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CIEPH CENTRO INTEGRADO DE ESTUDOS E PESQUISA DO HOMEM
CELSO CAMPANI
ESTUDO DE CASO SOBRE O EFEITO DA AURICULOTERAPIA NUMA PACIENTE COM PROLAPSO RETAL E HEMORRÓIDAS GRAU TRÊS
Porto Alegre
2007
CIEPH CENTRO INTEGRADO DE ESTUDOS E PESQUISA DO HOMEM
CELSO CAMPANI
ESTUDO DE CASO SOBRE O EFEITO DA AURICULOTERAPIA NUMA PACIENTE COM PROLAPSO RETAL E HEMORRÓIDAS GRAU TRÊS
Trabalho de conclusão de curso Apresentado como requisito parcial para Obtenção do titulo de Especialista em Acupuntura pelo Centro Integrado de Estudos e Pesquisa do Homem
Orientador: Prof. Especialista Cleto Emiliano Pinho
Porto Alegre
2007
CELSO CAMPANI
ESTUDO DE CASO SOBRE O EFEITO DA AURICULOTERAPIA NUMA PACIENTE COM PROLAPSO RETAL E HEMORRÓIDAS GRAU TRÊS.
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do titulo de Especialista em Acupuntura pelo Centro Integrado de Estudos e
Pesquisa do Homem
Aprovado em _________ de __________ de 2007, pela banca abaixo assinada:
BANCA EXAMINADORA Prof. Esp. Cleto Emiliano Pinho (Orientador): _______________________________ Prof. Dr. Carlos Gustavo Hoesel: _________________________________________ Prof. Esp. Fabiano Bahrtmann: __________________________________________
Dedico esse trabalho à minha filha Manuela, e a Jussara que foram,
fonte eterna de inspiração e alegria.
AGRADECIMENTOS
A realização desse trabalho só foi possível devido ao apoio do Dr. Cleto
Emiliano Pinho que abriu espaço para o estudo escolhido e me incentivou com
críticas e sugestões. Da mesma forma, a indescritível confiança depositada pela
paciente no tratamento e a sua segurança na escolha do seu caso como tema foram
os pontos de partida para a execução da presente monografia.
RESUMO
O presente trabalho trata de um estudo de caso, com metodologia semi-
experimental de caráter qualitativo que mostra o efeito da auriculoterapia numa
paciente com diagnóstico de prolapso retal e hemorróidas grau 3. Após 12 sessões,
houve completo desaparecimento do quadro sintomático. Finalizado o tratamento,
por orientação, observou-se por seis meses a possível recidiva, porém essa não
ocorreu. Desta forma foi observado o efeito positivo da auriculoterapia neste estudo
de caso.
Palavras-chaves: Acupuntura. Auriculoterapia. Hemorróidas. Medicina Tradicional Chinesa. Prolapso-retal.
SUMÁRIO
RESUMO.....................................................................................................................5 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................7 2 EMBASAMENTO TEÓRICO............................................................................11 2.1 AFECÇÕES PROCTOLÓGICAS ................................................................11 2.2 DOENÇA HEMORROIDAL .........................................................................13 2.2.1 Diagnóstico ...............................................................................................13 2.2.2 Tratamento ................................................................................................15 2.2.3 Prolapso Retal ...........................................................................................16 2.2.4 Diagnóstico ...............................................................................................17 2.2.5 Tratamento ................................................................................................18 2.3 AURICULOTERAPIA ..................................................................................19 2.3.1 Pontos da Auriculoterapia utilizados para o tratamento.......................19 3 METODOLOGIA ..............................................................................................24 3.1 DESCRIÇÃO DA PESQUISA .....................................................................24 3.2 CONTATO INICIAL E ESTUDO PRINCIPAL..............................................24 3.2.1 Materiais e técnicas utilizadas.................................................................25 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................27 REFERÊNCIAS.........................................................................................................29 APÊNDICE A - AVALIAÇÃO DE ACUPUNTURA....................................................30 APÊNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO LIVRE E ESCLARECIDO ........................................................................................................33 ANEXO A - COMPROVANTE DE TRATAMENTO VIA MEDICINA OCIDENTAL ...35 ANEXO B - RESULTADO COLONOCOSPIA ..........................................................37 ANEXO C - DEPOIMENTO DA PACIENTE..............................................................38
1 INTRODUÇÃO
O autor do presente trabalho, professor de educação física, formado pela
UFRGS, durante vinte anos, dedicou-se a exercer sua profissão em escolas de
natação. Durante esse extenso período, familiarizou-se com diversas queixas, feitas
pelos alunos, sobre dores musculares, articulares, fibromialgia, cefaléias, etc. A
hipótese de que a maior parte dos alunos adultos, buscam, na prática do esporte
minorar sofrimentos físicos, foi se transformando numa certeza empírica na atividade
diária do professor de natação. Baseado nos relatos dos alunos que se referem a
constantes consultas a médicos alopatas e especialistas, e à incrível persistência
das dores. Da mesma forma, a ênfase que a grande maioria dos alunos
(principalmente os adultos) intenciona na prática esportiva: uma forma saudável de
minorar seus sofrimentos e estabelecer maior harmonia física. As três variáveis a
seguir, quais sejam, a dor, a prática de exercícios e o tratamento médico
despertaram no autor o interesse de buscar novas formas de auxiliá-los.
De outro lado, o crescente interesse internacional e a utilização nos grandes
centros urbanos das técnicas de acupuntura para o tratamento de enfermidades e
amenização de dores diversas, levou o autor a especialização nesse assunto.
Quando cursava o segundo ano de formação em Especialização em
Acupuntura, foi o autor procurado por uma amiga, médica, com formação em
Medicina do Trabalho, que havia recebido o diagnóstico de Prolapso Retal e
Hemorróidas (CID-K62). A médica alopata buscava uma possibilidade de tratamento
menos agressiva do que a cirurgia indicada pela Medicina tradicional. Desde então,
teve inicio o tratamento com Acupuntura que resultou no presente estudo de caso
qualitativo, com metodologia semi-experimental. Dos métodos, o autor, optou pelo
menos invasivo, ou seja, a técnica da auriculoterapia.
O Prolapso Retal é a protusão por fora do ânus da mucosa retal, usualmente
provocada por um esforço maior, seja durante a defecação, diarréias de longa
duração e, em mulheres, é comum depois do parto, de acordo com os critérios da
8
Medicina Tradicional Chinesa (MTC).1 Essa condição produz sensação de
desconforto anal, secreção de muco e sangramento retal.
As hemorróidas se tratam da distensão das veias do bordo anal, podendo
estar próximas do começo do canal anal, quando são chamadas de hemorróidas
internas. Ou, se localizadas onde se abre o canal são chamadas de hemorróidas
externas. Segundo a etiopatogenia tradicional, essa enfermidade pode ser causada
por circunstâncias como: 1) permanecer muito tempo em pé ou sentado; 2) caminhar
longas distâncias; 3) alimentação irregular; 4) ingestão excessiva de comidas doces,
picantes ou ricas em gorduras; 5) diarréia durante tempo prolongado; 6) constipação
habitual ou 7) período pós-parto.
A Auriculoterapia, que pode ser conceituada como um método de diagnóstico,
é parte integrante da MTC (Medicina Tradicional Chinesa). Pode ser conceituada
ainda, como a técnica terapêutica que trata disfunções e promove analgesia através
de estímulos em pontos reflexos na orelha externa ou no pavilhão auricular. Visa
também harmonizar as funções dos Zang/Fu (órgãos e vísceras) e das
enfermidades físicas e mentais, promovendo um tratamento de saúde que aproveita
o reflexo que a auricular exerce sobre o sistema nervoso central.
A orelha externa é um dos vários microssistemas do corpo humano, assim
como as plantas dos pés, o crânio, as regiões laterais da coluna vertebral. Para a
escola chinesa, o pavilhão auricular possui mais de 200 pontos para tratamento.
Além do diagnóstico, a auriculoterapia é o tratamento das enfermidades
efetuado no pavilhão da orelha. A orelha está particularmente ligada à acupuntura,
aurículoterapia e moxabustão .
Nei Jing, 200 A.C., um clássico da MTC, citado pelos professores Boucinhas
e Guimarães, afirma que:
a natureza e a localização das doenças podem ser determinadas pela inspeção da forma, cor e deformação da orelha, e já naquela época
1 GARCIA, Ernesto G. Auriculoterapia. São Paulo: Roca, 1999. p. 357.
9
recomendou o uso da sangria da orelha para tratamento de cefaléias e síndromes dolorosas.2
Os acima referidos autores, na sua obra Auriculoterapia Visão Oriental - Visão
Ocidental, publicada pela editora Nossa Livraria, em 2001 se referem à
auriculoterapia: “Devido a sua grande aceitação internacional, indicações as mais
diversas, bons resultado, segurança e simplicidade de aplicação, vem sendo a
auriculoterapia utilizada com grande êxito em todo o mundo”.3
Muitos textos chineses consideram que a origem da acupuntura auricular se
deve às mesmas fontes históricas que conduziram ao desenvolvimento da
acupuntura corporal. Apesar da consideração por parte de alguns autores de que a
auriculoterapia é uma técnica atual, a verdade é que inúmeros pontos específicos,
localizados no pavilhão auricular têm sido utilizados há mais de quatro mil anos no
tratamento de vários problemas orgânicos.
A orelha tem três partes: a orelha externa, a orelha média e a orelha interna.
Recebe ondas sonoras e as transmite através do meato acústico externo para a
membrana timpânica. A orelha externa possui reentrâncias e saliências
cartilaginosas. As partes cartilaginosas mais profundas possuem pontos que estão
relacionados aos órgãos internos e as partes cartilaginosas protuberantes se
relacionam, principalmente, à estrutura óssea do ser humano.
Um estímulo auricular, mesmo sendo débil, acelera uma serie de reflexos e
provocam reações imediatas ou demoradas, temporárias ou permanentes,
passageiras ou definitivas, todas elas e natureza terapêutica.
O diagnóstico é uma indicação, em qualquer tipo de medicina, para
tratamento de qualquer parte do corpo, através dos sintomas que o paciente
apresenta. A auriculoterapia se utiliza tanto dos diagnósticos clínicos como dos
alternativos, mas utiliza também uma técnica denominada aurículo-diagnóstico,
podendo ser simplificado, dizendo que, ao se deparar com alteração pigmentar, tais
2 GUIMARÃES, Raul Cavalcanti; BOUCINHAS, Jorge. Auriculoterapia: Visão Oriental Visão ocidental. Recife: Nossa Livraria, 1991, p. 17. 3 Idem, p.17-18.
10
como, manchas, tubérculos, vascularizações, ou maior secreção sebácea, chega-se
ao distúrbio apresentado por um órgão ou função. Os pontos auriculares
correspondentes se tornam extremamente sensíveis ao toque ou à aplicação de
agulhas.
O tratamento, que resultou no presente trabalho, já tinha diagnóstico e então
foi iniciado com a utilização das técnicas de tratamento da auriculoterapia e os
resultados foram imediatamente sentidos pela paciente. A redução do desconforto e
da dor permitiu a volta da paciente normalmente as suas atividades particulares e
profissionais. O sucesso do tratamento fez com que ela incentivasse a idéia de
utilizar o estudo do seu caso especifico para o presente trabalho de conclusão do
curso. É importante ressaltar, que a paciente, médica por profissão, conhece as
alternativas para essa patologia dentro da medicina ocidental.
2 EMBASAMENTO TEÓRICO
2.1 AFECÇÕES PROCTOLÓGICAS
De acordo com Moyses Mincis4, existe uma relação importante entre as
estruturas anatômicas do canal anorretal e as manifestações das doenças aí
localizadas. Assim, a distribuição dos elementos anatômicos em compartimentos, a
intercomunicação entre os plexos vasculares, a riqueza da inversão e o complexo
mecanismo da continência esfincteriana exercem influências na propagação dos
processos infecciosos supurativos, no desenvolvimento das hemorróidas e nas
alterações funcionais.
Para melhor entendimento desta relação, os seguintes elementos estruturais
anatômicos no canal anorretal devem ser destacados:
a) Epitélio
O epitélio é constituído por:
1. membrana mucosa – sem sensibilidade
2. zona de transição
3. orifício anal (pele sem pêlos e glândulas sudoríparas) – com
sensibilidade
4. pele perianal
b) Estruturas do canal anal
5. criptas anais
6. glândulas anais
7. linha pectínea
4 MINCIS, Moysés. Gastroenterologia e Hepatologia. Diagnóstico e Tratamento. São Paulo: Lemos, 1997. p. 489.
12
8. plexo hemorroidário interno
c) Musculatura do Assoalho Pélvico
9. músculo elevador do ânus (assoalho pélvico)
10. músculo pubo-retal
11. músculo esfíncter externo do ânus
d)Tubo Intestinal
12. músculo esfíncter interno do ânus
13. parede retal
e) Espaços Tissulares
14. interesfinctérico
15. supra-elevador
16. isquio-retal
Figura 1 - Esquema da estrutura anatômica da região anorretal5
5 MINCIS, Moyés. Op. cit., p.489.
13
2.2 DOENÇA HEMORROIDAL
É importante distinguir a assim chamada doença hemorroidal. Essa doença
implica na presença de sinais e sintomas que geram desconforto para o paciente,
desde a simples dilatação vascular dos plexos hemorroidários verificada no exame
proctológico. Esta condição representa simplesmente uma alteração anatômica que
não requer necessariamente medidas terapêuticas. Assim, o diagnóstico e a
conduta devem ser orientados, principalmente, pela queixa e pelo grau de
sofrimento dos pacientes, não devendo jamais ser negligenciado o diagnóstico
diferencial com outras afecções do canal anorretal.6
As hemorróidas são formadas pela dilatação do plexo hemorroidário interno,
localizado logo acima da linha pectínea, juntamente com tecido conjuntivo. De
etiologia ainda não esclarecida, vários fatores têm sido relacionados com a sua
formação: obstipação intestinal, hereditariedade, dieta, alterações funcionais
esfincterianas e, mesmo, aspectos geográficos. Tais hipóteses, no entanto carecem
de fundamentação científica, aceitando-se que os mencionados fatores, associados
ou não, sejam responsáveis pelo desencadeamento das crises. As evidências
científicas apontam que a congestão vascular se inicia pela insuficiência de
esvaziamento do plexo hemorroidário durante a evacuação e pela sua mobilidade
anormalmente excessiva.
2.2.1 Diagnóstico
Os sinais e sintomas relacionados com a doença hemorroidal são
representados freqüentemente por sangramento, dor anal, prolapso, descarga anal e
prurido (ver tabela abaixo). O sangramento vermelho vivo, relacionado com o ato da
evacuação e, freqüentemente observado na higiene local, se torna mais intenso com
o aumento dos mamilos hemorroidários, não se apresentando mais como associado
ao bolo fecal, mas com gotejamento ou sob forma de jato, marcando o fim da
evacuação. A exteriorização dos mamilos, que podem ser redutíveis ou não,
identifica doença de grau mais avançado, origina descarga anal mucosa, a qual
6 MINCIS, Moysés. Op. cit., p.489-490.
14
pode levar ao prurido por alterações inflamatórias da pele perianal. A higiene anal se
torna mais difícil, ocasionando o aparecimento de mancha fecal nas roupas íntimas.7
A doença hemorroidal se manifesta em crises, com exacerbação dos
sintomas determinada, geralmente por exercícios físicos, alterações do hábito
alimentar, obstipação intestinal, diarréia, etc. Diferentes graus de anemia podem se
desenvolver nos pacientes com perda crônica de sangue, principalmente nos idosos.
O diagnóstico da doença hemorroidal é feito com base nos dados e na
história clinica do paciente e exame proctológico completo. O tipo de sangramento, a
relação e o desconforto com a evacuação e a referência a episódios de prolapso e
redução são os elementos clínicos fundamentais. O diagnóstico é feito pela
inspeção, com o paciente em repouso e com esforço, seguido da anuscopia e
retossigmoidoscopia. O toque retal não permite o diagnóstico da afecção, exceto
quando complicada. O diagnóstico diferencial com outras lesões do canal anorretal
deve ser feito, principalmente as de origem neoplásica. Em dúvida quanto à origem
dos sintomas, a indicação de propedêutica complementar, como colonoscopia, por
exemplo, é obrigatória.
Tradicionalmente as hemorróidas são classificadas conforme o seu grau de
prolapso:
− Hemorróidas situadas permanentemente acima da linha pectinea;
− Hemorróidas que se prolapsam, reduzindo-se após cessação do esforço
ou digitalmente.
− Hemorróidas que se situam permanentemente fora do canal anal.
Essa classificação, baseada em critérios anatômicos, é, no entanto, de
limitado valor pelo fato de que alguns pacientes apresentam, manifestações de
grande desconforto com graus menos avançados da doença e vice-versa. Outro
aspecto importante da conduta terapêutica a ser tomada, é a discussão com o
paciente dos possíveis benefícios a serem obtidos com o tratamento a ser adotado.
A grande maioria dos casos se beneficia com orientação conservadora.
Recentemente tem se verificado forte tendência de condutas menos 7 MINCIS, Moysés. Op.cit., p.490-491.
15
intervencionistas, representando as condutas cirúrgicas cerca de 10% dos casos,
graças ao surgimento de métodos não operatórios, mais simples e de aplicação
ambulatorial.8
Tabela 1 - Hemorróidas – Incidência de sintomas em 50 pacientes consecutivo
Sinais/Sintomas Prevalência (%) Sintoma Principal (%) Sangramento 81 33 Desconforto 64 17 Prurido 62 6 Prolapso 50 22 Inchaço local 47 2 Dor 35 19 Mucorreia 29 1
2.2.2 Tratamento
As medidas higieno-dietéticas, representadas pelo aconselhamento quanto ao
hábito da defecação, dieta de fibras, higiene local adequada, etc., são efetivas no
tratamento da grande maioria dos casos de doença hemorroidal não avançada. A
questão que se impõe freqüentemente, no entanto, é a aceitação e a possibilidade
de implantação de mudanças dos hábitos higiênicos e dietéticos, na vida cotidiana
dos pacientes. Os resultados destas medidas tem que ser avaliado ao longo de um
prazo, antes que quaisquer condutas intervencionistas seja tomadas.
As intervenções convencionais, realizadas no tratamento das hemorróidas
são:
a) A criohemorroidectomia, usada há mais de 20 anos no tratamento, tanto
para hemorróidas internas como externas, não teve grande aceitação,
principalmente, pela extensão não controlável da destruição tissular que determina.
b) A escleroterapia, feita através da injeção submucosa de substancias
esclerosantes, em torno do pedículo vascular, nas hemorróidas internas, promove,
teoricamente, fibrose com fixação e redução do volume do mamilo. 8 MINCIS, Moysés. Op.cit., p.490.
16
c) A fotocoagulacão endoscópica, feita ambulatorialmente com raio
infravermelho, requer aplicador especial, determina coagulação e destruição tissular
de pequena profundidade, com cicatrização local.
d) O tratamento operatório, representado pela hemorroidectomia, pode ser de
grande beneficio para o paciente, desde que indicado corretamente.
Classificação Quadro Clínico Tratamento Grau I Sintomas ocasionais
Sangramento Medidas higieno-dietéticas Ligadura elástica
Grau II Sangramento com prolapso Redutível
Ligadura elástica e coagulação endoscópica
Grau III Prolapso irredutível com sintomas Hemorroidectomia Figura 2 - Hemorróidas- tratamento9
2.2.3 Prolapso Retal
O prolapso retal é definido como a exteriorização, através do orifício anal, da
parede retal ou de parte dela. Quando é apenas a mucosa que se exterioriza ele é
dito prolapso simples ou mucoso; quando toda a parede esta envolvida ele é
chamado de prolapso completo ou precidência retal.
Esta afecção pode ocorrer em qualquer idade, mas é muito mais freqüente
nos pacientes idosos e mulheres. Existe alguma controvérsia a respeito da sua
etiologia. Assim, ele pode ser explicado pela invaginação do reto e conseqüente
exteriorização ou deslizamento da parede retal através de um assoalho pélvico
fraco, ou ainda ambos os mecanismos.
Em alguns pacientes, no entanto, coexistem prolapso retal e assoalho pélvico
normal; em outros a afecção esta associada a um reto com hipermobilidade, ou seja,
não fixado normalmente no seu leito sacral, o que ocasiona um fundo de saco retal
anormalmente profundo. Os esforços constantes na evacuação parecem exercer
também algum efeito no aparecimento do prolapso retal. 9 MINCIS, Moysés. Op. cit., p.492
17
Estudos fisiológicos anorretais têm demonstrado a coexistência de neuropatia
do assoalho pélvico em 70% dos indivíduos, nos quais a incontinência fecal também
esta freqüentemente associada. A multiparidade, principalmente em trabalhos de
partos não assistidos, pode determinar lesão da musculatura pélvica e do nervo
pudendo, ocasionando, em alguns casos, o prolapso retal. São considerados
também fatores predisponentes a demência senil, doenças neurológicas e a
obstipação intestinal.10
2.2.4 Diagnóstico
A queixa principal destes acidentes está relacionada com o desconforto do
segmento intestinal exteriorizado, incontinência anal, mucorréia e sangramento.
Como conseqüência, esses indivíduos se tornam reclusos, afastando-se do convívio
social. Nos estágios iniciais da doença a exteriorização intestinal ocorre somente
aos esforços podendo, no entanto, nos graus mais avançados, evidenciar-se apenas
com a postura em pé. Pode ser redutível próprio paciente, ou necessitar de
manobras especiais, quando atinge grandes volumes. Em 50% dos casos a
incontinência fecal esta associada, piorando o quadro geral.
O diagnóstico é feito simplesmente pela inspeção. Os prolapsos mucosos são
de pequena extensão, em geral menores do que 3 cm, de comprimento; a
procidência retal tem, geralmente, extensão maior do que 3 cm: são circunferenciais
no orifício anal e apresentam, caracteristicamente, pregueado mucoso circular.
Exames complementares podem ser realizados no sentido de averiguar as
condições da musculatura esfincteriana, do nervo pudendo e da disfunção reto-
esfincteriana.
Assim, a manometria anorretal, videodefectografia, eletromiografia e medição
do tempo de latência do nervo pudendo, poderão ser realizados, permitindo melhor
compreensão da afecção, para estabelecer estratégia de tratamento mais adequada
e ter em vista o prognostico terapêutico, principalmente em reação a continência. Ns
10 MINCIS, Moysés. Op.cit., p.498-499.
18
casos mais graves, no entanto, tais exames simplesmente confirmam a avaliação
clinica de um exame proctológico mais apurado. 11
2.2.5 Tratamento
O tratamento desta afecção é cirúrgico. Várias técnicas estão disponíveis,
dentre as quais procedimentos abdominais de grande porte. A escolha para um
tratamento é determinada pelas condições do paciente, extensão do prolapso e
experiência do cirurgião. A escolha da técnica a ser utilizada deve objetivar a
correção do prolapso. Acredita-se que, em 50% dos casos, a correção do prolapso
acompanha melhora do quadro de incontinência.
O prolapso mucoso simples pode ser tratado com escleroterapia, ligadura
elástica ou com ressecção do segmento mucoso prolapsado. Medidas
conservadoras de indução de evacuação fisiológica e orientação quanto aos hábitos
higieno-dietéticos são muito úteis na prevenção das recidivas.
Nos casos de procidência retal o objetivo do tratamento cirúrgico deve ser
centralizado na correção do prolapso, restauração da continência e prevenção da
obstipação. Assim, tendo-se em vista a morbidade e mortalidade da técnica cirúrgica
e considerando-se a idade e a condição geral do paciente, seleciona-se a forma de
tratamento.
As ressecções mucosas foram nos últimos anos, reutilizadas e, dentro das
limitações de seus resultados, vem ganhando cada vez mais adeptos.
As operações realizadas por via abdominal incluem a retopexia associada ou
não a ressecção de um segmento do colo redundante.
A questão da continência fecal, nos pacientes idosos portadores de
procidencia retal, permanece, no entanto, como um problema ser resolvido. Dado a
deterioração das condições funcionais da musculatura anorretal, observadas nestes
11 MINCIS, Moysés. Op. cit., p.498-499
19
pacientes, o prognostico do tratamento operatório disponível, mesmo quando se
associam operações de reforço do assoalho pélvico, é bastante reservado. 12
2.3 AURICULOTERAPIA
A auriculoterapia é um ramo da acupuntura destinado ao tratamento das
enfermidades físicas e mentais através de estímulos de pontos situados no pavilhão
auricular. Cada orelha tem pontos de reflexo que correspondem a todos os órgãos e
funções do corpo. Ao se efetuar a sensibilização desses pontos por agulhas de
acupuntura, o cérebro recebe um impulso que desencadeia uma serie de fenômenos
físicos, relacionados com a área do corpo, produzindo a cura.
Na conceituação de Nei Ching, o mais antigo livro de acupuntura, o pavilhão
auricular é um órgão isolado, que mantém relação com todos os órgãos e regiões do
corpo. Dos doze meridianos de Acupuntura Sistêmica, seis tem relação direta com a
orelha, quais sejam: triplo aquecedor, intestino delgado, estômago, vesícula biliar,
bexiga e circulação-sexo.
Os demais: intestino grosso, pulmão, coração, rim, fígado e baço-pâncreas,
estão relacionados indiretamente com a aurícula através dos meridianos de ligação
e vasos maravilhosos.13
2.3.1 Pontos da Auriculoterapia utilizados para o tratamento
Uma referência importante para a prática da utilidade diagnóstica e
terapêutica dos pontos auriculares é dada por Ernesto Gonzáles (1999) que
conseguiu vincular concepções da Medicina Tradicional Chinesa e da Medicina
Moderna. Daí, temos:14
12 MINCIS, Moysés. Op. cit., p.499-500. 13 SOUZA, Marcelo Pereira.Tratado de Auriculoterapia.Brasília: Brasília-FIB, 2001, p.29-30. 14 GARCIA, Ernesto G. Op. cit., p.357.
20
2.3.1.1 Prolapso Retal
De acordo com o autor antes referido, o tratamento do prolapso retal se faz
através de pontos principais e secundários, conforme se demonstra a seguir:
a) Pontos principais
− Reto
− Anus
− Intestino grosso
− Apêndice
− Baço
− Pulmão
b) Pontos Secundários
− San Jiao
− Sub córtex
Gonzáles explica os pontos da seguinte forma:15
− Reto, anus e intestino grosso – estes pontos são os da zona
correspondente. Na orelha esquerda o ponto apêndice representa o
sigmóide que, unindo aos três pontos anteriores, mostra-se doloroso
durante a enfermidade; o estímulo sobre estes pode favorecer o
recolhimento e a capacidade de sustentação do sigmóide.
− Baço – o baço controla a subida do Qi puro, o que quer dizer que é o
encarregado de que os órgãos se mantenham em sua posição sem
estarem prolapsados. O prolapso retal esta relacionado com a debilidade
do baço e a deficiência do Qi do Jiao médio; portanto, ao estimular se faz
que o Yang Qi ascenda, recuperando-se o prolapso.
15 Idem, p.358.
21
− Pulmão – O pulmão controla o Qi, regulando a atividade deste em todo o
organismo e portanto, a correta função de ascensão e descendência da
energia; guarda uma relação interior e exterior com o intestino grosso; por
isso, através do ponto pulmão pode-se regular a função do intestino
grosso.
− San Jiao – Através dos três Jiao, circula o yuan Qi e esta é a energia raiz
de todo o corpo que se armazena no rim, como energia congênita e
controla todo o desenvolvimento e crescimento do ser humano; é a raiz
Yang e Yin dos Zang Fu. O San Jiao é a via de comunicação desta energia
para todo o corpo, por isso, através de sua função de nutrir e transformar,
controla toda a fisiologia e a atividade do Qi.
− Subcórtex – A área digestiva do subcórtex regula toda atividade
gastrointestinal, a absorção e a eliminação do intestino.
No tratamento das hemorróidas, os pontos ânus, reto, intestino grosso e
apêndice da orelha esquerda são fundamentais.
Todos os pontos antes referidos devem se estimulados fortemente, sendo que
os pontos ânus e reto devem ser colocados pelo lado interno e externo do hélix.
De acordo com o professor Marcelo Pereira de Souza,16 o tratamento do
prolapso retal se faz através do estímulo dos seguintes pontos auriculares:
a) Shemen – tonificação bilateral;
b) Segmento inferior do reto- tonificação bilateral
c) Intestino Grosso – tonificação bilateral
d) Subcortex- tonificação bilateral
e) Baço – tonificação da aurícula esquerda.
Junying17, trata o prolapso anal, selecionando os seguintes pontos: porção
inferior do reto, cérebro e shemen nas duas orelhas e puncionando-os com agulhas
16 SOUZA, Marcelo Pereira. Op. cit., p.286. 17 JUNYING, Geng, WENQUAN, Huang e YNGPING, Sun.Selecionando os pontos certos de Acupuntura.São Paulo: Roca, 1996, p.148.
22
filiformes com a finalidade de obter estimulação moderada. As agulhas devem ser
mantidas durante 30 minutos e o tratamento deve ser diário.
2.3.1.2 Hemorróidas
As hemorróidas são a distensão das veias do bordo anal. Estas podem estar
próximas do começo do canal anal (hemorróides internas) ou onde se abre o canal
(hemorróides externas) e, em algumas ocasiões, podem protrair fora do ânus
(prolapso hemorroidal).
As hemorróidas são muito comuns, particularmente, durante a gravidez e
depois do parto. Pessoas com debilidade das veias do ânus desenvolvem as
mesmas com mais facilidade.
Segundo a etiopatogenia tradicional, essa enfermidade pode ser causada
pela permanência, durante períodos prolongados, na posição de pé ou sentada,
caminhar longas distâncias, pela alimentação irregular, pela ingestão excessiva de
comidas doces, picantes ou ricas em gorduras, por diarréias duradouras ou por
constipação habitual e pelo período pós-parto. Todas essas causas favorecem a
desarmonia entre o Qi e o Xue, no intestino, o que produz a estagnação dos
colaterais em nível do ânus ou acúmulo de umidade calor.
De acordo com a diferenciação de síndromes tradicional, tanto as
hemorróidas internas como as externas podem ser classificadas como hemorróidas
por acúmulo de umidade-calor ou por prolapso por deficiência de Qi.
O autor sugere que as hemorróidas devem ser tratadas através da
estimulação dos seguintes pontos auriculares:
Shemen- tonificação bilateral;
Simpático- tonificação bilateral;
Segmento inferior do reto – tonificacão bilateral
Intestino grosso- tonificação bilateral
23
Os pontos auxiliares abaixo também devem ser estimulados para o
tratamento:
− Subcórtex- tonificação bilateral;
− Baço-aurículo esquerdo;
− Suprarenal- tonificação bilateral.
O professor Eu Won Lee, 18nomeia os seguintes pontos auriculares:
− Intestino grosso
− Ânus
− Adrenal
− Subcortex
− Baço
− Shemen
18 LEE, Eu Won. Aurículo Acupuntura.5. Ed. São Paulo: Ícone, 2005, p.96.
3 METODOLOGIA
3.1 DESCRIÇÃO DA PESQUISA
Esta pesquisa caracteriza-se como um estudo de caso, com uma metodologia
semi-experimental de caráter qualitativo, da ação da auriculoterapia sobre o
Prolapso Retal e Hemorróidas.
Optou-se pela utilização do tratamento sugerido por Ernesto Garcia19, uma
vez que o autor desse trabalho já tinha utilizado as mesmas diretrizes em outras
patologias, com resultados altamente satisfatórios. Nesse sentido, foram tratados
pacientes com cefaléias, cólicas, dores musculares, especialmente no joelho, ciática,
etc.
Para o presente estudo, foram utilizados os seguintes instrumentos: escala
analógica e avaliação de acupuntura (Apêndice A), para a coleta de dados.
As sessões de tratamento foram realizadas em consultório, durante três
meses, no período de Outubro de 2005 à Janeiro de 2006.
3.2 CONTATO INICIAL E ESTUDO PRINCIPAL
A paciente procurou tratamento por iniciativa própria, por reconhecer os
resultados da acupuntura em terapia anteriores, quando buscou outros profissionais
da área e finalmente, o autor desse trabalho para o tratamento de dores que a
afligiam, tais como articulares e inchaço no joelho, cefaléias, tendinite no braço,
dismenorréia.
No caso do presente estudo, a paciente já tinha procurado solucionar o seu
problema através da medicina ocidental (Anexo A). Apresentou-se ao médico com
queixa e dores e sangramento ao evacuar. Constatadas hemorróidas e prolapso
retal, foi indicada colonocospia, com resultado normal para outras patologias (Anexo
19 GARCIA, Ernesto, Op. cit.
25
B). A avaliação cirúrgica foi sugerida, uma vez que se tratava de mulher com
hemorróidas grau III e prolapso retal, com quadro clínico de sangramento e dor. A
paciente, com vida sedentária, apresentando quadro de obesidade, com 43 anos de
idade, e um filho de doze anos já estava se submetendo ao uso de fibras e controle
dietético, sem melhoras evidentes.
Para o tratamento com acupuntura, foram estabelecidas 12 (doze) sessões de
30 minutos, sendo uma sessão por semana, respeitando a indicação da
auriculoterapia, e ainda foi estabelecido um prazo de seis meses para observação
de possível recidiva.
A paciente foi assídua às sessões, mas não colaboradora com a dieta
solicitada pelo pesquisador que abolia o doce e alimentos picantes. De acordo com
o Depoimento da Paciente (Anexo C), depois de duas sessões, ela já começou a se
sentir melhor, apesar de ter se recusado a obedecer a dieta indicada.
O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice B) teve duas (2)
vias, sendo que uma permanece com o pesquisador e a outra com a colaboradora
da pesquisa.
3.2.1 Materiais e técnicas utilizadas
Os materiais utilizados para o tratamento do caso de hemorróidas e prolapso
anal do presente estudo foram os seguintes:
− Palpador
− Algodão
− Álcool 70%
− Microporo
− Tesoura
− Sementes de cosa
26
Devemos considerar três elementos fundamentais na auriculoterapia antes de
iniciar o tratamento: um bom diagnóstico, localização dos pontos e a assepsia da
orelha a ser tratada.
A técnica usada foi com sementes de cosa, ou seja, duas sementes por
microporo, colocados na orelha esquerda, com forte estímulo, principalmente nos
pontos do ânus e do reto. A permanência das sementes foi de quatro dias, tendo se
pedido ao paciente para estimular os pontos de três a quatro vezes por dia.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A saúde é, sem dúvida, o mais precioso dos bens. Antes do advento dos mais
variados tipos de medicamentos sintéticos, todas as tentativas de cura,
especialmente na cultura ocidental provinham da utilização de substâncias de
origem vegetal. As terapias orientais eram tidas como excêntricas, e os remédios
eficazes começaram cada vez mais a serem buscados na artificialidade da alopatia.
Atualmente, a convicção de que as terapias não químicas agem no organismo
de forma menos agressiva, originou a nova crença nos seus efeitos. Essa medicina
natural fundamenta-se na medicina dos antigos povos orientais, principalmente o
chinês, cujo conhecimento científico é comparado ao que há de mais desenvolvido
no campo da medicina alopática praticada atualmente por todo o ocidente.
Apesar dos métodos eficazes de prevenção e cura das doenças já existirem
há muito tempo, somente a partir das duas últimas décadas, as técnicas
terapêuticas naturais como a acupuntura, a moxabustão e o do-in, vêm sendo
assimiladas pelo Ocidente. No Brasil, a acupuntura, a moxa e o do-in foram
introduzidos pelos imigrantes orientais, mas eles só ensinavam as técnicas para os
seus filhos.20
Com a globalização atual e a interação de culturas através de meios como a
Internet, as trocas culturais se intensificaram e a filosofia chinesa adquiriu vários
adeptos entre os ocidentais. Segundo essa filosofia milenar, o corpo humano não
contém energia, ele é energia. Dessa forma, toda a desordem física provém de
desequilíbrios na circulação de energia. A aplicação da acupuntura visa restabelecer
o equilíbrio da energia no corpo (Yin e Yang) no corpo, curando assim as diferentes
enfermidades.
No caso em estudo, as hemorróidas, tem-se que podem ser causadas por
diversos distúrbios, mas relacionam-se fundamentalmente á alimentação
inadequada e ao estilo de vida sedentário. Entretanto, mesmo não seguindo a dieta 20 A CURA ESTÁ NA NATUREZA- MEDICINA NATURAL. Exemplar para assinantes das revistas Isto É. São Paulo: Editora Três
28
indicada, a paciente obteve considerável melhora e, passado mais de um ano do
final do tratamento, não houve recidiva.
Essa constatação sugere a eficácia do tratamento e sobretudo, a aceitação
de técnicas naturais, não invasivas e milenares por parte de uma médica alopata
acostumada à utilização de produtos sintetizados: os remédios.
REFERÊNCIAS
GARCIA, Ernesto G. Auriculoterapia. São Paulo: Roca, 2003.
GUMARÃES, Raul; BOUCINHAS, Jorge. Auriculoterapia Visão Oriental Visão Ocidental. Recife: Nossa Livraria, 2001.
JUNYING, Geng; YONGPING, Sun; WENQUAN, Huang. Selecionando os pontos certos de acupuntura: Um manual de acupuntura. São Paulo: Roca, 1996.
LEE, Eu Won. Aurículo Acupuntura. São Paulo: Ícone, 2005.
MEDICINA Natural. São Paulo: Três, [s.d.].
MINCIS, Moyés. Gastroenterologia e Hepatologia: Diagnóstico e Tratamento. São Paulo: Lemos, 1997.
SOUZA, Marcelo Pereira. Tratado de Auriculoterapia. Brasília:Brasília FIB, 2001.
APÊNDICE A
AVALIAÇÃO DE ACUPUNTURA
31
APÊNDICE B
TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO LIVRE E ESCLARECIDO
O presente estudo, denominado ESTUDO DE CASO SOBRE O EFEITO DA
AURICULOTERAPIA NUMA PACIENTE COM PROLAPSO RETAL E
HEMORRÓIDAS GRAU TRÊS, do aluno CELSO CAMPANI, pretende realizar um
estudo de caso com metodologia semi-experimental de caráter qualitativo que
mostra o efeito da auriculoterapia em uma paciente com diagnóstico de prolapso
retal e hemorróidas grau 3.
Com essa pesquisa objetivamos identificar o crescente interesse internacional
e apontar os principais benefícios da utilização nos grandes centros urbanos das
técnicas de acupuntura para o tratamento de enfermidades e amenização de dores
diversas.
Esclarecemos que a pesquisa não acarreta em desconfortos ou riscos para a
sua saúde e integridade física e psicológica.
Pelo presente Termo de Consentimento Livre Esclarecido declaro que
autorizo a minha participação na pesquisa, bem como a divulgação do meu nome
nos resultados da mesma, pois fui informado de forma clara e detalhada, livre de
qualquer forma de constrangimento e coerção, dos objetivos, da justificativa, dos
procedimentos que deverei cumprir, dos riscos e benefícios.
Fui igualmente informado:
− Da garantia de receber resposta a qualquer pergunta ou esclarecimento a
qualquer dúvida sobre a pesquisa;
− Da liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento e por
qualquer motivo deixar de participar do estudo;
− De que não terei nenhum gasto ao aceitar participar da pesquisa.
34
A presente pesquisa tem origem no Curso de Acupuntura pelo Centro
Integrado de Estudos e Pesquisa do Homem para fins de realização do Trabalho de
Conclusão do Curso de Especialização em Acumpuntura.
Porto Alegre, _______ de __________ de 2007
Nome orientador: Prof. Especialista Cleto Emiliano Pinho __________________________________________________ Nome pesquisador: Celso Campani __________________________________________________ Nome participante: Dra. Claudia Maria de Miranda de Munhoz __________________________________________________
ANEXO A
COMPROVANTE DE TRATAMENTO VIA MEDICINA OCIDENTAL
36
ANEXO B
RESULTADO COLONOCOSPIA
ANEXO C
DEPOIMENTO DA PACIENTE
Procurei o autor deste trabalho ao ter uma indicação cirúrgica para o
tratamento de hemorróidas com prolapso retal grau III. Como profissional medica
tenho conhecimento do prognostico reservado a quanto este tratamento e também
do índice de recidiva pós cirúrgica.
Como já havia obtido excelentes resultados para dores articulares,
musculares e artrose do joelho, resolvi questionar o autor sobre a possibilidade de
um tratamento menos invasivo para este quadro mesmo sem ter certeza do
resultado.
A grande surpresa para mim foi que, após duas sessões já ter sentido
melhora da sintomatologia que me atrapalhava no cotidiano pelo desconforto, dor e
etc. Ao término do tratamento sugeri que meu caso fosse usado como trabalho de
conclusão, pois este pode servir para debate no meio cientifico levando talvez a área
médica a ampliar seu leque de opções nessa área, promovendo talvez uma maior
abertura no sentido da cura de doenças.
Porto Alegre, 26 de julho de 2007
___________________________________ Dra. Claudia Maria de Miranda de Munhoz
CREMERS - 21819
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