coleção preservação e desenvolvimento - 10 ribeira dos icós, icó - ce
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RIBEIRA DOS ICSIC - CE | 10
SRIEPRESERVAO
EDESENVOLVIMENTO
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IPHAN | MONUMENTA
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Crdi tos
Presidente da Repblica do BrasilLuiz Incio Lula da Silva
Ministro de Estado da CulturaGilberto Passos Gil Moreira
Presidente do Instituto do
Patrimnio Histrico e Artstico NacionalCoordenador Nacional do Programa MonumentaLuiz Fernando de Almeida
Coordenao editorialSylvia Maria Braga
EdioCaroline Soudant
Redao e pesquisaRogrio Furtado
Reviso e preparaoDenise Costa Felipe
DesignCristiane Dias
DiagramaoCeci Mendes Garcia / Ronald Neri
FotosArquivo Monumenta/Arquivo IphanArquivo Cristiane Dias
R484 Ribeira dos Ics Ic - CE.Braslia, DF: IPHAN / ProgramaMonumenta, 2008.80 p. : il. ; 15 cm. (Preservao e
Desenvolvimento; 10)
ISBN 978-85-7334-079-2
1.Ic - CE. 2. Educao Patrimonial. 3.Patrimnio Histrico Ic. 4. Instituto doPatrimnio Histrico e Artstico Nacional. 5.Programa Monumenta. I. Srie.
CDD 981.31
www.iphan.gov.br www.monumenta.gov.br www.cultura.gov.br
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Apresentao
Este pequeno livro pertence srie Preservao e Desenvolvimento,
uma coleo de registro das experincias desenvolvidas pelo Programa
Monumenta na rea da promoo de atividades econmicas, de educao
patrimonial, de ormao prossional e de capacitao.
Na qualidade de programa do Ministrio da Cultura para a recuperao
sustentvel do patrimnio histrico brasileiro, o Monumenta se prope a
atacar as causas da degradao de stios histricos e conjuntos urbanos
tombados e a elevar a qualidade de vida das comunidades envolvidas.
Assim, muitas das aes propostas no mbito do Programa, com apoiode estados e municpios, vm permitindo a essas comunidades descobrir
o patrimnio cultural como onte de conhecimento e de rentabilidade
nanceira, como meio, portanto, de incluso social.
Esse novo conceito de preservao transormou alguns dos stiosbeneciados em plos de atividades culturais, tursticas e de gerao de
empregos, garantindo ao mesmo tempo a conservao sustentada de nosso
patrimnio e melhores condies de vida para quem trabalha ou vive ali.
uma dessas experincias que voc vai conhecer agora.
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Int roduo
Entre 1858 e 1860, o mdico e historiador Pedro Thberge construiu um
teatro em Ic, no Cear. quela altura, o municpio se destacava enquanto
centro de criao de gado e um dos mais importantes entrepostos comerciais
do Nordeste. Por ironia do destino, pode-se armar que a construo do
Teatro da Ribeira dos Ics por Thberge marcou tanto o apogeu quantoo princpio da decadncia da cidade: uma epidemia de clera irrompeu
ali em 1862, terminando s em 1864, depois de azer grande nmero de
vtimas. Com a populao rareeita, Ic passaria por outra catstroe a partir
de 1877 ano do incio de uma das secas mais terrveis da histria. Um
pouco mais tarde, j no sculo 20, a Estrada de Ferro de Baturit espalhou
seus trilhos pela regio, sem chegar a Ic. Com isso, algumas das cidades
prximas puderam crescer acompanhando os trilhos, concentrando os fuxos
do comrcio regional de uma vez por todas. Ic passou ao segundo plano,
mas conservou seu patrimnio arquitetnico e cultural, que comeou a juntarh cerca de 300 anos.
O Teatro da Ribeira dos Ics desponta como uma das peas mais valiosas
do acervo. Foi por ele que o Programa Monumenta/Iphan do Ministrio da
Cultura comeou seu projeto de restaurao do patrimnio edicado de Ic.
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Outras obras se seguiram em reas e edicios pblicos, e tambm em imveis
particulares. Entre as construes recuperadas que pertencem ao municpio, indispensvel mencionar o Sobrado Canela Preta. O casaro ganhou esse
nome por causa do apelido de um antigo proprietrio, Joo Andr Teixeira
Mendes, que, segundo a tradio, tinha uma mancha preta em uma das
pernas. Em 2007, o sobrado abrigou um dos projetos mais importantes do
Monumenta em Ic: o Ncleo de Msica Canela Preta, para a ormao
musical de 240 instrumentistas, com idade variando entre 7 e 17 anos. O
projeto teve enorme sucesso. Pouco tempo aps o incio das aulas, j oi
possvel realizar concertos didticos no Teatro da Ribeira dos Ics.
Alm da escola de msica, o Programa Monumenta, em parceria com o
Senac Servio Nacional de Aprendizagem Comercial, promoveu diversos
cursos no municpio. Um deles para resgatar e garantir a sobrevivncia de
uma das tradies locais: pratos base de peixe, servidos durante muitos
anos nos bares e restaurantes do distrito de Lima Campos, onde ca umaude que tem o mesmo nome, construdo em 1932. Por meio de outros
cursos, Ic tambm ganhou dezenas de agentes de educao patrimonial,
assim como pessoal qualicado para atuar em obras de restaurao de
monumentos arquitetnicos.
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Escola de msica
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Esco la de ms i ca
No perodo colonial, o governo portugus decidiu que o boi no poderia
disputar as terras litorneas do Brasil com a produo do acar, mercadoria
nobre daquele tempo. A pecuria ento se espalhou pelas vastides
interioranas. No Nordeste, os colonizadores alcanaram o Vale do Salgado,
no Cear, em ns do sculo 17. Poucos anos depois, em meio a uma guerraincessante dos conquistadores com as populaes indgenas, nalmente
exterminadas, ali se desenvolveu a povoao que viria a ser a cidade de
Ic, importante entreposto comercial do serto at a segunda metade do
sculo 19. Por Ic, centro distribuidor, transitavam mercadorias de diversas
procedncias, com dierentes destinos: Bahia, Pernambuco, Paraba e o porto
de Aracati, no litoral do Cear. A decadncia da localidade comeou em
1862, com uma epidemia de clera devastadora, que s terminou em 1864.
Nesse perodo, de mortos enterrados em valas-comuns, tamanha sua
quantidade, muita gente abandonou a regio para nunca mais voltar. J um
tanto esvaziada, Ic acusaria o impacto poderoso da seca de 1877-1879,
uma das piores de que se tem notcia. O ltimo golpe veio com a construo
da estrada de erro de Baturit, cujos trilhos, por no chegarem at o antigo
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emprio do serto, provocaram o pior: reorientaram os fuxos do comrcio
regional, privilegiando a economia de outros ncleos urbanos, como Iguatue a cidade do Crato. At que entrasse em declnio com a debandada da
populao e os reveses econmicos, Ic oi muito rica para os padres da
poca. Dessa ase de prosperidade restaram casas, um teatro e vrias igrejas
monumentos tombados em 1997 pelo Iphan Instituto do Patrimnio
Histrico e Artstico Nacional.
Ic tambm depositria de tradies, lendas e histrias pitorescas,
recheadas de detalhes improvveis, bem ao gosto popular. Uma delas d
conta da existncia de cerca de 200 pianos no municpio, na era das vacas
gordas. Embora tal quantidade de pianos parea exagerada, no se pode
negar que houve desses instrumentos por l. Tambm no se pode duvidar
que os icoenses gostem de msica. Pois eles gostam. E muito. Foi o que se
vericou em 2007, na implantao do Ncleo de Msica Sobrado Canela
Preta, projeto patrocinado pelo Programa Monumenta, em parceria com
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a Secretaria da Cultura estadual e a preeitura de Ic. Gerido pela Associao
Artstica de Concertos do Cear, o projeto oi desenhado para atender 180crianas e adolescentes. Mas recebeu as inscries de 370 interessados e
selecionou 240, que terminaram distribudos em dez ocinas e 13 turmas.
E mais: desde as primeiras aulas, em ns de junho de 2007, a maioria dos
alunos se mostrou assdua e revelou que de ato tem aptido para a msica.
O Ncleo de Msica Sobrado Canela Preta derivou do Festival de Msica
de Cmara realizado em Ic, em 2005, tambm com o apoio do Programa
Monumenta, explica o coordenador pedaggico do projeto, Eduardo Fideles,
licenciado em msica e especializado em arte-educao e gesto. Fideles,
que tambm coordenador do Sistema de Bandas de Msica do Cear e da
Orquestra de Cmara Eleazar de Carvalho, participou do estival e, com outras
pessoas, percebeu que havia orte interesse pela ormao musical na regio.
Logo comearam as discusses sobre as possibilidades de criao do Ncleo
de Msica, com o aproveitamento do Sobrado Canela Preta, edicao antiga,restaurada pelo Monumenta. Assim, o projeto estaria em linha com os objetivos
do Programa: em qualquer lugar, o patrimnio arquitetnico deve ser apropriado
pela comunidade para diversos usos, com gerao de renda. Dessa orma, a
populao ser estimulada a cuidar de um acervo valioso, que lhe pertence.
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Aprovado o projeto, os organizadores procuraram universidades e escolas
de msica de Fortaleza e do interior do estado para receber indicaesde proessores competentes para lecionar em Ic. Aps a seleo dos
mestres, chegou a vez de escolher os alunos, que deveriam ter de 7 a
17 anos, estudar na rede pblica e pertencer a amlias de baixa renda.
Esse critrio vigorou at a matrcula de todos os candidatos com essas
caractersticas, aprovados nos testes de aptido. Em seguida, oram
admitidos outros pretendentes. Os organizadores caram surpresos com
o nmero relativamente pequeno de jovens barrados na ase de seleo.
Tal ato os obrigou a aumentar o nmero de vagas e a criar trs turmas
suplementares. Houve at uma exceo no processo de matrcula. Um
garoto, acostumado a batucar em latas, por acaso viu uma bateria montada
no Canela Preta. Encantado, pediu para experiment-la. E mostrou que
era do ramo. Embora as inscries estivessem encerradas, o menino oi
aceito como aluno. E no demorou para que se tornasse baterista na
igreja que reqenta.
O projeto tambm soreu algumas modicaes de ltima hora. A preeitura
municipal pediu a incluso de proessores icoenses nas ocinas. Para eles
seria uma boa oportunidade de aprender e trocar inormaes com msicos
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experimentados, de talento reconhecido. Alm desses proessores ouvintes,
havia crianas e adolescentes do coral e da banda marcial da cidade. Essesgrupos, que estavam sendo reestruturados, ganharam ocinas especcas.
O Ncleo de Msica acolheu ainda alunos de canto e percusso do PETI
Programa de Erradicao do Trabalho Inantil, do governo ederal.
Satiseitas as demandas, as atividades principiaram na Faculdade Vale doSalgado, ao nal de junho, sendo transeridas para o Sobrado Canela Preta
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no comeo de julho. A mudana praticamente coincidiu com a chegada de
mais de 60 instrumentos adquiridos para o projeto. Entre eles, um piano.Eduardo Fideles conta que o som de um piano de meia-cauda, comprado
para o Teatro da Ribeira dos Ics s vsperas do Festival de Msica de Cmara,
havia impressionado vivamente muitas crianas da cidade. Elas comentaram
que nunca tinham ouvido algo to bonito. E oram apresentaes de msica
clssica, uma reerncia totalmente estranha realidade musical da regio.
No casaro restaurado, os espaos passaram a ser ocupados pelas dez ocinas:
teclado, percusso, violo, piano, fautas, sanona, madeiras, metais, coral e
teoria musical. O Ncleo recebeu aparelhos de televiso, DVD e CD para as
atividades didtico-pedaggicas, realizadas de segunda a sbado, em trs
turnos, segundo o mtodo criado pelo msico alemo Carl Or.
A metodologia de Or muito ecaz para o ensino de crianas. Tanto assim
que, em poucos meses, o projeto mostrava resultados acima das expectativas,
avaliam os organizadores. Ao mesmo tempo, o Ncleo de Msica estreitava
seus vnculos com a populao. Os concertos didticos, apresentados no
Teatro da Ribeira dos Ics a partir de agosto, atraam pblico crescente. E
sobretudo elevavam a auto-estima dos alunos e a de seus amiliares. As amlias
comearam a identicar as crianas como artistas. E os alunos passaram a ter
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essa viso de si mesmos, comenta Fideles. O coral do
ncleo, da mesma orma, j se inseria de maneira bastante
natural na comunidade, com seu repertrio de msicas
regionais, cantadas de acordo com as partituras originais.
Fideles cita o exemplo deAsa Branca , de Humberto Teixeira
e Luiz Gonzaga. Um baio que tem sido modicado Brasil
aora, vericando-se alteraes no ritmo e em outras
caractersticas musicais. Em Ic, esse verdadeiro hino do
Nordeste se apresenta com sua roupagem original. Trata-
se de um resgate da identidade da regio. Esperamos queo ncleo de Msica seja um guardio da memria musical
de nosso povo, despertando nas pessoas a conscincia
de que sua cultura lhes pertence. seu patrimnio.
Tambm com partitura original, a banda toca o dobrado
Flagelados, composto em 1915 ano de seca. Por meio
desse repertrio, de maneira clara, simples e objetiva, as
crianas recebem inormaes sobre o contexto em que
as msicas oram criadas, diz Fideles.
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Os resultados do projeto logo apareceram em outras reas. Os coordenadores
sempre estiveram presentes, atentos a mltiplos detalhes, inclusive ao estadoda estrutura sica do Sobrado, manuteno e ao manuseio dos instrumentos
musicais. Mas notaram que a equipe local evoluiu rapidamente, passando a
gerenciar as atividades com muita segurana, tendo liberdade para sugerir
e criticar. A cada visita a Ic, cava claro para ns que as pessoas estavam
avanando. A experincia oi antstica, graas a essa maneira de azer as
coisas de orma compartilhada. E estvamos criando uma escola de msica.
Trabalho nessa rea h anos e nunca havia participado de um projeto assim,
diz a produtora cultural Cristina do Vale, coordenadora administrativa do
Ncleo de Msica.
Os alunos tambm progrediram com desembarao. Por isso, ao se iniciarem
os concertos didticos, os proessores j puderam mesclar vrios grupos de
instrumentistas. Para o msico Daniel Bruno Martins, assistente pedaggico do
Ncleo e responsvel pelo coral Proessor Miguel Porrio de Lima, a arrancada
dos alunos se deveu ao mtodo de ensino e presena de proessores de
alto nvel. Os jovens instrumentistas, por sua vez, souberam aproveitar a
oportunidade de desenvolver suas habilidades. Jnatas Weima, de 16 anos,
oi um deles. Deveria se apresentar no teatro de Ic em 8 de dezembro.
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Detalhe: nunca tinha visto um piano de perto at o incio do curso. Outro
destaque Vitor Hugo, de dez anos, que toca fauta doce.
Alguns dos estudantes vieram para o projeto com experincia na bagagem.
o caso de Anderson Vicente Colares, de 15 anos, e Edson Pereira da Silva, de
17, integrantes da banda municipal. Ambos estudam trompete diariamente.
Em casa ou no Sobrado. Anderson, que cursa o ensino mdio, declara que no
sabia o que azer com o tempo disponvel para o lazer at entrar na banda.
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Agora diz que a msica mudou sua vida. Edson se prepara para ingressar no
ensino superior. Mas, qualquer que seja sua prosso no uturo, arma quejamais deixar a msica.
Jos Iderlande Bezerra Viana, de 26 anos, pretende ir alm. Quer ser msico
prossional. Ele toca violo desde a adolescncia, mas sempre se interessou pela
sanona, instrumento a que nalmente teve acesso no Canela Preta. Aetadopor glaucoma congnito, Jos Iderlande perdeu a viso do olho esquerdo aos
dez anos. A doena, implacvel, roubou-
lhe a vista direita quatro anos mais tarde.
Ento ele resolveu dedicar-se msica,
comeando pelo violo. O maestro Genival
Antnio, da banda de Ic, oi seu primeiro
proessor. O maestro usou as mos do aluno
para simular a pauta e outros smbolos
musicais. Jos contou com a ajuda da irm
mais velha para azer os exerccios.
Em 2000, oi para Fortaleza estudar o
braille. E depois comprou um manual de
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teoria musical em dois volumes. De l para c, j escreveu vrias composies,
tendo sido indicado para ser o proessor ouvinte de sua turma. tratado comrespeito e carinho pelos reqentadores do Sobrado Canela Preta. Cristina
do Vale diz que essa atitude para com Jos Iderlande refete os laos aetivos
estabelecidos pelos participantes do projeto entre si e com a comunidade.
Tal ato remete discusso de como se dar a continuidade do Ncleo deMsica que, sem dvida, tem valor inestimvel para Ic. Os organizadores
se preocuparam com essa questo desde a ase de montagem do projeto. O
desejo de todos que uma ONG o conduza: uma organizao da sociedade
civil, sem ns lucrativos, e sem qualquer vnculo poltico, partidrio ou
religioso, que ter como misso omentar a cultura, a msica e incentivar a
participao dos cidados. Poder ser a Aproarti Associao dos Produtores
de Artesanato e Artistas de Ic, que participou de diversas reunies para
debater o assunto.
Como sempre, a tarea bsica da ONG ser levantar recursos para nanciar
as atividades de ensino. O custo mensal do Ncleo girou em torno de 20 mil
reais, envolvendo as despesas com viagens dos proessores, hospedagem,
alimentao e horas-aula. um valor muito alto para o municpio, reconhece
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Cristina do Vale. Despesa que poder aumentar, pois, na segunda etapa, os
proessores trabalharo com os alunos em nveis mais elevados de ormaomusical. E ser preciso trazer gente de ora para lecionar. Alguns dos
proessores icoenses ainda no tm a ormao necessria para trabalhar
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como instrutores. Uma das possibilidades ser buscar recursos por meio das
leis de incentivo cultura em todas as instncias possveis. Existem alternativas.O Ncleo de Msica poder receber, por exemplo, doaes de pessoas sicas
ou jurdicas, pblicas e privadas, nacionais e estrangeiras.
Depois, observa a arquiteta Mrcia Sampaio, coordenadora do Monumenta
em Ic, a cidade tem potencial turstico: De todos os stios histricos doCear, o que tem seu patrimnio arquitetnico mais bem preservado. O
turismo cultural poder desenvolver-se ali. O Teatro da Ribeira dos Ics, por
exemplo, em breve estar dotado de equipamentos de som, luz e outros.
Com isso, ter condies de ser inscrito nos roteiros de peas e espetculos
do Cear. O Ncleo de Msica se prepara para isso. A idia ormar vriosgrupos de cmara que, com suas apresentaes, podero gerar alguma receita
para a manuteno dos cursos no Sobrado. Cristina do Vale acrescenta:
A estrutura do Canela Preta bem adequada a esse tipo de atividade. E j
percebemos que ora da aixa etria dos alunos da primeira ase, h muitos
interessados em estudar msica. Estamos coletando inormaes sobre
esses novos candidatos. Idade, qual o instrumento de interesse e outras.
Muitos dessas pessoas podem pagar uma mensalidade.
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Mas o que deixa os organizadores otimistas o apoio da comunidade. Cristina
do Vale conta que no oi dicil arregimentar alguns jovens simpatizantes doprojeto para servios no remunerados. Recebemos orientao da Secretaria
de Cultura do estado no sentido de que essas aes no se limitassem s
ocinas de msica, que tentssemos ampliar ao mximo a atuao na cidade.
Assim, os concertos didticos, alm de proporcionar aos alunos uma chance
de se apresentar, para que a comunidade os reconhea como artistas, tambmoi uma oportunidade para envolvermos outras pessoas em sua produo.
Capacitadas na parte tcnica e na divulgao, essas pessoas podero trabalhar
como produtores culturais em outros eventos. um tipo de servio que poder
lhes garantir renda no uturo. Conseguimos ormar para isso um grupo de jovens
que trabalham com msica, sem pertencer necessariamente ao Ncleo.
E nada impede que o Canela Preta abra espao para outras iniciativas na
esera cultural. Nossa inteno que o casaro no sirva apenas ao ncleo
de msica, mas que tenha ncleo de teatro e ncleo de educao patrimonial,
transormando-se numa casa de artes do municpio, diz Mrcia Sampaio.
Esse projeto, prossegue Fideles, no tem apenas um vis musical, mas
tambm de natureza social, cultural e patrimonial. Porque as crianas esto
tendo aulas em edicio tombado. Elas tm orientao para a salvaguarda
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e manuteno dos instrumentos, e da prpria estrutura do Canela Preta.
Mrcia Sampaio completa: O investimento alto, assim como os resultados.Teremos de preparar a transio. O ncleo tem signicado o renascimento
para Ic. No desaparecer. Criamos uma atmosera e um equipamento to
ortes, com um nvel de envolvimento da populao to grande, que o Canela
Preta no poder ser desmobilizado.
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Patr imnio restaurado
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Patr imnio res taurado
Em Ic, as aes iniciais do Programa Monumenta se destinaram recuperao
de parte do patrimnio edicado. A obra de arranque permitiu a reabertura
do Teatro da Ribeira dos Ics, echado havia muitos anos. Trata-se de edicio
construdo entre 1858 e 1860 pelo mdico rancs Pedro Thberge, com
dinheiro do prprio bolso. Como se viu, naquela poca a cidade estava noapogeu enquanto centro comercial, mas a um passo da decadncia. Segundo
a riqussima tradio oral do municpio, o teatro nunca oi inaugurado. Na
data marcada, os manda-chuvas locais e amiliares se aprontaram para a esta,
que seria um baile, mas ningum queria chegar primeiro. Assim, empregados
e escravos circulavam entre o teatro e as casas dos patres, sempre com anotcia de que o prdio permanecia vazio (ou, talvez, que a amlia Thberge,
antri, continuava sozinha). Nesse vaivm, os mensageiros passaram a noite.
Como nenhum dos gures se decidisse, o dia seguinte amanheceu sem que
tivesse ocorrido a inaugurao. O construtor do teatro, por mais chateado
que possa ter cado, certamente perdoou a deseita, pois gostava do lugar:
esteve rme em seu posto durante o surto de clera dos anos 1862 a 1864.
E, ao alecer, oi sepultado em Ic.
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O dr. Thberge, enquanto historiador, teve o mrito de apontar a
responsabilidade dos conquistadores pela extino dos povos indgenas. Sobesse aspecto, oi um precursor. Na obra que escreveu sobre a histria do
Cear, relata que todas as tribos que habitavam o estado desapareceram
devido perseguio dos invasores ou pelas molstias epidmicas que lhes
trouxemos da Europa, como a bexiga, o sarampo e outras. Para homenage-
lo, Ic chama seu espao pblico mais importante de Largo do Thberge.Com rea de cinco hectares, o largo tem 955 metros de ponta a ponta. Por
ele passaram incontveis boiadas, tropas de mulas e carros de boi por bem
mais de um sculo. onde se encontram as principais edicaes histricas
da cidade, restauradas pelo Monumenta.
Uma delas, a Casa de Cmara e Cadeia, j recebeu prisioneiros que
oram vtimas de tortura e morte ali mesmo, nas celas de grossas paredes
de pedra, com janelas e entradas guarnecidas por grades descomunais,
tpicas do perodo colonial. Restaurado, o edicio ter uma biblioteca de
30 mil volumes no andar superior, com uma seo de livros inantis e outra
contendo obras em braille, alm de videoteca. A compra do acervo car
por conta do governo estadual, de acordo com o projeto de criao de
bibliotecas regionais da Secretaria de Cultura cearense. Durante as obras
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do Monumenta, a estrutura oi preparada para receber equipamentos de
ar-condicionado, computadores, mobilirio etc. Nas celas da antiga cadeiahaver um pequeno memorial sobre a cidade.
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Em Ic ainda permanece em p bom nmero de sobrados, relquias do
passado. O Canela Preta merece destaque por sediar o Ncleo de Msica e
tambm por ser a primeira das construes histricas a ser salva de demolio
por um grupo de cidados conscientes. Certo dia, em 1973, esse grupo se
instalou no pavimento superior do sobrado, em protesto contra a destruio,que j havia comeado. O promotor da cidade na poca se comoveu e
acudiu, interrompendo o processo. Quem conta a histria Altino Aonso
Medeiros, uncionrio da preeitura, que se dedica a estudar a histria de
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Ic. Ele conta alguma coisa sobre o sargento-mor (posto equivalente ao de
major na atualidade) Joo Andr Teixeira Mendes, o Canela Preta, a quempertenceu o sobrado.
O apelido desse legtimo representante do coronelismo nordestino se devia
mancha que teria em uma das pernas. Teixeira Mendes, azendeiro e poltico
infuente na regio, vivia metido em querelas provincianas, marcadas porreqentes assassinatos. Condenado por vrios crimes, cumpriu pena no
Par, retornando s muito tempo depois. Como de seu eitio, a tradio
icoense atribui ao Canela Preta uma longevidade to impressionante quanto
o rosrio de maleitorias que lhe imputado: Joo Andr Teixeira Mendes
contaria 110 anos ao morrer...
Alm dos trabalhos de restaurao de edicios e reas pblicas, o Programa
Monumenta/Iphan publicou, em 2005, o primeiro edital anunciando
nanciamentos para a recuperao de imveis privados. O Programa oerece
esses emprstimos em condies muito avorveis aos interessados: noh juros e o prazo para a quitao da dvida dilatado, com carncia de
seis meses para o primeiro pagamento, contados a partir da concluso da
obra. Os reajustes das prestaes se do de acordo com a variao do IPC
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ndice de Preos ao Consumidor. Altino Aonso Medeiros ajudou a divulgar
os projetos do Monumenta entre a populao. No comeo enrentamosdiculdades e alguns mal-entendidos. Houve gente que no acreditou que
tais nanciamentos viriam. Outros conundiram stio histrico com stio de
rea rural, e vieram nos perguntar como azer para reormar beneitorias em
suas propriedades.
A arquiteta Mrcia Sampaio, coordenadora do Monumenta em Ic,
acrescenta: Tambm oi preciso explicar que h limites para as intervenes
e a concesso de emprstimos, de acordo com a renda do proponente. E que
no se tratava de doaes, mas de compromissos nanceiros que eles teriam
de saldar. Portanto, os valores dos emprstimos deveriam ser compatveiscom a renda de cada um. Embora a maioria dos proponentes tenha renda
mensal menor ou igual a trs salrios mnimos, os montantes liberados oram
sucientes para reormas proundas e inadiveis em imveis que estavam em
condies bastante precrias. As casas antigas de Ic em geral so pequenas
e, algumas, sem banheiros internos e pisos, estavam com o teto ameaando
desabar. Isso tirava o sono de Maria da Conceio Soares, de 50 anos, que
mora na rua General Piragibe, nmero 1.930, em companhia de um lho.
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Maria da Conceio herdou a casa dos avs, com quem veio morar quando
ainda era menina. Ela oi um dos 37 proprietrios que se candidataram aos
emprstimos do Monumenta na poca do primeiro edital. A casa estavamuito estragada. O madeiramento estralava noite e eu tinha medo. Saa
para a rua, no dormia. Com o lho, ela s podia azer pequenos reparos.
A reorma de sua casa, conduzida pelo mestre-de-obras Raimundo Oliveira
da Silva, levou apenas 30 dias, embora tenha sido necessrio mexer muito
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nas estruturas. Raimundo diz que no teve maiores diculdades para lidar
com a obra: ele az parte de um grupo de prossionais selecionados pelo
IPHAN, que, alm da experincia acumulada, tambm conhecem as restries
e cuidados a serem tomados em construes desse tipo. E quando Maria
da Conceio Soares conta que tinha medo de dormir em casa no est
exagerando. Anal, as residncias da Rua General Piragibe comearam a ser
erguidas a partir de 1736, segundo Altino Medeiros.
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O telhado do imvel de nmero 1.944 oi um dos que no resistiu velhice.
Ao despencar junto com parte de uma parede, em certa madrugada de 2005,
por pouco no matou Maria das Dores Ferreira da Silva, de 73 anos, e o marido,
Jos Ferreira Filho, 74. O casal, que mora ali h 32 anos, conseguiu escapar
com erimentos leves. Satiseita com a reorma, Maria das Dores mobiliou a
casa com gosto. E Jos Ferreira aposta que ela vai agentar mais uns 200
anos. As obras realizadas na rua General Piragibe, e as que se seguiram,
chamaram a ateno da vizinhana. Assim, quando oi publicado o segundo
edital para nanciamentos de imveis privados, a procura oi grande, pois
as pessoas j sabiam do que se tratava. Dos 266 imveis privados do stio
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histrico, 64 tiveram projetos de reorma/restaurao aprovados. Mas outras
casas esto sendo reormadas pelos proprietrios, com recursos prprios.
parte as obras de restaurao dos monumentos histricos e a criao do
Ncleo de Msica, o Programa Monumenta patrocinou vrios outros projetos
em Ic, tendo o Senac Servio Nacional de Aprendizagem Comercial
como principal parceiro. Essa instituio atuou por intermdio da unidade
que mantm na cidade vizinha de Iguatu. Ic estava carente de educao
patrimonial, situao que no combinava com seu rico acervo de construes
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histricas. Tambm no havia pessoal qualicado capaz de atuar nostrabalhos de recuperao do casario antigo. Para solucionar esses problemas,
articularam-se dois cursos, com o apoio da administrao municipal. O
primeiro com o objetivo de ormar agentes de educao patrimonial, e o
segundo para ensinar tcnicas de conservao de pinturas em monumentos
edicados. Entre os grupos mais interessados em educao patrimonialdestacaram-se as proessoras da rede pblica: Ic tem lei que determina o
ensino da histria local nas escolas. As pessoas que se inscreveram no curso
de pintura, jovens principalmente, procuravam uma orma de obter renda.
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Houve quatro turmas de educao patrimonial, num total de 72 alunos. As
atividades, ao longo de 70 horas-aula, ministradas entre setembro e novembrode 2006, abrangeram o percurso de Ic desde a undao, leis acerca do
patrimnio histrico e rgos pblicos responsveis por sua manuteno,
como o Iphan. Aos estudantes oi ensinado como devem proceder os guias
tursticos, atividade ainda incipiente, mas que poder se desenvolver bastante
no municpio. Por conta prpria, os alunos produziram um vdeo, em DVD,
contando parte da histria de Ic, ocada nos principais monumentos. Para isso
convidaram o proessor Miguel Porrio de Lima, historiador da cidade, lmado
enquanto percorria o stio histrico, alando a respeito dos casares e igrejas.
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O DVD, vendido populao e aos turistas, tambm tem sido apresentado
nas escolas, geralmente com a participao dos ex-alunos. Bem mais extenso,
com 200 horas-aula, o curso de pintura ormou 42 alunos. Para eles, alm da
histria de Ic, houve aulas sobre diversos temas: conceitos de arquitetura,
desenho e pintura de paredes. O aprendizado terico oi complementado por
atividades de campo. A diplomao dos alunos de ambos os cursos ocorreu
em 23 de novembro de 2006, com esta na Casa de Cmara e Cadeia.
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Trad io mesa
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Tradio mesa
Em 1932, o DNOCS Departamento Nacional de Obras Contra a Seca construiuo Aude Lima Campos, em distrito do mesmo nome, que pertence a Ic. Com
o tempo, os peixes do aude viraram matria-prima do prato orte da cozinha
local, a peixada de Lima Campos. Famosa na regio durante anos, essa
tradio esteve bastante enraquecida em perodo recente, correndo o risco
de desaparecer. Algo precisava ser eito, pois a culinria do peixe, alm de ser
patrimnio imaterial de Ic, onte de renda para vrios cidados do distrito.
Em 2007, o Programa Monumenta patrocinou um projeto de resgate da
peixada, com a qualicao de pessoas envolvidas na produo: comerciantes,
proprietrios de bares, restaurantes, vendedores ambulantes, prestadoresde servios, amiliares e colaboradores. Convidado a participar, o Senac, por
meio do Centro de Educao Prossional de Iguatu, oereceu aos cidados
do Lima Campos cursos de gesto de negcios, treinamento para garons,
cooperativismo, manuseio correto de alimentos e culinria base de peixe.
A Secretaria de Cultura de Ic engajou-se na divulgao dos cursos, como
j havia eito em outras aes do Monumenta no municpio. A largada
oi dada com a apresentao do projeto a representantes da comunidade.
Depois os organizadores ainda visitaram possveis interessados: alm dos
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Depois os organizadores ainda visitaram possveis interessados: alm dos
proprietrios de bares, restaurantes e lanchonetes, oram procurados
grupos de artesos e uma associao de mulheres. A distribuio de
lderes e cartazes completou o trabalho de divulgao. Para as inscries,
os interessados deveriam ter alguma relao com a eitura das peixadas,
idade mnima de 18 anos e ser alabetizados.
Trinta pessoas participaram do curso de Empreendedorismo e gesto, com
60 horas-aula, ministradas no perodo de 11 de junho a 4 de julho de 2007.
Os instrutores do Senac planejaram as atividades de orma que a experincia
dos alunos osse aproveitada no processo de aprendizagem. Assim, eles
puderam maniestar suas idias e opinies. Outro ponto orte do curso oramos trabalhos realizados por equipes. Essa orientao geral, que prevaleceu
em quase todas as aulas, orneceu aos alunos o instrumental necessrio
ao enrentamento dos desaos do cotidiano: a denio de objetivos e as
estratgias para alcan-los; como negociar, liderar, azer marketing e elaborar
um plano de negcios.
Os alunos tambm estudaram o sistema cooperativista, descobrindo as
vantagens do associativismo. Houve um estudo de caso, para que se
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amiliarizassem com situaes reais e propusessem alternativas para a
superao de determinados obstculos. Em seguida, os participantes oram
a campo vericar como uncionavam alguns empreendimentos do distrito.
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Na oportunidade, observaram as particularidades do ambiente em que eles
mesmos vivem e negociam, debatendo as condies em que se encontravamos estabelecimentos visitados.
O curso terminou com a organizao da I Feira de Negcios de Lima Campos/
Ic, onde os alunos apresentaram comunidade os empreendimentos/
negcios da localidade. Segundo os organizadores, ao exporem suas idias eopinies durante o curso, os alunos venceram inseguranas e avanaram no
conhecimento do empreendedorismo. Ao mesmo tempo, descobriram que o
desenvolvimento econmico, cultural e poltico do Lima Campos requer uma
associao comunitria ou uma cooperativa que rena os cidados e lhes
sirva como instrumento de luta.
Pouco depois do encerramento do curso de empreendedorismo, 25 pessoas
oram para a sala de aula aprender Boas prticas para manipuladores
de alimentos ao longo de 20 horas-aula no perodo de 9 a 12 de julho
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de alimentos , ao longo de 20 horas aula, no perodo de 9 a 12 de julho.
Embora tenha sido de curta durao, o curso ocou grande nmero de temas
de importncia undamental para os que se dedicam ao preparo de alimentos,
com nase nas questes de higiene. Essa abordagem oi muito correta: a
grande maioria dos alunos declarou que at ento ignorava o perigo das
doenas transmitidas por alimentos, e como poderia ocorrer a contaminao
da comida por agentes patognicos. Dessa orma, passaram a valorizar ahigiene pessoal e ambiental, assim como a seleo das matrias-primas e
a maneira correta de armazenar os alimentos preparados. Os garons no
poderiam ser esquecidos, claro. O curso de apereioamento para esses
prossionais, com carga horria de 40 horas-aula, aconteceu no perodo de
16 a 31 de julho, tendo 25 participantes, que tambm receberam o Manualde servio do garom, de Aristides de Oliveira Pacheco, publicao da editora
Senac/So Paulo.
A srie de atividades no distrito de Lima Campos oi encerrada com o Curso
de culinria base de peixes. Em restaurante que pertence a um dos alunos,localizado s margens do Aude Lima Campos, 22 pessoas se dedicaram a
aprender como diversicar os pratos que compem o cardpio bsico da regio.
Foram 30 horas de aula, entre os dias 6 e 16 de agosto de 2007. Entre as
alunas havia mulheres de uma cooperativa agrcola, que nalmente puderam
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alunas havia mulheres de uma cooperativa agrcola, que nalmente puderam
ver as hortalias que produzem serem utilizadas nas peixadas. Pouco depois,
mais articulados e j desvinculados do Monumenta, o pessoal do Lima Campos
logo conseguiu outra srie de aulas sobre alimentos, tambm ministradas por
instrutores do Senac. Ao mesmo tempo, os ex-alunos procuraram a preeitura
de Ic para auxiliar na recuperao de um prdio do DNOCS, um antigo
hotel com sala de cinema, construdo na poca em que engenheiros e outrosuncionrios do rgo moravam ali.
Esses movimentos mostram que os ex-alunos aproveitaram bem os
ensinamentos dos cursos e que pretendem continuar tomando iniciativas.
Mrcia Sampaio comenta: A regio carece muito de investimentos em culturae treinamentos. Por menos que se aa, os resultados logo se tornam visveis.
As pessoas respondem muito bem e tm nsia muito grande de melhorar seu
padro de vida. Principalmente as mulheres.
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I c de muitas h istr ias
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I c de mui tas h i s tr ias
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Fundada como arraial, em 1708, Ic colecionou notvel quantidadede histrias e lendas no decorrer de trs sculos. A lembrana de muitos
episdios se perdeu, mas parte do acervo oi registrada pelo proessor Miguel
Porrio de Lima nos dois volumes de Ic em fatos e memrias. So narrativas
e descries de tradies populares, alm de dados sobre a geograa e
inormaes pesquisadas em livros de vrios historiadores. O proessorMiguel completa 87 anos em 2008. A idade no o aasta do convvio com os
conterrneos. E muito menos dos visitantes que o procuram na Secretaria de
Cultura para ouvi-lo sobre a trajetria de Ic. Ele tem argumento convincente
para permanecer em atividade: Fundo de rede o ninho da morte.
Mas, enquanto movimenta o corpo e a mente para manter distncia dessa
personagem mtica, o proessor sempre a encontra na histria da regio. Ali
a morte j obteve colheitas abundantes, normalmente em conseqncia das
secas e do desprezo habitual das oligarquias pela populao pobre.
Foi assim no represamento do rio Salgado, para a ormao do Aude Lima
Campos. Iniciada em abril de 1932, sob estiagem severa, a obra terminou
em dezembro do mesmo ano, dando a Ic um reservatrio com capacidade
de 66 milhes de metros cbicos. De acordo com documento do DNOCS,
nesse projeto deve-se destacar a tcnica de compactao usada. Na poca,
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o uso de equipamento de terraplenagem ainda marcava os primeiros passos.
Para a construo dessa obra oi empregado o sistema de compactao
manual, aproveitando-se assim a mo-de-obra disponvel criada pela seca
que se abateu sobre o Nordeste, no ano de 1932. Ainda segundo o DNOCS,
no perodo de nove meses oi eito um volume de 83.800 metros cbicos
de macio, que corresponde a cerca de 33 metros cbicos por dia, volumebastante elevado para ser executado manualmente.
Em que condies se ergueu a barragem? O texto do DNOCS no esclarece.
Mas o proessor Miguel de Lima arma que as guas tranqilas do Lima
Campos encobrem o local de um massacre, pois milhares de pessoasperderam a vida no canteiro de obras, doentes ou esgotadas pelo excesso de
trabalho. Ainda criana, o proessor Miguel esteve l durante a construo,
cando impressionado com a multido aminta, suja e andrajosa que operava
sob as ordens de capatazes. Havia pressa, pois o aude deveria estar pronto
antes do inverno de 1933. E para que a tarea de socar o cho osse ecaz,a administrao exigia que os trabalhadores erguessem os instrumentos
utilizados at a altura dos joelhos antes de lan-los ao solo. Como essas
maas de madeira tinham at 15 quilos, uma jornada inteira na uno de
malheiro certamente era uma tortura para aqueles retirantes enraquecidos,
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contratados por salrios miserveis.
Talvez um historiador possa dar contornos mais precisos a esse episdio
trgico, por meio de pesquisas em arquivos do DNOCS e de consultas a outras
ontes. Mas jamais ser possvel dissociar o real do imaginrio nas narrativas
populares. Assim, a tradio j condenou Bernardo Duarte Brando, o baro
do Crato, como reencarnao icoense do dr. Jekyll e de mr. Hyde, criaes
literrias de Robert L. Stevenson, em O mdico e o monstro. Bernardo nasceu
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em Ic, em 1832, e estudou em Paris, tendo sido poltico conhecido na
provncia do Cear. Nas altas rodas, o baro sabia se comportar. Em casa,
deixava a etiqueta de lado e assumia outra identidade. Primeiro ele chocou
os conterrneos por querer um casamento incestuoso com uma das irms,
logo depois de retornar da temporada de estudos na Frana. Depois chamava
a ateno pelo sadismo com que tratava os escravos. Por exemplo: ao viajara cavalo, punha um deles rente, puxando a montaria se queria acelerar
a marcha, batia no escravo com um chicote para az-lo correr. Mas nunca
aoitava o animal que montava.
O pior era reservado queles que queria castigar. Segundo a tradio, nosobrado em que vivia um dos monumentos arquitetnicos de Ic existiu
um cubculo para o aprisionamento e tortura dos escravos. Joaquina Ferreira,
que comprou e reormou o imvel muitos anos depois da morte do baro,
no chegou a ver o tal cubculo. Mas contou a Miguel Porrio de Lima que
durante a reorma havia sido encontrado grande nmero de dentes humanosem determinada rea do quintal... Mas, sempre de acordo com a tradio, a
coragem do mr. Hyde icoense no dava para o gasto. Isso cou comprovado
em disputa do baro com Glria Dias, mulher infuente na poca.
O sobrado do baro cava prximo ao de Glria, que tinha tamarindeiros
l d S b i d i i l
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plantados em rente. Sob essas rvores, que ainda existem, se reunia o pessoal
da azenda de Glria Dias, com seus cavalos. O ajuntamento de pessoas e
animais desgostava o baro, que prometeu derrubar os tamarindeiros. A
vizinha no deixou por menos: espalhou aos quatro ventos que em troca
explodiria o sobrado de Bernardo Duarte. O baro decidiu no pagar para
ver. De acordo com a tradio, Glria Dias no bleava: tinha mesmo bomestoque de plvora, que acumulara para o possvel embate. Uma vez que
o baro no quis experimentar o gosto dos explosivos, o produto oi usado
para a eitura de ogos de articio na esta do Senhor do Bonm seguinte.
O oguetrio virou tradio, sendo um dos pontos altos da comemorao
religiosa, que uma das mais antigas e importantes do Cear: em Ic, adevoo ao Senhor do Bonm comeou em 1749. Atualmente as estividades
se iniciam em 23 de dezembro e se encerram em 1 de janeiro, com procisso
e outras cerimnias.
O Senhor do Bonm mencionado em velha proecia de que Ic um diacaria submersa em um brao de mar. A catstroe seria desencadeada pelo
deslocamento de uma pedra, presa por correntes a uma serra prxima. Com
isso, o local onde se encontra o altar-mor do Senhor do Bonm viraria cama para
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uma baleia. Essa predio, desacreditada h muito, apresenta elementos
curiosos e sugestivos como a pedra que impede a irrupo do brao de mar
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curiosos e sugestivos, como a pedra que impede a irrupo do brao de mar
e a presena da baleia (o leviat?) em lugar sagrado. Mas chama a ateno
o ato de que a abundncia de gua, to sonhada por quem vive em regies
sujeitas a secas peridicas, chegaria a Ic como castigo, trazendo ainda mais
sorimento ao mundo dos vivos. Para os espritos dos mortos, os da categoria
dos ricos e sovinas, a imaginao do povo j previa punio exemplar: comoalmas-penadas no teriam sossego enquanto no revelassem aos vivos os
locais de enterramento de botijas recheadas de moedas de ouro e prata.
Segundo a tradio, os latiundirios da regio utilizavam com reqncia
essa modalidade de entesouramento.
E oportunidades no altavam para encontros dos vivos com habitantes
do alm. Em seu livro, o proessor Miguel de Lima escreveu: As aparies
pululavam nas estradas, particularmente naquela que ligava Ic a Iguatu.
Em alguns pontos daquele caminho, as pessoas no se atreviam a transitar
durantes certas horas da noite, porque todos que ali passavam erammolestados por vises ou assombraes. Nem as igrejas orneciam abrigo
seguro contra as almas do outro mundo. Foi o que descobriu uma lavadeira
que, ao se dirigir ao trabalho, costumava passar em rente Igreja do Monte.
Em certa madrugada, percebeu que havia movimento no interior do templo:
uma missa estava em andamento Devota resolveu assistir Mas ao avanar
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uma missa estava em andamento. Devota, resolveu assistir. Mas, ao avanar
pelo interior da igreja, percebeu que a assistncia era ormada s por pessoasque j haviam morrido. Aterrorizada, a mulher tentou correr. Mas desmaiou.
Ao acordar, com o dia claro, a igreja estava echada e vazia...
Essa e outras histrias esto no primeiro volume de Ic em fatos e memrias.
Ao conclu-lo, em 1995, o proessor Miguel de Lima tambm registrou suapreocupao com o patrimnio material do municpio em vrias passagens.
Em uma delas se l: Nas imediaes de Ic j existiu uma construo que
serviu de depsito de armas e munies para as tropas aquarteladas ali no
passado. Tinha o ormato de pirmide, tendo sido erguida de orma slida,
com paredes grossas. No rigoroso inverno de 1973, a construo tombou
denitivamente. E assim, aos poucos, est desaparecendo o valioso patrimnio
histrico. Daqui a pouco ser o restante dos velhos sobrados que ir ser
tombado. No pelas autoridades, mas pela ao do tempo, que o destruidor
de todas as coisas, inclusive dos sentimentos. Felizmente ele estava errado.
Em 1997, ao terminar o segundo volume sobre Ic, o proessor pde anotar
o tombamento do centro histrico da cidade pelo Iphan: A melhor notcia
do ano. Outras boas notcias viriam depois, com as restauraes e projetos
culturais do Programa Monumenta.
Investimentos nas Aes Concorrentes do ProgramaMonumenta em Ic
Projeto
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I Festival de msica de cmara do Vale do Salgado
FinanciadorPrograma Monumenta/MinC
RealizadorSecult - CE / CDL Ic
ObjetivoApoiar a realizao do I Festival de msica de cmara de Ic (jan/2006).
AtividadesLevantamento e pesquisa preliminar.Formao da equipe tcnica.Formao de parcerias.
Divulgao do estival.Produo do evento de lanamento.Realizao do Festival.Compilao de dados e avaliao dos resultados.
ValorMonumenta Contrapartida TOTAL
R$ 157.806,00 ... RS$ 157.806,00Perodo de execuo10/01/2006 a 09/04/2006
Investimentos nas Aes Concorrentes do ProgramaMonumenta em Ic
ProjetoC d i t t di d
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Conservao de pinturas em monumento edicado
FinanciadorPrograma Monumenta/MinC
RealizadorServio Nacional de Aprendizagem Comercial Senac - CE
ObjetivoPromover cursos de conservao de pinturas e de ormao de agentes de educaopatrimonial na cidade de Ic - CE.
AtividadesRealizao do Curso de conservao de pinturas com aulas tericas e prticas ecarga horria de 200 horas-aula.
Atividades de desenho de observao.Levantamento tcnico dos edicios.Execuo de prospeces pictricas.
Realizao do Curso de agentes de educao patrimonial, com carga horria de 60horas-aula.Realizao de pesquisas e visitas guiadas ao Centro histrico de Ic.
ValorMonumenta Contrapartida TOTALR$ 63.571,05 R$ 45.441,40 R$ 109.012,45
Perodo de execuo
22/03/2006 a 01/04/2007
Investimentos nas Aes Concorrentes do ProgramaMonumenta em Ic
ProjetoQualidade do sabor A peixada do Lima Campos
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Qualidade do sabor A peixada do Lima Campos
FinanciadorPrograma Monumenta/MinC
RealizadorServio Nacional de Aprendizagem Comercial Senac - CE
ObjetivoFortalecer o produto Peixada do Lima Campos por meio da diuso deconhecimentos sobre tcnicas de manuseio, preparo, atendimento ao cliente egesto empreendedora e promover a qualicao dos participantes.
AtividadesImplantao do Programa Alimento Seguro (PAS).
Realizao do curso Culinria base de peixe, com durao de 30 horas/aula.Realizao do curso Boas prticas para manipuladores de alimentos, com duraode 20 horas-aula.Realizao do cursoAperfeioamento para garons, com durao de 40 horas-aula.Realizao do curso Empreendedorismo e gesto com durao de 60 horas-aula.Superviso pedaggica e avaliao dos resultados.
ValorMonumenta Contrapartida TOTALR$ 17.155,00 R$ 6.660,00 R$ 23.815,00
Perodo de execuo20/02/2007 a 30/11/2007
Investimentos nas Aes Concorrentes do ProgramaMonumenta em Ic
ProjetoA i i la ta d N l d a i al
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Apoio implantao do Ncleo de ormao musical
FinanciadorPrograma Monumenta/MinC
RealizadorAssociao Artstica de Concertos do Cear AACC
ObjetivoApoiar a implantao do Ncleo de ormao musical no Sobrado do Canela Pretae promover a realizao de dez ocinas de ormao musical com carga horria de120 horas cada, atendendo cerca de 180 jovens, divididos em 20 turmas e dois turnosde aulas. Buscou-se tambm ormar uma associao de msicos que coordenar acontinuidade da ao.
AtividadesAquisio de instrumentos e materiais necessrios para a realizao do projeto.Preparao e estruturao dos locais de aula.Montagem da estrutura curricular das ocinas.Inscrio e seleo dos alunos.Aulas tericas e prticas.Acompanhamento pedaggico e avaliao dos resultados.
Apoio ormao de uma associao para suporte e gerenciamento do Ncleo de Msica.
ValorMonumenta Contrapartida TOTALR$ 154.232,00 R$ 31.944,11 R$ 186.176,11
Perodo de execuo
15/01/2007 a 28/02/2008
Investimentos nas Aes Concorrentes do ProgramaMonumenta em Ic
ProjetoSemana do patrimnio: Reedio da publicao Ic patrimnio de todos
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Semana do patrimnio: Reedio da publicao Ic, patrimnio de todos
FinanciadorPrograma Monumenta/MinC
RealizadorUEP Ic e 4 SR/Iphan - CE
ObjetivoReedio da cartilha Ic, patrimnio de todos: Roteiro para preservao dopatrimnio cultural, originalmente editada pela 4 SR/Iphan, e realizao da Semanado patrimnio.
AtividadesImpresso da publicao.
Preparao e realizao da cerimnia de entrega das publicaes.
ValorMonumenta Contrapartida TOTALR$ 8.340,00 R$ 4.315,00 R$ 12.655,00
Perodo de execuo27/07/2006 a 05/08/2006
Investimentos nas Aes Concorrentes do ProgramaMonumenta em Ic
ProjetoPublicao da obra A peixada de Lima Campos
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Publicao da obraA peixada de Lima Campos
FinanciadorPrograma Monumenta/MinC
RealizadorUEP Ic e colaboradores
ObjetivoRegistrar os conhecimentos e o modo de azer caractersticos da culinria local.Realizar pesquisa histrica e propor roteiro turstico. Elaborar e imprimir a publicao
A peixada de Lima Campos.
AtividadesPesquisa histrica.
Pesquisa turstica.Levantamento otogrco.Organizao e concepo da publicao.Projeto grco e editorao.Produo grca.Elaborao de plano de distribuio.
ValorMonumenta Contrapartida TOTALR$ 49.670,00 ... R$ 49.670,00
Perodo de execuoIncio: 01/09/2007 em execuo
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Banco Interamericano
de Desenvolvimento
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