alguns impactos sociais do desenvolvimento …publicação do instituto de pesquisas e...
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Atualidades em Educação - n° 150 Ano 30
INDICE
Editorial 5
Meritocracia vacilante Cláudio de Moura de Castro
6
Para que servem as universidades? José Goldemberg
8
Educação tudo legal e tudo ruim Alexandre Barros
10
O desafio da alfabetização plena Antônio Matias
12
O supremo e a Olimpíada
14
Violência na educação: Pesquisa vai balizar a adoção de políticas de
prevenção e combate
15
Tecnologia educacional 70 milhões de brasileiros tem acesso à internet em
casa ou no trabalho
16
Educação em Foco
17
Normas para publicação na Atualidades em Educação
22
Atualidades em Educação - n° 150 Ano 30
Perfil Institucional
O Instituto de Pesquisas e Administração da Educação é uma organização social de iniciativa
privada que tem como objetivo o desenvolvimento da qualidade da educação. Atua nas áreas de
Administração da Educação, Informações Educacionais, Direito Educacional, Tecnologia em
Educação,Educação a Distância e Pesquisas Educacionais.
Atualidades em Educação
Publicação do Instituto de Pesquisas e Administração da Educação registrada no Cartório do registro Civil das
Pessoas Jurídicas do Rio de Janeiro sob o nº 3071, Livro A 04, em 10 de outubro de 1989
Exemplares arquivados na Biblioteca Nacional de acordo com Lei nº 10.944, de 14 de dezembro de 2004 (Lei do
Depósito Legal).
ISSN (International Standard Serial Number) nº 0103-071X conforme registro no Instituto Brasileiro de
Informação em Ciência e Tecnologia - IBICT (Centro Brasileiro do ISSN), vinculado ao Ministério de Ciência e
Tecnologia.
Editora do Instituto de Pesquisas e Administração da Educação cadastrada no ISBN (International Standard
Book Number) sob o nº 85927 conforme registro na Biblioteca Nacional.
Permitida a reprodução e disseminação, desde que citada a fonte.
Editor Responsável - João Roberto Moreira Alves
Consultores: Achilles Moreira Alves Filho; Agostinho Bacha Rizzo; Alexandre Domene Kuaik; Augusta Isabel
Junqueira Fagundes; Aurora Eugênia de Souza Carvalho; Bruno Lannes Aguiar Pacheco; Cayo Vinicius Honorato da
Silva; Cleiton Evandro Corrêa Pimentel; Cristiano George Campos Heinzel; Dalton da Silva e Souza ; Danilo Figueira
Gonçalves; Daruiz Castellani; Eduardo Desiderati Alves; Heloisa Teixeira Argento; Heraldo Pereira Duarte; Joice
Raddatz; José Alexandrino Neto; Juan Marcos A. Yañez; Luciano Santos da Silva; Luis Felipe Camêlo de Freitas; Luiz
Kelly Martins dos Santos; Marcia Romana de Oliveira Grassi; Marinaldo Baia Corrêa; Silvailde de Souza Martins da
Silva; Mathias Gonzalez de Souza; Mônica Ferreira de Melo; Neuza Maria Thomaz; Ney Stival; Roberto Desiderati
Alves; Roger Bédard; Sergio Henrique de Alcântara; Silvia Maria Pinheiro Bonini Pereira; Simone Marie Itoh de
Medeiros Teresa da Silva Rosa; e Wagner Digenova Ramos.
Edição e Administração Instituto de Pesquisas e Administração da Educação
Av. Rio Branco, 156 - Conjunto 1.926 - CEP 20040-901 -Rio de Janeiro - RJ - Brasil
http://www.ipae.com.br- e-mail:ipae@ipae.com.br
Perfil institucional O Instituto de Pesquisas Avançadas em Educação é uma organização social de iniciativa privada que tem como
objetivo o desenvolvimento da qualidade da educação. Atua nas áreas de Administração da Educação,
Informações Educacionais, Direito Educacional, Tecnologia em Educação, Educação a Distância e Pesquisas
Educacionais.
FICHA CATALOGRÁFICA
Atualidades em Educação
- Nº 1 (jul. 1983). - Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisas e
Administração da Educação - N.1 ; 29.5 cm - Bimestral
Publicação do Instituto de Pesquisas e Administração da Educação.
1. Educação - periódico I . Instituto de Pesquisas e Administração
da Educação. CDU37.312(05)
Atualidades em Educação - n° 150 Ano 30
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Editorial “A meritocracia vacilante” é o primeiro artigo que a revista Atualidades em Educação nº 150
traz à análise.
Outro trabalho, questiona “Para que servem as universidades”
“Educação - tudo legal e tudo muito ruim”, inspirado na declaração de Anísio Teixeira, mostra
um lado atual da educação brasileira.
Um quarto artigo destaca “O desafio da alfabetização plena”.
“O Supremo e a Olimpíada”, “Violência na educação” e notícias sobre “Tecnologia
educacional” complementam os aspectos educacionais do periódico.
Antes do encerramento há o destaque dos principais fatos educacionais que ocorreram no Brasil
e no mundo nos meses de agosto e setembro de 2012.
(*) João Roberto Moreira Alves
IPAE 201 (10/12)
Atualidades em Educação - n° 150 Ano 30
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A meritocracia vacilante Cláudio de Moura Castro (*)
Resumo – O texto destaca vivências ocorridas ao longo de décadas em
processos educacionais e em políticas e práticas verificadas no Brasil,
especialmente quando se exerce cargos e funções públicos. Compara épocas
distintas mas que trazem muita similaridade com momentos hoje vividos pelo
país.
Palavras chave – Gestão de entidades públicas; políticas
governamentais; cenários da educação brasileira.
Um regime de governo não pode ser descrito por uma ou duas palavras. Na verdade, é bicho
complexo, com lados bons e lados maus. Sua condenação ou absolvição resulta da aritmética de seus
vícios e virtudes. Os piores não deixam de ter virtudes e os melhores cometem seus pecados.
Absolvemos a nossa democracia presente, apesar dos seus pecados. O período militar teve suas
mazelas amplamente descritas, mas também teve suas virtudes. O importante é aprender as lições da
História. No presente ensaio discuto os vaivéns da meritocracia, que avançou no período dos militares,
mas tropeça depois.
Em 1979, dias após minha posse como diretor-geral da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (Capes), um alto dignitário do Ministério da Educação sentenciou:
"Infelizmente, a Capes não é mais a mesma. Imagine que um juiz, uma pessoa que merece todo o
nosso respeito, pediu à Capes uma bolsa para o filho. Foi negada!". De fato, uma das nossas vaidades
era operar puramente com regras técnicas ou meritocráticas.
Como diretor, recebia inúmeras visitas de políticos pedindo para seus afilhados a concessão de
bolsas de estudos para o exterior. Polidamente, anotávamos o pedido. Mas o papel ia para a pilha dos
outros, para serem julgados apenas no mérito. Se ganhasse o protegido do deputado, era porque seu
"peixinho" merecia. Somente transigíamos para pedidos de reconsiderar prazos perdidos. Mas iam
para a mesma pilha.
Chegavam também pedidos mais poderosos, do gabinete do ministro da Educação ou da Casa
Civil. Quando se acumulava um bom número, íamos ao ministro ou ao general Golbery e,
respeitosamente, perguntávamos se havia razões imperiosas para conceder bolsas a algum deles. Tanto
um quanto o outro passavam os olhos nos nomes e sempre diziam: "Não conheço nenhum desses". Na
verdade, eram pedidos dos amiguinhos dos funcionários dos gabinetes. Julgávamos apenas no mérito.
Poucos anos depois dirigi o Centro Nacional de Recurso Humanos (da Secretaria de
Planejamento, a Seplan), também em pleno regime militar. Chegando ao escritório, meus
colaboradores, esbaforidos, me comunicaram a criação do Finsocial, injetando o equivalente a US$ 2,6
bilhões em programas sociais. Hoje esse montante valeria mais que o dobro. A razão do rebuliço é que
cabia a nós propor a alocação desses espantosos recursos.
Filosoficamente, revelei o meu ceticismo quanto à disposição da Seplan de seguir as nossas
orientações. Mas tínhamos de fazer um trabalho sério e que refletisse as nossas percepções acerca da
melhor forma de distribuir os recursos. Em uma semana levamos a nossa planilha ao ministro.
Para nossa imensa surpresa, os lobbies, os interesses e os grupos de pressão foram ignorados.
Prevaleceu rigorosamente a sugestão apresentada por nós, certa ou errada. Era o lado bom do regime
militar.
Nessas duas agências que tive o privilégio de dirigir, as interferências políticas indevidas eram
mínimas e, quase sempre, contornáveis. Os exemplos citados ilustram o que vi em outros ministérios:
avanços da meritocracia, incipiente em períodos anteriores. Nem sempre se acertava, mas a intenção
era o bem comum.
Hoje temos uma democracia de verdade, apesar de um pouco sofrida. Nem pensar em trocá-la
pelo regime anterior! Vivemos num Estado de Direito. Temos garantias constitucionais, temos a
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liberdade individual das democracias mais maduras. Prevalece a liberdade de imprensa. Nosso
jornalismo investigativo é obstinado e perspicaz (em que pesem exageros e reputações injustamente
maculadas). Executivo, Legislativo e Judiciário costumam trocar caneladas e podem tropeçar, mas os
processos decisórios seguem os trâmites legais.
Contudo, nos últimos anos, houve retrocessos na prática da meritocracia, sobretudo pela
presença indevida de influências políticas, cegueira ideológica ou interesses corporativos dentro das
máquinas burocráticas. Ou seja, muitas decisões são mesquinhas ou apenas beneficiam pequenos
grupos, em vez de serem tomadas visando o bem comum.
Faz parte das regras do jogo que os dirigentes escolhidos estejam alinhados com aqueles que
ganharam nas urnas. Todavia está errado quando a conveniência política sacrifica a competência
técnica requerida. Ou seja, dentre os aliados há demasiadas escolhas de incompetentes (e até gente de
reputação discutível). Cargos de confiança viram moeda de troca no mercado persa da politicagem e
da partidarização dentro da máquina.
Em razão da malha de interesses de índole corporativista, para exercer suas funções os chefes
hoje mandam menos do que deveriam. As irregularidades e ofensas à moralidade pública são tratadas
com leniência, passando a mão na cabeça do menino e perdoando as travessuras.
Porém os pecados hoje observados não são inerentes ao sistema democrático, como se esse
fosse o preço a pagar para escapar do regime militar. Talvez até tenham sido inevitáveis no vácuo de
uma ascensão de partidos de origem popular. Mas não nos podemos contentar com uma degeneração
do processo decisório dentro do Estado. Isso não é inerente à democracia. Não passa de um entulho
adquirido no processo de transição.
Numa democracia o processo decisório é penoso, lento e tende a produzir leis imperfeitas,
quando não gera indecisões e impasses. Não obstante, dentro do campo de ação dos administradores
públicos, nas melhores democracias, os critérios técnicos têm mais peso e o compadrio, menos.
No regime militar desaprendemos muito sobre o funcionamento de uma democracia. Mas nem
tudo era pior. As escolhas de pessoas privilegiavam mais os méritos individuais e as decisões refletiam
mais fortemente uma vontade de fazer a coisa certa para a sociedade. Precisamos reaprender essas
lições, pois também fazem parte de uma real democracia.
(*) Doutor em Economia e pesquisador em Educação
IPAE 202 (10/12)
Atualidades em Educação - n° 150 Ano 30
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Para que servem as universidades José Goldemberg (*)
Resumo – As funções e missões das universidades sempre foram objeto de
estudo ao longo dos séculos e a cada momento há mais questionamentos acerca
de seu papel no mundo moderno. Sua autonomia é questionada por muitos
governos que entendem inexistir soberania e devam seguir as linhas gerais das
políticas públicas. O artigo mostra aspectos reflexivos sobre o presente e o
futuro da universidade e sua importância para as nações se desenvolverem.
Palavras chave – Universidade; autonomia e soberania; tendências da
educação
A universidade está sob ataque e os atacantes são internos e externos. Entre os "inimigos"
externos, um dos mais atuantes no momento é Peter Thiel, um importante executivo americano da área
de informática que oferece bolsas para que estudantes abandonem as universidades e criem empresas
nos Estados Unidos e na Europa, onde já existe, segundo ele, suficiente tecnologia disponível.
Em países industrializados já existe, de fato, muita tecnologia disponível, o que não significa,
contudo, que novos avanços não estejam ocorrendo todos os dias. O mesmo se aplicaria aos países em
desenvolvimento na Ásia, na África e na América Latina, que poderiam simplesmente copiar o que
deu certo nos Estados Unidos, na Europa e no Japão.
Essa visão imediatista e colonialista de Peter Thiel encontra aliados nos "inimigos" internos
das universidades públicas em nosso país, com greves infindáveis baseadas, em geral, em
reivindicações corporativas, que prejudicam não só estudantes, como também as pesquisas em
andamento. Se vivesse no Brasil, o executivo americano provavelmente apoiaria a greve e a
consideraria uma demonstração viva de que as universidades não são necessárias.
As ideias de Peter Thiel são incorretas em número, gênero e grau. Se fossem levadas a sério,
matariam a "galinha dos ovos de ouro" que é a pesquisa científica, na qual se origina a inovação
tecnológica.
Cientistas, de modo geral, são movidos por uma profunda curiosidade intelectual de entender
como as coisas funcionam. A glória, para eles, é conseguir estabelecer claramente a relação entre
causas e efeitos. Essas descobertas podem ter imensas consequências práticas e resultar em ganhos
financeiros. Raramente, no entanto, isso é feito pelos próprios cientistas, e sim por empreendedores
que põem em prática os seus ensinamentos.
Pode parecer divertido e lucrativo fazer jogos eletrônicos, iPads, Facebook, com as inúmeras
variantes dos computadores de hoje, e se tornar bilionário. Sucede que esses desenvolvimentos só se
tornaram possíveis com a invenção dos transistores na década de 50 do século passado, a qual não
teria sido possível sem a evolução da física moderna nos anos 1930.
Além disso, nos países em desenvolvimento o problema não é só copiar o que os países
industrializados fizeram antes, mas escolher o que copiar. Para fazê-lo é preciso haver cientistas
capazes de entender a ciência e a tecnologia moderna, que é o que universidades normalmente fazem.
Em muitos casos, copiar não basta porque são necessárias adaptações ao uso de materiais disponíveis
nessas nações e às condições locais.
Países como a China estão se beneficiando extraordinariamente desse modo de fazer as coisas,
combinando boas escolhas com mão de obra barata. A prioridade para a China não tem sido o mercado
interno, mas o imenso mercado mundial, onde os padrões de qualidade dos produtos consumidos são
elevados e existe competição. Daí a necessidade de usar tecnologias modernas e também o papel da
inovação, cuja função é descobrir a melhor maneira - e a mais econômica - de fabricar os produtos.
Não é o que está ocorrendo no Brasil, onde o protecionismo alfandegário dificulta a entrada de
produtos do exterior e a indústria se concentra em atender o mercado interno, que é pequeno, apenas
cerca de 2% do mercado mundial, abrindo mão de competir nos 98% restantes, como faz a China. Na
ausência de competição, a indústria nacional utiliza frequentemente tecnologias obsoletas, por não ter
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motivos fortes para inovar. Quando as barreiras alfandegárias caem, a indústria pode simplesmente ser
levada à falência, como se deu em 1990 com a indústria têxtil, que não tinha acesso à tecnologia
moderna.
Qual o papel das universidades neste panorama?
Historicamente, o sistema produtivo, tanto nos países industrializados como nas nações em
desenvolvimento, gera demandas do setor universitário. As principais das quais são as seguintes:
A necessidade de garantir acesso a novas matérias-primas à medida que as tradicionais se
tornam difíceis de obter.
A procura de novas soluções, forçada pelas restrições ambientais.
Automatização crescente dos processos industriais, que resolve problemas de aumento de produção,
mas pode criar gargalos técnicos cuja solução exija inovações.
Mudanças de padrões de consumo e os desenvolvimentos tecnológicos que eles possam exigir.
A competição é o grande motor da busca de inovações. Quando ela não existe, o sistema
produtivo definha e morre. Exemplo disso é o que ocorreu na extinta União Soviética, onde os setores
científicos e universitários que trabalhavam em áreas em que o governo tinha grande interesse - armas
nucleares e foguetes para lançamento de ogivas nucleares - foram privilegiados e tiveram enorme
sucesso. Já o desenvolvimento de produtos de consumo que melhorariam as condições de vida da
população tinham baixa prioridade e baixo envolvimento dos cientistas e das universidades, e essa foi
uma das causas do desmoronamento do sistema soviético.
Daí a necessidade de manter universidades de alto nível, isto é, centros de estudos, pesquisas e
inovação, como é feito na Europa há quase mil anos. São as grandes universidades de hoje, algumas
delas no Brasil, que produzem as novas ideias e novas tecnologias que vão dar, amanhã, origem a
empreendimentos comerciais, e não o contrário. É uma ilusão esperar que elas, por si sós, modernizem
o sistema produtivo, mas precisam estar preparadas para responder às demandas da sociedade.
É por essa razão que qualquer medida que leve à redução da qualidade e do potencial das
universidades brasileiras, como a criação de cotas raciais, por exemplo, é equivocada.
(*)Presidente do Conselho de Sustentabilidade da Fecomercio - SP.
IPAE 203 (10/12)
Atualidades em Educação - n° 150 Ano 30
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Educação - tudo legal e tudo muito ruim Alexandre Barros (*)
Resumo- O artigo parte de princípios de Anisio Teixeira e permite uma visão
contemporânea de mudanças ocorridas ao longo dos anos na educação
brasileira. Permite uma grande reflexão sobre pontos positivos e negativos que
se apresentam nas escolas de educação básica e superior e aponta para
mecanismos que permitam a melhoria da qualidade da educação nacional.
Palavras chave – História da educação; políticas públicas; avaliação da
educação brasileira.
O título é de Anísio Teixeira, na década de 1950. E continua na mesma.
A paixão da educação brasileira é a burocracia. Tudo é legalmente correto, mas os resultados
são pífios. Os currículos são fixados e fiscalizados pelo Ministério da Educação (MEC) e terminam em
exames que medem todos os alunos com a mesma régua. Não importam as suas preferências
intelectuais e pretensões profissionais. Bem-sucedido é quem tira as melhores notas em todas as
matérias, só que a vida e os progressos não são medidos assim. Uns serão capazes em umas coisas e
outros, em outras. "Eu não posso fazer isso, mas posso fazer aquilo" e são as diversidades que
alimentam o progresso, não as homogeneidades. Mal educamos a maioria dos alunos para as coisas
que eles não gostam de fazer e fracassamos em ensinar-lhes o que eles gostam.
Todos sabemos, já no segundo grau, definir nossa direção básica: ciências humanas e sociais
ou exatas. O gargalo são as exatas.
Perguntei a um professor de Matemática, defensor apaixonado da necessidade de todos
saberem altas matemáticas, para que elas serviam. Sua pronta resposta: "Para calcular o tamanho dos
planetas e a distância entre eles". Segunda pergunta: e quando foi a última vez que o senhor precisou
calcular o tamanho de um planeta? Ele coçou a parte de trás da cabeça, sorriu e disse: "Só quando eu
estava na escola". Isso não é uma diatribe para que não se ensinem ciências exatas na escola, mas a
maneira de ensinar pode e deve variar, dependendo do propósito, das vocações e das intenções de cada
aluno.
Hoje o acesso às informações está gigantescamente expandido. Fora da internet, há ciência nos
canais de TV do tipo Discovery e seus desdobramentos, como há nos seriados policiais CSI, Criminal
Minds e Numbers. Isso basta para quem não vai ser cientista exato. Para quem vai há necessidade de
saber mais sobre cálculos e experimentos. Fica, então, a pergunta: por que tentar enfiar
paralelepípedos em buracos cilíndricos e esperar que eles coincidam exatamente?
Autoritarismo burocrático é a resposta. É assim "porque tem de ser assim". Os professores
ensinam o que sabem, sem poder mudar currículos, e de olho nos testes estandardizados por meio dos
quais o MEC insiste em que todos usem o mesmo tamanho de sapato, não importando o tamanho do
pé.
Na década de 1990 a Universidade Estácio de Sá criou cursos com aulas das 11 da noite à 1 da
madrugada. O MEC não autorizou. A razão alegada: ninguém pode estudar a sério nesse horário.
Depois de idas e vindas burocráticas, acabaram autorizados e foram um grande sucesso. Havia
público, que, pelas mais variadas razões, se sentia bem e rendia melhor nesse horário.
No ano passado, com a falta de mão de obra especializada, o Senai, que não é controlado pelo
MEC, criou cursos na área de metalurgia, nas favelas do Complexo do Alemão, das 4 da madrugada às
7 da manhã. Estavam duros de gente e havia fila na porta (O Estado de S. Paulo, 31/7/2011). Na
ausência do preciosismo autoritário-regulatório do MEC, os cursos foram criados para atender às
necessidade do mercado e aos interesses dos candidatos.
Atualidades em Educação - n° 150 Ano 30
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Isso nos leva à conclusão de estudo recente de Simon Schwartzman: educação e crescimento
econômico estão ligados, só que, ao contrário do que o senso comum pensava, é o crescimento
econômico que empurra a educação, e não esta que puxa o crescimento.
As grandes universidades tecnológicas norte-americanas, criadas e financiadas pelos
milionários do fim do século 19 e início do século 20, como John Rockefeller, Andrew Carnegie,
Andrew Mellon e Leland Stanford, surgiram não porque a burocracia exigia ou gostava, mas porque a
continuação do crescimento capitalista das fortunas dos robber barons dependia da formação de
profissionais. No Brasil tudo fica na mão do governo, que pouco sabe do que o crescimento precisa e
segue iludido achando que é a educação que puxa o desenvolvimento.
Sofro de discalculia (dificuldades em matemática, Estado, 9/4/2009). Pouco aprendi na escola
nessa matéria, mas era fascinado pelos conceitos e princípios matemáticos descritos por Malba Tahan
em O Homem que Calculava (Editora Record). Aprendi muito com o Laboratório Químico Juvenil -
fornecia substâncias que, quando misturadas corretamente, produziam tinta de escrever invisível, cores
ou fumaça - e com o Poliopticon, cheio de lentes e tubos que me permitiam fazer desde microscópios
até lunetas para ver as vizinhas trocando de roupa.
Cedo aprendi o básico sobre perfuração de petróleo em O Poço do Visconde, de Monteiro
Lobato, originalmente publicado em 1937. Mais recentemente, entendi muitos conceitos de estatística,
que tentaram ensinar-me por meio de fórmulas e cálculos, lendo o Desafio aos Deuses: A Fantástica
História do Risco, de Peter L. Bernstein (Campus, 1997).
Nunca iria ser cientista exato, mas tudo isso foi importante para entender o mundo. Com o
Tesouro da Juventude (uma coleção de livros que era como que uma mescla das revistas
Superinteressante e Galileu) aprendi a fazer uma porção de coisas que currículos e professores
insistiam em não ensinar ou em fazê-lo de maneira errada.
Ou bem passamos a fornecer educação customizada, tal como vendemos sapatos dos tamanhos
e modelos adequados aos pés dos clientes, ou vamos continuar a seguir a sina de Anísio Teixeira. Na
educação tudo seguirá sendo legal, mas continuará sendo muito ruim e não funcionando.
Nisso desperdiçaremos dinheiro dos pagadores de impostos, que terão a ilusão de que a
educação será melhor apenas porque o governo gasta mais dinheiro e insiste em formar todos para se
tornarem cientistas e literatos, quando a grande demanda do crescimento vai em outra direção.
(*) PH.D. EM CIÊNCIA POLÍTICA (UNIVERSITY OF CHICAGO), É CONSULTOR EM RISCO POLÍTICO
IPAE 204 (10/12)
Atualidades em Educação - n° 150 Ano 30
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O desafio da alfabetização plena -
Antonio Matias(*)
Resumo – A necessidade das empresas em contar com recursos humanos
dotados de capacidade de conhecer os novos desafios que se apresentam para
todos os segmentos é tratado no presente artigo que possibilita, ainda, uma
análise de mercado de trabalho no Brasil e da importância de existência de
instituições de ensino contextualizadas com o futuro.
Palavras chave – Alfabetismo funcional; tendências de mercado; profissionais
do futuro.
A publicação do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf) 2011, pesquisa realizada pelo
Instituto Paulo Montenegro/Ibope e pela Ação Educativa, evidencia um triste diagnóstico cujo
conhecimento é de fundamental importância para mobilizar a sociedade a desenvolver estratégias que
superem esse grave problema: o aumento de escolarização, embora tenha sido essencial nas últimas
décadas, não foi suficiente para assegurar a alfabetização plena.
A análise da série histórica do estudo, que vem sendo realizado periodicamente nos últimos
dez anos, mostra que apenas um em quatro brasileiros atinge nível pleno nas habilidades de leitura,
escrita e Matemática. Ou seja, é capaz de ler e interpretar textos mais longos, analisar e relacionar suas
partes, realizar inferências e sínteses, além de resolver problemas que exigem maior planejamento e
controle.
Além disso, apesar de ter ocorrido uma redução do analfabetismo absoluto e da alfabetização
rudimentar, só 62% dos que têm curso superior e 35% dos que têm ensino médio completo estão no
patamar dos plenamente alfabetizados. Em ambos os casos, essa proporção é inferior à observada no
início da década.
O Inaf também revela que um em cada quatro brasileiros que cursam ou cursaram até o Ensino
Fundamental II ainda está classificado no nível rudimentar, sem avanços em todo o período, ou seja,
consegue ler apenas textos curtos e fazer operações simples, como manusear dinheiro para o
pagamento de pequenas quantias.
Olhar a estagnação dos dados de plena alfabetização entre 2001 e 2011 nos permite vislumbrar
a situação de uma geração: são poucas as chances de um jovem que concluiu o ensino médio ter
alterado na última década sua proficiência linguística, adquirindo, assim, condições para se
desenvolver no mundo profissional e social e desfrutar todas as possibilidades de uma sociedade que
exige cada vez mais capacidade de expressão e de absorção de conhecimento.
Importante valorizar a mobilização crescente que envolve os setores público, privado e as
organizações sociais para que a educação pública se torne prioridade nacional, o que já está dando
frutos. A ampliação do acesso ao ensino fundamental, a crescente inserção de programas de educação
integral nas escolas públicas e a utilização de sistemas de avaliação que ajudam a estabelecer metas e a
mensurar resultados de aprendizado foram pontos essenciais para o desenvolvimento de políticas
públicas mais eficazes na educação.
Divulgado na semana passada, o National Assessment of Educational Progress , estudo do
Programa de Política de Educação e Governança da Universidade Harvard que analisa 49 países,
mostrou que o Brasil ocupa a terceira posição no ranking daqueles em que a qualidade do ensino mais
avançou entre 1995 e 2009 (de 2000 a 2009 no caso brasileiro). Contudo os brasileiros continuam com
desempenho inferior ao de países que tiveram até retrocesso na qualidade do ensino.
Os dados resultantes dessa pesquisa convergem com os resultados do Programa Internacional
de Avaliação de Alunos (Pisa) em 2010, em que o Brasil ocupou o terceiro lugar em crescimento entre
todos os participantes. Mas não se pode esquecer que saímos do penúltimo lugar, portanto, todos os
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esforços ainda não podem ser considerados suficientes para oferecer a crianças e jovens brasileiros
educação pública de qualidade.
Não há dúvida de que a reversão desse quadro demanda dos investidores sociais privados
sensibilidade para essa questão, tão essencial ao desenvolvimento humano. Exige ainda um olhar
atento para aprofundar o entendimento dessas informações como ponto de partida para escolhas
estratégicas de atuação, buscando sinergia e potencializando as intervenções, para evitar sobreposições
e fortalecer áreas de ação conjunta.
A constatação de que o grande avanço na cobertura da educação nesta década não tem
representado maior aprendizado nas competências de alfabetização plena aponta a necessidade de
repensar formas de ensino para os que frequentam hoje as escolas públicas. Nesse ponto, institutos e
fundações empresariais podem ser parceiros importantes do poder público, contribuindo com o
desenvolvimento de metodologias inovadoras, aproveitando sua possibilidade de trabalhar com
pequenos grupos, sem o compromisso inicial de ganho de escala.
É necessário ainda estruturar estratégias de mobilização social em favor do tema e fortalecer
ações de advocacy junto ao poder público, com o intuito de contribuir para dar suporte a boas
iniciativas políticas, que passam a ser respaldadas pela demanda qualificada da sociedade. Torna-se
cada vez mais necessário, tendo em vista a busca por bons resultados educacionais, que os projetos
sejam realizados em estreita parceria com os desenvolvedores e implantadores das políticas dessa área.
Para isso é preciso repensar a forma de atuação, fortalecendo o trabalho junto às equipes técnicas das
secretarias e deixando o protagonismo para as equipes responsáveis pelas escolas públicas. Vínculo e
aproximação são palavras-chave para que a iniciativa privada realmente possa contribuir para os
avanços necessários.
O conhecimento dos dados do Inaf aponta para uma reorientação importante na forma de
atuação do investimento social na educação. Sendo essa a área de maior investimento privado no
Brasil, a expectativa de resultados também deve ser grande. Para isso há que investir com foco em
resultados, com a expectativa de gerar retorno. E o retorno social esperado do investimento na área
educacional é, em primeiro lugar, a boa formação humana das novas gerações, garantido suas
condições de desenvolvimento pleno. E nosso país só será plenamente desenvolvido se enfrentar seu
mais importante desafio, fazendo da educação a grande prioridade nacional.
(*) VICE-PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO ITAÚ SOCIAL, É MEMBRO DO CONSELHO DE GOVERNANÇA DO
MOVIMENTO TODOS PELA EDUCAÇÃO
IPAE 205 (10/12)
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O Supremo e a Olimpíada
“Torcer faz bem à alma, mas o julgamento do mensalão será um estímulo
para que se pense mais e melhor”
Quis a sorte que o julgamento do mensalão coincidisse com um pedaço dos Jogos de Londres.
Quem viu o drama da eliminação de Rafaela Silva no judô deve reconhecer que o Supremo Tribunal
Federal está investido da mesma prerrogativa exercida pelos árbitros que desclassificaram a atleta
brasileira. Torcer é uma escolha pessoal, aceitar as regras é obrigação coletiva. Quando Rafaela perdeu
a luta, a decisão parecia incompreensível, sobretudo para quem torcia por ela e para quem não conhece
as regras da luta. Explicada a decisão, ela foi aceita pela própria atleta: "Eu senti que ela estava
descendo e pus a mão na perna dela. Infelizmente, cometi um erro. Foi minha primeira Olimpíada e
agora isso serve de exemplo".
Tanto para quem quer assar os réus do mensalão como para Lula, que já julgou o caso
classificando-o como "farsa", o exemplo de Londres deveria orientar as reações aos votos dos
ministros do Supremo. (Nosso Guia não esclareceu se os ministros serão atores ou juízes.)
Numa outra dimensão, o julgamento do Supremo e os votos de seus ministros merecem ser
discutidos pelas suas argumentações e pela sua essência. Há poucos meses, duas cortes julgaram casos
que dividiam as sociedades brasileira e americana. Aqui, por unanimidade, julgou-se constitucional a
política de cotas nas universidades públicas. Lá, a constitucionalidade da reforma da saúde pública
defendida pelo companheiro Obama e aprovada pelo Congresso prevaleceu por 5 x 4.
Infelizmente, em Pindorama quem era a favor das cotas continuou a favor, e quem era contra,
contra continuou. Todos com os mesmos argumentos. Não se ouviu uma só voz analisando o voto do
relator, ministro Ricardo Lewandowski. Descontados alguns floreios, foi uma peça estudada, bem
argumentada. Fora da corte Lewandowski não teve audiência. Com a Corte Suprema americana deu-se
o contrário, houve um sincero interesse na compreensão do voto do juiz John Roberts, que desempatou
a votação. Ele evitou a divisão provocada pela discussão da liberdade de comércio e deu razão a
Obama, entendendo que o Congresso tem direito de criar impostos. Houve quem concordasse e quem
discordasse, mas seus argumentos foram levados em conta. O debate das cotas brasileiras continuou
pobre pelo desinteresse da discussão do voto de Lewandowski. A controvérsia americana enriqueceu-
se com o voto de Roberts.
Se os advogados e os ministros resolverem falar português compreensível, prestarão um
inestimável serviço ao Judiciário, permitindo que a população entenda o que dizem. Lembrar que o
parágrafo 8º do artigo 30 diz isso ou aquilo não quer dizer nada. É um pernosticismo que às vezes
esconde um argumento central embaraçoso.
À plateia restará a oportunidade de acompanhar um julgamento procurando entender os
argumentos apresentados. Quem já está com a cabeça feita não precisa perder seu tempo. Ficará alegre
ou triste, como se saísse de uma competição esportiva, perdendo a oportunidade de enriquecer seu
sentido de justiça. Além disso, contribuirá para uma blindagem estapafúrdia do Supremo. Como não
se entende direito o que ele diz e como cada um já tomou sua decisão, todo mundo perde, inclusive a
corte.
Fonte - ELIO GASPARI - Folha de S. Paulo
IPAE 206 (10/12)
Atualidades em Educação - n° 150 Ano 30
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Violência na educação: Pesquisa vai balizar a
adoção de políticas de prevenção e combate
Uma ampla pesquisa em todas as redes escolares do país, com avaliações de aspectos
relacionados à violência, desde o consumo de drogas até o bullying eletrônico, é o propósito de termo
de convênio que o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, firmou com o Conselho Federal de
Psicologia (CFP). A solenidade de assinatura ocorreu na abertura da 2ª Mostra de Práticas
Psicológicas, que se realiza no Parque do Anhembi, em São Paulo.
A iniciativa, segundo o ministro, envolve ainda oito universidades federais e todo o
movimento social ligado ao tema. “Queremos ter as informações para formular políticas públicas que
ataquem problemas de convivência e comportamento de alunos e professores”, afirmou. “Nosso
objetivo é produzir material didático e pedagógico dirigido a todos os públicos envolvidos, além de
capacitar professores para lidar com situações em sala de aula que envolvam consumo de drogas,
homofobia, bullying e assim por diante.”
Na abertura do encontro, o ministro lembrou que o Brasil tirou mais de 40 milhões de pessoas
da situação de miséria e as inseriu na sociedade de consumo. “Agora, precisamos da psicologia para
nos ajudar a firmar a educação, a ciência e a tecnologia como eixo de um desenvolvimento realmente
sustentável.”
Mercadante admitiu que o Ministério da Educação anseia por esse levantamento para tratar de
temas como a evasão da juventude no ensino médio, a questão da tolerância, o combate à Aids e à
gravidez precoce. “Não podemos nos acomodar”, disse. “Precisamos do conhecimento e da vivência
de vocês”, disse o ministro a 25 mil psicólogos de toda a América Latina reunidos na capital paulista.
IPAE 207 (10/12)
Atualidades em Educação - n° 150 Ano 30
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Tecnologia educacional - 70 milhões de
brasileiros tem acesso à internet em casa ou no
trabalho
No Brasil, 70,9 milhões de pessoas já têm acesso à internet no local de trabalho ou na
residência, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira (25) pelo Ibope. É a primeira vez que esta
marca é superada no país, já que no mês anterior eram 68 milhões de indivíduos. O número representa
um aumento de 7% nos últimos seis meses e de 16% em um ano.
Ao somar o acesso à internet em todos os ambientes, como domicílio, trabalho, escola, lan
house e outros, o número de pessoas sobe para 83,4 milhões.
O maior crescimento do acesso ocorre em residências: 67,8 milhões já usam a internet em casa,
o que representa um aumento de 17% em um ano e de 41% em dois anos. Ao ser comparado com outros
países analisados pela pesquisa do Ibope - como Itália, França, Reino Unido, Estados Unidos e Japão -,
o Brasil é o que registra o maior crescimento do acesso à internet domiciliar.
Este aumento do uso da internet em casa acompanha o crescimento das conexões de banda
larga de maior velocidade. Em agosto de 2010, 17% dos usuários com acesso nas residências tinham
conexões com velocidade superior a 2 Mb. Em agosto deste ano, cerca de 45% possui este tipo de
conexão.
Ainda em agosto, em relação à julho de 2012, os sites que mais cresceram foram os portais, os de livros
digitais e os de trabalhos escolares.
IPAE 208 (10/12)
Atualidades em Educação - n° 150 Ano 30
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Educação em Foco
A revista Atualidades em Educação destaca, na presente edição, os principais fatos que
marcaram o setor no Brasil e no mundo, nos meses de julho e agosto de 2012.
Julho
Durante o mês de julho de 2012 os principais acontecimentos sobre educação no Brasil e no
exterior podem assim ser sintetizados.
O Conselho Nacional de Educação realizou a cerimônia de posse dos novos membros que
passaram a integrar as Câmaras de Educação Básica e de Educação Superior. Logo a seguir o órgão
elegeu seus novos dirigentes.
O Programa Universidade para Todos, do Ministério da Educação, terminou a fase de
inscrições e registrou 456.973 candidatos, totalizando 874.273 pleitos. Esse ano cada estudante teve o
direito de fazer até duas opções de cursos. Foram oferecidas 90.311 bolsas de estudos de graduação
em 1.316 instituições particulares de educação superior de todo o país.
O Ministro da Educação instituiu o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa. É um
pacto com os entes federativos para que possa existir uma melhoria do nível de escolaridade dos
jovens. O instrumento envolve as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação e prevê um
conjunto de ações para que as crianças tenham conhecimentos gerais que permitam o reconhecimento
universal como alfabetizados.
O Ministério das Comunicações editou a portaria estabelecendo detalhes para concessão de
autorização para funcionamento de emissoras de rádio e televisão educativas.
Um outro fato que mereceu destaque foi realizado partir dos dados disponibilizados pelo
Ministério da Educação. Foi desenvolvido um levantamento sobre os números da educação superior
no Brasil. Existem 2.666 instituições, sendo 183 universidades (6,86%), 166 centros universitários
(6,23%) e 2.317 (86,91%). No tocante às redes, 2.378 são mantidos pela livre iniciativa (89,2%) e 288
pelo Poder Público (10,8%), sendo 103 federais, 116 estaduais e 69 municipais. Quanto à finalidade já
se nota que 1.118 (47,01%) objetivam lucro. Desse conjunto, são 20 universidades, 32 centros
universitários e 1.066 faculdades. Já as sem fins lucrativos atingem a 1.260 (52,99%), sendo 64
universidades, 89 centros universitários e 1.107 faculdades.
O Indicador do Alfabetismo Funcional (Inaf) 2011-2012 apontou que apenas 38% dos
brasileiros com curso superior possuem nível suficiente de leitura e escrita. Já entre a população com
ensino médio completo, este número fica em 35%.
Já no âmbito das leis, a Presidente da República sancionou a norma instituindo o Programa de
Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento das Instituições de Ensino Superior (PROIES).
Referido programa permite que as mantenedoras de universidades, centros universitários e faculdades
possam quitar seus débitos tributários federais, vencidos até 31 de maio de 2012, através de bolsas de
estudos. Há alguns requisitos para o enquadramento, mas é certo que irá beneficiar centenas de
entidades.
Mais uma lei foi editada, desta vez para instituir o Dia Nacional do Compromisso com a Criança, o
Adolescente e a Educação. A data será comemorada anualmente no dia 21 de novembro.
Foi sancionado com vetos pelo Executivo, o texto aprovado pelo Congresso Nacional para
uma Medida Provisória. Foi transformada em lei a medida que versa sobre diversos temas, inclusive a
troca das dívidas de universidades privadas por bolsas de estudo. A lei prevê que 90% das dívidas das
universidades, o equivalente a R$ 13,5 bilhões, serão transformadas em bolsas do programa Prouni. Os
10% restantes deverão ser pagos em espécie no prazo de 15 anos, que começa a ser contado a partir de
julho de 2013. A ideia é beneficiar cerca de 300 mil alunos.
Atualidades em Educação - n° 150 Ano 30
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Professores de universidades e institutos federais de ensino permaneceram, por mais um mês,
em greve.
Dentre os eventos, foi realizada a 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da
Ciência (SBPC), em São Luís, no Maranhão. O tema escolhido para este ano foi “Ciência, Cultura e
Saberes Tradicionais para Enfrentar a Pobreza”, que pretende debater a questão da inclusão social.
Realizada desde 1948, com a participação de autoridades, gestores do sistema nacional de
ciência e tecnologia (C&T) e representantes de sociedades científicas, a Reunião é um importante
meio de difusão dos avanços da ciência nas diversas áreas do conhecimento e um fórum de debates de
políticas públicas em C&T.
Por fim, dentre os destaques nacionais, o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (Inep) lançou o Guia de Redação do Enem 2012. A publicação é voltada para a preparação
dos estudantes que participarão do Exame Nacional do Ensino Médio.
Quanto às notícias internacionais iniciamos pela que destaca que o Brasil caiu nove posições
no ranking dos países mais inovadores do mundo. Agora o país ocupa a 58ª colocação na lista lançada
pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual e pelo instituto Insead, a principal do mundo no
setor.
Os principais desafios do Brasil, apontados pelo estudo foram a qualidade do ensino superior e as
condições para investir em ciência. O país está atrás de nações como Chile, África do Sul, Sérvia e
Bulgária. O líder do ranking é a Suíça, seguida pela Suécia, Cingapura e Finlândia.
Uma outra nota da grande imprensa foi a medida adotada por militares no Japão. Foram
abertas novas creches que funcionam 24 horas por dia, sete dias por semana em bases militares com o
objetivo de evitar que as mulheres abandonem a carreira nas forças de defesa do país para criar os
filhos.
Dentro dessa mesma linha, uma decisão de uma empresa britânica vem gerado polêmica entre a
comunidade educacional do Reino Unido. A companhia, visando ajudar seus funcionários, está
permitindo que eles levem seus filhos para o escritório.
A Quacquarelli Symonds (QS) divulgou ontem o ranking por disciplina de instituições de
ensino superior do mundo inteiro. A Universidade de São Paulo (Usp) foi a que teve o melhor
desempenho e figura entre as superiores do mundo em 27 disciplinas, sendo que, em cinco delas,
ocupa até a 50ª colocação.
Foi relevado pela mídia que algumas universidades de administração americanas têm
intensificado suas atuações em mestrados mais curtos, ou cursos de especialização. Com duração
média de apenas um ano, esses cursos, em áreas como gerência e contabilidade, estão sendo
direcionados a profissionais recém-formados e com pouca nenhuma experiência. Este segmento de
curso existe com mais força na Europa e agora está ganhando adesão de várias instituições nos Estados
Unidos.
Os governos do Brasil, Reino Unido e o Museu da Ciência assinaram uma carta de intenções
visando o fortalecimento das relações políticas, educacionais, científicas e culturais entre as partes
envolvidas. O acordo foi confirmado durante a visita da comitiva presencial que visita Londres para a
abertura dos Jogos Olímpicos. Um dos pilares da parceria é o desenvolvimento de trabalhos conjuntos
em diversas áreas, entre elas, educação científica e tecnológica; capacitação e aperfeiçoamento de
professores de ciências, e desenvolvimento de material de apoio para o ensino da ciência. O Museu da
Ciência de Londres foi fundado em 1857 e conta com uma coleção de mais de 300 mil itens.
Por fim registrou-se que o Canadá voltou a ser palco de protesto de estudantes, que reclamam
do aumento do valor das mensalidades do país. A manifestação ocorrida em julho é mais uma da série,
que começou ainda no início de 2012.
Atualidades em Educação - n° 150 Ano 30
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Agosto
O segundo semestre de cada ano é marcado pelas avaliações feitas, especialmente pelo Poder
Público, quanto aos alunos matriculados no ensino médio e superior.
Tanto o Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM), como o Exame Nacional de Desempenho
dos Estudantes (ENADE), ambos sob a responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anisio Teixeira, vinculado ao Ministério da Educação, vem sendo decisivo para projetar
as instituições no mercado. Os rankings que acabam sendo feitos influenciam fortemente no mercado
educacional. Atualmente o posicionamento de cada escola, faculdade, centro universitário ou
universidade numa escala de posições reflete de forma direta no número de alunos. É necessário que,
além da boa qualidade de ensino, exista também um excelente processo de motivação dos alunos
quanto à importância da avaliação. O índice de satisfação do "cliente" deve ser aferido, com adoção de
mecanismos que possam mudar quadros de insatisfação que acabam refletindo na hora dos exames. A
ação dos dirigentes, coordenadores e professores deve ser orquestrada para que sejam buscadas, de
forma incessante, as avaliações positivas. Dentro desse cenário foi iniciado o período letivo no campo
da educação brasileira.
O Ministro da Educação editou a portaria dispondo sobre a integração dos Serviços Nacionais
de Aprendizagem ao Sistema Federal de Ensino. A medida faz com que se retire da competência dos
Sistemas Estaduais de Ensino o direito de legislar e supervisionar as entidades do sistema "S" no que
tange aos cursos técnicos de nível médio. Apesar de serem escolas particulares de educação básica, o
SENAC, SENAI, SESI e outros semelhantes, não mais vão se subordinarem às Secretarias Estaduais
de Educação e as autorizações de cursos serão feitas pelos seus colegiados, havendo o
acompanhamento da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação.
O ano legislativo foi reiniciado a 1° de agosto, tanto na Câmara dos Deputados, como no
Senado Federal. As Comissões de Educação agendaram sessões e audiências públicas para os meses
de agosto e setembro. Considerando que em outubro existirão eleições municipais, haverá um esforço
concentrado para permitir que a segunda metade de setembro seja praticamente dedicado à apoio a
prefeitos e vereadores nas cidades brasileiras. O primeiro semestre foi marcado por uma baixa votação
de projetos de lei, tendo em vista, especialmente o chamado "trancamento de pauta" pela necessidade
de votação de medidas provisórias.
Uma pesquisa mostrou que o Brasil ocupa a 72ª posição no ranking global de conectividade,
que compara o acesso a celular, telefone fixo, computador e internet em 156 países. O índice do país é
de 51,25%, um pouco acima da média global, que é de 49,1%. Os países com indicadores mais
avançados são Suécia, Islândia, Cingapura, Nova Zelândia e Holanda. Os Estados Unidos da América
ocupam a 31ª posição. Entre os BRICs, a Rússia está em primeiro lugar (embora esteja em 49º lugar),
seguindo-se a China (68º), Brasil e India (na 123ª posição). Esse indicativo é relevante para as
universidades, centros universitários, faculdades e escolas que possuem programas de educação a
distância pois aumenta significativamente o mercado consumidor de cursos formais e não formais.
Representa um aspecto positivo também para as unidades educacionais que atuam apenas com a
metodologia presencial, pois aumenta o alcance de relacionamento com os alunos que estão cada vez
mais conectados.
Uma outra pesquisa mostrou que, atualmente, apenas 44% dos alunos que entram na educação
básica concluem o ensino médio. Desses 44, metade abandona as salas de aula e somente 12 chegam à
universidade, conforme dados coletados no ano passado pelo Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Um dos principais motivos para esses índices é a
inadequação do ensino médio à realidade dos jovens. Uma comissão especial da Câmara pretende
ajudar a resolver o problema. Visando melhor esse quadro, foi instalada em maio de 2012 uma
Comissão Especial da Reformulação do Ensino Médio que reúne 24 deputados de 13 partidos
A 22ª Bienal Internacional do Livro foi realizada em São Paulo. O evento aconteceu no
pavilhão de Exposições do Anhembi, na capital paulista. O tema escolhido para esta edição foi “Livros
transformam o mundo, livros transformam pessoas” tendo sido registrada a presença de mais de
setecentos e cinquenta mil pessoas. Foram contabilizados cento e vinte mil jovens que representa um
Atualidades em Educação - n° 150 Ano 30
20
futuro para o mercado editorial. Existiram seiscentos e cinquenta palestras e um mil e oitocentos novos
lançamentos.
O Governo Federal editou as duas leis alterando normas sobre o ensino da marinha e no
exército brasileiros. As mesmas exigem escolaridade anterior (feitas em escolas públicas ou
particulares, civis ou militares) para ingresso em cursos de formação de militares.
Apesar dos esforços dos atletas, o Brasil teve um fraco desempenho nas Olimpíadas de
Londres, mostrando que há muito a se fazer até 2016, quando o Rio de Janeiro sediará maior
competição mundial. Ficamos na vigésima segunda posição, com apenas dezessete medalhas (três de
ouro, cinco de prata e nove de bronze). Os Estados Unidos da América, primeiro colocado, obteve
cento e quatro, sendo quarenta e seis de ouro. Nações pequenas e que atravessam graves crises, como
o Irã, ficaram à frente do Brasil. Os investimentos alocados nesses últimos anos mostraram que o que
falta não são recursos, mas sim, uma política pública voltada para os esportes. O Brasil tem a
obrigação de se dedicar fortemente à causa e cabe à sociedade civil organizada aliar-se aos poderes
constituídos para que tenhamos bons resultados. Cabe, especialmente, às escolas o exercício de um
papel preponderante nessa empreitada.
Segundo um estudo, a educação brasileira avançou nos últimos anos. É o que aponta o índice
de desenvolvimento da educação básica de 2011. O Brasil, de acordo com os dados, atingiu as metas
estabelecidas em todas as etapas do ensino básico — anos iniciais e anos finais do ensino fundamental
e ensino médio. Nos anos iniciais, o Ideb nacional alcançou 5,0. Ultrapassou não só a meta para 2011
(de 4,6), como também a proposta para 2013, que era de 4,9. Nessa etapa do ensino, a oferta é
prioritariamente das redes municipais, que concentram 11,13 milhões de matrículas, quase 80% do
total. O Ideb para os anos iniciais do ensino fundamental da rede municipal foi calculado em 5.222
municípios. A meta para 2011 foi alcançada por 4.060 deles (77,5%).
Outro assunto relevante foi o que destaca o aumento do número de alunos ministrados por
educação a distância. Tem sido frequentemente superior aos dos cursos presenciais. Esses dados estão
evidenciados no Censo do Ensino Superior de 2010, divulgado no ano passado pelo Ministério da
Educação. Entre 2009 e 2010 o crescimento de alunos a distância foi de 10,9%, sendo que dos cursos
presenciais foi de 6,45% no mesmo período, de acordo com o MEC. Ao todo, 2,5 milhões de alunos
procuraram os cursos livres, em busca de qualificação profissional, idiomas e preparação. Para
graduação, foram 930,2 mil pessoas e para pós-graduação cerca de 150 mil alunos. Os cinco cursos
com maior número de alunos foram pedagogia (273,3 mil), administração (128,2 mil), serviço social
(74,5 mil), competências gerenciais (45,9 mil) e ciências contábeis (40,1 mil). Já em relação aos
cursos presenciais, administração foi o com maior procura, seguido de direito, engenharias, pedagogia
e enfermagem.
O Governo Federal editou um novo decreto dispondo sobre o Fundo de Financiamento
Estudantil. O mesmo traz disposições sobre o FIES técnico, que é aplicável às escolas de ensino médio
que tenham cursos profissionais.
O Ministro da Educação editou uma portaria nomeando membros para compor a Comissão
Nacional de Avaliação da Educação Superior – CONAES. O órgão, que funciona no prédio do
Conselho Nacional de Educação, que é um colegiado de coordenação e supervisão do Sistema
Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES).
Por fim, dentre os destaques nacionais, vale mencionar que a presidente da República
sancionou lei que institui a reserva de 50% das vagas ofertadas em instituições federais de educação
superior para estudantes provenientes de escolas públicas. A medida já valerá para os próximos
processos seletivos das instituições e também na próxima edição do Sistema de Seleção Unificada
(Sisu) do Ministério da Educação. A implantação das cotas ocorrerá de forma progressiva ao longo
dos próximos quatro anos, até chegar à metade da oferta total do ensino público superior federal. Em
2013 terão de ser reservadas, pelo menos, 12,5% do número de vagas ofertadas atualmente – o que
equivale a 25% do total que será reservado para ingresso por meio de cotas. Foi vetado um artigo que
instituía a média das notas dos alunos como um dos critérios para ingresso.
No âmbito internacional, os principais registros foram os abaixo mencionados.
Atualidades em Educação - n° 150 Ano 30
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Um convênio assinado entre dez universidades brasileiras e a espanhola Universidade de
Salamanca facilitará o apoio e a união entre elas, além de beneficiar as tarefas de pesquisa de seus
alunos e professores. As universidades fundaram a Rede Salamanca de Universidades Brasileiras para
aumentar a mobilidade de estudantes, docentes e pesquisadores e impulsionar a criação de duplas ou
múltiplas titulações. A rede favorecerá também a criação de equipes de pesquisa interuniversitárias e
internacionais. O convênio incorpora ao grupo a portuguesa Universidade de Coimbra, vinculada à
Usal através da aliança estratégica para o Campus de Excelência Internacional "Studii Salamantini".
Outro pilar de ação do novo grupo universitário será a potencialização da docência internacional
através da criação de doutorados, vinculando programas, ou através da tutela conjunta de teses
doutorais, assim como os títulos duplos e conjuntos de mestrado entre as instituições acadêmicas
signatárias.
O governo do Chile voltou a apresentar um plano de reforma tributária destinada a ajudar no
financiamento da reforma educacional chilena. A intenção é retirar benefícios de pessoas que ganham
mais. O projeto ainda será apreciado no Congresso do país. O presidente da república afirmou que o
projeto modificado elevará a arrecadação de impostos em cerca de U$ 1,2 bilhão no primeiro ano,
mais do que os 700 milhões de dólares ou 1 bilhão de dólares anuais previstos anteriormente como
receita extra. As mudanças também incluem uma redução menor do que a originalmente planejada
num imposto sobre o crédito.
Países da América Latina, como Peru, México, Argentina e Colômbia, têm se destacado na
elaboração de cursos de mestrado voltados à especialização tecnológica para professores. O novo
campo de conhecimento é conhecido como edumática, e busca desenvolver metodologias inovadoras
no ensino a partir do uso de novas tecnologias. O principal objetivo desses cursos é incentivar não só o
uso do professor de novas tecnologias, mas fundamentalmente, a criação e desenvolvimento de
ferramentas tecnológicas que funcionem a serviço da educação. Nas aulas, os mestrandos aprendem a
criar, planejar e gerir portais educativos, otimização de uso da internet, criação de materiais educativos
multimídia e etc.
No Brasil ainda não há cursos do tipo, nem uma definição concreta sobre o termo utilizado
para definir este ramo de conhecimento.
O site americano “The Daily Beast” divulgou um ranking sobre as instituições de ensino
superior no país. A Universidade Stanford, na Califórnia foi considerada a instituição onde os alunos
estão mais felizes e satisfeitos. Por outro lado, a Universidade Washington, na cidade de Saint Louis,
foi apontada como a mais estressante. Enquanto isso, a Pacific Union College foi indicada como a
mais bonita. O ranking avaliou 26 instituições, utilizando 12 critérios de avaliação. O objetivo do site
é fazer com que os estudantes saibam qual a instituição que mais se adéqua ao seu perfil, desde as
consideradas mais rígidas, até as universidades conhecidas por suas festas e comemorações. A
Universidade Stanford, na Califórnia, é a universidade americana em que os alunos estão mais felizes
e satisfeitos. Por outro lado, a Universdade Washington, na cidade de Saint Louis, é tida como a mais
estressante do país.
A Pacific Union College é a mais bonita, com o campus mais atrativo e localizado em uma
região privilegiada. Já a Universidade West Virginia é a ideal para quem deseja participar de grandes
festas.
A Universidade de Sorbonne e a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo anunciaram que vão
assinar um convênio para a realização do "Mestrado Profissional em Economia da Mundialização e
Desenvolvimento". A pós-graduação, com duração de dois anos, começará em 2013 e permitirá dupla
titulação, uma pela universidade brasileira e outra pela francesa.
Por derradeiro, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura
informou que está incentivando a instituições e educadores de todo o mundo a criarem redes com foro
em educação de direitos humanos. A iniciativa parte de uma equipe multidisciplinar que foi
constituída em 2011.
Assim foi o mês de agosto de 2012, destacado na presente edição do Educação em Foco.
IPAE 209 (10/12)
Atualidades em Educação - n° 150 Ano 30
22
Normas para publicação na Atualidades em
Educação
O Instituto de Pesquisas e Administração da Educação é uma organização social de iniciativa
privada que tem como objetivo o desenvolvimento da qualidade da educação. Desde sua fundação, em
23 de fevereiro de 1973, a entidade atua em todo o território nacional, associado a milhares de
unidades educacionais.
O Instituto também edita publicações técnicas e periódicas, sendo a maioria eletrônica,
disponibilizada através da Internet.
Dentre seus periódicos há quatro que circulam bimestralmente como revistas científicas:
• Atualidades em Educação (ISSN nº 0103 – 071X)
• Revista do Direito Educacional (ISSN nº 0103 – 717X)
• Revista Brasileira de Educação a Distância (ISSN nº 0104 – 4141)
• Administração da Educação (ISSN nº 1518- 2371)
O Instituto tem seu registro no ISBN sob o número 85927 e seus periódicos são devidamente
arquivados na Biblioteca Nacional.
Todas as revistas são abertas à contribuição de autores nacionais e estrangeiros e as normas para
submissão de artigos são as seguintes:
• Os artigos devem enfocar temas atuais e serem preferencialmente inéditos, isto é, sem ter
ocorrido publicações em outra revista;
• Deverão conter um mínimo de 6 e um máximo de 15 páginas;
• Os autores devem observar os aspectos de direitos autorais, não trazendo nos conteúdos
transcrições de obras que tenham copyright ou que estejam acima dos limites permitidos pela
legislação vigente. Quando ocorrer citações deverão conter na Bibliografia os dados dos autores,
conforme critérios da ABNT;
• Os textos devem ser remetidos digitados, podendo haver o encaminhamento através do e-mail
producaocientifica@ipae.com.br .
• Os autores deverão enviar, à parte, um currículo resumido;
• Ao submeterem os artigos os autores aceitam tacitamente as condições e normas do Instituto,
estando ciente de que não haverá remuneração pelos mesmos;
• O Instituto apreciará no prazo máximo de quarenta e cinco dias os artigos e informará se
foram aceitos ou não. Caso não sejam aceitos os autores ficam liberados para apresentação à outras
entidades;
• Os autores, cujos trabalhos sejam aceitos, terão seus nomes incluídos entre os Colaboradores
da Revista e a síntese de seus currículos será disponibilizada no site do Instituto. Poderão também vir a
serem convidados para participar de foros eletrônicos e /ou presenciais realizados pela entidade;
• Os artigos deverão ser apresentados em português e /ou espanhol;
• Os artigos podem ser feitos por grupos de autores, não excedendo a três;
• O Instituto disponibilizará gratuitamente para seus colaboradores as edições das quatro
revistas supracitadas, através da Internet;
Atualidades em Educação - n° 150 Ano 30
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• Ocorrendo a citação de siglas deve haver a especificação das mesmas no próprio texto ou final
do trabalho;
• As citações em língua estrangeira e as que forem transcrições devem ser apresentadas entre
aspas;
• O Instituto se reserva no direito de alterar as presentes normas sempre que necessário. As
mesmas serão disponibilizadas no site www.ipae.com.br .
(normas vigentes desde 21 de janeiro de 2010)
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