algarve informativo #57

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ALGARVE INFORMATIVO #57 1 Utentes da ACASO voltaram a emocionar Olhão ALGARVE INFORMATIVO WWW.ALGARVEINFORMATIVO.BLOGSPOT.PT #57 ALGARVE NATURE WEEK ZUMBA SOLIDÁRIA CABRA DE RAÇA ALGARVIA BENÇÃO DAS FITAS

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Revista semanal de http://algarveinformativo.blogspot.pt/

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Utentes da ACASOvoltaram a emocionar Olhão

ALGARVE INFORMATIVOWWW.ALGARVEINFORMATIVO.BLOGSPOT.PT

#57

ALGARVE NATURE WEEKZUMBA SOLIDÁRIA

CABRA DE RAÇA ALGARVIA

BENÇÃO DAS FITAS

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CONTEÚDOS

Benção das Fitas - 46

Cabra de Raça Algarvia - 14

Zumba Solidária - 50

Algarve Nature Week - 8

Espetáculo ACASO - 36

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OPINIÃOQuando o povo grita, os poderosos balançam…Daniel Pina - 6

Bébés com MúsicaPaulo Cunha - 22

Quem quer um buraco ?!José Graça - 26

Mundos paralelosPaulo Bernardo - 24

A sul de nenhum norteMirian Tavares - 30

VersejandoAugusto Lima - 32

30 / 125 / Reitor / TurismoBruno Inácio - 34

Não serás como a palha que o vento levaPaulo Pires - 28

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O Algarve hoje, sábado, 14 de maio, está em altana comunicação social, por ocasião da vinda doPrimeiro-Ministro António Costa para inaugurar

o Passeio das Dunas, um espaço urbano requalificadoque veio substituir, e bem, um antigo bairro degradadoque separava Quarteira de Vilamoura. Como seria deesperar, os vários canais de televisão marcarampresença em peso, assim como os principais jornais erádios nacionais, para além da imprensa regional, jáhabituada a este aparato mediático sempre que o Verãose começa a aproximar.

António Costa apareceu sorridente, sem gravata,cumprimentou, foi cumprimentado, deu e recebeubeijinhos, dos camaradas socialistas e da populaçãolocal. Do lado do PSD não vi ninguém, apesar deestarmos perante a inauguração de uma obraimportante para o maior concelho do Algarve, uminvestimento na ordem dos quatro milhões de eurosque vai tornar ainda mais atrativa toda a zona deQuarteira e Vilamoura. Diria o bom senso que o maiorpartido da oposição, designadamente os homens emulheres do PSD/Algarve, não colocassem as corespartidárias acima dos interesses da região, mas sabemostodos bem como as coisas funcionam na política.

De Quarteira, António Costa seguiu para Loulé paraapresentar a Moção de Estratégia «Cumprir aalternativa, Consolidar a esperança», agora não comoPrimeiro-Ministro mas como Secretário-Geral do PS.Não fui, mas teve à sua espera três manifestações, umacontra a exploração de hidrocarbonetos e gás natural noAlgarve, outra contra a demolição de casas nas IlhasBarreiras, outra contra as portagens. Não fui, mas quaseque adivinho que aí já estariam alguns políticos do ladoda oposição, a defender fervorosamente os interessessuperiores da região algarvia.

Se foram, acho muito bem que o tenham feito, pois háque defender os interesses da população ao lado dapopulação, não em gabinetes com ar condicionado, amandar notas de imprensa para os órgãos decomunicação social, ou a atirar-se aos governantes nasredes sociais. Mas também deviam marcar presença nainauguração de projetos importantes para essasmesmas populações. Atacar um governante, seja de que

partido for, pelas más decisões que ele toma, oupelas que foram tomadas pelos seus antecessores, efechar os olhos às boas decisões que o mesmogovernante toma, é pura hipocrisia, é ver só o quelhe interessa, é aparecer só quando lhe dá mais jeito,e não quando convém às populações.

Mas nós sabemos como funcionam essas coisas dapolítica, de tal maneira que já nem vamos votarcomo antigamente, nem vamos às concentraçõescom o mesmo vigor de outros tempos, nemreclamamos tão alto como deveria ser. Contudo,quando o povo se junta e grita alto, os poderosostremem, balançam, são obrigados a reverter as suasdecisões. Veja-se o que aconteceu na semanapassada, quando se soube que iam cortar a EN 125ao longo de 10 quilómetros e durante dois meses.Uma decisão que tornaria a vida dos algarvios numverdadeiro inferno. Que comprometeria o negóciode imensas empresas. Que deixaria uma imagemterrível junto dos turistas.

Por isso, os algarvios refilaram e disseram de suajustiça nas redes sociais e junto dos governantes aque conseguiram jogar a mão. Os jornalistascolocaram de lado, por breves instantes, aimparcialidade e escreveram artigos de opinião,disseram também de sua justiça, porque tambémsão cidadãos. Os autarcas passaram o fim-de-semanaem reuniões de emergência, não deram sossego aopoder central, deram um valente murro na mesa.Resultado: os poderosos voltaram atrás na suadecisão.

Pena é que os algarvios não tenham sido assim tãoaguerridos noutras situações, com a introdução deportagens na Via do Infante, a subida do IVA naRestauração, o atraso das obras da EN 125, aconcessão de contratos de exploração de petróleoao largo da costa algarvia. Se assim o tivessem feito,se calhar não andávamos agora todos a chorar sobreleite derramado. Aliás, até o Primeiro-Ministroafirmou hoje, a plena voz, que defender o meioambiente no Algarve é defender o futuro da própriaregião .

Quando o povo grita, os poderosos balançam…Daniel Pina

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Decorre, de 13 a 22 de maio, mais uma edição da Algarve Nature Week, eventoque dá a conhecer o rico património natural e a diversificada fauna e flora daregião, pra além das suas condições para a prática de atividades ao ar livre e deecoturismo. Uma riqueza tremenda que esteve igualmente presente na Mostra deNatureza que aconteceu no requalificado Passeio das Dunas, em Quarteira, no fim-de-semana de 13 a 15 de maio, e que contou com a participação de dezenas deempresas de animação turística e associações locais.

Texto: Fotografia:

Algarve Nature Weekmostra o «outro» Algarve

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A Algarve Nature Weekacontece de 13 a 22 demaio e pretende reforçara ideia de que o Algarve émuito mais do que o

tradicional «sol e praia», produto a quese juntou posteriormente o «golfe». Aolongo de 10 dias, estão disponíveiscerca de 150 experiências outdoor quedão a conhecer o «outro Algarve»,experiências para todos os gostos, dosmais aventureiros, aos maisresistentes, para os que gostam dedescontrair em família ou para os queapreciam a natureza de forma maistranquila e relaxada.

Em destaque esteve, igualmente, aMostra de Natureza, de 13 a 15 demaio, no Passeio das Dunas deQuarteira, com dezenas de empresasde animação turística e associaçõeslocais a apresentarem os seus produtos

e atividades e cuja inauguraçãocontou com a presença dasprincipais entidades do setorturístico regional e nacional. “Oturismo de natureza tem, nosúltimos dois, três anos, alavancadoo setor e criado emprego. O sol,praia, mar e golfe são responsáveispor trazer ao Algarve milhões deturistas por ano, mas já nãochegam, seja para quem nos visita,como para quem investe na região”,afirmou Desidério Silva, presidentedo Turismo do Algarve, na cerimóniade abertura da Algarve NatureWeek. “O Algarve tem umadiversidade fantástica, a CostaVicentina, a serra, o barrocal, abacia do Mediterrâneo e a RiaFormosa e é preciso potenciar esteterritório, sobretudo naquelesmeses em que o Algarve tem muitascamas para ocupar e poucos

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turistas, ou seja, entre outubro emaio”, frisou o responsável.

Na sua intervenção, Desidério Silvareforçou a ideia de que o Algarve nãopode ser sustentável apenas seismeses por ano e para isso há que criarnovos produtos, alguns deles incluídosnas 150 experiências que compunhamo programa deste evento. “O turismode natureza vai desde as caminhadas

aos passeios debicicleta, de observaros golfinhos e as aves aandar de parapente,fazer rapel ouescalada. Temos umterritório que permitetudo isso e agora éessencial que cada um,seja público ouprivado, faça o quetem a fazer.Infelizmente, nesteAlgarve nem sempreas coisas funcionarammuito em parceria,mas penso que essetempo está a acabar”,defende o novopresidente daAssociação Nacional deTurismo, apelando àunião de todos osalgarvios e agentes aatuar na região.

No dia em que seassinalavam os 17 anosda subida de Quarteiraa Cidade e os 100 anoscomo Freguesia, o

presidente da Junta Telmo Pintorecordou que este Passeio dasDunas foi, no passado, um bairro dalata, constituindo, agora, uma obrade referência e com enormesignificado para todos osquarteirenses e louletanos. “Foi umabarreira arquitetónica entre osnúcleos urbanos de Quarteira eVilamoura que agora desapareceu”,descreve, ao mesmo tempo que

Desidério Silva, presidente do Turismo do Algarve

Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé

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agradecia à Região de Turismodo Algarve por ter escolhidoprecisamente este local para aMostra da Natureza.“Vivemos do turismo, temossempre cá muita gente noVerão, mas existem outrosnichos de mercado que nospodem ajudar a combateresta sazonalidade. Por isso,estes eventos sãoimportantes para mostrar asnossas valências, aquilo quetemos para oferecer a quemnos visita”.

A representar o Turismo dePortugal esteve Filipe Silva,para quem a Algarve NatureWeek é uma excelenteamostra do que a região temvindo a fazer para combater asazonalidade. “A orla litoralconcentra a maior parte daoferta turística algarvia, mashá valências de enormepotencial no barrocal e naserra e estas iniciativas tambémcontribuem para uma maior coesão a

nível territorial”, frisou. O vogal doTurismo de Portugal relembrou um

projeto que está a serdinamizado em conjuntocom a Região de Turismodo Algarve, a Associaçãode Turismo do Algarve ea AMAL e que se foca nospercursos pedestres ecicláveis. “Iniciamos umtrabalho em torno dequatro percursos – ViaAlgarviana, Rota doGuadiana, RotaVicentina e Ecovia do

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Litoral, que se vai prolongar ao longodo tempo e que vai envolver todas asentidades público-privadas doAlgarve, mas que pretende tambémtrazer a população para este projeto.No fundo, queremos aprender com asexcelentes histórias de sucesso que oAlgarve teve nestas décadas, no «sol emar» e no «golfe», e adaptar essesconhecimentos a novos produtos para

serem comercializados epromovidos nos mercadosexteriores”.

A encerrar as intervençõesoficiais, Vítor Aleixo,presidente da CâmaraMunicipal de Loulé,destacou o Passeio dasDunas, um exemplo de comoespaços urbanos degradadospodem dar lugar a praiasurbanas, a zonasrequalificadas, de grandequalidade e que devemorgulhar todos os louletanos.“Hoje, não há realidadesestanques e o turismotradicional pode conviver,no mesmo local, com umturismo que apele àconservação da natureza.Esta mostra significa,precisamente, que outroturismo é possível, mais doque isso, que éabsolutamente necessário.O Algarve é um diamanteque está ainda muito longede ser rentabilizado emtermos turísticos”,considerou o edil louletano.

O presidente do maior concelho doAlgarve lembrou que o barrocal e aserra devem ser trabalhados comestes novos conceitos de turismo,até porque os visitantesinternacionais têm gostos cada vezmais variados e a oferta deveacompanhar as tendências daprocura. “O turismo é, certamente,

Filipe Silva, vogal do Turismo de Portugal

Telmo Pinto, presidente da Junta de Freguesia de Quarteira

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uma das atividadeseconómicas commaior potencial decrescimento nomundo e o Algarve,graças à suainteligência política eempresarial,percebeu que temque se adaptarrapidamente àsnovas realidades. Anatureza, opatrimóniogastronómico, aflora, a fauna, sãoum segmento queprecisam de bastanteatenção einvestimento, mastambém de muitocuidado”, alertouainda Vítor Aleixo.“Este turismo vaidinamizar a pequenaeconomia, aeconomia de raizlocal, não umaeconomia de massas,de consumocompulsivo, de umasérie de estilos devida que estão amudar. É um turismono qual acredito, porpromover valores deconvívio, de consumosustentável, derespeito pelanatureza. O futuro da nossa região e obem-estar dos algarvios vão, comcerteza, passar por aqui de uma forma

determinante”, concluiu, antes dese iniciar a visita pelos diversosexpositores .

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O Azinhal recebe, de 20 a 22 demaio, mais uma edição da Feira«Terra de Maio» e um dosprincipais destaques do certameé, sem dúvida, a cabra de raçaalgarvia. Por isso, fomos até aointerior do concelho de CastroMarim conversar com PaulaRosa, responsável técnica daAssociação Nacional deCriadores de Caprinos da RaçaAlgarvia (ANCCRAL), para sabercomo está o setor e conhecer osprincipais projetos emandamento.

Cabra de raça algarviaestá viva, mas o negócio não é fácil

Texto: Fotografia:

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É na pacata freguesia do Azinhal,concelho de Castro Marim, queestá localizada a sede daANCCRAL – Associação Nacionalde Criadores de Caprinos da Raça

Algarvia, nascida há mais de duasdécadas com o intuito de recuperar umaraça autóctone do Algarve e quedefendesse os interesses dos seuscriadores. Presentemente com 56associados a nível nacional, divididosentre o Algarve e o Baixo Alentejo, aentidade apenas intervém ativamente naprodução e comercialização de leite eseus derivados, deixando a vertente davenda da carne para os próprioscriadores.

Uma linha leite que sofreu um grandeincremento quando, em 2010, emparceria com o Município de CastroMarim, foi construída uma queijaria noPavilhão Multiusos do Azinhal.“Entramos na produção de queijo etentamos escoar e valorizar um produtoque é de excelência, o leite. Entretanto,havia uma empresa, pertencente a umgrande grupo nacional, que fazia arecolha do leite na região do Algarvemas, em maio de 2015, optou pordesistir dessa atividade. Isso fez comque a associação, com o apoio dosmunicípios de Castro Marim e Alcoutim,tivesse adquirido um caminhão e umacisterna de recolha e, desde essa altura,procedemos à coleta do restante leiteque não é escoado na queijaria”, explicaPaula Rosa, responsável técnica daANCCRAL.

Para concretizar essa missão, foramestabelecidos acordos comerciais com

queijarias de maior dimensão do BaixoAlentejo, tudo para facilitar a vida doscriadores de uma zona bastantecomplicada para se trabalhar, explica aentrevistada. “Os rebanhos sãopequenos, estão dispersos peloterritório, que é principalmente deserra, o que torna a recolha do leiteum problema recorrente. Aparecemuns compradores, no ano seguinte jánão regressam porque o negócio nãoé rentável, mas nós, como associação,não temos o lucro como objetivobase”, aponta Paula Rosa, ao mesmotempo que chama a atenção para arigorosa legislação em vigor. “Asqueijarias que não estão licenciadasnão podem entrar na área comercial evender diretamente o leite paraconsumo também não é possível,portanto, tivemos nós que assumiressa função”, frisa.

Uma atividade onde, como seadivinha, as margens de lucro sãobastante reduzidas, mas Paula Rosalembra que isso se passa em todo osetor agropecuário em Portugal e queo grande problema é sempre acomercialização. “Os pequenosprodutores não têm margem paradiluir os custos fixos. Veja que,levando 50 ou cinco mil litros, o custoque está associado é basicamenteigual, mas a rentabilidade écompletamente diferente. Mesmonos produtores, associações ecooperativas de maior dimensão,estamos perante duas forças distintasde poder: a grande distribuição de umlado, o produtor do outro”, refere,

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reconhecendo que a balança pendenormalmente para o primeiro lado.

Um entrave que não se coloca no setordos pequenos ruminantes são as quotasde produção impostas pela UniãoEuropeia, como sucede na produção deleite de vaca, ramo ao qual, infelizmente,

Paula Rosa não augura um futurorisonho. No que toca ao leite de cabra, é,sem dúvida, menos consumido pelaspessoas, o que a entrevistada estranha,face à tradição que os países do sul daEuropa têm na sua produção. “Porexemplo, nos países nórdicos, éconsiderado o topo de gama em relação

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a qualquer outro leite. Em Portugal, aprocura vai aumentando e já está feitoum projeto de ampliação da Queijaria,mais uma vez em parceria com oMunicípio de Castro Marim. Queremoscomeçar a vender leite pasteurizado aoconsumidor, porque as pessoasperceberam que é um leite de maiorqualidade, do ponto de vista nutricionale dietético”, adianta a responsáveltécnica da ANCCRAL.

Maior qualidade que, pelos vistos, jájustifica, na ótica dos consumidores, opreço mais elevado deste produto, comPaula Rosa a confirmar a diferençaexistente no valor de comercialização doleite de vaca (45 a 50 cêntimos) e decabra (1,20 euros/1,30 euros), e comuma margem praticamente nula.Completamente implementado noshábitos de consumo dos portuguesesestá, por outro lado, o queijo de cabra,tanto fresco como curado. “Mas acomercialização nunca é fácil, porque

existem outros colegas que tambémo vendem e o mercado interno éreduzido. De qualquer modo,acredito que o leite é um nicho demercado que deve ser explorado. EmEspanha, já aparecem grandes gruposcom leite ultrapasteurizado de cabra,mas nós, como temos um circuito decomercialização mais pequeno epróximo, queremos vender o leite dodia, o antigo, aquele quedesapareceu do mercado”.

Mais procura,novos produtos

A par da dimensão do mercado e dasreduzidas margens de lucro, PaulaRosa lamenta que continue a existirbastante burocracia neste setor, o queafasta vários produtores. Somando-sea isso um período de recuperação doinvestimento que é extenso,compreende-se a razão de existirem

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tão poucos agentes no mercado. No quetoca à ANCCRAL, transforma em queijoentre 80 a 90 mil litros de leite de cabrapor ano, com a quantidade de leiteproduzido a ser três ou quatro vezessuperior. Queijo que depois é vendidonas grandes superfícies comerciais,restaurantes e minimercados de CastroMarim a Portimão, face à notoriedadeque tem vindo a conquistar desde 2010.“Diferenciar um queijo fresco não é fácil,parecem todos iguais, mas percebemosque o queijo produzido na serra algarviatinha praticamente desaparecido docircuito comercial. Fomos a casa dosnossos sócios, vimos o que eles faziam ereproduzimos na queijaria. Depois,voltamos ao cardo, uma planta naturalda região que tinha deixado de serutilizada como coagulante, por ser maiscara, para tentar chegar também aos

vegetarianos. É um nicho de mercadoque está a crescer todos os dias e ocoalho de origem animal faz com queeles não consumam queijo, mas onosso é 100 por cento natural”,garante a entrevistada.

Recuperado para o processoprodutivo foi igualmente o sal marinhode Castro Marim e as pessoas depressaaderiram ao sabor do novo queijo, aoqueijo que era feito antigamente pelosseus avós, o queijo comprado na serra,e que deixara de ser encontrado nolitoral. “O processo de pasteurizaçãonão altera em nada o valornutricional, até tem algumasvantagens em relação à fervura,mantém mais a integridade dasproteínas e vitaminas”, esclarece,acrescentando que não tem faltado

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mão-de-obra especializada para aprossecução desta atividade. “Aassociação tem optado por manter umcorpo técnico muito fixo. Algumaspessoas saem, outras entram, masconservamos o núcleo central, o quepermite que as coisas tenhamfuncionado bem. É necessário algumconhecimento, que se adquire nosprimeiros tempos de atividade, érelativamente fácil as pessoasadaptarem-se a este tipo de trabalho”.

Entretanto, depois do queijo,apareceu o iogurte de leite de cabra,bastante procurado pelo turista e peloresidente estrangeiro, sobretudoalemães, espanhóis e franceses, maspara o qual a capacidade instaladaainda é limitada. “No último ano emeio, o crescimento tem sidoexponencial. É bastante procuradoinclusive por pessoas com problemasde digestibilidade, porque o leite decabra é muito melhor. Quandotivermos outra dimensão, será umaforte aposta nossa”, assume PaulaRosa, para o que é também importanteo rejuvenescimento dos próprioscriadores de cabra de raça algarvia.“Alguns têm uma idade bastanteavançada, mas temos três ou quatrojovens agricultores com projetos deinvestimento no setor dos caprinos.Para além destes, há várias pessoasque ficaram sem o emprego quetinham na construção civil e queregressaram às origens, à serra, oupara se implementarem numaatividade da qual tinham algunsconhecimentos, ou para tomaremconta das explorações dos pais ou dosavós”, observa.

Resta saber se esses produtoreschegam para ficar porque, conformereferido, este será sempre um setordifícil e, na serra algarvia, agravadopelas condições naturais,designadamente a pouca águaexistente e os terrenos serem maispobres. “Apesar disso, os pequenosruminantes – caprinos ou ovinos –serão das poucas opções comrentabilidade nesta zona. Depois, háquem escolha este estilo de vida,porque ser agricultor é diferente deter outra atividade”, sustenta, já deolhos postos no novo QuadroComunitário de Apoios e nasmedidas a que se possam candidatarpara se avançar com a expansão daqueijaria. “Vai-nos dar outracapacidade de produção de queijofresco e de iogurte e gostaríamos deentrar no leite do dia e no queijocurado. O queijo curado temprocura, é diferente dos produtosque temos atualmente e permite-nos chegar a mercados maisafastados geograficamente. NoAlgarve, existe ainda outradificuldade, já que a produção deleite é um pouco desfasada daprocura de produto. A procura dequeijo aumenta exponencialmentedurante o Verão mas, infelizmente,é nessa altura do ano que temosmenos leite e o queijo curado temum prazo de validade mais alargadoque permite combater essasituação. O objetivo será, um dia,conseguirmos escoar todo o leiteproduzido pelos nossos associados,ficando a mais-valia no concelho ena região” .

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Por vezes perguntam-me qual é a melhor idadepara aprender Música, ao que respondo seremos últimos meses de gestação de um filho

ainda por nascer (aliás, nalgumas culturas considera-se que uma criança quando nasce já tem um ano deidade). Concretizando: a aprendizagem da Músicadeve ser iniciada o mais cedo possível, sendo nessecaso particular uma aprendizagem tendencialmentepassiva, onde a mãe acaba por ter um papelpreponderante e nuclear. Toda ela poderá ser umafonte musical, pois ao falar, cantar, tocar e ouvirdeterminada música estará a proporcionar ao feto,experiências e vivências sensoriais que virão, porcerto, a ter influência no nascimento, no sono, naalimentação, na atenção, na aprendizagem e nocontacto com a Música.

Pediatras, neurologistas, psicólogos einvestigadores defendem que a Música contribuipara o desenvolvimento da criança a diferentesníveis. Nos primeiros tempos de vida, já retém eimita sons, aprendendo a coordenar os movimentoscom a respiração. São vários os estudos quecomprovam que o recém-nascido tem um grandenúmero de competências sensoriais e deprocessamento de informação, a partir das quais seestabelece a sua interação e comunicação com omundo.

Com a Música, as crianças são estimuladas aescutar e a vocalizar sons, desenvolvendo-se tambémem termos motores, adquirindo assim uma maiorconsciência corporal e rítmica. Há diferentes formasde integrar os bebés nas atividades relacionadas coma música, independentemente da sua etapa decrescimento. Nos primeiros meses de vida começama vocalizar sons no colo dos pais ao mesmo tempoque, tal como “pequenas esponjas”, absorvem toda aambiência musical que os rodeia. Dos nove aos dozemeses o bebé já se movimenta e dança, reagindo àvoz cantada e aos instrumentos. Entre os dois e os

três anos, a espontaneidade, a autonomia e acapacidade da criança interagir e reproduzir tudo oque ouve aumenta consideravelmente.

Enquanto educadores e professores devemosaconselhar e incentivar os pais para que o contactocom a Música passe a fazer parte das suas rotinasdiárias (antes do sono, durante o banho e na horadas refeições). São atividades enriquecedoras emtermos de aquisições musicais propriamente ditas,mas também em termos de relacionamento entrepais e filhos.

Felizmente, em Portugal, cada vez mais vãosurgindo iniciativas pedagógicas e atividadesformativas produzidas e realizadas por profissionaishabilitados e competentes onde, duma formarelaxada, espontânea e lúdica, trabalham linguagensmusicais diversas e atividades a partir das quais seexplora o som, o corpo, o espaço e o tempo, e sedesenvolve o vocabulário e o pensamento musical dacriança. É inquestionável que o contacto precocecom a Música contribui para a aquisição dalinguagem, para o estímulo das atividades motoras,para a interação social e afetiva e para a indução edescoberta do raciocínio e do conhecimento.

Citando Edwin Gordon, um dos mais prestigiadosinvestigadores da atualidade no âmbito da Psicologiae da Pedagogia da Música, deixo à consideração ereflexão de quem de direito o seguinte: “A aptidãomusical duma criança é inata mas é afetada pelaqualidade do meio em que vive.” (…) Isto significaque o efeito que um ambiente musical fértil temsobre a aptidão musical duma criança diminuiprogressivamente à medida que a idade da criançaaumenta, o que torna inestimável a importância decedo se usufruir de um ambiente musical adequado.A partir dos nove anos de idade, o nível de aptidãomusical duma criança deixa de ser influenciado peloambiente musical, mesmo que este seja de elevadaqualidade.”. Está tudo dito (digo eu)! .

Bebés com MúsicaPaulo Cunha

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Mundos paralelosPaulo Bernardo

Mais ou menos em finais dos anos 90, emuito por culpa da passagem para omítico ano 2000, foram surgindo várias

tentativas de existência de mundos paralelos.Podemos ver este tema bem retratado no filmeMATRIX e muitos ainda se devem lembrar do jogo«Second Life», rede que hoje ainda tem cerca de70 mil utilizadores em todo o mundo. Contudo,comparado com os quase quatro milhões deutilizadores do Facebook só em Portugal, não énada.

Mas o que parecia fixação nos idos anos 90,hoje é uma realidade. Ainda não chegamos aoextremo de Matrix, mas vivemos sim em mundosparalelos.

Hoje, quando vou ao banco, estou num mundoparalelo pois entro no site do banco e faço o meupercurso sem sair do meu escritório. Hoje,quando compro um bilhete de avião ou reservoum hotel, também não saio de casa. Hoje, existeum número de coisas que se faz no mundoparalelo através da internet que parecem saídosdum jogo de computador.

Eu, pessoalmente, uso as redes sociaisessencialmente por questões profissionais e digo-vos que são ótimos meios para contatar pessoase estar ao corrente do que se passa no mundo.Tenho amigos que possivelmente nunca vouconhecer pessoalmente, mas que são pessoasque me ajudam todos os dias a ganhar asbatalhas da globalização.

Meus amigos, por isso, não vale a pena atacartodos estes novos sistemas de viver no mundoparalelo, pois é um pouco como queimar livrosou outras coisas afins. Podemos crer para omundo, mas ele vai seguir o seu caminho comoágua que corre no riacho.

Vai ser comum em breve ir ao médicoutilizando o computador, assistir a aulas desdequalquer lado, fazer exercício com o PT no outrolado do mundo, ou como é o meu caso, tratar denegócios através de um novo canal, ou seja, umnovo mundo. Por isso, quem quiser sobreviverneste mundo global de concorrência não deve termedo de viver nos mundos paralelos, pois sãomundos que têm as coisas más da vida, sim, mastambém têm mais coisas boas, como no própriomundo dito real.

Nota da semana: Impeachment de Dilma foi ofator mais importante desta semana. Tenhoalguma dificuldade em entender o queverdadeiramente aconteceu. A visão maisdistante pode parecer golpe, contudo, para quemcomo eu tem vivido os últimos tempos muitopelo Brasil, o que sinto através do povo é que nãoé golpe, e sim a vontade de devolver o Brasil aosBrasileiros.

O processo não vai parar, pois muito se passano mundo paralelo. Hoje, as redes sociaismudaram o mundo e o Brasil não é exceção e,num país com 27 por cento de jovens, é óbvioque estes meios vão fazer uma nova revolução.

Assim, o impeachment é só o primeiro passopara a mudança deste Brasil para um novo Brasil.

Figura da semana: António Costa. Gostei de verhoje o Primeiro-Ministro a falar com osmanifestantes (Os ilhéus e os Anti - Petróleo),não se escondeu atrás dos seguranças, nem tinhaum grupo organizado de meliantes para o afastardo povo.

Este gesto diz muito de uma pessoa, demostraque é uma pessoa com autoconfiança e comdisponibilidade para ajudar os outros .

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Bastaram meia dúzia de dias de chuva para revelar afragilidade total do piso da estrada nacional 125(EN125), entre Olhão e Vila Real de Santo António,

deixada ao abandono pelas Infraestruturas de Portugal (eentidades antecessoras). É esta a alternativa à A22-Via doInfante, senhores?!

Com as obras de beneficiação da EN125 em curso nosconcelhos de Albufeira e Loulé, é bom recordar que oanterior Governo desistiu do Sotavento do Algarve…Quase dois anos depois da primeira revisão do contrato, oGoverno anunciou em maio de 2014, através das Estradasde Portugal (atualmente Infraestruturas de Portugal, apósfusão com a REFER), que havia acordado com a Rotas doAlgarve Litoral, a revisão das cláusulas de despesa einvestimento previstas no âmbito da subconcessão daestrada nacional 125, na véspera da eleição doParlamento Europeu.

Nessa altura, numa manobra claramente eleitoralista, oGoverno anunciou para julho seguinte, no pico do Verão,o arranque das obras suspensas desde o início de 2012,dando ênfase às alegadas poupanças financeirasdecorrentes desta segunda renegociação irresponsável, edeixou cair a requalificação dos troços do Sotavento doAlgarve, excluindo os concelhos de Olhão, Tavira, CastroMarim e Vila Real de Santo António, depois de já terabandonado os projetos das variantes de Olhão e da Luzde Tavira na anterior revisão.

Esta evolução incompreensível do processo apenaspoderia ser justificada pelo desespero pré-eleitoral e poruma derrota anunciada, pois o Governo faz tábua rasa doscompromissos assumidos com os algarvios sobre arequalificação total da EN125, apresentada em 16 demarço de 2008 por José Sócrates como a primeiraintervenção estratégica de requalificação integral de umaEstrada Nacional.

Apesar do avançado estado de degradação dopavimento e das zonas envolventes, o Governo e asEstradas de Portugal discriminaram negativamente osconcelhos do Sotavento algarvio e do Baixo Guadiana, jáseriamente prejudicados pelo acréscimo de tráfego

provocado na sequência da introdução de portagens naA22-Via do Infante ou pelo adiamento da conclusão doIC27, transformado num beco sem saída.

Pior, por inúmeras vezes foi anunciada a criação de umnovo nó de acesso à A22-Via do Infante em Santa Rita, nolimite dos concelhos de Tavira e VRSA, com financiamentoprivado assegurado. Serviria essencialmente para facilitarao acesso aos empreendimentos turísticos e aos camposde golfe de Cabanas e Conceição de Tavira e Vila Nova deCacela, mas seria igualmente importante em matériarodoviária, dado tratar-se do maior troço contínuo commais de vinte quilómetros.

Para prejudicar ainda mais a competitividade económicado Sotavento, refira-se que entre os nós da Pinheira(Castro Marim) e de Estoi (Faro) todos os troços sãopagos, enquanto as ligações Estoi (Faro) – Loulé Nascentee Loulé Poente – Vilamoura (Loulé) são gratuitas, com asinerentes vantagens nas deslocações de pequenadistância. Porque não isentar de pagamento o troçocentral entre Tavira e Olhão e incluir as bombas decombustível nesse troço no programa experimental deredução dos preço para os transportes internacionais demercadorias, tal como sucede no norte e centro dePortugal?! Penso que, para além de reduzir o trânsito naEN125 naquela zona, seria mais um fator de atração paraas empresas e de criação de emprego para as áreasempresariais de Tavira e Olhão, localizadas no início dosrespetivos acessos…

Para quem está nestes processos há mais de vinte anos,o estado atual das acessibilidades justifica mais do quenunca uma intensificação da luta dos representantes daspopulações, principalmente numa fase da economianacional em que se aposta na criação de emprego e nodesenvolvimento sustentável das nossas comunidadeslocais e regionais. Já agora, quer um buraco?! Temos quecheguem para todos… .

NOTA – Poderá consultar os artigos anteriores sobreestas e outras matérias no meu blogue(www.terradosol.blogspot.com) ou na páginawww.facebook.com/josegraca1966

Quem quer um buraco?!José Graça

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Não serás como a palha que o vento levaPaulo Pires

Uma das intérpretes a que mais gosto deregressar, e que foi (e permanece) minhacompanhia serena e apaziguadora (e nem

por isso menos intensa) de tantas noites: a cantorae compositora Lhasa de Sela, filha de pai mexicanoe mãe americana-judia-libanesa.

Na minha memória afectiva persiste o concerto aque assisti em Lisboa, na Aula Magna, em 2004, emque me rendi à sua voz grave e ampla, tecida de umveludo que parecia conhecer todo o tipo de nódoas,desfilando livremente – como ela tanto gostava,não fosse um espírito nómada e saudavelmentedesalinhado relativamente às vicissitudes eagressividades da indústria musical – entre umregisto ora ébrio, ora apaixonado, “vingativo” ousensual. Como alguém afirmou um dia, Lhasaabordava os mais velhos assuntos do mundo comuma maturidade e profundidade que pareciam nãoser as de uma mulher com 26 anos (quando seiniciou mais seriamente nas lides musicais), como seessas canções existissem desde sempre eestivessem ali, há séculos, à espera de seremouvidas.

A sua postura tímida, generosa, naturalmenteinquieta e intensamente observadora eram traçosque sobressaíam entre as luzes dos holofotes e osaplausos da multidão. Se tivesse de “resumir” o seuperfil na vida e no palco em poucas palavras,escolheria certamente “simplicidade” e“densidade”.

Vasco Sacramento, seu promotor em Portugal,confessaria mesmo, após a prematura morte dacantora no primeiro dia de Janeiro de 2010, queLhasa cantava apenas por imperativo deconsciência, sem grandes preocupações comerciais,demonstrando uma atitude desprendida mas lúcida.

A qualidade e singularidade musicais dos seus trêsálbuns editados entre 1998 e 2009 (Lla Lorona, TheLiving Road e Lhasa) são inegáveis, ainda que o seuprimeiro trabalho seja aquele que mais me envolvee transporta, talvez por uma maior propensãopessoal para as baladas sentimentais ecambaleantes, neste caso versando mitos pagãosmexicanos, amores de “faca e alguidar”, o sangue, amorte e as cartas que trazem fortuna e desgraça enos traçam o destino.

Lhasa amava essa “música do povo” (poema a queMariza daria depois voz numa tocante melodia deMário Pacheco) a que Fernando Pessoa chamou umdia “fado”, e admirava Amália, os encantos deLisboa, o Bairro Alto, Alfama, Sintra e o bacalhauque sempre degustava com renovado prazer emXabregas, como amiúde lembrava.

Revisito um excerto de “La Frontera”, tema doálbum The Living Road (segundo disco de originais,de 2003), em que é difícil ficar indiferente a umavoz que atravessa territórios tão díspares quanto adoçura sussurrante e a tempestuosa fúria: “Hoyvuelvo a la frontera / Otra vez he de atravessar / Esel viento que me manda / Que me empuja a lafrontera / Y que borra el caminho / Que detrasdesaparece // Me arrastro bajo el cielo / Y las nubesdel invierno / Es el viento que las manda / Y no haynadie que las pare / A veces combater despiadado /A veces baile / Y a veces... nada //”

De um lado, melancolia e soturnidade; do outro,comoção e graciosidade – assim era a irrepetívelLhasa, a menina que passou a infância numautocarro, em tendas de circo e a vaguear pelasveredas da fronteira americano-mexicana .

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A sul de nenhum norteMirian Tavares

Exposição de Pedro Amaral – Ruínas de Milreu (patentede 14 de maio a 4 de setembro)

Da primeira vez que estive nas ruínas deMilreu e vi a casa que lá está, com tantascamadas cheias de séculos entre elas, com

as paredes caiadas de branco e com os buracos nochão que nos fazem retroceder às fundações daprópria casa, que se ergueu sobre muitas histórias esobre a História de Estoi e também do Algarve,pensei logo em convidar o Pedro Amaral para exporali. Pelo contraste entre as suas obras pictóricas,marcadamente contemporâneas, coloridas enarrativas, e aquele espaço cujas histórias sãoruínas e resquícios de paredes caiadas de branco.

Conheci Pedro Amaral pela pintura, uma pinturaque emerge na contracorrente de umacontemporaneidade às vezes demasiado vaga ouabstrata, de uma contemporaneidade que muitasvezes se esconde ou não se quer afirmarpoliticamente, fugindo da figuração mais explícita edas narrativas que as imagens impõem. Falamos dasua obra e relacionamo-la facilmente, com a Pop Arte com o hiper-realismo serigráfico wahroliano.Pensamos nas suas pinturas e vemos o retrato, ouvários, de escolhas políticas e interventivas.

Encontro, nessa parte da sua obra, acontemporaneidade na maneira de referenciar, aomesmo tempo que recria um período, um passadorecente, um movimento artístico que inauguraaquilo que hoje costumamos chamar de artecontemporânea. E, de repente, sou surpreendidapela série que ele decidiu trazer ao sul, a este sul denenhum norte - desenhos em tinta-da-china,

usando o papel como suporte e optando pela quasemonocromia, mas mantendo as cores comoreferente de uma maneira de ver e de ver (se) nomundo.

Parte dos trabalhos é inédita mas outros foram jáapresentados, e apreciados, noutras ocasiões. Edeles falou-se do seu caráter gráfico, da precisãodas imagens recortadas sob o papel muito branco.Os desenhos que ele nos traz parecem ilustraçõesde um livro de viagem, talvez da viagem ao sul, deum norte que não está muito longe, pois tudo éuma questão de ponto de vista e do lugar de ondese olha. E o lugar de onde Pedro Amaral vê é o lugarda arte e da criação de formas, que são matéricas,que são figurativas, que ilustram não uma, masmuitas histórias, ou que são apenas o princípio deuma viagem que pede a nossa contemplação.

O artista brasileiro Leonilson, que fez do desenhouma escrita íntima, disse que o “espaço em brancoem volta do desenho é o outro lado. O lado onde agente entra.” A escrita gráfica de Pedro Amaral nãoé explicitamente íntima; faz parte, naturalmente,daquela intimidade que o artista empresta à obraque cria, que sai de si mesmo e na qual elepermanece, um desenho que convida à entrada,que convida à contemplação ativa, criadora depercursos significantes e de sobressaltos. Quando vias Ruínas de Milreu pensei na obra de PedroAmaral. Nunca pensei é que a sua obra fosse criadapara esse espaço específico e especial, que abrigaséculos. Nunca pensei que ele atendesse, de formatão precisa, a um convite, que não partiu de mim,mas do espaço que o reclamou desde o princípio .

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VersejandoAugusto Lima

"Há tantos burros mandando em homens deinteligência, Que às vezes chego a pensar, que aburrice é uma ciência".

Continuará sempre a incomodar a prosa dogrande António Aleixo. Por vezes as coisasmais simples, aparentemente, parecem

difíceis, sendo que as mais simples, por ironia,encerram a verdade explanada. E esta fraseencerra com exatidão, o que se vai passando nomundo atual da Restauração. Não acredito queeste modo de pensar seja uma maioria, mascreio que, não sendo um exemplo,paradoxalmente, vigora quase como sistema. Naconjuntura do «Vale tudo», pagando o justo pelopecador, é de facto, o que menos trabalha, queé promovido, o que menos merece que recebeos louros. No fundo, isto está aliado a outraprática comum que é o "sistema do graxista oulambe botas". Quem tem melhor graxa, vai-sesafando à custa do real valor dos outros.

Que é feito dos valores morais? Da prática dobom senso e dos bons costumes? Que valorimpera hoje, que não o egocentrismodesenfreado? Já não chega ser-se bom, pois jánão sei o que isso seja, temos que ser superheróis, mas desprovidos de carácter ou desentimentos e, fundamentalmente termos umpoder de encaixe muito grande. Há sim! Tem

mesmo que ser grande, para poder suportartodos os sapos que temos que engolir, vivos.Parafraseando um amigo, sapos não: elefantes,grandes, com tromba e tudo.

Lamentamos todos os profissionais quemorrerem na praia e vemos os que nem perto seigualam à sua sombra, avançarem indiferentesàs ondas e arribas, e apanharem sempre o bote”lá se vão safando”.

A culpa não pode morrer e não deve morrersolteira. Os culpados? Por um lado oconsumidor, que não quer mudar e tudo aceitade bom grado, sem reclamar e se comporta talqual as manadas que correm soltas peloscampos e que seguem indiferentes e às cegas,mudando de direção apenas pela necessidade deestarem em comunhão corporal. Por outro lado,os proprietários, restauradores mal preparadosque abdicam de formação para si e equipa,oscilando perigosamente no anonimato e nocomum.

Parafraseando um autor desconhecido: O malda ignorância é que vai adquirindo confiança … àmedida que se prolonga.

Comam bem, sejam exigentes, perguntem evoltem a perguntar .

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30 / 125 / Reitor / TurismoBruno Inácio

O número de médicos de família que vãoreforçar os serviços de saúde no Algarve apartir de junho, anunciou o Secretário de

Estado da Saúde. É insuficiente mas é uma boa notícia.O mesmo governante anunciou “soluções excecionais”de incentivo aos médicos para virem trabalhar para oAlgarve. Aqui, nada de novo, até porque em 2015 foiaprovada legislação nesse sentido que previaincentivos extraordinários. A questão é saber se estas“soluções” agora anunciadas vão ou não sersuficientemente ambiciosas para garantir quefuncionam. E importa lembrar que o final de Maio estáquase a chegar e essa foi a data limite que o Governo,pela voz do Ministro da Saúde, impôs a si próprio pararesolver as principais e mais urgentes carências desaúde na região. Esperemos que chegando a esse limitenão nos seja apresentado um pacote de medidascheias de nada ou plenas de retórica.

EN125

Escolho escrever sobre este “local” porque a memóriado que foi é fundamental para formar a nossa opiniãosobre o que é. Temos assistido a recorrentesmanifestações de descontentamento sobre as obras naEN125. Ora são os residentes, ora são os turistas, oraporque vai afetar as empresas, ora porque é uma faltade respeito pelo Algarve. Sejamos pragmáticos: sim, éum problema que afeta e irá afetar muitos de nósassim como a economia regional. Mas sejamosracionais: as obras, quando finalizadas, vão trazermaior mobilidade e segurança à região. E importarecordar que estas obras, projetadas no tempo do PMJosé Sócrates com a megalomania que se lhereconhece, pararam antes de começarem, porqueseriam mais um poço sem fundo de custos para aregião e para o País. Foram necessárias intensasnegociações para poder reduzir o ónus do Estado econseguir voltar a pôr máquinas no terreno. E é bomlembrar quem teve a capacidade de o fazer, a bem doAlgarve: o governo do PM Pedro Passos Coelho.

António Branco

Estou numa geografia política diferente do Reitor daUniversidade do Algarve. Isso porém, não me impedede publicamente reconhecer a boa estratégia decaptação de novos alunos, sejam eles nacionais ouestrangeiros. A Universidade do Algarve é um polofundamental de desenvolvimento da região que épontualmente criticada de forma injusta. Atrevo-me adizer que foi a “obra” mais importante da região nasúltimas décadas. A UAlg enfrenta hoje desafios que seimpõem pela força do movimento global de estudantese importa que se procure nesse desafio umaoportunidade de crescimento quantitativo mastambém qualitativo da Academia. No ano passado tivea oportunidade de ouvir do Reitor da UAlg umaestratégia muito lúcida e pragmática para odesenvolvimento da Universidade. Que nós, Algarvios,sejamos todos soldados dessa batalha.

Ocupação Hoteleira a subir

Chamo a atenção para este facto porque passamostanto tempo a discutir a economia regional, anecessidade de diversificação dos sectores deatividade, que por vezes perdemos o foco e o óbvio: oturismo é e continuará a ser a principal atividadeeconómica da região e como tal importa que nãodeixemos de continuar a investir no território e nosserviços turísticos. A região não pode perder o foco dematérias tão fundamentais como a formação emturismo, a requalificação urbana das cidades, vilas edas frentes de mar ou ainda da necessidade deconstante inovação tecnológica associada aos serviçosturísticos. Sim, a agricultura e o mar são sectores muitoimportantes para a região, devemos apostar neles eprocurar aumentar a sua cota de importância nossectores da economia regional, mas nunca esquecendoque somos uma das regiões da Europa com melhorescondições para o desenvolvimento do turismo .

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O Auditório Municipal de Olhão foi palco, no dia 7 de maio, do Espetáculo «Sentira Diferença», promovido pelo Centro de Atividades Ocupacionais da ACASO –Associação Cultural e de Apoio Social de Olhão. Um espetáculo que deu a conheceras múltiplas atividades em que os utentes desta IPSS estão envolvidos ao longo doano, mas que serviu também para alertar e sensibilizar a população para atemática da deficiência.

Texto: | Fotografia:

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Utentes da ACASOvoltaram a emocionarAuditório Municipal de Olhão

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Praticamente um ano depoisvoltei ao Auditório Municipalde Olhão para assistir aoespetáculo «Sentir aDiferença», uma iniciativa do

Centro de Atividades Ocupacionais daACASO, Instituição Particular deSolidariedade Social fundada em 1932 ecujas receitas revertiam para aconcretização do projeto «Sonhos deAlgodão», através do qual se pretendeproporcionar uma experiência de voo aestes utentes muito especiais. Duas horasde espetáculo em que reconheci em cimado palco muitos dos rostos que metinham deixado à beira das lágrimas noano transato e, apesar dos sketchesserem sensivelmente os mesmos, asemoções voltaram a estar à flor da pele,da minha e de todas as pessoas quepraticamente esgotaram a principal salade espetáculos da Cidade da Restauração.

Pessoas que, na sua esmagadoramaioria, eram familiares dos utentes daAssociação Cultural e de Apoio Socialde Olhão. Utentes que, apesar de todasas suas limitações mentais, cognitivas efísicas, desempenharam com brio, esorriso nos lábios, os papéis que lheestavam destinados e que pretendiamalertar, sensibilizar, abrir os olhos dacomunidade, para a problemática dadeficiência, de quem nasceu, ou setornou, por qualquer motivo, diferentevida. Dificuldades do dia-a-dia que tãobem conhecem os familiares, os queacompanham de perto os seus maridose esposas, filhos, netos, irmãos, pais,avós, ou de longe, porque na ACASOestão utentes de vários pontos doAlgarve, inclusive de outras regiões dePortugal.

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Sendo uma das maioresIPSS’s do Concelho deOlhão,  e do Algarve, aACASO desenvolve o seutrabalho em sete áreas deintervenção, num total de 12respostas sociais  e  umaunidade de saúde: Centro deDia; Serviço de ApoioDomiciliário; ApoioDomiciliário Integrado;Estrutura Residencial paraPessoas Idosas; LarResidencial I; Lar ResidencialII; Centro de AtividadesOcupacionais I; Centro deAtividades Ocupacionais II;Creche do Centro deEducação eDesenvolvimento Infantil«Porta Mágica»; Jardim deInfância do Centro deEducação eDesenvolvimento Infantil«Porta Mágica»; CentroComunitário AcampamentoAzul; Centro Comunitário Al-Hain; e Unidade de CuidadosContinuados de MédiaDuração e Reabilitação deOlhão.

Para dar resposta àsnecessidades de mais de 700utentes, conta comaproximadamente 180colaboradores fixo e cercade 35 em regime deprestação de serviço, bemcom um banco devoluntários, todos eles como objetivo de promover o

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bem-estar dos seus utentes de formacontínua e com vista à obtenção de umamelhor qualidade de vida. E tudo surgiupor iniciativa de particulares quedesejavam apoiar a população maisdesfavorecida do concelho de Olhão eque deram origem à Associação deAssistência à Mendicidade de Olhão.

Numa fase inicial, a associação tinhacomo serviços um refeitório económicoconhecido por «Refeitório dos Pobres» eum Asilo. Até 1943,  foi responsável peloHospital de Olhão e teve a seu cargo,durante algum tempo, o fornecimento depão e rancho à Cadeia de Olhão.Posteriormente, em 1952, foi  criada aSanta Casa da Misericórdia de Olhão, queintegrou todas as instituições deassistência do concelho, o que motivouum certo adormecimento da ação social

da Associação de Assistência àMendicidade de Olhão. O «acordar»deu-se em 1978, com a criação de umCentro de Dia para a terceira idade e,em 1982, do Centro Social Dr. Ayres deMendonça.

Em 1986, os estatutos da associaçãoforam alterados e passou a designar-se«Associação Cultural e de Apoio Socialde Olhão», por ser um nome maisadequado aos serviços por elaprestados. A partir daqui, a ACASOcomeçou a crescer e a alargar as suasáreas de intervenção. Em  1992, foicriada a primeira sala de ATL e, doisanos depois, uma mini-residência paraidosos no Largo da Feira.Em 1995, surge uma segunda sala deATL, um Centro Infantil e é inauguradaa ampliação do Centro de Dia,

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dispondo assim de uma maiorcapacidade. No ano seguinte,o sector da Ação Social édesenvolvido através de doisprojetos de luta contrapobreza denominados «Al-Hain», implementado noLargo da Feira e«Acampamento Azul», emPechão, que tinha comoobjetivo ajudar a populaçãode etnia cigana.Em 1999, estes dois projetosdão origem a dois CentrosComunitários, iniciando-setambém o serviço de CrecheFamiliar.

Neste mesmo ano arrancoua construção do Centro Socialda Quinta do Brejo emBrancanes/Quelfes, que sedestina a ser um Centro deAtividades Ocupacionais, umLar Residencial paraDeficientes e mais tarde umLar para Idosos, ficando asobras concluídas em 2002. Apartir de 2009, passou a teruma Unidade de CuidadosContinuados de MédiaDuração e de Reabilitação,inicialmente no antigointernamento do Centro deSaúde de Olhão,posteriormente transferidopara as novas instalações noCentro Social Quinta doBrejo. Em setembrode 2015, a área de Infância eJuventude junta-se numúnico espaço com a aberturado Centro de Educação e

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Desenvolvimento Infantil «Porta Mágica»,que integra as respostas sociais de crechee jardim-de-infância.

ACASO cujo presidente de Direção éAntónio Pina, antigo Governador Civil doDistrito de Faro, antigo Delegado Regionalda Educação do Algarve e antigoPresidente da Região de Turismo doAlgarve, entre outros cargos ao serviço dasua região e que aceitou, há cinco anos, odesafio de liderar esta IPSS de Olhão. No

fim do espetáculo, ainda emocionado,não escondeu uma lágrima no canto doolho, provavelmente um modo maisfácil de descrever o que lhe ia na almado que utilizando meras palavras. “Istoé um espetáculo para ver com ocoração, uma catadupa de sentimentose emoções que nós vivemos, por nós,mas também por eles. É uma grandehonra ser presidente da ACASO”,garante o dirigente, poucos minutos

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depois de ter terminado«Sentir a Diferença».

Um espetáculo que vemcontrariar a ideia de que aspessoas portadoras de algumtipo de deficiência mental oucognitiva são incapazes defazer algo produtivo nas suasvidas, ideia que, para tristezade António Pina, ainda teimaem subsistir na sociedadeportuguesa. “Infelizmente,há muita gente que pensaque o deficiente é umapessoa para se guardar noarmário e nós mostramos,todos os anos, com esteespetáculo, que isso não éverdade. Todos nós sabemosfazer alguma coisa, todosnós temos uma inteligênciaqualquer”, defende,sublinhando a panóplia deatividades em que esteshomens e mulheres de todasas idades estão envolvidas aolongo do ano. “Não noslimitamos a dar-lhes comida,higiene e um sono numacama limpa. Temos imensasatividades para que sesintam felizes. Eles vão asítios e têm experiências quemuitas pessoas ditas«normais», por razõesdiversas, não chegam a ir oua ter”, salienta.

Uma tarde que deu aconhecer dois projetos queestão em curso na ACASO: olivro «Não faz mal serDiferente», apoiado pela

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Universidade do Algarve e que deverá serapresentado ao público no final de maio; eo «Sonhos de Algodão», uma viagem deavião ao Porto, com o apoio financeiro dasfamílias e da autarquia de Olhão e a quedeverão associar-se igualmente a Regiãode Turismo do Algarve, a ANA –Aeroportos de Portugal e a RyanAir. Mas oespetáculo serviu ainda para deixar algunsrecados à população e apelar à união emtorno desta causa solidária, porque nemtudo são rosas, como é fácil de antever.“Temos que trabalhar arduamente, todos

os dias, com os nossosutentes, para tirar deles omáximo que for possível,porque eles merecem esteesforço”, salienta AntónioPina.

Outra novidade dada pelopresidente da Direção é oaumento das vagas do Lar deIdosos e do Lar Residencial,fruto de obras realizadas noúltimo ano, pois nunca se

pode estar parado nesta áreade intervenção social. “Hásempre coisas para fazer,outras coisas que nãocorrem como desejaríamos,mas a vida é assim, cheia desucessos e insucessos e nóstemos que aprender com osinsucessos para fazermosmelhor na vez seguinte.Estas pessoas dão-nos comcada exemplo de vida, e nósachamos que eles sãodeficientes”, refere,deixando um recado em finalde conversa: “Era bom queos governos olhassem para

esta problemática com outro carinho eatenção porque, quando estasinstituições entrarem em colapsofinanceiro – e já estivemos mais longedisso acontecer –, quero ver como seresolve a situação. Eles são diferentes,mas são como nós, e nunca se sabe se,amanhã, não temos um acidente naestrada e, no próximo ano, estamos aliem cima do palco a participar napeça”.

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Maio é, por tradição, o mês em que Faro assiste à bênção das pastas dos seusestudantes e este ano não foi exceção. Entre guitarradas de saudade e pastas,cobertas de fitas, a abanar, foram muitos aqueles que encerraram um capítuloimportante das suas vidas. Foi o caso de Daniela Sousa e João Miguel, doisestudantes de cursos diferentes, mas unidos pelo orgulho de terem acabado asrespetivas licenciaturas.

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Está tudo a postos. São centenasas pessoas que aguardam poraquele momento. No ar sente-seum clima de ansiedade; todosquerem ver os «seus» a entrar

no pavilhão Afonso III. A intempérie levoua que, à última da hora, o simbolismoinerente a uma cerimónia como a bênçãodas pastas se perdesse em grande parte:da zona histórica de Faro, a festa foitransferida para um pavilhão, em ambientefechado. Ainda assim, esta alteraçãoparece passar alheia: nos rostos daspessoas vêm-se sorrisos.

De repente, começam a ser chamados,por ordem alfabética, os cursos paradarem entrada para o centro do pavilhão.

- “Agronomia!”; “Biologia Marinha!”;“Ciências da Comunicação!”; “Dietética eNutrição!”; “Educação Básica!”.

À primeira chamada, Educação Básica nãoentra. Com a azáfama da chamada dos(muitos) cursos nem todas as pessoasrepararam nesta (pequena) falha. Osestudantes de outros cursos sucedem-se evão-se aglomerando. Passados algunssegundos lá entra, com atraso, o curso deEducação Básica. São cerca de 20estudantes, trajados a rigor. Daniela Sousaé uma das muitas raparigas deste curso.Vem de rosto triste (quiçá devido ao atrasona entrada do pavilhão), mas exibe a pastade finalista bem no alto, que vai abanandocomo se de um troféu se tratasse. Coloca-se junto às colegas - e ao colega (únicorepresentante masculino de todo o curso)– e por ali fica à espera que todos os cursosentrem em cena.

No fim vem o T – de Turismo. Sempercalços na chamada, todos os estudantesentram no momento exato no pavilhão. No

meio dos muitos finalistas do curso deTurismo está João Miguel. Para osúltimos ficou reservado o lugar maisafastado do palco. Mas esta limitaçãonão parece mudar em nada o estado deespírito de João, que vai trocandosorrisos e palavras com os colegas.Transborda felicidade.

Depois de todos os cursos terem dadoentrada no pavilhão a cerimónia segue oseu curso – há cânticos; leitura depassagens bíblicas; atuações de Tunas

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académicas; e o momento mais esperadopelos estudantes – a bênção das pastaspelo Bispo do Algarve, que as benze comágua benta.

Com o fim da cerimónia veem osabraços e as lágrimas de orgulho. Asrespetivas famílias cercam-se quer deDaniela, quer de João. Alguns vão tirandofotos para registar o momento, que éespecial: em 3 anos, quer um, quer ooutro, concluíram a licenciatura.

E depois do canudo?Apesar de serem cursos diferentes, João

e Daniela são amigos desde os tempos daEscola Secundária. Foi lá, num projeto deintercâmbio, que se conheceram e, desdeentão, tornaram-se próximos. A mudançade um ciclo de estudos para outro trouxemudanças mas a amizade perdurou.Agora, com os respetivos cursosterminados, chegam as preocupaçõesrelacionadas com o futuro profissional.

A transição da Universidade para omundo profissional nem sempre é umprocesso pacífico; há incertezas; hádificuldades. Daniela, ainda sem ter

terminado o curso, passoupor momentos deincerteza. “Chegou a umaaltura em que pensei seera, de facto, isto quequeria para a minha vida”,confessa. A resposta veioem forma de estágio:durante três semanas,Daniela estagiou noRefúgio Aboim Ascensãoem Faro. Lá, teve aoportunidade de exercer a

profissão de que não tinha a certeza degostar. E o balanço não podia ser maispositivo: “O estágio dissipou todas asdúvidas que tinha. Agora tenho acerteza de que quero conciliar, avertente de educação de infância comeducação social, e ser assistentesocial. Este meu objetivo tem umaexplicação: estas duas áreas juntasvão de encontro com os problemasdas crianças na sociedade,nomeadamente a nível da emergênciainfantil”, explica.

A influência que essas três semanastiveram é de tal forma acentuada queDaniela confessa que atualmentetrabalhar no Refúgio Aboim Ascensão éo seu grande sonho a nível profissional.Isto após concluir o mestrado, emEducação Social, que ainda lhe vairoubar mais dois anos de estudos, eque juntará à vertente da educaçãoinfantil com vista a ser AssistenteSocial.

Em situação oposta está João Miguel.Com o fim do curso chega a hora de umestágio curricular. O estudo, assebentas e os apontamentos são para

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deixar de lado: depois do estágio, queé obrigatório, o finalista de Turismoquer lançar-se ao mercado detrabalho. De barba saliente no rosto ecom um olhar calmo, explica: “Queroemigrar. Gosto de desafios e sempreambicionei trabalhar no estrangeiro.Sou alguém com um espíritoaventureiro, que quer conhecer maisdo mundo”.

Ao contrário da situação vivida pormuitos recém-licenciados, João nãoserá obrigado a emigrar para procurartrabalho; fá-lo-á por iniciativa própria.“Nesta fase da minha vida sinto quetrabalhar em Portugal não merealizaria totalmente. No entanto, nofuturo, vejo-me a voltar para o nossopaís”, conclui.

Um mar de rosas?A hora não é só a de olhar para o

futuro; há, também, tempo para fazerretrospetivas. Balanços. Os anosacadémicos são, por vezes, apresentadoscomo uma altura inqualificável einesquecível da vida de qualquer estuda;nem sempre é assim: “Conjugar aUniversidade, com a família e com otrabalho foi extremamente difícil. Sintoque nem sempre aproveitei da melhorforma estes anos”, confessa Daniela.Porém, a finalista de Educação Básica nãose deixa abalar por esta realidade. Desorriso na cara diz: “O orgulho que sintoem ter conseguido chegar ao fim comsucesso e de estar a festejar a minhabênção das pastas é ainda melhor devidoao facto de estes anos terem sidodifíceis”.

João Miguel partilha da opinião dacolega (e amiga). “Durante estes trêsanos, a minha maior dificuldade foi ade conseguir manter a motivação eacreditar no porquê de todo o meuesforço”, atira. Ainda assim, o balançode João é bem mais positivo do quenegativo, contrariando, um pouco, aopinião de Daniela: “Eu não sou umapessoa muito saudosista; estousempre entusiasmado com aquilo quevai acontecer a seguir. Mas a verdadeé que estou seguro de que vou termuitas saudades de tudo o que vivinesta Universidade e, sem dúvida, detodas as pessoas que conheci”,conclui.

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A Zumba está na moda e conquista cada vez mais adeptos de norte a sul dopaís e, para além dos conhecidos benefícios para o bem-estar físico, tambémsabe ser solidária. Isso mesmo se constatou no passado domingo, 8 de maio,quando oito instrutoras de vários pontos da região deram uma aula de zumbano Pavilhão Municipal de São Brás de Alportel para ajudar a Sandra e Miriam.

ZUMBA AO LADODA SANDRA E MIRIAM

Texto: | Fotografia:

As instrutoras de zumba com Sandra Domingos e Miriam Freitas

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A história de SandraDomingos e da filhaMiriam Freitas já foicontada comprofundidade há alguns

meses pela Revista AlgarveInformativo. A história de uma bebéque nasceu perfeitamente normal masque, através de um simples beijo namão, ficou em contato com o vírus doherpes e desenvolveu paralisiacerebral. Desde então, a vida deSandra e Miriam, já com nove anos,tem sido uma luta constante, uma lutafeita de pequenas vitórias, mastambém de tristezas, num país quecontinua a não dar a devida assistênciaa quem mais dele precisa.

Conscientes das dificuldades destadupla de guerreiras, muitos têm sido

os cidadãos anónimos que ajudamna medida das suas possibilidades,através da tradicional recolha detampas e caricas, ou de donativosfinanceiros. Mas também ajudamcom a organização de eventos desolidariedade como aquele que seassistiu no Pavilhão Municipal deSão Brás de Alportel, no dia 8 demaio, onde oito instrutoras dezumba – Joana Nunes, Márcia Hou,Sónia Bessa, Sara Maurício, JoanaTeixeira, Gaby, Telma Silva e FilipaLeonardo – deram uma aula especialcom o intuito de proporcionar umsorriso à Miriam. “A Sandra disse-me que precisava de alguma ajudacom as tampinhas e donativos paraos tratamentos da Miriam e, comoa zumba atrai muitos praticantes,lembrei-me de convidar outras

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instrutoras de várias zonas doAlgarve, que trariam com elas pessoasde fora de São Brás”, explica JoanaNunes, são-brasense 30 anos, aorganizadora do evento.

Uma ideia que foi facilmentetransportada para a realidade, de

acordo com afisioterapeuta deprofissão, porque azumba também ébastante solidária, ouseja, os seusinstrutores depressase disponibilizam paraeste género de causas.Entretanto, as máscondições climatéricasimpediram arealização do eventono Jardim CarreirasViegas, mas oproblema resolveu-segraças ao apoio daautarquia local, que

disponibilizou o Pavilhão Municipalpara o «Zumba pelo sorriso daMiriam».

E assim se encheram as bancadascom largas dezenas de pessoas,mais outras tantas no recinto,trajadas a rigor, para

Sandra Domingos e Miriam Freitas com a vereadora da CâmaraMunicipal de São Brás de Alportel, Marlene Guerreiro

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acompanharem as oito instrutoras aolongo de três músicas cada uma,seguindo de um breve intervalo para aatuação dos «Dance Crew», antes denova dose de zumba, que já mostrounão ser apenas mais uma moda. “Édesporto e dança e as pessoas achamessa combinação o máximo. Mesmoquem não gosta muito de praticardesporto, rende-se depressa àzumba”, garante Joana Nunes.

Mais mulheres do que homens, comose assistiu nesta agitada tarde, mas detodas as idades, porque cada um fazao seu ritmo, executa os movimentoscomo consegue. “A zumba puxa

também pela música e convívio.Tenho muitas alunas que nãogostam de fazer exercício físicomas, na zumba, nem se apercebemdo passar da hora. Há semelhançascom o tradicional fitness, masmistura bastantes passos de dançae, quem não consegue aguentar aaula completa, vai até onde pode”,indica Joana Nunes, adiantando que,quem entra para a zumba, vai àsaulas o ano inteiro e não apenasquando o Verão se aproxima.

Outra instrutora presente foiTelma Silva, 41 anos, que dá aulasem Faro e Loulé e que não parava

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quieta um minuto, exibindo umafrescura e energia fora do normal.“Viemos para ajudar a pequenaMiriam a juntar o máximo possível detampinhas e caricas e é uma tardedivertida. Conseguimos trazer algunsalunos, porque a zumba é solidária eveio para ficar”, acredita a louletana.“Noutras modalidades, as pessoas vãopara o ginásio e querem fazer tudocertinho. A zumba é festa, estamosaqui para nos divertirmos, nãointeressa se consegue ou não ter omesmo ritmo e, no fim, é tudo umarisada”, aponta.

Movimentos fáceis, de fitness edança, a que os homens vãocomeçando a aderir, a partir dos 30anos, mas as mulheres continuam a

dominar, com duas horas porsemana para desanuviar, para aliviaro stress, o que exige igualmentemais instrutores. “Mas temos quefazer formação específica na ZumbaFitness para obtermos o certificadoe pagar uma mensalidade para daraulas, porque é uma marcamundial”, informa Telma Silva,satisfeita por verificar que muitosdos seus alunos se vão mantendomês após mês, ano após ano. “Achoque essa permanência tembastante a ver com a personalidadedo instrutor. Depois, como é óbvio,temos que variar as coreografias, asaulas não podem ser sempre iguais.E, se a pessoa for regular, isso nota-se na diminuição de peso e noaumento da massa muscular. Mas

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não é ir uma ou duasvezes à zumba pormês, é duas ou trêshoras por semana”,avisa, sorridente.

A ouvir a conversaestava SandraDomingos, feliz pelafranca adesão a esteevento solidário emprol da sua filha,Miriam. “Não penseique viesse tanta gente,estou bastantesurpreendida eagradecida. As terapiasda Miriam estão a serpagas pelas tampinhase caricas que vamosconseguindo reunir,mas ela está sempre aprecisar de materiaisnovos e que sãobastante caros”, revelaSandra. “Nestemomento, estamos atentar adquirir um«Standig», um planoinclinado para aMiriam fazer posiçãode pé; uma grua para aajudar a manter na posição correta epara a mudar de uma cadeira para aoutra; e uma piscina de atividadespara trabalhar a parte sensorial”.

Sandra Domingos contou ainda que afilha esteve a realizar um planointensivo de tratamento com célulasestaminais e que se notaram grandesprogressos nesse mês. “Conseguiu-se

manter sentada praticamente semajuda, só com o fato vestido. Paraalém disso, houve melhorias nocontrolo da cabeça e na atenção eesses pequenos passos dão-memuito mais força para continuarnesta luta” .

A jovem Miriam Freitas com João Rocha, vencedor da primeiraedição do Peso Pesado Teen

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PRIMEIRO-MINISTRO ANTÓNIO COSTAVEIO A QUARTEIRA INAUGURARPASSEIO DAS DUNAS

O Primeiro-MinistroAntónio Costa deslocou-se a Quarteira, na

manhã do dia 14 de maio, parapresidir à cerimónia deinauguração do Passeio dasDunas, obra que teve um custoa rondar os quatro milhões deeuros, financiado pelo POAlgarve21, com comparticipaçãodo FEDER de dois milhões, 844mil e 562 euros. Trata-se daprimeira fase de um projetoestruturante que permitiu criarum passeio marginal de ligaçãoentre os dois polos destafreguesia, com espaços verdes ede lazer, e que privilegia acirculação pedonal e de ciclistas,valorizando o contacto com omar e funcionando como umnovo ponto de atração.

O Passeio das Dunas veio reabilitar um dos«pontos negros» do urbanismo algarvio ondedurante anos funcionou o antigo bairro dospescadores. A intervenção, realizada entre a Ruada Armação, em Quarteira, e a frente do HotelCrowne Plaza (ex-Hotel Atlantis), delimitada a sulpelas praias e pelo Porto de Pesca de Quarteira ea norte pela Vala Real, integrou ainda a resoluçãodo problema da Vala Real, com a sua coberturaparcial. Uma obra que deixou bastante satisfeito,como se adivinha, Telmo Pinto, presidente daJunta de Freguesia de Quarteira, que assinalou nodia anterior os 17 anos de subida a Cidade e ocentenário como Freguesia. “A concretizaçãodesta obra mostra-nos como a vontade política

pode mudar a imagem e a realidade de umafreguesia, e como pode mudar o destino deuma terra e das suas gentes”, sublinhou,lembrando que pelo Passeio das Dunaspassaram, ao longo da sua história, muitasfamílias de pescadores e, mais tarde, umasignificativa comunidade de imigrantes.

Telmo Pinto não duvida que esta zona vaiconstituir um dos principais polos de atraçãodo concelho de Loulé e considera ser umexemplo da aposta do atual executivo navalorização dos espaços públicos. “Queremosfazer de Quarteira uma referência mundial,como local de residência e como importantedestino de turismo e de negócios paramilhares de visitantes, nacionais e

Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé, Telmo Pinto,presidente da Junta de Freguesia de Quarteira, o Primeiro-Ministro AntónioCosta e a Secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho

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internacionais. Mas ampliar a qualidade devida das populações e acrescentar valor ànossa oferta turística requer a atenção detodos os que têm poder de decisão”, frisouTelmo Pinto, chamando a atenção para anecessidade de cuidados de saúde e viasrodoviárias seguras e acessíveis, mas tambémpara a preservação do ambiente. “Quarteira eo Algarve guardam várias riquezas ambientaisque não podem ser ameaçadas por interessesque ultrapassam o propósito de garantir obem-estar e o desenvolvimento sustentávelda região. Ameaçar o presente e o futuro doAlgarve, a pretexto de lobbies económicos efinanceiros, merece a minha firme objeção.Por isso, Quarteira diz «não» à exploraçãodos combustíveis fósseis, não apenas noAlgarve, mas em todas as regiões do país”,disparou o presidente da Junta de Freguesia deQuarteira.

O autarca defendeu igualmente que adescentralização de competências é umanecessidade premente para o Algarve e quedeve ser atribuída uma maior autonomia àsfreguesias, de modo a responder aos legítimosanseios das populações. “Só assim serápossível garantir resultados concretos para oesforço que teimosamente continuarem afazer, para que Quarteira e o Algarve possamoferecer cada vez mais e melhores condiçõespara que todos se sintam felizes”, concluiu.

Investir na proteçãona natureza é investirno futuro do Algarve

Usou depois da palavra o presidente daCâmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo, quemanifestou publicamente o seu apreço eadmiração pelo trabalho realizado peloPrimeiro-Ministro António Costa na construçãode “um tempo político novo”. “Este governoestá a devolver à ação política a função e adignidade que ela foi perdendo ao longo dosúltimos anos. E acompanhamo-lo quandoentende que a economia condiciona, mas nãopode ditar; e que as suas regras e metas não se

esgotam na afirmação obsessiva daausteridade, cortes e sacrifícios, quehabitualmente atingem os mesmos desempre”, afirmou, perante os aplausos dos seus

O Primeiro-Ministro António Costa

Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé

Telmo Pinto, presidente da Junta de Freguesia deQuarteira

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concidadãos. “Sei que a sua missão é árdua, queo caminho é duro, que a oposição é grande,velhaca e jogadora de armas desiguais, mas a suavontade de bem-fazer é ainda maior e, por isso,pode naturalmente contar sempre connosco”.

Referindo-se à obra agora inaugurada, VítorAleixo considera que representa o fecho de umciclo e o início de um novo paradigma deintervenção no espaço urbano. Ao mesmo tempo,destacou a boa vontade demonstrada pelosorganismos e entidades que tutelam o ambiente e

o domínio público marítimo, bem como oGrupo Oceânico, por ter permitidointervenções em terrenos que são suapropriedade. “Esta área funcionou como umabarreira, efetiva e psicológica, que tornavaquase incomunicáveis duas realidades de umamesma freguesia. Este espaço entregue agoraà natureza permite uma nova escala deconvivência e relacionamento entre Quarteirae Vilamoura. Enquanto uns se empenham emerguer muros e em delimitar ilhas econfinamentos, é possível construir pontes efazer abraçar territórios e pessoas”, apontou oedil.

Vítor Aleixo reconheceu que, falar deQuarteira e Vilamoura, é falar de turismo, maslembrou que esta obra é representativa deuma linha de orientação política que oexecutivo que lidera assumiu em outubro de2013. “Temos uma nova agenda para umagestão sustentável do espaço físico onde seinclui a eficiência energética e o consumoresponsável da água nos nossos espaçosverdes preenchidos com plantas autóctones.A Autarquia de Loulé evidencia a suapreocupação com o futuro, na ótica dasustentabilidade ambiental e na promoçãode uma economia circular”.

O esforço de renaturalização de espaçospúblicos que conduziu à inauguração doPasseio das Dunas foi enaltecido peloPrimeiro-Ministro António Costa, por significaruma aposta no que melhor o Algarve tem para

oferecer, os seus recursos naturais e qualidadeambiental. “Durante muitos anos julgamosque, por vezes, a defesa e proteção daqualidade ambiental eram um entrave aodesenvolvimento da atividade económica,mas hoje sabemos que isso não é verdade. E éimportante perceber-se isso num momentoem que é fundamental alargar o peso doturismo na nossa economia. Já representa 15por cento das nossas exportações e oito porcento do emprego, mas pode valer mais”,preconiza António Costa, indicando que, para

Desidério Silva, presidente do Turismo do Algarve,Ana Mendes Godinho, Secretária de Estado do Turismoe Filipe Silva, Vogal do Turismo de Portugal

Ana Passos, Dália Paulo, Fernando Anastácio, JoãoFernandes e Hugo Nunes

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tal, o turismo do Algarve não pode limitar-se aoVerão e ao «sol e praia».

Colocando-se maior enfase no turismo danatureza, o Primeiro-Ministro acredita que aatividade turística passará de cinco para 12meses e que isso conduzirá a emprego menossazonal, mais permanente e de maior qualidade.“Investir na proteção na natureza é investir nofuturo do Algarve. Mas esta obra ilustraigualmente como uma intervenção no espaçopúblico pode ser um grande fator de coesãosocial e territorial”, salientou António Costa.“Contudo, para se conseguir crescer e criaremprego, é fundamental poder investir e éessencial mobilizar o investimento privado epúblico. Sabemos que os recursos são escassos,portanto, temos que ser seletivos ondeinvestimos e ativos na mobilização dos poucosrecursos que temos ao nosso dispor. É por issoque temos dado prioridade a acelerar aexecução dos fundos comunitários e lançadonovos produtos que visam financiarinvestimentos turísticos, quer a fundo perdido,quer com base em linhas de crédito”.

A esse propósito, António Costa garantiu que ogoverno vai apostar na simplificação dosprocessos de licenciamentos, de forma adiminuir a carga burocrática e os entraves à

realização dos investimentos. “No dia 19 demaio será apresentado o novo plano Simplex,depois de quatro anos de interrupção, e um dosmarcos importantes vai ser precisamente o quese dirige ao turismo e, em particular, aolicenciamento ambiental. É fundamentalproteger o ambiente, mas também que isso nãocrie barreiras e entraves desnecessários para oinvestimento na valorização do turismo noAlgarve”, afirmou o Primeiro-Ministro,acrescentando que as autarquias locais serãofundamentais em todo este processo. “Poracreditarmos que a descentralização é umaalavanca fundamental para o desenvolvimento,temos vindo a criar um programa dedinamização de investimentos de proximidade,centrados na proteção contra os riscos, na áreada saúde, da educação, da qualificaçãoambiental. Já foram abertos até agora, pelasautarquias locais, concursos no valor de 400milhões de euros e, até final de maio, seráaberto um novo concurso no valor de milmilhões de euros. E é muito importante contarcom o empenho das freguesias e dosmunicípios, porque há obras que só asautarquias estão em condições de realizar porperceberem melhor a sua importância para ascomunidades locais e as condicionantesexistentes” .

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MOSTRA DE VINHOS EM ALBUFEIRAÉ APOSTA GANHA

Albufeira transformou-se, durante quatrodias, na capital do vinho ao receber aGrande Mostra de Vinhos de Portugal.

Pelo oitavo ano consecutivo, a iniciativa daConfraria do Bacchus de Albufeira ganhou aaposta, aumentando em 27 por cento o númerode visitantes, e é já a maior mostra de vinhosrealizada a sul do país.

A 8ª Grande Mostra de Vinhos de Portugalterminou no dia 10 de maio e vestiu-se decores  múltiplas,  com particular  ênfase paraas vestes dos confrades anfitriões, que realçaramsempre que o consumo do vinho deve ser feitocom moderação. 120 produtores e o «Concursode Vinhos 2016»  fizeram as honras do eventoque contou com mais de 11 mil e 500 visitantesque degustaram as cerca de mil referênciascolocadas à prova no certame.

Os diversos vinhos à prova (brancos, tintos,verdes, rosados e licorosos), foram o centro dasatenções, a somar ao lançamento de novosprodutos, show cookings diários de tributo àdieta mediterrânica harmonizados comdiferentes néctares, apresentação de cocktails

com vinho,  decantação  degarrafa a fogo e sabre, barista e adegustação de queijos, enchidose doçaria regional sem esqueceroutras iniciativas paralelas, comoa exposição «BeberArte», asemana Enogastronómica«Vinho e Sabores» e o Fórum «AVinha e o Vinho». Os 19produtores de vinhos algarvios,com um número recorde deinscrições - mais de metade doscerca de 30 que existem naregião -  estiveram igualmenteem destaque, com a atribuição

de três medalhas no Concurso de VinhosBacchus 2016, provando a vitalidade equalidade deste sector a sul do país.

O evento não se esgotou na promoção dovinho e teve igualmente um cariz solidário -uma das premissas da organizadora Bacchus.Para o efeito, através de uma parceria com aDelta Cafés, um stand desta marca foiexplorado pela Santa Casa da Misericórdia deAlbufeira,   com os lucros das vendas areverterem a favor da instituição. Destaqueainda para a realização no último dia damostra, e pela primeira vez, de um fórumtemático, subordinado ao tema «O  Vinho e aVinha no Algarve, Caminhos, perspetivas epercursos», com as presenças de CarlosGracias, da Comissão Vitivinícola do Algarve(CVA),  Carlos Silva e Sousa, Presidente daCâmara Municipal de Albufeira (CMA),Francisco Toscano Rico, do Instituto da Vinhae do Vinho (IVV)  e José Arruda, da Associaçãode Municípios Portugueses do Vinho (AMPV)e do professor emérito Nuno Magalhães,entre outros oradores .

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CELEBRAÇÕES DO DIA DA EUROPANO BAIXO GUADIANA

O Baixo Guadiana (Alcoutim, CastroMarim, Vila Real de St. António eAyamonte) foi palco, no dia 9 de maio,

das celebrações do Dia da Europa no Algarve, noâmbito da campanha #30anos30iniciativas. Nomesmo dia comemorou-se o 3.º aniversário daEurocidade do Guadiana (Castro Marim, Vila Realde St. António e Ayamonte), presidida por CastroMarim.

As comemorações começaram em CastroMarim, no Revelim de St. António, pelas 9h, comuma cerimónia oficial, onde estiveram opresidente da CCDR Algarve, David Santos, opresidente da Eurocidade do Guadiana e daCâmara Municipal de Castro Marim, FranciscoAmaral, o presidente da Câmara Municipal deAlcoutim, Osvaldo Gonçalves, a vice-presidenteda Câmara Municipal de VRSA, Conceição Cabrita,e a vice-presidente da Câmara Municipal deAyamonte, Gema Martín. Francisco Amaralrealçou o papel dos fundos comunitários nodesenvolvimento destes municípios, agoraequipados de “infraestruturas básicas, sejamdesportivas, culturais, sociais, rede viáriarequalificação urbana e saneamento básico”,

mas sublinhou aquilo que considera ser umainjustiça na distribuição dos apoioscomunitários ao longo dos anos, adesconsideração, pela parte da UniãoEuropeia, das diferenças entre Algarve litorale o serrano, que tem considerado a regiãocomo rica na sua totalidade. Já o presidenteda CCDR, David Santos, realçou a possibilidadedo Guadiana poder ser navegável entreAlcoutim e Pomarão, dependente de umacandidatura apresentada a fundoscomunitários, que deverá estar determinadaaté ao final deste ano.

Seguiu-se uma visita da comitiva àsinfraestruturas cofinanciadas por fundoscomunitários. Em Castro Marim, além doRevelim de Santo António, foram visitados oEdifício Multifuncional de Empresas e oMercado local. Depois da apresentação dolivro «Contrabando Tradicional no BaixoGuadiana», por Rafael Cáceres Feria(Universidade de Olavide, em Sevilha), emAlcoutim, as comemorações regressaram aCastro Marim, com a visita à exposição«Eurocidade do Guadiana: 3 anos deiniciativas», na Biblioteca Municipal. Nomesmo espaço, durante a tarde, estevepatente a exposição «Pintar a Europa», umresultado das telas distribuídas pela populaçãoe entidades do território, numa iniciativa doMunicípio de Castro Marim.

O debate «30 anos depois, que futuro?» foi omomento alto das comemorações do Dia daEuropa. Moderado pela jornalista SusanaSousa, do Jornal do Baixo Guadiana,integraram também a mesa o vice-presidenteda CCDR Algarve, Adriano Guerra, o presidenteda Eurocidade do Guadiana, Francisco Amaral,o autarca de Vila Real de Santo António, Luís

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Gomes, na qualidade de membro docomité das Regiões. De Espanha,participou a segunda 2º Tte. AlcaideMaría Soledad Mora. A reflexão sobre aEuropa e o seu/nosso futuro incidiusobre a falta de autonomia, tanto a nívelde organismos nacionais, regionais oulocais, que impedem políticas dedesenvolvimento adequadas eassertivas, e sobre o seu mais recenteflagelo, o desemprego, resultado deuma “política de capelinhas”, afirmou opresidente da Eurocidade do Guadiana,Francisco Amaral. “O nosso país não éum país sério, andamos nos papelinhos dezenasde anos, somos confrontados com obstáculosirracionais, que despromovem o investimentoprivado e o combate ao desemprego”.

As celebrações do Dia da Europa encerraramcom a inauguração da exposição «Cana e Luz –

Experiências e Potencialidades», de VilmaAndré, na Casa do Sal, patente até dia 22 demaio, um conjunto de grande criatividade, quecombina o trabalho artesanal com o talento dadesigner, aqui focado nos nossos recursosnaturais .

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FARO INVESTE 30 MILHÕESNA REABILITAÇÃO URBANA

O Município de Faro candidatou, nopassado dia 27 de abril, o seu Plano deAção para a Regeneração Urbana –

PARU, ao novo quadro comunitário regionalCresc Algarve. Este plano contempla diversasações de reabilitação e qualificação do espaçopúblico e do parque edificado com valorpatrimonial, envolvendo um investimento totalque ultrapassa os 20 milhões de euros, dos quaisperto de dois milhões correspondem ainvestimento público.

Para além dos cerca de 18 milhões de euros deinvestimento privado elegíveis para areabilitação de edifícios, detetou-se ainda aintenção dos privados em reconstruirem algunsedifícios na área do Centro Histórico, nummontante de investimento que ascende a maissete milhões de euros, bem como um

investimento, levadoa cabo por entidadesassociativas sem finslucrativos, na ordemdos três milhões deeuros, destinados aações de reabilitaçãoe de animação dosseus imóveis, a açõesque promovam acriação de empregoe a integração degrupos excluídos. Nototal, estima-se quevenham, nospróximos anos, a serinvestidos perto de30 milhões de eurosem Faro para tornara cidade maisatrativa e atraente.

A candidatura surge no âmbito do trabalhoárduo que a autarquia tem desenvolvido napreservação dos seus valores patrimoniais, osquais fazem parte da sua identidade e sãoutilizados na promoção do seu território. Parao efeito, tem colaborado com os agenteslocais e proprietários, sensibilizando-os para obenefício de trabalhar em parceria com vista àrealização de um programa de reabilitação erevitalização do Centro Histórico, melhorandoa qualidade de vida dos residentes, etrabalhando em conjunto para que a cidadeatraia mais visitantes e mais turistas, bemcomo o investimento privado. Após aprovaçãodesta candidatura, poderão beneficiar daslinhas de financiamento o Município, asassociações e os privados que vierem aconcorrer .

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UNIDADE DE SAÚDE FAMILIARINAUGURADA EM LAGOS

A Unidade de Saúde Familiar dosDescobrimentos foi inaugurada, no dia10 de maio, pelo Secretário de Estado de

Saúde, Manuel Delgado. A partir de agora, oslacobrigenses vão ter mais uma resposta na áreada saúde, com um projeto que cobre 10 milhabitantes sem médico de família.

As  Unidades de Saúde Familiar (USF) sãopequenas Unidades Operativas dos Centros deSaúde com autonomia funcional e técnica, quecontratualizam objetivos de acessibilidade,adequação, efetividade, eficiência e qualidade, eque garantem aos cidadãos inscritos umacarteira básica de serviços. A USF de Lagos contacom seis médicos, seis enfermeiros e cincoassistentes técnicos.

Esta nova Unidade foiinaugurada pelo Secretário deEstado da Saúde, ManuelDelgado, e contou com apresença de deputados do PSeleitos pelo Algarve, com oexecutivo municipal de Lagos, oPresidente do Conselho Diretivoda ARS Algarve, João Manoel daSilva Moura dos Reis, osresponsáveis pelo Centro deSaúde de Lagos, da USF dosDescobrimentos e do Conselhode Administração do CentroHospitalar do Algarve. “Este émais um dia importante na vidado município, porque estamos amelhor servir a população,disponibilizando mais condiçõesde saúde aos lacobrigenses, quedurante anos se têm debatido

com diversas dificuldades nesta área”,considerou a edil Maria Joaquina Matos, queaproveitou a ocasião para solicitar aoSecretário de Estado toda a atenção e apoiodo Estado Português ao Hospital de Lagos.“Embora exista um bom hospital privado emLagos, é fundamental podermos reforçar acomponente pública”.

Também o Secretário de Estado da Saúdeconsiderou a abertura desta nova Unidade“mais um passo importante no sentido demelhor poder servir a população”, desejandoque “esta semente se possa replicar sempreque possível” .

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CÂMARA DE LOULÉ ATRIBUI VERBAPARA OBRA MAIS VOTADA DO OPDE 2015 EM ALTE

A Câmara Municipal de Loulé,representada pelo seu presidente, VítorAleixo, e o Centro de Animação e Apoio

Comunitário de Alte, representado pelo seupresidente, Juvenal Cruz, assinaram uma Cartade Compromisso, através da qual foi atribuída aprimeira tranche (50 por cento) do investimentoprevisto no projeto vencedor na freguesia deAlte, no âmbito do Orçamento Participativo2015: «Recuperação da antiga Casa da Criança emelhoramento do ginásio existente com vista àinstalação dum Núcleo de Aventura e Desportode Alte». A Autarquia irá financiar, desta forma,a totalidade da obra orçada em 48 mil e 358,66euros, sendo que a gestão da mesma ficará acargo do Centro de Animação e ApoioComunitário de Alte.

Uma vez que este é um projeto deinvestimento decorrente do OrçamentoParticipativo 2015, após a execução da obra, oCentro de Animação e Apoio Comunitário deAlte compromete-se a disponibilizar e facilitaro acesso ao espaço intervencionado com vistaao uso do mesmo por parte da população ecomunidade em geral, sem prejuízo de umeventual conjunto de regras elementaresdefinidas pela instituição de modo a agilizar autilização da infraestrutura. Com o início dostrabalhos do projeto mais votado na freguesiade Alte, a ocorrer ainda durante o mês demaio, prevê-se a respetiva conclusão dosmesmos antes do final do verão deste ano .

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ATUALIDADE

MUNICÍPIO DE LOULÉ E IN LOCOLANÇAM MOVIMENTO LOCAL DECOMBATE AO DESPERDÍCIO ALIMENTAR

No âmbito do projeto «Não desperdice onosso futuro! – uma aliança europeia dejovens e de autarcas no Ano Europeu para o

Desenvolvimento», a Câmara Municipal de Loulé e aAssociação In Loco realizaram, a 8 de maio, noMercado Municipal de Loulé, um dia dedicado aocombate ao desperdício alimentar. Foi desenvolvidoum conjunto de atividades que visam sensibilizar osagentes do território sobre esta temática,desafiando-os a adotar estilos de consumo maisresponsáveis.

O Mercado foi o palco principal desta ação, ondeteve lugar um Flash Mob construído com estudantesdo Município e Associação Corpo de Hoje, seguidode um showcooking dinamizado pelo nutricionistaAlexandre Fernandes, autor do livro «ZeroDesperdício na Cozinha», que desafiou todos ospresentes a mudar a atitude na cozinha, através dapartilha de receitas que utilizam partes nãoconvencionais dos alimentos, fomentando umaalimentação saudável sem desperdício. A iniciativacontou ainda com a participação dos chefs RicardoBernardo e Paula Miguel, que partilharam dicas paraaproveitar alimentos como a fruta feia e os legumesque provavelmente não seriam aproveitados, aosom da música dos Al-fanfare. Estiveram presentes

jovens e professores envolvidos no projeto,Instituições particulares de solidariedadesocial, restaurantes e outras entidades, numtotal aproximado de 200 pessoas.

Esta componente de animação foi aliada àapresentação de alguns dos resultados doprojeto «Não Desperdice o Nosso Futuro»,nomeadamente a Carta Europeia de Jovens ede Autoridades Locais contra o desperdícioalimentar, que foi apresentada no dia 22 deoutubro 2015, na EXPO Milão, no âmbito doAno Europeu para o Desenvolvimentodedicado ao tema da Soberania Alimentar.Esta resulta do trabalho colaborativo entre os

11 parceiros de sete países europeus. Foramapresentados os resultados preliminares dorelatório de rastreabilidade do desperdício noconcelho de Loulé, que se apresenta como umtrabalho pioneiro ao nível nacional, considerandoa escala em que é desenvolvido, procurandomedir o desperdício e as perdas nas várias fasesda cadeia alimentar (desde a produção aoconsumo final).

A realização deste conjunto de ações procurousensibilizar a comunidade sobre o desperdícioalimentar, o consumo responsável e o acesso àalimentação, por forma a torná-los agentesresponsáveis da mudança na construção coletivade novos modelos de desenvolvimento e deestilos de vida sustentáveis. Sabendo que mais de1/3 dos alimentos produzidos corresponde adesperdício alimentar, «Não desperdice o nossofuturo!» assume-se como um projeto quepretende ter um impacto político, ao mesmotempo que procurará mudar diretamente aspráticas das famílias, a partir do trabalho queserá realizado com os jovens das escolas. «Amaos Alimentos – Salva o Mundo!» é o lema desteprojeto .

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VÍTOR GUERREIRO NÃO ESQUECEREQUALIFICAÇÃO DA EN2 E ACESSOÀ VIA DO INFANTE

A Estrada Nacional n.º2 (EN2) que liga Faro aChaves conta com 71 anos de história eexerce uma importância crucial na história

de São Brás de Alportel, que à sua existência muitodeve da sua origem como povoação, e a suaformação e crescimento como concelho. A propósitodo traçado da EN2 e da premência de seremefetuadas algumas intervenções consentâneas comas exigências do atual tráfego rodoviário, segurançae qualidade de vida das populações, o Presidente daCâmara Municipal Vítor Guerreiro reuniu, no dia 12de maio, em Lisboa, com o Secretário de Estado dasInfraestruturas, Guilherme W. d’Oliveira.

O autarca são-brasense reforçou junto doSecretário de Estado das Infraestruturas a urgênciade ser realizada a requalificação da EN2 desde SãoBrás de Alportel até ao nó de ligação da Via doInfante, uma obra que se assume como fundamentalpara melhorar a segurança rodoviária e o acesso doconcelho à Via do Infante, um investimento vitalpara a atratividade e o desenvolvimento económicodo território. Conhecida que é a suspensão davariante São Brás de Alportel – Via do Infante,anteriormente integrada no projeto deRequalificação da EN125, e conhecidos que são os

constrangimentos do país, Vítor Guerreiro defende arealização em alternativa de um conjunto deintervenções pontuais, mas que, articuladas,permitem cumprir os objetivos pretendidos ecorresponder às expetativas geradas em termos deaumento da qualidade de vida das populações e dodesenvolvimento económico do concelho: a criaçãode uma segunda faixa em algumas zonas, parafacilitar a circulação e a segurança; a criação de umarotunda no cruzamento da EN2 com o acesso a Faroe à Via do Infante; e ainda a retificação de algumascurvas consideradas mais perigosas e a criação decondições para uma circulação em segurança depeões no sítio de Machados.

O Secretário de Estado das Infraestruturas assumiuo interesse na proposta apresentada e equacionou arealização do estudo das intervenções solicitadasainda no decurso de 2016, reconhecendo a urgênciadas mesmas, de modo a que em 2017 algumasdestas sejam já uma realidade. “Estas intervençõessão fundamentais, dado que, infelizmente, oprojeto de criação de um acesso direto de São Brásà Via do Infante, que havia sido integrado noprojeto global de requalificação da EN125, teve queser retirado da empreitada. Porque somos sempredefensores de um gestão rigorosa dos recursosfinanceiros públicos, pensamos que esta é umaproposta viável, exequível e sustentável”, sublinhaVítor Guerreiro, acrescentando que, com uminvestimento muito mais baixo, se poderá melhorarsignificativamente a segurança rodoviária e o acessoa São Brás de Alportel. “Isto é determinante para oincremento da nossa economia e para a qualidadede vida das populações. São Brás de Alportel temuma extraordinária localização geográfica, nocentro do Algarve e, com esta intervenção,poderemos alavancar este que é um dos maisimportantes potenciais de desenvolvimento donosso território” .

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PORTUGAL E TAVIRA PRESIDEM ÀDIETA MEDITERRÂNICA EM 2016-17

Decorreu, nos dias 5 e 6 de maio, emNápoles e Pollica (Itália), a 6ª reuniãointergovernamental e das comunidades

representativas da Dieta Mediterrânica comoPatrimónio Cultural Imaterial da Humanidade daUNESCO. O encontro teve como objetivo efetuaro balanço das atividades desenvolvidas, noúltimo ano, e contou a com presença dosrepresentantes dos sete Estados e das setecomunidades representativas (Tavira (Portugal),Sória (Espanha), Pollica (Itália), Hvar e Brac(Croácia), Agros (Chipre), Koroni (Grécia),Chefchaouen (Marrocos).

Durante dois dias foram debatidos importantesaspetos estratégicos, programáticos eorganizativos relativos à preservação, valorizaçãoe transmissão da Dieta Mediterrânica, tendoficado decidido, em Nápoles, que a próximapresidência/coordenação anual ficará a cargo dePortugal e de Tavira, já a partir do próximo mês

de junho. A delegaçãoportuguesa propôsdinamizar um programaconjunto com iniciativascentradas na melhoria derecolha de informaçãosistemática ente os Estadose as Comunidades, assimcomo realizar umaconferência internacionalsobre educação etransmissão dos valores daDieta Mediterrânica àsnovas gerações, tendocomo foco asustentabilidade dosterritórios e dabiodiversidade napreservação dos estilos de

vida e da cultura mediterrânica, modeloalimentar e prevenção da saúde pública. Nodecorrer da reunião Itália sugeriu, ainda, acriação de um livro branco sobre a DietaMediterrânica.

Em Pollica, após a reunião das seteComunidades Representativas, foi inauguradoum monumento de homenagem a Ancel Keys,fisiólogo norte-americano que na década de50 do século XX investigou e «descobriu» aDieta Mediterrânica, mundialmente divulgadapelo estudo «Seven Countries- a MultivariateAnalysis of Death and Coronary HearthDisease». Hoje, a Dieta Mediterrânica éreconhecida pela UNESCO, a OMS e a FAO.Dado que Portugal e Tavira assumem aPresidência agora a presidência dascomunidades representativas, a 7ª reuniãointergovernamental realizar-se-á, no próximoano, no nosso país .

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DESIDÉRIO SILVA É O NOVOPRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃONACIONAL DE TURISMO

O presidente da Região de Turismo doAlgarve foi eleito por unanimidade comonovo presidente da direção da

Associação Nacional de Turismo, entidadeagregadora de esforços e estratégias dos seusassociados – Entidades Regionais de Turismo,Direções Regionais de Turismo e Associações deDireito Público ou Privado – no âmbito daspolíticas nacionais de Turismo. Uma candidaturaque teve o total aval dos parceiros, em virtudedo trajeto do antigo presidente da CâmaraMunicipal de Albufeira e do fervor com quesempre se envolveu no turismo nacional ealgarvio.

O exercício das novas funções servirá,igualmente, para continuar a chamar a atençãopara as necessidades do Algarve, a maior regiãoturística de Portugal, e para combater as

assimetrias existentes no contexto nacional.“Vou apresentar as minhas sugestões eopiniões no sentido de se definir cada vezmais uma política para o turismo nacionalonde todas as partes tenham valor e quesejam reconhecidas como importantes para aestratégia global, quer em termos doinvestimento, como da promoção”, frisaDesidério Silva. “O que digo sempre, em cadacargo que exerço, é que o interesse do tododeve ser sempre superior aos interesses decada um, independentemente das suasreivindicações e exigências. A AssociaçãoNacional de Turismo representa os interessesglobais do setor e esses devem prevalecer,desde que, claro, sejam positivos e devalorização dos nossos produtos”, referiu, àmargem da inauguração da 2ª Mostra deNatureza da Algarve Nature Week .

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ANIMAÇÃO

BUBBA BROTHERS A FERVERNO FINAL DE MAIO

A mais badalada dupla de dj’s algarvios domomento, os Bubba Brothers, terminam omês de maio em grande estilo, primeiro no

dia 27, no Festival ORIGIN, em Faro e, logo no diaseguinte, no conceituado Libertos Bar, de Albufeira.

O Festival ORIGIN realiza-se, de 26 a 28 de maio,no Jardim Manuel Bívar, em Faro, numa organizaçãoda Instituição Particular de Solidariedade Social«CASA» com o intuito de angariar fundos para a suaatividade regular, e do cartaz fazem parte, para alémda dupla Eliseu Correia e Justino Santos, os Dj’s Jossa(dia 26) e Swich (dia 28). “Esta IPSS tem-sedistinguido pela sua capacidade de inovar e dearranjar outras formas de receita para poder ajudaros mais necessitados. Desta vez, criaram um festivalem torno do gin, precisavam de atrações musicaisde peso e falaram connosco para saberem sepoderíamos colaborar com o evento”, relata EliseuCorreia.

O convite foi prontamente aceite, até porque adupla nunca vira a cara às causas sociais, e será umaatuação ao vivo diferente do usual no que dizrespeito ao alinhamento musical, por se tratar de umfestival sobre o gin e por irem tocar música das 21h

às 0h. “Acabamos à hora em quenormalmente começamos, por isso,vamos optar por um som mais na onda dochill-out/house, até eletro, que não temnada a ver com o nosso tradicionalpop/rock. Mas, como não temos nenhumrótulo, será uma oportunidade parademonstrar que também estamoscompletamente à vontade neste registomusical”, frisa Eliseu Correia.

Espera-se, assim, uma noite repleta declientes que não fazem parte da legião defãs dos Bubba Brothers, mais à imagem dosfestivais de música de dança e eletrónica.Ao mesmo tempo, a noite de 27 de maioacaba por servir de ensaio para a atuação

do dia seguinte, desta vez no Libertos Bar, emAlbufeira, numa agenda que continua bastantepreenchida. “A música funciona por ondas, maso passa-a-palavra continua a ser a forma maiseficaz de se colocar um produto, um serviço ouum artista com sucesso no mercado. Tem-sefalado bastante do nosso trabalho e a falange depessoas que assistem aos espetáculos dos BubbaBrothers vai crescendo cada vez mais. Aliás, vaiabrir uma nova lounge em Faro e já estamosreservados para a inauguração”, adianta oentrevistado.

Um sucesso bem-vindo, mas que ainda está asurpreender, pela positiva, este empresário doramo do turismo, consciente do elevado númerode dj’s profissionais em atividade no sul do país.“É extremamente gratificante verificarmos queas pessoas apreciam imenso o nosso espetáculo,que percebem que é diferente das atuações dosoutros dj’s. Gostamos daquilo que fazemos,estamos a colher os frutos do nosso trabalho eacredito que, este Verão, até poderíamos viverapenas das solicitações que temos recebido”,finaliza Eliseu Correia .

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LAGOA ABRE VERÃO COM «NOITEBLACK & WHITE» EM CARVOEIRO

Após o sucesso dasduas primeirasedições, em 2014 e

2015, a Câmara Municipalde Lagoa irá organizar, nodia 18 de junho, mais uma«Noite Black & White» emCarvoeiro, a primeiragrande festa de verão noAlgarve. Será, certamente,uma grandiosa noite deentretenimento, diversão ecultura, dinamizando aantiga aldeia depescadores, hoje uma vilaessencialmente virada parao turismo de qualidade e que recebe bem todosos visitantes, com a colaboração dosestabelecimentos comerciais que aderem, dessemodo, à promoção turística do Concelhopretendida pelo executivo.

Estima-se que, em 2015, tenham passado peloevento cerca de 20 mil pessoas, esperando-seque este ano um número similar «inunde»Carvoeiro, das 20h30 às 3h, com entrada livre. Obranco e o preto são obrigatórios e transversaisàs várias manifestações, que vão desde a dança àanimação de rua, com particular destaque para amúsica de diferentes géneros e procedências. Olargo da praia e as ruas do centro do Carvoeiro,redesenhadas numa ambiência muito particular,terão cinco cenários diferentes que irão acolheroito espetáculos de música e dança ao longo danoite, que começará às 20h45 com música edança oriental do grupo El Laff.

O original projeto L.S.D. Living Statues DJ fará atransição do dia para a noite com um «Chill OutSunset» entre as 21h e as 22h. A música dos anos60, 70, 80 e 90 será protagonista no Cenário daEstrada do Farol com o Dj Alex Ramos,

ininterruptamente das 22h às 2h. Entre as21h50 e as 23h, os Six Irish Men irão pôr opúblico a dançar ao som de coversemblemáticos como «Leaving of Liverpool»,«Toss the Feathers», «Fisherman’s Blues»,entre outros.

O multi-instrumentista grego Spyros Kaniaris(ex-membro do grupo L’Ham de Foc)apresentará duas das formas mais expressivasde música tradicional grega – «Dimotiki» e«Rembetika», com início às 22h45 no Cenárioda Rua do Barranco. Às 23h, subirá ao palcodo Largo da Praia do Carvoeiro o cantor ecompositor britânico Daniel Kemish, que irábrindar o público com a apresentação do seuCD «Fools & Money». Depois da largada debalões luminosos no largo da praia, das 00h às03h, o areal da praia do Carvoeiro irátransformar-se numa mega pista de dança,com os mais relevantes temas de dance musicselecionados pelo Dj Pete Sleev .

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