apostila conhecimentos gerais ibama
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8/12/2019 Apostila Conhecimentos Gerais Ibama
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APOSTILA DE CONHECIMENTOS GERAISPARA ANALISTA AMBIENTAL DO IBAMA
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Contedo:
1 Poltica Nacional do Meio Ambiente: Leis n. 6.938 /81 e 10.165/00 e Decreto n. 99.274/90.
2 Regime Jurdico dos Servidores Civis da Unio: Lei n. 8.112/90.
3 Licitaes e Contratos da Administrao Pblica: Lei n. 8.666/93 e alteraes posteriores.
4 IN 01/97 STN.
5 Lei de Educao Ambiental: Lei n. 9.795/99.
6 Artigos 225 e 231 da Constituio Federal do Brasil de 1988.
7 Processo administrativo no mbito da Administrao Pblica Federal: Lei n. 9.784/99.8 Cdigo de tica Profissional do Servidor Pblico Civil do Poder Executivo Federal: Decreto n.1.171/94.
9 Polticas Pblicas e Desenvolvimento Sustentvel.
10 Agenda 21.
11 Noes de direito administrativo.
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POLTICAS DE MEIO AMBIENTE
LEI N 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981Dispe sobre a Poltica Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulao eaplicao, e d outras providncias.
Esta Lei encontra-se devidamente atualizada pela Lei 10.165, de 27/12/2000.
O PRESIDENTE DA REPBLICA, Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eusanciono a seguinte Lei:
Art 1 - Esta lei, com fundamento nos incisos VI e VII do art. 23 e no art. 235 da Constituio,estabelece a Poltica Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulao e aplicao,constitui o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) e institui o Cadastro de Defesa Ambiental.
Art. 2. A Poltica Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservao, melhoria e recuperaoda qualidade ambiental propcia vida, visando assegurar, no Pas, condies ao desenvolvimentoscio-econmico, aos interesses da segurana nacional e proteo da dignidade da vida humana,atendidos os seguintes princpios:
I - ao governamental na manuteno do equilbrio ecolgico, considerando o meio ambiente comoum patrimnio pblico a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo;
II - racionalizao do uso do solo, do subsolo, da gua e do ar;
III - planejamento e fiscalizao do uso dos recursos ambientais;
IV - proteo dos ecossistemas, com a preservao de reas representativas;
V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
VI - incentivos ao estudo e pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteo dosrecursos ambientais;
VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
VIII - recuperao de reas degradadas;IX - proteo de reas ameaadas de degradao;
X - educao ambiental a todos os nveis do ensino, inclusive a educao da comunidade, objetivandocapacit-la para participao ativa na defesa do meio ambiente.
Art. 3 - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
I - meio ambiente, o conjunto de condies, leis, influncias e interaes de ordem fsica, qumica ebiolgica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;
II - degradao da qualidade ambiental, a alterao adversa das caractersticas do meio ambiente;
III - poluio, a degradao da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ouindiretamente:
a) prejudiquem a sade, a segurana e o bem-estar da populao;b) criem condies adversas s atividades sociais e econmicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condies estticas ou sanitrias do meio ambiente;
e) lancem matrias ou energia em desacordo com os padres ambientais estabelecidos;
IV - poluidor, a pessoa fsica ou jurdica, de direito pblico ou privado, responsvel, direta ouindiretamente, por atividade causadora de degradao ambiental;
V - recursos ambientais: a atmosfera, as guas interiores, superficiais e subterrneas, os esturios, omar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora
DOS OBJETIVOS DA POLTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
Art. 4 - A Poltica Nacional do Meio Ambiente visar:
I - compatibilizao do desenvolvimento econmico social com a preservao da qualidade do meioambiente e do equilbrio ecolgico;
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II - definio de reas prioritrias de ao governamental relativa qualidade e ao equilbrioecolgico, atendendo aos interesses da Unio, dos Estados, do Distrito Federal, do Territrios e dosMunicpios;
III - ao estabelecimento de critrios e padres da qualidade ambiental e de normas relativas ao uso emanejo de recursos ambientais;
IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologia s nacionais orientadas para o uso racional derecursos ambientais;
V - difuso de tecnologias de manejo do meio ambiente, divulgao de dados e informaesambientais e formao de uma conscincia pblica sobre a necessidade de preservao daqualidade ambiental e do equilbrio ecolgico;
VI - preservao e restaurao dos recursos ambientais com vistas sua utilizao racional edisponibilidade permanente, concorrendo para a manuteno do equilbrio ecolgico propcio vida;
VII - imposio, ao poluidor e ao predador, da obrigao de recuperar e/ou indenizar os danoscausados, e ao usurio, de contribuio pela utilizao de recursos ambientais com fins econmicos.
Art. 5 - As diretrizes da Poltica Nacional do Meio Ambiente sero formuladas em normas e planos,destinados a orientar a ao dos Governos da Unio, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territriose dos Municpios no que se relaciona com a preservao da qualidade ambiental e manuteno doequilbrio ecolgico, observados os princpios estabelecidos no art. 2 desta Lei.
Pargrafo nico. As atividades empresariais pblicas ou privadas sero exercidas em consonnciacom as diretrizes da Poltica Nacional do Meio Ambiente.
DO SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
Art. 6 Os rgos e entidades da Unio, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territrios e dosMunicpios, bem como as fundaes institudas pelo Poder Pblico, responsveis pela proteo emelhoria da qualidade ambiental, constituiro o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA,assim estruturado:
I - rgo superior: o Conselho de Governo, com a funo de assessorar o Presidente da Repblica naformulao da poltica nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursosambientais;
II - rgo consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a
finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de polticasgovernamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no mbito de suacompetncia, sobre normas e padres compatveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado eessencial sadia qualidade de vida;
III - rgo central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidncia da Repblica, com a finalidade deplanejar, coordenar, supervisionar e controlar, como rgo federal, a poltica nacional e as diretrizesgovernamentais fixadas para o meio ambiente;
IV - rgo executor: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis, coma finalidade de executar e fazer executar, como rgo federal, a poltica e diretrizes governamentaisfixadas para o meio ambiente;
V - rgos Seccionais : os rgos ou entidades estaduais responsveis pela execuo de programas,
projetos e pelo controle e fiscalizao de atividades capazes de provocar a degradao ambiental;VI - rgos Locais: os rgos ou entidades municipais, responsveis pelo controle e fiscalizaodessas atividades, nas suas respectivas jurisdies;
1 Os Estados, na esfera de suas competncias e nas reas de sua jurisdio, elaborao normassupletivas e complementares e padres relacionados com o meio ambiente, observados os que foremestabelecidos pelo CONAMA.
2 O s Municpios, observadas as normas e os padres federais e estaduais, tambm poderoelaborar as normas mencionadas no pargrafo anterior.
3 Os rgos central, setoriais, seccionais e locais mencionados neste artigo devero fornecer osresultados das anlises efetuadas e sua fundamentao, quando solicitados por pessoa legitimamenteinteressada.
4 De acordo com a legislao em vigor, o Poder Executivo autorizado a criar uma Fundao deapoio tcnico cientfico s atividades da SEMA. (*)Nota: Lei n 7.804, de 18.07.89 - substituirSecretaria Especial do Meio Ambiente - SEMA por Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e RecursosNaturais Renovveis IBAMA
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CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
Art. 7 - REVOGADO.
Art. 8 Compete ao CONAMA
I - estabelecer, mediante proposta da SEMA, normas e critrios para o licenciamento de atividadesefetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo SEMA;
(*)Nota: Lei n 7.804, de 18.07.89 - substituir Secretaria Especial do Meio Ambiente - SEMA porInstituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renovveis - IBAMA
II - determinar, quando julgar necessrio, a realizao de estudos das alternativas e das possveisconseqncias ambientais de projetos pblicos ou privados, requisitando aos rgos federais,estaduais e municipais, bem assim a entidades privadas, as informaes indispensveis paraapreciao dos estudos de impacto ambiental, e respectivos relatrios, no caso de obras ou atividadesde significativa degradao ambiental, especialmente nas reas consideradas patrimnio nacional.
III - decidir, como ltima instncia administrativa em grau de recurso, mediante depsito prvio, sobreas multas e outras penalidades impostas pela SEMA; (*)Nota: Lei n 7.804, de 18.07.89 - substituirSecretaria Especial do Meio Ambiente - SEMA por Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e RecursosNaturais Renovveis - IBAMA
IV - homologar acordos visando transformao de penalidades pecunirias na obrigao de executarmedidas de interesse para a proteo ambiental (Vetado);
V - determinar, mediante representao da SEMA, a perda ou restrio de benefcios fiscaisconcedidos pelo Poder Pblico, em carter geral ou condicional, e a perda ou suspenso departicipao em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crdito; (*)Nota: Lei n 7.804,de 18.07.89 - substituir Secretaria Especial do Meio Ambiente - SEMA por Instituto Brasileiro do MeioAmbiente e Recursos Naturais Renovveis - IBAMA
VI - estabelecer, privativamente, normas e padres nacionais de controle da poluio por veculosautomotores, aeronaves e embarcaes, mediante audincia dos Ministrios competentes;
VII - estabelecer normas, critrios e padres relativos ao controle e manuteno da qualidadedo meio ambiente com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hdricos.
Pargrafo nico. O Secretrio do Meio Ambiente , sem prejuzo de suas funes, o Presidente
do Conama.
DOS INSTRUMENTOS DA POLTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
Art. 9 - So Instrumentos da Poltica Nacional do Meio Ambiente:
I - o estabelecimento de padres de qualidade ambiental;
II - o zoneamento ambiental;
III - a avaliao de impactos ambientais;
IV - o licenciamento e a reviso de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;
V - os incentivos produo e instalao de equipamentos e a criao ou absoro de tecnologia,
voltados para a melhoria da qualidade ambiental; VI - a criao de espaos territoriais especialmente protegidos pelo Poder Pblico federal,estadual e municipal, tais como reas de proteo ambiental, de relevante interesse ecolgico ereservas extrativistas;
VII - o sistema nacional de informaes sobre o meio ambiente;
VIII - o Cadastro Tcnico Federal de Atividades e Instrumento de Defesa Ambiental;
IX - as penalidades disciplinares ou compensatrias no cumprimento das medidas necessrias preservao ou correo da degradao ambiental.
X - a instituio do Relatrio de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente peloInstituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renovveis - IBAMA;
XI - a garantia da prestao de informaes relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o PoderPblico a produz-las, quando inexistentes;
XII - o Cadastro Tcnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dosrecursos ambientais.
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Art. 10 - A construo, instalao, ampliao e funcionamento de estabelecimentos e atividadesutilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como oscapazes, sob qualquer forma, de causar degradao ambiental, dependero de prvio licenciamentode rgo estadual competente, integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, e doInstituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renovveis - IBAMA, em carter supletivo,sem prejuzo de outras licenas exigveis.
1 Os pedidos de licenciamento, sua renovao e a respectiva concesso sero publicados no
jornal oficial do Estado, bem como em um peridico regional ou local de grande circulao. 2 Nos casos e prazos previstos em resoluo do CONAMA, o licenciamento de que trata esteartigo depender de homologao da SEMA. (*)Nota: Lei n 7.804, de 18.07.89 - substituir SecretariaEspecial do Meio Ambiente - SEMA por Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos NaturaisRenovveis - IBAMA
3 O rgo estadual do meio ambiente e a SEMA, esta em carter supletivo, podero, senecessrio e sem prejuzo das penalidades pecunirias cabveis, determinar a reduo das atividadesgeradoras de poluio, para manter as emisses gasosas, os efluentes lquidos e os resduos slidosdentro das condies e limites estipulados no licenciamento concedido. (*)Nota: Lei n 7.804, de18.07.89 - substituir Secretaria Especial do Meio Ambiente - SEMA por Instituto Brasileiro do MeioAmbiente e Recursos Naturais Renovveis - IBAMA
4 Compete ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renovveis - IBAMA
o licenciamento previsto no caput deste artigo, no caso de atividades e obras com significativo impactoambiental, de mbito nacional ou regional.
Art. 11. Compete SEMA propor ao CONAMA normas e padres para implantao,acompanhamento e fiscalizao do licenciamento previsto no artigo anterior, alm das que foremoriundas do prprio CONAMA. (*)Nota: Lei n 7.804, de 18.07.89 - substituir Secretaria Especial doMeio Ambiente - SEMA por Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renovveis -IBAMA
1 A fiscalizao e o controle da aplicao de critrios, normas e padres de qualidadeambiental sero exercidos pela SEMA, em carter supletivo da atuao do rgo estadual e municipalcompetentes. (*)Nota: Lei n 7.804, de 18.07.89 - substituir Secretaria Especial do Meio Ambiente -SEMA por Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renovveis - IBAMA
2 Inclui-se na competncia da fiscalizao e controle a anlise de projetos de entidades,pblicas ou privadas, objetivando a preservao ou a recuperao de recursos ambientais, afetadospor processos de explorao predatrios ou poluidores.
Art. 12. As entidades e rgos de financiamento e incentivos governamentais condicionaro aaprovao de projetos habilitados a esses benefcios ao licenciamento, na forma desta Lei, e aocumprimento das normas, dos critrios e dos padres expedidos pelo CONAMA.
Pargrafo nico. As entidades e rgos referidos no caput deste artigo devero fazer constar dosprojetos a realizao de obras e aquisio de equipamentos destinados ao controle de degradaoambiental e a melhoria da qualidade do meio ambiente.
Art. 13. O Poder Executivo incentivar as atividades voltadas ao meio ambiente, visando:
I - ao desenvolvimento, no Pas, de pesquisas e processos tecnolgicos destinados a reduzir adegradao da qualidade ambiental;
II - fabricao de equipamentos antipoluidores;
III - a outras iniciativas que propiciem a racionalizao do uso de recursos ambientais.
Pargrafo nico. Os rgos, entidades e programas do Poder Pblico, destinados ao incentivodas pesquisas cientficas e tecnolgicas, consideraro, entre as suas metas prioritrias, o apoio aosprojetos que visem a adquirir e desenvolver conhecimentos bsicos e aplicveis na rea ambiental eecolgica.
Art. 14 - Sem prejuzo das penalidades definidas pela legislao federal, estadual e municipal, ono cumprimento das medidas necessrias preservao ou correo dos inconvenientes e danoscausados pela degradao da qualidade ambiental sujeitar os transgressores:
I - multa simples ou diria, nos valores correspondentes, no mnimo, a 10 (dez) e, no mximo, a
1.000 (mil) Obrigaes Reajustveis do Tesouro Nacional - ORTNs, agravada em casos dereincidncia especfica, conforme dispuser o regulamento, vedada a sua cobrana pela Unio se jtiver sido aplicada pelo Estado, Distrito Federal, Territrios ou pelos Municpios;
II - perda ou restrio de incentivos e benefcios fiscais concedidos pelo Poder Pblico;
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III - perda ou suspenso de participao em linhas de financiamento em estabelecimentosoficiais de crdito;
IV - suspenso de sua atividade.
1 Sem obstar a aplicao das penalidades previstas neste artigo, o poluidor obrigado,independentemente da existncia de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meioambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministrio Pblico da Unio e dos Estados terlegitimidade para propor ao de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio
ambiente. 2 No caso de omisso da autoridade estadual ou municipal, caber ao Secretrio do MeioAmbiente a aplicao Ambiente a aplicao das penalidades pecunirias prevista neste artigo.
3 Nos casos previstos nos incisos II e III deste artigo, o ato declaratrio da perda, restrio oususpenso ser atribuio da autoridade administrativa ou financeira que concedeu os benefcios,incentivos ou financiamento, cumprimento resoluo do CONAMA.
4 REVOGADO.
Texto original: Nos casos de poluio provocada pelo derramamento ou lanamento de detritosou leo em guas brasileiras, por embarcaes e terminais martimos ou fluviais, prevalecer odisposto na Lei n 5.357, de 17/11/1967.
Art. 15. O poluidor que expuser a perigo a incolumidade humana, animal ou vegetal, ou estivertornando mais grave situao de perigo existente, fica sujeito pena de recluso de 1 (um) a 3 (trs)anos e multa de 100 (cem) a 1.000 (mil) MVR.
1 A pena e aumentada at o dobro se:
I - resultar:
a) dano irreversvel fauna, flora e ao meio ambiente;
b) leso corporal grave;
II - a poluio decorrente de atividade industrial ou de transporte;
III - o crime praticado durante a noite, em domingo ou em feriado.
2 Incorre no mesmo crime a autoridade competente que deixar de promover as medidas
tendentes a impedir a prtica das condutas acima descritas.Art. 16. REVOGADO.
Art. 17. Fica institudo, sob a administrao do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e RecursosNaturais Renovveis - IBAMA:
I - Cadastro Tcnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental, para registroobrigatrio de pessoas fsicas ou jurdicas que se dedicam a consultoria tcnica sobre problemasecolgicos e ambientais e indstria e comrcio de equipamentos, aparelhos e instrumentosdestinados ao controle de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;
II - Cadastro Tcnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras deRecursos Ambientais, para registro obrigatrio de pessoas fsicas ou jurdicas que se dedicam aatividades potencialmente poluidoras e/ou extrao, produo, transporte e comercializao deprodutos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de produtos e subprodutos dafauna e flora.
Art. 17-A. So estabelecidos os preos dos servios e produtos do Instituto Brasileiro do MeioAmbiente e dos Recursos Naturais Renovveis - Ibama, a serem aplicados em mbito nacional,conforme Anexo a esta Lei.
Art. 17-B. Fica instituda a Taxa de Controle e Fiscalizao Ambiental TCFA, cujo fato gerador o exerccio regular do poder de polcia conferido ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dosRecursos Naturais Renovveis Ibama para controle e fiscalizao das atividades potencialmentepoluidoras e utilizadoras de recursos naturais.
Art. 17-C. sujeito passivo da TCFA todo aquele que exera as atividades constantes do AnexoVIII desta Lei.
1oO sujeito passivo da TCFA obrigado a entregar at o dia 31 de maro de cada ano relatrio
das atividades exercidas no ano anterior, cujo modelo ser definido pelo Ibama, para o fim decolaborar com os procedimentos de controle e fiscalizao.
2oO descumprimento da providncia determinada no 1osujeita o infrator a multa equivalentea vinte por cento da TCFA devida, sem prejuzo da exigncia desta.
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3oRevogado.
Art. 17-D. A TCFA devida por estabelecimento e os seus valores so os fixados no Anexo IXdesta Lei.
1oPara os fins desta Lei, consideram-se:
I microempresa e empresa de pequeno porte, as pessoas jurdicas que se enquadrem,respectivamente, nas descries dos incisos I e II do caputdo art. 2oda Lei no9.841, de 5 de outubro
de 1999; II empresa de mdio porte, a pessoa jurdica que tiver receita bruta anual superior a R$1.200.000,00 (um milho e duzentos mil reais) e igual ou inferior a R$ 12.000.000,00 (doze milhes dereais);
III empresa de grande porte, a pessoa jurdica que tiver receita bruta anual superior a R$12.000.000,00 (doze milhes de reais).
2oO potencial de poluio (PP) e o grau de utilizao (GU) de recursos naturais de cada umadas atividades sujeitas fiscalizao encontram-se definidos no Anexo VIII desta Lei.
3oCaso o estabelecimento exera mais de uma atividade sujeita fiscalizao, pagar a taxarelativamente a apenas uma delas, pelo valor mais elevado.
Art. 17-E. o Ibama autorizado a cancelar dbitos de valores inferiores a R$ 40,00 (quarenta
reais), existentes at 31 de dezembro de 1999. Art. 17-F. So isentas do pagamento da TCFA as entidades pblicas federais, distritais, estaduaise municipais, as entidades filantrpicas, aqueles que praticam agricultura de subsistncia e aspopulaes tradicionais.
Art. 17-G. A TCFA ser devida no ltimo dia til de cada trimestre do ano civil, nos valores fixadosno Anexo IX desta Lei, e o recolhimento ser efetuado em conta bancria vinculada ao Ibama, porintermdio de documento prprio de arrecadao, at o quinto dia til do ms subseqente.
Art. 17-H. A TCFA no recolhida nos prazos e nas condies estabelecidas no artigo anterior sercobrada com os seguintes acrscimos:
I juros de mora, na via administrativa ou judicial, contados do ms seguinte ao do vencimento, razo de um por cento;
II multa de mora de vinte por cento, reduzida a dez por cento se o pagamento for efetuado at oltimo dia til do ms subseqente ao do vencimento;
III encargo de vinte por cento, substitutivo da condenao do devedor em honorrios deadvogado, calculado sobre o total do dbito inscrito como Dvida Ativa, reduzido para dez por cento seo pagamento for efetuado antes do ajuizamento da execuo.
1o-A. Os juros de mora no incidem sobre o valor da multa de mora.
1oOs dbitos relativos TCFA podero ser parcelados de acordo com os critrios fixados nalegislao tributria, conforme dispuser o regulamento desta Lei.
Art. 17-I. As pessoas fsicas e jurdicas que exeram as atividades mencionadas nos incisos I e IIdo art. 17 e que no estiverem inscritas nos respectivos cadastros at o ltimo dia til do terceiro msque se seguir ao da publicao desta Lei incorrero em infrao punvel com multa de:
I R$ 50,00 (cinqenta reais), se pessoa fsica;
II R$ 150,00 (cento e cinqenta reais), se microempresa;
III R$ 900,00 (novecentos reais), se empresa de pequeno porte;
IV R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais), se empresa de mdio porte;
V R$ 9.000,00 (nove mil reais), se empresa de grande porte.
Art. 17-I. REVOGADO.
Art. 17-L. As aes de licenciamento, registro, autorizaes, concesses e permisses relacionadas fauna, flora, e ao controle ambiental so de competncia exclusiva dos rgos integrantes doSistema Nacional do Meio Ambiente.
Art. 17-M. Os preos dos servios administrativos prestados pelo Ibama, inclusive os referentes venda de impressos e publicaes, assim como os de entrada, permanncia e utilizao de reas ouinstalaes nas unidades de conservao, sero definidos em portaria do Ministro de Estado do MeioAmbiente, mediante proposta do Presidente daquele Instituto.
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Art. 17-N. Os preos dos servios tcnicos do Laboratrio de Produtos Florestais do Ibama, assimcomo os para venda de produtos da flora, sero, tambm, definidos em portaria do Ministro de Estadodo Meio Ambiente, mediante proposta do Presidente daquele Instituto.
Art. 17-O. Os proprietrios rurais que se beneficiarem com reduo do valor do Imposto sobre aPropriedade Territorial Rural ITR, com base em Ato Declaratrio Ambiental - ADA, devero recolherao Ibama a importncia prevista no item 3.11 do Anexo VII da Lei no9.960, de 29 de janeiro de 2000, attulo de Taxa de Vistoria.
1o-A. A Taxa de Vistoria a que se refere o caputdeste artigo no poder exceder a dez por centodo valor da reduo do imposto proporcionada pelo ADA.
1oA utilizao do ADA para efeito de reduo do valor a pagar do ITR obrigatria.
2oO pagamento de que trata o caput deste artigo poder ser efetivado em cota nica ou emparcelas, nos mesmos moldes escolhidos pelo contribuinte para o pagamento do ITR, em documentoprprio de arrecadao do Ibama.
3o Para efeito de pagamento parcelado, nenhuma parcela poder ser inferior a R$ 50,00(cinqenta reais).
4oO inadimplemento de qualquer parcela ensejar a cobrana de juros e multa nos termos dosincisos I e II do capute 1o-A e 1o, todos do art. 17-H desta Lei.
5oAps a vistoria, realizada por amostragem, caso os dados constantes do ADA no coincidamcom os efetivamente levantados pelos tcnicos do Ibama, estes lavraro, de ofcio, novo ADA,contendo os dados reais, o qual ser encaminhado Secretaria da Receita Federal, para asprovidncias cabveis.
Art. 17-P. Constitui crdito para compensao com o valor devido a ttulo de TCFA, at o limite desessenta por cento e relativamente ao mesmo ano, o montante efetivamente pago peloestabelecimento ao Estado, ao Municpio e ao Distrito Federal em razo de taxa de fiscalizaoambiental.
1oValores recolhidos ao Estado, ao Municpio e ao Distrital Federal a qualquer outro ttulo, taiscomo taxas ou preos pblicos de licenciamento e venda de produtos, no constituem crdito paracompensao com a TCFA.
2oA restituio, administrativa ou judicial, qualquer que seja a causa que a determine, da taxa
de fiscalizao ambiental estadual ou distrital compensada com a TCFA restaura o direito de crdito doIbama contra o estabelecimento, relativamente ao valor compensado.
Art. 17-Q. o Ibama autorizado a celebrar convnios com os Estados, os Municpios e o DistritoFederal para desempenharem atividades de fiscalizao ambiental, podendo repassar-lhes parcela dareceita obtida com a TCFA.
Pargrafo nico. As pessoas fsicas ou jurdicas que, de qualquer modo, degradarem reservas ouestaes ecolgicas, bem como outras reas declaradas como de relevante interesse ecolgico, estosujeitas s penalidades previstas no art. 14 desta Lei.
Art. 19. Ressalvado o disposto nas Leis ns 5357, de 17/11/1967, e 7661, de 16/06/1988, a receitaproveniente da aplicao desta Lei ser recolhida de acordo com o disposto no art. 4 da Lei n 7735,de 22/02/1989.
Art. 20. Esta Lei entrar em vigor na data de sua publicao. Art. 21. Revogam-se as disposies em contrrio.
Braslia, 31 de agosto de 1981; 160 da Independncia e 93 da Repblica.
JOO FIGUEIREDO
Mrio Andreazza
anexo VIII
Atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos ambientais
Cdigo Categoria Descrio Pp/gu
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01Extrao e Tratamento deMinerais - pesquisa mineral com guia de
utilizao; lavra a cu aberto,inclusive de aluvio, com ousem beneficiamento; lavrasubterrnea com ou sembeneficiamento, lavragarimpeira, perfurao depoos e produo de petrleo egs natural.
AAlto
02 Indstria de Produtos MineraisNo Metlicos - beneficiamento de mineraisno metlicos, no associadosa extrao; fabricao eelaborao de produtosminerais no metlicos taiscomo produo de materialcermico, cimento, gesso,amianto, vidro e similares.
MMdio
03Indstria Metalrgica
- fabricao de ao e deprodutos siderrgicos,produo de fundidos de ferroe ao, forjados, arames,relaminados com ou semtratamento; de superfcie,inclusive galvanoplastia,
metalurgia dos metais no-ferrosos, em formas primrias esecundrias, inclusive ouro;produo de laminados, ligas,artefatos de metais no-ferrosos com ou semtratamento de superfcie,inclusive galvanoplastia;relaminao de metais no-ferrosos, inclusive ligas,produo de soldas e anodos;metalurgia de metais preciosos;metalurgia do p, inclusivepeas moldadas; fabricao deestruturas metlicas com ousem tratamento de superfcie,inclusive; galvanoplastia,
fabricao de artefatos deferro, ao e de metais no-ferrosos com ou semtratamento de superfcie,inclusive galvanoplastia,tmpera e cementao de ao,recozimento de arames,tratamento de superfcie.
AAlto
04Indstria Mecnica
- fabricao de mquinas,aparelhos, peas, utenslios eacessrios com e semtratamento trmico ou desuperfcie.
MMdio
05 Indstria de material Eltrico,
Eletrnico e Comunicaes
- fabricao de pilhas, baterias
e outros acumuladores,fabricao de material eltrico,eletrnico e equipamentos paratelecomunicao e informtica;fabricao de aparelhoseltricos e eletrodomsticos.
MMdio
06 Indstria de Material deTransporte
- fabricao e montagem deveculos rodovirios eferrovirios, peas eacessrios; fabricao emontagem de aeronaves;fabricao e reparo deembarcaes e estruturasflutuantes.
MMdio
07 Indstria de Madeira - serraria e desdobramento demadeira; preservao demadeira; fabricao de chapas,placas de madeira aglomerada,prensada e compensada;fabricao de estruturas de
Mdio
-
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madeira e de mveis.
08 Indstria de Papel e Celulose - fabricao de celulose e pastamecnica; fabricao de papele papelo; fabricao deartefatos de papel, papelo,cartolina, carto e fibraprensada.
Alto
09 Indstria de Borracha - beneficiamento de borrachanatural, fabricao de cmarade ar, fabricao erecondicionamento depneumticos; fabricao delaminados e fios de borracha;fabricao de espuma deborracha e de artefatos deespuma de borracha, inclusiveltex.
Pequeno
10 Indstria de Couros e Peles - secagem e salga de couros epeles, curtimento e outraspreparaes de couros e peles;fabricao de artefatosdiversos de couros e peles;fabricao de cola animal.
Alto
11 Indstria Txtil, de Vesturio,Calados e Artefatos deTecidos
- beneficiamento de fibrastxteis, vegetais, de origemanimal e sintticos; fabricaoe acabamento de fios e tecidos;tingimento, estamparia e outrosacabamentos em peas dovesturio e artigos diversos detecidos; fabricao de caladose componentes para calados.
Mdio
12 Indstria de Produtos deMatria Plstica.
- fabricao de laminadosplsticos, fabricao deartefatos de material plstico.
Pequeno
13 Indstria do Fumo - fabricao de cigarros,charutos, cigarrilhas e outrasatividades de beneficiamentodo fumo.
Mdio
14 Indstrias Diversas - usinas de produo deconcreto e de asfalto.
Pequeno
15 Indstria Qumica - produo de substncias efabricao de produtosqumicos, fabricao deprodutos derivados doprocessamento de petrleo, derochas betuminosas e damadeira; fabricao decombustveis no derivados depetrleo, produo de leos,
gorduras, ceras, vegetais eanimais, leos essenciais,vegetais e produtos similares,da destilao da madeira,fabricao de resinas e defibras e fios artificiais esintticos e de borracha e ltexsintticos, fabricao deplvora, explosivos,detonantes, munio para caae desporto, fsforo desegurana e artigospirotcnicos; recuperao erefino de solventes, leosminerais, vegetais e animais;fabricao de concentradosaromticos naturais, artificiais e
sintticos; fabricao depreparados para limpeza epolimento, desinfetantes,inseticidas, germicidas efungicidas; fabricao de tintas,esmaltes, lacas, vernizes,
Alto
-
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impermeabilizantes, solventese secantes; fabricao defertilizantes e agroqumicos;fabricao de produtosfarmacuticos e veterinrios;fabricao de sabes,detergentes e velas; fabricaode perfumarias e cosmticos;produo de lcool etlico,metanol e similares.
16 Indstria de ProdutosAlimentares e Bebidas
- beneficiamento, moagem,torrefao e fabricao deprodutos alimentares;matadouros, abatedouros,frigorficos, charqueadas ederivados de origem animal;fabricao de conservas;preparao de pescados efabricao de conservas depescados; beneficiamento eindustrializao de leite ederivados; fabricao erefinao de acar; refino epreparao de leo e gordurasvegetais; produo demanteiga, cacau, gorduras de
origem animal paraalimentao; fabricao defermentos e leveduras;fabricao de raesbalanceadas e de alimentospreparados para animais;fabricao de vinhos e vinagre;fabricao de cervejas, chopese maltes; fabricao de bebidasno-alcolicas, bem comoengarrafamento e gaseificaoe guas minerais; fabricaode bebidas alcolicas.
Mdio
17 Servios de Utilidade - produo de energiatermoeltrica; tratamento edestinao de resduosindustriais lquidos e slidos;disposio de resduosespeciais tais como: deagroqumicos e suasembalagens; usadas e deservio de sade e similares;destinao de resduos deesgotos sanitrios e deresduos slidos urbanos,inclusive aqueles provenientesde fossas; dragagem ederrocamentos em corposdgua; recuperao de reascontaminadas ou degradadas.
Mdio
18 Transporte, Terminais,
Depsitos e Comrcio
- transporte de cargas
perigosas, transporte por dutos;marinas, portos e aeroportos;terminais de minrio, petrleo ederivados e produtos qumicos;depsitos de produtos qumicose produtos perigosos; comrciode combustveis, derivados depetrleo e produtos qumicos eprodutos perigosos.
Alto
19 Turismo - complexos tursticos e delazer, inclusive parquestemticos.
Pequeno
20 Uso de Recursos Naturais - silvicultura; exploraoeconmica da madeira oulenha e subprodutos florestais;importao ou exportao dafauna e flora nativas brasileiras;atividade de criao eexplorao econmica defauna extica e de fauna
Mdio
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silvestre; utilizao dopatrimnio gentico natural;explorao de recursosaquticos vivos; introduo deespcies exticas ougeneticamente modificadas;uso da diversidade biolgicapela biotecnologia.
21 (VETADO) x x
22 (VETADO) x x
ANEXO IX
VALORES, EM REAIS, DEVIDOS A TTULOS DE TCFA POR ESTABELECiMENTOPOR TRIMESTRE
Potencial dePoluio,
Grau deutilizao deRecursosNaturais
PessoaFsica
Microempresa EmpresadePequenoPorte
Empresade MdioPorte
EmpresadeGrandePorte
Pequeno - - 112,50 225,00 450,00
Mdio - - 180,00 360,00 900,00
Alto - 50,00 225,00 450,00 2.250,00
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DECRETO No99.274, DE 6 DE JUNHO DE 1990
Regulamenta a Lei n 6.902, de 27 de abril de 1981, e a Lei n 6.938, de 31 de agosto de 1981, quedispem, respectivamente sobre a criao de Estaes Ecolgicas e reas de Proteo Ambiental esobre a Poltica Nacional do Meio Ambiente, e d outras providncias.
O PRESIDENTE DA REPBLICA, no uso das atribuies que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, da
Constituio, e tendo em vista o disposto na Lei n 6.902, de 27 de abril de 1981, e na Lei n 6.938, de31 de agosto de 1981, alterada pelas Leis ns 7.804, de 18 de julho de 1989, e 8.028, de 12 de abril de1990,
DECRETA:
TTULO I
Da Execuo da Poltica Nacional do Meio Ambiente
CAPTULO I
Das Atribuies
Art. 1 Na execuo da Poltica Nacional do Meio Ambiente cumpre ao Poder Pblico, nos seusdiferentes nveis de governo:
I - manter a fiscalizao permanente dos recursos ambientais, visando compatibilizao dodesenvolvimento econmico com a proteo do meio ambiente e do equilbrio ecolgico;
II - proteger as reas representativas de ecossistemas mediante a implantao de unidades deconservao e preservao ecolgica;
III - manter, atravs de rgos especializados da Administrao Pblica, o controle permanente dasatividades potencial ou efetivamente poluidoras, de modo a compatibiliz-las com os critrios vigentesde proteo ambiental;
IV - incentivar o estudo e a pesquisa de tecnologias para o uso racional e a proteo dos recursosambientais, utilizando nesse sentido os planos e programas regionais ou setoriais de desenvolvimentoindustrial e agrcola;
V - implantar, nas reas crticas de poluio, um sistema permanente de acompanhamento dos ndices
locais de qualidade ambiental;VI - identificar e informar, aos rgos e entidades do Sistema Nacional do Meio Ambiente, a existnciade reas degradadas ou ameaadas de degradao, propondo medidas para sua recuperao; e
VII - orientar a educao, em todos os nveis, para a participao ativa do cidado e da comunidade nadefesa do meio ambiente, cuidando para que os currculos escolares das diversas matriasobrigatrias contemplem o estudo da ecologia.
Art. 2 A execuo da Poltica Nacional do Meio Ambiente, no mbito da Administrao PblicaFederal, ter a coordenao do Secretrio do Meio Ambiente.
CAPTULO II
Da Estrutura do Sistema Nacional do Meio Ambiente
Art. 3 O Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), constitudo pelos rgos e entidades daUnio, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municpios e pelas fundaes institudas pelo PoderPblico, responsveis pela proteo e melhoria da qualidade ambiental, tem a seguinte estrutura:
I - rgo Superior: o Conselho de Governo;
II - rgo Consultivo e Deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama);
III - rgo Central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidncia da Repblica (Semam/PR);
IV - rgo Executor: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis(Ibama);
V - rgos Seccionais: os rgos ou entidades da Administrao Pblica Federal direta e indireta, asfundaes institudas pelo Poder Pblico cujas atividades estejam associadas s de proteo daqualidade ambiental ou quelas de disciplinamento do uso de recursos ambientais, bem assim os
rgos e entidades estaduais responsveis pela execuo de programas e projetos e pelo controle efiscalizao de atividades capazes de provocar a degradao ambiental; e
VI - rgos Locais: os rgos ou entidades municipais responsveis pelo controle e fiscalizao dasatividades referidas no inciso anterior, nas suas respectivas jurisdies.
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Seo I
Da Constituio e Funcionamento do Conselho Nacional do Meio Ambiente
Art. 4o O CONAMA compe-se de:
I - Plenrio;
II - Comit de Integrao de Polticas Ambientais;
III - Cmaras Tcnicas;
IV - Grupos de Trabalho; e
V - Grupos Assessores.
Art. 5o Integram o Plenrio do CONAMA:
I - o Ministro de Estado do Meio Ambiente, que o presidir;
II - o Secretrio-Executivo do Ministrio do Meio Ambiente, que ser o seu Secretrio-Executivo;
III - um representante do IBAMA;
IV - um representante da Agncia Nacional de guas-ANA;
V - um representante de cada um dos Ministrios, das Secretarias da Presidncia da Repblica e dosComandos Militares do Ministrio da Defesa, indicados pelos respectivos titulares;
VI - um representante de cada um dos Governos Estaduais e do Distrito Federal, indicados pelosrespectivos governadores;
VII - oito representantes dos Governos Municipais que possuam rgo ambiental estruturado eConselho de Meio Ambiente com carter deliberativo, sendo:
a) um representante de cada regio geogrfica do Pas;
b) um representante da Associao Nacional de Municpios e Meio Ambiente-ANAMMA;
c) dois representantes de entidades municipalistas de mbito nacional;
VIII - vinte e um representantes de entidades de trabalhadores e da sociedade civil, sendo:
a) dois representantes de entidades ambientalistas de cada uma das Regies Geogrficas do Pas;b) um representante de entidade ambientalista de mbito nacional;
c) trs representantes de associaes legalmente constitudas para a defesa dos recursos naturais edo combate poluio, de livre escolha do Presidente da Repblica;
d) um representante de entidades profissionais, de mbito nacional, com atuao na rea ambiental ede saneamento, indicado pela Associao Brasileira de Engenharia Sanitria e Ambiental-ABES;
e) um representante de trabalhadores indicado pelas centrais sindicais e confederaes detrabalhadores da rea urbana (Central nica dos Trabalhadores-CUT, Fora Sindical, ConfederaoGeral dos Trabalhadores-CGT, Confederao Nacional dos Trabalhadores na Indstria-CNTI eConfederao Nacional dos Trabalhadores no Comrcio-CNTC), escolhido em processo coordenadopela CNTI e CNTC;
f) um representante de trabalhadores da rea rural, indicado pela Confederao Nacional dosTrabalhadores na Agricultura-CONTAG;
g) um representante de populaes tradicionais, escolhido em processo coordenado pelo CentroNacional de Desenvolvimento Sustentvel das Populaes Tradicionais-CNPT/IBAMA;
h) um representante da comunidade indgena indicado pelo Conselho de Articulao dos Povos eOrganizaes Indgenas do Brasil-CAPOIB;
i) um representante da comunidade cientfica, indicado pela Sociedade Brasileira para o Progresso daCincia-SBPC;
j) um representante do Conselho Nacional de Comandantes Gerais das Polcias Militares e Corpos deBombeiros Militares-CNCG;
l) um representante da Fundao Brasileira para a Conservao da Natureza-FBCN;
IX - oito representantes de entidades empresariais; e
X - um membro honorrio indicado pelo Plenrio.
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1o Integram tambm o Plenrio do CONAMA, na condio de Conselheiros Convidados, sem direitoa voto:
I - um representante do Ministrio Pblico Federal;
II - um representante dos Ministrios Pblicos Estaduais, indicado pelo Conselho Nacional dosProcuradores-Gerais de Justia; e
III - um representante da Comisso de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias da Cmara
dos Deputados. 2o Os representantes referidos nos incisos III a X do capute no 1oe seus respectivos suplentessero designados pelo Ministro de Estado do Meio Ambiente.
3o Os representantes referidos no inciso III do capute no 1oe seus respectivos suplentes seroindicados pelos titulares dos respectivos rgos e entidades.
4o Incumbir ANAMMA coordenar o processo de escolha dos representantes a que se referem asalneas "a" e "b" do inciso VII e ao Presidente do CONAMA a indicao das entidades referidas naalnea "c" desse mesmo inciso.
5o Os representantes das entidades de trabalhadores e empresariais sero indicados pelasrespectivas Confederaes Nacionais.
6o Os representantes referidos no inciso VIII, alneas "a" e "b", sero eleitos pelas entidades
inscritas, h pelo menos um ano, no Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas-CNEA, narespectiva regio, mediante carta registrada ou protocolizada junto ao CONAMA.
7o Ter mandato de dois anos, renovvel por igual perodo, o representante de que trata o inciso X."(NR)
Art. 6 O Plenrio do Conama reunir-se-, em carter ordinrio, a cada trs meses, no Distrito Federal,e, extraordinariamente, sempre que convocado pelo seu Presidente, por iniciativa prpria ou arequerimento de pelo menos dois teros de seus membros.
1 As reunies extraordinrias podero ser realizadas fora do Distrito Federal, sempre que razessuperiores, de convenincia tcnica ou poltica, assim o exigirem.
2o O Plenrio do CONAMA reunir-se- em sesso pblica, com a presena de pelo menos a metademais um dos seus membros e deliberar por maioria simples dos membros presentes no Plenrio,
cabendo ao Presidente da sesso, alm do voto pessoal, o de qualidade. 3o O Presidente do CONAMA ser substitudo, nos seus impedimentos, pelo Secretrio-Executivo doCONAMA e, na falta deste, pelo Conselheiro representante do Ministrio do Meio Ambiente.
4 A participao dos membros do Conama considerada servio de natureza relevante e no serremunerada, cabendo s instituies representadas o custeio das despesas de deslocamento eestadia.
5o Os membros representantes da sociedade civil, previsto no inciso VIII, alneas "a", "b", "c", "d","g", "h", "i" e "l" do caputdo art. 5o, podero ter as despesas de deslocamento e estada pagas contade recursos oramentrios do Ministrio do Meio Ambiente.
Seo II
Da Competncia do Conselho Nacional do Meio Ambiente
Art. 7o Compete ao CONAMA:
I - estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critrios para o licenciamento de atividadesefetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido pela Unio, Estados, Distrito Federal eMunicpios e supervisionada pelo referido Instituto;
II - determinar, quando julgar necessrio, a realizao de estudos das alternativas e das possveisconseqncias ambientais de projetos pblicos ou privados, requisitando aos rgos federais,estaduais e municipais, bem assim a entidades privadas, as informaes indispensveis paraapreciao dos estudos de impacto ambiental, e respectivos relatrios, no caso de obras ou atividadesde significativa degradao ambiental, especialmente nas reas consideradas patrimnio nacional;
III - decidir, aps o parecer do Comit de Integrao de Polticas Ambientais, em ltima instnciaadministrativa em grau de recurso, mediante depsito prvio, sobre as multas e outras penalidades
impostas pelo IBAMA;IV - determinar, mediante representao do IBAMA, a perda ou restrio de benefcios fiscaisconcedidos pelo Poder Pblico, em carter geral ou condicional, e a perda ou suspenso departicipao em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crdito;
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V - estabelecer, privativamente, normas e padres nacionais de controle da poluio causada porveculos automotores, aeronaves e embarcaes, mediante audincia dos Ministrios competentes;
VI - estabelecer normas, critrios e padres relativos ao controle e manuteno da qualidade do meioambiente com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hdricos;
VII - assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo diretrizes de polticas governamentais parao meio ambiente e os recursos naturais;
VIII - deliberar, no mbito de sua competncia, sobre normas e padres compatveis com o meioambiente ecologicamente equilibrado e essencial sadia qualidade de vida;
IX - estabelecer os critrios tcnicos para declarao de reas crticas, saturadas ou em vias desaturao;
X - acompanhar a implementao do Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza-SNUC, conforme disposto no inciso I do art. 6oda Lei no9.985, de 18 de julho de 2000;
XI - propor sistemtica de monitoramento, avaliao e cumprimento das normas ambientais;
XII - incentivar a instituio e o fortalecimento institucional dos Conselhos Estaduais e Municipais deMeio Ambiente, de gesto de recursos ambientais e dos Comits de Bacia Hidrogrfica;
XIII - avaliar a implementao e a execuo da poltica ambiental do Pas;
XIV - recomendar ao rgo ambiental competente a elaborao do Relatrio de Qualidade Ambiental,
previsto no art. 9oinciso X da Lei no6.938, de 31 de agosto de 1981;XV - estabelecer sistema de divulgao de seus trabalhos;
XVI - promover a integrao dos rgos colegiados de meio ambiente;
XVII - elaborar, aprovar e acompanhar a implementao da Agenda Nacional de Meio Ambiente, a serproposta aos rgos e s entidades do SISNAMA, sob a forma de recomendao;
XVIII - deliberar, sob a forma de resolues, proposies, recomendaes e moes, visando ocumprimento dos objetivos da Poltica Nacional de Meio Ambiente; e
XIX - elaborar o seu regimento interno.
1o As normas e os critrios para o licenciamento de atividades potencial ou efetivamente poluidorasdevero estabelecer os requisitos necessrios proteo ambiental.
2o As penalidades previstas no inciso IV deste artigo somente sero aplicadas nos casospreviamente definidos em ato especfico do CONAMA, assegurando-se ao interessado a ampla defesa.
3o Na fixao de normas, critrios e padres relativos ao controle e manuteno da qualidade domeio ambiente, o CONAMA levar em considerao a capacidade de auto-regenerao dos corposreceptores e a necessidade de estabelecer parmetros genricos mensurveis.
4o A Agenda Nacional de Meio Ambiente de que trata o inciso XVII deste artigo constitui-se dedocumento a ser dirigido ao SISNAMA, recomendando os temas, programas e projetos consideradosprioritrios para a melhoria da qualidade ambiental e o desenvolvimento sustentvel do Pas, indicandoos objetivos a serem alcanados num perodo de dois anos.
Seo III
Das Cmaras Tcnicas
Art. 8 O Conama poder dividir-se em Cmaras Tcnicas, para examinar e relatar ao Plenrioassuntos de sua competncia.
1 A competncia, a composio e o prazo de funcionamento de cada uma das Cmaras Tcnicasconstar do ato do Conama que a criar.
2 Na composio das Cmaras Tcnicas, integradas por at sete membros, devero serconsideradas as diferentes categorias de interesse multi-setorial representadas no Plenrio.
Art. 9 Em caso de urgncia, o Presidente do Conama poder criar Cmaras Tcnicas ad referendumdo Plenrio.
Seo IV
Do rgo Central
Art. 11. Para atender ao suporte tcnico e administrativo do CONAMA, a Secretaria-Executiva doMinistrio do Meio Ambiente dever:
I - solicitar colaborao, quando necessrio, aos rgos especficos singulares, ao Gabinete e sentidades vinculadas ao Ministrio do Meio Ambiente;
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II - coordenar, por meio do Sistema Nacional de Informaes sobre o Meio Ambiente-SINIMA, ointercmbio de informaes entre os rgos integrantes do SISNAMA; e
III - promover a publicao e divulgao dos atos do CONAMA." (NR)
Seo V
Da Coordenao dos rgos Seccionais Federais
Art. 12. Os rgos Seccionais, de que trata o art. 3, inciso V, primeira parte, sero coordenados, no
que se referir Poltica Nacional do Meio Ambiente, pelo Secretrio do Meio Ambiente.Seo VI
Dos rgos Seccionais Estaduais e dos rgos Locais
Art. 13. A integrao dos rgos Setoriais Estaduais (art. 30, inciso V, segunda parte) e dos rgosLocais ao Sisnama, bem assim a delegao de funes do nvel federal para o estadual podero serobjeto de convnios celebrados entre cada rgo Setorial Estadual e a Semam/PR, admitida aintervenincia de rgos Setoriais Federais do Sisnama.
CAPTULO III
Da Atuao do Sistema Nacional do Meio Ambiente
Art. 14. A atuao do Sisnama efetivar-se- mediante articulao coordenada dos rgos e entidades
que o constituem, observado o seguinte:I - o acesso da opinio pblica s informaes relativas s agresses ao meio ambiente e s aes deproteo ambiental, na forma estabelecida pelo Conama; e
II - caber aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios a regionalizao das medidas emanadasdo Sisnama, elaborando normas e padres supletivos e complementares.
Pargrafo nico. As normas e padres dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios podero fixarparmetros de emisso, ejeo e emanao de agentes poluidores, observada a legislao federal.
Art. 15. Os rgos Seccionais prestaro ao Conama informaes sobre os seus planos de ao eprogramas em execuo, consubstanciadas em relatrios anuais, sem prejuzo de relatrios parciaispara atendimento de solicitaes especficas.
Pargrafo nico. A Semam/PR consolidar os relatrios mencionados neste artigo em um relatrio
anual sobre a situao do meio ambiente no Pas, a ser publicado e submetido considerao doConama, em sua segunda reunio do ano subseqente.
Art. 16. O Conama, por intermdio da Semam/PR, poder solicitar informaes e pareceres dos rgoSeccionais e Locais, justificando, na respectiva requisio, o prazo para o seu atendimento.
1 Nas atividades de licenciamento, fiscalizao e controle devero ser evitadas exignciasburocrticas excessivas ou pedidos de informaes j disponveis.
2 Podero ser requeridos Semam/PR, bem assim aos rgos Executor, Seccionais e Locais, porpessoa fsica ou jurdica que comprove legtimo interesse, os resultados das anlises tcnicas de quedisponham.
3 Os rgos integrantes do Sisnama, quando solicitarem ou prestarem informaes, deveropreservar o sigilo industrial e evitar a concorrncia desleal, correndo o processo, quando for o caso,
sob sigilo administrativo, pelo qual ser responsvel a autoridade dele encarregada.CAPTULO IV
Do Licenciamento das Atividades
Art. 17. A construo, instalao, ampliao e funcionamento de estabelecimento de atividadesutilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, bem assim osempreendimentos capazes, sob qualquer forma, de causar degradao ambiental, dependero deprvio licenciamento do rgo estadual competente integrante do Sisnama, sem prejuzo de outraslicenas legalmente exigveis.
1 Caber ao Conama fixar os critrios bsicos, segundo os quais sero exigidos estudos de impactoambiental para fins de licenciamento, contendo, entre outros, os seguintes itens:
a) diagnstico ambiental da rea;
b) descrio da ao proposta e suas alternativas; e
c) identificao, anlise e previso dos impactos significativos, positivos e negativos.
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2 O estudo de impacto ambiental ser realizado por tcnicos habilitados e constituir o Relatrio deImpacto Ambiental Rima, correndo as despesas conta do proponente do projeto.
3 Respeitada a matria de sigilo industrial, assim expressamente caracterizada a pedido dointeressado, o Rima, devidamente fundamentado, ser acessvel ao pblico.
4 Resguardado o sigilo industrial, os pedidos de licenciamento, em qualquer das suas modalidades,sua renovao e a respectiva concesso da licena sero objeto de publicao resumida, paga pelointeressado, no jornal oficial do Estado e em um peridico de grande circulao, regional ou local,
conforme modelo aprovado pelo Conama.Art. 18. O rgo estadual do meio ambiente e o Ibama, este em carter supletivo, sem prejuzo daspenalidades pecunirias cabveis, determinaro, sempre que necessrio, a reduo das atividadesgeradoras de poluio, para manter as emisses gasosas ou efluentes lquidos e os resduos slidosnas condies e limites estipulados no licenciamento concedido.
Art. 19. O Poder Pblico, no exerccio de sua competncia de controle, expedir as seguintes licenas:
I - Licena Prvia (LP), na fase preliminar do planejamento de atividade, contendo requisitos bsicos aserem atendidos nas fases de localizao, instalao e operao, observados os planos municipais,estaduais ou federais de uso do solo;
II - Licena de Instalao (LI), autorizando o incio da implantao, de acordo com as especificaesconstantes do Projeto Executivo aprovado; e
III - Licena de Operao (LO), autorizando, aps as verificaes necessrias, o incio da atividadelicenciada e o funcionamento de seus equipamentos de controle de poluio, de acordo com o previstonas Licenas Prvia e de Instalao.
1 Os prazos para a concesso das licenas sero fixados pelo Conama, observada a natureza tcnicada atividade.
2 Nos casos previstos em resoluo do Conama, o licenciamento de que trata este artigo dependerde homologao do Ibama.
3 Iniciadas as atividades de implantao e operao, antes da expedio das respectivas licenas, osdirigentes dos rgos Setoriais do Ibama devero, sob pena de responsabilidade funcional, comunicaro fato s entidades financiadoras dessas atividades, sem prejuzo da imposio de penalidades,medidas administrativas de interdio, judiciais, de embargo, e outras providncias cautelares.
4 O licenciamento dos estabelecimentos destinados a produzir materiais nucleares ou a utilizar aenergia nuclear e suas aplicaes, competir Comisso Nacional de Energia Nuclear (CENEN),mediante parecer do Ibama, ouvidos os rgos de controle ambiental estaduais ou municipais.
5 Excluda a competncia de que trata o pargrafo anterior, nos demais casos de competncia federalo Ibama expedir as respectivas licenas, aps considerar o exame tcnico procedido pelos rgosestaduais e municipais de controle da poluio.
Art. 20. Caber recurso administrativo:
I - para o Secretrio de Assuntos Estratgicos, das decises da Comisso Nacional de Energia Nuclear(CNEN); e
II - para o Secretrio do Meio Ambiente, nos casos de licenciamento da competncia privativa doIbama, inclusive nos de denegao de certificado homologatrio.
Pargrafo nico. No mbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, o recurso de que trataeste artigo ser interposto para a autoridade prevista na respectiva legislao.
Art. 21. Compete Semam/PR propor ao Conama a expedio de normas gerais para implantao efiscalizao do licenciamento previsto neste decreto.
1 A fiscalizao e o controle da aplicao de critrios, normas e padres de qualidade ambiental seroexercidos pelo Ibama, em carter supletivo atuao dos rgos Seccionais Estaduais e dos rgosLocais.
2 Inclui-se na competncia supletiva do Ibama a anlise prvia de projetos, de entidades pblicas ouprivadas, que interessem conservao ou recuperao dos recursos ambientais.
3 O proprietrio de estabelecimento ou o seu preposto responsvel permitir, sob a pena da lei, oingresso da fiscalizao no local das atividades potencialmente poluidoras para a inspeo de todas assuas reas.
4 As autoridades policiais, quando necessrio, devero prestar auxlio aos agentes fiscalizadores noexerccio de suas atribuies.
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Art. 22. O Ibama, na anlise dos projetos submetidos ao seu exame, exigir, para efeito de aprovao,que sejam adotadas, pelo interessado, medidas capazes de assegurar que as matrias-primas,insumos e bens produzidos tenham padro de qualidade que elimine ou reduza, o efeito poluentederivado de seu emprego e utilizao.
CAPTULO V
Dos Incentivos
Art. 23. As entidades governamentais de financiamento ou gestoras de incentivos, condicionaro a suaconcesso comprovao do licenciamento previsto neste decreto.
CAPTULO VI
Do Cadastramento
Art. 24. O Ibama submeter aprovao do Conama as normas necessrias implantao doCadastro Tcnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental.
TTULO II
Das Estaes Ecolgicas e das reas de Proteo Ambiental
CAPTULO I
Das Estaes Ecolgicas
Art. 25. As Estaes Ecolgicas Federais sero criadas por Decreto do Poder Executivo, medianteproposta do Secretrio do Meio Ambiente, e tero sua administrao coordenada pelo Ibama.
1 O ato de criao da Estao Ecolgica definir os seus limites geogrficos, a sua denominao, aentidade responsvel por sua administrao e o zoneamento a que se refere o art. 1, 2, da Lei n6.902, de 27 de abril de 1981.
2 Para a execuo de obras de engenharia que possam afetar as estaes ecolgicas, serobrigatria a audincia prvia do Conama.
Art. 26. Nas Estaes Ecolgicas Federais, o zoneamento a que se refere o art. 1, 2, da Lei n6.902, de 1981, ser estabelecido pelo Ibama.
Art. 27. Nas reas circundantes das Unidades de Conservao, num raio de dez quilmetros, qualqueratividade que possa afetar a biota ficar subordinada s normas editadas pelo Conama.
CAPTULO II
Das reas de Proteo Ambiental
Art. 28. No mbito federal, compete ao Secretrio do Meio Ambiente, com base em parecer do Ibama,propor ao Presidente da Repblica a criao de reas de Proteo Ambiental.
Art. 29. O decreto que declarar a rea de Proteo Ambiental mencionar a sua denominao, limitesgeogrficos, principais objetivos e as proibies e restries de uso dos recursos ambientais nelacontidos.
Art. 30. A entidade supervisora e fiscalizadora da rea de Proteo Ambiental dever orientar e assistiros proprietrios, a fim de que os objetivos da legislao pertinente sejam atingidos.
Pargrafo nico. Os proprietrios de terras abrangidas pelas reas de Proteo Ambiental podero
mencionar os nomes destas nas placas indicadoras de propriedade, na promoo de atividadestursticas, bem assim na indicao de procedncia dos produtos nela originados.
Art. 31. Sero considerados de relevncia e merecedores do reconhecimento pblico os serviosprestados, por qualquer forma, causa conservacionista.
Art. 32. As instituies federais de crdito e financiamento daro prioridade aos pedidos encaminhadoscom apoio da Semam/PR, destinados melhoria do uso racional do solo e das condies sanitrias ehabitacionais das propriedades situadas nas reas de Proteo Ambiental.
TTULO III
Das Penalidades
Art. 33. Constitui infrao, para os efeitos deste decreto, toda ao ou omisso que importe nainobservncia de preceitos nele estabelecidos ou na desobedincia s determinaes de carter
normativo dos rgos ou das autoridades administrativas competentes.Art. 34. Sero impostas multas dirias de 61,70 a 6.170 Bnus do Tesouro Nacional (BTN),proporcionalmente degradao ambiental causada, nas seguintes infraes:
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I - contribuir para que um corpo d'gua fique em categoria de qualidade inferior prevista naclassificao oficial;
II - contribuir para que a qualidade do ar ambiental seja inferior ao nvel mnimo estabelecido emresoluo;
III - emitir ou despejar efluentes ou resduos slidos, lquidos ou gasosos causadores de degradaoambiental, em desacordo com o estabelecido em resoluo ou licena especial;
IV - exercer atividades potencialmente degradadoras do meio ambiente, sem a licena ambientallegalmente exigvel ou em desacordo com a mesma;
V - causar poluio hdrica que torne necessria a interrupo do abastecimento pblico de gua deuma comunidade;
VI - causar poluio de qualquer natureza que provoque destruio de plantas cultivadas ou silvestres;
VII - ferir, matar ou capturar, por quaisquer meios, nas Unidades de Conservao, exemplares deespcies consideradas raras da biota regional;
VIII - causar degradao ambiental mediante assoreamento de colees d'gua ou eroso acelerada,nas Unidades de Conservao;
IX - desrespeitar interdies de uso, de passagem e outras estabelecidas administrativamente para aproteo contra a degradao ambiental;
X - impedir ou dificultar a atuao dos agentes credenciados pelo Ibama, para inspecionar situao deperigo potencial ou examinar a ocorrncia de degradao ambiental;
XI - causar danos ambientais, de qualquer natureza, que provoquem destruio ou outros efeitosdesfavorveis biota nativa ou s plantas cultivadas e criaes de animais;
XII - descumprir resolues do Conama.
Art. 35. Sero impostas multas de 308,50 a 6.170 BTN, proporcionalmente degradao ambientalcausada, nas seguintes infraes:
I - realizar em rea de Proteo Ambiental, sem licena do respectivo rgo de controle ambiental,abertura de canais ou obras de terraplanagem, com movimentao de areia, terra ou material rochoso,em volume superior a 100m3, que possam causar degradao ambiental;
II - causar poluio de qualquer natureza que possa trazer danos sade ou ameaar o bem-estar.Art. 36. Sero impostas multas de 617 a 6.170 BTN nas seguintes infraes:
I - causar poluio atmosfrica que provoque a retirada, ainda que momentnea, dos habitantes de umquarteiro urbano ou localidade equivalente;
II - causar poluio do solo que torne uma rea, urbana ou rural, imprpria para a ocupao humana;
III - causar poluio de qualquer natureza, que provoque mortandade de mamferos, aves, rpteis,anfbios ou peixes.
Art. 37. O valor das multas ser graduado de acordo com as seguintes circunstncias:
I - atenuantes:
a) menor grau de compreenso e escolaridade do infrator;
b) reparao espontnea do dano ou limitao da degradao ambiental causada;c) comunicao prvia do infrator s autoridades competentes, em relao a perigo iminente dedegradao ambiental;
d) colaborao com os agentes encarregados da fiscalizao e do controle ambiental;
II - agravantes:
a) reincidncia especfica;
b) maior extenso da degradao ambiental;
c) dolo, mesmo eventual;
d) ocorrncia de efeitos sobre a propriedade alheia;
e) infrao ocorrida em zona urbana;f) danos permanentes sade humana;
g) atingir rea sob proteo legal;
h) emprego de mtodos cruis na morte ou captura de animais.
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Art. 38. No caso de infrao continuada, caracterizada pela permanncia da ao ou omissoinicialmente punida, ser a respectiva penalidade aplicada diariamente at cessar a ao degradadora.
Art. 39. Quando a mesma infrao for objeto de punio em mais de um dispositivo deste decreto,prevalecer o enquadramento no item mais especfico em relao ao mais genrico.
Art. 40. Quando as infraes forem causadas por menores ou incapazes, responder pela multa quemfor juridicamente responsvel pelos mesmos.
Art. 41. A imposio de penalidades pecunirias, por infraes legislao ambiental, pelos Estados,pelo Distrito Federal e pelos Municpios, excluir a exigncia de multas federais, na mesma hiptese deincidncia quando de valor igual ou superior.
Art. 42. As multas podero ter a sua exigibilidade suspensa quando o infrator, por termo decompromisso aprovado pela autoridade ambiental que aplicou a penalidade, se obrigar adoo demedidas especficas para cessar e corrigir a degradao ambiental.
Pargrafo nico. Cumpridas as obrigaes assumidas pelo infrator, a multa ser reduzida em atnoventa por cento.
Art. 43. Os recursos administrativos interpostos contra a imposio de multas, atendido o requisito legalde garantia da instncia, sero, no mbito federal, encaminhados deciso do Secretrio do MeioAmbiente e, em ltima instncia, ao Conama.
Pargrafo nico. Das decises do Secretrio do Meio Ambiente, favorveis ao recorrente, caberrecurso ex officio para o Conama, quando se tratar de multas superiores a 3.085 BTN.
Art. 44. O Ibama poder celebrar convnios com entidades oficiais dos Estados, delegando-lhes, emcasos determinados, o exerccio das atividades de fiscalizao e controle.
TTULOS IV
Das Disposies Finais
Art. 45. Este decreto entra em vigor na data de sua publicao.
Art. 46. Revogam-se os Decretos ns 88.351, de 1 de junho de 1983, 89.532, de 6 de abril de 1984,91.305, de 3 de junho de 1985, 91.630, de 28 de novembro de 1986, 94.085, de 10 de maro de 198794.764 de 11 de agosto de 1987, 94.998, de 5 de outubro de 1987 96.150 de 13 de junho de 1988,97.558, de 7 de maro de 1989, 97.802, de 5 de junho de 1989, e 98.109, de 31 de agosto de 1989.
Braslia, 6 de junho de 1990; 169 da Independncia e 102 da Repblica.FERNANDO COLLOR
Bernardo Cabral
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RJU - REGIME JURDICO DOS SERVIDORES PBLICOS CIVIS DA UNIOComentado e atualizado at fevereiro/2005
(Incluindo as alteraes impostas pela Lei N 11.094, de 13/01/2005)
LEI N 8.112, de 11/12/1990
Dispe sobre o Regime Jurdico dos Servidores Pblicos Civis da Unio, das Autarquias e das
Fundaes Pblicas Federais.
O PRESIDENTE DA REPBLICAFao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
TTULO ICAPTULO NICO
DAS DISPOSIES PRELIMINARES
Art. 1Esta Lei institui o Regime Jurdico dos Servidores Pblicos Civis da Unio, das Autarquias,inclusive as em regime especial, e das Fundaes Pblicas Federais.
Comentrio
A EC no19 extinguiu o regime jurdico nico dos servidores pblicos, substituindo-o pela obrigatoriedade daUnio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios instituirem um Conselho de Poltica de Administrao eRemunerao de Pessoal.
As novas regras constitucionais visam extino do RJU e a isonomia funcional (que nunca existiu) e oretorno ao sistema que vigorava na Constituio anterior, em funo do qual poderia a Administrao ter cargospblicos e carreiras funcionais regidas por regimes jurdicos diversos (regime estatutrio, regime trabalhista - CLTe agora, tambm, pelo regime especial ou de emprego), coordenando-se, obviamente, a natureza das funes aserem exercidas.
LEI N 9.962, DE 22/2/2000
Disciplina o regime de emprego pblico do pessoal da Administrao federaldireta, autrquica e fundacional, e d outras providncias.
O PRESIDENTE DA REPBLICAFao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:Art. 1O pessoal admitido para emprego pblico na Administrao federal direta, autrquica e
fundacional ter sua relao de trabalho regida pela Consolidao das Leis do Trabalho, aprovadapelo Decreto-Lei n 5.452, de 1 de maio de 1943, e legislao trabalhista correlata daquilo que alei no dispuser em contrrio.
1 Leis especficas disporo sobre a criao dos empregos de que trata esta Lei no mbitoda Administrao direta, artrquica e fundacional do Poder Executivo, bem como sobre atransformao dos atuais cargos em empregos.
2 vedado:I - submeter ao regime de que trata esta Lei:a) (VETADO)b) cargos pblicos de provimento em comisso;II - alcanar, nas leis a que se refere o 1, servidores regidos pela Lei n 8.112, de 11 de
dezembro de 1990, s datas das respectivas publicaes. 3 Estende-se o disposto no 2 criao de empregos ou transformao de cargos em
empregos no abrangidas pelo 1. 4 (VETADO)Art. 2A contratao de pessoal para emprego pblico dever ser precedida de concurso
pblico de provas ou de provas e ttulos, conforme a natureza e a complexidade do emprego.Art. 3O contrato de trabalho por prazo indeterminado somente ser rescindido por ato
unilateral da Administrao pblica nas seguintes hipteses:I - prtica de falta grave, dentre as enumeradas no art. 482 da Consolidao das Leis doTrabalho CLT;
II - acumulao ilegal de cargos, empregos ou funes pblicas;
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III - necessidade de reduo de quadro de pessoal, por excesso de despesa, nos termos da leicomplementar a que se refere o art. 169 da Constituio Federal;
IV - insuficincia de desempenho, apurada em procedimento no qual se assegurem pelomenos um recurso hierrquico dotado de efeito suspensivo, que ser apreciado em trinta dias, e oprvio conhecimento dos padres mnimos exigidos para continuidade da relao de emprego,obrigatoriamente estabelecidos de acordo com as peculiaridades das atividades exercidas.
Pargrafo nico. Excluem-se da obrigatoriedade dos procedimentos previstos no caput ascontrataes de pessoal decorrentes da autonomia de gesto de que trata o 8 do art. 37 da
Constituio Federal.Art. 4Aplica-se s leis a que se refere o 1 do art. 1 desta Lei o disposto no art. 246 da
Constituio Federal.Art. 5Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.
Braslia, 22 de fevereiro de 2000; 179 da Independncia de 112 da Repblica.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSOMartus Tavares
Art. 2Para os efeitos desta Lei, servidor a pessoa legalmente investida em cargo pblico.Art. 3 Cargo pblico o conjunto de atribuies e responsabilidades previstas na estrutura
organizacional que devem ser cometidas a um servidor.
Pargrafo nico. Os cargos pblicos, acessveis a todos os brasileiros e aos estrangeiros na formada lei, so criados por lei, com denominao prpria e vencimento pago pelos cofres pblicos, paraprovimento em carter efetivo ou em comisso.
Comentrio
Desde a promulgao da Emenda Constitucional n 19, em 4/6/98, os estrangeiros, na forma da lei, poderoser investidos em cargos, empregos e funes pblicos.
Essa Emenda seguiu a tendncia iniciada pela EC n 11/96, que facultou s universidades e instituies depesquisa cientfica admitir professores, tcnicos e cientistas estrangeiros, na forma da Lei n 9.515/97.
Art. 4 proibida a prestao de servios gratuitos, salvo os casos previstos em lei.
TTULO IIDO PROVIMENTO, VACNCIA, REMOO,
REDISTRIBUIO E SUBSTITUIO
CAPTULO IDO PROVIMENTO
Seo IDisposies Gerais
Art. 5 So requisitos bsicos para investidura em cargo pblico:I - a nacionalidade brasileira;
Comentrio
Aos brasileiros naturalizados e aos portugueses equiparados somente no so acessves os cargos previstos noart. 12, parg. 3 da Constituio Federal (Presidente e Vice-Presidente da Repblica, Presidente da Cmara dosDeputados, Presidente do Senado Federal, Ministro do STF, carreira diplomtica e oficiais das Foras Armadas eseus assentos no Conselho da Repblica.
II - o gozo dos direitos polticos;III - a quitao com as obrigaes militares e eleitorais;IV - o nvel de escolaridade exigido para o exerccio do cargo;V - a idade mnima de 18 (dezoito) anos;VI - aptido fsica e mental.
1 As atribuies do cargo podem justificar a exigncia de outros requisitos estabelecidos em lei. 2 s pessoas portadoras de deficincia assegurado o direito de se inscrever em concurso
pblico para provimento de cargo cujas atribuies sejam compatveis com a deficincia de que so
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portadoras; para tais pessoas sero reservadas at 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas noconcurso.
3 As universidades e instituies de pesquisa cientfica e tecnolgica federais podero proverseus cargos com professores, tcnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e osprocedimentos desta Lei.
Comentrio
A Lei n 9.515, de 20/11/97, possibilita o provimento de cargos das universidades e instituies de pesquisacientfica e tecnolgica federais com professores, tcnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e osprocedimentos do RJU.
Art. 6O provimento dos cargos pblicos far-se- mediante ato da autoridade competente de cadaPoder.
Art. 7A investidura do cargo pblico ocorrer com a posse.Art. 8 So formas de provimento de cargo pblico:I - nomeao;II - promoo;III e IV (Revogados);V - readaptao;VI - reverso;VII - aproveitamento;VIII - reintegrao;IX - reconduo.
Comentrio
Revogados os incisos III e IV, em face de terem sido declaradas inconstitucionais essas formas de provimentopelo Supremo Tribunal Federal (Ao Direta de Inconstitucionalidade - ADIn no 837-4DF, DJ de 23/4/93 eMandado de Segurana-MS no22.148-8, DJ de 8/3/96).
Seo IIDa Nomeao
Art. 9A nomeao far-se-:I - em carter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de carreira;II - em comisso, inclusive na condio de interino, para cargos de confiana vagos.Pargrafo nico. O servidor ocupante de cargo em comisso ou de natureza especial poder ser
nomeado para ter exerccio, interinamente, em outro cargo de confiana, sem prejuzo das atribuiesdo que atualmente ocupa, hiptese em que dever optar pela remunerao de um deles durante operodo da interinidade.
Comentrio
Includa a possibilidade de nomeao em comisso, tambm em carter de interinidade, exclusivamente paracargos vagos.
O servidor ocupante de cargo em comisso ou de natureza especial pode ser nomeado interinamente paraoutro cargo vago, hiptese em que a portaria ou decreto de nomeao dever prever expressamente que o exercciodar-se- sem prejuzo das atribuies do cargo que j ocupava e sem acumulao de remunerao.
Art. 10. A nomeao para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende deprvia habilitao em concurso pblico de provas ou de provas e ttulos, obedecidos a ordem declassificao e o prazo de validade.
Pargrafo nico. Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento do servidor na carreira,mediante promoo, sero estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira naAdministrao Pblica Federal e seus regulamentos.
Comentrio
Foram excludas as formas ascenso e acesso, em face de terem sido declaradas inconstitucionais.
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Seo IIIDo Concurso Pblico
Art. 11. O concurso ser de provas ou de provas e ttulos, podendo ser realizado em 2 (duas)etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada ainscrio do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quando indispensvel ao seu custeio, eressalvadas as hipteses de iseno nele expressamente previstas.
EMENDA CONSTITUCIONAL N 19/98
Art. 37. ...........................................................................................II - a investidura em cargo ou emprego pblico depende de aprovao prvia em concurso
pblico de provas ou de provas e ttulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ouemprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeaes para cargo em comisso declaradoem lei de livre nomeao e exonerao;
........................................................................................................V - as funes de confiana, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo
efetivo, e os cargos em comisso, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos,condies e percentuais mnimos previstos em lei, destinam-se apenas s atribuies de direo,chefia e assessoramento;
Comentrio
Passou a ser expressamente permitida a iseno de pagamento em situaes previstas em edital. O pagamentode inscrio, anteriormente previsto em decreto, passou a constar da lei, com a condio de que seja indispensvelao custeio do concurso.
Art. 12.O concurso pblico ter validade de at 2 (dois) anos, podendo ser prorrogada uma nicavez, por igual perodo.
1 O prazo de validade do concurso e as condies de sua realizao sero fixados em edital,que ser publicado no Dirio Oficial da Unio e em jornal dirio de grande circulao.
2 No se abrir novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior comprazo de validade no expirado.
Seo IVDa Posse e do Exerccio
Art. 13. A posse dar-se- pela assinatura do respectivo termo, no qual devero constar asatribuies, os deveres, as responsabilidades e os direitos ao cargo ocupado, que no podero seralterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofcio previstos em lei.
1 A posse ocorrer no prazo de 30 (trinta) dias contados da publicao do ato de provimento. 2 Em se tratando de servidor, que esteja na data de publicao do ato de provimento, em
licena prevista nos incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipteses dos incisos I, IV, VI, VIII,alneas a, b, d, e ef, IX e X do art. 102, o prazo ser contado do trmino do impedimento.
Art. 81.Conceder-se- ao servidor licena:I - por motivo de doena em pessoa da famlia;........................................................................................................III - para o servio militar;........................................................................................................V - para capacitao;
Art . 102. Alm das ausncias ao servio previstas no art. 97, so considerados como deefetivo exerccio os afastamentos em virtude de:
I - frias;........................................................................................................IV - participao em programa de treinamento regularmente institudo, conforme dispuser o
regulamento, desde que tenha havido contribuio para qualquer regime da Previdncia.
........................................................................................................VI - jri e outros servios obrigatrios por lei;........................................................................................................
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VIII - licena:a) gestante, adotante e paternidade;b) para tratamento da prpria sade, at o limite de 24 (vinte e quatro) meses, cumulativo ao
longo do tempo de servio pblico prestado Unio, em cargo de provimento efetivo;........................................................................................................d) por motivo de acidente em servio ou doena profissional;e) para capacitao, conforme dispuser o regulamento;f) por convocao para o servio militar;
IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18;X - participao em competio desportiva nacional ou convocao para integrarrepresentao desportiva nacional, no Pas ou no exterior, conforme disposto em lei especfica;
3 A posse poder dar-se mediante procurao especfica. 4 S haver posse nos casos de provimento de cargo por nomeao. 5 No ato da posse, o servidor apresentar declarao de bens e valores que constituem seu
patrimnio e declarao quanto ao exerccio ou no de outro cargo, emprego ou funo pblica. 6 Ser tornado sem efeito o ato de provimento se a posse no ocorrer no prazo previsto no 1
deste artigo.
Comentrio
Foi eliminada a prorrogao, garantindo maior celeridade Administrao para a utilizao da fora detrabalho dos recm-nomeados.
Passaram a ser consideradas para os efeitos da postergao do incio da contagem do prazo, as licenas pormotivo de doena em pessoa da famlia, para o servio militar e para capacitao, gestante, adotante e paternidade, para tratamento da prpria sade, por acidente em servio, bem assim os afastamentos em virtude defrias, programa de treinamento regularmente institudo, jri, deslocamento para nova sede e participao emcompetio desportiva nacional ou nomeao para integrar representao desportiva nacional, no Pas ou no exte-rior, conforme lei especfica.
Excludas as expresses "acesso e ascenso", tendo em vista a declarao de inconstitucionalidade.
Art. 14.A posse em cargo pblico depender de prvia inspeo mdica oficial.
Pargrafo nico. S poder ser empossado aquele que for julgado apto fsica e mentalmente parao exerccio do cargo.Art. 15. Exerccio o efetivo desempenho das atribuies do cargo pblico ou da funo de
confiana. 1 de 15 (quinze) dias o prazo para o servidor empossado em cargo pblico entrar em
exerccio, contados da data da posse. 2 O servidor ser exonerado do cargo ou ser tornado sem efeito o ato de sua designao para
funo de confiana, se no entrar em exerccio nos prazos previstos neste artigo, observado odisposto no art. 18.
3 autoridade competente do rgo ou entidade para onde for nomeado ou designado oservidor compete dar-lhe exerccio.
4 O incio do exerccio de funo de confiana coincidir com a data de publicao do ato dedesignao, salvo quando o servidor estiver em licena ou afastado por qualquer outro motivo legal,
hiptese em que recair no primeiro dia til aps o trmino do impedimento, que no poder exceder a30 (trinta) dias da publicao.
Comentrio
Explicitado que o exerccio o efetivo desempenho das atribuies do cargo pblico (cargo de provimentoefetivo e em comisso) ou da funo de conlana.
Foi reduzido para 15 dias, garantindo maior celeridade Administrao para a utilizao da fora de trabalhodos recm-nomeados.
Foi explicitado que ser tornado sem efeito o ato de designao para funo de confiana de servidor que noentrar em exerccio nesse prazo.
O incio do exerccio de funo passou a coincidir com a data de publicao do ato de designao, sendo quecontinua no havendo posse em funes, somente em cargos. Se o servidor estiver afastado legalmente, o exercciorecair no primeiro dia til aps o impedimento, que no poder exceder a trinta dias da data de designao.
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Art. 16. O incio, a suspenso, a interrupo e o reincio do exerccio sero registrados noassentamento individual do servidor.
Pargrafo nico. Ao entrar em exerccio, o servidor apresentar ao rgo competente os elementosnecessrios ao seu assentamento individual.
Art. 17.A promoo no interrompe o tempo de exerccio, que contado no novo posicionamentona carreira a partir da data de publicao do ato que promover o servidor.
Art. 18. O servidor que deva ter exerccio em outro municpio em razo de ter sido removido,redistribudo, requisitado, cedido ou posto em exerccio provisrio ter, no mnimo, 10 (dez) e, nomximo, 30 (trinta) dias de prazo, contados da publicao do ato, para a retomada do efetivodesempenho das atribuies do cargo, includo nesse prazo o tempo necessrio para o deslocamentopara a nova sede.
1 Na hiptese de o servidor encontrar-se em licena ou afastado legalmente, o prazo aque se refere este artigo ser contado a partir do trmino do impedimento.
2 facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos no caput.
Comentrio
Estabelecidos os limites mnimo e mximo de dez e trinta dias, respectivamente, contados da publicao doato, para o servidor ter exerccio em outro municpio, em razo de remoo, redistribuio, requisio ou exerccioprovisrio, ajustando-se o interesse da Administrao e as necessidades do servidor, bem como excluda atransferncia, por ter sido declarada inconstitucional.
Foi prevista a hiptese do servidor declinar dos prazos mnimo e mximo, a fim de apresentar-se antes,quando assim o desejar.
Art. 19.Os servidores cumpriro jornada de trabalho fixada em razo das atribuies pertinentesaos respectivos cargos, respeitada a durao mxima do trabalho semanal de 40 (quarenta) horas eobservados os limites mnimo e mximo de 6 (seis) horas e 8 (oito) horas dirias, respectivamente.
1 O ocupante de cargo em comisso ou funo de confiana submete-se a regime deintegral dedicao ao servio, observado o disposto no art. 120, podendo ser convocado
sempre que houver interesse da Administrao. 2 O disposto neste artigo no se aplica durao de trabalho estabelecida em leis especiais.
Comentrio
Foi fixada a durao mxima de trabalho de 40 horas semanais, observados os limites mnimo e mximo de 6e 8 horas dirias, respectivamente.
A ressalva passou a constar de pargrafo especfico, de acordo com a durao de trabalho estabelecida em leisespeciais.
A redao foi adequada para, em conjunto com a alterao do art. 120, permitir o exerccio concomitante decargo em comisso com um dos cargos efetivos que acumula licitamente.
Art. 20. Ao entrar em exerccio, o servidor nomeado para o cargo de provimento efetivo ficarsujeito a estgio probatrio por perodo de 36 (trinta e seis) meses, durante o qual a sua aptido ecapacidade sero objeto de avaliao para o desempenho do cargo, observados os seguintes fatores:
I - assiduidade;II - disciplina;III - capacidade de iniciativa;IV - produtividade;V - responsabilidade. 1 Periodicamente ser submetida homologao da autoridade competente a avaliao do
desempenho do servidor, realizada de acordo com os critrios estabelecidos em lei.
Comentrio
Para os servidores que ingressarem no servio pblico a partir de 5 de junho de 1998, o estgio probatrio de 36 (trinta e seis) meses e no mais de 24 meses.
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2 O servidor no aprovado no estgio probatrio ser exonerado ou, se estvel, reconduzido aocargo anteriormente ocupado, observado o disposto no pargrafo nico do art. 29.
Art. 29............................................................................................Pargrafo nico. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor ser aproveitado em
outro...
3 O servidor em estgio probatrio poder exercer quaisquer cargos de provimento emcomisso ou funes de direo, chefia ou assessoramento no rgo ou entidade de lotao, esomente poder ser cedido a outro rgo ou entidade para ocupar cargos de Natureza Especial,cargos de provimento em comisso do Grupo-Direo e Assessoramento Superiores DAS, de nveis6, 5 e 4, ou equivalentes.
4 Ao servidor em estgio probatrio somente podero ser concedidas as licenas e osafastamentos previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento para participarde curso de formao decorrente de aprovao em concurso para outro cargo na AdministraoPblica Federal.
Art. 81.Conceder-se- ao servidor licena:I - por motivo de doena em pessoa da famlia;II - por motivo de afastamento do cnjuge ou companheiro;III - para o servio militar;IV - para atividade poltica;........................................................................................................Art. 94.Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se as seguintes disposies:I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficar afastado do cargo;II - investido no mandato de Prefeito, ser afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela
sua remunerao;III - investido no mandato de
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