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A História e o Registro
Marcelo Salaroli de Oliveiramarcelosalaroli@uol.com.br
Objetivos da exposição
Qual o início do RI brasileiro ?
Por que surge o RI ?
Com que características surge o RI ?
Qual a importância do Registro do Vigário?
SUMÁRIO DA EXPOSIÇÃO
REGISTRO DE IMÓVEIS: UM CONCEITO
HISTÓRIA DO DIREITO: UM MÉTODO
ADVENTO E REFORMA DO RI: 1846 E 1864
REGISTRO DO VIGÁRIO: UM CADASTRO
REGISTRO DE IMÓVEIS: UM CONCEITO
RI = publicidade registral imobiliária
PUBLICIDADE (sentido amplo): Conjunto de mecanismos predispostos pelo
ordenamento jurídico a fim de tornar possível a todos os que desejarem o conhecimento de determinados atos e fatos jurídicos.
Salvatore Pugliatti
REGISTRO DE IMÓVEIS: UM CONCEITO
PUBLICIDADE – QUANTO AOS EFEITOS:
• NOTÍCIA
• DECLARATIVA
• CONSTITUTIVA
REGISTRO DE IMÓVEIS: UM CONCEITO
PUBLICIDADE – QUANTO À FORMA:
• ESPONTÂNEA (ou de fato)
• PROVOCADA
• REGISTRAL
REGISTRO DE IMÓVEIS: UM CONCEITO
PUBLICIDADE REGISTRAL (conceito): ELEMENTO MATERIAL
Efeito mínimo é a presunção inatácavel de conhecimento
ELEMENTO FORMAL Assentos (extratação) Tecnicamente organizados (averbações e
remissões recíprocas) Completa situação jurídica
HISTÓRIA DO DIREITO: UM MÉTODO
Conhecimento Histórico: importa apenas se elucida o instituto jurídico não necessita retroceder demasiadamente no
tempo, basta contemplar as transformações. não deve estar isolado na introdução evitar o “evolucionismo histórico”: premissa
falsa de que os institutos jurídicos evoluíram naturalmente do primitivo para o desenvolvido
ENCADEAMENTO DOS ATOS NORMATIVOS
Lei orçamentária 317, 21 de outubro de 1843 Decreto 482, de 14 de novembro de 1846 Lei 1.237, de 24 de setembro de 1864 Decreto 3.453, de 26 de abril de 1865 Decreto 169-A, de 19 de janeiro de 1890 Decreto 370, de 02 de maio de 1890 Decreto 451-B, de 31 de maio de 1890
ENCADEAMENTO DOS ATOS NORMATIVOS
Código Civil, de 1.º de janeiro de 1916 Decreto 12.343, de 03 de janeiro de 1917 Decreto Legislativo 4.827, 07 fevereiro de 1924 Decreto 18.542, de 24 de dezembro de 1928 Decreto 4.857, de 09 de novembro de 1939 Lei 6.015, de 31 de dezembro de 1973
REGISTRO DE HIPOTECAS: 1846
1846: HERANÇA DO DIREITO PORTUGUÊS:
Havia hipotecas, havia privilégios creditórios Hipoteca deveria ser celebrada por escritura Não havia sistema de publicidade Não havia como antever preferências
Surpresas ao créditoElevadas taxas de juros
REGISTRO DE HIPOTECAS: 1846
1º REGULAMENTO HIPOTECÁRIO IMPERIAL(Decreto 482, de 14 de novembro de 1846)
PRINCÍPIOS DE DIREITO REGISTRAL: INSCRIÇÃO PRIORIDADE TERRITORIALIDADE INSTÂNCIA PUBLICIDADE FORMAL LEGALIDADE
REGISTRO DE HIPOTECAS: 1846
PRINCÍPIOS AUSENTES
ESPECIALIDADE
CONTINUIDADE
CONCENTRAÇÃO
REGISTRO DE HIPOTECAS: 1846
REFORMA HIPOTECÁRIA
Tanto no Parlamento quanto na Doutrina Crítica às ausências de 1846 Fundamento no crescimento da economia
Proteção ao crédito, incentivo à lavoura, juros baixos
Culminou na Lei 1.237 de 24 de setembro 1864
REGISTRO DE HIPOTECAS: 1846
OPOSITORES DA REFORMA
Falta de cadastro
Desordem dos títulos de propriedade
Importância da delimitação física
REGISTRO GERAL: 1864
O REGISTRO GERAL(Lei 1.237 de 24 de setembro 1864)
AMPLIOU A PUBLICIDADE PARA AS:
HIPOTECAS LEGAIS
ÔNUS REAIS (TRANSCRIÇÃO)
TRANSMISSÕES ENTRE VIVOS (TRANSCRIÇÃO)
IMPÔS A TAXATIVIDADE DOS ÔNUS REAIS
REGISTRO GERAL: 1864
IMPÔS A ESPECIDALIDADE DO IMÓVEL:
DENOMINAÇÃO (OU LOGRADOURO) SITUAÇÃO FREGUESIA
CARACTERÍSTICOS
DA DÍVIDA: VALOR OU SUA ESTIMATIVA ÉPOCA DE VENCIMENTO
JUROS
REGISTRO GERAL: 1864
INSPIRAÇÃO DA REFORMA É ECONÔMICA• Mitigou a proteção ao hipossuficiente• Estabeleceu a taxatividade dos ônus reais• Exceção ao princípio da extinção do direito
pelo perecimento do objeto, no caso em que o bem esteja segurado
• Especialidade da dívida: fixa o montante da responsabilidade do imóvel, permitindo novas hipotecas.
REGISTRO GERAL: 1864
CRÍTICAS AO REGISTRO GERAL
A transcrição não induz prova do domínio
Ficaram excluídos os atos judiciais e as transmissões causa-mortis
REGISTRO DO VIGÁRIO: UM CADASTRO
A POLÍTICA DE TERRAS IMPERIAL(Lei 601, de 18 de setembro de 1850)
Finalidades: MÃO DE OBRA
(abolicionismo)
ESTRUTURA ÁGRARIA
(sesmarias e posses)
REGISTRO DO VIGÁRIO: UM CADASTRO
Instrumentos da Lei 601/1850
Compra à vista: único acesso à terra Facilita a vinda de estrangeiros
Definiu legalmente as terras devolutas Definiu quem são os proprietários particulares Criou procedimentos de legitimação/revalidação
(posses) (títulos em comisso)
Criou o “registro das terras possuídas”
REGISTRO DO VIGÁRIO: UM CADASTRO
Registro das terras possuídas A cargo dos párocos Fundado nas declarações dos possuidores Prazo para acabar Formar o Registro das Terras Possuídas no
Império Sem averbações/ cancelamentos/ transmissões Independe do título de propriedade ou posse Interessado na conformação física do imóvel Exclui imóveis urbanos Não gera direito
CONCLUSÕES
RI nasce com o Registro de Hipotecas
RI não tem origem no Registro do Vigário
RI está motivado, desde seu início, pela segurança do mercado /crédito
Sugestões de BibliografiaTEORIA DA PUBLICIDADE ALMEIDA, Carlos Ferreira. Publicidade e teoria dos registros. Coimbra:
Livraria Almedina, 1966.
HISTÓRIA – POLÍTICA DE TERRAS
CARVALHO, José Murilo de. A construção da ordem: A elite política imperial. Teatro de sombras: a política imperial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
COSTA, Emília Viotti. Política de terras no Brasil e nos Estados Unidos. In: ______. Da monarquia a república: momentos decisivos. 4. ed. São Paulo: Brasiliense, 1987.
COSTA PORTO, José. Estudo sobre o sistema sesmarial. Recife: Imprensa Universitária, 1965.
SILVA, Ligia Osorio. Terras devolutas e latifúndio: efeitos da lei de 1850. Campinas : Unicamp, 1996.
LIMA, Ruy Cirne. Pequena história territorial do Brasil: sesmarias e terras devolutas. Fac-símile da 4. ed. São Paulo: Secretaria de Estado da Cultura, 1990.
Sugestões de Bibliografia
REGISTROS PÚBLICOS - HISTÓRIA MACHADO, Joaquim de Oliveira. Manual do official de registro geral e das
hypothecas. Rio de Janeiro: B. L. Garnier, 1888. ______. Novissima guia pratica dos tabeliães ou o notariado no Brasil e
sua reforma. Rio de Janeiro: Garnier, 1887. PEREIRA, Lafayette Rodrigues (Conselheiro). Direito das coisas. 6. ed.
(Adaptação de José Bonifácio de Andrada e Silva) Rio de Janeiro/São Paulo: Freitas Bastos, 1956.
VEIGA, Dídimo Agapito. Direito hypothecario. Rio de Janeiro: Lammert & C., 1899.
GARCIA, Lysippo. Registros públicos e registros de immoveis. Rio de Janeiro: Casa Vallelle, 1929.
______. O registro de imóveis: a inscripção. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1927.
______. O registro de imóveis: a transcripção. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1922.
JACOMINO, Sérgio. A qualificação registral: história e importância do direito registral imobiliário brasileiro. 2003. 219 f. Tese (Doutorado em Direito)- Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho. Faculdade de História, Direito e Serviço Social de Franca – Unesp. 2003.
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