a balança - edição especial
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1
Edição Especial - VI Semana do Direito da UFC - Vol. I Fortaleza, 12 de maio de 2011.
A Balança
A Semana do Direto
consiste em um grande
evento organizado dentro
da seara jurídica cearense
unicamente pelos estudan-
tes da Faculdade de Direi-
to, da Universidade Fede-
ral do Ceará. Reunido em
torno de sua representação
estudantil, o Centro Aca-
dêmico Clóvis Beviláqua,
o corpo discente da sobre-
dita Faculdade se articula e
se esforça, ano após ano,
com o fito precípuo de
fazer da Semana do Direi-
to, que em 2011 chega a
sua sexta edição, um en-
contro de aprimoramento
da formação acadêmica
dos estudantes de Direito,
movimentando e oxige-
nando a ciência jurídica do
Estado com pautas atuais e
proficuamente importantes
ao desenvolvimento do
saber, não olvidando do
contexto nordestino no
qual está inserida.
***
“O verdadeiro grande
homem é o que não domi-
na ninguém e não é domi-
nado por ninguém.” Kha-
lil Gibran, filósofo e escri-
tor libanês.
Sem dúvida,
trata-se de um
grande homem,
na mais nobre
acepção da
expressão.
José de Albu-
querque Rocha,
carinhosamente conheci-
do, amado e admirado
como “Rochinha”, foi um
dos mais brilhantes juristas
cearenses de todos os tem-
pos. Um ser que faz jus a
que o chamemos de valo-
roso, de corajoso e de in-
dependente.
Rochinha, indubitavel-
mente, foi um insigne ma-
gistrado, um brilhante pro-
fessor. Estudioso à frente
de seu tempo, era detentor
de marca que afirmava a
sua extrema capacidade
intelectual: dois Pós-
Doutorados, na França e
na Inglaterra. Profundo
estudioso do Direito Cons-
titucional e do Processo,
enxergava que as formas,
que os procedimentos pro-
cessuais não deveriam ser
um fim em si mesmo, mas
um meio para que se en-
contrasse a efetiva e, aci-
ma de tudo, justa prestação
jurisdicional. O acesso ao
Poder Judiciário foi uma
de suas principais bandei-
ras de luta, que é, aliás,
mais que admirável, em
uma nação como a nossa,
em que muitos são aqueles
que se veem alijados de
qualquer ferramenta para
efetivar seus direitos.
Altivo, lutou (o verbo é
esse mesmo) contra as
injustiças em suas mais
variadas formas: injustiças
sociais, injustiças na Ad-
ministração Pública, injus-
tiças e abusos praticados
na magistratura cearense.
Juiz de Direito, José de
Albuquerque Rocha teria
sido o mais brilhante De-
sembargador da história do
VI Semana do Direito UFC
2
do Tribunal de Justiça.
Tinha todos os requisitos
para tanto. Todavia, possu-
ía uma característica que o
tirou da jurisdição de se-
gundo grau: era indepen-
dente. Não possuía
“lados”, nem pertencia aos
grupos políticos que existi-
am no TJ/CE.
Justiça é um dos valores
mais caros ao nosso Eter-
no Professor: combateu
duramente os mandos e
desmandos desta Faculda-
de, combateu as imoralida-
des em concursos de pro-
fessores, monitores, dentre
tantas outras mazelas. O
que ele ganhou com isso?
Inimigos, abutres inimigos
que o perseguiram, fazen-
do com que fosse expulso
desta Casa. Eis a verdade,
que não ousaram dizer
publicamente fazia anos.
Privilegiados foram
aqueles que tiveram a
oportunidade de ter pre-
senciado suas aulas. Alu-
nos são todos os que tive-
ram contato com a obra do
nosso Professor. Vale a
pena ressaltar: é uma hon-
ra ser aluno do professor
José de Albuquerque Ro-
cha.
Um Titã que defendia
como poucos a Constitui-
ção Federal, principalmen-
te no que diz respeito à
moralidade na Administra-
ção Pública, à efetiva e
justa prestação jurisdicio-
nal. Preocupado com a
Democracia, tinha como
uma de suas bandeiras a
defesa dos mais necessita-
dos, daqueles que mais
sofrem com as injustiças
que nossa República fabri-
ca e reproduz, quais sejam,
as sociais e econômicas. (Ubirajara Souza Fontenele
Junior)
Interpretação do
Direito e Democra-
cia
Na noite de abertura da VI
Semana do Direito, dia 16
de maio, mais precisamen-
te às 19h30min, a Faculda-
de de Direito da UFC terá
o prazer de receber Celso
Fernandes Campilongo.
Graduado em Direito pela
USP, mestre e doutor
pela mesma Faculdade e
Livre-Docente pela Ponti-
fícia Universidade Católi-
ca de São Paulo, é atual-
mente professor associado
da Faculdade de Direito da
USP e Professor Doutor
pela Pontifícia Universida-
de Católica de São Paulo.
Sua linha de pesquisa se
concentra nas áreas de
Teoria Geral do Direito,
Filosofia do Direito e So-
ciologia Jurídica.
Junto ao conferencista,
teremos Newton de Me-
nezes Albuquerque, gra-
duado e mestre em Direito
pela Universidade Federal
do Ceará e doutor em Di-
reito pela Universidade
Federal de Pernambuco.
Em homenagem a José de Albuquerque Rocha
(José de Albuquerque Rocha)
3
É Professor Adjunto da
UFC e compõe a Procura-
doria Geral do Município
de Fortaleza. Pesquisa
principalmente nas áreas
de Teoria do Estado e Di-
reito Internacional.
Essa palestra pretende
abordar a atualização do
Direito por meio de sua
interpretação condicionada
pela Democracia. Chame-
se atenção às linhas de
pesquisa dos conferencis-
tas, pois ambos atuam na
temática de Democracia e
da Política relacionadas ao
Direito. O Professor Celso
Campilongo possui obras
muito próximas à temática
principal do homenageado
(democratização do judici-
ário), enquanto o Professor
Newton Albuquerque vi-
nha trabalhando ativamen-
te com o saudoso Profes-
sor José de Albuquerque
Rocha na seara de Direito
e Marxismo.
Tributação Indireta e
suas contradições
Carlos César Sousa Cintra
e Hugo de Brito Machado
Segundo ministrarão, na
terça-feira, dia 17 de maio,
a palestra
“Tributação Indi-
reta e as suas
contradições”, de
07h50min às
09h50min. Os
tributos indiretos
são normalmente
cobrados em toda
a cadeia produtiva, tendo
seus efeitos na formação
dos preços pagos pelos
consumidores finais e não
percebidos por eles, na
medida em que são partes
indissociáveis dos preços
Os principais problemas
surgidos em torno dos
tributos conhecidos como
indiretos decorrem preci-
samente da incoerência
com que o legislador, parte
da doutrina e da jurispru-
dência extraem consequên-
cias jurídicas dessa classi-
ficação. É incoerente e
contraditória a forma co-
mo os mais diversos as-
pectos da tributação indi-
reta são tratados pela or-
dem jurídica brasileira.
Carlos César Sousa
Cintra possui graduação
em Direito pela UNIFOR,
especialização em Direito
Constitucional pela UNI-
FORR, especialização em
Direito Público UNIFOR,
mestrado em Direito pela
Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo e
doutorado em Direito pela
Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo.
Atualmente é Professor da
Universidade Potiguar,
Professor da Faculdade 7
de setembro e Professor do
Instituto de Estudos Em-
presariais. Tem experiên-
cia na área de Direito ,
com ênfase em Direito
Público. Atuando princi-
palmente nos seguintes
temas: direito tributário,
funções tributárias, proces-
so, procedimento e Poder
Executivo.
Hugo de Brito Macha-
do Segundo é bacharel e
mestre em Direito pela
Universidade Federal do
Ceará e Doutor em Direito
Constitucional pela Uni-
versidade de Fortaleza.
Atualmente é Professor
Adjunto da Faculdade de
Direito da Universidade
Federal do Ceará e mem-
bro do Instituto Cearense
de Estudos Tributários.
3
(Celso Campilongo)
Palestras
4
Intervenção do Poder
Judiciário nas Políticas
Públicas: o caso das
PPP's
Na terça-feira, dia 17, às
10h, a Centenária Faculda-
de de Direito será palco do
debate “Intervenção do
Poder Judiciário nas Políti-
cas Públicas: o caso das
PPP's”. A mesa terá como
palestrante o advogado e
professor Gustavo Brígido
Bezerra Cardoso.
Gustavo Brígido Bezer-
ra Cardoso possui gradua-
ção em Direito pela UFC,
especialização em Direito
e Processo Administrativo
pela UNIFOR, mestrado
pela Universidade Estadual
do Ceará e é autor da obra
“POLÍTICAS PÚBLICAS:
A gênese, nacional e inter-
nacional, das políticas
sociais. O Estado de bem-
estar social. As parcerias
público-privadas: instru-
mento alternativo de supe-
ração das carências públi-
cas de políticas de infraes-
trutura”.
As parcerias público-
privadas são contratos que
estabelecem vínculo obri-
gacional entre a Adminis-
tração Pública e o setor
privado para a implemen-
tação ou gestão, total ou
parcial, de obras, serviços
ou atividades de interesse
público. O setor privado,
então, assume a responsa-
bilidade pelo financiamen-
to, investimento e explora-
ção do serviço, atendendo
sempre aos princípios ad-
ministrativos gerais e aos
princípios específicos des-
se tipo de parceria.
Tais parcerias estão em
evidência, principalmente,
no Governo Federal, em
especial no setor de infra-
estrutura, de forma que
uma das principais experi-
ências na efetivação de
contratos é na concessão
de rodovias. Ressalta-se a
importância desse debate,
no âmbito jurídico, uma
vez que a prestação dos
serviços de interesse públi-
co tem por finalidade a
realização de direitos fun-
damentais, fornecendo
utilidades materiais ou
imateriais a todos.
O novo CPC e a sua
Parte Geral
No dia 17 de maio, terça-
feira, às 17h50min, ocorre-
rá palestra que versará
sobre “O novo CPC e a
sua Parte Geral”. Os pa-
lestrantes serão: Marcelo
Lima Guerra, Francisco de
Assis Filgueira Mendes e
Juvêncio Vasconcelos Via-
na.
Marcelo Lima Guerra possui graduação em Di-
reito pela Universidade
Federal do Ceará (UFC),
mestrado e doutorado em
Direito pela Pontifícia Uni-
versidade Católica de São
Paulo (PUC-SP) e pós-
doutorado em direito pela
Università degli Studi di
Pavia - Itália. Foi Visiting
Scholar na Tulane Law
School, em New Orleans,
Louisiana, EUA. Atual-
mente é Juiz do Trabalho e
professor da Faculdade de
Direito da UFC. Atua,
principalmente, nos temas:
direitos fundamentais, ex-
ecução civil, argu-
mentação, teoria da norma
jurídica, entre outros. Au-
tor dos livros: “Direitos
Fundamentais e a proteção
do credor na Execução
Civil” e “Execução Indire-
ta”.
Juvêncio Vasconcelos
Viana possui graduação e
mestrado em Direito pela
Universidade Federal do
Ceará (UFC) e doutorado
em Direito Processual pela
Faculdade de Direito da
USP. Atualmente, é Procu-
rador do Estado do Ceará,
professor da Faculdade de
Direito da UFC, Professor
das especializações em
Palestras
5
Palestras
Direito Processual da Fun-
dação Escola Superior de
Advocacia - OAB (CE) -
e da Escola da Magistratu-
ra-CE. Membro do Institu-
to Iberoamericano de De-
recho Procesal. Autor do
livro “Efetividade do pro-
cesso em face da Fazenda
Público”.
Francisco de Assis Fil-
gueira Mendes é bacharel
em Ciências Jurídicas e
Sociais pela UFC, especia-
lista em Advocacia Em-
presarial pela Fundação
Getúlio Vargas, especialis-
ta em Direito Público pela
UFC, especialista em Pro-
cesso Civil pela UFC e
mestre em Direito Público
pela UFC. Atualmente é
Desembargador do Tribu-
nal de Justiça do Estado
do Ceará, Professor Assis-
tente da Faculdade de Di-
reito da UFC, Professor
convidado do Curso de
Especialização em Proces-
so Civil da UNIFOR
Interpretação do Di-
reito e STF
No dia 10 de maio (terça
-feira), às 19h50min, tere-
mos a palestra “Interpre-
tação do Direito e STF”,
com duas sumidades do
Direito em âmbito interna-
cional. A primeira será o
Professor Raimundo Be-
zerra Falcão, cuja a obra
de uma vida gira em torno
dos problemas atinentes à
Filosofia do Direito. A
segunda, o ex-Ministro do
STF Eros Grau, que nos
regozijará com sua profun-
da sapiência, tanto teórica
quanto prática. Vê-se,
pois, que se não poderia
pensar em nomes mais
apropriadas para ministrar
essa imperdível palestra.
Eros Roberto Grau foi
Professor Titular da Facul-
dade de Direito da USP,
Ministro do Supremo Tri-
bunal Federal até 2010,
Professor Visitante da
Université Paris 1
[Panthéon-Sorbonne)], da
Université de Montpellier
I e da Université du Havre.
Possui doutorado em Di-
reito e livre-docência pela
USP. É Doutor Honoris
Causa da Université
Cergy-Pontoise (França),
da Université du Havre
(França), da Universidad
Siglo 21 (Córdoba, Argen-
tina), da Unisinos - Uni-
versidade do Vale do Rio
dos Sinos e da Universida-
de Presbiteriana Macken-
zie. Recebeu do Presidente
da República Francesa
duas condecorações: Offi-
cier de la Légion d’hon-
neur e Officier de l’Ordre
National du Mérite. Sua
linha de pesquisa compre-
ende as áreas de Direito,
Economia e desenvolvi-
mento, constatada através
de sua obra “A Ordem
Econômica na Constitui-
ção de 1988”
Raimundo Bezerra
Falcão possui graduação
em direito pela Universi-
dade Federal do Ceará
(1973) e mestrado em Di-
reito (Direito e Desenvol-
vimento) pela Universida-
de Federal do Ceará
(1980). Foi presidente da
OAB-CE de 1989 a 1991.
Atualmente é Professor
Adjunto da Universidade
Federal do Ceará, tendo
lecionado as cadeiras de
Direito Econômico, Her-
mêutica Jurídica e Filoso-
fia do Direito. Possui ex-
periência na área de Teoria
(Eros Grau)
6
do Direito e algumas de
suas principais obras são
“Hermenêutica”,”Tributa-
ção e Mudança Social”, “O
Direito na Empresa” e
“Palavras aos que Ainda
Ouvem”.
Minorias, Sociedade e
seus Direitos Coletivos
No dia 18 de maio, quar-
ta-feira, às 07h50min, será
ministrada a palestra
“Minorias, Sociedade e
seus Direitos Coletivos”
pelo doutor Carlos Frederi-
co Marés de Souza Filho e
pela doutora Danielle Ane
Pamplona.
O conferencista Carlos
Frederico Marés concluiu
sua graduação, mestrado e
doutorado na Universidade
Federal do Paraná, foi Se-
cretário de Cultura de Cu-
ritiba, Procurador Geral do
Estado do Paraná, Presi-
dente da FUNAI, Procura-
dor Geral do INCRA e
Diretor do Banco Regional
de Desenvolvimento do
Extremo Sul. Atualmente,
integra o Programa de
Mestrado e Doutorado da
Pontifícia Universidade
Católica do Paraná como
Professor Titular. Ele tam-
bém é membro do Conse-
lho Diretor do Instituto
Latinoamericano de Servi-
cios Legales Alternativos,
membro do Conselho Dire-
tor do Instituto Socioambi-
ental e conselheiro do Con-
selho do Patrimônio Histó-
rico e Artístico do Paraná.
Sofreu exílio político no
Uruguai, no Chile, na Di-
namarca e em São Tomé e
Príncipe durante o período
de 1970 a 1979. É advoga-
do de povos indígenas des-
de 1980.
Marés alcançou visibili-
dade nacional através de
seus estudos: direitos cole-
tivos das sociedades e dos
povos; modernidade, en-
quanto exclusão de direitos
coletivos; territorialidade
das sociedades e povos e
os direitos a ela referentes;
questão da terra e sua rela-
ção com a propriedade
privada; e direitos ao co-
nhecimento. O pesquisador
destaca-se por abordar
esses temas dentro da di-
mensão latino-americana,
já tendo publicado dois
livros, intitulados “Bens
Culturais e sua Proteção
Jurídica” e “O Renascer
dos Povos Indígenas para o
Direito”.
A advogada Danielle Ane
Pamplona se graduou em
Direito pela Universidade
Federal do Paraná, conclu-
iu o mestrado em Direito
Constitucional na Pontifí-
cia Universidade Católica
de São Paulo e o doutorado
em Direito Público na
UFSC. Atualmente, é Pro-
fessora Assistente da Pon-
tifícia Universidade Católi-
ca do Paraná e do Instituto
Superior Tupy em Joinvil-
le. Tem experiência profis-
sional na atuação junto à
Organização Não Governa-
mental de Micro Crédito e
em Escritório de Advoca-
cia, onde atua na Adminis-
tração e na área empresari-
al.
A palestra tratará de as-
sunto problemático para a
sociedade brasileira, uma
vez que envolve a discri-
minação e a segregação
que grupos minoritários
(índios, negros, homosse-
xuais, mulheres, dentre
outros) vêm sofrendo ao
longo da História do Bra-
sil, como se pode observar
por meio dos documentos e
relatos históricos desde a
época da colonização.
Dentro da seara jurídica,
a importância desse tema
vem adquirindo bastante
relevância. Apesar de exis-
tirem garantias democráti-
cas recepcionadas na
Constituição Federal de
1988, nas normas infra-
constitucionais e nos Tra-
tados Internacionais, ainda
se convive com a violação
flagrante de direitos ine-
Palestras
7
rentes a esses grupos mino-
ritários. Dentro do rol de
violação estão os direitos à
igualdade, à não-
discriminação, à existên-
cia, à sobrevivência, à
identidade e outros tão
indispensáveis quanto es-
ses.
A população LGBT
na Justiça
Na manhã do dia 18 de
maio, às 10h, a Faculdade
de Direito da UFC terá a
honra de receber, na VI
Semana do Direito, Maria
Berenice Dias, bacharel
em Direito pela Universi-
dade Federal do Rio Gran-
de do Sul, mestre em Pro-
cesso Civil pela Pontifícia
Universidade Católica do
Rio Grande do Sul e escri-
tora de diversas obras que
a consolidaram como uma
das mais renomadas dou-
trinadoras do País nas
áreas de Direito Homoafe-
tivo, Direito de Família e
Sucessões. Ademais, é co-
fundadora do Instituto Bra-
sileiro de Direito de Famí-
lia (IBDFAM) e uma das
ganhadoras do prêmio Di-
reitos Humanos no ano de
2009.
Acompanhando a ex-
desembargadora nos deba-
tes, teremos, também, Yuri
Cavalcante Magalhães,
juiz da 14ª Vara de Família
de Fortaleza, mestre em
Direito e Desenvolvimento
e Professor Adjunto da
Faculdade de Direito da
UFC, e Carlos Henrique
Garcia de Oliveira, tam-
bém juiz e mestre em Or-
dem Jurídica Constitucio-
nal pela Universidade Fe-
deral do Ceará.
O debate terá início às
10h10min e incidirá sobre
a população LGBT
(lésbicas, gays, bissexuais,
travestis, e transgêneros),
tema sobre o qual foram
omissos legisladores e
constituintes, deixando a
homoafetividade à margem
do Direito e da Justiça. As
discussões serão de grande
relevo, dada a recente deci-
são do STF, da última
quinta-feira, 05 de maio,
igualando os direitos e
deveres dos casais hetero e
homoafetivos.
As Implicações da
Obrigatoriedade do
Exame da Ordem na
Educação Jurídica
A primeira palestra da
noite de quarta-feira, dia
18 de maio, versará sobre
“As implicações da obriga-
toriedade do Exame de
Ordem na Educação Jurídi-
ca”. Os debatedores serão:
Roberto Efrem Filho e
Álvaro de Melo Filho.
Roberto Efrem Filho é
mestre em Direito pela
Universidade Federal de
Pernambuco, professor
substituto da mesma insti-
tuição de ensino, assessor
jurídico popular e, ainda,
militante dos movimentos
sociais. Suas obras aden-
tram sobre os seguintes
temas: Direitos Humanos,
aborto, MST e o problema
rural brasileiro, Assessoria
Jurídica Popular e Crimi-
nalização dos Movimentos
Sociais, o Socialismo e a
Democracia, etc.
Álvaro Melo Filho é
advogado, possui Gradua-
ção em Ciências Jurídicas
e Sociais pela Universida-
de Federal do Ceará, Gra-
duação em Filosofia pela
UECE, Mestrado em Direi-
to na Pontifica Universida-
de Católica do Rio de Ja-
neiro e Livre-Docência
Palestras
(Maria Berenice Dias)
8
pela Universidade Federal
do Ceará. Desempenha,
atualmente, as funções de
Professor Associado e Di-
retor da Faculdade de Di-
reito da Universidade Fe-
deral do Ceará. É Membro
da Comisssão de Estudos
Jurídicos Esportivos do
Ministério do Esporte,
membro da Comissão Na-
cional de Educação Jurídi-
ca do Conselho Federal da
OAB, Membro da Comis-
são Especial de Coordena-
ção do Exame de Ordem
do Conselho Federal da
OAB e membro do Institu-
to dos Advogados Brasilei-
ros. Membro da FIFA des-
de 1989. É professor de
cursos de pós-graduação
em Direito Desportivo,
inclusive no exterior. Tem
experiência na área jurídi-
ca, com ênfase em Direito
Desportivo, Direito Imobi-
liário, Direito Educacional
e Ensino Jurídico
O tema da palestra se
mostra de grande impor-
tância, em razão de, recen-
temente, o STF ter proferi-
do decisão suspendendo
uma liminar que extinguia
a obrigatoriedade do Exa-
me de Ordem. Essa liminar
foi concedida pelo TRF-5
depois que dois bacharéis
recorreram de decisão do
juiz de primeiro grau que
havia rejeitado a inscrição
sem a realização da prova
da OAB. A obrigatorieda-
de do Exame de Ordem
põe em questão a qualida-
de do ensino jurídico posto
em prática nas diversas
faculdades espalhadas pelo
Brasil, uma vez que um
grande número de alunos
está na dependência de
curso preparatório para
adentrar na OAB.
Sociedade da Infor-
mação e Propriedade
Intelectual
Nilton César Flores é
Doutor pela UFSC e Mes-
tre pela Universidade Ga-
ma Filho, Professor convi-
dado FGV Rio, Professor
Adjunto de Direito Empre-
sarial da UFF e Professor
do Mestrado e Doutorado
da Estácio de Sá. Publicou
um livro sobre contratos
internacionais de transfe-
rência de tecnologia e ou-
tro sobre segredo industrial
e contratos de know-how,
além de diversos artigos
sobre propriedade intelec-
tual.
Marcos Wachowicz é
Doutorando em Direito
pela UFPR, Mestre em
Direito pela Universidade
Clássica de Lisboa-
Portugal, Bacharel em Di-
reito pela PUC-PR. Profes-
sor substituto de Direito da
UFPR, Professor de Direi-
to Comercial e Direito da
Informática na Faculdade
de Direito de Curitiba,
Docente no Curso de Pós-
Graduação Latu Senso de
Direito e Negócios Interna-
cionais pela Universidade
Federal de Santa Catarina -
UFSC na disciplina de
Propriedade Intelectual,
Especialista em Direito
Intelectual.
Essas duas personalida-
des jurídicas palestrarão
sobre propriedade intelec-
tual, na quinta-feira, às
19h50min tema de relevân-
cia recente no cenário jurí-
dico. Propriedade intelec-
tual consiste basicamente
no conjunto de normas
jurídicas que se podem
apelar para proteger os
direitos do criador. O direi-
to intelectual passa a ser
visto como um bem, assim
como o direito de um pro-
prietário de terras. A pri-
meira tentativa de se pro-
duzir um direito do autor
foi o Statue of Anne, cria-
ção de mentes britânicas.
Percebeu-se, nessa época,
um conflito entre os inte-
resses de um sociedade e o
interesse do autor.
Na nossa sociedade, os
direitos sobre a proprieda-
de intelectual têm sido
Palestras
9
gradativamente desrespei-
tos. A internet facilita bas-
tante o trabalho da pirata-
ria, por isso é necessário
que se pense em novas
soluções jurídicas para os
problemas advindos da
pirataria virtual.
Em relação as patentes,
ocorre a concessão de di-
reitos exclusivos de propri-
edade sobre determinado
objeto, garante ao proprie-
tário direitos de impedir
que alguém produza, ou
fabrique objeto de criação
sua. A idéia da criação da
patente foi estimular a pro-
dução científica, sendo em
favor de determinados in-
divíduos, mas a favor de
toda sociedade. A dissemi-
nação da tecnologia em
âmbito global aumenta a
problemática em relação à
propriedade intelectual.
Como conciliar os avanços
científicos, tecnológicos, a
um direito que visa prote-
ger individualmente e esti-
mular a criatividade na
sociedade?
A palestra tratará justa-
mente sobre esse proble-
ma. A sociedade da infor-
mação caracteriza-se, por
uma grande facilidade de
acesso a documentos, li-
vros e estudos que, no pas-
sado, praticamente seria
impossível de serem aces-
sados. Por um lado, isso
estimula a cultura, mas,
por outro lado, prejudica
os produtores, sejam eles
escritores, músicos ou ar-
tistas em geral. É necessá-
rio que se faça, então, um
direito da propriedade inte-
lectual novo. Como fazer
para que os produtores
lucrem, e assim produzam
mais? Nessa sociedade da
informação, as modalida-
des de criação e transmis-
são de obras foram altera-
das. É errado pensar na
propriedade intelectual
sobre um prisma meramen-
te econômico, o lucro má-
ximo, nem sempre, será o
ideal a ser atingido, porque
outros bens, como a cultu-
ra, também devem ser res-
guardados. Alguns, olhan-
do pelo prisma meramente
econômico, inibem técni-
cas em gestação. Ao invés
de se proteger uma criação,
a patente assegura um futu-
ro tranqüilo para os benefi-
ciados, mas impede o de-
senvolvimento tecnológi-
co, aumentando o paga-
mento de royalties. Multi-
plicam-se as patentes vol-
tadas unicamente ao co-
nhecimento, como algorit-
mos e software da informá-
tica. Diante dessas e de
outros problemas o pales-
trantes debaterão.
Os Novos Trabalha-
dores do Campo e seus
Direitos: o Caso da
Modernização Agríco-
la na Chapada do Apo-
di/CE
A situação dos novos
trabalhadores da Chapada
do Apodi transcende a
esfera local. A série de
mudanças de que padecem
os trabalhadores rurais
descamba em consequên-
cias graves para a socieda-
de brasileira. Famílias afe-
tadas, migrações descon-
troladas, além de transgres-
sões ambientais, transfor-
mam a dinâmica, antes
pacífica, dos homens com
a terra e a comunidade.
É sob esse contexto que
o tema se torna relevante
para a comunidade jurídi-
ca. Embora a situação dos
novos trabalhadores rurais
da Chapada do Apodi este-
ja, aparentemente, distante
da realidade urbana, as
consequências da moderni-
zação agrícola, aos moldes
que se vislumbram no
Apodi, acarretam uma teia
de insegurança alimentar,
hídrica, social e jurídica
para cidadãos cearenses.
As informações sobre essa
complexa teia de insegu-
rança, que serão expostas
durante a primeira palestra
Palestras
10
da quinta-feira, dia19, du-
rante a VI Semana do Di-
reito da UFC, enriquecerão
a vasta lista de desafios
postos à comunidade jurí-
dica cearense.
Destarte, convidada para
palestrar sobre o tema, a
Dra. Raquel Maria Rigo-
tto, pesquisadora e profes-
sora da UFC, graduada em
Medicina pela UFMG,
especialista em Medicina
do Trabalho pela Funda-
centro, mestre em Educa-
ção pela UFMG, doutora
em Sociologia pela UFC e
coordenadora do Grupo
Trabalho, Meio Ambiente
e Saúde para a Sustentabi-
lidade – TRAMAS, possui
vasta experiência acadêmi-
ca e científica e lança um
olhar sobre os novos traba-
lhadores da Chapada do
Apodi, perfilando-os sob
aspectos sociais, médicos,
políticos e jurídicos.
Como debatedora, Regi-
na Sônia Costa Farias,
graduada em Serviço Soci-
al pela UECE, graduada
em Direito pela UNIFOR e
mestranda em Direito
Constitucional pela UFC.
Sistema Penal e Crimi-
nologia Crítica
A obra “The New Crimi-
nology”, de Taylor, Wal-
ton e Young, é considerada
o marco inicial da Crimi-
nologia Crítica. Esta, con-
trapondo-se à Criminologia
Tradicional, cujo foco de
estudo é o crime e o crimi-
noso, debruça-se sobre a
análise do sistema de con-
trole, das causas e das con-
sequências da incrimina-
ção. Essa nova e revolucio-
nária vertente da Crimino-
logia será tratada na pales-
tra “Sistema Penal e Crimi-
nologia Crítica”, ministra-
da pelo Dr. Jackson Cha-
ves de Azevedo e pela De-
sa. Celeste Aragão, na
quinta-feira, dia 19 de
maio, das 10h10min às
12h, na VI Semana do Di-
reito da UFC.
Jackson Chaves de Aze-
vedo é graduado, pela Uni-
versidade Federal da Ba-
hia, nos cursos de Direito,
História e Disciplinas Es-
pecializadas (Direito e
Legislação). É mestre em
Direito pela UFSC e dou-
torando em Direito Público
pela Universidade Federal
da Bahia. Atualmente é
Professor Convidado da
Universidade Salvador e
Professor Titular do Centro
Universitário Jorge Ama-
do. Foi Procurador do Es-
tado da Bahia e de Santa
Catarina. É também mem-
bro da Academia de Letras
Jurídicas da Bahia.
Maria Celeste Thomaz
de Aragão é bacharel em
Ciências Jurídicas e Soci-
ais pela Faculdade de Di-
reito da UFC. Por esta
mesma instituição é espe-
cialista em Direito Público.
Atuou como advogada e,
posteriormente, como Pro-
motora de Justiça. Tomou
posse no cargo de Desem-
bargadora do Tribunal de
Justiça do Estado do Ceará
em 2000, função exercida
até o ano de 2008, quando
se aposentou.
Aposentadoria no
Sistema Público
A VI Semana do Direito
da UFC trará, na quinta-
feira, dia 19 de maio, das
15h45min às 18h, a pales-
tra “Aposentadoria no Sis-
tema Público”, a ser minis-
trada por André Studart
Leitão, José Leandro Mon-
teiro e Eduardo Rocha. Os
(Maria Celeste Aragão)
Palestras
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abalizados expositores,
nesta ocasião, discutirão
temas relacionados às apo-
sentadorias dos sistemas
públicos de Previdência
Social, aqueles administra-
dos pelo Poder Público, ou
seja, o Regime Geral de
Previdência Social e o Re-
gime Próprio de Previdên-
cia. Ressalte-se a impor-
tância dos benefícios con-
cedidos pelos sistemas
públicos de previdência,
importantes instrumentos
de distribuição de renda no
país.
André Studart Leitão é
graduado em Direito pela
UFC, mestre e doutorando
em Direito Previdenciário
pela Pontifícia Universida-
de Católica de São Paulo.
Atualmente, é Procurador
Federal e professor da
UFC e da Rede de Ensino
Luís Flávio Gomes. É au-
tor da obra “Aposentadoria
especial: doutrina e juris-
prudência”.
José Leandro Monteiro
de Macêdo possui gradua-
ção e mestrado em Direito
pela UFC. Atualmente, é
Procurador Federal do Mi-
nistério da Previdência,
professor titular da UNI-
FOR, da Faculdade Chris-
tus e do Curso Professor
Jorge Hélio. É coautor da
obra Curso de Direito Pre-
videnciário.
Eduardo Rocha Dias possui Graduação e Mes-
trado em Direito pela UFC
e Doutorado em Direito
pela Universidade de Lis-
boa, título revalidado pela
UFPE. Atualmente, é Pro-
curador Federal e Profes-
sor Adjunto da UNIFOR.
É coautor da obra “Curso
de Direito Previdenciá-
rio”.
A Ação Penal nos
Crimes Contra a Dig-
nidade Sexual
Às 17h40min, da quinta-
feira (19/05), terá início a
palestra “A Ação Penal nos
Crimes Contra a Dignidade
Sexual”, ministrada por
Cézar Roberto Bitencourt e
por Samuel Miranda, que
tem como moteas altera-
ções ocorridas na legisla-
ção penal em 2009.
Cézar Roberto Biten-
court é Bacharel em Direi-
to pela Universidade de
Passo Fundo e doutor em
Direito Penal pela Univer-
sidade de Sevilha. Atual-
mente é professor convida-
do de pós-graduação
(Mestrado e Doutorado) da
Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do
Sul, advogado coproprietá-
rio do Escritório Biten-
court & Naves Advogados
Associados, com sede em
Brasília. É professor convi-
dado do Curso de Doutora-
do em Direito Penal da
Universidade Pablo de
Olavide, de Sevilha - Espa-
nha. Tem experiência na
área de Direito Penal, com
ênfase em Direito Penal
empresarial e eleitoral,
atuando principalmente
nos seguintes temas: crimi-
nalidade econômica, cri-
mes contra o sistema finan-
ceiro, contra a ordem tribu-
tária, crimes ambientais,
crimes falimentares e cri-
mes eleitorais.
Samuel Miranda Arru-
da possui graduação em
Direito pela Universidade
de Fortaleza, mestrado em
Direito pela UFC e douto-
rado em Direito pela Uni-
versidade de Coimbra.
Atualmente é professor da
(Cézar Bitencourt)
Palestras
12
UNIFOR e da UFC, onde
leciona Direito Penal, uma
de suas principais áreas de
atuação.
A necessária reforma
da Lei de Direito Auto-
rais
A VI Semana do Direito,
quinta-feira (18/05), às
20h00, trará a público,
como palestrante, Túlio
Lima Vianna. Graduado e
mestrado em Direito pela
UFMG e doutorado pela
Universidade Federal do
Paraná, é hoje professor
adjunto de Direito penal da
Faculdade de Direito da
UFMG. Uma das maiores
autoridades em Direito
Autoral e Direito Informá-
tico, Túlio Vianna vem
abrilhantar e prestigiar
mais uma vez a Semana de
Direito, tendo comparecido
anteriormente na IV edição
do evento.
Para debater com o pa-
lestrante, contamos com a
presença de Renato Leite
Monteiro, graduado e
mestrado em Direito pela
UFC, atualmente professor
da Faculdade Autônoma de
Direito e advogado do es-
critório Opice Blum Advo-
gados Associados.
A lei de Direitos autorais
é uma clara demonstração
do descompasso entre o as
normas jurídicas e o mun-
do factual no qual se inse-
re, gerando incongruências
e contradições. Nota-se,
portanto, a atualidade e a
necessidade dessa palestra
que se propõe a questionar
certa base legal.
O futuro da Ecologia
Política e as perspecti-
vas do Direito Ambien-
tal na Sociedade de
Risco
Na sexta-feira, dia 20, o
Professor Doutor Rogério
Silva Portanova e o Verea-
dor e Professor João Alfre-
do Telles Melo realizarão
um debate acerca do futuro
da Ecologia Política, enfa-
tizando as perspectivas do
Direito Ambiental na soci-
edade de risco. O debate
será realizado a partir das
8h da manhã, durante a VI
Semana do Direito UFC.
Conhecido por seu rele-
vante trabalho na seara
ambiental, principalmente
por sua linha de pesquisa
na área da Ecologia Políti-
ca, Rogério Silva Porta-
nova possui graduação em
Direito pela Pontifícia Uni-
versidade Católica do Rio
Grande do Sul, especializa-
ção em Sociologia Política
pela Universidade Federal
de Santa Catarina, mestra-
do em Direito também pela
UFSC e doutorado em
Sociologie et Antropologie
Du Politique pela Univer-
sité de Paris VIII. É, atual-
mente, Professor Adjunto
da UFSC, Conselheiro do
Conselho Nacional do
Meio Ambiente e Membro
de corpo editorial da Re-
vista Sequência (UFSC).
Tem experiência na área
jurídica com ênfase na
Teoria do Direito.
João Alfredo Telles
Melo tem uma vasta parti-
cipação no que se refere à
luta em defesa do meio
ambiente, enfatizando tam-
bém a questão agrária e os
direitos humanos. É mestre
em Direito Público pela
Universidade Federal do
Ceará, professor de Direito
Ambiental na Universidade
7 de Setembro e advogado.
Atual vereador pelo PSOL
em Fortaleza, já foi eleito
deputado estadual e depu-
tado federal pelo PT e atu-
ou como consultor de polí-
ticas públicas do Greenpe-
ace.
A palestra buscará abor-
dar o tema da ecologia
política e Direito Ambien-
tal e suas repercussões na
nossa sociedade, relacio-
nando as questões sobre
proteção jurídica do meio
ambiente e risco. Anseia-se
por um debate que levante
Palestras
13
ricos questionamentos e
reflexões acerca da temáti-
ca ambiental, relacionando
-a à situação e às proble-
máticas relevantes da atua-
lidade e aos resultados
refletidos na população.
Direito à memória –
Dever de Memória
O Programa Nacional de
Direitos Humanos –
PNDH 3, aprovado pelo
Decreto n.º 7.037/09, reco-
nhece claramente o direito
e o dever de memória do
povo brasileiro. O progra-
ma é uma proposta de in-
tervenção federal em favor
de esclarecimentos pesso-
ais, sociais, políticos e
militares das várias épocas
despóticas vividas no Bra-
sil. Como assevera o pro-
grama, “a história que não
é transmitida de geração a
geração torna-se esquecida
e silenciada. O silêncio e o
esquecimento das barbáries
geram graves lacunas na
experiência coletiva de
construção da identidade
nacional. Resgatando a
memória e a verdade, o
País adquire consciência
superior sobre sua própria
identidade, a democracia
se fortalece. As tentações
totalitárias são neutraliza-
das e crescem as possibili-
dades de erradicação defi-
nitiva de alguns resquícios
daquele período sombrio,
como a tortura, por exem-
plo, ainda persistente no
cotidiano brasilei-
ro” (PNDH 3, p.170).
O assunto será abordado
na VI Semana do Direito,
evento promovido pelo
Centro Acadêmico Clóvis
Beviláqua, que, com muito
cuidado, selecionou com-
ponentes de mesa para
arrostar o tema de tão
grande pertinência e urgên-
cia a ser tratado em nosso
Estado, no dia 20 de maio
(sexta-feira), às 09h50min.
O palestrante Aton Fon
Filho é graduado em Direi-
to pela Faculdade Paulista
de Direito da Pontifícia
Universidade Católica de
São Paulo, especialista em
Direitos Humanos pela
Escola Superior da Procu-
radoria Geral do Estado de
São Paulo, diretor jurídico
da Rede Social de Justiça e
Direitos Humanos, mem-
bro do Conselho Editorial
da Editora Expressão Po-
pular e do Conselho Políti-
co do jornal Brasil de Fato.
Tem experiência nas áreas
de Direito Civil, Direito
Processual Civil, Direito
Penal e Direito Processual
Penal, Movimentos Sociais
e Direitos Humanos. Dedi-
ca-se, atualmente, aos se-
guintes temas: conflitos
sociais, criminalização dos
movimentos sociais, refor-
ma agrária, política e direi-
tos econômicos e sociais.
Prêmio Nacional de Direi-
tos Humanos da Secretaria
Especial de Direitos Hu-
manos, na Categoria Pro-
moção aos Direitos Econô-
micos, Sociais, Culturais e
Ambientais, Secretaria
Especial de Direitos Hu-
manos.
Os convidados Pedro
Albuquerque, advogado,
vítima da Ditadura Militar,
participou do movimento
estudantil cearense, foi
preso no Congresso da
UNE em Ibiúna em 1968,
chegando ao Araguaia com
a mulher em fevereiro de
1971, e Mario Albuquer-
que, presidente da Asso-
ciação 64/68 - Anistia,
serão, respecti- vamente,
Debatedor e Presidente da
Mesa, enriquecendo o
debate.
Participação Demo-
crática para a Reforma
do Judiciário
A primeira palestra da
noite de sexta-feira, 20 de
maio, versará sobre a parti-
cipação democrática para a
reforma do Judiciário. Em
nossa sociedade, tem havi-
do a busca pela aproxima-
Palestras
14
ção entre este Poder e os
cidadãos, principalmente
com o advento da Consti-
tuição de 1988, em virtude
de ter sido adotado o mo-
delo de Estado Democráti-
co de Direito. Apesar da
resistência de alguns mem-
bros do citado Poder, que
não aceitam que privilé-
gios que têm origem mo-
nárquica sejam modifica-
dos, deve-se democratizá-
lo e buscar limitar a discri-
cionariedade daqueles que
representam a sociedade
em decisões judiciais. O
Advogado Daniel Alves
Pessoa e o Professor Gus-
tavo Raposo Pereira Feito-
sa são os responsáveis pelo
desenvolvimento do tema
durante o presente evento.
Daniel Alves Pessoa é
Mestre em Direito Consti-
tucional pela UFRN e es-
pecialista em Direitos Hu-
manos pela UFB. Atua
como advogado do Centro
de Direitos Humanos e
Memória Popular e integra
o Coletivo de Direitos Hu-
manos, Ecologia, Cultura e
Cidadania, . Daniel Pessoa
tem experiência na área de
Direito, com ênfase em
Direitos Humanos, atuando
principalmente nos seguin-
tes temas: direitos huma-
nos, democracia, justiça e
cidadania.
Gustavo Raposo Perei-
ra Feitosa possui gradua-
ção em Direito pela UFC,
mestrado em Sociologia
pela UFC e doutorado em
Ciências Sociais pela Uni-
versidade Estadual de
Campinas. Atualmente é
Professor do Programa de
Pós-Graduação em Direito
Constitucional da UNI-
FOR. É professor adjunto
de Direito Processual Civil
da UFC. Tem experiência
na área de Direito, com
ênfase em Direitos Huma-
nos, Política e Segurança
Internacional, Ciência Po-
lítica, Políticas Públicas e
Sociologia Jurídica
Direitos Fundamen-
tais: Regulamentação e
Restrição
Na Cerimônia de Encer-
ramento da VI Semana do
Direito UFC, sexta-feira,
dia 20 de maio, às 20h,
ocorrerá a última palestra
do evento, a qual versará
sobre o tema “Direitos
Fundamentais: Regula-
mentação e Restrição”. A
esperada palestra será mi-
nistrada pelos Professores
Doutores Virgílio Afonso
da Silva e Marcelo Lima
Guerra.
Virgílio Afonso da Silva é Professor Titular de Di-
reito Constitucional da
Faculdade de Direito da
Universidade de São Paulo
(USP), onde concluiu sua
graduação e seu mestrado.
Obteve seu doutorado na
Christian-Albrechts-
Universität zu Kiel, na
Alemanha, e é Livre-
Docente em Direito Cons-
titucional também pela
USP. Membro da Coorde-
nação de Ciências Huma-
nas e Sociais da Fundação
de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo
(Fapesp), Virgílio Afonso
da Silva tem sua principal
linha de pesquisa voltada
para a dogmática dos direi-
tos fundamentais e inter-
pretação constitucional.
A palestra buscará abor-
dar o tema da efetivação
dos direitos fundamentais
baseados na existência de
recursos disponibilizados
pelo Estado, o que poderá
gerar limitações de caráter
econômico, de acordo com
a teoria da reserva do pos-
sível. Temática fortemente
abordada desde o seu sur-
gimento na doutrina ger-
mânica, a palestra fechará
com brilhantismo a VI
Semana do Direito.
Palestras
15
O Perfume que Roubam de Ti
Seminua, à meia-luz da saleta, Gabriela
alivia o cansaço em um sono profundo e
inquieto, deitada no sofá laranja. Rosas
de plástico repousam num canto empoei-
rado. A repórter do grande jornal vomita
notícias mudas, enquanto uma arbitrária
voz adentra o cubículo: “Gabriela, acor-
da, tem mais cliente pra ti”.
Um suspiro embala o seu corpo no
lençol encardido, mergulhando-a num
sono ainda mais profundo. Nem sequer
sonhava. Quando acordada, os sonhos
cedem espaço a divagações tolas, entre-
meadas ao ritmo frenético de suas pernas
ansiosas.
“Vamos, Gabriela, levanta, não pode-
mos perder o freguês”.
As rosas de plástico não falam. Se fa-
lassem, deixariam Gabriela dormir mais
um pouco. Parecia muito cansada, a coi-
tadinha. Uma criança num corpo de mu-
lher. Uma bonequinha de carne e osso
para brincar.
“É você que vai me atender, gostosi-
nha?”. A menina não ouve, ela ainda
dorme.
A porta é trancada, o homem aproxima
-se. Os reflexos de Gabriela encolhem
seu corpo de mulher. Sente que alguém
toca o seu rosto pálido e, agora, sonha.
Seus cabelos esvoaçam com o vento do
sertão. Sol a pino, ela sente um frescor
que lhe remexe as entranhas numa estra-
nha felicidade de retorno aos braços da
família, que não existe mais. Ela admira
o horizonte como se projetasse nele uma
causa a seguir. Ela vê, ao longe, ilusória
água que lhe falta e evapora. Ela sente
uma profunda dor no peito de saudades
do que era Ser e acorda, sobressaltada,
com o fremir de um corpo lascivo sobre
o seu.
A repórter cumpre a sua função e relata
mais algum grandioso fato. O sofá geme
ao frescor de alfazema. Se, ao menos, as
rosas não fossem de plástico, Gabriela
sentiria que a vida é doce.
Iara Teixeira Alves
D e s e n h o
C r ô n i c a
I Concurso Cultural da Semana do Direito "A diferença entre literatura e jornalismo é que o jornalismo
é ilegível e a literatura não é lida." (Oscar Wilde)
Rafael Barros Pires
C o n t o
V e n c e d o r
“O DIREIRO PERSONIFICADO” Ana Luiza Ferreira Gomes Silva
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A Balança Redação
Nádia Mirla Bitu
Diogo da Silva Portela
Enderson Rodrigues Andrade Clécia Godinho
Iara Alves Teixeira
Maria Maria Catarina Ubirajara Souza Fontenele Junior
Wagner Barbosa
Raphael Franco Carvalho Kauhana Hellen
Alene Barbosa Leal Pedro Austrugésilo Scussel
Arte Isaac Rodrigues Cunha
Diogo Portela
Edição final
Diogo Portela
Isaac Rodrigues Cunha
Realização: Patrocínio:
Margarida Margarida Margarida
LivrosLivrosLivros
Nos lamentos pela chuva
Pela água que não cai
Pela vida de saúva Esperando por um Pai
Sertanejo desafia
Sob o sol forte do dia As coisas da natureza
Reclama e não pode crer
Que um dia inda vá ver Água fresca e farta mesa
Blasfema e esconjura Feito onça mais o cão
Berra alto cada jura
De fuga desse sertão Que no alto lá da serra
Onde é mais fria a terra
Mulher pára de parir
Até o dormindo acorda
O suicida na corda
Desata o nó pra ouvir:
“Pra chover nestas paragens
Nesta terra de ninguém Onde as águas são miragens
Nos olhos dos sem-vintém Só milagre muito forte
Um vento vindo do norte
Dos confins onde tem neve
Nem reza braba nem mansa Vai poder encher a pança
E os bolsos de quem deve...
Só vai chover neste inferno
Se o capote tiver dente
Se o casório for eterno Cabelo de nêgo em pente
Passar sem reclamação
Se o diabo comer pão Que ele mesmo amassar
Se a cana do boteco
Não terminar em boneco Com defunto pra velar...
Se as mulheres desta vida Da vida e de família
Tiverem curta medida
Na prática da vigília
Nos oitões e nas janelas
E as grandes línguas delas
Passarem sem forcejar Em buraco de um metro
E um rei vender seu cetro
Com intenções de ajudar...
Se o mundo, num desvario Der meia-volta e girar
Ao contrário, e um rio
Sair do rumo pro mar
Se a cachoeira caindo Resolver voltar subindo
Pela trilha da nascente
E um cabra de finura Conseguir na lábia pura
Convencer um mói de crente...
Se os pebas do sertão
Numa mostra de braveza
Quiserem cavar no chão Uma cova de largueza
E compridez tão medonhas
Que sem quaisquer parcimônias Conseguisse comportar
Toda a Serra do Apodi
Mais inteiro o Cariri E o povo de Quixadá...
Se o dinheiro do galego
Que vendeu aquele jarro
For pago com desapego
E de um monte de barro Ajuntado de repente
Erguer-se um homem vivente
Que fale e que ande só... Só assim, depois de tudo
E só se cantar o mudo É que virá um toró...”
Afonso Roberto Mendes
Ceticismo sertanejo
P o e s i a
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