amor e auto amor
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• Os sentimentos são conquistas nobres do processo da evolução do ser.
• Desenvolvendo-se dos instintos, libertam-se dos atavismos fisiológicos automatistas para se transformarem em emoções que alcançam a beleza, a estesia (sensibilidade), a essência das coisas e da vida, quando superiores,
• ou as expressões remanescentes do período primário como a cólera, o ciúme, as paixões perturbadoras.
• Na fase inicial do desenvolvimento, o ser
possui as sensações em predomínio no
comportamento, que o vinculam ao
primitivismo, exteriorizando-se na forma de
dor e prazer, de satisfação e de desgosto...
• As manifestações psicológicas somente a
pouco a pouco se expressam, rompendo a
cadeia das necessidades físicas para se
apresentarem como emoções.
• Nesse processo, o ser é prisioneiro dos desejos imediatos e
grosseiros da sobrevivência, com insight de percepção da harmonia, do equilíbrio, das alegrias que não decorrem do
estômago ou do sexo.
• O largo trânsito pelos impulsos do instinto deixa condicionamentos
que devem ser reprogramados, a fim de que as emoções superem
as cargas dos desejos e do utilitarismo ancestrais.
• O primeiro, e certamente o mais importante, sentimento a romper o presídio dos instintos, é o amor.
• De começo, mediante a vinculação atávica com os genitores, os familiares, o grupo social que o protege, as pessoas que lhe propiciam o atendimento das necessidades fisiológicas.
• Logo depois, embora o desenvolvimento se faça inevitável, apresenta-se egoístico, retributivo, ainda vinculado aos interesses em jogo.
• Somente quando canalizado pela mente e pelo conhecimento, agiganta-se, constituindo-se objetivo do mecanismo existencial, capaz de se libertar dos efeitos rigorosos dos instintos.
• Face à própria historiografia, externa-se como desejo de posse, na ambição pessoal para a eleição do parceiro sexual, fraternal, amigo.
• Em razão disso, confunde-se, ainda hoje, o amor com os jogos do sexo, em tormentosos conúbios, nos quais sobressaem as sensações que os entorpecem e exaurem com facilidade.
• O amor é o alicerce mais vigoroso para a construção de uma personalidade sadia,
• por ser gerador de um comportamento equilibrado,
• por propiciar a satisfação estética das aspirações
• e porque emula (rivaliza) ao desenvolvimento das faculdades de engrandecimento espiritual que dormem nos tecidos subtis do eu profundo.
• Se desperta paixões subalternas como – o ciúme,
– o azedume,
– a inveja,
– a ira,
– a insegurança que fomenta o medo,
• ainda se encontra no primarismo dos instintos em prevalência,
• Somente quando é capaz de embelezar a existência,proporcionando vida psíquica e emocional enriquecedora, é que se faz legítimo, com os recursos que o libertam do ego
• Predominando na fase de transição - do instinto para o sentimento - o ego é o ditador que comanda as aspirações, que se convertem em conflitos, por direcionamento inadequado das forças Íntimas.
• Sendo um dínamo gerador de energia criativa e reparadora, o amor-desejo pode tornar-se, pela potencialidade que possui, – instrumento sórdido de escravidão,
– de transtornos emocionais,
– de compromissos perturbadores.
A necessidade de controlá-lo, educando as emoções, é o passo decisivo para alcançar-lhe a meta felicitadora.
• Toda vez que gera tormento de qualquer natureza, insatisfação e posse, prejudica aquele que o experimenta.
• Para libertar-se dessa constrição faz-se imprescindível racionalizá-lo, descondicionando o subconsciente, retirando os estratos nele armazenados e substituindo-os por ideias otimistas, aspirações éticas.
• Como?
• Gerar pensamentos de autoconfiança e gravá-los pela repetição;
• estabelecer programas de engrandecimento moral e fixá-los;
• corrigir os hábitos viciosos de utilizar as pessoas como coisas, tendo-as como descartáveis;
• valorizar a experiência e vivenciar,
– evitando a autocompaixão, – a subestima pessoal,
• que escondem um mecanismo de inveja em referência às pessoas felizes,
• constituem técnicas valiosas para chegar ao patamar das emoções gratificantes.
• O amor é o grande bem a conquistar, em cujo empenho todos devem aplicar os mais valiosos recursos e esforços.
• Não obstante, a larga transição no instinto pode transformá-lo em adversário, pelos prejuízos que se originam quando se apresenta em desorganizada manifestação.
• Possuidor de uma pluralidade de interesses,– expande-se em relação à Natureza,
– ao próximo,
– a si mesmo
– e ao Poder Criador, abrangendo o Cosmo...
• Quando alcança a plenitude,
• irradia-se em forma co-criadora, em
intercâmbio com as energias divinas que
mantêm o equilíbrio universal:
• o sentimento de amor cresce e subtiliza-se de
tal forma que o Espírito identifica-se
plenamente com a Vida, fruindo; fruindo a
paz e a integração nela.
• A REVELEÇÃO ESPIRITUAL CONTA COM TRÊS ETAPAS– MOISÉS
– JESUS
– ESPIRITO DA VERDADE (CONSOLADOR)
A PRIMEIRA REVELAÇÃO ASSENTA NUM PRESSUPOSTO – LEI DE TALIÃO (OLHO POR OLHO, DENTE POR DENTE)
JESUS- A LEI DO AMOR
• o Evangelho de Jesus sofreu, através dos tempos, adulterações e interpolações
• a herança que d’Ele possuímos é caracterizada pelas interferências maldosas e desonestas dos tradutores, teólogos e demais pessoas interessadas na manutenção da ignorância, para melhor dominar as mentes incultas e desconhecedoras dos Seus postulados de amor.
• restam-nos os conteúdos soberanos que não puderam ser alterados e vêm atravessando os milénios como verdadeiro desafio para a humanidade
• as Suas lições morais independem das formulações em que se apresentam, valendo pelo sentido profundo e revolucionário de que se revestem.
• Não há como adulterar-se o ensinamento - Amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo
• ou fazer ao próximo tudo aquilo que desejaria lhe fosse feito.
• Essas duas máximas encerram toda uma filosofia ético-moral de reflexos espirituais inamovíveis
• No amor, fonte inesgotável para todas as necessidades, a criatura
• dessedenta-se,
• reabastece-se de esperança e alegria,
• a fim de continuar a áspera caminhada de aperfeiçoamento moral, enfrentando vicissitudes e confrontos, interiormente em paz.
• Nessa trilogia proposta,
• amar a Deus,
• ao próximo,
• porém, de forma análoga àquele que se devota a si mesmo, encontramos o convite sem disfarces para o auto-amor como formulação terapêutica para a felicidade
• Através desse valioso recurso que se reveste de auto-estima e autovalorização,
• sem as nefastas expressões do egoísmo, da vaidade, da presunção,
• está embutido o convite ao melhoramento interior, ao enriquecimento espiritual, à luta contra as paixões inferiores,
• de forma que se torne sempre mais bem equipado de tesouros morais para a superação dos conflitos e das perturbações inerentes aos condicionamentos perversos
• Envolvido pelo sentimento de amor a si mesmo, o indivíduo encontra-se investido de meios que o levam a amar ao seu próximo,
• sendo menos exigente para com as suas deficiências por identificá-las em si mesmo,
• sabendo quanto é difícil essa batalha sem tréguas, assim compreendendo-lhe as torpezas e auxiliando-o a tornar-se mais fraterno e gentil
• Graças a esse labor, passa a amar a Deus, nele
próprio e no seu irmão de jornada.
• O Mestre acentuou com sabedoria que se alguém não ama aquilo que vê, como poderá amar ao Pai a Quem nunca viu?
• Nos relacionamentos objetivos e emocionais entre duas ou mais pessoas
• que se estimam ou se amam, • tolerando-se e ajudando-se, apesar das
diferenças existentes, • muito mais fácil se torna a dilatação do
sentimento que se dirige a Deus, o Magnânimo Pai.
• Ao exegeta torna-se indispensável saber
• o texto,
• a circunstância
• e o lugar onde foi enunciado,
• a fim de o examinar sob vários pontos de vista, desde a etimologia de cada palavra até o conjunto geral.
• Certamente ninguém há-de esperar que aqueles que ouviram as sublimes palavras do Mestre as hajam memorizado com rigor, de forma a retransmiti-las exatamente conforme foram enunciadas.
• Mas o fenómeno é geral,
• havendo acontecido com os grandes pensadores
• cujas ideias e ensinamentos foram apresentados não necessariamente conforme expressos,
• mas de acordo com o entendimento de cada qual, sem que houvessem perdido o seu significado profundo e a sua característica portadora da qualidade de quem assim os ofereceu aos discípulos, adversários ou apenas ouvintes...
• Não se pode negar, no entanto, que os biógrafos de Jesus,
• Seus discípulos Mateus e João,
• assim como aqueles que ouviram as testemunhas dos Seus feitos,
• Marcos e Lucas,
• estiveram inspirados por Ele mesmo, a fim de que as gerações do futuro recebessem o sustento nutriente para os momentos severos da jornada evolutiva.
• Da mesma forma, os tradutores dos textos, quais S. Jerónimo com a Vulgata Latina
• e outros que o sucederam e a aprimoraram, ou a modificaram, adaptando-a
• aos interesses de castas,
• de imperadores presunçosos
• e teólogos fátuos,
• certamente estiveram também sob direcionamento da Espiritualidade, evitando que as mutilações se tornassem tão graves que excluíssem o Sentido libertador da revolução moral que Ele trouxe à Terra.
• Assim, importa mergulhar a mente e a emoção
• nos enunciados insubstituíveis do Sermão da Montanha,
• das parábolas ricas de significado e de sentido de vida,
• dos diálogos e pregações,
• de forma que sempre estará rutilante como pérola engastada na coroa dos Seus ensinamentos o amor que felicita e pode conduzir a humanidade ao seu fanal.
• Ademais, se todos os ensinos verbais empalidecessem ante os revestimentos grosseiros que os cobririam,
• os Seus atos, • a Sua dedicação, • a Sua vida
• e a Sua morte
• seriam suficientes para apresentar a mais segura diretriz de paz e espiritualização de que se tem notícia.
• A extraordinária mensagem do amor é a mais poderosa de que se tem conhecimento. – Vence o ódio,
– o desespero,
– a angústia,
– a guerra,
– a servidão,
• encorajando o ser a avançar cada vez mais no grande rumo para o encontro com a plenitude.
• Foi o amor que levou mais de um milhão de homens, mulheres, crianças e idosos ao martírio em clima de entusiasmo
• Tão prodigiosa a sua força, • que o temor desaparecia ante as injunções mais
cruéis e desumanas. • Cantando, quase sempre, aqueles que seguiam
ao holocausto fortaleciam-se na compaixão para com os seus algozes impenitentes,
• perdoando-os
• mesmo antes de lhes sofrerem a raivosa perseguição.
• O amor é de inspiração divina porque Procedente de Deus.
• Temos compromisso com o amor desde o momento em que abraçámos a doutrina de Jesus, pouco importando sob qual denominação se nos apresente.
• O amor é o veículo de sustentação da caridade, sem cujo combustível não poderia exercer o seu ministério Socorrista.
• O amor é luz que esparze claridade onde se
apresenta.
• Ama, portanto, sempre que te seja possível, cultivando a piedade fraternal em relação àqueles que se comprazem em ser-te inamistosos ou mesmo adversários. Eles ainda não conhecem a alegria de amar, e por isso obstinam-se em criar embaraços àqueles que estão fascinados pela força irresistível do amor.
• Um dia, também eles, os teus inimigos, cederão a esses impulsos sublimes que resultam do amor.