alexandre a. da costa caleidoscópio político
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CALEIDOSCÓPIO POLÍTICO
AlexAndre AndrAde dA CostA
AS REPRESENTAÇÕES DO CENÁRIO INTERNACIONAL NAS PÁGINAS DO JORNAL O ESTADO DE S. PAULO (1938-1945)
CALEIDOSCÓPIO POLÍTICO
CONSELHO EDITORIAL ACADÊMICO
Responsável pela publicação desta obra
Áureo Busetto
Carlos Eduardo Jordão Machado
Milton Carlos da Costa
Wilton Carlos Lima da Silva
CALEIDOSCÓPIO POLÍTICO
AS REPRESENTAÇÕES DO CENÁRIO INTERNACIONAL NAS PÁGINAS DO JORNAL O ESTADO
DE S. PAULO (1938-1945)
ALEXANDRE ANDRADE DA COSTA
Editora afiliada:
CIP – Brasil. Catalogação na fonteSindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ
C87c
Costa, Alexandre Andrade da Caleidoscópio político: as representações do cenário internacional nas páginas do jornal O Estado de S. Paulo (1938-1945) / Alexandre Andrade da Costa. – São Paulo : Cultura Acadêmica, 2010. il.
Inclui bibliografi a
ISBN 978-85-7983-113-3
1. Política internacional, 1939-1945. 2. Cultura política – Brasil – História. 3. Intelectuais – Visão política e social – Brasil. 4. Impensa e política – Brasil – História. 5. Governo e imprensa – Brasil – História. 6. O Estado de S. Paulo (Jornal). I. Título. II. Título: As representações do cenário internacional nas páginas do jornal O Estado de S. Paulo (1938-1945).
11-0130. CDD: 070.40981CDU: 070(81)
Este livro é publicado pelo Programa de Publicações Digitais da Pró-Reitoria de Pós-Graduação da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP)
© 2010 Editora UNESP
Cultura AcadêmicaPraça da Sé, 10801001-900 – São Paulo – SPTel.: (0xx11) 3242-7171Fax: (0xx11) 3242-7172www.editoraunesp.com.brfeu@editora.unesp.br
AGRADECIMENTOS
Este trabalho não se iniciou no curso de pós-graduação. Ele começou quando consegui uma bolsa de auxílio da própria Unesp em 2003 e, por conta dela, busquei como orientadora a professora doutora Tânia Regina de Luca. Dessa data em diante, o jornal O Estado de S. Paulo tornou-se a fonte sobre a qual eu me debruçaria por sete anos. As leituras referentes ao período estudado e à história da imprensa no Brasil compunham a rotina de pesquisa que cumpri com o auxílio de diversas pessoas.
Inicialmente, gostaria de agradecer à professora Tânia Regina de Luca a orientação segura e firme e a dedicação demonstrada nas inúmeras correções que, durante todos esses anos, fizeram parte do nosso trabalho conjunto. Sua competência e observações críticas provenientes de um rigoroso estudo das fontes e do profundo conhe-cimento de vasta historiografia não só marcaram nosso convívio, mas constituem um paradigma da excelência profissional.
Ao meu pai, Donizete Carvalho da Costa, que teve a grandeza, a coragem e a ousadia de sonhar para mim um futuro radicalmente distinto daquele vivenciado por ele no presente. À minha mãe, Leila Marta de Andrade Costa, que esteve ao meu lado em todos os momentos, incondicionalmente. À minha avó, Euripia Barbosa de Souza, cuja bondade e amor ultrapassam todos os limites. À minha
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irmã, Adriana Andrade da Costa, que me apoiou nos momentos de indecisão e tornou minha vida acadêmica possível arcando com responsabilidades que não lhe eram pertinentes.
A Susyanne, sem a qual minha vida teria um tom cinza. Agradeço a compreensão, o afeto, a confiança e, especialmente, por iluminar ainda mais minha existência trazendo ao mundo a menina mais linda e carinhosa, Laila, com quem aprendo muito, diariamente.
Aos professores Zélia Lopes da Silva e Antônio Celso Ferreira, presentes no exame de qualificação, cuja cuidadosa leitura e apon-tamentos foram essenciais para o desenvolvimento desta pesquisa, especialmente no que concerne aos jogos do político. A Clodoaldo Bueno, professor que mais de uma vez me recebeu em sua sala para discutir sobre a bibliografia do período no que tangia à problemática das relações internacionais. A Marlene Gasque e a todos os funcioná-rios do Centro de Documentação e Apoio e Pesquisa (Cedap) devo agradecer o apoio, a eficiência e a agilidade, no que se refere tanto aos microfilmes quanto aos materiais necessários à catalogação de periódicos. A Vítor Souza, amigo e companheiro que se propôs di-gitalizar a volumosa coleção do periódico auxiliando nessa cansativa etapa com sua incansável persistência em busca da imagem perfeita, modificando a luz e o foco da máquina várias vezes até encontrar o melhor ajuste.
A todos os amigos que fiz na Moradia Estudantil, com os quais convivi durante os quatro anos da graduação, agradeço a oportuni-dade de conhecer e compartilhar momentos tristes e felizes. Julio, Cláudio, João, André César, André Gonzaga, Gabriela, Joilson, Edileuza, Raphael, Daniel, Anílton, Carlos Menarin, Renata, e muitos outros. Aos meus amigos Augusto, Priscila e Larissa, que me ensinaram a respeitar a diversidade de opiniões e que sempre estiveram a meu lado. A Melanie Vargas, que, além de conviver comigo durante toda a graduação, se incumbiu de me guiar pela imensidão labiríntica de concreto e aço que é a capital paulista em busca de fontes, arquivos e bibliotecas. Ao meu amigo Guilherme Pigozzi Bravo, companheiro diário de horas de estudo depois da aula e a quem respeito muito pela inteligência e dedicação, agradeço por
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compartilhar o aprendizado da História. A João Arthur Ciciliato Franzolin, que conheci durante uma apresentação num congresso e que, desde então, se tornou um parceiro no estudo da Alemanha e da Segunda Guerra Mundial, agradeço pela leitura atenta dos meus trabalhos e pelas valiosas indicações e sugestões bibliográficas.
A Andréa Helena agradeço as conversas tranquilizadoras e os materiais e textos que enviou para mim. A Priscila Miraz, que me presenteou com uma série de livros fenomenais sobre o fascismo, e a Rodolfo Fiorucci, com quem aprendi a me levar um pouco menos a sério. A todos os funcionários da Biblioteca Acácio José Santa Rosa, especialmente a Milene R. Almeida, técnica em biblioteconomia, res-ponsável pelo setor de intercâmbio de livros entre as Universidades, pela agilidade e empenho na busca das obras necessárias à pesquisa. A Valéria Bertolotto, amiga que inúmeras vezes me auxiliou na cons-trução de gráficos e tabelas.
E finalmente agradeço à Fapesp, que, por meio das bolsas de iniciação científica e mestrado, propiciou a dedicação exclusiva à leitura e à pesquisa das fontes sem as quais esse trabalho dificilmente seria possível. Aos que eu não citei aqui e que participaram direta ou indiretamente dessa trajetória, gostaria de deixar minhas sinceras desculpas e agradecimento.
A política é a continuação da guerra por outros meios.
Michel Foucault
SUMÁRIO
Introdução 13
1 O Estado de S. Paulo e a defesa da democracia liberal (1938-1940) 27
2 O Estado de S. Paulo: permanência dos discursos (1940-1942) 75
3 O Estado de S. Paulo: o debate em torno do pós-guerra (1942-1945) 145
Conclusão 215Referências bibliográficas 219Anexos 227
INTRODUÇÃO
A vida econômica, política e social do mundo é tão intrincada, tão complexa e feita de tantos milhares de pequenos, mas fortíssimos fios que, sem sabermos, eles nos envolvem numa vasta tela e nos ligam a acontecimentos que parecem não nos inte-ressar. Ainda hoje sofremos todos da última guerra mundial. [...] Sem que o saibamos, esses pequenos fios podem estrangular-nos. Ignorar a existência deles não nos salvará. Desprezá-los é suicídio.1
O cenário conturbado e complexo do campo internacional durante o final dos anos 1930 e o início dos anos 1940, tempo em que o mundo envolveu-se em uma outra grande guerra, é o pano de fundo deste estudo que contempla, ainda, os reflexos desses contextos no Brasil.
Consequência das mudanças de paradigmas vividas no seio das ciências sociais desde os anos 1960 e 1970, os estudos sobre a im-prensa sofreram inflexão metodológica importante com o trabalho de Maria Helena Rolim Capelato e Maria Lígia Coelho Prado, publi-cado no início da década de 1980. Também no campo da sociologia inúmeros trabalhos contribuíram para um aumento exponencial, no
1 Cf. “Será a Hora H?”, in O Estado de S. Paulo, 14 set. 1938, p.16.
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que se refere à imprensa como fonte.2 Além disso, como assinalam os organizadores do livro História e imprensa,
o redimensionamento da imprensa como fonte documental – na medida em que expressa discursos e expressões de protagonistas – possibilitou a busca de novas perspectivas para a análise dos pro-cessos históricos. Dessa forma, superou-se a perspectiva limitada de identificar a imprensa como portadora dos “fatos” e da “verdade”. Deixaram-se também para trás posturas preconcebidas, que a inter-pretavam, desdenhosamente, como mero veículo de ideias ou forças sociais, que, por sua vez, eram subordinadas estritamente por uma infraestrutura socioeconômica. (Neves et al., 2006, p.10)
Sabe-se que a imprensa participa ativamente do momento histó-rico no qual está inserida, uma vez que registra e tece considerações a respeito de fatos do dia a dia, tornando possível “reconstruir os lances e peripécias dessa batalha cotidiana na qual se envolvem múltiplos personagens” (Capelato, 1988). Muitas vezes, esses personagens, como lembra Tânia Regina de Luca (2008, p.8),
são exatamente os mesmos, na imprensa, na política, nas instituições. Em outras, são, no mínimo, bastante próximos, pois intervenções políticas de peso são decididas no interior das redações, estabelecen-do e testemunhando avanços e recuos das práticas dos governos, da dinâmica do país, da formação de seu povo, do destino nacional. E os exemplos vêm da Colônia, passam pelo Império, persistem na Pri-meira República, seguem no Estado Novo e chegam até nossos dias.
O trabalho com os jornais é sempre arriscado, pois implica aden-trar meandros repletos de complexidade e sutilezas. Faz-se necessária uma análise não só do objeto que se estuda, mas, ainda, do contexto
2 Como exemplo dessa perspectiva podem-se citar as pesquisas efetuadas pelos professores e pesquisadores da Universidade de Brasília cujo livro, lançado em 2002, reflete uma parcela desses esforços (ver Luiz Gonzaga Motta, 2002).
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no qual aquela fonte se insere e exige do leitor/pesquisador estudar as biografias dos personagens que compõem esse cenário. Isso posto, res-ta a dúvida: de que forma se deve abordar essa fonte – o jornal – como objeto de pesquisa? De acordo com Prado & Capelato (1980, p.XIX),
a escolha de um jornal como objeto de pesquisa justifica-se por entender-se a imprensa fundamentalmente como instrumento de manipulação de interesses e de intervenção na vida social, nega-se pois, aqui, aquela perspectiva que a teoria como mero veículo de informações, transmissor imparcial e neutro dos acontecimentos, nível isolado da realidade político social na qual se insere.
O regime estadonovista investiu num projeto político-cultural que reservou papel de destaque para os meios de comunicação de massa, como a imprensa e o rádio, veículo recém-surgido e que se difundiu exatamente nessa época. Ao lado da persuasão – empréstimos, verbas publicitárias –, não se hesitou em tomar medidas mais drásticas, exem-plificadas na ocupação do jornal O Estado de S. Paulo. Invadido em março de 1940 e dirigido pelo interventor designado pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), Abner Mourão, o matutino tornou-se porta-voz do varguismo.
Evidencia-se, portanto, que a imprensa teve sua liberdade cerce-ada em nome de uma ideologia e de um regime autoritário que, via coerção, pretendia criar uma comunidade nacional fundamentada na “brasilidade”.
Este estudo insere-se na intersecção entre os campos da história política e da história cultural. A história política foi bastante criticada pelos Annales por reduzir o campo do político aos grandes aconteci-mentos, a vida dos reis ou a decisões tomadas pelos principais líderes dos Estados nacionais. No entanto, conheceu renovações que trouxe-ram novos conceitos como representação e imaginário, por exemplo.
Roger Chartier (1990, p.7) assinala que “as representações do mundo social assim construídas, embora aspirem à universalidade de um diagnóstico fundado na razão, são sempre determinadas pelos interesses de grupo que as forjam. Daí, para cada caso, o necessário
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relacionamento dos discursos proferidos com a posição de quem os utiliza”.
No que se refere ao jornal O Estado de S. Paulo, os proprietários do periódico divergiam dos projetos do presidente Getulio Vargas. No livro A universidade da comunhão paulista, Irene R. Cardoso (1982) mostra de que forma o “grupo do Estado” atuou,3 politica-mente, na criação da Universidade de São Paulo e quais as dimensões que o projeto de poder desse grupo atingia (ibidem). Nesse sentido, a relação entre os proprietários do jornal e políticos e intelectuais que formavam esse grupo era de dissensão no que concerne à po-lítica varguista e, como recorda Chartier (1990, p.17), “as lutas de representações têm tanta importância como as lutas econômicas para compreender os mecanismos pelos quais um grupo se impõe, ou tenta impor, a sua concepção do mundo social, os valores que são os seus, e o seu domínio”. A candidatura de Armando Salles de Oliveira para presidente da República representou o ápice das pretensões dessa elite paulista que se viu derrotada com o golpe de novembro. Apesar de apoiar algumas das ações do governo, como a luta contra o comunismo em 1935,4 a partir do golpe, limitou-se a liberdade de expressão e os opositores sofreram as consequências de
3 Segundo Cardoso (1982, p.43), “Na década de 20, enquanto Júlio de Mesquita era ainda diretor-presidente de O Estado de S. Paulo, Júlio de Mesquita Filho era secretário do jornal (cargo que assumiu em 1921) e Francisco Mesquita, seu irmão, gerente. Os redatores principais eram Nestor Rangel Pestana e Júlio de Mesquita Filho. Armando de Salles Oliveira já era um dos diretores da Socie-dade Anônima desde 1914, ao lado de Júlio de Mesquita, pai. Com a morte deste, em 1927, Armando de Salles Oliveira tornou-se presidente da empresa e Júlio de Mesquita Filho, diretor do jornal. São redatores, nessa época, Plínio Barreto, Paulo Duarte, Léo Vaz, Amadeu Amaral e Vivaldo Coaracy. Fernando de Azevedo ingressou na redação em 1923, permanecendo até 1926”. Pode-se afirmar que o núcleo do grupo não se alterou profundamente na década seguinte, uma vez que praticamente todos os nomes citados permaneceram atuantes no periódico ou por meio dele.
4 Segundo Nelson Jahr Garcia (1982, p.76), “o assalto à legalidade resultou da construção de uma visão caótica da sociedade brasileira, apoiada no clima de tensão, fomentado desde 1935, e na crise econômica que o país atravessava, o que parecia suficiente para justificar medidas autoritárias e repressivas”.
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sua ação política. Julio de Mesquita Filho, que já conhecera o exílio em 1932, pela sua participação na Revolução Constitucionalista, partira novamente, em novembro de 1938, rumo a Paris.
Mesmo exilado, contudo, o jornalista enviava diretrizes que se referiam aos problemas nacionais e internacionais e tentava ampliar sua rede de relacionamentos políticos com personalidades americanas, após a estada na França. Dessa forma, as ideias que os colaboradores defenderam nos comentários publicados a partir de abril de 1938 foram emitidas por ele antes da ocupação do jornal. Dessa data em diante, o periódico passara a órgão diretamente ligado ao Estado, e, apesar da censura e da presença de um diretor sob as ordens do DIP, as ideias de cunho abertamente democrático e antitotalitárias se mantiveram.
Não se pode esquecer, porém, que a essência do texto jornalístico é a efemeridade, a transitoriedade, a velocidade com a qual o autor é obrigado a construir suas reflexões. O desafio, nesse caso, era escre-ver ainda sobre o impacto dos acontecimentos e traçar considerações analíticas a respeito do assunto abordado. Vitórias retumbantes, cercos mortíferos, novos armamentos, tudo comentado critica-mente por uma série de jornalistas que tinham o ônus de espreitar o desconhecido. Nesse sentido, apropriando-se da definição que A. Piccarolo deu aos artigos escritos por F. Nitti (1933), reunidos em livro, cuja introdução ficou sob sua responsabilidade, os comentários “fotografam um passageiro modo de ser da política internacional”.
Pretende-se analisar, por meio dos comentários publicados pelo jornal O Estado de S. Paulo, os rastros deixados pelos colaboradores que, durante os anos de 1938 a 1945, interpretaram os aconteci-mentos do campo internacional como transformadores da realidade interna. Nesse sentido, não se trata de estudar os fatos que marcaram a Segunda Guerra Mundial, mas, sim, de demonstrar de que modo os articulistas construíram imagens que se firmaram ao longo do tempo e que destoavam, em grande medida, das diretrizes propugnadas pelo Estado Novo.
Nesse período, no qual, segundo Karl Dietrich Bracher (1989, p.10), “la política se convirtió en comunicación en el sentido de que la formación de una opinión pública, através de los médios masivos
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de comunicación, ha adquirido una importancia decisiva y de hecho hace historia en manos de políticos hábiles”, ter um espaço dedicado à análise dos acontecimentos inter(nacionais) possibilitava aos edi-torialistas a continuidade do embate contra o governo centralizador.
Assim, a partir dessa premissa, pretende-se verificar quais as representações que parte da elite paulista, reunida no jornal, cons-truiu a respeito do(s) contexto(s) de crise que o mundo vivenciou nas décadas de 1930 e 1940, uma vez que, como assinalou Tânia Regina de Luca (2008, p.158),
Ainda que tivessem adentrado o mundo dos negócios, os jornais não deixaram de se constituir em espaço privilegiado de luta simbó-lica, por meio do qual diferentes segmentos digladiavam-se em prol de seus interesses e interpretações sobre o mundo. Não por acaso, os vários órgãos da grande imprensa distinguiam-se pelo seu matiz ideológico, expresso nas causas e no público que pretendiam atingir.
A pesquisa iniciou-se com o exemplar de 20 de abril de 1938 quando, pela primeira vez, publicaram-se, com destaque gráfico, considerações sobre a situação internacional. A partir dessa data, esse tipo de recurso tornou-se diário, com breve interrupção apenas nos meses de janeiro e fevereiro de 1939, período em que figuraram no matutino esporadicamente.
Na grande maioria das vezes, tais informações eram alocadas na última página, ainda que, circunstancialmente, aparecessem na de abertura.5 A localização no interior da página, por sua vez, era
5 Ao analisar a literatura de cordel e as imagens que compunham os livros, Roger Chartier afirmou, sobre o lugar em que essas figuras foram inseridas: “colocada na última página, a imagem tem outra função, uma vez que permite fixar e cristalizar, em torno de uma representação única, aquilo que foi uma leitura entrecortada e muito fracionada. Fornece, assim, a memória e a moral do texto”. Dessa forma, não parece exagerado afirmar que os quadros publicados pelos colaboradores poderiam ser tomados como um espaço em que as desorganizadas notas acerca dos acontecimentos internacionais, que compunham a primeira página do jornal, eram ali analisadas e que simbolizavam essa “moral do texto”, de que fala o autor francês.
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fixa, conforme se observa nas figuras anexas (ver Figura 1). Nesse momento, a paginação era feita com nove colunas dispostas parale-lamente. Observe-se que o destaque deriva da junção de quatro ou três colunas em apenas duas, o que, de imediato, chamava a atenção do leitor e configurava o que poderia ser denominado de uma espécie de quadro.6 Roger Chartier (1990, p.127), ao estudar os textos e a história da leitura, assevera que “é necessário recordar vigorosamente que não existe nenhum texto fora do suporte que o dá a ler, que não há compreensão de um escrito, qualquer que ele seja, que não dependa das formas através das quais ele chega ao seu leitor”. Às vezes, esse quadro, costumeiramente publicado abaixo do título do jornal, era deslocado para a parte inferior da página, sem, todavia, abandonar o seu centro (ver Figura 3).
De 20 de abril de 1938 a 1o de dezembro de 1942 foram publicados 1.347 quadros que, até 17 de maio de 1939, não foram assinados. Na edição subsequente (18 de maio), surgiu o primeiro quadro assinado e, daí em diante, nota-se alternância entre assinados e não assinados. Na amostra estudada 1.067 (79,21%) não identificaram autoria e 280 (20,79%) o fizeram.
Entre os colaboradores que podem ser identificados havia:
• autores brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil; • notícias de agências internacionais, tais como Havas, Reuters
e United Press, cujos autores eram devidamente identificados e também artigos de líderes e de personalidades do cenário in-ternacional, distribuídos por essas agências. Do ponto de vista quantitativo, tal material era o mais representativo. Anexo, apresenta-se o rol completo dos colaboradores em função do número de vezes que figuraram no matutino.
6 Vale lembrar que, como têm afirmado vários estudiosos da área da história dos livros e da leitura, o suporte não é inocente. Segundo Chartier (1999a, p.138), por exemplo, “um romance de Balzac pode ser diferente, sem que uma linha do texto tenha mudado, caso ele seja publicado em um folhetim, em um livro para os gabinetes de leitura ou junto com outros romances, incluído em um volume de obras completas”.
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Pelo exposto, pode-se inferir que a maior relevância estava nos quadros não assinados. Vale lembrar que, entre os textos que têm autoria indicada, há somente um autor brasileiro (Affonso de Carva-lho) e nenhum jornalista que participava do núcleo do jornal. Nesse sentido, conclui-se que a grande maioria dos textos estava a cargo da redação do periódico, a essa época dirigido por Leo Vaz e tendo como redator chefe Plínio Barreto. Após a ocupação do matutino, em março de 1940, a incumbência de escrever sobre os acontecimentos da esfera internacional permaneceu com a redação. Isso porque, em flagrante tensão com os editoriais, que eram escritos ou super-visionados mais rigidamente pelo novo diretor, Abner Mourão, os comentários continuaram a apresentar os mesmos temas durante a intervenção protegidos, talvez, pela aparente distância da realidade brasileira que os textos aparentavam.
Em algumas oportunidades, os temas tratados configuram ver-dadeiras séries, já que eram retomados seguida e continuamente em várias edições. Entre os colaboradores brasileiros, o major e depois tenente-coronel Affonso de Carvalho, que figura com 24 textos assi-nados, foi o que mais vezes colaborou com a narrativa de sua viagem ao continente europeu. Ele dirigia a revista Nação Armada, cujo primeiro número foi publicado em 1938 e que reunia diversos setores da sociedade, tais como padres, intelectuais, além de representantes do Exército, em torno do tema da segurança nacional. Affonso de Carvalho era, segundo Paulo Duarte (1946, p.231-2), um admirador da Alemanha. No livro Prisão, exílio, luta... escrito como “síntese das minhas atividades contra a ditadura”, o autor afirma que ele seria “um militar inteiramente devotado aos nazis”.
No que concerne ao material vindo do exterior, os editores se-lecionaram e reproduziram largos trechos dos escritos de Hermann Rauschning, extraído do livro Hitler me disse; de Ralph Ingersoll, que viajou à Inglaterra e de lá remetia artigos intitulados Londres sob os bombardeios alemães; e o relato de James Roosevelt a Isabel Leighton e Gabrielle Forbush, Meu filho Franklin.
É importante notar que todas essas iniciativas guardavam relação direta com o momento que se atravessava nas relações internacionais.
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Assim, os escritos de Hermann Rauschning foram publicados entre janeiro e fevereiro de 1940, data em que a guerra estacionara na frente ocidental, apresentando aqueles que o autor julgava serem os principais objetivos do chanceler alemão. A série Londres sob os bom-bardeios alemães, publicada entre dezembro de 1940 e março de 1941, informava, a partir do testemunho ocular, quais as consequências dos ataques da Luftwaffe, a reação da população londrina aos ataques, as agruras da vida cultural, social e política inglesa nesse momento crítico em que a Inglaterra lutava sozinha contra a Alemanha.7
E, por último, Meu filho Franklin, que veio a público entre ou-tubro e dezembro de 1941, objetivava demonstrar a formação da personalidade do presidente dos Estados Unidos, figura-chave para o desenrolar dos acontecimentos mundiais.8 Chama a atenção o fato de a ocupação do jornal pela polícia varguista, em 25 de março de 1940, não haver modificado nem a estrutura nem o conteúdo dos quadros: a estratégia gráfica, a frequência e os colaboradores permaneceram os mesmos em 7 de abril, quando o matutino voltou às ruas.
Antes de discutir a origem e o conteúdo dos quadros publicados, é importante esclarecer como o próprio periódico se referia a esse material. Ao mencionar informação ou análises publicadas em nú-meros anteriores, os responsáveis valiam-se dos termos “boletim” (uma vez), “notas” (uma vez), “artigo” (oito vezes), “artiguete” (nove vezes) e “comentários” (dezessete vezes), o que mostra certa indecisão quanto à forma de intitular esse material diversificado e de difícil classificação pelos próprios jornalistas envolvidos na sua construção.
Vale destacar que essa forma de dar conta da realidade dos proble-mas do campo político internacional era muito diferente dos famosos Boletins Semanais, publicados durante a Primeira Guerra Mundial
7 No artigo que encerra a série, Ralph Ingersoll conclui, a partir do que assistiu, que “a batalha travada de oito a quinze de setembro, longe de haver provocado a debilidade da Inglaterra, significou a primeira derrota de grande envergadura infligida a Hitler em oito anos” (O Estado de S. Paulo, 13 mar. 1941, p.1).
8 A série foi retomada em 1942, quando voltaram a ser publicados excertos da mesma obra.
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e que foram escritos exclusivamente pelo proprietário do jornal, Julio de Mesquita. Os quadros, por sua vez, distinguiam-se pelo seu conteúdo variado, tanto podiam comentar discursos de chefes de Estado, notícias de outros jornais e transmissões radiofônicas das agências internacionais, livros que direta ou indiretamente tratavam da guerra e seus protagonistas.
Pode-se indagar por que, em 1938, o jornal se impôs à iniciativa de interpretar os acontecimentos internacionais. A justificativa foi expos-ta no primeiro comentário, datado de 20 de abril, no qual assinalava:
tão complexos, variados, inesperados, surpreendentes se sucedem atualmente os acontecimentos mundiais, que nem sempre serão possíveis à maioria dos leitores, naturalmente solicitados por outras preocupações, reter e coordenar tantos e tão díspares notícias, em uma síntese diária, que os instrua e lhes aproveite por forma mais duradoura. Assim, e sem descurar da parte meramente informativa, que terá o volume e a variedade de sempre, vamos oferecer doravante aos leitores, em notas como a que abaixo se insere, comentários aos casos mais significativos ou palpitantes da vida internacional, bus-cando por essa forma complementar uma seção que já de si tantas e honrosas referências nos tem merecido. Entregues esses comentários a colaboradores nossos, de toda competência e idoneidade, estamos certos de que os nossos leitores saberão avaliar condignamente mais este esforço que fazemos a fim de continuar a corresponder à prefe-rência com que tão cativantemente nos distinguem.9
As características que os comentários assumiram durante todo o período estudado foram aqui delineadas. Os leitores, absorvidos pelas tarefas diárias, não teriam tempo para “reter e coordenar” as notícias internacionais que estavam sob a responsabilidade de autores que os proprietários do jornal confiavam plenamente (“competen-tes” e de “idoneidade” insuspeitável). O argumento apresentado para justificar a iniciativa não pode ser dissociado dos interesses
9 Cf. “Roosevelt e as eleições”, O Estado de S. Paulo, 20 abr. 1938, p.14.
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dos responsáveis pela publicação. Afinal, cortar, selecionar, desta-car e ordenar não são tarefas isentas de intencionalidade. Trata-se de apresentar aos leitores uma dada apreensão dos fatos, que não se dissocia de uma visão de mundo, interiorizada e compartilhada com o grupo social que gravita em torno do periódico. Assim, os responsáveis pelo matutino tomaram para si o trabalho de organizar, reordenar e produzir uma “síntese” que viesse “complementar” a “seção” de notícias internacionais, que já existia. Não se tratava de fornecer novas informações, mas, sim, de (re)interpretar e apreender o contexto externo analiticamente,10 oferecendo ideias prontas a serem absorvidas sem questionamentos.
É importante ressaltar que os quadros diferiam das notícias esparsas e dispostas caoticamente nas páginas do jornal: por sua configuração gráfica, antes convidavam o leitor a recortar e guardar o material para posterior consulta. Note-se que a estratégia gráfica adotada pelos responsáveis ensejava que o texto fosse lido, recorta-do e guardado, e quiçá lido por outros, o que talvez confira a esses textos uma relevância maior do que a dos próprios editoriais que, possivelmente, eram descartados após a leitura.
Pode-se perguntar por que os responsáveis pelo jornal apostariam nessa iniciativa e que finalidades os moviam. As rápidas alterações no quadro externo justificariam tal decisão? Pode-se supor que a realidade interna também conferia ao período singularidade ímpar.11 O Brasil, presidido por Getulio Vargas, vivia sob o Estado Novo, regime de força no qual as liberdades democráticas foram seriamente restringidas.
Os responsáveis pelo jornal tinham que amargar aqui e além fronteiras a ascensão e o triunfo de regimes políticos que, em tese,
10 O apelo à relevância do jornal no que concernia, especialmente, à sua atuação como organizador dos complexos acontecimentos que convulsionavam as rela-ções internacionais não foi exclusividade dos comentários. Em outras páginas, durante a ocupação do matutino, publicaram-se imagens que sugeriam essa ideia. Ver, no Anexo, a Figura 4.
11 Como assevera Pierre Milza (1996, p.373), “crise dos valores, política interna e política externa mesclavam-se de forma complexa”.
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sempre combateram. O bravo matutino via seus princípios mais ca-ros ameaçados. A fim de interpretar e transmitir pedagogicamente aos leitores sua visão de mundo, os responsáveis pelos comentários trataram dos mais variados temas e assuntos. É importante ressaltar que, como toda pedagogia, as análises eram construídas a partir de velhos e arraigados preconceitos – como o posicionamento radical contra a Revolução Russa e seus resultados – e transmitiam os valores e ideologias pelos quais propugnavam.
Esses preconceitos, valores e ideologias chegavam ao leitor por meio dos escritos e das temáticas selecionadas. As principais fo-ram: a polarização democracia versus totalitarismo, a guerra e suas batalhas, a posição dos Estados Unidos e do continente americano diante do conflito e o futuro do Brasil e do mundo no pós-guerra. Na sequência, intenta-se mostrar como e de que modo essas temáticas foram construídas.
O Capítulo 1, “O Estado de S. Paulo e a defesa da democracia liberal (1938-1940)”, está subdividido entre: “Representações do político: a polarização democracia liberal versus totalitarismo” e “Os Estados Unidos e a América: as representações do processo de envol-vimento do continente no conflito”. Nele, pretende-se mostrar como os colaboradores apreenderam e construíram uma imagem do mundo dividido entre essas duas concepções políticas que se relacionavam diretamente com a situação brasileira e evidenciar o modo como os articulistas interpretaram esses dois momentos de hegemonia alemã no campo internacional.
O Capítulo 2, “O Estado de S. Paulo sob ocupação: permanência dos discursos (1940-1942)”, subdivide-se em outras três seções: “A queda da França”, “A batalha da Inglaterra” e “A invasão da União Soviética”. Nesta, intenta-se demonstrar como o periódico sustentava ideias políticas que se coadunavam com as tradicionais posições d’ O Estado de S. Paulo, tais como a postura anticomunista e a defesa de um viés liberal democrático no que se referia às relações internacionais do Brasil.
No Capítulo 3, “O Estado de S. Paulo: o debate em torno do pós-guerra (1942-1945)”, subdivido em duas seções, “O colapso
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totalitário e a luta pela redemocratização” e “O Brasil e o futuro”, pretende-se mostrar como os textos se tornaram cada vez mais con-tundentes na defesa do regime estadonovista num momento de luta pela redemocratização e de derrota dos totalitarismos na guerra. A periodização se justifica, uma vez que, para os colaboradores, após as derrotas em Stalingrado e na África, o destino do Eixo estava selado. Nesse sentido, espera-se que os comentários apresentem ao leitor argumentos que discorram sobre a vitória das democracias e que contribuam, dessa forma, para o retorno da democracia no Brasil, que ocorre justamente por conta dessa vitória.
1O ESTADO DE S. PAULO E A DEFESA
DA DEMOCRACIA LIBERAL (1938-1940)
Representações do político: a polarização democracia liberal versus totalitarismo
Tanto a França como a Inglaterra reconhecem estar diante de uma situação semelhante à que a Europa teve de enfrentar quando das amotina-das massas de 89 surgiu a figura de Napoleão Bonaparte.
(Julio de Mesquita Filho, “Democracia ver-sus Totalitarismo)1
Eu me implico solenemente com esse cumpri-mento coercitivo (que eu não exerci uma só vez) de um levantar de braços, dizendo Heil Hitler. Entretanto estive pensando numa coisa. Já que tanto arremedamos o estrangeiro, podíamos ado-tar coisa parecida no Brasil: dar uma banana e dizer: Getúlio!
Paulo Duarte em visita à Alemanha.
(Duarte, 1978, p.95)
1 Cf. “Democracia versus totalitarismo” in O Estado de S. Paulo, 9 abr. 1939, p.4.
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Em suma, soube o cordeiro enfrentar energi-camente o lobo. E no caso – acrescentamos com o máximo prazer – o valente e honrado cordeiro é nada mais nada menos que uma democracia cem por cento.2
O “grupo do Estado”, ao qual Armando Salles de Oliveira perten-cia, pôde colocar em prática seu projeto político-cultural, manifesto na inauguração da Universidade de São Paulo, que tinha por fina-lidade formar as novas classes dirigentes de que o país necessitava (Cardoso, 1982).3 Além disso, com esse cargo de ampla visibilidade, pretendiam chegar à presidência da República, à qual Armando Salles de Oliveira se candidatou, em 1937, na expectativa de que nas eleições que a Constituição de 1934 estabelecera para 1938 ele se sagrasse vencedor.
As tensões, todavia, recrudesceram. A tentativa frustrada dos comunistas de tomar o poder em 1935, no episódio que, pejorati-vamente, ficou conhecido como Intentona, foi utilizada por Getulio Vargas para mobilizar as forças conservadoras que apoiavam seu governo. Em 1937, o próprio Getulio (1995, v.II, p.36), ao descrever os problemas no que concernia às eleições, comentou em seu diário, a 20 de abril: “há uma acentuada fase de atividade política”.
Um plano que simulava outra ação política por parte dos comu-nistas foi forjado pelo capitão do Exército brasileiro Olímpio Mourão Filho e,4 por meio dele, justificaram-se as medidas restritivas por
2 Cf. “A Suíça, sentinela dos Alpes” in O Estado de S. Paulo, 25 ago. 1938, p.16. 3 Ainda segundo Cardoso (1982, p.19), “na construção de Júlio de Mesquita
Filho o espírito da Universidade aparece como baluarte na defesa contra o totalitarismo de direita, pois só assim contrastado pode aparecer como defensor da liberdade do pensamento e de expressão”.
4 Frank D. McCann (2007, p.525), ao estudar a participação do Exército no processo que culminou no golpe de novembro, afirmou que o capitão era “in-tegralista desde 1932, organizador da milícia paramilitar do partido, membro da câmara dos quatrocentos e, em 1937, chefe do serviço secreto integralista. E ele também estava a serviço do setor de inteligência do Estado-Maior do Exército! O capitão redigiu o documento que se tornou o Plano Cohen como uma simulação de golpe de estado comunista para um exercício defensivo dos integralistas.
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parte do governo, no meio da batalha eleitoral.5 Todos se voltavam para o Exército, que, desde 1889, tornou-se uma instituição cujo apoio era fundamental para o equilíbrio e a sustentação dos regimes.6 Ao rememorar esses dias turbulentos, Paulo Duarte (1977, v.6, p.1), integrante do grupo, assinalou:
Sempre os militares inquietando a Nação num momento em que se dava a prova mais segura e que nada perturbava a calma do País, que apenas manifestava o seu entusiasmo pelas próximas eleições. Eu continuava a ter razão na tese que Julinho contestava: a perniciosida-de da política militar. [...] desde a Proclamação da República, todas as inquietações políticas e sociais tinham a sua fonte nos quartéis.7
Plínio Salgado rejeitou-o para uso do partido por julgá-lo fantasioso demais. Mas o chefe do Estado-Maior do Exército, Góis Monteiro, aproveitou parte desse documento como justificativa para solicitar ao Congresso que tornasse a decretar o estado de guerra”. O autor assinala, ainda, que a partir do golpe “o Exército, nas pessoas de seus altos oficiais, fundamentou para a instituição o direito de ser o moderador nacional” (ibidem, p.547).
5 Stanley E. Hilton (1991, p.xi) demonstrou que a ameaça comunista foi determi-nante para a justificativa das ditaduras implantadas no Brasil entre 1937-1964. Segundo ele, “Had it not been for the Soviet threat, in all probability there would have been no Estado Novo, the eight-year dictatorship launched in November 1937, which constituted a forerunner for the authoritarian, military government installed twenty-seven years later”.
6 Segundo Eli Diniz (1997, p.98, 118), os militares foram “atores fundamentais na implantação e sustentação do Estado Novo”. Para ela, o Exército seria “um importante componente de um processo de centralização política, cujas dimensões transcenderiam os limites da corporação militar. Seria mais um ator, de peso não pouco expressivo, no questionamento do regime político liberal, considerado pelas novas lideranças militares como fator básico da indisciplina e fragilidade da organização durante a República Oligárquica”.
7 Armando Salles de Oliveira também recorreu ao Exército. Escreveu um manifesto que “endossado pela União Democrática Brasileira era dirigido ‘aos chefes mili-tares do Brasil’...”. Nesse documento, dizia o candidato: “Confio na palavra dos chefes militares que assumiram compromissos de honra com a nação. Ao Exército e à Marinha cumprirá montar guarda às urnas e velar por que o país obtenha nelas um governo de autoridade – de irrecusável autoridade moral, ao qual darão depois o seu firme apoio não só para a luta contra os totalitários, como para a obra de organização do Brasil. [...] A Nação está voltada para os seus chefes militares: sus-pensa, espera o gesto que mata ou a palavra que salva” (Duarte, 1977, v.6, p.54-6).
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Vale destacar que o discurso antimilitarista não foi uma caracte-rística desse período. Sueli Robles de Queiroz, ao estudar os jacobi-nos no surgimento da República, citou um trecho do editorial de O Estado de S. Paulo de 1897 que guarda profunda semelhança com o discurso de Paulo Duarte. No texto, encontrava-se:
O espantalho do militarismo paira sobre o povo como uma densa nuvem branca. Fantasiam-se conflitos, sonha-se com rebeliões e revoltas, receia-se a timidez do governo e igualmente se receia de sua parte qualquer ato de energia! Positivamente não há razões para este estado anômalo dos espíritos, mas do mesmo modo não há razões que consigam desvanecer neles as apreensões que os preo-cupam constantemente. Antes de tudo, o que a República precisa é prestigiar-se, é afastar do governo do Brasil a nota de instabilidade que lhe querem atribuir, mas, por fatalidade, sempre que as coisas tomam uma direção favorável, vem um incidente de caráter militar desviar essa direção.8
Em 10 de novembro, Getulio Vargas fechou a Câmara e o Senado Federal e, por meio de discurso à nação, inaugurou o Estado Novo. Para seus colaboradores, o Brasil não poderia ficar à mercê das dis-putas políticas mesquinhas, dos conchavos entre Estados que preten-diam a hegemonia de todo o país. Era necessário unificar novamente o Brasil. Para demonstrar isso, realizou-se uma cerimônia no Rio de Janeiro, na Praia do Russel, na qual se queimaram todas as bandeiras estaduais, em sinal do fim dos partidarismos e do surgimento de um Brasil forte e coeso.
Para os derrotados, o país caminhava para o campo totalitário, inserindo-se na órbita dos regimes de força, que não se pautavam pelos princípios que a Revolução Francesa estabelecera e tampouco pelo liberalismo, tão condenado pelos ditadores europeus. O fracasso político redundante do golpe condensou os representantes do grupo paulista na condição de opositores ao Estado Novo.
8 Cf. O Estado de S. Paulo, 29 maio 1897, p.1 (Apud Queiroz, 1986, p.53).
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Por meio das memórias deixadas por Paulo Duarte (1977, v.6, p.85) podem-se entender melhor os diversos significados e sentidos assumidos por essa oposição se traduziu e, ainda, compreender como ocorreram as cooptações de intelectuais e órgãos da imprensa que se adequaram à nova orientação política do Brasil. Segundo ele,
A vaga de adesões se engrossa com os mais expressivos nomes de defensores da dignidade de São Paulo... E o “Correio Paulistano”, com o mesmo entusiasmo patriótico com que se batia pela liberdade, bate-se agora por Getúlio... [...] publica todos os dias os telegramas enviados pelos seus correligionários ao chefe do governo fascista... (ibidem)9
O jornal Correio Paulistano era dirigido por Abner Mourão e, durante a Revolução de 1930, permaneceu fiel ao governo de Wa-shington Luís e condenou os revoltosos que propunham a entrega do poder a Getulio Vargas. Essa mudança de perspectiva, de opositor a colaborador com o regime nascente, teve consequências funestas para o jornal O Estado de S. Paulo, pois, em 1940, Abner Mourão foi designado para assumir o cargo de diretor do jornal ocupado. E vale lembrar que, em 1930, o Estado bateu-se pela Revolução
9 Entre os intelectuais que aderiram estava Menotti del Picchia, severamente cri-ticado por Duarte. Segundo o ex-deputado paulista: “Para muitos se constituiu surpresa a adesão de Menotti del Picchia dada através de um artigo no Diário de S. Paulo (jornal de Chateaubriand), no dia 1o de dezembro, escrito com a tinta do conformismo. Uso raramente um palavrão, mas casos há em que só a coprolalia ou a coprografia pode exprimir-se com bastante precisão. E aí está um caso típico. O Menotti não é conformista por necessidade imposta pela miséria ou pela desgraça. É por temperamento. E ei-lo, engavetando a volúpia com que cortejava o Armando, para vestir a túnica encardida da subserviên-cia sem convicção. Diz ele que o Estado Novo fez o milagre de instituir tudo quanto a sua famosa ‘Bandeira’ preconizava. E vai por aí naquele tom que a gente não sabe se compromete mais o bajulador ou o bajulado. Eu tinha razão por não acreditar nessa ‘Bandeira’. Certamente fará carreira. Muitos ficaram surpreendidos. Eu me surpreenderia se se desse o contrário. E até ele demorou muito para retratar-se outra vez...O seu manifesto até pelo título se revelava: ‘Brasil Novo’...” (Duarte, 1977, p.86).
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(Sodré, 1999, p.371). Outro aspecto dessa complexidade é a que se evidenciou do suporte, ainda que, em alguns casos, involuntário, recebido pelo governo dos partidos paulistas. Segundo Plínio de Abreu Ramos (1980, p.208),
todos os partidos foram cúmplices do golpe de 10 de novembro: o PRP, porque apoiou a ditadura em troca da interventoria paulista, do Ministério da Agricultura e do Departamento Nacional do Café; o Partido Democrático, pelo fato de ter condicionado seu apoio ao regime discricionário de Vargas, em sua primeira fase, à indicação do professor Morato para os Campos Elíseos; o Partido Constituciona-lista, pelas iniciativas que tomou, de elaborar, defender e justificar todos os atos de exceção que atormentaram a nação nos anos de 1935 e 1936, preparatórios de triunfo do Estado Novo.
Com a instauração de um regime de exceção não tardaram as retaliações ao jornal que Julio de Mesquita Filho dirigia desde a morte do pai, em 1927. Paulo Duarte (1977, v.6, p.100) citou o caso de Vivaldo Coaraci que pode ser interpretado como pródromo da ofensiva sofrida por elementos liberais no governo de exceção: “No dia seguinte, porém, veio um censor à redação do jornal para proibir definitivamente a colaboração de Vivaldo Coaraci... A violência e a estupidez dos caudilhos começa a entrar em casa...”.
Aqueles que, todavia, tiveram a trajetória política interrompida pelo golpe não permaneceram calados nem tampouco desarticulados. O grupo coordenava ações contra o governo recém-instituído, tanto na legalidade quanto na clandestinidade. Uma dessas atividades era a publicação de um jornal de resistência intitulado “Brasil”, de res-ponsabilidade de Paulo Duarte e Julio de Mesquita Filho. Segundo o ex-deputado paulista,
Nesse mês de janeiro aparecia por toda parte, principalmente em São Paulo, em Minas e no Rio, um pequeno jornal de oito páginas, muito bem impresso, ilustrado de fotografias e caricaturas, com o título de “Brasil”. [...] “Brasil” era feito por Julio de Mesquita
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Filho e Paulo Duarte, auxiliados por um grupo de pessoas seguras encarregadas da sua distribuição... (ibidem, p.120-1)
A luta contra o governo prosseguiu em diversas frentes. Mesmo fora da disputa pelo poder, Armando Salles de Oliveira continuou seu trabalho político e confabulava com personalidades contrárias ao governo cada vez mais autoritário de Getulio Vargas. Paulo Duarte (1977, p.285) afirmou que ele, mesmo quando os incômodos da polícia tornaram-se frequentes, se encontrava diariamente com o ex-candidato a presidente. Nas suas palavras, Armando estava
disposto a trabalhar duro contra a ditadura, seja em que condições for. E ele, a não ser caso fortuito, acabará mesmo dirigindo o Brasil. Para isso, está constituindo equipes. Todos os problemas nacionais, ou grande número deles, já começaram a ser estudados, sob a direção de pessoa altamente competente, como os problemas econômicos estão com o Clóvis Ribeiro. Acaba ele de me designar para os pro-blemas culturais. O Instituto Nacional de Cultura acha-se cada vez mais a caminho. Já convoquei, pedindo estudos e artigos, diversas pessoas. Almeida Júnior, Fernando Azevedo, Anísio Teixeira, Juli-nho e Chiquinho Mesquita, Henrique da Rocha Lima, Dreyfus, o grupo do Departamento de Cultura, o grupo de professores estran-geiros, Lauro Travassos, Álvaro Miguel Osório de Almeida e outros; a todos já escrevi pedindo determinados estudos e pesquisas, sob o pretexto de um inquérito sobre sistemas educativos e culturais, para o “Estado”. Se a oportunidade vier logo, estaremos preparados.
Nas memórias de Paulo Duarte (1977, v.6, p.169) a situação brasileira foi articulada aos acontecimentos que marcaram o cenário político internacional na década de 1930. Não hesita em caracterizar o ambiente local como nojento. Veja-se, a título de exemplo, sua análise sobre a União Soviética de Josef Stalin:
É realmente uma coisa horrorosa o que se passa na Rússia atual-mente. Stalin liquida os últimos construtores do regime comunista.
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Agora, Vichinsky, Procurador da Justiça, manda para o fuzilamento as figuras de Rykov, Bukharine, Krestin, Rakovsky, Yagoda e outros. As acusações são todas mentirosas e Vichinsky sorri sinistramente quando os acusados, certamente dopados, se comprometem nos seus depoimentos. O governo fascista de Vargas convidou o democrata Osvaldo Aranha para seu ministro do exterior e o democrata Osvaldo Aranha aceitou...
Após inúmeras prisões, Paulo Duarte (1977, p.119) foi para o exílio, juntamente com Julio de Mesquita Filho. Dos amigos recebia correspondência, narrando a situação brasileira, como a enviada por Sérgio Milliet, que se referiu à desordem que reinava no Estado que “tem diretores demais e nenhum chefe. Todos mandam e ninguém manda e o que manda menos ainda é o redator-chefe do jornal, o Léo”.
A situação motivou missiva de Julio de Mesquita Filho ao irmão, Francisco Mesquita, na qual demonstrava preocupação com os ru-mos que o matutino tomava:
Chiquinho. Há tempos estava para escrever para você e ao Char-lot, a respeito do Estado. Não o fiz, entretanto, devido à minha situação de exilado e por não querer dar a impressão de que mesmo de longe pretendia fazer valer os meus pontos de vista. Pensando melhor, porém, resolvi passar por cima dos escrúpulos, para expor algumas falhas que me parecem demasiadas. [...] A colaboração do Estado andava ultimamente elevada demais, não há dúvida. Isso não quer dizer, entretanto, que a rebaixemos às condições do Diário de S. Paulo ou Folha da Manhã. Não vai nisso nenhuma censura ao nosso Léo, ao qual você de maneira nenhuma deve mostrar essa carta. Mas ele é por natureza cético e incapaz de esforço e incômodos a que não pode fugir o diretor que queira manter as posições de elevação e cultura do Estado. (ibidem, p.120-1)
A carta mostra que, mesmo exilado, Julio de Mesquita Filho preocupava-se com as diretrizes do seu jornal. Os problemas decor-
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rentes da censura e da desorganização transparecem em outra carta que enviou à esposa, Marina Mesquita, na qual comentava:
Antes de terminar: a rotogravura do Estado publicou um quadro do Teodoro Braga, indivíduo sem valor algum e nosso ferrenho ini-migo, pois foi um dos signatários da petição inicial do processo-crime que o Lopes Leão e outros moveram contra mim. Não é a primeira vez que vejo coisas dessa no Estado. É triste para mim e desmorali-zante para o jornal. Então, quem está a frente da redação não sabe quais são os nossos inimigos e quais os amigos?10
No entendimento de Julio de Mesquita Filho, assim como no de Paulo Duarte, o Exército desempenhava um papel deletério na política brasileira. De acordo com o primeiro,
se o Exército quisesse compreender o seu verdadeiro papel e o sig-nificado profundo do momento histórico em que vivemos, o Brasil poderia estar hoje transformado numa das maiores forças morais da humanidade, com certeza na única potência de primeira ordem da América Latina. Bastar-lhe-ia obrigar a nossa permanência dentro da política que nos estão a ditar todas as nossas tradições históricas e a execução não só das diretrizes diplomáticas que nos legou o barão do Rio Branco de íntima colaboração com os Estados Unidos, como das que, mais tarde um pouco, foram tão admiravelmente traçadas por Rui Barbosa na sua magistral conferência pronunciada na Fa-culdade de Direito de Buenos Aires, diretrizes que determinam a nossa entrada na guerra de 1914-1918 ao lado das democracias.11
Julio de Mesquita Filho fez do exílio uma oportunidade de con-tinuar a sua luta política. Ele considerava-se “em campanha e na obrigação de trabalhar sem descanso pela causa”.12 Encontros com
10 Carta a Marina Mesquita, Buenos Aires, 5 dez. 1939 (in Mesquita Filho, 2006, p.128).
11 Cf. Carta a Marina Mesquita, 14 fev. 1940 (in Mesquita Filho, 2006, p.139). 12 Cf. Carta a Marina Mesquita, 2 jun 1939 (in Mesquita Filho, 2006, p.112.
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personalidades influentes de Washington, palestras em Universi-dades, artigos na imprensa mundial foram as armas que ele utilizou em sua “missão política”.
No Brasil, os responsáveis pelo jornal levavam a cabo a mesma luta contra o regime de novembro. Ela também se expressou por meio de quadros que, inseridos diariamente e em flagrante destaque, discorriam sobre os acontecimentos do campo político internacional e alertavam os leitores para os males dos totalitarismos, de direita e de esquerda. Desde abril de 1938, data em que o primeiro foi publi-cado, os comentários colocaram-se abertamente a favor dos regimes democráticos num contexto em que a polarização entre democracia e totalitarismo era candente.
A polarização foi um tema recorrente nas páginas do matutino. Para os colaboradores, essa tensão tornou-se o mote para explicar as constantes mudanças e rearranjos do cenário internacional. O jornal defendera, desde a sua fundação em 1875, uma democracia ancorada nos ideais liberais.13 Todavia, em 1938, ano em que se iniciou a pu-blicação dos comentários, o liberalismo político era um regime sob forte contestação.14
Na Europa da década de 1920, assistiu-se ao fortalecimento dos regimes autoritários e, na seguinte, raros eram os países que profes-savam o liberalismo. De acordo com François Furet (1995, p.16), “não existe antes do século XX governo ou regime ideológico. [...] Hitler, por um lado, e Lênin, por outro lado, fundaram regimes desconhecidos antes deles”. Raymond Aron (1966, p.296), por sua vez, escreveu que,
13 Não se pode esquecer, porém, de que esse liberalismo defendido pelos respon-sáveis pela publicação era, no entender de Maria Helena Capelato (1989, p.24), autoritário. Segundo a autora, “o liberalismo é ao mesmo tempo democrático e autoritário”.
14 Segundo Ernst Nolte (1971, p.94), os ataques do fascismo ao liberalismo e à democracia de partidos teve início bem antes dessa data. Já em 1922, segundo o autor alemão, “Mussolini hablaba con menosprecio em um artículo del ‘cadáver más o menos putrefacto de la diosa Libertad’, por encima del cual el fascismo volveria a pasar si fuera necesario”.
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Os regimes não se tornaram totalitários por uma espécie de treino progressivo, mas, sim, a partir de uma intenção original: a vontade de transformar fundamentalmente a ordem existente em função de uma ideologia. Os traços comuns aos partidos revolucionários que chegaram ao totalitarismo são a amplitude das ambições, o radica-lismo das atitudes e o extremismo dos meios.15
A crítica dos fascismos aos regimes liberal-democratas incidia, especialmente, sobre o sistema de partidos16 e a ideia de liberda-de manifesta nestas sociedades. Segundo Karl Dietrich Bracher (1989, p.120),
Comparado con ideologias estatísticas y socialistas más coherente-mente autosuficientes, el liberalismo demostraba menor rigidez ideo-lógica y mayor tolerância frente a otras corrientes. Esto concordaba,
15 Para Friedrich & Brzezinski (1965, p.18) há, necessariamente, seis caracterís-ticas que classificam um regime como totalitário: “A ‘síndrome’ ou padrão de aspectos inter-relacionados, da ditadura totalitária, consiste em uma ideologia, um partido único tipicamente dirigido por um só homem, uma polícia terrorista, um monopólio de comunicações, um monopólio de armamentos e uma economia centralizada”.
16 Segundo Hannah Arendt (2004, p.358-9), “os movimentos totalitários obje-tivam e conseguem organizar as massas – e não as classes, como o faziam os partidos de interesses dos Estados nacionais do continente europeu, nem os cidadãos com suas opiniões peculiares quanto à condução dos negócios públicos como o fazem os partidos dos países anglo-saxões. Todos os grupos políticos dependem da força numérica, mas não na escala dos movimentos totalitários, que dependem da força bruta, a tal ponto que os regimes totalitários parecem im-possíveis em países de população relativamente pequena, mesmo que em outras condições lhe sejam favoráveis. Depois da Primeira Guerra Mundial, uma onda antidemocrática e pró-ditatorial de movimentos totalitários e semitotalitários varreu a Europa: da Itália disseminaram-se movimentos fascistas para quase todos os países da Europa central e oriental (os tchecos – mas não os eslovacos – foram uma das raras exceções); [...] Ditaduras não totalitárias semelhantes surgiram, antes da Segunda Guerra Mundial, na Romênia, na Polônia, nos Estados Bálticos (Lituânia e Letônia), na Hungria, em Portugal e, mais tarde, na Espanha”.
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por supuesto, con su nombre y autoimagem, perto también lo hacía parecer inconsecuente y dispuesto a compromisos, oportunista y falto de princípios. Su teoria econômica perdió, además, mucho de su validez con la economia de guerra y las crisis de la posguerra.
Entre eles estavam a França e a Inglaterra, reconhecidas pelos articulistas como lídimos baluartes da democracia. No campo oposto, a Alemanha e a União Soviética, seguidas da Itália, apareciam como os representantes do totalitarismo. Karl Dietrich Bracher (1989, p.73-4), ao estudar as ideologias que dominaram o campo político no século XX, assinalou que:
Las religiones políticas del autoritarismo y totalitarismo fueron sobre todo y sin excepción antiliberales; estaban dirigidas contra el individuo y su razionamiento. Los desafios al liberalismo político y las declaraciones de que estaba muerto habian sido frecuentes aún en la época en que floreció plenamente en las esferas culturales y económicas en el transcurso de un siglo a outro.
No caso do jornal O Estado de S. Paulo, o posicionamento ao lado dos países que compunham o campo democrático, além de se coadunar com uma postura histórica assumida pelo matutino, simbolizava também a radical discordância com os dirigentes da política brasileira.
Em relação à dicotomia existente entre essas duas concepções de mundo, o matutino não titubeava e se postava ao lado dos países que lutavam contra os totalitários. Analisado à luz dos acontecimentos políticos internos, esse posicionamento ganhava ainda mais relevân-cia, uma vez que o regime inaugurado a dez de novembro por Getulio Vargas não se pautava por esses ideais.
Em novembro de 1938, outro acontecimento colocou em opostos os jornalistas de O Estado de S. Paulo e o governo varguista: o segun-do exílio de Julio de Mesquita Filho. O proprietário do periódico, que deixou o país em 1932, em razão de sua participação na Revolução Constitucionalista, enfrentava novamente o degredo.
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Ele partiu para Paris, juntamente com outros amigos,17 de onde enviava artigos para o jornal, que versavam sobre os problemas europeus, e cartas para a família, especialmente para sua esposa, Marina. Nelas, o jornalista revelava apreensão com os rumos que o regime estadonovista tomava e, especialmente, mostrava que a sua permanência no exterior tinha a finalidade de tentar minar a imagem do governo brasileiro no exterior.
Na sua estada nos Estados Unidos, Julio de Mesquita Filho reuniu-se com diversos representantes do governo norte-americano e com personalidades que compunham o campo intelectual daquele país no intuito de apresentar um contradiscurso elaborado pelo chan-celer Oswaldo Aranha sobre o Brasil de Getulio Vargas e denunciar a proximidade do Estado Novo com os regimes que compunham o campo totalitário.
Numa das cartas enviadas daquele país à sua esposa, Julio de Mesquita explicava como transcorria a sua autointitulada “missão política”:
Estou convencido de que me saí muito bem e que abri brechas comparáveis ao prestígio do Osvaldo, que é (era) inacreditavelmente grande, aqui. [...] Sem gabolices idiotas, posso afirmar que destruí muito do que ele conseguiu, o que não era difícil, dado o incalculável fundo de honestidade de que é dotado este excelente povo.18
17 O jornal publicou, em editorial, no dia 1º de novembro de 1938, a seguinte notícia: “Seguem amanhã para Santos, onde embarcarão no vapor ‘Lipari’ com destino ao Havre, os srs. drs. Armando de Salles Oliveira, ex-governador do Estado, e Júlio de Mesquita Filho, diretor do ‘Estado de S. Paulo’. Tencionam fixar residência em Paris. Este seria o primeiro êxodo do grupo em torno do jornal”. No dia 22 de novembro de 1938, em outro editorial, afirmava-se: “Segue hoje para a Europa, a bordo do vapor ‘Monte Pascoal’, o dr. Paulo Duarte, nosso antigo e apreciado colaborador e ex-deputado da extinta Assembleia Legislativa do Estado”. Assinale-se que o jornalista conheceu o exílio logo após a Revolução Constitucionalista, entre outubro de 1932 e novembro de 1933.
18 Carta a Marina, Washington, 26 de maio de 1939 (in Mesquita Filho, 2006, p.105).
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O dono do periódico visitou, ainda, Universidades e políticos em nome da “causa” que defendia. Ao analisar o material publicado no jornal, não se pode abstrair esse contexto, que por certo estava no horizonte dos colaboradores e responsáveis pela publicação. Dessa forma, a luta desdobrava-se em duas frentes: uma no exterior, com a campanha que Julio de Mesquita Filho desenvolvia nos Estados Unidos, na qual tentava chamar a atenção para o que julgava como incoerências e equívocos cometidos pelo governo de Roosevelt, que apoiava Vargas, e a outra por meio do próprio jornal, que, num contexto de restrição à liberdade de expressão, tentava, dentro dos limites possíveis, apresentar ao leitor uma visão crítica da política externa e interna.
O governo centralizador do Estado Novo, todavia, não poderia prescindir de um órgão que controlasse não somente a imprensa, mas que coordenasse todas as atividades culturais e de celebração do regime. Esse órgão, o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), fundado em dezembro de 1939, era, na verdade, o resultado de vários outros do mesmo gênero existentes desde o início da década de 1930.19 Segundo Maria Helena Rolim Capelato (1998a, p.70), “o DIP foi fruto da ampliação da capacidade de intervenção do Estado no âmbito dos meios de comunicação e da cultura. Tinha como função elucidar a opinião pública sobre as diretrizes doutrinárias do regime; em atuar em defesa da cultura, da unidade espiritual e da civilização brasileira”.20
Nesse sentido, havia interesses sobrepostos que se relacionavam e interferiam diretamente no processo de escritura dos textos publi-cados: a censura, o exílio do proprietário do periódico e a conjuntura
19 Segundo Lucia Lippi Oliveira, sabemos que o governo Vargas implementou uma política de propaganda ao criar, em 1931, o Departamento Oficial de Propaganda; em 1934, o Departamento Nacional de Propaganda e Difusão Cultural; e, por fim, em 1939, o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) (cf. Bomeny, 2001, p.37).
20 Sobre a evolução do DIP, afirma Silvana Goulart (1990, p.13) que “o DIP foi, portanto, o resultado dessa tendência progressiva à qual correspondia a ascensão do autoritarismo e da centralização de poderes pelo Estado”.
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internacional descrita a partir da situação do campo político interno. Os textos apresentaram ao leitor um mundo dividido entre duas ideo-logias radicalmente distintas: a totalitária e a democrática. No pri-meiro caso, os responsáveis pela publicação ensinavam a sua origem e evolução ao longo do tempo. No dia 9 de julho de 1940, lia-se que:
Pode-se afirmar, sem receio de contestação, que o totalitarismo teve a sua origem remota na Action Française, onde pontificavam com brilho inexcedível Charles Maurras e Leon Daudet, que, por artificiosas abstrações, conciliaram o absolutismo monárquico com as doutrinas revolucionárias de P. J. Proudhon.21
Em 18 de dezembro acrescentaram, como precursoras desse regi-me político, as obras dos autores considerados por eles como os “me-tafísicos da violência”: “Maritain, Barres, Maurras, Daudet, da ex-trema direita; e Sorel e Valois, da extrema esquerda...”.22 No segundo caso, os textos ressaltavam a superioridade da democracia, na grande maioria das vezes, comparando-a ao regime totalitário. Assim, no dia 11 de outubro de 1938, o comentário traçava o seguinte paralelo:
Na política há uma luta dentro de outra. Por um lado as demo-cracias opõem-se aos totalitários, fascistas, nazistas ou comunistas, e procuram defender a liberdade individual, a liberdade de expressão,
21 Cf. “Política francesa” in O Estado de S. Paulo, 9 jul. 1940, p.14. É interessante citar que, no livro Three Faces of Fascism, Ernst Nolte (1966) inicia o estudo dos fascismos justamente pela Action Française.
22 Cf. “França e Romênia” in O Estado de S. Paulo, 18 dez. 1940, p.14. Entre os “metafísicos da violência” estava ainda o escritor Oswald Spengler, autor do livro A decadência do Ocidente. Vale destacar que, para Hannah Arendt (2004, p.522), “as Weltanschauungen e ideologias do século XIX não constituem por si mesmas o totalitarismo. Embora o racismo e o comunismo tenham se tornado as ideologias decisivas do século XX, não eram, em princípio, ‘mais totalitárias’ do que outras; isso aconteceu porque os elementos da experiência nos quais originalmente se baseavam – a luta entre as raças pelo domínio do mundo e a luta entre as classes pelo poder político nos respectivos países – vieram a ser politicamente mais importantes que os das outras ideologias”.
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a liberdade de ação, contra a arregimentação, a propaganda dirigida e o passo de ganso.23
Em outra oportunidade, a diferente concepção de liberdade peculiar a cada regime foi tema de análise de um dos colaboradores, segundo o qual:
as democracias proclamam que seu ideal político se confunde com o da liberdade. E, entretanto, ei-las obrigadas a adotar uma linguagem de combate. A verdadeira liberdade só será possível num mundo onde o valor do indivíduo e a sua dignidade não sejam postos em jogo. [...] Os fascismos também estão convencidos de que defendem a liberdade. Não precisamente a do indivíduo, mas a da nação. [...] Fala-se, então, de “governo de massas” e de “ditadura do proleta-riado”. Haverá em tudo isso alguma liberdade? Todos dizem que a sua hora soará mais tarde. Dizem: “Sejamos primeiro escravos, pra depois conquistarmos a liberdade”. A expectativa da escravidão, tanto da direita como da esquerda, constitui a primeira fase de um plano que está correndo o risco de não ser realmente quinquenal. O ideal oferecido às gerações atuais é a servidão, não importa a que. [...] Afinal de contas, cada povo sofre o gênero de escravidão que merece.24
Os paralelos traçados pelos responsáveis também tratavam das várias formas de se obter unanimidade nos distintos regimes. Na concepção deles, por exemplo,
quando Hitler fala, ninguém pesa em dizer: “palavras da Alemanha”. Quando fala Daladier, trata-se não somente de “palavras de França”, mas de “palavras da França”. Entretanto a aparente unanimidade está ao lado das ditaduras e a divisão do lado das democracias. [...] A una-nimidade mecânica e artificial das ditaduras não consegue absoluta-mente fazer com que a voz de Hitler seja a voz da Alemanha; e as dis-
23 Cf. “As forças em luta” in O Estado de S. Paulo, 11 out. 1938, p.18. 24 Cf. “As democracias e a liberdade” in O Estado de S. Paulo, 17 jul. 1938, p.10.
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cussões espontâneas e higiênicas, das democracias, não impedem que quando fala Daladier tenha ele a França inteira atrás de si. Grandeza e fraqueza das democracias! Grandeza e fraqueza das ditaduras!25
Outro elemento presente nos comentários era o maniqueísmo, a separação entre as forças do campo democrático, que se retratava como sendo as do bem e as do campo totalitário, consideradas as do mal. O artigo intitulado “O isolamento da Alemanha e da Itália” apresentava tal dicotomia:
se a Alemanha, ou melhor, se Hitler malograr no seu intuito de rein-corporar Dantzig à Alemanha, ao seu modo, nas condições impostas por ele e no momento que escolher, é difícil ver como poderá manter o seu prestígio antes as turbas alemãs e a fé em sua pessoa, como salvador da Alemanha. [...] Se assim for, as forças do bem talvez consigam deter os agressores sem guerra e num ambiente de paz, embora armada, possam resolver-se os problemas básicos de que decorre o mal-estar que se traduz em armamentismo e belicosidade.26
Em 1938, o cenário internacional dividia-se entre a Alemanha, que a partir de 1936 iniciara um processo de reconquista das posi-ções perdidas em consequência da derrota na Primeira Guerra e do Tratado de Versalhes, a Itália, que em 1935 invadiu a Abssínia, na tentativa de recriar um Império, a Rússia, que, distante do palco em que as tensões sentiam-se com mais gravidade, observava atenta às movimentações das outras nações, e as potências que compunham o campo democrático, França e Inglaterra, que lutavam pela manu-tenção do status quo.27
25 Cf. “A verdadeira e a falsa unanimidade” in O Estado de S. Paulo, 14 maio 1939, p.32.
26 Cf. “O isolamento da Alemanha e da Itália” in O Estado de S. Paulo, 14 maio 1939, p.32.
27 Não se pode olvidar que também durante esse período ocorreu a Guerra Civil Espanhola, conflito que pode se denominar de síntese e prelúdio de tudo o que aconteceu posteriormente no continente europeu.
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A partir da interpretação dos acontecimentos que se desenrola-vam na esfera externa, os responsáveis pela publicação criaram, para cada uma dessas potências, às quais têm-se de acrescentar os Estados Unidos e o Japão, imagens que se fortaleceram ao longo do tempo. Nesse longo processo de formação de opinião, diversos elementos se combinavam das mais variadas maneiras para compor o quadro que desejavam expor. Entre esses elementos destacaram-se os paralelos com a guerra anterior, a história e os grandes heróis do passado, tais como Napoleão e Alexandre Magno, por exemplo.
Antes do início da guerra, os artigos destacaram a política de apaziguamento franco-britânica e as exigências e métodos alemães como os principais problemas do campo internacional. No primeiro caso, os colaboradores faziam severas críticas aos governantes desses países advertindo-os do perigo a que se expunham e propunham, como solução, a ação. Durante a crise tchecoslovaca, entre maio e setembro de 1938, se lia que: “As democracias, diante do caso da Tchecoslováquia, ainda hão de reconhecer que atualmente, para evitar a guerra, a melhor maneira é aceitar-lhe a ideia”.28
Meses depois, ainda sob a tensão de uma guerra, os articulistas sintetizavam: “os adversários da Alemanha na Europa têm apenas uma alternativa: aceitar a guerra, pondo de lado a ideia de paz, ou desistir da paz de 1918 sem combate”.29 Ao mesmo tempo que criticavam a morosidade da política franco-britânica, os responsá-veis pela publicação contribuíam para a imagem da Alemanha que lentamente se formava. Nesse período, ela poderia ser sumarizada pelo comentário publicado no dia 9 de setembro, no qual se lia que:
com os canhões verbais assestados contra a democracia, o comércio livre, a liberdade individual e o cristianismo, com os canhões de verdade apontados contra a Tchecoslováquia e com as costas para o resto do mundo, a demonstração da grande Alemanha ou é uma
28 Cf. “A Europa escapa novamente à guerra” in O Estado de S. Paulo, 29 maio 1938, p.32.
29 Cf. “Revolta ou plebiscito” in O Estado de S. Paulo, 16 set. 1938, p.14.
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demonstração de força ou um “bluff”. Ambos, casos perigosos para a humanidade.30
Um outro perigo, na concepção dos jornalistas, consubstan-ciou-se na união da Alemanha e da Itália quando da formação do eixo. Para eles,
a nova aliança político-militar da Itália e da Alemanha torna-se o “alerta” final e decisivo. [...] Terão as chancelarias das democracias e dos povos livres que adotar a astúcia da serpente e a incredulidade do perfeito cético que nada acredita? Não existirá mais sinceridade in-ternacional e a palavra dada não terá mais valor ou lugar nas relações entre os povos? Teremos que presumir que tudo quanto dizem é pura falta de verdade para não dizer o que realmente é? [...] Agora, porém, não deve haver dúvida quanto às relações ítalo-germânicas e sobre esse ponto se pode encerrar um capítulo. [...] Não que se preveja nada de imediato. Mas amanhã, daqui a um ano, ou dez anos, o “eixo”, que agora tomou corpo, constitui uma ameaça à humanidade.31
Os responsáveis pela publicação sempre foram inequivocamente contrários à Alemanha e o que ela representava. Assim, quaisquer atos, discursos e características provenientes daquele povo ou cul-tura serviam como suporte para novas e duras críticas. No dia 30 de agosto de 1938, o texto não assinado assim se referia a uma nova iniciativa germânica:
Tudo se aprende, até a arte de ser “Führer”. Deu-nos o nosso tempo uma prova cabal da grandeza e da miséria da educação. [...] Como quer que seja, os regimes totalitários, preocupados com as contingências do momento, vão tratando de amoldar ao seu feitio ao menos as gerações presentes. Não basta porém modelar o conjunto, é também necessário modelar modeladores – daí a escola de Führers.
30 Cf. “Bluff ou...?” in O Estado de S. Paulo, 9 set. 1938, p.14. 31 Cf. “Seriedade internacional” in O Estado de S. Paulo, 9 maio 1939, p.16.
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[...] O regime nacional-socialista fundou “Escolas de Führers” em Croessia (Pomerânia), Vojelsang (Eifel), Southaven (Baviera) e Marienburgo (Prússia Oriental). Um dia, na intimidade, mostrou o chanceler do Reich receios de ver-se a braços coma falta de chefes moços e dignos de confiança. Evocando então Rosemberg, que é de origem báltica, os Cavaleiros da Ordem Teutônica, antigos con-quistadores, colonizadores e cristianizadores da Prússia Oriental, o dr. Ley, inspirando-se nas sugestões de Rosemberg, prontificou-se a satisfazer o desejo do chanceler. [...] Organizaram-se, pois, na Alemanha, as “Escolas Adolf Hitler”, estabelecimentos de ensino secundário destinados expressamente a formar os melhores alunos exclusivamente “para servirem ao regime”. [...] Escolhidos para constituírem a casta dominante, recebem os alunos desses centros a denominação de “Junker”. Contudo, não pode deixar de assustar uma instituição por assim dizer, religiosa que, se não formar santos, há de forçosamente formar monstros. Exaltando a ação, mas fomentando ódios, sacrificando inteiramente o indivíduo, entre os homens o im-prescindível dever de caridade. [...] despem já as “Escolas de Führer” toda grandeza e nobreza, assumindo o aspecto de usinas de narcóti-cos, venenos e explosivos, povoadas e dirigidas por doidos varridos.32
A necessidade da escola para guias do povo alemão prendia-se ao fato de se considerar fundamental não apenas modelar o povo, mas também quem o controlava. Erguidas sob o manto da tradição, as Escolas Adolf Hitler tinham por finalidade formar os novos líderes do regime, que para seus ideólogos deveria durar mil anos. Entre-tanto, a intenção é criticada e ridicularizada e o artigo termina com epítetos nada cordiais aos resultados dessa experiência.
Após a marcha alemã sobre Praga, em 15 de março de 1939, os textos enalteceram o “despertar” das potências que compunham o campo democrático. Medidas tomadas por seus dirigentes como a lei de plenos poderes, que concedia a Daladier o direito de governar sozinho durante o ano de 1939, e a garantia que Neville Chamberlain
32 Cf. “Uma escola de Führers” in O Estado de S. Paulo, 30 ago. 1938, p.16.
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deu à Polônia foram interpretadas como sinais de vitalidade e força democráticos.
Nessa conjuntura, a União Soviética despontou como uma impor-tante aliada no que concernia às pretensões alemãs e franco-britânicas no continente. Contudo, em ambos os casos, cogitar o apoio russo era em si uma situação ideologicamente paradoxal. A Alemanha fora, desde o advento do nacional-socialismo, a maior adversária do regime inaugurado pela Revolução de 1917, criando, até mesmo, o Pacto Anti-Komintern, no intuito de conter o avanço do comunismo no Velho Mundo. Além disso, um dos pilares da ideologia nazista era o anticomunismo. Já a França e a Inglaterra eram radicalmente contrárias à política stalinista, uma vez que ela também era totalitária. Além disso, os dois países possuíam setores ultraconservadores que preferiam o nazismo ao comunismo.33
Assim, se o preço da paz, em 1938, foi o desmembramento da Tchecoslováquia, consubstanciada na Conferência de Munique, no ano seguinte era a aliança com a potência que simbolizava tudo aquilo que os proprietários do jornal e os conservadores europeus abominavam. No dia 15 de junho, o comentário fez a seguinte in-terpretação desses fatos:
o interesse material das democracias seria constituir uma aliança tão poderosa quanto possível contra as pretensões dos Estados totali-tários, mas o seu interesse moral lhes impõe seleção na escolha dos seus aliados. [...] O sr. Bonnet, na França, e o sr. Chamberlain, na Inglaterra, passam com ou sem razão como os representantes dessa burguesia conservadora que não pode admitir a ideia de uma aliança com o país de Stalin e com os assassinos do czar Nicolau. “Paris vale bem uma missa”, dizia Henrique V. John Dull indaga com perplexidade se Moscou vale uma genuflexão ante o ícone de Lênin e Marx. Uma genuflexão não compromete muito, dir-se-á. Quem
33 François Furet (1995, p.11) escreveu, acerca dos acontecimentos políticos desse período, que a experiência soviética “constitui uma das grandes reações antiliberais e antidemocráticas da história europeia no século XX, sendo a outra, evidentemente, a do fascismo, sob suas diferentes formas”.
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o sabe? – respondem Chamberlain e seus amigos, muito inquietos por parecer que se inclinam, mesmo ligeiramente, ante o altar ímpio dos sem-deus. Valerá o exército vermelho a pena de assistir, mesmo como convidado, à missa negra do bolchevismo? Mui visivelmente, o sr. Chamberlain está ainda em dúvida.34
No dia 23 de agosto de 1939 foi assinado o pacto de não agressão entre a Alemanha e o país de Stalin. No dia 30 de setembro, refletindo sobre o seu significado, os articulistas apresentavam aos leitores as razões pelas quais essa união chocou o mundo:
É tamanha a complexidade da atual situação política que gestos há, aparentemente análogos, que podem ter objetivos completamente opostos, ao passo que regimes aparentemente contrários, como o hitlerismo e o bolchevismo, podem ter afinidades que redundem em identidade. [...] quase um mês de guerra foi o suficiente para nos mostrar que a conflagração mundial de 1939 se iniciou sob o signo da incoerência. Os profetas da “próxima guerra” ficaram desorientados ante numerosos fatos novos. Entre eles figura, em primeiro plano, a paradoxal atitude da Rússia soviética. A pátria dos comunistas, única que eles juraram servir – os comunistas franceses –, entregou-se a Hitler, o anticristo da foice e do martelo. O golpe foi duro para todos os comunistas do universo...35
Ao estabelecerem um pacto entre si, a ausência de lógica, tema que os responsáveis pela publicação destacaram em diversas oportu-
34 Cf. “A dúvida de Chamberlain” in O Estado de S. Paulo, 15 jun. 1939, p.14. Um trabalho que demonstre os aspectos das representações construídas pelos jorna-listas de O Estado de S. Paulo acerca da União Soviética ainda está por ser feito.
35 Cf. “A dissolução do Partido Comunista Francês” in O Estado de S. Paulo, 30 set. 1939, p.1. No Brasil, os reflexos desse pacto podem ser explicados por Joel Silveira. Em entrevista a Geneton Moraes Neto, ele se refere à aproximação teuto-soviética: Pode-se dizer, hoje, que o anúncio daquela aliança que até então parecia impossível explodiu diante de um mundo atônito e perplexo com o mesmo impacto que seis anos depois iriam causar as duas bombas atômicas lançadas pelos norte-americanos sobre Hiroshima e Nagasaki (cf. Silveira & Neto, 1990, p.318).
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nidades, parecia evidenciar-se no campo das relações internacionais. No último comentário que o matutino publicou antes do início das hostilidades, o articulista assinalava:
Se o nazismo e o comunismo têm a capacidade de fazer meias voltas ideológicas, diplomáticas e políticas, à voz de ordem de co-mandantes sem princípios, é inútil tentar prever o futuro. [...] em vista desta falta de âncoras no nazismo e no comunismo, o resto da humanidade se vê obrigado a viver de ouvido encostado, ao rádio; com o nariz na última edição do jornal, com o coração e o cérebro no momento atual, situação essa que influi em todos os povos da terra.36
A incessante procura por informações acerca dos acontecimentos europeus conferia grande relevância aos novos meios de comunicação social como o rádio, por exemplo. Para os colaboradores, todavia, esse era utilizado pelos respectivos governos como instrumento de propaganda, acirrando a luta entre os povos. A postura dos respon-sáveis pela publicação no que concernia à utilização do rádio era, portanto, extremamente crítica.
No caso do Brasil, entretanto, esse instrumento não desempenhou um papel de grande amplitude como na Alemanha, por exemplo. Apesar de deter o monopólio do rádio, “o Estado Novo era o único a não tirar proveito dele”, como lembra José Inácio de Melo Souza (2003, p.171). O comentário publicado no dia 18 de agosto de 1938 assim interpretava o papel que ele desempenhava:
O rádio, dentro e fora de fronteiras nacionais, presta-se à pro-paganda de novas ideias políticas, econômicas e sociais, alcançando mesmo analfabetos. É um instrumento que vem sendo usado para envenenar o povo de algum país contra os seus próprios governantes e é empregado também para a irradiação de “programas culturais”, cujos fins ulteriores são imperialistas ou visam a aquisição de con-cessões privilegiadas.37
36 Cf. “Balanço da situação” in O Estado de S. Paulo, 31 ago. 1939, p.14. 37 Cf. “A porfia nos ares” in O Estado de S. Paulo, 18 ago. 1938, p.16.
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Um outro fator que compunha esse cenário de arranjos e rearran-jos políticos diretamente relacionado com os veículos de comunicação era a opinião pública, tal como entendida pelos que escreviam no jornal. Em diversas ocasiões, os responsáveis pelos comentários se referiram a ela como uma força capaz de deter os avanços dos países que compunham o campo totalitário e destacaram que em relação à outra conflagração esse era um grande diferencial. No dia 6 de outubro de 1938 lia-se que:
Terá o “zé-povos” deste universo tanta força assim? Eles devem saber. Na hora H, é o testemunho deles todos, a nossa voz fraquinha, mas forte como um trovão quando reunida na orquestra universal, falou e fez parar as hostes de Marte e recuar as ondas da agressão. Mesmo fazendo o devido desconto, achamo-nos numa nova situação, talvez sem par na história do mundo: a humanidade fala e é ouvida.38
A impressão de que a humanidade se manifestava e era ouvida se relacionava com a Conferência de Munique, evento que aconteceu exatamente no final de setembro.39 Nesse encontro os líderes da França e da Inglaterra juntamente com os da Alemanha e da Itália resolveram a crise tchecoslovaca, evitando o perigo de uma nova conflagração.40 Assim, parecia haver harmonia entre os anseios dos povos de todo o mundo e a decisão tomada em Munique. Todavia, essa ideia logo perdeu força, uma vez que, concomitantemente, se
38 Cf. “Povo, paz e publicidade” in O Estado de S. Paulo, 6 out. 1938, p.16. 39 No livro lançado em 1929, no qual analisava o surgimento de um novo perso-
nagem político, as massas, Ortega y Gasset (1929, p.57) comentou essa atuação da seguinte maneira: “Hoy asistimos al triunfo de una hiperdemocracia en que la masa actua directamente sin ley, por medio de materialies presiones, imponiendo sus aspiraciones y sus gustos. Yo dudo que haya habido otras épocas de la historia en que la muchedumbre llegase a gobernar tan directamente como en nuestro tiempo”.
40 Vale lembrar que a opinião pública alemã também não se empolgava com a possibilidade de uma nova guerra. Segundo Ian Kershaw (2001, p.123), “Nazi propaganda was certainly able to produce an atmosphere of wild and blind national exaltation following the foreign policy successes of the regime but was incapable of turning this for the majority of those rejoicing, into enthusiasm for a new war”.
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interpretou o fato como mais um episódio em que as forças franco-britânicas se rendiam aos apelos totalitários.41
Além disso, o discurso sobre a opinião pública era mais uma evi-dência de que os jornalistas responsáveis pela publicação norteavam-se por princípios que se coadunavam com os ideais democráticos, uma vez que, como eles mesmos ensinavam, uma opinião pública livre somente vicejava nesses regimes, pois nos totalitários ela era controlada, dirigida e ludibriada pelas técnicas da propaganda.
Os articulistas, no que se referia a essa técnica, foram sempre muito céticos. Durante todo o período analisado, os comentários que se dedicaram a esse assunto apresentaram os germânicos como os campeões em utilizar esse meio para auxiliar as expansões ter-ritoriais. Um outro fator que contribuía para esse posicionamento era a dependência dos responsáveis pela publicação dos telegramas e artigos enviados do exterior.
Enquanto os ingleses eram elogiados por sua sinceridade em admitir equívocos e especialmente as primeiras derrotas, o governo alemão e as notícias advindas da agência daquele país eram tratados sempre com cautela, tendo os colaboradores, em vários momentos, mostrado, por meio de outras fontes, que aquelas eram falsas ou superestimadas.
Mas todos esses elementos receberam um outro tratamento quan-do a guerra estourou novamente no continente em 1º de setembro de 1939, dia em que a Alemanha invadiu a Polônia. Com a declaração de guerra da Inglaterra e da França em 3, o Velho Mundo entrava, em menos de trinta anos, em uma nova conflagração generalizada.42
41 Ernst Nolte (1971, p.170) explica que “a Checoslovaquia era el punto de apoyo más seguro del sistema francés en Europa. Si le obligaba a la capitulación, dejaba de existir el sistema francês”.
42 Isso porque, desde o final da conflagração anterior, houve vários conflitos localizados. Ao comentar o que essa conjuntura significava, o político inglês A. Duff Cooper (1939, p.4) assinalava: “Com efeito, somos testemunhas vivas da Segunda Guerra Mundial. [...] É verdade que até agora pouco sangue inglês foi derramado. Entretanto, o sangue tem corrido: rios de sangue na Abissínia e na Espanha, oceanos de sangue na China, e ainda, coisa talvez mais tremenda, há o sangue que rega todo dia os campos de concentração da Alemanha. Ninguém
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Para os colaboradores, essa situação simbolizava o triunfo das forças da violência sob a razão.43
Enquanto as forças alemãs ocupavam o território polonês, apli-cando a nova técnica de guerra, a Blitzkrieg,44 ingleses e franceses co-locavam em prática seus planos de defesa e arregimentavam soldados para combater os exércitos de Hitler. O elemento novo introduzido pelos generais alemães, decisivo para as seguidas vitórias, durante essa primeira fase da guerra, foram as divisões motorizadas. Tanto na Polônia, que ainda usava a cavalaria como arma, quanto na França o desempenho delas foi fundamental para o desfecho das lutas. No caso polonês, a conquista foi concluída com a invasão do país, a leste, pela União Soviética. A nova partilha do território polaco foi interpretada pelos colaboradores como um sinal de que as duas potências agiam
pode cometer maior erro do que o de examinar isoladamente cada um desses fenômenos. A guerra civil na Espanha, a agressão italiana na África, a agressão japonesa na Ásia, na Alemanha uma tirania que se baseia na tortura, todos esses tristes acontecimentos não são casos fortuitos e isolados, mas estão encadeados uns nos outros e constituem os elementos de um conjunto terrível”.
43 Para René Rémond (1990, p.16), “a causa da guerra reside na vontade de guerra de uma ou várias potências, que desejavam instaurar sua hegemonia”.
44 Sob a nova tática de guerra, também os colaboradores construíram uma imagem extremamente diferente daquela expressada por seus contemporâneos. Para eles, “Quando a Polônia sucumbiu, ante as forças alemãs, poucas semanas depois de iniciada a guerra, muitos observadores interpretaram a vitória do III Reich como o primeiro êxito do novo método de guerra, a guerra ou ataque fulminante, o ‘Blitzkrieg’. [...] Há sempre duas interpretações para quase tudo o que acontece neste nosso universo. E, se de certo ponto de vista a conquista da Polônia foi o resultado de um ataque fulminante, o ataque fulminante não teria sido possível sem anos de preparação prévia. E, se foi necessário ao Estado Maior do III Reich estudar o terreno e todas as condições de seu ataque fulminante, muitos anos antes de começar a guerra, o ‘blitzkrieg’ deixa de ter o caráter de ataque relâmpago e se transforma numa lenta e cuidadosa pesquisa que culmina em um ataque rápido, os quais malogram, porém, com a longa pesquisa prévia. [...] Em outras palavras, segundo este perito militar – capitão Wallace F. Safford –, sem o auxílio da Rússia, nem as pesquisas, nem as estratégias, nem o blitzkrieg, teriam derrotado tão facilmente a Polônia. [...] O ataque fulminante é um fogo de artifício que pode causar danos enormes em dado lugar e em dado momento, mas que não atinge os objetivos decisivos das guerras modernas. O blitzkrieg é uma ilusão!” (Cf. “Blitzkrieg” in O Estado de S. Paulo, 7 nov. 1939, p.1).
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juntas no cenário internacional e que o pacto possuía cláusulas des-conhecidas daqueles que acompanhavam o conflito.
A experiência da guerra anterior em que milhares de homens morreram nos combates na frente ocidental foi apresentada pelos articulistas como um fator que certamente resultara na ausência de ações de envergadura nos meses que se seguiram à conquista da Polônia, entre outubro e maio de 1940. No dia 17 de novembro de 1939, o artigo sem assinatura asseverava que
Tornaram-se comuns as críticas à indecisão que parece dominar os chefes alemães tanto quanto os aliados, nas operações militares da frente franco-germânica. [...] Em 1914, os grandes chefes de todos os exércitos só conheciam a guerra teoricamente, todas as misérias da luta se haviam desenrolado longe das vistas dos Estados Maiores e o número de vidas humanas a perder não influía, a princípio, nos planos estratégicos. Mas agora a situação mudou. Os chefes milita-res supremos de ambos os lados combateram nas fileiras em 1914, e sabem que entre as primeiras garantias de êxito está a confiança que as tropas depositam na sagacidade dos comandantes, certas de que não se lhe pedirão esforços inúteis e de que os responsáveis pelo comando saberão poupar a vida de seus subordinados.45
A ausência de luta constituía também um problema para o moral das tropas que passaram meses sem combates. Em janeiro de 1940,46 o tédio foi apontado, por um texto sem autoria, como o maior de-safio para os soldados franceses mobilizados. Além disso, outros comentários teceram críticas à guerra estacionária demonstrando que durante essa época,
Os oficiais e soldados gozavam à farta. Nos teatros de campanha representavam-se comédias ou se exibiam as últimas novidades do cinema. Os regimentos disputavam a presença de autores célebres.
45 Cf. “Chefes aliados” in O Estado de S. Paulo, 17 nov. 1939, p.14. 46 Cf. “Hore Belisha, Ciano e Czaky” in O Estado de S. Paulo, 14 jan. 1940.
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De plagas distantes vinham jornalistas estrangeiros para colher im-pressões. Recebiam-nos jubilosamente os que aguardavam a morte a cada minuto. Havia banquetes nababescos, com os melhores vinhos.47
Enquanto, porém, a frente ocidental estava sob o que os con-temporâneos chamaram de “Drôle de guerre”, no Oriente a União Soviética iniciou uma ofensiva contra um pequeno país do extremo norte do continente europeu: a Finlândia. A requisição das Ilhas Aaland por parte do país dirigido por Stalin para a construção de bases soviéticas tornou crítica a situação finlandesa, uma vez que seus governantes não aceitavam essa exigência.
Para os colaboradores do jornal, a luta entre esses dois países era extremamente desigual e significava uma tragédia para a Finlândia. A evidente superioridade de forças do exército vermelho ante o finlandês e a gigantesca desproporção de homens e máquinas dis-poníveis levaram um colaborador a denominar a luta, do ponto de vista da pequena república, de “suicídio”.48 Além disso, a investida russa reforçava a percepção de que os totalitarismos da direita e da esquerda agiam harmoniosamente.
Os textos publicados acerca desse conflito teciam severas críticas à crueldade soviética e enobreciam o ato de resistência da Finlândia, considerada defensora da civilização e do cristianismo. Em 6 de dezembro de 1939, o articulista, ao analisar a situação, assinalou que
a conquista da Finlândia significa um movimento envolvente e dos mais inquietantes para o futuro da civilização. Quanto aos processos verdadeiramente inomináveis que orientaram essa conquista, cons-tituem eles amostra do que é possível esperar da barbárie soviética por infelicidade, ela viesse um dia impor suas leis no Ocidente.49
Para os colaboradores do jornal, a barbárie comunista era um problema que tinha de ser enfrentado não só pelos finlandeses, mas
47 Cf. “A psicologia das datas...” in O Estado de S. Paulo, 9 ago. 1940, p.14. 48 Cf. “Rússia e Finlândia” in O Estado de S. Paulo, 12 out. 1939, p.1. 49 Cf. “O destino da Finlândia” in O Estado de S. Paulo, 6 dez. 1939, p.14.
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também por toda a civilização ocidental. Ao escrever sobre uma fábula russa, o articulista lembrava que o autor, Kryloff,
se refere a um cozinheiro que repreende o seu gato por haver comido um doce. O gato ouve a admoestação, mas depois de haver devorado a guloseima. Certamente os dirigentes da Rússia aprenderam essa fábula na escola e há muito que escolheram o papel do gato como o mais proveitoso. [...] Mas os dirigentes do Kremlim não levam muito em conta o valor das vidas humanas.50
Pode-se notar no trecho supracitado que, à medida que a conquis-ta se mostrava irreversível, o tom e o teor das admoestações ao regime soviético aumentavam visivelmente, contribuindo para a sedimen-tação de uma imagem da Rússia que era apresentada como bárbara, desumana e cruel. Em 14 de março de 1940, ao comentar o acordo que colocou fim à luta russo-finlandesa, o articulista lembrava que “após a Áustria, a Tchecoslováquia e a Polônia, a Finlândia será o quarto pequeno país que as potências aliadas não conseguem salvar”.51
Os Estados Unidos e a América: as representações do processo de envolvimento do continente no conflito
E cada dia se observa, na grande República deste continente, o desejo intenso de assegurar o triunfo das democracias.52
Duas palavras que quase deixaram de ter sentido são “nacional” e “internacional”. Quando por meio do rádio, do avião e do telégrafo, os povos mais longínquos do mundo podem manter-se não ao dia,
50 Cf. “A Sociedade das Nações e a Finlândia” in O Estado de S. Paulo, 8 dez. 1939, p.1.
51 Cf. “O acordo de Moscou” in O Estado de S. Paulo, 14 mar. 1940, p.1. 52 Cf. “A batalha do Atlântico” in O Estado de S. Paulo, 9 maio 1941, p.16.
56 ALEXANDRE ANDRADE DA COSTA
mas ao segundo do que se passa, nos centros de grandes atritos inter-nacionais, a velha fraseologia perdeu muito do seu valor e o que era ou podia ser, nacional, passou a ser internacional, e o internacional a nacional. [...] Em relação a São Paulo, neste mundo do T.S.F., Nuremberg ocupa a posição de Pirituba e os territórios dos sudetos a de Campinas. São Paulo, o Brasil e a América não podem adotar a atitude de “dolce far niente”, cruzar os braços e mandar às urtigas os que querem fazer a guerra. Para o bem ou para o mal, estamos embarcados no mesmo barco e o que eles fazem lá na Europa nos interessa viva e diretamente.53
O excerto demonstra, em meio à crise que culminou na Conferên-cia de Munique, a interdependência dos povos nesse período. A dimi-nuição das distâncias e a velocidade dos acontecimentos e informações transformaram as relações internacionais ampliando o número de participantes do concerto externo e amalgamando seu destino.
A posição estratégica do Brasil no continente sul-americano, suas reservas naturais e minerais, seu potencial energético e sua relação com os Estados Unidos estiveram no âmago das questões que a tensão europeia trouxe às Américas. Enquanto o Velho Mundo se preparava para uma outra conflagração, no Novo, os interesses dos grupos que pretendiam a hegemonia se chocavam, trazendo às terras americanas as mesmas apreensões da Europa.
Nos Estados Unidos, o presidente Franklin D. Roosevelt en-frentava uma onda oposicionista contrária às suas pretensões de auxiliar as democracias. Esse auxílio, todavia, não era desinteressado. Segundo Luiz Alberto Moniz Bandeira (2006, p.114),
assim como Hitler procedeu na Alemanha, Roosevelt, depois da crise de 1929, tratara de reanimar a economia dos Estados Unidos por meio do militarismo, ou seja, da produção de material bélico. [...] E Roosevelt abertamente se mostrava disposto a intervir na guerra contra a Alemanha, país que ele detestava desde a juventude.
53 Cf. “Será a hora H?” in O Estado de S. Paulo, 14 set. 1938, p.16.
CALEIDOSCÓPIO POLÍTICO 57
Denominados isolacionistas, esses opositores, que propugnavam a não intervenção nos assuntos europeus, estiveram no centro de várias batalhas políticas.54 Segundo Henry Kissinger (1994, p.380),
Roosevelt, the political leader had to navigate among three currents of American opinion: a small group advocating unambiguous support for all “peace-loving” nations; a somewhat more significant group that went along with such support as long as it stopped well short of war; and a vast majority supporting the letter and the spirit of the neutrality legislation.55
No Brasil, as ressonâncias do fortalecimento da Alemanha e da Itália no campo internacional favoreciam a continuidade da ditadura varguista, em harmonia com os demais países totalitários. Nesse sentido, esse momento parecia trazer novamente à tona as discussões acerca das características das relações internacionais do Brasil, que
54 Uma das personalidades que compunham esse grupo era o aviador Charles A. Lindbergh. Segundo Wayne S. Cole (1974, p.X), “Easily the most popular and controversial “isolationist” or “noninterventionist”, leader was the famer aviator colonel Charles A Lindbergh. From September, 1939, when he began speak-ing out against American entry into World War II, until he was silenced by the Japanese attack more than two years later, Lindbergh was the most praised, the most criticized, an the most maligned noninterventionist in the United States. No one played a more prominent role in opposing the foreign policies of the Franklin Delano Roosevelt administration”.
55 Além de Henry Kissinger, Secretário de Estado na década de 1970 e estudioso das relações Internacionais dos Estados Unidos, um texto publicado no matu-tino no dia 18 de julho de 1939, assinado por um dos membros da Câmara dos Representantes daquele país, assinalava que: “Os Estados Unidos possuem interesses estrangeiros em três áreas mundiais: na Europa, Ásia e América Latina. Esses interesses são tão diferentes como as diversas zonas em que estão situados. [...] Na América Latina, interessa-nos em manter a paz, impedindo os países de além-mar de que ali se intrometam colonial ou politicamente. Dessa maneira, queremos vender munições para a França e Inglaterra, caso tenham que lutar contra a Itália e a Alemanha. Na Ásia, almejamos a China livre do domínio japonês. E, na América Latina, pretendemos ficar perfeitamente livres para desempenhar o papel de padrinhos benevolentes. O problema é, pois, elaborar uma lei de neutralidade que se aplique a todas as três zonas diferentes (Harrison, 1939, p.18).
58 ALEXANDRE ANDRADE DA COSTA
durante a década de 1920, segundo Eugênio Vargas Garcia (2006, p.37), oscilou entre a América e a Europa. Segundo o autor, “a dico-tomia América-Europa permeou a política externa brasileira desde os primeiros momentos da diplomacia do Brasil independente”.
Para os colaboradores, tal dicotomia se resolveu com a adoção dos princípios pan-americanos. Em diversos comentários, mostrava-se a América como espaço em que as questões entre nações eram diri-midas por meio do diálogo, do respeito ao Direito Internacional e da amizade entre os povos. Essa posição lembra aquela defendida pelos jacobinos durante os primeiros anos da República, uma vez que, para eles, a Europa simbolizava a exploração e os Estados Unidos defen-diam, com a Doutrina Monroe, a América para os americanos.56 As-sim, o continente era contraposto aos acontecimentos europeus, con-substanciando o que, para eles, mostrava a superioridade americana diante dos colonizadores.57 O fato de o primeiro comentário publica-do tratar dos Estados Unidos e não da Europa é, em si, sintomático.58
A finalidade da política norte-americana para o continente, pau-tada pelo retorno do ideal pan-americano e pela execução da política da boa vizinhança, foi objeto de um texto sem assinatura, publicado
56 Para a história da atuação desse grupo na política brasileira, ver Queiroz (1986). 57 Ainda segundo Eugênio Vargas Garcia (2006, p.579), “A hegemonia ideológica do
pan-americanismo no pensamento diplomático brasileiro vigorava grosso modo desde 1889. O pan-americanismo era o princípio organizador que dava unidade conceitual ao discurso diplomático e informava a visão do meio internacional que possuíam as elites dirigentes da época. A crença na natureza distinta (e su-perior) da América em relação à Europa e ao resto do mundo era de certo modo instrumental como dispositivo retórico para a política externa brasileira, pois: a) colocava a aproximação com os Estados Unidos em plano mais elevado que o mero alinhamento; b) embasava a cordialidade com os países vizinhos e o apazi-guamento com a rival Argentina; e c) servia para elevar as credenciais do Brasil na Europa ou, alternativamente, para negar o Velho Mundo quando a oportunidade para tanto se apresentasse”. Para mais esclarecimentos ver, na p.582, o esquema elaborado pelo autor para explicar as diferenças entre a Europa e a América.
58 O primeiro comentário intitulava-se “Roosevelt e as eleições”. Foi publicado a 20 de abril de 1938, na p.14, sem subscrição. Nele, o colaborador analisava o poder que o presidente norte-americano possuía lutando com um importante aliado no que tangia à propaganda, o rádio.
CALEIDOSCÓPIO POLÍTICO 59
em 27 de abril de 1938: “Hoje, a máxima preocupação internacional de Washington é incrementar e cimentar as boas relações com as outras Repúblicas da América. Pela primeira vez na história daquele país, há uma política puramente ‘americanista’ em Washington”.59
Preocupados com as interpretações que os leitores elaboravam a respeito da política externa do país mais rico e poderoso do conti-nente, em 8 de maio os responsáveis pela publicação explicaram o funcionamento dessa política, asseverando que ela “toma forma de-finitiva somente depois de processar-se nos trâmites constitucionais ou tradicionais”.60 A preferência pelo regime democrático e liberal era uma das bandeiras do matutino. Os comentários tratavam, in-cansavelmente, desse assunto, o que evidencia a centralidade do tema para os responsáveis pelo periódico. Em 11 de maio, ao interpretar os resultados da eleição na Colômbia, afirmava-se:
O presidente eleito da Colômbia fará, segundo os telegramas, um governo equidistante do fascismo e do comunismo, procurará estrei-tar as relações com os Estados Unidos e os outros países da América, manterá o seu apoio à Sociedade das Nações e fará o possível para aumentar o consumo do café. [...] A Colômbia possui grandes rique-zas materiais e humanas (sic). Com um governo liberal à sua frente, ela não precisa encarar o futuro com pessimismo.61
O exemplo colombiano sintetizava o posicionamento que os intelectuais reunidos no jornal consideravam adequado. Além de formar ao lado das potências que compunham o campo democrático na política e no comércio, o presidente eleito prometia aumentar o consumo do café, o que favoreceria o Brasil, pois esse ainda era o nos-so principal produto de exportação. A estocada no regime de Getulio Vargas vinha na última assertiva: o futuro colombiano poderia ser
59 Cf. “Realismo e idealismo na América” in O Estado de S. Paulo, 27 abr. 1938, p.14.
60 Cf. “Política externa dos Estados Unidos” in O Estado de S. Paulo, 8 maio 1938, p.32.
61 Cf. “A eleição na Colômbia” in O Estado de S. Paulo, 11 maio 1938, p.16.
60 ALEXANDRE ANDRADE DA COSTA
encarado com otimismo em virtude do seu governo liberal; no caso brasileiro, a ausência de tais princípios contribuíam para o inverso.
A questão do Chaco62 e as recalcitrâncias argentinas foram, du-rante esse período, os únicos problemas que ameaçaram a unidade americana no que concernia à solidariedade continental. No primeiro caso, a luta entre o Paraguai e a Bolívia quase chegou às vias de fato. No entanto, comprovando a tese de que, na América, os problemas eram solucionados amistosamente e com respaldo legal, por meio da diplomacia e não dos canhões, o conflito entre os dois países ter-minou com um acordo firmado em uma conferência. No segundo, tratava-se da resistência que os argentinos impunham aos projetos advindos de Washington, no que concernia à defesa e à unidade do continente e que os articulistas já entendiam como postura tradicio-nal. Único país a se opor aos Estados Unidos nesse período, a sua posição era inflexível e destoava das demais nações do continente. Mas os problemas dos norte-americanos não se resumiam somente às resistências da Argentina: lutavam contra a influência que os alemães tentavam estabelecer no continente e dentro de seu próprio país.63 Os principais contra-argumentos dos estadunidenses foram analisados por um colaborador:
62 É interessante notar que, segundo os colaboradores, a demarcação de fronteiras na América prescindia de elementos indubitáveis que comprovassem se uma região era ou não pertencente a determinado país. Em 12 de junho, no comen-tário “Litígios territoriais”, afirmava-se que esse trabalho “assemelhava-se ao trabalho de Scherlock Holmes. [...] Examinam-se os nomes e batizados e outros documentos dessa ordem que nada têm que ver com terra ou geografia, para ver se a preponderância dos nomes, num ou noutro lado do rio onde uma linha real ou imaginária, pertence a este ou àquele grupo social ou étnico” (cf. “Litígios territoriais” in O Estado de S. Paulo, 12 jun. 1938, p.36”.
63 Também nesse caso, a história parecia repetir-se. Durante a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha exerceu nos Estados Unidos uma forte pressão para que aquele país não se envolvesse na contenda. No periódico, a ação desses alemães foi comentada no dia 22 de junho de 1941, quando se asseverava que: “Franz von Papen, que tanto se celebrizou nos Estados Unidos em 1916, não é um exímio atirador, como Bismarck; nem esportista como alguns diplomatas japoneses. Mas é hábil no urdir tramas que beneficiam a sua pátria” (cf. “Pacto germano-turco” in O Estado de S. Paulo. 22 jun. 1941, p.32).
CALEIDOSCÓPIO POLÍTICO 61
Os Estados Unidos consideram o comércio estrangeiro da Ale-manha, em marcos compensados e feito com o apoio e a ajuda da diplomacia alemã, uma concorrência desleal. Quase todos os liberais norte-americanos e muitos dos conservadores também detestam a política antissemita do nacional-socialismo. [...] Nota-se que quase todos os parlamentares norte-americanos, que aludem ao problema nazista nos Estados Unidos, também mencionam a propaganda que a Alemanha vem fazendo na América Latina. Parecem perceber que a invasão ideológica do nazismo é um problema continental e que um dos melhores meios de o resolver é dando um golpe de morte nessas atividades nos Estados Unidos. [...] A opinião norte-americana di-zem, certa ou erradamente, não pode suportar a filosofia e a prática dessa nova Alemanha.64
A partir desse excerto percebem-se as razões do descontentamen-to da política norte-americana para com a Alemanha. Além de citar o caso da propaganda, o texto apresentava ainda outro fator de atrito entre as duas potências: o comércio em marcos compensados. Nesse sistema, a Alemanha recebia as matérias-primas dos países agroex-portadores e pagava essa mercadoria com máquinas e implementos produzidos por sua indústria, numa transação direta.65 O Brasil foi um dos países que participaram desse sistema de trocas66 e, apesar das duras críticas e da pressão exercida pelos norte-americanos, os
64 Cf. “Nazismo nos Estados Unidos” in O Estado de S. Paulo, 23 jun. 1938, p.16. 65 Sobre esse tipo de comércio, o presidente do Reichsbank, Hjalmar Schacht
(1999, p.398-9), afirmou: “Nos contratos comerciais com uma série de países estrangeiros as compras alemãs foram creditadas em contas de compensação nos respectivos países e deixou-se a crédito destes utilizarem novamente para créditos no mercado alemão. Esse sistema foi ampliado especialmente com os países balcâ-nicos e sul-americanos. Na primavera de 1938 tínhamos esses contratos de com-pensação com nada menos que 25 países, de forma que mais da metade do comér-cio exterior alemão acontecia por esses canais. Através desse sistema de comércio bilateral conseguiu-se atender à demanda de matérias-primas e alimentos”.
66 Segundo Edgar Carone (1976), a crise do café colaborou decisivamente para que os agricultores paulistas diversificassem suas atividades. A produção brasileira de algodão cresceu maior do que 500% entre 1920 e 1944 e só São Paulo produzia 59,9% de toda a produção em 1938”.
62 ALEXANDRE ANDRADE DA COSTA
alemães continuaram comprando e vendendo mesmo depois da guer-ra estourar. Para os norte-americanos, além de uma prática desleal, esse tipo de comércio representava uma ameaça, e o transformava numa importante arma política na busca por hegemonias.
Ao analisar as consequências da utilização do marco compensado no comércio Brasil-Alemanha, o historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira (2006, p.102) concluiu que
a Alemanha, em quatro anos, conquistou o primeiro lugar como fornecedor do Brasil, ultrapassando os Estados Unidos. Ela não apenas pode abastecer-se dos produtos agrícolas e matérias-primas de que necessitava, como abriu mercados para o escoamento de sua produção industrial. Sua participação nas importações brasileiras, da ordem de 14,02%, em 1934, saltou para 20,44%, em 1935, e elevou-se a 25%, em 1938, enquanto a dos Estados Unidos, apesar do Tratado de Comércio, apenas subiu de 23,67% para 24,02% e a da Grã-Bretanha despencava de 17,14% para 10,04%, no mesmo período.
A reação estadunidense deu-se em várias frentes: pressão que seus secretários de Estado exerciam sob os responsáveis pelas polí-ticas comerciais e política de aproximação cultural entre os povos.67 No dia 2 de julho, o comentário não assinado demonstrava a posição do articulista acerca da segunda forma de atuação norte-americana no que concernia ao cenário latino-americano:
O Congresso dos Estados Unidos acaba de votar uma verbazi-nha para promover “relações intelectuais”. Dizemos “verbazinha” porque, em comparação com o que gastam muitas nações europeias e asiáticas no fomento de relações culturais, é realmente uma ninharia. [...] A “cultura” de um povo, parece, tornou-se o anúncio, o cartaz,
67 Para Ana Maria Mauad (s. d.), “a moeda cultural foi o investimento simbólico para a aproximação dos dois países. Uma forma de convencer os norte-ame-ricanos da amizade brasileira e, ao mesmo tempo, incentivar as autoridades brasileiras a escolher o ‘lado certo’ na guerra”..
CALEIDOSCÓPIO POLÍTICO 63
o sinal luminoso que chama a atenção dos compradores cortejados, não ao povo que vive e faz a “cultura” assim exibida, mas, sim, aos produtos que esse povo tem para vender. Parece ser uma prostitui-ção da cultura. [...] é da própria essência da cultura, no sentido em que usamos a palavra neste comentário, ser desinteressada: falamos daquilo que sintetiza o melhor de uma civilização, daquilo que é honesto, sincero e belo na vida de um povo. Um exemplo ao revés, explicará o nosso pensamento. Todos achamos que a sra. Bidú Sayão tem todo o direito de empregar a sua grande arte para ganhar o pão cotidiano, que a sua linda voz e pessoa podem servir de embaixatrizes da cultura do Brasil em outras terras, mas quem é que gostaria de saber que o “rouxinol brasileiro” tem como missão, principal e única, a venda de café e laranjas brasileiras nos mercados do mundo? Infeliz-mente esta nova tendência de aproximação cultural tem fins sórdidos dessa natureza. Acabará sendo contraproducente e desvirtuará talvez a própria cultura. [...] A cultura-propaganda deixa de ser cultura e perde o valor como propaganda. Desmascará-la é a primeira etapa para mudar a cultura-propaganda em cultura-cultura.68
A cultura então se tornou também um ardil por meio do qual os contendores pretendiam estabelecer ou consolidar a sua dominação. Para Paulo Duarte (1946, p.76), essa intenção era evidente, uma vez que, no entendimento dele,
Uma coisa patenteia-se em todo esse esforço de aproximação: se não existe ainda, em caráter oficial, o intento de conquistar material-mente os países da América do Sul, o de colonizá-los espiritualmente,
68 Cf. “Intercâmbios culturais” in O Estado de S. Paulo, 2 jul. 1938, p.14. Paulo Duarte (1946, p.105) foi um profundo crítico das políticas norte-americanas para o Brasil. Sobre a política cultural, escreveu o ex-deputado paulista: “A aproximação política cultural deverá preceder à política comercial. E que os seus intelectuais sejam mesmo intelectuais antes de serem enviados do Departamento do Estado. A França para adquirir no Brasil a influência espiritual que nem qua-tro anos de absoluto isolamento, sob a mais humilhante das servidões esmaeceu, nunca precisou mais do que a diplomacia dos seus livros e dos seus sábios”.
64 ALEXANDRE ANDRADE DA COSTA
a gente o vê a cada passo. Os Estados Unidos preocupam-se muito com impor, hoje, à América Latina os seus usos, os seus costumes, os seus hábitos de vida. Querem banir da América toda influência europeia, substituindo-a por uma só e única: a influência norte-americana.
Também para os colaboradores essa era uma ideia contraprodu-cente. Além de desdenhar do valor reservado para a aproximação cultural entre os diferentes povos americanos, o responsável pelo texto diminuía a iniciativa mostrando que o conceito “cultura” era de uma grandeza e amplitude que ultrapassava os limites do comércio. Assim, o excerto evidencia também o desejo do articulista de esta-belecer um contato mais intenso com a cultura dos Estados Unidos, desejo que não se realizaria se as premissas para essa troca fossem fundamentadas no interesse meramente político.
Na tentativa de construir uma imagem da América que diferia da situação europeia, os responsáveis pela publicação escreveram textos em que indicavam como o povo americano deveria analisar e interpretar as ideologias e teorias que da Europa emanavam para o mundo. Nesse sentido, por exemplo, o racismo, um dos pilares de um dos regimes totalitários europeus, foi apresentado assim, no dia 19 de julho, ao público leitor:
Há um novo produto europeu que a América toda deve rejeitar e repelir enérgica e até violentamente. Desde o Canadá até a Patagônia não há nenhum país da América que possa aceitar o “racismo” como filosofia ou norma de vida sem confessar a sua própria “inferiori-dade”. [...] A nova expressão do racismo europeu é a mais insidiosa de todas, pois se veste de todos os trajes da ciência e da tolerância. É perigosa porque surge num povo latino – Itália – que parece negar a sua latinidade e que, portanto, poderá servir de exemplo aos incau-tos latinos do Novo Mundo, seduzidos pelas aparências de lógica que a nova teoria racista porventura contenha. [...] E, se quisermos ser capciosos, poderíamos dizer que este credo curioso parece ser a expressão de um complexo de inferioridade, do desejo de desvirtuar
CALEIDOSCÓPIO POLÍTICO 65
a história e a ciência para entrar numa “raça” superior, que infeliz-mente não existe. [...] Para nós, os títulos de uma grandeza italiana, verdadeiramente assombrosa, são nomes e não sangue: Cícero, Dante, Leonardo Da Vinci, Volta, Galiani, Marconi, Pareto, Croce, Puccini, Verdi e milhares de outros, todos latiníssimos. [...] Em todo o mundo, mesmo nos países totalitários, há hospitais, sanatórios, asi-los e outras instituições para cuidar daqueles que, por uma razão ou por outra, mostram-se inferiores na luta pela vida. Nós não exilamos os dementes e os hansenianos. [...] O racismo não nos serve. E, se até agora não procuramos impor as nossas ideias ao Velho Continente, desejamos viver em paz e que façam “lá” o que bem entenderem.69
Não eram, porém, somente as ideologias e teorias raciais que ameaçavam e transtornavam as relações internacionais. As inovações tecnológicas contribuíram para o crescente clima de desentendimento entre os homens. Entre essas inovações destacavam-se o rádio e o avião. Para os responsáveis pela publicação,
Com o voo de Berlim a Nova York, sem escalas, a situação in-ternacional entra numa nova fase. [...] Já não basta a terra e o mar. Do “céu”, que ironia! – também choveram bombas e balas. [...] O rádio, dentro e fora de fronteiras nacionais, presta-se à propaganda de novas ideias políticas, econômicas e sociais, alcançando mesmo analfabetos. É um instrumento que vem sendo usado para envenenar o povo de algum país contra os seus próprios governantes e é em-pregado também para a irradiação de “programas culturais”, cujos fins ulteriores são imperialistas ou visam a aquisição de concessões privilegiadas. No princípio eram só as nações totalitárias; hoje as pró-prias democracias entraram no jogo. [...] O rádio, como instrumento de cultura ou de comércio, e o avião, como veículo de transporte de passageiros, carga e correspondência, eliminando, como fazem a distância, um dos maiores obstáculos ao entendimento mútuo dos povos, poderiam ser as forças mais poderosas na pacificação do
69 Cf. “Os racismos e a América” in O Estado de S. Paulo, 19 jul. 1938, p.14.
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mundo. Ao contrário, vemos ambos explorados pelos que querem a guerra ou têm ambições imperialistas.70
Em virtude das transformações causadas por essas novas tec-nologias, o mundo estava cada vez mais globalizado. Novas possi-bilidades foram criadas e os acontecimentos eram conhecidos com uma velocidade que o século anterior desconhecera. Mas, se havia nessa diminuição de distâncias algo positivo, o inverso também era verdadeiro. Os colaboradores não se cansavam de alertar os perigos advindos dessas modificações. No dia 14 de setembro, sob a pressão da crise tchecoslovaca, o articulista escreveu que:
A vida econômica, política e social do mundo é tão intrincada, tão complexa e feita de tantos milhares de pequenos, mas fortíssimos fios que, sem sabermos, eles nos envolvem numa vasta tela e nos ligam a acontecimentos que parecem não nos interessar. Ainda hoje sofremos todos da última guerra mundial. [...] É DE NÓS MESMOS QUE ESTAMOS FALANDO E NÃO DO NOSSO VIZINHO. Sem que o saibamos, esses pequenos fios podem estrangular-nos. Ignorar a existência deles não nos salvará. Desprezá-los é suicídio. [...] O perigo é dos mais graves. A guerra mundial nos deixou exaustos, empobrecidos e tontos; não estamos numa encruzilhada, com as forças vivas e cheios de saúde, estamos fracos ou doentes e uma nova guerra acabará a ação destruidora da de 1914.71
Aqui, a metáfora dos fios que se interligavam em uma vasta teia que abrangia todos os povos e interesses servia para reforçar a ideia de que os problemas do campo internacional diziam respeito à hu-manidade. E mais, com essa compreensão dos fenômenos externos, os colaboradores mostravam que, no que concernia ao Brasil, caso os norte-americanos entrassem efetivamente no conflito, o país
70 Cf. “A porfia nos ares” in O Estado de S. Paulo, 18 ago. 1938, p.16. 71 Cf. “Será a hora H?” in O Estado de S. Paulo, 14 set. 1938, p.16, destaque do
original.
CALEIDOSCÓPIO POLÍTICO 67
dirigido por Getulio Vargas não poderia se furtar ao compromisso de acompanhar os estadunidenses, fato que favorecia os propósitos dos responsáveis pela publicação, uma vez que formar ao lado dos Estados Unidos significava introduzir, no campo interno, significa-tiva tensão no regime. Concomitantemente, por meio da leitura dos textos percebia-se a oposição que o presidente Roosevelt sofria em seu país. No dia 21de setembro, lia-se que:
Observa-se, porém, nos Estados Unidos, depois da guerra mun-dial, um fenômeno novo: os pacifistas redobraram as suas energias na propaganda contra a guerra e tornaram-se maníacos. [...] Para isso, todos os meios de persuasão, como a imprensa, o cinema, o teatro, são utilizados. [...] Infelizmente, porém, na hora H, o que decidirá a entrada ou a abstenção dos Estados Unidos num conflito será um incidente qualquer, ao redor do qual se fará uma propaganda, criando-se uma mística que comova e arraste os norte-americanos. A não ser que estes, com o tempo, se convertam em anjos...72
Ao presidente norte-americano imputavam-se grande poder e capacidade de ação, além de ser considerado um poderoso mediador no âmbito internacional. Os resultados da Conferência dos chance-leres das potências europeias (Alemanha, Itália, Inglaterra e França), realizada em Munique para solucionar o problema tchecoslovaco, contribuíram para que os articulistas reafirmassem a imagem da América como um continente ordeiro e disciplinado. Em 13 de outubro, constatava-se que:
Imaginamos que os leitores tenham tido também uma sensação de irrealidade ou de espanto ao ler os jornais em que apareceu mais um discurso do chefe alemão ao lado das notícias de que fora defini-tivamente resolvida a pendência do chanceler. Parece que a América vive num mundo de fantasia e que o que aqui se passa deve ser um
72 Cf. “Os Estados Unidos e o Pacífico” in O Estado de S. Paulo, 21 set. 1939, p.14.
68 ALEXANDRE ANDRADE DA COSTA
sonho. [...] A América toda se regozija com esse desfecho feliz e edificante de um caso que poderia ter tido consequências gravíssimas para ela e para a humanidade.73
Para o final de 1938 agendou-se para a cidade de Lima (Peru) a reunião de ministros das Relações Exteriores dos países americanos. O encontro ensejou vários comentários no jornal. Em um deles lia-se que:
a hora exige que as nações americanas deitem ao vento certas conven-ções, certas exigências de protocolo e velhas tradições que impedem, dificultam ou desviam de roteiros producentes as conversas da fu-tura conferência pan-americana. Enorme é o número dos tabus que a observância de certas regras de comportamento protocolar impeça ou dificulte a solução de problemas prementes e cuja solução po-derá salvar a América e o mundo. O protocolo, como a lei, foi feito para servir ao homem e não para ser servido por ele. [...] E o que todos queremos é que essa nossa América se organize melhor, tanto para melhorar a nossa sorte dentro do continente como para nos salvar de perigos externos.74
A necessidade de se proteger dos perigos que ameaçavam a paz, a velocidade com que países eram simplesmente riscados do mapa, como evidenciou o caso da Tchecoslováquia, fizeram que os colabo-radores se colocassem contra as práticas tradicionais da diplomacia. O argumento da unidade continental para a defesa contra os perigos externos, portanto, baseava-se na crítica à demora que a Conferência levaria para concluir os trabalhos, ante um cenário internacional no qual a força substituía o direito.
Outro problema que ameaçava a união pan-americana eram as disputas e interesses comerciais entre os países do continente, especialmente entre a Argentina e os Estados Unidos. Além disso,
73 Cf. “Paz na América” in O Estado de S. Paulo, 13 out. 1938, p.14. 74 Cf. “O direito e a realidade” in O Estado de S. Paulo, 5 nov. 1938, p.14.
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havia ainda outro relevante fator no que concernia à união ameri-cana: a cultura. Os articulistas chamaram a atenção para esse fato a dezesseis, afirmando que:
quanto mais cedo os americanos perceberem que há fatores culturais, étnicos e econômicos que dividem todas as nações americanas, tanto mais cedo se poderá proceder à construção de um edifício realístico e não feito de quimeras. [...] Temos que deitar outros alicerces para o pan-americanismo, se é que realmente desejamos um entendimento entre as nações do continente.75
Pode-se notar, no texto, um viés pedagógico no que se relacionava à política externa dos estadunidenses. Os artigos pareciam querer ensinar aos representantes daquele país quais eram os caminhos que levavam ao entendimento, apontando ainda as falhas e os desafios que eles enfrentariam e justificando suas atitudes. No dia 4 de de-zembro, por exemplo, lia-se que:
Não resta dúvida que a publicidade de Washington acerca da conferência de Lima e da política latino-americana de Washington é ingênua e quase pueril. [...] Isso tudo, porém, é porque os Estados Unidos são uma jovem democracia americana. Nação jovem, sem a experiência diplomática de uma França ou Inglaterra.76
Pelo excerto nota-se que, aos olhos dos colaboradores, faltava aos americanos o know-how necessário para comandar uma iniciativa que unisse todos os povos do continente sob uma mesma bandeira, uma vez que eles eram tomados como inexperientes.
No dia 9 de dezembro iniciou-se a Conferência de Lima, que ocorreu três meses depois da realizada em Munique, o que tornavam inevitáveis as comparações. Tratava-se de construir uma imagem
75 Cf. “A América hispana” in O Estado de S. Paulo, 16 nov. 1938, p.12. 76 Cf. “Roosevelt e La Prensa” in O Estado de S. Paulo, 4 dez. 1938, p.36.
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da América fundamentada na superioridade do Novo sob o Velho Mundo. Em 11, lia-se que:
o espírito e os temas da conferência que se iniciou anteontem são provas evidentes de que a Munique americana é muito diferente da Munique europeia. Não fomos em atropelo a Lima para evitar uma guerra, mas, sim, para consolidar a paz, e codificar o direito inter-nacional. [...] O seu espírito – do homem americano – é pacifista e tolerante. [...] Quer viver em paz com todo o mundo e quer que todo o mundo viva em paz consigo.77
Em virtude, todavia, dos intrincados fios que se entrelaçavam no cenário internacional, a América não escapara aos desafios que o mundo enfrentava naquele momento. Ao analisar essa situação, o artigo do dia 11 de abril de 1939 assinalava que “a política inter-nacional da Europa chegou a um ponto em que a América tem que escolher definitivamente entre uma participação mais ou menos ativa nas lutas ideológicas ou manter uma neutralidade de espírito e de comportamento em tudo quanto concerne a assuntos políticos e diplomáticos da Europa”.78
Antes do início da conflagração, os Estados Unidos apenas emi-tiam seu posicionamento acerca dos problemas internacionais por meio de notas diplomáticas e de cartas ou mensagens enviadas pelo presidente Roosevelt aos dirigentes europeus. No campo interno, a discussão sobre a lei de neutralidade simbolizava a luta entre aqueles que defendiam uma ampliação da atuação política do país e aqueles que propugnavam o distanciamento dos problemas europeus e a manutenção da hegemonia sobre o continente americano.
No que tange à lei de neutralidade, proibia-se ao país comer-cializar armas ou materiais de guerra a quaisquer partes envolvidas em um conflito, e foi em torno dela que se travou uma das grandes batalhas políticas internas naquele país: os isolacionistas tentavam
77 Cf. “O homem americano” in O Estado de S. Paulo, 11 dez. 1938, p.36. 78 Cf. “A Albânia, a América e a paz” in O Estado de S. Paulo, 11 abr. 1939, p.12.
CALEIDOSCÓPIO POLÍTICO 71
manter a nação longe da guerra europeia enquanto o presidente os pressionava, visando auxiliar as democracias em luta contra os países que compunham o campo totalitário. No primeiro caso, os objeti-vos, além de não serem atingidos, se transformavam em críticas ao dirigente norte-americano. Ao escrever diretamente aos represen-tantes europeus, o presidente quebrava o protocolo diplomático e se expunha aos mais variados ataques. Foi o que aconteceu quando, na intenção de auxiliar os pequenos países europeus afetados pela po-lítica alemã, Roosevelt escreveu a Hitler exigindo que ele não agisse contra as nações que ele elencava na carta. De acordo com Henry Kissinger (1994, p.384):
In April 1939, Roosevelt addressed Hitler and Mussolini directly in a message which, though ridiculed by the dictators, had been cleverly designed to demonstrate to the American people that the Axis countries indeed had aggressive designs. Surely one of America’s subtlest and most devious presidents, Roosevelt ask the dictators – but not Great Britain or France – for assurances that they would not attack some thirty-one specific European and Asian nations for a period of ten years.
O texto publicado em 25 de abril analisava o fato da seguinte maneira:
A princípio, parecia que o sr. Roosevelt pusera o chanceler Hitler numa camisa de onze varas ao enviar a mensagem que tanto abalou e irritou as chancelarias da Itália e da Alemanha. Agora, porém, talvez estejam rindo-se com certa dose de malignidade os diplomatas de carreira, cujas normas e rotinas seculares foram postas de lado pelo presidente norte-americano. É que o Führer, aprendendo rapida-mente a lição, num interessante movimento de flanco, acaba de pôr as pequenas nações vizinhas em situação não menos incômoda. [...] Quis o sr. Hitler saber se essas nações se sentiam ameaçadas pela Alemanha. Se todas responderem que não, como não podem deixar de o fazer, não terá ele mais que fazer senão enviar tais respostas ao presidente dos Estados Unidos, com estas ou equivalentes pala-
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vras: “Veja aí, sr. intrometido: estamos em paz com todo o mundo; ninguém se sente por nós ameaçado, conforme provo com os do-cumentos inclusos! O fazedor de guerras será Vossa Excelência...” [...] E dando a resposta negativa, que por força tem de dar, ainda incorrem no perigo de ver as democracias, despeitadas, lhes dizerem: Ah, vocês não necessitam da nossa defesa? Pois passem então muito bem, e na hora “H” não se queixem! Donde se vê que muita razão tem o brocado quando diz que de boas intenções está todo o inferno forrado; pois, com a melhor e mais simpática das intenções, eis aí o que foi fazer o sr. Franklin Delano Roosevelt: aumentar a aflição às pequenas nações.79
O caso guarda em si muita relevância, pois apresentava não só a política externa norte-americana como ingênua, mas também o seu presidente, que agia sem maiores reflexões, espontaneamente.80 No segundo caso, os debates acerca da modificação de lei de neutralidade envolviam variados interesses. Apesar do discurso do presidente norte-americano a favor das democracias europeias, o Congresso daquele país objetava firmemente qualquer espécie de auxílio mate-rial às potências do Velho Mundo. Os responsáveis pela publicação escreveram diversos comentários acerca das divergências em torno dessa lei. No dia 16 de julho, por exemplo, lia-se que:
A pendência entre Roosevelt e Hull e o Congresso e certas agên-cias de informação está se tornando uma luta aberta e renhida. O resultado desse duelo terá consequências importantíssimas não só na
79 Cf. “Perguntas em respostas” in O Estado de S. Paulo, 25 abr. 1938, p.16. 80 Ainda segundo Henry Kissinger (1994, p.384), a mensagem dirigida por Roo-
sevelt aos ditadores foi de fundamental importância. Para ele, “Though Hitler scored the oratorical point, Roosevelt achieved his political objective. By asking only Hitler and Mussolini for assurances, he had stigmatized them as the aggressors before the only audience that, for the moment, mattered to Roosevelt – the American people. To enlist the American public In supporting the democracies, Roosevelt needed to frame the issues in terms that went beyond the balance of power and to portray them as a struggle in defense of innocent victims against an evil aggressor. Both his note and Hitler’s reaction to it helped him to achieve that objective”.
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realidade interna dos Estados Unidos, como para o destino imediato da humanidade.81
Os isolacionistas, todavia, opunham sérias resistências às ten-tativas do governo de auxiliar materialmente as democracias em caso de guerra. A resposta americana ao conflito foi a reunião de todas as repúblicas na Conferência do Panamá e, mais uma vez, as diferenças entre os dois continentes serviam aos colaboradores como argumento que mostrava o contraste entre os dois continentes. Em 17 de setembro, o articulista afirmava:
Pela primeira vez na história do mundo, se não nos enganamos, todas as nações de um continente reunir-se-ão para discutir a pos-sibilidade de conjugar sua atitude ante um conflito militar em que são partes povos de outros continentes. As consultas do Panamá abrem novo capítulo na história do pan-americanismo e, talvez, na da evolução das relações internacionais. Ação democrática, dentro do direito internacional, obedecendo a altos ideais humanitários, eis como a América age e prefere agir.82
Uma outra questão que recebeu amplo destaque foi a eleição presidencial realizada nos Estados Unidos no ano de 1940. O presi-dente Roosevelt se candidatou ao terceiro mandato, algo que jamais ocorrera na história democrática daquele país. Um dos colaboradores do matutino que escrevia e publicava vários artigos sobre os costu-mes e especialmente sob as relações e problemas estadunidenses, o professor de História da Civilização Americana da Universidade de São Paulo, Paul Vanorden Shaw (1939, p.1), explicava ao leitor o que a candidatura de Roosevelt significava:
E com maior razão o presidente há de pensar que um povo sensato continuará a aproveitar sua experiência, porque, para empregar uma metáfora da época da conquista do “Far West”, “trocar os cavalos no
81 Cf. “A propósito da lei de neutralidade” in O Estado de S. Paulo, 16 jul. 1939, p.32. 82 Cf. “A Conferência do Panamá” in O Estado de S. Paulo, 17 set. 1939, p.1.
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meio do rio é perigoso.” [...] Ponto básico da filosofia política norte-americana tem sido essa lei não escrita, pois a constituição nada diz a respeito, de que nenhum presidente pode servir mais do que oito anos. Basta lembrar que desde Washington até hoje nenhum executi-vo norte-americano ousou quebrar a tradição. No fundo a explicação é simplíssima. Toda a constituição de 1787, adotada em 1789, é uma reação, ou melhor, uma revolução contra o direito divino dos reis e muito particularmente contra a política e prática de um Jorge III, que vinha procurando governar, não só a Inglaterra, como as treze colônias inglesas na América discricionariamente e sem consultar os colonos de além-mar. De fato, uma das primeiras razões da revolução que libertou os americanos da mãe-pátria foi o desejo de pôr no exe-cutivo um indivíduo sujeito à vontade popular, e que se considerasse um servidor das turbas e não o seu superior, o seu algoz ou o seu to-do-poderoso mandão. [...] na história do país se verificou que muitos presidentes serviriam melhor o país fora do poder do que continuando nele. [...] O sentimento contra o terceiro quadriênio é assim. Violento, apaixonado. Roosevelt chegou a Washington com um “furacão”. Este furacão é o “New Deal”. Pode ser como aquele do “Mágico de Oz”, que transportará o país para o paraíso, dos Munchkin e a terra das Esmeraldas, ou pode deixar devastadas as terras por onde passou.83
Eleito para um segundo mandato, o presidente Roosevelt pôde dar continuidade à sua política de envolvimento dos Estados Unidos na guerra europeia e aumentar a pressão sobre os japoneses. No que concernia ao Brasil e aos demais países da América do Sul, as relações com os norte-americanos se pautaram pela política da boa vizinhan-ça, pelo pan-americanismo e pelas pressões cada vez mais ingentes para que o continente fosse à guerra sob a tutela dos Estados Unidos.
83 O professor norte-americano fazia parte da rede de relações de Julio de Mesquita Filho. Em uma das cartas que enviou ao marido, que se referia aos dias 30 de novembro a 2 de dezembro de 1939, Marina Mesquita afirmava: “Esqueci-me de contar que o Shaw fico entusiasmadíssimo com os seus dois artigos sobre os States. Disse ele que nunca viu em tão pouco tempo uma apreensão tão completa daquele povo e seus costumes” (in Mesquita Filho, 2006, p.124).
2O ESTADO DE S. PAULO:
PERMANÊNCIA DOS DISCURSOS (1940-1942)
As representações da queda da França
A democracia não perecerá, a história não assistirá ao retrocesso do homem às mais sombrias horas da sua evolução. O gregarismo primário não tomará o lugar do individualismo consciente.1
(Julio de Mesquita Filho)
“Traduzindo todo este moralismo em pala-vras mais francas: é possível que eu adquira até mentalidade nazista (duvido); é certo que verei sem desaprovação a nazificação do mundo e a reconheça com lealdade. Me basta que eu não me sirva disto para tirar nenhum proveito mate-rial pessoal. O que, aliás, ainda é uma espécie de vitória da inteligência...Dentro das democracias como dentro dos nazismos. Ai, como o homem é superior aos humanos!...”2
1 Carta a Marina Mesquita, datada de 19 de junho de 1940 (in Mesquita Filho, 2006, p.172).
2 Correspondência de Mário de Andrade a Sérgio Milliet (in Duarte, 1971, p.335).
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Sob o argumento de que os jornalistas escondiam armas na reda-ção, o prédio foi invadido, no dia 25 de março de 1940, e o matutino passou às mãos da ditadura, que, desde 1937, lhe trouxera os maiores dissabores. Ao analisar os acontecimentos, Paulo Duarte (1971, p.46) lembra que
Jamais a imprensa e o livro foram tão fundamente achincalhados no Brasil como na vigência do Estado Novo. [...] escritores e jornalis-tas foram para os presídios e expulsos do país. Só pode exercer a pro-fissão jornalística quem fosse amigo da situação ou se conformasse. Um dos mais importantes órgãos da imprensa brasileira, “OESP”, foi assaltado pela ditadura, que se apoderou dele, expulsou os donos, lá colocando gente sua, para que o jornal continuasse a sair com orientação ditatorial! Nenhuma satisfação se deu à opinião pública. Nesse caso de “OESP” foram violados, ao mesmo tempo, todos os institutos jurídicos básicos do país: a Constituição, o Código Civil, o Código Comercial, o Código Penal e o Código de Processo! O absurdo de uma alegada conspiração, que teria sede naquele jornal, pareceu tão escandaloso que nem o Tribunal de Segurança, órgão instituído para aplicar o arbítrio da tirania em lugar do direito escri-to – nem esse instrumento dócil nas mãos da ditadura teve coragem de pactuar com crime tão mal disfarçado e impronunciou todos os diretores e redatores do jornal acusados. Pois, apesar disso, o ditador foi feito membro de honra da Associação Brasileira de Imprensa, que se castrou, sorridente, da própria dignidade. Mas a Associação Bra-sileira de Imprensa indenizou-se de tamanha amputação moral com um dote, em espécie que a tornou proprietária de um arranha-céu.
Além de enfrentar o exílio, a essa época na Argentina, Julio de Mesquita Filho teve de suportar a ocupação e a entrega do periódico a Abner Mourão, ex-diretor do Correio Paulistano e amigo do ditador.3
3 Em um dos artigos que publicou enquanto esteve no exílio e que foi, posterior-mente, reunido no livro Prisão, exílio e luta..., Paulo Duarte (1946, p.213-14) afirmou que O Estado de S. Paulo “mesmo após o golpe de Estado de 1937 permaneceu fiel às suas tradições de liberdade. A censura à imprensa impedia,
CALEIDOSCÓPIO POLÍTICO 77
O jornal voltou à circulação no dia 7 de abril do mês subsequente. Ainda que o seu editorial estivesse radicalmente modificado e pro-fessasse ideais que os lídimos proprietários dificilmente assinariam, os comentários publicados com destaque gráfico permaneceram com as mesmas características e frequência.
A partir dessa data, todavia, o jornal não era o mesmo. Antes o periódico se pautava pelos ideais do liberalismo e pela defesa, no que concernia às relações internacionais, dos países que compunham o campo democrático contra os totalitarismos. Desse momento em diante, o jornal era parte da ditadura, um porta-voz do governo, parte da estrutura criada pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) para a sustentação e divulgação dos feitos do regime inaugu-rado em 10 de novembro de 1937.
A relevância que o jornal possuía para os projetos do governo, naquele cenário, foi lembrada por Marina Mesquita, que, em carta a seu esposo, escreveu:
Ficar com o jornal no pé em que as coisas estão não é possível. Com esse governo, mesmo que o jornal fosse devolvido, seria im-possível continuar conosco dada a situação do papel – os impostos novos criados – e a limitação de páginas que vai ser imposta daqui por diante. O Estado com poucas páginas não vive. O que é mais radical que tudo isso: o governo declarou que o único jornal nacional do Brasil é o Estado e tem por isso de pertencer ao país.4
porém, qualquer manifestação em desacordo com a ditadura. Aquele órgão tomou, entretanto, uma atitude completamente neutra. Se não podia exprimir a sua opinião, abstinha-se de qualquer elogio ou referência favorável à ditadura. Nem mesmo elogios à Inglaterra, depois que arrebentou a segunda grande guerra europeia, eram permitidos publicar. Mas a ditadura precisava de OESP. [...] O senhor Getulio Vargas nomeou um amigo para dirigi-lo, o qual desde então lá se encontra, dando ao jornal tradicionalmente democrático a orientação totalitária em que se mantém...”. Bad Neighbor Vargas, artigo dado a The Nation, de Nova York, em setembro de 1941.
4 Carta de Marina Mesquita a Julio de Mesquita Filho, datada de 5 a 8 de junho de 1940 (in Mesquita Filho, 2006, p.156, grifo nosso).
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Não se pode esquecer de que as dificuldades de colocar nova-mente o jornal em circulação foram minimizadas por medidas como a citada por Marina, como a diminuição do número de páginas em razão da escassez de papel, que vinha do exterior. Com um número menor de colaboradores, as possíveis deficiências poderiam ser jus-tificadas por restrições que tinham caráter externo.
Não obstante os problemas advindos da ocupação do periódico e da nova orientação que a ele era transmitida, Julio de Mesquita teve de enfrentar, a distância, as negociações que envolviam a venda do jornal para o governo. Indignado com essa situação, ele redigiu uma carta para Marina dizendo:
A nova fase da guerra se abre ao mesmo tempo que eu me vejo cada vez mais abalado pelas notícias que tanto a sua como a carta do Alfredo me dão do Estado. Que quer você? Não me conformo, não poderei jamais me conformar com a ideia de que ele poderá sair-nos das mãos. Eu aceitaria tudo, fosse o que fosse, menos isso. [...] Não compreendo a vida senão como uma luta em benefício do meu país e da humanidade, e essa luta só é possível através do Estado. [...] estamos empenhados na mesma imensa batalha em que se enfrentam duas concepções irreconciliáveis do universo. Pois bem. É preciso resistir, resistir até o fim.5
A pressão sobre a família que permanecia no Brasil e as despesas sempre crescentes oriundas da vida no exílio criaram um problema financeiro para Julio Mesquita, que, nas cartas, sugeria a venda de algumas propriedades para manter a educação dos filhos e garantir sua permanência na Argentina. Para o ex-proprietário do matutino, havia entre a situação nacional e internacional uma relação inextri-cável e, por isso, transferir o jornal para as mãos da ditadura seria
nada mais, nada menos que nos equiparar aos Marquet, aos Flandin, Laval, etc., que estão acabando com a honra da França. [...] Além do
5 Carta de Julio de Mesquita Filho a Marina Mesquita, datada de 5 de junho de 1940 (in Mesquita Filho, 2006, p.157, grifo do original).
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mais, é preciso não perdermos de vista que a partida está em muito longe de se decidir e que, se a França nos falhou, lamentavelmente, a Inglaterra está escrevendo uma das mais estupendas epopeias de todos os tempos! É para ela que devemos olhar. A maneira como os ingleses têm sabido suportar os incríveis golpes que a deslealdade e a covardia do rei da Bélgica e do governo de Bordeaux lhes vêm todos os dias vibrando e a espantosa coragem com que os vão trans-formando em motivos para mais ardentemente se lançarem à luta são a melhor prova de que derrotado está quem se julga derrotado e de que a democracia é realmente a mais bela forma de governo com que possa sonhar a humanidade.6
Em outra oportunidade, ao escrever para o irmão, Francisco Mesquita, afirmara que “depois, a Inglaterra, a Grécia e os Estados Unidos dariam um jeito nas coisas do Brasil”, tentando mostrar que os problemas brasileiros seriam resolvidos como os alemães, de fora para dentro, num movimento irresistível e internacional, uma vez que, internamente, a população aceitava passivamente a domi-nação. Assim pensava também Paulo Duarte (1946, p.91), que, ao comparar a situação do país com a das demais nações envolvidas na guerra, sentenciava:
Todos os países ocupados reagiam contra os invasores e os usur-padores. Na França, na Bélgica, na Grécia, em toda parte, publica-vam-se com uma constância heroica jornais clandestinos, contando a verdade àqueles que o conquistador feroz mantinha segregados. E isso sob o jugo e a vigilância da Gestapo. Por que não acontecia o mesmo no Brasil moqueado, onde a tirania era igualmente sem en-tranhas, mas onde os seus instrumentos não tinham nem capacidade, nem coragem, nem força bastante para manter o terror espraiado sobre os países ocupados da Europa? Essa, a primeira fase a ser vencida, que não se tentava.
6 Carta de Julio de Mesquita a Marina Mesquita, datada de 1º de julho de 1940 (in Mesquita Filho, 2006. p.180-1).
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A necessidade de se criar um movimento de oposição ao regime estadonovista dentro do Brasil foi levada a cabo por Duarte, que, apoiado financeiramente por Armando Salles de Oleira, viajou clandestinamente ao país, em julho de 1939, para se encontrar com o ministro da Guerra, Eurico Gaspar Dutra, e propor um golpe contra Getulio Vargas. O ministro o recebeu e deixou que ele fosse embora. Ficou com os documentos que Paulo Duarte trouxera consigo, dos-siês que reuniam as ameaças que pairavam sobre o país, entre elas aquelas que lhes confiara Hermann Rauschning, publicadas logo depois no livro Hitler me disse.7
Para tratar dos assuntos referentes ao jornal, Julio Mesquita con-tou com o auxílio de seu cunhado Antônio Mendonça, que esteve à frente das negociações com os responsáveis que essa compra envolvia, como a Caixa Econômica Federal, por exemplo. De Buenos Aires, o ex-proprietário escreveu a Antônio Mendonça definindo sua posição:
Embora tivesse que ficar só, não aceitaria jamais uma solução que implicasse a alienação definitiva e inapelável do Estado. No dia em que a lei for soberana em minha terra, estarei pronto a vender a minha parte de ações, se disso depender o bem-estar dos demais membros da família. Sob o jugo de Getúlio, nunca. Fica, pois, entre nós definitivamente entendido: SÓ CONCORDAREI COM A VENDA, CASO FIQUE INSOFISMAVELMENTE ESTABE-LECIDO QUE ELA SE EFETUOU SOB VIOLÊNCIA E QUE, PORTANTO, OPORTUNAMENTE, PODERÁ SER ANULA-DA. Caso contrário, sou pelo abandono do jornal em mãos dos que neste momento estão à sua frente, reservando-me para mais tarde pedir justiça. [...] Se você me disser que a operação poderá ser mais tarde JURIDICAMENTE DESFEITA, muito bem: dar-lhe-ei a minha ratificação. Não sendo assim, poderei ser o único a vir contra ela, mas irei. Eis minha inapelável e definitiva decisão.8
7 Tanto em suas memórias como no livro Prisão, exílio, luta... (Duarte, 1946), esses episódios são narrados minuciosamente.
8 Carta de Julio Mesquita a Antônio Mendonça, datada de 24 de janeiro de 1941 (in Mesquita Filho, 2006, p.222, destaque do original).
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A previsão de que ele seria o único a rejeitar as condições de compra e venda do jornal foi correta. Em 16 de outubro de 1941, os outros proprietários, em carta a Antônio Mendonça, assinalavam:
Diante do novo rumo que tomou o caso do Estado, com a re-cusa de venda de uma parte das ações, vimos declarar a você que continuamos de acordo em vender as ações que possuímos, na base já estabelecida, pelo que confirmamos a você os poderes que lhe demos para a realização do negócio. Como nosso representante você poderá estabelecer as condições de liquidação e praticar todos os atos necessários para fazê-la.9
Por fim, quando a venda foi efetuada, somente Julio de Mesquita permaneceu com um percentual mínimo de ações (3.611), enquanto à Fazenda do Estado coube 28.844, enquanto um rol de outras en-tidades indicadas por ela com 45, totalizando 32.500 ações sociais.10
Logo após a ocupação, os responsáveis pela publicação escreve-ram sobre o mais recente golpe da Alemanha: a invasão da península escandinava. O Exercício no Weser, nome dado à operação que deter-minava a invasão da Noruega e da Dinamarca, iniciou-se em abril e contou com a participação das três armas das forças armadas alemãs: a Luftwaffe transportou soldados e material, a marinha se instalou nos principais portos do país e o exército terminou a operação.
No que concerne à relevância da Escandinávia, vale lembrar que, vítima do bloqueio inglês nos mares, a Alemanha buscava, além de bases estratégicas, acumular matérias-primas que a região possuía em grande e valiosa quantidade, com destaque essencial e particular para os minérios de ferro e aço. As imagens que os colaboradores construíram acerca desse conflito não se furtavam em admitir a
9 Carta a Antonio Mendonça, datada de 16 de outubro de 1941 (in Mesquita Filho, 2006, p.287). A carta foi assinada por Carolino da Motta e Silva, Ester Mesquita, Francisco Mesquita, Alfredo Mesquita, Antônio L. T. de Barros, Lia Mesquita e Armando Salles de Oliveira.
10 Conforme carta de Antonio Mendonça a Julinho, datada de 31 de outubro de 1942 (in Mesquita Filho, 2006, p.349-50).
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ousadia e a perícia de Hitler na execução de seus planos. Segundo um deles, o chanceler alemão “gaba-se de professar ideias revolucio-nárias. Por esse motivo, adota o lema de Danton: “audácia e sempre audácia”.11
A invasão daquela porção do continente custou à Alemanha gran-de parte de sua marinha de guerra, mas, pela primeira vez, evidenciou de que maneira a aviação poderia atuar conjunta e harmoniosamente com as outras armas na consecução de objetivos estratégicos. Para os colaboradores do jornal, a “quinta arma” foi vitoriosa nessa batalha.
Outro elemento que teve grande participação na efetivação da conquista alemã naquela península foi a ação dos sabotadores co-nhecida como “quinta coluna”. Especialmente na Noruega, esses grupos facilitaram e prepararam a entrada dos alemães em seu país. Os efeitos nocivos dessa arma foram objeto de análise de um texto não assinado que se referia à quinta coluna como “uma espécie de cavalo de Troia moderno”.12
Enquanto a Alemanha apostava na expansão territorial, os Aliados travavam uma luta interna contra esses elementos que ameaçavam a unidade dessas nações. O endurecimento das ações preventivas, como a prisão de elementos que compunham a aristocracia londrina e que eram favoráveis à paz com a Alemanha, foi denominado “totali-tarismo de emergência” por um colaborador. Segundo ele, não havia nesse fato nenhum perigo nem retrocesso no que tangia ao político, uma vez que essa evolução das democracias se devia à “brutalidade das circunstâncias”. E finalizava asseverando que “também na con-flagração passada se tornaram inevitáveis as ditaduras; na retaguarda, as civis, nas lutas de frente, as militares”.13
Em 5 de maio de 1940, a notícia da derrota dos exércitos ingleses no sul da Noruega foi publicada. Todavia, apesar de reconhecer que a vitória alemã tinha sido consumada em virtude da perícia e da ação conjunta das forças armadas, os responsáveis pela publicação
11 Cf. “Jutlândia e Escandinávia” in O Estado de S. Paulo, 12 abr. 1940, p.14. 12 Cf. “A quinta coluna” in O Estado de S. Paulo, 21 abr. 1941, p.28. 13 Cf. “Os auxílios dos aliados” in O Estado de S. Paulo, 17 abr. 1940, p.12.
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construíram, acerca da batalha travada no extremo norte do conti-nente, uma imagem bastante distinta. Se antes da ocupação os textos defendiam os princípios e os países democráticos, esperava-se que como porta-vozes de um regime que não se pautava por esses ideais os responsáveis pelos artigos, mantidos sob censura, escrevessem análises que reconhecessem e celebrassem as vitórias dos países totalitários, como a Alemanha, por exemplo.
Não foi isso, todavia, o que aconteceu. Sobre as batalhas travadas na parte setentrional do continente, os colaboradores concluíram que a conquista teutônica “não passou de uma vitória de Pirro”, e, no intuito de justificar a confiança que os países neutros deveriam nutrir pelos países que compunham o campo democrático, o cola-borador assinalava que os primeiros “ainda não têm elementos para duvidar das disposições dos franco-ingleses nas diversas frentes de combate”.14
O texto minimizava a vitória germânica e reafirmava a crença dos responsáveis pela publicação no poder de reação dos Aliados que ainda não tinham sido vencidos completamente. Essa estratégia de apresentação das vitórias germânicas permaneceria idêntica ao longo de todo esse período em que cada conquista era mostrada pelos articulistas como incompleta, levando a decisão final a outros lugares em um desdobramento de batalhas que culminariam, na visão deles, na vitória franco-britânica. Dias depois, uma nova frente foi aberta, quando, em 10 de maio, iniciou-se a marcha dos exércitos teutônicos em direção ao país latino, com a invasão da Holanda, da Bélgica e de Luxemburgo. Chamado de “bicho papão de toda a Europa” por um dos jornalistas do periódico,15 chegara o momento de o chanceler alemão lutar contra o inimigo natural de todas as suas pretensões no continente: a França.
Após a conquista da Noruega e da Dinamarca, as forças alemãs estavam dispersas, o que contribuía para que se duvidasse de um ataque, com um grande efetivo, contra os franceses. Entretanto, em
14 Cf. “Sexto sentido dos neutros” in O Estado de S. Paulo, 8 maio 1940, p.14. 15 Cf. “Discurso de Chamberlain” in O Estado de S. Paulo, 9 maio 1940, p.16.
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10 de maio, a Alemanha invadiu a Holanda, a Bélgica e Luxemburgo, iniciando aquela que foi denominada de “a maior batalha da Histó-ria” pelos colaboradores.16
Durante a década de 1930, a França ostentava o maior exército do continente e era vista como uma grande potência econômica e militar. As defesas construídas pelos seus governantes, com efusivo destaque para a Linha Maginot, eram tidas como inexpugnáveis.17 O exército francês, equipado com um grande número de tanques e aeroplanos, contava ainda com grandes nomes que atuaram, durante a conflagração anterior, juntamente com os heróis do Marne e de Ver-dun. Por isso, além da detenção dos avanços tecnológicos, os gauleses contavam com uma espécie de mística que pairava sob a instituição.18
Para o Ocidente, a França simbolizava o triunfo da razão sobre a violência, a valorização da cultura literária e filosófica e os avanços, enfim, em todas as áreas do conhecimento humanístico. Desde o século XIX, nenhuma cidade rivalizava com Paris e a nação francesa era comparada, nos textos publicados nos comentários, assinados ou não, à Hélade.
O colapso da Polônia e dos países escandinavos foi entendido, pelos responsáveis pela publicação, como consequências da falta de preparo e da ausência de mecanismos eficazes de defesa. Nesse sentido, destacava-se, em 12 de maio, que “pela primeira vez a oeste os germânicos encontram pela sua frente adversários prevenidos”.
16 Vale lembrar que, à medida que o conflito recrudescia, esse termo era empregado também em outros casos, transformando, dessa forma, cada novo embate no mais gigantesco evento bélico conhecido.
17 Para uma visualização, ver Anexos. 18 Para Marc Bloch (1999, p.26), a queda da França ocorreu em razão da incompe-
tência do Alto Comando Militar. Sobre a mística em relação ao exército gaulês, o autor explica que: “For a great many journalists and for a considerable number of ‘patriotic’ authors, any general is, by definition, a great general” (grifo no ori-ginal). Os colaboradores do jornal também apresentaram os militares franceses como grandes generais. Em um comentário publicado no dia 17 de novembro de 1939, uma pequena biografia dos chefes dos aliados (franceses e britânicos) mostrava ao leitor que aquelas figuras eram experientes e, em sua grande maioria, participaram da campanha vitoriosa na Primeira Guerra Mundial.
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E o colaborador continuava assinalando que “não lhes foi possível lançar mão do fator ‘surpresa’, a que deveram os ganhos iniciais”.19
Os articulistas afirmavam que as grandes investidas alemãs em todas as direções provocavam dispersão de forças em uma guerra que se desenvolvia por partes. Por essa razão, muitos textos especulavam onde aconteceria o próximo golpe. Assim, essas suposições acerca dos próximos passos dos alemães se constituíam em um esforço de imaginar ou interpretar que, em última análise, revelava as concep-ções políticas e expectativas dos colaboradores.
Ao realizar esse exercício, escrever rapidamente análises que dessem conta das velozes reviravoltas políticas e da guerra, os autores expunham ao leitor a ideia deles acerca dos fatos mais relevantes do momento. Portanto, podiam-se captar, nas entrelinhas, as mensagens subentendidas que cada artigo trazia. Em 14 de junho lia-se que, “com efeito, a operação vai se executando, mas por partes. Começou pela Escandinávia, prossegue agora na Holanda e na Bélgica. E de-pois? Haverá ainda paraquedistas e ‘quinta coluna’ para desfechar o golpe final, que deve ferir mortalmente o Império Britânico?”.20 Vale lembrar que ao apresentar ao leitor a ideia de que a ofensiva se de-senvolvia fracionadamente, o articulista formava a opinião segundo a qual o conflito só estaria decidido quando o último inimigo tombasse.
Além dos textos especulativos, outro tema que frequentemente surgiu nos comentários foi a Primeira Guerra Mundial. As batalhas que marcaram a época, os líderes e personalidades marcantes do conflito e as comparações da situação iniciada em 1939 e da que terminou em 1918 contribuíam para a luta simbólica que se travava em torno da memória. Além disso, aos comentaristas, era possível estabelecer semelhanças e idiossincrasias entre aquela situação e a atual, o que tornava o texto ainda mais denso e complexo, fato que reforçava a tese de que a essência dessa iniciativa era mesmo analítica e não meramente informativa. Em 19 de maio, uma dessas compa-rações foi comentada da seguinte maneira:
19 Cf. “Invasão da Holanda e da Bélgica” in O Estado de S. Paulo, 12 maio 1940, p.1. 20 Cf. “Paraquedistas e quinta coluna” in O Estado de S. Paulo, 14 maio 1940, p.16.
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Segundo as mais recentes notícias, Londres e Paris estão vivendo as mesmas horas ansiosas de agosto de 1914. Há alguma semelhança entre o que se passou naquela época e nesta época. Nas minúcias, porém, a situação é diferente. Da outra vez, após as vitórias de Liège de Charleroi, os invasores avançaram em três grandes colunas sobre a capital da França; agora, infiltraram-se fundamente por uma brecha aberta entre Maubege e Sedan. Formou-se, destarte, uma enorme “bolsa”, que eles procuram alargar, a fim de lograr rapidamente os seus objetivos. Por meio de tanques e da infantaria, chegaram até próximo de Reims, deixando de lado lugares fortificados, de certa valia. [...] Quanto tempo durará a batalha? A do Marne, que conteve os teutônicos a vinte e cinco anos, travou-se em doze dias. [...] Quem leu os escritores teutônicos do após-guerra verificará que não exageramos. Nos seus livros, eles narram que, no decorrer daquela contenda, as contínuas vitórias indignavam as populações. “Que valem as vitórias – indagava então Ernst Graezer – se a nossa vida é cada vez mais insuportável?” E vida da Alemanha de 1940 é quase a mesma de 1918!21
A invasão alemã, sustentada da mesma maneira que nas outras batalhas, com a aviação, a infantaria e os esquadrões mecanizados, era motivo de tensão no país latino. A brecha a que o colaborador se referiu, além de não ser fechada, aumentou até que as linhas francesas foram rompidas e os invasores avançassem em várias direções ame-açando a capital, Paris. Apesar de a situação indicar claramente que algo muito errado acontecia na França, o texto publicado no jornal em 22 de maio visava acalmar os mais preocupados e, concomitante-mente, obstar o fortalecimento dos que se batiam pelo autoritarismo:
essas conjecturas não devem, no entanto, levar a conclusões precipi-tadas, porque, como disse o sr. Winston Churchill, no seu discurso de domingo último, “seria ridículo perder a confiança e a coragem ou supor que os exércitos bem treinados e aparelhados, com cerca de
21 Cf. “Hora decisiva?” in O Estado de S. Paulo, 19 maio 1940, p.30.
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três a quatro milhões de homens, possam ser vencidos em algumas semanas, apenas, ou alguns meses, por meros golpes de surpresas e emboscadas, e reides de carros de assalto, por mais poderosos que sejam.” [...] Todavia, não é a primeira vez na história que a França atravessa momentos difíceis. Os atuais dirigentes das tropas franco-britânicas já presenciaram situações críticas na última guerra, e o próprio general Weygand, que assume o comando quando a nação francesa corre perigo, foi o braço direito de Foch.22
Percebe-se que, além da preocupação de tranquilizar os leitores acerca do futuro da Europa e da civilização, recordava-se que um dos comandantes das tropas aliadas era um dos principais auxiliares de Foch, herói da conflagração anterior. Além disso, reforçando a assertiva de Winston Churchill, os colaboradores julgavam ridículo supor que a França seria vítima da blitzkrieg. Todavia, à medida que más notícias chegavam do Velho Mundo, os responsáveis pela publicação pareciam acreditar que a derrota francesa se devia, em grande parte, a uma série de erros.
Um desses equívocos teria sido a não destruição das pontes sobre o Rio Mosa, que facilitou o trabalho dos tanques. E mais, em vez de uma contraofensiva organizada, o que se viu foi a fuga desesperada dos exércitos gauleses, que, da noite para o dia, deixavam de existir.23
22 Cf. “Momentos de apreensões” in O Estado de S. Paulo, 22 maio 1940, p.1. 23 O pânico que acometeu alguns exércitos franceses durante a batalha da França
foi narrado detalhadamente por William Shirer (s. d., v.2, p.389-90): “O pânico espalhou-se tão rapidamente que os soldados dos dois regimentos de infantaria e dos dois regimentos de artilharia – a espinha dorsal da 55a Divisão – logo corriam na maior desordem pela estrada de Bulson abaixo. Os oficiais não ten-taram detê-los. Na verdade, alguns oficiais estavam na frente daqueles bandos aterrorizados. O general Lafontaine e os oficiais de seu Estado Maior, vendo os fugitivos aproximarem-se do Posto de Comando de sua divisão, ao sul de Bulson, saíram para a estrada a fim de tentar detê-los. Colocaram-se caminhões transversalmente, na estrada, para bloqueá-la. Mas as tropas conseguiram trans-por os obstáculos e continuaram na fuga durante a noite, a maioria sem parar, até alcançarem Reims, a 96 quilômetros de distância. Tinham fugido apavoradas dos tanques alemães, convencidas, como estavam, de que eles vinham em sua perseguição”.
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A confluência de três outros fatores contribuiu, na visão dos articu-listas, para o colapso gaulês: a ação dos sabotadores, a quantidade de divisões blindadas lançadas na frente ocidental e a propaganda alemã. A força atribuída e os métodos utilizados pela Alemanha e, em certa medida, adotados também pelos aliados representavam um novo tipo de guerra, na qual os alemães pareciam possuir enorme vantagem. A título de exemplo, veja-se o comentário do dia vinte e sete de abril, que mencionava:
há poucos dias, voou sobre Paris um avião solitário. E que atirou umas placas transparentes nas quais se viam, numa das faces, solda-dos gauleses e alemães mortos, emaranhados nos arames farpados, e noutra, contra a luz do sol, um fleumático britânico, em doce contemplação, diante de uma mulher. Com as placas, caíram ainda alguns manifestos em que se procura estabelecer a cizania entre os habitantes das duas nações aliadas.24
Podem-se avaliar os efeitos que propagandas como causavam no ânimo daqueles que, desde o início, se recusavam a “morrer por Dantzig”. Além disso, julgava-se que os ingleses não estavam mes-mo dispostos a enviar ao continente número elevado de soldados, tampouco de aeroplanos, que foram requisitados em grande número pelos comandantes gauleses, o que reforçava a ideia de que, na hora fatal, a França fora abandonada por sua fiel aliada.25
Outro fator que ampliou o drama vivido pelos franceses foi a ren-dição da Bélgica. O rei Leopoldo não acreditava na vitória das forças franco-britânicas e decidiu render-se, expondo os exércitos aliados ao cerco e isolamento.26 Ao comentar a capitulação, os articulistas
24 Cf. “Imponderáveis burlescos” in O Estado de S. Paulo, 27 abr. 1940, p.16. 25 O general Basel Liddell-Hart, por exemplo, autor de vários livros sobre o
período, era contra qualquer auxílio aos franceses que dependesse de envio de soldados e material de guerra.
26 Segundo William Shirer (s. d., p.72-3), “Talvez o ato do Rei da Bélgica não nos surpreenda ao lembrarmo-nos de sua atitude política durante aqueles anos. Ti-rou seu país da aliança militar com a França e a Grã-Bretanha em 1936. Insistiu
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iniciaram o artigo publicado em 30 de maio, descrevendo um pouco da história dos reis. Segundo eles
a história dos reis constitui um dos capítulos mais interessantes de todas as histórias dos dirigentes de povos. Porque o monarca ou imperador traz consigo uma série de tradições, de preconceitos que os demais não revelam. [...] Mas ninguém pode deixar de reconhecer que o rei é, geralmente, um símbolo. [...] Reis houve, lídimos guer-reiros, defensores do seu povo, que colocaram acima de tudo a vida e a honra ao serviço da pátria, enquanto outros, menos imbuídos dos sentimentos, que em chefe deve ter para com sua gente, revelaram as suas fraquezas, nos momentos difíceis. A história está cheia de exemplos: bons e maus. Quando se refere ao rei Arthur, fundador da Ordem dos Cavaleiros da Távola Redonda, surgem logo uma série de fatos ligados a sua história, que relembram a vida heroica desse soberano lendário. [...] Certo, ainda é cedo para julgar-se a atitude do rei Leopoldo III. A sua capitulação data de dois dias e não houve tempo para se apurarem as circunstâncias que o levaram a decidir-se desse modo, no momento em que os aliados jogavam com as forças belgas, na contraofensiva alemã.27
para que a Bélgica retomasse sua posição de país neutro embora a invasão de 1914 – quando seu pai reinava – tivesse demonstrado quão pouco os alemães a respeitariam, e persistira em mantê-la mesmo depois da ocupação da Áustria por Hitler em 1937 e da Tchecoslováquia em 1939; e o ataque do ditador nazista à Polônia, nesse mesmo ano, havia demonstrado o desprezo e o desrespeito da Ale-manha nazista à independência de países vizinhos. Depois de começada a guerra, Leopoldo recusou conversações de seu Estado-Maior com os aliados, as quais objetivaram preparar uma defesa comum contra os alemães, mesmo quando os planos destes, de uma invasão da Bélgica, lhe caíram nas mãos. Somente no último momento, depois que as tropas de Hitler estavam invadindo suas fronteiras, é que pediu ajuda aos aliados. Mesmo assim, quando a França e a Grã-Bretanha foram em seu auxílio, não julgava que a Bélgica tivesse alguma obrigação para com elas, exceto lutar em sua própria defesa. [...] Em 25 de maio, finalmente, em sua última reunião com os ministros, disse-lhes que a causa dos aliados estava per-dida, que não mais havia razão para continuar a guerra ao lado deles e que talvez tivesse que formar novo governo sob o tacão dos alemães que ocupavam o país”.
27 Cf. “Os reis e a História” in O Estado de S. Paulo, 30 maio 1940, p.1.
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No mesmo dia, a trágica realidade do exército francês era exposta pelos colaboradores: “com toda a certeza ele se dividirá, uma parte embarcando para a Inglaterra e a outra indo ao último extremo, ao extermínio ou à capitulação”.28 A imagem de Dunquerque ganhava forma enquanto as estratégias de defesas diminuíam e o desespero crescia. Contudo, uma vez mais, os colaboradores representavam a vitória alemã como incompleta, evocando a figura de Pirro: “Quem nos dirá que não se repita a vitória de Pirro, em Heracleia? O grego empregou os elefantes como último recurso, e não venceu os roma-nos. Os seus êmulos de hoje empregam os tanques motorizados...”.29
A retirada das tropas aliadas em direção ao mar foi interpretada pelos articulistas como a maior tragédia da história militar.30 Também nesse caso, os acontecimentos vividos pelos contemporâneos eram comparados com eventos históricos de outras épocas, particular-mente a história antiga e o vulto de Napoleão Bonaparte. Em 2 de junho, a retirada franco-britânica foi assim descrita pelo colaborador:
a “retirada dos dez mil”, que Xenofonte descreveu na “Anabase”, muito ficaria a dever se um grande historiador de nossos dias se decidisse a narrar o que está ocorrendo nas costas do mar do Norte, à entrada do canal da Mancha. A despeito de não ser nosso desejo antecipar os fatos, pode-se, porém, dizer que está prestes o encerra-mento da primeira fase da atual guerra.31
É interessante destacar que nesse mesmo dia os colaboradores já entendiam como finalizada a primeira fase da guerra. Assim, o conflito se desdobraria em muitas outras lutas até que um dos con-
28 Cf. “Tanques e trincheiras” in O Estado de S. Paulo, 30 maio 1940, p.16. 29 Cf. “Os futuros golpes” in O Estado de S. Paulo, 2 jun. 1940, p.1. 30 Os números do embarque foram oferecidos aos leitores em 7 de junho: “con-
seguiram desembarcar nas costas da Inglaterra cerca de 335 mil soldados, enquanto somente perto de 30 mil permaneceram na Flandres na defesa de Dunquerque...”. E o articulista lembrava que a retirada foi “algo de admirável e sem precedentes em toda a história da humanidade” (cf. “Novos objetivos” in O Estado de S. Paulo, 7 jun. 1940, p.1).
31 Cf. “Fim da primeira fase” in O Estado de S. Paulo, 2 jun. 1940, p.36.
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tendores triunfasse. Outro fator digno de nota é que a derrota dos exércitos aliados na frente ocidental não fez que os colaboradores representassem a luta com desespero ou pavor. Não houve também nenhuma espécie de comoção ou demonstração de sentimentalismo no que concernia à queda da França. Pelo contrário, diante do maior drama da história militar daquele país, em nenhum momento os comentários demonstraram falta de confiança no que se referia ao re-sultado final do conflito, apostando na vitória final das democracias.
Dessa forma, taxavam as preocupações britânicas de “estranho pessimismo” e lembravam que os ingleses lutavam até a última ba-talha, aquela que, historicamente, jamais perderam.32 Observe-se que, nesse caso, os responsáveis pela escritura do texto se mostram mais otimistas no que concerne ao andamento da guerra do que os próprios britânicos. O estranho pessimismo aqui denota o desespero que uma possível derrota inglesa significaria para os colaboradores. Assim, agarrados nessa última esperança os articulistas escreveram artigos que representavam os ingleses como um povo de fibra e que suportaria as provações vencendo a batalha final. Todavia, um outro fator veio conturbar ainda mais o cenário. Em 10 de junho, Mussolini declarou guerra à França, aumentando a pressão sob os exércitos gauleses. Diante desses fatos, qual seria a posição que o jornal, órgão do regime estadonovista, adotaria? Em 11, um comentário que in-terpretava os significados da entrada italiana no conflito e a questão da neutralidade lembrava que
A nossa posição de país neutro, entregue ao estudo e resolução de problemas particulares a sua própria vida, não nos permite que nos embrenhemos num labirinto de fatos que poderia, ao invés de
32 O pessimismo passara a ser visto pelos colaboradores como uma das táticas da guerra. No dia 11 de novembro de 1941, se lia, no texto não assinado, que: “pelo exposto, parece que vai ganhando terreno entre os contendores, inclusive da Alemanha, a estratégia e tática do pessimismo. Daqui por diante, os críticos deverão ter cautela com os termos ‘grave’, ‘sério’, ‘alarmante’, ‘aflitivo’, ‘inquie-tos’, ‘pavoroso’, ‘catastrófico’. Termos esses sujeitos a interpretações várias e interessantes...” (cf. “Variações sobre o pessimismo” in O Estado de S. Paulo, 11 nov. 1941, p.16).
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aplacar, animar controvérsias e avivar inimizades. [...] Se até aqui a posição de neutralidade era aconselhável, doravante ela se torna imprescindível. [...] Os estrangeiros que conosco trabalham devem compreender, e estamos certos de que o compreenderão, que so-mente respeitando a nossa neutralidade poderão sentir-se garantidos a gozar os benefícios que a terra dadivosa e o povo hospitaleiro, tradicionalmente amigo dos que aqui trabalham, lhes dispensam espontaneamente. [...] voltamos a nossa atenção para o trabalho cotidiano, tendo em vista o sossego dos nossos lares e a felicidade e glória do nosso país. [...] precisamos prestar obediência ao supremo governante da República. Prestigiando-o, reunindo-nos em torno dele, poderemos garantir a nossa paz e a nossa riqueza.33
O aspecto fundamental que o excerto evidencia é o clamor no que tangia à unidade interna, necessária na medida em que a guerra parecia se espalhar e ameaçar todos os povos. Vale destacar que esse discurso pela disciplina civil foi característico do jornal ocupado pelo regime varguista e marcava a ruptura fundamental entre o matutino antes e depois da ocupação.34
A França era para o Brasil, além de um paradigma político, um guia intelectual e espiritual. As influências do pensamento francês remontavam a longa data e não parece demais afirmar que, a partir do século XIX, os franceses deixaram uma marca importante na história brasileira. Nos primeiros movimentos em torno da ideia de república, os ideais apresentados para romper com a monarquia eram os da nação europeia. Segundo José Murilo de Carvalho (1990, p.12-13):
Entre os propagandistas, o entusiasmo pela França era inegá-vel. A proximidade do centenário da Revolução de 1789 só fazia aumentá-lo. Silva Jardim pregava abertamente a derrubada do An-tigo Regime no Brasil, fazendo-a coincidir com o centenário. Não se
33 Cf. “Neutralidade” in O Estado de S. Paulo, 11 jun. 1940, p.14. 34 Para uma abordagem dessa questão, ver Costa (2006), que compara as repre-
sentações da Alemanha e dos Estados Unidos nesse período.
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esquecia de incluir o fuzilamento do Conde D´Eu, o francês, a quem destinava o papel do infortunado Luís XVI, numa réplica tropical do drama de 1792. O entusiasmo não podia ser melhor expresso do que nas palavras de um oficial da Marinha, recordando em 1912 os tempos da propaganda: “Todas as nossas aspirações, todas as preo-cupações dos republicanos da propaganda eram de fato copiadas, das tradições francesas, nas menores coisas das nossas lutas políticas relembrávamos a França. A Marselhesa era nosso hino de guerra, e sabíamos de cor os episódios da grande revolução. Ao nosso brado: ‘Viva a República’ seguia-se quase sempre o de ‘Viva a França’. [...] A França era a nossa guiadora, dela falávamos sempre e sob qualquer pretexto”. (grifo nosso)
O excerto denota, com profunda precisão, de que maneira a história francesa, seus ideais e sua cultura estavam ligados ao Brasil admitindo-se que a França era o paradigma a ser seguido para a instalação do regime republicano. Como a vitória alemã na França era já uma questão “de horas ou de dias”,35 o sucesso dos avanços germânicos e a iminente queda de Paris repercutia com intensidade no cenário internacional. No Brasil, o presidente, ao discursar a bordo do couraçado Minas Gerais, em 11 de junho de 1940, fez uma análise da situação na qual expunha um libelo aos regimes totalitários enquanto mostrava que as democracias eram sistemas ultrapassados.
O discurso se tornou ainda mais relevante em virtude de outro pronunciamento realizado no dia anterior nos Estados Unidos, opor-tunidade em que Roosevelt prometeu auxílio às democracias em luta contra o nazismo,36 enquanto o brasileiro asseverava que
35 Esse foi o título do texto publicado em 13 de junho de 1940: cf. “Questão de horas ou de dias” in O Estado de S. Paulo, 13 jun. 1940, p.1.
36 Apoio que não chegou a tempo de salvar a França da catástrofe. Antes da derrocada final, Paul Reynaud enviou telegramas a Roosevelt pedindo que os Estados Unidos interviessem na guerra em favor dos aliados. No entanto, ainda era cedo para os americanos e, além disso, havia eleições marcadas para novembro e o presidente, candidato, não queria imiscuir-se no conflito europeu temendo, possivelmente, um retrocesso no pleito.
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marchamos para um futuro diverso de quanto conhecíamos em matéria de organização econômica, social ou política, e sentimos que os velhos sistemas e fórmulas antiquadas entram em declínio. Não é, porém, como pretendem os pessimistas e os conservadores empe-dernidos, o fim da civilização, mas o início tumultuoso de uma era nova. Os povos vigorosos, aptos à vida, necessitam seguir os rumos das suas aspirações, em vez de se deterem na contemplação do que se desmorona e tomba em ruínas. É preciso, portanto, compreender a nossa época e remover o entulho das ideias e dos ideais estéreis.37
As palavras de Getulio Vargas repercutiram tanto no cenário externo quanto no interno. Para os comentaristas, “o tom de suas palavras denunciou a vontade firme de fazer um Brasil sempre respeitado e forte. A oração constituiu, no fundo e na forma, nova orientação da oratória diplomática brasileira”.38
Dentro do governo brasileiro havia posições conflitantes, que refletiam a dicotomia existente no cenário internacional. Oswaldo Aranha, ministro das Relações Exteriores, defendia o alinhamento com os Estados Unidos, enquanto Eurico Gaspar Dutra, ministro da Guerra, e o general Góis Monteiro pendiam para a Alemanha. Oswaldo Aranha tentou, então, matizar o discurso do presidente brasileiro. Segundo Stanley Hilton (1994, p.334-5),
parte da solução encontrada por Aranha para superar a tempestade foi combinar, sem dúvida só depois de consultar o chefe do executivo, outra reunião algumas horas depois com os líderes militares, Caffery e o coronel Miller. Nesse encontro de duas horas, Aranha reafirmou a fidelidade do Brasil ao pan-americanismo e à amizade tradicional com os Estados Unidos, mas frisou que receber ajuda para o reapa-relhamento das forças armadas era o passo indispensável a qualquer compromisso específico sobre a defesa comum. Para reforçar as declarações do chanceler, Vargas repetiu a Caffery que seu discurso
37 Cf. O Estado de S. Paulo, 12 jun. 1940, p.3. 38 Cf. “A posição do Brasil” in O Estado de S. Paulo, 15 jun. 1940, p.12.
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visara apenas alertar o povo brasileiro para as grandes mudanças da vida moderna e com isso justificar medidas para reforçar o país militar e economicamente. Disse inclusive que divulgaria uma nota naquele sentido, o que fez, através do DIP, no dia 13.
A historiografia tradicional interpretou esse discurso como uma ameaça aos norte-americanos, que relutavam em auxiliar o Brasil nos seus principais objetivos.39 De acordo com essas interpretações, essa atitude se coadunava com a política do “duplo jogo”40 ou da “equidistância pragmática” (Moura, 1980) adotada pelo presidente. Contudo, para além de uma análise de viés economicista, e relacio-nando o momento político em que ele foi proferido, o que se percebe é que todo o pronunciamento tinha como finalidade justificar os regimes de cunho autoritário e sinalizar que o Estado Novo estava em sintonia e em harmonia com os vencedores europeus.
As consequências simbólicas da queda de Paris foram enormes. Mário de Andrade, em carta a seu amigo Sérgio Milliet, ao se referir à mais recente conquista alemã afirmava que:
a Alemanha, acabe ou não vencendo esta luta de princípios, acaba de nos dar um dos mais sublimes exemplos de genialidade dirigida, de aplicação específica da inteligência humana. E, se tenho horror ao nazismo, e mesmo o considerando uma etapa de evolução social, se nem agarrado serei nazista em mim, não tenho não só forças, mas nenhum argumento mais para desaconselhar a um moço de 25 anos pra menos a adoção dos princípios nazistas, racistas e comunistas e o diabo. Eles estão com a razão. E o que é mais: estão com a verdade fatal. (apud Duarte, 1971, p.333)
39 Segundo Ricardo Antônio Silva Seitenfus (1985), os objetivos brasileiros à essa época eram basicamente dois: armas para o Exército e a construção de uma usina siderúrgica.
40 Para Roberto Gambini (1977), “pode-se dizer que a mensagem velada no dis-curso de Vargas é uma promessa de aliança se os EUA fornecessem armamentos, e uma ameaça de aproximação da Alemanha caso o pedido não fosse atendido”.
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O impacto da conquista alemã foi de uma amplitude tão elevada que, segundo Julio de Mesquita Filho (1969, p.XIII-XIV),
logo após o início da guerra, nos mandava dizer, em carta, que ainda conservamos em nosso arquivo o inesquecível amigo Otelo Franco, cujas relações com o General Góis Monteiro eram de todos conhe-cidas. Respondendo às linhas que lhe escrevíamos do exílio, Otelo procurava demonstrar-nos que o nosso entusiasmo pela Democracia e a fé que depositávamos na vitória final das potências que a defen-diam eram o fruto de nossa ignorância em questões militares, nas quais seria exímio o seu chefe e mestre Góis Monteiro. Para este, se houvesse bom senso e visão real das coisas, não restaria ao Brasil senão conduzir-se de modo a que, na hora inevitável do triunfo nazi-fascista, não nos víssemos na triste condição a que estava fadada a aliança Inglaterra-Estados Unidos, em face do poderio imenso que representavam a Alemanha, a Itália e o Japão. E que tal era o pensamento não apenas da trilogia Góis Monteiro-Dutra-Campos, os três principais assessores do ditador prová-lo-ia Oswaldo Ara-nha, alguns anos mais tarde, em Santos, diante de um grupo que se formara à volta do Brigadeiro Eduardo Gomes, quando o ilustre brasileiro ali se encontrava para tomar parte num meeting em favor da sua candidatura a Presidência da República, no estádio do San-tos Futebol Clube. Éramos umas seis ou oito pessoas em torno do grande democrata brasileiro e comentávamos, exatamente, a atitude do chefe da delegação do Brasil à Conferência de Lima, com base no trabalho a que aludimos e que abre este volume. Inesperadamente, chegou-se ao grupo o sr. Oswaldo Aranha, que, ouvindo-nos afirmar ter sido intenção de Getulio Vargas, em determinados momentos e a conselho dos dois generais que o assessoravam, passar-se na hora oportuna para o campo nazi-fascista, interveio na conversa para asseverar: - Está você muito mais próximo da verdade do que ima-gina. As coisas chegaram a um tal ponto, depois do esmagamento dos exércitos franceses, que Getulio resolveu convocar o Ministério para que se decidisse a entrada do Brasil na guerra, ao lado de Hitler e Mussolini. Getulio encontrou decidido apoio em Góis Monteiro
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e Dutra, mas estes acharam conveniente que se verificasse, antes da decisão final, quais eram as reservas de petróleo existentes no País, pois tinham a certeza de que se aderíssemos ao Eixo não poderiam os Estados Unidos, já em franca cooperação com a Inglaterra, deixar de impedir qualquer fornecimento de combustíveis ao Brasil. Feito o levantamento das reservas, viu-se que eram tão reduzidas que não dariam para mais de três meses. E só por isso não fomos à guerra. Para nos atermos à verdade, diremos que o sr. Oswaldo Aranha, desde o início do seu revelador depoimento, afirmou ter sido a sua única voz a levantar-se veementemente contra os planos do chefe do governo e de seus conselheiros militares.
No que concernia à queda da capital francesa, estabelecendo um paralelo com a carta de Mário de Andrade, nota-se quão díspares foram as apreensões do fato e a maneira como era apresentado aos leitores.41 Enquanto o escritor paulista representava parte da intelec-tualidade brasileira que chorava a destruição da nação que simbolizou a cultura e a ilustração, os responsáveis pela publicação, colocando à parte as emoções, assinalavam, resignados, que “neste último século e meio, o destino da grande capital tem sido esse mesmo”.42
As fraquezas da Alemanha também foram apontadas frequente-mente pelos responsáveis pela publicação. Além disso, os colabora-dores assumiram, no que se referia àquela nação, uma postura crítica ao explanar e apontar os enganos cometidos pelos leigos. Assim, durante todo o período estudado, observam-se as críticas feitas à Alemanha como um processo contínuo e crescente que aumentava de intensidade quando as vitórias dessa nação pareciam se estabelecer
41 No que concerne à queda da França, o proprietário do jornal, exilado, mani-festou-se pesaroso somente no âmbito privado. Em carta à sua esposa, Julio de Mesquita escreveu, de Buenos Aires, com data de 17 de junho de 1940: “A França capitulou! [...] Ao ouvir a espantosa notícia, tive a sensação de que me havia chegado à pele um cabo de alta-tensão! Fiquei estarrecido e sem compreen-der. A França capitulou! Eu podia esperar tudo, tudo. Menos isso!” (Mesquita Filho, 2006, p.169).
42 Cf. “O espírito novo da França” in O Estado de S. Paulo, 18 jun. 1940, p.1.
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e ampliar. Um exemplo desse fato ocorreu em 20 de junho, quando o colaborador ensinava que “Toda gente imagina que Adolf Hitler foi o inventor do exército que vem alcançando tantas vitórias. Pois não foi: a sua grande tarefa foi a de elevar a forte potência, o que, em pequena escala, fizera o general von Seeckt”.43
Outro aspecto que mereceu destaque nos comentários do ma-tutino foi a questão da frente interna na Alemanha, que, durante a Primeira Guerra Mundial, atuou de maneira decisiva para a capi-tulação. Em 21 de junho, sumarizando esse problema, o articulista lembrava que “desde o começo da presente guerra, o Führer não se tem cansado de proclamar, em seus discursos: ‘Nunca mais teremos um 9 de novembro de 1918.’ Isto significa que ele dá excepcional importância ao trabalho de Himmler, chefe da Gestapo”.44
A França tombara. Dias depois, um dos textos não assinados anunciava o início da “segunda etapa”, desde logo denominada “a mais importante” e que marcaria a luta entre a Alemanha e a Inglater-ra: “é deste embate final que dependem a sorte da Europa e a abertura de novas perspectivas quanto aos destinos do mundo”.45 A luta nos céus da Inglaterra, de certa forma, trouxe novo alento aos que acre-ditavam na força das democracias. Para os colaboradores, mais uma razão para continuar oferecendo aos leitores uma análise do cenário internacional que favorecesse os Aliados, minando, por esse meio, a possibilidade de que eles sucumbissem não à tentação autoritária.
No Brasil, enquanto os exércitos alemães derrotavam os franceses, os responsáveis pela publicação concitavam à união e à disciplina. No dia 11 de junho, afirmava-se:
A nossa posição de país neutro, entregue ao estudo e resolução de problemas particulares a sua própria vida, não nos permite que
43 Cf. “Os pequenos exércitos” in O Estado de S. Paulo, 20 jun. 1940, p.14. A atuação de von Seeckt foi realmente de suma relevância para a reestruturação do exército alemão que não poderia ultrapassar 100 mil homens segundo as imposições do Tratado de Versalhes.
44 Cf. “Planos estratégicos” in O Estado de S. Paulo, 21 jun. 1940, p.12. 45 Cf. “Planos ilusórios” in O Estado de S. Paulo, 26 jun. 1940, p.14.
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nos embrenhemos num labirinto de fatos que poderia, ao invés de aplacar, animar controvérsias e avivar inimizades. [...] Se até aqui a posição de neutralidade era aconselhável, doravante ela se torna imprescindível. [...] Os estrangeiros que conosco trabalham devem compreender, e estamos certos de que o compreenderão, que so-mente respeitando a nossa neutralidade poderão sentir-se garanti-dos a gozar os benefícios que a terra dadivosa e o povo hospitaleiro, tradicionalmente amigo dos que aqui trabalham, lhes dispensam espontaneamente. [...] voltamos a nossa atenção para o trabalho cotidiano, tendo em vista o sossego dos nossos lares e a felicidade e glória do nosso país. [...] precisamos prestar obediência ao supremo governante da República. Prestigiando-o, reunindo-nos em torno dele, poderemos garantir a nossa paz e a nossa riqueza.46
O texto referia-se à grande colônia de italianos que residia em São Paulo e que poderia sofrer algum tipo de coação em razão da entrada da Itália na guerra ao lado da Alemanha, no preciso momento em que o colapso dos exércitos gauleses era já irremediável. Nesse período, as relações do Brasil com os Estados Unidos sofreram um leve abalo por causa do discurso proferido pelo presidente Getulio Vargas no dia 11, em que criticava as democracias e tecia elogios aos regimes de força. O discurso foi recebido no âmbito internacional como uma mensagem de apoio aos totalitários, e, no que se referia à democracia, parecia se tratar de uma réplica ao pronunciamento do líder norte-americano, no dia anterior.47 No dia 15, todavia, após
46 Cf. “Neutralidade” in O Estado de S. Paulo, 11 jun. 1940, p.14. 47 Henry Kissinger (1994, p.386) transcreveu um trecho desse discurso que re-
produzimos aqui a título de comparação: “On this tenth day of June, 1940, In this University founded by the first great American teacher of democracy, we send forth our prayers and our hopes to those beyond the seas who are maintaining with magnificent valor their battle for freedom. In our American unity, we will pursue two obvious and simultaneous courses; we will extend to the opponents of force the material resources of this nation; and, at the same time, we will harness and speed up the use of those resources In order that ourselves in the Americas may have equipment and training equal to the task of any emergency and every defense”.
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o trabalho do ministro das Relações Exteriores, Osvaldo Aranha, noticiava-se no comentário que:
O sr. Cordell Hull, um dos maiores estadistas norte-america-nos, não hesitou em afirmar à imprensa do seu país a solidez da amizade entre o Brasil e os Estados Unidos: “Nunca – foram as suas palavras – as relações entre os governos brasileiro e norte-americano estiveram mais sólidas e mais íntimas”.48
A batalha da Inglaterra
Há prognósticos dantescos e apocalípticos. Fa-la-se na destruição de Londres, no arrasamento de fortalezas e nas chamas imensas que dominarão o país inteiro. [...] Diante da grandeza apavorante desses acontecimentos, ainda por vir, as pávidas criaturas, que se encontram a distância, sentem-se infinitamente pequenas. Não devem ter a filancia de julgá-los de antemão. E quem sabe se não sur-girá uma surpresa, que amesquinhe ainda mais a pobre espécie humana? 49
Dizia eu, há tempos, a você, que a situação que enfrenta hoje a Inglaterra se assemelha muito à em que se viu ela diante de Napoleão vitorioso. [...] Com uma pequena diferença, porém: e esta é que nem Hitler pode, de longe, comparar-se a Napoleão, nem Pitti foi um Churchill.50
(Julio de Mesquita Filho)
Com a derrota da França, a Inglaterra estava só na luta contra os exércitos vencedores. Foi nesse período que, conforme Henry
48 Cf. “A posição do Brasil” in O Estado de S. Paulo, 15 jun. 1940, p.12. 49 Cf. “Dentro de poucos dias” in O Estado de S. Paulo, 17 jul. 1940, p.14. 50 Carta de Julio de Mesquita Filho a Marina Mesquita, datada de 15 de julho de
1940 (in Mesquita Filho, 2006, p.189-90).
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Kissinger, Roosevelt adotou um posicionamento que, na prática, equivalia ao abandono da neutralidade.51 No dia 6 de setembro, um articulista lembrava uma profecia de Walter Rathenau, relacionada ao contexto internacional:
Em 1924, mais ou menos na ocasião em que Hitler se distinguiu numa revolta contra a social-democracia, o infortunado político alemão assim se manifestou sobre a crise do continente: “Como na Grécia antiga, debatemo-nos numa espécie de guerra de Pelopo-neso, em benefício dos novos romanos, que são os habitantes dos Estados Unidos...” Que digam da sua justiça sobre estas palavras os modernos Tucídides...52
As comparações da situação do cenário internacional em 1940 e em 1917, ano em que os norte-americanos intervieram na guerra, voltaram à cena. Para os colaboradores, com o auxílio aos ingleses,
os Estados Unidos deixaram de manter a rigorosa neutralidade, que era o ideal dos seus estadistas. [...] Nem Woodrow Wilson, que declarou a guerra a Guilherme II, teve tantos poderes como o presidente de agora. [...] Não há a censurar os Estados Unidos por traçarem novos rumos à sua política externa. Se a força é o índice de superioridade e de civilização, explica-se perfeitamente que os seus dirigentes procurem, com toda rapidez, adestrar os habitantes para o que der e vier. [...] Aos espíritos de escol, inclinados às coisas do espírito, não agrada, sem dúvida, uma demonstração nesse sentido. Mas outros espíritos, também de escol, porém mais práticos, já se persuadiram de que se torna mister acabar, de uma vez para sem-pre, com o velhíssimo preconceito de que, para salvar o mundo, existem raças predestinadas.53
51 Para Henry Kissinger (1994, p.386), “On June 10, 1940, as France was falling to the Nazi Invaders, Roosevelt abandoned formal neutrality and came down eloquently on the side of Great Britain”.
52 Cf. “A duração da guerra” in O Estado de S. Paulo, 6 set. 1940, p.14. 53 Cf. “As reações inesperadas” in O Estado de S. Paulo, 22 out. 1940, p.16.
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E os paralelos entre as duas contendas não cessaram. Com a vitó-ria de Franklin Delano Roosevelt para mais um quadriênio e com a garantia de cooperação dos norte-americanos, o articulista indagava:
No futuro a sua assistência, como prometeu o governo de Wa-shington, assumirá proporções maiores. [...] Tais as disposições dos contendores. Os dois grupos adotaram a tática de produzir em escala ascendente e vertiginosa. [...] Como poderá ela – a Alema-nha – competir com os Estados Unidos e a Inglaterra juntos? Da outra vez, o general Luddendorf ficou surpreso com os efeitos da entrada dos norte-americanos no conflito. [...] Infelizmente, um dos beligerantes, pelo seu chefe responsável, insistiu e insiste em aferir o grau de civilização pelo fabrico e acúmulo de artefatos mortíferos. A breve trecho esse beligerante verá o resultado dessa maneira de encarar as relações entre os povos e os problemas políticos e sociais de todo o Universo. Os outros países, com mais recursos naturais e com exércitos de operários especializados, hão de revelar que, nesse terreno, não se acham inferiores aos que só tiveram a vantagem, cada vez mais precária, de preparar-se com muitos anos de antecedência.54
A ajuda enviada pelos estadunidenses efetivou-se de acordo com a nova lei de neutralidade que o presidente norte-americano promul-gara após várias derrotas sofridas pelo dirigente norte-americano no Congresso.55 De acordo com o articulista,
O presidente Roosevelt acaba de descobrir uma fórmula que, não contrariando a intransigência inicial, atende plenamente aos desejos do Império visado pelo Terceiro Reich. Os artigos serão enviados depois do pagamento de um sinal razoável; a Grã-Bretanha
54 Cf. “Produção intensiva” in O Estado de S. Paulo, 13 nov. 1940, p.16. 55 Segundo Henry Kissinger (1994, p.385), “The Congress did not act until after
the European war had actually started. Indicating the strength of the isolationist mood, Roosevelt’s proposal had been defeated three times In the Congress earlier in the year”.
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compromete-se a devolver esses artigos assim que a guerra terminar, pegando somente aqueles que forem destruídos. [...] Foi desta forma que há vinte e quatro anos se tornou evidente a beligerância dos Estados Unidos. [...] Repetir-se-á a história em 1941? [...] Talvez que o trabalho de sapa, em que os teutos são exímios, conforme demonstraram em vários lugares, muito concorra para uma tensão irremediável entre as duas potências.56
A última assertiva revela muito do que os colaboradores espera-vam para o próximo ano. No que concernia aos alemães, os textos insistiam em apresentar ao leitor uma série de atentados que ocorriam nos Estados Unidos e que consideravam não ser mera coincidência. Isso se deu especialmente após a reeleição do presidente Roosevelt e da consolidação da política de colaboração anglo-norte-americana. A lei que regulamentava esse auxílio foi sancionada em 12 de março e, no dia subsequente, o articulista assim analisava a questão:
Nos Estados Unidos foi anteontem sancionada pelo presidente Roosevelt a lei de amplos poderes, para conceder auxílios à Inglaterra e a outras democracias. [...] O pensamento de um dos candidatos, já no seu posto pela terceira vez, era conhecido de sobejo; ele achava que se devia auxiliar as potências de outro hemisfério que não que-riam submeter-se aos totalitários. Os seus concidadãos elegendo-o, implicitamente aprovaram a sua política externa.
A união entre as democracias que resistiam aos avanços totalitá-rios no Ocidente, estabelecida essencialmente pelo mar, caracterizou a outra frente de combate que a guerra conhecia: a batalha do Atlân-tico. Como essa era a principal via de ligação entre os povos do Novo e do Velho Mundo, o objetivo alemão era impedir que os ingleses recebessem dos estadunidenses os alimentos e as armas prometidas. No dia vinte e um de março de 1941, o colaborador escreveu:
56 Cf. “O auxílio dos Estados Unidos” in O Estado de S. Paulo, 20 dez. 1940, p.16.
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Devido à ajuda dos Estados Unidos, a batalha da Grã-Bretanha converteu-se na batalha do Atlântico, de muito maior envergadura que as travadas na França. [...] Enfim, a batalha do Atlântico não se revestirá dos mesmos aspectos das que serviram de filão estupendo para a propaganda do poderio incontrastável do Reich. Ela vai ser áspera, trágica, morosa, enervante. Tal como as lutas de usura, das trincheiras e fortificações e que se assimilaram no conflito anterior. [...] E, nestas condições, não atinamos com a confiança ilimitada que os teutônicos depositam nessa campanha. Os seus homens do mar são valorosos e peritos, mas o seu povo da retaguarda está habituado a triunfos e não a delongas incertas e acabrunhadoras...57
Em virtude da firme decisão de apoiar as democracias em luta contra os totalitarismos, o presidente norte-americano, apontado como ingênuo e pueril no início da publicação, afirmava-se como um grande estadista. No dia 24 de junho, dois dias após a investida alemã contra a União Soviética, o colaborador escreveu que:
A mensagem de Roosevelt, dirigida ao Congresso, é de uma firmeza maior que a do presidente Wilson. O chefe dos Estados Unidos pede aos representantes que não se intimidem com o desafio de uma potência, cujo mentor supremo ele aponta como cogitando de expandir-se para fora do velho continente. E quem lucra com o fato é a Grã-Bretanha.58
Aos que clamavam por uma declaração de guerra norte-americana aos países que compunham o campo totalitário, os responsáveis pela publicação lembravam:
Não foram poucos os que esperavam para já uma solene decla-ração de guerra por parte da grande República. [...] E para que uma solene “declaração de guerra”? Isso constitui, hoje, um formalismo
57 Cf. “Pessimismo e confiança” in O Estado de S. Paulo, 21 mar. 1941, p.16. 58 Cf. “A campanha marítima” in O Estado de S. Paulo, 24 jun. 1941, p.1.
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anacrônico. Consoante, Luddendorf, a declaração de guerra era um estorvo para os exércitos alcançarem os seus objetivos.59
O crescente prestígio do presidente Roosevelt tanto no âm-bito nacional quanto no internacional motivou o periódico a pu-blicar excertos do livro que veio a lume, em 1933, intitulado My boy Franklin. Esse prestígio, como demonstrou Henry Kissinger, devia-se à atuação do presidente estadunidense no que se referia às batalhas políticas travadas nos campos interno e externo. De acordo com o ex-secretário de Estado Henry Kissinger (1994, p.370):
All great leaders walk alone. Their singularity springs from their ability to discern challenges that are not yet apparent to their con-temporaries. Roosevelt took an isolationist people into a war between countries whose conflicts had only a few years earlier been widely con-sidered inconsistent with American values and irrelevant to American security. After 1940, Roosevelt convinced the Congress, which had overwhelmingly passed a series of Neutrality Acts jus a few years before, to authorize ever-increasing American assistance to Great Britain, sto-pping just short of outright belligerency and occasionally even crossing that line. Finally, Japan’s attack on Pearl Harbor removed America’s last hesitations. Roosevelt was able to persuade a society which had for two centuries treasured its invulnerability of the dire perils of an Axis victory. And he saw to it that, this time, America’s involvement would mark a first step toward permanent international engagement. During the war, his leadership held the alliance together and shaped the multilateral institutions which continue to serve the international community to this day.
A publicação dos trechos começou em 26 de outubro de 1941, sob o título Meu filho Franklin, ao qual os responsáveis pela publicação acrescentaram: “Relato feito por Mrs. James Roosevelt, mãe do pre-sidente dos Estados Unidos, a Isabel Leighton e Gabrielle Forbush”.
59 Cf. “Declarações de guerra” in O Estado de S. Paulo, 13 set. 1941, p.16.
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Por meio da leitura dos fatos da infância, da adolescência, do casamento do presidente, os leitores formavam dele uma imagem de homem responsável, disciplinado, mas, concomitantemente, sorri-dente.60 Enquanto no Ocidente a colaboração anglo-norte-americana ganhava corpo, no Oriente, a situação do Japão se complicava.61 Os japoneses estavam em luta com a China desde 1937 sem, no entanto, conseguir impor totalmente o seu domínio que, de qualquer forma, os norte-americanos não reconheciam como legítimo.
Para Luiz Alberto Moniz Bandeira (2006, p.115), os Estados Unidos tomaram uma série de medidas que
visaram estrangular economicamente o Japão, que, não mais po-dendo importar matérias-primas fundamentais para a sua indústria, sobretudo petróleo, só tinha como alternativa ou retirar as tropas da China e da Indochina ou buscar fontes de matérias-primas em outras partes, através da invasão, o que provocaria a guerra contra os Estados Unidos.
Ao explanar a situação japonesa e suas relações com o país do presidente Roosevelt, o colaborador do matutino, o conde Emmanuel de Bennigsen, que escrevia costumeiramente no jornal, asseverava:
60 As peculiaridades da personalidade de Roosevelt já haviam sido notadas por Emil Ludwig. No dia 6 de julho de 1938, referindo-se ao livro do escritor, o comentário assinalava: “Emil Ludwig acaba de publicar uma biografia de Franklin Delano Roosevelt, que vem suscitando vivos comentários na im-prensa dos Estados Unidos. [...] Ludwig vê no bom humor de Roosevelt uma arma muito especial do Exército norte-americano e que os estadistas europeus raramente empregam” (cf. “O Roosevelt de Ludwig” in O Estado de S. Paulo, 6 jul. 1938, p.14”.
61 Segundo Henry Kissinger (1994, p.392), “Roosevelt took up the challenge of Japan. In response to Japan’s occupation of IndochIna In July 1941, he abrogated America’s commercial treaty with Japan, forbade the sale of scrap metal to it, and encouraged the Dutch government-In-exile to stop oil exports to Japan from the Dutch East Indies (present-day Indonésia). These pressures led to negotiations with Japan, which began in October 1941. Roosevelt instructed the American negotia-tors to demand that Japan relinquish all of its conquests, including Manchuria, by invoking America’s previous refusal to ‘recognize’ these acts. Roosevelt must have known that there was no possibility that Japan would accept”.
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A julgar pelos telegramas, as conversações nipo-americanas teriam chegado a um impasse. Exige o Japão o reconhecimento de sua influência na China, e os Estados Unidos recusam aceitá-la. É preciso observar que os norte-americanos se acham na impossibili-dade de aceitar tal imposição por motivos não somente econômicos, mas ainda morais. Abandonar Chiang-Kai-Chek depois de tê-lo incitado, durante quatro anos, a continuar a luta, depois de tê-lo ajudado por todos os meios possíveis seria um ato desleal. [...] O resultado da guerra na frente russo-alemã depende atualmente, em grande parte, do auxílio que os russos possam receber da América. A maior parte desse ajutório deverá ser enviada via Vladivostok, mas isso se tornará impossível no caso do Japão atacar a Rússia.62
A guerra entre japoneses e norte-americanos não era uma surpresa para os responsáveis pela publicação.63 No dia 9 de dezembro, co-mentando o ataque nipônico a Pearl Harbor, o articulista asseverava que desta feita o mundo todo se envolvia na contenda.64 Todavia, a entrada dos japoneses no conflito estava associada a intenções obscu-ras que eles esclareceram em 10 de dezembro, da seguinte maneira:
Sem dúvida que o ataque do Japão aos Estados Unidos e à Ingla-terra teve por objetivo encobrir ou disfarçar a paragem das operações teutônicas na frente leste. [...] É de presumir que desta feita a Ale-manha, pelas suas autoridades, deve considerar “local” o conflito no
62 Cf. “O Japão e a guerra” in O Estado de S. Paulo, 1º out. 1941, p.16. 63 No trinta de julho de 1939, comentando as relações entre os dois países, dizia o
colaborador: “Os Estados Unidos acabam de denunciar o Tratado de 1911 com o Japão. [...] A denúncia do Tratado pode ser encarada como uma declaração de guerra econômica ou o prelúdio de uma guerra militar”. E concluía: “Hoje, porém, não se pode enxergar além do que diz a notícia. De há muito que deixou de ser atividade inteligente prever o futuro” (cf. “Política norte-americana” in O Estado de S. Paulo, 30 jul. 1939, p.40).
64 Segundo Moniz Bandeira (1973, p.282), “o ataque de Pearl Harbor, em 7 de dezembro de 1941, proporcionou a Roosevelt o pretexto que ele esperava para vencer a resistência dos isolacionistas e lançar os Estados Unidos, abertamente, no conflito contra o Eixo. O Brasil não mais poderia conservar-se neutro”.
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Extremo Oriente. Propalou-se mesmo que ela não declarará guerra à nação norte-americana. Lançou o Japão na contenda e aguardará, aparentemente impassível, os seus resultados. Não convirá romper com a democracia deste continente. [...] Haja o que houver, na Repú-blica norte-americana operou-se uma metamorfose digna de registro. [...] Os Estados Unidos, em poucos minutos, como a Inglaterra em 10 de maio de 1940, estabeleceram uma frente coesa. [...] E os cida-dãos eminentes da República não vão, de certo, persuadir-se de que o Império Nipônico é o único inimigo: por detrás dele encontra-se o inimigo maior e mais perigoso, que o arrastou à voragem.65
A partir de Pearl Harbor, os articulistas referiam-se ao conflito como mundial. Esse momento marcou, para eles, a passagem de uma guerra europeia para uma universal, quando todos os continentes estavam efetivamente envolvidos. Segundo eles, opondo-se ao ideal totalitário que, arrogantemente, anunciara o estabelecimento de uma nova ordem sob a égide da Alemanha, “o pan-americanismo, opondo-se a cobiçosos decadentes, será uma autêntica nova ordem, fecundada na liberdade e na justiça econômica”.66 Havia, por parte dos responsáveis pela publicação, uma tentativa de estabelecer uma identificação entre os interesses norte-americanos com o resto da América.67 Identificação que, se encontrava respaldo na reação à ofensiva nipônica, deveria, por conseguinte, unificar o multifacetado sistema político do continente.
A derrota francesa expunha a Inglaterra ao perigo de lutar sozi-nha contra a Alemanha, que, até o momento, só conhecera vitórias. Entre junho e julho, havia grande expectativa em relação à invasão das Ilhas Britânicas, último reduto dos ideais democráticos. Todavia,
65 Cf. “Objetivos secretos” in O Estado de S. Paulo, 10 dez. 1941, p.1. 66 Cf. “A união americana” in O Estado de S. Paulo, 16 dez. 1941, p.20. 67 Um exemplo onde isso fica evidenciado é o texto que comenta o ataque nipônico
à base norte-americana no Havaí. No dia 9 de dezembro de 1941, lia-se que: “A América aceitou o desafio. Como também aceitaram os países componentes da A.B.C.D. e da América Central” (cf. “O mundo em guerra” in O Estado de S. Paulo, 9 dez. 1941, p.8).
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a arremetida não acontecia e a ausência de luta cedia lugar às espe-culações dos mais variados matizes, incluindo um possível final da guerra por meio de um acordo entre as duas nações.
Derrotada a França, a Alemanha encetava mais uma “ofensiva de paz” no intuito de impor no continente a sua hegemonia. Para os cola-boradores, era essa uma opção ilusória, pois uma paz nesses termos não garantiria a segurança dos demais povos, como também significaria apenas uma trégua, bem como a que foi consumada em 1919, pelo Tratado de Versalhes, ao qual todos se referiam com um certo rancor.
As imagens construídas acerca da Inglaterra demonstravam o pe-rigo em que seus ideais se encontravam, mas também concluíam que o país não abandonaria a luta. Essa, como mostrara o colapso francês, se travava tanto no front interno quanto no externo. Nesse sentido, se na França a quinta coluna participou de forma ativa concorren-do para a derrota, na Inglaterra esses elementos foram extirpados. Como exemplo, pode-se elencar a repressão às atividades da quinta coluna, uma vez que os britânicos tomaram severas medidas contra aqueles que a praticavam, prendendo grandes nomes da aristocracia que propugnavam um acordo com o país do chanceler germânico.68
68 Em 3 de julho de 1940, o colaborador assinalava que “não faz muitos dias, fa-lando a respeito dos rumores de paz, dissemos que, na Inglaterra, pululavam os adeptos de um acordo com a Alemanha. Assinalamos o fato, não por derrotismo, senão para prevenir os leitores. [...] Na semana passada, a polícia prendeu a esposa de Oswald Mosley, formosa dama que foi sempre figura de realce nos meios aristocráticos. Apanharam-na em flagrante, a distribuir folhetos em que concitava os ingleses a trabalharem pela paz e a combater os judeus – tal qual um nacional socialista impenitente. [...] tais atividades sub-reptícias não são de hoje nem de ontem. Elas se observaram em todos os tempos. Quando Napoleão fazia os aprestos para atacar a ilha e, Guilherme Pitt se agastava, neurótico e renitente, no tomar medidas de defesa, o grande Lord Byron dedicava odes ao general corso que pôs em polvorosa a Europa e o mundo. [...] não nos admira que Bernard Shaw esteja mordazmente satisfeito. A um confidente, declarou o notável escritor: Os britânicos serão admiráveis nas atrocidades! Pelo exposto, se depreende que se revestirá de aspectos épicos o tremendo duelo entre os dois adversários” (cf. “O grande duelo” in O Estado de S. Paulo, 3 jul. 1940, p.1). Note que o texto fala ainda sobre a prevenção aos leitores, atitude que não deve ser confundida com “derrotismo”.
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Nos quadros, concedia-se grande destaque para a radical trans-formação, vivida pelos britânicos, em um período muito curto e conturbado de sua história. Antes da conflagração, aos ingleses sobravam críticas e advertências em virtude de sua política morosa e de apaziguamento. Contudo, no momento em que todas as circuns-tâncias indicavam o triunfo de sua rival, eis que, no entendimento dos articulistas, os britânicos recobraram a fibra e modificaram a situação em que se encontravam. Tal transformação foi um dos principais fatores que contribuíram para a primeira inflexão do conflito europeu. A grandiloquência utilizada na construção dos comentários indica o quanto os autores apostavam em mudanças.69 Em 6 de julho lia-se que:
Alguns psicólogos dizem que “a cólera dos fleumáticos é mais perigosa que a dos violentos”. Afigura-se-nos que a opinião não é despropositada. Para designar a energia com que os ingleses capitu-lada a França, resolveram combater o seu inimigo, aquele conceito tem o seu fundamento. É deveras sensacional que a Inglaterra, depois de uma prudência e uma morosidade irritantes, se transfigurasse de uma hora para outra. [...] Não se pode deixar de admirar esta decisão magnífica de um povo que enfrenta a maior crise da sua história. Antes: Eis que isolada, sem perspectiva de auxílios, e ameaçada de uma investida sem precedentes, a nobre nação se ergue, afoita e destemerosa, enfrentando a adversidade com resolução inabalável.70
Durante esse período, os responsáveis pela publicação compa-raram a atitude da Inglaterra à decadência do espírito combativo
69 Além de elevar a resistência inglesa à comparação com o que aconteceu na França durante a conflagração anterior, os colaboradores utilizaram outro exemplo da história para comparar com a situação da Inglaterra nesse período. Ao se referir à luta naquele país, o jornalista escreveu que: “O Canal da Mancha foi uma espécie de Salamina, e os defensores do Reino Unido se guindaram à altura, dos heróis gregos de outrora, dirigidos por Temístocles...” (cf. “França e Romênia” in O Estado de S. Paulo, 18 dez. 1940, p.14).
70 Cf. “A decisão inglesa” in O Estado de S. Paulo, 6 jul. 1940, p.14.
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francês. Ao realizarem esse exercício, o intuito era mostrar que os britânicos não se comportariam da maneira como seus aliados, que, na visão dos colaboradores, quase não ofereceram resistência. Um in-cidente entre as esquadras convulsionou ainda mais as relações entre as antigas aliadas. Após a derrota da França, a possível incorporação dos seus navios à frota alemã era tida como ameaça à sobrevivência da Inglaterra. Foi nesse contexto que Winston Churchill emitiu a or-dem de atacar os navios gauleses caso eles não se rendessem. Em seu livro de memórias, Churchill (1949, v.II/01, p.285-6) assim relatou o fato:
La posible adición de la escuadra francesa a la alemana y la ita-liana – con la amenaza del Japón cerniéndose, además, en el horizonte – planteaba a la Gran Bretaña mortales peligros y afectaba gravemente a la seguridad de los Estados Unidos. [...] A toda costa, arrostrando cualquier riesgo, y de una manera o otra, teníamos que procurar que la armada francesa no cayera en malas manos, que tal vez pudiesen emplearla para labrar nuestra ruina. El Gabinete inglés de Guerra no titubeó. Los ministros que, una semana antes, se habían ofrecido de todo corazón, a ayudar la Francia, llegando a proponerle estatuir con ella una nacionalidad común, ahora resolvieron tomar todas las medidas preventivas que fuesen precisas. Esta era la resolución más ominosa, anti-natural y terrible en que yo haya intervenido jamás. [...] estaba en juego la vida de nuestro estado y la salvación de nuestra causa. Era um caso de tragedia griega...
Para os colaboradores, esse conflito era “esperado”, uma vez que o Direito Internacional desaparecera daquele continente. Ao traçar um paralelo entre os dois povos, os comentários intitularam os bri-tânicos de “povo verdadeiramente imperial”71 e ressaltaram que, se a Grã-Bretanha não vencesse a guerra, “cremos que não oferecerá o espetáculo de uma submissão fatalista e inglória”.72
71 Cf. “Mais surpresas...” in O Estado de S. Paulo, 11 jul. 1940, p.1. 72 Cf. “Previsões e realidades” in O Estado de S. Paulo, 12 jul. 1940.
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Havia outro fator responsável pela reação inglesa diante da ameaça alemã no entendimento dos responsáveis pela publicação: Winston Churchill. O político britânico foi constantemente elogiado por sua firmeza de decisão e, comparado aos líderes britânicos do passado, se destacava como superior.73 Em 16 de julho, estabelecendo paralelos entre ele e o chanceler alemão, dizia o articulista:
o discurso de Winston Churchill, no domingo último, é um atestado de firmeza e de esperança. Não há nessa peça um trecho supérfluo: cada período, cada frase, tem um informe e um conceito que requer em reflexão. O verbalismo caiu muito. [...] A diferença entre os dois condutores, o britânico e o germânico, está no seguinte: o primeiro faz uso da palavra para, simultaneamente, preparar os seus patrícios e desenvolver uma ação imediata; o segundo orientou os seus adeptos durante oito anos e recolheu-se à discrição logo que o plano do seu par-tido começou a ser executado. [...] Dirigir uma nação em paz e bonan-ça e sem empecilhos de maior está no alcance de qualquer um, dotado de vontade e inteligência mediana; mas para dirigir um povo “debaixo de fogo”, segundo expressão de certo revolucionário, nem sempre aquelas qualidades são suficientes. Veja-se o que sucedeu a Paul Reynaud. Era um homem à altura da situação. E de repente falhou.74
No excerto evidencia-se de que maneira os articulistas cons-truíram uma imagem de superioridade da Inglaterra: recorrendo às comparações com a situação enfrentada pela França. Assim, ao traçar um paralelo entre Winston Churchill e Adolf Hitler, o responsável pelo texto não assinado relembra que Paul Reynaud falhara em situações semelhantes e enfatiza a dificuldade de se conduzir uma nação inteira “debaixo de fogo”.
73 No dia 12 de julho de 1940 o colaborador assinalava, em texto não assinado, que: “Jamais o mundo viu uma Inglaterra tão tenaz e valorosa. Nem mesmo a de Guilherme Pitt se compara com a de hoje” (cf. “Previsões e realidades” in O Estado de S. Paulo, 12 jul. 1940, p.1).
74 Cf. “As palavras de Churchill” in O Estado de S. Paulo, 16 jul. 1940, p.14.
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Entre agosto e outubro de 1940, a Alemanha iniciou o bombar-deio de Londres e do litoral da Inglaterra no intuito de derrotar os britânicos e forçar as conversações sobre a paz.75 Apesar de uma ofen-siva em grande escala que envolvesse marinha, exército e aeronáutica, como ocorreu na Noruega, não tomasse corpo, os ataques aéreos alemães permaneceram oscilando de intensidade. Os ataques foram repelidos pela Real Air Force e, pela primeira vez, houve bombar-deios sobre Berlim, a primeira represália sofrida pelo regime nazista.
As consequências e os objetivos da guerra aérea foram analisados em diversas situações pelos responsáveis pela publicação. À medida que as batalhas se desenvolviam, os articulistas apresentavam ao leitor as estratégias de ataque e defesa criando, na maioria das vezes, uma imagem negativa acerca daquela arma que os contemporâneos imputavam grande impacto, mas que os colaboradores insistiam em mostrar como apenas mais um meio de combate que não teria papel decisivo na contenda.
Dessa forma, os comentários traziam explicações que evidencia-vam as medidas adotadas pelos ingleses para rechaçar a maioria dos reides germânicos, provando que esses poderiam ser repelidos e que a estratégia defensiva tinha possibilidades de êxito, diminuindo o im-pacto que a “quinta arma” ganhava na guerra europeia. Outra forma de posicionamento crítico dos colaboradores era mostrar ao leitor que o poder destruidor da aviação se voltava não contra os objetivos militares, mas contra os civis. Em 19 de setembro, afirmava-se que:
a aviação é uma arma do terror, que visa os inermes e não os pontos estratégicos defendidos por forças regulares. Imaginem os leitores: numa batalha moderna, com tantas divisões e recursos mecânicos, pereceram apenas de um lado duzentos e cinquenta homens! Não deixa de ser extraordinário.76
75 Em 18 de agosto, afirmando que os atacantes seguiam os mesmos critérios das ofensivas terrestres, o colaborador indagava: “Terão em mente algum Plano Schliefen do ar?” (cf. “Guerra e fome” in O Estado de S. Paulo, 18 ago. 1940, p.30).
76 Cf. “Respigando...” in O Estado de S. Paulo, 19 ago. 1940, p.16.
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Quando os alemães postergaram a invasão do território inglês indefinidamente, pareceu que os britânicos haviam conseguido uma primeira vitória. Todavia, Winston Churchill preferiu não celebrá-la nessas condições, uma vez que acreditava que a guerra atual era fortemente travada também no campo psicológico e, portanto, em vez de incitar comemorações precipitadas, ele recomendava em seus discursos “severa disciplina e vigilância”.77
A resistência inglesa e a veloz transformação de sua atuação no cenário internacional foram objeto de análise em 21 de setembro. Mais do que demonstrar que conseguiram deter Hitler e seus ambi-ciosos projetos, o colaborador demonstrava que era possível a uma democracia, sem prejuízos de nenhuma espécie, suportar e vencer os mais complexos e desafiadores problemas. Afirmava-se que:
Os fenômenos extraordinários se operam em período tão redu-zido que para outros povos realísticos não daria para coisa alguma? Realizou-se aquilo que alguns sociólogos consideram um mito nas democracias: estabeleceu-se uma disciplina consciente, vigilante e penosa. E não foi preciso impor o silêncio e a sistematização abso-lutos que tanto afetam a dignidade humana. Nem tampouco, por exemplo, se absterem os infelizes relapsos, mal conduzidos ou mal intencionados. Nestes três meses, em todo o grande país, não se teve notícia de uma fraqueza entre os chefes das forças armadas ou de uma rebeldia flagrante das classes trabalhistas. Será isto decadência?78
A última assertiva desse texto que termina em um questiona-mento revela muito do embate travado entre duas concepções políti-cas que estavam diretamente envolvidas na construção das represen-tações do que se passava nessa época. Após apresentar os elementos que provam que era possível a uma democracia suportar os mais difíceis desafios sem prescindir das liberdades que caracterizam o
77 Ibidem, “Respigando...” in O Estado de S. Paulo, 19 ago. 1940, p.16. 78 Cf. “Disciplina sob o fogo” in O Estado de S. Paulo, 21 set. 1940, p.16, grifo
nosso.
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regime liberal, o colaborador dialogava com o leitor, indagando se isso seria decadência.79
Em outubro, a ofensiva aérea contra a Inglaterra completava três meses sem atingir, todavia, os objetivos do Alto Comando Militar Alemão. Para os colaboradores, a resistência britânica significava a primeira inflexão no ritmo constante de vitórias alemãs. Alguns tex-tos utilizavam a cultura do país do chanceler alemão para demonstrar que suas pretensões não se realizavam facilmente como se supunha. É o caso daqueles que citavam filósofos alemães, como Hegel e Nietzsche, e também os que comentavam os efeitos da música do compositor Richard Wagner sob a população germânica.80
Em 5 de outubro, o articulista escreveu que: “ainda não é desta vez que se confirmará o maravilhoso ‘Crepúsculo dos Deuses’. So-nho acalentado por Wagner e Bakhunin. [...] Pelo sim, pelo não, os britânicos esperam, sempre, a invasão das suas ilhas...”.81 Apesar dos avanços tecnológicos, os articulistas insistiam nas comparações com os eventos da Primeira Guerra Mundial. Especialmente no que concernia à aviação, elevada à categoria de arma decisiva no conflito que se travava, eles tinham uma postura muito cética e crítica.
Em 10 de outubro eles escreveram que “Sempre encaramos com algum ceticismo os alarmes de calamidades sobre a ação dos
79 Vale lembrar que o discurso pronunciado por Getulio Vargas em 11 de junho, quando a queda da França era já iminente, se fundamentava na ideia de que: “marchamos para um futuro diverso de quanto conhecíamos em matéria de organização econômica, social ou política, e sentimos que os velhos sistemas e fórmulas antiquadas entram em declínio”. Dessa forma, a pergunta que o cola-borador lançou ao leitor era, em última análise, uma resposta ao discurso do presidente brasileiro. Os regimes liberais, que o periódico defendia abertamente, não estavam em declínio. Não, o inglês, pelo menos, apontado como “o último baluarte na Europa conflagrada, da liberal-democracia”.
80 Sobre o compositor, o colaborador dizia: “bem disse Emil Ludwig num dos seus últimos livros: ‘A música bulhenta de Wagner estragou com a mentalidade da geração teutônica hodierna.’ Os nacionais-socialistas, sem intentos artísticos, cultuam a memória do notável compositor” (cf. “Jutlântia e Escandinávia” in O Estado de S. Paulo, 12 abr. 1940, p.14).
81 Cf. “Mais ilusões perdidas...” in O Estado de S. Paulo, 5 out. 1940, p.14.
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aeroplanos”.82 Em 17, analisava-se o bombardeio alemão sob Lon-dres sob a seguinte óptica:
Mas os reides e combates aéreos, em virtude da sua repetição, muito se assemelham às lutas de trincheiras da guerra anterior. Banalizaram-se de tal forma que os neutros e mais afastados já não os encaram com o mesmo horror. As tragédias frequentes também fatigam os que, de longe, seguem o curso macabro das refregas, travadas nos céus e no litoral da Grã-Bretanha.83
A atuação dos pilotos da Real Air Force no combate aos aviadores da Luftwaffe foi louvada pelos colaboradores. Na época, acreditava-se que os alemães possuíam uma superioridade gigantesca no que concernia ao número de aparelhos.84 Um comentário citava a cifra de vinte mil aparelhos alemães contra apenas 1.500 britânicos.85 Entretanto, a despeito dessa desproporção de forças, o articulista ensinava, em 24 de outubro, que:
O “domínio do ar” não se obtém por via de inexperientes e de “amigos de aventuras”, obtém-se por meio de lidadores hábeis, capazes, resolutos. Quer-nos parecer que está nesse escolhido e heroico corpo de aviadores a razão de magnífica resistência da Grã-
82 Cf. “O embate principal” in O Estado de S. Paulo, 10 out. 1940, p.16. 83 Cf. “Os casos de somenos” in O Estado de S. Paulo, 17 out. 1940, p.14. 84 Posteriormente, Basel Liddell Hart (1992, p.96), militar britânico e autor de
vários livros sobre o período, mencionou que: “The superiority of the Luftwaffe over the Royal Air Force was not so great as was generally imagined at the time. It was unable to maintain a continuous attack by wave after wave of massed bombers as the British public had feared, and the number of its fighters was not much more than that of the British”.
85 As cifras foram reproduzidas no comentário intitulado “Mais semana, menos semana” (in O Estado de S. Paulo, 10 set. 1940, p.1). Vale lembrar que, para os articulistas, essas cifras eram motivo de contestação. Os números expostos foram divulgados por um jornal totalitário. Assim, os responsáveis pelos textos reconheciam que havia uma superioridade alemã, mas afirmavam que os ingleses poderiam reverter essa situação. Mais tarde, atribuíram-se aos alemães 72 mil aviões.
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Bretanha. O poder da aviação estaria na qualidade dos pilotos e não na quantidade de aviões.86
No trecho citado, nota-se de que maneira as análises da situação contribuíam para as imagens da guerra. Nesse contexto, segundo os colaboradores, apesar da maior quantidade de aviões, a Alemanha não conseguia impor seu jugo em razão da qualidade dos pilotos da Royal Air Force. Assim, os acontecimentos eram o ponto principal para a representação dos países em luta e suas consequências levavam à construção de uma imagem da contenda, muitas vezes comparada com a anterior.87 Enquanto reinava a indecisão na luta entre a Ale-manha e a Inglaterra e a invasão das ilhas fora adiada, os textos que voltaram a atenção para a União Soviética reafirmavam o juízo de que ela era uma das incógnitas da presente guerra.
No intuito de demonstrar a sua força aos outros beligerantes e de conquistar relevantes posições nos Bálcãs, a outra potência denomi-nada de incógnita pelos responsáveis pela publicação, a Itália, em 28 de outubro, data do aniversário de instauração do regime fascista, invadiu a Grécia.
Entre outubro de 1940 e junho de 1941, todas as atenções volta-ram-se para a frente balcânica, onde se desenvolviam as mais em-blemáticas batalhas.88 Para os italianos, o conflito com a Grécia era a oportunidade de mostrar ao mundo que não só a Alemanha possuía um forte exército e era uma grande potência. Todavia, os gregos, bem como os finlandeses, aceitaram a luta e ofereceram grande resistência à invasão, colocando em risco o prestígio que os italianos
86 Cf. “O domínio do ar” in O Estado de S. Paulo, 24 out. 1940, p.16. 87 É preciso dizer que havia a esse respeito uma indecisão dos colaboradores.
Muitos textos apresentavam argumentos que tentavam provar que não havia muitas diferenças entre os dois conflitos, enquanto outros tantos comentários elencaram as principais distinções entre eles.
88 Essa região, em razão da história da Primeira Guerra Mundial, era tida como o “barril de pólvora” da Europa. Nos comentários, contudo, os articulistas mostraram que, inversamente ao que ocorrera na conflagração anterior, quando a Europa fora balcanizada, os Bálcãs é que foram europeizados, sofrendo as pressões e as consequências das tentativas de conquista germano-russo-italianas.
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lutavam para obter. A Alemanha permanecia imóvel enquanto via sua aliada se bater violentamente nos Bálcãs. Para os colaboradores essa atitude era incompreensível, uma vez que a ofensiva italiana já demorava demais para surtir os efeitos esperados. Assim, a vinte e sete de novembro, o colaborador, lembrava que:
se os teutônicos não atravessarem já a Bulgária ou a Iugoslávia a fim de atacar a Grécia, o prestígio político e militar do eixo ficará bastante abalado nos Bálcãs. Para as democracias, o caso não teria tanta importância, mas para os regimes que não falham nunca ele se reveste de aspectos bem delicados.89
Em 6 de abril, os alemães iniciaram a investida contra a Iugos-lávia e a Grécia. A dez, explicando a tática utilizada pelos exércitos invasores, o articulista asseverava:
Os invasores dos Bálcãs já fizeram duas “cunhas”: uma na Trácia Oriental, a fim de afastar a Grécia da Turquia; e a outra no vale de Vardar, destinada a separar os helênicos dos seus vizinhos do norte e tentar uma junção com os italianos, que se acham no litoral da Albânia. Para os críticos militares, semelhantes feitos alcançados pelos alemães devem representar já a derrota dos seus inimigos na península. [...] Os simpatizantes das democracias devem concluir pelo pior. [...] Destarte haverá o “novo Dunquerque”, não para os italianos, como alguns previam, senão para os sérvios e croatas.90
Em 11 de abril, o colaborador escreveu que:
Nos Bálcãs continuam os êxitos militares dos alemães. [...] Não há monte e vales, não há linhas fortificadas, que não transponham. [...] A “guerra relâmpago” é de tal forma que, no momento de saí-
89 Cf. “Conferências, pactos e adesões” in O Estado de S. Paulo, 27 nov. 1940, p.16. 90 Cf. “‘Cunhas’ e ‘tenazes’” in O Estado de S. Paulo, 10 abr. 1941, p.16.
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rem estas regras, é bem possível que os invasores já tenham logrado alcançar os seus objetivos principais.91
Apesar do cenário cada vez mais desfavorável para os aliados, os colaboradores insistiam na vitória final daqueles lembrando a histó-ria da conflagração anterior. Em 23 de abril, o articulista afirmava:
parece que a depressão se alastra no velho continente, repercutindo mesmo neste hemisfério. Nesse ponto, a nossa insensibilidade se mantém. Fomos da geração que, por desventura, seguiu os inú-meros e enervantes episódios do conflito, que alguns se obstinam em apresentar como diferente do atual. De agosto de 1914 a 11 de novembro de 1918, os aliados somente tiveram derrotas. Quase todas as manhãs, despertava-se com a sensação de que o mundo ia desmoronar. [...] Guilherme II era proclamado “gênio” pelos seus áulicos, como o “Führer” o é pelos seus correligionários. E de sú-bito, tudo foi por água abaixo... Pode ser que, em 1941 ou 1942, os acontecimentos se desenrolem de forma diferente. Mas confiamos nas forças novas do Universo, afastadas de um continente cheio de raças e classes, que há um século e meio se extenuam em querelas sangrentas e mesquinhas. A Europa do Centro e do Ocidente tão cedo não se erguerá. Nós vimos como ela ficou em 1919.92
O avanço alemão para a península balcânica tinha outra conse-quência de grande relevância: uma possível ameaça à União Soviética. Os russos se mantinham equidistantes do conflito, enquanto os ingleses arcavam com as derrotas sofridas na região. No comentário publicado em 7 de maio, o colaborador afirmava que os militares germânicos eram seguidores de Napoleão, e Londres e Berlim re-presentavam Atenas e Esparta. E continuava: “Londres ou o Im-pério Britânico goza desta vantagem: na retaguarda conta com as
91 Cf. “Nos bastidores da guerra...” in O Estado de S. Paulo, 11 abr. 1941, p.14. 92 Cf. “Egito e Oriente Próximo” in O Estado de S. Paulo, 23 abr. 1941, p.16.
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democracias jovens e ricas que não se dispõem a aceitar tutelas de uma potência que, após 1919, foi exatamente auxiliada por elas...”.93
Enquanto nos Bálcãs os ingleses fugiam para a ilha de Creta94 juntamente com os representantes do governo grego, na Europa um acontecimento turvou ainda mais a situação: o voo de Rudolf Hess, líder do Partido Nacional-Socialista, para a Inglaterra. O fato foi analisado pelos colaboradores que contaram assim aos leitores o que acontecera:
Rudolf Hess, o terceiro Führer da Alemanha, desceu anteontem em paraquedas na Escócia, sendo hoje prisioneiro da Inglaterra. Fuga ou loucura? Os britânicos admitem a primeira hipótese, os alemães a segunda. E os neutros desconfiados, que não esquecem dos hábeis trabalhos de sapa, aventam uma terceira, a de uma armadilha. [...] Neste incidente, o que se evidencia é a fragilidade de “organismos” tidos como os mais sólidos e robustos da Europa. [...] Luddendorf, o apologista da guerra total, o intransigente, o terrível, aconselhou o ex-kaiser a abdicar. E ele mesmo retirou-se para a Suécia, confiando o encargo de suportar as vicissitudes da derrota ao velho marechal Hindenburg. [...] não comparamos a retirada de Luddendorf à fuga ou loucura de Rudolf Hess. [...] Mas os sistemas totalitários estão sujeitos a essas mesmas “surpresas” desagradáveis, e com esta agravante: o seu arcabouço, em face delas, ruirá mais depressa do que se imagina. O Partido Nacional-Socialista, periodicamente expurgado como o Comunista da Rússia, era apontado como a espinha dorsal da Alema-nha do presente. Se o seu mentor e inspirador, Rudolf Hess, se viu na contingência de abandoná-lo é porque existe “qualquer coisa de es-tragado em seu seio.” [...] Faça o que quiser – Hitler –, não nos parece que possa encobrir uma situação difícil do seu Império, não no que se refere aos problemas militares, senão no que se prende às deficiências de víveres e outros produtos indispensáveis aos seus habitantes.95
93 Cf. “Cálculos e prognósticos” in O Estado de S. Paulo, 7 maio 1941, p.16. 94 Ver mapa nos Anexos. 95 Cf. “O fato do momento” in O Estado de S. Paulo, 14 maio 1941, p.16.
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Em meio às vitórias germânicas, o voo de um dos Führers para a Inglaterra foi interpretado pelos colaboradores como um sinal de que havia algo de errado com o “Império do Centro”, denominação que os responsáveis pela publicação designavam a Alemanha. Dessa forma, os articulistas usaram desse argumento para sustentar a ideia de que, apesar das vitórias, a Alemanha não estava em tão boas condições como fazia crer a sua propaganda.96 Em 15 de maio, o colaborador interpretava de que maneira a defecção de Rudolf Hess contribuía justamente para desmistificar essa arma manuseada por Joseph Goebbels e seus discípulos:
O sr. Goebbels não deve estar satisfeito. Ele, o herói da pro-paganda, não poderia imaginar que um dos seus correligionários destruísse, em seis horas de voo, quase toda a sua obra. Sempre lhe rendemos homenagem, mas sem exageros. [...] Não, o ilustre sr. Goebbels vive horas amargas e tristes. O seu terceiro superior hie-rárquico, Rudolf Hess, deixou-o numa situação que, por dilatados anos, jamais se esquecerá. Porque forneceu à Inglaterra, a inimiga da Alemanha atual, os elementos para a maior, a mais extraordiná-ria das propagandas. E sejamos francos. Na Grã-Bretanha, ainda não se tinham organizado serviços eficazes dessa natureza. [...] O chefe do nacional-socialismo preso num hospital, mesmo que não faça revelações, representa uma garantia. [...] Os povos do velho continente encontravam-se nas condições psicológicas de há cento e trinta anos, durante as guerras napoleônicas.97
96 Sobre esse assunto os colaboradores publicaram, no dia 23 de março de 1941, um comentário sobre a ajuda norte-americana à Inglaterra no qual instruíam os leitores a interpretarem corretamente as notícias vindas do exterior. Nesse texto se lia que: “Para raciocinar, os leitores precisam pôr de banda os adjetivos e particípios bombásticos dos comunicados; levem em conta apenas os sujeitos e os verbos. [...] A Alemanha está preocupada em mostrar, ao seu povo, que os ‘auxílios’ da América ‘virão tarde demais’ ou que ‘não serão eficazes’. Portanto, compreendem-se os exageros da sua propaganda, que adotou nova tática” (cf. “A nova tática da propaganda” in O Estado de S. Paulo, 23 mar. 1941, p.40).
97 Cf. “A maior propaganda” in O Estado de S. Paulo, 15 maio 1941, p.16.
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A batalha travada na ilha de Creta tinha uma grande relevân-cia estratégica para os combatentes. Nessa campanha, os alemães encetaram uma ofensiva contra uma formação semelhante a das ilhas britânicas, o que revestia o ataque à ilha mediterrânica de uma experiência paradigmática.98 Em 20 de maio teve início a invasão. Os colaboradores insistiam nas comparações da situação atual com a história antiga:
É indubitável que, nesses últimos dias, os germânicos lograram vantagens de polpa, assim no ar como nos mares. [...] Para obterem a supremacia, os romanos antigos, que de fato eram fortes e jovens, conheceram inúmeras derrotas na segunda guerra Púnica. Por duas vezes a Cidade Sagrada, que tanto iria contribuir para a civilização, foi ameaçada bem de perto pelas hostes de Aníbal, o “grande bárba-ro.” [...] Na refrega atual, que no momento empolga a humanidade inteira, os britânicos estão a imitar melhor os latinos.99
Para eles, os esforços alemães, como construir uma grande avia-ção, não significavam superioridade sobre os britânicos. Em 29 de maio, lia-se que:
Pode – a Alemanha – multiplicar os seus aeroplanos, que, em qualquer hipótese, terão uma ação restrita ao continente. Eles de-vem destruir edifícios, afundar barcos desprotegidos e ceifar vidas inocentes. Nunca, porém, alcançarão impor uma “ordem” ou uma “diretriz” ao mundo inteiro. E nem sequer ao continente. O Império Britânico, sem grandes exércitos, resistiu e resiste às arremetidas.100
É interessante notar que concomitantemente a esses comentários que enfatizavam o heroísmo e o poder de resistência britânico havia
98 Antony Beevor (2008a), em seu livro Creta, narra detalhadamente os embates que se travaram nessa ilha do mediterrâneo, essencial para a Inglaterra.
99 Cf. “Um juízo desairoso” in O Estado de S. Paulo, 28 maio 1941, p.16. 100 Cf. “As duas batalhas” in O Estado de S. Paulo, 29 maio 1941, p.14.
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no periódico a publicação de uma série de textos intitulada de “Teu filho não voltará mais!”. Essa série, escrita pelo major e depois tenen-te-coronel Affonso de Carvalho, diretor da Revista Nação Armada, Revista Civil-Militar consagrada à Segurança Nacional, traçava um panorama da situação europeia durante o conflito que se estendia a quase todo o continente. Nela, o autor elogiava as conquistas alemãs enquanto depreciava os erros franceses e a resistência inglesa.101
É sintomático que essas duas publicações estabelecessem uma tensão entre os comentários e os artigos escritos pelo diretor da revista citada, uma vez que os textos eram publicados no mesmo dia, um na última e outro na primeira página, respectivamente. Descreveram-se as consequências da vitória alemã em Creta em 31 de maio. Para o colaborador, elas “serão deploráveis para os aliados. Os seus inimigos ficarão com uma base magnífica para os seus futuros reides aéreos contra o Egito e o canal de Suez”.102
Nesse momento, a guerra chegara ao Oriente Médio, com a invasão inglesa no Iraque e na Síria e na África, com a atuação do general Wawell na conquista das colônias italianas. A Alemanha não conseguira dobrar os britânicos numa guerra de nervos, tampouco quebrando o espírito de resistência da população londrina com uma intermitente guerra aérea.
Dessa forma, era necessário encontrar outros caminhos que fizessem que Londres se rendesse. O ataque alemão na península
101 Uma das ironias de Affonso de Carvalho contra os ingleses, por exemplo, foi publicada no dia 17 de abril de 1941. No artigo publicado pelo matutino ele afir-mava: “E o leão de Goering. É mais um leãozinho que um leão. O marechal da Ae-ronáutica é frequentemente presenteado com objetos os mais extravagantes. Um dia recebeu um casal de autênticos leões. [...] Curiosa, muito curiosa a decadência hodierna dos leões. Nos cinemas é conhecido um leão que aparece como símbolo de uma empresa de filmes. Mostra uma cara zangada, dá uns roncos...e nada mais. [...] Os povos fortes sempre tiveram a sina de enfrentar leões. De Cartago para cá, os leões foram perdendo aquela ferocidade que fazia tremer as florestas. Hoje, as crianças brincam com os leões. E, a continuar essa decadência, ainda po-deremos ver o leão roncando apenas, como nos filmes, e apenas ameaçando” (cf. “Teu filho não voltará mais! (VIII)” in O Estado de S. Paulo, 17 abr. 1941, p.1).
102 Cf. “Vitória alemã em Creta” in O Estado de S. Paulo, 31 maio 1941, p.14.
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balcânica foi o primeiro passo. O segundo e mais violento se deu no leste, na direção em que, segundo um colaborador, o rei Carlos XII, da Suécia, apontava, sinalizando de onde vinha o perigo.
A invasão da União Soviética
A cruzada contra o comunismo não requer o sacrifício de países menores e distantes, de regimes insuspeitos, e nem o de potências liberais e capita-listas, como os Estados Unidos e a Grã-Bretanha. Verdade seja que estas deliberaram prestar auxí-lio ao império eslavo. Pois que esse auxílio fosse contrariado nos sítios onde ele se positivasse mais ostensivamente. À Alemanha, à França de Dar-lan e Laval competia inutilizar os reides cada vez mais mortíferos dos aeroplanos ingleses. E competia destruir o material que porventura o seu inimigo comum, a União Soviética, recebes-se da América do Norte. Assim, justificava-se plenamente a cruzada contra o comunismo. E o resto do Universo, agradecido e contrito, não hesitaria em erguer loas aos modernos e épicos lidadores.103
Não cremos na aliança de dois regimes que se assemelham apenas nos métodos de repressão e não nos fins que colimam.104
A postura anticomunista do O Estado de S. Paulo já levara os responsáveis pelo periódico a apoiar o então presidente Getulio Var-gas a reprimir as agitações que ficaram conhecidas pejorativamente como Intentona e contribuíram para a fundação do Estado Novo, uma vez que esse utilizou o terror pelo comunismo para legitimar o golpe. Além disso, a ideia de que o Brasil deveria cerrar fileiras com
103 Cf. “As contradições da paz” in O Estado de S. Paulo, 15 ago. 1941, p.16. 104 Cf. “As relações teuto-russas” in O Estado de S. Paulo, 25 jan. 1941, p.2.
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os norte-americanos na luta que se avizinhava simbolizava a con-vergência de interesses que, desde a fundação da República, unia o matutino à corroboração do pan-americanismo e, posteriormente, da política da boa vizinhança. A força da tradição ganha destaque aqui por conta da intervenção sofrida pelo periódico e que, supostamente, teria de modificar não só a estrutura, mas também e especialmente os ideais pelos quais o jornal propugnava. A seguir, demonstra-se como a permanência desses preconceitos e posturas tradicionais se coadunava com o contexto interno e externo.
Desde o início da guerra, a Alemanha e a União Soviética foram apresentadas como potências que agiam conjuntamente no cenário internacional. Assim, o pacto assinado por Ribbentrop e Molotov em 23 de agosto de 1939 foi interpretado como expressão da au-sência de qualquer princípio ideológico no que se referia ao campo das relações internacionais. Para o articulista, tratava-se de insistir que os dois países agiam em causa própria independentemente das ideologias que professavam.105 Todavia, no que concernia à aliança entre os totalitarismos,106 os colaboradores mostravam-se céticos. Em diversas oportunidades os responsáveis pela publicação levantaram dúvidas acerca da colaboração entre os dois países e argumentavam
105 No dia 25 de junho de 1941, o texto não assinado assim se referia ao assunto: “Queria dizer – Hitler – que não passavam de lérias a democracia e o fascismo e o comunismo. Realmente, assim era e é: e estava nisso a explicação para as híbridas alianças assinadas e revogadas na Europa, nestes vinte meses de guerra. Para apreciar os fatos de leste, fazemos nossa a frase do chanceler teutônico, com pequenas modificações: ‘Há sonho e necessidade e nada mais’. O sonho é a obcecação das conquistas, que não se realizam sem o trigo e o petróleo. Antigamente, os dirigentes escolhidos entre os melhores cidadãos conheciam a difícil arte de disfarçar os seus intentos. Hoje esses dirigentes, em particular os do Reich, são de uma puerilidade confrangedora. Em cada palavra, em cada gesto, deixam transparecer tudo que as suas mentes engendram” (cf. “Ideologias e mistérios” in O Estado de S. Paulo, 25 jun. 1941, p.16).
106 Há uma grande discussão na historiografia quanto a denominar o regime soviético de totalitário. Antes do XX Congresso do Partido, no qual Krushev denunciou os excessos stalinistas, essa afirmação seria impossível. Todavia, o historiador alemão Ernst Nolte (1994, p.106-7) lembra que “el término totali-tarismo ya era de uso común como concepto equivalente a bolchevismo”.
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que, muito possivelmente, em breve, os interesses que os moviam se chocariam.107
Depois da conquista da Finlândia, a Rússia voltara à sua atitude enigmática de antes do conflito, enquanto a Alemanha aumentava os seus domínios conquistando a Noruega, a Dinamarca, a Bélgica, a Holanda, Luxemburgo e a França. Todavia, após o colapso francês, os exércitos germânicos não atacaram com todo o seu poderio a última democracia do continente, a Inglaterra. Em vez de uma operação conjunta das três armas, iniciaram uma série de bombardeios aéreos na intenção de quebrar o poder de resistência britânico e forçá-lo a pedir a paz.
Na visão dos colaboradores, como isso não aconteceu, a guerra foi estendida a outros cenários. Entre eles destacavam-se o Oriente Médio, onde os alemães tentavam destruir o controle que os ingleses detinham em países como o Iraque, por exemplo, e os Bálcãs, onde objetivavam ameaçar as rotas de abastecimento que passavam pelo Mediterrâneo. A política de cerco estabelecida pela Alemanha não surtiu o resultado esperado. Assim, Hitler iniciou a invasão das terras que desde o Mein Kampf ele descrevera como o espaço vital do qual seu povo necessitava.
Como evidencia o excerto que abre este capítulo, os colaborado-res não acreditavam na união entre as duas potências. Enquanto o país do chanceler Hitler representava o totalitarismo de direita que os articulistas criticavam diuturnamente, o regime inaugurado por Lenin significava uma ameaça à própria continuidade da civilização ocidental. O choque entre esses dois regimes não constituiu uma sur-
107 Sobre o histórico de colaboração entre esses dois povos, V. K, um dos autores que mais contribuíram para o entendimento das questões relativas ao Oriente, assinalou que: “Quando, há vinte anos, procurava provocar na Alemanha uma revolução socialista e, depois, apoderar-se de Varsóvia para dilacerar à ponta de baioneta o Tratado de Versalhes, Lênin obedecia a um plano muito claro e, ao mesmo tempo, perfeitamente racional: a Rússia, grande país agrícola, não podia realizar uma profunda transformação social senão colaborando com a Alemanha, isto é, com o país mais altamente industrializado da Europa e no qual a classe operária e os técnicos constituíam a maioria da população ativa” (cf. “Os limites da colaboração germano-russa” in O Estado de S. Paulo, 17 mar. 1940, p.32).
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presa para os jornalistas que escreviam os comentários. A conquista do leste era para os alemães a única solução para dois problemas fundamentais que a guerra trouxera: a fome e o abastecimento das máquinas movidas a petróleo.
As terras férteis da Ucrânia e o combustível do Cáucaso eram, as-sim, um objetivo militar mais do que significativo no que concernia à invasão iniciada em 21 de junho de 1941. A previsibilidade da guerra entre os dois regimes apareceu em 25 de junho da seguinte maneira:
Quem nos dá a honra de nos ler de certo se lembra do que escre-vemos e repetimos sobre os inúmeros episódios, trágicos ou pícaros, que se desenrolaram dessa data em diante. Sempre fomos de parecer que chegaria o dia em que os elogios trocados entre os chefes tota-litários, da direita e da esquerda, se converteriam em impropérios. E as proclamações já divulgadas, que cederam os embates a leste, confirmam a nossa facílima previsão. [...] Estamos à espera apenas de que venha a capítulo a chapa do Ministério da Propaganda do sr. Goebbels, mais ou menos neste tom: “Marchamos contra o co-munismo, nocivo e sanguinário”. Nas horas embaladoras em que sonhou fundar o Império do Oriente, Napoleão proferiu a seguinte frase: “a Europa é uma toca de toupeiras”. O grande corso foi injusto: no seu tempo viviam gênios, como Goethe, Beethoven, Bertholet. Mas os dominadores do Reich, que agora se voltam para o Oriente, parecem julgar que não a Europa, senão o mundo, não passa de uma “cova de toupeiras”.108
No mesmo dia, o articulista apresenta ao leitor quais eram os objetivos da Alemanha na luta contra os russos:
Por ora, ainda não se deve opinar sobre operações militares na frente leste. [...] A invasão entrou hoje no seu quarto dia e apenas territórios recentemente sovietizados, como Polônia e Estados Bálti-cos, foram alcançados. O objetivo, como não se ignora, é a Ucrânia.
108 Cf. “A invasão da Rússia” in O Estado de S. Paulo, 25 jun. 1941, p.1.
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[...] Se respigamos o que veio a público é porque a propaganda não perde o mau vezo de se adiantar. Ela é uma vanguarda nociva aos próprios lidadores que pretende servir. Fala na maravilha da rapidez, com um entono enervante. Como essa maravilha produz efeitos nos países adrede preparados para a derrota, entende de explorá-la com insistência. Exploração prematura, que não merece elogios dos neutros. [...] Queria dizer – Hitler – que não passavam de lérias a democracia e o fascismo e o comunismo. Realmente, assim era e é: e estava nisso a explicação para as híbridas alianças assinadas e revogadas na Europa, nestes vinte meses de guerra. Para apreciar os fatos de leste, fazemos nossa a frase do chanceler teutônico, com pequenas modificações: “Há sonho e necessidade e nada mais”. O sonho é a obcecação das conquistas, que não se realizam sem o trigo e o petróleo. Antigamente, os dirigentes escolhidos entre os melhores cidadãos conheciam a difícil arte de disfarçar os seus intentos. Hoje esses dirigentes, em particular os do Reich, são de uma puerilidade confrangedora. Em cada palavra, em cada gesto, deixam transparecer tudo que as suas mentes engendram.109
O avanço alemão deu-se de forma avassaladora. Nos primeiros dias e meses de guerra, os germânicos avançaram vários quilôme-tros dentro do território governado por Stalin. Vale ressaltar que o dirigente soviético foi avisado da invasão várias vezes e por distintas fontes – uma delas o próprio Winston Churchill – e nada fez para conter os avanços iniciais. A guerra germano-russa propiciava aos colaboradores relembrar mais um episódio histórico que marcou a história daquela nação: a invasão de Napoleão em 1812. No dia 26 de junho, em meio às impressões e às confusas notícias que chegavam da frente de combate, o articulista recordava:
Mas ao menos os russos provam que não desprezaram as lições recentes e antigas. As recentes provocaram os colapsos de várias nações ocidentais; e as antigas, a derrota completa de Bonaparte até
109 Cf. “Ideologias e mistérios” in O Estado de S. Paulo, 25 jun. 1941, p.16.
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ali invencível. É de presumir que as últimas lições sejam mais em mente dos comandados por Stalin. Não faz dois meses, de Moscou informaram que os oficiais soviéticos foram aconselhados a reler as histórias das campanhas napoleônicas de 1812...110
A história, como vimos, foi mobilizada pelos responsáveis, que traçavam paralelos entre a situação da Europa daquele tempo com os mais remotos povos e civilizações. Nesse caso, o que estava em foco eram as similaridades entre as invasões que ocorreram na Rússia em 1812 e em 1941. Ao refletir sobre o assunto, o articulista concluía que:
Sem dúvida que a história se repete, como pregam os apologistas das frases feitas. Mas não é de crer que se repita tão escandalosamente. [...] Por amor à imparcialidade, pois jamais esta folha admitiu o comunis-mo, credo incompatível com a nossa democracia e a nossa civilização cristã, consideramos também a capacidade do novo beligerante para as ações na retaguarda.111
Outro elemento decisivo na visão dos responsáveis pela publica-ção e que na conflagração anterior praticamente decidira o conflito era a questão da retaguarda. Dessa forma, como a Alemanha possuíra um dos maiores partidos comunistas da Europa, a luta contra a capital do comunismo era também, para os articulistas, um embate contra os agentes da Internacional.112 Além disso, os alemães possuíam uma
110 Cf. “Os remoques de Bernard Shaw” in O Estado de S. Paulo, 26 jun. 1941, p.16. 111 Cf. “Ações na retaguarda” in O Estado de S. Paulo, 28 jun. 1941, p.14, grifo nosso. 112 Os colaboradores insistiram na tese de que, na Alemanha, a retaguarda tinha
um peso diferente do que nos outros países. Ao explicarem as condições da defecção germânica durante a Primeira Guerra Mundial, os articulistas mos-travam ao leitor qual o papel que a Rússia desempenhou nesse processo. No dia 16 de abril de 1941, o responsável pelo texto não assinado asseverava que: “Lênin não esqueceu o que prometera. Logo que pôde, inundou o Primeiro Reich de livros e panfletos, concitando os operários a pegar em armas contra os poderes constituídos. E, no dia 9 de novembro de 1918, desmoronava a poderosa máquina bélica de Guilherme II. Foi de tal sorte o efeito dos livros e panfletos que o marechal Luddendorf, em suas memórias – nunca será demais
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extensa frente interna, uma vez que as suas conquistas territoriais também eram alvo de sabotagens e, posteriormente, de movimentos de resistência cada vez mais ativos e armados.
O comentário intitulado “Máquinas e homens” analisou a si-tuação sob a impressão do choque cruento que ocorria a leste. O articulista dizia que:
Nas últimas vinte e quatro horas, não se travou uma batalha convincente na frente Oriental, que agora empolga tanta gente. [...] teremos que esperar a ação do tempo, “o milagroso alquimista”, como opinaria nosso Machado de Assis. E a expressão vem muito a propósito: está em jogo a “alquimia dos algarismos”. Anteontem, foi divulgado o comunicado do alto comando teutônico, que desper-tou, em todas as esferas, não interesse, mas assombro. A primeira leitura dá vontade de exclamar, como certa personagem de Eça de Queiroz: “Irra, que é demais!...” Machado de Assis, Eça de Quei-roz... Relevemo-nos a citação dos escritores, que nos deliciaram na adolescência. Em meio de tantas destruições, não faz mal nenhum um pouco de amena literatura. É um derivativo, como outro qual-quer. [...] Se isso é metafísica, não nos cabe culpa alguma, e sim aos mentores da Europa, que professam filosofias perigosas. [...] Pelos documentos em questão, verifica-se que as máquinas, as de terra e do espaço, figuram em plana superior. Tanques, carros blindados e aviões foram arrasados em número respeitável... [...] Os desvalidos e as cidades foram os mais sacrificados. E, sem subestimar o valor dos antagonistas vitoriosos e vencidos, concluímos que a guerra mo-derna deixava incólumes as forças, adestradas para as lutas. [...] É de presumir que muito mais de cinco milhões de soldados se estendam em linha de batalha, desde o Oceano Atlântico até o Mar Negro (na frente leste). [...] O que nos continua a admirar é que em empresas tão
repetir! – confessou entre irônico e amargo: ‘Não foram os aliados que ganharam a guerra; foram os comunistas russos, que ajudamos a tomar conta do poder...’” (cf. “A luta no escuro” in O Estado de S. Paulo, 16 abr. 1941, p.16).
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“aniquilantes” as massas de lidadores, atacando ou defendendo-se, consigam escapar aos tiros, aos explosivos, às granadas...113
Essa era outra característica da guerra que deu margem a vá-rios comentários: as diminutas baixas nos exércitos envolvidos na contenda. Em virtude da experiência do conflito precedente, no qual milhares de soldados perderam a vida, os responsáveis pela publicação não compreendiam como os números mais elevados se referiam às máquinas destruídas e não aos mortos em combate. Por isso eles concluíam que a guerra atual eliminava os fracos e poupava os homens treinados para a luta, ou, muitas vezes, desqualificavam os números apresentados pelos comunicados alemães ou soviéticos.114
A tendência às comparações da situação coeva com as que passa-ram à história, às vezes, transformava o texto numa série encadeada de metáforas que exigiam do leitor atenção e conhecimento histórico. Assim sendo, pode-se imaginar que o leitor que recortava ou sim-plesmente lia o periódico detinha o conhecimento necessário para acompanhar o raciocínio do colaborador ou ainda que esse escrevia para pessoas que acreditava serem “medianamente cultas”. Em 5 de julho, por exemplo, os acontecimentos foram assim relacionados:
Em alguns círculos, muito a puridade, se escarnece dos críticos, que estabeleceram, e ainda estabelecem, comparações entre as duas guerras, as de 1914 e 1939. Verdade é que nesses círculos predomi-nam os totalitários. Por que essa atitude? Porque dizem, os fatos de hoje se desenrolam de modo diferente. Os tanques e os aeroplanos provocaram uma revolução na tática e na estratégia. A máquina e a rapidez deram um cunho original e desastroso às lidas entre os povos e classes. O que na última conflagração era a última palavra não passa agora de autêntica velharia. [...] As fortalezas e os cam-
113 Cf. “Máquinas e homens” in O Estado de S. Paulo, 2 jul. 1941, p.14. 114 Vale destacar que essa postura guardava relação com a assumida durante a
Primeira Guerra Mundial, quando Julio de Mesquita elogiava a sinceridade e objetividade britânicas contra os intentos da propaganda germânica.
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pos entrincheirados quase não resistiam às investidas. [...] O valor individual dos combatentes era relativo, e somente as massas, com-pactas e disciplinadas, venciam e arrasavam os escolhos oferecidos por antagonistas mal avisados. Tais argumentos não convenciam e não convencem. [...] Sabemos que estamos a repisar. Que querem, porém? Para refutar os convencidos e seus amigos temos de empregar os seus próprios métodos. Mas a verdade é que os totalitários, ultra-modernistas, reincidem nas comparações. Pior ainda: reincidem nas imitações. [...] Tenhamos presente o ataque à Rússia, iniciado em 22 de junho. Nele, os germânicos procuram seguir a mesma estratégia que deu cabo da França em dez ou quarenta dias. [...] Não é necessá-rio ser mestre na arte ou ciência de um von Moltke para verificar que os teutos procuram executar, com ou sem perícia, o famoso “Plano Schliefen”, que produziu efeito no Ocidente. [...] Moscou é a Paris da frente leste. O Berezina é como se fosse outro Marne, propício aos gauleses há vinte e cinco anos, e fatal em junho de 1940...115
A guerra entre Rússia e Alemanha rearranjara também as relações entre os povos envolvidos direta ou indiretamente no conflito.116 O Brasil, ainda mantendo estrita neutralidade, manifestou-se ao estalar a guerra germano-soviética. Como apontava Marina Mesquita, “o governo, quando a Rússia entrou na guerra, publicou uma nota di-zendo que na contenda russo-alemã o governo do Brasil não era neu-tro, mas contra a Rússia. Todo mundo no Rio passou a beber vodca
115 Cf. “As linhas ‘Weygand’ e ‘Stalin’” in O Estado de S. Paulo, 5 jul. 1941, p.14. 116 De acordo com Ernst Nolte (1994, p.189), após a invasão da URSS, “se encon-
trava Hitler, y con él muy pronto todo el fascismo, en guerra contra dos grandes enemigos el bolchevismo y la democracia, es decir, el sistema liberal de partidos, sin la posibilidad de aprovecharse de las simpatias de una de las partes y hacer la guerra en paz. Las contradicciones debían resolverse ahora en el nível último y más decisivo, en el cual, a la larga, no podían darse ventajas político-organizativas ni técnico-militares, pues ambos bandos luchaban con el mismo esfuerzo totalitário. [...] Si el fascismo, como habría de resultar, se firmó con esta acción su propia sentencia de muerte, actuó, no obstante, de acuerdo com su esencia y confirmó su carácter histórico, al obligar a las fuerzas hasta entonces opuestas a unirse em contra suya”.
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como sinal de protesto”.117 A Inglaterra moveu-se imediatamente para leste no intuito de realizar uma aliança com Moscou, objetivo no qual foi bem-sucedida. Pelo acordo, ambos os países se comprome-tiam a não selarem a paz em separado – como ocorrera com a França. Outro país que tinha relevância capital nessa conjuntura era o Japão. Com a atenção voltada para os problemas japoneses, os articulistas tinham de criar e rearranjar suas concepções políticas acerca de um novo possível beligerante inserindo-o em um dos campos em luta.
Pressionado pelos Estados Unidos a renunciar às suas conquistas na China, o país se via na contingência de lutar contra os anglo-americanos no Pacífico ou auxiliar os alemães em uma guerra contra os russos, inimigos do Japão desde 1905. Para os colaboradores, todavia, aos japoneses também não era interessante que os alemães se expandissem para o Oriente.118 Percebe-se, assim, como as rela-ções internacionais do período eram volúveis e como elas oscilavam entre complexos interesses. A delicada situação japonesa apareceu no comentário do dia nove de julho da seguinte forma:
Portanto, vencida a Rússia, não será de admirar que a Alemanha atual, que tanto se preocupa com raças e espaço vital, se delibere a promover uma cruzada santa contra os povos do Extremo Oriente.
117 Carta de Marina Mesquita a Julio de Mesquita Filho, datada de 15 de julho de 1941 (in Mesquita Filho, 2006, p.276).
118 Alguns articulistas escreveram comentários em que idealizavam satiricamente um encontro germano-nipônico às margens do Ganges. No dia primeiro de agosto de 1941, por exemplo, se lia que: “Perguntaram a Bonaparte, quando este ainda frequentava o Colégio Militar: ‘Como procederá se, em meio da batalha, faltar armas e munições aos seus soldados?’ E ele respondeu, sem tartamudear: ‘Irei buscá-las ao campo inimigo.’ [...] Há muita lenda em tudo o que diz respeito a esse guerreiro. [...] Dois meses antes do ataque à Rússia, os chefes do Kremlin pediam, aos generais dos seus exércitos, que tivessem presentes à campanha de 1812. [...] Como se estivessem sob a égide de Alexandre I, eles e seus soldados combatem tenazmente, e, na retaguarda, destroem tudo que possa ser útil aos antagonistas. Não deixam nada de pé, nem mesmo um poste de fios telegráficos. São os comunicados alemães que o informam. [...] À laia de pilhéria vaticinamos o encontro, às margens do Ganges, dos totalitários europeus e asiáticos” (cf. “Tema cediço” in O Estado de S. Paulo, 1º ago. 1941, p.16).
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Por outro lado, não convém a Tóquio aproximar-se da União Sovié-tica. Porque esta é sua inimiga natural.119
Como se vê, a atitude do Japão estava diretamente relacionada aos resultados que a guerra germano-russa proporcionava. Os responsá-veis pela publicação mostraram, em distintos momentos, que os ni-pônicos só se engajariam em uma luta contra os eslavos se a Alemanha vencesse, vertiginosamente, os obstáculos que levavam a Moscou.120 Dessa forma, como a invasão alemã parou a poucos quilômetros da capital russa, os japoneses contemporizaram e voltaram sua atenção para o Oceano Pacífico e para os sonhos de expansão imperialista.
As sabotagens na retaguarda alemã e nas regiões conquistadas não tardaram.121 Insuflados pela propaganda aliada e pelo desejo de liberdade, grupos de resistência de vários países iniciaram uma longa guerra de guerrilhas contra as tropas de ocupação. Em 22 de julho, o articulista destacava esse fato lembrando, porém, que “a campanha não é nova. Ela vem desde que começou o conflito, isto é, desde o ataque à Polônia”.122 As represálias também não demoraram a sus-citar a preocupação e o assombro dos articulistas. Dois dias depois, intitulado de “A guerra obscura”, o artigo expunha:
Sim, as sabotagens degeneram em represálias hediondas. Nun-ca, como agora, se fuzilou ou se enforcou tanto como no Velho Con-
119 Cf. “A atitude do Japão” in O Estado de S. Paulo, 9 jul. 1941, p.14. 120 Essa possibilidade era um dos destaques do comentário publicado a 22 de junho
de 1941, no qual o colaborador ponderava que: “Se os germânicos se aproxima-rem de Moscou, o Japão, a Manchúria e o governo fantoche de Pequim hão de declarar guerra à Rússia. Sempre temos curiosidade de saber com que palavras o sr. Goebbels descreverá um possível ‘Dunquerque soviético!’. Não se riam os leitores. Alguns correspondentes de guerra destacados em Berlim narram que, em círculos dali, se considera fácil a conquista da Sibéria” (cf. “Declarações de guerra” in O Estado de S. Paulo, 22 jun. 1941, p.32”.
121 Vale lembrar que, ao se referirem à luta na retaguarda e a reação do país que ocupava essas áreas, os responsáveis pela publicação utilizavam palavras como “escuro” e “obscuro”, que expressavam a amplitude e a violência dos combates travados nesses locais.
122 Cf. “A indústria pesada e o trigo...” in O Estado de S. Paulo, 22 jul. 1941, p.18.
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tinente. [...] Nórdicos e meridionais, unidos na comunhão dos sa-crifícios, erguem-se contra o terrorismo de dirigentes tresloucados que, por seus escribas, se apresentam como deuses infalíveis. [...] Os exércitos mantêm-se disciplinados, na vitória e na derrota. Os invencíveis sonham com novas façanhas, e os outros marcham para os campos de concentração, sem mugir nem tugir. [...] O marechal Luddendorf, nas suas “Memórias” e nos discursos posteriores, cha-mou a atenção dos seus “alunos” para os perigos da mistura que, em momentos dados, se estabelece entre combatentes e não combaten-tes, que aguardam curiosamente os desfechos. Para esse estrategis-ta, foi essa mistura, e não os aliados, que apressou a queda do “Pri-meiro Reich”. Hoje, a tarefa apresenta-se mais gigantesca. Não se procura destruir este ou aquele Império, mas extirpar uma mentali-dade, nociva e anormal, que cogita de abarcar o Universo inteiro.123
A última assertiva revela, de forma inquestionável, o posiciona-mento do jornalista responsável pelo texto. A luta não era somente contra “Reichs”, mas, sim, contra uma “mentalidade”, o que elevava o problema a outro nível. Não bastava, dessa forma, vencer o país ou Estado em questão. Essa “mentalidade” deveria ser massacrada, “extirpada” para que o “Universo inteiro” voltasse à paz.
Pode-se questionar, porém, a que “mentalidade” o articulista se referia. A guerra germano-russa se constituiu em um desafio para as interpretações dos colaboradores, uma vez que, a despeito de toda a tradição anticomunista do matutino, os comentários exibiam uma incontestável negação à Alemanha e a tudo o que ela representava. Além disso, o governo brasileiro não era neutro no que se referia a esse conflito. Entre a Alemanha e a União Soviética, o Brasil apoiava a primeira, emitindo, via DIP, ordens para que os russos fossem dura e constantemente criticados.124 Os colaboradores criaram, por meio
123 Cf. “A guerra obscura” in O Estado de S. Paulo, 24 jul. 1941, p.16. 124 Segundo José Inácio de Melo Souza (2003, p.192-3), “para o DIP, a avançada
das tropas germânicas se transformara num passeio: permitia-se um telegrama da Reuters anunciando a destruição de uma divisão soviética e 100 tanques; proibiam-se quaisquer telegramas da UP comunicando ‘vantagens russas’. As
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dos comentários, um espaço pelo qual o ideal democrático continuava a reverberar nas páginas do matutino mesmo depois da ocupação. Entretanto, diante dessa luta, parecia haver, pela primeira vez, uma sintonia entre as ordens emitidas pelos censores e a escritura dos textos. Foi somente nesse período que os interesses defendidos pelo Estado brasileiro e pelos colaboradores convergiram, auxiliando na formação de uma atmosfera desfavorável aos interesses soviéticos.125 Em 15 de agosto, outro comentário conclamava pela união de todas as forças para a derrota final do comunismo. No texto se lia que:
Vai para um mês que, em vários lugares, se fala em paz. Os ale-mães estavam “na iminência de ocupar Moscou, Leningrado e Kiev”, e as agências informam que havia um trabalho nesse sentido. [...] Assestando as bases da colaboração do seu Estado com a Alemanha, indiretamente Pétain deu vulto à ameaça ao hemisfério ocidental, isto é, a toda a América; a do Norte, a do centro e a do Sul. [...] Corre
vitórias russas ‘com números exagerados’ estavam igualmente vetadas. Em
julho as proibições destinavam-se a qualquer declaração de dirigente soviético. Para o DIP, ‘Stalin não existe para o Brasil e assim como as suas não podem ser publicadas declarações de estadistas russos’. Este clima de ‘passeio guerreiro’ do qual o DIP participava culminou com a determinação do dia 11 de julho. O DIP advertiu à imprensa paulista de que o Brasil ‘não é neutro em relação à guerra teuto-russa. É contra a Rússia. Não permitir a mínima propaganda russa (expressão textual, para uso interno do Serviço de Controle: ‘Fuzilem a Rússia, impiedosamente...)”.
125 Depois da ocupação havia uma tensão entre a parte editorial e os comentários publicados em destaque pelo periódico. (Para um exemplo, por meio de imagem, ver no Anexo a Figura 5). Enquanto na primeira os redatores designavam o ditador Getulio Vargas de “preclaro chefe da Nação”, enalteciam a ordem e conclamavam à disciplina, recorriam à tradição católica do Brasil, mostrando claramente que o jornal mudara de mãos, nos artigos assinados ou não a liber-dade de interpretar os acontecimentos internacionais proporcionava possibi-lidades de críticas aos totalitarismos e de defesa do ideal democrático, que, direta ou indiretamente, se relacionavam ao Brasil. Nesse sentido, pode-ser concluir que, mesmo ocupado, esse quadro do matutino se constituiu em um espaço de contestação dos totalitarismos e das ditaduras enquanto propugnava a vitória das democracias – no campo internacional – e o retorno desse regime no país em que o jornal ocupado era publicado.
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que o chanceler teutônico fará novas propostas de paz, em nome da Europa continental, integrada na “nova ordem”. Se os visados repe-lirem tais propostas, dar-se-á a marcha para o extremo ocidente. E Vichi concordará com tudo, não negando mesmo o seu valioso apoio em favor da disciplina e da civilização. [...] Existe, numas e noutros, uma contradição, em que os dois incidem, lamentavelmente. Para defender a disciplina e a civilização da Europa, sob a égide da Ale-manha, era natural que o Führer e Pétain se unissem fortemente não contra os anglo-saxões, mas contra a Rússia. Convinha que ambos, e mais os seus inúmeros aliados, concentrassem as suas forças na frente leste. A cruzada contra o comunismo não requer o sacrifício de países menores e distantes, de regimes insuspeitos, e nem o de potências liberais e capitalistas, como os Estados Unidos e a Grã-Bretanha. Verdade seja que estas deliberaram prestar auxílio ao império eslavo. Pois que esse auxílio fosse contrariado nos sítios onde ele se positi-vasse mais ostensivamente. À Alemanha, à França de Darlan e Laval competia inutilizar os reides cada vez mais mortíferos dos aeroplanos ingleses. E competia destruir o material que porventura o seu inimigo comum, a União Soviética, recebesse da América do Norte. Assim, justificava-se plenamente a cruzada contra o comunismo. E o resto do Universo, agradecido e contrito, não hesitaria em erguer loas aos modernos e épicos lidadores. Não se justifica, porém, que, por amor àquela disciplina e àquela civilização, se ponha de sobreaviso gente que não tem culpa dos atos de certas personalidades responsáveis pelo desencadeamento da presente guerra...126
Ainda que nos primeiros artigos sobre a guerra no leste os respon-sáveis pela publicação tenham adotado uma estratégia de apresen-tação que privilegiava as dificuldades que os alemães enfrentariam nesse conflito, com as seguidas vitórias das forças invasoras, os colaboradores, pautados por uma tradição de crítica ao comunismo, voltaram a expressar o desejo de que essa ideologia e seus líderes
126 Cf. “As contradições da paz” in O Estado de S. Paulo, 15 ago. 1941, p.16.
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fossem derrotados.127 Pela destruição do regime instaurado pela Revolução de 1917 os articulistas matizavam as críticas ao regime colaboracionista francês e insinuavam: se os aliados insistissem em auxiliar os russos, que as forças franco-germânicas frustrassem essa ajuda, combatendo-os em nome da civilização ocidental. De acordo com o texto, uma ameaça a distantes países não se justificava quando todos falavam em salvar a civilização e quando o maior perigo vinha do leste.128 Assim, todos deveriam se unir para acabar com o regime russo recebendo, os vencedores, os agradecimentos do “resto do Universo”.
Para os colaboradores, a Alemanha deveria se unir aos vários povos que dominava para destruir a União Soviética, encarnação do mal. Além de concitar o regime colaboracionista francês a auxiliar nessa empresa, outro comentário trouxe uma nova sugestão. No dia 12 de setembro, o jornalista afirmava:
Ora, o Reich empenha-se numa luta gigantesca contra um Impé-rio que se encontra sob um regime renegado pela civilização cristã. Seria mais louvável e heroico que os seus condutores estimulassem
127 Stanley Hilton (1991, p.169) destacou o papel da censura na luta contra o co-munismo no Brasil nesse período. Para ele, “censorship was another important weapon in the crusade against bolshevism. The police department, in charge of monitoring the press until January 1940, sought to suppress anything that might be construed as favorable to Russia or communism – at the same time that it blessed articles that attacked the Soviet Union. The hostility demonstrated by the major dailies toward the USSR thus reflected not only editorial, but official, sentiments”.
128 Os jornalistas escreveram, no dia anterior a esse comentário, um outro texto no qual concluíam: “Tem-se a impressão de que o herói de Verdun quer conservar em suspenso uma ameaça ao hemisfério ocidental. Ameaça que se pode tra-duzir nestes termos: se os Estados Unidos não remeterem víveres, o almirante Darlan permitirá que as colunas blindadas, estacionadas em Baiona e cercanias, marchem rumo à Península Ibérica, de Portugal e ilhas adjacentes, e a esquadra do mesmo almirante Darlan, no Mediterrâneo, se encarregaria de transportar, para a África, as forças que hão de ocupar Marrocos e Senegâmbia, nas costas do Atlântico. Não foi esse o intento do preclaro chefe? Oxalá. Mas a conclusão a tirar das suas palavras é aquela mesma, que sobremodo afetará países não en-volvidos” (cf. “Nos dois extremos” in O Estado de S. Paulo, 14 ago. 1941, p.16).
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os exércitos, que se fixaram na frente leste. E cremos que os seus esforços com esse propósito haviam de ser levados em conta pelos povos que representam aquela civilização.129
Mais uma vez, os colaboradores expunham o desejo de que o país do chanceler Hitler derrotasse o comunismo e que, se tal ocorresse, os países que compunham a civilização ocidental reconheçam esse esforço.130 No dia 10 de outubro de 1941, os responsáveis pela publi-cação explicavam aos leitores quais os caminhos que se abriam para a humanidade diante do embate que se travava:
Os totalitários inventaram a nova ordem. A princípio, ela devia implantar-se no velho continente. [...] Em fins de setembro de 1940, Berlim consultou os diplomatas aliados e, sem mais preâmbulos, proclamou que a nova ordem se estenderia a todo o planeta. [...] Em suma: temos diante de nós uma “nova ordem” política, preconizada por potências totalitárias, e um “mundo diferente”, preconizado pelas democracias. A “nova ordem” política e social já se sabe como se manifestará; e o “mundo diferente” constitui uma esperança. E isso de alimentar esperanças é mais próprio do homem do que viver em contínuos choques, como acreditam os filósofos da indústria pesada...131
Nesse excerto evidencia-se o quanto o problema soviético era complexo para as explicações dos articulistas. O autor desse texto não assinado apresentou a luta entre totalitarismo e democracia de cujo
129 Cf. “A história pode repetir-se” in O Estado de S. Paulo, 12 set. 1941, p.16. 130 Outras ideias para a derrota do comunismo foram apresentadas pelos colabora-
dores. No dia 19 de novembro de 1941, lia-se, no texto não assinado, que: “Não atinamos porque não se pretende armar os prisioneiros franceses que sobem a um milhão e oitocentos mil homens para eliminar mais depressa a frente oriental...” (cf. “Mediterrâneo ou Atlântico Sul” in O Estado de S. Paulo, 19 nov. 1941, p.16). É importante lembrar que, na luta contra a Rússia, os alemães contaram com tropas espanholas, italianas, romenas, eslovacas, húngaras e finlandesas.
131 Cf. “Um mundo diferente” in O Estado de S. Paulo, 10 out. 1941, p.16.
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resultado julgava que surgiria uma “nova ordem” ou um “mundo diferente”. Mas pode-se questionar em qual dos campos se situara a União Soviética, uma vez que, em última análise, esse país seria derrotado, ou mesmo por que era considerado tão inferior pelo autor que não merecia nenhuma classificação. O que abre a interessante questão de saber que lugar ele reservava para a União Soviética.
Ao se referirem às batalhas que se travavam na frente oriental, os articulistas escreveram que “designaremos por ciclópicas, pois que gigantescas já não lhes cabem mais”.132 Para os autores dos textos, a guerra não era entre países. Segundo eles,
Hoje em dia, a luta não é entre potências limítrofes, e sim entre continentes. A Alemanha fez a unidade europeia à sua maneira. E não podendo atravessar o Atlântico, por causa do baluarte das ilhas britânicas, rumou para a Ásia a fim de esmagar os que, direta ou indiretamente, tentam impedir a execução dos seus planos. [...] O conflito evoluiu muito em favor de um beligerante afortunado, que não se contenta apenas com um continente, senão com dois ou mais.133
O Japão, que deixara de receber o petróleo norte-americano e que já havia entrado em choque com os interesses britânicos no continente asiático, se encontrava, no entendimento dos colabora-dores, em uma encruzilhada. As suas perspectivas eram atacar os impérios que o ameaçavam ou aceitar, abrir mão da pretensão de se consolidar como uma potência. Na verdade, era essa a condição que britânicos e norte-americanos cobravam dos japoneses em relação à China, por exemplo.
A crescente tensão entre nipônicos e norte-americanos culminou no ataque à base de Pearl Harbor, no Pacífico. Esse ataque inaugurava uma nova fase da guerra, que deixava de ser exclusivamente europeia e se tornava mundial. Como lembrava o colaborador ainda em outubro
132 Cf. “Um momento oportuno” in O Estado de S. Paulo, 12 out. 1941, p.32. 133 Cf. “A hora do Japão” in O Estado de S. Paulo, 16 out. 1941, p.18.
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desse ano, “às vezes as operações longínquas se ligam e se entrelaçam”.134 No caso do ataque japonês à base norte-americana, os fios que se interligavam afetaram as relações internacionais de todo o planeta.
Para os alemães, o ataque era um indício de que não haveria uma intervenção nipônica na União Soviética e que, dessa forma, eles lutariam sozinhos. Para os britânicos, o ataque selava, agora formalmente, uma aliança entre as maiores democracias do mundo contra os totalitários da direita. Para os norte-americanos, era o início da caminhada rumo ao status de superpotência. No entendimento dos colaboradores, a lógica ausente desde o início de 1938 voltara ao mundo. Quando a Alemanha declarou guerra aos Estados Unidos, o articulista afirmou:
Finalmente, a Alemanha declarou guerra aos Estados Unidos. Esclarece-se a situação do ponto de vista político e militar. Era pre-ciso que não vingasse a dubiedade. Foi na cauda do aliado. [...] Veio a guerra dos continentes e a Alemanha se eclipsa diante da grandeza trágica dos fatos da Ásia. Parece exausta.135
Pelo comentário, pode-se concluir que os articulistas insistiam, ao apresentar o conflito ao leitor, na divisão entre democracia e to-talitarismo. A dubiedade não vingou porque, com a declaração de guerra, a situação estava, com exceção da União Soviética, definida: Itália, Japão e Alemanha contra Inglaterra, Estados Unidos e Rússia, atacada pelos germânicos. Na verdade, a realidade se mostrou mais complexa do que a polarização simplista entre democracia e totali-tarismo. Assim, desse ponto em diante, os colaboradores teriam de realizar constantes esforços para apreender e apresentar aos leitores como a União Soviética era aliada das democracias mesmo sendo um regime totalitário, e como eles mesmos, que sempre se mostraram anticomunistas convictos, lidaram com essa imposição: a aliança entre os Aliados e os comunistas. A publicação de mapas da União
134 Cf. “No reino das surpresas” in O Estado de S. Paulo, 7 out. 1941, p.18. 135 Cf. “As grandes perdas navais” in O Estado de S. Paulo, 12 dez. 1941, p.16.
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Soviética que serviam para assinalar em que regiões a luta era travada também contribuiu para demonstrar quanto os soviéticos lutaram para reconquistar seus territórios, aumentando o conhecimento que os leitores tinham daquela nação, que, até então, era hostilizada em quase todas as esferas da sociedade brasileira.
Se, todavia, no cenário internacional a dubiedade se desvanece-ra, a luta dos responsáveis pela publicação continuava na esfera da política interna, em que o presidente Getulio Vargas oscilava entre o comprometimento com a causa aliada, que os artigos do periódico defenderam antes mesmo da guerra.
O ataque nipônico a Pearl Harbor e as dificuldades da Alemanha em terminar a guerra no leste serviram de estímulo aos articulistas para relembrar mais uma vez os tempos de 1812 e para comparar a situação de 1941 com a da conflagração anterior. Em 19 de dezembro lia-se que:
Em novembro de 1812 começou a retirada de Napoleão das este-pes, em novembro de 1918, começou a retirada dos teutos, a pouca distância de Paris; em novembro de 1940, os totalitários começaram a experimentar reveses. Sem dúvida tratava-se de meras coincidências, que não obedeciam nem obedecem aos imperativos da lógica. [...] Neste último mês mudou ou não mudou o cenário? A guerra não se desenvolve num ritmo muito diferente? Não é preciso sutileza de dialética para responder, pela afirmativa, às perguntas formuladas. [...] Na frente leste, o ataque final contra Moscou foi bem até certa altura. Os eslavos recuaram defendendo-se sempre. [...] Mais ao sul, Timochenko abatia os invasores em Rostov, posição chave do Cáucaso. O sucesso animou o general Zukhov, que transformou os contra-ataques táticos em uma contraofensiva estratégica. Inúmeras aldeias e pontos básicos não mencionados foram retomados. [...] Os críticos de mais de quarenta anos escreveram como se estivessem diante de um Marne, em ponto maior. E os românticos inveterados estabeleceram um paralelo entre essa retirada, que se esboçava, e a do corso General, há cento e tantos anos.136
136 Cf. “Coincidências e realidades” in O Estado de S. Paulo, 19 dez. 1941, p.1.
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As previsões dos colaboradores para a Alemanha eram as piores. Se-gundo eles, “muita coisa indica que o ano de 1942 será, para eles, como o ano trágico de 1918”.137 O inverno russo paralisara as ações das tro-pas germânicas que se retiravam para posições defensivas.138 Enquanto isso, o Japão ampliava seus domínios na Ásia ao invadir as regiões que lhe forneceriam as matérias-primas das quais o país era carente.
A entrada dos Estados Unidos no conflito mobilizou as forças não só norte-americanas, mas também da grande maioria dos países do continente.139 E o Brasil tinha uma enorme relevância nesse cenário, não só em virtude de suas significativas fontes de matérias-primas, como também em virtude de sua posição geográfica. Se durante o período em que os alemães conquistaram praticamente todo o continente os articulistas mantiveram postura extremamente cética e crítica, a ampliação da guerra com a entrada de outras potências favoreceu a ideia de que a história estava mesmo a repetir-se.
Mas havia uma outra e fundamental razão para essa postura. Com a participação dos norte-americanos, os colaboradores acreditavam que o Brasil deveria adotar uma posição que se coadunasse com a sua história diplomática e tradição nas relações internacionais. E essa tradição ia ao encontro da causa das democracias, em luta contra os totalitarismos e colocava, portanto, em xeque o regime inaugurado pela Carta de 1937.
137 Cf. “Quantidade e qualidade” in O Estado de S. Paulo, 20 dez. 1941, p.18. 138 Stanley Hilton (1991, p.180-1), ao descrever a reação que os sucessos defensi-
vos soviéticos causavam no Brasil, assinalou que “Soviet success in stopping the initial German invasion short of Moscow, coupled with the rapid consolidation of the American-Russian alliance following Pearl Harbour, seemingly gave strong impetus to Communist activities at home, a development scrutinized with mounting disquiet by the army high command in the early months of 1942. In a memorandum to Vargas late in February, Dutra declared that communism was one of the main problems facing the army, and by midyear, after months of newspaper headlines about the heroism of the Read Army, his sensitivity to perceived leftist propaganda seemed to reach new levels”.
139 Uma das exceções é a Argentina, que somente entrou na guerra ao lado dos Aliados em 27 de fevereiro de 1945, quando a derrota do Eixo era iminente. Além daquele país, o Chile, o Uruguai, o Peru, o Paraguai, a Venezuela e o Equador também se imiscuíram somente nos últimos momentos da luta.
3O ESTADO DE S. PAULO:
O DEBATE EM TORNO DO PÓS-GUERRA (1942-1945)
O colapso totalitário e a luta pela redemocratização
O que mais aflige a egolatria, sem dúvida, a egolatria totalitária no momento presente, é saber que, terminada esta guerra com a vitória inglesa, não haverá outro imperialismo britânico senão o que existiu até 1941 e que, em vez de afirmar seu domínio e sua força, o programa na Comunidade Britânica será o de diferentes ações de indepen-dência e liberdade, de acordo com a nova era do renascimento democrático que se aproxima.1
Tudo leva a crer que a fera do nazismo já está mortalmente ferida e se aproxima da agonia.2
A França será mais uma vez a França, puri-ficada pelo infortúnio, mais amiga, mais ardente, mais espontânea e mais reforçada, menos desejosa de uma vida fácil, mais atenta aos seus deveres,
1 Cf. “O imperialismo britânico” in O Estado de S. Paulo, 14 ago. 1943, p.12, grifo nosso.
2 Cf. “Virá a paz?” in O Estado de S. Paulo, 2 mar. 1943, p.12.
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mais uma vez zelosa em servir ao ideal que, há 150 anos, ela deu ao mundo. Esse ideal – que é o objetivo da guerra de nossos aliados – pode ser sintetizado numa única palavra – DEMO-CRACIA.3
O período compreendido entre 1942 e 1945 guarda muitas revi-ravoltas no que se refere tanto ao cenário externo quanto ao interno. Durante esses anos, as vitórias alemãs eclipsaram-se diante de uma coalizão mundial que, aos poucos, conseguiu derrubar o regime inau-gurado por Hitler em 1933. Batalhas como a de Stalingrado, Kursk, a invasão da Normandia, os bombardeios aéreos sob as cidades alemãs e as bombas atômicas lançadas sob o já derrotado Japão completaram o quadro de destruição e sofrimento que se iniciara em 1939 e que marcaria o século XX como o da violência.
No Brasil, pressionado pelos norte-americanos, que entraram na guerra após o ataque japonês a Pearl Harbor, o presidente Getulio Vargas não tinha meios para continuar com a hesitação que carac-terizara os anos anteriores. Em agosto de 1942, declarou guerra aos totalitarismos acompanhando os Aliados na contenda que se alastrou por todo o globo. A participação direta no conflito teve consequências imediatas para o Estado Novo, que, com a derrota da Alemanha, sucumbiu com a deposição de Getulio Vargas em outubro de 1945.
Nesse sentido, pretende-se realizar uma análise sistemática dos comentários publicados para tentar apreender quais foram as estra-tégias utilizadas pelos colaboradores para escrever acerca dos acon-tecimentos e batalhas que decidiram o conflito nesses anos. Além disso, por meio da comparação entre o número de artigos assinados e não assinados, poderemos concluir se a redação continuou com a preponderância da escrita que se verificou durante a primeira parte
3 Cf. “A epopeia americana na África do Norte” in O Estado de S. Paulo, 18 nov. 1942, p.10, destaque no original. Henry Torres, segundo a nota introdutória a seu texto, era um “nome sobejamente conhecido no Brasil, pois foi professor das Faculdades de Direito do Rio e de São Paulo, advogado e jornalista eminente, diretor do jornal ‘Voiz de France’, que se edita em Nova York”.
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desta pesquisa ou se a intervenção do periódico foi exposta efetiva-mente com a participação brasileira na contenda.
Mudança na fonte, transformações sociais, reviravoltas no teatro da guerra, revelações de atos desumanos, deposição de Getulio Var-gas, vitória dos princípios de 1789: são esses alguns problemas com os quais nos defrontaremos nessa fase. Mais do que compreender como os articulistas vivenciaram todos esses fatos, trata-se de evidenciar de que forma os rastros deixados por eles, por meio de seus textos, revelavam a força e a amplitude dos fios que interligavam todas as nações do globo num conflito que se denominara total.
Entre 7 de abril de 1940 e 30 de novembro de 1942, a direção jornalística e econômica da empresa ficou a cargo de Abner Mourão. Na edição de 1º de dezembro de 1942, contudo, seu nome passou a figurar como diretor da redação, o cargo de diretor-presidente foi ocupado por Gabriel Monteiro da Silva, o de diretor-superintendente por Pelágio Lobo e o de diretor-gerente por Francisco de Castro Ramos. Entretanto, tal arranjo não perdurou.
Em 1943 ocorreram significativas mudanças no que concerne à direção do jornal e à censura. Abner Mourão ocupou o cargo de diretor da redação, enquanto Mario Guastini passou a figurar como redator-chefe do jornal. O domínio desses dois jornalistas indica a complexidade das relações entre a imprensa e o poder no período, bem como sua articulação ao jogo político. Nos anos 1930, Abner Mourão, diretor do Correio Paulistano, e Mario Guastini, diretor do Jornal do Comércio, apoiavam a candidatura governista contra a Aliança Liberal. Entre os periódicos que cerraram fileiras junto à candidatura de Getulio Vargas estava o jornal O Estado de S. Paulo (cf. Sodré, 1999, p.371). Vê-se que, em alguns anos, inverteram-se os papéis: em virtude das batalhas políticas iniciadas em 1932, o Estado, antes partidário da revolução, terminou ocupado por aqueles que, àquele tempo, pugnavam pelos situacionistas.
Pelágio Lobo, por sua vez, foi designado diretor-presidente e Francisco de Castro Ramos, diretor-gerente. Com a criação dos Departamentos Estaduais de Imprensa e Propaganda (Deip), ra-mificações do DIP nos Estados, Mario Guastini acumulou, a partir
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de 1944, quando da demissão de Candido Mota Filho, o cargo de redator-chefe e o de diretor-geral do Deip de São Paulo.
Afastado da presidência para assumir o cargo de diretor do De-partamento de Municipalidades, o nome de Gabriel Monteiro da Silva não constava no matutino a partir de 1º de julho de 1943; até 17 do mesmo mês, o nome de Francisco de Castro Ramos foi cen-tralizado junto ao cabeçalho e os de Pelágio Lobo e Abner Mourão ocupavam as extremidades esquerda e direita, respectivamente.
No dia subsequente, pela primeira vez, figurou o nome de Sud Mennucci,4 como diretor-superintendente, enquanto Pelágio Lobo, alçado a diretor-presidente, teve o nome colocado no centro da página logo acima do de Francisco de Castro Ramos. Abner Mourão per-maneceu como diretor da redação na extremidade superior direita. Ainda em 1943 ocorreu a mudança definitiva: no dia 3 de dezembro, o nome de Sud Mennucci foi retirado e ficaram como responsáveis pela publicação do periódico até 1945: Pelágio Lobo, como diretor-presidente, Francisco de Castro Ramos, como diretor-gerente e Abner Mourão, responsável pela redação.
Pelágio Lobo, nasceu em Campinas, em 1888. Foi memoria-lista, historiador, biógrafo, conferencista, jornalista, advogado, membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, da So-ciedade Paulista de Escritores e do Clube Piratininga. Sua atuação na direção do periódico ocorreu no mesmo momento em que se observam as mudanças nos comentários no que concerne à assina-tura, pois foi a partir de 1943 que, após alternadas publicações, os textos não assinados desapareceram, dando lugar aos que indica-vam autoria. Essas modificações guardavam profunda e direta re-lação com as que ocorriam nos órgãos responsáveis pela imprensa brasileira nesse período.
4 Sud Mennucci era um intelectual que trabalhara no periódico quando este era dirigido por Julio de Mesquita. Segundo Paulo Duarte (1977, v.6, p.299), ele, juntamente com Correa de Melo e Breno Ferraz do Amaral, era “redator de categoria”. Talvez essa relação pregressa explique a curta passagem de Sud Mennucci pelo periódico nesse momento.
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Em 29 de julho de 1943, dias após a saída do major Coelho dos Reis da direção-geral do DIP, na qual fora substituído pelo capitão Amílcar Dutra de Menezes, que dirigiu o órgão até 1945, o jornal publicou um texto nas “Notícias do Rio” em que o nome do ex-diretor do Jornal do Comércio, Mario Guastini, figurava como o de redator-chefe de O Estado de S. Paulo e como diretor de Divisão de Imprensa do Deip de São Paulo.
O Deip fora criado, segundo Silvana Goulart (1990, p.77), pelo Decreto-lei n.2.557, de 4 de setembro de 1940, e tinha por objetivo “estender a função do DIP aos Estados, contando com a colaboração de seus governos”. O Deip em São Paulo, ainda segundo a mesma autora, fora instituído por Adhemar de Barros, pelo Decreto-lei n.11.849, de 13 de fevereiro de 1941, subordinado diretamente ao interventor.
Candido Mota Filho foi o escolhido para ocupar o cargo de dire-tor-geral do Deip paulista. No jornal publicado no dia 11 de junho de 1942, ao descrever o processo que classificou de “padronização da imprensa”, J. S. afirmou:
Candido Mota Filho, mestre de direito e mestre no jornalis-mo, escreveu e disse, na inauguração festiva do Deip, as melhores palavras que já ouvi como justificativa da criação desses órgãos de propaganda estatal, ainda mal compreendidos das minorias azedas (ilegível) e das maldizentes neurastenias.5
O “mestre de direito e mestre no jornalismo” permaneceu na dire-toria-geral até 5 de maio de 1944. O novo-diretor geral foi apresentado aos leitores, por meio de um texto não assinado, no dia subsequente:
O “Correio da Noite” publica hoje a seguinte nota: tendo o pro-fessor Candido Mota Filho solicitado exoneração desse cargo, acaba de ser designado pelo Interventor Fernando Costa o sr. Mario Guas-
5 Cf. “Notícias do Rio. Padronização da Imprensa” in O Estado de S. Paulo, 11 jun. 1942, p.1.
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tini, diretor da Divisão de Imprensa e Propaganda e Radiodifusão daquele departamento para responder pelo expediente da diretoria-geral. O ato do chefe do Executivo Paulista teve os melhores aplausos nos altos círculos administrativos do país e em particular nos meios jornalísticos, onde o sr. Mario Guastini é figura de grande projeção. Redator de O Estado de S. Paulo e antigo diretor do Jornal do Co-mércio, o distinto confrade sempre se revelou um jornalista vibrante com um acervo de excelentes serviços prestados a São Paulo e ao Brasil. Chamado para exercer tão elevado posto, o Governo de São Paulo veio de premiar por seus justos títulos em operoso e inteligente colaborador da atual administração bandeirante.6
A modificação na direção-geral do Deip estadual refletiu no jornal visivelmente. Foi a partir dessa época, na qual a vitória aliada era já incontestável, que a política interna voltou à cena com fla-grante destaque. Os textos que Mario Guastini publicava ao lado das “Notas e Informações” gradualmente cresceram em virulência na defesa da manutenção do governo do presidente Getulio Vargas contra as pretensões oposicionistas desde o final de 1943 cada vez mais articuladas.
No que se refere às características dos quadros não houve nenhu-ma alteração ou inovação.7 Permaneceram no centro da página e eram compostos pela aglutinação de duas ou três colunas aparecendo, em efêmeras ocasiões, na parte inferior. No período estudado, ou seja, de 2 de dezembro de 1942 a 31 de agosto de 1945, publicaram-se 865 quadros, dos quais 37 sem subscrição e 828 assinados.8 Nota-se que, em relação à fase anterior, apesar da alternância entre assinados e não assinados permanecer até 20 de agosto de 1943, quando foi publicado o último comentário sem assinatura, as estatísticas inverteram-se
6 Cf. “A direção do DEIP de São Paulo” in O Estado de S. Paulo, 6 maio 1944, p.14.
7 Os mapas constituem uma exceção, pois se tornaram cada vez mais específicos com a inserção dos símbolos e bandeiras dos países em conflito. Para uma visualização, ver Anexos.
8 A totalidade dos comentários publicados nesta etapa segue nos Anexos.
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vertiginosamente, pois, se elas eram antes de 82,30% (sem definição de autoria) e 17,70% (definidos), nessa etapa passaram a 95,72% (com autoria) e somente 4,28% (sem definição).
Enquanto na primeira fase o número de comentários assinados constituiu-se em minoria, agora formaram a essência do material estudado. Nota-se que as notícias vindas das agências de informação ainda mantiveram seu espaço na publicação, tendo, assim, perma-necido o critério de transcrever textos de jornalistas estrangeiros de renome, como Geneviéve Tabouis, por exemplo, que apareceu nos dois momentos.
A predominância nas publicações com autoria definida coube, todavia, a colaboradores brasileiros e estrangeiros aqui exilados. Entre os primeiros, destacava-se o nome do tenente-coronel Lima Figueiredo, responsável por seis séries e 112 artigos. É interessante notar que o Exército sempre manteve um colaborador no jornal: primeiro com o major, depois tenente-coronel Affonso de Carvalho, com 24 textos, e, em seguida, Lima Figueiredo.9
Merecem especial atenção dois outros nomes, que estão presentes também na primeira fase da pesquisa: Luiz Amador Sanchez, apre-sentado “ex-diplomata espanhol” e um dos professores de espanhol da Universidade de São Paulo, e o conde Emmanuel de Bennigsen, emigrado russo residente na capital paulista. Entre abril de 1938 e de-zembro de 1941, eles publicaram 15 e 16 comentários, enquanto entre janeiro de 1942 e agosto de 1945 somaram 36 e 317, respectivamente.
Pode-se afirmar que, após 20 de agosto de 1943, data em que aparece o último comentário sem assinatura, quatro colaboradores tomaram para si ou foram designados a descrever o cenário inter-nacional: conde Emmanuel de Bennigsen, Rogério P. Sampaio, S. Harcourt-Rivington e Lima Figueiredo. Entre eles, é possível
9 Vale lembrar ainda que ambos faziam parte da diretoria de duas revistas de grande relevância nesse período: A Nação Armada, dirigida por Affonso de Carvalho, que congregava elementos de variados setores da sociedade civil e militar, e A Defesa Nacional, da qual Lima Figueiredo era um dos diretores, juntamente com o Coronel Renato Batista Nunes e os tenentes-coronéis Djalma Ribeiro e Batista Gonçalves. Ver Tabela 1 dos Anexos.
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estabelecer outra divisão: os dois últimos publicaram inúmeros co-mentários em forma de série, enquanto os dois primeiros escreviam sobre assuntos diversos, muitas vezes dialogando entre si. Essas divergências de pontos de vista entre os dois autores são sintomáticas, pois evidenciam que nesse espaço havia lugar para as dissonâncias, enquanto nas outras páginas o pensamento seguia, inexoravelmente, os porta-vozes do governo varguista.
A Tabela 5 dos Anexos elenca todas as séries publicadas e eviden-cia a preponderância desses dois colaboradores, pois, dos 19 títulos, o economista inglês S. Harcourt-Rivington foi responsável por cinco, e o tenente-coronel Lima Figueiredo, por seis séries. Isso demonstra uma total modificação no que se refere à primeira fase da pesquisa, uma vez que, naquele período, a grande maioria dos textos não levava assinatura, estratégia que se coadunava com uma tradição do jornal de imputar esses textos ao jornal como um todo.
Outra mudança sensível foi a que ocorreu nas séries: antes, elas foram extraídas de livros publicados àquela época; nesse segundo momento, deu-se o inverso, as séries foram criadas pelos autores e, posteriormente, foram publicadas nesse formato. Como exemplo, pode-se citar o livro de Lima Figueiredo sobre o Japão, resultado da compilação de seus comentários publicados em O Estado de S. Paulo. Assim como na fase anterior, as séries guardavam profunda relação com o momento em que foram publicadas.
Os textos escritos por S. Harcourt-Rivington tinham, na grande maioria das vezes, cunho econômico, enquanto os de Lima Figuei-redo voltavam-se para os problemas do Oriente, notadamente os ja-poneses.10 Nas séries publicadas por S. Harcourt-Rivington, o Brasil
10 Em um texto publicado em agosto de 1944, sobre sua relação com o Japão, dizia o militar brasileiro: “Quando, ainda menino, eu cursava o Colégio Militar do Rio de Janeiro, em 1915, recebi como prêmio um livro intitulado ‘Leituras Mi-litares’. [...] Nele, havia páginas dedicadas exclusivamente aos bravos soldados e marinheiros japoneses. Várias e sucessivas leituras foram feitas e, após cada uma delas, mais eu admirava Oyama, Nogui e Tojo. Na formação da minha intelectualidade esses homens entraram como heróis de larga projeção no cenário universal. [...] E assim, ao ser distinguido pelo Governo com um posto em
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desempenharia um papel fundamental no futuro e seria, segundo ele, o que os norte-americanos foram no século XIX.11 Percebe-se que os autores preocupavam-se com assuntos que estavam associados ao cenário internacional – no caso de Lima Figueiredo as séries cobrem o período de auge e decadência do poderio nipônico – e com proje-ções acerca do futuro – as séries do economista inglês S. Harcourt-Rivington sobre o Brasil e sobre a paz são o melhor exemplo dessa perspectiva.
Entre 1943 e 1945, os principais temas abordados pelos cola-boradores ligavam-se ao pós-guerra. A Alemanha e o Japão foram representados como derrotados, enquanto os Estados Unidos e a União Soviética apareceram como as superpotências vencedoras. O papel da Inglaterra, na visão dos colaboradores, diminuíra muito nessa segunda fase, tendo seu momento heroico marcado pela resis-tência nos anos de 1940-1941. A entrada do Brasil na guerra a partir de agosto de 1942 não foi assunto dos comentários, que se voltavam para a Europa e para o Pacífico, mas seu futuro foi analisado por
Tóquio, a fim de observar o incidente sino-japonês, senti uma alegria inenarrá-vel, como se eu tivesse conquistado o impossível. [...] Empolguei-me, quero ser sincero, gostei do Japão. E, em discurso, afirmei: ‘Parto daqui mais saudoso do que quando deixei minha pátria, onde deixei minha família, meu chefe e meus amigos, porque ao afastar-me do Brasil eu sabia que, algum dia, regressaria e, ao Japão, tenho certeza, jamais retornarei’. [...] Afinal chegou o dia do inopinado ataque a Pearl Harbour e do massacre de gente de raça branca em Hong Kong e Cingapura. Da minha memória fugiu a lembrança dos dias felizes que vi no Japão; passei a odiar os políticos vesgos e os militares estultos, que, sonhando com a hegemonia, na Ásia, lançaram o país num abismo insondável, destruindo o halo de uma história plurissecular” (“Eu e o Japão” in O Estado de S. Paulo, 27 ago. 1944, p.1).
11 O artigo publicado na edição de 7 de abril de 1944 sentenciava que: “O Brasil é agora a chave econômica da paz e da prosperidade mundiais. Estou convencido de que este país será chamado a tomar decisões de caráter mundial, as quais terão o poder de modificar para sempre sua posição entre as nações. Vou ainda mais longe. Na minha opinião, como consequência, o Brasil dominará o mundo na nova era de desenvolvimento mundial na mesma proporção que os Estados Unidos o fizeram no período compreendido entre 1880 e o início da guerra. [...] Sem a menor sombra de dúvida, este é o século do Brasil” (“O futuro do Brasil – Nos planos da paz” in O Estado de S. Paulo, 7 abr. 1944, p.1).
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uma das séries publicadas pelo jornal. Enquanto nos textos publi-cados em destaque evitava-se ao máximo escrever sobre o país e seus problemas políticos, esse debate ocorre nas “Notícias do Rio” e nos artigos que Mario Guastini inseria ao lado das tradicionais “Notas e Informações”.
Observe-se que as representações construídas acerca do cenário internacional passavam, inexoravelmente, pelas mãos de pelo menos um dos representantes da ditadura: Abner Mourão era o diretor da redação, enquanto Mario Guastini ocupou os cargos de redator-chefe, diretor de Divisão do Deip e, a partir de maio de 1944, era ele o diretor-geral desse órgão. Assim, o regime varguista não apenas ocupou o periódico e o transformou em um porta-voz, mas o inseriu na própria estrutura da censura, uma vez que os responsáveis pelo matutino foram alçados aos cargos máximos do aparelho repressivo. Dessa forma, as mudanças efetuadas nos comentários, nessa fase, não podem ser entendidas somente como reflexo da mudança do curso da guerra nos campos de batalha, porque também sinalizava uma maior interferência no que concernia às análises que os colaboradores publicavam.
A derrota alemã no sul da Rússia e no continente africano que em fins de 1942 se delineara visivelmente, apesar de não ser definitiva, acabou com o mito da invencibilidade da Wehrmacht e mostrou que os Aliados poderiam vencer o inimigo. Esses fatores fizeram com que alguns dos colaboradores acreditassem que desse momento em diante a Alemanha estava definitivamente perdida e que ela não seria mais capaz de empreender outra ofensiva com sucesso.
O otimismo era um dos sintomas dessa apreensão da realidade que se iniciara em 1943. Nos primeiros dias de janeiro desse ano, o conde Emmanuel de Bennigsen afirmava: “podemos dizer, sem risco de nos enganarmos, que a vitória já está assegurada aos Alia-dos, porém, não devemos esperar que Alemanha peça a paz de um dia para o outro. [...] poderemos esperar a ruína da Alemanha até o fim de 1943”.
É imprescindível ressaltar o quanto essas modificações represen-tavam de diferente no que se referia ao andamento da guerra. Apenas
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alguns meses atrás, o Eixo dominava a África e, em Stalingrado, os colaboradores acompanhavam os combates não por bairros ou seto-res, mas rua a rua e cada derrota russa era sentida universalmente. Agora, o autor não só atestava a melhora da condição dos Aliados para o combate, mas assegurava que até o final do ano a Alemanha estaria vencida.
O turning point não se verificou somente nesses fronts. Também no continente europeu, onde a Alemanha mantinha severa vigilância, os movimentos de resistência amplificaram sua atuação, causando sérios transtornos aos alemães. O método utilizado pelos franceses nessa luta contra o conquistador foi comentado por Denise Davey, da Interamericana, no dia 23 de janeiro:
o campo de batalha francês não foi totalmente abandonado. Cerca de meio milhão de cidadãos franceses continua combatendo calma-mente, trabalhando subterraneamente. [...] O exército clandestino divide-se em duas unidades combatentes, a saber: uma ativa e outra passiva, que dedica a maior parte de seu tempo à propaganda. [...] Existe, porém, um novo aspecto. Cada escavação dispõe de uma pedra para marcação de pontos presa à parede e na qual se vê um curioso friso feito de sinais algébricos. Um sinal “mais” significa um soldado alemão morto. Se o sinal é duplo, significa que o morto era oficial. Um sinal “menos” significa a morte de um soldado do exército clandestino. As trincheiras estão cheias de símbolos.12
A atuação dos movimentos de resistência em países como a França e a Iugoslávia,13 onde essa luta teve uma violência mais acentuada, parecia comprovar a assertiva de um dos colaboradores que, em 1942, comparando a situação atual com a de 1918, afirmava que,
12 Cf. “As lutas subterrâneas na França” in O Estado de S. Paulo, 23 jan. 1943, p.12.
13 Os colaboradores deram ampla cobertura ao movimento iugoslavo e às lutas entre as duas facções rivais naquele país, os partidários de Tito e os de Mikai-lovitch.
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naquela data, a contestação partiu do centro para a periferia e que, nesse momento, a resistência perfazia um sentido inverso, saindo das margens do sistema para o centro.14
Em fevereiro a batalha de Stalingrado estava praticamente ter-minada15 e o saldo era extremamente negativo para os germânicos não só em soldados e material, mas especialmente no que se refere à moral dos soldados e da população civil alemã, que J. Sarmento de Beires assim caracterizava: “a opinião pública e a psicologia coletiva sempre viveram na ilusão de uma invencibilidade tabu, que os acon-tecimentos se estão encarregando de destruir”.16
Alguns dos números e detalhes da derrota foram publicados em 4 de fevereiro em um dos comentários que não identificavam autoria: “a imprensa mundial noticiava a prisão de vinte e quatro generais, inclusive um marechal, e cerca de 2.500 oficiais do exército alemão no setor da fortaleza do Volga”.17
Hitler “considerava a conquista da grande cidade como um ponto de honra” e o sexto exército cercado em Stalingrado teve todos os pe-
14 Num texto sem autoria definida, se asseverava que “A ação das retaguardas tende a disseminar-se. Em 1918, o movimento dos sacrificados foi do centro para a periferia, isto é, de Berlim para o resto do Império, chegando às trincheiras. Há indícios de que na presente guerra o movimento irá da periferia para o centro” (“O medo da retaguarda” in O Estado de S. Paulo, 5 mar. 1942, p.16).
15 Antony Beevor (2008b, p.448, 461-2), sobre a batalha o final da batalha, assi-nalou que “é improvável que o fim tenha sido inesperado, ou mesmo repentino, mas os defensores russos achavam difícil acreditar que terminara a batalha de Stalingrado. Quando pensavam nela e lembravam os mortos, sua própria sobre-vivência os espantava. De cada divisão enviada pelo Volga, não mais que uma centena de homens sobreviveu. Em toda a campanha de Stalingrado, o Exército Vermelho sofrera 1milhão e 100 mil baixas, das quais 485. 751 haviam sido fa-tais. [...] As macabras provas do combate não desapareceram com muita rapidez. Depois que o Volga descongelou na primavera, encontraram-se calombos de pele enegrecida, coagulada na margem do rio. O general De Gaulle, quando parou em Stalingrado a caminho do norte para Moscou, em dezembro de 1944, ficou impressionado ao descobrir que corpos continuavam sendo desenterrados, mas isso continuaria por várias décadas. Quase toda obra de construção na cidade revelava restos humanos da batalha”.
16 Cf. “A batalha da Tunísia” in O Estado de S. Paulo, 7 fev. 1943, p.12. 17 Cf. “Rússia-Finlândia” in O Estado de S. Paulo, 4 fev. 1943, p.1.
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didos para recuar negados pelo Führer. Foi nessa localidade ainda que o chanceler alemão mobilizou contra Von Paulus um elemento sim-bólico: antes do fim, nomeou-o marechal, colocando sobre ele todo o peso que essa nomeação significava, uma vez que até o momento nenhum marechal do Reich alemão capitulara diante do inimigo.18
O efeito do fracasso na captura da cidade fez-se sentir rapidamen-te no mundo todo.19 Notou-se uma elevação do prestígio da União Soviética, que realizara aquilo que muitos consideravam improvável: vencer as divisões mecanizadas alemãs. Todavia, os colaboradores não deixaram de lembrar ao leitor que até nessa vitória soviética as democracias desempenharam um papel fundamental. No dia 17 do mesmo mês, lia-se que
18 Cf. “Estratégia de aventura” in O Estado de S. Paulo, 6 fev. 1943, p.12. O colaborador caracterizava de aventureira a estratégia da Wehrmacht na Rússia.
19 No país vencedor, conforme Antony Beevor (2008b, p.458-9), “As divisões de Stalingrado foram distribuídas a diferentes exércitos e frentes, a fim de levan-tar ainda mais o moral. Stalin logo foi nomeado marechal da União Soviética pelo Presidium do Soviete Supremo da URSS, um toque marginalmente mais modesto que o próprio Napoleão coroando a si mesmo. A história da guerra de repente foi refeita. Os desastres de 1941 passaram a parecer como se fossem todos parte de um astuto plano concebido por Stalin. Seu retrato e nome haviam sido mantidos fora da imprensa durante os períodos ruins, mas agora ‘o grande capitão do povo soviético’, o gênio organizador de nossas vitórias, voltava ao primeiro plano. Todos os desastres e todos os males eram atribuídos a outros, um tanto como os cortesãos eram os culpados na época czarista. Ilia Ehrenburg, com surpreendente cinismo, observou que o povo ‘precisava acreditar’. Até os prisioneiros do Gulag escreveram ao Grande Pai do Povo, convencidos de que ele iria intervir para corrigir um terrível erro judiciário, impensável sob o comunismo. [...] Na Grã-Bretanha, o rei Jorge VI encomendou uma Espada de Stalingrado a ser forjada para presentear a cidade”. Uma interessante descrição a respeito da evolução, no que se referia aos títulos dos governantes russos, foi exposta por Moshe Lewin (2007). De acordo com ele: “O título de ‘czar’ – o equivalente russo para o Kaiser alemão e o Caesar latino – tirado de Ivan, o terrível, era mais imponente; adotado por alguém como ele, chegava a soar ameaçador. Finalmente, Pedro, o grande, optou por Imperador como o mais prestigiado de todos. Seus sucessores manteriam toda uma lista de títulos, começando com Imperador. Stalin queria encontrar seu lugar nessa lista de precedências. Como não havia nada acima de ‘imperador’, entretanto, se definiu como ‘generalíssimo’ – título que nenhum czar nunca usou”.
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o famoso “General Inverno” não é pois o melhor cabo de guerra como se fazia crer. As derrotas das divisões germânicas na frente oriental não foram decretadas somente por esse aliado. Muito mais forte que ele e que maiores danos vem causando às divisões totalitárias que invadiram o território russo se nos afigura a cooperação anglo-americana. [...] Aos exércitos das Nações Unidas, devem os russos um grande favor, nesta luta de vida ou de morte que vem sustentando contra as hostes de Hitler. Graças a essa ampla e poderosa coopera-ção, os soldados soviéticos podem realizar com êxito sua missão na atual campanha militar.20
A luta contra a União Soviética passara de guerra de agressão para guerra defensiva no discurso dos alemães. Essa modificação, a qual se referia aos objetivos do conflito, foi apontada pelos colaboradores em 6 de março, quando um articulista demonstrou que
é de notar que nos seus últimos discursos os dirigentes nacional-socialistas afirmaram que visam “apenas” salvar o mundo do perigo da ameaça russa, quando, no auge do avanço de suas forças que pelas estepes soviéticas, acentuavam, cinicamente, que queriam obter espaço vital para o povo do grande Terceiro Reich.21
Até aquele momento o foco no que concernia à guerra estava concentrado na técnica e nas estratégias técnicas utilizadas pelos beligerantes com destaque para a Alemanha e suas vitórias no período de 1938-1941. A transformação do clima que envolvia o andamento
20 Cf. “O inverno na frente oriental” in O Estado de S. Paulo, 17 fev. 1943, p.1. Alguns dos números relativos ao auxílio norte-americano constam da obra de Hellmuth G. Dahms (1968, p.254). De acordo com este autor, “até fins de agosto de 1943 os americanos tinham fornecido aos soviéticos, pelo acordo de empréstimo, 6.207 aviões, 5.389 dos quais haviam chegado ao seu destino. Até mais ou menos a mesma época o número de caminhões e jipes americanos entregues à União Soviética elevava-se a 138.000. Somavam-se navios, tanques e canhões, 912.000 toneladas de aço, 1.500 toneladas de mantimentos e grandes quantidades de outros materiais bélicos”.
21 Cf. “Objetivos alemães” in O Estado de S. Paulo, 6 mar. 1943, p.1.
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da conflagração levou o ex-diplomata espanhol Luiz Amador San-chez a reabilitar a figura dos heróis românticos e a contrapor os dois soldados que travavam o embate atual:
já se disse que passou a época do herói romântico da guerra cava-lheiresca, do soldado generoso. Se passou mesmo, essa época deve voltar porque estamos vendo que esse soldado romântico e entusiasta é que pode vencer o soldado máquina inventado por Hitler. Os exércitos do “passo de ganso” são exércitos oprimidos com ferro e aço, desprovidos de alma, incapazes de perceber a alegria de morrer por sua aventura gloriosa. As milícias que parecem improvisadas nas tropas coloniais inglesas cantam hinos e canções desconhecidos pelas “panzerdivisionen” e pela infantaria alemã, pois estas só ouvem o eco surdo de suas próprias máquinas e os discursos do “Führer”.22
Nessa segunda etapa nota-se uma mudança também no que con-cerne ao papel que os colaboradores atribuíam à aviação. Durante a primeira fase da pesquisa, que cobria os anos de vitória da Alemanha, eles escreveram comentários que assinalavam que o poder aéreo não poderia ser decisivo. Nesse momento, em que as derrotas do Eixo acumulavam-se, os responsáveis pela publicação não só definiam a arma aérea como decisiva, mas afirmam ser ela imprescindível para a finalização da contenda.23
A escalada de ataques aéreos ao continente dominado pela Alema-nha foi constantemente ressaltada pelos jornalistas, que chegaram a
22 Cf. “As tropas coloniais inglesas” in O Estado de S. Paulo, 13 mar. 1943, p.12. 23 O economista inglês S. Harcourt-Rivington, ao escrever sobre a evolução da
aviação enquanto arma, afirmou: “Desde 1939, o tamanho, a velocidade e o alcance, a altura máxima em voo e a segurança dos aviões fizeram progressos tão notáveis que os aparelhos de antes da guerra mais parecem espécimes de museu. Hoje em dia, nenhum desenvolvimento parece estar fora do círculo da probabilidade imediata. Os aviões poderão, em breve, subir e descer vertical-mente, sustentar-se imóveis no ar como beija-flor, voar para a frente e para a retaguarda e ser de mais fácil manejo do que o mais moderno dos automóveis” (cf. “Princípios fundamentais da paz – O controle da aviação” in O Estado de S. Paulo, 17 mar. 1944, p.1).
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desejar que ela se elevasse e atingisse cada vez mais cidades alemãs. No dia 30, por exemplo, o leitor encontrava: “a Real Força Aérea britânica efetuou, no sábado, o seu 59º ataque à capital do Reich. [...] Nada menos de mil toneladas de bombas explosivas e incendiárias foram lançadas em Berlim, por 500 aparelhos de bombardeio da R.A.F.”.24
A certeza na vitória levou os colaboradores a analisar os possíveis problemas que as Nações Unidas enfrentariam no pós-guerra. No dia 24 de julho, R. P. Samps, ao distinguir as tarefas dos homens incumbidos dos negócios da guerra daqueles que tratavam da polí-tica, assinalava que
à medida que as tropas aliadas, metódica e seguramente, vão ganhan-do terreno na Sicília, tornando cada vez mais grave a posição das for-ças do Eixo, que a defendem, os governantes responsáveis pela futura organização do mundo demonstram maior interesse pelo estudo das providências que deverão ser adotadas, tendo em vista a solução dos numerosos problemas decorrentes da terrível conflagração atual. [...] Se aos militares cabe o sacrifício de derramar o sangue nos campos de batalha, numa prova de altíssima renúncia, a bem de seus seme-lhantes, aos homens de Estado, deve ser reservada a tarefa não menos importante de reajustar as relações internacionais, de reequilibrar a máquina administrativa, de dar-lhe funcionamento harmonioso, numa correspondência o mais possível perfeita com as necessidades dos povos. [...] Que se estudem exaustivamente os meios de encontrar para os homens um regime de fraternidade e paz porque se mostram tão ansiosos. O autor relembra os equívocos cometidos depois da Primeira Guerra e entende que agora há mais estudo e vigilância.25
Duas outras questões que surgiram, já em 1943, no que se refere ao problema do pós-guerra e que adquiririam dimensões de ampla repercussão no futuro foram os planos para a Alemanha derrotada
24 Cf. “Atividade aérea” in O Estado de S. Paulo, 30 mar. 1943, p.1. Ver gráficos nos Anexos.
25 Cf. “Regimes de após-guerra” in O Estado de S. Paulo, 24 jul. 1943, p.1.
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e das fronteiras russo-polonesas. No primeiro caso, podem-se citar dois exemplos de como esses planos variavam na intensidade: em 15 de outubro, comentando o desenvolvimento da guerra na frente do Dnieper, disse R. P. Samps:
são às dezenas, os projetos planos relativos à vida da Alemanha de após-guerra. Uns trazem em seu bojo excesso de ideias de vingança, outros, excesso de liberalismo. Ninguém, porém, negará que é justo, justíssi-mo que se obriguem os jovens alemães que praticaram os atos de des-truição que hoje se observam a repará-los pelo seu próprio trabalho.26
Um outro exemplo foi o que escreveu S. Harcourt-Rivington, economista inglês, que assinou vários textos publicados nesse pe-ríodo. Para ele, para garantir a legalidade, era necessário estabelecer medidas no que tangia à educação, à prevenção e à correção. Como referentes à educação ele recomendava revisar livros “principalmente os de história”, filmes etc.; à prevenção elencou o desarmamento, a ocupação do Ruhr, entre outras; quanto à correção, afirmava que:
as punições poderão assumir tal caráter que servirão de exemplo salu-tar. Os convictos das brutalidades que desgraçaram esta era deverão experimentar um pouco de sofrimento físico que tão malignamente infligiram às suas vítimas inofensivas. Deverão, pois, ser açoitados. Os agressores potenciais deverão sentir que as nações civilizadas não admitem a bestialidade nem mesmo em tempo de guerra.27
No segundo caso, consequência dos progressos da contraofensiva russa na frente oriental, assumia relevância palpável a questão das
26 Cf. “A frente do Dnieper” in O Estado de S. Paulo, 15 out. 1943, p.14. Em outubro de 1944, o conde Emmanuel de Bennigsen comentava outro plano: “já sabemos que a ocupação da Renânia, que durou oito anos depois da Primeira Grande Guerra, foi insuficiente para prevenir a segunda, e podemos afirmar que desta vez uma ocupação de pelo menos vinte anos é necessária” (cf. “Últimos planos para o futuro da Alemanha” in O Estado de S. Paulo, 4 out. 1944).
27 Cf. “Princípios fundamentais da paz VI – Garantias” in O Estado de S. Paulo, 29 out. 1943, p.1.
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fronteiras entre a Rússia e a Polônia. Não se pode esquecer de que as relações entre os dois países não foram das mais cordiais mesmo antes da eclosão da guerra. Na verdade, a tensão entre eles foi mes-mo uma das causas do conflito, uma vez que a recusa polonesa em permitir que os russos passassem por seus territórios no caso de uma agressão alemã foi a razão principal para o malogro das negociações franco-anglo-soviéticas em agosto de 1939.
Dessa forma, o interesse em observar como seriam resolvidos os problemas fronteiriços entre as duas nações era justificado pela história pregressa e poderia mostrar como, se vitoriosa, a União Soviética desempenharia seu papel no concerto político internacio-nal. Publicado no dia 18 de novembro, o comentário de Rogério P. Sampaio assim apresentava a questão:
Ainda há poucos dias, um porta-voz russo declarou que as forças de seu país deveriam percorrer uns 450 quilômetros a fim de chegar às fronteiras da Polônia. Ora, como as tropas soviéticas já estão a 150 quilômetros da linha demarcatória dessa nação, linha anterior ao pacto Ribentropp-Molotov, conclui-se que os russos se referem à nova fronteira decorrente daquele pacto e segundo a qual cerca de metade do território polonês passou para a União Soviética. [...] Não quer isso dizer que se possa admitir que o território da Polônia venha a ser retalhado, cousa que repugna as mentalidades sãs. Um povo de tradição, de cultura, com tantas contribuições para a civi-lização como o polonês tem o direito de viver livremente. Se tal não acontecer, depois desta guerra, é porque não as conseguiu, com os sacrifícios que as Nações Aliadas ora fazem aquilo que todos pensam está sendo obtido. [...] Pregando – a Rússia – como tem feito o prin-cípio da defesa intransigente da sua história, de sua civilização, estão automaticamente reconhecendo aos outros países idênticos direito. Eis porque se deve aguardar o momento oportuno para analisar se valeu ou não a grande luta que estão sustentando, no que concerne aos verdadeiros interesses dos povos.28
28 Cf. “O problema das fronteiras” in O Estado de S. Paulo, 18 nov. 1943, p.1.
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As relações russo-polonesas possuíam uma característica que ia além dos campos de batalha: ela trazia o leitor à mais pura realidade. Nesse momento, os colaboradores do jornal e boa parte do mundo acreditavam que a guerra se travava por um ideal, que, uma vez vitorioso, traria a paz perpétua e a harmonia entre as nações. Como demonstrou no texto citado, Rogério P. Sampaio, ao discorrer sobre o assunto, mostrou que os russos pareciam testar os limites dessa luta e desse ideal, lançando essas assertivas para verificar que tipo de reações elas provocariam entre os Aliados. A última oração do comentário revela que, para o autor, esse problema fronteiriço servia como medida para validar os sofrimentos que a guerra trouxera e de sua solução dependeria uma aceitação de que a guerra fora dura, mas justa. Qualquer solução contrária, segundo ele, conspurcaria o real significado que a contenda adquirira.
Outro aspecto da guerra que transpareceu nas páginas do jornal foi a questão dos crimes cometidos pelos alemães na Alemanha e nos territórios ocupados. Trabalho forçado e extermínio foram aspectos desses crimes, os quais apareceram no matutino entre junho e novem-bro de 1943. No que concerne ao primeiro, analisando a magnitude do problema na Alemanha, escreveu Philip Carr que:
o Reich não está disposto apenas a combater até o último soldado, e sim até o último operário de armamentos e de munições dos seus alia-dos e das nações subjugadas. [...] o Reich obrigou homens e mulheres das nações conquistadas a trabalhar na manufatura de munições e outros suprimentos. Algumas vezes, esses operários permanecem na própria pátria e são empregados nas fábricas locais, adaptadas para melhor servirem aos desígnios alemães. Contudo, os alemães descobriram que se torna mais fácil mantê-los na submissão, se os operários são deportados em massa, para a Alemanha, deixando na pátria suas esposas e famílias. Realizaram-se, assim, verdadeiras trocas maciças de populações operárias. [...] De um modo igual, de cada quatro operários trabalhando atualmente na Alemanha, um é estrangeiro, e mais de 6 milhões de estrangeiros, homens e mulheres, trabalham na indústria de guerra e na agricultura. [...]
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Em agosto de 1942, o sr. Sauckel, encarregado da distribuição da mão de obra e dos suprimentos na Alemanha, baixou um decreto especial, dando poder aos grandes funcionários alemães nos países ocupados para recrutar estrangeiros, e esses funcionários não hesita-ram em usar seu poder. Cerca de um ou dois milhões de poloneses, uma parte trabalhando na terra e outra nas indústrias e nas minas, bem como 250 mil belgas estão incluídos entre os contingentes de trabalhadores estrangeiros.29
Em relação ao segundo aspecto, as informações prestadas pelos colaboradores eram muito detalhadas, estando o foco no território polonês e no método utilizado pelos germânicos para matar:
O efeito dos últimos acontecimentos sobre o moral alemão tornou-se tão assinalado que o chanceler Hitler se viu obrigado a reforçar ainda mais o seu domínio sobre a população civil alemã e europeia. Para isso, nomeou Himmler, ministro do interior do Reich, com poderes arbitrários sobre a vida de todos os cidadãos não incluí-dos nas forças armadas. [...] Essa nomeação evidencia que o Führer sabe que cresce entre seus compatriotas uma revolta surda contra os métodos de seu governo. [...] Em virtude da autoridade sem limites dada a Himmler, a sua “Geheime Staats Polizei”, universalmente conhecida como Gestapo, possui hoje poderes verdadeiramente despóticos. [...] A autonomia da Gestapo está assim, completa. [...] Seus membros não devem fidelidade se não ao Führer. Seu trabalho consiste em aniquilar toda e qualquer oposição ao regime nazista. [...] As funções da Gestapo foram, pela primeira vez, enunciadas na
29 Cf. “Trabalho forçado na Alemanha” in O Estado de S. Paulo, 22 jun. 1943, p.1. Na entrevista concedida por Fritz Sauckel a Leon Goldensohn (2005, p.261), ele explicou que “Os 5 milhões de trabalhadores estrangeiros recebiam o mesmo tratamento dos alemães. É preciso distinguir entre o tratamento de Himmler e o meu tratamento da mão de obra estrangeira. Havia cerca de 2 milhões de trabalhadores voluntários; os outros 3 milhões vieram para a Alemanha por lei. Perguntei o que ele queria dizer com ‘por lei’. Bem, os franceses, por exemplo, tinham um governo e fizeram essas pessoas virem para a Alemanha”.
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lei do Reich, número 2.034 de 1936 (?). [...] Executa – a Gestapo – as deportações, os confiscos de propriedades, de toda a espécie, e estabelece alemães nas fazendas e firmas expropriadas. Incumbe-se ainda do extermínio total da população israelita. A “Gestapo” orga-nizou um sistema de terrorismo nunca antes conhecido na história. Sua característica fundamental é uma crueldade fria e super-refinada, além de um prazer sádico na prática da opressão. A Gestapo executa o assassínio em massa por meio de gás letal, em câmaras especiais, e em “trens da morte”, por meio da ação da cal viva. [...] O próprio Himmler declarou o objetivo de sua organização com as seguintes pa-lavras: “A nossa tarefa consiste em germanizar. Não é apenas levar a língua alemã e as leis do Reich aos povos que habitam as áreas que conquistamos, mas assegurar a vida somente aos povos de origem genuinamente teutônica”.30
A oração em destaque permite levantar a hipótese de que o autor inglês se referia ao discurso, ou a partes dele – o que se afigura mais provável –, que Heinrich Himmler realizou, em 6 de outubro desse ano, na reunião dos Reichsleiter e Gauleiter em Posen, no qual ele falou acerca da solução final do problema judaico.31
30 Cf. “Himmler e a sua Gestapo” in O Estado de S. Paulo, 19 nov. 1943, p.1, grifo nosso.
31 Nesse discurso, ele afirmava: “desejo falar agora, a esta audiência plenamente restrita, a respeito de uma questão que vocês, meus colegas de partido, consi-deram, há muito tempo, uma questão banal, mas a qual se tornou, para mim, o fardo mais pesado de minha vida – a questão dos judeus. Todos vocês concor-dam, prazerosamente, com o fato de que não há mais judeus em suas províncias. Todos os alemães, com mui poucas exceções, compreendem perfeitamente bem que nós não poderíamos ter resistido aos bombardeios e às tensões do quarto, ou talvez no futuro, do quinto e até mesmo do sexto ano de guerra, se a praga ainda estivesse presente em nosso meio político. Era fácil falar a breve frase: ‘Os judeus devem ser exterminados’, mas as exigências que recaem sobre aqueles que têm de colocá-la em prática são as mais árduas e mais difíceis do mundo. [...] Peço a vocês que escutem, mas que nunca comentem o que eu estou di-zendo hoje aqui. Nós fomos defrontados pela seguinte pergunta: ‘E quanto às mulheres e crianças?’ E eu decidi, também aqui, procurar encontrar uma solução inequívoca. Pois achei que não era justo exterminar – significando aqui matar ou
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A organização do mundo de após-guerra e o futuro político das nações representaram um dos problemas centrais das análises dos colaboradores do jornal ocupado. Em 5 de março de 1944, o conde Emmanuel de Bennigsen analisou a divisão do mundo entre duas correntes que se destacavam nesse período: o individualismo e o coletivismo. Segundo ele, o resultado desse embate era imprevisí-vel e não era novo, uma vez que “o antagonismo entre e ao mesmo tempo a influência recíproca entre o indivíduo e as massas existiram e existirão sempre”.32
Na política, o final do conflito prometia, ainda segundo os cola-boradores, uma segunda divisão, uma cisão em dois campos ideo-lógicos rivais. No dia 2 de dezembro, analisando o futuro da Itália, um jornalista afirmava que
os quatro anos de ocupação alemã destruíram muitas ideias de ou-trora e deixaram os povos subjugados numa encruzilhada entre as ideologias mais opostas. Não raro isso foi benéfico porque foram principalmente destruídos preconceitos antiquados... [...] Enquanto escrevo estas linhas o General De Gaulle se encontra em Moscou, onde, como se afirma na imprensa aliada, deverá discutir a questão dos blocos europeus regionais. Neste caso, encontramo-nos diante
mandando matar – os homens e deixar que seus filhos crescessem para se vin-garem nos nossos filhos e netos. A difícil decisão tinha que ser tomada, e ela consiste em fazer com que essas pessoas desaparecessem da face da Terra. A ordem resultante dessa decisão era, para a organização incumbida de executá-la, a mais difícil que já havia recebido... Acho que posso dizer que ela foi executada sem prejudicar as mentes ou os espíritos de nossos homens e de nossos líderes. O perigo era grande e estava sempre presente. Pois a diferença entre as duas alternativas... tornar-se cruel e insensível e não respeitar mais a vida humana, ou tornar-se meigo e deixar-se vencer pela fraqueza e por colapsos nervosos... a distância entre Cila e Caribde é surpreendentemente pequena. [...] cuidem de guardar essa informação somente com vocês. Mais tarde, talvez, nós deci-diremos se o povo alemão deve saber disso ou não. Mas eu acho que é melhor, para nós como um todo, assumamos a responsabilidade... responsabilidade pela realização de uma façanha, e não pela concepção de uma ideia... depois levando conosco para o túmulo...” (Sereny, 1998, p.549-51).
32 Cf. “Grandes homens” in O Estado de S. Paulo, 5 mar. 1944, p.36.
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de duas concepções políticas que dividem a Inglaterra e a Rússia. A política inglesa deseja a formação de dois blocos, que deveriam confrontar-se, é verdade, amigavelmente, na Europa Ocidental e Oriental. Ao contrário, Moscou opôs-se a tal separação dos atuais aliados, receando, ao que parece, que o sistema possa transformar-se numa reconstituição do “cordon sanitaire” contra a URSS, dos primeiros anos após a paz de Versalhes.33
Com a derrota do Eixo aproximando-se cada vez mais rapida-mente, o conde Emmanuel de Bennigsen passara a realizar uma espécie de balanço dos principais problemas que afetavam o mundo àquela altura.34 Em 1943, o emigrado russo já se questionava se não seria mais adequado denominar os Estados Unidos e a Rússia de superpotências e, em 18 de janeiro, ao analisar a situação dos norte-americanos no após-guerra, concluía ele:
A situação nos Estados Unidos é por enquanto muito complicada. As diversas tendências estão numa luta tão encarniçada como não se observou no país desde a guerra de secessão, e é impossível predizer qual será o seu resultado. Mas é a primeira vez que o capitalismo encontra uma séria oposição de princípios, e o povo começa a ter novas ideias, que subsistirão depois dessas eleições e que certamente terão uma grande importância no destino do país.35
A relação desse emigrado russo com o progresso material e inte-lectual norte-americano era pautada pelas críticas e pela desconfiança
33 Cf. “O futuro da Itália” in O Estado de S. Paulo, 2 dez. 1944, p.1. 34 Em um dos comentários, assinalou o jornalista russo: “com a libertação dos
países ocidentais do jugo alemão, chegou para o capitalismo a hora do grande balanço. [...] penso que a ‘revolução espiritual’ tomará, ao realizar-se na Euro-pa, um rumo evolucionário na maioria dos países que sofreram realmente da guerra e poderá ter complicações perigosas nos países para os quais a guerra e a revolução foram ideias abstratas” (cf. “A revolução espiritual” in O Estado de S. Paulo, 11 jan. 1945, p.1).
35 Cf. “As eleições presidenciais nos Estados Unidos” in O Estado de S. Paulo, 18 jan. 1944, p.1.
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de que os Estados Unidos não sairiam da guerra sem modificações, fossem elas de caráter social ou econômico. A avaliação que o conde Emmanuel de Bennigsen fazia das massas estadunidenses também não era das mais positivas, especialmente se comparada aos elogios gratuitos que teceu à França, nação que considerava superior.
Os colaboradores elogiaram as táticas e estratégias utilizadas pelos soviéticos durante as campanhas de inverno do ano anterior. Segundo eles, a “sinuosa” técnica militar empregada pelo Alto Co-mando do Exército Vermelho confundia os alemães, que passaram de inovadores a conservadores no que se referia aos estratagemas militares. Rogério P. Sampaio, ao estudar os movimentos do exército soviético, sentenciava que:
Os êxitos do exército russo, desde Stalingrado para cá, dão-nos o exemplo de uma força de movimentos que se fazem concomitan-temente e ao longo de extensa frente de milhares de quilômetros. Em muitas ocasiões, fica-se admirado de observar movimentos aparentemente impossíveis, ante a necessidade que se vislumbra de ordens rápidas para que tais ações se possam desenvolver. [...] Apesar da complexidade da organização do exército soviético, fatos inerentes a um grande corpo, e ainda aumentada pelo que se passa na esfera civil cuja influência não deixa de ser muito forte, especial-mente num Estado onde o governo tomou a seu cargo a direção de todos os negócios importantes – verifica-se que essa força é dotada da capacidade de realizar movimentos autênticos, tendo por base apenas a observação da diretriz geral da campanha. Os chefes de corpos de exército dispõem de uma grande liberdade de ação, que somente se coaduna com a direção geral das operações de guerra, ante a experiência que vem tendo, há muito tempo, de autonomia de ação dentro da orientação geral. Até na nomenclatura, o que se nota no exército russo é muitas vezes diferente do que se passa nos outros países. Assim, a palavra “frente”, que para nós significa uma certa área geográfica, representa, para os soviéticos especialmente, um grupo de forças combatentes ligadas ao nome do general que o comanda. E é interessante verificar que, para os russos, tal se reveste de uma significação especial, que é a de encorajar o espírito
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dessas tropas mediante a nomeação de seus oficiais e soldados que se destacaram no campo das operações.36
O entendimento que os responsáveis pela publicação tiveram a respeito das táticas da União Soviética lembra a situação inglesa na fase anterior. Em comparação ao pragmatismo alemão e à agilidade que as decisões são tomadas em uma ditadura, uma vez que não se faz necessário chancela de nenhum outro poder, exceto o do ditador no processo de tomada de decisões, os colaboradores mostraram que os ingleses souberam transformar sua democracia rapidamente em um regime que mantinha a liberdade e, concomitantemente, agia celere-mente. No caso soviético, ocorre processo semelhante, mas inverso: apesar de o regime stalinista ser ditatorial, há nos regimentos do exér-cito, segundo o autor, liberdade de ação, o que facilita as decisões que têm de ser tomadas no calor da batalha, enquanto os alemães aferram-se às ordens vindas de Berlim, perdendo com isso tempo e iniciativa.
À medida que a guerra parecia caminhar para um desfecho favo-rável aos Aliados, os colaboradores voltaram suas vistas à questão dos criminosos de guerra. Nos textos que tratavam desse assunto, a postura variava entre duas concepções distintas: uma responsabili-zava todo o povo alemão pelos crimes, enquanto a outra imputava às personalidades que estavam no topo da hierarquia governista a culpa pelos excessos cometidos nos territórios ocupados e na própria Alemanha. É importante ressaltar que essa divisão estava em har-monia com a indecisão entre os líderes das potências aliadas sobre esse assunto porque durante muito tempo eles não chegavam a um acordo sobre o tema.37
Em dezembro de 1943, os soviéticos realizaram, por conta pró-pria, o primeiro julgamento de criminosos de guerra de que se teve notícia. O jornal publicou, em 28 de janeiro, um comentário de Rogério P. Sampaio, no qual o colaborador concluía:
36 Cf. “Forças armadas russas” in O Estado de S. Paulo, 9 mar. 1944, p.1. 37 Stalin, por exemplo, estava determinado a condenar à morte mais de 50 mil
técnicos alemães.
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se existe problema que jamais pode ser já não se diga resolvido, mas simplesmente encarado com certa unanimidade de vistas, é o relativo à punição dos indivíduos considerados criminosos internacionais, isto é, responsáveis por atos e acontecimentos perniciosos na órbita das relações entre os Estados soberanos. [...] O que acima vai dito relaciona-se diretamente com a decisão tomada pelos aliados, em uma das suas conferências de punir rigorosamente os responsáveis pelos crimes que vêm sendo cometidos na ordem internacional, desde o início da guerra. De acordo com a orientação ali adotada resolveram os russos ter a iniciativa que se concretizou nos processos contra autores de crimes praticados em Karkhov, durante a ocupação. O processo já se verificou há várias semanas com a condenação e en-forcamento dos quatro acusados. Foi exatamente na manhã de 19 de dezembro passado que quatro corpos balançaram no ar, expostos ao vento gelado que soprava do norte, através da praça do Mercado de Karkhov. Foram eles os primeiros homens processados e executados de acordo com a declaração aliada. [...] Outros processos, como o de Karkhov, deverão ocorrer não como satisfação da vingança, mas como início de um período de distribuição de justiça, na ordem internacional, tão necessária do ponto de vista preventivo.38
No 25 de março, o conde Emmanuel de Bennigsen, ao analisar esse problema, assinalava que:
Sobre Hitler recai uma grande parte da responsabilidade pelo que aconteceu na Europa após 1936, mas não se deve esquecer que ele era o produto da mentalidade alemã capaz de se desenvolver somente no seio alemão e que o povo desse país não pode ser libertado da sua parte de responsabilidade. Hitler não é um Napoleão nem um Frederico II, para encobrir com sua personalidade os erros de todos, que por enquanto ele domina.39
38 Cf. “Direito Penal Internacional” in O Estado de S. Paulo, 28 jan. 1944, p.1. 39 Cf. “Ainda sobre os erros dos alemães” in O Estado de S. Paulo, 25 mar. 1944,
p.16.
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A questão da responsabilidade dos crimes de guerra é um tema controverso também na historiografia relativa ao período. Para citar apenas um exemplo da complexidade que envolve esse pro-blema, pode-se recordar o livro de Daniel Goldhagen (1996, p.14), Os carrascos voluntários de Hitler, no qual o autor demonstrava ser partidário da ideia segundo a qual todos os alemães sabiam o que estava acontecendo e foram culpados pelos crimes cometidos contra judeus. Segundo ele, “se não existisse a Alemanha, não existiria o Holocausto”. O livro gerou uma intensa polêmica no mundo todo, enquanto os principais estudiosos do assunto desqualificavam a tese do autor questionando suas fontes e seu procedimento.40
O dia “D”, 6 de junho, data em que os Aliados iniciaram a invasão do continente europeu pelas praias da Normandia, consubstanciava uma grave ameaça aos exércitos alemães. Com a Itália fora da guerra e a exigência da rendição incondicional, os germânicos lutavam so-zinhos contra uma coligação que reunia os países mais poderosos do mundo. Segundo o jornalista russo, os germânicos “poderão ainda concentrar suas reservas entre o mar e Paris e poderão oferecer uma resistência encarniçada nas linhas de fortificações, existentes ali, mas o seu destino já está selado”.41
No leste, a guerra sofrera uma total inversão, com os soviéticos vencendo em todos os setores, recuperando o território ocupado du-rante os primeiros anos de guerra contra Hitler. O chanceler alemão teria dito, de acordo com Emmanuel de Bennigsen, que
os russos teriam que servir de esterco para a evolução dos alemães e esses terríveis anos provaram que essas não eram palavras vãs. Isso explica também o ódio que provocaram os invasores na Rússia e a firme decisão de fazê-los pagar caro todos os sofrimentos que pro-vocaram. E é o sentimento não só dos dirigentes de Moscou, mas principalmente dos que foram submetidos diretamente a exações e torturas as mais diversas.42
40 Entre os principais estudiosos que avaliaram negativamente o livro de Daniel Goldhagen, podem-se citar Norman Finkelstein e Ian Kershaw.
41 Cf. “A segunda frente” in O Estado de S. Paulo, 13 jun. 1944, p.1. 42 Cf. “Três anos de martírio” in O Estado de S. Paulo , 27 jun. 1944, p.14.
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Como as previsões não se cumpriram, em vez de um Drang nach Osten, o que se assistia era ao movimento contrário. No dia 2 de agosto, ao estudar as consequências da aproximação soviética das fronteiras do Reich, o jornalista soviético afirmou:
a rapidez do avanço russo em direção a Varsóvia fez supor que essa invasão começaria do lado da Silésia do Norte e de Posen; mas a tomada de Sharil e de Premyal tornou possível também a ocupação simultânea da Prússia Oriental e do Sul da Silésia. Assim, o que o General Fullen considerava, há dez dias, como o alvo principal da ofensiva russa, a conquista da Galícia, transformou-se na operação atual, mais grandiosa do que tudo o que se viu até agora na história militar. [...] A situação militar na frente russa (eu gostaria tanto de poder dizer: a frente comum eslava!) é tal que pode somente baixar ainda mais o moral dos alemães. [...] Já se afirmou que os últimos êxitos russos significaram o fim do “Drang nach Osten”, que cede o passo ao “Drang nach Westen” dos eslavos, talvez este realmente se realize, porém será pacífico e não bélico.43
Com todas as perspectivas favoráveis aos exércitos das Nações Unidas, os colaboradores levantaram um problema novo: o da ter-ceira guerra mundial. A primeira vez que se tratou desse tema foi em 1º de julho. Naquele dia, o mesmo homem de imprensa, afirmava:
É possível, entretanto, que os alemães já prevejam o desastre defi-nitivo do Reich e planejam, para o futuro, uma nova guerra. Alguns jornalistas aliados até indicam para estas datas precisas, entre 1960 e 1970. Não devemos ter ilusões: qualquer que seja o povo vencido, ele conserva sempre a ideia da “revanche”. [...] Os alemães com-preendem perfeitamente, que só poderão ganhar a Terceira Grande Guerra (se ela vier algum dia!) se eles conseguirem dividir os seus atuais adversários em dois campos hostis. [...] Em 1919, a Alemanha não tinha amigos com os quais contar em caso de uma nova guerra,
43 Cf. “Na fronteira alemã” in O Estado de S. Paulo, 2 ago. 1944, p.12.
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mas vinte anos mais tarde alguns pequenos povos estavam prontos a ligar a sua sorte à dela e a maioria dos povos europeus tinha perdido a confiança nos vencedores de 1918. Quem pode garantir que, do mesmo modo, em 1960 ou 1970, o mundo não se encontre numa si-tuação completamente diferente da de 1945 e 1946? [...] O principal é não guardar ilusões de que os alemães abandonarão com boa vontade os seus sonhos de 1914 e de 1939 sobre a hegemonia mundial. Não devemos deixar-nos impressionar por lindas ideias altruístas, mas imprudentes diante de um adversário tão poderoso e inteligente.44
O excerto mostra que, depois de duas guerras mundiais, para o colaborador, a Alemanha deveria sempre ser vista com cautela, se não tratada com firmeza. Mesmo que seus líderes futuros apelassem para princípios conciliatórios, as Nações Unidas deveriam sempre desconfiar de seu propósito ulterior, que estaria sempre condicionado a uma pretensão de hegemonia mundial.
Essa ideia foi mobilizada ainda outras vezes durante 1944, ano em que Lima Figueiredo assegurava que o Japão sofreria a “primei-ra derrota em 2.600 anos”. A responsabilização dos criminosos de guerra foi um tema candente nesse período em que, com a aproxi-mação dos exércitos soviéticos e a libertação de algumas localidades no leste, se conheciam cada vez mais detalhes da opressão nazista. Um dos colaboradores, ao comentar a tragédia ocorrida na cidade de Varsóvia, na Polônia, contava:
ainda agora, o que ocorreu em Varsóvia está enchendo de tristeza a todo o mundo. Segundo os telegramas, cerca de quatrocentos mil ha-bitantes da capital pereceram em consequência da bárbara repressão germânica, que visou não os elementos militares, mas a toda a popu-lação civil, que foi praticamente exterminada. Independentemente das razões que levaram o general polonês comandante a sublevar-se ante a aproximação das tropas russas, razões que motivam muitas dúvidas acerca de sua legitimidade no que concerne aos verdadeiros
44 Cf. “Realidades e planos abstratos” in O Estado de S. Paulo, 1º jul. 1944, p.12.
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interesses do povo polonês, fica-se a pensar com imensa tristeza nessa disposição dos nazistas para a barbárie, justamente numa ocasião em que ninguém, de bom senso, pode admitir a possibilidade de sua vitória no presente conflito.45
O fim da guerra trouxera mais uma característica dos nazistas, apontada pelos colaboradores do jornal, representada pela oração em destaque no trecho supracitado. Essa “disposição” de que fala o autor do comentário se tornava cada dia mais clara na medida em que as revelações acerca dos campos de concentração eram conhecidas. Em outra oportunidade, ao transcrever um depoimento, o conde Emmanuel de Bennigsen, citando uma fonte inglesa, contou que
um correspondente norte-americano relatou ultimamente no “Ti-mes” as cenas que viu no célebre campo de concentração de Ma-jdanec, perto de Lublin, onde três enormes fornos de incineração destruíam diariamente centenas de corpos de executados, envene-nados por gazes tóxicos. Nesse relatório, o jornalista cita um de-talhe horroroso: no depósito dos calçados, tirados dos corpos de executados, ele encontrou mesmo calçados de crianças. É evidente que no caso da execução desses “inimigos do Reich” todos, desde o comandante do campo até o último guarda, devem compreender a criminalidade da sua conduta e deverão por isso pagar caro. Mas o caso de Majdanec não é único, sabemos que o mesmo aconteceu nas prisões do protetorado tcheco e nos campos de concentração ale-mães. No Parlamento inglês foi frisado ultimamente que no campo de Buchenwald foram recentemente assassinados sete mil alemães, considerados adversários do nazismo.46
Viu-se, no discurso citado, Heinrich Himmler confessar que decidiu assassinar também as crianças porque não poderia admitir que elas viessem a vingar seus pais. O que o texto expõe é a extensão
45 Cf. “Guerra e propaganda” in O Estado de S. Paulo, 5 out. 1944, p.1, grifo nosso. 46 Cf. “Os criminosos de guerra” in O Estado de S. Paulo, 24 out. 1944, p.1.
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dos assassinatos em massa que, segundo o colaborador, não ocorria somente em Majdanec, mas também em outras regiões do Reich.
Em dezembro de 1944, um dos colaboradores, ao escrever sobre os problemas tanto militares quanto políticos daquele momento, afirmava que “os alemães conseguiram defender com êxito suas fronteiras e somente o avanço russo na Hungria apresentava para eles um perigo imediato”.47 Além desse aparente sucesso na defesa, os germânicos reuniram forças e material para aplicar nos aliados do Ocidente um último susto: a ofensiva das Ardennes. Sob o comando de Von Rundstedt, a Wehrmacht, de início, venceu algumas bata-lhas, mas perdeu seu ímpeto inicial pouco depois. No fim do mês, consequência possivelmente das apreensões acerca do fim, um dos articulistas publicou o seguinte trecho: “Em certos telegramas foi relatada cena trágica do afastamento de Hitler por Himmler, Goe-bbels e Rundstedt, do alto comando, que doravante será confiado a este último”.48
Como se sabe, o fim do sonho de hegemonia europeia do ditador alemão não ocorreu dessa maneira. Em agosto de 1943, um texto intitulado “Como morrem os líderes fascistas”, cujo conteúdo ante-cipava quase fielmente o modo como aconteceria, para os integrantes do Eixo, o final da tragédia que se iniciara em 1939:
numerosos líderes da Alemanha nazista têm sido vítimas de morte violenta. Alguns têm morrido pacificamente e outros desaparecendo como por encanto e para sempre, sem que jamais houvesse qualquer explicação para tais fatos. [...] Heydrich, na Tchecoslováquia, foi o mais notório deles. Outros, porém, o têm seguido e em número muito maior do que as autoridades alemãs ousam revelar. [...] Refiro-me, de preferência, aos casos nos quais o nazismo tem desviado os próprios rebentos, casos em que membros proeminentes do Partido têm sido
47 Cf. “Problemas de guerra e de política” in O Estado de S. Paulo, 14 dez. 1944, p.1.
48 Cf. “A ofensiva de Von Rundstedt” in O Estado de S. Paulo, 23 dez. 1944, p.1. Para uma análise da extensão dos boatos e do colapso do Terceiro Reich, ver Beevor (2008c).
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abertamente assassinados pelos agentes do governo; ou encontrando a morte em misteriosos e oportunos acidentes de automóvel ou ainda morrido simplesmente, sem que jamais se tenha ouvido falar deles. A lista de tais casos tem início muito tempo antes da atual guerra. Houve, por exemplo, o famoso “expurgo” de 1934, com o assassínio de perso-nalidades proeminentes como o general Schleicher, antigo chanceler do Reich, e sua esposa, o capitão Roehm, um dos maiores amigos de Hitler (que o matou com as próprias mãos) e diversos outros generais, provavelmente 300 pessoas ao todo. [...] Entre os militares de proe-minência que têm morrido repentinamente e não em ação, figuram o general Von Fritsch, comandante-chefe das forças alemãs no início da atual guerra, que, naquela ocasião, ou foi morto traiçoeiramente pelos agentes da SS ou suicidou-se ao saber que estava marcado.49
Não se pode esquecer de que, entre as Nações Unidas, existia um embate que silenciosamente havia se instalado, fazendo que houvesse uma disputa velada pelas regiões antes ocupadas pelos germânicos e pela influência e hegemonia a ser exercida na Europa do pós-guerra. Essa disputa, que crescia à medida que a derrota do Eixo se aproximava, foi responsável por inúmeros atritos entre as Nações Unidas, especial-mente entre a Rússia e a Inglaterra. O próprio termo “Nações Unidas”, utilizado pelos colaboradores, denota que entre elas havia somente o inimigo em comum.50 A resistência alemã surpreendeu os colaborado-res do jornal que acreditavam na derrocada assim que os exércitos sovi-éticos se aproximassem das fronteiras do Reich. Em 20 de fevereiro, o mesmo jornalista russo asseverava que “a ‘fortaleza Alemanha’ é o últi-mo ponto de defesa, e continuar a luta depois que o inimigo entrou nesse último reduto, por mais heroico que seja, não tem mais cabimento”.51
Outro tema estudado pelos escritores foi a composição heterogênea da Wehrmacht no que concernia aos combatentes. Desde 1944, os res-
49 Cf. “Como morrem os líderes fascistas” in O Estado de S. Paulo, 11 ago. 1943, p.1. 50 O marechal de campo inglês Montgomery (1960), vencedor da batalha de El
Alamein, na África, narra esses problemas em seu livro de memórias. 51 Cf. “Assuntos militares” in O Estado de S. Paulo, 20 fev. 1945, p.16.
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ponsáveis pela publicação acentuaram que, apesar de possuir material, faltavam homens à Alemanha. Esse aspecto da luta surgiu no matuti-no em março. Emmanuel de Bennigsen, sobre esse tema, assinalava:
o número dos prisioneiros feitos pelos Aliados nessa ofensiva tam-bém é significativo, em comparação com o número das tropas que podiam estar defendendo este setor. Entre tais prisioneiros, há ra-pazes de 18 anos, ao lado de velhos de 55, aglomerados nas mesmas divisões, não somente de “Volksturm” ou das “Volksgranadiere”, mas também nas dos veteranos que não podem mais oferecer, desse modo, a mesma energia demonstrada nos primeiros anos de guerra.52
A estratégia de defesa dos alemães se assemelhava à dos russos quando da invasão do seu território em 1941: defender-se utilizando os rios como barreira natural. Assim, o Oder e o Elba foram uma das últimas esperanças dos alemães na luta contra a invasão russa e norte-americana. Presos nessa “fortaleza” entre os dois rios, coube aos germânicos suportar a pressão exercida por ambas as frentes até o colapso final. No dia 17 de março, escreveu o conde Emmanuel de Bennigsen que “a linha Siegfried foi vencida em toda sua parte norte, mas os alemães estão ainda concentrados atualmente atrás de dois grandes rios: o Reno e o Mosela, cuja passagem será muito difícil...”.53
O avanço soviético pelo leste tinha por objetivo atingir Berlim, enquanto os norte-americanos, demonstrando uma inexperiência e uma ingenuidade gritantes, desviaram-se dessa rota afirmando que a capital do Reich não era mais importante nem política nem estra-tegicamente. Após uma desesperada e desorganizada resistência, a capital foi invadida e ocupada pelos soldados do exército vermelho, que saquearam lojas e casas e violentaram mulheres.54
52 Cf. “Assalto à Alemanha” in O Estado de S. Paulo, 7 mar. 1945, p.1. 53 Cf. “Na Fortaleza Alemanha” in O Estado de S. Paulo, 17 mar. 1945, p.1. 54 Antony Beevor (2008c), ao analisar esse tipo de crime, o estupro, falou em
“pilhagem carnal” e citou inúmeros casos e fontes que expõem as múltiplas faces desse comportamento das tropas soviéticas.
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No dia 6 de maio, Rogério P. Sampaio, ao analisar a situação, escreveu:
considera-se terminada a tremenda conflagração que durante cinco anos e meio abalou toda a Europa. [...] Agora, no momento em que o regime nazista desaparece, e como ele o Reich como Estado organiza-do, verifica-se que a Alemanha não soube ou não pode escapar a um aniquilamento desnecessário e não condizente com os elementares deveres de um governo responsável. O regime nazista, através da sua nefasta propaganda, afirmou sempre que jamais haveria a repetição dos fatos que, em 1918, levaram a nação a solicitar e assinar um armistício. Realmente assim sucedeu. Os exércitos nazistas lutaram até o fim numa demonstração de firmeza e selvageria que espantou a todo o mundo. [...] Os líderes que a conduziram à destruição e à derrota desapareceram tragicamente...55
Como previra o mesmo Rogério P. Sampaio, o fim dos líderes nazistas foi, em sua grande maioria, trágico. Hitler cometeu suicídio com sua esposa, Eva Braun; Goebbels, ministro da Propaganda, que fora responsável pela criação desse poder de manipulação que os colaboradores estudaram desde o início do conflito, matara-se juntamente com sua mulher, depois de envenenarem os seis filhos; Himmler também suicidara com veneno, bem como Hermann Goering, que, condenado à morte por enforcamento no Tribunal de Nuremberg, conseguiu dar fim à própria vida. Quando foi anunciada a capitulação dos exércitos alemães, em 8 de maio, o mesmo jornalista escreveu, analisando a guerra:
desde o primeiro dia, a guerra foi total, como a conceberam os ale-mães, de modo a não distinguirem objetivo militar de outro pura-mente terrorista. [...] É agora o momento para trabalhar em prol da eliminação do espírito que prevaleceu na Alemanha de Hitler, na
55 Cf. “A vitória dos Aliados” in O Estado de S. Paulo, 6 mai. 1945, p.20. Para citar somente dois exemplos, dois dos principais líderes alemães, Hitler e Josef Goebbels, cometeram suicídio.
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Itália de Mussolini, no Japão Imperialista, espírito que os levou a considerar obra viável a da conquista do mundo.56
Esse espírito, de que falou Rogério P. Sampaio, no caso alemão, era o prussiano, que antes do fim da contenda já havia sido apontado como o principal inimigo do mundo civilizado. Por conta dele é que os Aliados vencedores falavam em “reeducação do povo alemão” para a sociedade democrática e alguns colaboradores, não obstante céticos quanto a essa tarefa, apontavam como necessário o “saneamento da Alemanha”. Um dos articulistas apontou, em comentário publicado em 24 de junho:
o general Einsenhauer acaba de dar uma entrevista à imprensa na qual trata da punição dos criminosos de guerra. Há um ponto, em suas declarações, que merece ser cuidadosamente examinado, por-quanto indica claramente o rumo a seguir nessa grande tarefa de sa-neamento da Alemanha. Afirma o comandante supremo das forças expedicionárias aliadas que ‘há indícios de que o povo alemão, em geral, ignorava as atrocidades verificadas nos campos de concentra-ção, embora não devam merecer muito crédito as declarações das altas autoridades alemãs, segundo as quais também desconheciam esses fatos. Essa distinção é importantíssima porque, de um lado, livra a generalidade do povo germânico da responsabilidade de tais crimes, acentua a necessidade de punição exemplar aos membros graduados das máquinas administrativa e de guerra nazistas.57
A responsabilização de todos os alemães ou de parte deles envol-vidos nos crimes de guerra não era consenso entre os aliados. Ao es-tudar o assunto, em 5 de abril, o conde Emmanuel de Bennigsen dizia
acerca da responsabilidade dos criminosos é necessária uma clas-sificação definitiva por um acordo entre os Aliados, daqueles que
56 Cf. “Paz na Europa” in O Estado de S. Paulo, 8 maio 1945, p.1. 57 Cf. “Os criminosos nazi-fascistas” in O Estado de S. Paulo, 24 jun. 1945, p.32.
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devem ser considerados criminosos, porque parece que nem todos tem a mesma concepção. [...] É evidente que nem todos os alemães que participaram dos crimes cometidos nos países ocupados serão incluídos no grupo dos criminosos (por exemplo os soldados dos pelotões de execução), apesar de que a participação em tais atos deixa marcados para sempre os seus executores. [...] Os campos de concentração da Alemanha ou de Majdanec não são os únicos a testemunhar a bestialidade dos invasores alemães. [...] Medidas para combater essa anomalia psicológica deverão ser tomadas imediata-mente, mas confesso que não sei se o termo exato para isso é mesmo reeducação.58
Entre as principais modificações no que tange às representações construídas pelos colaboradores está a transformação da União So-viética, que, na primeira fase da pesquisa, era mostrada como aliada da Alemanha no campo totalitário e que, em virtude das reviravoltas da guerra, passou ao campo aliado compondo o que os colaboradores chamaram de Nações Unidas. Mapas inseridos diariamente nas pá-ginas do jornal colocaram ao alcance do leitor brasileiro a grandeza do país invadido em 1941, seus rios, suas cidades mais importantes, suas linhas defensivas e ofensivas demarcando, com uma suástica, a área ocupada pela Alemanha e com o símbolo da União Soviética, a foice e o martelo, as regiões sob o domínio russo. É interessante notar que, à medida que os avanços ocorriam, os símbolos aumentavam ou diminuíam de tamanho demonstrando qual beligerante avançara e qual recuara no conflito.59
Havia, contudo, um aspecto da atividade soviética no campo das relações internacionais que ainda mantinha sérias suspeitas acerca dessa mobilização por um mundo novo e melhor: as relações russo-polonesas. Elas foram o barômetro utilizado pelos colaboradores para medir o grau de intensidade que a nova potência desejava imprimir no cenário externo. Em março, ao se referir ao ressurgimento do im-
58 Cf. “Medidas inadiáveis” in O Estado de S. Paulo, 5 abr. 1945, p.1. 59 Para uma visualização, consultar Anexos.
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perialismo, após descartar o britânico, o francês e o norte-americano, disse Emmanuel de Bennigsen:
a situação da Rússia é entretanto bem diferente: é o único país que pode ser acusado atualmente de imperialismo no sentido antigo da palavra. Realmente, desde 1939 esse país manifestou abertamente o desejo de recuperar os territórios perdidos entre 1918 e 1920, na sua fronteira ocidental. [...] O antagonismo das “Weltanschauuengen” russa e norte-americana, das suas concepções gerais, não pode en-tretanto ser menosprezado e pode ainda provocar conflitos graves. Todavia, não será o imperialismo territorial que os provocará, mas a impossibilidade final de conciliar essas duas ideologias.60
Com a vitória sobre a Alemanha, a União Soviética atingira o máximo do seu poder e representava, segundo um dos colaborado-res, uma das duas escolhas possíveis no campo ideológico naquele período. Segundo esse jornalista,
atualmente afirma-se que a guerra foi ganha pelos russos e pelos norte-americanos. O papel dos ingleses, que foi tão importante em 1940-1941, diminuiu até o mínimo depois da entrada em guerra dos dois outros “grandes” e fato estranho, não só em terra, como também no mar, onde a Inglaterra sempre dominou seus rivais. [...] Assim, os países europeus têm que escolher entre os Estados Unidos e a Rússia. Mas os norte-americanos se encontram apenas temporariamente na Europa e por isso cabe à Rússia o papel de protetor principal dos países menores e da paz na Europa.61
Quando o conflito terminou, o que se redesenhava no campo das relações internacionais, pelo que se lê no excerto, era uma outra polarização, também ideológica. Se durante a primeira fase dos comentários os colaboradores apontavam que o mundo se dividia
60 Cf. “O imperialismo atual” in O Estado de S. Paulo, 8 mar. 1945, p.1. 61 Cf. “Antes da paz definitiva” in O Estado de S. Paulo 12, maio 1945, p.14.
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entre democracias liberais e totalitarismos nesse momento, cindiram o futuro político entre os Estados Unidos e a Rússia, cada um com sua Weltanschauung, ou seja, visão de mundo. Um aspecto dessa nova realidade poderia ser visualizado nos planos para a organiza-ção geopolítica do leste europeu, que foram expostos pelo artigo do mesmo autor, que assim os apresentou:
de acordo com as notícias chegadas de Moscou e de Varsóvia, já há unanimidade acerca da provável organização de uma federação ou de um bloco de nações eslavas. [...] Será uma organização que pouco cederá, mesmo economicamente, aos Estados Unidos, porque, quase absolutamente autárquica, disporá de uma indústria que em breve poderá atingir a importância da norte-americana. [...] As notícias norte-americanas já comunicaram que a indústria alemã sofreu muito menos dos bombardeios aéreos do que se esperava, e que 70% dela está intacta, em média. Assim, na parte oriental da Alemanha, que sofreu muito menos dos bombardeios, a situação deve ser ainda mais favorável, para os donos eslavos.62
Não obstante, a guerra entre o Japão e os Aliados continuou. Em janeiro desse ano, um dos colaboradores fez menção a uma invenção que poderia revolucionar as estratégias de guerra e combate. No texto publicado em 24, o jornalista dizia:
enfim, fala-se muito de uma força enorme do futuro – a da decom-posição do átomo para a utilização do qual parece faltar somente um aparelhamento apropriado que pode, entretanto, ser inventado de um dia para outro, e que dará aos inventores egoístas e inescrupulosos uma força militar nunca vista.63
É interessante notar que as pesquisas para a obtenção da bomba tiveram uma relevância fundamental para a necessidade de Stalin
62 Cf. “Federação eslava” in O Estado de S. Paulo, 14 jul. 1945, p.1. 63 Cf. “Será possível o desarmamento?” in O Estado de S. Paulo, 24 jan. 1945, p.1.
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ocupar Berlim primeiro que os Aliados. O líder soviético interessava-se particularmente pelos projetos desenvolvidos e pela matéria-prima guardada na Alemanha, uma vez que a União Soviética não possuía urânio suficiente e sabia que os norte-americanos estavam na dian-teira dessas pesquisas. Esse é ainda um dos fatores que comprovam que a guerra fria começara antes mesmo da outra terminar.64
No dia 7 de agosto, uma manchete do jornal noticiou a “invenção e as experiências da bomba atômica”. No texto da redação, o resu-mo da situação foi assim explicado aos leitores: “Em comunicados oficiais hoje publicados em Washington e Londres, o presidente dos Estados Unidos e o Primeiro Ministro da Inglaterra anunciaram ao mundo a utilização da bomba atômica contra uma cidade japonesa – o novo engenho é mais poderoso que vinte mil toneladas do explosivo T.N.T”.65
Em 9 de agosto, Lima Figueiredo, ao fazer o necrológio do Japão como potência mundial, assim se referiu ao caráter simbólico da declaração de guerra da União Soviética ao Império do Micado: “a data de nove de agosto era uma efeméride negra na história russa, pois marcava o dia da humilhação do russo ao japonês, ao procurá-lo para assentar as condições de paz em 1905”.66 Seis dias depois, tinha-se como manchete a notícia: “Terminou ontem a Segunda Guerra Mundial com a rendição incondicional do Japão às quatro potências aliadas”.
No comentário assinado por Emmanuel de Bennigsen, a constata-ção de que a violência das bombas atômicas fora desnecessária foi as-sim expressa pelo autor: “o fim da guerra contra o Japão chegou muito antes do que se esperava, tendo sido a rendição apressada pela destrui-ção de Hiroshima e Nagasaki por meio das bombas atômicas. [...] mes-mo sem o emprego dessas bombas, a sorte do Japão estava selada”.67
64 Para mais informações acerca dos projetos atômicos soviéticos e alemães a essa época, ver Beevor (2008c).
65 Cf. “Anunciadas a invenção e as experiências da bomba atômica” in O Estado de S. Paulo, 7 ago. 1945, p.1.
66 Cf. “Era uma vez o Japão...” in O Estado de S. Paulo, 12 ago. 1945, p.1. 67 Cf. “Paz no Oriente” in O Estado de S. Paulo, 15 ago. 1945, p.1.
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Após a destruição dos inimigos nos campos de batalha, era ne-cessária, segundo os colaboradores, uma união em torno da ideia da paz que só seria mantida com a colaboração de todas as potências. O pós-guerra assistiu, ainda segundo os responsáveis pelos comen-tários, ao retorno de uma força, de um poder que perdera muito da sua representatividade: a opinião pública.68 Ela teria, segundo eles, um papel fundamental na nova organização do mundo, pois que os líderes tinham de ouvir seus apelos, especialmente contra os interes-ses individuais em detrimento do coletivo.
Pelo exposto, pode-se concluir que, durante essa última fase, a escrita dos comentários ficara a cargo, especialmente, de estrangeiros, e houve uma modificação no que concerne ao período anterior: os textos perderam o seu aspecto pedagógico. Ainda que se possa rela-cionar essa mudança ao desenvolvimento da guerra, é interessante notar que isso ocorre justamente no momento em que Abner Mourão passa a diretor da redação. Assim, conclui-se que sua atuação guarda relação com as sutis modificações que os comentários apresentaram no período mesmo que elas sejam incomparavelmente menores se comparadas às que efetuara quando interveio nos editoriais do ma-tutino, entre 1940-1942.
O Brasil e o futuro
O grande problema hoje no Brasil é o primado da ordem. Daí derivam todo o mais que é necessá-rio para nos reintegrarmos plenamente no regime democrático representativo. A guerra modificou por completo a face política e social das coisas.69
68 No dia 19 de agosto, ao elencar as lições da guerra, escreveu Rogério P. Sampaio: “Os governos se veem, agora, obrigados a dar à opinião pública uma atenção que ainda há poucos lustros lhe negavam. São indícios bons, reveladores de um progresso real na grande obra de preservação da paz que só às massas de povo interessa e que, portanto, somente dele pode partir e frutificar” (cf. “Lições da guerra” in O Estado de S. Paulo, 19 ago. 1945, p.1).
69 Cf. “O primado da ordem” in O Estado de S. Paulo, 6 abr. 1945, p.4.
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No segundo momento da pesquisa, as principais temáticas relati-vas ao Brasil encontravam-se dispersas por todo o periódico. Entre os autores que mais trataram do tema, somente dois, Lima Figueiredo e S. Harcourt-Rivington, escreveram sobre a situação política do Brasil. Com as modificações na direção do jornal e no âmbito do DIP e dos Deip, as notícias sobre a política interna passaram a ocupar outros lugares do matutino, com destaque para a seção “Notícias do Rio”, os quadros publicados por Mario Guastini, na página 3, ao lado das tradicionais “Notas e Informações”, e os artigos de Heitor Muniz, sobre a manutenção da ordem.
No caso da primeira, vale lembrar que desde que o país se en-gajara na luta contra o Eixo ela sofrera uma modificação no sentido de orientar a opinião pública para a disciplina e a união em torno da figura do presidente Getulio Vargas. Os discursos transmitidos aqui guardam profunda relação com os editoriais desse período, pois, em ambos, há uma visível preocupação com a questão da ordem e da manutenção do regime.
Escritas por pseudônimos, as “Notícias do Rio” não demons-traram, contudo, a mesma intensidade na crítica aos opositores do regime instaurado em 1937 como os escritos do redator-chefe Mario Guastini. Nos textos assinados por ele, especialmente pós-1943, momento em que se iniciou um processo de reorganização da luta pela redemocratização, a oposição foi tratada de maneira impiedosa, tendo ele utilizado, na descaracterização dessas forças, de ironias e paródias nada lisonjeiras.
Durante o primeiro semestre de 1942 vários navios brasileiros foram torpedeados por submarinos alemães.70 Alguns em navegação
70 Vagner Camilo Alves (2002, p.169-70) elenca os nomes dos navios brasileiros postos à pique: “em fevereiro e março, cinco navios brasileiros foram afundados (Cabedelo, Buarque, Olinda, Arabutã e Cairu), todos ao largo da costa atlântica dos Estados Unidos. Entre maio e julho, sete navios foram perdidos (Parnaíba, Gonçalves Dias, Alegrete, Pedrinhas, Tamandaré, Piave e Barbacena), todos afundados no Caribe ou mares imediatamente adjacentes. A maior parte deles foi perdida às ilhas de Trinidad e Barbados, extremo sul, portanto, da região caribenha. Em agosto foram destruídos os primeiros navios nacionais no litoral
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de cabotagem. A reação da opinião pública fora de grande comoção e exigiu-se do governo a declaração de guerra à Alemanha e à Itália. As tensões chegaram ao clímax em agosto, quando o número de torpede-amentos aumentou. No dia 19, J. S. escreveu, nas “Notícias do Rio”:
não há classificação para os atentados de ontem, para a infâmia de assaltos a navios do Brasil que navegavam em águas brasileiras a caminhos de portos nacionais. Nenhuma necessidade militar de-terminou os torpedeamentos. Foi um ato bárbaro de sadismo. [...] Não se conheceu detalhes do drama. Sabe-se apenas – e isto é saber muito – que o Brasil sofreu a maior afronta da sua história. A invasão holandesa, os ataques dos piratas dos tempos do corso legalizado, a luta cavalheiresca das cisplatinas, o imperialismo delirante de Lopes, tudo isso que nos lançou às armas e nos deixou sair com honra e grandeza dos acampamentos onde provocações nos haviam conduzido, é explicável, dentro da lógica da história. O assalto de ontem não se compreende. Está fora de sentido humano. É crime de loucos cujo castigo não pode ser a reclusão pela material impossibilidade de segurar todo o perigoso bando: é investida de matilha de cães hidrófobos contra o qual é mister congregar todas as energias, e associar todas as vontades, até a sua destruição definitiva. [...] A natural indignação do povo deve, neste instante de dramática ansiedade, ter a significação de um toque de reunir. Fiquemos, sem dúvidas e sem hesitações à volta de Getulio Vargas. Ele comandará. De sua autoridade deve partir o grito de “às armas”, se assim o reclamar a energia da desafronta.71
No dia 23, a manchete anunciou o estado de beligerância entre o Brasil e a Alemanha e a Itália e enfatizava por quem o país lutava:
do país (Baependi, Araraquara, Aníbal Benévolo, Itagiba, Arará e a barcaça Jacira), causa imediata para a declaração de guerra brasileira à Alemanha e Itália. Após a formalização de sua beligerância, o Brasil ainda perderia mais doze navios até fins de outubro de 1943 (Osório, Lages, Antonico, Porto Alegre, Apaloide, Brasiloide, Afonso Pena, Tutoia, Pelotaslóide, Bagé, Itapagé e Campos)”.
71 Cf. “Notícias do Rio – Toque de reunir” in O Estado de S. Paulo, 19 ago. 1942, p.10, grifo nosso.
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“Pela América, pela humanidade”.72 A partir da entrada do Brasil na guerra, os colaboradores escreveram textos que tinham por finalidade converter a história das relações internacionais do Brasil de antes do conflito e do reconhecimento do estado de beligerância numa coerente defesa dos princípios democráticos. Portanto, tem-se de reescrever e desenvolver uma série de estratégias que mostrem que o país é uma democracia e que luta contra os totalitarismos europeu e asiático não por oportunismo, mas por princípio e tradição. Assim, no dia 25, o jornalista afirmou que
desde que os acontecimentos europeus tomaram o plano inclinado para uma hecatombe mundial, o Brasil tomou o partido das nações e dos povos agredidos. Essa atitude não foi e não poderia ser definida por uma demonstração prática. Mas estava de acordo com a história brasileira, toda ela entretecida pelo sentimento de humanidade e pelo interesse altruístico. É uma tradição do nosso povo ter em conta o direito de viver, dos mais fracos. [...] Os países como o Brasil, com um passado nobre e heroico a zelar, têm, no próprio espírito que os coloca na vanguarda das nações civilizadas, a força e a energia bastan-tes para revidar o desafio. [...] Da mesma forma que soube defender esse patrimônio geográfico e histórico por séculos a fio, saberá conter a horda perniciosa dos que pretendem oprimir o mundo. [...] Não encontram o Brasil esmorecido e desarticulado. Mas uma nação unida e viril, pronta ao mais vigoroso revide e disposta a punir sem piedade os seus gratuitos agressores. [...] Não é preciso conclamar a reunião dos brasileiros. Essa união é sagrada, consolidou-se e, neste momento, esplendidamente se reafirma em torno do Estado Nacio-nal e da grande figura do presidente Getulio Vargas.73
Interessante é notar que desse momento em diante o adjetivo “novo”, caracterizador do Estado instaurado em 1937, já não era
72 Cf. “O Brasil em estado de beligerância com a Alemanha e a Itália” in O Estado de S. Paulo, 23 ago. 1942, p.1.
73 Cf. “Pelo restabelecimento do presidente Getulio Vargas e pela sustentação do regime” in O Estado de S. Paulo, 25 ago. 1942, p.1
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mais pertinente. Para os escritores do jornal, era condição sine qua non realçar a força da tradição e para isso eles mobilizaram inúmeras estratégias e figuras do passado brasileiro e, concomitantemente, adicionaram o termo “nacional” para transmitir a ideia de que o Brasil estava disciplinado e que vivia em “união sagrada”.74
74 Personagens históricos como Caxias, Tiradentes e Rui Barbosa foram alguns dos homens que surgiram nas páginas do matutino. Em maio de 1943, o jornalista responsável pelas notícias da capital, G.I.L., ao criticar o saudosismo na política, assinalava: “O último discurso do senhor Marcondes Filho, pronunciado por ocasião da solenidade comemorativa do aniversário do Presidente da Repúbli-ca, ultrapassa os limites das orações meramente laudatórias para se constituir numa síntese das diversas diretrizes doutrinárias do Estado Nacional e da obra política de seu fundador. Depois de salientar o alto significado da solenidade em que se reuniram o capital e o trabalho, associados ao respeito recíproco dos seus direitos e preocupados com a tarefa de reconstrução de uma grande Pátria, o orador responde às objeções do grupo melancólico da ‘hora da saudade’, que, no momento, canta as doçuras e belezas do antigo regime. Falando sobre a democracia, da Primeira República e recordando a figura excelsa de Rui Barbosa, esses saudosistas nada mais fazem de que justificar, realçar ‘o vigor, a oportunidade, o realismo do Estado Nacional, estruturado pelo gênio do senhor Getulio Vargas’. ‘O que caracteriza a democracia’, diz o orador, ‘qualquer que seja a fórmula adotada, é a preocupação dos interesses populares e o benefício do maior número e o atendimento aos problemas coletivos’. ‘Não podemos julgar os regimes exclusivamente pelos pormenores de arquitetura e pelos arabescos intelectuais. Devemos julgá-los, sobretudo, pelo poder de realização, que é de realidades que um povo precisa viver e não de imagens e ornamentos jurídicos. E é justamente sob esse aspecto que a democracia do Estado Nacional se sobrepõe à da Primeira República, porque nesta, que era privilégio de pequenos grupos oligárquicos, todos os trabalhadores estavam exilados da legislação e renegados pelos governos, enquanto agora o Estado Nacional – democracia política e social e econômica, democracia de fundo – reconheceu direitos e presta assistência a esses milhões de brasileiros tão dignos como os mais dignos. [...] Clamam os saudosistas a necessidade de voltarmos ao pensamento político de Rui Barbosa. Contradizem-se, porém, porque o nosso grande jurista ‘durante toda a vida foi um libelo calcinante contra a Primeira República’. [...] Foi justamente o pen-samento de Rui Barbosa que nos levou ao repúdio do passado e nos aproximou do Estado Nacional. Na sua tarefa inglória os saudosistas pregam no deserto e levantam objeções contra o nosso nacionalismo. Baldado intento. Vão desejos de estabelecer confusões. O nosso nacionalismo não possui nenhum traço de agressividade, não se constitui em barreira à aproximação internacional. Ao contrário, o Brasil está integrado na vida continental e ninguém ignora mais do que ele, por seu esforço prodigioso, esforço de sangue e de trabalho, está
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Assim como se tornara imperativo moldar as estruturas do Estado para que se transmitisse a ideia de que ele sempre combatera pela causa Aliada reeditando a história das relações diplomáticas brasilei-ras, era necessário apresentar a figura do presidente Getulio Vargas como o responsável pelas conquistas e acertos da política brasileira no campo internacional. Em virtude disso, os acontecimentos que envolviam o presidente, como o seu estado de saúde, sua vida pessoal, sua rotina de trabalho eram fatores que deviam ser do conhecimento dos leitores para que a união sagrada se tornasse ainda mais coesa e o presidente cada vez mais próximo do povo.
O local escolhido para se apresentar esses aspectos foi as “Notícias do Rio”. Antes, publicavam-se nesse espaço comunicados governa-mentais, nomeações, afastamentos, conquistas e desafios do regime. Foi a partir do engajamento do Brasil no conflito que elas assumiram um caráter pedagógico, apologético e apelativo. No dia 29 de agosto, por exemplo, ao manifestar o apoio de São Paulo ao restabelecimento de Vargas, vítima de um acidente,75 o redator afirmava:
Há doze anos que a nação se beneficia das suas qualidades ex-cepcionais de administradora. Tudo devemos à sua inteligência, descortino, serenidade, brandura, tenacidade, às suas prodigiosas
colaborando a favor da América, na causa sagrada das nossas democracias” (cf. “Notícias do Rio – A hora da saudade” in O Estado de S. Paulo, 2 maio 1945, p.24). Nesse caso, nota-se que os representantes da ditadura se apropriavam inclusive das figuras que os opositores do regime cultuavam no passado, como ocorria no caso de Rui Barbosa, apoiado pelo periódico em várias campanhas e oportunidades.
75 A correspondência entre Julio de Mesquita Filho e Marina Mesquita evidencia uma outra percepção e desejo no que se referia ao acidente do ditador. Enquanto os próceres do regime rezavam pelo restabelecimento, Marina, desapontada, dizia: “Tive dois desapontos hoje pela manhã. O primeiro foi a sua carta de sábado continuar não chegando. O segundo, um retrato do GG no jornal de Chateau. Para rebater a boatada de ontem, veio o anão na cama (só o busto) recebendo umas crianças. A feição dele está meio alterada, mas o panorama jeitoso de gangrenas no queixo etc. já foi pela água abaixo. Como há mentiras nos regimes... democráticos!” (Carta de Marina Mesquita a Julio de Mesquita Filho, datada de 2 a 5 de junho de 1942 [in Mesquita Filho, 2006, p.339-40]).
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qualidades de estudo e de trabalho. Com tais excelsas virtudes, o dr. Getulio Vargas há doze anos representa a Ordem para o Brasil. A esse propósito já dissemos, nestas mesmas colunas, que venerá-lo é vene-rar a harmonia nacional. Ele completa no seu gabinete, com a pena, a obra que Caxias, o soldado-símbolo, realizou nos campos de batalha, à frente dos companheiros de armas. Ser contra Getulio Vargas, se isso ainda fosse possível à alma brasileira, seria colocar-se contra a Ordem. Seria colocar-se contra o Brasil, ou contra si mesmo. [...] O dr. Getulio Vargas é menos Presidente da República que o chefe da família brasileira. Tem-se mostrado, como já o dissemos, o grande realizador da nossa democracia. [...] A história da perfeita harmonia nacional começou há cinco anos apenas, em 10 de novembro de 1937. O dr. Getulio Vargas nesse grande dia corporificou no sentir e na sua maneira de brasilidade e de brasileiramente agir. Cada nação tem uma forma de governo que representa a união, a colaboração mate-rial e espiritual de todos os seus filhos. A forma que corresponde às necessidades brasileiras é o Estado Nacional. O presidente Getulio Vargas, com seus auxiliares, fez tudo isso que aí está. Fez ainda mui-to mais. Para contar a sua obra seria necessário um grande livro.76
Expresso no texto há a impossibilidade de rebelar-se contra a ordem depois da declaração de guerra, pois essa seria uma atitude antibrasileira. Se durante o período de “neutralidade” o regime de exceção era mantido pela repressão, durante a beligerância foi sus-tentado pela ideia da união em torno do poder daquele que “fez tudo isso que aí está” e pela própria guerra. Vê-se que os responsáveis pela redação do jornal não perderam tempo em rearranjar e dar novos e tortuosos matizes às políticas que o Brasil praticava desde 1937. Como corolário de toda essa engenhosidade tinha-se o presidente como o “chefe da família brasileira”, aquele que provia e matinha a ordem não só política, mas também moral. Por fim, rebelar-se contra esse estado de coisas era colocar-se “contra si mesmo”.
76 Cf. “São Paulo reafirmará hoje a união dos brasileiros em torno do presidente Getulio Vargas” in O Estado de S. Paulo, 29 ago. 1942, p.1.
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No que concerne à exposição da sua rotina de trabalho, um dos jornalistas publicou um texto, em 10 de abril de 1943, no qual bus-cava sensibilizar os leitores para a longa jornada de expediente a que o presidente se submetia contabilizando o número de papéis os quais ele analisava e assinava:
o presidente Getúlio Vargas emprega todo o seu tempo no trato dos negócios públicos. Trabalha exaustivamente e com método. [...] Com referência ao estudo direto dos papéis pelo presidente Getulio Vargas encontramos no relatório as seguintes observações: “Toman-do como referência o número de decretos pessoais em 1942, que atingiu a 19.823, temos que, estimando em 1 minuto o tempo dispen-sado pelo presidente para leitura e assinatura de cada um, o tempo total para esse serviço acusou 19.823 minutos, ou seja, 330 horas, desprezadas as frações. Considerando o dia normal de trabalho como 6 horas, temos que tais atos tomaram ao presidente da República, no ano passado, 55 dias. Também as exposições do DASP sobre admis-sões, etc., de pessoal extranumerário, que no ano passado atingiram a mais de 2.300, tomaram muito tempo. Mostra ainda o relatório que, para acompanhar ‘pari passu’ o trabalho do chefe do governo, os funcionários da secretaria, desde o seu chefe sr. Luiz Vergara, as obrigam a 10 horas diárias de serviço ininterrupto”. Com esses da-dos, o público, que já conhece o esforço exaustivo do presidente e sua dedicação de todos os minutos, melhor aquilatará da sua prodigiosa capacidade de trabalho, saber que os papéis não param nas mãos de sua exa.77
A insistência que foi conferia à dedicação de Getulio Vargas aos negócios públicos em detrimento de sua vida particular ganhou força e novos contornos trágicos com a notícia da morte de seu filho publicada no jornal ocupado no dia 23 de outubro do mesmo ano. Naquele dia, o jornalista explicava que:
77 Cf. “Notícias do Rio”: “Os papéis não param nas mãos do presidente” in O Estado de S. Paulo, 10 abr. 1943, p.14.
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o exercício de funções públicas impõe sacrifícios de toda a ordem. Sobreponde-se aos interesses e aos sentimentos pessoais o estadista muita vez sofre na própria carne para que sobre eles prevaleçam os interesses nacionais: em primeiro lugar, em quaisquer circunstâncias, os deveres para com a Pátria, relegando-se a segundo plano tudo aquilo que não diga respeito aos deveres funcionais. Em toda a sua longa trajetória política, o sr. Getulio Vargas revelou-se sempre e invariavelmente um estadista absorvido pela causa pública, perfei-tamente identificado com os cargos e funções ocupados procurando refletir o melhor possível os sentimentos e as aspirações do povo. Nunca fraquejou, em nenhuma oportunidade se deixou vencer pelos acontecimentos. [...] Nem mesmo quando a Providência nos seus insondáveis desígnios, o experimenta com duros golpes morais, modifica seu modo de ser. O ano passado deixa o filho dileto preso de grave enfermidade e voa para Natal, a fim de conferenciar com o presidente Roosevelt. Seus sentimentos de pai o impeliam para junto do leito do filho; mas os deveres funcionais o chamavam às confabulações de Natal. Entre as duas solicitações, não vacilou em atender à imposição do interesse nacional. O destino foi inexorável: a morte arrebatou-lhe o filho, modelo de um moço brasileiro que se fizera estimado por todos pelas suas qualidades de simplicidade e de firmeza de caráter. O sr. Getulio Vargas sabe compreender e cumprir, como chefe de governo, todas as responsabilidades de seu posto, dan-do o mais significativo exemplo para todos os servidores da Nação.78
A exposição de fatos dessa natureza demonstrava que a condição de presidente exigia um comprometimento total e cobrava um preço altíssimo do responsável pelo governo do país. A intenção, aqui, era mostrar que o presidente Getulio Vargas se dispunha a pagar esse preço e, concomitantemente, imprimir a essa atitude um viés para-digmático que se estenderia a todos os cidadãos num momento em que se conclamava a nação a se unir em virtude da guerra.
78 Cf. “Notícias do Rio”: “O espírito público do presidente Vargas” in O Estado de S. Paulo, 23 out. 1943, p.14.
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Figuraram também nas “Notícias do Rio” outros eminentes representantes do governo brasileiro, como o ministro da Guerra, Eurico Gaspar Dutra, e o das Relações Exteriores, Osvaldo Aranha. Ambos tiveram seus perfis biográficos analisados por G.I.L., que mostrou, por meio deles, como o Brasil defendeu, desde o início, a causa aliada. No primeiro caso, as palavras do jornalista vangloriavam o trabalho de organização e disciplina imposto por Eurico Gaspar Dutra ao Exército brasileiro:
o general Eurico Gaspar Dutra afirmou-se um grande ministro não apenas pela capacidade organizadora que o personaliza, mas, principalmente, pelo sentido de disciplina que o caracteriza e pela sobriedade de suas atitudes. [...] Sem ruído, sem clarinadas, como os verdadeiros organizadores, o ministro começou, num ritmo se-guro e incessante, a tarefa de transformar o Exército do Brasil nessa poderosa força que aí está, a afirmar a sua pujança, a sua magnífica organização, a sua paridade com os melhores do Hemisfério Oci-dental. [...] senhor de alto senso de seleção, soube o general Eurico Gaspar Dutra, nessa árdua jornada que foi a nossa reorganização bélica, rodear-se de oficiais brilhantes pelo espírito, pela cultura, pela noção do dever. Isso em todos os setores. À frente das unidades de elite, na metrópole, nas guarnições fronteiriças, no exterior junto às legações, ou participando de manobras e cursos especializados – e fi-nalmente, a seu lado, com ele trabalhando, integrando seu seletíssimo gabinete. Aí trabalham oficiais superiores de cultura e capacidade de Cândido Caldas, Lima Figueiredo, Coelho dos Reis, Felisberto Ba-tista Teixeira e outros tantos, seguidores fiéis dos salutares exemplos do espírito titular. Razão portanto, e justíssima, há nesse preito de admiração dos brasileiros em torno do grande ministro Eurico Dutra, agora, quando a pátria de Lincoln e de Washington não esconde seu júbilo em recebê-lo e aplaudi-lo como um dos maiores soldados do Brasil.79
79 Cf. “Notícias do Rio”: “Um grande ministro” in O Estado de S. Paulo, 10 ago. 1943, p.14.
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Osvaldo Aranha, que desempenhara, verdadeiramente, desde o início da guerra um papel fundamental nas relações brasileiro-norte-americanas, propugnando uma aproximação com os Estados Unidos em contraposição àqueles que viam na Alemanha um melhor parceiro não só comercial, como estratégico, teve seu trabalho reconhecido num texto publicado em 11 de setembro:
culto e dinâmico, sóbrio e incansável, o ministro Osvaldo Aranha conquistou de há muito admiração de todo o povo brasileiro, que se acostumou a admirar-lhe o entusiasmo sincero posto no (?) cum-primento de seus deveres e na obra de confraternidade dos povos da América. De fato, desde que se colocou à frente do Itamaraty, outro objetivo não teve o nosso (?) chanceler que o de trabalhar no sentido de irmanar ainda mais o Brasil aos seus irmãos do Hemisfério Ocidental, numa prática feliz e sincera de pan-americanismo sadio e construtor. Essa política do ministro Osvaldo Aranha resultou benéfica e honrosa para o país, pois, praticada com sinceridade e brilho, deu-nos a proeminência que hoje usufruímos merecidamente, como uma legítima compensação à nossa decisão, à retilínea conduta que desde muitos anos adotamos e fizemos questão de mantê-la intacta tanto nas horas sombrias como nos momentos luminosos. O chanceler brasileiro, sob a orientação do Presidente Getulio Vargas, foi o timoneiro seguro e enérgico que de maneira alguma se descurou do fiel cumprimento de suas responsabilidades, extremando-se, ao contrário, em se fazer atento ao máximo e atilado até onde sua plástica inteligência e formosa cultura, além da esplêndida queda para a “carrière”, o ajudaram. Bem depressa, no entanto, tão ilustre trabalhador teve o prêmio merecido, vendo seu nome projetar-se por todo o continente, revelando-o como um dos mais completos diplomatas desse lado do Atlântico. E teve mais. Teve a consagração não apenas dos seus patrícios, mas também, de maneira unânime, do grande povo da pátria de Washington e de Lincoln que nele vis-lumbrou e aplaudiu um amigo de todas as horas, um colaborador bem interessado e brilhante. [...] Sempre decidido e sincero, bateu-se desde o primeiro momento pela coesão das Américas, isso muito
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antes que o insulto imperdoável nos caísse sobre a cabeça, partido dos governantes desabusados que, hoje, vergam ao peso da derrota inevitável. Que se rendam homenagens, pois, porque justíssimas, na data de seu aniversário natalício a esse eminente e puro pan-americanista que é o chanceler brasileiro!80
No trecho, percebe-se que, mesmo com tantas qualidades, o chanceler agia “sob a orientação” do presidente, o que mostra uma vez mais como as tentativas de elevação do regime e do “amigo de São Paulo” atingiram o grau máximo nesse período.81
Os textos que vinham da capital da República exprimiam ainda outras diretrizes à política brasileira. Em 1º de abril, por exemplo, ao tratar da questão do integralismo e da espionagem, G.I.L. asse-verava que:
o longo inquérito da Delegacia Especial de Ordem Política e Social, ontem divulgado nas suas peças principais, coroou uma série de diligências, levadas a termo com rara habilidade pela polícia ca-rioca. Hoje a opinião pública nacional conhece os nomes de mais alguns maus brasileiros, que cometeram a suprema vilania de se venderem aos nossos inimigos. [...] A quase totalidade dos acusa-dos é de partidários do fascismo indígena. O fenômeno é mesmo em toda a parte. O totalitarismo se reveste das características de um internacionalismo da pior espécie. Aqui, como na Europa, seus adeptos esquecem-se de todos os sentimentos nobres e elevados. Patriotismo, lealdade, honra, são palavras cujo significado não chega
80 Cf. “Notícias do Rio”: “O nosso chanceler” in O Estado de S. Paulo, 11 set. 1943, p.14, grifo nosso.
81 No dia 24 de setembro, G.I.L. escrevera, nas “Notícias do Rio”, que: “Já certa vez, em entrevista concedida à imprensa carioca, o ilustre interventor federal em São Paulo afirmava que, em solicitando alguma coisa ao Presidente Vargas à terra bandeirante, a obtinha invariavelmente, e de maneira completa, eficiente e farta. Seu Estado, disse ainda o sr. Fernando Costa, tinha na figura do Primeiro Magistrado da Nação um amigo sincero e um servidor deveras prestimoso” (cf. “O amigo de São Paulo” in O Estado de S. Paulo, 24 set. 1943, p.10).
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a compreender. Perdem a capacidade de raciocínio. O automatismo os envilece. E o pior é que, obcecados pela doutrina, desconhecem a sua vileza. Eis até onde leva a aberração do totalitarismo. Negando a personalidade humana, condenando a liberdade, o fascismo, seja de que espécie for, anula o homem, desce-o da sua dignidade de criatura raciocinante, transformando-o em simples peça da máquina do Estado. O totalitarismo – apologia da Força cega e do Instinto desaçarmado (?) – constitui a maior aberração política de todos os tempos. Dominado pela Alemanha, pela Itália e pelo Japão, procurou alcançar com seus tentáculos o mundo todo. As forças vivas da civi-lização cristã acordaram, felizmente a tempo de opor firme barreira aos novos bárbaros mecanizados. A maior e mais difícil tarefa com que se defrontam as democracias não é propriamente ganhar a guerra. É destruir, até as últimas raízes, a estranha mentalidade totalitária, que criou os “quislings” de toda a espécie.82
Essa concepção acerca do totalitarismo exposta pelo jornalista responsável pelas “Notícias do Rio” se assemelhava muito com as expressas por outros colaboradores do jornal que criticavam a perda da individualidade e o automatismo a que as pessoas são condenadas nesses regimes. Uma semelhante demonstração da concepção dos ar-ticulistas sobre esse problema apareceu no comentário que distinguia a mocidade americana da totalitária, em 12 de agosto:
o nazismo e o fascismo se supuseram ao direito dos pais na educação dos filhos. Desde os primeiros anos, a criança torna-se propriedade do Estado, que passa a moldá-la a seu bel-prazer, educando-a para a guerra, “educando-a para a morte”. O principal objetivo da peda-gogia totalitária consiste na anulação da personalidade. A disciplina substitui a liberdade. Ensina (?) uma única doutrina – a “racial”; um único pensamento – e ditado pelo Estado senhor absoluto, criador exclusivo do direito. A mocidade nazi-fascista vive sob o império
82 Cf. “Notícias do Rio”: “Integralismo e espionagem” in O Estado de S. Paulo, 1º abr. 1943, p.1.
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do pior dos fanatismos – o político. Não possui autonomia de racio-cínio. Repete os “slogans” da propaganda oficial, canta as mesmas canções guerreiras, marcha como um só homem, levanta o braço na saudação obrigatória. Seus gestos, suas atitudes, à força de repetidos desde a infância, tornaram-se verdadeiros hábitos. Esta mocidade, educada no desconhecimento completo da liberdade, representa um instrumento dos ditadores, para a consecução de seus objetivos de domínio, de imperialismo, de rapinagem. Os pedagogos totalitá-rios, muito satisfeitos com os belos resultados obtidos com os seus processos educacionais, prognosticaram a decadência irremediável da mocidade democrática. Impossível conseguir dela um gesto de desprendimento, o menor dos sacrifícios em prol do bem comum. Seu único objetivo reside na satisfação dos seus prazeres egoísticos. Educada pela família de acordo com as velhas normas do liberalismo, a juventude das nações democráticas vivia em constante clima de desfibramento. O mundo moderno não suporta tal amolecimento hedonista. À mocidade fascista, criada na escola do sacrifício, estava reservada a tarefa de estabelecer a nova ordem, destinada a reger o mundo durante um milênio. Tudo isso era afirmado pelos educadores totalitários. Os ditadores totalitários levaram seus povos à guerra. Chegara o momento de se provar a supremacia da educação totalitária sobre a educação democrática. O repto foi aceito pela mocidade do mundo livre. Deixando as universidades, os escritores, os campos e as oficinas, os moços se apresentaram ao primeiro chamamento da Pátria. Falharam todos os prognósticos sombrios da propaganda totalitária. Consciente, destemerosa, a mocidade democrática vive todos os perigos, suporta todos os sacrifícios, é capaz dos mais nobres gestos de heroísmo e de desprendimento. Para servir a Pátria, para defender a civilização ameaçada, ninguém tem necessidade de anular a sua personalidade, de se perder na indistinção das massas. Tais considerações quase se tornam desnecessárias ante as provas diárias de heroísmo da mocidade do mundo livre, desde 1939.83
83 Cf. “Notícias do Rio”: “Mocidade americana” in O Estado de S. Paulo, 12 ago. 1943, p.14.
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O excerto denota como o discurso oficial guarda profunda rela-ção de similaridade aos que os colaboradores defendiam já antes da guerra eclodir. Naquele momento, os responsáveis pelos comentários esforçavam-se para demonstrar que as democracias não eram regimes fracos e que o totalitarismo representava uma involução no desenvol-vimento político das nações enquanto o Estado Novo simbolizava o repúdio à democracia liberal.
A partir do envolvimento forçado do Brasil na guerra,84 é o Estado que tem de se reinventar para assumir a forma que ele defenderia nos campos de batalha. As tentativas de reafirmação que defendia não só o Estado, mas também o presidente, das críticas que eles recebiam internamente foram publicadas em conjunto com aquelas que descaracterizavam os opositores do regime. No dia 21 de abril, o mesmo jornalista, ao tratar da quinta coluna, dizia:
reveste-se de inconfundíveis características de quinta-colunismo a campanha saudosista que, no momento, se desenvolve em alguns órgãos de imprensa e em algumas rodas desta capital. Bem situada na vida, agarrada a rendosos cargos públicos, meia dúzia de cava-lheiros dá-se, agora, ao luxo de aspirar uma volta ao pretérito. Não lhes faz bem a atmosfera de trabalho construtivo, de juventude e energia, que dominam o presente. O passado constitui o seu clima. Entoando loas ao regime antigo, exaltando-lhe os homens, esses saudosistas visam um único objetivo: desmerecer o atual governo, negar-lhe o esforço de construção nacional, criticar seu programa administrativo e sua orientação política. Falta-lhes coragem, porém,
84 Conforme Vagner Camilo Alves (2002, p.198), “a própria formalização da beligerância brasileira, decisão de foro eminentemente interno, também deve ser vista como resultado natural de condicionantes exógenos, reflexo do desen-volvimento da guerra total naquele momento. As demandas alemãs para uma campanha submarina irrestrita contra a navegação aliada em todo o Atlântico, atingindo diretamente o Brasil, levavam em primeiríssima conta o nível de participação brasileira no conflito, como aliado dos EUA, e a oportunidade de atacar presas marítimas brasileiras e/ou navios cruzando o litoral do país. Tais ações, por sua vez, acabaram por fazer do envolvimento formal do Brasil na guerra uma consequência lógica”.
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para desafivelar a máscara para abrir o jogo. Inimigos disfarçados do Estado Nacional encontram no saudosismo o clima propício para desenvolver sua manhosa campanha. A técnica é a mesma de sempre: o “diz-que-diz”, a intriga, as meias-palavras, as insinuações malévolas. Cedo, porém, se deixaram identificar. A opinião pública compreendeu-lhes o propósito de sabotagem da união nacional, deixando-os a falar sozinhos. O Brasil vive um momento decisivo da sua vida de nação soberana. Fiel aos princípios que nortearam a sua evolução histórica, seguindo os rumos ditados pela sua política internacional, respondeu à afronta do eixo, colocando-se de corpo e alma ao lado das Nações Unidas, oferecendo recursos para a vitória da causa democrática. A união nacional tornou-se um imperativo para que se realize, integralmente, o nosso esforço de guerra. Toda e qualquer campanha visando dividir os brasileiros será obra de quinta-colunismo, mesmo quando se mascarar dos mais altos e nobres propósitos. Os saudosistas que, no momento, entoam loas ao passado e pregam a volta ao país das fórmulas políticas superadas, realizam uma obra antipatriótica: a sabotagem da união nacional. É necessário que os apontemos ao desprezo dos brasileiros.85
As invectivas contra o passado coadunadas com as acusações de quinta-colunismo contra os opositores do regime foram armas que os responsáveis pelos textos usaram frequentemente. Essas medidas ganharam força em virtude da mentalidade de guerra que o governo desejava imprimir, uma vez que, como mostrou Roney Cytrynowicz, ela não representou para os brasileiros um evento marcante.86 Algu-
85 Cf. “Notícias do Rio”: “Sabotando a unidade nacional” in O Estado de S. Paulo, 21 abr. 1943, p.12.
86 De acordo com Cytrynowicz (2000, p.17-18), “o lugar da Segunda Guerra Mundial na história e na memória coletiva da população de São Paulo, e do Brasil, tem sido, no entanto, marcado muito mais pela ausência do que por uma presença efetiva e consistente. A guerra, episódio central da história do século 20, não está presente na memória da cidade de São Paulo; ela não é celebrada coletivamente, não é lembrada. Os soldados que lutaram e os mortos não são reverenciados a não ser por pequenos grupos diretamente ligados a eles”.
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mas vezes, o passado paulista foi mobilizado como arma, como ocorreu em 22 do mesmo mês:
O bandeirismo não representa somente um acontecimento his-tórico nacional. Sua tarefa não terminou com o estabelecimento das novas fronteiras geográficas. Manifestação a mais característica do dinamismo de um povo jovem, esse movimento, hoje como ontem, prosseguiu no seu imenso trabalho de construção de uma grande Pátria, pela conquista da hinterlândia, pelo deslocamento das nossas fronteiras econômicas, pelo aproveitamento dos nossos variados recursos naturais. [...] Característica essencial da juventude do nosso povo, o espírito bandeirante marca toda a evolução nacional. Constitui o Brasil moderno.87
Em outras oportunidades, esse passado foi apropriado e mobili-zado pelos jornalistas contra as pretensões oposicionistas. No dia 2 de maio de 1945, G.I.L. comentava:
O último discurso do senhor Marcondes Filho pronunciado por ocasião da solenidade comemorativa do aniversário do Presidente da República ultrapassa os limites das orações meramente laudatórias para se constituir numa síntese das diversas diretrizes doutrinárias do Estado Nacional e da obra política de seu fundador. Depois de salientar o alto significado da solenidade em que se reuniram o ca-pital e o trabalho, associados ao respeito recíproco dos seus direitos e preocupados com a tarefa de reconstrução de uma grande Pátria, o orador responde às objeções do grupo melancólico da “hora da sauda-de”, que, no momento, canta as doçuras e belezas do antigo regime. Falando sobre a democracia, da Primeira República e recordando a figura excelsa de Rui Barbosa, esses saudosistas nada mais fazem do que justificar, realçar “o vigor, a oportunidade, o realismo do Estado Nacional, estruturado pelo gênio do senhor Getulio Vargas”.
87 Cf. “Notícias do Rio”: “Espírito bandeirante” in O Estado de S. Paulo , 22 abr. 1943, p.10.
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“O que caracteriza a democracia”, diz o orador, “qualquer que seja a fórmula adotada, é a preocupação dos interesses populares e o be-nefício do maior número e o atendimento aos problemas coletivos”. “Não podemos julgar os regimes exclusivamente pelos pormenores de arquitetura e pelos arabescos intelectuais. Devemos julgá-los, sobretudo, pelo poder de realização, que é de realidades que um povo precisa viver e não de imagens e ornamentos jurídicos. E é justamente sob esse aspecto que a democracia do Estado Nacional se sobrepõe à da Primeira República, porque nesta, que era privilégio de pequenos grupos oligárquicos, todos os trabalhadores estavam exilados da legislação e renegados pelos governos, enquanto agora o Estado Nacional – democracia política e social e econômica, de-mocracia de fundo – reconheceu direitos e presta assistência a esses milhões de brasileiros tão dignos como os mais dignos. [...] Clamam os saudosistas a necessidade de voltarmos ao pensamento político de Rui Barbosa. Contradizem-se, porém, porque o nosso grande jurista “durante toda a vida foi um libelo calcinante contra a Primeira Re-pública”. [...] Foi justamente o pensamento de Rui Barbosa que nos levou ao repúdio do passado e nos aproximou do Estado Nacional. Na sua tarefa inglória os saudosistas pregam no deserto e levantam objeções contra o nosso nacionalismo. Baldado intento. Vão desejos de estabelecer confusões. O nosso nacionalismo não possui nenhum traço de agressividade, não se constitui em barreira à aproximação internacional. Ao contrário, o Brasil está integrado na vida conti-nental e ninguém ignora mais do que ele, por seu esforço prodigioso, esforço de sangue e de trabalho, está colaborando a favor da América, na causa sagrada das nossas democracias.88
Intitulado “A hora da saudade”, o texto comentava a oração do ministro do Trabalho que justificava o Estado Novo utilizando-se da memória de Rui Barbosa e de sua luta. Vale lembrar que os antigos proprietários do jornal lutaram ao lado desse jurista na Campanha
88 Cf. “Notícias do Rio”: “A hora da saudade” in O Estado de S. Paulo, 2 maio 1945, p.24.
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Civilista, que apoiaram abertamente durante a República Velha. Pelo exposto, observa-se que não havia limites entre plausibilidade e ver-dade no intuito de criar para o governo uma aparência democrática.
A participação do Brasil na guerra culminou no embarque de soldados brasileiros que lutariam ao lado dos norte-americanos e outros povos contra os alemães na Itália. A verdadeira batalha no que concernia ao Brasil era interna. As contradições do regime instaurado em novembro de 1937 e suas incompatibilidades com as estruturas de uma sociedade democrática minavam dia a dia o governo, que, desde 1943, enfrentava uma oposição mais renhida e organizada.89
Dessa forma, alguns dos textos publicados no jornal pregavam uma maior unidade entre os brasileiros e pediam que a população se conscientizasse das várias restrições que a guerra trouxera, entre elas, políticas. Sobre essas restrições, num texto intitulado “A imprensa e o DIP”, G.I.L. dizia:
Vivemos numa época profundamente anormal em que se impõem medidas de salvação pública inadmissíveis em outras ocasiões. Em todos os setores da vida individual e coletiva surgiram restrições visando a salvaguarda dos princípios fundamentais da civilização ocidental, postos em perigo pela barbárie nazista. É a guerra com todos os seus horrores. Nunca a humanidade suportou angústia tamanha. Nunca viveu um período de tal responsabilidade, no qual se apresentou a inapelável escolha entre dois caminhos: o regresso à animalidade do paganismo totalitário, negação de todos os valores do espírito, ou a senda larga de um mundo renovado, reposto em bases de justiça, igualdade e fraternidade. [...] Os povos amantes da liberdade se impuseram pesadas restrições. Deixaram de gozar,
89 Não se pode esquecer que o Manifesto dos mineiros foi lançado no final de 1943. Segundo Roney Cytrynowicz (2000, p.330-1), “apenas em outubro de 1943 foi lançado o Manifesto dos Mineiros, em defesa da democracia, e a primeira declaração pública neste sentido, já em um contexto de primeira reestruturação partidária. Outras manifestações viriam apenas em 1945, como o I Congresso Brasileiro de Escritores (26 de janeiro de 1945), fundação da UDN em abril, até que Vargas recebesse o ultimato dos generais em outubro de 1945”.
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momentaneamente, muitos dos direitos a que se acostumaram, para que sobreviva a civilização cristã e encontre atmosfera propícia ao seu constante aperfeiçoamento. [...] A nação que não souber supor-tar, de ânimo alevantado este período, de sacrifícios, não merece viver no mundo de amanhã. Será necessário enumerar as mil e uma restrições que a guerra impõe? São fatos diários que cada qual su-porta e sabe muito bem aquilatar. Entre todas as restrições criadas pela anormalidade do momento e impostas às democracias, talvez a mais notável seja a que se refere à livre manifestação de opinião e o censo das notícias pela imprensa. Velha conquista política, houve necessidade de restringir-lhe o âmbito, em nome de altas razões de segurança nacional justamente no sentido de salvá-la da morte. [...] Ao DIP, órgão de colaboração com a imprensa e de divulgação das coisas brasileiras, coube o encargo difícil e espinhoso de orientar os nossos jornais para que a sua atividade se moldasse pelos supremos interesses da defesa nacional. Por outro lado, a própria imprensa, num acordo tácito ditado pelo patriotismo, retirou do debate muitos temas políticos, reservando-se para discuti-los em ocasiões oportu-nas. [...] Assim, vivem governos que alicerçam sua força no livre consentimento do povo.90
No dia 25 de março, as “Notícias do Rio” explicitavam de que forma esses problemas surgiram na sociedade civil da época:
os moradores e comerciantes da (ilegível), do Leblon, de Ipanema e de Copacabana estão apelando para as autoridades a fim de que seja suspenso o “black-out” naquela zona. [...] O certo é que tudo isso exterioriza, realmente, a inexistência de uma verdadeira mentalidade de guerra. Sente-se, em semelhante apelo, um completo alheamento em relação a tudo o quanto de grave vai pelo mundo em eclosão. [...] Diante disso, frente aos fatos, fácil é concluir que os moradores de Copacabana, de Ipanema e do Leblon pelo menos estão alheios à realidade cruciante da guerra. Ou melhor, admitem francamente
90 Cf. “A imprensa e o DIP” in O Estado de S. Paulo, 28 maio 1944, p.36.
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que Hitler e seus títeres já o diabo, que o conflito acabou e que toda a imensa zona litorânea onde tem seus negócios e suas residências deve livrar-se do “black-out” e voltar a engalanar-se com o colar fosforescente de seus muitos milhares de glóbulos de luz. Não é outra coisa o que pedem em cartas enviadas ao jornal. E isso exatamente no dia seguinte a aquele em que, em Deodoro e na Vila Militar, des-filavam os soldados que se aprestam para tomar os rumos do campo de batalha. Decididamente, não existe ainda, como fora necessário, uma mentalidade de guerra. E é indispensável criá-la e mantê-la.91
A constatação de que não havia no Brasil uma mentalidade de guerra foi objeto da atenção do jornalista que se incumbia de transmi-tir as “Notícias do Rio”. Assim, além de citar esse exemplo ocorrido no Rio de Janeiro, ele explicou como o povo deveria entender a guerra na qual o Brasil estava empenhado:
O inimigo é implacável, desumano e se acha munido do que a técnica possibilitou demais perfeito e eficiente. Com armas iguais para que se alcance a vitória definitiva sobre os novos bárbaros é mister que acreditemos fielmente nos valores morais e políticos pelo quais nos batemos. [...] servindo-nos de todos os meios oferecidos pela moderna técnica publicitária, precisamos desfazer todas as ilusões de uma guerra fácil, de uma guerra rápida que ainda persiste na mentalidade nacional e que o quinta-colunismo solerte procura alimentar para amortecer o nosso esforço bélico. Precisamos lembrar o público que os compromissos contraídos com os nossos aliados impõem sacrifícios de toda a ordem: que se faz necessário um intenso trabalho coletivo pelo desenvolvimento da nossa produção destinado à guerra. [...] a nossa contribuição humana acha-se em vias de se con-cretizar, contingentes da FAB já se encontram nos Estados Unidos e na própria Grã-Bretanha em treinamento intensivo para entrar em luta nos céus europeus. A Força Expedicionária Brasileira ultima os
91 Cf. “Notícias do Rio”: “Apelo inconsciente” in O Estado de S. Paulo, 25 mar. 1944, p.16.
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preparativos para, ombro a ombro com os exércitos da democracia, derrubar a fortaleza de Hitler.92
A proximidade com os exércitos que lutavam pela democracia parecia não ser problema para os responsáveis pelo jornal ocupado pela ditadura. Os malabarismos teóricos realizados por eles no intuito de apresentar o presidente Getulio Vargas como um democrata de primeira hora tornaram-se frequentes. Um exemplo dessa disposição para as mitificações políticas foi publicado a quatorze de outubro, quando G.I.L., ao explicar ao leitor as proezas do DIP, sumarizava:
Tendo nascido sob os cuidados do sr. Lourival Fontes, real-mente cresceu para a vida e para a compreensão nacional debaixo das orientações do Major Amílcar Dutra de Menezes. [...] A sua ação hoje é intensa. Estado por Estado DIP. e Deips começaram a ser feito vasos comunicantes e não há como evitar uma referência à colaboração prestada a essa obra brasileira pelo Deip paulista, na direção de um homem de imprensa que, podendo alimentar mui-tas aspirações, apenas quer ser homem de imprensa – o sr. Mario Guastini. [...] A figura ímpar do presidente Vargas, o democratismo dos seus pensamentos e o entendimento da evolução que promove para se chegar, pelos caminhos da independência econômica e da inteligência política, às formas realistas de representação, são agora vistas claramente por todo o Brasil.93
Entre os colaboradores que se dedicaram ao estudo dos problemas brasileiros, destacam-se Lima Figueiredo e o economista inglês S. Harcourt-Rivington. O militar brasileiro se preocupava, num pri-meiro momento, com a manutenção do regime, como expôs num texto que publicou em 11 de março:
92 Cf. “Notícias do Rio”: “Preparação psicológica da opinião pública” in O Estado de S. Paulo, 26 mar. 1944, p.32.
93 Cf. “Notícias do Rio”: “O DIP e o Brasil” in O Estado de S. Paulo, 14 out. 1944, p.10.
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a China, pela barreira de ideias levantadas entre os seus filhos, não se pode unir nem mesmo quando teve seu chão calcado e o seu povo escorraçado pelo bárbaro invasor. Que exemplo! Exemplo vivo do que pode esperar um país de vasta área, com a população acolcheta-da no litoral com riquezas inexploradas, com grandes e gordos rios navegáveis, com notável massa de ignorantes, com parcas reservas de rodovias e estrada de ferro, quando seus filhos começam a não se entenderem, procurando cada um prevalecer a ideia do seu partido, sem incomodar-se com parceis aguçados que ameaçam a nau da Pátria. A experiência alheia é tão barata. Para que experimentar uma coisa que de antemão já sabemos ter consequências funes-tas? Melhor será que se tenha um mira o slogan – “Só a união faz a força”.94
Durante a campanha eleitoral de 1945, o jornal participou efe-tivamente da campanha de Eurico Gaspar Dutra. Lima Figueiredo escreveu, nesse período, uma série sobre a FEB, que tinha um sen-tido eminentemente político, uma vez que louvava as qualidades do general candidato como organizador do Exército brasileiro, vitorioso na guerra que se travara pela democracia. Em um dos textos que publicou logo após a série, ele explicitou essa ligação entre as com-petências do general no âmbito das questões militares e no futuro trato dos negócios públicos:
o exército progrediu porque Eurico Dutra se dedicou a ele de corpo e alma trabalhando denodadamente, pela sua eficiência e aproveitando os momentos de folga ou repouso para meditar e refletir sobre seus problemas. O grande e magnífico trabalho que prestou à sua classe, de 1937 a 1945, é o penhor de quando poderá fazer pelo Brasil no dia em que o leme do Estado estiver nas suas mãos honradas. Estejam certos os brasileiros que não lhe faltarão meios para vencer, pois que todas as virtudes e qualidades que exornam as grandes personali-dades lhe são peculiares: lealdade, modéstia, inteligência, cultura,
94 Cf. “O exemplo da China”, in O Estado de S. Paulo, 11 mar. 1945, p.1.
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agudeza de percepção, visão, seriedade, resistência física, espírito público, patriotismo.95
Os artigos de S. Harcourt-Rivington possuíam uma amplitude ainda maior do que quaisquer dos outros colaboradores no que con-cernia ao futuro do Brasil e ao papel que o país desempenharia nos anos vindouros. Politicamente, ele defendeu o regime estadonovista ao afirmar que, apesar de algumas diferenças com as democracias anglo-saxônicas, o Brasil era uma democracia.96
Segundo esse autor, porém, as maiores perspectivas para o Brasil se relacionavam ao campo econômico. Com os Estados Unidos, a União Soviética e a Europa envolvidos com a guerra e suas conse-quências, o Brasil teria primazia no que dizia respeito à evolução da indústria e das exportações de produtos agrícolas. De acordo com ele:
O Brasil é agora a chave econômica da paz e da prosperidade mundiais. Estou convencido de que esse país será chamado a tomar decisões de caráter mundial, as quais terão o poder de modificar para sempre sua posição entre as noções. Vou ainda mais longe. Na minha opinião, como consequência, o Brasil dominará o mundo na nova era de desenvolvimento mundial na mesma proporção que os Estados Unidos o fizeram no período compreendido entre 1880 e o início da guerra. [...] Sem a menor sombra de dúvida, este é o século do Brasil.97
Os vários textos publicados pelo economista tinham por fina-lidade demonstrar as potencialidades do Brasil no pós-guerra não excluindo, contudo, o conteúdo político dessa iniciativa. O mesmo
95 Cf. “O homem que cala” in O Estado de S. Paulo, 31 jul. 1945, p.1. 96 Em 20 de outubro, na série de S. Harcourt-Rivington “O futuro do Brasil”: “há
no Brasil, realmente, funcionando na prática uma democracia a despeito da sua diferença, na estrutura geral, em relação às democracias americana e britânica” (cf. “O futuro do Brasil – Ideias e ideais do progresso humano” in O Estado de S. Paulo, 20 out. 1944, p.1.
97 Cf. “O futuro do Brasil – Nos planos da paz” in O Estado de S. Paulo, 7 abr. 1944, p.1.
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autor, na conclusão de outra série publicada anteriormente, assim caracterizava o presidente brasileiro:
O sr. Getulio Vargas é inquestionavelmente um dos “homens do momento”. [...] Sou inglês. Um economista de profissão. [...] Qualquer que seja o problema... Vargas encontra sempre a solução mais adequada para as mais diversas questões. [...] Nota-se aquele humanitarismo caloroso que caracteriza o primeiro ministro inglês, sr. Winston Churchill, e o presidente Roosevelt, dos Estados Unidos. Nos negócios internacionais, o julgamento do presidente Vargas não é menos seguro. Com um instinto agudo, vê o perigo e mantém um equilíbrio que indubitavelmente corresponde aos imediatos interesses do país. [...] O presidente Vargas é inquestionavelmente o mais notável estadista que este país já produziu. Nos dias que virão, quando suas obras e realizações puderem ser encaradas e estudadas desapaixonadamente, dentro da perspectiva mundial, tenho certeza de que os historiadores lhe darão o lugar que lhe cabe entre os cinco maiores estadistas da era atual.98
Além dos colaboradores que eram responsáveis pelos comen-tários, destacaram-se dois outros jornalistas na defesa dos ideais e princípios do regime estadonovista: Mario Guastini e Heitor Mu-niz. Os textos escritos pelo primeiro, alocados ao lado de “Notas e Informações”, tinham uma essência eminentemente política e tinham por finalidade descaracterizar a oposição e seu candidato à presidência da República, brigadeiro Eduardo Gomes.
A crítica era direcionada aos elementos denominados por eles de “liberais”. No dia 13 de março de 1945, por exemplo, o diretor-ge-ral do Deip de São Paulo escreveu um artigo no qual comentou a iniciativa de Otaviano Alves Lima99, que ao vender seus jornais, as
98 Cf. “Homens do momento XXVI – Getulio Vargas” in O Estado de S. Paulo, 3 set. 1943, p.1.
99 Proprietário da Folha da Manhã, vendida em 10 de março de 1945 a José Na-bantino Ramos, Clóvis Queiroga e Alcides Meirelles, disponível em <http://www.canaldaimprensa.com.br/canalant/54edicao/folha1.htm>, consultado em 13 ago. 2009.
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“Folhas”, foi veementemente criticado por esses elementos. Segundo Mario Guastini, tal atitude:
os apóstolos do liberalismo são tão tolerantes que chegam ao ponto de querer impedir que um cidadão possa vender, ou por fora, seus bens, móveis ou imóveis. Isso, a Constituição de 1937, o DIP e os Deips nunca fizeram. Podem ser acusados, talvez, de terem, sempre que possível, ajudado certos “liberais” que somente agora deram para gritar a pureza dos seus... princípios! Mas tais pândegos se têm grandes orelhas possuem cauda não menos desenvolvida, que fica sempre de fora exposta a pisadelas nada agradáveis...100
Intitulado “União Doentes Nacionais”, o artigo publicado por Mario Guastini, em 8 de agosto do mesmo ano, ridicularizava as pretensões da oposição liberal ao comentar a vitória das forças rea-cionárias na Inglaterra. Segundo ele:
os gastos e interesseiros patronos da candidatura da oposição con-denada ao fracasso no mesmo dia do lançamento desandaram a falar grosso em torno das eleições na Inglaterra, dando a impressão de que foi a UDN a vencer o pleito. A “sua” pitoresca “democracia”, tão nossa conhecida, teria marcado o gol decisivo. [...] Afinal, graças a isso, ficou o Brasil inteiro sabendo estar o eleitorado da UDN na Grã-Bretanha.101
Outra estratégia utilizada pelo redator-chefe do jornal ocupado foi apresentar as críticas da oposição como um sinal, uma prova de que o regime estadonovista não era outra coisa senão uma democracia, uma vez que havia espaços para contestação. Essa postura pode ser encontrada no seu artigo de 18 de abril de 1945, no qual sustentava:
Fala o candidato oposicionista em liberdade que alega não existir, quando suas próprias palavras testemunham o contrário. Se ela fosse
100 Cf. “Os famosos ‘liberais’” in O Estado de S. Paulo, 13 mar. 1945, p.3. 101 Cf. “União Doentes Nacionais” in O Estado de S. Paulo, 8 ago. 1945, p.3.
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realmente estrangulada, poderia um militar da ativa manifestar-se em tom menos protocolar ao endereço do chefe supremo das Forças Armadas de Terra, Mar e Ar? E poderíamos nós todos, jornalistas, escrever diariamente dentro dos nossos pontos de vista, quanto bem entendêssemos? Evidentemente essa história de coação e restrição de liberdade não passa de história.102
No mesmo mês, Heitor Muniz, que foi diretor-geral do DIP por dois dias, antes que o Decreto-lei n.7.582, de 25 de maio de 1945, o extinguisse, publicou dois artigos nos quais exprimia sua opinião acerca do problema da ordem. No primeiro deles, o jornalista asseve-rava que: “o grande problema hoje no Brasil é o primado da ordem. Daí decorre todo o mais que é necessário para nos reintegrarmos ple-namente no regime democrático representativo. A guerra modificou, por completo, a face política e social das coisas”. As modificações ocasionadas em virtude da guerra e a batalha pelo comando político do país foram analisadas pelo jornalista com a finalidade de justificar as ações do regime no que concerne às eleições. De acordo com ele,
Devemos ter ainda em consideração a existência, entre os Alia-dos, de vários governos que não saíram de eleições, como o governo da China, o governo do general De Gaulle, o governo de Benes, os governos polonês, holandês, grego, inglês, iugoslavo, belga e vários outros que nem por isso deixarão de ser admitidos à Conferência de Paz. [...] O Governo poderia ter estabelecido para a eleição do presidente da República o sistema de eleição indireta seguido pela América do Norte, e a ninguém seria lícito articular que não estivesse em companhia muito boa.103
Heitor Muniz também escreveu sobre as modificações previstas no funcionamento do sistema capitalista. Ao realizar um balanço da guerra, sobre esse tema ele afirmava que:
102 Cf. “A entrevista do candidato da oposição” in O Estado de S. Paulo,18 abr. 1945, p.3.
103 Cf. “O primado da ordem” in O Estado de S. Paulo, 6 abr. 1945, p.4.
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A humanidade sofreu muito nesses últimos anos, milhares de vidas preciosas se perderam nos campos de batalha, defendendo um ideal, há muitos lares infelizes, no mundo inteiro, pelos sacrifícios que fizeram, na maior hecatombe da história, para que depois de tudo isso os donos de trusts, de monopólios e de latifúndios continuem engordando pela exploração, e as criaturas de todas as condições, homens e mulheres, velhos e crianças, permaneçam na servidão econômica, só conhecendo de sua passagem pela existência o capítulo das infelicidades humanas.104
Ao fazer a crítica dessas práticas que compõem o sistema capi-talista, o autor citou, em outro artigo, as diversas leis criadas pelo presidente Getulio Vargas na área trabalhista, demonstrando sua preocupação com o aspecto da justiça social e assinalava que “a lei contra os trusts tem o apoio do povo. Contra as maquinações ad plutocracia reacionária, é o próprio povo que a sustenta, dando o seu apoio ao Governo para que a mantenha com firmeza”.105
Ao perceber as modificações que vertiginosamente ocorriam tan-to no campo das relações internacionais quanto nacionais, o presiden-te Getulio Vargas fez um discurso no qual afirmava, textualmente, que não seria candidato a um novo mandato.106 Ao comentar essas transformações decorrentes da guerra, ele afirmou que:
104 Cf. “Trusts, monopólios e latifúndios” in O Estado de S. Paulo, 1º jul. 1945, p.4. O discurso de Heitor Muniz se coaduna com a atividade política gover-nista daquela época, de aproximação entre Getulio Vargas e os comunistas. De acordo com Antônio Mendes de Almeida Júnior (1997, p.236), “essa aliança tática entre o varguismo e os comunistas se solidifica após a decretação da lei antitruste (conhecida como ‘Lei Malaia’), que entraria em vigor em princípios de agosto”.
105 Cf. “Capitalismo reacionário, capitalismo progressista” in O Estado de S. Paulo, 28 jul. 1945, p.6.
106 Na verdade, apesar desse discurso, é sabido que havia desconfianças de amplos setores da sociedade que temiam as manobras do presidente para continuar no poder. O apelo das massas, mobilizadas pelos comunistas, era um exemplo dessa apreensão que só terminou com a renúncia de Getulio Vargas articulada pelo Exército. Para detalhes da crise que levou à queda do Estado Novo, ver Almeida Júnior (1997).
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passou a época em que a igualdade política exclusiva bastava para assegurar o equilíbrio social. E quem negar na atualidade o primado dos interesses coletivos sobre os individuais é confessadamente um reacionário. [...] Mas a revisão de valores que se anuncia não poderá processar-se com o retorno ao individualismo desordenado que originou os “trusts” e os monopólios nacionais e internacionais que são uma das causas da atual conflagração. Essa revisão deverá ser econômica pela forma e espiritual pelo conteúdo. [...] Enquanto eles – os brasileiros que lutam na Itália – dão a vida pela nossa grandeza, não podemos afundar-nos na anarquia, sucumbir às paixões subal-ternas e estéreis. [...] Não tenho interesses pessoais em causa, não tenho inimigos senão os que forem dos interesses da minha pátria; não cultivo ódio; não exercerei vinganças e nem praticarei violências. Marchemos, pois, com elevação de propósito, para o prélio pacífico das urnas, onde o povo escolherá soberanamente os seus dirigentes e seus representantes. [...] Nada reclamo para mim. Não sou can-didato. [...] Tudo o que desejo é entregar, num ambiente de calma e segurança, a suprema direção do país a quem for legitimamente escolhido para substituir-me.107
Pelo excerto, não há como negar que o presidente possuía um senso de realidade muito acurado. Se lembrarmos do discurso por ele proferido a bordo do Minas Gerais, no qual, no momento de vi-tórias das forças do Eixo, declarou que os regimes liberais estavam em ruínas e só aos fortes pertenceria o porvir, o que se via era a per-cepção de que as democracias viviam o período mais crítico de toda a sua história e a tentativa de plasmar o Estado Novo no bojo desses regimes que venciam as batalhas militares e políticas.
Nesse segundo discurso, porém, ele reconheceu a mudança não só econômica, mas também espiritual, na opinião pública e acentuou que os interesses coletivos deveriam suplantar os individuais na nova era que começaria no pós-guerra. Essa constatação, contudo, tinha
107 Cf. “Discurso do presidente Vargas”, in O Estado de S. Paulo, 13 mar. 1945, p.1.
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uma conotação eminentemente política, uma vez que, por meio das ações voltadas aos trabalhadores, ele tinha se colocado a favor desses interesses.
A vitória das Nações Unidas colocou fim ao Estado Novo. Ao contrário do que esperavam os “famosos liberais”, o país não elegeu o candidato da oposição. Pelo contrário. Assistiu-se ao movimento queremista e à vitória do general Eurico Gaspar Dutra, candidato da situação. Mais uma vez o projeto, a luta, a causa pela qual lutara Julio de Mesquita Filho e outros integrantes do grupo do Estado fora derrotada. Em dezembro de 1945, o jornal foi devolvido aos antigos proprietários, coroando de êxito uma dessas lutas. Após esses cinco anos de ocupação, que não são contabilizados na história do perió-dico, muita coisa mudou no Brasil e no mundo. O que se manteve nos discursos foi uma indelével indisposição contra o passado e o que simbolizou, para o país, não só o Estado Novo, mas sua figura central, Getulio Vargas.
CONCLUSÃO
Nos conflitos armados, antigos e modernos, vencem aqueles que têm capacidade para ser, ao mesmo tempo, bigorna e malho.1
Durante a primeira fase da pesquisa, os comentários publicados diariamente, em sua grande maioria não assinados, estavam inseridos num projeto maior que era o da oposição liberal ao Estado Novo. Essa oposição teve em São Paulo um de seus mais atuantes representan-tes, Julio de Mesquita Filho, exilado do país em novembro de 1938 junto com outras personalidades políticas que integravam o grupo do Estado, como Paulo Duarte, por exemplo.
Nesse momento, não obstante o exílio do proprietário, os textos possuíam um viés pedagógico e procuravam alertar o leitor para os problemas candentes do cenário internacional, cindindo o mundo em duas correntes totalmente opostas, democracia e totalitarismo. Eles simbolizavam a continuidade de um embate político travado desde o início da década de 1930 e que culminara com a derrota do projeto angariado pelas forças aglutinadas no grupo do Estado que viam na possível eleição de 1938 e na vitória de Armando Salles de Oliveira
1 Cf. “Um triunfo dos Aliados”, O Estado de S. Paulo, 7 jan. 1942, p.1.
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a possibilidade de implementar seu projeto de Brasil. Em virtude da situação europeia, em que a Alemanha apostava na força contra a aliança anglo-francesa, os responsáveis pela publicação assumiram, desde o início, uma postura de defesa da democracia e dos países que representavam esse regime no campo externo.
Quando o periódico foi invadido, em março de 1940, esperava-se que a designação de um diretor que estava diretamente ligado ao De-partamento de Imprensa e Propaganda (DIP) e ao presidente Getulio Vargas modificasse radicalmente esse posicionamento expressado diuturnamente nos quadros inseridos com destaque gráfico. Todavia, isso não ocorreu. A historiografia relativa ao período estudado já demonstrou que o projeto dipiano possuía falhas, fendas, por onde passavam as críticas ou sátiras ao presidente Getulio Vargas e ao Es-tado Novo.2 Entretanto, a peculiaridade do caso dos comentários está no fato de que ele não pode ser considerado uma excepcionalidade, pois quem publicava e dirigia o periódico, após o 25 de março, era o próprio Estado.
Nesse segundo momento, enquanto os comentários discutiam o dia a dia da guerra, a partir da entrada do Brasil no conflito ao lado das Nações Unidas, os novos diretores iniciaram uma campanha política em prol do Estado Novo justificando suas políticas e celebrando seus principais mandatários. Ao contrário do que a historiografia tradicional afirmava, foi na iminente ameaça de queda do regime que os responsáveis pela censura e pelos órgãos de imprensa iniciaram um esforço de apresentar ao povo brasileiro as conquistas e os feitos do Estado Novo e de seus principais líderes e não entre 1937-1942.
As “Notícias do Rio” e os artigos de Mario Guastini, publicados ao lado das tradicionais “Notas e Informações”, colocaram a política interna para o centro do debate acerca do futuro, tema recorrente, pois o fim da guerra suscitava várias questões a respeito da organi-zação política e econômica dos países. A luta pela redemocratização, que se iniciou em 1943 com a publicação do “Manifesto dos Minei-ros” e que estava em sintonia com o movimento internacional de
2 O trabalho de Sheila Nascimento Garcia (2005) é um exemplo disso.
CALEIDOSCÓPIO POLÍTICO 217
derrocada das ditaduras, era a principal ameaça à continuidade do regime, e os ataques diários que o jornal publicava visavam combater esses elementos, denominados de saudosistas.
Quando a Alemanha foi finalmente derrotada em 1945, o governo estava já muito enfraquecido. O arcabouço da censura sofreu um duro golpe com o fechamento do DIP em maio desse mesmo ano. Novas eleições foram prometidas, e o presidente Getulio Vargas afirmou em discurso que nada desejava para si, o que não impediu que os ataques continuassem. Em campanha pelo candidato governista, Eurico Gaspar Dutra, os colaboradores e os diretores louvavam as qualidades do militar enquanto chamavam a oposição de “União Doentes Nacionais”.
Com a vitória do ex-ministro da Guerra, uma vez mais Julio de Mesquita Filho, que se encontrava em prisão domiciliar desde 1943, viu seu projeto político ser, mais uma vez, derrotado. Todavia, assim como em 1932, ele pôde se regozijar por ter reconquistado o jornal, devolvido em dezembro de 1945, e por ter participado ativamente da guerra pela redemocratização do Brasil. No discurso que pronunciou na ocasião da devolução do matutino, disse Julio de Mesquita Filho:
A nossa experiência dos homens e das coisas; o contato estreito que mantivemos durante cinco anos de exílio com os acontecimentos que antecederam a catástrofe de 1939; o rumo que aparentemente vão tomando as correntes do pensamento político dominante nos países que sofreram a ocupação alemã e naqueles que, intransigentemente partidários da democracia, acabaram por subjugar o nazi-fascismo, nos induzem a permanecer fiéis ao liberalismo. Sem dúvida, quando dizemos liberalismo não pretendemos referir-nos a um sistema rígido de princípios, mas ao conteúdo profundo do termo, à sua própria substância, isto é, ao que ele traduz de amor, tanto ao progresso mo-ral, intelectual e social, como de decidida repulsa por todas as formas de poder absoluto, venha este de onde vier e vise o objetivo que visar. O liberalismo que pretendemos manter vivo nesta casa é portanto muito mais uma atitude. Atitude de compreensão e simpatia perante os fenômenos sociais e as reivindicações que tendem a estabelecer na
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face da Terra um direito que não seja a cristalização de privilégios de uma classe, seja esta qual for, mas que se inspire em um sentimento mais alto e mais amplo de justiça para todos. Em resumo: o liberalis-mo em que pensamos nada mais seria do que o liberalismo de Julio de Mesquita atualizado e que pugnará para que em nossa terra todos possam aspirar a um mínimo de bem-estar econômico, compatível com a dignidade humana, e um máximo de desenvolvimento moral e cultural de acordo com a capacidade de cada um.3
Ao terminar essa pesquisa conclui-se que os comentários publi-cados na primeira fase, arma política contra o varguismo, contri-buíram também para a formação de um ambiente que favoreceu a causa aliada durante a guerra ao insistir na força das democracias em detrimento da tentação totalitária, tão cara aos nossos governantes. Parte da luta político-ideológica que se travou nos anos 1930-1940, os textos permitem compreender a intensidade desses confrontos que galvanizaram vencedores e vencidos permanecendo, na memória dos últimos, até os dias atuais.
3 Discurso proferido por Julio de Mesquita Filho na ocasião que marcou a devolução do jornal aos seus antigos proprietários (cf. Mesquita, 2006, p.354).
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ANEXOS
CALEIDOSCÓPIO POLÍTICO 229
Figura 1 – O Estado de S. Paulo, 20 abr. 1938, p.14. Destaque por meio da junção de quatro colunas em duas.
230 ALEXANDRE ANDRADE DA COSTA
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CALEIDOSCÓPIO POLÍTICO 231
Figura 3 – O Estado de S. Paulo, 10 nov. 1939, p.1. Apesar de inserido na parte inferior da página, mantém-se a centralização do quadro.
232 ALEXANDRE ANDRADE DA COSTA
Figura 4 – O Estado de S. Paulo, 25 dez. 1941, p.1. No texto, inserido na imagem, nota-se a referência à “síntese” que o periódico realizava para o leitor.
CALEIDOSCÓPIO POLÍTICO 233
Figura 5 – O Estado de S. Paulo, 9 nov. 1941, p.1. Em flagrante tensão com os comentários e com a história recente do jornal, a figura conclamava os leitores a comemorarem o aniversário do Estado Novo.
234 ALEXANDRE ANDRADE DA COSTA
Figura 6 – O Estado de S. Paulo, 9 dez. 1941. A legenda diz: “Como se vê pelo mapa as Ilhas Havaí constituem ponto estratégico de primeira ordem. Elas foram alvo de inopinado e violento ataque por parte das forças aeronavais japonesas, sem resultado aparente até agora”. Acima, observa-se uma nota do DIP acerca da declaração de solidariedade do governo brasileiro aos Estados Unidos.
CALEIDOSCÓPIO POLÍTICO 235
Figura 7 – O Estado de S. Paulo, 15 abr. 1941, p.16. Na legenda se lê: “A disposição provável das forças beligerantes na frente balcânica. As linhas inclinadas correspondem ao avanço alemão. As verticais mostram as posições italianas. A zona quadriculada onde se acham os gregos na Albânia. O contato anglo-germano está assinalado pela que vai de Florina ao golfo de Salônica”.
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CALEIDOSCÓPIO POLÍTICO 237
Figura 9 – O Estado de S. Paulo, 28 jun. 1941, p.1. A Operação Barbarossa. Na legenda, encontra-se: “Direção geral dos grandes ataques germânicos na Rússia”.
238 ALEXANDRE ANDRADE DA COSTA
Figura 10 – O Estado de S. Paulo, 10 mar. 1944, p.1.
CALEIDOSCÓPIO POLÍTICO 239
Figura 11 – O Estado de S. Paulo, 1º abr. 1944, p.16. O Brasil na guerra.
240 ALEXANDRE ANDRADE DA COSTA
Figura 12 – O Estado de S. Paulo, 14 abr. 1944, p.2.
CALEIDOSCÓPIO POLÍTICO 241
Figura 13 – O Estado de S. Paulo, 13 abr. 1944, p.1. Cerco aos alemães na Crimeia.
242 ALEXANDRE ANDRADE DA COSTA
Figura 14 – O Estado de S. Paulo, 6 maio 1944, p.14. Mario Guastini na chefia do DEIP de São Paulo.
CALEIDOSCÓPIO POLÍTICO 243
Figura 15 – O Estado de S. Paulo, 9 maio de 1944, p.1. Bombardeio à Alemanha.
244 ALEXANDRE ANDRADE DA COSTA
Figura 16 – O Estado de S. Paulo, 8 jun. 1944, p.1. As primeiras operações do “Dia D”.
CALEIDOSCÓPIO POLÍTICO 245
Figura 17 – O Estado de S. Paulo, 11 jun. 1944, p.1.
246 ALEXANDRE ANDRADE DA COSTA
Figura 18 – O Estado de S. Paulo, 15 jun. 1944, p.1. A luta na Normandia.
CALEIDOSCÓPIO POLÍTICO 247
Figura 19 – O Estado de S. Paulo, 28 jun. 1944, p.2. A guerra no Oriente.
248 ALEXANDRE ANDRADE DA COSTA
Figura 20 – O Estado de S. Paulo, 25 jun. 1944, p.1. Os símbolos aumentavam e diminuíam de tamanho indicando o vencedor na guerra que se travou no leste.
CALEIDOSCÓPIO POLÍTICO 249
Figura 21 – O Estado de S. Paulo, 4 jul. 1944, p.1. A luta pela ocupação da Itália.
250 ALEXANDRE ANDRADE DA COSTA
Figura 22 – O Estado de S. Paulo, 9 jul. 1944, p.32. José Olympio assume a figura de “um legítimo bandeirante” no jornal publicado em nove de julho, inserido na página 32!.
CALEIDOSCÓPIO POLÍTICO 251
Figura 23 – O Estado de S. Paulo, 18 jul. 1944, p.16. As “bombas sem piloto”.
252 ALEXANDRE ANDRADE DA COSTA
Figura 24 – O Estado de S. Paulo, 15 ago. 1944, p.2. O ataque soviético à Alemanha.
CALEIDOSCÓPIO POLÍTICO 253
Figura 25 – O Estado de S. Paulo, 22 ago. 1944, p.2. A luta pela libertação de Paris.
254 ALEXANDRE ANDRADE DA COSTA
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264 ALEXANDRE ANDRADE DA COSTA
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266 ALEXANDRE ANDRADE DA COSTA
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SOBRE O LIVRO
Formato: 14 x 21 cmMancha: 23,7 x 42,5 paicas
Tipologia: Horley Old Style 10,5/141ª edição: 2010
EQUIPE DE REALIZAÇÃO
Coordenação-GeralMarcos Keith Takahashi
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