acolher em saÚde: “posso...
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1 - Mestre em Saúde Coletiva, Professora do Curso de Enfermagem da Universidade
Federal do Espírito Santo/Centro Universitário Norte do Espírito Santo, Coordenadora do
Projeto “Acolher em Saúde: Posso Ajudar?”. E-mail: sbubach@gmail.com
2 - Graduando em Enfermagem pela Universidade Federal do Espírito Santo/Centro
Universitário Norte do Espírito Santo, Bolsista do Projeto “Acolher em Saúde: Posso
Ajudar?”.
3 - Graduando em Enfermagem pela Universidade Federal do Espírito Santo/Centro
Universitário Norte do Espírito Santo, Voluntário do Projeto “Acolher em Saúde: Posso
Ajudar?”.
ACOLHER EM SAÚDE: “POSSO AJUDAR?”
Área temática: Saúde.
Responsável pelo trabalho: Susana Bubach
Instituição: Universidade Federal de Espírito Santo / Centro Universitário Norte do
Espírito Santo (UFES/CEUNES).
Nome dos Autores: Susana Bubach1; Raone Silva Sacramento
2; Franco Luis Campos de
Farias2; Júlia Cosme Barbosa
3; Jhon Wesley Fernandes Bragança Miranda
3; Ana Sara
Semeão de Souza3; Millina Alves Batista
3; Raisa da Silveira Coimbra
3; Thaís Delabarba
Marin3.
RESUMO
O número elevado de pessoas que buscam atendimento, principalmente, no setor de
urgência e emergência dos estabelecimentos do Sistema Único de Saúde, representa um
dos grandes problemas dos serviços de saúde, devido às constantes filas nesses locais, a
falta de dinamismo e resolução das demandas dos usuários. Por isso, o desenvolvimento do
projeto de extensão “Acolher em Saúde: Posso Ajudar?” tem o intuito de facilitar o acesso
às informações nas dependências do Hospital Roberto Arnizaurt Silvares, que
proporcionará uma adequação aos moldes da Política Nacional de Humanização
implantada pelo Ministério da Saúde no Brasil a partir de 2003, e a satisfação do usuário.
O Projeto tem como objetivo desenvolver uma abordagem diferenciada junto aos usuários
e funcionários do Hospital Roberto Arnizaut Silvares. O projeto é executado por cerca de
20 acadêmicos de enfermagem, de forma voluntária, no Hospital Roberto Silvares, onde
ficam distribuídos no Pronto Socorro, Recepção Central e Clínicas, prontos a oferecer
informações e orientações aos usuários do serviço de saúde. Os voluntários cumprem 10
horas por semana. Os resultados se mostram através do aumento na qualidade do
atendimento, principalmente durante a visita, pois muitos visitantes não eram instruídos
adequadamente e gastavam muito tempo a procura do paciente. Após a implantação do
projeto, os voluntários orientam e se necessário acompanham o visitante até o leito do
paciente.
Palavras-chave: Humanização da Assistência; Pessoal de Saúde; Instituições de Saúde.
INTRODUÇÃO
O número elevado de pessoas que buscam atendimento, principalmente, no setor de
urgência e emergência dos estabelecimentos do Sistema Único de Saúde (SUS), representa
um dos grandes problemas dos serviços de saúde, devido às constantes filas nesses locais, a
falta de dinamismo e resolução das demandas dos usuários.
Além disso, as redes municipais deficitárias fazem com que muitos indivíduos
procurem esses setores no intuito de atendimento rápido e eficaz, uma vez que não o
encontra nos municípios ou bairros, havendo sobrecarga e ineficiência no atendimento, o
que não permite a incorporação dos princípios preconizados pelo SUS, de proporcionar
resolutividade e integralidade na assistência.
Aliado a isso, os recursos humanos em saúde sofrem alto desgaste devido à
desvalorização, as precárias e equivocadas relações de trabalho, baixos investimentos na
formação/capacitação desses profissionais, pouca participação na gestão dos serviços e ao
despreparo dos trabalhadores em lidar com a dimensão subjetiva inerente à prática em
saúde.
Assim, buscando a superação dessas e de outras dificuldades existentes no processo
de implantação e consolidação das diretrizes do SUS, que a partir de 2003 foi
implementada a Política Nacional de Humanização (PNH), que tem sido construída com
gestores, trabalhadores e usuários das três esferas de Governo, alternativas nos modos de
produzir a atenção e gestão em saúde (BRASIL, 2004).
A Humanização se propõe a aumentar o grau de co-responsabilidade dos diferentes
atores que constituem a rede SUS na produção da saúde, supõe diálogo e troca de saberes
entre pacientes, familiares e profissionais e modos de trabalhar em equipe.
Muitas iniciativas tem sido elaboradas no sentido de proporcionar uma atenção
humanizada a clientes e profissionais de saúde, visando a melhoria na qualidade do
atendimento, com a contribuição das instituições de ensino (OLIVEIRA, 2001;
PALMEIRA, 2003), inserindo os alunos no diário dos serviços de saúde, fazendo com que
vivencie situações de interrelações quanto as necessidades de saúde população,
subsidiando na formação ética deste indivíduo e aproximando a teoria da prática
profissional.
Nesse sentido, o Centro Universitário Norte do Espírito Santo (CEUNES), situado
no município de São Mateus, que possui como um dos cursos de graduação o de
Enfermagem vislumbra a necessidade de criar parcerias junto às instituições de saúde do
município visando à implementação das políticas de saúde vigentes, melhorando o
acolhimento aos usuários na rede do SUS e potencializando o vínculo entre serviço-ensino.
Por isso, o método de posicionamento de pessoas com o slogan “POSSO AJUDAR”
dispostas a facilitar o acesso as informações nas dependências do Hospital Roberto
Arnizaurt Silvares, proporcionará uma adequação aos moldes das políticas de humanização
implantadas pelo Ministério da Saúde no Brasil, e a satisfação do usuário
OBJETIVO
Desenvolver uma abordagem diferenciada junto aos usuários e funcionários do
Hospital Roberto Arnizaut Silvares (HRAS), em São Mateus/ES.
METODOLOGIA
Cenário
O local para execução do projeto é o Hospital Roberto Arnizaurt Silvares,
localizado na Rodovia Otovarino Duarte Santos, km 2, São Mateus, Espírito Santo. É
vinculado à Secretaria Estadual de Saúde, e é referência em urgência e emergência no
Norte do Estado. O HRAS atende pessoas, advindas da região norte do Espírito Santo,
leste de Minas Gerais e sul da Bahia.
Sujeitos
Os contemplados pelo “POSSO AJUDAR?” são os indivíduos que buscam os
serviços do HRAS.
Executores
O projeto é executado pelos acadêmicos de enfermagem do CEUNES/UFES, que
passaram por treinamento para abordar o público usuário do hospital.
Facilitadores
Os facilitadores do processo de aprendizagem dos acadêmicos são os enfermeiros
que compõe o quadro de funcionários do Hospital Roberto Arnizaurt Silvares, durante os
plantões estabelecidos, de acordo com escala.
Além desses, os alunos são supervisionados pela coordenadora do projeto para
avaliação das atividades ou mesmo favorecer o processo de interação dos acadêmicos com
o enfermeiro supervisor.
Compete ao enfermeiro supervisor a promoção da integração dos acadêmicos com
os demais profissionais e as rotinas estabelecidas pelo serviço.
Regime de trabalho
A escala de trabalho é de 10 horas por semana, incluindo finais de semana.
Atividades
1. Orientar os usuários sobre os pacientes, acompanhando-os até o local de visita;
2. Propor ações facilitadoras e de integração que aperfeiçoem o processo de
humanização no atendimento;
3. Auxiliar pacientes que não podem ou tenham dificuldade de fazer a ficha de
atendimento de Emergência no Pronto Socorro;
4. Informar sobre a localização de pacientes ou acompanhantes;
5. Informar ao paciente ou acompanhante a localização dos setores para onde os
pacientes devem se dirigir;
6. Oferecer um acolhimento humano aos pacientes e acompanhantes no período de
espera por atendimento médico.
7. Encaminhar os pacientes aos seus respectivos locais de realização de exames;
8. Informar a equipe de enfermagem sobre as necessidades do paciente;
9. Encaminhar o paciente ao local onde serão ministrados os medicamentos
prescritos pelo médico;
10. Encaminhar os pacientes ao local de realização de exames;
11. Encaminhar pacientes desorientados ao seu leito;
12. Encaminhar pacientes ao sanitário;
13. Informar os horários das refeições;
14. Verificar se algum paciente ficou sem refeição, notificando ao serviço de
nutrição caso o médico tenha prescrito alguma dieta;
15. Informar onde os acompanhantes podem fazer suas refeições;
16. Informar os horários dos médicos e em que setor eles estão atendendo;
17. Emprestar revistas como forma de distração e lazer a acompanhantes e
pacientes com quadros estáveis;
18. Orientar quanto aos encaminhamentos às instituições de apoio, como por
exemplo, Alcoólicos Anônimos, e a rede de referência e contra-referência.
Recursos materiais
Os acadêmicos utilizam o jaleco com símbolo da UFES e crachá de identificação,
prancheta, caneta, fita colante e cartilhas informativas para distribuição.
Esses materiais são oferecidos pela instituição hospitalar.
Avaliação
A avaliação do projeto é feita através dos gestores, enfermeiros supervisores e
professora coordenadora e da apresentação de estudos de casos sobre as experiências
vivenciadas pelos acadêmicos, durante a realização da atividade do projeto, em dias a
serem estabelecidos com a participação do ensino e serviço.
Modalidade do projeto
O projeto funciona como projeto de extensão universitária, tendo recebido
autorização da Pró-reitoria de Extensa da Universidade Federal de Espírito Santo, e da
direção do Hospital Roberto Arnizaut Silvares.
RESULTADOS
Após a implantação do Projeto Acolher em Saúde:”Posso Ajudar?”, houve aumento
na qualidade do atendimento, principalmente durante o horário de visita, pois muitos
visitantes não eram instruídos adequadamente e gastavam muito tempo a procura do
paciente. Essa situação gerava muitos conflitos entre usuários e funcionários.
Após a implantação do projeto, os voluntários orientam e se necessário
acompanham o visitante até o leito do paciente. Além disso, uma dentre as várias
atividades do projeto é identificar os leitos com o nome dos pacientes, com o objetivo de
facilitar a identificação dos mesmos, e esta atividade tem sido seguida pelos funcionários
do Hospital.
O projeto conseguiu que fosse disponibilizada na recepção central do hospital uma
caixa de sugestões/reclamações, que serve como canal de comunicação dos usuários com o
hospital, uma vez que a instituição não possui ouvidoria.
Cartilhas informativas foram elaboradas a fim de disponibilizar aos usuários
informações sobre rotina e horários do hospital, além de demonstrar os direitos e deveres
dos acompanhantes, e também criação de vinhetas informativas sobre as rotinas do
hospital.
Por mês, o projeto atende aproximadamente 700 pessoas, entre pacientes,
acompanhantes e visitantes. O projeto participa da reunião semanal do Colegiado de
Gerentes, sempre propondo ações que visem à implantação efetiva da Política Nacional de
Humanização.
Os bons resultados alcançados pelo projeto dependem também do apoio da Direção
do HRAS, que disponibiliza vale transporte e alimentação aos voluntários. Também
disponibiliza a Gerência de Enfermagem como referência no hospital para o
desenvolvimento do projeto, a qual é responsável pela capacitação dos novos voluntários
sobre a estrutura do hospital e serviços oferecidos, e faz a interlocução entre acadêmicos e
funcionários.
Além disso, o projeto também gerou: submissão de resumo em congresso nacional;
elaboração de um projeto de pesquisa que visa à avaliação da implantação da classificação
de risco no hospital; elaboração de um artigo científico, que será submetido à revista
indexada; premiação do HRAS no prêmio INOVAHOSP em 2010 por diversas melhorias
desenvolvidas no hospital incluindo o desenvolvimento do projeto na instituição;
exposição na II Mostra Entre Comunidades São Mateus 2011.
CONCLUSÃO
A partir da implantação do projeto, verifica-se uma mudança na postura dos
profissionais e gestores, que passam a perceber a importância da humanização dentro do
serviço de saúde. Através de ações simples, como prestar uma informação, acompanhar o
visitante até o leito, ou identificar o leito do paciente, podem aperfeiçoar os processos de
trabalho, aumentar a qualidade dos serviços prestados e garantir a satisfação do usuário do
sistema de saúde.
Verifica-se também, que atuação do “Posso Ajudar?”, não gera benefício apenas
para a instituição ou usuários, mas também para os acadêmicos inseridos no projeto, que
adquirem habilidades e capacidades de interrelação, trabalho em equipe, compreensão do
sistema de saúde público, resolução de problemas, mudança de atitude diante situação de
saúde do indivíduo e da coletividade.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. HumanizaSUS: Documento base para gestores e
trabalhadores do SUS. 4. ed. Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2008.
BRASIL. Ministério da Saúde. Cadernos do HumanizaSUS - Atenção Básica. Brasília :
Ministério da Saúde, 2010.
PALMEIRA, J. A. V. Projeto saúde solidária: “posso ajudar?”. Projeto de extensão
universitária da Universidade Federal de Sergipe. 2001. Disponível em:
<www.saudebrasilnet.com.br/premios/saude/premio4/trabalhos/044.pdf>. Acesso em: 10
de outubro de 2008.
OLIVEIRA, C. M. de. Projeto “Conte com a gente Izabela”. Projeto de extensão do
Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix. Disponível em:
<www.metodistademinas.edu.br/proreitoriaacademica/extensao2008/conte_com_a_gente_i
zabela.pdf>. Acesso em: 10 de outubro de 2008.
1. Discente do curso de Psicologia da UFJF;
2.Discente do curso de Enfermagem da UFJF; 3.Discente do curso de Medicina da UFJF;
4.Docente do Departamento de Fisioterapia da Faculdade de Medicina da UFJF.
DE PEITO ABERTO: ACOLHENDO A FAVOR DA HUMANIZAÇÃO
Saúde
Responsável pelo trabalho: Ana Paula Souza Ribeiro¹
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Co-Autores: Annyele Nayara Moura Cerqueira²; Gabriela Guedes Lopes³; Lívia Alves
Cinsa²; Simone Meira Carvalho⁴;
Resumo
A literatura evidencia que a mulher é afetada em seu emocional em um diagnostico
de câncer de mama. Um acolhimento desses sentimentos de angustia e ansiedade torna-se
essencial após a consulta médica. O estudo teve como objetivo avaliar a compreensão da
paciente em relação à consulta, esclarecer eventuais dúvidas, fazer encaminhamentos se
percebida demanda. Aplicou-se uma entrevista semi-estruturada em 26 mulheres, no
período de maio a outubro de 2010. Percebeu-se que o auto-exame e o histórico de câncer
na família muitas vezes impulsionam a procura da mulher pelo serviço de saúde. Também
se percebeu a importância da atividade interdisciplinar no papel na formação acadêmica.
Palavras-chave: acolhimento, interdisciplinaridade, câncer de mama.
Introdução
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA, 2011), o câncer de mama é o
segundo tipo de câncer mais freqüente no mundo e o mais comum entre as mulheres,
respondendo por 22% dos casos novos nesse grupo. A sobrevida média após cinco anos, na
população mundial, é de 61%.
Além das implicações que qualquer adoecimento comporta, este tipo de neoplasia é
um dos mais temidos pelas mulheres, devido aos efeitos psicológicos que afetam a
sexualidade e a própria imagem corporal feminina. Tal fato, muitas vezes, faz com que a
doença e até mesmo o temor de que a mesma possa existir, interfiram no papel psicossocial
da paciente, limitando suas funções e atividades diárias em casa e no trabalho.
Ao receber o diagnóstico, basicamente, a paciente e seus familiares passam por três
momentos. A princípio, o sentimento que predomina é o de medo da morte e a
preocupação da paciente doente e de seus familiares encontra-se focada na sobrevivência.
Posteriormente, a preocupação ocorre em relação ao tratamento e às condições econômicas
para realizá-lo. E em seguida, há o temor da mutilação, desfiguração e suas consequências,
havendo receio especial em relação à vida sexual (GIMENES, 1997). Assim,
considerando esses momentos de angústia e ansiedade que envolvem o diagnóstico e
mesmo a possibilidade da doença, um acolhimento desses sentimentos torna-se essencial
após a consulta médica.
De acordo com o Humaniza SUS (2006), acolher significa reconhecer no individuo
suas diferenças, dores, alegrias, modos de viver, sentir e estar na vida. Além disso, o
acolhimento também propicia escuta ativa das queixas, dos medos e expectativas, e,
quando necessário, esclarece dúvidas. Para isso, não é necessário existir um horário
determinado ou um profissional especializado, mas sim um compartilhamento de
experiências entre os profissionais para que se tenha um melhor atendimento ao paciente.
O trabalho em uma equipe interdisciplinar possibilita uma prática de atenção
integral à saúde, através da possibilidade de trabalho conjunto. O mesmo deve respeitar as
bases disciplinares específicas, mas buscar soluções compartilhadas para os problemas das
pessoas e das instituições.
O projeto “De Peito Aberto: programa de prevenção e acompanhamento integrado
no câncer de mama” possui enfoque na prevenção e no diagnóstico precoce, assim como
no acompanhamento interdisciplinar e assistência humanizada ao paciente. As atividades
são realizadas no Hospital Universitário da UFJF nas unidades Dom Bosco e Santa
Catarina. A equipe inclui docentes, profissionais e acadêmicos de psicologia, medicina,
enfermagem, serviço social e fisioterapia. Baseado na proposta de prática assistencial
inclusiva dos fenômenos humanos como integrante dos atos de saúde se desenvolve ações
integradas de assistência, ensino e pesquisa.
Atualmente, a principal atividade realizada no projeto é o Acolhimento,
compreendendo que desde o diagnóstico até o tratamento, a mulher passa por um período
conturbado, no qual necessita de apoio de toda a equipe interdisciplinar. Assim, a mulher
passa a ser vista não somente através de sua doença ou como uma pessoa que pode ser
tratada unicamente com medicamentos, e sim como um ser complexo, que deve ser
atendida em sua totalidade.
Dentro deste projeto ainda são realizadas atividades englobando grupos educativos
e acompanhamento individualizado às pacientes e seus familiares no sentido de informar,
esclarecer dúvidas e orientar em questões relativas à doença, aos tratamentos e às cirurgias
indicadas. Tais atividades compreendem: sala de espera, realizada de forma interdisciplinar
envolvendo temáticas relacionadas ao câncer de mama; GAI (grupo de acompanhamento
integrado), em que as mulheres têm contato com outras pacientes que vivenciaram a
mesma situação permitindo troca de experiências e apoio para superar o problema;
reuniões de equipe, nas quais todos os membros se encontram semanalmente a fim de
reavaliar o trabalho que está sendo desenvolvido; e orientações em pré e pós- operatório de
cirurgias de mama.
A atividade de acolhimento do “Projeto de Peito Aberto” visa avaliar a
compreensão da paciente em relação à consulta, esclarecer eventuais dúvidas e
possivelmente encaminhá-la para atendimento em grupo e/ou individual com a equipe
envolvida, de acordo com a demanda.
A partir da ótica das pacientes, é possível identificar como vem sendo prestado o
serviço, a forma como são acolhidas, identificar quais principais informações que as
pacientes têm acesso, conhecer o contexto de vida através de abordagem biopsicossocial,
bem como esclarecer modos de prevenção e seus direitos.
Metodologia
No período de maio a outubro de 2010, uma equipe pré-estabelecida realizou
entrevistas utilizando fichas de acolhimento com dados objetivos e subjetivos, com 26
pacientes, durante e após a consulta com o mastologista.
As fichas foram elaboradas, anteriormente, por toda a equipe do projeto “De Peito
Aberto”. O projeto recebeu aprovação do comitê de ética, e concordou em esclarecer os
direitos e procedimentos a todas as pessoas entrevistadas e manter seus dados em sigilo.
Os critérios de inclusão para a pesquisa foram todas pessoas que passaram pelo
serviço mastologia do HU e pelo Acolhimento com a equipe interdisciplinar no período
determinado, sendo excluídas somente as fichas cujos dados estavam incompletos.
Posteriormente as fichas foram transcritas e analisadas pela equipe. Foram
escolhidas as seguintes categorias para serem discutidas: idade, exame feito com mais
frequencia, histórico de câncer na família e informações sobre o auto-exame das mamas.
Resultados e Discussões
Durante a análise das fichas, percebeu-se que 80,76% das mulheres acolhidas
fazem visitas regulares ao ginecologista e/ou mastologista e que 96,16% já fizeram ou
fazem mamografia regularmente; 69,23% das mulheres tem histórico de algum tipo de
câncer na família e 76,92% dizem fazer o auto-exame regularmente.
Notou-se que as mulheres têm procurado o serviço de saúde e feito exames com
regularidade, sendo esses muito importantes para a prevenção de doenças e prognósticos
positivos. Através dos dados analisados, percebeu-se que o auto-exame e o histórico de
câncer na família muitas vezes impulsionam a procura da mulher pelo serviço de saúde.
Conclusão
O acolhimento propicia um momento interdisciplinar de escuta das demandas das
usuárias, tendo importante papel na formação acadêmica, permitindo uma assistência mais
integral e humanizada, com um olhar mais apurado e ampliado sobre todos os aspectos que
envolvem o sujeito e o adoecimento.
De acordo com os resultados, compreendemos melhor a importância de estar
divulgando informações que podem ajudar na prevenção e tratamento das usuárias bem
como estar sempre incentivando a procura do serviço de saúde com regularidade.
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de atenção à saúde. Núcleo técnico da politica
nacional de humanização. HumanizaSUS: documento base para gestores e trabalhadores
do SUS/ Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção a Saúde, Núcleo técnico da politica
Nacional de humanização. 3 ed. Brasília: Editora do ministério da saúde, 2006. 52 p: il.
color. (série B. textos básicos de saúde).
GIMENES, Maria da Glória; FÁVERO, Maria Helena. A Mulher e o câncer. Campinas:
Psy, 1997.
INSTITUTO NACIONAL DO CANCER. Tipos de câncer: Mama. Rio de Janeiro: INCA.
Endereço: www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/mama. Acesso
em: 10 de junho de 2011.
HUMANIZAÇÃO COMO MEIO DE PROMOÇÃO DE MUDANÇAS NOS
PROCESSOS DE TRABALHO.
Área temática: Saúde.
Responsável pelo trabalho: Raone Silva Sacramento
Instituição: Centro Universitário Norte do Espirito Santo (CEUNES/UFES)
Nome dos Autores: Susana Bubach ¹; Raone Silva Sacramento ²; Franco Luis Campos de
Farias ²; Júlia Cosme Barbosa3; Jhon Wesley Fernandes Bragança Miranda3; Ana Sara
Semeão de Souza3; Millena Alves Batista3; Raisa da Silveira Coimbra3; Thaís Delabarba
Marin3.
RESUMO
A Humanização nos serviços de saúde não se restringe apenas ao bom espaço físico ou a
recepção personalizada, sua concepção vai muito além, consistindo no acolhimento das
necessidades de todos os atores envolvidos na rede de produção de saúde de maneira a
proporcionar um atendimento integral, resolutivo e co-responsável. Partindo disso, o
presente estudo tem por objetivo analisar as mudanças ocorridas no ambiente de trabalho
de uma instituição hospitalar do norte do Espírito Santo, com o uso da Política Nacional de
Humanização, através do Projeto de Extensão “Acolher em Saúde: Posso Ajudar?” que foi
implantado neste hospital em agosto de 2009; o projeto é desenvolvido por acadêmicos de
Enfermagem da Centro Universitário Norte do Espírito Santo. Os indicadores de mudança
foram elaborados a partir do manual de Eixos Avaliativos e Indicadores de Referência da
Humanização. As principais modificações foram: otimização do tempo de espera dos
usuários por atendimento e na busca de informações; aumento da satisfação dos usuários
em relação ao atendimento prestado; mudança de postura dos profissionais para o
desenvolvimento de atitudes humanizadoras diante das ações realizadas pelos acadêmicos;
redução no número de conflitos durante a realização de visitas. Com isso, percebe-se a
Política Nacional de Humanização como ferramenta potencial nos modos de atuar nos
processos em saúde, proporcionado maior adequação dos métodos assistenciais e
1 - Mestre em Saúde Coletiva, Professora do Curso de Enfermagem da Universidade Federal do Espírito
Santo/Centro Universitário Norte do Espírito Santo, Coordenadora do Projeto “Acolher em Saúde: Posso
Ajudar?”.E-mail: sbubach@gmail.com
2 - Graduando em Enfermagem pela Universidade Federal do Espírito Santo/Centro Universitário Norte do Espírito Santo, Bolsista do Projeto “Acolher em Saúde: Posso Ajudar?”.
3 - Graduando em Enfermagem pela Universidade Federal do Espírito Santo/Centro Universitário Norte do Espírito Santo, Voluntário do Projeto “Acolher em Saúde: Posso Ajudar?”.
gerenciais as necessidades de saúde e trabalho, permitindo aos usuários e profissionais um
sistema de saúde acolhedor, resolutivo e compromissado.
Palavra-chave: Acolhimento; Humanização da assistência; Indicadores.
INTRODUÇÃO
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2008), a Política Nacional de
Humanização (PNH) compreende como uma aposta ético-estético-política: consistindo no
envolvimento e protagonismo de todos os sujeitos envolvidos nos processos de produção
de saúde e na institucionalização das práticas de atenção e gestão das redes do Sistema
Único de Saúde (SUS). Constituindo-se como Política reestruturadora dos modos de operar
assistência e gestão, compromissada em defesa da vida e do direito à saúde (BRASIL,
2010).
Partindo desse princípio, a PNH apresenta-se como instrumento comprometido com
a garantia de uma assistência resolutiva, maior participação e valorização dos trabalhadores
e usuários, educação permanente aos profissionais e desenvolvimento de ações voltadas
para as reais necessidades da população; configurando estratégias que gradativamente irão
contribuir para o aperfeiçoamento do sistema, como também suprimir suas
lacunas/carências e qualificação da atenção e da gestão. Propondo o aumento do grau de
co-responsabilidade dos diferentes atores (usuários, profissionais e gestores) que
constituem a rede SUS na produção da saúde, supondo o compartilhamento de informações
entre ambos e modos de trabalhar em equipe, visando o fortalecimento dos laços e das
qualidades humanas.
Entretanto, para se alcançar esse objetivo é primordial que todos os sujeitos
envolvidos nos processos de produção de saúde estejam articulados e integrados, de
maneira a favorecer o desenvolvimento de ações que efetivamente surtirão efeito e que
necessariamente contribuirão para o alcance de tais princípios. Já que a desumanização
existente nos serviços de saúde é um produto humano, ainda quando resulte de uma
combinação de problemas estruturais com posturas alienadas, fragmentadas e
burocratizadas dos operadores (ONOCKO CAMPOS, apud CAMPOS 2005). O que requer
que todos tenham uma visão da Humanização não como iniciativa a ser desenvolvida ou
tomada por um único sujeito, e sim por todo o coletivo que compõem essa rede de
assistência em saúde.
Nesse sentido, a Universidade Federal do Espírito Santo, no seu Centro
Universitário Norte do Espírito Santo (CEUNES), situado no município de São Mateus/ES,
que possui como um dos cursos de graduação o de Enfermagem, vislumbrou a necessidade
de criar parcerias junto às instituições de saúde do município visando a implantação de
políticas de saúde vigentes, melhorando o acolhimento aos usuários na rede do SUS e
favorecendo a promoção e propagação da humanização nos serviços de saúde. Visto que o
município é carente de ações que proporcionem a otimização do atendimento e que
possibilite a recepção adequada de seus usuários.
Com isso, em 2009, foi implantado o Projeto de Extensão “Acolher em Saúde:
Posso Ajudar?” em uma instituição hospitalar, referência para o norte do estado do Espírito
Santo, sul da Bahia e leste de Minas Gerais, no setor de urgência e emergência, com
iniciativa de proporcionar uma atenção humanizada aos usuários e profissionais de saúde,
visando a melhoria na qualidade do atendimento e adequação aos moldes da PNH. A
instituição de ensino oferece todo o suporte para o desenvolvimento das ações,
favorecendo aos acadêmicos a vivência de experiências de interrelações das necessidades
de saúde da população, contribuindo dessa maneira para a formação ética através da
intercomunicação entre teoria e prática (BUBACH, 2008).
Dessa maneira, o presente estudo tem por finalidade apresentar as mudanças
ocorridas no ambiente de trabalho com o uso da humanização, após a implantação do
projeto de extensão “Acolher em Saúde: Posso Ajudar?”, cujas ações são baseadas nos
princípios da PNH, e assim permitir a percepção da humanização como política a provocar
mudança no comportamento estático dos serviços/profissionais/usuários de saúde, que
interfere em todo o processo de trabalho.
OBJETIVO
• Identificar as mudanças ocorridas no ambiente de trabalho de um hospital, com o
uso da Política Nacional de Humanização por meio do projeto de extensão
“Acolher e saúde: Posso Ajudar?”, no município de São Mateus/ES.
METODOLOGIA
O local de execução do trabalho é o Hospital Estadual Roberto Arnizaurt Silvares
(HRAS), localizado na Rodovia Otovarino Duarte Santos, no município de São Mateus,
Espírito Santo. É uma instituição de referência em urgência e emergência para o Norte do
Estado, Sul da Bahia e Leste de Minas Gerais. No qual em agosto de 2009, foi implantado
o projeto de extensão “Acolher em Saúde: Posso Ajudar?”, desenvolvido por acadêmicos
de enfermagem do CEUNES, cujo método de execução consiste no posicionamento dos
acadêmicos em locais estratégicos do hospital com o slogan “Posso Ajudar”,
desenvolvendo uma abordagem diferenciada junto aos usuários e profissionais do HRAS,
favorecendo o acesso a informações nas dependências da instituição de saúde. Para
avaliação das mudanças ocorridas no hospital, inicialmente realizou-se um Diagnóstico
Situacional para analise dos modos operacionais da instituição, e a partir disso foi feito o
levantamento das mudanças ocorridas nos processos de trabalho da instituição de saúde,
devido a atuação do projeto. Seguindo o manual de Eixos Avaliativos e Indicadores de
Referência da Política Nacional de Humanização foram construídos indicadores de
mudanças que serão de grande utilidade nos processos avaliativos e de monitorização da
PNH.
RESULTADOS
Após dois anos de vigência no HRAS o projeto consta atualmente com 11
acadêmicos de Enfermagem do CEUNES, na qual são desempenhadas várias atividades .
Desde então, percebeu-se algumas mudanças nos processos de trabalho do hospital, devido
a presença do “Posso Ajudar?” e de suas atividades, o que permitiu a construção de
indicadores que serviram como instrumento nos processos de avaliação da política, os
indicadores elaborados foram:
Assegurar assistência integral e resolutiva.
• Redução do intervalo entre consultas no pronto socorro diminuindo a espera por
atendimento;
• Diminuição do número de usuários que se encontravam desorientados nas
dependências do hospital;
Otimização dos processos de trabalho e corresponsabilidade social.
• Identificação de 100% dos leitos do hospital pelos profissionais;
• Identificação de todos os visitantes;
• Atualização diária da lista de nomes de pessoas internadas facilitando a
localização;
• Acompanhamento dos usuários internos ou externos na realização de exames e/ou
localização de setores;
Prover educação permanente dos trabalhadores.
• Realização de oficinas sobre a Política Nacional de Humanização;
• Mudança na estrutura dos serviços da instituição.
Assegurar direitos dos usuários, participação social e ações de promoção à saúde.
• Ampliação do horário de visitas;
• Elaboração e distribuição de folhetos informativos sobre normas e serviços do
hospital;
• Caixa de sugestões na recepção;
• Disposição de pessoas com slogan “Posso Ajudar” em locais estratégicos para orientação;
Estabelecimento de vínculos: criação de redes.
• Formação de vínculo entre usuário-profissional-acadêmico;
CONCLUSÃO
Portanto, a partir das mudanças ocorridas verifica-se uma certa alteração na postura
dos profissionais como gestores, em perceber a humanização como política dos modos de
se produzir saúde, que proporciona a otimização dos processos de trabalho, como também
a qualidade dos serviços prestados. Na qual verifica-se a atuação do “Posso Ajudar?”,
como arranjo que estabelece inovações em todo o âmbito de compartilhamento das ações
de cuidado e gestão, favorecendo a disseminação de informações e a readequação dos
processos de trabalho aos moldes da PNH. Estabelecendo a Humanização como política a
ser alcançada em todos os setores de serviços, e desenvolvida por todo o coletivo.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. HumanizaSUS: Documento base para gestores e
trabalhadores do SUS. 4. ed. Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2008.
BRASIL. Ministério da Saúde. Cadernos do HumanizaSUS - Atenção Básica. Brasília :
Ministério da Saúde, 2010.
BRASIL. Ministério da Saúde. Redes de produção de saúde. Brasília; Ministério da Saúde,
2009.
BUBACH, S. Projeto “Acolher em saúde: Posso Ajudar?”. Projeto de extensão do Centro
Universitário Norte do Espiríto Santo. Disponível em:
<http://www.familiaquadrangular.com/site_projeto_posso_ajudar/arquivos/Projeto
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CAMPOS, G. W. S. Humanização na saúde: um projeto em defesa da vida?. Interface -
Comunicação, Saúde, Educação, v.9, n.17, p.389-406, 2005. Disponível em
<http://www.scielo.br/pdf/icse/v9n17/v9n17a16.pdf>. Acesso em: 12 de Junho de 2011.
PROJETO ACOLHER PARA CUIDAR: HUMANIZANDO A ASSISTÊNCIA EM
UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE
Área temática: Saúde
Responsável pelo trabalho: SILVA, A. K. F. da
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
Autores: COSTA, D. C. de S. C; PAIVA, F. C. L. de
RESUMO
O presente trabalho foi desenvolvido durante o ano de 2010 no Hospital Universitário Ana
Bezerra (HUAB), unidade integrante do Complexo Hospitalar em Saúde da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), localizado em Santa Cruz, interior do Rio
Grande do Norte. Pretendeu-se oferecer aos usuários um acolhimento com humanidade,
respeito e eqüidade tanto em nível hospitalar quanto ambulatorial, dentro de uma
perspectiva de prática humanizada em saúde. Com a implantação da Política Nacional de
Humanização (PNH), evidencia-se um avanço considerável no campo da saúde, que tem
por preceito agregar à eficiência técnica e científica, valores éticos, respeito e solidariedade
ao ser humano, tornando assim, imprescindível a efetivação de mudanças qualitativas no
atendimento em saúde. O projeto de acolhimento funcionou durante todos os dias da
semana e para a sua efetivação foram realizadas orientações aos pacientes e
acompanhantes, encaminhamento efetivo e resolutivo às demandas apresentadas pelos
usuários, controle do fluxo de visitantes, distribuição de panfletos de orientação sobre
normas e rotinas da instituição, palestras educativas, vídeos educativos, incentivo ao uso
das caixas de sugestões e críticas espalhadas pelo hospital, aplicação de questionários de
satisfação dos usuários, bem como a realização do dia da beleza com as puérperas das
enfermarias do alojamento conjunto. Esperou-se com isso garantir uma mudança
qualitativa no atendimento de saúde, aumentando o grau de satisfação dos usuários de tal
instituição, como também lhes proporcionar bem-estar emocional, confiabilidade e
conforto aliados a agilidade e eficácia no seu processo de acolhimento, hospitalização e
reabilitação.
Palavras-chave: Acolhimento. Usuários. Satisfação.
Introdução
O Plano Nacional de Extensão Universitária apresentado pelo Ministério da
Educação (2001), afirma o conceito de extensão como um processo educativo que deve
contribuir significativamente para a transformação da sociedade através da aproximação e
troca de conhecimentos e experiências entre profissionais, alunos e comunidade pela
possibilidade de desenvolvimento de processos de ensino-aprendizagem a partir de práticas
cotidianas.
Na área da saúde mais especificamente, a extensão assume particular importância
na medida em que se integra à rede assistencial e pode servir de espaço diferenciado para
novas experiências voltadas à humanização, ao cuidado, ao acolhimento e à qualificação da
atenção à saúde.
Podemos entender a Humanização como a valorização dos diferentes sujeitos
implicados no processo de produção de saúde: usuários, trabalhadores e gestores. Os
valores que norteiam essa política são a autonomia e o protagonismo dos sujeitos, a co-
responsabilidade entre eles, o estabelecimento de vínculos solidários, a construção de redes
de cooperação e a participação coletiva no processo de gestão (BRASIL, 2010).
O acolhimento inserido nesse processo surge no âmago das propostas de
reorientação da atenção à saúde. Ele tem sido analisado como estratégia fundamental na
reorganização da assistência em diversos serviços de saúde no país, buscando a
humanização e uma maior interação entre paciente e profissional, além de uma
reorganização do processo de trabalho incluindo prática e aprendizagem.
O acolhimento é uma ação tecno-assistencial que pressupõe a mudança da relação profissional/usuário e sua rede social através de parâmetros
técnicos, éticos, humanitários e de solidariedade, reconhecendo o usuário
como sujeito e participante ativo no processo de produção da saúde (BRASIL, 2010, p.18).
É preciso superar a noção de que o acolhimento está relacionado “apenas” com a
recepção calorosa e acolhedora dos pacientes; ou com seu encaminhamento e/ou triagem.
O acolhimento vai além desses dois conceitos tradicionais e faz parte da luta pela
superação da prática extremamente burocrática que impera nos serviços de saúde.
Partindo desse princípio, o projeto intitulado “Acolher para cuidar: humanizando a
assistência em um Hospital Universitário do Rio Grande do Norte” foi desenvolvido
durante todo o ano de 2010, no Hospital Universitário Ana Bezerra (HUAB), uma das
unidades que compõe o Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (UFRN). O objetivo geral do projeto foi oferecer a todo e qualquer usuário do
HUAB, um acolhimento satisfatório com humanidade, respeito e eqüidade tanto em nível
hospitalar quanto ambulatorial, dentro de uma perspectiva de prática humanizada em
saúde.
Além disso, objetivou-se esclarecer aos pacientes a serem hospitalizados, bem
como os seus acompanhantes, as normas e rotinas inerentes ao contexto hospitalar e obter
aproximadamente 80% de avaliação positiva, mediante a aplicação de questionários de
satisfação com os usuários do serviço. Também se buscou através do projeto, tornar o ato
de acolher um dispositivo de garantia de direitos e consolidação da Política Nacional de
Humanização a fim de propiciar aos usuários do HUAB, bem-estar emocional,
confiabilidade, conforto físico e psicológico, como também respeito e dignidade, tornando
assim, o hospital um ambiente seguro, familiar e acolhedor dentro de uma visão holística e
humanizada do fazer saúde.
Material e Metodologia
O HUAB tem por missão institucional, prestar assistência materno-infantil
qualificada e humanizada, de referência regional, servindo a um ensino voltado para uma
formação cidadã. É uma instituição de médio porte, com 53 leitos que atua numa área de
abrangência que compreende os municípios da Região do Trairí, no Rio Grande do Norte.
Baseando-se no Programa Nacional de Humanização, bem como no Programa
Humaniza SUS, que visa à valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de
produção da saúde, o HUAB implantou em 1999 o Projeto de Gestão Humanizada, tendo
como objetivo fundamental aprimorar as relações entre profissionais de saúde e usuário,
dos profissionais entre si e do hospital com a comunidade.
No campo das relações humanas, que caracterizam qualquer atendimento à saúde, é
essencial agregar à eficiência técnica e científica uma ética que considere e respeite a
singularidade do usuário e do profissional, que acolha o imprevisível e que aceite os
limites de cada situação.
Dessa forma, como estratégia e metodologia de condução do projeto, as atividades
foram realizadas sem impor concepções, preservando as crenças, as normas, os valores e a
realidade socioeconômica de cada usuário do serviço, gerando uma interação harmoniosa,
favorecendo a aproximação do aluno e profissional com o viver das pessoas e auxiliando
na identificação das suas reais necessidades e problemas de saúde. Buscou-se seguir uma
concepção holística do humano aplicada a realidade, na tentativa de ampliar a
resolutividade das ações de saúde, direcionando o auto-cuidado, acolhimento e escuta
qualificada, visando uma metodologia do cuidado dentro do conceito ampliado de saúde.
Durante o ano de 2010, o projeto de acolhimento funcionou em nível hospitalar e
ambulatorial em todos os dias da semana. No período de espera para o atendimento, foram
realizadas atividades com os pacientes e seus acompanhantes, como: acolhimento aos
pacientes a serem internados com exposição das normas e rotinas do hospital; palestras
educativas e vídeos educativos acompanhados de orientações sobre o uso das caixas de
sugestões e críticas espalhadas pelo hospital; palestras educativas na pediatria e recepção
do hospital, despertando o interesse e a curiosidade dos acompanhantes das crianças sobre
os assuntos trabalhados; aplicação de questionários de satisfação dos usuários
semanalmente, a fim de verificar a satisfação dos usuários acerca do serviço prestado e o
dia da beleza com as puérperas admitidas nas enfermarias do alojamento conjunto.
Resultados e Discussões
No período de Janeiro a Dezembro de 2010 foram realizados 232 acolhimentos aos
usuários do serviço. Essa ação expressa, em suas várias definições, uma aproximação, um
“estar com” e “perto de”, ou seja, uma atitude de inclusão. É exatamente neste sentido, que
queremos afirmar o acolhimento como uma das diretrizes de maior relevância
ética/estética/política proposta pela PNH do SUS (BRASIL, 2010).
Foram aplicados 212 questionários proposto pelo Ministério da Saúde para avaliar a
satisfação dos usuários, de modo que foi obtido mais de 90% de satisfação. Esse
instrumento foi aplicado com os usuários que permaneceram internados no HUAB por pelo
menos 24 horas nas Enfermarias Pediátricas ou no Alojamento Conjunto do hospital.
Também foram explanadas 20 palestras educativas na sala de espera do
ambulatório e na clínica pediátrica, atingindo um público de 81 usuários, tendo como
temas: hipertensão arterial; auto-exame das mamas e exame preventivo; informações
acerca da carta dos direitos dos usuários da saúde; cuidados gerais com a criança; os
direitos e deveres da criança e do adolescente; tabagismo; métodos contraceptivos; Teste
do Pezinho e sua importância para o recém-nascido; informações sobre doenças como
infecção urinária e câncer de mama e como preveni-las, dentre outros temas.
Considerações Finais
A proposta explanada pôde contribuir de forma positiva para a reflexão mais crítica
dos modelos e ações em saúde. Acreditamos que apesar da polissemia do conceito de
humanização da assistência e da amplitude possível das práticas que se auto-intitulam
como "humanizadoras", esse projeto pôde propiciar uma contribuição para a melhoria da
qualidade da atenção prestada. É notável que o trabalho desenvolvido através do projeto
“Acolher” vem beneficiando os usuários do HUAB na sua integralidade, melhorando o seu
bem-estar emocional, a confiabilidade, a segurança e a sensação de se sentirem acolhidos
de forma mais humanizada.
Nesse contexto, é fundamental não perder de vista a reflexão e o senso crítico que
auxilie o desempenho de ações numa perspectiva holística de se fazer saúde. Ademais, a
universidade precisa de um elo para estar mais próxima da população e este elo é a
extensão universitária, daí esta ser tão necessária. Há uma grande variedade de ações que
podem ser desenvolvidas, sendo a educação em saúde uma área muito atraente e relevante.
Isto toma uma importância muito grande, já que é uma das propostas preconizadas pelo
SUS por se tratar de uma maneira de se promover saúde, prevenir agravos e acolher para
melhor cuidar da assistência aos usuários e da comunidade em geral.
Referências
BRASIL. A. Acolhimento nas práticas de produção de saúde. IN: BRASIL. Política
Nacional de Humanização. 2. ed. Brasília: MS, 2010.
______. Ministério da Saúde. Cartilha Humaniza SUS. Brasília: MS, 2004. Disponível
em:
<http://dtr2004.saude.gov.br/susdeaz/instrumento/arquivo/04_Cartilha_HumanizaSUS.pdf
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______. Ministério da Educação. Plano Nacional de Extensão Universitária. Brasília:
MEC, 2011. Disponível em:
<http://proex.epm.br/projetossociais/renex/plano_nacional.htm>. Acesso em: 01 jun. 2011.
HOSPITAL Universitário Ana Bezerra. Santa Cruz, [199-?]. Disponível em:
<http://www.huab.ufrn.br/index.htm>. Acesso em: 20 jun. de 2011.
Projeto PED RISO: o voluntariado universitário humanizando a saúde.
ESCOBAR, E. M. A*.
Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC Campinas) SILVA, R. F.**; ALBUQUERQUE, A.C.; GOMES, M.M***; JOÃO, J. M. L. G.****
RESUMO
Introdução: O voluntário é o cidadão que solidariamente doa seu tempo, trabalho e
talento em prol da melhoria de problemas comunitários. A participação da juventude é
fundamental no processo de transformação social. O voluntariado para o jovem
contribui para envolvê-lo ativamente em seu progresso pessoal e da sociedade.
Objetivos: O PED-RISO tem como objetivo proporcionar lazer aos usuários do
Hospital da PUC de Campinas por meio de recursos lúdicos tais como arte clown,
música, desenho, pintura, do contar estórias e brincadeiras de modo não dirigido. Visa
ainda, desenvolver o protagonismo juvenil nos universitários por meio do trabalho
voluntário. Metodologia: As crianças são diariamente visitadas por universitários
voluntários caracterizados como palhaços que após permissão da criança para a
aproximação iniciam as brincadeiras. Mensalmente o grupo se reúne para discutir
dificuldades e perspectivas futuras. Anualmente, avalia-se o projeto com o relato das
vivências e sua importância para o crescimento pessoal e pedagógico de cada
voluntário. Resultados: Entre 2009 e 2010 foram realizados 158 encontros com
crianças hospitalizadas, sete oficinas, 13 eventos em datas especiais, quatro
apresentações de pôsteres em eventos acadêmicos e 12 reuniões mensais com o docente
responsável. Conclusões: O PED RISO se constitui em uma experiência com o manejo
da criança hospitalizada sendo para o universitário fonte de superação da timidez e do
medo de insucesso e de melhoria da auto-estima dos seus participantes, levando a
aumento da iniciativa, da autoconfiança, da capacidade de escolha e de tomar decisões,
assim como, desenvolvendo a habilidade de conviver e trabalhar em grupo.
Palavras Chave: humanização dos serviços, terapia pela arte, assistência centrada no
paciente, bem estar da criança.
*Professor Extensionista da Faculdade de Enfermagem da PUC de Campinas.
** Acadêmica da Faculdade de Farmácia da PUC de Campinas.
*** Acadêmicas da Faculdade de Medicina da PUC de Campinas.
****Acadêmica da Faculdade de Fisioterapia da PUC de Campinas.
INTRODUÇÃO
O Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar, criado em
2000 com o objetivo de deflagrar o processo de humanização nos serviços de saúde, tem
concepção de humanização como um valor, na medida em que resgata o respeito à vida
humana, abarcando circunstâncias sociais, éticas, educacionais e psíquicas presentes nos
relacionamentos humanos, sendo de caráter complementar aos aspectos técnico-
científicos da atenção à saúde (BRASIL, 2008).
A hospitalização é uma experiência traumática que afasta a criança de sua vida
cotidiana, do ambiente familiar, levando-a a confrontar a dor, a limitação física e a passividade,
nela fazendo aflorar sentimentos de culpa, punição e medo da morte. Também a família é
afetada pela quebra da rotina cotidiana.Em pediatria a humanização representa o conjunto de
ações embasadas em aspectos sociais, culturais e psicológicos que levam a um acolhimento
carinhoso da criança e de sua família, na experiência da doença, procurando respeitar a infância
em suas características peculiares, considerando tanto a fase do desenvolvimento humano,
quanto sua identidade
A brincadeira dentro deste contexto, não é um mero passatempo; ela auxilia no
desenvolvimento infantil, promovendo processos de socialização e descoberta do
mundo. É a forma pela qual a criança se comunica com o ambiente e expressa
ativamente seus sentimentos, ansiedades e frustrações. Diversos autores apontam os
benefícios do brincar para o desenvolvimento infantil (WINNICOT, 1982;
BETTELHEIM, 1988), além da integração do lúdico no ambiente pediátrico (SOARES
e ZAMBEREAN, 2001; MORENO et al, 2003; MITRE e GOMES, 2004).
Sabe-se que crianças visitadas por palhaços durante a hospitalização ficam mais
alegres e menos ansiosas. Apresentam maior adesão ao tratamento e exames, têm uma
imagem mais suave da internação, o que possibilita uma melhor recuperação e
comportamento durante a hospitalização (WOU, 1999; MELLO e MAYARA, 2006).
No Brasil, muitos jovens embora desejem colaborar para a construção de uma
sociedade melhor, têm dificuldade de definir exatamente de que forma podem atuar e a
proposta do voluntariado pode lhes dar uma direção e sentido a este vazio.
A humanização do atendimento à saúde depende não apenas da participação
gestores, dos profissionais da saúde e da sociedade organizada, mas também do trabalho
voluntário (BRASIL, 2008).
A participação da juventude constitui-se no elemento chave de qualquer
processo de transformação social. O voluntariado para o jovem contribui para envolvê-
lo ativamente em seu próprio progresso pessoal e para a melhoria das condições de vida
de sua comunidade.
O Hospital da PUC é uma das principais instituições hospitalares do município
de Campinas-SP. Atualmente, conta com 350 leitos ativos sendo 240 destes destinados
exclusivamente ao convênio do Sistema Único de Saúde (SUS). A unidade de pediatria
atende mensalmente em média 150 crianças que ficam internadas por uma semana com
poucos recursos de lazer.
O PED RISO surgiu, em meados de 2005 sendo desde então reconhecido como
uma ação de extensão na medida em que desenvolve por meio de suas atividades a
comunicação de conhecimentos junto a grupos sociais considerados no contexto do
território visando à construção cidadã da justiça e da solidariedade.
Metodologia
Diariamente de segunda a sexta feira por uma hora as crianças são visitadas por
duplas ou trios de voluntários caracterizados como palhaços, munidos de materiais de
interesse geral para elas como: balões infláveis, desenhos para serem pintados em papel
sulfite, lápis de cor ou giz de cera, massa de modelar, tinta facial, alguns jogos, frascos
para fazer bolhas de sabão, etc. Os voluntários assim caracterizados propõem algum tipo
de brincadeira. O método de aproximação tem como princípio a permissão da criança.
Ao adentrar na unidade de internação os voluntários devem ainda comunicar o
enfermeiro responsável, quanto à presença do grupo e verificar se não há paciente em
repouso absoluto, nesse caso a atividade se dará de forma específica “suave”, evitando
qualquer esforço físico do mesmo. Os participantes devem ficar atentos aos avisos nas
portas de precauções, especialmente aéreas e de contato. O encontro dos voluntários no
hospital ocorre diariamente sempre 15 minutos antes do início das atividades. Os
voluntários devem evitar tocar nos pacientes e quando isso ocorrer lavar as mãos antes
de entrar em outro quarto. Não devem também manusear equipamentos e objetos da
unidade, assim como utilizar banheiros, mobiliários e materiais do mesmo, sem prévia
autorização. Durante o transcorrer do ano no PED RISO voluntário deverá ter 75 % de
freqüências que é obtida somando-se no final do ano todas as atividades desenvolvidas,
caso não alcance este percentual, será desligado do Projeto. Uma vez por mês o grupo
todo é convocado para um encontro para passagem de informes, discussão das
dificuldades em campo e perspectivas de atividades futuras. Semestralmente são
realizadas avaliações parciais e anualmente uma avaliação final que consiste em relatos
espontâneos por escrito sobre a experiência de participar no projeto as vivências e os
sentimentos experimentados durante o transcorrer do ano advindos de trabalhar com
pessoas, principalmente, com crianças hospitalizadas, as dificuldades envolvidas e as
alegrias decorrentes do trabalho.
Resultados e discussão
Entre 2009 e 2010 foram realizadas 158 encontros com as crianças na
enfermaria de pediatria, sete oficinas (balões modeláveis, atuação no hospital e inserção
deste no SUS de Campinas-SP, sensibilização de entrada), 13 eventos em datas
especiais (Dia das Crianças, Páscoa, Natal, Semana de Aleitamento Materno, Captação
de Doadores de Sangue), quatro apresentações de pôsteres em eventos acadêmicos (II
COPEX- Unicamp, COBEM, III Mostra Mackenzie de Extensão, Jornada de
Fisioterapia da PUC de Campinas-SP, Semana Acadêmica da PUC de Campinas-SP) e
12 reuniões mensais com o docente responsável. O PED RISO pressupõem um grande
trabalho de logística, pois participavam do grupo em 2009, 54 acadêmicos sendo: 17
alunos da Faculdade de Fisioterapia, 14 da Faculdade de Psicologia, nove da Faculdade
de Enfermagem e quatro da Faculdade de Medicina, havendo necessidade de que os
participantes adéqüem semestralmente a sua disponibilidade de horário com as
atividades do Projeto.
O PED RISO constituiu em uma experiência com o manejo da criança
hospitalizada sendo fonte de superação da timidez e do medo de insucesso, contribuindo
para auto-estima, iniciativa e senso crítico do jovem voluntário, assim como sua
primeira vivência de uma equipe multidisciplinar. O convívio com diversas situações de
doença acrescenta ao futuro profissional o aumento de sua sensibilidade e compreensão
das dificuldades enfrentadas pelas crianças e familiares. O projeto PED RISO contribuiu
para a melhoria da auto-estima aumentando a iniciativa, a confiança a capacidade de
escolha e de tomar decisões, assim como a habilidade de conviver e de trabalhar em
grupo.
Conclusão
O PED RISO vem constituindo-se em uma experiência no manejo da criança
hospitalizada, transformando o acadêmico voluntário em sujeito ativo, fonte de
descontração, superação da timidez e do medo de insucesso, contribuindo para a sua
auto-estima, iniciativa e senso crítico do jovem, assim como sendo sua primeira
vivência de uma equipe multidisciplinar, Os participantes ilustram em suas falas tais
resultados:
“ Muitas vezes é difícil distrair a criança, algumas apresentam grande
resistência e chorosas, por outro lado é importante aprender a improvisar, abusar da
criatividade e interagir com os familiares. Acredito que o PED está contribuindo muito
para minha formação, não apenas acadêmica, mas muito mais pessoalmente. Costumo
dizer que aprendo mais com as crianças do que elas comigo, é muito enriquecedor e
gratificante... O PED é importante para mim, pois não só me coloca em contato com a
prática do hospital, mas também me proporciona momentos de lazer, auto-
conhecimento, sem contar que sinto um enorme prazer em fazer as crianças felizes.
Na experiência, os estudantes superam a timidez e medo do insucesso fazendo
da criatividade e improviso da arte clown, ferramentas para obter a aceitação da criança.
O convívio com diversas situações de doença acrescenta ao futuro profissional o
aumento de sua sensibilidade e compreensão das dificuldades enfrentadas pelos
pacientes e familiares. Todo o trabalho de doação é revertido em risos, descontração
ocorrendo a transformação da criança de sujeito passivo para ativo, contribuindo assim,
para maior adesão e aceitação aos tratamentos.
O projeto PED RISO contribuiu para a melhoria da auto-estima dos seus
participantes, levando a um aumento da iniciativa, da confiança da capacidade de
escolha e de tomar decisões, assim como desenvolveu a habilidade de conviver e
trabalhar em grupo.
Referências bibliográficas
BRASIL. O programa nacional de humanização. ”on line” Disponível em:
http://www.portalhumaniza.org.br. Acessado em: 01 de setembro de 2008.
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MELLO, N; MAYARA, C. Terapia do bom humor. “on line” Disponível em:
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MITRE, R. M. de A; GOMES, R.. A promoção do brincar no contexto da
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MORENO L .R. R.; DINIZ, R. P.; MAGALHAES, E. de Q.; SOUZA, S. M. P. de O ;
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SOARES, M R Z; ZAMBERLAN, M A T. A inclusão do brincar na hospitalização
infantil. Estudo de Psicologia. (Campinas), v. 18, n. 2, p. 64-69, maio / agosto, 2001.
WINNICOT, D. W.Visitando crianças hospitalizadas. In :____A criança e seu mundo.
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WUO, A. E. O clown visitador no tratamento de crianças hospitalizadas. 1999.
207f. Dissertação (Mestrado em na Área de Estudos do Lazer)-Faculdade de Educação
Física. Universidade Estadual de Campinas.
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