clara morais - um poema, uma personalidade
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Língua Portuguesa
Escola Artística António Arroio
Professora: Elisabete Miguel Clara Morais, nº 7 10º F 2011/2012
Um poema, uma personalidade
Introdução
Justificação dos Poemas Selecionados
Poetas Selecionados:
1. Alda Lara
2. Caio Fernando Abreu
3. Cecília Meireles
4. Clarice Lispector
5. Colin Hammond
6. Emily Dickinson
7. Mario Quintana
8. Miguel Torga
9. Neil Gaiman
10. Robert Louis Stevenson
11. Rudyard Kipling
12. Sophia de Mello Breyner
Andresen
13. Próprios
Poema Escolhido e Respetiva Justificação
Imagem Ilustrativa
Justificação da Imagem
Conclusão
Fontes
Índice
Introdução
Iniciei este trabalho realizando buscas por poetas. Selecionei alguns nomes do manual de
português e outros fui perguntando a amigos e familiares. Depois de conseguir uma lista com mais de 30
nomes, passei à busca por poemas.
Primeiramente, tentei arranjar temas que facilitassem a minha busca. Mas, à medida em que lia
os diversos poemas e já selecionava alguns, percebi que não estava seguindo nenhuma lógica que os
ligasse, ou pelo menos não conscientemente.
Foi depois de ter quase todos os poemas selecionados que percebi que os que mais me haviam
chamado a atenção foram aqueles que me lembravam personagens criadas por mim; assunto que
aprofundarei na justificação da escolha destes textos.
Optei por poetas de diferentes nacionalidades, tanto da língua portuguesa quanto da inglesa, e
tanto por poetas ainda vivos, como já falecidos.
Com o prazo da entrega do trabalho alongado, aproveitei para enriquecer a minha busca,
trazendo poemas de um poeta amador cuja escrita me fascina, Colin Hammond. Não vejo motivos para seus
versos serem abafados próximo a nomes tão importantes na poesia, mas sim motivos para o salientarem e
chamarem atenção ao seu ótimo trabalho.
Por gostar especialmente de um poema deste autor, optei por realizar duas ilustrações.
Justificação dos Poemas Selecionados
Relendo os poemas selecionados, apercebi-me de que todos tinham sim
um tema em comum, apesar de não ser nenhum dos temas mais concorridos, foi o
que me passou pela cabeça e que fez todo o sentido após análise mais complexa.
Todos estes poemas têm algo em comum. Todos eles fazem-me lembrar de
personagens que criei em histórias que escrevi e estão, indiretamente, ligados a mim.
Cada uma das personagens que crio tem um fundo de verdade, e tem suas atitudes
ligadas a mim e ao que eu mesma faria em determinadas situações.
Aos poemas que não se conectam com personagens já criadas, senti uma
facilidade tremenda em criar histórias a partir deles, e é este o tipo de conexão que
procuro na maioria dos poemas, contos, e por vezes até histórias de outros escritores
que leio.
Sentindo-me próxima a estes poemas, pensei ser mais do que adequado
selecioná-los para este trabalho.
Alda Lara
As Belas meninas Pardas Testamento
As belas meninas pardas
são belas como as demais.
Iguais por serem meninas,
pardas por serem iguais.
Olham com olhos no chão.
Falam com falas macias.
Não são alegres nem tristes.
São apenas como são
todos dos dias.
E as belas meninas pardas,
estudam muito, muitos anos.
Só estudam muito. Mais nada.
Que o resto, trás desenganos
Sabem muito escolarmente.
Sabem pouco humanamente.
Nos passeios de domingo,
andam sempre bem trabajadas.
Direitinhas. Aprumadas.
Não conhecem o sabor que tem uma gargalhada
(Parece mal rir na rua!...)
E nunca viram a lua,
debruçada sobre o rio,
às duas da madrugada.
Sabem muito escolarmente.
Sabem pouco humanamente.
E desejam, sobretudo, um casamento decente...
O mais, são histórias perdidas...
Pois que importam outras vidas?...
outras raças?... , outros mundo?...
que importam outras meninas,
felizes, ou desgraçadas?!...
As belas meninas pardas,
dão boas mães de família,
e merecem ser estimadas..
À prostituta mais nova
Do bairro mais velho e escuro,
Deixo os meus brincos, lavrados
Em cristal, límpido e puro...
E àquela virgem esquecida
Rapariga sem ternura,
Sonhando algures uma lenda,
Deixo o meu vestido branco,
O meu vestido de noiva,
Todo tecido de renda...
Este meu rosário antigo
Ofereço-o àquele amigo
Que não acredita em Deus...
E os livros, rosários meus
Das contas de outro sofrer,
São para os homens humildes,
Que nunca souberam ler.
Quanto aos meus poemas loucos,
Esses, que são de dor
Sincera e desordenada...
Esses, que são de esperança,
Desesperada mas firme,
Deixo-os a ti, meu amor...
Para que, na paz da hora,
Em que a minha alma venha
Beijar de longe os teus olhos,
Vás por essa noite fora...
Com passos feitos de lua,
Oferecê-los às crianças
Que encontrares em cada rua...
Caio Fernando Abreu
Eu entro nesse barco, é só me pedir
Eu entro nesse barco, é só me pedir.
Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou.
Faz tempo que quero ingressar nessa viagem,
mas pra isso preciso saber se você vai também.
Porque sozinha, não vou.
Não tem como remar sozinha,
eu ficaria girando em torno de mim mesma.
Mas olha,
eu só entro nesse barco se você prometer remar
também!
Eu abandono tudo,
história, passado, cicatrizes.
Mudo o visual, deixo o cabelo crescer,
começo a comer direito, vou todo dia pra academia.
Mas você tem que prometer que vai remar também,
com vontade!
Eu começo a ler sobre política, futebol, ficção
científica.
Aprendo a pescar, se precisar.
Mas você tem que remar também.
Eu desisto fácil, você sabe.
E talvez essa viagem não dure mais do que alguns
minutos,
mas eu entro nesse barco, é só me pedir.
Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo
pra te ver todo dia.
Mas você tem que me prometer que vai remar junto
comigo.
Mesmo se esse barco estiver furado eu vou,
basta me pedir.
Mas a gente tem que afundar junto e descobrir que é
possível nadar junto.
Eu te ensino a nadar, juro!
Mas você tem que me prometer que vai tentar,
que vai se esforçar,
que vai remar enquanto for preciso,
enquanto tiver forças!
Você tem que me prometer que essa viagem não vai
ser a toa,
que vale a pena.
Que por você vale a pena.
Que por nós vale a pena.
Remar.
Re-amar.
Amar.
Cecília Meireles
Pus o meu sonho num navio
A arte de ser feliz
Tu tens um medo
Houve um tempo em que minha janela
se abria sobre uma cidade que parecia
ser feita de giz. Perto da janela havia um
pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra
esfarelada, e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre
com um balde e, em silêncio, ia atirando
com a mão umas gotas de água sobre
as plantas. Não era uma rega: era uma
espécie de aspersão ritual, para que o
jardim não morresse. E eu olhava para
as plantas, para o homem, para as gotas
de água que caíam de seus dedos
magros e meu coração ficava
completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o
jasmineiro em flor. Outras vezes
encontro nuvens espessas. Avisto
crinças que vão para a escola. Pardais
que pulam pelo muro. Gatos que abrem
e fecham os olhos, sonhando com
pardais. Borboletas brancas, duas a
duas, como refelectidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem
personagens de Lope de Vega. Às
vezes um galo canta. Às vezes um
avião passa. Tudo está certo, no seu
lugar, cumprindo o seu destino. E eu me
sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas
felicidades certas, que estão diante de
cada janela, uns dizem que essas coisas
não existem, outros que só existem
diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a
olhar, para poder vê-las assim.
Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno.
Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.
O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.
Clarice Lispector
Há momentos O que eu sinto, eu não ajo
Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.
Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.
A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.
O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.
A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre.
O que eu sinto, eu não ajo.
O que ajo, não penso.
O que penso, não sinto.
Do que sei, sou ignorante.
Do que sinto, não ignoro.
Não me entendo e ajo como se me entendesse
Colin Hammond
All Hope is Gone All Hope is Gone – Tradução (Toda a esperança se foi) The Gallows The Gallows – Tradução (A forca)
Caught a glimpse of myself in the mirror today
I do not like what I see
At no point in my worst nightmare
Is this what I wanted to be
Locked away for seven days now
Paranoia slowly creeps in
I write these sporadic thoughts down
Because I cannot keep them in
Fell down the stairs today
Not sure how much of the pain I felt
Not sure whether I threw myself down
Not sure if I need help
Do not want to start again
But I do not want to give up
Retrieve these vacant emotions
and once again try to love
I will leave now
I can tell from your one word answers
You don't want to be here
For the last stanza
No imagination or inspiration
There shall be no chorus to this song
I will cut it short and shall simply call it
Apanhei um vislumbre meu no espelho hoje
Eu não gosto do que vejo
Em nenhum ponto no meu pior pesadelo
É isso o que eu desejava ser
Trancado por sete dias agora
A paranóia lentamente se infiltra
Escrevo estes pensamentos esporádicos
Porque não posso mantê-los para dentro
Caí das escadas hoje
Não tenho certeza de quanta dor senti
Não tenho certeza se me atirei
Não tenho certeza se preciso de ajuda
Não quero começar outra vez
Mas não quero desistir
Recobrar estas vagas emoções
E mais uma vez tentar amar
Partirei agora
Posso dizer pelas suas respostas de uma palavra
Não queres estar aqui
Pela última estrofe
Sem imaginação ou inspiração
Não deverá haver um refrão para esta canção
Manterei-a curta e devo apenas chamá-la
Toda a esperança se foi
Tradução: Google tradutor
Correção: Minha
Boy
Come to the gallows
My pretty friend
I will put you out of your misery
Such a fitting end
You lived fast and died young
Left a beautiful corpse
Greeted failure as you did success
Felt no remorse
Girl
Come to the electric chair
My sexy beast
Just a few buckles round your arms and legs
Then you shall be released
But not into the world
Or into the wild
I will release you into eternity
You sexy child
Boy
Come feel the injection
This lethal dose
Screaming paralytic
from beneath your bones
But no one can see your pain
Not even in your eyes
Any last words princess
Before you die
Girl
Come to the gallows
Dark prince bring your pretty face
I wlll meet you there I promise
and show you the end of days
Close your eyes now
Rope tight as I kick the stool
Every confidence that I will follow
You pretty fool
Menino
Venha para a forca
Meu bonito amigo
Vou tirar-te da tua miséria
Um final tão apropriado
Vives-te rápido e morres-te jovem
Deixas-te um lindo corpo
Saudado fracasso como tu, fez sucesso
Não sentiu remorso
Menina
Venha para a cadeira elétrica
Minha besta sensual
Apenas algumas fivelas à volta dos teus braços e
pernas
E então deverás ser liberada
Mas não no mundo
Ou na selva
Libertarei-te na eternidade
Sua criança sensual
Menino
Venha sentir a injeção
Esta dose letal
Grito paralítico
De de baixo de teus ossos
Mas ninguém pode ver a sua dor
Nem nos teus olhos
Alguma última palavra, princesa
Antes de morreres
Menina
Venha para a forca
Príncipe das trevas traga teu rosto bonito
Encontrarei-te lá, eu prometo
E mostrarei-te o final dos dias
Agora feche seus olhos
Corda bamba ao que chuto o banco
Toda a confiança de que seguirei-te
Sua bonita tolo Tradução: Google tradutor
Correção: Minha
Emily Dickinson
I held a Jewel in my fingers
I held a Jewel in my fingers – Tradução
(Tive uma jóia nos meus dedos )
Two Butterflies went out at Noon
Two Butterflies went out at Noon – Tradução
(Duas borboletas saíram ao meio-dia)
I held a Jewel in my fingers —
And went to sleep —
The day was warm, and winds were prosy —
I said "'Twill keep" —
I woke — and chid my honest fingers,
The Gem was gone —
And now, an Amethyst remembrance
Is all I own —
Tive uma jóia nos meus dedos —
E adormeci —
Quente era o dia, tédio os ventos —
"É minha", eu disse —
Acordo — e os meus honestos dedos
(Foi-se a Gema) censuro —
Uma saudade de Ametista
É o que eu possuo —
Tradução: Augusto de Campos
Two Butterflies went out at Noon—
And waltzed above a Farm—
Then stepped straight through the Firmament
And rested on a Beam—
And then—together bore away
Upon a shining Sea—
Though never yet, in any Port—
Their coming mentioned—be—
If spoken by the distant Bird—
If met in Ether Sea
By Frigate, or by Merchantman—
No notice—was—to me—
Duas borboletas saíram ao meio-dia,
valsaram em cima de um arroio,
flecharam para o firmamento
e repousaram sobre um raio de luz;
Depois partiram as duas
por cima de um mar reluzente,
ainda que porto algum até hoje
haja mencionado a chegada.
Se falou com elas uma ave distante,
se no mar etéreo encontraram
uma fragata ou um cargueiro,
não fui informada.
Tradução: Paulo Mendes Campos
Mário Quintana
Do Amoroso Esquecimento
Simultaneidade
Eu agora, – que desfecho!
Já nem penso mais em ti…
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?
- Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo! Eu creio em Deus! Deus é um
absurdo! Eu vou me matar! Eu quero viver!
- Você é louco?
- Não, sou poeta.
Miguel Torga
Sísifo
Recomeça…
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar
E vendo
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.
Neil Gaiman
Dark Sonnet Dark Sonnet – Tradução (Soneto Negro)
I don’t think that I’ve been in love as such
although I liked a few folk pretty well
Love must be vaster than my smiles or touch
for brave men died and empires rose and fell
for love, girls follow boys to foreign lands
and men have followed women into hell
In plays and poems someone understands
there’s something makes us more than blood and bone
And more than biological demands
for me love’s like the wind unseen, unknown
I see the trees are bending where it’s been
I know that it leaves wreckage where it’s blown
I really don’t know what I love you means
I think it means don’t leave me here alone
Tradução: Google tradutor
Correção: Minha
Eu não acho que já estive apaixonado como tal
embora eu tenha gostado bastante de umas poucas
pessoas
O amor deve ser mais vasto do que os meus sorrisos
ou toque
por ele, homens corajosos morreram e impérios se
levantaram e caíram
pelo amor, meninas seguem os meninos para terras
estrangeiras
e os homens têm seguido as mulheres para o inferno
Em peças e poemas que alguém entende
há algo que nos faz mais do que sangue e osso
E mais do que as demandas biológicas
Para mim amor é como o vento invisível, desconhecido
Eu vejo as árvores se curvando por onde ele passou
Eu sei que ele deixa destroços onde é soprado
Eu realmente não sei o que eu te amo significa
Eu acho que isso significa, não me deixe aqui sozinho
Robert Louis Stevenson
To Any Reader To Any Reader – Tradução (Para Qualquer Leitor)
As from the house your mother sees
You playing round the garden trees,
So you may see, if you will look
Through the windows of this book,
Another child, far, far away,
And in another garden, play.
But do not think you can at all,
By knocking on the window, call
That child to hear you. He intent
Is all on his play-business bent.
He does not hear, he will not look,
Nor yet be lured out of this book.
For, long ago, the truth to say,
He has grown up and gone away,
And it is but a child of air
That lingers in the garden there.
Tradução: Google tradutor
Correção: Minha
A partir da casa sua mãe vê
Você jogando em volta das árvores do jardim,
Assim, você pode ver, se você olhar
Através das janelas deste livro,
Outra criança, longe, muito longe,
E em outro jardim, joga.
Mas não pense que você pode de todo,
Ao bater na janela, chamar
Essa criança para ouvi-lo. Sua intenção
Está toda na sua inclinação para negócios.
Ele não ouve, ele não vai olhar,
Nem ainda ser atraído para fora deste livro.
Pois, há muito tempo, a verdade diz,
Ele cresceu e foi embora,
E é nada mais que uma criança de ar
Que paira lá no jardim.
Rudyard Kipling
If If – Tradução (Se)
If you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you;
If you can trust yourself when all men doubt you,
But make allowance for their doubting too;
If you can wait and not be tired by waiting,
Or being lied about, don't deal in lies,
Or being hated, don't give way to hating,
And yet don't look too good, nor talk too wise:
If you can dream -- and not make dreams your
master;
If you can think -- and not make thoughts your aim;
If you can meet with Triumph and Disaster
And treat those two imposters just the same;
If you can bear to hear the truth you've spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to, broken,
And stoop and build 'em up with worn-out tools;
If you can make one heap of all your winnings
And risk it on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breathe a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: "Hold on!"
If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with kings -- nor lose the common touch,
If neither foes nor loving friends can hurt you,
If all men count with you, but none too much;
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds' worth of distance run --
Yours is the Earth and everything that's in it,
And -- which is more -- you'll be a Man, my son!
Se você pode manter sua cabeça erguida quando todos
sobre você
Estão perdendo a deles e culpando-o em você;
Se você pode crer em ti quando todos duvidam de
você,
Mas fazer provisão para a sua dúvida também;
Se você pode esperar e não se cansar de esperar,
Ou, sendo enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, não dar lugar ao ódio,
E não parecer bom demais, nem falar muito sábio:
Se você pode sonhar - sem fazer dos sonhos teus
senhores;
Se você pode pensar - e não fazer pensamentos o seu
objetivo;
Se você pode encontrar-se com o triunfo e desastres
E tratar esses dois impostores da mesma;
Se você pode suportar ouvir a verdade que você tenha
falado
Torcida por patifes para fazer uma armadilha
para tolos,
Ou assistir as coisas que você deu a sua vida,
estraçalhadas,
E se inclinar e construi-las com ferramentas gastas;
Se você pode fazer um monte de todos os seus ganhos
E arriscar em um turno de pitch-and-toss,
E perder, e começar de novo em seus primórdios
E nunca dizer uma palavra sobre sua perda;
Se você pode forçar coração, nervos e tendões
Para servir a sua vez muito tempo depois que eles se
foram,
E a persistir assim quando não há nada em você
Exceto a vontade que lhes diz: "Espere!"
Se você pode falar com as multidões e manter a
sua virtude,
Ou caminhar com reis - nem perder o toque comum,
Se nem inimigos nem amigos amorosos podem feri-lo,
Se todos os homens contam com você, mas não muito;
Se você pode preencher o minuto implacável
Com um valor de sessenta segundos de distância
percorrida -
Tua é a Terra e tudo que está nela,
E - o que mais - tu serás um homem, meu filho!
Tradução: Google tradutor
Correção: Minha
Sophia de Mello Breyner Andresen
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
Próprios
A marca da tua mão no vidro
Em segundos evaporou-se
Mas o vazio que aqui deixaste
Aumenta a todo minuto
Sinto
Mas não devo sentir
Devo?
Ou não posso sentir?
Sinto
Mas não quero sentir
Não devo te ter
Não posso te ter
Não quero... Quero
Quero te ter
Quero poder te ter
Devo te ter?
Talvez... Mas quero
Quero que queiras-me
Que possas ter-me
Que queiras querer-me
Queira-me
Sinta o que sinto
Sufoca-te
Sufoca-te na saudade
Na saudade que sinto
Que não mereces que eu sinta
Sente
No meu lugar,
Sente
Poema Escolhido e Respetiva Justificação
O poema que escolhi ilustrar, All Hope Is Gone (Toda a Esperança se foi),
foi a minha segunda opção, pois primeiramente eu havia optado por um poema meu.
Depois de refletir um pouco, assumi que esta opção seria um pouco fraca por ser
demasiado fácil justificar um poema pessoal sabendo os sentimentos que passavam
pela minha cabeça quando o escrevi.
Escolhi este poema por ter uma linguagem comovente, bonita e facilmente
identificável. Diversas personagens que criei encaixam-se perfeitamente nestes versos,
e sinto como se as próprios pudessem tê-lo escrevido.
Além disso, várias histórias cruzam a minha mente ao ler poemas do
género, e a semente que plantam em minha cabeça me faz querer explorá-los. Por ter
sentido esta vontade pelo poema, pensei que uma imagem seria o de menos. A própria
imagem já foi feita pensando numa história que vai além do poema selecionado.
Imagem Ilustrativa
Justificação da Imagem
Pelo poema escolhido ter sido escrito por um poeta amador, entrar em contacto
com ele foi fácil. Perguntei-lhe se havia algo que passou pela sua mente ao escrevê-lo, e
ele respondeu-me dizendo que escreveu aquilo como que intensificando os seus
sentimentos ou, de outra forma, como acabaria por se sentir se deixasse as coisas
caminhando como estavam.
Tendo isto em conta e a interpretação que eu havia tirado de minhas primeiras
leituras, optei por fazer um desenho simples, mas que traduzisse as imagens que cruzaram
a minha mente ao lê-lo.
Ao passo em que o menino escreve os sentimentos que não consegue manter
dentro de si, seu reflexo - seus sentimentos mais profundos - tenta estrangulá-lo, saindo
para fora do espelho e expondo sua existência, tentando torná-la mais forte e dominante.
Conclusão
Após a realização deste trabalho, juntei diversos nomes à lista de poetas
que admiro. Pesquisando em sites de poesia e até em sites de poetas amadores, fui
capaz de enriquecer meu conhecimento neste aspeto e aumentei meu interesse pelo
assunto.
Foi também após esta pesquisa que passei a dedicar-me à pesquisa de
poetas, principamente amadores, e também passei a dedicar-me mais à escrita de
poemas. Tendo um estímulo para pesquisar, acabei por virar-me para um lado da
internet que dantes eu não explorava com muita frequência, mas que é mais do que
interessante e rico.
Resolvi não acrescentar muitos poemas amadores por estes não terem
uma tradução já feita e eu não estar tão confiante com as traduções que realizei por
mim mesma. Num futuro trabalho, posso acrescentar alguns dos trabalhos que passei
a tomar conhecimento, tendo mais tempo para desenvolver uma tradução mais
apurada.
Fiquei satisfeita com o resultado, apesar de saber que este poderia ter
sido muito melhor se eu tivesse me dedicado nos primeiros meses como me dediquei
nas últimas duas semanas. Para a próxima vez tentarei mudar isto, mas, por
enquanto, espero que seja o suficiente.
Fontes
http://www.deviantart.com
http://www.pensador.uol.com.br
http://citador.pt/
https://www.google.com/imghp?hl=pt-PT&tab=wi
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