da escola pÚblica paranaense 2009 · conversar com nossas benzedeiras, colher delas os...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ-SEED PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
PROFESSORA ELIANE APARECIDA BUGHAY
UNIDADE DIDÁDICA
"EU TE BENZO, EU TE CURO”: PRÁTICAS COTIDIANAS DE BENZEDEIRAS NA COMUNIDADE DE SÃO CRISTÓVÃO, VOZES DE UMA
TRADIÇÃO.
UNIÃO DA VITÓRIA 2010
2
ELIANE APARECIDA BUGHAY
“EU TE BENZO, EU TE CURO”: PRÁTICAS COTIDIANAS DE BENZEDEIRAS NA COMUNIDADE DE SÃO CRISTÓVÃO, VOZES DE UMA
TRADIÇÃO.
Produção Didático-Pedagógica elaborado para intervenção no Colégio Estadual Adiles Bordin, em 2010, atendendo à solicitação do Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná, na área de História. Orientadora: Prof. Ms. Leni Trentim Gaspari FAFIUV
UNIÃO DA VITÓRIA 2010
3
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...............................................................................................................4
QUE É BENZEÇÃO? QUEM SÃO AS BENZEDEIRAS?.............................................5
HISTÓRIA ORAL............................................................................................................7
AS BENZEDEIRAS NA HISTÓRIA.............................................................................11
COMO ELAS RECEBEM O DOM DE BENZER.........................................................15
O TRABALHO DE BENZER.........................................................................................18
QUEM VAI SE BENZER ..............................................................................................21
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................24
4
INTRODUÇÃO
O presente trabalho foi elaborado para ser desenvolvido no Ensino Fundamental,
mais precisamente no 3º ano do quarto ciclo, ou 7 ª série/8°série.
Ele foi pensado a partir da necessidade que temos de fazer com que o aluno
sinta-se participante na produção do conhecimento histórico. Por isso, privilegiamos a
oralidade, tendo como instrumento principal o desenvolvimento da pesquisa através dos
recursos proporcionados pela história, narrada oralmente.
O fio condutor de tudo está nas entrevistas realizadas com três mulheres que
trabalham como benzedeiras no Distrito de São Cristóvão, município de União da
Vitória, em cujo local também está a escola, em que trabalho, envolvendo toda a
comunidade dos alunos e alunas, e também o espaço onde moro.
Ainda que o objetivo principal do trabalho seja a promoção da história oral como
recurso didático no Ensino Fundamental, buscamos também dar voz a personagens que
não aparecem nos livros escolares.
Em se tratando das três mulheres entrevistadas acerca de sua atividade como
benzedeiras, de forma exclusiva, praticada apenas por mulheres, outras questões podem
ser observadas, como as referentes ao estudo de gênero e a história das mulheres que se
sobressaem no corpo do trabalho.
5
QUE É BENZEÇÃO? QUEM SÃO AS BENZEDEIRAS?
Você certamente já ouviu falar em benzedeira! E em benzeção? Não? Sim?
Sim ou não, vai a definição que encontramos no dicionário, para termos uma
noção mais certa do que se pensa por aí sobre isto:
benzedeira Significado de Benzedeira sf (benzer+deira) 1. Mulher que pretende curar doenças com benzeduras. 2. Bruxa. Fonte: dicionário online de português.
Pelo que nos apresenta o dicionário, escolhido ao acaso na internet, benzedeira é
um substantivo feminino com dois sinônimos: a mulher que cura, ou que pretende curar
através de benzeduras e ainda, bruxa! E benzeção é o ato ou efeito de benzer. Mas, e
bruxa? Por que este é também um sinônimo de benzedeira? Bem, isso precisa de um
novo parágrafo.
Como veremos adiante, a história das benzedeiras estará bastante ligada à
história das mulheres, assim, como em alguns momentos da história ocidental, como nas
chamadas Idades Média e Moderna, as mulheres que ferissem alguma imposição das
classes dominantes poderiam ser tachadas de bruxas - e as benzedeiras estavam
inseridas aí – sendo que esse adjetivo marcará presença até os dias atuais. Mas isso é
coisa para nos aprofundarmos mais adiante.
Em tempo:
Antes de mudarmos de assunto ou de fazermos a atividade, tire dúvidas
referentes às palavras ou conceitos que não conhece no glossário ou pergunte então à
professora!
GLOSSÁRIO
Idade Média: período que foi tradicionalmente delimitado com ênfase em eventos políticos. Nesses
termos, ter-se-ia iniciado com a desintegração do Império Romano do Ocidente, no século V (em 476 d.
C.), e terminado com o fim do Império Romano do Oriente, com a Queda de Constantinopla, no século
XV (em 1453 d.C.) ou com a descoberta da América (em 1492);
Idade Moderna: período específico da História do Ocidental que vai de 29 de maio de 1453 quando
6
ocorreu a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos até a Revolução Francesa, em 14 de julho de
1789.
História ocidental: que trata da história do mundo ocidental;
Mundo ocidental: compreende os países da Europa (por oposição à Ásia, o "mundo oriental"), e os que
têm suas raízes históricas e culturais ligadas à Europa. Nesta definição se incluem, além da própria
Europa, também as Américas e a Oceania e, em parte, também a África do Sul;
ATIVIDADE
Você conhece alguma benzedeira de nosso bairro? Já foi lá alguma vez? As
pessoas da comunidade gostam dela? O que falam sobre ela? E você, o que acha dela?
Através de um texto, compartilhe isso conosco!
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PARA CONHECER MAIS UM POUQUINHO:
Sons e vídeos;
http://www.youtube.com/watch?v=g0FlMT-599A
http://www.youtube.com/watch?v=SCSXyB8vzYQ
Livros;
OLIVEIRA, E.R. O que é benzeção. São Paulo: Brasiliense, 1985.
7
HISTÓRIA ORAL
A história oral é uma via de inclusão social. (Carlos Bakota)
Você alguma vez já assistiu na televisão alguma entrevista? Leu em jornal ou
revista uma entrevista? Certamente já. Isso está bastante presente no dia a dia. E de
história oral, você já ouviu falar? Pois bem, quem ainda não conhece ficará sabendo
mais sobre essa forma de se trabalhar a História.
História oral é um recurso moderno usado para a elaboração de documentos,
arquivamento e estudos referentes à experiência social de pessoas e de grupos. Ela é
sempre uma história do tempo presente e também reconhecida como história viva.
MEIHY, J.C.S.B. Manual de História Oral. São Paulo: Loyola, 2002.
Se fossemos explicar quando surgiu a história oral, diríamos que foi há muito
tempo atrás. Heródoto, considerado por muitos o “pai da História”, realizava seu
trabalho, escrevendo relatos que eram contados por pessoas que moravam nos locais
visitados por ele. Dessa forma, a História propriamente dita, nasceu do fato de alguém
estar contando algum acontecimento que, em seguida, era escrito.
Mas, como método de pesquisa em história, propriamente dito, a história oral é
bastante nova. Iniciou-se nos Estados Unidos da América a partir de 1930, quando se
fazia uma investigação sobre a vida de ex-escravos daquele país. Após essa época, a
história oral se espalhou por outros países do mundo, chegando e ganhando bastante
força no Brasil.
História oral é uma alternativa para estudar a sociedade por meio de uma
documentação feita com o uso de depoimentos gravados em aparelhos eletrônicos e
transformados em textos escritos.
Idem, pág.14.
O historiador Sérgio Buarque de Hollanda nos alerta para o fato de que é preciso
dar voz a sujeitos mudos da história, ou seja, às pessoas que não recebem a devida
atenção pela História escrita, propriamente dita. E é nesse sentido que a história oral se
transforma numa ferramenta bastante importante.
8
Existem três possibilidades para se explicar a fundamentação documental da história
oral:
1) quando não existem documentos;
2) quando existem versões diferentes da história oficial; e
3) quando se elabora uma “outra história”.
Idem, pág. 24 e 25.
No estudo da história local, ou seja, da história que está mais próxima de nós,
que não estudamos, mas que precisamos dar maior atenção, a história oral se torna
fundamental. Para estudar as benzedeiras da nossa comunidade, podemos e devemos
encontrar e estudar material escrito que trate do tema. Mas, aliados a isso, temos de
conversar com nossas benzedeiras, colher delas os depoimentos, dar voz a elas, deixá-
las que socializem tudo o que sabem, como iniciaram seu trabalho, quais os rituais que
utilizam e quem as procura, por exemplo.
A necessidade da história oral se fundamenta no direito da participação social, e nesse
sentido está ligado ao direito de cidadania.
Idem. Pág. 20.
ALGUNS CUIDADOS COM A HISTÓRIA ORAL
Para a realização de pesquisas, utilizando a história oral, de início é necessário
um projeto que seja apresentado às pessoas participantes. Em hipótese alguma, as
entrevistas podem ser coletadas de forma clandestina. A pessoa entrevistada precisa
estar ciente que terá seu depoimento gravado e - de início - deve assinar um documento
chamado Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, porque estará fazendo parte do
projeto de pesquisa. Após a transcrição da entrevista, deve-se oferecer o conteúdo para
análise e aprovação por escrito por parte da pessoa entrevistada. Caso ela censure
trechos da entrevista, isso deverá ser respeitado. A autorização para a utilização da
entrevista é realizada através de outro documento chamado Carta de Cessão de Direitos
para Utilização de Depoimento Gravado.
9
Durante a entrevista ainda, o entrevistador ou a entrevistadora precisa conduzir o
trabalho, deixando a pessoa entrevistada à vontade para falar como deseje. Não se deve
fazer juízo de valor sobre o que está falando, bem como não desrespeitar o jeito de ser e
pensar da pessoa entrevistada.
Lembre-se, para uma boa entrevista é preciso saber ouvir. Como sugere Gaspari
(2005, p. 25)
(...) ao ouvir relatos que são muito particulares, criam-se laços de presença e põem-se
em movimento os sentidos corporais e espirituais que são próprios da relação humana e
exercitados na interação: ver, ouvir e falar. Ver o outro, o entrevistado, no sentido de
apreender, apropriar-se de suas emoções, do vivido, com aceitação, cumplicidade e
reciprocidade e, a partir daí, fazer história e produzir sentido. Ver, falar e ouvir é um
diálogo, mesmo que entre desiguais.
Em tempo: a professora estará à disposição para conduzir o trabalho. Ela é que pode
ajudar quando surgirem dúvidas.
GLOSSÁRIO
Inclusão social: conjunto de meios e ações que servem para combater injustiças e dar oportunidade à
pessoas ou grupos menos favorecidos dentro da sociedade. Aqui, no caso da disciplina de História, é
preciso que seja dado espaço a personagens que não aparecem na História oficial, mas que também
fazem parte da construção dessa História.
Heródoto: Historiador grego (484 a.C.- 420 a.C.). Considerado como o primeiro historiador, é autor da
primeira grande narrativa histórica do mundo ocidental antigo. É por isso chamado de pai da História.
Sérgio Buarque de Hollanda: Nascido em 1902 e falecido em 1982, em São Paulo, foi um dos mais
importantes historiadores brasileiros, além de ser crítico literário e jornalista. Escreveu obras como
Raízes do Brasil e Visões do Paraíso, obras básicas para uma melhor compreensão da sociedade
brasileira.
Fundamentação documental: provar alguma coisa tendo como base algum documento.
História Local: Método de trabalhar História a partir da realidade, espaço e tempo dos alunos e alunas.
É um bom caminho para aproximar as pessoas do conceito de sujeito histórico.
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PARA CONHECER MAIS UM POUQUINHO:
Sites;
http://cpdoc.fgv.br/acervo/historiaoral
http://www.fflch.usp.br/dh/neho/root.php
http://www.site.historiaoral.org.br/
Livros;
MEIHY, J.C.S.B. Manual de História Oral. São Paulo: Loyola, 2002. PRINS, G. História Oral. In: BURKE, P. (Org.) A Escrita da História. Novas Perspectivas. São Paulo: UNESP; 1992. JOUTARD, P. História Oral. In: BURGUIÉRE, A. Dicionário das Ciências Históricas. Rio de Janeiro: Imago; 1993.
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AS BENZEDEIRAS NA HISTÓRIA
Por ser uma prática, em sua maioria, realizada por mulheres, na história, a
benzeção está fortemente ligada à condição da mulher.
Durante a Idade Média, a Igreja Católica era uma instituição com um poder
muito maior do que ela tem hoje. Além de proprietária de muitas terras – os feudos –
ela também dominava a leitura e a escrita. E pense o que era isso numa época em que a
maioria da população era analfabeta!
Nesse período, as mulheres eram muito mal vistas pela Igreja Católica. Elas
eram tidas como criaturas débeis ou que poderiam ser facilmente tentadas pelo diabo.
Essas ideias não eram nada novas. Filósofos da Antiguidade Clássica, como Platão e
Aristóteles já haviam escrito bastante sobre a inferioridade feminina. Os pensadores da
Igreja somente se aproveitaram de suas ideias, unindo a isto a questão da facilidade
delas serem tentadas pelo diabo e, desta forma, realizar coisas em seu nome.
Quando foi criado o Santo Oficio, as mulheres foram bastante vigiadas por esse
órgão repressivo. A prática de benzeção foi encarada como bruxaria, como coisa de
mulheres a serviço do diabo aqui na Terra. Com a atuação do Santo Ofício, muitas
mulheres foram presas, interrogadas, torturadas e condenadas à morte.
Observe, no texto abaixo, algumas ideias de membros da Igreja Católica acerca
das mulheres:
Numa religião em que a carne é maldita, a mulher se apresenta como a mais temível
tentação do demônio. Tertuliano escreve: “Mulher, és a porta do diabo. Persuadiste
aquele que o diabo não ousava atacar de frente. É por tua causa que o filho de Deus
teve de morrer; deverias sempre andar vestida de luto e de andrajos.” E Santo
Ambrósio: “Adão foi induzido ao pecado por Eva e não Eva por Adão. É justo que a
mulher aceite como soberano aquele que ela conduziu ao pecado.” E São João
Crisóstomo: “Em meio a todos os animais selvagens não se encontra nenhum mais
nocivo do que a mulher.” Quando se constituiu o direito canônico, no século IV, o
casamento surgiu como uma concessão às fraquezas humanas, sendo incompatível com
a perfeição cristã. “Empunhemos o machado e cortemos pelas raízes a árvore estéril do
casamento”, escreve São Jerônimo. A partir de Gregório VI, quando o celibato foi
imposto aos padres, o caráter perigoso da mulher foi também severamente sublinhado:
todos os padres da Igreja lhe proclamaram a abjeção. Santo Tomás foi fiel a essa
12
tradição ao declarar que a mulher é um ser “ocasional” e incompleto, uma espécie de
homem falhado.
Beauvoir, S. O segundo sexo. Volume 1. São Paulo: Círculo do Livro, 1986. Pg.127.
Apesar do Santo Ofício ser uma instituição criada durante o período medieval, é
no período chamado de Moderno que ele ganha maior força e atuação, principalmente
na Espanha e em Portugal.
Nesse período, muitas pessoas consideradas pecadoras, hereges, foram presas,
interrogadas sob torturas e condenadas às duras penas, de acordo com a gravidade da
falta para com a Igreja Católica.
As mudanças na mentalidade européia trazidas pelo Renascimento não foram
capazes de alterar velhas ideias que se tinha sobre a mulher. A Reforma Católica
aproveitou os poderes reforçados através do Santo Ofício para perseguir mais
fortemente as mulheres. A ideia da benzeção tida como bruxaria é muito mais acentuada
neste período e, como resistência, elas praticavam às escondidas. Porém, como a
delação era bastante comum, muitas foram presas, interrogadas, torturadas e, na maioria
das vezes, condenadas à morte na fogueira.
Com o desenvolvimento das ciências através do humanismo, a medicina se
aproveita para condenar também as pessoas que realizam ou se utilizam da prática de
benzeção.
Mesmo em meio a tanta repressão e perseguição, as mulheres resistiram e,
mesmo escondidas, continuavam as práticas de benzeção que eram passadas de geração
em geração. No Brasil Colônia, a herança europeia dos benzimentos ganha novas
influências, tanto indígena quanto africana e, numa terra continental com raríssimo
acesso a medicina formal, a maioria da população busca nas benzedeiras a cura para os
tormentos que lhes afligem.
GLOSSÁRIO
Feudos: o feudo era um benefício, muitas vezes, um lote de terras, que, no Período Medieval, o senhor
doava a um nobre. Os feudos contavam com uma infraestrutura necessária para manter aquele tipo de
sociedade.
Criaturas débeis: criaturas fracas, sem personalidade, que cedem facilmente ao apelo de alguém mais
forte ou mais inteligente.
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Antiguidade Clássica: Esse termo refere-se a um longo período da História da Europa que se estende
aproximadamente do século VIII a.C., com o surgimento da poesia grega de Homero, até a queda do
Império Romano do Ocidente no século V d.C., mais precisamente no ano 476. No eixo condutor desta
época, que a diferencia de outras anteriores ou posteriores, estão os fatores culturais das suas civilizações
mais marcantes, a Grécia e a Roma antigas.
Platão: importante filósofo grego da antiguidade
Aristóteles: foi um filósofo grego, aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande. Seus escritos
abrangem diversos assuntos, como a física, a metafísica, a poesia, o teatro, a música, a lógica, a retórica,
o governo, a ética, a biologia e a zoologia.
Santo Ofício: O Tribunal do Santo Ofício era uma instituição eclesiástica de caráter "judicial", que tinha
por principal objetivo "inquirir heresias" - daí também ser conhecido como Inquisição. Foi criado no
Período Medieval e teve atuação acentuada durante a chamada Reforma Católica, no Período Moderno.
Tertuliano: nascido em Cartago no ano 155, foi um dos mais importantes escritores eclesiásticos da
Antiguidade.
Santo Ambrósio: nascido em Trier, atual Alemanha, em 340, foi bispo da atual Arquidiocese de Milão,
e é considerado um dos Doutores da Igreja, já que fora profundo conhecedor e analisador dos textos
bíblicos.
Doutores da Igreja: certos homens e mulheres que são reverenciados pela Igreja pelo especial valor dos
seus escritos, pregações e a santidade de suas vidas. Cada um deles deu uma contribuição especial à fé,
ao entendimento dos evangelhos e à doutrina cristã.
São João Crisóstomo: teólogo e escritor cristão que nasceu na Síria, em 349. Era grande orador e
também considerado um dos doutores da Igreja.
São Jerônimo: tradutor da bíblia para o latim.
Gregório VI: foi Papa de 1 de maio de 1045 a 20 de dezembro de 1046.
Santo Tomás: padre e teólogo do século XIII foi um dos mais importantes pensadores da Igreja
Católica.
ATIVIDADE:
Pesquise na Internet alguns instrumentos de tortura utilizados pela Inquisição contra as
mulheres consideradas bruxas, a fim de observar a violência contra essas mulheres.
Depois, forme grupos com colegas para a organização de cartazes sobre essa prática.
PARA CONHECER MAIS UM POUQUINHO:
Sons e vídeos;
Tapete Vermelho. Direção: Luiz Alberto Pereira. Brasil: 2006. 100 min.
O Poço e o Pêndulo. (The Pit and The Pendulum). EUA: 1991.
Textos e livros;
14
Beauvoir, S. O segundo sexo. Volume 1. São Paulo: Círculo do Livro, 1986. BUONICORE, A. O anti-feminismo na história. Disponível em http://br.dir.groups.yahoo.com/group/cafeconsciencia/message/5233. Acessado em 04 de julho de 2010. DELUMEAU, J. História do medo no Ocidente. São Paulo: Cia. das Letras, 2009. SOUZA, L. M. O diabo e a Terra de Santa Cruz. São Paulo: Cia das Letras, 1993.
15
COMO ELAS RECEBEM O DOM DE BENZER
“Eu aprendi por que eu via a mãe benzê, daí eu pegava, via ela rezar, acendia a vela
nos pézinho dela, nos santinho e rezava.”(Dona Helena Cordeiro)
Aqui reproduzimos um trecho do livro O que é Benzeção, de Elda Rizzo de
Oliveira que nos ajudará a compreender melhor como se dá o processo da descoberta de
que a pessoa será uma benzedeira:
Geralmente a descoberta do dom pela benzedeira ocorre paralelamente ao
reconhecimento de algum acontecimento forte na sua vida. (Isso pode ser) Um pedido
de auxílio para uma situação desesperadora, vindo de poderes sobrenaturais (ou) outras
situações em que ocorre o reconhecimento da existência do seu dom: quando a
benzedeira depara com alguma doença incurável; quando ocorre uma revelação, por
exemplo, uma visão de que uma santa a protege numa estrada perigosa; ou quando ela
ouve uma voz que a orienta no sentido de retribuir às pessoas, a graça da benção que
recebe dos santos; ou ainda quando, na ausência de outras benzedeiras, ela precisa
aprender o conhecimento do trabalho para poder benzer as crianças que ficavam
doentes. Às vezes recebe o dom de pessoas de sua família, como de uma avó, de uma
tia; outras vezes, quando possui uma característica de bondade ou de habilidade para
ajudar as pessoas e isso é identificado por outra pessoa como sendo um dom, ou tem-se
ainda todas essas situações combinadas de diversas maneiras entre si.
OLIVEIRA, E. R. O que é Benzeção. São Paulo: Brasiliense, 1985. pg. 34)
Das benzedeiras que foram entrevistadas para este trabalho - fora dona Josefa
Podgurski que disse ter aprendido sozinha a benzer - a descoberta pelo dom aconteceu
de forma meio parecida. Dona Helena Cordeiro já tinha a sua mãe que era parteira e
benzedeira, além do pai, que benzia mordedura de cobras em animais e pessoas. Ela
acabou aprendendo com a mãe as orações e remédios para serem utilizados para cada
caso. Quando sua mãe veio a falecer em complicações de parto, uma ocasião fez ela se
utilizar dos conhecimentos que tinha. Depois que começou, não conseguiu parar tão
cedo. No quadro abaixo citamos partes de seu relato:
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Eu aprendi por que eu via a mãe benzê, daí eu pegava, via ela rezar, acendia a vela nos
pézinho dela, nos santinho e rezava. (...) De ver e decerto tinha o dom também, né. Eu,
quando era criança, eu desmaiava, sabe, não sei o quê que me dava, eu desmaiava e
daí, um dia, tava plantando feijão com meu pai, e o pai plantando milho e eu feijão, que
o espaço era curto pro feijão, e o milho já mais longe assim, pra não fechar o feijão, né.
Pra dar a planta bem. E eu plantando, roça de toco, daí eu desmaiei e o sinal, nunca
mais saiu o sinal. Ih, tinha um sinalzão grande, agora já fechou, aqui ó, pegou quase
aqui, se tivesse pegado aqui, tinha morrido. Caí com o pescoço naquele toco assim, daí
me trouxeram pro hospital maternidade, fiquei internada, tudo, daí, nossa, ficou uma
bola assim, eu sofri daquilo. Daí minha mãe fez um pedido pra mim sarar, e ela ia
passar o dom dela pra mim. (...)! Pra mim sarar e nunca mais dar desmaio em mim. Daí
quando eu ficava mais adulta assim, assumir o benzimento. Daí, eu não quero ser
benzedeira, a mãe é benzedeira, mas eu não quero. Disse que não queria, né. Daí não
me deu mais ataque. Daí, desde o dia em que nós fomos num casamento, daí deu
hemorragia numa menina lá, pelo nariz, sangue pelo nariz, tinha arrebentado umas
veinha assim e a menina tava morrendo. E até eles achar um carro longe, lá na
cachoeira, longe, até pegar o carro, era um casamento que tinha, daí até pegar, arrumar
ligeiro uma condução, tinha gente lá com condução, usavam muito aqueles jipe, né, e
aquelas caminhonete ximbica, que diziam, né. Usavam muito daqueles carro,
antigamente. Daí até achar a condução, a menina, eu peguei e, primeiro benzimento
que eu fiz, eu peguei e falei pra mãe da menina. Me deu aquela vontade de ajudar
assim, sabe, falei, vamos lá no quarto que eu quero ver essa menina. Ela disse: a
senhora benze? Eu: benzo sim. Daí eu: não. Eu não benzo, mas, sei fazer uma oração.
Fui lá no quarto e fiz minha oração que nem minha mãe. Fiz minha oração e daí pedi
uma cabeça de palha, né, tirei a lasquinha, fiz a cruzinha, tirei o sangue da menina, fiz a
cruzinha e fiz na testa e nas mãos, mas olha, não levou nem dois minuto o sangue
estancou, daí essa menininha não precisou levar no médico, daí ponharam, não, não é
preciso levar.
Helena Cordeiro. Depoimento coletado em 04/02/2010.
Dona Elvira também veio de uma família benzedeira. Igual a dona Helena, sua
mãe era benzedeira e parteira e o pai também benzedor. Além deles, outras pessoas
também lhe ensinaram:
17
Desde criança minha mãe ensinava e daí a gente trabalhava em casa que tinha criança,
mandavam a gente tirar quebrante, daí foi indo e eu comecei a benzer. A mãe e o pai
(eram benzedores) os dois. O papai ensinava mais a gente que a mamãe. Minha mãe
era parteira. Era mulher muito forte, mas morreu de repente, com 62 anos. (...).
Cera foi uma otra curadera que me ensinô.(...)Engraçado que ela disse: oia eu vô te
ensiná, porque nóis tinha que pegá um caminhão como daqui na Rondinha pra levá as
crianças lá(...). Daí ela me ensinô, daí eu fui indo, fazendo.
Elvira Lima da Silva.Depoimento coletado em 05/01/2010.
GLOSSÁRIO
Dom: pessoa que faz bem determinada coisa e que descobre que, além de ter aprendido de alguma
forma, aquilo que sabe já estava nela.
Revelação: Coisa que é revelada; inspiração; conhecimento súbito; ato ou efeito de revelar ou de
revelar-se.
Jipe: O termo jipe é o nome dado aos automóveis destinados ao uso fora de estrada, ou off road,
normalmente com tração nas quatro rodas. A palavra jipe é um aportuguesamento do termo em inglês
jeep, derivado da pronúncia em inglês da sigla GP, que significa general purpose ou "uso geral". Na
zona rural, onde as condições de acesso eram dificeis em tempos passados, os jipes eram muito
utilizados.
Ximbica: forma pejorativa ou mesmo carinhosa de chamar o jipe.
Condução: carro; meio de transporte.
Cabeça de palha: palha de milho, retirada inteira da espiga.
Rondinha: Localidade do município de Paula Freitas.
18
O TRABALHO DE BENZER
“Conforme a benzedura usa uma arrudi, outro ramo que seje. A benzedura de
rendidura não precisa de ramo nem coisa nenhuma e só a benza de passa a mão e
benza! As pessoas aí, tem sarado. Graças a Deus!”
(José Valdoir Euzébio de Brito no documentário “Benzeduras: a sagração do cotidiano”.)
Para realizar benzeções, as benzedeiras se utilizam de rituais aprendidos ao
longo do tempo ou que passaram a realizar por conta própria, quando ocorreu a
revelação do dom. Os rituais podem ser somente a partir de orações ou ainda com a
utilização de água, velas, cera, plantas medicinais, dentre outras.
Vejamos como são realizados os benzimentos por cada uma das benzedeiras
entrevistadas.
Dona Josefa Podgurski se utiliza da cera de abelhas, da palha de linhaça e dos
talos de couve.
A cera de abelhas é utilizada da seguinte forma: depois de aquecida em fogo, a
cera é derramada na água de uma vasilha que fica sobre a cabeça da pessoa a ser
benzida. Enquanto isso, dona Josefa faz uma oração em voz baixa. Esse procedimento é
utilizado para a retirada de susto ou nos casos – principalmente em crianças – de bichas.
A palha de linhaça utilizada é resultado do trabalho artesanal realizado pela
própria benzedeira. Em seu quintal ela cultiva o vegetal desde o plantio, na lua crescente
do mês de julho até a colheita em dezembro e demais tratamentos. Para a produção da
palha utilizada por ela nos benzimentos, há um processo de tratamento da linhaça
colhida. Primeiramente é deixada de molho em um tanque de lavar roupas durante o
período de nove dias. Neste tempo, a água do tanque é trocada várias vezes. Depois
disso, seca-se a linhaça ao sol, depois se maceta e está pronta para a utilização que
consiste em enrolar nove pedacinhos da palha sobre um paninho que ficará sobre a
cabeça ou sobre as pernas da pessoa benzida. Acende-se a palha e durante a queima ela
faz uma oração.
O talo de couve é utilizado para benzimentos de cobreiros*. Aí ela corta o
vegetal sobre a área infectada. Nesse processo se utiliza também de oração.
Dona Helena Cordeiro, sempre em seus benzimentos, reza um pai-nosso e nove
ave-marias. Para dor de dente em crianças, além da oração, utiliza uma folha de melissa
que depois serve para fazer o chazinho. Apesar de se utilizar mais de raminhos de
arruda nos benzimentos, dependendo o caso, usa hortelã – principalmente em crianças -,
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erva de santa maria e alecrim do campo que “tira o vício das pessoa.” Além dos
benzimentos em casa, dona Helena realizou vários batizados no poço de São João
Maria, no Morro da Cruz, “pra não dá tosse comprida.”
Dona Elvira, como dona Josefa, também se utiliza da cera de abelhas. Além
disso, tira medidas da criança que “falta medida”, benze “peito aberto”, rendiduras,
bronquite e faz simpatias para criança embruxada, além de benzer contra atrapalhos no
amor, nas finanças e profissionais.
GLOSSÁRIO
Linhaça: a semente do linho ou a fibra fornecida pelo caule do mesmo vegetal.
Bicha: nome popular de lombriga.
Cobreiro: forma popular para denominar algumas reações alérgicas da pele.
Rendidura: forma popular de chamar hérnia ou contusões musculares.
Embruxada: vítima de olho gordo.
ATIVIDADE
Agora que você conhece um pouco mais sobre a história oral e sobre as benzedeiras,
chegou a hora de sair para o trabalho de pesquisa. Siga as dicas da professora e bom
trabalho.
1) Faça um levantamento do número de benzedeiras que há em sua comunidade.
Depois escolha uma delas para realizar a atividade que segue:
Importante: se a benzedeira consentir, a partir do que você aprendeu sobre história oral,
grave com ela a entrevista em equipamento de áudio.
• Nome da benzedeira:________________________________________________
• O que benze:_______________________________________________________
• Como benze:_______________________________________________________
• Como aprendeu a benzer:_____________________________________________
• Desde quando benze:_________________________________________________
2) Durante o trabalho de campo, converse com a benzedeira sobre a possibilidade de
fotografar o local em que elas benzem, bem como o ato da benzeção. Depois disso,
organize na escola uma exposição fotográfica.
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PARA SABER MAIS UM POUQUINHO:
Livro;
SILVA, V.A.G. Benza Deus! Benzedeiras em Curitiba: modernidade e tradição:
histórias de vida. Curitiba: Edição do Autor, 2009.
Filmes;
A sagração do cotidiano: benzeduras. Direção Janete Kriger. Brasil: 2009. 17 min.
Benzeduras. Direção Adriana Rodrigues. Brasil: 2008. 72 min.
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QUEM VAI SE BENZER
Eu benzia mais mulher com criança, e as pessoa adulta procuravam quando tavam
atrapalhado assim nos negócio, nas coisa.
Helena Cordeiro
Dentro de cada momento da História, o trabalho das benzedeiras era procurado
para resolver as mais diversas situações, desde as que envolviam a baixa oferta de
serviços de saúde como as ligadas ao alívio de tormentos psicológicos ou busca de
sucesso de ordem amorosa, financeira, familiar, e outros.
A forte presença das benzedeiras na atualidade só pode ser explicada por um
viés: elas só existem por que tem alguém que as procura. Vejamos o que cada uma das
entrevistadas falou sobre as pessoas que benzem:
Dona Josefa:
Atende casos em que a medicina não resolve, e se as pessoas a procuram é porque tem
fé e acreditam que possa resolver os seus problemas.
Dona Helena:
(quem procurava) Era mais mulher com criança e as pessoa adulta também
procuravam, quando tavam atrapalhado assim, atrapalhados assim nos negócio, nas
coisa. Que nem tinha uma menina que já era noiva, fazia quase dez anos e não casava,
eles queriam fazer uma festa, uma festinha e não dava, sempre dava atrapaio, o noivo
era caminhonero também, daí tavam atrapaiado. Daí ela ofereceu uma nossa senhora,
aquela que tá ali com a capelinha na mesinha de lá. Ela prometeu que se eu
encaminhava ela pra casar, ela trazia, daí. Mas não demorou um tempo, já se
encaminhou, acho que nem um ano, casou. (...)
Dona Elvira disse que as pessoas a procuram para benzer quebrante, susto,
criança com cólica dos primeiros meses, bronquite, peito aberto, machucaduras e ainda
atrapalhos amorosos, financeiros e profissionais.
Situação comum às três benzedeiras é que pessoas de todas as camadas sociais
procuram seus benzimentos.
Gomes (2007) afirma que “o ser humano tem sede e busca incessantemente algo
que possa satisfazer suas necessidades e desejos. Quando a dor, o sofrimento e a
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angústia se instalam na vida, procuramos algo que possa recompor e reestruturar nossa
existência. Entretanto, a busca do bem estar físico, orgânico, por si, não possibilita a
integralidade e a felicidade que tanto buscamos”. Isso ajuda a compreender um pouco o
porquê das benzedeiras serem procuradas.
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ATIVIDADE
É necessário também pensar a atividade das benzedeiras a partir das pessoas que
as procuram. A partir desta afirmação é que realizaremos esta atividade de campo. Mais
uma vez você exercitará seus dotes de historiador/a!
• Converse com alguma pessoa que frequenta a benzedeira que você entrevistou na
outra atividade. Explique a ela por que você está realizando tal trabalho e
certifique-se de que ela quer participar da atividade. Se ela aceitar, mãos à obra!
Preencha os dados abaixo:
Gênero ( )Masculino ( )Feminino Idade: ___anos
Quantas vezes já veio se benzer aqui?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Por que motivos procura benzedeiras?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Já procurou outras benzedeiras ou só vem aqui?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Você vai ao médico também ou resolve seus problemas de saúde somente com
benzimentos?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
PARA SABER MAIS UM POUQUINHO:
Livros;
GOMES, S.R.S. Saúde e salvação: o sagrado das rezadeiras em Paulista. Dissertação de Mestrado. Paulista: Universidade Católica de Pernambuco, 2007.
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REFERÊNCIAS
FONTES PRIMÁRIAS
CORDEIRO, Helena. Entrevista. União da Vitória, 04 de fevereiro de 2010.
PODGURSKI, Josefa. Entrevista. União da Vitória. 08 de Julho de 2010.
SILVA, Elvira Lima da. Entrevista. União da Vitória, 05 de janeiro de 2010.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ALVES, P.; SCHALLENSBERGER, E.; BATISTA, A. A. A História regional – Desafios para o Ensino e a Aprendizagem. In.: Akrópolis, v.13,n°.1, jan/mar.,2005. Umuarama: UNIPAR, 2005. BEAUVOIR, S. de O segundo sexo: 1.fatos e mito. Rio de Janeiro: Nova fronteira, 1980. CAINELLI, M. Educação histórica: perspectiva de aprendizagem da história no ensino fundamental. IN: Educar em Revista. Curitiba: Editora UFPR, 2006. DELUMEAU, J. História do medo no ocidente1300-1800: uma cidade sitiada. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. GASPARI, L.T. Imagens femininas nas “Gêmeas do Iguaçu” nos anos 40 e 50. União da Vitória: Kaygangue, 2005. GOMES, S.R.S. Saúde e salvação: o sagrado das rezadeiras em Paulista. Dissertação de Mestrado. Recife: Universidade Católica de Pernambuco, 2007. Disponível em http://www.br/tede//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=142 Acessado em 25 de janeiro de 2009. JOUTARD, P. História oral. In:BURGUIÉRE, A.(Org) Dicionário das Ciências Históricas. Rio de Janeiro: Imago; 1993. KLAPISCH-ZUBER, C, Mulheres. In: BURGUIÉRI, (Org) Dicionário das Ciências Históricas. Rio de Janeiro: Imago; 1993. MEIHY, J. C. S. B. Manual de História Oral. 4.ed. São Paulo: Loyola; 2002. OLIVEIRA, E. R de. O que é benzeção. São Paulo;Brasiliense; 1985. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: história. Curitiba: SEED, 2009. PRINS, G. História Oral. In: BURKE,P. (Org.) A Escrita da História. Novas Perspectivas. São Paulo: UNESP; 1992. SILVA, V.A.G. Benza Deus! Benzedeiras em Curitiba: modernidade e tradição: histórias de vida. Curitiba: Edição do Autor, 2009. SOUZA, L. M. O Diabo e a Terra de Santa Cruz. São Paulo: Cia das Letras; 1986.
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THOMPSON, P. A Voz do Passado: história oral. Rio de janeiro: Paz e Terra; 1992. VAZ, V, As benzedeiras da cidade de Irati: suas experiências com o mundo, e o mundo da benzeção. Dissertação de mestrado. São Paulo: PUC, 2006. Disponível em: http//www.dominiopublico.gov.br/dowload/texto/cp007790.pdf acessado em 25 de janeiro de 2010.
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