pathico; da 1 ás 3 horas. Rua das
Chagas, 22.
Dr. Mello
O Menezes é ratão,
Mas amigo mui correcto,
Agora, por reinação,
P'rafalar no Gato Preto,
Faz do Froes um janotão!
Rua da Victoria
Dinheiro
Empre8ta-se sobre papeis de
credito. Rua do Ouro, entrada pe-
la rua da Victoria, 49, í.° andar
Vinho de pasto tinto e branco
denominado aquelle "Ca-
pricho" e este "Primor"
O melhor vinho que tem appa
recido em qualidade e paladar, e
sem a menor preparação, o que se
garante.
Preço, incluindo a garrafa, tin-
to, 200 réis, branco, 220 réis.
A' venda no estabelecimento de
Jeronymo Martins & F.°, ao
Chiado.
AGUAS DE MONDAKIZ
Iofalliveis na cura da diabetes,
gotta, albuminuria, anemia, e de
todas as enfermidades do estôma-
go, fígado, rins e bexiga.
•*—CHIADO—*4
A freguesia de S. Paolo com
toda a solemnidade, celebrou as
festas da Semana Santa, agradan-
do muito os officios do maestro
Freitas Gazol.
Em poucas linhas
A patifa dâ primavera...
Ella para alii anda a fazer das
suas.
—Provérbio:—«Chacun n'a pas- sa demande.»
—Uma quadra do sr. Candido de
Figueiredo:
Mulher que namora dois
Temjuizo com certeza
Se se lhe apaga uma vela
Ainda lhe fica outra accesa.
—De Rousseau:—«Se o'amor é
um sentimento divino, tudo quan-
to o possa prolongar e firmar é
um bem.»
—Estamos em que a viagem do do Adamastor é mais proveitosa
que a dos naus do Gama.
Cosmopolitas.
Perfis
JOSE BAPTISTA
ROMANCES A 100 RS. 0 VOLUME
T
Romance original de VAST-RICOIARD
Traducção de ANTONIO BANDEIRA
A' venda em todas as livrarias e lojas do
costume e ná Empreza Editora
Travessa da Queimada, 35, Lisboa
NO PORTO: Em casa do sr. Arialdo José Soares,
Praça de D. Pedro
Manteiga de Coura
da fabrica de Mi-
guel Dantas •
Manteiga de puro leite de vac
ca e a melhor e mais fina que se
fabrica no paiz.
A' venda na casa Jeronymo
Martins & F.°, ao Chiado.
ALFREDO MARTFS
MEDICO
Con*ultorlo na Rna
Nova da Trindade» O»
1.° (esquina do Chiado).
Doenças de gargaata dm»-,
ouvidos, bocca e dentes
Sempre elegante: de hem ta-
lhada jaqueta, de aprimorado frak
e até de safoes como anda no cam-
po na quinta de seu muito nobre
pae...
Elegante a cavallo, como temos
o prazer de o ver na Avenida no
incomparável Cordova, elegante
n'uma praça c.mo em Cascões, fa-
zendo monopolio das pegas dos abe-
gães, n'ama sala, emfim sempre ele-
gantel...
Alegre e espirituoso, um grande
devoto de kanto Humberto, toca
com todo o sentimento guitarra e
canta o fado como se deve cantar:
arrastado, delicioso e divino...
Roas festas
Os 500 réis que recebemos dos
anonymos P. A de N; J. M. e M.
F foram entregues a Emilia Ma-
ria moradora na Travessa da Pal-
ma de Cima n,° 7, loja.
A' roda do "Figaro"
Entre marido e mulher.
—Vê se dizes alguma coisa, es-
tás tão callada!
Sabes que não ha nada mais
aborrecido do que estar a jantar
callado.
—Pois sim, Alfredo. Sabes que
preciso de quatro libras para com
prar roupa brauca.
CANCIONEIRO POPULAR
âo sei se cante se chore,
Para aleviar uma pena,
Se canto tudo me esquece,
Se choro tudo me lembra.
0!
¥ A
MMENDADQ9
PELO^&S,
-USTRADE
PELA SUA
HONRADEZ
E SERIEDADE
EmpreNtlmo» *obre pe-
nhores —Roupas brancas e de
cores.— Rua da Victoria, 94
Francfort Hotel.—Praça
de D. Pedro, 113. Proprietário A.
J. Silva & C.a—Cosinha e serviço
de primeira ordem. Sitio central e
facilidade de transportes para to-
dos os pontos de Lisboa.
Ca*a do* Bordado* —
Variado sortimento de roupas pa-
ra creançaa.— Rua Augusta, 161,
163.
Agua* d'Amieira—Doen-
ças de pelle, rheumaticas, de es-
tômago, etc.—Dom hotel club.
Brande Hotel Conti-
nental—L. de S. Domingos (ao
Rocio). Continua servindo janta-
res das 4 ás 8, 600 réis, almoços
das 9 ás 12, 500 réis.
Hotel Borge*—Estabeleci-
mento de 1.* ordem, na melhor
rua de Lisboa. Aposentos magní-
ficos. Telephone, ascensor para
tedos os andares, casa com toda a
qualidade de banhos. — Chiado.
108.
A. Ilobone — Photographia
da Casa Real.—Rua Serpa Pinto.
19.
Julio A. Bibelro.—Enca-
dernador, primoroso na sua arte.
—Rua do iRetrozeiros, 138.
Papelaria Palliare*—
Bilhetes de visita—Rua do Ouro,
141 e 143.
Companhia Seguro* Fi-
delidade—Acreditadissima no
publico.—L. do Corpo Santo, 13.
Ca mac li o — Photographia
Artística.—Rua Nova dv Alma-
da, 116.
Antiga confeitaria Bo-
ta Araujo» de Izidro Mendes
da Silva—Fornecem se almoços,
jantares, serviço de baile e cria-
dos.—Rua de S. Nicolau, 44 a 48
Perfumaria Balsemão
—Sempre novidades em perfu-
mes. po d'arroz, sabonetes, etc.—
R. dos Retrozeiro8, 141, (proximo
á rua do Ouro).
Francisco Pastor — Pri-
meiro atelier de gravura em Por-
tugal.—Rua do Ouro, 243, 2.°
Os nossos folhetins
Transviado — pagi-
na»
«Boeambol*»—3." pagl-
«Sete Pescado* Hor-
taes»—no cimo da 4.» pa-
gl»a»
Sem pompa sae no domingo pc •
las 9 da manhã, ç procissão do
viatico aos entrevados da fregue-
sia da Encarnação.
49-Folhetim do Diário lllustrado-3-4-99
JAYME DE MAGALHÃES LIMA
TRANSVIADO
IV
Uma única imagem, uma única, vogava nos des-
troços do naufrágio, incólume, resplandecente, irra-
diando uma luz divina que penetrava a alma de bea-
titude,—sua mãe.
Perante ella, todas as sombras se dissipavam; o
tumulto da paixão convertia-se n'um culto singelo,
purificador e ardente.
Instinctivamente, habituava-se á irregularidade da
sua vida. A consciência parecia adormecer,—não se
repete um drama interior,—c essa indilTerença, qua-
si satisfeita, começava a conquistal-o. Ilabituara-se
ao egoísmo absorvente de Emilia e ao seu incorregi-
vel ciúme e babituara-se também á presença de
Laura que sabia ser o fructo prohibido. Exterior-
mente, a sua vida era d'uma tranquillidade e d'uma
satisfação compleias; cuidava das suas terras, pas-
seiava, vinha bastas vezes a Coimbra conversar com
os amigos ou assistir aos espectáculos públicos, e até
mesmo frequentava a capella da rua da Cruz, cora-
josamente, sem aquelle receio de que as suas visi-
tas fossem sabidas, que em outro tempo tanto lhe
pesava e que boje punha á conta de preoccupação
pueril.
Pois podia alguém illudir-se sobre a natureza das
suas relações com Emilia?! Era claro que todos as
percebiam e advinbavam. Pasmava de que só agora
tivesse feito este raciocínio tão simples e tão se-
guro.
Assim se consumiram cinco mezes durante os
quaes Cláudio muitos dias visitou Emilia sem que
em longas horas de palestra banal houvesse una
única referencia ás luctas passadas. De longe em.
longe, o problema voltava á discussão, mas agora
quasi friamente, á parte a ligeira irritação de Cláu-
dio, que provinha do sentimento da sua escravidão,
e os fogosos Ímpetos de Emilia que temia vêr fugir-
lhe a preza,
Cláudio insistia sempre pela necessidade de pô-
rem termo a uma vida que os envergonhava; Emilia
respondia-lhe com a obrigação em que elle estava
de nunca a abandonar, obrigação que lhe custara, a
ella, a perda da sua honra.
Um dia, em fins de maio, Cláudio recebeu o con-
vite do filho do Albuquerque para jantar. Era no dia
dos seus annos; festa intima para que só convidava
Cláudio, que dos velhos am'gos da casa não fallava,
eram sempre convidados.
Cláudio foi com conhecimento prévio de Emilia,
que pouco se amedrontava já com estas visitas, con-
vencida de que os amores por Laura não adeanta-
vam. De resto, promettera-lhe que voltaria imme-
diatamente, no fim do jantar, e ás onze horas esta-
ria na capella.
Debalde o esperou toda á meia noite, hora a que
receiando a entrada de Ricardo, se deitara para sof-
frer uma noite de insónia, torturada de despeito e de
ciúme.
Cláudio ficára até tarde em Coimbra, bem certo de
que na primeira entrevista o esperava, mas intima-
mente indiferente, n'esta indiferença que a fre-
quência dos arrebatamentos de Emilia e o seu indo-
mável egoísmo tanto ajudára a crear.
A noite estava tépida e serena. Depois do jantar,
todos os convivas 6airam para o jardim e Cláudio foi
sentar- e no banco que dominava a varzea, ao lado
de Laura, que para ali se tinha afastado pelo braço de
uma prima sua hospede, vinda da Beira a Coimbra
para dar lições de piano com uma mestra afama-
da. •
Conversaram da paizagem, das flores, dos apetites
e prazeres de cada um, trocando entre si impressões
e ideias que se lhes afiguravam da mais perfeita
conformidade.
Laura adorava a musica, dizia; estudára-a cinco
annos em Lisboa, no collegio das irmãs de Santa
Ignez, com uma senhora irlandeza, e continuara de-
pois, tres annos, com um professor que vinha do
Porto unia vez por semana, para a ensinar. Cláudio
admirava os primores de educação de Laura e tris-
temente se deixava levar em devaneios de ven-
tura e em vagas esperanças d'um futuro fe-
liz.
Foi n'este scismar que voltou a Albergaria, tão
magoado de saudade como enfadado de Emilia, que
n'aquelle momento não representava nem um afe-
cto nem um remorso; era apenas um estorvo.
Estranhou que no dia seguinte Emilia não lhe
mandasse o convencionado aviso para ir á capel-
la.
—Ou o marido saiu ou está desesperada com ciú-
mes, pensava; seja como fór, em boa hora!... Não
sentia o menor desejo de a vér, antecipadamen-
te aborrecido das explicações que tinha de lhe
dar.
(Continua).
\
DIÁRIO ILLUSTRADO
Bilhete de bôas festas ao no-
bre Presidente do Conselho
Uma vida feliz, a do illustre Presidente do Conselho!
Vida felicíssima, porque é a da inconsciência.
A vida particular, graças a Deus, corre-lhe admiravelmente,
amenisada por heranças graúdas, que oxalá se multipliquem pelas
areias do mar e pelas estrellas do céo. O tempo vai lindo, prima-
veril a valer; no jardim abrem-lhe as rosas e do mirante do seu
palaeio dos Navegantes mira o pátrio Tejo de crystal, espelhento
de azul, e onde a lua se mira vaidosa era noites escuras, como es-
pelho apropriado á sua casta formosura.
Do mais não se importa, e como o varão forte de Horácio, pô-
de exclamar satisfeito: se estallado cahir o Orbe, ferem-me as ruí-
nas impávido!
Tudo está vendido, tudo está empenhado, quasi tudo; quanto
eram rendas, está comido adiantadamente.
Mas isto, afinal, o que é, o que representa?
E' uma limpeza, representa uma liquidação.
0 deficit orça, incontestadamente, por cerca de 1:000 contos
de réis por mez.
Mas o futuro a Deus pertence, e largos dias tem cem anno3.
Da convénio, que era considerado a base fundamental da nos-
sa reorganisação finance,ra, continua a haver bôas noticias, no
sentido registado pelo auctorisado correspondente de Berlim para
o Commercio do Porto: dos credores allemãe3 não desist rem do
controle, o que nos colloca a par da Grécia e do Egypío, o que vem
a ser uma manifestação eloquente de que graça3 ao sr, Re3sano na
disponihilidale e ao sr. Bspregueira em actividade, não estamos
tós no concerto economico e financeiro das nações do mundo!
Cada banqueiro, que entra em relações com o Estado, ganha
centenas de cootos de réis, como nos negocio3 da prata e da fari-
nha, não dispendendo um real das suas casas e reaiisando as ope-
rações com os proprios meios do referido Estado!
Vai alta a lua
Na mamão da mortel
Oá câmbios aadam á mercê do3 especuladores, qua em meta-
de de uma semana, quando elles têm de liquidar as suas contas
com o lhesouro, fazem differenças de quatro pontos, a favor dos
seus gaohoi!
Prepara-se novo pagamento aos portadores dos títulos do em-
préstimo de D. Miguel, escolhi ri do-se, como melhor pa: a o novo
obsequio, o momeuto em que ua a commissão de inquérito parla-
mentar publica o seu relatório em que se declara que não devemos
um real.
Não ha sequer notas disponíveis do Banco de Portugal!
Nem realidade benefica no tempo, nem sequer esperança no
futur.! r
N'estas circumstancias qualquer estadista se consideraria uf-
fiicto, em nome da dignidade nacional; mas o sr. José Luriano de
Castro cada vez se aprecia mais, consideraodo-se no desempenho
d'uma missão e na representação de um papel glorioso.
Seguramente a inconsciência deve dar-lhe hora3 e horas de
suprema felicidade.
Pela
pela at
politica
ministração
Mr. Pomarcd . Silencio em
t.da a linha, no orgão official do
paitido progrej8ÍBta, ácerca das nAfifarânoioa ilmPt* P nilftn-
chini intitulado—O presente
futuro de Portugal.
e o
conferencias d'este illustre fiaan
eeiro com o er. míniôtro da Fa-
zenda para o fim de ser dada nova
maquia aos portadores dos titalos
do empréstimo de D. Miguel,
mais intermináveis do que os
7:500 biavos do Mindello.
Mae, calando se, fas muito bem
o Correio da Noite. Gato escalda-
do—salvo seja—d'agua fria tem
medo; o para que hav a de elle
negar, se cs factos, amanhã, se
encarregariam de demonstrar que
mais uma vez se eacrifi ára ao
partidarismo?!
Por tudo isto, o seu tilencio é
muito louvável.
#
# •
0 representante dos Passos.
—Retrato ao vivo, inserto hou-
tero pelo nosso collega do Popu-
lar:
«Km 1897 ou 1898, n'uma reunião
exta.
o governo fazia pouco caso dos in- |bl admirativo, devem consagrar
teresses do partido e dos seus di- nacionalmente o gemo do distin-
reitos. 0 sr. Luciano de Castro res- cto maestro.
E' verdade qua oão ha uma
Questões lyricas
Sr redactor.—No Tempo, jornal
que dizem ser o orgão aa politica
económica doer Conselheiro Dias
Ferreira, li em uma chronica em
que se pede em resumo o seguin
te: que se f-ça, á cueta do Esta
do, e por meio d'um pre jocto de
lei apresentado no parlamento
com unauimidade de votes, nem
menos, uma edção monumental da
Serrana, nova opera do sr. Alfre
do Keil.
Isto para mostrarmos ao Muu
do que possuíamos um compositor
de primeira ordem
O artigo não ó propriamente da
redacção, porque se subscreve por
Op., que pelas iniciaes seguidas
parece ser o representante da ter
ça parte e alguns avos da chama-
da Opinião, o que a ser assim si-
gnifica que a immortalidade da
opera referida está spenas no con
ceito da minoria.
Mas 6m summa, é um alvitro,
e Clero, Nobreza e Povo, n'uma
especie de plebiscitum, coma o ca
so requer, hão de decidir se os
pondeu-llie altiva mas verdadeira- . A
mente, que não tinha o governo de edição cffieial dos Lusíadas, d'esse que queixar-se, porque em nfdz, homem chamado Camões, que
contribuíra para a sua ascençao ao - . i
poder, antes vivera na doce inércia
da abstenção. Fôra elle José Lu-
conA™?J\aíLls^ S5S&2JR í além de ser o cantor das gloria, patrias, pela crítica dos eruditos
entre para a galaria dos ilomeros
e Virgiiios.
Mas se nos falta essa edição
ciano, que tinha ido buscar o po-
der ao Paço e o trouxera para o
partido, que, não tendo nada feito,
nada linha direifo a exigir. E não d08 Lusíadas, podemos ter a da
houve voz para protestar contra Strrana, tanto mais que o caso
esla auctontaria e quasi insolente < ■ ã ' d . , J .
declaração! Ao menos todos natu- |Berl* P™.™ como nota ca
ralmente magoados, mantiveram o |ractenstlca do anno de 18JJ, qae ó ultimo do chamado século das
luzes.
Mas, pelo amor de Deus, não
_ forcemos, segundo o estribilho lit- Antonio Cabral, proclamaram en- terario d'um illustro p-rmphleta
tre grandes aplausos da maioria, humorista do como tompo
que no partido progressista nao -- u_uu'v",,w■.
Nas suas operas, com grande
scenario, procissões, luz eléctrica,
trompas, ó um decorativo. E' isso
principalmente, e já não é pouco,
não sendo aliaz nada para que a
nação, em extasi, lhe dê em vida
o que não teve ainda o sr. Luiz de
Camões nos trtz séculos e pico da
sua immortalidade.
A sua Serrana é benita. N*
inspiração popular ó inferior aos
trabalhos do sr. Cyriaco e supe-
rior aos do sr. Fihppe Duart*; ca
parto dramatica não excede o Ma
rio Wettf do sr. Augusto Ma*
cbado, o Fr. Luiz de Sousa do sr
Gazal e a Dirilita do sr Visconde
do Arneiro.
Mas é um trabalho de mereci-
mento, e justificadamente foi ap
pLudida.
Mas não forcemos, não force
mos porque, chegamos a extremos,
e o distincto maestro vae protestar
com toda a certeza contra o sr
Pp., quo o i ffendo e melindra na
sua modéstia, que certamente não
de»ejs consogrtçoes nacionaes.
Di poia, o que eu não ccrr.pre
hendo muito bum, sr. redactor, é
que tal idéa de augmento de des-
p. za se adv guo uo jornal do sr.
Dias Ferrôira, que eu cousidero do
estufo a'uqudld ministro que uma
voz, requerendo lhe beneficio cs
cantores da Sê, lançou o segfninto
despacho: - Quando nãohadinhei
ra para quem chora, não se pode
fazer despeza com quem canta.
Oopp.
Arrombamento e roubo
A's 8 e meia horas da noite o
guarda 874 da segurança publica
capturou o celebre gatuno Luiz
Francisco Ribeiro o Larangeira,
morador na rua do Possolo 4, 2 0
andar, não obstante já ter cum
prido sentença em Africa pelas
suas continuadas gatunicc*, lem
brou se houtem de commetter
mais uma, de que não ficará ileso.
A'quolia hora, conseguiu e. trar
na fabrica de aoeucar doa srs
Mello & Ca, na rua do Olival,
116, entrando pela porta que tem
o mascDO numero, e a inicial B —
sem que fosae presentide, e occul
tando se, esperou que a fabrics
ee fechasse
Asrím.quo os empregados ea:ram
do eacripiorio o Larangeira dia
pnoba se, com ferramenta de que.
estava munido, a arrombar a por
ta do ondeado doe&ciiptorio o que
não levou a e fiei to, em coose
quencia do referido guarda o tor
presentido e que immedUtsmonte
communic u o focto á sua re6pa-
ctivi eequadia.
Pcuco depois cercaram a fabri
ca e logo que compareceram os
proprietários da mesma, abriu-ae
a porta e prenderam o gatuno ao
qual lhe appreherderam a quan
tia ds 6Í160 réis, que elle já ti
nha roubado.
O gatuao devia honteai ter sido
interrogado pelo chefe ds. 3 • sec-
ção o sr. Aguiv, o q i* n^o 09 con
seguiu, em c:níequen2Ía do preso
se qoeixT de que eatava doente,
e o sr dr. Barn 9, reconheceu ser
verdade, pelo que foi recolhido na
enfermaria do Limoeiro.
Associação Protectora
das CreaDças
N'esta benemerita asscoifeçã",
foi hontem pelos 3 horas da tarde
servido um jautar a 60 meninas e
40 rapazes, por caridoso aneny
mo.
O jantar constou de sopa de
mass*, carne cosida, carne guisa
da oom batata3, laraojis, pão, vi
Dho, doces c amêndoas.
Ao jantar além de muita» se
uboras das famílias, estiveram
presentes os srs.:
A thur Z luar, Borsardiao Es
trells, Moreira ci'Almeida, José
Antonio do3 Santos e Francisco
Jorge Balio.
O jantar foi servido pelas se
guintea sr.": D Adelaide Amélia
Ferreira Coelh» e a ajudante sua
filha D. Candida Ferreira Coelho
F.ndo o jantar foram distribui
das r8ÇÕ?s a mais 12 creanças
avul-as.
pudor do silencio.
Este anno ainda é peior. Na ca
mara dos deputados, primeiro o
sr. Ressano Garcia e depois o sr.
havia marechal, generaes, orilciacs
e soldados. Havia apenas um chefe
supremo e tudo mais eram solda-
dos razos, batendo-se cada um 110
seu posto, mas todos submissos,
obedientes e cegos. Isto é o cha-
mado partido progressista, com um
Principe mais despótico que o Tzar
de todas as Russias e com súbdi-
tos humildes e reverentes. Quem o
viu e quem o vô!»
E' assim mesmo, mas a situa
ção em que se apresenta o chrfo
progressista pesvncs simples
mente por uma ordem qo ccnside
rações: o do poder acrediiar que
a ena preponderância uo actual
momento representa unicamente o
critério do Chefe do Estado.
E são os nossos princípios mo
n&rchicos que nos determinam
este sentimento.
#
* •
Recebemos o livro do er. Fus*
Não f rcemos!
O sr. Keil é, incontestavelmen-
te, um compositor, nao diremos
genial, porque não costumamos
abusar d'esta palavra, mas dia
tincto. Cá em Portugal ha muito
poucos como elle E' trabalhador,
intelligent®, e sabe exercer a arto
do estatuário, segundo cs precei-
tos do Padre Antonio Vieira :
compor 8qui, recamar além, do
forma a arranjar uma partitura de
se pôr n'am '.heatro.
Não ó o que diz o sr. José 8a-
rnpga, na sua epioião de extre-
mos; um plugi&río.
Não senhor. Mas em tudo n'es
te mundo ha meio termo, o lá diz
a phrase latina que in medius con-
sistit virtus. E', pois, um eompo
aitor para a gente ouvir c m mais
ou menos sgrado, umas vezes me
lhor, outras vezes peior, confor-
me & impressionabilidade não di-
fçuoa dc memento, msa de epocha. ja.
A <Lf
M
- ^
M VZ & ' ) Ki
K/f ► —
Jfíi
cy
Jr w
Os cegos de Lisboa
Já foram distributes pelo s*.
Joaquim Antonio Pacheco, dire
ctor da Livraria Catho'ico, em 40
esm las de 500 réis a outros taa
tos indigentes da capital, a quan
tia de 20£000 réie, que a redacção
do «Jornal do Commercio» rece-
bera de dois caridosos bemfeito
i:qí e entregâra ao sr. Brenco Ro
drigu?s, para serem contempla
dos os cegos ÍLseriptos na redac-
ção do «Jornal dos Cegoe» e que
não tivessem tido esmola por cc<
casião do Aono Bom
Os nomes e moradas d'eetes ce-
gos serão opportunameote publi-
cados.
Conselheiro Francisco Cosia
Celebra se hoje, ás 11 horas da
manhã, na egreja de S. José, uma
missa suff'Bgando a alma do sr.
Conselheiro Francisco Costa e
S Iva, nosso illustre e saudoso
correligionário. ^
O sr. administrador do Io bair-
ro mandou para que no praso de
60 dias a irmandade des Passos
do Desterro abandonasse a egre-
El-Rei, Sua Magestade a Rainha e
o Senhor Infante D. Affonso assis-
tiram á tourada de hontem na pra
ça do Campo Pequeno.
vr ^
El-Rei, Sua Magestade a Rainha,
Sua Magestade a Rainha D. Maria
Pia e o Senhor Infante D. Affonso
assistiram ao espectáculo de hon-
tem no D. Amelia.
Fazem an.aohã annos as sr.**:
D. Leonor Manuel (Atalaya).
D. Luiza Cardoso Martins da Cos-
ta Macedo (Margaride).
D. Luiza Martins Cardoso de Me-
nezes (Margaride).
D. Luiza d'Almada.
D. Maria da Luz Coelho.
D. Helena de Carvalho.
D. Maria da Gloria Castilho.
D. Maria Thereza Damasio.
D. Virginia Augusta de Oliveira e
Silva. s t_
D. Julia Carvalhal Corrêa Henri-
ques. , „
D. Josepha Caldeira da Gama.
D. Maria José Bivar de Sousa.
D. Helena Ailão Pacheco.
D. Maria Josephiua de Caceres
Monteiro.
Vi os srs.:
José Frederico Teixeira Rebello
(Prime). Antonio Homem de Figueiredo
Leitão (Caria).
Paulo Laxman (Erich).
Annibal Jorge d Avillez.
Antonio Pessoa d'Ainorim.
Vasco Ferreira Pinto Basto.
Alvaro Adolpho Alvim Marques.
Caetano Alberto Sori.
Henrique O'Neill de Groot Pom-
bo. José Corrêa Godinho.
Alexandre de Castro Pereira.
José do Espirito Santo de Batta-
glia Ramos. , _
José Corrêa Botelho Azevedo Cas
tello Branco.
José Maria dc Vasconcellos Le-
mos Castello Branco (Leiria).
Regressou de Cascaes o sr. Con-
selheiro João Franco.
—Está em Cofiares com sua ex.°"
familia o sr. Marcolino Teixeira
Marques.
—Partiu hontem para Lourenço
Marques o sr. Fortunato Cagi.
A bordo foram-se despedir gran-
de numero de amigos. Entre ou-
tros os srs. dr. João de Menezes,
João Berquó (Cantagailo); dr. Duar-
te Pinto Coelho, Abrahão, Leão e
Jacob Cagi, D. Jorge de Menezes,
D. Juan Baldelomar, Adolpho Silva,
Beuceliman, Israel Ab rali ao Anaho-
ry, etc. —Chega amanhã a Lisboa o sr.
D. Antonio Xavier, Bispo de Beja.
—Regressaram hontem ao l orto
o sr. dr. João de Menezes, sua es-
posa e filhinhos. .
—0 sr. Visconde de S. Luiz de
Braga parte no principio do mez de
Junno para Paris como todos os an
nos costuma. ,
—Está na sua quinta do Valle em
Santarém o sr. Jorge Rebello da
Silva. ,
—0 sr. Pedro Gomes da Silva e
sua esposa Mad. Marie Gomes da
Silva foram houtem passar o dia a
sua linda vivenda em Cintra. —Encontra-se em Penafiel o sr.
dr. Manuel Joaquim Pereira da Cu núa* „ .
—Está no Porto o sr. Conselhei-
ro Manuel Francisco Ferreira Cou
to. , _ —Regressou á sua casa em Cas-
tanhede o sr. dr. Joaquim Pessoa
de Castro Figueiredo. —Regressou a Leiria o sr. Alfre
do Soares de Albergaria.
—Estão em Montemór-o-Novo as
sr." D. Emilia e D. Maria da Veiga
Palline, filha do sr. Visconde da
Amoreira. .
—0 sr. dr. José Manuel Ribeiro,
distincto clinico, que tinha ido ha
dias ao norte do paiz, regressou
hontem a Lisboa.
—Mad. Marie Laxman de Almeida
e sua elegante filhinha que tinham
vindo a Lisboa assistir ás festas da
Semana Santa, regressaram no
sabbado á sua linda vivenda em
Cintra, acompanhadas de sua mãe
e avó a sr.® Baroueza d'Erike.
—Partem hoje para as suas pro-
priedades da Azarujinha os srs.
Condes da Azarujinha e o sr. Liba-
nio de Freitas.
lheiro João Pedro Seabra e familia, Í;eneral Silvano e esposa, Alberto
laro e esposa, João Pedro Madeira
c familia, Guilherme Gomes e es-
posa, contra almirante Sousa Sam-
paio, esposa e filha, Annibal da
Camara Pires e família, capitão-te-
nente Nunes da Silva e esposa, al-
feres Arthur Pereira e esposa, dr.
Vasconcellos de Moraes, capitão
Mendes d'Almeida e familia, Motta
Marques e esposa, Antonio Scarni-
chia, João Chaves Cruz e esposa,
alferes Xavier Henriques e familia,
Jayme Cardoso, capitão Alfredo
Paes, esposa e filha, dr. Anacleto
d'OUveira, tenente Villa Lobos, ca-
pitão Folque e familia, dr. Diniz
Sampaio, general Heitor, Alberto
Mouat e familia. Antonio Ferraz de
Sequeira e esposa, Conselheiro
João Joaquim de Mattos e familia,
D. Henrique d'Aiarcão, tenente-co-
ronel Nuno Vasconcellos, Carlos
José Barreiros e familia, Gastavo
Gaia, Conselheiro Horta e Costa e
esposa, capitão-tenente Annibal dos
Santos Dias, Vargas Ollero e espo-
sa, Carlos Zanatti. tenente Baptista
e esposa, Eduardo Augusto Gou çalves. coronel José Ribeiro, An-
gelo Gourlade e familia, capitão
Alfredo d'Oliveira, Joaquim Helio-
doro Caliado Crespo, Guilherme
Lane, Pedro Ribeiro d'Almeida,
Guilherme Perry Vidal, tenente Al-
berto Botelho e esposa, Alberto
d'Oliveira, capitão Chateàuneuf e
esposa, Raymundo Nonnato de Mo-
raes Junior, capitão Nogueira de
Campos, João Chaves, alferes Ri-
beiro d'Almeida e irmã, Arthur
Marinho da Silva, Libanio Ferreira,
José da Costa Reis, João Ferraz de
Sequeira, Joaquim da Gama Carva-
lho, Antonio da Cunha Bellem, Sil-
vério Ribeiro da Costa, etc.
A' tourada de hontem na praça
do Campo Pequeno assistiram, que
nos lembre ter visto, as sr.":
Condessa d'Arge, Viscondessa de
Alferrarede, Mad. Salvador Asseca,
Viscondessa d'Almeida Araujo, D.
Octavia d'Oliveira Guedes e Ilibas,
Viscondessa de Varzea. D. Marian-
na Montenegro, Viscondessa de Mo-
raes e filha, Mad. Silva Amado, D.
Elvira Leger e filha, D. Sophia Ar-
royo de Brito, Valenças, D. Maria
Luiza Alto Mearixn, Mad. Serra Pin-
to, Mad. Silva Mesquita, D. Maria
Rulina T. Marques de Mesquita, D.
Emilia Canongia, D. Joanna de Bri-
to Capello, D. Andrelina Moraes de
Carvalho, D. Andrelina Gomes dos
Santos, Mad. Monteiro, etc.
Assistência elegante de hontem
no theatro D. Amelia: sr." Duque-
za de Palmella, Condessa do bei-
sal, Marqueza de Unhão, Marqueza
do Faval, Munrós, D. Luiza Mayer
de Mello, Andrades Bastos, Condes-
sa de Figueiró, Condessa de Oei-
ras, Condessa do Porto Covo, Con-
dessa de Valle Flor e irmã, D. Ama-
lia Ulrich Cardoso, Viscondessa de
Sousa Prego, D. Emilia Canongia,
Macieiras, M.elle Aguiar dc Andra
da, Condessa da Borralha, Condes-
sa do Lavradio, D. Hersília Cordei-
ro Pacheco, Viscondessa de Faro e
Oliveira, Baroneza de Itanhahem
de Andrade, Mad. Ribeiro Ferrei-
ra, D. Helena Dulac de Castro e
Silva, Condessa do Paço do Lu-
miar, D. Julia Ribeiro da Cunha, D.
Regina Paccini da Camara, etc.
•
# »
0 sr. Waths Garland, negociante
da nossa praça acha-se felizmente
muito melhor e quasi restabeleci
do dos incommodos de saúde que
ultimamente tem soffrido. Está no seu bonito chalet do Es-
toril.
—0 sr. Conselheiro Paulo Benja-
mim Cabral, ainda está sofirendo
os effeitos que deixa o terrível mal
da influenza. . *
EOGHSIBjR
Com a excessiva animação e se-
lecta concorrência, que caractcri-
sam as festas, a miúdo realisadas
no elegante Club de Lisboa, ao Cal-
vário, decorreu o baile que alli
houve no sabbado d'Alleluia. Conseguimos tomar nota das se
guintes pessoas que a elle assisti
ram:
D. Jeronyma Florentina Duarte e sobrinha, D. Estephania Diniz Sam-
6aio e filha, D. Maria Chaves, Mad.
ias da Silva e filha, Viscondessa
de Camarate e filha, D. Maria de
Alarcão, D. Amelia Galhardo e fi-
lhas, D. Cecilia Ribeiro, D. Guilher-
mina Vaz, M.elles Bottos, D. Lau-
rentina Corrêa d'Almeida, M.elles
Mel los Guerreiro, D. Emilia No-
gueira de Campos, M.elles Lucia-
nos Cordeiro, D. Ravmunda Bessa
de Moraes, Mad. Debonnaire e Il-
ibas, D. Belmira Arrobas Ferraz,
M.elles Bellos de Carvalho, D. Mar-
garida Cerqueira de Vasconcellos e
filhas, D. Beatriz d'Oliveira, D.
Olympia Ribeiro, D. Henriqueta
Freitas d'Oliveira e filhas, dr. Cu-
nha Bellem e familia, Cypriano de
Araujo e esposa, coronel Bandeira
de Lima, esposa e filhas, Consc-
Malvadez
Joíé Jjtquim d' s R«ris, soldadc
de eDgenberia, de 23 annos, n&tu
ral de Bjrcellos, f. i bontem pie»r-
Dor lançar as mãos ás pernas d*
Marin José da Silva, residente na
rua de S Vicente de Borga, fe
rindo a, e depois tentar eDgs
nal a por ella não ceder aos sent
deBc j^g.
Abuso de confiança
João Sin Ões Pires, morador na
estrada da Centeeir», rob Olivaes.
foi h ntem preso por f :rtar da
gaveta de sen patrão Francisco
Augusto da Cunha diversBS quan
tias.
Condusido á erquadrs, cotfeeccu
ter rpenas futtado a quantia de
600 réis.
Pequena Biblidheca Calholica
V*i sair brevemente uma pu-
blicação D'este geoero, dirigida
pelos noes-is c Ilegas ds Noção
Pedro Fabro e Zuarte de Meu
donça e á qual está destinada um
largo futuro.
Em brochuras independentes de
32 paginas e so pr^ço fabulo**-
mente barat) de 50 réis prestará
innumeros serviços á litteratura
e á religião, para o que não falta
competência aos d: is nomos aci
ma citados.
Por hoje accreacentaremos ape
nzs que a lista dos collaboradcres
é de hemona quo pelas suas cren-
ças e talento de ha muito são con-
siderados ent'e todas as classes e
partido?.
No D. Amelia
«Tierra Boja»
Ccmo na N*7ia Bob^y o traba-
lho de Maria Gujrrero na Tierra
Boja é primcrcBO. Cansa asacm-
bro como aquella delicada figuri
uha de mulher, toda graciosidade
e encento, pódo supportar a po
derosa tensão dramatica do d'a
ma CcmmoventÍ8eimo de Guima
tá.
No 2 0 e no 3.° actos, principal
meate, Maria Guerrero eleva se b
grande altura, revelando te uma
actriz de drama de fulcgo com o
meimj estranho podor c< mmuoi-
cstivo com que ante hontem se
revelou urns comediante insigue.
O publico dispensou Ih*, como
devia, calorosas ovações, durante
toda a noite.
Acompanhando Maria Guerre
ro distinguiu 6e no escabroso pa
pol do Manelick o actor Diaz de
Mendcza, que tem na Tierra Beja,
segundo nos dizem, uai doa seus
melhores paprís. E' realmente uq>
uitistn de talento, a que o pub I i
co ejtá faxendo a devida justiça
Hpph udindo o cemo elle merece.
Od artistas interpretes da Tier
ra Boja contribuíram para o ex
cellente co» juncto da peça.
• ' #
F.l Estigma é a piçs que h j»
sobe á acena no theatro D. Ame-
lia para a 3." recita de aisignfctu
ra. N'ella 'cm importantes papeis
a notabiJissima setriz Maria
Gusrrero e o illustre actor For
oando de Mendosa, que no Es-
tigma tem ensejo para provocar
mais eatbuaiasticos applausos.
♦
0 dia de hontem
A primavera Contu u* era todo
o seu esplendor proprocionando
»os habitantes de Lisboa o goso
dos muito divertimentos que cila
lhes (fferece c m todos os ene n
tes dos seus arredores.
Logc de manhã a concorrência
de p&88ugeircs nos comboios e
carros foi enerme, circulando sin
da de Li>b a aos seus bonitos ar
rabaldes, innumeros trens com
grupas de f&milias que procura
ram nu traDquillidade dos campos
passar algumas Kras de bem es
tar.
Não houve retiro nas proximi-
dades da Ospital por mais iosigoi
fiisnte que seja que se não en
cbesso por completo.
Ab prsç^8 do Campo Pequeno
e Algés estixeram também muito
animadas com uma concorrência
de ' ficionado8, havendo ainda no
j»rd:m do Campo Grande a cos-
tumada corrida de bicyclistas.
A' ooito os theatres estavam á
cunha.
lima celebridade artist ca
De passagem para Madrid,
aonde está contiactado por Mr.
William Pani8b, para o seu circe,
acha se cm Lisboa a grande ce
lebridade Mr Arneeen, o primei-
ro equilibrista do mundo.
A empresa dos Colisecs dos Re
creics pediu a Mr. Paoisb que Ih*
deixasse apresentar aquella cele-
bridade era alguns espectáculos
VIDA LOCAL
BRAGA. 31 de març>.
As solemnidhdea da Semana
Santa têm sido feitas com a pom-
pa dos ânuos findos.
Hontem e htje era immenso o
numero de pessoas a visitarem ca
templos onde estava exporto soa
fieis o Santíssimo Sucriimento.
Para isso contribuía muito o ma-
gnifico tempo que tem estado.
Diaa lindíssimos, com que Deus
nos tem favorecido afim de mais
de perto contemplarmos o Heroo
Sublime, que fez para a noite do
crime o Perdão, o Marlyr Divino
que fe« para a treva da escravi-
dão a luz brilhantíssima da Li-
berdade.
Hontem de tarde, na Cathedral,
celebraram se as cerimonias do
costume, concluindo estas com a
procissão do Seolior Ecce Homo,
que, s&hindo ás 8 horas e meia da
noite, hó recolheu depois das 10
horas e meia. A procissão ia lin-
díssima e as rn&a por onde ella
passou est&v&m muito concorri-
das.
Hoje, depois das 9 horas da ma-
nhã, houve na Sé missa da Pai-
xão cantada a veios de musics,
acompanhadas com baixos de cor-
da, e cantochão alternado; adora-
ção da Cruz e procissão do Ei-
terro, encorporando-se n'ella a
irmeudade da Misericórdia, e de
ta ide, Matinas, a voiee, orgão e
baixos, por David Perez, Misere-
re, a orchestra, por Luciano doa
Santos, concluindo com o sermão
da Soledade, que foi prégado bri
lhuutiosimamente pelo rev. Bento
Barreie, cspellão de infanteria
n.° 8.
A concorrência era grande, ven-
do-86 ua Só toda a élite braça-
r«-use.
P«la mria bora da tarde teve
1 gar no P. pulo a c< mmemor^ção
das Sete Palavras de Jesub Chris-
to.
Em tlgans trniplcs du cidade
estaVim as senhoras pedindo pa-
ra a coLferetcia de S. Vicente de
Paulo o cs alumn» s do curso theo-
leg Cu para «& Log&res Santcs.
— D-mipgj pasea o anoiverea-
i»o natalício do sr. Coueelheiro
José Mr.ria Rodrigues de Cai va-
lho, iliustre peai dente da cain&ra
dos dignes pr.rce.
— Vimos h ntem cm Bisga o
nosso amigo Monsenhor Santos
Viegas, preclarissimo ebbade de
S Thirgo d'Antae.
Itapsag. ^ * —* ■ . *■ •
Mocidade Calholica
Amanhã, terça f«ir» 4 de abril,
ó eocfVrente n'esta benemerita as-
sociação o illustre prrfessor do
seminaiio do Sratarem o reveren-
do pndre Cunha, orador muito co-
nhecido q admirado polo eeu ta-
lento. E' decerto mais uma magni-
fici noite p888íida na arsociação
da MocHa 'e Catholica.
A sessão abre á? 8 1|2 da noite
devendo ser grande a concorrên-
cia de admiradores do illustre
cm foren e
Grémio aríistico
Exposição
de Uellaw Artem
Fci hentem adquirido n'ests ex
posição o'arte pelo sr. Sousa La-
ra o quadro n° 73 do c&talrgo.
Um Veterano, do João Var.
Desastres
Honrique Pimente, morador un
travessa de Santa Quitéria, 41,
4.°, quando hontem, pelas 3 boraa
e meia da tarde, descia a eicada
da sua resideucia, c&hiu, fraetu
rbndo o braço esqaerdo.
R cebea os primeiros soccorrcs
no hospital ,da Estrella, seguindo
depois para sua casa, onde ficou
entregue aos cuidad.s da fumilia
— Carlos Ali. n, residente na
ma do Conselheiro Pedro Fran-
co, metteu hontem um alfinete cn
tre i s dentes, sendo preciso ir ao
hospital militar de Bek-m para
lh'o extrahirem.
— EDgracia de Moraes, resi-
dente na rua de Rebello da Sil-
va, foi hontem pensada no hoepi
tal Estephania, em consequência
de ter cabido n'tquella iua, fa
rindo se na testa.
Cabelleireira PENTEIA
senhoras
nos domicílios, avulso ou por mez.
Endereço: Arco do Bandeira, 180,
5.°, D.
Jantar aos presos
C^mo hontem noticiámos, rea
lisou ee o jant&r acs presos das
cadeii-8 do Limoeiro e Aljube,
distribuído pela Venerável Ordem
Terceira de S. Francisco, sita na
rua de Serpa Pinto.
Os caldeiros foram conduzidos
em duas galeras da inspecção dos
incêndios, adornadas de flores, e
tiradas a duas parelhas, sendo
guiadas por sotas bombeiros, e
que sahiram d'ali á3 11 horas da
msnhâ.
Dursntc o trajecto os irmãos
Teiceirca apuraram esmolas no
valor approximado do 20^000
réis, que distribuíram pelos pre-
sos das duas cadeias.
Casa de Boneca
Cocfjrme está de ha muito an-
nuuciado, é amanhã que no thea-
tro do Gyora"hio se repete a cele-
bre prçjt de Ibsen a Casa de Bo-
necay em qua é verdadeiramente
assombroso o dcBtmpenhj de Lu-
cília Simõep.
Cautelas viciadas
Pedro de Sauna, menor de 14
annos, morador na rua do Ampa-
ro, foi hontem preso por andar a
fazer venda, do cautelas viciadas.
Peio estrangeiro
TtLEGRÃlXAS
HAVANA, 1, n.
A Assembles nacional e o exerci-
to cubano serão dissolvidos somen-
te depois que regressem de Was-
hington os commissarios america-
nos.
BERLIM, 2, m.
Diz a «Gazeta da Allcmanha do
Norte» que o sultão de Marrocos,
cedendo ás intimações allemãs,
consentiu em pagar aos súbditos
^ermanicos uma indemnisaçáo de
:000 «marcos». $
BERLIM, 1, t.
3 0(0 portuguez 40,10.
(Hav as)
Condecorações
Joaqnim Àngnslo da Cos
FABRICAM*
Fornecedor excBnstv
do HlnlcEerfio doa Mi
godos KsSrauçoâroi
ioeledade do ttoogrg
pbia. e&«.
Com dSeina ca ma dô!
Jntião, UO, 3,°, onde tea &
completo sortimento d s;
genero e para onde deve s<
airigidft toda a corresponde;
íia.
Snccorsal no Porto, n
das Flores, 201 e 203, eai
de Albino Coutinho.
f
DiAtUU LLLhlKADO
R
Praça do Campo Pequeno
Com uma boa tard?, cffectuou
bq hontem a 3 ■ corrida da epochs
na praça do Campo Ptqueno, tra-
balhando como cavalleiiOB oa ara.
Fernando do Oliveira e Manuel
Caaimiro de Almeida, e como es-
ada, Parrao Dcs nossos traba-
barum Peixinho, Theodoro, Ca-
dete, Torrea B.aoco, Saldanha e
Felix,
Oa toiros pertenciam ao sr. Ma
nuel Duarte de Oliveira. Era um
carro de animaes bem tratado,
bonitas estampas, deseguaes na
armtçâo, sahindo, na maior parte,
bravos, dando a lide desejada.
Ambos os cavalleiros tiveram
bons tci os, durante a lide dos
quaes o publico pôde apreciar o
ueu trabalho e applaudil-os, cha
mando 08 Â arena.
O espada Parrao, apesar do
Beu trabalho n&o ser de enthu
ei&smar, satisfez, tanto bandari-
lbando, cimo com o capote e mu-
lcts. Teve passes naturaes e de
peito, de grande merit0, sendo
bastante applaud do.
Parrao teve uma colhida no 3 0
touro, na cccasi&o de o passar de
muleta.
Os seus bandarilheiros traba-
lharam com vcntade, gtauto com
as b-ndarilhas como com o ca
pote, pondo os toiros em sorte.
Os nossos bandarilheiros nSo
ficaram atras dos heapanhoes.
Todos ellc8 bandardharam bem,
tendo alguns pares de bandari-
lhas a cuarteo e scesgo, de mereci
mento. Especialisaremos, entre os
nossos bandarilheiros, o trabalho
de Theodoro, tanto com baodari-
lbas como com o capote. O eym*
pathico artista pôz sempre os toi
roa em sorte para os cavalleiros.
Oa moços de forcado fiíeram
algumas pégas de cara e á meia
Volts, sendo as mais rijas a pri-
meira e a ultima. "
A tourada esteve concorrida.
Sol á cunha e sombra com poucos
log8res devoluto. Camarotes mais
f •; cos.
O publico sahiu satitfeito, por-
que a tourada nâo Li de enthu
siasmar, mas foi d'aquellas a que
ob amadores chamam boas.
A direeção da corrida foi acer
tada.
Escamillo Junior.
Praça d Algés
A tourada de hontem Li a me
lhor das tres que se têm realisa-
do esta epccha na pr*ça de Al-
gés O gado sahiu bravo e foi ra
scavelmente epreveitado peles
amadores.
Distinguiram se os cavalleiros
J âo Caneças e Eiuardo de Ma
cedo, que trabalharam crm von
tade, e alguns dos bandarilheiros.
FcrLin colhidos, sem censo
quencias de maior, o neto da cor
rida sr. Julio de Mascarenhas e o
bandarilbiiro hespanhol Ribita.
Houve excellentes pégas, sen
do a melhor a dos meços do cur-
ro.
A praça estava quasi cheia.
Thealro Gil Vicente
A convite da direcção da asso-
ciação recreativa e humanitária
cascat-nse a companhia da muito
dÍ8tincta actris Lucinda Simoes,
representa no proximo domingo 9
do corrente n'c-ate elegante theatro
da villa de Cascaes a magnifica
p çu de Victorien Sardiu, [Casa
de Boneca.
Edoardo Vicente Ferreir*», co
cheiro do trem de praça n.° 253,
morador na ma de Bemfics, hon-
tem na cceasião em que seguia
pela rua da Alegria, foi de encon
tro ao cevuIIo partenccnto ao sr.
Grt-.ç*, capitão d'artilheriu 1, que
era guiado pelo soldado 41 da 7 *
bateria. O trem ficou cem a lança
partida e o c&valio ferido.
O cocheiro foi preso.
No Club Musical de Amado-
res de. Musica
A «macinée»
Um perfeito encanto a matinée
infantil, tlLctuada hontem n\ita
lympathica aggremiaçâo.
Graphs e grupos do alegres
creacças ali se apresentaram, sor
ridentes, festivas nos gestos, nas
toilettes, dando um ar de felicidade
aos vastos salões do Club de
Amadores de Musica.
E era vel as, radiaotes de con-
tentamento, dançarem e contra-
dançarem, ao som de trechos mi-
sicuea cxecntadoB magistralmente
pelas sr." D Constança L pes, D
Sjphia Rocha o D. Maris* Tremo
let.
N um dos intervallos, foram dis-
tribuídos acs pequenos pare», uns
graciosos saquinhos de seda e se
tim d-3 varias cores, c. m guarni-
ções u matiz, contendo amêndoas,
offertH d'uoa commis.So de senho-
ías.—Aquellas recebiam a gentil
lembrança, com sorrisos de > gra-
deomente.
Assistência:
Sr " D Maria da Gloria Paa
sob, D Palmyr8 Jcyco, D. Amelin
Dinia Ncvea, D Emília M.ga, D
Carolina Freire, D S .pbia Fer
ros, D. Laura Ferreira, D Emilia
Saragoça, D. Eleutéria C»saes de
la Rosa, D Catharina Cusaes, D )
Maria SHomé Frazão, D. F*usti
na Pons, D. Camilla Rwdrigues,
D. Adélia Sant- s, D Guilhermina
de Santiago, D. Amelia Matta
Torres, etc, etc.
E os s b : cap tão Rocha, Fran-
cisco Lopes Méga, Carlos de Sa
ragoço, Bastos Creel, José Fran
cisco da Silveira Passes, Jorge
Rebollo Trancoso e Ferrcirn, S 1
veira Passos, 1 0 tenente da ar-
mada Francitco Ribeiro, general
Mattos, Carlos Lobo de Sepulve-
da Meneses Ti lie?, e Armando
Ribeir?.
A' noite houve baile que este-
ve anima'. i*e mo.
Furtos
José Mendes do Pinho, mor*
dor na rua da Regueira, 72, 3.°,
queixou se á policia de que um
seu companheiro, Izidro Josquim
Gomes, lhe furtou um anrel de
oiro e um relogio de prata, no va-
lor ue 10/000 réis, objectes que
estavam dentro de uma pequena
mala.
—Lui» Francisco, morador ca
rua de S. Miguel, 46, 4 0 foi pre
so por furtar uma carteira ccm
27/000 réis a Jeronymo Gomes
Martins, morador aa trnvesau da
Peixeira. 52, 2 0 andar.
J:eé Francisco, merador na rua
de Santa Martha, queixou se á
policia de que, estando sentado
n'um banco da Avenida, lhe riu-
burani um ielogio de prata.
— Maria de Jesus Maiques, mo-
radora na travessa da Boa-Hora,
queixou se á policia de que lhe
furtaram 4 letç. es que tinha a
enxugar no Casal dos Ossos.
— Piudeacio Adíodío d'Oli veira
Saraiva, morador na rua das Fon-
tainhas, f i preso por furtar al-
guns objectes a Maria do Carmo
Vienna, moradora na mesma tua
Na f.eguezia de Santa CMbari
na, oa srs. ministros doe Estran-
geiros e Obras Publicas assisti-
ram a eolemnidade de sabbado de
Alleluia.
A gentil senortta Ormm Ruiz,
que uaa Agulhas e Alfinetes fazia
a p pel de Zartutla, partiu hoD
tom para Lourenço Marques.
Na semana finda em 25 de Mar-
ço, a receita daa linhas ferreas da
Companhia Reel fui de 74:291 /OuO
quantia esta que srmmada cent »
ctas semanas anteriores desde 1
de Janeiro, cá uma totalidade de
909 880/000 réis, ou seja mais
53:687/000 réis qae *:m egaul pe
ri«:do de 1898
Eis a sua distribuição por li
nhus:
Norte, leste e ecus
ramar-s 814:494/000
Torres, Figueira Al-
f.rellos 59:071/0 0
Btira Baixa 36:315/000
Somma... 909:880/000
Club de Lisboa
Extraordinariamente concorri
da por encantadoras e gentis
creanças a matinée, hontem reali
sada na elegante sggr;misção ie-
creativa do Calvário.
Alé ás 6 bores succederem se
incessantemente as valsar e qua
drilhas, por entre a natural e
franca alfgria dos juvenis pares,
que bem a seu pesar viram cbe
gar o termo de tao agradável di
versão.
Espectáculos
Pequenas noticias
Está-se organisando na Beira
(Africa) um syndicato para a ex-
ploração de douj magníficos filões
auríferos ultimamento descobertos
em Manica.
—No Algarve está passando com
intensidade a epedemia de Typlio.
—Enceta a publicação em Aldc-
gallega, um novo jornal sob a de-
nominação de O Ribatejo.
—Noticias da índia dizem que a
peste es á alastrando assustadora-
mente em Damão.
—Esteve muito concorrida a fei- ra ultimamente real sada em Lei
ria, sendo importantes as transac-
ções effectuadas.
A's 8 1|2.— D. AMELIA.
3.a Recita d'Assignatura.
El Estigma.
La Sota de Baitos.
A's 8 1|2—TRINDADE.
Dm casamento em Fanhces.
A's 8 ll2—GYMNAS10. Beneficio.
As Alegrias do lar.
Arte de Montes. AVENIDA.-A's 8 Ij4 da noite.
Beneficio.
A Pera de Satanaz.
A's 8 1|2.—PRÍNCIPE REAL.
Beneficio.
Os Piratrs da Savana.
A's 8 1|2. COLISKO DOS RECREIO?.
Espectáculo da moda dedi-
cado á distincta sociedade elegan-
te.
La Indiana
Manton de Manita.
Chateau Margaux.
ESTEREOSCOPO ONOFRE. - Praça
Luiz de Camões 4G. Das 2 ás 12 da
noite. As principaes scenas do Re-
gente e Tr ste Viuvinha.
EXPOSIÇÃO PORTOU UEZA—Aveni •
da da Liberdade.—Hotel Matta.
Modo de tratar tísicos.
No tratamento da tísica, o que merece maior consideração
deve ser o dar ao doente forças e vitalidade. Naturalmente
ha muitas phases em cada caso de tisica, que são estudadas pelo
medico, e cada phase tem o seu especial effeito sobre a vida do
doente, mas a mais importante de todas é a da vitalidade.
Quando se receita a EmUlsão de Scott para doentes tísicos, o
Doutor sabe que este remedio tem muitos empregos, e de facto,
ella desfaz o effeito de cada phase
da doença, mas, se considerarmos
o maior beneficio que o doente
tira d'esta preparação, deveremos
dizer sem hesitação que elle está
na força vital e poder de resis-
tência que a Emulsão de Scott dá.
A Emulsão de Scott ó a mais
agradavel ao paladar, e a mais
efticaz forma d'Oleo de Fígado de
Bacalhao combinado com Hypo-
phosphatos de Cal e Soda. Na
Emulsão de Scott, portanto,
achamos um especifico directo
para alliviar as membranas inflam-
madas, tornando a tosse mais
fácil, e curando as manifestações
locaes da doença. Mas temos
mais do que isto na Emulsão de
Scott, pois a Emulsão de Scott
dá ao doente a força vital necessária para combater a
doença, e também manda para os pulmões sangue rico
d'alimento e de força resistente.
Temas prazer em apresentar-vos para vossa consideração a
seguinte certidão d'um medico bem conhecido.
JOSÉ AUGUSTO DA COSTA PALMEIRA, bacharel formado em
Medicina e Cirurgia, pela Universidade do Coimbra, Facultativo
do Hospital de S. Marcos.
A/lesto quo tendo empregado na clinica civil e Hospitalar a
Emulsão df. Scott, tenho sempre colhido resultados satisfactorios nos
casos de tuberculose pulmonar incipiente, rachitismo e fraqueza geral
das creanças, tendo alem d'isto a vantagem do ser bem recebida pelos
doentes.
JOSÉ AUGUSTO DA COSTA PALMEIRA. Pu ao a. 28 de Janeiro de 1897.
Companhia das Lezírias do
rf:'
Dr. José Augusto da Costa
Palmeira.
Tejo e Sado
O DIVIDENDO a distribuir no corrente anno, de trinta e dois
mil réis, (32/100) por acção será pago nã 2." 3." e 4.a feira,
3, 4 e 5 do presente mez, do meio dia ás 2 horas da tarde, no escrip-
torio da Companhia, rua Nova do Almada. 53, I.°, continuando depois
todas as quartas feiras, ás mesmas horas.
Lisboa, 1 de abril de 1899.
0 guarda livros da companhia
e secretario da direcção
José Ben lo d'Araujo Assis
ATTENÇflO
JÓIAS ANTIiAS
QUEM tiver objectos de ouro,
prata, jóias antigas, brilhan-
tes e pedraria não as venda a pes-
soa alguma sem ir á ourivesaria
da rua do Ouro, 199 e 201, pois
n'esta grande joalheria se pagam
estes objectos, melhor do que em
parte alguma.
Missa
01 filhos, noras, neto?, irmãos
tios e sobrinhos do Conse-
lheiro Francisco Joaquim da Costa
Silva, participam aos mais paren-
tes e pessoas das suas relações que
mandam rezar uma missa, sullra-
gando a suaj alma, hoje 3 do cor-
rente, ás 11 horas, na Egreja de S.
José.
C H flPEOS
Ultimou moileloN aca-
bamos de receber das
princfpaen modistaspa-
rftMieii*cN.
US—Ria Áurea—117
Alcantara & Com.'8
Empreza Insulana
de Nayegação
Para S. Hign< 3, 'Ferrei-
ra# Cirnciose. (ftAnin
Cruz)» S. Jorfje (Colhe-
la), Lages d» Pico.
Fayal, Flores e Corvo.
CAHE o vapor AÇOR, comman
^ dante Canos Pereira Vidinha,
no dia 5 de abril ás 10 horas
da manhã.
Trata-se com os agentes, Caes do
Sodré, 84, 2.° andar.
Germano Serrão Arnaud
Compagnie
DES
HESSAGERIUS MA ESTIMES
PAQUETES PObTE FRANÇAIS
LINHA TRANSATLÂNTICA
Para Dakar, Pernambu-
co» Rabia» Rio de Ja-
neiro. Sloiutevideu y
Buenos-Ayres.
Sahirão os seguintes paquetes:
CORDILLE'RE com-
mandante Richard
//apUjU ^ que se espera de Bordos emlO de
abril. PPORTUGAL, commandante Ros-
signol que se espera de Bordaux
em 24 de abril.
0 paquete CORDILLE'RE não fará
escala por Pernambuco e Bahia.
Para Pernambuco» Ba
bla» Rio de Janeiro»
SaufoM» Montevideu e
Kluenoi-Ayres.
Sahirá o paquete:
CORDONAN commandante Fiartque
se espera de Bordeos de 18 a 19
de abril.
Para Bordeaux» em
direitura
CHILI, commandante Lartigue
que se espera do Brazil, em 11 de
abril.
BRESIL,;commandante Le Trovadec
que se espera de Brazil, cm 26 de
abril.
Para passageiros de 3.a classe
trata-se com José Antunes dos San
tos & C.a, 4, praça dos Remolares.
Para carga, passagens e todas as
informações, trata se na agencia d*
ipanhia,
Pela Compagnie des Messageries
o
s
w
_• '«rcrríl
CACAO S. THOME
Em p6 impaipavel
J7STK magnifico produefo, GARANTIDO PUhO, é
eminentemente nutritivo, de muito fácil diges- tão, magnifico paladar e constitue um alimento
indispensável e altamente substancioso para as
creanças, anemicos e convalescentes.
E' um tonico precioso, que todos devem tomar
de manhã.
PARA EXPORTAÇÃO ha sempre Stock na alfan-
dega.
VENDA A RtT LHO nas principaes mercearias
e confeitarias, taes como: Jeronymo Martins &
Filho, rua Garrett, 13; José Afionso Vianna & C.a,
praça de Luiz Camões, 33 e 34; J. G. Gosta. R. N.
, t ao Carino. 104 e 106; Pérola da China, R. da Pal- ma; J. L. Fernandes & C.a, R, da Prata: A. D. Martins, R. N. do Carmo,
39 e 41; J. J. Nunes, R. da Conceição. 108 e ttO; M. Castm & Ct.a, R. da
Conceição, 47; M. M. Nunes. R. de S. Pedro de Alcantara, 29; J. J. Cunha
t, ;°RSa,7es,% Ra daPrata' ,67; J- N- Correia de Brito, R. da Magdalena, 97 e 99; J. F. Carvalho & C.a, R. da Escola Polytechnica; Broomfield's,
Padaria Ingleza, Largo do Goude Barão, Manuel A. da Conceição, R. do
Poço dos Negros, 127, 129, Casa «.hineza R. do Ouro, 234 e 236; Bernar-
do B. Ftrros. R. Augusta. 221-223: Sebastião S. Ribeiro, R. das Galli-
nheiras. 19 21; Manuel Corrêa Saraiva. 3, K. dos Retrozeiros, 9; Santos «Sc Cot lho, R. Fernandes da Fonseca, 30 e muitos outros.
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do paiz.
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De Lisboa psm Londres, 1.» classe, 1. 6.60
Ida e volta oara Londres, l.a ciasse, 1. 10.10.0
Sabidas de Lisboa para Londres todas as qu«rtas-?eiraa eu «uinua
e m.
&A1UL IiOMM ES
O vapor MALAGA
Chega a 4 para sahir quinta feira 6 do corrente.
PâLRâ GÍRWUkLTA-'A
O vapor LISBON
Eppera-se a 5 do corrente.
Para carga e passsgens trata se na Caes do Sodré, 6*. 1 •.
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Th? Pacific Steam Navigation Compart)
Para S. Vicente, Pernambuco, Bahia, Bh 6j
Janeiro, Montevideo, Buenos Ajres. Vil Pê
raiso e mais portos do Paei8c«,
SAHIRÃO OS PAQUETES
Orcana, 11 de abril. | Iberia, 10 de maio.
•Orissa, 26 deabril. | «Oraria, 24 de maio.
••Os paquetes Orissa e Oravia vão directamente ao Rio de Janeiro.
•0 paquete Orcana não recebe passageiros de t.% c!a?se
Fax-se abatimento ás famílias que viajarem para os portos do Rraxii
e Rio da Prata.
Nas passagens de l.«, 2.a e 3.a classe por este# magnific vaporei
está incluído vinho á hora da comida, cama, roupa, etc.
A bordo ha criados, coxinbeiros portugueses e medico.
Para Corunha, La Pallice (La Rochelí?)
e Liverpool
0 paquete IBERIA
Espera-se a 11 do corrente.
Para carga e passagens trata-s( com os agentes
KM LISBOA NO PORTS
Pinto Basto d €•» Vendai!» Pinto Baeta &
Cae«do iodrP. 64. 1.» But do Infante o Bflnricu^, 71.
Professora
pO^l bom methodo d'ensino, dá ^ lições de piano e canto a
4/000 réis a dúzia, fóra de Lisboa
6/000. Carta á administração d'este
jornal a ZZ.
Professora
P0M o cui so do Conservatório,
^ lecciona musica, piano e
alguns bordados em sua casa ou
fora. Para tratar U. da Caridade.
39, l.° 1
431)—Folhetim do Diário Illostrado—3-4-1899
OS ORAM'S DE PARIS
ROCAMBOLE
D» - ' I "...
Ponson du Terrall
QOARTA PARTE
A DESFObRA DE B AC AR AT
—E é verdade! disse o creado estupefacto.
0 intendente sabiu correndo da sala para ver se al-
cançava ainda a carruagem de posta do supposto fidal-
go, mas já esta estava longe e nem sequer se ouviam
os guizos dos arreios dos famosos cavallos que a pucha-
vam : .
—E' com certeza uma mulher, repetiu o creado, e mu-
lher que ama o sr. marquez, por isso que lhe roubou o
retrato.
0 velho intendente estava inconsolável.
VIII
Chegada á Orangerie
Voltemos agora ao falso marquez de Chamery, isto é,
a Rocambole, que deixámos desmaiado na sua carruagem
de posta, na occasião em que acabava de cahir a cabeça
do condemnado.
0 sr. d'Asmolles, como devem lerabrar-se, pouco ama-
dor d'aquelles espectáculos, voltára a cabeça e feebára
os olhos.
0 rumor que se fez na multidão deu-lhe a conhecer
que estava tudo acabai o; abriu os olhos, olhou para Ro-
cambole e viu que estava sem sentidos.
0 marquez estava de uma pallidez mortal; tinha os den-
tes cerrados, os membros hirtos, e apresentava todos os
symptomas de uma letburgia.
—Depressa para o hotel! gritou o vrsconde ao creado,
emquanto fazia respirar ura frasco de sáes que trazia
comsigo.
A multidão começava a retirar-se, e o postilhão poude
avançar primeiro a passo, depois a trote, entrar na rua
principal e depois na praça onde era situado o Hotel Luiz
XI.
0 sr. d'Asmolles saltou fóra da carruagem, pediu logo
ura medico, e Rocambole sempre desmaiado, foi trans-
portado para um quarto do hotel.
0 medico chegou, examinou o falso marquez, soube o
que lhe acontecera e declarou que o desmaio nada tinha
de perigoso.
—Foi um excesso de terror junto a uma grande irrita-
bilidade nervosa, que produziu a syncope, disse elle.
Em seguida prescreveu uma poção calmante, eretirou-
se depois de ter recommendado que deixassem só o
marquez.
Ao cabo de uma hora Rocambole abriu os olhos, e olhou
assustado em torno de si.
Estava n'um quarto desconhecido, e não viu ao prin-
cipio Fabien que se sentara no canto mais escuro, ao pé
do leito.
Em breve a febre se apoderou do doente.
- Onde estou eu? perguntou elle.
Tentou levantar-se e não poude.
Fabien immovel ao pé do leito não ousava appare-
cer.
De repente Rocambole levou as mãos á cabeça e excla-
mou:
—Oh! sim lembro-me recordo-me... vi o carras-
co!... Tinha os braços nus, e ria olhando para mim...
mostrava-me o cutello... Ah! Ah! Ah! E Rocambole co-
meçou a rir estupidamente.
0 sr. d'Asmolles approximou-se e quiz pegar-lhe nas
mãos.
—Para traz! exclamou Rocambole repellindo... Tam-
bém tu me yens agarrar porque matei a minha mãe ado-
ptiva. .. porque a estrangulei... mas hei de fugir-te...
já escapei da prisão e do fundo do Mame... 0 meu no-
me é... é...
0 bandido callou-se; pareceu que ura lampejo de razãn
o tornou prudente, porque accrescentou rindo ironica-
mente:
—Ah! tu queres saber o meu nome? pois não o sabe-
rás.
E continuou a rir, e a chorar, gritando ao mesmo tem-
po:
—Para traz! para traz, verdugo!
Esta crise durou approximadamente duas horas, depois
do que o doente adormeceu até á tarde.
Quando despertou, já o delírio não existia; Yiera o so-
cego e o falso marquez de Chamery testemunhou apenas
algum espanto de se achar n'aquelle logar.
Sentado á cabeceira do seu leito, Fabien tinha entre as
suas, as mãos de Rocambole.
—Meu pobre Alberto, disse elle, como te sentes ago-
ra?
—Oh! és tu, Fabien? exclamou Rocambole olhand0
para elle com surpreza.
—Sou eu, meu amigo.
—Onde estamos nós?
—A tres léguas da Orangerie.
—Porque parámos aqui?
—Porque estayas doente.
—Doente?
—Sim, tiveste febre, e perdeste os sentidos.
—Mas porque?
Fabien hesitada em responder. Naquella occasião uma
lembrança atravessou o espirito de Rocambole.
—Ab! sim, lembro-me, disse elle, a guilhotina...
uma execução...
— Foi isso mesmo.
Rocambole estremeceu, mas a razão voltára lhe, e cora
ella a prudência.
—E eu desmaiei? perguntou elle.
^ — Sira, não podeste supportar aquelle espectáculo hor-
rível.
— Portei-me como uma dama.
—Trouxemos te para aqui sem sentidos.
— E tive febre?
—Febre e delírio, meu amigo.
Rocambole sentiu um suor frio inundar-Jhe afronte.
—Então, disse elle cora ura sorriso forçado, devo ter
dito cousas^bem singulares.
—ExtrSordinarias.
—Realmente? balbuciou elle.
{Continua)
\ 1
DIÁRIO 1LLUSTRADO
419-Folhetim do Diário lllustrado-2-4-99
DB
EUGENIO SUE
TIÇA0 DO INFERNO
XIX
—Acreditó, ouve-me pois, e animo, porque as feridas
da alma são muitas vezes mais dolorosas que as feridas
do corpo, e foi sobretudo na alma e no coração, que essa
pobre menina e seu pae foram feridos.
—Minha tia, como vé, estou sereno; terei animo.
—Lembras-te, não é assim, que, na tarde d'esse dia
funesto, o sr. Cloarek sahira de casa sem que se soubes-
se, para ir ao Havre, mandou d'essa cidade a sua fiiha
um proprio para lhe recommendar que não estivesse in-
quieta, porque um negocio que a interessava a ella
Sropria o demorava toda essa noite; lembras-te bem
'isto, não é assim?
—Sim,—respondeu Onesimo com um suspiro.
—A menina Sabina pensara até um momento que se
tratava d'alguns preliminares relativos a essa união, que
me parecia um sonho!
Ai! sim, era muita felicidade, muito inesperado, não
devia passar d'um sonho. ^ * •
—Prometteste me ter animo, meu rapaz.
—Ilcide tel-o, continue, peço-lhe.
—Lembras te também do rebate que tivemos na mes-
ma noite em que chegou o sr. Cloarek?
—Lembro-me, os dois homens que Thereza julgava
ter visto...
—A pobre rapariga viu os muito bem é que viu.
Tinbara-se introduzido, effectivamentc, dois homens
no jardim, como se soube depois, não para atacar a casa
mas para a reconhecer.
—Esses dois homens faziam então parte d'essa qua-
drilha?
—Um d'elles era o chefe meu filho.
A camponeza, entrando interrompeu a conversa de
Onesimo e de sua tia, e fez signal a esta para que viesse
fallar-lhe.
—0 que e?—perguntou em voz baixa Suzanna.
—Chegou agora o sr. Segoflin.
—E o senhor?
—0 sr. Segoflin vem sosinbo; pediu para fallar imme-
diatamento á menina.
Thereza foi prevenil-a, e ella mandou dizer ao sr. Se-
goflin que entrasse.
—E não deu nenhumas noticias do senhor.?
—Nenhumas.
—Diga á Thereza que previna a menina que, ?e pre-
cisa de mim, lá vou immediatamente.
—Sim, senhora Robert.
A enfermeira sabiu.
Suzanna voltou para junto de seu sobrinho afim de
continuar a sua conversa com elle.
XX
—Meu querido filho,—disse Suzanna voltando a as-
sentar-se ao pé de Onesimo,—agora que te recordei al-
guns factos indispensáveis para a comprehensão do que
te vou contar, continuo.
—0 que foi que lhe vieram dizer tão devagarinho,
minha tia, não era alguma noticia má?
—Não era, não, meu amigo, logo t'odigo: mas voltan-
do ao que estava dizendo, lembras-te que aos primeiros
clarões do incêndio e ás primeiras machadadas dadas na
porta da casa, Thereza veiu a correr aterrada dizer-nos
que o palheiro eslava a arder e que uma quadrilha ata-
cava a casa.
Lembras-te do nosso susto mortal?
—Sim.
Oh! que noite! que noite!
—Mas também eu me lembro com certo mixto de ter-
ror e d'admiração da intrepidez que moslraste durante
aquella horrorosa noite.
— Mas para qué serve fallar d'isso?
—Para que serve fallar! Para me palpitar o coração de
orgulho!
Querido e valente, filho, ainda te estou a ouvir di-
zer: . .
«Elles veem abi; a fuga é impossível, não posso livral-
as do perigo, porque, ai! a minha enfermidade não m'o
deixa ver, mas posso ao menos fazer-lhes do meu corpo
uma muralha.»
E, armando-te ao. acaso com uma tranca de ferro da
janella, precipitaste-te para a porta no momento em que
ia ser invadida: e ali, pobre amigo, sosinbo durante al-
guns momentos, defendeste a entrada do nosso quarto
com uma coragem e uma força sobrenaturaes.
—Minha boa tia, peço-lhe, não falemos mais n'isso.
—Como! não fallemos mais n'isso! quando a minha
única consolação, ao ver-te ferido, é recordar-me da tua
bravura, da tua dedicação!
—Não, não, eu gosto de repetir, que a valentia dos
mais resolutos empallidecia ao pé da tua.
Entrincheirado no vão da porta que defendias, bran-
dias a tranca como uma arma terrível e, apezar da lua
má vista te não deixar dirigir bem os teus golpes, todos
aquelles que se approximavam ao alcance do teu braço
cabiam a teus pés.
—Ah! durante essa lucta de poucos instantes, que
terror não devia ser o da menina Sabina!
Semelhante espectáculo, para ella tão medrosa era
morrer m 1 vezes.
—Estás enganado, meu amigo.
—Que diz?
—A sua firmeza era inconcebível, sim, e, agora mes-
mo, ainda pergunto a mim propria porque prodígio ella,
que se assustava por um nada, poude mostrar nessa
horrorosa noite semelhante forca de caracter.
—A menina Sobina?
—Custa a acreditar; emquanto tu defendias tão valo-
rosamente o nosso refugio, essa pobre e querida menina
(parece-me estar a vel-a ainda) estava de pé, pallida,
mas resoluta. As suas primeiras palavras foram:
Graças, meu Deus! só eu morrerei, meu pae está au-
sente.
(Continua)
<
JOSÉ DE OLIVEIRA
ti, 22—LARGO DB S. DOMINGOS-23, 24
Moinhos Aermotor
0 mais aperfeiçoado e solido dos moinhos para lirar agua d;», poços
Convidam-se todos os agricultores e particulares a pedir orçamentos, \talogos
e esclarecimentos, garantindo-se que é este moinho o único que tira agua ,^ara re-
gar de pé. UNICÒ MOINHO TODO CONSTRUÍDO DE AÇO, oííerecendo por isso a maior
solidez e resistência aos temporaes.
Os preços d'estes moinhos são tão baratos que estão ao alcance de todos os pe
quenos agricultores. Fazem-se descontos aos revendedores.
CANALISAÇÕES PARA AGIA E GAZ
Grande armazém de candeeiros para gaz, pelroleo e azeile
Lavatórios de mármore e de mogno, lava-loiças, lava-copos, tinas guarnecidas
de mármore, mogno e pau santo. Retretes de diversos systemas. Fogareiros a gaz e
a petroleo. Urinoes, lava mãos. Tubos de ferro, latão, chumbo, borracha e lona. Lus-
tres de 2 até 24 luzes para gaz e vellas. Lamnadas de crystal ou metal. Suspensões
para petroleo e candeeiros de mesa. Candeeiros para gaz em diversos desenhos e
tamanhos. Fazem-se canalisajões para agua e gaz por preços limitadíssimos.
Manda-se fazer orçamentos onde nos seja pedido.
JOSÉ DE OLIVEIRA
21, 22, Largo de I. Domingo». «3. 24-Lt»boa
Annuario Commercial
ou
Annuario official de Portugal, ilhas
e Ultramae da indu tria,_
magistratura e administração
Coordenado sob a direcção
de CALDEIRA PIRES
Continuação do antigo Almanach
Commercial de Lisboa
Preço *£000 réi*
Toda a correspondência deve ser
dirigida á redacção, 50, Largo do
Conde Barão, 50.—Telephone 800.
Condecorações
1. C. Bragança i Bonis
49, R. Áurea. 51
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Peitoral de Cereja de Ayer
PEITORAL
i DE
CEREJA
DE AYE
Para a pronipta cura de
Tosses, defluxos e
constipações, bron-
cliite, catarrlio pul-
monar, da tisica pul-
monar no gráo inci-
piente, e para propor-
cionar allivio e socego
aos doentes da tysica
ou dos tubérculos
pulmonares, mesmo
no estado mais adian-
tado dessa moléstia.
A protecção que proporciona aos que applicão
a tempo este medicamento nas moléstias da
garganta c do peito, torna-o um remédio de
incalculável valor c que todos devem ter á mão.
Seria má economia não o ter em casa, e quepi o
tiver empregado, não deixará mais de servir-se
d'ellc.
Por lhes serem conhecidas a sua composição
c effeitos, os medicos empregão muito o Peito-
ral de Cereja entre a sua clientela, e 6 tam-
bém recommendado pelo clero. Os seus efl'eitos
hygienieos são de uma certeza absoluta, c cu-
rará sempre que este fim desejado estiver dentro
dos limites da possibilidade.
PREPARADO PELO
IDB. CT. O- -ABSTER
Lowell, J>Iass., Est.-Unidos.
A' venda nas principaes pharmacias e droga-
rias do reino.
Agentes geraes: James Cassels & Ca., rua
do Mousinho da Silveira, 85, Porto.
Companhia de Moçambique
Sociedade anonyma
de responsabilidade limitada .
Capital 4.500:0008000 rMs ou 1.000:000 Lb. ou
25.000:000 frs.
A Companhia de Moçambique, em sa-
tisfação do accordo sanccionado pela As-
sembléa Geral de 10 de novembro de
1898, avisa os srs. accionistas de que,
na séde da companhia em Lisboa, 45,
rua do Alecrim; no Comité de Londres, 13,
Austin Friars; no Comité de Paris, 7.]
Rue Lafayette, e no Banque de Paris et
dss Pays-Bas, 3, Rue d'Antin estará abei ta
a subscripção até 10 de abril proximo fu-
turo, para a emissão de acções a fazer ao
prorata das acções que cada accionista
possue, na razão de 1 para 10 e nas con-
dições que estão patentes nos escripto-
rios acima indicados.
Os srs. accionistas deverão, no acto da
subscripção, apresentar as suas acções,
para serem devidamente estampilhadas
ou para ficarem depositadas, á sua esco-
lha.
Lisboa, 28 de março de 1899.
Pela Companhia de Moçambique
O administrador delegado
Marquez de Fontes Pereira de Mello.
DINHEIRO
A. J. BA MOTTA E SOUSA
de vendas e leilões
Escvi\»lorio e residência
75, 2.°, llua de Santa Justa, 75,2.°, das 9 horas da manha
ás 7 horas da tarde
Promovem-se hypothecas, tanto em Lisboa como nas províncias «
quaesquer empréstimos sobre caução solida, podendo os devedores pa-
gar em prestações (juro modico). Maxima seriedade.
Este agente tem propriedades para vender e comprar nas melhorei
condições.
Recebe dinheiro em depo»ito. em conta cor-
rente ou a praflio, abonando llie» bon» juro*.
Também se facilita a quem não tenha todo o capital para a compr#
ie qualquer propriedade, o poder entrar com um terço da importancii
ia compra, ficando de caução a propriedade até final pagamento.
O menino agente tem a weu cargo a adminUtra-
çao de tífTerente» propriedade*, e a procurado-
ria de cana* importante», do que continua a en-
carregar-ne com zelo e actividade*
N'este escriptorio não se recebe commissão de especie alguma sen
os negocios estarem concluidos ou em caso de desistência dos inteive
lãdo.
Agente
COMPRAE 0 CALÇADO
COM ESTA MARCA
(Registada)
Celebre pela
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solidez %
elegância
commodidade
e barateza
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Vinlios, aguardentes, azeites e vinagres
(PRINCIPAL COMMERCIO)
Consumo em Lisboa—EXPORTAÇÃO
B. Serpa Pinto, 50, 32
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ARMAZÉNS - DEPÓSITOS
Calçada de Sl.° Amaro, 2
Junqueira—Lisboa
Endereço lelegraphico WZ&
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Os melhores vinhos, azeites e vinagres A ven-da
Emprestam-se as vasilhas—Pedidos por bilhete postal—Porte gratis
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- AGENTE EM LISBOA-
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Petit-Bourg. France
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4, Poço do Borratsm, LISBOA
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N( 0 dia 15 <le maio, abertura
do estabelecimento balnear
bem como o Hotel.
Os excellentes resultados obtidos
com a applicação d'estas aguas,
justificam o successivo auemenlo
no seu consumo.
Usam-se no tratamento da escro-
phulose, rheumatismo, moléstias de
pelle, ainda as mais rebeldes, sy-
phyhs padecimentos do estômago,
ligado, e baçoL inflammações de
quaes querorgaos útero, ovário, in-
testinos, leucorrheas, anemia ecíilo-
rose.
DEPÓSITOS — No eserptorio da
companhia, rua de S. Julião, 142,
l.°; pharmacia Azevedos, Rocio;
José leliciauo Alves d'Azevedo, R.
do Principe, 32 a 37.