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A Revolução Francesa: 1789 - 1799

A REVOLUÇÃO FRANCESARevolução Francesa é o nome dado ao conjunto

de acontecimentos que, entre 5 de Maio de 1789 e 9 de Novembro de 1799, alteraram o quadro político e social da França. Em causa estavam o Antigo Regime (Ancien Régime) e a autoridade do clero e da nobreza. Foi influenciada pelos ideais do Iluminismo e da Independência Americana (1776).

A Revolução é considerada como o acontecimento que deu início à Idade Contemporânea. Aboliu a servidão e os direitos feudais na França e proclamou os princípios universais de "Liberdade, Igualdade e Fraternidade" (Liberté, Egalité, Fraternité), frase de autoria de Jean Nicolas Pache.

REVOLUÇÃO FRANCESA:

O PROCESSO REVOLUCIONÁRIO

FOI UM MOVIMENTO LIDERADO

PELA BURGUESIA CONTRA O REGIME ABSOLUTISTA.

IDÉIAS ILUMINISTAS +VÁRIAS REVOLTAS PELO MUNDO +INDEPENDÊNCIA DOS EUA 1783. +SENTIMENTO ANTIFEUDAL +ASPIRAÇÕES DA BURGUESIA +ENTRAVES FEUDAIS_______________________________________________

REVOLUÇÃO FRANCESA

SITUAÇÃO DA FRANÇA ANTES DA REVOLUÇÃO.

Revolução burguesa.Antecedentes/causas:

Maior população da Europa Ocidental (25 milhões).

80% rural.Absolutismo parasitário

Luís XVIFestas, banquetes,

pensões, guerras inúteis, tratados desvantajosos.

A CORTE FRANCESA TINHA GASTOS SUNTUOSOS.

ACIDENTES METEREOLÓGICOS ( ENCHENTES, SECAS E INVERNOS RIGOROSOS)

GASTOS COM A MANUTENÇÃO DO EXÉRCITO.QUEDA NA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS.85% DA POPULAÇÃO ENFRENTAVAM A

MISÉRIA, A FOME E A INFLAÇÃO.DESPESAS COM GUERRAS E INSENÇÕES AO

PRIMEIRO E SEGUNDO ESTADOGASTOS COM A MANUTENÇÃO DA CORTEAUMENTO DA POPULAÇÃO, PRODUÇÃO NÃO

ACOMPANHA O CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO: FOME

REALIDADE SOCIALRestrições mercantilistas: taxações, proibições,

monopólios.Sociedade estamental (extrema desigualdade):

97%

2%

1% 1º ESTADO: CLERO

2º ESTADO: NOBREZA

3º ESTADO: BURGUESIA + CAMPONESES + SANS CULOTES: obrigações e impostos.

Terras, cargos prestígio, privilégios, e isenção fiscal

Os sans-culottes eram artesãos, trabalhadores e até pequenos proprietários que viviam nos arredores de Paris. Recebiam esse nome porque não usavam os elegantes calções que a nobreza vestia, mas uma calça de algodão grosseira.

A nobreza francesa, retratada em um de seus rotineiros encontros de lazer, teria seus privilégios de nascimento

abolidos pela Revolução Francesa, em 1789.

Gravura francesa do final do século XVIII denunciando a exploração a que estava submetido o terceiro Estado. À esquerda, observando a cena,

representantes do clero ( primeiro Estado) e da nobreza ( segundo Estado).

Absolutismo monárquico de direito divino de Luís XVI.

Festas, banquetes, pensões, guerras inúteis, tratados desvantajosos.

Difusão das ideias iluministas.

Realidade política:

Pintura de Pierre Patel, de 1682, mostrando o imponente palácio de Versalhes, sede da corte absolutista de Luís XIV.

ANTIGO REGIME:ESTADO DE ORDENS: de acordo com a origem1º ESTADO – CLERO: Alto clero: bispos, abades, cônegos Baixo clero: padres e vigários2º ESTADO NOBREZA Nobreza cortesã ou palaciana Nobreza provincial Nobreza de toga3º ESTADO POVOAlta burguesia: banqueiros , empresários e comerciantesBaixa burguesia: profissionais liberais (médicos, advogados, professores) pequenos comerciantesSans-culotte: artesãos, aprendizes, trabalhadores, desempregados, marginalizadosCamponeses: trabalhadores do campo em regime ainda feudal

Crise econômica: concorrência inglesa, excesso de gastos, altos impostos, inundações, secas...

Difusão de ideais iluministas.Revolta dos Notáveis (1787): nobres

inconformados com proposta de cobrança de impostos, exigem convocação dos Estados Gerais.

OS ESTADOS GERAIS (1789):Reunião (consultiva) de membros dos 3 Estados.Objetivo básico: tributação.Divergência de votação (por deputado ou por Estado)

OS TRABALHOS NA ASSEMBLÉIA DOS ESTADOS GERAISA nobreza não aceitou a mudança no sistema de votação.

- tal situação levou o terceiro Estado a se articular declarar a Assembleia Nacional, em substituição à Assembleia dos Estados Gerais.

Convocação dos Estados Gerais (1789):

• Reunião (consultiva) de membros dos 3 Estados.

• Objetivo básico: tributação.• Divergência de votação (votação

por cabeça e não por Estado Social).

Assembléia dos Estados Gerais de 5 de maio de 1789, retratada por Auguste Colder.

CONVOCAÇÃO DOS ESTADOS GERAIS

Terceiro Estado declarou-se ASSEMBLÉIA GERAL dando início a ASSEMBLÉIA GERAL CONSTITUINTE

ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTEA burguesia conseguiu apoio popular para

transformar a Assembleia Nacional em uma Assembleia Nacional Constituinte.

- A Assembleia passaria a ter como objetivo a elaboração de uma Constituição para a França.

A Constituição implicaria no fim do Absolutismo monárquico.

Os deputados decidem elaborar uma constituição

Queda da Bastilha – 14/07/1789

A PARTICIPAÇÃO POPULAR

Milhares de pessoas saíram às ruas de Paris e invadiram a Bastilha – símbolo do poder absoluto do rei.

Importante participação feminina e algumas conquistas: casamento civil e legislação do divórcio.

A Assembleia Nacional (1789 – 1792): Grande Medo (AGO): camponeses

rebelam-se contra autoridade dos senhores feudais.

Abolição de privilégios feudais. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS

DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO – igualdade jurídica, direito à propriedade e resistência à opressão. Desigualdade econômica no

lugar da sociedade estamental.

Constituição civil do clero (1790). Igreja subordinada ao

Estado. Juramentados X

Refratários.

Paris, no final do século XVIII, já era uma grande cidade, bastante movimentada, como se observa nesta gravura que retrata a rua

Saint-Denis.

3º Estado separa-se e autoproclama-se em Assembleia Nacional Constituinte (juramento da péla).

Criação da Guarda Nacional (milícia burguesa) para resistir ao rei.14/07/1789: QUEDA DA BASTILHA (início oficial da Revolução

Francesa)

A Queda da Bastilha, símbolo mais radical e abrangente das revoluções burguesas.

A Tomada da Bastilha, por Jean-Pierre Louis Laurent Houel.

SÍNTESE DOS ACONTECIMENTOS DA

1ª. FASE DA REVOLUÇÃO FRANCESA

1789 – 1792 – Assembleia NacionalDeclaração dos Direitos do Homem e do CidadãoFim dos privilégios de classe

Implantação de uma Monarquia Constitucional – 1791 a 1792

Decisões da Assembleia Nacional não são acatadas

Tomada da BastilhaO Grande Medo: a Revolução estendeu-se para o interior do país ->

assalto aos castelos e massacre aos nobres. Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (26/08/1789). Transferência do rei para Paris e instalação da Assembleia Constituinte. Comando revolucionário pertence à burguesia. Constituição Civil do clero. Tentativa de fuga do rei. Primeira Constituição (favorece somente a burguesia).Assembleia Legislativa (ideias monarquistas e ideias republicanas –

girondinos e jacobinos).Ataque dos regimes absolutistas à França.

PRIMEIRA FASE: ASSEMBLEIA NACIONAL (1789 – 1792)

o DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO :

o igualdade jurídica, direito à propriedade e resistência à opressão.

o Desigualdade econômica no lugar da sociedade estamental.

A Queda do Antigo RegimeNoite do Grande Medo : camponeses rebelam-se contra autoridade dos senhores feudais.o Abolição de privilégios feudais. o Constituição civil do clero (1790).o Igreja subordinada ao Estado.o Bens da Igreja foram confiscados.

O AMBIENTE REVOLUCIONÁRIO

A Revolução se propagou por toda a França.

- as revoltas camponesas foram tomando uma dimensão tão significativa que passaram a ser temidas até mesmo pela burguesia revolucionária.

- a constante violência de propriedades feudais geraram um sentimento de instabilidade.

CONSTITUIÇÃO DE 1791•Liberalismo econômico;•Separação entre Igreja e Estado;•Fim dos direitos feudais (indenização por parte dos camponeses);•Liberalismo político: cidadãos ativos (capital e propriedade) e passivos.•Declaração dos direitos do homem e cidadão•Poder monárquico, poder executivo delegado ao rei para ser exercido por ministros.

1ª Constituição francesa (1791): monarquia constitucional, divisão de poderes, voto censitário, manutenção da escravidão nas colônias.

Proibição de greves e associações de trabalhadores (Le Chepelier).

Divisões entre os parlamentares:GIRONDINOS – alta burguesia,

conservadores, sentados na direita do parlamento.

JACOBINOS – pequena e média burguesia, apoiados por sans-culotes, favoráveis a mudanças mais radicais, sentados na esquerda do parlamento. Apelidados de “montanheses”.

Cordeliers – camadas populares

Feuillants – burguesia financeira.

Nobres começam a abandonar a França (emigrados).

Rei tenta fugir e é preso (1791).França é invadida por países

absolutistas (Áustria e Prússia).Exército popular (COMUNA

INSURRECIONAL DE PARIS), liderado por jacobinos, é formado para conter inimigos.

Rei = traidorMonarquia é abolida (1792)

As palavras de Danton (jacobino) ressoaram de forma marcante nos corações dos revolucionários. Disse ele: "Para vencer os inimigos, necessitamos de audácia, cada vez mais audácia, e então a França estará salva".

2ª Fase: Convenção Nacional(1792 – 1795)RESUMO DA SEGUNDA FASE1792 – 1793 – REPÚBLICA GIRONDINA 1/09/1792 – Fim da Monarquia e Proclamação da República 1793 – Rei é executado 02/06/1793 – Começa a Ditadura Jacobina – TERROR

1793 – 1794 - REPÚBLICA JACOBINA - TERROR ROBESPIERRE – Líder no Poder Medidas: Tabelamento de preços, Fim dos privilégios de classe,

Prisões em massa1794 – 1795 - CONVENÇÃO TERMIDORIANA Girondinos voltam ao poderFim das reformas de caráter social

A Convenção Nacional (1792 – 1795):Girondinos X JacobinosSet/1792 – Jun/1793: Girondinos no poder.

Jan/1793 – Luís XVI é guilhotinado. 1ª coligação contra a FRA (AUS + PRUS + ESP + HOL + ING). Revolta de camponeses de Vendéia (contra a Revolução). Crise econômica.

Girondinos X JacobinosAbolição da realeza e proclamação da

República.Set/1792 – Jun/1793: Girondinos no

poder. Jan/1793 – Luís XVI é guilhotinado. 1ª coligação contra a FRA (AUS + PRUS

+ ESP + HOL + ING). Revolta de camponeses de Vendéia

(contra a Revolução). Crise econômica.

Jun/1793 – Jul/1794: Jacobinos no poder. Radicalismo.

LUÍS XVI FOI PRESO E CONDENADO A MORTE EM 1793.

Execução: “No dia 21 de janeiro, um coche, rodeado por uma escolta armada, passando por ruas nas quais formavam fileiras, a Guarda Nacional levou Luís XVI à Place de la Révolution (hoje a Place de la Concorde). Junto à guilhotina ele tentou falar à multidão: ‘Franceses, morro inocente; é do patíbulo e próximo a comparecer perante Deus que vô-lo digo. Perdôo meus inimigos. Desejo que a França...’ Neste ponto Santerre, chefe da Guarda Nacional de Paris, gritou: ‘Tambours!’ e os tambores afogaram o resto. A população presenciou em sombrio silêncio quando a pesada lâmina caiu, contanto carne e osso. Naquele dia, um espectador, recordando mais tarde disse: ‘todos se retiraram vagarosamente e nós quase não ousávamos olhar-nos uns aos outros.”A Guilhotina e o Imaginário do Terror de Daniel Arasse;

"Enciclopédia Compacta de Conhecimentos Gerais" da ISTOÉ; The

Execution of Louis XVI, 1793.

Jun/1793 – Jul/1794: Jacobinos no poder.Radicalismo.1793: Constituição do Ano I – sufrágio universal, fim

da escravidão nas colônias.Comitê de Salvação Pública (administração e defesa

externa).Comitê de Salvação Nacional (segurança interna).Tribunais Revolucionários (julgamento de

opositores).Calendário Revolucionário.Lei do Preço Máximo.Ensino público e gratuito.Confisco e venda (a preços populares) de bens da

Igreja e nobreza.

As principais realizações desse período foram:

Abolição da escravidão nas colônias francesas, talvez o maior feito social dos jacobinos

Reforma Agrária: confisco das terras da nobreza emigrada e da Igreja, que foram divididas em lotes menores e vendidas a baixo preço aos camponeses pobres. Os pagamentos foram divididos em 10 anos;

Lei do Máximo ou Lei do Preço Máximo, estabelecendo um teto máximo para preços e salários

Elaboração da Constituição do Ano I (1793), que pregava uma ampla liberdade política e o sufrágio universal masculino. Essa Carta, inspirada nas ideias de Rousseau, era uma das mais democráticas da história;

Criação do ensino público gratuitoFundação do Museu do Louvre, da Escola

Politécnica e do Instituto da França.Elaboração de um novo sistema de medidas.

Graças a essa ideia, os cientistas franceses elaboraram o metro, bem como outras ideias que não tiveram a mesma aceitação

Fim da supremacia católica.Assassinato de MaratDivergências entre jacobinos.

Danton X Robespierre* X Hérbert

Terror: abuso da guilhotina.Desgaste do governo.

MARAT

ROBESPIERREDANTON

Georges Jacques Danton (esquerda), líder da fase radical da Revolução e que disputou com Maximilien François

Marie Isidore de Robespierre (direita) o destino do governo montanhês.

ROBESPIERREROBESPIERRE FOI VÍTIMA TAMBÉM DA

GUILHOTINA.

Golpe do 9 Termidor (Reação Termidoriana): Robespierre é guilhotinado e Girondinos retomam o poder.

Convenção Termidoriana (1794 – 1795): Anulação das leis dos jacobinos. Perseguições a populares (Terror Branco).

Prisão de Robespierre

Execução de Robespierre

3ª Fase- Diretório (1795 – 1799)O Diretório (1795 a 1799) foi uma fase

conservadora, marcada pelo retorno da Alta Burguesia ao poder e pelo aumento do prestígio do Exército apoiado nas vitórias obtidas nas Campanhas externas.

Era a república dos proprietários que enfrentavam uma grave crise financeira. Registra-se uma oposição interna ao governo devido à crise econômica e à anulação das conquistas sociais jacobinas.

1795: Nova Constituição – 5 diretores (poder executivo), voto censitário.

1795 e 1797 – golpes realistas (frustrados)

1796: Conspiração ou Conjura dos Iguais (Graco Babeuf) – rebelião popular fracassada.

Segunda Coligação contra a França (PRUS + ESP + HOL + ITA) – derrotada.

Crise econômica, corrupção, impopularidade.

Ocorre nesse período o movimento popular conhecido como Conjura dos Iguais, liderado por Graco Babeuf. Propõe a tomada do poder à força e o fim da propriedade privada.

Os chefes do movimento são presos e Babeuf morre na guilhotina.

Externamente, entretanto, o exército acumulava vitórias contra as forças absolutistas de Espanha, Holanda, Prússia e reinos da Itália, que, em 1799, formaram a Segunda Coligação contra a França revolucionária.

A figura que sobressai no fim do período é a de Napoleão Bonaparte

Ele renomado chefe do exercito e acumula vitórias nas tentativas de avanços anti-absolutistas no exterior.

Napoleão abandonou seus soldados após a mal sucedida Campanha do Egito, retornou à França, onde, com apoio de dois diretores e de toda a grande burguesia, suprimiu o Diretório e instaurou o Consulado, dando início ao período napoleônico em 18 de brumário (10 de Novembro de 1799).

O Diretório (1795 – 1799):1795: Nova Constituição – 5 diretores

(poder executivo), voto censitário.1795 e 1797 – golpes realistas

(frustrados)1796: Conspiração ou Conjura dos

Iguais (Graco Babeuf) – rebelião popular fracassada.

Segunda Coligação contra a França (PRUS + ESP + HOL + ITA) – derrotada.

Crise econômica, corrupção, impopularidade.

Napoleão Bonaparte destaca-se.Golpe do 18 Brumário (1799):

Napoleão Bonaparte toma o poder.Fim da Revolução Francesa.

GRACO BABEUF

NAPOLEÃO BONAPARTE

Importância do movimento:Fim do

Antigo Regime.

Ascensão da burguesia.

Desenvolvi-mento do capitalismo.

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