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MÓDULO 1. Estará a África perante um ponto de viragem?
Dois textos principais Ndulu, Benno et al (2007) Challenges of African Growth. Washington. World Bank. Oya (2007) Crecimiento y desarrollo económico (castelhano)
http://courses.umass.edu/econ797x-ndiku/Patterns.pdf
Módulo 1. Estará a África perante um ponto de viragem? 1. Introdução. 2 Análise histórica: evolução do crescimento africano 3: África a partir de 2000
o Quais são os motores do crescimento africanos?
4: Debate: Estará a África perante um ponto de viragem? crise vs renascimento?o Análise de vários pontos de vista e argumentos
Oya: Será que se deve mesmo falar de tragédia? McKinsey Es verdade que África despiega? Análise na aula Oxfam: still hungry Dados:
http://mortenjerven.com/a-history-of-economic-growth-in-africa- why-measurement-matters/
Emerging or diverging? A framework for discussing ‘Africa rising’ – by Jolyon Ford
http://africanarguments.org/2012/11/26/emerging-or-diverging-a- framework-for-discussing-%E2%80%98africa-rising%E2%80%99-%E2%80%93-by-jolyon-ford/
debate: http://www.economist.com/debate/days/view/954
1. INTRODUÇÃO: “ESTAREMOS PERANTE UM RENASCIMENTO DO CONTINENTE AFRICANO?”
DEFINIÇÃO DO PROBLEMA: “ESTAREMOS PERANTE UM RENASCIMENTO DO CONTINENTE AFRICANO?”
Fontes: A descolagem de África: mito ou realidade (texto a analisar na aula)
L'Afrique est-elle vraiment bien partie? Henri-Bernard Solignac-Lecomte, chef de l'unité Europe, Moyen-Orient et Afrique, Centre de développement de l'OCDE. L'Economie politique n° 059 - juillet 2013
APP, 2012 Alexandre Abreu, entrevista
1.1 Introdução O que eu gostaria de fazer aqui é uma pequena introdução ao debate sobre o renascimento de
África “Africa Rising”.
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Pespectivas negativas Como sabemos as narrativas dominantes sobre o crescimento económico e desenvolvimento do
continente africano até ao final do século passado eram informadas pela perspectiva de uma África em Crise:
África era um continente desolador, com problemas de desenvolvimento, pobreza, fome, migrações, piorado por guerras e pela devastação causada pelo HIV/SIDA.
Neste contexto, a imagem do comportamento das economias africanas era especialmente negativa (centra-se na má governação como factor explicativo principal).
Positivas Por outro lado, desde o início do século, em termos do crescimento económico em África,
houve uma inversão desta perspectiva, nomeadamente nos media e perspectivas das organizações internacionais,
Passou-se de uma visão de crise para uma uma visão extremamente optimista: Já todos ouviram dizer que “Alguns dos países que mais crescem no mundo estão em África”. “O crescimento médio dos países continua a superar os 5% e os ganhos económicos também
são reais”. É comum fazer-se referência a dois artigos do Economist “hopeless continent” para “África
rising”
E claro, há perspectivas muito diferentes sobre se este crescimento é mesmo um renascimento ou não: uns anunciando o descolar da África; outros chamando a atenção para os limites deste crescimento
Tentamos aqui analisar alguns dos questões principais dos dois lados do debate.
Sem deixar de reconhecer a gravidade da situação económica em muitos países africanos, o que é facto é que tanto os media, como a literatura académica, dão um visão distorcida e exagerada da situação politica e economica da África.
1.2 Pontos prévios O que é que queremos então analisar neste módulo: Será que estamos ou não perante um ponto
de viragem em África?
Ora, para para analisar esta questão temos de considerar várias coisas: Bem, talvez o pessimismo das décadas passadas fosse exagerado mas também é necessário analisar com
cuidado este período de optimismo:
Tendência para distorcer O terreno da crise africana, é terreno fértil para todo o tipo de interpretações, diagnósticos e
prognósticos há sempre a tendência em relação a vários assuntos que dizem respeito a África, mas em
particular em relação às análises sobre o crescimento económico em Africa para o extremo pessimismo ou o optimismo exagerado
Avaliações poucos consistentes Muitas destas análises sobre Africa e sobre a economia africana caracterizam-se por avaliações
muito inconsistentes que oscilam consoante o momento Outro ponto a considerar é que as análises variam com os protagonistas e com os autores das
análises e são informadas por ideologias, por modelos diferentes de sociedade. Isto acontece tanto na narrativa dominantes, como nas abordagens e nas teses que contestam
estas narrativas dominantes e que nos podem parecer mais interessantes
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Tanto os media, como a literatura académica, dão um visão distorcida e exagerada da situação política e económica da África
Diversidade Para além disso, há que ter em conta a grande diversidade nos países africanos, especialmente
hoje em dia. É difícil fazer generalizações
1.3 Plano da aulaNeste módulo vamos então tentar analisar esta questão: Será que estamos ou não perante um ponto de viragem em África?
E para isso vamos:(1) Tentar compreender qual foi a evolução do crescimento africano ao longo das décadas(2) Analisar a mudança da narrativa dominante sobre Africa: de continente das trevas a leões africanos
Quais são as diferentes narrativas/perspectivas sobre este tema. O que é que vários autores, analistas, jornalistas e académicos pensam sobre este assunto.
Mas vamos então começar por dar uma visão geral do crescimento africano nas décadas pós-independência para tentar compreender melhor estas visões.
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2. EVOLUÇÃO DO CRESCIMENTO AFRICANO DE UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA
Fonte: Ndulu, Benno et al (2007) : Africa’s Long-Term Growth Experience Capítulo 2. in: a
Challenges of African Growth. Washington. World Bank. http://siteresources.worldbank.org/AFRICAEXT/Resources/AFR_Growth_Advance_Edition.pdf (Obrigatório)
Prof Benno Ndulu presentation Jerven, African Growth Recurring: An Economic History Perspective on African Growth Episodes,
1690–2010
O objectivo deste módulo é: Tentar fazer compreender o crescimento africano numa perspectiva histórica de longo prazo Em particular demonstrar que houveram vários episódios de crescimento desde 1960 até hoje Mas muitos deles acabarem Portanto esta análise deve levantar a questão: até que ponto os episódio de cresceimento que Africa
experienciou nas últimas décadas agora é sustentável ou não? O que é que se pode aprender com o passado?
A análise é apenas sugestiva dando uma dimensão histórica a uma sucessão de eventos (Woodhoose, p3) mas não queremos sugerir que há um conjunto fixo de factores com impactos nas sociedades africanas.
Esta análise não tem pretensão de ser completa tendo só um objectivo de traçar alguns pistas para reflexão mas há muitos mais factores em jogo do que os que eu vou poder abordar.
2.1 A EVOLUÇÃO AO LONGO DAS DÉCADAS: o crescimento em U do PIB1
De forma muito simplificada: podemos caracterizar o crescimento africano pela sua forma em U. A maioria dos países africanos experienciou este padrão de crescimento.
Nesta forma em U distinguimos: Uma contracção do crescimento muito prolongada de 75 a 95 Entre dois periodos de crescimento moderado nos anos 60 e 90. Em 2005, o crescimento africano voltou a atingir os níveis de 1960 mas com economias muito maiores e
mais diversificadas. Em termos de PIB per capita:
Se virmos o gráfico, o crescimento do PIB per capita de cerca de 2% em 1960 aumenta no final da década até 4%, (CHECK) cai marcadamente nos anos 70 até se tornar
negativo depois volta aos 2% desde meio dos anos 90 para depois continuar a subir
1 O produto interno bruto (PIB) representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer seja, países, estados, cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano, etc.). O PIB é um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia com o objectivo de medir a actividade económica de uma região.PNB = PIB – RLEE
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No entanto, há muitas oscilações
Há diferenças significativas entre países dentro de África2: ver Ndulu, evoluçãoHouve um país que teve crescimento positivo continuo desde 1960: botsuana3 (mas não pc)
2 Classificação segue Country Income Groups (World Bank Classification). Em 2011: http://chartsbin.com/view/2438GNI per capita GNI per capita is gross national income divided by midyear population. GNI (formerly GNP) is the sum of value added by all resident producers plus any product taxes (less subsidies) not included in the valuation of output plus net receipts of primary income (compensation of employees and property income) from abroad. Data are in constant 2005 U.S. dollars.http://data.worldbank.org/indicator/NY.GNP.PCAP.KD/countries?order=wbapi_data_value_2006%20wbapi_data_value&sort=asc&display=mapUpper MIC 6: Guiné Eq; AS; gabão, Mauritias, Botswana, namibiaLower MIC 7: Angola, Rep dp Congo Brasa, lesoto, Camaroões, costa marfim, Nigéria, Zâmbia, Mautitania, senagel LIC3 http://www.oecd.org/dev/1921696.pdf
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Temos assim (aproxidamente) 3 períodos: 1960’s-1975: Período (pos-colonial) das independencias: crescimento e euforia 1975 – 1995: as Décadas perdidas: A crise mundial dos anos 70 empurrou para a crise grande parte dos
países africanos, que têm um crescimento negativo desde meados dos anos 70. Esta crise precipitou-se com os choques energéticos - Choque petrolífero (1973) e corresponde ao tempo do ajustamento estrutural e à crise da dívida
A partir de 1995: Renascimento? crescimento volta a ser positivo
Estes períodos correspondem a uma periodização geralmente aceite que corresponde a momentos importantes da história universal.
Faltará na análise os períodos de estabelecimento colonial e consolidação (de 1880 a 1930)
Inclui um período de expansão da globalização e da partilha da África (scramble for África) seguido da Guerra e da grande depressão
E o período do colonialismo tardio de 1940 a 1950, com um cunho desenvolvimentista Corresponde à expansão da actividade do estado e regulação (keynesiana e outras) que teve impactos
profundos no colonialismo tardio
http://hdr.undp.org/en/content/gdp-per-capita-2011-ppp
2.2 1960’s-1975: Período de Euforia, estado desenvolvimentista O período de euforia vai do pós-independencia para muitos países, até ao primeiro choque do petróleo
em 1973. O primeiro período em que os países africanos se estão a estabelecer é um periodo de crescimento
robusto. Foi um periodo de crescimento do PIB em que Africa cresceu a um ritmo semelhante à maioria dos
países em desenvolvimento (se exceptuarmos os tigres asiáticos: Malásia, Singapura, Coreia, Taiwan). Durante este período vários (pelo menos 13) países africanos excederam a taxa de crescimento média
dos países em desenvolvimento.
Estes foram: 1. Botsuana (diamantes), 2. Costa do Marfim (cacau e petróleo), - cresceu de 1960 a 78
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3. Gabão (petr, Mn,), 4. Quénia (chá. Flores café) - cresceu de 61 a 795. Lesoto (diamantes, confecção), 6. Mauritânia (ferro), 7. Malawi (tabaco), 8. Namibia, 9. Nigeria, 10. Seicheles, 11. Togo (cacau), 12. Tanzânia (ouro), 13. Africa do Sul (platina, ouro e diamantes).
Matérias-primas agricolas: Café, cacau, cha Açúcar, algodão
Porquê o crescimento? (Woodhouse, p7) É o período de optimismo da independencia É o período do estado desenvolvimentista que teve o seu apogeu nos anos 60 Correspondeu também a um ciclo de crescimento sem precedentes na economia mundial Também houve uma grande aumento do Investimento O modelo do colonialismo tardio de desenvolvimento económico liderado pelo estado foi assimilado
embora com várias reconfigurações como é o caso nos modelos de inspiração soviética O resultado foi um grande aumento da escala do investimento estatal tanto nos sectores económicos
como sociais a estratégia principal para muitos dos países era a industrialização por substituição das
importações Houve então um grande investimento em grandes projectos de infrastruturas (comunicações,
energia. Agua) Este padrão era razoável dadas as necessidades em infrastruturas, en capital físico e tecnologia e
os esforços de muitos estados postcoloniais para acelarar a modernização e a transformação das suas estruturas produtivas (sender e Smith, 1986, cit in Oya)
e investimentos na produção primária (agricultura, madeira e mineração) tipicamente através da formação de empresasa paraestatais
As agências de cooperação estrangeiras tb estavam muito envolvidas no financiamento, planeamento e até implementação.
Crescimento das exportações Durante este período, com um pico nos anos 60, assistiu-se ao maior crescimento das exportações de
produtos agrícolas desde os anos 20. Muitos analistas estavam optimistas em relação ao progresso nesta altura e comparavam aos países
asiáticos, particularmente paises com o Gana (cacau), Zâmbia (cobre, cobalto) e a Costa do Marfim (cacau e petróleo), que já tinham redimentos per capita que excediam os países do leste asiáticos incluindo a Coreia.
Fragilidades económicasMas há muitas fragilidades nas economias No entanto, as economias eram pequenas A maioria da população vivia da agricultura de subsistencia Os países participavam no mercado internacional Mas eram dependentes de matérias-primas para as suas exportações nomeadamente de produtos
agrícolas: e de preços estabelecidos pelo exterioro Declineio dos termos de troca dos produtos agrícolas e outras matérias primas (minerais): o Estes apesar de alguns picos, os preços das matérias primas sofreram um declineo constante
de longo prazo e instabilidade de curto prazo (volatilidade) o que produz condições desfavoráveis para os países que são dependentes de matérias-primas
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o Este declineo tem efeito tanto nos produtores como no estadoo Os seus impactos negativos vão ser acentuados nas décadas seguintes com a liberalização e
o abandono dos mecanismos que os estados tinham para tentar controlar os preços
Não houve mudança estrutural O problema está em que houve uma grande acumulação de capital fico mas não houve aumento da
produtividade e transformaçao estrutural4
São as mudanças estruturais: que levam a uma alocação mais eficiente de factores para actividades novas e mais produtivas
Como exemplo cita-se s milagre asitário que dependeu de mudanças estruturais que levaram à produção de misturas sofisticadas de produtos
Há muitas divergências: o 21 países tinham crescimento moderado Pritchett (1998)o A outra metade demonstrava estagnação persistente
Fragilidades políticas É um período de independencia politica traz um optimismo muito grande em relação ao que era possível
de atingir em termos de crescimento. A estrategia de desenvolvimento liderado pelo estado justificava-se pelas necessidades de construir a
nação depois do subdesenvolvimento forçado pelo domínio colonial e a exploração. Também serviu para justificar o partido único e vários golpes militares A estratégia principal para muitos deles era a modernização, projecto que foi muito criticado devido à sua desaqueção ao contexto local. Nomeadamente por ignorar as estruturas e instituições tradicionais dos vários grupos étnicos e por não
as incorporar nos modelos analíticos “Mamdani “as elites africana queriam apagar a história em nome do desenvolvimnto defendiam a
indepndencia africana mas não conseguiam produzir um modelo de desenvolvimento enraizado na historia africana”
Progressos e fragilidades para a próxima década: Mas houve muitos progressos neste período em relação aos períodos antecendente:
o Um foco maior na redução da pobreza nas zonas rurais através do aumento das receitas agrícolas que seria conseguida com os investimentos na agricultura e melhoria das condições de vida das populações através da prestação de serviços (educação, saúde, água).
o As de empresas de comercialização (marketing boards) e outras parastatais tanto nas culturas de exportação como nas para consumo interno (staple) foram reorganizadas sofrendo integração vertical e forneciam inputs, credito, serviços de extsnação e comercialização
Por outro lado também havia uma política de extraçao dos recursos das zonas rurais para as cidades, que foi afectando a sua capacidade produtiva
Mas Isto vai começar a mudar nos anos 70, devido a tensões internas e externas. O investimento desta década tinha levado à constração de empréstimos para mega projectos (alguns
elefantes brancos) junto de bancos europeus Começa assim a ganhar forma uma crise fiscal que depois se vai intensificar com uma serie de choques
externos ligados à recessão global. Já nos anos 70 se começa a sentir o declineo das exportações das matérias-primas agricolas Isto gerou rios de discursos centrados na patologia dos estados africanos e no falhanço do estado
desenvolvimenstista (Woodhouse, p9).
4 Esta fase de crescimento foi suportada por um período de crescimento da produtividade dos factores e um periodo de acumulação de capital físico (com contribuição muito forte dos estados (Oya). Alguns AA sustentam que a maior parte deste crescimento foi devido a taxas de investimento em capital fixo elevadas (berthelemy e Soderling (2001 ct in Oya) mais do que aumento de produtividade .Acumulação de capital vs aumento da produtividade dos factoresProdutividade fos factores depnde de Poloiticas macro
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A isto acrescentaram-se imagens dramáticas de seca e fome em África para juntar ao cojunto de manifestações da “Crise Africana”
2.3 1974 – 1994. As DUAS décadas perdidas
Fonte: Chrish Blattman fev 2010, lecture 1. week 7
Este é um período muito negativo das economias africanas. Foi este periodo que deu origem ao chamado afropessimo. E este pessimismo foi maior porque sucedeu a um periodo de euforia que se tinha generalizado nos anos
60 e 70 e que foi cortado pela crise mundial dos anos 70. A maioria dos autores que falam de tragédia africana aceita que o crescimento do continente até meados
dos anos 70 não foi desastroso. (Collier y Dunning, 1999a, p. 3). Collier, P. & Gunning, J.W. (1999) Why has Africa Grown slowly
Neste período, as análises pessimistas dominaram o discurso sobre África. Destacam-se os estudos de vários autores, principalmente economistas
Ref: Easterly, William and Ross Levine (1997) “Africa’s Growth Tragedy: Policies and Ethnic Divisions”
Quarterly Journal of Economics 112(4). Van de Walle, Nicolas (2001) African Economies and the Politics of Permanent Crisis,
1979–1999 Stein (2000) Economic Development and the Anatomy of Crisis in Africa:
From Colonialism through Structural Adjustment http://www.rrojasdatabank.info/devstate/Stein.pdf
Sachs, J. J. McArthur, G. Schmidt-Traub., K. Kruk., C. Bahadur, M. Faye, and G. McCord (2004). “Ending Africa’s Poverty Trap.” Brookings Papers on Economic Activity, 1. [click here]
o http://www.unmillenniumproject.org/documents/BPEAEndingAfricasPovertyTrapFINAL.pdf
Esta denominada “Tragédia Africana” corresponde a uma retrocesso do continente em termos agregados, quando o PIB decresceu a um ritmo de 1% ano (Oya).
Se considerarmos o PIB per capita este é mesmo negativo Enquanto isso, outras regiões conseguiram suster e até aumentar o seu crescimento: começa aqui a
divergência sobretudo em termos de PIB per capita.
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Há uma forte queda da produtividade e queda do investimento, que levaram ao estancamento (ou decrescimento se considerarmos em termos de per capita) do PIB nos anos 90.
Assim, as decadas de 80 e 90 são consideradas as décadas perdidas. Mas há muitas divergências Durante as décadas perdidas poucos (cerca de 7) paises excederam as médias de crescimento dos países
em desenvolvimento. São eles
1. BF (algodão), 2. Botsuana, 3. Cabo Verde, 4. RDC, 5. Lesoto, 6. Maurícias7. Seicheles.
Causas Entre 1975 e 1995, são vários os factores considerados como as principais razões pelas quais a maioria
das economias africanas fallhou5:
A crise global dos anos 70 afectou severamente Africa. O aumento do preço do petroleo A desacelareção global da economia Um período que começou com uma séries de choques entre (74 e 79) nos mercados das matérias
primas (energia e produtos agrícolas tropicais) a diminuição da procura nos mercados externos e
o O acontecimento mais importante são os choques pretroliferos depois dos aumentos de preço do petróleo provocados pela OPEC
o Isto combinado com os gastos que os estados independentes tinham nos seus programas de investimentos levou à escalada do endividamente pelos governos africanos
o Este endividamente também foi estimulado pelos bancos europeus e americanos que tinham muita liquidez (petrodólares)
A deterioração dos termos de troca para as matérias-primaso A crise mundial e a recessão nos países industrializados também levou à contracção da procura e exerceu
uma pressão negativa sobre os preços das matérias primaso O aumento da produção também contribuiu para uma redução ainda maior dos preçoso Mas este impactos negativo nos termos de troca tb é atribuído à acção de empresas transnacionais que
controlam as explrtações africanas e que mantêm os preços baixos6
o Por outro lado as importações tornaram-se mais caras especialemente os produtos do petróleoo Isto reduziu a disponibilidade em divisas dos países africanos e o diminiui a capacidade de pagar a divida
5 Notas: http://www.lse.ac.uk/IDEAS/publications/reports/pdf/SU004/jerven.pdfWhile we do know how these periods of growth are related to world economic patterns, research on how these patterns change economic power and structure in African economies are key, yet relatively understudied questions that demand answers. The growth episodes here were rooted in trade and the world economy, but the growth was only possible due to a reorganisation of factors of production, a combination of investment and technological growth that had political economy consequences. The global economic downturn in the 1970s hit Africa particularly hard. Between 1975 and 1995, a combination of depressed demand in external markets and elites turning to predatory rent-seeking ensured that growth did fail in the majority of African economiesIt is also widely recognised that this economic downturn also led to a political disorder, state failure and the increased incidence of civil war. After a prolonged period of structural adjustment, growth did return, particularly due to renewed demand and increased prices for primary product exports.
Edward Miguel‘s Africa’s Turn? and the 2008 World Bank volume Africa at a Turning Point?
6 (Custers, África Natural Resources in a Global context)
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As taxas de juro aumentaramo Por outro lado as taxas de juro aumentaram. o O aumento das taxas de juro também se deveu à decisão dos banco central (Federal Reserve) dos USA
de aumenta as taxas de juro de 11% para 22% (isso tornava os USA mais atractivos para o investimentoo Um efeito é que o países individados tiveram de pagar mais serviço da dívidao Outro efeito é que os fluxos financeiros passam a ser dirigidos para os EUA para produção de elavada
tecnologia e alto valor e actividades menos produtivos passaram para os países asiáticoso A Afica ficou excluída das oportunidades forneceidas pela poitca monetária e industrial ameticana
(Custers)
Secaso Vêem juntar-se a estes problemas as grandes secas (70, 80, 90) que se fizeram sentir na mesma altura
em várias partes de África (Warren, 1996, cit i Woodhouse) o Agravas pela falta de divisas para as importações alimentareso Estas pressões foram agravadas por conflito e inseguranla em vários países (Etiópia, Somália,
Moçambique, Sudão, Libéria)
O ajustamento. o Devido à combinação deste factores, quase todos os países inciaram negociações com o FMI e o BM
para um rescalonamento da dívida e outros apoios financeiroso A contrapartida foram os PAE que envolviam reformas económicas, sociais e da Administração pública. o As linhas principais das reformas (ainda que não tenham sido todas implementadas) eram:
a diminuição da intevnção do estado, para haver um ajustamento correcto dos preços (retirando à intervenção do estado que levava a distorções)
a desvalorização monetária (porque se considerava que a valorização monetária favorecia as importações vs exports)
Liberalização do comércio Redução da despesa do estado e do emprego Privatização das empresas estatais
o Estas políticas são complementadas em fases seguintes por um foco no capacity building e depois boa governação
o Os resultados da implementação dos PAE levaram a debate muito intensos Muita literatura analisa o impacto negativo do PAE de AA que se posicionaram contra estas
políticas resaltam a contracção da despesa do estado, ao despedimento em massa dos funcionários
públicos, encerramento de empresas públicas, abertura das fronteiras a importações que destroem produção local
o Outros vêem a implementação dos PAE como o ponto de viragem para uma década melhor
o Um terceiro factor é o comportamento predatório das elites africanas »
Economias ao serviço das estratégias de apropriação de rendas pelas elites politicas A depressão económica terá contribuído para provocar a desordem politica
Arrighi Mas vários AA contestam a interpretação que a crise africana está na propensão que têm as elites
africanas para a má governação Arrighi http://newleftreview.org/II/15/giovanni-arrighi-the-african-crisis Para ele o problema deve ser analisado do ponto de vista histórico universal, situando a
experiencia da ASS no contexto da transformação global desde 1975. De acordo com ele a década de 80 foi um ponto de viragem para a ASS no contexto da economia
política global. E isto não tem a ver com nenhuma “falha de carácter” dos estados africanos mas com
transformações globais do capitalismo que tiveram impactos diferentes em regiões do globo diferente.
Easterly
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Easterly é um economista americano e foi ele que num papel para o BM (2002) disse que as debadas de 80 e 90 eram as décadas perdidas
Acerca das causas Easterly concluiu que a estaganação representa o falhanço da aplicação do Consenso de Washington “The stagnation seems to represent a disappointing outcome to the movement towards the ‘Washington Consensus’ by developing countries
Segundo ele a estagnação não derivava de más politicas mas de factores estruturais Ele identificou as causas profundas da estagnação como sendo: “the increase in world interest rates, the increased debt burden, the growth
slowdown in the industrial world and skill-biased technical change”.
o Politicas que favorecem essencialmente o urbano em detrimento do rural A transferência de recursos do sector rurais sobrexplorados para a cidade, dominadas pelas elites
urbanas e funcionários públicos.
o (4) A este tem de se acrescentar os factores históricos: colonislimo, a guerra fria e as proxy waro Mas há outros:o Guerra fria, Conflitoso Pandemia de HIV/SIDAo Baixa productividadeo Acumulação de capital limitada a enclaves de indústrias como o petróleo e o gásoo OA dummy africana
2.4 A partir de 1995: Ponto de Viragem? Mais recentemente, surgiu uma visão mais optimista, que considera que estamos perante um ponto de
viragem desde o início do milénio. E isto porquê? Crescimento do PIB
Nas últimas décadas vários países africanos voltar a registar taxas de crescimento positivas Desde 95, a 2010, as taxas de crescimento media situaram-se perto dos 5% Comparado com os anos 80 e 90, o crescimento foi mais o dobro7
PIB per capita A partir de 1995, o crescimento volta a ser positivo. Em 2003 (?), o crescimento voltou a atingir os níveis dos anos 60, embora as economias
sejam já muito maiores e mais diversificadas As taxas de inflação baixaram (APP, 2012)
7 http://www.mckinsey.com/insights/economic_studies/whats_driving_africas_growth
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O PIB per capita cresceu em média 2.5% Isto significa que o redimento per capita em 2010 era mais 46% que em 95
Este crescimento foi sentido em muitos países (embora não todos)
De 1995 a 2000: 20 países apresentam taxas de crescimento per capita superiores à média dos paises em desenvolvimento.
São países em que se descobriram ou voltaram a explorar recursos minerais: o Sudão, o Chad, o Guiné Equatorial e o Angola.
Ou países que levaram a cabo muitas reformas; o Gana, (volta a crescer a partir de 83)o etiopia, o benin, o mali, o malawi, o Moçambiqueo Senegalo Tanzania
Temos ainda a AS, Bostsuana, (faltam 8)
É esta renascença no crescimento africanos desde o meio dos anos 90 que faz com que o crescimento africano adquira esta forma de U.
Leões africanos Algumas das economias que mais rápido crescem encontram-se em África. Muitos países têm taxas de crescimento maiores de 4% na última década.
A etiópia tem taxas de crescimento maiores que a china O Uganda ultrapassou a Índia
Quais são os factores que suportaram esta recuperação?
Em geral;1. Aumento da procura para as exportações africana e aumento da produção2. Aumento dos preços das comodities: pretróleo, minerais e outras matérias primar3. Procura interna:
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4. Investimento público em infrastrutura5. Aumento do IDE:
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3. AS RAZÕES DA “TRAGÉDIA AFRICANA”
Refs: Guilherme da Fonseca-Statter (draft) Variações sobre um tema politicamente incorrecto Sachs e Warner (1997) Sources of Slow Growth in African Economies no Journal of African
Economics8.
As questões que se colocam muitos autores são: Quais as razões deste estancamento? Porque é que África cresceu tão pouco neste
período? É a geografia? a demografia? As políticas?
Muitos autores, principalmente economistas, tentaram descobrir se havia um factor único, especifico a África que causará a diferença (African Dummy)
E tentaram explicar as razões do baixo crescimento africano nestes períodos. Um dos autores que estudaram essa questão foi o economista Jeffrey Sachs O seu estudo “Sources of Slow Growth in African Economies” no Journal of African Economics foi um
dos papers mais citados de sempre desta revista Sachs e Warner (1997) Sources of Slow Growth in African Economies no Journal of African
Economics9. Este foi a base para vários outros papers que publicou sobre o assunto (Sachs and Warner 1997a, 1997b,
1997c, 1999a, 1999b, 2001) Ele atribui o fraco crescimento africano a factores geográficos, recursos naturais, regimes políticos,
factores históricos e nomeadamente as instituições, políticos, económicos,
Sources of slow growth 10
Geography–Distance to markets and costs of production and transportation–Rx: primacy of infrastructure and industrial policies
•Resource endowment–Rent-seeking–Resource curse/ ‘Dutch disease’
•Policy regimes–State controls and impact on efficiency–State vs. markets; developmental states vs. vampire states.–Intertemporal considerations in resource allocation (e.g., resource booms)
•Institutional environment–Initial conditions: post-independence orientations; colonial legacy; national leadership (e.g., rural policy bias); role of the culture and tradition (e.g., Botswana)–State breakdown; role of the military
•Polarization–Regional, ethnic, religious dimensions;–Centralist (Ghana under N’Krumah vs. Congo/Zaire), decentralized, federalist systems (Nigeria)–Rx: economic policy geared towards redistribution (transparent, enforceable, and efficient) can reduce risks of conflict and foster growth
8 http://econbus.mines.edu/working-papers/wp201209.pdf9 http://econbus.mines.edu/working-papers/wp201209.pdf10 http://courses.umass.edu/econ797x-ndiku/Patterns.pdf
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Sachs defende que, o principal entrave foram as políticas desadequadas, e, em particular, falta de abertura aos mercados internacionais.
Os factores geográficos como a falta de acesso ao mar e o clima tropical também são considerados importantes.
Mas há um grande debate em torno destas causas do crescimento lento. Há muitas críticas aos trabalhos de Sachs sobretudo ao uso de métodos quantitativos Mas outros autores defendem que são as questões geográficas, a demografia e a saúde e não as politicas
Outros estudos seminais sobre o assunto são os de Bloom, Sachs et al. (1998), geography, demography and economic growth Easterly and Levine (1998), Temple (1998),
Bloom, David E., Jeffrey D. Sachs (1998), Geography, demography, and economic growth in Africa, Brookings Papers on Economic Activity 1998(2):207-95. http://www.cid.harvard.edu/archive/malaria/docs/brookafr.pdf; http://www.brookings.edu/~/media/Projects/BPEA/1998%202/1998b_bpea_bloom_sachs_collier_udry.PDF
Collier and Gunning (1999a, 1999b), Collier, Paul, and Jan Willem Gunning (1999a), Explaining African economic performance,
Journal of Economic Literature 37: 64-111. Collier, Paul, and Jan Willem Gunning (1999b), Why has Africa grown slowly? Journal of
Economic Perspectives 13(3): 3-22 Temple, Jonathan (1998), Initial conditions, social capital and growth in Africa, Journal of African Economies
7(3): 309-47.
Mas outros autores tb contestam estas interpretações:
(2) Arrighi http://newleftreview.org/II/15/giovanni-arrighi-the-african-crisis por exemplo contesta a interpretação que a crise africana está na propensão que têm as elites
africanas para a má governação Para ele o problema deve ser analisado do ponto de vista histórico universal, situando a experiencia
da ASS no contexto da transformação global desde 1975. Se acordo com ele a década de 80 foi um ponto de viragem para a ASS no contexto da economia
política global. E isto não tem a ver com nenhuma “falha de carácter” dos estados africanos mas com
transformações globais do capitalismo que tiveram impactos diferentes em regiões do globo diferente.
Estas transformações são essencialmente a crise do capitalismo nos anos 70 e a resposta do poder hegemónico, os EUA a essa crise,
Isso foi sobretudo uma crise da rentabilidade do capitalismo à medida que se expandiu a produção e o comércio mundialmente e a pressão que estes sofreram devido ao aumento da concorrência
Isto levou ao fim dos modelos que tinham suportado esta expansão nomeadameente ao fim do apoio ao modelo desenvolvimentista de estado
Isto vem materializar-se no consenso de washington e numa nova doutrina baseada na liberalização dos mercados
Vem substituir o mdoel estatal de desenvolvimento apoiado nos 30 anos anteriores e que estava desacreditado: surgem os PAE
Isto essencialmente deve-se ao desvio de capital da África e da maerica latina para os EUA
Relembra a importância de situar a análise no contexto global:o o impactos crucial da expansão do próprio capitalismo que levou a uma acumulação sem
precedentes de capital e que apesar de ter afectado Africa, criou grandes desigualdades no mundo.
o O padrão de acumulação das elites
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Os líderes africanos também insistiram nos impactos dos choques externos na crise africana; o Deterioração dos termos de troca para as matérias-primaso O protecinismos crescente dos paíeses mais ricoso A dívida e as taxas de júrocrescentes e o serviço da dívidao Os PAE que se seguiram e a influência das políticas do BM e FMI
See Jean-Claude Berthélemy and Ludvig Soderling, ‘The Role of Capital Accumulation, Adjustment and Structural Change for Economic Take-Off: Empirical Evidence from African Growth Episodes’, World Development, no. 2, 2001
(1) Carlos Oya defende que estas análises pessimistas muitas vezes são limitadas no tempo, ao periodo pós independencia e muitas vezes não reconhecem a diversidade económica do continente e os avanços alcançados nos últimos 100 anos (Oya).
Oya (2007) Crescimiento y desarrollo económico (castelhano)
Carlos Oya alerta ainda para a necessidade de juntar às análises econométricas, base de muitos estudos económicos, análises da realidade política e social e as suas relações com o progresso e o crescimento. Muitas vezes não há complementariedade entre estes tipos de análises.
Ele considera que, apesar de lento, houve crescimento e melhoria das condições materiais de vida em muitos países (OYA)
De acordo com Oya, O desenvolvimento do capitalismo acelerou o crescimento economico em todas as regioes que afectou directa ou indirectamente mas foi a partir de 1700 quando as dinamicas de crescimento se concentraram na Europa e no novo mundo (américa), que a AS começou a atrasar-se.
Não obstante, as taxas de crescimento economico em AS foram crescendo desde 1870, especialmente no periodo
1913-1973, quando o continente foi arrastado, se bem que de forma desigual, pela dinamica do capialismo mundial.
Só há de facto crescimento negativo depois das crises de 73 e 78 até 2003.
Quais os factores de crescimento lento neste período? Para alguns autores (Ndulu) isto indica que Africa ficou de fora das dinamicas de desensolvimento que
levantaram o mundo em desenvovlimento, e particularmente a Asia, na segunda metade do sec 20.
Já vários AA nos anos 60 tinham, no entanto, previsto muitos dos problemas que iriam surgir depois. Também René Dumont em 1962, no seu texto A África Negra começou mal alterava para os perigos
de políticas educativas e agrícolas desadequandas, corrupção, nepotismos, colonialismo de classe pelas ellites urbanas que usurpam o trabalho das poppulações rurais impedindo assim o desenvolvimento. Muitas das suas preocupações acabaram por se provar verdadeiras
Alguns (Arrighi e Bathelemy) defendem que o esgotamento dos modelos de crescimento era previsível dado o aspectos nocivos desses mesmos modelos que eram: O domínio das elites sem incentivos para promover a acumulação de longo prazo, Investimentos custosos e mal planeados, Politicas que favorecem essencialmente o urbano em detrimento do rural e A transferência de recursos do sector rurais sobrexplorados para a cidade, dominadas pelas elites
urbanas e funcionários públicos.
Segundo Arrighi foi este sistema de acumulação tão fácil que levou a que, mal aconteceu a primeira crise petrolifera, os paises tivessem colapsado levando a defices de balança de pagamentos e desequilibrios fiscais que fizeram com que os países tivessem que recorrer nos anos 80 ao FMI e ao banco mundial para se financiarem
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Guerra fria, Conflitos Pandemia de HIV/SIDA Baixa productividade Economias ao serviço das estratégias de apropriação de rendas pelas elites politicas Acumulação de capital limitada a enclaves de indústrias como o petróleo e o gás
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4. DEBATE: ESTARÁ A ÁFRICA PERANTE UM PONTO DE VIRAGEM?
4.1 Análise da mudança de narrativa AS DÉCADAS PERDIDAS vs Renascimento
No início do século (2000) o economist descrevia a África como um continente sem esperança Este era aliás o discurso dominante. Poucos economistas nos anos 90 viam um futuro positivo para África (APP, 2012).
Artigos do economist: Hopeless Africa The heart of the matter
Mas esta perspectiva tem-se modificado desde o início do século. O economist fala agora de “um continente que se levanta: um continente com esperança”,
Fala-se de “Leões em movimento”, em contraponto com os tigres asiáticos. Vários relatórios falam de:
uma classe média emergente; Crescimento das economias africanas Mercados de consumo interno dinâmicos” e Oportunidades para investidores e mais investimento externo
Artigos do economist: A more hopeful continent África Rising
A questão que muitos analistas se têm colocado é: estará a África perante um ponto de viragem?
Há duas visões sobre este crescimento recente em África: os optimistas e os pessimistas
Os optimistas apontam para uma viragem no continente africano. Alguns autores atribuem esta viragem à democratização que ocorre em vários países, melhores políticas, emergência de uma nova geração de líderes, políticos, activistas, homens de negócios. Embora estes também identifiquem que os ganhos são reversíveis se houverem más politicas, guerras, desastres naturais, Mas acreditam que no longo prazo as tendências indicam que as persepectivas económicas para África são boas.
Mas outros autores alertam para o facto de que ao longo dos tempos a Africa teve vários acelações e episódios de crescimento mas que depois não se revelaram sustentáveis. Trata-se de variações, que podem traduzir-se ou não em crescimento e desenvolvimento
4.2 OPTIMISTAS Economist
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McKinsey: McKinsey Quaterly - What's Driving Africa's Growth: https://www.mckinseyquarterly.com/Whats_driving_Africas_growth_2601#AboutTheAuthors
Africa at a Turning Point?: Growth, Aid, and External Shocks Edited by Delfin Sia Go, John Page
Em geral todos concordam que há dois/três factores centrais deste renascimento africanos que são:
(1) Aumento da procura para as exportações africanas(2) Aumento dos preços das comodities/matérias-primas. Tanto recursos minerais como
preço dos produtos agrícolas de exportação(3) Ligados ainda às matérias primas temos o IDE
4.2.1. Aumento da procura externa para as exportações africanas:o e consequente aumento de exploração mas também aumento do investimento na
exploração desses recursoso Que tipo de exposrtações aumentaram?
Petróleo Extracção mineral Agrícola Serviços
Ver Figuras pwp
Aumento da Produção: Petróleo e extracção mineral: Grande motores da expansão económica
o Motor da economia em Angola, Gabão, o Na Nigéria a produção estagnou e outros sectores são os motores do cresceimentoo No chad a produção também estagnou devido a problemas tencicoso Em gana e nos camarões em constratste, o petróleo é o grd motor do crescimento
Os recursos minerais são motor do crescimento em o RDC, Namíbia, Mozambiqueo As descobertas de gaz ao londo da costa de Moz e tanz trazem um potencial enorme
para investimento externo: o a costa leste de África está a mudar de uma pobre em recursos para rica em recursos
Mais ligados ao aumento da procura interna Agricultura Sector dos serviços:
o Transportes, comércios, imibiliário, administração públicao Mas tb em sectores menos tradcionaiso Servlos de informação e Telecomo Serviços financeiros e seguros
Turismo: em países como CV, Seicheles, quémia, uganda
O destino das exportações A procura nas economias emergentes e nomeadamente na China é vista como uma dos
principais motores da subida de preços Como se pode ver no Graf: o destino das exportações é a China e a Índia.
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4.2.2. Aumento dos preços:Desde antes da virangem do século que o preço das matérias primas começou a aumentar. As razões do aumento dos preços tb são muitas e variadas:
O aumento do preço das matérias-primas está relacionado com a evolução das economias mundiais (aplicações preferidas pelos investidores no mercados financeiros, tanto o ouro como os diamantes tem a ver com o interesse especulativo)
O aumento do preço do cacao por exemplo foi consequência da crise na costa do marfim, o principal país produtor.
Mas há outros factores Mas os optimistas (como o FMI e relatório REA, acham que não foram só os termos de troca
favoráveis (aumento do preço das matérias primas e aumento da procura externa) que fizeram os países crescer.
o Procura internao Investimento públicoo IDEo Há mundanças estruturaiso Algum progresso em relação aos ODM embora a região ainda esteja para trás em relação
ao resto do mundo Os países africanos cresceram consistentemente na última década e têm o potencial para
“descolar” Várias oportunidades para mais crescimento no futuro;
o Riqueza mineralo Preço elevados dos alimentoso Urbanização rápidao Dividendo demográfico
4.2.3. PROCURA INTERNA: é outro factor considerado chave O crescimento é suportado pela actividade doméstica: procura e produção
o Aumento populacional que faz aumentar a procura internao Dados do África Pulse, 2013 indica que o consumo corresponde a 60% do PIBo A procura interna foi um dos factores principais que impulsionaram a economia de
muitos paíseso Este deve-se ao consumo privado e ao investimento tanto público como privado
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o Maior receitas, fluxos de remessas e aumento de crédito favoreceram o aumento do consumo intermno
o O investimento privado esteve muitas vezes ligado aos sectores petrolifero e da exploração mineira e dfoi apoidado pelo IDE
4. Investimento público em infrastrutura
4.2.4. Aumento do IDE: IDE dá-se na exploração de recursos minerias e agricultura mas também nas infrastruturas necessárias para a sua exploração: portos, estradas, produção de
electrecidade mas também serviços afins: banca, seguros, trasnportes 4.2.5. O crescimento não se deve só aos recursos naturais: houveram mudanças estruturais 1/3 (32%) deste crescimento é atribuído aos recursos naturais (McKinsey, 2010) mas o resto é
devido a mudanças estruturais que dinamizaram as economias Os outros 2/3 vieram de outros sectores como comercio, transportes, telecomunições e industria
transformadora Houve um aumento do investimento em telecomunicações, Serviços financeiros Sector fo turismo desensolveu-se nalguns países Estes sectores da economia beneficiaram de um certo arraste
4.2.6. Melhoria da Governação: Governos mais democraticos Politicas económicas mais adequadas
o Controle da inflação: passou de 22% em 1990 para 8% depois de 2000o Diminuição dos déficeso Acumulção de divisas pelos exportadores de matérias-primaso Dívida externa diminuio Privatizaçãoo Reforços dos sistemas legais e financeiros
4.2.7. Ajustamente estrutural e Perdão da dívida:
4.2.8. Novos parceiros da cooperação
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Diversas potências emergentes têm tido um papel através de investimento, disponibilização de linhas de crédito, para infratururas rodoviárias, portuárias, aeroportuareas
Muito importante a china mas tb Brasil, índia. a nível da cooperação que tem estado muito activos na construção de infrastruturas.
4.2.9. Diminuição dos conflitos: Fim de várias guerras civis (libéria, Serra Leoa, Angola, Moçambique Conflitos transnacionais (RDC)
4.2.10. UMA nova geração de empresários Telecoms Mo Ibrahim Serviços bancários media Água engarrafada Distribuição – supermercados
4.2.11. Remessas dos emigrantes
Conclusão: Enquanto durante a década de noventa as economias africanas além de serem pobres eram
também as menos dinâmicas do mundo, na decada de 2000 a maioria delas viu o seu PIB per capita a crescer pelo menos o dobro dos países da OCDE.
Há um deslocamento da ecomomia mundial para o ocidente, este e sul, a implica que em África a riqueza se acumule mais depressa.
4.3 PESSIMISTAS: Jerven (2014) Rebutting the ‘Africa Rising’ meme http://naiforum.org/2014/09/rebutting-the-
africa-rising-meme/ This ‘Africa Rising’ theme was challenged in a recent Foreign Policy article
Os pessimistas chamam a atenção para as fragilidades deste crescimento:
4.3.1. 1. Dependência das matérias-primas: o A maioria dos países que cresceram mais rápido na última década são exportadores de
minerais ou petróleoo Pouco criação de empregoo Maldição dos recursos: apropriação das receitas por elites, empresas, muitas vezes
estrangeiras, países ou governo
4.3.2. Volatilidade dos preços das commodities Os pessimistas advogam que a boom actual se deve ao facto dos termos de troca terem estado
extremamente favoráveis nos últimos anos. Isto devido ao aumento do preço das matérias primas: Como se vê no Graf, o período de aumento do
PIB corresponde a uma aumento dos preços das chamadas commodities que inclui não só as culturas agrícolas de exportação como os preços do petróleo e dos mineirais.
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Ora, estes preços são extremamente voláteis. está relacionado com a evolução da economia mundial (aplicaçãoes preferidas pelos investidores no
mercados financeiros, tanto o ouro como os diamantes tem a ver com o interesse especulativo) (Abreu, entrevista)
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o O último período de crescimento económico acelerado na África SS foi nos anos 60 e 70 e também coincidiu com um boom dos termos de troca.
o Infelizmente o boom acabou nos anos 80 e 90 com uma queda dos termos de troca. (Embora no entanto alguns autores contestem esta correlação entre os termos de troca e o colapso do crescimento africano: como por ex Ndulu (2007)
o Da perspectiva mais pessimista sobre o crescimento sustentável, os choques dos termos de troca positivos podem ter um efeito no output de curto prazo mas podem ter consequências negativas no longo prazo (Collier e Goderis, 2007).
o O que estes autores sustentam é que é pouco provável que booms que resultam de choques nos termos de troca que os tornam muito favoráveis, durem muito tempo.
4.3.3. O PIB não conta a história toda:
Crescimento populacional é muito elevado » logo os números do crescimento não são assim tão impressionantes As taxas de crescimento atingem 5, 6% Mas a população cresceu a mais de 2% Logo, o crescimento per capita é um indicador com mais significado: e este cresceu a menos de
4% 11
Ritmo: a descolagem económica necessita de níveis de crescimento elevados e estáveis durante um
período prolongado estão muito longe dos 30 anos contínuos de crescimento que acaba de experimentar a China
Parte-se de uma base muito baixa: O facto de se partir de uma base muito reduzida, o que faz com que o afluxo de investimento
tenha um peso muito elevado no PIB destes países. Com taxas de crescimento per capita de 2% demora mais de 30 anos a dobrar o rendimento:
(verificar) e portanto, apesar de crescerem a 5% estão muito longe dos 30 anos contínuos de crescimento
que acaba de experimentar a China
O efeito dos termos de troca sobre os redimentos disponíveis O PIB mede o output total de bens e serviços produzidos por um país Mais qual é o poder de compra com que pais fica? depende do preço relativo das importações Os países exportadores beneficiaram não só de maior GDP mas melhores termos de troca (TT) Mas os importadores muitas vezes não No período 2002-2011tanto os exportadores como os importadores beneficiarm de TT
favoráveis mais os exportadores mais No entanto estes TT são extremamente voláteis Este efeito afectou diferentemente os países Embora positivo em muitos países, de qualquer modo, é também possível e provável que
4.3.4. A pobreza diminui mas mantem-se elevada: De acordo com o relatório de desenvovimento humano (HDR) de 2013 do PNUD:
(http://hdr.undp.org/en/media/HDR2013_EN_Summary.pdf2013) “most of the African countries fall under the Low Human Development tier.
11 This rate is not as impressive as it seems, because the sub-Saharan African population is growing by more than 2 percent a year. The increase in per capita income (less than 4 percent) is a more meaningful indicator of economic development
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Out of the 46 countries that fall in this tier (Rank 142 – 186), 37 (80% of them) are African”
o É geralmente aceite que uma taxa a taxa de crescimento tem de ser superior a 7% para haver redução da pobreza (AEO, 2013, 21)
o Com um cresceimento anual da população de 2% , o crescimento per capita teria de ser 5%
o Ora a projecção para 2013/2014 é que o crescimento per capita seja abaixo de 3%o No entanto, a relação entre crescimento económico e pobreza é complexo: o países que beneficiam de termos de troca favoráveis: isto é que o preço das exportações
aumento mais rápido que as importações: os rendimentos disponíveis são maiores.o Em geral, os países africanos beneficiaram de termos de troca favoráveis (mas nem
todos)o Vários exportadores de petróleo conseguiram taxas de crescimento superiores a 7% mas
no entanto, apesar de algumas melhorias nas condições de vida, a pobreza manteve –se alta.
o Os benefícios deste crescimento elevado não passaram para a população Distribuição desigual:
O crescimento não foi inclusivo: este é um dos maiores desafios do continente africano.
4.3.5. Distribuição desigual: Os beneficios do crescimento são distribuídos de forma desigual muitas vezes beneficiam
uma elite que se consolida no poder. Como se pode ver nos gráficos abaixo: a pobreza diminui mas as desigualdades mantêm-se
elevadas
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Enquanto alguns países estão a crescer e enriquecer, grande parte da população é deixada para trás: Muitos continuam na pobreza extrema Muitos sofrem de insegurança alimentar e fome Grande parte dos jovens não tem empregos Há grandes desigualdades no acesso à saúde, educação, água, saneamento. As populações rurais são deixadas para trás
Tudo isto tem consequências muito graves: Enfraquece os laços de confiança e solidariedade que cimentam as sociedades; Prejudicam o desenvolvimento económico a longo prazo, Enfraquecem a confiança nos governos e as instituições; Fomentam um sentimento de injustiça na sociedade.
4.3.6. 6. O emprego não aumenta: A criação de emprego não foi significativamente mais rápida que na década anterior Forma criados 63 milhoes de empregos de 2007 a 2007, mas quase 1000 milhoes de jovens
entraram no mercado de trabalho 10-12 m de jovens todos os anos Só 7-10% têm um salário no setor formal Mais grave, há medida que o pais enriquece, o número de jovens sem ocupação aumenta Os entravas à criação de emprego estão não fraco desenvolvimento do sector privado
7. Assim salienta-se a dificuldade que o sector privado enfrenta: Falta de qualidade das infrastruturas e energia, Dificuldade de acedia a crédito Corrupção
CCL: os avanços são reais mas lentos
4.3.7. Baixo desenvolvimento humano
Educação e sáude: Nível de analfabetismo mais alto do mundo Baixa esperança de vida
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Economias baseadas na agricultura: não houve transformação sectorial Baixa produtividade Conflitos: ver Carlos Lopes:
África não vive (ainda) uma descolagem: Os ritmos de crescimento e a estrutura do crescimento É um crescimento frágil:
Taxas de poupança muito baixas Dependência dos fluxos externos
Há muitos desafios a emergirem12
2011, 2012 2 2013 foram anos de decrescimento Houve uma quebra em 2011 deviso á desaceleração do cresceimento global 13
“GDP in Sub Saharan Africa grew at a still robust 4.7% in 2011 (down from 5% in 2010).”
12 http://www.worldbank.org/en/publication/global-economic-prospects/regional-outlooks/ssa
13 http://siteresources.worldbank.org/INTPROSPECTS/Resources/334934-1322593305595/8287139-1339427993716/GEP12bSSA_RegionalAnnex.pdf
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Os países que crescem mais continuam a ser os ricos em recursos Gana, Moz, Nig, rep Congo mas tb outros sem recursos: Ruanda e Etiópia. Diminuição das expostação de 10% Diminuição do nb de touristas: com impactos nas economis que dependem do tourimo
deterioração da balança fiscas e aumento dos défices : Os programas ambiciosos de investimento publico, o aumento dos salários, o aumento das
transferências e subsídios, juntamente com baixo preço das matérias primas contribuíram para a deterioração da balança fiscas e aumento dos défices
Os emprestimos aumentaram e o défice aumentou A divida aumentou em Moz, na Gâmbia,no senega, gana e CV O IDE tb diminui devido a politicas publicas de alguns países e desaceleração nos mercados
emerggentes especialmente a china (outro risco importante)) Preços das matérias primas baixam: tem impacto nos exportadores de petróleo, RM, e algodão
Riscos domésticos e tensões politicas Problemas de segurança na nigério, Sudão do sul e RCA
Os problemas estruturais persistem na maior parte dos países: 5. Segunda alguns autores e organizações internacionais: 6. África tem de transformar a estrutura das suas economias: por exemplo com o desenvolvimento
da indústria transformadora (utilizam bens produzidos pelas indústrias de base e fabricam outras mercadorias, que podem ser:
Duráveis: transporte, mecânica e construção civil Intermediárias: papel e papelão, madeira e plástico Não-duráveis: vestuário, perfumaria e sabão, alimentar
CCCL: deve celebrar-se os avanços mas não nos podemos contentar com eles
Outras ressalvas a serem feitas incluem Diferenças entre países Reversibilidade dos ganhos Volatilidade do crescimento A fraca base de onde se partiu
CONCLUSÃO RENASCIMENTO VS CRISE
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Abreu, entrevista14:
» Ouvir: http://www.rtp.pt/antena1/index.php?t=Entrevista-a-Alexandre-Abreu.rtp&article=6043&visual=11&tm=16&headline=13
Introdução Talvez o pessimismo das décadas passadas não fosse justificável mas tb é necessário analisar com
cuidado este período de optimismo. Houveram ganhos reais em algumas áreas mas não noutras. É importante não embarcar no optimismo excessivo sobretudo se adoptar uma
perspectiva de desenvolvimento humano e social
Aspectos negativos Porque os níveis de crescimento partem de uma base baixa Distribuição desigual: Os beneficios do cresceimento são distibuido de forma desigual
muitas vezes beneficiam uma elite que se consolida no poder.
Mas também ter cuidado com generalização. Não é o caso em todos os países. Apesar das generalizações, há muitas africas:
o Pequenas economias com sistemas políticos consolidados como CV, Mauríciaso Outros casos mais complicados a nível económico, politico, conflitos
Algus tem instituições, a nível formal e informal.que permitem a distribuiçõa dos redimentos. Mas este é um dos grandes desafios
A narrativa do continente das trevas foi substituida por o novo eldorado. No entanto tem de fazer várias ressalvas e colocar-se várias questões:
A diversidade dos países tem de ser considerada. Já que os riscos e oportunidades variam de pais para pais
Até que ponto os ganhos em termos de democracia e dos ganhos que vão acontecendo são reversíveis ou não?
Quais as formas de utltrapassar as desigualdades? Qual a sustentabilidade deste crescimento?
A sustentabilidade do próprio ritmo de crescimento na medida em que está dependente do crescimento da china e da sua necessidade de materias primas
14 Quais são então as causas apontadas para este ritmo de crescimento da África subsariana: resumo entrevista Abreu• o facto de se partir de uma base muito reduzida, o que faz com que o afluxo de investimento tenha um peso muito elevado no PIB destes países. • o aumento do preço das matérias-primas –tanto minerais ( petróleo, carvão, gás natural) como produtos alimentares , que registou uma inversão da sua tendência de evolução• o aumento das remessas dos emigrantes• a exploração do turismo, e• a aposta em novos parceiros de construção de infraestruturas, nomeadamente China, Brasil e Índia. O aumento do preço das matérias-primas está relacionado com a evolução da economia mundial (aplicaçãoes preferidas pelos investidores no mercados financeiros, tanto o ouro como os diamantes tem a ver com o interesse especulativo) Crescente incorporação na economia formal e mercantil de actividades que dantes não estavam integradas. Economias rurais em que traça e autoconsumo era a base, à medida que se movem para áreas urbanas ou começam a adoptar estratégias de renda tb são integradas na ecomomia formal Outros casos turismo, no Ruanda, que se faz Seychelle, maruicias, CV Remessas dos emigrantes Novos parceiros a nível da cooperação que tem estado muito activos na construção de infrastruturas. Muito importante a china mas tb Brasil, índia. Diversas potenciais emergentes tem tido um papel através de investimento, disponibilização de linhas de crédito, para infratururas rodoviárias, portuárias, aeroportuareas,
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Tendência de evolução do preços das matérias primas Comportamento dos mercados financeiros e actividade especulativa em torno das matérias primas. Bolha espectulativa que pode rebenter
Qual o impacto do Crescimento demográfico Qual o impacto do trabnsformaao da agricultura de subsitencia, integração das
populações em actividades mercantis Conclusão: Mas espera-se que haja tradução do crescimento em desenvolvimento ecomómico
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