aptidão agrícola para rio branco ac
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PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO BRANCO
GABINETE DO PREFEITO
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ZONEAMENTO ECONÔMICO, AMBIENTAL, SOCIAL E
CULTURAL DE RIO BRANCO – ZEAS
Projeto III
BANCO DA AMAZÔNIA
APTIDÃO AGRÍCOLA DOS SOLOS DO MUNICÍPIO DE RIO BRANCO-AC
Dezembro 2009
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SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ..................................................................................... 3 LISTA DE TABELAS .................................................................................... 5 RESUMO ...................................................................................................... 6 1 INTRODUÇÃO GERAL ............................................................................. 8 2 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................ 10 2.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ...................................... 10 2.2 PROSPECÇÃO DE DADOS E CARTOGRAFIA DOS SOLOS ............ 12 2.3 MÉTODOS DE ANÁLISES DE SOLOS ................................................ 14 2.4 CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS.............................................................. 15 2.5 ESTUDOS DE APTIDÃO AGRÍCOLA .................................................. 16 2.6 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA APTIDÃO NATURAL DAS TERRAS 16 2.7 ANÁLISE POR GEOPROCESSAMENTO DA APTIDÃO DO SOLO .... 18 3 REFERÊNCIAS ....................................................................................... 21 CAPÍTULO 1 AVALIAÇÃO DA APTIDÃO NATURAL DAS TERRAS ......... 23 CAPÍTULO 2 APTIDÃO NATURAL PARA O CULTIVO DE MANDIOCA ... 21 CAPÍTULO 3 APTIDÃO NATURAL PARA O CULTIVO DE BANANA .......... 5 CAPÍTULO 4 APTIDÃO NATURAL PARA O CULTIVO DE MILHO ............. 8 CAPÍTULO 5 APTIDÃO NATURAL PARA O CULTIVO DE ARROZ .......... 18 CAPÍTULO 6 APTIDÃO NATURAL PARA O CULTIVO DE FEIJÃO .......... 25 CAPÍTULO 7 APTIDÃO NATURAL PARA O CULTIVO DE CANA-DE-AÇÚCAR. ................................................................................................... 33 CAPÍTULO 8 APTIDÃO NATURAL PARA O CULTIVO DE PUPUNHA ..... 41 CAPÍTULO 9 APTIDÃO NATURAL PARA O CULTIVO DE CITROS ......... 48 CAPÍTULO 10 APTIDÃO NATURAL PARA O CULTIVO DE MAMÃO ....... 58 CAPÍTULO 11 APTIDÃO NATURAL PARA O CULTIVO DE MARACUJÁ . 66 CAPÍTULO 12 APTIDÃO NATURAL PARA O CULTIVO DE CUPUAÇU ... 74 CAPÍTULO 13 APTIDÃO NATURAL PARA O CULTIVO DE MAMONA .... 83 CAPÍTULO 14 APTIDÃO NATURAL PARA O CULTIVO DE ABACAXI ..... 90 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 98
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Localização do município de Rio Branco-Acre .................................... 9 Figura 2. Rede viária e hidrográfica permanente do município de Rio Branco-
AC, na escala 1:100.000. .............................................................................. 11 Figura 3. Fluxograma das etapas metodológicas da Análise por
Geoprocessamento da Aptidão Natural dos Solos para o Pólo Agroflorestal Geraldo Mesquita, no município de Rio Branco-AC. ..................................... 18
Figura 4. Mapa de solos com distribuição das ordens de solos (1º nível categórico) do município de Rio Branco-AC, na escala 1:100.000. .............. 22
Figura 5. Mapa de solos com distribuição das subordens de solos (2º nível categórico) do município de Rio Branco-AC, na escala 1:100.000. ................ 2
Figura 6. Perfil de Latossolo Vermelho descrito no município de Rio Branco-AC. ........................................................................................................................ 3
Figura 7. Perfil de Argissolo Vermelho-Amarelo descrito no município de Rio Branco-AC. ...................................................................................................... 5
Figura 8. Ambiente de descrição de perfil de Luvissolo Háplico Órtico, com cobertura vegetal de floresta aberta, descrito no município de Rio Branco-AC. ...................................................................................................................... 13
Figura 9. Perfil de Plintossolo Háplico descrito no município de Rio Branco-AC. ...................................................................................................................... 14
Figura 10. Perfil de Gleissolo Háplico descrito nas margens do igarapé Espalha no município de Rio Branco-AC. ................................................................... 16
Figura 11. Perfil de Neossolo Flúvico descrito nas margens do rio Acre no município de Rio Branco-AC. ........................................................................ 17
Figura 12. Porcentagens de área antropizada e floresta em relação à área do município de Rio Branco-AC. ........................................................................ 18
Figura 13. Mapa de aptidão natural do solo para o cultivo de mandioca no município de Rio Branco-AC ........................................................................... 2
Figura 14. Classes de aptidão para a cultura de mandioca em relação à área agricultável do município de Rio Branco-AC. .................................................. 2
Figura 15. Mapa de aptidão natural dos solos para o cultivo de banana no município de Rio Branco-AC. .......................................................................... 2
Figura 16. Classes de aptidão para a cultura de banana em relação à área agricultável do município de Rio Branco-AC. .................................................. 3
Figura 17. Mapa de aptidão natural do solo para o cultivo de milho no município de Rio Branco-AC. ........................................................................................ 11
Figura 18. Classes de aptidão para a cultura de milho em relação à área agricultável do município de Rio Branco-AC ................................................. 12
Figura 19. Mapa de aptidão natural do solo para o cultivo de arroz no município de Rio Branco-AC ......................................................................................... 18
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Figura 20. Classes de aptidão para a cultura de arroz em relação à área agricultável do município de Rio Branco-AC ................................................. 19
Figura 21. Mapa de aptidão natural do solo para o cultivo de feijão no município de Rio Branco-AC ......................................................................................... 25
Figura 22. Classes de aptidão para a cultura de feijão em relação à área agricultável do município de Rio Branco-AC ................................................. 26
Figura 23. Mapa de aptidão natural do solo para o cultivo de cana-de-açúcar no município de Rio Branco-AC ......................................................................... 32
Figura 24. Classes de aptidão para a cultura de cana-de-açúcar em relação à área agricultável do município de Rio Branco-AC. ........................................ 33
Figura 25. Mapa de aptidão natural do solo para o cultivo de pupunha no município de Rio Branco-AC ......................................................................... 39
Figura 26. Classes de aptidão para a cultura de pupunha em relação à área agricultável do município de Rio Branco-AC. ................................................ 40
Figura 27. Mapa de aptidão natural do solo para o cultivo de citros no município de Rio Branco-AC. ........................................................................................ 46
Figura 28. Classes de aptidão para a cultura de citros em relação à área agricultável do município de Rio Branco-AC ................................................. 47
Figura 29. Mapa de aptidão natural do solo para o cultivo de mamão no município de Rio Branco-AC ......................................................................... 54
Figura 30. Classes de aptidão para a cultura de mamão em relação à área agricultável do município de Rio Branco-AC ................................................. 55
Figura 31. Mapa de aptidão natural do solo para o cultivo de maracujá no município de Rio Branco-AC ......................................................................... 62
Figura 32. Classes de aptidão para a cultura de maracujá em relação à área agricultável do município de Rio Branco-AC ................................................. 63
Figura 33. Mapa de aptidão natural do solo para o cultivo de cupuaçu no município de Rio Branco-AC. ........................................................................ 69
Figura 34. Classes de aptidão para a cultura de cupuaçu em relação à área agricultável do município de Rio Branco-AC. ................................................ 70
Figura 35. Mapa de aptidão natural do solo para o cultivo de mamona no município de Rio Branco-AC ......................................................................... 77
Figura 36. Classes de aptidão para a cultura de mamona em relação à área agricultável do município de Rio Branco-AC. ................................................ 78
Figura 37. Mapa de aptidão natural do solo para o cultivo de abacaxi no município de Rio Branco-AC. ........................................................................ 84
Figura 38. Classes de aptidão para a cultura de abacaxi em relação à área agricultável do município de Rio Branco-AC ................................................. 85
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Unidades de mapeamento de solos (UM) do município de Rio
Branco-AC, na escala de 1:100.000. ............................................................... 2 Tabela 2. Dados analíticos dos solos das respectivas unidades de mapeamento
do município de Rio Branco-AC. ..................................................................... 2 Tabela 3. Práticas de caráter edáfico. ................................................................ 6 Tabela 4. Práticas de caráter vegetativo ............................................................ 7 Tabela 5. Práticas de caráter mecânico. ............................................................ 8 Tabela 6. Características morfológicas, químicas e físicas do solo e sua aptidão
para o cultivo de mandioca ............................................................................ 20 Tabela 7. Características morfológicas, químicas e físicas do solo e sua aptidão
para o cultivo de banana ................................................................................. 6 Tabela 8. Características morfológicas, químicas e físicas do solo e sua aptidão
para o cultivo de milho..................................................................................... 8 Tabela 9. Características morfológicas, químicas e físicas do solo e sua aptidão
para o cultivo de arroz ................................................................................... 15 Tabela 10. Características morfológicas, químicas e físicas do solo e sua
aptidão para o cultivo de feijão. ..................................................................... 23 Tabela 11. Características morfológicas, químicas e físicas do solo e sua
aptidão para o cultivo de cana-de-açúcar...................................................... 30 Tabela 12. Características morfológicas, químicas e físicas do solo e sua
aptidão para o cultivo de pupunha. ............................................................... 37 Tabela 13. Características morfológicas, químicas e físicas do solo e sua
aptidão para o cultivo de citros ...................................................................... 44 Tabela 14. Características morfológicas, químicas e físicas do solo e sua
aptidão para o cultivo de mamão .................................................................. 51 Tabela 15. Características morfológicas, químicas e físicas do solo e sua
aptidão para o cultivo de maracujá ................................................................ 59 Tabela 16. Características morfológicas, químicas e físicas do solo e sua
aptidão para o cultivo de cupuaçu. ................................................................ 67 Tabela 17. Características morfológicas, químicas e físicas do solo e sua
aptidão para o cultivo de mamona. ............................................................... 74 Tabela 18. Características morfológicas, químicas e físicas do solo e sua
aptidão para o cultivo de abacaxi .................................................................. 81
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APTIDÃO AGRÍCOLA DOS SOLOS DO MUNICÍPIO DE RIO BRANCO-AC
Raimundo Nonato de Souza Moraes
RESUMO
Este estudo teve o objetivo de mapear a aptidão natural dos solos do
município de Rio Branco, como forma de orientar a tomada de decisão dos
produtores com relação às culturas que poderão ocupar de forma produtiva e
sustentável as áreas antropizadas de suas propriedades. Além disso, teve o
propósito de subsidiar as políticas, programas e ações de fomento às
atividades agrícolas da Prefeitura Municipal de Rio Branco e do Governo do
Estado do Acre. A aptidão natural dos solos foi definida pelo cruzamento das
exigências edáficas das culturas com as características morfológicas, químicas
e físicas dos diferentes tipos de solos mapeados no município de Rio Branco.
Os parâmetros selecionados foram cruzados em um sistema de informações
geográficas (Arc View), obtendo-se um mapa de aptidão dos solos do
município para o cultivo de cada uma das culturas definidas, na escala de
1:100.000, classificando as áreas do município em Preferencial, Preferencial
restrita, Restrita e Inapta. Áreas inaptas e preferenciais para determinada
cultura devem ser consideradas com segurança, pois apresentam,
respectivamente, um ou mais fatores impeditivos ou extremamente favoráveis à
produção agrícola. As áreas nas categorias Preferencial restrita e restrita são
intermediárias e dependendo da alternativa empregada, é possível obter
sucesso com uma determinada cultura. A principal classe de solo do município
de Rio Branco são os Argissolos. As culturas com amplo potencial para as
áreas do município são: mandioca, banana, milho, arroz, cana-de-açúcar,
pupunha, cupuaçu, mamona e abacaxi. Mesmo nestas áreas, o sucesso com
estas culturas depende de uso adequado de insumos (corretivos, fertilizantes,
sementes de qualidade), práticas culturais (época e espaçamento adequados
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de plantio, controle de invasoras, de pragas e de doenças) e práticas de
manejo e conservação de solos. Grande parte da área agricultável do
município é Inapta ou apresenta fortes restrições às culturas de feijão, citros,
mamão e maracujá. Contudo, por possuírem distribuição do sistema radicular
mais superficial e um ciclo menor, as culturas de feijão, maracujá e mamão
podem produzir bem por um ou dois anos e podem ser cultivadas
principalmente para o consumo familiar. Recomenda-se o sistema plantio direto
para as culturas anuais após utilização de leguminosas como cobertura do
solo. Esse sistema de produção requer cuidados na sua implantação, mas
depois de estabelecido, seus benefícios se estendem não apenas ao solo,
mas, também, ao rendimento das culturas.
Termos para Indexação: culturas anuais, culturas perenes, exigências
edáficas, manejo do solo.
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1 INTRODUÇÃO GERAL
O município de Rio Branco congrega 10 Projetos de Assentamento do
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e sete Pólos
Agroflorestais, sendo dois de responsabilidade do Governo do Estado e cinco
da Prefeitura Municipal. São aproximadamente 2.300 famílias assentadas,
responsáveis pela maior parte da produção de alimentos comercializados na
cidade.
BOUMA (1999) citou que os planejadores municipais consideram como
alternativas de uso da terra, cenários que combinem produção agrícola com
conservação da natureza e uso múltiplo da terra. Desta forma, a chave
elementar para a avaliação de terras é avaliar o potencial do solo, tendo em
vista a sua aptidão agrícola (RAMALHO FILHO e BEEK, 1995).
O agricultor, especialmente o pequeno, há muito separa o conjunto de
sua propriedade em subconjuntos mais homogêneos (SANTANA, 1983;
RESENDE e REZENDE, 1983; RESENDE et al., 2002). Dentro do contexto da
agricultura familiar, zonear manchas de solo é um avanço para utilização
adequada e planejamento de sistemas com diferentes cultivos, dentro de uma
estratégia de conservação de energia e otimização do trabalho e recursos
(VIVAN, 1998).
A utilização diversificada de culturas como fruteiras, hortaliças,
leguminosas para adubação verde, essências florestais, culturas anuais e
criação de pequenos animais, aumentam a sustentabilidade econômica, social
e ambiental dos sistemas de produção. A diversificação de culturas reduz o uso
de produtos químicos, bem como a poluição dos solos e a contaminação dos
recursos hídricos e dos alimentos. Tal prática também garante a produção
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durante o ano todo, diminuindo os riscos de perda do produto, além de permitir
uma melhor distribuição de mão-de-obra ao longo do ano, em função das
diferentes culturas e necessidades de manejo.
Sabe-se que as culturas se desenvolvem melhor em solos com boas
características físico-químicas e adequadas às suas exigências e,
conseqüentemente, a escolha de solos com bom potencial torna-se
fundamental para o sucesso da atividade agrícola. Muitos dos projetos de
assentamento não tiveram êxito até hoje devido à falta de estudos sobre a
aptidão agroflorestal dos solos.
Em uma região onde predomina a agricultura de derruba e queima, com
baixo nível tecnológico nos cultivos e com uso predominante de pastagens
extensivas, é fundamental a definição de uma estratégia eficiente de
planejamento local de uso da terra. Isto possibilitará não só diminuição do
desmatamento, mas também, produtividades mais elevadas e menor
rotatividade, no momento em que as áreas com maior potencial forem
destinadas aos cultivos a que estão aptas. Isso também permitirá a melhoria na
qualidade de vida das comunidades possibilitando maior sustentabilidade na
agropecuária desta região da Amazônia Ocidental.
A Prefeitura Municipal de Rio Branco, por intermédio do Programa de
Zoneamento Econômico, Ambiental, Social e Cultural de Rio Branco (ZEAS),
instituído pelo Decreto n. 1.076, de 10 de março de 2006 (RIO BRANCO,
2006a), tem como propósito subsidiar o melhor aproveitamento dos recursos
naturais nas áreas antropizadas e manter o equilíbrio natural das Áreas de
Preservação Permanente (APPs) do Município, permitindo, assim, melhor
desenvolvimento sócio-econômico dos proprietários que precisam utilizar da
melhor maneira possível a área em que vivem.
Este estudo teve o objetivo de mapear a aptidão agrícola dos solos do
município de Rio Branco, como forma de orientar a tomada de decisão dos
produtores com relação às culturas que poderão ocupar de forma produtiva e
sustentável as áreas antropizadas de suas propriedades. Além disso, teve o
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propósito de subsidiar as políticas, programas e ações de fomento às
atividades agrícolas da Prefeitura Municipal de Rio Branco e do Governo do
Estado do Acre.
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
O município de Rio Branco, capital do estado do Acre, possui uma área
de 865.800 ha. Segundo o IBGE (2006), o município possui 314.127
habitantes, sendo que 88% desta população encontram-se na área urbana e
periurbana e os outros 12% na zona rural ou florestal. Localiza-se no sudeste
do estado do Acre, sudoeste da Amazônia Ocidental, entre as coordenadas
67º25` e 69º25` de longitude oeste e 9º30` e 10º30` de latitude sul, inserido na
Regional do Alto Acre. Corresponde a 5,4% do território acreano e limita-se
com os municípios de Sena Madureira, Bujari, Porto Acre, Senador Guiomard,
Capixaba, Xapuri e Brasiléia (Figura 1).
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Figura 1. Localização do município de Rio Branco-Acre.
O município de Rio Branco apresenta considerável influência da
Cordilheira Andina, condicionando certas características naturais distintas em
relação ao restante da Amazônia brasileira. Geologicamente, situa-se sobre
sedimentos sub-andinos, do Grupo Solimões, datados do final do Terciário
(Plioceno-Pleistoceno) (CARMO, 2006).
O relevo do Município é um pouco diferente dos demais municípios
amazônicos, que em sua maioria são assentados em Terras Firmes e Planaltos
Baixos. Este se situa sobre uma topografia constituída de terraços e colinas em
níveis diferenciados. A paisagem ondulada está relacionada principalmente ao
rebaixamento do rio Acre e de seus principais afluentes dentro do Município,
como o Riozinho do Rola, com seus leitos apresentando considerável grau de
encaixamento. Apresenta variação altimétrica de aproximadamente 200m, indo
de 120m na área urbana onde se encontra o leito maior do rio Acre, a 330m de
altitude, nas cabeceiras do Riozinho do Rola no extremo sudoeste do Município
(CARMO, 2006).
A constituição pedogenética do município de Rio Branco é de origem
sedimentar, apresentando variações de solos, desde os bem desenvolvidos,
como os Latossolos, até solos jovens, como Neossolos Flúvicos (RIO
BRANCO, 2006b). Estes solos abrigam uma vegetação natural composta
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basicamente de florestas, divididas em dois tipos: Tropical Densa e Tropical
Aberta (ACRE, 2006).
O Município tem clima do tipo Am, segundo o sistema de classificação de
Köppen, ou seja, quente e úmido, possuindo uma curta estação seca e altos
índices pluviométricos (GUERRA, 1955; ACRE, 2000; CARMO, 2006).
Encontra-se inserido na bacia do rio Acre, afluente da margem direita do Purus.
Por sua vez, possui vários afluentes importantes dentro dos limites municipais,
como o Igarapé São Francisco, o maior afluente do rio Acre na área urbana, e
o Riozinho do Rola, que apresenta a maior área de drenagem dentro de Rio
Branco.
2.2 PROSPECÇÃO DE DADOS E CARTOGRAFIA DOS SOLOS
Inicialmente, fez-se uma revisão bibliográfica com o objetivo de obter
informações a respeito da área de estudo e levantar perfis de solos descritos
para a estruturação do banco de dados. Posteriormente, realizou-se a
interpretação das imagens do sensor SRTM (Shuttle Radar Topography
Mission) de 2002, com pixel de 90m, do acervo do Núcleo de Estudo de
Planejamento de Uso da Terra da Universidade Federal de Viçosa-MG, que
cobre toda a área de estudo. Nesta interpretação foram delineados os padrões
pedofisiográficos, em escala de 1:100.000, considerando-se a uniformidade do
relevo, a geologia, a vegetação e a drenagem.
O trabalho de campo constou do levantamento e mapeamento dos
solos, através de progressão em toda a área rural do Município, por ramais,
caminhos e picadas, e por meio de navegação por rios e igarapés. Os
levantamentos foram realizados em barrancos, por meio de trincheiras e de
sondagem com trado holandês. As viagens de campo tiveram como roteiro a
AC 090 (Transacreana), BR 317, BR 364 e principais ramais que cortam o
Município (Figura 2). Além disso, foram utilizadas duas vias fluviais: o rio Acre e
o Riozinho do Rola.
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Figura 2. Rede viária e hidrográfica permanente do município de Rio Branco-AC, na escala 1:100.000.
Em razão da distribuição dos rios e igarapés navegáveis e da rede viária
(Figura 2), os trabalhos de campo foram executados em várias etapas de forma
complementar. Além disso, estudos foram realizados em áreas piloto, Pólos
Agroflorestais e no Seringal São Francisco do Espalha, em maior detalhe, de
modo a compreender a formação pedológica da área.
Após as verificações de campo, foi feita a fotointerpretação definitiva
para ajustes dos limites observados durante os trabalhos de campo,
considerando-se sempre os aspectos fisiográficos e a escala final do mapa de
solos, permitindo, desse modo, maior segurança e precisão no delineamento
das unidades de mapeamento.
Durante as observações no campo, foram registradas as características
morfológicas dos perfis examinados e coletadas amostras de solos para
análise em laboratório, necessárias para a sua classificação, assim como a
descrição relativa ao meio ambiente. A descrição e coleta de amostras dos
perfis representativos das classes de solos foram realizadas em trincheiras
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abertas em locais previamente selecionados, cortes de estrada, barrancos de
rios e igarapés.
A descrição detalhada das características morfológicas, a nomenclatura
de horizontes e a coleta de amostras de solos foram baseadas nas normas e
definições adotadas pela EMBRAPA (1995) e SANTOS et al. (2005). As cores
das amostras de solos foram determinadas por meio de comparação com a
Munsell Soil Color Charts (MUNSELL COLOR COMPANY, 2000). Os solos
foram classificados segundo os critérios e definições contidos no Sistema
Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA, 1989; 1999; 2006).
Após a análise dos resultados, realizaram-se alterações e revisões da
legenda preliminar e elaboração da legenda final de identificação dos solos,
acertos finais no mapeamento, revisão das descrições e interpretação dos
resultados analíticos dos perfis, redação e organização do relatório final, assim
como a elaboração do mapa de solos na escala de 1:100.000.
2.3 MÉTODOS DE ANÁLISES DE SOLOS
A análise consistiu em determinações analíticas de amostras de solos
coletadas nos perfis, em laboratório de solos credenciados, segundo os
métodos adotados para levantamento pedológico (EMBRAPA, 1997). As
determinações analíticas das amostras deformadas foram realizadas na terra
fina seca ao ar (TFSA), proveniente do fracionamento subseqüente à
preparação da amostra para análise.
As análises físicas referem-se à determinação da composição
granulométrica da terra fina em dispersão com NaOH, nas frações areia
grossa, areia fina, silte e argila.
As análises químicas realizadas constaram das seguintes
determinações: pH em água, por eletrodo de vidro, em suspensão na
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proporção solo-líquido 1:2,5; cátions trocáveis, representados pelo cálcio e
magnésio extraídos com KCl e determinados por absorção atômica; potássio e
sódio extraídos com HCl 0,05N na proporção 1:10 e determinados por
fotometria de chama; acidez extraível, incluindo alumínio extraído com KCl N e
titulado com NaOH 0,025N, indicador azul de bromotimol, hidrogênio e alumínio
extraído com Ca(OAc)2 N a pH 7,0 e titulado com NaOH 0,06N e indicador
fenolftaleína, sendo o hidrogênio calculado por diferença; fósforo assimilável
extraído com HCl 0,05N + H2SO4 0,025N e determinado por colorimetria;
carbono orgânico por oxidação via úmida com K2Cr2O7 0,4N e titulação pelo
Fe(NH4)2 , 6H2O 0,1N e indicador difenilamina; nitrogênio total por digestão
com mistura ácida, difusão e titulação do NH3 com HCl 0,01N; óxido de ferro,
alumínio e silício por ataque da terra fina com H2SO4. Além das determinações
físicas e químicas, foram calculadas as seguintes relações: relação textural
B/A; relação silte/argila; relações moleculares Ki, Kr e Al2O3 /FeO3; soma de
bases trocáveis (S); capacidade de troca de cátions (CTC e t); saturação por
alumínio (m%) e saturação por bases trocáveis (V%).
2.4 CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS
Na caracterização e classificação taxonômica dos solos foram
empregadas características diferenciais para distinção de classes de solos e de
unidades de mapeamento adotadas pela EMBRAPA (2006). Essas
características possibilitaram a diferenciação em vários níveis de classes, para
efeito de distribuição geográfica das unidades de mapeamento. Além disso,
são de grande importância, porque evidenciam as características e
propriedades dos solos essenciais à interpretação e avaliação de suas
potencialidades e limitações para utilização em atividades agrícolas e não
agrícolas.
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Na área, as classes de solos foram separadas tendo por base sua
importância como fonte de recursos para produção agrícola, sua gênese e
características morfológicas, físicas e químicas. Cada unidade foi caracterizada
por um conjunto de propriedades mensuráveis e observáveis, que refletem os
efeitos dos processos formadores dos solos e que são importantes para prever
o comportamento desse recurso, quando submetido ao uso.
Na classificação dos solos em nível categórico mais baixo, foram consideradas
as seguintes características: atividade de argila, álico, alítico distrófico, tipo de
horizonte A, plíntico, abrúptico, além de outras (EMBRAPA, 1989; 1999; 2006).
2.5 ESTUDOS DE APTIDÃO AGRÍCOLA
Os métodos de estudo foram estruturados de forma a permitir o
envolvimento da comunidade em todas as etapas do trabalho e a capacitação
de parte da equipe técnica da Prefeitura Municipal de Rio Branco. Os
procedimentos metodológicos foram divididos em cinco fases, complementares
e interconectadas (Figura 2), detalhadas nos subitens a seguir:
2.6 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA APTIDÃO NATURAL DAS TERRAS
Para avaliar a aptidão natural das terras empregou-se o método
adaptado de RAMALHO FILHO e BEEK (1995). A partir do estudo das
condições agrícolas das terras, com aspectos do solo, relevo, clima,
comportamento das culturas e vegetação, e suas interações com o meio
ambiente, baseadas nas propriedades físicas, químicas e morfológicas das
diferentes classes de solos.
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A aptidão agrícola dos solos foi definida pelo cruzamento das
exigências edáficas das culturas com as características morfológicas, químicas
e físicas dos diferentes tipos de solos mapeados no Pólo Agroflorestal Geraldo
Mesquita. Os parâmetros selecionados foram cruzados em um sistema de
informações geográficas (Arc View), obtendo-se um mapa de aptidão dos solos
do Pólo para o cultivo de cada uma das culturas definidas na escala de
1:10.000.
Utilizando-se as características morfológicas e físico-químicas
amostradas, as áreas do Pólo foram classificadas nas seguintes categorias:
Preferencial: apresenta-se favorável ao cultivo das culturas. São terras
sem limitações significativas para a produção sustentada de um determinado
tipo de utilização. Há um mínimo de restrições que não reduz,
expressivamente, a produtividade ou benefícios e não aumenta os insumos
acima do nível aceitável.
Preferencial restrita: adequada ao cultivo das culturas, porém com
ligeiras limitações de ordem física ou química. São terras que apresentam
limitações moderadas para a produção sustentada de um determinado tipo de
utilização. As limitações reduzem a produtividade ou os benefícios, elevando a
necessidade de insumos de forma a aumentar as vantagens globais a serem
obtidas com o uso. Ainda que atrativas, essas vantagens são sensivelmente
inferiores àquelas auferidas das terras da classe Preferencial.
Restrita: apresenta características de ordem química e física que
devem ser corrigidas e monitoradas para se ter condições favoráveis ao cultivo
das culturas. São terras que apresentam limitações fortes para a produção
sustentada, que reduzem a produtividade ou os benefícios, ou então aumentam
os insumos necessários, de tal maneira, que os custos só seriam justificados
marginalmente.
Inapta: Não se apresenta favorável ao cultivo das culturas, em virtude
da limitação por algum fator morfológico, físico ou químico. São terras que
apresentam condições que excluem a produção sustentada.
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Para a definição das 13 culturas envolvidas nos estudos de aptidão
agrícola para o Pólo em questão, considerou-se: os levantamentos sócio-
econômicos realizados pelo Eixo Sócio-econômico do ZEAS; a série histórica
dos principais cultivos, por meio dos dados do IBGE (área colhida, produção e
produtividade de cultivos agrícolas, dentre outros); estudos de mercado e
consultas aos agentes econômicos e setores produtivos do município de Rio
Branco por intermédio da Secretaria Municipal de Agricultura e Floresta
(SAFRA).
Assim, foram definidas seis culturas anuais: mandioca, cana-de-açúcar,
milho, arroz, feijão e banana; e sete perenes: pupunha, cupuaçu, mamão,
maracujá, abacaxi, citros e mamona.
2.7 ANÁLISE POR GEOPROCESSAMENTO DA APTIDÃO DO SOLO
A análise por geoprocessamento da aptidão agrícola para culturas
perenes e anuais no município de Rio Branco envolveu, inicialmente, a
adequação cartográfica das bases do ZEAS, em relação à escala (1:10.000) e
às projeções cartográficas (UTM SAD 69). Foram utilizadas bases de dados
como limites municipais, rede de drenagem, vias de circulação, solos e APPs.
O mapa de solos serviu de base para a definição da aptidão natural.
Associado a ele, há um banco de dados com informações das unidades de
mapeamento de solo; das características morfológicas dos horizontes
(camadas) dos solos e de suas respectivas características físicas, químicas e
morfológicas.
Inicialmente, os resultados analíticos de solos foram reagrupados e
ordenados em relação às características físicas - textura e pedregosidade;
químicas - pH em água, alumínio, cálcio, carbono orgânico, Capacidade de
Troca Catiônica (CTC) a pH 7,0, fósforo, potássio, saturação de bases; e
morfológicas - drenagem, relevo e profundidade efetiva. Em seguida, cada
parâmetro físico, químico e morfológico do solo em cada horizonte das
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unidades de mapeamento, recebeu nota de 1 a 10, em função das exigências
da cultura. Após atribuição das notas, os valores de cada parâmetro dentro de
cada variável (física, química e morfológica) foram somados e divididos pelo
número de parâmetros, obtendo-se, assim, uma média para cada variável.
Foram atribuídos pesos para cada valor médio das características
físicas, químicas e morfológicas dos solos, totalizando 100% do peso. Assim,
de acordo com a importância e capacidade de reversibilidade das
características naturais em relação à aptidão, ficou determinado: 20% para as
características químicas, 40% para as físicas e 40% para as morfológicas.
As características químicas receberam 20% do valor do peso pelo fato
de ser passível de alteração com o objetivo de aumentar a aptidão natural para
as mais variadas culturas. Já, as físicas e morfológicas são mais difíceis de
serem alteradas, considerando que, na maioria das vezes, o custo-benefício
não compensa.
Com o valor total das notas e dos pesos, foram somadas todas as
características dos solos gerando, assim, um valor final para cada unidade de
mapeamento de solo, correspondendo à aptidão natural dos solos para as
culturas permanentes e temporárias. O fluxograma desta etapa metodológica
encontra-se na Figura 3.
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Figura 3. Fluxograma das etapas metodológicas da Análise por Geoprocessamento da
Aptidão Natural dos Solos para o Pólo Agroflorestal Geraldo Mesquita, no município de Rio Branco-AC.
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3 REFERÊNCIAS
ACRE. Governo do Estado do Acre. Programa Estadual de Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Acre. Zoneamento Ecológico-Econômico do Acre Fase II: documento síntese – Escala 1:250.000. Rio Branco: SEMA,
2006. 356 p. ACRE. Governo do Estado do Acre. Programa Estadual de Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Acre. Zoneamento Ecológico-Econômico: aspectos sócio-econômicos e ocupação territorial. Documento Final. Rio Branco: SECTMA, 2000. v. II. 313 p. BRASIL. Ministerio do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Resolução CONAMA n. 303, de 20 de março de 2002. Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente. Diário Oficial da União, Brasília, DF, n. 90, p. 68, 13 mai. 2002. BOUMA, J. Land evaluation for Landscape units. In: Handbook of Soil Science. Washington: CRC, 1999. p. 393-412.
CARMO, L. F. Z. Agricultura Urbana na Cidade de Rio Branco, Acre:
caracterização, espacialização e gestão. 2006. 115 f. Dissertação (Mestrado em Solos) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG. 2006. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisas de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 2. ed. Brasília: Embrapa. Produção de Informação;
Rio de Janeiro: Embrapa Solos. 2006. 306 p. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. Brasília: Embrapa Produção de Informação; Rio de
Janeiro: Embrapa Solos, 1999. 412 p. EMBRAPA. Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos. Manual de métodos de análise de solo. 2. ed. Rio de Janeiro, 1997. 212 p.
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Procedimentos Normativos de Levantamentos Pedológicos. Rio de Janeiro: Embrapa,
1995. 101 p.
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GUERRA, A. T. Estudo Geográfico do Território do Acre. Rio de Janeiro: IBGE, 1955.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estimativas das Populações Residentes em 2006. Rio de Janeiro: IBGE, 2006. 119 p. MUNSEL COLOR COMPANY, Munsell soil color charts. New York, 2000. RAMALHO FILHO, A.; BEEK, K. J. Sistema de avaliação da aptidão agrícola das terras. 3. ed. rev. Rio de Janeiro: MAARA/EMBRAPA-CNPS, 1995. 65 p.
(Série Documentos-Embrapa). RESENDE, M.; CURI, N.; REZENDE, S. B.; CORRÊA, G. F. Pedologia: base para distinção de ambientes. 4 ed. Viçosa, MG: NEPUT, 2002. 338 p. RESENDE, M.; REZENDE, S. B. de. Levantamento de solos: uma estratificação de ambientes. Informativo Agropecuário, [s.l.], v. 105, n. 9, p. 3-25, 1983. RIO BRANCO. Prefeitura Municipal de Rio Branco. Decreto n. 1.076, de 10 de março de 2006. Institui o Zoneamento Econômico, Ambiental, Social e Cultural de Rio Branco (ZEAS). Diário Oficial [do] Estado do Acre, Rio Branco, AC, n.
9.257, p. 5, 14 mar. 2006a. RIO BRANCO. Prefeitura Municipal de Rio Branco. Diagnóstico dos Tipos de Uso Atual da Terra do município de Rio Branco/AC, na escala de 1:100.000. Rio Branco: PMRB, 2006b. 49 p. SANTANA, D. P. A importância da classificação de solos e do meio ambiente na transferência de tecnologia. Informativo Agropecuário, [s.l.], v. 105, n. 9, p.
80-2, 1983. SANTOS, D. R.; LEMOS, R. C.; SANTOS, H. G.; KER, J. C.; ANJOS, L. H. C. Manual de descrição e coleta de solo no campo. 5. ed. rev. Viçosa, MG:
Sociedade Brasileira de Ciência do Solo; Embrapa, Centro Nacional de Pesquisa de Solos. 2005. 100 p. VIVAN, J.L. Agricultura e Florestas: princípios de uma integração vital. Guaíba: Livraria e Editora Agropecuária, 1998. 207 p.
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CAPÍTULO 1 AVALIAÇÃO DA APTIDÃO NATURAL DAS TERRAS
Raimundo Nonato de Souza Moraes Lúcio Flávio Zancanela do Carmo
1 CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS
1.1 Legenda de Identificação dos Solos
Os principais solos do município de Rio Branco, em termos de primeiro
nível categórico (Figura 4) pertencentes ao primeiro componente das unidades
de mapeamento, em ordem decrescente de expressão territorial, são:
Argissolos (78,67%), Plintossolos (11,83%), Luvissolos (8,18%), Latossolos
(0,76%), Neossolos (0,54%) e Gleissolos (0,02%).
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Figura 4. Mapa de solos com distribuição das ordens de solos (1º nível categórico) do município de Rio Branco-AC, na escala 1:100.000.
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As unidades de mapeamento de solos delimitadas no município de Rio
Branco e os seus respectivos dados analíticos encontram-se nas Tabelas 1 e
2. De acordo com os procedimentos e critérios utilizados, estão diferenciadas
em 87 unidades, distribuídas da seguinte forma: três unidades tendo como
componente principal o Latossolo Vermelho, abrangendo uma superfície de
6.393ha (0,8% da área de estudo); cinco unidades tendo o Argissolo Vermelho
como componente principal, com área de 22.717ha (2,7%); 53 unidades tendo
o Argissolo Vermelho-Amarelo como componente principal, compreendendo
uma superfície de 624.212ha (73,9%); uma unidade de Argissolo Amarelo,
ocupando 17.546ha (2,1%); quatro unidades tendo o Luvissolo Háplico como
componente principal, com área de 69.069ha (8,2%); oito unidades tendo o
Plintossolo Háplico como componente principal, com área de 75.487,9ha
(8,9%); 11 unidades tendo o Plintossolo Argilúvico como componente principal,
com área de 24.479,6ha (2,9%); uma unidade tendo o Gleissolo Háplico como
componente principal, com área de 185ha (0,02%); e uma unidade tendo o
Neossolo Flúvico como componente principal, com área de 4.594ha (0,5% da
área de estudo).
Tabela 1. Unidades de mapeamento de solos (UM) do município de Rio Branco-AC, na escala de 1:100.000.
UM Componente Área
(ha)
Área
(%)
Latossolos 6.392.8 0.76
Latossolo Vermelho 6.392.8 0.76
LVd1 Latossolo Vermelho Distrófico típico 4.482.49 0.53
LVd2 Latossolo Vermelho Distrófico argissólico 912.02 0.11
LVd3 Latossolo Vermelho Distrófico + Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico
998.30 0.12
Argissolos 664.475.4 78.67
Argissolo Vermelho 22.717.1 2.69
PVd1 Argissolo Vermelho Distrófico alumínico + Argissolo Vermelho Distrófico alumínico plíntico
1.031.31 0.12
PVd2 Argissolo Vermelho Distrófico alumínico plíntico + Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico alumínico plíntico + Plintossolo Háplico Distrófico típico
5.426.27 0.64
PVd3 Argissolo Vermelho Distrófico plíntico + Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico plíntico + Plintossolo Háplico Distrófico típico
10.909.97 1.29
PVd4 Argissolo Vermelho Distrófico típico + Latossolo Vermelho Distrófico típico
5.326.23 0.63
PVd5 Argissolo Vermelho Distrófico típico 23.27 0.00
Argissolo Vermelho-Amarelo 624.212,5 73.9
Argissolo Vermelho-Amarelo Alumínico 85.603.85 10.13
PVAa1 Argissolo Vermelho-Amarelo Alumínico 425.55 0.05
PVAa2 Argissolo Vermelho-Amarelo Alumínico + Plintossolo Argilúvico Alítico típico + Argissolo Amarelo Alítico abrúptico
4.961.22 0.59
PVAa3 Argissolo Vermelho-Amarelo Alumínico abrúptico plíntico 517.74 0.06
PVAa4 Argissolo Vermelho-Amarelo Alumínico plíntico + Plintossolo Argilúvico Alítico abrúptico
1.856.26 0.22
PVAa5 Argissolo Vermelho-Amarelo Alumínico plíntico + Plintossolo Argilúvico Alítico típico + Argissolo Vermelho-Amarelo Alumínico típico
6.703.35 0.79
PVAa6 Argissolo Vermelho-Amarelo Alumínico plíntico 175.24 0.02
PVAa7 Argissolo Vermelho-Amarelo Alumínico plíntico + Argissolo Vermelho-Amarelo Alumínico típico + Plintossolo Argilúvico Alítico típico
46.727.95 5.53
PVAa8 Argissolo Vermelho-Amarelo Alumínico plíntico + Argissolo Vermelho-Amarelo Alumínico típico
1.762.06 0.21
PVAa9 Argissolo Vermelho-Amarelo Alumínico típico 2.617.01 0.31
PVAa10 Argissolo Vermelho-Amarelo Alumínico típico + Plintossolo Argilúvico Alítico típico
19.857.48 2.35
Argissolo Vermelho-Amarelo Alítico 268.319.83 31.77
PVAal1 Argissolo Vermelho-Amarelo Alítico plíntico + Plintossolo Argilúvico Alítico abrúptico + Plintossolo Argilúvico Alítico típico
4.031.48 0.48
PVAal2 Argissolo Vermelho-Amarelo Alítico + Cambissolo Háplico Ta Distrófico típico + Plintossolo Argilúvico Distrófico típico
93.909.73 11.12
PVAal3 Argissolo Vermelho-Amarelo Alítico típico 113.58 0.01
PVAal4 Argissolo Vermelho-Amarelo Alítico + Cambissolo Háplico Ta Distrófico típico
11.800.16 1.40
PVAal5 Argissolo Vermelho-Amarelo Alítico abrúptico + Cambissolo Háplico Ta Eutrófico vertissólico + Plintossolo Argilúvico Distrófico típico
67.221.50 7.96
PVAal6 Argissolo Vermelho-Amarelo Alítico abrúptico + Plintossolo Argilúvico Distrófico típico + Cambissolo Háplico Ta Eutrófico vertissólico
17.284.23 2.05
PVAal7 Argissolo Vermelho-Amarelo Alítico típico + Plintossolo Argilúvico Distrófico típico
67.109.67 7.94
PVAal8 Argissolo Vermelho-Amarelo Alítico plíntico + Plintossolo Argilúvico Alítico típico
6.468.25 0.77
PVAal9 Argissolo Vermelho-Amarelo Alítico abrúptico + Cambissolo Háplico Ta Eutrófico vertissólico
381.21 0.05
Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico 55.407.53 6.56
PVAd1 Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico 141.75 0.02
PVAd2 Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico + Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico plíntico
728.73 0.09
PVAd3 Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico + Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico plíntico + Plintossolo Háplico Distrófico típico
6.008.09 0.71
PVAd4 Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico abrúptico + Argissolo 16.723.83 1.98
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Vermelho-Amarelo Alítico plíntico + Argissolo Vermelho Distrófico latossólico
PVAd5 Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico abrúptico + Argissolo Vermelho-Amarelo Alítico plíntico + Luvissolo Háplico Órtico típico
81.93 0.01
PVAd6 Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico alumínico plíntico + Plintossolo Háplico Distrófico típico
1.817.84 0.22
PVAd7 Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico alumínico plíntico 1.513.68 0.18
PVAd8 Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico alumínico plíntico + Plintossolo Háplico Distrófico típico + Plintossolo Háplico Distrófico abrúptico
8.110.95 0.96
PVAd9 Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico alumínico 234.78 0.03
PVAd10 Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico plíntico + Plintossolo Argilúvico Eutrófico típico + Luvissolo Háplico Pálico abrúptico
2,570.70 0.30
PVAd11 Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico plíntico + Plintossolo Háplico Distrófico típico + Plintossolo Argilúvico Eutrófico típico
5.898.13 0.70
PVAd12 Argisssolo Vermelho-Amarelo Distrófico plíntico + Plintossolo Argilúvico Distrófico típico
427.22 0.05
PVAd13 Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico plíntico 415.18 0.05
PVAd14 Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico típico 2.769.08 0.33
PVAd15 Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico típico + Argissolo Vermelho-Amarelo Alumínico
32.66 0.00
PVAd16 Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico típico + Argissolo Vermelho-Amarelo Alumínico + Argissolo Amarelo Alumínico abrúptico
1.856.26 0.22
PVAd17 Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico típico + Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico plíntico
6.076.73 0.72
Argissolo Vermelho-Amarelo Ta Distrófico 214.881.3 25.44
PVAvd1 Argissolo Vermelho-Amarelo Ta Distrófico + Argissolo Vermelho-Amarelo Ta Distrófico plíntico
23.50 0.00
PVAvd2 Argissolo Vermelho-Amarelo Ta Distrófico + Argissolo Vermelho-Amarelo Ta Distrófico plíntico + Plintossolo Argilúvico Alítico típico
1.497.92 0.18
PVAvd3 Argissolo Vermelho-Amarelo Ta Distrófico abrúptico + Cambissolo Háplico Ta Distrófico típico
189.56 0.02
PVAvd4 Argissolo Vermelho-Amarelo Ta Distrófico plíntico + Plintossolo Argilúvico Alítico típico + Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico plíntico
39.914.30 4.73
PVAvd5 Argissolo Vermelho-Amarelo Ta Distrófico plíntico + Plintossolo Argilúvico Alítico típico
69.710.70 8.25
PVAvd6 Argissolo Vermelho-Amarelo Ta Distrófico plíntico 634.97 0.08
PVAvd7 Argissolo Vermelho-Amarelo Ta Distrófico abrúptico 666.67 0.08
PVAvd8 Argissolo Vermelho-Amarelo Ta Distrófico abrúptico + Argissolo Vermelho-Amarelo Ta Distrófico
587.75 0.07
PVAvd9 Argissolo Vermelho-Amarelo Ta Distrófico plíntico + Argissolo Vermelho-Amarelo Álico abrúptico + Plintossolo Argilúvico Distrófico típico
171.24 0.02
PVAvd10 Argissolo Vermelho-Amarelo Ta Distrófico plíntico + Argissolo Vermelho-Amarelo Álico abrúptico + Plintossolo Argilúvico Alítico típico
1.432.21 0.17
PVAvd11 Argissolo Vermelho-Amarelo Ta Distrófico plíntico + Argissolo Vermelho-Amarelo Álico abrúptico
15.380.93 1.82
PVAvd12 Argissolo Vermelho-Amarelo Ta Distrófico plíntico + Argissolo Vermelho-Amarelo Ta Distrófico abrúptico + Plintossolo Argilúvico Alítico típico
37.499.86 4.44
PVAvd13 Argissolo Vermelho-Amarelo Ta Distrófico plíntico + Argissolo Vermelho-Amarelo Ta Distrófico abrúptico
82.37 0.01
PVAvd14 Argissolo Vermelho-Amarelo Ta Distrófico plíntico + Luvissolo Háplico Órtico típico + Plintossolo Argilúvico Distrófico típico
15.919.12 1.88
PVAvd15 Argissolo Vermelho-Amarelo Ta Distrófico plíntico + Plintossolo Argilúvico Distrófico típico
654.76 0.08
PVAvd16 Argissolo Vermelho-Amarelo Ta Distrófico plíntico 15.361.80 1.82
PVAvd17 Argissolo Vermelho-Amarelo Ta Distrófico 15.153.65 1.79
Argissolo Amarelo 17.545.78 2.08
Argissolo Amarelo Distrófico 17.545.78 2.08
PAd Argissolo Amarelo Distrófico plíntico + Plintossolo Argilúvico Eutrófico típico
17.545.78 2.08
Luvissolos 69.069.43 8.18
Luvissolo Háplico 69.069.43 8.18
Luvissolo Háplico Pálico 15.407.61 1.82
TX Luvissolo Háplico Pálico abrúptico + Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico plíntico + Plintossolo Argilúvico Alítico típico + Plintossolo Argilúvico Eutrófico típico
15.407.61 1.82
Luvissolo Háplico Órtico 53.661.82 6.35
TXo1 Luvissolo Háplico Órtico típico + Cambissolo Háplico Ta Distrófico típico
3.792,58 0.45
TXo2 Luvissolo Háplico Órtico típico + Plintossolo Argilúvico Alítico típico + Plintossolo Argilúvico Distrófico típico
49.736.05 5.89
TXo3 Luvissolo Háplico Órtico típico + Plintossolo Argilúvico Alítico típico
133.19 0.02
Plintossolos 99.967.56 11.83
Plintossolo Háplico 75.487.93 8.94
Plintossolo Háplico Distrófico 57.795.31 6.84
FXd1 Plintossolo Háplico Distrófico típico 3.857.31 0.46
FXd2 Plintossolo Háplico Distrófico típico + Plintossolo Háplico Distrófico típico
6.778.38 0.80
FXd3 Plintossolo Háplico Distrófico típico + Plintossolo Argilúvico Eutrófico típico
876.68 0.10
FXd4 Plintossolo Háplico Distrófico típico + Argissolo Amarelo Distrófico plíntico + Argissolo Vermelho-Amarelo Tb Alumínico plíntico
13.913.48 1.65
FXd5 Plintossolo Háplico Distrófico típico + Argissolo Amarelo Distrófico plíntico + Plintossolo Argilúvico Eutrófico típico
2.486.80 0.29
FXd6 Plintossolo Háplico Distrófico típico + Gleissolo Háplico Ta Distrófico
29.882.67 3.54
Plintossolo Háplico Eutrófico 17.692.62 2.09
FXe1 Plintossolo Háplico Eutrófico típico 472.22 0.06
FXe2 Plintossolo Háplico Eutrófico típico + Gleissolo Háplico Ta Eutrófico
17.220.40 2.04
Plintossolo Argilúvico 24.479.63 2.90
Plintossolo Argilúvico Distrófico 4.303.63 0.51
FTd1 Plintossolo Argilúvico Distrófico típico 36.36 0.00
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Rio Branco – Acre – CEP 69.909-730 Tel.: +55 (68) 3211-2246 Email: zeas@riobranco.ac.gov.br
FTd2 Plintossolo Argilúvico Distrófico típico + Plintossolo Argilúvico Eutrófico típico + Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico plíntico
4.267.27 0.51
Plintossolo Argilúvico Alítico 10.962,58 1.30
FTal1 Plintossolo Argilúvico Alítico abrúptico 1.175.67 0.14
FTal2 Plintossolo Argilúvico Alítico típico 1.214.57 0.14
FTal3 Plintossolo Argilúvico Alítico abrúptico + Argissolo Vermelho Distrófico típico
239.60 0.03
FTal4 Plintossolo Argilúvico Alítico abrúptico + Plintossolo Argilúvico Alítico típico
566.25 0.07
FTal5 Plintossolo Argilúvico Alítico típico + Argissolo Vermelho-Amarelo Alumínico
1.290.08 0.15
FTal6 Plintossolo Argilúvico Alítico típico + Plintossolo Argilúvico Eutrófico típico
1.089.24 0.13
FTal7 Plintossolo Argilúvico Alítico típico + Argissolo Vermelho-Amarelo Alítico plíntico
5.387.16 0.64
Plintossolo Argilúvico Eutrófico 9.213.42 1.09
FTe1 Plintossolo Argilúvico Eutrófico típico + Gleissolo Háplico Ta Eutrófico
2.863.33 0.34
FTe2 Plintossolo Argilúvico Eutrófico típico + Argissolo Amarelo Distrófico plíntico
6.350.09 0.75
Gleissolos 185.17 0.02
Gleissolo Háplico 185.17 0.02
GXvd1 Gleissolo Háplico Ta Distrófico 185.17 0.02
Neossolos 4.594.40 0.54
Neossolo Flúvico 4.594.40 0.54
RUve Neossolo Flúvico Ta Eutrófico típico + Gleissolo Háplico Ta Eutrófico
4.594.40 0.54
Total 844.684.72 100
*A área foi calculada pelo Sistema de Informações Geográficas ArcGIS 9.2 e considera-se os limites naturais com Sena Madureira, o que não está contemplado na área oficial do município, citada anteriormente.
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Tabela 2. Dados analíticos dos solos das respectivas unidades de mapeamento do município de Rio Branco-AC.
UM
Características morfológicas Características Físicas Profundidade
Efetiva Drenagem Relevo Pedregosidade Textura
cm
LVd1 145,00 Bem drenado Plano a suave ondulado Não pedregoso Média LVd2 145,00 Bem drenado Plano a suave ondulado Não pedregoso Média LVd3 145,00 Bem drenado Plano a suave ondulado Não pedregoso Média
PVd1 106,00 Bem a moderadamente drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média
PVd2 76,00 Moderadamente drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média a argilosa
PVd3 95,00 Bem a moderadamente drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média a argilosa
PVd4 124,00 Bem drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média
PVd5 115,00 Bem drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média PVAa1 82,00 Moderadamente drenado Ondulado Não pedregoso Média PVAa2 70,90 Moderadamente a Imperfeitamente
drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média a argilosa
PVAa3 103,00 Moderadamente drenado Plano Não pedregoso Média PVAa4 84,00 Moderadamente drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média PVAa5 86,50 Moderadamente a Imperfeitamente
drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média a argilosa
PVAa6 105,00 Moderadamente drenado Plano a ondulado Não pedregoso Média PVAa7 89,00 Moderadamente drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média PVAa8 91,50 Moderadamente drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média PVAa9 60,00 Moderadamente drenado Suave ondulado Não pedregoso Média PVAa1
0 66,50 Moderadamente drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média
PVAal1 38,50 Moderadamente a Imperfeitamente drenado
Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média a argilosa PVAal2 43,80 Moderadamente drenado Suave ondulado Não pedregoso Média a argilosa PVAal3 40,00 Imperfeitamente drenado Plano a suave ondulado Não pedregoso Média PVAal4 44,00 Moderadamente drenado Suave ondulado Não pedregoso Média PVAal5 43,40 Imperfeitamente drenado Plano a suave ondulado Não pedregoso Média a argilosa PVAal6 42,70 Imperfeitamente drenado Plano a suave ondulado Não pedregoso Média a argilosa
PVAal7 36,40 Imperfeitamente drenado Plano a suave ondulado Não pedregoso Média PVAal8 38,50 Imperfeitamente drenado Plano a suave ondulado Não pedregoso Média a argilosa PVAal9 44,10 Imperfeitamente drenado Plano a suave ondulado Não pedregoso Média a argilosa PVAd1 68,00 Bem drenado Ondulado Não pedregoso Média PVAd2 58,50 Bem a Moderadamente drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média
Tabela 2. Dados analíticos dos solos das respectivas unidades de mapeamento do município de Rio Branco-AC. continuação...
UM
Características morfológicas Características Físicas
Profundidade Efetiva Drenagem Relevo Pedregosidade Textura
cm
PVAd3 56,50 Bem a Moderadamente drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média PVAd4 67,60 Bem drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média PVAd5 64,10 Bem a Moderadamente drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média PVAd6 56,00 Moderadamente a mal drenado Plano a suave ondulado Não pedregoso Média a argilosa PVAd7 65,00 Moderadamente drenado Plano a suave ondulado Não pedregoso Média PVAd8 56,00 Moderadamente a imperfeitamante
drenado Plano a suave ondulado Não pedregoso Média a argilosa
PVAd9 82,00 Bem drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média PVAd10 53,50 Moderadamente a imperfeitamante
drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média
PVAd11 48,50 Moderadamente a mal drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média a argilosa PVAd12 46,90 Moderadamente a imperfeitamante
drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média
PVAd13 55,00 Moderadamente drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média PVAd14 108,00 Bem a moderadamente drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média PVAd15 100,20 Bem a moderadamente drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média PVAd16 98,00 Bem a moderadamente drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média PVAd17 92,10 Bem a moderadamente drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média PVAvd1 61,50 Bem a moderadamente drenado Ondulado Não pedregoso Média PVAvd2 58,50 Bem a moderadamente drenado Ondulado Não pedregoso Média PVAvd3 82,50 Moderadamente drenado Suave ondulado Não pedregoso Média a argilosa PVAvd4 58,00 Moderadamente a imperfeitamente
drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média a argilosa
PVAvd5 56,00 Moderadamente a imperfeitamente drenado
Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média a argilosa PVAvd6 65,00 Moderadamente drenado Ondulado Não pedregoso Média PVAvd7 105,00 Moderadamente drenado Suave ondulado Não pedregoso Argilosa PVAvd8 91,50 Bem a moderadamente drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média a argilosa PVAvd9 57,90 Moderadamente a imperfeitamente
drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média
PVAvd10 58,60 Moderadamente a imperfeitamente drenado
Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média PVAvd11 59,90 Moderadamente a imperfeitamente
drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média
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PVAvd12 70,00 Moderadamente drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média a argilosa PVAvd13 77,00 Moderadamente drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média a argilosa PVAvd14 65,30 Moderadamente drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média
Tabela 2. Dados analíticos dos solos das respectivas unidades de mapeamento do município de Rio Branco-AC. continuação...
UM
Características morfológicas Características Físicas
Profundidade Efetiva Drenagem Relevo Pedregosidade Textura
cm
PVAvd15 53,90 Moderadamente a imperfeitamente drenado
Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média PVAvd16 65,00 Moderadamente drenado Ondulado Não pedregoso Média PVAvd17 70,00 Bem drenado Ondulado Não pedregoso Média
PAd 35,60 Moderadamente a imperfeitamente drenado
Plano a suave ondulado Não pedregoso Média a argilosa TX 71,50 Bem a imperfeitamente drenado Suave ondulado Não pedregoso Média a argilosa
TXo1 68,50 Bem a Moderadamente drenado Suave ondulado Não pedregoso Média TXo2 69,30 Bem a imperfeitamente drenado Suave ondulado Não pedregoso Média a argilosa TXo3 70,00 Bem a imperfeitamente drenado Suave ondulado Não pedregoso Média a argilosa FXd1 35,00 Mal drenado Plano Não pedregoso Argilosa FXd2 37,10 Moderadamente a mal drenado Plano a suave ondulado Não pedregoso Média a argilosa FXd3 33,50 Mal a imperfeitamente drenado Plano a suave ondulado Não pedregoso Argilosa FXd4 42,60 Mal drenado Plano a suave ondulado Não pedregoso Média a argilosa FXd5 35,10 Mal drenado Plano a suave ondulado Não pedregoso Média a argilosa FXd6 32,60 Mal drenado Plano a suave ondulado Não pedregoso Argilosa FXe1 35,00 Imperfeitamente drenado Suave ondulado Não pedregoso Média FXe2 32,00 Imperfeitamente a mal drenado Suave ondulado Não pedregoso Média a argilosa FTd1 28,00 Imperfeitamente drenado Plano a suave ondulado Não pedregoso Média a argilosa FTd2 31,10 Imperfeitamente drenado Suave ondulado Não pedregoso Média a argilosa FTal1 35,00 Moderadamente drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média a argilosa FTal2 35,00 Imperfeitamente drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média a argilosa FTal3 59,00 Moderadamente a bem drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média a argilosa
FTal4 35,00 Moderadamente a imperfeitamente drenado
Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média a argilosa FTal5 49,10 Moderadamente a imperfeitamente
drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média a argilosa
FTal6 33,50 Imperfeitamente drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média a argilosa FTal7 36,50 Imperfeitamente drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média a argilosa FTe1 28,50 Imperfeitamente a mal drenado Suave ondulado Não pedregoso Média a argilosa FTe2 32,40 Imperfeitamente drenado Plano a suave ondulado Não pedregoso Média a argilosa
GXvd1 27,00 Mal drenado Suave ondulado Não pedregoso Argilosa RUve 21,50 Mal drenado Suave ondulado a ondulado Não pedregoso Média a argilosa
Tabela 2. Dados analíticos dos solos das respectivas unidades de mapeamento do município de Rio Branco-AC. continuação...
UM Características Químicas
pH Al3+ Ca2+ C CTC (T) P K V
H2O cmolc.dm3 cmolc.kg dag.kg cmolc.kg mg.kg cmolc.kg %
LVd1 5,40 0,50 1,00 0,80 5,42 1,00 0,06 27,00
LVd2 5,70 0,00 3,10 0,90 9,36 1,20 0,11 42,00
LVd3 5,49 0,35 1,63 0,83 6,60 1,06 0,08 31,50
PVd1 5,84 0,21 3,36 1,00 8,36 2,43 0,21 53,20
PVd2 5,11 1,47 2,47 1,53 6,99 1,95 0,16 44,80
PVd3 5,50 0,66 2,83 0,86 9,03 2,30 0,18 44,27
PVd4 5,75 0,15 2,61 0,72 7,98 1,98 0,17 46,90
PVd5 5,90 0,00 3,30 0,68 9,07 2,40 0,22 49,00
PVAa1 6,30 0,00 6,60 2,05 12,35 9,30 0,56 72,00
PVAa2 5,93 0,22 6,37 1,88 13,23 7,31 0,44 64,70
PVAa3 4,30 5,50 0,60 0,61 11,20 1,30 0,12 10,00
PVAa4 5,24 2,86 1,60 0,69 10,08 2,46 0,21 30,75
PVAa5 5,17 1,29 2,52 0,96 9,52 2,27 0,21 34,40
PVAa6 5,25 1,25 1,30 0,66 7,72 2,50 0,23 30,00
PVAa7 5,07 1,61 1,79 0,93 8,47 2,31 0,21 30,70
PVAa8 4,97 1,93 1,06 0,91 7,43 2,35 0,21 27,00
PVAa9 4,30 3,50 0,50 1,50 6,75 2,00 0,16 20,00
PVAa10 5,27 0,97 3,25 0,99 10,57 2,23 0,21 38,10
PVAal1 5,28 1,77 2,50 0,80 10,71 3,43 0,75 32,50
PVAal2 5,40 0,30 8,70 1,21 17,20 4,51 0,33 68,46
PVAal3 5,30 0,60 1,80 0,68 8,38 4,00 1,00 29,00
PVAal4 5,49 0,28 10,36 1,22 19,02 4,52 0,35 71,90
PVAal5 4,98 1,12 6,90 1,41 17,21 5,02 0,37 58,86
PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO BRANCO
GABINETE DO PREFEITO
Rua Cel. Alexandrino, 301 – Bosque
Rio Branco – Acre – CEP 69.909-730 Tel.: +55 (68) 3211-2246 Email: zeas@riobranco.ac.gov.br
PVAal6 5,03 0,59 5,92 1,52 14,76 5,35 0,36 57,42
PVAal7 5,36 0,49 2,57 0,94 9,30 4,42 0,77 36,38
PVAal8 5,30 0,51 3,60 1,00 11,04 3,28 0,75 37,40
PVAal9 4,93 1,65 7,87 1,30 19,67 4,69 0,38 60,30
PVAd1 5,70 0,00 3,10 0,61 6,73 1,10 0,15 63,00
PVAd2 5,11 0,76 1,74 0,41 5,81 1,26 0,07 45,30
Tabela 2. Dados analíticos dos solos das respectivas unidades de mapeamento do município de Rio Branco-AC. continuação...
UM Características Químicas
pH Al3+ Ca2+ C CTC (T) P K V
H2O cmolc.dm3 cmolc.kg dag.kg cmolc.kg mg.kg cmolc.kg %
PVAd3 4,87 1,29 1,50 0,49 6,37 1,25 0,07 40,77
PVAd4 5,45 0,22 2,90 0,67 7,78 1,81 0,34 53,70
PVAd5 5,67 0,12 3,70 0,79 8,37 2,64 0,33 56,95
PVAd6 3,77 3,13 0,05 1,02 7,40 0,60 0,08 2,30
PVAd7 4,10 2,00 0,00 0,69 5,13 0,00 0,08 2,00
PVAd8 3,96 2,79 0,94 1,06 8,71 0,86 0,09 7,40
PVAd9 4,00 1,00 0,25 0,69 4,27 2,00 0,18 17,00
PVAd10 5,44 0,38 7,86 1,43 13,87 2,38 0,17 57,13
PVAd11 4,92 1,49 2,73 1,17 9,27 2,10 0,11 41,43
PVAd12 5,41 0,37 3,08 1,17 8,37 3,09 0,14 49,91
PVAd13 5,37 0,43 2,53 1,01 7,06 2,11 0,10 48,33
PVAd14 4,47 0,67 0,23 0,98 4,98 0,92 0,05 10,00
PVAd15 5,02 0,47 2,14 1,30 7,19 3,43 0,20 28,60
PVAd16 4,85 0,63 1,67 1,19 7,09 2,98 0,16 24,30
PVAd17 4,74 0,60 0,92 0,99 5,60 1,28 0,07 21,50
PVAvd1 5,03 0,84 1,60 0,66 6,89 1,79 0,08 43,70
PVAvd2 5,05 0,80 2,18 0,65 7,55 1,56 0,08 45,10
PVAvd3 5,35 0,14 10,29 1,89 19,48 4,73 0,32 61,40
PVAvd4 5,17 0,59 3,27 1,74 11,62 3,23 0,12 46,33
PVAvd5 5,16 0,58 3,80 1,82 12,63 3,18 0,13 47,20
PVAvd6 5,10 0,70 2,08 1,84 10,66 3,85 0,11 43,00
PVAvd7 4,90 0,20 5,70 1,98 15,12 4,40 0,28 50,00
PVAvd8 4,93 0,41 4,41 1,43 12,17 3,35 0,21 48,20
PVAvd9 5,10 0,51 2,93 1,78 11,14 4,39 0,18 46,86
PVAvd10 5,08 0,52 3,28 1,80 11,72 4,02 0,18 47,20
PVAvd11 5,04 0,49 3,02 1,79 11,26 4,44 0,20 47,20
PVAvd12 5,08 0,56 3,38 1,86 12,21 3,74 0,15 45,80
PVAvd13 5,04 0,55 3,17 1,88 12,00 4,02 0,16 45,10
PVAvd14 5,36 0,51 4,23 1,89 12,58 5,36 0,16 49,56
Tabela 2. Dados analíticos dos solos das respectivas unidades de mapeamento do município de Rio Branco-AC. continuação...
UM Características Químicas
pH Al3+ Ca2+ C CTC (T) P K V
H2O cmolc.dm3 cmolc.kg dag.kg cmolc.kg mg.kg cmolc.kg %
PVAvd15 5,22 0,56 2,77 1,75 10,89 4,31 0,14 46,18
PVAvd16 5,10 0,70 2,08 1,84 10,66 3,85 0,11 43,00
PVAvd17 5,00 0,90 1,40 0,15 5,27 0,90 0,06 44,00
PAd 4,80 1,64 3,86 1,10 11,42 3,62 0,11 43,75
TX 5,52 0,16 27,60 3,52 37,07 3,51 0,37 78,17
TXo1 6,26 0,00 14,49 2,08 22,79 9,11 0,32 75,75
TXo2 5,95 0,08 10,19 2,08 18,48 8,31 0,25 66,11
TXo3 5,93 0,09 10,53 2,10 19,06 7,94 0,25 66,45
FXd1 3,00 5,75 0,15 1,78 12,69 2,00 0,08 3,00
FXd2 3,29 5,04 0,43 1,65 11,89 2,44 0,08 8,90
FXd3 3,78 4,15 2,90 1,57 14,24 2,08 0,12 23,10
FXd4 3,52 4,59 0,54 1,53 11,39 2,49 0,09 11,60
FXd5 3,55 4,50 1,34 1,58 12,40 2,47 0,09 15,60
FXd6 3,36 6,19 2,54 2,23 17,34 3,29 0,16 15,00
FXe1 4,90 2,40 9,05 2,17 25,76 4,60 0,20 54,00
FXe2 5,17 2,07 8,77 2,78 22,60 6,82 0,24 61,50
FTd1 5,50 0,22 4,37 1,55 11,44 5,39 0,22 53,60
FTd2 5,51 0,28 5,17 1,40 12,28 4,44 0,21 56,35
FTal1 5,20 6,60 2,30 0,76 15,59 2,35 0,17 32,50
FTal2 5,30 0,30 7,80 1,76 17,24 1,60 0,16 57,00
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FTal3 5,41 4,62 2,60 0,73 13,63 2,37 0,18 37,45
FTal4 5,23 4,71 3,95 1,06 16,09 2,13 0,16 39,85
FTal5 5,60 0,21 7,44 1,85 15,77 3,91 0,28 61,50
FTal6 5,39 0,33 8,25 1,56 17,42 1,80 0,18 60,90
FTal7 5,30 0,39 6,00 1,44 14,58 2,32 0,41 48,60
FTe1 5,66 0,67 8,94 2,02 17,06 5,19 0,26 72,70
FTe2 5,26 0,93 6,97 1,09 15,09 2,85 0,17 58,75
GXvd1 4,20 7,20 8,10 3,27 28,19 6,30 0,34 43,00
RUve 6,43 0,39 8,73 1,42 14,44 14,80 0,21 86,00
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Pode-se visualizar a distribuição dos solos no município de Rio Branco (Figura 5) ao
se considerar a subordem do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos
(EMBRAPA, 2006), onde ocorre maior diversidade e menores altitudes na região
leste e maiores altitudes e menor diversidade pedológica na região oeste do
Município.
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Figura 5. Mapa de solos com distribuição das subordens de solos (2º nível categórico) do município de Rio Branco-AC, na escala
1:100.000.
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1.2 Classes de solos: restrições e potenciais
1.2.1 Latossolos
No município de Rio Branco os Latossolos ocupam 6.393ha (0,76%).
São solos constituídos por material mineral, apresentando horizonte B
latossólico1 imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte A, dentro de
200cm da superfície do solo ou dentro de 300cm, se o horizonte A apresenta
mais que 150cm de espessura (EMBRAPA, 2006). Foram mapeados
Latossolos Vermelhos que apresentam matiz 2,5YR ou mais vermelho na maior
parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA) como o perfil exposto
na Figura 6, e Latossolo Vermelho-Amarelo, que apresenta cores vermelho-
amareladas e amarelo-avermelhadas.
1É um horizonte mineral subsuperficial, cujos constituintes evidenciam avançado estágio de
intemperização, explícita pela alteração quase completa dos minerais primários menos resistentes ao intemperismo e/ou de minerais de argila 2:1, seguida de intensa dessilicificação, lixiviação de bases e concentração residual de sesquióxidos, argila do tipo 1:1 e minerais primários resistentes ao intemperismo. Em geral, é constituído por quantidades variáveis de óxidos de ferro e de alumínio, minerais de argila 1:1, quartzo e outros minerais mais resistentes ao intemperismo, podendo haver a predominância de quaisquer desses materiais (EMBRAPA, 2006).
Figura 6. Perfil de Latossolo Vermelho descrito no município de Rio Branco-AC.
Estes solos estão localizados em áreas de relevo plano a suave
ondulado e são os mais velhos da paisagem; apresentam uniformidade de cor
e textura (proporção de areia, silte e argila) em profundidade. São distróficos
(pobres quimicamente), profundos e bem drenados, possuem acidez elevada e
baixos teores de cálcio, magnésio e potássio associados a baixos teores de
fósforo.
Os Latossolos, por suas características físicas, suportam mecanização
intensiva e são aptos para usos que requerem grandes áreas homogêneas,
como o cultivo de grãos ou outros sistemas de produção agrícolas. A restrição
química, no que se refere à acidez e aos baixos teores de nutrientes, pode ser
corrigida pela calagem e adubação, respectivamente.
Em 2005, já havia 3.674ha desmatados nas áreas de Latossolos,
correspondendo a 57% da área ocupada por esses solos no município (RIO
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BRANCO, 2006). No entanto, essas áreas demandam estudos no sentido dos
impactos decorrentes de sua utilização, por apresentarem características
peculiares em relação a outros Latossolos já descritos na Amazônia.
ARAÚJO et al. (2001) indicaram a possibilidade de problemas
relacionados com adensamento e compactação, caso esses solos venham a
ser utilizados com mecanização intensiva, devido aos baixos teores de ferro
(em geral os solos acreanos são hipoférricos, ou seja, apresentam teores em
sua maioria < 8% Fe2O3) e ausência de gibbsita.
De maneira geral, deve-se realizar a incorporação de matéria orgânica,
com práticas de manejo de solos como plantio de Leguminosas e Plantio
Direto, em razão dos baixos teores encontrados, e evitar que o solo fique
exposto diretamente às chuvas, o que condicionaria perdas expressivas por
processos erosivos. Além disso, o uso de adubos químicos ou orgânicos é
recomendado para o fornecimento dos nutrientes em quantidades necessárias
às plantas e nos solos com acidez elevada recomenda-se o uso de calagem. O
calcário pode também suprir as necessidades de cálcio e magnésio.
Os Latossolos mapeados no município de Rio Branco foram
enquadrados nas seguintes classes: Latossolo Vermelho Distrófico típico,
Latossolo Vermelho Distrófico argissólico e Latossolo Vermelho-Amarelo
Distrófico.
1.2.2 Argissolos
Os Argissolos são constituídos por material mineral, que têm como
características diferenciais a presença de horizonte B textural de argila de
atividade baixa, ou alta conjugada com saturação por bases baixa ou caráter
alítico. O horizonte B textural (Bt) encontra-se imediatamente abaixo de
qualquer tipo de horizonte superficial, exceto o hístico. Contudo, os Argissolos
não apresentam os requisitos estabelecidos para serem enquadrados nas
classes dos Luvissolos, Planossolos, Plintossolos ou Gleissolos (EMBRAPA,
2006).
Estes solos foram estratificados em: Argissolo Vermelho - solos com
matiz 2,5YR ou mais vermelho ou com matiz 5YR e valores e cromas iguais ou
menores que 4, na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B; Argissolo
Vermelho-Amarelo (Figura 7) - solos de cores vermelho-amareladas e amarelo-
avermelhadas e Argissolo Amarelo - solos com matiz 7,5YR ou mais amarelos
na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B inclusive BA.
Figura 7. Perfil de Argissolo Vermelho-Amarelo descrito no município de Rio Branco-AC.
Os Argissolos apresentam drenagem deficiente e baixa fertilidade
natural, em razão do processo de formação e do material de origem com
pequenos estoques de minerais.
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O caráter alumínico1 (que ocorre como caráter restritivo em 85.603,85ha,
ou seja, 10,13% do território estudado) e o caráter alítico2 (que ocorre como
caráter restritivo em 268.319,83ha, ou seja, 31,77% do território) conferem
restrições químicas severas em razão do excesso de alumínio no complexo de
troca e correspondem a 41,9% da área do município de Rio Branco.
Os Argissolos com caráter distrófico3, que ocupam 8,6% da área do
Município, possuem menores restrições que os álicos e alíticos, porém ainda
são baixos os teores de cátions básicos, requerendo o uso de adubos e
corretivos. Estas áreas já possuem 44% do seu total desmatado, o que permite
um redirecionamento de uso por meio de incentivos de crédito e de outras
políticas públicas.
Em uma escala de possibilidades de uso estas classes estariam logo
após os Latossolos, sendo necessário o uso de práticas conservacionistas em
razão de suas características físicas (gradiente textural, relevo, drenagem,
dentre outras.).
Estas áreas são mais indicadas para o cultivo de culturas perenes com
inserção de duas ou mais práticas conservacionistas expostas nas Tabelas 3, 4
e 5:
Tabela 3. Práticas de caráter edáfico.
Prática Edáfica Descrição
Adequação da cultura ao tipo de solo
Na exploração de determinada área deve-se elaborar um plano de utilização de acordo com a aptidão agrícola da terra.
Controle das queimadas A queimada constitui um dos maiores problemas da
1Refere-se à condição em que o solo encontra-se em estado dessaturado e caracterizado por
teor de alumínio extraível 4 cmolc kg-1
de solo associado à atividade de argila < 20 cmolc c kg-
1 de argila, além de apresentar saturação por alumínio (100 Al
+3/S + Al
+3) 50% e/ou saturação
por bases (V% = 100 S/T) < 50%. 2Refere-se à condição em que o solo encontra-se dessaturado e apresenta teor de alumínio
extraível 4 cmolc kg-1
de solo, associado à atividade de argila 20 cmolc kg-1
de argila e
saturação por alumínio (100 Al+3
/S + Al+3
) 50% e/ou saturação por bases (V% = 100 S/T) < 50%. 3Solos que apresentam baixa saturação de bases (V<50%).
agricultura, pois é causa do empobrecimento dos solos e facilita a erosão, principalmente a laminar. Queimadas anuais devem ser evitadas sendo necessário tomar providências para diminuir os efeitos prejudiciais das queimadas de desbravamento.
Rotação de cultura Consiste em uma prática de alternância, mais ou menos regular, de culturas de diferentes famílias numa mesma área.
Calagem Consiste na incorporação ao solo de materiais calcários com o objetivo de corrigir a acidez e fornecer cálcio e magnésio.
Tabela 4. Práticas de caráter vegetativo.
Prática Vegetativa Descrição
Culturas em faixas
Esta prática consiste em minimizar as perdas de solo pelos processos erosivos, devido às barreiras feitas ao escoamento d‟água pela própria cultura. O plantio é feito em nível e em faixas com culturas.
Carpas alternadas Consiste em carpir o mato em ruas alternadas, com o objetivo de formar barreiras para impedir o carreamento dos solos pela erosão.
Consorciação de culturas
Consiste no plantio de diferentes culturas numa mesma área. No caso de culturas anuais consorciadas com perenes, esta prática deve ser utilizada somente nos dois ou três primeiros anos após a instalação da cultura permanente.
Plantio direto
É uma técnica de cultivo em que os restos culturais permanecem sobre o solo com objetivo de controlar a erosão, manter maior umidade do solo e aumentar a matéria orgânica do mesmo.
Destoca de novas áreas e enleiramento em nível
Consiste em enleirar os tocos de áreas recém-desmatadas, em nível, para proteger o solo da erosão e facilitar o seu preparo. O espaçamento usado deve ser proporcional aos dos terraços que podem ser construídos a partir da queima ou apodrecimento dos restos dos tocos.
Faixas de vegetação permanente
Consiste na disposição da cultura em faixas niveladas, intercaladas com as de cultura perene. As faixas de proteção devem ter no mínimo 2m de espessura.
Cultura de proteção e adubação verde
O objetivo maior desta prática é a incorporação de plantas ao solo para melhorar as suas propriedades físicas, químicas e biológicas.
Cobertura morta Consiste na utilização de capins, palhas, cascas e outros materiais, para cobrir o solo, total ou parcialmente, como forma de controlar os agentes erosivos.
Manejo de pastagens É considerada uma prática conservacionista porque, quando bem formada, a pastagem oferece grande proteção ao solo, diminuindo a erosão.
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Tabela 5. Práticas de caráter mecânico.
Prática Mecânica Descrição
Plantio em nível
É a mais simples das práticas conservacionistas e se baseia no plantio segundo as curvas de nível do terreno. Pode ser usada isoladamente, quando o declive for igual ou menor que 3% e em associação com outras práticas quando o declive for maior.
Terraceamento São sulcos em valas construídas transversalmente, na direção de maior declive, com o objetivo de interceptar o escoamento superficial da água.
Canais escoadouros São usados em conjunto com o terraceamento quando os terraços são gradientes. O objetivo desta prática é coletar e conduzir o excesso de água sem provocar erosão.
Estradas
É fundamental o número e a qualidade de estradas para propiciar um acesso fácil, em qualquer época do ano, a todas as glebas. Devem-se evitar ao máximo as baixadas, rampas compridas e grandes declives, bem como locais onde não se possa fazer o controle da água. Deve-se construir ao longo das pendentes caixas de infiltração de água.
Escarificação Esta prática tem como objetivo romper as camadas impermeáveis do solo formadas pelo uso intensivo de mecanização, manejo mal conduzido, etc.
Subsolagem
É uma prática pela qual também se rompe a camada impermeável do solo. A diferença da escarificação para a subsolagem é que, na última, usam-se os subsoladores, que são implementos que vão cortando por baixo, sem revirar a terra.
Adequação de Drenagem
É usada para evitar a entrada de água e forçar a saída do excesso. No primeiro caso, usa-se vala em desnível, que contorna a área drenada, desviando a água do local. No segundo caso, é construída uma série de valas, dispostas no terreno de maneira a possibilitar o escoamento da água.
Irrigação Consiste no fornecimento de água ao solo e, conseqüentemente, às plantas, em quantidade adequada, evitando-se, assim, o problema do déficit hídrico e
ressecamento do solo.
Os Argissolos distróficos que apresentam argila de atividade alta têm
ainda como restrição as características físicas que podem impedir ou ser fator
de forte restrição para algumas culturas. Estes solos ocupam uma extensão de
214.881,3ha, o que representa 25,44% do território em questão, e são muito
suscetíveis à erosão, por estarem muitas vezes associados às condições de
relevo mais movimentado. A presença de caráter plíntico em alguns Argissolos
torna-se um importante indício de impedimento de drenagem e de restrição
para culturas não adaptadas.
Em estudo na região leste do Estado do Acre sobre as alterações de
solos ocorridas em Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico sob diferentes usos,
ARAÚJO et al. (2004) concluíram que a maioria dos nutrientes (Ca2+, Mg2+, K+
e P) e o carbono orgânico apresentam baixos teores, estando concentrados
nos primeiros centímetros do solo, tendendo a um incremento com o tempo de
uso, ou seja, na sucessão mata-pastagem. Concluíram ainda, que a matéria
orgânica do solo está concentrada nos primeiros centímetros e a densidade do
solo foi mais elevada no ecossistema de pastagem.
Os Argissolos mapeados no município de Rio Branco foram enquadrados
nas seguintes classes:
Argissolo Vermelho-Amarelo Alumínico e Argissolo Vermelho-
Amarelo Alumínico típico, como primeiros componentes de unidades de
mapeamento, ocupam menos de 3% do município de Rio Branco e têm como
principal restrição os elevados teores de alumínio trocável. Embora ocorram em
relevo suave ondulado a ondulado, a principal restrição é química que pode ser
superada, principalmente, com manejo de adubação orgânica e o uso de
calcário como complemento. Os usos indicados vão desde pastagens até
cultivos anuais em consórcio. Podem ser cultivados com espécies perenes com
sistema radicular pivotante, desde que sejam corrigidas as suas limitações
químicas.
Argissolo Vermelho-Amarelo Alumínico plíntico, como primeiro
componente de unidade de mapeamento, ocupa menos de 1% do município de
Rio Branco. Tem como restrição, além dos teores de alumínio elevados, o
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caráter plíntico, que expressa a ocorrência de plintita em baixas profundidades,
restringindo o desenvolvimento radicular, uma vez que reduz,
significativamente, a profundidade efetiva. Nesta unidade devem ser utilizadas
espécies com sistema radicular superficial. Sistemas Agroflorestais que utilizem
palmeiras teriam maiores possibilidades de adaptação, assim como sistemas
silvipastoris, com espécies arbóreas, gramíneas e leguminosas forrageiras
adaptadas.
Argissolo Vermelho-Amarelo Alumínico abrúptico plíntico, se
distribui por cerca de 500 ha, correspondendo a 0,06% do município de Rio
Branco. Apresenta fortes restrições morfológicas, condicionadas pela presença
de plintita em baixas profundidades e alto gradiente textural, o que contribui,
significativamente, para aumentar a propensão a processos erosivos. Esta
unidade deve ser utilizada de forma que se possa manter uma boa cobertura
vegetal e com o mínimo de pressão de uso.
Argissolo Vermelho-Amarelo Alítico e Argissolo Vermelho-Amarelo
Alítico típico, como primeiros componentes de unidades de mapeamento,
ocupam cerca de 20% do Município. O teor de alumínio trocável encontra-se
com valores ainda mais altos que os alumínicos. Associada a esta
característica tem-se a atividade de argila também maior, o que potencializa as
restrições físicas para o desenvolvimento radicular e para o processo de
mecanização destas áreas. Quando estas unidades estiverem presentes
recomenda-se o uso de culturas tolerantes ao excesso de alumínio e/ou
correção deste elemento utilizando-se calcário dolomítico.
Argissolo Vermelho-Amarelo Alítico plíntico, ocupa cerca de 1% do
município de Rio Branco e possui, além da restrição química, restrição na
profundidade efetiva, em razão da ocorrência de plintita em baixas
profundidades.
Argissolo Vermelho-Amarelo Alítico abrúptico, ocupa cerca de 8% da
área do Município e representa áreas extremamente vulneráveis à ação
antrópica, uma vez que possuem predisposição a processos erosivos, em
razão do expressivo gradiente textural entre o horizonte superficial e o
horizonte subsuperficial.
Argissolos com caráter alumínico ou alítico que estiverem em áreas de
florestas devem ser indicados preferencialmente para preservação, com ênfase
no manejo florestal madeireiro e não-madeireiro sustentáveis. Aqueles que
estiverem em áreas desmatadas devem ser objetos de recuperação ambiental,
enfatizando a silvicultura por meio de reflorestamentos econômicos. Vale
ressaltar que os dados do cruzamento de solos e desmatamento revelaram que
menos de 20% da área ocupada por estas classes estão desmatadas.
Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico e Argissolo Vermelho-
Amarelo Distrófico típico, ocupam menos de 1% do município de Rio Branco
e têm grande potencial de uso agroflorestal, agropecuário e para silvicultura,
uma vez que a principal restrição é química, porém, não tão acentuada como
aqueles que possuem caráter alumínico ou alítico.
Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico plíntico, ocupa cerca de 1%
do território em questão e possui, além da restrição química, restrições física e
morfológica, uma vez que a ocorrência de plintita restringe sobremaneira o
desenvolvimento do sistema radicular.
Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico alumínico, ocupa pouco mais
de 1% da área em questão e tem como restrição severa os teores elevados de
alumínio que representam um fator de redução da produtividade das culturas,
requerendo práticas específicas de manejo do solo.
Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico alumínico plíntico, ocupa
pouco mais de 1% da área e apresenta restrições severas de fertilidade
associadas à ocorrência de plintita.
Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico abrúptico, ocorre em cerca
de 2% do Município e apresenta como restrição principal o gradiente textural
expressivo que condiciona maiores riscos de erosão. São solos que podem ser
utilizados por vários sistemas de exploração, desde sistemas agropecuários até
silviculturais, se forem adotadas práticas adequadas de manejo.
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Argissolo Vermelho-Amarelo Ta, ocupa cerca de 30% do território
riobranquense e, destes, cerca de 50% são ocupados por solos com caráter
plíntico, o que lhes confere certo grau de restrição, uma vez que a argila de
atividade alta potencializa a restrição da profundidade efetiva dada pelo caráter
plíntico. Os outros 50%, que têm somente argila de atividade alta, apresentam
restrições físicas consideráveis em razão da capacidade de expansão e
contração que possuem. São solos que devem ser utilizados com critérios e
demandam manejos específicos para garantir os estoques de nutrientes
adequados e suporte para o desenvolvimento radicular.
1.2.3 Luvissolos
Os Luvissolos ocupam uma área de 69.069ha no município de Rio
Branco que, em 2005, já se apresentava com 51% de sua cobertura original
alterada, representando 35.049ha.
De acordo com EMBRAPA (2006), os Luvissolos são constituídos por
material mineral, com argila de atividade alta, alta saturação por bases e
horizonte B textural imediatamente abaixo de horizonte A, podendo ser fraco,
moderado, proeminente ou horizonte E, satisfazendo os seguintes requisitos:
Horizontes plíntico, glei e plânico, se presentes, não satisfazem os
critérios para Plintossolos, Gleissolos e Planossolos, respectivamente; não
são coincidentes com a parte superficial do horizonte B textural;
Horizonte glei, se ocorrer, inicia-se após 50cm de profundidade, não
coincidindo com a parte superficial do horizonte B textural.
No município de Rio Branco foram mapeados Luvissolos Háplicos
(Figura 8) que constituem solos pouco cromados na maior parte do horizonte B.
Estão normalmente associados ao relevo mais movimentado e aos solos
moderadamente profundos, conferindo-lhes relativo grau de susceptibilidade à
erosão, o que, aliado ao fato de apresentarem drenagem moderada, restringe
seu uso agrícola, apesar da elevada fertilidade natural. No entanto, esta
restrição é caracterizada como moderada, uma vez que suas características
químicas conferem um grande potencial de uso agroflorestal.
Figura 8. Ambiente de descrição de perfil de Luvissolo Háplico Órtico, com cobertura vegetal de floresta aberta, descrito no município de Rio Branco-AC.
Os Luvissolos mapeados no município de Rio Branco foram
enquadrados nas seguintes classes: Luvissolo Háplico Pálico abrúptico e
Luvissolo Háplico Órtico típico.
1.2.4 Plintossolos
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Os Plintossolos ocupam 99.968ha, que correspondem a 11,8% do
município de Rio Branco, e 43,8% dessa área apresentam alterações da
cobertura florestal original.
São solos de expressiva plintização, com ou sem formação de
petroplintita. Nestes solos ocorre segregação de ferro, atuando como agente de
cimentação, com capacidade de consolidação acentuada, com preponderância
e profundidade de manifestação de atributos evidenciadores da formação de
plintita, associado com horizonte diagnóstico subsuperficial plíntico,
concrecionário ou litoplíntico (EMBRAPA, 2006). Os agricultores denominam o
horizonte plíntico de “tabatinga”.
Foram mapeados no município de Rio Branco Plintossolos Háplicos
(Figura 9), que são solos com horizonte plíntico que não possuem outro caráter
complementar, e Plintossolos Argilúvicos que possuem horizonte plíntico e
horizonte textural.
Figura 9. Perfil de Plintossolo Háplico descrito no município de Rio Branco-AC.
Em razão do impedimento de drenagem relacionado a esses solos,
devido ao baixo desenvolvimento e aos estratos argilosos horizontalizados,
torna-se difícil sua utilização com plantas suscetíveis ao encharcamento. Nesse
caso, devem-se adaptar as condições do meio por intermédio do cultivo de
plantas com sistema radicular pouco profundo.
Nesses ambientes, em ecossistemas de pastagens extensivas, foi
relatada a morte de Brachiaria brizantha cv. Marandu (VALENTIM et al.,
2000a). Para explicar tal fenômeno, VALENTIM et al. (2000b) propuseram o
seguinte modelo: i) o estabelecimento desta gramínea em solo com alto teor de
argila e sujeito a problemas de drenagem e encharcamento durante o período
chuvoso, submete as plantas a condições de estresse e favorece a proliferação
de microorganismos que se tornam patógenos; ii) a degradação da pastagem
devido ao manejo inadequado causa compactação, erosão e perda de
fertilidade do solo; e iii) o deslocamento biológico das espécies de cigarrinhas-
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das-pastagens dominantes, em razão de condições ambientais desfavoráveis,
promove o incremento populacional de novas espécies.
Os Plintossolos mapeados no município de Rio Branco foram
enquadrados nas seguintes classes: Plintossolo Háplico Distrófico típico,
Plintossolo Argilúvico Distrófico típico, Plintossolo Argilúvico Alítico abrúptico,
Plintossolo Argilúvico Alítico típico e Plintossolo Háplico Eutrófico típico.
1.2.5 Gleissolos
Os Gleissolos ocupam uma área de 185ha que corresponde a 0,02% do
território municipal. São extremamente frágeis, porém, 40% dessa área já estão
alteradas, com retirada da vegetação natural e substituição por outros usos,
como pastagem, por exemplo.
É um grupamento de solos com expressiva gleização, em que a
hidromorfia é resultante de processamento de intensa redução de compostos
de ferro, em presença de matéria orgânica, com ou sem alternância de
oxidação, por efeito de flutuação de nível do lençol freático, em condições de
regime de excesso de umidade permanente ou periódico. Nestes solos há uma
preponderância e profundidade de manifestação de atributos evidenciadores de
gleização, conjugada à caracterização de horizonte glei (EMBRAPA, 2006).
Apresentam argilas de alta atividade e teores consideráveis de alumínio
trocável, sem grandes problemas de fertilidade. Por serem solos hidromórficos
apresentam drenagem muito deficiente, com severa insuficiência de oxigênio.
Portanto, possuem uso agrícola limitado, além de ocorrerem em ambientes
próximos às margens de rios e igarapés.
Os Gleissolos mapeados no município de Rio Branco foram
enquadrados na seguinte classe: Gleissolo Háplico Ta Distrófico (Figura 10).
Figura 10. Perfil de Gleissolo Háplico descrito nas margens do igarapé Espalha no município de Rio Branco-AC.
1.2.6 Neossolos
Os Neossolos Flúvicos ocupam uma extensão territorial de 4.594ha que
correspondem a 0,54% do município de Rio Branco. Localizam-se às margens
do rio Acre onde 54% de sua cobertura florestal já foram alteradas (Figura 11).
Em Rio Branco, ao longo do rio Acre, foram identificados os Neossolos
Flúvicos que são predominantes nas áreas onde se desenvolve a produção
ribeirinha. São solos derivados de sedimentos aluviais com horizonte A sobre
horizonte C constituído de camadas estratificadas, sem relação pedogenética
entre si, apresentando pelo menos um dos seguintes requisitos:
Distribuição irregular do conteúdo de carbono orgânico em profundidade,
dentro de 150cm da superfície do solo; e
Camadas estratificadas em 25% ou mais do volume do solo, dentro de
150cm da superfície do solo.
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Figura 11. Perfil de Neossolo Flúvico descrito nas margens do rio Acre no município de Rio Branco-AC.
SILVA (1993) realizou um diagnóstico nas áreas ribeirinhas do rio Acre,
no trecho entre Rio Branco e Porto Acre, cujos resultados demonstraram que
estas áreas apresentam bom potencial agrícola, uma vez que não possuem
restrições do ponto de vista físico e apresentam boa disponibilidade de água. A
densidade encontrada demonstra a fragilidade do ecossistema perante
sistemas de manejos inadequados, ficando condicionada a altas taxas de
erosão. Os teores de macronutrientes são bem superiores aos observados nos
solos de terra firme, mesmo quando comparados com os solos de melhor
fertilidade que ocorrem no Estado.
Dentre as variáveis estudadas, as que revelaram maior influência
decorrente das inundações periódicas pelas quais passam as áreas ribeirinhas
foram: fósforo, potássio e o pH, que tiveram valores médios bem superiores
aos encontrados nos solos de terra firme.
Os Neossolos Flúvicos mapeados às margens do rio Acre são
eutróficos, ou seja, possuem alta fertilidade, o que enfatiza o seu potencial
muitas vezes subutilizado.
Esses solos mapeados no município de Rio Branco foram enquadrados
na seguinte classe: Neossolo Flúvico Ta Eutrófico típico.
Os indicativos da aptidão natural dos solos no município de Rio Branco
consideram apenas as áreas que já sofreram algum tipo de alteração antrópica,
como áreas de pastagem, capoeira, agricultura, solo exposto, de habitação,
entre outras que representam 27,46% da área do município que, de acordo
com sua aptidão natural, podem ou não ser utilizadas para plantios agrícolas.
Os indicativos da aptidão natural dos solos não consideram as áreas de
florestas que ocupam 72,54% da área total do município de Rio Branco (Figura
12).
Figura 12. Porcentagens de área antropizada e floresta em relação à área do município de Rio Branco-AC.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, E. A.; LANI, J. L.; AMARAL, E. F.; GUERRA, A. Uso da terra e propriedades físicas e químicas de Argissolo Amarelo Distrófico na Amazônia Ocidental. Revista Brasileira de Ciências do Solo, v. 28, n. 2, p. 307-315,
2004.
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ARAÚJO, E. A.; PACHECO, E. P.; AMARAL, E. F.; PINHEIRO, C. L. S.; PARIZZI NETTO, A. Aptidão natural para mecanização dos solos do Acre. Rio Branco: SECTMA/EMBRAPA Acre, 2001. 14 p. (Informativo Técnico ZEE/AC, 10) EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisas de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 2. ed. Brasília: Embrapa. Produção de Informação;
Rio de Janeiro: Embrapa Solos. 2006. 306 p. RIO BRANCO. Prefeitura Municipal de Rio Branco. Diagnóstico dos Tipos de Uso Atual da Terra do município de Rio Branco/AC, na escala de 1:100.000. Rio Branco: PMRB, 2006. 49 p. SILVA, J. R. T. da. Avaliação da fertilidade dos solos de regiões ribeirinhas do Rio Acre. Parte I: resultados preliminares. In: ENCONTRO DE PESQUISADORES DA AMAZÔNIA, 7., 1993, Rio Branco, AC. Resumos... Rio Branco, AC: Universidade Federal do Acre, 1993. p. 23. VALENTIM, J. F., AMARAL, E. F., MELO, A. W. F. Zoneamento de risco edáfico atual e potencial de morte de pastagens de Brachiaria brizantha no Acre. Rio Branco: EMBRAPA-Acre, 2000a. 28 p. (EMBRAPA-Acre. Boletim
de Pesquisa, 29). VALENTIM, J. F.; AMARAL, E. F.; CAVALCANTE, M. J. B.; FAZOLIN, M.; CABALLERO, S. S. V.; BODDEY, R. M.; SHARMA, R. D.; MELO, A. W. F. Diagnosis and potential socioeconomic and environmental impacts of pasture death in the Western Brazilian Amazon. In: LBA SCIENTIFIC CONFERENCE, 1., 2000, Belém, PA. Abstracts...Belém: MCT/CPTEC/INPE, 2000b. p. 212.
CAPÍTULO 2 APTIDÃO NATURAL PARA O CULTIVO DE MANDIOCA
Raimundo Nonato de Souza Moraes
Lúcio Flávio Zancanela do Carmo Tadário Kamel de Oliveira
Sonaira Souza da Silva
A mandioca (Manihot esculenta) está entre as principais fontes de
carboidratos para a alimentação da população acreana, sendo cultivada
principalmente em pequenas áreas, em consórcio com milho ou feijão, ou
ainda, em cultivo “solteiro”, tanto em áreas recém-desbravadas como naquelas
de uso mais intenso (WADT, 2005).
A mandioca desempenha importante papel social, pois é um dos
produtos básicos da dieta da população de baixa renda, sendo ainda
largamente utilizada no arraçoamento animal. Além da alimentação humana,
constitui-se em matéria-prima de amplo e diversificado emprego industrial e de
excelente fonte de forragem protéica (parte aérea) e energética (raízes) para
suplementação animal.
Mesmo não sendo a cultura de subsistência que ocupa a maior área
plantada no Estado, a renda da mandioca é maior do que a soma das rendas
geradas pelas culturas do milho, arroz e feijão (MOURA et al., 2001). De
acordo com estes autores, apesar de sua importância econômica e social e de
sua ampla difusão, a cultura enfrenta diversos problemas, como por exemplo:
cultivos em áreas com características físicas e químicas inadequadas,
utilização de cultivares de baixo potencial produtivo, plantio de duas ou mais
cultivares numa mesma área e plantio de cultivares susceptíveis à podridão
radicular.
Com base nos atributos químicos, físicos e morfológicos dos solos
(Tabela 2), no mapa de solos do município de Rio Branco (Figura 5) produzido
pelo Zoneamento Econômico, Ambiental, Social e Cultural de Rio Branco
(ZEAS), e nas exigências edáficas da cultura (Tabela 6), realizou-se o estudo
de aptidão natural dos solos para a cultura da mandioca.
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Tabela 6. Características morfológicas, químicas e físicas do solo e sua aptidão para o cultivo de mandioca.
Código Descrição Aptidão
Características Morfológicas
Drenagem
D1 Excessivamente drenado Inapta
D2 Fortemente drenado Inapta
D3 Acentuadamente drenado Restrita
D4 Bem drenado Preferencial
D5 Moderadamente drenado Restrita
D6 Imperfeitamente drenado Inapta
D7 Mal drenado Inapta
D8 Muito mal drenado Inapta
Relevo
R1 Plano (0% - 3%) Preferencial
R2 Suave ondulado (3% - 8%) Preferencial
R3 Ondulado (8% - 20%) Restrita
R4 Forte ondulado (20% - 45%) Inapta
R5 Montanhoso (45% - 75%) Inapta
R6 Escarpado (> 75%) Inapta
Profundidade
P1 Raso (≤ 50cm de profundidade) Inapta
P2 Pouco profundo (> 50cm e ≤ 100cm de profundidade) Restrita
P3 Profundo (> 100cm e ≤ 200cm de profundidade) Preferencial
P4 Muito profundo (> 200cm de profundidade) Preferencial
Características Químicas
pH
pH1 Extremamente ácido (< 4,3) Restrita
pH2 Fortemente ácido (4,3 - 5,3) Preferencial
pH3 Moderadamente ácido (5,4 - 6,5) Preferencial
pH4 Praticamente neutro (6,6 - 7,3) Preferencial
pH5 Moderadamente alcalino (7,4 - 8,3) Restrita
pH6 Fortemente alcalino (> 8,3) Inapta
Alumínio
Al1 Baixo (< 0,2 cmolc.kg-1) Preferencial
Al2 Médio (0,2 - 1,0 cmolc.kg-1) Restrita
Al3 Alto (> 1,0 cmolc.kg-1) Restrita
Cálcio
Ca1 Baixo (< 2,0 cmolc.kg-1) Restrita
Ca2 Médio (2,0 - 6,0 cmolc.kg-1) Preferencial
Ca3 Alto (> 6,0 cmolc.kg-1) Preferencial
Carbono
C1 Baixo (< 0,8 dag.kg-1) Restrita
C2 Médio (0,8 - 1,4 dag.kg-1) Preferencial
C3 Alto (> 1,4 dag.kg-1) Preferencial
Capacidade de Troca de Cátions
T1 Baixo (< 4,5 cmolc.kg-1) Restrita
T2 Médio (4,5 - 10,0 cmolc.kg-1) Preferencial
T3 Alto (> 10,0 cmolc.kg-1) Preferencial
Fósforo
P1 Baixo (< 10,0 mg.kg-1) Restrita
P2 Médio (10,0 - 30,0 mg.kg-1) Preferencial
P3 Alto (> 30,0 mg.kg-1) Preferencial
Potássio
T1 Baixo (< 0,11 cmolc.kg-1) Restrita
T2 Médio (0,11 - 0,23 cmolc.kg-1) Preferencial
T3 Alto (> 0,23 - 0,60 cmolc.kg-1) Preferencial
T4 Muito alto (> 0,60 cmolc.kg-1) Preferencial
Saturação de Bases
V1 Eutróficos - saturação por bases ≥ 50% Preferencial
V2 Distróficos - saturação por bases < 50% Preferencial
V3 Oligotróficos - saturação por bases < 35% Restrita
Características Físicas
Presença de Concreções
Conc0 Sem concreções Preferencial
Conc1 Muito pouco (menos que 5% do volume) Preferencial
Conc2 Pouco (5% - 15% do volume) Restrita
Conc3 Freqüente (15% - 40% do volume) Restrita
Conc4 Muito Freqüente (40% - 80% do volume) Inapta
Conc5 Dominante (mais que 80% do volume) Inapta
Classe Textural
Text1 Textura arenosa - mais de 70% de areia Restrita
Text2 Textura média - menos de 35% de argila e mais de 15% de areia Preferencial
Text3 Textura argilosa - 35% a 60% de argila Preferencial
Text4 Textura muito argilosa - mais de 60% de argila Inapta
Text5 Textura siltosa - menos de 35% de argila e menos de 15% de areia Inapta
Fonte: CFSMG (1989); AMARAL e SOUZA (1997); EMBRAPA (1999); SANTOS et al. (2005).
De acordo com o mapa de aptidão natural dos solos, para o cultivo da
mandioca no município de Rio Branco (Figura 13) 37,93% da área
desflorestada são consideradas Preferencial, 14,94% da área representam a
classe Preferencial restrita, 18,39%, Restrita e 28,74% Inapta para esta cultura
(Figura 14).
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Figura 13. Mapa de aptidão natural do solo para o cultivo de mandioca no município de Rio Branco-AC.
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Figura 14. Classes de aptidão para a cultura de mandioca em relação à área
agricultável do município de Rio Branco-AC.
Constatou-se que a razão do município apresentar 18,39% de sua
área Restrita e 28,74% Inapta para o cultivo da mandioca (Figura 14), é devido
ao fato do território do município ser constituído de 78,67% de Argissolos.
Alguns desses solos apresntam característica inadequadas ao cultivo da
cultura como: presença de plintita (tabatinga) em profundidades superiores a
40cm. Apresentam ainda, gradiente textural (aumento do teor de argila do
horizonte A para o B), pouca profundidade efetiva, risco de erosão e restrição
de drenagem em profundidade. Nestas áreas, devem ser utilizadas práticas de
manejo do solo adequadas (cobertura do solo, reposição nutricional, etc.) e,
ainda, corrigir algumas limitações de ordem química (calagem e adubação) e
morfológica (medidas de manejo e conservação do solo) para que se possa
melhorar a produtividade dessa cultura.
De acordo com NOGUEIRA e GOMES (1999), não é recomendável o
plantio de mandioca em solos argilosos. Os solos ideais para este cultivo são
aqueles que apresentam boa fertilidade natural, que sejam pouco
compactados, bem drenados, com pH 6,0 a 6,5 e relevo plano
(ALBUQUERQUE e CARDOSO, 1980).
O município de Rio Branco apresenta 52,87% de sua área agricultável
com potencial Bom a Moderado para o cultivo de mandioca. Podendo, assim,
contribuir para a dieta e para a geração de renda adicional às famílias
residentes na zona rural de Rio Branco.
A capacitação da comunidade em uso de práticas agronômicas -
mecanização; uso de leguminosas como adubo verde; uso de corretivos e
fertilizantes; plantio de cultivares adaptadas de ciclo precoce, intermediário e
tardio; espaçamento adequado, época de plantio e de colheita – adequadas e
aplicadas à recuperação de áreas degradadas para a produção de mandioca,
pode contribuir para a obtenção de produtividade de até 35 t de mandioca/ha.
A construção de agroindústrias de farinha de mandioca (casa de farinha)
e a capacitação da comunidade para o uso de boas práticas agroindustriais
pode contribuir para agregar valor ao produto e assegurar a certificação da
farinha com relação à origem (proveniente de área degradada recuperada) e à
qualidade (livre de contaminantes). Isto também contribuiria para permitir a
classificação do produto de acordo com os tipos estabelecidos na Portaria n.
554, de 30 de agosto de 1995 do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA) (BRASIL, 1995).
Estas mesmas áreas podem ser destinadas para outros usos com maior
potencial econômico e social para as comunidades do município de Rio
Branco.
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REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, M. de; CARDOSO, E. M. R. A mandioca no Trópico Úmido. Brasília: Editerra, 1980. 215 p.
AMARAL, E. F. do; SOUZA, A. N. de. Avaliação da fertilidade do solo no sudeste acreano: o caso do PED/MMA no município de Senador Guiomard. Rio Branco: EMBRAPA – CPAFAC, 1997. 32 p. (Documentos, 26). BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Portaria n. 554, de 30 de agosto de 1995. Norma de identidade, qualidade, apresentação, embalagem, armazenamento e transporte da farinha de mandioca. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 11 p., 01 set. 1995. CFSMG. COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais. 5ª aproximação. Viçosa, MG: CFSMG. 1999. 359 p. il. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Brasília: Embrapa Produção de Informação; Rio de
Janeiro: Embrapa Solos, 1999. 412 p. MOURA, G. de M.; AMARAL, E. F. do; ARAÚJO, E. A. de. Aptidão natural dos solos do Estado do Acre para o cultivo da mandioca (Manihot esculenta). Rio Branco: Embrapa Acre, 2001. 6 p. (Embrapa Acre. Comunicado Técnico, 133). NOGUEIRA, F. D.; GOMES, J. de C. Sugestões de adubação para a cultura da mandioca. In: RIBEIRO, A. C.; GUIMARÃES, P. T. G.; ALVAREZ V., V. H. (Org.). Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais. 5ª aproximação. Viçosa, MG: UFV: Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais. (CFSEMG), 1999. p. 312-313. SANTOS, D. R.; LEMOS, R. C.; SANTOS, H. G.; KER, J. C.; ANJOS, L. H. C. Manual de descrição e coleta de solo no campo. 5. ed. rev. Viçosa, MG: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo; Embrapa, Centro Nacional de Pesquisa de Solos. 2005. 100 p. WADT, P. G. S. Recomendação de adubação para as principais culturas. In: WADT, P. G. S. (Org.) Manejo do solo e recomendação de adubação para o Estado do Acre. Rio Branco: Embrapa Acre, 2005. p. 491-635.
CAPÍTULO 3 APTIDÃO NATURAL PARA O CULTIVO DE BANANA
Tadário Kamel de Oliveira Raimundo Nonato de Souza Moraes
Sonaira Souza da Silva
Lúcio Flávio Zancanela do Carmo
A área plantada com bananeira (Musa sp.) no Acre, em 2006, foi de
8.900ha (IBGE, 2006), sendo esta a principal frutífera cultivada no Estado.
Portanto, a bananicultura é uma atividade agrícola de grande expressão no
Acre, gerando renda para pequenos e médios produtores, com destaque na
agricultura familiar em toda a região. Nos últimos anos, a produtividade vem
decrescendo devido à diminuição da fertilidade dos solos nos bananais, à
incidência de pragas como o moleque-da-bananeira (Cosmopolites sordidus) e,
especialmente, à incidência severa da Sigatoka-negra. Atualmente, existe
cultivares (Thap Maeo, Pacovan Kem, Preciosa, Maravilha e Japira) com
resistência à doença que são recomendadas como alternativa às cultivares
Prata e Maçã, preferidas no Estado (SIVIERO et al., 2006). Para os plátanos
ainda pesquisa-se um genótipo resistente à Sigatoka-negra (Mycosphaerella
musicola Leach) e com características semelhantes ao material local.
Vale destacar que, além da Sigatoka-negra, o manejo inadequado, sem
realização de tratos culturais (desbastes, desfolhas, capinas, adubação
química de reposição ou leguminosas como adubo verde), e o plantio em áreas
pouco propícias implicaram em menor expressão do potencial produtivo dos
bananais acreanos.
O zoneamento para a cultura da banana no município de Rio Branco
constitui um passo fundamental para o bom planejamento do uso da terra e o
sucesso para os produtores que desejarem investir nesta cultura.
Com base nos atributos químicos, físicos e morfológicos dos solos
(Tabela 2), no mapa de solos do município de Rio Branco (Figura 5) produzido
pelo Zoneamento Econômico, Ambiental, Social e Cultural de Rio Branco
(ZEAS), e nas exigências edáficas da cultura (Tabela 7), realizou-se o estudo
de aptidão natural dos solos para a cultura da banana.
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Tabela 7. Características morfológicas, químicas e físicas do solo e sua aptidão para o
cultivo de banana.
Código Descrição Aptidão
Características Morfologias
Drenagem
D1 Excessivamente drenado Inapta
D2 Fortemente drenado Inapta
D3 Acentuadamente drenado Inapta
D4 Bem drenado Preferencial
D5 Moderadamente drenado Preferencial
D6 Imperfeitamente drenado Restrita
D7 Mal drenado Inapta
D8 Muito mal drenado Inapta
Relevo
R1 Plano (0% - 3%) Preferencial
R2 Suave ondulado (3% - 8%) Preferencial
R3 Ondulado (8% - 20%) Restrita
R4 Forte ondulado (20% - 45%) Inapta
R5 Montanhoso (45% - 75%) Inapta
R6 Escarpado (> 75%) Inapta
Profundidade
P1 Raso (≤ 50cm de profundidade) Restrita
P2 Pouco profundo (> 50cm e ≤ 100cm de profundidade) Preferencial
P3 Profundo (> 100cm e ≤ 200cm de profundidade) Preferencial
P4 Muito profundo (> 200cm de profundidade) Preferencial
Características Químicas
pH
pH1 Extremamente ácido (< 4,3) Inapta
pH2 Fortemente ácido (4,3 - 5,3) Restrita
pH3 Moderadamente ácido(5,4 - 6,5) Preferencial
pH4 Praticamente neutro (6,6 - 7,3) Preferencial
pH5 Moderadamente alcalino (7,4 - 8,3) Restrita
pH6 Fortemente alcalino (> 8,3) Inapta
Alumínio
Al1 Baixo (< 0,2 cmolc.kg-1) Preferencial
Al2 Médio (0,2 - 1,0 cmolc.kg-1) Restrita
Al3 Alto (> 1,0 cmolc.kg-1) Inapta
Cálcio
Ca1 Baixo (< 2,0 cmolc.kg-1) Restrita
Ca2 Médio (2,0 - 6,0 cmolc.kg-1) Preferencial
Ca3 Alto (> 6,0 cmolc.kg-1) Preferencial
Carbono
C1 Baixo (< 0,8 dag.kg-1) Restrita
C2 Médio (0,8 - 1,4 dag.kg-1) Pref./Restrita
C3 Alto (> 1,4 dag.kg-1) Preferencial
Capacidade de Troca de Cátions
T1 Baixo (< 4,5 cmolc.kg-1) Restrita
T2 Médio (4,5 - 10,0 cmolc.kg-1) Preferencial
T3 Alto (> 10,0 cmolc.kg-1) Preferencial
Fósforo
P1 Baixo (< 10,0 mg.kg-1) Restrita
P2 Médio (10,0 - 30,0 mg.kg-1) Preferencial
P3 Alto (> 30,0 mg.kg-1) Preferencial
Potássio
T1 Baixo (< 0,11 cmolc.kg-1) Preferencial
T2 Médio (0,11 - 0,23 cmolc.kg-1) Preferencial
T3 Alto (> 0,23 - 0,60 cmolc.kg-1) Preferencial
T4 Muito alto (> 0,60 cmolc.kg-1) Restrita
Saturação de Bases
V1 Eutróficos - saturação por bases ≥ 50% Preferencial
V2 Distróficos - saturação por bases < 50% Preferencial
V3 Oligotróficos - saturação por bases < 35% Restrita
Características Físicas
Presença de Concreções
Conc0 Sem concreções Preferencial
Conc1 Muito pouco (menos que 5% do volume) Preferencial
Conc2 Pouco (5% - 15% do volume) Preferencial
Conc3 Freqüente (15% - 40% do volume) Restrita
Conc4 Muito Freqüente (40% - 80% do volume) Inapta
Conc5 Dominante (mais que 80% do volume) Inapta
Classe Textural
Text1 Textura arenosa - mais de 70% de areia Inapta
Text2 Textura média - menos de 35% de argila e mais de 15% de areia Preferencial
Text3 Textura argilosa - 35% a 60% de argila Preferencial
Text4 Textura muito argilosa - mais de 60% de argila Inapta
Text5 Textura siltosa - menos de 35% de argila e menos de 15% de areia Inapta
Fonte: MOREIRA (1987); EMBRAPA (1998); RANGEL et al. (1998); BORGES et al. (1999); SILVA et al. (1999); BORGES et al. (2000); GONDIM et al. (2001); SOUZA (2003); CENTEC (2004); WADT (2005); SILVA et al. (2007).
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Observa-se, pelas Figuras 15 e 16, que 31,03% das terras do município
são consideradas Preferencial para o cultivo de banana. Nas áreas
classificadas como Preferencial restrita (16,09% da área total do município)
devem ser utilizadas práticas adequadas de manejo do solo, a fim de corrigir
algumas limitações de ordem química (calagem, adubação) ou morfológica
(curva de nível, terraços e canais para drenagem da água das chuvas). As
áreas consideradas Restrita (22,99% da área total do município) devem ser
destinadas para outros usos, pois são terras que apresentam limitações fortes
para a produção sustentada da banana, que reduzem a sua produtividade e
para serem contornadas aumentariam de maneira substancial os custos de
produção. As áreas tidas como Inapta para o cultivo da banana representam
29,89% do total.
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Figura 15. Mapa de aptidão natural dos solos para o cultivo de banana no município de Rio Branco-AC.
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Figura 16. Classes de aptidão para a cultura de banana em relação à área agricultável do município de Rio Branco-AC.
Em razão dos Argissolos e Plintossolos serem as principais classes de
solo encontradas no município de Rio Branco (Tabela 1), verifica-se que os
atributos mais marcantes são a profundidade efetiva e a drenagem (Tabela 2).
Os solos pouco profundos, rasos e com drenagem deficiente apresentam
restrições ao pleno desempenho da cultura da banana. No entanto, apesar do
risco de erosão em solos com gradiente textural característico entre horizontes,
o relevo plano a suave ondulado e a utilização de práticas de manejo
adequadas podem atenuar este problema.
Nos dados coletados em campo (Tabela 2), verificam-se os valores
favoráveis do ponto de vista químico e, especialmente, quanto à textura média
do solo, preferencial para o cultivo da banana.
O município de Rio Branco apresenta 47,12% de sua área agricultável
com potencial Bom a Moderado para o cultivo de banana. Podendo, assim,
contribuir para a dieta e para a geração de renda adicional às famílias
residentes na zona rural de Rio Branco.
A capacitação da comunidade em uso de práticas agronômicas -
mecanização; uso de leguminosas como adubo verde; uso de corretivos e
fertilizantes; plantio de cultivares adaptadas de ciclo precoce, intermediário e
tardio; espaçamento adequado, época de plantio e de colheita – adequadas e
aplicadas à recuperação de áreas degradadas para a produção de banana,
pode contribuir para a obtenção de produtividade de até 35 t de banana/ha.
A construção de uma agroindústria de farinha de banana e a
capacitação da comunidade para o uso de boas práticas agroindustriais pode
contribuir para agregar valor ao produto e assegurar a certificação com relação
à origem (proveniente de área alterada recuperada) e à qualidade do produto
(livre de contaminantes).
Estas mesmas áreas podem ser destinadas para outros usos com maior
potencial econômico e social para as comunidades do município de Rio
Branco.
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REFERÊNCIAS
BORGES, A. L.; SOUZA, L. da S.; ALVES, E. J. Exigências edafoclimáticas. In: CORDEIRO, Z.J.M. (Org.). Banana. Produção: aspectos técnicos. Brasília:
Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia, 2000. p. 17-23. (Frutas do Brasil, 1). BORGES, A. L.; OLIVEIRA, A. M. G.; SOUZA, L. da S. Solos, Nutrição e adubação. In: ALVES, E. J. A cultura da banana: aspectos técnicos, socioeconômicos e agroindustriais. 2. ed. rev. Brasília: Embrapa SPI; Cruz das Almas: Embrapa CNPMF, 1999. p.197-260. CENTEC. Instituto Centro de Ensino Tecnológico. Produtor de bananas. 2. ed. rev. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha; Ministério da Ciência e Tecnologia, 2004. 64 p. (Cadernos tecnológicos) EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Mandioca e Fruticultura Tropical (CNPMF). A cultura da banana. 2. ed., rev. e aum. Brasília: Embrapa SPI,
1998. 94 p. (Coleção Plantar, 38). GONDIM, T. M. de S.; AMARAL, E. F. do; ARAÚJO, E. A. de; SILVEIRA, M. M. da. Aptidão natural para o cultivo da banana (Musa spp) no Estado do Acre. Rio Branco: SECTMA: Embrapa Acre, 2001. 13 p. (Informativo Técnico ZEE/AC, 2). IBGE. Diretoria de Pesquisas. Coordenação de Agropecuária. Produção Agrícola Municipal 2006. Disponível em: <ftp://ftp.ibge.gov.br/ProducaoAgricola/ProducaoAgricolaMunicipal%5Banual%5D/> . Acesso em: 4 mai. 2008. MOREIRA, R. S. Banana: teoria e prática de cultivo. Campinas: Fundação Cargill, 1987. 335 p. RANGEL, A.; PENTEADO, L. A. C.; TONET, R. M. Cultura da banana.
Campinas: Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), 1998. 66 p. (Boletim técnico, 234).
SOUZA, L. da S. Manejo e conservação dos solos. In: LIMA, M. B.; SILVA, S. de O.; FERREIRA, C. F. (Ed.) Banana: o produtor pergunta, a Embrapa
responde. Embrapa Mandioca e Fruticultura. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2003. p. 51-60. (Coleção 500 perguntas, 500 respostas). SILVA, J. T. A. da; PACHECO, D. D.; COSTA, E. L. da. Atributos químicos e físicos de solos cultivados com bananeira „Prata-anã‟ (AAB), em três níveis de produtividade, no Norte de Minas Gerais. Revista Brasileira de Fruticultura,
Jaboticabal-SP, v. 29, n. 1, p. 102-106, abr. 2007. SILVA, J. T. A. da; BORGES, A. L.; MALBURG, J. L. Solos, adubação e nutrição da bananeira. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v. 20, n. 196, p.
21-36, jan./fev. 1999. SIVIERO, A.; OLIVEIRA, T. K. de; PEREIRA, J. E. S.; SÁ, C. P. de; SILVA, S. de O. Cultivares de banana resistentes à Sigatoka-negra recomendadas para o Acre. Rio Branco: Embrapa Acre, 2006. 8 p. (Embrapa Acre. Circular Técnica, 49). WADT, P. G. S. Recomendação de adubação para as principais culturas. In: WADT, P. G. S. (Org.). Manejo do solo e recomendação de adubação para o Estado do Acre. Rio Branco: Embrapa Acre, 2005. p. 491-635.
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CAPÍTULO 4 APTIDÃO NATURAL PARA O CULTIVO DE MILHO
Josué Bispo da Silva Raimundo Nonato de Souza Moraes
A importância econômica do milho (Zea mayz L.) é caracterizada pelas
diversas formas de utilização. Dentre elas: na alimentação humana direta e na
de animais, na indústria de alta tecnologia e até medicinal, como o uso de chá
do 'cabelo' como diurético, regulando as funções dos rins e da bexiga,
removendo impurezas e atuando ainda na regulação da pressão arterial e na
desintoxicação do sangue (FORNASIERI FILHO, 2007).
Atualmente, entre as principais culturas produtoras de grãos no mundo, o
milho situa-se em terceiro lugar em área plantada, sendo o primeiro em
produtividade. Na safra 2005/2006, ocupou 145,6 milhões de ha, a produção foi
de 691,7 milhões de toneladas e a produtividade média de 4.750kg ha (IBGE,
2006). Os Estados Unidos é o maior produtor, seguido da China, enquanto o
Brasil ocupa a terceira posição no ranking dos principais produtores mundiais
(FORNASIERI FILHO, 2007).
Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) de 2006
indicam que a cultura do milho no Brasil ocupou a segunda maior área plantada
em 2005/2006, com 12,9 milhões de ha, com produção de 41,3 milhões de
toneladas e produtividade de 3.200 kg/ha (IBGE, 2006). Essa baixa
produtividade de milho no Brasil, 41% inferior à média mundial, pode ser
explicada pelo grande número de pequenos produtores. Dados da Pesquisa
Agrícola Municipal (PAM) de 1996 mostram que 94,3% dos produtores são
responsáveis por 30% da produção, usando 46% da área destinada a essa
cultura, enquanto 2% dos produtores cultivam 44% da área e produzem 60%
(IBGE, 2006). Essas informações indicam que há uma relação direta entre o
tamanho da área cultivada e a produtividade, ou seja, o rendimento aumenta à
medida que aumenta o tamanho da lavoura.
No estado do Acre, onde há predominância de pequenas propriedades, o
milho foi cultivado e colhido em uma área de 40,8 mil ha em 2005/2006, com
produção de 61 mil toneladas e produtividade de 1.495 kg/ha (IBGE, 2006).
Esses valores de produtividade corresponderam a 35% da média nacional.
Dentre as causas do rendimento inferior destacam-se: (i) a pouca
disponibilidade de sementes dos materiais genéticos recomendados pelas
instituições de pesquisa, como a Embrapa-Acre, situação que leva os
produtores a adquirir, em outros Estados, sementes de cultivares não
adaptadas às condições edafoclimáticas, (ii) os diferentes sistemas de cultivo
vigentes no Acre (EMBRAPA, 1997).
Com base nos atributos químicos, físicos e morfológicos dos solos
(Tabela 2), no mapa de solos do município de Rio Branco (Figura 5) produzido
pelo Zoneamento Econômico, Ambiental, Social e Cultural de Rio Branco
(ZEAS), e nas exigências edáficas da cultura (Tabela 8), realizou-se o estudo
de aptidão natural dos solos para a cultura do milho.
Tabela 8. Características morfológicas, químicas e físicas do solo e sua aptidão para o cultivo de milho.
Código Descrição Aptidão
Características morfológicas
Drenagem
D1 Excessivamente drenado Inapta
D2 Fortemente drenado Inapta
D3 Acentuadamente drenado Restrita
D4 Bem drenado Preferencial
D5 Moderadamente drenado Preferencial
D6 Imperfeitamente drenado Restrita
D7 Mal drenado Inapta
D8 Muito mal drenado Inapta
Relevo
R1 Plano (0%-3% de declividade) Preferencial
R2 Suave ondulado (3%-8%) Preferencial
R3 Ondulado (8%-20%) Restrita
R4 Forte ondulado (20%-45%) Restrita
R5 Montanhoso (45%-75%) Inapta
R6 Escarpado (> 75%) Inapta
Profundidade
P1 Raso ( 50cm de profundidade) Restrita
P2 Pouco profundo ( > 50cm e 100cm de profundidade) Restrita
P3 Profundo ( > 100cm e 200cm de profundidade) Preferencial
P4 Muito profundo ( > 200cm de profundidade) Preferencial
Características químicas
pH em água
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pH1 Acidez muito elevada (< 4,5) Inapta
pH2 Acidez elevada (4,5-5,0) Restrita
pH3 Acidez média (5,1-6,0) Preferencial
pH4 Acidez fraca (6,1-6,9) Restrita
pH5 Alcalinidade fraca (7,1-7,8) Inapta
pH6 Alcalinidade elevada (> 7,8) Inapta
Saturação por Alumínio
m1 Baixa (< 10%) Preferencial
m2 Média (10 a 15%) Restrita
m3 Alta (>15%) Inapta
Cálcio trocável
Ca1 Baixo (< 3 cmolc dm-3
) Restrita
Ca2 Médio (3.1 a 7,0 cmolc dm-3
) Preferencial
Ca3 Alto (> 7,0 cmolc dm-3
) Preferencial
Carbono orgânico
C1 Baixo (< 1,0 dag kg-1
) Inapta
C2 Médio (1,1 a 2,4 dag kg-1
) Restrita
C3 Alto (> 2,4 dag kg-1
) Preferencial
Capacidade de Troca de Cátions
T1 Baixa (< 4,4 cmolc dm-3
) Restrita
T2 Média (4,5-9,0 cmolc dm-3
) Preferencial
T3 Alta (> 9,0 cmolc dm-3
) Preferencial
Fósforo
P1 Baixo (< 15 mg dm-3
) Restrita
P2 Médio (16 a 40 mg dm-3
) Preferencial
P3 Alto (> 40 mg dm-3
) Preferencial
Potássio trocável
T1 Baixo (< 0,15 cmolc dm-3
) Restrita
T2 Médio (0,16 a 0,3 cmolc dm-3
) Preferencial
T3 Alto (0,31 a 0,60 cmolc dm-3
) Preferencial
T4 Muito alto (> 0,60 cmolc dm-3
) Preferencial
Saturação de Bases
V1 Alta ( 71%) Preferencial
V2 Média ( 51 a 70%) Restrita
V3 Baixa ( < 50%) Restrita
Características físicas
Presença de concreções
Conc0 Sem concreções Preferencial
Conc1 Muito pouco (menos que 5% do volume) Preferencial
Conc2 Pouco (5% a 15% do volume) Restrita
Conc3 Freqüente (16% a 40% do volume) Restrita
Conc4 Muito freqüente (41% a 80% do volume) Inapta
Conc5 Dominante (mais que 80% do volume) Inapta
Classe textural
Text1 Arenosa (teor de argila+silte ≤15% ) Inapta
Text2 Média (teor de argila+silte maior que 15% e argila ≤35%) Restrita
Text3 Argilosa (35% a 60% de argila) Preferencial
Text4 Muito argilosa (mais de 60% de argila) Restrita
Text5 Siltosa – menos de 35% de argila e menos de 15% de areia Restrita Fonte: RAIJ et al. (1997); Prado (1998); ALVES et al. (1999); FANCELLI e DOURADO NETO (2000); CRUZ (2006).
A análise das informações constantes nas Figuras 17 e 18 permite
verificar que 48,27% das terras com potencial agrícola no município são
consideradas entre Preferencial e Preferencial restrita, correspondendo aos
solos com características que proporcionam um melhor desenvolvimento da
cultura, destacando-se a profundidade efetiva, drenagem e textura (Tabela 2).
Considerando que o sistema radicular da planta de milho, embora possa atingir
até 3m de profundidade, concentra-se entre 30 e 40cm (FORNASIERI FILHO,
2007), recomendando-se solos de textura média, com teores de argila em torno
de 30-35%, ou mesmo argilosos, com boa estrutura, que possibilitam
drenagem adequada, apresentando boa capacidade de retenção de água e de
nutrientes (EMBRAPA, 2007).
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Figura 17. Mapa de aptidão natural do solo para o cultivo de milho no município de Rio Branco-AC.
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Figura 18. Classes de aptidão para a cultura de milho em relação à área agricultável do município de Rio Branco-AC.
Nas Figuras 17 e 18, observa-se, ainda, que 24,14% da área
agricultável são consideradas Restrita para a cultura do milho e 27,59%,
Inapta. Essas áreas são formadas por solos que apresentam características
inadequadas ao cultivo do milho, sendo considerados rasos, com risco de
erosão, drenagem deficiente em profundidade e gradiente textural (aumento do
teor de argila do horizonte A para o B), o que dificulta o desenvolvimento pleno
do sistema radicular e, consequentemente, da planta como um todo.
O município de Rio Branco apresenta 48,27% de sua área agricultável
com potencial Bom a Moderado para o cultivo de milho. Com isso, o município
pode se tornar importante fornecedor de milho, tanto para consumo in natura
como em grãos, para abastecimento do mercado interno. Podendo, assim,
contribuir para a dieta e para a geração de renda adicional às famílias
residentes na zona rural de Rio Branco.
Também seria possível incentivar o cultivo de variedades de milho
pipoca para atender à demanda do Município. O cultivo de variedades de ciclo
normal e precoce e o uso de irrigação podem viabilizar a produção de milho
durante topo o ano, eliminando o problema da entressafra e permitindo o
estabelecimento de contrato de venda com redes de supermercados de Rio
Branco.
A capacitação da comunidade em uso de práticas agronômicas -
mecanização; uso de leguminosas como adubo verde; uso de corretivos e
fertilizantes; plantio de cultivares adaptadas; espaçamento adequado, época de
plantio e de colheita - adequadas e aplicadas na recuperação de áreas
degradadas para a produção de milho, pode contribuir para a obtenção de
produtividade de até 6 t de milho/ha.
A produção local de milho poderia ser utilizada para dar suporte ao
desenvolvimento da suinocultura e avicultura, contribuindo para a diversificação
da produção.
Estas mesmas áreas podem ser destinadas para outros usos com maior
potencial econômico e social para as comunidades do município de Rio
Branco.
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REFERÊNCIAS
ALVES, V. M. C.; VASCONCELLOS, C. A.; FREIRE, F. M.; PITTA, G. V. E.; FRAÇA, G. E.; RODRIGUES FILHO, A.; ARAÚJO, J. M.; VEIRA, J. R.; LOUREIRO, J. E. Milho. In: RIBEIRO, A. C.; GUIMARAES, P. T. G.; ALVAREZ, V. H. (Org.). Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais. 5a aproximação. Viçosa, MG: UFV: Comissão de Fertilidade do
Solo do Estado de Minas Gerais (CFSEMG), 1999. p. 314-316. CRUZ, J. C. (Ed.). Cultivo do milho. Sete Lagoas: EMBRAPA - Centro Nacional de Pesquisa em Milho e Sorgo (CNPMS), 3. ed. 2007. (Sistemas de Produção. 2) Disponível em: <http://www.cnpms.embrapa.br/publicacoes/milho> . Acesso em: 1 jun. 2008. EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Centro Nacional de Pesquisa em Milho e Sorgo. Cultivo do milho. Embrapa-CNPMS, 2007. (Sistemas de produção, 1) EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Centro de Pesquisa Agroflorestal do Acre. Novas variedades de milho recomendadas para o Estado do Acre. Rio Branco: Embrapa, n. 79, p. 1-2, 1997. (Comunicado
técnico) FANCELLI, A. L.; DOURADO NETO, D. Produção de milho. Guaíba: Agropecuária, 2000. 360 p. FORNASIERI FILHO, D. Manual da Cultura do milho. Jaboticabal: FUNEP, 2007. 576 p. IBGE, Diretoria de Pesquisas. Coordenação de Agropecuária. Produção Agrícola Municipal 2006. Disponível em: <ftp://ftp.ibge.gov.br/Producao_Agricola/Producao_Agricola_Municipal_%5Banual%5D/.> Acesso em: 1 jun. 2008. PRADO, H. Solos Tropicais: potencialidades, limitações, manejo e capacidade de uso. 2. ed. Jaboticabal: FUNEP, 1998. 231 p.
RAIJ, B. Van; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J. A.; FURLANI, A. M. C. Boletim técnico 100: recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. Campinas: Instituto Agronômico, 1997. 285 p.
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CAPÍTULO 5 APTIDÃO NATURAL PARA O CULTIVO DE ARROZ
Josué Bispo da Silva
Raimundo Nonato de Souza Moraes
O arroz (Oryza sativa L.) é alimento básico na dieta de milhões de
pessoas, praticamente em todos os países do mundo, destacando-se pela
produção e área plantada, desempenhando papel estratégico, tanto econômico
quanto social (EMBRAPA, 2002), constituindo-se em importante fonte de
proteínas, sais minerais, vitaminas do complexo B, cálcio, ferro e zinco,
auxiliando ainda no combate a diabetes (FORNASIERI FILHO e FORNASIERI,
2006).
No Estado do Acre, a área plantada com arroz, na safra 2006/2007, foi de
22,1 mil ha, produzindo 29,0 mil toneladas, com uma produtividade de 1.312
kg/ha, sendo inferior à média nacional (3.813 kg/ha) (IBGE, 2006). No entanto,
pesquisas da Embrapa-Acre, conduzidas no município de Rio Branco,
destacaram materiais genéticos com potencial para produzir 3.000 kg ha-1
(EMBRAPA, 1997), o que representa a possibilidade de um incremento
significativo em relação a esse parâmetro.
Com base nos atributos químicos, físicos e morfológicos dos solos
(Tabela 2), no mapa de solos do município de Rio Branco (Figura 5) produzido
pelo Zoneamento Econômico, Ambiental, Social e Cultural de Rio Branco
(ZEAS), e nas exigências edáficas da cultura (Tabela 9), realizou-se o estudo
de aptidão natural dos solos para a cultura do arroz.
Tabela 9. Características morfológicas, químicas e físicas do solo e sua aptidão para o cultivo de arroz.
Código Descrição Aptidão
Características morfológicas
Drenagem
D1 Excessivamente drenado Inapta
D2 Fortemente drenado Inapta
D3 Acentuadamente drenado Inapta
D4 Bem drenado Restrita
D5 Moderadamente drenado Preferencial
D6 Imperfeitamente drenado Restrita
D7 Mal drenado Restrita
D8 Muito mal drenado Restrita
Relevo
R1 Plano (0%-3% de declividade) Preferencial
R2 Suave ondulado (3%-8%) Preferencial
R3 Ondulado (8%-20%) Restrita
R4 Forte ondulado (20%-45%) Inapta
R5 Montanhoso (45%-75%) Inapta
R6 Escarpado (> 75%) Inapta
Profundidade
P1 Raso ( 50cm de profundidade) Restrita
P2 Pouco profundo ( > 50cm e 100cm de profundidade) Preferencial
P3 Profundo ( > 100cm e 200cm de profundidade) Preferencial
P4 Muito profundo ( > 200cm de profundidade) Preferencial
Características químicas
pH em água
pH1 Acidez muito elevada (< 4,5) Inapta
pH2 Acidez elevada (4,5-5,0) Restrita
pH3 Acidez média (5,1-6,0) Preferencial
pH4 Acidez fraca (6,1-6,9) Preferencial
pH5 Alcalinidade fraca (7,1-7,8) Inapta
pH6 Alcalinidade elevada (> 7,8) Inapta
Saturação por Alumínio
m1 Baixa (< 10%) Preferencial
m2 Média (10 a 25%) Restrita
m3 Alta (>25%) Inapta
Cálcio trocável
Ca1 Baixo (< 3 cmolc dm-3
) Restrita
Ca2 Médio (3.1 a 7,0 cmolc dm-3
) Preferencial
Ca3 Alto (> 7,0 cmolc dm-3
) Preferencial
Carbono orgânico
C1 Baixo (< 1,0 dag kg-1
) Inapta
C2 Médio (1,1 a 2,4 dag kg-1
) Restrita
C3 Alto (> 2,4 dag kg-1
) Preferencial
Capacidade de Troca de Cátions
T1 Baixa (< 4,4 cmolc dm-3
) Restrita
T2 Média (4,5-9,0 cmolc dm-3
) Preferencial
T3 Alta (> 9,0 cmolc dm-3
) Preferencial
Fósforo
P1 Baixo (< 15 mg dm-3
) Restrita
P2 Médio (16 a 40 mg dm-3
) Preferencial
P3 Alto (> 40 mg dm-3
) Preferencial
Potássio trocável
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T1 Baixo (< 0,15 cmolc dm-3
) Restrita
T2 Médio (0,16 a 0,3 cmolc dm-3
) Restrita
T3 Alto (0,31 a 0,60 cmolc dm-3
) Preferencial
T4 Muito alto (> 0,60 cmolc dm-3
) Preferencial
Saturação de Bases
V1 Alta ( 71%) Preferencial
V2 Média ( 51 a 70%) Preferencial
V3 Baixa ( < 50%) Restrita
Características físicas
Presença de concreções
Conc0 Sem concreções Preferencial
Conc1 Muito pouco (menos que 5% do volume) Preferencial
Conc2 Pouco (5% a 15% do volume) Restrita
Conc3 Freqüente (16% a 40% do volume) Restrita
Conc4 Muito freqüente (41% a 80% do volume) Inapta
Conc5 Dominante (mais que 80% do volume) Inapta
Classe textural
Text1 Arenosa (teor de argila+silte ≤15% ) Inapta
Text2 Média (teor de argila+silte maior que 15% e argila ≤35%) Restrita
Text3 Argilosa (35% a 60% de argila) Preferencial
Text4 Muito argilosa (mais de 60% de argila) Preferencial
Text5 Siltosa – menos de 35% de argila e menos de 15% de areia Inapta
Fonte: RAIJ et al. (1997); PRADO (1998); PAULA et al. (1999); FORNASIERI FILHO e FORNASIERI (2006).
De acordo com o mapa de aptidão natural dos solos para o cultivo de
arroz no município de Rio Branco (Figura 19) e pelo que mostra a Figura 20, as
terras classificadas como Preferencial para esta cultura representam 35,63%
da área agricultável do município, não apresentando limitações a sua
implantação; a categoria Preferencial restrita representa 20,69% e a Restrita,
18,39% das terras do município.
Figura 19. Mapa de aptidão natural do solo para o cultivo de arroz no município de Rio Branco-AC.
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Figura 20. Classes de aptidão para a cultura de arroz em relação à área agricultável do município de Rio Branco-AC.
As áreas Restritas para a cultura, são constituídas por solos considerados
rasos e erodíveis, com drenagem deficiente em profundidade e gradiente
textural (aumento do teor de argila do horizonte A para o B). Para
FORNASIERI FILHO e FORNASIERI (2006), estas são as principais restrições
ao cultivo do arroz, uma vez que a planta, embora considerada rústica e pouco
exigente quanto às características do solo, tem melhor desenvolvimento
naqueles bem drenados, profundos, permeáveis, mas com boa capacidade de
retenção de água.
Para ARAÚJO et al. (2005), é possível o uso racional desses solos, desde
que sejam verificados, in loco, os principais indicadores de qualidade, a fim de
que sejam tomadas medidas corretivas ou conservacionistas adequadas a
cada situação. Entre essas práticas, podem ser citadas a rotação de culturas, o
plantio direto e a adubação verde com leguminosas na entressafra.
As áreas consideradas na categoria Inapta são desfavoráveis à cultura
do arroz e correspondem à 25,29% do total agricultável do município (Figuras
19 e 20).
O município de Rio Branco apresenta 56,32% de sua área agricultável
com potencial Bom a Moderado para o cultivo de arroz, podendo contribuir para
a dieta e para a geração de renda adicional das famílias residentes na zona
rural de Rio Branco.
Estas mesmas áreas podem ser destinadas para outros usos com maior
potencial econômico e social para as comunidades do município de Rio
Branco.
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REFERÊNCIAS
ARAÚJO, E. A.; AMARAL, E. F.; WADT, P. G. S.; LANI, J. L. Aspectos gerais dos solos do Acre com ênfase ao manejo sustentável. In: WADT, P. G. S. (Org.). Manejo do solo e recomendação de adubação para o Estado do Acre. Embrapa Acre, 2005. p.27-62. EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Embrapa Amazônia Ocidental. Recomendações técnicas para o cultivo do arroz no Amazonas.
2002. 12 p. (Circular técnica, 12) EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Centro de Pesquisa em Agricultura Familiar. Maravilha: cultivar de arroz de sequeiro com classe de grão agulhinha (longo fino) para o Estado do Acre. Embrapa-CPAFAC, 1997. 3 p. (Comunicado técnico, 74) FORNASIERI FILHO, D.; FORNASIERI, J. E. Manual da cultura do arroz.
Jaboticabal: FUNEP, 2006. 589 p. IBGE, Diretoria de Pesquisas. Coordenação de Agropecuária. Produção Agrícola Municipal 2006. Disponível em:
<ftp://ftp.ibge.gov.br/Producao_Agricola/Producao_Agricola_Municipal_%5Banual%5D/>. Acesso em: 1 jun. 2008. PAULA, M. B.; BARBOSA FILHO, M. P.; CARVALHO, J. G. Sugestões de adubação para grandes culturas anuais ou perenes - arroz. In: RIBEIRO, A. C.; GUIMARÃES, P. T. G.; ALVAREZ, V. H. (Org.). Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais. 5a aproximação. Viçosa, MG: UFV/Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais (CFSEMG),
1999. p. 281-288. PRADO, H. Solos Tropicais: potencialidades, limitações, manejo e capacidade de uso. 2. ed. Jaboticabal: FUNEP, 1998. 231 p. RAIJ, B. Van; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J. A.; FURLANI, A. M. C. Boletim técnico 100: recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. Campinas: Instituto Agronômico, 1997. 285 p.
CAPÍTULO 6 APTIDÃO NATURAL PARA O CULTIVO DE FEIJÃO
Josué Bispo da Silva
Raimundo Nonato de Souza Moraes
O feijão comum (Phaseolus vulgaris L.) é um alimento de alto significado
nutricional em todo o mundo, constituindo uma das mais importantes fontes de
proteínas na dieta alimentar, principalmente dos países em desenvolvimento
das regiões tropicais e subtropicais, em especial nas Américas e África. Além
do alto conteúdo protéico, apresenta ainda carboidratos, vitaminas, minerais,
fibras e compostos fenólicos com ação antioxidante que podem reduzir a
incidência de doenças (EMBRAPA, 2005). O feijão cozido é considerado uma
das melhores fontes vegetais de vitaminas do complexo B: tiamina (B1),
piridoxina, niacina (B3) e ácido fólico (B9); contém baixos níveis de vitaminas
lipossolúveis e ácido ascórbico (vitamina C) (EMBRAPA, 2004).
No estado do Acre, o cultivo de feijão é praticado por pequenos
produtores, em áreas de até 2ha. Na safra 2005/2006, a área ocupada com
culturas agrícolas alcançou 177,7 mil ha, sendo 16,3 mil ha cultivados com
feijão, mas somente 10,4 mil foram colhidos, com produção de 4.448 toneladas
e produtividade de 426kg/ha (IBGE, 2006). Embora tenha grande importância
para os agricultores do Estado, sua expansão é fortemente influenciada por
diferentes fatores, como: fungo causador da mela do feijoeiro (Thanatephorus
cucumeris), presença da vaquinha (Diabrotica speciosa), baixo uso de insumos
e máquinas, utilização de sementes de cultivares não adaptadas à região e ao
emprego de mão-de-obra familiar (EMBRAPA, 1998), que podem explicar a
produtividade inferior do Estado em relação à média nacional, que está em
torno de 844kg/ha (IBGE, 2006).
Com base nos atributos químicos, físicos e morfológicos dos solos (Tabela
2), no mapa de solos do município de Rio Branco (Figura 5) produzido pelo
Zoneamento Econômico, Ambiental, Social e Cultural de Rio Branco (ZEAS), e
nas exigências edáficas da cultura (Tabela 10), realizou-se o estudo de aptidão
natural dos solos para a cultura do feijão.
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Tabela 10. Características morfológicas, químicas e físicas do solo e sua aptidão para o cultivo de feijão.
Código Descrição Aptidão
Características morfológicas
Drenagem
D1 Excessivamente drenado Inapta
D2 Fortemente drenado Restrita
D3 Acentuadamente drenado Restrita
D4 Bem drenado Preferencial
D5 Moderadamente drenado Preferencial
D6 Imperfeitamente drenado Restrita
D7 Mal drenado Restrita
D8 Muito mal drenado Inapta
Relevo
R1 Plano (0%-3% de declividade) Preferencial
R2 Suave ondulado (3%-8%) Preferencial
R3 Ondulado (8%-20%) Preferencial
R4 Forte ondulado (20%-45%) Restrita
R5 Montanhoso (45%-75%) Restrita
R6 Escarpado (> 75%) Inapta
Profundidade
P1 Raso ( 50cm de profundidade) Restrita
P2 Pouco profundo (> 50cm e 100cm de profundidade) Restrita
P3 Profundo (> 100cm e 200cm de profundidade) Preferencial
P4 Muito profundo (> 200cm de profundidade) Preferencial
Características químicas
pH em água
pH1 Acidez muito elevada (< 4,5) Inapta
pH2 Acidez elevada (4,5-5,0) Restrita
pH3 Acidez média (5,1-6,0) Preferencial
pH4 Acidez fraca (6,1-6,9) Restrita
pH5 Alcalinidade fraca (7,1-7,8) Restrita
pH6 Alcalinidade elevada (> 7,8) Inapta
Saturação por Alumínio
m1 Baixa (< 10%) Preferencial
m2 Média (10 a 20%) Restrita
m3 Alta (>20%) Inapta
Cálcio trocável
Ca1 Baixo (< 3 cmolc dm-3
) Inapta
Ca2 Médio (3.1 a 7,0 cmolc dm-3
) Restrita
Ca3 Alto (> 7,0 cmolc dm-3
) Preferencial
Carbono orgânico
C1 Baixo (< 1,0 dag kg-1
) Inapta
C2 Médio (1,1 a 2,4 dag kg-1
) Restrita
C3 Alto (> 2,4 dag kg-1
) Preferencial
Capacidade de Troca de Cátions
T1 Baixa (< 4,4 cmolc dm-3
) Restrita
T2 Média (4,5-9,0 cmolc dm-3
) Preferencial
T3 Alta (> 9,0 cmolc dm-3
) Preferencial
Fósforo
P1 Baixo (< 15 mg dm-3
) Inapta
P2 Médio (16 a 40 mg dm-3
) Restrita
P3 Alto (> 40 mg dm-3
) Preferencial
Potássio
T1 Baixo (< 0,15 cmolc dm-3
) Inapta
T2 Médio (0,16 a 0,3 cmolc dm-3
) Restrita
T3 Alto (0,31 a 0,60 cmolc dm-3
) Preferencial
T4 Muito alto (> 0,60 cmolc dm-3
) Preferencial
Saturação de Bases
V1 Alta ( 71%) Preferencial
V2 Média (51 a 70%) Restrita
V3 Baixa (< 50%) Inapta
Características físicas
Presença de concreções
Conc0 Sem concreções Preferencial
Conc1 Muito pouco (menos que 5% do volume) Preferencial
Conc2 Pouco (5% a 15% do volume) Restrita
Conc3 Freqüente (16% a 40% do volume) Restrita
Conc4 Muito freqüente (41% a 80% do volume) Inapta
Conc5 Dominante (mais que 80% do volume) Inapta
Classe textural
Text1 Arenosa (teor de argila+silte ≤15%) Inapta
Text2 Média (teor de argila+silte maior que 15% e argila ≤35%) Restrita
Text3 Argilosa (35% a 60% de argila) Preferencial
Text4 Muito argilosa (mais de 60% de argila) Preferencial
Text5 Siltosa – menos de 35% de argila e menos de 15% de areia Restrita
Fonte: IAPAR (1989); RAIJ et al. (1997); PEREIRA et al. (1998); PRADO (1998); CHAGAS et al. (1999); DOURADO NETO e FANCELLI (2000);
De acordo com o mapa de aptidão natural dos solos, para o cultivo do
feijão no município de Rio Branco (Figura 21), e como pode se observar na
Figura 22, 21,84% das terras agricultáveis são consideradas Preferencial para
o cultivo do feijão. A classe Preferencial restrita representa 16,09% (Figura 22),
o que exige a adoção de práticas adequadas de manejo do solo, como
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adubação química, rotação de culturas e adubação verde com leguminosas,
para aumentar a produtividade da cultura nessas áreas.
Figura 21. Mapa de aptidão natural do solo para o cultivo de feijão no município de Rio Branco-AC.
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Figura 22. Classes de aptidão para a cultura de feijão em relação à área agricultável do município de Rio Branco-AC.
Grande parte das áreas do município (39,08%) apresenta solos na
categoria Restrita para a cultura do feijão (Figuras 21 e 22). Esta área é
constituída de solos que apresentam pouca profundidade, risco de erosão,
restrição de drenagem em profundidade, gradiente textural (aumento do teor de
argila do horizonte A para o B) e fertilidade natural baixa, como mostrado na
Tabela 2.
Considerando-se que o feijoeiro é uma planta com sistema radicular
delicado, com sua maior parte concentrada na camada de até 20cm de
profundidade, faz-se necessário cuidado especial na escolha da área. Assim,
devem ser evitados solos pesados, compactados, sujeitos a formar crosta na
superfície ou ao encharcamento, preferindo-se aqueles friáveis, com boa
aeração, de textura areno-argilosa, profundos, ricos em matéria orgânica e
nutrientes (EMBRAPA, 2003).
A área Inapta à cultura de feijão no município corresponde a 22,99%
(Figura 22) da área agricultável. A baixa profundidade dos solos desta
categoria, é um dos principais fatores limitantes devido à baixa disponibilidade
de oxigênio para o sistema radicular da planta.
O município de Rio Branco apresenta 37,93% de sua área agricultável
com potencial Bom a Moderado para o cultivo de feijão, o que pode contribuir
para a dieta e para a geração de renda adicional das famílias rurais do
município.
O cultivo de feijão em sistema de plantio direto pode permitir a
antecipação da data de plantio, além de contribuir para reduzir a incidência da
mela (Thanatephorus cucumeris). Com isto, seria possível assegurar que a
ocorrência de chuvas para completar o ciclo da cultura não traria prejuízo,
tendo como conseqüência a obtenção de boa produtividade.
Estas mesmas áreas podem ser destinadas para outros usos com maior
potencial econômico e social para as comunidades do município de Rio
Branco.
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REFERÊNCIAS
CHAGAS, J. M.; BRAGA, J. M.; VIEIRA, C.; SALGADO, L. T.; JUNQUEIRA NETO, A.; ARAÚJO, G. A. A.; ANDRADE, M. J. B.; LANA, R. M. Q.; RIBEIRO, A. C. Feijão. In: RIBEIRO, A. C.; GUIMARÃES, P. T. G.; ALVAREZ, V. H. Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais. 5ª aproximação. Viçosa, MG: UFV: Comissão de Fertilidade do Solo do Estado
de Minas Gerais (CFSEMG), 1999. p. 306-307. DOURADO NETO, D.; FANCELLI, A. L. Produção de Feijão. Guaíba: Agropecuária, 2000. 385 p. EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão. Cultivo do Feijão da Primeira e Segunda Safras na Região Sul de Minas Gerais. Santo Antônio de Goiás: EMBRAPA -
CNPAF, 2005. (Sistemas de Produção, 6). Disponível em: http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Feijao/FeijaoPrimSegSafraSulMG/index.htm> .Acesso em: 3 mai. 2008. EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão. O feijão na alimentação. Santo Antônio de Goiás:
EMBRAPA-CNPAF, 2004. 4 p. EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão. Cultivo do feijoeiro comum. Santo Antônio de
Goiás: Embrapa-CNPAF, 2003. (Sistemas de Produção, 2). Disponível em: http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Feijao/CultivodoFeijoeiro/index.htm . Acesso em: 13 jun. 2008. IBGE. Diretoria de Pesquisas. Coordenação de Agropecuária. Produção Agrícola Municipal 2006. Disponível em:
ftp://ftp.ibge.gov.br/Producao_Agricola/Producao_Agricola_Municipal_%5Banual%5D/. Acesso em: 1 jun. 2008. INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ (IAPAR). O feijão no Paraná.
Londrina: IAPAR, 1989. 303 p. (IAPAR, Circular, 63) PEREIRA, R. C. A.; COSTA, J. G.; MAIA, A. S. C. Recomendações para a cultura do feijão no Estado do Acre. Rio Branco: EMBRAPA-CPAFAC, 1998.
24 p. (Circular técnica, 24).
PRADO, H. Solos Tropicais: potencialidades, limitações, manejo e
capacidade de uso. 2. ed. Jaboticabal: FUNEP, 1998. 231 p. RAIJ, B. Van; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J. A.; FURLANI, A. M. C. Boletim técnico 100: recomendações de adubação e calagem para o Estado de São
Paulo. Campinas: Instituto Agronômico, 1997. 285 p.
CAPÍTULO 7 APTIDÃO NATURAL PARA O CULTIVO DE CANA-DE-AÇÚCAR.
João Batista Martiniano Pereira Raimundo Nonato de Souza Moraes
Sonaira Souza da Silva
A cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.) é plantada por agricultores
familiares do Acre em pequenas áreas que, geralmente, não ultrapassam dois
hectares. A espécie é utilizada como matéria-prima para a produção de açúcar
mascavo, rapadura, melado e alfenim,
Para se obter uma boa produtividade desta cultura, é necessário que a
região apresente um período quente e úmido para um adequado
desenvolvimento vegetativo, com precipitação anual acima de 1.800mm, e
outro período seco bem definido, para que ocorra a concentração da sacarose
no colmo.
Assim, para as condições do município de Rio Branco, é recomendável
que o plantio de cana-de-açúcar seja no período compreendido entre os meses
de novembro a fevereiro, quando ocorrem as maiores médias de precipitação,
e a colheita, no período compreendido entre os meses de abril a outubro,
quando diminuem as chuvas, favorecendo a concentração de sacarose.
Solos profundos, pesados, bem estruturados, férteis e com boa
capacidade de retenção são os ideais para o cultivo da cana-de-açúcar que,
por sua rusticidade, também pode se desenvolver, satisfatoriamente, em solos
arenosos e menos férteis, como os dos Cerrados. Solos rasos, isto é, com
camada impermeável superficial ou mal drenada, não devem ser indicados
para o plantio de cana-de-açúcar (AMARAL et al., 2001).
Com base nos atributos químicos, físicos e morfológicos dos solos
(Tabela 2), no mapa de solos do município de Rio Branco (Figura 5) produzido
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pelo Zoneamento Econômico, Ambiental, Social e Cultural de Rio Branco
(ZEAS), e nas exigências edáficas da cultura (Tabela 11), realizou-se o estudo
de aptidão natural dos solos para a cultura da cana-de-açúcar.
Tabela 11. Características morfológicas, químicas e físicas do solo e sua aptidão para o cultivo de cana-de-açúcar.
Código Descrição Aptidão
Características Morfológicas
Drenagem
D1 Excessivamente drenado Inapta
D2 Fortemente drenado Inapta
D3 Acentuadamente drenado Inapta
D4 Bem drenado Preferencial
D5 Moderadamente drenado Restrita
D6 Imperfeitamente drenado Inapta
D7 Mal drenado Inapta
D8 Muito mal drenado Inapta
Relevo
R1 Plano (0% - 3%) Preferencial
R2 Suave ondulado (3% - 8%) Preferencial
R3 Ondulado (8% - 20%) Restrita
R4 Forte ondulado (20% - 45%) Inapta
R5 Montanhoso (45% - 75%) Inapta
R6 Escarpado (> 75%) Inapta
Profundidade
P1 Raso (≤ 50cm de profundidade) Inapta
P2 Pouco profundo (> 50cm e ≤ 100cm de profundidade) Restrita
P3 Profundo (> 100cm e ≤ 200cm de profundidade) Preferencial
P4 Muito profundo (> 200cm de profundidade) Preferencial
Características Químicas
pH
pH1 Extremamente ácido (< 4,3) Inapta
pH2 Fortemente ácido (4,3 - 5,3) Restrita
pH3 Moderadamente ácido (5,4 - 6,5) Preferencial
pH4 Praticamente neutro (6,6 - 7,3) Preferencial
pH5 Moderadamente alcalino (7,4 - 8,3) Inapta
pH6 Fortemente alcalino (> 8,3) Inapta
Alumínio
Al1 Baixo (< 0,2 cmolc.kg-1) Preferencial
Al2 Médio (0,2 - 1,0 cmolc.kg-1) Restrita
Al3 Alto (> 1,0 cmolc.kg-1) Restrita
Cálcio
Ca1 Baixo (< 2,0 cmolc.kg-1) Restrita
Ca2 Médio (2,0 - 6,0 cmolc.kg-1) Preferencial
Ca3 Alto (> 6,0 cmolc.kg-1) Preferencial
Carbono
C1 Baixo (< 0,8 dag.kg-1) Restrita
C2 Médio (0,8 - 1,4 dag.kg-1) Restrita
C3 Alto (> 1,4 dag.kg-1) Preferencial
Capacidade de Troca de Cátions
T1 Baixo (< 4,5 cmolc.kg-1) Restrita
T2 Médio (4,5 - 10,0 cmolc.kg-1) Preferencial
T3 Alto (> 10,0 cmolc.kg-1) Preferencial
Fósforo
P1 Baixo (< 10,0 mg.kg-1) Restrita
P2 Médio (10,0 - 30,0 mg.kg-1) Preferencial
P3 Alto (> 30,0 mg.kg-1) Preferencial
Potássio
T1 Baixo (< 0,11 cmolc.kg-1) Restrita
T2 Médio (0,11 - 0,23 cmolc.kg-1) Preferencial
T3 Alto (> 0,23 - 0,60 cmolc.kg-1) Preferencial
T4 Muito alto (> 0,60 cmolc.kg-1) Preferencial
Saturação de Bases
V1 Eutróficos - saturação por bases ≥ 50% Preferencial
V2 Distróficos - saturação por bases < 50% Preferencial
V3 Oligotróficos - saturação por bases < 35% Restrita
Características Físicas
Presença de Concreções
Conc0 Sem concreções Preferencial
Conc1 Muito pouco (menos que 5% do volume) Preferencial
Conc2 Pouco (5% - 15% do volume) Restrita
Conc3 Freqüente (15% - 40% do volume) Restrita
Conc4 Muito Freqüente (40% - 80% do volume) Inapta
Conc5 Dominante (mais que 80% do volume) Inapta
Classe Textural
Text1 Textura arenosa - mais de 70% de areia Inapta
Text2 Textura média - menos de 35% de argila e mais de 15% de areia Preferencial
Text3 Textura argilosa - 35% a 60% de argila Restrita
Text4 Textura muito argilosa - mais de 60% de argila Inapta
Text5 Textura siltosa - menos de 35% de argila e menos de 15% de areia Preferencial
Fonte: AMARAL e SOUZA (1997); CFSMG (1999); EMBRAPA (1999); SANTOS et al. (2005).
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Baseado no mapa de aptidão natural dos solos do município de Rio
Branco para a cana-de-açúcar, representado na Figura 21, e pela Figura 22,
pode se afirmar que apenas 29,89% dos solos encontram-se na classe
Preferencial, 20,69% apresentam aptidão Preferencial restrita, 16,09% estão na
classe de aptidão Restrita e 33,33% da área é Inapta para o plantio da cana-
de-açúcar.
Figura 23. Mapa de aptidão natural do solo para o cultivo de cana-de-açúcar no município de Rio Branco-AC.
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Figura 24. Classes de aptidão para a cultura de cana-de-açúcar em relação à área agricultável do município de Rio Branco-AC.
Nas áreas que apresentam restrições à cultura da cana-de-açúcar
(Figura 23), devem ser utilizadas práticas adequadas de manejo do solo como
forma de corrigir algumas limitações de ordem química (calagem, adubação,
uso de leguminosas como cobertura do solo e adubação verde) ou morfológica
(curva de nível, terraços e canais para drenagem da água das chuvas). Tais
práticas podem aumentar, sobremaneira, o percentual de solos que podem ser
plantados com cana-de-açúcar, maximizando a produtividade dessa cultura no
município.
Além dos cuidados relacionados às condições edáficas para que se
obtenham produções satisfatórias com a cana-de-açúcar, é necessário que o
manejo da cultura seja feito utilizando-se técnicas adequadas. Assim, a adoção
de um sistema de produção que contemple época de plantio, tratos culturais,
adubação e correção do solo e uso de variedades produtivas, garantirá ao
agricultor a obtenção de produtividades acima de 80 t/ha e uma vida útil do
canavial que proporcione pelo menos cinco cortes.
O município de Rio Branco apresenta 50,58% de sua área agricultável
com potencial Bom a Moderado para o cultivo de cana-de-açúcar.
A implantação de agroindústrias para produção de alfenim, açúcar
mascavo, rapadura e melado é uma alternativa para agregar valor à produção,
gerando emprego e renda para a comunidade. Esta cultura também pode suprir
a demanda de cana in natura para as moendas de garapa existentes na zona
urbana. A cana-de-açúcar pode contribuir para a dieta e para a geração de
renda adicional das famílias rurais do município.
Estas mesmas áreas podem ser destinadas para outros usos com maior
potencial econômico e social para as comunidades do município de Rio
Branco.
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REFERÊNCIAS
AMARAL, E. F. do; BARDALES, N. G.; ARAÚJO, E. A de; PINHEIRO, C. L. S.; SOUZA, A. de. Aptidão dos solos do Acre para o cultivo da cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.). Rio Branco: SECTMA: Embrapa, 2001. 6 p. (Informativo Técnico, ZEE/AC 4) AMARAL, E. F. do; SOUZA, A. N. de. Avaliação da fertilidade do solo no sudeste acreano: o caso do PED/MMA no município de Senador Guiomard. Rio Branco: EMBRAPA-CPAFAC, 1997. 32 p. (Documentos, 26). CFSMG. COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais. 5ª aproximação. Viçosa, MG: CFSMG. 1999. 359 p.:il.
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Brasília: Embrapa Produção de Informação; Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 1999. 412 p. SANTOS, D. R.; LEMOS, R. C.; SANTOS, H. G.; KER, J. C.; ANJOS, L. H. C. Manual de descrição e coleta de solo no campo. 5. ed. rev. Viçosa, MG: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo; Embrapa, Centro Nacional de Pesquisa de Solos. 2005. 100 p.
CAPÍTULO 8 APTIDÃO NATURAL PARA O CULTIVO DE PUPUNHA
Raimundo Nonato de Souza Moraes Lúcio Flávio Zancanela do Carmo
Tadário Kamel de Oliveira
A pupunha (Bactris gasipaes H. B. K.), uma palmeira tropical, é
encontrada em estado silvestre em toda a Amazônia. Caracteriza-se por uma
série de raças diferentes e uma grande variabilidade genética. Sua planta
fornece diversos produtos, sendo os frutos e, principalmente, o palmito os mais
importantes economicamente (BERGO e LUNZ, 2000).
A pupunheira destaca-se sobre as demais espécies de palmeiras
devido a sua precocidade, rusticidade e elevado perfilhamento. Seu fruto é um
alimento essencialmente energético, com teores de vitaminas consideráveis,
principalmente a vitamina A, sendo utilizado para consumo in natura cozido, ou
para produção de farinha e óleo. Seu palmito é macio e saboroso (BERGO e
LUNZ, 2000; FRANKE et al., 2001).
Nos últimos anos a demanda pela pupunha para fruto e palmito tem
crescido gradativamente, tanto no mercado interno como externo. No Estado
do Acre, o cultivo de pupunha para produção de palmito vem expandindo-se.
Nativa da região amazônica, com boa adaptação às condições edafoclimáticas
locais e mercado promissor, vem tornando-se uma excelente alternativa
econômica para pequenos, médios e grandes produtores rurais (BERGO e
LUNZ, 2000; FRANKE et al., 2001).
Com base nos atributos químicos, físicos e morfológicos dos solos
(Tabela 2), no mapa de solos do município de Rio Branco (Figura 5) produzido
pelo Zoneamento Econômico, Ambiental, Social e Cultural de Rio Branco
(ZEAS), e nas exigências edáficas da cultura (Tabela 12), realizou-se o estudo
de aptidão natural dos solos para a cultura da cana-de-açúcar.
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Tabela 12. Características morfológicas, químicas e físicas do solo e sua aptidão para o cultivo de pupunha.
Código Descrição Aptidão
Características Morfológicas
Drenagem
D1 Excessivamente drenado Inapta
D2 Fortemente drenado Inapta
D3 Acentuadamente drenado Pref./Restrita
D4 Bem drenado Preferencial
D5 Moderadamente drenado Preferencial
D6 Imperfeitamente drenado Inapta
D7 Mal drenado Inapta
D8 Muito mal drenado Inapta
Relevo
R1 Plano (0% - 3%) Preferencial
R2 Suave ondulado (3% - 8%) Preferencial
R3 Ondulado (8% - 20%) Preferencial
R4 Forte ondulado (20% - 45%) Restrita
R5 Montanhoso (45% - 75%) Inapta
R6 Escarpado (> 75%) Inapta
Profundidade
P1 Raso (≤ 50cm de profundidade) Inapta
P2 Pouco profundo (> 50cm e ≤ 100cm de profundidade) Preferencial
P3 Profundo (> 100cm e ≤ 200cm de profundidade) Preferencial
P4 Muito profundo (> 200cm de profundidade) Preferencial
Características Químicas
pH
pH1 Extremamente ácido (< 4,3) Inapta
pH2 Fortemente ácido (4,3 - 5,3) Pref./Restrita
pH3 Moderadamente ácido (5,4 - 6,5) Preferencial
pH4 Praticamente neutro (6,6 - 7,3) Preferencial
pH5 Moderadamente alcalino (7,4 - 8,3) Inapta
pH6 Fortemente alcalino (> 8,3) Inapta
Alumínio
Al1 Baixo (< 0,2 cmolc.kg-1) Preferencial
Al2 Médio (0,2 - 1,0 cmolc.kg-1) Pref./Restrita
Al3 Alto (> 1,0 cmolc.kg-1) Restrita
Cálcio
Ca1 Baixo (< 2,0 cmolc.kg-1) Restrita
Ca2 Médio (2,0 - 6,0 cmolc.kg-1) Pref./Restrita
Ca3 Alto (> 6,0 cmolc.kg-1) Preferencial
Carbono
C1 Baixo (< 0,8 dag.kg-1) Inapta
C2 Médio (0,8 - 1,4 dag.kg-1) Preferencial
C3 Alto (> 1,4 dag.kg-1) Pref./Restrita
Capacidade de Troca de Cátions
T1 Baixo (< 4,5 cmolc.kg-1) Restrita
T2 Médio (4,5 - 10,0 cmolc.kg-1) Preferencial
T3 Alto (> 10,0 cmolc.kg-1) Preferencial
Fósforo
P1 Baixo (< 10,0 mg.kg-1) Restrita
P2 Médio (10,0 - 30,0 mg.kg-1) Preferencial
P3 Alto (> 30,0 mg.kg-1) Preferencial
Potássio
T1 Baixo (< 0,11 cmolc.kg-1) Restrita
T2 Médio (0,11 - 0,23 cmolc.kg-1) Pref./Restrita
T3 Alto (> 0,23 - 0,60 cmolc.kg-1) Preferencial
T4 Muito alto (> 0,60 cmolc.kg-1) Preferencial
Saturação de Bases
V1 Eutróficos - saturação por bases ≥ 50% Preferencial
V2 Distróficos - saturação por bases < 50% Restrita
V3 Oligotróficos - saturação por bases < 35% Restrita
Características Físicas
Presença de Concreções
Conc0 Sem concreções Preferencial
Conc1 Muito pouco (menos que 5% do volume) Preferencial
Conc2 Pouco (5% - 15% do volume) Preferencial
Conc3 Freqüente (15% - 40% do volume) Pref./Inapta
Conc4 Muito Freqüente (40% - 80% do volume) Inapta
Conc5 Dominante (mais que 80% do volume) Inapta
Classe Textural
Text1 Textura arenosa - mais de 70% de areia Pref./Restrita
Text2 Textura média - menos de 35% de argila e mais de 15% de areia Preferencial
Text3 Textura argilosa - 35% a 60% de argila Pref./Restrita
Text4 Textura muito argilosa - mais de 60% de argila Restrita
Text5 Textura siltosa - menos de 35% de argila e menos de 15% de areia Pref./Restrita
Fonte: AMARAL e SOUZA (1997); CFSMG (1999); EMBRAPA (1999); SANTOS et al. (2005).
Baseado no mapa de aptidão natural dos solos do município de Rio
Branco para a pupunha (Figura 25), e como indicado na Figura 26, 47,13% dos
solos encontram-se na classe Preferencial, 11,49% apresentam aptidão
Preferencial restrita, 18,39% de aptidão Restrita e 22,99% é Inapta para o
plantio da pupunha.
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Figura 25. Mapa de aptidão natural do solo para o cultivo de pupunha no município de Rio Branco-AC.
Figura 26. Classes de aptidão para a cultura de pupunha em relação à área agricultável do município de Rio Branco-AC.
Nas áreas que apresentam restrições à cultura da pupunha (Figura 25),
devem ser utilizadas práticas adequadas de manejo do solo como forma de
corrigir algumas limitações de ordem química (calagem, adubação, uso de
leguminosas como cobertura do solo e adubação verde) ou morfológica (curva
de nível, terraços e canais para drenagem da água das chuvas). Tais práticas
podem aumentar, sobremaneira, o percentual de solos que podem ser
plantados com cana-de-açúcar, maximizando a produtividade dessa cultura no
município.
Segundo BERGO e LUNZ (2000), apesar da pupunheira ser uma planta
rústica e estar adaptada a solos ácidos e de baixa fertilidade, prefere os mais
férteis, de textura média a leve, respondendo bem a calagem e adubação. No
caso desta espécie, as propriedades físicas do solo são mais importantes do
que as químicas, pois não tolera solo mal drenado e sujeito a encharcamento,
devendo também ser evitados solos compactados.
Contudo, nos locais onde há restrições provocadas apenas pelo relevo
ou pelas características químicas, o uso de técnicas adequadas de manejo e
conservação de solo, bem como o suprimento adequado de nutrientes e a
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correção por meio da calagem, podem aumentar sobremaneira o percentual de
solos que podem ser usados com esta cultura.
Além dos cuidados relacionados às condições edáficas, para que se
obtenham produções satisfatórias com a pupunha, é necessário que o manejo
da cultura seja feito respaldado por técnicas adequadas. Assim, a adoção de
um sistema de produção que contemple época de plantio, tratos culturais,
adubação e correção do solo e uso de variedades produtivas, garantirá ao
agricultor a obtenção de boas produtividades.
O município de Rio Branco apresenta 58,62% de sua área agricultável
com potencial Bom a Moderado para o cultivo de pupunha. Assim, poderá
contribuir para a dieta e para a geração de renda adicional às famílias
residentes na zona rural do município.
Estas mesmas áreas podem ser destinadas para outros usos com maior
potencial econômico e social para as comunidades do município de Rio
Branco.
REFERÊNCIAS
AMARAL, E. F. do; SOUZA, A. N. de. Avaliação da fertilidade do solo no sudeste acreano: o caso do PED/MMA no município de Senador Guiomard.
Rio Branco: EMBRAPA-CPAFAC, 1997. 32 p. (Documentos, 26). BERGO, C. L.; LUNZ, A. M. P. Cultivo da pupunha para palmito no Acre. Rio Branco: Embrapa Acre, 2000. 15 p. (Circular Técnica, 31). CFSMG. COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais. 5ª aproximação. Viçosa, MG: CFSMG. 1999. 359 p.:il.
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Brasília: Embrapa Produção de Informação; Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 1999. 412 p. FRANKE, I. L.; BERGO, C. L.; AMARAL, E. F. do; ARAÚJO, E. A. de; MELO, A. W. F. de M. Aptidão natural para cultivo de pupunha (Bactris gasipaes H. B. K.) no Estado do Acre. Rio Branco: SECTMA: Embrapa Acre, 2001. 12
p.: il.; 22 cm. (Informativo Técnico ZEE/AC; 8). SANTOS, D. R.; LEMOS, R. C.; SANTOS, H. G.; KER, J. C.; ANJOS, L. H. C. Manual de descrição e coleta de solo no campo. 5. ed. rev. Viçosa, MG:
Sociedade Brasileira de Ciência do Solo; Embrapa, Centro Nacional de Pesquisa de Solos. 2005. 100 p.
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CAPÍTULO 9 APTIDÃO NATURAL PARA O CULTIVO DE CITROS
Lauro Saraiva Lessa Tadário Kamel de Oliveira
Raimundo Nonato de Souza Moraes Sonaira Souza da Silva
A cultura de citros encontra-se difundida por todo o território nacional,
das regiões mais quentes - Norte e Nordeste, às regiões mais frias, como Sul e
Sudeste (MAGALHÃES, 2006).
Atualmente, o Brasil detém 74,6% do comércio mundial de citros e seus
derivados (MINATEL et al., 2006), sendo o estado de São Paulo o responsável
por 97% das exportações brasileiras (SÃO PAULO, 2003). Apesar disso, a
produtividade média brasileira ainda é baixa (21,76 t ha-1), quando comparada
com outros países, como os Estados Unidos (24,19 t ha-1) (FAOSTAT
Agriculture-FAO, 2008). Segundo LIMA (1996), para se obter a produtividade
desejada em pomares cítricos, deve-se conhecer melhor a influência dos
parâmetros relacionados à planta, ao clima e ao solo.
No estado do Acre, a citricultura é uma das maiores atividades do setor
primário, sendo inferior apenas para a cultura da banana. O rendimento médio
dos citros no Acre é de 12,55 t ha-1, abaixo 57,67% do rendimento nacional
(SIDRA-IBGE, 2008). Esse baixo rendimento, mesmo o Estado contendo
condições edafoclimáticas favoráveis (LEDO, 1996), é ocasionado pela falta de
conhecimento sobre a cultura, manejo inadequado do pomar, inexistência de
informações sobre portas-enxerto adaptados às condições do Acre, além de
plantio em locais pouco propícios. O fato dos citros apresentarem uma grande
capacidade de adaptação aos diversos tipos de solos, não significa que as
plantas se desenvolvam da mesma maneira em todos eles ou que a cultura
não possua exigências a esse respeito (OLIVEIRA, 1991).
Com base nos atributos químicos, físicos e morfológicos dos solos
(Tabela 2), no mapa de solos do município de Rio Branco (Figura 5) produzido
pelo Zoneamento Econômico, Ambiental, Social e Cultural de Rio Branco
(ZEAS), e nas exigências edáficas da cultura (Tabela 13), realizou-se o estudo
de aptidão natural dos solos para a cultura do citros.
Tabela 13. Características morfológicas, químicas e físicas do solo e sua aptidão para
o cultivo de citros.
Código Descrição Aptidão
Características Morfológicas
Drenagem
D1 Excessivamente drenado Inapta
D2 Fortemente drenado Inapta
D3 Acentuadamente drenado Restrita
D4 Bem drenado Preferencial
D5 Moderadamente drenado Restrita
D6 Imperfeitamente drenado Restrita
D7 Mal drenado Restrita
D8 Muito mal drenado Inapta
Relevo
R1 Plano (0% - 3%) Preferencial
R2 Suave ondulado (3% - 8%) Preferencial
R3 Ondulado (8% - 20%) Restrita
R4 Forte ondulado (20% - 45%) Inapta
R5 Montanhoso (45% - 75%) Inapta
R6 Escarpado (> 75%) Inapta
Profundidade
P1 Raso (≤ 50cm de profundidade) Restrita
P2 Pouco profundo (> 50cm e ≤ 100cm de profundidade) Restrita
P3 Profundo (> 100cm e ≤ 200cm de profundidade) Preferencial
P4 Muito profundo (> 200cm de profundidade) Preferencial
Características Químicas
pH
pH1 Extremamente ácido (< 4,3) Inapta
pH2 Fortemente ácido (4,3 - 5,3) Restrita
pH3 Moderadamente ácido (5,4 - 6,5) Preferencial
pH4 Praticamente neutro (6,6 - 7,3) Restrita
pH5 Moderadamente alcalino (7,4 - 8,3) Restrita
pH6 Fortemente alcalino (> 8,3) Inapta
Alumínio
Al1 Baixo (< 0,2 cmolc.kg-1) Preferencial
Al2 Médio (0,2 - 1,0 cmolc.kg-1) Restrita
Al3 Alto (> 1,0 cmolc.kg-1) Restrita
Cálcio
Ca1 Baixo (< 2,0 cmolc.kg-1) Restrita
Ca2 Médio (2,0 - 6,0 cmolc.kg-1) Preferencial
Ca3 Alto (> 6,0 cmolc.kg-1) Preferencial
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Carbono
C1 Baixo (< 0,8 dag.kg-1) Restrita
C2 Médio (0,8 - 1,4 dag.kg-1) Preferencial
C3 Alto (> 1,4 dag.kg-1) Preferencial
Capacidade de Troca de Cátions
T1 Baixo (< 4,5 cmolc.kg-1) Restrita
T2 Médio (4,5 - 10,0 cmolc.kg-1) Preferencial
T3 Alto (> 10,0 cmolc.kg-1) Preferencial
Fósforo
P1 Baixo (< 10,0 mg.kg-1) Restrita
P2 Médio (10,0 - 30,0 mg.kg-1) Preferencial
P3 Alto (> 30,0 mg.kg-1) Preferencial
Potássio
T1 Baixo (< 0,11 cmolc.kg-1) Restrita
T2 Médio (0,11 - 0,23 cmolc.kg-1) Preferencial
T3 Alto (> 0,23 - 0,60 cmolc.kg-1) Preferencial
T4 Muito alto (> 0,60 cmolc.kg-1) Restrita
Saturação de Bases
V1 Eutróficos - saturação por bases ≥ 50% Preferencial
V2 Distróficos - saturação por bases < 50% Restrita
V3 Oligotróficos - saturação por bases < 35% Restrita
Características Físicas
Presença de Concreções
Conc0 Sem concreções Preferencial
Conc1 Muito pouco (menos que 5% do volume) Preferencial
Conc2 Pouco (5% - 15% do volume) Restrita
Conc3 Freqüente (15% - 40% do volume) Restrita
Conc4 Muito Freqüente (40% - 80% do volume) Restrita
Conc5 Dominante (mais que 80% do volume) Inapta
Classe Textural
Text1 Textura arenosa - mais de 70% de areia Restrita
Text2 Textura média - menos de 35% de argila e mais de 15% de areia Preferencial
Text3 Textura argilosa - 35% a 60% de argila Preferencial
Text4 Textura muito argilosa - mais de 60% de argila Restrita
Text5 Textura siltosa - menos de 35% de argila e menos de 15% de areia Restrita
Fonte: OLIVEIRA (1991); RODRIGUEZ (1991); MALAVOLTA et al. (1994); LEDO et al. (1996); LEDO et al. (1997a); LEDO et al. (1997b); ARAÚJO et al. (2001); REZENDE et al. (2002); JESUS (2006).
De acordo com o mapa de aptidão natural dos solos do município para a
cultura de citros, representado na Figura 27, e como mostra a Figura 28,
22,99% da área apresentam condições restritas ao cultivo de citros.
Relacionando com a Tabela 2, nota-se que os solos apresentam algumas
limitações de ordem morfológica quanto à exploração citrícola, decorrente da
existência de áreas moderadamente drenadas a mal drenadas. E, mesmo
apresentando boa adaptação a tais solos, os citros não podem expressar todo
o seu potencial genético, visto que, esta cultura é exigente quanto à boa
oxigenação nos solos (REZENDE et al., 2002).
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Figura 27. Mapa de aptidão natural do solo para o cultivo de citros no município de Rio Branco-AC.
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Figura 28. Classes de aptidão para a cultura de citros em relação à área agricultável do município de Rio Branco-AC.
A Figura 28 revela, que 29,89% da área apresenta aptidão Inapta para o
cultivo de citros. A ocorrência desta classe deriva da existência de solos mal
drenados, com textura argilosa.
Observou-se ainda que do total da área agricultável no Pólo, 16,09%
apresenta aptidão Preferencial restrita e 31,03% é Preferencial para o cultivo
dos citros (Figura 28). A ocorrência destas classes de aptidão está
correlacionada com a existência de solos que apresentam em sua morfologia
as características de bem a moderadamente drenado, relevo de plano a suave
ondulado, além textura média e da não existência de pedregosidade, como
características físicas, e boas qualidades químicas (Tabela 2). De acordo com
REZENDE et al. (2002) e MALAVOLTA e PRATES (1994), os citros são
exigentes quanto às condições edafoclimáticas, no entanto, apresentam boas
adaptações a diversos tipos de solos, desde que apresentem relevo plano a
ondulado e solos, preferencialmente, profundos.
O município de Rio Branco apresenta 47,12% de sua área agricultável
com potencial Bom a Moderado para o cultivo de citros. Podendo, assim,
contribuir para a dieta e para a geração de renda adicional às famílias
residentes na zona rural de Rio Branco.
Estas mesmas áreas podem ser destinadas para outros usos com maior
potencial econômico e social para as comunidades do município de Rio
Branco.
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REFERÊNCIAS
FAOSTAT Agriculture-FAO. Food and Agriculture Organization of the United Nations. Disponível em:
http://faostat.fao.org/site/567/DesktopDefault.aspx?PageID=567>. Acesso em 10 jun. 2008. JESUS, A. F. Nutrição mineral e adubação dos citros irrigados. Cruz das
Almas: Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, out. 2006. 12 p. (Circular Técnica, 79). LEDO, A. S. Potencialidades da Fruticultura no estado do Acre. Rio Branco,
AC: EMBRAPA-CPAFAC, 1996. 16 p. (Série Documentos, 20). LEDO, A. S.; LEDO, F. J. S.; PIMENTEL, F. A.; AZEVEDO, F. F. Recomendação das laranjas Natal e Valência e técnicas para o plantio no estado do Acre. Rio Branco: Embrapa-CPAFAC, 1997a. 5 p. (Circular Técnica, 75). LEDO, A. S.; LEDO, F. J. S.; RITZINGER, R.; PIMENTEL, F. A.; AZEVEDO, F. F. Recomendação da laranja Aquiri e técnicas para o plantio no estado do Acre. Rio Branco: Embrapa-CPAFAC, 1997b. 4 p. (Circular Técnica, 73).
LIMA, R. S. S. Subsolagem e avaliação da compactação em Laranjeira Pêra (Citrus sinensis L. Osbesk): efeitos nas propriedades físicas do solo e na planta. 1996. 44 f. Monografia (Graduação em Agronomia) - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal. 1996. MAGALHÃES, A. F. J. Nutrição mineral e adubação dos citros. Cruz das
Almas: Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, 2006. 12 p. (Circular Técnica, 29) MALAVOLTA, E.; PRATES, H. S. Seja o Doutor dos seus citros. Piracicaba:
Informações Agronômicas – POTAFOS, 1994. 16 p. (Boletim Informativo, 65). MINATEL, A. L. G.; ANDRIOLI, I.; CENTURION, J. F.; NATALE, W. Efeitos da subsolagem e da adubação verde nas propriedades físicas do solo em pomar
de citros. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v. 26, n. 1, p. 86-95, jan/abr.
2006. OLIVEIRA, J. B. Solos para citros. In: RODRIGUEZ, O.; VIÉGAS, F.; POMPEU JR.; AMARO, A. (Ed.) Citricultura Brasileira, 2 ed. Campinas, SP: Fundação
Cargill, 1991. p. 196-227. ARAÚJO, E. A. ; PACHECO, E. P. ; AMARAL, Emanuel Ferreira Do ; PINHEIRO, C. L. S. ; PARIZZI NETTO, Aurélio . Aptidão natural para a mecanização dos solos do estado do Acre. Rio Branco: SECTMA: Embrapa, 2001. (Informativo Técnico ZEE/AC N. 10). REZENDE, J. O.; MAGALHÃES, A. F. J.; SHIBATA, R. T.; ROCHA, E. S.; FERNANDES, J. C.; BRANDÃO, F. J. C.; REZENDE, V. J. R. P. Citricultura nos solos coesos dos Tabuleiros Costeiros: análise e sugestões. Salvador:
Seagri-Ba, 2002. 97 p. (Série Estudos Agrícolas, 3). RODRIGUEZ, O. Aspectos fisiológicos, nutrição e adubação dos citros. In: RODRIGUEZ, O.; VIÉGAS, F.; POMPEU JUNIOR, J.; AMARO, A.A. (Ed.). Citricultura brasileira. 2. ed. Campinas: Fundação Cargill, 1991. p. 419-475.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Agricultura e Abastecimento. Cadeia de produção de cítrus e a morte súbita: análise e estratégias. São Paulo, 2003. Disponível em: http://www.apta.sp.gov.br/Morte_Subita.htm>. Acesso em: 10 jun. 2008. SIDRA-IBGE. Sistema IBGE de Recuperação Automática - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/agric/default.asp?z=t&o=11&i=P.>. Acesso em: 10 jun. 2008.
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CAPÍTULO 10 APTIDÃO NATURAL PARA O CULTIVO DE MAMÃO
Virgínia de Souza Álvares Jacson Rondinelli da Silva Negreiros Raimundo Nonato de Souza Moraes
O mamão (Carica papaya L.) é uma fruta de elevado valor alimentar,
sendo rica em vitaminas A, B, C e cálcio. Além do consumo in natura, o mamão
pode ser processado para a fabricação de doce em pasta, doce em calda,
sucos e extração de papaína, enzima proteolítica empregada para os mais
variados usos nas indústrias têxteis, farmacêutica, de alimentos e de
cosméticos. Das folhas, dos frutos e das sementes do mamoeiro é extraído,
também, um alcalóide denominado carpaína, utilizado como ativador cardíaco
(SOUZA et al., 2000).
O mamão é cultivado na quase totalidade do território nacional. O Acre
produziu em 2006, aproximadamente, 1.820 toneladas de mamão em 167ha de
área colhida (IBGE, 2006). Embora pouco significativa, o mamão representa
uma alternativa agrícola promissora para o Estado devido às condições de
clima e solo adequadas em algumas regiões.
O uso atual de determinada área muitas vezes não é compatível com
sua real aptidão agrícola (CURI et al., 1992). Nas condições em que há esta
adequação, o processo de depauperação é menor e mais lento, traduzindo-se
em uma ação sustentável, possibilitando em uso constante sem redução do
seu padrão de produtividade.
Com base nos atributos químicos, físicos e morfológicos dos solos
(Tabela 2), no mapa de solos do município de Rio Branco (Figura 5) produzido
pelo Zoneamento Econômico, Ambiental, Social e Cultural de Rio Branco
(ZEAS), e nas exigências edáficas da cultura (Tabela 14), realizou-se o estudo
de aptidão natural dos solos para a cultura do mamão.
Tabela 14. Características morfológicas, químicas e físicas do solo e sua aptidão para o cultivo de mamão.
Código Descrição Aptidão
Características Morfológicas
Drenagem
D1 Excessivamente drenado Inapta
D2 Fortemente drenado Inapta
D3 Acentuadamente drenado Restrita
D4 Bem drenado Preferencial
D5 Moderadamente drenado Restrita
D6 Imperfeitamente drenado Inapta
D7 Mal drenado Inapta
D8 Muito mal drenado Inapta
Relevo
R1 Plano (0% - 3%) restrita
R2 Suave ondulado (3% - 8%) Preferencial
R3 Ondulado (8% - 20%) Restrita
R4 Forte ondulado (20% - 45%) Inapta
R5 Montanhoso (45% - 75%) Inapta
R6 Escarpado (> 75%) Inapta
Profundidade
P1 Raso (≤ 50cm de profundidade) Restrita
P2 Pouco profundo (> 50cm e ≤ 100cm de profundidade) Restrita
P3 Profundo (> 100cm e ≤ 200cm de profundidade) Preferencial
P4 Muito profundo (> 200cm de profundidade) Preferencial
Características Químicas.
pH
pH1 Extremamente ácido (< 4,3) Inapta
pH2 Fortemente ácido (4,3 - 5,3) Inapta
pH3 Moderadamente ácido (5,4 - 6,5) Preferencial
pH4 Praticamente neutro (6,6 - 7,3) Preferencial
pH5 Moderadamente alcalino (7,4 - 8,3) Inapta
pH6 Fortemente alcalino (> 8,3) Inapta
Alumínio
Al1 Baixo (< 0,2 Cmolc. kg-1) Preferencial
Al2 Médio (0,2 - 1,0 Cmolc. kg-1) Restrita
Al3 Alto (> 1,0 Cmolc. kg-1) Inapta
Cálcio
Ca1 Baixo (< 2,0 Cmolc. kg-1) Restrita
Ca2 Médio (2,0 - 6,0 Cmolc. kg-1) Preferencial
Ca3 Alto (> 6,0 Cmolc. kg-1) Preferencial
Carbono
C1 Baixo (< 0,8 dag. kg-1) Restrita
C2 Médio (0,8 - 1,4 dag. kg-1) Restrita
C3 Alto (> 1,4 dag. kg-1) Preferencial
Capacidade de Troca de Cátions
T1 Baixo (< 4,5 Cmolc. Kg-1) Restrita
T2 Médio (4,5 - 10,0 Cmolc. Kg-1) Restrita
PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO BRANCO
GABINETE DO PREFEITO
Rua Cel. Alexandrino, 301 – Bosque Rio Branco – Acre – CEP 69.909-730
Tel.: +55 (68) 3211-2246 Email: zeas@riobranco.ac.gov.br
T3 Alto (> 10,0 Cmolc. Kg-1) Preferencial
Fósforo
P1 Baixo (< 10,0 mg. Kg-1) Restrita
P2 Médio (10,0 - 30,0 mg. Kg-1) Preferencial
P3 Alto (> 30,0 mg. Kg-1) Preferencial
Potássio
T1 Baixo (< 0,11 Cmolc. Kg-1) Restrita
T2 Médio (0,11 - 0,23 Cmolc. Kg-1) Restrita
T3 Alto (> 0,23 - 0,60 Cmolc. Kg-1) Preferencial
T4 Muito alto (> 0,60 Cmolc. Kg-1) Preferencial
Saturação de Bases
V1 Eutróficos - saturação por bases ≥ 50% Preferencial
V2 Distróficos - saturação por bases < 50% Restrita
V3 Oligotróficos - saturação por bases < 35% Restrita
Características Físicas
Presença de Concreções
Conc0 Sem concreções Preferencial
Conc1 Muito pouco (menos que 5% do volume) Preferencial
Conc2 Pouco (5% - 15% do volume) Restrita
Conc3 Freqüente (15% - 40% do volume) Inapta
Conc4 Muito Freqüente (40% - 80% do volume) Inapta
Conc5 Dominante (mais que 80% do volume) Inapta
Classe Textural
Text1 Textura arenosa - mais de 70% de areia Restrita
Text2 Textura média - menos de 35% de argila e mais de 15% de areia Preferencial
Text3 Textura argilosa - 35% a 60% de argila Restrita
Text4 Textura muito argilosa - mais de 60% de argila Inapta
Text5 Textura siltosa - menos de 35% de argila e menos de 15% de areia Restrita
Fonte: MARIN et al. (1995); OLIVEIRA et al. (1995); ARIAS et al. (1998); OLIVEIRA (1999); DANTAS e SOUZA (2000); SOUZA e OLIVEIRA (2000); SOUZA et al. (2000); ALVES (2003); COSTA e COSTA (2003); MARTINS e COSTA (2003); SALGADO e COSTA (2003); BRASIL (2004); OLIVEIRA et al. (2004).
Baseado no mapa de aptidão natural dos solos do município para o
mamão (Figura 29), e como indicado na Figura 30, 16,09% das terras
agricultáveis apresentam-se como Preferencial e 18,39% são Preferencial
restrita para esta cultura, devendo ser adotadas práticas adequadas de
manejo, de ordem química ou morfológica (medidas de conservação do solo)
para uma melhor produtividade da cultura.
Figura 29. Mapa de aptidão natural do solo para o cultivo de mamão no município de Rio Branco-AC.
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Figura 30. Classes de aptidão para a cultura de mamão em relação à área agricultável do município de Rio Branco-AC.
Pela análise das Figuras 29 e 30, observa-se, ainda, que grande parte
da região é considerada como Restrita para o cultivo do mamão,
correspondendo a 27,59% da área agricultável do município. Esta área
apresenta solos com pouca profundidade, risco de erosão, restrição de
drenagem em profundidade e gradiente textural (aumento do teor de argila do
horizonte A para o B). Observa-se, também, que as áreas Inaptas,
desfavoráveis ao cultivo do mamoeiro, representam 37,93% do total
agricultável deste Pólo.
Na escolha dos solos para o plantio de mamão, deve-se selecionar
aqueles que são profundos, permitindo que ocorra um bom desenvolvimento do
sistema radicular (MANICA et al., 2006). Apesar de o sistema radicular ter
grande capacidade de se aprofundar no solo, as raízes do mamoeiro mais
especializadas na absorção (ricas em pêlos absorventes) encontram-se
superficialmente, fato que sendo solos sujeitos a erosão tornam-se prejudiciais
à cultura. Além disso, o mamoeiro é muito exigente em aeração
(disponibilidade de oxigênio no solo), não produzindo satisfatoriamente em
solos mal drenados (CURI et al., 1992) pelo fato da asfixia das raízes causar
podridões por fungos no colo das plantas, podendo enfraquecê-las ou mesmo
matá-las (MANICA et al., 2006).
O município de Rio Branco apresenta 34,48% de sua área agricultável
com potencial Bom a Moderado para o cultivo de mamão. Podendo, assim,
contribuir para a dieta e para a geração de renda adicional às famílias
residentes na zona rural de Rio Branco.
Sugere-se que o mamão seja cultivado, principalmente, para atender ao
consumo interno de frutas do município. Estas mesmas áreas podem ser
destinadas para outros usos com maior potencial econômico e social para as
comunidades rurais do município de Rio Branco.
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REFERÊNCIAS
ALVES, F. L. A cultura do mamão Carica papaya no mundo, no Brasil e no estado do Espírito Santo. In: MARTINS, D. S.; COSTA, A. F. S. (Org.). A cultura do mamoeiro: tecnologias de produção. Vitória, ES: INCAPER, 2003.
p. 13-34. BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia. Instituto Centro de Ensino Tecnológico. Produtor de mamão. 2. ed. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha,
2004. 72 p. (Caderno tecnológico).
COSTA, A. N.; COSTA, A. F. S. Nutrição e adubação. In: MARTINS, D. S.; COSTA, A. F. S. (Org.). A cultura do mamoeiro: tecnologias de produção.
Vitória, ES: INCAPER. 2003. p. 201-227. CURI, N.; CARMO, D. N. do; BAHIA, V. G.; FERREIRA, M. M.; SANTANA, D. P. Problemas relativos ao uso, manejo e conservação do solo em Minas Gerais. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v. 176, n. 16, p. 5-16, 1992. DANTAS, J. L. L.; SOUZA, J. S. Aspectos sócio-econômicos. In: Mamão: produção – aspectos técnicos. Brasília: Embrapa, p. 10, 2000. (Frutas do Brasil, 3). FARIAS, A. R. N.; OLIVEIRA, A. M. G.; SANTOS FILHO, H. P.; OLIVEIRA, J. R. P.; DANTAS, J. L. L.; OLIVEIRA, M. A.; SANCHES, N. F.; MEDINA, V. M.; CORDEIRO, Z. J. M. A cultura do mamão. Brasília: Embrapa-SPI, 1998. 92 p. (Coleção Plantar, 37). IBGE, Diretoria de Pesquisas. Coordenação de Agropecuária. Produção Agrícola Municipal 2006. Disponível em: <ftp://ftp.ibge.gov.br/Producao_Agricola/Producao_Agricola_Municipal_%5Banual%5D/>. Acesso em: 4 jun. 2008. MANICA, I.; MARTINS, D. S.; VENTURA, J. A. Mamão: tecnologia de produção pós-colheita, exportação, mercados. Porto Alegre: Cinco Continentes, 2006. 361 p. MARIN, S. L. D.; GOMES, J. A.; SALGADO, J. S.; MARTINS, D. S.; FULLIN, E. A. Recomendações para a cultura do mamoeiro dos grupos solo e formosa no estado do Espírito Santo. Espírito Santo: EMCAPA. 1995. 57 p. (Circular Técnica, 3).
MARTINS, D. S.; COSTA, A. F. S. (Org.). A cultura do mamoeiro: tecnologias de produção. Vitória, ES: INCAPER, 2003. 497 p. OLIVEIRA, A. M. G.; SOUZA, L. F. S.; RAIJ, B. V.; MAGALHÃES, A. F. J.; BERNARDI, A. C. C. Nutrição, calagem e adubação do mamoeiro irrigado. Cruz das Almas: Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropiocal, 2004. 10 p. (Circular técnica, 69). OLIVEIRA, A. M. G. Solo, calagem e adubação. In: SANCHES, N. F.; DANTAS, J. L. L. (Coord.). O cultivo do mamão. Cruz das Almas: Embrapa Mandioca e
Fruticultura Tropical, 1999. p. 9-16. (Circular técnica, 34). OLIVEIRA, A. M. G.; OLIVEIRA, M. A.; DANTAS, J. L. L.; SANCHES, N. F.; MEDINA, V. M.; CORDEIRO, Z. J. M.; SANTOS FILHO, H. P.; CARVALHO, J. E. B. A cultura do mamoeiro. Cruz das Almas: Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, 1995. 80 p. (Circular técnica, 21). SALGADO, J. S.; COSTA, A. N. Solos cultivados com o mamoeiro. In: MARTINS, D. S.; COSTA, A. F. S. (Org.). A cultura do mamoeiro: tecnologias de produção. Vitória, ES: INCAPER, 2003. p. 117-124. SOUZA, L. F. S.; TRINDADE, A. V.; OLIVEIRA, A. M. G. Calagem, exigências nutricionais e adubação. In: Mamão: produção – aspectos técnicos. Brasília: Embrapa, p. 26-34, 2000 (Frutas do Brasil, 3). SOUZA, L. F. S.; OLIVEIRA, A. M. G. Preparo e conservação do solo. In: Mamão: produção – aspectos técnicos. Brasília: Embrapa, p. 18-19, 2000. (Frutas do Brasil, 3).
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CAPÍTULO 11 APTIDÃO NATURAL PARA O CULTIVO DE MARACUJÁ
Jacson Rondinelli da Silva Negreiros Virgínia de Souza Álvares
Raimundo Nonato de Souza Moraes
O estado do Acre apresenta condições edafoclimáticas excelentes para
o cultivo de maracujá (Passiflora sp), principalmente temperatura e
luminosidade, fatores climáticos limitantes (ausência de estação fria) para a
cultura. Salienta-se, também, que a região é propícia para produzir frutos de
qualidade superior às demais regiões produtoras do Brasil, durante o ano todo,
devido às altas temperaturas que, aliado ao potencial genético, possibilita a
obtenção de frutos de maior tamanho, melhor rendimento de polpa e suco, e
altos índices de SST (Sólidos Solúveis Totais) incluindo teores em açúcares,
alcançando maior OBRIX (LIMA e BORGES, 2005). Isso vai influenciar
diretamente a renda do produtor, pois agrega valor ao produto e propicia altos
preços, principalmente se explorada a entressafra de produção (SÃO JOSÉ et
al., 1993).
O Acre tem uma produção de 386 toneladas de maracujá, produtividade
de 5,22t/ha e produção per capta de 0,64 kg/habitante, enquanto que no Brasil
a produção é de 478.652t, produtividade de 13,47t/ha e produção per capta de
2,74kg/habitante (BRASIL, 2005).
Com base nos atributos químicos, físicos e morfológicos dos solos
(Tabela 2), no mapa de solos do município de Rio Branco (Figura 5) produzido
pelo Zoneamento Econômico, Ambiental, Social e Cultural de Rio Branco
(ZEAS), e nas exigências edáficas da cultura (Tabela 15), realizou-se o estudo
de aptidão natural dos solos para a cultura maracujá.
Tabela 15. Características morfológicas, químicas e físicas do solo e sua aptidão para o cultivo de maracujá.
Código Descrição Aptidão
Características Morfológicas
Drenagem
D1 Excessivamente drenado Inapta
D2 Fortemente drenado Inapta
D3 Acentuadamente drenado Restrita
D4 Bem drenado Preferencial
D5 Moderadamente drenado Restrita
D6 Imperfeitamente drenado Inapta
D7 Mal drenado Inapta
D8 Muito mal drenado Inapta
Relevo
R1 Plano (0% - 3%) Preferencial
R2 Suave ondulado (3% - 8%) Preferencial
R3 Ondulado (8% - 20%) Restrita
R4 Forte ondulado (20% - 45%) Restrita
R5 Montanhoso (45% - 75%) Inapta
R6 Escarpado (> 75%) Inapta
Profundidade
P1 Raso (≤ 50cm de profundidade) Restrita
P2 Pouco profundo (> 50cm e ≤ 100cm de profundidade) Preferencial
P3 Profundo (> 100cm e ≤ 200cm de profundidade) Preferencial
P4 Muito profundo (> 200cm de profundidade) Preferencial
Características Químicas
pH
pH1 Extremamente ácido (< 4,3) Restrita
pH2 Fortemente ácido (4,3 - 5,3) Restrita
pH3 Moderadamente ácido (5,4 - 6,5) Preferencial
pH4 Praticamente neutro (6,6 - 7,3) Restrita
pH5 Moderadamente alcalino (7,4 - 8,3) Restrita
pH6 Fortemente alcalino (> 8,3) Inapta
Alumínio
Al1 Baixo (< 0,2 Cmolc. Kg-1) Preferencial
Al2 Médio (0,2 - 1,0 Cmolc. Kg-1) Restrita
Al3 Alto (> 1,0 Cmolc. Kg-1) Inapta
Cálcio
Ca1 Baixo (< 2,0 Cmolc. Kg-1) Restrita
Ca2 Médio (2,0 - 6,0 Cmolc. Kg-1) Preferencial
Ca3 Alto (> 6,0 Cmolc. Kg-1) Preferencial
Carbono
C1 Baixo (< 0,8 dag. Kg-1) Restrita
C2 Médio (0,8 - 1,4 dag. Kg-1) Restrita
C3 Alto (> 1,4 dag. Kg-1) Preferencial
Capacidade de Troca de Cátions
T1 Baixo (< 4,5 Cmolc. Kg-1) Restrita
T2 Médio (4,5 - 10,0 Cmolc. Kg-1) Restrita
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T3 Alto (> 10,0 Cmolc. Kg-1) Preferencial
Fósforo
P1 Baixo (< 10,0 mg. Kg-1) Restrita
P2 Médio (10,0 - 30,0 mg. Kg-1) Preferencial
P3 Alto (> 30,0 mg. Kg-1) Preferencial
Potássio
T1 Baixo (< 0,11 Cmolc. Kg-1) Restrita
T2 Médio (0,11 - 0,23 Cmolc. Kg-1) Restrita
T3 Alto (> 0,23 - 0,60 Cmolc. Kg-1) Preferencial
T4 Muito alto (> 0,60 Cmolc. Kg-1) Preferencial
Saturação de Bases
V1 Eutróficos - saturação por bases ≥ 50% Preferencial
V2 Distróficos - saturação por bases < 50% Restrita
V3 Oligotróficos - saturação por bases < 35% Restrita
Características Físicas
Presença de Concreções
Conc0 Sem concreções Preferencial
Conc1 Muito pouco (menos que 5% do volume) Preferencial
Conc2 Pouco (5% - 15% do volume) Restrita
Conc3 Freqüente (15% - 40% do volume) Inapta
Conc4 Muito Freqüente (40% - 80% do volume) Inapta
Conc5 Dominante (mais que 80% do volume) Inapta
Classe Textural
Text1 Textura arenosa - mais de 70% de areia Restrita
Text2 Textura média - menos de 35% de argila e mais de 15% de areia Preferencial
Text3 Textura argilosa - 35% a 60% de argila Restrita
Text4 Textura muito argilosa - mais de 60% de argila Restrita
Text5 Textura siltosa - menos de 35% de argila e menos de 15% de areia Restrita
Fonte: FREITAS (2001); LIMA e BORGES (2002).
No município de Rio Branco, o zoneamento para a cultura do
maracujazeiro constitui um passo fundamental para o bom planejamento do
uso da terra, revertendo em sucesso para os produtores que desejarem investir
nesta cultura. Vale ressaltar que há uma crescente demanda por esta cultura.
Baseando-se no mapa de aptidão dos solos do município para a cultura
do maracujá (Figura 31), verifica-se que das terras agricultáveis, 25,29%
apresenta aptidão Preferencial, e 20,69% apresenta aptidão Preferencial
restrita para o cultivo do maracujá (Figura 32). Uma outra parte da área
(24,14%) é Restrita a esta cultura e devem ser consideradas, pois são terras
que apresentam grandes limitações para a produção sustentada, reduzindo a
produtividade e, para serem contornadas, aumentam de maneira substancial os
insumos necessários. As áreas Inaptas representam 29,89% da área e são
desfavoráveis ao cultivo do maracujá (Figura 32).
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Figura 31. Mapa de aptidão natural do solo para o cultivo de maracujá no município de Rio Branco-AC.
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Figura 32. Classes de aptidão para a cultura de maracujá em relação à área
agricultável do município de Rio Branco-AC.
As áreas que apresentam aptidão natural Preferencial e Preferencial
restrita para o cultivo do maracujazeiro (Figura 31) constituem os solos que se
destacam pelos atributos de boa profundidade efetiva e pela boa drenagem
(Tabela 2). Fatores negativos como solos pouco profundos, rasos e com
drenagem deficiente limitam o bom desempenho da cultura do maracujazeiro.
De modo geral, recomenda-se que o cultivo do maracujá seja em solos
profundos, razoavelmente férteis e bem drenados. Solos com alto teor de argila
e pouco permeáveis, sujeitos a encharcamentos, não são indicados para esta
cultura, sendo os mais adequados os areno-argilosos (LIMA e BORGES,
2002).
O município apresenta 45,98% de sua área agricultável com potencial
Bom a Moderado para o cultivo de maracujá. Podendo, assim, contribuir para a
dieta e para a geração de renda adicional às famílias residentes na zona rural
de Rio Branco.
Sugere-se que o maracujá seja cultivado, principalmente, para atender
ao consumo do mercado interno de frutas. Estas mesmas áreas podem ser
destinadas para outros usos com maior potencial econômico e social para as
comunidades rurais do município.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Produção frutícola nacional:
maracujá. Disponível em: < www.integracao.gov.br >. Acesso em: 15 fev. 2005. FREITAS, G. B. de; Clima e solo. In: BRUCKNER, C.H.; PICANÇO, M.C. (Ed.). Maracujá: tecnologia de produção, pós-colheita, agroindústria e mercado.
Porto Alegre: Cinco Continentes. 2001. p. 69-83. LIMA, A. de A.; BORGES, A. L. Exigências edafoclimáticas. In: FALEIRO, F. G.; JUNQUEIRA, N. T. V.; BRAGA, M. F. (Ed.). Maracujá: germoplasma e melhoramento genético. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2005. p. 39-44. LIMA, A. de A.; BORGES, A. L. Solo e clima. In: LIMA, A. de A. (Ed. Técnico). Maracujá Produção: aspectos técnicos. Brasília: Embrapa Informação
Tecnológica, 2002. p. 25-28. (Frutas do Brasil, 15). SÃO JOSÉ, A. R.; ALMEIDA, L. P. de; SANTANA, R. G. de; SOUSA, P. J. S. Comportamento de maracujazeiros (P. edulis Sims f. flavicarpa Degener) propagados por via sexual e vegetativa. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 15, n. 1, p. 159-164, 1993.
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CAPÍTULO 12 APTIDÃO NATURAL PARA O CULTIVO DE CUPUAÇU
Francisco Chagas Bezerra dos Santos Raimundo Nonato de Souza Moraes
Tadário Kamel de Oliveira Lauro Saraiva Lessa
O cupuaçu (Theobroma grandeflorum (Willd. Ex Spreng.) K. Schum.),
nativo da Amazônia, é considerado uma das espécies frutíferas com grande
potencial para o desenvolvimento agroflorestal desta região. Trata-se de uma
espécie componente da maioria dos Sistemas Agroflorestais encontrados no
estado do Acre proporcionando excelentes resultados ecológicos e econômicos
e permitindo o uso da terra com maior sustentabilidade (GONDIM et al.,
2001a).
ALFAIA (2004) afirmou que o cultivo do cupuaçu tornou-se uma prática
de grande importância econômica e social na Amazônia. No entanto, o
reduzido número de pesquisas sobre o comportamento agronômico dessa
espécie tem limitado a expansão da área cultivada na região.
A cultura de cupuaçu tem tendência ao crescimento acentuado, a curto e
médio prazos, em virtude do amplo mercado, da grande aceitabilidade dos
derivados do fruto e de ser um importante componente dos Sistemas
Agroflorestais. Seu valor econômico encontra-se na polpa, utilizada na
elaboração de suco, néctar, iogurte, sorvete, creme, picolé, licor, torta, geléia,
compota, biscoito e outros doces, que, na sua maioria, são processados de
forma artesanal, em pequenas escalas de produção (GONDIM et al., 2001b).
O cupuaçuzeiro desenvolve-se bem tanto em áreas de terra firme como
em áreas de várzea alta (pontos marginais da floresta, temporariamente
inundáveis por rios). No entanto, para plantios comerciais, devem ser utilizadas
áreas com solos de alta fertilidade e alto teor de argila para obtenção dos
melhores índices de desenvolvimento vegetativo e produtividade, essenciais
para o sucesso do agronegócio do cupuaçu (GONDIM et al., 2001a).
Com base nos atributos químicos, físicos e morfológicos dos solos
(Tabela 2), no mapa de solos do município de Rio Branco (Figura 5) produzido
pelo Zoneamento Econômico, Ambiental, Social e Cultural de Rio Branco
(ZEAS), e nas exigências edáficas da cultura (Tabela 16), realizou-se o estudo
de aptidão natural dos solos para a cultura do cupuaçu.
Tabela 16. Características morfológicas, químicas e físicas do solo e sua aptidão para o cultivo de cupuaçu.
Código Descrição Aptidão
Características Morfológicas
Drenagem
D1 Excessivamente drenado Inapta
D2 Fortemente drenado Inapta
D3 Acentuadamente drenado Restrita
D4 Bem drenado Preferencial
D5 Moderadamente drenado Preferencial
D6 Imperfeitamente drenado Restrita
D7 Mal drenado Inapta
D8 Muito mal drenado Inapta
Relevo
R1 Plano (0% - 3%) Preferencial
R2 Suave ondulado (3% - 8%) Preferencial
R3 Ondulado (8% - 20%) Restrita
R4 Forte ondulado (20% - 45%) Inapta
R5 Montanhoso (45% - 75%) Inapta
R6 Escarpado (> 75%) Inapta
Profundidade
P1 Raso (≤ 50cm de profundidade) Restrita
P2 Pouco profundo (> 50cm e ≤ 100cm de profundidade) Preferencial
P3 Profundo (> 100cm e ≤ 200cm de profundidade) Preferencial
P4 Muito profundo (> 200cm de profundidade) Preferencial
Características Químicas
pH
pH1 Extremamente ácido (< 4,3) Restrita
pH2 Fortemente ácido (4,3 - 5,3) Restrita
pH3 Moderadamente ácido (5,4 - 6,5) Preferencial
pH4 Praticamente neutro (6,6 - 7,3) Restrita
pH5 Moderadamente alcalino (7,4 - 8,3) Restrita
pH6 Fortemente alcalino (> 8,3) Restrita
Alumínio
Al1 Baixo (< 0,2 Cmolc. Kg-1) Preferencial
Al2 Médio (0,2 - 1,0 Cmolc. Kg-1) Restrita
Al3 Alto (> 1,0 Cmolc. Kg-1) Inapta
Cálcio
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Ca1 Baixo (< 2,0 Cmolc. Kg-1) Inapta
Ca2 Médio (2,0 - 6,0 Cmolc. Kg-1) Preferencial
Ca3 Alto (> 6,0 Cmolc. Kg-1) Preferencial
Carbono
C1 Baixo (< 0,8 dag. Kg-1) Restrita
C2 Médio (0,8 - 1,4 dag. Kg-1) Preferencial
C3 Alto (> 1,4 dag. Kg-1) Preferencial
Capacidade de Troca de Cátions
T1 Baixo (< 4,5 Cmolc. Kg-1) Inapta
T2 Médio (4,5 - 10,0 Cmolc. Kg-1) Restrita
T3 Alto (> 10,0 Cmolc. Kg-1) Preferencial
Fósforo
P1 Baixo (< 10,0 mg. Kg-1) Inapta
P2 Médio (10,0 - 30,0 mg. Kg-1) Restrita
P3 Alto (> 30,0 mg. Kg-1) Preferencial
Potássio
T1 Baixo (< 0,11 Cmolc. Kg-1) Inapta
T2 Médio (0,11 - 0,23 Cmolc. Kg-1) Preferencial
T3 Alto (> 0,23 - 0,60 Cmolc. Kg-1) Preferencial
T4 Muito alto (> 0,60 Cmolc. Kg-1) Restrita
Saturação de Bases
V1 Eutróficos - saturação por bases ≥ 50% Preferencial
V2 Distróficos - saturação por bases < 50% Restrita
V3 Oligotróficos - saturação por bases < 35% Inapta
Características Físicas
Presença de Concreções
Conc0 Sem concreções Preferencial
Conc1 Muito pouco (menos que 5% do volume) Preferencial
Conc2 Pouco (5% - 15% do volume) Restrita
Conc3 Freqüente (15% - 40% do volume) Restrita
Conc4 Muito Freqüente (40% - 80% do volume) Inapta
Conc5 Dominante (mais que 80% do volume) Inapta
Classe Textural
Text1 Textura arenosa - mais de 70% de areia Restrita
Text2 Textura média - menos de 35% de argila e mais de 15% de areia Preferencial
Text3 Textura argilosa - 35% a 60% de argila Preferencial
Text4 Textura muito argilosa - mais de 60% de argila Restrita
Text5 Textura siltosa - menos de 35% de argila e menos de 15% de areia Restrita Fonte: BRASIL (1976); MULLER et al. (1995); BUENO (1997); EMBRAPA (1997); MULLER e CARVALHO (1997); EMBRAPA (1999); ROCHA NETO (1999).
De acordo com o mapa de aptidão natural dos solos do município para
o cultivo do cupuaçu (Figura 33) e como mostra a Figura 34, 40,23% da área
agricultável são Preferencial, 20,69% representam a classe Preferencial
restrita, 17,24% é Restrita e 21,84% é considerada Inapta para esta cultura.
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Figura 33. Mapa de aptidão natural do solo para o cultivo de cupuaçu no município de Rio Branco-AC.
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Figura 34. Classes de aptidão para a cultura de cupuaçu em relação à área agricultável do município de Rio Branco-AC.
Nas áreas classificadas como Preferencial restrita deve ser
recomendado o uso de práticas adequadas de manejo do solo, com uso de
leguminosas como cobertura do solo e, ainda, corrigir algumas limitações de
ordem química (calagem e adubação) ou morfológica (medidas de conservação
do solo).
Nos dados coletados em campo, representados na Tabela 2, verificou-
se os valores favoráveis do ponto de vista químico e, do ponto de vista físico,
especialmente, quanto à textura média do solo preferencial para o cultivo do
cupuaçu.
O município de Rio Branco apresenta 60,92% de sua área agricultável
com potencial Bom a Moderado para o cultivo de cupuaçu. A produção desta
cultura pode ser destinada ao atendimento da demanda do mercado
consumidor urbano de frutos in natura ou pode ser vendida a agroindústrias de
processamento de polpas de frutas gerando emprego e renda para as
comunidades rurais do município.
REFERÊNCIAS
ALFAIA. S. S.; AYRES. M. I. da C. Efeito de doses de nitrogênio, fósforo e potássio em duas cultivares de cupuaçu, com e sem sementes, na região da Amazônia Central. Revista Brasileira de Fruticultura. Jaboticabal, v. 26, n. 2, p. 320-325, 2004. BRASIL. Ministério das Minas e Energia. Departamento Nacional de Produção Mineral. Projeto RADAMBRASIL. Folhas SC. 19 Rio Branco: geologia, geomorfologia, pedologia, vegetação e uso potencial da terra. Rio de Janeiro, 1976. 458 p. (Levantamento de Recursos Naturais, 12). BUENO, N. Alguns aspectos recentes da nutrição do cupuaçuzeiro. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL SOBRE PIMENTA-DO-REINO E CUPUAÇU, 1., 1996. Belém. Anais...Belém: Embrapa-CPATU/JICA, 1997. p. 77-87. (Embrapa-CPATU. Documentos, 89). CLEMENT, C. R.; VENTURIERI, G. A. Bacuri and cupuassu. In: NAGY, S.; SHOW, P. E.; WARDOWSKI, W. (Ed.). Fruits of tropical and subtropical origin: composition, properties, uses. Florida: Science Source, Lake Alfred,
1990. p. 178-192. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Brasília: Embrapa Produção de Informação; Rio de
Janeiro: Embrapa Solos, 1999. 412 p. EMBRAPA. Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos. Manual de métodos de análise de solo. 2. ed. Rio de Janeiro, 1997. 212 p.
GONDIM, T. M. S.; AMARAL, E. F.; ARAÚJO, E. A. de. Aptidão natural para o cultivo do cupuaçu no Estado do Acre. Rio Branco-AC: SECTMA/Embrapa Acre, 2001a. 11 p. (Informativo Técnico ZEE/AC, 05). GONDIM, T. M. de S.; THOMAZINI, M. J.; CAVALCANTE, M. J. B.; SOUZA, J. M. L. Aspectos da produção de cupuaçu. Rio Branco: Embrapa Acre. 2001b. 43 p. (Série Documentos, 67). MÜLLER, C. H.; CARVALHO, J. E. U. de. Sistemas de propagação e técnicas de cultivo do cupuaçuzeiro (Theobroma grandiflorum). In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL SOBRE PIMENTA-DO-REINO E CUPUAÇU, 1., 1996. Belém. Anais...Belém: Embrapa-CPATU/JICA, 1997. p. 57-75. (Embrapa-CPATU. Documentos, 89).
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MÜLLER, C. H.; FIGUEIRÊDO, F. J. C.; NASCIMENTO, W. M. O. do; GALVÃO, E. U. P.; STEIN, R. L. B.; SILVA, A.de B.; RODRIGUES, J. E. L. F.; CARVALHO, J. E. U. de; NUNES, A. M. L.; NAZARÉ, R. F. R. de; BARBOSA, W. C. A cultura do cupuaçu. Brasília: Embrapa-SPI; Belém: Embrapa-CPATU, 1995. 61 p. (Coleção plantar, 24). ROCHA NETO, O. G. da; OLIVEIRA JUNIOR, R. C. de; CARVALHO, J. E. U. de; LAMERA, O. A.; SOUSA, A. R. de; MARADIAGA, J. B. G. Cupuaçu. In: ROCHA NETO, O. G. da; OLIVEIRA JUNIOR, R. C. de; CARVALHO, J. E. U. de; LAMERA, O. A.; SOUSA, A. R. de; MARADIAGA, J. B. G. (Org.). Principais produtos extrativos da Amazônia e seus coeficientes técnicos.
Brasília: IBAMA/CNPT, 1999. p. 27-40.
CAPÍTULO 13 APTIDÃO NATURAL PARA O CULTIVO DE MAMONA
João Batista Martiniano Pereira Raimundo Nonato de Souza Moraes
Lúcio Flávio Zancanela do Carmo
A mamona (Ricinus communis L.) é uma espécie da família das
Euforbiáceas, sendo parente da seringueira e do pinhão manso. Pela sua
rusticidade, é comum a sua ocorrência como planta pioneira em terrenos
baldios e em barrancos de rios.
A mamoneira é uma planta que necessita de 500mm de chuvas para
vegetar e produzir. Dependendo da variedade utilizada, o seu ciclo vegetativo
varia de seis a oito meses. Sua produtividade média nacional está por volta dos
600kg/ha de sementes, em sistema de subsistência. No entanto, as variedades
atualmente existentes no mercado possuem potencial genético para
produtividades acima de 3.000kg/ha, desde que sejam oferecidas as condições
adequadas, como o uso de adubos, correção do solo e controle de pragas e
doenças (BELTRÃO et al., 2001).
O principal produto da mamona é o óleo, resultante da prensagem de
suas sementes, que é utilizado em centenas de aplicações na indústria
química, desde lubrificantes, tintas, vernizes, até à confecção de próteses.
Entre as populações tradicionais este óleo é usado como purgativo. A torta
resultante da prensagem se constitui em um rico adubo orgânico.
Com o advento do Programa Nacional do Biodiesel, esta cultura ganhou
destaque como uma espécie com potencial para o fornecimento de matéria-
prima para a obtenção de biocombustível.
Por se tratar de uma cultura que se caracteriza pelo pouco uso de mão-
de-obra para a sua condução, a mamona se adapta bem ao sistema de
produção da agricultura familiar, podendo se constituir em uma alternativa
viável para cultura de entressafra.
No Acre, para a exploração da mamona como cultura de entressafra, a
época de plantio recomendada seria a partir do mês de fevereiro, logo que
fosse feita a colheita do milho ou do arroz, dependendo da opção do agricultor.
Dessa forma, seria possível a colheita da mamona a partir do mês de julho,
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quando se inicia o período do verão amazônico, permitindo o processo de
secagem natural das sementes ao ar livre. Outra opção seria o plantio de
mamona em consórcio com o dendê, aproveitando as entrelinhas desta
palmeira, que é plantada no espaçamento de 9,00 x 9,00m, que fica disponível
para a exploração pelo menos nos quatro primeiros anos.
Com base nos atributos químicos, físicos e morfológicos dos solos
(Tabela 2), no mapa de solos do município de Rio Branco (Figura 5) produzido
pelo Zoneamento Econômico, Ambiental, Social e Cultural de Rio Branco
(ZEAS), e nas exigências edáficas da cultura (Tabela 17), realizou-se o estudo
de aptidão natural dos solos para a cultura da mamona.
Tabela 17. Características morfológicas, químicas e físicas do solo e sua aptidão para o cultivo de mamona.
Código Descrição Aptidão
Características Morfológicas
Drenagem
D1 Excessivamente drenado Inapta
D2 Fortemente drenado Inapta
D3 Acentuadamente drenado Restrita
D4 Bem drenado Preferencial
D5 Moderadamente drenado Restrita
D6 Imperfeitamente drenado Inapta
D7 Mal drenado Inapta
D8 Muito mal drenado Inapta
Relevo
R1 Plano (0% - 3%) Preferencial
R2 Suave ondulado (3% - 8%) Preferencial
R3 Ondulado (8% - 20%) Restrita
R4 Forte ondulado (20% - 45%) Inapta
R5 Montanhoso (45% - 75%) Inapta
R6 Escarpado (> 75%) Inapta
Profundidade
P1 Raso (≤ 50cm de profundidade) Inapta
P2 Pouco profundo (> 50cm e ≤ 100cm de profundidade) Restrita
P3 Profundo (> 100cm e ≤ 200cm de profundidade) Preferencial
P4 Muito profundo (> 200cm de profundidade) Preferencial
Características Químicas
pH
pH1 Extremamente ácido (< 4,3) Inapta
pH2 Fortemente ácido (4,3 - 5,3) Restrita
pH3 Moderadamente ácido (5,4 - 6,5) Preferencial
pH4 Praticamente neutro (6,6 - 7,3) Preferencial
pH5 Moderadamente alcalino (7,4 - 8,3) Preferencial
pH6 Fortemente alcalino (> 8,3) Inapta
Alumínio
Al1 Baixo (< 0,2 cmolc.kg-1) Preferencial
Al2 Médio (0,2 - 1,0 cmolc.kg-1) Restrita
Al3 Alto (> 1,0 cmolc.kg-1) Restrita
Cálcio
Ca1 Baixo (< 2,0 cmolc.kg-1) Restrita
Ca2 Médio (2,0 - 6,0 cmolc.kg-1) Preferencial
Ca3 Alto (> 6,0 cmolc.kg-1) Preferencial
Carbono
C1 Baixo (< 0,8 dag.kg-1) Restrita
C2 Médio (0,8 - 1,4 dag.kg-1) Preferencial
C3 Alto (> 1,4 dag.kg-1) Preferencial
Capacidade de Troca de Cátions
T1 Baixo (< 4,5 cmolc.kg-1) Restrita
T2 Médio (4,5 - 10,0 cmolc.kg-1) Preferencial
T3 Alto (> 10,0 cmolc.kg-1) Preferencial
Fósforo
P1 Baixo (< 10,0 mg.kg-1) Restrita
P2 Médio (10,0 - 30,0 mg.kg-1) Preferencial
P3 Alto (> 30,0 mg.kg-1) Preferencial
Potássio
T1 Baixo (< 0,11 cmolc.kg-1) Restrita
T2 Médio (0,11 - 0,23 cmolc.kg-1) Preferencial
T3 Alto (> 0,23 - 0,60 cmolc.kg-1) Preferencial
T4 Muito alto (> 0,60 cmolc.kg-1) Preferencial
Saturação de Bases
V1 Eutróficos - saturação por bases ≥ 50% Preferencial
V2 Distróficos - saturação por bases < 50% Preferencial
V3 Oligotróficos - saturação por bases < 35% Restrita
Características Físicas
Presença de Concreções
Conc0 Sem concreções Preferencial
Conc1 Muito pouco (menos que 5% do volume) Preferencial
Conc2 Pouco (5% - 15% do volume) Restrita
Conc3 Freqüente (15% - 40% do volume) Restrita
Conc4 Muito Freqüente (40% - 80% do volume) Inapta
Conc5 Dominante (mais que 80% do volume) Inapta
Classe Textural
Text1 Textura arenosa - mais de 70% de areia Restrita
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Text2 Textura média - menos de 35% de argila e mais de 15% de areia Preferencial
Text3 Textura argilosa - 35% a 60% de argila Preferencial
Text4 Textura muito argilosa - mais de 60% de argila Inapta
Text5 Textura siltosa - menos de 35% de argila e menos de 15% de areia Inapta Fonte: CFSMG, (1999); AMARAL e SOUZA (1997); EMBRAPA (1999); SANTOS et al. (2005).
O mapa de aptidão natural dos solos do município para o cultivo da
mamona, representado na Figura 35, e os dados evidenciados na Figura 36,
indicam que 33,33% dos solos encontram-se na classe Preferencial, 18,39%
apresentam aptidão Preferencial restrita, 16,09% aptidão Restrita e 32,18%
aptidão Inapta para o plantio de mamona.
Figura 35. Mapa de aptidão natural do solo para o cultivo de mamona no município de Rio Branco-AC.
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Figura 36. Classes de aptidão para a cultura de mamona em relação à área agricultável do município de Rio Branco-AC.
As áreas com aptidão Restrita e Inapta para a mamona está relacionada
ao fato de que, parte dos solos apresentam presença de plintita em
profundidades superiores a 40cm. Também a pouca profundidade efetiva lhe
confere risco de erosão e restrição de drenagem em profundidade. Como a
mamoneira é uma planta que apresenta alta sensibilidade ao excesso de
umidade do solo, quando plantada em solos que apresentam deficiência de
drenagem, é importante atentar para o fato de que o seu plantio nas áreas de
aptidão Restrita e Inapta pode causar sua morte, incorrendo em prejuízos para
o agricultor.
O município de Rio Branco apresenta 51,72% de sua área agricultável
com potencial Bom a Moderado para o cultivo de mamona. Podendo, assim,
contribuir para a geração de renda adicional às famílias residentes na zona
rural de Rio Branco.
Entretanto, estas mesmas áreas podem ser destinadas para outros usos
com maior potencial econômico e social para as comunidades rurais de Rio
Branco.
REFERÊNCIAS
AMARAL, E. F. do; SOUZA, A. N. de. Avaliação da fertilidade do solo no sudeste acreano: o caso do PED/MMA no município de Senador Guiomard.
Rio Branco: EMBRAPA-CPAFAC, 1997. 32 p. (Documentos, 26). BELTRÃO, N. E. de M.; SILVA, L. C.; VASCONCELOS, O. L.; AZEVEDO, D. M. P. de; VIEIRA, D. J. Fitologia. In: O Agronegócio da mamona no Brasil. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2001. p. 37-61. CFSMG. COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais. 5ª aproximação. Viçosa, MG: CFSMG. 1999. 359 p.:il. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Brasília: Embrapa Produção de Informação; Rio de
Janeiro: Embrapa Solos, 1999. 412 p. SANTOS, D. R.; LEMOS, R. C.; SANTOS, H. G.; KER, J. C.; ANJOS, L. H. C. Manual de descrição e coleta de solo no campo. 5. ed. rev. Viçosa, MG:
Sociedade Brasileira de Ciência do Solo; Embrapa, Centro Nacional de Pesquisa de Solos. 2005. 100 p.
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CAPÍTULO 14 APTIDÃO NATURAL PARA O CULTIVO DE ABACAXI
Suzana Rodrigues de Souza Raimundo Nonato de Souza Moraes
Sonaira Souza da Silva
O cultivo de abacaxi (Ananás comosus L. Merr.) vem se disseminando
no Acre. Este fruto é um dos mais consumidos pela população local,
constituindo importante fonte de renda e alimento para as famílias. Seu cultivo
é feito, e deve ser cada vez mais estimulado, em áreas de pequenos e médios
agricultores, pois é uma planta bem adaptada às condições climáticas e
edáficas locais, às condições de baixo nível tecnológico e ainda pode ser
consorciada com outras espécies, diminuindo assim os riscos de produção e
garantindo uma renda extra aos produtores (CARVALHO, 2000). A cultura do
abacaxi sempre se destacou na fruticultura, não apenas pelas qualidades do
fruto, mas, sobretudo, por sua rentabilidade (CUNHA et al., 1999).
No Acre, os principais problemas desta cultura são: a broca do fruto, o
percevejo e a fusariose, que são responsáveis por grandes perdas e aumento
no custo de produção. Os agricultores convencionais fazem o controle com
agrotóxicos. O controle biológico das pragas pode ser feito com uso de
produtos à base de Bacilus thurigiensis, Beauveria bassiana e outros produtos
alternativos, como o óleo de Nim. Entretanto, estes produtos não são
encontrados no mercado local e dependem de ações governamentais de
incentivo a sua aquisição e utilização.
Além dos aspectos fitossanitários, fatores ambientais adversos, práticas
culturais inadequadas, entre outros, têm contribuído para uma baixa
produtividade da cultura do abacaxi (CUNHA et al., 1999). Segundo estes
autores, a planta é muito sensível ao encharcamento, fazendo com que a
drenagem do solo seja requisito básico para o cultivo, podendo prejudicar seu
crescimento e sua produção, além disso, solos rasos e argilosos são
considerados inconvenientes.
Com base nos atributos químicos, físicos e morfológicos dos solos
(Tabela 2), no mapa de solos do município de Rio Branco (Figura 5) produzido
pelo Zoneamento Econômico, Ambiental, Social e Cultural de Rio Branco
(ZEAS), e nas exigências edáficas da cultura (Tabela 18), realizou-se o estudo
de aptidão natural dos solos para a cultura do abacaxi.
.
Tabela 18. Características morfológicas, químicas e físicas do solo e sua aptidão para o cultivo de abacaxi.
Código Descrição Aptidão
Características Morfológicas
Drenagem
D1 Excessivamente drenado Inapta
D2 Fortemente drenado Inapta
D3 Acentuadamente drenado Restrita
D4 Bem drenado Preferencial
D5 Moderadamente drenado Restrita
D6 Imperfeitamente drenado Inapta
D7 Mal drenado Inapta
D8 Muito mal drenado Inapta
Relevo
R1 Plano (0% - 3%) Preferencial
R2 Suave ondulado (3% - 8%) Preferencial
R3 Ondulado (8% - 20%) Restrita
R4 Forte ondulado (20% - 45%) Inapta
R5 Montanhoso (45% - 75%) Inapta
R6 Escarpado (> 75%) Inapta
Profundidade
P1 Raso (≤ 50cm de profundidade) Restrita
P2 Pouco profundo (> 50cm e ≤ 100cm de profundidade) Preferencial
P3 Profundo (> 100cm e ≤ 200cm de profundidade) Preferencial
P4 Muito profundo (> 200cm de profundidade) Restrita
Características Químicas
pH
pH1 Extremamente ácido (< 4,3) Restrita
pH2 Fortemente ácido (4,3 - 5,3) Preferencial
pH3 Moderadamente ácido (5,4 - 6,5) Preferencial
pH4 Praticamente neutro (6,6 - 7,3) Restrita
pH5 Moderadamente alcalino (7,4 - 8,3) Inapta
pH6 Fortemente alcalino (> 8,3) Inapta
Alumínio
Al1 Baixo (< 0,2 Cmolc. kg-1) Preferencial
Al2 Médio (0,2 - 1,0 Cmolc. kg-1) Restrita
Al3 Alto (> 1,0 Cmolc. kg-1) Inapta
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Cálcio
Ca1 Baixo (< 2,0 Cmolc. kg-1) Restrita
Ca2 Médio (2,0 - 6,0 Cmolc. kg-1) Preferencial
Ca3 Alto (> 6,0 Cmolc. kg-1) Preferencial
Carbono
C1 Baixo (< 0,8 dag. kg-1) Restrita
C2 Médio (0,8 - 1,4 dag. kg-1) Preferencial
C3 Alto (> 1,4 dag. kg-1) Preferencial
Capacidade de Troca de Cátions
T1 Baixo (< 4,5 Cmolc. kg-1) Restrita
T2 Médio (4,5 - 10,0 Cmolc. kg-1) Preferencial
T3 Alto (> 10,0 Cmolc. kg-1) Preferencial
Fósforo
P1 Baixo (< 10,0 mg. kg-1) Preferencial
P2 Médio (10,0 - 30,0 mg. kg-1) Preferencial
P3 Alto (> 30,0 mg. kg-1) Restrita
Potássio
T1 Baixo (< 0,11 Cmolc. kg-1) Restrita
T2 Médio (0,11 - 0,23 Cmolc. kg-1) Restrita
T3 Alto (> 0,23 - 0,60 Cmolc. kg-1) Preferencial
T4 Muito alto (> 0,60 Cmolc. kg-1) Preferencial
Saturação de Bases
V1 Eutróficos - saturação por bases ≥ 50% Preferencial
V2 Distróficos - saturação por bases < 50% Restrita
V3 Oligotróficos - saturação por bases < 35% Restrita
Características Físicas
Presença de Concreções
Conc0 Sem concreções Preferencial
Conc1 Muito pouco (menos que 5% do volume) Preferencial
Conc2 Pouco (5% - 15% do volume) Restrita
Conc3 Freqüente (15% - 40% do volume) Restrita
Conc4 Muito Freqüente (40% - 80% do volume) Inapta
Conc5 Dominante (mais que 80% do volume) Inapta
Classe Textural
Text1 Textura arenosa - mais de 70% de areia Restrita
Text2 Textura média - menos de 35% de argila e mais de 15% de areia Preferencial
Text3 Textura argilosa - 35% a 60% de argila Restrita
Text4 Textura muito argilosa - mais de 60% de argila Inapta
Text5 Textura siltosa - menos de 35% de argila e menos de 15% de areia Inapta
Fonte: CHOAIRY (1984); PAULA et al. (1998); CUNHA et al. (1999); SOUZA (1999a); SOUZA (1999b); CARVALHO (2000); CUNHA (2003); NASCENTE et al. (2005).
De acordo com o mapa de aptidão natural dos solos do município
(Figura 37) e com as classes de aptidão para o cultivo do abacaxi (Figura 38),
27,59% das terras são classificadas como Preferencial para essa cultura,
32,18% são classificadas como Preferencial restrita, 17,24% como Restrita e
22,99% Inaptas ao cultivo dessa cultura. Estas duas últimas classes de aptidão
devem ser destinadas ao cultivo de outras espécies mais adaptadas. Para a
categoria Preferencial restrita, devem ser adotadas práticas adequadas de
manejo e, ainda corrigir algumas limitações de ordem química (calagem e
adubação) ou morfológica (curva de nível, terraços e canais para drenagem da
água das chuvas) nessas terras;
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Figura 37. Mapa de aptidão natural do solo para o cultivo de abacaxi no município de Rio Branco-AC.
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Figura 38. Classes de aptidão para a cultura de abacaxi em relação à área agricultável do município de Rio Branco-AC.
O município apresenta 59,77% de sua área total com potencial Bom a
Moderado para o cultivo de abacaxi. A produção desta cultura pode ser
destinada ao atendimento da demanda do mercado consumidor urbano de
frutos in natura ou pode ser vendida a agroindústrias de processamento de
polpas de frutas gerando emprego e renda para as comunidades rurais de Rio
Branco.
Entretanto, estas mesmas áreas podem ser destinadas para outros usos
com maior potencial econômico e social para as comunidades rurais de Rio
Branco.
REFERÊNCIAS
CARVALHO, E. F. de. Cultura do Abacaxizeiro. Rio Branco, AC: Gráfica
Universitária, 2000. 42 p. CHOAIRY, S. A. O abacaxizeiro. João Pessoa: EMEPA-PB. 1984. 93 p. (EMEPA-PB, Documento, 2), CUNHA, G. A. P. da. Cultura do abacaxi na Região de Itaberaba, em condições de sequeiro. Cruz das Almas: Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical. 2003. (Sistema de Produção, 14). ISSN 1678-8796 Versão eletrônica. Dez. /2003. CUNHA, G. A. P. da; CABRAL, J. R. S.; SOUZA, L. F. da S. (Org.) O abacaxizeiro: cultivo, agroindústria e economia. Brasília, DF: Embrapa
Comunicação para Transferência de Tecnologia, 1999. 480 p. il. NASCENTE, A. S.; COSTA, R. S. C. da; COSTA, J. N. M. Cultivo do Abacaxi em Rondônia. Porto Velho: Embrapa Rondônia, 2003. (Sistemas de Produção,
3). PAULA, M. B. de; MESQUITA, H. A. de; NOGUEIRA, F. D. Nutrição e adubação do abacaxizeiro. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v. 19, n.
195, p. 33-39, 1998. SOUZA, L. F. da S. Exigências edáficas e nutricionais. In: CUNHA, G. A. P. da; CABRAL, J. R. S.; SOUZA, L. F. da S. (Org.) O abacaxizeiro: cultivo,
agroindústria e economia. Brasília, DF: Embrapa Comunicação e Transferência de Tecnologia, 1999a. p. 67-82. SOUZA, L. F. da S. Correção da acidez e adubação. In: CUNHA, G. A. P da; CABRAL, J. R. S.; SOUZA, L. F. da S. (Org.) O abacaxizeiro: cultivo, agroindústria e economia. Brasília, DF: Embrapa Comunicação e Transferência de Tecnologia, 1999b. p. 169-202.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os mapas de aptidão são importantes instrumentos de apoio à tomada
de decisão dos produtores e do poder público com relação aos locais ideais
para o plantio de cada cultura, com menor exigência de insumos (corretivos e
fertilizantes) e de uso de máquinas ou mão-de-obra para execução de práticas
de manejo para mitigar as restrições ambientais.
O município de Rio Branco possui 27,46% de sua área total antropizada,
demomstrando que grande parte dessa área apresenta potencial Bom a
Moderado para o desenvolvimento de atividades agrícolas e agroflorestais. As
culturas com amplo potencial para as áreas do município são: mandioca,
banana, milho, arroz, cana-de-açúcar, pupunha, cupuaçu, mamona e abacaxi.
Mesmo nestas áreas, o sucesso com estas culturas depende de uso adequado
de insumos (corretivos, fertilizantes, sementes de qualidade), práticas culturais
(época e espaçamento adequados de plantio, controle de invasoras, de pragas
e de doenças) e práticas de manejo e conservação de solos.
Grande parte da área agricultável do município é Inapta ou apresenta
fortes restrições às culturas de feijão, citros, mamão e maracujá. Contudo, por
possuírem distribuição do sistema radicular mais superficial e um ciclo menor,
as culturas de feijão, maracujá e mamão podem produzir bem por um ou dois
anos e podem ser cultivadas principalmente para o consumo familiar.
Áreas Inaptas e Preferenciais para determinada cultura devem ser
consideradas com segurança, pois apresentam, respectivamente, um ou mais
fatores impeditivos ou favoráveis para a produção da cultura. As áreas
Preferenciais restritas e Restritas são intermediárias e dependendo da
alternativa empregada, pode-se alcançar produções razoáveis. As áreas
Restritas devem ser destinadas a usos mais adequados, pois são terras que
apresentam limitações fortes para a produção sustentada da cultura em
questão, reduzindo a produtividade, que para ser ampliada aumenta de
maneira substancial os insumos necessários.
Vale ressaltar que nos estudos de aptidão natural do solo deve-se
considerar o caráter temporal, uma vez que práticas de manejo e conservação
do solo como uso de mecanização, calagem e adubação podem modificar a
situação atual. Portanto, é necessário que se façam estudos contínuos nessas
áreas para verificar a ocorrência de mudanças nas características do solo que,
com o passar do tempo, serão alteradas seja pela exportação contínua de
nutrientes pelas culturas, como também pelo uso da mecanização agrícola,
calagem e adubação química, ou via aumento da matéria orgânica.
Recomenda-se o sistema plantio direto para as culturas anuais após
utilização de leguminosas como cobertura do solo. Este sistema de produção
requer cuidados na sua implantação, porém, depois de estabelecido, seus
benefícios se estendem não apenas ao solo, mas também, ao rendimento das
culturas. De acordo com a classe de solo e o relevo da área, recomenda-se a
adoção de outras práticas de manejo e conservação: curva de nível, terraços e
canais para drenagem da água das chuvas. A adoção destas práticas contribui
para reduzir as perdas de solo e de nutrientes, além de diminuir os riscos de
contaminação do meio e propiciar maior garantia de renda aos agricultores,
pois a estabilidade e a sustentabilidade dos sistemas de produção são
ampliadas.
Estas ações tomadas pela Prefeitura Municipal de Rio Branco em
conjunto com a comunidade e órgãos estaduais e federais podem contribuir
para gerar emprego, diversificar as fontes de renda e elevar o Índice de
Desenvolvimento Familiar Rural (IDF-R). Isto resultará na redução da
necessidade de assalariamento das famílias na zona urbana e sua
dependência de programas sociais de transferência de renda do Governo
Federal.
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