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CURSO DE LETRAS MAGISTÉRIO:
LÍNGUAS PORTUGUESA E ESPANHOLA
ESTRATÉGIAS E PROCEDIMENTOS DE LEITURA EM TURMA DE 3º ANO DO
ENSINO MÉDIO
Alcimeri Gomes Fiadinho
Eunice Guerra de Sousa
Taguatinga – DF
Junho de 2013
CURSO DE LETRAS MAGISTÉRIO:
LÍNGUAS PORTUGUESA E ESPANHOLA
ESTRATÉGIAS E PROCEDIMENTOS DE LEITURA EM TURMA DE 3º ANO DO
ENSINO MÉDIO
Alcimeri Gomes Fiadinho
Eunice Guerra de Sousa
Artigo apresentado como requisito
obrigatório para a avaliação da disciplina de
TCC II, Curso de Letras: Magistério
Português e Espanhol sob a orientação da
professora Maria das Graças Martins Pinto de
Carvalho.
Taguatinga – DF,
Junho de 2013
“Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os
pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez,
com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra
diante vai ser diferente.”
Carlos Drummond de Andrade
Dedicamos esta pesquisa primeiramente a Deus que nos deu a vida e mil motivos para vivê-la
dia-a-dia de maneira intensa e proveitosa.
Aos nossos pais, irmãos, cônjuges, filhos e amigos pela paciência, compreensão, amor e
dedicação.
Aos nossos professores que nos transmitiram conhecimento ao longo do curso de letras a fim
de que obtivéssemos bons resultados.
E finalmente à nossa orientadora, professora Maria das Graças Martins Pinto de Carvalho,
pela sabedoria, paciência e orientação imprescindíveis nessa longa jornada de pesquisa e
elaboração do artigo.
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1. INTRODUÇÃO
Ao conjunto de temas que se situam além do campo de preocupação tradicional das
áreas curriculares, pode-se adicionar uma dimensão capacitadora, a leitura, que deve ser
inscrita como elemento constitutivo de toda área curricular. Leitura e aprendizagem se
constituem mutuamente. E, para agir como se aprendizagem e leitura fossem atividades
constitutivas faz-se necessário pensar na leitura como uma prática central de todas as
atividades curriculares e, no professor, qualquer que seja sua área de especialização, como
professor de leitura.
Ao chegar à escola o aluno já cumpriu uma série de etapas prévias que o capacitaram
a aprender a ler. As atividades de leitura requerem motivação bem cuidada para que sejam
realmente produtivas e para que isso ocorra é necessário desenvolver estratégias de leitura que
facilitem essas atividades.
A escolha do tema As Estratégias e os Procedimentos de Leitura em Turma de 3º ano
de Ensino Médio surgiu após as observações realizadas em turmas de ensino médio ao cursar
a disciplina de Estágio Supervisionado I e II, notou-se a dificuldade dos professores em
utilizar estratégias que ajudem os alunos a interpretar textos e consequentemente dos alunos
em tudo que se relaciona à leitura.
A motivação para esse trabalho foi a necessidade de ajudar o aluno a compreender e
desvendar o sentido do texto, utilizando a capacidade crítica de julgar o que leu e armazenar
as informações lidas.
Com este trabalho foi possível conhecer e identificar estratégias e procedimentos
eficientes que nos possibilitem utilizar futuramente em sala de aula, de forma com que o
aluno passe a participar mais e melhor das aulas, com interesse em dar sua opinião oralmente
e por escrito e a buscar argumentos para fundamentar seu ponto de vista. Neste processo,
embora o aluno seja o protagonista, o professor, como mediador, também tem um papel de
destaque.
O objetivo desta pesquisa foi compreender a importância das estratégias e dos
procedimentos de leitura utilizados por professores no processo pedagógico em turma de 3º
ano do Ensino Médio, observando a utilização de estratégias e os procedimentos de leitura no
trabalho em sala de aula como suporte ao trabalho do professor. Analisando e descrevendo a
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relação entre as estratégias e os procedimentos de leitura e a compreensão de textos
manifestadas pelos alunos durante o processo de leitura em sala de aula. Estas estratégias e
procedimentos também aplicam-se à turmas de EJA – Educação de Jovens e Adultos.
Existem diversos estudos relacionados a esse tema “A formação do leitor competente
- Estratégias de Leitura” (Valle, 2008), “Leitura orientada- método de treinamento” (Ferreira,
1971), isso explica-se pelo fato de a leitura ser atividade cognitiva por excelência, sobre a
qual se fundamenta todo o processo de desenvolvimento escolar; entretanto, ela tem sido
considerada responsabilidade exclusiva do professor de Língua Portuguesa. Isto ao mesmo
tempo em que se consiste que um dos objetivos primordiais da escola é a formação de cidadão
crítico. Como ser um cidadão crítico sem ser leitor crítico, e como ser um leitor crítico sem
ser leitor é um questionamento que poucas vezes tem o espaço que sua discussão merece no
âmbito do planejamento escolar, apesar da crise de leitura que vem sendo denunciada
periodicamente pela mídia, pela universidade, pela escola, desde a década de 70.
A maioria desses estudos, porém, estão centrados em investigar se os alunos sabem
ler e interpretar textos e não no que os alunos se interessam em ler e como essas leituras
podem auxiliar no processo de aprendizagem.
Muitos estudantes desperdiçam grande parte do tempo lendo materiais cujo
significado não está bastante claro para eles. Diante disso decidimos realizar uma pesquisa
acerca das estratégias e procedimentos de leitura em turma de 3º ano do ensino médio.
A relevância deste estudo está na possibilidade de comprovar os resultados de
pesquisas anteriores sobre a importância de desenvolver estratégias e procedimentos de leitura
com os alunos e as relações entre as estratégias e os procedimentos de leitura e o
desenvolvimento da aprendizagem. Conscientizar professores de que as estratégias e os
procedimentos de leitura são fundamentais não só para o estudo de Língua Portuguesa, mas de
todas as disciplinas, para que a leitura seja objetiva e as aulas sejam mais proveitosas.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
O monitoramento do processo de aprendizagem é essencial ao sucesso acadêmico.
Vygotsky (1984, p.31) destaca, que “a educação escolarizada e o professor têm um papel
singular no desenvolvimento do indivíduo”. As estratégias de leitura podem ser ensinadas
para alunos de baixo rendimento escolar, porém os estudantes bem sucedidos apresentam
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melhores capacidades de monitoramento, sendo capazes de monitorar a compreensão, o uso
de estratégias e procedimentos, entre outras atividades.
O termo “estratégia” normalmente é usado para se referir à ação de domínio e
escolha dos leitores no alcance de metas ou objetivos desejados e, portanto, é considerada
tanto uma habilidade cognitiva quanto metacognitiva.
Ornelas citado por Kleiman (2004, p.22), classifica as estratégias como:
Cognitivas como sendo as operações que o leitor realiza inconscientemente, como
por exemplo, o fatiamento sintático, que é uma operação necessária para a atividade
de leitura que o leitor pode ou não realizar, rápida ou cuidadosamente, dependendo
das necessidades que surgem no momento e que é indescritível, pois se trata de um
conhecimento implícito e difícil de ser explicado pelos indivíduos.As
metacognitivas se configuram nas operações realizadas de forma consciente,
realizadas com algum objetivo; o indivíduo é capaz de definir sua ação, como a
utiliza e, dessa maneira, como exerce o seu controle, poderá dizer se está ou não
compreendendo um texto, e qual a da leitura. (KLEIMAN, 2004, p. 22)
As estratégias de leitura são recursos aplicáveis que têm como proposta primordial
facilitar a compreensão de textos, diante disso, Souza e Vargas apud Grabe (2002) afirmam
que “As Estratégias de leitura apresentam papel fundamental na interpretação e compreensão
de textos, pois fazem com que os estudantes aumentem o nível de consciência sobre as ideias
principais em um texto e possibilitam a exploração e a organização do mesmo”.
Para Souza e Vargas apud jansen (2002), as Estratégias de leitura podem ser
definidas como planos para resolver problemas encontrados na construção do significado do
texto.
Atualmente, o aprendizado de uma língua é de grande importância, pois através dele
torna-se possível obter novos conhecimentos. Dessa forma, Souza e Vargas apud Maxwell e
Martins (2000), acreditam que é importante que os leitores prestem atenção em coisas tais
como título, letras em negrito ou itálico, palavras sublinhadas, divisões do texto, parágrafos
marcados ou discriminados em forma de itens, informações não verbais no texto tais como
gráficos, figuras, mapas ilustrados, origem do texto, do autor e ideia de quando este texto foi
escrito, pois assim a interpretação e compreensão do texto tornam-se mais fáceis.
Em muitas situações de estudo, o estudante fracassa porque suas estratégias de leitura
não são eficientes. As estratégias de leitura estão entre os principais canais de aquisição de
informação, especificamente ao fim do Educação Básica.
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Ler é um bom começo na vida de qualquer cidadão. Além de dar prazer é um
caminho que ajuda a melhorar as pessoas: aprimora o conhecimento geral, oferece subsídios
para refletir sobre o mundo e a condição humana.
Durante a infância e a adolescência o indivíduo passa por um processo de
socialização. Aprende o que é certo e o que é errado com os pais ou professores e começa a
agir de acordo com o senso comum. A leitura favorece o desenvolvimento de ideias próprias,
conceitos e valores.
Nem todos os textos são lidos da mesma maneira. Uma novela ou um manual escolar
são textos diferentes que requerem diferentes estratégias e procedimentos de leitura. Segundo
Solé (1998, p.22), pode-se distinguir três tipos básicos de leitura:
Leitura "em diagonal": A leitura "em diagonal" é uma observação "por alto" do
material escrito, com o objetivo de formar rapidamente uma ideia global do seu conteúdo.
Esta observação dá atenção aos índices, títulos, subtítulos, e partes do texto que se encontrem
em destaque. Devem ser lidos alguns parágrafos e frases ao acaso, no início, no meio e no fim
do texto.
Embora este tipo de leitura seja normalmente usado quando não se tem muito tempo
disponível, também se deve usar esta técnica como primeira leitura de um texto que se
pretende analisar.
Leitura normal: Trata-se da leitura completa do texto, de forma corrida e sem
interrupções. É o tipo de leitura usada para ler uma notícia de jornal ou uma obra literária.
Mas também vários textos de estudo requerem este tipo de leitura.
Leitura em estudo: Estudar não é apenas ler. Enquanto que a leitura completa se faz
sem interrupções, a leitura em estudo é interrompida constantemente para que se possa
analisar detalhadamente as informações, ou seja, para pensar, memorizar e efetuar registos
relativamente àquilo que se lê.
Ainda segundo Solé (1998, p.23), “os três tipos de leitura implicam procedimentos
distintos. Mas, em termos globais, pode-se considerar os seguintes aspectos praticamente
comuns a todos eles”. São eles:
Concentração - Para uma boa leitura o aluno necessita de ambiente calmo e sem
elementos perturbadores da concentração (rádio, televisão, conversas, entrada e
saída de pessoas). Um fundo musical muito baixo pode ajudar a criar ambiente para
certas pessoas.
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A leitura em estudo deve ser feita em uma mesa, de forma que os alunos possam
usar facilmente diversos materiais (outros textos, cadernos, papel de rascunho,
canetas, lápis, borracha, etc.).
Espírito crítico - Não basta soletrar para ler. É necessário desenvolver nos alunos a
compreensão dos assuntos que implica uma permanente atitude crítica sobre aquilo
que se lê.
Esta atitude crítica exerce-se relacionando aquilo que está a ser lido com aquilo que
já conhecemos e com as opiniões que temos sobre o assunto.
Velocidade de leitura - A velocidade de leitura deve ser adaptada à natureza dos
textos. Será mais lenta quanto mais complexos eles forem.
A leitura deve ser feita com a cabeça imóvel (apenas os olhos se deslocam), sem
acompanhar as palavras com o dedo ou um lápis.
A leitura deve ser puramente visual, isto é, não devemos pronunciar as palavras,
nem sequer mentalmente. (SOLÉ, 1998, p. 23)
Ao contrário daquilo que muitas pessoas pensam, a leitura não deve ser feita de forma
pausada e com lentidão, mas sim de forma decidida ou mesmo rápida. O leitor rápido, além de
poupar tempo, compreende melhor o sentido daquilo que lê. No caso de a velocidade ter sido
excessiva para a compreensão de alguma frase, deve-se solicitar que o aluno releia essa
passagem mais lentamente. Alguns autores acreditam que há uma preparação anterior a leitura
que é importante para que o aluno tenha um primeiro contato com o texto. Souza e Vargas
apud Mano (1997), sugerem algumas atividades a serem realizadas antes da leitura do texto:
O professor deve perguntar aos estudantes o que eles sabem sobre o assunto a ser
discutido, e colocar no quadro as ideias expostas pelos alunos. (a) Material extra como artigos
ou filmes também pode ser usado a fim de gerar mais interesse nos estudantes; (b) Fazer com
que os alunos relacionem o tópico a ser discutido com sua vida pessoal e suas experiências;
(c) Escrever no quadro as palavras que possam vir a causar dúvidas ou dificuldades aos
estudantes, pois entendendo as palavras principais o texto ficará bem mais claro para o aluno.
Pedir que os estudantes, em grupos, tentem descobrir o sentido daquelas palavras sem o uso
do dicionário; (d) As atividades a serem realizadas durante a leitura do texto são chamadas
“estratégias”, e têm como objetivo ajudar o aluno a compreendê-lo melhor; (e) A turma é
dividida em grupos, cada membro do grupo resume uma parte do texto e depois apresenta
para a turma; (f) Individualmente ou em pares, os alunos devem pegar um parágrafo ou trecho
do texto e resumir em apenas uma frase. Todos os alunos apresentam esta síntese, que em seu
conjunto servirá como um esquema para a compreensão do texto; (g) Apresentar paráfrase de
partes do texto e pedir aos alunos que encontrem a parte correspondente no texto.
Souza e Vargas segundo Medina (1998) acreditam que para obter um bom
desenvolvimento de uma aula de leitura o professor deve oferecer uma variedade de tipo de
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textos para que os alunos familiarizem-se com as características de cada um; outro fator
importante para Medina é proporcionar atividades de pré-leitura que favoreçam a
compreensão de texto; desenvolver diferentes estratégias em aula, como leitura superficial,
procura por informações específicas e inferência de sentido a palavras.
Freire (1992, p. 158) afirma que “a leitura do mundo precede a leitura da palavra”, e
a compreensão do texto a ser desenvolvida abarca a percepção das relações entre o texto e o
contexto.
O incentivo oferecido pelo educador para que a criança desenvolva a escrita e a
leitura, é muito importante já nas primeiras séries, porque mostra à criança a função social da
escrita e propõe atividades significativas, para que pratique, conheça, crie e aplique o
conhecimento, através da linguagem escrita, pois é lendo e escrevendo que se aprende. Sendo
assim, as estratégias devem ser desenvolvidas desde as primeiras séries para que o aluno
desenvolva um ensino médio melhor.
2.1. Estratégias Cognitivas e Metacognitivas
As estratégias cognitivas dizem respeito ao resultado de uma tarefa, e as
metacognitivas, à eficiência desse resultado.
Para Firak apud Solé (1998), que é uma pesquisadora da área de leitura que aborda a
psicolingüística, as estratégias de leitura “são procedimentos de caráter elevado, que
envolvem a presença de objetivos a serem realizados, o planejamento das ações que se
desencadeiam para atingi-los, assim como sua avaliação e possível mudança”.
A autora destaca que no ensino da leitura devem ser considerados a elaboração e o
uso de procedimentos gerais, que possam ser transferidos, sem muitas dificuldades, para
diversas situações de leituras. Ela destaca algumas estratégias para o leitor utilizar e dessa
forma poder compreender o que está lendo: (a) Antes da leitura: estratégias para o leitor se
definir seus objetivos de leitura e atualizar os conhecimentos prévios que podem ser
descartados; (b) Durante a leitura: estratégias que permitem ao leitor definir inferências,
avaliar e comprovar sua compreensão no momento da leitura e tomar decisões apropriadas
mediante os erros ou falhas nessa compreensão; (c) Depois da leitura: estratégias para o
leitor relembrar o conteúdo e a ampliar o conhecimento que obteve no momento da leitura.
(SOLÉ, 1998, p. 72).
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2.2. Procedimentos de Leitura
Segundo a matriz de língua portuguesa do Inep (2011), os procedimentos de leitura
consistem nas habilidades utilizadas para localizar informações explícitas e compreender as
implícitas em um texto. As informações implícitas exigem maior habilidade para que possam
ser compreendidas, visto que exigem do leitor que explore o texto e reconheça o que não está
registrado no texto e sim pressuposto ou subentendido.
Nem sempre os textos apresentam uma linguagem literal. O professor deve, então,
auxiliar o aluno a desenvolver a capacidade de reconhecer novos sentidos atribuídos às
palavras dentro de um texto. A tarefa do leitor competente é, portanto, compreender o sentido
geral do texto.
É importante ressaltar que, além de localizar informações explícitas, identificar as
informações implícitas e o tema de um texto, deve-se também diferenciar os fatos
apresentados da opinião formada acerca desses fatos diferentes gêneros textuais. Reconhecer
essa diferença é essencial para que o aluno possa desenvolver uma opinião crítica, de modo
que seja capaz de distinguir o que é um fato, um acontecimento, da interpretação que lhe é
dada pelo autor do texto.
Ter a capacidade de ler e interpretar um texto é uma das exigências na maioria dos
concursos, vestibulares e em qualquer momento da vida cotidiana. Dessa forma é
extremamente necessário utilizar-se de alguns procedimentos básicos de leitura para
conseguir entender um texto. Um dos procedimentos mais utilizados pelos alunos é a
marcação da palavra-chave, que é um termo que se utiliza para sintetizar as ideias principais,
ou seja, marcar ideias importantes do texto, tornando-o mais claro. Outro procedimento
bastante comum é grifar ou sublinhar passagens importantes do texto, esse procedimento
também tem a intenção de marcar ideias importantes de forma organizada facilitando a
compreensão dos assuntos e temas do texto.
Outros procedimentos para entender um texto consistem em articular leitura atenta e
produção de fichamento e resumo. Este constitui o registro fiel das principais ideias contidas
no texto, observando os assuntos mais significativos em cada parágrafo, ao mesmo tempo
deve-se ler o texto para que possa ser feita uma correlação entre todas as partes essenciais,
observando com atenção o título, subtítulos, negritos entre outros. O fichamento é eficiente
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para se registrar as informações fundamentais, de forma organizada, começando com
especificações sobre autor, título, editora, ano, edição, etc.
Quando o texto permite que as articulações sejam visualizadas, é possível utilizar o
esquema, que tem como objetivo a fixação das principais informações do texto. A paráfrase é
utilizada quando se quer escrever um texto com base nas ideias de outro, em uma paráfrase é
possível ampliar ou reduzir uma passagem, tornando-a compreensível com uma linguagem
mais simples. Solé (2008, p.61) faz afirmações em relação a procedimentos de leitura:
O leitor que compreende o que lê, está aprendendo, pois a leitura nos aproxima de
múltipla cultura.
Inúmeras vezes lemos com uma finalidade clara de aprender. E quando isso
acontece, utilizamos uma série de estratégias e procedimentos de leitura.
2.3. EJA – Estratégias e procedimentos de leitura para ensino na modalidade de EJA
– Educação para Jovens e Adultos
A pesquisa de campo foi realizada em turma de alunos de 3º ano do ensino médio,
porém as estratégias e os procedimento aplicam-se também à Educação para Jovens e Adultos
(EJA). Em razão disso, inseriu-se, neste ponto do texto, informações fundamentais sobre EJA,
que tem como objetivo proporcionar um ensino de qualidade para pessoas adultas que não
tiveram a oportunidade de estudar na infância e na adolescência. A EJA é um projeto
oferecido principalmente, em escolas públicas de ensino fundamental e médio. As matérias
são: Língua Portuguesa, Matemática, Artes e Estudos da sociedade e da natureza. Além
dessas matérias, em algumas escolas são oferecidos também cursos “extras” como,
Informática, Cabeleireiro, Manicure, entre outros. Esses cursos são oferecidos visando à
inclusão do aluno no mercado de trabalho, já que a EJA também é uma preparação básica para
o trabalho.
Os alunos da EJA, geralmente, têm pouco domínio de leitura, pelo fato de muitas
vezes, ser um dos principais fatores que excluem estas pessoas da sociedade e também
contribuindo para que a leitura torne-se um obstáculo em sua aprendizagem. Pelo fato de ser
uma prática distante em suas vidas e em suas atividades diárias. Para Magda Soares:
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(...) na escola frequentada pelas classes populares. (...) a leitura se apresenta como
uma necessidade para atender ao modo de produção das sociedades contemporâneas
e para responder às exigências da cultura dominante, que se organiza,
fundamentalmente, pela linguagem escrita. Saber ler ‘para arranjar serviço’ (...). Em
oposição, alunos e pais de alunos das classes privilegiadas apontam a importância da
leitura ‘como forma de lazer’(...). (SOARES, 1995, p. 48/49).
Sendo assim, a escola atribui ao ensino da leitura, a característica de principal
instrumento de conhecimento, para que o indivíduo esteja apto a integrar-se na sociedade.
Porém, a leitura é algo mais amplo que apenas uma forma de integração, ela deve ser
compreendida pelo sujeito leitor, de forma que ele possa compreender, refletir e interpretar
sobre um determinado assunto. Para que isso ocorra é preciso utilizar algumas estratégias e
procedimentos de leitura, pois a EJA apresenta diversas dificuldades em relação a
procedimentos nessa área. Silva explica:
As teorias clássicas na área da leitura explicitam três posturas distintas para um
leitor na sua interação com os textos: o ler as linhas, o ler nas entrelinhas e o ler para
além das linhas. Acreditamos que é exatamente esta terceira postura, a de ler para
além das linhas que melhor caracteriza o trabalho de interlocução de um leitor
crítico. (SILVA, 1998, p.34).
Assim, pode-se dizer que o processo de conhecer, tem a finalidade de dar origem,
portanto, às habilidades instrumentais. Estas habilidades consistem nas competências
adquiridas pelos alunos para que a leitura se torne de fácil compreensão. Para que sejam
obtidos melhores resultados na hora de compreender um texto é preciso utilizar uma série de
procedimentos que são necessários para que o caminho se torne mais fácil. Freire (1997, p.3)
nos lembra de que a leitura do mundo precede a palavra, com isso percebemos que para uma
pessoa aprender a ler não é necessário o ensino da gramática. O professor (mediador) é
importante para a base desse processo, por isso, deve investir na funcionalidade da leitura,
fornecendo tipos variados de textos, para que os alunos aprendam a estruturar o seu
vocabulário, introduzindo a coesão e a coerência.
Nesse aspecto, acredita-se que quando o aluno entra em contato com um texto ou
com um enunciado, está havendo uma comunicação entre ambos. Nesse caso o leitor está
adquirindo informações. Solé afirma que:
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A estratégia tem em comum com todos os demais procedimentos sua utilidade para
regular a atividade das pessoas, à medida que sua aplicação permite selecionar,
avaliar, persistir ou abandonar determinadas ações para conseguir a meta que nos
propomos. (SOLÉ, 1998, p.69).
É fundamental o ensino das estratégias de leitura, é a partir daí, que o leitor consegue
construir os seus próprios significados, utilizando-os de forma inteligente. Geralmente, isso
ocorre com conteúdos e devem ser praticados no ensino. Para Solé o ensino das estratégias
deve permitir um planejamento de atividades durante a leitura geral do aluno. As estratégias
podem ser uma maneira facilitadora para a compreensão textual, uma estratégia de leitura é
um amplo esquema para obter, avaliar e utilizar informações.
Antes da leitura, as estratégias são utilizadas para despertar o interesse do aluno em
ler, fornecendo-lhe recursos para que tenha segurança na hora da atividade de leitura. Durante
a leitura, é a fase em que temos a maior parte da compreensão, onde o leitor deve se esforçar
para que seja possível a compreensão do texto, é a hora de formular previsões e perguntas
sobre o texto, recapitular o que foi lido e esclarecer dúvidas. Após a leitura algumas
estratégias são “reutilizadas”, como a extração das ideias principais, elaboração de resumos,
tanto oral quanto escrito e perguntas sobre o texto lido.
3. METODOLOGIA DE PESQUISA
A metodologia utilizada segue alguns princípios de cunho etnográfico, para André
(1995 apud Spradley 1980), o estudo etnográfico é um trabalho descritivo de uma cultura cujo
objetivo principal é buscar entender o modo de vida de um dado grupo social a partir do ponto
de vista deste. O autor aponta outras características desse tipo, como a interação constante
entre o pesquisador e o objetivo pesquisado; a preocupação com o significado dado pelo
grupo às situações e ações vividas; e a descrição e a indução como elementos essenciais na
análise dos dados.
O método de abordagem utilizado foi a pesquisa qualitativa, que é aquela em que o
pesquisador busca averiguar alguns resultados, procurando descrever informações levantadas
por meio de certo número de pessoas com quem o pesquisador procura estabelecer contato
bem próximo. Esse tipo de pesquisa requer o levantamento de informações.
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Pode ser utilizado tanto sob o aspecto qualitativo, uma vez que pode incluir a
intenção, significados, valores, etc. A metodologia qualitativa ajuda a compreender
o processo de experimentação clínica e explica por que uma intervenção, às vezes,
não é positiva. (LAKATOS, 2006, p.112).
Acreditamos, então, que o melhor procedimento deve ser a combinação de
metodologias e técnicas, proporcionando uma ampliação na concepção do pesquisador, que
oferece maior flexibilidade no modo de pensar e agir.
O instrumento de pesquisa utilizado neste estudo foi um questionário composto por
dez questões, sendo nove fechadas e uma aberta, destinada aos alunos de uma mesma turma,
visando identificar que tipo de texto os mesmos preferem ler, se gostam de ler, o que
costumam ler e qual a importância da leitura para sua formação, além de procurar perceber até
que ponto os alunos receberam orientações voltadas para as estratégias e procedimentos de
leitura.
O emprego do questionário enquanto técnica de coleta de dados envolve o
levantamento de uma grande quantidade de dados. Marconi e Lakatos (2006, p. 203) definem
o questionário como “um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada
de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”.
Essa técnica de investigação consiste em um formulário de questões abertas e/ou
fechadas que será entregue para o investigado com a finalidade de compreender o ponto de
vista de cada um. No questionário deve conter informações sobre a pesquisa que está sendo
feita, os objetivos e a importância das respostas corretas. As informações devem ser sigilosas
o seu preenchimento deve ser adequado.
As questões devem ser objetivas e claras. Podem ser abertas quando o respondente
expressa livremente suas opiniões; fechadas quando as opções das respostas são
dadas, e mistas, apresentando uma função dos dois tipos mencionados. Antes da
aplicação do questionário devemos realizar um pré-teste com algumas pessoas, para
identificar os aspectos que podem ser aperfeiçoados no instrumento. (MATOS e
VIEIRA, 2001, p.61).
O contexto da pesquisa foi uma turma do 3° ano ensino médio de uma escola pública
de ensino médio do DF, do turno noturno. Esta escolha justifica-se pelo fato de os alunos do
3°ano do ensino médio estarem em fase de preparação para o vestibular, momento em que as
estratégias e os procedimentos de leitura são fundamentais para o ingresso na universidade.
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Os sujeitos da pesquisa foram 20 alunos do 3º ano do ensino médio que tem entre 19
e 37 anos de idade. A opção por alunos do 3° ano do ensino médio explica-se pelo fato deste
ser um período importante para os estudantes que estão prestes a concluir a educação básica.
E a leitura auxilia estes alunos em todas as outras atividades tornando-se elemento
fundamental na aprendizagem.
A pesquisa de campo foi realizada por meio de aplicação de questionário. Este
instrumento de pesquisa conta com vantagens em relação a outras técnicas de pesquisa de
campo.
Os interesses de leitura variam entre indivíduos, e a existência manifesta-se de uma
forma clara, quando se comparam alunos de uma mesma idade. O interesse pela leitura entre
os adolescentes é afetado por inúmeras variáveis. André (1995 apud Marshall 1988) destaca
as seguintes: a existência de uma ampla gama de livros publicados, o que prejudica a seleção
por parte dos alunos e as estratégias adequadas para desenvolver a leitura.
Cada ser humano é um “mundo” de diferenças, cada um tem necessidades próprias e
pessoais para compreender o que leem. Quando se faz um planejamento em relação ao tipo de
leitura desejado, seria de grande importância, primeiro fazer um planejamento em relação ao
que ler e quais as estratégias e os procedimentos podem ser utilizados nesse momento.
O professor seria a pessoa indicada para ajudar a criar condições adequadas para
motivar o aluno-leitor. Para seu trabalho do dia a dia há que ter critérios de seleção de texto,
que devem ser definidos de acordo com as experiências de leitura dos alunos.
4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
VOCÊ GOSTA DE LER?
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Ao questionar se os alunos gostam de ler a maioria disse que sim, porém uma
porcentagem significativa disse que não, simplesmente informaram que acham chato, mas não
souberam expressar concretamente o motivo. Isso significa que ao desenvolver uma atividade
de leitura é necessário um empenho por parte do professor para estimular em seus alunos o
prazer e o gosto pela leitura. Segundo Silva (1998, p. 75), "ler é um direito de todos e, ao
mesmo tempo, um instrumento de combate à alienação e à ignorância". A leitura deve estar
relacionada com uma liberdade na leitura por prazer, compreender e criticar o que foi lido,
possibilitando a interação entre autor e leitor através do texto.
O QUE VOCÊ COSTUMA LER?
70%
30%
SIM
NÃO
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Este gráfico demonstra que as obras literárias despertam o interesse da maioria dos
alunos, pois são estórias envolventes que fazem com que o autor interaja com o leitor. Outro
fato que se pode destacar é que esse é um dos materiais mais utilizados para atividades de
leitura em sala de aula.
Segundo Kleiman, 2004, p.47 A leitura é um processo complexo que acontece quando
pensamento e linguagem interagem.
Os jovens leitores geralmente não se interessam pelas obras mortas do passado. Mas
pode se tornar interessante tudo que, de alguma forma, dialoga com o presente e contribui
para que ele compreenda melhor o contexto.
40%
20%
20%
20%
OBRAS LITERÁRIAS
REVISTAS DE NOTÍCIAS
JORNAIS
OUTROS
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VOCÊ AVALIA QUE LER É IMPORTANTE PARA SUA FORMAÇÃO?
Muitas vezes os alunos se veem obrigados a ler, sendo a leitura prazerosa ou não. A
leitura que, no início da vida escolar dos estudantes começou por prazer, na fase adulta
começou a ser cada vez mais induzida ou até mesmo imposta, pois agora está em jogo a
formação acadêmica de cada um. Os alunos que consideraram a leitura relevante são alunos
que escolheram profissões onde a leitura não é uma atividade muito utilizada.
Para Kleiman (2004, p.77), “a leitura em sala de aula não está somente ligada às salas,
mas também a todos os elementos que nos cercam”. Dessa maneira, é preciso dinamizar o
ensino da leitura e desenvolver um trabalho de conscientização dos alunos e também da
escola e do corpo docente quanto à importância dessa habilidade.
75%
25%
SIM
NÃO
20
VOCÊ FOI INCENTIVADO A LER?
Esse gráfico mostra a grande dificuldade dos alunos que fazem parte do grupo de
segmento de educação de jovens e adultos (EJA). Muitos não tiveram a oportunidade de
cursar o ensino regular no tempo adequado e muitas vezes as condições sociais não
permitiram as práticas de leitura.
No segmento do EJA o estudo do conteúdo se dá de maneira mais rápida, não sendo
reservado tempo suficiente e adequado para a prática de leitura. Para Vygotsky (1984, p.31),
“a educação escolarizada e o professor têm um papel singular no desenvolvimento do
indivíduo”.
60%
40%
SIM
NÃO
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POR QUEM?
Quando os alunos foram questionados se foram incentivados a ler o que responderam
sim, foram questionados também por quem foram incentivados.
Conforme exposto durante a pesquisa a escola tem papel fundamental na formação do
leitor, pois desde o início da vida escolar o aluno é incentivado a ler leituras prazerosas e mais
tarde textos científicos ou filosóficos que geralmente não são tão prazerosos, pois depende do
interesse de cada aluno.
A teoria de Vygotsky defende que “a escola deve incentivar a prática da leitura e o
educador deve ser o mediador desse processo”, a família e os amigos também são importantes
nesse processo, porém para a escola é uma missão.
85%
10%
5%
ESCOLA
FAMÍLIA
AMIGOS
22
VOCÊ FREQUENTA A BIBLIOTECA DE SUA ESCOLA?
A biblioteca oferta leitura para todos os gostos, uma biblioteca deve ofertar diversas
opções desde os científicos, para que os alunos realizem suas pesquisas, até os literários que
os possibilitem a leitura por prazer. Para Silva (1998, p.25) apud Vieira (1997, p.8):
A biblioteca é por excelência o lugar de acesso a livros, coleções, periódicos,
jornais, gibis. Enfim aos mais variados tipos e alternativa de material impresso.
Além disso, espaço com lápis e papel, para que um leitor inspirado tenha a chance
de fazer os registros, copiar um poema que o fascinou, um título de romance para
recomendar a um colega, ou simplesmente escrever algo interessante. Silva (1998,
p.25) apud Vieira (1997, p.8)
Portanto a biblioteca é o local de acesso e de inspiração da leitura. Toda escola deve
dispor de uma biblioteca para que os alunos tenham acesso à leitura e à pesquisa e os
professores devem incentivar o seu uso.
90%
7% 3%
SEMPRE
ÀS VEZES
NUNCA
23
NAS AULAS DE PORTUGUÊS, A LEITURA SE DÁ SOMENTE NOS TEXTOS DO
LIVRO DIDÁTICO?
O livro didático é um veículo importante para a prática de leitura. Porém é importante
utilizar outros textos para complementar a informação expressa no livro didático e até mesmo
para incentivar a discussão sobre as informações passadas. Soares (1995, p.19) acredita que
"O livro didático é necessário e eficaz, mas se deixar dirigir, exclusivamente, por ele, é
renunciar à liberdade que o professor tem, pode e deve ter".
80%
20%
SIM
NÃO
24
SEU PROFESSOR REALIZA ATIVIDADES DE LEITURA:
Nessa turma as atividades de leitura são realizadas durante as aulas de Língua
Portuguesa, que ao longo do 1º bimestre foram voltadas para a compreensão leitora.
Segundo Solé (1998, p.24):
Um processo constante de emissão e verificação de hipóteses que levam à
construção da compreensão do texto e do controle desta compreensão - de
comprovação de que realmente a compreensão ocorre. (SOLÉ, 1998, p.24).
A leitura é o meio mais eficiente de desenvolvimento e enriquecimento da
personalidade de cada pessoa, as atividades de leitura quanto mais frequentes, mais
possibilitam a compreensão do conteúdo.
0
98%
0 2%
UMA VEZ POR SEMANA
DUAS VEZES POR SEMANA
TRÊS VEZES POR SEMANA
OUTROS
25
SEU PROFESSOR APRESENTA DIFERENTES ORIENTAÇÕES PARA A LEITURA
DE UM TEXTO?
O professor deve orientar corretamente as práticas de leitura, para que os alunos
aprendam corretamente as estratégias e os procedimentos e consigam alcançar um nível de
compreensão leitora que os permita reproduzir as informações contidas nos textos lidos. Para
Solé (1998, p. 54) As estratégias de compreensão leitora estão expostas em cada uma das
etapas da sequência didática, para antes, durante e depois da leitura.
75%
25%
SIM
NÃO
26
AO REALIZAR UMA ATIVIDADE DE LEITURA, O QUE VOCÊ FAZ PARA SABER
O ASSUNTO/TEMA DO TEXTO?
Esse gráfico demonstra claramente que se trata de uma turma de alunos que tem
dificuldades em relação à leitura. Isso ocorre por que ainda não aprenderam a utilizar as
estratégias e dos procedimentos para promover a leitura de maneira prática. Segundo Valle
(2008, p.25 apud Solé (1988) diz que:
As estratégias de leitura são as ferramentas necessárias para o
desenvolvimento da leitura proficiente. Sua utilização permite compreender e
interpretar de forma autônoma os textos lidos e pretende despertar o professor
para a importância em desenvolver um trabalho efetivo no sentido da
27%
1% 1%
67%
4%
LÊ O TÍTULO
LÊ O 1º PARÁGRAFO
LÊ O ÚLTIMO PARÁGRAFO
LÊ O TEXTO TODO
OUTROS
27
formação do leitor independente, crítico e reflexivo. Valle (2008, p.25 apud
Solé (1988).
Pode-se perceber que por não saber realizar uma leitura eficiente, muitos alunos
consideram a leitura chata e cansativa, demonstrando dessa forma desinteresse pela leitura.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa aqui apresentada procurou mostrar algumas estratégias e procedimentos
de leitura, como mecanismos a serem utilizados pelos alunos para a compreensão textual. As
estratégias e os procedimentos de leitura é assunto debatido atualmente por vários estudiosos,
a fim de conhecerem o processo de compreensão e significação de um texto.
Dessa forma, decidimos pesquisar algumas estratégias e procedimentos de leitura em
uma turma de 3° ano do Ensino Médio que podem ser aplicados ao EJA, que apresenta uma
diversidade grande em relação à identidade dos alunos, a grande maioria são trabalhadores,
não têm tempo de estudar e quase sempre não têm contato algum com a leitura. Esses alunos
precisam de um estímulo para dar continuidade aos estudos e para que isso ocorra devem ser
utilizadas estratégias e procedimentos viabilizando um desempenho positivo para que
continuem em busca de seu crescimento pessoal e intelectual.
Compreendemos que de acordo com os autores citados nesta pesquisa, as estratégias
e os procedimentos de leitura, devem visar à aprendizagem do aluno de forma condizente com
a sua realidade, para que estes sejam preparados para a sociedade contemporânea. Desse
modo, para que o aluno adquira o hábito de leitura ele deve utilizar essas “técnicas” de acordo
com a sua necessidade individual, priorizando a importância da leitura e do saber, já que os
alunos do EJA tendem a ser mais participativos, por não serem mais jovens e trazerem
consigo uma história de vida.
(...) deve permitir aos jovens e adultos adquirirem o conjunto dos conhecimentos
necessários à melhoria de suas condições de vida e de trabalho. Além de criar
condições que contribuam para o desenvolvimento da comunidade. (SOUZA, 1998,
p. 41).
28
Contudo, observamos que a relevância dessa pesquisa está no fato de conhecer e
identificar algumas estratégias e procedimentos de leitura que podem ser utilizados pelos
alunos, entendendo que o ato de ler torna-se imprescindível na busca pela formação de novos
leitores. Vale ressaltar também a importância do mediador como incentivador dessa atividade,
que é um processo comunicacional, onde o leitor é também é um construtor de novas ideias.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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FERREIRA, Tarcisio. Leitura orientada- método de treinamento. Belo Horizonte: Livraria
Atalaia, 1971.
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São Paulo: Cortez, 1988.
____________. Política e educação. São Paulo: Cortez, 1997.
FIRAK, Elizete. Estratégias de leitura para o ensino médio, aplicadas a textos
jornalísticos. Encontrado em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos
/306-4.pdf. Acesso em 09/04/2013.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª Ed. São Paulo: Atlas, 2002.
KLEIMAN, Ângela. Texto e leitor: Aspectos cognitivos da leitura. 9 ed. Campinas: Pontes,
2004.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia
científica. 6. ed. 3. reimpr. São Paulo: Atlas, 2006.
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conhecer. 21ª Ed. Fortaleza: Coleção Magister, 2001.
QUEIROZ, M. I. P. Relatos orais: do "indizível" ao "dizível. V.5. São Paulo: Vértice,
Editora Revista dos Tribunais, Enciclopédia Aberta de Ciências Sociais.
29
SILVA, Ezequiel Theodoro. Criticidade e Leitura. Ensaios. Campinas: ALB & Mercado de
Letras, 1998.
SOARES, Magda. Língua escrita, sociedade e cultura. Revista Brasileira de Educação, Belo
Horizonte, set./dez. 1995.
SOLÉ, Isabel. Alguns Procedimentos de leitura. Encontrado em: http://revistaescola
.abril.com.br/gestao-escolar/coordenador-pedagogico/alguns-procedimentos-apoio-leitura532
656.shtm. Acesso em 17/05/2013.
__________. Estratégias de Leitura. Trad. C. Shilling. Porto Alegre: Artmed, 1998.
SOUZA, Antonio Escandiel de; VARGAS, Fernanda de Carvalho. Oficina de leitura em
língua estrangeira: construindo o conhecimento através da interação na sala de aula.
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VALLE, Maria de Jesus Ornelas. A formação do leitor competente: estratégias de leitura.
Encontrado em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/461-4.pdf-
Acesso em 12/03/2013.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes,
1987.
30
ANEXOS
31
Prezado aluno,
Sua participação, respondendo este questionário com sinceridade, é de suma importância para o
trabalho que pretendemos realizar, analisando as estratégias e os procedimentos de leitura e sua
importância.
Sexo: ( ) masculino ( ) feminino
Idade: _____________________
1- Você gosta de ler?
( ) Sim ( ) Não
2- O que gosta de ler?
( ) Romance ( ) Contos Policiais
( ) Crônicas ( ) Poesias
( ) Didáticos ( ) Religiosos
( ) Outros
3- Ler é importante para sua formação?
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
4- Você foi incentivado a ler?
( ) Sim ( ) Não
5- Por quem?
( ) Escola ( ) Família ( ) Amigo
6- Qual é a escolaridade dos seus pais?
( ) 5º ao 7º ano ( ) 7º ao 1º ano do Ensino médio
32
( ) Nenhuma ( ) Outros
7- Você observa a leitura no seu ambiente familiar?
( )Sim ( )Não ( ) Às vezes
8- Seu professor realiza atividades com a leitura pelo menos duas vezes por
semana?
( ) Sim ( ) Não
9- Quantos livros você já leu, desde o começo deste ano?
( ) 3 ( ) 6 ( ) 8 ( ) Nenhum
10- Ao realizar uma atividade de leitura, o que faz para saber o assunto do texto?
( ) Lê o título ( ) Lê o 1º parágrafo
( ) Lê o último parágrafo ( ) Lê o texto todo
( ) Outros:________________________________________________