conversas à quinta pedagogia do ensino superior e bolonha · • por um lado, a primazia do...
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ENQUADRAMENTO
Patrícia Rosado Pinto
Faculdade de Ciências Médicas
Gabinete de Apoio à Qualidade do Ensino - Núcleo de Inovação e
Desenvolvimento Profissional dos Docentes
Universidade Nova de Lisboa
O Ensino Superior
A universidade e o estado
Nas últimas décadas, alteração no relacionamento entre
universidades e o estado:
• Os mercados como instrumento de política pública (utilizar
mercados de ensino superior para criar competição entre IES; a
competição aumenta a eficiência das IES)M
• Massificação dos sistemas de ensino superior (acesso de uma
população mais numerosa e diversificada)
• Outro tipo de "gestão pública" (a tradição da gestão académica e
colegial é vista como ineficiente e corporativa)
(Amaral, 2010)
O Ensino Superior
Competição entre instituições aumenta
• Autonomia
• Risco de fuga ao controlo
Correndo-se o risco de entrarmos numa “contradição fatal"
• Por um lado, a primazia do mercado e o recuo da intervenção
estatal
• Por outro, a necessidade de intervenção para controlo e
verificação da actuação "em conformidade" (contratos de
financiamento, sistemas de avaliação institucional e de docentes,
Agências da Qualidade)
O Ensino Superior
Transformação / Evolução
“Transformação da Universidade de instituição social, inseparável
das ideias de formação, reflexão, criação e crítica …
em
organização social (…), mera prestadora de serviços, regida por
contratos de gestão, avaliada por índices de produtividade,
estruturada por programas de eficácia organizacional.
(Amaral, 2010: 60)
O Processo de Bolonha
Finalidades
• Enfoque na aprendizagem do aluno
• Componente profissionalizante
• Semestralização
• Mobilidade (outgoing; incoming)
• Comparabilidade de formações (sistemas de créditos)
A reflexão pedagógica
sobre o ES
• Discussão intra e extra muros (alguma "despartamentalização")
• Explicitação dos currículos/programas para os poder comparar
• Estruturas organizacionais dedicadas a esta tarefa
• …
A mobilidade e a comparabilidade de formações implicam:
• Que conteúdos são essenciais?
• Como “aliviar” a teoria sem ser superficial?
• Como articular com a prática - "conhecimento didáctico do
conteúdo”(Shulman, 1986)?
• …
A organização semestral pressupõe a tomada de decisões:
Centrar o foco nas aprendizagens obriga:
• Quem é o público-alvo? Como se caracteriza?
• O que significa produzir aprendizagens , em vez de dar instrução? (Cross,
2001)?
• Como harmonizar referencial teórico sólido e formação
profissionalizante?
• Qual a melhor forma de ensinar os conteúdos seleccionados -
"transposição didáctica“ (Cachapuz, 2001); "transposição deliberativa"
(Nóvoa 2002)?
• Como harmonizar o ensino em grandes grupos e, ao mesmo tempo,
promover o desenvolvimento de competências de autonomia e de
aprendizagem ao longo da vida (Bireaud, 1995; Leclercq, 1998)?
• Como utilizar outro tipo de recursos (nomeadamente os tecnológicos)?
• …
A reflexão pedagógica
sobre o ES
What should a HE teacher know?
• Knowledge of subject matter content;
• Knowledge of general pedagogical principles and strategies;
• Knowlwdge of learners, their characteristics, and how they learn;
• Knowledge of educational contexts;
• Knowledge of educational goals, purposes and values.
(Shulman, 1987)
A reflexão pedagógica
sobre o ES
Aproveitando a cultura académica, promover um ensino de
igual rigor:
Scholarship of teaching (Boyer, 1990)
• Consult relevant education literature
• Apply intervention to enhance learning
• Observe outcomes
• Document observations
• Analyse results
• Obtain peer evaluation
• Use them to continually improve teaching
(Richlin, 2001)
Potencialidades
• Estamos conscientes do enquadramento
• Criámos na NOVA um sistema de garantia da qualidade do ensino
que não visa o controlo, mas a sinalização de forças e fraquezas e a
tomada de decisões
• Entendemos que a aprendizagem não se promove só nas salas de
aula, mas através de um clima institucional adequado
• Reconhecemos a necessidade de formação dos docentes que não
se esgota na aquisição de perícias , mas visa uma reflexão sobre o
papel do docente de ensino superior
• Entendemos que a leitura rigorosa do real (através de investigação)
pode ajudar a sustentar a caracterização dos problemas e a escolha
do caminho a seguir
A nossa estratégia para
esta conversa
SISTEMA DE GARANTIA DA
QUALIDADE DO ENSINO NA
UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA
Catarina Silva Pinto
Gabinete de Apoio à Qualidade do Ensino
Universidade Nova de Lisboa
Características da NOVA
• Autonomia da UO
• Diferentes dimensões e vocações
• Natureza diferente
• Variação acentuada do número de estudantes por
ciclo de estudos e unidade curricular
A visão do SGQE
A visão do SGQE da NOVA
• Flexível para acomodar a diversidade
• Coerente para assegurar a identidade da NOVA
• Objectivo central: contribuir para a melhoria da qualidade do
ensino
• Envolvimento dos parceiros internos e externos no processo
contínuo de reflexão e aperfeiçoamento
• Amigo da inovação
• Comprometido com o desenvolvimento profissional dos
docentes
A visão do SGQE
Dois tipos de instrumentos
A avaliação do ensino
• Utilização em cada UO
A experiência dos estudantes de primeiro ciclo da NOVA
• Estudo transversal
Os instrumentos do Sistema
A avaliação do ensino
Cruzamento de fontes de informação
• Estudantes
• Docente
• Pares
Dados de opinião cruzados com indicadores estatísticos
Os instrumentos do Sistema
Instrumentos criados
• Questionário de avaliação do ensino na unidade curricular →
alunos
• Relatório pedagógico → docentes (voluntário)
• Relatório de avaliação da UC → responsável da UC
• Relatório monitorização do ciclo estudos → comissão de CE
• Relatório da UO → responsável pela garantia da qualidade do
ensino
A avaliação do ensino
Os instrumentos do Sistema
• Ano experimental
• Sistema implementado em todas as 9 Unidades
Orgânicas
• Diferentes procedimentos na aplicação dos Instrumentos
de avaliação
• Fecho do 2.º semestre e inicio da análise de ciclos de
estudos
Resultados
Resultados 2011-2012
ESTADO ATUAL DA SATISFAÇÃO
DOS ESTUDANTES DE PRIMEIRO
CICLO DA NOVA
Daniela Costa Ramos
Gabinete de Apoio à Qualidade do Ensino
Universidade Nova de Lisboa
1. Conhecer o estado atual da satisfação dos alunos de
primeiro ciclo da NOVA.
2. Perceber quais os atributos dessa satisfação que têm maior
importância na constituição da mesma, sendo por isso
identificados como seus “determinantes”.
Esta apresentação foca-se, exclusivamente, no primeiro
objetivo.
Objetivos
Satisfação dos estudantes (Schreiner &Juillerat, 1994)
Surge quando as expectativas são igualadas ou excedidas
pela perceção que os estudantes têm da realidade do
campus.
Relação não linear (Adaptado de Flanagan, 2007; Hom, 2002)
Conceitos
O que é a satisfação?
Matriz Noel-Levitz de Prioridades de Ação (adaptado de Flanagan, 2007)
Porque devemos conhecê-la?
Importância
Porque devemos conhecê-la?
Importância
Satisfação dos estudantes é indicador da
qualidade do ensino incluído nos rankings
Times Higher Education World University Rankings
U-Multirank
Marketing institucional
Partilha de boas práticas
Fidelização dos estudantes
• Estudantes inscritos, em 2010/2011, no 1.º ciclo de estudos
(inclui 3 primeiros anos MI)
• Seis UO: FCT, FCSH, Nova SBE, FCM, FD, ISEGI
• Questionário desenhado para o efeito
• Online
• Piloto aplicado em Maio de 2011
• Final entre 1 de Junho a 15 de Julho de 2011
• Amostra obtida por recenseamento
Metodologia
• Preenchidos 2784 questionários
• Após tratamento de base de dados (incoerências, casos extremos): 1832
Unidade
orgânica
População-alvo Amostra % da
população-alvo
da UO N % n %
FCT 4765 44,58 867 47,33 18,20
FCSH 2920 27,32 484 26,42 16,58
Nova SBE 1410 13,19 218 11,90 15,46
FCM 831 7,78 115 6,28 13,84
FD 463 4,33 86 4,69 18,57
ISEGI 299 2,80 62 3,38 20,74
Total 10688 100 1832 100 17,14
Fonte: Os dados relativos à população-alvo foram disponibilizados pelo Gabinete de Planeamento (16 Agosto 2011).
Amostra
• Respostas agregadas e por ano de curso
• Médias
• Escala semântica 1 a 8, sendo 4,5 o ponto de comparação
• Satisfação Global
• Lealdade
• Satisfação com
- Ensino
- Instalações e Equipamentos
- Serviços
- Ligação ao Exterior
- Experiência e desenvolvimento pessoal
Resultados
• Alunos declaram-se satisfeitos, principalmente com
- Qualidade do ensino
- Localização da UO
- Imagem e reputação da instituição
• Estudantes leais
• Satisfação diminui com a permanência na UO
Conclusão
Qualidade do Ensino
Interação com os docentes
Oferta de unidades curriculares opcionais
Comunicação de progressos por parte dos docentes
Conclusão
Ensino
Conclusão
Espaços envolventes
Localização da UO
Instalações sanitárias
Espaços de estudo
Equipamentos e instalações
Conclusão
Site da UO
Serviços Académicos
Serviços e Sites
Imagem e reputação da instituição
Atividades extracurriculares
Ligação ao exterior da UO
Conclusão
Sensação de pertença
Capacidade de comunicação escrita
Experiência e desenvolvimento pessoal
• Repetir o Inquérito à Experiência dos Estudantes, aplicando-
o ao 1.º e 2.º ciclos de estudos
• Durante o mês de Maio
• Por recenseamento
• Analisar os dados anualmente e por coortes
Plano de Ação para 2011/12
Plano de Acção
FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE
DOCENTES
Joana Marques
Instituto de Educação da Universidade de Lisboa
Gabinete de Apoio à Qualidade do Ensino - Núcleo de Inovação e
Desenvolvimento Profissional dos Docentes
Universidade Nova de Lisboa
Formação pedagógica de
professores do ES pelo DEM e GAQE
Duração
3 dias | 12 horas
Objectivos
Desenvolvimento de
competências pedagógicas:
• Definição de objectivos;
• Seleção dos conteúdos;
• Escolha de estratégias
pedagógicas alinhadas com os
objetivos pretendidos e com
estilos de aprendizagem
diversificados;
• Avaliação das aprendizagens
Características
• Importância dos conteúdos a
ensinar;
• Formação pedagógica on the job;
• Articulação entre competências
pedagógicas básicas e
necessidades/problemas concretos
dos participantes;
• Produto concreto como resultado
(geralmente, uma planificação);
• Acompanhamento posterior de
alguns projectos postos em prática.
Avaliação da formação pelos formandos (10 ações)
Muito
satisfeito Satisfeito
Pouco
satisfeito Insatisfeito
Não tem
opinião
Cumprimento dos
objetivos 70,2% 27,5% 2,3% 0 0
Adequação dos
conteúdos
programáticos à sua
realidade profissional
74,4% 24,8% 0,75% 0 0
Metodologia utilizada
pelas formadoras 77,4% 19,5% 2,3% 0 0,75%
Clareza dos conteúdos
apresentados 85% 12% 1,5% 0 1,5%
Relacionamento entre
formadoras e
formandos
97,7% 2,3% 0 0 0
Formação pedagógica de
professores do ES pelo DEM e GAQE
Avaliação da formação pelos formandos
Sobre a realização mais frequente de ações neste âmbito
“Deveria haver periodicamente para aferirmos conceitos e raciocinar sobre
práticas.”
“Motivar outras Faculdades para realizarem este curso”
“Realizar um curso avançado.”
Sobre a troca de experiências
“É um momento entre pares para trocarmos experiências com valor e refletirmos
sobre as melhores formas de melhorarmos.”
Sobre a relação entre a teoria e a prática
“A formação foi bem organizada no sentido em que englobou tanto uma
exposição e discussão mais global e teórica e questões mais práticas.”
Sobre a adequação às necessidades das instituições e dos docentes
“Adequação dos conteúdos da formação à realidade”
Sobre a utilidade e pertinência da formação
“A utilidade do Curso é muito evidente.”
Formação pedagógica de
professores do ES pelo DEM e GAQE
Produtos da formação
Planificações
Realizadas individualmente ou em pequenos grupos, normalmente no
penúltimo dia de formação, as planificações pretendiam servir para
sistematizar os conhecimentos veiculados e para ajudar os docentes na
planificação das suas próprias u.c., através do alinhamento de conteúdos e
estratégias com os objetivos de aprendizagem.
Cadernos da NOVA
Conjunto de cadernos temáticos de âmbito pedagógico. Ao invés de
constituírem uma exploração aprofundada de conceitos, estes cadernos têm
um carácter funcional. A ideia da sua elaboração surgiu ao longo do
desenvolvimento das ações de formação e decorreu da boa aceitação da
documentação de apoio ao curso e da necessidade de se criar um corpo
teórico de referência e uma linguagem pedagógica comum dentro de cada
unidade orgânica e na própria Universidade.
Produtos da formação
Solicitação de ações de formação específicas
A solicitação de ações de formação sobre temas específicos, por parte de
algumas unidades orgânicas da UNL constituiu outro dos produtos da
formação.
Participação em encontros científicos
Participámos em 3 encontros científicos relacionados directa e
indirectamente com as questões do ensino superior e, particularmente, da
formação pedagógica de docentes.
• A formação pedagógica de docentes do ES ainda é uma realidade
rara no nosso país;
• A validação, por parte das lideranças institucionais e a sua
valorização em termos de incentivos, constituem um valor
acrescentado a esta formação ;
• Os programas de formação mais bem aceites articulam-se
diretamente com as necessidades da instituição e/ou com as
necessidades individuais dos formandos ;
• Os docentes do ES valorizaram uma formação pedagógica assente
em referentes teóricos credíveis e articulada com a sua própria prática ;
• Os programas de formação deverão assentar no pressuposto de que
a atividade pedagógica decorre, tal como a científica, de uma atitude
rigorosa e investigativa por parte do docente; - scholarship of teaching;
Conclusões
• A formação pedagógica pode constituir a oportunidade de
criação de espaços comuns entre departamentos até aí
separados pelas barreiras dos domínios científicos;
• A formação pode ter formatos diversificados e complementares
e deverá ser flexível e adaptada às necessidades e aos ritmos da
instituição e dos docentes;
• Uma formação deste tipo deve respeitar o que se sabe sobre a
formação de adultos;
• Independentemente do grau de satisfação dos participantes, a
formação pedagógica deverá dar origem a produtos concretos
escrutinados pelos pares.
Conclusões
Formação pedagógica de
professores do ES em
contextos de mudança
Um estudo de caso, no contexto de uma reforma curricular a
decorrer na Faculdade de Ciências Médicas da NOVA.
Centra-se no acompanhamento dado pelo Departamento
de Educação Médica (DEM) – infra-estrutura de assessoria
educacional da instituição – aos docentes neste processo
de mudança (institucional e curricular)
Currículo tendencialmente mais integrado,
flexível e organizado por competências,
menor peso teórico e aposta na formação
profissional contextualizada.
Questões gerais de
investigação
• Que necessidades de formação são identificadas pela instituição
e pelos docentes para responder ao processo de mudança
curricular?
• Como é que, na perspectiva dos docentes, a formação
pedagógica tem contribuído para ultrapassar essas necessidades e
promovido o seu desenvolvimento profissional?
• Que papel desempenha o Departamento de Educação Médica
da Faculdade de Ciências Médicas no acompanhamento dos
docentes que protagonizam as mudanças decorrentes da reforma
curricular em curso e na concepção, desenvolvimento e avaliação
de programas de formação de professores promovidos neste
período?
Instrumentos de recolha e análise dos dados
Recolha
Análise documental
A quê? / A quem?
Texto de enquadramento da reforma, plano
curricular do MIM, produções da FCM e do DEM sobre a reforma, literatura relacionada, legislação
Entrevista semi-directiva
Informantes-chave – presidente do conselho
pedagógico, coordenador do MIM, alunos do 1.º ano do MIM, formador/monitor da reforma, formandos (docentes)
Observação Acções de formação pedagógica de docentes envolvidos na reforma curricular
Questionário A todos os docentes envolvidos na reforma
curricular
Sínteses de questionários aos estudantes
Sínteses feitas pela FCM dos questionários elaborados pelo GAQE da NOVA no âmbito do
Sistema de Avaliação da Qualidade do Ensino
Análise
Análise de conteúdo
De quê?
Documentação, entrevistas, observações,
questionários, sínteses de questionários a estudantes
Alguns resultados
esperados
• Contribuir para o aumento de estudos de natureza empírica
sobre o tema do desenvolvimento profissional de professores
do ensino superior
• Produzir conhecimento sobre metodologias de formação de
professores do ensino superior
• Contribuir para uma reflexão fundamentada na teoria e na
prática sobre a articulação do desenvolvimento profissional
de professores do ensino superior e as reformas curriculares
• Produzir conhecimento sobre o papel de uma infra-estrutura
de assessoria educacional no desenvolvimento profissional de
professores e determinar condições da sua transferibilidade a
outras instituições
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