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CURSO DE LETRAS MAGISTÉRIO: LÍNGUAS PORTUGUESA E ESPANHOLA ESTRATÉGIAS E PROCEDIMENTOS DE LEITURA EM TURMA DE 3º ANO DO ENSINO MÉDIO Alcimeri Gomes Fiadinho Eunice Guerra de Sousa Taguatinga DF Junho de 2013

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CURSO DE LETRAS MAGISTÉRIO:

LÍNGUAS PORTUGUESA E ESPANHOLA

ESTRATÉGIAS E PROCEDIMENTOS DE LEITURA EM TURMA DE 3º ANO DO

ENSINO MÉDIO

Alcimeri Gomes Fiadinho

Eunice Guerra de Sousa

Taguatinga – DF

Junho de 2013

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CURSO DE LETRAS MAGISTÉRIO:

LÍNGUAS PORTUGUESA E ESPANHOLA

ESTRATÉGIAS E PROCEDIMENTOS DE LEITURA EM TURMA DE 3º ANO DO

ENSINO MÉDIO

Alcimeri Gomes Fiadinho

Eunice Guerra de Sousa

Artigo apresentado como requisito

obrigatório para a avaliação da disciplina de

TCC II, Curso de Letras: Magistério

Português e Espanhol sob a orientação da

professora Maria das Graças Martins Pinto de

Carvalho.

Taguatinga – DF,

Junho de 2013

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“Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os

pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez,

com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra

diante vai ser diferente.”

Carlos Drummond de Andrade

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Dedicamos esta pesquisa primeiramente a Deus que nos deu a vida e mil motivos para vivê-la

dia-a-dia de maneira intensa e proveitosa.

Aos nossos pais, irmãos, cônjuges, filhos e amigos pela paciência, compreensão, amor e

dedicação.

Aos nossos professores que nos transmitiram conhecimento ao longo do curso de letras a fim

de que obtivéssemos bons resultados.

E finalmente à nossa orientadora, professora Maria das Graças Martins Pinto de Carvalho,

pela sabedoria, paciência e orientação imprescindíveis nessa longa jornada de pesquisa e

elaboração do artigo.

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1. INTRODUÇÃO

Ao conjunto de temas que se situam além do campo de preocupação tradicional das

áreas curriculares, pode-se adicionar uma dimensão capacitadora, a leitura, que deve ser

inscrita como elemento constitutivo de toda área curricular. Leitura e aprendizagem se

constituem mutuamente. E, para agir como se aprendizagem e leitura fossem atividades

constitutivas faz-se necessário pensar na leitura como uma prática central de todas as

atividades curriculares e, no professor, qualquer que seja sua área de especialização, como

professor de leitura.

Ao chegar à escola o aluno já cumpriu uma série de etapas prévias que o capacitaram

a aprender a ler. As atividades de leitura requerem motivação bem cuidada para que sejam

realmente produtivas e para que isso ocorra é necessário desenvolver estratégias de leitura que

facilitem essas atividades.

A escolha do tema As Estratégias e os Procedimentos de Leitura em Turma de 3º ano

de Ensino Médio surgiu após as observações realizadas em turmas de ensino médio ao cursar

a disciplina de Estágio Supervisionado I e II, notou-se a dificuldade dos professores em

utilizar estratégias que ajudem os alunos a interpretar textos e consequentemente dos alunos

em tudo que se relaciona à leitura.

A motivação para esse trabalho foi a necessidade de ajudar o aluno a compreender e

desvendar o sentido do texto, utilizando a capacidade crítica de julgar o que leu e armazenar

as informações lidas.

Com este trabalho foi possível conhecer e identificar estratégias e procedimentos

eficientes que nos possibilitem utilizar futuramente em sala de aula, de forma com que o

aluno passe a participar mais e melhor das aulas, com interesse em dar sua opinião oralmente

e por escrito e a buscar argumentos para fundamentar seu ponto de vista. Neste processo,

embora o aluno seja o protagonista, o professor, como mediador, também tem um papel de

destaque.

O objetivo desta pesquisa foi compreender a importância das estratégias e dos

procedimentos de leitura utilizados por professores no processo pedagógico em turma de 3º

ano do Ensino Médio, observando a utilização de estratégias e os procedimentos de leitura no

trabalho em sala de aula como suporte ao trabalho do professor. Analisando e descrevendo a

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relação entre as estratégias e os procedimentos de leitura e a compreensão de textos

manifestadas pelos alunos durante o processo de leitura em sala de aula. Estas estratégias e

procedimentos também aplicam-se à turmas de EJA – Educação de Jovens e Adultos.

Existem diversos estudos relacionados a esse tema “A formação do leitor competente

- Estratégias de Leitura” (Valle, 2008), “Leitura orientada- método de treinamento” (Ferreira,

1971), isso explica-se pelo fato de a leitura ser atividade cognitiva por excelência, sobre a

qual se fundamenta todo o processo de desenvolvimento escolar; entretanto, ela tem sido

considerada responsabilidade exclusiva do professor de Língua Portuguesa. Isto ao mesmo

tempo em que se consiste que um dos objetivos primordiais da escola é a formação de cidadão

crítico. Como ser um cidadão crítico sem ser leitor crítico, e como ser um leitor crítico sem

ser leitor é um questionamento que poucas vezes tem o espaço que sua discussão merece no

âmbito do planejamento escolar, apesar da crise de leitura que vem sendo denunciada

periodicamente pela mídia, pela universidade, pela escola, desde a década de 70.

A maioria desses estudos, porém, estão centrados em investigar se os alunos sabem

ler e interpretar textos e não no que os alunos se interessam em ler e como essas leituras

podem auxiliar no processo de aprendizagem.

Muitos estudantes desperdiçam grande parte do tempo lendo materiais cujo

significado não está bastante claro para eles. Diante disso decidimos realizar uma pesquisa

acerca das estratégias e procedimentos de leitura em turma de 3º ano do ensino médio.

A relevância deste estudo está na possibilidade de comprovar os resultados de

pesquisas anteriores sobre a importância de desenvolver estratégias e procedimentos de leitura

com os alunos e as relações entre as estratégias e os procedimentos de leitura e o

desenvolvimento da aprendizagem. Conscientizar professores de que as estratégias e os

procedimentos de leitura são fundamentais não só para o estudo de Língua Portuguesa, mas de

todas as disciplinas, para que a leitura seja objetiva e as aulas sejam mais proveitosas.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

O monitoramento do processo de aprendizagem é essencial ao sucesso acadêmico.

Vygotsky (1984, p.31) destaca, que “a educação escolarizada e o professor têm um papel

singular no desenvolvimento do indivíduo”. As estratégias de leitura podem ser ensinadas

para alunos de baixo rendimento escolar, porém os estudantes bem sucedidos apresentam

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melhores capacidades de monitoramento, sendo capazes de monitorar a compreensão, o uso

de estratégias e procedimentos, entre outras atividades.

O termo “estratégia” normalmente é usado para se referir à ação de domínio e

escolha dos leitores no alcance de metas ou objetivos desejados e, portanto, é considerada

tanto uma habilidade cognitiva quanto metacognitiva.

Ornelas citado por Kleiman (2004, p.22), classifica as estratégias como:

Cognitivas como sendo as operações que o leitor realiza inconscientemente, como

por exemplo, o fatiamento sintático, que é uma operação necessária para a atividade

de leitura que o leitor pode ou não realizar, rápida ou cuidadosamente, dependendo

das necessidades que surgem no momento e que é indescritível, pois se trata de um

conhecimento implícito e difícil de ser explicado pelos indivíduos.As

metacognitivas se configuram nas operações realizadas de forma consciente,

realizadas com algum objetivo; o indivíduo é capaz de definir sua ação, como a

utiliza e, dessa maneira, como exerce o seu controle, poderá dizer se está ou não

compreendendo um texto, e qual a da leitura. (KLEIMAN, 2004, p. 22)

As estratégias de leitura são recursos aplicáveis que têm como proposta primordial

facilitar a compreensão de textos, diante disso, Souza e Vargas apud Grabe (2002) afirmam

que “As Estratégias de leitura apresentam papel fundamental na interpretação e compreensão

de textos, pois fazem com que os estudantes aumentem o nível de consciência sobre as ideias

principais em um texto e possibilitam a exploração e a organização do mesmo”.

Para Souza e Vargas apud jansen (2002), as Estratégias de leitura podem ser

definidas como planos para resolver problemas encontrados na construção do significado do

texto.

Atualmente, o aprendizado de uma língua é de grande importância, pois através dele

torna-se possível obter novos conhecimentos. Dessa forma, Souza e Vargas apud Maxwell e

Martins (2000), acreditam que é importante que os leitores prestem atenção em coisas tais

como título, letras em negrito ou itálico, palavras sublinhadas, divisões do texto, parágrafos

marcados ou discriminados em forma de itens, informações não verbais no texto tais como

gráficos, figuras, mapas ilustrados, origem do texto, do autor e ideia de quando este texto foi

escrito, pois assim a interpretação e compreensão do texto tornam-se mais fáceis.

Em muitas situações de estudo, o estudante fracassa porque suas estratégias de leitura

não são eficientes. As estratégias de leitura estão entre os principais canais de aquisição de

informação, especificamente ao fim do Educação Básica.

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Ler é um bom começo na vida de qualquer cidadão. Além de dar prazer é um

caminho que ajuda a melhorar as pessoas: aprimora o conhecimento geral, oferece subsídios

para refletir sobre o mundo e a condição humana.

Durante a infância e a adolescência o indivíduo passa por um processo de

socialização. Aprende o que é certo e o que é errado com os pais ou professores e começa a

agir de acordo com o senso comum. A leitura favorece o desenvolvimento de ideias próprias,

conceitos e valores.

Nem todos os textos são lidos da mesma maneira. Uma novela ou um manual escolar

são textos diferentes que requerem diferentes estratégias e procedimentos de leitura. Segundo

Solé (1998, p.22), pode-se distinguir três tipos básicos de leitura:

Leitura "em diagonal": A leitura "em diagonal" é uma observação "por alto" do

material escrito, com o objetivo de formar rapidamente uma ideia global do seu conteúdo.

Esta observação dá atenção aos índices, títulos, subtítulos, e partes do texto que se encontrem

em destaque. Devem ser lidos alguns parágrafos e frases ao acaso, no início, no meio e no fim

do texto.

Embora este tipo de leitura seja normalmente usado quando não se tem muito tempo

disponível, também se deve usar esta técnica como primeira leitura de um texto que se

pretende analisar.

Leitura normal: Trata-se da leitura completa do texto, de forma corrida e sem

interrupções. É o tipo de leitura usada para ler uma notícia de jornal ou uma obra literária.

Mas também vários textos de estudo requerem este tipo de leitura.

Leitura em estudo: Estudar não é apenas ler. Enquanto que a leitura completa se faz

sem interrupções, a leitura em estudo é interrompida constantemente para que se possa

analisar detalhadamente as informações, ou seja, para pensar, memorizar e efetuar registos

relativamente àquilo que se lê.

Ainda segundo Solé (1998, p.23), “os três tipos de leitura implicam procedimentos

distintos. Mas, em termos globais, pode-se considerar os seguintes aspectos praticamente

comuns a todos eles”. São eles:

Concentração - Para uma boa leitura o aluno necessita de ambiente calmo e sem

elementos perturbadores da concentração (rádio, televisão, conversas, entrada e

saída de pessoas). Um fundo musical muito baixo pode ajudar a criar ambiente para

certas pessoas.

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A leitura em estudo deve ser feita em uma mesa, de forma que os alunos possam

usar facilmente diversos materiais (outros textos, cadernos, papel de rascunho,

canetas, lápis, borracha, etc.).

Espírito crítico - Não basta soletrar para ler. É necessário desenvolver nos alunos a

compreensão dos assuntos que implica uma permanente atitude crítica sobre aquilo

que se lê.

Esta atitude crítica exerce-se relacionando aquilo que está a ser lido com aquilo que

já conhecemos e com as opiniões que temos sobre o assunto.

Velocidade de leitura - A velocidade de leitura deve ser adaptada à natureza dos

textos. Será mais lenta quanto mais complexos eles forem.

A leitura deve ser feita com a cabeça imóvel (apenas os olhos se deslocam), sem

acompanhar as palavras com o dedo ou um lápis.

A leitura deve ser puramente visual, isto é, não devemos pronunciar as palavras,

nem sequer mentalmente. (SOLÉ, 1998, p. 23)

Ao contrário daquilo que muitas pessoas pensam, a leitura não deve ser feita de forma

pausada e com lentidão, mas sim de forma decidida ou mesmo rápida. O leitor rápido, além de

poupar tempo, compreende melhor o sentido daquilo que lê. No caso de a velocidade ter sido

excessiva para a compreensão de alguma frase, deve-se solicitar que o aluno releia essa

passagem mais lentamente. Alguns autores acreditam que há uma preparação anterior a leitura

que é importante para que o aluno tenha um primeiro contato com o texto. Souza e Vargas

apud Mano (1997), sugerem algumas atividades a serem realizadas antes da leitura do texto:

O professor deve perguntar aos estudantes o que eles sabem sobre o assunto a ser

discutido, e colocar no quadro as ideias expostas pelos alunos. (a) Material extra como artigos

ou filmes também pode ser usado a fim de gerar mais interesse nos estudantes; (b) Fazer com

que os alunos relacionem o tópico a ser discutido com sua vida pessoal e suas experiências;

(c) Escrever no quadro as palavras que possam vir a causar dúvidas ou dificuldades aos

estudantes, pois entendendo as palavras principais o texto ficará bem mais claro para o aluno.

Pedir que os estudantes, em grupos, tentem descobrir o sentido daquelas palavras sem o uso

do dicionário; (d) As atividades a serem realizadas durante a leitura do texto são chamadas

“estratégias”, e têm como objetivo ajudar o aluno a compreendê-lo melhor; (e) A turma é

dividida em grupos, cada membro do grupo resume uma parte do texto e depois apresenta

para a turma; (f) Individualmente ou em pares, os alunos devem pegar um parágrafo ou trecho

do texto e resumir em apenas uma frase. Todos os alunos apresentam esta síntese, que em seu

conjunto servirá como um esquema para a compreensão do texto; (g) Apresentar paráfrase de

partes do texto e pedir aos alunos que encontrem a parte correspondente no texto.

Souza e Vargas segundo Medina (1998) acreditam que para obter um bom

desenvolvimento de uma aula de leitura o professor deve oferecer uma variedade de tipo de

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textos para que os alunos familiarizem-se com as características de cada um; outro fator

importante para Medina é proporcionar atividades de pré-leitura que favoreçam a

compreensão de texto; desenvolver diferentes estratégias em aula, como leitura superficial,

procura por informações específicas e inferência de sentido a palavras.

Freire (1992, p. 158) afirma que “a leitura do mundo precede a leitura da palavra”, e

a compreensão do texto a ser desenvolvida abarca a percepção das relações entre o texto e o

contexto.

O incentivo oferecido pelo educador para que a criança desenvolva a escrita e a

leitura, é muito importante já nas primeiras séries, porque mostra à criança a função social da

escrita e propõe atividades significativas, para que pratique, conheça, crie e aplique o

conhecimento, através da linguagem escrita, pois é lendo e escrevendo que se aprende. Sendo

assim, as estratégias devem ser desenvolvidas desde as primeiras séries para que o aluno

desenvolva um ensino médio melhor.

2.1. Estratégias Cognitivas e Metacognitivas

As estratégias cognitivas dizem respeito ao resultado de uma tarefa, e as

metacognitivas, à eficiência desse resultado.

Para Firak apud Solé (1998), que é uma pesquisadora da área de leitura que aborda a

psicolingüística, as estratégias de leitura “são procedimentos de caráter elevado, que

envolvem a presença de objetivos a serem realizados, o planejamento das ações que se

desencadeiam para atingi-los, assim como sua avaliação e possível mudança”.

A autora destaca que no ensino da leitura devem ser considerados a elaboração e o

uso de procedimentos gerais, que possam ser transferidos, sem muitas dificuldades, para

diversas situações de leituras. Ela destaca algumas estratégias para o leitor utilizar e dessa

forma poder compreender o que está lendo: (a) Antes da leitura: estratégias para o leitor se

definir seus objetivos de leitura e atualizar os conhecimentos prévios que podem ser

descartados; (b) Durante a leitura: estratégias que permitem ao leitor definir inferências,

avaliar e comprovar sua compreensão no momento da leitura e tomar decisões apropriadas

mediante os erros ou falhas nessa compreensão; (c) Depois da leitura: estratégias para o

leitor relembrar o conteúdo e a ampliar o conhecimento que obteve no momento da leitura.

(SOLÉ, 1998, p. 72).

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2.2. Procedimentos de Leitura

Segundo a matriz de língua portuguesa do Inep (2011), os procedimentos de leitura

consistem nas habilidades utilizadas para localizar informações explícitas e compreender as

implícitas em um texto. As informações implícitas exigem maior habilidade para que possam

ser compreendidas, visto que exigem do leitor que explore o texto e reconheça o que não está

registrado no texto e sim pressuposto ou subentendido.

Nem sempre os textos apresentam uma linguagem literal. O professor deve, então,

auxiliar o aluno a desenvolver a capacidade de reconhecer novos sentidos atribuídos às

palavras dentro de um texto. A tarefa do leitor competente é, portanto, compreender o sentido

geral do texto.

É importante ressaltar que, além de localizar informações explícitas, identificar as

informações implícitas e o tema de um texto, deve-se também diferenciar os fatos

apresentados da opinião formada acerca desses fatos diferentes gêneros textuais. Reconhecer

essa diferença é essencial para que o aluno possa desenvolver uma opinião crítica, de modo

que seja capaz de distinguir o que é um fato, um acontecimento, da interpretação que lhe é

dada pelo autor do texto.

Ter a capacidade de ler e interpretar um texto é uma das exigências na maioria dos

concursos, vestibulares e em qualquer momento da vida cotidiana. Dessa forma é

extremamente necessário utilizar-se de alguns procedimentos básicos de leitura para

conseguir entender um texto. Um dos procedimentos mais utilizados pelos alunos é a

marcação da palavra-chave, que é um termo que se utiliza para sintetizar as ideias principais,

ou seja, marcar ideias importantes do texto, tornando-o mais claro. Outro procedimento

bastante comum é grifar ou sublinhar passagens importantes do texto, esse procedimento

também tem a intenção de marcar ideias importantes de forma organizada facilitando a

compreensão dos assuntos e temas do texto.

Outros procedimentos para entender um texto consistem em articular leitura atenta e

produção de fichamento e resumo. Este constitui o registro fiel das principais ideias contidas

no texto, observando os assuntos mais significativos em cada parágrafo, ao mesmo tempo

deve-se ler o texto para que possa ser feita uma correlação entre todas as partes essenciais,

observando com atenção o título, subtítulos, negritos entre outros. O fichamento é eficiente

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para se registrar as informações fundamentais, de forma organizada, começando com

especificações sobre autor, título, editora, ano, edição, etc.

Quando o texto permite que as articulações sejam visualizadas, é possível utilizar o

esquema, que tem como objetivo a fixação das principais informações do texto. A paráfrase é

utilizada quando se quer escrever um texto com base nas ideias de outro, em uma paráfrase é

possível ampliar ou reduzir uma passagem, tornando-a compreensível com uma linguagem

mais simples. Solé (2008, p.61) faz afirmações em relação a procedimentos de leitura:

O leitor que compreende o que lê, está aprendendo, pois a leitura nos aproxima de

múltipla cultura.

Inúmeras vezes lemos com uma finalidade clara de aprender. E quando isso

acontece, utilizamos uma série de estratégias e procedimentos de leitura.

2.3. EJA – Estratégias e procedimentos de leitura para ensino na modalidade de EJA

– Educação para Jovens e Adultos

A pesquisa de campo foi realizada em turma de alunos de 3º ano do ensino médio,

porém as estratégias e os procedimento aplicam-se também à Educação para Jovens e Adultos

(EJA). Em razão disso, inseriu-se, neste ponto do texto, informações fundamentais sobre EJA,

que tem como objetivo proporcionar um ensino de qualidade para pessoas adultas que não

tiveram a oportunidade de estudar na infância e na adolescência. A EJA é um projeto

oferecido principalmente, em escolas públicas de ensino fundamental e médio. As matérias

são: Língua Portuguesa, Matemática, Artes e Estudos da sociedade e da natureza. Além

dessas matérias, em algumas escolas são oferecidos também cursos “extras” como,

Informática, Cabeleireiro, Manicure, entre outros. Esses cursos são oferecidos visando à

inclusão do aluno no mercado de trabalho, já que a EJA também é uma preparação básica para

o trabalho.

Os alunos da EJA, geralmente, têm pouco domínio de leitura, pelo fato de muitas

vezes, ser um dos principais fatores que excluem estas pessoas da sociedade e também

contribuindo para que a leitura torne-se um obstáculo em sua aprendizagem. Pelo fato de ser

uma prática distante em suas vidas e em suas atividades diárias. Para Magda Soares:

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(...) na escola frequentada pelas classes populares. (...) a leitura se apresenta como

uma necessidade para atender ao modo de produção das sociedades contemporâneas

e para responder às exigências da cultura dominante, que se organiza,

fundamentalmente, pela linguagem escrita. Saber ler ‘para arranjar serviço’ (...). Em

oposição, alunos e pais de alunos das classes privilegiadas apontam a importância da

leitura ‘como forma de lazer’(...). (SOARES, 1995, p. 48/49).

Sendo assim, a escola atribui ao ensino da leitura, a característica de principal

instrumento de conhecimento, para que o indivíduo esteja apto a integrar-se na sociedade.

Porém, a leitura é algo mais amplo que apenas uma forma de integração, ela deve ser

compreendida pelo sujeito leitor, de forma que ele possa compreender, refletir e interpretar

sobre um determinado assunto. Para que isso ocorra é preciso utilizar algumas estratégias e

procedimentos de leitura, pois a EJA apresenta diversas dificuldades em relação a

procedimentos nessa área. Silva explica:

As teorias clássicas na área da leitura explicitam três posturas distintas para um

leitor na sua interação com os textos: o ler as linhas, o ler nas entrelinhas e o ler para

além das linhas. Acreditamos que é exatamente esta terceira postura, a de ler para

além das linhas que melhor caracteriza o trabalho de interlocução de um leitor

crítico. (SILVA, 1998, p.34).

Assim, pode-se dizer que o processo de conhecer, tem a finalidade de dar origem,

portanto, às habilidades instrumentais. Estas habilidades consistem nas competências

adquiridas pelos alunos para que a leitura se torne de fácil compreensão. Para que sejam

obtidos melhores resultados na hora de compreender um texto é preciso utilizar uma série de

procedimentos que são necessários para que o caminho se torne mais fácil. Freire (1997, p.3)

nos lembra de que a leitura do mundo precede a palavra, com isso percebemos que para uma

pessoa aprender a ler não é necessário o ensino da gramática. O professor (mediador) é

importante para a base desse processo, por isso, deve investir na funcionalidade da leitura,

fornecendo tipos variados de textos, para que os alunos aprendam a estruturar o seu

vocabulário, introduzindo a coesão e a coerência.

Nesse aspecto, acredita-se que quando o aluno entra em contato com um texto ou

com um enunciado, está havendo uma comunicação entre ambos. Nesse caso o leitor está

adquirindo informações. Solé afirma que:

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A estratégia tem em comum com todos os demais procedimentos sua utilidade para

regular a atividade das pessoas, à medida que sua aplicação permite selecionar,

avaliar, persistir ou abandonar determinadas ações para conseguir a meta que nos

propomos. (SOLÉ, 1998, p.69).

É fundamental o ensino das estratégias de leitura, é a partir daí, que o leitor consegue

construir os seus próprios significados, utilizando-os de forma inteligente. Geralmente, isso

ocorre com conteúdos e devem ser praticados no ensino. Para Solé o ensino das estratégias

deve permitir um planejamento de atividades durante a leitura geral do aluno. As estratégias

podem ser uma maneira facilitadora para a compreensão textual, uma estratégia de leitura é

um amplo esquema para obter, avaliar e utilizar informações.

Antes da leitura, as estratégias são utilizadas para despertar o interesse do aluno em

ler, fornecendo-lhe recursos para que tenha segurança na hora da atividade de leitura. Durante

a leitura, é a fase em que temos a maior parte da compreensão, onde o leitor deve se esforçar

para que seja possível a compreensão do texto, é a hora de formular previsões e perguntas

sobre o texto, recapitular o que foi lido e esclarecer dúvidas. Após a leitura algumas

estratégias são “reutilizadas”, como a extração das ideias principais, elaboração de resumos,

tanto oral quanto escrito e perguntas sobre o texto lido.

3. METODOLOGIA DE PESQUISA

A metodologia utilizada segue alguns princípios de cunho etnográfico, para André

(1995 apud Spradley 1980), o estudo etnográfico é um trabalho descritivo de uma cultura cujo

objetivo principal é buscar entender o modo de vida de um dado grupo social a partir do ponto

de vista deste. O autor aponta outras características desse tipo, como a interação constante

entre o pesquisador e o objetivo pesquisado; a preocupação com o significado dado pelo

grupo às situações e ações vividas; e a descrição e a indução como elementos essenciais na

análise dos dados.

O método de abordagem utilizado foi a pesquisa qualitativa, que é aquela em que o

pesquisador busca averiguar alguns resultados, procurando descrever informações levantadas

por meio de certo número de pessoas com quem o pesquisador procura estabelecer contato

bem próximo. Esse tipo de pesquisa requer o levantamento de informações.

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Pode ser utilizado tanto sob o aspecto qualitativo, uma vez que pode incluir a

intenção, significados, valores, etc. A metodologia qualitativa ajuda a compreender

o processo de experimentação clínica e explica por que uma intervenção, às vezes,

não é positiva. (LAKATOS, 2006, p.112).

Acreditamos, então, que o melhor procedimento deve ser a combinação de

metodologias e técnicas, proporcionando uma ampliação na concepção do pesquisador, que

oferece maior flexibilidade no modo de pensar e agir.

O instrumento de pesquisa utilizado neste estudo foi um questionário composto por

dez questões, sendo nove fechadas e uma aberta, destinada aos alunos de uma mesma turma,

visando identificar que tipo de texto os mesmos preferem ler, se gostam de ler, o que

costumam ler e qual a importância da leitura para sua formação, além de procurar perceber até

que ponto os alunos receberam orientações voltadas para as estratégias e procedimentos de

leitura.

O emprego do questionário enquanto técnica de coleta de dados envolve o

levantamento de uma grande quantidade de dados. Marconi e Lakatos (2006, p. 203) definem

o questionário como “um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada

de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”.

Essa técnica de investigação consiste em um formulário de questões abertas e/ou

fechadas que será entregue para o investigado com a finalidade de compreender o ponto de

vista de cada um. No questionário deve conter informações sobre a pesquisa que está sendo

feita, os objetivos e a importância das respostas corretas. As informações devem ser sigilosas

o seu preenchimento deve ser adequado.

As questões devem ser objetivas e claras. Podem ser abertas quando o respondente

expressa livremente suas opiniões; fechadas quando as opções das respostas são

dadas, e mistas, apresentando uma função dos dois tipos mencionados. Antes da

aplicação do questionário devemos realizar um pré-teste com algumas pessoas, para

identificar os aspectos que podem ser aperfeiçoados no instrumento. (MATOS e

VIEIRA, 2001, p.61).

O contexto da pesquisa foi uma turma do 3° ano ensino médio de uma escola pública

de ensino médio do DF, do turno noturno. Esta escolha justifica-se pelo fato de os alunos do

3°ano do ensino médio estarem em fase de preparação para o vestibular, momento em que as

estratégias e os procedimentos de leitura são fundamentais para o ingresso na universidade.

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Os sujeitos da pesquisa foram 20 alunos do 3º ano do ensino médio que tem entre 19

e 37 anos de idade. A opção por alunos do 3° ano do ensino médio explica-se pelo fato deste

ser um período importante para os estudantes que estão prestes a concluir a educação básica.

E a leitura auxilia estes alunos em todas as outras atividades tornando-se elemento

fundamental na aprendizagem.

A pesquisa de campo foi realizada por meio de aplicação de questionário. Este

instrumento de pesquisa conta com vantagens em relação a outras técnicas de pesquisa de

campo.

Os interesses de leitura variam entre indivíduos, e a existência manifesta-se de uma

forma clara, quando se comparam alunos de uma mesma idade. O interesse pela leitura entre

os adolescentes é afetado por inúmeras variáveis. André (1995 apud Marshall 1988) destaca

as seguintes: a existência de uma ampla gama de livros publicados, o que prejudica a seleção

por parte dos alunos e as estratégias adequadas para desenvolver a leitura.

Cada ser humano é um “mundo” de diferenças, cada um tem necessidades próprias e

pessoais para compreender o que leem. Quando se faz um planejamento em relação ao tipo de

leitura desejado, seria de grande importância, primeiro fazer um planejamento em relação ao

que ler e quais as estratégias e os procedimentos podem ser utilizados nesse momento.

O professor seria a pessoa indicada para ajudar a criar condições adequadas para

motivar o aluno-leitor. Para seu trabalho do dia a dia há que ter critérios de seleção de texto,

que devem ser definidos de acordo com as experiências de leitura dos alunos.

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

VOCÊ GOSTA DE LER?

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Ao questionar se os alunos gostam de ler a maioria disse que sim, porém uma

porcentagem significativa disse que não, simplesmente informaram que acham chato, mas não

souberam expressar concretamente o motivo. Isso significa que ao desenvolver uma atividade

de leitura é necessário um empenho por parte do professor para estimular em seus alunos o

prazer e o gosto pela leitura. Segundo Silva (1998, p. 75), "ler é um direito de todos e, ao

mesmo tempo, um instrumento de combate à alienação e à ignorância". A leitura deve estar

relacionada com uma liberdade na leitura por prazer, compreender e criticar o que foi lido,

possibilitando a interação entre autor e leitor através do texto.

O QUE VOCÊ COSTUMA LER?

70%

30%

SIM

NÃO

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Este gráfico demonstra que as obras literárias despertam o interesse da maioria dos

alunos, pois são estórias envolventes que fazem com que o autor interaja com o leitor. Outro

fato que se pode destacar é que esse é um dos materiais mais utilizados para atividades de

leitura em sala de aula.

Segundo Kleiman, 2004, p.47 A leitura é um processo complexo que acontece quando

pensamento e linguagem interagem.

Os jovens leitores geralmente não se interessam pelas obras mortas do passado. Mas

pode se tornar interessante tudo que, de alguma forma, dialoga com o presente e contribui

para que ele compreenda melhor o contexto.

40%

20%

20%

20%

OBRAS LITERÁRIAS

REVISTAS DE NOTÍCIAS

JORNAIS

OUTROS

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19

VOCÊ AVALIA QUE LER É IMPORTANTE PARA SUA FORMAÇÃO?

Muitas vezes os alunos se veem obrigados a ler, sendo a leitura prazerosa ou não. A

leitura que, no início da vida escolar dos estudantes começou por prazer, na fase adulta

começou a ser cada vez mais induzida ou até mesmo imposta, pois agora está em jogo a

formação acadêmica de cada um. Os alunos que consideraram a leitura relevante são alunos

que escolheram profissões onde a leitura não é uma atividade muito utilizada.

Para Kleiman (2004, p.77), “a leitura em sala de aula não está somente ligada às salas,

mas também a todos os elementos que nos cercam”. Dessa maneira, é preciso dinamizar o

ensino da leitura e desenvolver um trabalho de conscientização dos alunos e também da

escola e do corpo docente quanto à importância dessa habilidade.

75%

25%

SIM

NÃO

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20

VOCÊ FOI INCENTIVADO A LER?

Esse gráfico mostra a grande dificuldade dos alunos que fazem parte do grupo de

segmento de educação de jovens e adultos (EJA). Muitos não tiveram a oportunidade de

cursar o ensino regular no tempo adequado e muitas vezes as condições sociais não

permitiram as práticas de leitura.

No segmento do EJA o estudo do conteúdo se dá de maneira mais rápida, não sendo

reservado tempo suficiente e adequado para a prática de leitura. Para Vygotsky (1984, p.31),

“a educação escolarizada e o professor têm um papel singular no desenvolvimento do

indivíduo”.

60%

40%

SIM

NÃO

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POR QUEM?

Quando os alunos foram questionados se foram incentivados a ler o que responderam

sim, foram questionados também por quem foram incentivados.

Conforme exposto durante a pesquisa a escola tem papel fundamental na formação do

leitor, pois desde o início da vida escolar o aluno é incentivado a ler leituras prazerosas e mais

tarde textos científicos ou filosóficos que geralmente não são tão prazerosos, pois depende do

interesse de cada aluno.

A teoria de Vygotsky defende que “a escola deve incentivar a prática da leitura e o

educador deve ser o mediador desse processo”, a família e os amigos também são importantes

nesse processo, porém para a escola é uma missão.

85%

10%

5%

ESCOLA

FAMÍLIA

AMIGOS

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VOCÊ FREQUENTA A BIBLIOTECA DE SUA ESCOLA?

A biblioteca oferta leitura para todos os gostos, uma biblioteca deve ofertar diversas

opções desde os científicos, para que os alunos realizem suas pesquisas, até os literários que

os possibilitem a leitura por prazer. Para Silva (1998, p.25) apud Vieira (1997, p.8):

A biblioteca é por excelência o lugar de acesso a livros, coleções, periódicos,

jornais, gibis. Enfim aos mais variados tipos e alternativa de material impresso.

Além disso, espaço com lápis e papel, para que um leitor inspirado tenha a chance

de fazer os registros, copiar um poema que o fascinou, um título de romance para

recomendar a um colega, ou simplesmente escrever algo interessante. Silva (1998,

p.25) apud Vieira (1997, p.8)

Portanto a biblioteca é o local de acesso e de inspiração da leitura. Toda escola deve

dispor de uma biblioteca para que os alunos tenham acesso à leitura e à pesquisa e os

professores devem incentivar o seu uso.

90%

7% 3%

SEMPRE

ÀS VEZES

NUNCA

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NAS AULAS DE PORTUGUÊS, A LEITURA SE DÁ SOMENTE NOS TEXTOS DO

LIVRO DIDÁTICO?

O livro didático é um veículo importante para a prática de leitura. Porém é importante

utilizar outros textos para complementar a informação expressa no livro didático e até mesmo

para incentivar a discussão sobre as informações passadas. Soares (1995, p.19) acredita que

"O livro didático é necessário e eficaz, mas se deixar dirigir, exclusivamente, por ele, é

renunciar à liberdade que o professor tem, pode e deve ter".

80%

20%

SIM

NÃO

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SEU PROFESSOR REALIZA ATIVIDADES DE LEITURA:

Nessa turma as atividades de leitura são realizadas durante as aulas de Língua

Portuguesa, que ao longo do 1º bimestre foram voltadas para a compreensão leitora.

Segundo Solé (1998, p.24):

Um processo constante de emissão e verificação de hipóteses que levam à

construção da compreensão do texto e do controle desta compreensão - de

comprovação de que realmente a compreensão ocorre. (SOLÉ, 1998, p.24).

A leitura é o meio mais eficiente de desenvolvimento e enriquecimento da

personalidade de cada pessoa, as atividades de leitura quanto mais frequentes, mais

possibilitam a compreensão do conteúdo.

0

98%

0 2%

UMA VEZ POR SEMANA

DUAS VEZES POR SEMANA

TRÊS VEZES POR SEMANA

OUTROS

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25

SEU PROFESSOR APRESENTA DIFERENTES ORIENTAÇÕES PARA A LEITURA

DE UM TEXTO?

O professor deve orientar corretamente as práticas de leitura, para que os alunos

aprendam corretamente as estratégias e os procedimentos e consigam alcançar um nível de

compreensão leitora que os permita reproduzir as informações contidas nos textos lidos. Para

Solé (1998, p. 54) As estratégias de compreensão leitora estão expostas em cada uma das

etapas da sequência didática, para antes, durante e depois da leitura.

75%

25%

SIM

NÃO

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AO REALIZAR UMA ATIVIDADE DE LEITURA, O QUE VOCÊ FAZ PARA SABER

O ASSUNTO/TEMA DO TEXTO?

Esse gráfico demonstra claramente que se trata de uma turma de alunos que tem

dificuldades em relação à leitura. Isso ocorre por que ainda não aprenderam a utilizar as

estratégias e dos procedimentos para promover a leitura de maneira prática. Segundo Valle

(2008, p.25 apud Solé (1988) diz que:

As estratégias de leitura são as ferramentas necessárias para o

desenvolvimento da leitura proficiente. Sua utilização permite compreender e

interpretar de forma autônoma os textos lidos e pretende despertar o professor

para a importância em desenvolver um trabalho efetivo no sentido da

27%

1% 1%

67%

4%

LÊ O TÍTULO

LÊ O 1º PARÁGRAFO

LÊ O ÚLTIMO PARÁGRAFO

LÊ O TEXTO TODO

OUTROS

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formação do leitor independente, crítico e reflexivo. Valle (2008, p.25 apud

Solé (1988).

Pode-se perceber que por não saber realizar uma leitura eficiente, muitos alunos

consideram a leitura chata e cansativa, demonstrando dessa forma desinteresse pela leitura.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa aqui apresentada procurou mostrar algumas estratégias e procedimentos

de leitura, como mecanismos a serem utilizados pelos alunos para a compreensão textual. As

estratégias e os procedimentos de leitura é assunto debatido atualmente por vários estudiosos,

a fim de conhecerem o processo de compreensão e significação de um texto.

Dessa forma, decidimos pesquisar algumas estratégias e procedimentos de leitura em

uma turma de 3° ano do Ensino Médio que podem ser aplicados ao EJA, que apresenta uma

diversidade grande em relação à identidade dos alunos, a grande maioria são trabalhadores,

não têm tempo de estudar e quase sempre não têm contato algum com a leitura. Esses alunos

precisam de um estímulo para dar continuidade aos estudos e para que isso ocorra devem ser

utilizadas estratégias e procedimentos viabilizando um desempenho positivo para que

continuem em busca de seu crescimento pessoal e intelectual.

Compreendemos que de acordo com os autores citados nesta pesquisa, as estratégias

e os procedimentos de leitura, devem visar à aprendizagem do aluno de forma condizente com

a sua realidade, para que estes sejam preparados para a sociedade contemporânea. Desse

modo, para que o aluno adquira o hábito de leitura ele deve utilizar essas “técnicas” de acordo

com a sua necessidade individual, priorizando a importância da leitura e do saber, já que os

alunos do EJA tendem a ser mais participativos, por não serem mais jovens e trazerem

consigo uma história de vida.

(...) deve permitir aos jovens e adultos adquirirem o conjunto dos conhecimentos

necessários à melhoria de suas condições de vida e de trabalho. Além de criar

condições que contribuam para o desenvolvimento da comunidade. (SOUZA, 1998,

p. 41).

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Contudo, observamos que a relevância dessa pesquisa está no fato de conhecer e

identificar algumas estratégias e procedimentos de leitura que podem ser utilizados pelos

alunos, entendendo que o ato de ler torna-se imprescindível na busca pela formação de novos

leitores. Vale ressaltar também a importância do mediador como incentivador dessa atividade,

que é um processo comunicacional, onde o leitor é também é um construtor de novas ideias.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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SOARES, Magda. Língua escrita, sociedade e cultura. Revista Brasileira de Educação, Belo

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ANEXOS

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31

Prezado aluno,

Sua participação, respondendo este questionário com sinceridade, é de suma importância para o

trabalho que pretendemos realizar, analisando as estratégias e os procedimentos de leitura e sua

importância.

Sexo: ( ) masculino ( ) feminino

Idade: _____________________

1- Você gosta de ler?

( ) Sim ( ) Não

2- O que gosta de ler?

( ) Romance ( ) Contos Policiais

( ) Crônicas ( ) Poesias

( ) Didáticos ( ) Religiosos

( ) Outros

3- Ler é importante para sua formação?

( ) Sim ( ) Não

Por quê?

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

4- Você foi incentivado a ler?

( ) Sim ( ) Não

5- Por quem?

( ) Escola ( ) Família ( ) Amigo

6- Qual é a escolaridade dos seus pais?

( ) 5º ao 7º ano ( ) 7º ao 1º ano do Ensino médio

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( ) Nenhuma ( ) Outros

7- Você observa a leitura no seu ambiente familiar?

( )Sim ( )Não ( ) Às vezes

8- Seu professor realiza atividades com a leitura pelo menos duas vezes por

semana?

( ) Sim ( ) Não

9- Quantos livros você já leu, desde o começo deste ano?

( ) 3 ( ) 6 ( ) 8 ( ) Nenhum

10- Ao realizar uma atividade de leitura, o que faz para saber o assunto do texto?

( ) Lê o título ( ) Lê o 1º parágrafo

( ) Lê o último parágrafo ( ) Lê o texto todo

( ) Outros:________________________________________________