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Danilo Meirelles de Sousa Abreu
CONTRIBUIÇÕES DO FARMACÊUTICO PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE
PÚBLICA COM ENFOQUE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Palmas-TO
2016
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Danilo Meirelles de Sousa Abreu
CONTRIBUIÇÕES DO FARMACÊUTICO PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE
PÚBLICA COM ENFOQUE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Monografia apresentada como requisito parcial para aprovação na disciplina de TCC em Ciências Farmacêuticas do curso de bacharel em Farmácia pelo Centro Universitário Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA). Orientadora: Profª. Esp. Emília Jacinto Trindade
Palmas-TO
2016
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Danilo Meirelles de Sousa Abreu
CONTRIBUIÇÕES DO FARMACÊUTICO PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE
PÚBLICA COM ENFOQUE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Monografia apresentada como requisito parcial para aprovação na disciplina de TCC em Ciências Farmacêuticas do curso de bacharel em Farmácia pelo Centro Universitário Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA).
Aprovado em:____ /____ /____.
BANCA EXAMINADORA:
_________________________________________________________ Profª. Esp. Emília Jacinto Trindade (Orientadora)
Centro Universitário Luterano de Palmas
_________________________________________________________
Profª. MSc. Márcia Germana Alves Araújo Lobo Centro Universitário Luterano de Palmas
_________________________________________________________ Profª. MSc. Natálio Belo Moreira Morbeck Centro Universitário Luterano de Palmas
Palmas-TO
2016
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Dedico este trabalho primeiramente à Deus, aos
meus pais, irmãos, amigos e família.
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente quero agradecer a Deus que iluminou os meus caminhos sem
jamais ter me deixado desanimar. Ele me deu toda coragem que eu precisava para ir
além dos meus limites durante todos estes anos dedicados aos estudos e não me
deixou faltar forças para ir até o fim.
Aos meus pais, Nicanor de Abreu e Adirce de Sousa Lobo Abreu, por sempre
acreditarem em mim e por terem sonhado esse momento tão importante da minha
vida juntos comigo.
Agradeço ao meu irmão Pedro Henrique de Sousa Abreu por sempre ter me
ajudado nos ajustes do meu Trabalho de Conclusão de Curso.
A minha namorada Mara pelo seu amor, compreensão, paciência e carinho e
entender muitas das vezes a minha ausência.
Infinita gratidão ao meu primo Geovane de Sousa Pereira, pelas conversas,
conselhos, broncas e ensinamentos desde o primeiro dia a qual vim trilhar minha
temporada acadêmica.
Agradeço a professora e orientadora Emilia Jacinto Trindade, pela dedicação
e ensinamentos nas orientações.
Aos meus amigos e familiares em geral pelo apoio, preocupação e por terem
me ajudado quando precisava.
Agradeço as minhas colegas Karita e Aristiane pela imensa ajuda ao longo do
semestre.
Enfim, agradeço a vocês por tudo!
5
“Não se moldem ao padrão deste mundo, mas
transforme-se pela renovação da sua mente
para que sejam capazes de experimentar e
comprovar a boa, agradável e perfeita vontade
de Deus.”
(Romanos 12:2)
6
RESUMO
ABREU, Danilo Meirelles de Sousa. Contribuições do Farmacêutico para promoção da saúde pública com enfoque na atenção primária. 2016. 42 folhas Monografia (Graduação em Farmácia). Centro Universitário Luterano de Palmas, Palmas/TO. A reestruturação da Assistência Farmacêutica (AF) tornou-se um grande desafio para os gestores e profissionais do SUS, fazendo necessária sua integração na rede básica do serviço de saúde. O presente trabalho teve como objetivo revisar as contribuições do farmacêutico para a promoção da saúde pública, com enfoque na atenção primária, descrevendo atribuições do profissional farmacêutico na Assistência Farmacêutica, no âmbito do SUS, bem como pontuar os principais problemas de gestão na área da saúde relacionados aos medicamentos. Trata-se de uma revisão sistemática de literatura realizada a partir do conhecimento disponível nas principais bases de dados de pesquisa. Os resultados evidenciaram que a promoção à saúde pública representa uma estratégia promissora por meio do Programa Saúde da Família (PSF) para enfrentar os múltiplos problemas de saúde, devido ter como foco central de ação o paciente. A AF compreende um conjunto de procedimentos necessários a promoção, prevenção recuperação da saúde individual ou coletiva do usuário. A assistência farmacêutica no SUS visa o bem-estar do paciente, no qual a atribuição do farmacêutico é somar esforços para a promoção da saúde. Dentre os obstáculos encontrados para o desenvolvimento eficiente da AF, evidencia-se o espaço físico das farmácias nas unidades de saúde que são muito pequenos. Assim, a inserção do farmacêutico na AF de qualidade na atenção básica é uma estratégia por parte dos gestores de saúde que devem buscar como exemplo as experiências de AF que obtiveram sucesso. Palavras-Chave: Níveis de Atenção do SUS; Assistência Farmacêutica; Contribuições para Promoção da Saúde Pública;
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Ciclo da assistência farmacêutica de acordo com a Política Nacional de
Medicamentos .......................................................................................................... 20
Figura 2 - Evolução orçamentária anual dos gastos federais com aquisição de
medicamentos (R$) ................................................................................................... 25
Figura 3 - Frequência das categorias/problemas na Assistência Farmacêutica nos
relatórios da CGU em municípios paraibanos, entre 2003 e 2010 ............................ 26
Figura 4 – Adequação da ambiência das farmácias das UBS e da CAF de
Pomerode-SC ............................................................................................................ 28
Figura 5 – Evolução do quadro de farmacêuticos que compõe a Assistência
Farmacêutica de Goiânia-GO .................................................................................... 31
Figura 6 – Áreas de atuação dos farmacêuticos que compõe a Assistência
Farmacêutica de Goiânia-GO .................................................................................... 32
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AF Assistência Farmacêutica
APS Atenção Primária à Saúde
BPS Banco de Preços em Saúde
CAF Central de Abastecimento Farmacêutico
CAPS Centro de Atenção Psicossocial
CEME Central de Medicamentos
CEMEPAR Centro de Medicamentos do Paraná
CFF Conselho Federal de Farmácia
CFT Comissão de Farmácia e Terapêutica
CGPM Comissão de Gestão e Planejamento de Materiais
CGU Controladoria-Geral da União
CONASS CONSELHO NACIONAL DE SECRETÁRIOS DE SAUDE
CRF-PR Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná
ESF Equipe de Saúde da Família
LILACS Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
MS Ministério da Saúde
NASF Núcleo de Atenção Básica à Saúde da Família
OPAS Organização Pan-Americana da saúde
PNAF Política Nacional de Assistência Farmacêutica
PNM Política Nacional de Medicamentos
PSF Programa de Saúde da Família
REMUME Relação Municipal de Medicamentos Essenciais
RENAME Relação Nacional de Medicamentos Essenciais
SciELO Scientific Electronic Library Online
SESA-PR Secretária Estadual de Saúde do Paraná
SMS Secretaria Municipal de Saúde
SUS Sistema Único de Saúde
UBS Unidade Básica de Saúde
UBSF Unidade básica de Saúde da Família
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10
2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 12
2.1 Objetivo Geral ..................................................................................................... 12
2.2 Objetivos Específicos .......................................................................................... 12
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 13
4 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 14
4.1 Saúde Pública no SUS ........................................................................................ 14
4.2 Assistência Farmacêutica .................................................................................... 16
4.3 Assistência Farmacêutica no SUS ...................................................................... 18
4.4 Obstáculos para o Desenvolvimento da Assistência Farmacêutica .................... 22
4.4.1 Logística ........................................................................................................... 24
4.5 Uso Irracional de Medicamentos ......................................................................... 27
4.6 Experiências Exitosas ......................................................................................... 28
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 36
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 37
10
1 INTRODUÇÃO
O Sistema Único de Saúde (SUS) é uma grande conquista da sociedade,
criado pela Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988a) e institucionalizado pela
Lei Orgânica da Saúde (BRASIL, 1990) que inclui a Assistência Farmacêutica (AF)
nas ações de serviço do SUS. É notado por descentralizar suas ações de saúde
utilizando como principio universalidade, equidade e integralidade no atendimento
ao usuário (VIEIRA, 2010).
Portanto, torna-se necessário a integração da AF nas redes como serviço de
saúde, para tal feito à reestruturação dos serviços e de espaços físicos para prestar
uma assistência de qualidade é indispensável, se essa estruturação não for vista
como prioridade a AF fica reconhecida apenas como local de armazenamento e
distribuição de medicamentos e não como parte integrante das ações de serviço do
SUS (CFF, 2010).
Reestruturar a AF se tornou um grande desafio para os gestores e
profissionais do SUS, essa dificuldade se dá por recursos financeiros envolvidos e
pela necessidade de aperfeiçoar de forma contínua a busca por novas estratégias
para seu gerenciamento. Assim, é imprescindível essa busca parte dos gestores,
tendo como foco essa estruturação, para garantir eficiência nas ações, formando
vínculos entre os serviços e a população, garantindo acesso e a inserção da AF
como ação de saúde (BRASIL, 2007a).
A gestão da AF tem como principal responsável o farmacêutico, e como
gestor deve buscar o equilíbrio econômico-financeiro, recuperando custos e
maximizando resultados (BRASIL, 2007a). Já a Política Nacional de Medicamentos
(PNM) publicada pela Portaria GM/MS n°. 3.916 de 30 de outubro de 1998 (BRASIL,
1998) que tem por finalidade garantir segurança, eficácia e qualidade dos mesmos,
visa à promoção do uso racional e o acesso da população aos medicamentos
essenciais.
Essa política na AF contribui com aquisição e distribuição dos medicamentos
pactuados, necessários à atenção básica para os municípios de forma
descentralizada, sob responsabilidade dos estados. É essencial que os gestores
reflitam e aprimorem a prestação dos seus serviços para a inclusão do farmacêutico
nos serviços públicos, essas reflexões possibilitam progresso na utilização dos
11
medicamentos, como ações que tenham resultados benéficos na saúde da
população (MARGONATO, 2006).
Tendo em vista a desorganização que acontece no setor de saúde pública,
organizar e estruturar a AF se tornou prioridade dos governos municipais, para
desenvolver todo o ciclo de logística dos medicamentos que envolvem seleção,
programação, armazenamento, distribuição, aquisição e dispensação dos
medicamentos (MARIN et al., 2003).
Diante do exposto, esse trabalho se justifica por contribuir com informações
relevantes sobre a atuação do profissional farmacêutico no SUS, com o foco da
assistência na atenção básica mais voltada ao paciente do que para os
medicamentos, para tal, esse profissional deverá usar toda sua técnica para
executar as atividades de assistência em tempo integral, bem como compreender a
importância da educação em saúde dos usuários.
Tendo em vista que a AF compõe parte relevante dos serviços de atenção à
saúde do cidadão, e que deve ser gerida de forma sistêmica, tendo como maior
beneficiário o paciente, salientando que o farmacêutico como profissional de saúde,
deve no momento de fazer as intervenções acerca da terapia, relatar as possíveis
interações com outros medicamentos e alimentos, bem como, a forma de uso,
contribuindo para a profissão se destacar cada vez mais no âmbito do SUS.
12
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Revisar sistematicamente sobre as contribuições do farmacêutico para a
promoção da saúde pública, com enfoque na atenção primária.
2.2 Objetivos Específicos
Descrever o papel do profissional farmacêutico na Assistência
Farmacêutica, no âmbito do SUS;
Pontuar os principais problemas de gestão na área da saúde relacionados
aos medicamentos.
Apontar estratégias para reestruturar a AF no SUS a partir das
experiências exitosas.
13
3 METODOLOGIA
O presente estudo trata-se de uma revisão sistemática de literatura, realizada
a partir de um levantamento bibliográfico de periódicos científicos, monografias,
dissertações, livros e através de outras literaturas.
A pesquisa bibliográfica foi realizada no período compreendido entre fevereiro
à maio de 2016, nas bases eletrônicas de dados do Google Acadêmico, SciELO e
LILACS, sendo utilizado como critérios de inclusão para seleção, terem sido
publicados na literatura nacional e internacional, no período de 1988 à 2014 e
possuírem os descritores: níveis de atenção do SUS, assistência farmacêutica,
contribuições para promoção da saúde pública. Foram excluídos todos os
publicados que não atenderam aos critérios de inclusão.
Após a busca e seleção dos publicados foi feita uma leitura minuciosa do
material obtido, cujos resultados foram analisados e discutidos de acordo com a
literatura pertinente aos objetivos propostos.
14
4 REFERENCIAL TEÓRICO
4.1 Saúde Pública no SUS
Os níveis de atenção do Sistema Único de Saúde (SUS) são de básica, média
e alta complexidade, cujo objetivo é uma melhor programação e planejamento das
ações e dos serviços do sistema de saúde (BRASIL, 2004a).
Atenção Primária: constitui o primeiro nível de atenção à saúde adotada pelo
SUS (Unidade Básica de Saúde e Postos de saúde), englobando ações de
promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação.
Atenção Secundária: nível médio de complexidade, onde são realizados
procedimentos de intervenção bem como tratamento ambulatorial especializado
(Clínicas e Unidades de Pronto Atendimento e ambulatórios especializados) de
casos crônicos e agudos de doenças.
Atenção Terciária: alto nível tecnológico e alta complexidade, muito
especializado, onde são realizadas manobras mais invasivas e de maior risco à vida,
bem como são realizadas condutas de manutenção dos sinais vitais, como suporte
básico à vida (Grandes Hospitais gerais e especializados), reabilitando e inserindo
os indivíduos na sociedade.
A amplitude teórica de promoção da saúde aliada a sua prática está em largo
desenvolvimento nas duas últimas décadas, período em que ocorreram diversas
conferências internacionais em que se construíram bases conceituais e incentivos
na criação de políticas públicas de saúde no Brasil (BUSS, 2003).
A saúde pública pode ser definida através de suas grandes dimensões que
refletem a sua imagem para a sociedade, tais como: Saúde Pública como sistema
social, como profissão, método de intervenção teórico e prático, como serviço
público assegurado pelo estado e como saúde do público (TURNOCK, 2004).
Todas as iniciativas tomadas para garantir promoção, proteção e recuperação
da saúde individual e coletiva, tendo o medicamento como foco estabelecem
conexões entre setores que vão desde a pesquisa, desenvolvimento, produção e as
etapas que garantem o acesso da população a medicamentos de qualidade em
15
quantidade suficiente sob orientação profissional, capaz de garantir seu uso racional
(BRASIL, 2004b).
A Atenção Primária à Saúde (APS), modelo assistencial que se baseia aos
cuidados primários, torna-se amplamente discutida pelos gestores do sistema de
saúde e deve funcionar como um serviço facilitador ao acesso para usuários do
sistema de saúde com atenção necessária e adequada a evitar o máximo de gasto
possível (BRASIL, 2007a).
No Brasil é consolidada por meio da atenção básica, tendo como princípios a
saúde da família como estratégia principal para sua organização como modelo do
SUS. Suas propostas de ações envolvem a promoção a proteção da saúde,
prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e a manutenção da
saúde (BRASIL, 2006).
É um espaço de ações educativas voltadas “para a promoção da saúde, como
um conjunto de atividades orientadas a propiciar o melhoramento de condições de
bem estar e acesso a bens e a serviços sociais” (BESSEN, 2007, p. 64).
Pensando no entendimento do conceito de saúde pelos profissionais da área
há ainda “confusões entre os conceitos de prevenção e promoção, sendo a saúde
entendida como ausência de doença”. As ações preventivas definem-se como
intervenção orientada a evitar o surgimento de doenças, controle, transmissão e
redução do risco e outros agravos específicos (CZERESNIA, 2003).
Já a promoção da saúde, representa uma estratégia promissora para
enfrentar os múltiplos problemas de saúde, é parte da concepção ampla do
processo saúde-doença e seus determinantes, propondo união dos saberes técnicos
e populares e a atuação de recursos institucionais, comunitário, públicos e privados
para seu enfrentamento e resolução (BUSS, 2000).
A AF se torna estratégica por meio do Programa de Saúde da Família (PSF),
essa estratégia tem como foco central de ação no paciente, sua estrutura se baseia
em ações técnicas – assistenciais e técnicos – gerenciais, utiliza-se de recursos
para atender o paciente e suas necessidades de tratamento e cuidado e se faz
necessário o acompanhamento e avaliação da ação, interferências e resultados do
uso de medicamento e outras intervenções terapêuticas. Sua principal função se
baseia em atividades educativas de saberes teóricos e práticos passando para os
pacientes melhores condições de entendimento da sua doença a importância do seu
plano de cuidado, propostas terapêuticas e uso correto do medicamento. Todo esse
16
conjunto de atividades, educa, auxilia e da suporte ao paciente em seus cuidados e
avalia os resultados do seu tratamento (GOMES, 2007).
Não se pode pensar em saúde sem pensar em educação e nas suas
correlações existentes, pois educação em saúde supõe um contato, uma
transmissão, um desenvolvimento de conhecimentos, competências, hábitos e
valores. É nesse modelo que se insere o profissional farmacêutico como educador
em saúde pública, protegendo a saúde do paciente visando o uso racional de
medicamentos, participando do processo de educação dos pacientes alertando os
mesmos sob o risco da automedicação, da interrupção do tratamento
medicamentoso e a importância da receita médica para adquirir seus medicamentos
(GAZZINELLI; REIS; MARQUES, 2006).
O farmacêutico assume um papel de conscientização, aconselhamento e de
esclarecimento no sentido de “desenvolver a capacidade das pessoas de
enfrentarem problemas a partir de suas reais condições de vida”. O profissional
precisa tornar a APS como parte do seu processo de trabalho e a partir dessa
vivencia tornar perceptível as limitações desse processo para a prática de promoção
da saúde e se mobilizar para a ampliação do papel do farmacêutico como
profissional de saúde (CAMPOS, 2002).
4.2 Assistência Farmacêutica
A AF não está limitada à produção e distribuição de medicamento, mas
compreende um conjunto de procedimentos necessários a promoção, prevenção e
recuperação da saúde individual ou coletiva, centrada no medicamento. Nesta
concepção a AF engloba atividades de pesquisa, produção, distribuição,
armazenamento, prescrição e dispensação, sendo esta última entendida como ato
de orientação ao uso adequado e farmacovigilância (ARAUJO; UETA; FREITAS,
2005).
No I Encontro Nacional de Assistência Farmacêutica e Políticas de
Medicamentos (1º ENAFPM) organizado Central de Medicamentos (CEME) em
1988, foi definida a conduta do farmacêutico nesta política:
O farmacêutico assume competências relevantes nesta assistência, na medida em que é o único da equipe de saúde que tem sua formação tecno-científica fundamentada na articulação de conhecimentos das áreas
17
biológicas e exatas. E como profissional de medicamentos, traz também para essa área de atuação conhecimentos de análises clinicas e toxicológicas e de processamento e controle de qualidade de alimentos. (BRASIL, 1988b).
Na prática, a amplitude de procedimentos contidos na AF tem guiado a
diversas interpretações por parte dos gestores do sistema de saúde, muitas vezes
praticando apenas as atividades de aquisição e distribuição, ou seja, a política de
garantia de acesso ao medicamento, porém sem a preocupação da racionalidade
(COSENDEY et al., 2000).
Segundo a Resolução n°. 308 de 02 de maio de 1997 do Conselho Federal de
Farmácia (CFF) define a AF como:
Conjunto de ações e serviços com vistas a assegurar a assistência terapêutica integral, a promoção e recuperação de saúde, nos estabelecimentos públicos e privados que desempenham atividades de projeto, pesquisa, manipulação, produção, conservação, dispensação, distribuição, garantia e controle de qualidade, vigilância sanitária e epidemiológica de medicamentos e produtos farmacêuticos (CFF, 1997).
A Resolução n°. 357 de 20 de abril de 2001 do Conselho Federal de Farmácia
que aprova o regulamento técnico das Boas Praticas de Farmácia complementa
que:
Assistência Farmacêutica - é o conjunto de ações e serviços que visam assegurar a assistência integral, a promoção, a proteção e a recuperação da saúde nos estabelecimentos públicos ou privados, desempenhados pelo farmacêutico ou sob sua supervisão (CFF, 2001).
A partir da AF, o farmacêutico reconstruiu uma nova identidade para a
profissão, cujo perfil é voltado para a relação com o usuário de medicamentos e com
seus conhecimentos, abriu-se várias oportunidades para a sua atuação, indo além
da dispensação de medicamentos mostrando sua devida importância como
profissional atuante e garantindo prestações de serviços e melhoria na qualidade de
vida da população. Na verdade, o profissional farmacêutico presta relevantes
serviços à sociedade, é o principal gestor do setor de farmácia nas unidades de
saúde e o principal responsável por certificar as prescrições médicas e passar as
corretas orientações ao paciente sobre os medicamentos, visando à recuperação
dos mesmos (VIEIRA, 2007; SATURNINO et al., 2012).
18
4.3 Assistência Farmacêutica no SUS
Na atual prática farmacêutica que visa o bem-estar do paciente, o
farmacêutico soma seus esforços aos dos outros profissionais e aos da comunidade
para promoção da saúde. Trazendo para a nossa realidade é possível dizer que o
farmacêutico pode trabalhar sobre três pontos básicos: reorientação do serviço de
farmácia, desenvolver habilidades da comunidade e incentivar os indivíduos a ação
comunitária (VIEIRA, 2007).
Reorientação do serviço de farmácia: as farmácias e drogarias exercem
papel de dispensadores de medicamentos, seja com receita ou na ausência dela,
sem desenvolver nenhum compromisso com as pessoas, sendo que o tipo de
ligação que existe é o ato de dispensar o medicamento sem nenhum
aprofundamento nos problemas e angustias de cada individuo (MARIN, 2002;
MARIN et al., 2003). Porém o serviço de farmácia tem que se aliar ao serviço médico
na atenção à saúde. Quando o paciente sai do consultório ele terá maior resolução
dos seus problemas se na farmácia ele receber a seqüência do prescritor,
observando se a prescrição tem um cunho racional para seu destino e orientar o
mesmo sobre alguns interferentes como hábitos alimentares, tabagismo, histórico de
reações alérgicas, uso de outros medicamentos ou drogas (FERRAES; CORDINI
JUNIOR, 2003).
Desenvolver habilidades da comunidade: o farmacêutico pode trabalhar para
que a comunidade seja informada sob condições determinantes sobre seu estado de
saúde. Conscientizar a comunidade para que sejam alcançados resultados
satisfatórios relativos à saúde. Faz parte do processo orientar a sociedade sobre
procedimentos em relação ao uso do medicamento e que conheça as principais
doenças em seu meio e maneiras de prevenção. Esse desenvolvimento tanto
individual como coletivo torna possível o apoio farmacêutico para realizar
movimentos que tenham vista a promoção de saúde (FEITOSA, 2006; VIEIRA,
2007).
Incentivos à ação comunitária: incentivar a comunidade reforça as medidas
para a promoção da saúde. Ela se torna um forte aliado no que diz respeito á
utilização racional de medicamentos, identificando problemas e partilhando com o
19
farmacêutico a responsabilidade de divulgar e informar toda a comunidade
(BANHOS, 2006).
Algumas medidas podem ser tomadas para incentivar a comunidade, como:
estabelecer prioridades para a educação em saúde com a comunidade, participação
ativa de membros da comunidade em palestras que tratem sobre medicamentos,
como por exemplo, uso racional de medicamentos ou automedicação, estímulo a
comunidade para que participem de campanhas de saúde, como as de combate á
dengue, vacinação de animais, crianças e adultos, orientação a que gestantes façam
pré-natal, apoiando e informando a comunidade sobre os perigos das drogas, abuso
de álcool, cigarros, cocaína e maconha, discussão sobre hábitos saudáveis de vida,
alimentação, exercícios físicos e participação conjunta para desenvolver ações de
prevenção das doenças (BANHOS, 2006; VIEIRA, 2007).
Quatro categorias de iniciativa que podem ser implantadas pelos
farmacêuticos para melhorar a situação da saúde na comunidade, são elas:
avaliação dos seus fatores de risco; acompanhamento e educação “do” e “para” o
paciente; prevenção da saúde e; promoção da saúde e vigilância das doenças.
Destacando que a promoção a saúde pode ser feita através de três orientações que
dão suporte aos serviços oferecidos a população, como: disposição de serviços de
prevenção clinica; vigilância na saúde pública e; promoção do uso racional de
medicamentos pela sociedade (JAMES; ROVERS, 2003).
Da segunda metade da década de 60 em diante, surgiram propostas para
resoluções dos problemas no setor de saúde. Dentre essas propostas, aponta-a
discussão sobre a promoção da saúde e saúde coletiva como planejamento de
reorientação das ações em saúde que contextualizam novas formulações para
pensar e fazer a saúde pública (CARVALHO, 2005).
Assim, a AF é vista como uma estratégia facilitadora que possibilita à
população acesso aos medicamentos mais básico no âmbito do SUS, desta forma,
necessita de um total entrosamento entre os profissionais da área da saúde,
especialmente, os farmacêuticos para o funcionamento do sistema e a prestação de
serviços de qualidade à população.
No ciclo da AF, o resultado de uma atividade indica como auxilio para outra
atividade e a ausência ou a execução de forma indevida de uma delas e impede o
correto funcionamento de todo o ciclo (CORADI, 2012), como mostrado na Figura 1
que representa o ciclo da AF.
20
Figura 1 - Ciclo da assistência farmacêutica
Fonte: Adaptado de Marin et al. (2003).
As etapas do ciclo da AF compreendem a seleção que é um processo de
escolha de medicamentos baseado em critérios epidemiológicos, técnicos e
econômicos, estabelecidos por uma Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT)
visando medicamentos seguros, eficazes e custo efetivos com finalidade de
racionalizar seu uso (BRASIL, 2006).
A programação estima quantidades a serem adquiridas para determinar
demanda de serviços por um período de tempo. É feita com base em uma Relação
Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) e Relação Municipal de
Medicamentos Essenciais (REMUME) estabelecido na etapa de seleção. Nessa lista
os medicamentos devem encontrar-se por nome genérico, forma farmacêutica e
apresentação, a programação inadequada reflete sobre o abastecimento e o acesso
ao medicamento (CORADI, 2012).
Aquisição consiste num conjunto de procedimentos que visa o processo de
compra dos medicamentos de acordo com uma programação estabelecida com
objetivo de suprir necessidades de medicamentos em quantidade, qualidade e
menor custo – efetividade e manter regular o sistema de abastecimento. A aquisição
21
deve responder: O que comprar? Para quem? Modo de comprar? Quanto? Quando?
Como comprar? (CORADI, 2012; BRASIL, 2006).
O armazenamento é o conjunto de procedimentos técnicos e administrativos
com finalidade de assegurar as condições adequadas de recepção, armazenamento,
conservação de um eficaz controle de estoque (BRASIL, 2006).
A distribuição suprime as unidades de saúde com medicamentos em
quantidade, qualidade e tempo, deve garantir rapidez e segurança na entrega
(COSENDEY et al., 2000).
A dispensação é o ato profissional Farmacêutico que atende um ou mais
medicamentos, em resposta à apresentação de uma prescrição elaborada por um
profissional autorizado (MARIN et al., 2003). É no ato da dispensação que o
farmacêutico se destaca, tem que ocorrer a total interação entre profissional e
usuário e o mesmo receber todas as informações e orientações sobre o correto uso
do medicamento. Não levando em consideração apenas a assistência e as
orientações fornecida ao usuário esse profissional detém de conhecimentos
suficientes para intervir na estrutura organizacional das farmácias no âmbito do
SUS.
Prescrição é um material de apoio a dispensação conforme a PNM é o ato de
definir o medicamento a ser consumido pelo paciente contendo dosagem e duração
do tratamento expresso mediante a elaboração de receita médica. A “receita” é o
documento formal e escrito que coloca em vigor o que deve ser dispensado e como
o paciente deve usá-lo (CORADI, 2012).
Com finalidade de contribuir na melhoria da qualidade de vida da população
promovendo ações de promoção, prevenção, recuperação da saúde, a AF tem por
objetivo, apoiar as ações de saúde promovendo seu uso racional. Faz parte da
política de saúde, e é considerada área estratégica do sistema de saúde para o
suporte ás intervenções na promoção, prevenção de doenças e no tratamento
(BRASIL, 2006).
Apresentar procedimentos de natureza técnica cientifica e administrativa, com
funções de articular a integração dos profissionais de saúde, elaborar normas e
procedimentos técnicos e administrativos, instrumentos de controle e avaliação,
selecionar e estimar necessidades de medicamentos, gerenciar o processo de
aquisição de medicamentos, garantir condições adequadas para o armazenamento
22
de medicamentos, gestão de estoque, distribuir e dispensar medicamentos (BRASIL,
2006).
As unidades de saúde, executora da atenção primária e farmacêutica
cumprem um papel fundamental e relevante ao serem responsáveis por uma grande
demanda de procedimentos. Dentre essas ações, incluem-se aquelas ligadas ao
medicamento, acesso e uso racional (SCHRAIBER; NEMES; MENDES-
GONÇALVES, 2000).
O PSF é um ambiente favorável para o desenvolvimento de modelos
tecnológicos de uso do medicamento e avaliação de seu impacto na qualidade de
vida dos usuários. Prioriza a família como fonte e desenvolvimento da saúde,
caracterizada pelos hábitos e condições individuais e familiares. A equipe básica é
composta por médico generalista, enfermeiro, dentista, auxiliar de enfermagem e
agente comunitário podendo ser incluídos outros profissionais de saúde (BRASIL,
1997).
Inicialmente a atuação do farmacêutico limitava-se ao cumprimento de
funções de planejamento e execução de logística, porém, o aperfeiçoamento das
políticas de saúde e a visualização da AF como parte importante do processo de
cuidado em saúde fortalece para a aderência deste profissional na equipe de saúde
e na atenção ao usuário (CRF-RS, 2008).
De acordo com a Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF), a AF
no SUS deve ser compreendida como política pública que orienta para formular
políticas setoriais, tendo como estratégias a manutenção e a qualificação dos
serviços de AF na rede pública de saúde (BRASIL, 2004c).
A AF na atenção primária deve se conciliar com a demanda dos usuários
para garantir o acesso ao medicamento (tecnologia de gestão). Para esse fim uma
das etapas indispensáveis é estabelecer critérios para padronização dos
medicamentos, mecanismos de compra e a logística de distribuição, a fim de
estabelecer maior racionalidade administrativa. Estabelecer limites para a seleção
de medicamentos, fundamentados em critérios epidemiológico de segurança,
eficácia (evidência clinica) e farmacoeconômicos, evita as pressões de mercado e
de relações interpessoais (MARIN et al., 2003; MESTRINER, 2003).
4.4 Obstáculos para o Desenvolvimento da Assistência Farmacêutica
23
Para garantir uma ação de saúde de forma íntegra, no âmbito das farmácias
municipais é preciso uma estrutura que abrange todas as áreas da AF (física,
pessoal, recursos materiais e financeiros) garantindo, assim, a qualidade nos
serviços farmacêuticos. É indispensável pensar nessa estrutura para atender as
necessidades de assistência ao seu público alvo a fim de garantir resultados efetivos
(BRASIL, 2009).
O espaço das farmácias nas unidades de saúde ainda são muito pequenos e
se estrutura como um local de armazenamento de medicamentos até o momento da
dispensação, sendo que estes são repassados aos usuários através de um balcão,
dessa forma, o farmacêutico interage com a equipe de saúde, no entanto, seu foco
principal deve estar voltado ao atendimento aos usuários (ARAÚJO et al., 2008).
Esse espaço tem que ser adequado com o grau de complexidade de cada
farmácia, para que haja o desenvolvimento satisfatório das funções e atividades
pertinentes. Assim, deve-se distribuir de maneira estratégica esses espaços físicos,
considerando fácil acesso, boa localização, áreas bem definidas, bem sinalizadas e
condições ambientais apropriadas como higienização e limpeza. A dimensão dessa
área deve considerar as necessidades do local, volume de atividade, demanda de
serviços, modalidade de aquisição, mobílias e números de colaboradores (CRF-RS,
2008).
A Portaria GM/MS nº. 1.555, de 30 de julho de 2013 (BRASIL, 2013),
regulamenta e aprova as normas de financiamento e de execução do componente
básico de financiamento da AF. Por meio dessa portaria, as Secretárias Municipais
de Saúde (SMS) poderão utilizar um percentual de até 15% dos recursos financeiros
estaduais e municipais para adequação dos espaços físicos das farmácias do SUS
nos municípios, à aquisição de equipamentos e mobílias destinados a dar suporte a
AF (CONASS, 2012).
A mudança no comportamento do paciente frente à terapia medicamentosa
está intrinsecamente interligada às informações recebidas do profissional no
acolhimento e de como é elaborada, a discussão sobre a doença e o medicamento
prescrito, desta forma, torna-se necessário uma postura mais ativa do profissional no
que diz respeito ao uso correto do medicamento, além de atuar no cuidado ao
paciente (ANDRADE; SILVA; FREITAS, 2004).
Assim, é fundamental a atuação do profissional farmacêutico na dispensação
dos medicamentos nas unidades de saúde, propiciando um efetivo trabalho no
24
tratamento medicamentoso dos usuários do SUS. Atualmente há muitos
farmacêuticos que atuam na gestão de medicamentos na rede pública, trabalhando
em equipe com outros profissionais de saúde para cumprir as necessidades da
atenção básica (CFF, 2010).
4.4.1 Logística
Políticas públicas envolvem operações logísticas, para obter sucesso nessa
atividade à nível de eficiência e eficácia consiste em superar problemas como
demora na aquisição, principalmente, em casos que necessitam de licitação,
elevados custos de compra, aquisição de produtos e serviços inadequados, perdas e
faltas de materiais de estoque (VAZ; LOTTA, 2011).
Na AF não é diferente, desde a criação dos SUS, essa área vem se firmando
efetivamente como política de saúde e sendo vista como um indicador de qualidade
da assistência à saúde. É um setor que preza pelo uso racional de medicamentos,
no entanto, se destaca por inúmeros problemas acometidos pela utilização
inadequada de medicamentos (BRUNS; LUIZA; OLIVEIRA, 2014).
Esses problemas têm caráter sistêmico e multidisciplinar e gera um impacto
financeiro muito grande no SUS. Os gastos do governo nessa área são altos, e
mesmo assim, muitos usuários ainda necessitam compram seus medicamentos, por
estar em falta no setor público. No caso de falta, há outra forma para obtenção dos
medicamentos é por meio de ações judiciais, tornando a AF um desafio e um
problema para a gestão da saúde pública (BRUNS; LUIZA; OLIVEIRA, 2014).
25
Figura 2 - Evolução orçamentária anual dos gastos federais com aquisição de medicamentos (R$).
Fonte: Fundo Nacional de Saúde (FNS) adaptado por Pereira (2013, p. 47).
A Figura 2 demonstra os gastos do governo federal no período de 2003 a
2012, nesse intervalo (9 anos) os gastos da esfera federal aumentaram em média 7
bilhões de reais somente com medicamentos, salientando que essas compras são
para rede pública de saúde em geral.
Por meio de uma avaliação feita pela Organização Pan-Americana da saúde
(OPAS) revelou que na AF do Brasil acontece uma falta generalizada de
medicamentos nas unidades de saúde e que acontece graves falhas no controle de
estoque (OPAS, 2005).
Relatórios da Controladoria Geral da União (CGU) de 2004 a 2006 apontou
que 71% dos municipios Brasileiros apresentam controle de estoque ausente ou
deficiente, 39% tinham condições inadequadas para o armazenamento e 23% não
tinham medicamentos (VIEIRA, 2008).
Análises realizadas por Bruns; Luiza; Oliveira (2014), em municípios
paraibanos apartir de dados da CGU de 2003 a 2010, tem seus dados
representados na Figura 3.
26
Figura 3 - Frequência das categorias/problemas na Assistência Farmacêutica nos relatórios da CGU
em municípios paraibanos, entre 2003 e 2010.
Fonte: Bruns; Luiza; Oliveira (2014).
A análise dos dados observados constata problemas na AF em municipios
paraibanos e relata a grande desorganização existente.
Em muitos municipios brasileiros faltam medicamentos essenciais, a
dispensação é feita por mão de obra sem qualificação e os medicamentos perdem
suas qualidades por má condições de armazenamento (OLIVEIRA; ASSIS;
BARBONI, 2010).
No mesmo seguimento, o Banco Mundial analisou o poder de governo por
parte dos gestores no SUS, mostrando que a logística de medicamentos consome
20% dos recursos da saúde, podendo ser a principal causa de ineficiencias e perdas
nesta área. A longa duração de licitações atrasa a excução de orçamentos que traz
consequências como desabastecimento, dispensação sem eficiência, baixa
qualidade de serviços ofertados. Desta forma, uma gestão de boa qualidade
contribui não só para a estrutura da AF, mas também para a assistencia prestada
pelo farmacêutico aos usuários da rede de saúde pública (BRASIL, 2007b).
27
4.5 Uso Irracional de Medicamentos
Para pensar em estruturar a AF é necessário que o foco desse serviço não
fique apenas nos medicamentos, passando a ter mais enfase no usuário dos
serviços, equilibrando os dois componentes em um serviço sistêmico (VIEIRA,
2008).
Por pensarem nessa estruturação e qualificação dos serviços desse setor
gerou-se a chamada gestão da AF, que exige tecnicas, habilidades e ações políticas
e sociais. O Conselho Federal de Farmácia públicou a Resolução n°. 578 de Julho
de 2013, que regulamenta as atribuições do farmacêutico nesta área para fortalecer
o profissional farmacêutico na gestão da AF dentro do SUS (CFF, 2013).
Essa atividade não se limita somente em repassar medicamentos, tem que
levar em consideração todo o serviço necessário para uma boa dispensação e que
seu uso seja racional, tendo como resultado final melhores condições de saúde, tal
fato fica evidenciado nos espaços destinados a farmácia, que geralmente são os
mais reduzidos dificultando uma adequada dispensação aos usuários (BARRETO;
GUIMARÃES, 2010).
Usuários com doenças crônicas tem grande problema de adesão ao
tratamento medicamentoso, 40 a 60% das pessoas em tratamento não usam
adequadamente os medicamentos prescritos, sendo que uma AF adequada e
monitoramento evita o abandono do tratamento. Uma boa gestão organizando e
estruturando a AF com qualidade, equipará o farmacêutico para prestar uma
assistência de forma integral e individual, para conhecer as necessidades de cada
usuário e formar laços entre farmacêutico e paciente para um atendimento
diferenciado (SANTOS, OLIVEIRA, COLET, 2010).
O uso inadequado de medicamentos reflete em maiores gastos do poder
público, a deficiência em passar informações destinadas ao uso correto do
medicamento acarreta em prejuizos para a saúde da população, levando a maiores
gastos de gestores públicos para recuperação da saúde. De todos os atendimentos
de emergência, 28% estão relacionados aos medicamentos, e desses, 70% são
situações evitáveis, 24% deles necessitam de internação hospitalar (VIEIRA, 2007).
28
4.6 Experiências Exitosas
Com base nos relatos de experiências exitosas de farmacêuticos no SUS, que
contemplam a cinco regiões do país (Pomerode-SC, Estado do Paraná, Goiânia-GO,
Araguatins-TO, Extrema-MG e Campina Grande-PB), percebeu-se a importância do
compartilhamento dessas experiências para que possam ser aplicadas em
diferentes localidades.
O município de Pomerode-SC conta com quatro farmacêuticos concursados,
três na AF e um na Vigilância Sanitária. Os três profissionais da AF trabalham em
seguimentos diferentes, um no Centro de Apoio Psicossocial (CAPS), um na
Farmácia Central que se localiza na Policlínica e o último no Núcleo de Apoio a
Saúde da Família (NASF), a cidade possui uma REMUME que é revisada
anualmente pela CFT (HOEPFNER, 2013).
O município se destaca por usar 15% do recurso Estadual e Municipal da
Assistência Básica para adequação e estruturação das farmácias das unidades de
saúde, esse feito aconteceu graças a Portaria GM/MS nº. 1.555, de 30 de julho de
2013 que aprovou o financiamento e permite que as SMS utilizem esse percentual
de 15% anualmente destinado as adequações do espaço físico das farmácias do
SUS e para a compra de equipamentos e mobílias (BRASIL, 2013; HOEPFNER,
2013). Tal mudança pode ser observada na Figura 4.
Figura 4 – Adequação da ambiência das farmácias das UBS e da CAF de Pomerode-SC.
Fonte: Hoepfner (2013).
O processo de reestruturação das farmácias do município teve início no ano
de 2010, onde foram executadas as primeiras compras de mobiliários, contudo, esse
processo aconteceu passo a passo. Em 2012 foram adquiridas caixas plásticas para
29
organização dos medicamentos no armário, tal aquisição destinou-se a todas as
unidades de saúde. Já em 2013 foram adquiridos equipamentos e mobílias para a
adequação da Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF) (HOEPFNER, 2013).
O Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná (CRF-PR), através
de dados levantados por fiscalização revelou que dos 399 municípios paranaenses,
318 oferecem AF nas unidades de saúde e 379 contam com pelo menos um
farmacêutico (ALVES, 2013).
O Ministério da Saúde (MS) afirma que o Centro de Medicamentos do Paraná
(CEMEPAR) tem suas ações voltadas para aquisição, distribuição e dispensação de
medicamentos, por meio desse centro é possível garantir à todos os municípios o
acesso aos medicamentos dos programas pela Secretária Estadual de Saúde do
Paraná (SESA-PR) por meio de uma logística qualificada (ALVES, 2013).
Esse centro conta com 22 regionais, 650 itens de medicamentos envolvendo
todas as etapas do ciclo da AF, para atender os pacientes da APS, componente
estratégico que envolve os medicamentos utilizados no tratamento de doenças
especifica, em casos agudos ou crônicos, abrangendo medicamentos previstos em
Protocolos Clínicos e de tratamento farmacoterapêutico, medicamentos esses, de
alto valor unitário ou que, em caso de uso crônico, exijam tratamentos de custo
elevado destinados a pessoas portadoras de doenças raras (ALVES, 2012).
No ano de 2011, o CEMEPAR investiu uma quantia de mais de 310 milhões
de reais na aquisição de medicamentos, ressaltando que grande parte desse valor
foi destinado a compra de medicamentos do componente especializado. O Centro
contribui para a estruturação das farmácias, na execução de planejamento,
orçamentos, e em todas as atividades que envolvem a AF. Para atender o
cumprimento das solicitações de medicamentos por demanda judicial no Paraná, a
SESA-PR implantou no ano de 2012 um sistema totalmente informatizado,
possibilitando um maior controle e agilidade nos processos (ALVES, 2012).
Segundo os dados do CEMEPAR, o estado do Paraná possui uma grande
demanda de medicamentos, relatando que alguns não fazem parte dos itens
padronizados na AF do SUS e que geralmente são de custos elevados. Deste modo,
somente por demandas judiciais é possível viabilizar a distribuição desses
medicamentos. Com a implantação do sistema JudSismedex as orientações e
informações para o cumprimento das ações judiciais foram repassadas de forma
30
mais simples e com mais clareza as Regionais de Saúde, facilitando todo o processo
de distribuição (ALVES, 2013).
Goiânia, capital do estado de Goiás estrutura a AF com mais de 150
farmacêuticos, 72% desses farmacêuticos possuem pós-graduação e esses
profissionais atuam em diversas atividades, tais como, coordenação da assistência
farmacêutica, supervisão, aquisição, armazenamento, distribuição, dispensação,
apoio às equipes de saúde, farmacovigilância, análise e atendimento nas demandas
judiciais e urgência e emergência (MARQUES et al., 2013).
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia possui uma política para
aquisição de medicamentos, por meio do modelo do contrato (Sistema de Registros
de Preços), com o período de cotação valendo por 12 meses. Essa modalidade de
licitação permite ao município a possibilidade de se antever ao desabastecimento,
utilizando de maneira racional o orçamento disponível (MARQUES et al., 2013).
Desde 2011, são usados os preços do Banco de Preços em Saúde (BPS)
como referência pela SMS do município em processos licitatórios para aquisição de
medicamentos. A meta é sempre reduzir custos e buscar preços mais vantajosos. As
compras públicas de medicamentos no município se iniciam com um processo
licitatório conforme solicitação do departamento de AF. Os farmacêuticos da
Comissão de Gestão e Planejamento de Materiais (CGPM) analisam a quantidade
do pedido e consultam os preços conforme o ultimo registro no sistema BPS e em
publicações vigentes (MARQUES et al., 2013).
Torna-se indispensável à participação do farmacêutico durante todo processo
de aquisição de medicamentos, visto que essa aquisição requer intervenções de
porte técnico. A prática de licitação com registros de preço, com cotação válida por
um período de 12 meses, possibilitou ao município antecipar-se a demanda e
racionalizar o orçamento disponível no momento da contratação. Esse modelo reduz
o numero de licitações, agiliza a aquisição e organiza o armazenamento de
produtos. Assim, o poder de negociação de preços aumentou com maiores volumes
negociados e a tendência de preços tem caído significativamente (MARQUES et al.,
2013).
No município de Goiânia-GO, a AF farmacêutica vem crescendo
significativamente nos últimos 10 anos, esse quadro começou a mudar no ano de
2010 quando o município investiu R$ 18,82 por habitante para gastos com a saúde
pública. Atualmente, Goiânia se divide em 7 distritos e tem duas farmácias, uma no
31
Distrito Sanitário Oeste e outra no Distrito Sanitário Campinas/centro. Cada distrito
possui no mínimo 2 farmacêuticos, atuando um pela manhã e outro pela tarde com
total liberdade e autonomia para exercer suas funções (LEMOS, 2013).
O farmacêutico de cada distrito atua supervisionando as unidades de saúde,
controle de estoque dos medicamentos, solicitação de medicamentos para a CAF,
qualificação dos auxiliares de farmácia, transação de medicamentos entre as
unidades e avaliação do abastecimento de medicamentos para evitar desperdício.
Nas farmácias quem faz o atendimento ao paciente e a dispensação de
medicamentos é o farmacêutico. Na última gestão a AF foi priorizada, sendo inserida
na estrutura da SMS por meio da criação do Departamento de AF, a CAF que é
responsável pelo armazenamento e distribuição dos medicamentos, também foi
inserida nessa organização a Farmácia de Insumos e Medicamentos Especiais,
responsável pelo atendimento das demandas judiciais (LEMOS, 2013). As figuras 5
e 6 mostram a evolução do quadro de farmacêuticos e áreas de atuação dos
mesmos, no município de Goiânia-GO.
Figura 5 – Evolução do quadro de farmacêuticos que compõe a Assistência Farmacêutica de
Goiânia-GO.
Fonte: Lemos (2013).
A AF municipal conta com aproximadamente 160 farmacêuticos em sua
estrutura que atuam em diversas atividades: coordenação de processos, supervisão,
aquisição, armazenamento, distribuição e dispensação de medicamentos,
32
farmacovigilância, análise e atendimento das demandas judiciais e urgência e
emergência (LEMOS, 2013).
Figura 6 – Áreas de atuação dos farmacêuticos que compõe a Assistência Farmacêutica de Goiânia-
GO.
Fonte: Lemos (2013).
Com o aumento do efetivo de farmacêuticos trabalhando a AF, o município de
Goiânia vem se destacando graças ao atendimento personalizado (individual). Ao
entrar na farmácia, o paciente recebe uma senha para atendimento com o
farmacêutico, aguarda sentado, por no máximo 15 minutos. Ao ser chamado, o
mesmo se dirige à mesa do farmacêutico para atendimento individualizado,
recebendo orientação sobre o uso correto, seguro e racional do medicamento
prescrito e tira dúvidas sobre a sua farmacoterapia (LEMOS, 2013).
No município, a farmácia central atende cerca de 60 a 70 pacientes
diariamente, entre crianças, jovens e idosos, com diferentes tipos de doenças. O
atendimento tem como foco principal o elevado grau de satisfação dos usuários com
o serviço. Todo atendimento farmacêutico fica registrado eletronicamente, por meio
do controle de dispensação de medicamentos informatizado, tendo suas prescrições
acessíveis a todos os farmacêuticos e profissionais de saúde municipais. Na
farmácia, o farmacêutico atua como gestor da unidade, e também realiza o
33
acompanhamento especializado de pacientes hipertensos, diabéticos, asmáticos e
renais crônicos (LEMOS, 2013).
As informações sobre medicamentos são prestadas aos pacientes e pelos
farmacêuticos em tempo real. O sucesso desse tipo de atendimento prestado é que
na maioria das vezes o paciente sai satisfeito com o atendimento que lhe é prestado,
repassando essa satisfação na adesão à terapia medicamentosa prescrita (LEMOS,
2013).
A AF do município de Araguatins, no Estado do Tocantins conta com quatro
farmacêuticos, um atuando na farmácia do hospital, um no CAPS e dois na farmácia
básica - Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF), sendo a REMUME
atualizada anualmente e repassada aos prescritores. Nota-se uma boa adesão feita
pelos médicos aos medicamentos da lista REMUME em suas prescrições
(OLIVEIRA, 2013).
No âmbito da AF, após diagnóstico no município constatou-se que a mesma
consistia na aquisição de medicamentos e correlatos, distribuição para as unidades
básicas de saúde e entrega para usuários. Não havia a implementação do controle
de estoque eficiente, cuidados com armazenamento e conservação, orientações
durante a dispensação, e nem critérios e rotinas para distribuição entre as farmácias
das unidades de saúde, também não havia a realização de seleção e programação,
com isso a falta de medicamentos era constante e prolongada (OLIVEIRA, 2013).
A adesão do município à ferramenta Hórus (Sistema Nacional da Assistência
Farmacêutica), disponibilizado gratuitamente pelo Ministério da Saúde, permitiu o
acompanhamento individualizado do uso de medicamentos e controle da distribuição
e do estoque em tempo real, bem como auxiliou na formação educacional dos
funcionários e usuários, mediante apresentação de uma prescrição médica e do
cartão SUS para dispensação dos medicamentos. Foi elaborado um controle dos
medicamentos para as farmácias das Unidades básicas de Saúde (UBS) realizarem
seus pedidos de forma quinzenal ou mensal e organizar as solicitações de
medicamentos para equipes da zona rural (OLIVEIRA, 2013).
Para o usuário essa estruturação possibilitou um maior acesso aos
medicamentos essenciais, com garantia de qualidade, melhor atendimento e
orientação e maior adesão ao tratamento, além do seu uso racional. Para os
gestores a melhoria aconteceu no ato de usar adequadamente os recursos
financeiros, aquisição de medicamentos e insumos necessários, redução de
34
medicamentos vencidos, além de fornecer acesso a relatórios sobre o andamento da
AF (OLIVEIRA, 2013).
Um estudo realizado pela farmacêutica Regiane Cristina dos Santos Moreira
Borges na cidade de Extrema-MG revelou que a AF do município conta com
farmacêuticos distribuídos nas Equipes de Saúde da Família (ESF), NASF e
Vigilância Sanitária. As primeiras etapas organizadas pela farmacêutica foram de
padronização e treinamento, capacitação dos auxiliares de farmácia, e a mesma
elaborou um Manual de Boas Práticas de Farmácia com a padronização de
medicamentos e controle de estoque. Essas ações tiveram como objetivo humanizar
o atendimento nas farmácias e adequações na estrutura, atualmente os usuários
são atendidos sentados e com horário marcado (agendado) ou com senha
(BORGES, 2013).
Nesse período de adequação, a farmacêutica realizou pesquisas de
satisfação com os usuários e comprovou a satisfação dos mesmos que classificaram
as mudanças como ótimo ou muito bom, o tempo de espera foi classificado como
ótimo, bom e muito bom e os usuários ainda relatam que o tempo de espera é de
menos de 10 minutos. Em relação ao novo modelo de atendimento, os usuários
foram questionados sobre como se sentem na farmácia: acolhido 33%, respeitado
51% e valorizado 13,9%. Estudos como este mostra o direcionamento de futuras
ações farmacêuticas e gestores municipais, pois demonstram que uma estrutura
física adequada e recursos humanos capacitados e em quantidades suficientes,
expõe a grande necessidade de inserção do farmacêutico em cada equipe de saúde
da família. Os usuários reconhecem e estão satisfeitos com a prestação dos serviços
farmacêuticos, o acompanhamento farmacoterapêutico e a educação em saúde
contribui para a promoção do uso racional de medicamentos e melhoria na
qualidade de vida dos usuários (BORGES, 2013).
A SMS da cidade de Campina Grande, no Estado da Paraíba criou a
coordenação de Assistência Farmacêutica e por meio de concurso público contratou
10 farmacêuticos em 2011, esse acontecimento foi um marco no quadro de saúde
da cidade, pois, a AF passou a ser considerada como setor de saúde e não é mais
vista somente como local de distribuição de medicamentos, com ações que visam à
promoção, proteção e recuperação da saúde. Os farmacêuticos contratados tiveram
suas atividades focadas na Atenção Básica, os mesmos desempenham seu papel
35
somente nos centros de saúde e também supervisionam as UBS em cada distrito
sanitário (LEITÃO, 2011; LEITÃO, 2013).
A atuação dos farmacêuticos se deu pela necessidade de dispensação e de
promover o uso racional de medicamentos. Por essa necessidade, a SMS de
Campina Grande criou o protocolo de AF tendo como objetivo melhorar as ações
desenvolvidas nas Unidades de Saúde por meio de registros sobre o consumo de
medicamentos para efetivar a programação, aquisição e armazenamento dos
medicamentos e criar mecanismos para controle de estoque e fornecimento de
medicamentos (LEITÃO, 2012; LEITÃO, 2013).
No mesmo, consta à atuação dos farmacêuticos nos centros de referência,
incluem a assistência à comunidade dispensando medicamentos, realizando
acompanhamento farmacoterapêutico, realização de palestras a grupos específicos
como hipertensos e diabéticos, visitas as Unidades Básicas de Saúde da Família
(UBSF), orientação sobre armazenamento, controle de estoque, dispensação e
dúvidas relacionadas ao medicamento. Após um período de seis meses de
acompanhamento, elaborou-se um manual contendo informações sobre
conservação e dispensação dos medicamentos. Antes, na maioria das unidades não
era feito o controle de estoque, o que facilitava o desvio ou perca por vencimento,
pois, não havia responsável com competência técnica para fazer esse controle
(LEITÃO, 2012; LEITÃO, 2013).
Esse acompanhamento realizado pelos farmacêuticos possibilita mudanças
com grandes impactos, principalmente sobre medicamentos perdidos por
vencimento ou má conservação, e a participação de outros profissionais de saúde,
como médicos e cirurgiões dentistas tornam essa iniciativa ainda mais efetiva. O
apoio de gestores municipais torna-se fundamental para o sucesso do trabalho dos
farmacêuticos, os gestores entenderam a importância deste trabalho e dão
continuidade com a implantação do NASF, onde os farmacêuticos compartilham
seus conhecimentos e responsabilidades com novos profissionais de saúde. Houve
relatos de usuários que demonstraram grande satisfação em poder contar com mais
profissionais capacitados para esclarecer dúvidas a respeito dos medicamentos.
Hoje, nas UBSF do município, a dispensação de medicamentos é exclusiva do
farmacêutico ou pelo auxiliar de farmácia sob orientação do farmacêutico (LEITÃO,
2011).
36
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse modelo de prática farmacêutica em que a atenção está voltada mais
para o paciente do que para o medicamento, a AF não se limita apenas a
distribuição e armazenamento de medicamentos, sua estruturação permite
assistência integral por parte do farmacêutico aos usuários, visando minimizar as
possíveis complicações para a saúde do usuário, bem como, a redução de custos.
Dentre as atribuições do farmacêutico está a promoção à saúde no âmbito do
SUS, principalmente através da prestação de um serviço de qualidade e de fácil
acesso à população, no entanto, para atingir estes pressupostos a AF encontra
muitos desafios quando não há um engajamento dos gestores, dificultando a
inserção do profissional farmacêutico nas equipes multiprofissionais que atendem as
Unidades de Saúde.
Os gestores devem ainda repensar suas práticas, buscando soluções por
meio de experiências práticas que deram certo, já que o papel do farmacêutico
dentro da sociedade é de suma relevância na educação em saúde e na dispensação
de medicamentos, possuindo os saberes necessários para trazer benefícios para a
saúde do paciente e para o processo de promoção da saúde.
A AF por meio do farmacêutico deve promover o uso racional de
medicamentos, tornando, assim, o tratamento mais eficaz e capacitando o usuário
para saber lidar com os possíveis efeitos adversos e interações dos medicamentos,
contribuindo para a sua adesão do tratamento.
Assim, a inserção do farmacêutico na AF de qualidade na atenção básica é
uma estratégia por partes dos gestores para melhorias nos setores de saúde e total
confiabilidade dos usuários ao serviço de saúde pública. Para tanto, faz-se
necessário estruturar à área física da farmácia, com locais de armazenamento dos
medicamentos, espaço para uma dispensação adequada e assistência de qualidade
aos usuários, podendo assim, ser efetivamente considerada como uma ferramenta
de promoção à saúde e prevenção a agravos à saúde da população.
37
REFERÊNCIAS
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