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BRASIL SOLAR POWER 2016
Congresso Geração Centralizada Painel 3: Cadeia Produtiva
1º de Julho/2016 – Rio de Janeiro/RJ – Brasil
José Ricardo Ramos SalesAnalista de Comércio Exterior
Secretaria de Desenvolvimento e Competitividade Industrial
Energia Solar Fotovoltaica no Brasil – Questões para reflexão
A demanda por sistemas fotovoltaicos começou a aumentar no Brasil,com tendência de crescimento exponencial.
Há uma oportunidade enorme de desenvolver uma nova indústria noPaís e os serviços a ela associados: agregação de valor local; geração deempregos qualificados; possibilidades futuras de exportação.
1. De onde virão os produtos e os sistemas de geração?
2. O Brasil será um mero importador/consumidor de tecnologia oupretende transformar-se em produtor/desenvolvedor de bens e tecnologialocal, com visão global? (OBS: os caminhos não são excludentes)
3. Qual o papel do governo no desenvolvimento da energia solarfotovoltaica no Brasil?
4. O Brasil vai aproveitar ou perder essa oportunidade?
Por que o Brasil deve investir em energia solarfotovoltaica?
O Brasil é um dos países com omaior potencial de geração deenergia a partir da fonte fotovoltaica:
40x maior que a Alemanha 65x maior que a Inglaterra
A indústria solar fotovoltaica éavançada tecnologicamente e temrelação próxima com a indústriaeletrônica e de outros segmentos, comempregos de grande qualificação.
Complementariedade com outrasfontes renováveis de energia
Benefícios ambientais, econômicose sociais.
Fontes: Atlas Solar Brasileiro (2006) / ABSOLAR / CSEM Brasil
Instrumentos de apoio à energia solar no Brasil
DEMANDA / MERCADO:
a) Leilões de Energia de Reserva (LER) para fonte
fotovoltaica: i) 3 GW contratados em 2014 e 2015; e
ii) pelo menos um leilão em 2016;
b) Lei nº 13.169/2015 - isenção do PIS/COFINS
para micro e minigeração (Resoluções ANEEL
482/2012 e 687/2015);
c) Convênio CONFAZ 16/2015, - Estados podem
conceder incentivos de ICMS para
micro/minigeração – 16 Estados já aderiram;
d) Linhas de financiamento competitivas para os
consumidores – em desenvolvimento (BNB como
exemplo recente);
e) Programa de Geração Distribuída (ProGD) –
coordenação pelo MME
OFERTA / INVESTIMENTOS:
a) Plano de Agregação de Valor Progressivo do
BNDES => financiamento e gradual agregação de
valor local – desenvolvimento tecnológico;
b) PBE Fotovoltaico/INMETRO – Portaria 4/2011
– qualidade, segurança e eficiência energética,
para produtos nacionais e importados – alguns
ajustes em discussão;
c) PADIS, Lei de Informática e ‘Ex-tarifário’ –
estímulos tributários para viabilizar produção
local na cadeia solar, desenvolvendo a cadeia
produtiva;
d) Programa de Geração Distribuída (ProGD) –
coordenação pelo MME
Instrumentos tributários podem e devem ser aperfeiçoados para esse segmento
estímulo efetivo à produção local.
Cadeia de valor da indústria fotovoltaica
Fonte: Globo Painéis Solares – Valinhos/SP – fábrica com capacidade produtiva de 180 MW/ano.
Fonte: EPE/MME – Energia Renovável – Maio/2016. Estimativas do setor privado.
Módulo: cerca de 50% do custo do Sistema FVCélula: 50% a 60% do custo do Módulo FV
Importação de Módulos e Células Fotovoltaicos –2012/2016
Elaboração: SDCI/MDIC (a partir do Sistema Aliceweb)
5.542.029
16.918.641 14.813.774
42.694.793
21.386.423
39.311.079
32.517.743
60.619.429
0
10.000.000
20.000.000
30.000.000
40.000.000
50.000.000
60.000.000
70.000.000
2012
2013
2014
2015
2015 (Jan-M
aio)
2016 (Jan-M
aio)
Jun
/2014-
Maio
/2015
Jun
/2015-
Maio
/2016
Importações de Módulos Solares - US$ FOB
747% 86%84%
?
Importação de Módulos e Células Fotovoltaicos –2012/2016
Elaboração: SDCI/MDIC (a partir do Sistema Aliceweb)
OBS: Maio/2015 => início de redução II dealgumas células fotovoltaicas – “ex-tarifário” =>redução parcial do custo de produção local
Os percentuais são impactantes mas,em valor absoluto, o Brasil ainda éinsignificante nesse mercado.
102.011
297.076
159.452
1.038.842
74.717
316.135
164.609
1.280.260
0
200.000
400.000
600.000
800.000
1.000.000
1.200.000
1.400.000
201
2
201
3
201
4
201
5
201
5 (Jan
-Ma
io)
201
6 (Jan
-Ma
io)
Jun
/201
4-
Ma
io/2
015
Jun
/201
5-
Ma
io/2
016
Importações de Células Solares - US$ FOB
918% 323% 678%
?
Tributação aplicada ao Módulo Fotovoltaico (NCM 8541.40.32) e seus insumos – 1/2
Elaboração própria (SDCI/MDIC) a partir de dados de empresas/entidades. Somatório de alíquotas dePIS/COFINS arredondado para cima.
Tributos federais passíveis de incentivo
via PADIS – para a fabricação local
Matérias-primas principais para
fabricação local do Módulo
Fotovoltaico (NCM 8541.40.32) 0
II PIS Cofins IPI ICMS
Total
(federal)
Total (com
ICMS)
Alumínio 16% 2,10% 9,65% 0% 18% 28% 46%
Filme de Proteção / Backsheet 16% 2,10% 10,65% 15% 18% 44% 62%
Caixa de Junção 16% 2,10% 10,65% 15% 18% 44% 62%
Célula Solar 1 2% 2,10% 10,65% 0% 0% 15% 15%
EVA 16% 2,10% 10,65% 15% 18% 44% 62%
Silicone 14% 2,10% 10,65% 2% 18% 29% 47%
Solda 12% 2,10% 9,65% 5% 18% 29% 47%
Vidro 12% 2,10% 10,65% 10% 18% 35% 53%
Módulo Fotovoltaico pronto 2 II PIS Cofins IPI ICMS
Total
(sem
ICMS)
Total (com
ICMS)
Sem REIDI 12% 2,10% 10,65% 0% 0% 25% 25%
Com REIDI 3 12% 0% 0% 0% 0% 12% 12%
Problema: ELEVADA CARGA TRIBUTÁRIA NOS INSUMOS
Tributação aplicada ao Módulo Fotovoltaico(NCM 8541.40.32) e seus insumos – 2/2
0 As matérias-primas não são desoneradas pelo PADIS, pois não fazem parte doAnexo III (Insumos) do Decreto 6.233/2007, nem por qualquer outro instrumentolegal.
1 Ex-tarifário – redução do II de 10% para 2%. O ICMS é 0% em função do ConvênioCONFAZ 101/97, (alíquota 0% desde que o IPI seja 0% ou haja isenção do tributo).
2 Convênio CONFAZ 101/97 (ver item 1). Vale também para o módulo fotovoltaicoproduzido no Brasil. Mas a fabricação local perde competitividade. Insumos pagam tributo,geram crédito tributário, o qual dificilmente será recuperado. Ao final, isso vira custo.
3 Desoneração das contribuições PIS-COFINS quando houver projetos beneficiados peloREIDI. É um incentivo adicional ao módulo importado em relação ao módulonacional. Mesmo problema do crédito tributário.
O Brasil precisa de investimentos. Por que dificultar isso?
Incentivos para atração de investimentos industriais: *
II, IPI e PIS/COFINS nasaquisições (para atividade-fim)
IPI e PIS/COFINS nas vendas IRPJ e CIDE
• Observadas determinadas condições(Anexos do Decreto, por exemplo)
Contrapartidas:
CNPJ exclusivo; Aprovação de projeto por
MCTIC/MDIC; Habilitação na SRFB/MF; Realização de etapas
produtivas; Investimento mínimo em
P&D&I Relatórios anuais de
execução das atividades
Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Indústria de Semicondutores (PADIS) – Lei 11.484/2007 e Decreto 6.233/2007
PADIS
Produtos beneficiados:
Semicondutores e Displays – insumos da indústria eletrônica; Módulos e Células Fotovoltaicos Silício / Lingotes / Wafer
Outras informações:
Área solar: 8 projetos aprovados ou habilitados (SP, MG, ES, BA,PE) – capacidade estimada superior a 1 GW (a partir de 2017)
Reduzido impacto fiscal: 0,06% de todas as renúncias do
Governo (PLOA 2016)
Exercícios tributários – renúncia x arrecadação
MWII IPI PIS COFINS
ICMS
(estadual)
Subtotal
(tributos federais)
10 MW 900.000,00 700.000,00 400.000,00 2.000.000,00 1.400.000,00 4.000.000,00
50 MW 4.300.000,00 3.400.000,00 1.900.000,00 9.700.000,00 6.600.000,00 19.300.000,00
1.000 MW 86.000.000,00 68.000.000,00 38.000.000,00 194.000.000,00 132.000.000,00 386.000.000,00
Elaboração: SDCI/MDIC. Fontes: Dados privados // Portal Siscomex (consulta e câmbio do dia 14/6/2016 – 1 US$ = R$ 3,4261
A ‘receita tributária futura/hipotética' dificilmente existirá (ou tende a serpequena), pela reduzida produção nacional.
Cenário atual - sem REIDI (redução a 0% de
PIS/COFINS) - aplicável em geração
distribuída
R$ 508.775.850,00100%
II e PIS/COFINS integrais
Cenário sem produção nacional - ex-tarifário
para os Módulos (II de 2%) e com REIDIR$ 41.113.200,00
8%
Em relação ao primeiro,
diferença de R$ 467,6
milhões no II + PIS/COFINS
Renúncia fiscal nos insumos (R$) – produção de Módulos Fotovoltaicos no Brasil
Arrecadação tributária – Importação de US$ 600 milhões (1 GW) em Módulos Fotovoltaicos
Inexistência de produção local provavelmente gerará: i) aumento de importação; e ii) perda de arrecadação tributária
Questões para reflexão“Renúncia fiscal x Arrecadação tributária”
1. A implantação de diversas fábricas que produzam e comercializem esses 1.000MW (1 GW), por exemplo, gerará mais ou menos R$ em tributos diversos?
2. Como serão gerados esses tributos diversos? Movimentações bancárias,encargos sociais nos empregos gerados, imposto de renda e consumo dosempregados, CSLL, tributos nos serviços demandados, etc.
3. E os benefícios gerados pelos investimentos em P&D gerados pelodesenvolvimento tecnológico no Brasil? (PADIS, Lei de Informática, Inovação,etc)
4. E a movimentação na economia, com desenvolvimento de fornecedores,geração de novos empregos, formação e capacitação?
5. E o comércio exterior? Amplas possibilidades de exportação (EUA, AméricaLatina...).
Qual a ambição do Brasil em energia solar fotovoltaica?
Soluções para estimular a produção local de equipamentos de energia solar fotovoltaica
I – PADIS: Atualizar os Anexos I a III do Decreto nº 6.233/2007 – que regulamentou o PADIS.
Anexo I – atualizar redação de alguns itens focando o mercado solar fotovoltaico –vidros especiais, por exemplo;
Anexo II – Máquinas/equipamentos/aparelhos/instrumentos;Anexo III – Insumos para uso na atividade-fim (produção de módulos e células
fotovoltaicos).
OBS: Anexos II e III podem ser alterados por Portaria Interministerial MCTIC/MDIC/MF
II – REIDI: Estender o Regime à cadeia produtiva dos equipamentos (módulos, inversores etrackers) – desoneração do PIS-COFINS na importação ou aquisição local de insumos
III – Desoneração mais ampla para a cadeia produtiva: em níveis federal e estadual
IV – Programa próprio para o setor solar : englobando o sistema como um todo
V – Mecanismo eficiente de compensação de créditos tributários
Objetivos: i) tornar a produção local competitiva;ii) gerar produção em escala / agregação de valor / desenvolvimento.
Tributação desejável para os insumos para fabricação local do módulo fotovoltaico
Elaboração própria (SDCI/MDIC). Somatório de alíquotas de PIS/COFINS arredondado para cima.
Tributação desejável para os insumos
(com desoneração PADIS ou por outro
instrumento)
Matérias-primas principais para
fabricação local do Módulo
Fotovoltaico (NCM 8541.40.32)
II PIS Cofins IPI ICMS
Total
(federal)
Total
(com ICMS)
Alumínio
0%?
0%
?
Filme de Proteção / Backsheet ? ?
Caixa de Junção ? ?
Célula Solar 1 ? ?
EVA ? ?
Silicone ? ?
Solda ? ?
Vidro ? ?
Módulo Fotovoltaico pronto
(Importado ou nacional) II PIS Cofins IPI ICMS
Total
(sem ICMS)
Total
(com ICMS)
Sem REIDI 12% 2,10% 10,65% 0% 0% 12% / 25% ?
Com REIDI 12% 0% 0% 0% 0% 12% ?
A depender das medidasestaduais ou de decisãoCONFAZ
Produção local de módulos fotovoltaicos torna-se competitiva e viabiliza escala produtiva e aumento de investimentos na cadeia produtiva e em
serviços diversos + EMPREGO / + RENDA / + ARRECADAÇÃO
Mercado de Módulos Fotovoltaicos - Estimativas
MÓDULOS FOTOVOLTAICOS
(demanda potencial – mercado interno) US$ FOB
2016 a 2019 – 3 GW centralizada 0,50 US$/W x 3.000.000.000 W =>
US$ 1,5 bilhão
2016 a 2024 – 12 GW(considerando números PDE e mercado)
0,50 US$/W x 12.000.000.000 W =>
US$ 6,0 bilhões
PDE 2015/2024 da EPE/MME e estimativas mercado: 7 GW – geração centralizada (leilão)5 GW – geração distribuída (GD)
12 GW – TOTAL
Preço médio US$/W (estimativas mercado): de 0,45 a 0,55 US$/W
Elaboração: SDCI/MDIC. Não se consideram aqui os impactos em outros produtos/serviços do sistema, como inversores, estruturas de sustentação, projetos de instalação, etc.
Resultados esperados de medidas de fomento à produção local na cadeia solar fotovoltaica
Viabilizar a indústria de energia solar fotovoltaica no Brasil de modosustentável e competitivo => módulos fotovoltaicos, células fotovoltaicas,lingotes/wafers de silício, purificação de silício => potencial de adensamentotambém na cadeia produtiva de semicondutores
Benefícios a outros componentes do Sistema Fotovoltaico, como inversores,baterias, estruturas de alumínio, projetos e serviços de instalação
Geração de investimentos e tecnologia (P&D&I)
Geração de empregos diretos e indiretos, muitos de boa qualificação
Potencial enorme de exportação de produtos para a América Latina, EUA eoutros mercados
Brasil como ator global e relevante na indústria solar fotovoltaica e, de
maneira mais ampla, em energias renováveis.
Cadeia produtiva Fotovoltaica: perspectiva para o Brasil – 2016/2025
2016/2018:Mercado mínimo de 2a 3 GW, com boaparcela montada oufabricada no Brasil
2020/2025: Brasil desenvolve
toda a cadeiaprodutiva. Atorrelevante no setor
Fonte solar: pelomenos 5% namatriz elétrica
Elaboração: SDCI/MDIC (a partir de Abinee/2012)
2018/2020:Mercado mínimo
de 5 a 8 GW, commaior valoragregado local
Fabricação dacélula
Exportação demódulos/células
Conclusões e Recomendações
O desenvolvimento de uma cadeia produtiva fotovoltaica no Brasil, de modocompetitivo e sustentável, passa pelo esforço conjunto e coordenado entregoverno e setor privado. Ministérios e agências, empresas, entidades de classe eacademia.
O Brasil está avançando na adoção de instrumentos de apoio ao setor mas deveagir com maior efetividade para transformar as oportunidades em negócios.
Criação de ambiente favorável ao investimento e aos negócios – regras claras econfiança para empreender.
Interlocução mais frequente com os níveis decisórios no governo e com o setorprivado.
Visão estratégica, Planejamento e Atitude
Muito obrigado!
José Ricardo Ramos SalesAnalista de Comércio Exterior
Coordenação-Geral de Energia e Desenvolvimento Sustentável – CGESDepartamento de Competitividade Industrial – DECOI
Secretaria de Desenvolvimento e Competitividade Industrial – SDCIMinistério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços – MDIC
jose.sales@mdic.gov.brTel: 61 2027-7504
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