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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA
ETEC PROF. MÁRIO ANTÔNIO VERZA CURSO TÉCNICO EM LOGÍSTICA
A FALTA DE MOTORISTAS QUALIFICADOS EM PALMITAL E REGIÃO
ALINE RODRIGUES SOARES FERNANDA BEATRIZ BOTAZOLI
GABRIELA HELENA BRAZ GUSTAVO DE SOUZA SILVA
LUCAS DA SILVA LUCIÉ ROSELI PRATES COSTA
RENAN MARQUES DE SOUZA
PALMITAL 2013
ALINE RODRIGUES SOARES FERNANDA BEATRIZ BOTAZOLI
GABRIELA HELENA BRAZ GUSTAVO DE SOUZA SILVA
LUCAS DA SILVA LUCIÉ ROSELI PRATES COSTA
RENAN MARQUES DE SOUZA
A FALTA DE MOTORISTAS QUALIFICADOS EM PALMITAL E REGIÃO
Trabalho de conclusão de curso apresentado à ETEC prof. Mário Antônio Verza, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Técnico em logística. Orientador: Profª Valdiza Maria do Nascimento Fadel
PALMITAL
2013
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA
ETEC PROF. MÁRIO ANTÔNIO VERZA CURSO TÉCNICO EM LOGÍSTICA
ALINE RODRIGUES SOARES FERNANDA BEATRIZ BOTAZOLI
GABRIELA HELENA BRAZ GUSTAVO SOUZA SILVA LUCAS DA SILVA LUCIÉ ROSELI PRATES COSTA
RENAN MARQUES DE SOUZA
A FALTA DE MOTORISTAS QUALIFICADOS EM PALMITAL E REGIÃO
APROVADO EM ____/____/____
BANCA EXAMINADORA:
__________________________________________________________ VALDIZA MARIA DO NASCIMENTO FADEL – ORIENTADORA
__________________________________________________________ RANDAL DO VALE ORTIZ – EXAMINADOR
DEDICATÓRIA
Dedicamos este trabalho primeiramente a Deus que nos deu força e iluminou nosso caminho durante este curso, aos nossos professores e colegas que intercedem pelo nosso sucesso e felicidade; também dedicamos para as nossas famílias pelo carinho, compreensão e incentivo, e por nossas ausências durante a realização deste trabalho, dedico-lhes essa conquista com gratidão e amor.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a Deus e aos nossos docentes pela ajuda e paciência dadas e
que não nos deixaram desistir e nos deram todo o apoio necessário para a
realização deste trabalho e o término do curso.
Agradecemos também a nossa orientadora, a Professora Valdiza Maria do
Nascimento Fadel que nos orientou nos momentos mais difíceis e esteve presente
para tirar dúvidas do grupo.
Por fim, agradecemos aos nossos familiares por nos apoiarem durante a
realização deste trabalho e pela colaboração de todos do grupo.
EPÍGRAFE
Apesar dos nossos defeitos, precisamos enxergar que somos pérolas únicas no teatro da vida e entender que não existem pessoas de sucesso e pessoas fracassadas. “O que existe são pessoas que lutam pelos seus sonhos ou desistem deles.”
(Augusto Cury)
RESUMO O transporte rodoviário é de suma importância para a economia global, visto que, tendo a flexibilidade e agilidade, levar produtos as regiões mais remotas do país. Neste sentido, o presente trabalho irá salientar a importância da profissão de motorista de caminhão bem como a escassez desses profissionais e os motivos que levam a esta realidade. Para tanto, foram feitas pesquisas bibliográficas, por meio das quais foi possível obter informações técnicas acerca de treinamento, motivação, dentre outros assuntos envolvidos no tema. Ainda, para os levantamentos das possíveis causas do problema apresentado foi realizada uma pesquisa de campo junto aos profissionais e empresas do ramo de transporte, a qual possibilitou uma analise mais aprofundada sobre as possíveis soluções, que foi apresentada sob a forma de um projeto de melhoria, que poderá contribuir para o aumento da qualificação e para a redução da escassez desses profissionais no mercado Palavras-chave:Transporte; rodoviário; motorista; qualificação.
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – A hierarquia das necessidades segundo Maslow …………........... 18
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1- Tempo de atuação na profissão........................................................ 25
GRÁFICO 2- Idade da obtenção da CNH............................................................... 25
GRÁFICO 3- Fatores de atratividade na profissão................................................. 26
GRÁFICO 4- Visão da profissão pelo motorista..................................................... 26
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CNH- Carteira Nacional de Habilitação.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................. 11
1.1 OBJETIVOS................................................................................................. 11
1.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.................................................... 11
2 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................ 13
2.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA............................................................................. 13
2.1.1 Características dos modais de transporte................................................. 14
2.2 CENÁRIO DAS ESTRADAS E MODAIS DE TRANSPORTE MAIS
UTILIZADOS NO BRASIL..................................................................................
16
2.3 OS RECURSOS HUMANOS NO TRANSPORTE DE CARGAS................. 18
2.3.1 Jornada de trabalho................................................................................. 19
2.3.2 Acidentes de trabalho................................................................................ 20
2.3.3 Falta de reconhecimento........................................................................... 20
2.4 A IMPORTÂNCIA DA PROFISSÃO NA REGIÃO........................................ 21
2.4.1 O empreendedor no transporte rodoviário................................................ 22
2.5 REQUISITOS PARA EXERCER A PROFISSÃO......................................... 23
3 PESQUISA DE CAMPO................................................................ 24
3.1 VISÃO DOS EMPREGADORES.................................................................. 24
3.2 VISÃO DOS MOTORISTAS........................................................................ 24
4 PROJETO DE MELHORIA........................................................... 28
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................... 29
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................. 30
7 APÊNDICES................................................................................. 32
11
1 INTRODUÇÃO
Em função da maioria do transporte de produtos no Brasil ser feita pelo modal
rodoviário, a importância da profissão de motorista de caminhão está cada vez mais
evidente e a falta desses profissionais tem sido um grande problema para a
sociedade, visto que isso pode ocasionar aumento nos custos empresariais.
Neste sentido, é inconteste a necessidade de motoristas capacitados e
conscientes para o serviço, o que poderá contribuir para a sustentabilidade do setor.
O presente estudo visa propor sugestões, cuja intenção é a de contribuir para
capacitar os profissionais desta área, propondo parcerias entre o Centro Paula
Souza e autoescolas, e ao mesmo tempo despertar o interesse dos mesmos
mostrando a importância da profissão que eles exercem, deixando transparecer o
valor da capacitação para a valorização da profissão.
Primeiramente, no referencial teórico estão apresentados os principais
estudiosos do tema, onde é possível compreender sobre a demanda no mercado de
trabalho, das legislações e demais teorias envolvidas no assunto, as quais foram
fundamentais para o desenvolvimento da proposta de melhoria. Posteriormente, na
pesquisa de campo estão apresentados os resultados referentes a realidade na qual
essa categoria profissional está inserida, e a partir dessas pesquisas foi elaborada
uma proposta de melhoria, a qual permitiu o alcance dos objetivos propostos.
1.1 OBJETIVOS
Identificar os motivos da escassez de profissionais interessados em exercer
profissão de motorista de caminhão e, por meio da proposta de melhoria despertar o
interesse dos motoristas acerca dos benefícios da profissão e da necessidade de
capacitação, o que poderá contribuir para o aumento do número desses
profissionais no município de Palmital.
1.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Inicialmente será feita uma detalhada pesquisa bibliográfica para obter
informações de técnicas de treinamento e motivação, pesquisa de campo qualitativa
e quantitativa com os motoristas em geral para saber os motivos da falta de interece
para o exercício profissional e entrevistas com empregadores na área de transporte
12
rodoviário para saber a opinião das mesmas acerca da escassez de profissionais
qualificados para exercer a profissão.
13
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Neste capítulo serão apresentados os principais estudos teóricos com
relação ao tema, os quais foram buscados em obras de especialistas,tais como
Chiavenato, Lacombe, Razzolini Filho, dentre outras.
2.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO MODAL RODOVIÁRIO
Inicialmente é fundamental o conhecimento acerca da evolução histórica
dos conceitos envolvidos no transporte, para desenvolver a percepção sobre a
importância do assunto para a sociedade de um modo geral.
Neste sentido, Razzolini Filho (2009, p. 19), define que:
O transporte é um elemento de ligação fundamental entre a expedição de produtos acabados de uma empresa e seus clientes finais, pois o objetivo do transporte é movimentar pessoas e bens. Sob o aspecto puramente econômico, um de seus focos principais consiste na capacidade de disponibilizar cada tipo de bem no momento e no lugar onde exista uma demanda por ele. O mesmo objetivo aplica – se ao processo de movimentação de pessoas.
A necessidade de buscar meios de transporte de cargas e seres humanos
existe há muito tempo. Conforme Razzolini Filho (2009, p. 19), não sabemos
exatamente quando o homem começou a transportar coisas, uma vez que a
arqueologia não consegue determinar com precisão quando foi que o homem criou o
primeiro equipamento (ou dispositivo) de transporte.
Segundo Razzolini Filho (2009, p. 19), na verdade, à medida que o ser
humano foi se tornando agrário, dominando os recursos da natureza, iniciou – se um
processo de desenvolvimento que demandou o transporte de bens de um lugar para
outro, a fim de que realizassem processos de troca.
Com o passar dos anos o aumento da demanda dos meios de transporte
impulsionou o reconhecimento da importância desses meios, o que gerou a
necessidade de desenvolver mecanismos de transporte mais diversificados e que
atendesse as demandas locais do país. Sobre isso Schmidt (2010, p. 307) afirma
que: “Locomotiva a vapor de 1830 que fazia 32 Km/h e levava 30 passageiros. Muito
mais do que qualquer carruagem a cavalo. No capitalismo, maquinas economizavam
tempo de trabalho e tempo é dinheiro.”
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Atualmente existem diversos modais de transporte, dos quais Russo (2009)
destaca o modal rodoviário, o ferroviário, o hidroviário, o aeroviário e o dutoviário.
Russo (2009, p.183-190) define cada um destes modais:
Modal Rodoviário: é o modal mais utilizado no país, transportando mais de 60% das cargas distribuídas. Essa hegemonia deve-se, em grande parte, á legislação brasileira, que dificulta o uso da navegação, e também á falta de investimento nas ferrovias e hidrovias. A característica principal do transporte rodoviário é a facilidade na entrega das mercadorias, promovendo ligações entre o transporte multimodal e intermodal. Isso objetiva buscar os produtos para exportação na origem e embarcar em outros modais, ou vice-versa. Modal Ferroviário: são indicados, para transportar muitas pessoas e grandes cargas a medias e longas distâncias. Modal Hidroviário: é dividido em fluvial e marítimo, o marítimo subdivide – se em navegação de longo curso e de cabotagem. E a marítima de longo curso cuida das rotas internacionais de longa distância e entre um país e outro. Modal Aeroviário: são os mais rápidos (chegam mais longe em menos tempo), mas são mais caros e mais poluentes e têm um consumo elevado de combustível, sendo preferido nas deslocações a médio e longas distâncias no trafego de passageiros devido à sua velocidade, conforto e rapidez. Modal Dutoviário: é aquele que utiliza a força da gravidade ou a pressão mecânica, através de dutos, para os transportes de graneis. É uma alternativa de transporte não poluente, sem congestionamento e barata.
Contudo, a escolha do modal de transporte a se utilizar depende de vários
fatores, dos quais é possível destacar os mais importantes, como o custo do
transporte, o tipo de mercadoria a transportar, a distância, o tempo gasto no
percurso e o tipo de trajeto a percorrer.
2.1.1 Características dos modais de transporte
O modal aéreo é o modal mais eficiente e eficaz com relação à velocidade.
Entretanto, não representa um modal financeiramente viável para a maioria das
organizações, visto que ainda é um meio de transporte de alto custo. Conforme
Razollini Filho (2009, p.144),
Em relação a velocidade, o modal mais rápido é o transporte aéreo, porém isso deve ser considerado apenas para longas distancias, uma vez que os tempos de remessa das cargas para as terminais aéreo portuários (aeroportos) de carregamento, descarregamento e envio para o cliente final são relativamente longos, em curtas distancias, podem, por exemplo, neutralizar a vantagem do modal aéreo sobre o modal rodoviário.
Assim, pode se assegurar que o modal aéreo é o mais rápido, pois chega
mais longe em menos tempo, porem são caros, poluentes e tem consumo elevado
de combustível, sendo preferidas nos deslocamentos a médias e longas distâncias
no tráfego de passageiros devido a sua velocidade, conforto e rapidez.
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O modal ferroviário, de acordo com Razzolini Filho (2009,146), “é o que
detém a segunda maior capacidade de movimentação em virtude da possibilidade
de se montar em composições de cargas com grande capacidade de
movimentação”.
Também para Razzolini Filho (2009, p.155), “trata-se do modal mais
indicado para transporte a longas distâncias de produtos de grande volume e
principalmente, daqueles que apresentam baixo valor agregado”.
Assim, esse modal é muito vantajoso para organizações com necessidade
de movimentação de grandes quantidades de produtos e decorrentes da
necessidade de longas distâncias de transporte. Contudo, não é indicado para
produtos com alto valor agregado, pois pode não oferecer um bom custo-benefício
considerando-se o a distância a ser percorrido, o peso e volume dos produtos
transportados em relação às tarifas cobradas nesse modal.
Já o aquaviário, de acordo com Razzolini Filho (2009,p.146) mostra que,
A capacidade de movimentação implica a capacidade de carregar maiores ou menores volumes em cada um dos modais, considerando-se um único veiculo. Assim, os veículos com maior capacidade de movimentação são os disponíveis no modal aquaviário (navios), enquanto que a menor capacidade de cargas (movimentação) é apresentada pelo modal dutoviario.
Sobre o modal dutoviário, que não é tão comum, Razzolini Filho (2009,
p.160) afirma que,
Os dutos são altamente eficientes na movimentação de produtos líquidos ou gasosos em distâncias longas, embora sejam limitadas a transportar líquidos, gases em grandes volumes e alguns poucos produtos que podem ser encapsulados ou suspensos em líquidos para serem movimentados como fluidos.
Então, este modal se torna incomum por ser limitado a apenas alguns tipos
de produtos, o que, por sua vez, faz com que seja um modal com altos custos e
grande complexidade envolvidos.
Finalmente, o rodoviário, que é o mais comum, de acordo com Razzolini Filho
(2009, p.151),
Trata-se do modal de transporte mais utilizado no Brasil. Para termos uma ideia de diferença entre esse modal e os demais, basta dizer que a malha rodoviária instalada no país (estradas), representa cerca de 20% do território ( 1.610.075,9 km) Contra apenas 0,4% ocupada pela malha rodoviária ( 20.277 km).
Isso sugere que o modal rodoviário é adequado para o uso em curtas e
médias distâncias, pois apesar da limitação de capacidade de peso e volume, é um
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modal que integra todo o país. É recomendado para o transporte de mercadorias,
seja elas perecíveis ou não, produtos industrializados, produtos acabados ou
semiacabados. No entanto é também utilizado no Brasil para o transporte de
produtos agrícolas como é o caso da soja, pois possui uma grande flexibilidade por
conta da grande malha rodoviária que o país possui.
Desta forma Razzolini Filho (2009, p.153), afirma que, “no mercado de
transporte fracionado e de pequenas cargas, o transporte rodoviário é imbatível em
razão de um volume necessário para lotar um caminhão ser muitas vezes menor
que o volume necessário para lotar uma composição rodoviária. [...]”.
Em suma, atualmente, dentre os modais de transporte, o mais comum e
adequado à infraestrutura do país é o rodoviário. Neste sentido, é fundamental
entender melhor a estrutura rodoviária nacional.
2.2 CENÁRIO DAS ESTRADAS E MODAIS DE TRANSPORTE MAIS UTILIZADOS
NO BRASIL
De acordo com Razzolini Filho (2012, p.252) o transporte rodoviário é o mais usual no mundo todo, absorvendo a maior parcela dos gastos de transportes. Sua vantagem é a grande flexibilidade, fazendo com que os custos sejam compensados pela presteza e rapidez. Isto porque o modal rodoviário foi considerado uma grande alternativa econômica para os transportes de cargas, demonstrando maior eficiência, rapidez, menores custos nos investimentos e manutenção, inovação tecnológica e maior flexibilidade.
Algumas das vantagens dos modais rodoviários são elencadas por Russo
(2009, p. 183):
Maior disponibilidade de vias de acesso;
Possibilita o serviço porta a porta;
Rapidez nos embarques de pequenos lotes;
Recomendável para curtas e médias distâncias;
Funcionamento simples e rápido;
Exige embalagens mais simples e de menor custo.
Assim como existem vantagens há também as desvantagens Russo 2009,
p. 184 afirma as seguintes desvantagens:
De acordo com estudos internacionais, torna-se antieconômico para distâncias superiores a 500 km, devido ao elevado consumo de combustível;
Maior custo operacional e menor capacidade de carga;
Nas épocas de safras, principalmente, provoca congestionamentos nas estradas;
Desgasta de forma prematura a infraestrutura das estradas;
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Emite elevados níveis de poluentes atmosféricos;
Apresenta menores índices de segurança quando comparado a modais alternativos.
O transporte rodoviário é o meio principal para o deslocamento de cargas
dentro do Brasil, mesmo com a má conservação das rodovias ele continua sendo o
mais utilizado, em função da vantagem de chegar a praticamente todos os pontos do
país e de ser capaz de responder as demandas das empresas.
Razzolini filho (2009,p.152 e 153) mostra que é importante compreender
que o modal rodoviário é extremamente competitivo, pois se sai bem em todos os
critérios de avaliação, oferecendo algumas vantagens adicionais:
Permite serviço porta a porta (sem carregamento ou descarga do ponto de origem e o ponto de destino);
Oferece uma frequência excelente (perdendo somente para os dutos);
Tem maior disponibilidade;
É o que apresenta maior velocidade, considerando-se distâncias menores, com a vantagem de entrega porta a porta.
Contudo, o desenvolvimento sustentável do modal rodoviário depende
fundamentalmente da condição das estradas. Sobre o assunto, Chiavenato, (2010,
p. 367) diz que:
A condição das estradas traz indicação de circunstâncias do transporte rodoviário de cargas em relação às condições de trabalho dos motoristas. O trabalhar dirigindo, o trafegar e o conduzir o veículo são estabelecidos em um contato permanente com o trânsito diverso de veículos e com as condições da infraestrutura rodoviária, podendo ser enfático conceber que as precárias condições do tráfego em muitas das rodovias do país foi tornada item das reivindicações políticas tanto dos empresários como dos motoristas, passando a haver cobrança por melhores estradas notadamente a partir dos anos 1980.
Assim, é fundamental que a iniciativa pública e privada façam
investimentos para a manutenção e melhoria das rodovias nacionais, o que poderia
contribuir para a redução dos custos de transporte, bem como com o aumento da
qualidade dos produtos transportados.
Em suma, é possível visualizar que o cenário de transporte Brasileiro
demonstra precariedade de investimentos para a ampliação e melhoria da
infraestrutura logística, de modo que as empresas pudessem utilizar mais tipos de
modais, além do rodoviário. Neste sentido, seria fundamental que a estrutura
rodoviária nacional fosse melhorada para que o modal mais utilizado pudesse ser
praticado com maior eficiência e eficácia.
18
2.3 OS RECURSOS HUMANOS NO TRANSPORTE RODOVIÁRIO
Toda organização necessita de diversos recursos para funcionar
adequadamente, e no transporte rodoviário esses recursos são peculiares, pois
muitas vezes não são facilmente denotados. Dentre esses recursos, o mais
complexo de ser gerenciado são os recursos humanos, visto que envolve uma série
de fatores motivacionais. De acordo com Lacombe apud Herzberg (1968), dois
desses fatores são:
O primeiro diz respeito aos fatores relacionados aos aspectos pessoais de
realização profissional e ao conteúdo do trabalho, como gosto pelo trabalho,
aumento de reconhecimentos, responsabilidade, reconhecimento pelos resultados,
realização pessoal e profissional, considerados por Herzberg(1968) como fatores
motivacionais propriamente ditos e que são intrínsecos ou inerentes à pessoa.
O segundo está voltado aos fatores externos que dizem respeito ao ambiente
de trabalho, como tipo de supervisão, conforto, salário, benefícios, status e
segurança, que ele chamou de fatores higiênicos e Herzberg (1968) ressalta que os
fatores higiênicos tendem a atuar no sentido de impedir situações negativas, isto é
se não forem bem administrados a produtividade dos trabalhadores cai, mas não
adianta aumenta-los além de determinado limite, pois isso não influiria na motivação.
Para uma melhor compreensão do quesito motivacional do ser humano se
observa a hierarquia das necessidades segundo Maslow:
TABELA 1 - A HIERARQUIA DAS NECESSIDADES SEGUNDO MASLOW
AUTORREALIZAÇÃO Provar a si próprio a necessidade de trabalho desafiante e criativo.
STATUS Desejo de sobressair socialmente; oportunidade de progresso; reconhecimento de mérito.
ASSOCIAÇÃO Filiação e aceitação por grupos; amizade com colegas; relações interpessoais harmoniosas.
SEGURANÇA Ordem e segurança públicas, previdência social etc; planos de aposentadoria; planos de assistência
médica, seguros; poupança, investimentos.
BÁSICAS Abrigo, roupa, comida, água, conforto físico etc; melhor remuneração imediata; melhores condições
de trabalho.
Fonte: Lacombe (2012, p. 160) – Adaptada de Maslow.
Nesse sentido, o maior desafio do transporte rodoviário permeia na formação
e gestão dos recursos humanos, ou seja, na formação e capacitação de motoristas
para a atuação eficiente e eficaz no exercício profissional.
19
Contudo, percebe-se que há uma grande escassez deste tipo de profissional,
pois além da falta de atrativos para o ingresso de novos profissionais na atividade de
motorista, a profissão convive ainda com a falta de reconhecimento, respeito,
remuneração adequada e de preparo, situação que está se tornando um grande
problema para o setor do transporte de carga no Brasil.
Sobre o quesito motivacional dos motoristas de caminhão pode-se dizer que a
notoriedade da profissão quanto a seus aspectos negativos influencia muito na
aspiração dos motoristas em seguir e valorizar a profissão, perceber qual a
importância de seu trabalho para a sociedade e o quanto a mesma seria afetada se
essa função não existisse. É verídico que esta ocupação não é fácil, devido a sua
carga horária, má infraestrutura, salário, etc. Em função disso muitos profissionais da
área estão mais propícios a apresentar quadros de estresse e desmotivação.
De acordo com Tadeucci (2011, p.20-21), o sucesso da motivação em uma
organização não consiste apenas em atingir metas, mas também no movimento
realizado em busca de realiza-la. As pessoas que compreendem isso aproveitam
melhor o conceito de motivação conseguindo assim chegar ao objetivo almejado.
Sabendo disso pode se dizer que:
A motivação constitui um importante campo do conhecimento da natureza humana e da explicação do comportamento humano. Para compreender-se o comportamento das pessoas torna-se necessário conhecer sua motivação. É difícil definir exatamente o conceito de motivação, uma vez que tem sido utilizado com diferentes sentidos. De modo geral motivo é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma ou, pelo menos, que dá origem a um comportamento específico. Esse impulso à ação pode ser provocação por um estímulo externo (provido do ambiente) e pode também ser gerado internamente nos processos mentais do indivíduo. (CHIAVENATO, 1936, p. 121).
Assim muitos fatores motivacionais podem interferir na escolha da profissão e
a seguir serão apontados os possíveis fatores que denigrem a imagem da profissão
de motorista de caminhão no país.
2.3.1 Jornada de trabalho
O Brasil cresceu numa proporção muito grande, e com isto, mais empregos
surgiram mais pessoas foram empregadas, mais pessoas estão ocupadas e mais
pessoas estão sem muita paciência e sem tempo para lazer e descanso. Uma
pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), revelou que a jornada
de trabalho excessiva deixa o empregado mais estressado, cansado e desmotivado.
20
Além dos prejuízos nas relações familiares e de amizades. Do total de entrevistados,
entre 30% e 50% afirmam que o trabalho continua a acompanhá-los mesmo quando
o limite da jornada diária é alcançado.
No caso do motorista de caminhão, hoje existe uma lei - LEI Nº 12.619, DE 30
DE ABRIL DE 2012 – que ainda não entrou em vigor por conta das várias tentativas
de implementar pontos onde haja segurança adequada aos motoristas. A referida lei
dispõe que o motorista profissional deve ter controle da jornada de trabalho, realizar
intervalos de no mínimo 30 minutos a cada 4 horas ao volante, além de intervalo de
repouso diário de 11 horas e descanso semanal de 35 horas.
2.3.2 Acidentes de trabalho
Os motoristas de caminhão têm prazos para cumprir e muita pressa para
chegar ao destino. Com isto, os abusos de velocidade são mais decorrentes, o
aumento da jornada de trabalho por várias horas a mais que o normal e do consumo
de drogas e remédios estender o tempo de direção. Segundo a Agência Nacional
dos Transportes Terrestres (ANTT), existem no País cerca de meio milhão de
empresas de transporte de cargas e uma frota de quase 2 milhões de caminhões.
Com isto, os acidentes envolvendo caminhões, principalmente em rodovias crescem.
Estima-se que, a cada ano, morrem no Brasil cerca de 12.000 pessoas em acidentes
rodoviários envolvendo caminhões. Isto representa uma média de 8 acidentes em
cada 10.000 viagens sendo um índice de mortes 14 vezes superior ao dos Estados
Unidos.
Desta forma, infelizmente, para muitos profissionais, o trabalho sai do
contexto da qualidade de vida, pois se torna algo sem equilíbrio. Com os motoristas
de caminhão acontece o mesmo. Quanto mais horas trabalhadas e mais pressa na
entrega, devido mais rapidez que ele precisa entregar, maior será o risco. Com isso,
o profissional deixa de comer, dormir e descansar para conseguir cumprir as metas.
Mesmo sabendo que isto acaba ocasionando acidentes e que sua saúde
ficará debilitada, eles continuam a trabalhar mais e mais.
2.3.3 Falta de reconhecimento
A falta de reconhecimento da profissão de caminhoneiro pela sociedade ainda
é grande, e se dá por haver muitos profissionais irresponsáveis, que desrespeitam
totalmente as regras de transito, não se vestindo adequadamente e não sendo
21
educados com as pessoas que encontram nos caminhos que percorrem. Mesmo
que a profissão aparente ser fácil, nem sempre é assim, pois os profissionais
trabalham muito para que o país cresça. Contudo, para que a profissão possa ser
reconhecida, alguns motoristas ainda precisam tomar consciência do que podem e
não fazer no exercício da profissão.
Não é só no Brasil que a profissão de motorista de caminhão é vista ainda com certo preconceito por conta das longas jornadas de trabalho, a baixa possibilidade de ascensão e de se fazer uma carreira. Na Europa, o cenário é bastante parecido e, como consequência, a falta de profissionais qualificados é um problema que atinge os países do continente em diferentes níveis há alguns anos. (O CARRETEIRO, 2013)
2.4 A IMPORTÂNCIA DA PROFISSÃO NA REGIÃO
A profissão de caminhoneiro é muito importante para todo país e, para o
município de Palmital, pois traz produtos necessários para suprir a demanda de
mercado regional, contribuindo, sem dúvidas para o desenvolvimento da economia
de uma forma geral. Além disso, também ajuda a suprir as necessidades da
população em seus respectivos anseios de compra de mercadorias, os quais não
seriam possíveis sem a profissão do motorista de caminhão. Contudo, a falta de
treinamento desses profissionais pode onerar os custos logísticos dos produtos
transportados, pois os custos de manutenção, de acidentes, de seguros, contratação
e desligamento de funcionários podem aumentar o preço dos produtos finais. Além
disso torna-se cada vez mais raro encontrar pessoas com pré-disposição para a
formação e o exercício da profissão, o que faz com que os salários sofram aumentos
crescentes.
Segundo Geraldo (2012, p. 28):
A falta de motoristas treinados tornou-se um dos principais problemas no setor do transporte rodoviário, porque conduzir caminhão muita gente sabe, mas poucos atendem aos requisitos do mercado. Isso acontece principalmente porque se exige que o motorista seja o mais eficiente possível de vantagens do veículo e saiba conduzir de maneira segura.
Pesquisas demonstram que um dos motivos que podem influenciar na
escolha da profissão de caminhoneiro é a herança de família, onde o pai era
caminhoneiro e o filho decide seguir os mesmos passos por ser tradição de
linhagem. Outro motivo que poderia entusiasmar os profissionais seria a
oportunidade de conhecer todo o Brasil, melhorar a renda, não ter vida monótona.
22
2.4.1 O empreendedor do transporte rodoviário
O transporte rodoviário de cargas tem em sua formação a presença de muitos
empreendedores, tanto pequenos empresários, quanto trabalhadores autônomos,
exercendo um papel essencial no transporte rodoviário no país, devendo ser
capacitados quanto às regularidades do exercício profissional de motorista de
caminhão. Sobre o assunto, Fialho, Antônio Pereira; Filho, Montibeller; Macedo e
Mitidieri (2007, p.26), define empreendedorismo como sendo:
Um processo que ocorre em diferentes ambientes e situações empresariais, provocando mudanças através da inovação realizada por indivíduos que geram ou aproveitam oportunidades, que criam e realizam atividades de valor tanto para si próprios quanto para a sociedade.
Contudo, a falta de preparo e de capacitação dos motoristas de caminhão
desencadeou a falta de reconhecimento e um grande preconceito com relação a
esta categoria profissional. Isso porque a maioria desses profissionais não
compreende a importância da capacitação contínua ou não tem tempo para
frequentar cursos presenciais de formação profissional.
Dados da Educação, censo 2012 mostra que, o percentual de brasileiros com
nível superior completo passou de 4,4%, em 2000, para 7,9% em 2010. No começo
da década passada, 6,1 milhões de brasileiros tinham terminado ao menos um curso
universitário. Em 2010, já eram 12,8 milhões, o que representa crescimento de
109,83% nesses dez anos. Os dados integram os Resultados Gerais da Amostra do
Censo de 2010, pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
divulgada em 27 de abril último.
Todas as regiões brasileiras apresentaram crescimento em relação aos
percentuais da população com graduação no período pesquisado. O melhor
resultado está no Sudeste, com 10% de pessoas que concluíram o ensino superior
em 2010, contra 6%. Em seguida, vem o Centro-Oeste, que passou de 4,6% para
9,3%, e o Sul, que saiu de 4,8% para 8,9%. Norte e Nordeste apresentam o mesmo
percentual em 2010: 4,7%. O Norte registrou 1,9% em 2000; o Nordeste, 2,3%.
Contudo mesmo com o aumento de brasileiros realizando cursos
universitários, se observa uma dificuldade em atingir esses profissionais, devido
realmente à falta de tempo para realizar cursos de capacitação e também de
interesse dos mesmos, já que não há uma obrigatoriedade em se capacitar para
poder exercer suas funções.
23
Sabendo disso seria muito interessante estimular empreendedores para atuar
na profissão, mas conscientizá-los que é fundamental estar sempre melhorando esta
função para que ela seja valorizada. Convém ressaltar também que minicursos para
caminhoneiros seriam muito bem vindos, pois assim eles teriam maior experiência
em relação a sua profissão, podendo ser mais reconhecidos pela sociedade e
motivados a se especializar a cada dia mais sobre o assunto.
2.5 REQUISITOS PARA EXERCER A PROFISSÃO
Para poder dirigir caminhão, um indivíduo precisa tomar uma série de
providências que demandam tempo e investimento financeiro.
Atualmente, no Brasil, um motorista de caminhão precisa de sua CNH
(Carteira Nacional de Habilitação) autorizada pelo DETRAN (Departamento Estadual
de Transito) para transportar cargas. Contudo, este profissional vá transportar
alguma carga perigosa, ele precisa de uma “complementação”, ou seja, uma
autorização para transportar a mesma, pois assim saberá exatamente como
transportá-la com segurança.
O motorista pode perde a CNH se cometer algum erro. Conforme os dados do
site www.g1.globo.com, diz que há duas formas específicas em que o motorista
pode suspender sua habilitação. A primeira é quando o profissional atinge 20 ou
mais pontos na carteira, e a segunda é quando o mesmo infringe alguma legislação
do transito, desrespeitando as normas, dirigindo alcoolizado, por exemplo. A
habilitação pode ficar retida pela corregedoria de transito em um período que varia
de 1 a 12 meses, dependendo da infração e penalidade aplicadas. Mas caso o
motorista tenha mais de uma notificação de descumprimento das leis de transito, as
penalidades podem se tornar acumulativas. Durante este período, o motorista passa
por um curso de reciclagem de 30 horas, devendo esperar o período determinado no
recibo de recolhimento da habilitação. Feito tudo isto, o motorista estará
regulamentado com o DETRAN e poderá reaver sua CNH.
De acordo com a autoescola Regina o preço da taxa de emissão da carteira
de habilitação no estado de São Paulo é de R$36,90.
24
3 PESQUISA DE CAMPO
A seguir serão apresentados os resultados da pesquisa de campo realizada
junto aos motoristas de caminhão e aos empregadores no ramo de transporte na
cidade de Palmital.
3.1 VISÃO DOS EMPREGADORES
Nas pesquisas realizadas com as transportadoras, percebeu-se que há uma
grande dificuldade em encontrar interessados para exercer a profissão de motorista
de caminhão, pois ainda não existe apoio do governo para dar auxilio sob forma de
treinamentos e estabilidade para o profissional. Isto faz com que a profissão não
seja reconhecida pela sociedade, por conta das dificuldades encontradas.
As dificuldades mais citadas na pesquisa foram: salários baixos, distância dos
familiares, estradas sem condições de tráfego e falta de segurança para o motorista.
Em relação ao turno, chamou a atenção o fato de um dos entrevistados dizer
que cada motorista constrói seu próprio horário, desde que a mercadoria chegue ao
seu destino na hora marcada. Isto pode, sem dúvida, aumentar o risco de acidentes,
visto que o motorista não foi treinado para estabelecer rota logística e nem mesmo
para avaliar a necessidade de segurança de paradas durante o percurso.
Já outro entrevistado confirmou que é preciso mais assistência nas estradas,
pois os motoristas vivem em constante precariedade nas estradas, sem lugar
adequado para higiene e saúde.
Ficou óbvio que há muita dificuldade em encontrar motoristas qualificados
para exercer a profissão e que, de acordo com a visão dos empregadores, muitos
motoristas não demonstram interesse em crescer na empresa, por meio de cursos
de capacitação.
3.2 VISÃO DOS MOTORISTAS
Na figura 1 é possível analisar a permanência dos motoristas no exercício da
profissão, onde houve um empate em relação ao tempo de serviço, que demonstra
que existem motoristas com pouco tempo de profissão, porém há poucos que
exercem há mais tempo a ocupação. Isto demonstra alta rotatividade desses
profissionais.
25
Figura 1 – Tempo de Atuação na Profissão.
Fonte: Elaborado pelos autores (2013).
Também foi possível identificar que todos os motoristas entrevistados
possuem CNH categoria E, o que demonstra que todos são regulamentados de
acordo com a exigência da legislação.
Figura 2 – Idade de obtenção daCNH.
Fonte: Elabarado pelos autores (2013).
A partir da figura 2 é possível analisar que a maioria dos entrevistados tirou a
carteira quando ainda eram jovens, o que demonstra que há algum tempo havia
maior interesse na profissão, o que hoje não acontece.
26
Ainda, a pesquisa revelou que todos os motoristas participantes da pesquisa
tiraram a carteira por conta própria, sem auxílio de outros órgãos, o que sugere uma
carência de apoio para a regulamentação da profissão no país.
Com relação ao assunto, a pesquisa denotou que a maioria dos motoristas,
cerca de 90%, trocou de categoria D para a E com um emprego em vista, o que
demonstra a necessidade de maior estímulo, tanto do poder público, quanto das
organizações privadas.
Figura 3 – Fatores de atratividade na profissão
Fonte: Elaborado pelos autores (2013).
A partir da figura acima é possível observar que os entrevistados querem que
a profissão seja mais valorizada e reconhecida pela sociedade, seguidos de
melhorias das condições de trabalho.
Figura 4 – Visão da Profissão pelo Motorista
Fonte: Elaborado pelos autores (2013).
27
Com base na figura 4, o motorista tem a percepção de que a profissão é um
trabalho árduo e difícil e que as estradas não têm condições de tráfego. São
destacados também, a falta de segurança, distância dos familiares, assaltos e
violências nas estradas e baixa remuneração, deixando claro uma lacuna de
formação profissional de aceitação e preparo aos riscos, o que sugere a
capacitação como ferramenta de preparação desses profissionais, não apenas na
obtenção da CNH, mas no preparo para a vivência profissional.
Ainda, segundo os profissionais participantes da pesquisa, para mudar a
imagem da profissão, é necessário propagandas e divulgação em televisões e
rádios, ou seja, eles sentem necessidade de reconhecimento da sociedade e
fundamentalmente, eles denotaram que a qualificação dos motoristas deve ser feita
quando estão em processo de obtenção da CNH, por meio de minicursos e palestras
para o aprendizado dos mesmos. Também sugeriram a necessidade de parceria
entre empresas do setor e autoescolas para facilitar o processo e aumentar a
efetividade de contratações no setor.
28
4 PROJETO DE MELHORIA
Após a realização da pesquisa bibliográfica e da pesquisa de campo é
possível fazer algumas sugestões para melhorias, tanto na qualificação dos
motoristas de caminhão, quanto no aumento de interessados na profissão.
A partir da percepção de que há uma grande dificuldade em encontrar
motoristas qualificados para exercer a profissão, uma possível melhora seria a
parcerias entre Autoescolas, Empresas do setor e Instituições de Ensino para ajudar
na capacitação com os futuros motoristas que estão em processo de obtenção de
sua CNH (Carteira Nacional de Habilitação).
Esta parceria envolveria a promoção de cursos sobre as leis de trânsito,
cargas perigosas, boas maneiras, ética e segurança no trabalho, primeiros socorros
e boas maneiras. Além de palestras e aulas para promover a conscientização dos
motoristas que estarão ingressando no mercado de trabalho.
Já no caso dos motoristas já atuantes, essa formação seria individualizada.
Primeiro devido ao fato de que eles teriam que investir tempo e dinheiro para a
realização dessa capacitação, o que envolveria a empresa e outros fatores.
Assim, essa parceria poderia aumentar o número de motoristas capacitados,
o que consequentemente poderia contribuir na valorização do profissional e no
aumento da sua empregabilidade, bem como melhorar o transporte rodoviário como
um todo, por meio da atuação profissional responsável.
Ademais é fundamental considerar que, mesmo sendo muito desvalorizada,
esta profissão é que garante o progresso do país, sendo o modal de transporte mais
utilizado atualmente. Tendo isto em vista é fundamental que o poder público e as
organizações privadas em invistam nesses profissionais, o que seria convertido em
maior empregabilidade no setor, melhoria da qualidade do serviço de transporte,
redução dos preços dos produtos finais, redução de acidentes, dentre outros
aspectos.
29
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a realização das pesquisas bibliográficas e de campo foi possível fazer
algumas considerações acerca dos resultados obtidos com este trabalho.
No início deste trabalho o que se tinha como motivos teóricos para uma
possível falta de motoristas de caminhão na região era devido à pouca convivência
com a família, falta de qualidade de vida e a desmotivação dos trabalhadores
perante a profissão.
Após a pesquisa de campo realizada, foi possível comprovar tais fatos além
dos demais, que se tornaram visíveis com a mesma, que são, custo alto para
obtenção da CNH (Carteira Nacional de Habilitação) nas categorias D e E e falta de
reconhecimento da importância da profissão para a economia do município.
Pensando em tais aspectos a elaboração deste trabalho poderá contribuir
para despertar o empenho de profissionais que se encontravam desmotivados com
as dificuldades da carreira de motorista. Isso se dará através de um projeto de
parceria com autoescolas e escolas técnicas, o qual está disponível no capítulo
anterior.
Contudo, vale ressaltar que os resultados tangíveis, tais como a valorização
do profissional e o aumento do número de profissionais capacitados dependerão da
aplicação da referida proposta.
Em suma, com a aplicação do projeto de melhoria seria possível promover
melhorias globais acerca dos objetivos propostos no início da presente pesquisa,
tais como as citadas no último parágrafo do projeto de melhoria, não tendo pontos
negativos para sua implementação. Apenas a superação de paradigmas
estabelecidos na sociedade, que se formaram em função da falta de investimentos
na logística de transportes no Brasil.
30
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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nas organizações.3 ed Rio de Janeiro:Elsevier,2010.
CHIAVENATO, Idalberto. Administração de recursos humanos: fundamentos
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Informação.Ano XLII nº 458 Dezembro de 2012.
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Paulo: Saraiva, 2011. p. 329
LACOMBE, Francisco. Recursos Humanos: Princípios e Tendências. 2. Ed. São
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LACOMBE, Francisco. Recursos Humanos: Princípios e Tendências. 2. Ed. São
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LACOMBE, Francisco. Recursos Humanos: princípios e tendências. 2. Ed- São
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MANGANOTE, E.J.T. Organização, Sistemas e Métodos. 3ed. Campinas, SP:
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em:<http://rotasfilosoficas.blogs.sapo.pt/2117.html. > Acesso em: 03 Abril. 2013.
31
PEREIRA FILHO, Antônio; MONTIBELLER FILHO; MACEDO e MITIDIERI.
Empreendedorismo na Era do Conhecimento: como estimular e desenvolver uma
cultura empreendedora alicerçada nos princípios da gestão do conhecimento da
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RAZZOLINI FILHO, Edelvino. Transporte e Modais: com o suporte de TI e SI. 2.
Ed-Curitiba, 2009.
RAZZOLINI FILHO, Edelvino. Administração de Material e Patrimônio. Curitiba,
2012.
RUSSO, Clóvis Pires. Armazenagem, Controle e Distribuição. 1 Ed-
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SCHMIDT, Mario. Nova História Crítica. 1. Ed- São Paulo, 2010.
TADEUCCI, Marilza de Sá Rodrigues. Motivação e Liderança. Curitiba, 2011.
32
7 APÊNDICES
APÊNDICE A - Modelo de questionário de pesquisa com os Motoristas de
caminhão
33
APÊNDICE B - Modelo de questionário de pesquisa para Transportadoras 36
33
APÊNDICE A
Modelo de questionário de pesquisa com os Motoristas de caminhão
1. Há quanto tempo você é motorista de caminhão?
a) ( ) Há menos de um ano;
b) ( ) De um a dois anos;
c) ( ) De dois anos a quatro anos;
d) ( ) Há mais de quatro anos.
2. Qual é a categoria da sua CNH (Carteira Nacional de Habilitação)?
a) ( )D condutor de veículo motorizado utilizado no transporte de passageiros, cuja
lotação exceda a oito lugares, excluído o do motorista (ônibus)
b) ( )E ( condutor de combinação de veículos em que a unidade tratora se enquadre
nas categorias B, C ou D e cuja unidade acoplada, reboque, semirreboque ou
articulada, tenha seis mil quilogramas ou mais de peso bruto total.
3. Com que idade você tirou a CNH (Carteira Nacional de Habilitação)?
a) ( ) De 18 a 25 anos;
b) ( ) De 26 a 35 anos; etc...
4. Quem pagou a sua CNH (Carteira Nacional de Habilitação)?
a) ( ) Você;
b) ( ) Empresa;
c) ( ) Outros. Especificar: _________________________________.
5. Você mudou para a categoria D ou E, com um emprego já em vista?
a) ( ) Sim.
b) ( ) Não.
6. Na sua opinião, o que poderia ser feito para tornar o emprego de motorista mais
atrativo para que as gerações mais novas possam se interessar em seguir carreira
na profissão?
a) ( ) Conscientização;
b) ( ) Reconhecimento do profissional;
c) ( ) Melhorias das condições de trabalho;
34
d) ( ) Outros. Especificar: _______________________________________.
7. Em sua opinião, o trabalho de motorista de caminhão é visto como pela
sociedade?
a) ( ) Um serviço árduo e severo;
b) ( ) Falta de segurança;
c) ( )Ficar distante da família;
d) ( ) Assaltos e violência nas estradas;
e) ( ) Estradas sem condição de tráfego;
f) ( ) Salário não condizente.
8. Em sua opinião, o que poderia ser feito para melhorar a imagem do emprego de
motorista?
a) ( ) Propaganda da profissão;
b) ( ) Divulgação em rádios e televisões;
c) ( ) Outros. Especificar: _______________________________________.
9. O que as empresas poderiam fazer para qualificar seus motoristas para trabalhar
com caminhões cada vez mais evoluídos tecnologicamente falando?
a) ( ) Mini cursos;
b) ( ) Palestras;
c) ( ) Outros. Especificar: _______________________________________.
10. Em sua opinião as autoescolas deveriam preparar melhor os futuros motoristas
de caminhão (seja ele de categoria D ou E), para estar pronto para trafegar em
estradas desconhecidas (muitas vezes em más condições de conservação) e em
mau tempo com o caminhão carregado?
a) ( ) Sim. b) ( ) Não.
10.1 Em caso positivo, como?
R:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________
35
11. Você acredita que as autoescolas poderiam fazer parcerias com transportadoras
para aumentar o número de motoristas de caminhão?
a) ( ) Sim. b) ( ) Não.
11.1 Em caso positivo, como?
a) ( ) Facilidades de parcelamento;
b) ( ) Propagandas em rádio e na rua;
c) ( ) Divulgação por redes sociais;
d) ( ) Outros. Especificar: _______________________________________.
36
APÊNDICE B
Modelo de questionário de pesquisa para Transportadoras
1. Em sua opinião o que seria necessário para aumentar o interesse das pessoas
para exercer a profissão de caminhoneiro?
R:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________
2. Você acha que a profissão de caminhoneiro precisa ser mais reconhecida pela
sociedade? Por quê?
R:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________
3. Que tipo de treinamento é o mais aconselhado para capacitação dos
caminhoneiros para que eles manipulem os caminhões de forma adequada e
segura?
R:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________
4. Quais benefícios que o caminhoneiro poderia receber caso melhorasse o seu
desempenho?
R:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________
37
5. Quais as principais dificuldades encontradas pela empresa com relação à
contratação dos motoristas?
R:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________
6. Quais as principais dificuldades enfrentadas pela empresa com relação ao turno
de motoristas?
R:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________
7. Considerando que há uma crescente dificuldade na contratação de motoristas de
caminhão qualificados, você acha que a parceria entre as transportadoras e as
autoescolas, no sentido de aumentar o número de pessoas com CNH nas categorias
D e E, poderia melhorar esse problema? Em caso positivo, quais tipos de ações
poderiam ser promovidas por meio dessas parcerias?
R:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________
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