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AUTOESTIMA
BEATRIZ ACAMPORA
2020
AUTOESTIMAEste E-book consiste em um compilado de textos
publicados em revistas, jornais e trechos de livros da Prof. Dra. Beatriz Acampora
Esta é uma obra gratuita e não pode ser comercializada.
Beatriz Acampora e Silva de OliveiraDoutora em Saúde PúblicaMestre em Cognição e LinguagemEspecialista em desenvolvimento de pessoas
Psicóloga – CRP 05/32030
Contato com a autora: isecpsicologia@gmail.com
2020
O senso de valor próprio é construído na
relação com os pais, com os professores, com os
amigos, com o mundo que nos cerca, desde a
primeira infância. É ele que vai direcionar o modo
como a pessoa, na vida adulta, usufrui de sua
liberdade, faz suas escolhas e assume a
responsabilidade pela sua própria vida.
Beatriz Acampora
AUTOESTIMA
A autoestima determina e direciona os
pensamentos, emoções e comportamentos das
pessoas. Ela começa a ser desenvolvida desde o
nascimento, através da relação com os pais e com
o mundo à sua volta. O ser humano, enquanto ser
de relações sociais, necessita do outro desde seu
nascimento até a morte.
O modo como o outro, o ambiente e as
questões socioculturais influenciam o
desenvolvimento do ser, impactam diretamente a
compreensão de si mesmo e a maneira única e
especial que cada um apreende os eventos da
vida, tendo sempre como referencial suas crenças
e sistema de valores pessoal, conforme suas
experiências passadas, aquilo que lhe é
particularmente relevante e seus aspectos
cognitivo-afetivos.
Beatriz Acampora
AUTOESTIMA
O ser humano está sempre se comparando
com as pessoas de suas relações sociais e a noção
de certo e errado, de bom e mau, de bonito e
feito, é construída socialmente e depende da
cultura na qual o indivíduo está inserido, das
relações familiares e dos grupos dos quais
participa.
Dessa forma, a noção de si mesmo tem
relação intrínseca com o modo como uma pessoa
se vê diante dos estímulos oferecidos e na
comparação das suas ações com as atitudes que a
cercam.
Beatriz Acampora
AUTOESTIMA
A analogia com um espelho pode facilitar o
entendimento de que tudo o que ocorre psíquica e
emocionalmente com um indivíduo reflete para o
mundo exterior. A subjetividade é exposta no modo
como este indivíduo se comporta a partir de suas
crenças, valores e emoções.
Assim, uma pessoa com baixa autoestima
pode se vitimar diante das situações por ter
dificuldades em lidar com seus recursos internos
para superar desafios ou se posicionar diante dos
fatos. A crença na capacidade de resolução e
sucesso fica prejudicada, o que faz com que haja
ações que mantenham um padrão já conhecido pela
pessoa, como desistência de algo, desânimo para
ações que requerem mudança e dificuldade de
relacionamentos.
Beatriz Acampora
AUTOESTIMA
O autoconceito também é estudado como um
dos indicadores para o progresso social, pois é a
partir dele que o indivíduo investe ou não na
realização de seus desejos, que se prospecta para
evolução e crescimento na sociedade da qual faz
parte, na direção da autorrealização.
O autodirecionamento que um indivíduo dá à
sua vida depende fundamentalmente da
autocompreensão, do modo como ele se relaciona
consigo e do senso de valor próprio. A autoestima
de uma pessoa a leva a ter determinados
comportamentos que podem ser saudáveis ou
prejudiciais para si mesmas.
Beatriz Acampora
AUTOESTIMA
Os papéis que uma pessoa desempenha
consistem em escolhas a partir do modo como ela se
vê em determinadas situações, abrindo mão de
alguns papéis e se dedicando a outros, de acordo
com o modo como se sente ao desempenhá-los.
O comportamento emocional e o estilo de
vida adotado na fase adulta são reflexos de como o
autoconceito foi desenvolvido ao longo da vida. Uma
pessoa com autoconceito positivo tende a ser mais
resiliente e a acreditar nas suas potencialidades para
superar dificuldades.
Beatriz Acampora
AUTOESTIMA
“A autoestima é a fonte do nosso poder pessoal,
da capacidade que todo ser humano tem de
influenciar e ser influenciado nas relações sociais.
Em todos os tipos de relações a autoestima é o
pano de fundo, pois ela determinará o modo
como o indivíduo irá respirar, se emocionar e agir.
Em situações de trabalho, por exemplo, pessoas
com alta autoestima tendem a ser mais ágeis, a
falar assertivamente o que querem, a lutar pelos
seus objetivos de forma clara. Uma pessoa com
alta autoestima acredita em si mesma, é o que
quer ser, goza a vida e assume responsabilidades
sem culpar os outros ou se justificar pelas
escolhas que faz” (ACAMPORA, 2ª ed, 2019, p. 20
e 21).
Beatriz Acampora
AUTOESTIMA
Descobri que sou mais eficaz quando posso ouvir a mim mesmo. Aceitando-me, posso ser eu mesmo.
Carl Rogers
As questões psicológicas da atualidade dizem
respeito ao modo como as pessoas se veem, se
relacionam umas com as outras e projetam na vida
seus sentimentos, angústias e desejos. A autoestima
está intimamente ligada aos modos de experimentar
as situações da vida, ao sucesso no trabalho, as
relações intra e interpessoais, a tudo o que uma
pessoa se propõe a fazer.
A alta autoestima permite ao indivíduo, em
qualquer idade, superar os desafios e dificuldades
que surgem no percurso da vida, utilizando seus
recursos internos como ferramentas para crescer
perante as adversidades.
Beatriz Acampora
AUTOESTIMA
As relações interpessoais são fundamentais
para a vida humana. Cada ser vivo no planeta,
principalmente mamífero, necessita da troca
afetiva possibilitada pelas relações com os outros.
O modo como convivemos com as pessoas, revela
exatamente como aprendemos a lidar com nossas
emoções, frustrações e como nos relacionamos
primariamente conosco.
As pessoas são solicitadas, desde pequenas,
a acertar sempre, a competir desmedidamente e a
esconder as emoções apreendidas como não
sociais – raiva e tristeza, principalmente.
Entretanto, elas não aprenderam a como lidar
com essas emoções e nem como transformar seus
pensamentos e sentimentos em algo construtivo.
Beatriz Acampora
AUTOESTIMA
O modo como nos posicionamos diante de
nós mesmos na nossa vida, direciona o modo
como vamos lidar com as outras pessoas. Dessa
forma, uma pessoa que tem uma boa relação
intrapessoal, muito provavelmente terá boas
relações interpessoais. Por isso, atualmente,
valoriza-se tanto a inteligência emocional. Ela está
diretamente ligada ao modo como a pessoa se
posiciona na vida.
Diante de uma dificuldade, geralmente, o
primeiro pensamento que vem à mente de um
indivíduo está associado à sua crença básica, ao
seu autoconceito. Se uma pessoa acredita que é
capaz de superar um desafio, então, diz para si
mesma “-Vou conseguir”, caso contrário, afirma
para si “-Isso é muito difícil!” ou “-Não vai dar
certo” ou, ainda, “-Impossível!”.
Beatriz Acampora
AUTOESTIMA
Carl Rogers (1902 – 1987) ressaltou que as
situações e experiências que ameaçam ou
contradizem a visão das pessoas sobre si mesmas
são a principal causa de ansiedade. Uma pessoa
com a autoimagem incongruente tende a ser mais
vulnerável à ansiedade, pois há constantes choques
na relação da sua autopercepção com as
experiências vividas na realidade.
Beatriz Acampora
AUTOESTIMA
Pessoas que estão em conflito com seu
autoconceito tendem a ter atitudes defensivas,
muitas vezes ignorando, negando e até mesmo
distorcendo a realidade para tentar lidar melhor
com sua autopercepção: é uma maneira de tentar
aproximar a realidade do modo como elas se
compreendem. Podemos fazer uma analogia com
alguém que se desvaloriza e se acha incapaz de
resolver um problema, mas afirma para todos à
sua volta que se saiu muito bem em uma
determinada situação e resolveu o problema,
como uma forma de autoafirmação.
Beatriz Acampora
AUTOESTIMA
AUTOCONFIANÇA E AUTOESTIMA
Autoconfiança consiste na previsão realista
dos seus recursos internos disponíveis necessários
para encarar um tipo específico de situação. Só você
se conhece tão bem a ponto de prever possíveis
atitudes, comportamentos e sentimentos diante de
uma dada situação e qual a melhor maneira de agir
sem agredir a si mesmo e ao outro.
Uma pessoa autoconfiante tem mais chances
de promover relacionamentos saudáveis, uma vez
que conhece quais são os seus limites, avalia suas
prioridades, respeita a si mesma e às suas emoções.
A autoconfiança também está associada ao
desenvolvimento de alteridade, isto é, o
desenvolvimento da noção de que se eu sou um
indivíduo, o outro também é um indivíduo e ambos
devemos ser respeitados nas mais diversas relações
em nossos direitos humanos.
Beatriz Acampora
AUTOESTIMA
A autoestima é a base da autoconfiança. Uma
pessoa que se compreende de uma forma positiva
tende a se direcionar pela vida de um modo decisivo
e deliberado.
A autoconfiança atualmente é considerada
uma competência ou habilidade a ser avaliada nos
processos seletivos realizados pelas organizações
que estão à procura de pessoas capazes de gerir
negócios, criar possibilidades e desafiar fronteiras.
Beatriz Acampora
AUTOESTIMA
Pessoas autoconfiantes tendem a expressar
confiança na própria capacidade de superar desafios
e situações difíceis, investem mais no seu
desenvolvimento pessoal e profissional e são mais
resilientes.
A resiliência é a capacidade de lidar com a
adversidade e conseguir se adaptar ou evoluir
positivamente frente à situação. Temos muitos
exemplos de pessoas que se superam depois de uma
grande perda, como os atletas paraolímpicos,
pintores que perderam os braços em acidentes ou
doenças e pintam com a boca ou os pés, pessoas
que sofreram doenças, acidentes ou grandes perdas
e passaram a ministrar palestras sobre o assunto.
Beatriz Acampora
AUTOESTIMA
Indivíduos com alta autoestima tendem a ser
mais resilientes e promovem mudanças, vencem
dificuldades, têm firmeza de propósito, são
proativos – características em alta no mercado de
trabalho.
A vida é a arte da experimentação. É através
das mudanças que as pessoas vão adquirindo novos
aprendizados, realizado novas associações e
fortalecendo sua estrutura psíquica para enfrentar
novos desafios. Quando um desastre acontece, é
preciso formar uma nova ideia a respeito da vida e
da situação que se coloca para que haja adaptação.
Estamos o tempo todo nos adaptando ao
mundo, mas é o modo como isso ocorre na nossa
mente, que vai direcionar o grau de
comprometimento e implicação que temos em
tentar resolver os conflitos, superar as dores e
desenvolver novas formas de viver.
Beatriz Acampora
AUTOESTIMA
Pessoas resilientes acreditam em si mesmas e
buscam de todas as formas possíveis superar a
dificuldade e (re)encontrar a felicidade.
Desenvolver a criatividade é fundamental para
que se possa ver uma mesma situação de ângulos
diferentes. É possível utilizar a dor como um
trampolim que impulsiona para o alto. Criar é
essencial para que a mente possa encontrar novas
conexões e caminhos para solucionar o problema.
Encontre formas de vivenciar novas
experiências. Acredite no seu potencial e crie
estratégias para lidar com o inesperado, para
solucionar problemas e se valorizar independente
das circunstâncias que se apresentem.
Beatriz Acampora
AUTOESTIMA
AUTOESTIMA, QUALIDADE DE VIDA E FELICIDADE
O modo como o indivíduo se referencia nos
mais diferentes contextos que o cercam tem relação
com sua qualidade de vida, pois é a partir desse
modo de percepção que ele se posiciona diante dos
eventos na vida.
A felicidade é um constructo muito pessoal e
tem relação com a forma como as pessoas elaboram
os eventos de suas vidas e se projetam em relação
aos seus sonhos e desejos. Dessa forma, o que é
felicidade para uma pessoa pode não fazer sentido
para outra.Beatriz Acampora
AUTOESTIMA
Assim, a qualidade de vida tem
características amplas, que são relacionadas com
a percepção individual, impedindo que, mesmo
diante dos mesmos padrões vivenciados, duas
pessoas tenham a mesma percepção em relação
às experiências, pois estas são interpretadas
subjetivamente.
Investir no autoconceito e ampliar a forma
como você se relaciona consigo pode fazer toda a
diferença na sua qualidade de vida, pois é você o
único responsável pela sua felicidade, pelo seu
bem-estar e pelas possibilidades que escolhe
abraçar ou abrir mão.
Beatriz Acampora
AUTOESTIMA
Uma pessoa com alta autoestima tende a
fazer escolhas melhores, que beneficiem a sua
vida, gerando menos estresse e aborrecimentos.
Mas, para isso é preciso investir no
autoconhecimento.
A pesquisa de doutorado desta autora
aponta que a autoestima tem relação com a
percepção de tranquilidade e o sentimento de
felicidade por parte do indivíduo, bem como a
vitalidade e a possibilidade de depressão
(OLIVEIRA, 2019).
Beatriz Acampora
AUTOESTIMA
É possível avaliar, então, que pessoas com
alta autoestima tendem a ser mais felizes,
tranquilas, apresentam maior grau de vitalidade e
menor tendência à depressão. Esses fatores
também influenciam a autoestima, o que implica
afirmar que a felicidade, tranquilidade e a
vitalidade fazem parte de um autoconceito
positivo, enquanto a depressão acarreta prejuízos.
A felicidade, tranquilidade, prazer e
satisfação são termos que fazem parte do bem-
estar subjetivo, englobando a avaliação racional
que os indivíduos fazem a respeito de suas vidas e
a avaliação afetiva relacionada à percepção de
suas emoções como positivas ou negativas.
Beatriz Acampora
AUTOESTIMA
O importante não é aquilo que fizeram de nós, mas sim o que nós próprios fazemos com aquilo que
fizeram de nós.
Jean-Paul Sartre
CUIDE DA SUA AUTOESTIMA
Inclua atividades que te façam se sentir bem e ter
prazer no seu dia-a-dia;
• Observe seu discurso interno: o que você fala para
si quando está diante de uma situação interpretada
como uma dificuldade? E transforme o que for
negativo em palavras positivas e de incentivo;
• Escolha algumas pessoas de confiança para
conversar e trocar ideias;
• Busque o equilíbrio entre o trabalho, a vida familiar,
o lazer e a realização dos seus sonhos;
Beatriz Acampora
AUTOESTIMA
• Perceba o que sente diante de determinadas
situações e avalie o que fazer para se sentir melhor
em situações semelhantes no futuro;
• Tenha em mente que você é o(a) seu melhor
amigo(a), portanto faça escolhas que sejam boas
para si;
• Seja generoso(a), amoroso(a) e carinhoso(a)
consigo: você merece!
Beatriz Acampora
AUTOESTIMA
A felicidade é uma atitude perante a vida!A autoestima é o alicerce para o percurso!
REFERÊNCIAS:
OLIVEIRA, Beatriz Acampora e Silva de. Autoestima,
qualidade de vida e saúde [Livro digital]. São Paulo:
Pimenta Cultural, 2019.
ACAMPORA, Beatriz. AUTOESTIMA: práticas para
transformar pessoas. 2 Ed. Rio de Janeiro: WAK,
2019.
ACAMPORA, Beatriz. A relação entre autoestima e
saúde mental. In OLIVEIRA, Samira (Org). O Poder da
Autoestima. Rio de Janeiro: Editora Conquista, 2019.
Pág. 155 a 162.
Beatriz Acampora
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