a história da enfermagem!
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A História da Enfermagem
Trabalho elaborado por:Isaac GuedesManuela Sara SousaMirian CostaPatrícia DiasSónia PontesTânia AraújoTeresa PinheiroVânia Resendes
UNIVERSIDADE DO MINHOESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE CALOUSTE GULBENKIAN
Introdução A história da enfermagem é dividida em dois
principais períodos: Período Pré-Paradigmático e Período Paradigmático
O Período Pré-Paradigmático é caracterizado por um conhecimento empírico, sem nenhum fundamento científico, tendo o estatuto de enfermeiro um sentido pejorativo.
O Período Paradigmático inicia-se graças a Florence Nihtingale, onde a enfermagem passou a ter um carácter científico, sendo por isso mais respeitada
Período Pré-Paradigmática
CollierCollieree
(1989)
Dos tempos antigos até ao fim da Idade Média
Os cuidados eram praticados pela mulher
Do fim da idade Média até ao fim do séc. XIX
Os cuidados eram praticados pela mulher consagrada
Do inicio do séc. XX até aos anos 60
Os cuidados eram prestados pela mulher enfermeira, a auxiliar do médico
Século XIX…
Todos os cuidados necessários (do nascimento até à morte)eram prestados pelas mulheres.
Cuidar era essencial para a manutenção e reprodução da vida bem como da perpetuação do grupo.
Os cuidados prestados não tinham qualquer fundamento cientifico.
A medicina tenta tornar-se cientifica, resultados dos grandes avanços tecnológicos.
Começa a falar-se na existência de uma Profissão de Enfermeiro
As mulheres tem 2 fios condutores:
Hierarquia Católica – impunha regras médicos – ordenavam e gostavam de ser obedecidos
… A prática de cuidados estava ligada à religião imposta pelos homens
da igreja. O corpo passa a ser visto como fonte de pecado, sendo por isso
desprezado.
Inicialmente…
Em 1820…
Nasce Florence Nightingale
Entramos no chamado
Período ParadigmáticoPeríodo Paradigmático
Florence Nightingale e Ethel Fenwick
Florence Nightingale (modelo britânico) Fundadora da enfermagem moderna
Ethel Bedford Fenwick (modelo americano)
Estão na origem de dois modelos diferentes de enfermagem, com diferentes implicações tanto na forma de formação como no prestar de cuidados
No século XIX, quem prestava cuidados eram os estudantes de medicina
As ditas nurses eram analfabetas, de baixo estrato social. Assim, o nursing era uma ocupação indigna para alguém respeitável.
As nurses eram vistas como mulheres promíscuas, ladras, sem qualquer tipo de formação nem respeito pelo outro ser humano
Florence Nightingale veio acabar com estes problemas, criando um sistema baseado na formação, no treino, na disciplina de ferro e na dedicação.
Nightingale inspirou-se em Theodor Fliedner e nas suas obras e também no seu conhecimento de outras culturas.
Enfermagem sempre foi ligada a religião (freiras)
Florence Nightingale sempre se dedicou a aprender fazendo, e para isso fazia estágios em vários locais, mas a grande experiência da vida dela foi a guerra da Crimeia.
Florence fundou a primeira escola de enfermagem em todo o mundo: Nightingale School for Nurses
Assim, enfermagem passou a ser:
«« Uma profissão respeitável para mulheres vitorianas
«« Uma espécie de variante de vocação religiosa
A enfermagem, mais tarde, será dominada pela profissão médica.
A formação dos enfermeiros e o prestar de cuidados e a administração dos serviços de enfermagem estavam muito dependentes da figura do médico.
O papel das ciências sociais e humanas na educação e formação em enfermagem, levam á existência de duas concepções básicas diferentes:
Responsabilidade clínica, delegada pelo médico, na prestação diária de cuidados ao doente
Responsabilidade autónoma pelo bem-estar físico, psicológico e social do doente
Ano Acontecimento
1837 Mulher mística e culta, criada num ambiente religioso e liberal, descobre a sua “vocação” aos 17 anos
1849 Outono: Périplo cultural pelo Egipto, Grécia e Roma
1850 No regresso, visita Kaiserswerth decide dedicar a sua vida à enfermagem
1851 Estágio de 3 meses na Ordem das Diaconisas criada pelo pastor alemão luterado Th. Fliedner (1800-1864)
1853 Trabalha num pequeno hospital londrino. Conhece a 1ª mulher médica E. Blackwell (1821-1910)
1853/56 Guerra da Crimeira (Russos contra otomanos, apoiados por ingleses e franceses); 250 mil mortos para cada lado
1854 Parte para a Turquia com 38 voluntárias para reorganizar os cerviços de enfermagem dos hospitais da campanha
1856 Regresso triunfante como heroína: The Lady with the lamp, the Angel of the Crimea
1857 Royal Commission the Health of the Army Medical School
1860 Fundação da Nightingale School for Nurses, anexa ao St. Thomas’s Hospital; publica Notes on Nursing: What it is and what it is not.
Período Paradigmática
Nightingale tentou impor algumas regras, formas de melhorar a Enfermagem.
Define a enfermeira como alguém que age sobre a pessoa e sobre o ambiente.
Rompe, em parte, com o passado.
Mostra que não é qualquer pessoa que pode prestar os cuidados, para tal é necessário ter uma formação especializada nessa área.
Século XIX
Paradigma da interacção
Explica o crescimento e o desenvolvimento do saber na disciplina de Enfermagem.
Põe em causa o conceito de paradigma. No entanto, continua a convergir para um único objectivo.
Orientações teóricas e metodológicas de trabalhos elaborados: Singular – Determinista – sistema de crenças e valores;
cronologicamente Interactivo – Integrativo – perspectivas pós-positivistas;
localizado Unitário – Transformativo – construtivo;
Actualmente, há uma coexistência de todas as ideias
Paradigma da categorização
Fim do séc. XVIII e inícios do séc. XX. Via os fenómenos como partes que constituem o todo. Na saúde: procura de uma causa para as doenças (causa-efeito).
Enfermagem Enfermagem surge como:surge como:
Orientação para a saúde pública
Nightingale criou condições para que as pessoas tivessem mais qualidade de vida
Orientação para o enfermeiro
A doença era um estado de equilíbrio, altamente desejado e equivalente à falta de doença.
…Inicio da medicina técnico-científica
Os médicos ficam com pouco tempo disponível
Delegam algumas funções nos outros
Necessitam de formação Enfermeiros
Os cuidados de enfermagem ficam ligados à medicina
Florence Nightingale discorda
Os enfermeiros colaboram com os médicos mas são autónomos
Forma uma escola de enfermagem com características inovadoras
1886Cria-se o 1º curso de Enfermagem em Portugal
Início do século XXI
Começam a criar escolas de enfermagem em parecerias com os hospitais
Até 1950
As escolas de enfermagem funcionavam inseridas nos hospitais
Década de 50, nos EUA Orientada para a pessoa Contextualiza acontecimentos Valoriza dados objectivos e subjectivos A Enfermagem diferencia-se da Medicina
Objectivo: manutenção da saúde da pessoa em todas as suas dimensões
Intervir = “agir com”a pessoa para responder às suas necessidades
A pessoa é encarada como um todo formado por diversas partes
A linguagem e a atitude mudaram (ex: doentes clientes)
Paradigma da integração
1991
Inicia-se a investigação em Enfermagem
Anos 60
A investigação visa a melhoria dos cuidados de Enfermagem e pelo desenvolvimento de uma base de conhecimentos em ciências de Enfermagem
Passa a ser obrigatório o curso de Enfermagem
Em Portugal…
Até 1940: cada hospital formava como cria os seus enfermeiros
A partir de 1947: criaram-se cursos ligados à enfermagem
Em 1952: reestruturação do curso de enfermagem (3 anos e 6 meses
de estágio)
Décadas de 50/60: há uma série de modificações sucessivas
Em 1976: grande revolução no curso – unificação da carreira de
enfermagem
Meados da década de 70
Perspectiva os fenómenos como únicos mas em interacção com tudo o que os rodeiam
Abre as ciências de enfermagem para o mundo
Não resumo tudo ao binómio causa-efeito
Intervir = “ser com” a pessoa
O todo é mais do que a soma das partes
Paradigma da Transformação
Evolução da Enfermagem ao longo dos tempos
Época Identificação da
prática de
cuidados
Alvo dos cuidado
s
Objectivos Tipo de cuidado
s
Formação
Civilizações antigas
(À Idade Média)
Luta pela sobreviv
ência
MULHERMULHER DE
VIRTUDE
Ser humano sofredor
Conservar a vida
Fazer recuar
a morte
Descobrir as
causas do bem
e do mal
Cuidados ao corpo
Cuidados de protecção
Na família
Idade Média
(Ao século XVIII)
Ordens religiosa
s
(MULHER)CONSAGRA
DA
Ser humano necessitado
Ser que sofre e precisa de ajuda
Assistir doentes para obter
recompensa
eternaSalvar
almasAliviar o
sofrimento
PartoTransporte
de feridos
Alimentação
Prescrições médicas
Esboço de formação para religios
asÁ mulher
não é permiti
do o acesso
ao ensino médico
Século XVIIIRevolução
Francesa
Progressos científicos
(MULHER)CONSAGRAD
AIRMÃS DE
CARIDADE
Toda a pessoa doente e pobre
Proteger da doença
Manter as pessoas saudáveis
Cuidados ao doente
Formação dada por médicos (três meses)
Século XIXListerPasteurHenry
DurantKockFlorence
Nightingale
Lausanne 1859
Saint Thomas
(MULHER)CONSAGRAD
AIRMÃS DE
CARIDADE
O doente (instrumento passivo)
Curar o doente
Controlar as doenças
Prescrição médica
Formação científica
(1º o saber médico)
1836 – Escolas de parteiras
1886 – 1ª escola de enfermagem portuguesa
(carácter gratuito até final da 2ª guerra mundial
Século XX(…)
Tecnologia
Antibioterapia
Condições sócio – económicas
(MULHER)ENFERMEI
RA AUXILIAR DO
MÉDICOAté ao
final dos
anos 60
O doente ServirControlar
a doenç
aCurar a
doença
Prevenir a
doença
(…)Cuidar?
Prescrição médica (…)
Metodologia
científica de
trabalho
Enfermagem
como “missã
o”1940 –
início da
enfermagem como
profissão, em portug
al
A historiografia da enfermagem em Portugal
Séc. XVIII – prática de enfermagem hospitalar apresentava “comportamentos reprováveis”. Eram praticados abusos pelos enfermeiros e ajudantes do Hospital Real de Todos os Santos
Séc. XIX – famílias nobres e burguesas recorriam frequentemente aos serviços de enfermeiros e enfermeiros como forma de reafirmarem o seu estatuto social, sendo os seus serviços mal pagos. Ainda neste século enfermagem começa a ganhar alguma especificidade e visibilidade (devido a expulsão e laicização do pessoal hospitalar) ao ponto de se falar em enfermagem hospitalar (pobres) e privada (ricos).
ENFERMAGEM: um estatuto de subalternidade
No Séc. XIX a enfermagem não tinha formação académica.
Inicialmente formaram-se enfermeiras diplomadas.
Em 1947 foram formadas auxiliares de enfermagem, para suprir a falta de enfermeiras.
Passado alguns anos, o nº de auxiliares de enfermagem era maior que o nº de enfermeiras, o que levou a uma pressão sindical.
O curso de auxiliares de enfermagem foi extinto.
Os enfermeiros alcançaram o estatuto socio-profissional tão desejado.
Ensino de Enfermagem: A subordinação ao Modelo Médico –
Hospitalocêntrico
1780 Formação prática de parteira
1836 Curso de parteiras nas Escolas Médico-Cirúrgicas de Lisboa e Porto
1881/6/7 Surgimento dos primeiros cursos de “Enfermagem Científica”
1886 Criação da primeira Escola Superior de Enfermagem
1896 Fundação das Escolas de Enfermagem do Porto e de Coimbra
1901 Nascimento da primeira Escola Profissional de Enfermagem
1903 Aprovação do regulamento do curso de parteiras
1920 Escola de Enfermagem dos hospitais de Coimbra passa a designar-se Escola de Enfermagem Dr. Ângelo Fonseca
1937 Fundação da Escola de Enfermagem de S Vicente de Paulo
1940 Criação da Escola Técnica de Enfermeiras do Instituto português de Oncologia pelo Ministério da Educação
1952 Introdução de novas reformas (formação de monitores, plano de estudos, exames)
O Ensino da Enfermagem: A autonomia
A reforma implementada em 1952 apresentava ainda algumas deficiências:«« Indefinição dos objectivos de ensino/aprendizagem;«« Natureza meramente selectiva dos exames;«« Carência de monitores quer em quantidade quer em qualidade;«« Oportunismo pelos hospitais do trabalho dos estagiários, acarretando prejuízos para a sua formação;«« Enfoque hospitalocêntrico e tutela médico – hospitalar da enfermagem.
1954 – fundação da Escola de Enfermagem Dr. Assis Vaz. Um ano e meio mais tarde passa a designar-se Escola de Enfermagem do Hospital de s. João;
1956 – fundação da Escola Oficial de Enfermagem do Hospital de Santa Maria;
1965 – nova reforma leva a que o ensino e o exercício da enfermagem em Portugal ganhe maior autonomia e especificidade, abrindo-se assim, às correntes internacionais;
1967 – criação da Escola de Ensino e Administração de Enfermagem e da Escola de Enfermagem de Saúde Pública;
1967/1968 – criação de Escolas de enfermagem Psiquiátrica;
1971 – criação da carreira profissional de enfermagem;
1974 – as transformações operadas pela revolução de 25 de Abril não se fizeram apenas sentir na sociedade, mas também no ensino da enfermagem:
«« Na curriculares estrutura e conteúdo do curso;«« As escolas começam a ganhar autonomia técnica a administrativa em relação aos hospitais e direcções hospitalares que estiveram na base da sua origem;
Integração no ensino superior politécnico, sob a tutela do Ministério da Educação e da Saúde;
Com a integração no ensino superior as escolas de enfermagem conquistam, então, a autonomia científica;
« Valorização do pessoal docente;« Desenvolvimento da investigação
cientifica;
Os cursos de especialização em enfermagem passam a apresentar áreas distintas:
«« Gestão de serviços de enfermagem;«« Ensino de enfermegem;«« Prática de investigação em enfermagem.
Actualidade – a actuação do pessoal de enfermagem faz-se a três níveis:
«« Prestação de cuidados;«« Gestão de serviços«« Assessoria.
Conclusão Ao estudarmos a evolução da enfermagem,
percebemos o processo que nos conduziu ao momento presente;
A história da enfermagem divide-se em duas eras: as eras pré-paradigmática e paradigmática, sendo responsável por esta transição Florence Nightingale;
A enfermagem e o seu exercício em Portugal há 100 anos atrás era muito atrasada em comparação aos outros países europeus, actualmente tem ganho uma maior visibilidade e um maior estatuto.
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