amanda bicudo bruno nogueira associaÇÃo entre …‡Ão liberada … · e meus irmãos, camila,...

81
1 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE FACULDADE DE MEDICINA PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS MÉDICAS AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D, DIABETES MELLITUS, SÍNDROME METABÓLICA E LIPODISTROFIA EM PACIENTES INFECTADOS PELO HIV EM USO DE TERAPIA ANTIRRETROVIRAL POR TEMPO PROLONGADO NITERÓI - RJ 2018

Upload: others

Post on 27-Aug-2020

3 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

1

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

FACULDADE DE MEDICINA

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS MÉDICAS

AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA

ASSOCIAÇÃO ENTRE DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D, DIABETES MELLITUS,

SÍNDROME METABÓLICA E LIPODISTROFIA EM PACIENTES INFECTADOS PELO

HIV EM USO DE TERAPIA ANTIRRETROVIRAL POR TEMPO PROLONGADO

NITERÓI - RJ

2018

Page 2: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

2

AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA

ASSOCIAÇÃO ENTRE DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D, DIABETES MELLITUS,

SÍNDROME METABÓLICA E LIPODISTROFIA EM PACIENTES INFECTADOS PELO

HIV EM USO DE TERAPIA ANTIRRETROVIRAL POR TEMPO PROLONGADO

Dissertação submetida ao Programa de Pós-

Graduação em Ciências Médicas da

Universidade Federal Fluminense como parte

dos requisitos necessários à obtenção do Grau

de Mestre. Área de Concentração: Ciências

Médicas.

Orientadora: Profª Drª Giovanna Aparecida Balarini Lima

Co-orientadora: Profª Drª Débora Vieira Soares

NITERÓI - RJ

2018

Page 3: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

3

FICHA CATALOGRÁFICA

Elaborada pela bibliotecária Verônica Novaes Esteves CRB-7/5276

N774

Nogueira, Amanda Bicudo Bruno

Associação entre deficiência de Vitamina D,

Diabetes mellitus, Síndrome Metabólica e

lipodistrofia em pacientes infectados pelo HIV em

uso de terapia antirretroviral por tempo

prolongado. / Amanda Bicudo Bruno Nogueira.-

Niterói, 2018.

81 f.

Orientador: Prof. Dra. Giovanna Aparecida

Balarini Lima.

Coorientador: Prof. Dra. Débora Vieira Soares.

Dissertação (Mestrado em Ciências Médicas) -

Universidade Federal Fluminense, Faculdade de

Medicina, 2018.

1. Deficiência de Vitamina D. 2. HIV.

3. Diabetes Mellitus. 4. Síndrome metabólica

5. Lipodistrofia. I. Título.

CDD 612.399

Page 4: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

4

AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA

ASSOCIAÇÃO ENTRE DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D, DIABETES MELLITUS,

SÍNDROME METABÓLICA E LIPODISTROFIA EM PACIENTES INFECTADOS PELO

HIV EM USO DE TERAPIA ANTIRRETROVIRAL POR TEMPO PROLONGADO

Dissertação submetida ao Programa de Pós-

Graduação em Ciências Médicas da

Universidade Federal Fluminense como parte

dos requisitos necessários à obtenção do Grau

de Mestre. Área de Concentração: Ciências

Médicas

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________________________

Profᵃ. Drᵃ. Ianick Souto Martins

___________________________________________________________________________

Profᵃ. Drᵃ. Marcia Helena Soares Costa

___________________________________________________________________________

Profᵃ. Drᵃ. Priscila Pollo

NITERÓI - RJ

2018

Page 5: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

5

DEDICATÓRIA

Aos meus familiares, em especial:

meus filhos, Clara e João;

meu marido, Carlos;

minha mãe, Marcia;

meu pai, Ricardo;

e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel;

pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo.

Page 6: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

6

AGRADECIMENTOS

Às minhas orientadoras Prof.ᵃ Giovanna Aparecida Balarini Lima e Prof.ᵃ Débora Vieira

Soares pelo incentivo e conselhos que me forneceram em um momento de muita dedicação e

trabalho árduo no âmbito pessoal e acadêmico da minha vida.

À minha colega de mestrado e amiga Juliana Abreu pelas palavras de encorajamento e pelo

companheirismo nos anos de dedicação ao projeto.

Aos professores, médicos, nutricionistas, enfermeiros e técnicos do serviço de endocrinologia

e DIP; do LANUFF e da UCP que me ajudaram com seus favores e boa vontade para

realização desse projeto, em especial, ao Prof. Rubens Antunes da Cruz, à enfermeira Wilma

Pereira Medeiros, Prof. Sérgio Setúbal e à Prof.ᵃ Solange Artimos de Oliveira pela atenção

especial durante conclusão do curso.

Aos técnicos de laboratório Alexander Timote Ferreira e de enfermagem Maria de Fátima da

Silva Soares pelos serviços prestados na coleta e envio do material ao laboratório do HUAP.

Page 7: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

7

RESUMO

Introdução: a infecção pelo HIV apresenta alta prevalência mundial e, atualmente, as

doenças cardiovasculares (DCV) representam a segunda maior causa de morte não

relacionada ao HIV na população infectada pelo HIV (HIV+). Neste contexto, estão

envolvidos fatores de risco tradicionais e outros específicos de pacientes infectados pelo HIV,

incluindo redistribuição de gordura corporal, resistência insulínica (RI) e dislipidemia

relacionados ao uso da terapia antirretroviral (TARV). A deficiência de vitamina D (VitD)

parece ser mais um fator de risco, porém é pouco estudada nesta população. Sendo assim, os

objetivos deste estudo são determinar a frequência de diabetes mellitus (DM), lipodistrofia

(LD), síndrome metabólica (SM) e deficiência de VitD numa população de pacientes HIV+

acompanhados em um hospital universitário, assim como avaliar se existe correlação entre

deficiência de VitD, tipo de antirretroviral, perfil metabólico e de distribuição de gordura

corporal. Métodos: pacientes adultos HIV+ em uso de TARV acompanhados

ambulatorialmente no Hospital Universitário Antônio Pedro no período de maio de 2014 a

agosto de 2015. Foi realizada avaliação antropométrica, laboratorial e da composição corporal

através da absorciometria por dupla emissão de raios X (DXA). Níveis séricos < 20 ng/ml

foram considerados deficiência de VitD. Os critérios de SM utilizados foram os do

Internacional Diabetes Federation (IDF) e National Cholesterol Education Program (NCEP)

Adult Treatment Panel III (ATP III). Resultados: 189 pacientes foram incluídos, sendo 106

do sexo masculino (56%), com média da idade de 45,3 ± 9,8 anos. Oito porcento dos

pacientes deste estudo tem DM, 70% apresenta lipodistrofia, 32,8% apresenta SM pelo

critério da IDF e 20,6% pelo critério da NCEP-ATPIII. Deficiência de VitD está presente em

39% dos pacientes. Os pacientes com lipodistrofia apresentaram maior frequência de SM por

ambos os critérios da IDF e NCEP-ATPIII, porém não houve diferença com relação ao

diagnóstico de DM ou deficiência de VitD. A deficiência de VitD foi mais frequente nos

homens, usuários de efavirenz, ritonavir, atazanavir, zidovudina e tenofovir. Conclusões: os

pacientes deste estudo apresentam alta frequência de síndrome metabólica, lipodistrofia e

deficiência de VitD. No entanto, não foi encontrada relação entre a deficiência de VitD, DM,

lipodistrofia e SM.

Palavras chave: deficiência de Vitamina D, HIV, diabetes mellitus, síndrome metabólica,

lipodistrofia.

Page 8: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

8

ABSTRACT

Introduction: HIV infection has a high global prevalence, and currently cardiovascular

disease (CVD) is the second most important non-HIV-related cause of death. In this context,

traditional and other specific risk factors of HIV-infected individuals (HIV+), including body

fat redistribution, insulin resistance (IR) and dyslipidemia related to the use of antiretroviral

therapy (ART) are involved. Vitamin D deficiency (VitD) appears anothera risk factor,

however is poorly studied in this population. Thus, the objectives of this study are to

determine the frequency of diabetes mellitus (DM), lipodystrophy (LD), metabolic syndrome

(MS) and vitamin D deficiency in a population of HIV+ patients followed at a university

hospital, as well as to assess whether there is a correlation between vitamin D deficiency, type

of antiretroviral, metabolic profile and body fat distribution. Methods: HIV+ adult patients on

ART using an outpatient clinic at University Hospital Antônio Pedro. An anthropometric,

laboratory and body composition assessment was performed by X-ray absorptiometry (DXA).

Serum levels < 20 ng/ml were considered vitamin D deficiency. The SM criteria used were

those of the Internacional Diabetes Federation (IDF) and National Cholesterol Education

Program (NCEP) Adult Treatment Panel III (ATPIII). Results: 189 patients were included,

106 males (56%), mean age 45.3 ± 9.8 years. Eight percent of the patients in this study had

DM, 70% had lipodystrophy, 32.8% had SM by the IDF criteria and 20.6% according to the

NCEP-ATPIII criterion. Vitamin D deficiency is present in 39% of patients. Patients with

lipodystrophy had a higher frequency of MS by both IDF and NCEP-ATPIII criteria, but there

was no difference regarding the diagnosis of DM or vitamin D deficiency. Vitamin D

deficiency was more frequent in men, users of efavirenz, ritonavir, atazanavir, zidovudine and

tenofovir. Conclusions: The patients in this study present high frequency of metabolic

syndrome, lipodystrophy and vitamin D deficiency. However, no relationship was found

between VitD deficiency, DM, lipodystrophy and SM.

Keywords: Vitamin D deficiency, HIV, diabetes mellitus, metabolic syndrome,

lipodystrophy.

Page 9: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

9

LISTA DE TABELAS E FIGURAS

FIGURA 1 - Fluxograma dos pacientes da pesquisa 29

TABELA 1 - Diagnóstico de lipodistrofia adotado pelo estudo 31

TABELA 2 - Características gerais da população HIV+ atendida nos ambulatórios

de DIP entre maio de 2014 e agosto de 2015 38

TABELA 3 - Frequência de distúrbios metabólicos na população HIV+ atendida nos

ambulatórios de DIP entre maio de 2014 e agosto de 2015 39

TABELA 4 – Características clínicas, laboratoriais e composição corporal em pacientes

com e sem deficiência de vitamina D 39

TABELA 5 - Características clínicas, laboratoriais e composição corporal

em pacientes com e sem lipodistrofia 41

TABELA 6 – Características clínicas, laboratoriais e composição corporal

em pacientes com lipodistrofia dividido por sexo 42

Page 10: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

10

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AIDS – síndrome da imunodeficiência adquirida, do inglês, acquired immunodeficiency

syndrome

ADA – associação de diabetes americana, do inglês, American Diabetes Association

CA – circunferência abdominal

CC – circunferência cervical

CD4 – grupamento de diferenciação 4, do inglês, cluster of differentation 4

DCV - doenças cardiovasculares

DIP – doenças infecto parasitárias

DM - diabetes mellitus

DNA – ácido desoxirribonucléico, do inglês, deoxyribonucleic acid

DNAm – DNA mitocondrial

DXA – absorciometria por dupla emissão de raios X, do inglês, dual-energy X-ray

absorptiometry

GLTU4 - transportador de glicose tipo 4, do inglês, glucose transporter type 4

GJA - glicemia de jejum alterada

LA - lipoatrofia

LD – lipodistrofia

LDL – lipoproteína de baixa densidade, do inglês, low density lipoproteins

LH – lipohipertrofia

HAS – hipertensão arterial sistêmica

HbA1c - hemoglobina glicada

HDL – lipoproteína de alta densidade, do inglês, high density lipoprotein

HIV – vírus da imunodeficiência humana, do inglês, human immunodeficiency virus

HIV- - indivíduo não infectado pelo HIV

HIV+- indivíduo infectado pelo HIV

HOMA – avaliação do modelo de homeostase, do inglês, homeostatic model assessment

IDF – Federação Internacional de Diabetes, do inglês, International Diabetes Federation

IMC – índice de massa corporal

IInt – inibidores de integrase

Page 11: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

11

ITRN - inibidores da transcriptase reversa análogo de nucleotídeos

ITRNN - inibidores da transcriptase reversa não análogo de nucleotídeos

IP - inibidores de protease

LIPO- - indivíduos sem diagnóstico de lipodistrofia

LIPO+ - pacientes com diagnóstico de lipodistrofia

NCEP ATPIII - do inglês National Cholesterol Education Program (NCEP) Adult Treatment

Panel III (ATP III).

OMS – Organização Mundial de Saúde

PA – pressão arterial

PAS - pressão arterial sistólica

PAD - pressão arterial diastólica

PPARy – receptores ativados por proliferador de peroxissoma gama, do inglês, peroxisome

proliferator-activated receptor gamma

PTH - paratormônio, do inglês, parathyroid hormone

RCEst – relação cintura-estatura

RCV – risco cardiovascular

RI - resistência insulínica

RM – ressonância magnética

SM - síndrome metabólica

SREBP-1 - inibidor da proteína 1C ligadora do elemento regulatório de esterol, do inglês,

sterol regulatory element-binding protein-1

TC – tomografia computadorizada

TARV – terapia antiretroviral

VitD - vitamina D

% gordura perna – porcentagem de gordura de pernas

% gordura T – porcentagem de gordura total

% gordura tronco – porcentagem de gordura de tronco

Page 12: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

12

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS 9

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 10

1- INTRODUÇÃO 14

2- REVISÃO DE LITERATURA 17

2.1- LIPODISTROFIA ASSOCIADA AO HIV 17

2.2- SÍNDROME METABÓLICA E HIV 20

2.3- DIABETES MELLITUS E HIV 21

2.4- DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D E HIV 22

2.4.1- Deficiência de vitamina D e síndrome metabólica no HIV 24

2.4.2- Deficiência de vitamina D e diabetes mellitus no HIV 25

2.4.3- Deficiência de vitamina D e lipodistrofia no HIV 26

3- OBJETIVOS 27

3.1- GERAL 27

3.2- ESPECÍFICOS 27

4- PACIENTE E MÉTODOS 28

4.1- DESENHO DO ESTUDO 28

4.2- ASPECTOS ÉTICOS 28

4.3- POPULAÇÃO E TAMANHO DA AMOSTRA 28

4.4- CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO 29

4.5- COLETA DE DADOS CLÍNICOS, LABORATORIAIS E DENSITOMÉTRICOS 30

4.6- DEFINIÇÕES DAS VARIÁVEIS ESTUDADAS 31

4.7- ANÁLISE ESTATÍSTICA 34

5- RESULTADOS 35

6- DISCUSSÃO 44

6.1 – DIABETES MELLITUS 44

6.2 – SÍNDROME METABÓLICA 45

6.3 – COMPARAÇÃO ENTRE OS GRUPOS COM E SEM LIPODISTROFIA 47

Page 13: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

13

6.4 – DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D E SUA RELAÇÃO COM DIABETES

MELLITUS, SÍNDROME METABÓLICA, ADIPOSIDADE E

LIPODISTROFIA 48

6.5 – LIMITAÇÕES DO ESTUDO 51

7-CONCLUSÕES 52

8- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 53

9- ANEXOS 71

9.1 - CARTA DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA 71

9.2 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) 76

9.3 - FICHA DE COLETA DE DADOS DOS PACIENTES 78

Page 14: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

14

1. INTRODUÇÃO

De acordo com a UNAIDS/WHO (United Nations Program on HIV-AIDS/World

Health Organization), em 2015, eram 36,7 milhões de pessoas infectadas com o vírus da

imunodeficiência humana, do inglês human immunodeficiency virus, HIV-1 e HIV-2 (HIV+)

no mundo. No Brasil, são 830 mil indivíduos HIV+ com 44 mil novos casos e 15 mil mortes

relacionada à AIDS (síndrome da imunodeficiência adquirida, do inglês, acquired

immunodeficiency syndrome) no ano de 2015. Segundo o Ministério da Saúde, nos últimos

dez anos a taxa de detecção de AIDS em homens apresentou aumento de 10,8%, enquanto que

nas mulheres houve uma queda de 18,9%, refletindo na razão de sexos que passou a ser de 19

casos de AIDS em homens para 10 casos de mulheres em 2014. E ainda há uma crescente

incidência de AIDS na juventude brasileira (15 a 24 anos), apesar do aumento da sobrevida

(Ministério da Saúde, 2015).

Mesmo com a alta prevalência da doença, observa-se uma redução progressiva da

mortalidade e mudança no seu perfil; inicialmente com a profilaxia e tratamento de doenças

oportunistas e, a partir de 1996, com o desenvolvimento da terapia antirretroviral (TARV). As

doenças cardiovasculares (DCV) atualmente representam a segunda maior causa de morte não

relacionada ao HIV e estão envolvidas com fatores de risco tradicionais e outros específicos

de pacientes HIV+, incluindo redistribuição de gordura corporal, resistência insulínica (RI) e

dislipidemia relacionados aos antirretrovirais. Os distúrbios endócrino-metabólicos são

frequentes nos pacientes HIV+ e podem ser decorrentes de infecções oportunistas, efeitos

diretos do vírus, influenciados pelo estado inflamatório da doença ou pelos efeitos adversos

da TARV (Brown, 2011).

O diabetes mellitus (DM) no indivíduo HIV+ está principalmente associado a

defeitos de secreção de insulina relacionados à inflamação e estresse metabólico, entre outros

Page 15: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

15

colaboradores, incluindo fatores genéticos (American Diabetes Association, 2017). O risco de

DM em homens HIV+ expostos a TARV é quatro vezes maior em comparação com homens

não infectados pelo HIV (HIV-) (Brown et al., 2005). A exposição a drogas da classe ITRN

(inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleotídeos) e dos IP (inibidores de protease)

foram associados ao desenvolvimento de DM (Lee et al., 2004; Lee et al., 2006; De Wit et al.,

2008; Control and City, 2012), a maior prevalência de dislipidemia e síndrome metabólica

(SM), por causarem alterações direta ou indiretamente na RI, dislipidemia e lipodistrofia (LD)

(Jeri et al., 2005).

A lipoatrofia (LA), perda de gordura periférica, é um dos achados clínicos da LD e

está associada a alterações metabólicas. A LA e as complicações metabólicas da TARV

podem compartilhar associações comuns ligadas a alterações do tecido adiposo e inflamação

sistêmica (Sievers et al., 2009).

Como na população geral, outra condição preocupante e cada vez mais prevalente é a

deficiência de vitamina D (VitD) (vitamina D < 20 ng/ml) nos pacientes HIV+. Devido a

complexas interações da resposta do hospedeiro, inflamação e infecção crônica e

consequências metabólicas da TARV, pacientes HIV+ tem fatores preditores únicos para

deficiência de VitD (Van Den Bout-Van Den Beukel et al., 2008; Lerma et al., 2012; Poudel-

Tandukar et al., 2013). A deficiência de VitD está associada a progressão da doença e

aumento da mortalidade por todas as causas e AIDS (Vescini et al., 2011; Viard et al., 2011).

Estudos recentes realizados em pacientes HIV+ sugerem que a deficiência de VitD

está associada ao aumento da insulina plasmática (Hammond et al., 2012), a RI e diminuição

da massa das células beta (Moreno-Pérez et al., 2013), aumento da incidência de DM (Mattila

et al., 2007; Pittas et al., 2010) e associação positiva com LD decorrente do uso de certos

antirretrovirais (Van Den Bout-Van Den Beukel et al., 2008; Mueller et al., 2010; Hammond

et al., 2012).

Page 16: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

16

Até o momento, não existe estudo brasileiro sobre a relação da VitD com RI, DM, SM

e LD em pacientes HIV+.

Page 17: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

17

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 LIPODISTROFIA ASSOCIADA AO HIV

A lipodistrofia associada ao HIV pode se apresentar com acúmulo de gordura

central na região abdominal, mamas e sobre a coluna dorso-cervical, conhecido como

lipohipertrofia (LH); ou perda de gordura periférica da face, membros e nádegas, conhecido

como lipoatrofia; ou com ambas as manifestações (Carr et al., 1998; Miller et al., 1998;

Viraben R, 1998). A prevalência da LD na população HIV+ é muito variável devido à

dificuldade na definição da síndrome com inúmeras manifestações clínicas e pela consequente

falta de critérios diagnósticos objetivos validados pela literatura (Carr, 2003). Em estudo

brasileiro, a prevalência de LD foi de 55%, utilizando apenas critérios subjetivos

autoreportados e confirmado no exame médico (Diehl et al., 2008).

Os fatores de risco mais frequentemente associados à LD incluem idade avançada,

uso atual e tempo de exposição à TARV, incluindo uso de IP e ITRN (Carr, 2003). Os IP

inibem a lipogênese através da expressão alterada da proteína SREBP-1 (inibidor da proteína

1C ligadora do elemento regulatório de esterol, do inglês, sterol regulatory element-binding

protein-1) e do receptor PPARy (receptores ativados por proliferador de peroxissoma gama,

do inglês, peroxisome proliferator-activated receptor gamma), ambos envolvidos na

diferenciação dos adipócitos (Zhang et al., 1999; Caron et al., 2001; Bastard et al., 2002; Carr,

2003). O indinavir, representante da classe dos IP, altera a maturação da proteína SREBP-1

com consequente diminuição da expressão do PPARy intranuclear no tecido adiposo, aumenta

gordura visceral, induz RI e hiperlipidemia (Caron et al., 2001). Já a classe dos ITRN pode

induzir disfunção mitocondrial e depleção do DNA mitocondrial (DNAm) (Caron et al., 2001;

Shikuma et al., 2001; Carr, 2003). Estudos clínicos do início da era TARV já indicavam a

Page 18: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

18

estavudina e a zidovudina, ambos ITRN, como fatores de risco predominantes para a LA

progressiva do paciente HIV+ (Saint-Marc et al., 2000; John et al., 2001; De Socio et al.,

2008; Sievers et al., 2009; Hammond et al., 2010) Especialmente a estavudina provoca

maiores efeitos lipoatróficos em comparação a zidovudina, visto que atua diretamente no

DNAm, incorporando-se e inativando o alongamento de sua cadeia (Saint-Marc et al., 1999;

Joly et al., 2002; Sievers et al., 2009).

A LD tem sido reconhecida como o principal efeito adverso das combinações de

TARV em longo prazo (Thiébaut et al., 2000). É associada fortemente a alterações

metabólicas desfavoráveis, como aumento dos triglicerídeos e lactato, diminuição do HDL-

colesterol, aumento no índice HOMA (avaliação do modelo de homeostase, do inglês,

homeostatic model assessment), além de esteatose ou esteatohepatite (Chan et al., 2011). Já

foi demonstrado que a LD é fator de risco independente para aumento do risco cardiovascular

(RCV) (De Socio et al., 2008; Hadigan et al., 2018) e aumento da incidência de DM (De Wit

et al., 2008; Hadigan et al., 2018), sugerindo que LD e obesidade podem compartilhar

consequências metabólicas desfavoráveis semelhantes apesar de apresentarem fenótipos

diferentes (Chan et al., 2010).

Diferentes metodologias têm sido usadas para diagnosticar a LD. A maioria dos

estudos define esta síndrome somente com base nas mudanças da composição corporal

avaliadas pela presença dos sintomas relatados subjetivamente pelo paciente, pela presença

dos sinais observados pelo investigador durante o exame clínico, ou por uma combinação de

ambos (Baril et al., 2005). Uma vez que é necessária a perda de aproximadamente 30% do

tecido adiposo para a LA ser clinicamente aparente, uma parte dos pacientes HIV+ pode

apresentar alterações inflamatórias desfavoráveis e não ter ainda suspeição diagnóstica (Nolan

et al., 2003; Podzamczer et al., 2009), daí a importância do uso de métodos objetivos na

avaliação diagnóstica. O primeiro autor a propor um diagnóstico baseado em índices objetivos

Page 19: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

19

apresentou um modelo que envolveu dez parâmetros com dados demográficos, clínicos,

metabólicos e de composição corporal com uma sensibilidade e especificidade variável

conforme o escore encontrado para cada paciente. Apesar de vários métodos objetivos, como

antropometria, tomografia computadorizada (TC) e densitometria, avaliarem a redistribuição

da gordura corporal, eles não fornecem diretamente o diagnóstico de LD pela falta de

validação dos parâmetros (Carr et al., 2003).

Os métodos de imagem de referência utilizados em pesquisa para avaliação da

gordura corporal são TC e ressonância magnética (RM) (Seidell et al., 1990; Schoen et al.,

1998). A densitometria por dupla emissão de raios-X (DXA, do inglês dual-energy X-ray

absorptiometry) possui inúmeras vantagens: fornece avaliação da gordura corporal total e

avaliação óssea no mesmo tempo de exame, com baixa radiação e boa reprodutilidade

(Bonnet et al., 2005; Cavalcanti et al., 2005), além de determinar valores padrão para

distribuição de gordura, permitindo assim diagnóstico mais precoce de LD e com boa acurácia

(Bonnet et al., 2005; Freitas et al., 2010; Beraldo et al., 2014). O diagnóstico de LA utiliza

dados objetivos fornecidos pela avaliação densitométrica. É definido pela fórmula: (%

gordura pernas / IMC) < 0,65, que foi o mais baixo decil medido por uma grande coorte de

paciente HIV+ sem TARV (Bonnet et al., 2005). Apesar da DXA não ser o padrão ouro,

quando associada à antropometria, detecta cerca de 80% da variação de gordura abdominal

medida por TC (Svendsen et al., 1993), podendo ser uma alternativa mais acessível e de mais

baixo custo na prática clínica. (Svendsen et al., 1993; ABESO, 2016). Pelos motivos

apresentados, o uso da DXA tornou mais fácil e precoce a detecção das alterações na

redistribuição de gordura, prevenindo assim os efeitos deletérios das alterações metabólicas

associadas à LD (Carr et al., 2003; Baril et al., 2005).

Page 20: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

20

2.2 SÍNDROME METABÓLICA E HIV

A SM afeta a população geral em proporções epidêmicas e está intimamente

associada à RI e aumento do RCV (Kolaczynski JW, 1998; Isomaa et al., 2001). É

caracterizada por uma constelação de fatores de risco metabólicos em um indivíduo e tem

como fatores causais sobrepeso/obesidade, inatividade física e fatores genéticos (National

Cholesterol Education Program (NCEP) Expert Panel on Detection, Evaluation, 2002).

De acordo com revisão sistemática brasileira, a prevalência de SM em população

adulta brasileira variou de 14,9% (Pimenta et al., 2011) a 65,3% (Rocha et al., 2011), O

componente mais frequente encontrado foi o HDL-colesterol baixo, o menos frequente foi a

hipertrigliceridemia e com a maior variação entre os estudos, foi a obesidade abdominal,

mostrando que as diferenças demográficas, étnicas e nutricionais são de grande relevância na

avaliação epidemiológica da SM no Brasil (De Carvalho Vidigal et al., 2013).

O risco de desenvolver SM no paciente HIV+ parece estar relacionado à infecção

pelo vírus, às drogas específicas e também à mudança na composição corporal desses

pacientes (Jeri et al., 2005; Jacobson et al., 2006; Samaras et al., 2007; Adeyemi et al., 2008;

Worm et al., 2010). A RI desempenha um papel chave na patogênese da SM (Kolaczynski

JW, 1998; Isomaa et al., 2001), e é muito frequente entre os pacientes HIV+ em uso de TARV

(Leow MK, Addy CL, 2003). Dentre os fatores associados a SM na população HIV+ estão:

idade avançada; IMC elevado; razão adiponectina/leptina reduzida; HOMA e glicemia de

jejum elevados (Estrada et al., 2006); carga viral aumentada (Jacobson et al., 2006); uso de

drogas específicas da classe dos IP (ritonavir/lopinavir) (Jeri et al., 2005; Jacobson et al.,

2006); e estavudina (Jeri et al., 2005). A ligação da SM às classes IP (Carr et al., 1998) e

ITRN (Madge et al., 1999; Carr et al., 2000) é esperada pela associação dessas drogas a

mudanças na composição corporal desses pacientes, que podem apresentar tanto LA quanto

obesidade central (Saint-Marc et al., 1999).

Page 21: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

21

Segundo dados de uma grande coorte italiana HIV+, a prevalência de SM foi de

45,4%, duas vezes maior que na população geral e maior que na população HIV- acima dos

60 anos (Ford et al., 2002), mostrando o alto RCV dessa população. Os critérios diagnósticos

utilizados no paciente HIV+ são os mesmos da população HIV-, porém com perfil diagnóstico

diferente do que na população adulta HIV-. O diagnóstico de SM no paciente HIV+ ocorre

principalmente pelos componentes da hipertrigliceridemia e HDL-colesterol baixo e

frequentemente, a circunferência abdominal (CA) não atinge os valores diagnósticos

definidos, muito embora esses pacientes apresentem relevantes distúrbios da distribuição de

gordura corporal (Bruno et al., 2002; Diehl et al., 2008).

2.3 DIABETES MELLITUS E HIV

O DM resulta frequentemente em deficiência na secreção de insulina no contexto

de RI e é fator de risco independente para DCV. Há frequentemente uma fase assintomática,

quando testes simples para detectar a doença pré-clínica estão disponíveis, permitindo iniciar

intervenções que impedem a progressão para estágios clínicos mais avançados. Pré-diabetes

está associado à obesidade (especialmente obesidade central), dislipidemia com triglicerídeos

aumentados e/ou HDL-colesterol baixo e hipertensão arterial sistêmica (HAS) (American

Diabetes Association, 2017). Segundo VIGITEL, a prevalência de DM no Brasil é de 8%

(7,3% entre homens e 8,7% entre mulheres), ocorre mais frequentemente com o avanço da

idade, acometendo um quarto da população a partir de 65 anos (Ministério da Saúde, 2014).

A RI em pacientes HIV+ em uso de TARV tem fisiopatologia multifatorial. Além

dos fatores comuns como obesidade, influências genéticas e inatividade física, a TARV e a

LD estão envolvidas (De Wit et al., 2008). A exposição a drogas da classe ITRN, como

estavudina, didanosina e zidovudina, foram fortemente associadas ao desenvolvimento de DM

Page 22: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

22

por mecanismo indireto, através de LD e RI (De Wit et al., 2008), assim como drogas da

classe dos IP, como lopinavir e indinavir, também foram associados ao desenvolvimento de

DM em pacientes HIV-, sugerindo efeito direto dessas drogas no metabolismo glicídico (Lee

et al., 2004; Lee et al., 2006; Control and City, 2012). Os IP têm sido associados à LD e

ocorrência de RI através da inibição da adipogênese em células de pré-adipócitos interferindo

com a proteína da fase inicial SREBP-1 (Caron et al., 2001) e também com a proteína

transportadora de glicose GLUT4 (transportador de glicose tipo 4, do inglês, glucose

transporter type 4) (Murata et al., 2000). A terapia com os ITRN, principalmente estavudina e

zidovudina, também podem acelerar o desenvolvimento de DM através da inibição da DNA

polimerase mitocondrial levando a disfunção mitocondrial e RI, independente da presença de

LD (Caron et al., 2001; Shikuma et al., 2001; De Wit et al., 2008).

A prevalência de DM em uma coorte de 411 homens HIV+ foi de 14% em uso de

TARV (vs 5% de homens HIV- da mesma coorte), evidenciando um aumento de quase 4

vezes no risco em pacientes em uso de TARV (Brown et al., 2005). Em 2017, a ADA

(American Diabetes Association) reafirmou o maior risco de DM com uso de IP e ITRN,

enfatizando a RI e apoptose das células β pancreáticas pela exposição aos IP e a desfavorável

redistribuição de gordura corporal após exposição aos ITRN. Desde então, é recomendado o

rastreio com glicemia de jejum antes do início de TARV e 3 meses após seu início e em cada

mudança de esquema terapêutico (American Diabetes Association, 2017). Além disso, não

recomenda o uso da HbA1c (hemoglobina glicada) para diagnóstico em indivíduos HIV+

devido a valores subestimados nesses pacientes (Kim et al., 2009).

2.4 DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D E HIV

Já é bem estudado o papel central da VitD no metabolismo do cálcio, fósforo e

osso (Holick, 2007). O papel da VitD como imunomodulador vem sendo estudado em

Page 23: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

23

diversas doenças infecciosas. Em uma análise retrospectiva do “Third National Health and

Nutrition examination Survery” (NHANES III) mostrou-se que baixos níveis de VitD se

correlacionaram com risco aumentado para infecção do trato respiratório superior (Ginde et

al., 2009). Evidências sugerem que diferenças na habilidade de produção de VitD endógena

podem contribuir para susceptibilidade à infecções bacterianas (Liu, 2006). Do mesmo modo,

estudos encontraram baixos níveis de VitD em pacientes portadores de tuberculose pulmonar

em comparação com grupo controle (Wejse et al., 2007; Nielsen et al., 2010; Friis et al.,

2013).

De acordo com uma revisão de estudos internacionais, a prevalência de

deficiência de VitD varia de 10% a 73,5% dos indivíduos HIV+ em uso de TARV. Essa

grande variabilidade deve-se a diferenças geográficas e demográficas de cada país e a falta de

padronização na metodologia laboratorial e valores de corte para o diagnóstico (Oyedele and

Adeyemi, 2012). No Brasil, considerando valor de corte < 30 ng/ml, a prevalência encontrada

de deficiência de VitD foi de 42-90,6%, envolvendo estudos em diferentes regiões do país

(Lips et al., 2006; Kuchuk et al., 2009; Peters et al., 2009; Russo et al., 2009; Unger et al.,

2010; Santos et al., 2012).

O papel do HIV e da TARV no metabolismo da VitD é complexo e multifatorial. Os

indivíduos HIV+ estão expostos a fatores de risco tradicionais como baixa exposição solar,

idade avançada, pele negra, obesidade, doenças granulomatosas e uso de anticonvulsivantes

(Oyedele and Adeyemi, 2012) e a fatores específicos, como carga viral, contagem de células

CD4 e estágio da doença (Bang et al., 2010). O próprio HIV pode interferir na alfa-

hidroxilação renal da 25(OH) vitamina D em sua forma ativa 1,25(OH)2D3 (Mueller et al.,

2010). Além disso, algumas classes da TARV, como os IP e ITRNN (inibidor da transcriptase

reversa não análogo de nucleotídeos), interferem no metabolismo da VitD (Cozzolino et al.,

2003; Carolien et al., 2008; Brown TT, 2010; Dao et al., 2011; Fox et al., 2011; Allavena et

Page 24: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

24

al., 2012; Lerma et al., 2012). Estudo in vitro demonstrou que o ritonavir (IP), um potente

inibidor do citocromo P450, bloqueia a ação da 1-α-hidroxilase, que é responsável pela

conversão de 25 (OH) vitamina D em 1,25 (OH)2 vitamina D no rim (Cozzolino et al., 2003).

Em estudo longitudinal prospectivo, a introdução da TARV contendo efavirenz (ITRNN) foi

associada à diminuição significativa dos níveis de 25 (OH) vitamina D em comparação ao

grupo sem efavirenz (Brown TT, 2010). O mecanismo fisiopatológico sugerido é a indução da

expressão do gene CYP24 que catabolisa 25 (OH) vitamina D em sua forma inativa, causando

hipovitaminose D (Gyllensten et al., 2006).

A deficiência de VitD representa um novo, independente e desfavorável marcador

prognóstico na infecção pelo HIV (Viard et al., 2011). Por isso, em 2011, a Endocrine Society

sugeriu em sua diretriz a dosagem de VitD em pacientes sob risco de deficiência de VitD,

incluindo pacientes HIV+ em TARV, porém não especifica classe do antirretroviral sob maior

risco (Holick et al., 2011).

2.4.1 Deficiência de vitamina D e síndrome metabólica no HIV

Existem poucos dados na literatura sobre a relação de VitD e diagnóstico de SM

no paciente HIV+, porém já existem estudos na população HIV- com associação inversa

significativa entre níveis de 25(OH) vitamina D e prevalência de SM (Lind L et al., 1995;

Chiu et al., 2004; Ford ES et al., 2005). Apesar de vários estudos em pacientes HIV+ terem

avaliado a relação entre os achados da SM e o status da VitD, inseridos no contexto de

RI/risco de DM (Szep et al., 2011; Hammond et al., 2012; Adeyemi et al., 2013; Moreno-

Pérez et al., 2013) e mudança da composição corporal (Alvarez and Ashraf, 2010; Hammond

et al., 2012), não foi possível afirmar se existe uma relação de causalidade.

Page 25: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

25

2.4.2 Deficiência de vitamina D e diabetes mellitus no HIV

Inúmeros estudos na população HIV- têm encontrado associação significativa

entre baixos níveis de VitD e DM (Scragg et al., 1995; Scragg et al., 2004) e que a deficiência

de VitD está associada ao aumento do risco de DM (Ford et al., 2005; Pittas et al., 2010).

Dados da coorte do Nurses’ Health Study com mais de 80 mil mulheres brancas americanas

mostrou associação significativa da suplementação oral de VitD (com ou sem cálcio) e menor

risco de desenvolver DM em 20 anos de acompanhamento.

Na população HIV+, dados indicam associação de baixos níveis de VitD e aumento

da insulina plasmática (Hammond et al., 2012), RI, diminuição da massa das células beta

(Adeyemi et al., 2013; Moreno-Pérez et al., 2013) e DM (Szep et al., 2011).

Um estudo com coorte HIV+ avaliou a relação de RI e níveis de VitD, mostrando

que existe associação entre hipovitaminose D e RI, independente da presença de LD, valor de

IMC, estágio da doença, presença de gordura visceral ou lipídeos intrahepáticos. Esse

resultado mostra que a associação encontrada foi livre da influência da adiposidade

abdominal, que é um forte determinante de sensibilidade à insulina e risco para RI. Além

disso, afirma que é imperativo o uso de medidas funcionais validadas de RI e função das

células beta, bem como o uso de medidas diretas de adiposidade e lipídios intra-hepáticos, a

fim de diferenciar entre associações independentes e moduladas por obesidade/obesidade

central (Moreno-Pérez et al., 2013). Outros autores também concluíram que a hipovitaminose

D está associada a RI de forma independente e sugerem que a suplementação de VitD pode

minimizar a disparidade de risco de DM entre diferentes etnias (afroamericanos vs.

americanos caucasianos) (Maestro et al., 2000).

Page 26: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

26

2.4.3 Deficiência de vitamina D e lipodistrofia no HIV

Está bem estabelecida a associação entre deficiência de VitD e obesidade em

pacientes HIV- (Parikh et al., 2004; Ford et al., 2005; Mitchell et al., 2010). Estudo mostra

baixos níveis de VitD em obesos não diabéticos, claramente associados a gravidade da

obesidade (Mitchell et al., 2010). Porém há uma carência de estudos sobre obesidade ou

distúrbios na composição da gordura corporal e status da VitD no paciente HIV+ (Hammond

et al., 2012; Lerma et al., 2012; Gangcuangco and Chow, 2013).

Poucos estudos abordaram a associação de níveis de VitD e LD, além disso,

apresentaram resultados controversos. Um estudo não encontrou associação entre deficiência

de VitD e LA (Hammond et al., 2012), enquanto outros autores sugerem que a LA é fator

protetor para deficiência de VitD. O mecanismo fisiopatológico sugerido é que a LA evitaria

o acúmulo do hormônio no tecido gorduroso periférico, aumentando seus níveis circulantes

(Lerma et al., 2012).

Page 27: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

27

3. OBJETIVOS

3.1. OBJETIVO PRINCIPAL:

• Determinar a frequência de diabetes mellitus, lipodistrofia, síndrome metabólica e

deficiência de vitamina D nos pacientes HIV+ acompanhados nos ambulatórios de

DIP do HUAP;

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

• Comparar os pacientes com e sem lipodistrofia e sua relação com deficiência de

vitamina D, diabetes mellitus e síndrome metabólica

• Analisar a potencial associação entre deficiência de vitamina D com tipo de terapia

antirretroviral, carga viral, sexo, idade, IMC e parâmetros de distribuição de gordura.

Page 28: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

28

4. PACIENTES E MÉTODOS

4.1. DESENHO DO ESTUDO

Trata-se de estudo observacional e de corte transversal realizado de maio de 2014 a

agosto de 2015.

4.2. ASPECTOS ÉTICOS

Este estudo faz parte do projeto “Disfunções endócrinas em pacientes infectados com

o vírus HIV” que foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de

Medicina/Hospital Universitário Antônio Pedro - CEP CMM/HUAP n° parecer 523311

(Anexo item 9.1).

4.3. POPULAÇÃO E TAMANHO DA AMOSTRA

A amostra foi coletada por conveniência. Dos aproximadamente 300 pacientes

atendidos no ambulatório de Doenças Infecto Parasitárias (DIP), 259 pacientes foram

entrevistados antes da coleta de exame de sangue de rotina realizada semanalmente pelo

serviço e 212 pacientes foram incluídos no estudo (Figura 1).

Page 29: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

29

FIGURA 1. Fluxograma dos pacientes do estudo

4.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

• Critérios de inclusão:

- Pacientes entre 18 e 70 anos;

- Comprovação sorológica da infecção pelo HIV;

- Uso de TARV e sem alteração nas últimas 6 semanas;

- Assinar termo de livre consentimento esclarecido (TCLE)

Todos os pacientes foram informados de sua seleção para ingressar no estudo,

receberam explicações detalhadas dos procedimentos aos quais foram submetidos e só

ingressaram no estudo após assinarem termo TCLE (Anexo – item 9.2).

• Critérios de exclusão:

300 pacientes atendidos nos

ambulatórios de DIP/HUAP

259 pacientes entrevistados

24 pacientes excluídos na entrevista

212 pacientes incluídos no

estudo

189 pacientes analisados

23 pacientes excluídos após

análise laboratorial

23 pacientes se recusaram

Page 30: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

30

- Pacientes que já fizeram uso de anabolizantes, reposição hormonal, agonistas do

GnRH e agentes psicotrópicos;

- Gestantes;

- Paciente que tenham o diagnóstico prévio de doenças endocrinológicas, tais como:

hiperprolactinemia, osteoporose, doenças adrenais, gonadais, tireoidianas ou hipofisárias

conhecidas antes da detecção da infecção pelo HIV

- Portadores de insuficiência hepática (definida como Child calculado C)

- Portadores de insuficiência renal (Taxa de Filtração Glomerular inferior a

60ml/min/1,73m² de acordo com CKD-EPI

- Peso acima de 120 Kg (peso máximo permitido para equipamento de densitometria

óssea modelo iDXA GE Health Care)

4.5 COLETA DE DADOS CLÍNICOS, LABORATORIAIS E DENSITOMÉTRICOS

Na anamnese e exame físico foram avaliadas a presença de sinais e sintomas

compatíveis com disfunções endócrinas em estudo. Foi realizado exame físico completo

computando de circunferência cervical (CC), medindo a circunferência da linha média do

pescoço entre a coluna cervical e o pescoço anterior com fita métrica não elástica

(Aswathappa et al., 2013), IMC (Peso/Altura²) e circunferência abdominal, medindo na altura

do ponto médio entre a última costela torácica e a crista ilíaca, de acordo com a OMS (WHO,

2000); e a relação cintura-estatura (RCEst), calculada pela divisão da CA pela altura (ambos

os valores em centímetros), com o ponto de corte de 0,5 (a cintura deve ser menor que metade

da altura) (ABESO, 2016). O aumento da gordura abdominal (lipohipertrofia) foi identificado

quando CA > 90 cm em homens e > 80 cm em mulheres e RCEst ≥ 0,5. Os pacientes foram

classificados pelo IMC em baixo peso (IMC < 18,5 Kg/m²), eutrófico (IMC entre 18,5 e 24,9

Kg/m²), sobrepeso (IMC entre 25 e 29,9 Kg/m²) e obesidade (IMC ≥ a 30 Kg/m²).

Page 31: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

31

A composição corporal foi avaliada através de equipamento de densitometria óssea

modelo Lunar iDXA–General Electric Healthcare, Madison, WI (software Encore 2010—

version 13.40), gentilmente cedido para pesquisa pela Faculdade de Nutrição Emilia de Jesus

Ferreiro e pelo Laboratório de Avaliação Nutricional e Funcional da Universidade Federal

Fluminense (LANUFF), situado no prédio da faculdade de Nutrição do Campos do

Valonguinho da Universidade Federal Fluminense. Foram analisados: massa magra, gordura

regional corporal (gordura de braços, pernas, tronco, ginecoide e androide), porcentagem de

gordura total (% gordura T), porcentagem de gordura do tronco (% gordura tronco) e

porcentagem de gordura de pernas (% gordura pernas). A % gordura pernas foi usada para

quantificar o tecido gorduroso periférico.

4.6 DEFINIÇÃO DAS VARIÁVEIS ESTUDADAS

O diagnóstico de LD foi definido pela presença de LH (aumento da gordura

abdominal) e/ou LA (perda da gordura periférica), como descrito na Tabela 1. A LA foi

definida pela fórmula: (% gordura pernas / IMC < 0,65, que foi o mais baixo decil medido por

uma grande coorte de pacientes HIV+ sem TARV (Bonnet et al., 2005).

TABELA 1. Diagnóstico de lipodistrofia adotado pelo estudo.

1. Presença de lipohipertrofia CA > 90 cm em homens

CA > 80 cm em mulheres

e

RCEst ≥ 0,5

e/ou

2. Presença de lipoatrofia Coeficiente de perna < 0,5

CA: cintura abdominal; RCEst: relação cintura-estatura.

Page 32: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

32

O diagnóstico de SM foi realizado conforme os critérios da IDF (Federação

Internacional de Diabetes, do inglês International Diabetes Federation) e da NCEP ATPIII

(Programa Nacional de Educação sobre o Colesterol Painel de Tratamento Adulto III, do

inglês National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III). Os critérios da

IDF incluem obesidade central (de acordo com valores de obesidade central definidos para

cada etnia, neste estudo, foram utilizados CA ˃ 90 cm para homens e CA ˃ 80 cm para

mulheres) e mais dois dos seguintes critérios: triglicerídeos ≥ 150 mg/dl ou estar em uso de

hipolipemiante; HDL-colesterol < 40 mg/dl para homens e < 50 mg/dl para mulheres ou estar

em uso de hipolipemiantes; pressão arterial sistólica (PAS) ≥ 130 mmHg ou pressão arterial

diastólica (PAD) ≥ 85 mmHg ou estar em uso de antihipertenssivos; glicemia de jejum ≥

100mg/dl ou diagnóstico prévio de DM tipo 2 (Alberti et al., 2006). Os critérios diagnósticos

pela NCEP ATPIII incluíram 3 dos seguintes 5 critérios: CA ≥ 102 cm em homens e ≥ 88 cm

em mulheres; triglicerídeos ≥ 150 mg/dl ou estar em uso de hipolipemiante; HDL-colesterol <

40 mg/dl em homens e < 50 mg/dl em mulheres ou estar em uso de hipolipemiante; PAS ≥

130 mmHg ou PAD ≥ 85 mmHg ou estar em uso de antihipertenssivos; glicemia de jejum ≥

100 mg/dl ou estar em uso de hipoglicemiante (National Cholesterol Education Program

(NCEP) Expert Panel on Detection, Evaluation, 2002)

Os critérios diagnósticos de DM e glicemia de jejum alterada (GJA) seguiram as

recomendações de 2017 da ADA (ADA, 2017). Os pacientes receberam diagnóstico de DM

quando no momento da entrevista relataram diagnóstico prévio de DM, usavam medicações

hipoglicemiantes e/ou apresentaram glicemia de jejum ≥ 126 mg/dl. O diagnóstico de GJA foi

realizado quando a glicemia de jejum se encontrava entre 100 e 125mg/dl. O diagnóstico de

hipertensão arterial sistêmica (HAS) seguiu as recomendações da 7ᵃ Diretrizes Brasileiras de

Hipertensão Arterial, seguindo a técnica de aferição adequada com paciente sentado por pelo

Page 33: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

33

menos 5 minutos em ambiente calmo, com dorso recostado em cadeira, braço na altura do

coração (nível do ponto médio do esterno ou quarto espaço intercostal), cotovelo ligeiramente

fletido, palma apoiada e virada para cima. O diagnóstico de HAS foi definido com PA ≥

140/90 mmHg (SBC, 2016).

Foram realizadas dosagens séricas da glicemia de jejum, perfil lipídico, contagem de

CD4 e carga viral pela rotina laboratorial do serviço de DIP sem custo adicional para o

hospital. A maioria das amostras foi coletada entre março e novembro de 2014. As dosagens

de 25(OH)vitamina D foram realizadas com o kit comercial LIAISON® 25 OH Vitamin D

TOTAL, que utiliza tecnologia de imunoensaio quimioluminescente. O resultado calculado

automaticamente foi apresentado em ng/mL, o intervalo do ensaio é de 4,0 a 150 ng/mL e os

valores de referência utilizados para a interpretação dos resultados segundo diretriz da

Endocrine Society foram (Holick et al., 2011):

• Deficiência: 25 hidroxivitamina D ≤ 20 ng/ml

• Insuficiência: 25 hidroxivitamina D entre 21-29,9 ng/ml

• Suficiência: 25 hidroxivitamina D ≥ 30 ng/ml

O espaço de manipulação das amostras, os equipamentos de proteção individual

(EPIs), a centrífuga e o freezer -80°C foram cedidos gentilmente pela Unidade de Pesquisa

Clínica (UPC) do HUAP, situada no quarto andar do prédio da emergência do HUAP.

As amostras sanguíneas coletadas foram desprezadas após o estudo, de forma a

atender às disposições da Resolução 441/2011 do Conselho Nacional de Saúde.

Page 34: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

34

4.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA

A análise estatística foi realizada utilizando o software R versão 3.3.2. A maioria das

variáveis numéricas apresentou distribuição normal. Os dados foram descritos em média e

desvio padrão (DP) para variáveis numéricas e comparados pelo teste t de Student. As

variáveis categóricas foram descritas como frequências e proporções e comparadas pelo teste

do qui-quadrado ou exato de Fisher. Para avaliar a correlação entre variáveis foi utilizado o

coeficiente de correlação de Spearman. Um p valor menor que 0,05 foi considerado

estatisticamente significativo.

Page 35: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

35

5. RESULTADOS

No período de maio de 2014 a agosto de 2015 foram entrevistados 259 pacientes

HIV+ atendidos no ambulatório de DIP do HUAP. Dos entrevistados, 47 pacientes não foram

incluídos na pesquisa: 23 pacientes se recusaram a participar da pesquisa; sete pacientes ainda

não usavam TARV e uma paciente não confirmou sorologia anti-HIV positiva

posteriormente; quatro pacientes tinham mais de 70 anos de idade e dois eram menores de 18

anos; quatro pacientes relataram uso prévio ou atual de anabolizantes; dois pacientes

relataram uso de anticonvulsivantes; um paciente relatou uso crônico de corticóide oral; um

paciente fazia tratamento quimioterápico; um paciente apresentava diagnóstico prévio de

insuficiência hepática por vírus da hepatite C (Child C) e um paciente com insuficiência renal

crônica (Clearance de Creatinina menor que 30 ml/min/1,73m²).

Dos 212 pacientes incluídos inicialmente, 23 pacientes foram posteriormente

excluídos do estudo: 18 pacientes se recusaram a realizar exames, um paciente faleceu por

complicações do HIV, duas pacientes engravidaram; um paciente teve diagnóstico de

hipocortisolismo e um paciente teve diagnóstico de hipotireoidismo clínico.

Foram considerados para análise 189 pacientes, sendo 106 do sexo masculino (56%),

com média da idade de 45,3 ± 9,8 anos (Tabela 2).

O tempo médio de TARV foi de 11,2 anos (± 5,8 anos). Com relação à classe dos

antirretrovirais, 61% utilizavam ITRNN e 50,2% usavam IP. As drogas mais frequentemente

usadas foram lamivudina em 97% dos pacientes e zidovudina em 68,1% dos pacientes.

Setenta e oito porcento dos pacientes apresentavam carga viral indetectável e a média das

células T CD4 foi de 625 células (± 300 células). A distribuição étnica foi de 39% brancos,

26,7% pardos e 34,2% negros, sem diferença estatística entre as etnias. De acordo com o

IMC, 97 pacientes (51,3%) eram eutróficos. No entanto, após avaliação da composição

corporal por DXA (somente 162 pacientes realizaram o exame), e avaliação da CA e RCEst,

Page 36: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

36

foram diagnosticados 113 pacientes (70%) com LD, 21 pacientes (13%) com LA e 103

pacientes (64%) com LH. Todos os pacientes lipoatróficos eram homens.

Setenta e três pacientes (39%) apresentaram deficiência de VitD, enquanto 86

pacientes (46%) apresentaram insuficiência de VitD, totalizando 159 pacientes (85%) com

não suficiência de VitD. O diagnóstico de DM foi realizado em 15 pacientes (8%) e de GJA

em 12 pacientes (6,3%). Houve maior percentual de diagnóstico de SM pelo critério da IDF

do que pelo critério da NCEP ATPIII. Os componentes da SM mais encontrados foram CA

aumentada pelo critério da IDF (65,1%), HDL colesterol baixo (48,4%) e hipertrigliceridemia

(41,5%), seguidos de CA aumentada pelo critério da NCEP ATPIII (31,7%), HAS (25%) e

hiperglicemia (16,4%).

Na comparação entre os sexos (Tabela 3), os homens apresentaram maior peso,

idade, CC e maiores níveis de triglicerídeos. As mulheres apresentaram maior RCEst, maiores

índices de adiposidade periférica e central avaliados pela DXA (gordura em braços, pernas e

tronco; gordura ginecoide; % gordura tronco e gordura T, maior coeficiente de perna) e

maiores níveis de HDL-colesterol. Quanto ao status de VitD, houve maior frequência de

deficiência de VitD nos homens (43% vs 34%, p= 0,03) entretanto não houve diferença

significativa na avaliação dos níveis de 25 (OH) vitamina D entre os sexos. Todas as

diferenças descritas foram significativas.

A frequência de deficiência de VitD (Tabela 4) foi maior entre os usuários de

ITRNN e, isoladamente, ao efavirenz e zidovudina; enquanto foi menor entre os usuários de

IP e, isoladamente, ritonavir, atazanavir e tenofovir. Os pacientes com deficiência de VitD

apresentaram maior RCEst e maiores níveis de colesterol total, colesterol não HDL, LDL

colesterol. Não houve diferença entre os grupos com relação a etnia ou idade. Não houve

diferença na frequência de deficiência de VitD com relação ao DM, GJA, SM pelo IDF ou

NCEP ATPIII, LD, LH ou LA. Quanto à composição corporal, não houve diferença na

Page 37: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

37

frequência de deficiência de VitD com relação aos parâmetros avaliados pela DXA, entretanto

os pacientes com insuficiência de VitD apresentaram maior % gordura T, % gordura tronco,

IMC, CA e RCEst.

Os termos LIPO+ e LIPO- foram adotados para o grupo de lipodistróficos e não

lipodistróficos, respectivamente (Tabela 5 e 6). As mulheres apresentaram mais

frequentemente LD do que os homens (80,0% vs 62,2%, p=0,016). Todas as mulheres LIPO+

apresentaram LH e nenhuma apresentou LA. No grupo LIPO+ (n=132), a maioria apresentou

excesso de peso, sendo 22 obesos (todos os pacientes obesos eram lipodistróficos) e 62 com

sobrepeso (94% dos pacientes com sobrepeso eram lipodistróficos); e, aproximadamente,

50% eram eutróficos. O grupo LIPO+ apresentou maior freqüência de SM por ambos os

critérios (IDF e NCEP ATP III), maior freqüência de CA e RCESt aumentada, maior peso

(73,3Kg vs 62,3, p=0,00009), maior IMC (26,6 vs 21,4, p=0,00002), maior CA (94,7 vs 80,1

cm, p=0,00002), maior RCEst (0,57 vs 0,47, p=0,00002), maior CC (36,9 vs 35,2 cm,

p=0,0009), maior CD4 (653 vs 557 cópias, p=0,04), maior glicemia de jejum (90,6 vs 86,4

mg/dl, p=0,03), maior colesterol total (196,2 vs 183,9 mg/dl, p=0,03), maiores níveis de

triglicerídeos (200,6 vs 130,0 mg/dl, p=0,001), menor HDL colesterol (45,3 vs 51,2 mg/dl,

p=0,04), maior LDL colesterol (116,1 vs 106,7 mg/dl, p=0,03) e maior colesterol não HDL

(149,8 vs 132,7 mg/dl, p=0,002). Quanto a composição corporal por DXA, o grupo LIPO+

apresentou maior % gordura T (33,1 vs 23,0 %, p=0,00003), maior % gordura tronco (39,1 vs

25,9 %, p=0,00009), maior % gordura perna (28,7 vs 23,6 %, p=0,002), maior gordura de

braços (2,7 vs 1,7Kg, p=0,0001), maior gordura de perna (7,3 vs 5,3Kg, p=0,003), maior

gordura de tronco (14,5 vs 8,6 Kg, p=0,00002), maior gordura androide (2,4 vs 1,3,

p=0,00003) e ginecoide (3,8 vs 2,6 Kg, p=0,0003). Não houve diferença entre os grupos

LIPO+ e LIPO- em relação a níveis de 25 (OH) vitamina D ou frequência de deficiência de

VitD.

Page 38: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

38

O perfil da população estudada está detalhado nas Tabelas 2, 3, 4, 5 e 6.

TABELA 2. Características gerais da população HIV+ atendida nos ambulatórios de DIP

entre maio de 2014 e agosto de 2015

Dados apresentados como média ± DP ou percentual. IMC: índice de massa corporal; CA:

circunferência abdominal; CC: circunferência cervical; RCEst: relação cintura-estatura; HDL:

Hight Density Lipoprotein; LDL: Low Density Lipoprotein. * p < 0,05

VARIÁVEIS TOTAL HOMENS MULHERES p

N 189 106 83

IDADE (ANOS) 45,3 ±9,8 46,5 ± 9,9 43,7 ± 9,5 0,04*

TEMPO DE TARV (ANOS) 11,2 ±5,8 11,2 ± 6,0 10,5 ± 5,8 0,1

DADOS ANTROPOMÉTRICOS

PESO (Kg) 70,0 ±13,1 73,2 ± 12,1 65,9 ± 13,2 <0,01*

IMC (Kg/m²) 25,1 ±4,8 24,5 ± 3,5 25,7 ± 5,0 0,07

CA (cm) 90,4 ±10,1 90,3 ± 10,1 90,6 ± 11,8 0,86

CC (cm) 36,4 ±2,6 38,2 ± 2,6 34,1 ± 2,7 <0,01*

RCEst 0,54 ±0,06 0,52 ± 0,06 0,57 ± 0,08 <0,01*

ESTADO NUTRICIONAL

BAIXO PESO 2% 0% 5% 0,07

EUTRÓFICO 51% 56% 44% 0,13

SOBREPESO 36% 36% 35% 1,00

OBESIDADE 11% 8% 16% 0,19

COMPOSIÇÃO CORPORAL

MASSA DE GORDURA

BRAÇOS (Kg) 2,4 ±1,56 2,1 ± 1,8 2,8 ± 1,1 <0,01*

PERNAS (Kg) 6,7 ±4,4 5,8 ± 4,9 8,0 ± 3,1 <0,01*

TRONCO (Kg) 12,7 ±7,0 11,9 ± 7,8 13,8 ± 5,4 0,06

ANDROIDE (Kg) 2,1 ±1,2 2,0 ± 1,3 2,3 ± 1,0 0,09

GINECOIDE (Kg) 3,4 ±2,1 2,7 ± 2,1 4,3 ± 1,5 <0,01*

TRONCO (%) 35,1 ±12,7 29,7 ± 10,3 42,5 ± 12,0 <0,01*

PERNAS (%) 27,2 ±11,1 19,8 ± 6,3 37,1 ± 7,8 <0,01*

GORDURA TOTAL (%) 30,0 ±10,1 23,7 ± 7,0 38,3 ± 7,2 <0,01*

MASSA MAGRA (Kg) 46,2 ±9,3 51,9 ± 7,7 38,6 ± 4,7 <0,01*

COEFICIENTE DE PERNA

(% GORDURA PERNA/IMC)

1,10 ±0,40 0,89 ± 0,32 1,40 ± 0,31 <0,01*

DADOS LABORATORIAIS

GLICOSE (mg/dl) 89,2 ±15,4 89,6 ± 16,0 88,8 ± 14,6 0,72

COLESTEROL TOTAL (mg/dl) 193 ±40,1 191,0 ± 40,8 194,6 ± 39,4 0,24

HDL COLESTEROL (mg/dl) 47 ±15,4 43,8 ± 14,5 51,3 ± 15,5 <0,01*

LDL COLESTEROL (mg/dl) 113 ±31,4 111,9 ± 31,0 114,4 ± 32,1 0,54

COLESTEROL NÃO-HDL (mg/dl) 145 ±41 147,1 ± 41,0 141,5 ± 41,1 0,35

TRIGLICERÍDEOS (mg/dl) 179 ±203,5 208,7 ±258,5 141,1 ± 80,5 0,01*

25 (OH) VITAMINA D (ng/ml) 22,5 ±8,8 23,1 ± 9,8 21,8 ± 7,3 0,31

Page 39: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

39

TABELA 3. Frequência de distúrbios metabólicos na população HIV+ atendida nos

ambulatórios de DIP entre maio de 2014 e agosto de 2015

GJA: glicemia de jejum alterada; SM: síndrome metabólica; NCEP ATPIII: National

Cholesterol Education Programme Adult Treatment Panel III ; IDF: Internacional Diabetes

Federation. * p < 0,05.

TABELA 4. Características clínicas, laboratoriais e composição corporal em pacientes com e

sem deficiência de vitamina D.

DISTÚRBIO METABÓLICO TOTAL HOMENS MULHERES p

N 189 106 83

DIABETES MELLITUS

GJA

8,0%

6,3%

5,7%

4,7%

10,8%

8,4%

0,30

0,46

SM NCEP ATPIII

SM IDF

20,6%

32,8%

14,2%

29,5%

29,0%

35,8%

0,02*

0,45

LIPODISTROFIA

LIPOATROFIA

LIPOHIPERTROFIA

70,0%

13,0%

64,0%

62,2%

22,8%

53,0%

80,0%

0%

81,4%

0,01*

<0,01*

<0,01*

STATUS DE VITAMINA D

NÃO SUFICIÊNCIA DE VITAMINA D

DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D

INSUFICIÊNCIA DE VITAMINA D

85,0%

39,0%

46,0%

81,0%

43,0%

38,0%

90,2%

34,1%

56,1%

0,11

0,10

0,03*

CARACTERÍSTICAS COM DEFICIÊNCIA

DE VITAMINA D

SEM DEFICIÊNCIA

DE VITAMINA D

p

N 73 114

SEXO (%)

HOMENS

MULHERES

42,9

34,1

57,1

65,9

0,03*

IDADE (ANOS) 44,5 ± 9,6 45,6 ± 9,9 0,44

DURACAO DA TARV (ANOS) 10,9 ± 5,2 11,3 ± 6,2 0,45

ETNIA (%)

BRANCA

PARDA

NEGRA

39,4

29,6

31,0

38,6

25,5

36,8

0,77

TIPO DE TARV (%)

IP 33,4 60,7 <0,01*

I INTEGRASE 1,4 6,5 <0,01*

ITRN 100 98,1 0,27

ITRNN 76,4 50,9 <0,01*

EFAVIRENZ 59,4 36,1 <0,01*

ZIDOVUDINA 80,7 60,5 0,03*

ESTAVUDINA 1,8 0 0,50

LAMIVUDINA 98,2 96,1 0,69

Page 40: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

40

Continuação da Tabela 4.

Dados apresentados como mediana ± DP ou percentual. TARV: terapia antirretroviral;

RITONAVIR 26,8 54,5 <0,01*

LOPINAVIR 12,5 14,2 0,90

ATAZANAVIR 21,7 28,6 0,03*

TENOFOVIR 10,7 40,2 0,03*

ESTADO NUTRICIONAL (%)

BAIXO PESO 2,7 97,3 0,68

EUTRÓFICOS 46,6 53,4 0,14

SOBREPESO 34,2 65,8 0,62

OBESIDADE 19,0 81,0 0,17

DADOS ANTROPOMÉTRICOS

PESO (Kg) 71,5 ± 14,5 69,0 ± 12,1 0,37

IMC (Kg/M²) 25,6 ± 4,6 28,3 ± 4,0 0,09

CA (CM) 91,3 ± 11,5 89,9 ± 10,5 0,19

CC (CM) 37,0 ± 3,4 36,0 ± 3,3 0,14

RCEST 0,54 ± 0,07 0,54 ± 0,07 0,07

CA AUMENTADA (%) 66,7 63,7 0,12

RCEST AUMENTADA (%) 80,6 75,9 0,04*

COMPOSIÇÃO CORPORAL

MASSA DE GORDURA

BRAÇOS (Kg) 2,4 ± 1,6 2,4 ± 1,6 0,30

PERNAS (Kg) 6,5 ± 4,0 6,9 ± 4,6 0,22

TRONCO (Kg) 12,7 ± 7,0 12,8 ± 6,9 0,23

GINECOIDE (Kg) 3,3 ± 1,9 3,47 ± 2,1 0,14

ANDROIDE (Kg) 2,1 ± 1,2 2,0 ± 1,2 0,23

TRONCO (%) 34,9 ± 12,4 35,3 ± 13,0 0,04*

PERNA (%) 26,5 ± 10,0 27,6 ± 11,9 0,10

TOTAL (%) 29,7 ± 9,8 30,2 ± 10,5 0,03*

MASSA MAGRA (Kg) 47,0 ± 9,4 45,8 ± 9,2 0,37

COEFICIENTE DE PERNA

(% GORDURA PERNA/IMC)

1,05 ± 0,4 1,14 ± 0,43 0,39

LIPOHIPERTROFIA (%) 66,7 62,8 0,09

LIPOATROFIA (%) 10,9 14,4 0,72

LIPODISTROFIA (%) 69,8 70,2 0,08

DISTÚRBIOS METABÓLICOS

GJA (%) 9,6 4,4 0,35

DM (%) 9,6 7,0 0,60

SM NCEP ATPIII (%) 21,9 20,2 0,65

SM IDF (%) 37,0 28,8 0,43

DADOS LABORATORIAIS

GLICEMIA JEJUM (mg/dl) 90,4 ± 12,0 88,5 ± 17,3 0,38

COLESTEROL TOTAL (mg/dl) 201,7 ± 43,7 185,6 ± 35,6 <0,01*

TRIGLICERIDEOS (mg/dl) 202,0 ± 275,7 163,3 ± 136,0 0,37

HDL COLESTEROL (mg/dl) 47,7 ± 14,8 46,8 ± 15,9 0,40

LDL COLESTEROL (mg/dl) 121,3 ± 30,9 107,1 ± 29,9 <0,01*

COLESTEROL NÃO-HDL (mg/dl) 154,0 ± 43,3 137,6 ± 37,3 0,02*

25 (OH) VITD (ng/ml) 14,5 ± 3,9 27,6 ± 7,0 <0,01*

Page 41: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

41

IMC: índice de massa corporal; CA: circunferência abdominal; CC: circunferência cervical;

RCEst: relação cintura-estatura; HDL: Hight Density Lipoprotein; LDL: Low Density

Lipoprotein. * p < 0,05.

TABELA 5: Características clínicas, laboratoriais e composição corporal em pacientes com e

sem lipodistrofia.

CARACTERÍSTICAS LIPO+ LIPO- p

N 132 57

IDADE (ANOS) 45,8±9,

9

43,9±9,6 0,21

DURAÇÃO DA TARV (ANOS) 11,4±5,

8

10,8±6,0 0,49

ETNIA (%)

BRANCA

PARDA

NEGRA

39,7

28,2

32,1

37,5

23,2

39,3

0,6

BRANCA

PARDA

NEGRA

39,7 37,5

PARDA 28,2 23,2

NEGRA 32,1 39,3

TIPO DE TARV (%)

IP 52,8 44,4 0,40

I INTEGRASE 4,2 55,6 1

ITRN 1,8 0 0,88

ITRNN 60,0 63,6 0,75

EFAVIRENZ 39,6 42,6 0,83

ZIDOVUDINA 1,0 65,0 0,75

ESTAVUDINA 1,0 0 0,83

LAMIVUDINA 97,0 97,5 0,76

RITONAVIR 47,4 35,0 1

LOPINAVIR 14,7 10,0 1

ATAZANAVIR 22,1 20,0 0,25

TENOFOVIR 32,8 35,8 0,64

ESTADO NUTRICIONAL (%)

BAIXO PESO 0 7,0 0,01*

EUTRÓFICOS 36,6 86,0 ˂0,01*

SOBREPESO 47,0 7,0 ˂0,01*

OBESIDADE 16,7 0 ˂0,01* DADOS ANTROPOMÉTRICOS

PESO (KG) 73,3±1

2,8

62,3±10,6 ˂0,01*

IMC (KG/M²) 26,0±3,

9

21,4±2,5 ˂0,01*

CA (CM) 94,7±9,

4

80,1±6,1 ˂0,01*

CC (CM) 36,9±3,

4

35,3±2,9 ˂0,01*

RCEST 0,57±0,

06

0,47±0,03 ˂0,01*

CA AUMENTADA (%) 91,6 1,8 ˂0,01*

RCEST AUMENTADA (%) 96,1 92,3 ˂0,01*

COMPOSIÇÃO CORPORAL

MASSA DE GORDURA

BRAÇOS (KG) 2,7±1,5 1,7±1,5 ˂0,01*

PERNAS (KG) 7,3±4,5 5,3±3,8 ˂0,01*

Page 42: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

42

Continuação da Tabela 5.

TRONCO (KG) 14,5±6,

5

8,6±6,1 ˂0,01*

GINECOIDE (KG) 3,7±2,0 2,8±1,8 ˂0,01*

ANDROIDE (KG) 2,4±1,1 1,3±1,0 ˂0,01*

TRONCO (%) 39,1±1

1,6

25,9±10,1 ˂0,01*

PERNA (%) 28,7±1

1,6

23,6±8,8 ˂0,01*

TOTAL (%) 33,0±9,

8

23,0±6.8 ˂0,01*

MASSA MAGRA (KG) 47,0±9,

9

44,4±7,5 ˂0,01*

COEFICIENTE DE PERNA 1,10±0,

40

1,13±0,43 0,58

LIPOHIPERTROFIA (%) 91,0 0 ˂0,01*

LIPOATROFIA (%) 18,6 0 ˂0,01*

DISTÚRBIOS METABÓLICOS

GJA (%) 6,8 5,2 0,93

DM (%) 9,8 3,5 0,23

SM NCEP ATPIII (%) 28,0 3,5 ˂0,01*

SM IDF (%) 44,6 3,6 ˂0,01*

DADOS LABORATORIAIS

GLICEMIA JEJUM (MG/DL) 88,0 ±

17,0

86 ± 9,4 0,03*

COLESTEROL TOTAL (MG/DL) 189,0 ±

42,0

177 ± 34,1 0,03*

TRIGLICERIDEOS (MG/DL) 146 ±

237,2

116 ± 64,4 ˂0,01*

HDL COLESTEROL (MG/DL) 43 ±

12,9

46 ± 19,5 0,04*

LDL COLESTEROL (MG/DL) 111,5 ±

33,6

103 ± 25,0 0,03*

COLESTEROL NÃO-HDL (MG/DL) 142,5 ±

44,2

129 ± 29,3 0,02*

25 (OH) VITD (NG/ML) 21,7 ±

7,8

23,5 ±

10,5

0,20

Abv: Dados apresentados como média ± DP ou percentual. TARV: terapia antirretroviral;

IMC: índice de massa corporal; CA: circunferência abdominal; CC: circunferência cervical;

RCEst: relação cintura-estatura; HDL: Hight Density Lipoprotein; LDL: Low Density

Lipoprotein. * p < 0,05.

TABELA 6: Características clínicas, laboratoriais e composição corporal em pacientes com e

sem lipodistrofia dividido por sexo.

CARACTERÍSTICAS LIPO+

HOMEM MULHER P

N 66 66

IDADE (ANOS) 47,9 ± 9,6 43,8 ± 9,7 0,01*

DURAÇÃO DA TARV (ANOS) 12,6 ± 6,0 10,3 ± 5,8 0,02*

ETNIA (%)

BRANCA

PARDA

NEGRA

44,0

28,0

28,0

35,0

29,0

36,0

0,45

BRANCA 44,0 35,0

PARDA 28,0 29,0

NEGRA 28,0 36,0

TIPO DE TARV (%)

IP 47,6 58,0 0,33

I INTEGRASE 8,0 1,5 0,20

ITRN 3,0 0 0,47

ITRNN 66,7 53,1 0,17

Page 43: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

43

Continuação da Tabela 6.

EFAVIRENZ 56,5 35,0 0,02*

ZIDOVUDINA 65,2 73,5 0,51

ESTAVUDINA 0 2,0 1

LAMIVUDINA 98,0 96,0 1

RITONAVIR 46,7 48,0 1

LOPINAVIR 11,2 18,0 0,51

ATAZANAVIR 17,8 26,0 0,47

TENOFOVIR 29,0 36,5 0,48

ESTADO NUTRICIONAL (%)

BAIXO PESO 0 0 -

EUTRÓFICOS 35,0 38,0 0,85

SOBREPESO 52,0 42,0 0,38

OBESIDADE 13,6 20,0 0,48 DADOS ANTROPOMÉTRICOS

PESO (KG) 77,9 ± 11,4 68,8 ± 12,4 ˂0,01*

IMC (KG/M²) 26,1 ± 3,2 27,1 ± 4,5 0,15

CA (CM) 95,3 ± 9,1 94,1 ± 9,8 0,47

CC (CM) 39,1± 2,1 34,7 ± 2,5 ˂0,01*

RCEST 0,55 ± 0,06 0,59 ± 0,06 ˂0,01*

CA AUMENTADA (%) 83,0 100,0 ˂0,01*

RCEST AUMENTADA (%) 92,3 100,0 0,06*

COMPOSIÇÃO CORPORAL

MASSA DE GORDURA

BRAÇOS (KG) 2,3 ± 1,8 2,8 ± 1,0 0,02*

PERNAS (KG) 6,4 ± 5,2 8,0 ± 3,3 0,01*

TRONCO (KG) 14,0 ± 7,9 14,50 ± 4,7 0,36

GINECOIDE (KG) 3,1 ± 2,3 4,4 ± 1,5 ˂0,01*

ANDROIDE (KG) 2,3 ± 1,3 2,4 ± 0,9 0,63

TRONCO (%) 33,3 ± 9,8 45,6 ± 10,1 ˂0,01*

PERNA (%) 20,2 ± 7,0 38,0 ± 8,3 ˂0,01*

TOTAL (%) 25,9 ± 7,3 40,1 ± 6,0 ˂0,01*

MASSA MAGRA (KG) 54,3 ± 7,7 39,2 ± 4,6 ˂0,01*

COEFICIENTE DE PERNA 0,84 ± 0,3 1,42 ± 0,3 ˂0,01*

LIPOHIPERTROFIA (%) 82,0 100,0 ˂0,01*

LIPOATROFIA (%) 36,2 0 ˂0,01*

DISTÚRBIOS METABÓLICOS

GJA (%) 6,0 7,5 1

DM (%) 1,0 1,0 1

SM NCEP ATPIII (%) 22,7 33,4 0,86

SM IDF (%) 46,0 65,4 0,24

DADOS LABORATORIAIS

GLICEMIA JEJUM (MG/DL) 92,4 ± 18,6 88,7 ± 17,0 0,2 COLESTEROL TOTAL (MG/DL) 196,3 ± 45,2 196,0 ± 38,9 0,99

TRIGLICERIDEOS (MG/DL) 250,5 ± 317,0 150,0 ± 84,2 0,02* HDL COLESTEROL (MG/DL) 41,6 ± 11,8 49,0 ± 13,0 ˂0,01*

LDL COLESTEROL (MG/DL) 115,3 ± 34,1 116,8 ± 33,5 0,79

COLESTEROL NÃO-HDL (MG/DL) 154,7 ± 45,4 144,9 ± 42,8 0,20

25 (OH) VITD (NG/ML) 22,2 ± 8,7 21,6 ± 7,0 0,67

Page 44: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

44

Abv: Dados apresentados como média ± DP ou percentual. TARV: terapia antirretroviral;

IMC: índice de massa corporal; CA: circunferência abdominal; CC: circunferência cervical;

RCEst: relação cintura-estatura; HDL: Hight Density Lipoprotein; LDL: Low Density

Lipoprotein. * p < 0,05

6. DISCUSSÃO

Esse estudo demonstra um perfil de risco metabólico e deficiência de VitD nos

pacientes HIV+ atendidos no ambulatório do HUAP, apesar de não ter sido encontrada

relação entre a deficiência de VitD, DM e SM.

6.1 DIABETES MELLITUS

Oito porcento dos pacientes deste estudo tem DM, o que é uma frequência menor

do que a encontrada em um estudo de coorte brasileira que incluiu 15105 servidores públicos

(19,7%) (Schmidt et al., 2014) e em uma coorte brasileira de 4871 pacientes HIV+ (10,2%)

(Moreira et al., 2016). Apesar da preocupação com o seguimento desses pacientes, Moreira et

al utilizou HbA1c na avaliação, entretanto o uso da HbA1c como ferramenta diagnóstica no

HIV+ não é recomendado visto que a HbA1c subestima a glicose no HIV+ em

aproximadamente em 30 mg/dl (Slama et al., 2014). A frequência de GJA (6,3%) encontrada

no nosso estudo também foi menor quando comparado com os 52,6% encontrados na coorte

brasileira (Schmidt et al., 2014).

Existem inúmeros fatores associados ao aumento do risco de DM e GJA no paciente

HIV+, sendo os principais: obesidade/sobrepeso (Miguez-Burbano et al., 2013; Duro et al.,

2015), presença de SM (Paula et al., 2013), co-infecção pelo vírus hepatite C (El-Zayadi and

Anis, 2012; Duro et al., 2015), classes de drogas contendo IP (Justman et al., 2003; Brown et

al., 2005; Lo et al., 2009; Adeyemi et al., 2013) e ITRN (Brown et al., 2005; De Wit et al.,

Page 45: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

45

2008). O ritonavir foi a droga isolada que apresentou associação com aumento do risco de

DM ou GJA com RR 1,70 (IC 95%: 1,08-2,68), mostrando a necessidade de rastreio de DM

nessa população específica (Brown et al., 2005). No nosso estudo, foram encontradas altas

frequências de excesso de peso, obesidade central, SM e LD. Além disso, 44% dos pacientes

faziam uso de ritonavir, com metade da nossa população em uso de alguma droga da classe IP

e 68% em uso de zidovudina. Apesar de encontrarmos uma população de alto risco para o

surgimento de DM, foi encontrada uma baixa ocorrência de DM. Isso pode ser explicado pela

avaliação transversal deste estudo e pela não realização do teste oral de tolerância a glicose

(TOTG).

6.2 SINDROME METABÓLICA

Estimativa da prevalência de SM na população HIV+ é complexa devido a

heterogeneidade populacional de cada estudo e diferenças nas metodologias utilizadas por

cada pesquisador devido a presença de mais de um critério diagnóstico para a síndrome (Jeri

et al., 2005). Na definição de SM pela IDF, a obesidade central é um critério obrigatório

enquanto que na definição da NCEP ATPIII a CA está ao lado dos outros critérios, não sendo

obrigatória para o diagnóstico. Isto é potencialmente relevante para estabelecer a prevalência

da SM em pacientes HIV+, uma vez que a redistribuição de gordura que caracteriza este

grupo influencia esta estimativa dependendo da definição utilizada (Worm and Lundgren,

2011). Nosso estudo encontrou maior frequência de SM (IDF) (32,8%) em comparação com

SM (NCEP ATPIII) (20,6%). Apesar da escassez de dados epidemiológicos de SM no Brasil,

uma revisão sistemática encontrou prevalência semelhante quando utilizado critério da IDF

(32-43,2%) e frequência maior que o nosso estudo quando utilizado critério da NCEP ATPIII

(25,4-35,9%) em populações HIV- (De Carvalho Vidigal et al., 2013). Quando comparado a

população HIV+ mundial, de acordo com estudo de revisão, a frequência de SM (IDF) variou

Page 46: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

46

de 7-22,1% e de SM (NCEP ATPIII) variou de 8,5-45,5% (Worm and Lundgren, 2011). Na

população HIV+ brasileira, a frequência encontrada de SM (NCEP ATPIII) variou de 13-

30,4% (Diehl et al., 2008; Silva et al., 2009; Conrado et al., 2011; Lauda et al., 2011;

Alencastro et al., 2012; Pontes Signorini et al., 2012) e de SM (IDF), variou de 22,1-46,9%

(Conrado et al., 2011; Alencastro et al., 2012; Akl et al., 2017).

Mesmo sendo a obesidade central obrigatória, o que restringe o diagnóstico, o

critério de SM (IDF) diagnosticou maior número de pacientes do que o critério de SM (NCEP

ATPIII) no nosso estudo. Isso é interessante numa população particular onde a redistribuição

de gordura corporal é marcante e a frequência de obesidade foi de apenas 11%, menor que na

população geral brasileira de 18% (Ministério da Saúde, 2014). Isso sugere que a população

estudada apresenta maior acúmulo de gordura central, com alta frequência de LH (64%) e CA

aumentada (IDF) (65,1%). Por outro lado, o ponto de corte mais rígido de CA para ambos os

sexos do critério IDF (80 cm para mulher e 90 cm para homem) pode ter contribuído para

maior frequência em comparação aos valores do critério NCEP APTIII (102 cm para homem

e 88 cm para mulher).

Os componentes mais frequentes da SM encontrados na população HIV+ são

hipertrigliceridemia e HDL-colesterol baixo, independente dos critérios diagnósticos

utilizados (Bruno et al., 2002; Gazzaruso et al., 2002; Jeri et al., 2005; Estrada et al., 2006;

Jacobson et al., 2006; Samaras et al., 2007), o que difere da população HIV- onde o critério

prevalente é a obesidade central (Hu et al., 2004; Athyros et al., 2007). Nesse aspecto, nosso

estudo se aproximou do perfil da população HIV- com a CA aumentada sendo o componente

mais frequente (65,1%), seguido do HDL-colesterol baixo (48,4%) e hipertrigliceridemia

(41,5%).

Page 47: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

47

6.3 COMPARAÇÃO ENTRE OS GRUPOS COM E SEM LIPODISTROFIA

A frequência de LD neste estudo foi de 70%, que é maior quando comparado com

outros estudos em pacientes HIV+ (17%- 55%) (Martinez et al., 2001; Diehl et al., 2008). Isto

se deve, provavelmente, ao uso de critérios subjetivos pelos outros estudos, o que tende a

subestimar sua prevalência. Dado interessante e em concordância com outros estudos na

população HIV+ (Diehl et al., 2008; Alencastro et al., 2012) foi a maior frequência de LH em

mulheres, quando comparado com os homens (81% vs 51%, p= 0,00001).

Pacientes com LD podem ter disfunção tecidual e complicações metabólicas

equivalentes às da SM (Freitas et al., 2011; Han et al., 2011). Poucos estudos avaliaram a

prevalência de SM em pacientes com LD decorrente do HIV. A prevalência encontrada na

literatura varia de 14% (pelo critério IDF) a 18% (pelo critério NCEP ATPIII) (Jeri et al.,

2005; Estrada et al., 2006; Samaras et al., 2007). Em nosso estudo, a frequência de SM foi

significativamente maior no grupo LIPO+, tanto pelo critério da NCEP ATPIII (28% vs 3,5%,

p < 0,00001) quanto pelo critério da IDF (44,6% vs 3,6%, p = 0,0003).

Os pacientes LIPO+ desse estudo apresentaram perfil metabólico altamente

desfavorável, como já apresentado por outros autores (Carr et al., 1997, 2000; Heath et al.,

2001), com maiores índices de adiposidade antropométricos (peso, IMC, CA, CC e RCEst) e

por DXA (% gordura T e tronco, gordura de tronco, perna, ginecoide e androide), menor

massa magra, maiores níveis de glicemia de jejum, triglicerídeos, colesterol total, LDL

colesterol, colesterol não HDL e menores níveis de HDL colesterol. Apesar disso, não houve

diferença na frequência de GJA ou DM entre os grupos LIPO+ e LIPO-.

Carr et al encontrou associação de LD com hipertrigliceridemia e RI, porém afirma

que a ocorrência de DM secundário é raro em paciente HIV+ sob uso de IP (Carr et al., 1997).

O mecanismo sugerido é o prejuízo na sinalização insulínica decorrente do aumento dos

Page 48: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

48

níveis séricos de ácidos graxos livres liberados pela perda da gordura periférica, causando RI

e LD (Schmitz-peiffer et al., 1997). Como o DM tipo 2 geralmente resulta de RI associada a

secreção de insulina prejudicada (American Diabetes Association, 2017), isso pode explicar

por que a LD foi frequente, mas a hiperglicemia levando ao DM foi relativamente rara neste e

no nosso estudo. A RI não foi avaliada na nossa população, sendo um limitante do nosso

estudo.

A frequência de sobrepeso no grupo LIPO+ foi maior em comparação ao grupo

LIPO- (63% vs 7%, p = 0,00003), com uma predominância completa de obesidade (16,7% vs

0%, p = 0,02). Os grupos LIPO- (homens e mulheres LIPO+) eram em sua maioria eutróficos

e não foram encontrados obesos. Isso demonstra que a obesidade na população HIV+

estudada se concentrou no grupo LIPO+ e foi associada a perfil metabólico desfavorável.

6.4 DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D E SUA RELAÇÃO COM DIABETES MELLITUS,

SÍNDROME METABÓLICA, ADIPOSIDADE E LIPODISTROFIA.

A frequência de deficiência de VitD foi de 39%, totalizando 85% da população

HIV+ estudada não suficiente de VitD. Altas prevalências de deficiência de VitD tem sido

encontradas na população HIV+ mundial como compilados por uma revisão de estudos

internacionais (Oyedele and Adeyemi, 2012). O estudo com maior prevalência, encontrou

73,5% da população com deficiência de VitD e 91% de não suficiência de VitD na Inglaterra,

onde é sabidamente um país com baixa incidência solar e a população do estudo apresentou

predomínio da raça negra (61%), ambos fatores de risco importantes para hipovitaminose D

(Oyedele and Adeyemi, 2012). Estudo brasileiro de Pernambuco, realizado em 214 mulheres

HIV+ apresentou prevalência de mulheres não suficientes de VitD (< 30 ng/ml) de 40,65%

(Conrado et al., 2011), bem mais baixa que a nossa frequência de 85%. Isso pode ser

Page 49: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

49

explicado por vários motivos. Primeiro, nossos pacientes apresentaram maior tempo de

TARV (11,2 anos ± 5,8 vs 5,0 anos ± 3,1); segundo, maior idade (idade média 45,2 ± 9,8 anos

vs 40,4 ± 9,3 anos); e terceiro, pior perfil metabólico com maior IMC (25,1 ± 4,3 vs 23,8 ±

4,0), CA (90,4 cm ± 10,1 vs 85,3 cm ±9,6), além de maior frequência de DM (8% vs 4,6%) e

SM pelo critério da IDF (38,3% vs 32,8%). Nossa população apresenta fatores associados a

hipovitaminose D em maior grau que outras populações HIV+.

Metade da nossa população (50,2%) estava em uso de IP, sendo o ritonavir presente

em 43,7%; e 61% estavam um uso de ITRNN, sendo o efavirenz presente em 47,3%, drogas

estas associadas a risco elevado de hipovitaminose D (Cozzolino et al., 2003; Van Den Bout-

Van Den Beukel et al., 2008; Brown TT, 2010; Dao et al., 2011; Lerma et al., 2012), o que

pode ter contribuído para maior frequência de hipovitaminose D.

Está bem estabelecida a associação entre deficiência de VitD e obesidade em

pacientes HIV- (Parikh et al., 2004; Ford et al., 2005; Mitchell et al., 2010). Estudo mostra

baixos níveis de VitD em obesos não diabéticos, claramente associados a gravidade da

obesidade. Houve correlação negativa de VitD com IMC, % de gordura corporal e CA. Após

perda de 10% do peso corporal dos participantes desse estudo houve aumento dos níveis de

VitD e melhora da RI. A VitD foi mais associada a melhora dos parâmetros de RI do que

quando comparada a parâmetros da obesidade, sugerindo que o mecanismo de ligação entre

VitD e obesidade não são diretos. O mecanismo plausível sugerido é o sequestro da VitD nas

células adiposas devido a sua lipossolubilidade (Mitchell et al., 2010). Outros estudos também

já demostraram essa associação (Parikh et al., 2004; Snijder et al., 2005).

Comparando os grupos de pacientes com e sem deficiência de VitD, não houve

diferença na frequência de DM e nos níveis de glicemia de jejum. Isto pode ter sido

influenciado pela baixa frequência encontrada de DM e pela falta da avaliação da tolerância à

Page 50: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

50

glicose por outros métodos diagnósticos, principalmente o TOTG, e de índices de avaliação

da RI. Moreno-Perez et al avaliaram medidas de RI em pacientes HIV+ e encontraram

correlação negativa significativa entre insuficiência de VitD (< 30ng/dl) e idade, inatividade

física, uso de TARV e RI. A análise por RM da gordura visceral mostrou ser o fator mais

presente no subgrupo insuficiência de VitD. O autor sugere a necessidade de análise de

gordura visceral quando o objetivo principal do estudo for a relação de VitD e homeostase da

insulina em homens HIV+ (Moreno-Pérez et al., 2013). Outro estudo, realizado em 107

pacientes HIV+ com LA também mostrou correlação negativa entre VitD e medidas de RI

(glicemia de jejum e insulina plasmáticas) (Hammond et al., 2012).

A adiposidade corporal é um dos determinantes do status da VitD e influencia a

secreção e sensibilidade insulínica (Alvarez et al., 2010). Apesar de não termos encontrado

associação entre deficiência de VitD e DM, GJA, SM, LD ou LA, foi visto que os pacientes

com deficiência de VitD apresentavam maior RCEst, que é um parâmetro antropométrico de

adiposidade, em comparação com os pacientes sem deficiência de VitD, Além disso, quando

avaliada a insuficiência de VitD, houve associação com índices de adiposidade total e central

pela DXA (% gordura T e % gordura tronco). Por fim, pacientes não suficientes de VitD (<

30 ng/ml) apresentaram maior IMC, CA e RCEst, em concordância com dados da literatura

em que a adiposidade total corporal (McKinney et al., 2008), obesidade central (Moreno-

Pérez et al., 2013) e o IMC (Dao et al., 2011) foram associados à VitD em pacientes HIV+.

Apesar de estudos em pacientes HIV- demostrarem correlação negativa de VitD

com medidas de obesidade (IMC, CA e massa gordurosa) (Ford et al., 2005; Konradsen et al.,

2008; Cheng et al., 2010), ainda não há estudos que comprovem a associação de deficiência

de VitD com a LA (Hammond et al., 2012).

Considerando o perfil lipídico, no nosso estudo, os pacientes com deficiência de

VitD apresentaram maiores níveis de colesterol total e LDL colesterol e menores níveis de

Page 51: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

51

colesterol não HDL, porém sem diferença significativa nos níveis de HDL colesterol ou

triglicerídeos (componentes da SM). E não houve diferença nas frequências de SM por ambos

os critérios entre os grupos com e sem deficiência de VitD. Ainda não está clara a associação

entre dislipidemia (um dos achados de SM) e VitD na população HIV+. Essa relação foi

estudada no Women’s Interagency HIV Study que não encontrou associação entre níveis de

VitD e colesterol, porém mostrou correlação positiva entre VitD e triglicerídeos. Os autores

sugerem que o regime de TARV desse grupo de pacientes seja o principal fator associado a

hipertrigliceridemia (Schwartz et al., 2014). Em outro estudo, após suplementação de 4.000UI

de VitD diariamente por 12 semanas em pacientes HIV+ com deficiência de VitD foi

mostrado melhora do perfil lipídico, com diminuição significativa do colesterol total e

colesterol não HDL (Longenecker et al., 2012). No estudo prospectivo Modena HIV

Metabolic Clinic Cohort mostrou níveis de VitD significativamente mais baixos no grupo de

pacientes com diagnóstico de SM em comparação ao grupo sem SM. Entretanto, essa

associação não se manteve significativa após ajuste para idade, sexo, IMC e suplementação de

VitD (Szep et al., 2011). Já Conrado et al em estudo com pacientes HIV+ brasileiros

encontrou associação significativa entre níveis de VitD e colesterol total, assim como

associação entre deficiência de VitD (usando ponte de corte 25(OH) vitamina D < 30ng/ml) e

colesterol total e LDL colesterol, porém não encontrou associação entre deficiência de VitD e

SM por ambos os critérios (IDF e NCEP ATPIII) (Conrado et al., 2011). Não foram

encontrados estudos mostrando diferença significativa na presença de SM entre os grupos

com e sem deficiência de VitD.

6.5 LIMITAÇÕES DO ESTUDO

Esse estudo apresentou várias limitações. Em primeiro lugar, não foi realizado o

TOTG para definição de diagnóstico de DM, o que pode justificar a baixa frequência de DM

Page 52: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

52

encontrada. Em segundo lugar, não foi realizada a dosagem de insulina, o que impediu a

avaliação de RI. Em terceiro lugar, não foi feita a avaliação de lipodistrofia pelo método

subjetivo, com questionários auto-reportados pelos pacientes e examinadores. Por fim, o

desenho transversal do estudo não permite afirmar relação de causa e efeito entre a deficiência

de VitD e as variáveis estudadas.

7. CONCLUSÕES

• Oito porcento dos pacientes deste estudo tem DM, 70% apresenta lipodistrofia,

32,8% apresenta SM pelo critério da IDF e 20,6% pelo critério da NCEP

ATPIII. Deficiência de VitD está presente em 39% dos pacientes.

• Os pacientes com lipodistrofia apresentaram maior frequência de SM por

ambos os critérios da IDF e NCEP ATPIII, porém não houve diferença com

relação ao diagnóstico de DM ou deficiência de VitD.

• A deficiência de VitD foi mais frequente nos homens, usuários da classe dos

ITRNN e, isoladamente, ao efavirenz (ITRNN), ritonavir (IP), atazanavir

(IP), zidovudina (ITRN) e tenofovir (ITRN). Não houve diferença

significativa com relação à carga viral, idade, IMC, CA, RCEst, CC, %

gordura T, % gordura perna ou coeficiente de perna.

Page 53: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

53

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

(FRAM) S of FR and MC in HI. Fat Distribution in Men With HIV Infection. J Acquir

Immune Defic Syndr. 2005;40(2):121–31.

(FRAM) S of FR and MC in HI. Fat distribution in women with HIV infection. J Acquir

immune defic syndr [Internet]. 2006;42(5):562–71. Available from:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16837863%5Cnhttp://www.pubmedcentral.nih.go

v/articlerender.fcgi?artid=PMC3166343

ABESO. Diretrizes Brasileiras de Obesidade. 2016.

ADA. Standard of medical care in diabetes - 2017. Diabetes Care. 2017;40(1):4–128.

Adeyemi OM, Livak B, Orsi J, Glesby MJ, Villacres MC, Weber KM, et al. Vitamin D and

Insulin Resistance in Non-Diabetic Women’s Interagency HIV Study Participants. AIDS

Patient Care STDS. 2013;27(6):320–5.

Adeyemi O, Rezai K, Bahk M, Badri S T-GN. Metabolic syndrome in older HIVinfected

patients: data from the CORE50 cohort. AIDS. 2008;22(12):941–5.

Akl LD, Valadares ALR, Moraes MJ de, Pinto-Neto AM, Lagrutta B, Costa-Paiva L.

Metabolic syndrome in HIV-infected middle-aged women on antiretroviral therapy:

prevalence and associated factors. Brazilian J Infect Dis [Internet]. 2017;21(3):263–9.

Available from: http://dx.doi.org/10.1016/j.bjid.2017.02.003

Alberti KGMM, Zimmet P, Shaw J. The metabolic syndrome - A new worldwide definition.

Lancet. 2005;366(9491):1059–62.

Alberti KGMM, Zimmet P, Shaw J. Metabolic syndrome-a new world-wide definition. A

Consensus Statement from the International Diabetes Federation. Diabet Med [Internet].

2006 [cited 2017 Mar 20];23(5):469–80. Available from:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16681555

Alencastro PR, Wolff FH, Oliveira RR, Ikeda MLR, Barcellos NT, Brandão ABM, et al.

Metabolic syndrome and population attributable risk among HIV/AIDS patients:

Comparison between NCEP-ATPIII, IDF and AHA/NHLBI definitions. AIDS Res Ther.

2012;9:1–7.

Page 54: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

54

Allavena C, Delpierre C, Cuzin L, Rey D, Viget N, Bernard J, et al. High frequency of

vitamin D deficiency in HIV-infected patients: Effects of HIV-related factors and

antiretroviral drugs. J Antimicrob Chemother. 2012;67(6):2222–30.

Alvarez JA, Ashraf A. Role of vitamin d in insulin secretion and insulin sensitivity for

glucose homeostasis. Int J Endocrinol. 2010;2010:351385.

Alvarez JA, Ashraf AP, Hunter GR GB. Serum 25-hydroxyvitamin D and parathyroid

hormone are independent determinants of whole-body insulin sensitivity in women and

may contribute to lower insulin sensitivity in African Americans. Am J Clin Nutr.

2010;92:1344–9.

American Diabetes Association. American Diabetes Association. Standards of Medical Care

in diabetes. Diabetes Care. 2017;40(1):6–10.

Ashwell M, Gibson S. Waist-to-height ratio as an indicator of “ early health risk ” : simpler

and more predictive than using a “ matrix ” based on BMI and waist circumference. BMJ

Open. 2016;6(3):10159.

Aswathappa J, Garg S, Kutty K, Shankar V. Neck circumference as an anthropometric

measure of obesity in diabetics. N Am J Med Sci. 2013;5(1):28–31.

Athyros VG, Ganotakis ES, Elisaf MS, Liberopoulos EN, Goudevenos IA, Karagiannis A.

Prevalence of vascular disease in metabolic syndrome using three proposed definitions.

Int J Cardiol. 2007;117:204–10.

Bang UC, Shakar SA, Hitz MF, Jespersen MS, Andersen O, Nielsen SD JJ. Deficiency of 25-

hydroxyvitamin D in male HIV-positive patients: A descriptive cross-sectional study.

Scand J Infect Dis. 2010;42(4):306–10.

Baril J, Junod P, Frcpc RL, Dion H, Fcfp C, Bpharm RT, et al. HIV-associated lipodystrophy

syndrome : A review of clinical aspects. 2005;16(4):233–43.

Bastard JP, Caron M, Vidal H, Jan V, Auclair M, Vigouroux C, et al. Association between

altered expression of adipogenic factor SREBP1 in lipoatrophic adipose tissue from

HIV-1-infected patients and abnormal adipocyte differentiation and insulin resistance.

Lancet. 2002;359:1026–31.

Beraldo RA, Vassimon HS, Aragon DC, Navarro AM, Albuquerque de Paula FJ, Foss-Freitas

MC. Proposed ratios and cutoffs for the assessment of lipodystrophy in HIV-seropositive

Page 55: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

55

individuals. Eur J Clin Nutr [Internet]. 2014;69(2):274–8. Available from:

http://www.scopus.com/inward/record.url?eid=2-s2.0-

84922267807&partnerID=tZOtx3y1

Beraldo RA, Vassimon HS, Aragon DC, Navarro AM, Albuquerque De Paula FJ, Foss-

Freitas MC. Proposed ratios and cutoffs for the assessment of lipodystrophy in HIV-

seropositive individuals. Eur J Clin Nutr [Internet]. 2015;69(2):274–8. Available from:

http://dx.doi.org/10.1038/ejcn.2014.149

Bonnet E, Delpierre C, Sommet A, Marion-Latard F, Hervé R, Aquilina C, et al. Total body

composition by DXA of 241 HIV-negative men and 162 HIV-infected men: proposal of

reference values for defining lipodystrophy. J Ciln Densitom [Internet]. 2005 [cited 2017

Mar 20];8(3):287–92. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16055958

Van Den Bout-Van Den Beukel CJP, Fievez L, Michels M, Sweep FCGJ, Hermus ARMM,

Bosch MEW, et al. Vitamin D Deficiency among HIV Type 1-Infected Individuals in the

Netherlands: Effects of Antiretroviral Therapy. AIDS Res Hum Retroviruses [Internet].

2008;24(11):1375–82. Available from:

http://www.liebertonline.com/doi/abs/10.1089/aid.2008.0058

Brown TT. The effects of HIV-1 infection on endocrine organs. Best Pr Res Clin Endocrinol

Metab. 2011;25:403–13.

Brown TT, Cole SR, Li X, Kingsley LA, Palella FJ, Riddler SA, et al. Antiretroviral Therapy

and the Prevalence and Incidence of Diabetes Mellitus in the Multicenter AIDS Cohort

Study. Arch Intern Med. 2005;165:1179–84.

Brown TT, Xu X, John M, Singh J, Kingsley LA, Palella FJ, et al. Fat distribution and

longitudinal anthropometric changes in HIV-infected men with and without clinical

evidence of lipodystrophy and HIV-uninfected controls : A substudy of the Multicenter

AIDS Cohort Study. 2009;8:1–8.

Brown TT MG. Association between initiation of antiretroviral therapy with efavirenz and

decreases in 25-hydroxyvitamin D. Antivir Ther. 2010;15(3):425–9.

Bruno R, Gazzaruso C, Sacchi P, Zocchetti C, Giordanetti S, Garzaniti A, Ciappina V,

Maffezzini E, Maserati R FG. High prevalence of metabolic syndrome among HIV-

infected patients: link with the cardiovascular risk. J Acquir Immune Defic Syndr.

2002;31(3):363–5.

Page 56: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

56

Camhi SM, Bray GA, Bouchard C, Greenway FL, William D, Newton RL, et al. The

Relationship of Waist Circumference and BMI to Visceral, Subcutaneous, and Total

Body Fat: Sex and Race Differences. Obesity. 2011;19(2):402–8.

Carmine Gazzaruso, Paolo Sacchi, Adriana Garzaniti, Pietro Fratino, Raffaele Bruno GF.

Prevalence of Metabolic Syndrome Among HIV Patients. Diabetes Care.

2002;25(7):1253–4.

Carolien J.P. Van Den Bout-Van Den Beukel, Lydia Fievez, Meta Michels et al. Vitamin D

Deficiency among HIV Type 1-Infected Individuals in the Netherlands: Effects of

Antiretroviral Therapy. AIDS Res Hum Retroviruses. 2008;24(11):1375–82.

Caron M, Auclair M, Vigouroux C, Glorian M, Forest C, Capeau J. The HIV Protease

Inhibitor Indinavir Impairs Sterol Regulatory Element-Binding Protein-1 Intranuclear

Localization, Inhibits Preadipocyte Differentiation, and Induces Insulin Resistance.

Diabetes. 2001;50:1378–88.

Carr A. HIV lipodystrophy: risk factors, pathogenesis, diagnosis and management. AIDS.

2003;17(1):141–8.

Carr A, Miller J, Law M, Cooper D a. A syndrome of lipoatrophy, lactic acidaemia and liver

dysfunction associated with HIV nucleoside analogue therapy: contribution to protease

inhibitor-related lipodystrophy syndrome. AIDS. 2000;14(3):25–32.

Carr A, Samaras K, Burton S, Law M, Freund J, Chisholm DJ, et al. A syndrome of

peripheral lipodystrophy, hyperlipidaemia and insulin resistance in patients receiving

HIV protease inhibitors. Diabetes Care. 1997;46:169–78.

Carr A, Emery S, Law M, Puls R, Lundgren JD PW. An objective case definition of

lipodystrophy in HIV-infected adults: a case-control study. Lancet (London, England).

2003;361(9359):726–35.

Carr A, Samaras K, Chisholm DJ CD. Pathogenesis of HIV-1-protease inhibitor-associated

peripheral lipodystrophy, hyperlipidaemia, and insulin resistence. Lancet.

1998;351(9119):1881–3.

De Carvalho Vidigal F, Bressan J, Babio N, Salas-Salvadó J. Prevalence of metabolic

syndrome in Brazilian adults: a systematic review. BMC Public Health. 2013;13:1198.

Cavalcanti RB, Cheung AM, Raboud J. Reproducibility of DXA Estimations of Body Fat in

Page 57: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

57

HIV Lipodystrophy Implications for Clinical Research. 2005;8(3):293–7.

Chan JL;, Oral EA. Clinical classification and treatment of congenital and acquired

lipodystrophy. Endocr Pr. 2010;16(2):310–23.

Cheng S, Massaro JM, Fox CS, Larson MG, Keyes MJ, McCabe EL, Robins SJ, O’Donnell

CJ, Hoffmann U, Jacques PF, Booth SL, Vasan RS, Wolf M WT. Adiposity,

cardiometabolic risk, and vitamin D status: the Framingham Heart Study. Diabetes.

2010;59(1):242–8.

Chiu KC, Chu A, Go VLW, Saad MF. Hypovitaminosis D is associated with insulin

resistance and beta cell dysfunction. Am J Clin Nutr. 2004;79(5):820–5.

Conrado T, de Barros Miranda-Filho D, de Alencar Ximenes RA, de Fátima Albuquerque M,

Lacerda HR, Ramos RCF, et al. Vitamin D Deficiency in HIV-Infected Women on

Antiretroviral Therapy Living in the Tropics. J Int Assoc Physicians AIDS Care.

2011;10(4):239–45.

Control D, City F. Research Letters. 2012;(Table 1):765–73.

Cozzolino M, Vidal M, Arcidiacono MV, Tebas P, Yarasheski KE DA. HIV-protease

inhibitors impair vitamin D bioactivation to 1,25-dihydroxyvitamin D. AIDS.

2003;17:513–520.

Dao CN, Patel P, Overton ET, Rhame F, Pals SL, Johnson C, et al. Low vitamin D among

HIV-infected adults: Prevalence of and risk factors for low vitamin D levels in a cohort

of HIV-infected adults and comparison to prevalence among adults in the us general

population. Clin Infect Dis. 2011;52(3):396–405.

Diehl LA, Dias JR, Paes ACS, Thomazini MC, Garcia LR, Cinagawa E, et al. Prevalência da

Lipodistrofia Associada ao HIV em Pacientes Ambulatoriais Brasileiros: Relação com

Síndrome Metabólica e Fatores de Risco Cardiovascular artigo original. Arq Bras

Endrocrinol Metab. 2008;52(4).

Duro M, Rebelo I, Barreira S, Sarmento-Castro R, Medeiros R AC. Glycaemic profile

changes by highly active antiretroviral therapy in human immunodeficiency virus-

infected patients. Int J STD AIDS. 2015;26(11):796–802.

El-Zayadi AR, Anis M. Hepatitis C virus induced insulin resistance impairs response to anti

viral therapy. World J Gastroenterol. 2012;18(3):212–24.

Page 58: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

58

Erlandson KM, Zhang L, Lake JE, Schrack J, Althoff K, Sharma A, et al. Changes in weight

and weight distribution across the lifespan among HIV-infected and -uninfected men and

women. Medicine (Baltimore). 2016;95(46):5399.

Estrada, V., Martínez-Larrad, M. T., González-Sánchez, J. L., de Villar, N. G., Zabena, C.,

Fernández, C., Serrano-Ríos M. Lipodystrophy and metabolic syndrome in HIV-infected

patients treated with antiretroviral therapy. Metabolism. 2006;55(7):940–5.

Falutz J, Rosenthall L, Kotler D, Zona S, Guaraldi G. Surrogate markers of visceral adipose

tissue in treated HIV-infected patients : accuracy of waist circumference determination.

HIV Med. 2014;15:98–107.

Fitch, KV; Stanley, TL; Looby, SE; Rope, AM; Grinspoon S. Relationship between neck

circumference anc cardiometabolic parameters in HIV-infected and non -HIV-infected

adults. Diabetes Care. 2011;34(4):1026–31.

Ford, ES; Giles, WH; Dietz W. Prevalence of the metabolic syndrome among US adults:

findings from the third National Health and Nutrition Examination Survey. JAMA.

2002;287(3):356–9.

Ford ES, Ajani UA, McGuire LC LS. Concentrations of Serum Vitamin D and the Metabolic

Syndrome Among U.S. Adults. Diabetes Care.

2005;28(5file:///C:/Users/carlo/Desktop/Amanda/artigos mestrado/Hypovitaminosis D is

associated with insulin resistance and beta cell.pdf):1228–30.

Fox J, Peters B, Prakash M, Arribas J, Hill A, Moecklinghoff C. Improvement in Vitamin D

Deficiency Following Antiretroviral Regime Change: Results from the MONET Trial.

AIDS Res Hum Retroviruses [Internet]. 2011;27(1):29–34. Available from:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/query.fcgi?cmd=Retrieve&db=PubMed&dopt=Citat

ion&list_uids=20854196

Freitas P, Carvalho D, Souto S, Santos AC, Xerinda S, Marques R, et al. Impact of

Lipodystrophy on the prevalence and components of metabolic syndrome in HIV-

infected patients. BMC Infect Dis [Internet]. 2011;11(1):246. Available from:

http://www.biomedcentral.com/1471-2334/11/246

Freitas P, Santos AC, Carvalho D, Pereira J, Marques R, Martinez E, et al. Fat Mass Ratio:

An Objective Tool to Define Lipodystrophy in HIV-Infected Patients Under

Antiretroviral Therapy. J Clin Densitom. 2010;13(2):197–203.

Page 59: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

59

Friis H, Range N, Changalucha J, PrayGod G, Jeremiah K, Faurholt-Jepsen D, et al. Vitamin

D status among pulmonary TB patients and non-TB controls: A cross-sectional study

from Mwanza, Tanzania. PLoS One. 2013;

Gangcuangco L, Chow D. Predictors of 25-hydroxyvitamin D Levels in HIV-infected Patients

in Hawai ’i. Hawai’i J … [Internet]. 2013;72(6):197–201. Available from:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3689502/

Garg A. Lipodystrophies : Genetic and Acquired Body Fat Disorders. J Clin Endocrinol

Metab. 2011;96(11):3313–25.

Ginde AA, Mansbach JM, Camargo Jr. CA. Association between serum 25-hydroxyvitamin

D level and upper respiratory tract infection in the Third National Health and Nutrition

Examination Survey. Arch Intern Med [Internet]. 2009;169(4):384–90. Available from:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19237723

Grenha I, Oliveira J, Lau E, Santos AC, Sarmento A, Pereira J, et al. HIV-Infected Patients

With and Without Lipodystrophy Under Combined Antiretroviral Therapy : Evaluation

of Body Composition. J Clin Densitom [Internet]. 2016;1–8. Available from:

http://dx.doi.org/10.1016/j.jocd.2016.07.010

Grinspoon S, Carr A. Cardiovascular Risk and Body-Fat Abnormalities in HIV-Infected

Adults. n engl j med. 2005;3521.

Guaraldi G, Stentarelli C, Zona S, Santoro A. HIV-associated lipodystrophy: Impact of

antiretroviral therapy. Drugs. 2013;73(13):1431–50.

Gyllensten K, Josephson F, Lidman K SM. Severe vitamin D deficiency diagnosed after

introduction of antiretroviral therapy including efavirenz in a patient living at latitude 59-

N. AIDS. 2006;20(14):1906–7.

Hadigan C, Meigs JB, Corcoran C, Rietschel P, Piecuch S, Basgoz N, et al. Metabolic

Abnormalities and Cardiovascular Disease Risk Factors in Adults with Human

Immunodeficiency Virus Infection and Lipodystrophy. Clin Infect Dis. 2018;32(1):130–

9.

Hammond E, McKinnon E, Glendenning P, Williams R, Mallal S, Phillips E. Association

between 25-OH vitamin D and insulin is independent of lipoatrophy in HIV. Clin

Endocrinol. 2012;76:201–6.

Page 60: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

60

Hammond E, Mckinnon E, Nolan D. Human Immunodeficiency Virus Treatment–Induced

Adipose Tissue Pathology and Lipoatrophy: Prevalence and Metabolic Consequences.

Clin Infect Dis. 2010;51(5):591–9.

Han SH, Zhou J, Saghayam S, Vanar S, Phanuphak N, Chen Y-MA, et al. Prevalence of and

risk factors for lipodystrophy among HIV-infected patients receiving combined

antiretroviral treatment in the Asia-Pacific region: results from the TREAT Asia HIV

Observational Database (TAHOD). Endocr J [Internet]. 2011;58(6):475–84. Available

from: http://joi.jlc.jst.go.jp/JST.JSTAGE/endocrj/K10E-407?from=CrossRef

Heath K V., Hogg RS, Chan KJ, Harris M, Montessori V, O’Shaughnessy M V., et al.

Lipodystrophy-associated morphological, cholesterol and triglyceride abnormalities in a

population-based HIV/AIDS treatment database. Aids. 2001;15(2):231–9.

Holick MF. Vitamin D Deficiency. N Engl J Med. 2007;357:266–81.

Holick MF, Binkley NC, Bischoff-Ferrari HA, Gordon CM, Hanley DA, Heaney RP, et al.

Evaluation, treatment, and prevention of vitamin D deficiency: An endocrine society

clinical practice guideline. J Clin Endocrinol Metab. 2011;96(7):1911–30.

Hsieh, SD; Yoshinaga H. Abdominal fat distribution and coronary heart disease risk factors in

men-waist/height ratio as a simple and useful predictor. Int J Obes Relat Metab Disord.

1995;19(8):585–9.

Hu G, Qiao Q, Tuomilehto J, Balkau B, Borch-Johnsen K PKDSG. Prevalence of the

Metabolic Syndrome and Its Relation to All-Cause and Cardiovascular Mortality in

Nondiabetic European Men and Women. Arch Intern Med. 2004;164(10):1066–76.

Isomaa B, Almgren P, Tuomi T, Forsén B, Lahti K, Nissén M, et al. Cardiovascular morbidity

and mortality associated with the metabolic syndrome. Diabetes Care [Internet].

2001;24(4):683–9. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11315831

Jacobson DL, Tang AM, Spiegelman D, Thomas AM, Skinner S, Gorbach SL, et al.

Incidence of metabolic syndrome in a cohort of HIV-infected adults and prevalence

relative to the US population (National Health and Nutrition Examination Survey). J

Acquir Immune Defic Syndr. 2006;43:458–66.

Jeri C, Knobel H, Montero M, Ord Nez-Llanos J, Guelar A, Gimeno JL, et al. Metabolic

Syndrome Among HIV-Infected Patients. Diabetes Care. 2005;28:144–9.

Page 61: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

61

John M, Nolan D MS. Antiretroviral therapy and the lipodystrophy syndrome. Antivir Ther.

2001;6:9–20.

Joly V1, Flandre P, Meiffredy V, Leturque N, Harel M, Aboulker JP YP. Increased risk of

lipoatrophy under stavudine in HIV-1-infected patients: results of a substudy from a

comparative trial. AIDS. 2002;16(18):2447–54.

Justman JE, Benning L, Danoff A, Minkoff H, Levine A, Greenblatt RM, Weber K, Piessens

E, Robison E AK. Protease inhibitor use and the incidence of diabetes mellitus in a large

cohort of HIV-infected women. J Acquir Immune Defic Syndr. 2003;32(3):298–302.

Kim PS, Woods C, Georgoff P, Crum D, Rosenberg A, Smith M HC. A1C Underestimates

Glycemia in HIV. Diabetes Care. 2009;32(9):1591–3.

Kolaczynski JW CJ. Insulin resistance: site of the primary defect or how the current and the

emerging therapies work. J Basic Clin Physiol Pharmacol. 1998;9:281–94.

Konradsen S, Ag H, Lindberg F, Hexeberg S JR. Serum 1,25- dihydroxy vitamin D is

inversely associated with body mass index. Eur J Nutr. 2008;47(2):87–91.

Kuchuk NO, Van Schoor NM, Pluijm SM, Chines A, Lips P. Vitamin D status, parathyroid

function, bone turnover, and BMD in postmenopausal women with osteoporosis: Global

perspective. J Bone Miner Res. 2009;24(4):693–701.

Lake JE, Wohl D, Scherzer R, Grunfeld C, Tien PC, Sidney S, et al. Regional fat deposition

and cardiovascular risk in HIV infection: The FRAM study. AIDS Care.

2011;23(8):929–38.

Lassoued S, Degris E, Delpierre C, Aquilina C, Marchou B, Massip P, et al. Longitudinal

Study of Body Composition of 101 HIV Men With Lipodystrophy : Dual-Energy X-Ray

Criteria for Lipodystrophy Evolution. J Ciln Densitom. 2010;13(2):237–44.

Lauda LG, Mariath AB, Grillo LP. Síndrome metabólica e seus componentes em portadores

do HIV. Rev Assoc Med Bras [Internet]. 2011;57(2):182–6. Available from:

http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0104423011703189

Lee GA, Seneviratne T, Noor MA, Lo JC, Schwarz J-M, Aweeka FT, et al. The metabolic

effects of lopinavir/ritonavir in HIV-negative men. AIDS [Internet]. 2004;18(4):641–9.

Available from:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15090769%5Cnhttp://www.pubmedcentral.nih.go

Page 62: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

62

v/articlerender.fcgi?artid=PMC3166345

Lee GA, Lo JC, Aweeka F, Schwarz JM, Mulligan K, Schambelan M GC. Single-Dose

Lopinavir-Ritonavir Acutely Inhibits Insulin-Mediated Glucose Disposal in Healthy

Volunteers. Clin Infect Dis. 2006;43(5):658–60.

Leow MK, Addy CL MC. Human immunodeficiency virus/highly active antiretroviral

therapy-associated metabolic syndrome: clinical presentation, pathophysiology, and

therapeutic strategies. J Clin Endocrinol Metab. 2003;88:1961–76.

Lerma E, Molas ME, Montero MM, Guelar A, González A, Villar J, et al. Prevalence and

Factors Associated with Vitamin D Deficiency and Hyperparathyroidism in HIV-

Infected Patients Treated in Barcelona. ISRN AIDS. 2012;2012(485307).

Lichtenstein KA, Ward DJ, Moorman AC, Delaney KM, Young B, Palella FJ, et al. Clinical

assessment of HIV-associated lipodystrophy in an ambulatory population.

Lind L, Hänni A, Lithell H, Hvarfner A, Sörensen OH LS. Vitamin D is related to blood

pressure and other cardiovascular risk factors in middle-aged men. Am J Hypertens.

1995;8(9):894–901.

Lips P, Hosking D, Lippuner K, Norquist JM, Wehren L, Maalouf G, et al. The prevalence of

vitamin D inadequacy amongst women with osteoporosis: An international

epidemiological investigation. J Intern Med. 2006;260(3):245–54.

Liu PT. Toll-Like Receptor Triggering of a Vitamin D–Mediated Human Antimicrobial

Response. Science (80- ). 2006;311(5768):1770–3.

Lo Y, Chen M, Sheng W, Hsieh S, Sun H, Liu W, et al. Risk factors for incident diabetes

mellitus among HIV-infected patients receiving combination antiretroviral therapy in

Taiwan : a case – control study. HIV Med. 2009;10(5):302–9.

Longenecker CT, Hileman CO, Carman TL, Ross AC, Seydafkan S, Brown TT, et al. Vitamin

D supplementation and endothelial function in vitamin D deficient HIV-infected

patients: A randomized placebo-controlled trial. Antivir Ther. 2012;17(4):613–21.

Madge S, Kinloch-de-Loes S, Mercey D, Johnson MA WI. Lipodystrophy in patients naive to

HIV protease inhibitors. AIDS. 1999;13(6):735–7.

Maestro, B; Campión, J; Dávila, N; Calle C. Stimulation by 1,25-dihydroxyvitamin D3 of

Page 63: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

63

insulin receptor expression and insulin responsiveness for glucose transport in U-937

human promonocytic cells. Endocr J. 2000;47(4):383–91.

Mallon PW, Miller J, Cooper DA CA. Prospective evaluation of the effects of antiretroviral

therapy on body composition in HIV-1-infected men starting therapy. AIDS.

2003;17(7):971–9.

Manuscript A, Dysfunction E. Association of Upper Trunk and Visceral Adipose Tissue

Volume With Insulin Resistance in Control and HIV-Infected Subjects in the FRAM

Study. J Acquir Immune Defic Syndr. 2015;25(8):713–24.

Martinez E, Mocroft A, Garcia-Viejo MA, Perez-Cuevas JB, Blanco JL, Mallolas J, et al.

Risk of lipodystrophy in HIV-1-infected patients treated with protease inhibitors: a

prospective cohort study. Lancet [Internet]. 2001;357(9256):592–8. Available from:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/query.fcgi?cmd=Retrieve&db=PubMed&dopt=Citat

ion&list_uids=11558485

Mascolini M. What Defines HIV Lipodystrophy ? Forum for collaborative HIV Research.

2002;37.

Mattila C, Knekt P, Männistö S, Rissanen H, Laaksonen MA, Montonen J, et al. Serum 25-

hydroxyvitamin D concentration and subsequent risk of type 2 diabetes. Diabetes Care.

2007;30(10):2569–70.

McKinney K, Breitkopf CR, Berenson AB. Association of race, body fat and season with

vitamin D status among young women: A cross-sectional study. Clin Endocrinol (Oxf).

2008;69(4):535–41.

Mercier S, Gueye NFN, Cournil A, Fontbonne A, Copin N, Ndiaye I, et al. Lipodystrophy and

metabolic disorders in HIV-1-infected adults on 4- to 9-year antiretroviral therapy in

senegal: A case-control study. J Acquir Immune Defic Syndr. 2009;51(2):224–30.

Mialich MS, Pereira A, Ramos B, José F, Paula A De, Jordão AA, et al. Relationship

Between Adiposity Indices , Lipodystrophy , and Sarcopenia in HIV-Positive Individuals

With and Without Lipodystrophy. J Clin Densitom [Internet]. 2017;20(1):73–81.

Available from: http://dx.doi.org/10.1016/j.jocd.2016.06.007

Miguez-Burbano, MJ; Espinoza, Luiz; Cook, RL; Mayra, Mayra; Bueno, Diego; Lewis, JE;

Asthana D. Alcohol, Brain Derived Neurotrophic Factor and Obesity among People

Page 64: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

64

Living with HIV. J AIDS Clin Res. 2013;4(9):245.

Milinkovic A, Martinez E. Current perspectives on HIV-associated lipodystrophy syndrome. J

Antimicrob Chemother. 2005;56(1):6–9.

Miller KD, Jones E, Yanovski JA, Shankar R, Feuerstein I, Falloon J. Visceral abdominal-fat

accumulation associated with use of indinavir. Lancet (London, England).

1998;351:871–5.

Ministério da Saúde. Vigilência de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por

inquérito telefônico. VIGITEL Brasil 2014. Brasília; 2014.

Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico HIV /AIDS. Boletim Epidemiológico: AIDS e

DST [Internet]. 2015; Available from: www.aids.gov.br

Mitchell RT, Saunders PTK, Childs AJ, Cassidy-Kojima C, Anderson RA, Wallace WHB, et

al. Rising Serum 25-Hydroxyvitamin D Levels After Weight Loss in Obese Women

Correlate With Improvement in Insulin Resistance. J Clin Endocrinol Metab.

2010;95:4251–7.

Moreira RC, Pacheco AG, Paula A, Cardoso SW, Moreira RI, Ribeiro SR, et al. Diabetes

Mellitus is Associated with Increased Death Rates Among HIV-Infected Patients in Rio

de Janeiro, Brazil. AIDS Res Hum Retroviruses [Internet]. 2016;0(0):aid.2015.0265.

Available from:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27329066%5Cnhttp://online.liebertpub.com/doi/1

0.1089/aid.2015.0265

Moreno-Pérez O, Portilla J, Escoín C, Alfayate R, Reus S, Merino E, et al. Impact of vitamin

D insufficiency on insulin homeostasis and beta cell function in nondiabetic male HIV-

infected patients. HIV Med. 2013;

Mueller NJ, Fux CA, Ledergerber B, Elzi L, Schmid P, Dang T, Magenta L, Calmy A,

Vergopoulos A B-FH. The Swiss HIV Cohort Study. High prevalence of severe vitamin

D deficiency in combined antiretroviral therapy-naive and successfully treated Swiss

HIV patients. AIDS. 2010;24:1127–34.

Murata H, Hruz PW, Mueckler M. The Mechanism of Insulin Resistance Caused by HIV

Protease Inhibitor Therapy. J Biol Chem. 2000;275(27):20251–4.

National Cholesterol Education Program (NCEP) Expert Panel on Detection, Evaluation and

Page 65: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

65

T of HBC in A (Adult TPI. The Third Report of the Expert Panel on Detection,

Evaluation, and Treatment of High Blood Cholesterol in Adults. Circulation.

2002;106(25):3143–421.

Nielsen NO, Skifte T, Andersson M, Wohlfahrt J, Søborg B, Koch A, et al. Both high and low

serum vitamin D concentrations are associated with tuberculosis: a case-control study in

Greenland. Br J Nutr. 2010;104(10):1487–91.

Nolan D, Hammond E, James I, McKinnon E, Malla S. Contribution of nucleoside-analogue

reverse transcriptase inhibitor therapy to lipoatrophy from the population to the cellular

level. Antivir Ther. 2003;8(6):617–26.

Nolan D, Hammond E, James I, McKinnon E MS. Contribution of nucleosideanalogue

reverse transcriptase inhibitor therapy to lipoatrophy from the population to the cellular

level. Antivir Ther. 2003;8:617–26.

Oyedele T, Adeyemi OM. High prevalence of vitamin D deficiency in HIV-infected adults:

What are the future research questions? Curr HIV/AIDS Rep. 2012;9:1–4.

Parikh SJ, Edelman M, Uwaifo GI, Freedman RJ, Semega-Janneh M, Reynolds J YJ. The

relationship between obesity and serum 1,25-dihydroxy vitamin D concentrations in

healthy adults. J Clin Endocrinol Metab. 2004;89(3):1196–9.

Paula A, Falcão M, Pacheco A. Metabolic syndrome in HIV-infected individuals: underlying

mechanisms and epidemiological aspects. AIDS Res Ther. 2013;10:32.

Peters BSE, Dos Santos LC, Fisberg M, Wood RJ, Martini LA. Prevalence of vitamin D

insufficiency in Brazilian adolescents. Ann Nutr Metab. 2009;54(1):15–21.

Pimenta AM, Gazzinelli A, Meléndez GV. Prevalência da síndrome metabólica e seus fatores

associados em área rural de Minas Gerais (MG, Brasil). Cien Saude Colet.

2011;16(7):3297–306.

Pittas AG, Sun Q, Manson JE, Dawson-Hughes B, Hu FB. Plasma 25-hydroxyvitamin D

concentration and risk of incident type 2 diabetes in women. Diabetes Care.

2010;33(9):2021–3.

Podzamczer D, Ferrer E, Rio L, Curto J. How Much Fat Loss Is Needed for Lipoatrophy to

Become Clinically Evident ? 2009;25(6).

Page 66: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

66

Pontes Signorini DJH, Miranda Monteiro MC, de Andrade M de FC, Signorini DH, Eyer-

Silva W de A. What should we know about metabolic syndrome and lipodystrophy in

AIDS? Rev Assoc Med Bras [Internet]. 2012;58(1):70–5. Available from:

http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0104423012704712

Poudel-Tandukar K, Poudel KC, Jimba M, Kobayashi J, Johnson CA, Palmer PH. Serum 25-

hydroxyvitamin d levels and C-reactive protein in persons with human

immunodeficiency virus infection. AIDS Res Hum Retroviruses [Internet].

2013;29(3):528–34. Available from:

http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=3581068&tool=pmcentrez&r

endertype=abstract

Powderly W, Yarasheski K. Metabolic Syndrome in HIV-Infected Patients from an Urban,

Midwestern US Outpatient Population. Clin Infect Dis. 2007;44(5):726–34.

Rocha AKS da, Bós ÂJG, Huttner É, Machado DC. Prevalência da síndrome metabólica em

indígenas com mais de 40 anos no Rio Grande do Sul, Brasil. Rev Panam Salud Publica.

2011;20(1):41–50.

Russo LAT, Gregório LH de, Lacativa PGS, Marinheiro LPF. Concentração plasmática de 25

hidroxivitamina D em mulheres na pós-menopausa com baixa densidade mineral óssea

TT - Concentration of 25-hydroxyvitamin D in postmenopausal women with low bone

mineral density. Arq Bras Endocrinol &amp; Metabol. 2009;53(9):1079–87.

Saint-Marc T, Partisani M, Poizot-Martin I, Bruno F, Rouviere O, Lang JM, et al. A

syndrome of peripheral fat wasting (lipodystrophy) in patients receiving long-term

nucleoside analogue therapy. AIDS. 1999;13(13):1659–67.

Saint-Marc T, Partisani M, Poizot-Martin I, Rouviere O, Bruno F, Avellaneda R, Lang JM,

Gastaut JA TJ. Fat distribution evaluated by computed tomography and metabolic

abnormalities in patients undergoing antiretroviral therapy: preliminary results of the

LIPOCO study. AIDS. 2000;14(1):37–49.

Samaras K, Wand H, Law M, Emery S, Cooper D CA. Prevalence of metabolic syndrome in

HIV-infected patients receiving highly active antiretroviral therapy using International

Diabetes Foundation and Adult Treatment Panel III criteria: associations with insulin

resistance, disturbed body fat compartmental. Diabetes Care. 2007;30(1):113–9.

Santos BR, Mascarenhas LPG, Satler F, Boguszewski MCS, Spritzer PM. Vitamin D

Page 67: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

67

deficiency in girls from South Brazil: a cross-sectional study on prevalence and

association with vitamin D receptor gene variants. BMC Pediatr. 2012;12(1):1.

SBC. 7a Diretriz Brasileira De Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardiol. 2016;107(3):1–83.

Schmidt, MI; Hoffmann, JF; de Fátima Sander Diniz, M; Lotufo, PA; Griep, RH; Bensenor,

IM; Mill, JG; Barreto, SM; Aquino, EM; Duncan B. High prevalence of diabetes and

intermediate hyperglycemia – The Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-

Brasil). Diabetol Metab Syndr. 2014;6:123.

Schmitz-peiffer C, Browne CL, Oakes ND, Watkinson A, Chisholm DJ, Kraegen EW, et al.

Alterations in tne Expression and Cellular Localization of Protein Kinase C Isozymes e

and o Are Associated With Insulin Resistance in Skeletal Muscle of the High-Fat-Fed

Rat. Diabetes. 1997;46:169–78.

Schneider HJ, Friedrich N, Klotsche J, Pieper L, Nauck M, John U, et al. The predictive value

of different measures of obesity for incident cardiovascular events and mortality. J Clin

Endocrinol Metab. 2010;95(4):1777–85.

Schoen, RE; Thaete, FL; Sankey, SS; Weissfeld, JL; Kuller L. Sagittal diameter in

comparison with single slice CT as a predictor of total visceral adipose tissue volume. Int

J Obes Relat Metab Disord. 1998;22(4):338–42.

Schwartz JB, Moore KL, Yin M, Sharma A, Merenstein D, Islam T, et al. Relationship of

vitamin D, HIV, HIV treatment and lipid levels in the Women’s Interagency HIV study

(WIHS) of HIV-infected and un-infected women in the US. J Int Assoc Provid AIDS

Care. 2014;13(3):250–9.

Scragg R, Holdaway I, Singh V, Metcalf P, Baker J DE. Serum 25-hydroxyvitamin D3 levels

decreased in impaired glucose tolerance and diabetes mellitus. Diabetes Res Clin Pr.

1995;27:181–188.

Scragg R, Sowers M BC. Serum 25-hydroxyvitamin D, diabetes, and ethnicity in the Third

National Health and Nutrition Examination Survey. Diabetes Care. 2004;27(12):2813–

2818.

Seidell, JC; Baccer C van der KK. Imaging techniques for measuring adipose-tissue

distribution--a comparison between computed tomography and 1.5-T magnetic

resonance. Am J Clin Nutr. 1990;51(6):953–7.

Page 68: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

68

Shikuma CM, Hu N, Milne C, Yost F, Waslien C, Shimizu S SB. Mitochondrial DNA

decrease in subcutaneous adipose tissue of HIV-infected individuals with periph¬eral

lipoatrophy. AIDS. 2001;15(14):1801–9.

Sievers M, Walker UA, Sevastianova K, Setzer B, Wå Gsä Ter D, Eriksson P, et al. Gene

Expression and Immunohistochemistry in Adipose Tissue of HIV Type 1–Infected

Patients with Nucleoside Analogue Reverse-Transcriptase Inhibitor–Associated

Lipoatrophy. 2009;

Silva ÉFR Da, Bassichetto KC, Lewi DS. Perfil lipídico, fatores de risco cardiovascular e

síndrome metabólica em um grupo de pacientes com AIDS. Arq Bras Cardiol.

2009;93:113–8.

Slama L, Palella FJ, Abraham AG, Li X, Vigouroux C, Pialoux G, et al. Inaccuracy of

haemoglobin A1c among HIV-infected men: Effects of CD4 cell count, antiretroviral

therapies and haematological parameters. J Antimicrob Chemother. 2014;69(12):3360–7.

Snijder MB, van Dam RM, Visser M, Deeg DJ, Dekker JM, Bouter LM, Seidell JC LP.

Adiposity in relation to vitamin D status and parathyroid hormone levels: a population-

based study in older men and women. J Clin Endocrinol Metab. 2005;90(7):4119–23.

De Socio GV, Parruti G, Quirino T, Ricci E, Schillaci G, Adriani B, Marconi P, Franzetti M,

Martinelli C, Vichi F, Penco G, Sfara C, Madeddu G BPC study group. Identifying HIV

patients with an unfavorable cardiovascular risk profile in the clinical practice: results

from the SIMONE study. J Infect. 2008;57(1):33–40.

Svendsen, OL; Hassager, C; Bergmann, I; Christiansen C. Measurement of abdominal and

intra-abdominal fat in postmenopausal women by dual energy X-ray absorptiometry and

anthropometry: comparison with computerized tomography. Int J Obes Relat Metab

Disord. 1993;17(1):45–51.

Szep Z, Guaraldi G, Shah SS, Re L, 3rd V, Ratcliffe SJ, et al. Vitamin D Deficiency is

Associated with Type 2 Diabetes Mellitus in HIV Infection. AIDS. 2011;25(4):525–9.

Thiébaut R, Daucourt V, Mercié P, Ekouévi DK, Malvy D, Morlat P, et al. Lipodystrophy,

metabolic disorders, and human immunodeficiency virus infection: Aquitaine Cohort,

France, 1999. Clin Infect Dis [Internet]. 2000;31(6):1482–7. Available from:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11096016

Page 69: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

69

Unger MD, Cuppari L, Titan SM, Magalhães MCT, Sassaki AL, dos Reis LM, et al. Vitamin

D status in a sunny country: Where has the sun gone? Clin Nutr. 2010;29(6):784–8.

Vescini F, Cozzi-Lepri A, Borderi M, Re MC, Maggiolo F, De Luca A, et al. Prevalence of

Hypovitaminosis D and Factors Associated With Vitamin D Deficiency and Morbidity

Among HIV-Infected Patients Enrolled in a Large Italian Cohort Background: A high

prevalence of hypovitaminosis D (hypD) in. J Acquir Immune Defic Syndr.

2011;58:163–72.

Viard J-P, Souberbielle J-C, Kirk O, Reekie J, Knysz B, Losso M, et al. Vitamin D and

clinical disease progression in HIV infection: results from the EuroSIDA study. AIDS.

2011;25:1305–15.

Viraben R AC. Indinavir associated lipodystrophy. AIDS. 1998;12:37–9.

Wejse C, Olesen R, Rabna P, Kaestel P, Gustafson P, Aaby P, et al. Serum 25-

hydroxyvitamin D in a West African population of tuberculosis patients and unmatched

healthy controls. Am J Clin Nutr [Internet]. 2007;86(5):1376–83. Available from:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17991649

WHO. Obesity : Preventing and Managing the Global Epidemic. WHO Tech Rep Ser.

2000;253.

De Wit S, Sabin CA, Weber R, Worm SW, Reiss P, Cazanave C, et al. Incidence and Risk

Factors for New-Onset Diabetes in HIV-Infected Patients. Diabetes Care. 2008;31:1224–

9.

World Health Organization. Obesity: preventing and managing the global epidemic. Report of

WHO Consultation. Geneva; 2000.

Worm SW, Lundgren JD. The metabolic syndrome in HIV. Best Pr Res Clin Endocrinol

Metab. 2011;25(3):479–86.

Worm SW, Friis-Møller N, Bruyand M, D’Arminio Monforte A, Rickenbach M, Reiss P, El-

Sadr W, Phillips A, Lundgren J SCD study group. High prevalence of the metabolic

syndrome in HIV-infected patients: impact of different definitions of the metabolic

syndrome. AIDS. 2010;24(3):427–35.

Yao J, Yu W, Li T, Luo L, Lin Q, Tian J, et al. The Pilot Study of DXA Assessment in

Chinese HIV-Infected Men With Clinical Lipodystrophy. J Clin Densitom [Internet].

Page 70: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

70

2011;14(1):58–62. Available from: http://dx.doi.org/10.1016/j.jocd.2010.08.002

Zhang B, MacNaul K, Szalkowski D, Li Z, Berger J MD. Inhibition of adipocyte

differentiation by HIV protease inhibitors. J Clin Endocrinol Metab. 1999;84(11):4274–

7.

Page 71: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

71

9. ANEXOS

9.1 CARTA DE APROVAÇÃO DA PESQUISA NO COMITÊ DE ÉTICA

Page 72: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

72

Page 73: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

73

Page 74: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

74

Page 75: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

75

Page 76: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

76

9.2 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título do Projeto: Disfunções Endócrinas em Pacientes Infectados com o Vírus HIV.

Pesquisadores Responsáveis: Dra. Débora Vieira Soares

Instituição a que pertence o Pesquisador Responsável: Hospital Universitário Antônio Pedro

Telefones para contato: (21) 2629-9208 - (21) 9735-2517

Nome do voluntário:

__________________________________________________________________

Idade: ___ anos R.G.: ____________________

Responsável legal (quando for o caso): ______________________________R.G.:

_________________

O(A) Sr.(ª) está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa “Disfunções

Endócrinas em Pacientes

Infectados com o Vírus HIV”, de responsabilidade da pesquisadora Dra. Débora Vieira

Soares.

- Esta pesquisa tem como objetivo avaliar possíveis alterações endócrinas que

podem estar presentes em consequência da infecção pelo vírus HIV. Informações de

pesquisas atuais mostram que algumas doenças endócrinas são mais comuns nesse

grupo de pacientes, seja pela própria doença, seja como consequência do tratamento

necessário, quando indicado. Entre essas alterações temos disfunções da Tireoide

(glândula localizada no pescoço), das Gônadas (testículos / ovários), das Adrenais

(glândulas que estão logo acima dos rins), da massa óssea (osteoporose, por exemplo),

das gorduras no sangue (colesterol e triglicerídeos) e na composição corporal

(alteração na distribuição de gordura no corpo), e alterações da glicose. O período de

seguimento para essas avaliações será de 2 anos.

- Todas as informações médicas serão obtidas diretamente com o paciente, em

entrevista clínica, sempre que possível no mesmo dia da consulta já agendada no

serviço de Doenças Infecto-Parasitárias (em que já faz seguimento), ou por meio do

prontuário médico do paciente. As entrevistas clínicas serão feitas de forma reservada,

não havendo presença de outras pessoas que não estejam diretamente envolvidas com

a pesquisa em questão. As entrevistas não serão gravadas ou filmadas.

- Com o objetivo de detectar as alterações mencionadas acima serão necessários

exames laboratoriais (já colhidos rotineiramente para o controle do tratamento do

HIV), e, no caso específico da pesquisa de osteoporose e composição corporal, será

necessário realizar densitometria apenas 1 (uma) vez por ano (ao início, 1 ano após

esta primeira e 2 anos após esta primeira).

- Caso alguma alteração endocrinológica seja detectada durante o seguimento, o

tratamento adequado será prescrito, de acordo com as diretrizes atuais. Isto,

certamente, será um benefício individual potencial. Não serão testadas novas

medicações em nenhum momento do estudo.

- Outro benefício potencial, desta vez para a coletividade de pacientes infectados

pelo HIV, é o conhecimento gerado com esta pesquisa sobre o número total de casos

de uma determinada alteração endócrina, sendo possível futuramente, solicitar exames

em pacientes mesmo assintomáticos para detecção e tratamento precoce de uma

Page 77: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

77

determinada doença (por exemplo, osteoporose antes de haver grande perda óssea,

com fratura por fragilidade).

- O consentimento para participação nesta pesquisa é livre, voluntário e esclarecido,

e não haverá qualquer prejuízo ao tratamento e seguimento do HIV pelo serviço de

DIP caso opte por não participar desta pesquisa. Ainda, a qualquer momento, caso

deseje não mais fazer parte da pesquisa, sua decisão será respeitada, igualmente sem

qualquer prejuízo ao tratamento e seguimento do HIV pelo serviço de DIP.

- Caso tenha alguma dúvida quanto aos procedimentos, riscos, benefícios ou outra

questão, sinta-se à vontade para resolvê-las antes de assinar este Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido. Isto poderá ser feito diretamente com o

entrevistador, ou por meio de e-mail [email protected],

[email protected] ou ainda pelos telefones (21) 2629-9208 ou (21) 9735-

2517, a qualquer tempo.

- Reforçamos que todas as informações obtidas são confidenciais, e somente a

equipe de saúde envolvida com a pesquisa terá acesso a estas informações, sendo seu

uso exclusivo para os objetivos da pesquisa.

- Você não terá custos ou ganhos financeiros por participar desta pesquisa.

Eu, __________________________________________, RG nº _____________________

declaro ter sido informado e concordo em participar, como voluntário, do projeto de pesquisa

acima descrito.

Ou Eu, __________________________________________, RG nº

_______________________, responsável legal por

____________________________________, RG nº _____________________ declaro ter

sido informado e concordo com a sua participação, como voluntário, no projeto de pesquisa

acima descrito.

Niterói, _____ de ____________ de _______

_______________________________________________________

Nome e assinatura do paciente ou seu responsável legal

_______________________________________________________

Nome e assinatura do responsável por obter o consentimento

________________________________________ ________________________________

Testemunha Testemunha

Page 78: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

78

9.3 FICHA DE COLETA DE DADOS DOS PACIENTES

1ª Consulta Data: ___/___/_____ Hora: ___:___h n atribuído______

A - Identificação

Nome ______________________________________________________

Prontuário_________

Data de Nascimento ___/___/______ - Idade ____ anos

Raça (auto-declarada): □ Branca □ Preta □ Parda □ Outra ___________

Vinculação ao HUAP pela □ Infecto / □ Clínica Médica

Telefones de contato (____)________-________ / (____)________-________

Endereço _________________________________________________ CEP ________-_____

□ Termo de consentimento assinado em ___/___/______

B - Critérios de Inclusão

□ Idade (18-70 anos)

□ ELISA em ___/___/______

□ Western-Blot em ___/___/_____

□ Última alteração do esquema terapêutico há mais de 8 semanas.

□ IMC 19-35 kg/m2.

C - Critérios de exclusão (se marcado, não pode ser incluído)

□ Uso de anabolizante previamente

□ Reposição hormonal

□ Uso de agonistas do GnRH

□ Uso de agentes psicotrópicos.

□ Diagnóstico prévio de qualquer doença descrita abaixo:

□ Hiperprolactinemia,

□ Hipotireoidismo

□ Osteoporose □ Fratura? (□Antes do diagnóstico? □ Após o diagnóstico)

□ Doença Adrenal

□ Doença Gonadal

□ Doença Hipofisária

□ IRC moderada a grave (TFG < 60 mL/min) – Cockcroft-Gault

Page 79: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

79

□ Insuficiência hepática grave – Child-Pugh C__

D - Outras Informações Relevantes

a) HIV diagnosticado em ___/___/______

□ Uso de TARV iniciada em ___/___/_______

□ Última alteração do esquema terapêutico em ___/___/______

□ nadir CD4+ em ___/___/_____ - _____/mm3.

□ Grupo de transmissão → □ Uso de drogas EV □ Outro________________

b) Medicações em uso atualmente (marcar x)

______________________ + ______________________ +

______________________

□ IProtease □ IProtease □ IProtease

□ ITRN □ ITRN □ ITRN

□ ITRNN □ ITRNN □ ITRNN

□ IEntrada □ IEntrada □ IEntrada

□ IIntegrase □ IIntegrase □ IIntegrase

□ Outros medicações quaisquer em uso concomitante (especificar):

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

c) Cumulativamente, já fez uso das seguintes medicações

□ IProtease

□ Amprenavir □ Atazanavir □ Darunavir □ Fosamprenavir

□ Indinavir □ Ritonavir □ Nelfinavir □ Saquinavir

□ Tipranavir □ Lopinavir / Ritonavir

□ Inibidores da Transcriptase Reversa Nucleosídeos

□ Abacavir □ Didanosina □ Emtricitabina

□ Estavudina □ Zidovudina □ Lamivudina

□ Inibidores da Transriptase Reversa Não-nucleosídeos

□ Delavirdina □ Efavirenz □ Etravirina □ Nevirapina

□ Outras medicações

□ Inibidores de Entrada

Page 80: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

80

□ Enfuvirtide □ Maraviroc

□ Inibidor da Integrase

□ Raltegravir

E – Dados Clínicos

a) Sinais e sintomas de disfunção endócrina

A) Gônadas

Se mulher: □ Hipo/Amenorréia □ Diminuição Libido

□ Redução de Força □ Outro _______________________

Se homem: □ Sarcopenia □ Redução da força

□ Diminuição Libido □ Disfunção Erétil

□ Outro ___________________________________________

B) Tireóide

□ Hipotireoidismo – Especificar sintomas:

______________________________

_______________________________________________________________

□ Hipertireodismo – Especificar sintomas:

______________________________

_______________________________________________________________

□ Sinais de Orbitopatia de Graves? □ Sim – CAS _____ □ Não

C) Adrenal

□ Dor abdominal □ Hipotensão □ Avidez por sal

□ Astenia / mal-estar □ Fraqueza proximal □ Hiperpigmentação

□ Anorexia □ Perda de peso □ Náuseas e vômitos

□ Hipoglicemia □ Hiponatremia □ Hipercalemia

□ Outros _______________________________________________________

b) Ingesta de cálcio aproximada - ____ mg/dia.

c) Etilismo □ Nega etilismo

□ Etilismo atual - □ > 30 g/dia / □ < 30 g/dia, por ____ anos.

□ Ex-etilista - □ > 30g/dia / □ < 30 g/dia, por ____ anos, parou há ____ anos.

d) Tabagismo □ Nega tabagismo

□ Tabagista atual - ____ maços-ano.

□ Ex-tabagista - ____ maços-ano, parou há ____ anos.

Page 81: AMANDA BICUDO BRUNO NOGUEIRA ASSOCIAÇÃO ENTRE …‡ÃO LIBERADA … · e meus irmãos, Camila, Marco e Rachel; pelo amor, compreensão, incentivo e exemplo. 6 AGRADECIMENTOS Às

81

e) Atividade Física □ Sedentarismo

□ Atividade física > 150 minutos/semana.

□ Atividade física < 150 minutos/semana.

Exame Físico:

PA ____x____ mmHg C. Abdominal ____ cm C.Cervical

____ cm

Peso _____ kg Altura_____m IMC ____kg/m2

□ História de Queda? □ Sim □ Não