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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS CAMPO MOURÃO
COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS
Amanda Roman Guedes
Relatório de Estágio Curricular Indústria Lightsweet – Controle de Qualidade
Orientadora : Profª. Drª. Angela Maria Gozzo
Campo Mourão
Março/2013
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS CAMPO MOURÃO
COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS
Relatório de Estágio Curricular Indústria Lightsweet – Controle de Qualidade
Amanda Roman Guedes
Aluno
Campo Mourão
Março/2013
SUMÁRIO
RESUMO..................................................................................................................... 4
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5
2 DESCRIÇÃO DA EMPRESA E PRODUTO ............................................................. 7
3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS .......................................................................... 11
3.1 PROCESSAMENTO DO ADOÇANTE DIETÉTICO MAGRO LÍQUIDO .............. 11
3.2 ACOMPANHAMENTO DOS PROGRAMAS DE CONTROLE DE QUALIDADE.....
.................................................................................................................................. 16
3.3 ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOS ...................................................................... 18
3.4 ATUALIZAÇÃO DAS ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS ........................................ 19
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 20
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 21
ANEXO ..................................................................................................................... 22
4
RESUMO
O objetivo desse trabalho é apresentar algumas das atividades desenvolvidas
no Estágio Obrigatório realizado na empresa Lightsweet Indústria e Comércio de
Alimentos Ltda, localizada na cidade de Marialva – Paraná. O estágio foi
desenvolvido nos meses de dezembro de 2012 a março de 2013. As principais
atividades elaboradas foram o acompanhamento da industrialização dos produtos
com enfoque na garantia da qualidade do mesmo e atualização e criação de
Especificações Técnicas de produtos prontos, embalagens e insumos. O
conhecimento adquirido durante o estágio foi associado com algumas disciplinas e,
além disso, possibilitou um maior entendimento sobre a conduta que um profissional
na área de Engenharia de Alimentos deve ter dentro da indústria.
5
1 INTRODUÇÃO
Depois de vários séculos de hegemonia mundial, o açúcar (sacarose), obtido
da beterraba ou da cana-de-açúcar, perdeu sistematicamente a sua participação no
mercado para outros edulcorantes. Em escala significativamente menor, o mercado
de edulcorantes dietéticos tem sido marcado não apenas por um processo de
substituição de produtos, mas também por sensível evolução do consumo (PELAEZ,
1993).
Atualmente, o que os consumidores mais prezam é uma alimentação
saudável diante de tantas doenças associadas à má alimentação, genética, entre
outros fatores. Além disso, a questão estética sempre está em discussão gerando
grandes preocupações, principalmente para mulheres.
Neste contexto, podemos afirmar que o mercado de produtos light e diet vêm
se desenvolvendo cada vez mais, tanto em inovações de produtos quanto no
aumento da procura por produtos que substituam açúcar pela população.
Os alimentos diet são destinados a um fim especial, eles restringem
totalmente o ingrediente ou nutriente destinado ao fim específico em sua fórmula. Os
diets foram elaborados principalmente para atender às pessoas com restrições
nutricionais, como diabéticos, alérgicos a lactose, etc. Já os produtos lights são
aqueles que sofreram redução de no mínimo 25% em um de seus ingredientes,
como gorduras, açúcares, colesterol, etc. Em sua maioria, são usados para dietas
de controle de peso e por quem deseja uma alimentação saudável (LIGHTSWEET,
2011).
Diante desse cenário mundial, a indústria Lightsweet foi escolhida para a
realização do estágio, pois proporcionaria uma visão mais ampla sobre o que os
consumidores estão buscando (se consomem o produto somente por possuírem
algum tipo de doença ou se há realmente uma preocupação com a saúde). Além
disso, uma empresa de grande porte e em constante desenvolvimento possibilitaria
uma maior expansão de conhecimentos, principalmente na experiência adquirida
durante a implantação da Norma de Qualidade. Também é necessário frisar que a
indústria fornece matéria prima para outras empresas de alimentos, como a de
refrigerantes, por exemplo. Portanto, o conhecimento adquirido durante o
processamento dos insumos foi de extrema importância.
6
Com isso, o objetivo do Estágio foi aliar a prática com a teoria aprendida
durante a graduação e agregar conhecimento sobre o funcionamento real de uma
indústria.
7
2 DESCRIÇÃO DA EMPRESA E PRODUTO
A história da Lightsweet começa em 1979, quando os professores e
pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá (UEM), cuja equipe tinha como
integrante o professor Amaury Couto, iniciaram pesquisas com as folhas da planta
Stevia. Recebendo, inclusive, o certificado do Governo do Estado de São Paulo
como inventores do processo de fracionamento dos componentes das folhas de
Stevia Rebaudiana (Bert. Bertoni). Desse grande projeto surgiu a inspiração que em
1990 proporcionou a fundação da Lightsweet – Indústria e Comércio de Alimentos. A
indústria Lightsweet atua no segmento de alimentos light, diet e zero açúcar e é
detentora das marcas Magro, Lowçucar, Lowçucar Plus com Stévia, Lowçucar
Blenda e SóStevia, no mercado Food Service comercializa produtos da Linha
Lowçucar e Sweet Max.
Localizada no município de Marialva, estado do Paraná na Rodovia BR 376
– Lote 300A - Km 113, a Lightsweet conta com mais de 150 itens em seu portifólio
global, como:
1) Linha Magro
Adoçante Dietético Magro Líquido;
Achocolatado Magro Light Lowçucar;
Açúcar Magro Lowçucar Light;
Açúcar Light Magro Sachet;
Cappuccino Magro Gourmet Zero Açúcar;
Chá Verde em Pó Sabores Limão e Pêssego;
Refresco Magro Zero Açúcar Sabores Abacaxi, Laranja, Limão, Manga,
Maracujá, Pêssego, Tangerina e Uva;
Adoçante Dietético Magro Com Stevia Líquido.
2) Linha Lowçucar
Adoçante Lowçucar Plus Tradicional Líquido;
Multi Adoçante Lowçucar Plus Tradicional;
Adoçante Culinária Lowçucar;
Aspartame Lowçucar;
8
Frutose Lowçucar;
Manjar de Coco Lowçucar Zero Açúcar;
Achocolatado New Choco Lowçucar “diet”;
Mousse Lowçucar Zero Açúcar Sabores Chocolate, Maracujá e Limão;
Gelatina Lowçucar Zero Açúcar Sabores Abacaxi, Cereja, Frutas Cítricas,
Framboesa, Goiaba, Amora, Morango e Uva;
Bolo Lowçucar Zero Açúcar Sabores Baunilha, Chocolate, Coco, Laranja e
Limão;
Pó Para Preparo de Sobremesa Sabor Leite Condensado Lowçucar Zero
Açucar;
Pudim Lowçucar Zero Açúcar Sabores Chocolate, Coco, Leite Condensado,
Morango e Baunilha;
Doce de Leite Lowçucar Zero Açúcar;
Drops Lowçucar Zero Açúcar Sabores Mista, Morango, Tangerina e Café;
Wafer Lowçucar Zero Açúcar Sabores Baunilha, Chocolate e Morango;
Maltodextrina Lowçucar Sabores Limão, Manga, Natural e Tangerina;
Açúcar Mascavo Lowçucar;
Suplemento Energético Para Atletas com Glicose – Lowçucar GliInstan
Sabores Guaraná, Menta, Morango e Natural.
3) Linha Lowçucar Plus Com Stevia
Adoçante Lowçucar Plus Com Stevia Líquido;
Adoçante Lowçucar Plus Com Stevia em Pó;
Gelatina Lowçucar Plus Com Stevia Zero Açúcar Sabores Abacaxi, Cereja,
Limão, Manga, Maracujá, Morango, Tangerina e Uva.
4) Linha Lowçucar Blenda
Adoçante Lowçucar Blenda Com Sucralose Líquido;
Adoçante Lowçucar Blenda Com Sucralose Sachet;
Flan Lowçucar Blenda Com Sucralose Zero Açúcar Sabores Chocolate,
Baunilha e Coco.
9
5) Linha SóStevia
Adoçante SóStevia Líquido;
Adoçante SóStevia em Pó.
6) Linha Lowçucar Food Service
Gelatina Zero Açúcar Sabores Abacaxi, Cereja, Goiaba, Framboesa, Frutas
Cítricas, Limão, Manga, Maracujá, Morango, Tangerina e Uva;
Bolo Zero Açúcar Sabores Baunilha, Coco, Chocolate, Laranja e Neutro;
Flan Zero Açúcar Sabor Baunilha;
Manjar Zero Açúcar Sabor Coco;
Mousse Zero Açúcar Sabor Chocolate;
Pudim Zero Açúcar Sabores Baunilha, Coco, Chocolate, Leite Condensado e
Morango;
Achocolatado Diet;
Refresco Zero Açúcar Sabores Abacaxi, Laranja, Limão, Manga, Maracujá,
Pêssego, Tangerina e Uva;
Chocolate Granulado Diet;
Adoçante Culinária;
Frutose;
Leite Condensado;
Multi Massa.
7) Linha Sweet Max
Refrescos Sabores Abacaxi, Laranja, Limão, Manga, Maracujá, Pêssego,
Tangerina e Uva.
As atividades da indústria são realizadas em horário comercial (8:00 às
17:45), de segunda a sexta-feira. Podendo o horário de produção ser estendido até
as 22:00 horas e aos sábados e domingos dependendo da demanda de pedidos.
A empresa conta com aproximadamente 216 funcionários envolvidos direta e
indiretamente no processo de produção e de outros setores.
A água de abastecimento da empresa utilizada na manutenção, processo e
limpeza é obtida de um poço artesiano. Para garantir a qualidade da água são
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realizadas análises de pH e cloro diariamente na própria indústria, e uma vez ao
mês a empresa responsável pelo controle da qualidade da água coleta amostras
para análise físico-química completa (odor, gosto, pH, cloro, turbidez, cor, sólidos
totais, manganês, ferro, entre outras) e microbiológica (Coliformes Totais e
Escherichia coli); também é realizada análise de pesticidas anualmente. A limpeza
da caixa da água é realizada a cada 6 meses por empresa terceirizada. A energia da
empresa é totalmente fornecida pela Companhia Paranaense de Energia – COPEL.
O Setor de Controle da Qualidade da indústria é dividido em Recebimento,
Produção e Devolução. O Recebimento fica responsável em fazer todas as análises
laboratoriais e físicas de insumos, embalagens, início de processo e produto pronto,
registrando tudo em planilhas e relatórios semanais. Já a Devolução se
responsabiliza em registrar as devoluções de produtos que a indústria recebe e
verificar os motivos, além disso, é para esta divisão do Setor que as reclamações do
SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente) são encaminhadas e, posteriormente, todo
o Setor da Qualidade se reúne para responder as reclamações da maneira mais
adequada possível. Na Produção é registrada a rotina do processamento dos
produtos, se houve não-conformidade, verificação dos pesos máximos e mínimos
que o produto embalado deve ter, perda de produção, inspeção de qualidade, entre
outros.
Os fornecedores da indústria são de locais variados. Entre os principais
fornecedores de edulcorantes temos a China e dos demais insumos Argentina e
França. As embalagens provêm geralmente dos estados do Paraná, Santa Catarina,
Rio Grande do Sul e São Paulo.
Os clientes da Lightsweet abrangem consumidores comuns, mercado
industrial (rede hoteleira, gastronômica, entre outros segmentos) e mercado exterior
- a formulação dos produtos pode ser alterada para atender as exigências
específicas de cada país, entre eles: Peru, Paraguai, Chile, Alemanha, Japão e
Emirados Árabes.
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3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
3.1 PROCESSAMENTO DO ADOÇANTE DIETÉTICO MAGRO LÍQUIDO
No Relatório de Estágio será descrito somente o fluxograma de um produto,
o escolhido foi o Adoçante Dietético Magro Líquido por ser o produto mais vendido
atualmente.
Figura 1 – Fluxograma de Processamento do Adoçante Dietético Magro Líquido.
O processo de fabricação do adoçante líquido envolve genericamente as
etapas de recepção dos insumos/embalagens, mistura, filtragem e envase.
Recepção
Matéria-Prima
e Embalagem
Preparação
da
Água
e
04)
Dosagem da
Água
Pesagem
dos Insumos
01 e 02
Mistura 01 Filtragem 01
Filtragem 02
Mistura 02
Tanque de
Espera
Armazenagem
frascos Esterilização
Envase
Rotulagem
Codificação
Encaixe,
Pesagem e
Paletização
Estocagem
e Expedição
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Recepção da Matéria-Prima e Embalagens
Os insumos e embalagens chegam em veículos limpos, de maneira
adequada, em embalagens fechadas, não violadas e em perfeitas condições. O
Setor Controle de Qualidade faz a inspeção das matérias-primas com análises
sensoriais e físico-químicas (determinação da densidade, umidade e pH). Para
edulcorantes é ainda realizada uma análise adicional de diluição. Quanto às demais
análises é exigido dos fornecedores o laudo dos produtos contendo as informações
microbiológicas e microscópicas. O Setor também é responsável por analisar as
condições físicas e parâmetros das embalagens. Em seguida, são armazenadas
sobre pallets, em local adequado.
Os resultados das análises físico-químicas são comparados com as
especificações já determinadas anteriormente de acordo com a amostra analisada.
Os resultados das análises sensoriais dos produtos acabados e matérias-primas são
sempre comparados com uma amostra padrão.
Quando houver algum tipo de desconfiança retira-se uma alíquota e é
encaminhada para as devidas análises descritas em Legislação vigente para cada
tipo de produto, em laboratório terceirizado e credenciado.
Preparação da Água
A água é aquecida até aproximadamente 27°C, para garantir diluição padrão
dos produtos. A água é filtrada em filtro de carvão ativo, para que a água fique livre
de materiais particulados como barro, areia e ferrugem.
13
Dosagem da Água
A água é dosada de acordo com formulação no sistema através de um
hidrômetro.
Pesagem dos Insumos 01 e 02
Os insumos Sacarina Sódica, Ciclamato de Sódio, Benzoato de Sódio e
Sorbitol Líquido são pesados de acordo com a formulação e acondicionados em
sacos plásticos ou galões, para posterior mistura.
Mistura 01
Os insumos Sacarina Sódica, Ciclamato de Sódio e Benzoato de Sódio são
colocados no tanque de agitação juntamente com a água (previamente aquecida a
27ºC) e são homogeneizados. Após, o produto pronto é enviado ao Setor de
Qualidade que realizará análises físico-químicas e sensoriais e liberará o produto
caso esteja em conformidade com a amostra padrão arquivada.
Filtragem 01
O produto que sai do tanque de mistura é conduzido por tubulações
passando primeiro por um filtro, cuja função é reter as possíveis sujidades dos
insumos contidos na mistura. O filtro é trocado periodicamente, não ultrapassando a
filtragem de 5000 litros por filtro.
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Filtragem 02
Após segue para um filtro microbiológico, cuja função é eliminar qualquer
possível contaminação microbiológica que possa existir em determinado insumo
acrescido na mistura.
Mistura 02
É nesta etapa que é adicionado o insumo Sorbitol Líquido, necessitando de
mais uma agitação, nomeada como Mistura 02. O Sorbitol é acrescentado somente
nesta etapa porque é necessário que os outros insumos já estejam diluídos para que
não ocorra o aglutinamento dos insumos.
Tanque de Espera
Nesta etapa do processo o líquido aguarda em um reservatório para ser
envasado em temperatura ambiente.
Armazenagem dos Frascos
Não apenas os frascos, mas as tampas e batoques a serem utilizados, são
retirados das embalagens originais dos fornecedores. Os frascos são
acondicionados em silo de inox e as tampas e batoques em recipientes específicos.
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Esterilização
Os frascos são colocados manualmente em um túnel de esterilização
ultravioleta, seguindo para o processo de envase. O tempo e a temperatura de
trabalho do túnel não são monitorados, no entanto, para a comprovação da
esterilização é feita uma análise com swab, por laboratório terceirizado, após o
frasco passar pelo túnel.
Envase
Os frascos esterilizados são abastecidos através de pistões, com o adoçante
já misturado e acondicionado no reservatório líquido. Em seguida, os batoques são
colocados manualmente nos frascos e pressionados por um pistão automático para
fechamento. As tampas são colocadas nos frascos de forma manual e lacradas pelo
rosqueador da máquina.
A cada lote produzido duas amostras são retiradas, onde uma unidade é
enviada ao Laboratório externo para análises microbiológicas e a outra direcionada
ao Laboratório de Controle de Qualidade interno, para análises físico-químicas.
Durante o envase, são realizadas análises amostrais pelos Inspetores de
Qualidade, com conferências de peso, e quesitos importantes para a manutenção da
qualidade dos produtos finais, como presença de vazamento, sujidades, entre
outros.
Rotulagem e Codificação
Os frascos são rotulados automaticamente, no caso do Adoçante Dietético
Magro Líquido é rotulado apenas na frente já que é um rótulo delan-relan.
Depois de rotulados, os frascos recebem data de validade e lote através da
impressora Ink Jet e colocados dentro das caixas que são etiquetadas no início do
processo produtivo.
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Encaixe, Pesagem e Paletização
Os frascos rotulados são depositados em uma mesa giratória e
acondicionados em caixas de papelão. As caixas são pesadas para a conferência do
peso. A paletização consiste no empilhamento das caixas de forma ordenada,
respeitando seus limites máximos e padrão previamente estabelecido.
Estocagem e Expedição
Os pallets, já preenchidos, são estocados e conforme pedido são expedidos.
Ao final de cada linha, algumas caixas já seladas são retiradas para mais
uma avaliação, seguindo quantidades significativas indicadas por um Órgão
competente. Nesta etapa são retiradas amostras como contraprova.
3.2 ACOMPANHAMENTO DOS PROGRAMAS DE CONTROLE DE QUALIDADE
O Setor Controle da Qualidade conta com uma equipe preparada para
implantar programas que visam à garantia da qualidade do produto. Os profissionais
buscam aprimorar os Programas e Normas já existentes, pois além da constante
cobrança dos clientes ainda há a preocupação de eliminar os possíveis pontos do
processo que possam causar contaminação na matéria-prima ou no produto final.
Com o controle completo do processo é mais fácil prevenir ou corrigir erros que
podem causar grande prejuízo a indústria.
Um dos Programas é o 8S, uma extensão do Programa 5S, criada para
aperfeiçoar esta conhecida ferramenta. Trata-se de uma forma simples de combate
ao desperdício, de conservação de recursos e de aumento de capital, aplicável a
qualquer tipo de empresa ou instituição, independente do porte. Os 8S’s têm como
objetivos a mudança de hábitos e comportamentos, a partir da educação,
qualificação e treinamento dos envolvidos no Programa. Sua principal característica
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é a não necessidade de investimentos tecnológicos e financeiros para colocá-lo em
prática, sendo fundamental o comprometimento de todos (JORDÃO, 2011).
De acordo com Abrantes (s/d), o Programa é estruturado com os seguintes
itens:
1. Shikari Yaro: Senso de determinação e União. Prega a participação
determinada da alta administração em parceria com a união de todos os
funcionários.
2. Shido: Senso de educação e treinamento. Todos precisam ser qualificados e
receber treinamentos, sempre que necessário, para atingirem a competência
adequada para realizar suas atividades.
3. Seiri: Senso de Utilização. É preciso definir e separar o que é útil daquilo que
é desnecessário.
4. Seiton: Senso de Organização. Organizar e identificar os itens e espaços da
empresa ou instituição.
5. Seiso: Senso de Limpeza. É preciso limpar e preservar o ambiente.
6. Seiketsu: Senso de Higiene ou saúde. É preciso manter a higiene, cuidar da
saúde física, mental e emocional.
7. Shitsuke: Senso de autodisciplina. A autodisciplina é fundamental para
manter o Programa, cuidar dos outros sensos e criar regras claras para que
tudo continue da forma adequada.
8. Setsuyaku: Senso de economia e combate ao desperdício. É o momento de
conscientizar as pessoas da importância de economizar e combater o
desperdício.
A empresa também está implantando a Norma BRC (Norma Global para a
Segurança em Alimentos), com isso demonstra competência em matéria de APPCC
(Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle), BPF (Boas Práticas de
Fabricação) e PPHO (Procedimentos Padrão de Higiene Operacional).
A Garantia da Qualidade é responsável por elaborar e aplicar os Programas
nos diversos setores da empresa, além de supervisionar as planilhas exigidas no
monitoramento. Também é responsável pelas auditorias internas que ocorrem a
cada 3 meses nos setores da Administração e anualmente no setor da Produção.
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3.3 ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOS
Para o acompanhamento da Diretoria e do próprio Setor da Qualidade são
escritos relatórios semanais ou mensais, são eles:
1. Relatório da Qualidade de Entrega: cabe ao recebimento apresentá-los, estes
fornecem informações sobre a qualidade dos produtos que os fornecedores
enviam. Caso seja apresentada alguma não-conformidade no produto
recebido o setor manda um laudo para o fornecedor e é gerada uma nota no
Sistema da empresa que pode bloquear futuras compras com o fornecedor se
a nota deste for baixa.
2. Relatório de Defeito do Fornecedor: durante a produção há perdas, se essa
perda for decorrente de um defeito da embalagem, contaminação do insumo
ou qualquer outro problema de responsabilidade do fornecedor, este produto
é retirado da produção sendo emitido um relatório.
3. Relatório de Devolução: Os dados para montar o relatório são retirados do
Sistema da empresa. O relatório é feito com o objetivo de relatar os motivos
das devoluções dos produtos pelos clientes que podem ser: divergência de
preço, não conformidade de fábrica, produto vencido, pedido inexistente,
atraso na entrega, etc. Com isso é possível rastrear os motivos mais
frequentes e criar planos de ação para diminuir a devolução e
consequentemente o prejuízo da empresa.
4. Relatório de Não-Conformidade: os inspetores da qualidade monitoram a
produção e se é encontrada alguma Não-Conformidade é preenchido uma
planilha que objetiva a criação de uma ação preventiva e corretiva. Este
relatório contém o custo do retrabalho para corrigir a Não-Conformidade,
sendo este lançado em cima do faturamento líquido.
5. Relatório da Perda de Produção: no final de cada mês, é analisada a perda
do mês inteiro (separado por setores da produção). No relatório constam as
perdas normais da produção.
Os relatórios são comparados mensalmente, semestralmente e anualmente.
19
3.4 ATUALIZAÇÃO DAS ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
Como a empresa está implantando a Norma BRC (Norma Global para a
Segurança em Alimentos) e, também pela exigência de clientes, torna-se necessário
atualizar as especificações técnicas dos insumos, embalagens e produtos acabados.
Durante o estágio, além da atualização de todas as fichas técnicas, foram
criadas novas fichas devido à constante mudança de produtos e tecnologias,
buscando sempre inovação para atender os clientes.
As fichas técnicas de insumos, embalagens e produtos acabados são
diferentes entre si, mas consistem basicamente dos seguintes itens:
1. Nome e código do produto;
2. Descrição do produto;
3. Composição do produto;
4. Características Organolépticas;
5. Características Físico-Químicas;
6. Características Físicas;
7. Características Microbiológicas;
8. Características Nutricionais;
9. Validade;
10. Condições de Armazenamento;
11. Transporte;
12. Documentos de Referência;
13. Anexos.
Cada item é devidamente preenchido utilizando como referência o Manual de
Boas Práticas de Fabricação e Planos APPCC. No Anexo podemos conferir um
modelo da Especificação Técnica do Adoçante Dietético Magro Líquido.
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CONCLUSÃO
É de extrema importância que os alunos saibam aliar as teorias adquiridas
em sala de aula com a prática da indústria, enriquecendo sua formação. Além deste
aprendizado, o estágio proporcionou uma vivência única, adquirindo inclusive
maturidade e flexibilidade para lidar com os problemas envolvidos na rotina de uma
indústria, além de desenvolver o comportamento crítico e a capacidade de
analisar/criar ideias para melhoria contínua. Por isso, o Estágio Obrigatório cumpriu
seu objetivo, proporcionando uma visão ampla sobre a indústria.
O estágio proporcionou a oportunidade de observar de perto a “rotina” da
indústria, analisando os problemas dos diversos setores (em especial o da
produção), participando de reuniões em busca de solução, além de observar a
postura que os responsáveis de cada setor devem ter. Além disso, possibilitou o
acompanhamento de todo o controle que é feito para garantir a qualidade do produto
final.
21
REFERÊNCIAS
ABRANTES, José (s/d). Como o Programa dos Oito Sensos (8S) pode ajudar na educação e qualificação profissional, reduzindo custos, aumentando a produtividade e combatendo o desemprego. UFRJ. Disponível em: < http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP1998_ART106.pdf >. Acesso em: 28/02/2013.
JORDÃO, Sonia (2011). Os 8S's – uma extensão do Programa 5S's. Disponível em: < http://www.artigonal.com/gestao-de-carreira-artigos/os-8ss-uma-extensao-do-programa-5ss-5340265.html >. Acesso em: 28/02/2013.
LIGHTSWEET (2011). Saiba tudo sobre diet e light. Disponível em: < http://www.lightsweet.com.br/pt-BR/profissional/noticia/108/saiba-tudo-sobre-diet-e-light/ >. Acesso em: 04/02/2013.
PELAEZ, Victor. A dinâmica econômica da inovação no campo dos edulcorantes sintéticos. Cadernos de Ciência & Tecnologia. v. 10, n. 1/3, p. 93-117. Brasília, 1993.
22
ANEXO
ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA
23
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