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DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO
SESSÃO: 198.2.55.O
DATA: 17/08/16
TURNO: Vespertino
TIPO DA SESSÃO: Não Deliberativa de
Debates - CD
LOCAL: Plenário Principal - CD
INÍCIO: 14h
TÉRMINO: 18h
DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO Hora Fase Orador 16:48 CP PAES LANDIM
Obs.:
Ata da 198ª Sessão da Câmara dos Deputados, Não Del iberativa de
Debates, Vespertina, da 2ª Sessão Legislativa Ordin ária, da 55ª Legislatura,
em 17 de agosto de 2016.
Presidência dos Srs.:
Izalci, Hildo Rocha, Jones Martins, nos termos
do § 2º do artigo 18 do Regimento Interno.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 198.2.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 17/08/2016 Montagem: 5827
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I - ABERTURA DA SESSÃO
O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Havendo número regimental, declaro aberta a
sessão.
Sob a proteção de Deus e em nome do povo brasileiro iniciamos nossos
trabalhos.
O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da sessão anterior.
II - LEITURA DA ATA
O SR. AUGUSTO CARVALHO , servindo como 2° Secretário, procede à
leitura da ata da sessão antecedente, a qual é, sem observações, aprovada.
III - EXPEDIENTE
(Não há expediente a ser lido)
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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Passa-se ao
IV - PEQUENO EXPEDIENTE
Concedo a palavra ao Sr. Deputado Mauro Pereira.
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O SR. MAURO PEREIRA (Bloco/PMDB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Deputado Izalci, colegas Deputados que estão aqui presentes nesta
quarta-feira, cumprindo com as suas obrigações, eu recebi e tive a oportunidade de
acompanhar, hoje pela manhã, o Sr. José Antonio Fernandes Martins, o Seu
Martins, da Marcopolo, de Caxias do Sul, e Presidente da Associação Nacional dos
Fabricantes de Ônibus — FABUS.
Nós tivemos uma importante reunião com o Sr. Gilberto Pereira de Almeida,
Chefe de Gabinete do nosso Líder do Governo, o Deputado Andre Moura. Em
seguida, tivemos uma reunião também com o meu Líder, o Deputado Baleia Rossi.
O Sr. Martins é um homem da indústria, já que a Marcopolo tem indústrias em
oito países do mundo. Mas a sua preocupação é com o nosso mercado interno, com
a crise, com o consumo interno. O setor de fabricantes de ônibus está, a bem dizer,
paralisado.
Portanto, o Sr. Martins está vindo aqui, em busca de apoio dos nossos
Líderes e do Líder do Governo para que haja um incentivo do nosso Governo Temer
especialmente agora, após o processo do impeachment, para que a nossa economia
comece a andar. É preciso que o BNDES, que também está parado, comece a
cumprir a sua verdadeira função. É preciso que haja uma renegociação das dívidas
das empresas com o setor produtivo e que haja uma renegociação também dos
impostos federais, com relação aos quais quase 65% das empresas brasileiras
estão em atraso.
É muito importante o nosso trabalho parlamentar, encaminhando, ajudando e
apoiando esses empreendedores que são geradores de emprego no nosso País.
Portanto, foi com muita satisfação que hoje exerci uma das atribuições do meu
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mandato, apoiando esses geradores de emprego que merecem todo o apoio não só
deste Deputado, mas de todos os nossos Deputados e Deputadas, Senadores e
Senadores do Congresso Nacional.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente, meu colega Deputado Izalci.
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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra ao próximo orador, o
Deputado Augusto Carvalho.
O SR. AUGUSTO CARVALHO (SD-DF. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nos idos de 1996, eu fui autor da Lei nº 9.262,
aprovada pelo Congresso Nacional, sancionada pelo Presidente da República,
contestada pelo Ministério Público e, finalmente, validada pelo Supremo Tribunal
Federal.
Esta lei previa a venda direta dos lotes nos chamados condomínios
horizontais do Distrito Federal, na região da Área de Proteção Ambiental — APA de
São Bartolomeu.
Infelizmente, entra governo e sai governo e continua a novela da
regularização desses condomínios e do direito à moradia, que é um direito da
cidadania. Isso vem sendo protelado, vem sendo procrastinado, sem que solução
alguma seja encontrada.
Sr. Presidente, eu acompanhei o então candidato Rodrigo Rollemberg numa
reunião havida no Condomínio Estância Quintas da Alvorada, um dos condomínios
horizontais a que me referi, onde estivemos debatendo com os moradores. Eles nos
relataram as dificuldades e o desespero que muitas vezes toma conta das pessoas
quando as máquinas colocadas em ação pela fiscalização do GDF derrubavam
construções, trazendo a insegurança e a incerteza para as famílias que, aos
milhares, habitam não só aquele condomínio, como vários condomínios da APA de
São Bartolomeu.
Agora está em curso uma operação de demolição que não tem poupado toda
a comunidade daquele condomínio. As famílias novamente estão em absoluto
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desespero em razão dessa insegurança. Fala-se que irão derrubar 200 casas. O
Governo afirma que irá derrubar apenas muros, cercas e casas que estejam em
construção e, que, portanto, não estariam habitadas.
Por isso, em razão dessa incerteza e dessa insegurança, para que as coisas
fiquem claras e para que as propostas de campanha assumidas pelo então
candidato e agora Governador possam ser colocadas à prova, nós estamos
solicitando — e V.Exa. também já o fez — uma audiência com o Rodrigo
Rollemberg, a fim de que a bancada de Brasília possa colocar perante ele essa
aflição dos nossos representados.
Queremos que essa questão se deslinde de uma vez por todas e, com a
regularização da venda direta aos legítimos moradores e ocupantes dessas áreas,
eles materializem o sonho da casa própria, que é um direito de todo cidadão.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra ao Deputado Gonzaga
Patriota.
O SR. GONZAGA PATRIOTA (PSB-PE. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, meu pronunciamento registra o trabalho de um pernambucano de
Garanhuns, o Sr. Francisco Campos Souto Neto, como gerente do Banco do Brasil
lá na minha querida Petrolina.
O Chico, como ele é chamado, é um gerente diferente: ele é um gerente
social, um gerente que aproxima, um gerente que discute, um gerente que orienta.
Em razão disso, estive observando a vida dele e pude ver que, por onde passou —
inclusive, é um irmão maçom —, deixou uma marca, tendo recebido o título de
cidadão de várias cidades, inclusive da minha querida Petrolina.
Também quero pedir para fazer minhas as palavras do Deputado Augusto
Carvalho. Já sou brasiliense, Deputados Augusto Carvalho e Izalci, pois estou aqui
há mais de 30 anos e tenho acompanhado o crescimento e o desenvolvimento de
Brasília. Obviamente, alguém ocupa terras da União quando elas estão acéfalas e
não servem para nada.
Acompanhei o que aconteceu de anteontem para cá. Pelo que eu soube, uma
recomendação do Ministério Público chegou às mãos do querido Governador
Rodrigo Rollemberg, do meu partido, e alguém — não sei nem se foi o Governador
— mandou ir lá derrubar casas. Era uma recomendação!
Eu quero inclusive pedir ao Poder Judiciário, que já tem pedidos de liminares
sobre a questão, que dê uma olhada nisso. Recomendação é um cuidado:
recomendou-se, mas não se está dizendo para derrubar uma casa. Não! A casa
pode esperar até amanhã, pode esperar mais 1 semana ou 1 mês.
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Quero me associar com os Deputados Augusto Carvalho e Izalci, bem como
com os demais Deputados e Senadores de Brasília, para irmos conversar com o
Governador, para que se pare com isso! Depois, se o juiz mandar, podem até
derrubar. Mas agora não.
Sr. Presidente, gostaria que fosse dada a devida divulgação ao meu
pronunciamento.
Obrigado.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho à tribuna desta Casa para
fazer o registro do grande trabalho desenvolvido pelo servidor Francisco Campos
Souto Neto, que, há cerca de 1 ano, é gerente da Agência Central do Banco do
Brasil em Petrolina.
O que diferencia o trabalho desenvolvido por Francisco no Vale do São
Francisco é o foco principal na questão social. É claro que a questão financeira é
importante, mas destaca-se a forma como o referido servidor trata seu público-alvo.
Os elogios são unânimes. Lidar com Francisco na sua agência tem sido um
verdadeiro exercício de cidadania, um exemplo de como um servidor público deve
se portar em relação à sociedade.
Gostaria, neste momento, Sr. Presidente, de fazer um breve histórico da vida
desse grande servidor. Francisco Campos Souto Neto, natural de Garanhuns e
nascido em 9 de outubro de 1977, começou a trabalhar com 13 anos, dando aulas
particulares. Aos 16 anos, foi para São Paulo, onde se preparou para lecionar numa
escola de Tecnologia da Informação —TI, a For Teens Informática. Ao completar 18
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anos, após ser dispensado dos serviços militares, continuou ensinando, dessa vez
no Alcance Cursos, passando lá 3 anos e meio. Durante esse período, pelo seu
conhecimento em TI, fora contratado pela Procenge para coordenar o processo de
implantação das urnas de votação eletrônicas e para apuração dos votos eletrônicos
das cidades de Lajedo e Calçado nas eleições de 1998.
Trabalhou no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas —
SEBRAE de Garanhuns, onde foi destaque como estagiário, inclusive com
publicações nacionais no Conexão Sebrae, a exemplo da matéria Valorizando o
Estagiário. No mesmo período, também trabalhando na Caixa Econômica Federal —
CEF, promoveu melhorias no atendimento, principalmente dos clientes do setor de
imobiliário.
Prestou concurso para o Banco do Brasil S.A. em 1999, onde iniciou sua
carreira de bancário na cidade de Orocó, em Pernambuco, sendo empossado e
orientado pelo amigo e colega Eurípedes Carvalho de Oliveira Júnior, então Gerente
de Relacionamento Governo e hoje seu subordinado em Petrolina. A partir daí,
iniciou uma grande jornada, destacando-se nas agências por onde passou, e foi
promovido a gerente, atingindo os objetivos das agências.
Em 2010, recebeu um dos seus maiores desafios: o de gerenciar a agência
da cidade do Paulista. Em todas as agências em que trabalhou evidenciou a
importância no atendimento aos idosos, priorizando os aposentados, beneficiários
do INSS, gestantes e, principalmente, pessoas com deficiência física, por terem
dificuldades na acessibilidade. Buscou manter a melhor acessibilidade possível nas
dependências por onde passou. Essa percepção se amplia por causa do Gabriel, o
seu filho mais velho, de 19 anos, que possui uma paralisia cerebral grave.
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Esse trabalho, Sr. Presidente, resultou no recebimento do Título de Cidadão
Paulistense das mãos do então Prefeito Junior Matuto, com a indicação do Vereador
Augusto Costa.
Ele ajudou na implantação e gerenciamento do programa Desenvolvimento
Regional Sustentável — DRS, do Banco do Brasil, nas cidades de Iati, com
bovinocultura de leite; de Tacaratu, com o artesanato de Caraibeiras; de São Bento
do Una, com o cultivo da mandioca e apoiando fortemente a avicultura e
bovinocultura de leite.
Na cidade do Paulista, ele financiou, através do Fundo de Financiamento
Estudantil — FIES, o maior número de estudantes em relação às demais agências
do Banco no Estado no período de sua gestão, além de ter fomentado o comércio e
a indústria da região.
Viabilizou ainda a doação de 15 microcomputadores para o Município do
Paulista e também realizou a doação de 10 microcomputadores para o Município de
Iati, no intuito de apoiar a inclusão digital.
Ao chegar a Recife, na quarta maior Central Estadual de Abastecimento —
CEASA do País, promoveu, em conjunto com a Associação dos Comerciantes e
Usuários do CEASA — ASSUCERE, o fortalecimento do núcleo de segurança e
mais uma vez melhorou a acessibilidade da agência, reformando calçadas e
instalando uma estação elevatória. Ainda apoiou fortemente os empresários,
produtores rurais e instituições, como IPA, CONAB, IFPE-Recife, Comando Militar do
Nordeste — CMNE, do qual recebeu o título de Amigo do Comando Militar do
Nordeste, em 2014.
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Em 27 de abril de 2015, recebeu a honra de gerir a maior agência do Norte-
Nordeste do País: a Agência 0963, de Petrolina, onde se dedica incessantemente a
fortalecer os pilares do agronegócio, do comércio e da indústria, do setor imobiliário,
da pessoa física e das relações institucionais.
Os destaques observados em sua gestão são a reinauguração das novas
instalações da agência em agosto de 2015; o atendimento aos produtores rurais
com aumento significativo no volume de crédito; o fortalecimento dos programas
habitacionais no Município, como o Programa Minha Casa, Minha Vida; e
principalmente a valorização da sua equipe e o respeito às diferenças.
O Município de Petrolina e todo o Vale do São Francisco têm presenciado e
agradecem o excelente trabalho desenvolvido pelo servidor Francisco Campos
Souto Neto à frente da Agência Central do Banco do Brasil naquele Município.
Em razão disso, as Vereadoras e Vereadores de Petrolina concederam, por
unanimidade, o título de Cidadão Petrolinense a Francisco Campos Souto Neto. Ele
agora é também, como eu, Cidadão Petrolinense.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 198.2.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 17/08/2016 Montagem: 5827
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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Passo a palavra ao Deputado Valdir Colatto.
S.Exa. dispõe de 1 minuto.
O SR. VALDIR COLATTO (Bloco/PMDB-SC. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, quero comunicar à Casa que nós estivemos, pela manhã, numa
audiência com o Presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade — ICMBio, o Dr. Rômulo Mello, em que discutimos a situação do
Parque Nacional de São Joaquim.
O Parque Nacional de São Joaquim foi criado em 1961, mas suas divisas
ainda não foram não foram medidas e regulamentadas. Isso está trazendo grandes
complicações em função da nova lei que nós aprovamos aqui, sem os devidos
cuidados e sem, vamos dizer assim, a verificação in loco das divisas desse parque.
Hoje há uma grande confusão com relação àqueles que foram atingidos pela
transformação de áreas privadas em públicas. Muitos agricultores e, inclusive,
muitas empresas com projetos de energia eólica foram atingidos. Nós precisamos
trabalhar esse processo para ver se conseguimos resolver os conflitos e manter o
Parque Nacional de São Joaquim.
Agora foi sancionada uma lei aprovada aqui pelo Congresso Nacional, que
trata da demarcação desse parque. Mas, desde 1961, praticamente ninguém foi
indenizado.
Isso é uma prática de governo. Oitenta anos se passaram, sendo que 20% do
território brasileiro são parques hoje, áreas pelas quais não houve indenização ou
pagamento.
Nós fizemos a lei do Código Florestal Brasileiro, autorizando a compensação
para aqueles que precisam fazer reserva legal, tanto para compensação de
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reposição como para cota de reserva ambiental. Mas, infelizmente, o Governo não
regulamentou essa situação.
Temos que resolver, de uma vez por todas, essa questão dos parques no
Brasil. No caso do Parque Nacional de São Joaquim, é preciso que a comunidade
seja ouvida e que se faça um acordo de concessão administrativa e, não, judicial,
para resolvermos esse problema.
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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra à Deputada Geovania de
Sá.
A SRA. GEOVANIA DE SÁ (PSDB-SC. Sem revisão da oradora.) - Sr.
Presidente, meu colega Deputado Izalci, todos os Deputados aqui presentes, eu
venho aqui falar de um assunto muito latente, principalmente no meu Estado, Santa
Catarina. Trata-se do trabalho de grande importância desenvolvido pelas Igrejas,
independentemente da denominação, principalmente no que diz respeito a minimizar
o impacto das drogas e dos crimes hoje cometidos por muitos jovens.
Eu tenho percorrido vários Municípios, principalmente no acompanhamento
do trabalho das nossas lideranças na implementação de políticas públicas e na
fiscalização, ouvindo todas elas.
Esse final de semana foi um exemplo muito claro disso, pois foi algo
emocionante. Eu me deparei, no sábado, na cidade de Jaguaruna, com
aproximadamente mil jovens que fazem um trabalho social principalmente na área
da música. Esses jovens buscam as igrejas e também os espaços culturais, para
ocuparem o tempo ocioso. E eu parabenizo cada líder, independentemente da Igreja
que frequente.
Eu também gostaria de registrar aqui um trabalho que pude acompanhar no
sábado à noite, na cidade de Içara, no meu Estado: o lindo projeto chamado Oficina
Jovem, que completou 5 anos No sábado à noite, muitos jovens que poderiam estar
procurando coisas que não fazem bem à sua saúde nem ao ambiente familiar, vão a
um lugar que realmente lhes traga conforto.
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A partir do momento em que fortalecemos a fé de cada jovem, nós o tiramos,
Deputado Valdir Colatto das drogas e do crime, que estão atingindo cada dia mais
as nossas cidades.
Segurança pública é um tema que tem que ser tratado com seriedade. E esse
trabalho que as Igrejas desenvolvem é realmente fantástico.
Então, eu quero parabenizar o Pastor Cirço e o Pastor PC. Quero parabenizar
o Ricardinho, a quem eu dei uma entrevista falando da minha trajetória e da minha
história. Quero parabenizar cada um que se dedica a esse projeto e a todos os
projetos desenvolvidos pelas Igrejas, que têm um papel fundamental.
Muitas vezes o poder público não consegue chegar até os jovens. Mas essas
pessoas lá estão, fazendo um trabalho importante em cada bairro, em cada
comunidade, em cada cidade. Eu quero, portanto, parabenizar todos.
Sr. Presidente, mudando de assunto, eu gostaria também de falar de algo que
está precisando de uma atenção especial no Brasil: a adoção.
São aproximadamente 55 mil crianças que não têm o aconchego de um lar,
que não têm uma família, que não têm alguém que lhes dê o amor, o carinho e o
respeito que merecem.
Nós precisamos, nesta Casa que constrói leis, buscar uma saída para essa
situação. E eu quero aqui pedir aos Deputados e a quem está me assistindo pela TV
Câmara que busquemos uma saída, para que possamos dar a essas crianças uma
família e dignidade, para que tenham os seus direitos garantidos.
Não podemos mais aceitar, Deputado Izalci, que nossas crianças estejam lá
nos abrigos. São crianças que sofreram o rompimento do vínculo afetivo, sofreram
com a violência e lá estão porque não têm uma família.
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Nós sabemos que é muito grande o número de famílias no País que estão na
fila de espera, aguardando para adotar e dar um lar a uma criança.
Enquanto mulher e mãe — também tenho minhas filhas —, venho aqui pedir
isso ao Parlamento.
Graças a Deus, Deputado Izalci, nós tivemos hoje uma audiência com o
Presidente desta Casa, o Rodrigo Maia, que disse que será dada, sim, uma atenção
especial para esse assunto, que diz respeito aos direitos das nossas crianças. São
55 mil crianças que precisam da nossa atenção.
Agradeço ao Presidente Rodrigo Maia pela sua atenção a essa situação.
Agradeço a cada brasileiro que luta diariamente para que possamos encontrar uma
saída e dar a essas crianças a garantia dos seus direitos: uma família que lhes dê
aconchego, respeito e dignidade.
Sr. Presidente, gostaria que os meus discursos fossem transcritos nos Anais
da Casa e também divulgados pelo programa A Voz do Brasil e demais meios de
comunicação.
Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Acato o pedido de V.Exa., Deputada.
PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELA ORADORA
Boa tarde, Sr. Presidente. Boa tarde, colegas Deputadas e Deputados. Boa
tarde também a todos os que nos assistem pela TV Câmara.
Tenho percorrido muitas cidades do meu Estado, acompanhando o trabalho
das lideranças na implementação de políticas públicas, bem como o trabalho
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desenvolvido em todas as áreas. Mas chama muito a muito atenção o trabalho que
as Igrejas desenvolvem com os jovens.
No último sábado, marquei presença na comemoração dos 5 anos do Oficina
Jovem, em Içara. Não dá pra não mencionar um acontecimento como aquele. O
Pastor Cirço, que é o presidente, e o Pastor Paulo César, que é o responsável pelo
evento, estão de parabéns. Trabalhos como esse, que mantêm a juventude longe do
mundo das drogas e do crime, trazem um impacto bastante positivo para os
Municípios.
Na ocasião, ainda fui entrevistada pelo Ricardinho. Contei da minha origem
humilde e da minha caminhada até aqui, contei do alcance dos meus sonhos e do
quanto a minha crença em Deus foi importante nisso tudo. E espero ter feito com
que a fé de cada um dos que me ouviu tenha ficado ainda mais inabalável. Espero
que eu os tenha incentivado a não desistirem de seus sonhos, a ultrapassarem seus
limites. Foi muito bom. Jamais conseguiria, aqui, em palavras, expressar o que senti!
Também o 9º Congresso Regional de Jovens, em Jaguaruna, não foi
diferente. Foi outro acontecimento marcante, que reuniu cerca de 1.500 pessoas. E
ainda tive a honra de louvar a Deus com meu amigo Clayton Queiroz.
Que maravilhoso, meus amigos, ver que a nossa juventude escolheu o melhor
caminho, que é seguir a Deus! Espero que vejamos ainda mais eventos como estes
não apenas em nosso País, mas no mundo todo.
Quero que fique muito claro que não estou aqui defendendo qualquer
denominação religiosa. Estou aqui salientando a importância da Igreja, que fortifica a
fé nas pessoas. É a fé que gera um impacto incrivelmente positivo não somente na
vida familiar, mas também na sociedade como um todo.
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Vivemos em um Estado laico. Portanto, o nosso Estado não é ateu. Nós
defendemos a fé, independentemente de religião. E sabemos que aqui mesmo, em
nosso plenário, estão a cruz e a Bíblia. Deus é muito bem-vindo em nosso dia a dia,
de todas as formas.
Boa tarde, Sr. Presidente. Boa tarde, colegas Deputadas e Deputados. Boa
tarde também a todos os que nos assistem pela TV Câmara. Gostaria de aproveitar
este espaço para falar sobre um assunto que está precisando de uma atenção
especial no País: a adoção.
São aproximadamente 55 mil crianças que não têm o aconchego de um lar,
que não têm uma família, que não têm o amor, o carinho e o respeito que merecem.
E nós precisamos nesta Casa, que é a Casa que constrói leis, darmos mais
atenção para essa situação. Precisamos buscar uma solução para ela.
Então, quero pedir aos Deputados e a quem está me assistindo pela TV
Câmara que possamos dar uma família a cada criança, que possamos dar-lhe
dignidade e direitos garantidos.
Não podemos mais aceitar que nossas crianças estejam lá nos abrigos. São
crianças que sofreram rompimento de vínculo afetivo, sofreram com a violência e lá
ainda estão porque não têm uma família.
Nós sabemos que o número de famílias no País que estão na fila de espera,
aguardando para adotar uma criança, para dar um lar a uma criança é muito grande.
Enquanto mulher e mãe — também tenho minhas filhas —, venho aqui pedir
para este Parlamento que dê atenção ao assunto. Graças a Deus, tivemos hoje uma
audiência com o Presidente desta Casa, o Deputado Rodrigo Maia, que disse que
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será dada, sim, uma atenção especial a essa questão, que diz respeito aos direitos
das nossas crianças. São 55 mil crianças que precisam da nossa atenção.
Agradeço ao Presidente Rodrigo Maia a atenção que deu a essa situação e
agradeço também a cada brasileiro que luta diariamente para que possamos dar a
essas crianças a garantia de seus direitos, uma família que lhes dê aconchego,
amor e dignidade.
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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Passo a palavra ao Deputado Hildo Rocha.
O SR. HILDO ROCHA (Bloco/PMDB-MA. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente Izalci, que preside esta sessão, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, todos
os que nos acompanham pelos meios de comunicação da Casa, pela Rádio Câmara
e pela TV Câmara, eu venho à tribuna na tarde desta quarta-feira para provar que
contra números não há argumentos. Vou mostrar, neste meu pronunciamento do
Pequeno Expediente, que os números da saúde pública no Maranhão comprovam o
caos que nela se encontra instalado por incompetência e consentimento do
Governador do Estado.
Hoje as populações dos Municípios do Estado e até mesmo da Capital
podem observar, Deputado Darcísio Perondi, que a procissão de ambulâncias, que
havia se encerrado no Governo de Roseana Sarney, voltou com toda a força.
O que é procissão de ambulâncias? É a fila de ambulâncias oriundas dos
diversos Municípios maranhenses — o Maranhão tem 217 Municípios —, que
utilizam a BR-135, a única via de acesso até a cidade de São Luís, transportando
doentes para os dois hospitais que há na Capital, os dois socorrões, o de
emergência e o de urgência.
E essa procissão de ambulâncias voltou porque o Governador do Estado do
Maranhão, o Flávio Dino, deixou de repassar os recursos do Fundo Estadual de
Saúde, no valor de 100 mil reais, para os Municípios menores, como a Roseana
Sarney fazia quando era Governadora do Estado. Mensalmente esse valor era
repassado a todos os Municípios do Maranhão que tinham hospitais construídos
pelo então Secretário de Saúde, o Ricardo Murad, dentro do programa Saúde é
Vida, por ele idealizado com o apoio de Roseana Sarney.
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Mais de 50 hospitais serviam a várias populações das cidades do Maranhão.
Hoje quase todos, se não 90%, esses hospitais estão fechados, porque o
Governador deixou de lhes repassar tal verba. E as senhoras que poderiam ter o
parto dos filhos nas suas cidades, agora têm de se deslocar para outras cidades,
humilhando-se para que hospitais de outras cidades, principalmente São Luís,
possam recebê-las.
A Maternidade Marly Sarney, a melhor maternidade do Maranhão e que foi
totalmente modernizada no Governo da Roseana Sarney, agora conta com algo que
não havia antes: é o Instituto Acqua que administra o hospital, que o Flávio Dino
trouxe de São Paulo e deve ser dirigido por algum comunista camarada dele. Eles
tratam mal as pessoas, as parturientes e suas famílias. Estão colocando as
parturientes no corredor!
Deputado Darcísio Perondi, V.Exa. é médico e sabe que a mulher, depois do
parto, principalmente se for cesariana, não pode ficar no corredor de uma
maternidade, porque pode pegar infecção.
É um absurdo o que o Governador comunista do Maranhã está fazendo com
a população!
Governador Flávio Dino, respeite o povo maranhense!
Era isso o que eu tinha a colocar na tarde de hoje, Sr. Presidente. Gostaria
que o meu pronunciamento fosse divulgado pelo programa A Voz do Brasil.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra ao Deputado Valdir Colatto.
O SR. VALDIR COLATTO (Bloco/PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho à tribuna para falar de um
assunto específico: a segurança jurídica e o direito de propriedade.
Nós precisamos realmente tirar o Brasil desse nó ideológico em que se
encontra e fazer a economia andar. Para isso, nós temos que facilitar a vida do
empreendedor, do empresário, do trabalhador, dos que querem fazer algum
trabalho. Há também a agricultura.
Aqui existe a Frente Parlamentar em Defesa da Desburocratização, que diz
muito claro: “Muito ajuda quem pouco atrapalha”. E é isto o que nós estamos
tentando fazer: destravar este País.
Eu torço e ajudo para que o nosso Presidente Michel Temer e a sua equipe
possam destravar e desburocratizar o Brasil, não atrapalhando aqueles que querem
produzir. Se o Governo não atrapalhar, já fará um grande trabalho. Também a
economia vai andar, porque ela realmente precisa de incentivo.
Eu estava falando com o nosso Líder Darcísio Perondi que prego nós
façamos um grande parcelamento do Programa de Recuperação Fiscal — REFIS,
para destravar a economia, porque uma empresa parada não gera imposto, não
gera emprego, não gera atividade econômica.
Então, nós precisamos trazer de volta aos trilhos da produção aqueles que
querem empreender, para que paguem imposto, gerando emprego e fazendo a
economia andar. Quem vai fazer a economia andar é a sociedade privada, não é o
Governo — que, aliás, até hoje conduz muito mal a gestão pública.
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Mas eu queria falar especificamente, Sr. Presidente, sobre a questão da
segurança jurídica e da regularização fundiária do Brasil.
Nós precisamos dar ao proprietário rural a segurança de que ele é o dono da
propriedade. Mas ele tem que buscar os meios legais para que isso aconteça. Nós
não podemos mais deixar de fazer o dever de casa e ficar no aguardo de decisões
ideológicas, que levam tempo para ser resolvidas.
Existem problemas com a regularização fundiária na faixa de fronteira, com o
usucapião, com as cláusulas resolutivas, com os indígenas, com os quilombolas,
com os assentamentos da reforma agrária e com os parques.
Só para mostrarmos alguns números, hoje 13% do território brasileiro — o
Brasil tem que saber disso — é tido como terra indígena, sendo que a Fundação
Nacional do Índio — FUNAI está planejando aumentar esse percentual para 25%.
Só para equiparar, esses 13% de terra indígena equivalem à área de 10 Estados de
Santa Catarina para 800 mil indígenas, porque 400 mil estão nas cidades. Isto é,
0,4% da população brasileira detém 13% do território brasileiro.
Além do mais, há os quilombolas e o Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra — MST, com 11% do território brasileiro e 90 milhões de hectares para 1
milhão de famílias. E os parques representam 26% do território brasileiro.
Isso quer dizer que apenas os órgãos FUNAI, INCRA e IBAMA detêm 40% do
território brasileiro.
E sabe V.Exa. em quanto do território deste Brasil nós plantamos, Deputado
Mauro Pereira? Nós plantamos em 7% do território brasileiro. Enquanto isso, 13%
vão para os indígenas; 11%, para o MST; 20%, para os parques. Então, 40% são
mal administrados pela FUNAI, INCRA e IBAMA.
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Precisamos resolver isso, pois 70% das terras no Brasil são terras públicas e
apenas 30% estão com a iniciativa privada, que tem a livre iniciativa de fazer o seu
trabalho.
Também no Brasil, 61% são de florestas nativas. É o país que mais preserva
no planeta. E não ganhamos nada com isso, a não ser sermos chamados de
desmatadores do Brasil.
Então, Sr. Presidente, para buscar uma solução — e agradeço o minuto a
mais que V.Exa. me concede —, nós precisamos, com certeza, garantir o direito de
propriedade, dar segurança jurídica aos nossos produtores e fazer investimentos no
campo nas áreas trabalhista, produtiva e principalmente logística. Enquanto nós não
garantirmos isso, não vamos ter competitividade, e a comida chegará mais cara à
mesa do brasileiro. Nós precisamos de mudanças.
No campo, nós precisamos de uma lei trabalhista específica para o nosso
agricultor. Agora haverá a reforma da Previdência, Sr. Presidente. E nós vamos
defender que se mantenha a aposentadoria aos 60 anos para o agricultor e 55 anos
para a mulher agricultora.
Por que vamos defender isso, Deputado Darcísio Perondi? Porque o
agricultor começa a trabalhar bem cedo, como eu e os meus 14 irmãos, que
começamos trabalhar na roça aos 6 anos de idade. Quem trabalha na roça não é
como nós que vivemos aqui no ar-condicionado. E quando essas pessoas chegam
aos 60 anos, elas já não têm mais saúde, não têm mais força de trabalho. Elas nos
pedem encarecidamente: “Deputado, nós não aguentamos trabalhar mais anos do
que até os 60 anos.” Os agricultores vivem expostos a todo o tipo de trabalho
pesado.
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Quero dizer que agricultura contribui com 2,3% para o Fundo de Assistência
ao Trabalhador Rural — FUNRURAL, bem como empresas rurais, que contribuem
por meio da folha de pagamento. Portanto, nós precisamos ver com carinho esses
agricultores que recebem o salário mínimo, cuja renda, muitas vezes, é que mantém
os pequenos Municípios brasileiros em pé. Principalmente, é o salário mínimo que
mantém o nosso agricultor vivo, em especial o pequeno agricultor.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Tem a palavra o Deputado Alberto Fraga, do
Democratas do Distrito Federal.
O SR. ALBERTO FRAGA (DEM-DF. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente
Izalci, V.Exa. deve ter recebido várias ligações daqueles moradores da Estância
Quintas da Alvorada como as que recebi. Eu acho que esse Governador, que já está
com o rótulo de destruidor, é um irresponsável. É irresponsável a ponto de acabar
com o sonho de centenas de pessoas, de famílias que deram duro na vida para
construir suas casas. E agora vem o Governo e passa o trator em cima das casas
dos trabalhadores. Isso é de uma maldade que o tempo não vai apagar! V.Exa. deve
ter recebido vários telefonemas como os que recebi. Mas nós somos da Oposição.
Fazer o quê?
Se o Governador fala em nome da moralidade e se ele tem a Agência de
Fiscalização do Distrito Federal — AGEFIS, que passou a ser o seu órgão demolidor
de casas de trabalhadores, então que não deixe construir! Essa é a questão.
Estão lá as casas em área que ele diz que não é pública, é do Governo. Mas,
Deputado Darcísio Perondi, deixa construir casa de dois andares, casa que é o
sonho de qualquer trabalhador neste País, e vem um cara e passa o trator em cima.
Vai haver uma convulsãozinha social ali, porque muitas pessoas daquela localidade
não têm para onde ir.
Esse Governador, com esse rótulo de destruidor de lares, já derrubou, além
de casas, quantas igrejas? Que eu saiba, só no Sol Nascente e no Pôr do Sol, foram
mais de dez igrejas. Não deixe então construir!
Se existem os órgãos de fiscalização, coloque esses órgãos para trabalhar,
mas antes não permita que as pessoas invistam suas economias naquilo. Se o
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Governo permitiu que construíssem casas, por que derrubá-las? Se a construção é
ilegal, por que levou energia para aquela área? Por que está cobrando IPTU? Se é
ilegal, isso não pode acontecer. A partir do momento em que o Estado, em que o
Governo leva energia para lá e cobra o IPTU, a política tem que ser diferenciada.
O mais grave, Presidente Izalci, é que ele está se comportando como um
verdadeiro nazista. Parece o Hitler. Ele não abriu canal de conversa com os
moradores dali, que são funcionários públicos de bom poder aquisitivo.
Hoje, vindo para cá, eu estava vendo um vídeo em que ele, na campanha,
dizia que não iria derrubar as casas e que iria exatamente legalizar a situação dos
condomínios. Qual foi a ação depois de eleito? A de passar um trator em cima da
casa dos trabalhadores. Eu, como Parlamentar, assim como V.Exa., não tenho
resposta para isso. Quando as pessoas pedem ajuda para nós, o que temos a
responder? Dar uma bela de uma resposta em 2018 para ele.
Ele não tem respaldo popular, tem uma rejeição de quase 70%, está
conseguindo fazer com que o povo de Brasília sinta saudades, vejam bem, do
Governo do PT, do destruidor-mor que foi Agnelo Queiroz, que quebrou o Distrito
Federal! O Sr. Rodrigo Rollemberg está fazendo o povo sentir saudades do Governo
anterior. Vai ser incompetente assim no inferno!
E agora há mais uma denúncia: comprou 6 mil ingressos destas Olimpíadas
para presentear os companheiros, os apaniguados.
Então, é um Governador que faz de conta, é um Governador que ainda não
assumiu o Governo do Distrito Federal.
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Fica este recado para o povo: na hora de escolher alguém, escolha alguém
que pelo menos tenha maturidade administrativa. Rodrigo Rollemberg não serve
para administrar nem boteco naquelas piores corrutelas que existem neste País.
Sr. Presidente, peço que este pronunciamento seja divulgado no programa A
voz do Brasil.
Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Acato o pedido de V.Exa.
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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Passo a palavra imediatamente ao próximo
orador, o Deputado Mauro Pereira.
O SR. MAURO PEREIRA (Bloco/PMDB-RS. Pela ordem. Sem revisão do
orador,) - Sr. Presidente, Deputado Izalci, eu gostaria de iniciar o meu
pronunciamento comunicando aos nossos 82 Deputados e Deputadas que se
encontram nesta Casa que agora, a partir das 15h30min, acontecerá um importante
evento no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas — SEBRAE,
sobre o setor vitivinícola nacional, no qual estarão presentes o Instituto Brasileiro do
Vinho — IBRAVIN e a nossa Frente Parlamentar de Defesa e Valorização da
Produção Nacional de Uvas, Vinhos, Espumantes e seus Derivados.
Trata-se do Seminário Brasil Vitivinícola, em que todos os técnicos e as
pessoas que trabalham nesse setor debaterão sobre o momento que estamos
vivendo, a expectativa para o futuro e os desafios competitivos que temos a seguir.
Também o Carlos Paviani e o nosso Ministro Afif Domingos estarão presentes na
abertura do seminário.
Então, é importantíssima a presença do colega Deputado que queira
participar desse evento, que acontecerá agora, às 15h30min, no SEBRAE.
Também gostaria de dizer que no dia de hoje, pela manhã, nós participamos,
juntamente com o Sr. Velloso, que é o Presidente-Executivo da Associação
Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos — ABIMAQ, e o nosso amigo
Filippetti, de uma importante audiência com o Ministro-Chefe da Secretaria de
Governo da Presidência da República, o Sr. Geddel Vieira, na qual mostramos a real
situação da nossa economia.
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Nós podemos dizer que estamos vivendo um momento positivo, porque,
somente com o afastamento da ex-Presidente Dilma Rousseff pela Câmara e pelo
Senado, a economia já começou a melhorar. Porém, essa melhora é totalmente
insuficiente se comparada com o estrago que aconteceu de 2013 para cá, no
Governo Dilma Rousseff.
Nas nossas indústrias, houve uma queda de produção de aproximadamente
60%. Existe uma paralisia, existe um momento de retração muito grave. As nossas
indústrias e empresas, estão com um problema de caixa seriíssimo, devido aos
prejuízos acumulados ao longo desses anos. Ao mesmo tempo, muitas dessas
empresas, em torno de 60%, não estão conseguindo pagar os impostos federais.
Então, o que há de ótimo no Governo Michel Temer é a presteza dos nossos
Ministros. O Sr. Velloso já esteve falando com o Ministro Henrique Meirelles e esteve
reunido com o nosso Ministro-Chefe da Casa Civil no dia de ontem, por quase 1
hora. E hoje o Ministro Geddel Vieira, mesmo com todas as suas preocupações, nos
atendeu.
Nós podemos dizer, meus colegas Deputados, que, com o impeachment,
teremos, sim, a esperança de um Brasil melhor. Isso é preciso. No momento em que
a confiança voltar ao País, os próprios banqueiros vão poder renegociar as dívidas
com mais facilidade, haverá mais investimento externo. E, ao mesmo tempo, o
Michel Temer vai ser o verdadeiro Presidente do País.
Eu quero aproveitar esse 1 minuto que ainda me resta para parabenizar os
nossos Senadores e as nossas Senadoras, que, de forma democrática, Deputado
Darcísio Perondi, conduziram o processo de impeachment no Senado, onde a
democracia prevaleceu e reinou nesses últimos dias. A partir do dia 25, vai ocorrer a
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votação definitiva. Eu não tenho dúvida nenhuma de que nós estamos no caminho
certo.
Ontem a ex-Presidente Dilma Rousseff deu uma entrevista em que mostrou
para toda a imprensa nacional a arrogância e a prepotência de Dilma Rousseff e sua
equipe, bem como a de sua equipe. A impressão que se tem é que agora ela não é
mais Presidente do Brasil, mas Presidente da Organização das Nações Unidas —
ONU, de tão arrogante. Ela fez a leitura de um documento e simplesmente saiu,
virou as costas para o povo, para os jornalistas. Assim era o Governo Dilma. Ela só
não virou as costas para seus amigos, que estavam metidos em corrupção, que
quebraram a PETROBRAS, que quebraram os fundos de pensão e que deram ao
País o maior prejuízo da sua história. A maior roubalheira que aconteceu na história
do País foi no Governo Lula e no Governo Dilma Rousseff.
Mas agora nós estamos no caminho certo. Os Senadores estão cumprindo a
sua missão com muita presteza. E não podemos nunca nos esquecer da nossa
Lava-Jato, que também vem fazendo um trabalho fenomenal.
Eu quero, nos últimos 30 segundos, parabenizar o Ministro da Saúde Ricardo
Barros, um homem trabalhador e dedicado, que trabalha das 8 horas da manhã até
a meia-noite, aos sábados e domingos. Os objetivos dele para o nosso País e para a
nossa gente são os melhores possíveis.
Então, os nossos Ministros estão trabalhando de forma firme e correta. Temos
que valorizá-los, porque todos querem o melhor para o nosso País. E nós vamos
conseguir dar um presente para o povo brasileiro: segurança.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra ao Deputado Miro Teixeira.
O SR. MIRO TEIXEIRA (Rede-RJ. Sem revisão do orador.) - Eu quero,
Presidente, continuar a minha manifestação de ontem, aproveitando a presença do
Deputado Darcísio Perondi, que agora tem a tarefa duríssima de relatar a Proposta
de Emenda à Constituição nº 241, de 2016.
Nós temos opiniões divergentes neste Plenário, claro. Nós representamos a
Nação brasileira e a diversidade brasileira. Penso que está nos faltando restabelecer
o conceito de Parlamento, do ambiente em que os opostos podem discutir, podem
apresentar as suas ideias e encontrar soluções comuns, úteis ao povo e ao País.
Eu penso que este é o momento em que nós temos, exatamente pelas
dificuldades que o País está atravessando — e que continuará atravessando — que
agir dessa forma. Eu acho que este é o grande momento do Parlamento. Não é o
grande momento da individualidade dos mandatos; é o grande momento de a
instituição dizer o que se passará depois.
Qual é a minha divergência sobre o método que está sendo anunciado?
Anuncia-se primeiro e se efetiva a apresentação de uma PEC, a PEC nº 241/16, e
começa-se a se falar de uma reforma trabalhista, vagamente; de uma reforma da
Previdência, vagamente, em vez de se trabalhar analiticamente em cada aspecto.
Isso deixa inquieto todo o universo de trabalhadores, todo o universo de
aposentados. Eu duvido que Deputado Darcísio Perondi dê um voto para tirar o
décimo-terceiro, as férias remuneradas. Eu duvido! Não há essa hipótese! Mas essa
discussão genérica acaba introduzindo os boatos. Quantas vezes já vimos aqui
cartazes, outdoors, dizendo: “Vão acabar com as férias remuneradas, vão acabar
com décimo-terceiro”? No dia em que isso chegar ao Plenário, nós estaremos
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prontos para reagir duramente contra tudo isso. Mas isso não vai acontecer. A
verdade é essa.
Eu penso que organizar uma lista de metas seria mais útil. Nós temos graves
problemas fiscais, mas os problemas fiscais não estão na despesa de pessoal. Os
problemas da Previdência Social não estão na contribuição do trabalhador urbano
nem nos benefícios de prestação continuada aos trabalhadores urbanos. Aí, a
Previdência é superavitária. Não há déficit na Previdência aí.
Discutir aprofundadamente esses assuntos nos permitirá, tenho a impressão,
organizar um plano de metas para o Brasil. Isso resultará em quê? Resultará na
geração de novos empregos, no desenvolvimento. Como pode um país continuar
criando ônus para a folha de pagamento — folha de pagamento onerada pelo
Estado brasileiro? E esse sistema tributário, com esse número de impostos, taxas,
contribuições? Como é que nós vamos abordar esses temas?
Nós temos capacidade de fazer isso. Nós já fomos Constituintes.
Numericamente fomos suficientes para produzir uma Constituição. Nós somos,
agora, também, capazes de fazer um novo Projeto Brasil. Houve aquele Projeto
Brasil que embalou o MDB, que embalou Ulysses Guimarães nas grandes reuniões
com Maria da Conceição Tavares, Rafael de Almeida Magalhães, Carlos Lessa e
tantos outros. Como Parlamentares — Ulysses, claro, parlamentar — chamavam as
pessoas da sociedade, e travávamos os debates.
Eu tenho divergências, como todos têm divergências em relação a outras
ideias, e eu penso que, por sermos nós o Parlamento, temos que deixar de lado a
linguagem agressiva, a intolerância com a ideia alheia. Há um livro ótimo, intitulado
Liberdade para as ideias que odiamos. Basta ler a capa e se entende todo o livro.
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Liberdade para nossas próprias ideias não é vantagem pedir. Vamos exigir a
liberdade para as ideias que odiamos e procurar sentar — até porque não há esse
extremo tão relevante aqui na Casa —, discutir e construir um novo projeto para o
Brasil, muito rapidamente.
Obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra a Sra. Deputada Janete
Capiberibe, em substituição ao Deputado Darcísio Perondi.
A SRA. JANETE CAPIBERIBE (PSB-AP. Sem revisão da oradora.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, a Câmara dos Deputados sedia, desde
ontem, o XIII Seminário LGBT do Congresso Nacional, com o tema O Próximo Pode
Ser Você. O objetivo é combater o discurso de ódio presente nesta Casa e
disseminado por alguns setores a toda a sociedade brasileira.
Com a presença do segmento LGBT, a diversidade do povo brasileiro está
melhor representada nesta Casa.
Aos poucos, vamos tornar este Parlamento mais diverso, com mais amor e
menos ódio.
O poder público — desde o Poder Legislativo municipal e os Poderes
Executivos municipais, para os quais haverá eleições daqui a 2 meses — precisa se
abrir para a diversidade que forma a sociedade brasileira, que forma a plenitude do
ser humano, que deve ser incluída nas políticas públicas de governo.
Os discursos, os crimes de ódio e as campanhas difamatórias nas redes
devem ser combatidos desde o âmbito municipal.
As propostas legislativas de inclusão e respeito à comunidade LGBT, para
reduzir a cultura de ódio, devem ser aprovadas desde o âmbito municipal.
Sou defensora dos direitos da comunidade LGBT na resistência ao Estatuto
da Família e à Escola sem Partido, para tornar lei a criminalização da homofobia.
O Estado brasileiro é laico e não pode sucumbir a fundamentalismos.
O Brasil, onde a homoafetividade não é crime, é um dos países que mais
matam por homofobia!
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Como explicar esse ódio, senão pela determinação de alguns setores em
atacar a vida do outro por sua forma diferente de amar?
Isso é inaceitável! O amor, o direito de amar, vai vencer o ódio. Esta Casa
não pode ser movida por esse sentimento e pela exclusão.
Queremos uma sociedade de inclusão, de respeito à diversidade e de muito
amor.
Desejo que tenhamos mais representantes LGBT eleitos para este
Parlamento e, desde essa eleição, para as Prefeituras e Câmaras Municipais.
Este Parlamento deve ser diverso, deve abrigar a diversidade da população
brasileira, a diversidade das raças, das etnias, dos credos religiosos.
Nós entendemos que é o Poder é laico. Mas, na prática, vemos que não é
dessa forma que ele se apresenta para toda uma sociedade que tem uma
diversidade religiosa imensa, bem como uma diversidade sexual imensa.
Então, nós estamos trabalhando, já nessa campanha eleitoral dos Municípios
do nosso Estado do Amapá, pela eliminação da discriminação com o segmento
LGBT na sociedade do meu Estado e do nosso País como um todo.
Eu dou as boas-vindas àqueles que, desde ontem, no Auditório Nereu
Ramos, realizam o seu XIII Seminário LGBT do Congresso Nacional, trazendo
visibilidade ao segmento dentro desta Casa, que representa o povo brasileiro. Essa
é uma forma de se conseguir eliminar a discriminação da nossa sociedade contra o
segmento.
Sejam sempre muito bem-vindas e muito bem-vindos os representantes
LGBT! Deixo um grande abraço a todos do segmento.
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Peço, Deputado Izalci, que o este meu discurso seja divulgado para todo este
imenso País por meio do programa A Voz do Brasil e que seja registrado nos Anais
e demais órgãos de comunicação da Casa.
Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Acato o pedido de V.Exa., Deputada.
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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra ao Deputado Darcísio
Perondi.
O SR. DARCÍSIO PERONDI (Bloco/PMDB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ouvi com atenção a intervenção do Deputado
Miro Teixeira. Miro Teixeira é uma universidade da política nesta Casa há muito
tempo. Eu o ouço sempre com atenção. Ele trabalha com a convergência. Sabe
respeitar a divergência, de fato. Nós temos que ter liberdade para as ideias que
odiamos.
Mas ele levantou a questão da agenda do Presidente Michel Temer — hoje,
interino; a partir de fins de agosto, definitivo, felizmente.
Eu concordo com ele em quase tudo. Primeiro, esta Casa precisa analisar as
propostas do Presidente Michel acima de ideologias, acima de partidos e olhar a
Pátria.
Eu perguntei a ele se acreditava que esta Casa iria responder. Ele me afirmou
que deve debater bastante e vai responder. Ele manifestou também — estou
desviando do que eu iria falar — que precisaria da agenda. Na realidade, o
Presidente Michel trabalhou com o ônus da interinidade. Ele não é definitivo; ele é
interino. E tem o processo do impeachment para se encerrar ali no Senado. Mesmo
assim, ele conseguiu avançar.
E ele dizia, meu caríssimo e brilhante Deputado Izalci, de Brasília, que
preside a sessão neste momento, que não assumiu interinamente como Presidente,
como pessoa; ele assumiu que o Governo é definitivo, a Presidência é definitiva.
Então, ele até tomou atitudes como se fosse Presidente definitivo, e não era. Isso
realmente não é fácil para alguém com a inteligência, a maturidade, a serenidade e
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a experiência do Presidente Michel Temer, que o Deputado Luiz Carlos Hauly
conhece, que o Deputado Miro Teixeira conhece mais que eu — eu conheci Michel
Temer em fevereiro de 1995, quando aqui cheguei e tinha medo deste microfone,
pois havia saído lá da Santa Casa de Ijuí, dos postos de saúde, do meu consultório
e vindo para cá, sem antes ter sido Vereador, e ele me abordou no Auditório Freitas
Nobre para apoiá-lo, porque ele queria ser Líder do PMDB. Foi nessa ocasião que
eu o conheci, e V.Exa. já o conhecia. V.Exas. foram colegas de Constituinte, não
foram?
O SR. MIRO TEIXEIRA - Não.
O SR. DARCÍSIO PERONDI - Não foram.
Então, ele tem esse talento.
Inclusive, ele começou a agendar o tratamento de determinados temas,
corajosamente — corajosamente, repito —, e está calcado em quatro ou cinco
temas iniciais. Há outros temas, mas o principal, o inicial, foi, sim, o gigantesco
déficit público, com o envio a Proposta de Emenda à Constituição nº 241, de 2016 —
depois, quando falar pela Liderança do Governo, devo clareá-la, porque eu me tornei
Relator da PEC —, para enfrentar o problema. Nós temos um déficit público, uma
despesa, de 43% do PIB todos os anos. Se tirarmos a não financeira, temos 33%. É
a maior despesa pública dos países emergentes do mundo. Isso tem que ser
enfrentado. É preciso reduzir a despesa primária, analisando bem o problema, com
parcimônia.
Na etapa seguinte, quando eu falar pela Liderança, vou me manifestar melhor
sobre a PEC 241/16, pois agora meu tempo já está se encerrando.
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Com isso, também haverá condição de enfrentar o outro problema, a dívida
interna bruta, que está crescendo — o Deputado Luiz Carlos Hauly é professor
desse assunto. A dívida é muito grande, tem custo e está crescendo. É por isso que
nós já somos, para o mundo inteiro, péssimos pagadores de nossa conta. Ele
trabalha nesse sentido.
Então, essa é a primeira, porque a PEC já está tramitando em tempo recorde:
já criamos a Comissão; na semana que vem chamaremos o Ministro; e o tema está
aberto para a discussão com toda a sociedade.
A segunda questão, meu caro Deputado Miro, meu caro Deputado Rodrigo,
Deputada Kokay, Deputado Hauly, é que a MP 241/16 não vai dar certo se não for
feita a reforma da Previdência. E aí, sim, os técnicos estão trabalhando. Eu lhe
asseguro, Deputado Miro, que há 90 dias foram ouvidas as confederações sindicais
e empresariais; muita gente foi ouvida. A área técnica está trabalhando todo dia,
porque a solução não pode ser um remendo — não pode ser um remendo: quando
vier, ela tem que vir de forma muito clara.
E, se a Casa quiser mudar, pode mudar. Se esta Casa quiser, pode mudar a
PEC 241/16 também. O Presidente Michel dá liberdade às ideias que odiamos,
conforme V.Exa. disse antes.
Então, podem ficar tranquilos, porque o tema está sendo trabalhado e,
quando vier, tem que vir bem. Não pode ser um suspiro. Tem que vir bem, para
resolver. E não vai tirar direitos de ninguém — de ninguém, repito —, mas vai
mostrar a realidade demográfica e o custo enorme existente, bem como os
problemas sérios de gestão que existem e têm que ser enfrentados.
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E a terceira questão, a trabalhista, também está sendo discutida pelos
técnicos e pela área sindical. Ela também está sendo discutida. Ela vai vir em
outubro ou novembro. De forma simples, ela virá.
Só que em 90 dias não dá para resolver tudo. O paciente está em estado
grave; o paciente está na UTI, em coma, recebendo pesados medicamentos,
inclusive pesados antibióticos, ligado a um montão de aparelhos, até para urinar. E o
médico sai da UTI, após examiná-lo — porque todos os dia ele o examina —, a
família está ali, e o médico diz para eles que o paciente melhorou um pouquinho,
porque agora ele está até urinando. Explica que haviam pensado em fazer diálise,
porque o rim não estava funcionando, mas o rim começou a funcionar, e não será
preciso fazer diálise. Então, é um processo. Ele vai ficar por 3 ou 4 meses na UTI, e
é preciso torcer para que ele não pegue uma infecção. Esse é o processo do Brasil.
Mas eu também tenho confiança, como os senhores, de que a solução é
política, passa por esta Casa, e esta Casa tem compromisso com ela, principalmente
aqueles que votaram pelo impeachment. E eu dizia, quando pedia o voto pelo
impeachment: “Se vier conosco votar pelo impeachment, que venha também votar
pelas reformas”. Mas tudo isso é um processo, que tem que respeitar esta Casa. Ele
vai passar por esta Casa, e eu tenho a convicção de que esta Casa vai responder
bem.
Hoje eu li um artigo — e recomendo que todos o leiam — do brilhante
jornalista Luiz Carlos Azedo, excelente articulista, intitulado Alô, alô, marcianos!
Há uma questão que ele levanta — eu ia falar sobre isso; V.Exa. me
provocou: “Qual é o real compromisso dos partidos políticos” — que estão
aprovando o impeachment e participam do Governo Temer — “com a
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responsabilidade fiscal?” Daí, ele cita que houve problemas com Delfim Neto, nos
Governos Geisel e Figueiredo; com Sarney; com Collor. Com o Plano Real houve
um equilíbrio e, depois, desandou de novo. E esta Casa, diz ele, não pode ficar
esperando um novo desastre.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra ao Deputado Luiz Carlos
Hauly, que dispõe de 5 minutos.
O SR. LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente Izalci, Deputada Erika Kokay, Deputado Darcísio Perondi, Deputado Miro
Teixeira, Deputado Rodrigo Martins, senhoras e senhores, se perguntarem a dez
Parlamentares qual é a minha atividade, todos vão dizer: “Hauly é economista,
conhece finanças públicas, reforma tributária, orçamento, gestão pública”. Mas eu
sou professor de Educação Física. Sou da primeira turma da Universidade Estadual
de Londrina (1974).
Faz mais de 42 anos que me formei, e o meu amor pela Educação Física é
eterno. Quando estudante de Educação Física, eu já dava aulas e fiz as primeiras
escolinhas e ruas de recreio — de basquete, de vôlei, de handebol, de atletismo.
Quando fui Prefeito, implantei a Educação Física nas escolas primárias. Fui o
primeiro Prefeito do Brasil a implantar a Educação Física nas escolas primárias do
Município de Cambé, no Paraná. Implantei as escolinhas esportivas, montei o
embrião do que é hoje esse time de handebol feminino da minha cidade de Cambé
foi pentacampeão sul-americano. E o handebol se disseminou pelo Paraná e pelo
Brasil, tanto o masculino quanto o feminino. A minha paixão pelo esporte é muito
grande.
Quando terminei o meu mandato de Prefeito, fui ser Secretário da Fazenda do
Estado do Paraná. Já era economista, entendia de números e orçamento, e ajudei
muito o Governador Alvaro Dias. Mas o meu maior orgulho foi ter ajudado a criar
dois programas esportivos: o Frutos da Terra, voltado para os jovens que estavam
despontando no esporte, e o Paraná Olímpico. Isso tem mais de 30 anos.
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Naqueles 4 anos de Governo Alvaro Dias, todos os atletas paranaenses de
nível nacional, sul-americano, pan-americano e mundial voltaram para o Paraná, que
se tornou uma potência esportiva em todas as modalidades.
Eu cheguei ao Congresso Nacional em 1991, e trabalhei a Lei Pelé, a Lei
Zico, a Lei de Incentivo ao Esporte — fui o Relator dela também. Ajudei o Deputado
Eduardo Mascarenhas, do PSDB do Rio de Janeiro, a criar o Conselho Federal e os
Conselhos Regionais de Educação Física.
Eu tenho trabalhado ao longo da minha vida e, embora seja economista, um
especialista na área tributária, financeira e econômica da administração pública, vejo
que a solução para os problemas da infância e da adolescência, da juventude, está
no contraturno. Infelizmente o Brasil é um dos mais pobres do mundo em oferta de
vagas no contraturno.
O contraturno, basicamente, engloba a prática desportiva, a educação física,
a música, a dança, as artes cênicas, o artesanato. São essas atividades que não
existem na escola brasileira! É preciso fazer uma revolução nesse sentido,
Presidente Izalci. No contraturno, a criança tem que queimar todas as suas energias.
Num período, estuda; no outro, faz a tarefa e pratica atividades de esporte, cultura,
música, dança.
Os melhores são então selecionados e vão para os centros de treinamento
estudantis. Isso começa na infância, já no primeiro grau, e depois tem sequência no
segundo grau.
Quando eu estudei, havia educação física na universidade; hoje, nem isso
existe mais.
Então, é preciso investir na base.
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Quanto às Olimpíadas, parabenizo o Comitê Olímpico Brasileiro e o Comitê
Olímpico Internacional pela beleza e pelo glamour do esporte. O esporte contagia
milhões de crianças e jovens. Todo mundo quer imitar os atletas, principalmente no
caso das modalidades individuais, que é a essência, é o suprassumo da educação
física, do desporto no mundo.
Os esportes coletivos são maravilhosos! Eu, com quase 66 anos, jogo
basquetebol toda semana, disputo o campeonato brasileiro e o mundial de
basquetebol veterano, para ser exemplo, para ser modelo para a juventude.
Presidente Izalci, agradeço a recuperação da minha inscrição e quero dizer
que o esporte, a cultura, a música, a dança dentro da escola, isso é a solução para
Brasil. E o Brasil vai alcançá-la, mas se investir. Está investindo, mas é pouco. É
preciso um investimento maciço, um investimento substantivo no Município, no
Estado, na União para formarmos uma Nação vigorosa, próspera e feliz.
Que Deus abençoe os atletas brasileiros!
Agradecemos principalmente aos militares, que tiveram a visão estratégica de
apoiar 130 atletas nas Olimpíadas, defendendo o Brasil. Estou orgulhoso da nossa
Marinha, do nosso Exército e da nossa Aeronáutica pela contribuição que deram, e
estão dando, e de todos os atletas brasileiros.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra ao próximo orador inscrito
no Pequeno Expediente, o Deputado Angelim, do PT do Acre.
O SR. ANGELIM (PT-AC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e
Srs. Deputados, venho a esta tribuna para fazer uma denúncia quanto aos preços
exorbitantes das tarifas aéreas para o meu Estado do Acre. Se você comparar o
preço das tarifas aéreas para o trecho Brasília-Rio Branco vai ver que eles são
superiores ao preço de qualquer voo para a Europa, para o Japão, para os Estados
Unidos.
Além disso, estamos à mercê de um oligopólio, ou de um duopólio, como se
chama. São duas empresas, a TAM e a Gol, com dois voos diários para Rio Branco
à noite, na madrugada. Se você comprar uma passagem para amanhã, com 2 dias
de antecedência — na última semana eu assim procedi —, custa 2 mil reais para ir,
2 mil reais para voltar.
Aí, eles dizem: “Você tem que comprar com antecedência, nas promoções”.
Ora, Sr. Presidente, eu estou pensando naquele empresário que tem que vir de
repente, para tratar de seus negócios no Rio, em São Paulo, em Brasília. Estou
pensando nos casos de saúde, daqueles que têm que se ausentar de forma rápida
para buscar tratamento em outros centros. Não podemos ficar à mercê de
promoções de empresas aéreas.
Eu sou a favor de que se abra o mercado, realmente, para que haja
concorrência, para que se ofereça melhor qualidade no atendimento ao usuário,
para que possamos ter tarifas mais adequadas ao bolso do consumidor, para que
não fiquemos na situação que hoje nós estamos atravessando.
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Eu tenho aqui alguns dados, Sr. Presidente, que são interessantes. Eles
dizem que não existem voos diurnos para o Acre — e o nosso aeroporto já oferece
todas as condições para receber aeronaves durante o dia — porque é muito mais
rentável oferecerem voos da ponte aérea Rio-São Paulo-Brasília, que são voos de
40 ou 50 minutos, do que oferecerem voos que levam 3 horas para ir e 3 horas para
voltar do Acre. Para ir ao Acre e voltar, gastam-se 7 ou 8 horas, quando em 8 horas
de trabalho eles podem fazer três, quatro, cinco voos de ponte aérea, o que é muito
mais rentável. Ora, então, as regiões mais distantes do País, como o Acre, o interior
do Nordeste, vão ficar prejudicadas?
E o mais grave: eu já participei de duas audiências públicas neste Congresso,
uma aqui na Câmara dos Deputados, outra, no Senado, com o Deputado Alan Rick,
com os Deputados da bancada do Acre, com o Senador Jorge Viana, com o
Senador Blairo Maggi, com o Senador Sérgio Petecão, e em presença das Diretorias
da Azul, da Gol e da TAM. É a mesma lenga-lenga: não se resolve nada, não se
chega a um resultado concreto. E quem paga com isso somos nós, acrianos, que
ficamos à mercê dessa oferta de serviço restrito e a preços exorbitantes.
Mais grave ainda: em uma dessas audiências, Deputado Moisés Diniz, meu
querido conterrâneo, do Acre, que também conhece profundamente esse assunto,
foi dito que no Brasil não existe nenhum órgão de controle das tarifas aéreas; quem
o faz é o mercado, essa mão invisível do mercado, que ajuda os rentistas e os
grandes empresários e prejudica, penaliza, o consumidor, o usuário, o contribuinte.
Então, chega! Temos que dar um basta a essa situação de descalabro por
que temos passado ao longo do tempo no meu Estado. Nós não podemos ficar à
mercê das empresas aéreas.
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Um tempo desses, eu tive que fazer uma visita. Estava com passagem
marcada Rio Branco-Brasília, que custava 1.400 reais. Aí, disseram para mim:
“Deputado, por que você não compra passagem para Manaus?”. Eu digo: “Mas eu
vou para Brasília”. “Compra para Manaus, que está 400 reais. Quando chegar a
Brasília, o senhor desembarca”. Como é que pode? De Rio Branco a Manaus são 2
horas de voo, Deputada Erika Kokay; de Rio Branco a Brasília são 3 horas. Por uma
passagem Rio Branco-Manaus, com 5 horas de voo, fazendo conexão em Brasília,
eu vou pagar um terço da tarifa que pago para votar de Rio Branco direto para
Brasília. Existem umas planilhas de custos, Deputado Carlos Marun, que não
entendemos como fecham contabilmente.
Então, eu quero fazer o meu protesto contra esse abuso de tarifas, contra o
abuso do preço de tarifas aéreas para o meu Estado, o que inviabiliza que a pessoa,
que o cidadão comum possa, muitas vezes, visitar um parente, participar de um
curso, fazer trabalhos em outros centros do País.
Eu quero pedir o apoio de todos os meus pares para fazermos um apelo, uma
ação enérgica contra essas empresas, que cada dia mais penalizam o contribuinte,
o cidadão brasileiro.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra ao Deputado Augusto
Carvalho, do Solidariedade do Distrito Federal.
O SR. AUGUSTO CARVALHO (SD-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.)
- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, são muito importantes as palavras
proferidas pelo sábio e veterano Deputado Miro Teixeira, que tem muita experiência.
E eu também me considero, de certa forma, um veterano nesta Casa, Sr.
Presidente, onde estou pelo sexto mandato, e nunca vi, em tempo algum, a
desagregação das relações pessoais que hoje ocorre nesta Casa: agressões
inomináveis, os mais desqualificados adjetivos para se referir a adversários de
ideias.
A sugestão que o Deputado Miro Teixeira, muito prontamente respondida pelo
Deputado Darcísio Perondi, , a meu ver é muito importante, especialmente neste
momento em que trataremos dos temas que temos pela frente, temas espinhosos,
temas difíceis, que visam a recolocar as finanças em dia, a ajustar as contas
públicas, desarrumadas que foram por aquele Governo desastrado da Presidente
Dilma — que, em boa hora, foi afastada.
Aliás, Sr. Presidente, ontem foi divulgada a carta da Presidente afastada aos
brasileiros e aos Senadores. A carta não traz nada de novo; é mais do mesmo. Nela,
a Presidente rememora até a tortura nos cárceres da ditadura, como se ela
estivesse desconectada da realidade. Ela insiste nessa cantilena do golpe; faz uma
ligação completamente equivocada com o golpe militar de 1964, contra o qual ela
resistiu, assim como tantos desta Casa. Eu, por exemplo, militando no Partido
Comunista Brasileiro, resisti o quanto pude, na minha juventude, na minha militância
no movimento estudantil e no movimento sindical.
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Portanto, não tem cabimento essa agressão que ela faz quando rememora,
relembra a sua condição de vítima da ditadura para criticar o pretenso golpe de que
ela insiste em acoimar o legítimo processo constitucional, dirigido pelo Presidente da
Suprema Corte do País.
Ela não disse nada ao povo brasileiro nem, muito menos, aos Senadores. Se
pensava que iria granjear algum voto a mais para poder estancar o seu processo
inexorável de afastamento, ela certamente já sabe da reação causada entre os
Senadores. Até entre os seus aliados, Sr. Presidente, as manifestações são de
desalento, são de absoluto desconforto com o discurso que chega tardiamente, com
uma carta mal redigida, porque insiste na agressão, ao qualificar como fraude e
infâmia o processo constitucional que o Senado da República protagoniza neste
momento.
Por isso, Sr. Presidente, colocando como fato consumado esse afastamento
definitivo, consideramos que o Presidente Michel Temer, quando empossado
definitivamente, enfrentará desafios para colocar o nosso País nos eixos, recuperar
a credibilidade, reconstruir as contas públicas, dar capacidade e segurança jurídica
para que os investidores possam aportar no Brasil o capital imprescindível para que
possamos fazer os investimentos fundamentais, na área de saneamento, por
exemplo.
Ainda ontem eu ouvi a opinião do Ministro Moreira Franco, dizendo que
defende as PPPs para buscar junto ao capital privado a complementação da
atividade estatal, seja no Estado do Rio de Janeiro, que já tem um projeto piloto para
se iniciar, seja em outros Estados. Com as PPPs, a iniciativa privada poderá
enfrentar, junto com o Estado, o desafio de universalizar o acesso à água tratada, à
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coleta e ao tratamento de esgoto, que hoje ostentam índices que envergonham o
nosso País, Sr. Presidente.
São esses os desafios que nós temos para a boa convivência Parlamentar:
ouvir as posições contrárias às nossas e, por que não, repetindo o nosso querido e
saudoso Ulysses Guimarães, deixar que briguem as ideias, mas os homens, não.
Nesse conflito das ideias, nessa contraposição de argumentos, é preciso que
discutamos. É necessária uma reforma da Previdência? Onde estão os gargalos?
Fala-se do acúmulo de aposentadorias por morte e de aposentadorias pelo INSS. A
soma dessas aposentadorias seria de 34 bilhões. É esse o principal motivo do
desequilíbrio da Previdência Social? A culpa é dos servidores públicos, ao levarem
para a aposentadoria o salário integral?
Enfim, temos de discutir com seriedade, com profundidade, para buscar uma
solução que preserve os direitos adquiridos e não destrua as conquistas dos
trabalhadores ao longo do tempo de trabalho.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Passo a palavra ao próximo orador inscrito no
Pequeno Expediente, Deputado Giovani Cherini.
O SR. GIOVANI CHERINI - Sr. Presidente, é possível somar ao meu tempo o
tempo de Liderança da bancada do PR?
O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Adiciono o tempo de Liderança do PR.
V.Exa. dispõe de 5 minutos do Pequeno Expediente, mais o tempo regimental
de 7 minutos, para uma Comunicação de Liderança, pelo PR, totalizando 12
minutos.
O SR. GIOVANI CHERINI (PR-RS e como Líder. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, ontem, proferi desta tribuna um discurso
sobre o alto índice de suicídios no Brasil e, em especial, no meu Estado, o Rio
Grande do Sul.
De lá para cá, ocorreu-me que nossas cooperativas, através do Sistema OCB
— Organização das Cooperativas Brasileiras, poderão contribuir e participar
ativamente da campanha Setembro Amarelo, que pretende alertar sobre a
importância da prevenção em casos de suicídio.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, tirar a própria vida já é a segunda
principal causa de morte em todo mundo. A cada 40 segundos, urna pessoa se
suicida no mundo, segundo estimativa da OMS.
Também para a Organização Mundial de Saúde, o tema precisa deixar de ser
tabu. Segundo estatísticas do órgão, tirar a própria vida já é a segunda principal
causa de morte em todo o mundo para pessoas de 15 a 29 anos de idade — ainda
que, estatisticamente, pessoas com mais de 70 anos sejam mais propensas a
cometer suicídio.
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O Brasil é o oitavo país com mais episódios no mundo. O suicídio a principal
causa de morte entre jovens de 25 a 34 anos no Brasil e a 15ª no mundo. É tratado
como problema de saúde pública desde 1990.
Segundo a Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio,
estudos recentes apontam que 100% das pessoas que se mataram tinham alguma
doença psiquiátrica. E a mais frequente é a depressão. Isso faz com que,
potencialmente, o suicídio seja prevenível.
Aí pode entrar o trabalho das nossas cooperativas, especialmente as do
segmento da saúde, através do nosso SESCOOP — Serviço Nacional de
Aprendizagem do Cooperativismo, das nossas Unimeds. As ações de prevenção
poderão acontecer através de ações e programas que tenham como objetivo elevar
a autoestima dos seus associados e familiares.
Eu tenho uma experiência nesse sentido através da cooperativa Universidade
de Líderes Juventude Sem Fronteiras, instituição que tive a honra de fundar e
presidir.
Durante 17 anos realizamos cursos e proporcionamos vivências que buscam
equilibrar o estado emocional dos nossos jovens. A consequência desse trabalho é
uma memorável contribuição para a conquista dos seus objetivos e a melhoria das
relações no campo familiar, social e profissional.
Por isso faço um apelo ao Presidente Márcio Freitas: que a OCB e as
organizações estaduais assumam, também, a campanha Setembro Amarelo.
É o cooperativismo salvando vidas.
Essa é mais uma sugestão para nós fazermos a prevenção ao suicídio no
Brasil e no nosso Rio Grande do Sul.
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Quero, agora, falar agora outro assunto. No dia 13 de julho, assumi no meu
Rio Grande do Sul a Presidência do Partido da República e resolvemos inovar no
partido. E a nossa inovação começa com as mulheres.
O PR gaúcho, a partir da nossa administração, terá uma grande tarefa em
defesa da igualdade entre homens e mulheres. Todas as comissões provisórias do
PR no Rio Grande do Sul, tanto estadual quanto municipal, terão na sua composição
50% de mulheres e 50% de homens.
Na função de Presidente Estadual do partido, estabelecemos essa norma.
O Diretório Municipal de Porto Alegre seguiu o mesmo critério, e a criação de
novas comissões provisórias seguirá rigorosamente essa orientação.
A iniciativa vem ao encontro da campanha Igualdade na Política, lançada pelo
Tribunal Superior Eleitoral para estimular a participação feminina nas eleições
municipais de 2016. Na Câmara, as mulheres ocupam hoje apenas 44 cadeiras, das
513 existentes. No Senado, 13, de 81 vagas.
Na verdade, na medida em que nós valorizamos a mulher dentro do diretório
municipal, dentro dos diretórios estaduais, ela começa a sentir o gosto pela política.
A mulher não pode ser lembrada apenas no período eleitoral, como
“candidata-laranja”, o que acontece, infelizmente, muitas e muitas vezes e está
acontecendo novamente agora. Por quê? Porque os partidos não colocam as
mulheres nos seus diretórios — não colocam as mulheres! Tem que haver uma
regra nacional. Não adianta querer, depois, ter vaga garantida. Tem que haver, sim,
a participação da mulher no partido. A mulher precisa participar ativamente da vida
partidária, em condições igualitárias, podendo se manifestar, impositivamente, como
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militante e dirigente. Depois, ela vai conquistar por si só os seus espaços. Isso é
igualdade de oportunidades.
Hoje somente 10% dos prefeitos são mulheres, e apenas 12% dos
vereadores.
Lá no Rio Grande do Sul, a Presidente do PR Mulher, Adriane Cerini, está
levando a sério o trabalho que propõe trazer a mulher para o protagonismo político.
Infelizmente, a cota de 30% de candidaturas, prevista no ordenamento jurídico,
desde 1995, não tem funcionado, não tem conseguido cumprir o seu papel.
Por isso eu confio na Adriane e no trabalho que ela e sua equipe vêm
fazendo, colocando dentro do PR do Rio Grande do Sul 50% de mulheres e 50% de
homens. Depois elas vão exercer os seus mandatos, porque, participando do partido
politico, com a igualdade total, tomarão gosto pela politica.
Essa é uma grande inovação que nós estamos fazendo no PR do nosso Rio
Grande do Sul.
Também criamos o PR Melhor Idade lá no Rio Grande do Sul, para que a
terceira idade também tenha espaço na politica.
Quando assumi a Presidência Estadual do Partido da República, passei a
desenvolver uma dinâmica de trabalho que visa à participação efetiva da sociedade
na política. Nesse sentido, organizamos, como eu já disse, para que as mulheres
sejam 50%, iguais aos homens. Também estamos organizando a Juventude do PR.
E agora criamos o PR Melhor Idade, com o advogado Paulo Sergio Schnorr, de 75
anos de idade, que tem a grande missão de dar visibilidade aos senhores e às
senhoras da terceira idade do Rio Grande do Sul e trabalhar em defesa dos
interesses dessas pessoas no meio político.
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Entre outras, serão tratadas pelo PR Melhor Idade no Rio Grande do Sul as
questões relativas à saúde do idoso; as relativas à aquisição de medicamentos de
uso contínuo, diante das necessidades do usuário de melhor idade; as relativas ao
espaço de lazer para a melhor idade ao ar livre; as relativas à área previdenciária.
Cabe salientar, Sr. Presidente, que a população idosa vem crescendo por
todo o planeta, e isso traz transformações na estrutura da sociedade, da família e
das políticas que regulam as relações entre pessoas.
Mais do que designar um grupo de pessoas em determinada idade, o termo
“melhor idade” nos fala de uma nova concepção do envelhecimento, na qual os
indivíduos estão libertos de obrigações com o trabalho e a família e podem, enfim,
se dedicar a atividades que ficaram em segundo plano em outras etapas da sua
vida, fazendo assim, jus ao termo “melhor idade”.
Também na área da juventude estamos atuando e criamos o PR Jovem.
Para a política ser completa, precisamos dar ouvido e projeção a esses três
segmentos que contemplam importantes camadas da nossa sociedade: mulheres,
pessoas da melhor idade e jovens.
O PR Jovem tem o objetivo de fortalecer o jovem do campo, o jovem técnico,
o jovem cooperativista e o jovem empreendedor.
Com a facilidade do acesso à informação, o jovem de hoje é um grande
formador de opinião e está cada vez mais ativo politicamente.
O PR Jovem do Rio Grande do Sul é presidido por Pietro Rosso e Ana Paula
Kovalski, que apresentam a sua plataforma de trabalho, que deve ser expandida
pelos quatro cantos do meu Rio Grande do Sul: a relação do jovem com a família; os
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objetivos de vida dos jovens; a relação da juventude com o acesso as drogas; a
depressão do jovem.
Você, jovem gaúcho, também faça parte do PR Jovem! Acompanhe as ações
pelas redes sociais! No Facebook, temos o PR JOVEM - RS.
Como podem ver V.Exas. Sras. e Srs. Deputados, nós estamos nesta grande
caminhada desde o dia 13 de julho, quando assumimos esta missão, designada pelo
PR Nacional, com apoio do meu Líder Deputado Aelton Freitas, do Vice-Presidente
Giacobo e do Presidente Nacional Antonio Carlos Rodrigues. Nós recebemos a
tarefa de fazer um partido que seja uma força política no meu Rio Grande do Sul e
estamos organizando isso.
Organizamos o Diretório de Porto Alegre; organizamos os Diretórios
Municipais e já estamos em 125 Municípios.
Assumi com 16 vereadores. Não pudemos colocar mais candidatos, mas eu
tenho certeza de que nós vamos ser uma grande força política no Rio Grande do
Sul.
Infelizmente, eu não estou no partido porque eu o escolhi, mas porque fui
expulso do PDT por ter votado contra a corrupção, por ter votado contra um Governo
que criou a maior corrupção da história do País — eu votei a favor do impeachment.
Por isso, recebi a pena máxima que um político pode receber na sua vida, uma
verdadeira pena de morte: ser expulso do partido por ter essa opinião. Depois disso,
acabei sendo maravilhosamente bem recebido pelo Partido da República, e nesse
partido vamos fazer uma grande história.
Tive uma grande história no PDT, onde fiquei 28 anos, e vou continuar, com
certeza, no Partido da República, a minha trajetória.
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De agora em diante terei dois partidos, pois o PDT continuará no meu
coração e contra ele jamais vou fazer qualquer tipo de vingança nem atrapalhar a
vida das pessoas — até porque a base partidária do PDT não me expulsou.
Por isso, eu estou no Partido da República hoje. Todo mundo se lembra
disso. Depois das eleições do dia 2 de outubro, ficarão todos assustados, porque
haverá uma grande caminhada em direção a um partido liberal, que não atrapalha a
vida das pessoas e que quer um Brasil melhor.
No Partido da República, a juventude, as mulheres e as pessoas da melhor
idade terão o apoio total, amplo e irrestrito, para que nós possamos ser uma nova
força no Rio Grande do Sul e, com certeza, uma grande força em âmbito nacional.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra ao Deputado Flavinho, do
PSB de São Paulo.
O SR. FLAVINHO (PSB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e
Srs. Parlamentares, senhores servidores, amigos que nos acompanham pelos meios
de comunicação, venho à tribuna para falar sobre um tema muito delicado no País,
inclusive nesta Casa, mas que não pode ficar relegado a uma simples discussão
ideológica.
A Classificação Brasileira de Ocupações — CBO, aprovada pela Portaria
Ministerial nº 397, de 2002, reconhece, nomeia e codifica os títulos e descreve as
características das ocupações do mercado de trabalho brasileiro.
Segundo o Ministério do Trabalho, a CBO tem uma dimensão estratégica
importante, na medida em que, com a padronização de códigos e descrições,
poderá ser utilizada pelos mais diversos atores sociais do mercado de trabalho.
Além do mais, a relevância da CBO reside no fato de integrar políticas públicas do
âmbito da Pasta ministerial, sobretudo relativas aos programas de qualificação
profissional e intermediação de mão-de-obra. Cuida, portanto, de padronizar a
nomenclatura e a descrição de ocupações para o livre exercício da atividade
profissional.
E aqui eu chego ao ponto específico: o verbete nº 5.198 da CBO, que trata
dos profissionais do sexo. Esse verbete vai sendo subdividido em sinônimos. O
5198-05, por exemplo, trata de sinônimos de profissionais do sexo: garota de
programa, garoto de programa, meretriz, messalina, michê, mulher da vida,
prostituta, trabalhador do sexo, e por aí vai.
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E, no âmbito da descrição sumária dessa suposta ocupação, o texto da CBO
— Classificação Brasileira de Ocupações diz que essas pessoas “buscam
programas sexuais; atendem e acompanham clientes; participam em ações
educativas no campo da sexualidade. As atividades são exercidas seguindo normas
e procedimentos que minimizam as vulnerabilidades da profissão”.
Em outro momento, diz que “trabalham por conta própria, em locais diversos e
horários irregulares. No exercício de algumas das atividades podem estar expostos
a intempéries e discriminação social.”
Eu fiz um requerimento ao Ministro do Trabalho solicitando a retirada da CBO
desse verbete, pois ele coloca as mulheres em situação de vulnerabilidade total.
Segundo a Polícia Federal, em nosso País existem três indústrias
pesadíssimas, nobre Deputado: a indústria do tráfico de armas, a indústria de
drogas, a indústria da exploração sexual, a prostituição. Isso faz com que a indústria
da exploração sexual cresça e prolifere, além de tocar diretamente no art. 1º da
Constituição, que trata da dignidade humana, ao jogar numa situação ainda mais
delicada essas mulheres que já vivem em situação de vulnerabilidade.
Além do mais, agora tratando de uma questão jurídica e técnica, toca
diretamente no Código Penal. A manutenção na CBO desse verbete que trata das
profissionais e dos profissionais do sexo afronta diretamente o Código Penal, do art.
227 até o art. 231.
Aqui está totalmente explanada a afronta que faz esse verbete da CBO.
É claro que esta é uma discussão que envolve paixão, inclusive daqueles que
fazem uso dos serviços desses profissionais; envolve ideologia, pois há aqueles que
querem uma liberalidade integral no nosso País, incluindo a droga e outras coisas
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mais; mas a questão aqui diz respeito fundamentalmente à dignidade humana e ao
aspecto técnico de afronta ao Código Penal Brasileiro.
Estamos levando à frente esta discussão. Apresentamos esse requerimento
ao Ministro do Trabalho, nobre Deputado Ronaldo Nogueira, e esperamos que este
Parlamento possa olhar para a vulnerabilidade dessas mulheres e desses homens e
até mesmo de crianças e adolescentes, que são expostos à exploração sexual, pois,
muitas vezes, este Congresso fecha os olhos para essa temática tão importante que
toca na dignidade humana.
Este Parlamentar não se calará diante desse desafio.
Muito obrigado, Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Tem a palavra o próximo orador inscrito, o
Deputado Rodrigo Martins, do PSB do Piauí.
O SR. RODRIGO MARTINS (PSB-PI. Sem revisão do orador.) - Boa tarde,
Sr. Presidente, Deputado Izalci. Boa tarde, Sras. e Srs. Deputados presentes.
Ocupo a tribuna no dia de hoje para fazer dois registros.
O primeiro registro é do aniversário, ontem, da cidade em que eu nasci, da
cidade em que moro hoje, da cidade cuja população me deu o prazer de me
escolher Vereador para representa-la por dois mandatos. A cidade de Teresina
completou, na data de ontem, 164 anos de fundação.
Parabenizo a cidade de Teresina, a população que lá vive e que gosta
daquela cidade e os teresinenses de coração, que lá foram acolhidos.
Faço também o reconhecimento do trabalho da gestão municipal, do Prefeito
Firmino Filho e de toda a sua equipe, que, apesar do momento de crise financeira e
econômica hoje vivenciado em todos os Estados e em grande parte dos Municípios
brasileiros, tem feito da cidade de Teresina um canteiro de obras e mantido a sua
estabilidade financeira.
Sr. Presidente, também ocupo a tribuna para fazer um apelo ao Governo
Federal, ao Governo Estadual, aos Governos Municipais e a todos os
Parlamentares, quer sejam estaduais, quer sejam federais, do Estado do Piauí, para
que juntos busquemos uma solução para o Parque Nacional da Serra da Capivara.
O Parque foi criado em 1979, é reconhecido pela UNESCO por seu
patrimônio cultural e histórico — há sítios arqueológicos presentes na região —,
mas, infelizmente, há muito tempo, não é de agora, vem vivenciando problema
financeiro quanto à manutenção.
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O Parque engloba diversas cidades: São Raimundo Nonato, a principal, São
João do Piauí, Coronel José Dias e Canto do Buriti.
Obtive votos naquela região, embora não seja o seu maior representante nem
tenha nascido lá, como já disse aqui, mas eu tenho um orgulho muito grande do
Parque Nacional da Serra da Capivara, do meu Estado do Piauí, por ser uma área
de importância para o Brasil e para o mundo.
A Sra. Niède Guidon, arqueóloga reconhecida internacionalmente, dedicou
toda a sua vida, todo o seu trabalho em prol do Parque Nacional da Serra da
Capivara.
Sabemos que o Ministro Sarney Filho, agora há pouco, à tarde, anunciou o
repasse de cerca de 1 milhão de reais para a manutenção das atividades do Parque
que estavam paradas por falta de verbas.
Mas eu faço um alerta: esse não é um problema momentâneo, e não é
somente esse recurso que vai ser liberado agora pelo Ministério do Meio Ambiente
que contempla as necessidades do Parque.
Eu saúdo a Ordem dos Advogados do Brasil, Secção Piauí, a OAB Piauí,
especialmente o ex-Presidente Willian Guimarães, por ter entrado na Justiça com
uma ação civil pública com esse foco ambiental, com essa preocupação com a
preservação do meio ambiente no nosso Estado do Piauí, por ter conseguido
melhorias e por ter elevado ainda mais o debate do tema do meio ambiente e da
preservação do Parque Nacional da Serra da Capivara.
Quero me colocar à disposição de todas as pessoas que estão envolvidas
com o Parque Nacional da Serra da Capivara, não só enquanto Parlamentar, não só
enquanto piauiense, mas também como membro da Comissão de Meio Ambiente e
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Desenvolvimento Sustentável da Casa, na busca por uma solução plausível para
que esse Parque, que hoje é patrimônio do Piauí, do Brasil e mundial, seja
realmente contemplado com os recursos necessários ao seu funcionamento.
Manifesto daqui o nosso total e irrestrito apoio a todos os funcionários do
Parque, na pessoa de Niède Guidon.
Muito obrigado e boa tarde.
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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra ao próximo orador inscrito,
o Deputado Marx Beltrão, do Bloco PMDB/PEN de Alagoas.
O SR. MARX BELTRÃO (Bloco/PMDB-AL. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, a qualidade da água, antes de qualquer outra questão, é fator
fundamental para a dignidade humana. Neste sentido, quero trazer para esta Casa o
importante debate hídrico, especialmente sobre a cidade de Piaçabuçu, que fica na
região do Baixo São Francisco, no litoral sul de Alagoas.
Tenho orgulho de representar neste Parlamento um Estado de tantas belezas,
de tantos pontos turísticos, e digo sem modéstia: Alagoas tem um dos litorais mais
belos deste País. Apesar do nosso forte e natural potencial turístico, como nesta
região, sempre tivemos dificuldade de explorar melhor esse setor por falta de
infraestrutura. E isso não é característica restrita apenas à região do Baixo São
Francisco.
Alagoas tem feito sua parte por meio da Secretaria de Estado do Meio
Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH) e da Companhia de Saneamento de
Alagoas (CASAL). O Estado tem saído do discurso e partido para a prática para
resolver os impasses gerados a partir da salinização da água em Piaçabuçu, que
fica no encontro da foz do Rio São Francisco com o mar, mas precisa de apoio do
Governo para tratar da revitalização e da redução da vazão do Velho Chico.
Na última semana, o Governo Federal sinalizou que nossos anseios e
demandas serão contemplados. Com o lançamento do Programa de Revitalização
da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, que foi rebatizado de Novo Chico, mais
de 1 bilhão de reais serão investidos nos próximos 3 anos para recuperar o curso
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das águas e melhorar o sistema de abastecimento, contemplando Municípios
alagoanos também com obras de saneamento.
Revitalizar o rio significa impulsionar toda a cadeia produtiva que alimenta
nosso povo e gerar emprego e renda para a nossa Alagoas, por meio do turismo, da
pesca e da subsistência de milhares de ribeirinhos.
A obra de transposição de águas do São Francisco, que se estende há 1
década, só será eficaz e trará benefícios à população se a Bacia for revitalizada. O
desvio das águas traz impactos às nascentes e às margens. Sem esse olhar
cuidadoso, seria como “despir um santo para vestir o outro”.
A sensibilidade do Governo demonstra que o diálogo acerca dessa situação
tem sido efetivo. Isso se soma à minha luta junto ao Ministério da Integração
Nacional para a perfuração de mais poços, o que reforça a questão do
abastecimento de água em diversas regiões.
Mas insisto, nobres colegas, que a questão é mais ampla e demanda a
atenção de todos os agentes públicos. Volto ao exemplo de Piaçabuçu, onde o mar
está adentrando no Rio São Francisco a ponto de deixar a água imprópria para o
consumo dos moradores. As famílias não podem continuar a sofrer com a
salinização.
É inaceitável que a população também continue a sofrer com medidas como a
priorização da água para a geração de energia elétrica, por decisão da Agência
Nacional de Águas, em detrimento do consumo humano. Uma saída eficaz seria o
investimento em fontes renováveis de energia. Precisamos de maior potencial
energético sem depender das águas do São Francisco. Com isso, sairíamos desta
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grave crise de abastecimento. Isso sem falar na situação da água que tem chegado
às casas.
Há muito tempo, a questão hídrica no Nordeste passou a ser um tema
suprapartidário em nossa bancada. Neste caso, não é diferente. Chamo a atenção
para Piaçabuçu pela urgência e pela gravidade, mas outros Municípios que utilizam
as águas da foz do Rio São Francisco sofrem com a baixa vazão e com o avanço do
mar — portanto, com a salinização.
O tema tem sido discutido no Estado. Como representante do povo alagoano,
tenho a obrigação de cobrar medidas efetivas e colaborar de modo propositivo para
a solução do problema.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra à próxima oradora inscrita
para o período do Pequeno Expediente, a Deputada Erika Kokay.
A SRA. ERIKA KOKAY (PT-DF. Sem revisão da oradora.) - Tivemos hoje
uma belíssima sessão do Congresso Nacional em homenagem ao transcurso dos 10
anos da Lei Maria da Penha.
A Lei Maria da Penha foi tecida com a participação da sociedade civil, pela
sensibilidade do Governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Antes de a Lei adentrar no
Congresso Nacional, houve uma discussão permanente de um grupo em que estava
presente a Secretaria de Políticas para as Mulheres — SPM, que tinha status de
Ministério e que foi reduzida a quase nada no Governo interino e sem votos de
Michel Temer.
Quando Lula decidiu que haveria de ser criada a Secretaria de Políticas para
as Mulheres, ele reconheceu a necessidade da elaboração de políticas transversais.
Porque há necessidade da condição de transversalidade da política de igualdade de
direitos entre homens e mulheres, há necessidade de que o recorte de gênero esteja
em todas as políticas — na política de educação, na política de saúde, na política de
assistência, na política de geração de renda, enfim, em todas as políticas. Porque
nós estamos falando de algo que é absolutamente estruturante para a construção de
uma sociedade mergulhada numa cultura de paz.
Nós vivemos neste País a desumanização simbólica das mulheres,
desumanização das mulheres que já se expressou em uma legislação que permitia
que mulheres e crianças fossem castigadas fisicamente pelos homens. Nós já
tivemos leis neste País segundo as quais as mulheres eram parcialmente incapazes
e tinham que ter a autorização dos pais ou dos maridos para poder atuar, exercer a
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sua própria cidadania. Nós já tivemos legislações neste País que institucionalizavam
a subalternização da mulher, que eram pedaços de um colonialismo do qual ainda
não fizemos o luto, um colonialismo segundo o qual os donos das terras, amigos do
rei, sentiam-se também donos das mulheres e das crianças. Nós já vimos às
mulheres ser negada a condição de expressar o seu próprio desejo, a sua própria
vontade, de exercer uma humanidade que tem como alimento básico e fundamental
a liberdade.
É impossível exercer a humanidade sem liberdade, sem a liberdade sobre nós
mesmas, sobre os nossos atos. É impossível exercer a humanidade sem essa
condição que os seres humanos têm de ter consciência da sua vida, de pegá-la
pelas mãos e transformá-la. A potencialidade transformadora dos seres humanos,
com consciência crítica, é absolutamente intrínseca e fundamental para nos
reconhecermos enquanto seres humanos — humanidade negada às mulheres.
A Lei Maria da Penha, que completa 10 anos, faz e busca fazer o luto de uma
violência que é absolutamente desestruturante. Quando nós estamos nas ruas,
ninguém sabe quem somos — somos seres anônimos. Em casa somos nós
mesmos, em casa nos despimos de todas as máscaras, sejam metafóricas, sejam
literais. E há milhões de mulheres neste País que não querem voltar para casa
porque ali serão vítimas de uma verdadeira tortura, do arrancar paulatino delas
mesmas — mulheres que são arrancadas da sua liberdade de ter o comportamento
que queiram ter, que são arrancadas da liberdade de ter as relações que queiram
ter, as amizades que queiram ter. São mulheres que estão sendo moldadas e que
estão sendo preenchidas no seu esvaziamento humano, provocado pela violência
doméstica, pelo desejo do outro. Viram espelhos do desejo do outro, e não pessoas.
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Nós estamos falando de mais de 50% da sociedade brasileira, que não está
nos espaços de poder, que não está nesta Casa como deveria estar, que não está
nos espaços do poder, como se a sociedade dissesse: “A parte que te cabe neste
latifúndio são as tarefas domésticas, é a dupla e a tripla jornada”.
E ainda ouvimos o Ministro da Saúde dizer que as mulheres trabalham menos
do que os homens, negando todos os dados e todas as pesquisas, porque nós
mulheres trabalhamos mais do que os homens. Porque, além da jornada pública que
temos, temos uma jornada doméstica.
Além disso, ouvimos outro Ministro, o Ministro das Relações Exteriores, dizer
que os homens ficariam completamente em pé de guerra — ou algo parecido — ao
saberem que no México existe a paridade entre homens e mulheres que nós
queremos atingir nesta Casa e neste País, para que possamos bater no peito e dizer
que vivemos numa democracia.
Um Parlamento que representa um pacto de casacas, um pacto de bengalas,
um pacto de cartolas não representa o povo brasileiro como deveria representar. Ele
é uma inversão da composição majoritária de mulheres, de negros de um país que
carrega a sua força e a sua dimensão gigantesca na sua própria diversidade.
Hoje comemoramos os 10 anos da Lei Maria da Penha, que identifica que as
violências nem sempre deixam marca na pele, mas deixam marca na alma. E
soubemos que vamos indicar Maria da Penha para concorrer ao Prêmio Nobel da
Paz, porque teve a coragem a partir da sua própria dor, essa dor que teceu a Lei
Maria da Penha, essa dor que mexe ou que tece as nossas conquistas, porque a
felicidade das mulheres é sempre muito guerreira. Porque carregam as mulheres um
pacto, um pacto indissolúvel com a própria coragem, com a amorosidade e com a
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generosidade de quem sabe que os seus movimentos em defesa dos direitos iguais,
como ondas, atingem o conjunto da sociedade. Por isso, a violência doméstica
também atinge o conjunto da sociedade, naturaliza a própria violência e faz com que
seja lei o mais forte dominar o mais frágil, quando transforma uma sociedade de
áulicos em uma sociedade de opressores.
E nós queremos uma sociedade igual, queremos romper as desumanizações
simbólicas e construir uma sociedade em que não tenhamos medo nem das noites,
nem das ruas, nem das nossas próprias casas.
O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Muito obrigado, Deputada Erika Kokay.
Durante o discurso da Sra. Erika Kokay, o Sr. Izalci,
nos termos do § 2° do art. 18 do Regimento Interno, deixa
a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Hildo
Rocha, nos termos do § 2° do art. 18 do Regimento
Interno.
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O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Convido para fazer uso da palavra no
Pequeno Expediente o Deputado Federal Carlos Marun, do Estado de Mato Grosso
do Sul.
V.Exa. dispõe de 5 minutos.
O SR. CARLOS MARUN (Bloco/PMDB-MS. Sem revisão do orador.) - Ilustre
correligionário, Deputado Hildo Rocha, que vem lá do Maranhão, glorioso Estado do
nosso querido Brasil, nobres pares que aqui se encontram, senhoras e senhores que
nos ouvem e nos assistem através dos meios de comunicação que transmitem esta
sessão legislativa, boa tarde.
Deputado Giovani Cherini, quem inventou o marketing político, dizem, foi o
nazismo. Joseph Gobbels era o Ministro da propaganda nazista. E ele baseava a
sua atuação na máxima de que uma mentira repetida à exaustão seria
obrigatoriamente considerada verdade. Essa foi a máxima nazista. Isso enganou os
alemães a ponto de alguns só verem e entenderem que estavam perdendo a guerra
quando os russos praticamente meteram o pé na porta do seu quarto. Aí é que eles
foram ver que estavam perdendo a guerra. Até então, tiro de canhão era
treinamento, era manobra de tropa nazista em torno de Berlim. A mentira era
propagada com o intuito de se transformar em verdade.
Pois bem. Nós estamos vendo isso se repetir hoje. Aos setores que foram
contra o impeachment se somam, é verdade, outros que se opõem ao necessário
ajuste fiscal que o Brasil precisa viver para voltar a ter crescimento e, dessa forma,
oferecer oportunidade de vida melhor ao povo brasileiro. E o que fazem esses
setores neste momento? Mentem, mentem, mentem, na expectativa de que essas
mentiras se transformem em verdade.
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Aqui vai a verdade, Deputado Julio Lopes. O Projeto de Lei Complementar nº
257 não obriga demissões, não proíbe reajustes, não proíbe concursos, não proíbe a
reposição de aposentados, não retira recursos da educação, da saúde, de nenhum
outro setor, essencial ou não, não mexe em direitos.
Tenho visto um terrorismo ser espalhado, o que faz com que muitas pessoas
se dirijam a nós e perguntem se, ao ser aprovado o PLP 257, não será pago o 13º
salário, Deputado Hildo Rocha. Até isso estão espalhando. Não sei se é só no meu
Estado ou se isso também acontece em outros Estados da Federação. Repetem
mentira, mentira, mentira, na esperança de que, eu repito, isso se transforme em
verdade.
Pois bem. Eu desafio esses setores a destacarem, no substitutivo aprovado
nesta Casa, um único artigo, uma única palavra que corrobore esse tsunami de
mentiras com o qual esses segmentos assolam, neste momento, a Nação. Mostrem
o artigo! Parem com conversa afiada! O Brasil não merece mais de vocês esse tipo
de tratamento. E o desafio está posto: mostrem o artigo do PLP 257 que pode
induzir a essa conclusão.
O PLP 257 exige, sim, Deputada Erika Kokay, responsabilidade na gestão
das contas públicas. Deputado Jones Martins, não vamos construir um país se os
governantes continuarem pensando que podem gastar o que pensam ser
interessante, se os governantes continuarem pensando que o gasto público pode ser
ilimitado. Não. Nós temos, sim, que impor um teto para o crescimento dos gastos
públicos.
Deputado Darcísio Perondi, nos últimos 10 anos, os gastos públicos
cresceram 51% acima da inflação. O Estado não cabe mais na economia brasileira.
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Temos que tomar providências quanto a isso e o faremos, com coragem e
determinação, porque existe um novo Brasil, um Brasil melhor, governado por Michel
Temer.
O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Obrigado, Deputado Carlos Marun.
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O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Enquanto o Deputado Izalci sobe à
tribuna, vamos conceder 1 minuto para o Deputado Julio Lopes, do PP do Rio de
Janeiro.
O SR. JULIO LOPES (Bloco/PP-RJ. Sem revisão do orador.) - Obrigado,
Presidente Hildo.
Eu só gostaria de registrar, Deputado Izalci, que estive hoje com o Ministro
Moreira Franco trabalhando na Medida Provisória nº 727, de 2016, que estamos
ajustando. A medida trata de parcerias público-privadas e visa a avançarmos no
Brasil com esses investimentos, Presidente Hildo.
Uma das coisas que nós estamos querendo criar no Brasil com essa proposta
legislativa é o seguro de infraestrutura, a fim de que o mercado segurador possa
avaliar os riscos dos empreendimentos brasileiros.
A gente sabe quanto dinheiro se perdeu em empreendimentos
superavaliados, em empreendimentos mal dimensionados que desfalcaram os
cofres públicos brasileiros, as instituições, enfim, que resultaram neste descalabro
desse assalto aos cofres públicos. A participação do mercado segurador, ao avaliar
o risco, ao quantificar o verdadeiro preço das obras e ao se certificar de que elas
serão devidamente entregues no seu preço, no seu prazo e no seu devido momento
vai mudar a realidade brasileira de obras públicas no setor de infraestrutura, Sr.
Presidente.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Eu que agradeço, Deputado Julio Lopes.
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O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado
Izalci, para uma Comunicação de Liderança, pelo PSDB.
V.Exa. dispõe de 13 minutos, somado o tempo da inscrição no Pequeno
Expediente.
O SR. IZALCI (PSDB-DF e como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, nós estamos vivendo um momento
realmente muito difícil aqui no Distrito Federal. O Governador que assumiu há quase
2 anos ainda faz o discurso de que a crise foi causada pelo Governo anterior. De
fato, foi mesmo. O Governo anterior fez um estrago na economia do DF, deixou um
rombo imenso, mas é evidente que quem ousa se candidatar ao Governo deve
saber disso muito antes e preparar um plano de governo para sanar os problemas.
Se não tinha competência para fazê-lo, não devia ter saído candidato. Não adianta
ficar, durante os 4 anos do mandato, lamentando e culpando o Governo anterior.
Nem o básico é executado. Hoje, as escolas públicas estão com as atividades
paralisadas. As empresas terceirizadas que fazem a limpeza das escolas estão
fazendo uma paralisação porque não recebem do Governo.
A saúde pública há muito tempo passa por uma imensa crise, tanto que é que
a Câmara Legislativa instalou a CPI da Saúde para investigar denúncias seriíssimas
de corrupção e pagamento de propina no setor da saúde do Distrito Federal.
Agora, a crise é na segurança pública. Na Polícia Civil, hoje, delegados
entregaram os cargos.
Então, educação, saúde e segurança pública não existem mais no Distrito
Federal.
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Como o Governador não tem capacidade para resolver esses problemas, ele
cria outros. Ontem e hoje, autorizou a derrubada de casas, como foi dito aqui por
diversos Parlamentares. Ontem tive a oportunidade de estar presente no
condomínio, um condomínio consolidado que ele visitou durante a campanha
eleitoral, um condomínio que ele disse estar apto a ser regularizado. Está tudo
gravado.
Os políticos precisam ter muita atenção, porque, na era digital, todo mundo
grava, todo mundo acompanha. E está nas redes sociais, na televisão o discurso do
Governo pela regularização daquele condomínio que está sendo destruído — a
destruição começou ontem e continua hoje.
O Governo sequer tem a sensibilidade de receber a bancada do Distrito
Federal. Nós já pedimos uma reunião com o Governador. Nem retorno tivemos. Por
quê? Porque a única coisa que ele tem feito ultimamente no seu Governo é derrubar
casas em condomínios. E não só em condomínios de classe média. Estão sendo
derrubadas casas também no Condomínio Sol Nascente e em Vicente Pires.
Este é o Governo da destruição. E não adianta querer ajudar. Nós insistimos,
mas não conseguimos sequer ajudar o Governo, por sua incapacidade de
articulação e pela concentração do poder.
Lamentavelmente, quem paga por isso é a sociedade, é o contribuinte. As
empresas estão indo embora de Brasília. O setor econômico do Distrito Federal está
acabando. Mais de 7 mil empresas fecharam este ano. Grandes empresas foram
embora para o Estado de Goiás, por causa dos incentivos fiscais. Este Governo não
tem a sensibilidade de conversar com o Ministério Público também sobre a diferença
de alíquotas dos incentivos aqui no Entorno, que é imensa. Às vezes, a diferença de
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alíquotas de uma mesma atividade é de 15%. Enquanto no Distrito Federal cobram-
se 18%, em Goiás cobram-se 3%, 3,5%.
O Governo sequer consegue conversar com os empresários ou com o
Ministério Público, que sempre questionando a guerra fiscal através de ações
judiciais. Ora, o Governo do Distrito Federal tem que questionar os outros Estados
que estão fazendo. Perdemos mais de 1 bilhão de reais em receitas, e não só por
causa da crise, mas também pela evasão das empresas.
Então, é um governo que não tem sensibilidade, que não tem experiência
administrativa porque nunca governou nada, nunca administrou nada. E,
lamentavelmente, não colocou nos cargos estratégicos pessoas experientes, vividas,
que conheçam a gestão pública. Sabemos a diferença entre a gestão privada e a
gestão pública. Enfim, é lamentável.
Este é o primeiro em que talvez sejam executadas — é o que eu espero;
ainda não começaram as obras —, desde 2009, as emendas de bancada. Desde
2009 que não se executa nenhuma emenda de bancada. E, por incrível que pareça,
os outros órgãos as executam: o Ministério Público, o Tribunal de Justiça, a
EMBRAPA, a UnB, todos executam as emendas. E este Governo não tem
capacidade para isso.
Deputada Erika Kokay, nós destinamos 120 milhões para a construção do
Hospital do Câncer. Daqui a pouco, ele não consegue executar o projeto. É um
governo que realmente não tem uma política de desenvolvimento para a cidade, que
não tem um projeto para a nossa cidade. Fica aí na dependência dos cofres
públicos, da receita do Fundo Constitucional, e estamos passando pelo que vemos
aí. As pessoas, revoltadas, ligam para todos os Deputados. E não conseguimos falar
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com o Governador, que deveria ao menos agir com mais transparência. No caso da
Polícia Civil, o Governador também teve gravados diversos discursos nos quais,
como coordenador da bancada, defendia a paridade, que nós defendemos também.
Mas ele tem que agir com transparência, ele tem que mostrar as planilhas para os
servidores da Polícia Civil, da Polícia Militar, para todos os servidores do GDF, ele
tem que mostrar a realidade da receita e da despesa. Mas não. A cada hora
apresenta uma justificativa diferente, números diferentes. Há uma insegurança total
quanto aos números.
É lamentável que tenhamos mais uma vez, por mais 4 anos, um governo
inoperante, um governo que não tem sensibilidade nenhuma. Eu acho que, para ser
Governador, para ser Chefe do Poder Executivo, as pessoas teriam que ter passado
por alguma dificuldade, teriam que saber o quanto é difícil para o trabalhador
conseguir a casa própria, por exemplo.
Ontem, eu presenciei uma cena muito triste: um jovem que deve ter 26 anos
ou 27 anos, desempregado, que havia construído praticamente 80% da sua casa, no
fundo do terreno, com a esposa grávida, viu o trator derrubar sua casa sem
nenhuma cerimônia. Nós notamos, aliás, o prazer das pessoas em derrubar as
casas. É incrível. O Governo não tem sensibilidade realmente. A bancada do Distrito
Federal tenta conversar, pede audiência com o Governo; com os Deputados
Distritais, a mesma coisa. O Governo não está nem aí.
No caso do condomínio, não há decisão judicial, como alguns alegam. Há
uma recomendação do Ministério Público. O Governo deveria ter chamado o
Ministério Público, o Tribunal de Justiça, se fosse necessário, as partes envolvidas e
tentado um acordo, já que a área será regularizada. Disso eu não tenho nenhuma
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dúvida. É um condomínio consolidado, com ruas afastadas, no qual milhares de
famílias moram há anos. Todo mundo paga o IPTU — Imposto Predial e Territorial
Urbano. Há muito tempo o Governo recebe o IPTU dos condomínios que são
abastecidos com água, energia elétrica, telefonia, tudo, mas simplesmente derruba
as casas. Isso é triste.
Da mesma forma em Vicente Pires. Recentemente, uma pessoa investiu tudo
o que tinha na vida — o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, a rescisão
contratual da esposa — e construiu uma casa. Veio o trator e a derrubou
completamente, sem nenhuma cerimônia. No Condomínio Sol Nascente, 16 igrejas
foram derrubadas.
Então, o Governo não fiscaliza, porque, se estivesse fiscalizando, as pessoas
não construiriam casas. Depois que as pessoas constroem, eles chegam e
simplesmente derrubam. Todo mundo sabe que isso acontece há anos. As pessoas
compram terrenos com boa-fé, porque as terras do Distrito Federal sempre foram
regularizadas. As terras do DF são todas irregulares, não as áreas dos condomínios.
No Paranoá, em São Sebastião, no Sol Nascente, que tem mais de 120 mil
habitantes, nada tem regularização. As áreas precisam ser regularizadas. Não há
nada oficial. Lamentavelmente, talvez seja o maior erro de Juscelino Kubitschek não
ter desapropriado todas as áreas do DF.
Esse condomínio do que falo em especial consta, sim, no PDOT, o Plano
Diretor de Ordenamento Territorial. A maioria das terras é particular, não é do
Estado. O que é do Estado não dá para identificar exatamente. E o Governo
simplesmente autoriza a derrubada das casas.
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O Governo deveria convocar imediatamente para uma reunião TERRACAP —
Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal, a AGEFIS — Agência de
Fiscalização do Distrito Federal, que é o terror, que faz esse tipo de trabalho com
muito prazer, a Justiça, o Ministério Público, e tentar um acordo no sentido de
estabelecer um prazo para a regularização — porque será regularizado. O Governo
deveria cuidar das coisas que são mais importantes. Estão aí as pessoas morrendo
nas filas diante dos hospitais, estão aí as escolas paradas, está aí a Polícia Civil
parada exatamente por falta de diálogo, de confiança. Governar é demonstrar
confiança, transparência, coisa que este Governo não tem.
Solicitei, juntamente com os Deputados Augusto Carvalho, Rogério Rosso,
Erika Kokay e Alberto Fraga — que também falou sobre isso aqui —, uma audiência
com o Governo do Distrito Federal, para buscarmos o entendimento. Estamos
tratando de sonhos. Não é fácil para o trabalhador comum, para o servidor público
— aliás, alguns servidores desta Casa moram lá —, realizar o sonho da casa
própria, para depois vir um governo e destruir esse sonho em poucos minutos.
O Deputado Gonzaga Patriota também se prontificou, porque é do partido do
Governador, a tentar uma conciliação, a conversar com o Governo, para que haja
uma sensibilização, pelo menos, porque não vamos poder devolver àquelas famílias
as casas que já foram destruídas. O Governador disse há pouco que não orientou a
derrubada de nenhuma casa em que houvesse alguém morando. Conversa. Ontem,
uma jovem subiu no telhado da casa, em que mora desde 2009, e mesmo assim
derrubaram a casa, também sem nenhuma cerimônia.
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Espero que o Governo do Distrito Federal nos receba hoje e que aceite
buscar uma solução definitiva para essa questão dos condomínios, cuja
regularização sempre foi, por parte deste Governo, uma promessa de campanha.
Sr. Presidente, eu peço a V.Exa. que autorize a divulgação deste meu
pronunciamento nos meios de comunicação desta Casa, em especial no programa A
Voz do Brasil,
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Nós é que agradecemos a participação,
Deputado Izalci, do Distrito Federal. Vamos determinar à Assessoria da Mesa que
faça divulgar nos meios de comunicação desta Casa, em especial no programa A
Voz do Brasil, o pronunciamento de V.Exa.
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O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Concedo a palavra à Sra. Deputada
Erika Kokay, para uma Comunicação de Liderança, pelo PT.
A SRA. ERIKA KOKAY (PT-DF. Como Líder. Sem revisão da oradora.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, subo a esta tribuna para lembrar um artigo do
Projeto de Lei Complementar nº 257, de 2016, que trata exatamente de retirada de
direitos dos servidores. O artigo diz que cabe aos Governadores que aceitarem as
condições de renegociação da dívida reajustar as suas despesas primárias
correntes pela inflação. Basta isso.
Vamos considerar o que representam as despesas primárias correntes, as
despesas de custeio, as despesas com pessoal e também as despesas com a
manutenção da própria máquina. Vamos citar o exemplo da saúde. Via de regra, os
medicamentos, os insumos na área da saúde, historicamente, são reajustados em
percentuais acima dos da própria inflação. Se só podemos reajustar as despesas
correntes pela inflação, pela variação da inflação medida, e se temos que pagar
medicamentos e insumos, majorados acima da inflação, vamos ter menos recursos
para reajustar os salários dos servidores.
Dizer que essa lei representa um processo de responsabilidade fiscal dos
Estados é negar a própria realidade. Dizem alguns psicanalistas famosos que até se
pode negar a realidade e construir fantasmas, mas é preciso reconhecer que
fantasma é fantasma e que realidade é realidade. Não se pode transformar a
realidade em fantasmas ou os fantasmas em realidade.
Portanto, quando se diz aqui que não há impacto sobre os servidores dos
Estados, está se negando a realidade. O projeto é muito claro.
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Além disso, a proposta que está nesta Casa nos remete ao que eles chamam
de acordo federativo. O que diz o acordo federativo? O acordo federativo fala
realmente em congelamento de salários, em impedimento de promoções, de
reestruturação de carreiras.
É dito que isso acontece em nome da responsabilidade fiscal. Já existe uma
lei de responsabilidade fiscal neste País. Os Governadores já têm que seguir a Lei
de Responsabilidade Fiscal, como todo gestor público. Essa lei já existe! O que não
se pode é permitir a explicitação da chantagem. “Negociamos a sua dívida se você
decidir.” Mas se fala em imposição do Palácio do Planalto — ocupado, diga-se, por
golpistas, ocupado por quem não teve um único voto para ser Presidente deste País.
Têm que rastejar e se submeter às condições impostas, ao que diz o Governo
golpista. É nítido isso. É nítido.
Além disso, há a Proposta de Emenda à Constituição nº 241, de 2016. A PEC
241 é mais grave. É mais grave porque alcança todas as despesas primárias, mas
deixa incólumes as despesas financeiras. O País vai continuar pagando juros de
uma dívida que ele não sabe direito o que é, porque não fez auditoria dessa dívida.
Nunca foi feita auditoria, prevista na Constituição, da dívida pública brasileira, dívida
pública que faz com que banqueiros possam lucrar sem gerar um único emprego. É
como se fosse uma agiotagem pública.
Alguém diz então: “Não, eu tenho que me relacionar com as finanças públicas
como se eu estivesse na minha casa, eu não posso gastar mais do que eu tenho”.
Eu digo que o exemplo das nossas casas é absolutamente fundamental, e não
posso dizer isto para o meu filho que está com uma doença grave e precisa de
atendimento: “Não, eu não vou gastar com você, eu não vou gastar com a sua
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educação, eu não vou gastar para que você tenha saúde. Não, eu não vou gastar,
porque eu vou pagar a um agiota que me cobra uma dívida que eu não sei — eu não
sei — como foi construída, não sei se realmente devo a ele”.
Ora, qual de nós pais e mães de família deixaria o filho ou a filha morrer por
falta de assistência à saúde? Mas é algo isso que está acontecendo aqui. Nós
vamos deixar incólumes os serviços da dívida, que consomem 43% do Orçamento
deste Brasil, e se fala em déficit da Previdência?
Se nós analisarmos as despesas do Governo Dilma, vamos ver que houve
diminuição da despesa com pessoal — houve diminuição da despesa com pessoal
—, mas não se eliminaram as despesas com os programas sociais, que existem
para que o Brasil se faça justo.
O Brasil não se faz justo enquanto houver neste País tanta desigualdade. O
Brasil não se faz justo com a mortalidade infantil que havia no Governo Fernando
Henrique Cardoso. Pessoas morriam de tuberculose. E nós conseguimos enfrentar
isso com investimentos na saúde.
Se o que está na PEC 241 já tivesse sido implementado, nós teríamos
perdido, nos últimos 10 anos, só na saúde e na educação, por volta de 500 bilhões
de reais. Nós não podemos permitir isso na saúde e na educação, e a saúde é
subfinanciada — subfinanciada.
Vários Parlamentares que hoje estão como áulicos que rastejam e marcham
de cabeça baixa, sem olhar para o povo, de acordo com os sons de tambores que
emanam do Palácio do Planalto, defendiam que era preciso romper o
subfinanciamento da saúde, que era preciso investir mais em educação. Esse é o
discurso corrente quando há campanhas eleitorais. Esses Parlamentares que faziam
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essa defesa mudaram o discurso, tiveram o seu discurso roubado, capturado pelo
golpismo. Agora dizem que é preciso tirar dinheiro da saúde e da educação para
pagar a banqueiros, para pagar ao capital internacional, para pagar a dívida pública.
Nunca se fez uma auditoria acerca dessa dívida.
Portanto, a PEC 241, a Proposta de Emenda à Constituição nº 241, é
dramática para o País, dramática! Ela significa o congelamento por 20 anos,
podendo ser revisto daqui a 10 anos. O Governo golpista está legislando e
encaminhando propostas para governos que ainda vão vir.
Como um golpe não fica circundado, ele vai esgarçando o tecido democrático,
ele vai esgarçando o Estado Democrático de Direito. O golpe virou norma nesta
Casa. Na última quinta-feira, em um dia sem sessão deliberativa, em um dia
esvaziado, ninguém soube que haveria reunião para que fosse instalada essa
Comissão que vai retirar dinheiro da saúde, da educação, da infraestrutura, do
serviço público. Às 17h49min, houve o anúncio de que seria instalada essa
Comissão. Era um dia sem Parlamentares. E era um dia sem Parlamentares porque
não havia sessão deliberativa. No final de uma quinta-feira, foi convocada essa
reunião para as 18 horas. Isso não estava no Diário, não estava na Ordem do Dia,
isso não foi publicado, não estava na Internet, não estava em lugar nenhum. Apenas
sabiam que haveria essa reunião os que se sujeitaram a rasgar o Regimento desta
Casa e a rasgar a Constituição.
A Constituição fala em publicidade, transparência, impessoalidade. Nós não
podemos tratar dessa maneira a informação. Não podemos aceitar que
Parlamentares não sejam informados que vai ser instalada Comissão relativa a uma
PEC que vai mexer com a vida deste País, vai mexer com os programas sociais e
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vai mexer com a vida dos servidores! Dez minutos antes da instalação, o anúncio foi
feito por meio de microfone. Não havia nada na Internet, em local algum. Não se
aceita que se implemente o golpe.
O que nós estamos dizendo aqui é o que disse a Presidenta Dilma Rousseff:
chega de golpe! Este País merece democracia e direitos.
O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Obrigado, Deputada Erika Kokay.
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O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Registro a presença, nesta Casa, do
Vereador Astolfo, da cidade de São Domingos do Maranhão.
Seja bem-vindo a esta Casa Legislativa!
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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra ao Deputado Jones Martins,
do PMDB do Rio Grande do Sul.
O SR. JONES MARTINS (Bloco/PMDB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o País precisa da aprovação do Projeto de Lei
Complementar nº 257, de 2016. É preciso desfazer a falácia de que esse projeto vai
tirar recursos da saúde, vai tirar recursos da educação. O projeto prevê, isto sim, o
congelamento do investimento, ou a limitação do investimento à variação da
inflação. Isso é responsabilidade.
Há um discurso fácil que temos ouvido com relação à dívida e a uma eventual
auditoria dessa dívida. É preciso que se fale claro ao povo brasileiro. Nós somos a
favor da auditoria. Ao mesmo tempo, no entanto, perguntamos: por que o Governo
que sai — sai porque cometeu crime fiscal, sai porque fez promessas e não as
cumpriu, sai porque gastou e se comprometeu a gastar mais do que a lei permitia —
não fez, em 13 anos de mandato, a tão esperada e aplaudida auditoria que hoje
muitos pregam?
O PLP 257 é um projeto que favorece a responsabilidade, é um projeto que
limita gastos, é um projeto que aposta no crescimento da economia, e essa é a
questão.
Há muito discurso fácil para agradar corporações aqui e acolá. Há muito
discurso fácil para enganar as pessoas menos informadas. Está faltando, parece-
me, mais responsabilidade nesse debate, mais responsabilidade.
O Governo do Presidente Michel Temer é um Governo legítimo, foi eleito
constitucionalmente. Ele substitui, de acordo com a Constituição, com o Regimento
Interno da Câmara dos Deputados e com o do Senado Federal, após toda a
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tramitação do processo de impeachment, uma Presidenta que foi condenada pela
Câmara e o será também pelo Senado. Então, é um Governo legítimo sim, tem
legitimidade para propor mudanças e tem legitimidade para colocar o País nos
trilhos.
É preciso romper o discurso fácil da gastança. É preciso romper o discurso
demagógico de que vai sair dinheiro da saúde, da educação. São feitas
comparações singulares: “Se isso acontecesse na minha casa, eu faria diferente!” É
evidente! Quando se cuida da nossa casa, o tratamento é um; quando se cuida da
sociedade, da coletividade, é outro, a visão é global. Essa falácia tem que ser
combatida!
O Projeto de Lei Complementar nº 257 é de responsabilidade. Ele aposta no
crescimento. Ele aposta em que este País pode devolver aos investidores
credibilidade na economia, para que eles invistam, para que empregos sejam
gerados, para que a riqueza circule e, a partir disso, seja aumentada a arrecadação
financeira através dos impostos, das contribuições, das taxas. Com isso, o País
poderá redistribuir esse bolo orçamentário por meio de serviço social. Essa é a
lógica. Têm que parar com esse discurso fácil de que está tirando daqui ou de lá.
Além de fácil, ele é mentiroso, engana as pessoas. O que nós precisamos é de
responsabilidade. Precisamos reestabelecer a credibilidade, propiciar o crescimento.
A saúde vive um problema sério, sim, de subfinanciamento. É verdade! A
nossa distribuição orçamentária per capita está muito longe do que prevê a Suécia,
do que preveem os países do Leste Europeu. Em nossa Constituição, está previsto
o melhor programa social do mundo, que é o Sistema Único de Saúde — SUS. Mas
nós não temos como financiá-lo. Como vamos financiá-lo se a economia está
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degringolando, a arrecadação de impostos está diminuindo cada vez mais, as
empresas estão fugindo, um contingente de 12 milhões de desempregados se
apresenta? De onde vamos tirar dinheiro para financiar a utopia com que todos nós
sonhamos, a utopia que queremos? Devemos buscá-la sim. Vamos fazer isso!
Precisamos financiar a saúde, precisamos financiar a educação. A saúde precisa de
muito financiamento, e precisa de gestão também.
Nós precisamos, antes de mais nada, devolver a ordem orçamentária,
devolver o ajuste fiscal, devolver a segurança jurídica para os investidores, devolver
à sociedade a responsabilidade fiscal, a intolerância com gastos desnecessários.
Trata-se de gastar aquilo que se arrecada. É muito fácil prometer o céu e as
estrelas, mas é preciso ter recursos para pagar, ter condições financeiras de
sustentar esse discurso.
Portanto, Sr. Presidente, o Projeto de Lei Complementar nº 257 é uma
necessidade para o País.
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O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Vai-se passar ao horário de
V - COMUNICAÇÕES PARLAMENTARES
Tem a palavra a Sra. Deputada Erika Kokay, pelo PT.
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A SRA. ERIKA KOKAY (PT-DF. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente,
eu acho isso de uma estranheza profunda. Eu penso que se Camus estivesse vivo
ele falaria que estamos vivendo uma absurdidade. Mas digo eu que é um absurdo,
perdendo a modéstia e utilizando uma expressão de Nelson Rodrigues.
Foi isso o que aconteceu na quinta-feira ao se chamar uma reunião para
instalação de uma Comissão que vai mudar o Brasil porque vai submeter o Brasil
aos mais profundos arrochos, porque vai retomar o modelo de Fernando Henrique
Cardoso, em que o Brasil vivia de joelhos — de joelhos! — para o Fundo Monetário
Internacional.
Era a rendição ao Fundo Monetário Internacional que exigia um Estado
mínimo para o povo brasileiro. O povo brasileiro merece mais! E vêm me dizer aqui
que não há como romper o subfinanciamento da saúde! Mas há como ficar
alimentando o rentismo neste País, ficar alimentando banqueiros que continuam
lucrando como sempre lucraram neste Brasil!
E dizem que o Governo, em 13 anos, não fez auditoria da dívida. Mas nunca
mandou um projeto como esse. A Proposta de Emenda à Constituição nº 241 tem
uma digital: a digital golpista. Golpista! Ninguém vem aqui dizer que Dilma cometeu
crime de responsabilidade. Fala-se da falta de governabilidade, fala-se de corrução,
como se Michel Temer fosse um vestal, como se Michel Temer não fosse corrupto,
como se Michel Temer não tivesse uma denúncia de que recebeu, no Palácio do
Jaburu, 10 milhões! Como se a cúpula do PMDB não estivesse toda ela com pedido
de prisão pelo Ministério Público! Como se três Ministros já não tivessem saído pela
porta dos fundos da Esplanada dos Ministérios porque foram acusados de
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corrupção! Ou como Romero Jucá, que foi acusado de tentar derrubar Dilma
Rousseff para poder estancar a Operação Lava-Jato!
E vêm me falar de Dilma Rousseff corrupta?! Nunca se conseguiu apontar um
ato de corrupção de Dilma Rousseff! Nenhum ato de corrupção!
Falaram de decretos — que Fernando Henrique Cardoso também fez, pelo
menos quatro vezes a mais do que Dilma Rousseff, os mesmos decretos.
Falaram das ditas pedaladas fiscais, porque Dilma Rousseff atrasou o
pagamento do Banco do Brasil para o Crédito Safra, em um convênio. É por isso
que Dilma Rousseff está saindo. É com isso que eles querem justificar o
impeachment. É golpe! Isso é golpe!
E aí vêm me falar que não há tanques nas ruas, que não há botas e não há
baionetas. Essa literalidade é reducionista. “Ah, não há botas.” Mas há paletós de
couro fino que pisam este Parlamento. “Ah, não há baionetas, não há fardas.” Mas
há paletós, há sapatos de bico fino, há microfones em vez de baionetas. É golpe da
mesma forma.
A história sabe disso. A história irá dizer que há uma Presidente e que
nenhuma denúncia de corrupção pesa contra ela. Ela está sendo investigada agora
por quê? Por obstrução à Justiça? Por que quis nomear Luiz Inácio Lula da Silva
para ser Ministro deste País? É disso que estão acusando Dilma Rousseff? É disso?
E de que estão acusando Eduardo Cunha, que ninguém fala sobre ele? E de que
estão acusando Renan Calheiros? E de que estão acusando Romero Jucá? E essa
lista de Parlamentares do PP, que é o partido com maior número de pessoas
envolvidas na Lava-Jato? E a lista do PMDB? Há um mutismo. É como se estivesse
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ocupando o Palácio do Planalto alguém que sobre ele não pesa nenhuma denúncia
de corrupção.
Ora, vejam, há uma gênese no golpe, uma gênese. A arqueologia do golpe
pressupõe a retirada de direitos, pressupõe impor a esta Nação o programa
derrotado nas urnas por quatro vezes, o programa de ajuste fiscal contra os
trabalhadores e o povo brasileiro — não contra banqueiros, não contra as grandes
fortunas. Um trabalhador paga muito mais impostos neste País do que banqueiros.
E Dilma Rousseff ainda reajustou a tabela do Imposto de Renda para
preservar os direitos dos trabalhadores. Reajustou, e mesmo assim ainda temos
uma carga tributária que tira de quem não tem para dar a quem já tem, e tem muito.
Esse é o programa de Governo! Ou alguém aqui acha que, se vai-se reajustar
as despesas deste País, as despesas primárias, todas elas, apenas pela inflação,
vai-se continuar mantendo o Programa de Aceleração do Crescimento? Negativo!
Ou vai-se continuar mantendo o investimento em infraestrutura fundamental para a
indústria? Como não haverá infraestrutura para a indústria, o que faz o governo
golpista? Ele diz: “Não, vamos retirar direitos, vamos impor o negociado sobre o
legislado”. Tudo vai ser negociado à mesa, inclusive o que já faz parte do arcabouço
legal deste País. E ainda dizem: “Não, isso é para favorecer o sindicato, porque ele
vai poder negociar”. Mas estão sendo negociados retrocessos! Retrocessos!
Está sendo vislumbrado para este País, para depois da tentativa que eles têm
de consolidar o golpe — ainda creio que este País fará uma opção pela democracia,
que este País fará uma opção pela retidão e pela justiça e não irá convalidar, não irá
convalidar Michel Temer, com sua história de corrupção, com sua história de ajuste
contra os trabalhadores, com suas opções para banqueiros e grandes empresários
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em detrimento do povo —, mas para depois de convalidar o golpe que eles querem,
eles já estão dizendo que virá uma reforma da Previdência contra trabalhadores e
trabalhadoras, uma reforma trabalhista contra trabalhadores e trabalhadoras.
Ora bolas! É preciso pagar as contas dos que construíram o golpe. E vamos
calar sobre Eduardo Cunha, porque ele é peça importante na construção do golpe.
Vamos nos calar! Vamos nos calar! Não importa o decoro parlamentar, não importa
a ética. E lembro-me de Jarbas Passarinho, quando dizia: “Às favas com os
escrúpulos”. Isso já foi falado por Jarbas Passarinho e é repetido todos os dias nesta
Casa com os golpes que são engendrados, com aqueles que, à surdina, constroem
uma reunião que ninguém sabe o que acontecerá: “é secreta esta Comissão, este
Parlamento”.
Na CPI FUNAI e INCRA também aprovaram a quebra de sigilos secretos. Não
se sabe de quem os sigilos foram quebrados. E tão gritante foi a anomalia e
ilegalidade que o próprio Poder judiciário, que muitas vezes não tem parcialidade,
anulou os atos dessa CPI, que busca retirar direito de indígena, que busca retirar
direito de quilombolas, porque, vejam, e eu repito, sem democracia os direitos não
sobrevivem, o terreno fica árido, árido. Sem democracia — estamos vivendo uma
ruptura democrática—, não há como se preservar direitos.
Mas eu ainda fico com os poetas, dentre eles o poeta maior, que dizem que
do asfalto é possível brotar flores. É possível brotar flores. Vamos tirar os canhões
que estão sendo apontados para o povo brasileiro, para os servidores e servidoras,
e vamos substituí-los pelas flores.
Apenas para não dizer, nestes períodos sombrios de golpe, que eu não falei
das flores.
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O Sr. Hildo Rocha, nos termos do § 2º do art. 18 do
Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é
ocupada pelo Sr. Izalci, nos termos do § 2º do art. 18 do
Regimento Interno.
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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra ao Deputado Angelim.
V.Exa. dispõe de até 5 minutos.
O SR. ANGELIM (PT-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, queria cumprimentar o Prefeito Marcus
Alexandre pelo belíssimo ato que promoveu ontem em Rio Branco, Capital do Acre,
para o lançamento de sua candidatura à reeleição para Prefeito daquela cidade.
Eu fui Prefeito de Rio Branco por 8 anos e fui sucedido por Marcus Alexandre,
um jovem engenheiro que fez um trabalho extraordinário nesses 4 anos. Deu
prioridade absoluta à área social: à saúde, à educação, à assistência social. Como
engenheiro competente que é, deu prioridade também à infraestrutura, à
pavimentação de ruas, à trafegabilidade em ramais e, principalmente, ao
saneamento básico.
É de se ressaltar também o seu extraordinário trabalho na área da mobilidade
urbana. Hoje, uma das grandes questões das cidades do mundo é a mobilidade
urbana, o transporte de massa com preços acessíveis para o trabalhador. Marcus
Alexandre fez nesses 4 anos um trabalho que nos deixa a todos impactados
positivamente.
Eu cuidei daquela cidade por 8 anos e, quando saí, estava preocupado: “Meu
Deus, quem será o Prefeito desta cidade?” Porque nós criamos um carinho, um zelo,
um cuidado com a cidade que ajudamos a estruturar, a planejar com o objetivo de
melhorar a qualidade de vida da população. Mas hoje, ao final do primeiro mandato
de Marcus Alexandre, estou muito contente por ver os avanços significativos de Rio
Branco, do ponto de vista da urbanização, do ponto de vista da atualização dos seus
planos diretores, dos seus planos municipais de habitação, do seu plano municipal
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de transporte e de trânsito e tantos outros instrumentos de planejamento que são
necessários para melhorar e otimizar os investimentos.
Mesmo no momento de crise que nós vivemos hoje, Sr. Presidente, em que
todos os Municípios e Estados brasileiros passam por problemas sérios devido à
queda no valor das transferências do Fundo de Participação dos Estados e do
Fundo de Participação dos Municípios, devido, principalmente, à queda da
arrecadação própria, o Prefeito Marcus Alexandre soube aplicar os poucos recursos
de que dispunha com seriedade, com prioridade e, principalmente, seguindo um
plano de trabalho elaborado de forma coletiva, a várias mãos.
Como acriano e como ex-Prefeito daquela cidade, fico muito feliz de dizer isso
aqui, de público. Trabalhar com gestão pública, seja estadual, seja municipal, é um
grande desafio, mas aquele jovem gestor aplicou com seriedade os recursos, focou
o planejamento da infraestrutura e da mobilidade urbana e priorizou a educação, o
que é muito importante.
Rio Branco foi considerada a primeira cidade do Brasil em transparência pelo
Portal da Transparência, pelos órgãos federais. Isso é muito importante. Num
momento de crise econômica, ética e política, vemos um jovem gestor fazer um
trabalho tão reconhecido pela população.
Meus parabéns a ele e a sua equipe. Fico contente, como filho daquela
cidade, por cumprimentá-lo e por reconhecer nacionalmente o seu belo trabalho.
Muito obrigado, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados.
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O SR. PRESIDENTE (Izalci) -Tem a palavra por 1 minuto o Deputado Átila
Lins.
O SR. ÁTILA LINS (PSD-AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, queria apenas dizer que ontem nós destacamos aqui, numa breve
comunicação, a visita do Ministro Mendonça Filho a Manaus. E eu queria
rapidamente dizer que a sua visita a Manaus, ontem, contou com a presença do
Governador José Melo e de muitas autoridades amazonenses.
O Ministro assinou convênio para a liberação de recursos no valor de 6
milhões de reais para a Universidade Federal do Amazonas, que serão investidos
em melhorias no Hospital Universitário Getúlio Vargas, e para a liberação de 2
milhões de reais para o Governo do Estado injetar na Escola Estadual Senador
Evandro das Neves Carreira, além de uma série de outros recursos para atender a
escolas padrão de tempo integral.
Sr. Presidente, eu quero pedir a V.Exa. que considere como lido este
pronunciamento, para transcrição nos Anais da Casa, sobre todas as medidas e
todos os benefícios levados para o Estado do Amazonas pelo Ministro Mendonça
Filho na última sexta-feira.
Muito obrigado, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Obrigado, Deputado.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, registro desta tribuna a presença em
Manaus, na última sexta-feira, do Ministro da Educação, o Deputado Mendonça
Filho.
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Em cerimônia que contou com a presença do Governador José Melo e de
muitas autoridades amazonenses, o Ministro Mendonça Filho anunciou
investimentos federais no Programa Amazônia Conectada.
O Ministro também assinou convênio para liberação de recursos da ordem de
R$ 6 milhões para a Universidade Federal do Amazonas (UFAM), que serão
investidos em melhorias no Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), e de R$ 2
milhões para o Governo do Estado, que injetará na Escola Estadual Senador
Evandro das Neves Carreira, localizada no Residencial Viver Melhor, Bairro Santa
Etelvina, Zona Norte.
Mendonça Filho disse que a mensagem que o Governo Federal quer passar
com os repasses ao Estado é de compromisso: “Compromisso com o Norte do País,
com a região Amazônica e com o Estado do Amazonas, para que a gente possa
oferecer qualidade de vida para a população e para que tenha acesso a serviços
básicos fundamentais como saúde e educação”, destacou.
O Governador José Melo lembrou que o Ministério da Educação liberou R$ 6
milhões para o Estado na semana passada. “Esse recurso será para nós darmos
continuidade ao trabalho de construção de 12 escolas padrão e de 10 de tempo
integral que estão sendo construídas. Algumas estão em fase de conclusão e outras
em fase de licitação. O repasse vai fazer frente ao avanço dessas obras”, pontuou.
Acatando proposta do Ministério da Defesa, a contrapartida de R$ 10,5
milhões do MEC será destinada à ampliação da rede lógica entre os Municípios de
Tefé e Manaus, visando ampliar a comunicação na Mesorregião do Centro
Amazonense. A Mesorregião do Centro Amazonense é composta de seis
microrregiões: Coari, Itacoatiara, Manaus, Parintins, Rio Preto da Eva e Tefé. A
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iniciativa beneficiará aproximadamente 834 mil alunos matriculados em escolas
públicas de ensino fundamental e médio de 30 Municípios do interior do Amazonas.
Antes da cerimônia de assinatura do termo de convênio, o Governador José
Melo e o Ministro Mendonça Filho visitaram a Escola Estadual Senador Evandro das
Neves Carreira. A unidade de ensino, inaugurada no dia 18 de março deste ano,
atende a 3.006 estudantes, nas modalidades de ensino fundamental de 6º a 9º ano,
ensino médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA), nos três turnos. Eles também
visitaram as obras do novo Hospital Universitário Getúlio Vargas.
Era o que tinha dizer, Sr. Presidente.
Muito obrigado!
Durante o discurso do Sr. Átila Lins, o Sr. Izalci,
nos termos do § 2° do art. 18 do Regimento Interno, deixa
a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Hildo
Rocha, nos termos do § 2° do art. 18 do Regimento
Interno.
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O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Vou passar a palavra ao Deputado Paes
Landim, para uma Comunicação de Liderança pelo PTB e pela ordem. Portanto,
S.Exa. poderá usar da palavra da tribuna da Câmara dos Deputados pelo tempo de
15 minutos.
Em seguida, vou convidar para usar a tribuna o Deputado Heráclito Fortes.
Portanto, povo piauiense que está nos acompanhando pela TV Câmara, fique
atento, que, dentro de instantes, o grande Deputado Federal Heráclito Fortes, do
Piauí, vai fazer uso da palavra e vai dar boas notícias.
Agora tem a palavra o Deputado Paes Landim, que também é do Piauí.
O SR. PAES LANDIM (Bloco/PTB-PI. Pela ordem e como Líder. Sem revisão
do orador.) -
DISCURSO DO SR. DEPUTADO PAES LANDIM QUE, ENTREGUE AO ORADOR
PARA REVISÃO, SERÁ POSTERIORMENTE PUBLICADO.
(Discurso a ser publicado na Sessão nº 266, de 20/10/16.)
O Sr. Hildo Rocha, nos termos do § 2º do art. 18 do
Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é
ocupada pelo Sr. Jones Martins, nos termos do § 2º do
art. 18 do Regimento Interno.
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O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - Concedo a palavra ao Deputado Hildo
Rocha, para uma Comunicação de Liderança, pelo Bloco Parlamentar PMDB/PEN.
S.Exa. vai dispor dos 10 minutos destinados ao PMDB e dos 3 minutos do Pequeno
Expediente. Disporá, portanto, de 13 minutos.
O SR. HILDO ROCHA (Bloco/PMDB-MA. Pela ordem e como Líder. Sem
revisão do orador.) - Sr. Presidente Jones Martins, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, inicialmente quero apoiar as palavras do orador que me antecedeu, o
Deputado Paes Landim, no que diz respeito à honestidade, à transparência e à
competência do Ministro do Meio Ambiente do Governo Michel Temer. Realmente,
Sarney Filho é um dos profissionais, um dos homens públicos que mais conhece o
meio ambiente, não apenas a legislação, mas também a realidade do nosso povo, a
realidade da natureza, a realidade do meio ambiente brasileiro.
Sr. Presidente, eu tive, há pouco, uma audiência com o Secretário de Política
Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, seu conterrâneo, um profissional
de alto gabarito, de alto nível, que nos recebeu de forma bastante profissional,
bastante receptiva. Fui acompanhado do Vereador Astolfo, de São Domingos do
Maranhão. Fomos àquele Ministério para reforçar o pedido de prorrogação do
pagamento das dívidas dos produtores rurais do Maranhão, em função da estiagem
que aconteceu no ano passado. Foi a pior seca que o Maranhão viu nos últimos
anos. Pela falta de chuva, a produção não foi aquela que se esperava. Houve um
prejuízo enorme. Por isso, nós fomos até o Ministério e reforçamos esse pedido, que
outros Parlamentares também já fizeram.
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A propósito, o Presidente Michel Temer já sabe do problema, já está
trabalhando, junto com a sua equipe econômica, junto com a Fazenda Nacional, no
sentido de dar uma solução a esse grave problema.
Nós fomos lá com essa finalidade e também com outra, relacionada
justamente à produção de abacaxi na cidade de São Domingos do Maranhão. Em
São Domingos do Maranhão é produzido um dos melhores abacaxis do Brasil, o
abacaxi pérola de São Domingos. São Domingos é um dos maiores produtores de
abacaxi do Brasil, mas tem uma dificuldade muito grande para expandir a sua
produção e melhorar a economia da cidade, da região e do Maranhão, porque o
período de chuva naquela cidade, assim como em toda a região que já faz parte da
Amazônia, é diferente do das outras regiões em que se planta o abacaxi.
Enfim, nós fomos ao Ministério, e o Vereador Astolfo fez uma apresentação,
mostrando a necessidade de que se mude o período de início do financiamento para
os produtores de abacaxi da cidade de São Domingos, cidade que muito se
desenvolve. Ficou lá o nosso pleito.
Nós já tínhamos feito esse pedido no ano passado, durante a gestão da
Ministra Kátia Abreu. Isso já tinha sido adiantado, mas foi fundamental a nossa
audiência com Neri Geller, que conhece o assunto, é produtor rural também, tem
grande experiência. Ele se sensibilizou com esse problema e nos garantiu a
resolução desse problema, para que possamos ajudar no desenvolvimento da
cidade de São Domingos do Maranhão.
Quero ainda, Sr. Presidente, trazer ao conhecimento de toda a população
brasileira, principalmente a população maranhense, números que mostram como o
Governador Flávio Dino tem massacrado o povo do Maranhão com uma
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administração que prioriza a perseguição política, em vez de priorizar as políticas
públicas, a da saúde, por exemplo.
Trago, para conhecimento das Sras. Deputadas, dos Srs. Deputados, dos
senhores, das senhoras, dos jovens e demais telespectadores da TV Câmara e
ouvintes da Rádio Câmara, alguns dados, alguns números. Como eu disse, contra
os números, não há argumentos. Vou citar números sobre a saúde pública do
Maranhão.
Antes registro que a nossa Presidente da Frente Parlamentar da Saúde, que
muito bem conhece a saúde pública do Maranhão, está aqui ouvindo o nosso
pronunciamento.
Sr. Presidente, essas informações que vou passar agora podem ser
acessadas pelo site do Ministério da Saúde.
O Governador Flávio Dino e o Secretário da Saúde do Maranhão alegam que
hospitais estão fechados, que a saúde não funciona tão bem porque o Governo
Federal não está repassando recursos para o Estado. Isso não é verdade!
Eu vou mostrar aos senhores e às senhoras que, no ano de 2015, de janeiro
até agosto, o Governo do Estado do Maranhão recebeu do Governo Federal, do
Fundo Nacional de Saúde, 205 milhões e 58 mil reais. Vejam bem, no ano passado,
o Governo do Maranhão, para a rede estadual de saúde, recebeu cerca de 205
milhões de reais!
Este ano, de janeiro até agosto, o Governo do Estado já recebeu do Fundo
Nacional de Saúde, portanto, do Governo Federal, 234 milhões e 77 mil reais. Foram
30 milhões a mais que o Maranhão recebeu para assistência de média e de alta
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complexidade ambulatorial e hospitalar. Foram 30 milhões a mais em relação ao ano
passado.
O Governo Federal está fazendo a sua parte. Quem não está fazendo a sua
parte é o Governo do Estado, é o Governador Flávio Dino. Eu digo isso e vou provar!
Vou provar com números! Como eu disse, contra os números não há argumentos!
Vamos aos números, que qualquer cidadão pode acessar porque é
obrigatória a transparência. Existe a Lei de Acesso à Informação. Todo brasileiro
tem o direito de acessar informações. Todos os Governos Estaduais têm a
obrigação de apresentar os números. Não fazem isso porque queiram, ou porque
seja correto, ou porque sejam transparentes, fazem isso porque a lei os obriga.
Estão no site da Secretaria de Planejamento do Maranhão as informações
relativas à saúde, entre as de outras políticas públicas. Vou falar somente sobre a
saúde pública. O Relatório Resumido de Execução Orçamentária do 3º Bimestre de
2016 mostra que o Governo do Maranhão, neste ano, até o terceiro bimestre,
empenhou 642 milhões e 528 mil reais em assistência hospitalar e ambulatorial.
Repito: o Governo do Maranhão empenhou, para assistência hospitalar e
ambulatorial neste ano, segundo informações disponíveis no site da Secretaria de
Planejamento do Estado, 642 milhões e 528 mil reais.
Eu costumo dizer que existe o magro porque existe o gordo. E nós podemos
compará-los. Se não existisse o magro, não existiria o gordo; se não existisse o
gordo, não existiria o magro. Então, vamos comparar o Governo atual, do Sr. Flávio
Dino, com o Governo que ele sucedeu, o Governo Roseana Sarney, governo que
saiu já faz 2 anos. Vamos ver quanto o Governo Roseana, em 2014, nesse mesmo
período, até o terceiro bimestre, gastou, de acordo com o Relatório Resumido de
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Execução Orçamentária. Lembro que o Governo Flávio Dino gastou pouco mais de
600 milhões. Sabe quanto o Governo Roseana gastou em 2014, Deputado
Heráclito? Gastou 883 milhões e 397 mil reais. O Governo Roseana gastou, em
assistência hospitalar e ambulatorial, 250 milhões a mais que o Governo Flávio Dino.
É por isso que o povo está morrendo nas filas. Maranhenses estão morrendo
por falta de vagas em centro cirúrgico. Lá, o médico está tirando par ou ímpar para
saber quem vai para a UTI, porque não há vagas, porque o Governador não está
investindo na saúde! Ele procurou aumentar o gasto com pessoal, para contratar os
seus camaradas, do seu partido, em vez de investir na saúde. São 250 milhões a
menos. E vejam que, de 2014 para cá, já houve inflação. São 2 anos de inflação,
praticamente.
Então, o Governo Roseana gastou mais, há 2 anos, do que gastou o Governo
Flávio Dino agora nessa área. O povo está morrendo no Maranhão, e muitos estão
se socorrendo, Deputado Heráclito, do Piauí. Embora Roseana tenha deixado uma
enorme estrutura de hospitais, montados para funcionar, para atender bem o povo
do Maranhão, o Governador não investe em saúde.
Quero citar outro dado importante. Ele dizia que ia investir muito, Presidente
Jones, na atenção básica. O Governador Flávio Dino mentiu para a população
maranhense. Ele não investe na assistência hospitalar e ambulatorial nem na
atenção básica. Está aqui a prova! O Governo Roseana, em 2014, gastou 4 milhões
e 300 mil reais em atenção básica. Sabem quanto o Governo Flávio Dino gastou
este ano em atenção básica? Apenas 183 mil reais. É por isso que o povo
maranhense está morrendo de tuberculose, está morrendo de lepra, doenças que
muitos Estados já conseguiram controlar há muitos anos.
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Esse Governo comunista do seu Flávio Dino assumiu fazendo promessas,
mas mentiu ao povo maranhense. Disse que ia investir maciçamente na saúde, na
atenção básica, mas não o faz. Quem está fazendo a atenção básica, Srs.
Deputados, são os Municípios, que estão numa situação muito difícil! Até vacinação
o Governo do Estado se nega a realizar.
Sr. Presidente Jones Martins, são essas as minhas colocações no dia de
hoje. Pediria que fossem divulgadas pelos meios de comunicação desta Casa.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - Muito obrigado, Deputado Hildo
Rocha. O pedido de V.Exa. foi acatado. A orientação da Mesa é de que o seu
pronunciamento seja divulgado pelos meios de comunicação da Casa.
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O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - Concedo a palavra ao Deputado Átila
Lins.
O SR. ÁTILA LINS (PSD-AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, eu apenas quero fazer um apelo desta tribuna ao Presidente desta
Casa, Deputado Rodrigo Maia, no sentido de que S.Exa. coloque em pauta a
Proposta de Emenda à Constituição nº 518, de 2010, que foi aprovada na Comissão
Especial, da qual fui o Relator e que teve na sua Presidência o Deputado Arnaldo
Faria de Sá.
Essa PEC, de autoria do Deputado Pompeo de Mattos, do PDT do Rio
Grande do Sul, trata sobre a estabilidade de servidores públicos que tenham
ingressado no serviço público até o ano de 1990. Nós fizemos um parecer favorável
a que se dê estabilidade a esses servidores que não puderam ser aproveitados
quando da promulgação da Constituição de 1988.
Agora, essa nova PEC apresentada tenta resolver a situação de milhares de
servidores brasileiros, tanto no âmbito do Governo Federal quanto dos Governos
Estaduais e Municipais que ingressaram em 1984, em 1986, e que não puderam ser
aproveitados, porque, quando a Constituição foi promulgada, só puderam ter
estabilidade aqueles servidores que ingressaram até 5 anos antes, até 1983. Então,
para quem entrou em 1984, nós estendemos o prazo até 1990, exatamente quando
entrou em vigor o Regime Jurídico Único dos servidores públicos federais.
De forma que eu queria fazer este apelo ao Presidente Rodrigo Maia, porque
isso vai resolver a situação de milhares de servidores do País inteiro.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado
Heráclito Fortes, do PSB do Piauí.
O SR. HERÁCLITO FORTES (PSB-PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, brasileiras e brasileiros, a carnavalesca
Rosa Magalhães anunciou, em entrevista ao jornal Correio Braziliense, na semana
passada, que no espetáculo de encerramento das Olimpíadas haverá um cenário
com as belezas da Serra da Capivara, no Estado do Piauí. Ninguém pode imaginar o
orgulho dos piauienses e a repercussão nacional do anúncio, pela importância do
Parque Nacional da Serra da Capivara. Mas os jornais também noticiaram de
maneira triste que a Profa. Niède Guidon, que toma conta, que administra, que é a
razão de ser do Parque, anunciou o seu fechamento por falta de verbas. É triste
esse contraditório entre o ufanismo da beleza e a decepção provocada por 13 anos
de desacerto e desgoverno.
Não é a primeira vez que esse assunto do Parque Nacional da Serra da
Capivara vem a esta tribuna, vem a esta Casa. É lamentável. Falta planejamento,
falta amor à preservação de um bem cultural como esse.
Agora o Governador diz que vai haver diálogo. Ora, o Governador administrou
o Estado por 8 anos, o Governador voltou, o Governador mandou e manda no Piauí.
O que falta, na verdade, é interesse e vontade política.
Mas eu quero louvar, Sr. Presidente, o gesto do Ministro Sarney Filho, do
Meio Ambiente, que, hoje, na tentativa de salvar mais uma vez o Parque, comunicou
o envio de 1 milhão de reais, como medida emergencial. Ora, isso não vai resolver o
problema, mas pelo menos é um gesto de boa vontade de um Ministro que está há
menos de 3 meses no cargo.
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Eu quero fazer um apelo ao Presidente da República interino, Michel Temer, e
ao Governo Federal, para que olhem com bons olhos a Serra da Capivara, porque a
Serra é o olhar do Brasil através dos antepassados, é o início da civilização nas
Américas, e o trabalho foi feito pela Profa. Niède, essa professora extraordinária.
Aqui abro um parêntese. Não tenho quase nenhuma relação pessoal com ela,
o que não me tira o direito e o dever de ser um admirador profundo do seu trabalho.
Ao fazer este registro, quero fazer um apelo ao Governo Federal para que
encontre uma solução definitiva para a sobrevivência do Parque. Que o Brasil tenha
a tranquilidade de visitá-lo sem nenhum susto, como o de chegar lá e encontrar as
suas portas fechadas por falta de recursos.
Sr. Presidente, era o registro que eu queria fazer, com tristeza, sobre a
situação lamentável da Serra da Capivara.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - Obrigado, Deputado Heráclito Fortes.
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O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - Concedo a palavra à Deputada
Carmen Zanotto, defensora do Sistema Único de Saúde e integrante da bancada de
Santa Catarina.
A SRA. CARMEN ZANOTTO (PPS-SC. Pela ordem. Sem revisão da
oradora.) - Obrigada, nobre Presidente. Obrigada, Deputado Heráclito Fortes, por
dividir o seu tempo conosco.
Eu quero neste momento, Sr. Presidente, reafirmar o meu compromisso com
o Sistema Único de Saúde, reafirmar a luta histórica que nós temos no SUS, nesses
28 anos, a partir da nossa Constituição, seguida da Lei nº 8.080, da Lei nº 8.142.
Reafirmo a importância que esse sistema tem para o conjunto das ações e serviços
de saúde País afora.
Nós avançamos muito, no conjunto dos Municípios brasileiros, com relação ao
acesso aos serviços de saúde. Precisamos avançar muito mais. Para isso, nós
precisamos efetivamente garantir, cada vez mais, a melhoria na gestão.
Fui Relatora da Proposta de Emenda à Constituição nº 1, de 2015 — é
preciso trazer a este plenário a PEC 1/15, de autoria do Deputado Vanderlei Macris.
No caso, resgatamos o projeto de lei de iniciativa popular Saúde+10, ampliando os
recursos para a saúde, no comparativo com o que estabelece a Emenda
Constitucional nº 86, hoje vigente.
Sei que estamos num momento de crise, em que precisamos efetivamente
ajustar as contas públicas, mas precisamos ajustar as contas públicas sem deixar de
atender à demanda da população. E uma das principais demandas da população
brasileira é o acesso às ações e aos serviços de saúde.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 198.2.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 17/08/2016 Montagem: 5827
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Todos nós sabemos que, para que consigamos atender a essa demanda,
precisamos garantir mais recursos, em especial para a União, porque o conjunto de
Municípios, que deveriam estar colocando 15%, estão colocando, em média, 24%;
os Estados, que deveriam estar colocando 12%, estão colocando, em média, 14%.
Vamos enfrentar a crise política sim, mas vamos enfrentá-la com muita
serenidade, com muito discernimento, buscando garantir aquilo que é uma conquista
da população brasileira, dos usuários do Sistema Único de Saúde, o nosso SUS.
Sr. Presidente, peço que seja considerado como lido e divulgado pelos
veículos de comunicação da nossa Casa o meu pronunciamento a respeito da
entrega, na semana passada, pelo Governador Raimundo Colombo, do Centro
Cultural Vidal Ramos, o antigo Colégio Vidal Ramos.
O Centro Cultural de Santa Catarina, que será administrado pelo SESC-SC, é
uma bela obra. Está à disposição da sociedade. Houve a reforma, a recuperação de
um patrimônio. É uma obra ímpar. Espero que possamos, naquele espaço, motivar
nossas crianças e nossos adultos para a questão cultural, para as artes e para a
literatura.
Sr. Presidente, quero ainda registrar que aconteceu, na última segunda-feira,
o II Seminário Empreende Mulher Catarinense. Hoje é dia 17 de agosto. Nesta data,
nós comemoramos, no Estado de Santa Catarina, o Dia Estadual da Mulher
Empresária.
Eu apresentei nesta Casa um projeto que, acredito, vai tramitar com rapidez.
É o Projeto de Lei nº 5.680, de 2016, que institui o Dia Nacional da Mulher
Empresária.
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Por que é importante termos uma data como essa? Porque precisamos
despertar no coletivo das mulheres que são empreendedoras a consciência do papel
delas na economia nacional.
Nós sabemos que essas mulheres empreendedoras, em especial as das
micro e das pequenas empresas — geradoras de emprego e renda —, acolhem no
seu coletivo trabalhadoras, assim como fazem também homens empreendedores.
Mas atuam de uma forma que alcança mais a comunidade, gerando, repito,
emprego e renda para a população brasileira.
Precisamos fomentar o micro e o pequeno empresário e, em especial,
valorizar esse coletivo das mulheres empresárias.
Sr. Presidente, peço que sejam considerados como lidos esses discursos e
divulgados pelos veículos de comunicação da Casa.
Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - Muito obrigado, Deputada Carmen
Zanotto, do PPS de Santa Catarina. A Presidência acata o seu pedido e solicita que
a Casa, pelos seus meios de comunicação oficiais, divulgue os pronunciamentos de
V.Exa.
PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELA ORADORA
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a cidade de Lages recebeu na última
semana um grande incentivo para o desenvolvimento da cultura na nossa região. O
centenário Grupo Escolar Vidal Ramos, conhecido como o Colégio Rosa, foi
entregue totalmente restaurado para a comunidade. Foram investidos R$ 6,5
milhões do Governo do Estado nas obras de restauração. O Colégio foi
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transformado no primeiro Centro Cultural de Santa Catarina e será administrado pelo
Serviço Social do Comércio — SESC por 30 anos.
Referência nacional em arquitetura e educação, o Colégio Rosa, simboliza um
momento da história de Lages. O prédio passou por uma grande transformação. O
projeto arquitetônico, baseado em um minucioso levantamento histórico e
iconográfico, respeitou as características originais, inclusive a pintura externa.
O Colégio Rosa foi um dos sete grupos escolares inaugurados entre 1911 e
1913 pelo Governador Vidal Ramos, em Santa Catarina. Em apenas 2 anos, o então
Governador inaugurou os sete grupos escolares, que se tornaram símbolo de
qualidade na educação pública brasileira.
De todos os prédios, o Grupo Escolar Vidal Ramos de Lages é o único com
dois pisos, construído em uma parte alta da cidade, para se destacar entre os outros
prédios do Município.
No espaço restaurado, a população terá acesso a serviços e eventos artístico-
culturais, como cursos, apresentações e exposições. Conta com salas para aulas de
artes, dança, música, teatro, cursos de literatura e uma biblioteca especializada em
artes e história da cidade e da região.
Em outro espaço será possível a visualização de documentários e
audiovisuais do acervo do CineSesc, além da audição de diferentes grupos musicais
catarinenses, de referência na música brasileira. Na parte externa há uma cafeteria
e, ao lado, uma sala de cinema que poderá ser usada também para “contação” de
histórias e apresentações musicais de solos, duos e trios. O Centro Cultural Vidal
Ramos funcionará todos os dias.
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A revitalização do Colégio Rosa e sua transformação em um centro cultural
representa muito para todos os lageanos e serranos, pois a nossa região é carente
de espaços e eventos que estimulem a criatividade, o descobrimento de talentos e o
desenvolvimento de habilidades e capacidades para a arte e a cultura.
Obrigada.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a participação feminina na atividade
empreendedora está em pleno crescimento no Brasil. Em Santa Catarina, desde
2005 é comemorado o Dia Estadual da Mulher Empresária, no dia 17 de agosto. Por
isso, com o objetivo de estimular o desenvolvimento e integrar mulheres
empresárias, oportunizando a atualização e a troca de informações, a Assembleia
Legislativa de Santa Catarina, em parceria com o Conselho Estadual da Mulher
Empresária — CEME e a Federação das Associações Empresariais de Santa
Catarina — FACISC, realizou ontem, em Florianópolis, a segunda edição do
Seminário Empreende Mulher. O evento contou com palestras, painéis e cases de
sucesso.
Com a presença de aproximadamente 500 mulheres, movidas pela mesma
vontade de fortalecer o papel da mulher na sociedade, as participantes destacam
que iniciativas como essa propiciam o surgimento de lideranças femininas.
Na oportunidade, destaquei a apresentação do Projeto de Lei nº 5.680, de
2016, um projeto nosso, que institui o Dia Nacional da Mulher Empresária. Com esse
PL, que esperamos seja aprovado, nosso objetivo é que tenhamos um dia nacional
para oportunizar a troca de experiências e desenvolver, ainda mais, o
empreendedorismo entre as mulheres como acontece no Estado catarinense.
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Segundo estatísticas do SEBRAE, 7,3 milhões de brasileiras lideram negócios
próprios no País. O número pode ser considerado até maior do que o de homens
empreendedores.
Em Santa Catarina, há pelo menos 281 microempresárias, mais de 30% dos
empreendedores catarinenses. A maioria das mulheres empresárias, 95%,
consideram-se multitarefas, e pelo menos a metade deste número realiza o trabalho
doméstico. Porém, mesmo com a jornada excessiva, 72% afirmam que não
abandonariam seus negócios em troca de um emprego bem remunerado.
Durante o evento, a Presidente do Conselho Nacional da Mulher Empresária,
Neiva Kieling, ressaltou que o papel da mulher na sociedade é relevante em
qualquer área para o desenvolvimento do País. Ao pontuar que as mulheres são
maioria na sociedade, Neiva reforçou que é preciso avançar, uma vez que as
mulheres ainda ocupam pouquíssimos papéis de liderança.
Nós mulheres temos as mesmas competências que os homens, e mesmo
assim ainda somos a minoria nos espaços de poder. Aqui mesmo, ocupamos
apenas 10% das vagas. Por isso, precisamos e devemos incentivar a mulher para
que lute pelo seu espaço e que saiba da sua capacidade de assumir qualquer cargo,
seja nas empresas, seja na política.
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O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - Para uma Comunicação de Liderança,
concedo a palavra ao Deputado Heráclito Fortes, pelo PSB.
O SR. HERÁCLITO FORTES (PSB-PI. Como Líder. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, eu quero me dirigir, de maneira muito
direta, mas também muito carinhosa, ao povo de Bom Jesus, no Vale do Gurguéia,
no Piauí. Bom Jesus, Sr. Presidente, é uma das últimas fronteiras agrícolas do País
e deu um salto, em 15, 20 anos, na produção de soja e de outros grãos.
É uma região extraordinária, que passou a ser habitada por especialistas do
campo que vieram do Sul, do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, ou do Centro-
Oeste, do Mato Grosso, para, com as suas tecnologias de ponta, implantarem o que
há de mais moderno no cultivo da soja e de outros grãos na região de Bom Jesus.
A cidade cresce a olhos vistos, mas não é um crescimento desordenado, Sr.
Presidente, é um crescimento sustentável, com faculdade, com escolas em vários
níveis. Vale a pena ver a melhoria que essa região, puxada pela pujança de Bom
Jesus, provocou no Estado do Piauí.
A V.Exa., que é de outras paragens, eu queria só dizer que Bom Jesus fica
encravada exatamente naquela região onde nós temos a beleza daqueles poços
jorrantes, caracterizada pelo Poço Violeto, que, embora fique em outro Município,
faz parte do complexo de atração de belezas da grande Bom Jesus.
Eu estou dizendo isso para agradecer a maneira carinhosa como eu fui
tratado na sexta-feira da semana passada, quando fui assistir à convenção que
consagrou o candidato à reeleição Marcos Elvas, do PSDB, coligado com um grupo
de amigos que eu mantenho em Bom Jesus há muitos anos.
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A candidata a Vice-Prefeita é a Prof. Dra. Nadja Benvindo, filha de Adelmar
Benvindo, por várias vezes Prefeito e uma das figuras mais extraordinárias que
aquela região produziu em termos de vocação política. Ele foi um amigo e um aliado.
Fizemos uma parceria que trouxe muitos resultados para Bom Jesus e para a
região.
Eu me lembro de que no Governo Fernando Henrique, com o Ministro do
Planejamento, hoje Ministro das Relações Exteriores, José Serra, nós conseguimos
levar recursos para a eletrificação de 80 quilômetros de uma região chamada Serra
do Quilombo, um platô fantástico e que hoje é exatamente a maior concentração dos
empreendimentos agropecuários.
Sr. Presidente, vale a pena ver a modernização tecnológica. As máquinas que
são lançadas mundo afora, os empresários de Bom Jesus apressam-se em adquiri-
las para que a qualidade e a renovação tecnológica do seu serviço acompanhe o
progresso mundial.
Pois bem. Marcos Elvas está a terminar o seu mandato de Prefeito agora,
embora já tenha sido Prefeito anteriormente. Ele fez um dos discursos, mostrando
obras e realizações, enfim, mais profundos que eu ouvi nos últimos tempos. É
impressionante o elenco de realizações de Marcos Elvas para a cidade de Bom
Jesus. É impressionante a maneira séria com que ele administra aquele Município.
Isso resultou na convenção de maior empolgação que eu vi nos últimos tempos. A
população agradeceu e consagrou aquele jovem Prefeito candidato à reeleição,
agora fazendo composição com a Profa. Nadja.
Eu quero agradecer aos Vereadores, aos candidatos, a todos aqueles que me
acolheram e que me receberam, e dizer que Bom Jesus, para mim, é um marco na
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minha luta política e que eu estarei acompanhando a caminhada do Marcos e de seu
grupo nessa jornada.
Finalizando, eu quero mandar um abraço para a Dra. Cláudia, Primeira-Dama
do Município, que, além de me tratar bem, Sr. Presidente, ainda me deu a chance de
levar para Recife, onde a minha mulher me aguardava para um almoço fantástico, o
melhor capote do mundo, a melhor galinha do mundo, que é produzida em Bom
Jesus.
Portanto, os meus agradecimentos, o meu abraço.
Sucesso, Marcos Elvas! Bom Jesus merece V.Exa.! O Piauí o parabeniza!
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - Muito obrigado, Deputado Heráclito
Fortes!
Deputado Heráclito Fortes, eu, como Deputado do Rio Grande do Sul, gaúcho
por adoção e nascido em Santa Catarina, ouço com muito orgulho e satisfação o
registro histórico que V.Exa. faz da contribuição que gaúchos e catarinenses deram
para o desenvolvimento do Piauí e para a sua Bom Jesus, especialmente.
O SR. HERÁCLITO FORTES - V.Exa. está convidado para ir a Bom Jesus
ver a gauchada.
O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - O convite está aceito, Deputado.
Desejo desde já sorte ao seu grupo político e êxito na caminhada democrática
eleitoral.
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O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - Concedo a palavra ao Deputado Silas
Freire.
O SR. SILAS FREIRE (PR-PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, não sei se o Deputado Heráclito Fortes, em pronunciamento anterior que
tenha feito hoje, fez menção à dramática situação por que passa a Fundação Museu
do Homem Americano, em São Raimundo Nonato. E, confirmando que o fez, quero
aqui só reforçar e chamar à atenção, porque o Parque Nacional da Serra da
Capivara, um arquivo vivo da história da humanidade para o mundo inteiro, está hoje
quase de portas fechadas.
Para não me tornar repetitivo, já que foi falado pelo Deputado Heráclito
Fortes, só quero chamar a atenção das autoridades, principalmente do Governo
Federal, porque a apaixonada arqueóloga e Profa. Niède Guidon, que veio para o
Brasil desenvolver uma missão, sofre diuturnamente para manter aquele parque
aberto para o mundo, parque onde a ciência comprova a passagem do homem
americano.
Não faz nem 3 meses que o novo Ministro do Meio Ambiente, acompanhado
de autoridades estaduais, esteve no parque firmando, com a direção da fundação
que administra o parque, acordos para a sua manutenção ou pelo menos para
amenizar as suas dificuldades. Mas não evoluíram. Nós entendemos que o Governo
do Presidente Michel Temer, que ainda é um governo interino, ainda encontra
dificuldades.
Mas entendemos também que um histórico parque para o mundo, como o
nosso, não pode esperar. Está lá prestes a fechar. Os servidores estão com seus
salários atrasados, e a fundação está sem ter como mantê-lo aberto.
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Está prestes a ocorrer uma vergonha internacional! Não é nacional, é
internacional. Aquele parque é conhecido mundialmente. Milhares de pessoas no
mundo inteiro desejam conhecer o Parque Nacional da Serra da Capivara.
Quero registrar a nossa preocupação e chamar a atenção do Ministro do Meio
Ambiente e das autoridades brasileiras para aquela fundação, que já teve sua
manutenção garantida pelas iniciativas privada, pública, mista, até mesmo pela
PETROBRAS. Mas, como neste País as coisas andam um pouco para frente e mais
para trás, eles perderam esse apoio e hoje estão com as portas semifechadas, por
que não dizer quase fechadas, para vergonha mundial.
Aproveito, ao fazer esse registro, para convocar a bancada federal do Piauí
para o encontro que teremos na Assembleia Legislativa daquele Estado, na sexta-
feira, dia 19, às 14 horas, quando estará presente a Comissão Especial desta Casa
para discutir sobre a unificação das Polícias Militar e Civil.
Lá estarão entes do Piauí, do Maranhão, do Ceará, de toda aquela região,
para que nós possamos enriquecer o debate e trazer para esta Casa a opinião
daquela região do País.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - Concedo a palavra ao Deputado
Heráclito Fortes, pelo PSB.
V.Exa. dispõe de 10 minutos.
O SR. HERÁCLITO FORTES (PSB-PI. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, quero me congratular com o Deputado Silas Freire por estar sintonizado
com essa reclamação do Piauí sobre o abandono da Fundação Museu do Homem
Americano, conduzida pela Profa. Niède Guidon, sobre o qual já falei em
pronunciamento anterior.
Gostaria de falar um pouco sobre os 3 meses de Governo Temer. Causa-me
espécie quando vejo aqui o desespero de alguns que lançam contra o Presidente e
membros da sua equipe calúnias e grosserias, menos por convicção e mais por
conveniência. São pessoas, Sr. Presidente, que estão cheias de cargos de
confiança, de cargos em comissão no Governo Federal e que, pela mudança de
administração, começam a perder essas mordomias, começam a perder as tetinhas
do Governo, onde mamaram por longos 13 anos.
Aí fazem um discurso de agressão como se a Nação brasileira não estivesse
acompanhando o que ocorreu no Brasil nesses últimos anos: o desmonte da
máquina, o clube da falsa felicidade que começou a se desenhar e a se vender no
País, quebrando-o. Nós estamos com um País quebrado. Este País não foi
quebrado da noite para o dia. Foi um aparelhamento criminoso.
Vamos ser justos. O Presidente Lula, quando assumiu, colocou no Banco
Central o Henrique Meirelles, que passou a comandar a economia e houve um
período em que tudo ia bem. Era um céu de brigadeiro.
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A Presidente Dilma Rousseff começou a perseguir o Henrique Meirelles já na
Casa Civil, e, com aquela sua postura de gerentona, de que sabia de tudo, não
aceitava as opiniões técnicas de Henrique Meirelles e resolveu tirá-lo. Até que o
Lula, faça-se justiça, insistiu pela sua permanência — porque, Sr. Presidente, equipe
econômica não pode ter duração de pernoite em motel, rodízio permanente; equipe
econômica tem que ter maturação, tem que ter entrosamento; ela planta agora para
colher os resultados lá adiante. Mas não foi isso o que foi feito.
Quando se diz que a Presidente Dilma Rousseff está sendo condenada pelo
conjunto da obra, é a pura verdade. As pedaladas representam apenas um item do
que ocorreu.
Sr. Presidente, veja o que se fez com a PETROBRAS, uma das empresas
que era orgulho dos brasileiros. Eu tenho alguns amigos, Sr. Presidente, que
durante anos de sua vida pegaram as suas economias e compraram ações da
PETROBRAS para garantir o seu futuro e que agora amargam o prejuízo.
Veja o que foi feito, Sr. Presidente, na política protecionista dos fundos de
pensão, os escândalos envolvendo fundos de pensão, os investimentos criminosos
feitos e por aí afora.
Mas, Sr. Presidente, há uma coisa curiosa quando se diz que há um golpe.
Vamos analisar bem. Quem preside esse estágio do processo de impeachment da
Presidente Dilma é o Ministro Lewandowski. Nomeado por quem? Pelo Presidente
Lula. Dos 11 Ministros do Supremo, 9 foram nomeados na era Lula-Dilma. O
Procurador Rodrigo Janot foi nomeado por quem? Pela Presidente Dilma. O seu
mandato na Procuradoria foi renovado pela Presidente Dilma.
Vamos acabar com essa história falaciosa de golpe!
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Sr. Presidente, a Constituição brasileira determina que a chapa presidencial
tenha um vice para acompanhar o titular. Quem foi o titular de Dilma? Michel Temer.
Ela gostou tanto, Sr. Presidente, que repetiu. Ontem eu disse aqui e vou dizer
novamente, meus caros Deputados: a Dilma fez com o Temer o que nós, quando
criancinhas, meu caro Deputado Mauro Pereira, fazíamos quando pedíamos um
refrigerante da época, o Grapette. “Quem pede Grapette repete.” A Dilma repetiu o
Temer. Não tem essa história, não.
E mais, em determinado momento, quando começou a se atritar com o PT,
chamou o Temer para ser o seu bastião político. E aí, logo, logo, começou-se a
chamar o gabinete do Vice-Presidente Michel Temer de Posto Ipiranga, numa alusão
a essa propaganda muito bem feita do marketing brasileiro na qual o Posto Ipiranga
resolve o problema dos perdidos, dos desejosos, dos sedentos, e por aí afora.
Sr. Presidente, o Lula é sabido. E o Lula está num trabalho terrível. O Lula
quer ser oposição. O Lula quer se ver livre da Dilma, só um cego não vê isso. É um
poste. Mas ele tem outro poste que hoje o atrapalha mais do que qualquer outro. Ele
não poderá jamais ser oposição se o Sr. Haddad tiver a menor possibilidade de ser
Prefeito de São Paulo. Então, ele quer se livrar do Haddad, tanto é que está dando
pito, carão, no Haddad, em público.
O Haddad foi dizer que o termo “golpe” era pesado, e ele ralhou com o
Haddad em público. O eleitor não quer ver um Prefeito de uma cidade como São
Paulo ser ralhado em público. É uma maneira inteligente de desgastá-lo e de se ver
livre desse poste.
Eu, ontem, depois daquela carta pífia que a Sra. Dilma anunciou aos
brasileiros, encontrei-me com alguns petistas aqui no corredor. Como estavam
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satisfeitos. Porque viram que aquilo não era uma carta à Nação, mas um atestado
de óbito. Aquela carta de ontem, Sr. Presidente, não é uma carta de esperança, não
é uma carta de compromisso, porque tudo o que ela diz que poderá fazer foi
exatamente o que não fez quando governou.
As melhores cabeças que a Dilma tinha no seu Governo ela tirou por
capricho: Nelson Jobim, Moreira Franco, Eliseu Padilha, e por aí afora. O Lula trocou
o Cristovam Buarque, um educador mundialmente conhecido, pelo conterrâneo de
V.Exa., o Tarso Genro, que entende de tudo na vida, menos de ser educador. Saiu
de lá, foi ser coordenador político. Saiu da coordenadoria política, foi para o
Ministério da Justiça. Qual foi sua grande obra no Ministério da Justiça? Entregar ao
governo cubano os dois boxeadores que quiseram foragir-se aqui no Brasil, em
protesto ao regime em que viviam. Esse é que é o quadro.
O brasileiro precisa acordar para esses discursos sem sentido, sem
fundamento. O Brasil quer mais, o Brasil quer virar a página. Se o Michel Temer vai
ser o melhor dos mundos ou não vai, eu não sei, mas já é o começo, porque, pelo
menos, nós vamos começar a dar valor ao qualificado, à meritocracia.
Sr. Presidente, a quantidade de penduricalhos que há nesses Ministérios,
essas nomeações feitas por militantes, é de cortar o coração dos brasileiros.
Eu faço esse registro, Sr. Presidente, aproveitando esta oportunidade que o
meu partido me dá, para fazer um apelo ao povo brasileiro: torça para que nós nos
livremos, durante muito tempo, desse mal que nos foi trazido em nome de uma
esperança que havia vencido o medo e que hoje virou uma triste decepção e
frustração para o povo brasileiro.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - Obrigado, Deputado Heráclito Fortes.
Cumprimento-o pela análise que faz da situação brasileira.
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O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - Concedo a palavra ao Deputado
Mauro Pereira, do PMDB do Rio Grande do Sul. S.Exa. dispõe de 3 minutos.
O SR. MAURO PEREIRA (Bloco/PMDB-RS. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente Jones Martins, do PMDB do Rio Grande do Sul, é um
prazer vê-lo presidindo esta sessão.
Na tarde de hoje nós tivemos um importante evento no Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas — SEBRAE, que foi aberto pelo nosso amigo
e Presidente da instituição, Guilherme Afif Domingos, ex-Parlamentar, Ministro,
homem ilustre, que valoriza e muito a nossa política brasileira e que luta pela Lei do
SIMPLES, para prestigiar e valorizar a micro e pequena empresa.
O projeto que altera o SIMPLES foi votado nesta Casa e foi para o Senado.
Nós estamos num momento muito importante para esta lei. O Senado, agora, fez
uma reformulação no projeto, e, provavelmente, na próxima terça-feira, ele voltará a
esta Casa para que possamos votá-lo.
O encontro no SEBRAE, hoje, ocorreu juntamente com o Instituto Brasileiro
do Vinho — IBRAVIN, e estavam presentes o seu Presidente, Sr. Dirceu Scottá; o
Presidente da Câmara Setorial da Uva e do Vinho, Sr. Humberto Cereser; o Sr.
Fábio Fernandes, do Ministério da Agricultura; o Diretor-Executivo do IBRAVIN,
Carlos Paviani; e o representante dos trabalhadores.
O setor da vitivinicultura foi tratar de assuntos relacionados ao setor
vitivinícola — vinhos, espumantes e suco de uva — e, ao mesmo tempo, olhar para
o futuro. Hoje, nossa produção de vinho é de ótima qualidade. Nossos produtores
conseguiram a excelência, nossos vinhos são fantásticos. Os espumantes, então,
nem se fale; são premiados no mundo todo e estão competindo de igual para igual
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com os produtos europeus. O suco de uva tem uma qualidade fantástica. E o povo,
os supermercadistas e os restaurantes estão apoiando nossa produção nacional.
Mas, é lógico, nós estamos lutando para nos firmarmos e, ao mesmo tempo,
para que haja a redução do IPI do vinho. Nós conseguimos isso no ano passado, por
meio de uma medida provisória que a Presidenta Dilma mandou para esta Casa.
Nós conseguimos aprová-la na Comissão Especial e, depois, no Plenário, mas a
Presidente Dilma a vetou e disse que iria fazer um decreto para reduzir o IPI do
vinho. Não o fez.
Agora, estamos trabalhando para que o Presidente Michel Temer, juntamente
com a equipe econômica do nosso Ministro Henrique Meirelles, faça justiça aos
nossos produtores de uva e a nossas vinícolas, porque nosso produto é de
qualidade, mas esse imposto o está encarecendo muito.
Então, é uma batalha que nós, os membros da Frente Parlamentar de Defesa
e Valorização da Produção Nacional de Uvas, Vinhos, Espumantes e Derivados — e
também da cachaça e da cerveja artesanal — estamos lutando para conseguir a
vitória. Se Deus quiser, vamos conseguir.
Eu quero parabenizar o nosso Presidente Michel Temer pela excelente equipe
de Governo. Hoje eu estive reunido com o Ministro Geddel Vieira; ontem, com o
Ministro Eliseu Padilha. É um pessoal incansável, que está trabalhando das 8 horas
até a meia-noite, no sábado, no domingo. Nós temos Ministros que, com certeza,
estão imbuídos em trabalhar para a nossa sociedade. E, como Deputados, nós
temos que valorizar e prestigiar aqueles que realmente trabalham de uma maneira
firme, de uma maneira correta.
Eu gostaria de parabenizar aqui a pessoa, o cidadão, o nosso colega Ricardo
Barros, Ministro da Saúde — um Ministério que, infelizmente, durante o Governo
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Dilma, ficou devendo, e muito, para a sociedade. Em Caxias do Sul mesmo, o
Hospital Geral, com todo o programa de oncologia funcionando desde 2014 e
atendendo a população, até hoje não teve a parte do Governo Federal paga. Esse
Governo deixou mais de 300 UPAs fechadas, inacabadas, devendo, e muito, para a
sociedade brasileira, para os Municípios, para os Governos. E o Ministro da Saúde
Ricardo Barros vem trabalhando muito para fortalecer o SUS, juntamente com a sua
equipe de servidores públicos.
Nós temos que valorizar, prestigiar esse lado profissional e sério do nosso
Ministro Ricardo Barros. Eu sou franco em dizer: o Ministro é do Partido
Progressista, eu sou do PMDB, mas nós temos que valorizar aquilo que está dando
certo e aquelas pessoas que trabalham com determinação.
Então, quero parabenizar todos os Ministros do Presidente Michel Temer, o
nosso amigo Osmar Terra, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior, o Ministério do Trabalho, enfim, todos os que estão imbuídos em bem
atender a nossa população. Mas o mais importante é darmos força para que o
Ministro Henrique Meirelles e o Presidente do Banco Central reduzam os juros e
fortaleçam o BNDES, com a renegociação de dívidas para os nossos empresários,
que estão numa situação muito difícil e não estão conseguindo nem pagar os
impostos federais.
Era isso, Sr. Presidente Jones Martins.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - Obrigado, Deputado Mauro Pereira.
Cumprimento V.Exa. pelo pronunciamento.
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PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO À MESA PARA PUBLICAÇÃO
O SR. CARLOS BEZERRA (Bloco/PMDB-MT. Pronunciamento encaminhado
pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, de baixíssima eficiência
alocativa, o setor de infraestrutura é um dos exemplos gritantes da enorme
ineficiência nacional. E, nesse conjunto, grita mais alto ainda o saneamento básico.
Na verdade, o saneamento básico será sempre a grande linha divisória da
saúde pública no País. Abaixo dela, é difícil conceber controles epidemiológicos
eficientes, reorganização da atenção básica do Sistema Único de Saúde,
atendimento materno-infantil adequado. Até mesmo o Bolsa Família falha em seu
objetivo de inclusão social quando se mantêm as precárias condições em que vivem
seus beneficiários. Na verdade, qualquer programa, qualquer ação que vise a
melhorar a qualidade de vida dos mais carentes será pífio de resultados se não
atacarmos o problema crucial do saneamento.
O desempenho do setor é vergonhoso. Comparado a 16 países da América
Latina, o Brasil ocupa um incômodo 9º lugar em atendimento urbano de água e um
não menos incômodo 12º em esgoto, segundo o Instituto Trata Brasil.
Entre 2007 e 2014, o investimento médio anual no setor foi de R$ 8,2 bilhões.
É de supor que, a prevalecerem os mesmos níveis de aporte e o mesmo ritmo das
obras, a universalização do saneamento só será atingida em 2052.
Para universalizar os serviços de saneamento até o ano de 2033, conforme o
Plano Nacional de Saneamento Básico, será preciso elevar a média de
investimentos para R$ 15,2 bilhões por ano. Isso significa dizer que existe um hiato
absurdo e inaceitável de 19 anos em relação à meta traçada no plano.
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O hiato se dá no tempo, mas se dá também no espaço. Os indicadores de
rede de água, de coleta e de tratamento de esgoto constituem mais uma das muitas
causas e mais um dos muitos efeitos de desigualdades regionais profundas. Os
percentuais são marcadamente piores no Norte e muito ruins no Nordeste, enquanto
as Regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste apresentam comparativamente bons
resultados, conquanto longe, ainda, do ideal, sobretudo no que diz respeito à coleta
e tratamento de esgoto.
Para se ter uma ideia, basta confrontar as Regiões Norte e Sudeste, onde se
encontram os extremos:
Atendimento com rede de água: Norte, 54,5%, e Sudeste, 91,7%; coleta de
esgoto: Norte, 7,9%, e Sudeste, 78,3%; tratamento de esgoto: Norte, 14,4%, e
Sudeste, 45,7%. Os dados constam do Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgoto -
2014 divulgado no último mês de fevereiro pela Secretaria Nacional de Saneamento
Ambiental — SNIS, do Ministério das Cidades.
De acordo com o Instituto Trata Brasil, até o início do ano, de 337 obras de
água e esgoto do Programa de Aceleração do Crescimento em cidades brasileiras
com mais de 500 mil habitantes, 124 estavam paralisadas ou atrasadas. Outro
número vexatório: às vésperas da Olimpíada, não será cumprida a meta fixada na
Eco 92 de despoluição de 80% da Baía de Guanabara.
A explicação que não justifica é a baixa eficiência do setor de infraestrutura,
velha conhecida dos brasileiros. O mal é que se gasta muito e se tem muito pouco,
com projetos mal concebidos, falta de acompanhamento e fiscalização, não
cumprimento de prazos e má alocação dos recursos financeiros.
E não adianta aportar mais dinheiro nem estabelecer metas que de antemão
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se sabe que não serão cumpridas, entre outros motivos, pelas dificuldades técnicas
e operacionais dos Municípios, especialmente os pequenos. Das 26 empresas
estaduais de saneamento, que cuidam de 80% dos Municípios, somente 13
conseguiram acessar recursos do BNDES ou do FGTS.
Uma forma de facilitar o acesso ao financiamento é desonerar o investimento.
Nesse sentido, o Projeto de Lei nº 95, de 2015, do Senado Federal, é especialmente
bem-vindo. A proposição estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico,
ao criar o Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento do Saneamento
Básico — REISB, com o objetivo de estimular as pessoas jurídicas prestadoras de
serviços públicos de saneamento básico a aumentarem o volume de investimentos,
por meio da concessão de créditos relativos à Contribuição para o Financiamento da
Seguridade Social (COFINS) e à Contribuição para o Programa de Integração Social
e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP).
Bastante acertado, também, o aceno da instituição de novas parcerias com o
setor privado, por meio de medida provisória, de iniciativa do Presidente Michel
Temer, logo no início da interinidade. Trata-se do Programa Parcerias de
Investimentos — PPI.
O Brasil tem pressa de ações reestruturantes, porque de meias medidas, de
gestos histriônicos, de projetos que não se sustentam estamos todos fartos.
Muito obrigado.
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VI - ENCERRAMENTO
O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - Nada mais havendo a tratar, vou
encerrar a sessão.
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O SR. PRESIDENTE (Jones Martins) - Encerro a sessão, convocando Sessão
Não Deliberativa de Debates para amanhã, quinta-feira, dia 18 de agosto, às 14
horas.
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(Encerra-se a sessão às 18 horas.)
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