administração de recursos materiais aula 03
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NOES DE ADMINISTRAO DE RECURSOS MATERIAISBANCO CENTRAL REA 4
PROFESSOR RENATO FENILI
1
Prezado amigo(a) concursando(a),
Espero que tenha sido uma semana de estudos muito proveitosa.
Eis a programao que seguiremos neste encontro:
AULA CONTEDO
2 Gesto de Recursos Materiais e Patrimoniais (PARTE 3).
Gesto de almoxarifados e distribuio. Gesto
Patrimonial.
No encontro de hoje concluiremos o estudo da programao usual
inscrita na disciplina Administrao de Recursos Materiais e Patrimoniais,
versada a concursos pblicos. A prxima aula (Noes de logstica), a
despeito de abordar um assunto ainda em consonncia com a Gesto de
Materiais, traz elementos tpicos de uma viso mais a fundo da matria.
Tudo pronto? Ento, vamos ao trabalho!
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NOES DE ADMINISTRAO DE RECURSOS MATERIAISBANCO CENTRAL REA 4
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I. GESTO DE ALMOXARIFADOS
Retomando o esquema j apresentado na aula anterior, podemos
subdividir a Administrao de Recursos Materiais em trs grandes nichos de
atividades, assim agrupadas por Gonalves (2007):
Nas ltimas aulas, pudemos nos familiarizar com a Gesto de
Estoques e a Gesto de Compras. O prximo assunto a Gesto dos Centros
de Distribuio (mais usualmente conhecida como Gesto de Almoxarifados),
que ser abordado parcialmente nessa aula por meio das atividades de
recebimento, armazenagem e distribuio de materiais.
Almoxarifados so locais destinados guarda e conservao dos
itens de material em estoque de uma determinada organizao. essencial
que a gesto dos almoxarifados seja eficiente, visando a minimizar os custos
de armazenamento de estoques, bem como maximizando a qualidade de
atendimento aos seus clientes internos empresa.
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Nesse sentido, o quadro a seguir sintetiza os objetivos da gesto de
almoxarifados, bem como as atividades necessrias para tanto:
OBJETIVOS DA GESTO DE ALMOXARIFADOS
OBJETIVO AES NECESSRIAS
Minimizar os custos de
armazenamento
Maximizar o uso do espao fsico
disponvel;
Evitar perdas / roubos / furtos;
Evitar obsolescncia;
Buscar a eficincia na
movimentao dos materiais,
diminuindo as distncias internas
percorridas;
Prover treinamento aos
colaboradores envolvidos.
Maximizar a qualidade
de atendimento aos
consumidores
Assegurar a proviso do item de material
certo, na quantidade e no local corretos,
no menor tempo possvel, sempre que
for necessrio.
1. (UFAL / COPEVE UFAL / 2011) Almoxarifado o localdestinado a guardar e conservar materiais, em recinto
adequado sua natureza, tendo a funo de destinar espaos
onde permanecer cada item aguardando a necessidade do seu
uso, ficando sua localizao, equipamentos e disposio interna
acondicionados poltica geral de estoques da organizao.
Espera-se que o almoxarifado seja capaz de:
a) servir como depsito genrico de itens aleatrios.
b) assegurar que o material necessrio seja adquirido assim que
seu estoque chegue ao nvel zero.
c) preservar a qualidade e as quantidades exatas.
d) promover divergncias de inventrio.
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e) possuir instalaes adequadas sem a necessidade de recursos
de movimentao.
Vejamos os comentrios s alternativas:
a) o almoxarifado no um depositrio genrico de itens aleatrios. Os
itens so definidos em funo das necessidades da organizao e de sua
poltica de estoque. A alternativa est errada.
b) no se espera que o estoque de um material chegue ao nvel zero para s
ento providenciar sua reposio. Incorreramos em ruptura de estoque, uma
situao que pode acarretar srios prejuzos organizao. A alternativa
est errada.
c) essencial que um almoxarifado preserve a qualidade de seus itens de
material, bem como promova aes para o controle de quantidade
(inventrios). A alternativa est correta.
d) um almoxarifado deve promover a acurcia dos controles, e no
divergncias de inventrio. Alis, uma eventual divergncia de inventrio
pode gerar at a apurao de responsabilidades. A alternativa est errada.
e) a movimentao uma das atividades bsicas na gesto de
almoxarifados, como veremos mais adiante nesta aula. A alternativa est
errada.
Resposta: C
A gesto de almoxarifados, em uma viso macro, engloba as seguintes
atividades bsicas, passveis de concatenao de modo que formem um
processo:
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2. (FCC / METR SP / 2008) O setor que se encarrega dosuprimento de materiais a todas as unidades de uma empresa
o almoxarifado. Assim, correto afirmar que as atividadesbsicas de um almoxarifado so:
a) especificao, solicitao, conferncia e controle de
aplicao dos materiais na produo. b) compra, guarda, manuteno e conservao de material.
c) levantamento, compra, armazenamento e venda de produtos. d) recebimento, guarda, controle e entrega de material.
e) prospeco de clientes, compra de material, guarda e
logstica de produo de itens.
Lembre-se que compra, prospeco de clientes, venda de produtos e
controle da aplicao de materiais so atividades cuja responsabilidade no
cabe aos almoxarifados.
A alternativa D est em consonncia com o que vimos anteriormente.
Resposta: D.
Nesta aula, iremos nos ater s atividades de recebimento,
armazenagem e distribuio, sendo que movimentao ser abordada como
um subtpico da armazenagem, ok?
Iniciaremos pela atividade de recebimento.
1.1. O RECEBIMENTO DE MATERIAIS
O recebimento do item de material a etapa intermediria entre a
compra e o pagamento ao fornecedor. Somente aps o recebimento (etapa
que, nos rgos pblicos, refere-se etapa de liquidao da despesa), que
o pagamento autorizado.
Desta forma, a atividade de recebimento mantm estreito relacionamento
com as reas contbeis e de compras da organizao, alm de contar, por
vezes, com a necessidade do suporte provido pelo setor de transportes.
O recebimento usualmente dividido nas seguintes etapas:
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ETAPAS DO RECEBIMENTO DE MATERIAIS
ETAPA DESCRIO
Recebimento
Provisrio
Entrada de materiais: recepo dos
veculos transportadores; verificao de
dados bsicos da entrega (informaes
da nota fiscal, existncia de autorizao
da entrega pela empresa etc.);
encaminhamento para a rea de
descarga. Nesta etapa, o recebedor
assina no documento fiscal que
acompanha o material, apenas para fins
de comprovao da data de entrega.
Etapas intermedirias
Conferncia Quantitativa: verificao
se a quantidade declarada pelo
fornecedor na nota fiscal corresponde
quela efetivamente entregue.
Conferncia Qualitativa: verificao se
as especificaes tcnicas do objeto
entregue esto de acordo com as
solicitadas pelo setor de compras
(dimenses, marcas, modelos etc.).
Regularizao
Regularizao: o resultado lgico
decorrente das fases anteriores. Pode
ser originada uma das seguintes
situaes:
entrada do material no estoque e
liberao do pagamento ao
fornecedor. Neste caso, houve
aceitao do material, ou o
recebimento definitivo;
devoluo parcial ou total do
material ao fornecedor. Neste caso,
a aceitao foi parcial ou,
simplesmente, o material no foi
aceito;
reclamao junto ao fornecedor,
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ETAPAS DO RECEBIMENTO DE MATERIAIS
ETAPA DESCRIO
por falta de material.
3. (CESPE / SESA ES / 2011) No recebimento de materiais, aconferncia consiste no batimento entre a nota fiscal e o pedido
de compra.
O batimento entre a nota fiscal e o pedido de compra no pode nem
ser chamado de conferncia. apenas um procedimento muito inicial,
conduzido ainda durante a entrada de materiais, no recebimento
provisrio.
A conferncia seja ela quantitativa ou qualitativa um
procedimento que envolve, necessariamente, a anlise do material
entregue, e no apenas de documentos.
Nesta fase, o foco deve ser o item de material que ser efetivamente
empregado na organizao, e no eventuais regularidades entre espcies
documentais.
A questo, assim, est errada.
4. (CESPE / CNPQ / 2011) O controle do recebimento do objetocontratado realizado durante o recebimento provisrio,
produzindo o efeito de liberar o vendedor do nus da prova de
qualquer defeito ou impropriedade que venha a ser verificada
na coisa comprada.
A Lei de Licitaes e Contratos, em seu artigo 73, apresenta da
seguinte forma os conceitos de recebimento provisrio e definitivo:
Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto ser recebido:
(...)
II - em se tratando de compras (...):
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a) provisoriamente, para efeito de posterior verificao da conformidadedo material com a especificao;
b) definitivamente, aps a verificao da qualidade e quantidade domaterial e conseqente aceitao.
No entanto, nem o recebimento provisrio e nem o definitivo liberam
o vendedor do nus da prova de qualquer defeito ou impropriedade que
venha a ser verificada na coisa comprada. um entendimento que deriva do
normatizado pelo 2 do mesmo artigo da Lei n 8.666/93, apesar de no
haver meno expressa a itens de material comprados:
2o O recebimento provisrio ou definitivo no exclui a
responsabilidade civil pela solidez e segurana da obra ou do servio, nem
tico-profissional pela perfeita execuo do contrato, dentro dos limites
estabelecidos pela lei ou pelo contrato.
nus da prova pode ser definido como a responsabilidade de uma
das partes, em uma disputa judicial, de oferecer provas que sustentem uma
determinada afirmao.
Normalmente, o nus da prova cabe ao autor da afirmao. Esse o
entendimento do artigo 333 do Cdigo de Processo Civil:
Art. 333. O nus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;
II - ao ru, quanto existncia de fato impeditivo, modificativo ou extintivo
do direito do autor.
No entanto, no mbito do Direito do Consumidor, ramo que trata das
relaes que se estabelecem entre fornecedores e consumidores, poder
ocorrer a chamada inverso do nus da prova, normatizado pelo inciso VIII
do artigo 6 do Cdigo de Defesa do Consumidor:
Art. 6 So direitos bsicos do consumidor:
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(...)
VIII a facilitao da defesa de seus direitos, inclusive com a inverso do
nus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critrio do juiz, for
verossmil a alegao ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras
ordinrias de experincias;
No iremos adentrar muito nas disciplinas de Direito Civil ou do
Consumidor, evitando assim o risco de desviarmos de nosso foco principal.
Em sntese, o que devemos saber que o recebimento (provisrio ou
definitivo) no libera o fornecedor da responsabilidade de provar a
inexistncia ou a inveracidade de quaisquer alegaes por parte do
consumidor.
A questo est, portanto, errada.
5. (FCC / METR SP / 2010) A atividade de recebimento caracterizada como uma interface entre o atendimento do
pedido pelo fornecedor e os estoques fsico e contbil,compreendendo quatro fases, que so:
a) solicitao de compra, especificao, entrega earmazenamento
b) entrada de materiais, conferncia quantitativa, confernciaqualitativa e regularizao.
c) relacionamento de itens, cotao, quadro de apurao eremessa.
d) especificao, cotao, compra e conferncia
e) remessa, verificao, conferncia e disposio no depsito
As fases do recebimento de materiais esto corretamente
apresentadas na alternativa B.
6. (CESPE / Cmara dos Deputados / 2012) A conferncia poracusao, tambm conhecida por contagem cega, no
possibilita a verificao, preconizada na conferncia
quantitativa, da correspondncia entre a quantidade de objetos
declarada pelo fornecedor na nota fiscal e a efetivamente
recebida.
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Contagem cega = o conferente apenas aponta a quantidade
recebida, desconhecendo a quantidade faturada pelo fornecedor.
Uma vez que se desconhece a quantidade registrada na nota fiscal, a
conferncia quantitativa no completa.
Assim, a questo est certa.
1.2. ARMAZENAGEM DE MATERIAIS
A armazenagem de materiais pode ser entendida como a atividade
de planejamento e organizao das operaes destinadas a manter e a
abrigar adequadamente os itens de material, mantendo-os em condies de
uso at o momento de sua demanda efetiva pela organizao.
Uma armazenagem racional tem por objetivo principal a minimizao
dos custos a ela inerentes. De forma no exaustiva, podemos relacionar da
seguinte forma os objetivos da armazenagem:
Maximizar a utilizao dos espaos, ou, conforme Viana (2000), utilizar
o espao nas trs dimenses, da maneira mais eficiente possvel;
Prover acesso facilitado a todos os itens de material;
Prover proteo aos itens estocados, de forma que sua manipulao
no incorra em danos;
Prover um ambiente cujas caractersticas no afetem a qualidade e a
integridade dos itens estocados;
Apresentar um arranjo fsico que possibilite o uso eficiente de mo de
obra e de equipamentos.
1.2.1. Critrios e Tcnicas de Armazenagem
Segundo Viana (2000), a armazenagem pode ser categorizada em
dois grupos, a saber: simples e complexa.
A armazenagem simples envolve materiais que, por suas
caractersticas fsicas ou qumicas, no demandam cuidados adicionais do
gestor de almoxarifados.
Em contrapartida, a armazenagem complexa inerente a materiais
que carecem de medidas especiais em sua guarda. Os aspectos fsicos ou
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qumicos dos materiais que justificam uma armazenagem complexa podem
ser assim listados:
MATERIAIS DE ARMAZENAGEM COMPLEXA
ASPECTOS FSICOS ASPECTOS QUMICOS
Fragilidade
Volume
Peso
Forma
Inflamabilidade ou Combustibilidade (=
capacidade de entrar em combusto. Ex:
leo diesel);
Explosividade (= capacidade de o material
tornar-se explosivo ou inflamvel. Ex:
acetileno, fogos de artifcio);
Volatilizao (= tendncia a passar para o
estado gasoso. Ex: benzeno);
Oxidao (= tendncia de reao com o
oxignio. Em metais, provoca a ferrugem);
Potencial de intoxicao;
Radiao;
Perecibilidade (por exemplo, gneros
alimentcios).
Os materiais de armazenagem complexa exigem uma infraestrutura
de guarda especial, assim exemplificada:
Equipamentos de preveno de incndio (sprinklers etc.);
Ambientes climatizados (cmaras frigorficas etc.);
Ambientes com controle de temperatura e umidade (paiis de munio
etc.);
Uso de Equipamentos de Proteo Individual (EPI) pelos funcionrios
que lidam diretamente com esses materiais.
De posse da informao do tipo de armazenagem que demandada
pelo material (simples ou complexa), cabe ao gestor de almoxarifado
adotar um critrio de guarda dos materiais. Os mais usuais, ainda
segundo Viana (2000), so:
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MATERIAIS DE ARMAZENAGEM COMPLEXA
CRITRIO CARACTERSTICAS
Armazenagem por
Agrupamento (ou
compatibilidade)
Materiais associados so alocados prximos
uns dos outros. o caso de se armazenarem
sobressalentes variados de um motor de
automvel, por exemplo, em uma mesma
estante. Esse critrio facilita as tarefas de
arrumao e busca, mas nem sempre
permite o melhor aproveitamento do
espao.
Armazenagem por
tamanho, peso ou
forma
(acomodabilidade)
Materiais de caractersticas fsicas
semelhantes so armazenados mais
prximos. Esse critrio possibilita um
maior aproveitamento do espao fsico, e
demanda maior necessidade de controle
por parte do gestor de almoxarifado.
Armazenagem por
frequncia
Os materiais com maior frequncia de
entrada e sada do almoxarifado so
armazenados prximos sua entrada/sada;
Armazenagem
especial
a tpica armazenagem complexa, destinada
a materiais inflamveis, perecveis, explosivos
etc. Note que este critrio de armazenagem
pode ser acumulado com um dos anteriores
(por exemplo: carnes so armazenadas em
cmaras frigorficas armazenagem especial,
e pode ser empregado em conjunto o critrio
de armazenagem por frequncia).
Importante: produtos perecveis devem ser
armazenados segundo o mtodo FIFO.
Armazenagem em
rea externa
Este critrio aplicvel a materiais que
podem ser armazenados em reas externas
(por exemplo, automveis acabados,
armazenados em ptios), reduzindo custos e
ampliando o espao interno do almoxarifado
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MATERIAIS DE ARMAZENAGEM COMPLEXA
CRITRIO CARACTERSTICAS
para materiais que necessitam de maior
proteo.
Coberturas
alternativas
Trata-se de solues para a obteno de uma
rea coberta, sem incorrer em custos de
construo atinente expanso do
almoxarifado. Em geral, a cobertura de de
PVC.
7. (CESPE / Cmara dos Deputados / 2012) A armazenagem porfrequncia o critrio mais indicado para se obter o
aproveitamento mais eficiente do espao.
O critrio de armazenamento que possibilita o melhor aproveitamento do
espao fsico do almoxarifado a armazenagem por tamanho (peso / forma).
A questo est errada.
Finalmente, no que diz respeito s tcnicas de armazenagem
propriamente ditas, essencial nos familiarizarmos com os dispositivos mais
usuais empregados nessa atividade.
PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS PARA ARMAZENAGEM
Prateleiras Podem ser de ao ou madeira. As de ao,
apesar de mais caras, possuem maior
durabilidade, e no so atacadas por
insetos.
De forma geral, as prateleiras tm a
propriedade de alocarem materiais de
dimenses variadas.
Contenedores
(containers) Caixas metlicas retangulares,
hermeticamente fechadas e seladas,
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PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS PARA ARMAZENAGEM
destinadas ao transporte intermodal de
mercadorias (ferrovirio, rodovirio,
martimo ou areo).
Pallets (paletes) Paletes so estrados que possibilitam o
empilhamento das cargas, maximizando a
utilizao do espao cbico do
almoxarifado. Podem ser de madeira,
metal, papelo ou plstico.
A paletizao (possibilidade de
empilhamento dos paletes e de
manipulao de uma carga unitizada)
possibilita o aproveitamento eficiente do
espao vertical dos armazns.
Engradados
So destinados guarda e transporte de
materiais frgeis ou irregulares, que no
admitem o uso de simples estrados,
carecendo de uma estrutura que oferea
proteo lateral.
Caixas ou gavetas
So ideais para a armazenagem de
materiais de pequenas dimenses, como
pregos, porcas, parafusos e
sobressalentes pequenos em geral.
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8. (CESPE / ABIN / 2010) A paletizao impede a utilizao doespao areo do almoxarifado.
Conforme exposto no quadro acima, a paletizao uma ferramenta
que age em prol de um melhor aproveitamento do espao vertical (ou areo,
conforme o enunciado) do almoxarifado.
O enunciado est, portanto, errado.
A fim de complementar nosso aprendizado, as vantagens e
desvantagens da paletizao podem ser assim relacionadas:
9. (CESPE / MPU / 2010) No que se refere armazenagem derecursos materiais, o uso de prateleiras adequado
estocagem de materiais de dimenses variadas.
O uso de prateleiras consiste em uma tcnica voltada a materiais de
dimenses variadas.
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Neste caso, os materiais podem ser dispostos diretamente sobre as
prateleiras ou, ainda, alocados em caixas ou gavetas que, por sua vez, so
depositadas nessas prateleiras.
A questo est certa.
10. (FCC / METR SP / 2008) As unidades de estocagem soutilizadas para o acondicionamento dos materiais no depsito.
Os dispositivos que funcionam como equipamentos de
armazenagem nos almoxarifados so:
a) baldes, sacolas, engradados, big-bags
b) caixas plsticas, caambas, esteiras transportadoras,
gavetas
c) caixotes, armrios, sacos plsticos, estiradores metlicos
d) pastas arquivo, armrio de ao, bandejas, banquetas
e) armaes, estrados do tipo pallets, engradados,
contenedores
Baldes e sacolas no so dispositivos apropriados. Esteiras
transportadoras so equipamentos de transporte (movimentao). Por fim,
banquetas so, simplesmente, bancos pequenos.
Assim, a alternativa E est correta.
11. (CESPE / INCA / 2010) Se o gestor de material dedeterminado rgo identificar a entrada de uma carga unitizada
composta por resma de papel de formato A4, correto afirmarque esse rgo recebeu apenas uma unidade de resma de papel
A4.
Podemos definir carga unitizada ou unitria como um conjunto de
objetos que so mantidos, fisicamente, como uma unidade de carga durante
o trnsito entre uma origem e um destino. Assim, diversos volumes distintos
so acondicionados de maneira a constiturem unidades fsicas maiores, com
formatos padronizados, possibilitando o transporte e o acondicionamento
mediante equipamentos usuais nos almoxarifados (como os paletes,
prateleiras, etc.).
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Atravs da adoo da carga unitizada, reduzem-se os custos de
manipulao da carga fracionada, bem como se aumenta a celeridade da
movimentao de materiais.
Quando o enunciado da questo refere-se entrada de uma carga
unitizada composta por resma de papel no formato A4, deve-se compreender
que no se trata de apenas uma unidade, mas sim de uma quantidade
padro, capaz de ser movimentada e armazenada em um palete, por
exemplo.
A assertiva est errada.
12. (CESPE / IFB / 2011) A carga unitria a embalagem quecontm diretamente o produto.
Nada melhor do que responder essa
questo atravs de um exemplo. A figura ao lado poderia representar uma
carga unitria (ou unitizada) de caf (porexemplo). Note que, na carga unitria, um
conjunto de embalagens de caf (mantidas nointerior das caixas), so agregadas fisicamente,
comportando-se como uma nica unidade de cargadurante o trnsito entre uma origem e um destino.
J a embalagem que contm diretamente oproduto est contida na carga unitizada. So,
por exemplo, as embalagens de caf quecompramos nos supermercados.
A questo est errada.
13. (CESPE / SEAD FUNESA SE / 2008) Considere umdeterminado material que deve ser estocado em paletes.
Considere ainda que cada palete pode conter, no mximo, 50caixas desse material, que o estoque mximo de 5.000 caixas
e que o empilhamento mximo de 3 paletes. Nessa situao,sero necessrias, no mnimo, 34 posies de paletes para o
armazenamento do material em apreo.
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Este um tipo de questo sobre armazenagem, cobrado de forma
recorrente pelo CESPE, que envolve clculos matemticos (simples).
Posio de palete o espao fsico da superfcie de um almoxarifado
que ocupado por uma unidade de palete. Imagine que o almoxarifado
uma espcie de estacionamento: cada vaga uma posio de palete (mas
com a vantagem de ser possvel empilhar a carga).
A primeira informao a ser determinada a quantidade de paletes
que so necessrias para o armazenamento do estoque mximo:
O enunciado nos informa que o empilhamento mximo de 3 paletes.
Assim, basta sabermos quantas posies de paletes so necessrias para o
armazenamento do material:
Note que o nmero de posies deve ser um nmero inteiro, j que a
frao de posio de palete no tem significado. Assim, o nmero obtido
(33,33...) foi arredondado para cima (34). Caso tivssemos arredondado
para baixo, haveramos chegado ao nmero de 33 posies, o que seria
suficiente para apenas 99 (33 posies x 3 paletes empilhados) paletes.
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O esquema abaixo ilustra a situao abordada nesta questo.
A questo, portanto, est certa
1.2.2. Definio do layout (arranjo fsico) na armazenagem
Com o desenvolvimento geral do sistema produtivo, observado na
ltima dcada, a disposio fsica das reas de armazenagem foi merecedora
de maior ateno.
Nesse sentido, a definio do layout (ou leiaute) deixou de ser
meramente intuitiva, e passou a ser estabelecida a partir de tcnicas de
visualizao da dinmica de movimentao dos materiais no armazm.
Dessa forma, hoje considerado como layout de um almoxarifado o arranjo
de homens, mquinas e materiais, dispostos de modo que sua dinmica
possa se dar dentro do padro mximo de economia (VIANA, 2000).
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14. (CESGRANRIO / PETROBRS / 2011) Na determinao dolayout interno de armazns e para determinar a melhor
localizao dos produtos, so usados diversos mtodos e
critrios. A respeito dos objetivos do planejamento da
localizao dos estoques e seus mtodos e critrios, afirma-se
que:
a) o objetivo do planejamento da localizao dos estoques
maximizar as distncias percorridas dentro do armazm.
b) o critrio de compatibilidade restringe a localizao de
produtos de acordo com o tamanho que possuam.
c) o critrio de complementaridade restringe a localizao de
produtos com base na frequncia de solicitao conjunta.
d) a aplicao de um critrio isolado suficiente para minimizar o
custo total de manuseio.
e) um dos objetivos da armazenagem aumentar o tempo unitrio
de manuseio, reduzindo o custo total de armazenagem.
Vejamos os comentrios s alternativas:
a) Um dos objetivos no planejamento da localizao dos estoques e do
layout na armazenagem a minimizao das distncias percorridas (isso
torna a operacionalizao do almoxarifado mais rpida e, consequentemente,
menos onerosa). A alternativa est errada.
b) No existe um critrio de compatibilidade para a armazenagem de
materiais. A alternativa est errada.
c) Como vimos, o atendimento ao critrio da complementaridade (ou
semelhana / agrupamento) implica a alocao prxima de materiais
associados ( o caso de sobressalentes de um mesmo automvel). Nesse
caso, h uma frequncia de solicitao conjunta dos materiais bem prxima.
A alternativa est certa.
d) Muitas vezes, a aplicao de um nico critrio no suficiente para a
obteno do custo mnimo de manuseio. Nesse caso, deve-se associar mais
de um critrio, de acordo com as caractersticas do almoxarifado. A
alternativa est errada.
e) Deve-se procurar a minimizao do tempo unitrio de manuseio, tornando
as operaes mais cleres (= rpidas). A alternativa est errada.
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Resposta: C.
Para Muther (1978) a chave para uma definio satisfatria do
layout inicia com a definio de caractersticas referentes aos itens de
material. Esse diagnstico inicial denomina-se chave PQRST, e pode ser
bem ilustrado pelo esquema abaixo, desenvolvido por aquele autor.
Com base nessa abordagem, podemos listar os seguintes elementos
principais que devem ser considerados quando da definio do layout na
armazenagem:
ELEMENTOS A SEREM CONSIDERADOS NA DEFINIO DO
LAYOUT NA ARMAZENAGEM
Definio dos materiais a serem armazenados;
Volume de material;
Tempo durante o qual ser feita a armazenagem;
Equipamentos e instrumentos que sero empregados na
movimentao dos materiais;
Tipos de embalagens utilizadas no armazenamento;
Possibilidade de se fazerem inspees nos materiais
armazenados (h de se considerar a facilidade de acesso);
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ELEMENTOS A SEREM CONSIDERADOS NA DEFINIO DO
LAYOUT NA ARMAZENAGEM
Versatilidade, flexibilidade e possibilidade de futura expanso
da rea de armazenagem.
15. (CESPE / MPU / 2010) Os equipamentos e instrumentosutilizados na movimentao de materiais em estoques
independem da estrutura fsica e do leiaute da unidade.
Como vimos no quadro acima, h de se considerar os equipamentos
e instrumentos empregados na movimentao de materiais estocados na
definio do layout dos almoxarifados ou armazns.
Nesse sentido, a questo est errada.
A relao entre o layout de um almoxarifado e os equipamentos nele
utilizados mais bem ilustrada na prxima questo:
16. (CESPE / SEAD FUNESA SE / 2008) Considere que alargura dos corredores de um almoxarifado determinada pelo
equipamento utilizado para manuseio e que os corredoresrealmente permitem a fcil movimentao dos itens, por meio
de empilhadeiras. Nessa situao, correto afirmar que oscorredores principais e os utilizados para embarque permitem o
trnsito de duas empilhadeiras ao mesmo tempo.
Esta questo exemplifica o impacto de um equipamento de movimentao
no projeto da rea fsica de um almoxarifado.
Uma maior acessibilidade atingida quando possvel
manipular, ao mesmo tempo, os itens de material contidos
em ambos os lados de um mesmo corredor. Assim, a
situao ideal que o o almoxarifado seja projetado de
modo que duas empilhadeiras possam ser empregadas
simultaneamente, em um mesmo corredor.
Logicamente, a ampliao da largura dos corredores
acarreta uma menor disponibilidade de rea para a
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armazenagem da carga, o que deve ser avaliado cuidadosamente por ocasio
da confeco do projeto.
A questo est certa.
A acessibilidade aos materiais armazenados, conforme vimos
anteriormente, fator a ser considerado na definio do layout de um
almoxarifado.
Nesse aspecto, a acessibilidade baseada em duas funcionalidades
principais: a existncia de um sistema de localizao bem estruturado,
permitindo saber as coordenadas de cada um dos itens de material em
estoque; e um planejamento racional da rea fsica do almoxarifado,
possibilitando, por exemplo, o amplo trnsito dos equipamentos de
movimentao.
No que diz respeito ao sistema de localizao dos itens de material, dois
so os critrios passveis de serem empregados:
CRITRIOS DE LOCALIZAO DE MATERIAL
CRITRIO DESCRIO
Sistema de estocagemfixo
H a pr-determinao de reas deestocagem especficas de acordo com o
tipo de material. Se, por um lado, estesistema facilita o controle, por outro
suscita o desperdcio de reas dearmazenagem, j que a falta de um tipo
de material acarreta reas vazias, ao passo que outro tipo de material em
excesso, em outra rea, ficaria no corredor.
Sistema de estocagemlivre
No existem locais pr-determinados paraa estocagem (a no ser para materiais de
demandam estocagem especial). Neste
sistema, os materiais vo ocupando ao
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CRITRIOS DE LOCALIZAO DE MATERIAL
CRITRIO DESCRIO espaos vazios no almoxarifado, o que
exige um elevado controle , sob o risco deincorrer na existncia de material perdido
em estoque.
17. (CESPE / TJ ES / 2011) O endereamento imprescindveltanto ao sistema de estocagem fixa quanto ao sistema de
estocagem livre.
Independente do critrio de localizao utilizado (fixo ou livre), faz-
se necessrio uma codificao (usualmente alfanumrica) que indique
precisamente o posicionamento do material estocado. Sem essa informao,
seria praticamente impossvel a gesto de estoques com os devidos controle
e celeridade.
A questo est certa.
18. (CESPE / SEAD FUNESA SE / 2008) No sistema deestocagem livre, no existe local fixo de armazenagem, comexceo de materiais que requerem estocagem especial. Nesse
sistema, os materiais vo ocupar os espaos vazios dentro do
depsito.
O enunciado da questo descreve o critrio de localizao de materialdenominado sistema de estocagem livre, em total conformidade exposto
anteriormente.
A assertiva est certa.
19. (CESPE / SEAD FUNESA SE / 2008) A utilizao cbica e aacessibilidade a cada um dos itens so fatores que devem ser
considerados no planejamento da rea fsica do estoque.
Esta questo apenas sintetiza o discutido nesta seo. Somando-se
utilizao cbica e acessibilidade, temos que os equipamentos a serem
empregados na movimentao de materiais e os tipos de embalagens, entre
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outros aspectos, devem ser configurados na definio do layout de um
almoxarifado.
A afirmativa est certa.
1.3. DISTRIBUIO DE MATERIAIS
Distribuio de materiais a atividade derradeira da gesto de
almoxarifados, cuja finalidade fazer chegar o material em perfeitas
condies ao usurio.
H autores que fazem a seguinte diviso:
Distribuio interna = diz respeito distribuio de materiais
internamente organizao, para a continuidade de seu processo
de trabalho.
Distribuio externa = trata da entrega dos produtos acabados a
seus clientes, o que pode envolver mais de um meio de
transporte.
No mbito dos rgos pblicos brasileiros, a distribuio interna pode
se dar por dois processos de fornecimento: por presso ou por requisio.
Segue extrato da Instruo Normativa n 205/1988, da Secretaria de
Administrao Pblica da Presidncia da Repblica (SEDAP), atinente
distribuio interna para unidades administrativas integrantes das
organizaes pblicas.
5. As unidades integrantes das estruturas organizacionais dos rgos e
entidades sero supridas exclusivamente pelo seu almoxarifado.
5.1. Distribuio o processo pelo qual se faz chegar o material em
perfeitas condies ao usurio.
5.1.1. So dois os processos de fornecimento:
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a) por Presso;
b) por Requisio.
5.1.2. O fornecimento por Presso o processo de uso facultativo, pelo qual
se entrega material ao usurio mediante tabelas de proviso previamente
estabelecidas pelo setor competente, e nas pocas fixadas,
independentemente de qualquer solicitao posterior do usurio. Essas
tabelas so preparadas normalmente, para:
a) material de limpeza e conservao;
b) material de expediente de uso rotineiro;
c) gneros alimentcios.
5.1.3. O fornecimento por Requisio o processo mais comum, pelo qual se
entrega o material ao usurio mediante apresentao de uma requisio
(pedido de material) de uso interno no rgo ou entidade.
Usualmente, as unidades administrativas adotam uma rotina para o
fornecimento por requisio. Dessa maneira, prtica recorrente a
determinao de um dia especfico da semana para que as requisies de
material sejam entregues aos almoxarifados (toda quinta-feira, por
exemplo).
20. (CESPE / INCA / 2010) Os fornecimentos por presso e opor requisio so os dois tipos de processos de fornecimento
de material para suprir a demanda das unidades de um rgoou entidade da administrao pblica brasileira. O fornecimento
por presso refere-se ao processo de entrega de material parao usurio com base nas tabelas de proviso previamente
estabelecidas pelo setor competente, enquanto o fornecimento
por requisio refere-se ao processo de entrega do material
formalmente requisitado ao usurio.
Note que o enunciado da questo mostra-se integralmente baseado
no extrato da IN n 205/1988 (SEDAP), transcrito na acima.
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A assertiva est correta.
21. (CESPE / STM / 2011) No processo de fornecimento porpresso, a entrega de material ao usurio ocorre mediante
tabelas de proviso, previamente estabelecidas pelo setorcompetente, nas pocas fixadas, independentemente de
qualquer solicitao posterior do usurio.
Mais uma vez, faz-se uma abordagem quase literal da IN n 205/1988
(SEDAP), vista acima.
Em se tratando do tpico Distribuio de Materiais, mostra-se
essencial estarmos familiarizados com os conceitos de fornecimento por
presso e por requisio.
A afirmativa est certa.
A distribuio de materiais, por envolver o deslocamento fsico dos
bens (dos almoxarifados at o seu consumidor), est intimamente
relacionada ao tpico movimentao e transporte de materiais.
Para Gonalves (2007), h uma estreita relao entre os equipamentos de
movimentao e os de armazenagem dos materiais. Segundo este autor, os
equipamentos de movimentao devem ser escolhidos dentro de um
planejamento global que envolve as caractersticas dos materiais, suas
formas de acondicionamento e embalagens e o fluxo geral dos materiais no
almoxarifado. Conseguir harmonizar estas variveis implica a reduo de
custos operacionais e o aumento da produtividade.
Com relao movimentao de materiais, devem-se perseguir os
seguintes objetivos:
obter um fluxo eficiente de materiais nos almoxarifados;
utilizar critrios ergonmicos, visando a evitar fadiga e leses dos
colaboradores.
A eficincia do sistema de movimentao de materiais condicionada
observncia de algumas regras bsicas, denominadas leis da movimentao
de materiais, listadas a seguir.
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LEIS DE MOVIMENTAO DE MATERIAIS
LEI DESCRIO
Flexibilidade Empregar equipamentos que possam serutilizados na movimentao de vrios tipos de
cargas.
Manipulao
mnima
Evitar a manipulao dos materiais ao longo do
ciclo de processamento e utilizar o transporte
mecnico ou automatizado sempre quepossvel.
Mxima utilizaodo espao
disponvel
Maximizar o aproveitamento do espao cbicodisponvel.
Mxima utilizaodos
equipamentos
Maximizar a utilizao dos equipamentos,diversificando seu emprego.
Mxima utilizaoda gravidade
Aproveitar da gravidade, sempre que possvel,para a movimentao dos materiais (menores
custos).
Menor custo total Selecionar equipamentos ponderando custostotais e tempo de vida til.
Mnima distncia Reduzir as distncias na movimentao,
eliminando trajetos em ziguezague.
Obedincia dofluxo das
operaes
Adotar as trajetrias de movimentao demateriais de modo a facilitar o fluxo produtivo.
Padronizao Utilizar equipamentos padronizados (facilitando
a manuteno e o intercmbio de
sobressalentes)
Segurana e
satisfao
Promover a segurana dos colaboradores e
reduzir sua fadiga.
Fonte: GONALVES, 2007.
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A escolha dos equipamentos que constituiro o sistema de movimentao
interno de materiais deve se dar com base no critrio custo versus benefcio.
Vejamos alguns dos principais dispositivos empregados neste sistema:
PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS PARA MOVIMENTAO INTERNA DE
MATERIAIS
Empilhadeira Equipamento cujo emprego principal o
transporte de mercadorias em paletes,
otimizando, assim, o uso do espao
vertical em almoxarifados. H vrios tipos
(eltricas, manuais, a combusto etc.) e
modelos (frontais, laterais, trilaterais
etc.). Necessita de operador especializado.
Talha
Equipamento baseado no uso de polias em
srie, indicado para o deslocamento de
cargas pesadas (motores, por exemplo).
Pode ser manual, eltrica ou pneumtica.
Ponte / Prtico Rolante Constitui-se de uma ou mais vigas que
correm sobre trilhos, sendo capaz de
transportar cargas com pesos muito
significativos. Dentre as vantagens deste
equipamento, destaca-se a no-
interferncia com o trabalho a nvel do
solo, visto que sua ocupao fsica no
concorre com outros equipamentos ou
com trabalhadores que situam-se no piso.
Desta forma, similarmente aos guindastes,
indicado para uso em reas com
restrio de espao.
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PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS PARA MOVIMENTAO INTERNA DE
MATERIAIS
Elevador
So empregados na movimentao de
cargas entre nveis (andares) distintos.
Ocupam menos espao do que outros
equipamentos, mas carecem, geralmente,
de rgida manuteno preventiva e de
cuidados na operao.
Carrinho de carga De uso extremamente comum em
almoxarifados, utilizado paramovimentao de cargas a curtas
distncias, inclusive na formao de lotespara a distribuio aos clientes internos.
prtico, de baixo custo e no carece demo de obra especializada. H carrinhos
que transportam de 50 at 600 kg.
22. (CESPE / IFB / 2011) Pontes rolantes e guindastes soequipamentos de manuseio para reas restritas.
Justamente por no concorrerem diretamente com o espao ocupado
por equipamentos ou por trabalhadores que se localizam no nvel do piso,
os equipamentos relacionados no enunciado realmente tm sua utilizao
indicada para reas restritas.
A assertiva, portanto, est certa.
23. (FCC / METR SP / 2008) Na maioria dos casos, orecebimento e disponibilizao dos produtos no almoxarifado
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dependem de transporte e movimentao, que so possveis
pelo uso de equipamentos, tais como:
a) carros-prtico, carrinhos-de-mo, macacos eletromecnicos,
patins mecnicos. b) tratores, p carregadeiras, esteiras rolantes, tirolesas.
c) correias transportadoras, moto-scrapers, triciclos, talhas. d) guindastes, automveis, plataformas estacionrias, caixas.
e) empilhadeiras, talhas, pontes rolantes, elevadores.
A alternativa E a que mais se adequa aos equipamentos utilizados na
movimentao de materiais em um almoxarifado, conforme visto
anteriormente.
Em termos da distribuio fsica (ou externa), Viana (2000) enumera
as principais modalidades de transporte das cargas, conforme sintetizado no
quadro a seguir:
PRINCIPAIS MODALIDADES DE TRANSPORTE
MODALIDADE APLICAO
Rodovirio
Destinado a cargas que demandam tempo
relativamente rpido de entrega. No Brasil,
esta modalidade , de longe, a mais
empregada.
destinado a pequenas e mdias distncias,
apresentando boa relao custo X benefcio.
A estrutura para a distribuio rodoviria
composta pela malha de rodovias e pela
disponibilidade de veculos.
Ferrovirio
Sua caracterstica principal o atendimento a
longas distncias, comportando cargas de
grande volume.
Apresenta um ndice menor de acidentes,
furtos e roubos, se comparado com o
rodovirio.
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PRINCIPAIS MODALIDADES DE TRANSPORTE
MODALIDADE APLICAO
A estrutura de distribuio ferroviria compe-
se da malha ferroviria, de vages e
locomotivas. Demanda o maior custo fixo
operacional, entre todos os modais de
transporte.
Hidrovirio / martimo
Muito voltado a transporte de cargas entre
continentes, sendo que o tempo de entrega
no um fator preponderante.
o modal mais utilizado no comrcio
internacional, mediante o emprego de navios
mercantes (cargueiros).
A estrutura de distribuio, neste caso,
formada por navios de carga e pela estrutura
porturia das localidades envolvidas.
Aerovirio
Voltado ao transporte de carga no qual o
tempo de entrega um fator primordial.
ideal para pequenos volumes, com alto valor
agregado e com urgncia de entrega.
A desvantagem fica por conta do maior custo
e da menor capacidade de carga.
A estrutura aeroviria formada por
aeronaves de transporte de carga, bem como
por aeroportos.
Dutovirio
um dos meios mais econmicos de
transporte de cargas, muito voltado a grandes
volumes de leos, gs natural e derivados. Ex:
oleodutos, gasodutos etc.
A estrutura dutoviria composta por canos /
tubos cilndricos ocos desenvolvidos conforme
normas internacionais de segurana. Uma vez
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PRINCIPAIS MODALIDADES DE TRANSPORTE
MODALIDADE APLICAO
feita a instalao dos dutos, o custo
operacional extremamente baixo.
O transporte intermodal (ou multimodal, segundo a Associao
Nacional de Transportes Terrestres ANTT) aquele que utiliza mais de uma
modalidade de transporte. A exportao de produtos em contineres, por
exemplo, usualmente feito pelas modalidades martima e rodoviria. Na
realidade, o transporte intermodal no propriamente uma nova modalidade
de transporte, mas sim uma combinao das anteriores.
24. (CESPE / IFB / 2011) So cinco os modais de transporte decarga: areo, rodovirio, ferrovirio, aquavirio e intermodal.
Primeiramente, conforme nos esclarece a ANTT1, os termos modo,
modal e modalidade de transporte possuem o mesmo significado, ok?
A questo apresente uma pegadinha do CESPE. Como vimos, o
transporte intermodal no uma nova modalidade de transporte de carga,
mas sim uma combinao das demais.
Alm disso, a questo peca por no listar o transporte dutovirio, um
dos cinco modais hoje considerados pela ANTT.
A questo est errada.
25. (CESPE / CAPES / 2012) No transporte dutovirio, aps aconstruo dos dutos, o custo operacional varivel baixo, pois
a mo de obra intensiva desnecessria.
Apenas para reforar o que vimos em nosso quadro sobre os modais de
transporte. A questo est certa.
1Endereo: http://www.antt.gov.br/faq/multimodal.asp
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26. (CESPE / CAPES / 2012) O custo fixo do transporte areo superior ao custo dos transportes ferrovirio, aquavirio e
dutovirio.
Como vimos, o custo fixo do transporte ferrovirio sobrepuja ao das
outras modalidades de transporte.
A assertiva est errada.
II. A GESTO PATRIMONIAL
2.1. CONCEITOS INICIAIS
prudente iniciarmos esta tpico revisando o conceito de recurso
patrimonial, j apresentado no incio de nosso curso:
Recurso patrimonial = refere-se aos elementos fsicos empregados por
uma organizao que so destinados manuteno de suas atividades. A
natureza do recurso patrimonial permanente. Alm disso, nem sempre
possvel armazen-lo em estoques.
Sem ingressar muito no ramo da Contabilidade, podemos afirmar que o
conceito de recurso patrimonial engloba os de ativo imobilizado e de ativo
intangvel, assim definidos:
Ativo imobilizado = so os bens de natureza permanente destinados
manuteno das atividades da organizao, ou seja, bens permanentes que
a organizao necessita para poder operar.
Ativo intangvel = so os bens no materiais (abstratos ou incorpreos)
destinados manuteno das atividades da organizao.
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27. (CESPE / TJ RR / 2006 adaptada) Patentes e direitosautorais so recursos patrimoniais intangveis.
Patentes e direitos autorais so exemplos de bens patrimoniais
intangveis. Tm existncia imaterial, ou abstrata, mas, atuam em prol da
manuteno das atividades da organizao.
Um bom exemplo de bens patrimoniais tangveis e intangveis provido
pelo Professor Ed Luiz Ferrari, na obra Contabilidade Geral. Ao passo que,
para um taxista, o txi (automvel) um bem patrimonial tangvel, a licena
para o exerccio de sua atividade um recurso intangvel.
A questo est certa.
28. (CESPE / FUNESA SE / 2008) Prdios, terrenos, jazidas,caldeiras, reatores, veculos, computadores e mveis so
considerados bens patrimoniais.
Os elementos listados no enunciado so exemplos de bens tangveis
(podemos encostar neles), constantes do ativo imobilizado de uma
organizao. Note que so todos bens permanentes, categorizados, dessa
forma, como pertencentes ao patrimnio mobilirio do rgo (j que
possuem mobilidade).
A assertiva, portanto, est certa.
De agora em diante, iremos nos ater especificamente aos bens
patrimoniais tangveis, dada sua relevncia para as atividades de
administrao patrimonial.
Pelas definies acima, vemos que os conceitos de recurso patrimonial
(tangvel) e bem permanente esto intimamente relacionados.
A classificao de um bem ou material como permanente (ou, em
contrapartida, como um bem de consumo) essencialmente uma
classificao contbil, pois referente sua Natureza de Despesa, no mbito
do Sistema Integrado de Administrao Financeira do Governo Federal
(SIAFI). Vejamos as definies abaixo:
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29. (ESAF / SUSEP / 2010 adaptada) Classificam-se comopermanentes os bens mveis cuja vida til seja superior a um
ano.
O prazo de durabilidade e no de vida til, como veremos quando
estudarmos, mais adiante, depreciao que distingue um bem permanente
de um bem de consumo dois anos.
A questo est errada.
A Secretaria do Tesouro Nacional do Ministrio da Fazenda, atravs do
artigo 3 de sua Portaria n 448/2002, apresenta 5 condies excludentes
para a classificao de um bem como permanente. De acordo com essa
norma, material de consumo aquele que se enquadrar em um ou mais dos
seguintes quesitos:
Art. 3 - Na classificao da despesa sero adotados os seguintes
parmetros excludentes, tomados em conjunto, para a identificao do
material permanente:
I - Durabilidade, quando o material em uso normal perde ou tem reduzidas
as suas condies de funcionamento, no prazo mximo de dois anos;
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II - Fragilidade, cuja estrutura esteja sujeita a modificao, por ser
quebradio ou deformvel, caracterizando-se pela irrecuperabilidade e/ou
perda de sua identidade;
III - Perecibilidade, quando sujeito a modificaes (qumicas ou fsicas) ou
que se deteriora ou perde sua caracterstica normal de uso;
IV - Incorporabilidade, quando destinado incorporao a outro bem, no
podendo ser retirado sem prejuzo das caractersticas do principal; e
V - Transformabilidade, quando adquirido para fim de transformao.
30. (CESPE / MPU / 2010) A durabilidade, a incorporabilidadee a tangibilidade so parmetros para identificao de material
permanente.
Os critrios utilizados para a classificao de um material como de
consumo (o que, de maneira indireta, poderiam ser utilizados para sua
identificao como material permanente), conforme o artigo 3 da Portaria
STN n 448/2002, so: durabilidade, fragilidade, perecibilidade,
incorporabilidade e transformabilidade. No consta, portanto, a tangibilidade
como critrio de classificao.
A assertiva est errada.
A partir da Constituio Federal de 1988, houve uma crescente demanda
da Administrao Pblica em prover leis e normas mais rgidas de controle
financeiro, oramentrio, contbil e patrimonial.
O controle patrimonial abrange tanto os bens patrimoniais mveis quanto
os imveis. Vejamos:
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Muito das atividades inerentes Administrao de Recursos Patrimoniais
dizem respeito gesto dos bens mveis, em especial pela maior dinmica
(maior capacidade de movimento fsico, de aquisio e venda, por exemplo)
tpica desses bens.
Assim, ao longo desta aula, iremos ver com maiores detalhes essas
atividades em especial a incorporao do bem (= entrada na
organizao), o controle e a alienao (= desfazimento do bem).
2.2. O RECEBIMENTO E A INCORPORAO DE BENS PATRIMONIAIS
As atividades envolvidas na vida de um bem patrimonial podem ser
concatenadas de modo que formem um processo:
Bens mveis = bens que podemmovimentar-se por fora alheia ou que
possuem movimento prprio. umconceito anlogo ao de material
permanente, compondo o chamadoPatrimnio Mobilirio.
Bens imveis = bens que no podemmovimentar-se sem que sua essncia seja alterada, compondo o chamado
Patrimnio Imobilirio.
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A cada uma das atividades acima correspondem medidas administrativas
especficas a serem tomadas pela Administrao. Didaticamente, podemos
relacionar as atividades e medidas administrativas inerentes ao controle
patrimonial de bens mveis a trs momentos cronolgicos: a entrada na
organizao, as alocaes internas e a sada final do bem.
No que diz respeito entrada e s alocaes internas na organizao, as
atividades e as medidas administrativas correspondentes so as relacionadas
no quadro abaixo:
OPERAO ATIVIDADE MEDIDA
ADMINISTRATIVA
Entrada
Recebimento
Tombamento
Registro
Alocaes internas Guarda e
Conservao
Transferncia
Movimentao
Anteriormente, pudemos ver com detalhes como se d o procedimento de
recebimento de materiais nas organizaes. O mesmo ocorre com os bens
patrimoniais, sendo que, neste caso (bens patrimoniais), aps o
recebimento, procede-se ao registro do bem, inscrevendo-o em uma relao
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de materiais sobre os quais deve haver um controle especial. Assim, de
modo geral, as principais tarefas envolvidas nessa etapa podem ser
relacionadas da seguinte maneira:
Verificao se o material entregue nos almoxarifados corresponde
descrio da nota fiscal;
Verificao se o material entregue corresponde descrio da nota de
empenho (no caso de rgos pblicos);
Se as verificaes dos itens anteriores ocorrerem sem maiores
problemas, atesta-se a nota fiscal (d-se um OK em seu verso,
afirmando que o material foi recebido);
Conferncia quantitativa e qualitativa do bem patrimonial;
Incorporao do material permanente ao patrimnio da
organizao.
Esta incorporao chamada de tombamento, que definimos a seguir:
Tombamento = procedimento de identificao de
um bem, efetuado na incorporao do bem ao
patrimnio de uma organizao. Por ocasio do
tombamento, cadastram-se, em um banco de
dados, informaes essenciais do bem
(caractersticas fsicas, valor de aquisio etc.). O
bem recebe um nmero patrimonial, pelo qual
identificado, e uma plaqueta (ou etiqueta, ou
gravao) contendo este nmero de registro
afixada no bem (quando possvel).
Logicamente, h almoxarifados especficos para materiais de consumo.
Nestes, no ocorre o tombamento.
A regra geral de todos os materiais permanentes serem tombados na
Administrao Pblica. Isso implica maior possibilidade de controle, mediante
a distribuio da carga patrimonial (= lista de bens permanentes sob a
responsabilidade direta de determinado servidor) e de inventrios, atividade
que veremos mais adiante nesta aula.
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31. (CESPE / STM / 2011) Para efeito de identificao einventrio, os equipamentos e materiais permanentes devem
receber cdigos alfanumricos ou numricos, no
necessariamente sequenciais, que devem ser apostos ao
material, por meio de gravao, fixao de plaqueta ou
etiqueta.
Os nmeros patrimoniais apostos aos materiais devem sim ser
sequenciais. o imposto pela Instruo Normativa (IN) n 205, de 1988 da
Secretaria de Administrao Pblica da Presidncia da Repblica (SEDAP),
conforme transcrio abaixo:
7.13. Para efeito de identificao e inventrio os equipamentos e materiais
permanentes recebero nmeros sequenciais de registro patrimonial.
7.13.1. O nmero de registro patrimonial dever ser aposto ao material,
mediante gravao, fixao de plaqueta ou etiqueta apropriada.
7.13.2. Para o material bibliogrfico, o nmero de registro patrimonial
poder ser aposto mediante carimbo.
Como vemos, o enunciado est errado.
32. (CESPE / MPU / 2010) Nas organizaes pblicas, todo bemlistado como material permanente, independentemente de suas
caractersticas fsicas, deve ser identificado com plaqueta
especfica para isso.
Como vimos na resoluo da questo anterior, a IN n 205/1988 (SEDAP)
nos traz outros modos de ser efetuada a aposio do nmero patrimonial nos
materiais, alm da plaqueta. H a gravao, a etiqueta ou, no caso de
material bibliogrfico, indicado o uso de um carimbo.
Dessa maneira, a afirmativa est errada.
33. (CESPE / MPU / 2010) Considere que, em uma organizaopblica, determinado lote de bens tenha sido adquirido por
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baixo custo unitrio. Nessa situao, admite-se que esse bem
no seja incorporado ao patrimnio da organizao, podendo o
seu controle ser feito em separado.
As boas prticas administrativas nos do a seguinte orientao:
Materiais que apresentem baixo valor monetrio, baixo risco de perda
e/ou alto custo de controle patrimonial devem, preferencialmente, ser
considerados como material de consumo.2
Indica-se a considerao de um bem (ou lote de bens) de baixo valor
monetrio como material de consumo (e no como material permanente)
pela simples razo de que o controle patrimonial pode ser oneroso
organizao. Controlar, em si, uma atividade que gera custos operacionais
expressivos, em especial em termos de homens-hora. Assim, no faz sentido
arcar com um gasto operacional de controle que pode at mesmo ultrapassar
o valor do bem.
De forma mais especfica, podemos recorrer posicionamento da Secretaria
do Tesouro Nacional3:
Observa-se que, embora um bem tenha sido adquirido como
permanente, o seu controle patrimonial dever ser feito baseado na relao
custo/benefcio desse controle.
Nesse sentido, a Constituio Federal prev o Princpio da Economicidade
(artigo 70), que se traduz na relao custo-benefcio, assim, os controles
devem ser suprimidos quando apresentam como meramente formais ou cujo
custo seja evidentemente superior ao risco.
Assim, se um material for adquirido como permanente e ficar
comprovado que possui custo de controle superior ao seu benefcio,
deve ser controlado de forma simplificada, por meio de relao-carga, que
mede apenas aspectos qualitativos e quantitativos, no havendo
necessidade de controle por meio de nmero patrimonial. No entanto,
2Texto constante do Manual de Procedimentos para Controle Patrimonial, do TRT da 7 Regio.
3Fonte: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/contabilidade_governamental/downloads/Depreciacao.pdf
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esses bens devero estar registrados contabilmente no patrimnio da
entidade.
O mesmo documento prev a situao inversa: um material de consumo
com significativa durabilidade ou valor relevante poderia ser incorporado ao
patrimnio da organizao:
Da mesma forma, se um material de consumo for considerado como
de uso duradouro, devido durabilidade, quantidade utilizada ou valor
relevante, tambm dever ser controlado por meio de relao-carga, e
incorporado ao patrimnio da entidade.
A questo, portanto, est certa.
34. (CESPE / MS / 2008) Em organizaes pblicas, apenas osbens mveis permanentes de alto custo precisam ser
cadastrados no sistema de controle patrimonial.
O cadastro no sistema de controle patrimonial no leva em considerao o
custo do bem mvel permanente. Todos os bens permanentes so
cadastrados, com a ressalva da situao de controle antieconmico.
Ainda, como vimos na discusso da questo anterior, at mesmo um
material de consumo de uso duradouro poder ser incorporado ao patrimnio
de uma entidade.
A assertiva, dessa maneira, est errada.
35. (COPEVE / UFAL / 2011) O patrimnio o objetoadministrado que serve para propiciar s entidades a obteno
de seus fins. Como tal, so atribuies do setor de patrimnio,
exceto a opo:
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a) extrair, encaminhar e controlar os Termos de
Responsabilidade dos bens mveis dos diversos centros de
responsabilidade do rgo.
b) encaminhar s unidades de controle patrimonial os
inventrios de bens pertencentes ao rgo.
c) auxiliar os analistas de planejamento durante a elaborao
da previso da receita oramentria.
d) efetuar a identificao patrimonial, por meio de plaquetas
(metlicas ou adesivas altamente colantes), fixadas nos bens
mveis de carter permanente.
e) registrar as transferncias de bens quando ocorrer mudana
fsica deles ou quando houver alteraes do responsvel.
Vejamos os comentrios s alternativas:
a) Os bens mveis so sempre acompanhados de um Termo de
Responsabilidade, por vezes denominado simplesmente de carga patrimonial.
O servidor consignatrio do Termo passa a ser responsvel pela guarda e
uso do bem. A alternativa est correta.
b) Os inventrios espcie de auditoria dos bens patrimoniais so
efetivamente conduzidas pelo Setor de Patrimnio da organizao, conforme
veremos na prxima seo desta aula. A alternativa est correta.
c) O auxlio na elaborao da previso da receita oramentria no
tarefa do Setor do Patrimnio, mas sim do Setor de Finanas. A alternativa
est errada.
d) Trata-se da tarefa de tombamento que, como vimos, de
responsabilidade do Gestor de Patrimnio. A alternativa, portanto, est
correta.
e) De modo geral, movimentao o deslocamento do bem permanente,
podendo ou no ocorrer a troca de responsabilidade. A transferncia, por sua
vez, a modalidade de movimentao de material, com troca de
responsabilidade, de uma unidade organizacional para outra, em carter
definitivo. Apesar da alternativa no se mostrar to rgida nesses conceitos,
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referindo-se transferncia em sentido genrico, podemos consider-la
correta.
Resposta: C
36. (ESAF / SUSEP 2010 / adaptada) Transferncia aincorporao de bens patrimoniais movimentados de um rgo
para outro, em carter definitivo.
O enunciado espelha de forma apropriada a definio de transferncia
de um bem patrimonial. Quando o carter no for definitivo, mas apenas
transitrio, falamos de cesso do bem.
A assertiva est certa.
Aps o recebimento de um material permanente em um almoxarifado,
efetua-se o registro de suas informaes fsicas e contbeis, para fins de
controle. No entanto, como qualquer outra atividade da organizao, o
controle dos bens patrimoniais est sujeito a uma auditoria, com o objetivo
nico de garantir a confiabilidade das informaes prestadas pelos sistemas
de controle material / patrimonial. Erros humanos, perdas e roubos so as
causas principais das discrepncias entre os registros e o que efetivamente
consta de estoques ou de cargas patrimoniais sob a responsabilidade de
servidores. Estamos nos referindo aos inventrios, tema abordado na
prxima seo.
2.3. CONTROLE PATRIMONIAL: INVENTRIOS
Nossa abordagem sobre o conceito de inventrio,
entendido como uma ferramenta de controle dos
estoques dos almoxarifados e dos ativo imobilizado
(bens patrimoniais), inicia-se apresentando a definio
de inventrio fsico:
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Inventrio Fsico = procedimento de levantamento fsico e contagens
dos itens de material em uma organizao.
A conferncia no se limita aos almoxarifados. As diversas incumbncias
da organizao (sees, salas de reunio, lanchonetes etc.) tambm so
inventariadas, em especial com relao a seus materiais permanentes
(tombados e com registro patrimonial).
Vejamos a definio apresentada pela IN n 205/1988 (SEDAP):
8. Inventrio fsico o instrumento de controle para a verificao dos
saldos de estoques nos almoxarifados e depsitos, e dos equipamentos e
materiais permanentes, em uso no rgo ou entidade (...).
Um aspecto essencial que devemos nos ater que os inventrios
destinam-se no s ao controle dos materiais permanentes (bens
patrimoniais), mas tambm ao controle dos estoques de uma organizao,
ok?
H dois modos de se efetuar o inventrio fsico:
No inventrio rotativo, estamos permanentemente contando os itens. O
mtodo consiste no levantamento rotativo, contnuo e seletivo dos materiais
existentes em estoque ou daqueles permanentes distribudos para uso. Sua
vantagem que no implica a necessidade de paralisao das atividades da
organizao, elaborando-se um cronograma de trabalho (de acordo com os
interesses da empresa) que abranja todos os itens dentro de um perodo
fiscal.
InventrioFsico
Rotativo
Peridico
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No inventrio peridico (ou geral / anual), efetua-se a contagem de
todos os itens em determinados perodos. Quando esta rotina realizada no
encerramento do exerccio fiscal (o que comum), o inventrio tambm
chamado de geral. Neste caso, geralmente todo o processo operacional da
empresa paralisado o famoso FECHADO PARA BALANO.
As informaes coletadas no inventrio fsico so compiladas no
inventrio analtico, figurando a perfeita caracterizao do material,
atravs de dados como descrio padronizada, nmero de registro
patrimonial, valor, estado, local de uso etc.
37. (COPEVE / Prefeitura de Penedo / 2010) Em umarepartio pblica, ao se proceder ao levantamento de todos os
seus ativos (tangveis, intangveis, ativo mobilizado etc.) est
elaborando-se:
a) o inventrio de patrimnio
b) a lista de bens
c) o rol de objetos e processos
d) o registro de documentos
e) a classificao pecuniria
Esta questo, mais simples, tem o objetivo de nos situar no assunto
inventrio. Note, no entanto, que at mesmo o levantamento de ativos
intangveis pode fazer parte de um inventrio patrimonial!
A letra A a alternativa correta.
38. (CESPE / SEAD FHS SE / 2008) So objetivos de todoinventrio: verificar discrepncias em valor e quantidade entre
os estoques fsico e contbil e apurar o valor total dos estoques
para efeito de balano fiscal.
Segundo a IN n 205/1988 (SEDAP), so objetivos do inventrio fsico,
dentre outros:
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a) o ajuste dos dados escriturais de saldos e movimentaes dos
estoques com o saldo fsico real nas instalaes de armazenagem;
b) a anlise do desempenho das atividades do encarregado do
almoxarifado atravs dos resultados obtidos no levantamento fsico;
c) o levantamento da situao dos materiais estocados no tocante ao
saneamento dos estoques;
d) o levantamento da situao dos equipamentos e materiais
permanentes em uso e das suas necessidades de manuteno e
reparos; e
e) a constatao de que o bem mvel no necessrio naquela unidade.
No qualquer tipo de inventrio que ir concorrer para a consecuo do
primeiro objetivo acima listado. Alm disso, o inventrio geral ou anual,
realizado no encerramento do exerccio fiscal, que pode subsidiar a
confeco do balano fiscal.
Podemos ter como objetivo de um inventrio o levantamento da situao
de bens patrimoniais mveis, visando a um diagnstico sobre possveis
baixas futuras desses bens.
Em adio, a mesma Instruo Normativa nos apresenta distintos tipos de
inventrio que, logicamente, tero objetivos distintos uns dos outros:
8.1. Os tipos de Inventrios Fsicos so:
a) anual - destinado a comprovar a quantidade e o valor dos bens
patrimoniais do acervo de cada unidade gestora, existente em 31 de
dezembro de cada exerccio - constitudo do inventrio anterior e das
variaes patrimoniais ocorridas durante o exerccio.
b) inicial - realizado quando da criao de uma unidade gestora, para
identificao e registro dos bens sob sua responsabilidade;
c) de transferncia de responsabilidade - realizado quando da mudana
do dirigente de uma unidade gestora;
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d) de extino ou transformao - realizado quando da extino ou
transformao da unidade gestora;
e) eventual - realizado em qualquer poca, por iniciativa do dirigente da
unidade gestora ou por iniciativa do rgo fiscalizador.
Como vemos, a questo est errada.
39. (CESPE / SEAD FUNESA SE / 2008) O inventrio rotativo,ou peridico, realizado em perodos determinados,
normalmente no encerramento dos exerccios fiscais.
Inventrios rotativo e peridico no so sinnimos. Enquanto o primeiro
feito de modo contnuo, ao longo do exerccio, o segundo conduzido
pontualmente em perodos pr-determinados (usualmente no encerramento
do ano fiscal).
A questo est, portanto, errada.
40. (CESPE / STF / 2008) Caso, durante a realizao doinventrio, a comisso designada para o trabalho identifique e
localize bens sem valor conhecido, o procedimento
recomendado atribuir-se um valor simblico aos bens
encontrados.
A Instruo Normativa n 205/1988 (SEDAP), ao discorrer sobre o
inventrio analtico, estabelece o seguinte:
O bem mvel cujo valor de aquisio ou custo de produo for desconhecido
ser avaliado tomando como referncia o valor de outro, semelhante ou
sucedneo, no mesmo estado de conservao e a preo de mercado.
Assim, caso sejam identificados e localizados bens sem valor conhecido,
conduz-se uma pesquisa de mercado, a fim de obter um valor estimado de
bem idntico (ou semelhante), aplicando-se, se pertinente, eventuais
decrscimos devido desvalorizao ao longo dos anos.
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Dessa maneira, a questo est errada.
41. (CESPE / AGU / 2010) Os inventrios rotativos so efetuadosno final de cada exerccio fiscal da empresa e incluem a
totalidade dos itens de estoque de uma s vez.
So nos inventrios gerais ou peridicos que so efetuadas a contagem de
tosos os itens de estoque de uma nica vez, geralmente no encerramento do
exerccio fiscal.
Os inventrios rotativos, por sua vez, so levados a cabo de forma
contnua, selecionando-se os materiais em estoque de forma que todos os
itens sejam contados dentro do perodo fiscal.
A questo est errada.
** o seguinte enunciado vlido para as questes 42 a 45 **
(CESPE / IFB / 2011) Certa empresa classificou seu estoque com
base no sistema ABC. Assim, decidiu que os itens do grupo A
deveriam ser contados duas vezes por ano; os itens B, quatro vezes
por ano, e os itens C, uma vez por ms. H, em estoque, 250 itens do
grupo A, 80 do grupo B e 15 do grupo C.
Com referncia a essa situao hipottica e adoo do sistema ABC
para o controle de estoques, julgue os itens subsequentes.
42. Se a empresa funciona 5 dias por semana e 50 semanas porano, ento ela deve efetuar, em mdia, 4 contagens por dia
para cumprir sua meta de contagens anuais.
O enunciado retrata uma situao prtica em que a empresa elabora
um calendrio para a realizao do inventrio rotativo, com base na
relevncia financeira dos itens (Classificao ABC).
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Para resolver a questo, a primeira coisa que devemos fazer definir
o nmero de contagens necessrias para cumprir o calendrio proposto no
enunciado.
CLASSE N DE ITENS
(1)
N DE CONTAGENS/ANO
(2)
N TOTAL DE
CONTAGENS
(1)*(2)
A 250 2 500
B 80 4 320
C 15 12 (= 12 meses) 180
TOTAL = 1.000
Como vemos, devemos contar 1.000 itens durante o ano. Mas, como
nos diz o enunciado, no ano temos 50 semanas, considerando apenas 5 dias
na semana. Isso nos d um total de 50*5 = 250 dias teis, durante os quais
podemos realizar as contagens.
Com esses valores determinados, basta estabelecermos a relao
entre eles para que saibamos a mdia de contagens por dia para cumprirmos
o calendrio do inventrio rotativo:
A questo est, portanto, correta.
43. A empresa aplicou de forma correta o sistema ABC quandodefiniu um controle mais rigoroso para os itens C do estoque.
Como j vimos em nosso curso, na Classificao ABC, os itens
categorizados como C so os que possuem menor relevncia, usualmente
financeira. Assim, simplesmente no faz sentido exercer um controle mais
rigoroso sobre esses itens. Logicamente, esse tipo de controle dever ser
definido para os itens A.
O enunciado est errado.
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44. As contagens dos itens fazem parte do inventrio peridicoanual exigido pelos auditores financeiros.
O inventrio peridico anual realizado to somente uma vez por
ano, por ocasio do encerramento do exerccio financeiro. O enunciado da
questo retrata uma situao distinta, na qual h um cronograma de
trabalho que implica esforos constantes para a contagem dos itens:
estamos falando de um inventrio rotativo.
A questo est errada.
45. A adoo da curva ABC para controle de estoques no tornaimperativo que a programao das contagens ao longo do ano
seja montada sob o critrio acima referido.
O gestor de estoques, no caso, tem a liberdade de elaborar o seu
cronograma de trabalho para a definio do calendrio do inventrio rotativo.
A adoo da curva ABC serve, em primeira instncia, para a definio dos
itens de maior valor em estoque, que devem ser objeto de maior ateno.
Nada impede que um gestor de estoque que adote a Classificao
ABC sobre o valor financeiro dos itens de material priorizar nos inventrios
rotativos os itens mais perecveis, por exemplo.
Assim, a afirmativa est certa.
46. (CESPE / TJ ES / 2011) Caso determinado item apresenteduas contagens divergentes em um mesmo inventrio, deve-se
adotar como estoque fsico a mdia aritmtica entre os
resultados das duas contagens, assumindo-se o nmero inteiro
imediatamente inferior.
A boa prtica da rotina dos inventrios normalmente prev duas
equipes para sua realizao: a dos reconhecedores, que fazem a primeira
contagem, e a dos revisores, responsveis pelo novo cmputo dos itens.
Para os itens que, eventualmente, apresentarem contagens distintas
por essas equipes, a boa prtica demanda proceder-se a uma terceira
contagem.
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A questo est errada.
2.4. ALIENAO E DEPRECIAO DE BENS PATRIMONIAIS
Uma vez adquirido um bem patrimonial (um aparelho de ar condicionado,
por exemplo), ele registrado no sistema de cadastro patrimonial com suas
caractersticas fsicas, bem como o seu valor de compra, conforme registrado
na nota fiscal.
No entanto, com o passar dos anos, no possvel afirmarmos que o seu
valor permanece constante. Ele decresce, em virtude de seu desgaste
temporal, bem como de sua ociosidade tecnolgica.
Esse processo de minorao do valor de um bem patrimonial, originrio
do transcurso do tempo denominado depreciao, assim definido pelo
Manual de Despesa Nacional (MDN/2008):
A depreciao a reduo do valor dos bens pelo desgaste (deteriorao)
ou perda de utilidade por uso, ao da natureza ou obsolescncia.
No setor privado, o clculo da depreciao tem impacto direto na
apurao do lucro do exerccio. Dessa maneira, a Secretaria da Receita
Federal do Brasil padroniza as taxas incidentes na depreciao, atravs da
Instruo Normativa SRF n 162/1998, alterada pela Instruo Normativa n
130/1999.
Para o setor pblico, at bem recentemente os diversos rgos
usualmente recorriam s mesmas taxas estabelecidas pela Receita Federal,
apesar de no haver sido feito um estudo prprio a fim de definirem os
percentuais e a estimativa de vida til a serem aplicados.
No entanto, em novembro de 2010, a Secretaria do Tesouro Nacional
lanou o Manual de Regularizaes Contbeis, definindo, entre outros
assuntos, o mecanismo da depreciao no mbito do Sistema Integrado de
Administrao Financeira do Governo Federal (SIAFI).
recomendvel resumirmos os principais conceitos relativos
depreciao. O quadro a seguir apresenta uma sntese sobre este tema.
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CONCEITO SIGNIFICADO
Depreciao
Reduo do valor dos bens pelo desgaste ou perda
de utilidade por uso, ao da natureza ou
obsolescncia.
Vida til Perodo de tempo durante o qual a entidade espera
utilizar o bem.
Vida til
econmica
Perodo de tempo durante o qual a entidade espera
obter fluxos de benefcios futuros de um bem ($$).
Observao: a vida til econmica de um
automvel, por exemplo, pode girar em torno de 5
anos, depois da qual ele se torna antieconmico
(manutenes corretivas etc.). J a vida til deste
mesmo automvel pode ser bem maior. Ainda nas
ruas vemos veculos de mais de 20 anos de
funcionamento.
Valor residual
Montante lquido que a entidade espera obter por
um bem no fim de sua vida til econmica,
deduzidos os gastos esperados para sua alienao
(desfazimento). o bagao da laranja.
Valor deprecivel
o suco que sai da laranja.
Para fins de ilustrao, vejamos um exemplo da tabela de vida til de
bens, estabelecida pelo Manual de Regularizao Contbil da STN, da qual
consta tambm o valor residual a ser adotado. A coluna da esquerda
relativa conta contbil parties do patrimnio de determinada entidade.
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Tomando por exemplo Aparelhos e Utenslios Domsticos, a vida til
de 10 anos, com o valor residual de 10%. Para um aparelho de jantar
comprado em janeiro de 2001 por R$ 100,00, por exemplo, o valor residual
ao final de 2010 ser de R$ 10,00 (10% do valor inicial).
47. (CESPE / MPU / 2010) No processo de depreciao total,quando o bem ainda existe fisicamente, mas alcana 100% de
depreciao, ele deve ser automaticamente baixado
contabilmente, a despeito de sua utilidade.
Na tabela acima, podemos ver que para a conta contbil referente a
Colees e Materiais Bibliogrficos, a vida til de 10 anos, com valor
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residual de 0%. Assim, decorridos 10 anos de incorporao do bem, o valor
contbil seria de R$ 0,00.
Numa situao dessas, caso permanea a utilidade do bem, ele ser
reavaliado (quantificado monetariamente), conforme nos explica o Manual de
Regularizao Contbil do SIAFI:
Ao final do perodo de vida til, os ativos podem ter condies de ser
utilizados. Caso o valor residual no reflita o valor adequado, dever ser
realizado teste de recuperabilidade, atribuindo a ele um novo valor, baseado
em laudo tcnico. No h novo perodo de depreciao aps o final da vida
til.
A assertiva est errada.
48. (IPAD / SENAC / 2008 adaptada) Depreciao a perda devalor que um recurso patrimonial tem decorrente da m
utilizao.
So trs os fatores que concorrem para a depreciao: desgaste ou
perda de utilidade por uso, ao da natureza ou obsolescncia. Nenhum
desses elementos relaciona-se com uma eventual m utilizao.
Por mais que cuidemos de um automvel comprado h 10 anos,
cumprindo de forma impecvel seu plano de manuteno, o desgaste
inerente sua utilizao, exposio aos fatores ambientais e sua possvel
obsolescncia tecnolgica favorecem o decrscimo de seu valor contbil.
Dessa maneira, a questo est errada.
49. (CESPE / TJ RR / 2006) Depreciao de um bem patrimonial a perda de seu valor por causa do uso, obsolescncia ou
deteriorao. O clculo da depreciao embasado em
parmetros definidos pela organizao detentora do bem.
Como vimos, at mesmo na esfera privada, os parmetros envolvidos
no clculo da depreciao no so facultados empresa detentora do bem,
mas sim definidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, que padroniza
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as taxas incidentes na depreciao, atravs da Instruo Normativa SRF n
162/1998, alterada pela Instruo Normativa n 130/1999.
A questo est errada.
Por fim, a sada de um bem patrimonial da organizao, ou o seu
desfazimento, efetuada atravs da alienao, sendo essa a medida
administrativa correspondente:
OPERAO ATIVIDADE MEDIDA
ADMINISTRATIVA
Sada Desfazimento Alienao (baixa de bens)
Por sua vez, podemos definir o conceito de baixa de um bem como a
sua retirada contbil do acervo patrimonial de uma organizao. Um bem
baixado deixa de fazer parte do ativo imobilizado da organizao.
A baixa patrimonial pode ocorrer por qualquer das seguintes formas:
Alienao (venda, permuta ou doao, nas formas da Lei n
8.666/1993 Lei de Licitaes e Contratos);
Comodato (espcie de emprstimo de bens patrimoniais, por
tempo pr-determinado);
Extravio / perda / sinistro.
O nmero de patrimnio de um bem baixado jamais deve ser
repassado a outro bem. Quando um bem baixado, seu nmero patrimonial
passa a fazer parte de um banco de dados gerenciado pelo setor de
administrao patrimonial da organizao, referente a itens patrimoniais
desincorporados.
Em uma eventual reincorporao do bem (por exemplo, um bem
furtado que recuperado), o nmero patrimonial restitudo ao mesmo
bem.
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50. (CESPE / MPU / 2010) O nmero de patrimnio de um bembaixado deve ser repassado a verses atualizadas que venham
a substitu-lo na organizao.
A questo aborda o que acabamos de ver acima. No se repassa o
nmero patrimonial de um bem baixado a outro bem. O nmero deve
permanecer em um banco de dados como registro do que ocorreu, em
termos contbeis, com o bem.
A questo est errada.
51. (FCC / Cmara dos Deputados / 2007) Considere asassertivas:
I. A alienao de bens imveis da Administrao Pblica
depender de autorizao legislativa para rgos da
Administrao direta e entidades autrquicas e fundacionais, e,
para todos, inclusive as entidades paraestatais, depender de
avaliao prvia e de licitao na modalidade de concorrncia,
ressalvando os casos de dispensa devidamente regulamentados.
II. A alienao de bens mveis da Administrao Pblica
depender de avaliao prvia e
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