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ANÁLISE DE SISTEMAS
DE SAÚDE
Ana Carolina Campos
Economista Residente – Gestão Hospitalar
residecoadm.hu@ufjf.edu.br
ECONOMIA E GESTÃO DA SAÚDE
Os Sistemas de Saúde são uma das diversas manifestações do conceito de proteção social,
essenciais à promoção, recuperação e sustentação da saúde.
Não apenas no âmbito social mas também no econômico, a saúde desempenha um papel
fundamental. É considerada um bem inalienável e não passível de acumulação.
A saúde é vista não só como consequência do desenvolvimento mas também como um
requisito para ele. Assim, ela passa a ter destaque como elemento-chave no tema, uma vez
que seu fortalecimento pode ser visto como a principal via para o progresso global.
ECONOMIA E GESTÃO DA SAÚDE
No Brasil, após a promulgação da Constituição em 1988 temos a criação de um Sistema de
Saúde universal. Que busca oferecer a população o atendimento integral visando a promoção,
prevenção e proteção a saúde.
O criação do SUS foi inspirada principalmente pelo sistema de saúde britânico, que possui os
mesmos princípios básico: universalidade, integralidade e gratuidade.
Em busca de um maior conhecimento sobre a saúde no mundo se torna necessário a
compreensão de como se da o funcionamento dos serviços de saúde em outros países.
Analisando seus resultados e benefícios para a população.
ECONOMIA E GESTÃO DA SAÚDE
CUBA
A maior ilha do Caribe, com população de 11.210.064 habitantes, sendo seu regime de governo
socialista .
Apesar de possuir poucos recursos naturais, é um país com alto investimento em recursos
humanos, sendo as colaborações internacionais de profissionais a outros países sua principal
fonte de recursos, superando inclusive os ganhos econômicos com o turismo.
Atualmente, o país detém taxas de saúde e educação igualadas às dos países desenvolvidos.
Sendo a decisão política do Sistema Socialista Cubano em priorizar a saúde e a educação um
marco da história política e social da América Latina.
ECONOMIA E GESTÃO DA SAÚDE
Pós Revolução Cubana em 1959, através da vontade política do governo revolucionário, passa
a ser oferecido atendimento sanitário gratuito a todos os cidadãos.
Assim, o governo elegeu como prioridade de Estado a organização de um sistema de cuidados
de saúde universal, que tornasse os serviços acessíveis ao maior número de pessoas e que
instituísse um programa de medicina preventiva e de orientação à prática de medidas de
higiene, visando minimizar o quadro sanitário de saúde, que era caracterizado por tétano,
difteria, poliomielite, tuberculose e outras doenças.
Então, com a criação do Sistema Nacional de Saúde (SNS) em 1960, mais da metade dos
médicos abandonou o país, permanecendo na Ilha cerca de 3.000, além de 16 professores na
Universidade de Havana.
ECONOMIA E GESTÃO DA SAÚDE
O SNS cubano tornou-se a única forma de oferta de serviços de saúde no país, orientado pelos
princípios de universalidade, acessibilidade, gratuidade, regionalização e integralidade. Além
disso, possui uma concepção internacionalista que visa oferecer trabalho médico aos países
que necessitam.
O sistema é organizado em três níveis de atenção: primário, secundário e terciário.
Na Atenção Primária à Saúde a proposta ordenadora é o Programa Médico e Enfermeira de
Família, sendo priorizados os programas: Atenção Materno-Infantil, Atenção ao Adulto Maior,
Controle de Enfermidades Transmissíveis e Controle de Enfermidades Crônicas Não
Transmissíveis.
O SNS cubano é referencia para a organização dos serviços de saúde pública em diversos
países, sobretudo em se tratar de Atenção Primária em Saúde.
ECONOMIA E GESTÃO DA SAÚDE
ECONOMIA E GESTÃO DA SAÚDE
ECONOMIA E GESTÃO DA SAÚDE
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
Possui seu Sistema de Saúde originando-se do Setor Privado, concomitantemente a instituição
de dois programas públicos, um sob o formato de seguro social e outro de política
assistencialista.
O predomínio do setor privado na saúde é fruto da cultura estadunidense, fazendo com que
reformas estruturais ou a instituição de um sistema governamental e universal desnecessárias
nas concepções da população.
Tem-se desta forma, que para usufruir de atendimento a única maneira é através de convênios
particulares.
ECONOMIA E GESTÃO DA SAÚDE
Assim, existem dois programas de serviço gratuito, o Medicare e o Medicaid. Ambos
apresentam atendimento mais simples e de emergência.
O Medicare é um programa do governo federal com caráter de seguro social, com finalidade de
atender a população maior de sessenta e cinco anos de idade.
Já o Medicaide é administrado pelos governos estaduais e de caráter assistencial, com acesso
restrito aos portadores de atestado de pobreza.
ECONOMIA E GESTÃO DA SAÚDE
O Sistema de Saúde Americano é formado quase que na totalidade por empresas privadas. A
maioria delas pertencem ao modelo de atenção gerenciada (Managed Care) que tem como
objetivo reduzir custos e aumentar a eficiência do sistema através do incentivo à concorrência
entre seguradoras.
O Managed Care tem sua estrutura formada basicamente por três tipos de organizações:
Seguradoras ou organizações gerenciadoras; as organizações de provedores e os provedores.
ECONOMIA E GESTÃO DA SAÚDE
As seguradoras comercializam os seguros de saúde de acordo com o credenciamento do
provedor.
❖ Organizações de Manutenção da Saúde: oferecem os serviços através de uma rede de
provedores conveniados e não permite o uso de serviços fora da rede conveniada;
❖ Organizações de fornecedores preferidos: fazem a intermediação entre usuários e os
provedores do serviço de saúde e permite o uso de serviços fora da rede conveniada;
❖ Pontos de Atendimento: oferecem serviços especializados.
As Organizações de Provedores são associações de provedores que realizam a tarefa de
intermediação entre as seguradoras e os provedores que são os médicos, hospitais e
laboratórios.
ECONOMIA E GESTÃO DA SAÚDE
Em 2010, foi aprovada nos Estados Unidos a Lei de Proteção ao Paciente e aos Serviços de
Saúde Acessíveis, popularmente conhecida como Obamacare.
Esta lei entrou em vigor em 2014 e pretende reformar o Sistema dos Estados Unidos, ao
estabelecer que todos os habitantes dos EUA, americanos ou não, devem aderir a um seguro-
saúde, caso contrário estará sujeito ao pagamento de uma multa.
No caso de famílias que não possuírem condições de arcar com a despesa do pagamento de
um seguro, o governo irá ajudar no custeio.
ECONOMIA E GESTÃO DA SAÚDE
INGLATERRA
A Inglaterra é considerada o berço da Revolução Industrial. Sendo este fenômeno o
responsável por mudar o modo de produção. Além dessa mudança, também ouve mudanças
de ordem econômica e sociais, produzindo como resultado um novo sistema econômico
demoniado de capitalismo.
No entanto, o desenvolvimento social não aconteceu simultaneamente ao tecnológico e ao
econômico, pelo contrário, a proporção em que o capitalismo avançava era a mesma que as
diferenças entre as classes sociais aumentava.
ECONOMIA E GESTÃO DA SAÚDE
Como forma de minimizar as desigualdades foi criada em 1934 a Lei dos Pobres, com caráter
assistencial e filantrópico.
Em 1942, o economista britânico Willian Henry Beveridge junto com uma comissão composta
por vários ministérios do governo, elaborou um plano de proteção social com base em
experiências de vários países.
Entre uma das preocupações estavam as enfermidades e questões sanitárias.
O processo que culminou na criação do serviço público de saúde inglês não foi fácil,
principalmente por conta da Associação Médica.
ECONOMIA E GESTÃO DA SAÚDE
No dia 05 de julho de 1948 foi promulgada a Lei do Nathional Health System, Serviço Nacional
de Saúde, sendo este modelo influenciador indireto para a criação do SUS.
Desde o inicio este sistema de saúde foi universal, com princípios de equidade e integralidade.
Sendo sua organização, centrada na função de médicos generalistas, que recebiam conforme
o número de pacientes atendidos.
Do ponto de vista da gestão, o sistema é marcado pela forte presença do Estado que atua
como financiador, organizador, regulador e prestador dos serviços, apesar de haver
descentralizações em determinadas funções dentro do sistema.
ECONOMIA E GESTÃO DA SAÚDE
Este sistema é centrado na atenção primária, tendo maior aproveitamento dos recursos
financeiros por isso.
Somente os casos mais complexos são encaminhados para serem tratados em hospitais
especializados, que por sua vez, tem custos mais elevados devido aos cuidados exigirem mais
recursos.
Socialmente o sistema destaca-se por atender a demanda de toda a população promovendo
inclusão.
De 10 em 10 anos a Constituição do NHS é renovada, onde estão estabelecidos os princípios,
valores, direitos aos usuários e os compromissos que o NHS se empenha em cumprir.
ECONOMIA E GESTÃO DA SAÚDE
ECONOMIA E GESTÃO DA SAÚDE
SITUAÇÃO ATUAL DA SAÚDE MUNDIAL
A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem feito revisões periodicamente de doenças que
pela falta de remédios e vacinas para combatê-las, têm potencial de se tornarem epidemias e
que serão focadas pelos esforços de pesquisa da organização.
O Plano de Ação 2018 P&D trata das estratégias e planos de contingência para tentar combater
estas ameças.
O documento identifica 10 possíveis ameaças e 1 hipótese de risco global.
ECONOMIA E GESTÃO DA SAÚDE
❖ Vírus Nipah se espalha a partir de morcegos frugíferos. A vítima contrai a doença ao comer
frutas que tiveram contato com os morcegos ou outros animais que tenham se contaminado
assim. Os sintomas incluem febre, vômito e dores de cabeça, seguidos por inflamação do
cérebro. Não há vacinas disponíveis para humanos ou animais e a mortalidade chega a 70%.
❖ Vírus Hendra faz parte da família das chamadas "doenças henipavirais", que têm os
morcegos como principais vetores. Ele surge em morcegos que comem frutas e pode ser
fatal se infectar cavalos e seres humanos.
❖ Febre hemorrágica da Crimeia-Congo O vírus causador desta doença provoca surtos
graves de febre hemorrágica, com uma taxa de mortalidade de até 40% dos infectados. É
uma enfermidade endêmica na África, na zona europeia dos Balcãs, no Oriente Médio e da
Ásia.
❖ Vírus ebola A doença causada pelo ebola é grave e, com frequência, mortal. Ela já gerou
diversos alertas sanitários globais - sua taxa de mortalidade gira em torno de 50%.
❖ Vírus de Marburg Gera uma doença grave, frequentemente mortal. Uma espécie de
morcego atua como seu hospedeiro e o transmite para as pessoas, que podem se contagiar
entre si. Os infectados desenvolvem uma febre hemorrágica grave, que tem uma taxa de
mortalidade de 50%. Muitos dos sintomas são indistinguíveis do ebola.
ECONOMIA E GESTÃO DA SAÚDE
❖ Febre de Lassa Essa doença hemorrágica aguda da África Ocidental é causada por um
vírus transmitido pelo contato com alimentos ou utensílios contaminados ou pelo excremento
de roedores. A taxa de mortalidade varia entre 1% e 15%, mas ainda não existe vacina para a
febre de Lassa, e, neste mês, foi dado um alerta de que ela está se espalhando rapidamente
na Nigéria e já ameaça outros países
❖ Síndrome respiratória por coronavírus do Oriente Médio O vírus que provoca o mal foi
detectado pela primeira vez em 2012, na Arábia Saudita. É uma doença respiratória cujos
sintomas são tosse, febre e dificuldade para respirar. Geralmente é acompanhada por uma
pneumonia. Ocasionalmente, também ocorrem ao mesmo tempo problemas gastrointestinais,
como diarreia. Segundo os dados da OMS, cerca de 35% dos pacientes não resistem à
doença.
❖ Síndrome respiratória aguda grave É uma forma de pneumonia provocada por um vírus
identificado pela primeira vez em 2003. Os pacientes têm problemas respiratórios agudos e,
nos piores casos, morrem.O surto inicial ocorreu em 2002, em Cantão, na China, a partir de
onde se espalhou para outros países asiáticos e para Toronto, no Canadá. Pouco depois,
entrou em remissão, mas a OMS considera ainda haver perigo.
ECONOMIA E GESTÃO DA SAÚDE
❖ Febre do Vale Rift Essa doença tem mais incidência entre animais do que entre pessoas.
Os seres humanos são infectados pelo contato com sangue e órgãos de animais. Às vezes,
também por picadas de mosquitos. Não há contágio frequente entre humanos. A maioria dos
casos são leves, mas alguns pacientes desenvolvem uma variante mais grave que surge
associada a problemas oculares, meningoencefalite ou febre hemorrágica. Segundo a OMS,
o vírus foi identificado pela primeira vez em 1931 no vale Rift, no Quênia, na África, e, "desde
então, foram registrados vários surtos na África Subsaariana“.
❖ Zika A doença é causada por um vírus transmitido principalmente pelos mosquitos do
gênero Aedes aegypti. Os pacientes têm sintomas como febre moderada, conjuntivite, dores
musculares e articulares. Também podem ter dor de cabeça. Sabe-se que existe uma relação
causal entre o zika e a microcefalia congênita de muitas crianças que foram expostas ao
vírus ainda em sua gestação. E, em certos casos, isso é acompanhado por problemas
neurológicos. O zika continua a ter uma especial incidência na América Latina, sobretudo no
Brasil.
• Doença X A OMS decidiu incluir a "doença X", como uma espécie de alerta para "a
consciência de que um agente patógeno atualmente desconhecido pode causar uma
epidemia internacional grave". A doença X é apenas uma hipótese, e sua inclusão na lista
decorre da história de imprevistos e surpresas na medicina.
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REFERÊNCIAS
KOTA, Luciana Akemi. O Sistema de Saúde Brasileiro: Análise Comparativa com o
modelo dos Estados Unidos, França e Inglaterra. 2014. 103 folhas. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação) – Instituto de Economia. Universidade Estadual de Campinas, Campinas,
2014
DAL PRÁ, Keli Regina et al. O Sistema Nacional de Saúde Cubano: Caracterização dos
serviços de atenção primária à saúde. Tempus Actas de Saúde Coletiva, v. 9, n. 2, p. 91-103,
2015.
ARAÚJO, Petson Phillippe Almeida. Análise comparativa dos modelos de gestão dos
sistemas de saúde do Brasil, Estados Unidos e Reino Unido. 2014.
World Health Organization. WHO Research and Development Blueprint. Disponível em:
<http://www.who.int/emergencies/diseases/2018prioritization-report.pdf?ua=1>
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