anais do congresso brasileiro de tênis
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ANAIS DO CONGRESSO BRASILEIRO DE TÊNIS
Clube Curitibano – Curitiba/PR
28 a 30 de Outubro de 2016
v. 1, n. 1, 2016 - ISSN: 2526-172X
Anais do
Congresso Brasileiro de Tênis
ANAIS DO CONGRESSO BRASILEIRO DE TÊNIS
Clube Curitibano – Curitiba/PR
28 a 30 de Outubro de 2016
v. 1, n. 1, 2016 - ISSN: 2526-172X
Caio Corrêa Cortela
Silvio Souza
Luiz Gustavo Nascimento Haas
Daniel Vila Hreczuck
Roberto Tierling Klering
Gabriel Henrique Treter Gonçalves
Paulo Cesar de Souza
ANAIS DO CONGRESSO BRASILEIRO DE TÊNIS
FEDERAÇÃO PARANAENSE DE TÊNIS
ANAIS DO CONGRESSO BRASILEIRO DE TÊNIS
Clube Curitibano – Curitiba/PR
28 a 30 de Outubro de 2016
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Congresso Brasileiro de Tênis
Realização: Federação Paranaense de Tênis
Organização: Federação Paranaense de Tênis
Presidente da Comissão Organizadora: Prof. Me. Caio Corrêa Cortela
Presidente do Comitê Científico: Prof. Dr. Carlos Adelar Abaide
Balbinotti
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FEDERAÇÃO PARANAENSE DE TÊNIS
Presidente Sílvio Pinheiro de Souza
Vice-Presidentes Caio Corrêa Cortela
Reinhold Stephanes Junior Robson Rocha Faria
Superintendente
Luiz Gustavo Nascimento Haas
Conselho fiscal - Membros efetivos
Marcelo Tebet Ricardo Carandina
Felipe Alexandre Felipe Neto
Conselho fiscal - Membros suplentes
Bruno Carmello de Andrade
Diretoria Técnica Caio Correa Cortela
Claudio Fernandes Santana Robson Rocha Faria Rubens Storto Filho
Marcela Vitta
Diretoria de Marketing
Daniel Vila Hreczuck
Departamento Técnico
Paulo Cesar de Souza Luciana Karina Stolf Pereira
Departamento Administrativo/Financeiro
Luciana Maria Rosa Vieira
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EQUIPE EDITORIAL
Comissão Organizadora Prof. Me. Caio Corrêa Cortela – FPT / UFRGS Prof. Esp. Silvio Souza – FPT Prof. Me. Luiz Gustavo Nascimento Haas – FPT Prof. Esp. Daniel Vila Hreczuck – FPT Prof. Me. Roberto Tierling Klering – UFRGS Prof. Me. Gabriel Henrique Treter Gonçalves – UFRGS Prof. Paulo Cesar de Souza – FPT
Comitê Científico Prof. Dr. Carlos Adelar Abaide Balbinotti – UFRGS Prof. Dr. Fabricio Cieslak – UNIVASF Prof. Dra. Fernanda Rossi – UNESP Prof. Dr. Fernando Renato Cavichiolli – UFPR Prof. Dr. Felipe Arruda Moura – UEL Prof. Dra. Janice Zarpellon Mazo – UFRGS Prof. Dr. Juan Pedro Fuentes Garcia – Universidade de Extremadura Espanha / RFET Prof. Dra. Larissa Rafaela Galatti – FCA/UNICAMP Prof. Dra. Layla Maria Aburachid – UFMT Prof. Dr. Luciano Juchem – UNIVASF Prof. Dr. Ludgero Braga Neto – USP Prof. Dr. Marcelo Massa – USP Prof. Dr. Marcos Augusto Rocha – UEL Prof. Dr. Marcus Barbosa – FEEVALE Prof. Dr. Michel Milistetd – UFSC Prof. Dr. Miguel Crespo – International Tennis Federation (ITF) Prof. Dr. Ricardo Saldanha – UNISALLE
Pareceristas Prof. Me. Caio Corrêa Cortela – FPT / UFRGS Prof. Dr. Carlos Adelar Abaide Balbinotti – UFRGS Prof. Me. Eduardo Figueiredo – CBT Prof. Dr. Fabricio Cieslak – UNIVASF Prof. Dr. Felipe Arruda Moura – UEL Prof. Dra. Fernanda Rossi – UNESP Prof. Dr. Fernando Renato Cavichiolli – UFPR Prof. Me. Gabriel Henrique Treter Gonçalves – UFRGS Prof. Dra. Janice Zarpellon Mazo – UFRGS Prof. Dr. Juan Pedro Fuentes Garcia – Universidade de Extremadura Espanha / RFET Prof. Dra. Larissa Rafaela Galatti – FCA/UNICAMP Prof. Dra. Layla Maria Aburachid – UFMT
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Prof. Dr. Luciano Juchem – UNIVASF Prof. Dr. Ludgero Braga Neto – USP Prof. Me. Luiz Haas – FPT Prof. Dr. Marcelo Massa – USP Prof. Dr. Marcos Augusto Rocha – UEL Prof. Me. Mark Caldeira – UNIVALI / CBT Prof. Dr. Marcus Barbosa – FEEVALE Prof. Dr. Michel Milistetd – UFSC Prof. Dr. Miguel Crespo – International Tennis Federation (ITF) Prof. Rafael Paciaroni – GEPCHAM, USP - EACH Prof. Dr. Ricardo Saldanha – UNISALLE Prof. Me. Roberto Tierling Klering – UFRGS Prof. Esp. Silvio Pinheiro de Souza – FPT
Editoração Prof. Dr. Bruno Pedroso – UEPG Prof. Me. Caio Corrêa Cortela – FPT / UFRGS
Desenvolvimento João José Corrêa Cortela
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PROGRAMAÇÃO DO CONGRESSO BRASILEIRO DE TÊNIS
28 DE OUTUBRO DE 2016 – SEXTA-FEIRA:
18:30h - Credenciamento e entrega de materiais.
19:20h - Abertura oficial do evento.
19:50h Prof. Dr. Michel Milistetd (Auditório) - A aprendizagem profissional do treinador de tênis: um processo de preparação em longo prazo?
20:50h às 22:00h Leonardo Azevedo (Auditório) - A formação de tenistas para o alto rendimento: um relato baseado em diferentes escolas de sucesso.
29 DE OUTUBRO DE 2016 – SÁBADO:
Manhã
08:00h André Lima (Auditório) - A tecnologia incorporada às raquetes.
09:10h Prof. Dr. Ludgero Braga Neto (Quadra) - A importância da Biomecânica na formação do tenista.
10:20h Coffee break - Apresentações de pôsteres digitais (Sessão 1).
10:40h Leonardo Azevedo (Quadra) - A construção do padrão de jogo: modelos atuais e o momento e especialização.
11:50h às 12:30h - Apresentações de comunicações orais (Sessão 2).
Tarde
14:30h Prof. Glauco Pereira (Quadra) - A carreira do treinador, como se tornar um verdadeiro líder!
15:40h Prof. Diogo Stoll (Quadra) - O trabalho com crianças de 7 a 10 anos: uma proposta com base em programas de sucesso.
16:50h Coffee break - Apresentações de pôsteres digitais (Sessão 3).
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17:10h às 18:20h Leonardo Azevedo (Quadra) - Especificidades do treinamento técnico-tático para tenistas em fase de transição de circuitos de competição – Parte 1
30 DE OUTUBRO DE 2016 – DOMINGO:
08:00h Prof. Glauco Pereira (Quadra) - Organização de Clínicas, captando e retendo clientes.
09:10h Prof. Esp. Luiz Peniza (Quadra) - Treinamento integrado para tenistas infantojuvenis de elite. Uma abordagem baseada na concentração, intensidade e tomada de decisão.
10:20h Coffee break - Apresentações de pôsteres digitais (Sessão 4).
10:40h Leonardo Azevedo (Quadra) - Especificidades do treinamento técnico-tático para tenistas em fase de transição de circuitos de competição – Parte 2
11:50h Prof. Dr. Ludgero Braga Neto (Quadra) - Estudos Biomecânicos aplicados ao Tênis.
13:00h às 13:15h - Encerramento.
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APRESENTAÇÃO
O tênis paranaense vive um momento importante de sua história. Os
últimos anos têm sido marcados pelo crescimento sólido da modalidade e pelo
reconhecimento, em âmbito nacional, dos trabalhos realizados pela Federação
Paranaense de Tênis (FPT) em prol do desenvolvimento do esporte. Esse
crescimento sustentável só é possível graças ao esforço diário dos treinadores
do estado, que trabalham exaustivamente para que mais pessoas pratiquem a
modalidade, e para que as pessoas que já jogam, joguem melhor.
Reconhecendo a importância dos treinadores para o desenvolvimento
geral da modalidade, a FPT tem trabalhado com o foco de contribuir no
crescimento e desenvolvimento desses profissionais. Dessa forma, tem-se
buscado aproximações com os treinadores, por meio de contatos em eventos,
reuniões, pesquisas, entre outros, que nos auxiliam a entender melhor as reais
necessidades desses profissionais. Com base nesses trabalhos, foram
elaboradas as primeiras ações próprias de formação desenvolvidas no estado,
como: os Encontros Paranaenses de Treinadores de Tênis; a Pós-graduação
em Tênis; e primeira edição do Workshop Paranaense de Treinadores de
Tênis, realizada em 2014. Esse Workshop marcou uma nova fase nas
atividades desenvolvidas pela FPT. Foram três dias de muito trabalho, onde
mais de 90 treinadores puderam trocar informações e acompanhar
especialistas da modalidade.
Para o ano de 2016 a meta é avançar. Nesse sentido, apresentamos o
Congresso Brasileiro de Tênis. O evento busca promover a aproximação entre
federações e universidades, reunindo especialistas com diferentes olhares
sobre a modalidade. Como novidades para esse evento destacam-se o espaço
reservado às apresentações de trabalhos, a presença de especialistas com
diferentes trajetórias de desenvolvimento profissional, um maior espaço
destinado às perguntas e debates, e o lançamento oficial durante o evento do
livro Tênis: novos caminhos para uma abordagem profissional.
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A FPT agradece antecipadamente a presença dos especialistas já
confirmados, e espera poder contar com a participação massiva das pessoas
envolvidas com a modalidade, que assim como nós, trabalham em prol do
crescimento e fortalecimento do tênis! Também aproveitamos a oportunidade
para agradecer as instituições que apoiaram a realização desse evento: ao
Clube Curitibano; a Confederação Brasileira de Tênis; ao Grupo OSMOZE; a
HEAD; ao Hotel Alta Reggia; ao site TenisBrasil; e a Revista Tênis.
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SUMÁRIO
RELAÇÃO ENTRE ANDROGENIZAÇÃO PRÉ-NATAL (2D:4D), RESISTÊNCIA
MENTAL E DESEMPENHO EM TENISTAS INFANTO-JUVENIL............................. 1
A MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE TÊNIS: UM ESTUDO COM TENISTAS
PARANAENSES DE CLASSES................................................................................. 7
ESTRATÉGIA DE ENSINO PARA O DESLOCAMENTO DE RECUPERAÇÃO NO
TÊNIS EM CADEIRA DE RODAS.............................................................................. 13
O PERCURSO COMPETITIVO DE TENISTAS DE SUCESSO DURANTE O
PROCESSO DE TRANSIÇÃO PARA O CIRCUITO PROFISSIONAL...................... 19
PERCEPÇÃO DE COMPETÊNCIA PESSOAL DE TENISTAS................................. 25
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RELAÇÃO ENTRE ANDROGENIZAÇÃO PRÉ-NATAL (2D:4D), RESISTÊNCIA
MENTAL E DESEMPENHO EM TENISTAS INFANTO-JUVENIL
Evaldo J. F. Ribeiro Jr – Departamento de Fisiologia/UFPR
Eduardo Figueiredo – Departamento de Educação Fisica/UFPR
Birgit Keller – Departamento de Educação Fisica/UFPR
Rosana N. Morais – Departamento de Fisiologia/UFPR
eribeirojr@hotmail.com
RESUMO: A baixa razão do comprimento do segundo dedo pelo quarto dedo (razão
2D:4D) é apontada como indicador de altos niveis de testosterona pré-natal e associada
com desempenho esportivo em muitas modalidades. No tênis, entretanto, praticamente
não foi estudada, o que nos motivou a analisar a relação da razão 2D:4D com habilidades
psicológicas e desempenho de tenistas infanto-juvenis. Participaram do estudo 40 atletas
das categorias de 12 a 18 anos do ranking da Federação Paranaense de Tênis. O
comprimento dos dedos foi medido diretamente com paquímetro e aplicou-se o
questionário “Perfil Psicológico de Prestação” para estimar a resistência mental. O valor
médio obtido para a razão 2D:4D foi 0,959 ± 0,025 (mão direita) e 0,956 ± 0,025
(esquerda), o que indica alta exposição pré-natal a androgênios. Encontramos
correlações negativas significativas entre razão 2D:4D e pontuação no ranking,
autoconfiança, controle do negativismo, atenção e atitudes competitivas. Assim, a
androgenização pré-natal parece estar relacionada ao desempenho tenístico e a
componentes psicológicos de resistência mental, indicando que a razão 2D:4D pode
servir como uma ferramenta complementar na avaliação de atletas. No entanto, esses
dados são parte de estudo ainda em andamento, devendo ser confirmados com uma
amostra maior e outras variáveis fisiológicas.
Palavras chave: Androgenização pré-natal, Razão 2D:4D, Tênis, Perfil Psicologico de
Prestação, Mental Toughness.
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INTRODUÇÃO: Durante o período embrionário a ação dos androgênios tem papel
determinante na diferenciação sexual, no desenvolvimento dos órgãos sexuais
masculinos e, naturalmente, produzem efeitos masculinizantes no cérebro (HINES, 2006).
O dimorfismo sexual no comprimento dos dedos foi observado pela primeira vez no
século XIX (BAKER, 1888), porém explicado apenas em 1998 como sendo resultado da
ação de androgênios durante a fase fetal (MANNING, et al., 1998). Essa medida,
conhecida como razão 2D:4D, é obtida pela divisão do comprimento do segundo dedo
(indicador) pelo do quarto (anelar), sendo que homens apresentam razão 2D:4D inferiores
às mulheres (H ≤ 1 e M ≥ 1). Atualmente é considerada como um marcador de altos níveis
de testosterona pré-natal (TP) e baixos níveis de estrogênios pré-natal (EP).
Zheng e Cohn (2011) atribuíram esse dimorfismo ao elevado número de receptores
androgênicos e a presença de 19 genes sensíveis a TP ou EP presentes no ossos das
falanges do quarto dedo (anelar) durante sua formação. Um grande número de estudos
utilizando a razão 2D:4D (MANNING, 2011), sugerem que a baixa razão 2D:4D, em
ambos os sexos, está associada à masculinização cerebral e a comportamentos
naturalmente masculinos (BREEDLOVE, 2010). Também há evidências de que uma baixa
razão 2D:4D está relacionada com maior desempenho em muitos esportes como o futebol
(MANNING; TAYLOR, 2001), rúgbi (BENNETT et al., 2010), corrida de meio fundo e de
fundo (MANNING et al., 2007) e remo (LONGMAN et al., 2011). É consenso nesses
estudos que altos níveis de TP e baixos níveis de EP produzem efeitos “organizacionais”
permanentes no desenvolvimento fetal que podem alicerçar o alto desempenho esportivo
na vida adulta. Entretanto, não se sabe exatamente quais componentes do desempenho
esportivo são influenciados pelos níveis de TP e EP, podendo ser tanto componentes
fisiológicos como psicológicos (TESTER; CAMPBELL, 2007; RIBEIRO JR, et al., 2016a).
No tênis, a “força mental” e sua manutenção é fundamental para o desempenho do
atleta já que cerca de 70% a 80% do tempo de jogo é gasto com outras atividades que
não, propriamente, jogando (SAMULSKI, 2006). Diante disto, é fundamental ao tenista, a
habilidade psicológica para sustentar, consistentemente, um estado ideal de desempenho
durante uma competição e suas adversidades. Esta habilidade é conhecida como
“resistência mental” (no inglês: “mental toughness”) e é considerada uma habilidade
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treinável e não inata (LOEHR, 1986). Entretanto, sem explicação empírica, verifica-se em
alguns indivíduos maior facilidade para alcançar ou mesmo o desenvolver naturalmente
“resistência” mental. Nesse contexto, nos propusemos explorar, em tenistas infanto-
juvenis, a relação entre a razão 2D:4D, desempenho e resistência mental.
MÉTODOS: Foram avaliados 40 tenistas, cujo critério de inclusão no estudo foi estar
ranqueado no ranking da FPT (acessado em 25/09/2016). A média de idade amostral foi
de 13,7 ± 1,9 (11 a 17 anos), jogando as categorias de 12 a 18 anos. Em média, esses
tenistas iniciaram a jogar tênis aos 7,7 ± 2,9 (3 a 14 anos), treinam 12,8 ± 4,6 (6 a 22)
horas por semana e participam em 1,8 ± 0,7 torneios/mês, à nível estadual, nacional e
internacional.
Para avaliação da razão 2D:4D, foram obtidas medidas diretas, a partir da prega
proximal até a ponta dos dedos, pela superfície ventral da mão (RIBEIRO, E. et al.,
2016b). As medidas dos dedos foram feitas, em ambas as mãos, duas vezes, utilizando
um paquímetro digital com precisão de ± 0.001 (Mitutoyo, Japão). Para avaliação da
“resistência mental”, foi aplicado o “Psychological Performance Inventory” (LOHER, 1986),
traduzido e validado como “Perfil Psicológico de Prestação (PPP)” (MAHL;
VASCONCELOS, 2007). O questionário é composto de 42 itens, agrupados em 7 fatores:
autoconfiança, controle do negativismo, atenção, visualização mental, motivação,
pensamentos positivos e atitude competitiva. As respostas devem ser dadas em escala
Likert de 5 pontos e o escore, em cada fator, pode variar de 0 a 30 pontos. Para análise
estatística (SPSS, versão 23), utilizamos o teste de Shapiro-Wilk e coeficiente de
correlação de Pearson. Todos os procedimentos foram previamente aprovados pelo
Comitê de Ética em Pesquisa com Seres humanos da Universidade Federal do Paraná -
CEP/SD (521.630).
RESULTADOS: Em média a razão 2D:4D direita foi de 0,959 ± 0,025 (0,897 a 1,031) e
razão 2D:4D esquerda de 0,956 ± 0,025 (0,897a 1,017), sem diferença significativa entre
mão direita e esquerda. Os valores médios da razão 2D:4D foram baixos e, inclusive
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menores do que os por obtidos anteriormente em outra população (RIBEIRO, E. et al.,
2016b), o que indica uma alta androgenização pré-natal dos indivíduos dos tenistas do
presente estudo. Além disso, no único estudo publicado sobre a relação 2D:4D em
tenistas (HSU et al., 2014), demostrou-se que tenistas universitários e de elite em Taiwan,
possuem menores índices de razão 2D:4D (0,980 ± 0.003, N=150) que não atletas (0,994
± 0,003; N=166). Os valores descritivos para PPP e os coeficientes de correlação com a
razão 2D:4D são apresentados na tabela 1.
TABELA 1: Estatística descritiva do perfil psicológico de prestação e correlações.
Variáveis Média ± DP Correlações Pearson
2D:4D Dir. 2D:4D Esq.
Pontos no Ranking - 0,31 (p=0,04) n.s
Perfil Psicológico 152,4 ± 20,6 n.s - 0,32 (p=0,025)
Autoconfiança 22,9 ± 4,0 n.s - 0,42 (p=0,006)
Controle do Negativismo 18,2 ± 3,6 n.s - 0,37 (p=0,024)
Controle da Atenção 18,3 ± 4,1 n.s - 0,35 (p=0,033)
Visualização 21,6 ± 3,5 n.s n.s
Motivação 25,3 ± 3,2 n.s n.s
Pensamentos Positivos 24,0 ± 3,9 n.s n.s
Atitudes Competitivas 22,2 ± 4,1 n.s - 0,30 (p=0,032)
*n.s – correlações que não apresentaram significancia estatistica.
Encontramos correlação negativa significativa entre a razão 2D:4D direita e pontos
no ranking FPT, bem como entre a razão 2D:4D esquerda com o valor total do perfil
psicológico de prestação e com as sub-escalas autoconfiança, controle do negativismo,
controle da atenção e atitudes competitivas. Essas correlações sugerem haver relação da
androgenização pré-natal e seus possíveis efeitos neuronais com os componentes
psicológicos para resistência mental. O fato de a correlação entre desempenho (pontos
no ranking) e 2D:4D ser significativa para a mão direita enquanto que para as variáveis
psicológicas ser para a mão esquerda é um fenômeno comumente encontrado na
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literatura, conforme apresentado na meta-análise por Hönekopp e Schuster (2010), com a
avaliação de mais de 21 estudos envolvendo a razão 2D:4D e desempenho esportivo,
com mais de 2527 participantes.
CONCLUSÃO: Nossos resultados sugerem que a androgenização pré-natal e,
possivelmente seus efeitos neuronais, está relacionada ao desempenho tenístico e a
componentes psicológicos de resistência mental (“mental toughness”). Assim, a razão
2D:4D poderia ser uma ferramenta com potencial para auxiliar treinadores na avaliação
de tenistas desde as escolinhas de tênis. Entretanto, esses resultados devem ser
interpretados com cautela, já que são dados parciais de um estudo maior que se encontra
em andamento, envolvendo a análise de outras variáveis fisiológicas e motoras, além da
expansão do número de indivíduos avaliados.
REFERÊNCIAS
BAKER, F. ANTHROPOLOGICAL NOTES ON THE HUMAN HAND. American
Anthropologist, v. A1, n. 1, p. 51–76, 1888.
BENNETT, M.; MANNING, J. T.; COOK, C. J.; KILDUFF, L. P. Digit ratio (2D:4D) and
performance in elite rugby players. Journal of sports sciences, v. 28, n. 13, 2010.
HÖNEKOPP, J.; SCHUSTER, M. A meta-analysis on 2D:4D and athletic prowess:
Substantial relationships but neither hand out-predicts the other. Personality and
Individual Differences, v. 48, n. 1, p. 4–10, 2010.
HSU, C.-C.; SU, B.; KAN, N.-W.; et al. Elite collegiate tennis athletes have lower 2D: 4D
ratios than those of nonathlete controls. Journal of strength and conditioning research
/ National Strength & Conditioning Association, v. 29, n. 3, p. 822–5, 2015.
LOEHR, J. E. Mental Toughness Training for Sports: Achieving Athletic Excellence.
Stephen Greene Ress, 1986.
LONGMAN, D.; STOCK, J. T.; WELLS, J. C. K. Digit ratio (2D:4D) and rowing ergometer
performance in males and females. American journal of physical anthropology, v. 144,
n. 3, p. 337–41, 2011.
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MAHL, A.; VASCONCELOS, J. Perfil psicológico de prestação de jogadores profissionais
de futebol do Brasil. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, v. 7, n. 1, 2007.
MANNING, J. T. Resolving the role of prenatal sex steroids in the development of digit
ratio. Proceedings of the National Academy of Sciences, v. 108, n. 39, p. 16143–
16144, 2011.
MANNING, J. T.; MORRIS, L.; CASWELL, N. Endurance running and digit ratio (2D:4D):
implications for fetal testosterone effects on running speed and vascular health. American
journal of human biology : the official journal of the Human Biology Council, v. 19, n.
3, p. 416–21, 2007.
MANNING, J. T.; TAYLOR, R. P. Second to fourth digit ratio and male ability in sport:
Implications for sexual selection in humans. Evolution and Human Behavior, v. 22, n. 1,
p. 61–69, 2001.
RIBEIRO, E.; NEAVE, N.; MORAIS, R. N.; et al. Digit ratio (2D:4D), testosterone, cortisol,
aggression, personality and hand-grip strength: Evidence for prenatal effects on strength.
Early Human Development, v. 100, p. 21–25, 2016a.
RIBEIRO, E.; NEAVE, N.; MORAIS, R. N.; MANNING, J. T. Direct Versus Indirect
Measurement of Digit Ratio (2D:4D): A Critical Review of the Literature and New Data.
Evolutionary Psychology, v. 14, n. 1, p. 1–8, 2016b.
SAMULSKI, D. M. Tênis: dicas psicológicas para vencer. 1a ed. Belo Horizonte:
Imprensa Universitária, 2006.
TESTER, N.; CAMPBELL, A. Sporting achievement: What is the contribution of digit ratio?
Journal of Personality, v. 75, n. 4, p. 663–678, 2007.
ZHENG, Z.; COHN, M. J. Developmental basis of sexually dimorphic digit ratios.
Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America,
v. 108, n. 39, p. 16289–94, 2011.
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A MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE TÊNIS: UM ESTUDO COM TENISTAS
PARANAENSES DE CLASSES
Walter Carlos Galli Junior – ESTÁCIO
Caio Corrêa Cortela – FPT/UFRGS
Gabriel Henrique Treter Gonçalves – PPGCMH/UFRGS
Roberto Tierling Klering – PPGCMH/UFRGS
Carlos Adelar Abaide Balbinotti – PPGCMH/UFRGS
wgallijr@hotmail.com
RESUMO: O estudo dos motivos à prática esportiva torna-se pertinente quando
considerado o trabalho de treinadores e psicólogos do esporte. Baseados no perfil
motivacional de seus atletas, podem planejar e desenvolver suas intervenções de melhor
maneira. Assim, o objetivo desta pesquisa foi o de verificar os motivos que levam dois
grupos de tenistas com diferentes níveis de desempenho, a participarem de competições.
Portanto, 30 praticantes, de ambos os sexos, com idades variando de 11 a 34 anos,
responderam ao Inventário de Motivos à Prática Regular de Atividades Físicas e/ou
Esportivas (IMPRAFE-30). O IMPRAFE-30 avalia seis principais motivos à prática
esportiva: Controle de Estresse, Saúde, Sociabilidade, Competitividade, Estética e Prazer.
Os resultados indicam existir diferenças entre as preferências dos grupos, sendo a
Competitividade o motivo mais importante para o grupo de tenistas de 1ª classe e a
Saúde para os tenistas de 7ª classe. Verificou-se a existência de diferenças significativas
entre as médias dos grupos referentes à dimensão Competitividade, na qual o grupo de 1ª
classe apresenta média superior, e Controle de Estresse, na qual o grupo de 7ª classe
apresenta média superior. Este estudo permite demonstrar a existência de interesses
diferentes dentro de uma mesma modalidade dependendo do nível técnico.
Palavras-chave: Motivação, Tenistas, Competição.
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INTRODUÇÃO: O conhecimento dos motivos pelos quais um sujeito possa vir a praticar
uma determinada atividade física ou esportiva pode, quando adequadamente utilizado,
aumenta as possibilidades de ingresso e permanência de indivíduos nesta prática
(BALBINOTTI et al., 2015; BRUNET; SABISTON, 2011). Este estudo se baseia na Teoria
da Autodeterminação (TAD) de Deci e Ryan (2008, 1985) e Ryan e Deci (2000). Esta
teoria parte do entendimento de que grande parte das pessoas, quando saudáveis, é ativa
e curiosa, demonstra prontidão para aprender e explorar e, de maneira geral, não
necessita incentivos extras para apresentar tais comportamentos.
As principais dimensões motivacionais relacionadas à prática de atividades físicas
e/ou esportivas, apontadas por Balbinotti (2004), são as seguintes: 1) Controle do
estresse; 2) Saúde; 3) Sociabilidade; 4) Competitividade; 5) Estética; e 6) Prazer. Dessa
forma, o objetivo desta pesquisa é verificar os motivos que levam tenistas com diferentes
níveis de desempenho máximo a participarem de competições. Mais especificamente,
visa apresentar os primeiros insights sobre o perfil motivacional de participantes torneios
de classe de tênis no estado do Paraná.
MÉTODO: Neste estudo foi utilizado o Inventário de Motivação à Prática Regular de
Atividade Física e/ou Esporte (IMPRAFE-30). O IMPRAFE (BALBINOTTI; BARBOSA,
2008) é um inventário que avalia as seis dimensões motivacionais mais comumente
aceitas pela literatura (BARBOSA, 2006) e associadas à motivação para a realização de
atividade física regular: Controle de Estresse (CE), Saúde (Sa), Sociabilidade (So),
Competitividade (Co), Estética (Es) e Prazer (Pr). Trata-se de 30 itens agrupados 6 a 6,
observando a sequência das dimensões e perfazendo um total de 30 questões. As
respostas aos itens do inventário são dadas conforme uma escala bidirecional, de tipo
Likert, graduada em 5 pontos, indo de “isto me motiva pouquíssimo” (1) a “isto me motiva
muitíssimo” (5). Os sujeitos levaram não mais de 15 minutos para responder o inventário.
Para a realização deste estudo, 30 atletas federados na FPT, com idade variando
de 11 a 34 anos, do sexo masculino, participantes de competições de classe oficiais da
FPT responderam ao IMPRAFE-30 antes do início das partidas. Cada grupo de sujeitos
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foi composto por 15 atletas, divididos por classe (1ª e 7ª classe). Todas as coletas foram
realizadas na cidade de Maringá, no ano de 2014.
RESULTADOS: Nesta pesquisa foi utilizado o software SPSS na versao 15.0, tendo sido
realizada uma análise estatística descritiva de disperção para comparação entre grupos
utilizando média e desvio padrao através do teste t para amostra independentes. Porém,
antes de aplicar o teste t, verificou-se a distribuição dos dados, constatando que os
mesmos são paramétricos.
Tabela 1: Perfil motivacional dos sujeitos por classe.
Dimensões Classe Média DP t Df p
CE 1ª 9,13 2,03
-6,223 21,369 0,000 7ª 16,07 3,81
Sa 1ª 19,93 2,28
-1,195 21,694 0,242 7ª 21,40 4,17
So 1ª 16,13 3,74
-1,999 28 0,055 7ª 19,00 4,11
Co 1ª 21,13 2,30
5,62 22,384 0,000 7ª 14,47 3,98
Es 1ª 17,33 2,16
2,091 28 0,046 7ª 14,60 4,578
Pr 1ª 18,13 2,67
-3,016 28 0,005 7ª 21,00 2,54
CE–Controle de Estresse; Sa–Saúde; So–Sociabilidade; Co–Competitividade; Es–Estética; e Pr–Prazer.
A partir dos resultados apresentados na Tabela 1, pode-se apresentar um ranking
das dimensões mais valorizadas pelos atletas de cada classe. Para os jogadores da 1ª
classe, a dimensão mais valorizada é a Co, seguida pela Sa, Pr, Es, So e CE. Já, para os
jogadores da 7ª classe, a dimensão mais valorizada é a Sa, seguida pelo Pr, So, CE, Es e
Co. Os resultados relativos aos atletas da 1ª classe se assemelham com índices
encontrados com tenistas infantojuvenis (BALBINOTTI et al., 2012), no qual as três
primeiras dimensões são semelhantes. No entanto, com Pr sendo a mais importante,
seguida da Co e Sa. Isto pode ser devido ao caráter de competição similar. No caso dos
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resultados relativos aos tenistas de 7ª classe, os mesmos se assemelham com índices de
estudos realizados com praticantes de atividades físicas diversas (BALBINOTTI, et al.,
2015; GONÇALVES et al., 2015; BALBINOTTI et al., 2010), nos quais as dimensões Sa e
Pr são as mais valorizadas pelos sujeitos.
Verifica-se diferença significativa entre os grupos nas dimensões Pr e CE. Pode-se
se supor que os atletas da 7ª classe, apesar de não serem as dimensões mais
motivadoras, utilizam mais esta prática para melhorar sua vida diária quando em
comparação aos atletas da 1ª classe. Também fica evidenciado, nos resultados referentes
à 7ª classe, o pouco interresse na competividade.
Para os atletas da 1ª classe, a competitividade está acima de qualquer outra
variável analisada, inclusive com diferenças significativas quando comparado aos índices
do grupo de atletas de 7ª classe. Esta dimensão também está associada com a
permanência na prática da atividade física (BALBINOTTI et al., 2015), especialmente
quando analisados praticantes com mais de dois anos de prática – o que provavelmente é
o caso destes atletas. Apesar de não ter sido o motivo pelo qual iniciaram a prática, a Co
acaba se tornando o “combustível” para a manutenção. Cabe ressaltar que a
competitividade pode ser entendida tanto como a disputa contra um adversário, como
uma disputa consigo mesmo visando o seu melhor rendimento.
A dimensão So é a terceira mais importante para os jogadores que estão iniciando
nas competições estaduais. Sendo assim, pode-se afirmar que fazer amigos nos torneios
e confratenizar com outros jogadores de diferentes clubes e academias motiva esses
atletas a estarem sempre presentes nesses eventos. Esta dimensão pode ser associada
como um fator importante na manutenção da prática esportiva, como evidenciado por
Balbinotti et al. (2015) no caso de corredores de rua.
Por fim, o fato da Sa receber grande valor em ambos os grupos, mostra o quanto
tais atletas se preocupam com seu corpo e com seu bem estar. O estudo de Balbinotti et
al. (2011) salienta a importância da prática da atividade física para a manutenção da
saúde tanto física quanto mental. Todas essas informações sobre a importância da saúde
são consensuais tanto na literatura científica quanto na opinião pública, agindo
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diretamente como motivação extrínseca. Além disso, estes resultados corroboram com
diversos estudos relacionado à motivação no esporte.
CONCLUSÃO: A partir dos resultados apresentados, pode-se observar que os grupos de
tenistas com níveis técnicos diferentes apresentam interesses diferentes com relação à
prática competitiva do tênis. Enquanto os tenistas de nível mais avançado (1ª classe) são
significativamente mais motivados pela Co, os tenistas iniciantes (7ª classe) competem
para obter Sa, Pr e So. Além disso, para os jogadores de 7ª classe, o CE é
significativamente mais importante em relação aos atletas da 1ª classe, demonstrando
que este tipo de atividade serve como uma forma de regular as emoções do dia a dia.
O conhecimento dos motivos que levam pessoas à prática esportiva é de grande
importância. Tanto para treinadores, no sentido que podem adequar seus planos de
treinamento conforme os interesses e necessidade de seus atletas, como para aqueles
que organizam os eventos competitivos. Portanto, a partir dos resultados deste estudo, a
FPT pode planejar seus torneios de classes mais avançadas voltados para o rendimento
competitivo, tornando a prática ainda mais estimulante, e de classes de iniciantes voltados
à satisfação de interesses de saúde, prazer e sociabilidade.
Novos e mais aprofundados estudos sobre a motivação dos participantes de
torneios federados devem ser realizados para que se possam aprofundar ainda mais
estes conhecimentos ainda tão superficiais.
REFERÊNCIAS:
BALBINOTTI, M. A. A. Inventário de Motivação à Prática Regular de Atividade Física
e/ou Esporte. Núcleo de Estudos e Pesquisa em Pedagogia e Psicologia do Esporte da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul: Porto Alegre, Brasil, 2004.
BALBINOTTI, M. A. A.; ZAMBONATO, F.; BARBOSA, M. L. L.; SALDANHA, R. P.;
BALBINOTTI, C. A. A. Motivação à prática regular de atividades físicas e esportivas: um
estudo comparativo entre estudantes com sobrepeso, obesos e eutróficos. Motriz, v. 17,
n. 3, p. 384-94, 2011.
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BALBINOTTI, M. A. A.; GONÇALVES, G. H. T., KLERING, R. T., WIETHAEUPER, D.,
BALBINOTTI, C. A. A. Perfis motivacionais de corredores de rua com diferentes tempos
de prática. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 37, n. 1, p. 65-73, 2015.
BALBINOTTI, C. A. A., BARBOSA, M. L. L., BALBINOTTI, M. A. A., SALDANHA, R. P.,
TEIXEIRA, R. G. O perfil motivacional de adolescentes jogadores de voleibol. Coleção
Pesquisa em Educação Física, v. 9, n. 2, p. 189-96, 2010.
BALBINOTTI, M. A. A., JUCHEM, L. BARBOSA, M. L. L., SALDANHA, R. P.,
BALBINOTTI, C. A. A. Qual o perfil motivacional característico de tenistas infanto-juvenis
brasileiros? Motriz, v. 18, n. 4, p. 728-734, 2012.
BALBINOTTI, M. A. A.; BARBOSA, M. L. L. Inventário de Motivação a Pratica Regular
de Atividade Física e/ou Esporte (IMPRAFE-30). Laboratório de Psicologia do Esporte –
Universidade Federal do Rio Grande do Sul: Porto Alegre, Brasil, 2008.
BARBOSA, M. L. L. Propriedades métricas do inventário de motivação à prática
regular de atividade física (IMPRAF-126). (2006). [dissertação]. Porto Alegre, Brasil:
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Escola de Educação Física.
BRUNET, J., SABISTON, C. M. Exploring motivation for physical activity across the adult
lifespan. Psychology Sport Exercise, v. 12, p. 99-105, 2011.
DECI, E. L,. RYAN, R.M. Self-determination theory: A macrotheory of human motivation,
development and health. Canadian Psychology, v. 49, p. 182-185, 2008.
DECI, E. L., RYAN, R. M. Intrinsic motivation and self-determination in human
behavior. Nova Iorque, Estados Unidos da América: Plenum, 1985.
GONÇALVES, G. H. T., KLERING, R. T., PACHECO, C. H., BALBINOTTI, M. A. A.,
BALBINOTTI, C. A. A. Motivos à prática regular de futebol e futsal. Revista Saúde e
Desenvolvimento Humano, v. 3, n. 2, p. 07-20, 2015.
RYAN, R. M., DECI, E. L. Self-Determination Theory and the facilitation of intrinsic
motivation, social development, and well-being. American Psychology, v. 55, n. 1, p. 68-
78, 2000.
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ESTRATÉGIA DE ENSINO PARA O DESLOCAMENTO DE RECUPERAÇÃO NO TÊNIS
EM CADEIRA DE RODAS
Vitor Ciampolini – CDS/UFSC
Osvaldo André Furlaneto Rodrigues – CDS/UFSC
Michel Milistetd – CDS/UFSC
Juarez Vieira do Nascimento – CDS/UFSC
vciampolini@gmail.com
RESUMO: A prática do paradesporto exige que treinadores adaptem os métodos
normalmente utilizados nos esportes convencionais, de modo a compreender as
necessidades das pessoas com deficiência. No Tênis em Cadeira de Rodas,
especificamente, a utilização da cadeira de rodas altera as dinâmicas de deslocamento do
atleta, tornando necessário o desenvolvimento de novos métodos de ensino para
aprimoramento no desempenho do praticante. Deste modo este estudo objetiva
apresentar uma estratégia de ensino para aprimoramento no deslocamento de
recuperação de praticantes de Tênis em Cadeira de Rodas. Considerando que no Tênis
em Cadeira de Rodas o atleta realiza giros internos e externos com a cadeira após
golpear a bola, entende-se que em alguns locais da quadra a escolha correta do giro para
iniciar o deslocamento de recuperação é essencial para manter o contato visual com o
adversário. Deste modo, apresenta-se um método didático de explicação para que o
atleta compreenda e aplique o giro mais adequado durante a partida. Acredita-se que esta
estratégia de deslocamento de recuperação no Tênis em Cadeira de Rodas contribui no
desempenho de praticantes da modalidade. Entretanto, indica-se que mais estudos
devem ser realizados para investigar o uso desta movimentação proposta em situações
reais de jogo.
Palavras-chave: Esporte Adaptado, Método de Ensino, Tênis em Cadeira de Rodas.
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INTRODUÇÃO: A prática esportiva, de maneira geral, é destacada devido ao ambiente de
alta complexidade, dinamicidade e imprevisibilidade proporcionada aos praticantes
(REVERDITO; SCAGLIA, 2007). Neste sentido, as metodologias de ensino dos esportes
são desenvolvidas para contribuir no processo de ensino-aprendizagem-treinamento dos
praticantes, especialmente no que se refere a facilitar a aquisição e aprimoramento de
habilidades esportivas (COSTA; NASCIMENTO, 2004).
De fato, as produções científicas têm oferecido importante suporte para treinadores
esportivos aperfeiçoarem as sessões de treinamento (MORALES; GRECO, 2007; SILVA;
GRECO, 2009). Entretanto, no contexto dos esportes adaptados é necessário que os
treinadores façam adaptações nas estratégias normalmente utilizadas nos esportes
convencionais, de modo a compreender as necessidades das pessoas com deficiência e
as especificidades das modalidades paradesportivas.
No Tênis em Cadeira de Rodas, especificamente, apesar de a principal mudança
nas regras ter se realizado na permissão do segundo quique da bola, desde que o
primeiro tenha se realizado dentro dos limites da quadra (CAVALCANTE, 2012), a
utilização da cadeira de rodas faz com que a movimentação do atleta em quadra seja
realizada de modo diferente quando comparado ao Tênis convencional. Esta mudança se
configura ao considerar que o deslocamento de recuperação, depois da rebatida pelo
praticante de Tênis em Cadeira de Rodas, sempre se realizará impulsionando a cadeira
para frente, ao passo que o praticante de Tênis convencional realiza a recuperação por
meio de deslocamentos laterais e de costas.
Com relação à movimentação de praticantes de Tênis em Cadeira de Rodas, Rivas
e García (2009) mencionam que durante a iniciação na modalidade o praticante deve
realizar o deslocamento de recuperação mais natural após o golpeio da bola, ou seja,
aproveitar o movimento do golpeio para auxiliar no giro da cadeira. Entretanto, se em
algumas situações onde o praticante deve aproximar-se da rede para golpear a bola, o
deslocamento de recuperação for realizado de acordo com a naturalidade do movimento,
o praticante retornará ao centro da quadra com a parte das costas virada para o
adversário, dificultando o contato visual com a bola e favorecendo o ponto do adversário.
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Deste modo, este estudo objetiva apresentar uma estratégia de ensino para
aprimoramento no deslocamento de recuperação de praticantes de Tênis em Cadeira de
Rodas.
DESENVOLVIMENTO: Para facilitar a compreensão da movimentação realizada no Tênis
em Cadeira de Rodas, este trabalho utilizará a definição proposta por Rívas e Garcia
(2009) para os giros realizados pelo praticante após o golpeio da bola, considerando um
indivíduo que utiliza o braço direito para empunhar a raquete:
Giro interior: Movimentação em giro realizada para a esquerda.
Giro exterior: Movimentação em giro realizada para a direita.
Como mencionado anteriormente, se o praticante utilizar o movimento de giro mais
natural para recuperação do posicionamento neutro no centro da quadra, principalmente
em situações de aproximação à rede para golpear a bola (giro interior após forehands),
aumenta-se a possibilidade de o indivíduo perder o contato visual com a bola e com o
adversário, favorecendo a pontuação do adversário. O triângulo apresentado na figura 1
indica a área em que tende a proporcionar esta situação para um praticante destro e as
setas vermelhas indicam o percurso realizado por um praticante destro que realizou o giro
interior, retornando pelo centro da quadra de costas para o adversário.
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Figura 1. Área em que o giro equivocado do atleta destro pode comprometer o sucesso
no ponto.
Deste modo, sugere-se que ao se deparar com uma situação onde a bola é
direcionada para próximo da rede, o indivíduo deve optar por realizar giros exteriores
após forehands e giros interiores após backhands, mantendo o contato visual com a bola
e com o adversário em praticamente todos instantes do ponto disputado. A figura 2
demonstra o movimento que deve ser realizado para aproximação da bola e para o
deslocamento de recuperação da posição neutra ao centro do fundo da quadra.
Figura 2. Deslocamento indicado para ser realizado no Tênis em Cadeira de Rodas em
situações de golpeio da bola próxima à rede.
Ademais, para facilitar a compreensão, e posterior execução de praticantes de
Tênis em Cadeira de Rodas, sugere-se que seja desenhado um “coração” na quadra,
tendo em vista a similaridade desta forma e da movimentação do indivíduo, ou seja, o
praticante deve se aproximar da bola pelo centro do coração, e realizar o deslocamento
de recuperação pelas laterais do coração, mantendo o contato visual com a bola.
Observar exemplo na figura 3.
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Figura 3. Método didático para explicação da movimentação indicada para a modalidade.
CONCLUSÃO: Acredita-se que a utilização da estratégia proposta contribui no
deslocamento de recuperação de praticantes de Tênis em Cadeira de Rodas. Entretanto,
deve-se considerar que devido à complexidade da prática esportiva, também fica a cargo
do praticante decidir sobre a execução desta movimentação, visto que o posicionamento
do adversário e uma tática de aproximação à rede pode fazer com que a estratégia seja
alterada.
Ademais, ressalta-se a necessidade de constante publicação na área de
Pedagogia do Esporte e Educação Física para contribuir nas estratégias didático-
pedagógicas utilizadas por treinadores paradesportivos no processo de ensino-
aprendizagem-treinamento de atletas com deficiência. Além disso, aponta-se pela
necessidade de condução de um estudo para investigar o uso da movimentação proposta
em situações reais em uma partida de Tênis em Cadeira de Rodas.
REFERÊNCIAS
CAVALCANTE, W. A. Tênis em Cadeira de Rodas. In: MELLO, M. T.; WINCKLER, C.
(Org.). Esporte Paralímpico. São Paulo: Editora Atheneu, 2012. p. 179-185.
COSTA, L. C. A.; NASCIMENTO, J. V. O ensino da técnica e da tática: novas abordagens
metodológicas. Revista da Educação Física/UEM, v. 15, n. 2, p. 49-56, 2004.
MORALES, J. C. P.; GRECO, P. J. A influência de diferentes metodologias de ensino-
aprendizagem-treinamento no basquetebol sobre o nível de conhecimento tático
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processual. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v. 21, n. 4, p. 291-299,
2007.
REVERDITO, R. S.; SCAGLIA, A. J. A gestão do processo organizacional do jogo: uma
proposta metodológica para o ensino dos jogos coletivos. Motriz, v. 13, n. 1, p. 51-63,
2007.
RIVAS, D. S.; GARCÍA, J. P. F. Tênis em Cadeira de Rodas. In: BALBINOTTI, C. (Org.).
O Ensino do Tênis: Novas Perspectivas de Aprendizagem. Porto Alegre: Artmed,
2009. p. 250-266.
SILVA, M. V.; GRECO, P. J. A influência dos métodos de ensino-aprendizagem-
treinamento no desenvolvimento da inteligência e criatividade tática em atletas de
futsal. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v. 23, n. 3, p. 297-307, 2009.
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O PERCURSO COMPETITIVO DE TENISTAS DE SUCESSO DURANTE O PROCESSO
DE TRANSIÇÃO PARA O CIRCUITO PROFISSIONAL
Gabriel Armondi Cavalin – ESTÁCIO
Sandro Conceição de Souza – UNIVERSO
Celso Ricardo de Santana – GEPEDAM / UEL
Carlos Adelar Abaide Balbinotti – PPGCMH/UFRGS
Caio Corrêa Cortela – FPT/ UFRGS
gabrielcavalin@yahoo.com.br
RESUMO: O presente estudo objetivou descrever o percurso realizado por tenistas de
sucesso, no que tange à participação em competições no circuito profissional durante a
fase de transição da carreira esportiva. Para isso, foram analisados os percursos dos 50
melhores tenistas classificados no ranking de simples, da Associação dos Tenistas
Profissionais (ATP). Os dados foram obtidos no site oficial da Federação Internacional de
Tênis (http://www.itftennis.com/procircuit) e, posteriormente, analisados com uso da
estatística descritiva, por meio do software Excel 2010. Os resultados encontrados
apontam que os tenistas de sucesso iniciam cedo a participação no circuito profissional
(16,1±0,9 anos de idade), vivenciado esse circuito em média por 3,3±0,9 temporadas. A
participação em torneios profissionais jogados durante o período de transição (43±23), o
número total de jogos profissionais de simples realizados (108±61), e a as classificações
obtidas no ranking da ATP (58% dos tenistas no Top 400 da ATP), sugerem que esses
tenistas priorizaram a participação em eventos do circuito profissional durante a fase de
transição.
Palavras chaves: Tênis, Tenistas, Competição.
INTRODUÇÃO: Atentando-se ao percurso competitivo dos tenistas de elite nos rankings
júnior e profissionais é possível observar a predominância de três tipologias de casos: há
tenistas que priorizam a participação no circuito júnior da ITF (ITFJC) e que somente após
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terminarem a última temporada como júnior passam a competir no circuito profissional; há
aqueles que priorizam o ITFJC, mas que, após obterem classificações proeminentes
nesse âmbito de competição, passam a focar a atenção no circuito profissional,
pontuando concomitantemente nos dois sistemas de classificação; e por fim, existem
tenistas que abdicam de expressar todo o seu potencial no ITFJC, saltando essa etapa e
adentrando diretamente no circuito profissional (CORTELA, 2009).
Tendo esse quadro geral como pano de fundo, o presente artigo objetivou descrever
o percurso realizado por tenistas de sucesso, no que tange à participação em
competições no circuito profissional durante a fase de transição da carreira esportiva.
METODOLOGIA: O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa descritiva
quantitativa. De acordo com Thomas, Nelson e Silverman (2012), esse tipo de pesquisa
visa conhecer e interpretar a realidade, sem nela interferir.
A amostra do estudo foi composta pelos 50 melhores tenistas classificados no
ranking de simples da ATP (Top 50), conforme a lista divulgada no dia 16 de junho de
2014. A idade média entre os sujeitos selecionados observados foi de 28,9±3,2 anos de
idade, tendo o mais jovem 23 anos e o mais velho 36,2.
Para a análise dos dados, foi considerada como fase de transição o período de
quatro temporadas em que os tenistas poderiam competir concomitantemente nos
circuitos ITJC e profissional. Verificou-se que apenas três jogadores disputaram mais de
quatro temporadas no circuito profissional, ao longo desse período. Dessa forma, os
torneios e os jogos realizados por esses tenistas foram adicionados na primeira das
quatro temporadas analisadas. Os torneios ATP 250 e ATP 500 foram agrupados em uma
mesma categoria.
A coleta de dados ocorreu por meio do acesso ao site oficial da ITF
(http://www.itftennis.com/procircuit). Nele foram realizadas as buscas pelos históricos dos
tenistas utilizando-se, para isso, do sobrenome utilizado pelos mesmos no ranking
profissional da ATP. As informações coletadas foram agrupadas em uma ficha especifica-
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mente elaborada para o estudo. Posteriormente, por meio do software Excel 2010, foram
realizadas as análises descritivas dos dados.
RESULTADOS: A análise descritiva dos dados possibilitou identificar que todos os
tenistas da amostra participaram de torneios do circuito profissional durante a fase de
transição. A maior parte desses jogadores (85%) disputou eventos profissionais ao longo
de três ou quatro temporadas.
Conforme verificado na Tabela 1, e corroborando com os resultados apresentados
por Cortela et al. (2010), observa-se que a participação de tenistas de sucesso em
torneios do circuito profissional inicia-se em idades relativamente baixas, considerando-se
que o tênis se apresenta como uma modalidade de especialização esportiva tardia
(BALYI, 2005; TENNIS CANADA, 2011). A mediana de 15,8 anos de idade encontrada, e
a verificação de que apenas 24% dos tenistas iniciaram a participação no circuito com
idades superiores aos 17 anos, alertam para necessidade de um monitoramento e de
maior atenção com os jogadores, assim como tem ocorrido no tênis feminino. A mudança
de âmbito de competição altera as exigências a serem superadas pelos tenistas. Esse
cenário associado a um elevado número de jogos, em idades precoces, pode contribuir
para abreviação da carreira, em decorrência do aparecimento de lesões (CORTELA et al.
2010).
A conquista do primeiro ponto no ranking da ATP é um momento marcante na
carreira esportiva de tenistas que aspiram uma carreira profissional. Para 70% dos
tenistas Top 50 analisados, esse marco é alcançado até os 17 anos de idade. Esses
resultados vão ao encontro dos apresentados por Reid e Morris (2011) quando
analisaram tenistas Top 100 do ranking da ATP. Segundo os autores, a idade média para
obtenção do primeiro ponto na carreira foi de 16,9±1,2 anos.
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Tabela 1: Estatística descritiva das variáveis relacionadas ao percurso competitivo no
circuito profissional durante a fase de transição.
Tendência Central e Dispersão
Variáveis do Percurso Competitivo
DP Mediana Amplitude
Mín. Máx.
Número de temporadas em que participou do circuito profissional
3,3 0,9 4 1 4
Idade de encerramento da primeira temporada no circuito profissional
16,1 0,9 15,8 15.0 18,7
Idade do primeiro ponto no ranking da ATP 16,6 1 16,4 15,0 20,3
Numero total de torneios profissionais 43 23 40 2 96
Número total de jogos simples no circuito profissional
108 61 112 3 248
Melhor ranking ATP obtido durante a fase de transição
488 384 355 22 1360
A análise do número total de torneios e de jogos realizados sugere que os tenistas
Top 50 priorizaram a participação em eventos do circuito profissional durante a fase de
transição, conforme relatado por Cortela et al. (2010). Ao comparar os resultados
encontrados no presente estudo com os de Cavalin et al. (2015), verifica-se que a
participação em eventos e jogos realizados no circuito profissional, tenderam a ser mais
elevada do que as observadas no ITFJC (19±13,7 torneios e 62,5±45 jogos de simples).
De fato, os resultados obtidos pelos tenistas no circuito profissional durante a fase de
transição mostrou-se um indicador mais confiável para o prognóstico dos resultados
futuros a serem apresentados pelos mesmos, quando comparadas às classificações no
ITFJC (Cortela et al. 2012). Segundo Reid et al. (2014), os tenistas com diferentes níveis
de desempenho máximo obtidos ao longo da carreira profissional já apresentavam
diferenças significativas no ranking ATP nos estágios iniciais de suas carreiras
profissionais, sugerindo que esses resultados podem ser utilizados para prever a
probabilidade dos tenistas atingirem os Tops 10, 20, 50, e 100, do ranking ATP.
A maioria dos tenistas observados (58%) atingiu o Top 400 do ranking ATP em
idades em que ainda poderiam competir no ITFJC. De acordo com Cortela et al. (2012) a
X
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idade de entrada no Top 400 encontra-se fortemente correlacionada com idades de
entrada nos Tops 200 e 100, indicando que os tenistas que atingem mais cedo esse
marco da carreira esportiva tendem a alcançar os demais em idades mais baixas.
CONCLUSÃO: Os resultados apresentados neste estudo encontram-se em conformidade
com os divulgados pela literatura, com tenistas de destaque internacional no circuito
profissional. A participação precoce no circuito profissional, associada ao elevado número
de torneios, jogos, e a classificação atingida no ranking da ATP em idades em que ainda
poderiam participar do ITFJC, apontam para a tendência dos jogadores com esse nível de
desempenho máximo, de enfatizarem a participação no circuito profissional durante a
etapa de transição.
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(http://www.canadiansportforlife.ca/resources/Coaches). Acesso em: 04 de dezembro de
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PERCEPÇÃO DE COMPETÊNCIA PESSOAL DE TENISTAS
Eduardo Carlos Gonçalves Figueiredo
academiadetenisfigueiredo@gmail.com
RESUMO: Este estudo teve como objetivo verificar a relação da Percepção de
Competência Pessoal (PCP) de tenistas da Categoria 12 Anos Masculino com as
posições por eles ocupadas no Ranking Brasileiro e o Aproveitamento Esportivo (AE) dos
atletas. A amostra foi constituída por 29 atletas de tênis da Categoria 12 Anos Masculino,
participantes do Ranking Brasileiro. Coletou-se os dados utilizando-se um Questionário de
Anamnese, o Ranking Brasileiro, a Ficha Técnica da Confederação Brasileira de Tênis e a
Escala de Percepção de Competência (EPC). Os resultados revelaram correlação positiva
entre o Ranking e a PC Atlética, embora não tenha permitido determinar a relação entre a
PCP dos tenistas com as posições no Ranking Brasileiro. Altas correlações foram
encontradas entre o Ranking e o Aproveitamento Esportivo (p<0,01 e r=0,88). O estudo
conclui que os tenistas da Categoria 12M, independentemente das posições no Ranking
Brasileiro, apresentam alta PC Atlética.
PALAVRAS-CHAVE: Percepção de Competência; Tênis; Crianças
INTRODUÇÃO: Muitas crianças buscam divertimento na prática esportiva, enquanto
outras procuram o esporte para fazer algo em que julgam ser boas, melhorar suas
habilidades, fazer exercícios, ficar em forma, fazer amigos e competir (SEEFELDT;
EWING, 1989).
Algumas das razões mais comuns para esse abandono são as mudanças de
interesse da criança, a baixa proficiência na modalidade, o pouco divertimento, a
participação em outro esporte, a pressão excessiva, o fato de não gostarem do treinador,
o treino ser muito duro, as derrotas sucessivas e a supervalorização da vitória e entre 11
e 13 anos de idade, o abandono mais frequente ocorre, principalmente, por falta de
experiências de sucesso (WEINBERG; GOULD, 2008).
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A criança que faz uma avaliação de sua competência em determinado domínio
adota um julgamento próprio que a leva a uma orientação motivacional (intrínseca ou
extrínseca), que influencia sua escolha e permanência nas atividades (HARTER, 1982).
Assim, a percepção de competência positiva, leva as crianças a envolverem-se na
atividade por prazer e diversão e a demonstrarem vontade de iniciar e permanecer no
esporte, (WOODS; et al., 2007). O desenvolvimento de uma percepção de competência
positiva, além de promover a motivação intrínseca e a autoconfiança, pode contribuir para
a formação de um autoconceito e de uma autoestima mais realistas, fundamentais para
uma melhor formação esportiva e para a manutenção de crianças e jovens em programas
de esporte competitivo (TENENBAUM; et al, 2005; WEISS; PETLICHKOFF, 1989).
Por ser um esporte que não permite que o atleta divida a responsabilidade de
insucessos, o impacto de uma derrota e a cobrança por resultados são fatores que podem
diminuir a percepção de competência de tenistas, podendo levá-los ao abandono precoce
da prática esportiva (WEISS; CHAUMETON, 1992; WEISS; FERRER-CAJA, 2002).
A presente investigação pretende avaliar a relação entre a percepção de
competência pessoal de atletas de tênis da Categoria até 12 anos Masculino com a
posição por eles ocupada no ranking brasileiro e o aproveitamento esportivo.
MÉTODOS: A amostra do presente estudo compreendeu atletas da categoria até 12 anos
masculino (12M), participantes de torneios infanto-juvenis de âmbito nacional promovidos
pela Confederação Brasileira de Tênis (CBT). Os participantes foram selecionados do
ranking correspondente à categoria até 12M disponível no site oficial da CBT no ano de
2009 (www.cbtenis.com.br). Foram avaliados 29 atletas. Nas Tabelas 1 e 2 são
apresentados os dados referentes às características dos atletas, obtidos por meio do
Questionário de Anamnese e ficha técnica da CBT.
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Tabela 1: Dados obtidos a partir do Questionário de Anamnese.
Massa
corporal* Estaturaᵜ
Frequência
semanal●
Horas
diárias
Tempo de
prática♦
Anos de
torneio
Torneios
por ano
Média 44,81 1,53 3,93 2,84 4,53 3,41 3,55
DP 8,55 0,08 1,10 0,94 1,92 1,15 0,95
Legenda: * em kg; ᵜ em m; ●
em dias; ♦ em anos.
Tabela 2: Dados obtidos pela ficha técnica da CBT.
Jogos na
CBT (2009) Vitórias Derrotas Aproveitamento*
Torneios CBT em
12/12/2009
Média 28,41 15,69 12,72 35,44 11,62
DP 31,39 23,88 8,88 23,59 6,91
Legenda: * em %
A coleta de dados foi realizada durante seis torneios, no período de agosto a
dezembro de 2009. As coletas foram realizadas após as partidas, respeitando-se um
intervalo mínimo de 2 horas entre o final do jogo e o início da coleta.
Para avaliar a percepção de competência pessoal, utilizou-se a Escala de
Percepção de Competência (EPC), validada, a partir do protocolo original (Perceived
Competence Scale - PCS, Harter, 1985) por Valentini, et al. (2010). O aproveitamento
esportivo do atleta é a razão entre o número total de jogos realizados e o número de
vitórias obtido. Esses dados foram extraídos da ficha técnica dos atletas disponível no site
da CBT (http://www.cbtenis.com.br).
RESULTADOS: A Tabela 3 apresenta os resultados (médias individuais e médias gerais)
referentes aos domínios que constituem a Escala de Percepção de Competência (EPC).
Os valores em cada domínio variam de 1 a 4. Os valores acima de 3 são considerados
positivos ou que apresentam alta percepção de competência (HARTER, 1982).
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Tabela 3: Escala de Percepção de Competência dos tenistas.
Escolar Afetiva Atlética Aparência
física
Comporta-
mental
Autocon-
ceito
Média
geral
Média 2,89 2,93 3,17 3,13 2,87 3,43 3,07
Mediana 2,83 3,00 3,17 3,00 2,83 3,50 3,08
DP 0,55 0,43 0,44 0,59 0,52 0,39 0,32
A Tabela 4 apresenta os resultados da regressão linear simples entre o Ranking
(variável dependente) e as variáveis independentes: domínios da PCP e Aproveitamento
Esportivo.
Tabela 4: Regressão linear para Ranking.
Variável p r r²
PC Atlética 0,04* 0,38 0,14
Aproveitamento Esportivo 0,00** 0,88 0,77
Legenda: * p< 0,05 ** p< 0,01
A Tabela 4 mostra que, dentre as variáveis analisadas, a PC Atlética e o AE
demonstraram relação significativa com o Ranking. Apesar do Ranking ter apresentado
correlação significativa com a PC Atlética (p= 0,04), essa correlação foi considerada baixa
(r2=0,14).
Tabela 5: Regressão linear para Aproveitamento Esportivo e PCP.
Variável p r r²
PC Afetiva 0,05* 0,37 0,14
PC Atlética 0,03* 0,40 0,16
Legenda: * p<0,05 ** p< 0,01
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Os resultados apresentados na Tabela 5 revelam significância (p= 0,05) entre a PC
Afetiva e o Aproveitamento Esportivo apesar da correlação ser considerada baixa
(r2=0,14). Pode-se também verificar que a PC Atlética se relacionou significativamente
com o AE (p= 0,03), com baixa correlação (r2=0,16).
A relação do Ranking Brasileiro com os domínios que compõem a Escala da
Percepção de Competência Pessoal foi analisada separadamente no intuito de verificar o
comportamento individual de cada um desses domínios. De acordo com Harter (1982), o
senso de competência das crianças não é um constructo unitário e sim dividido em
diferentes domínios, de modo que cada escala referente a cada domínio define um fator
separado, indicando que as crianças distinguem claramente esses diferentes domínios.
Apesar de ter-se encontrado resultados significativos entre o Ranking e a PC
Atlética dos tenistas (p= 0,04), a correlação entre essas variáveis foi considerada baixa (r
= 0,38), não permitindo identificar melhor percepção de competência entre os atletas que
ocupavam as primeiras colocações do Ranking e suas contrapartes posicionadas nas
posições inferiores do Ranking Brasileiro. Os resultados encontrados para os tenistas
evidenciaram existir correlação apenas entre o AE e as percepções de Competência
Atlética e Afetiva (p< 0,05).
A alta correlação encontrada entre o Aproveitamento Esportivo (AE) e o Ranking
Brasileiro (p= 0,01 e r2=0,77) é explicada pela razão entre o número de vitórias e o total de
jogos realizados. A variável AE reflete o lado positivo dos resultados, pois está baseado
nas vitórias, que se relaciona com o esforço do atleta em vencer. Assim, quanto maior o
AE melhor a posição do atleta no Ranking.
CONCLUSÃO: As relações entre o Ranking Brasileiro e AE com os domínios da PCP
revelaram uma correlação positiva entre o Ranking e a PC Atlética e Afetiva, porém, a
baixa correlação entre essas variáveis não permite afirmar que os atletas que ocupam as
melhores posições do Ranking Brasileiro são os que possuem melhor PC Atlética e
Afetiva. Conclui-se que os tenistas apresentam alta PC Atlética, independentemente das
posições ocupadas no Ranking Brasileiro. Dentre os domínios da PCP, apenas a PC
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Atlética e Afetiva mostraram correlação significativa com o Aproveitamento Esportivo.
Além disso, aponta-se a necessidade de estimular as crianças a participarem de
competições orientadas a alcançarem objetivos de rendimento e a buscarem resultados
positivos, baseados no seu esforço próprio. Espera-se, por fim, que os resultados do
presente estudo possam orientar as atividades práticas desenvolvidas em aulas e
treinamentos destinados às crianças para o desenvolvimento de uma PC positiva.
REFERÊNCIAS
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