arquitetura de interiores em ambientes de saúde
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Universidade Federal de Juiz de Fora
Faculdade de Engenharia
Departamento de Arquitetura e Urbanismo
Guilherme Valle Loures Brando
Laura Gesualdo Prata
ARQUITETURA DE INTERIORES EM AMBIENTES DE SADE
Avaliao Ps Ocupao em Clnica de Diagnstico por Imagem
Juiz de Fora Novembro, 2014
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Universidade Federal de Juiz de Fora
Faculdade de Engenharia
Departamento de Arquitetura e Urbanismo
Guilherme Valle Loures Brando
Laura Gesualdo Prata
ARQUITETURA DE INTERIORES EM AMBIENTES DE SADE
Avaliao Ps Ocupao em Clnica de Diagnstico por Imagem
Monografia apresentada ao curso de
Arquitetura e Urbanismo, da Faculdade de
Engenharia, da Universidade Federal de Juiz
de Fora no curso de Ps graduao de
Arquitetura de interiores, como requisito para
concluso do curso.
Orientador: Prof. Dr. Jos Gustavo Francis
Abdalla
Juiz de Fora Novembro, 2014
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Brando, Guilherme; Prata, Laura. Arquitetura de Interiores em Ambiente de Sade:Avaliao Ps Ocupao em Clnica de Diagnstico por imagem/ Guilherme Valle Loures Brando; Laura Gesualdo Prata. 2014. 95f.: il. Trabalho de Concluso de Curso (Especializao em Arquitetura de Interiores) Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2014. 1. Avaliao Ps Ocupao 2. Arquitetura de Interiores 3. Diagnstico por Imagem. Ttulo.
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Universidade Federal de Juiz de Fora
Faculdade de Engenharia
Departamento de Arquitetura e Urbanismo
Guilherme Valle Loures Brando
Laura Gesualdo Prata
ARQUITETURA DE INTERIORES EM AMBIENTES DE SADE Avaliao Ps Ocupao em Clnica de Diagnstico por Imagem
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Jos Gustavo Francis Abdalla (orientador) Universidade Federal de Juiz de Fora
Prof. Dr. Letcia Maria de Arajo Zambrano Universidade Federal de Juiz de Fora
Prof. Dr. Ernani Simplcio Machado Universidade Federal de Juiz de Fora
Examinado em: / /2014.
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Resumo
Esta pesquisa aborda a realizao de uma Anlise Ps Ocupao APO em
clnica de diagnstico por imagem situada na cidade de Juiz de Fora MG -
atravs de anlise walkthrough e entrevistas estruturadas aplicadas ao corpo
funcional do estabelecimento. O Objetivo analisar fatores de qualidade ou
falta dela nos ambientes utilizados e propor diretrizes para solucionar os
problemas encontrados atravs do projeto de arquitetura de interiores. O
enfoque terico deste trabalho de seu atravs da tese de doutoramento de
Ernani Simplcio Machado, que aborda o tema da APO em ambientes de
sade. Os instrumentos de anlise foram aplicados e, ao final, percebeu-se a
necessidade de adequaes espaciais para bom funcionamento do local, que
so apresentadas neste trabalho, uma vez que as demandas na rea de sade
so sempre mutveis.
Palavras Chave
1. Avaliao Ps Ocupao 2. Arquitetura de Interiores 3. Diagnstico por
Imagem.
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ndice de ilustraes
Figura 1 - Fachada da Clnica ................................................................................................ 24
Figura 2 - Recepo do primeiro pavimento .............................Erro! Indicador no definido.
Figura 3 - Recepo do segundo pavimento ....................................................................... 26
Figura 4 - Espera do segundo pavimento ............................................................................ 26
Figura 5 - Integrao Visual com o exterior ......................................................................... 28
Figura 6 - Vista a partir da espera do 2 pavimento ........................................................... 28
Figura 7 - Corredor de acesso s salas de exames do 1 pavimento ............................. 29
Figura 8 - Hall e espera do 2 pavimento ............................................................................. 29
Figura 9 - Iluminao Amarelada no rebaixo da sala de espera do 1 pavimento......... 30
Figura 10 - Planos de trabalho bem iluminados .................................................................. 31
Figura 11 - Sala de eletroencefalograma ............................................................................. 31
Figura 12 - Instalao PNE primeiro pavimento .................................................................. 32
Figura 13 - Vestirio Masculino .............................................................................................. 32
Figura 14 - Armrio em uma das salas de ultrassonografia .............................................. 33
Figura 15 - Pictogramas e placas informativas .................................................................... 34
Figura 16 - Vista geral da Recepo e Espera .................................................................... 39
Figura 17 - Vista do Cadastro de pacientes e rea de espera .......................................... 40
Figura 18 - Vista do Corredor com piso ttil e faixa direcional .......................................... 41
Figura 19 - rea de espera e integrao visual com o exterior ........................................ 41
Figura 20 - Balco de atendimento e paines de madeira ................................................. 42
Figura 21 - Novo balco para o laboratrio e faixas direcionais no piso ......................... 43
Figura 22 - Vista Geral da recepo do terceiro pavimento .............................................. 43
Figura 23 - Vista do corredor dos consutrios ..................................................................... 44
Figura 24 - Balco de atendimento do terceiro pavimento ................................................ 44
Figura 25 - Vista do Consultrio com mesa de atendimento ............................................. 45
Figura 26 - Vista da rea de anamnese ................................................................................ 45
Figura 27 - rea de conforto com acesso copa de funcionrios ................................... 46
Figura 28 - Copa de funcionrios ........................................................................................... 47
Figura 29 - Poltronas da rea de conforto ............................................................................ 47
Figura 30 - Proposta para Sala do Teste Ergomtrico ....................................................... 48
Figura 31 - Fachada Proposta ................................................................................................ 49
Figura 32 - Jardins e Acessos ................................................................................................ 49
Figura 33 - Fachada Proposta ................................................................................................ 50
file:///D:/Guilherme/UFJF/Especializao/Monografia/TCC/Corpo%20do%20Trabalho/TCC%20ARQUITETURA%20DE%20INTERIORES%20V01.docx%23_Toc405553279
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ARQUITETURA DE INTERIORES EM AMBIENTE DE SADE Avaliao Ps Ocupao em Clnica de Diagnstico por Imagem
Sumrio
1-Introduo ............................................................................................................................... 9 1.1 Justificativa da escolha do tema ........................................................................ 12
1.2 Conceito bsico envolvendo a temtica .......................................................... 14
1.2.1 Desenvolvimentos dos espaos de sade .............................................. 14
1.2.2 Sistema de Sade Brasileiro ....................................................................... 18
1.2.3 Medicina Diagnstica por imagem ............................................................ 19
2. Objetivos .............................................................................................................................. 21 2.1. Objetivo geral .................................................................................................................. 21
2.2. Objetivos Especficos ....................................................................................................... 21
3- Metodologias da investigao ....................................................................................... 22 3.1 APO ................................................................................................................................. 22
3.3.1. Tcnicas Utilizadas ................................................................................................. 23
3.2. Levantamento da infraestrutura da clnica .......................................................... 24
3.3. Anlises dos dados para interveno na arquitetura de interior .................. 27
3.3.1. Anlise Walkthrough .......................................................................................... 27
3.3.1.1. Caractersticas Gerais da Edificao ......................................................... 27
3.3.1.2. Conforto Ambiental ......................................................................................... 29
3.3.1.3. Aspectos Tcnico-construtivos e Equipamentos ................................... 31
3.3.1.4. Aspectos Funcionais ...................................................................................... 33
3.3.1.5. Aspectos Comportamentais ......................................................................... 34
3.3.2. Wishpoem.............................................................................................................. 35
3.3.3. Entrevista Estruturada ....................................................................................... 36
3.4 Locais de interveno e motivos ............................................................................ 37
4. Proposies projetuais .................................................................................................... 39 4.1. Recepo do Primeiro Pavimento .......................................................................... 39
4.2 Recepo do Segundo Pavimento .......................................................................... 41
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4.3. Recepo e Consultrios do Terceiro Pavimento ............................................. 43
4.4. Copa de funcionrios e Conforto ........................................................................... 46
4.5. Salas de exames ......................................................................................................... 48
4.6. Fachada ......................................................................................................................... 49
5. Concluso ............................................................................................................................ 51 6. Bibliografia .......................................................................................................................... 52 Apndices................................................................................................................................. 54
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1-Introduo
Os Estabelecimentos Assistenciais em Sade (EAS) configuram importantes
espaos de promoo da sade dos indivduos e no esto, necessariamente, no
ambiente hospitalar. Configuram-se como EAS as clnicas, hospitais-dia,
ambulatrios mdicos, laboratrios de anlises clnicas, pronto- atendimentos de
urgncia, dentre outros. Nesse contexto, as clnicas, que podem atender a
diversas reas - Mdica, Odontolgica, Fonoaudiolgica, Psiquitrica e
Psicolgica - e por diversas especialidades - Fisioterapia, Ortopedia, Radiologia,
Radioterapia, Bioimagem, Medicina Nuclear, dentre tantas outras - fazem parte da
rede de Ateno Secundria Sade (ASS), que rene aes e servios que
visam atender aos principais problemas de sade e agravos da populao, cuja
prtica clnica demande disponibilidade de profissionais especializados e o uso de
recursos tecnolgicos de apoio diagnstico e teraputico - SADT.(THOMAZONI,
2009).
O projeto e reforma de Estabelecimentos Assistenciais em Sade (EAS) obedece,
atualmente, Resoluo da Diretoria Colegiada n 50 (RDC-50), da Agncia
Nacional de Vigilncia Sanitria. Mesmo luz da RDC-50, em geral, os EAS
pblicos e privados tm sua estrutura fsica dimensionada e organizada aqum
das necessidades e padres de segurana e conforto desejveis para o
atendimento satisfatrio do usurio. Estas carncias, mesmo quando os
equipamentos atendem s exigncias da RDC-50, so fruto, principalmente, de
dois fatores-chave: as incongruncias, lacunas e insuficincias formais da norma
que causam confuso aos projetistas, mesmo experientes, ou permitem a
substituio ou supresso de elementos indispensveis e a incompatibilidade, em
alguns tpicos, entre a RDC-50 e demais normas que sejam complementares ou
soberanas ela. (LIMEIRA, 2006).
Ao se discutir, ento, o projeto de Estabelecimentos Assistenciais em Sade
indispensvel observar que a evoluo tecnolgica latente modifica, relativamente
em curto perodo de tempo, as necessidades espaciais destes estabelecimentos.
A cada dia, esse processo contnuo de aprimoramento e evoluo, gera novas
demandas que modificam profundamente estes ambientes, tornando-se
imprescindvel que estes espaos estejam aptos a acompanhar tais mudanas
com o menor impacto possvel (THOMAZONI, 2009). Especialmente na rea de
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diagnstico por imagem, radiologia e mtodos grficos cabe projetar o edifcio e
seus interiores para que seja possvel abrigar estas transformaes sem grandes
desconfortos, o mesmo se aplicando s operaes de manuteno e obras de
ampliao.
O diagnstico por imagem representa um avano para a medicina, uma vez que
tornou-se possvel a identificao de diversas enfermidades de forma pouco ou
no invasiva. A Evoluo da Radiologia e dos demais mtodos grficos na ltima
dcada foram considerveis e ocorreram grandes avanos na tecnologia utilizada,
principalmente relacionados ressonncia magntica, tomografia
computadorizada e ultrassom, tornando-os elementos auxiliares de extrema
importncia para diversas especialidades mdicas. Sjenfeld (2003, p.5 apud
CUBERO, 2007) "comenta que na atividade mdica, o diagnstico por imagem,
influncia de forma categrica as decises teraputicas, a evoluo e o
conhecimento das doenas, sendo uma das ferramentas a promover melhoria no
bem-estar das pessoas e contribuindo, significativamente, para o aumento da
expectativa de vida dos seres humanos."
Esta evoluo dos mtodos de diagnsticos por imagem trouxe a consequente
ampliao do nmero de estabelecimentos especializados nestes servios que,
alm de obedecerem RDC-50, tambm devem atender normas especficas
para sua implantao e operao, nas quais destacam-se a NBR9050:2004 -
Acessibilidade a Edificaes, Mobilirio, Espaos e Equipamentos Urbanos; a
Portaria 453/98 - Diretrizes Bsicas de Proteo Radiolgica e a Resoluo da
Diretoria Colegiada n 306 de 2004 (RDC306/04) - Gerenciamento de resduos de
servios de sade.
Entretanto nota-se que, alm da extensa normatizao sobre o assunto, o projeto
dos EAS deve atender tambm a outros critrios que no os exclusivamente
tcnicos, embora sem prejuzo da observncia destes. Em consonncia com
pesquisas em ambientes ligados promoo da sade e o Programa Nacional de
Humanizao da Assistncia Hospitalar - PNHAH, nos quais a arquitetura
hospitalar abordada na perspectiva de agente influente nas terapias e em seus
resultados, ABDALLA et alii, 2004, apud MACHADO et al, 2011 reforam a ideia
que o projeto de arquitetura de um EAS deve ser, justamente, concebido no
somente atravs da observncia das regulaes vigentes, mas tambm a partir de
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um questionamento mais profundo das necessidades humanas, includos
pacientes e profissionais da rea. Este questionamento, ento, deve levar em
conta os fatores de promoo da humanizao, tornando os espaos mais
agradveis para seus diversos usurios (ALVES, 2011).
CUBERO, 2007 indica que "Humanizar seguir medidas em que tanto os
profissionais quanto os usurios considerem o conjunto dos aspectos fsicos, e
venham deste modo a assumir uma postura tica. Resumidamente pode-se dizer
que humanizar alcanar benefcios mtuos para a sade dos usurios, dos
profissionais e da comunidade." e cita ainda que " A humanizao de um ambiente
deve-se principalmente ao partido arquitetnico adotado durante o seu
planejamento. Por isso importante o arquiteto estar inserido neste contexto,
tanto pelo ponto de vista tcnico e criativo, quanto pelo ponto de vista financeiro. O
arquiteto deve estar a par das exigncias da entidade mantenedora do programa,
da equipe de trabalho do hospital e da populao de pacientes que utilizar o
espao. Todas essas informaes devem ser somadas aos conhecimentos
tcnicos necessrios para a construo de uma edificao de alta complexidade,
o hospital, e capacidade criativa dos arquitetos para embutir nesse espao
complexo, sistemtico e em constante evoluo, os atributos de projeto que vo
humanizar o ambiente, tornando-o funcional e confortvel ao mesmo tempo."
MACHADO, 2011 e TEIXEIRA, 2005 afirmam que a humanizao dos ambientes
um desafio que se insere na questo projetual para criao de espaos
agradveis, pois a complexidade das diversas estruturas que se inter-relacionam
em projetos desta natureza podem levar uma abordagem que privilegie
aspectos tcnico-funcionais no design dos espaos. Ampliando-se o conceito de
funo, possvel incluir ento as necessidades psicossociais do indivduo, dando
forma amplitude das possibilidades a serem exploradas na produo dos
espaos.
Dessa forma conclui-se que e a incorporao dos conceitos da arquitetura de
interiores devem ser repensados e atualizados constantemente a fim de adequar,
adaptar e requalificar o edifcio - no caso de edifcios existentes- e ser uma etapa
de projeto pensada desde a concepo do edifcio no caso de edificaes novas
j que o mercado de exames de diagnstico tende cada vez mais expanso
seja nas rea pblica ou privada e as tecnologias evoluem rapidamente,
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modificando-se as necessidades programticas e espaciais da arquitetura na
mesma velocidade.
1.1 Justificativa da escolha do tema
Dentre tantos temas apresentados na ps-graduao englobando a aplicao
da arquitetura de interiores, o ambiente de sade foi aquele que mais nos
despertou interesse uma vez que, por se tratar de um tema altamente
normatizado e controlado, torna-se um desafio projetar um ambiente de sade
que englobe s questes tcnicas o conforto psicolgico de todos os atores,
sejam eles pacientes, acompanhantes, corpo clnico e demais funcionrios.
Levando em conta que as pessoas que utilizam essas edificaes como
pacientes e acompanhantes, mesmo que para fins preventivos, acabam sendo
tomadas pela ansiedade e aquelas que j esto em tratamento carregam
consigo uma dose extra de apreenso e estresse, a humanizao da
arquitetura imprescindvel qualidade do espao e traz benefcios j
comprovados por inmeros estudos.
, tambm, de essencial necessidade promover o conforto psicolgico aos
funcionrios e corpo clnico que, alm de passarem grandes perodos de tempo
no exerccio da funo que por si s j desgastante precisam ainda lidar
com aspectos psicolgicos dos pacientes devido aos diversos quadros que
podem ocorrer por conta das enfermidades. Para alm dessas questes, torna-
se necessrio tambm promover a relao interpessoal entre funcionrios que,
na maioria das vezes, em clnicas que prestam servios de diagnstico por
imagem, prejudicado devido grande compartimentao dos espaos e
atividades por eles desenvolvidas.
Pesquisas focalizadas em aspectos que possam contribuir para a melhoria de
desempenho do projeto de edificaes vm ganhando cada vez mais nfase na
rea de arquitetura e urbanismo, objetivando o desenvolvimento de conhecimento
que possa ser revertido para a produo de projetos de melhor qualidade, e para
o desenvolvimento de novas tecnologias para edificaes mais eficientes (COSTI,
2002).
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Tendo em mente estes aspectos, somados ao custo elevado de implantao de
uma clnica de diagnstico por imagem torna-se, ento, imprescindvel a presena
de um profissional capacitado para solucionar as questes tcnicas envolvidas ao
mesmo tempo em que se prope estratgias de projeto que auxiliem na promoo
do conforto psicolgico dos usurios, trazendo consigo as questes de eficincia -
por exemplo um projeto que englobe todos os aspectos tecnolgicos e funcionais -
e eficcia - por exemplo a satisfao dos usurios com o projeto proposto,
fazendo-o funcionar como proposto, mantendo coerncia com a ideia original
estabelecida como partido do projeto - no pensamento dos ambientes de sade
(MACHADO, 2011).
O tema a ser abordado neste trabalho visa reunir informaes que sirvam de
subsdios elaborao de um projeto de requalificao espacial de uma Clnica
de Diagnstico por imagem, situada Rua Rei Alberto no centro da cidade de Juiz
de Fora, Minas Gerais. Para tal foi necessrio um estudo atravs do mtodo APO
(avaliao ps ocupao), aplicando um questionrio mais gosto e menos gosto
com todos os funcionrios da clnica, alm da tcnica do Walktrhough, que
consiste em ns, arquitetos, percorremos todo o ambiente de sade fazendo uma
anlise crtica de todos os pontos: conforto trmico, sinalizaes, circulao,
iluminao, ventilao, funcionamento, equipamentos, dentre outros.
A clnica surgiu em 1987 na mesma rua, porm em outra edificao que com o
tempo se tornou obsoleta. Com o crescimento dos planos de sade e da ateno
secundria sade e medicina preventiva, que incorporou diversos exames
cartela de servios, a clnica teve necessidade de expanso para suprir a
demanda crescente do ramo. Para isto foi contratado projeto arquitetnico
especfico para a unidade, no tratando-se de uma reforma ou remodelao de
um antigo imvel residencial como muito comum nas clnicas mdicas
atuantes em Juiz de Fora e, hoje, a clnica ocupa um edifcio de trs andares com
rea construda de aproximadamente 825m e realiza aproximadamente 420
atendimentos mensais
Justifica-se, ento, a escolha do tema por se tratar de um assunto em franca
expanso e de grande interesse para a rea da arquitetura e do design de
interiores, no que concerne busca de estratgias e mtodos projetuais que
auxiliem na obteno de espaos tecnicamente corretos e psicologicamente
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agradveis aos seus usurios, em qualquer esfera. No ambiente de sade, de
uma forma geral, h uma supervalorizao das dimenses tcnicas e funcionais.
Os aspectos simblicos, afetivos ou psicossociais so preteridos, gerando
espaos impessoais desumanizados. Observa-se a necessidade de se
amenizar os aspectos negativos das vivncias no espao hospitalar. A presente
pesquisa justifica-se, tambm, na medida em que busca novos conceitos
projetuais que possam dotar este ambiente fsico de um maior grau de qualidade e
de humanizao, que possibilite, alm da fluidez tcnica mdico-teraputica, as
demais dimenses inerentes prpria arquitetura.
1.2 Conceito bsico envolvendo a temtica
1.2.1 Desenvolvimentos dos espaos de sade
Por muito tempo, e ainda hoje, a sociedade encarou o edifcio hospitalar como
sendo um local de doena, morte, angstia, entre outros sentimentos.
As edificaes hospitalares e hoteleiras originaram de albergues que
abrigavam viajantes, peregrinos e enfermos. A palavra hospes que vem do
latim, significa hspede e deu origem a hospitalis e hospitium, palavras que
designavam locais onde se abrigavam, na antiguidade, alm dos enfermos,
viajantes e peregrinos.
O desenvolvimento das edificaes voltadas para a sade est diretamente
ligada a evoluo da medicina. Porm a forma fsica destas est relacionada
evoluo da engenharia e da arquitetura, bem como as questes estticas
esto ligadas aos perodos histricos. (Miquelin, 2001).
Inicialmente, na antiguidade os doentes eram tratados nas residncias dos
prprios mdicos, em suas prprias casas ou em locais pblicos. Alguns
tratamentos realizados por sacerdotes utilizavam banhos, jejuns e rituais eram
realizados em templos destinados a deuses.
J no Imprio Romano foi institudo locais especficos para o tratamento de
soldados doentes e feridos a fim de recolher escravos doentes e idosos.
Os registros das primeiras edificaes hospitalares s apareceram por volta do
sculo IV na Europa sob a influncia do Cristianismo. Servindo tanto como
refgio para viajantes como para abrigar doentes.
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Os primeiros grandes hospitais por terem uma ligao enorme com o
cristianismo, possuam em suas edificaes certa semelhana com as igrejas,
no dando para diferenci-las externamente. Essas construes no tinham
como prerrogativa a cura, uma vez que os pacientes dificilmente saiam vivos.
Essas construes eram mais para realizao de rituais que garantiriam a
salvao eterna.
Por volta do sculo XI, com a disseminao dos leprosos, foram institudos os
leprosrios, como forma de isolamento desses pacientes que representavam
risco de contgio e uma aparncia desagradvel.
Dessa forma, na Idade Mdia no havia preocupao com a cura. As
edificaes no eram instituies mdicas, e a medicina era uma prtica no
hospitalar, sendo vista apenas como uma instituio de assistncia aos pobres.
Isso porque eles apresentavam o risco de contgio e por isso necessitavam de
assistncia. O personagem ideal do hospital, at o sculo XVIII, no o doente
que precisa ser curado, mas o pobre que est morrendo. Esta era a funo
essencial do hospital, um lugar de morrer.
Portanto, at o incio do sculo XVIII a medicina no obteve nenhum processo
evolutivo, a cincia era racional e dedutiva, sem haver processo
experimentativo, suas instituies misturavam doentes, loucos, devassos e
prostitutas. Algum progresso s foi possvel no perodo do renascimento, no
qual o mtodo do experimento passou a ser empregado.
Na idade mdia as construes destinadas a abrigar doentes podiam ser
classificadas em trs tipos de acordo com Cisneros:
- Basilical: extensas naves abobadadas sustentadas por colunas e janelas
estreitas, galeria circundante cercada e capela ao fundo;
- Palaciano: conjunto quadrtico ou retangular, dispondo de dois ptios
envoltos pelas acomodaes ocupadas pelos doentes em camas individuais ou
coletivas cercada por cortinas. As camas coletivas tinham dimenses de uma
cama de casal que em casos de superlotao chegavam a abrigar at seis
pacientes;
- Cruciforme: onde era possvel celebrar uma nica liturgia (no cruzamento
das alas) e todos os doentes poderiam acompanhar.
Algumas das evolues da engenharia e arquitetura se deram a partir de
experincias que foram absorvidas de outras edificaes passadas. Os
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leprosrios, por exemplo, trouxeram a necessidade de construes com vos
de abertura maiores que permitiam maior iluminao e ventilao, alm da
preocupao da separao entre alojamento e logstica e patologia e sexo. J
as primeiras noes de saneamento, trouxeram para as construes a gua,
que era essencial para higienizao e limpeza.
A queda do cristianismo fez com que as instituies de apoio aos doentes
passassem a serem administradas por pessoas comuns, transferindo a
responsabilidade de prestar os servios de assistncia social, hospitalidade,
ensino e ateno a enfermidades. Dessa forma os cristos passam a controlar
somente a parte da enfermagem.
Durante a Idade Mdia, o hospital serviu basicamente para isso: hospedar
doentes, viajantes e pobres. As instituies nao tinham o intuito de cura e
serviam basicamente como asilo tendo por objetivo somente o isolamento de
pessoas doentes ou pobres do convvio com o restante da sociedade, evitando,
desta forma, riscos sociais e epidemiolgicos. A funo da cura e do
tratamento no existia e a medicina entendida em sua concepo atual
no era realizada: tratava-se apenas do fornecimento de um abrigo e do
estabelecimento de uma rotina.
J as instituies modernas configuraram um novo tipo de instituio sanitria,
alm de suas funes primordiais tambm passaram a ser vista como um
instrumento para a conteno da pobreza e erradicao da mendicncia,
ajudando a manter a ordem pblica
O desenvolvimento tecnolgico fez com que a ideia de hospital antiga, feito
para os pobres, tendo o mais privilegiado tratamento em casa, mudou. Hoje
todos tm seu atendimento em edificaes hospitalares, pela estrutura e
possibilidade de realizar exames s encontrados neste tipo de ambiente, que
propiciam a cura.
Portanto, a concepo do hospital como local de tratamento relativamente
recente. Foi somente,a partir do sculo XVIII, com o Iluminismo e a Revoluo
Industrial, que construiu-se uma nova viso sobre o homem e a natureza. A
crescente especializao das cincias e a ampliao dos conhecimentos neste
perodo contriburam para a busca do melhoramento das condies sanitrias,
tendncia que foi intensificada ao longo do sculo XIX.
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O hospital como instrumento teraputico uma inveno relativamente nova,
que data do final do sculo XVIII. A conscincia de que o hospital pode e deve
ser um instrumento destinado a curar aparece claramente em torno de 1780 e
assinalada por uma nova prtica: a visita e a observao sistemtica e
comparada dos hospitais. (FOUCAULT,1989:99.)
A conscincia de que o hospital pode e deve ser um instrumento destinado a
cura aparece claramente em torno de 1780 e assinalada por uma nova
prtica, a visita e a observao sistemtica e comparada dos hospitais (Howard
ingles e Tenon frances, a pedido da Academia de Cincias francesa).
A percepo deste equipamento como componente integrante do processo da
cura leva a uma progressiva especializao de seus espaos. Questes
relativas distribuio espacial de seu programa e de seus fluxos tornam-se,
gradativamente, as de resoluo mais urgentes na prtica projetual da
arquitetura hospitalar. Essa preocupao inicia-se no sculo XVIII com o
simples combate superlotao de leitos, estes no eram individuais,
chegando ao final do sculo XIX com a ampliao significativa da rea ocupada
por essas edificaes, atravs da difuso do modelo pavilionar, o qual buscava
facilitar a circulao e renovao do ar e manifesta-se no sculo XX na
crescente multiplicao e especializao dos componentes de seu programa e
diferenciao de seus fluxos. (SILVA, Kleber. A idia da funo para a
arquitetura: o hospital e o sculo XVIII (parte 6/6). Funo, um conceito?:
aprendendo com Tenon e consideraes finais. Arquitextos, n. 19, 2001,
disponvel em: www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp111.asp)
O edifcio hospitalar passa ento a ser organizado segundo a especializao
de reas internas, baseada em atividades de cuidados aos pacientes e seus
diversos apoios.
Entretanto, a partir de meados do sculo XX, o crescente interesse da
sociologia e da antropologia pela sade e pela doena permitiram que o foco
da discusso sobre os espaos hospitalares fosse renovado. Sob sua
influncia, organizaram-se movimentos que buscaram reformas sanitrias em
diversos pases, cujo objetivo era garantir o direito universal sade e o
desenvolvimento da medicina preventiva.
http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp111.asp
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Sendo assim atualmente a concepo dos hospitais ainda vem evoluindo e sua
forma preferencial se d pelas edificaes verticais (monoblocos), que so
internamente setorizadas e aglomeram uma srie de fatores secunrios como:
pscicodinmica das cores, iluminao, ventilao, humanizao,
acessibilidade, dentre outros, para que possam cada vez mais provomer a
cura, sem causar maiores traumas aos pacientes, e proporcionando um maior
conforto aos prestadores de servio.
1.2.2 Sistema de Sade Brasileiro
No Brasil o sistema de sade subdividido em ateno primria, ateno
secundria e ateno terciria sade. Cada setor responsvel por um tipo
de ofcio, de forma a classificar em nvel de complexidade cada paciente e
servio.
A ateno primria tem como objetivo encaminhar os usurios para os
atendimentos de mdia e alta complexidade, alm de fazer promoo a
sade, ser responsvel pelo sistema de preveno de doenas, diagnstico,
atendimento e reabilitao de pacientes. Dentre as especialidades, a ateno
primria responsvel pela: pediatria e ginecologia, obstetrcia, clnica mdica
e emergncias referentes a essas especialidades (sade da famlia). Alm dos
rgos de vigilncia sanitria, vigilncia epidemiolgica, vigilncia ambiental,
sade do trabalhador, controle de endemias e assistncia farmacutica.
A ateno secundria prestada por meio de uma rede de unidades
especializadas ambulatrios e hospitais e compe-se por aes e servios de
sade que visam atender os principais problemas de sade e agravos da
populao, cuja prtica clnica demanda profissionais especializados e o uso
de recursos tecnolgicos de apoio diagnstico e teraputico.
Dentre as atribuies do sistema secundrio esto:
Procedimentos especializados realizados por profissionais mdicos ou outros
de nvel superior e nvel mdio.
Aes especializadas em odontologia.
-
19
Patologia clnica, rtese e prtese, exames de ultrassonografia, fisioterapia,
terapias especializadas e anestesia.
Cirurgias ambulatoriais especializadas, procedimentos traumo-ortopdicos,
anatomopatogia e citopatologia radiodiagnstico.
Exames de ultrassonografia.
A ateno terciria por sua vez esta responsvel pelos servios mais
especializados e de maior complexidade.
1.2.3 Medicina Diagnstica por imagem
A histria do que hoje conhecemos como medicina diagnstica, teve incio no
ano de 1895 com a descoberta do raio-x pelo fsico alemo Wilhelm Conrad
Roentgen que possibilitou pela primeira vez a viso interna do corpo humano.
Da descoberta dos aparelhos de raio-X at os dias de hoje, a tecnologia
diagnstica, e o desenvolvimento de novos medicamentos, mudaram a face da
medicina.
Contudo a tecnologia mdica propriamente dita s se desenvolveu no decorrer
do sculo XX, com o diagnstico por imagens, endoscopia e mtodos grficos,
aliados ao desenvolvimento da computao.
Nos ltimos anos assistimos s novas conquistas da tecnologia mdica, com a
introduo dos raios Laser, da robtica, da manipulao gentica e da
clonagem de seres vivos.
Um exemplo desse avano foram os exames PET (sigla em ingls para
tomografia por emisso de psitrons), utilizados principalmente em oncologia,
cardiologia e neurologia, que esto entre os que produzem atualmente os
resultados mais apurados na medicina, mostrando imagens do metabolismo de
rgos e tecidos.
O Radiologista, por sua vez o especialista que estuda a visualizao de
ossos, rgos e estruturas atravs de imagens geradas pelo uso de radiao.
Este profissional utiliza equipamentos de imagem, como o aparelho de Raio-X,
o Tomgrafo, Ressonncia, Ultrassonografia e afins.
-
20
A medicina diagnstica hoje uma rea que abrange inmeros outros tipos de
profissionais e especialidades. Um dos fatores que contribuem para o
crescimento do setor dos exames de imagem, a evoluo tecnolgica dos
mtodos e instrumentos aceitos e validados pelos mtodos cientficos.
Acompanhando esse crescimento, o setor de informtica e software tambm
essencial nesse processo evolutivo do segmento.
A radiologia hoje est presente em clnicas, hospitais e at mesmo nos postos
de sade nos quais do suporte ao processo de diagnstico e ajudam no
processo de triagem dos pacientes, como o caso da clnica de diagnstico
em estudo, CINDI, que d suporte ateno secundria a sade, oferecendo
exames complementares a diversos convnios.
-
21
2. Objetivos
2.1. Objetivo geral
Realizar uma avaliao de desempenho, atravs de Anlise Ps-
Ocupao - APO - da arquitetura de interiores de clnica de diagnstico
por imagem;
2.2. Objetivos Especficos
Investigar as questes projetuais que interferem na humanizao dos
Estabelecimentos Assistenciais em Sade;
Identificar, atravs do olhar do arquiteto e da normatizao aplicada, as
deficincias e qualidades da situao de projeto existente;
Verificar, junto ao corpo funcional, as impresses pessoais sobre o
espao de trabalho;
Contribuir, atravs de uma avaliao do desempenho da arquitetura de
interiores, para a qualificao do espao com consequente aumento de
produtividade dos colaboradores;
Propor, atravs dos dados obtidos pela APO, adequaes no espao
interior visando melhor funcionalidade, humanizao e fortalecimento da
imagem e identidade da empresa.
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3- Metodologias da investigao
O Objeto de anlise da pesquisa uma Clnica de Diagnstico por Imagem
situada no centro da cidade de Juiz de Fora, com rea aproximada de 825,00m.
Nesta pesquisa, por se tratar de rea de interesse direcionada s cincias sociais,
no necessria a aprovao por Comit de tica entretanto, de forma a evitar a
possveis questionamentos, o mtodo ser direcionado percepo do corpo
funcional e colaboradores do estabelecimento - excluindo-se os pacientes,
acompanhantes e demais usurios - e viso do arquiteto em relao ao interior
da clnica, constituindo os focos de investigao atravs de instrumentos
metodolgicos aplicveis em Avaliao Ps-Ocupao - APO.
Aps a etapa de obteno de dados pretende-se, atravs do diagnstico gerado,
identificar os pontos negativos e positivos propondo, ento, medidas que visem
ratificar estes e qualificar aqueles.
Vale, no entanto, a ressalva de que a amostragem considerada, embora abranja
boa parte do corpo funcional, diz respeito apenas um segmento de usurios e ,
portanto, reduzida em suas generalidades possveis por no abranger os demais
usurios, tendo em vista o tempo reduzido de realizao, autorizaes
necessrias e recursos disponveis para o trabalho de campo e posterior anlise, o
que nos limita quanto a concluses mais precisas e generalizadas. Espera-se,
porm, que os dados extrados deste recorte da realidade de uma das maiores
clnicas de diagnstico por imagem da cidade de Juiz de Fora, onde as relaes
entre o ambiente fsico e a promoo da sade acontecem, possam ser
suficientemente relevantes.
3.1 APO
O mtodo APO avaliao ps-ocupao um processo sistematizado e
rigoroso de avaliao de edifcios, passado algum tempo de sua construo e
ocupao. A APO focaliza os ocupantes do edifcio e suas necessidades, a
partir das quais elabora insights sobre as consequncias das decises de
projeto na performance da edificao. Este procedimento constitui-se na base
para a criao de edifcios melhores no futuro. (RHEINGANTZ et al, 1997:22)
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23
Os resultados dessa avaliao podem ser obtidos atravs de diversos
mtodos, aplicados individualmente ou em conjunto. Dentre os mtodos temos
a entrevista - no qual o arquiteto vai ao local e questiona usurios e/ou
funcionrios; questionrios previamente elaborados de mais gosto e menos
gosto no qual cria-se perguntas que so respondidas atravs de uma escala
pr-estabelecida (muito bom, bom, regular, ruim, muito ruim); Walkthrough,
onde o prprio pesquisador percorre a edificao e faz suas prprias anlises
crticas e poema dos desejos Wishpoem ferramenta desenvolvida pelo
pesquisador Henry Sanoff, na qual os usurios expressam graficamente
atravs de desenhos ou textos suas relaes com o ambiente construdo;
dentre outras. (RHEINGANTZ et al, 2009)
Devido sua importncia, entende-se que a realizao das APO em ambientes
construdos deveria ser incorporada s demais etapas, j usualmente aplicadas
no processo projetual. Dessa forma, seria possvel criar uma base de dados
compartilhada para facilitar e minimizar os erros em futuros projetos de
edifcios semelhantes. O sistema se bem aplicado, permite identificar
problemas e oportunidades e implantar melhorias de curto, mdio e longo
prazo, possibilitando aes de planejamento e manuteno baseados em
dados objetivos, que nortearo estas atividades e, no caso da de novos
projetos, auxiliar para que os erros no sejam repetidos. Todas estas aes, no
que concerne percepo do lugar, baseadas na avaliao dos atores mais
importantes que muitas vezes so deixadas de lado em detrimento de uma
viso individual ou dos requisitos puramente tcnicos, normativos e\ou
estticos os usurios.
3.3.1. Tcnicas Utilizadas
Para a realizao da avaliao junto ao corpo funcional, sero aplicados
questionrios um recorte do corpo clnico, que inclui enfermeiros, auxiliares e
tcnicos de enfermagem e ao corpo administrativo, que inclui funcionrios da
recepo, administrao, telefonistas, tesouraria e gerncia. Estes
instrumentos, apresentados como apndices neste trabalho, sero compostos
pela aplicao do "mais gosto, menos gosto", wishpoem e um questionrio com
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24
perguntas de mltipla escolha. A pluralidade dos instrumentos de avaliao foi
necessria de forma a buscar respostas mais abrangentes e completas
possveis uma vez que, em experincia anterior proposta em disciplina da
especializao, parte dos instrumentos que compreendiam apenas o mais
gosto\menos gosto retornaram sem respostas.
Para a avaliao por parte do olhar do pesquisador, ser realizado
Walkthrough em companhia da gerente do estabelecimento, colhendo-se
tambm dados tcnicos relativos ao conforto ambiental, conforme ficha de
avaliao proposta por MACHADO, 2012, que consta nos apndices deste
trabalho.
3.2. Levantamento da infraestrutura da clnica
O estabelecimento est localizado na Rua Rei Alberto, 183, no centro de Juiz
de Fora, em um edifcio de 3 andares, com aproximadamente 275m cada e
rea total de aproximadamente 825m. Funciona de segunda-feira a sexta-
feira, das 07:00 s 19:00 e aos sbados de 08:00 s 13:00.
Figura 1 - Fachada da Clnica
Fonte: Google streetview
Na rea de cardiologia, realiza exames de Eco cardiografia (Doppler, color
Doppler, stress farmacolgico, stress com ergometria, transesofgico),
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25
Eletrocardiograma, Eletrocardiografia Dinmica, Teste Ergomtrico, M.A.P.A.
(Monitorizao de presso arterial 24h), Holter (Eletrocardiograma 24h) e TILT
Test.
Na rea de Radiologia, realiza os exames de Densitometria ssea, Mamografia
em alta resoluo, Radiografia e Radiografia Contrastada (raio-x).
Na rea de Ultrassonografia, realiza ultrassonografias plvicas, de mama,
obstetrcias, transvaginais, da bolsa escrotal, transretais com biopsia, do globo
ocular, cartidas, vertebrais, biopsias ecoguiadas e vascular perifricas.
Seu corpo clnico composto por vinte e sete mdicos, especialistas em
cardiologia, neurologia, nefrologia, radiologia, ultrassonografia e
ultrassonografia vascular; uma enfermeira, trs tcnicas em enfermagem e
duas tcnicas em radiologia. Na rea administrativa conta com uma gerente,
RH\DP com quatro funcionrios, seis recepcionistas, cinco telefonistas, duas
digitadoras de laudos e uma paciente na triagem de pblico. Na rea de
manuteno predial\ higiene e limpeza contam com dois funcionrios e uma
copeira.
A clnica ainda abriga um posto de coleta avanado de laboratrio de anlises
clnicas e uma clnica de vacinas, terceirizados.
Com relao estrutura fsica conta com acesso por escada e elevador com
capacidade para transporte de maca entre os andares. As salas de exames
esto distribudas no primeiro e segundo andares e o terceiro andar abriga rea
externa com churrasqueira, salas administrativas, auditrio com capacidade
para cinquenta pessoas e foyer, copa para lanche e vestirios para
funcionrios.
As salas de exames so distribudas da seguinte forma:
No primeiro pavimento, nove salas de exames (radiografia, eco cardiografia,
densitometria sseas, ultrassonografia, mamografia, eletrocardiograma,
preparo de pacientes e repouso), esterilizao, sala de laudos,
recepo\espera com 25 lugares e instalaes sanitrias para pacientes e
acompanhantes.
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No segundo pavimento, seis salas de exames (ultrassonografia, M.A.P.A.,
Holter, TILT test, eletroencefalograma, ergometria), almoxarifado, copa, DML
na rea externa, vestirios e instalaes sanitrias para pacientes, recepo
espera para 12 pessoas.
Figura 2 - Recepo do Pavimento Trreo
Fonte: Arquivo pessoal dos Autores
Figura 3 - Recepo do segundo pavimento
Fonte: Arquivo pessoal dos autores
Figura 4 - Espera do segundo pavimento
Fonte: Arquivo pessoal dos autores
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Todas as salas de exames so equipadas com lavatrios. A clnica tem toda a
sua rea atendida por condicionamento de ar e, nas instalaes sanitrias em
que no possvel a ventilao natural.
3.3. Anlises dos dados para interveno na arquitetura de interior
3.3.1. Anlise Walkthrough
Visando uma compreenso inicial do desempenho ambiental da clnica
adotamos o instrumento walkthrough e realizamos uma visita guiada,
estabelecendo um percurso por toda a edificao. Neste estudo, a walkthrough
foi realizado com acompanhamento da gerente da clnica, Cludia Garcia, que,
alm de esclarecer procedimentos realizados nos diversos ambientes, tambm
informava aos funcionrios o motivo da visita.
Para facilitar a anlise e obteno de dados, utilizamos a planilha formulada
por Machado (2012), apresentada nos apndices deste trabalho, e sua
sequncia de apresentao dos resultados, como forma de direcionar a anlise
para pontos importantes na compreenso e avaliao do espao, levando em
conta itens como conforto ambiental, estado de conservao e funcionalidade
do ambiente.
3.3.1.1. Caractersticas Gerais da Edificao
A clnica est implantada em edificao de alvenaria com estrutura em
concreto armado, com 3 pavimentos. O acesso de pedestres ocorre pela
recepo do primeiro pavimento, atravs de rampa com inclinao de
aproximadamente 8% na extrema direita da fachada. A porta de acesso de
pedestres, apesar de generosa, no possui abertura no sentido de fuga. Na
extrema esquerda h o acesso para ambulncias, tambm atravs de rampa,
que nos pareceu insuficiente, com apenas 2.20m de largura til e profundidade
de 4,80m. Um jardim no afastamento frontal de 2,00m separa os dois acessos.
A edificao possui fachada principal com vidros verdes espelhados e chapas
de alumnio com pintura branca (figura 1). Apesar de garantir uma importante
integrao visual entre exterior e interior, mesmo com a climatizao no
interior, possvel sentir os efeitos do ganho de calor por conta da fachada
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envidraada. H uma cobertura de policarbonato translcido sobre o acesso
principal.
Figura 5 - Integrao Visual com o exterior
Fonte: Arquivo pessoal dos autores
Figura 6 - Vista a partir da espera do 2
pavimento
Fonte: Arquivo pessoal dos autores
Os corredores possuem largura compatvel com a circulao de macas
1,50m e todos os ambientes, com exceo das instalaes sanitrias no
adaptadas, possuem portas com dimenses acessveis (90cm, em folha nica,
para algumas salas e instalaes sanitrias adaptadas e 140cm, em duas
folhas, para salas com acesso para macas). As portas so revestidas em
laminado melamnico branco com barrado lateral de ao escovado. As
maanetas so do tipo alavanca, facilitando o manuseio por pessoas com
mobilidade reduzida.
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Figura 7 - Corredor de acesso s salas de
exames do 1 pavimento
Figura 8 - Hall e espera do 2 pavimento
Os pisos e revestimentos so impermeveis e de fcil limpeza e manuteno e
as paredes possuem pintura em tinta acrlica lavvel. Os tetos so rebaixados
em placas de gesso cartonado e as luminrias, embutidas com difusor em
acrlico leitoso.
Nas salas em que so realizados exames radiolgicos, h proteo radiolgica
por paredes com aplicao de argamassa baritada e portas plumbferas com
visores.
3.3.1.2. Conforto Ambiental
No tratamento dos ambientes no se verificou a preocupao com o conforto
acstico. A maioria dos materiais possui superfcies altamente refletivas
(porcelanato polido alto-brilho, granitos dos balces, fachada envidraada...) e
poucos so os materiais absorventes, sendo esta funo basicamente exercida
pelos estofados e pelos prprios usurios. Apesar do ambiente relativamente
calmo na parte da tarde, com fluxo mdio de pessoas, durante a manh as
salas de espera ficam desconfortveis devido ao rudo ambiental sem controle.
A inexistncia de tratamento, para esta realidade, afeta principalmente nos
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sons de mdia frequncia (palavra falada) no momento do cadastro de
pacientes e da chamada para incio do exame.
Com relao ao conforto higro-trmico, o condicionamento do ar possibilita
conforto na maioria as dependncias da clnica mantendo a temperatura entre
20C e 24C, faixa que compreende sensao de conforto para grande parte
dos usurios. Entretanto, nas reas envidraadas, possvel sentir a elevao
da temperatura, causando relativo desconforto aos usurios que esto
prximos destas reas.
Com relao ao conforto luminoso, o sistema de iluminao da clnica
eficiente. possvel perceber que foram trabalhadas iluminaes distintas nas
reas de espera, transio e trabalho. As reas de espera recebem iluminao
mais suave, com insero de iluminao indireta e tons mais amarelados
(temperatura de cor por volta de 3000K), auxiliando na reduo do stress e
ansiedade da espera.
Figura 9 - Iluminao Amarelada no rebaixo da sala de espera do 1 pavimento Fonte: Arquivo pessoal dos autores
As reas de trabalho recebem iluminao direta e clara, utilizando-se lmpadas
com temperatura de cor de 6000K. Os ambientes de passagem funcionam
como transio entre as reas de trabalho (salas administrativas e de exames)
e espera, com iluminao branca com temperatura de cor de 4000K.
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Figura 10 - Planos de trabalho bem iluminados
Fonte: Arquivo pessoal dos autores
Nas salas em que so realizados exames mais desconfortveis, como
densitometria ssea, ou que necessitem de relaxamento do paciente, como
eletrocardiograma e eletroencefalograma, a intensidade da iluminao pode ser
controlada por dispositivos tipo dimmer, garantindo um ambiente mais
aconchegante.
Figura 11 - Sala de eletroencefalograma
Fonte: Arquivo pessoal dos autores
3.3.1.3. Aspectos Tcnico-construtivos e Equipamentos
Com relao s instalaes prediais (rede hidrulica, eltrica, lgica, telefonia e
etc.), observou-se que esto em bom estado e em quantidade e localizao
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satisfatrios. H, entretanto, nas reas comuns, demasiado nmero de
interruptores, o que confunde o usurio na tarefa de acender/apagar luzes.
Esses sistemas no so, mesmo com a considervel extenso de corredores,
do tipo threeway. Observa-se que esta questo no influi na utilizao dos
espaos pelos pacientes e acompanhantes, sendo fator de desconforto apenas
para funcionrios.
Com relao s instalaes sanitrias, nota-se que revestimentos e
equipamentos esto em bom estado e perfeito funcionamento entretanto, no
que diz respeito acessibilidade, perceptvel a necessidade de adequaes
NBR9050:2004 no que tange dimenso, reas de manobra e localizao de
equipamentos como barras de apoio.
Figura 12 - Instalao PNE primeiro
pavimento
Fonte: Arquivo pessoal dos autores
Figura 13 - Vestirio Masculino
Fonte: Arquivo pessoal dos autores
Com relao aos mobilirios, alguns apresentam desgaste pelo uso prolongado
e necessitam de reposio ou reforma. A maioria dos mobilirios soltos
(gaveteiros e armrios com rodzios) poderia ser substituda pela colocao de
armrio sob as bancadas dos lavatrios, existentes em todas as salas de
exames.
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Figura 14 - Armrio em uma das salas de ultrassonografia
Fonte: Arquivo pessoal dos autores
3.3.1.4. Aspectos Funcionais
O fluxo de pacientes bem claro, sem grandes problemas, e o controle de
acesso ocorre pela triagem na recepo principal, localizada no primeiro
pavimento. Os agendamentos so confirmados por atendente especfica e,
aps distribuio de senha, encaminhados para a recepo/espera do andar
responsvel. A espera do primeiro pavimento conta com painel digital de
senhas e a do segundo pavimento no dispe deste sistema, fato que reduz a
eficincia do funcionamento do sistema, sendo a recepcionista deste andar
responsvel por chamar os pacientes para atendimento. A segurana interna
feita pela observao dos prprios funcionrios que, atentos, nos abordaram
algumas vezes para perguntarem o motivo da visita e de quem foi a liberao,
nos momentos em que nossa guia esteve um pouco mais distante.
O sistema de sinalizao interna pode ser considerado eficaz, embora existam
pequenas deficincias, como a falta de um painel informativo geral indicando
as atividades que ocorrem em cada andar. Esta deficincia , no entanto,
suprida pela profissional responsvel pela triagem. Todas as salas so
numeradas e possuem uma placa com a atividade realizada naquele ambiente.
Nas salas em que necessria proteo radiolgica do usurio e/ou operador,
como a de radiografia e densitometria ssea h pictogramas indicando a
existncia de radiao e, para indicar o uso do equipamento, h sinal luminoso
de cor vermelha no exterior da sala. Nos locais em que h possibilidade de
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contaminao, como a sala de esterilizao, h a indicao por pictogramas e
textos.
Figura 15 - Pictogramas e placas informativas
Fonte: Arquivo pessoal dos autores
A clnica apresenta Projeto de Preveno e Combate incndio que j prev os
itens de segurana necessrios estabelecimentos com rea maior que 750m,
como hidrante, em fase de implantao.
3.3.1.5. Aspectos Comportamentais
Foi possvel verificar, durante a walkthrough e atravs de conversas, a
apropriao dos funcionrios pelo espao da clnica. O ambiente encontra-se
sempre bem cuidado e os espaos de trabalho organizados, aspecto
imprescindvel boa realizao dos servios prestados no local.
Os espaos de trabalho da recepo e administrao possuem, em sua
maioria, layout bem definido com grande utilizao de mobilirio fixo, que
inviabiliza a mudana de layout ou mesmo a separao bem demarcada da
rea de trabalho de cada funcionrio, que acabam criando um ambiente de
realizao coletiva do trabalho. Na rea da recepo esta caracterstica pode
ser considerada um entrave, uma vez que cada recepcionista responsvel
por todo o processo de cadastro, autorizao atravs de guias e contatos
telefnicos e documentao dos pacientes que atende.
Nota-se que, embora exista local apropriado para lanches e socializao dos
funcionrios, os mesmos no contam com local adequado para almoo e
descanso no trabalho e, como a maioria dos funcionrios no consegue de
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deslocar at sua casa no horrio de almoo, estas atividades ficam
prejudicadas ao serem realizadas no trabalho.
Com relao cognio e orientabilidade do espao nota-se que, embora sua
planta seja simples - composta por salas dispostas ao longo de um nico
corredor acessado atravs da recepo - o deslocamento de pacientes entre os
andares, quando realizado pelas escadas, torna-se confuso devido ao fato de
no estarem em uma mesma caixa de circulao vertical. Entretanto, de
maneira geral, o espao pode ser interpretado como de fcil compreenso
pelos usurios.
3.3.2. Wishpoem
Wishpoem, ou poema dos desejos, uma tcnica desenvolvida por Henri
Sanoff que visa, atravs a livre expresso do entrevistado, coletar dados sobre
a apreenso que o usurio tem do espao que utiliza, alm de elencar
possveis qualidades e/ou deficincias fornecendo, assim, informaes
qualitativas de grande valor para desenvolvimento da APO. Atravs da
utilizao deste instrumento, que geralmente proposto ao usurio com um
frase do tipo gostaria que meu ambiente fosse... possvel compreender mais
intimamente a relao dos usurios com esse espao. (MACHADO, 2012).
Aplicamos, neste estudo, 23 questionrios nas reas de telefonia, recepo,
administrao e enfermagem, obtendo 11 questionrios considerados vlidos
para este instrumento.
Atravs da tabulao dos dados, que est includa nos apndices deste
trabalho, foi possvel identificar que cada setor produtivo apresenta diferentes
avaliaes do espao no que se refere mobilirio, layout e acstica enquanto
apresentam a mesma viso sobre as questes estticas e de conforto
ambiental, excetuando-se a acstica, do estabelecimento.
Na recepo, no que diz respeito ao atendimento aos pacientes, podemos
destacar as colocaes de uma das funcionrias que diz que gostaria que meu
ambiente de trabalho tivesse uma cadeira para os pacientes sentarem quando
chamamos a senha do atendimento, muitos idosos, grvidas [...] no aguentam
-
36
ficar em p e dependendo do convnio [o atendimento] demora, pois temos
que ligar [para solicitar autorizao para realizao do procedimento] e isso
leva um tempo. Os funcionrios sugerem que o balco fosse dividido em
guichs de atendimento identificados numericamente, de forma a facilitar a
chamada dos pacientes atravs do sistema de senhas que j existe no local e
que a entrega de exames fosse separada do cadastro de pacientes, de forma a
otimizar os fluxos.
Os funcionrios da telefonia sugerem, principalmente, de uma rea exclusiva
para o setor, que hoje divide espao com a sala de laudos no segundo
pavimento da edificao, facilitando assim a execuo do servio. Sugerem,
ainda, a melhora de mobilirios e incorporao de itens de conforto e proteo
ao trabalhador como apoio de ps e um quadro de avisos para que as
informaes do setor (procedimentos para marcao de exames, listagem de
mdicos por convnio e exames e etc.) fossem afixados. Hoje estes avisos so
afixados diretamente sobre as paredes.
Os funcionrios da enfermagem, por se tratar de uma rea mais tcnica,
solicitam melhor adequao do mobilirio s atividades realizadas nas salas de
exames, que devem considerar diversos fatores por se tratarem de reas com
atendimento de relativo nmero de pacientes, e maior nmero de espaos
prprios guarda de materiais e aparelhos. Os funcionrios deste setor que
trabalham nas salas de laudo solicitam espaos mais amplos e mobilirio mais
adequado realizao das tarefas.
No foi possvel a avaliao do setor administrativo atravs da resposta do
wishpoem por no terem sido entregues questionrios vlidos entre os
aplicados neste setor.
3.3.3. Entrevista Estruturada
A entrevista estruturada segue modelo proposto por Cosenza el al (1997)
apresentado por Machado (2012). O questionrio visa verificar a opinio dos
funcionrios atravs de escala qualitativa que compreende cinco possibilidades
(Muito Bom, Bom, Regular, Ruim e Muito Ruim). Observa-se que tal
instrumento poderia ser mais eficaz se trabalhado com escala numrica que
no compreendesse um elemento intermedirio como o regular
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37
trabalhando-se com escala que fosse de -3 a 3, excluindo-se o numeral 0.
Desta forma, seria possvel avaliar uma opinio mais precisa dos usurios, que
tendem a utilizar-se de resposta mais genricas e medianas em assuntos que
no os afetem diretamente ou que no sejam de sua total compreenso. Com
relao s perguntas sugeridas por Cosenza, pode-se considerar que so de
fcil assimilao e entendimento.
A tabulao das respostas, que consta nos apndices, revelou que os itens que
mais incomodam os usurios (consideradas as respostas regular, ruim e muito
ruim) so o mobilirio e a falta de tratamento acstico nas recepes.
3.4 Locais de interveno e motivos
Atravs da anlise walkthrough e das respostas obtidas na entrevista
estruturada e wishpoem, sero propostos itens de interveno no ambiente,
primando sempre pela menor interveno estrutural possvel devido aos custos
de implantao e dificuldade de realizar grandes obras com a clnica em
funcionamento.
Algumas destas proposies sero apenas apresentadas textualmente no
corpo deste trabalho, enquanto outras sero formalizadas em um projeto de
arquitetura de interiores, embora os conceitos utilizados sirvam implantao
de um projeto padro em todo o estabelecimento.
Devido ao zoneamento e rea do terreno (Anexo 4 da Lei 6910/86 - est no
limite entre ZCIII e ZRII, sendo adotado o modelo ZCIII) pode-se utilizar o
modelo de ocupao M6A, que possibilita a ocupao de 100% do terreno
considerando-se o afastamento frontal mnimo de 2,00m no primeiro pavimento
at 11,40m quando no h unidades de habitao (apartamentos) e
coeficiente de aproveitamento mximo de 4,5. Tendo em vista estas
possibilidades construtivas, optou-se pela ampliao do terceiro pavimento da
clnica, construindo-se mais quatro salas que podero ser utilizadas como salas
de exames ou consultrios e de uma recepo para atender estas novas
salas.
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Devido ampliao, sero realizadas modificaes no terceiro pavimento, com
insero de DML e Sala de Utilidades, para tender nova demanda do espao.
A parte administrativa do terceiro andar ser isolada atravs de porta com
interfone e ser criada nova copa e rea de descanso na rea funcional.
No segundo pavimento, sero propostas adequaes de uso nas salas de
exames e a criao de uma sala especfica para o setor de telefonia, alm da
modificao da recepo.
No primeiro pavimento, ser proposta modificao do layout e acesso da
recepo, com adaptao dos balces de atendimento e separao das
atividades de cadastro de pacientes e entrega de exames, bem como
modificao do uso de algumas salas de exames com ampliao do espao da
rea da sala de laudos e criao de rea de vestirio para o corpo mdico.
Em todos os locais de interveno o projeto de interiores ser proposto como
item de humanizao do ambiente, alm de uniformizao, criao de padro e
reforo de marca. Para tanto, pretende-se trabalhar com a integrao visual
entre interior e exterior nas recepes, possvel devido fachada envidraada
da clnica, utilizao de cores e painis nas salas de exames e iluminao
apropriada em todos os espaos, que possa ter sua intensidade modificada
atravs de dispositivos dimmer, entre diversos outros artifcios de projeto.
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4. Proposies projetuais
Para atender crescente demanda por exames, foi proposta, alm do projeto
de interiores que unifique a percepo visual dos pacientes e modificao de
uso de salas, a ampliao da clnica na rea externa e sala de estudos do
terceiro pavimento, que passou a comportar uma recepo, 4 salas de
exames/consultrios, DML e sala de utilidades.
Nas demais reas, excluindo-se a recepo do primeiro pavimento que
tambm teve modificaes estruturais moderadas, as proposies
compreendem, majoritariamente, projetos de arquitetura de interiores.
4.1. Recepo do Primeiro Pavimento
Foram propostas, alm do projeto de interiores, modificaes estruturais, como
mudana do acesso, melhoria da rampa e troca do piso. Foi criada uma
recepo de triagem logo aps a porta de entrada, que direciona os pacientes
ao setor correto, emite senha de atendimento e realiza a entrega de exames.
Mantivemos a cor bege claro nas paredes e propusemos a insero de painis
em madeira e na cor verde, padro da clnica. A insero da madeira visa
deixar o ambiente menos impessoal, trazendo para o projeto um elemento que
crie a sensao de aconchego.
Figura 16 - Vista geral da Recepo e Espera
O Layout da espera foi modificado, dando mais privacidade execuo das
tarefas pelas recepcionistas. Foi proposto novo balco de atendimento
-
40
acessvel para o cadastro de pacientes e liberao de exames com altura de
mesa comum (78cm) e cadeira para o paciente durante a realizao da
atividade.
A iluminao direta da rea de espera foi substituda por iluminao indireta e
levemente reduzida em relao rea de trabalho das recepcionistas,
contribuindo para reduzir o desconforto causado pela espera. Tambm foi
proposto novo rebaixo para esta rea, com placas acsticas microperfuradas,
auxiliando na reduo do rudo ambiental e proporcionando melhor qualidade
acstica ao ambiente.
Figura 17 - Vista do Cadastro de pacientes e rea de espera
Foi instalado piso ttil conduzindo at a recepo de triagem e ao elevador,
contribuindo para maior autonomia da pessoa com deficincia visual ao
estabelecimento. Para garantir a orientabilidade dos demais usurios, foram
propostas faixas direcionais coloridas que indicam o caminho a ser seguido
para acesso aos andares e servios, sendo o primeiro pavimento verde, o
segundo pavimento amarelo e o terceiro pavimento azul.
-
41
Figura 18 - Vista do Corredor com piso ttil e faixa direcional
4.2 Recepo do Segundo Pavimento
Os pacientes chegam a esta recepo aps o encaminhamento e a emisso da
senha de atendimento pela triagem. A recepo pode ser acessada atravs da
escada ou do elevador entretanto, por se tratar de apenas um lance de
escadas, prioriza-se o acesso atravs dela pela utilizao da faixa direcional na
cor amarela.
Figura 19 - rea de espera e integrao visual com o exterior
A rea de espera dividida pelo vo da escada de acesso, o que inviabiliza um
espao unificado para esta atividade. A rea foi dividida, ento, em duas filas
de espera. O balco de atendimento fica ao lado do elevador e possui formato
-
42
arredondado, diferente de todo o restante do mobilirio proposto, de forma a
possibilitar o giro de maca em caso de necessidade.
A integrao visual com o exterior atravs da fachada envidraada existente foi
mantida, por entendermos que um elemento marcante no projeto que
possibilita aos usurios maiores distncias focais entretanto, para solucionar o
problema do aquecimento interno e reduzir a carga trmica para o
condicionamento de ar, ser proposta a instalao de pelcula protetora que
impea a passagem do calor para o interior.
Para dar maior regularidade s paredes, muito recortadas devido elementos
estruturais e vos de passagem de instalaes prediais, propusemos a
instalao de painis revestidos em laminado melamnico amadeirado com
iluminao embutida, trabalhando a luz como elemento de conforto aos
usurios do espao.
Figura 20 - Balco de atendimento e painis de madeira
Foi proposta a separao das atividades de cadastro de pacientes da clnica e
do posto de coleta de um laboratrio de anlises clnicas, que funciona em uma
das salas do andar, atravs da separao dos balces de atendimento. O
balco do laboratrio foi implantado mais prximo sala de coleta, no vo da
escada de acesso ao terceiro pavimento e possui parte mvel, facilitando o
acesso da recepcionista.
-
43
Figura 21 - Novo balco para o laboratrio e faixas direcionais no piso
Foi proposta a instalao de faixas bate-macas em toda a extenso dos
corredores e espera, facilitando o transporte e protegendo as paredes e
mobilirios de possveis danos.
4.3. Recepo e Consultrios do Terceiro Pavimento
A recepo do terceiro pavimento faz parte da ampliao proposta, com
criao de 4 novos consultrios/salas de exames na antiga rea descoberta e
sala de estudos.
Figura 22 - Vista Geral da recepo do terceiro pavimento
Foram propostos os mesmo revestimentos j existentes na rea j edificada da
clnica, com piso em porcelanato bege claro polido, rodaps em granito branco
-
44
dalas, paredes em tinta acrlica bege claro e tetos em tinta acrlica branco neve.
A iluminao tambm segue o padro das demais reas, com plafons
embutidos com difusor.
Figura 23 - Vista do corredor dos consultrios
Com relao ao mobilirio proposto, o balco de atendimento e o painel verde
posterior ao balco dialogam com as demais reas de recepo, utilizando-se
no revestimento do balco laminado melamnico amadeirado e como tampo
pedra sinttica nanoglass branco purssimo.
Figura 24 - Balco de atendimento do terceiro pavimento
Nos consultrios, que dispem de mesa de atendimento, maca, lavatrio e
balana, optou-se pelo uso de iluminao indireta e dispositivo dimmer, com
-
45
intuito de possibilitar a criao de diversas atmosferas no ambiente de acordo
com a atividade a ser realizada.
Figura 25 - Vista do Consultrio com mesa de atendimento
Na parede, foram propostas faixas de madeira para proteo atrs da cadeira
do mdico e como cabeceira da maca. Cada consultrio conta com lavatrio,
mesa de atendimento com mvel anexo para impressora e CPU, armrio
rodzio auxiliar e balana.
Figura 26 - Vista da rea de anamnese
-
46
4.4. Copa de funcionrios e Conforto
Com a ampliao das reas de atendimento do terceiro pavimento, os espaos
que antes eram utilizados pelos funcionrios para estes fins deixaram de
existir. Para suprir estas necessidades, os vestirios existentes no terceiro
pavimento foram substitudos por uma copa e uma rea para permanncia dos
funcionrios no horrio de almoo ou descanso. Como existem vestirios
separados por sexo tambm no segundo pavimento, a mudana de uso no
provoca insuficincia destes equipamentos.
O partido do projeto foi fazer reas que mantivessem a cartela de cores da
clnica, mas que ao mesmo tempo tivessem uma atmosfera residencial,
transportando os usurios para um espao menos corporativo durante os
horrios de desconcentrao.
Figura 27 - rea de conforto com acesso copa de funcionrios
Foram pensados, ento, a rea de conforto com TV, poltronas e sof e a copa
com balco baixo (78cm de altura), rea para preparo de refeies rpidas com
fogo e microondas e geladeira com freezer para armazenagem das refeies
dos funcionrios.
-
47
Figura 28 - Copa de funcionrios
Na rea de conforto, trabalha-se com iluminao de intensidade ajustvel
atravs de dispositivo dimmer e a nica rea em que esto presentes
cortinas em vez de persianas. As cortinas so de tecido sinttico de fcil
higienizao, por se tratar de um ambiente de sade.
Figura 29 - Poltronas da rea de conforto
-
48
4.5. Salas de exames
Para as salas de exames, optou-se por poucas intervenes. Estas reas,
altamente tcnicas, demandam layout especializado e - em algumas das salas,
de acordo com o realizado - proteo radiolgica. Ser mantida a cartela de
cores em tons de bege e no sero modificados os revestimentos, bancadas e
rodaps, j que se encontram em excelente estado de conservao e possuem
bom apelo esttico.
As intervenes sero realizadas pontualmente, inserindo-se iluminao
indireta e possibilidade de controle de intensidade atravs de dispositivo
dimmer em todas as salas durante a realizao dos exames em que seja
possvel essa reduo.
Figura 30 - Proposta para Sala do Teste Ergomtrico
Cada sala receber um adesivo com imagem alusiva ao exame realizado ou
insero de cor em uma das paredes nas salas em que no for conveniente a
insero de imagens. O mobilirio ser alterado mantendo-se o padro de
recepes e consultrios j apresentados, trabalhando com laminado
melamnico branco e laminado melamnico amadeirado, pontualmente.
-
49
4.6. Fachada
Com a ampliao do terceiro pavimento e a modificao do acesso principal, a
fachada da clnica ser modificada. Sugerimos ento, a colocao de painel
ripado na parte superior, onde sero construdos os novos consultrios e
marquise sobre o novo acesso de pedestres e o acesso de pacientes por
ambulncias, aplicando o tom de verde padro da clnica.
Figura 31 - Fachada Proposta
Sero mantidos jardins externos embora sua localizao seja modificada, uma
vez que atuam como elemento de humanizao do ambiente atravs da
integrao visual pela fachada envidraada. O acesso recepo poder ser
feito por escada ou pela rampa.
Figura 32 - Jardins e Acessos
-
50
A programao visual e a insero da marca na fachada sero revistas,
reduzindo a poluio visual ocasionada pelos diversos letreiros e pictogramas
existentes atualmente. A marca ser aplicada sobre o painel ripado do terceiro
andar, em letras tipo caixa no tom de verde padro da clnica, ficando em
destaque. Na divisa lateral direita, ser aplicado painel ripado com intuito de
mimetizar os medidores de energia e gua, alm de outras instalaes. Neste
painel ser aplicado novamente a logomarca da clnica, acompanhada do
telefone de contato. Na divisa lateral esquerda, ser implantado letreiro oval
retroiluminado com inscrio da marca do laboratrio de anlises clnicas.
Figura 33 - Fachada Proposta
-
51
5. Concluso
Os espaos com uso destinado sade so constantemente modificados,
devendo o projeto arquitetnico destes locais verstil, permitindo adaptaes
de uso sem grandes transtornos. Percebe-se que no projeto destes ambientes,
muitas vezes, os aspectos de humanizao que contribuem para que a
experincia dos usurios e funcionrios que na maioria das vezes carrega a
carga emocional e fsica de se estar doente so deixados de lado e estes
lugares so tratados especificamente pelo vis tcnico, j que existe grande
normatizao dos projetos de sade.
Muitas vezes, os estabelecimentos que prestam servios na rea da sade
ocupam imveis que no foram construdos para este fim, gerando a
necessidade de adaptaes que, no raramente, no atendem completamente
s exigncias legais ou s reais necessidades de seus usurios pacientes e
funcionrios. Diante deste quadro de improviso os espaos muitas vezes
atendem especificaes tcnicas como rea mnima, presena de lavatrio e
revestimentos adequados, mas no propiciam conforto na execuo das
tarefas. Falta a abordagem qualitativa do espao.
Com essas questes em mente, torna-se imprescindvel o trabalho do arquiteto
para unir os aspectos tcnicos ao pensamento holstico do projeto, atendendo
as exigncias legais de forma harmnica e eficiente, fazendo do projeto de
interiores parte imprescindvel da concepo dos espaos.
-
52
6. Bibliografia
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equipamentos urbanos. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.
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53
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www.fau.ufrj.br/prolugar acesso em agosto de 2014.
-
54
Apndices
APNDICE I Ficha de registro para anlise walkthrough
-
55
-
56
Fonte: MACHADO,2012
FICHA DE REGISTRO DE ANLISE WALKTROUGH DATA:
Instituio Profissional
Ambiente
rea PD:
Ocupantes
Atividades
Mobilirio
Conforto Trmico
Conforto Acstico Conforto Lumnico
Visuais\ Acesso exterior
O que deve ser mantido
O que deve ser modificado
Comentrios
Croquis/Fotos
-
57
APNDICE II Modelo de Entrevista estruturada
-
58
Este instrumento de avaliao faz parte do Trabalho de Concluso de Curso da
Especializao em Arquitetura de Interiores e ser utilizado apenas para obteno
de dados para produo da monografia sobre a avaliao dos usurios acerca do
ambiente de trabalho.
Pedimos que respondam at o dia 13/11/2014, data em que sero recolhidos ao
final do expediente.
Desde j agradecemos sua participao e colaborao em nosso trabalho.
Atenciosamente, Laura G. Prata
Guilherme V. L. Brando
Setor:___________________________________ Sexo: [ ]Feminino [ ]Masculino Idade: [ ]18 a 24 anos [ ] 25 a 35 anos [ ]36 a 50 anos [ ]Mais de 50 anos Voc possui alguma necessidade especial? [ ]Sim [ ]No Em caso afirmativo, de qual ordem? [ ]Motora [ ]Visual [ ]Auditiva O que voc mais gosta em seu ambiente de trabalho? O que voc menos gosta em seu ambiente de trabalho?
VIRE
-
59
Eu gostaria que meu ambiente de trabalho...
-
60
APNDICE III Tabulao de respostas da entrevista estruturada
-
61
ENTREVISTAS ESTRUTURADAS
PARTICIPANTES DISTRIBUDOS RESPONDIDOS VLIDOS
RECEPO 6 5 5
TELEFONIA 5 3 3
ENFERMAGEM 5 3 3
ADMINISTRATIVO 5 1 1
NO
IDENTIFICADOS 2 2 2
TOTAL 23 14 14
QUANTO AO TAMANHO DO AMBIENTE
PARTICIPANTES MUITO BOM BOM REGULAR RUIM
MUITO
RUIM
RECEPO 3 1 1 0 0
TELEFONIA 0 3 0 0 0
ENFERMAGEM 0 1 1 1 0
ADMINISTRATIVO 1 0 0 0 0
NO
IDENTIFICADOS 0 1 1 0 0
TOTAL 4 6 3 1 0
QUANTO AO TAMANHO DO SETOR EM QUE SE LOCALIZA
PARTICIPANTES MUITO BOM BOM REGULAR RUIM
MUITO
RUIM
RECEPO 2 2 1 0 0
TELEFONIA 0 2 1 0 0
ENFERMAGEM 0 0 2 0 1
ADMINISTRATIVO 0 0 0 1 0
NO
IDENTIFICADOS 0 0 2 0 0
TOTAL 2 4 6 1 1
QUANTO TEMPERATURA DURANTE O VERO
PARTICIPANTES MUITO BOM BOM REGULAR RUIM
MUITO
RUIM
RECEPO 3 2 0 0 0
TELEFONIA 2 1 0 0 0
ENFERMAGEM 0 1 1 0 1
-
62
ADMINISTRATIVO 0 1 0 0 0
NO
IDENTIFICADOS 1 1 0 0 0
TOTAL 6 6 1 0 1
QUANTO TEMPERATURA DURANTE O INVERNO
PARTICIPANTES MUITO BOM BOM REGULAR RUIM
MUITO
RUIM
RECEPO 3 1 1 0 0
TELEFONIA 2 1 0 0 0
ENFERMAGEM 0 2 1 0 0
ADMINISTRATIVO 0 1 0 0 0
NO
IDENTIFICADOS 0 2 0 0 0
TOTAL 5 7 2 0 0
QUANTO QUALIDADE DO AR (ODORES/FUMAA)
PARTICIPANTES MUITO BOM BOM REGULAR RUIM
MUITO
RUIM
RECEPO 1 2 2 0 0
TELEFONIA 1 2 0 0 0
ENFERMAGEM 1 0 1 1 0
ADMINISTRATIVO 0 1 0 0 0
NO
IDENTIFICADOS 0 2 0 0 0
TOTAL 3 7 3 1 0
QUANTO AO ISOLAMENTO DE RUDOS INTERNOS DO EDIFCIO
PARTICIPANTES MUITO BOM BOM REGULAR RUIM
MUITO
RUIM
RECEPO 0 4 1 0 0
TELEFONIA 0 1 1 1 0
ENFERMAGEM 1 1 1 0 0
ADMINISTRATIVO 0 0 1 0 0
NO
IDENTIFICADOS 0 1 1 0 0
TOTAL 1 7 5 1 0
QUANTO AO ISOLAMENTO DE RUDOS EXTERNOS DO EDIFCIO
PARTICIPANTES MUITO BOM BOM REGULAR RUIM MUITO
-
63
RUIM
RECEPO 1 4 0 0 0
TELEFONIA 0 1 1 1 0
ENFERMAGEM 1 1 1 0 0
ADMINISTRATIVO 0 1 0 0 0
NO
IDENTIFICADOS 0 2 0 0 0
TOTAL 2 9 2 1 0
QUANTO QUALIDADE DE ILUMINAO NATURAL
PARTICIPANTES MUITO BOM BOM REGULAR RUIM
MUITO
RUIM
RECEPO 3 0 1 1 0
TELEFONIA 0 3 0 0 0
ENFERMAGEM 0 2 0 0 1
ADMINISTRATIVO 0 0 1 0 0
NO
IDENTIFICADOS 0 1 0 1 0
TOTAL 3 6 2 2 1
QUANTO QUALIDADE DE ILUMINAO ARTIFICIAL
PARTICIPANTES MUITO BOM BOM REGULAR RUIM
MUITO
RUIM
RECEPO 3 2 0 0 0
TELEFONIA 0 3 0 0 0
ENFERMAGEM 1 2 0 0 0
ADMINISTRATIVO 1 0 0 0 0
NO
IDENTIFICADOS 0 2 0 0 0
TOTAL 5 9 0 0 0
QUANTO ADEQUAO/CONFORTO DO MOBILIRIO
PARTICIPANTES MUITO BOM BOM REGULAR RUIM
MUITO
RUIM
RECEPO 0 3 2 0 0
TELEFONIA 0 2 0 1 0
ENFERMAGEM 1 0 1 0 1
ADMINISTRATIVO 0 0 1 0 0
NO 0 2 0 0 0
-
64
IDENTIFICADOS
TOTAL 1 7 4 1 1
QUANTO APARNCIA DE PISOS, PAREDES E TETOS
PARTICIPANTES MUITO BOM BOM REGULAR RUIM
MUITO
RUIM
RECEPO 4 1 0 0 0
TELEFONIA 1 1 1 0 0
ENFERMAGEM 0 2 1 0 0
ADMINISTRATIVO 1 0 0 0 0
NO
IDENTIFICADOS 1 1 0 0 0
TOTAL 7 5 2 0 0
QUANTO POSIO DAS TOMADAS
PARTICIPANTES MUITO BOM BOM REGULAR RUIM
MUITO
RUIM
RECEPO 2 1 0 2 0
TELEFONIA 0 1 2 0 0
ENFERMAGEM 1 0 1 0 1
ADMINISTRATIVO 1 0 0 0 0
NO
IDENTIFICADOS 0 1 1 0 0
TOTAL 4 3 4 2 1
QUANTO PRIVACIDADE NA EXECUO DE SUAS TAREFAS
PARTICIPANTES MUITO BOM BOM REGULAR RUIM
MUITO
RUIM
RECEPO 0 2 2 0 1
TELEFONIA 0 1 1 1 0
ENFERMAGEM 0 0 2 1 0
ADMINISTRATIVO 0 0 1 0 0
NO
IDENTIFICADOS 0 1 1 0 0
TOTAL 0 4 7 2 1
QUANTO FACILIDADE DE CONTATO PESSOAL
PARTICIPANTES MUITO BOM BOM REGULAR RUIM
MUITO
RUIM
RECEPO 0 3 2 0 0
-
65
TELEFONIA 0 3 0 0 0
ENFERMAGEM 1 2 0 0 0
ADMINISTRATIVO 1 0 0 0 0
NO
IDENTIFICADOS 0 2 0 0 0
TOTAL 2 10 2 0 0
0 1 2 3 4 5 6 7
RECEPO
TELEFONIA
ENFERMAGEM
ADMINISTRATIVO
NO IDENTIFICADOS
TOTAL
QUANTO AO TAMANHO DO AMBIENTE
MUITO RUIM RUIM REGULAR BOM MUITO BOM
0 1 2 3 4 5 6 7
RECEPO
TELEFONIA
ENFERMAGEM
ADMINISTRATIVO
NO IDENTIFICADOS
TOTAL
QUANTO AO TAMANHO DO SETOR EM QUE SE LOCALIZA
MUITO RUIM RUIM REGULAR BOM MUITO BOM
-
66
0 1 2 3 4 5 6 7
RECEPO
TELEFONIA
ENFERMAGEM
ADMINISTRATIVO
NO IDENTIFICADOS
TOTAL
QUANTO TEMPERATURA DURANTE O VERO
MUITO RUIM RUIM REGULAR BOM MUITO BOM
0 1 2 3 4 5 6 7 8
RECEPO
TELEFONIA
ENFERMAGEM
ADMINISTRATIVO
NO IDENTIFICADOS
TOT
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