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Ambientação e conforto: o bem-estar e a arquitetura de interiores Dezembro/2016 1 ISSN 2179-5568 - Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 12ª Edição nº 012 Vol.01/2016 Dezembro/2016 Ambientação e conforto: o bem-estar e a arquitetura de interiores Bruna Dal Pai Melo Padilha – [email protected] Master em Arquitetura Instituto de Pós-Graduação - IPOG Cascavel, 01 de dezembro de 2015 Resumo O artigo tem como objetivo apresentar a importância da arquitetura de interiores para a otimização de um ambiente confortável e que proporcione bem-estar aos moradores. Agregando assim valor emocional ao local, buscando acrescentar detalhes que promovam a sensação de um ambiente acolhedor e que transmita confiança. A pesquisa se deu pelo fato de que se verifica que o mundo está cada vez mais apressurado, correndo contra o tempo, em busca de melhores oportunidades. Desta forma, as pessoas necessitam de ambientes mais aconchegantes, calmos e acolhedores, para que consigam relaxar e descansar ao longo desta rotina estressante de um dia de trabalho ou ao chegarem em casa, e também sentirem-se bem ao permanecerem ali. Logo, um ambiente acolhedor, com características particulares e também com formas, cores e mobiliário adequados, deve transmitir uma sensação de bem- estar e conforto, objetivando-se assim a pesquisa, que relata como este acolhimento pode ser alcançado. O estudo procedeu-se com o método de pesquisa descritiva e qualitativa, com bases em leitura de referências bibliográficas como artigos científicos, livros, textos acadêmicos e alguns excertos de páginas da internet. Os resultados encontrados indicam que um ambiente bem planejado, decorado, organizado e aconchegante permite aos que ali residirem, bem-estar, conforto, segurança e aconchego. Palavras-chave: Ambiente. Bem-estar. Conforto. Arquitetura de Interiores. 1. Introdução A área do conhecimento da qual o estudo se insere é a Arquitetura e Urbanismo, na subseção de Projetos de Arquitetura e Urbanismo com ênfase em Arquitetura de Interiores. Sendo assim, busca-se com a pesquisa de arquitetura de interiores, ambientação e bem-estar, um aprofundamento neste segmento, do qual é de atuação no mercado de trabalho. O tema do artigo é atual e contemporâneo, pois visa apresentar e analisar como a arquitetura do ambiente pode contribuir para o acolhimento das pessoas que por ali passarem ou usufruírem do local, visto que a sociedade moderna é tão pressurizada pela concretização de objetivos, é necessário que os ambientes sejam propulsores ao bem-estar, facilitando assim a rotina dos que ali estão. Ao chegar em um local no qual a pessoa sente-se bem, ela fica mais confiante, segura e tranquila. Já em um ambiente no qual há desorganização, falta de cuidado com o mobiliário, pinturas, cor, etc., não há esta transmissão de boas vibrações. Ou seja, o cuidado que se tem com o ambiente é o mesmo que eu quero ter com as pessoas que ali vão estar. Podemos tomar como exemplo, o dia em que se recebe visitas em casa, arruma-se a casa, faz-se a limpeza e organização, pois queremos que nossos amigos se sintam bem.

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ISSN 2179-5568 - Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 12ª Edição nº 012 Vol.01/2016 Dezembro/2016

Ambientação e conforto: o bem-estar e a arquitetura de interiores

Bruna Dal Pai Melo Padilha – [email protected] Master em Arquitetura

Instituto de Pós-Graduação - IPOG Cascavel, 01 de dezembro de 2015

Resumo O artigo tem como objetivo apresentar a importância da arquitetura de interiores para a otimização de um ambiente confortável e que proporcione bem-estar aos moradores. Agregando assim valor emocional ao local, buscando acrescentar detalhes que promovam a sensação de um ambiente acolhedor e que transmita confiança. A pesquisa se deu pelo fato de que se verifica que o mundo está cada vez mais apressurado, correndo contra o tempo, em busca de melhores oportunidades. Desta forma, as pessoas necessitam de ambientes mais aconchegantes, calmos e acolhedores, para que consigam relaxar e descansar ao longo desta rotina estressante de um dia de trabalho ou ao chegarem em casa, e também sentirem-se bem ao permanecerem ali. Logo, um ambiente acolhedor, com características particulares e também com formas, cores e mobiliário adequados, deve transmitir uma sensação de bem-estar e conforto, objetivando-se assim a pesquisa, que relata como este acolhimento pode ser alcançado. O estudo procedeu-se com o método de pesquisa descritiva e qualitativa, com bases em leitura de referências bibliográficas como artigos científicos, livros, textos acadêmicos e alguns excertos de páginas da internet. Os resultados encontrados indicam que um ambiente bem planejado, decorado, organizado e aconchegante permite aos que ali residirem, bem-estar, conforto, segurança e aconchego. Palavras-chave: Ambiente. Bem-estar. Conforto. Arquitetura de Interiores. 1. Introdução A área do conhecimento da qual o estudo se insere é a Arquitetura e Urbanismo, na subseção de Projetos de Arquitetura e Urbanismo com ênfase em Arquitetura de Interiores. Sendo assim, busca-se com a pesquisa de arquitetura de interiores, ambientação e bem-estar, um aprofundamento neste segmento, do qual é de atuação no mercado de trabalho. O tema do artigo é atual e contemporâneo, pois visa apresentar e analisar como a arquitetura do ambiente pode contribuir para o acolhimento das pessoas que por ali passarem ou usufruírem do local, visto que a sociedade moderna é tão pressurizada pela concretização de objetivos, é necessário que os ambientes sejam propulsores ao bem-estar, facilitando assim a rotina dos que ali estão. Ao chegar em um local no qual a pessoa sente-se bem, ela fica mais confiante, segura e tranquila. Já em um ambiente no qual há desorganização, falta de cuidado com o mobiliário, pinturas, cor, etc., não há esta transmissão de boas vibrações. Ou seja, o cuidado que se tem com o ambiente é o mesmo que eu quero ter com as pessoas que ali vão estar. Podemos tomar como exemplo, o dia em que se recebe visitas em casa, arruma-se a casa, faz-se a limpeza e organização, pois queremos que nossos amigos se sintam bem.

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Portanto, o questionamento a ser refletido é: De que forma o ambiente pode ou não influenciar no bem-estar das pessoas? O objetivo principal da pesquisa é apresentar a importância da Arquitetura de Interiores para a otimização de um ambiente confortável e que proporcione bem-estar aos moradores. Como objetivos adjacentes incluem-se explicar a importância do bem-estar na sociedade moderna, descrever como os ambientes podem ser confortáveis, elucidar as maneiras ideais de escolher formas, cores e decoração e sugerir algumas vertentes para a concretização do objetivo, ambientes acolhedores, confortáveis e que promovam a sensação de bem-estar. Para Machado e Bandeira, “o bem-estar psicológico é um construto baseado na teoria psicológica a respeito do funcionamento positivo ou ótimo. ” (2012:587). Segundo Kolcaba e Wilson (2002) apud Zaleski (2006), é possível dizer que há quatro contextos em que o conforto e bem-estar estão inseridos, os quais seriam: físico; psicoespiritual, sociocultural; e ambiental.

O “bem-estar" é uma necessidade humana e o conforto uma condição para alcançá-lo (RYBCZYNSKI, 1986 apud ZALESKI (2006). Desta maneira, é previsto que “o conforto depende dos estímulos que o indivíduo recebe do ambiente, e de seus instintos, experiências e juízos, a postura do usuário, suas necessidades e modificações determinam requisitos mínimos de conforto”. (2006:19-20). Logo, o design do interior faz com que o ambiente seja planejado e desenvolvido de forma a buscar este conforto e bem-estar para as pessoas. Visando que elas não só se sintam bem ao estar no local, mas também queiram agregar valor sentimental a ele.

2. O bem-estar e o conforto ao morar bem O ser humano vive em uma busca constante por melhorar de vida e obter ascencão social com o intutuito de garantir qualidade de vida para a sua família. Para isto, há os que incansávelmente se dedicam ao máximo, estudando, trabalhando e lutando por seus ideais. Ao encontro desta rotineira idealização do padrão de se viver, a qualidade de vida está engajada com o “viver-bem”, o bem-estar e conforto, seja em moradias, transportes, viagens, acesso à cultura e o lazer . Nesta perspectiva, o homem convive com o ambiente no qual ele reside. Zaleski (2006) afirma que:

Homem e ambiente convivem num processo de interdependência, criando uma ligação íntima entre os processos psicológicos de percepção do espaço e os processos de criação desse espaço. Ainda, a maneira pela qual o homem modifica o ambiente é hoje um tema de muita relevância, pois os espaços são expressões culturais do homem ao mesmo tempo em que são suportes espaciais para a construção de sua identidade. Assim, é de extrema importância que o arquiteto ou o profissional que atua no ambiente compreenda como os materiais que participam desse ambiente têm influência na percepção do conforto. (ZALESKI, 2006:19)

A referida autora cita Teixeira e Pereira (2001), que admitem que analisar o ambiente pelo aspecto de conforto é uma abordagem “segmentada e parcial” (2006:28), porque o ambiente

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não deve ser apenas confortável, mas sim saudável. Nem todas as condições de conforto correspondem a condições saudáveis, visto que o homem, levado pelos sentidos, confere relevância às condições de conforto, quase sempre ignorando as demais. (ZALESKI, 2006)

Já para Trevizan (2004) “O usuário quando se apropria de “seu lugar”, busca através de um conjunto de símbolos e signos, marcar este território imprimindo nele uma identidade própria. ” (TREVIZAN, 2004:1) A teoria de Silva e Santos considera que “O conforto está sempre presente quando pensamos em qualificar um objeto, um espaço, como se ele fosse expressão máxima da adequação entre desenho e uso, resultando em uma satisfação pessoal plena. ” (SILVA e SANTOS, 2012:137)

A palavra conforto está envolta em uma áurea de subjetividade. O significado desta palavra no idioma português está relacionado à sensação de bem-estar, que é difícil de definir objetivamente, pois varia em cada meio cultural e para cada indivíduo. No entanto, seus sinônimos comodidade e alívio dão pistas de que há algo relacionado ao aconchego no primeiro, e da ausência de desconforto no segundo. A relação entre conforto e alívio está ligada ao caráter mais físico, enquanto a relação entre conforto e comodidade, ao caráter mais subjetivo. (SILVA e SANTOS, 2012:139)

Para Lopes (2014) cita Gurgel (2012) que ressalta ser fundamental a utilização de soluções eficientes para manter as edificações de acordo com os padrões de conforto. Desde sempre o homem procurou abrigo contra as adversidades do tempo. Podendo dizer que a sensação de bem-estar está ligada à sensação de segurança, e que o conforto pode ser definido como um estado de espírito. (LOPES, 2014: s.p.) Verifica-se então, entre os autores citados, que uma ideia é invariável: o conforto e o bem-estar estão intimamente ligados ao ambiente. Neste sentido, vale ressaltar que são vários os aspectos a serem desenvolvidos neste âmbito de adequação ambiental em busca do “viver bem. ” Logo, neste artigo ressalta-se descrever como a Arquitetura de Interiores trabalha em prol do bem-estar. Portanto, a discussão que segue diz respeito a importância desta área do conhecimento. Já que “com a finalidade de obter um equilíbrio biológico entre o meio e seu corpo, o ser humano desenvolve várias reações físicas e psicológicas, buscando, assim, o mínimo de dispêndio de sua própria energia ” (SILVA e SANTOS, 2012:144), o ambiente necessita ser um espaço arquitetonicamente planejado. 3. A importância da Arquitetura de Interiores 3.1. A arquitetura de interiores e o ambiente A Arquitetura de Interiores é o segmento no ramo da Arquitetura que planeja a ambientação interna de espaços. Na atualidade não se pode imaginar ou pensar em um espaço comercial ou residencial sem o apoio de um profissional da área de arquitetura para fazer o projeto de

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interiores, sejam estes grandes ou pequenos, luxuosos ou não, ele é indispensável e de grande valia (DALLEDONE, 2005). No site Engenharia Civil há a seguinte definição para Arquitetura de Interiores:

Área da Arquitetura dedicada ao projeto de espaços interiores. Arte ou técnica de projetar o interior de edifícios residenciais, comerciais ou industriais. O projeto de arquitetura de interiores inclui a escolha de móveis, o seu posicionamento, especificação de revestimentos interiores, definição de acabamentos a serem aplicados e iluminação interior, entre outros. (ENGENHARIA CIVIL, s/d)

E, por fim, o projeto de arquitetura de interiores nada mais é que um conjunto de normas que envolvem fatores como ergonomia, luminotécnica, acústica e térmica, a serem implantados no interior de ambientes residenciais, comerciais ou corporativos, de acordo com as necessidades do espaço e das pessoas que irão compor esse espaço. (CASA E ARQUITETURA1) Sendo assim, o ambiente precisa ser pensado, planejado, personalizado e partir de escolhas específicas para a sua utlização, os gostos dos moradores, a sua localização e claro, a otimização de espaços.

Já em Rowe (1991) apud Zaleski (2006), é visto que “o projeto de interiores funciona como um meio fundamental de questionamento pelo qual o homem realiza suas idéias de morar ou estabelecer-se.” (2006: 50) Neste sentido, falar de Arquitetura é falar em pensar o ambiente, é refletir sobre suas possibilidades. É fazer o máximo por ele, dentro das necessidades de quem vai usufruir do espaço. Logo, a Arquitetura de Interiores vem ao encontro do propósito de fazer do ambiente um lar ou um local de trabalho confortável, tranquilo e produtivo. 3.2. O espaço arquitetônico e o contexto de conforto e bem-estar Por esta vertente, “o desenvolvimento das potencialidades humanas depende, entre outras coisas, da qualidade do ambiente onde são desenvolvidas as atividades humanas” (ZALESKI, 2006:27). Segundo o arquiteto suíço Mário Botta apud Zaleski (2006), o objeto arquitetônico possui três tempos:

O primeiro é quando ele é percebido dentro da paisagem e quando o diálogo se estabelece entre ambos; o segundo momento é aquele em que o telespectador entra na sombra do objeto, ou seja, é o instante em que ele se relaciona com o edifício – altura, largura, peso, caráter, transparência e solidez são aspectos então apreendidos, e o terceiro tempo é aquele em que o observador adentra o objeto, que em última instância, é a própria razão de ser da Arquitetura: criar o abrigo para o homem. Essa última é o tempo em que conforto, acolhimento, aconchego, frieza, irritação são percebidos, e é o único momento em que se podem exercitar outros dois sentidos além da visão, isto é, a audição e, principalmente, o tato. Essa quase sinestesia do terceiro momento evidencia a intensidade das percepções que então ali acontecem. (BOTTA apud ZALESKI, 2006: 48)

1 http://casa3.com.br

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Botta afirma ainda que o terceiro momento é o mais importante. E é nesse terceiro momento que se insere a Arquitetura de Interiores proveniente de conceitos tão subjetivos e movediços como conforto, acolhimento, aconchego, frieza, irritação etc. A Função da arquitetura de interiores é estabelecer uma direta interligação entre os princípios conceituais do que é, para que serve e a quem se destina, um determinado espaço e as condições estéticas e de bem-estar (como por exemplo: a claridade e o ar) necessárias ao homem para sua confortável permanência no local. E ainda possibilitar uma interação entre funcionalidade do espaço físico e o aspecto estético. (BOTTA apud ZALESKI, 2006: 48)

Como já visto anteriormente, o ambiente é capaz de influenciar tanto positivamente como negativamente o morador. Segundo Lopes, pensar no ambiente surge inicialmente no contexto corporal para diminuir a dor; depois no contexto psicoespiritual, por meio da busca pelo consolo e mais recente, nos contextos sociocultural e ambiental, assim como suas técnicas de adequação. (LOPES, 2014:2)

O mesmo autor apresenta o que ele chama de estratégias relacionadas à fatores ambientais.

Visto isso, para proporcionar o conforto característico ao lar, nos diversos contextos apresentados, algumas estratégias de composição precisam ser observadas. Estas estratégias estão relacionadas à fatores ambientais, como temperatura, qualidade do ar, controle sanitário, luz e som; e de composição do ambiente, como acabamentos, mobiliários e objetos. (LOPES, 2014:6)

O processo de Arquitetura de Interiores, segundo Dalledone, “inicia-se com a definição por parte do usuário, das necessidades e anseios para a ocupação do espaço. ”

A partir daí o arquiteto desenvolve propostas que incluem o "layout" com o posicionamento de móveis; equipamentos e definição das circulações. A adequação dos pontos de energia, lógica e comunicação é importante ser feita com antecedência, bem como a especificação de acabamentos (piso, parede, forro, metais, maçanetas, interruptores etc.). A definição das luminárias técnicas e decorativas deve ser acompanhada pelo projeto luminotécnico. No desenvolvimento de detalhes de mobiliário e especificação de peças prontas é fundamental a assessoria do arquiteto, evitando problemas de adequação de medidas e funcionalidade. (DALLEDONE, 2005: s/p)

Retomando Zaleski, a autora orienta que ao fazer uma simples conta que leve em consideração oito horas por dia de sono e oito horas por dia de trabalho e/ou estudo, é visível que a maior parte do tempo (75%) é passada dentro das edificações. (ZALESKI, 2006)

Zaleski afirma ainda que ao avaliar a edificação, o processo consiste em uma abordagem ampla:

A avaliação do desempenho de uma edificação é uma abordagem complexa, em que interagem diversos fatores. Consiste em prever o comportamento potencial do edifício, seus elementos e instalações, quando submetidos a condições normais de exposição e avaliar se tal comportamento satisfaz as exigências do usuário (ZALESKI, 2006:26)

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O texto de Trevizan (2004) referencia Alemida, afirmando que assim como os aspectos subjetivos, também variáveis mais objetivas que são as sensações térmicas, acústicas, lumínicas e dimensionais, fazem parte dessa harmonização ambiental. Segundo a autora, “essa combinação de váriaveis objetivas e subjetivas é que serão determinantes na característica, na funcionalidade e na personalidade particular e única de cada residência.” (TREVIZAN, 2004:1) Para Trevizan, a Leitura Reichiana do caráter da pessoa vem a ser um bom aliado nas decisões e definições dos projetos de arquitetura e interiores, pois uma vez que se percebe que os indivíduos são movidos a estímulos internos e externos e sabendo reconhecer o caráter do usuário de um determinado espaço físico, pode-se interferir nesse espaço de forma que o estímulo externo contribua para sua melhora do bem estar físico e mental. A leitura reichiana, assim como outras formas e métodos de psicanálise, procura descobrir, por meio de entrevistas e observações comportamentais, o caráter da pessoa. (TREVIZAN, 2004)

Os atributos de contexto subjetivo são interligados por estarem correlacionados às sensações que o ambiente residencial pode trazer. O lar é o território destinado à família, que dele se apropria dotando-o de identidade. É onde a família encontra aconchego e privacidade diante do mundo exterior. É também um refúgio para as lembranças. Para que se constitua o conforto, tais atributos deverão estar ligados aos de contexto físico, ou seja, um lar é um território seguro e adequado do ponto de vista ambiental. Beleza e eficiência são atributos que complementam a noção do conforto, sendo a busca dos moradores em suas moradias (SILVA e SANTOS, 2012:150)

Já Lopes acredita que ao escolher um imóvel, além de critérios como tamanho e preço, o conforto ambiental é um dos principais fatores. “Na casa a função principal é o repouso, diferentemente de escritórios e indústrias, onde o objetivo principal é a atender a funcionalidade e a produtividade. ” (LOPES, 2014:9) Portanto, a Arquitetura de Interiores é de fundamental importância para que o morador encontre conforto e bem-estar, e acima de tudo, sinta que aquele ambiente se transformou em seu lar, seu lugar. Nesta perspectiva, apresenta-se a seguir possibilidades de ambientação relacionando teorias sobre os principais aspectos da Arquitetura de Interiores para moradias.

4. Possibilidades de ambientação Segundo Trevizan, “para ser adequado e funcional, um projeto deve estar, portanto, o mais próximo possível de traduzir as necesidades e desejos atuais de seus usuários”. (TREVIZAN, 2004:1). Desta forma, as possibilidades de ambientação são muitas, variáveis e infinitas, o que torna as escolhas do usuário muito amplas dentro de suas preferências e desejos. Trevizan afirma ainda que nossos estímulos internos e externos devem estar presentes nestas escolhas de ambientação.

Percebendo, portanto, que somos movidos a estímulos internos e externos (energia) e sabendo reconhecer o caráter dos usuários de um espaço físico, poderemos interferir neste espaço para que o estímulo externo contribua para sua melhora e bem-estar fisico-mental. (TREVIZAN, 2004:2)

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A Arquitetura de Interiores, vem neste sentido, a se tornar a responsável pela criação de um espaço aconchegante que transmita sentimentos bons a quem ali permanecer, com o intuito de dar-lhe conforto e a sensação de bem-estar. Para que este objetivo seja alcançado, é preciso um ambiente totalmente planejado e pensado nos detalhes. A seguir, destaca-se alguns exemplos de ambientes pensados no bem-estar.

Como exemplo temos algumas possibilidades de ambientação demonstrados na Casa Cor, uma mostra de arquitetura de interiores reconhecida em vários países da América Latina. O ambiente abaixo é da Casa Cor São Paulo 2015 e segue o clima e a tendência das cores sóbrias e materiais naturais. O espaço abaixo foi arquitetato por Carla Arigón Felippi.

Figura 1: Espaço Living Imprensa - Casa Cor São Paulo

Fonte:http://www.bontempo.com.br/casa-cor/bontempo-destaque-living-imprensa-carla-arigon-felippi-laccato-vanilla/: 2014

Segundo a arquiteta responsável, o ambiente é parte de um projeto focado na funcionalidade. O living da imprensa da Casa Cor foi feito para os jornalistas. O que deixa claro que, além do conforto, para proporcionar bem-estar, é necessário que o ambiente seja funcional para as atividades a serem ali desenvolvidas.

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Figura 2: Espaço Living Imprensa - Casa Cor São Paulo

Fonte: http://www.bontempo.com.br/casa-cor/bontempo-destaque-living-imprensa-carla-arigon-felippi-laccato-vanilla/: 2014

Ainda para a arquiteta:

Descontraído, o living de 187m² (com hall e jardim integrados) tem design litorâneo e inspiração na arquitetura da felicidade – livro de Alain de Botton que parte do princípio de que o ambiente em que vivemos influencia o nosso comportamento e o nosso humor. Morar em uma casa que não tem a nossa cara pode nos transformar em pessoas amargas e tristes, e “o nosso bom senso pode ser descarrilhado por uma colcha de cama desastrosa”. Além disso, os jornalistas são conhecidos pelo ritmo sempre acelerado, além de apaixonados pelas novidades e pela informação. Em um evento como esse em que todos estão sempre em um ritmo alucinante, Carla conta que o desejo foi criar um espaço inspirador e tranquilo para que os profissionais fossem capazes de trabalhar de forma bastante confortável. (FELLIPI, 2014 :s/p)

Perpassando alguns elementos da arquitetura de interiores, dentre muitos itens a serem considerados, é relevante falar da paleta de cores escolhida para o local, visto que a coloricidade do ambiente é fator de suma importância para busca do conforto e bem-estar. Ao falar e escolher cores, assim como outros elementos da ambientação, é algo especialmente particular e que representa muito a personalidade de quem ali vive. Lopes (2014) retrata na citação abaixo que fazendo parte dos acabamentos, o uso de cores junto a outros materiais e texturas, dá toda a combinação, o arranjo ao espaço.

No tocante aos acabamentos, o uso de cores quentes e materiais como madeira, tapetes e carpetes, assim como a disposição de mobiliários, objetos e peças que exprimam a personalidade do morador, contribuindo para a composição de uma atmosfera que garanta a sensação de segurança e bem-estar. (LOPES, 2014:7)

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Sendo assim, vê-se nos exemplos abaixo, acomodações com destaque para observação das cores.

Figura 3: Espaço Living Imprensa - Casa Cor São Paulo

Fonte: http://www.bontempo.com.br/casa-cor/bontempo-destaque-living-imprensa-carla-arigon-felippi-laccato-vanilla/: 2014

Verifica-se na imagem acima que o destaque dado para a cor azul, além de quebrar a neutralidade do ambiente, proporciona um sentimento de positividade.

Partindo para os tons claros e quentes, o quarto decorado sob essa tendência, tende a apresentar muito conforto devido à combinação de cores e materiais transmitir calma e tranquilidade.

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Figura 4: Quarto Menina - Casa Cor Brasília Fonte: http://mulher.uol.com.br/casa-e-decoracao/album/2011/05/12/quartos-de-

solteiro.htm?imagem=21#fotoNavId=pr12250344: 2012

Já na imagem a seguir, tem-se o ambiente decorado com tons frios, que mesmo apresentando uma proposta diferente, assim como a foto anterior, transmite calma e tranquilidade, devido a combinação de tons da mesma paleta de cores, não tendo uma diferença brusca entre as cores, deixando o ambiente agradável acolhedor e confortável.

Figura 5: Quarto de Rapaz - Casa Cor Paraná 2015

Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/haus/eventos/quartos-e-home-office/: 2015

E por conseguinte, apresenta-se um cômodo na tonalidade branca. As cores claras sempre foram sinônimo de paz e calmaria, por isso, as tonalidades claras trazem ao ambiente conforto e bem-estar.

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Figura 6: Sala íntima dos 50 tons de branco – Casa Cor Santa Catarina 2015

Fonte: http://www.arquitetosepaisagistas.com.br/2015/06/19/sala-intima-dos-50-tons-de-branco-por-laura-gransotto/: 2015

Embora no ambiente tenha sido utilizada a cor branca como referência, as diferenças entre texturas, tecidos, materiais e nuances são os itens que fazem o diferencial na arquitetura do interior. Segundo a fonte, para evitar a monotonia do branco, “Laura Gransotto explorou as 50 tonalidades presentes em piso, teto, paredes, mobiliário e objetos de decoração com variadas texturas, nuances, brilhos e luz provocados pelos efeitos que a cor têm em diferentes superfícies e volumes.” (GRANSOTTO, 2015)

O projeto de light design, desenvolvido especialmente para o ambiente, tem iluminação específica e pontual, luminárias modernas, focos de luz diferenciados e uso das econômicas lâmpadas de LED. O destaque fica por conta da tecnologia da automação, que controla a iluminação, persianas e equipamentos eletrônicos. Os móveis foram desenhados exclusivamente para a mostra, e apresentam um design de linhas limpas, com formas retas ou facetadas, de tendências atuais. Os detalhes de tecidos e espelhos aplicados no mobiliário (produzido em madeira) criam um efeito personalizado. Há ainda os móveis de linha clássica moderna e decorativos. O resultado é um conjunto de peças que interagem harmoniosamente entre si na decoração (GRANSOTTO, 2015, s/p).

É possível verificar na imagem anterior que os materiais e iluminação também são elementos fundamentais na Arquitetura de Interiores, pois eles complementam o espaço, intensificando ou suavizando cores e mobília. Portanto, passamos a falar do assunto, o qual poderia ser amplamente discutido em uma pesquisa acadêmica a parte, visto que muito se tem falado e inovado quanto à luminosidade em conjunto com a escolha de materiais. As imagens abaixo representam a importância dos materiais e iluminação. Já que “pensar a iluminação de um

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ambiente vai além de prever pontos para instalação de lâmpadas ou mesmo decidir qual estilo de luminária é mais apropriada à estética do ambiente.” (CARMEHIL, 2013:s/p)

Para a designer Iara Santos, a iluminação tem o poder de valorizar ou prejudicar um ambiente: “Um eficiente projeto luminotécnico realça os pontos fortes do espaço, não apenas no tocante ao design, mas à funcionalidade. Porém, se for mal projetada, essa solução pode causar desconforto. Segundo a arquiteta, um erro comum é conceber o projeto luminotécnico durante a obra, sem a orientação de um profissional. Um dos fatores que faz com que a orientação profissional seja necessária é que existe um tipo de iluminação adequada a cada função do ambiente. (CARMEHIL, 2013: s/p)

Sobre os materiais e texturas que compõem o ambiente, a escolha de tecidos, cores, cortinas e persianas, tapetes (que podem ser confeccionados conforme projeto exclusivo) vegetação, peças decorativas e obras de arte, completam a decoração. Nos projetos comerciais a compatibilização com a comunicação visual representa um item importante. Cada projeto tem sua particularidade e propicia um melhor aproveitamento do espaço trazendo conforto, funcionalidade e beleza em todos os momentos, sem desperdícios materiais, financeiros e de tempo, com um bom resultado. (DALLEDONE, 2005: s/p)

É de ressalva complementar que a escolha dos materiais e texturas se estabelece junto à iluminação neste sentido, pois é preciso determinar o que e como queremos destacar o ambiente.

Figura 7: Home Goumet - Casa Cor São Paulo 2015

Fonte: http://bbel.uol.com.br/decoracao/album/mostras/conheca-os-ambientes-da-casa-cor-sp-2015

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Figura 8: Quarto do Casal - Casa Cor Paraná 2015

Fonte: http://espacomome.blogspot.com.br/2015_07_01_archive.html:2015.

A pesquisa se refere ao conforto e bem-estar nos ambientes. Para que isto seja concretizado, o profissional responsável pela arquitetura do interior, precisa levar em consideração os gostos do morador, para que assim, o conforto e o bem-estar sejam alcançados. O morador, ao estar no ambiente, precisa olhar para o seu lugar e se reconhecer nele, sendo assim fará parte deste ambiente e se sentirá mais confortável, consequentemente, trazendo bem-estar.

Convenha-se que o espaço já esteja arquitetato e planejado quanto ao seu interior, as cores e texturas definidas, iluminaçao, decoração e mobília. Tudo isso precisa ser pensado quanto ao gosto do morador, ou seja, é necessário atender às expectativas de quem ali vai permanecer, levando em consideração os seus gostos e preferências. Neste sentido, é preciso deixar o lugar com “a cara da pessoa”. Na imagem abaixo,o quarto foi personalizado com características específicas da moradora.

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Figura 9: Quarto da moça para uma jovem universitária – Casa Cor São Paulo

Fonte: http://casa.abril.com.br/materia/54-quartos-lindos-de-casa-cor-2014#39: 2014 Por fim, as imagens escolhidas a seguir apresentam o conceito de conforto.

Figura 10: Carla Arigon Felippi

Fonte: http://www.cafelippi.com.br/: s/d

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Figura 11: Quarto do Casal - Casa Cor Goiás

Fonte: http://www.almocodesexta.com.br/casa-cor-gois: 2014

Nas imagens acima pode-se afirmar que os ambientes revelam a harmonia entre as formas, volumes e texturas. E com isso, proporcionam um espaço que promove o “sentir-se bem”. A utilização dos tecidos, estofados volumosos e tapetes macios e felpudos de amplas dimensões remetem ao conforto, ao aconchego e, em alguns casos, conseguem compor uma atmosfera romântica e suave.

É de se observar tamém que os materais com acabamentos em tons amadeirados causam um efeito que é capaz de aquecer qualquer espaço. As cores neutras como o branco, marfim, marrom e bege, além de deixar a decoração leve, junto ao espelho, proporcionam sensação de amplitude e leveza.

Ressalta-se ainda que a utilização de vegetação em vasos ou floreiras proporciona boas sensações e trás vida ao ambiente.

Contudo, independentemente da escolha, os materiais de acabamento das superfícies tendem a dar forma e significado ao espaço, e é difícil não perceber o impacto e a importância deles. As características de qualquer material, entre elas a expressada pela sua cor, textura, acabamento, calor e respostas inerentes à luz, por exemplo, fazem muitas vezes com que a percepção do conforto seja mais intensa, e esse fato, associado também a outros fatores fisiológicos e psicológicos, acaba por determinar as verdadeiras preferências dos usuários. (ZALESKI, 2006)

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6. Conclusão Referente a esta pesquisa, conclui-se que a Arquitetura de Interiores tem papel fundamental na busca pelo conforto das pessoas que irão usufruir do ambiente.

Para alcançar o bem-estar, as pessoas precisam se sentir parte integrante do ambiente, ou seja, o ambiente precisa integrá-la, ser o que ela precisa para sentir-se bem. Neste sentido, planejar um espaço com padrões de Arquiteturas de Interiores é de fundamental importância para que a busca pelo bem-estar seja concretizada ao se pensar no ambiente.

Ao planejar espaço, cores, mobiliário, textura, materiais e iluminação, o profissional está personalizando o lugar, deixando-o particularmente único, trazendo assim sensações de confiança, segurança, estabilidade, e consequentemente, bem-estar. Destaca-se que, pela pesquisa, é possível afirmar que o bem-estar é um fator psicológico vinculado às relações externas com pessoas e ambientes. Para ancançá-lo, o conforto da ambientação é primordial para que com o projeto adequado, tanto o profissional de Arquitetura de Interiores, como quem vai frequentar ou estar ao ambiente, sinta-se bem, tenha sensações positivas quanto ao local.

No projeto de ambientação é necessário não apenas “decorar o espaço”, mas sim, analisar o tamanho do ambiente, que acomodações pretendem-se criar, quais são os gostos do cliente, quanto tempo o mesmo irá permanecer no espaço e qual o orçamento disponível. A partir destes dados, o Arquiteto de Interiores irá projetar o ambiente, pensando na melhor ambientaçao possível. A respeito das paletas de cores a serem utilizadas, podem ser utilizada cores quentes ou frias, criar ambientes cleans ou mais detalhados, promover o contraste ou evidenciar tons neutros. A escolha dependerá de fatores como a luminosidade local, a preferência do morador, o tamanho do espaço e os demais elementos como mobília, materiais e iluminação. Sobre materiais e texturas, ressalta-se que a escolha dos materiais a serem utilizados são componentes do interior tanto quanto as cores e mobílias. Os tecidos, formas, estampas, aderências, efeitos, etc.

A iluminação é fundamental. Ao se planejar a ambientação do interior, as cores, materias, texturas e mobiliário vêm junto à iluminação, visto que ela pode alterar significativamente o espaço. Nesta perspectiva, conclui-se que, independende do gosto do morador, todo ambiente precisa ser minuciosamente planejado e arquitetado, pensando no todo, para que o principal objetivo seja o conforto do morador, proporcionado pelas cores, texturas, materiais, objetos decorativos, iluminação e mobiliário. Contudo, desta forma, o bem-estar oriundo do conforto irá ser o principal sentimento vivenciado no ambiente.

Referências CARMEHIL NETWORK. A importância de um bom projeto de iluminação, 2013. Disponível em: http://www.carmehil.com.br/noticias/item/1062-conhe%C3%A7a-

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