breve história do jazz

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Matrial produzido por Edson Ikê na mediação de oficina

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OrigensEstilos do Jazz

Dizzy Gillespie

Uma brass band num funeral em New Orleans

Surgiu por volta do início do século XX em New Orleans. A cidade esteve sob o domínio espanhol e francês no seu inicio, e depois os ingleses e italianos e, finalmente, os alemães e eslavos. Culturas que se “mesclavam” com os negros sequestrados da África.Neste cenário multicultural de New Orleans, foi o epicentro da cristalização do jazz, pois os worksongs — canto de trabalho dos negros no campo —, os spirituals, que se ouviam nas igrejas e comunidades ao ar livre, a música instrumental e os primitivos bluesque os negros cantavam no interior também contribuíram decisivamente para a formação do jazz.

Origens

WorksongsTrabalhador

es rurais, 1907

Origens

Elementos do jazz • Improviso• O que diferencia a melodia jazzística da

não-jazzística, é uma característica especial chamada: blue notes

• Blue notes são notas bemolizadas: a terceira, a quinta e, por vezes, a sétima nota da escala dó-ré-mi-fá-si são tocadas diminuídas, o que provoca uma sonoridade rica, dissonante e diferenciada

• Scat vocalização, imitação de instrumento com a voz

• Pergunta e resposta

Elementos do jazz ImprovisaçãoConstitui o elemento principal do jazz. A arte da composição e as técnicas de execução podem ser ensinadas, mas o improviso é uma característica muito particular que depende da inventividade, do arrojo e da sensibilidade do artista, e isto não se aprende na escola.

• Estrutura do jazz: TEMA, IMPROVISAÇÃO e TEMA

• Tema: a exposição de uma ideia musical

Elementos do jazz

King Oliver E sua banda

Louis Armstrong

1890 – Ragtime

Estilos

Uma música cujo piano tem uma função de liderança. Não contava com a improvisação típica do jazz, um utilizava um swingue característico. Principal expoente: Scott Joplin

(((Ouvi disco)))

1900 – New OrleansEstilos

Caracterizado por três linhas melódicas que contraponteiam executadas por um trompete, um trombone e uma clarinete. Instrumento líder: trompete. O ritmo original se aproxima do ritmo de marcha européia. O calor desta música se relaciona com a viva execução individual, articulação, entonação, vibrato e modos de ataques de cada instrumentista. O fraseado, em geral, lembra mais a articulação vocal do que a instrumental — os músicos quase falava com os instrumentos. • Expressão oralidade.

(((Ouvi disco)))

Estilos

New OrleansCreole Jazz Band

Brass band tocando num enterro em New Orleans, ritual se repete até hoje na cidade, na volta do funeral as marchas que na ida eram fúnebre volta alegre “carnavalescas”

1910 – DixielandEstilos

É o jazz dos brancos. Os conjuntos musicais circulavam pelas ruas de New Orleans em cima de carros — bandwaggons — ou a pé. Quando duas bandas por acaso se cruzavam, iniciavam, imediatamente, um contest ou uma battle. O Dixielandera o cruzamento de marcha militar tocada por metais, quadrilhas francesas, ragtime e blues, tudo misturado num improviso coletivo. Música famosa do estilo When the saints go marching in.

(((Ouvi disco))) Louis Armstrong

1920 – ChicagoEstilos

O estilo Chicago é uma imitação do estilo New Orleans. Com o estouro da Primeira Guerra Mundial, New Orleans se transformou na época num porto de guerra. Para manter a moral das tropas, os Estados Unidos fecha por decreto a “Storyville”, ficando um grande contingente de músicos desempregados que imigraram para Chicago. Nesta época o New Orleans vive seu apogeu fora da sua cidade natal. King Oliver dirigia a banda mais importante de jazz New Orleans em Chicago, onde Louis Armstrong formou os seus “Hot Five” e “Hot Seven”, Jelly Roll Morton e seu “Red Hot Peppers”. O blues viveu nesta época seu ápice. Saxofone ganha notoriedade. Importante expoente: Bix Biederbeck.

(((Ouvi disco)))

1930 – SwingEstilos

Tudo que se fez até o fim da década de 20 era chamado de “ TwoBeat Jazz”. O compasso do Two Beat Jazz se compõe, portanto de duas batidas fortes. No Harlem e, sobretudo em Kansas City, criou-se, por volta de 1928/29, um novo toque. Tendo como bagagem a experiência dos músicos e da música do Chicago e New Orleans, formou-se a segunda caravana de música e músicos da história do jazz, desta vez de Chicago com destino a Nova Iorque, apelidada como a big apple (grande maça) onde surgiria o swing. Com swing inicia-se um nova forma o Four Beat Jazz, pois os quatro tempos do compasso levam uma “batida” regular. Segundo e o quarto tempo acentuados para dar o balanço. >>

Swing se tornou uma palavra-chave para o jazz. Característico no estilo swing foi a formação de grande conjuntos, as big bands. • Chamadas e respostas entre diversos grupos da big band: trompetes, saxofones e trombones• O aprimoramento técnicos dos músicos• Surgimento da vitrola• Valorização dos solistas, da individualidade• Sucesso comercial do swing oi tanto que existia marcas de cigarro com seu nome, bebidas, etc• Grandes cantoras com Ella Fitfzgerald, que vocalizava com se fosse um instrumento, a rainha do scat, virtuosismo vocal jazzístico. Bem como Sarah Vaughan e Billie Holiday• Lideres: Count Basie, Duke Ellington entre outros.

Estilos 1930-Swing

Billie Holiday, cantora

Sarah Vaughan, cantora

Orquestra de Count Basie, com solistas ilustres como Lester Young, Benny Godman, entre outros

1940 – BebopEstilos

Nos porões do Minton´s que nasceu o Bebop. O trompetista DizzyGillespie, Charlie Parker sax-alto, pianista Thelonious Monk, os bateristas Kenny Clarke e Jo Jones, o guitarrista Charlie Christian foram os principais músicos do período. • Revolução do bebop tanto política como musical• Contra postura do Pai Tomás, negro “bonzinho”• Condução melódica nervosa• Agilidade e flexibidade• Conceito minimalista da música• Mudança de comportamento do jovem afro-americano• “Uma música que os brancos iam copiar” Dizzy• Legado da música negra como música de arte• Virtuosismo instrumental• Nas jam session que virara as madrugadas no bar que possibilitou um intenso e incessante pesquisa.

Theolonious Monk, pianista | Martelava nas teclas do piano

Reiventou o trompete no jazz,equiparando-se apenas com a revolução de Louis Armstrong.Mestre do instrumento, seu somé forte, excitante e objetivo, sua Firmeza tonal é de extremaPrecisão. Apaixonado pelamúsica latina, estudou e tocou com diversos músicoscubanos e brasileiros.

Dizzy Gillespie

Charlie Parker, saxofonista

Charles Mingus (b), Thelonious Monk (p), Kenny Clarker (b) e Charlie Parker (sax)

1950 – CoolEstilos

No fim dos anos 40 a condução nervosa e vigorosa do bebopcomeça a ceder lugar para a música tranquila e meditativa – CoolJazz, sob as asas de Miles Davis (trompete).• Notas longas • Sem vibratos• Contemplativa• Refletia o pós-guerra• Arranjos elaborados

Miles Davis, trompete. Considerado o Picasso negro. Caminhou por diversos estilos do jazz do cool ao jazz fusion.

1950 – HardbopEstilos

Retomada a fúria e fogo o bebop. Ao contrário do Cool o estilo buscava o vigor, a maior liberdade de improviso e um extremo e elevado nível de execução instrumental.• Notas diferenciadas, do grave ao estridente, percorrendo caminhos não lógico e menos populares • Músicos: Art Blakey, Art Taylor e Max Roach (bateristas); Lee Morgan, Donald Byrd, Woody Shaw, Freddie Hubbard, Kenny Dorham (trompetistas); Sonny Rollins, Joe Henderson, BennyGolson; Hank Mobley e inicialmente John Coltrane, que depois veio a ser um dos principais instigadores do jazz moderno.• Art Blakey lidera o Jazz Messengers, que vira referência do hardbop.

Lee Morgan, jovem trompetista. Integrante da Jazz Messengers.

1960 – FreejazzEstilos

No jazz dos anos 60 são novidades:1 – entrada no campo livre da atonalidade2 – dissolução da simetria rítmica do metronomo e do beat3 – incorporação de elementos não musicais de diversas culturas4 – maior intensidade na execução instrumental, chegando quase ao êxtase – alguns músicos de free jazz falam no culto a intensidade5 – ruído passa fazer parte do “som musical”Ornette Coleman (sax), Don Cherry (trompete) foram pioneiros do free.

Don Cherry, percorreu o mundo e mesclou o jazz com outra culturas. Tocou no anos 60 com o percussionista Nana Vasconcelos.

Explorou todas as possibilidadesExpressivas de seus instrumentos:Sax-tenor e sax-soprano. TrilhouCaminhos para o Free Jazz em paralelo com Ornette Coleman. Fez de sua música sua religião. pesquisador incansável, estudiosobuscou a essência da músicaem culturas africanas e de diversospovos pelo mundo.

John Coltrane

Para saber mais

História Social do Jazz, Eric Hobsbawm, Editora Paz e Terra

Jazz das raízes ao pós-bop, Augusto Pellegrini, Editora Códex

O Jazz do rag ao rock, Joachim E. Berendt, Editora Perspectiva

Site e blogs:http://notaseruidos.blogspot.com/http://globalgroovers.blogspot.com/http://freeformfreejazz.blogspot.com/

Fim

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