al berto 48-59 _0002
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8/18/2019 Al Berto 48-59 _0002
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corpo-reflexo nos óculosescuros onde me escondo. nada resta do que meensinaram. jardim-ausência.meditaçáo do branco. ruas buracos ondemáquinas amarelas agonizam. o jardimretrai-se no interiorlongínquo damemória.
hoje falo outralíngua gesticulonoutro ritmo.vivo numasegunda escrita.extraviei-me.inventouma nova maneirade sufocar.
os olhos de Kapa são intermináveis túneis.a orelha isolou-see o silêncioenvolve o que ainda náo perdeu a voz. sáo os despojos da travessia. inventonovos prazeres para o corpo nómada. dispo-me da sombra que me perseguia.vivoem vigíliasà morte que nos roça. fechoos olhos ao mesmo tempo que anoite cai. medito.
sou tudo e náo sou nada. um braço cai. os lábiosmordemo sexo de Kapa.eu finjoa ressurreiçáo. os cabelos vestem-lhe os ombros e a viagem acaba alino falso buraco do umbigo.cinza. cintilante.
Kapa renasce e reflecte-me.toma formas de laranja de pássaro de peixe de
azul.
- Respondr, donde uens agora? Viues no mirukcul.ojardimque se te impregnounas mãos?.Que idade terá s daqui a uns séculos?fechouos olhos. respirou a últimavez em pleno agosto. só persistem as
lentíssimas noites de insónia. a morte branca e a vida fulgurando numaoutradimensáo. corpo-laranja. gomo-gume. peixe-nuvem. azul-búzio.cânticomarinho magicamenteaudível. as palavras iluminandoo rosro de Kapa. ocorpo-escritopara sempre fracturado.
PANORÂMICASOBREA CIDADEEMCEU DE SERINGASTRANSPARENTES:no centro do sismo está o jardimde borboletas / estrdnhorosto de asas queimadas estendido por cima da pálpebra / boca seca e aberta // petrificaum desejo de esperma / neme 0 corpo ao sugdr a seiua da luz / umalâminacorre uertiginosapela ausência doutrocorpo / nos dedos um carlçoestelar // pukos abertos mancbando a noite das cidades / luares brancos de Thngerina // acorda / sem dias e sem noites / minuciosamente o tempo graud em mimTan-gerina / a sombra dum osso e duma laranja nas mãos /
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