alguns pontos sobre a tese de ortiz

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http://pt.slideshare.net/AmandaLeticia1/o-desenvolvimento- do-servio-social https://prezi.com/8jxe01vb3sli/vertente-reatualizacao-do- conservadorismo/ Mediante a supervalorização destes parâmetros morais, o Estado realizou o projeto reformista-conservador do capitalismo monopolista de enfrentamento das expressões da questão social por meio de uma atuação moral, promovendo o controle e garantindo a reprodução da força de trabalho, incorporando parte das demandas dos trabalhadores, sem deixar de responder as exigências do capital. Concomitantemente , o Estado estabeleceu uma mediação ético- moral entre indivíduos e a sociedade, ocultando suas funções coercitivas, burocráticas e impessoais, tornando-se também provedor de benefícios, transferindo suas responsabilidades para as classes subalternas responsabilizando-as pelas suas condições sociais, realçando seu individualismo e reproduzindo a alienação. (Barroco, 2010). Cabe salientar também, que as pessoas mais indicadas para exercer a profissão eram as mulheres pertencentes à burguesia, uma vez que, conforme os moldes tradicionais e “corretos” estabelecidos na época, pelo tradicionalismo, eram elas que possuíam as citadas características.

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imagem do serviço social

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Page 1: Alguns Pontos Sobre a Tese de Ortiz

http://pt.slideshare.net/AmandaLeticia1/o-desenvolvimento-do-servio-social

https://prezi.com/8jxe01vb3sli/vertente-reatualizacao-do-conservadorismo/

Mediante a supervalorização destes parâmetros morais, o Estado realizou

o projeto reformista-conservador do capitalismo monopolista de enfrentamento

das expressões da questão social por meio de uma atuação moral,

promovendo o controle e garantindo a reprodução da força de trabalho,

incorporando parte das demandas dos trabalhadores, sem deixar de responder

as exigências do capital. Concomitantemente, o Estado estabeleceu uma

mediação ético-moral entre indivíduos e a sociedade, ocultando suas funções

coercitivas, burocráticas e impessoais, tornando-se também provedor de

benefícios, transferindo suas responsabilidades para as classes subalternas

responsabilizando-as pelas suas condições sociais, realçando seu

individualismo e reproduzindo a alienação. (Barroco, 2010).

Cabe salientar também, que as pessoas mais indicadas para exercer a

profissão eram as mulheres pertencentes à burguesia, uma vez que, conforme

os moldes tradicionais e “corretos” estabelecidos na época, pelo

tradicionalismo, eram elas que possuíam as citadas características.

Fátima Grave Ortiz (2011) assinala que o Serviço Social convive

dialeticamente com duas faces que compõem a imagem da profissão na

sociedade:

• A primeira, proveniente de sua trajetória sócio-histórica.

• A segunda resulta de traços contemporâneos incorporados à profissão, a

saber, a defesa de direitos sociais e dos interesses da classe trabalhadora.

 Em conformidade com as ideias defendidas por Ortiz (2011, p. 123):

“esses traços, fundados em claros e antagônicos valores e princípios ético

políticos, colidem entre si cotidianamente numa aberta ‘luta dos contrários’ e

incidem tanto no exercício quanto na formação profissional”.

Page 2: Alguns Pontos Sobre a Tese de Ortiz

O Serviço Social emerge concomitantemente à consolidação do modo de

produção capitalista no Brasil. A afirmação desse projeto econômico exigiu a

adoção de medidas político-ideológicas por parte do Estado brasileiro e suas

elites. Um conjunto de serviços e políticas sociais foi instituído para o

enfrentamento da “questão social”.

O Serviço Social fundamentou-se a partir dos interesses do Estado, da

classe burguesa e da Igreja Católica. “esta atuação, marcada pela

incorporação dos aportes do pensamento conservador, era voltada,

paulatinamente, à família trabalhadora, em especial à mulher.” (ORTIZ, 2011,

p. 125)

Os Códigos de Ética da profissão de 1965 e 1975 advogam ser

responsabilidade do Assistente Social: “zelar pela família, grupo natural para o

desenvolvimento da pessoa humana e base da sociedade, defendendo a

prioridade de seus direitos e encorajando medidas que favoreçam sua

estabilidade e integridade” (ORTIZ, 2011, p. 126).

 Na década de 1980, o Serviço Social veste-se de uma configuração

radicalmente distinta de sua trajetória sócio-histórica. A partir de então, sob a

influência da crise da ditadura e dos “ventos democráticos”, busca-se uma nova

base de legitimidade da profissão.

O chamado “salto qualitativo” experimentado pela profissão nos anos

1980 permitiu uma nova imagem da mesma: “[...] trata-se agora de se conceber

a profissão como uma especialização do trabalho coletivo, inscrita na divisão

social e técnica do trabalho, e seus sujeitos profissionais como assalariados

[...]” (ORTIZ, 2011, p. 130).

O autorreconhecimento do assistente social como força de trabalho revela

os limites da profissão, o que reitera a condição oposta deste profissional à sua

imagem tradicional. Nessa perspectiva, o assistente social também se percebe

como cidadão, por conseguinte, portador de direitos.

Page 3: Alguns Pontos Sobre a Tese de Ortiz

O agravamento das expressões da questão social, somados ao

esvaziamento do Estado nas políticas públicas, e ainda as transformações que

a classe trabalhadora passou a enfrentar diante do redimensionamento do

mundo do trabalho exigiram do Serviço Social: A constituição e o fortalecimento

de um projeto profissional que manifestasse sua resistência à crise do capital e

do neoliberalismo.

Era necessário que a profissão fosse além da defesa de direitos ou da

normatização de deveres e que fomentasse a organização da categoria

profissional ao redor de documentos que a norteassem política, ideológica e

juridicamente.

Nessa vertente inserem-se a Lei 8.662/1993, o Código de Ética de 1993 e

as Diretrizes Curriculares de 1996. O grande avanço do Código de Ética 1993

foi:

“A afirmação do compromisso ético profissional com

valores emancipadores universais, não mais restritos aos

interesses particulares de uma determinada classe. [...]

Ou seja, é a luta pela efetiva emancipação política e o

‘empenho na eliminação de todas as formas de

preconceito’ e discriminação [...]” (ORTIZ, 2011, pp. 131 e

132).

Serviço SocialAgora é sua vez

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Page 4: Alguns Pontos Sobre a Tese de Ortiz

17/10/2013

Ética e Serviço SocialDesafio IOrtiz (2011) descreve que vários foram osdocumentos de que a profissão se utilizoupara norteá-la política e juridicamente.Descreva qual foi o grande salto alcançadopelo Serviço Social com o Código de Ética de1993.

Ética e Serviço SocialResposta Desafio I

Ética e Serviço SocialDesafio IIQuais são as responsabilidades doAssistente Social de acordo com o seuCódigo de Ética?

ORTIZ, Fátima da Silva Grave. O Serviço Social e sua imagem: avanços e continuidades de um processo em construção. Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Serviço Social da ESS/UFRJ. Rio de Janeiro: UFRJ, 2007. 

A autora se dispõe a estudar o “o processo de constituição da imagem social da profissão” frente ao processo consolidação particular do capitalismo no Brasil e o enfrentamento das expressões da “questão social”;- No entanto, sabe-se que “a imagem é um nível necessário para a apreensão de qualquer objeto de pesquisa, porém insuficiente, pois imagem e realidade não são a mesma coisa” (p.28)- “O homem é um ser que exerce sua atividade prática conforme suas necessidades e intenções, e tal característica confere ao sujeito sua humanidade”. Para Marx e Engels (1993, p. 28), “O que os indivíduos são, portanto, depende das condições materiais de produção.- “As imagens criadas pelos homens não são desconectadas de sua realidade

Page 5: Alguns Pontos Sobre a Tese de Ortiz

material, não são gestadas abstratamente como se o próprio intelecto humano assim o fosse capaz” (p.28). - “A imagem, portanto,

Vá para a Página

ORTIZ, Fátima da Silva Grave. O Serviço Social e sua imagem: avanços e

continuidades de um processo em construção. Tese de Doutorado apresentada

ao Programa de Pós- Graduação em Serviço Social da ESS/UFRJ. Rio de

Janeiro: UFRJ, 2007. 

***A autora se dispõe a estudar o “o processo de constituição da imagem social

da profissão” frente ao processo consolidação particular do capitalismo no

Brasil e o enfrentamento das expressões da “questão social”;

- No entanto, sabe-se que “a imagem é um nível necessário para a apreensão

de qualquer objeto de pesquisa, porém insuficiente, pois imagem e realidade

não são a mesma coisa” (p.28)

- “O homem é um ser que exerce sua atividade prática conforme suas

necessidades e intenções, e tal característica confere ao sujeito sua

humanidade”. Para Marx e Engels (1993, p. 28), “O que os indivíduos são,

portanto, depende das condições materiais de produção.

- “As imagens criadas pelos homens não são desconectadas de sua realidade

material, não são gestadas abstratamente como se o próprio intelecto humano

assim o fosse capaz” (p.28). 

- “A imagem, portanto, expressa a apreensão que o homem faz dessa

realidade, embora não possa ser confundida com ela” (p.29).

- Embora “a imagem expresse a projeção que a consciência humana faz de

determinado fenômeno, que neste caso, resume-se à aparência da coisa em si,

não podemos descartá-la ou considerá-la como algo secundário” (p.29) 

- “No entanto, na ordem burguesa, tende-se a identificar aparência e essência,

tornando a superfície sensível das coisas, a própria coisa. Assim, a aparência

que subjaz determinada imagem tende a se afirmar como realidade; e no caso

de uma ordem societária constituída por classes sociais antagônicas [como a

ordem burguesa], a imagem que reveste essa aparência, tende a incorporar os

valores que nesta sociedade são dominantes” (p.30).

Page 6: Alguns Pontos Sobre a Tese de Ortiz

“Concebe-se que o Serviço Social consiste em uma profissão que se inscreveu

na divisão social e técnica do trabalho em um determinado momento do

capitalismo, mais especificamente em sua fase conhecida por monopólica, para

responder a determinadas necessidades e interesses postos a partir do embate

político das classes sociais fundamentais. Assim, para responder a tais

demandas, fez-se necessário a constituição de diversos atores profissionais,

dentre eles o assistente social. Observa-se, então, a configuração de uma

profissão, cujo ethos profissional foi moldado para atender determinadas

requisições sócio profissionais e constitui-se de um rol de características,

aparentemente capazes de integrar, mudar comportamentos e apaziguar

conflitos com o uso mínimo de coerção possível” (p.23).

“A configuração mesma da realidade oferecerá os fundamentos para a

apreensão de uma determinada imagem social, no caso, de uma profissão

como o Serviço Social” (p.27).

“O recurso à história, portanto, não é secundário ou lateral, mas fundamental

para que se possa conceber a imagem socialmente consolidada da profissão

como expressão do movimento do real. E neste sentido, ela não é estática ou

insuperável, mas se constrói, fortalece ou subsume a partir das relações

estabelecidas entre as classes sociais em determinado momento histórico”

(p.27).

Pode-se dizer que existe um sentido para a profissão “na divisão social e

técnica do trabalho” (p.27)

FICHAMENTO

TEXTO

SERVIÇO SOCIAL E ÉTICA: A CONSTITUIÇÃO DE UMA IMAGEM SOCIAL RENOVADA

FÁTIMA ORTIZ

Page 7: Alguns Pontos Sobre a Tese de Ortiz

No texto Serviço Social e Ética: a Constituição de uma Imagem Social Renovada de

Fátima Ortiz, a autora inicia apontando que o Serviço Social brasileiro apresenta uma

imagem peculiar, vincula-se à defesa dos direitos e aos interesses da classe

trabalhadora, fruto de uma trajetória sócio-histórica.

A defesa dos direitos da classe trabalhadora, segundo a autora, deriva do esforço de

uma renovação política pela qual passa a profissão do assistente social. É buscado uma

nova ordem societária, onde não haja exploração da força de trabalho do indivíduo,

com vistas à sua emancipação. Entretanto, a autora argumenta que os traços da

renovação da profissão ainda convivem com as marcas e origem do Serviço Social, ou

seja, a caridade e a filantropia. A imagem do Serviço Social brasileiro está ligada à

mocinha boazinha, aquela que defende direitos e ajuda a quem precisa.

Em relação à constituição histórica do Serviço Social, como já é de conhecimento, o

mesmo se consolidou no país como profissão o na década de 1930, quando se fixava o

projeto reformista-conservador. Vale-se dizer, que a profissão estava ligada com a

proposta capitalista.

Segundo Ortiz, esse processo impôs medidas de caráter político e ideológico, sendo

que os desdobramentos da produção industrial sobre a classe trabalhadora exigiu nova

postura por parte do Estado e elites.

Na década de 1940 vemos a constituição de serviços e políticas sociais, com o objetivo

de enfrentar as expressões da questão social. Neste contexto, o Serviço Social

constitui-se como uma profissão inserida na divisão sócio-técnica do trabalho se

consolidando a partir da junção de forças da Igreja, burguesia e Estado, atuando nesta

época segundo estes interesses.

A profissão volta-se para a família em especial para a mulher. De acordo com a autora,

representando um pensamento da Doutrina Social Cristã, no qual a família é a célula

indissolúvel. A partir da referência católica burguesa a família tinha que zelar pela

educação e caráter de seus membros, caso contrário era considerada a

desestruturada. Neste sentido os assistente sociais tendiam a considerar a família

“desestruturada “ como um objeto de intervenção profissional. Este tipo de família era

aquela que possuía pais separados, mães solteiras ou trabalhadoras e alheia à

educação dos filhos.

Page 8: Alguns Pontos Sobre a Tese de Ortiz

A autora faz uma passagem pelo código de ética profissional, onde em 1965 o

assistente social deve zelar pela família, grupo natural para o desenvolvimento da

pessoa humana e essência a para a sociedade, defendendo a prioridade de seus

direitos e encorajando medidas que favorecessem sua estabilidade. Os códigos de

Ética de 1947, 1965 e atribuem o homem como uma pessoa humana, onde deve ser

respeitado, contudo, inspirando-se na caridade cristã. Em 1975 tem-se a pessoa

humana como valor central. Em 1986 tem-se u m código radicalmente novo, fundado

em uma ética diferente da tradicional, onde se estabelecem as bases para a

construção de uma nova imagem profissional.

Quanto a construção do Projeto ético político profissional a autora menciona que os

anos 80 materializaram no serviço social brasileiro como um processo de renovação e

amadurecimento, isso graças à crise da ditadura a profissão vincula-se aos interesses

da classe trabalhadora. Trata-se de conceber a profissão o como uma especialização

do trabalho coletivo, inscrita na divisão social do trabalho e com sujeitos sociais

submetidos à lógica do mercado. O tensionamento da questão social, a escassez das

políticas impulsiona a profissão da década de 1990 à uma definição política, com um

posicionamento de resistência face a crise do capital e do neoliberalismo. O projeto

político profissional em vigor é materializado pelo reconhecimento da teoria social

crítica como substrato teórico. O código de ética de 1993 teve seu grande salto a partir

da afirmação de valores emancipadores e universais, não mais restritos a uma

determinada classe.

A autora finaliza com a consideração de que necessitamos de amadurecimento, com

reflexão, discussão e observação do cotidiano para a construção de algo novo, focado

no sujeito mas sem perder de vista a totalidade. A chamada intenção de ruptura

constitui-se como um marco no sentido da superação do histórico conservador da

profissão.

A necessidade da profissão de Assistente Social no Brasil teve inicio pelos anos 30, do

século XX, quando se observavam a afirmação e o fortalecimento do projeto

reformista conservador, ligado diretamente ao processo de consolidação do

capitalismo no Brasil.

Page 9: Alguns Pontos Sobre a Tese de Ortiz

Com isso houve uma imposição necessária da implementação de um conjunto de

medidas de caráter político-ideológico para além da substituição do modelo

econômico. A constituição do conjunto de serviços e políticas sociais e de um aparato

institucional socioassistencial para operacionalizá-los, sobretudo na década de 1940,

se inscreveu nesse empreendimento do Estado brasileiro, que aliado à tradição

conservadora nacional oriunda de um período remoto, passou a enfrentar as

expressões da “questão social” a partir das referências de um projeto de caráter

reformista conservador.

O Serviço Social teve sua consolidação no Brasil a partir da convergência de forças e

interesses do Estado e de segmentos da burguesia e da Igreja Católica, atuando

conforme tais interesses, até porque os pioneiros foram na maioria de uma mesma

classe e de militância católica.

Esta atuação, marcada pela aplicação de pontos teóricos do positivismo, filosóficos do

neotomismo e ideológicos do pensamento conservador, era voltada, paulatinamente,

à família trabalhadora, em especial à mulher.

No pensamento neotomista, diz que o homem é um ser dotado de razão, com

capacidade de refletir sobre seus atos e superar suas limitações. A reforma moral faz

parte desse processo de adequação.

Destacam-se nos Códigos de Ética de 1947, 1965 e 1975 a atribuição do homem como

“pessoa humana”.

A profissão adentra a década de 80 do século XX de uma forma radicalmente

diferente, se comparada a toda sua trajetória sócio-histórica desde as protoformas.

O Serviço Social almejou em fins dos anos de 1970 e na década seguinte, afirmar sua

legitimidade frente aos usuários de sua ação profissional – a classe trabalhadora.

Em 1993 foi criada a Lei que regulamenta a profissão, ou seja, a Lei 8662/93,

Page 10: Alguns Pontos Sobre a Tese de Ortiz

juntamente com o novo Código de Ética.

Nesse novo Código, estão bem claros os princípios ético-políticos que dão visão a uma

nova auto-imagem profissional.

Assim, o grande salto que o Código de 1993 sustentou, foi a afirmação do

compromisso ético-profissional com valores emancipadores universais, não mais

restritos aos interesses particulares de uma determinada classe.

Diante de todo esse movimento, pode-se constatar que o Serviço Social é uma

profissão dinâmica e que cabe ao Assistente Social modificar a sua forma de atuação

profissional, em decorrência da demanda que lhe é colocada e da necessidade de

responder as exigências e as contradições da sociedade capitalista. O projeto ético-

político profissional do Serviço Social no Brasil, vinculado a um projeto de

transformação de sociedade, reitera a teoria crítica como fundamentação do agir

profissional.

Os parâmetros éticos orientadores das decisões do Serviço Social em relação à

pesquisa são buscados no Código de Ética Profissional (1993), que nos indicam como

valores e princípios fundamentais: a liberdade, valor ético central, as demandas

políticas a ela inerentes – autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos

sociais; a defesa intransigente dos direitos humanos e a recusa do arbítrio e do

autoritarismo; a defesa e aprofundamento da democracia; o posicionamento em favor

da equidade e da justiça social (Conselho Federal de Serviço Social: 1993).

Trata-se, assim, da reprodução da desigualdade, no campo da pesquisa em saúde

pública, evidenciando a frágil condição das populações que são alvo de nossa atuação

como assistentes sociais. Por tal determinação, um dos valores fundou da Bioética: a

autonomia do sujeito da pesquisa merece

ser tratada historicamente, em seu significado concreto, na vida social. Segundo nosso

Código de Ética, a autonomia está vinculada à liberdade e à alteridade, o que supõe a

Page 11: Alguns Pontos Sobre a Tese de Ortiz

negação da discriminação, do preconceito, o respeito aos valores dos sujeitos, aos seus

costumes e hábitos, com destaque para a questão do sigilo profissional, nas várias

etapas da pesquisa. Segundo o Código, o assistente social deve se empenhar na

“eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade,

à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças”,

sendo vedado ao assistente social, “exercer sua autoridade de modo a limitar ou a

cercear o direito do usuário de participar e decidir livremente sobre os seus interesses”

(CFESS:1993; 11).

Traduzidos para o âmbito da atividade investigativa, a objetivação de tais valores exige

a garantia do acesso do sujeito às informações necessárias à sua participação na

pesquisa, especialmente quanto ao uso de seus resultados, ao sigilo profissional

relativo às várias etapas da pesquisa; posicionamento e respeito aos seus valores,

hábitos e costumes; estabelecimento de relações democráticas, não discriminatórias,

não autoritárias, entre outros. Neste sentido, o código de ética é claro quando afirma

que o assistente social deve:

a) Garantir a plena informação e discussão sobre as possibilidades e conseqüências das

situações apresentadas, respeitando democraticamente as decisões dos usuários,

mesmo que sejam contrárias aos valores e às crenças individuais dos profissionais,

b) Devolver as informações colhidas nos estudos e

pesquisas aos usuários, no sentido de que estes possam usá-los para o fortalecimento

de sues interesses;

c) Informar a população usuária sobre a utilização de materiais de registro áudio-visual

e pesquisas a elas referente e a forma de sistematização dos dados obtidos (CFESS:

1993: 15).

Conclusão

Foi-se necessário à profissão de Assistente Social no Brasil no inicio dos anos 30, do

Page 12: Alguns Pontos Sobre a Tese de Ortiz

século XX, quando se observavam a afirmação e o fortalecimento do projeto

reformista conservador, ligado diretamente ao processo de consolidação do

capitalismo no Brasil.

O Serviço Social teve sua consolidação no Brasil a partir da convergência de forças e

interesses do Estado e de segmentos da burguesia e da Igreja Católica.

Em 1993 foi criada a Lei que regulamenta a profissão, ou seja, a Lei 8662/93,

juntamente com o novo Código de Ética. Ficando bem claros os princípios ético-

políticos que dão visão a uma nova auto-imagem profissional.

BIBLIOGRAFIA:

- Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais. Brasília, CFESS, 1992.

____________ Ética, direitos humanos e diversidade, in Revista Presença Ética; 03,

GÉPE, Recife, UFPE, 2003.

ORTIZ. Fátima da Silva Grave. O Serviço Social e sua imagem: avanços e continuidades

de um processo em construção.2007. 306f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-

Graduação em Serviço Social da Escola de Serviço Social/UFRJ, Rio de Janeiro, 2007

(original inédito).

http://www.uniesp.edu.br/revista/revista7/pdf/2_servico_em_debate.pdf - Acesso em

27 nov. de 2011.

http://www.fnepas.org.br/pdf/servico_social_saude/texto2-2.pdf - Acesso em 31 out.

de 2011.

Page 13: Alguns Pontos Sobre a Tese de Ortiz

17/10/2013

Ética e Serviço Social

Resposta Desafio II

Ética e Serviço Social

Desafio III

Estando o projeto profissional em

confronto direto com o modelo de acumulação

vigente,

é

esperado

que

ocorram

dificuldades na sua defesa, pois configurase contraditório diante da estrutura

capitalista. No entanto, Fátima Ortiz (2011)

esclarece que há um elemento que não

pode ser subestimado ao tratar-se de um

projeto profissional hegemônico. Descreva

que elemento é esse.

Ética e Serviço Social

Resposta Desafio III

7

Page 14: Alguns Pontos Sobre a Tese de Ortiz

17/10/2013

Ética e Serviço Social

Desafio IV

Fátima Grave Ortiz (2011) sustenta que o

Serviço Social brasileiro dispõe de uma

particular imagem socialmente reconhecida.

Essa autoimagem pauta-se em dois traços.

Quais?

Ética e Serviço Social

Resposta Desafio IV

Ética e Serviço Social

Finalizando

8

Page 15: Alguns Pontos Sobre a Tese de Ortiz

17/10/2013

Ética e Serviço Social

• Fátima Grave Ortiz (2011) ressalta os

avanços da profissão expressos nos

Códigos de Ética anteriores e, em special,

no atual.

• Além disso, destaca o projeto político

profissional que apresenta como substrato

teórico e político-cultural a teoria social

crítica.

Ética e Serviço Social

• Diante das transformações sofridas pelas

sociedades contemporâneas, é impar que o

Serviço Social entre neste século XXI

reconhecendo a existência de ameaças

ao seu projeto profissional e também

reafirmando o caminho escrito pela “intenção

de ruptura”, percorrido pela profissão até o

momento.

• Para tanto, é necessário o compromisso do

profissional com seu aprimoramento

intelectual.

Ética e Serviço Social

• O autorreconhecimento do assistente

social como força de trabalho revela os

limites da profissão, o que reitera a condição

oposta deste profissional à sua imagem

tradicional.

• Nessa perspectiva, o assistente social

Page 16: Alguns Pontos Sobre a Tese de Ortiz

também se percebe como cidadão e,

por conseguinte, como portador de

direitos.

9

Page 17: Alguns Pontos Sobre a Tese de Ortiz

17/10/2013

Ética e Serviço Social

“Toda a doutrina social que visa destruir a

família é má, e para mais inaplicável. Quando

se decompõe uma sociedade, o que se acha

como resíduo final não é o indivíduo mas sim

a família”.

Victor Hugo – poeta e

ativista pelos direitos humanos

Ética e Serviço Social

“Eu sou um intelectual que não tem medo de

ser amoroso, eu amo as gentes e amo o

mundo. E é porque amo as pessoas e amo o

mundo, que eu brigo para que a justiça social

se implante antes da caridade”.

Paulo Freire – filósofo e

patrono da Educação Brasileira

https://www.youtube.com/watch?v=kWLPQXFr6mc

http://fjav.com.br/revista/Downloads/edicao08/Artigo_348_364.pdf

Na década de 40 do século XX, em contato com o Serviço Social norte americano a profissão começou a se tecnificar, as respostas para a questão social neste período se apoiavam na teoria social positivista. Ainda nesse período a legitimação da profissão foi evidenciada pela ocupação de um espaço na divisão sócio técnica do trabalho, como arranjo teórico doutrinário caracterizado pela junção do discurso humanista cristão com o suporte técnico-cientifico, reiterando o caráter do pensamento conservador presente na profissão e mediado pelas ciências sociais (Iamamoto). O desempenho dessa prática profissional atendeu e respondeu no plano imediato e fragmentado com ações que não apontavam para mudanças e foi impulsionado pelo aprimoramento das técnicas e dos instrumentais utilizados na profissão.