atributos e competências do profissional de inteligência
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ANDRÉ HAYDT CASTELLO BRANCO
OS ATRIBUTOS E AS COMPETÊNCIAS
DO
PROFISSIONAL DE INTELIGÊNCIA
Monografia apresentada à Universidade Gama Filho como requisito
parcial para obtenção do título de especialista em Inteligência
Estratégica.
Orientador: Professor Marco Antonio dos Santos
FLORIANÓPOLIS
2009
2
ANDRÉ HAYDT CASTELLO BRANCO
OS ATRIBUTOS E AS COMPETÊNCIAS
DO
PROFISSIONAL DE INTELIGÊNCIA
Esta Monografia foi julgada e aprovada para a obtenção para
obtenção do título de especialista em Inteligência Estratégica, obtido
junto à Universidade Gama Filho.
Prof. Orientador: Marco Antonio dos Santos
Membro da Banca:
__________________________________
Membro da Banca
:__________________________________
Membro da Banca:
___________________________________
3
RESUMO
BRANCO, André Haydt Castello Branco. OS ATRIBUTOS E AS COMPETÊNCIAS DO
PROFISSIONAL DE INTELIGÊNCIA. 2009. 38f. Monografia apresentada à Universidade
Gama Filho como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Inteligência
Estratégica.
Sabe-se que, atualmente, não existem cursos de graduação para formar os profissionais que
irão atuar na área de Inteligência, em instituições públicas ou privadas. Todos os que hoje
estão no mercado possuem formação acadêmica de várias origens, sendo que a maioria
recorreu aos cursos de pós-graduação para obter seus conhecimentos sobre Inteligência.
Devido a esta origem tão diversa, esses homens e mulheres, que trazem experiências
profissionais tão distintas, acabam por não impor um padrão nítido de procedimentos no
cumprimento de suas atividades, redundando, muitas vezes, em um desempenho profissional
abaixo das expectativas. Este fato pode ser explicado, em parte, pela ausência naquelas
pessoas dos atributos que devem estar presentes no perfil daqueles que pretendem trabalhar
com Inteligência. A conseqüência é a não apresentação de um elevado padrão de desempenho,
ou seja, aquelas pessoas não conseguem exteriorizar as competências delas esperadas,
inerentes à sua função. Da mesma maneira, as instituições públicas e privadas, que possuem
em seus organogramas estruturas de Inteligência, têm bastante dificuldade para selecionar e
avaliar os quadros que trabalham nesta área, fruto da insuficiência de parâmetros claros que
possam orientar essa escolha inicial e a falta de instrumentos hábeis para a avaliação dos
resultados. Este trabalho tem como objetivo apresentar os atributos que devem estar presentes
no perfil do profissional que deseja trabalhar na área de Inteligência, bem como as chamadas
competências que este tipo de profissional deve evidenciar para clientes cada vez mais
exigentes, fornecendo um instrumento simples para que os gestores possam avaliar o
desempenho apresentado por seus profissionais.
Palavras - Chave: Atributos, Competência, Inteligência, Avaliação.
4
ABSTRACT
THE ATTRIBUTES AND QUALITIES OF THE INTELLIGENCE PROFESSIONAL. 2009.
38f. Monograph presented to the Universidade Gama Filho as a partial requirement for the
acquisition of the title: Intelligence Strategy Specialist.
One knows that nowadays there are no undergraduate courses in public or private universities
to form professionals that will work in the intelligence field. Those present in the job market
today come from several different educational backgrounds, and most have turned to graduate
courses to obtain their knowledge about Intelligence. Due to diverse origins, these men and
women, who bring forth such distinct professional experiences, end up not imposing a clear
pattern of procedures when carrying out their activities, resulting many times in low levels of
professional performance. This fact can be explained, in part, by the absence of attributes in
these people that should be present in the profiles of individuals who intend to work in the
field of Intelligence. The consequence is the lack of a high performance level, that is to say,
these people cannot exteriorize the abilities expected of them, inherent to their roles.
Furthermore, public and private institutions which possess Intelligence structures in their
organizational charts have difficulty selecting individuals and evaluating the conditions of
those who work in this area, a result of the insufficiency of clear parameters to guide this
initial choice and a lack of qualified instruments for the evaluation of the results. The purpose
of this academic paper is to present the attributes that should be present in the profile of the
professional who wishes to work in the area of Intelligence, as well as the so called qualities
which this type of professional should make evident to ever more demanding clients,
providing a simple instrument by which managers can evaluate performance presented by
their professionals.
Key Words: Attributes, Qualities, Intelligence, Evaluation.
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SUMÁRIO
Introdução...........................................................................................................................pág 06
Capítulo1 Considerações sobre a atividade e o profissional de
Inteligência........................................................................................................................pág 09
Capítulo 2 - Os atributos do profissional de Inteligência .................................................pág 12
2.1 Um conceito próprio sobre “Atributo”........................................................................pág 12
2.2 Os Atributos do Profissional de Inteligência ..............................................................pág 12
Capítulo 3 – As competências inerentes à atividade de Inteligência e sua Avaliação.......pág 19
3.1 Conceitos de Competência explorados pelo autor.......................................................pág 19
3.2 As Competências do Campo Profissional e sua Avaliação .........................................pág 19
3.3 As Competências do Campo Interpessoal e sua Avaliação .........................................pág 27
Considerações finais ..........................................................................................................pág 35
Referências bibliográficas...................................................................................................pág
6
INTRODUÇÃO
A presente monografia tem a finalidade de apresentar os “atributos” que devem estar
presentes no perfil do profissional de Inteligência, ou os recursos próprios, de toda ordem, que
uma pessoa possui e que farão a diferença quando da execução de seu trabalho na área de
Inteligência, e as competências (conjunto de comportamentos, atitudes e habilidades) que dele
serão exigidas, pelos gestores, públicos ou privados, os quais, cada vez mais, necessitam
possuir informações, em tempo oportuno, a fim de embasar decisões vitais para suas
organizações.
É objetivo, também, fornecer um meio simples para que os diversos gestores possam
avaliar seus funcionários, com relação às competências que deve evidenciar. O autor, ao final,
concluirá sobre a íntima ligação entre o os atributos pessoais e as competências a serem
apresentadas pelo profissional de Inteligência.
O perfil de uma determinada pessoa, sua bagagem profissional e pessoal, tem
influência decisiva na adaptação à sua função e no seu desempenho. Isto é verdadeiro em
qualquer profissão. Os gestores desejam, sempre, identificar e conduzir a determinada função
a pessoa mais capaz e que reúna as condições para melhor desempenhá-la a fim de que sua
organização obtenha os melhores resultados.
Por isso, da importância de se apresentar um perfil, o mais completo possível, do
profissional de Inteligência, ou seja - “todos os recursos próprios que ele consegue reunir
para bem desempenhar sua função” – e explorar as competências que ele deve externar -
“tudo o que se espera que ele faça”.
O autor exprime, neste trabalho, muitas idéias próprias, reunidas e experimentadas
durante sua vida profissional, principalmente durante o tempo em que esteve atuando na área
de Inteligência do Exército Brasileiro (EB), em funções relevantes, e que puderam ser
diretamente aplicadas recentemente, quando esteve servindo à Diretoria de Avaliação e
Promoções do EB, entre 2006 e 2008.
Para esclarecimento geral, é interessante dizer que esta Diretoria elabora as políticas
de avaliação dos militares do quadro Permanente do Exército Brasileiro, bem como indica os
parâmetros e instrumentos para realizá-la. Também é responsável por estabelecer os atributos
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individuais que cada um deve ter e as competências que cada militar deve exibir como
indicadores necessários, por ocasião dos diversos processos de seleção dentro do EB.
Atualmente, a maioria das pessoas que trabalham na área de Inteligência, mormente
nos setores público e privado do segmento civil da sociedade, exibem formação acadêmica de
diversas áreas, tendo sido apresentadas aos misteres da Inteligência por intermédio de cursos
de pós-graduação.
Assim, cabe a estes cursos a tarefa de, ao mesmo tempo, dar noções básicas da
atividade de Inteligência e preparar seus alunos para serem assessores de alto nível, nas
diversas vertentes do emprego da atividade de Inteligência, com destaque para a Inteligência
Estratégica. Propostas ambiciosas para o curto espaço de tempo que são destinados a estes
cursos.
Certamente não é uma tarefa fácil: formar e aperfeiçoar um aluno, no espaço de cerca
de um ano, principalmente quando, a grande maioria não tem noção do que é a atividade de
Inteligência e da variada gama de aplicações.
Este tipo de problema acontece em menor dimensão nas Forças Armadas (FA), em especial
no Exército Brasileiro, que procura formar e aperfeiçoar seus quadros em escolas
especializadas, dentro e fora da Força, e busca aproveitar os concludentes na condução das
tarefas específicas de Inteligência, nos diversos escalões da atividade.
Por outro lado, empresas, entidades públicas e até mesmo órgãos que têm por
atribuição exercer a atividade de Inteligência, como a Agência Brasileira de Inteligência
(ABIN) e os órgãos de Inteligência das FA, sofrem com o problema da seleção inicial de seus
futuros quadros.
A ABIN está atrelada à necessidade de realização de concurso público para preencher
seus quadros, sendo-lhe, assim, totalmente impossível realizar uma seleção criteriosa. Já os
serviços militares de Inteligência, apesar de buscarem selecionar os melhores quadros das
Forças para integrar, principalmente, os órgãos centrais de seus sistemas, utilizam critérios
internos de seleção que pouco contribuem para o desenvolvimento pleno da atividade de
Inteligência.
Os resultados não poderiam ser outros, que não a satisfação parcial dos clientes com
os resultados apresentados.
É comum encontrarmos, principalmente na área da Inteligência Competitiva (IC),
pesquisas de mercado, que têm sido feitas na tentativa de reunir as expectativas dos clientes
(gestores, executivos, etc) com relação à atuação do profissional de IC. Essas pesquisas se
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propõem a identificar as competências que o profissional deve apresentar para que seu
trabalho tenha o retorno esperado.
As conclusões de alguns destes trabalhos têm contribuído para gerar mais confusão ao
tema, pois são baseados em respostas espontâneas dos entrevistados, não havendo a
preocupação de se separar, ao final, as que se referem, simplesmente, a atributos pessoais,
dentre os itens citados pelos entrevistados, e as que podem ser direcionadas, efetivamente, ao
desempenho qualificado e diferenciado do profissional, ou seja, as competências esperadas.
Com isso, a lista das assim chamadas “competências” passa a conter numerosos itens,
confundindo e, por conseqüência, dificultando a seleção desses profissionais e a própria
avaliação futura no desempenho da atividade.
No trabalho que se segue, do rol de atributos - as características individuais, que podem estar
presentes no perfil de qualquer ser humano - pretende-se apresentar aquelas que devem,
obrigatoriamente, compor o perfil do profissional de Inteligência.
Da mesma forma, do estudo do mais amplo espectro das habilidades, conhecimentos e
atitudes esperadas no desempenho de um cargo ou tarefa, na área de Inteligência, as chamadas
competências, é intenção apresentar as intrínsecas ao profissional de Inteligência.
Como resultado, o trabalho pretende oferecer um perfil, o mais completo possível, do
que se pode buscar encontrar na pessoa que deseja trabalhar no ramo da produção do
conhecimento de Inteligência - o chamado Profissional de Inteligência, além de instrumentos
básicos para a avaliação deste profissional.
Como, em qualquer processo de seleção de profissionais para essa área, é
extremamente difícil, senão impossível, aferir todos os atributos nesta fase, o que seria
desejável, pois muitos deles só serão revelados, ou não, durante o desempenho de suas
funções.
Assim, pelo menos o levantamento destes fatores servirá para que os empregadores
(gestores, executivos, etc) possam, à luz do desempenho de seus contratados, verificar a
presença deles, ou não.
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CAPÍTULO 1
CONSIDERAÇÕES SOBRE A ATIVIDADE E
O PROFISSIONAL DE INTELIGÊNCIA
Inicialmente, há que se ter a consciência de que a ação de planejar e decidir sobre
qualquer situação requer informações, desde as mais elementares até as muito complexas.
Esta é a realidade com a qual nós, cidadãos comuns, nos deparamos, no momento em que
temos de resolver situações, por mais simples que sejam, de nosso cotidiano.
Isto, com muito mais razão, toma uma dimensão muito mais complexa quando estão
em jogo interesses de países; quando políticas públicas necessitam ser impulsionadas por
parte de órgãos governamentais, que necessitam decidir sobre os destinos de seus cidadãos; e
quando empresas, de qualquer porte, necessitam decidir para crescer, para disputar mercados,
ou mesmo simplesmente para sobreviver.
Isto posto, também é fácil se perceber que, muito frequentemente, as informações
disponíveis não são, ou não estão prontas para serem utilizadas. Há a necessidade de que
recebam algum tipo de tratamento, e isto deve ser realizado por profissional adequado, para
que as informações passem a ter valor.
Depois desse passo, o que transformou informações em produto acabado e disponível
para ser usado com confiabilidade, tem-se nas mãos material de importante valor agregado
que pode ser usado em um processo de tomada de decisões, voltado para o atendimento dos
objetivos de qualquer atividade.
A atividade que lida com o processo acima descrito, de maneira simples, chama-se
“Atividade de Inteligência” que, se conduzida por profissionais preparados acaba sendo de
fundamental importância para os planejamentos e, por extensão, para as consequentes
decisões, cabendo-lhe, também, alertar para a presença real ou potencial de obstáculos à
consecução ou manutenção dos objetivos de governo ou de empresas, assim como das
oportunidades que se apresentam às organizações.
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A Atividade de Inteligência deve ser entendida como um processo constante,
ininterrupto e indissoluvelmente ligado a todo tipo de planejamento, devendo, pois, fazer
parte das funções normais desenvolvidas pelos governos, organizações e empresas,
constituindo-se em instrumento que permita a quem tem a função de decidir não só planejar o
futuro, mas antecipar conflitos e superar eventuais obstáculos à ação governamental ou
empresarial.
O trabalho de Inteligência tem múltiplas aplicações e atua em várias vertentes, por isso
toma diversas denominações, como Inteligência de Estado, Estratégica, Militar, Competitiva,
etc. Da análise das diversas definições de Inteligência, pode-se concluir que a atividade, seja
lá onde for desenvolvida, é a mesma. O que muda é a finalidade - o foco de cada uma delas.
Independente de definições e aplicações, a atividade de Inteligência será, sempre, um
trabalho especializado, onde os dados obtidos devem ser tratados por pessoal devidamente
preparado para tal, pois disso dependerão decisões da mais alta complexidade e importância.
Além disso, a salvaguarda das informações que uma organização detém e das
produzidas para sua utilização, a identificação de ações contra a instituição, ou seja, a
proteção contra ações adversas de qualquer natureza também não pode estar entregue a
pessoas leigas no assunto.
No mundo atual, a informação é vital. Entretanto, a experiência mostra que mais do
que a quantidade de informações disponíveis, a qualidade do produto final oferecido a uma
organização, pública ou privada passou a ser mais importante.
Do exposto acima, infere-se que, muito mais que conhecer processos sofisticados de
busca de dados, muito além do conhecimento de tecnologias aplicadas à informação, continua
intocada e indiscutível a capacidade individual, ou seja, a habilidade do profissional de
Inteligência para transformar uma imensa massa de dados disponíveis, seja lá onde estejam
(nas próprias empresas, nas organizações públicas, no ambiente externo, etc) em
conhecimentos consistentes que agreguem valor ao poder decisório do cliente, seja ele da área
governamental, ou não, ou mesmo valor econômico a uma empresa.
Em todos os campos do poder, o domínio mundial já é das organizações e dos
governos que traçam metas e decidem baseados em informação e conhecimento. E para que
isso aconteça, é necessário que as pessoas que trabalhem com Inteligência possuam
características que lhes permitam entregar trabalhos consistentes e proveitosos.
E quem é este profissional? O profissional de Inteligência é um pesquisador, por
excelência. É um homem diferenciado, pois consegue obter e disponibilizar produtos que
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podem facultar o progresso de uma instituição, conferindo poder a quem faz bom uso das
informações colhidas e tratadas.
Este profissional acostuma-se a trabalhar com coisas intangíveis, trabalha em silêncio
e se resigna a não colher louros sobre os resultados de seu trabalho, contentando-se com a
contemplação dos resultados que propiciou a sua organização.
A sua área de trabalho exige que tenha uma boa formação específica, além de muito
boas noções sobre outros campos do conhecimento, pois o trabalho na área de Inteligência
vem cada vez mais abarcando a maioria das atividades humanas. Daí se depreende a
complexidade do trabalho que se espera deste tipo de profissional.
A atividade de Inteligência, cada vez mais, vem se preocupando em antecipar
acontecimentos, de forma a possibilitar a tomada de decisões e a composição de estratégias. O
profissional de Inteligência, acostumado a buscar fatos passados para trazê-los ao presente, de
forma a analisar os acontecimentos atuais, passou a ter o desafio de trabalhar, também, com
fatos portadores de futuro.
Assim, à atividade de Inteligência se impõe o desfio de analisar conjunturas, definir
cenários probabilísticos; avaliar ameaças; identificar e criar oportunidades e produzir
informação estratégica útil, a tempo de ser utilizada; proporcionar mudanças de ambientes;
antecipar ações; descobrir novos competidores, ou parceiros; identificar fatos portadores de
futuro; diminuir o impacto de ameaças concretas; e proteger o patrimônio da organização,
dentre outras tarefas.
É fácil perceber que a previsão de qualquer fato ou acontecimento traz consigo uma
possibilidade de erro. E para descortinar esse quadro futuro, cheio de incertezas, não há nada
melhor que a mente humana de profissionais treinados e experientes.
Diante da complexidade da tarefa exposta, podemos afirmar que a condição essencial
para que um serviço, ou uma estrutura de Inteligência, seja eficiente está intrinsecamente
ligada à qualidade de seus integrantes.
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CAPÍTULO 2
OS ATRIBUTOS DO PROFISSIONAL DE INTELIGÊNCIA
2.1 Um conceito próprio sobre “Atributo”
Os atributos serão entendidos, neste trabalho, como o conjunto de traços, aptidões
marcantes de um determinado indivíduo e talentos naturais recebidos de sua herança genética,
que se revelaram de maneira natural, ou movidos por algum tipo de ação externa, ao longo do
tempo, ou aprimoraram-se por intermédio da aquisição de conhecimentos, ou de variados
processos de adaptação a situações diversas, ou mesmo pela própria convivência imposta
pelas vidas profissional e pessoal.
Esse conjunto de características tem o potencial de influenciar e, muitas vezes, ditar
peremptoriamente o desenvolvimento futuro, pessoal e profissional de alguém, pois ao
traduzir-se em habilidades adquiridas, atitudes e comportamentos próprios podem acabar
colaborando para impulsionar, ativamente, processos e manter suas operações, ou ao
contrário, retardar, ou até mesmo impedir sua ocorrência.
Podemos concluir parcialmente que os atributos têm a capacidade de potencializar,
dificultar ou restringir o domínio e a exteriorização de comportamentos, atitudes e habilidades
adquiridas ao longo da vida (as chamadas competências) e, dessa maneira, influenciar na
execução de um determinado trabalho, na possibilidade de um agente executar tarefas
interdependentes e, também, na relação com outras pessoas.
2.2 Atributos do Profissional de Inteligência
2.2.1 Autoconfiança
Identifica-se este atributo na pessoa que demonstra segurança e convicção em suas
atitudes em diferentes circunstâncias, por mais complexas que sejam. Entretanto, não permite
que essa característica se exacerbe a ponto de prejudicar seu juízo acerca da análise ou
julgamento de qualquer fato, ou acerca de situações profissionais e pessoais.
Este tipo de pessoa possui coragem moral, oriunda da exata noção da dimensão de seu
valor próprio, nos ambientes profissional, moral e pessoal, e por isso não teme as
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conseqüências que possam advir decorrentes de seus atos e, principalmente de suas decisões,
pois confia no fato de ter se comportado de acordo com suas prerrogativas funcionais.
2.2.2 Comunicação
É a característica pessoal revelada e aperfeiçoada por intermédio do conhecimento
formal, da prática constante de bons hábitos culturais e da própria interação junto ao meio em
que vive a pessoa, o que lhe permite expressar-se e relacionar-se de forma clara, objetiva e
adequada, quando utiliza a linguagem oral, ou a escrita, ou mesmo quando troca idéias e
expõe suas ações.
Por ocasião do relacionamento que a sociedade impõe, obrigatoriamente, às pessoas,
aquela que tem e trabalha este atributo possui uma ferramenta fundamental que lhe facilita a
convivência no seu meio, a interação com a comunidade e sua inserção no ambiente
profissional.
2.2.3 Criatividade
É o atributo da pessoa que tem como prática utilizar a parte criativa de sua inteligência
na sua vida cotidiana, ou no trabalho, produzindo, intuitivamente, novas idéias, dados, ou
mesmo realizando combinações e adaptações originais e oportunas na busca de soluções
eficientes e eficazes para enfrentar antigos e novos desafios, ou reformular processos.
A criatividade brota na mente do observador na medida em que algo a ele se revela.
Esta situação surge intuitivamente, e quando isso acontece, torna-se evidente, a esta pessoa,
que algo precisa e pode ser feito por ela, convicção que a impele, irresistivelmente, a trabalhar
a respeito de algo.
Muitas pessoas não possuem esta capacidade, por mais que se esforcem, pois ela é
intuitiva. Surge na mente como um pressentimento, uma percepção instintiva de algo. E isso
não se aprende a fazer.
2.2.4 Decisão
Característica que provém da herança genética de uma pessoa, podendo ser
aperfeiçoada mediante conhecimento formal adquirido e, principalmente, por intermédio do
exercício de funções onde lhe exigem optar, decidir por uma alternativa dentre várias, com
convicção e em tempo útil, e dentro de sua competência, que está ligada à posição hierárquica
que ocupa.
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As pessoas que possuem esse traço não se furtam a tomar resoluções, em suas vidas
profissional e pessoal, sempre de maneira estudada, pensada e discutida, mesmo sabendo que
sua escolha pode não recair sobre a melhor hipótese.
2.2.5 Dinamismo
Atributo identificado naquelas pessoas que, com naturalidade, fazem convergir sua
energia interior para o melhor desempenho de suas atividades, profissionais ou não, deixando
transparecer na execução de seus afazeres entusiasmo, destemor e extrema vitalidade, sendo
que assim procedem de forma espontânea.
São pessoas facilmente percebidas, pois costumam ser atuantes, presentes, prestativas,
colaboradoras e até inquietas quando notam a possibilidade de que algo pode, ou precisa ser
feito.
2.2.6 Discrição
Característica identificável nas pessoas que possuem o discernimento daquilo que deve
ser mantido em reserva no ambiente profissional, ou em sua vida pessoal, sem que para isso
tenham que ser alertadas.
Também é percebida nos indivíduos que adotam, espontaneamente, uma postura
recatada, sensata e prudente quando assuntos que não lhe dizem respeito chegam a seu
conhecimento, tratando-os com prudência e reserva.
2.2.7 Disciplina
Este atributo é percebido naqueles que, consciente e voluntariamente, seguem as
normas e preceitos legais impostos à sociedade da qual faz parte, ou os regulamentos internos
e orientações de toda ordem que normatizam a organização à qual pertence.
São indivíduos que atendem aos padrões éticos estabelecidos pela sociedade, sempre
fiéis aos valores e princípios morais, porque neles acreditam, sendo exemplo para os demais.
Por possuírem uma mente disciplinada, são acostumados a trabalhar de maneira
ordenada para atingir um objetivo, impondo regras e limites para si e para sua equipe de
trabalho, sempre com vistas a alcançar as metas estabelecidas, cumprindo e exigindo que seus
colaboradores também sigam as determinações que recebem de seus superiores.
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2.2.8 Equilíbrio Emocional
Este é um atributo inerente às pessoas que sabem, ou aprendem, a controlar suas
próprias reações e emoções, permanecendo, assim, em condições de permanecer atuando
apropriadamente em diferentes situações, por mais estressantes que sejam, sempre mantendo
atitudes estáveis e equilibradas, observando o respeito ao próximo e atentas ao ambiente onde
estão inseridas.
Percebe-se, também, esta característica naquelas pessoas que conseguem evitar que
seus problemas pessoais, por mais complexos que sejam, interfiram no seu comportamento e
nas suas atitudes no ambiente de trabalho, mantendo, assim, seu bem-estar físico e emocional
e colaborando para o bom ambiente.
2.2.9 Flexibilidade
As pessoas que conseguem se ajustar, apropriadamente, às mudanças de situações; não
resistem, gratuitamente, à reformulação de planejamentos e comportamentos diante de novas
exigências e evidências possuem esta importante característica em seu perfil.
Normalmente, são pessoas que acatam sugestões, com a mente aberta, mesmo que
provenham de elementos de grau hierárquico inferior, ou mesmo que não possuam
conhecimentos técnicos profundos, e não se incomodam quando mudanças lhes são impostas,
adaptando-se, rapidamente, a novos cenários.
Da mesma maneira, estas pessoas não são dogmáticas, estando, sempre, propensas a
discutir seus conceitos, colaborando, com isso, para o bom ambiente de que fazem parte.
2.2.10 Inteligência
Função psíquica superior recebida da herança genética que representa a maior, ou
menor facilidade com que uma pessoa orienta todo o conjunto de faculdades mentais que
possui (capacidade de imaginar, resolver problemas, abstrair, formar juízos, raciocinar,
perceber, etc) em seu proveito próprio, de um grupo, ou de uma organização, obtendo os
resultados adequados ao seu potencial.
Isso se evidencia quando, por exemplo, uma pessoa se destaca (ou não) das demais ao
ter maior, ou menor facilidade para planejar integrando conceitos; para compreender idéias e
linguagens; para aprender novos conceitos com rapidez: para perceber com destreza situações,
problemas e eventos desconhecidos e considerá-los de maneira adequada ao contexto, dentre
outras demonstrações.
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É fácil perceber os mais bem dotados deste atributo, pois estas pessoas sempre que
oferecem soluções especiais o fazem baseadas nas habilidades de sua mente privilegiada.
2.2.11 Imparcialidade
Essa característica apresenta-se nos indivíduos que julgam com isenção, em
conformidade com as próprias idéias e valores. Ao ser chamado a interferir em algum tipo de
conflito, não se envolve emocionalmente na questão, nem toma partido, mantendo-se sereno e
propenso a ouvir os argumentos contrários.
Ao avaliar ou julgar seus colaboradores, afasta qualquer influência, positiva ou
negativa, causada pela convivência diária, considerando, exclusivamente os parâmetros e as
regras estabelecidas para embasar sua decisão.
É um atributo interessante, pois uma pessoa não nasce imparcial, mas pode acostuma-
se a sê-lo ao exercitar a coerência de procedimentos, e pautar sua conduta pela retidão de
procedimentos e pela prática de valores morais como a honestidade, a ética, e o senso de
justiça.
2.2.12 Iniciativa
É o atributo da pessoa que, ao perceber a existência de problemas, fatos, ou situações
que afetam a si próprio, sua instituição, ou seu grupo, é o primeiro a agir sem precisar de
orientação ou aguardar determinação para tal, sempre atento aos reflexos e repercussões de
seus atos, e levando em conta o nível de suas atribuições para que seus atos não criem
problemas maiores dentro da hierarquia da organização.
Esta pessoa normalmente é impulsionada a agir desta maneira, pois é de sua índole
tomar a si a tarefa de empreender, com desembaraço e naturalidade, ações que, a seu juízo,
pensa terem algum proveito para a coletividade.
2.2.13 Liderança
É o atributo que uma pessoa recebe de sua herança genética que lhe confere a
capacidade de conduzir pessoas, de transformar atitudes e de mudar comportamentos,
canalizando todos os esforços na direção de objetivos definidos.
A posição de um líder não é contestada, pois é baseada em sólida formação moral e
profissional, e respaldada pelo exemplo que arrasta a quantos estejam sob sua influência e
pela palavra que a todos convence e estimula.
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Possuindo e dominando esta característica uma pessoa designada para exercer uma
chefia, ou liderar um grupo, por meio de um dispositivo legal ou burocrático, consegue
transformar-se em um condutor de homens motivados, produtivos e comprometidos com sua
organização.
2.2.14 Meticulosidade
É a característica da pessoa que consegue estabelecer rotinas que contemplam
múltiplas tarefas menores, de maneira organizada e metódica, que acabam por contribuir para
a apresentação de resultados com maior conteúdo, dentro dos prazos estabelecidos.
É o atributo daquela pessoa que não se contenta em aceitar algo sem investigar seus
detalhes e pormenores primeiro, não permitindo, entretanto, que essa característica se
transforme em uma espécie de compulsão, o que acabará por afetar a compreensão de seu
trabalho.
Este indivíduo sempre tem a exata percepção do tempo que dispõe para cumprir uma
tarefa e o resultado que dela se espera para determinar, então, o grau de profundidade de suas
ações, evitando, assim, apresentar trabalhos fora do prazo requerido e com dados que não são
relevantes.
2.2.15 Objetividade
Após estudar, analisar ou perceber algo, uma pessoa que domina este tipo de atributo
consegue trazer para o plano real, com facilidade e fidelidade, a imagem daquilo que se
formou na sua mente.
Nesse processo, consegue separar do todo percebido o que é importante e o que deve
ser desprezado, por não ser relevante no momento, e quando apresenta suas idéias, de maneira
oral ou escrita, toma cuidado para que a omissão de alguma parte não comprometa o
entendimento do contexto geral.
2.2.16 Organização
Atributo que reflete o estado de uma mente treinada para agir de maneira ordenada e
esquematizada, com vistas a desenvolver atividades, de forma consciente, sistemática, e
eficiente.
É uma característica que pode nascer com a pessoa e seguir latente até que dela se
necessite, assim como pode ser adquirida por meio de treinamento e, às vezes, por imposição
do próprio meio em que se vive.
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2.2.17 Persistência
É a característica que permite a alguém continuar em ação continuadamente a fim de
executar uma tarefa, vencendo as dificuldades porventura encontradas, mantendo-se firme e
constante na consecução de um propósito, não esmorecendo ante as dificuldades e usando
toda sua constância e força de vontade para continuar na busca de seus objetivos.
Este tipo de pessoa é perseverante na busca de seus objetivos, acostumando-se a
encarar os insucessos com naturalidade, e transformando-os em novos desafios a ser
ultrapassados no futuro.
2.2.18 Previsão
O indivíduo revela este atributo na medida em que consegue antecipar-se a situações
que possam interferir, negativa ou positivamente, naquilo que lhe diz respeito, ou que esteja
ligado aos interesses da instituição à qual esteja vinculado.
Da mesma maneira, esta característica se verifica na pessoa que propõe alternativas
viáveis de modo a evitar possíveis problemas, ou mesmo que aproveita oportunidades
surgidas e que podem vir a ser proveitosas para sua instituição.
2.2.19 Responsabilidade
Esse atributo está presente no indivíduo que cumpre suas atribuições, sem que para
isso tenha quer ser instado a fazê-lo, e que sempre responde por suas ações e pelas de outros
que integram sua equipe.
A pessoa que exibe esta característica assume e enfrenta as conseqüências de suas
decisões; avoca para si possíveis fracassos, seus ou de pessoas de sua equipe; entende o exato
grau de comprometimento que deve ter para com a instituição a qual pertence; e
constantemente preocupa-se com a busca da excelência do trabalho que executa, pois entende
e assume como seus os objetivos de sua organização.
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CAPÍTULO 3
AS COMPETÊNCIAS INERENTES À ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA
E SUA AVALIAÇÃO
3.1 Conceitos de competências explorados pelo autor
Segundo McClelland, em seu trabalho Testing for Competence rather than Intelligence
(1973), citado por Maria Tereza Leme Fleury e Afonso Fleury (2001, p 184), a competência é
uma característica subjacente a uma pessoa que é casualmente relacionada com desempenho
superior na realização de uma tarefa ou em determinada situação.
Já Richard Boyatzis, também citado por Maria Tereza Leme Fleury e Afonso Fleury
(2001, p 185), analisando novamente os dados de estudos realizados sobre as competências
gerenciais, identificou um conjunto de características e traços que, em sua opinião, definem
um desempenho superior.
Maria Tereza Leme Fleury e Afonso Fleury (2001, p 188) concluem definindo
competência: um saber agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar,
transferir conhecimentos, recursos e habilidades, que agreguem valor econômico à
organização e valor social ao indivíduo.
A empresa PRICEWATERHOUSECOOPERS (palestra realizada em abril de 2008)
utiliza a seguinte definição de Competência - Resultado da aplicação de um conjunto de
Conhecimentos, Habilidades e Características Pessoais, demonstrado através do
comportamento em um determinado contexto de trabalho, o qual suporta e gera um
desempenho superior.
Paulo Farah (2008) propõe a seguinte definição de Competência: no exercício de um
cargo ou de uma atividade profissional é o comportamento exibido no exercício do cargo ou
da atividade que corresponde ao esperado pela empresa, bem como um conjunto específico de
conhecimentos, habilidades e atitudes que comprovadamente causam esse comportamento.
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Apesar da larga discussão existente sobre o tema na literatura, fruto da diversidade de
opiniões e estudos realizados, os conceitos acima expostos serão os que darão embasamento
para o autor deste trabalho resumindo os conceitos da seguinte maneira:
- Competência é a capacidade de transformar conhecimentos, habilidades e
atitudes em resultados diferenciados, por serem de alta qualidade.
3.2 Competências no Campo Profissional
3.2.1 Capacidade de Trabalho
O profissional que revela esta competência sempre apresenta resultados de altíssimo
nível de qualidade no seu trabalho rotineiro, ou nas tarefas que lhe são propostas de maneira
inopinada, mesmo trabalhando com restrições de meios de qualquer ordem.
Neste contexto, este profissional é notado por conseguir coordenar muitas tarefas ao
mesmo tempo, sem perder a noção do contexto geral e daquilo que é essencial.
É uma pessoa que habitualmente exerce suas atividades com energia, objetividade,
perseverança, dedicação e determinação para superar desafios e situações difíceis, atingindo a
eficiência e a eficácia, sendo que estas habilidades são facilmente notadas. Também percebe
cabalmente o contexto onde se insere, traçando objetivos factíveis de serem atingidos e
sempre conseguindo observar a oportunidade de obter economia de recursos para sua
instituição.
Além disso, também é fácil perceber neste profissional a motivação para o trabalho e a
satisfação com que desempenha seus afazeres, sempre perfeitamente sintonizado com as
metas que deve atingir e as orientações que recebe.
Normalmente, este profissional, pela excelência de seus trabalhos, e pela maneira
habitual e natural que seus resultados se tornam públicos, é facilmente notado por todos,
sendo, por isso, respeitado e exemplo para os demais funcionários ou servidores.
O gestor (chefe, executivo, superior, responsável, etc), considerando os aspectos acima
descritos e, principalmente, suas próprias observações, pode realizar a avaliação desta
competência, buscando resposta à questão indicada abaixo, que aponta o nível mais alto de
desempenho da competência:
- O profissional sempre evidenciou altíssima capacidade de trabalho e efetividade em
qualquer tarefa que lhe foi atribuída, atuando com energia, objetividade, perseverança,
dedicação e determinação para superar os desafios, alcançando resultados que superaram as
expectativas e metas propostas?
21
3.2.2 Credibilidade
Podemos definir essa competência como sendo o grau de confiança que o profissional
consegue transferir a todos que o cercam, no desempenho de sua atividade funcional e no
relacionamento com o grupo.
Isso acontece quando o profissional demonstra segurança na condução de seu trabalho
e em todos os eventos onde tem participação, com destaque para situações onde sua assessoria
é requerida, pelo fato de comportar-se de forma leal e oportuna, apresentando soluções
pertinentes e adequadas aos objetivos de sua instituição.
Também pode-se visualizar esta competência no desempenho do profissional que
defende com firmeza, mas fundamentado em sua sólida experiência profissional, os
argumentos e estudos realizados, sobre os quais possui algum tipo de responsabilidade
funcional.
Da mesma maneira, quando em situações delicadas, onde pontos-de-vista divrgentes
estão presentes, intervém, sem titubear, mas com educação, calma e ponderação, para
assessorar seus chefes imediatos, mesmo que sua participação não seja prevista naquele
momento, sempre medindo a dimensão de sua atitude no contexto dos interesses da
instituição, sem preocupar-se com possíveis personalismos de superiores ali presentes, ou
mesmo com as opiniões já manifestadas antes de sua intervenção.
Outra característica perceptível desta competência diz respeito ao profissional que
sabe distribuir as tarefas que estão afetas a seu grupo, sempre levando em conta a capacidade
de seus colaboradores, sem deixar que sentimentos de simpatia ou alguma afinidade pessoal
influencie em sua decisão.
A competência também é revelada quando o profissional necessita interpelar algum
funcionário que não esteja conseguindo apresentar padrões condizentes, o faz com firmeza,
pensando nas metas que a instituição impõe e que estão correndo algum risco, realizando essa
tarefa utilizando a autoridade que lhe é conferida.
Por causa de suas atitudes, sempre adequadas e elogiadas, e também de seu sólido
conhecimento técnico, boa parte dos colaboradores, e até superiores, o procuram para
aconselhar-se, ou mesmo simplesmente para estreitar o relacionamento, constituindo-se, este
fato, um dado relevante que também ajuda a reforçar a percepção da credibilidade de um
profissional.
O gestor (chefe, executivo, superior, responsável, etc), considerando os aspectos acima
descritos e, principalmente, suas próprias observações, pode realizar a avaliação desta
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competência, buscando resposta à questão indicada abaixo, que aponta o nível mais alto de
desempenho da competência:
- O profissional sempre demonstrou segurança, baseada em seus conhecimentos;
firmeza na condução de qualquer trabalho; atitude e coragem moral nas decisões que
precisaram ser tomadas; efetividade na participação em reuniões, sempre apresentando
soluções pertinentes e adequadas, alcançando, com esses procedimentos, resultados
excepcionais, que atestam a confiança obtida junto a todos com quem se relaciona?
3.2.3 Cultura Geral
É a competência que encerra o conhecimento do profissional adquirido nos bancos
escolares e desenvolvido, ao longo da vida, por meio da educação formal, abrangendo
diferentes campos do saber, e também da educação informal que agrega a experiência de vida
de cada um, tudo isso manifestado por intermédio de comportamentos e traduzido nas
habilidades que uma pessoa possui e utiliza.
A cultura geral é percebida como a visão que o profissional tem de variados assuntos e
a maneira como se utiliza disso para agregar algum tipo valor ao seu trabalho, possibilitando
ganhos à sua organização e contribuindo para a melhoria de seus colaboradores.
O gestor (chefe, executivo, superior, responsável, etc), considerando os aspectos acima
descritos e, principalmente, suas próprias observações, pode realizar a avaliação desta
competência, buscando resposta à questão indicada abaixo, que aponta o nível mais alto de
desempenho da competência:
- O profissional sempre demonstrou conhecimento amplo sobre assuntos de variados
campos do saber, que extrapolam os domínios de sua área profissional, aproveitando este
conhecimento para embasar argumentações e fundamentar conceitos em prol dos objetivos de
sua instituição, tornando-se, com isso, exemplo para todos?
3.2.4 Comprometimento
É a competência daqueles que, com extrema dedicação, espírito de renúncia e elevado
grau de responsabilidade, se comprometem com os objetivos de sua instituição, oferecendo a
ela todos os seus recursos técnicos e pessoais para o cumprindo de suas obrigações.
Este profissional possui elevado sentido do que seja sacrificar-se pela sua instituição,
porque entende que o sucesso dela também é seu.
O sentimento do dever bem cumprido norteia as ações deste profissional, que não
titubeia em sacrificar-se, espontaneamente, e envolver-se de maneira plena para que seu
23
trabalho atinja resultados acima do esperado. Ele é desprendido, pois tem como norma
considerar mais importantes os interesses da instituição do que os seus próprios.
Da mesma maneira, percebe-se esta competência no profissional que revela notório
senso de responsabilidade na condução de seus trabalhos, sendo pontual e assíduo e
cumprindo todos os compromissos assumidos, nos prazos estabelecidos.
O profissional comprometido está, também, sempre pronto a responder as demandas
da organização, sem colocar obstáculos, executando tarefas com rapidez e objetividade,
mesmo quando solicitado de maneira imprevista.
Mantém, também, uma postura ativa ao envolver-se na resolução de problemas, sem
perder de vista as expectativas da organização, a qual defende, em todas as situações,
demonstrando preocupação com sua imagem externa.
É sagaz e ágil para resolver situações, atributos que acabam por influir no aumento de
sua produtividade, redundando na invejável qualidade de seu desempenho profissional, fator
que o diferencia dos demais e contagia seus companheiros.
O gestor (chefe, executivo, superior, responsável, etc), considerando os aspectos acima
descritos e, principalmente, suas próprias observações, pode realizar a avaliação desta
competência, buscando resposta à questão indicada abaixo, que aponta o nível mais alto de
desempenho da competência:
- O profissional sempre deu o máximo de si mesmo todos os dias, executando suas
atividades laborais com acentuada dedicação, destacado espírito de sacrifício, acendrado
sentimento de responsabilidade e cumprimento do dever, subordinando seus interesses
pessoais aos interesses coletivos, sendo reconhecido pela coletividade por tais atitudes?
3.2.5 Capacidade de Direção
É a competência daquele que sabe reunir e utilizar, com propriedade, todos os seus
recursos pessoais e profissionais para bem conduzir suas tarefas e as de seu grupo de trabalho,
sempre com vistas a superar as metas fixadas pela organização a qual pertence.
Este profissional planeja com propriedade suas atividades, designa e estabelece ordem
de prioridades às tarefas que deve executar, e conhece os processos de sua organização.
Por conhecer, acompanhar e gerenciar os processos de sua instituição e,
particularmente aqueles que lhe são diretamente afetos, estima, com propriedade, prazos e
necessidade de recursos para atingir metas, sem perder de vista os objetivos estipulados.
24
Estabelece, para seus colaboradores, procedimentos claros e objetivos e as condições
de cumprimento dos mesmos, respeitando as individualidades, capacidades e deficiências, e
atribuindo-lhes objetivos compatíveis com suas habilitações.
Exerce com propriedade a prerrogativa que a organização lhe conferiu de dirigir um
determinado grupo, fazendo sentir, com habilidade, sua autoridade, não transferindo as
responsabilidades inerentes à sua função a qualquer colaborador.
O gestor (chefe, executivo, superior, responsável, etc), considerando os aspectos acima
descritos e, principalmente, suas próprias observações, pode realizar a avaliação desta
competência, buscando resposta à questão indicada abaixo, que aponta o nível mais alto de
desempenho da competência:
- O profissional sempre planejou e conduziu, com excepcional habilidade, processos
gerenciais e administrativos, alguns de alta complexidade, de forma a atingir os resultados
desejados, bem utilizando os recursos humanos à sua disposição, tendo evidenciado facilidade
em coordená-los?
3.2.6 Capacidade de Inovação
Traduz-se pela capacidade que um profissional tem de colocar à disposição de sua
instituição toda a sua capacidade criativa, inventiva e renovadora, com o objetivo de, em
síntese, melhorar o que já existe e abrir novas perspectivas ainda não visualizadas para sua
organização.
Realizar combinações originais, integrando conhecimentos, processos e meios de toda
ordem, na busca de soluções eficientes e eficazes para ajudar a resolver problemas atuais e os
futuros é o grande desafio.
Esta competência também é verificada quando o profissional revela-se uma pessoa
que, na busca da inovação, não dá importância de onde ela provém, e sim da sua capacidade
de surtir o efeito desejado, mas que dá prioridade a sugestões e iniciativas simples, que
estejam calcadas na flexibilidade de procedimentos e na facilidade de adaptação das rotinas
existentes, a fim de que sejam mais rapidamente implementadas.
Apesar de muitas instituições, imperceptivelmente, não incentivarem a criatividade e a
imaginação de seus colaboradores, preferindo adotar soluções conservadoras e esquemas já
consagrados, existem pessoas que, espontaneamente, buscam desenvolver, ou apresentar
novos instrumentos ou rotinas que facilitam o trabalho, seu e de sua equipe, ou sugerir
adaptações exeqüíveis e inéditas na consecução de tarefas.
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O gestor (chefe, executivo, superior, responsável, etc), considerando os aspectos acima
descritos e, principalmente, suas próprias observações, pode realizar a avaliação desta
competência, buscando resposta à questão indicada abaixo, que aponta o nível mais alto de
desempenho da competência:
- O profissional sempre demonstrou facilidade para inovar ao formular novos
conceitos, apresentar novas soluções, reformular ou aperfeiçoar métodos e processos já
existentes, tendo demonstrado elevada agilidade mental, facilidade de gerar idéias e
capacidade em transformá-las em ações, gerando impactos positivos?
3.2.7 Conhecimento de sua Organização
Esta competência diz respeito ao profissional que evidencia possuir conhecimentos das
estratégias, dos processos de decisão, das normas internas, das orientações em vigor, dos
regulamentos, da cultura e dos costumes de sua organização.
Além disso, o profissional deve mostrar-se familiarizado com a administração da
instituição, com o ambiente externo em que está inserida e as tecnologias e os sistemas que
emprega.
O gestor (chefe, executivo, superior, responsável, etc), considerando os aspectos acima
descritos e, principalmente, suas próprias observações, pode realizar a avaliação desta
competência, buscando resposta à questão indicada abaixo, que aponta o nível mais alto de
desempenho da competência:
- O profissional sempre evidenciou possuir, de forma excepcional e destacada dos
demais, conhecimento dos objetivos estratégicos de sua organização, bem como de todas as
normas que a regem, da sua história e de seus valores, conseguindo, assim, desempenhar com
muita desenvoltura suas tarefas e bem representar sua instituição no ambiente externo, quando
necessário,?
3.2.8 Conhecimento Profissional
É a competência daquele profissional que possui sólido conhecimento técnico e que
tem, de maneira invejável, capacidade de aplicá-lo no desempenho de suas funções,
apresentando, como conseqüência, excelentes e destacados resultados, sobressaindo-se dos
demais.
Este tipo de profissional demonstra, habitualmente, interesse e capacidade em
aperfeiçoar-se, não perdendo a oportunidade de aprender com a experiência dos
companheiros.
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Outra demonstração da presença desta competência acontece no momento em que um
profissional é chamado a discorrer sobre assuntos da sua área específica, dentro e fora da
instituição, e o faz com muita propriedade e desembaraço, convencendo seus interlocutores
pela força de uma argumentação sólida e consistente tecnicamente.
Permanentemente este profissional interessa-se em adquirir novos conhecimentos que
possam contribuir para o desempenho de suas funções, mantendo-se profissionalmente
atualizado.
O gestor (chefe, executivo, superior, responsável, etc), considerando os aspectos acima
descritos e, principalmente, suas próprias observações, pode realizar a avaliação desta
competência, buscando resposta à questão indicada abaixo, que aponta o nível mais alto de
desempenho da competência:
- O profissional sempre demonstrou conhecer sua função, evidenciando, de maneira
destacada, conhecimentos e habilidades técnicas necessárias ao desempenho específico de
suas atividades profissionais, sendo que isso ficou comprovado por meio dos excelentes
resultados apresentados?
3.2.9 Previsão
Esta competência diz respeito à capacidade de antecipar-se aos fatos e tomar
providências a fim de evitar conseqüências indesejáveis para o trabalho, ou mesmo para
aproveitar oportunidades que se apresentam para a organização como um todo.
Ao praticar esta competência, o profissional consegue implementar ações, ou tomar
decisões, que se traduzirão em resultados diferenciados para seu trabalho.
Calcular e correr riscos, sopesando seus prováveis efeitos, bem como avaliar os
reflexos de determinada medida ou decisão, analisando a conjuntura de maneira
sistematizada, também são formas de se exercer a competência da previsão.
O gestor (chefe, executivo, superior, responsável, etc), considerando os aspectos acima
descritos e, principalmente, suas próprias observações, pode realizar a avaliação desta
competência, buscando resposta à questão indicada abaixo, que aponta o nível mais alto de
desempenho da competência:
- O profissional sempre esteve à frente dos fatos, evitando problemas, avaliando os
riscos, alertando a quem de direito, aproveitando-se das oportunidades percebidas e tomando
decisões pertinentes, com a antecedência devida?
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3.2.10 Capacidade de Análise e Síntese
É a competência mais importante do profissional que atua na área de Inteligência. Ela
consiste na capacidade de examinar um grande volume de informações disponíveis, de
maneira sistemática, criteriosa e ordenada, e, por intermédio de técnicas apropriadas, dar
estrutura, sentido e utilidade a informações que inicialmente pareciam desconexas, mantendo
sempre o foco no objetivo da análise, para, depois de interpretar seu trabalho, sintetizá-lo em
documentos claros, concisos e conclusivos, que possam ser usados para a tomada de decisões.
Para que este tipo de competência seja evidenciada, em toda a sua plenitude, é
necessário que o profissional saiba, inicialmente, conduzir objetivamente a seleção das fontes
adequadas para a coleta e busca de dados e informações iniciais, para, na sequência, perceber
aqueles que são relevantes; compreender o que representam e qual seu lugar no contexto da
análise; depois interpretá-los, abstraindo-se de personalismos e outras influências que possam
comprometer sua mente questionadora, seu pensamento dedutivo e seu raciocínio lógico;
para, finalmente chegar às conclusões de interesse de sua organização.
Este é um profissional que domina a metodologia para o desenvolvimento da
atividade investigativa científica, essencial à compreensão do processo de análise; profissional
que por ter visão estratégica e holística, consegue conduzir, com facilidade, sua mente além
de seus próprios limites; e que tem capacidade de realizar conexões entre o seu trabalho e as
outras atividades da organização com raro tirocínio.
O gestor (chefe, executivo, superior, responsável, etc), considerando os aspectos acima
descritos e, principalmente, suas próprias observações, pode realizar a avaliação desta
competência, buscando resposta à questão indicada abaixo, que aponta o nível mais alto de
desempenho da competência:
- O profissional habitualmente realiza análises acerca de assuntos de relevância para a
organização, sempre sustentando seu trabalho e fundamentando-o em criteriosa metodologia
científica, para sintetizá-lo por meio de conclusões que permitiram que decisões importantes
fossem tomadas e que os resultados que dela advieram fossem os esperados?
3.3 Competências no campo interpessoal
3.3.1 Cooperação
É a capacidade que um profissional tem de, espontaneamente, colaborar com sua
experiência para que o trabalho de alguém, ou de uma equipe, tenha resultados mais
relevantes, ou mesmo para melhorar, incrementar ou manter o grau de interação social já
conquistado pelo grupo.
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Este tipo de pessoa está sempre atenta a ajudar alguém. Ao tomar conhecimento de
algum tipo de problema que aflige um companheiro, age sem intenção de projetar-se na
coletividade, ou mesmo obter algum tipo de vantagem. Caso a problemática seja de ordem
pessoal, sabe posicionar-se, previamente, analisando se sua intervenção é, ou não, apropriada
naquele momento.
Quando interfere para solucionar problemas profissionais, pode fazê-lo se solicitado,
ou, quando, segundo sua visão, a situação esteja interferindo nas metas de sua equipe, ou
afetando o contexto maior da própria instituição.
É um profissional que está atento para o momento em que determinado companheiro
necessita de um incentivo, de uma palavra amiga, ou mesmo de uma simples orientação,
contribuindo para a união do grupo.
Suas ações são, sempre, no sentido de atender aos interesses do grupo, compartilhando
tanto as tarefas fáceis quanto as difíceis, repartindo os sucessos e estimulando seus
companheiros diante dos fracassos, sempre fundamentando suas ações no espírito de
cooperação, no respeito e no tato, e por isso é bem aceito por todos, em especial pelos
integrantes do seu círculo de colaboradores.
Este profissional sempre age com tolerância, respeitando e convivendo com idéias,
atitudes e comportamentos diferentes dos seus. Normalmente exterioriza uma grande
capacidade de interagir com seus companheiros, sem ferir suscetibilidades, respeitando a
privacidade de cada um e tratando todos - chefes, pares e subordinados - com a cordialidade e
respeito que todos merecem.
O gestor (chefe, executivo, superior, responsável, etc), considerando os aspectos acima
descritos e, principalmente, suas próprias observações, pode realizar a avaliação desta
competência, buscando resposta à questão indicada abaixo, que aponta o nível mais alto de
desempenho da competência:
- O profissional sempre deu a perceber, de forma espontânea e destacada dos demais,
sua extrema preocupação em interagir e cooperar com seus companheiros, de forma
desinteressada, pautando seus atos no respeito mútuo e na firme intenção de reforçar os laços
de companheirismo e a união, sendo reconhecido como exemplo e referência para os demais?
3.3.2 Disciplina
Pode-se definir esta competência com sendo a capacidade de acatar e fazer cumprir,
estrita e conscientemente, as normas internas de sua instituição, as orientações e
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determinações recebidas e os planos que regem os seus destinos, respeitando a hierarquia
estabelecida dentro de sua instituição, sem questionar.
Um profissional que cumpre todas as ordens e preceitos em vigor, o fazendo
independente de estar sendo observado, certamente pode ser apontado como possuidor desta
competência.
Da mesma maneira aquele que atende aos padrões da boa educação e da ética,
observando os valores morais usualmente aceitos pela sociedade, agindo com decoro e
respeitando seus limites, dentro e fora de sua organização, também assim pode ser
considerado.
No momento em que divergências acontecem, ou o profissional possui
posicionamento diverso daquele que lhe foi imposto, apresenta suas reivindicações e
argumentos seguindo a cadeia hierárquica onde sua função está enquadrada, respeitando as
normas internas estabelecidas e obedecendo as regras de boa convivência que os usos e
costumes da boa educação apontam.
O gestor (chefe, executivo, superior, responsável, etc), considerando os aspectos acima
descritos e, principalmente, suas próprias observações, pode realizar a avaliação desta
competência, buscando resposta à questão indicada abaixo, que aponta o nível mais alto de
desempenho da competência:
- O profissional sempre acatou e cumpriu as disposições e orientações de seus
superiores e manifestou o perfeito entendimento dos objetivos de sua instituição, respeitando-
os e tomando-os como prioridade em seu trabalho, tendo, inclusive, incentivado seus
companheiros a agir da mesma maneira?
3.3.3 Espírito de Equipe
É a competência do profissional que contribui, de maneira espontânea, para o trabalho
de alguém, ou de um grupo, e que, de igual maneira empenha-se em tentar solucionar os
problemas de ordem pessoal de seus companheiros, quando solicitado.
A percepção da importância do trabalho em equipe é tão desenvolvida neste
profissional que ele toma certas atitudes, com relação ao grupo, que podem até ir de encontro
a seus interesses pessoais, ou profissionais.
Esta característica se evidencia, também, quando o profissional faz questão de
valorizar a opinião dos membros de seu grupo, sacrificando, por vezes, suas próprias idéias,
ou mesmo parte delas, quando isto se mostrar o indicado para a união da equipe, desde que o
resultado esperado pela instituição seja alcançado.
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Este profissional sabe identificar o potencial das pessoas que compõem seu grupo,
atribuindo-lhes as tarefas ajustadas à capacidade de cada um, auxiliando o seu desempenho,
acompanhando a execução, atento aos prazos estabelecidos e compelindo todos a cumpri-los.
Nessa condição, é sensível aos problemas dos colaboradores, não medindo esforços
para incentivar algum companheiro que esteja com dificuldade e agindo, antes de tudo, no
sentido de atender, com prioridade, aos interesses do grupo.
Compartilha tanto as tarefas fáceis quanto as difíceis, repartindo o reconhecimento do
sucesso alcançado e assumindo a responsabilidade dos maus resultados ante os superiores,
sem atribuí-los a colaboradores.
O gestor (chefe, executivo, superior, responsável, etc), considerando os aspectos acima
descritos e, principalmente, suas próprias observações, pode realizar a avaliação desta
competência, buscando resposta à questão indicada abaixo, que aponta o nível mais alto de
desempenho da competência:
- O profissional sempre concorreu para que seu grupo se mantivesse unido, atuando no
sentido de identificar potenciais, ajudar e incentivar seus colaboradores no cumprimento de
suas tarefas, obtendo, com isso, resultados acima daqueles que lhes foi imposto?
3.3.4 Liderança Aplicada
Competência observada no profissional que consegue mobilizar as pessoas em favor
de algum objetivo específico, ou em torno dos propósitos de uma organização; canalizar seus
recursos pessoais na execução destas tarefa; motivá-las e convencê-las a modificar
comportamentos que não sejam pertinentes ao contexto onde se inserem, tudo de forma a
obter o máximo de seu rendimento em prol da instituição.
Para atingir tais objetivos, este profissional utiliza os atributos inerentes a um líder,
professando-os, de maneira autêntica, e projetando-os de forma a que seus colaboradores
percebam, comprovem e reconheçam que seu chefe possui uma postura compatível com
aquilo que deles exige.
Agindo assim, mesmo enfrentando situações adversas, consegue manter a coesão e o
moral do grupo que chefia, pois é respeitado pela sua experiência de vida, pela conduta ética,
pelo conhecimento técnico-profissional e, principalmente, pela consideração que tem pelas
pessoas com quem trabalha e convive, ao assegurar, a todos, tratamento justo, imparcial e
atencioso.
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No exercício de suas funções, dentro do que lhe compete, este profissional tem
perfeito conhecimento da estrutura de sua organização, de seu grupo e dos homens que o
integram, designando-os para as tarefas que mais lhes são apropriadas.
Torna-se exemplo para seus subordinados e neles inspira confiança, pois não esconde
seus pensamentos e crenças, evidenciando-as em suas próprias atitudes.
Respeita e analisa as idéias apresentadas pelos membros da equipe, reforçando e
reconhecendo os esforços de seus subordinados, mostrando-se, com isso, preocupado em
enfatizar a manutenção de relacionamentos baseados na confiança mútua.
Preocupa-se com o bem-estar de todos e conhece seus problemas, tentando ajudá-los
no momento apropriado, seja no campo pessoal, ou profissional. É prestativo e amigo,
estando sempre muito próximo de sua equipe, mas atento para que seus colaboradores não
confundam tais gestos com permissividade, o que prejudicaria os laços formais e hierárquicos
que devem existir.
Distingue, com sabedoria, os momentos em que deve recompensar ou sancionar seus
colaboradores, meditando na conseqüência de seus atos, antes de tomar decisões, sendo
sereno nos momentos de crise e imparcial para julgar.
O gestor (chefe, executivo, superior, responsável, etc), considerando os aspectos acima
descritos e, principalmente, suas próprias observações, pode realizar a avaliação desta
competência, buscando resposta à questão indicada abaixo, que aponta o nível mais alto de
desempenho da competência:
- O profissional sempre conseguiu mobilizar seus comandados na busca dos melhores
resultados, em qualquer tipo de tarefa, mantendo a coesão e o moral do grupo por meio da
aplicação de tratamento justo, imparcial e atencioso, obtendo, assim o reconhecimento de
todos, conseguindo, com isso, promover a conscientização e a modificação de
comportamentos, em torno dos objetivos de sua organização?
3.3.5 Comunicabilidade
É a capacidade que uma determinada pessoa tem de se expressar de forma clara, em
linguagem oral e escrita, e facilidade de relacionar-se com outros por meio de idéias e ações.
Profissionais que dominam esta competência demonstram extrema facilidade de
comunicação, revelada na fluidez com que transmitem idéias em diálogos, exposições e outras
formas de expressão onde a palavra bem trabalhada seja fundamental para o entendimento.
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Demonstram possuir o domínio de técnicas que lhe permitem criar uma sintonia com o
grupo a quem dirigem uma mensagem, o que gera a empatia perfeita com seus interlocutores,
facilitando a manutenção da atenção a seu discurso e o perfeito entendimento do conteúdo.
Profissionais externam, também, essa competência ao argumentar, de forma clara,
consistente e elucidativa, no momento de assessorar seus chefes, conseguindo manter a
atenção e oferecendo, com oportunidade, respostas a qualquer argumentação discordante das
suas idéias, ouvindo-as sem mostrar impaciência, ou emitir sinais de desaprovação.
A redação de documentos é outro ponto de destaque para essas pessoas, pois possuem
a capacidade de fazer-se entender por meio da palavra escrita, transmitida de maneira clara,
precisa e concisa, possibilitando, assim, que a identidade entre a mensagem transmitida pelo
emissor e captada pelo receptor aconteça.
O gestor (chefe, executivo, superior, responsável, etc), considerando os aspectos acima
descritos e, principalmente, suas próprias observações, pode realizar a avaliação desta
competência, buscando resposta à questão indicada abaixo, que aponta o nível mais alto de
desempenho da competência:
- Pelo fato de possuir o domínio da palavra e pela permanente preocupação em
adequar sua mensagem ao público-alvo, este profissional sempre apresentou acentuada
facilidade de comunicação, revelada na fluidez, clareza e objetividade das idéias e das
informações transmitidas, e, principalmente pela extrema capacidade de prender a atenção de
uma platéia, ou de seu interlocutor, sempre se fazendo entender?
3.3.6 Decisão
Esta competência diz respeito à capacidade revelada por um profissional que opta pela
alternativa que julga a mais adequada, dentre as várias opções a ele apresentadas, e por ele
analisadas, sem hesitar, escolhendo, ou sugerindo o melhor momento para implantá-la.
Este profissional é consciente de que não deve ultrapassar suas atribuições, resolvendo
situações pertinentes a seu cargo, a fim de não comprometer a estrutura decisória de sua
organização.
Em situações adversas, e sua intervenção se faz necessária, não se omite, resolvendo
os problemas que lhe competem, com coragem, fazendo chegar a seus superiores, com
lealdade, as características das situações que fogem de seu alcance.
O gestor (chefe, executivo, superior, responsável, etc), considerando os aspectos acima
descritos e, principalmente, suas próprias observações, pode realizar a avaliação desta
33
competência, buscando resposta à questão indicada abaixo, que aponta o nível mais alto de
desempenho da competência:
- O profissional sempre que teve de decidir, o fez com propriedade, sem titubear,
analisando todos os ângulos da questão, atento aos prazos de que dispõe e observando sua
competência para tal?
3.3.7 Respeito ao semelhante
É a competência que indica o grau de habilidade no trato, de apreço, ou consideração
que um profissional tem com as pessoas que o cercam no seu ambiente de trabalho e fora da
organização.
O profissional que externa esta competência respeita a privacidade de seus
companheiros e trata com cordialidade todas as pessoas, sejam elas de diferentes níveis
sociais e de qualquer grau na hierarquia da instituição.
Quando em situações delicadas, como em divergências entre companheiros, procura
não ferir suscetibilidades, não tomar partido, e ser hábil no trato com os litigantes na tentativa
de apaziguar os ânimos, a fim de evitar um mal maior ao ambiente de trabalho.
Expõe idéias divergentes a de seu grupo, ou de seus superiores, com moderação,
educação e habilidade, não permitindo, assim, que conflitos surjam, prematura e
desnecessariamente, estando sempre propenso a ouvir vozes discordantes e a respeitar todas
as idéias emitidas, sem se exaltar, mesmo que isto não seja verdadeiro em seus interlocutores.
É isento ao julgar, sobrepujando simpatias e animosidades para restringir-se aos fatos
observados, contribuindo, assim, para que não surjam conflitos e se acirrem as divergências
entre companheiros.
Decide com isenção e transparência de critério e observando as regras da instituição e
o bom senso, o que colabora para que seu grupo perceba sua honestidade de propósitos, com
reflexos para a união da equipe.
Sabe valorizar as pessoas exaltando e explorando suas qualidades, pois tem a exata
noção de que todos têm a sua importância para a organização, e por isso merecem atenção e
respeito, mas aponta, com coragem, os problemas que interferem nos rumos de seu grupo,
sendo também reconhecido e respeitado por este gesto.
O gestor (chefe, executivo, superior, responsável, etc), considerando os aspectos acima
descritos e, principalmente, suas próprias observações, pode realizar a avaliação desta
competência, buscando resposta à questão indicada abaixo, que aponta o nível mais alto de
desempenho da competência:
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O profissional sempre esteve atento aos efeitos que suas atitudes, gestos, julgamentos,
decisões, e palavras teriam sobre seus companheiros de trabalho, independente do nível
hierárquico dos mesmos, ou sobre pessoas que não pertencem a sua organização?
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho teve como escopo apresentar os principais atributos que um profissional
que trabalha na área de Inteligência deve possuir para que possa desempenhar, de maneira
destacada, suas funções, ou seja, para que possa evidenciar as competências inerentes a seu
cargo, projetando-se como um profissional de alto nível, credenciando-se, assim, a
proporcionar aos gestores de uma determinada organização, seja da área pública, ou privada, a
segurança para tomar decisões.
Ao verificarmos a amplitude da ação deste profissional, compreendemos a sua
importância. Um profissional que pode integrar a área civil do governo federal, e, com isso
influenciar para que políticas de estado sejam definidas; ou mesmo pode pertencer a uma
Força Armada e, dessa forma, interferir em decisões estratégicas, ou táticas; ou mesmo atuar
na área privada, integrando os quadros de uma empresa, que, baseada em suas orientações,
pode vir a tomar ações tão radicais que signifiquem até sua própria sobrevivência no mercado.
Ao apresentarmos toda a gama de atributos que este profissional deve reunir para
exercer de maneira exemplar seu trabalho, temos que nos render ao fato de que é difícil, senão
impossível, encontrarmos uma pessoa que reúna todas as características aqui apresentadas e,
em um grau de desenvolvimento tal que consiga explorá-los, em toda a sua plenitude.
Apesar de termos presente a realidade acima exposta, reafirmamos a crença de que um
profissional de Inteligência, para demonstrar as competências de sua função, tornando-se
destaque entre seus semelhantes, ou seja, para poder exibir um alto grau de excelência no seu
trabalho, é impositivo que possua todos aqueles atributos, mesmo que um, ou outro, não se
encontre em um grau tão desenvolvido. Mas o certo é que nenhum pode faltar!
Certamente, as diferenças que existirão entre os resultados apresentados pelos diversos
profissionais de Inteligência estarão, intimamente, ligadas à maior ou menor aplicação dos
atributos pessoais, que isoladamente, ou em conjunto, influenciam, decisivamente, para que
determinada competência seja demonstrada.
Por isso, entendemos por que razão profissionais com formação acadêmica em
diversas áreas do conhecimento humano, e que ingressam na área de Inteligência, não
conseguem implementar um trabalho de forma padronizada e, muitas vezes com a qualidade
que se espera.
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A razão é simples: o rol de atributos que estes profissionais precisam reunir para
desempenhar as competências exigidas em suas áreas profissionais podem coincidir com
aqueles necessários ao homem de Inteligência.
Entretanto, é possível até que alguns atributos sejam comuns às duas profissões.
Assim, a capacidade de o profissional reuni-los e trabalhá-los, de forma a atender as novas
exigências da área de Inteligência, é que vai acabar definindo se este novo profissional de
Inteligência vai, ou não, evidenciar uma determinada competência na sua nova atividade.
Também, a adaptação à nova função pode exigir o desenvolvimento de alguns
atributos até então adormecidos no perfil; a aquisição de atributos inexistentes, mas que são
passíveis de serem aprendidos; ou mesmo o aprimoramento de outros. Isso pode demorar
muito tempo, ou até nunca acontecer.
Às empresas especializadas em identificar o homem de Inteligência cabe, agora, de
posse das informações deste trabalho, desenvolver instrumentos que possam vir a contribuir
para uma melhor seleção deste tipo de profissional, na tentativa de evitar dar acesso à
Atividade de Inteligência a pessoas sem o menor pendor para tal.
Aos gestores, de posse das indicações feitas, neste documento, do que seja para um
profissional de Inteligência evidenciar determinada competência, torna-se mais simples
percebê-la, bastando adequar aquelas definições às suas próprias observações, ou de pessoas
designadas para tal, de forma a identificar a capacidade de trabalho apresentado pelo
funcionário e a maneira como desenvolveu suas relações interpessoais, no período
considerado.
Dessa maneira, ao finalizarmos este trabalho, cremos ter conseguido contribuir para
definir o perfil do homem de Inteligência e a maneira como os atributos reagem entre si para
influenciar, decisivamente, no desempenho das competências.
Este trabalho, sem dúvida, também vai ajudar a criar parâmetros de seleção mais bem
definidos acerca do futuro profissional de Inteligência, assim como fornecer aos gestores, de
toda ordem, a possibilidade de avaliar os resultados que lhes chegam às mãos, dando-lhes
mais segurança no momento de decidir se determinado profissional deve, ou não, continuar a
desempenhar suas funções ligadas à área de Inteligência.
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