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M a n u a l d e A p o i o á F o r m a ç ã o
2011
Associação dos Escoteiros de Portugal
Região da Madeira
CONHECIMENTOS GLOBAIS DO ESCOTISMO
1.1
Conhecer a história do Escotismo (seu aparecimento e seus objectivos) e da vida de Baden-PowellAs Origens do Escotismo no Mundo e na EuropaA Origem do Escotismo em PortugalA criação e a Origem da Associação dos Escoteiros de PortugalNoções da História do Escotismo na Madeira
Conhecer a história do Escotismo (seu aparecimento e seus objectivos) e da vida de Baden-Powell
Robert Stephenson Smyth Baden-Powell (B.P.) nasceu em Londres, Inglaterra, a 22 de Fevereiro de 1857.
O seu pai morreu quando B.P. tinha cerca de três anos, deixando a sua mãe com sete filhos. Havia com frequência momentos difíceis para uma família tão grande, mas o amor mútuo entre mãe e filhos ajudava-os a continuar em frente.
B.P. viveu ao ar livre com os seus quatro irmãos, passeando e acampando com eles em vários locais da Inglaterra.
Em 1870, B.P. ingressou na Escola CharterHouse em
Londres, com uma bolsa de estudos. Não era um estudante que se destacasse especialmente dos outros, mas era um dos mais activos. Estava sempre metido em tudo o que acontecia no pátio do colégio, e cedo se tornou popular pela sua perícia como guarda-redes da equipa de futebol de CharterHouse.
Os seus colegas de escola apreciavam muito as suas habilidades como actor. Sempre que pediam, B.P. improvisava uma representação que fazia toda a escola “morrer” de riso. Tinha também vocação para a música, e o seu dom para o desenho permitiu-lhe, mais tarde, ilustrar todas as suas obras.
Aos dezanove anos, B.P. aceitou uma oportunidade para ir à Índia como Subtenente da Cavalaria. Além de uma carreira excelente no serviço militar (chegou a capitão aos vinte e
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seis anos) ganhou o troféu desportivo mais desejado de toda a Índia – o troféu de "sangrar o porco". Uma caça ao javali selvagem, a cavalo, tendo como única arma uma lança curta.
Em 1887, B.P. foi para África com o objectivo de participar na campanha contra os Zulus, e mais tarde enfrentar as ferozes tribos dos Ashantís e os Selvagens guerreiros Matabeles. Os nativos temiam-no tanto que lhe deram o nome de "Impisa", o "lobo que nunca dorme", devido à sua coragem, perícia como explorador e habilidade em seguir pistas.
As promoções de Baden-Powell na carreira militar foram quase automáticas, tal era a regularidade com que ocorriam, até que se tornou famoso.
Corria o ano de 1899 e Baden-Powell tinha sido promovido a Coronel do Exército inglês. A África do Sul atravessava um período de agitação. As relações entre a Inglaterra e o governo da República de Transval tinham chegado a um ponto de ruptura. Baden-Powell recebeu ordens para organizar dois batalhões de carabineiros montados e marchar para Mafeking, uma cidade no coração da África do Sul. "Quem tem Mafeking, tem as rédeas da África do Sul", era um dito corrente entre os nativos, que se verificou ser verdadeiro.
Veio a guerra, e durante 217 dias – a partir de 13 de Outubro de 1899 – B.P. defendeu Mafeking cercada por forças esmagadoramente superiores, até que as tropas de socorro conseguiram finalmente abrir caminho lutando para auxiliá-lo, no dia 18 de Maio de 1900.
A Inglaterra estivera de respiração suspensa entre estes longos meses. Quando finalmente chegou a notícia: "Mafeking foi socorrida". B.P. foi promovido ao posto de Major-General e tornou-se um herói aos olhos dos seus compatriotas.
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Foi como um herói dos adultos e das crianças que, em 1901, ele regressou da África do Sul à Inglaterra, para ser aclamado honrosamente e para descobrir, surpreso, que a sua popularidade pessoal dera prestígio ao livro que escrevera para militares – "Aids to Scouting" – "Ajudas à exploração militar". O livro estava a ser usado como um compêndio nas escolas masculinas. B.P. viu nisto uma provocação e um desafio. Compreendeu que estava perante uma oportunidade de ajudar os rapazes da sua Pátria a desenvolverem uma robusta postura de vida. Se um livro para adultos sobre as actividades dos exploradores podia exercer tal atracção sobre os rapazes e servi-lhes de fonte de inspiração, outro livro, escrito especialmente para os rapazes, poderia despertar muito maior interesse.
Pôs se então a trabalhar, aproveitando e adaptando a sua experiência na Índia e em África, entre Zulus e outras tribos selvagens.
Reuniu uma biblioteca especial e estudou nestes livros, os métodos usados em todas as épocas para a educação e o adestramento dos rapazes – desde os jovens espartanos, os antigos bretões e os peles-vermelhas, até os nossos dias.
Lenta e cuidadosamente, B.P. foi desenvolvendo o conceito de Escotismo.
Queria estar certo de que a ideia podia ser posta em prática e por isso, no verão de 1907, foi com um grupo de vinte rapazes para a ilha de Brownsea, no Canal da Mancha, para realizar o primeiro acampamento escoteiro que o mundo presenciou. O acampamento foi um êxito.
Assim, nos primeiros meses de 1908, lançou em seis fascículos quinzenais o seu manual de adestramento, o "Escotismo para Rapazes" (Scouting for Boys) – sem imaginar que este livro iria por em acção um Movimento que afectaria a juventude do mundo inteiro.
Assim que apareceu a publicação do "Escotismo para Rapazes" nas livrarias e nas bancas de jornais começaram a surgir Patrulhas e Grupos de Escoteiros, não só na Inglaterra, mas em muitos outros países.
O Movimento cresceu tanto que tinha atingido, em 1910, tais proporções que B.P. compreendeu que o Escotismo seria a obra a que dedicaria a sua vida. Teve a visão e a fé de reconhecer que podia fazer mais pelo seu país adestrando a nova
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geração para a boa cidadania, do que preparando um grupo de homens para uma possível futura guerra.
E, assim, demitiu-se do Exército e ingressou na sua "segunda vida", como costumava chamá-la, a sua vida de serviço ao mundo por meio do Escotismo.
Os frutos que colheu como recompensa desta decisão foram o crescimento do Movimento Escotista e o amor e o respeito dos rapazes do mundo inteiro.
Em 1912 fez uma viagem à volta do mundo para contactar com os Escoteiros de muitos países. Foi este o primeiro passo para fazer do Escotismo uma Fraternidade Mundial.
A Primeira Guerra Mundial interrompeu momentaneamente este trabalho; mas com o fim das hostilidades foi recomeçado, e em 1920 os Escoteiros de todas as partes do mundo reuniram-se em Londres no palácio de Cristal, para a primeira concentração internacional de Escoteiros – o Primeiro Jamboree Mundial.
Na última noite deste Jamboree, a 6 de Agosto, B.P. foi aclamado "Escoteiro-Chefe Mundial", pelos aplausos da multidão de rapazes.
O Movimento Escotista continuou a crescer. No dia em que atingiu a "maioridade" completando vinte e um anos, contava com mais de dois milhões de membros em praticamente todos os países civilizados do mundo.
Nesta ocasião B.P. recebeu do Rei, Jorge V, a honra de ser elevado a Barão, sob o nome de Lorde Baden-Powell of Giwell.Mas apesar deste título, para todos os Escoteiros ele continuou e continuará a ser sempre B.P., o Escoteiro-Chefe Mundial.
O Primeiro Jamboree Mundial foi seguido por muitos outros: em 1924 na Dinamarca, em 1929 na Inglaterra, em 1933 na Hungria, em 1937 na Holanda. Em cada um destes Jamborees, Baden-Powell foi a figura principal, tumultuosamente saudado pelos "seus" rapazes onde quer que estivesse.
Mas os Jamborees constituíam, apenas, uma parte do esforço no sentido de se formar uma Fraternidade Mundial de Escoteiros.
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B.P. fez longas viagens cuidando dos interesses do Escotismo, mantinha correspondência com os dirigentes de numerosos países e continuou a escrever sobre assuntos ligados ao Escotismo, ilustrando com os seus próprios desenhos artigos e livros.
Quando as suas forças começaram a declinar, depois de completar oitenta anos de idade, regressou à sua amada África com a sua esposa, Lady Baden-Powell, que fora uma entusiástica colaboradora em todos os seus esforços, e que era a Chefe Mundial das "Girl Guides" (raparigas escoteiras) movimento também iniciado por Baden-Powell.
Fixaram residência no Monte Quénia, num lugar tranquilo, com um panorama maravilhoso: florestas de quilómetros de extensão, tendo no horizonte montanhas de picos cobertos de neve.
Foi lá que morreu Baden-Powell no dia 8 de Janeiro de 1941.
As Origens do Escotismo no Mundo e na Europa
Resumos“Textos jornalísticos da época” – Princípios do Séc. XX
“Como surgiu o Escotismo”
Devido à falta de interesse pelas crianças e jovens, o século XX foi um século de bastante prosperidade, no aspecto de importância dada aos futuros homens. Aos poucos foram-se fazendo chamadas de atenção, ora sobre os problemas da educação, ora sobre o futuro dos adolescentes, chamadas de atenção essas que foram bem recebidas.
No entanto o Escotismo não tem qualquer ligação com as acções pedagógicas promovidas anteriormente e poderá, quanto muito, beneficiar do clima de compreensão que já existia para os problemas educativos. O Escotismo não foi deliberadamente criado, pelo contrário, surgiu espontaneamente face a sugestões de Robert Stephenson Smyth Baden – Powell. É importante salientar a importância deste movimento, quanto ao valor dado à adolescência e formação do adulto.
B.P. começou a idealizar o Escotismo durante a sua carreira militar, principalmente durante a sua estadia em Mafeking, em que reparou que os jovens “Zulus” tinham uma preparação que os seus jovens não tinham.
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“As origens do Escotismo”
Tal como já disse os jovens que ingressavam no exército, vinham muito mal preparados. Devido a esta má preparação dos jovens B.P. começou a preocupar-se e decidiu arranjar uma suposta solução... Partilhou as suas ideias com dois homens que futuramente o vieram a auxiliar – C. Arthur Pearson e P. W. Eurett – entretanto estes dedicaram-se a estudos sobre os métodos de educação estrangeiros, por isso B.P. decidiu passar à prática, fazendo um acampamento na ilha de Brownsea de 15 de Julho a 9 de Agosto de 1907.
Escolheu 20 rapazes de várias classes sociais fazendo 4 equipas, tendo cada uma o mais velho, como chefe da mesma.
Desenvolveu o sentido de responsabilidade, disciplina e o interesse pelo ar livre, isto para além de diversas actividades (jogos de pista, jogos tradicionais, etc.). Devido ao êxito obtido era necessário prosseguir, por isso B.P. escreveu o “Scouting for Boys” (Escotismo para Rapazes) a fim de ser uma orientação para os jovens. Aproveitou os serviços de Arthur Pearson, que se ofereceu para financiar o movimento durante o 1ºano, e lançar um semanário “The Scout” (ainda hoje existente no Escotismo britânico).
Os jovens começaram a organizar-se e procuravam alguém que lhes pudesse servir de chefe. As iniciais B.P. lembravam-lhes a divisa “Be Prepared“ e nela estava o fascínio e glória obtida por B.P. em Mafeking.
B.P. não tinha intenção de fundar um novo movimento, mas sim proporcionar às organizações existentes (ACM, Brigada de Rapazes, Cadetes) elementos de trabalho para dinamizar as acções. Organizaram conferências e exposições do manual “Scouting for Boys”, facilitando a expansão do movimento pela Grã-Bretanha obrigando B.P. a criar uma organização nacional.
ESTAVA CRIADO O ESCOTISMO!
B.P. preocupou-se bastante com o facto de evitar a todo o custo as parecenças do Escotismo com o movimento militar. Escolhendo assim um uniforme sem qualquer semelhança ao do movimento militar, mas este foi inspirado na polícia Sul-Africana que ele próprio criou. Interditou também o uso de objectos militares.
Foram criados dois sistemas inovadores:- O de patrulhas: em que B.P. defendia a sua conservação e que se mantivessem intactos em qualquer circunstância.- O de insígnias: umas conquistadas pela prestação de provas-3º classe, 2ª classe e 1ª classe – e outras por aptidão por especialidades.
Em 1909, num rally em Glasgow, mais de 11000 escoteiros desfilaram perante B.P. com bandeiras em punho. E também não faltaram as raparigas que reivindicaram o seu direito de ser escoteiras, o que levou B.P., em colaboração com a sua esposa “Lady” Olave e sua irmã Agnes, a
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criar um movimento somente feminino – “Girls Guides” – recebendo este o impulso para a organização necessária.
“A expansão do Escotismo”
B.P. sugeriu o “Scouting” (Escotismo) para ser aplicado à educação dos rapazes britânicos através de organizações já existentes, mas foi surpreendido por uma expansão que o leva a organizar um movimento a nível nacional e a recrutar colaboradores para garantir o funcionamento de uma importante estrutura associativa.
A sua obra “Scouting for Boys” (Escotismo para Rapazes) foi traduzida rapidamente noutras línguas.Em 1908 nasceu o 1º grupo com alguns rapazes da cidade Cabo com um chefe eficiente.Em 1909 nasce a 1ª associação escoteira no estrangeiro (Chile).
A conselho do rei Eduardo VII B.P. deixou o exército e passou somente a dedicar-se ao Escotismo.
O êxito mundial do Escotismo ultrapassou tudo quanto se possa imaginar, presentemente está espalhado por cerca de 118 países.
A Origem do Escotismo em Portugal
“Precursores do Escotismo em Portugal”
A 17 de Agosto de 1912, o recém-fundador do “Boys Scouting” da União Cristã da Mocidade, que veio a ser o 1º da Associação dos Escoteiros de Portugal, realizou uma sessão de divulgação do “Scouting” que teve a presença de vários oradores. Durante os prospectos de propaganda, Dr. Leite Jr. Enalteceu a causa dos “Boys Scouts” como uma obra altamente educativa e moralizadora, evidenciando como um trabalho valioso, com que a Pátria tem muito a lucrar.
A 1ª tentativa de organizar um grupo de “Scouts” em território de administração portuguesa foi em Macau, em 1911 por iniciativa de Álvaro de Melo Machado. Trouxe projectos e ideias, para além do “Scouting for Boys”, para cá em 1914, mas faltou o apoio do governador e por isso rapidamente o grupo de Macau desapareceu.
A partir desta altura começaram a surgir alguns Grupos pelo mundo fora, mas alguns Grupos em Portugal, e vários foram os que reivindicaram o direito de “1º grupo em Portugal” em Coimbra, Porto, Olhão e Lisboa. Uma coisa é certa, foram os grupos 1, 2, e 3 os fundadores da Associação dos Escoteiros de Portugal (A.E.P), e constituíram o núcleo donde se iniciou o movimento, mas reconhece-se que simultaneamente eram criados outros grupos noutros pontos do país.
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A criação e a Origem da Associação dos Escoteiros de Portugal
“Os primeiros anos do Escotismo em Portugal”
A Associação Cristã da Mocidade de Lisboa, fundada em 1898, praticava actividades do agrado da juventude. Teve várias mudanças de corpos e elementos, e eis que surge a ideia de fundar um grupo com 2 chefes e nove elementos em 1912.
Vieram mais elementos e o grupo foi crescendo passando de 2 a 3 patrulhas. Criaram uma versão da Lei do Escoteiro, sendo esta uma adaptação do modelo britânico.
Inicia-se a propaganda não só através de demonstração, mas também através da revista “O Século” que a partir de 1912 começou a publicar artigos sobre o “Scouting”, fazendo apelos à constituição de grupos basicamente em escolas e liceus. Chegavam várias cartas à revista, mas as pessoas misturavam o exército com o “Scouting”, então Melo Machado resolveu logo o problema esclarecendo o mal-entendido.
Nasceu um novo grupo, 2º grupo, em Lisboa, em 1912 com 4 patrulhas e bastantes elementos para de dirigentes.
Começaram as demonstrações ”aqui e ali”, abrindo oficialmente a 1 de Dezembro de 1912.
Eram tantos efectivos que tiveram de mudar de sede! Houve várias mudanças no 2, principalmente na administração e presidência começando a aceitar mulheres. Este grupo pretendia criar estruturas, como se de uma associação se tratasse, por isso, embora filiados na A.E.P. constituíram a Ala de Lisboa.
Mais tarde nasce o 3 no Liceu de Pedro Nunes, sendo um Grupo muito ecléctico e curioso, e também bastante alegre. Para pertencer a este grupo era necessário ser aluno o Liceu do qual com bom aproveitamento, se os escoteiros interferissem nos estudos o aluno era afastado do movimento.
O grupo feneceu, mas voltou a aparecer em 1933, mas veio a proibição da existência de escoteiros nos estabelecimentos escolares e o grupo acabou.
Houve um naufrágio de um barco português no Canal da Mancha, frente à cidade de Hastings, salvando-se a tripulação e o grupo de escoteiros de Hastings. O pastor Lithgow, da igreja escocesa de Lisboa sugeriu o convite do grupo de Hastings a Portugal, tendo sido financiados pela colónia inglesa, estes escoteiros foram o exemplo para os nossos (em parte). Em consequência da visita começaram a surgir novos grupos e houve a necessidade de criar uma nova associação.
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“A Fundação da Associação dos Scouts de Portugal”
Era necessária uma identidade para dirigir o movimento, criando-se por isso a 6 de Setembro de 1913 a Associação dos Scouts de Portugal, por convergência dos grupos 1, 2 e 3.
Assim a partir de agora os “Scouts”, através da proposta de um elemento do 1, passaram a ser chamados escoteiros.
Começaram a surgir problemas, e a 1ª razão de desentendimento foi a fórmula do compromisso, tendo ficado estipulada uma que se assemelha a actual. Assim como se alterou a fórmula do compromisso também se alterou, não o sentido, mas as palavras da Lei do Escoteiro.
Nascem mais grupos e com estes mais problemas, já eram 8, quando o 7 e o 1 romperam com a Associação, o 1 pelo facto de o seu uniforme (preto e verde) deixar de ser aceite, e o 7 devido à rigidez de Melo Machado (Escoteiro-Chefe Geral da A.E.P.) nas actividades em Alfeite. Devido à rebeldia do 1 escoteiro (devido ao uniforme), chegou a haver incidentes com a polícia.
A “ASSOCIAÇÃO DE SCOUTS DE PORTUGAL”
Em 1911, o Sr. 1º Tenente Álvaro de Mello Machado fundou, em Macau, o primeiro Grupo de Escoteiros com 33 elementos em terras Portuguesas.
Foram os Grupos de Lisboa (1-Lisboa/Rato; 2-Lisboa/Ajuda e 3-Lisboa/Liceu Pedro Nunes) que em 6 de Setembro de 1913
fundaram a Associação dos Scouts de Portugal.
Mais tarde o nome Scouts oficial foi alterado, passando a: Escoteiros. Álvaro de Mello Machado, o jovem oficial de marinha, cheio de entusiasmo continuou a sua obra em Lisboa e, com a colaboração do grande pedagogo Dr. Sá Oliveira, então Reitor do Liceu Pedro Nunes, e de Roberto Moreton, lançou as bases da AEP da qual viria a ser Escoteiro-Chefe Geral, com o Reitor Sá Oliveira dirigindo a Presidência.
Desde a sua fundação, alheia a credos religiosos e partidarismos políticos, conseguiu a AEP a admiração e o respeito do povo e dos primeiros governos da República, graças à acção desenvolvida pelos escoteiros e dirigentes nos chamados anos heróicos do Escotismo Português, que se estendem até ao início de 1920.
Com a presença de vários escoteiros no 1º Jamboree Mundial, realizado no ano de 1920, em Londres, a AEP inicia as suas representações oficiais e participa em muitos eventos internacionais do Escotismo, tendo tido a grata missão de receber Baden-Powell aquando das suas visitas a Portugal em 1929 e 1934.
A AEP, aquando da comemoração do seu 40º aniversário, tinha a alegria de poder gozar ainda com a presença dos seus dois Fundadores.
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Actualmente a AEP encontra-se espalhada por Portugal. Importa referir que, em 1923, foi fundado em Portugal o Corpo Nacional de Escutas (CNE) Escutismo Católico Português o qual, tal como o nome indica, se destina apenas a jovens de confissão católica.
Ao celebrar noventa anos, a AEP continua a honrar e a orgulhar-se do lema proposto pelos seus fundadores: "Servir a Juventude".
Membro fundador da Organização Mundial do Movimento Escotista (1922).
Reconhecida como Benemérita (1917) e de Utilidade Publica (1980). Recebeu a Cruz Vermelha de Mérito (1924). Recebeu a Ordem de Benemerência (1931). Recebeu a Medalha do Instituto de Socorros a Náufragos (1974).
Hoje (a partir de 2005) a AEP passou a ter uma nova imagem social e encontra-se bem de saúde por todo o Continente e tem nas Regiões Autónomas da Madeira (excepto em Porto Santo) e nos Açores uma forte implementação, principalmente nas Ilhas de São Miguel (Região Oriental) e na Ilha Terceira (Região Central e Ocidental).
Noções da História do Escotismo na Madeira
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In “História da Associação dos Escoteiros de Portugal”
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 12
Cronologia histórica - Madeira
1917 – Surge o Escotismo na Ilha da Madeira com a fundação do Grupo 36
no Antigo Liceu Jaime Moniz.
1923 – O Grupo 36 é extinto.
1924 – A 30 de Julho, na rua 31 de Janeiro, é fundado o Grupo 47, anexo
ao Clube “Nau sem Rumo”.
1930 – A 1 de Dezembro inicia-se a fundação do Grupo 23, que teve
inicialmente a sua sede no Solar da D. Mécia, passando depois para Rua
do Bispo e mais tarde para o Monte.
1931 – O grupo 47 é extinto.
1931 – Inicia-se a fundação do Grupo 24.
1933 – Os grupos 23 e 24 são oficializados.
1933 – Humbert Martim, prestigiado Director da Secretaria Internacional do
Escotismo, é recebido pelos Grupos 23 e 24 da AEP, por Grupos do CNS
(CNE) e ainda representantes das Guias.
1934 – Uma Patrulha do grupo 24 participa no Acampamento Nacional no
Porto.
1936 – É fundado o Grupo 42.
1936 – Em Junho é nomeado delegado dos Serviços Centrais para a
Madeira e Comissário Regional o Tenente Coronel Vasco Silva.
1937 – Uma patrulha do grupo 24, a convite da Comunidade Inglesa na
Madeira, esteve no Jamboree em Gondolo, na Hungria, sendo os únicos
portugueses presentes.
1937 – Com o aparecimento da Mocidade Portuguesa a situação
complicou-se para os grupos existentes que aos pouco foram
desaparecendo levando á extinção da AEP na Madeira.
1967 – A AEP volta a nascer na Madeira por iniciativa dos Srs. António
Pestana, Manuel Andrade e António Teixeira que se propõem a reorganizar
o velho Grupo24.
1969 – A 10 de Junho é oficializada a abertura do Grupo 24, sendo
inicialmente a sua sede na Rua do Bispo nº42.
1973 - É Fundada a Secção A do Grupo 24 na Igreja Presbiteriana.
1974 – O Grupo 24 muda-se para a Rua da Mouraria nº34, sede que se
encontrava num estado muito precário.
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 13
1979 – Com a implantação da Associação Cristã da Mocidade na Madeira a
AEP volta a surgir em força, iniciando-se a formação de alguns Grupos.
1982 – São oficializados os Grupos 92; 101 e 106 no Funchal, o Grupo 102
em Machico e o Grupo 108 em Câmara de Lobos. Graças à criação destes
Grupos é formada a Região Escotista da Madeira.
1982 – É nomeado um Escoteiro Chefe Nacional Adjunto para a Região da
Madeira – o Chefe Alberto Castro.
1985 – Realiza-se na Aldeia do Padre Américo – Camacha o 1º
Acampamento Regional, com cerca de 420 Escoteiros.
1985 – No Porto Santo realiza-se o 1º Encontro Regional de Lobitos, o
“Lobitim 85”, que contou com a participação de cerca de 100 Lobitos dos
Grupos 101, 102,106 e 108.
1986 – Realiza-se nas “Carreiras”, junto ao Montado do Pereiro, o 2º
Acampamento Regional. Estiveram presentes cerca de 600 Escoteiros.
1987 – De 4 a 11 de Agosto a Região participa no 17º Acampamento
Nacional, com a maior representação de sempre, cerca de 250 Escoteiros.
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 14
Baden-Powell na Madeira
Ao contrário do que
está inscrito na História
do Escotismo
português, Baden-
Powell não esteve em
Portugal apenas duas vezes, mas sim várias
vezes. A maior parte delas na Madeira. Disso
dá-nos conta duas notícias do Diário da
Madeira, de 9 e 10 de Julho de 1931, altura
em que BP esteve na Madeira com a esposa.
Tendo mesmo, em entrevista ao Diário de 10
de Julho, após revista a uma parada de
Escoteiros e Guias, dito:
“Sou um grande admirador da Madeira, donde
levo sempre as mais gratas recordações, tanto
pela beleza da sua paisagem, como pelo
amável acolhimento que aqui me têm
dispensado. Sobre a organização dos
escoteiros na Madeira, devo dizer-lhe que muito aprecio o perfeito espírito
que preside à sua actividade. Para mim, foi também muito agradável o
progresso do grupo feminino. Ainda que por ora reduzido, ele constitui já
uma bela demonstração e peço-lhe que diga no seu jornal, que todos os
pais deviam auxiliar uma tal instituição, de tão elevados fins, permitindo que
as suas filhas com ela cooperassem e lhe imprimissem o necessário
desenvolvimento.”
“Vou muito bem impressionado da Madeira e estou certo que o escutismo
nesta formosa ilha alcançará em breve a expansão que por todos os
motivos se recomenda.”
Lord Baden Powell in Diário da Madeira
10 De Julho de 1931
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 15
Ter noções sobre a organização de um Grupo de Escoteiros
Organização – Hierarquia e Funções
Escoteiro-Chefe de Grupo: È o garante da divisão de Chefia do Grupo e é o representante máximo do seu Grupo perante os órgãos nacionais e regionais da AEP.
É o responsável de todas as actividades desenvolvidas pelas divisões e pelo Grupo; pode representar sozinho todo o Grupo, ajuda e orienta os Chefes de divisão. É o Guia da Patrulha de Chefia. Tem plenos poderes junto das Entidades Oficiais e Privadas. Pode exercer o direito de Veto e o Voto de qualidade.Pode ter como Adjuntos, os seguintes cargos:
Adjunto da Chefia de Grupo. Subchefes de Grupo. Auxiliares da Chefia de Grupo. Caminheiros em obtenção das Insígnias de Serviço nas divisões. Colaboradores exteriores que colaborem em Acções do Grupo.
Escoteiro-Chefe dos Serviços Administrativos: São o garante do bom funcionamento dos Serviços Administrativos e Financeiros do Grupo e são os co-responsáveis do Grupo perante os órgãos nacionais e regionais da AEP, nestas Áreas Administrativas. Tem poder junto das Entidades Oficiais e Privadas, desde que o ECG lhe tenha dado “liberdade de acção”.
São os responsáveis da verificação dos Relatórios de Contas e de Actividades de todas as actividades desenvolvidas pelas divisões; ajudam e orientam o Chefe de Grupo e das divisões. Não existem Subchefes dos Serviços Administrativos.
Estatutariamente não têm direito de Voto, mas o Chefe de Grupo pode estabelecer essa excepção por questões de Igualdade.
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 16
1.2
Ter noções sobre a organização de um Grupo de EscoteirosConhecer os distintivos de cargos EscotistasTer conhecimento do Uniforme EscotistaConhecer os cargos de Bando, Patrulha e Equipa e quais os seus distintivo
Podem ter como Adjuntos, os seguintes cargos: Auxiliares da Chefia de Grupo. Colaboradores exteriores que colaborem em Acções do Grupo.
Escoteiro-Chefe de Alcateia/Tribos/Clã: São o garante do bom funcionamento das divisões em que estão Nomeados e são os co-responsáveis máximos do Grupo perante os órgãos nacionais e regionais da AEP, destas divisões.São os responsáveis pelo cumprimento dos PAD´s e de todas as actividades desenvolvidas pelas divisões; ajudam e orientam os Subchefes das divisões. O Chefe de divisão tem direito a Voto.
Estatutariamente, os Subchefes não têm direito de Voto, mas o Chefe de Grupo pode estabelecer essa excepção por questões de Igualdade.
Podem ter como Adjuntos, os seguintes cargos:
Auxiliares da Chefia de Grupo. Colaboradores exteriores que colaborem em Acções do Grupo. Caminheiros em obtenção das Insígnias de Serviço nas divisões. Guias e Sub-Guias.
Adjunto da Chefia de Grupo: É um cargo único e substitui interinamente o Chefe de Grupo em caso de morte ou desaparecimento. Pode representar o Grupo perante os órgãos nacionais e regionais da AEP, com o conhecimento e autorização do ECG.
Pode ser Nomeado como responsável de algumas actividades desenvolvidas pelas divisões ou pelo Grupo; pode representar sozinho todo o Grupo, desde que o ECG lhe dê “poderes” para o fazer. É, caso exista, o Sub-Guia da Patrulha de Chefia.
Pode ter plenos poderes junto das Entidades Oficiais e Privadas. Não pode exercer o direito de Veto e o Voto de qualidade.
Pode ter como Adjuntos, os seguintes cargos:
Subchefes de Grupo. Auxiliares da Chefia de Grupo. Caminheiros em obtenção das Insígnias de Serviço nas divisões. Colaboradores exteriores que colaborem em Acções do Grupo.
Auxiliares da Chefia de Grupo: Podem ser Nomeados como responsáveis de algumas actividades desenvolvidas pelas divisões ou pelo Grupo. Não pode exercer o direito de Veto e o Voto de qualidade.
Pode ter como Adjuntos, os seguintes cargos:
Caminheiros em obtenção das Insígnias de Serviço nas divisões. Colaboradores exteriores que colaborem em Acções do Grupo.
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 17
Conhecer os distintivos de cargos Escotistas
Nota: A idade mínima para exercer os cargos de Chefe de Grupo é de 25 anos. Para Subchefe de Grupo, Chefe de Clã e Subchefe de Clã é de 22 anos.
Para Chefe da Tribo de Exploradores, a idade mínima é 20 anos.Para os restantes Chefes e Subchefes, a idade mínima é de 18 anos.A idade máxima para o exercício dos cargos de Chefe de Grupo, Subchefe de Grupo, Instrutor de Grupo e Chefe dos Serviços Administrativos é de 50 anos.Para Chefe de Clã é de 45 anos, para os restantes Chefes de Divisão é de 40 anos.
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 18
Chefe de ClãChefe da Tribo de Escoteiros
Chefe de Alcateia Chefe da Tribo de Exploradores
Subchefe de Alcateia
Sub-Chefes de… Sub-Chefes de… Subchefe de Clã
Chefe dos Serviços Administrativos
Assistente Religioso
Chefe de Grupo
Subchefe (s) de Grupo
Instrutor de GrupoAdjunto da Chefia
de Grupo
Auxiliar da Chefia de Grupo
Ter conhecimento do Uniforme Escotista
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 19
Escalpe de Patrulha
Distintivo de Etapa
Ombro Esquerdo
Distintivo de Localidade e Nº do Grupo
Distintivos de Especialidades
Ombro Direito
78
Escoteiro da AEP(Associação dos Escoteiros de Portugal)
Escuteiro do CNE(Corpo Nacional de Escutas)
Distintivo de
Portugal
Totem da Patrulha Cinto da AEP
Parvinho?Claro. O Lenço é usado por cima do
colarinho e o cinto é Civil.Sandálias com meias? De que planeta
és tu?A atitude e a postura dum escoteiro
deve ser hirta, firme e correcta.
Ser escoteiro assim na AEP? JAMAIS
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 20
Bolso Esquerdo
Insígnia Associativa
Bolso Direito
Insígnia do Bureau Mundial
Chapéu B.P.Lenço de Escoteiro
Jarreteiras e Meias
Listel
ESCOTEIROS DE PORTUGAL
OR
Saber os cargos de Bando, Patrulha e Equipa e quais os seus distintivos
Organização – Hierarquia e Funções
Guias de Clã: È a única divisão onde existe este Cargo na A.E.P.Coordenam todas as actividades desenvolvidas; representam, ajudam e orientam os Guias de Equipa.
Bolso Esquerdo
Guia de Clã
Guias de Patrulha/Equipa: Coordenam todas as actividades desenvolvidas; representam, ajudam e orientam a Patrulha ou a Equipa.
Guias de Bando: Representam, ajudam e orientam o bando.
Bolsos Esquerdos Manga Esquerda
Clã Escoteiro Explorador Alcateia
Sub – Guias: Auxiliam os Guias e substituem-nos em caso de ausência dos mesmos.Sub-Guias de Bando: Representam, ajudam e orientam o bando na falta do Guia.
Bolsos Esquerdos Manga Esquerda
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 21
Clã Escoteiro Explorador Alcateia
Secretário: Elabora todos os documentos do bando, patrulha ou equipa (cartas, actas, relatórios, etc.).
Tesoureiro: Coordena e regista todas as entradas e saídas de dinheiro do bando, patrulha ou equipa.
Arquivista: Arquiva, organiza e guarda todos os documentos do bando, patrulha ou equipa.
Guarda-Material: Guarda e mantém o material da patrulha (tendas, cantis, machados, serrões, etc.).
Bolso Esquerdo sem “pescadinhas”
O Lenço de Escuteiro
Mais do que uma simples peça do uniforme? Claro que sim! Que utilidade poderá ter o teu lenço de escuteiro?
Como pega para uma panela quente.
Depois de molhado, como protecção contra fumo ou pó.
Rapidamente pode substituir aquele pedaço de sisal que
não encontras, para remediar uma situação provisória.
Como venda para os olhos em jogos. Como ligadura (de braço ao
peito, ou outra qualquer).
Com jeito, para fazer de saco ou bolsa.
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 22
Para sinalar à distância ou chamar a atenção.
Para treinar nós, aumentando o grau de dificuldade em
relação ao uso de uma espia.
Como atadura temporária.
Outras utilidades:Para transportar pesos na cabeça, servindo de almofada. Numa situação temporária, fazer de cinto.Tapar, por exemplo, massa a levedar, ou alimentos frescos. Para filtrar água com sujidades naturais (poeira, folhas, erva)Para proteger o pescoço do sol, usando-o normalmente.
Curiosidades Durante muitos anos, os lenços dos escuteiros eram quadrados,
dobrados em triângulo e depois enrolados. Na lista de material individual pedido aos rapazes de Brownsea,
constava um lenço, preferencialmente de cor verde-escuro. Nas pontas, é tradição dar-se um nó simples para lembrar a Boa
Acção diária. O termo em inglês para o nosso lenço é “neckerchief” ou “scarf” Só por volta de 1923 é que se tornou hábito usar uma anilha nos
lenços, pois, até aí, era simplesmente usado um nó tipo gravata. Os escuteiros americanos só começaram a usar o lenço no
uniforme a partir de 1920.
Na Associação dos Escoteiros de Portugal, cada grupo tem um lenço próprio e todos os elementos das várias secções usam lenço igual.
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 23
Ter conhecimento genérico do esquema de progresso Escotista
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 24
1.3
Ter conhecimento genérico do esquema de progresso escotistaConhecer o significado da Insígnia Associativa e da Saudação EscotistaConhecer as bandeiras da Associação dos Escoteiros de PortugalSaber e compreender a Lei do EscoteiroSaber quais as outras Associações Escotistas e Guidistas existentes em Portugal
7 Aos 10/11 anos
Progresso Escotista
Pata-TenraPromessa
Lobito 1ª Estrela
Lobito 2ª Estrela
Lobito Alerta
Organização
Bandos(Cinzento, Ruivo, Branco, Preto e
Castanho)
Nomes Actividades
Caçadas
10/11 Aos 14 anos
Progresso Escotista
Aspirante
1ª EtapaC. H.
2ª Etapa
3ª EtapaEsp. I
Organização
Patrulhas(Animais)
Nomes Actividades
Aventuras
14 Aos 16/17 anos
Progresso Escotista
Aspirante
1ª EtapaC. H.
2ª Etapa
3ª EtapaEsp. I I
Organização
Patrulhas – (Animais)
Expedições – (mistas)
Nomes Actividades
Projectos
16/17 Aos 20 anos
Progresso Escotista
Aspirante
1ª EtapaC. H.
Investidura de Caminheiro
Ins. Aptidão
2ª Etapa
3ª Etapa
Organização
Equipas(sem Mística)
Nomes Actividades
Empreendimentos
Alcateia Tribo de Escoteiros
Tribo de Exploradores
Clã
Legenda:
C. H. – Compromisso de Honra.Esp. I – Insígnias de Especialidades de Escoteiros.Esp. II – Insígnias de Especialidades de Exploradores.Ins. Aptidão – Insígnias de Aptidão de Clã (Técnica, Projecto, Exploração e Serviço).
Conhecer o significado da Insígnia Associativa e da Saudação Escotista
1- Os Três artigos da Promessa2- A Agulha que indica o Norte3- As cinco chagas de Cristo4- Os trinta dinheiros porque Cristo foi vendido5- O anel de União e Fraternidade entre Escoteiros6- O listão sempre Pronto é o sorriso do Escoteiro7- O Nó da Boa Acção Diária8- O Primeiro Escudo de Don Afonso Henriques9- Os olhos de um Escoteiro, as pontas das estrelas são os dez artigos
da Lei do Escoteiro
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 25
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 26
Conhecer as bandeiras da Associação dos Escoteiros de Portugal
Bandeira do Grupo
Bandeira de Região
Bandeira da Associação
Saber de cor e compreender a Lei do Escoteiro
1ª – O Escoteiro é verdadeiro e a sua palavra é sagrada.2ª – O Escoteiro é leal.3ª – O Escoteiro é prestável.4ª – O Escoteiro é amigo de todos e irmão dos demais Escoteiros.5ª – O Escoteiro é cortês.6ª – O Escoteiro é respeitador e protector da Natureza.7ª – O Escoteiro é responsável e disciplinado.8ª – O Escoteiro é alegre e sorri perante as dificuldades.9ª – O Escoteiro é económico, sóbrio e respeitador dos bens dos outros.10ª – O Escoteiro é íntegro nos pensamentos, palavras e acções.
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 27
REGIÃO DA MADEIRA
GRUPO Nº 241 – S.Jorge - Madeira
0.80 metros
1.45 Metros
Saber quais as outras Associações Escotistas e Guidistas existentes em Portugal
A.E.P. – Associação dos Escoteiros de Portugal.
C.N.E. – Corpo Nacional de Escutas.
A.G.P. – Associação de Guias de Portugal.
F.A.E.P. – Fraternal dos Antigos Escoteiros de Portugal.
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Saber entoar o Hino Associativo
Eh lá! Eh lá!Quem sois vós rapazes?Eh lá! Eh lá!Podemos saber?Eh lá! Eh lá!Quem é que nós somos?Prestai atençãoQue vamos dizer?
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 29
1.4 Saber entoar o Hino Associativo
Eh lá! Eh lá! Eh lá! Eh lá!Pela Pátria vigilantesVivemos sem ter revesesPor divisa “Sempre Prontos”Escoteiros Portugueses!Eh lá! Eh lá! Eh lá! Eh lá!
As armas e os barões assinaladosQue, da ocidental praia lusitana,Por mares nunca dantes navegadosPassaram ainda além da Taprobana;E, em perigos e guerras esforçados,Mais do que prometia a força humana,Entre gente remota edificaramNovo reino que tanto sublimaram.
ESPÍRITO ESCOTISTA
Conhecer a Promessa de Lobito
Prometo fazer o melhor possível por:
1. Amar a minha fé, os meus Pais e cumprir a Lei da Alcateia;2. Praticar diariamente uma Boa Acção;
Saber e compreender o Compromisso de Honra
Prometo pela minha honra fazer todo o possível por:
1. Amar e servir a minha fé e à Pátria;2. Ajudar o próximo em todas as circunstâncias;3. Viver segundo a Lei do Escoteiro.
Conhecer o Compromisso de Honra dos Escoteiros-Chefes
Prometo pela minha honra:
1. Amar e servir a minha fé e à Pátria;2. Ajudar o próximo em todas as circunstâncias;3. Viver segundo a Lei do Escoteiro, prometendo cumprir e fazendo
cumprir os Estatutos e Regulamentos da Associação dos Escoteiros de Portugal no desempenho das minhas funções de Escoteiro-Chefe de … (cargo)...no Grupo 241 de S.Jorge – Madeira.
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 30
2.1
Conhecer a Promessa de LobitoSaber e compreender o Compromisso de HonraConhecer o Compromisso de Honra dos Escoteiros-ChefesLenda de S. Jorge de Antanho, patrono dos Escoteiros de todo o mundoConhecer o significado do dia do EscoteiroConhecer o significado do dia do PensamentoTer noção correcta do significado da Boa Acção Diária e do que simboliza o Nó da Boa Acção
A menção do nome de Deus ou de outra alusão religiosa é facultativa e individual.
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 31
Lenda de S. Jorge de Antanho, patrono dos Escoteiros de todo o mundo
B.P. comparou os Escoteiros de hoje aos cavaleiros, uma vez que estes se submetem voluntariamente a um compromisso, adoptam uma Lei ou Código de Honra e se entregam à prática do bem ao serviço dos que necessitam de
auxílio.
Conta a lenda que S. Jorge nasceu no ano 303 na Capadócia (antiga região situada na Turquia) e alistou-se na cavalaria, muito jovem.
Certa vez, em Silene, uma antiga cidade da Líbia, S. Jorge soube que, diariamente era escolhida à sorte uma pessoa da cidade, para ser oferecida como alimento a um dragão que vivia nas proximidades.
No dia da sua chegada à povoação, a sorteada foi Cleolinda, filha do rei. S. Jorge ficou indignado com a situação e prometeu a si mesmo que iria enfrentar a fúria do dragão para salvar a princesa.
Dirigiu-se ao pântano onde vivia o dragão e, com a sua lança matou-o. O rei, louco de alegria por não haver mais sofrimento na sua cidade e por ver salva a princesa, ofereceu a S. Jorge a mão da filha. Mas S. Jorge recusou e partiu, pois a promessa que fizera como cavaleiro obrigara-o a fazer o bem sem aceitar recompensa.
À semelhança de S. Jorge, também os Escoteiros devem estar Sempre Prontos a ajudar e auxiliar quem precisa, sem pensar em obter recompensas.
Conhecer o significado do Dia do EscoteiroDia Mundial do Escoteiro – 23 de Abril, dia de S. Jorge de Antanho. (ver lenda)
Conhecer o significado do Dia do Pensamento
Dia do Pensamento – 22 de Fevereiro, dia do nascimento de Lorde Robert Baden-Powell of Gilwell e da sua mulher Miss Olave Baden-Powell. (ver Vida de BP)
Ter noção correcta do significado da Boa Acção Diária e do que simboliza o Nó da Boa Acção
O Nó da Boa Acção é representado pelo nó direito que remata o listel “Sempre Pronto”. Pode também ser simbolizado por um nó numa das pontas do Lenço de Escoteiro.B.P. instituiu a Boa Acção Diária como princípio Escotista, à semelhança dos cavaleiros de outrora, para que os Escoteiros praticassem pelo menos uma Boa Acção por dia. O Nó da Boa Acção serve para que os Escoteiros tenham em mente este princípio e não se esqueçam de o praticar.
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 32
CIVISMO
Desenhar a bandeira Nacional e conhecer o significado dos seus símbolos e as honras que lhe são devidas
A 19 de Junho de 1911, depois de se implantar a República, a Bandeira Nacional substituiu a Bandeira da Monarquia Constitucional.
A Bandeira Nacional é dividida na vertical com duas cores fundamentais: verde, do lado esquerdo (ocupando 2/5), e vermelho à direita (ocupando 3/5). O verde, a cor da esperança, foi escolhido em honra de uma batalha onde esta cor deu a vitória aos portugueses. O vermelho representa o sangue derramado pelos portugueses nas batalhas.Ao centro, sobre as duas cores, está o Escudo de D. Afonso Henriques, e a Esfera Armilar Manuelina.A Esfera Armilar simboliza as viagens dos navegadores portugueses pelo Mundo, nos séculos XV e XVI, assim como as rotas das especiarias e do ouro, que, nestes tempos, eram a fonte de riqueza da nossa Pátria.
Quanto ao Escudo de D. Afonso Henriques, temos: - O Branco representa a paz; - As Quinas, a azul, representam as primeiras batalhas na conquista do
País (diz-se que são os cinco reis mouros vencidos na Batalha de Ourique por D. Afonso Henriques);
- Os cinco pontos brancos dentro de cada quina simbolizam as cinco chagas de Cristo; todos os pontos brancos somados (contando 2 vezes a quina do meio) resultam em 30 pontos que representam os 30 dinheiros por que Cristo foi vendido aos romanos;
- Os 7 castelos amarelos representam os castelos tornados aos mouros por D. Afonso Henriques.
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 33
3.1Desenhar a bandeira Nacional e conhecer o significado dos seus símbolos e as honras que lhe são devidas
Conhecer os preceitos a observar no Içar, no Arrear e na condução das bandeiras Nacional e de Grupo
Quanto à Bandeira Nacional:
- Ao ar livre, a bandeira iça-se ao nascer do sol e deve arrear-se ao pôr-do-sol.- Deve ser içada com determinação e arriada com cerimónia.- Deve ser içada diariamente, desde que o tempo o permita, e em todos os feriados nacionais e datas comemorativas, nos edifícios públicos e de entidades nacionais – nos próprios edifícios ou perto deles.- Deve ser içada ao som do Hino Nacional – Domingos e Feriados; Hino Associativo – outros dias.- Deve ser içada e arreada sempre acima das outras bandeiras.- Nenhuma outra bandeira deve estar mais alta do que a bandeira nacional.- Quando içada com outras, deve localizar-se: num mastro de 2 ou 3 bandeiras – à esquerda; num mastro de 5 ou mais bandeiras – no centro.- Quando içada a meia haste, deve primeiro içar-se a Bandeira até ao topo e depois descê-la.- Depois de içar a Bandeira Nacional, deve fazer-se a Saudação à Bandeira.- No arrear deve colocar-se a Bandeira no ombro direito para que ela não toque no chão.- Depois de arreada, a Bandeira deve dobrar-se em quadrado e entregue ao Chefe de Grupo (ou Chefe com o cargo mais elevado) em saudação.- Se é transportada com outra bandeira em desfiles ou paradas, a bandeira nacional é levada à direita da outra.- Se é transportada com outras bandeiras em desfiles ou paradas, a bandeira nacional é levada à frente da coluna formada pelas outras bandeiras ou estandartes, ou no centro quando o desfile é em linha, sempre mais alto.- A Bandeira Nacional não faz saudação em cerimónias (não se coloca na horizontal).- Quando é colocada numa janela ou noutro local semelhante, a parte verde deve estar à esquerda do observador.- Quando for colocada sem mastro junto a um orador deve estar atrás e por cima da sua cabeça.- Quando for colocada em púlpito deve ficar à direita das outras bandeiras.
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 34
3.2Conhecer os preceitos a observar no Içar, no Arrear e na condução das bandeiras Nacional e de Grupo
Entoar o Hino Nacional (Lusíadas 1º verso – 1ª estrofe)
Heróis do mar, nobre povo,Nação valente, imortalLevantai hoje de novoO esplendor de Portugal!Entre as brumas da memória,Ó Pátria sente-se a vozDos teus egrégios avós,Que há-de guiar-te à vitória!
Musica: Alfredo KeilPoesia: Henrique Lopes Mendonça
Entoar o Hino da Região Autónoma da Madeira
Do vale à montanha e do mar a serra,Teu povo humilde, estóico e valenteEntre a rocha dura te lavrou a terra,Para lançar, do pão, a semente:
Herói do trabalho na montanha agreste,Que se fez ao mar em vagas procelosas:Os louros da vitória, em tuas mãos calosasForam a herança que a teus filhos deste.
Por esse Mundo alémMadeira teu nome continuaEm teus filhos saudososQue além-fronteirasDe ti se mostram orgulhosos.
Por esse Mundo além,Madeira honraremos tua HistóriaNa senda do trabalhoNós lutaremosAlcançaremosTeu bem-estar e glória.
Letra de Ornelas TeixeiraMúsica de João Victor Costa
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 35
3.3Entoar o Hino Nacional (Lusíadas 1º verso – 1ª estrofe)Entoar o Hino da Região Autónoma da Madeira
Às armas, às armas!Sobre a terra, sobre o mar.Às armas, às armas!Pela Pátria lutar!Contra os canhões marchar, marchar!
PRIMEIROS SOCORROS
Saber tratar de pequenas feridas, escoriações e bolhas nos pés
… Todas as feridas, por mais pequenas que sejam,Precisam de ser tratadas…
Como tratar de imediato? 1. Examinar;2. Limpar;3. Desinfectar;4. Fazer penso.
Examinar a Ferida1. Desviar a roupa, se necessário;2. Avaliar a sua gravidade.
Se a ferida parecer muito profunda, se for muito extensa, ou se a hemorragia não puder ser travada com métodos simples, deve optar-se por pedir auxilio a uma pessoa especializada. Mas, se for uma ferida ligeira passa-se para…
Limpeza da Ferida1. Lavar bem as mãos e usar luvas se houver;2. Colocar a ferida debaixo de um jacto de água da torneira ou utilizar
soro fisiológico;3. Limpar com uma compressa humedecida, a zona da pele mais
intacta, perifericamente à ferida, partindo dos bordos para a região mais afastada. Limpar a ferida propriamente dita, do centro desta para o exterior. Repete-se este procedimento as vezes que forem necessárias, até eliminar toda a sujidade da ferida;
4. Secar a ferida com uma compressa.
Desinfecção da FeridaEmpapar a compressa esterilizada num desinfectante líquido (Eosina, Betadine Dermatológico, por exemplo) e passar sobre a ferida e à sua volta (usando movimentos únicos) – para remover os micro organismos que possam provocar uma infecção.
Não se deve utilizar: Algodão → podem libertar-se alguns filamentos
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 36
4.1
Saber tratar de pequenas feridas, escoriações e bolhas nos pésSaber estancar uma hemorragia nasalSaber os procedimentos básicos para pedir socorro
Desinfectante sob a forma de pomada → amolecem a pele Desinfectante sob a forma de pó → formam coágulos
Fazer Penso… Após a aplicação do desinfectante, convém deixar a ferida ao ar livre de modo a facilitar a sua cicatrização. Contudo se a ferida estiver numa zona muito exposta e exista um evidente risco de sujar ou de atritos:
1. Coloca-se uma compressa esterilizada;2. Fixa-se com adesivo anti alérgico ou coloca-se ligadura.
Em alguns casos coloca-se apenas um penso rápido.
Durante o tratamento da ferida, não se deve espirrar, tossir ou falar na direcção da ferida
Escoriações
Consistem numa lesão superficial na pele, provocada por um traumatismo ligeiro, que se cura rapidamente sem deixar cicatrizes.
O que fazer?
1. Limpar a escoriação;2. Aplicar gelo (protegido com um pano limpo ou compressa) sobre a
escoriação, o mais rapidamente possível, por períodos não superiores a 15 minutos → evita o sangramento e o inchaço;
3. Após 24 horas se se mantiver a dor persistir na aplicação de gelo.
Bolhas de Água nos Pés
Acumulação de fluido entre as camadas interna e externa da pele, devido à combinação de três factores – calor, humidade e fricção.
“Se conseguirmos eliminar qualquer um dos três factores, conseguimos prevenir as bolhas”
Como prevenir?
1. Não tomar banhos longos e de água quente antes das caminhadas, pois a pele amolece e fica mais propensa à formação de bolhas;
2. Aplicar vaselina entre os dedos → diminui o atrito;3. Verificar o perfeito ajuste das meias, que devem ser de algodão e
com o mínimo de costuras possível;4. Usar dois pares de meias;5. Em caso de caminhadas muito longas, substituir as meias, de modo
a manter os pés limpos e secos;6. Usar sapatos bem acomodados;7. Cuidar da higiene dos pés logo após a caminhada.
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 37
Como tratar?
1. Aliviar a zona lesada;2. Proceder à higiene normal do pé;3. Não furar a bolha, evitando assim, uma possível
infecção;4. Aplicar trombocide e proteger a zona lesada com
compressas embebidas em álcool → facilita no processo de absorção da bolha;
5. Se a bolha furar, não se deve remover a pele circundante, pois ajuda no processo de cicatrização. Neste caso faz-se penso com compressa gorda.
Saber estancar uma hemorragia nasal
A hemorragia nasal ou epistaxis, é uma hemorragia interna visível, provocada pela ruptura de vasos sanguíneos da mucosa nasal. Pode ser causada pelo esforço físico, exposição prolongada ao sol ou por elevadas temperaturas e, manifesta-se pela saída de sangue pelo nariz e às vezes também pela boca (quando em grande quantidade).
O que fazer?
Sentar a pessoa com o tronco inclinado para a frente para evitar a deglutição do sangue;
Se tiver sangue na boca, faça-o cuspir → se engolir poderá sentir náuseas ou vómitos;
Pedir para respirar pela boca; Comprimir com o dedo a narina que sangra, durante cerca de 10
minutos; Aplicar gelo ou compressas frias exteriormente, durante a
compressão; Se a hemorragia não parar, introduz-se na narina que sangra um
tampão coagulante ou compressa, fazendo pressão para que a cavidade nasal fique bem preenchida.
Se a hemorragia persistir, transportar a vítima para o Hospital
O que não fazer?
1. Deitar a vítima. “A região que sangra deve estar em posição mais elevada que o resto do corpo” → contribuirá para diminuir o fluxo de sangue circulante e, consequentemente, o sangramento.
2. Inclinar a cabeça para trás; 3. Permitir assoar → vai provocar mais hemorragia;4. Colocar algodão → poderá ficar agarrado no nariz.
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 38
Saber os procedimentos básicos para pedir socorro
Em caso de emergência ligue o 112:
Nº europeu de emergência; Linha gratuita
Mantenho sempre a calma, tento ser claro na informação prestada e sigo as indicações do operador
O que digo ao telefone?
1. Identificação;2. Nº de telefone que está a utilizar;3. Referência exacta do local do acidente;4. Nº de acidentados, idade, sexo, estado de consciência;5. Pequena história do acontecimento.
Respondido às questões do operador, devo certificar-me com o mesmo se posso desligar a chamada.
Exemplo:
“Por favor preciso de ajuda!Sou escoteira, chamo-me Anita, estou a ligar do nº 961111100 e
encontro-me no Largo da Fonte no Monte, mais precisamente, junto ao Café Parque, com uma colega, que subitamente desmaiou. Ela tem 14 anos. Está inconsciente há mais ou menos 10 minutos. Tem pulso e respira. Não tem ferimentos, nem hemorragias visíveis. Está a transpirar muito e está pálida. Estávamos num jogo de pistas, em andamento normal, quando tudo aconteceu. Precisa de mais alguma informação? Precisa que repita alguma coisa? Posso desligar?”
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 39
OBSERVAÇÃO E OBSERVAÇÃO
Conhecer a história do Kim – Kimball O´ Hara
Kimball O´Hara era um menino que vivia numa aldeia onde todas as pessoas se conheciam.
Certa vez, apareceu por lá um forasteiro, que ninguém sabia quem era. O Kim reparou no homem e, como era muito observador, viu que lhe faltava um cardo (piton) na sola de uma das botas.
No dia seguinte a população da aldeia acordou em alvoroço.
Ouviu-se um grito estridente pela manhã e todas as pessoas correram para a casa de onde vinha o barulho, inclusive o Kim. Tinha sido assaltada uma velhota. Depois de observar o local, o Xerife concluiu que não conseguiria desvendar o crime por não haver nenhum sinal do ladrão.
Mas o Kim, não ficou satisfeito e dispôs-se, desde logo, a investigar o caso. Enquanto examinava a casa da velhota, descobriu uma pegada no chão, essa pegada tinha sido deixada por uma bota sem um dos cardos. O Kim relacionou, de imediato, o criminoso com o forasteiro que lhe tinha chamado a atenção no dia anterior e desvendou o crime.
Tal como o Kim, os Escoteiros devem também estar sempre atentos àquilo que os rodeia, quem sabe um dia não vão ter a oportunidade de desvendar um crime…
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 40
5.1Conhecer a história do Kim – Kimball O´ HaraSaber desenhar e identificar, pelo menos, 15 sinais de pista diferentes
Saber desenhar e identificar, pelo menos, 15 sinais de pista diferentes
Descrição Sinais
Caminho a seguir.
Caminho a evitar.
Início de jogo.
Fim de jogo.
Acampamento na direcção da seta.
Mensagem a X passos.
Água potável.
Água não potável.
Divisão da patrulha em dois grupos.
Saltar obstáculo.
Transpor obstáculo (vala, rio, latrina, etc.).
Correr a toda a velocidade.
Sinalização de caminho a seguir e caminho a evitar.
Voltar ao início de jogo.
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 41
Conhecer os pontos cardeais e colaterais e indicar as suas direcções
PONTO CARDEAL
OUTROS NOMES AZIMUTE DESCRIÇÃO
NORTE Setentrião 0ºPonto fundamental a que se referem normalmente as direcções
SUL Meridião; Meio-dia 180ºAo meio-dia solar o sol encontra-se a Sul do observador
ESTELeste; Levante;
Oriente; Nascente90º
Direcção de onde nasce o sol
OESTEPoente; Ocidente;
Ocaso270º
Direcção onde o sol se põe; também aparece como W ("West")
PONTOS COLATERAIS
NE Nordeste 45º
SE Sueste 135º
SO Sudoeste 225º
NO Noroeste 315º
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 42
5.2
Conhecer os pontos cardeais e colaterais e indicar as suas direcçõesSaber tirar um AzimuteNoções básicas de Orientação
N
EO
NE
SESO
NOCardeais
N – Norte
S – Sul
O – Oeste
E – Este
Colaterais
NE – Nordeste
SE – Sudeste
SO – Sudoeste
NO – Noroeste
PONTOS SUB-COLATERAIS
NNE Nor-Nordeste 22,5º
ENE Lés-Nordeste 67,5º
ESE Lés-Sueste 112,5º
SSE Su-Sueste 157,5º
SSO Su-Sudoeste 202,5º
OSO Oés-Sudoeste 247,5º
ONO Oés-Noroeste 292,5º
NNO Nor-Noroeste 337,5º
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 43
Saber tirar um Azimute
A BÚSSOLA
MODO DE SEGURAR NUMA BÚSSOLA Ao usares a bússola, deves sempre colocá-la o mais na horizontal possível. Se fizeres leituras com a bússola inclinada estarás a cometer erros.O polegar deve estar correctamente encaixado na respectiva argola, com o indicador dobrado debaixo da bússola, suportando-a numa posição nivelada.
NOMENCLATURA DE UMA BÚSSOLANunca se devem fazer leituras com a bússola perto de objectos metálicos ou de circuitos eléctricos. Assim, podes ver no quadro a baixo exemplos de objectos e respectivas distâncias que deves respeitar quando quiseres fazer uma leitura da tua bússola.
DISTÂNCIAS MÍNIMAS DE UTILIZAÇÃO DA BÚSSOLA
OBJECTO DISTÂNCIA
Linhas de alta tensão 60 M
Camião 20 M
Fios telefónicos 10 M
Arame farpado 10 M
Carro 10 M
Machado 1,5 M
Tacho 1 M
O QUE É UM AZIMUTE
Um azimute é uma direcção definida em graus, variando de 0º a 360º. Existem outros sistemas de medida de azimutes, tais como o milésimo e o grado, mas o mais usado pelos Escuteiros é o Grau. A direcção de 0º grau corresponde ao Norte, e aumenta no sentido directo dos ponteiros do relógio.
Exemplo de um azimute de 60º
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 44
Há 3 tipos de azimutes a considerar:
Azimute Magnético: quando medido a partir do Norte Magnético (indicado pela bússola)Azimute Geográfico: quando medido a partir do Norte Geográfico (direcção do Polo Norte)Azimute Cartográfico: quando medido a partir do Norte Cartográfico (direcção das linhas verticais das quadrículas na carta)
COMO DETERMINAR O AZIMUTE MAGNÉTICO DE UM ALVO
Querendo-se determinar o azimute magnético de um alvo usando uma bússola há que, primeiro, alinhar a fenda de pontaria com a linha de pontaria e com o alvo. Depois deste alinhamento, espreita-se pela ocular para o mostrador e lê-se a medida junto ao ponto de referência. Todo este processo deve ser feito sem deslocar a bússola, porque assim alteraria a medida. O polegar deve estar correctamente encaixado na respectiva argola, com o indicador dobrado debaixo da bússola, suportando-a numa posição nivelada.
COMO APONTAR UM AZIMUTE MAGNÉTICO
Querendo apontar um azimute magnético no terreno, para se seguir um percurso nessa direcção, por exemplo, começa-se por rodar a bússola, constantemente nivelada, de modo a que o ponto de referência coincida com o azimute pretendido. Isto é feito mirando através da ocular para o mostrador. Uma vez que o ponto de referência esteja no azimute, espreita-se pela fenda de pontaria e pela linha de pontaria, fazendo coincidir as duas, e procura-se ao longe, um ponto do terreno que possa servir de referência. Caso não haja um bom ponto de referência no terreno, pode servir a vara de um Escuteiro que, entretanto, se deslocou para a frente do azimute e se colocou na sua direcção.
O AZIMUTE INVERSOO Azimute Inverso é o azimute de direcção oposta. Por exemplo, o Azimute Inverso de 90º (Este) é o de 270º (Oeste). Para o calcular basta somar ou subtrair 180º ao azimute em causa, consoante este é, respectivamente, menor ou maior do que 180º.
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 45
EXEMPLO DOS CÁLCULOS PARA CALCULAR O AZIMUTE INVERSO DE 65º E DE 310º
Azimute Operação Azimute Inverso
65ºComo é inferior a 180º deve-se somar 180º
65º + 180º = 245º
310ºComo é superior a 180º deve-se subtrair 180º
310º - 180º = 130º
COMO MARCAR UM AZIMUTE NUMA CARTA
Para marcar um azimute numa carta, basta usares um transferidor. Coloca-se a base do transferidor (linha 0º - 180º) paralelo às linhas verticais das quadrículas da carta e o ponto de referência sobre o ponto a partir do qual pretendemos traçar o azimute. De seguida faz-se uma marca na carta mesmo junto ao ponto de graduação do transferidor correspondente ao ângulo do azimute que pretendemos traçar. Por fim, traçamos uma linha a unir o nosso ponto de partida e a marca do azimute.
Exemplo para marcar um azimute de 55º a partir de uma Igreja
A Igreja, a partir da qual se pretende marcar um azimute de 55º
O transferidor alinhado com as linhas verticais das quadrículas, e com o ponto de referência sobre a igreja.
O azimute de 55º traçado a partir da Igreja e passando pela marca correspondente aos 55º graus.
MÉTODO DA TRIANGULAÇÃO PARA DETERMINAR A NOSSA POSIÇÃO NUMA CARTA
Este método permite-nos localizar, com bastante precisão, a nossa posição numa carta.
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Segue-se um exemplo de como utilizar este método. Começa-se por identificar, no terreno e na carta, dois pontos à vista. Neste caso escolheu-se um marco geodésico e um cruzamento, pois ambos estão à vista do observador e são facilmente identificáveis na carta através dos seus símbolos. De seguida, com a bússola determinam-se os azimutes dos dois pontos, 340º e 30º, respectivamente para o marco geodésico e para o cruzamento.
Conhecidos os azimutes, passamos a calcular os azimutes inversos respectivos: 160º é o azimute inverso de 340º e 210º é o de 30º. Na carta, e com o auxílio de um transferidor, traçam-se os azimutes inversos a partir de cada um dos pontos (160º para o marco geodésico e 210º para o cruzamento). O ponto onde as linhas dos dois azimutes inversos se cruzam corresponde à nossa localização.
MÉTODO DA TRIANGULAÇÃO PARA IDENTIFICAR UM PONTO DO TERRENO NA CARTA
Este método permite-nos, com bastante precisão, identificar um determinado ponto do terreno à nossa frente na carta. O seguinte exemplo usa a mesma localização que o anterior. Desta vez, pretende-se localizar na carta o ponto onde está o Totem de Patrulha.
É preciso que um escuteiro vá até aos dois pontos com uma bússola e meça os azimutes desses pontos para o Totem. Depois disso, não é preciso calcular os azimutes inversos, porque basta usar os mesmos azimutes para traçar as linhas na carta e obter os pontos (tal como na figura do exemplo anterior).
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SEGUIR AZIMUTES EM LONGOS PERCURSOS
Quando pretendes seguir uma determinada direcção (azimute) durante um longo percurso, eis uma técnica simples para que mantenhas a direcção correcta ao avançares no terreno.
Tal como na figura, o escoteiro A, que possui a bússola, começa por visualizar o azimute pretendido, enquanto os outros dois escoteiros, mais longe, tentam alinhar as suas varas com o azimute. O escuteiro A tem de lhes dar as indicações necessárias (esquerda ou direita) para eles se moverem e ficarem alinhados. A seguir, o escuteiro A caminha até ao B, e coloca-se exactamente no sítio da vara. O escuteiro B parte levando a sua vara, passa pelo escuteiro C e vai-se colocando mais longe ainda, seguindo as ordens do escuteiro A de e maneira a se alinhar com o azimute.
O escuteiro A avança até ao C e coloca-se também no lugar da vara, sendo agora a vez do escuteiro C partir e ir-se colocar para lá do escuteiro B. Este processo repete-se sempre, até chegar ao fim do percurso. Quanto mais complicada for a natureza do terreno, mais curtas devem ser as distâncias entre os 3 escuteiros. No caso de ser no meio de mato denso, como por exemplo uma mata de acácias, torna-se necessário encurtar as distâncias para menos de 10 metros.
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Noções básicas de Orientação
ORIENTAÇÃO PELO SOL COM O RELÓGIO
HEMISFÉRIO NORTE
Para o Hemisfério Norte (onde se encontra Portugal), o método a usar é o seguinte: mantendo o relógio na horizontal, com o mostrador para cima, procura-se uma posição em que o ponteiro das horas esteja na direcção do sol. A bissectriz do menor ângulo formado pelo ponteiro das horas e pela linha das 12h define a direcção Norte-Sul.
HEMISFÉRIO SUL
No caso do Hemisfério Sul, o método é semelhante só que, neste caso, é a linha das 12h que fica na direcção do sol, fazendo-se depois do mesmo modo a bissectriz entre o ponteiro das horas e a linha das 12h.
HORÁRIO DE VERÃO
No caso do horário de verão, em que o adiantamento do horário legal em relação ao horário solar é maior, deve-se dar o devido desconto. Há dois processos: o primeiro consiste em desviar um pouco (alguns graus) a linha Norte-Sul para a direita; o segundo processo resume-se a "atrasar" a hora do relógio de modo a se aproximar mais da hora solar.
No caso de o relógio ser digital, o problema resolve-se desenhando um relógio no chão, com um ramo ou mesmo com a vara., começando-se por desenhar primeiro o ponteiro das horas, que é o que deve ficar apontado para o sol (no Hemisfério Norte).
ORIENTAÇÃO PELO MÉTODO DA SOMBRA DA VARA
Este método não oferece uma precisão exacta, devendo ser aplicado ou de manhã ou de tarde. Não é necessário que seja uma vara propriamente. De facto, este método permite que seja usado qualquer ramo, direito ou torto, ou até mesmo usar a sombra de um ramo de uma árvore, uma vez que apenas interessa a sombra da ponta do objecto que estamos a usar.
Assim, começa-se por marcar no chão, com uma pedra, uma estaca ou uma cruz, o local onde está a ponta da sombra da vara. Ao fim de algum tempo, a sombra moveu-se e voltamos a marcar do mesmo modo a ponta da sombra da vara. Se unirmos as duas marcas, obtemos uma linha que define a direcção
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Este-Oeste.
O tempo que demora a obter um deslocamento da sombra (bastam alguns centímetros) depende também do comprimento da vara. Assim, uma vara de 1m de comprimento leva cerca de 15 minutos a proporcionar um deslocamento da sombra suficiente para se aplicar este método.
ORIENTAÇÃO PELO MÉTODO DAS SOMBRAS IGUAIS
Este método é muito mais preciso do que o anterior, mas é mais exigente na sua execução. A hora ideal para o aplicar é por volta do meio-dia solar e a vara a usar deve ficar completamente vertical e proporcionar pelo menos 30cm de sombra.
Começa-se por marcar, com uma pedra ou uma estaca, a ponta da sombra da vara. Com uma espia atada a uma estaca e a outra ponta atada à vara, desenha-se um arco cujo centro é a vara e raio igual ao comprimento da sombra inicial marcada, tal como na figura da esquerda.
Com o passar do tempo, a sombra vai-se encurtando e deslocando, mas a partir de certa altura volta a aumentar o seu comprimento e acaba por chegar até ao arco que foi desenhado no chão. Marca-se então o local onde incide a ponta da sombra. Unindo as duas marcas, obtemos uma linha que define a direcção Este-Oeste, tal como na figura da esquerda. Uma vez que a vara está exactamente à mesma distância entre as duas marcas, é fácil traçar então a linha da direcção Sul-Norte.
Usando um ramo com ponta bifurcada, uma vara ou ramo e algumas pedras, monta-se um sistema como o da figura à esquerda. As pedras ajudam a segurar a vara. Dependurando na ponta da vara um fio com uma pedra atada na ponta, obtém-se uma espécie de fio-de-prumo que garante, assim, termos uma linha exactamente vertical, tal como se exige neste método.
ORIENTAÇÃO POR INDÍCIOS
O Escoteiro deve ainda saber orientar-se por indícios que pode encontrar no campo e nas aldeias.
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CARACÓIS – encontram-se mais nos muros e paredes voltados para Leste e para Sul.
FORMIGAS - têm o formigueiro, especialmente as entradas, abrigadas dos ventos frios do Norte.
IGREJAS - costumavam ser construídas com o Altar-Mor voltado para Este (nascente) e a porta principal para Oeste (Poente), o que já não acontece em algumas as igrejas de construção recente.
CAMPANÁRIOS E TORRES - normalmente possuem no cimo um cata-vento, o qual possui uma cruzeta indicando os Pontos Cardeais.
CASCAS DAS ÁRVORES - a casca das árvores é mais rugosa e com mais fendas do lado que é batido pelas chuvas, ou seja, do lado Norte.
FOLHAS DE EUCALIPTO - torcem-se de modo a ficarem menos expostas ao sol, apresentando assim as «faces» viradas para Leste e Oeste.
MOINHOS - as portas dos moinhos portugueses ficam geralmente viradas para Sudoeste.
INCLINAÇÃO DAS ÁRVORES - se soubermos qual a direcção do vento dominante numa região, através da inclinação das árvores conseguimos determinar os pontos cardeais.
MUSGOS E COGUMELOS - desenvolvem-se mais facilmente em locais sombrios, ou seja, do lado Norte.
GIRASSÓIS - voltam a sua flor para Sul, em busca do sol.
ORIENTAÇÃO POR INFORMAÇÕES
Quando quiseres saber para que lado ficam os pontos cardeais, e onde haja pessoas (habitantes locais), podes sempre fazer algumas perguntas simples que qualquer pastor ou agricultor te saberá responder:
De que lado nasce o sol?
De que lado nasce a lua?
Ao meio-dia de que lado da casa faz sombra?
Etc.
ORIENTAÇÃO PELA LUA
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Tal como o sol, a Lua nasce a Leste; a hora a que nasce depende da sua fase.
A Fase da Lua depende da posição do sol. A parte da Lua que está iluminada indica a direcção onde se encontra o sol.
Para saber se a face iluminada da Lua está a crescer (a caminho da Lua Cheia), ou a minguar (a caminho da Lua Nova), basta seguir o dizer popular de que «a Lua é mentirosa». Assim, se a face iluminada parecer um «D» (de decrescer) então está a crescer. Se parecer um «C» (de crescer) então está a decrescer ou (minguar).
Quadro com a direcção da Lua em função da sua Fase e da Hora
HORA
12h SE E NE N NO O SO S
15h S SE E NE N NO O SO
18h SO S SE E NE N NO O
21h O SO S SE E NE N NO
24h NO O SO S SE E NE N
3h N NO O SO S SE E NE
6h NE N NO O SO S SE E
9h E NE N NO O SO S SE
ORIENTAÇÃO PELAS ESTRELAS
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A orientação pelas estrelas é um dos métodos naturais mais antigos em todas as civilizações. As constelações mais usadas pelos Escoteiros, no Hemisfério Norte, são a Ursa Maior, Ursa Menor, Oríon e a Cassiopeia.
A URSA MAIOR
A Ursa Maior é uma das constelações que mais facilmente se identifica no céu. Tem forma de uma caçarola, embora alguns povos antigos a identificassem como uma caravana no horizonte, bois atrelados, uma concha e mesmo um homem sem uma perna. O par de estrelas Merak e Dubhe formam as chamadas «Guardas», muito úteis para se localizar a Estrela Polar. Curiosamente existem duas estrelas (Mizar e Alcor) que se confundem com uma apenas, mas um bom observador consegue distingui-las a olho nu.
A URSA MENOR
A Ursa Menor, ligeiramente mais pequena que a Ursa Menor, é também mais difícil de identificar, principalmente com o céu ligeiramente nublado, uma vez que as suas estrelas são menos brilhantes. A sua forma é idêntica à da Ursa Maior. Na ponta da sua «cauda» fica a Estrela Polar, bastante mais brilhante que as outras estrelas e fundamental para a orientação. Esta estrela tem este nome precisamente por indicar a direcção do Polo Norte. As restantes constelações rodam aparentemente em torno da Estrela Polar, a qual se mantém fixa.
ORION ou ORIONTE
A constelação de Oríon (ou Orionte) é apenas visível no Inverno, pois a partir de Abril desaparece a Oeste, mas é muito facilmente identificável. Diz a mitologia que Oríon, o Grande Caçador, se vangloriava de poder matar qualquer animal. O terrível combate que travou com o Escorpião levou os deuses a separá-los. A constelação de Escorpião encontra-se realmente na região oposta da esfera celeste, daí nunca se conseguirem encontrar estas duas constelações ao mesmo tempo acima do horizonte.
A constelação de Oríon parece, assim, um homem, sendo as estrelas Saiph e Rigel os pés. Ao meio aparecem 3 estrelas em linha recta, que se reconhecem imediatamente, dispostas obliquamente em relação ao horizonte. Este trio forma o Cinturão de Oríon, do qual pende uma espada, constituída por outras 3 estrelas, dispostas na vertical.
Prolongando uma linha imaginária que passe pela estrela central do Cinturão de Oríon, passando pelas 3 estrelas da «cabeça», vamos encontrar a Estrela Polar.
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A ORIENTAÇÃO PELAS ESTRELAS
Se traçarmos uma linha imaginária que passe pelas duas «Guardas» da Ursa Maior e a prolongarmos 5 vezes a distância entre elas, iremos encontrar a Estrela Polar. A figura ilustra este procedimento e mostra também o sentido de rotação aparente das constelações em torno da Estrela Polar, a qual se mantém fixa.
Se prolongarmos uma linha imaginária passando pela primeira estrela da cauda da Ursa Maior (a estrela Megrez) e pela Estrela Polar, numa distância igual, iremos encontrar a constelação da Cassiopeia, em forma de «M» ou «W», a qual é facilmente identificável no céu. Assim, a Cassiopeia e a Ursa Maior estão sempre em simetria em relação à Estrela Polar.
Para obter o Norte, para nos orientarmos de noite, basta descobrir a Estrela Polar. Se a «deixarmos cair» até ao horizonte, é nessa direcção que fica o Norte.
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SINALAGEM E FORMATURAS
Conhecer os sinais de formatura, dados com movimentos de braços
Formatura em Linha Formatura em Colunas
Formatura em Quadrado Formatura em Estrela
Formatura em Círculo Formatura em Semicírculo
Formatura em Ferradura
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6.1
Conhecer os sinais de formatura, dados com movimentos de braçosConhecer as Ordens de formaturaConhecimento básico dos sinais sonoros (apito)
Conhecer as Ordens de formatura
Para Lobitos e Escoteiros:
Para o Guia de Alcateia e Escoteiros com vara:
Hoje em dia, já não existe a posição de “firme” para os Escoteiros em formatura!
A Saudação Escotista tem uma única forma de ser executada – com ou sem Totem!
Conhecimento básico dos sinais sonoros (apito)
1 Apito
Corresponde a uma chamada de guias se estiver no acampamento ou atenção se estiver fora do acampamento.
2 Apitos
Trata-se da chamada de monitores. Peça para os demais se afastarem.
3 Apitos
Trata-se de uma chamada geral., Todos devem procurar a sua patrulha imediatamente para se formarem junto ao chefe que apitou obedecendo ao seu sinal manual.
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À vontade Sempre Pronto
À vontade Sempre Pronto
PIONEIRISMO
Noções básicas da utilidade do Pioneirismo; Finalidades
Todo o escoteiro deve saber fazer nós. Eles são essenciais para o acampamento e também para a vida do dia-a-dia.
Um nó, para ser considerado bom deve satisfazer as seguintes condições:- Simplicidade em ser feito- Apertar à medida que o esforço sobre ele aumentar.- Facilidade em ser desatado
A melhor forma de aprender a fazer nós é pedindo a alguém, que saiba, que te ensine. Depois a prática fará o resto.
Da perfeição de um nó pode depender uma vida.
Existem muitos nós, cada um com a sua utilidade diferente. Vamos aqui abordar alguns deles que podemos classificar do seguinte modo:
Nós de travagem – São destinados a rematar a ponta de uma corda de modo a engrassá-la ou evitar que se desfie.
Nós de Junção – Servem para ligar entre si duas cordas de espessura igual ou diferente.
Nós de salvamento – São considerados como tal, os formados por uma ou mais alças que não correm e destinados a subir ou descer pessoas ou objectos.
Nós de Ligação – São utilizados quando se pretende ligar varas ou troncos. A corda necessária à sua execução é proporcional ao diâmetro das varas ou troncos utilizados, e por cada centímetro de diâmetro é necessário 30 centímetros de corda.
Nós diversos – São aqueles que não se enquadram dentro dos capítulos anteriores.
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7.1
Noções básicas da utilidade do Pioneirismo; FinalidadesExecução e utilidades dos nós: Direito; Escota; Correr; Pescador e Volta do FielExecução e utilidades das seguintes amarras: Botão em Cruz; Botão em Esquadria
Falcaças – Utilizam-se em volta do seio de um cabo de maior diâmetro de espessura segurando-o.
Costuras – Utilizam-se nos chicotes de um cabo para que este não se desfie.
A espessura de uma corda é designada por bitola (fig.1) e é a partir do seu valor que sabemos se se trata de uma espia (bitola igual ou inferior a 1 cm.)
Cabo solto ou solteiro é aquele que, não tendo uma utilidade específica, serve para qualquer trabalho.
Num cabo ou numa espia, as extremidades têm o nome de pontas ou chicotes e no caso de a corda estar amarrada, a extremidade que segue o nó tem o nome de Lado Firme e a parte restante da corda designa-se por seio (Fig.2).
A volta na corda que forma um olhal chama-se Cote (Fig.3) e será directo se o cruzamento se der com o chicote por cima do seio, e inverso se o chicote passar por baixo.
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Execução e utilidades dos nós: Direito, Escota, Pescador, Correr e Volta de Fiel
Nó Direito
Serve para unir duas cordas Com a mesma bitola.
Nó de Escota
Serve para unir duas cordas de bitola diferente.
Nó de Correr
Forma uma argola que se desfaz facilmente puxando as duas pontas em sentido oposto.
Útil para puxar ou suspender objectos.
Nó de Pescador
Serve para unir duas cordas, tendo a facilidade de encurtar de o comprimento total
da união.
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Volta de Fiel
Serve para começar e acabar amarrações ou para atar uma corda a um pau ou árvore.
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Execução e utilidades das seguintes amarras: Botão em Cruz; Botão em Esquadria
Botão em CruzServe para aproximar e unir duas varas que se encontram
formando um ângulo agudo. É menos usada que o Botão em Esquadria, mas é muito utilizada na construção de cavaletes de
ponte, pórticos, etc. Para começar usa-se a Volta da Ribeira apertando fortemente as duas peças, dão-se três voltas
redondas em torno das varas no sentido dos ângulos e, em seguida, mais três voltas no sentido dos ângulos suplementares,
arrematando-se com um anel de duas ou três voltas entre as peças (enforcamento) e uma Volta de Fiel para encerrar. Pode-
se também encerrar unindo a ponta final à inicial com um nó direito.
Botão em EsquadriaÉ usada para unir dois troncos ou varas mais ou menos em ângulo recto. O cabo deve medir aproximadamente setenta
vezes o diâmetro da peça mais grossa. Começa-se com uma Volta de Fiel bem firme ou uma Volta da Ribeira. A ponta que
sobra desse nó, deve ser torcida com o cabo para maior segurança ou utilizada para terminar a amarra, unindo-se a
ponta final com um nó direito. As toras ou varas são rodeadas por três voltas completas redondas entre as peças
(enforcamento), concluindo-se com a Volta do Fiel na vara oposta ao que se deu o nó de início ou com o nó direito na
extremidade inicial.
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VIDA NO CAMPO
Noções básicas de montagem e desmontagem de uma tenda
Acampar é uma das melhores maneiras de estar em contacto directo com a Natureza. Mas para o fazeres, para além de seguires algumas regras básicas de conduta ambiental, deves saber como montar bem uma tenda.
É fantástico passar o fim-de-semana no meio do campo desfrutando da calma, do ar puro e dos sons que tão raramente escutamos, como o canto de uma ave ou a água de um ribeiro a correr.
Mas para passar a noite fora, a menos que prefiras dormir ao relento, precisas de uma montar uma tenda. Achas que sabes tudo sobre o assunto? Vamos ver se te conseguimos surpreender!...
O primeiro passo na montagem de uma tenda começa muito antes de a abrirmos e colocarmos no chão. É importante que te lembres que o denominado "campismo selvagem" é proibido no nosso país. Se não quiseres ir para um parque de campismo, deves sempre pedir autorização ao proprietário do terreno ou à entidade por ele responsável para poderes acampar. Alguns locais podem ser muito tentadores mas é melhor utilizá-los
apenas para caminhadas, acampando em sítios adequados para o efeito.
Escolhida a área, é necessário agora decidir em que ponto específico vamos erguer a nossa "habitação temporária". Se prevês que vai chover, os cuidados a ter nesta fase são particularmente importantes. Escolhe sempre um local ligeiramente inclinado e o mais regular possível. Garantes assim uma boa drenagem da água, evitando também que ela se acumule em poças debaixo ou perto da tua tenda.
Não é agradável para ninguém acordar quase submerso. A construção de um pequeno rego à volta da tenda ajuda bastante a escoar a água que escorre do duplo tecto. Mas pensa se tal será realmente necessário. Muitas vezes cavam-se quase fossos medievais partindo uma enorme quantidade
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 62
8.1Noções Básicas de montagem e desmontagem de uma tenda
de raízes das árvores circundantes, enfraquecendo-as, quando a maior parte das tendas actuais são bastante impermeáveis, sendo suficiente a escolha de um local adequado. É claro que, no tempo em que elas nem sequer chão tinham, o fosso era um elemento fundamental para uma noite de sono mais agradável.
Limpa o local de ramos, pinhas (a menos que estejas a treinar para faquir) e coloca toda a caruma e folhas secas que possas encontrar no chão onde vais instalar o teu "lar doce lar" por uns dias.
Podes agora deitar no chão a tua tenda e iniciar a montagem:
1 - Prende o corpo principal colocando duas estacas, ao mesmo tempo em dois cantos diametralmente opostos (ex: uma à frente do lado direito e outra atrás do lado esquerdo). Faz o mesmo nos outros dois cantos esticando sempre bem.
2 - As estacas devem ser sempre enterradas com a parte superior inclinada para trás (para fora), no sentido da costura do pano da tenda para aumentar a sua resistência à pressão das pessoas, do vento, etc.
3 - Um de vocês tem agora de entrar na tenda para colocar os prumos no seu interior para a erguer. Em muitos modelos, estes são ligados por um outro prumo horizontal que é montado do lado de fora.
4 - Vais agora começar a esticá-la. Verifica primeiro se os fechos das portas estão fechados. O esquecimento deste passo é um erro comum que obriga a desmontar a tenda toda no fim por não se conseguir fechá-la (foi esticada com os fechos das portas abertas).
5 - Liga a tenda às estacas seguindo o mesmo procedimento do passo 1. Para esticar a tenda vais agora utilizar os esticadores que existem em todas as cordas de ligação do pano da tenda. Existem alguns tipos diferentes de esticadores. Nos mais comuns, é preciso pressionar sem largar o pequeno botão que têm em cima, esticar a corda com força e largá-lo de seguida. Este procedimento de esticar a tenda deve também ser realizado como no passo 1 - usar os esticadores dois a dois e em pontos diametralmente opostos. Lembra-te que uma tenda bem esticada e direita resiste muito mais ao vento, à chuva e às pressões físicas das pessoas que a utilizam.
6 - Vais agora montar o duplo tecto. É um tecido mais resistente e impermeável; impede que entre água na tua tenda. Tanto o corpo principal da tenda como este devem estar muito bem esticados para que não toquem um no outro. Se houver contacto entre eles, podes ter a certeza que acabarás a cantar o "singin´ in the rain" às 3 da manhã de uma noite chuvosa. O duplo tecto é usualmente colocado sobre o prumo horizontal referido no passo 3. A maneira de o esticar é exactamente a mesma para o corpo principal da tenda.
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Não podemos deixar de referir que na desmontagem da tenda deves limpar bem os panos bem como as estacas antes de os guardar bem como deixar o local tão bem ou melhor de quando o encontraste!
Resta-me apenas desejar-te uma óptima estadia no campo!
A escolha do terreno é importante quando se vai acampar. Deve ser o mais duro possível, num plano elevado e ligeiramente inclinado, para que a água da chuva não fique estancada.
É preferível fugir das zonas com muita vegetação pois os ramos podem cair-lhe em cima se houver vendavais e de perto de rios ou lagos, pois se chover em abundância pode haver cheias. Antes de montar a tenda é conveniente limpar o terreno, pois uma pequena pedra ou galho pode rasgar o chão impermeável.
Especialmente em tempo frio é importante reforçar o isolamento do tapete do chão, espalhando pela terra uma camada espessa de folhas ou ervas secas; os fetos dão um resultado perfeito, assim como a urze ou ramas de pinheiro.
O vento também pode estragar a estrutura da tenda, por isso é conveniente protegê-la do impacto directo do vento, utilizando algum tipo de vegetação, muro de neve, pedras ou um pára-vento, inclusivamente podem usar-se reforços cruzados sobre o duplo tecto e por baixo dele. Se o vento incidir sobre um ângulo de 45º, reduz consideravelmente a sua força.
Se a tenda for montada nas horas de maior calor, não é aconselhável esticar demasiado as espias, pois a humidade nocturna produz uma força de tensão, que se for excessiva, corre-se o risco de esforçar demasiado as costuras, pano ou mesmo fazer com que as estacas se soltem. Certifiquemo-nos de que o tecido fica completamente esticado e que não há rugas. A resistência ao vento e a impermeabilidade dependem da correcta tensão do tecido.
As estacas da tenda devem geralmente ser colocadas num ângulo de 45º em relação ao solo. O comprimento das estacas depende de tipo de solo onde se vão cravar. Os solos de terra mole e com muita vegetação requerem estacas compridas. Para solos de areia ou de nevadas, a colocação deve-se fazer de forma especial para que a superfície que as suporta, seja a maior possível.
Um bom método consiste em fazer uma cruz de madeira com 2 paus de 30 centímetros de comprimento cada; atam-se um ao outro e enterram-se num buraco de outros 30 centímetros de comprimento, excepto a parte superior da corda que deve ficar
de fora para se poder atar aos elásticos da tenda. É claro que podemos sempre reforçar as espias ou a fixação com a ajuda de pedras, de um aterro de areia ou neve, atando as espias a árvores, arbustos, etc.
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 64
Outra solução para fixar melhor a tenda é pôr outra estaca em frente da que já está cravada, para que a força fique repartida pelas duas, aumentando a estabilidade da tenda.
As espias devem manter-se sempre esticadas, independentemente das condições atmosféricas (vento, chuva) pois caso contrário a tenda começa a deformar-se.
Uma vez montada a tenda e sobretudo se o tempo se apresentar chuvoso, é conveniente fazer um rego a toda a volta da tenda para que a água vá escorrendo. A profundidade adequada para o rego deve ser de 10 centímetros para chuvas moderadas e de 20 centímetros para chuvas torrenciais. Fazê-lo sempre por baixo da beira do duplo tecto, por onde a água irá escorrer.
Os Sacos-Cama são quentes porque o seu acolchoado guarda o ar que é aquecido pelo próprio corpo, e conserva a temperatura graças ao efeito isolante do material. Para tirar o melhor partido de um saco-cama há que o desdobrar antes de nos deitarmos, para que ele ganhe a sua forma e se encha de ar, para depois ao entrarmos nele, o aquecermos e transmitir-lhe o calor do nosso corpo. Uma boa maneira de procedermos é metermo-nos lá dentro vestidos, despindo-nos uns momentos depois, quando o saco-cama já estiver quente; mas tirar a roupa para dormir não significa que a tiremos para fora do saco-cama, podemos conservá-la arrumada no fundo, onde a encontraremos quentinha na manhã do dia seguinte.
O vertiginoso aumento da utilização dos espaços verdes, mais ou menos isolados pelo homem, como alternativa ao desempenho de exercício físico, exploração ou simplesmente para descanso do stress citadino, obriga ao estabelecimento de uma série de normas de conduta pessoal a que devemos obedecer, para melhor conservarmos as suas características iniciais sem prejuízo da própria natureza.
É importante: Obter a devida autorização de utilização; Respeitar as normas locais; Acampar em locais onde já se tenha acampado; Utilizar caixotes do lixo; Não alterar o estado do solo, água e vegetação; Evitar cortar plantas, mover rochas, etc.; Evitar acender fogo sem ter em conta as medidas de protecção
adequadas; Não acampar perto de ninhos; Reduzir o emprego de sabões e detergentes;
E no fim:
Deixar o local melhor do que o encontraste; Agradecer a autorização de utilização.
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Conhecer os cuidados a ter com o machado, a faca de mato, o canivete e outros instrumentos ou ferramentas, cuja utilização envolva perigo
Os principais cuidados a ter com o machado, serrão, faca de mato, canivete, etc. são:
No transporte do machado e do serrão, proteger bem a lâmina com um material resistente – bastante folhas de jornal ou plástico, amarados com corda.
A faca de mato e o canivete são sempre transportados dentro do coldre ou duma capa própria.
No campo deve-se ter em atenção o local onde se depositam as ferramentas – nunca deixar o machado, serrão, faca de mato ou canivete no chão ou num sítio onde alguém possa pisar e magoar-se. Colocar sempre as ferramentas num local seguro e bem visível, tal como espetadas num tronco no chão ou penduradas numa árvore. NUNCA ESPETAR NADA NAS ÁRVORES.
No transporte em campo do machado, deve agarrar-se pela lâmina com a parte cortante virada para trás.
No transporte em campo do serrão, deve agarrar-se pela pega com a lâmina virada para trás.
O canivete e faca de mato devem ser transportados sempre dentro do coldre.
Todas as ferramentas devem ser mantidas limpas e secas para preservar o seu estado de conservação.
Em caso de dúvidas – NÃO HESITES – contacta os teus Dirigentes para que eles te esclareçam de imediato acerca das tuas atitudes com estas “armas”.
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 66
8.2
Conhecer os cuidados a ter com o machado, a faca de mato, o canivete e outros instrumentos ou ferramentas, cuja utilização envolva perigoNoções básicas dos cuidados a ter com as FogueirasConstruir e acender uma fogueira
O Machado
A diferença entre o machado e a machada (ou machadinha) está no tamanho. O machado é grande e usa-se com as duas mãos. A machada é mais pequena e basta uma mão para a manobrar. O Escuteiro costuma usar a machada.
Nomenclatura do Machado:
Utilização do Machado
O Escuteiro sabe usar o machado e a machada correctamente.
A machada, usada só com uma mão, requer mais pontaria do que força. De facto, os golpes com a machada são dados pausadamente, calculando sempre o local do golpe, e sem excesso de força. Uma machada não se pega com as duas mãos desferindo fortíssimos golpes no alvo. Este é um gesto típico dos pata-tenras.O machado, apesar de ser pegado com 2 mãos, usa-se também pausadamente, sem força excessiva e apostando sempre na pontaria.
SIM
A machada, por poder ser usada apenas com uma mão, deve ser pegada pela «pega», na ponta do cabo, e não a meio do cabo. Tem-se melhor balanço, e é preciso fazer-se menos força.
NÃO
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 67
Sempre que se começa a usar um machado, deve-se verificar o seguinte:1- Se a cunha está bem fixa; mergulhar o machado em água faz inchar a madeira e assim garantir melhor a fixação do cabo na lâmina;2- Se não há ninguém à volta que possa ser atingida por um golpe;
SIM
Para cortar um ramo, nunca o devemos fazer em cima da terra, pois a lâmina acabará sempre por se enterrar no solo, estragando o fio. Deve-se sempre apoiar o ramo em cima de um cepo mais grosso.
NÃO
SIM
O ponto onde vamos cortar deve estar bem apoiado e o mais fixo possível. Nunca se deve desferir golpes com o machado sobre um ponto do ramo que esteja sem apoio, pois o efeito será muito pouco e o ramo ao vibrar pode fazer com que o machado salte e atinja o utilizador.
NÃO
A inclinação do machado é importantíssima para os efeitos dos golpes. Nunca se devem dar os golpes com a lâmina num ângulo de 90º, ou seja, na vertical. Deve-se inclinar sempre o machado para fazer aproximadamente um ângulo de 60º.
Os golpes devem ser alternados, ora inclinado para a esquerda ora para a direita.
O machado nunca deve ser usado como martelo, pois não foi para isso que foi feito.
Desbastar um Tronco
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 68
SIM
Para limpar ou desbastar um ramo ou tronco, começa-se pelo início (parte mais grossa) e vai-se avançando em direcção à ponta, no sentido de crescimento da árvore. Se os golpes forem dados no sentido contrário, acabará por rachar o tronco.
NÃO
Cortar um tronco na vertical (ou abater uma árvore)
A técnica apenas precisa de duas zonas de golpe: a primeira de um lado, e a segunda do lado oposto e mais em cima. Esta técnica aplica-se tanto para um ramo, como para um tronco, como para uma árvore. No caso de uma árvore, esta cairá para o lado da primeira zona de golpe.
SIM
Para cortar uma vara verde, seguras pela parte de cima para a vergar. Os golpes devem ser dados com inclinação de 60º e não perpendicularmente à vara. Vergar a vara aumenta o efeito de corte do machado.
NÃO
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 69
Rachar Lenha
Para rachar lenha, começas por cravar a lâmina no tronco (não precisa de ser com muita força), junto a uma das extremidades.
De seguida, vais batendo com o conjunto tronco-machado em cima de um cepo.
Aos poucos e poucos o machado vai-se enterrando cada vez mais no tronco, rachando-o ao meio.
Fazer uma Estaca
Para afiar uma estaca, deves apoiá-la em cima de um cepo, e golpeares com pontaria, como na figura. A cada golpe rodas um pouco a estaca.
Uma estaca deve ter a parte de trás ligeiramente desbastada, como na figura acima, para evitar que, ao bater na nela, se desfaça.
Segurança
Para além de saber manejar correctamente o machado, o Escuteiro deve igualmente saber tomar todas as medidas de segurança relativamente a esta ferramenta.
Tal como a faca de mato ou outra qualquer ferramenta cortante, o machado não deve ser deixado caído no meio do chão, encostado a uma árvore e muito menos ainda
cravado no tronco vivo de uma árvore.
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 70
O seu manejo deve observar regras de segurança para o utilizador, assim como para pessoas que se encontrem por perto.
Deves ter todo o cuidado ao usares o machado para que este não te atinja uma perna ou um braço. Se estiveres a segurar com a mão no tronco ou ramo que cortas, verifica se a mão não fica ao alcance de nenhum golpe desviado por acaso.
O mesmo cuidado deves ter com as pernas, as quais deverás abrir conforme a posição em que estejas a cortar, de modo a que o machado nunca te atinja a perna, mesmo no caso de um golpe mal dado e que se desvie.
Como guardar o machado
O machado deve ficar guardado dentro da respectiva bainha, ou cravado num cepo ou num suporte próprio montado no campo.
Num cepo Num suporte próprio
Para cravar o machado num cepo é comum verem-se os pata-tenras a desferirem grandes golpes sem grandes resultados. A técnica consiste unicamente em espetar a lâmina em bico, e não com o fio todo. Para além disso, a lâmina deve ficar paralela ao cepo.
SIM NÃO NÃO
Fabrico de uma Bainha
Como a maior parte dos machados que se vendem não trazem bainha, deves saber fazer uma com facilidade, para que o teu machado ande sempre protegido e até o possas trazer à cintura. O material ideal é o cabedal. Se não tiveres cabedal, podes
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 71
usar qualquer tecido grosso do tipo lona ou ganga, que não se rompam com facilidade. Para o reforçares podes fazer duas ou três camadas.
Depois de o cortares com o feitio que se indica na figura, abres orifícios para passares o cinto e para enfiares o cabo do machado. Estes orifícios, no caso de usares tecido, devem ser costurados do mesmo modo que as casas dos botões nas camisas, para não se rasgarem. Depois, é só coseres com fio grosso, e colocares um botão. Num sapateiro encontras com facilidade um botão de mola de fácil uso e que não custa nada a montar.
Transporte
O transporte do machado é outro factor importante na segurança. Quando o transportares na mão, segura-o sempre pela lâmina, e nunca pelo cabo. Os pata-tenras, quando pegam no machado pela primeira vez, costumam andar a passear com ele segurando no cabo e balanceando-o «à índio», arriscando-se a bater com a lâmina nas pernas ou a atingir algum colega. Se o machado for grande podes levá-lo ao ombro, mas sempre com o fio da lâmina virado para fora.
Quando se passa o machado a outra pessoa, deves entregá-lo sempre segurando na lâmina, para que lhe possam pegar facilmente no cabo.
SIM NÃO
Conservação
Para evitar a ferrugem, deves ter em atenção alguns conselhos:
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 72
Quando regressas de uma actividade, limpa bem o machado, para tirar toda a humidade;
Para retirar ferrugem, usa palha-de-aço; Para conservar o machado sem ferrugem, unta a lâmina com óleo ou
outra gordura, e envolve-a com plástico.
Afiar a Lâmina
Para afiares a lâmina podes usar uma simples pedra de esmeril, a qual deves manter molhada com água ou, melhor ainda, com óleo. Usa movimentos circulares, deslocando para a frente. Se a pedra for grande, fixa-a (por exemplo num cepo) e imprime ao machado os movimentos circulares (observa a figura). Se a pedra for pequena, pega nela com uma mão e, tendo cuidado para não te cortares, anda com ela igualmente em movimentos circulares, mantendo o machado fixo.
Se a lâmina tiver bocas (ou lâmina romba), deves começar por as fazer desaparecer usando uma lima (de preferência triangular), e só depois usar a pedra de esmeril.
Uma lâmina com "bocas"
Quando estiveres a desbastar a lâmina do machado, para lhe retirar as bocas, tem cuidado. O fio da lâmina deve ficar com uma forma nem muito longa nem muito curta. Observa a figura para veres qual é a melhor forma.
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Reparação do Cabo
Se por acidente, ou qualquer outro motivo, o cabo do machado se partir, eis uma forma fácil de retirar os restos da madeira do cabo de dentro do olhal da lâmina. Começas por cavar um pequeno buraco em terra húmida onde enterras ligeiramente a lâmina deixando o olhal de fora.
Depois, fazes uma pequena fogueira em pirâmide por cima, de modo a queimar a madeira. Logo que acabes e possas retirar então facilmente os restos de madeira queimada de dentro do olhal, deves mergulhar a lâmina em água fria para que não destempere.
Depois de feito o cabo novo, insere-o no olhal e fixa-o com uma cunha.
O machado deve ser bem equilibrado. Para testar o equilibro, colocas o machado sobre o dedo indicador, na zona do «pescoço», onde acaba o cabo e começa a lâmina. Se o machado se equilibrar é porque está em boas condições de equilíbrio.
Num machado bem alinhado, o gume da lâmina deve estar em linha com a ponta do cabo.
Para evitar que o cabo rache ao bater com a ponta numa superfície dura, deve-se cortar essa mesma ponta.
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Noções básicas dos cuidados a ter com as Fogueiras O local tem de estar bem limpo e num raio de 3 a 4m em redor; O local escolhido deve ser uma clareira, bastante larga, de tal forma
que as labaredas e fagulhas subam; Rapidamente e se extingam. No ar sem chegar às árvores ou
vegetação; Não usar papeis e palhas como mechas, porque se elevam no ar com
facilidade e demoram tempo a apagar-se; Colocar junto do abastecimento da lenha, vários “batedores” dois
baldes com areia, uma pá, uma encha, que servirão para apagar a fogueira no fim do “fogo”.
ABASTECIMENTO DA FOGUEIRA
O "arsenal” de lenha é preparado previamente antes do 'Fogo' começar; O 'arsenal' tem local próprio no espaço do 'Fogo'; O "arsenal' deve estar em local que não estorve o 'Fogo'; O abastecimento é feito pelos ajudantes do Animador; O abastecimento deverá ser feito no intervalo dos números para não
perturbar as apresentações; Os Tronco deverão ser colocados em forma de pirâmide;
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Construir e acender uma Fogueira
PIRAMIDE
Utilização. Grandes Fogos de ConselhoCaracterísticas. Não necessita de grande manutenção fornece bastante luz e calor Descrição: A base é um quadrado de 1 a 1,2m de lado, com troncos muito grossos, indo o diâmetro diminuindo em altura até 1 a 1,2m do solo. O bloco central é constituído por, acendalha e lenha fina.
Vista de lado
Vista de cima
POLINESIA
Utilização: Fogos de conselho comunitários, em que os escutas se reúnem para conversar, cantar. Características: Longa duração e manutenção simples, Dá pouca luz. Descrição: Abre-se um buraco quadrado de 40cm de largura e outros tantos de profundidade. Coloca-se no fundo uma Pedras para suporte dos troncos que são dispostos a toda a volta sobressaindo um pouco do buraco.
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ESTRELA
Utilização: Fogos de Conselho de patrulha ou equipe. Características: Fogueira de grande duração, Dá pouco calor e luz. Descrição: Traçam-se no chão 4 a 6 canais nos quais se colocam outros tantos troncos, esboroados rias pontas. No centro faz-se uma pequena fogueira em cone, que incendiará os troncos dispostos em estrela.
Canadiana
Utilização: Fogos de Conselho de patrulha ou equipeCaracterísticas: Fogueira reflectora para aquecimento
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Utilidades da Vara do Escoteiro
1- Unidas entre si pelas mãos dos escuteiros e conservadas horizontalmente, servem para fazer uma barreira.
2- Usada como vara de saltos serve para atravessar cursos de água.
3- Pode servir para puxar alguém que caiu a um rio ou poço.
4- Colocada aos ombros de dois escuteiros serve para transportar qualquer coisa, dividindo o peso pelos dois.
5 - Com uma peça de roupa atada e agitando-se no ar serve para chamar a atenção ao longe.
6- Quando alguém se magoa num tornozelo, serve como muleta.
7- Colocadas em forma de tripeça, para sustentar uma bacia, dão um bom lavatório de campo.
8- Em tripé, podem sustentar uma panela ao lume, ou uma lanterna.
9- Serve de estendal para roupa a secar, colocada entre os ramos de uma árvore ou
arbusto.
11- Com um toldo formam um abrigo de emergência 12- Passada entre
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 78
10- Com a ajuda de espias, pode-se improvisar uma escada.
para a chuva.as pernas, serve temporariamente de «banco».
13- Colocada ao ombro ou segura nas mãos entre dois escoteiros, forma um bom degrau para outro escoteiro escalar um muro.
14- Apenas com uma, ou com várias ligadas umas às outras, serve para medir a profundidade de ribeiros, lagos ou tanques.
15- Atando ramos numa extremidade pode ser usada como uma vassoura rudimentar.
16- Com várias se constrói facilmente um mastro de bandeira.
17- Ao atravessar um ribeiro a vau, serve como um óptimo apoio para manter o equilíbrio.
18- Segura com as duas mãos em cima das nádegas e por baixo da mochila, ajuda a aliviar o peso desta nas costas.
19 - Serve de apoio para longas caminhadas ou subidas íngremes.
20- Serve para testar o terreno à nossa frente, quando está coberto de ervas e não temos a certeza de ser
21- Como apoio, ajuda a manter o equilíbrio em descidas muito acentuadas, ou a andar
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 79
enlameado ou seco.lateralmente em terrenos muito inclinados.
22- Se estiver graduada metricamente serve de régua e na avaliação de alturas e distâncias.
23- Enquanto se espera um transporte, os escoteiros podem-se entreter com alguns jogos de varas.
24- Serve de registo da vida escotista do dono, dos locais de actividades, noites de campo, etc..
25- Pode-se usar para desenhar rapidamente sinais de pista no chão.26- Batida regularmente no chão, durante uma caminhada, serve para
deixar uma boa pista para alguém que precise de fazer o mesmo trajecto.
27- Fazendo dela alavanca, serve para remover grandes pesos.28- Com uma manta, espia ou roupas, servem para improvisar uma maca
de transporte de feridos ou material.29- Agitadas no ar, com o chapéu ou boina em cima, servem para as
aclamações entusiásticas.30- Serve para abrir ou alargar trilhos, principalmente em zonas de silvas.31- Á beira de um rio ou lago serve bem com cana de pesca.32- Na vertical ou na horizontal pode servir para se praticarem nós e
amarrações.33- Como defesa contra ataques de animais selvagens ou cães vadios.34- Com uma espia atada, pode-se lançar por cima de um tronco de uma
árvore para depois fazer passar a espia.35- Numa noite escura e em mato denso ajuda a «apalpar» o caminho.36- Enrolada na vara, e a servir como pega, podes trazer sempre um espia
amarrada em falcaça, com um comprimento fixo de 1 ou 2 metros, que podes usar sempre que precisares de medir distâncias.
Qualquer Escoteiro deve saber usar a sua vara correctamente para descer uma colina
Incorrecto!
Para além de ser necessário fazer muito mais força, é perigoso, pois
podemos "espetar" a ponta da vara no corpo, caso não tenhamos força
suficiente para suportar o nosso peso. Quando escorregamos, caímos sempre
Correcto!
A força maior é feita com o braço que segura mais atrás na vara. No caso de cairmos para trás, não nos aleijamos. Além disso, quando escorregamos, é
sempre para trás que caímos, e contra isso, a vara nesta posição é o melhor.
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 80
para trás, pelo que a vara nesta posição não serve de muito.
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 81
CONHECIMENTOS ÚTEIS
Conhecer o significado dos sinais das bandeiras nas praias
Pode-se tomar banho e nadar. Pode-se tomar banho com cuidado.
O nadador-salvador Não se pode tomar banho. Está temporariamente ausente.
Procedimentos para evitar acidentes domésticos
Principais Acidentes • Quedas (principal acidente)• Cortes• Queimaduras • Intoxicações• Choques Eléctricos
Escadas• Nunca descer ou subir escadas a
correr;• Nunca descer ou subir dois degraus de
uma vez;• Nunca descer ou subir escadas de meias ou peúgas.
Janelas e Varandas• Nunca subir às janelas nem às varandas
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 82
9.1Conhecer o significado dos sinais das bandeiras nas praiasProcedimentos para evitar acidentes domésticos
• Deixar sempre as janelas e portas exteriores fechadas, quando existem crianças pequenas em casa;
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 83
Cozinha• Deixar a cozinha para os crescidos e procurar não ficar nela sozinhos;• Não usar facas ou objectos cortantes sem a orientação de um adulto;• Não mexer nas panelas que estejam ao lume;• Lembrar aos adultos que as asas ou cabos das panelas devem estar
virados para dentro;• Os fósforos e os isqueiros são inimigos das crianças, aproveitam-se
delas para fazer incêndios;• Os electrodomésticos da cozinha só devem ser manuseados por
adultos;• Perguntar sempre a um adulto se pode ingerir qualquer alimento
líquido ou sólido.
Produtos de Limpeza e outros Tóxicos• Nunca usar produtos de limpeza sem a orientação de um adulto;• Nunca ingerir qualquer produto de limpeza;• Recomendar aos adultos que mantenham os produtos tóxicos nas
embalagens originais e em lugares inacessíveis às crianças.
Electricidade e Tomadas• Nunca mexer em fios de electricidade;• Nunca introduzir objectos nas tomadas;• Recomendar aos adultos o uso de protecções nas tomadas, por causa
das crianças pequenas.
Medicamentos• Não tomes, nem dês medicamentos sem o conhecimento de um adulto;• Não uses remédios cujo prazo de validade já expirou ou cujas
embalagens estão deterioradas. Junta-os e entrega-os na farmácia mais próxima.
Piscinas e Lagos• Nunca se aproximar ou entrar na piscina quando estamos sozinhos;• Nunca tentar subir ao lago para brincar com os peixes;• Usar braçadeiras ou colete se brincar junto da piscina, quando não
sabe nadar;• Nunca brincar junto de poços descobertos e sem vedação.
Armas• As armas são coisas de adultos, quando existirem em casa, nunca
devem ser usadas por crianças;• Recomendar aos adultos que as tenham devidamente guardadas.
Bebidas AlcoólicasAs bebidas alcoólicas são apenas para os adultos e em quantidades moderadas. As crianças devem sempre recusar bebidas alcoólicas, oferecidas seja por quem for;
Outros cuidados• Não andar de elevador sozinho;• Não aceitar nada que provenha de desconhecidos;• Decorar os números de telefone dos encarregados de educação e o
número de emergência (112);
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 84
• Ter as coisas arrumadas de modo que não tropeçar em nada;• Andar na rua sempre acompanhado;• Brincar em locais próprios e não na estrada;• Recomendar aos amigos todos os cuidados que aprenderam.
Saber pregar um Botão
Substituição de um botão
A maioria dos botões pode ser costurada com linha
para costuras gerais. Os botões devem ser
costurados frouxamente, para permitir espaço para a
camada de roupa que contém as casas. Botões
costurados muito junto ao tecido dificultam o
abotoamento. Botões costurados pelos furos à roupa geralmente vêm com
dois ou quatro furos. Outros tipos têm uma espécie de base atrás, na qual
há um furo por onde são costurados à roupa.
Para substituir o botão com furos, você precisará de um "formador de
base", que pode ser um palito de dentes ou de fósforo. Insira a agulha no
tecido, pelo lado onde o botão ficará, e traga a ponta para cima 1/3 cm.
Atravesse o tecido até o lado onde está o nó. Faça dois pontos pequenos
para marcar o local para o botão e para dar ao seu trabalho uma base
firme, o botão cobrirá o nó e os pontos.
Agora, insira a agulha através de um dos buracos do botão, pelo lado de
trás. Deixe o botão cair pela agulha e pela linha até o tecido. Coloque seu
"formador de base" atravessado sobre o botão. Mantenha-o no lugar com o
dedo e costure sobre o palito enquanto prende o botão.
Combine seus pontos com o desenho de cruzamento da linha dos outros
botões da roupa. Dê três a seis pontos através de cada par de buracos do
botão, dependendo da pressão que o botão receberá. Depois, traga a
agulha para cima através do tecido, mas não atravesse os furos com ela.
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 85
9.2 Saber Pregar um Botão
Retire o formador de base (o palito), mantenha o botão bem puxado e
afastado da roupa e enrole a linha bem apertado, duas ou três vezes, em
torno dos fios sob o botão. Insira a agulha até o lado avesso da roupa e a
enfie sob os pontos do botão. Puxe a linha parcialmente através desses
pontos, formando uma laçada. Insira a agulha através do laço e a puxe
apertado para formar o nó. Corte as linhas bem rente ao nó.
Para substituir um botão com base, comece inserindo a agulha no lado da
roupa onde o botão ficará. Traga a agulha para cima 1/3 cm e puxe o fio
através do nó. Faça dois pontos pequenos para marcar o local para o botão
e para dar uma base firme para seu trabalho. O botão cobrirá o nó e os
pontos.
Posicione o botão na
marcação com a base
paralela à casa. Insira a
agulha através da base e,
depois, do tecido, para baixo. Costure através da base quatro a oito vezes.
Tenha cuidado para manter os pontos no lado de baixo do tecido pequeno
e bem-feitos. Finalmente faça um nó. Insira a agulha sob os pontos do
botão, no lado avesso da roupa. Puxe a linha parcialmente até o outro lado,
formando uma laçada. Insira a agulha através do laço e a puxe apertado
para formar o nó. Corte os fios bem próximo ao nó.
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 86
FLORA E FAUNA DO ARQUIPÉLAGO DA MADEIRA
Adquirir conceitos básicos sobre botânica
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 87
10.1Adquirir conceitos básicos sobre botânicaCaracterizar a Fauna e Flora do ArquipélagoConhecer Ameaças e medidas de Protecção
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 88
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 89
Caracterizar a Fauna e Flora do Arquipélago
CARACTERIZAÇÃO DA FLORA
FLORESTA LAURISSILVA
A floresta indígena madeirense ocupava praticamente toda a superfície da Ilha da Madeira, desde os cumes mais altos até à beira‐mar. Trata‐se de uma floresta relíquia que remonta ao Terciário, a qual chegou a ocupar vastas extensões no Sul do Continente Europeu e bacia do Mediterrâneo.
Alterações climáticas a nível do globo, mais precisamente o avanço das calotes polares provenientes do Norte, e o aumento da aridez a partir o Sul, levaram à sua extinção nas latitudes superiores, permitindo a sua permanência nos arquipélagos da Macaronésia.
Esta floresta mantém‐se bem conservada, apenas em vales muito encaixados de vertentes extremamente declivosas, onde foi impossível o derrube de árvores para a marcenaria e produção de lenha e carvão. Também as cabras e ovelhas não conseguiram saciar o seu apetite em locais tão íngremes e inacessíveis.
A Laurissilva é uma floresta perfeitamente aclimatada a condições de humidade elevada, e como tal constitui exemplo de uma associação vegetal higrófila.
É uma floresta estratificada possuindo no estrato arbóreo, as árvores de maior porte da Laurissilva no cimo das quais encontramos Epífitas, que procuram luz para poderem realizar a fotossíntese. Nas clareiras, beneficiando duma maior disponibilidade de luz, florescem arbustos pequenas plantas. Junto ao solo, num ambiente de sombra e muita humidade, prosperam várias espécies de fetos e musgos.
No domínio da fauna vamos encontrar, sobretudo, uma grande diversidade a nível dos invertebrados, com a presença de inúmeros moluscos e insectos.
A Laurissilva desempenha um papel muito importante na estabilidade dos solos e no combate à sua erosão, assim como, na regularização hídrica e diminuição dos níveis de poluentes de carbono na atmosfera.
À excepção de algumas áreas, toda esta floresta goza de um estatuto de protecção legal conferido pelo Parque Natural da Madeira. Em 1992 foi integrada na Rede de Reservas Biogenéticas do Conselho da Europa. Em 1999 foi classificada pela UNESCO, como Património Natural da Humanidade, em reconhecimento do seu excelente estado de conservação e do enorme valor da sua biodiversidade.
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 90
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 91
CARACTERIZAÇÃO DA FAUNA
AVIFAUNA
A classe das aves divide‐se em várias ordens, sendo a dos
passeriformes a mais abundante.
Segundo a sua fenologia (calendário de ocorrência das espécies) as
aves podem ser:
- Residentes
- Principalmente estivais (no Verão)
- Invernantes (no Inverno)
- Migradoras de passagem
- Migradoras de passagem e invernantes
- Acidentais
Estas constituem um grupo bastante rico e diversificado, podendo
ser classificadas como terrestres ou marinhas.
A Alma Negra, a Freira da Madeira, a Freira do Bugio, o Pintainho, o
Patagarro, a Cagarra, o Calcamar e o Roque de Castro são aves marinhas.
Podem observar‐se pousadas na água durante os períodos de repouso ou
quando se alimentam. Nidificam em cavidades naturais, escavadas por elas
próprias ou por outros animais (ex. toca de coelho), às quais voltam à noite.
Quando deixam o ninho para ir procurar alimento, podem ausentar‐
se por vários dias, afastando‐se para muito longe da terra. Uma vez no mar
determinadas espécies agrupam‐se em bandos, como é o caso da Cagarra,
outras são solitárias como a Alma Negra.
Os juvenis são deixados à sua sorte pouco antes de começarem a
voar, chegando nesta altura a pesar mais do que os progenitores devido à
acumulação de gordura necessária à sua sobrevivência.
As ilhas Desertas e Selvagens suportam as maiores concentrações
de aves marinhas do arquipélago.
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 92
As colónias de aves marinhas têm predadores naturais e outros
introduzidos. Na Selvagem Grande, a Ratazana é tida como um dos mais
bem-sucedidos predadores, uma vez que este roedor consome grande
quantidade de ovos e crias, sendo o Calcamar a espécie sobre a qual é
exercida maior pressão da predação.
Das aves
terrestres o destaque vai
para as aves de rapina,
as quais são também as
aves de maior porte:
Manta, Francelho, Fura
bardos e Coruja. Estas
espécies alimentam‐se
de ratos, coelhos e
outros animais de pequeno porte, os quais podem constituir pragas para as
plantações agrícolas, desempenhando assim um papel importante no
controlo dos roedores. A coruja é a única ave de rapina nocturna residente
no arquipélago.
Na ordem dos passeriformes o destaque vai para o Bis Bis (ver
figura), a ave mais pequena do conjunto de Ilhas.
MAMÍFEROS MARINHOS
Nas águas do Arquipélago a Madeira foram observadas até ao
presente, com frequência ou ocasionalmente, 19 espécies de mamíferos
marinhos. Dezoito espécies pertencem à ordem Cetácea, designadamente
baleias e golfinhos, e uma espécie pertence à ordem Carnívora – o Lobo‐
marinho.
As grandes baleias, utilizam os mares da Madeira temporariamente
durante as migrações para Norte e para Sul, na Primavera e no Outono,
respectivamente. São animais de grande porte e com um peso entre 8 e
160 toneladas.
Os golfinhos, baleotes e cachalotes utilizam o mar da Madeira como
ponto de passagem, como área de alimentação e reprodução e,
possivelmente para algumas espécies, como área permanente de
residência, podendo ser observados ao longo de todo o ano.
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 93
O Lobo‐marinho ou Foca Monge do Mediterrâneo ao contrário
dos cetáceos, que são exclusivamente aquáticos, divide a sua vida entre o
meio aquático onde obtém alimento, socializa e acasala, e o meio terrestre,
designadamente grutas ao nível do mar e praias, onde descansa e toma
conta das crias nos seus primeiros meses de vida.
É um dos mamíferos marinhos mais raros e ameaçados de extinção.
No mundo não existem mais do que 500 animais, distribuídos pela Bacia do
Mediterrâneo, Mar Negro e no Oceano Atlântico pela Costa Noroeste
Africana e Arquipélago da Madeira. Aqui, os lobos‐marinhos sobrevivem
nas Ilhas Desertas, onde existe um núcleo de cerca de 30 indivíduos que
se encontra em recuperação. Todavia, podem ser observados
esporadicamente também na ilha da Madeira.
O declínio do Lobo‐marinho teve início com a descoberta do
arquipélago, época em que eram perseguidos, sendo os seus despojos
utilizados para fins comerciais. Nos últimos 50 anos, o incremento da
actividade humana, principalmente piscatória (através do uso de redes de
emalhar e de explosivos), levou à redução drástica de exemplares desta
espécie.
A partir de 1940 iniciou‐se a caça às baleias, sobretudo do
Cachalote. Os Golfinhos e outros cetáceos de médias e pequenas
dimensões foram alvos de caçadas pontuais, sem fins comerciais, muitas
vezes, como passatempo ou sofrendo represálias dos pescadores que os
viam como seus competidores pelos recursos piscícolas.
MAMÍFEROS TERRESTRES
À excepção dos Morcegos, todos os outros mamíferos terrestres
foram introduzidos pelo homem. São mamíferos que possuem os dedos
das patas anteriores unidos por uma membrana formando uma espécie de
asa e, por conseguinte são capazes de voar. Dispõem de uma capacidade
de dispersão / deslocação equivalente à das aves.
São animais insectívoros que só aparecem durante a noite,
passando os dias escondidos em locais escuros, suspensos pelos
membros posteriores. Sendo a nossa Região conhecida pelo seu clima
ameno os morcegos também usufruem dessa situação, visto não
necessitarem de hibernar nos períodos de Inverno.
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 94
Os morcegos são importantes pois alimentam‐se de insectos
nocturnos, prejudiciais à agricultura, e que dão origem a milhares de larvas
roedoras das plantas e seus frutos.
Para além do Morcego da Madeira são conhecidas na Ilha da
Madeira outras duas espécies de morcegos residentes:
‐ Morcego‐arborícola‐pequeno ou Morcego‐arborícola da
Madeira (subespécie endémica da Madeira)
‐ Morcego‐orelhudo‐cinzento
A introdução de mamíferos domésticos foi impulsionada pelo
Infante D. Henrique e cedo começou a trazer consequências. Se por um
lado, estes animais forneciam produtos de primeira necessidade aos
colonos, por outro, causavam danos nas culturas e degradavam os pastos
de tal maneira que foi preciso proceder ao abate de algumas cabeças de
gado mais ou menos assilvestrado (cabras e porcos).
- Cabra das Desertas – Em meados do século XX, houve várias
tentativas de colonização permanente das Ilhas Desertas. Nessa altura,
foram introduzidas várias espécies de animais domésticos para servir de
alimento aos colonos. As cabras, com a facilidade em sobreviver que lhes é
conhecida, rapidamente começaram a multiplicar‐se, principalmente na
Deserta Grande.
- Porco‐bravo‐da‐serra – O porco das serras da Madeira provém
do porco doméstico, trazido nos tempos da colonização, contudo, tem mais
semelhanças com o Javali (ex. caninos aguçados e compridos e farta
pelagem). No passado foi introduzido o Javali na então “Coutada do
Caniçal”, o que não exclui a hipótese de se ter processado o cruzamento
entre este e o porco doméstico cuja descendência tenha resultado no
Porco‐bravo‐da‐serra. O fruto das lauráceas é o seu alimento preferido e na
época da falta volta‐se para as raízes da Feiteira, moluscos, vermes, ratos
e pássaros.
- Gato Bravo – é uma regressão do gato doméstico ao primitivo
estado selvagem. Fugidos das povoações escolheram os lugares ermos na
serra, de preferência arborizados, onde dão caça aos ninhos, aos ratos e
aos coelhos. Actualmente são uma das principais ameaças para algumas
colónias de aves marinhas.
Tornou‐se mais robusto nas garras e nos músculos e aumentou de
peso e de tamanho. A pelagem tornou‐se mais densa, em geral dum
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 95
pardacento desbotado, com listas transversais escuras, até à cauda, que
abana no extremo, em preto. Apurou o ouvido e ganhou uma grande
mobilidade nas orelhas.
‐ Furão – Foram introduzidos na Madeira para caçar coelhos e eram
domesticados, contudo, fugiram para a serra e verificou‐se a sua regressão
ao estado selvagem, aumentando de dimensões e escurecendo o pêlo.
Trata‐se de um animal solitário que habita as zonas florestais da Madeira.
Clandestinamente foram introduzidas muitas espécies de
mamíferos roedores, que ainda hoje se mantêm no Arquipélago muito
bem adaptados e dispersos por todas as ilhas constituindo um verdadeiro
perigo para os ninhos das aves:
- Rato Caseiro
- Murganho
- Ratazana
- Rato preto
- Coelho‐bravo
RÉPTEIS TERRESTRES
A Lagartixa da Madeira é um réptil endémico do Arquipélago da Madeira, no entanto, por introdução pode ser encontrado nos Açores, Selvagens e no porto de Lisboa.
Na Madeira podemos encontrá‐la em quase todo o lado, excepto em zonas com pouca exposição solar, visto necessitar de calor para a sua sobrevivência. Esta espécie é heliotérmica (utiliza a energia do sol para controlar a temperatura do corpo) e de pequenas dimensões apresentando um conjunto de tonalidades e cores que varia de indivíduo para indivíduo. Num grupo podem ser encontradas várias colorações, pois podem existir machos, fêmeas e juvenis todos juntos. O seu habitat usual é as zonas junto ao litoral, em rochas ou em muros.São seres omnívoros alimentando-se de insectos, frutas, plantas e de restos de comida. Desde o litoral pedregoso até à montanha, onde se encontre uma habitação esta acompanha o homem para se aproveitar dos legumes e frutos cultivados e dos restos de comida. A Osga das Selvagens é uma espécie endémica da Macaronésia ocorre nas Selvagens sob a forma de subespécie endémica. Tem a cabeça larga e achatada, os olhos grandes, salientes. As patas, dispostas em leque, possuem cinco dedos espalmados, terminando em pequenos discos
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 96
adesivos, dando-lhe segurança para subir superfícies lisas. É um animal tímido e inofensivo com hábitos nocturnos.
Conhecer Ameaças e medidas de Protecção
Uma das principais causas da extinção das espécies autóctones é a introdução de espécies exóticas, ou seja, que não são naturais desses locais.
Os mamíferos roedores introduzidos involuntariamente já contribuíram para a extinção de um considerável número de espécies. Por isso, é necessário ter cuidado com o lixo, fonte de alimento destes animais, e adoptar determinadas condutas, nomeadamente: manter os recipientes de lixo bem fechados, efectuar uma recolha eficaz do mesmo, e evitar deitar na Natureza o designado “lixo biodegradável”(ex: restos de comida).
Quanto aos herbívoros introduzidos, não só contribuem para a extinção da fauna, como ameaçam a flora endémica e indígena.
Introduzir espécies num meio como o arquipélago da Madeira é perigoso, não só para as outras espécies, mas também para os seres humanos, pois estes podem transmitir todo o tipo de vírus desde a Ébola até à SIDA.
Em 1999, entrou em vigor o Decreto Legislativo Regional n.º 27/99/M que “regula a detenção, a importação e a introdução no território da Região Autónoma da Madeira de espécies não indígenas da fauna.”. Na Região a fiscalização e regulamentação da circulação de espécies está a cargo do Serviço Parque Natural da Madeira em parceria com a Direcção Regional de Pecuária, a GNR, os Serviços Alfandegários, a Direcção Regional das Actividades Económicas, e a Polícia Marítima.
Existem duas situações que se poderão colocar e que estão devidamente regulamentadas. Uma delas está relacionada com a Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Ameaçadas de Extinção (CITES), ou seja, mesmo que a espécie “importada” não represente riscos para o equilíbrio ecológico local, o transportador tem de provar que esta não foi retirada do seu habitat natural, mas sim criada em cativeiro e adquirida de acordo com os trâmites legais.
A outra situação refere‐se a espécies que estão expressamente proibidas de entrar no arquipélago tendo em conta os prejuízos ecológicos que poderiam provocar (ex: tarântulas e cobras).
Os principais factores de ameaça para a maioria das aves do arquipélago são: a caça ilegal; a destruição do habitat; a perturbação humana e de predadores e o envenenamento.
No caso dos mamíferos marinhos algumas ameaças pontuais ainda subsistem sobre os golfinhos e baleias nas águas da Região, já que o movimento de embarcações de pesca, marítimo‐turísticas e de recreio, está cada vez mais intenso na costa sul da Madeira, tráfego que está a exercer
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uma grande pressão sobre os cetáceos que passam ou vivem próximo do arquipélago.
Parte do impacto resulta do ruído produzido pelas hélices das embarcações, mas o restante resulta da curiosidade de se observar estas criaturas de perto sem se ter a consciência do perigo que lhes podem estar a causar. O lixo abandonado no mar, principalmente os plásticos, são a causa de morte de muitos cetáceos e também de tartarugas marinhas.
Para combater estas ameaças foram criadas áreas protegidas e desenvolvidos projectos de conservação:
- “Conservação da Freira da Madeira através da recuperação do seu habitat” e “SOS Freira do Bugio” (www.pnm.pt)- “Projecto Puffinus” (http://www.cm-funchal.pt/puffinus/)‐ “Conservação e Gestão do Pombo-torcaz na Madeira” (www.pnm.pt)‐ Monitorização das Aves Marinhas Nidificantes nas Desertas e Selvagens (www.pnm.pt)‐ “Projecto de Conservação dos Cetáceos no Arquipélago da Madeira” (www.cetaceos-madeira.com)
PARQUES E RESERVAS NATURAIS
Parque Natural da Madeira (www.pnm.pt)
O Parque Natural da Madeira foi criado com o objectivo de salvaguardar um vasto património natural que constitui uma relíquia a nível mundial – a Laurissilva ‐ e inclui algumas espécies em riscos de extinção, bem como a preservação de algumas áreas humanizadas de elevada qualidade.
O Parque engloba uma vasta área ao longo de toda a ilha e nele estão definidas reservas naturais integrais e parciais, paisagens protegidas e zonas de recreio:
Reserva Natural das Ilhas Selvagens
As Selvagens são constituídas por dois grupos de pequenas ilhas, das quais se destacam a Selvagem Grande, a Selvagem Pequena e o Ilhéu de Fora. Estão situadas a cerca de 163 milhas da Ilha da Madeira e representam o extremo Sul do território nacional.
A Reserva foi criada em 1971, sendo uma das mais antigas Reservas Naturais de Portugal.
De um ponto de vista global o objectivo da Reserva Natural das Ilhas Selvagens é o de contribuir para a manutenção da biodiversidade mundial. Esta contribuição envolve três grandes áreas da gestão da vida selvagem:
‐ Protecção de importantes áreas de nidificação de aves marinhas pouco comuns ‐ Protecção duma flora muito importante com algumas espécies únicas ‐ Manutenção dos stocks de pesca daquela área do Atlântico.
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Em virtude das condições que estas ilhas apresentam para a nidificação de aves marinhas são, vulgar e justamente, consideradas como um "santuário ornitológico". De todas as espécies que aqui nidificam o destaque vai para a extremamente numerosa colónia de Cagarras (cerca de 13600 casais). No que diz respeito às outras espécies destaca‐se o Calcamar, a Alma Negra, o Pintainho, e o raríssimo Garajau Rosado.
Reserva Natural das Ilhas Desertas
As Ilhas Desertas são constituídas por três ilhéus (Ilhéu Chão, Deserta Grande e Bugio) situados a Sudeste da Madeira. Embora a protecção destas ilhas tenha sido motivada pela conservação do Lobo‐marinho, o seu objectivo é a protecção e preservação de todo um conjunto de fauna e flora únicos e que englobam várias espécies raras e endémicas. Como reconhecimento do valor natural e ecológico destas ilhas, em 1992 o Conselho da Europa classificou‐as como Reserva Biogenética. Este espaço é também um importante centro de nidificação de aves marinhas, tais como a Cagarra, o Roque de Castro, a Alma‐Negra, e a rara Freira do Bugio, esta última com uma distribuição mundial que se restringe à Ilha do Bugio e Cabo Verde. As aves residentes resumem-se a 2 passeriformes, o Canário da terra, e o Corre Caminhos, à Gaivota, e as rapinas, Manta, Francelho, e Coruja. Das tentativas de colonização ficaram os coelhos, cabras e ratos, responsáveis pela vegetação pouco abundante. Em 1996 foi realizado um trabalho para a eliminação dos herbívoros da Deserta Grande, após o qual se tem registado a recuperação da cobertura vegetal e espera‐se a regeneração da flora original.Reserva Natural Parcial do GarajauEsta reserva foi criada em 1986 e tem como objectivo primordial a protecção de uma área privilegiada do litoral madeirense que funciona como viveiro, contribuindo para um repovoamento piscícola das áreas litorais próximas. Trata‐se da única reserva exclusivamente marinha do País, ocupando uma área de 376ha. A Reserva, quer devido à sua localização geográfica, quer devido à riqueza biológica e extraordinária clareza das suas águas, oferece condições únicas como espaço protegido com grande interesse do ponto de vista científico, recreativo e turístico. Permitindo a prática do mergulho amador ao longo de todo o ano. Entre a fauna marinha residente contam‐se alguns peixes de grande porte, com destaque para o grupo de Meros. Reserva Natural do Sítio da Rocha do NavioA Reserva Natural do sítio da Rocha do Navio é exclusivamente marinha e está localizada no norte da Ilha da Madeira, no Concelho de Santana. O principal acesso faz‐se através do Miradouro da Rocha do Navio por uma vereda ou por teleférico. Foi criada em 1977 com o objectivo de evitar a degradação progressiva dos recursos pesqueiros provocada pelo uso de redes de emalhar e de explosivos.
Na Reserva poderão nidificar algumas aves marinhas pelágicas, tais como a Cagarra, a Alma‐Negra, o Roque de Castro, e ainda duas aves marinhas
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costeiras: o Garajau comum e a Gaivota de patas amarelas. No ambiente marinho existe uma grande diversidade de espécies, algumas de grande porte, como o Mero, o Bodejo e o Peixe‐cão e espécies costeiras como o Sargo, o Sargo‐veado, o Bodião, o Peixe‐verde e as Castanhetas. Ponta de São LourençoEsta é a península mais oriental da ilha da Madeira com cerca de 9 Km de comprimento e uma largura máxima de 2 Km, englobando os 2 ilhéus que se encontram no seu seguimento – o ilhéu da Cevada, da Metade ou do Desembarcadouro e o ilhéu da Ponta de São Lourenço, do Farol ou de Fora.Com o intuito de preservar a sua fauna, flora e o seu património geológico, aquando da criação do Parque Natural da Madeira, em 1982, a Ponta de São Lourenço e o Ilhéu do Desembarcadouro foram incluídos como Reserva Parcial e Integral, respectivamente. Recentemente, o serviço do Parque Natural da Madeira adquiriu os terrenos que compõem a Ponta de São Lourenço, a partir do denominado Paredão da Baía D'Abra incluindo a Casa do Sardinha localizada no extremo Este da península, que recuperou para funcionar como posto de vigilância e apoio à Educação Ambiental. A fauna existente na zona inclui aves, alguns insectos, o coelho bravo e uma grande diversidade de moluscos terrestres endémicos. Em relação às aves, o sítio assume grande importância para a nidificação de aves marinhas, como a Cagarra, o Roque de Castro e a Alma Negra. No Ilhéu do Desembarcadouro nidifica uma das maiores colónias de gaivotas da Região. Em relação às aves terrestres, encontram‐se frequentemente o Corre‐caminhos, o Pintassilgo, o Canário da Terra, a Perdiz, a Codorniz, o Pombo das Rochas e diversas rapinas: Manta, Francelho e Coruja. Rede de Áreas Marinhas Protegidas do Porto Santo Foi criada em 2008 e inclui toda a área costeira da ilha do Porto Santo e os ilhéus circundantes. Os ilhéus são locais preferenciais para a nidificação de aves marinhas. A ilha do Porto Santo é a ilha do Arquipélago da Madeira que contém o maior número de espécies de moluscos terrestres sendo cerca de 80% endémicos. Parque Ecológico do Funchal(www.cm-funchal.pt)O Parque Ecológico do Funchal é propriedade da Câmara do Funchal e, situa‐se na vertente sul da Ilha da Madeira. Foi adquirido, por expropriação, em 1918 a vários proprietários, com o objectivo de aproveitar as águas das suas nascentes para abastecer o Funchal. A sua área actual é de cerca de 1.000 ha. As terras mais altas localizam‐se nas proximidades do Pico do Areeiro, a 1.800 metros de altitude, estendendo‐se até a confluência do Córrego do Pisão com a Ribeira de Santa Luzia, apenas 520 metros acima do nível do mar. Os objectivos principais do Parque são:
‐ Conservar o Património Natural ‐ Desenvolver Acções de Educação Ambiental ‐ Oferecer um espaço para o recreio e lazer da população do Funchal e seus visitantes
REDE NATURA 2000É uma rede de áreas designadas para conservar os habitats naturais e as espécies selvagens raras, ameaçadas ou vulneráveis. Esta rede representa
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 100
o empenho dos países europeus na conservação dos seus recursos naturais a partir do ano 2000 e é constituída por dois tipos de zonas: as ZEC (Zonas Especiais de Conservação ‐ incluem habitats naturais e espécies de flora e fauna) e as ZPE (Zonas de Protecção Especial ‐ incluem populações significativas de aves selvagens e respectivos habitats). A Comunidade Europeia com a finalidade de proteger e melhor gerir o seu património natural estabeleceu uma política ambiental de conservação da natureza e da biodiversidade com a implementação de duas directivas comunitárias: “Aves” e “Habitats”. A Directiva Aves (Directiva 79/409/CEE) tem por objectivo a conservação e gestão das populações de aves (terrestres e marinhas), vivendo no estado selvagem, bem como dos respectivos habitats. Requer o estabelecimento de Zonas de Protecção Especial:
- Ilhas Selvagens - Laurissilva da Madeira - Ilhas Desertas
A Directiva Habitats (Directiva 92/43/CEE) destinada à preservação dos habitats naturais (terrestres e marinhos), da flora e da fauna selvagens (terrestres e marinhas) considerados ameaçados, raros ou vulneráveis. Complementa a legislação comunitária iniciada com a directiva “Aves”. Esta directiva prevê a criação de uma rede de Zonas Especiais de Conservação:
- Ilhas Desertas - Laurissilva da Madeira - Maciço Montanhoso Central da Ilha da Madeira - Ponta de S. Lourenço - Ilhéu da Viúva - Achadas da Cruz - Moledos ‐ Madalena do Mar - Pináculo - Ilhéus do Porto Santo - Pico Branco – Porto Santo - Ilhas Selvagens
Manual do Apoio á Formação | AEP - MADEIRA 101
Se…
Se podes manter-te calmo quando todos à tua voltaPerdem a serenidade e te censuram por isso;Se podes confiar em ti próprio quando todos duvidam de ti,E, não obstante, admitir a sua dúvida;Se podes esperar sem que de esperar te cansesOu, sendo caluniado, não usar de mentiras,Ou, sendo odiado, não retribuir o ódioE, contudo, não parecer bom demais, nem presumir de sábio.
Se podes sonhar – mas sem fazer do sonho teu sonhador;Se podes pensar – mas sem fazer do pensamento teu alvo;Se podes afrontar o Triunfo e a DerrotaE tratar da mesma maneira esses dois impostores;Se podes resignar-te a ouvir a verdade que sempre apregoasteDesfigurada por velhacos que dela fazem uma armadilha para tolos;Ou assistir à ruína de tudo a que votaste a tua vidaE, humilde, construir tudo de novo com ferramentas gastas;
Se podes fazer um monte de todos os teus ganhosE arriscá-lo de vez atirando a moeda ao ar;Perder, e voltar novamente ao princípio, E nunca soltar o mínimo lamento pela sua perda.Se podes forçar o coração, os nervos, todas as fibras do teu corpoPara servir o teu intento muito depois de eles se terem esgotado,E, assim, preservar quando em ti já nada subsisteA não ser a Vontade que lhes diz: “ Continuem! “;
Se podes falar com a multidão e manter a tua virtude, Ou conviver com Reis – sem deixar de ser simples;Se nem inimigos nem amigos conseguem magoar-te;Se todos os homens contam contigo, mas nenhum mais do que é devido;
Se podes preencher o inexorável minutoCom o valor de sessenta segundos de caminho percorrido,A Terra será tua e tudo o que ela encerraE – o que é mais – SERÁS UM HOMEM, MEU FILHO!
Ruyard Kipling, tradução de António Ramos Rosa
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