amostra digital história.pdf

44
MANUAL DO PROFESSOR Volume único HISTÓRIA . edição São Paulo 2011 História do Magda Madalena Tuma . /5 ano º . VIVER É DESCOBRIR aranA Formada em História (UEl) e Pedagogia (Cesulon, atual Unifil), com especialização em ensino de Geografia (UEl). Mestre em Educação (Unimep) e Doutora em Educação (Unicamp). Docente do Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina. Atuou como professora e assessora pedagógica de História e Geografia no Grupo de Apoio Técnico-Pedagógico da Secretaria Municipal de Educação do Município de Londrina. edição Nova

Upload: fcsrcarlos

Post on 19-Feb-2015

190 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: amostra digital história.pdf

MA

NU

AL

DO

PR

OF

ES

SO

R

Volume único

HISTÓRIA

1ª. edição – São Paulo – 2011

História do

Magda Madalena Tuma

4º./5 ano

/5/5º.

VIVER É DESCOBRIR

aranA

Formada em História (UEl) e Pedagogia (Cesulon, atual Unifi l), com especialização em ensino de Geografi a (UEl).

Mestre em Educação (Unimep) e Doutora em Educação (Unicamp).Docente do Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina.

Atuou como professora e assessora pedagógica de História e Geografi a no Grupo de Apoio Técnico-Pedagógico da Secretaria Municipal de Educação do Município de Londrina.

ediçãoNova

Page 2: amostra digital história.pdf

Viver é Descobrir História do ParanáCopyright © Magda Madalena Peruzin Tuma, 2011Todos os direitos reservados àEDITORA FTD S.A.

Matriz: Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SPCEP 01326-010 – Tel. (0-XX-11) 3598-6000Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970Internet: <www.ftd.com.br>E-mail: [email protected]

DIRETORA EDITORIAL

Silmara Sapiense VespasianoEDITORA

Débora LimaEDITORES ASSISTEnTES

Armando Alves de LimaPoliana F. Asturiano

ASSISTEnTES DE PRODUÇÃO

Ana Paula IazzettoLilia Pires

ASSISTEnTE EDITORIAL

Cláudia Casseb SandovalPREPARADORES

Geuid Dib JardimLucila Vrublevicius Segóvia

REVISORAS

Bárbara BorgesJuliana Ribeiro

COORDEnADOR DE PRODUÇÃO EDITORIAL

Caio Leandro RiosEDITOR DE ARTE E PROjETO gRáFICO

Roque Michel Jr.Capa: Claudio CuellarFoto da capa: Jardim Botânico, Curitiba. Thomaz Vita Neto/PulsarIlustrações que acompanham o projeto:AMJ StudioCartografia: Sonia Vaz

ICOnOgRAFIA

Pesquisa: Elizete Moura Santos Graciela Naliati Thaisi LimaAssistente de pesquisa: Cristina Mota

EDITORAÇÃO ELETRÔnICA

Diagramação: Andréa Wolf Gowdak e Isabel Cristina Corandin MarquesTratamento de imagens: Vânia Ap. Maia de Oliveira

gEREnTE DE PRODUÇÃO gRáFICA

Reginaldo Soares Damasceno

Tuma, Magda MadalenaViver é descobrir — história do Paraná, 4o. /5o. ano :

volume único / Magda Madalena Tuma. — 1. ed. — São Paulo : FTD, 2011.

Nova edição.ISBN 978-85-322-7860-9ISBN 978-85-322-7861-6

1. Paraná – História (Ensino fundamental) I. Título.

11-03336 CDD-372.898162

Índices para catálogo sistemático:

1. Paraná : História : Ensino fundamental 372.898162

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Page 3: amostra digital história.pdf

viver é descobrir - história do paraná 3

Sumário

Capítulo 1 – O tempo e o documento na história da vidavocê já observou que as pessoas são diferentes umas das outras? ............................ 5Falando de você ......................................................................................................................................... 6o tempo de vida medido .................................................................................................................... 8

calendário egípcio ............................................................................................................................. 8calendário romano ........................................................................................................................... 8calendário asteca ............................................................................................................................... 9calendário cristão gregoriano ..................................................................................................... 9

Fotografias e pinturas: fontes para a história ............................................................................. 11

Capítulo 2 – O direito de ser diferenteolhares sobre as diferenças ................................................................................................................ 14

os carijó ................................................................................................................................................. 15os Guarani ............................................................................................................................................. 16os Kaingang ........................................................................................................................................... 19os Xetá ................................................................................................................................................... 21a situação atual ................................................................................................................................... 26

o dia a dia das crianças indígenas ................................................................................................... 28

Capítulo 3 – A diversidade na formação da sociedade brasileiraa vida em sociedade (as regras e as leis na vida dos cidadãos) .................................... 31

constituição Federal ......................................................................................................................... 32planejar e administrar ............................................................................................................................. 35de comarca de paranaguá a estado do paraná ..................................................................... 37diferentes cidadãos formam a sociedade brasileira ............................................................. 39

o cidadão brasileiro indígena ...................................................................................................... 40todos temos direito de sonhar .................................................................................................. 42sonhos de outras crianças do brasil ........................................................................................ 44

Capítulo 4 – Outros povos que formaram o Brasilos europeus e o seu encontro com os habitantes da américa ................................... 47

a ocupação espanhola no paraná ............................................................................................ 52as encomiendas ............................................................................................................................................ 53as reduções ........................................................................................................................................... 55

Capítulo 5 – A ação portuguesa para a ocupação do território do Paranáa ocupação do litoral e do primeiro planalto ......................................................................... 60

ouro nos ribeirões de paranaguá ............................................................................................ 60a vila nossa senhora da Luz dos pinhais ............................................................................ 65

a ocupação do segundo e do terceiro planalto .................................................................... 68tropeirismo no paraná .................................................................................................................... 68a vida nas fazendas dos campos Gerais .............................................................................. 71

Capítulo 6 – Trabalho transformado em exploraçãoa exploração de uma pessoa pela outra: escravidão ........................................................... 74

o trabalho escravo atual ............................................................................................................... 76africanos escravizados ........................................................................................................................... 79

resistir para viver : os quilombos ............................................................................................... 82escravidão no paraná .............................................................................................................................. 83as crianças escravizadas ........................................................................................................................ 85as mulheres escravizadas ..................................................................................................................... 86

Page 4: amostra digital história.pdf

4 viver é descobrir - história do paraná

Capítulo 7 – O século XIX e as mudanças para o Brasila corte portuguesa chegou! o brasil deixou de ser uma colônia ............................ 88brasil independente – brasil império ............................................................................................ 90as relações de trabalho no brasil imperial ................................................................................ 90

o trabalho das mulheres no século XiX ............................................................................. 93a vida das crianças no século XiX .......................................................................................... 95

os imigrantes ............................................................................................................................................. 97a vida dos imigrantes no brasil ................................................................................................. 99

os imigrantes no paraná ..................................................................................................................... 102Movimentos migratórios internos .................................................................................................. 105

o problema da terra ....................................................................................................................... 105trabalhadores do campo na cidade ....................................................................................... 108

Capítulo 8 – A ocupação continua – séculos XIX e XXa ocupação do norte do paraná .................................................................................................... 110a ocupação do oeste do paraná .................................................................................................... 114a ocupação do sudoeste do paraná ............................................................................................. 116a exploração da erva-mate na ocupação paranaense ...................................................... 119

os engenhos ........................................................................................................................................ 121a concorrência da erva estrangeira ....................................................................................... 121a situação atual .................................................................................................................................. 122

a exploração da madeira paranaense ......................................................................................... 124

Capítulo 9 – A organização política da República Federativa do Brasila república e as mudanças ................................................................................................................. 128o estado do paraná no início da república .............................................................................. 130

Capítulo 10 – Mudanças no século XX (trabalho e industrialização)a industrialização brasileira e os trabalhadores no início do século XX ................. 134

as principais causas para o desenvolvimento das indústrias .................................... 135a situação dos operários .............................................................................................................. 136

os avanços tecnológicos e a mudança do cotidiano no século XX .......................... 142a indústria no paraná ............................................................................................................................ 145

Capítulo 11 – A arte na diversidadea arte dos indígenas ............................................................................................................................... 147a arte dos africanos ................................................................................................................................ 149a arte faz parte da cultura paranaense ....................................................................................... 150alguns talentos paranaenses ............................................................................................................... 152

historiadores ........................................................................................................................................ 152escritores ................................................................................................................................................. 152pintores .................................................................................................................................................... 153cinema ..................................................................................................................................................... 153escultura .................................................................................................................................................. 153Música ....................................................................................................................................................... 153

Sugestões de leitura .................................................................................................................................... 154

glossário ................................................................................................................................................................. 156Apêndice I

os símbolos do paraná ................................................................................................................... 167paraná – divisão dos municípios ............................................................................................... 169Municípios do paraná ....................................................................................................................... 170

Apêndice IIbrasil – divisão política ......................................................................................................................... 173américa do sul – divisão política .................................................................................................. 174

Bibliografia ............................................................................................................................................................. 175

Page 5: amostra digital história.pdf

viver é descobrir - história do paraná 5

Capítulo 1

O tempo e o documentona história de vida

Você já observou que as pessoas são diferentes umas das outras?

Elas podem ter a cor da pele e a dos olhos diferentes, podem ser altas ou baixas, umas têm cabelos longos, outras não têm cabelos... algumas pessoas são comuni-cativas, riem alto, e outras costumam rir baixinho, para que ninguém perceba sua presença. algumas falam pouco, mas há também aquelas que contam longas histórias aprendidas na vida ou em livros e que nos fazem viajar, sem sairmos do lugar...

assim como as pessoas são diferentes, as sociedades que elas formam também são diferentes umas das outras. conhecer pessoas diferentes e sociedades diferentes nos ajuda a conhecer melhor o mundo em que vivemos.

Mas como era e como é o “jeito de viver” das pessoas no planeta terra?

será que podemos conhecer todos os “jeitos de viver” das diferentes sociedades?

como conhecer as sociedades em seu passado?

conhecer tudo isso pode ser um pouco difícil, mas é preciso começar.

Que tal começar pela história da sociedade em que vivemos, o estado do paraná?

O melhOr é cOmeçar falandO

de vOcê.mas sabe

de uma cOisa?

AM

J Stu

dio

Page 6: amostra digital história.pdf

6 viver é descobrir - história do paraná

Falando de vocêPara se apresentar, você vai uti-

lizar o registro ou a certidão de nascimento, que é o primeiro do-cumento que todo cidadão brasileiro precisa ter. nele encontramos a escri-ta correta do nome da pessoa, o lugar onde ela nasceu, o nome de seus pais, avós e outros dados. observe o regis-tro de nascimento ao lado.

conhecendo o seu registro de nascimento, você pode saber um pouco mais sobre você e sua família.

vamos começar?

➤ AT I V I D A D E S ➤

1. Em uma folha de papel, posicionada verticalmente:

a) Escreva o seu nome completo, a data de nascimento e a sua idade.

b) Descreva como é a sua aparência física (cor da pele, dos olhos, dos cabelos e altura).

c) Desenhe o seu autorretrato.

2. Com o(a) professor(a) e os(as) colegas, façam um varal na sala de aula e pendurem os autorretratos, da esquerda para a direita, começando pelo aluno mais velho da turma.

Para descobrir quem é o mais velho, ou seja, quem nasceu primeiro, comecem comparando o ano de nascimento. Para aqueles que nasceram no mesmo ano, comparem o mês de nascimento (quem nasceu em janeiro é mais velho que quem nasceu em fevereiro e assim por diante). Para aqueles que nasceram no mesmo ano e no mesmo mês, comparem o dia de nascimento.

Cap

tura

via

esc

âner

AM

J Stu

dio

Professor(a): A rememoração e a ordenação temporal favorecem o diálogo entre o presente e o passado. Atente para tal aspecto. Leia mais no Manual do Professor, página 28.

Page 7: amostra digital história.pdf

viver é descobrir - história do paraná 7

3. Após a montagem do varal da turma, escreva em seu caderno:

a) Qual é a diferença de idade entre o colega mais novo e o mais velho da sala? Esclareça quantos são os dias e meses de dife-rença entre eles.

b) Quantos na sala têm a mesma idade? Qual foi o critério usado para saber a idade de cada um e a diferença de idade entre vocês?

c) Qual é o ano em que a maioria dos alunos da sala nasceu?

d) Qual é o mês do ano em que a maioria dos alunos nasceu?

e) Quem é o aluno mais alto da sala? Ele é o mais velho?

f) A idade faz diferença para a altura?

g) Compare seu autorretrato com uma fotografia recente e verifi-que o que é parecido e o que é diferente entre o seu desenho e a fotografia.

4. O registro de nascimento também é o documento utilizado para a confecção da carteira de identidade.

Compare as informações da sua carteira de identidade e de seu regis-tro de nascimento e verifique se são as mesmas.

5. Existem documentos que são obrigatórios para todas as pessoas.Pergunte a seus pais:

a) Quais são os documentos que todos os brasileiros devem ter?

b) Quais são os documentos que os brasileiros podem ter? Para que servem?

6. Faça em seu caderno a linha do tempo de sua vida. Comece escre-vendo os anos desde seu nascimento até o ano em que estamos. Escreva a idade correspondente a cada ano de sua vida que deverá ser representado por 1 (um) centímetro. Observe o exemplo da linha de tempo de uma criança nascida em 2004:

Ano 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Idade nasceu 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Escreva em sua linha do tempo, abaixo do ano de nascimento e da idade correspondente, as informações pedidas a seguir:

a) Ano em que você nasceu e no qual foi feito seu registro de nasci-mento.

b) Nome do município e do estado onde você nasceu.c) Ano em que você entrou na escola.d) Ano de um acontecimento feliz de que você não se esquece.

Professor(a): Veja uma sugestão de atividade complementar no Manual do Professor, página 29.

Professor(a): Consulte o Manual do do Professor, página 31.

Page 8: amostra digital história.pdf

8 viver é descobrir - história do paraná

7. Escreva um fato que ocorreu antes e outro que ocorreu depois desse acontecimento feliz.

8. Pesquise o que acontecia no Brasil (ou no mundo) na década em que você nasceu e informe que fontes você utilizou em sua pesquisa.

9. O calendário ajudou você a localizar algumas das informações de que necessitou? Por quê?

O tempo de vida medidoUma das informações que você pesquisou no seu registro de nascimento foi a

data em que nasceu: o ano, o mês e o dia. para escrever essa data, a pessoa que fez o registro consultou um dos instrumentos de medida de tempo mais usados: o calen-dário. você sabia que o calendário usado atualmente nem sempre foi assim?

Muito tempo atrás, as pessoas organizavam suas atividades usando como refe-rência apenas a luminosidade do dia e a escuridão da noite. com o passar do tempo, começaram a perceber outros aspectos da natureza que se repetiam regularmente e passaram a utilizá-los para organizar suas atividades.

perceberam, por exemplo, que as plantas têm um ciclo que é muito influenciado por fenômenos como frio, calor, chuva, seca etc. perceberam, também, que muitas frutas só apareciam em determinadas épocas do ano.

esses e outros fenômenos que se repetiam regularmente foram sendo utilizados para marcar o tempo e confeccionar os calendários.

várias sociedades criaram seus próprios calendários, elaborados de acordo com seus conhecimentos e suas necessidades. hoje se conhecem o calendário egípcio, o asteca, o romano, o cristão, o chinês, o muçulmano, o judeu e muitos outros.

➤ Calendário egípcio

o calendário dos egípcios é um dos mais antigos que se conhece. ele tinha 365 dias, divididos em 11 meses de 30 dias e 1 mês de 35 dias, chamado de epagô-menos. os egípcios não davam nome aos meses, que eram identificados como “o primeiro”, “o segundo” etc.

➤ Calendário romano

os romanos eram guerreiros e conquistadores. em suas incontáveis conquistas, incorporaram muitos conhecimentos dos povos conquistados, os quais usaram para organizar um calendário próprio.

Page 9: amostra digital história.pdf

Calendário asteca esculpido em pedra.

viver é descobrir - história do paraná 9

Mar

iâng

ela

Had

dad

Representação de um calendário romano em forma de zodíaco, dividido em doze partes iguais, que representam os meses. Os meses recebiam

nomes de deuses e imperadores romanos e eram representados por fi guras. Ao lado do zodíaco, escreviam-se os números romanos de 1 a 30, que representavam os dias. Para identifi car o mês e o dia correntes, havia um orifício nas bordas de cada fi gura ou número, no qual se colocava um

pino de metal ou de madeira.

➤ Calendário asteca

os astecas possuíam um calen-dário detalhado e ricamente ilustra-do. o ano tinha 360 dias, divididos em 18 meses de 20 dias e um mês de 5 dias, chamados “dias vazios” ou “dias fora do tempo”.

➤ Calendário cristão gregoriano

o calendário que utilizamos atualmente é um calendário cristão, que recebeu esse nome porque inicia sua contagem a partir do nascimento de Jesus cristo. por exemplo, se você nasceu no ano de 2003, quer dizer que nasceu 2003 anos depois do nascimento de cristo.

Mac

duff

Ever

ton/

The

Imag

e W

orks

/To

pFot

o/K

eyst

one

Page 10: amostra digital história.pdf

10 viver é descobrir - história do paraná

para diferenciar os eventos que ocorreram antes do nascimento de cris-to dos que ocorreram depois dele, foi criada a sigla a.c. (antes de cristo). por exemplo, o filósofo grego sócrates nasceu em 469 a.c., ou seja, 469 anos antes de cristo nascer.

o calendário cristão passou por várias mudanças e correções desde que foi criado. a última reforma ocorreu em 1582, a pedido do papa Gregório Xiii. a partir de então, esse calendário passou a ser conhecido como gregoriano. observe o calendário gregoriano para o ano de 2013.

AM

J Stu

dio

Nascimentode Jesus Cristo

Ano I

Século ISéculo II Século I Século II

100 100 200200

a.C. d.C.

Edi

toria

de

arte

2013

observe algumas medidas de tempo que foram determinadas nesse calendário:• Um dia tem 24 horas.

• Uma semana tem 7 dias.

• Um mês tem 30 ou 31 dias, com exceção para o mês de fevereiro, que tem 28 ou 29 dias (ano bissexto).

• Um ano é um período de 12 meses.

• Uma década é um período de 10 anos.

• Um século é um período de 100 anos.

• Um milênio é um período de 1000 anos.

Page 11: amostra digital história.pdf

viver é descobrir - história do paraná 11

➤ AT I V I D A D E S ➤

1. Responda:

a) Por que o nosso calendário é chamado de gregoriano?

b) Por que o ano bissexto foi criado e como ele é?

2. Verifique a data de nascimento de seus pais e avós e calcule:

a) A idade de seus pais quando você nasceu e a diferença de ida-de entre você e eles.

b) E em relação aos seus avós? Quantos anos você é mais novo do que eles?

c) Há quantos anos você faz parte do dia a dia de seus pais?

3. Cite uma diferença e uma semelhança entre o calendário gregoria-no e o calendário egípcio.

Fotografias e pinturas: fontes para a históriaAs fotografias e as pinturas (telas, aquarelas, desenhos), assim como outras

obras de ar te (esculturas e monumentos, por exemplo), os diversos documen-tos escritos, os objetos, as construções, entre outros, são fontes históricas. ou seja, elas nos dão informações sobre as pessoas e as sociedades do tempo em que foram feitas. no entanto, para que as fontes históricas nos deem todas as informações de que necessitamos, devemos conhecer, por exemplo, quando, por quem e para que foram feitas.

com relação às fotografias e às pinturas, para usá-las como fontes históricas, devemos conhecer:

• quem tirou a foto ou fez a pintura;

• quando foi feita (o ano, a década, o século ou até o milênio);

• o lugar representado;

• o que está sendo representado (um almoço, uma reunião, um passeio, uma batalha, uma caçada etc.);

• quem aparece;

• o que aconteceu antes e depois da realização da foto ou da pintura.

Professor(a): Consulte o Manual do Professor, página 34.

Page 12: amostra digital história.pdf

12 viver é descobrir - história do paraná

➤ AT I V I D A D E S ➤

1. Fotografi as são documentos.

Olhe com atenção a fotografi a abaixo.

Aut

or d

esco

nhec

ido.

Arq

uivo

do

Esta

do d

e Sã

o Pa

ulo,

SP

Alunos de um Jardim da Infância (1908).

Agora, compare como você e seus colegas se vestem hoje com as roupas que as crianças vestiam antigamente.

2. Para que você entenda melhor o que uma fotografi a pode nos contar sobre o passado, as pessoas e os lugares, assim como o que ela não conta, faça as atividades abaixo:

a) Procure uma fotografi a de quando você era bebê e verifi que:

•Como é a roupa que você está usando?

•Qual é a cor dos seus cabelos? E dos olhos?

•Você está sozinho ou há alguém com você? Quem?

•Que mudanças ocorridas em você chamam mais atenção?

b) Descubra conversando com sua família:

•a data e o lugar onde foi tirada a foto;

•o que acontecia e o nome das pessoas com quem você estava;

•quem tirou a foto;

•o que aconteceu naquele dia, antes e depois da foto, que não aparece nela.

Esta atividade ajuda você a conhecer mais sobre o momento de sua vida que foi registrado na fotografi a e a perceber quanta coisa a fotogra-fi a deixa de registrar.

Page 13: amostra digital história.pdf

viver é descobrir - história do paraná 13

3. Faça uma pesquisa sobre a sua vida e escreva em seu caderno tudo aquilo que lembrar e que descobrir sobre você. Conversar com seus pais, avós, tios, vizinhos e amigos ajudará muito. Fotos, roupas e brin-quedos usados por você também ajudarão em sua pesquisa.

4. Após escrever sobre suas descobertas, leia com atenção, pense em como você é agora e responda em seu caderno:

a) Você mudou?

b) Quais são as diferenças entre o que você é hoje e como você era?

c) O que mais chamou sua atenção?

d) Em que você não mudou?

5. Forme dupla com um colega e conte as descobertas sobre sua história e ouça as descobertas dele.

•Escreva em seu caderno algumas diferenças entre vocês e tam-bém em que são parecidos.

6. Contem para os colegas da turma suas descobertas e ouçam as de seus colegas. Divirtam-se com a alegria de se conhecerem melhor.

7. Para conhecer a história de outras sociedades e a história das pes-soas, utilizamos várias fontes históricas. Conheça exemplos de algumas dessas fontes:

•escritas (jornais, registros de nascimento, registros de imóveis, revistas, livros);

•orais (depoimentos, entrevistas de pessoas relacionadas a de-terminados acontecimentos);

•audiovisuais (imagens e sons que fazem parte de filmes, docu-mentários, assim como do cotidiano, registros sonoros de can-ções e musicais);

• imagens (registradas em pinturas, desenhos e fotografias);•materiais (objetos como enfeites, roupas, móveis, monumen-

tos, moradias e outros tipos de construção).Agora, responda. Na pesquisa que você fez sobre sua vida:

a) Você utilizou fontes orais, escritas, audiovisuais, imagens e materiais?

b) Por que escolheu essas fontes?

c) Como você encontrou e onde estavam essas fontes?

d) Quando foram feitas as fontes utilizadas?

8. Monte com seus colegas uma exposição das fontes históricas utili-zadadas por toda a turma na pesquisa. Bom trabalho e boas descobertas!

Page 14: amostra digital história.pdf

14 viver é descobrir - história do paraná

Capítulo 2

O direito de ser diferente

Olhares sobre as diferenças

Crianças são sempre crianças, não importam as

diferenças.

Acima, crianças brincam em parquinho (década de 2000). Ao lado, crianças xavantes, no Mato Grosso (1999).

Dig

ital V

isio

n/G

etty

Imag

es

Ros

a G

audi

tano

/Stu

dio

R

Somos todos parecidos e também muito diferentes. ignorar, desrespeitar ou desvalorizar as diferenças pode gerar discriminação e violência.

Foi o que aconteceu no continente americano com a chegada dos colonizadores europeus, a partir do século Xv. os valores de indígenas e europeus eram diferentes, e os europeus não respeitaram essas diferenças.

os Krahô, que vivem no estado de tocantins, explicam as diferenças entre seu povo e os colonizadores e a violência sofrida pelo seu povo a partir da colonização europeia da seguinte forma: “há muito tempo, o herói criador do mundo ofereceu aos indígenas a possibilidade de escolher entre o arco e a flecha e a espingarda. eles escolheram o arco e a flecha. por esse engano, os brancos ficaram com as armas de fogo, com as quais destruíram os povos indígenas”.

a explicação dos Krahô para a violência que os povos indígenas sofreram e ainda sofrem não significa que eles não lutaram para que sua cultura, suas terras e seus direitos fossem respeitados. eles lutaram e ainda lutam muito.

Page 15: amostra digital história.pdf

viver é descobrir - história do paraná 15

➤ AT I V I D A D E ➤

Procure em revistas, jornais, livros, sites ou noticiários da TV infor-mações sobre a situação atual de um grupo indígena brasileiro. Anote algumas informações importantes que caracterizam esse grupo, como nome, língua, crenças, local onde vive, tipo de moradia, festas e rituais.

Anote, também, a situação atual desse grupo em relação aos seus direitos.

Lembre-se de informar o nome da(s) fonte(s) de pesquisa (livro, jor-nal, site etc.), a data e o local da publicação.

os grupos indígenas que você e seus colegas pesquisaram são uma pequena amostra da imensa diversidade indígena do brasil. a língua é um bom exemplo dessa diversidade. atualmente, ainda existem cerca de 180 línguas e dialetos falados pelos indígenas no brasil.

no espaço hoje conhecido como brasil, desde muito antes de os colonizadores europeus chegarem, já viviam muitas sociedades indígenas, como os tupinambá, os Xavante, os bororo, os tupi-Guarani, entre outros. no espaço do atual estado do paraná, habitavam indígenas carijós, guaranis, kaingangs e xetás, calculados em cerca de 200 mil pessoas.

as sociedades indígenas tinham costumes e línguas diferentes entre si, diferentes dos europeus que chegaram naquela época e diferentes dos nossos atuais.

essa diferença de costumes e valores entre indígenas e europeus foi motivo de agressões sofridas pelos indígenas. por exemplo: para os indígenas, as matas eram muito importantes para a manutenção do modo de vida deles e deviam ser cuida-das e preservadas. para os europeus, as matas representavam uma possibilidade de exploração e de riqueza com a venda da madeira e outros produtos. para explorar a riqueza vegetal, os europeus não hesitaram em afugentar, atacar e até matar os indígenas.

➤ Os Carijó

Um dos primeiros povos indígenas com quem os europeus tiveram contato no século Xvi (1501-1600) foram os carijó, que viviam no litoral sul do brasil, desde cananeia, no atual estado de são paulo, até o rio Grande do sul.

os carijó geralmente eram amigáveis e receberam muitos europeus em suas al-deias, fornecendo alimentos e guias para suas viagens. eles praticavam escambo (tro-ca de mercadorias) com os espanhóis e com os portugueses de são vicente e santos.

Page 16: amostra digital história.pdf

16 viver é descobrir - história do paraná

em carta escrita em 1549, o padre jesuíta Manuel da nóbrega contou aos seus superiores que os carijó eram generosos e tinham também grande facilidade para aprender a língua e aceitar a religião de portugueses e espanhóis.

Mais tarde, ao descobrir que podiam ser presos e escravizados e que teriam de mudar suas crenças e seu modo de vida, os carijó passaram a reagir à presença eu-ropeia e muitos foram mortos ou fugiram para o interior. em meados do século Xvii (1601-1700), os carijó estavam extintos. por terem desaparecido tão rapidamente, pouco sabemos hoje sobre sua história e cultura. acredita-se que pertenciam a al-gum subgrupo guarani.

➤ AT I V I D A D E S ➤

1. O espanhol Alvar Nuñes Cabeza de Vaca conheceu os Carijó na ilha de Santa Catarina, no atual estado de Santa Catarina. Ele deu muitos presentes aos Carijó para convencê-los com mais facilidade a acompanhá-lo como guias em sua viagem pelo interior do território. Em sua opinião:

•Pelas informações que você leu sobre os Carijó, eles acompa-nharam a expedição de Cabeza de Vaca apenas pelos presentes que receberam?

2. O que aconteceu com o povo carijó? Por que não temos muitas informações sobre eles hoje em dia?

3. Copie o mapa político do Brasil atual (página 173) e faça o seguinte:

a) cubra a linha do litoral com lápis de cor azul;

b) escreva os nomes dos estados e do oceano que banha o Brasil;

c) escreva em cada lateral do mapa a direção cardeal correspon-dente (dica: esta informação consta do mapa original);

d) pinte os estados onde viviam os indígenas carijós. Lembre-se de fazer a legenda para essa informação. Guarde esse mapa para as próximas atividades.

➤ Os guarani

os Guarani são falantes da língua guarani, da família linguística tupi-guarani.Quando os europeus aqui chegaram, no século Xvi, os Guarani habitavam uma

extensa faixa litorânea que se estende do sul do atual estado de são paulo até o

Professor(a): O trabalho com mapas contribui para que a criança avalie as mudanças das configurações espaciais no tempo. Veja no Manual do Professor a importância deste tipo de trabalho.

Page 17: amostra digital história.pdf

viver é descobrir - história do paraná 17

Herbert Baldus. Acervo Plínio A

yrosa. LISA-U

SP, SP

Mulher guarani fotografada em 1950, na

região Sul do Brasil.

rio Grande do sul, o interior da região centro--sul – correspondente aos atuais estados de Mato Grosso do sul, são paulo, paraná, santa catarina e rio Grande do sul – e os atuais paraguai e bolívia, países vizinhos do brasil. hoje em dia, estão presentes também na argentina.

sua história anterior à chegada dos europeus ao continente ameri-cano é marcada por inúmeros movi-mentos migratórios saindo da região central do brasil em direção ao leste. como resultado dessas migrações, mui-tos grupos guaranis chegaram ao litoral, onde se estabeleceram.

segundo alguns estudiosos, esses movimentos migratórios foram motivados pela busca da “terra sem mal”, que acreditavam estar localizada na direção em que o sol aparece (leste).

por habitarem grandes extensões da faixa litorânea, os Guarani estão entre os primeiros grupos indígenas que mantiveram contato com os exploradores e coloni-zadores europeus que vieram para a américa do sul no início do século Xvi.

além de caçadores e coletores, os Guarani também eram agricultores e cultivavam o milho, a mandioca, a batata-doce. também coletavam e cultivavam algumas ervas medicinais. com eles, os não índios aprenderam a técnica da coivara.

suas aldeias eram formadas por grandes moradias retangulares, cobertas com fo-lhas de palmeira, que abrigavam várias gerações de uma mesma família. a população de uma aldeia guarani podia chegar a centenas de pessoas.

o chefe da aldeia, ou cacique, deveria gozar de prestígio e respeito entre seu povo, mostrando qualidades como sabedoria e coragem, pois esperava-se que con-vivesse em harmonia com todos e defendesse a aldeia de perigos. seu sucessor era seu filho mais velho ou o membro mais forte da família. outra figura importante na cultura guarani era o paí ou karaí, o chefe espiritual ou religioso, que tinha o poder de falar com os espíritos e curar doenças.

Page 18: amostra digital história.pdf

18 viver é descobrir - história do paraná

o respeito aos mais velhos é uma característica da cultura guarani que perma-nece até os dias atuais. além de ser muito procuradas para dar conselhos, as pessoas mais velhas eram a memória do povo e transmissoras dos costumes e das tradições aos mais novos.

os Guarani sempre foram muito religiosos, e essa religiosidade se expressa em tudo o que fazem: no trabalho diário, nas brincadeiras das crianças, nas festas etc. eles estão sempre ligados ou em busca da força espiritual do deus Ñanderu, que criou tudo o que existe na terra: as matas, os animais, as águas, a terra em que plantam etc. para os Guarani Mbya, Ñanderu também criou o sol, que, por sua vez, criou o primei-ro Guarani. além disso, ele ilumina a terra e fornece a energia para que o planeta possa ter vida.

os Guarani dividem-se em subgrupos – Ñandeva, Mbya e Kaiowá – entre os quais há diferenças nas formas linguísticas (dialetos ou variações da língua guarani), nos costu-mes, nas práticas rituais, na organização política e social e na orientação religiosa.

➤ AT I V I D A D E S ➤

1. No mapa do Brasil que você usou nas atividades passadas, pinte os estados onde viviam e vivem os Guarani. Use uma cor ou outro recur-so diferente do usado para os Carijó. Lembre-se de completar a legenda com esse novo dado.

2. Copie o mapa da América do Sul (página 174) e pinte os países citados no texto: Paraguai, Bolívia e Argentina.

3. Qual era a importância das pessoas idosas para os Guarani?

4. Compare o modo como essas pessoas eram tratadas pelos Guarani e como são tratadas hoje em dia e dê sua opinião.

5. Escreva duas diferenças entre suas crenças ou de sua família e as crenças guaranis.

6. Informe:

a) A opinião de alguns estudiosos sobre o nomadismo do povo guarani.

b) Alguns aspectos do modo de viver dos Guarani em relação à moradia, alimentação e medicina.

c) Por que a prática da coivara pelos indígenas não trazia proble-mas ao meio ambiente como trazem as queimadas praticadas pelos grandes proprietários de terras.

Professor(a): Além das cores, podem ser usados os hachurados, que se sobrepõem às cores sem prejuízo do entendimento.

Page 19: amostra digital história.pdf

viver é descobrir - história do paraná 19

Indígenas kaingangs retratados por Johann Moritz Rugendas no

início do século XIX.

Rug

enda

s. Sé

c. X

IX. C

oleç

ão p

artic

ular

➤ Os Kaingang

os Kaingang são um povo pertencente à família linguística jê. no século Xviii (1701-1800), habitavam uma extensa área, delimitada, ao norte, pelo rio tietê (são paulo) e, ao sul, pelo rio ijuí (rio Grande do sul).

para os Kaingang, o território é um espaço sagrado, pois dependem totalmente dele para sobreviver e é nele que estão enterrados seus antepassados.

segundo o mito de origem kaingang, após um grande dilúvio, os irmãos Kaimé e Kairu saíram do interior de uma serra onde haviam se protegido e passaram a criar todos os seres da natureza e as regras de conduta para os seres humanos. Kaimé criou as onças e as antas; Kairu criou as cobras e os veados, por exemplo.

as criações dos dois irmãos deram origem ao sistema de metades dos Kaingang, que persiste ainda hoje. segundo esse sistema, todos os seres da natureza, incluindo os seres humanos, possuem a marca de uma das metades e as características a elas associadas, tais como: forte/fraco, alto/baixo, impetuoso/persistente.

por esse sistema, os casamentos devem ser feitos entre pessoas das metades opostas, os Kaimé devem se casar com os Kairu e vice-versa. os filhos pertencem à metade do pai.

os Kaingang geralmente tinham um lugar fixo de moradia e outros temporários. sua moradia fixa localizava-se preferencialmente em local alto e descampado, próxi-mo do qual faziam suas roças de milho, abóbora, feijão e amendoim. na fase de cres-cimento dos cultivos, eles se mudavam temporariamente para outros locais, como as margens dos rios onde pescavam ou próximo dos pinheirais, onde coletavam o pinhão. no tempo certo, retornavam à aldeia para fazer a colheita.

na alimentação dos Kaingang, o pinhão tinha grande importância. com ele, faziam pães, caldos e outros alimentos. além disso, alimentavam-se de frutos silvestres, mel e animais de caça, como o cateto, o quati, o macaco, a anta, entre outros. o favo de mel e a cera de abelha também eram utilizados na impermeabi-lização de cestos nos quais armazenavam mel, bebidas e outros produtos.

Page 20: amostra digital história.pdf

20 viver é descobrir - história do paraná

a responsabilidade de preparar a maioria dos alimentos era das mulheres, com exceção da carne de caça, que era preparada pelos homens.

o chefe da aldeia tinha posição de destaque nas festas e funerais, mas, no res-tante do tempo, não tinha qualquer privilégio e trabalhava como todos os demais membros do grupo. com sua morte, era sucedido pelo filho, desde que esse fosse aceito pelos demais membros do grupo.

os primeiros contatos dos Kaingang com os não índios se deram no século Xvii (1601-1700), com as missões e reduções jesuíticas. Mas foi no final do sé-culo Xviii (1701-1800) que esse contato foi efetivo e realmente prejudicial aos indígenas. a região dos campos de Guarapuava, que habitavam, passou a ser co-biçada por interesses políticos e econômicos, e os Kaingang eram um obstáculo à realização desses interesses. em 1810, o governo imperial enviou uma expedição militar à região, dando início à guerra contra os Kaingang. essa guerra se amparava numa Carta Régia, de 1809, que determinava o povoamento daquela região.

os resultados desses ataques foram a reclusão dos indígenas em aldeamen-tos, a escravização e muitas mortes. além disso, muitos se dispersaram, fugindo dos ataques; alguns aceitaram a presença dos brancos em suas terras enquanto outros resistiram à invasão, provocando a divisão entre eles e colocando uns contra os outros.

atualmente os Kaingang ocupam cerca de 30 áreas reduzidas, distribuídas sobre seu antigo território, nos estados de são paulo, paraná, santa catarina e rio Grande do sul, com uma população aproximada de 33 mil pessoas (Funasa, 2009).

Reserva Indígena Apucaraninha, no município de

Tamarana, PR (2010).

Feira de artesanato, em Londrina, PR, que exibe o artesanato da Comunidade Kaingang de Tamarana (2010).

Ger

son

Sobr

eira

/Ter

raSt

ock

Ger

son

Sobr

eira

/Ter

raSt

ock

Page 21: amostra digital história.pdf

viver é descobrir - história do paraná 21

➤ AT I V I D A D E S ➤

1. Localize num mapa do Brasil atual o território dos Kaingang, de acordo com a descrição do texto. Dica: localize inicialmente os rios Tietê (SP) e Ijuí (RS). Agora responda: por quais estados atuais esse território se estendia?

2. Em duplas, releiam com atenção o texto sobre os Kaingang e ano-tem o que ele informa sobre:

a) território;

b) mito de origem;

c) alimentação;

d) chefe da aldeia;

e) contato com os não índios.

3. Faça um quadro comparativo anotando as semelhanças e diferen-ças entre os Kaingang e os Guarani apontadas nos textos.

4. Converse com os colegas sobre o seguinte: Por muito tempo, di-vulgou-se a ideia de que as terras do atual Paraná eram desabitadas antes da chegada dos colonizadores. Depois da leitura dos textos deste capítu-lo, como você contestaria essa ideia?

➤ Os Xetá

os Xetá, cuja língua pertencia à família linguística tupi-guarani, foram o último grupo indígena do paraná a entrar em contato com a civilização de não índios à sua volta.

eles habitavam o noroeste do paraná, na região conhecida como serra dos dou-rados, ao longo da margem esquerda do rio ivaí até sua foz, no rio paraná. nessa re-gião, hoje estão instalados os municípios de Umuarama, cruzeiro do oeste e icaraíma.

apesar de a presença dos Xetá em território paranaense ser conhecida desde a década de 1940, eles eram arredios. o contato com não índios ocorreu em 1954 por iniciativa dos próprios Xetá, que se viam ameaçados em sua sobrevivência em razão da ocupação de seu território por plantações, principalmente de café, criação de gado e loteamentos.

a ação dos não índios nas terras xetás não parou e foi extremamente pre-judicial a esse grupo indígena. Muitos deles foram mortos por armas de fogo ou

Professor(a): Fique atento(a). Esta atividade propicia que os alunos expressem o modo como pensam, o que será de grande auxílio na escolha de suas opções pedagógicas.

Page 22: amostra digital história.pdf

22 viver é descobrir - história do paraná

por envenenamento; outros morreram por doenças transmitidas pelos não índios, como gripe, sarampo e pneumonia. as moradias foram queimadas, e muitas crian-ças foram raptadas.

no final da década de 1950, eles já estavam praticamente extintos.

Indígenas xetás fotografados por Vladimir Kozák (década de 1950).

em 1961, com a criação do parque nacional das sete Quedas, os Xetá tiveram seu direito à terra reconhecido. Mas, com a extinção desse parque, em 1981, o com-promisso com os Xetá foi ignorado.

em 1997, oito Xetá (três mulheres e cinco homens) viviam em terras indígenas de outras etnias localizadas no paraná. apenas três deles falavam a língua de seu povo. naquele mesmo ano, eles se encontraram em curitiba, no evento “encontro Xetá: sobreviventes do extermínio”. na ocasião, foi elaborado um documento que solicitava, entre outras reivindicações, o reconhecimento de seus descendentes com o registro de seus nomes indígenas, a devolução de suas terras e uma indenização pela tragédia que aconteceu com seu povo.

Muitas das crianças raptadas cresceram longe de seu grupo e se casaram com indígenas de outras etnias e com não índios. assim, há estimativas que elevam para 42 o número de descendentes dos Xetá por parte de mãe ou de pai.

Vla

dim

ir K

ozák

. Ace

rvo

Mus

eu P

aran

aens

e

Page 23: amostra digital história.pdf

viver é descobrir - história do paraná 23

➤ AT I V I D A D E S ➤

1. Converse com um colega sobre a seguinte questão:

Na opinião de vocês, por que a existência dos Xetá foi observada pelos não índios somente no século XX (década de 1940), enquanto os outros indígenas que viviam no território do atual Paraná foram contata-dos alguns séculos antes disso?

2. Responda:

a) Por que os Xetá eram um empecilho para fazendeiros, colonos e até para governantes?

b) Quais foram as formas de agir dos invasores do território xetá e qual foi a consequência disso para os indígenas?

3. Explique com suas palavras o signifi cado do nome do evento ocorrido em 1997: “Encontro Xetá: Sobreviventes do Extermínio”.

4. Localize no mapa político do Paraná (página 169), os municípios que ocupam atualmente o território dos Xetá.

Outro tempo no espaço brasileiro: o manto dos Tupinambá

Inúmeros grupos indígenas viviam no litoral do Brasil quando os eu-ropeus aqui chegaram no século XVI. Entre eles, o mais numeroso que se tem notícia eram os Tupi-nambá. Eles eram falantes da língua tupinambá, tam-bém conhecida como tupi antigo, do tronco linguístico tupi, e ocupavam regiões li-torâneas desde o Maranhão até o Rio de Janeiro.

viver é descobrir - história do paraná

The

odor

de

Bry.

1592

. Col

eção

par

ticul

ar

Homens tupinambás dançam em um ritual religioso. No centro, estão

os líderes espirituais, que vestem mantos de penas da ave guará.

Gravura de 1592.

Page 24: amostra digital história.pdf

24 viver é descobrir - história do paraná

Os Tupinambá tiveram atuação marcante na história do primeiro sécu-lo de colonização portuguesa do Brasil. Eram tantos os falantes da língua tupinambá que essa língua passou a ser usada por portugueses e outros europeus que frequentavam o litoral brasileiro ou que habitavam as regiões litorâneas. Os religiosos também aprendiam o tupinambá para catequizar os indígenas na língua deles. O jesuíta José de Anchieta até escreveu uma gramática dessa língua.

Apesar dessa presença numerosa e marcante, na metade do século XVII, os Tupinambá foram dados como extintos.

Uma curiosidade da cultura tupinambá é um manto que cobria seus líderes espirituais durante os rituais, como se pode ver na imagem da página anterior.

Esse manto, chamado de guará abacu, parecia uma capa e cobria a pessoa até a altura dos joelhos. Era feito com penas vermelhas da ave guará, presas numa trama de fibras naturais.

Um desses mantos está em Paris (França) e é considerado importante documento histórico por apresentar um capuz borda-do com miçangas. Como os indígenas não produziam miçangas, a existência delas indica a possibilidade de o manto ter sido feito por indígenas que faziam trocas com europeus antes de 1500.

Os outros mantos tupinambás que se têm notícia também estão em museus europeus na Itália, Bélgica e Dinamarca.

Ed V

iggi

ani/F

olha

pres

s

Manto tupinambá do século XVI em exposição na Mostra do Redescobrimento – Brasil + 500,

realizada em São Paulo (2000).

Outro tempo no espaço da América do Sul: a sociedade inca

No extremo oeste da América do Sul, na região da cordilheira dos An-des, existiu uma civilização extremamente organizada, com cidades, cons-truções monumentais em pedra, campos de cultivo irrigados, exército e mi-lhões de habitantes. Era a sociedade inca, que existiu de 1200 a meados do século XVI, quando os conquistadores espanhóis chegaram à América.

viver é descobrir - história do paraná

Page 25: amostra digital história.pdf

viver é descobrir - história do paraná 25

Os incas eram ótimos agricultores, arquitetos, engenheiros e constru-tores. Ainda hoje, a beleza e a técnica avançada de suas construções com enormes blocos de pedra, perfeitamente encaixados sem o uso de argamas-sa, causam admiração e espanto.

Em seu auge, por volta de 1450, o império se estendia a regiões hoje per-tencentes a Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Chile e Argentina. A capital era a cidade de Cuzco, no atual Peru.

Os incas eram governados por um imperador, chamado de Sapa Inca – ou simplesmente Inca – que era visto como filho do deus Sol, a principal divindade incaica. Todos os habitantes pagavam tributos e trabalhavam em benefício do Inca. O imperador, por sua vez, tinha a responsabilidade de garantir a produção de alimentos para todos os habitantes.

Um ataque do explorador espanhol Francisco Pizarro, em 1534, deu início à destruição do império inca. O que restou dessa grande civilização ainda pode ser visto em Machu Picchu, no Peru, por exemplo.

Cor

el S

tock

Pho

to

Vista aérea das ruínas da cidade inca de

Machu Picchu, no Peru (década de 1990).

➤ AT I V I D A D E S ➤

1. Em um atlas, localize a Europa e a América do Sul e os países eu-ropeus e sul-americanos citados nos textos sobre os Tupinambá e o im-pério inca. Escolha um desses países e faça uma pesquisa sobre ele com seu grupo. Depois, apresente o resultado da pesquisa aos outros colegas da classe.

2. Formando dupla com um colega, discutam e escrevam a visão de vocês sobre o que aconteceu com os povos indígenas no continente americano a partir de 1500.

início à destruição do império inca. O que restou dessa grande civilização início à destruição do império inca. O que restou dessa grande civilização

Cor

el S

tock

Pho

to

Page 26: amostra digital história.pdf

26 viver é descobrir - história do paraná

➤ A situação atual

atualmente, a população indígena que vive no paraná é de cerca de 9 mil pessoas, divididas entre os Guarani, Kaingang e Xetá, sendo a maioria Kaingang.

Grande parte dessa população vive nas dezessete Terras Indígenas (TIs) de-marcadas e administradas pela Fundação nacional do Índio (Funai).

OCEANO

ATLÂNTICO

Paraná – Reservas indígenas atuais

Rio P

aran

á

Rio Paranapanema

Rio Iguaçu

Rio Itararé

Rio Piquiri

Rio Ivaí

Rio Iguaçu

Rio Negro

Trópico de Capricórnio

50ºO

N

S

LO

SÃO PAULO

MATO GROSSODO SUL

Ocoí

Tekoha Añetete

Rio da Areia

São Jerônimoda Serra

Barão deAntonina

Apucaraninha

Mococa

QueimadasIvaí

Laranjinha

Faxinal

Marrecas

Mangueirinha

Rio das Cobras

Palmas

Ilha daCotinga

Fronteiras internacionais

Limites estaduais

Reservasindígenas

Fonte: Assessoria de Assuntos Indígenas. Governo do Paraná, 2005.

0 48

quiIômetros

Legenda

PARAGUAI

ARGENTINA

SANTA CATARINA

Pinhalzinho

Rio Iguaçu

Soni

a Vaz

apesar das grandes dificuldades, como pequena extensão das terras para as ne-cessidades indígenas e poucos recursos, as tis representam segurança para a sobre-vivência física e cultural dos povos indígenas. atualmente, muitos vivem da produção de pequenas roças, da criação de animais, da venda de artesanato produzido pelas mulheres e do trabalho como boias-frias, atividade que muitas vezes os levam a aban-donar seus próprios roçados.

as dificuldades que encontram para sobreviver criaram um sentimento de cole-tividade na defesa das terras e da natureza, na preservação da língua, da religião, do modo de pensar e de agir.

as tis têm escolas com professores índios que alfabetizam as crianças na língua guarani ou kaingang. isso também tem contribuído para a valorização dos conheci-mentos tradicionais e para a preservação da identidade cultural.

Page 27: amostra digital história.pdf

viver é descobrir - história do paraná 27

Rio Tibagi na Reserva Indígena Apucaraninha,

dos Kaingang, no município de Tamarana,

PR (2010).

Construções na Reserva Indígena Apucaraninha, dos Kaingang, no município de Tamarana, PR (2010).

a constituição brasileira de 1988, artigo 231, reconhece os direitos dos indí-genas às suas terras tradicionais, à sua cultura e às suas tradições, mas as leis que asseguram esses direitos ainda precisam ser aprovadas, caso do novo Estatuto dos Povos Indígenas.

➤ AT I V I D A D E S ➤

1. Explique como os governantes do Brasil e do Paraná agiam em relação ao direito dos indígenas à terra e quais foram as consequências desse desrespeito para os indígenas do Paraná.

2. Responda:

a) Quais são os povos indígenas que vivem no estado do Paraná atualmente?

b) O que são as TIs? O que elas representam para os indígenas?

c) O que as crianças indígenas aprendem nas escolas das TIs?

Ger

son

Sobr

eira

/Ter

raSt

ock

Ger

son

Sobr

eira

/Ter

raSt

ock

Page 28: amostra digital história.pdf

28 viver é descobrir - história do paraná

Capa do CD Ñande Reko Arandu, cantado por crianças guaranis.

Proj

eto

Mem

ória

Viv

a G

uara

ni –

Ñ

ande

Rek

o A

rand

u

3. Converse com seus colegas:

•Em sua opinião, é importante que as crianças indígenas sejam alfabetizadas na língua delas? Por quê?

4. Os Guarani sempre ensinaram às crianças os cânticos tradicionais de sua cultura. Alguns desses cânticos estão gravados no CD Ñande Reko Arandu – Memória viva Guarani e são cantados por crianças guaranis de aldeias dos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Conheça a capa do CD.

•Peça a alguém de sua família para lhe ensinar uma música tradi-cional, como um cântico religioso, uma cantiga de roda ou uma cantiga popular, por exemplo, e compartilhe-a com os colegas da classe.

5. Dividam a classe em dois grupos: um grupo pesquisa o artigo 231 da Constituição, que se refere aos direitos dos povos indígenas, e o outro pesquisa o Estatuto dos Povos Indígenas. Depois, apresentem suas conclusões para a classe e discutam o conteúdo e a importância desses documentos para a preservação da cultura indígena.

O dia a dia das crianças indígenasO nascimento de uma criança indígena sempre foi motivo de alegria tanto

no passado como nos dias atuais. as mães nunca se separavam do bebê e o le-vavam para todos os lugares aonde iam. as irmãs mais velhas, os tios e os avós ajudavam a cuidar da criança, que crescia acompanhando a família em todos os afazeres do dia a dia. assim, ela crescia brincando e aprendendo sua língua, sua história, as técnicas de trabalho e as maneiras de agir em diferentes situações.

Page 29: amostra digital história.pdf

viver é descobrir - história do paraná 29

Ros

a G

audi

tano

/Stu

dio

R

Crianças indígenas yanomâmis colhendo mandioca na aldeia Demini,

no estado de Roraima (1991).

o castigo físico de crianças era des-conhecido pelos indígenas, que fica-ram assustados quando conhece-ram esse tipo de ação entre os não índios.

Ros

a G

audi

tano

/Stu

dio

RR

osa

Gau

dita

no/S

tudi

o R

os pais confeccionavam brinquedos com palha, barro ou madeira; eram miniaturas dos objetos de uso cotidiano, como cestos, redes, arco e flecha, miniaturas de animais e bonecas feitas com sabugo de milho. também faziam dobraduras de palha represen-tando aves, macacos e sapos. enquanto os pais faziam esses brinquedos, iam ensinando as crianças a desenvolverem habilidades para elas mesmas confeccionarem seus instru-mentos de caça e pesca no futuro. por isso era comum ver crianças em canoas flechan-do peixes em companhia dos pais. as meninas aprendiam com a mãe a arte de torrar farinha, trançar palhas, fazer cerâmica, cuidar de crianças, plantar e colher.

aprendendo a sobreviver na floresta, no campo ou no mar, sem muito “faz de conta”, as crianças cozinhavam, caçavam, pescavam, coletavam e transportavam o que podiam de acordo com a idade.

Crianças indígenas yanomâmis colhendo mandioca na aldeia Demini,

no estado de Roraima (1991).

o castigo físico de crianças era des-conhecido pelos indígenas, que fica-ram assustados quando conhece-ram esse tipo de ação entre os

os pais confeccionavam brinquedos com palha, barro ou madeira; eram miniaturas

Rosa Gauditano/Studio R

Crianças indígenas xavantes no estado do Mato Grosso, MT (1999).

Page 30: amostra digital história.pdf

30 viver é descobrir - história do paraná

Escola para crianças indígenas guaranis no estado de São Paulo

(2006).

com as mudanças que aconteceram no espaço indígena, muitas crianças indí-genas atuais convivem também com outras brincadeiras e brinquedos. por exemplo, meninas kaiapós utilizam tinta de jenipapo para fazer desenhos e pinturas corporais da sua tradição cultural em bonecas de plástico. os meninos, pouco a pouco, deixam de brincar com a peteca que faziam com palhas de milho para jogar futebol.

Mas nem por isso essas crianças deixam de ser guaranis, kaingangs, xetás ou kaia-pós. nas terras indígenas existem escolas onde as crianças aprendem, além da língua portuguesa, outros conteúdos sobre a história e a cultura de seu povo. seus profes-sores são indígenas bilín-gues (falam português e kaingang, por exemplo) e pessoas idosas, que participam das ativida-des transmitindo o que recordam das lendas e tradições de seu povo.

Ros

a G

audi

tano

/Stu

dio

R

➤ AT I V I D A D E S ➤

1. Responda:

a) Como as pessoas mais velhas ajudam na educação das crianças indígenas?

b) Como eram os brinquedos das crianças indígenas? Quem os confeccionava?

c) O que os meninos aprendiam? E as meninas?

d) Como as crianças indígenas brincam atualmente?

2. Como é o dia a dia das crianças não índias que você conhece? Em que ele é parecido e em que ele é diferente do dia a dia das crianças indígenas?

3. Em sua opinião, as crianças indígenas atuais vivem como as do passado? Por quê? Converse com seus colegas.

Page 31: amostra digital história.pdf

viver é descobrir - história do paraná 31

Capítulo 3

A diversidade na formaçãoda sociedade brasileira

A vida em sociedade(as regras e as leis na vida dos cidadãos)

Observe estas duas ilustrações.

A

Ilust

raçõ

es: A

MJ S

tudi

o

B

na ilustração a, a menina diz que na sua casa existe uma regra: “todos almo-çam juntos, na mesma hora!”.

essa regra é importante para a família dela, mas pode não ser importante para outras famílias.

na ilustração b, a placa de trânsito indica uma lei: “é proibido estacionar”. essa lei proíbe que carros estacionem no local indicado. ela vale para todos os motoristas; quem não seguir essa lei será punido com multa.

você percebeu a diferença que existe entre uma regra e uma lei?as regras nem sempre valem para todas as pessoas que formam a nossa so-

ciedade (como as regras de um jogo de futebol, por exemplo, que não valem para o jogo de voleibol). Já as leis valem para todas as pessoas (cidadãos).

vamos dar outro exemplo: é lei que todos os pais registrem seus filhos aonascerem. esse é um direito que todas as crianças brasileiras têm e que os pais de-vem respeitar.

— lÁ em casa eXisTe uma reGra: TOdOs

almOçam JunTOs, na mesma hOra!

Page 32: amostra digital história.pdf

32 viver é descobrir - história do paraná

Cap

tura

via

esc

âner

as leis surgiram para proporcionar bom relacionamento entre as pessoas que vivem em sociedade.

você já pensou se, por exemplo, todos os motoristas parassem seus carros onde bem entendessem? Que confusão seria nas grandes cidades!

➤ Constituição Federalexistem muitos tipos de leis e de regras com os quais

nós convivemos diariamente. no brasil existe um conjun-to de leis fundamentais que se chama constituição da república Federativa do brasil, ou simplesmente consti-tuição Federal.

na constituição Federal estão as leis mais importan-tes da sociedade brasileira, pois nela estão definidas:

• a garantia dos direitos individuais e coletivos da sociedade, ou seja, a garantia de que todos os ci-dadãos têm os mesmos direitos;

• a garantia de que os cidadãos têm o direito de escolher seus governantes por meio do voto em eleições livres;

• as regras de ação dos governantes (presidente da república, governadores de estado, prefeitos, vereadores, deputados, senadores, militares, juízes, funcio-nários públicos em geral).

a atual constituição da república Federativa do brasil é de 1988 e foi elaborada por brasileiros eleitos para representar o povo na “assembleia constituinte”.

a constituição Federal determina que o poder dos nossos governantes está dividido em poder executivo, poder Legislativo e poder Judiciário. observe o quadro:

Três Poderes no município no estado no país

Poder Executivo (administra de acordo com as leis)

Poder Legislativo (elabora leis e fi scaliza a administração do poder executivo)

Poder judiciário (fi scaliza e faz cumprir as leis)

prefeito

vereadores(câmara Municipal)

Poder Judiciário (não há)

Governador

deputados estaduais(assembleia Legislativa)

Juízes (tribunais estaduais)

presidente

deputados federais e senadores (câmara dos deputados e senado Federal)

Juízes (supremo tribunal Federal)

acordo com as leis)

Poder Legislativo vereadores deputados deputados federais

executivo)

Poder judiciário Poder Judiciário Juízes (tribunais Juízes (supremo

Page 33: amostra digital história.pdf

VIVER É DESCOBRIR - HISTÓRIA DO PARANÁ 33

Os representantes dos Poderes Executivo e Legislativo são eleitos pelo povo. Os representantes do Poder Judiciário são admitidos por concursos públicos.

Deputados estaduais do Paraná em reunião na Assembleia Legislativa, em Curitiba,

PR (2008).

Ced

ido

pela

Ass

embl

eia

Legi

slat

iva

do P

aran

á

➤ AT I V I D A D E S ➤

1. Escreva duas regras que existem em sua família. Depois, reúna-se com mais dois colegas e encontrem as diferenças e as semelhanças entre as regras das três famílias.

2. Em grupo, pesquisem na Constituição Federal os artigos 226 e 227, que dizem respeito à família e à criança, e:

a) copiem um dos parágrafos dos artigos que vocês consideram importantes para a vida das crianças índias e não índias;

b) apresentem para a turma o parágrafo da Constituição escolhido;

c) agora, com a turma, discutam a importância do artigo que a maioria considerou muito importante.

3. Faça uma pesquisa e descubra:

a) o nome de um vereador do município onde você mora, de um deputado estadual e de um deputado federal de nosso estado;

b) um projeto de lei de autoria de cada um deles. Comente esses projetos e verifi que se eles foram aprovados.

4. Escreva uma carta para um representante eleito em quem sua fa-mília votou comunicando o que você está achando das ações dele.

5. Pesquise em variadas fontes, como revistas, livros, jornais, pessoas da família e de seu bairro ou internet, para descobrir se há leis que po-dem melhorar a vida das pessoas, mas que não são cumpridas. Discuta suas descobertas com os colegas na sala de aula.

6. Que benefício você acha que precisa se tornar lei para favorecer a população? Organize com seus colegas uma campanha na escola pe-dindo apoio a essa lei. Encaminhem a reivindicação para a Câmara dos Vereadores do seu município.

Professor(a): Situações sobre as quais a criança reflete e expõe sua realidade contribuem para a compreensão das diferenças.

Page 34: amostra digital história.pdf

34 viver é descobrir - história do paraná

Agora, responda:

a) Qual é a diferença entre uma Constituição promulgada por uma Assembleia Constituinte e uma imposta pelo governo?

b) Quais as datas de promulgação das Constituições elaboradas de forma democrática?

Constituições do BrasilO Brasil já teve várias Constituições.

A primeira foi promulgada em 1824 (pelo governo imperial) e foi subs-tituída pela primeira Constituição da República em 1891.

Em 1930, uma revolução depôs o presidente da República Washington Luís, e Getúlio Vargas assumiu provisoriamente a presidência, enquanto uma nova Constituição estava sendo preparada. Em 1934, a nova Cons-tituição ficou pronta, e Getúlio Vargas se tornou presidente pelo voto in-direto. Em 1937, ele se tornou ditador (governo autoritário) e impôs nova Constituição; esse período foi chamado de Estado Novo, e Getúlio Vargas governou com essa Constituição até 1945, quando deixou a presidência.

Em 1946, com o fim do governo autoritário, uma nova Constituição passou a vigorar. Em 1964, os militares tomaram o poder e, em 1967, mudaram novamente a Constituição. Com a saída dos militares do poder, uma nova Constituição foi promulgada em 1988 e vigora até hoje.

Em um total de sete Cons-tituições, três (1824, 1937 e 1967) foram impostas pelo governo. As quatro restantes foram promulgadas por uma Assembleia Constituinte elei-ta pelo povo.

Quadro representando os políticos discutindo a primeira

Constituição da República, de 1891, no fi m do

século XIX. F. A

urél

io d

e Fi

guei

redo

e M

elo

– C

ompr

omis

so C

onst

ituci

onal

(de

talh

e). M

useu

da

Rep

úblic

a, R

J

Page 35: amostra digital história.pdf

viver é descobrir - história do paraná 35

➤ AT I V I D A D E ➤

Você sabe planejar suas despesas? Imagine que você ganhou R$ 100,00 e deve decidir como gastá-los.

Faça um planejamento do que pretende comprar, pesquise o preço e decida se quer ou não guardar algum dinheiro. Organize o resultado em um quadro como no modelo abaixo:

Em que vou gastar Preço Quanto vou guardar

a) Formem grupos de no máximo quatro alunos, comparem os pla-nejamentos que fizeram e verifiquem:

•Vocês escolheram coisas parecidas? Quais?

•Quem vai gastar o dinheiro de maneira muito diferente? Por quê?

b) Discutam as diferenças e semelhanças existentes entre os pla-nejamentos e escrevam a conclusão a que chegaram.

Planejar e administrar

Ao fazer essa atividade, você deve ter percebido que um planejamento é feito de acordo com o dinheiro que possuímos e com as necessidades de cada um.

é assim que os governos deveriam fazer com o dinheiro que a população reco-lhe aos cofres públicos na forma de impostos. administrar o país, os estados e os municípios é considerar as necessidades dos cidadãos e devolver o dinheiro dos impostos em serviços de boa qualidade.

isto é, o governo do estado, composto pelo governador e seus secretários (fis-calizados pelos deputados estaduais), deve realizar ações que tenham por objetivo beneficiar a maioria da população paranaense, e não favorecer apenas algumas pes-soas ou grupos.

a população do estado do paraná, que é de 10.439.601 pessoas (segundo o censo 2010), necessita, em seu dia a dia, de serviços básicos, como educação, saúde, energia elétrica, água e esgoto, moradia, lazer, vias, meios de transporte etc.

é dever do governo planejar e admi nistrar o dinheiro público para que ele seja aplicado na geração de empregos e no atendimento ao direito dos paranaenses à saúde, à educação, à segurança e ao transporte etc.

Professor(a): Consulte o Manual do Professor, página 39.

Page 36: amostra digital história.pdf

36 viver é descobrir - história do paraná

Tho

maz

Vita

Net

o/Pu

lsar

Estação tubo de transporte coletivo em Curitiba, PR (2007).

Ger

son

Sobr

eira

/Ter

raSt

ock

Posto móvel da Polícia Militar em Londrina, PR (2008).

Quando um prefeito ilumina uma praça ou o governador inaugura uma estrada, pode até parecer que eles estão fazendo um favor para a população. Mas não é assim. é obrigação do estado levar melhorias para a população que, para ter acesso a esses direitos, paga impostos e taxas de serviço.

alguns impostos já estão embutidos nos preços das mercadorias que consumi-mos; o mais conhecido deles é o icMs (imposto sobre circulação de Mercadorias e serviços), o imposto que todos (ricos e pobres) pagam igualmente.

Tho

maz

Vita

Net

o/Pu

lsar

Estação tubo de transporte coletivo em Curitiba, PR (2007).

➤ AT I V I D A D E S ➤

1. Por que devemos pagar os impostos e as taxas cobrados pelo Estado?

2. Qual é a diferença entre taxas e impostos?

3. Pesquise na família e anote no caderno:

a) Quais são os impostos e as taxas pagos por sua família?

b) Qual a opinião das pessoas de sua família sobre o pagamento desses impostos e taxas?

4. Pesquise em jornais, revistas e sites notícias de ações do governo que benefi ciam a população paranaense. Recorte ou imprima as notícias e monte com os colegas um painel.

Professor(a): Consulte o Manual do Professor, página 39.

Page 37: amostra digital história.pdf

VIVER É DESCOBRIR - HISTÓRIA DO PARANÁ 37

Soni

a Vaz

De Comarca de Paranaguá a estado do ParanáAtualmente o Paraná é um dos estados que formam o Brasil, mas nem sempre

os governantes e a população tiveram autonomia para decidir o que era melhor para os habitantes de nosso estado.

Quando os exploradores europeus começaram a ocupação das terras habitadas pelos indígenas (século XVI), as terras brasileiras eram chamadas de colônia portu-guesa, e quem dava as ordens eram os reis de Portugal e da Espanha.

No século XVIII, a área que hoje forma o estado do Paraná fazia parte da capi-tania de São Paulo, recebia o nome de Comarca de Paranaguá e tinha como sede administrativa a Vila de Paranaguá. Em 1812 passou a ser chamada de Comarca de Paranaguá e Curitiba, e a sede da Comarca mudou para a Vila de Curitiba. Foi somen-te em 1833 que recebeu o nome de 5a Comarca da Província de São Paulo. Durante esse período, o atual estado do Paraná dependia das decisões dos governantes da capitania (depois Província) de São Paulo e, por isso, não tinha autonomia política para resolver suas necessidades.

A população, insatisfeita com a situação, reclamava muito das estradas ruins que isolavam as cidades, dos impostos altos e da pouca atenção para seus problemas. Tanto que em 1811, em 1821 e em outras ocasiões, aconteceram movimentos para que a administração de São Paulo não tivesse mais autoridade sobre nossas terras, mas ela se estendeu até 1853.

Foi em 19 de dezembro de 1853 que a 5a Comarca conseguiu sua autonomia e se tornou Província do Paraná. Seu primeiro presidente foi o Sr. Zacarias de Góes e Vasconcelos. Essa autonomia possibilitou que a antiga 5a Comarca, agora Província

Fonte: Atlas do Estado do Paraná. ITCF/Governo do Paraná, 2005.

N

S

LO

0 105

quiIômetros

Tibagi

Castro

Curitiba

ParanaguáGuaratuba

CAPITANIA DO RIO

DEJANEIRO

CAPITANIA DEMINAS GERAIS

CAPITANIA DE MATO GROSSO

CAPITANIA DE SANTA CATARINA

DO RIO GRANDEDO SUL

PARAGUAI

COMARCA DE SÃO PAULO

COMARCA

DE

PARANAGUÁOCEANO

ATLÂNTICO

Trópico deCapricórnio

ARGENTINA

50ºO

R. Ivaí

R. Piquiri

R. Iguaçu

R. T

iba

gi

SÃO PEDRO

R. Paranapanema

R. P

aran

á

R. Tietê

Capitania de São Paulo

em 1800

Page 38: amostra digital história.pdf

38 viver é descobrir - história do paraná

do paraná, começasse a se organizar para desenvolver a agricultura, o comércio, a indústria, o transporte, a educação e a saúde.

em 1889, quando o brasil deixou de ser governado por um imperador e setornou uma república governada por um presidente, as províncias brasileiraspassaram a ser chamadas de estados. os governantes dos estados passaram aser eleitos pela população, como acontece até hoje, só que os votos não eramsecretos e os analfabetos não podiam votar, ao contrário do que ocorre atualmente.

➤ AT I V I D A D E S ➤

1. Leia e calcule:

a) Em 1833, o Paraná recebeu o nome de 5a Comarca da Provín-cia de São Paulo, até conquistar sua autonomia política como Província do Paraná. Quanto tempo ainda durou esse período?

b) Em 1853, o Paraná passou a ter autonomia política. Há quantos anos isso aconteceu? Qual era o século?

2. Responda:

a) Quais eram os principais problemas dos habitantes da 5a Co-marca da Província de São Paulo?

b) Por que os moradores da 5a Comarca desejavam autonomia política?

Soni

a Vaz

OCEANOATLÂNTICO

Trópico de Capricórnio R

io P

aran

á

Rio Paranapanema

Rio Iguaçu

Rio Itararé

Rio Negro

Rio Ribeira

PROVÍNCIA DESÃO PAULO

PROVÍNCIA DESANTA CATARINA

PARAGUAI

ARGENTINA

Tibagi

Castro

Curitiba

Paranaguá

PROVÍNCIA DESÃO PEDRO DO

RIO GRANDE DO SUL

Área contestadapor Santa Catarina

Guaratuba

Fonte: Atlas do Estado do Paraná. ITCF/Governo do Paraná, 2005.

Província do Paraná

em 1865

N

S

LO

0 60

quiIômetros50ºO

Page 39: amostra digital história.pdf

viver é descobrir - história do paraná 39

Diferentes cidadãos formam a sociedade brasileiraCom a proclamação da independência, em 1822, o brasil deixou de ser uma

colônia portuguesa e passou a ser um país independente. Quem nasce em seu terri-tório é cidadão brasileiro. o fato de ser cidadão brasileiro possibilita às pessoas a participação em decisões sociais e políticas e torna todos responsáveis pelo cumpri-mento das leis e pelo respeito de uns pelos outros. a condição de cidadão brasileiro está estabelecida na constituição Federal e não tem relação com as características físicas das pessoas, como você pode ver nas fotos de brasileiros abaixo:

Jack

Hol

lings

wor

th/P

hoto

disc

/Get

ty Im

ages

Yve

tte

Car

dozo

/Ala

my/

Oth

erim

ages

Jack

Hol

lings

wor

th/P

hoto

disc

/Get

ty Im

ages

Jack

Hol

lings

wor

th/P

hoto

disc

/Get

ty Im

ages

Fábi

o C

olom

bini

Jack

Hol

lings

wor

th/P

hoto

disc

/Get

ty Im

ages

Jack

Hol

lings

wor

th/P

hoto

disc

/Get

ty Im

ages

Phot

odis

c/G

etty

Imag

es

Stoc

kdis

c/G

etty

Imag

esPh

otod

isc/

Get

ty Im

ages

Phot

odis

c/G

etty

Imag

es

Phot

odis

c/G

etty

Imag

es

Page 40: amostra digital história.pdf

40 viver é descobrir - história do paraná

o documento de identidade informa a data e o local de nascimento das pessoas (município, estado e país), mas isso é insuficiente para definir o que é “ser cidadão brasileiro”. a língua que falamos, a alimentação, as leis, o esporte preferido, o folclore, as crenças, as músicas, as datas cívicas, os fatos histó ricos, os símbolos, o espaço que determina o território do país e outros aspectos formam o conjunto que identifica o “cidadão brasileiro”.

a formação da sociedade brasileira aconteceu e continua acontecendo com a chegada de pessoas de diversos lugares do planeta. elas vinham e vêm de sociedades diferentes, com costumes e crenças próprios, e passavam e passam a conviver com as pessoas que já moravam e moram aqui, influenciando-as e sofrendo influências. nessa troca de experiências, o país brasil e a população brasileira foram e continuam sendo formados.

➤ O cidadão brasileiro indígena

pelo estudo dos textos do capítulo 2, vimos que desde há muito tempo o ter-ritório onde vivemos e que chamamos de brasil era habitado por grupos indígenas que organizavam este espaço e lhe davam outros nomes, definindo seu território com uma história e cultura diferentes daquela construída pelos não índios.

tais diferenças são reconhecidas na constituição brasileira de 1988, que ga-rante às pessoas indígenas os seus direitos, visto que todos são cidadãos brasileiros. as pessoas indígenas têm direito também ao “registro na comunidade” onde nas-ceram, por exemplo. esse registro permite saber a qual tradição indígena (língua, costumes, religião, usos) a pessoa pertence, se é Kaingang, Guarani, Xetá ou outra. portanto, o registro é como uma “identificação étnica”, isto é, como uma carteira de identidade que indica de qual sociedade indígena ela é descendente. esse re-gistro é o reconhecimento da individualidade históri-ca e cultural de sociedades que habitavam este espa-ço antes da chegada dos europeus.

Ros

a G

audi

tano

/Stu

dio

R

Este cidadão brasileiro mora em uma aldeia

yanomâmi no estado de Roraima (1991).

Page 41: amostra digital história.pdf

viver é descobrir - história do paraná 41

➤ AT I V I D A D E S ➤

1. Pesquise e anote:

a) Na sala de aula:

•Quantos colegas nasceram no estado do Paraná?

•Quantos colegas nasceram no município onde vocês moram?

•Quantos colegas nasceram em outros estados brasileiros?

•A maioria nasceu no estado do Paraná ou fora dele?

b) Na família:

•Onde seus pais nasceram?

•Onde seus avós nasceram?

•Onde seus bisavós nasceram?

2. Localize no mapa-múndi e no mapa do Brasil o país ou a região brasileira de origem dos seus avós.

3. Responda às seguintes questões sobre a sua família:

a) Como é a alimentação e qual é a comida preferida da família? Qual a origem dessa comida?

b) Qual a religião dela?

c) Quais são as músicas preferidas? E o esporte preferido?

d) Se seus avós ou bisavós não nasceram no Brasil, qual é a lín-gua do país de origem deles?

4. Junte-se a dois colegas e comparem suas famílias com base nas anotações. Respondam: em que elas se parecem? Em que elas se dife-renciam?

5. Comente:

a) o que mais chamou a sua atenção na pesquisa que fez sobre a sua família;

b) a diferença entre as famílias que mais representou novidade para você.

6. Conte uma história sobre sua família para a classe. Informe quem contou essa história para você.

Professor(a): Consulte o Manual do Professor, página 40.

Professor(a): O trabalho com a diversidade da origem familiar favorece o sentimento de pertencimento. Atente para este e outros aspectos que permeiam o trabalho com as noções históricas.

Page 42: amostra digital história.pdf

42 viver é descobrir - história do paraná

7. Para cantar... e fazer teatro.

Eu

Paulo Tatit

perguntei pra minha mãe e uma moça apareceu– Mãe, onde é que você nasceu? [...]ela então me respondeu ela desfez a confusão.Que nasceu em curitiba [...]Mas que sua mãe que é minha avó se aquela moça espertaera filha de um gaúcho não tivesse ali passado[...] [...]perguntei para o meu pai: eu não teria bisavô– pai, onde é que você nasceu? nem bisavó nem avôele então me respondeu nem avó nem paiQue nasceu lá em recife pra casar com a minha mãe.Mas seu pai que é meu avô [...]era filho de baiano pois eu nem existiria[...] [...]e que um dia foi caçado pelo bando de Lampião. [...] Música Eu, de paulo tatit,

cd Palavra Cantada, 1999.

•Procure conhecer a letra completa dessa canção no CD Palavra Cantada, de 1999. Depois, em folha avulsa, adapte a letra da can-ção à sua família. Montem um mural com todas as adaptações, para que apareçam as diferentes histórias de formação de cada família.

➤ Todos temos direito de sonhar

o que é sonhar?

pergunta difícil de responder porque os sonhos podem ser entendidos e ex-plicados de jeitos diferentes.

para algumas pessoas, os sonhos pertencem à imaginação, não existem de verdade e só acontecem quando dormimos. eles nos levam para longe da realidade.

há outras pessoas que entendem que os sonhos “sonhados de olhos abertos” tornam-se desejos, expectativas, e que, procurando realizá-los, podemos mudar o que não gostamos, ir a lugares e ao encontro de pessoas que queremos conhecer ou de quem temos saudades, trazer alegria às pessoas que amamos, ajudar a mudar a vida das pessoas, da cidade e do país.

Professor(a): Consulte o Manual do Professor, página 40.

Page 43: amostra digital história.pdf

viver é descobrir - história do paraná 43

enfim, não importa se os sonhos são apenas imaginação ou se eles podem ser realidade. é preciso continuar a sonhar e a desejar, e é melhor não fazer isso sozinho, e sim compartilhando com as pessoas, pois:

“Sonho que se sonha só

É só um sonho que se sonha só

Mas sonho que se sonha junto é realidade”.Prelúdio, raul seixas

➤ AT I V I D A D E S ➤

1. Podemos contar nossos sonhos e desejos de muitas maneiras. Muitas pessoas contam seus sonhos através da poesia, da pintura, da fo-tografia e de muitas outras maneiras.

O poeta brasileiro Murilo Araújo, que nasceu no século XIX em Minas Gerais, conta em poesia seus sonhos de menino. Conheça um deles.

Sonho de herói

com um galho de bambu verde e dois ramos de palmeiraeu hei de fazer um dia o meu cavalo – com asas!subirei nele, com o vento, lá bem alto, de carreira[...]e irei até as estrelas,[...]onde nunca foi ninguém...

in: henriqueta Lisboa. Antologia poética para manter a infância e a juventude. rio de Janeiro: Mec, 1961.

Responda:

a) Qual é o sonho do menino do poema?

b) Como ele fará esse sonho se realizar?

c) Existe um cavalo com asas na realidade?

d) E no sonho?

2. Você e um(a) colega vão conversar sobre um sonho ou desejo de cada um e criar uma colagem com os materiais que escolherem para re-presentar esse sonho. Depois criem um “Painel dos sonhos da turma”.

Page 44: amostra digital história.pdf

44 viver é descobrir - história do paraná

➤ Sonhos de outras crianças do Brasil

conheça o sonho do brasileiro carlos adriano quando ele tinha 12 anos, em março de 1993, e o compartilhou com teresa corrêa de araújo:

O que eu sonho?... Eu sonho é ter vida boa, andando de bicicleta pelo mundo todo. Ler eu não sei muito, não. Mas já sei escrever o meu nome, da minha mãe, dos meus irmãos... Um dia eu me cortei, saí de casa sem comer e quando levantei o facão para cortar a cana... ele cortou foi minha mão. Foi um corte feio, levei cinco pontos, mas não deixei de trabalhar, não.

ana dourado e outros. crianças e adolescentes nos canaviais de pernambuco.in: Mary del priore (org.). História das crianças no Brasil.

são paulo: contexto, 1999, p. 430.

nesse relato, carlos adriano contou o que sonhava viver e também sobre o seu dia a dia, revelando que era uma criança que trabalhava em canaviais, no caso dele, na Zona da Mata do estado de pernambuco.

todas as crianças têm o direito de brincar, estudar e sonhar em andar “de bi-cicleta pelo mundo todo” ou o que quiserem. o relato de carlos adriano informa que a ele foi negado o direito de “estudar” e o direito de “não trabalhar”. isso ainda acontece a milhões de crianças e adolescentes brasileiros. eles são impedidos de frequentar a escola porque têm de trabalhar em canaviais, carvoarias, plantações de laranja ou mandioca, quebrando pedras, fazendo tijolos, quase sempre sem proteção alguma contra acidentes.

Muitas crianças e adolescentes trabalham para ajudar sua família. Um desses pais, que também trabalha em canaviais como cortador de cana desde os oito anos de idade e que se preocupa com seus filhos, diz o que queria para eles:

[...] tivessem terra, ti-vessem escola pra poder se criar; que tivessem direito a médico; que tivessem direi-to a tudo que era pra eles se criarem e aprenderem alguma coisa, pra quando fosse na velhice não estar que nem eu.

idem.

Serg

io R

anal

li/Pu

lsar

Trabalhadores rurais no corte da cana-de-açúcar em Nova

Fátima, PR (2009).