a febre amarela silvestre e seu impacto em primatas...

Post on 18-Nov-2018

213 Views

Category:

Documents

0 Downloads

Preview:

Click to see full reader

TRANSCRIPT

Um episodio de la fiebre amarilla em Buenos Aires, JMBlanes, 1871. Um episódio da febre amarela no Espírito Santo, 2017

A febre amarela silvestre e seu impacto em primatas neotropicais

Prof. Sérgio Lucena Mendes - UFES

Arboviroses / Flavivirus

Ciclos da FA

A febre amarela no brasil

a. Os primeiros surtos de febre amarela ocorreram nas américas em Barbados em 1647 e Guadalupe em 1648

b. Os colonos espanhóis registraram um surto em 1648 na península de Yucatán, no México, que pode ter sido a febre amarela.

c. 1685 - ocorrência de surto em Olinda, Recife e interior de Pernambuco. Um ano depois atinge a população de Salvador;

d. 1849 - A febre amarela reapareceu no Brasil (primeira grande epidemia ocorrida no Rio de Janeiro);

e. 1889 - Uma grande epidemia de febre amarela matou mais de 3% da população de Campinas (SP) no verão do ano de 1889;

f. 1895- o navio italiano Lombardia é acometido de febre amarela ao visitar o Rio de Janeiro;

g. 1902 – em Sorocaba (SP) foi realizado o 1.º Combate ao vetor da doença, sob a orientação de Emílio Ribas;

h. 1903 - Oswaldo Cruz iniciou a Campanha contra a febre amarela no RJ.

i. 1928 - A doença reaparece no RJ, causando 436 mortes. Iniciada, em nível nacional, Campanha contra a febre amarela, resultado do contrato assinado com a Fundação Rockfeller.

j. 1932 – Descoberta a febre amarela sem Aedes aegypti no Vale do Canaã, Santa Teresa, ES.

k. 1937 - Vacina 17D foi desenvolvida em

l. 1940 - Foi criado no Brasil o "Serviço Nacional de Febre Amarela".

m. 1957 - Após ampla campanha de combate ao Aedes aegypti, essa espécie foi declarada erradicada do Brasil, na XV Conferência Sanitária Pan-americana.

O ciclo silvestre

O surto de 2016/2017

O “epicentro” do surto

Casos humanos no ES até maio

A morte de macacos

• Até 18 de maio de 2017, foram notificadas ao Ministério da Saúde 5.495 mortes de primatas no Brasil, possivelmente associadas ao surto de febre amarela. No Espírito Santo foram cerca de 1.200.

Epizootias no ES

Notificações e casos confirmados

SENTINELAS DA MATA “Aspectos ecológicos do surto da febre amarela silvestre no ES”

Monitoramento das mortes no campo

Mapeamento das mortes

O impacto sobre os primatas

Sagui-da-serra (Callithrix flaviceps)

Sagui-da-cara-branca (Callithrix geoffroyi) Sauá ou guigó (Callicebus personatus)

Barbado ou buigio (Alouatta guariba)

O impacto nos ecossistemas

• Dispersores de sementes

• Recicladores de nutrientes

• Predadores / presas

(História da Febre Amarela no Brasil - Odair Franco, 1969)

Adolfo Lutz e Emílio Ribas foram os primeiros a descrever a febre amarela sem Aedes aegypti

Quão antiga é a febre amarela silvestre na América?

(História da Febre Amarela no Brasil - Odair Franco, 1969)

Importância na seleção de primatas?

1. Dados moleculares sugerem que a febre amarela chegou às américas no séc. XVII

2. Os primeiros surtos seguros em humanos provavelmente ocorreram nas américas em meados do séc XVII

3. No final do séc. XVII ocorreu um grande surto em Pernambuco

4. Pelo menos 25 grandes surtos aconteceram na América do Norte no séc XVIII,

5. Em meados do séc. XIX inicia-se nova onda de surtos em capitais brasileiras

A transmissão para humanos em ambiente silvestre, como Humbolt relata para 1799, ocorreria sem a participação dos macacos?

A febre amarela teria persistido por 300 anos sem atingir os macacos?

Qual tem sido o impacto evolutivo de uma virose de alta letalidade por 400 anos?

Muitas perguntas no ar

1. Como o vírus viaja de uma mata para outra?

2. Qual o papel dos humanos na dispersão do vírus?

3. Como explicar a febre amarela silvestre em regiões metropolitanas brasileiras?

4. Mosquitos silvestres tornaram-se mais urbanos?

5. Novos vetores podem estar atuando e estabelecendo um ciclo intermediário?

6. Como é o sistema de reservatórios de longo prazo do vírus?

7. Que outros animais estariam sendo afetados?

8. A febre amarela se tornará endêmica na Mata Atlântica?

top related