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Realismo:
a pintura
da vida real
Belmiro de Almeida.Arrufos,1887.
A Revolução Industrial trouxe mudanças
profundas: a multiplicação das máquinas, o
crescimento desordenado dos centros urbanos, a mudança nos meios de
transporte e comunicação contribuíram para acentuar
mais aindaas contradições sociais...
Segunda metade do século XIX
Um paradoxo capitalista: desenvolvimento e miséria
•Péssimas condições de higiene e saneamento; •Baixos salários;•Jornadas 14 a 16 horas; •Sem condições mínimas de segurança; •Uso de mão-de-obra infantil e feminina; •Sem legislação que os protegesse.
As condições de trabalho:
“...Qual era então a situação das pobres crianças que estavam condenadas a trabalhar quatorze horas por dia, em uma temperatura média de 28°C? Pode algum homem, com um coração em seu peito, e uma língua em sua boca, não se habilitar a amaldiçoar um sistema que produz tamanha escravidão e crueldade?(William Cobbett, em artigo sobre uma visita a uma fábrica de tecidos feita em setembro de 1824)
Recebendo baixos salários e diante dos altos preços do aluguel, as famílias moravam em locais condizentes com o que poderiam pagar.As moradias próximas das fábricas foram construídas de maneira desorganizadas, tendo em vista apenas a rapidez para lucro posterior com os aluguéis.
As condições de moradia
A realidade das máquinas, dos transportes e das novas condições sociais não combinavam com a visão de
mundo romântica.Os artistas, como pessoas de seu tempo, procuraram um novo parâmetro de interpretação da realidade.
Foi assim que a objetividade substituiu o subjetivismo romântico e a valorização da emoção foi abandonada.
Em lugar de tratar dramas individuais, o olhar realista focalizará a sociedade e os
comportamentos coletivos.
Surge o Realismo
1852: Exposição “Le Realisme”
Buscava inspiração na realidade física e no contexto social.
Pretendia despertar o público para a brutal realidade do mundo à sua volta e ser verdadeiro com o que observava.
Gustave Courbet (1819-1887)
Os quebradores de pedras, 1849, Gustave Courbet
As Peneiradoras do Trigo1855, Gustave Courbet
Mulher pobre da aldeia, 1866 Gustave Courbet
E na Literatura?Gustave
Flaubert (1821-1880) chocou a França ao publicar, em quatro folhetins, a história de Emma Bovary, em
1856.Ele passou cinco anos escrevendo a história!
Foi um movimento artístico e literário que começou na segunda metade do século XIX, na
França, difundindo-se por vários países.
Como estética literária, o Realismo procurou analisar a nova organização social e econômica, detectando suas causas e denunciando suas consequências.
Realismo:
1- Origem –França, segunda metade do século XIX.
2 – Aparece em primeiro lugar na pintura, com Gustave Coubert, em 1852.
3 – Madame Bovary- 1ª obra realista francesa – de Gustave Flaubert, em 1856.
RealismoRealismo:
Projeto literário do Realismo:
•Representação da realidade que permita denunciar aspectos negativos da sociedade.
•Olhar mais racional, objetivo e crítico.
•Temas de interesse coletivo (adultério, opressão, corrupção, etc.)
Em folhetins:
RealismoDivulgação das obras:
Realismo
Admiração... • Escândalo!!!
Público
Realismo
1.Racionalismo e Objetividade
Uso da razão para analisar a realidade; essa análise é objetiva.
X EMOÇÃOX SUBJETIVIDADE
Características
Realismo
2.ContemporaneidadeInteresse pela realidade presente.X PASSADO
Características
Realismo
3. MaterialismoProcura a verdade na realidade concreta, material, imediata e não nos sentimentos e na imaginação.
X SENTIMENTALISMO ROMÂNTICO;
Características
Realismo
4. A “anatomia do caráter”Para compreender a sociedade, observava o comportamento das pessoas, relacionando-o aos problemas sociais. Analisa as motivações psicológicas para explicar certos comportamentos.X PARTICULAR, EXÓTICO;
Características
Realismo
5. Interesse coletivoTemas: a opressão, a corrupção, o mundo da política, o adultério = formando um retrato mais verdadeiro da sociedade da época.X TEMAS AMOROSOS
Características
RealismoLinguagem: a força das
descrições cruéis
Exposição de aspectos e comportamentos mais negativos e ridículos das personagens:
[...]Havia cinco anos que D. Felicidade o amava. [...]Viam-na corada e nutrida, e não suspeitavam que aquele sentimento concentrado, irritado semanalmente, queimando em silêncio, a ia devastando como uma doença e desmoralizando como um vício. [...]O Conselheiro era a sua ambição e o seu vício! Havia sobretudo nele uma beleza, cuja contemplação demorada a estonteava como um vinho forte: era a calva. Sempre tivera o gosto perverso de certas mulheres pela calva dos homens, e aquele apetite insatisfeito inflamara-se com a idade. Quando se punha a olhar para a calva do Conselheiro, larga, redonda, polida, brilhante às luzes, uma transpiração ansiosa umedecia-lhe as costas, os olhos dardejavam-lhe, tinha uma vontade absurda, ávida de lhe deitar as mãos, palpá-la, sentir-lhe as formas, amassá-la, penetrar-se nela! Mas disfarçava, punha-se a falar alto com um sorriso parvo, abanava-se convulsivamente, e o suor gotejava-lhe nas roscas anafadas do pescoço. Trecho de “O primo Basílio”
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