composiÇÕes abstratas e o uso das tecnologias … · antiga como a história da humanidade,...
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COMPOSIÇÕES ABSTRATAS E O USO DAS TECNOLOGIAS NO ENSINO DE
ARTE
Autor: Roseli de Oliveira1
Orientadora: Josie Agatha Parrilha da Silva2
Resumo:
Este artigo visa apresentar o processo de implementação e os resultados do projeto
“O uso das tecnologias no ensino da Arte”, desenvolvido dentro do Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE, nos anos de 2010-2011. A proposta do
projeto foi investigar o uso de novas tecnologias, como recurso pedagógico para o
ensino da arte e apresentar uma proposta de utilização de programas de edição de
imagens disponíveis no ambiente escolar para trabalhar o conteúdo referente à arte
abstrata. A utilização destes programas propicia uma forma mais atrativa e criativa
no processo ensino-aprendizagem, bem como, efetivar trocas com os colegas e a
descoberta de novas formas de utilizar os recursos disponíveis em cada programa a
ser utilizado. O desenvolvimento deste projeto buscou favorecer a prática
metodológica dos professores, tornando os recursos tecnológicos ferramentas de
interação entre professor, conhecimento e aluno. Os resultados obtidos alcançaram
o objetivo proposto, incentivando o uso destes programas em outras atividades de
arte.
Palavras chave: Ensino de Arte; Novas Tecnologias; Arte Abstrata.
1*Licenciada em Educação Artística – UNIOESTE. Especialista em Orientação Educacional –UNIPAR. Professora da RedePública Estadual de Ensino – SEED – PR. Professora PDE 2010 - 2011. E-mail: roselymarcondes@seed.pr.gov.br.2Orientadora: Professora Mestre Josie Agatha Parrilha da Silva.
Introdução
Este artigo se refere ao projeto “O uso das tecnologias no ensino da Arte”,
desenvolvido dentro do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, nos anos de 2010-
2011.A proposta do projeto foi utilizar nas aulas de arte recursos tecnológicos, cabendo
ao professor direcionar as pesquisas para que os alunos não se percam em tantas
conexões possíveis, possibilitando o ensino e a aprendizagem dos conteúdos. Ao utilizar
os programas apropriados buscou verificar as várias possibilidades de personalizar os
trabalhos, criar livremente, podendo corrigir o que achar necessário, melhorando ou
transformando um trabalho já criado com mais facilidade do que utilizando o material do
dia a dia, usufruindo dessas tecnologias com entendimento e responsabilidade .. Devendo
adaptar esses recursos aos conteúdos e objetivos que se deseja alcançar usando-os de
forma apropriada para que o aluno obtenha aprendizado significativo em arte.
A maioria dos professores inibe-se ao fazer uso das tecnologias em sala de aula,
muitos por dificuldades no manuseio dos aparelhos e até mesmo por acharem que o
aluno tem mais facilidade para utilizá-los do que eles próprios, mas ao fazer uso dos
mesmos o professor poderá verificar como o uso dos meios tecnológicos colaborará para
um maior entendimento dos conteúdos expostos. A história da tecnologia é quase tão
antiga como a história da humanidade, surgiu como forma de sobrevivência, na fabricação
de armas para caçar e se defenderem, tudo a partir de recursos naturais, com o passar
dos anos foram surgindo novos tipos de tecnologia. Novas formas de produção artística
surgem aliadas aos avanços tecnológicos, tornando-se cada vez mais presente no dia a
dia das pessoas, facilitando suas vidas. Vem adentrando nos espaços escolares,
provocando mudanças na prática docente. Alunos esses que estão informados sobre
vários assuntos, dentre eles novas descobertas da ciência, da geografia, das artes, da
violência e infinitas fontes de informações. Cabe ao professor explorar tudo isto, de forma
que o aluno possa usufruir desse mundo informatizado da melhor forma não se alienando
a ele, sabendo utilizá-lo como forma de crescimento, como afirma Moran (p.30, 2007) “O
papel do professor – o papel principal – é ajudar o aluno a interpretar esses dados, a
relacioná-los, a contextualizá-los.”
O ensino da Arte, numa visão contemporânea, precisa comprometer-se com o uso
das novas tecnologias, propondo aos alunos práticas pedagógicas que os motivem na
criação de suas atividades, pois o computador é um forte instrumento de interação entre
professor, aluno e conhecimento, que se não for bem instruído, os alunos ficarão à mercê
do programa sem que haja qualquer aprendizado em arte. Quanto a este aspecto Moran
(2000, p.17) afirma: “As mudanças na educação dependem também dos alunos. Alunos
curiosos e motivados facilitam enormemente o processo, estimulam as melhores
qualidades do professor, tornam-se interlocutores lúcidos e parceiros de caminhada do
professor-educador.”
Muitos professores e equipe pedagógica têm questionado se realmente é possível
ensinar e aprender fazendo uso de um computador e se as metodologias usadas para seu
uso são adequadas ao processo ensino-aprendizagem. Isso tudo gera da equipe
pedagógica uma cobrança aos professores no sentido de saber exatamente quais
benefícios os alunos recebem através dessa forma de estudo. Cabe aos professores fazer
parcerias com estes recursos, preparando aulas que possam despertar um maior
interesse por parte dos alunos, utilizando-os como motivação, apoio, informação,
pesquisa e novas formas de expressão, pois, os alunos se sentem atraídos por esses
meios tecnológicos. Nenhum recurso poderá substituir o professor, que deverá orientar os
alunos da melhor forma para que usem os recursos disponíveis na escola, juntamente
com sua criatividade, para obter um bom resultado nas atividades propostas, contribuindo
assim para a melhoria e qualidade do ensino.
Questiona-se: Como fazer uso das tecnologias, usando todos os recursos
disponíveis, levando o aluno a obter experiências de aprendizagem significativas? Como
despertar o interesse do educando pelas atividades de Arte, competindo com a
diversidade de recursos que as novas tecnologias oferecem?
.
Fundamentação Teórica
A história da tecnologia é quase tão antiga como a história da humanidade, surgiu
como forma de sobrevivência, na fabricação de armas para caçar e se defenderem, ursos
tudo a partir de recursos naturais, com o passar dos anos foram surgindo novos tipos de
tecnologia.
No período atual, início do século XXI, observa-se a utilização das novas
tecnologias na sociedade como um todo e, mais especificamente, no dia a dia das
pessoas. Vem adentrando nos espaços escolares, provocando mudanças na prática
docente. Os professores com partícipes desta sociedade precisam preparar-se para
relacionar-se com as novas gerações que passam pelos bancos escolares. (FARIA, 2011).
O conceito de novas tecnologias que será utilizado na pesquisa refere-se ao uso
do computador, TV e outras ferramentas para os processos de expressão e comunicação.
O enfoque será o da relação entre as novas tecnologias e a arte. (PETRY, 2011).
A utilização das novas tecnologias na escola deve ser entendida como antes de
tudo um procedimento didático, como apresentado por Faria (2011, p. 1): “Os
procedimentos didáticos, nesta nova realidade, devem privilegiar a construção coletiva
dos conhecimentos, mediados pela tecnologia, na qual o professor é um partícipe pró-
ativo que intermédia e orienta esta construção. Ao utilizar estes recursos, em suas aulas
pode vir a despertar um maior interesse por parte dos alunos, os quais irão usar, novas
formas de expressão em seus trabalhos. Nenhum recurso poderá substituir o professor,
que deverá orientar os alunos da melhor forma para que usem os recursos disponíveis na
escola, juntamente com sua criatividade, para obter um bom resultado nas atividades
propostas, contribuindo assim para a melhoria e qualidade do ensino. Contudo, o
professor, apesar de utilizar-se das novas tecnologias, deve levar em consideração que
seu papel será o de:
[...] orientar e mediar às situações de aprendizagem para que ocorra a comunidade de alunos e ideias, o compartilhamento e a aprendizagem colaborativa para que aconteça a apropriação que vai do social ao individual, como preconiza o ideário vygotskyano. O professor, pesquisando junto com os educandos, problematiza e desafia-os, pelo uso da tecnologia, à qual os jovens modernos estão mais habituados, surgindo mais facilmente à interatividade. (FARIA, 2011, p.2).
Ressalta-se, assim, que, apesar da utilização das novas tecnologias em suas aulas o
professor não pode deixar de lado seu importante papel no processo ensino-aprendizagem,
isso por que:
A adoção de novas tecnologias no ensino não tem um objetivo em si mesmo, mas é um recurso no processo de ensinar e aprender para alcançar os fins educacionais almejados. Vivemos uma época de grandes transformações. O desenvolvimento científico gera, entre outros produtos, um enorme avanço na tecnologia e no conhecimento. (FARIA, 2011, p. 5).
A utilização das novas tecnologias vem assim, propiciar novas abordagens
pedagógicas, que contribuam para a criatividade e construção do conhecimento. Mas como
fazer isso em uma aula? No Estado do Paraná as salas de aula são equipadas com TVs, que
propiciam uma forma de ensino, considerada uma nova tecnologia. Mas pode-se ir além,
programar e executar uma aula com o uso de computadores e novos softwares. Para isso, o
primeiro passo é o professor adentrar neste mundo tecnológico é praticar e buscar o melhor
caminho, por meio de seu planejamento, para incluir os alunos nestas novas tecnologias.
Uma aula que utilizará TV, computadores e novos softwares requerem um preparo
muito mais apurado. O professor precisa: ter domínio desta tecnologia, preparar o ambiente,
programar passo a passo as atividades, escolher o software adequado, entre outras coisas.
Mas o mais importante é adequar conteúdos e objetivos para esse novo formato de aula.
(FARIA, 2011). De acordo com Valente(1999, p.01):
A “informática na educação” que estamos tratando, enfatiza o fato de o professor da disciplina curricular ter conhecimento sobre os potenciais educacionais do computador e ser capaz de alternar adequadamente atividades tradicionais de ensino-aprendizagem e atividades que usam o computador.
O professor tem papel fundamental nesse processo, cabe a ele orientar os alunos para
que usem sensibilidade na realização de seus trabalhos, de forma a expor suas ideias sendo
apreciada e entendida por outras pessoas.
Embora muitos professores tenham consciência da riqueza de recursos que o
computador proporciona aos alunos, há muitas dificuldades por parte destes em dominar
esses meios tecnológicos, o que dificulta usá-los como recursos pedagógicos. A maioria dos
professores inibe-se ao fazer uso das tecnologias em sala de aula, muitos por dificuldades no
manuseio dos aparelhos e até mesmo por acharem que o aluno tem mais facilidade para
utilizá-los do que eles próprios. Alunos esses que estão informados sobre vários assuntos,
dentre eles novas descobertas da ciência, da geografia, das artes, da violência e infinitas
fontes de informações. Cabe ao professor explorar tudo isto, de forma não se alienando a ele,
sabendo utilizá-lo como forma de crescimento, como afirma Moran (p.30, 2007) “O papel do
professor – o papel principal – é ajudar o aluno a interpretar esses dados, a relacioná-los, a
contextualizá-los.”
Ao se tratar esse assunto Oliveira (1997, p. 225) afirma: “A arte tecnológica ainda nos
intimida, fazendo que notemos mais as aparelhagens que a produzem do que ela mesma […]”.
A escola é o lugar adequado para se fazer estas reflexões, pois é muito comum ouvir
comentários de que as informações estão presentes no cotidiano das pessoas de forma
maciça e veloz. Isso só acentua a responsabilidade da escola em processar essas
informações e transformá-las em conhecimento mediado pelas novas tecnologias. Para
Pimentel (2003, p. 120):
O uso das novas tecnologias possibilita aos alunos desenvolver sua capacidade de pensar e fazer Arte contemporaneamente, representando um importante
componente na vida dos alunos e professores, na medida em que abre o leque de possibilidades para seu conhecimento e expressão.
O mercado oferece inúmeros softwares educativos, que poderão ser usados na
criação de trabalhos de composições artísticas, que poderão ser modificadas com facilidade,
tanto nas cores, formas, tamanhos entre outras opções. Com todas essas oportunidades, o
aluno se sentirá livre para criar e se achar necessário modificar qualquer parte de sua
composição. Tudo isso resultará em motivação para que o aluno queira de fato fazer,
participar, criar, interferir e recriar. Os professores devem estimular a curiosidade dos alunos
através dos recursos existentes, fazendo com que a informação que os mesmos recebem se
tornem conhecimento.
Nas aulas de arte a imagem tem papel fundamental, pois a partir das mesmas o aluno
terá um melhor entendimento do conteúdo abordado. Como afirma Pimentel (p.117,2003):
A criação de novas imagens quer sejam elas feitas a partir de imagens já existentes, quer sejam elaboradas a partir de uma nova composição, pode ser pensada e repensada mais amplamente quando se tem oportunidade de utilizar um ou mais meios tecnológicos contemporâneos.
Com tanta tecnologia, quando se refere à criação artística, programas de computador
são usados com mais frequência que os próprios pincéis. Esses recursos tecnológicos são de
grande valia quando se trata de arte abstrata, pois com eles pode-se ter facilidade para criar
composições, fazendo uso de formas, linhas, cores, texturas, as quais poderão ser mudadas
caso o autor ache necessário.
Embora muitos tenham consciência da riqueza de recursos que o computador
proporciona aos educandos, há muitas dificuldades por parte dos professores em dominar
esses meios tecnológicos, o que dificulta usá-los como recursos pedagógicos em suas
aulas. Ao se tratar esse assunto Pimentel (2003, p.115) afirma: é preciso que professores
sejam preparados adequadamente para que, além de saberem explorar os programas
colocados à disposição dos alunos, possam realmente propiciar o aprendizado em Arte.
Temos conhecimento de como as tecnologias estão presentes em nosso dia a dia,
trazendo informações que mudam rapidamente, cabe a escola refletir sobre isso e fazer
com que o aluno, transforme essas informações em conhecimento.
A proposta do trabalho realizado a que o artigo trata foi desenvolver atividades com o
uso de novas tecnologias em um determinado conteúdo de arte, a arte abstrata. A arte abstrata
o abstracionismo é um movimento artístico que se desenvolveu no início do século XX.O
artista russo Vassily Kandinsky é considerado um dos pioneiros da pintura abstrata, iniciou
suas obras abstratas em 1910. (ARGAN, 1992) Kandinsky foi fundamental para a
conceitualização da arte abstrata. Em sua obra, observa-se a transformação dos elementos
figurativos para os abstratos. Argan (1996) aponta que sua primeira obra abstrata foi uma
aquarela sem título, em 1910, assim diferente de outras correntes artísticas, a arte abstrata
tem data de nascimento: 1910. Esta famosa aquarela de Kandinsky (Imagem 1) encontra-se
no Museu Nacional de Arte Moderna Georges Pompiou, em Paris.
Imagem 1: . Aquarella abstraite , primeira pintura abstrata de Kandinsky, de 1910Fonte: LALIBRE, 2011
O abstracionismo , destaca-se pelos valores simbólicos, desprezando, no todo ou em
parte as formas naturais. O abstracionismo possui duas diretrizes principais: uma do tipo
racional, que está fundamentada na busca do essencial da pureza geométrica das formas e do
outro, do tipo emotivo, que se baseia nas obras com valores expressivos e harmonia
cromática. Destacamos entre os pintores abstracionistas, além de Kandinsky, Piet Mondrian,
Georges Braque, Jackson Pollock e outros. (CANTELE. s/a ).
A arte abstrata sofreu influências do abstracionismo geométrico, tentando se
desenvolver sobre aspectos fundamentais da pintura modernista – gesto e foco nos materiais –
teve sua decadência assinalada pelo início de uma sensibilidade pós-moderna. Muitas das
pinturas exprimem uma sensação de intranquilidade que reflete o contexto social em que
foram produzidas. (FARTHING, 2010).
Mas afinal o que é arte abstrata? É aquela que não precisa de elementos figurativos
para expressar-se, nela o artista apresenta seus sentimentos, anseios, expectativas de forma
livre. E, os observadores podem, encontrar diferentes significados para uma mesma obra.
Acredita-se que a utilização das novas tecnologias para estudar a arte abstrata
propiciará uma forma mais atrativa e criativa de ensino-aprendizagem. Dessa forma, os
conteúdos trabalhados serão melhores entendidos, ampliando a capacidade criativa dos
alunos efetivando trocas com os colegas e descobrindo as formas de utilizar os recursos
disponíveis em cada programa. Os alunos poderão, a partir das novas tecnologias, construir
seus próprios conhecimentos. Hoje mais do que nunca devemos inserir os alunos no processo
artístico, o que possibilitará o mesmo representar e reconhecer o mundo em que está inserido.
O homem ao sentir necessidade de adaptar-se ao meio, transformou-se num ser
criador representando seus sentimentos e pensamentos através de suas criações. “O homem
transformou o mundo e a si próprio pelo trabalho e, por ele, tornou-se capaz de abstrair,
simbolizar e criar arte.” (PARANÁ, 2008, p.54).
Com toda essa tecnologia presente em nossa vida, o ensino da arte precisa se
comprometer com o uso das novas tecnologias, propondo aos alunos práticas pedagógicas
que os motivem na criação de suas atividades, instruindo-os para que adquiram conhecimento
e não fiquem à mercê dos programas sem obter aprendizado significativo em arte.
Com a implementação do projeto pretendeu-se investigar como as novas tecnologias
podem ser usadas como instrumento pedagógico nas aulas de arte, possibilitando o ensino e a
aprendizagem dos conteúdos. Bem como, estimulando o aluno a usar esses meios como
motivação, apoio, informação, pesquisa, como forma de expressão, usufruindo dessas
tecnologias com entendimento e responsabilidade. Pois o contato que eles tem com a
tecnologia fora da escola é apenas um entretenimento. Ao utilizar os programas apropriados
buscará verificar as várias possibilidades de personalizar seus trabalhos, criar livremente,
podendo corrigir o que achar necessário, melhorando ou transformando um trabalho já criado
com mais facilidade do que utilizando papel e lápis. Esses recursos devem ser adaptados aos
conteúdos e objetivos que se deseja alcançar, promovendo o crescimento e formação de um
cidadão crítico, capaz de discutir e argumentar suas idéias em diversas situações.
Implementação do projeto
A implementação do projeto realizou-se na Escola Estadual Manuel Bandeira,
com alunos do 9º ano, no ano de 2011, sendo aplicado no contra turno. A expectativa com
relação ao projeto é ter demonstrado um caminho possível para se utilizar as tecnologias
nas aulas de arte, contribuindo para a qualidade do ensino nas mesmas. Favorecendo a
prática metodológica dos professores tornando os recursos tecnológicos verdadeiras
ferramentas de interação entre professores, conhecimento e aluno. E que os alunos
tenham percebido que podem adquirir conhecimentos de uma forma diferenciada da
tradicional, utilizando o computador não apenas como entretenimento, mas como uma
forma de adquirir sabedoria, descobrindo e ampliando os saberes em arte.
A implementação do projeto foi realizada em seis momentos. No primeiro
momento o conteúdo a ser trabalhado no projeto foi detalhado em sala com todos os
alunos da turma, onde se verificou o conhecimento dos mesmos em relação ao conteúdo
“abstração”, também foram expostos os objetivos a serem alcançados. No início houve
certa resistência por parte dos alunos, por ser no contra turno, muitos não poderiam vir.
As aulas foram desenvolvidas inicialmente em sala, com o uso da TV multimídia,
onde foram apresentados slides com obras figurativas e abstratas de vários artistas
sendo um deles (abstracionista) o artista russo Vassily Kandinsky, vídeos sobre a pintura
de Jackson Pollock , objetivando o entendimento sobre o abstracionismo. Foi apresentado
aos alunos através da Tv Pendrive o tutorial sobre o editor de imagem GIMP, os mesmos
receberam tutorial impresso, para sanar dúvidas que poderiam surgir futuramente.
Num segundo momento foi oportunizado aos alunos momentos de uso do
laboratório de informática para pesquisarem sobre a vida dos artistas e suas obras.
Retornando para a sala os alunos produziram composições abstratas, fazendo
uso de papel sulfite e lápis de cor. Os alunos começaram a se interessar pela atividade e
foram realizando as mesmas de forma satisfatória. Somente 20 alunos que resolveram
participar do projeto. As aulas tiveram duração de cerca de 2 horas e meia, ocorrendo
duas vezes na semana, sendo utilizado o laboratório de informática da escola.
Num terceiro momento, utilizando a sala de informática, foram encontradas
algumas dificuldades, os computadores (total de 20) que foram utilizados com o programa
GIMP, estavam todos com problemas, havia novos computadores com outro programa
desconhecido, a internet não estava conectando, foi preciso chamar o secretário da
escola para ajudar. O secretário auxiliou e foi dado início nas atividades, onde se realizou
pesquisa sobre obras abstratas e sobre os artistas Paul Klee e Jackson Pollock, foi
exposto aos alunos como seria desenvolvido os trabalhos e quanto ao atendimento
individual de cada aluno para sanar as dificuldades encontradas, foi um pouco trabalhoso,
pois os alunos queriam atenção imediata, mas entenderam as dificuldades do grupo,
aguardando sua vez. Alguns alunos que entenderam bem colaboraram com o colega
auxiliando nas dificuldades. Primeiro através do programa GIMP criaram uma composição
abstrata e coloriram a mesma, gravando-a em sua pasta.
Em dupla cada aluno trocou de computador com o colega e realizaram
interferência na composição criada, foram salvas na pasta do aluno. Durante a atividade
os alunos questionavam sobre as formas e cores utilizadas, discutiam um com os outros
sobre texturas gráficas encontradas no programa, havendo uma grande interação entre
eles. Durante o processo de intervenção os alunos foram questionados quanto ao
trabalho desenvolvido pelo colega, quanto às linhas utilizadas, simetria formas e a
utilização dos recursos disponíveis, contribuindo para um bom desenvolvimento do
trabalho.
Num quarto momento, as composições realizadas no sulfite em sala de aula
foram escaneadas e gravadas na pasta do aluno, o colega fez a interferência na
composição através do programa, modificando cores, linhas e formas a sua escolha,
foram gravadas. Foram montados slides com as composições realizadas pelos alunos e
foram apresentadas em sala para todos os alunos da turma.
Num quinto momento os alunos responderam a um questionário investigativo
sobre o desenvolvimento do projeto e o resultado final, dificuldades encontradas, se a
tecnologia pode ser útil nos trabalhos realizados, pontos positivos e negativos e sugestão
de novas atividades a serem realizadas com o uso do programa.
No sexto e último momento, após a conclusão dos trabalhos, os mesmos foram
expostos no FEST ARTE (atividade realizada anualmente na escola, onde se expõe os
trabalhos realizados pelos alunos durante o ano letivo), para serem apreciados pela
comunidade escolar. Pode ser observado com a realização do projeto, que a tecnologia
pode ser muito bem utilizada nas aulas de arte, levando os alunos a sentirem um maior
interesse na realização de suas atividades. Com a exposição dos trabalhos para os
alunos que não participaram do projeto, observou-se que houve um grande interesse por
parte dos mesmos em realizar atividades com o uso dos programas utilizados no projeto.
Os trabalhos realizados pelos alunos participantes do projeto foram elogiados
devido ao resultado alcançado, composições coloridas e com variadas formas e linhas em
sua composição.
Conclusão
O resultado do projeto “Composições Abstratas e o uso das Tecnologias no
Ensino da Arte” surpreendeu pelo resultado obtido dos trabalhos realizados pelos alunos
do 9º ano da Escola Estadual Manuel Bandeira – E.F. na qual o mesmo foi aplicado.
A experiência em computadores adquirida no dia a dia dos educandos se fez
presente e importante no desenvolvimento do projeto, pois se sentiram mais confiantes ao
utilizarem os mesmos, permitindo a estruturação do trabalho de acordo com o
planejamento prévio. O trabalho teve desenvolvimento semanalmente evitando assim
desistência e desinteresse dos alunos participantes e assim alcançando os objetivos
propostos. Mesmo encontrando algumas dificuldades no manuseio do programa, foram
realizadas todas as atividades propostas anteriormente.
Os alunos do 9º ano puderam desenvolver um maior interesse em relação ao uso
dos computadores nos trabalhos de arte, de acordo com as atividades que este projeto
oportunizou. Futuramente a meta será, realizar juntamente com outros alunos novas
atividades de arte, fazendo uso de programas no computador, os quais oportunizará um
maior envolvimento dos participantes, visto que as ferramentas utilizadas para a execução
dos trabalhos são agradáveis para os mesmos uma vez que eles fazem uso dos
computadores em seu dia a dia.
Com o resultado do projeto verificou-se que as novas tecnologias podem ser
usadas como instrumento pedagógico nas aulas de arte, possibilitando o ensino e a
aprendizagem dos conteúdos exposto em sala. Estimulando o aluno a usar esses meios
como motivação, apoio, informação, pesquisa, como forma de expressão, usufruindo
dessas tecnologias com entendimento e responsabilidade, e ainda realizando as
atividades de forma prazerosa.
Referências
CANTELE, Bruna Renata; LEONARDI, Angela Cantele. Arte: Linguagem Visual: Arte Abstrata. Ensino Fundamental. vol. 2. Coleção Horizonte. São Paulo: IBEP,s/a.
FARIA, Elaine Turk. O professor e as novas tecnologias. Disponível em: http://www.scribd.com/doc/15748664/profeatecnol51. Acesso em: 01 de maio de 2011.
LALIBRE. Aquarella abstraite. Imagem JPEG. Tamanho 20679 bytes. Dimensão 200x 140 pixels.Disponível em: http://www.lalibre.be/culture/artsvisuels/article/551087/il-y-a-cent-ans-kandinsky-inventait-l-art-abstrait.html. Acesso em 05 de maio de 2011.
MORAN, José Manuel. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. 13. ed. Campinas:Papirus, 2007.
OLIVEIRA, Ana Claudia Mei de. Arte e Tecnologia, uma nova relação. In: DOMINGUES, Diana (org.). A Arte do Século XXI: A Humanização das Tecnologias São Paulo: UNESP, 1997.
PARANÁ. Secretária de Estado da Educação. Diretrizes curriculares de arte para os anos finais do ensino fundamental e para o ensino médio. Curitiba: SEED, 2008.
PETRY, Luiz Carlos. O conceito de novas tecnologias e hipermídia como uma nova forma de pensamento. Disponível em: <http://www.topofilosofia.net/textos/A_cibertx1_110-125_petry.pdf>. Acesso em 01 de maio de 2011.
PIMENTEL. Tecnologias Contemporâneas e o Ensino da Arte, p.113. In: BARBOSA, Ana Mae. Inquietações e mudanças no ensino da arte. São Paulo, Editora Cortez, 2003.
VALENTE, José Armando. Informática na Educação no Brasil: Análise e Contextualização Histórica. In Valente,J.A.(org) O Computador na Sociedade do Conhecimento.Coleção Informática para a mudança na Educação. Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação à distância, 1999.
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