a carta de tiago capítulo 1 27 versículos
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A CARTA DE TIAGO
Capítulo 1 – 27 versículos
Prefácio e saudação
(1) Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos que
andam dispersas: saúde.
Acerca de provas e tentações
(2) Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias
tentações, (3) sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência. (4)
Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos
e completos, sem faltar em coisa alguma.
(5) E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a
todos dá liberalmente e não o lança em rosto; e ser-lhe-á dada. (6)
Peça-a, porém, com fé, não duvidando; porque o que duvida é
semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento e lançada de uma
para outra parte. (7) Não pense tal homem que receberá do Senhor
alguma coisa. (8) O homem de coração dobre é inconstante em todos os
seus caminhos.
(9) Mas glorie-se o irmão abatido na sua exaltação, (10) e o rico, em seu
abatimento, porque ele passará como a flor da erva. (11) Porque sai o
sol com ardor, e a erva seca, e a sua flor cai, e a formosa aparência do
seu aspecto perece; assim se murchará também o rico em seus
caminhos.
(12) Bem-aventurado o varão que sofre a tentação; porque, quando for
provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos
que o amam. (13) Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado;
porque Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta. (14) Mas
cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria
concupiscência. (15) Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à
luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.
(16) Não erreis, meus amados irmãos. (17) Toda boa dádiva e todo dom
perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há
mudança, nem sombra de variação. (18) Segundo a sua vontade, ele
nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias
das suas criaturas.
Sobre a prática da palavra de Deus
(19) Sabeis isto, meus amados irmãos; mas todo o homem seja pronto
para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. (20) Porque a ira do
homem não opera a justiça de Deus. (21) Pelo que, rejeitando toda
imundícia e acúmulo de malícia, recebei com mansidão a palavra em
vós enxertada, a qual pode salvar a vossa alma. (22) E sede
cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos com
falsos discursos. (23) Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não
cumpridor, é semelhante ao varão que contempla ao espelho o seu
rosto natural; (24) porque se contempla a si mesmo, e foi-se, e logo se
esqueceu de como era. (25) Aquele, porém, que atenta bem para a lei
perfeita da liberdade e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido,
mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito.
(26) Se alguém entre vós cuida ser religioso e não refreia a sua língua,
antes, engana o seu coração, a religião desse é vã. (27) A religião pura
e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas
nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo.
Capítulo 2 – 26 versículos
Condena-se o fazer acepção de pessoas
(1) Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor
da glória, em acepção de pessoas. (2) Porque, se no vosso ajuntamento
entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com vestes preciosas,
e entrar também algum pobre com sórdida vestimenta, (3) e atentardes
para o que traz a veste preciosa e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui,
num lugar de honra, e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé ou assenta-
te abaixo do meu estrado, (4) porventura não fizestes distinção dentro
de vós mesmos e não vos fizestes juízes de maus pensamentos? (5)
Ouvi, meus amados irmãos. Porventura, não escolheu Deus aos pobres
deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu
aos que o amam? (6) Mas vós desonrastes o pobre. Porventura, não
vos oprimem os ricos e não vos arrastam aos tribunais? (7) Porventura,
não blasfemam eles o bom nome que sobre vós foi invocado? (8)
Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu
próximo como a ti mesmo, bem fazeis. (9) Mas, se fazeis acepção de
pessoas, cometeis pecado e sois redarguidos pela lei como
transgressores. (10) Porque qualquer que guardar toda a lei e tropeçar
em um só ponto tornou-se culpado de todos. (11) Porque aquele que
disse: Não cometerás adultério, também disse: Não matarás. Se tu,
pois, não cometeres adultério, mas matares, estás feito transgressor da
lei. (12) Assim falai e assim procedei, como devendo ser julgados pela
lei da liberdade. (13) Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele
que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa sobre o juízo.
A fé sem obras para nada aproveita
(14) Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver
as obras? Porventura, a fé pode salvá-lo? (15) E, se o irmão ou a irmã
estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano, (16) e algum de
vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e lhes não derdes
as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? (17) Assim
também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.
(18) Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a
tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas
obras. (19) Tu crês que há um só Deus? Fazes bem; também os
demônios o creem e estremecem. (20) Mas, ó homem vão, queres tu
saber que a fé sem as obras é morta? (21) Porventura Abraão, o nosso
pai, não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu
filho Isaque? (22) Bem vês que a fé cooperou com as suas obras e que,
pelas obras, a fé foi aperfeiçoada, (23) e cumpriu-se a Escritura, que diz:
E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi
chamado o amigo de Deus. (24) Vedes, então, que o homem é
justificado pelas obras e não somente pela fé. (25) E de igual modo
Raabe, a meretriz, não foi também justificada pelas obras, quando
recolheu os emissários e os despediu por outro caminho? (26) Porque,
assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem
obras é morta.
Capítulo 3 – 18 versículos
Sobre o tropeço na palavra
(1) Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que
receberemos mais duro juízo. (2) Porque todos tropeçamos em muitas coisas.
Se alguém não tropeça em palavra, o tal varão é perfeito e poderoso para
também refrear todo o corpo. (3) Ora, nós pomos freio nas bocas dos cavalos,
para que nos obedeçam; e conseguimos dirigir todo o seu corpo. (4) Vede
também as naus que, sendo tão grandes e levadas de impetuosos ventos, se
viram com um bem pequeno leme para onde quer a vontade daquele que as
governa. (5) Assim também a língua é um pequeno membro e gloria-se de
grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia. (6) A
língua também é um fogo; como mundo de iniquidade, a língua está posta
entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da
natureza, e é inflamada pelo inferno. (7) Porque toda a natureza, tanto de
bestas-feras como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se
amansa e foi domada pela natureza humana; (8) mas nenhum homem pode
domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha
mortal. (9) Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os
homens, feitos à semelhança de Deus: (10) de uma mesma boca procede
bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim. (11)
Porventura, deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água
amargosa? (12) Meus irmãos, pode também a figueira produzir azeitonas ou a
videira, figos? Assim, tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce.
A sabedoria que vem do alto
(13) Quem dentre vós é sábio e inteligente? Mostre, pelo seu bom trato, as
suas obras em mansidão de sabedoria. (14) Mas, se tendes amarga inveja e
sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a
verdade. (15) Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal
e diabólica. (16) Porque, onde há inveja e espírito faccioso, aí há perturbação
e toda obra perversa. (17) Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente,
pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons
frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia. (18) Ora, o fruto da justiça semeia-
se na paz, para os que exercitam a paz.
Capítulo 4 – 17 versículos
Devemos resistir às paixões
(1) Donde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura, não vêm
disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros
guerreiam? (2) Cobiçais e nada tendes; sois invejosos e cobiçosos e
não podeis alcançar; combateis e guerreais e nada tendes, porque não
pedis. (3) Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em
vossos deleites. (4) Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a
amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que
quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. (5) Ou cuidais
vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem
ciúmes? (6) Antes, dá maior graça. Portanto, diz: Deus resiste aos
soberbos, dá, porém, graça aos humildes. (7) Sujeitai-vos, pois, a Deus;
resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. (8) Chegai-vos a Deus, e ele se
chegará a vós. Limpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo,
purificai o coração. (9) Senti as vossas misérias, e lamentai, e chorai;
converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo, em tristeza. (10)
Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará.
(11) Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão
e julga a seu irmão fala mal da lei e julga a lei; e, se tu julgas a lei, já não
és observador da lei, mas juiz. (12) Há só um Legislador e um Juiz, que
pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?
A falibilidade dos projetos humanos
(13) Eia, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos a tal cidade, e
lá passaremos um ano, e contrataremos, e ganharemos. (14) Digo-vos
que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque que é a vossa vida?
É um vapor que aparece por um pouco e depois se desvanece. (15) Em
lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos
isto ou aquilo. (16) Mas, agora, vos gloriais em vossas presunções; toda
glória tal como esta é maligna. (17) Aquele, pois, que sabe fazer o bem
e o não faz comete pecado.
Capítulo 5 – 20 versículos
Condenação dos ricos opressores
(1) Eia, pois, agora vós, ricos, chorai e pranteai por vossas misérias, que
sobre vós hão de vir. (2) As vossas riquezas estão apodrecidas, e as
vossas vestes estão comidas da traça. (3) O vosso ouro e a vossa prata
se enferrujaram; e a sua ferrugem dará testemunho contra vós e comerá
como fogo a vossa carne. Entesourastes para os últimos dias. (4) Eis
que o salário dos trabalhadores que ceifaram as vossas terras e que por
vós foi diminuído clama; e os clamores dos que ceifaram entraram nos
ouvidos do Senhor dos Exércitos. (5) Deliciosamente, vivestes sobre a
terra, e vos deleitastes, e cevastes o vosso coração, como num dia de
matança. (6) Condenastes e matastes o justo; ele não vos resistiu.
Exortação à paciência. Acerca do juramento, da oração e da conversão
de pecadores
(7) Sede, pois, irmãos, pacientes até a vinda do Senhor. Eis que o
lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência,
até que receba a chuva temporã e serôdia. (8) Sede vós também
pacientes, fortalecei o vosso coração, porque já a vinda do Senhor está
próxima. (9) Irmãos, não vos queixeis uns contra os outros, para que
não sejais condenados. Eis que o juiz está à porta. (10) Meus irmãos,
tomai por exemplo de aflição e paciência os profetas que falaram em
nome do Senhor. (11) Eis que temos por bem-aventurados os que
sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor
lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso.
(12) Mas, sobretudo, meus irmãos, não jureis nem pelo céu nem pela
terra, nem façais qualquer outro juramento; mas que a vossa palavra
seja sim, sim e não, não, para que não caiais em condenação.
(13) Está alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém contente? Cante
louvores. (14) Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da
igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; (15)
e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver
cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. (16) Confessai as vossas
culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis; a oração
feita por um justo pode muito em seus efeitos. (17) Elias era homem
sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse,
e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra. (18) E orou
outra vez, e o céu deu chuva, e a terra produziu o seu fruto.
(19) Irmãos, se algum de entre vós se tem desviado da verdade, e
alguém o converter, (20) saiba que aquele que fizer converter do erro do
seu caminho um pecador salvará da morte uma alma e cobrirá uma
multidão de pecados.
Como transformar provações em triunfos (Referência: Tiago 1.1-4)
INTRODUÇÃO
1. Começar o estudo de um livro da Bíblia é como fazer uma viagem. Você deve
decidir antes para onde você vai e o que espera ver.
2. Tiago é uma carta prática. Ele é mais pregador que escritor. É como se ele nos
agarrasse pela lapela, nos fitasse nos olhos e falasse conosco algo urgente.
3. O tema central de Tiago é: o Nascimento (1:13-19a), o Crescimento (1:19b-25) e a
Maturidade (1:26-5:6) do cristão.
4. Recapitulação da Introdução (1:12) – através das provas, pela paciência, à coroa.
Nascimento (1:13-19a) – Embora a velha natureza permaneça ativa (1:13-16), o Pai
nos trouxe ao novo nascimento pela sua Palavra (1:17-19a); Crescimento (1:19b-25)
– Nós crescemos pelo ouvir (1:19), receber (1:21) e obedecer (1:22-25) a Palavra;
Maturidade (1:26-5:6) – Há três notáveis desenvolvimentos que são características
do verdadeira maturidade cristã: 1) O controle da língua (1:26); 2) O cuidado dos
necessitados (1:27a); 3) Pureza pessoal (1:27b).
5. Por que Tiago escreveu esta carta? Para resolver alguns problemas: 1) Eles
estavam passando por duras provações; 2) Eles estavam sendo tentados a pecar; 3)
Alguns crentes estavam sendo humilhados pelos ricos, enquanto outros estavam
sendo roubados pelos ricos; 4) Alguns membros da igreja estavam buscando
posições de liderança; 5) Alguns crentes estavam falhando em viver o que
pregavam; 6) Outros crentes estavam vivendo de forma mundana; 7) Outros não
conseguiam dominar a língua; 8) Outros estavam se afastando do Senhor; 9) Havia
crentes que estavam vivendo em guerra uns contra os outros. Esses são os mesmos
problemas que enfrentamos hoje. Para Tiago a raiz de todos esses problemas era A
IMATURIDADE CRISTÃ.
I. TRANSFORMADO DE INCRÉDULO EM SERVO DE CRISTO – V. 1
Quem é esse Tiago, autor desta carta?
1. O autor identifica-se como Tiago (1:1). Havia três Tiagos: o apóstolo, filho de
Zebedeu, irmão de João; Tiago, apóstolo, filho de Alfeu; e, Tiago, irmão de Jesus,
filho de Maria e José (Mt 13:55).
2. Esta carta não poderia ser do apóstolo Tiago, filho de Zebedeu, porque ele foi
morto antes da carta ser escrita (At 12).
3. O Tiago, filho de Alfeu, não exerceu nenhuma influência notória na igreja cristã.
4. Esta carta foi escrita por Tiago, irmão de Jesus. No começo, ele não cria em
Jesus (Jo 7:2-5). Mais tarde, ele tornou-se um proeminente líder na vida da igreja:
Ele foi uma das seletas pessoas para quem Cristo apareceu depois da ressurreição
(1 Co 15:7);
Ele estava no cenáculo com os apóstolos no Pentecoste (At 1:14);
Paulo o chamou de pilar da igreja de Jerusalém (Gl 2:9)
Paulo viu Tiago quando foi a Jerusalém depois da sua conversão (Gl 1:19)
Paulo viu Tiago em sua última viagem a Jerusalém (At 21:18)
Quando Pedro saiu da prisão, falou para os seus amigos contarem a Tiago (At
12:17)
Tiago foi o líder do importante concílio de Jerusalém (At 15:13)
Judas identificou-se simplesmente como o irmão de Tiago (Judas 1:1)
Tiago foi apedrejado em 62 d.C., pelo sinédrio. Embora amado pelo povo, Tiago era
odiado pela aristocracia sacerdotal que governava a cidade. O sumo sacerdote
Ananos levou Tiago ao sinédrio, sendo ele condenado e apedrejado, sobretudo
pelas posições severas que Tiago tomara contra a aristocracia abastada que
explorava os pobres, a qual Ananos pertencia (Tg 5:1-6).
De incrédulo a crente, de crente a líder, de líder a servo de Cristo. Ele não se
apresenta como irmão do Senhor, mas como seu servo. Ele é um homem humilde.
Essa é a transformação que o evangelho produz! Ilustração: O médico de BH que
depois de convertido foi lavar o banheiro da igreja.
II. TRANSFORMADOS EM UM POVO ESPECIAL, MAS NÃO EM UM POVO
ISENTO DE AFLIÇÕES – V. 1
1. As doze tribos referem-se aqui aos judeus cristãos (2:1; 5:7-8) que possivelmente
se converteram no Pentecostes e foram dispersos depois do martírio de Estêvão (At
8:1; 11:19).
2. Eles são crentes, mas são perseguidos. Eles são crentes, mas foram dispersos.
Eles são crentes, mas tiveram seus bens saqueados. Eles são crentes mas são
pobres e muitos deles estão sendo oprimidos pelos ricos (Tg 5:1-6). Eles são
crentes, mas ficam enfermos (Tg 5:14). Eles são crentes, mas sofrem (Tg 5:13).
3. Vida cristã não é uma redoma de vidro, uma estufa espiritual, é um campo de
batalha. Não somos poupados dos problemas, mas nos problemas.
4. Hoje, fazemos as mesmas perguntas: Por que um crente fiel fica desempregado?
Por que um crente fiel sofre com câncer? Por que um crente fiel passa por
provações amargas?
III. TRANSFORMANDO TRIBULAÇÕES EM TRIUNFO – V. 2-4
1. As provações são compatíveis com a fé cristã – v. 2
Por que os crentes sofrem? Por que um crente passa privações? Por que sofre
prejuízos? Por que fica doente em cima de uma cama? Por que são injustiçados?
Por sofrem?
Deus nos adverte a esperar as provações. A vida cristã não é um mar de rosas.
Jesus advertiu: “No mundo tereis aflições” (Jo 16:33). O apóstolo Paulo disse:
“…através de muitas tribulações nos importa entrar no Reino de Deus” (At 14:22).
“Todo aquele que quiser viver piedosamente será perseguido” (2 Tm 3:12).
Porque nós somos um povo na dispersão, enfrentamos muitas provações. As
provações procedem: 1) Nossa humanidade – doença, acidentes, desapontamentos;
2) Nossa pecaminosidade – criamos problemas com a nossa língua, com as nossas
atitudes. Uma pessoa que morre de câncer depois de ter fumado dezenas de anos
não pode culpar a ninguém por sua morte; 3) Nossa cristianidade – muitas
tribulações enfrentamos por sermos cristãos, pois Satanás, o mundo e a própria
carne lutam contra nós.
2. As provações são variadas – v. 2
A palavra “várias” é poikilos. Esta palavra significa de diversas cores, multicolorido.
As provações são policromáticas. Existem provações rosa claro como esmalte de
noiva. Provações rosa choque; provações cinza; provações tenebrosas. Deus tece
todas essas provações e faz um lindo mosaico. Todas as coisas cooperam para o
bem daqueles que amam a Deus (Rm 8:28).
Para cada cor de provação, existe a graça suficiente de Deus para sustentar-nos. A
graça de Deus é multiforme (poikilos) (1 Pe 4:10).
Há provas fáceis e provas difíceis. Há provas que são maiores do que nossas forças.
Há provas onde ficamos sozinhos como Jesus no Getsêmani.
Deus sabe o que está fazendo em nossa vida. Ele é como um pintor. Ele está
esculpindo em nós a beleza de Jesus.
3. As provações são passageiras – v. 2
As provações não duram a vida inteira. Ninguém aguenta uma vida inteira de provas.
Ninguém aguenta uma viagem inteira de turbulência. Depois da noite, vem a manhã.
Depois do choro vem a alegria. Depois da tempestade vem o arco-íris.
Não vamos ficar nas provações. Estamos passando: alguns passam de avião
supersônico, outros de trem bala, outros de automóvel, outros de bicicleta, outros
andando, outros engatinhando, mas todos passam.
4. As provações são pedagógicas – v. 3-4
Nós sabemos:
a) Nas provações da vida nossa fé é testada para mostrar a sua genuinidade – v. 3 –
Quando Deus chamou a Abraão para viver pela fé, ele o testou com o fim de
aumentar a sua fé. Deus sempre nos prova para produzir o melhor em nós; Satanás
nos tenta para fazer o pior em nós. As provas da fé provam que de fato nascemos
de novo.
b) As provações da nossa fé trabalham por nós e não contra nós, visto que
produzem perseverança – Deus está no controle da nossa vida. Tudo tem um
propósito. Diz o apóstolo Paulo: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o
bem daqueles que amam a Deus…”. A nossa leve momentânea tribulação produz
para nós eterno peso de glória. Em Efésios 2:8-10 Paulo diz que Deus trabalha por
nós, em nós e através de nós. Ele trabalhou em Abraão, José, Moisés antes de
trabalhar através deles.
c) A perseverança visa nos levar à maturidade – Paulo diz em Romanos 5:3-5 que
as tribulações são pedagógicas, levam-nos à maturidade. A palavra hupomone
significa paciência com as circunstâncias, ou seja, coragem perseverança em face
do sofrimento e dificuldades. Os crentes imaturos são sempre impacientes (Abraão
coabitou com Hagar, Moisés matou o egípcio e Pedro quase matou Malco).
Maturidade não se alcança apenas lendo um livro, é preciso passar pelas provas!
d) As provações visam a glória de Deus – Temos alguns exemplos disso na Bíblia: o
cego de nascença. Jesus disse que ele nasceu cego para que nele se manifestasse
a glória de Deus. De Lázaro Jesus disse: “Esta enfermidade não é para a morte,
mas para a glória de Deus.” Jó disse: “Eu te conhecia só de ouvir falar, mas agora os
meus olhos te veem.”
CONCLUSÃO
1. Qual deve ser a atitude com que vamos enfrentar as provações da vida? Tiago
responde: “Tende por motivo de toda alegria…”. Em vez de murmurar, de reclamar,
de ficar amargo, de enfiar-se numa caverna, devemos nos alegrar intensamente.
2. Essa alegria é confiança segura na soberania de Deus, de que ele está no
controle, ele sabe o que está fazendo e sabe para onde está nos levando.
Como viver a vida com sabedoria (Referência: Tiago 1.5-18)
INTRODUÇÃO
1. Tiago escreve esta carta para ajudar os crentes dispersos a vencerem as
provações a que estavam expostos, buscando ao mesmo tempo, o alvo da
maturidade cristã.
2. Ele ensinou nos versos 2-4 que as provas são compatíveis com a fé cristã, são
variadas, passageiras e pedagógicas.
3. Agora, Tiago vai nos mostrar como viver com sabedoria neste mundo, no meio
dessas provas.
I. COMO LIDAR DE FORMA SÁBIA COM AS PROVAÇÕES – V. 5-12
O alvo de Deus em nossa vida é a maturidade cristã (1:2-4,12; Rm 8:29; Cl 1:28). À
medida que somos provados, precisamos pedir a Deus para nos mostrar o que ele
está fazendo (1:5). Deus nos prova para nos fazer desmamar de atitudes infantis.
Para alcançar esse alvo da maturidade, Deus faz três coisas (Ef 2:8-10): 1) Há uma
obra que Deus realiza por nós – Salvação; 2) Há uma obra que Deus realiza em nós
– Santificação; 3) Há uma obra que Deus realiza através de nós – Serviço.
Exemplos: Deus trabalhou 25 anos na vida de Abraão antes de lhe dar o filho da
promessa. Deus trabalhou 13 anos na vida de José antes de colocá-lo no trono.
Deus trabalhou 80 anos na vida de Moisés antes de usá-lo como líder do seu povo.
Jesus trabalhou 3 anos na vida dos apóstolos antes de enviá-los ao mundo. O alvo
de Cristo é que a igreja faça discípulos (Mt 28:19).
1. Quando somos provados precisamos pedir Sabedoria – v. 5-8
Quando estamos sendo provados, precisamos de discernimento, precisamos de
sabedoria (1:5; 3:13-18). O que é sabedoria? É mais que conhecimento. Sabedoria é
o uso correto do conhecimento. Conhecimento é conhecer a Bíblia bem. Sabedoria é
usar a Bíblia bem. Sabedoria é olhar para a vida com os olhos de Deus. O sábio
busca maturidade e não prazer. Há pessoas cultas e tolas. Há pessoas que têm
erudição, mas não sabem viver a vida nem fazer escolhas certas.
Quando estamos sendo provados, precisamos de sabedoria para não
desperdiçamos as oportunidades que Deus está nos dando para chegarmos à
maturidade. Sabedoria nos ajuda a entender como usar as provas para o nosso bem
e a glória de Deus. Exemplo: O testemunho de Paulo (Fp 1:12).
2. Quando somos provados precisamos conhecer o caráter de Deus – v. 5
Tiago nos ensina três coisas sobre Deus neste verso:
a) É da natureza de Deus dar (1:5) – Deus é a fonte da sabedoria. Ele é o doador.
b) A generosidade de Deus é ilimitada (1:5) – A generosidade de Deus não conhece
limites na terra – É para TODOS. A generosidade de Deus não conhece limites no
céu – Ele dá LIBERALMENTE.
c) A acolhida de Deus é garantida (1:5) – Deus não rejeita aquele que o busca (Sl
66:20).
3. Quando somos provados precisamos orar com fé – v. 6-8
Tiago compara o homem que ora a Deus, mas duvida, a três figuras:
a) As ondas do mar (1:6) – É a pessoa que oscila entre fé e incredulidade, ânimo e
desânimo, otimismo e pessimismo. Ora está no alto, ora no vale. Um dia fervoroso;
outro dia, abatido.
b) Duas mentes em um só corpo (1:6) – A palavra grega “duvidando” diacrimonai =
duas mentes. É uma pessoa com duas mentes. A fé diz sim, mas descrença diz não.
Uma hora ele diz sim, outra hora ele diz não. Exemplo: Pedro andando sobre o mar
afundou quando duvidou.
c) Duas almas em um só corpo (1:8) – A palavra grega “dobre” dipsychoi = duas
almas. Almas divididas. É tentar andar em dois caminhos. É tentar servir a dois
senhores.
Tiago fala de dois resultados negativos ao crente que ora, mas duvida:
a) Fracasso na oração (1:6) – Ele não vai alcançar coisa alguma.
b) Inconstância espiritual (1:8) – Ele não vai chegar à maturidade, mas vai estar
exposto aos ventos de doutrina (Ef 4:14). Há crentes que não se firmam na igreja.
4. Quando somos provados precisamos nos alegrar com as riquezas
espirituais (1:9-11)
Tiago aplica o princípio da sabedoria nas provas em duas circunstâncias específicas:
cristãos pobres e cristãos ricos. Dinheiro e status eram problemas reais entre
aqueles irmãos (2:1-7, 15-16; 4:1-3; 5:1-8).
O pobre deve gloriar-se pelo que tem permanente no céu. O rico pelo que não tem
permanente na terra. O pobre deve gloriar-se na sua dignidade, o rico na sua
insignificância. Não é tolo aquele que perde o que não pode acumular, para ganhar
o que não pode perder. O pobre ao ser provado diz: mas quão rico eu sou. O rico ao
ser provado pelas glórias do mundo diz: mas quão vulnerável eu sou. Cada um olha
para a sua vida na perspectiva da eternidade.
No v. 10 Tiago oferece uma comparação = o rico é como a flor – fragilidade.
No v. 11 – Ele faz uma explanação = porque o sol… – dependência.
No v. 11b – Ele tira uma conclusão = assim também – a instabilidade da riqueza.
5. Quando somos provados precisamos estar de olho na recompensa – v. 12
Quando Deus nos prova é para o nosso bem, por isso somos bem-aventurados.
Quando somos provados desenvolvemos a paciência triunfadora.
Quando somos provados somos aprovados por Deus.
Quando somos provados somos galardoados por Deus
Quando somos provados temos a oportunidade de demonstrar o nosso amor por
Deus.
II. COMO LIDAR DE FORMA SÁBIA COM AS TENTAÇÕES – V. 13-18
Uma pessoa madura é paciente nas provas. Uma pessoa imatura transforma provas
em tentações. Provas são testes enviados por Deus. Tentações são armadilhas
enviadas por Satanás e encorajadas por nossa natureza caída.
Quando passamos por dificuldades somos tentados a questionar o amor e o poder
de Deus. Então, Satanás oferece um caminho para escaparmos das provas. Essa
oportunidade é uma tentação: Exemplo: Satanás sugeriu a Jesus transformar pedras
em pães.
Há três fatos que devemos considerar se queremos vencer as tentações.
1. Olhe para frente e considere o Julgamento de Deus – v. 13-16
Não culpe a Deus pela tentação. Ele é absolutamente santo para ser tentado e ele é
absolutamente amoroso para tentar. Deus nos prova como provou a Abraão, mas
ele não nos tenta. A prova é para santificar. A tentação é para derrubar.
Uma tentação é uma oportunidade de fazer uma coisa boa de maneira errada.
Exemplo: 1) Passar numa prova é coisa boa, mas colar na prova para passar é uma
coisa errada; 2) O prazer sexual é uma coisa boa, mas o sexo fora do casamento é
uma coisa errada.
Tiago vê o pecado, não apenas como um ato, mas como um processo em quatro
estágios
a) Desejo ou cobiça (1:14) – É desejar satisfazer um desejo fora da vontade de
Deus. Comer é normal, glutonaria é pecado. Dormir é normal, preguiça é pecado.
Sexo no casamento é normal, sexo fora do casamento é pecado. Os desejos devem
estar sob controle e não nos controlar.
b) Engano – (1:14) – Tiago usa duas figuras para ilustrar o engano da tentação: 1) A
figura do caçador que usa uma armadilha (atrai); 2) A figura do pescador que usa o
anzol com ísca (seduz). Se Ló pudesse ver a ruína que estava por trás de Sodoma e
se Davi pudesse ver a tragédia sobre a sua casa quando deitou-se com Bate-Seba
eles jamais teriam caído. Precisamos identificar a arapuca do diabo e ísca do diabo.
c) O nascimento do bebê chamado pecado – (1:15) – Tiago muda a figura da
armadilha e do anzol para a figura do nascimento de um bebê maldito, chamado
PECADO.
d) Morte (1:16) – A cobiça depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o
pecado, uma vez consumado, gera a morte. Vemos aqui a genealogia do pecado. A
morte é a avó da cobiça. O pecado é filho da morte. A cobiça é neta da morte. O
salário do pecado é a morte (Rm 6:23).
2. Olhe ao redor e considere a bondade de Deus – v. 17
Quando Satanás tentou Eva no jardim e Jesus no deserto, ele questionou o amor de
Deus. A bondade de Deus é o grande escudo contra a tentação do diabo. Quando
sabemos que Deus é bom não precisamos cair nas armadilhas do diabo para suprir
as nossas necessidades. É melhor estar faminto dentro da vontade de Deus do que
estar cheio fora da vontade de Deus (Dt 6:10-15).
Tiago apresenta três fatos sobre a bondade de Deus:
a) Deus dá somente boas dádivas – Tudo o que Deus dá é bom, até as provas. O
espinho na carne de Paulo foi um dom estranho, mas foi uma grande bênção para
ele (2 Co 12:1-10).
b) Deus dá constantemente – O verbo “descendo” é um presente particípio =
continua sempre descendo. Deus não dá seus dons apenas ocasionalmente, mas
constantemente.
c) Deus não muda – Deus não pode mudar para pior porque ele é santo. Ele não
pode mudar para melhor porque ele é perfeito. O primeiro escudo contra a tentação
é o julgamento de Deus. O segundo, é a bondade de Deus.
3. Olhe para dentro e considere a natureza divina dentro de você – v. 18
Tiago usou o nascimento para falar do pecado e da morte. Mas, ele também usou o
nascimento para falar da nova vida. Vejamos as características desse novo
nascimento.
a) A origem do Novo Nascimento – Ele é divino e gracioso – Nicodemos pensou que
precisaria voltar ao ventre materno (Jo 3:4-7). Mas o novo nascimento é o nascido
de cima, do alto, de Deus, do Espírito. Não depende da nossa vontade (Jo 1:13)
nem da nossa participação (Jo 3:6). Não nascemos de novo por causa dos nossos
pais, decisões, religião. Ele é obra de Deus.
b) O meio do Novo nascimento – Ele é operado através da Palavra de Deus – Assim
como o nascimento natural vem pelo concurso do relacionamento do pai e da mãe, o
nascimento espiritual vem pelo concurso da Palavra e do Espírito (1 Pe 1:23).
c) O propósito do Novo nascimento – Este nascimento é o mais nobre dos
nascimentos – Somos as primícias das suas criaturas. Ele é o mais alto nascimento
para o mais alto tipo de vida.
Como saber que a minha religião é verdadeira (Referência: Tiago 1.19-27)
INTRODUÇÃO
1. A ênfase neste parágrafo é sobre o autoengano (1:22,26). Se um crente é
enganado porque o diabo o engana é uma coisa, mas se ele peca porque se engana
a si mesmo, é uma coisa muito mais séria.
2. Muitas pessoas estão pensando que estão salvas e ainda não estão (Mt 7:22-23).
3. Muitas pessoas pensam que são espirituais e não são (Ap 3:17).
4. A verdadeira religião está centrada na Palavra de Deus. Quais são as evidências
de um crente verdadeiro?
I. O CRENTE VERDADEIRO TEM SUA VIDA CENTRADA NA PALAVRA DE
DEUS – V. 18,21,22-25
1. Ele nasce da Palavra de Deus – v. 18
A Palavra de Deus é a divina semente. Quando ela é aplicada em nosso coração
pelo Espírito Santo, acontece o milagre do novo nascimento. Nascemos, então, de
cima, de Deus, do Espírito. Recebemos, então, uma nova natureza, um nova vida.
2. Ele acolhe a Palavra – v. 21
a) Preparação própria para receber a Palavra – “Portanto, despojando-vos de toda
impureza e acúmulo de maldade…”. A Palavra de Deus é comparada a uma
semente e o coração do homem a um solo. Jesus falou de quatro tipos de solo: o
solo endurecido, o superficial, o congestionado e o frutífero. Antes de acolhermos a
Palavra, precisamos remover a erva daninha da impureza e da maldade.
b) Requerida atitude para receber a Palavra – “Acolhei com mansidão a Palavra em
vós implantada…”. A mansidão é o oposto da ira (1:19). Precisa adubar o terreno
para que a semente frutifique. A Palavra deve ter raízes profundas em nossa vida
em contraste com a superficialidade. Aceitamos de bom grado a transformação que
Deus opera em nós através da Palavra.
c) O resultado da recepção da Palavra – “… a qual é poderosa para salvar a vossa
alma”. Quando nascemos da Palavra, ouvimos a Palavra, recebemos a Palavra e
praticamos a Palavra podemos ter garantia da salvação.
3. Ele pratica a Palavra – v. 22-25
a) Quem pratica a Palavra conhece a si mesmo – v. 23-24 – A Palavra aqui é
comparada não como SEMENTE, mas como ESPELHO. O principal propósito do
espelho é autoexame. Quando você olha para dentro da Palavra e compreende o
que ela diz, você conhece a você mesmo: seus pecados, suas necessidades, seus
deveres e suas recompensas. Ninguém olha no espelho e logo vai embora sem
fazer nada. Você olha no espelho para saber se já penteou o cabelo, se já lavou o
rosto ou se a roupa está bem passada. Você olha no espelho para ver as coisas
como elas são. Quando você olha no espelho você descobre que tipo de pessoa
você é e como você está.
Perigos quanto ao espelho: a) Olhar apenas de relance no espelho – Muitas
pessoas não estudam a si mesmas quando leem a Bíblia. Muitas pessoas leem a
Bíblia todo dia, mas não a observam. Muitos leem por um desencargo de
consciência, mas não se afligem por não colocar em prática; b) Esquecer o que se
vê no espelho – Muitas vezes lemos a Bíblia tão desatentamente que nem
conseguimos ver quem nós somos, como está a nossa aparência. Não temos
convicção de pecado. Não sentimos sede de Deus. Não falamos como Isaías: “Ai de
mim!”. Não falamos como Pedro: “Senhor, aparta-te de mim, porque eu sou um
pecador”. Não falamos como Jó: “Eu me abomino no pó e na cinza”; c) Fracassar em
fazer o que o espelho mostra – Não basta ler a Bíblia, é preciso praticá-la. Não basta
falar, é preciso praticar. Reunimo-nos muito para conhecer e pouco para praticar.
Gastamos os assentos do bancos e pouco as solas dos sapatos.
b) Quem pratica a Palavra torna-se verdadeiramente livre – v. 25 – Por que Tiago
chama a lei de Deus de “lei perfeita, lei da liberdade?” É porque quando a
obedecemos Deus nos liberta. Aquele que comete pecado é escravo do pecado (Jo
8:34). Disse Jesus: “Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente
meus discípulos; e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8:31-32).
Deus não deu a sua lei como meio de salvação, mas a deu como um estilo de vida
para os salvos, aqueles que haviam sido redimidos (Ex 20:2).
c) Quem pratica a Palavra torna-se bem aventurado no que realizar – v. 15 – Ouvir a
palavra sem praticá-la é enganar-se a si mesmo. É como olhar no espelho e ver a
roupa suja e não fazer nada. Ouvir a Palavra e não praticar é ter uma falsa religião.
O fim é engano, é tragédia. Mas, quem obedece a Palavra é bem sucedido em tudo
quanto faz (Js 1:6-8).
II. O CRENTE VERDADEIRO TEM RELACIONAMENTOS GOVERNADOS PELA
PALAVRA – V. 19-20
1. Ele é pronto para ouvir – v. 19
Está pronto para ouvir a Palavra de Deus.
Está pronto para ouvir as pessoas.
“Pronto” é taxis, que significa rápido.
Temos dois ouvidos e apenas uma boca amuralhada de dentes.
Esta é a regra de ouro na comunicação interpessoal.
2. Ele é tardio para falar – v. 19
Precisamos estar atentos no que falamos, como falamos, quando falamos, com
quem falamos e por que falamos?
Tardio é bradis, que significa retardado mental, lerdo de raciocínio.
A vida e a morte estão no poder da língua.
As três peneiras de Sócrates.
A recomendação de Paulo Em Efésios 4:25,29
3. Ele é tardio para irar-se – v. 19
Há dois perigos com respeito à ira: 1) A explosão da ira – temperamento
indisciplinado; 2) A implosão da ira – temperamento encavernado.
Há mágoas dentro da igreja que adoecem o corpo.
Onde as pessoas se ferem em vez de se amarem e se perdoarem, Satanás leva
vantagem sobre a igreja (2 Co 2:11).
III. O CRENTE VERDADEIRO TEM SUA AÇÕES RELIGIOSAS DIRIGIDAS PELA
PALAVRA – V. 26-27
A religião pura e verdadeira vai muito além de doutrinas e ritos. Envolve prática,
ação. Hoje há um divórcio entre o que professamos e o que vivemos. Aqui Tiago
menciona dois aspectos negativos e um positivo.
1. Ele tem controle da sua língua – v. 26
Tiago alerta para o perigo de um temperamento doente e explosivo e de uma língua
solta (1:19,26). Jesus disse que a pessoa que nutre raiva que desemboca em ofensa
ao próximo é passível do fogo do inferno (Mt 5:22). Jesus disse: “Digo-vos que de
toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no dia do juízo;
porque pelas tuas palavras serás justificado e pelas tuas palavras serás condenado”
(Mt 12:26,37).
Tiago compara a língua como um cavalo fogoso sem freios, um navio sem leme que
pode espatifar-se nas rochas, uma fagulha que incendeia uma floresta, uma fonte
contaminada, uma árvore que produz frutos venenosos, um mundo de iniquidade e
uma fera indomável.
Jesus disse que é a língua que revela o coração (Mt 12:34-35). Uma língua
controlada significa um corpo controlado (3:1).
A maledicência é o pecado que Deus mais abomina (Pv 6:19).
2. Ele tem retidão pessoal – v. 27b
Nós vivemos num mundo de imundície moral (1:21, 27). O mundo é esse sistema
corrompido que se opõe a Deus. Ser amigo do mundo é ser inimigo de Deus (4:4). A
marca de um crente verdadeiro é se ele se afasta desse sistema mundano.
O salvo tem uma vida nova, uma vida diferente: namoro, casamento, sexo, trabalho,
lazer, roupas, festas, diversões, dinheiro.
O mundo é a sociedade sem Deus. Estamos fisicamente no mundo, mas não
espiritualmente no mundo (Jo 17:11-16). Não podemos ser amigos do mundo, nem
amar o mundo, nem nos conformarmos com o mundo, para não sermos condenados
com o mundo. Exemplo: Ló, Demas.
3. Ele tem compaixão dos necessitados – v. 27
Tiago não está falando enfocando a questão doutrinária, mas um assunto de prática
cristã. O conteúdo da fé é a morte expiatória de Cristo e sua ressurreição gloriosa. O
cuidado dos necessitados não são o conteúdo do Cristianismo, mas a sua
expressão.
A preocupação prática da religião de uma pessoa é o cuidado pelos outros. A
religião é a prática da fé. É a fé em ação. Seremos julgados com base nesse
aspecto prático da religião (Mt 25:34-46).
Quando nós olhamos no espelho da Palavra, nós vemos a Deus, a nós mesmos, e
também o nosso próximo (Is 6:3-8). Palavras não substituem obras (2:14-18; 1 Jo
3:11-18).
CONCLUSÃO
Aquele que professa a verdadeira religião possui três benefícios gloriosos:
1. Aceitação de Deus – v. 27 – Somos aceitos por Deus em Cristo para a salvação.
Mas quando exercemos a nossa fé em obediência a palavra, o nosso serviço é
aceito por Deus como aroma suave (Fp 4:18). Quando Tiago diz que há uma religião
pura e sem mácula aceitável diante de Deus, significa dizer que há uma religião que
não é aceitável por Deus. Qual é ela? É aquela apenas de palavras, de uma fé que
não tem obras.
2. Bênção pessoal – v. 25 – “… esse será bem-aventurado no que realizar”. Você
quer que Deus o abençoe? Então, leia a Palavra, descubra o que ela diz e viva de
acordo com a Palavra.
3. Bênção para outras pessoas – v. 27 – Tornamo-nos instrumentos de Deus para
aliviar o sofrimento das pessoas necessitadas. Seremos, então, o sal da terra e a luz
do mundo.
Qual é a sua sabedoria: terrena ou celestial? (Referência: Tiago 3.13-18)
INTRODUÇÃO
1. Tiago falou nos versos 1 a 12 sobre o poder da língua: ela tem o poder de dirigir
(freio e leme), o poder de destruir (fagulha, fogo e veneno) e o poder de deleitar
(fonte e fruto). Agora, Tiago fala sobre a sabedoria para lidar com as circunstâncias
e com as pessoas. O rei Salomão pediu sabedoria para Deus. Tiago diz que
podemos pedir sabedoria para Deus.
2. O que é sabedoria? Sabedoria é o uso correto do conhecimento. Uma pessoa
pode ser culta e tola. Hoje se dá mais valor à inteligência emocional do que a
inteligência intelectual. Uma pessoa pode ter muito conhecimento e não saber se
relacionar com as pessoas. Ela pode saber muito e não saber viver com ela e com
os outros.
3. Sabedoria é também olhar para a vida com os olhos de Deus – A pergunta do
sábio é: em meus passos, o que faria Jesus? Como ele falaria, como agiria, como
reagiria? Cristo não foi um mestre da escola clássica. Ele ensinou os seus discípulos
na escola da vida. Ensinar a sabedoria é mais importante do que ensinar fórmulas
de matemática.
4. Tiago está contrastando dois diferentes tipos de sabedoria: e da terra e do céu.
Qual sabedoria governa a sua vida? Por qual caminho estamos trilhando? Que tipo
de vida estamos vivendo? Que frutos essa estilo de vida está produzindo? A nossa
fonte é doce ou salgada (3:12)?
5. Relacionamentos – (v.13-14) – Sábio é aquele que é santo em caráter, profundo
em discernimento e útil nos conselhos. Inteligente (esta palavra só aparece aqui em
todo o NT). Ela pontua conhecimento profissional (Tasker), expert (Ropes), uma
pessoa bem informada (Alford). Uma pessoa que tem um útil e necessário
conhecimento.Você conhece o sábio e o inteligente é pela mansidão da sua
sabedoria e pelas suas obras, ou seja, imitando a Jesus que foi manso (Mt 11:29).
I. O CONTRASTE SOBRE A ORIGEM – V. 15, 17a
Há uma sabedoria que vem do alto e outra que vem da terra. Há uma sabedoria que
vem de Deus e outra engendrada pelo próprio homem. A Bíblia traz alguns exemplos
da tolice da sabedoria do homem: 1) A torre de Babel parecia ser um projeto sábio,
mas terminou em fracasso e confusão; 2) Pareceu sábio a Abraão descer ao Egito
em tempo de fome em Canaã, mas os resultados provaram o contrário (Gn 12:10-
20); 3) O rei Saul pensou que estava sendo sábio que colocou a sua armadura em
Davi; 4) Os discípulos pensaram que estavam sendo sábios quando despediram a
multidão no deserto, mas o plano de Cristo era alimentá-la por meios deles; 5) Os
experts em viagens marítimas pensaram que era sábio viajar para Roma e por isso
não ouviram os conselhos de Paulo e fracassaram.
1. A sabedoria da terra – Ela tem três características na sua origem: terrena, animal
(não espiritual) e demoníaca.
b) A sabedoria terrena – É a sabedoria deste mundo (1 Co 1:20-21). A sabedoria de
Deus é tolice para o mundo e a sabedoria do mundo é tolice para Deus. A sabedoria
do homem vem da razão, enquanto a sabedoria de Deus vem da revelação. A
sabedoria do homem desemboca no fracasso, a sabedoria de Deus dura para
sempre. Exemplo: A sabedoria do homem revelada pelo Iluminismo querendo
implantar um paraíso na terra pelas mãos do homem (Hume + Nietzche + Tomas
More + Augusto Comte + Darwin + Freud + Marx = duas guerras mundiais).
c) A sabedoria animal ou não espiritual – A palavra grega é psykikos. Essa palavra é
traduzida por natural (1 Co 2:14; 15:44,46) como oposto de espiritual. Em Judas 19
essa palavra é traduzida como sensual. Essa sabedoria está em oposição à nova
natureza que temos em Cristo. É uma sabedoria totalmente à parte do Espírito de
Deus. Essa sabedoria escarnece das coisas espirituais: não dá valor. Exemplo: O
mundo está cada vez mais secularizado. As coisas de Deus não importam. A
Palavra de Deus não governa sua vida familiar, econômica, profissional, sentimental.
Empurramos Deus para dentro dos templos.
d) A sabedoria demoníaca – Essa foi a sabedoria usada pela serpente para enganar
Eva, induzindo-a a querer ser igual a Deus e fazendo-a descrer de Deus para crer
nas mentiras do diabo. As pessoas hoje continuam crendo nas mentiras do diabo
(Rm 1:18-25). O diabo se transfigura em anjo de luz para enganar as pessoas.
Pedro revelou essa sabedoria quando tentou induzir Cristo a fugir da cruz (Mc 8:32-
33).
2. A sabedoria do alto – A verdadeira sabedoria vem de Deus, do alto, visto que ela
é fruto de oração (1:5), ela é dom de Deus (1:17). Essa sabedoria está em Cristo:
Cristo é a nossa sabedoria (1 Co 1:30). Em Jesus nós temos todos os tesouros da
sabedoria escondido (Cl 2:3). Essa sabedoria está na Palavra, visto que ela nos
torna sábios para a salvação (2 Tm 3:15). Ela nos é dada como resposta de oração
(Ef 1:17; Tg 1:5).
II. CONTRASTE SOBRE AS CARACTERÍSTICAS – V. 13-14,17
Desde que as duas sabedorias procedem de origens radicalmente opostas, elas
também operam em caminho diferentes.
1. Qual é a evidência da falsa sabedoria?
a) Inveja amargurada (v. 14,16) – Essa ambição está ligada ao (3:1), onde Tiago
alertou para o perigo de se cobiçar ofícios espirituais na igreja. A sabedoria do
mundo diz: promova a você mesmo. Você é melhor do que os outros. Os discípulos
de Cristo discutiam quem era o maior dentre eles. Os fariseus usavam suas
atividades religiosas para se promoverem diante dos homens (Mt 6:1-18). A
sabedoria do mundo exalta o homem e rouba a Deus da sua glória (1 Co 1:27-31). O
invejoso não se alegra com o triunfo do outro e alegra-se com o fracasso do outro. O
invejo é alguém que tem uma super preocupação com sua posição, dignidade e
direitos.
b) Sentimento faccioso (v. 14b, 16b) – Há grandes feridas nos relacionamentos
dentro das famílias e das igrejas (Exemplo: A igreja Central de Campo Grande _
MS). A falta de perdão (Matarazo). A palavra significa espírito de partidarismo. Era a
palavra usada por um político à cata de votos. As pessoas são a seu favor ou então
contra você. Paulo alertou em Filipenses 2:3 sobre o perigo de estarmos envolvidos
na obra com motivações erradas: vangloria e partidarismo. O outro vem antes do eu.
Exemplo: Filipenses 2 mostra o exemplo de Cristo, Paulo, Timóteo e Epafrodito.
c) Mentira (v. 14c) – A inveja produz sentimento faccioso. Este promove a vaidade e
a vaidade se alimenta da mentira (1 Co 4:5).
2. Qual é a evidência da verdadeira sabedoria?
a) Mansidão (v. 13) – Mansidão não é fraqueza, mas poder sob controle. A palavra
era usada para um cavalo domesticado, que tinha o seu poder sob controle. Uma
pessoa que não controle pessoal, não tem domínio próprio não é sábia. Mansidão é
o uso correto do poder, assim como sabedoria é o uso correto do conhecimento.
b) Pureza (v. 17) – “Primeiramente pura” mostra a importância da santidade. Deus é
santo, portanto, portanto a sabedoria que vem de Deus é pura. Ela é livre de
impureza, mácula, dolo. A sabedoria de Deus nos conduz à pureza de vida. A
sabedoria do homem conduz à amizade com o mundo.
c) Paz (v. 17) – A sabedoria do homem leva à competição, rivalidade e guerra (Tg
4:1-2), mas a sabedoria de Deus conduz à paz. Essa é a paz produzida pela
santidade e não pela complacência ao erro. Não se trata da paz que encobre o
pecado, mas do pecado fruto da confissão do pecado.
d) Indulgência (v. 17) – Essa característica da sabedoria do alto trata da atitude de
não criar conflitos nem comprometer a verdade para manter a paz. É ser gentil sem
ser fraco.
e) Tratável (v. 17) – É ser uma pessoa comunicável, de fácil acesso. Jesus era
assim: as crianças, os enjeitados, os leprosos, os doentes, as mulheres, os
publicanos, as prostitutas, os doutores tinham livre acesso a ele. A Bíblia, entretanto,
fala de Nabal, um homem duro no trato com que ninguém podia ser comunicar.
f) Plena de Misericórdia (v. 17) – Essa sabedoria é controlada pela misericórdia. A
parábola do bom samaritano nos exemplifica esse tipo de sabedoria: Para um
samaritano cuidar de um judeu era um ato de misericórdia.
g) Bons frutos (v. 17) – As pessoas que são fiéis são frutíferas. Quem não produz
frutos, produz galhos. A sabedoria de Deus é prática. Ela muda a vida e produz bons
frutos para a glória de Deus.
h) Imparcial (v. 17) – Uma pessoa que não tem duas mentes, duas almas (1:6).
Quando você tem a sabedoria de Deus você julga conforme a verdade e não
conforme a pressão ou conveniência.
i) Sem fingimento (v. 17) – A palavra é sinceridade, sem hipocrisia. O hipócrita é um
ator que representa um papel diferente da sua vida real. Ele fala a verdade em amor.
Não existe jogo de interesse, política de bastidor.
III. CONTRASTE SOBRE OS RESULTADOS – V. 16,18
A origem determina resultados. A sabedoria do mundo produz resultados mundanos;
a sabedoria espiritual, resultados espirituais.
1. A sabedoria do mundo produz problemas – v. 16b
Inveja, confusão, e todo tipo de coisas ruins são o resultado da sabedoria do mundo.
Muitas vezes, esses sintomas da sabedoria do mundo estão dentro da própria igreja
(3:12; 4:1-3; 2 Co 12:20). Pensamentos errados produzem atitudes erradas. Uma
das causas do porquê deste mundo estar tão bagunçado é que os homens têm
rejeitado a sabedoria de Deus.
A palavra “confusão” significa desordem que vem da instabilidade. Essas pessoas
são instáveis como a onda (1:8) e indomáveis como a língua (3:8). Essa palavra é
usada por Cristo para revelar a confusão dos últimos dias (Lc 21:9).
A sabedoria do mundo só produz coisas ruins.
2. A sabedoria de Deus produz bênçãos – v. 18
Vida reta (v. 13) – Uma pessoa sábia é conhecida pela sua vida irrepreensível,
conduta santa.
Obras dignas de Deus (v. 13) – Uma pessoa sábia não apenas fala, mas faz.
Fruto de justiça (v. 18) – A vida cristã é uma semeadura e uma colheita. Nós
colhemos o que semeamos. O sábio semeia justiça e não pecado. Ele semeia paz e
não guerra. O que nós somos, nós vivemos e o que nós vivemos, nós semeamos. O
que nós semeamos determina o que nós colhemos. Temos que semear a paz e não
problemas no meio da família de Deus. Ló seguiu a sabedoria do mundo e trouxe
problema para a sua família.
CONCLUSÃO
1. Como poderemos conhecer uma pessoa sábia? Uma pessoa sábia é sempre uma
pessoa humilde. Aquele que proclama as suas próprias virtudes carece de
sabedoria.
2. Como poderemos identificar uma pessoa que não tem sabedoria? Suas palavras
e atitudes provocarão inveja, rivalidades, divisão, guerras.
Como acabar com as guerras (Referência: Tiago 4.1-12)
INTRODUÇÃO
1. As guerras são uma realidade da vida a despeito dos acordos de paz. Há não
apenas guerras entre as nações. Há também guerras nas denominações, guerras
dentro das famílias e guerras dentro do nosso próprio coração.
2. Tiago diz que o nosso verdadeiro problema não está fora de nós, mas dentro de
nós (v. 1; Mt 15:19-20).
3. A guerra do Peloponeso, que durou 27 anos, destruiu a Grécia no ápice da
grande civilização que ela havia criado como resultado da Idade de Ouro de Atenas.
Roma fez da guerra uma maneira de viver mas, apenas disso, foi vencida e
destruída pelos bárbaros. Na Idade Média, a guerra varreu a Europa, culminando
com os horrores da Guerra dos Trinta anos, terminada em 1648. Essa guerra é
considerada o episódio militar mais horrível na história ocidental antes do século XX.
Cerca de 7 milhões de pessoas ou seja, 1/3 dos povos de língua alemã morreram
naquela guerra.
4. Na Primeira guerra Mundial 1914-1918 aproximadamente 30 milhões de pessoas
pereceram. Todos ficaram horrorizados. Mas dentro de vinte anos outra guerra foi
lutada no mesmo anfiteatro, pelos mesmos participantes, por muitas das mesmas
razões. A Segunda guerra mundial 1939-1945 resultou na perda de 60 milhões de
vidas, enquanto os custos quadruplicaram de estimativa de 340 bilhões para 1 trilhão
de dólares.
5. Assistimos a guerra fria entre comunismo e o capitalismo. Assistimos o maior
massacre da história contra os cristãos através do comunismo. Assistimos
sangrentas guerras tribais na África. Fratricidas guerras na Irlanda. Massacres no
Oriente Médio. Hoje vemos o domínio bélico da América sobre seus rivais.
6. Essas guerras são uma projeção da guerra instalada no nosso próprio peito.
Carregamos uma guerra dentro de nós. Desejamos o nosso próprio prazer à custa
dos outros (v. 2). Em vez de lutar, devemos orar (v. 2-3).
7. Tiago descreve três tipos de guerras que enfrentamos:
I. EM GUERRA CONTRA AS PESSOAS – V. 1,11,12.
1. O Salmo 133:1 diz: “Oh como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!”.
Certamente os irmãos deveriam viver unidos, em harmonia, mas muitas vezes, eles
vivem em guerra. Os pastores de Ló entraram em contenda com os pastores de
Abraão. Absalão conspirou contra o seu pai Davi. Os próprios discípulos geraram
tensões entre si perguntando para Jesus quem era o maior. As vezes, os membros
da igreja entravam em contendas e levavam essas guerras para os tribunais (1 Co
6:1-8). Na igreja da Galácia os crentes estavam se mordendo e se devorando (Gl
5:15). Paulo escreveu aos crentes de Éfeso para preservaram a unidade no vínculo
da paz. Na igreja de Filipos duas mulheres líderes da igreja estavam em desacordo
(Fp 4:1-3).
2. Tiago já havia denunciado a guerra de classes (2:1-9). Os ricos recebiam toda a
atenção e os pobres eram ignorados. Tiago também denunciou a guerra entre
patrões e empregados (5:1-6). Quando os ricos estavam retendo com fraude os
salários dos ceifeiros. Tiago denuncia ainda a guerra dentro da igreja (1:19-20). Os
crentes estavam ferindo uns aos outros com a língua e com um temperamento
descontrolado. Finalmente Tiago denuncia uma guerra pessoal (4:11-12). Os crentes
estavam falando mal uns dos outros e julgando uns aos outros. Nós precisamos
examinar primeiro a nossa própria vida e depois ajudar os outros (Mt 7:1-5). Não
somos chamados para sermos juízes. Deus é o nosso juiz. Seu julgamento é justo e
santo.
3. O mundo vê essas guerras dentro das denominações, dentro das igrejas, dentro
das famílias e isso é uma pedra de tropeço para a evangelização. Por isso Jesus
orou pela unidade (Jo 17:21). Como podemos estar em guerra uns contra os outros
se pertencemos à mesma família, se confiamos no mesmo Salvador, se somos
habitados pelo mesmo Espírito? A resposta de Tiago é que temos uma guerra dentro
de nós.
4. Cristãos em guerra (v. 1-2b) – Tiago aborda aqui três coisas: 1) Um fato – Há
guerra entre os irmãos. Essa guerra representa o contínuo estado de hostilidade e
antagonismo; 2) Uma causa – Os prazeres que militam na carne. Tiago diz que os
nossos desejos são como um campo armado pronto para guerrear; 3) Uma prática –
A cobiça.
II. EM GUERRA CONTRA NÓS MESMOS – V. 1b-3
1. A fonte de todas essas guerras está dentro do nosso próprio coração (v. 1;
3:14,16). A essência do pecado é o egoísmo. Eva caiu porque quis ser igual a Deus.
Abraão mentiu porque queria se proteger (Gn 12:10-20). Acã causou derrota a Israel
porque egoisticamente tomou o que era proibido. Somos como Tiago e João,
queremos lugar especial no trono.
2. Desejos egoístas são coisas perigosas. Eles levam a ações erradas (v. 2). E eles
levam a orações erradas (v. 3). Quando as nossas orações são erradas, toda a
nossa vida está errada. Nossas orações não são respondidas quando há guerras
entre os irmãos e paixões dentro do coração.
3. Orações não respondidas – Tiago muda da nossa relação horizontal para a nossa
relação vertical. Quando temos guerra com os irmãos, temos a comunhão
interrompida com Deus. Enquanto a oração seria a solução (v. 2b), mas na prática a
oração não funciona (v. 3a) porque ela está motivada pela mesma razão que
provoca as contendas (v. 3b).
4. Não cobiçarás é o décimo e último mandamento da lei. Quebramos toda a lei
quando quebramos esse mandamento. Desejo egoísta e oração egoísta conduz à
guerra. Se há guerra do lado de dentro, haverá guerra do lado de fora.
5. Pessoas que estão em guerra consigo mesmas, são infelizes.
III. EM GUERRA COM DEUS – V. 4-10
A raiz de toda a guerra é rebelião contra Deus. Mas como um crente pode estar em
guerra contra Deus? Cultivando amizade com os inimigos de Deus. Tiago cita três
inimigos com quem não podemos ter amizade se desejamos viver em paz com
Deus.
Tiago fala de tentações que estão fora de nós (o mundo e o diabo) e tentações que
estão dentro de nós (a carne).
1. O mundo (v. 4)
O mundo aqui é a sociedade humana com seus valores, princípios, filosofia vivendo
à parte de Deus. Esse sistema que rege o mundo é anti-Deus. Se o mundo valoriza
a riqueza, começamos a valorizar a riqueza também. Se o mundo valoriza o
prestígio, começamos a valorizar o prestígio. Temos a tendência de assimilar esses
valores do mundo.
Um crente pode tornar-se amigo do mundo gradativamente: Primeiro, sendo amigo
do mundo (4:4). Segundo, sendo contaminado pelo mundo (1:27). Terceiro, amando
o mundo (1 Jo 2:15-17). Quarto, conformando-se com o mundo (Rm 12:2). O
resultado é ser condenado com o mundo (1 Co 11:32). Então, seremos salvos como
que através do fogo (1 Co 3:11-15).
Amizade com o mundo é uma espécie de adultério espiritual. O crente está casado
com Cristo (Rm 7:4) e deve ser fiel a ele (Is 54:5; Jr 3:1-5; Ez 23; Os 1-2; 1 Co 11:2).
O mundo é inimigo de Deus e ser amigo do mundo é constituir-se em inimigo de
Deus.
Não dá para ser amigo do mundo e de Deus ao mesmo tempo.
2. A carne (v. 1,5)
A carne é a nossa velha natureza. A carne não é o corpo. O corpo não é
pecaminoso. Podemos usar o corpo para glorificar a Deus ou para servir ao pecado.
Na conversão recebemos uma nova natureza, mas não perdemos a velha. Ela
precisa ser crucificada. Essas duas naturezas estão em conflito (Gl 5:17). É isso que
Tiago diz no v. 1.
Há paixões carnais que buscam nos colocar em guerra contra Deus. Devemos fugir
dessas paixões (1 Co 6:18; 2 Tm 2:22). Fugir aqui não é um gesto desprezível. José
do Egito fugiu da mulher de Potifar. A única maneira de vencer as tentações da
carne é fugindo. Fugir do lugar, do ambiente. Viver na carne significa entristecer o
Espírito Santo que vive em nós (v.5; Ef 4:30).
O Espírito de Deus habita em nós e anseia por nós com zelo (v. 5). Ele não nos
divide com ninguém. Estamos casados com Cristo. Você levaria Cristo para uma
sala de jogos, para uma boate, para um show do mundo, para uma intimidade sexual
fora do casamento?
3. O diabo (v. 6-7)
O mundo está em conflito com o Pai. A carne em luta contra o Espírito e o diabo se
opõe ao Filho de Deus.
O pecado predileto do diabo é a vaidade, o orgulho. Ele tenta as pessoas nessa
área (v. 6-7). Ele tentou Eva e tenta os novos crentes (1 Tm 3:6). Deus quer que
dependamos dele enquanto o diabo quer que dependamos de nós. O diabo gosta de
encher a nossa bola. O grande problema da igreja hoje é que temos muitas
celebridades e poucos servos. Há tanta vaidade humana que não sobra espaço para
a glória de Deus.
4. Como podemos vencer esses três inimigos?
* O caminho de uma graça maior – v. 6 – Deus está incansavelmente do nosso lado.
Ele sempre nos dá graça suficiente para vencer. Mas a graça de Deus não nos
isenta de responsabilidade. Nos versos 7-10 há dez mandamentos para obedecer. A
graça não nos isenta da obediência. Quanto mais graça, mais obediência.
a) Submetendo-nos a Deus (v. 7)
Essa palavra é um termo militar que significa fique no seu próprio posto, ponha-se
no seu lugar. Quando um soldado quer se colocar no lugar do general ele tem
grandes problemas. Renda-se incondicionalmente. Ponha todas as áreas da sua
vida sob a autoridade de Deus. Por isso um crente rebelde não pode viver consigo
nem com os outros.
Davi pecou contra Deus, adulterando, matando Urias e escondendo o seu pecado.
Mas quando ele se humilhou, se submeteu e confessou, encontrou paz novamente
com Deus.
b) Resistindo ao diabo (v. 7)
O diabo não é para ser temido, mas resistido. Somente quem se submete a Deus
pode resistir ao diabo. A Bíblia nos ensina a não dar lugar ao diabo (Ef 4:27).
c) Mantendo-nos perto de Deus (v. 8)
Quanto mais perto de Deus ficamos, mais parecidos com Jesus nós nos tornamos.
Comunhão com Deus é uma pista de mão dupla. Quando nos chegamos a Deus, ele
se chega a nós. Não podemos ter comunhão com Deus e com o pecado ao mesmo
tempo (v. 8b).
Comunhão com Deus implica em purificação (v. 8b)
d) Humilhando-nos diante de Deus (v. 9-10)
Temos a tendência de tratar o nosso pecado de forma muito leva e condescendente.
Tiago exorta-nos a enfrentar seriamente o nosso pecado (v. 9). A porta da exaltação
é a humilhação diante de Deus (v. 10). Deus não despreza o coração quebrantado
(Sl 51:17).
Deus olha para o homem que é humilde de coração e treme diante da Palavra de
Deus (Is 66:2).
Quando estamos em paz com Deus, temos paz uns com os outros e uma fonte de
paz jorrando de dentro de nós!
Quando Deus responde não (Referência: Tiago 4.2b-3)
INTRODUÇÃO
Hoje quero pregar sobre a consolação do NÃO de Deus, quando sua resposta
negativa às nossas orações é uma bênção, quando o NÃO de Deus é o nosso
livramento e quando a sua resposta contrária à nossa vontade é o maior gesto da
sua misericórdia por nós.
I. OS QUE SE QUEIXAM SEM RAZÃO
Muitos são aqueles que sendo hoje tanto mais do que eram, e tendo tanto mais do
que tinham, e estando tanto mais honrados do que estavam, ainda se queixam.
1. Adão
Adão antes de Deus o formar não era nada. Formado, era uma estátua de barro.
Recebendo o sopro de Deus, pôs Adão em pé e começou a ser homem. Recebeu
tanta honra que Deus lhe deu a presidência da terra: sobre todos os animais; a
presidência do ar: sobre todas as aves e a presidência do mar: sobre todos os
peixes. Parece que não podia ser mais nem melhor. Contudo, nem Adão nem Eva
ficaram satisfeitos. Ainda queriam mais. E o que queriam? Queriam ser igual a Deus.
Há tal ambição de subir e tal desatino de crescer? Anteontem, nada; ontem, barro;
hoje, homem; amanhã, Deus? Quem ontem era barro, não contentará com ser hoje
homem, e o primeiro homem? Quem anteontem era nada, não contentará com ser
hoje tudo, e mandar tudo? Adão estava descontente, mas sem razão.
2. Davi
Em 2 Sm 7:8 diz: “Tomei-te da malhada, de detrás das ovelhas, para fosses príncipe
sobre o meu povo, sobre Israel”. Não só diz Deus o lugar onde o pôs, senão também
o lugar donde o tirou. Tirou-o das pastagens pedregosas de Belém e o colocou no
trono. Lembre-se o descontente com Deus, onde estava e onde está. Lembre-se
com Adão, do que era e do que é. E logo verá que as nossas queixas não são
razoáveis.
Os filhos de Zebedeu pediram para Jesus um lugar de honra no seu Reino.
Enquanto Jesus fala da cruz, eles falavam da coroa. Enquanto Jesus sentia a dor da
morte, eles estavam encantados com o poder. Jesus lhes diz que eles não sabem o
que pedem e não lhes atende ao pedido. Então, eles viram o excesso da sua
ambição. Ontem remando a barca e remendando as redes. Hoje, apóstolos de
Jesus; amanhã, desejando serem maiores do que os outros? Tiago diz: “Pedis e não
recebeis, porque pedis mal”.
II. OS QUE PEDEM SEM SABER
Muitas vezes não sabemos também o que pedimos. Vejamos alguns exemplos:
1. Raquel
Raquel fez uma das mais importunas e impacientes petições que uma mulher pode
fazer ao marido em sua vida: “Dá-me filhos, senão eu morrerei” (Gn 30:1).
Respondeu-lhe Jacó, que os filhos só Deus os dá, e só ele os pode dar. Raquel
tinha o amor de Jacó, mas isto não era o suficiente para ele. Ele queria filhos para
continuar vivendo.
Sua petição foi atendida, mas o resultado foi o contrário do que pediu. O que pedia
Raquel não só era filho, senão filhos e assim lho concedeu Deus, porque a fez mãe
de José e Benjamim. Mas, ao cabo dando à luz ao segundo filho, morreu de parto e
no mesmo parto do segundo filho.
Vejamos os termos com que Raquel pedia os filhos: “Dá-me filhos, senão eu
morrerei”. E quando cuidava que havia de morrer se não tivesse filhos, porque teve
filhos, no mesmo ponto em que os teve, morreu. Cuidava que pedia a vida, e pedia a
morte; cuidava que pedia a alegria sua e de sua casa, e pedia o luto e a orfandade
dela. Tão certo é que no que pedimos com maiores ânsias, não sabemos o que
pedimos.
2. Sansão e o Filho Pródigo
Sabida é a história de Sansão, e sabida a do Pródigo; ambos famosos por seus
excessos. Deixados, pois os princípios, e progressos de uma e outra tragédia,
ponhamo-nos ao fim de ambas, e vejamos o estado de extrema miséria, a que os
passos de cada um os levaram por tão diversos caminhos.
Vejam aquele homem robusto e agigantado, que com aspecto ferozmente triste,
tosquiados os cabelos, cavados os olhos, e correndo sangue, atado dentro de um
cárcere a duas fortes cadeias. Pois aquele é Sansão.
Vejam aquele jovem macilento e pensativo, que roto e quase despido, com uma
corneta pendente no ombro, arrimado sobre um cajado, vivendo na pocilga e com
fome. Pois aquele é o Pródigo.
Que mudanças! Um era tão valente e outro tão altivo. Agora o Pródigo com fome
não tem autorização para comer as bolotas dos porcos e Sansão, o imbatível jogado
em público para chacota do povo, foi escarnecido e afrontado até à morte. Mas qual
a causa dessas mudanças tão estranhas? Essas mudanças aterradoras não tiveram
outra causa que a resposta positiva que ambos fizeram.
Sansão pediu a seus pais que lhe dessem por mulher uma filistéia. Concederam-lhe
os pais o que pediu; e esta filistéia foi a causa das guerras que Sansão teve com os
filisteus, e dos enganos e traições de Dalila, e da sua prisão, e do seu cativeiro, e da
sua cegueira, e das suas afrontas e por fim da sua própria morte.
O Pródigo pediu a seu pai que lhe desse em vida a herança que lhe havia de caber
por sua morte. Concedeu-lhe o Pai o que pedira: e esta herança consumida em
larguezas, e vícios da mocidade, foi a causa da sua pobreza, da sua vileza, da sua
miséria, da sua fome, da sua servidão, da sua desonra, que só tiveram de desconto
o pesar e o arrependimento.
3. Aplicação
Pediria Raquel filhos se soubesse que o ter filhos lhe havia de custar a vida?
Pediria Sansão a filistéia, se soubesse que ela havia de ser a causa de sua afronta,
de sua morte e de perder os olhos com que a vira?
Pediria o Pródigo a herança antecipada, se soubesse que com ela havia de comprar
a miséria, a fome, a servidão e desonra?
Claro está que não. Pois se agora não haviam de pedir nada do que pediram, senão
antes o contrário, porque o pediram então? Vocês já sabem a resposta: Pediram
porque não sabiam o que pediram. Isso deve nos ensinar aceitar o Não de Deus
com gratidão. Ele conhece o futuro e sabe o que é melhor para nós. Ele nos atende
não segundo a nossa vontade, mas segundo a perfeita vontade.
III. OS QUE SE SUBMETEM À VONTADE DE DEUS
Jesus ensina no Sermão do Monte: “Pedi e dar-se-vos-á”. E para maior confirmação
desta promessa acrescenta: “Pois todo o que pede, recebe” (Lc 11:9-13). Não diz
Jesus que todo o que pede recebe o que pede. Diz Jesus que todo o que pede
recebe. Muitas vezes, porém, recebe o contrário do que pede.
Jesus confirma seu ensino com três exemplos familiares: “Qual dentre vós é o pai
que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou se pedir um peixe, lhe dará em
lugar de peixe uma cobra? Ou, se lhe pedir um ovo lhe dará um escorpião?” Pois
esta é a razão porque Deus, que nos trata como filhos, nos diz muitas vezes um
NÃO e nos nega o que pedimos; porque pedimos pedras, porque pedimos
serpentes, porque pedimos escorpiões.
Cuidamos que pedimos sustento e pedimos veneno; cuidamos que pedimos o que
havemos de comer e pedimos o que nos há de comer; cuidamos que pedimos com
que viver, e pedimos o que nos há de matar – e isto é pedir serpentes e escorpiões.
Quando somos tão néscios que não distinguimos o escorpião do ovo, nem a
serpente do peixe, nem o pão da pedra, Deus que é Pai e tão bom Pai, nos nega
peremptoriamente o que tão perigosamente pedimos.
CONCLUSÃO
O apóstolo Paulo diz que Deus nos assiste em nossa fraqueza porque não sabemos
orar como convém. Não sabemos orar porque não conhecemos o futuro nem
sabemos o que é melhor para nós. Como filhos de Deus, precisamos aprender dois
princípios básicos ensinados por Tiago:
1. Devemos sempre orar a Deus e pedir a ele o que necessitamos – Diz Tiago:
“Nada tendes, porque nada pedis”. Jesus ensinou: “Pedi e dar-se-vos-á”. A falta de
oração retém as bênçãos do céu. Podemos ser ousados para pedir, pois Deus é
poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos,
conforme o seu poder que opera em nós.
2. Devemos sempre nos alegrar quando Deus responde NÃO às nossas orações.
Deus é soberano. Ele está no controle do universo e das nossas vidas. Ele trabalha
todas as coisas para o nosso bem. Ele age no seu tempo e de acordo com a sua
vontade. Ele sempre tem o melhor para nós. Ainda que ele nos leve para o deserto,
ou pelos vales, ou pelas ondas, ou pelos rios, ou até mesmo pelo fogo. Ele tem um
propósito em mente: transformar-nos à imagem de Jesus. Acolhamos o NÃO DE
DEUS com humildade!
Qual é o valor que o dinheiro ocupa na sua vida? (Referência: Tiago 5.1-6)
INTRODUÇÃO
1. O dinheiro hoje domina as casas de leis, os palácios dos governos e as cortes do
judiciário. O dinheiro é o maior deus deste mundo. Por eles as pessoas roubam,
mentem, corrompem, casam-se, divorciam-se, matam e morrem.
2. O dinheiro é mais do que uma moeda, ele é um espírito, um deus, ele é
Mammom. Ninguém pode servir a Deus e ao dinheiro. Ele é o mais poderoso dono
de escravos do mundo.
3. O problema não é possuir dinheiro, mas ser possuído por ele. O dinheiro é um
bom servo, mas um péssimo patrão. Não é pecado ser rico. A riqueza é uma
bênção. É Deus quem nos dá sabedoria para adquirirmos riqueza. O problema é
colocar o coração na riqueza. A raiz de todos os males não é o dinheiro, mas o amor
ao dinheiro.
4. Vivemos hoje uma economia global. A máquina econômica gira numa velocidade
caleidoscópica. Precisamos trabalhar mais e consumir mais. Os luxos do ontem
tornaram-se as necessidades do hoje. Mas o sistema pede não apenas mais
dinheiro, mas também mais do nosso tempo. Coisas estão se tornando mais
importante do que pessoas.
5. Os ricos estão se tornando cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais
pobres. 50% das riquezas do mundo estão nas mãos de apenas 100 empresas. Há
empresas mais ricas que alguns países. A GM é mais rica que a Dinamarca. A
Toyota é mais rica que a África do Sul. A FORD é mais rica que a Noruega. O Wal-
Mart é mais rico que 161 países. Bill Gates em 2000 teve uma renda líquida de 400
milhões de dólares por semana.
6. A corrupção está instalada na medula de nossa nação. Sentimos vergonha ao ver
tanto escândalo financeiro, quando os recursos que deveria vir para aliviar o
sofrimento do pobre são saqueados pelas ratazanas que roem incansavelmente as
riquezas da nação e os dráculas que insaciáveis que chupam o sangue do povo.
7. A Palavra de Tiago é mais do que oportuna. Deveria ocupar as manchetes dos
jornais.
I. COMO OS RICOS ADQUIRIRAM SUAS RIQUEZAS – V. 4,6a
1. A Bíblia não proíbe o homem ser rico, se essa riqueza vem como fruto da bênção
de Deus e do trabalho honrado (Sl 112; Pv 10:4). Abraão e Jó eram homens ricos e
também piedosos. O que a Bíblia proíbe é adquirir riquezas por meios ilícitos e para
propósitos ilícitos. Amós 2:6 condena o adquirir riquezas ilícitas e Isaías 5:8 condena
o adquirir com propósitos ilícitos.
2. Não é pecado ser rico. Não é pecado ser previdente. Não é pecado usufruir as
benesses da riqueza. O pecado está ligado a origem, ao meio e ao fim da riqueza.
3. Tiago fala que os ricos que ajuntaram riqueza ilícita enfrentarão a inevitabilidade
do juízo de Deus (v. 1). O luxo de hoje tornar-se desventura amanhã (v. 1). Exemplo:
A opulência da riqueza de Saddam Hussein.
4. A segurança do dinheiro é falsa. A alegria que ele proporciona é fugaz (v. 1). Veja
o contraste entre a falsa e a verdadeira riqueza em 1 Tm 6:6-10,17-19.
5. Tiago menciona duas formas pecaminosas com que os ricos adquiriram suas
riquezas:
A. Retendo o salário dos trabalhadores com fraude – (v. 4)
Os ricos não apenas estavam retendo o salário dos trabalhadores, mas estavam
retendo o salário deles com fraude. Eles estavam ricos por roubar dos pobres (Pv
22:16,22).
A lei de Moisés proibia ficar com o salário do trabalhador até à noite (Dt 24:14-15):
“Não oprimirás o jornaleiro pobre e necessitado, seja ele teu irmão ou estrangeiro
que está na tua terra e na tua cidade. No seu dia, lhe darás o seu salário, antes do
pôr do sol, porquanto é pobre, e disso depende a sua vida; para que não clame
contra ti ao Senhor, e haja em ti pecado”.
“Não oprimirás o teu próximo, nem o roubarás; a paga do jornaleiro não ficará
contigo até pela manhã” (Lv 19:13).
Os trabalhadores foram contratados por um preço e fizeram o seu trabalho, mas não
receberam. O crente precisa ser honesto para pagar suas dívidas e cumprir com os
seus compromissos financeiros.
B. Controlando as cortes- (v. 6a)
A regra de ouro do mundo é que aqueles que têm o ouro é que fazem as regras. Os
ricos se fortalecem porque compram as sentenças, subornam os tribunais e assim
oprimem ainda mais os pobres que não podem oferecer resistência.
Nos versos 2-3 e no v. 5 há o uso egoísta da riqueza (acúmulo e luxúria), cada um
dos versos seguidos por uma condenação dessa prática v. 4 e 6.
Os ricos condenam os pobres nos tribunais (2:6 e 5:6). Na diáspora os crentes foram
dispersos e perderam seus bens, propriedades, casas (1:1).
Judas vendeu Jesus por dinheiro. Os ricos compravam as sentenças contra os
pobres por dinheiro e assim condenavam e matavam os justos (um símbolo do que
foi feito com Cristo).
Quando Deus estabeleceu Israel em sua terra, deu ao povo um sistema de cortes
(Dt 17:8-13). Ele advertiu os juízes para não serem gananciosos (Ex 18:21). Os
juízes não podiam ser parciais entre os ricos e os pobres (Lv 19:15). Nenhum juiz
podia tolerar perjúrio (Dt 19:16-19). O suborno era condenado pelo Senhor (Is 33:15;
Mq 3:11; 7:3). Amós denunciou os juízes que vendiam sentenças por suborno (Am
5:12,13).
Os pobres não tinham como resistir os ricos. Eles controlavam as próprias cortes.
Eles só podiam apelar para Deus, o justo juíz.
II. COMO OS RICOS USARAM SUAS RIQUEZAS – V. 3-5
1. Já é uma coisa pecaminosa adquirir riquezas de forma pecaminosa, mas maior
pecado ainda é usar essas riquezas de forma também pecaminosa. Tiago cita três
formas pecaminosas de usar as riquezas:
A. Eles acumularam de forma avarenta as riquezas – (v. 3)
Não há nenhum pecado em ser previdente, fazer investimentos e em prover para si,
para a família, para ajudar outros (2 Co 12:14; 1 Tm 5:8; Mt 25:27).
Mas é pecaminoso acumular o que não é nosso. Eles ajuntavam o que deviam pagar
aos trabalhadores. Anos depois os Romanos saquearam todos os seus bens e suas
riquezas foram espoliadas.
É uma grande tragédia uma pessoa ajuntar tesouros para os últimos dias e não
ajuntar tesouros no céu.
Confiar na provisão e não no provedor é um pecado. Quem assim age, vive como se
nossa pátria fosse a terra e não o céu (Lc 12:15-21). Confiar na instabilidade da
riqueza ou na transitoriedade da vida é tolice (4:14; 1 Tm 6:17). A vida de um
homem não consiste na quantidade de bem que ele possui (Lc 12:15).
B. Eles mantiveram os necessitados longe do benefício de suas riquezas – (v.
4).
Os ricos não apenas acumularam riquezas, guardando gananciosamente suas
moedas ao ponto de ajuntar ferrugem, mas estavam armazenando não suas
próprias riquezas, mas o salário dos ceifeiros.
Eles não estavam sendo fiéis na mordomia dos bens. Eles estavam sendo
fraudulentos. O roubo é pecado. Deixar de pagar salários justos e reter os salários
ardilosamente é um grave pecado aos olhos de Deus.
C. Eles estavam vivendo na luxúria enquanto os pobres estavam morrendo –
(v. 5)
Luxúria = triphao – só encontrado aqui no NT = extravagante conforto.
Prazeres = spatalao – entregar-se aos prazeres e aos vícios (1 Tm 5:6). As duas
palavra juntas significam uma vida sem autonegação, uma vida regalada,
desenfreada, sedenta apenas dos prazeres e conforto. Eles pecaram contra a justiça
e contra a temperança.
Jesus ilustrou essa atitude nababesca falando sobre o rico que vivia regaladamente
em seus banquetes sem se importar com o pobre ou mesmo com o destino da sua
alma (Lc 16:19-31).
III. O QUE ACONTECERÁ ÀS SUAS RIQUEZAS – V. 1-4
Tiago menciona as consequências do mau uso das riquezas:
A. As riquezas mal usadas irão desvanecer – (v.2-3a)
Nada daquilo que é material permanecerá para sempre neste mundo. As sementes
da morte estão presentes em tudo aquilo que está neste mundo. É uma grande
tolice pensar que a riqueza possa trazer estabilidade permanente. Assim diz o
apóstolo Paulo: “Exosta os ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem
depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos
proporciona ricamente para nosso aprazimento” (1 Tm 6:17).
Além disso, a vida é passageira: “…sois, apenas, como neblina que aparece por
instante e logo se dissipa” (Tg 4:14) e não podemos levar nada desta vida: “Porque
nada temos trazido para o mundo, nem cousa alguma podemos levar dele” (1 Tm
6:7).
Jesus disse para o rico insensato: “… louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o
que tens preparado para quem será?” (Lc 12:20).
B. As riquezas mal usadas destroem o caráter – (v. 3)
Diz Tiago: “O vosso ouro e a vossa prata foram gastos de ferrugens, e a sua
ferrugem há de ser por testemunho contra vós mesmos e há de devorar, como fogo,
as vossas carnes…” (5:3).
Este é o julgamento presente da riqueza. O veneno da riqueza infectou a pessoa e
ela está sendo devorada viva. A cobiça leva a pessoa a cometer todos os outros
mandamentos. Ló ao se tornar rico pôs sua vida e sua família a perder. Diz Deus:
“… se as vossas riquezas prosperam, não ponhais nelas o coração” (Sl 62:10). O
bom nome é melhor do que as riquezas (Pv 22:1). A piedade com contentamento é
grande fonte de lucro (1 Tm 6:6). O casamento feliz é melhor do que finas joias.
C. As riquezas mal usadas acarretam o inevitável julgamento de Deus – (v.
1,3,5)
Tiago viu não apenas o presente julgamento (as riquezas sendo devoradas e o
caráter sendo destruído), mas também ele falou do julgamento futuro diante de Deus
(v. 1, 9). Jesus é o reto juiz e ele julgará retamente. Todos comparecer diante do
tribunal de Cristo para dar conta de suas vidas.
Veja as testemunhas que Deus vai chamar nesse julgamento: 1) As suas próprias
riquezas enferrujadas e suas roupas comidas de traça vão testemunhar contra eles
no juízo – (5:3) – revelando a avareza de seus corações. Há uma ironia aqui: os
ricos armazenam suas riquezas para protegê-los e elas serão contra ele para
condená-lo. 2) O salário retido com fraude dos ceifeiros vão testemunhar contra eles
– (5:4) – O dinheiro tem voz. Ele fala e sua voz chega ao céu, aos ouvidos do
Senhor dos Exércitos. Deus ouviu o sangue de Abel e ouve o dinheiro roubado dos
trabalhadores. 3) Os trabalhadores irão também testificar contra eles (5:4b) – Não
haverá chance dos ricos subornarem as testemunhas e o juiz. Deus ouve o clamor
do seu povo oprimido e os julga com justiça.
D. As riquezas mal usadas revelam a perda de uma preciosa oportunidade – (v. 3)
Pense no bem que poderia ter sido feito com essa riqueza acumulada de forma
avarenta. Pobres poderiam ter sido assistidos, o reino de Deus expandido, o salário
dos ceifeiros pago. O que esses ricos guardaram, perderam anos depois quando
Roma começou a perseguir os judeus (64 d.C e 70 d.C.).
O dinheiro não deve ser uma arma para controlar e dominar os outros, mas um
instrumento para ajudar os necessitados. O que guardamos, perdemos. O que
damos, retemos.
Uma pessoa pode ser rica neste mundo e pobre no mundo por vir. Pode ser pobre
aqui e rica no mundo vindouro.
O dinheiro fala: o que ele irá testemunhar sobre você no dia do juízo?
CONCLUSÃO
Como você tem lidado com o dinheiro: ele é seu dono ou seu servo? Seu coração
confia na provisão ou no provedor?
Você é honesto no trato com o dinheiro? Você tem alguma coisa em suas mãos que
não lhe pertence? Os bens que você tem foram ganhos licitamente?
Você tem usado seus bens para ajudar outras pessoas, ou você tem acumulado
apenas para o seu deleite e conforto?
O poder triunfante da paciência (Referência: Tiago 5.7-12)
INTRODUÇÃO
1. Tiago começa a sua carta com uma chamada à perseverança sob as provações
(1:2-4) e termina a carta exortando os crentes a serem pacientes atá à vinda do
Senhor (5:7-8). As provas e não experiências místicas são o caminho da santificação
e do aperfeiçoamento (1:4).
2. Em (1:12) a recompensa é a coroa da vida e (5:7-8) a recompensa é a vinda de
Cristo (5:7-8). No começo o caminho da perfeição é a oração (1:5) e no final da
carta, ele volta ao mesmo tópico (5:13-18). No começo oramos por nós, no fim
oramos pelos outros.
3. Tiago fala da segunda de Cristo sob dois aspectos: 1) Como uma alegre
esperança (5:7-8 e 10-11); 2) Como uma temível expectativa (5:9,12). Para os
salvos o Senhor vem trazendo compaixão e misericórdia (5:11). Para os ímpios o
Juíz vem (5:9), trazendo julgamento (5:12). Ao mesmo tempo em que a vinda do
Senhor será o dia glorioso para o seu povo, será o terrível dia do Senhor para os
ímpios. Ilustração: O fazendeiro que zombava dos crentes trabalhando em frente a
igreja no domingo. Colheu mais que os crentes e mandou uma carta para o jornal
explicando sua posição: Enquanto os crentes iam para a igreja eu trabalhei. Colhi
mais que eles. Deus não me castigou. O que vocês pensam disso? O jornalista
publicou a carta e colocou uma nota de rodapé: Deus não ajusta suas contas na
colheita. Veja o Salmo 73.
4. A vinda do Senhor é um sinal de alerta sobre o perigo do mal uso da língua.
Devemos ter cuidado para não queixarmos uns dos outros (5:9). Também devemos
ter cuidado para não fazer juramentos impróprios (5:12). É mais fácil fazer um voto
do que cumpri-lo. Mas fazer um voto, devemos cumpri-lo, porque Deus não gosta de
tolos (Ec 5:4). É mais importante ser real do que dramático. Nosso sim deve
significar sim e o nosso não deve significar não. Devemos ser íntegros em nossa
palavra. Não podemos ser pessoas divididas internamente. Devemos ser livres de
uma mente dupla. Devemos íntegros com Deus e com os homens. Praticamos uma
devoção à verdade com os nossos lábios porque a verdade habita em nós.
5. A vinda do Senhor está próxima (5:8), está às portas (5:9).
6. Enquanto Jesus não volta não esperamos vida fácil neste mundo (Jo 16:33).
Paulo nos lembra que é em meio a muita tribulação que entramos no Reino (At
14:22). Devemos ser pacientes até Jesus voltar.
7. Mas como podemos experimentar esse tipo de paciência até Jesus voltar. Tiago
dá três exemplos de paciência para encorajar os crentes:
I.A PACIÊNCIA DO LAVRADOR – V. 7-9
1. Se uma pessoa é impaciente, ela nunca deve ser um agricultor. O agricultor planta
a semente certa, no campo certo, no tempo certo, sob as condições certas. A
semente não nasce, cresce, floresce e frutifica da noite para o dia. Apenas o erva
daninha cresce sem cuidado. O agricultor não tem nenhum controle sobre o tempo.
Muita chuva pode danificar a lavoura. Falta de chuva pode pôr toda a colheita a
perder.
2. O agricultor na Palestina dependia totalmente das primeiras chuvas vinham em
outubro (para o plantio) e das últimas chuvas que vinham em Março (para a
colheita). O tempo está fora do seu controle. Ele tem que confiar e esperar. É Deus
quem faz a semente brotar, germinar, crescer e frutificar. Ele não pode fazer nada
nesse processo (Mc 4:26-29).
3. Por que o agricultor espera? Porque o fruto é precioso (5:7). “E não cansemos de
fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos” (Gl 6:9). Tiago
descreve o crente como um agricultor espiritual que procura uma colheita espiritual.
“Sede vós também pacientes e fortalecei o vosso coração, pois a vinda do Senhor
está próxima” (5:8).
4. O nosso coração é o solo. A semente é a Palavra de Deus. Há estações para a
vida espiritual como há estações para o solo. Muitas vezes nosso coração se torna
seco e cheio de espinhos (Jr 4:3). Então Deus manda a chuva da sua bondade e
alimenta a semente plantada, mas devemos ser pacientes para esperar a colheita.
5. Deus está procurando frutos em nossa vida (Lc 13:6-9). Devemos produzir o fruto
do Espírito (Gl 5:22-23). E o único meio de darmos frutos doces é sermos provados
(1:2-4). Em vez de ficarmos impacientes, devemos saber que Deus está trabalhando
em nós.
6. Você só pode se alegrar nessa colheita espiritual, se o seu coração estiver
fortalecido (5:8). Um coração instável não produz fruto. Um agricultor está sempre
trabalhando em sua lavoura. Deus está trabalhando em nós para tirar de nós uma
colheita abundante. Um lavrador não vive brigando com os seus vizinhos. Ele está
cuidando da sua própria lavoura. Não devemos perder o foco e viver falando mal uns
dos outros (5:9).
II. A PACIÊNCIA DOS PROFETAS – V. 10
1. Os profetas foram homem que andaram com Deus, ouviram a voz de Deus,
falaram em nome de Deus, mas passaram também por grandes aflições. Eles
trilharam o caminho estreito das provas e foram pacientes. Privilégio e provas
caminharam juntos na vida dos profetas. Privilégio e sofrimento, sofrimento e
ministério caminham lado a lado na vida dos profetas.
2. Isaías não foi ouvido pelo seu povo. Ele foi cerrado ao meio. Jeremias foi preso,
jogado num poço e maltrado por pregar a verdade. Ele viu o cerco de Jerusalém e
chorou ao ver o seu povo sendo destruído. Daniel foi banido da sua terra e sofreu
pressões quando jovem. Sofreu ameaça e perseguição por causa da sua fidelidade
a Deus, a ponto de ser jogado na cova dos leões. Ezequiel também foi duramente
perseguido.
3. Estêvão denunciou o sinédrio: “Qual dos profetas vossos pais não perseguiram?
Eles mataram os que anteriormente anunciavam a vinda do Justo, do qual vós agora
vos tornastes traidores e assassinos” (At 7:52).
4. Jesus disse: “Bem-aventurado sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e
vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai,
porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas
antes de vós” (Mt 5:11-12).
5. Quando você tiver enfrentando sofrimento, não coloque em dúvida o amor de
Deus, gente que andou mais com Deus do que você, também passou pelas aflições.
Seja paciente.
6. Paulo diz: “Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão
perseguidos” (2 Tm 3:12). Nem sempre obediência produz vida fácil! “Se a igreja for
mais perseguida, será mais fiel? Não. Se ela for mais fiel será mais perseguida”. Isso
significa que Deus não nos poupa das aflições, mas ele nos assiste nas aflições.
Exemplo: Elias anunciou ao ímpio rei Acabe que a seca viria sobre Israel. Ele
também sofreu as consequências da seca, mas Deus cuidou dele e lhe deu vitória
sobre os ímpios.
7. A vontade de Deus jamais levará você, onde a graça de Deus não possa lhe
sustentar. A nossa paciência em tempos de prova é um poderoso testemunho do
evangelho àqueles que vivem ao nosso redor.
8. Rm 15:4: “Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a
fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança”.
Quanto mais conhecemos a Bíblia, mais Deus pode nos consolar em nossas
tribulações.
9. Como um agricultor, devemos continuar trabalhando e como os profetas, devemos
continuar testemunhando.
III. A PACIÊNCIA DE JÓ – V. 11-12
1. “Eis que temos por felizes os que perseveraram firmes…” (5:11). Mas você não
pode perseverar a não ser que haja provas em suas vida. Não há vitória sem luta.
Não picos sem vales. Se você deseja a bênção, você tem que estar preparado para
carregar o fardo e entrar nessa guerra.
2. Certa feita ouvi um cristão orar: “Oh Deus ensina-me as profundezas da tua
Palavra. Eu desejo ser arrebatado até o terceiro céu e ver e ouvir as coisas
maravilhosas que tu tens lá”. Embora a oração tenha sido sincera, ela partiu de um
crente imaturo. Paulo foi arrebatado até o terceiro e viu e ouviu coisas gloriosas
demais para contar. E como resultado Deus colocou um espinho em sua carne para
mantê-lo humilde (2 Co 12:1-10). Tem que existir um equilíbrio entre privilégios e
responsabilidades, bênçãos com fardos.
3. O livro de Jó pode ser dividido assim: (1-3) – As perdas de Jó; (4-31) – As
acusações contra Jó e sua defesa contra os ataques de seus amigos; (38-42) – a
restauração de Jó. As circunstâncias estavam contra Jó; os homens estavam contra
Jó; a sua esposa estavam contra Jó; seus amigos estavam contra Jó. Ele pensou
que Deus estava contra ele. Satanás estava contra ele. Mesmo assim, ele
perseverou! Ele provou que um homem pode amar a Deus acima dos bens, da
família e da própria vida. Jó derrubou as duas teses de Satanás.
4. Jó era um homem piedoso, justo, próspero, bom pai, sacerdote da família,
preocupado com a glória de Deus. Deus dá testemunho a seu respeito. Deus o
constitui seu advogado na terra. Satanás prova Jó com a permissão de Deus.
a) Jó perdeu todos os seus bens
b) Jó perdeu todos os seus filhos
c) Jó perdeu a sua saúde – (1:22) e (2:10) – mostram que Jó não pecou.
d) Jó perdeu o apoio da sua mulher
e) Jó perdeu o apoio dos seus amigos
f) Jó faz 16 vezes a pergunta: Por que?
g) Jó expressa sua queixa 34 vezes.
h) Deus faz 70 perguntas para Jó.
i) Deus restaura a sorte de Jó, dando-lhe o dobro dos bens. Por que não deu o
dobro dos filhos? Porque quando os animais foram embora, eles realmente foram.
Eles não tinham almas imperecíveis. Mas quando os filhos foram fisicamente, eles
na verdade não foram. Eles estavam com Deus no céu. Assim, agora, Jó tem dez
filhos no céu e dez filhos na terra.
j) Jó esperou pacientemente no Senhor e Deus o honrou. Ele não explicou nada
para Jó, mas quando Jó não conhecer os porquês de Deus, Jó pode conhecer o
caráter de Deus (Jó 42:5). A maior bênção que Jó recebeu não foi saúde e riqueza,
mas um conhecimento mais profundo de Deus. Isso é a própria essência da vida
eterna (Jo 17:3).
k) O livro de Jó nos prova que Deus tem propósitos mais elevados no sofrimento do
que apenas punir o pecado. O propósito de Deus no livro de Jó é revelar-se como o
Deus cheio de bondade e misericórdia (5:11). Jó passou a conhecer o Senhor de
uma forma nova e mais profunda e também bênçãos maiores. O propósito de
Satanás era fazer de Jó um homem impaciente com Deus. Isto porque um homem
impaciente com Deus é arma nas mãos do maligno (Abraão, Moisés, Pedro).
l) Cuidado para não fazer tolos no sofrimento (5:12).
CONCLUSÃO
Tiago deseja encorajar-nos a ser pacientes em tempos de provas. Como um
agricultor, devemos esperar por uma colheita espiritual, por frutos que glorifiquem a
Deus. Como os profetas, devemos procurar oportunidades para testemunhar mesmo
no meio do sofrimento. Como Jó, devemos esperar para que o Senhor complete seu
amoroso propósito em nós em nosso sofrimento, com o firme propósito de conhecer
a Deus mais profundamente.
A eficácia da oração (Referência: Tiago 5.13-20)
INTRODUÇÃO
1. Sete vezes neste parágrafo Tiago menciona oração. Um cristão maduro é aquele
que tem uma vida plena de oração diante das lutas da vida. Em vez de ficar
amargurado, desanimado, reclamando, ele coloca a sua causa diante de Deus e
Deus responde ao seu clamor.
2. Tiago é uma carta prática e por isso ele começa e termina esta carta com oração.
Desperdiçamos tempo e energia quando tentamos viver a vida sem oração.
3. Neste parágrafo Tiago encoraja-nos a orar, descrevendo quatro situações em que
Deus responde as nossas orações.
I. DEVEMOS ORAR PELOS QUE PASSAM POR PROBLEMAS – V. 13
1. Nos problemas não murmure, ore!
O sofrimento aqui é provado por circunstâncias adversas: saúde, finanças, família,
relacionamentos, decepções. Em vez de murmurar contra Deus ou falar mal dos
irmãos (5:9), devemos apresentar essa causa a Deus em oração, pedindo sabedoria
para usar essa situação para a glória de Deus (1:5).
2. Deus pode transformar problemas em triunfo pela oração
A oração remove o sofrimento quando essa é a vontade de Deus. Mas também a
oração nos dá poder para enfrentar os problemas e usá-los para cumprir os
propósitos de Deus.
Paulo orou para Deus mudar as circunstâncias da sua vida, mas Deus lhe deu poder
para suportar as circunstâncias (2 Co 12:7-10).
Jesus clamou ao Pai no Getsêmani para passar dele o cálice, mas o Pai lhe deu
forças para suportar a cruz e morrer pelos nossos pecados.
3. Nem todas as pessoas passam por problemas ao mesmo tempo
Ao mesmo tempo há pessoas sofrendo e há pessoas alegres (5:13). Deus equilibra
a nossa vida dando-nos horas de sofrimento e horas de regozijo. O cristão maduro,
entretanto, canta mesmo no sofrimento (Jó 35:10).
Paulo e Silas cantaram na prisão (At 16:25). Josafá cantou no fragor da batalha (2
Cr 20:21).
II. DEVEMOS ORAR PELOS DOENTES – V. 14-16
1. O que o enfermo faz?
a) A pessoa está doente por causa do pecado (5:15b-16) – Nem toda doença é
resultado de pecado pessoal, mas o caso mencionado por Tiago é de uma doença
hamartiagênica.
b) O doente reconhece a autoridade espiritual dos presbíteros da igreja (5:14) – O
crente impossibilitado de ir à igreja, chama os presbíteros da igreja à sua casa. O
doente reconhece, assim, que os presbíteros e não um homem ou mulher que tem o
dom de curar é que devem orar por ele.
c) O doente confessa seus pecados (5:16) – A confissão é feita aos santos e não a
um sacerdote. Devemos confessar o nosso pecado a Deus (1 Jo 1:9) e também
àqueles que foram afetados por ele. Jamais devemos confessar um pecado além do
círculo que afetado por aquele pecado. Pecado privado deve ter confissão privada.
Pecado público requer confissão pública. É uma postura errada lavar roupa suja em
público.
2. O que os presbíteros fazem?
a) Eles oram pelo enfermo com imposição de mãos a oração da fé (5:14-15) – Os
presbíteros são bispos e pastores do rebanho. Eles velam pelas almas daqueles que
lhes foram confiados. Eles oram com imposição de mãos, num gesto de autoridade
espiritual. A oração da fé é a oração feita na plena convicção da vontade de Deus (1
Jo 5:14-15).
b) Eles ungem o enfermo com óleo em nome do Senhor (5:14) – Não é a unção que
cura o enfermo, mas a oração da fé. Quem levanta o enfermo não é o óleo, é o
Senhor. O óleo é apenas um símbolo da ação de Deus.
Unção com Óleo
1. Desvios quanto ao ensino bíblico da unção com óleo
a) Extrema Unção – A igreja Romana desde o século XII e XIII criou o dogma da
extrema unção com base em Tiago 5:14. Esse dogma foi mudado e reafirmado pelo
Concílio Vaticano II, quando se tira a expressão “extrema unção” e muda para
“unção de enfermos”. A extrema unção é para a alma e não para o corpo. É
preparação para a morte e não cura para a vida. Enquanto o propósito de Tiago é
claro: unção para cura e não preparação para a morte.
b) Posição Neopentecostal – A crença que toda doença procede do diabo e
consequentemente é da vontade de Deus curar a todos em todas as circunstâncias.
c) A Prática da Unção Generalizada – Pastores que ungem todas as pessoas que
estão dentro da igreja, bem como objetos.
d) A Prática da Unção Realizada por todas as Pessoas – São os presbíteros que
ungem e não outros membros da igreja.
2. A Prática da Unção com Óleo na Bíblia
a) O óleo como cosmético – Mt 6:17
b) O óleo como remédio – Lc 10:25-37; Is 1:6
c) O óleo como símbolo espiritual – Mc 6:13; Tg 5:14
3. A unção com óleo em Tiago é remédio ou um símbolo espiritual da cura
divina?
a) A posição de que o óleo é remédio – Jay Adams é o maior defensor desta tese.
Seu principal argumento é a palavra usada por Tiago aleipho = friccionar + lipo
(gordura) em vez de Chrio. Thomas Goodwin defendia tese parecida e usava os
seguintes argumentos: 1) Os presbíteros são os administradores da unção e não
tinham necessariamente o dom de cura; 2) A generalidade da unção – A todos os
crentes, enquanto os milagres nunca foram generalizados; 3) Os receptores da
unção – eram membros da igreja, enquanto os milagres se estendiam a todas as
pessoas; 4) Os limites do dom – O dom de cura não estava limitado ao uso do óleo;
5) Os resultados da unção – se toda unção significasse cura eficaz, então, os
cristãos teriam encontrado uma forma de escapar da morte.
b) A posição de que o óleo é um símbolo espiritual – Calvino entendia que a unção
com o óleo não era remédio, mas tinha o mesmo significado do dom extraordinário
de cura em Mc 6:13. Mas cria que esse dom era restrito ao tempo dos apóstolos.
Tanto aleipho quanto Chrio significam ungir. Então, por que Tiago usou aleipho e
não Chrio? Porque Chrio jamais é usado para o ato físico de unção. Chrio é sempre
usado no sentido metafórico (Lc 4:18; At 10:38).
Josefo usava aleipho e chrio como palavras sinônimas.
LXX traduz aleipho e chrio como sinônimos e respectivos.
O óleo em Tiago 5:14 não é medicinal porque não é o óleo que cura, nem o óleo
mais a oração que curam, mas a oração da fé.
São os presbíteros, autoridades espirituais e não sanitárias que devem aplicar o óleo
em nome do Senhor. Se a unção fosse medicinal, poderia ser feita por qualquer
outra pessoa sem a necessidade de convocar os presbíteros.
As palavras “em nome do Senhor” colocam os limites da cura. O poder está no nome
de Jesus. A cura vem pelo poder do nome de Jesus e não pelo efeito terapêutico do
óleo. Isso faz da unção com óleo um exercício espiritual e não uma prática
medicinal.
O óleo era usado apenas para algumas doenças, enquanto para outras era
totalmente ineficaz.
O caso mencionado por Tiago era de uma doença hamartiagênica e nesse caso o
óleo não teria qualquer valor terapêutico.
Mc 6:13 usa também aleipho e é impossível interpretar esse texto como remédio. Os
apóstolos estavam curando os enfermos pelo imediato poder de Deus e não através
do remédio.
Richard Trench diz que aleipho é usado para todo tipo de unção (física e espiritual)
enquanto Chrio é usado apenas para unção espiritual. Daí Tiago usar aleipho.
Aleipho não era apenas medicinal. Era usado também como cosmético (Mc 6:17) e
até em mumificação (Mc 16:1).
Calvino e Lutero discordavam da interpretação medicinal do óleo em Tiago 5:14.
Moody pediu para ser ungido quando estava doente. Martyn Lloyd-Jones defende a
tese do símbolo espiritual.
3. O que Deus faz?
a) Deus cura o enfermo através da oração da fé –
b) Deus levanta o enfermo –
c) Deus perdoa o enfermo –
III. DEVEMOS ORAR PELA NAÇÃO – V. 17-18
1. Quando a nação se desvia de Deus os profetas de Deus devem orar e pregar
Israel se afastou de Deus, e Elias apareceu no cenário para confrontar o Rei, o
povo, e os profetas de Baal.
Elias não só falou aos homens, ele falou com Deus, clamando chuva para Israel.
2. Os crentes, embora não perfeitos, podem ter vitória na oração
Elias era homem sujeito às mesmas fraquezas (teve medo, fugiu, sentiu depressão,
pediu para morrer), mas era justo e a oração pode muito em sua eficácia.
O poder da oração é o maior poder no mundo hoje. A história mostra o progresso da
humanidade: poder do braço, poder do cavalo, poder da dinamite, poder da bomba
atômica. Mas o maior poder é o poder da oração.
3. Elias orou fundamentado na promessa de Deus
Em 1 Rs 18:1 Deus disse que enviaria a chuva e em 1 Rs 18:41-46, Elias ora pela
chuva. Não podemos separar a Palavra de Deus da oração. Em sua Palavra Deus
nos dá as promessas pelas quais devemos orar.
4. Elias orou com persistência
Muitas vezes nós fracassamos na oração porque desistimos muito cedo, no limiar da
bênção.
5. Elias orou com intensidade
A palavra com “instância” (5:17) significa que Elias orou em oração. Ele pôs o seu
coração na oração.
Devemos orar pela nação hoje, para que Deus traga convicção de pecado e um
reavivamento para a igreja.
IV. DEVEMOS ORAR PELOS DESVIADOS – V. 19-20
1. Devemos orar pelos membros que se desviam da verdade, da Palavra de
Deus
Quando um crente se desvia devemos falar de Deus para ele (Gl 6:1) e dele para
Deus (Tg 5:19). Salomão diz que “um só pecador destrói muitas coisas boas” (Ec
9:18).
Há sempre o perigo de uma pessoa se desviar de verdade – “Por esta razão,
importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que
delas jamais nos desviemos” (Hb 2:1).
O resultado desse desvio é pecado e possivelmente a morte (5:20). O pecado na
vida de um crente é pior do que na vida de um não crente.
2. Devemos ajudar os membros que se desviam da verdade
Essa pessoa precisa ser “convertida” ou seja, voltar para o caminho da verdade (Lc
22:32).
Precisamos nos esforçar para salvar os perdidos. Mas também precisamos nos
esforçar para restaurar os salvos que se desviam.
Judas 23 usa a expressão “salvar do fogo”.
CONCLUSÃO
Tiago, neste parágrafo, deu sua última instrução: oração pelos que sofrem, pelos
enfermos, e cuidado e restauração aos que se desviam.
Neste parágrafo Tiago falou sobre 4 coisas básicas:
a) O indivíduo em oração – O princípio básico – v. 13
b) Os presbíteros em oração – Uma oração respondida – v. 14-15
c) Os amigos em oração – Um espírito de reconciliação – v. 16a: procura por espírito
de penitência, espírito de reconciliação e espírito de oração.
d) O profeta em oração – um agente humano, um resultado sobrenatural – v. 17-18.
e) A busca da comunhão – pastoral cuidado e restauração – v. 19-20.
Rev. Hernandes Dias Lopes
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