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A Importância do Planejamento Tributário e sua Influência na Engenharia de Custos
Julho/2016
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ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Edição nº 11 Vol. 01/ 2016 julho/2016
A Importância do Planejamento Tributário e sua Influência na
Engenharia de Custos
Caio Saab Orsini – caio.orsini@gmail.com
MBA Gerenciamento de Obras, Tecnologia e Qualidade da Construção
Instituto de Pós-Graduação – IPOG
Campo Grande, MS, 06 de outubro de 2015
RESUMO
Neste presente trabalho trato do tema do Planejamento Tributário como ferramenta da
Engenharia de Custos para redução legal, e em alguns casos drástica, de custos de
uma entidade ou empreendimento. Trago uma definição sucinta de Planejamento
Tributário e explico sua relação com os termos Elisão, Evasão e Elusão Fiscal. A
seguir, esclareço o papel do Planejamento Tributário dentro de um processo de Gestão
Tributária. Esclareço também, resumidamente, conceitos básicos da estrutura contábil
para introduzir a relação da Contabilidade com a Engenharia de Custos e elucidar
como as duas áreas afetam e são afetadas pelo Planejamento Tributário ao longo do
processo de Gestão de Custos. Objetivando um entendimento mais prático do tema,
apresento o Simples Nacional como exemplo de Planejamento Tributário e explico em
suma suas principais características. Concluo ressaltando a atual essencialidade do
Planejamento Tributário como modo de garantir não só maior competitividade no
mercado, mas também como modo de garantir a continuidade da empresa, levando em
consideração o atual cenário econômico brasileiro e sua enorme carga tributária.
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Palavras-chave: Planejamento Tributário. Engenharia de Custos. Contabilidade.
Redução de Custos.
1. INTRODUÇÃO
Segundo ZANLUCA, o planejamento tributário é a metodologia para se obter um
menor ônus fiscal sobre operações ou produtos, utilizando-se meios legais.
É comumente, porém erroneamente, chamado de elisão fiscal. Esta representa,
resumidamente falando, os meios lícitos de se não pagar tributos, enquanto o
planejamento tributário é um desses meios. Melhor esclarecendo, planejamento
tributário e elisão fiscal caminham lado a lado, contudo, um planejamento mal
elaborado ou mal executado pode resultar em evasão fiscal, ou ainda, elusão,
descaracterizando-o.
Vale ressalvar que não se deve confundir elisão fiscal com evasão fiscal, sendo essa
ocorrente de meios ilícitos, ou seja, evasão fiscal é sonegação de tributos, ou com elusão
fiscal, que é a simulação de um negócio jurídico (a serem melhor detalhados
posteriormente).
ZANLUCA ainda esclarece que a base de um adequado planejamento fiscal é a
existência de dados regulares e confiáveis, pois, do contrário, o planejamento ficará
sujeito a dados avulsos e não regulares, incentivando, assim, o uso de estimativas,
agravando a possibilidade de erros e avaliações equivocadas. Assim, sabendo que a
contabilidade nos proporciona um sistema de registros permanentes das operações,
podemos toma-la como pilar do planejamento tributário.
Como consequência dos fatos supracitados, o contabilista se destaca na elaboração e
execução do planejamento tributário, pois é quem comanda as diversas operações
internas da empresa, além de ser, em maior parte dos casos, o responsável por múltiplos
controles, conciliações e apurações de impostos.
Essa interação do contabilista com as operações internas da empresa leva o mesmo a
interagir com diversas equipes internas, proporcionando ao profissional reconhecer
deficiências e outros pontos críticos que podem ocasionar falhas ao longo da execução
do planejamento.
A gestão deve ser focalizada em pessoas, não em processos e controles, evitando as
situações mais excêntricas. ZANLUCA exemplifica tal situação: “... numa grande
empresa multinacional, totalmente informatizada e cujo controle fiscal era ‘impecável’,
o treinamento do escriturador fiscal foi deixado de lado, por se achar que a ‘despesa era
desnecessária, pois já temos controles e informatização suficientes’. Por simples falta de
conhecimento da matéria, este funcionário deixou de escriturar vários créditos de
impostos recuperáveis, como IPI, ICMS, PIS e COFINS não cumulativos.”; E a seguir,
o autor questiona: “De que adianta ‘economizar’ R$ 250,00 cancelando um curso de
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atualização do IPI e do ICMS para o profissional responsável pela escrituração de tais
impostos dentro da empresa e desperdiçar milhares (ou até milhões!) de reais por erro
de interpretação nas mudanças das normas fiscais?”
2. ELISÃO, EVASÃO E ELUSÃO FISCAL
LEAL (2014) nos explica que a juridicidade do planejamento tributário depende da
compatibilidade do mesmo com diversas regras e princípios constitucionais, indo além
da simples legalidade aparente da adoção de medidas jurídicas e comerciais com o
intuito de se recolher menos tributos ou impliquem no adiamento da ocorrência do fato
gerador.
O planejamento tributário envolve a adoção de medidas jurídicas ou econômicas que
possibilitem a redução ou eliminação dos ônus tributários e que estejam nos limites da
ordem jurídica.
Como LEAL (2014) apresenta ao se estudar o planejamento tributário, termos como
elisão, evasão e elusão, se fazem frequentes, ainda que não exista um conceito único
para os tais na doutrina e nem na jurisprudência.
LEAL (2014) conceitua Elisão Fiscal em seu trabalho como a prática de um ato ou
celebração de negócio legal que vise a isenção, não-incidência ou incidência menos
onerosa do tributo, dizendo que essa se trata de um planejamento tributário que se
enquadra no ordenamento pátrio.
Do pressuposto acima, surge a dúvida quanto a igualdade do termo “planejamento
tributário” com o termo “elisão fiscal”. Ambos pressupõem uma conduta lícita, em
outras palavras, que esteja de acordo com o ordenamento jurídico. Consequentemente,
ao se constatar um ilícito, não se tratará mais de um planejamento tributário. Todavia, o
ilícito poderá ocorrer devido a uma má elaboração ou má execução do planejamento.
Assim, consta-se o crime tributário, descaracterizando o planejamento. Nesse
entendimento, teríamos que os termos podem ser igualizados.
Em contrapartida, estudos apontam a existência de duas espécies de elisão fiscal.
ZANLUCA apresenta essas espécies como “aquela decorrente da própria lei”, onde “o
próprio dispositivo legal permite ou até mesmo induz a economia de tributos”, e “a que
resulta de lacunas e brechas existentes na própria lei”, que “contempla hipóteses em que
o contribuinte opta por configurar seus negócios de tal forma que se harmonizem com
um menor ônus tributário, utilizando-se de elementos que a lei não proíbe ou que
possibilitem evitar o fato gerador de determinado tributo com elementos da própria lei”.
Nessa interpretação podemos ver clara semelhança do conceito de planejamento
tributário com a segunda espécie de elisão fiscal, o que nos permitiria concluir para fins
deste trabalho que o termo “planejamento tributário” se aplica dentro do termo “elisão
fiscal”.
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LEAL (2014) ainda esclarece que a verificação da elisão ocorre, na maioria dos casos,
em momento anterior ao que costumeiramente é verificada a ocorrência do fato gerador,
em contrapartida da evasão fiscal, que é verificado após.
Essa última conceitua-se como os meios ilícitos de se evitar a tributação. LEAL (2014)
a apresenta como a prática pelo contribuinte de atos que omitam da autoridade fiscal o
surgimento da obrigação tributária.
A doutrina ainda sugere o caso de Elusão Fiscal, também chamada por alguns autores
de Elisão Ineficaz. Nessa, o sujeito passivo simula um negócio jurídico, visando a
dissimulação da ocorrência do fato gerador. LEAL (2014) a conceitua como um ardil
caracterizado pelo abuso das formas, uma “forma jurídica atípica, a rigor lícita, com
escopo de escapar artificiosamente da tributação”.
3. PLANEJAMENTO E GESTÃO TRIBUTÁRIA
Temos a partir desse ponto o entendimento que o objetivo do planejamento tributário é
a redução da carga tributária incidente nas atividades dos contribuintes. Entretanto, para
obter-se sucesso na execução do mesmo, deve-se antes realizar uma série de estudos que
servirão de base para o desenvolvimento do planejamento.
Esse estudo prévio tem aspectos que variam de acordo com a atividade que é
desenvolvida em cada empresa. De uma forma genérica, podemos elencar os seguintes
aspectos a serem analisados: A interpretação da lei quanto a hipótese de incidência dos
tributos, ou seja, a situação abstrata apresenta na lei; A aplicação da hipótese ao caso
concreto, em outras palavras, a fato gerador; O gerenciamento do planejamento; O
acompanhamento do mesmo ao longo de sua execução; A defesa prévia e os riscos
envolvidos na mesma quanto ao montante que se pretende economizar.
Tais aspectos nos conduzem a elencar, respectivamente para cada aspecto supracitado,
uma finalidade do planejamento tributário. Sabendo que todos ocorrem
simultaneamente, são elas: Evitar a incidência do fato gerador do tributo; Postergar o
pagamento do tributo de modo a não provocar incidência de contingências fiscais;
Reduzir o montante, a alíquota ou a base de cálculo do tributo.
Assim, podemos facilmente expor que o planejamento tributário resulta de um
adequado processo de gestão tributária, sendo esse último o processo de gerenciamento
dos aspectos tributários de uma empresa que visa controlar as operações diretamente
relacionadas com tributos.
Deve-se entender que o processo de administração tributária tem que atingir todos os
departamentos que influenciam a geração de rotinas fiscais. É óbvio que o foco fica
sobre o departamento de impostos da empresa. Entretanto, um foco excessivo nesse
departamento é muito comum, o que resulta no alto índice de falhas no processo.
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Como sugere o nome, a gestão tributária visa adequação e planejamento, ou seja,
objetiva a administração, o controle, e não a execução propriamente dita das atividades.
Logo, temos nesse processo a finalidade de se corrigir erros de interpretação das
obrigações tributárias e de execução das rotinas fiscais da empresa, evitar contingências
fiscais e pagamento indevido de tributos, buscar e implantar meios lícitos de economia
tributária.
4. ESTRUTURA CONCEITUAL DA CONTABILIDADE
Como já mencionado anteriormente, a figura do contabilista ganha destaque ao longo do
planejamento tributário. Para melhor entender o assunto, trago nessa seção um resumo
da estrutura conceitual básica da contabilidade objetivando demonstrar um pouco do
conhecimento que, não só o contabilista, mas sim todo profissional deve ter para que
possa implantar um planejamento tributário eficiente e nortear de maneira eficaz um
processo de gestão tributária.
Começamos aqui a falar sobre os princípios fundamentais da contabilidade, totalizados
em sete princípios, são eles: Entidade, Continuidade, Oportunidade, Registro pelo Valor
Original, Atualização Monetária, Competência, Prudência. Para entender sua
importância e do que exatamente cada princípio trata, trago uma breve explicação sobre
os mesmos:
O princípio da Entidade garante a autonomia patrimonial, ou seja, a
diferenciação de um patrimônio particular no meio dos patrimônios
existentes. Em outras palavras, o patrimônio da Entidade não se confunde
com o patrimônio do dono ou dos sócios.
O princípio da Continuidade estabelece que a vida definida ou provável da
Entidade deve ser considerada no momento da classificação e avaliação das
mutações patrimoniais, sejam elas quantitativas ou qualitativas.
O princípio da Oportunidade representa a tempestividade e a integridade do
registro do patrimônio e suas mutações, determinando que o mesmo seja
feito imediatamente e com a extensão correta, independente das causas
originárias.
O princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes
patrimoniais devam ser registrados pelo valor original da transação com o
mundo exterior e expressos a valor presente na moeda corrente do país. Tais
registros manter-se-ão nas avaliações das variações patrimoniais posteriores,
ainda que resulte em agregações ou decomposições no interior da Entidade.
O princípio da Atualização Monetária dita que as alterações no poder
aquisitivo da moeda nacional devem ser expressas nos registros contábeis
através de ajustes nos valores dos componentes patrimoniais, visando
adequar o entendimento nacional ao contexto internacional. Tal princípio
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deve ser considerado apenas se a inflação acumulado no triênio seja superior
a 100% e não é obrigatório nas demonstrações complementares.
O princípio da Competência rege que as receitas e as despesas devem ser
incluídas, simultaneamente quando se correlacionarem, na apuração do
resultado do período em que ocorreram independentemente da data do
recebimento ou do pagamento.
O princípio da Prudência esclarece que, ao serem apresentadas alternativas
igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que
alterem o Patrimônio Líquido, deve-se adotar o menor valor para os
componentes do Ativo e o maior valor para os componentes do Passivo. Este
princípio demanda um profundo estudo doutrinário quanto à estrutura
contábil para a elaboração das demonstrações financeiras.
Além dos princípios fundamentais, outro pressuposto básico é a Primazia da Essência
sobre a Forma, que ressalva a necessidade de se contabilizar e apresentar as transações
ou demais eventos de acordo com sua substância e realidade econômica e não apenas
sua forma legal. O objetivo aqui é obter uma informação adequada, valorizando a
essência de cada operação ao invés do que está descrito em um documento (por
exemplo, nota fiscal ou contrato).
Ao analisarmos mais detalhadamente os princípios fundamentais e a Primazia da
Essência sobre a Forma, ressaltam-se algumas características que merecem ser
destacadas. São essas características, conhecidas como Características Qualitativas e
Características Quantitativas das Demonstrações Contábeis, que tornam as
demonstrações contábeis úteis ao usuário.
Faço aqui uma ressalva que, para fins deste trabalho, é irrelevante a diferenciação entre
as características qualitativas e quantitativas. Logo, visando um entendimento fácil e
simplificado por parte do leitor, apresento-as todas como características qualitativas:
Compreensibilidade – A informação deve ser apresentada de modo que seja
claramente compreendida pelo usuário.
Relevância – A informação apresentada de ser relevante para o usuário, ou
seja, pode influenciar na sua tomada de decisão.
Materialidade – Tida como uma variável da Relevância, a informação é dita
material quando sua omissão ou distorção é capaz de influenciar o usuário
durante tomada de decisão.
Confiabilidade – A informação de ser confiável e livre de contingências.
Representação Fidedigna – A informação deve apresentar adequadamente as
transações e demais eventos a ela pertinentes.
Neutralidade – A informação deve ser imparcial.
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Prudência – A informação deve ser apresentada com certo grau de precaução
de modo a evitar a superestimação dos Ativos e das Receitas e subestimação
dos Passivos e das Despesas, além de proibir o uso excessivo de provisões.
Comparabilidade – Deve ser possível ao usuário comparar as demonstrações
contábeis de uma entidade em diferentes períodos e exercícios.
Tempestividade – A informação deve ser íntegra e tempestiva, ou seja, deve
ser apresentada em tempo hábil de influenciar a tomada de decisão, ainda
que haja possibilidade de alguma incerteza.
Equilíbrio entre Custo e Benefício – Os benefícios oriundos da informação
devem superar os custos de se produzi-la. Constitui uma limitação de ordem
prática (um exercício de julgamento) e não uma característica qualitativa
propriamente dita.
Para melhor esclarecimento, ao falarmos das demonstrações contábeis (ou
demonstrações financeiras) devemos considerar o Balanço Patrimonial (BP), a
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), a Demonstração das Mutações do
Patrimônio Líquido (DMPL) ou a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados
(DLPA), a Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e a Demonstração do Fluxo de
Caixa (DFC), além das Notas Explicativas (NE) e dos Quadros Complementares (QC).
Ressaltando que não se inclui nas demonstrações contábeis os relatórios administrativos
e as análises gerenciais.
As demonstrações acima mencionadas são nada mais do que representações estruturadas
do desempenho e da posição patrimonial e financeira da entidade, visando proporcionar
informações úteis aos usuários sobre o desempenho, a posição patrimonial e financeira e
o fluxo de caixa da entidade para que possam realizar avaliações e tomar decisões
econômicas e financeiras.
No COSIF Eletrônico elucida-se que são essas informações, unidas às informações
adicionais constadas nas Notas Explicativas e nos Quadros Complementares (quando
for o caso), que ajudam os usuários das demonstrações contábeis a prever futuros fluxos
de caixa da entidade.
Por fim desta seção, para que fique claro o entendimento do leitor quanto aos principais
termos e nomenclaturas contábeis, conceituo os elementos da posição patrimonial
(Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido) e financeira (Receita e Despesa):
Ativo (A) = Recurso presente controlado pela entidade, resultante de eventos
passados, do qual se espera geração de benefícios econômicos futuros.
Passivo (P) = Obrigação presente da entidade, resultante de eventos
passados, da qual se espera geração de benefícios econômicos futuros através
da saída de recursos na liquidação da mesma.
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Patrimônio Líquido (PL) = Também conhecido como Situação Líquida (SL),
é o valor residual dos ativos da entidade após a dedução de todos os
passivos, ou seja, é a diferença entre o Ativo e o Passivo (PL = A – P).
Receita (R) = Aumento no benefício econômico da entidade durante o
período contábil. Entrada de recursos, acréscimo de ativos ou decréscimo de
passivos que resultem em aumento do patrimônio líquido e que não sejam
originários de aporte de capital de proprietários da entidade.
Despesa (D) = Diminuição no benefício econômico da entidade durante o
período contábil. Saída de recursos, decréscimo de ativos ou acréscimo de
passivos que resultem em diminuição do patrimônio líquido e que não sejam
originários de distribuição de capital aos proprietários da entidade.
5. CONTABILIDADE NA ENGENHARIA DE CUSTOS
Na Engenharia de Custos, como sugere o nome, é analisado os custos da entidade e é
traçado estrategicamente seu gerenciamento.
É através da Contabilidade que é feito o gerenciamento dos negócios ao se implantar
uma adequada Engenharia de Custos, permitindo a tomada de decisões quanto aos
custos de produção e a fixação de preços aos clientes para que a entidade possa
competir no mercado nacional e internacional.
Esta parte da Contabilidade é conhecida como Contabilidade de Custos, que estuda a
formação do resultado do exercício através do comportamento dos custos fixos e
variáveis e serve de ponto de equilíbrio contábil, econômico e financeiro (equilíbrio
entre lucratividade e rentabilidade). Do casamento da Engenharia de Custos com a
Contabilidade de Custos dar-se-á origem a um processo de Gestão de Custos.
Todo método de contabilização tem a finalidade de viabilizar o gerenciamento do
empreendimento. Ainda, existe um ramo específico para tal fim, a Contabilidade
Gerencial, que estuda as formas de utilização das demonstrações contábeis como
ferramenta de gestão empresarial, fornecendo informações e subsídios para a tomada de
decisões estratégicas. É a Contabilidade Gerencial, junto a um rígido controle de
custeamento, que permite a visualização da rentabilidade do capital aplicado e da
lucratividade do empreendimento.
Entretanto, para o controle financeiro, faz-se uso da Contabilidade Financeira, que
estuda a captação de recursos financeiros e as sobras do fluxo de caixa que podem ser
aplicados no mercado de capitais.
O principal tema desse artigo, o Planejamento Tributário, se enquadra na Contabilidade
Tributária, também conhecida como Contabilidade Fiscal, que é uma derivada da
Contabilidade Gerencial. A Contabilidade Tributária estuda a administração tributária,
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objetivando meios de redução da carga tributária através da forma menos onerosa
possível de aplicação da legislação tributária, o que, por consequência, resulta em
menores custos para a entidade.
6. INFLUÊNCIA DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO NO FLUXO DE
CAIXA DA EMPRESA
SILVA (2009) define planejamento tributário como “um conjunto de sistemas legais
que visam diminuir o pagamento de tributos e surgiu como ferramenta para que o
contribuinte possa diminuir o exorbitante valor pago de tributos e aumentar seu lucro” e
aponta a finalidade do mesmo como sendo a obtenção da menor carga tributária
possível, resultando na maior economia fiscal possível.
Toda empresa possui sua estrutura de custos, dentro da qual está incluso o
custo tributário, o que representa boa parcela de consumo do lucro. Com
objetivo de reduzir tais custos, houve a necessidade de buscar meios legais,
meios esses que possibilitassem a redução do custo tributário. Nasce então, a
figura do planejamento tributário, onde se dá o ato de projetar o pagamento
do tributo (SOUSA, 2014).
Objetivando a obtenção de economia de impostos, o Planejamento Tributário se
consagra como um Planejamento Empresarial que visa os tributos e seus reflexos na
organização.
Tanto SOUSA (2014) quanto ZANLUCA fazem alusão à Lei 6.404/76 (Lei das S/A),
citando que no Artigo 153 da mesma há a previsão dos sócios administradores da
empresa serem obrigados a realizar o planejamento tributário. Tal fato esclarece que o
planejamento fiscal é mais do que uma faculdade (um direito) mas sendo sim uma
obrigatoriedade (um dever) implicada a todo administrador.
Tal ato proporcionaria uma economia tributária e, em consequência, as empresas
apresentariam um resultado positivo no fluxo de caixa.
O planejamento tributário é o único que pode resultar em real economia para
as empresas, sem a preocupação com posteriores complicações com o Fisco.
Mas para que tenha um bom resultado é imprescindível que a organização
tenha uma contabilidade fidedigna, ou seja, a mesma deve seguir as normas e
princípios contábeis normalmente aceitos, considerando o que recebe e gasta
verdadeiramente (SOUZA e PAVÂO, 2012).
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SILVA (2009) ressalta que o planejamento tributário é um direito tão essencial quanto
os direitos de planejar o fluxo de caixa e de fazer investimentos. Em outras palavras, é
de direito do contribuinte estruturar seu negócio da maneira que melhor lhe convir na
busca de menores custos para seu empreendimento, o que logicamente inclui a redução
do valor oriundo dos impostos e demais tributos incidentes. Citando ZANLUCA: “Se a
forma celebrada é jurídica e lícita, o governo deve respeitá-la.”
Aos profissionais da Contabilidade cabe contribuir com sua participação na
geração de informações que possam dar suporte aos administradores nas
tomadas de decisões, na continuidade dos empreendimentos, pois
conhecendo a legislação tributária, o cenário fiscal e a natureza do negócio,
deve promover ações que permitam licitamente reduzir ou até eliminar
tributos, e dessa forma proteger e desencaixe das empresas (SILVA, 2009).
7. SIMPLES NACIONAL – UM EXEMPLO DE PLANEJAMENTO
TRIBUTÁRIO
O Simples Nacional (Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), também conhecido como Super
Simples, substituiu o Simples Federal e foi instituído pelo Estatuto Nacional das Micro
e Pequenas Empresas (Lei Complementar n. 123/2006) como um regime tributário
diferenciado que unifica e simplifica a arrecadação de oito impostos e contribuições
federais, estaduais e municipais (inclusive obrigações acessórias), prevê tratamento
favorecido quanto ao cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias
(inclusive obrigações acessórias), garante preferência nas aquisições de bens e serviços
pelos poderes públicos e acesso facilitado à tecnologia, ao associativismo e às regras de
inclusão.
No COSIF temos enunciado que esse tratamento diferenciado é gerido por três
instâncias, sendo elas:
O Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN) – Trata dos aspectos
tributários; Composto por quatro representantes da União (através da
Secretaria da Receita Federal do Brasil), dois dos Estados e do Distrito
Federal e dois dos Municípios.
O Comitê para Gestão da Rede Nacional para Simplificação do Registro e da
Legalização de Empresas e Negócios (CGSIM) – Trata do processo de
registro e de legalização de empresários e de pessoas jurídicas; Vinculado à
Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República;
Composto por representantes das três esferas políticas e de órgãos de apoio e
de registro empresarial, na forma definida pelo Poder Executivo.
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O Fórum Permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte –
Trata dos demais aspectos; Composto por membros dos órgãos federais
competentes e das entidades vinculadas ao setor.
Esse regime reduziu a carga tributária e agilizou a comunicação com os órgãos Federais,
Estaduais e Municipais. Em outras palavras, o Simples Nacional é uma ferramenta de
planejamento tributário para as Microempresas (ME) e as Empresas de Pequeno Porte
(EPP) e, sendo um incentivo fiscal induzido por lei, representa um exemplo da primeira
espécie de elisão fiscal.
Esclareço aqui que, segundo a Lei Complementar 123/2006, “Microempresa” é aquela
cuja receita bruta anual não exceda o valor de R$ 240 mil. Enquanto que “Empresa de
Pequeno Porte” se enquadra dentre aquelas cuja receita bruta anual é um valor superior
à R$ 240 mil, mas não excede o valor de R$ 2,4 milhões. Ainda, cito o esclarecimento
do COSIF de que serão consideradas válidas para inscrição no Simples Nacional as
Micro e Pequenas Empresas que optem oficialmente pelo regime tributário em questão,
com exceção daquelas que estiverem impedidas de tal ato por alguma das vedações
impostas pela Lei Complementar 123/2006.
O Simples Nacional implica no recolhimento mensal, mediante um único documento de
arrecadação, denominado DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional), dos
seguintes tributos: IRPJ (Imposto de Renda Pessoas Jurídicas), PIS/PASEP (Programas
de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público), COFINS
(Contribuição para Financiamento da Seguridade Social), IPI (Imposto sobre Produtos
Industrializados), CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), INSS
(Contribuições para a Seguridade Social – cota patronal), ICMS (Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços) e ISS (Imposto sobre Serviços).
Os autores MORAIS e CASTRO (2011) explicam: “No Simples Nacional não há
qualquer lacuna legal que leve a evasão, nem elisão fiscal, o que se objetiva é uma
‘inclusão fiscal’ na tentativa de acolher a micro, talvez pequena, empresa para o
mercado formal dito ‘simples’.”.
8. CONCLUSÃO
O planejamento tributário pode ser tomado como fator essencial para assegurar a
competitividade da empresa no mercado e representa uma forma legítima de economia
na carga tributária da mesma.
Tal fator possui caráter preventivo e busca a diminuição de impostos e de alternativas
nas tomadas de decisões, que resultam em reflexos positivos nos resultados da empresa.
É de conhecimento comum que o Brasil possui uma elevadíssima carga tributária fiscal,
uma das mais altas do mundo, em média 33% do faturamento empresarial. Essa
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onerosíssima carga interfere no resultado econômico das empresas, dificulta seu
crescimento e acelera o cessar de suas atividades.
Visando impedir o rápido fim das empresas, essas devem ser estimuladas a desenvolver
um planejamento tributário entre seus processos, sendo o mais provável a implantação
de um processo de gestão tributária, facilitando a elaboração e consequente execução do
planejamento (o possível agente mais influente na determinação de sucesso ou não da
empresa).
Para se saber qual a melhor ferramenta de planejamento tributário a ser escolhida, deve
haver por parte do profissional uma profunda análise individual de cada empresa e uma
minuciosamente ponderada avaliação da relação custo/benefício de cada ferramenta,
tendo sempre em vista o melhor para a expansão da entidade, independente do porte da
empresa, evitando a generalização por setor ou faturamento.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LEAL, Marcello. CONCEITO DE PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO: ELISÃO,
EVASÃO E ELUSÃO FISCAL. (2014) Disponível em:
<http://marcelloleal.jusbrasil.com.br/artigos/113726054/conceito-de-planejamento-
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