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Valéria da Cunha Tavares, Ph.D.
Departamento de Zoologia
Universidade Federal de Minas Gerais
Complexos de dados e de ferramentas para descrever a diversidade de morcegos
neotropicais
Para compreensão de padrões de diversificação de morcegos neotropicais são/é necessário(s)…
- Dados robustos de distribuição e uso de habitat
- Reconstruções robustas da História Evolutiva de grupos
- Entendimento dos processos históricos que influenciaram na diversificação
…que a taxonomia reflita unidades evolutivas!
DESAFIO
Incorporar novas teorias e métodos de disciplinas que
estudam a origem, manutenção e evolução da
diversidade
TAXONOMIA
Identificação, descrição e classificação
A TAXONOMIA INTEGRATIVA é uma proposta de integrar os desenvolvimentos
conceituais e metodológicos recentes
Padial et al. 2010
Consenso: espécies como linhagens
…linhagens evolutivas separadas de populações ou metapopulações (Wiley 1978)
Espécie 1
Espécie 3
Espécie 4 Espécie 5
Espécie 2 Evento de especiação
Evento de especiação
EM QUE PONTO devem ser reconhecidas espécies distintas…?
A delimitação de espécies é o ato de identificar a diversidade biológica em nível de espécie
Carstens et al. 2013
Melhor falhar em delimitar espécies que inflar a diversidade específica, sem que esta represente de
fato linhagens evolutivas?
A delimitação de espécies deve ser conservativa?
Delimitação de espécies
Dados: fontes diversas
Integração: por acúmulo ou congruência
Integração
Fontes únicas de dados não-independentes: resultados tendenciosos Dados morfológicos: homoplásicos Dados moleculares: único locus pode representar a história de um gene ________________________________ Utilização em conjunto reduz esses problemas
Natureza dos dados: Morfológicos
Caracteres discretos Pelagem, vibrissas, patágio, glândulas, dentes, crânio, pós-crânio e outros
sistemas
Caracteres penianos ajudam cientistas a identificar espécies de morcegos
- Abertura urato termina/subterminal - Crista ventral da glande sem espinhos/com espinhos - Tamanho da crista ventral em relação ao corpo da glande
Moras et al. ms
Cynomops planirostris Cynomops greenhalii
Morfométricos
Morfometria tradicional, geométrica
PCA, ANOVA, Análise Discriminante
Comprimento + Antebraço + Metacarpo III + Metacarpo IV + Metacarpo V - Tíbia
n=55
Tavares et al. 2014
Moleculares
Marcadores mitocondriais, marcadores nucleares; regiões codificantes e não codificantes…
Comportamentais, ecológicos • Dois “tipos fônicos” em simpatria, sem sobreposição
de frequências + variação morfológica discreta
• Marcadores mitocondriais condizentes
• Pteronotus rubiginosus (53kHz) – GF e Amapá Nova espécie (59 kHz) espécie não descrita
De Thoysi et al. 2014
Análises filogenéticas e probabilísticas
• Parcimônia
• Máxima verossimilhança
• Inferência Bayesiana
• Testes de estrutura populacional; estimativas de
diversidade genética (h), nucleotídica (n)
• Parâmetros populacionais/Testes de neutralidade
(localidades, linhagens)
• Testes de delimitação coalescente de espécies
o Redondo et al. 2008 50 indivíduos, 9 espécies ~20 espécimes brasileiros
1 - Filogenia molecular 2 - Teste de delimitação
coalescente 3 - Morfometria
4 - Morfologia discreta
o Solari et al. 2009 50 indivíduos, 9 a 11 espécies Nenhum espécime brasileiro
Diversificação de Artibeus (Dermanura)
Amostragem densa (n=158) 70 localidades brasileiras amostradas
Tavares et al. 2014
phaeotis
cinereus 1
cinereus 2
cinereus 3 Mata Atlântica
Viruá (savanas de Roraima)
Bacia Amazônica
Pelo menos duas espécies: Amazônica e Mata atlântica Uma população distinta de savanas amazônicas
Ditchfield et al. in prep. Tavares et al. in prep.
Complexo 1: Artibeus cinereus
Amazônia incluindo As Guianas
Cerrado MG & savana AM bogotensis
Escudo das Guianas
1
Amazônia Central & W Brasil
“gnomus”
gnomus 1
gnomus 3
gnomus 2
Duas espécies (gnomus e bogotensis?) Gnomus: 3 espécies?
3 populações?
Complexo 2: Artibeus gnomus
Mais de uma “espécie” de A. concolor
rosenbergi parafilético com phaeotis
Três espécies no complexo cinereus
Três espécies no complexo gnomus
bogotenis é recuperado
GYMC – General Mixed Yule Coalescent Model
(Pons et al. 2006)
Caracterizar a diversidade genética dentro de e entre populações de morcegos que usam cavidades
Estrutura populacional de morcegos cavernícolas
1 - Dados e análises populacionais
2 - Filogenia molecular
3 - Morfologia
Em cavernas do N e S do SE do Pará:
Filogeografia e revisão de Natalus sul Americano Natalus macrourus
SUL NORTE
SOUTH
AMOVA FONTE % VARIAÇÃO VALOR p
CITB ENTRE 32 0
DENTRO 68
Fst - 0,31
Altos valores de FST – frequencias alélicas diferentes entre clados
Variância maior em cada clado do que entre clados – estrutura populacional e fluxo genético restrito
Espécies seletivas em termos de uso de habitat e provavelmente com baixa potencial de dispersão
NORTH
• STRAMINEUS (Barbuda e Saba)
• TUMIDIROSTRIS (Venezuela)
• TUMIDIROSTRIS (Venezuela – Zucre)
“MACROTUS”:
• Rondônia
• Xingu + Carajás
• XINGU + Carajás + Chapada Diamantina
• Nordeste do Brasil
Tavares et al. in prep.
1 - Filogenia molecular 2 -Testes coalescentes
3 - Cariótipo (n fundamental) 4 - Morfometria 5 - Morfologia
REVISÃO SISTEMÁTICA DE Uroderma
Revisão de U. bilobatum (Chiroptera:
Phyllostomidae) baseada em dados
moleculares e morfológicos
Érica MS De Souza
Souza et al. in prep.
24
• Dados mitocondriais foram compatíveis com dados cromossômicos •Clusters = clados
Uroderma convexum
Uroderma davisi
Uroderma bilobatum
• América do Sul - bilobatum • 2n= 42
• América Central - convexum
• 2n= 38
• Am. Central, Equador Venezuela, Peru e alguns híbridos - davisi
• 2n= 44
• Dados populacionais compatíveis com filogenéticas e testes de delimitação e cromossomos
Souza et al. in prep.
• BAPS
• Cit-b
Nicaragua/Hondura/Belize/Panamá/Equador - híbrido 2n=43
Equador tem as três populações (E/W Andes)
Híbridos coletados em Honduras 2n=39 e 2n=41
Venezuela (n=1) mais relacionada com Am. Central que S
Filogenia e revisão de Cynomops Thomas, 1920 (Chiroptera, Molossidae)
Ligiane M. Moras
1 - Filogenia molecular
2 - Morfologia
3 - Testes coalescentes
Moras et al. in prep.
• Cit-b completo (1140 pb) e COI completo (1357 pb)
• Caracteres morfológicos
n 1 2 3 4 5 6 7 8
1. C. mastivus 5 0.9
2. C. abrasus 16 4.9 1.1
3. C. greenhalli 1 4.5 5.8 -
4. C. planirostris 24 9.3 8.9 9.3 1.4
5. C. milleri 8 0.1 8.9 9.8 10 0.6
6. Cynomops sp nov. Ecuador 5 10 9.8 9.6 10.6 4.7 0.6
7. C. mexicanus 1 12 11.3 11.6 11.5 11.7 12 -
8. Cynomops sp nov. Panama 8 10.6 10.6 10.7 11 12.4 12.6 8 0.6
Distância genética – Kimura 2 parâmetros
Complexo Vampyressa melissa
1 - Morfologia discreta
2 - Morfometria
3 - Filogenia molecular (DNA antigo)
Vampyressa elisabethae
Vampyressa sinchi
Tavares et al. 2014
Complexo de pesquisadores!
Valéria Da C. Tavares, Alfred L. Gardner, Héctor Ramirez–Chavez, & Paúl M. Velazco. 2014.
Systematics of the Vampyressa melissa Thomas, 1926, (Chiroptera: Phyllostomidae), with descriptions of two new
species
E nacionalidades!
• Definição de unidades evolutivas x zoogeografia corrente –– podem os padrões serem explicados a luz de hipóteses biogeográficas?
• Cruzando resultados com padrões de outros táxons: existem padrões comuns??
Estudos de morcegos neotropicais em perspectiva histórica
Filogenia, Filogeografia, Biogeografia e Conservação
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